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RESUMO
Pré-Penetração de Guignardia psidii em goiaba: influência da temperatura, duração do
molhamento, idade dos frutos e concentração de etileno e dióxido de carbono
A pinta preta provocada pelo fungo Guignardia psidii Ullasa e Rawal (Phyllosticta
psidiicola (Petrak) van der Aa) vem gerando perdas pós-colheita na produção de goiaba para
consumo in natura. Este trabalho buscou maiores informações sobre esta doença por meio do
estudo do efeito da temperatura, da duração do período de molhamento, do efeito dos gases
dióxido de carbono e etileno, e da idade dos frutos de goiabeira na pré-penetração de conídios de
G. psidii. Os estudos in vitro foram avaliados por meio de microscópio de luz e os in vivo por
meio de microscópio eletrônico de varredura, registrando-se a porcentagem de conídios
germinados, apressórios formados e apressórios melanizados (in vitro). O efeito da temperatura
(10 a 40ºC) e da duração do período de molhamento (6 a 48 in vitro e 6 a 24 horas in vivo) na
germinação, formação de apressórios e apressórios melanizados (in vitro) foram avaliados em
superfície de poliestireno e de frutos de goiabeira. Em ambas as superfícies, à medida que a
temperatura aumentou, observou-se o aumento gradual da germinação, formação de apressório e
apressório melanizado atingindo o máximo a 25ºC e duração de período de molhamento de 24
horas in vivo e 48 horas in vitro. Nessas condições, os valores obtidos foram 38% de conídios
germinados, 37,7% de apressórios formados e 32,7% de apressórios melanizados in vitro e 45,6%
de conídios germinados e 11,2% de apressórios formados in vivo. As taxas de germinação e
formação de apressório foram maiores no experimento in vivo. A germinação e formação de
apressório de conídios de G. psidii foram avaliadas em cinco diferentes idades de frutos: 10 dias,
35 dias, 60 dias, 85 dias e 110 dias. Observou-se o aumento gradual das variáveis avaliadas com
o aumento da idade do fruto, apresentando, em frutos com 10 dias, 8,4% de conídios germinados
e 3,2% de apressórios formados, enquanto os frutos com 110 dias apresentaram 43,2% de
conídios germinados e 26,4% de apressórios formados. O efeito das concentrações 0, 3, 6 e 12%
de dióxido de carbono e 0, 1, 3 e 6 ppm de etileno na pré-penetração de conídios de G. psidii
foram avaliadas in vitro e in vivo. No experimento in vitro, o aumento das concentrações de
dióxido de carbono provocou queda na germinação dos conídios de G. psidii quando comparado
ao controle. No entanto, entre as concentrações deste gás a taxa de germinação manteve-se
estável. Portanto, no controle esta variável apresentou valor médio de 45,1% enquanto que nas
concentrações 3, 6 e 12% do gás passou para, respectivamente, 24,6%, 22,6% e 25,8%.
Entretanto, o aumento das concentrações deste gás provocou decréscimo progressivo da taxa de
formação de apressórios e apressórios melanizados. Na concentração de 3% de dióxido de
carbono houve 10,3% de apressórios formados e 5,4% de apressórios melanizados e na
concentração de 12%, esses valores foram reduzidos para 4,1% e 0,5%, respectivamente. No
entanto, no experimento in vivo, as taxas de germinação e formação de apressórios apresentaram
redução gradativa entre as concentrações 3 e 6% de dióxido de carbono, elevando-se novamente a
12%, passando de 28,2% de conídios germinados e 20,5% de apressórios formados na
concentração de 6% de dióxido de carbono para, respectivamente, 49,3% e 38,2% a 12% de
concentração desse gás. Esse comportamento pode ser explicado devido à remoção dos conídios
não germinados durante o preparo das amostras para visualização em microscópio eletrônico. O
etileno, tanto nos experimento in vitro quanto in vivo não apresentou efeito sobre a germinação e
formação de apressórios de G. psidii. Apresentando no controle in vitro 34,6% de conídios