3.6.4 A Ordenação dos Usuários
Para as técnicas de pré-codificação ZF THP e MMSE THP, apresentadas nas seções anteriores e dadas
pelas Eq. (3.38)-(3.40) e Eq. (3.50)-(3.52), respectivamente, pode-se mostrar que a ordem das colunas
da matriz de canal H não exercerá influência nem nas matrizes de processamento B e G, nem na matriz
de autocovariância do ruído (para o caso ZF THP), dada pela Eq. (3.42), ou na matriz de autocovariância
do erro quadrático médio (para o caso MMSE THP), dada pela Eq. (3.53) [79]. Logo, a ordenação das
colunas da matriz combinada de canal não afeta o desempenho do sistema.
O mesmo já não é verdade para a ordenação das linhas da matriz H. Uma mudança na ordem das linhas
da matriz combinada de canal modificará as matrizes B e G, bem como as matrizes de autocovariância
do ruído ou do erro quadrático médio. Consequentemente, o desempenho das técnicas de pré-codificação
ZF THP e MMSE THP pode ser melhorado por meio de uma ordenação conveniente das linhas de H pois,
conforme exposto em [49], o desempenho da BER do sistema estará limitado pelo usuário que possui ruído
de maior variância (para o pré-codificador ZF THP) ou pelo usuário que possui o maior erro quadrático
médio (para o pré-codificador MMSE THP).
Para perceber de forma intuitiva como a ordem das linhas da matriz H afeta o desempenho do sistema,
basta lembrar que supôs-se que o símbolo u
k
é destinado ao usuário k. Para a estrutura considerada
na Fig. 3.11, se nenhum ordenamento é aplicado, u = [u
1
, u
2
, . . . , u
K
] é o vetor de dados na entrada
do pré-codificador e, uma vez que a matriz B é triangular inferior, a subtração sucessiva da interfência
interusuário é realizada de u
1
para u
K
, conforme expresso pela Eq. (3.28). Como a pré-codificação
Tomlinson-Harashima é baseada no conceito de DPC, a ordem com a qual os usuários são codificados
alterará o desempenho do sistema, conforme comentado no capítulo 2.
Antes de prosseguir, definir-se-á como métrica de desempenho M
i
o valor do i-ésimo elemento da
diagonal da matriz de autocovariância do ruído, dada pela Eq. (3.42), ou o valor do i-ésimo elemento da
diagonal da matriz de autocovariância do erro quadrático médio, dada pela Eq. (3.53). A primeira será
considerada ao utilizar-se a pré-codificação ZF THP, e a segunda será utilizada ao tratar da pré-codificação
MMSE THP.
A ordenação ótima é aquela que gera os menores valores possíveis de métricas de desempenho, M
i
, e
é representada por π = [π(1), π(2), . . . , π(K)], de tal forma que os usuários são pré-codificados de π(1)
para π(K), o que dá origem ao vetor u =
u
π(1)
, u
π(2)
, . . . , u
π(K)
na entrada do pré-codificador.
Utilizando os conceitos desenvolvidos em [80, 81, 82] para detecção em sistemas MIMO monousuário,
é possível mostrar que a ordenação ótima dos usuários é alcançada por meio do algoritmo best-first [49],
detalhado em Algoritmo 1.
É interessante observar que, de acordo com o passo 4 do Algoritmo 1, para encontrar o i-ésimo
elemento da ordenação π, é necessário realizar uma busca sobre todas as permutações possíveis entre
os usuários que ainda não foram ordenados. Logo, a complexidade do algoritmo best-first aumenta
rapidamente com o número de usuários e, por esse motivo, algoritmos subótimos de ordenação, baseados
no conceito de otimizações sucessivas, podem ser encontrados em [83, 84].
Naturalmente, antes de realizar a pré-codificação, uma vez determinada a ordenação π, deve-se definir
a matriz combinada de canal ordenada como
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