Discussão
incisões liberadoras laterais, mantendo-se o protocolo original de Furlow, o que pode
ter contribuído para um número maior de fístulas associadas ao procedimento
(Polsnick e Ruiz 2002).
O objeto de maior interesse deste estudo foi a nasalidade da fala, a qual foi
estudada considerando-se que a cirurgia primária para corrigir a fissura palatina nem
sempre estabelece uma anatomia e/ou fisiologia adequadas para a produção da fala
(Amaral e Genaro 1996, Williams et al 1998, Pegoraro-Krook et al 2004). No
presente estudo, a comparação dos resultados de fala quanto à presença ou
ausência de hipernasalidade foi realizada, envolvendo três procedimentos para
avaliação perceptivo-auditiva da nasalidade da fala e também a avaliação
instrumental por meio da nasometria.
A frequência de DVF, após a palatoplastia primária, variou segundo diferentes
autores entre 0% a 60% (Spauwen, Goorhuis-Brouwer e Schutte 1992, Brothers et al
1995, Lehman, Fishman e Neiman 1995, Furlow Junior 1995, Grobbelaar et al 1995,
Haapanen et al 1996, McWilliams et al 1996, Gunther et al 1998, Kirshner et al 1999,
Lin et al 1999, Yu, Chen e Chen 2001, Timmons, Wyatt e Murphy 2001, Kokavec
2004, La Rossa et al 2004, Elbestar e Hassan 2005, Williams et al 2006, Khosla,
Mabry e Castiglione 2008, Phua e Chalain 2008 e Williams et al 2009). Em todas as
avaliações realizadas no presente estudo, o grupo F teve menor ocorrência da
hipernasalidade, sugerindo melhor funcionamento velofaríngeo do que o grupo VL.
A diferença entre as 2 técnicas foi significante e, apesar de existirem diferenças
entre os dois grupos, não foram encontradas associações entre resultados de
nasalidade e gênero, idade na palatoplastia, idade na avaliação da fala, extensão da
fissura e realização da fonoterapia
A constatação de melhores resultados para o grupo F quanto à
hipernasalidade está de acordo com vários estudos como Spauwen, Goorhuis-
Brouwer e Schutte (1992), Grobbelaar et al (1995), McWilliams et al (1996), Gunther
et al (1998), Kirshner et al 1999, Yu, Chen e Chen 2001 e LaRossa et al (2004), os
quais também apontaram melhores resultados de fala para F sobre a técnica de VL
ou outras. Furlow Junior (1995) relatou seu sucesso no estabelecimento de um
mecanismo velofaríngeo funcional de 48% para 91%, ao comparar sua técnica com
a técnica de VL. Brothers et al (1995), comparando o procedimento F à técnica de
Wardill-Kilner não conseguiram encontrar qualquer diferença nos resultados de fala.