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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP
“JÚLIO MESQUITA FILHO”
Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais
POSMAT
ALBERNY ALVES FERREIRA
“DESENVOLVIMENTO E SELEÇÃO DE SENSORES PARA AVALIAÇÃO DE
REFRIGERANTES EM LÍNGUA ELETRÔNICA
Presidente Prudente/SP
2009
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ALBERNY ALVES FERREIRA
“DESENVOLVIMENTO E SELEÇÃO DE SENSORES PARA
AVALIAÇÃO DE REFRIGERANTES EM LÍNGUA
ELETRÔNICA”
Tese apresentada a Universidade Estadual
Paulista – Faculdade de Ciência e
Tecnologia. Curso de Doutorado, como
requisito à obtenção do título de Doutor em
Ciência e Tecnologia de Materiais.
Orientador: Prof. Dr. José Alberto
Giacometti.
Presidente Prudente/SP
2009
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Dedico este trabalho a minha esposa Ana
Madalena e minhas filhas: Ana Cristina,
Patrícia e Isabela, pelo amor, compreensão
e sacrifícios.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a
execução deste trabalho. Em especial:
A Deus, por ter me concedido serenidade, capacidade e sabedoria para
realizar este trabalho.
Ao meu orientador Professor Dr. José Alberto Giacometti, pela sábia
orientação, confiança, apoio e amizade, sem os quais esse trabalho não teria
sido realizado.
A todos os professores do departamento de Física, Química e Biologia pela
amizade e confiança.
Aos professores Aldo Eloizo Job, Carlos José Constantino, e Marystela
Ferreira, pelas aulas, oportunidade de utilização dos laboratórios, discussões
e sugestões.
Aos amigos: Aguinaldo Lenine Alves, Antonio Aparecido Zanfolim e Dalton
Pedroso de Queiroz pela amizade, companheirismo e valiosas discussões.
Aos bons amigos que conquistei durante a minha estadia em Presidente
Prudente: Celina, Cleber, Flávio, Gislaine, Márcia, Michel e Wanessa.
Obrigado pela ajuda e amizade.
À empresa Bebidas Funada, pelos refrigerantes fornecidos.
A UEMS e CAPES, pelo apoio financeiro, que foi de fundamental importância
na realização deste trabalho.
Ferreira, A. A. Desenvolvimento e seleção de sensores para avaliação de
refrigerantes em língua eletrônica. 2009. 137f. Tese (Programa de Pós-graduação
em Ciência e Tecnologia de Materiais). UNESP, Bauru, 2009.
RESUMO
Neste trabalho foram preparados filmes ultrafinos de ftalocianinas, polipirrol,
quitosana e lignina usando as técnicas de automontagem (LbL, “layer-by-layer”),
deposição física à vapor
PVD (physical vapor deposition) e Langmuir-Blodgett (LB).
Os filmes foram caracterizados usando a técnica de espectroscopia UV-vis e
apresentaram características adequadas para fabricar sensores capacitivos com o
intuito comporem uma “língua eletrônica”. Para se analisar as respostas capacitivas
dos sensores em função da frequência, eles foram mergulhados em soluções de
água Milli-Q e do refrigerante Tubaína (Funada), com diferentes valores de pH, teor
de sacarose e °Brix. A partir das capacitâncias para a frequência de 1 kHz utilizou-se
a técnica de análise estatística de componentes principais (PCA) para distinguir o
teor de °Brix, sacarose e acidez. Além disso, o trabalho apresenta um método para
selecionar os sensores mais adequados, o qual consiste da análise PCA da matriz
transposta dos resultados das capacitâncias. Na análise PCA dos resultados obtidos
em água Milli-Q foi constatado que, do conjunto de sete sensores, são necessários
apenas três sensores para avaliar a variação do pH enquanto que para o teor de
sacarose são necessários quatro sensores. Para se avaliar a variação do pH no
refrigerante Tubaína são necessários três sensores e quatro sensores para o teor de
°Brix. Na parte final a “língua eletrônica” foi usada para identificar as variações de pH
e o teor de sacarose em água Milli-Q e pH e teor °Brix no refrigerante Tubaína.
PALAVRAS-CHAVE: Refrigerantes; Filmes ultrafinos; Espectroscopia UV-Vis;
Espectroscopia de impedância; Língua eletrônica; análise de componentes
principais.
Ferreira, A. A. Desenvolvimento e seleção de sensores para avaliação de
refrigerantes em língua eletrônica. 2009. 137f. Tese (Programa de Pós-graduação
em Ciência e Tecnologia de Materiais). UNESP, Bauru, 2009.
ABSTRACT
Ultrathin polymeric films were fabricated from phytalocyanine, polypirrol, chitosan and
lignin using the layer-by-layer, physical vapor deposition (PVD) and Langmuir-
Blodgett (LB) techniques. Films were characterized by UV-Vis spectroscopy showing
that are suitable to fabricate capacitive sensors to form an “electronic tongue”. To
probe the capacitive response of sensors on frequency they were immersed in Milli-Q
water and in the soft soda Tubaina (from Funada) with different pH, sucrose and
°Brix content. From capacitances measured at 1 kHz the principal component
analysis (PCA) was employed to distinguish the °Brix, pH and sucrose content.
Besides this, we present a method to select which sensors are more appropriated,
consisting of the PCA analysis of the transposed matrix of the capacitance results.
Employing the modified PCA analysis of results obtained from measurements in Milli-
Q water we found that, from the set of seven sensors, only three sensors are
required to distinguish the pH while only four sensors to distinguish the sucrose. In
the case of the soft drink Tubaina three and four sensors are also required to
distinguish the pH and °Brix content, respectively. Finally, the electronic tongue was
employed to distinguish the pH and sucrose content in Milli-Q water and the pH and
°Brix in soft drink Tubaina.
Keywords: Soft drink; ultrathin films; UV-Vis spectroscopy; impedance spectroscopy;
Electronic Tongue; Principal component analysis.
Sumário
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO .................................................................................. 14
CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTOS BÁSICOS .............................................................. 18
2.1. REFRIGERANTES ......................................................................................... 18
2.1.1. Produção de refrigerantes ........................................................................... 18
2.1.2. ºBrix ............................................................................................................. 21
2.1.3. Adoçantes e sacarose ................................................................................. 21
2.1.4. Acidulantes .................................................................................................. 22
2.2. MATERIAIS USADOS NA PREPARAÇÃO DE FILMES FINOS ..................... 22
2.2.1. Ftalocianinas ................................................................................................ 22
2.2.2. Lignina ......................................................................................................... 25
2.2.3. Quitosana .................................................................................................... 26
2.2.4. Polipirrol ....................................................................................................... 27
2.2.5. PAH - poli(alilamina hidroclorada) ............................................................... 28
2.2.6. PSS - poli(estirenossulfonado de sódio) ...................................................... 28
2.3. MÉTODOS DE FABRICAÇÃO DE FILMES ULTRAFINOS ............................ 29
2.3.1. Filmes automontados - LbL ......................................................................... 29
2.3.2. Filmes Langmuir-Blodgett - LB .................................................................... 31
2.3.3. Filmes evaporados a vácuo - PVD .............................................................. 34
2.4. ESPECTROSCOPIA UV-VIS .......................................................................... 34
2.5. ESPECTROSCOPIA DE IMPEDÂNCIA ......................................................... 36
2.6. LÍNGUA ELETRÔNICA ................................................................................... 38
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E TÉCNICAS EXPERIMENTAIS .................................. 40
3.1. MATERIAIS EMPREGADOS .......................................................................... 40
3.2. PROCESSOS DE LIMPEZA DE SUBSTRATOS ............................................ 42
3.3. EQUIPAMENTO SISTEMA DE AUTOMONTAGEM ....................................... 42
3.3.1. Fabricação dos Filmes LbL de PAH/CuTsPc ............................................... 43
3.3.2. Fabricação dos Filmes LbL de Quitosana/PSS ........................................... 44
3.3.3. Fabricação dos Filmes LbL de PAH/PPy ..................................................... 45
3.4. CUBA DE LANGMUIR .................................................................................... 45
3.4.1. Fabricação dos Filmes LB de Lignina .......................................................... 47
3.5. EVAPORADORA ............................................................................................ 47
3.5.1. Fabricação dos Filmes PVD de ftalocianinas de zinco e níquel ................... 48
3.6. EQUIPAMENTO UV-VIS ................................................................................ 49
3.7. ENXÁGUES DOS FILMES ............................................................................. 49
3.8. CAPACITOR INTERDIGITADO ...................................................................... 50
3.9. APARELHO PARA A LÍNGUA ELETRÔNICA ................................................ 51
3.10. ANALISADOR DE IMPEDÂNCIA SOLARTRON .......................................... 52
3.11. MEDIDAS COM A LÍNGUA ELETRÔNICA ................................................... 53
3.12. ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS (PCA) .................................... 55
CAPÍTULO 4 – CARACTERIZAÇÃO DE FILMES ..................................................... 57
4.1. FILMES LbL DE CuTsPc/PAH ........................................................................ 57
4.2. FILMES LbL DE QUITOSANA/PSS ................................................................ 59
4.3. FILMES LbL POLIPIRROL/PAH ..................................................................... 60
4.4. FILMES LB DE LIGNINA ................................................................................ 61
4.5. FILMES PVD DE FTALOCIANINAS DE ZINCO E NÍQUEL ........................... 62
4.6. UNIDADES SENSORIAIS – CAPACITOR INTERDIGITADO ......................... 65
4.7. CONCLUSÃO ................................................................................................. 66
CAPÍTULO 5 - CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA ....................................................... 68
5.1. MEDIDAS PRELIMINARES ............................................................................ 68
5.1.1. Comparação da resposta dos sensores em medidas de capacitância em
água Milli-Q ............................................................................................................ 68
5.1.2. Estabilidade das medidas em função dos enxágues ................................... 70
5.1.3. Dependência do tempo e formação da dupla camada elétrica .................... 72
5.2. MEDIDAS DE ESPECTROSCOPIA DE IMPEDÂNCIA EM ÁGUA MILLI-Q
VARIANDO PH E SACAROSE .............................................................................. 73
5.3. MEDIDAS DE ESPECTROSCOPIA DE IMPEDÂNCIA EM TUBAÍNA
VARIANDO-SE O pH e ºBrix. ................................................................................ 77
5.4. CONCLUSÃO ................................................................................................. 84
CAPÍTULO 6 - ANÁLISE PCA ................................................................................... 85
6.1. A ANÁLISE PCA........................................................................................ 86
6.2. ANÁLISE PCA DAS MEDIDAS REALIZADAS COM O SOLARTRON EM
ÁGUA MILLI-Q ....................................................................................................... 87
6.2.1. PCA: Variação de pH em água Milli-Q ......................................................... 88
6.2.2. PCA: Variação de sacarose em água Milli-Q ............................................... 92
6.2.3. Discussão sobre o método na variação do pH e sacarose em água Milli-Q 96
6.3. ESCOLHA DE UM CONJUNTO SENSORIAL ATRAVÉS DA ANÁLISE PCA
PARA A IDENTIFICAÇÃO DE ACIDEZ E °BRIX EM REFRIGERANTES ............. 98
6.3.1. Classificação dos sensores para distinção do nível de acidez em
refrigerantes em 1 KHz. ......................................................................................... 98
6.3.2. Classificação dos sensores para distinção do nível de °Brix em refrigerantes
em 1 KHz. ............................................................................................................ 101
6.3.3. Classificação dos sensores para distinção do nível de acidez em
refrigerantes em 10 kHz....................................................................................... 104
6.3.4. Classificação dos sensores para distinção do °Brix em refrigerantes em 10
KHz. ..................................................................................................................... 105
6.4 ANÁLISES PCA DAS MEDIDAS REALIZADAS COM O APARELHO “LÍNGUA
ELETRÔNICA” ..................................................................................................... 107
6.4.1. PCA: variação de pH em água Milli-Q. ...................................................... 107
6.4.2. PCA: variação de sacarose em água Milli-Q ............................................. 108
6.4.3. PCA: variação de pH em refrigerantes ...................................................... 109
6.4.4. PCA: variação de ºBrix em refrigerantes ................................................... 110
6.4.5. Distinção entre refrigerantes com diferentes pHs e °Brix........................... 111
6.5. CONCLUSÃO .............................................................................................. 113
7. CONCLUSÕES FINAIS ....................................................................................... 114
7.1. PERSPECTIVAS FUTURAS ....................................................................... 115
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 117
APÊNDICE .............................................................................................................. 125
APÊNDICE A - ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS (PCA) .................... 125
APÊNDICE B – TABELAS E ANÁLISES DE MEDIDAS DE CAPACITÂNCIA
(CAPÍTULO 6) ........................................................................................................ 132
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2.1. Estrutura molecular da sacarose ............................................................. 21
Figura 2.2. Estrutura molecular da ftalocianina de base livre. ................................... 23
Figura 2.3. Estrutura molecular da ftalocianina tetrassulfonada de cobre (CuTsPc). 24
Figura 2.4. Fração (1/10) do modelo de molécula de lignina proposto por W. Glasser
[31]. ........................................................................................................................... 26
Figura 2.5. Fórmula estrutural da quitosana. ............................................................. 27
Figura 2.6. Estrutura química do polipirrol. ................................................................ 27
Figura 2.7. Fórmula estrutural do PAH. ..................................................................... 28
Figura 2.8. Estrutura molecular do PSS. ................................................................... 29
Figura 2.9. Representação esquemática do processo de automontagem. ............... 30
Figura 2.10. Fotografia de uma cuba de Langmuir. ................................................... 32
Figura 2.11. Comportamento da pressão de superfície mostrando as três fases
moleculares quando as barreiras comprimem as moléculas sobre a superfície líquida
e o ponto de colapso das moléculas. ........................................................................ 33
Figura 2.12. Diagrama de energia para os vários tipos de transição eletrônica. ....... 35
Figura 2.13. Representação da Impedância no Plano Complexo []. ......................... 37
Figura 3.1. Sistema self-assembly da Nima Technology (modelo DC-Multi-8). ......... 43
Figura 3.2. Cuba de Langmuir, modelo KSV 2000. ................................................... 46
Figura 3.3. Evaporadora Boc-Edwards Auto 306. ..................................................... 48
Figura 3.4. Espectrofotômetro Varian Cary 50. ......................................................... 49
Figura 3.5. Capacitor interdigitado: trilhas condutoras de Au sobre as quais são
depositados os filmes e indicação dos contatos elétricos. ........................................ 50
Figura 3.6. (a) vista em perspectiva e (b) corte lateral do capacitor interdigitado. .... 50
Figura 3.7. Fotografia do aparelho para as medidas com a “língua eletrônica”......... 51
Figura 3.8. Janela principal para programação do aparelho. .................................... 52
Figura 3.9. Medidor de impedância Solartron modelo SI 1260 e interface dielétrica
modelo 1296. ............................................................................................................. 52
Figura 3.10. Janela principal para programação do Solartron e a interface. ............. 53
Figura 3.11. Foto do banho termostatizado MA-184, MARCONI- mostrando célula de
vidro. ......................................................................................................................... 54
Figura 4.1. Espectros de absorção UV-vis dos filmes automontados de CuTsPc com
diferentes números de bicamadas. No canto superior direito é mostrado absorbância
em 300 nm versus o número de bicamadas. ............................................................. 58
Figura 4.2. Absorbância UV-vis em 300 nm em enxágues sucessivos de um filme
automontado contendo sete bicamadas de CuTsPc. ................................................ 58
Figura 4.3. Espectros de absorção UV-vis dos filmes automontados de
quitosana/PSS com diferentes números de bicamadas. No canto superior direito é
mostrado absorbância em 228,9 nm versus o número de bicamadas. ..................... 59
Figura 4.4. Absorbância UV-vis em 228,9 nm em enxágues sucessivos de um filme
automontado contendo 5 bicamadas de quitosana/PSS. .......................................... 60
Figura 4.5. Espectros de absorção UV-vis dos filmes automontados de PPy/PAH
com diferentes números de bicamadas. No canto superior direito é mostrado
absorbância em 228 nm versus número de bicamadas. ........................................... 60
Figura 4.6. Absorbância em 228 nm dos filmes automontados de PPy/PAH com 5
bicamadas submetidos a sucessivos enxágues. ....................................................... 61
Figura 4.7. Espectros de absorção UV-vis dos filmes LB de lignina com diferentes
números de camadas. No canto superior direito é a absorbância em 280 nm versus
número de camadas. ................................................................................................. 62
Figura 4.8. Absorbânvia UV-vis em 280 nm em enxágues sucessivos de um filme LB
contendo 4 camadas de lignina. ................................................................................ 62
Figura 4.9. Espectros de UV-vis para filmes de ZnPc evaporados a vácuo sobre
quartzo. No canto superior direito é a absorbância em 340 nm versus espessura. .. 63
Figura 4.10. Absorbância UV-vis em 340 nm em enxágues sucessivos de um filme
evaporado a vácuo de ZnPc, espessura de 10 nm. .................................................. 63
Figura 4.11. Espectros de UV-vis para filmes de NiPc evaporados a vácuo sobre
quartzo. No canto superior direito é a absorbância em 335 nm versus espessura. .. 64
Figura 4.12. Absorbância UV-vis em 335 nm em enxágues sucessivos de um filme
evaporado a vácuo de NiPc de espessura de 10 nm. ............................................... 65
Figura. 5.1. Curvas de capacitância em função da frequência em água Milli-Q dos
eletrodos sem filme e revestidos com os filmes. ....................................................... 69
Figura. 5.2. Lado esquerdo. Curvas de capacitância em função da frequência em
água Milli-Q dos eletrodos revestidos com diferentes filmes em enxágues
sucessivos. Lado direito. Variação da capacitância em 1 kHz em função do número
de enxágues. ............................................................................................................. 71
Figura 5.3. Curvas de capacitância em função da frequência em Tubaína e nos
detalhes é a capacitância para 1 kHz em função do tempo (a) eletrodo sem filme, (b)
NiPc, (c) quitosana e (d) ZnPc. ................................................................................. 73
Figura 5.4. Capacitância versus a frequência para água Milli-Q variando-se o pH,
sensores de 1 a 7. ..................................................................................................... 74
Figura 5.5. Capacitância versus a frequência para água Milli-Q variando o teor de
sacarose, sensores de 1 a 7. .................................................................................... 76
Figura 5.6. Variações na capacitância em 1 kHz para as soluções em água Milli-Q
com diferentes pH, sensores de 1 a 7. ...................................................................... 76
Figura 5.7. Variações na capacitância em 1 kHz para as soluções em água Milli-Q
com diferentes teores de sacarose, sensores de 1 a 7. ............................................ 77
Figura 5.8. Curvas de capacitância em função da frequência para os diferentes
sensores mergulhados em Tubaína ºBrix = 10,4º e pH = 3,1. ................................... 78
Figura 5.9. Capacitância medida versus a frequência para o refrigerante Tubaína,
variando-se o pH, sensores de 1 a 7. ........................................................................ 79
Figura 5.10. Capacitância medida versus a frequência para o refrigerante Tubaína,
variando-se o ºBrix, sensores de 1 a 7. ..................................................................... 81
Figura 5.11. Variações da capacitância em 1 kHz para a Tubaína variando o pH.
Resultados obtidos das curvas da Figura 5.9............................................................ 82
Figura 5.12. Variações da capacitância em 1 kHz para a Tubaína variando o ºBrix.
Resultados obtidos das curvas da Figura 5.10. ......................................................... 82
Figura 5.13. Variações da capacitância em 10 kHz para a Tubaína variando o pH.
Resultados obtidos das curvas da Figura 5.9............................................................ 83
Figura 5.14. Variações da capacitância em 10 kHz para a Tubaína variando o ºBrix.
Resultados obtidos das curvas da Figura 5.10. ......................................................... 83
Figura 6.1. Gráficos PCA para as capacitâncias em 1 kHz (a) variando-se o pH da
solução e (b) para cada sensor. Resultados coletados da Figura 5.4. ...................... 89
Figura 6.2. Gráficos PCA para as capacitâncias em 1 kHz variando-se o pH (a)
conjunto de sensores (4, 6 e 7) e (b) conjunto de sensores (3, 4 e 7). .................... 91
Figura 6.3. Gráficos PCA das variações na capacitância em 1 kHz (a) soluções de
sacarose e (b) para cada sensor. .............................................................................. 93
Figura 6.4. Gráficos PCA para as capacitâncias em 1 kHz variando-se sacarose (a)
conjunto de sensores (2, 3, 4 e 5) e (b) conjunto de sensores (2, 4, 5 e 6).
Resultados coletados da Figura 5.5. ......................................................................... 95
Figura 6.5. Variações na capacitância em 1 kHz (a) pH e (b) para cada sensor.
Resultados coletados da Figura 5.9. ....................................................................... 100
Figura 6.6. Gráficos PCA para as capacitâncias em 1 kHz variando-se o pH (a)
conjunto de sensores(3, 4 e 7), (b) (4, 6 e 7). Resultados coletados da Figura 5.9.101
Figura 6.7. Variações na capacitância em 1 kHz (a) ºBrix e (b) Sensor, da Figura
5.10. ........................................................................................................................ 102
Figura 6.8. Gráficos PCA para as capacitâncias em 1 kHz variando-se ºBrix (a)
conjunto de sensores (1, 2, 4, 5) e (b) conjunto de sensores (2, 3, 4, 7). Resultados
coletados da Figura 5.10. ........................................................................................ 103
Figura 6.9. Variações na capacitância em 10 kHz (a) pH e (b) Sensor, da Figura 5.9.
................................................................................................................................ 104
Figura 6.10 Gráficos PCA para as capacitâncias em 10 kHz variando-se o pH (a)
conjunto de sensores (3, 4 e 7) e (b) (1, 4 e 6). Resultados coletados da Figura 5.9.
................................................................................................................................ 105
Figura 6.11. Variações na capacitância em 10 kHz (a) ºBrix e (b) Sensor, da Figura
5.10. ........................................................................................................................ 106
Figura 6.12. Gráficos PCA para as capacitâncias em 10 kHz variando-se ºBrix (a)
conjunto de sensores (1, 3, 4, 5) e (b) conjunto de sensores (2, 4, 5, 6) Resultados
coletados da Figura 5.10. ........................................................................................ 106
Figura 6.13. PCA variação do pH (a) sensores de 1 a 7(b) conjunto de sensores (3, 4
e 5) .......................................................................................................................... 108
Figura 6.14. PCA pH = 3.0 com variação do teor de sacarose (a) sensores de 1 a 7
(b) conjunto de sensores (2, 3, 4 e 5). ..................................................................... 109
Figura 6.15. PCA variação de acidez em refrigerantes. (a) sensores de 1 a 7 (b)
conjunto de sensores (3, 4 e 5). .............................................................................. 110
Figura 6.16. PCA variação do grau de ºBrix em refrigerantes: (a) sensores de 1 a 7 e
(b) conjunto de sensores (2, 4, 5 e 6). ..................................................................... 111
Figura 6.17. PCA para variação do grau de ºBrix e acidez dos refrigerantes,
sensores de 1 a 7: (a) duas dimensões (b) três dimensões. ................................... 112
Figura 6.18. PCA para seleção de sensores da análise feita na Figura 6.17(a). .... 112
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 4.1 Unidades sensoriais utilizadas ................................................................ 66
Tabela 6.1. Estatísticas descritivas da capacitância (*10
-8
F) em 1 kHz da Figura 5.4.
.................................................................................................................................. 88
Tabela 6.2. Autovalores e dois primeiros autovetores das matrizes de correlação ... 89
Tabela 6.3. Estatísticas descritivas capacitância (*10
-8
F) em 1 kHz da Figura 5.5. .. 92
Tabela 6.4. Autovalores e dois primeiros autovetores das matrizes de correlação ... 93
Tabela 6.5. Estatísticas descritivas capacitância em 1 kHz da Figura 5.9. Os valores
da capacitância são múltiplos de 10
-8
F. .................................................................... 99
Tabela 6.6. Autovalores e dois primeiros autovetores das matrizes de correlação ... 99
Tabela 6.7. Estatísticas descritivas capacitância em 1 kHz da Figura 5.10. Os valores
da capacitância são múltiplos de 10
-8
F. .................................................................. 101
Tabela 6.8. Autovalores e dois primeiros autovetores das matrizes de correlação . 102
14
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
O Brasil é o terceiro produtor mundial de refrigerantes com um volume
maior que 11,5 bilhões de litros ao ano, permanecendo atrás dos EUA (49 bilhões de
litros) e México (14 bilhões de litros) [1]. São produzidos quatro tipos básicos de
sabores de refrigerantes: cola, guaraná, laranja e limão, sendo que os sabores de
uva, citros, morango, maça e abacaxi, são comercializados em pequenas
proporções. As marcas regionais detêm trinta por cento do mercado brasileiro e
crescem a taxas maiores em relação às grandes marcas [2]. O brasileiro consome
em média 65 litros de refrigerantes ao ano, que o coloca em 17º lugar no “ranking”
mundial de consumo per capita [3].
A indústria de refrigerantes representa uma parcela significativa do
mercado brasileiro de alimentos, sendo necessário um cuidado especial com a
qualidade do seu produto. Entretanto, a literatura sobre as propriedades físico-
químicas de refrigerantes ainda é escassa e uma abordagem promissora é o
desenvolvimento de sensores para analisar as suas características gustativas, o que
contribuirá para o controle de qualidade dos produtos. Com esse tipo de abordagem
poderia ser qualificado os produtos aumentando significativamente sua
competitividade nos mercados externo e interno. Portanto, o desenvolvimento de
sensores baratos, de manuseio simples e que possam ser utilizados diretamente na
linha de produção é muito desejável [4].
O desenvolvimento de uma “língua eletrônica” eficiente e de baixo custo
interessa as indústrias de bebidas, alimentos e farmacêutica. A análise de produtos
por um instrumento desse tipo evita a exposição de seres humanos a substâncias
tóxicas ou de paladar desagradável, não havendo ainda a perda de sensibilidade
15
após longos tempos de exposição como ocorre com o sistema gustativo biológico
[5]. Uma grande vantagem da “língua eletrônica” é a capacidade de diferenciar as
substâncias líquidas do tipo eletrólito ou que não formam um eletrólito (açúcar, por
exemplo) [6,7].
A “língua eletrônica” constitui-se de um conjunto de sensores, os quais
são imersos nas amostras líquidas a serem analisadas, sendo que as respostas
capacitivas desses sensores são avaliadas e proporcionam a qualificação dessas
amostras. Uma problemática que faz parte da especificação de uma “língua
eletrônica” é a escolha desse conjunto sensorial. Então, o método eficiente para
classificar os sensores é muito importante para otimizar o desempenho de uma
“língua eletrônica”. Nesse trabalho é apresentado um método que parte de um
princípio simples, eficaz e que possibilita a escolha dos sensores de forma
extremamente rápida, através da análise visual do gráfico das componentes
principais (PCA).
Neste trabalho é proposta a implementação de uma “língua eletrônica”
para avaliar refrigerantes e do método de escolha dos sensores mais adequados
para compor a língua visando a aplicabilidade na distinção do pH e teor de sacarose
em refrigerantes. Na primeira parte mostra-se a preparação de filmes ultrafinos com
as técnicas de Langmuir-Blodgett (LB), por automontagem (LbL, “layer-by-layer”) e
por deposição física a vapor
PVD (physical vapor deposition) e usá-los no
revestimento de eletrodos interdigitados para a composição de sensores capacitivos
visando a análise de refrigerantes. Os filmes utilizados foram de lignina (sensor 2);
ftalocianina de zinco (sensor 3); quitosana e poli(estirenossulfonado de sódio)
(sensor 4); poli(alilamina hidroclorada) e ftalocianina tetrassulfonada de cobre
(sensor 5); ftalocianina de níquel (sensor 6) e poli(alilamina hidroclorada) e polipirrol
16
(sensor 7). A caracterização dos filmes foi monitorada por espectroscopia de UV-vis
e a técnica de impedância elétrica foi utilizada para analisar a resposta capacitiva
dos sensores em função do pH e teor de sacarose (ºBrix) de amostras de água e
refrigerantes.
Na análise dos resultados foi utilizada a técnica de análise estatística de
componentes principais para o reconhecimento de padrões. A mesma técnica foi
utilizada para desenvolver o método para se avaliar quais os sensores mais
adequados para identificar o teor de sacarose e a acidez em amostras de água e de
refrigerantes.
Os principais objetivos deste trabalho de doutorado são:
1) Implementar uma “língua eletrônica” específica para reconhecimento do
teor de sacarose (ºBrix) e acidez em refrigerantes;
2) Investigar através da técnica de análise de componentes principais os
sensores da “língua eletrônica” que apresentam o melhor desempenho para o teor
de sacarose e o pH de refrigerantes e água;
3) Tornar a “língua eletrônica” um instrumento com capacidade de
reconhecimento do teor de sacarose e acidez de refrigerantes;
Esta tese está dividida da seguinte maneira: o Capítulo 2 contém a
introdução sobre a preparação de refrigerantes, os materiais empregados e os
processos de preparação de filmes ultrafinos para o desenvolvimento deste trabalho;
o Capítulo 3 apresenta as técnicas experimentais, as técnicas de fabricação dos
filmes e a descrição dos materiais; o Capítulo 4 descreve a cinética de crescimento
dos filmes e no Capítulo 5 são mostrados os resultados das medidas elétricas por
espectroscopia de impedância. No capítulo 6 é apresentada a proposta, através da
análise PCA, para efetuar a escolha dos sensores mais adequados para a distinção
17
do pH e teor de sacarose de amostras de água e refrigerantes. São apresentados
também os resultados obtidos com o aparelho “língua eletrônica” para a distinção do
pH e teor de sacarose em refrigerantes. As conclusões são apresentadas no
Capítulo 7 e as referências bibliográficas estão listadas no final do texto.
18
CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTOS BÁSICOS
Neste capítulo as informações sobre a produção de refrigerante, seus
aditivos e acidulantes serão expostas na seção 2.1. Nas seções 2.2 a 2.4 são
apresentadas as descrições dos materiais, os métodos de fabricação de filmes finos
e a espectroscopias UV-vis. A técnica de espectroscopia de impedância e a “língua
eletrônica” são expostas nas seções 2.5 e 2.6.
2.1. REFRIGERANTES
Refrigerantes são bebidas não-alcoólicas, obtidas pela dissolução em
água potável, de sucos ou extratos vegetais e com adição ou não de açúcares. São
ingredientes básicos de refrigerantes; suco de fruta, açúcar, dióxido de carbono,
aromatizante, aditivo e coadjuvante aprovados na legislação [8]. Na bebida dietética,
hipocalórica, o conteúdo de açúcares é inteiramente substituído por edulcorantes
hipocalóricos ou não-calóricos naturais ou artificiais. Além disto, o teor de açúcar
(monossacarídeos e dissacarídeos) deve ser menor que meio grama por cem
mililitros da bebida dietética pronta para consumo [9]. Os tipos de edulcorantes e os
seus limites máximos devem seguir a legislação específica para edulcorantes [9].
2.1.1. Produção de refrigerantes
Os refrigerantes carbonatados, em geral, são produzidos em unidades
industriais nas quais se dilui um concentrado em água tratada e desaerada que
posteriormente é submetido ao resfriamento, carbonatação e engarrafamento. O
19
concentrado ou base é obtido pela mistura dos ingredientes, que em geral são: água
dióxido de carbono, concentrado com o sabor, açúcares (sacarose, glicose, xarope
com alto teor de frutose), adoçantes, acidulantes, corantes, conservadores, anti-
oxidantes, emulsificantes, estabilizantes, turvadores e espumantes, o processo de
preparação é feito em ambiente livre de contaminação e com pressão do ar positiva.
A dissolução do açúcar cristalino em água potável é feito a temperatura de 78 a 80
ºC, sob agitação.
A água utilizada na produção de refrigerantes deve ser tratada para
remover as partículas suspensas, compostos orgânicos, reduzir a alcalinidade e
microrganismos por esterilização para assegurar um produto de qualidade para o
consumo humano. O tratamento da água consiste em: coagulação (remoção de
matéria orgânica), filtração, esterilização e decloração [10]. A sala de preparação do
concentrado deve ser especialmente preparada para manter o produto livre de
microrganismos.
A carbonatação é a impregnação do líquido com o gás dióxido de carbono
cuja função é promover a efervescência dos refrigerantes. Não é tóxico, é inerte,
virtualmente insípido e pode ser liquefeito a temperaturas e pressões moderadas,
permitindo um volume adequado para o transporte e armazenamento [11]. O nível
ótimo de carbonatação varia de acordo com o aroma e as distintas características de
cada tipo de refrigerante. Em geral, as bebidas preparadas a partir de frutas são
carbonatadas em baixo nível (1 volume de CO
2
), as colas e outras bebidas não
alcoólicas em um nível médio (2 a 3 volumes de CO
2
). Refrigerantes envasados em
garrafas de polietileno tereftalato – PET, requerem um alto nível de carbonatação
para compensar a perda de gases através da parede da garrafa durante a
estocagem do produto e as sucessivas aberturas das garrafas durante o consumo
20
[12]. A quantidade de CO
2
que produz o efeito da carbonatação é especificada em
volumes, que significa a razão entre o volume total de gás dissolvido e o volume do
líquido. Os efeitos organolépticos não são os únicos benefícios da carbonatação,
pois acima de 3 volumes o CO
2
também serve para melhorar as propriedades de
conservação da bebida [11].
Os carbonatadores mais utilizados na fabricação de bebidas são os
“carbo-coolers”, que são sistemas que possuem um recipiente principal contendo
CO
2
a uma pressão acima de 6 Bar. Nas unidades industriais vários módulos de
trocadores de calor são utilizados para esfriar a bebida. Como a área da superfície
dos trocadores de calor é grande e há turbulência no escoamento, ocorrem
simultaneamente a carbonatação e o resfriamento do refrigerante [12].
Em relação aos produtos utilizados na produção de refrigerantes, os
acidulantes são muito importantes para melhorar a qualidade do paladar, devendo-
se tomar cuidados especiais para o correto balanço do conteúdo de açúcar/ácido.
Os corantes melhoram a coloração da bebida tornando-as mais atrativas ao
consumo. Os conservantes evitam o crescimento de microrganismos. Os
antioxidantes protegem os óleos essenciais que são produtos sensíveis à oxidação
na fase aquosa, em geral, causada pela presença de ar no processo de
emulsificação. As emulsões melhoram a turbidez e os turvadores a opacidade, sem
afetar a estabilidade; os estabilizantes mantêm a dispersão de partes sólidas de
frutas, aumentam a viscosidade e melhoram a sensação bucal quando o refrigerante
é consumido. As saponinas são os agentes espumantes mais efetivos para a
produção de refrigerantes carbonatados [12,13].
21
2.1.2. ºBrix
ºBrix significa graus de Brix, lidos diretamente na escala de um hidrômetro
Brix ou o índice de refração, expresso em medida de teor de açúcares solúveis,
obtida por meio de refratômetro, sendo um dos parâmetros mais importantes para o
controle de qualidade da produção de refrigerantes.
2.1.3. Adoçantes e sacarose
Os adoçantes são compostos de sabor doce como os açúcares e os
polióis que quase sempre são produtos energéticos.
A sacarose, carboidrato de fórmula molecular C
12
H
22
O
11
(Figura 2.1), é
produzido pela condensação da glicose e da frutose, sendo a sacarose o adoçante
mais conhecido e o mais consumido. A sua doçura é considerada padrão para
qualquer outro tipo de adoçante natural ou artificial, calórico ou não calórico [14]. A
sacarose fornece 4 kcal/g e apresenta solubilidade em água de 2 g/mL a 25°C [15].
Ela é o dissacarídeo mais importante, tanto pela quantidade produzida, pela
frequência que é encontrada na natureza e a sua importância na alimentação
humana. Sua existência data de milênios, havendo citações de sua fabricação na
Índia já ao redor do ano 300 a.C. [16].
Figura 2.1. Estrutura molecular da sacarose
22
Nos refrigerantes o açúcar é adicionado na proporção de 8 a 12% do
produto final formado. Ele é empregado para dar doçura e compatibilizar o sabor dos
componentes, além de ajudar na estabilização do CO
2
[17].
2.1.4. Acidulantes
Um acidulante é qualquer substância dotada da capacidade de intensificar
o sabor acídulo dos alimentos. Um acidulante quando adicionado a um determinado
tipo de alimento pode ter a função de controlar o valor do pH; atuar como
enaltecedor de sabor e aroma; agir como sequestrador de íons metálicos; ou ainda,
ter ação antimicrobiana, auxiliar na conservação dos alimentos para aumentar sua
vida de “prateleira”. Além disso, ela provoca a inversão de açúcares para evitar a
sua cristalização [17].
Os acidulantes mais utilizados na produção de refrigerantes são: a)
orgânicos: ácido cítrico, málico e tartárico; b) inorgânicos: ácido fosfórico [17].
O ácido fosfórico ou ácido ortofosfórico H
3
PO
4
, é o único ácido inorgânico
usado na indústria de alimentos. O seu uso é limitado, pois de acordo com a
legislação, o teor máximo permitido no Brasil é de 0,07g/100mL de refrigerante [18].
2.2. MATERIAIS USADOS NA PREPARAÇÃO DE FILMES FINOS
2.2.1. Ftalocianinas
As ftalocianinas são compostos macrocíclicos altamente conjugados
constituídos de quatro unidades isoindol ligados por átomos de nitrogênios como é
mostrado na Figura 2.2. Elas têm como característica geral uma estrutura molecular
23
plana, centro-simétrica, fórmula geral C
32
H
16
N
8
e exibem várias formas polimórficas
[19].
Figura 2.2. Estrutura molecular da ftalocianina de base livre.
A substituição dos átomos de hidrogênio centrais por um átomo metálico
leva formação de moléculas denominadas metaloftalocianinas. Essas são de difícil
solubilidade em solventes orgânicos convencionais, porém esta propriedade pode
ser melhorada introduzindo-se grupos funcionais ao macrocíciclo [20]. As
metaloftalocianinas possuem alta estabilidade química e térmica, além da estrutura
eletrônica altamente conjugada do ligante ftalocianina (Pc) conferida pelos 18
elétrons π, exibem propriedades como semicondutividade, fotocondutividade,
atividades fotoquímicas e fotossintéticas, eletrocromismo e luminescência [21,22].
Absorvem na região do visível e o espectro eletrônico das ftalocianinas metálicas é
caracterizado por duas bandas de absorção na região entre 230 e 800 nm. Estas
bandas são atribuídas às transições de orbital π HOMO (mais alto orbital molecular
ocupado) para o orbital π
*
LUMO (mais baixo orbital molecular desocupado) do anel
N
H
H
H
H
H
NN
N
NN
H
N
N
H
H
H
H
H
H
H
H
H
HH
H
24
conjugado do macrociclo [21]. Estas características as tornam muito interessantes
para fins tecnológicos, principalmente sob a forma de filmes finos, sejam eles
Langmuir-Blodgett [23], automontados [24], evaporados a vácuo [25] ou casting [26].
Mais recentemente, as ftalocianinas têm despertado interesse na área da ótica não-
linear e armazenamento ótico [27], além da ampla utilização em sensores,
especialmente os de gases.
As ftalocianinas metálicas geralmente são insolúveis em água e pouco
solúveis na maioria dos solventes orgânicos, o que torna sua aplicação em
dispositivos um pouco limitada. Entretanto, a incorporação de grupos substituintes
pode aumentar sua solubilidade em solventes polares ou apolares, dependendo da
escolha do grupo substituinte. A escolha de um grupo sulfônico como substituinte
leva a uma maior solubilidade do composto macrociclo em água, resultando em uma
ftalocianina metálica tetrasulfonada [21,28].
A ftalocianina tetrassulfonada de cobre (CuTsPc), utilizada neste trabalho,
tem a sua estrutura molecular apresentada na Figura 2.3.
Figura 2.3. Estrutura molecular da ftalocianina tetrassulfonada de cobre (CuTsPc).
SO
3
-
H
H
H
N
N
N
N
N
N
N
N
H
H
SO
3
-
H
SO
3
-
H
H
SO
3
-
H
H
H
H
Cu
25
2.2.2. Lignina
As ligninas representam a segunda maior fonte de biomassa renovável e
seu potencial de uso é subaproveitado nos processos industriais, principalmente nas
indústrias de papel e açúcar, onde é queimada para ser utilizada como fonte de
energia. Conhecida pela sua riqueza em sistemas aromáticos (anéis benzênicos), o
que torna interessante o seu estudo, já que ela pode representar uma fonte alternativa
não só de produção do benzeno, que atualmente é obtido do petróleo (importante
matéria-prima utilizada na indústria de polímeros), mas também de outros derivados
utilizados como insumos nas indústrias químicas, tais como: emulsificantes,
dispersantes, vanilina, aglomerantes, adesivos e correagentes fenólicos [29]. Ela pode
ser utilizada em compósitos poliméricos com o objetivo de melhorar as propriedades
mecânicas e até mesmo na síntese de polímeros a partir de macromonômeros [30].
A lignina apresenta uma composição estrutural bastante heterogênea, uma
vez que depende da espécie da qual é extraída, da região em que a planta é cultivada
e de seu processo de extração. As moléculas são constituídas por sistemas
aromáticos de unidades fenilpropânicas. A estrutura molecular e a geometria espacial
das moléculas de lignina são questões em aberto na literatura, havendo diferentes
modelos estruturais da lignina [30]. Atualmente é aceito que a estrutura da lignina
presente na madeira tem forma de uma rede polimérica tridimensional não cristalina.
Na Figura 2.4 é mostrada uma fração de 1/10 do modelo de lignina proposto por W.
Glasser [31].
As ligninas são muito estudadas na forma de filmes finos e para este fim
várias técnicas têm sido empregadas, tais como, fabricação por espalhamento de
solução (casting) [32] e espalhamento por centrifugação (spin-coating) [33]. Os filmes
obtidos por essas técnicas podem ter espessuras nanométricas, porém não se tem
26
qualquer controle sobre a organização que as moléculas assumem nos filmes.
Técnicas como Langmuir-Blodgett e automontagem permitem algum controle sobre
esta organização alterando-se a temperatura ou o pH da subfase e a velocidade de
imersão e retirada do substrato na subfase no caso dos filmes LB [34].
Figura 2.4. Fração (1/10) do modelo de molécula de lignina proposto por W. Glasser [31].
2.2.3. Quitosana
A quitosana é um aminopolissacarídeo formado por unidades repetidas
de β-(14) 2-amino-2-deoxi-D-glucose (ou D-glucosamina) e é derivada da
quitina, cuja estrutura química está ilustrada na Figura 2.5. Ela é um polímero
natural encontrado em fungos, insetos e principalmente nas carapaças de
crustáceos, especificamente, camarão, lagosta e caranguejo [35].
O interesse na quitosana provém de seu baixo custo e grande abundância
na natureza. Além disto, é um material potencialmente ativo para complexar íons
H
3
CC
O
OCH
2
C
C
OH
OCH
3
CH
3
O
HO
HOH
CC
HH
C
CH
3
O
C
H
OH
O
H
OH
C
H
C
O
O
H
H
C
O
CH
3
C
CH
CH
O
CH
2
O
H
2
C
C
C
OH
OCH
3
H
3
CO
H
C
COH
H
H
HOH
CH
3
O
O
OH
OCH
3
C
C
HHO
H
CHH
OC
O
CH
3
OH
OCH
3
OCH
3
H
H
H
C
83
H
94
O
31
Mn = 1614,68 g/mol
C 63,23%, H 6,06%, O 30,72%.
EXP.: C 62%, H 5,5%, O 32,5%.
Mn= 1600 g/mol
27
metálicos. Sensores preparados com filmes de quitosana mostram uma ótima
sensibilidade na diferenciação de paladares quando utilizados em “línguas eletrônicas”
[36,37].
Figura 2.5. Fórmula estrutural da quitosana.
2.2.4. Polipirrol
O polipirrol (PPy) é um polímero condutor de eletricidade que, graças à
alternância entre ligações simples e duplas na cadeia polimérica, une as
propriedades mecânicas de polímeros convencionais com as propriedades elétricas,
ópticas e magnéticas de materiais condutores e/ou semicondutores [38]. A estrutura
desse material está esquematizada na Figura 2.6.
Figura 2.6. Estrutura química do polipirrol.
28
Em comparação com outros polímeros o polipirrol tem maior estabilidade
química, facilidade de síntese e não é tóxico [39,40]. Estas vantagens o tornam um
material com grande potencial nas aplicações nos campos da física, química e
especialmente na medicina [41,42]. O polipirrol dopado com ácidos orgânicos fica
solúvel em água e carregado negativamente, mantendo as propriedades de
condução elétrica sendo adequado para a técnica de automontagem (LbL) [43].
2.2.5. PAH - poli(alilamina hidroclorada)
O poli(alilamina hidroclorada), PAH, é um polieletrólito fraco que atua
como policátion. A Figura 2.7 apresenta a estrutura química da poli(alilamina
hidroclorada). Este tipo de material é frequentemente utilizado na preparação de
filmes pela técnica de automontagem que será descrita na seção 2.5.1.
Figura 2.7. Fórmula estrutural do PAH.
2.2.6. PSS - poli(estirenossulfonado de sódio)
O ácido poli(estirenossulfonado de sódio) (PSS) é um polieletrólito
convencional que atua como poliânion. A estrutura química desse material está
esquematizada na Figura 2.8. Este tipo de material é frequentemente utilizado na
29
preparação de filmes pela técnica de automontagem que será descrita na seção
2.3.1.
Figura 2.8. Estrutura molecular do PSS.
2.3. MÉTODOS DE FABRICAÇÃO DE FILMES ULTRAFINOS
2.3.1. Filmes automontados - LbL
A técnica de automontagem foi proposta pela primeira vez no inicio da
década de 1980 no trabalho pioneiro de Sagiv e colaboradores [44]. Esta técnica
recebe este nome, pois consiste da adsorção espontânea, química ou física, de
camadas ultrafinas de materiais sobre a superfície de um suporte sólido a partir de
suas soluções.
Os filmes automontados exibem boa estabilidade térmica, molecular e
mecânica, devido às interações físicas e químicas específicas através de interações
do tipo Van der Walls ou ligações hidrogênio, que tornam as monocamadas
adsorvidas compactas e fortemente aderidas umas às outras, formando filmes
estáveis com alto grau de organização molecular [45,46].
30
No processo de automontagem de filmes ultrafinos, esquematizado na
Figura 2.9, utiliza-se um substrato sólido contendo cargas negativas em sua
superfície, que é imerso por um tempo previamente determinado numa solução com
moléculas com cargas positivas. Após esse tempo de imersão uma camada de
material é adsorvida através de atração eletrostática entre as cargas do substrato e
as cargas do policátion (cargas positivas). O substrato é então imerso numa solução
de enxágue para remover o excesso de material adsorvido. Posteriormente, realiza-
se a secagem do material com um fluxo suave de ar comprimido ou de nitrogênio.
Após a secagem é feita a adsorção de uma nova camada, mas agora de um
poliânion (cargas negativas), da mesma maneira que foi realizada para o policátion,
formando uma bicamada [45,47].
Figura 2.9. Representação esquemática do processo de automontagem.
1
2
3
4
1) Policátion
2) Enxágue
3) Poliânion
4) Enxágue
31
Tempos de imersão da ordem de 3 a 20 minutos são necessários para a
formação de cada camada. Múltiplas camadas podem ser depositadas e a
arquitetura molecular pode ser finalmente desejada selecionando os materiais que
formarão cada camada, que podem ser polímeros orgânicos sintéticos [48,49],
biopolímeros [46,49,50] polímeros inorgânicos [51], proteínas ou enzimas [49,52,53],
compostos orgânicos de baixo massa molar [54], compostos organometálicos [24] e
compostos inorgânicos estruturados [55,56].
A deposição de multicamadas a partir de béqueres contendo as soluções
de policátion e poliânion pode ser realizada manualmente ou de modo automatizado,
utilizando um “dip-coater”. As vantagens dessa técnica são: baixo custo de
equipamentos, água é geralmente empregada como solvente, o substrato pode ser
de natureza química variada e em princípio, pode ter qualquer geometria. Diversos
tratamentos superficiais podem ser empregados para os substratos antes da
deposição.
2.3.2. Filmes Langmuir-Blodgett - LB
No início do século XX Irving Langmuir desenvolveu uma técnica para
estudar filmes monomoleculares formados sobre a superfície da água. Em 1930
essa técnica foi aperfeiçoada por sua assistente de trabalho Katharine Blodgett,
permitindo que essas monocamadas fossem sucessivamente transferidas sobre um
substrato sólido, o que levou ao nome de técnica de Langmuir-Blodgett (LB) [57].
A cuba de Langmuir é o equipamento na qual as monocamadas são
formadas e os filmes LB são fabricados. Como mostrado na Figura 2.10, ela é
constituída basicamente por uma cuba de Teflon onde é colocada água ultrapura na
subfase, barreiras móveis, um medidor de pressão de superfície e um sistema
32
automatizado para realizar imersões e retiradas do substrato na subfase líquida
(dipper).
Figura 2.10. Fotografia de uma cuba de Langmuir.
Por meio de isotermas de pressão de superfície versus área por molécula
podem-se investigar as várias fases do filme que ocorrem durante sua compressão
pelas barreiras móveis [58,59]. Conforme ilustrado na Figura 2.11 para moléculas
anfipáticas (ou anfifílicas), a fase gasosa corresponde à situação em que as
moléculas estão dispersas sobre a superfície aquosa e à medida que as barreiras
vão comprimindo as moléculas a monocamada de Langmuir começa a ser formada,
passando por uma fase líquido-expandida nas quais as moléculas estão se
agrupando. Posteriormente uma fase líquido-condensada, quando a monocamada
com moléculas organizadas, é formada até atingir o seu colapso [60], que
corresponde à ruptura do filme que ocorre, por exemplo, pela superposição das
moléculas.
33
A transferência da monocamada para a superfície de um substrato sólido
é feita mantendo-se constante a pressão de superfície do filme de Langmuir, com
imersões e retiradas subsequentes do substrato na subfase líquida. Os filmes LB
possuem elevada organização estrutural, em escala nanométrica, cujas
propriedades dependem das condições de sua fabricação como velocidade de
compressão das barreiras, pH e temperatura da subfase, velocidade de imersão e
retirada do substrato, número de monocamadas e o tipo do material utilizado [45,60].
Figura 2.11. Comportamento da pressão de superfície mostrando as três fases moleculares quando
as barreiras comprimem as moléculas sobre a superfície líquida e o ponto de colapso das moléculas.
A deposição dos filmes LB pode ocorrer de 3 formas diferentes,
chamadas deposição do tipo X, Y ou Z, que levam a formação de filmes LB com
diferentes organizações estruturais. Os filmes do tipo Y, a transferência das
monocamadas ocorre tanto na imersão quanto na retirada, enquanto os filmes tipo X
são depositados nas imersões e os filmes tipo Z são depositados apenas na retirada
do substrato [60]
34
2.3.3. Filmes evaporados a vácuo - PVD
O processo physical vapor deposition (PVD) é uma técnica de deposição
de filmes em que a camada do material é depositada por evaporação de um material
sólido. O processo é realizado em vácuo ou a baixa pressão e o material evaporado
é condensado sobre um substrato para formar um filme [61].
O processo PVD consiste em colocar o material a ser evaporado em um
cadinho metálico e por passagem de corrente elétrica produz-se o seu aquecimento
fundindo o material que por evaporação alcança o substrato. Nesse método, o
ambiente a vácuo reduz a contaminação gasosa a baixos níveis. A medida da
espessura do filme é feita durante o processo PVD com um sensor de espessura
(cristal de quartzo).
2.4. ESPECTROSCOPIA UV-VIS
A frequência da radiação absorvida por uma substância é uma medida da
energia requerida para a transição eletrônica, enquanto a intensidade depende da
probabilidade desta transição ocorrer. Geralmente, quando as moléculas absorvem
radiação eletromagnética, esta radiação acaba sendo dissipada na forma de calor e
a molécula volta ao seu estado fundamental. Porém, algumas moléculas quando
absorvem energias mais intensas podem dissipar apenas parte desta energia na
forma de calor e voltar ao estado fundamental emitindo um fóton de energia menor
que aquela da radiação absorvida. Este mecanismo de emissão de fótons tem
algumas variantes e é chamado de fluorescência quando o decaimento da molécula
ocorre a partir do estado excitado singleto (elétrons emparelhados) de menor
energia. Neste caso, a frequência da radiação emitida independe da frequência da
35
radiação absorvida, porém a intensidade da radiação emitida é proporcional à
intensidade da radiação absorvida (número de fótons absorvidos). A fluorescência é
um processo relativamente rápido, ocorrendo cerca de 10
-6
a 10
-9
s após a absorção
[62].
O espectro de absorção UV-vis tem origem na interação da luz com os
elétrons das camadas mais externas dos átomos da amostra. Esses elétrons
absorvem radiação eletromagnética em certos comprimentos de onda (luz incidente
na amostra), de maneira que se pode obter uma curva de absorbância em função do
comprimento de onda da luz incidente, característica do material em estudo.
Portanto, a absorção da energia radiante nas regiões do espectro UV-vis depende
fortemente do número e arranjo dos elétrons nas moléculas. A absorção de energia
é quantizada e leva à passagem de elétrons de orbitais do estado fundamental para
os de maior energia em um estado excitado [62,63] ver Figura 2.12.
Figura 2.12. Diagrama de energia para os vários tipos de transição eletrônica.
Ligante
Ligante
Não Ligante
Antiligante
Antiligante
36
2.5. ESPECTROSCOPIA DE IMPEDÂNCIA
A técnica de espectroscopia de impedância tem adquirido grande
importância, pois possibilita a obtenção de grande número de informações a partir de
um único experimento. Nesse método, a amostra é perturbada empregando-se
tensões elétricas da ordem de milivolts, de forma a tornar possível a investigação de
fenômenos próximos ao estado de equilíbrio. Além disto, é possível variar a
frequência da tensão.
Mediante as medidas do potencial aplicado, da corrente e o ângulo de
fase (defasagem da corrente em relação ao potencial aplicado) é obtida a
impedância elétrica do sistema. A partir das medidas da impedância é possível
avaliar processos como transporte de carga, a relaxação dielétrica, condutividade de
filmes, capacitância, difusão de portadores de carga entre outros. A obtenção de
informações a partir de medidas de impedância pode ser conduzida mediante a
utilização de diferentes modelos físicos, circuitos equivalentes ou equações
empíricas.
O conceito de impedância, originalmente introduzido para descrever a
resposta de sistemas compostos por capacitâncias, resistências e indutâncias,
estendeu-se aos sistemas eletroquímicos, uma vez que inúmeros processos podem
contribuir para a relação entre a corrente e o potencial do sistema.
A impedância elétrica é definida como a capacidade de um sistema em
apresentar oposição à passagem de corrente elétrica. Sendo um sistema perturbado
por uma tensão senoidal, surgindo uma corrente também senoidal.
É mais adequado expressar a impedância como uma função complexa. A
tensão elétrica de excitação é escrita como:
0
V(t) V exp(j t)
=
ω
[2.1]
37
e a corrente é expressa como:
0
I(t) I exp( j t j )
=
ω+φ
[2.2]
A impedância é definida como:
Z = V/I
[2.3]
e seu valor é calculado como:
0
0
0
Vcos( t)
V(t) cos( t)
ZZ
I(t) I cos( t ) cos( t )
ω
ω
== =
ω
ω
[2.4]
onde Z
0
é a magnitude da impedância e
φ
o ângulo de fase.
Sendo Z uma grandeza vetorial complexa, será definida por Z
*
= Z' + jZ", onde Z' é a
parte real, e Z" a parte imaginária como representado na Figura 2.13.
Figura 2.13. Representação da Impedância no Plano Complexo [64].
Há várias grandezas que podem ser derivadas da impedância elétrica
complexa, as quais são importantes para a técnica de espectroscopia de impedância
elétrica. A capacitância elétrica complexa da amostra é definida como:
*
'"=−CCjC
[2.5]
38
Como a corrente elétrica é dada por
dt
dV
C=
Z
V
=I
*
, usando a definição
"Zj+'Z=Z
*
e a representação complexa para I e V, tem-se que a parte real e
imaginária da capacitância são dadas por:
() ( )
22
1"
'
'"
⎛⎞
⎜⎟
=
⎜⎟
+
⎝⎠
ω
Z
C
ZZ
[2.6]
() ( )
22
1'
"
'"
⎛⎞
⎜⎟
=
⎜⎟
+
⎝⎠
ω
Z
C
ZZ
[2.7]
As Equações (2.6) e (2.7) permitem, portanto, determinar os valores da
capacitância real e imaginária do sistema, grandezas que são diretamente
proporcionais as parte real e imaginária da permissividade complexa.
2.6. LÍNGUA ELETRÔNICA
As “línguas eletrônicas” utilizam um conjunto de unidades sensoriais que
não são específicas a nenhuma espécie química do meio líquido no qual é inserida,
mas que por sua vez gera um padrão de resposta que está intimamente associado
às características ou as qualidades da amostra analisada. Esses dispositivos
utilizam como princípio de detecção a potenciometria [6,65] ou voltametria cíclica
[6,66,67]. Apesar desses dispositivos operarem a partir de técnicas de medidas
fundamentalmente distintas, a habilidade de separar os tipos de amostras não difere
muito entre eles [68].
Mais recentemente, outro tipo de “língua eletrônica” foi desenvolvida no
Brasil e patenteada pela EMBRAPA [69,70,71]. Ela é baseada em diversos materiais
39
especiais e utiliza como método de medidas a espectroscopia de impedância
elétrica. Esse sistema é capaz de reconhecer os padrões de paladar (doce, salgado,
azedo e amargo) três ordens de magnitude abaixo do limite de percepção humano
[6]. Ao contrário de outros resultados na literatura [72], foram medidas com sucesso
substâncias que não formam eletrólitos, tais como o café e a sacarose, além da
identificação de vinhos de acordo com o tipo de uva, safra e produtor, e de padrões
distintos de café fornecidos por uma cooperativa [73].
A “língua eletrônica” a ser utilizada neste trabalho é um dispositivo
composto por eletrodos interdigitados recobertos com filmes ultrafinos de diferentes
materiais. Esse dispositivo oferece algumas vantagens frente aos métodos
convencionais de análise em líquidos, tais como, por exemplo, classificação de
amostras de maneira rápida, eficiente e mais barata que os métodos convencionais,
além da facilidade de interpretação dos resultados, o que tem gerado forte interesse
das indústrias no desenvolvimento desse tipo de tecnologia. Há várias aplicações da
“língua eletrônica” como o monitoramento contínuo no controle de qualidade de
produtos, a detecção de analitos em concentrações muito abaixo do limite de
percepção biológico, detecção de poluentes em água (aplicações ambientais), entre
outras.
As unidades sensoriais geram padrões de sinais elétricos que variam em
função do tipo do líquido avaliado. Os polímeros transformam a interação entre as
unidades sensoriais e a bebida em sinais elétricos que são captados por um
programa apropriado. Para que isto seja feito de forma automatizada, com precisão
e base estatística é necessário o uso de ferramentas computacionais como a análise
de componente principal “principal component analysis, PCA” [4, 5, 48,74-81].
40
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E TÉCNICAS EXPERIMENTAIS
A seção 3.1 descreve os materiais utilizados no trabalho, na seção 3.2
são mostrados os processos de limpeza de substratos e as seções 3.3 a 3.5
mostram os equipamentos do sistema de automontagem, cuba de Langmuir e
evaporadora e a fabricação dos filmes ultrafinos LBL, LB e PVD utilizados nos
experimentos e a seção 3.6 mostra o equipamento de UV-Vis. Na seção 3.7 o
procedimento para enxágues dos filmes, seção 3.8 o capacitor interdigitado e na
seção 3.9 o aparelho para a língua eletrônica. Nas seções 3.10 e 3.11 os
procedimentos para as medidas com a “língua eletrônica” e com o analisador de
impedância da Solartron e é descrito o método estatístico de análise de
componentes principais (PCA) na seção 3.12.
3.1. MATERIAIS EMPREGADOS
A escolha de materiais diferentes para composição da língua é uma
tentativa de imitar o conceito de seletividade global usado pelo sistema biológico.
Segundo esse conceito, o cérebro tem a habilidade de agrupar a informação
recebida em padrões distintos de resposta e classificar grandes quantidades de
substâncias em diferentes grupos (doce, salgado, azedo, amargo,...), isto é,
reconhece-se o paladar e não as substâncias. Portanto, a especificidade deixa de
ser um requisito fundamental neste tipo de aplicação sensorial, não sendo
necessário que os materiais estejam combinados a uma determinada espécie
química para o reconhecimento da amostra em questão [5].
41
A escolha dos tipos de materiais que foram utilizados se deu por dois
fatores: primeiro por apresentarem diferenças significativas entre si, o que contempla
o conceito de seletividade global e, segundo, pela disponibilidade desses materiais.
Para a preparação dos filmes das unidades sensoriais foram utilizados:
A lignina extraída do bagaço da cana-de-açúcar via processo “organossolve
modificado” utilizando como solvente orgânico, o butanol, apresentando massas
molares Mn = 1062 g/mol, Mw = 1594 g/mol e dispersividade Mw/Mn = 1,5. Esses
dados foram determinados utilizando-se a técnica de cromatografia de permeação
em gel (GPC) utilizando um detector de índice de refração [82];
Ftalocianina tetrasulfonada de cobre (CuTsPc), (Aldrich);
Ftalocianinas de zinco (ZnPc) e de níquel (NiPc), (Kodak);
Quitosana foi extraída e purificada pelo Dr. David S. dos Santos Jr (Universidade de
Windsor – Canadá);
Polipirrol - PPy(LbL), (Aldrich).
Poli(estirenossulfonado de sódio) PSS, (Aldrich).
Poli(alilamina hidroclorada) PAH, (Aldrich).
As matérias-primas utilizadas na elaboração das formulações para análise
em água Milli-Q são as seguintes:
Sacarose P.A.- A.C.S. (C
12
H
22
O
11
), (Synth);
Ácido fosfórico ou ácido ortofosfórico H
3
PO
4
, (Synth);
Refrigerante tubaína formulado pela empresa Funada de Presidente
Prudente:
ºBrix = 10,1 com variação do pH = 2,9, 3,0, 3,1 e 3,2;
pH = 3,1 com variação do ºBrix = 9,6, 9,8, 10, 10,2 e 10,4;
42
3.2. PROCESSOS DE LIMPEZA DE SUBSTRATOS
Os filmes foram adsorvidos sobre lâminas de quartzo que são
transparentes na região do UV e visível. As lâminas foram previamente limpas em
uma solução contendo cinco partes de água Milli-Q, uma parte de hidróxido de
amônio (NH
4
OH) e uma parte de peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
) a temperatura de
80
o
C durante 10 minutos. Em seguida, após o resfriamento até a temperatura
ambiente, as lâminas foram enxaguadas em água destilada e armazenadas em um
recipiente contendo água Milli-Q.
No caso de filmes de ftalocianina tetrassulfonada de cobre também foi
feita a hidrofilização do substrato, sendo utilizado 1 grama de NaOH, 49 mL de
etanol e 50 mL de água ultrapura que foram misturados durante 30 minutos sob
ultra-som.
3.3. EQUIPAMENTO SISTEMA DE AUTOMONTAGEM
Os filmes automontados foram preparados através do sistema de
automontagem da Nima Technology (modelo DC-Multi-8) mostrado na Figura 3.1,
cujo princípio de funcionamento consiste em se mergulhar perpendicularmente o
substrato dentro da solução e depois retirá-lo. O processo de inserção e retirada do
substrato na solução deve ser realizado com velocidade controlada e constante e
sem nenhum tipo de vibração ou interferência externa, de modo a garantir a
deposição de um filme homogêneo. O tempo de permanência do substrato na
solução anteriormente à sua retirada também é um fator de controle importante. O
processo de deposição, controle da velocidade de descida e subida do substrato e
dos tempos de imersão e fora da solução é feito através do programa Nima 562dc.
43
Figura 3.1. Sistema self-assembly da Nima Technology (modelo DC-Multi-8).
3.3.1. Fabricação dos Filmes LbL de PAH/CuTsPc
Filmes finos dessas moléculas foram produzidos pela técnica de
automontagem utilizando a solução catiônica de poli(alilamina hidroclorada), PAH,
que não absorve no UV-vis. Portanto, as bandas de absorção provenientes de filmes
automontados com este polieletrólito serão características apenas das moléculas de
ftalocianina.
O filme de ftalocianina tetrassulfonada de cobre foi preparado a partir da
solução aniônica de ftalocianina num balão de 10 mL, 5 mg de CuTsPc e avolumada
com água ultrapura [83]. A solução catiônica de PAH foi preparada em um balão de
10 mL, 5 mg de PAH poli (alilamina hidroclorada) e avolumada com água ultrapura.
A deposição foi feita usando velocidade de descida 300 mm/min e de subida de 300
mm/min, imergindo o substrato de quartzo na solução catiônica de PAH durante 3
44
minutos. Posteriormente, o substrato foi enxaguado em água ultrapura durante 1
minuto sob agitação moderada, seco no ar para então ser imerso na solução
aniônica de ftalocianina, onde permaneceu por 3 minutos. Posteriormente, o
substrato foi enxaguado e novamente seco ao ar livre, e o processo foi repetido até
se obter o número desejado de bicamadas [24, 83, 84].
3.3.2. Fabricação dos Filmes LbL de Quitosana/PSS
Na fabricação do filme automontado de quitosana usou-se o poli(estireno
sulfonado), PSS, um poliânion que não absorve na região do visível, para se
depositar as bicamadas. Portanto, as bandas de absorção provenientes de filmes
automontados serão características apenas da quitosana. Para o preparo da solução
foram misturados em um balão de 10 mL, 16 mg de quitosana e 100 µL de ácido
acético e avolumada com água ultrapura sob agitação por 24 h, formando uma
solução catiônica em pH = 3. Este pH foi utilizado pois a quitosana possui uma
estrutura menos enovelada em pHs baixos (pH < 4) devido à mudança no seu grau
de acetilação [85]. A solução aniônica foi preparada diluindo 16 mg de PSS em água
ultrapura num balão de 10 mL.
Os valores de pH das soluções foram ajustados com a adição de HCl na
concentração de 0,5 M.
A deposição das camadas foi feita com velocidade de descida 300
mm/min e subida 300 mm/min, imergindo o substrato de quartzo na solução de
quitosana durante 3 minutos. Posteriormente, o substrato é enxaguado em água
Milli-Q durante 1 minuto sob agitação moderada e seco ao ar livre. O substrato é
novamente imerso na solução de PSS, durante 3 minutos. O substrato foi
45
enxaguado e seco ao ar livre e o processo foi repetido até se obter o número
desejado de bicamadas.
3.3.3. Fabricação dos Filmes LbL de PAH/PPy
Como as moléculas de polipirrol contêm cargas negativas (solução
aniônica) utilizou-se o PAH como solução catiônica para se depositar as bicamadas.
Inicialmente foi preparada uma solução salina tendo 250 mL de água Milli-Q com 7,3
g NaCl numa concentração de 0,5 M. Para o preparo a da solução de PPy foi
utilizado 10 mL da solução salina e 10 mg de PPy e para a solução de PAH utilizou
10 mL de solução salina e 10 mg de PAH.
A deposição das camadas foi feita com velocidade de descida 300
mm/min e subida 300 mm/min, imergindo o substrato de quartzo na solução de PAH
durante 15 minutos. Posteriormente o filme foi enxaguado em água Milli-Q durante 1
minuto com agitação moderada, em seguida realizou-se à secagem do filme para ser
novamente imerso na solução de PPy, onde permaneceu durante 15 minutos.
Posteriormente o substrato foi enxaguado durante 1 minuto e seco ao ar [43] e o
processo foi repetido para se obter o número de bicamadas desejadas.
3.4. CUBA DE LANGMUIR
Para a fabricação dos filmes LB utilizou-se uma cuba de Langmuir,
modelo KSV 2000 mostrado na Figura 3.2. O controle dos parâmetros no processo
de deposição, tais como as velocidades de imersão e retirada do substrato, pressão
de superfície para manter a monocamada no estado condensado e a própria rigidez
da monocamada são feitas a partir do programa de computador do próprio
46
equipamento. A garantia de uma deposição do filme de boa qualidade é determinada
a partir de três parâmetros que vão sendo registrados na tela do computador
acoplado à cuba durante o experimento:
- pressão de superfície da monocamada: deve ser mantida constante ao
longo de toda deposição o que faz as barreiras moverem automaticamente para
manter a monocamada condensada durante a transferência de filme para o
substrato;
- razão de transferência TR: é a relação entre a área de filme depositado
e a área do substrato imerso em certo intervalo de tempo, logo deve ser próximo de
um;
- razão de transferência acumulada: é a relação entre a área percorrida
pelas barreiras durante a deposição da monocamada (para manter a pressão de
compressão constante) e a área do substrato utilizada nesta deposição e, portanto,
também deve manter-se próximo de um.
Figura 3.2. Cuba de Langmuir, modelo KSV 2000.
47
Uma variação de 0,5 mN/m na pressão de compressão do filme e de
cerca de 10% para os demais parâmetros são indicativos de uma ótima deposição,
ou seja, as monocamadas depositam-se de forma homogênea sobre o substrato
[82].
3.4.1. Fabricação dos Filmes LB de Lignina
Para fabricar os filmes LB de lignina foi utilizada uma solução com
concentração de 0,8 mg/mL de lignina no solvente tetrahidrofurano (THF). Na cuba
de Langmuir 400 μL da solução de lignina foi espalhada sobre a subfase de água
Milli-Q ultrapura. Para o processo de transferência das monocamadas para formar
os filmes LB foram utilizados os seguintes parâmetros: pressão de superfície
mantida em 20 mN/m, temperatura de subfase em 20ºC e a velocidade das barreiras
móveis em 10 mm/min, conforme ref. [86]. A transferência da monocamada ocorreu
tanto na subida quanto na descida do substrato caracterizando uma deposição do
tipo Y. A taxa de transferência (TR) próxima de 1 foi obtida com velocidade de
subida e de descida variando desde 0,1 até 6 mm/min. Este fato significa que a
razão do decréscimo da área da monocamada espalhada na subfase e a área
depositada sobre substrato imersa na interface ar/água são iguais.
3.5. EVAPORADORA
Para a fabricação dos filmes evaporados, utilizou-se uma evaporadora
Boc Edwards Auto 306, mostrada na Figura 3.3. O substrato e o medidor de
espessura (sensor de massa cristal de quartzo) foram posicionados 15 cm acima do
cadinho contendo a ftalocianina. O processo de evaporação aconteceu em vácuo de
48
10
-7
Torr, com a corrente elétrica do cadinho ajustada inicialmente para 1,5 A, para a
espessura aumentar de forma contínua. Após o cadinho estar aquecido zerou-se a
leitura do sensor de espessura e foi aberta a proteção do substrato para o
crescimento do filme até se obter a espessura desejada, quando novamente foi
colocada a proteção do substrato.
Figura 3.3. Evaporadora Boc-Edwards Auto 306.
3.5.1. Fabricação dos Filmes PVD de ftalocianinas de zinco e níquel
Os filmes finos de ftalocianinas de zinco (ZnPc) e de níquel (NiPc) foram
obtidos utilizando-se a técnica de evaporação a vácuo. A fabricação consistiu em
colocar o pó da ftalocianina em um cadinho de tântalo, o qual foi aquecido por
passagem de corrente elétrica. O substrato foi posicionado acima do cadinho
contendo a ftalocianina, assim como o medidor de espessura (sensor de massa
cristal de quartzo). O processo de evaporação foi feito em vácuo (10
-6
Torr) no
interior da campânula da evaporadora. Ajustou-se a corrente através do cadinho em
2,2 A para o controle da taxa de deposição [87,
88].
49
3.6. EQUIPAMENTO UV-VIS
O crescimento dos filmes automontados, LB e evaporados foram
acompanhados via espectroscopia de absorção UV-vis, utilizando um
espectrofotômetro da marca Varian modelo Cary 50 mostrado na Figura 3.4. Para se
obter informação sobre absorção de uma amostra, os parâmetros de medida foram
inseridos no programa do equipamento (Cary WinUV), para uma varredura de 600
nm/min. Antes de se realizar a medida foi obtida a linha de base para o substrato,
conforme será mostrado no Capítulo 4.
Figura 3.4. Espectrofotômetro Varian Cary 50.
3.7. ENXÁGUES DOS FILMES
Uma vez que os sensores serão utilizados em sucessivas medidas com a
língua eletrônica também foi investigada, através de medidas de UV-vis, a
estabilidade dos filmes (perda de massa). Para isto foram realizados enxágues
50
sucessivos dos filmes em água. O processo de enxágue foi realizado em água Milli-
Q sob agitação moderada durante o tempo de 20 minutos, a temperatura ambiente.
Os resultados serão mostrados no capítulo 4 por medidas de UV-Vis.
3.8. CAPACITOR INTERDIGITADO
O capacitor interdigitado sobre os quais os filmes finos foram depositados
foi fabricado pelo Centro de Pesquisa Renato Archer – CenPRA [89]. Na Figura 3.5
tem-se a fotografia do capacitor interdigitado e o seu desenho esquemático na
Figura 3.6. Ele possui dois micro-eletrodos interdigitados com 50 dígitos, de 5 mm de
comprimento, espaçamento de 10 μm, largura de 10 μm e espessura de 100 nm. Os
micro-eletrodos são de ouro e foram depositados sobre uma lâmina de vidro
transparente, com dimensões de 20x5x2 mm.
Figura 3.5. Capacitor interdigitado: trilhas condutoras de Au sobre as quais são depositados os filmes
e indicação dos contatos elétricos.
Figura 3.6. (a) vista em perspectiva e (b) corte lateral do capacitor interdigitado.
Região de deposição do
filme desejado
Contatos
5 mm
10 μm
w=10 μm, largura do dígito
g=10 μm, espaçamento entre os dígitos
h = 100 nm, espessura do gito
(a) (b)
Substrato
de vidro
gitos
10 μm
51
3.9. APARELHO PARA A LÍNGUA ELETRÔNICA
O aparelho para realizar as medidas de capacitância dos sensores opera
com a tensão senoidal de frequência de 1 kHz e está baseado na utilização de uma
placa de aquisição de dados inserida em um micro computador. A Figura 3.7 ilustra
o aparelho com um cabeçote contendo as unidades sensoriais. A determinação da
capacitância dos sensores (veja equações 2.6 e 2.7) é baseada em medidas de
impedância elétrica de unidades sensoriais.
Figura 3.7. Fotografia do aparelho para as medidas com a “língua eletrônica”.
Embora o aparelho seja um protótipo ele tem um desempenho similar ao
impedâncimetro Solartron, quando se considera a sua faixa de trabalho. O programa
computacional foi implementado através da linguagem C++ em ambiente Windows
[90], cuja janela é mostrada na Figura 3.8. O aparelho permite medidas
automatizadas e efetuar o controle do multiplexador para a escolha de uma unidade
sensorial, além de possuir uma interface gráfica amigável com o usuário e ainda
realiza a análise PCA [90,91].
52
Figura 3.8. Janela principal para programação do aparelho.
3.10. ANALISADOR DE IMPEDÂNCIA SOLARTRON
As medidas de espectroscopia de impedância elétrica foram feitas usando
o analisador de impedância Solartron, modelo SI 1260 acoplado a interface dielétrica
(Dielectric Interface) modelo 1296, como é mostrado na Figura 3.9.
Figura 3.9. Medidor de impedância Solartron modelo SI 1260 e interface dielétrica modelo 1296.
A interface é um amplificador para estender a faixa de operação do
Solartron 1260A [92], melhorando-se a precisão da medida. Esse equipamento
53
opera na faixa de frequência de 10 μHz a 32 MHz e a amplitude da tensão pode ser
variada de 0 a 3 V. Além disso, são interfaceados a um microcomputador através de
uma placa de comunicação do tipo GPIB.
Para programar as medidas com o Solartron acoplado a interface 1296A,
foi utilizado o programa da Solartron “Impedance Measurement Software” cuja janela
é mostrada na Figura 3.10.
Figura 3.10. Janela principal para programação do Solartron e a interface.
3.11. MEDIDAS COM A LÍNGUA ELETRÔNICA
A seguir são explicados os procedimentos necessários para se obter as
medidas com a língua eletrônica e o analisador de impedância Solartron. O controle
de temperatura foi feito empregando-se um banho termostatizado que produz a
circulação da água através da célula de vidro mostrada na Figura 3.11. Após ser
atingida a temperatura desejada o béquer de 50 mL com a amostra é imerso na
54
água da célula e posteriormente as unidades sensoriais foram mergulhadas nas
amostras. A temperatura utilizada para as medidas foi (20,0 ± 0,5) ºC.
Alguns testes foram feitos para se determinar o tempo necessário que o
sensor deve ficar submerso na amostra para se ter medidas reprodutíveis. Unidades
sensoriais foram imersas em um refrigerante com ºBrix = 10,4º e pH = 3,1 e em água
Milli-Q e, as medidas de capacitância foram feitas a cada 5 minutos para os
sensores com diferentes tipos de filmes, depois os sensores foram enxaguados e
repetidas as medidas. Observou-se que a reprodutibilidade começou após o
intervalo de tempo de 25 minutos, sendo então usado o tempo de 30 minutos na
espera de cada medida, conforme será mostrado no Capítulo 5.
Unidades sensoriais foram imersas em refrigerantes e em água Milli-Q e,
as medidas de capacitância foram feitas na faixa de frequência de 1 Hz a 1MHz para
analisador de impedância Solartron e na frequência de 1 kHz para a língua
eletrônica, após cada medida os sensores foram enxaguados e repetidas as
medidas, conforme serão mostrados nos Capítulo 5 e 6.
Figura 3.11. Foto do banho termostatizado MA-184, MARCONI- mostrando célula de vidro.
55
3.12. ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS (PCA)
Em um conjunto com muitas variáveis pode ocorrer que grupos de
variáveis movam-se juntos pelo fato de mais de uma variável estar medindo o
mesmo princípio que governa a conduta do sistema. Como resultado ocorre a
redundância de informação, e uma maneira de evitá-la é substituir o grupo de
variáveis iniciais (em um espaço dimensional grande) por um novo grupo de
variáveis (em um espaço dimensional menor), sem nenhuma perda de informação.
O PCA é um método estatístico multivariado que foi introduzido por Karl Pearson em
1901 e reformulada por Hotelling em 1933, que é utilizada até hoje [93], e foi
escolhido para a análise dos resultados deste trabalho por ser amplamente utilizado
na literatura para correlação de dados obtidos em “línguas eletrônicas”.
Este método estatístico reduz o número total de variáveis, isto é, ele gera
um novo conjunto de variáveis através da combinação linear das variáveis iniciais
que mais contribuem para tornar as amostras diferentes umas das outras. Essas
combinações lineares são chamadas de componentes principais (PC, do inglês
principal component”), e são computadas de tal forma que a PC1 (primeira
componente principal) seja aquela que contenha a maior quantidade de informações
importantes, PC2 (segunda componente principal) contenha a segunda maior
quantidade de informações importantes, e assim sucessivamente. Cada componente
principal é ortogonal entre si para evitar a redundância de informação. O PC1
representa um eixo no espaço, e a projeção de cada observação sobre esse eixo
resulta na formação de uma nova variável, que são as outras componentes
principais. As combinações lineares são efetuadas de modo que os dados possam
ser representados por um número menor de fatores descritivos, reduzindo a
dimensão do conjunto analisado [94, 95, 96]. De uma maneira geral o PCA ajuda a
56
correlacionar estatisticamente os dados, indicando se determinada amostra é
semelhante ou não a outra, qual variável contribui mais para essa diferenciação, se
as variáveis estão correlacionadas ou independentes umas das outras, permitindo
estabelecer similaridades entre as amostras. A importância de cada PC é expressa
em termos de sua respectiva variância, que informa quanta informação é retirada por
cada PC. As direções dos eixos das PCs são especificadas por vetores
denominados “loadings”, e a localização dos dados é dada por vetores “scores”. Os
scores” descrevem a estrutura dos dados em termos dos padrões das amostras.
Esses vetores mostram as diferenças ou semelhanças entre os dados estatísticos,
ou seja, amostras com “scores” muito próximos na mesma componente principal são
similares.
Por exemplo, um sistema com oito variáveis, após a transformação, terá
oito componentes principais. Cada uma destas componentes principais, por sua vez,
será escrita como uma combinação linear das oito variáveis originais. Nestas
combinações, cada variável terá uma importância ou peso diferente. As variáveis
originais têm a mesma importância estatística, enquanto que as componentes
principais têm importância estatística decrescente. Ou seja, as primeiras
componentes principais são mais importantes que pode-se até desprezar as demais,
mediante exames visuais de dispersões gráficas no espaço bidimensional ou
tridimensional.
A análise dos resultados obtidos por meio deste recurso matemático foi
desenvolvida utilizando o software Matlab 7.0, trabalhando com a matriz de
correlação dos dados obtidos nas medidas de cada unidade sensorial, conforme
será mostrado no Capítulo 6.
57
CAPÍTULO 4 – CARACTERIZAÇÃO DE FILMES
Neste capítulo é apresentada a caracterização de filmes ultrafinos
utilizados nos experimentos por medidas de UV-vis. Nas seções de 4.1 a 4.5
crescimentos de filmes ultrafinos em substrato de quartzo e enxágue dos filmes em
água Milli-Q sob agitação moderada durante o tempo de 20 minutos a temperatura
ambiente. Na seção 4.6 são descritos os procedimentos para a deposição de filmes
sobre os eletrodos interdigitados.
4.1. FILMES LbL DE CuTsPc/PAH
Na Figura 4.1 são mostrados os espectros de absorção UV-vis na região
de 200 a 800 nm, dos filmes automontados de ftalocianina tetrassulfonada de cobre
com diferentes números de bicamadas, depositados sobre lâminas de quartzo.
A banda de absorção em 230 nm é devida ao anel de benzeno da
ftalocianina [21,83]. A banda de 300 nm é a banda de Soret ou banda B do anel da
ftalocianina. As bandas Q, em torno de 615 nm e 703 nm são, respectivamente,
associadas às formas dimérica e monomérica da molécula, que envolve transições
dos elétrons mais internos ao macrociclo de CuTsPc [21,83].
No canto superior direito da Figura 4.1 é mostrada a absorbância da
banda (300 nm) em função da espessura dos filmes. Observa-se que houve um
crescimento praticamente linear da intensidade da banda. A linearidade permite
concluir que até 15ª bicamada quantidades iguais de material são depositadas em
cada bicamada.
58
Figura 4.1. Espectros de absorção UV-vis dos filmes automontados de CuTsPc com diferentes
números de bicamadas. No canto superior direito é mostrado absorbância em 300 nm versus o
número de bicamadas.
Na Figura 4.2 é mostrada a absorbância em 300 nm obtida durante
sucessivos enxágues em água Milli-Q de um filme automontado de CuTsPc
contendo sete bicamadas de ftalocianina tetrassulfonada de cobre. É possível notar
que após três enxágues não há mais perda de material do filme.
Figura 4.2. Absorbância UV-vis em 300 nm em enxágues sucessivos de um filme automontado
contendo sete bicamadas de CuTsPc.
200 300 400 500 600 700 800
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
230
703
615
Absorbância
Comprimento de onda (nm)
1ª bicamada
11ª
13ª
15ª
300
0246810121416
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
Absorbância
Número de bicamadas
300 nm
01234
0,044
0,045
0,046
0,047
0,048
0,049
0,050
Absorbância
Número de enxágues
estabilização
59
4.2. FILMES LbL DE QUITOSANA/PSS
Na Figura 4.3 são mostradas as curvas de absorbância versus o
comprimento de onda do filme de quitosana com diferente número de bicamadas. A
banda em 228,9 nm é atribuída às transições π-π*, do grupo cromóforo C=O [97].
Figura 4.3. Espectros de absorção UV-vis dos filmes automontados de quitosana/PSS com diferentes
números de bicamadas. No canto superior direito é mostrado absorbância em 228,9 nm versus o
número de bicamadas.
No canto superior direito da Figura 4.3 é mostrada a absorbância em
228,9 nm em função do número de bicamadas depositadas, observa-se que houve
dois comportamentos, um crescimento linear da intensidade da banda até 4
bicamadas, ou seja, a cada deposição praticamente uma mesma quantidade do
material está sendo adsorvida no substrato e depois um crescimento não tão linear
até 10 bicamadas, atribuída a uma reorganização das moléculas.
Na Figura 4.4 é mostrada a absorbância em 228,9 nm obtidas após
sucessivos enxágues em água Milli-Q de um filme automontado contendo 5
bicamadas de quitosana/PSS depositadas no quartzo. É possível notar que após os
três primeiros enxágues a perda de material do filme é desprezível.
200 250 300 350 400 450 500 550
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
Absorbância
Comprimento de onda (nm)
1ª bicamada
10ª
228,9 nm
012345678910
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
228,9 nm
Absorbância (u.a)
Número de bicamadas
60
Figura 4.4. Absorbância UV-vis em 228,9 nm em enxágues sucessivos de um filme automontado
contendo 5 bicamadas de quitosana/PSS.
4.3. FILMES LbL POLIPIRROL/PAH
Na Figura 4.5 são mostrados os espectros de absorção UV-vis dos filmes
automontados de PPy/PAH, com diferentes números de bicamadas. A banda em
228 nm é atribuída às transições π-π* transição central entre bandas do anel de pirrol
[43]. A linearidade da absorbância como número de bicamadas mostrada no canto
superior direito da Figura 4.5 indica que a mesma quantidade de material foi
depositada em cada bicamada, até se completar 5 bicamadas.
Figura 4.5. Espectros de absorção UV-vis dos filmes automontados de PPy/PAH com diferentes
números de bicamadas. No canto superior direito é mostrado absorbância em 228 nm versus número
de bicamadas.
01234
0,138
0,140
0,142
0,144
0,146
0,148
Absorbância
Número de enxágues
estabilização
012345
0,00
0,04
0,08
0,12
0,16
0,20
0,24
228 nm
Absorbância
Número de bicamadas
200 250 300
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
1ª bicamada
Absorbância
Comprimento de onda (nm)
228
61
Na Figura 4.6 é mostrada a absorbância quando o filme de PPy com cinco
bicamadas foi submetido a sucessivos enxágues em água Milli-Q. Nota-se que após
os dois primeiros enxágues o valor da absorbância mantém-se aproximadamente
constante, não ocorre ao mesmo tempo perda de material.
Figura 4.6. Absorbância em 228 nm dos filmes automontados de PPy/PAH com 5 bicamadas
submetidos a sucessivos enxágues.
4.4. FILMES LB DE LIGNINA
O espectro UV-vis foi medido a cada quatro camadas depositadas até se
completar 16 camadas. Na Figura 4.7 são mostrados os espectros de absorção UV-
vis dos filmes de lignina para diferentes números de camadas (04, 08, 12 e 16). A
banda de absorção em 280 nm é atribuída ao grupo fenil [86]. No canto superior
direito da Figura 4.7 é mostrada a absorbância em função do número de camadas
depositadas em 280 nm. A linearidade apresentada pelos pontos do gráfico indica
que a mesma quantidade de material foi depositada a cada transferência efetuada
na construção do filme LB, sendo um bom indício de uniformidade do filme LB [98].
01234
0,072
0,075
0,078
0,081
0,084
Absorbância
Número de enxágues
estabilização
62
Figura 4.7. Espectros de absorção UV-vis dos filmes LB de lignina com diferentes números de
camadas. No canto superior direito é a absorbância em 280 nm versus número de camadas.
Na Figura 4.8 é mostrada a absorbância em 280 nm do filme de lignina
contendo quatro camadas submetido a sucessivos enxágues. É possível notar que
após os dois primeiros enxágues não ocorre perda significativa de material do filme.
Figura 4.8. Absorbânvia UV-vis em 280 nm em enxágues sucessivos de um filme LB contendo 4
camadas de lignina.
4.5. FILMES PVD DE FTALOCIANINAS DE ZINCO E NÍQUEL
Na Figura 4.9 é mostrada os espectros UV-vis, na região de 190 a 800
nm, para os filmes ZnPc com 10, 20, 30 e 40 nm de espessura. É possível observar
as bandas típicas da ftalocianina, a banda Soret ou banda B, na região de 340 nm,
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
300 400 500 600 700 800
Absorbância
Comprimento de onda (nm)
280
04 camadas
08
12
16
200
0246810121416
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
280 nm
Absorbância
Números de camadas
01234
0,030
0,032
0,034
0,036
Absorbância
Número de enxágues
estabilização
63
com a presença de um ombro em 293 nm. A banda Q, em torno de 633 nm é
associada à forma dimérica e a de 699 nm à forma monomérica [99]. No canto
superior direito da Figura 4.9 é mostrado que a absorbância em 340 nm cresce de
maneira praticamente linear com a espessura, isto indica que quantidades
proporcionais de materiais são evaporadas em cada filme.
Figura 4.9. Espectros de UV-vis para filmes de ZnPc evaporados a vácuo sobre quartzo. No canto
superior direito é a absorbância em 340 nm versus espessura.
Na Figura 4.10 é mostrada a absorbância do filme de ftalocianina de zinco
de 10 nm durante sucessivos enxágues. É possível notar que o primeiro enxágue
produz uma pequena perda de material, porém, para as lavagens seguintes
nenhuma alteração é observada.
Figura 4.10. Absorbância UV-vis em 340 nm em enxágues sucessivos de um filme evaporado a vácuo
de ZnPc, espessura de 10 nm.
340 nm
633
699
215
0 10203040
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
Absorbância
Espessura (nm)
340 nm
200 300 400 500 600 700 800
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
Absorbância
Com
p
rimento de onda
(
nm
)
10 nm
20 nm
30 nm
40 nm
01234
0,050
0,055
0,060
0,065
0,070
0,075
0,080
Absorbância
Número de enxágues
estabilização
64
Na Figura 4.11 são mostrados os espectros UV-vis, na região de 190 a
800 nm, para os filmes NiPc de 10, 20, 30 e 40 nm de espessura. As curvas de
absorção mostram a banda Soret ou banda B, na região de 335 nm e duas outras
bandas de menor comprimento de onda. A banda N em torno de 271 nm é resultante
principalmente de uma transição b
2U
(π) e
g
(π
*
). A banda L em torno de 213 nm é
resultante da combinação das transições a
2U
(π) e
g
(π
*
) e b
2U
(π) e
g
(π
*
) e a
região das bandas Q em torno de 622 nm da forma dimérica e 677 nm da forma
monomérica [100]. No canto superior direito da Figura 4.11 é mostrada que a
absorbância em 335 nm cresce de maneira praticamente linear com a espessura,
isto indica que quantidades proporcionais de materiais são evaporadas em cada
filme.
Figura 4.11. Espectros de UV-vis para filmes de NiPc evaporados a vácuo sobre quartzo. No canto
superior direito é a absorbância em 335 nm versus espessura.
Na Figura 4.12 é mostrada a absorbância em 335 nm do filme de
ftalocianina de níquel de 10 nm durante os sucessivos enxágues em água Milli-Q. É
possível notar após os primeiros enxágues não há perda de material do filme.
200 300 400 500 600 700 800
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
0,20
0,22
0,24
0,26
Absorbância
Comprimento de onda (nm)
10 nm
20nm
30 nm
40 nm
213
271
622
677
0 10203040
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
335 nm
Absorbância
Espessura (nm)
335
65
Figura 4.12. Absorbância UV-vis em 335 nm em enxágues sucessivos de um filme evaporado a vácuo
de NiPc de espessura de 10 nm.
4.6. UNIDADES SENSORIAIS – CAPACITOR INTERDIGITADO
Verificamos o comportamento elétrico dos eletrodos interdigitados antes
de iniciarmos a deposição dos filmes ultrafinos, para certificar que o conjunto de
eletrodos escolhidos possuia características semelhantes, em virtude da dificuldade
de fabricação de eletrodos idênticos, evitando que qualquer variação proveniente da
geometria dos eletrodos pudesse afetar significativamente os resultados estudados.
Por esse motivo, tomamos um cuidado inicial na escolha do conjunto de eletrodos
(com características similares) antes de iniciarmos as simulações.
Para a análise dos refrigerantes com a língua eletrônica os eletrodos
interdigitados, descritos na seção 3.1, foram recobertos com os diferentes filmes cuja
preparação e caracterização foi descritas nas seções 4.1 a 4.5. Portanto, a única
diferença na preparação dos filmes foi que ao invés de se depositar os filmes sobre
os substratos de quartzo foi utilizado o substrato de vidro com os eletrodos
interdigitados de ouro.
As espessuras dos filmes foram escolhidas buscando-se filmes mais finos
e mais sensíveis, pois os mesmos permitem que a substância a ser analisada entre
em contato com todo o volume do material transdutor (na forma de filme ultra-fino)
01234
0,0540
0,0545
0,0550
0,0555
0,0560
Absorbância
Número de enxágues
estabilização
66
no menor tempo possível, aumentando de maneira significativa a sensibilidade dos
sensores, proporcionando uma diminuição no tempo de resposta. Sabe-se que a
sensibilidade nesses dispositivos diminui consideravelmente com o aumento da
espessura do filme polimérico [101].
Para compor a língua eletrônica foram preparados 7 tipos de sensores, os
quais são listados na Tabela 4.1, onde também se mostra as espessuras dos filmes.
Por questões de facilidade de notação cada unidade sensorial utilizada será
identificada através de números conforme é mostrado na Tabela 4.1.
A utilização do eletrodo sem filme depositado (para comparação de
resultados).
Tabela 4.1 Unidades sensoriais utilizadas
Sensor Tipo de filme depositado sobre os eletrodos
1 Nenhum (sem filme)
2 Lignina (4 camadas)
3 ZnPc (10 nm)
4 Quitosana/PSS (4 bicamadas)
5 CuTsPc/PAH (4 bicamadas)
6 NiPc (10 nm)
7 Polipirrol/PAH (4 bicamadas)
4.7. CONCLUSÃO
Os filmes finos CuTsPc, quitosana e PPy que foram crescidos pelo
método LBL, apresentaram crescimento dentro do previsto. Análises de absorbância
revelaram que a CuTsPc apresentou linearidade até 15ª bicamada depositada. No
filme quitosana observa-se que houve dois comportamentos, um crescimento linear
67
da intensidade da banda até 4 bicamadas e depois um crescimento não tão linear
até 10 bicamadas. O PPy cresceu uniformemente até a 5ª bicamada. Após três
enxágues não houve mais perda de material. O espectro de absorbância do filme de
lignina, crescido pelo método LB, revelou deposições lineares de material que
indicam uniformidade do filme e que as perdas de material nos primeiros enxágues
são desprezíveis. Os filmes ZnPc e NiPc, depositadas por PVD, tem seu
crescimento praticamente linear com a espessura segundo revelam os espectros de
absorbância, sendo que somente no primeiro enxágue há uma pequena perda de
material.
Devido os resultados obtidos por UV-Vis esses filmes foram depositados
sobre os capacitores interdigitados para formação da língua eletrônica.
68
CAPÍTULO 5 - CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA
Neste capítulo são apresentados os resultados de medidas de
capacitância em função da frequência, obtidas por espectroscopia de impedância
em um analisador de impedância Solartron descrito na Seção 3.5, utilizando-se as
unidades sensoriais mergulhadas em água e refrigerantes. O objetivo das medidas
de capacitância em água Milli-Q variando-se o pH e o teor de sacarose é mostrar
que os sensores apresentam respostas diferentes nas soluções e para que
possamos ter um parâmetro na comparação das medidas nos refrigerantes que são
objetos desse estudo. Enfatiza-se que os sensores usados para obter os resultados
deste capítulo são os descritos na Tabela 4.1.
Na seção 5.1 são mostradas as variações da capacitância apresentadas
para cada unidade sensorial mergulhada em água Milli-Q, medidas em função dos
enxágues e o tempo de estabilização necessário para haver boa reprodutibilidade
nas medições. Na seção 5.2 são apresentadas as medidas de capacitância em água
Milli-Q variando-se o pH e o teor de sacarose. Nas seções 5.3 e na seção 5.4 são
mostradas as medidas com os sensores mergulhados no refrigerante de tubaína no
qual foram variados o pH e o ºBrix.
5.1. MEDIDAS PRELIMINARES
5.1.1. Comparação da resposta dos sensores em medidas de
capacitância em água Milli-Q
As curvas de capacitância em função da frequência obtidas com os
diferentes tipos de filmes mergulhados em água Milli-Q são mostradas na Figura 5.1.
69
Os resultados indicam que a presença de diferentes filmes sobre o eletrodo altera
significativamente a resposta elétrica em relação à obtida com o eletrodo sem filme.
Esse fato indica que há alterações nas linhas de campo elétrico nas proximidades da
superfície dos eletrodos interdigitados causadas pela presença do filme [76].
Figura. 5.1. Curvas de capacitância em função da frequência em água Milli-Q dos eletrodos sem filme
e revestidos com os filmes.
Devido à presença do filme notou-se em comparação com o eletrodo sem
filme:
a) para o filme de quitosana a capacitância é maior;
b) para os filmes de Lignina, ZnPc, CuTsPc e PPy ocorre uma diminuição
da capacitância;
c) para o filme de NiPc há uma pequena diminuição da capacitância até
500 Hz e a partir desta frequência houve um aumento na capacitância até 100 kHz e
depois seu valor permanece inalterado;
10
0
10
1
10
2
10
3
10
4
10
5
10
6
0,25
0,5
0,75
1
2,5
5
7,5
10
25
50
75
100
250
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
1 Sem Filme
2 Lignina
3 ZnPc
4 Quitosana
5 CuTsPc
6 NiPc
7 PPy
70
Portanto, estes resultados mostram que os sensores utilizados, além de
apresentarem uma resposta diferente em relação ao eletrodo sem filme, apresentam
respostas distintas entre si quando mergulhados no mesmo líquido, neste caso a
água Milli-Q. Este fato, como será analisado a seguir para outros líquidos, será
fundamental para a escolha dos sensores mais adequados para compor a língua
eletrônica.
5.1.2. Estabilidade das medidas em função dos enxágues
É importante que as medidas de capacitância se mantenham estáveis
após o sensor sofrer sucessivos enxágues em água. Isso assegura a confiabilidade
do sensor, pois implica na reprodutibilidade das medidas quando eles forem usados
e lavados para novas medidas com o Solartron e língua eletrônica.
Na Figura 5.2(a) são mostradas as curvas de capacitância em função da
frequência para o sensor com o filme de lignina mergulhado em água Milli-Q. Nota-
se da figura que há uma pequena diminuição da capacitância, de 1 a 100 Hz, depois
de feito o primeiro enxágue do filme e a partir dessa frequência houve um leve
aumento da mesma. Os resultados mostrados para o filme de quitosana Figura
5.2(c) indicam um pequeno decréscimo na capacitância medida de 1 Hz a 1 kHz e
nas demais frequências os resultados são praticamente idênticos, não havendo
distinção entre a primeira medição e as obtidas para os enxágues subsequentes.
Para o filme de PPy como mostrado na Figura 5.2(e) indicam um pequeno
decréscimo na capacitância medida na faixa de frequência entre 1 e 100 kHz. As
Figuras 5.2(b,d,f) apresentam-se em detalhe a variação das capacitâncias em 1 kHz
durante os enxágues para o três filmes analisados.
71
A b
C d
E f
Figura. 5.2. Lado esquerdo. Curvas de capacitância em função da frequência em água Milli-Q dos
eletrodos revestidos com diferentes filmes em enxágues sucessivos. Lado direito. Variação da
capacitância em 1 kHz em função do número de enxágues.
Como mostrado na Figura 5.2(b, d, f), após o primeiro enxágue do sensor,
o valor da capacitância mantém-se aproximadamente constante. Isso sugere que o
processo de lavagem retira o excesso de material que não foi firmemente adsorvido
durante a fabricação do filme. Esses resultados são muito importantes, pois mostram
10
0
10
1
10
2
10
3
10
4
10
5
10
6
1
10
100
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
Filme Lignina
1º Enxágue
2º Enxágue
3º Enxágue
0123
10,5
11,0
11,5
12,0
12,5
13,0
13,5
14,0
14,5
Lignina em 1 kHz
Capacitância (nF)
Número de enxágues
estabilização
10
0
10
1
10
2
10
3
10
4
10
5
10
6
1
10
100
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
Filme Quitosana
1º Enxágue
2º Enxágue
3º Enxágue
0123
13,6
13,8
14,0
14,2
14,4
14,6
Quitosana em 1 kHz
Capacitância (nF)
Número de enxágues
estabilização
10
0
10
1
10
2
10
3
10
4
10
5
10
6
1
10
100
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
Filme PPy
1º Enxágue
2º Enxágue
3º Enxágue
0123
5,3
5,4
5,5
5,6
5,7
5,8
5,9
6,0
PPy em 1 kHz
Capacitância (nF)
Número de enxágues
estabilização
72
que os sensores podem ser reutilizados em medidas com grande reprodutibilidade.
Estas medidas de capacitância são coerentes com os resultados obtidos através de
medidas de UV-Vis, que foram mostrados no Capítulo 4.
Os resultados para os filmes de ZnPc, CuTsPc, NiPc foram muito
semelhantes aos resultados obtidos com os sensores revestido com o filme de
lignina e não são mostrados aqui.
5.1.3. Dependência do tempo e formação da dupla camada elétrica
Ao se mergulhar o sensor em um líquido, ocorre a migração de espécies
iônicas para regiões próximas ao filme. Para que o sistema entre em equilíbrio é
necessário certo intervalo de tempo, devido à formação de dupla-camada elétrica na
interface líquido/eletrodo [60]. Esse tempo de espera é necessário para estabilização
do sinal medido, geralmente chamado de tempo de estabilização da medida. Após
esse tempo, as medidas se tornam reprodutíveis.
A investigação desse tempo foi feita no refrigerante Tubaína (ºBrix = 10,4º
e pH = 3,1). As medidas foram feitas a cada 5 minutos. Entretanto, para não se
sobrecarregar o texto, na Figura 5.3 são mostrados apenas os resultados
provenientes de quatro medidas, uma para o eletrodo sem filme e para os sensores
com o filme de NiPc, Quitosana e ZnPc. Nos detalhes de cada resultado são
mostrados os variações de capacitância a 1 kHz em função do tempo.
É interessante notar que o valor da capacitância de cada unidade sensorial
varia inicialmente, mas a partir de 25 minutos de imersão dos sensores na solução, a
capacitância torna-se praticamente constante para todos os sensores estudados. Essa
variação é decorrência da formação de dupla camada elétrica na interface filme/líquido
[102].
73
(a) (b)
(c) (d)
Figura 5.3. Curvas de capacitância em função da frequência em Tubaína e nos detalhes é a
capacitância para 1 kHz em função do tempo (a) eletrodo sem filme, (b) NiPc, (c) quitosana e (d)
ZnPc.
5.2. MEDIDAS DE ESPECTROSCOPIA DE IMPEDÂNCIA EM ÁGUA
MILLI-Q VARIANDO PH E SACAROSE
A Figura 5.4 apresenta as curvas de capacitância em função da
frequência para os eletrodos mergulhados em água Milli-Q com diferentes valores de
pH. A acidez (pH) da água foi variada utilizando-se o ácido ortofosfórico. Nota-se que
a partir de 200 Hz a 1 MHz os valores da capacitância das unidades sensoriais
aumentou com o aumento da acidez com exceção do eletrodo com filme de PPy que
no intervalo de 1 a 400 Hz os valores da capacitância são aleatórios e para frequências
maiores os valores da capacitância aumentou com o aumento da acidez, devido ao
fato da solução se tornar mais condutora.
10
0
10
1
10
2
10
3
10
4
10
5
10
6
10
100
Capacitância (nF)
Frequência
(
Hz
)
05 minutos
10 minutos
15 minutos
20 minutos
25 minutos
30 minutos
35 minutos
Sem filme
5 101520253035
33,3
33,4
33,5
33,6
33,7
33,8
33,9
1 kHz
Capacitância (nF)
Tempo (minutos)
5 101520253035
33,2
33,4
33,6
33,8
34,0
34,2
34,4
1 kHz
Capacitância (nF)
Tempo (minutos)
10
0
10
1
10
2
10
3
10
4
10
5
10
6
10
100
Capacitância (nF)
Fre
q
uência
(
Hz
)
NiPc
5 1015202530354045
36,0
36,2
36,4
36,6
36,8
37,0
37,2
37,4
37,6
1 kHz
Capacitância (nF)
Tempo (minutos)
Quitosana
10
0
10
1
10
2
10
3
10
4
10
5
10
6
10
100
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
05 minutos
10
15
20
25
30
35
40
45
5 101520253035404550
24,8
25,0
25,2
25,4
1 kHz
Capacitância (nF)
Tempo (minutos)
10
0
10
1
10
2
10
3
10
4
10
5
10
6
10
100
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
ZnPc
74
Figura 5.4. Capacitância versus a frequência para água Milli-Q variando-se o pH, sensores de 1 a 7.
10
0
10
1
10
2
10
3
10
4
10
5
10
6
1
10
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Capacitância (nF)
Fre
q
uência
(
Hz
)
PH 2,9
PH 3,1
PH 3,4
PH 3,7
Sem filme
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0
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1
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2
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3
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4
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6
1
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100
Capacitância (nF)
Fre
q
uência
(
Hz
)
PH 2,9
PH 3,1
PH 3,4
PH 3,7
Lignina
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0
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1
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2
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3
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4
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5
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6
1
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100
Capacitância (nF)
Fre
q
uência
(
Hz
)
PH 2,9
PH 3,1
PH 3,4
PH 3,7
ZnPc
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0
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1
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3
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5
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6
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100
Capacitância (nF)
Fre
q
uência
(
Hz
)
PH 2,9
PH 3,1
PH 3,4
PH 3,7
Quitosana
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0
10
1
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2
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3
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4
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5
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100
Capacitância (nF)
Fre
q
uência
(
Hz
)
PH 2,9
PH 3,1
PH 3,4
PH 3,7
CuTsPc
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0
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1
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2
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3
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4
10
5
10
6
1
10
100
Capacitância (nF)
Fre
q
uência
(
Hz
)
PH 2,9
PH 3,1
PH 3,4
PH 3,7
NiPc
10
0
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1
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3
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4
10
5
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6
1
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100
1000
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
PH 2,9
PH 3,1
PH 3,4
PH 3,7
PPy
75
A Figura 5.5 apresenta as curvas de capacitância para o conjunto de
eletrodos em água Milli-Q com variação do teor de sacarose. Nota-se que de 1 a 400
Hz os valores da capacitância das unidades sensoriais são aleatórias, com exceção do
eletrodo com filme de lignina que acontece no intervalo de 1 Hz a 100 kHz. Para
frequências no intervalo de 400 Hz e 1 MHz os valores da capacitância aumentou com
o aumento do índice de sacarose, com exceção do eletrodo com filme de lignina que
no intervalo de 100 kHz a 1 MHz os valores da capacitância diminui.
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5
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100
Sem filme
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
Sacarose 6%
Sacarose 8%
Sacarose 10%
Sacarose 12%
Sacarose 14%
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0
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1
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100
Lignina
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
Sacarose 6%
Sacarose 8%
Sacarose 10%
Sacarose 12%
Sacarose 14%
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0
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100
ZnPc
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
Sacarose 6%
Sacarose 8%
Sacarose 10%
Sacarose 12%
Sacarose 14%
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100
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
Sacarose 6%
Sacarose 8%
Sacarose 10%
Sacarose 12%
Sacarose 14%
Quitosana
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1
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5
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6
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100
CuTsPc
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
Sacarose 6%
Sacarose 8%
Sacarose 10%
Sacarose 12%
Sacarose 14%
10
0
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1
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3
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4
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5
10
6
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100
NiPc
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
Sacarose 6%
Sacarose 8%
Sacarose 10%
Sacarose 12%
Sacarose 14%
76
Figura 5.5. Capacitância versus a frequência para água Milli-Q variando o teor de sacarose, sensores
de 1 a 7.
Para uma análise mais detalhada, foram confeccionados os gráficos,
conforme mostrado nas Figuras 5.6 e 5.7, mostrando a dependência da capacitância
na frequência de 1 kHz em função do pH e do teor de sacarose, respectivamente. As
diferenças observadas para as capacitâncias medida para as soluções com
sacarose e com o pH é devida ao fato de que a sacarose não forma um eletrólito. É
interessante enfatizar que Ezaki et al [103] não obtiveram variações da resposta de
impedância para a sacarose em filmes de ácido oleico (lipídio).
Figura 5.6. Variações na capacitância em 1 kHz para as soluções em água Milli-Q com diferentes pH,
sensores de 1 a 7.
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PPy
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
Sacarose 6%
Sacarose 8%
Sacarose 10%
Sacarose 12%
Sacarose 14%
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40
Capacitância (nF)
Sensor
pH2,9
pH3.1
pH3,4
pH3,7
77
Figura 5.7. Variações na capacitância em 1 kHz para as soluções em água Milli-Q com diferentes
teores de sacarose, sensores de 1 a 7.
As variações da capacitância dos sensores nas diversas soluções, tanto
quanto aquelas com o ácido ortofosfórico (“sabor ácido” - variação de pH), como
para as soluções com sacarose (“sabor doce”), indicam a possibilidade da
identificação das soluções através da língua eletrônica composta por esses
sensores. Tão importante quanto à análise das substâncias padrões é a
diferenciação qualitativa de várias substâncias, o que o presente conjunto de
sensores pode realizar de forma bastante satisfatória, como será mostrado no
próximo capítulo.
5.3. MEDIDAS DE ESPECTROSCOPIA DE IMPEDÂNCIA EM
TUBAÍNA VARIANDO-SE O pH e ºBrix.
A Figura 5.8 apresenta as curvas de capacitância em função da
frequência para os sensores quando mergulhados no refrigerante Tubaína, com as
seguintes características: ºBrix = 10,4º e pH = 3,1. As curvas de capacitância
revelam um padrão de resposta distinto e característico para cada filme. Isso é uma
marca única de cada um, que pode caracterizar um “paladar” para identificação do
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5
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25
Capacitância (nF)
Sensor
6%
8%
10%
12%
14%
78
refrigerante. Também é possível observar que há um decréscimo nos valores de
capacitância conforme se aumenta a frequência e para altas frequências as
capacitâncias tendem a um único valor.
Figura 5.8. Curvas de capacitância em função da frequência para os diferentes sensores
mergulhados em Tubaína ºBrix = 10,4º e pH = 3,1.
Os resultados da capacitância em função da frequência para cada
eletrodo, medida em refrigerantes de tubaína com variação de pH e ºBrix, são
apresentados a seguir.
A Figura 5.9 exibe as curvas de capacitância obtidas para o refrigerante
Tubaína para diferentes valores de pH. Os detalhes da figura mostram as
ampliações para as frequências de 1 e 10 kHz nesta faixa de frequência aparecem
os efeitos devido à presença do filme sobre os eletrodos [104]. Nota-se que de 1 a
100 Hz os valores da capacitância das unidades sensoriais são aleatórias, com
exceções dos eletrodos com filme de lignina e PPy que acontece no intervalo de 1 a
470 Hz. Nas demais frequências o valor da capacitância das unidades sensoriais
cresce com o aumento da acidez com exceção da lignina que na faixa de 2 kHz a 75
kHz houve uma inversão retomando novamente no intervalo de 75 kHz a 1 MHz.
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Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
1 Sem Filme
2 Lignina
3 ZnPc
4 Quitosana
5 PcFsCu
6 NiPc
7 PPy
79
Figura 5.9. Capacitância medida versus a frequência para o refrigerante Tubaína, variando-se o pH,
sensores de 1 a 7.
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ºBrix= 10,1 – Sem Filme
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
pH= 3,2
pH= 3,1
pH= 3,0
pH= 2,9
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4
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4
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8
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20
40
60
80
ºBrix= 10,1 - Lignina
Capacitância (nF)
Frequência
(Hz)
pH= 3,2
pH= 3,1
pH= 3,0
pH= 2,9
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0
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100
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
pH= 3,2
pH= 3,1
pH= 3,0
pH= 2,9
ºBrix= 10,1 - ZnPc
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5
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100
ºBrix= 10,1 - Quitosana
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
pH= 3,2
pH= 3,1
pH= 3,0
pH= 2,9
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100
ºBrix= 10,1 - CuTsPc
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
pH= 3,2
pH= 3,1
pH= 3,0
pH= 2,9
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100
ºBrix= 10,1 - NiPc
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
pH= 3,2
pH= 3,1
pH= 3,0
pH= 2,9
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Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
pH= 3,2
pH= 3,1
pH= 3,0
pH= 2,9
ºBrix= 10,1 - PPy
70
80
Na Figura 5.10 são mostradas as curvas de capacitância obtidas em
função da frequência para os eletrodos mergulhados em refrigerante Tubaína com
variação do ºBrix. Nos detalhes das figuras são mostradas as ampliações para as
frequências de 1 e 10 kHz nesta faixa de frequência aparecem os efeitos devido à
presença do filme sobre os eletrodos [104]. Foi observado que a capacitância de
cada sensor é proporcional ao teor de sacarose presente no refrigerante. Nota-se
que de 1 a 100 Hz os valores da capacitância das unidades sensoriais são aleatórias, e
na faixa de frequência de 100 Hz até 100 kHz o valor da capacitância aumentou com o
aumento do ºBrix, com exceções dos eletrodos sem filme e com filme de lignina que
no intervalo de 1 a 100 kHz o valor da capacitância diminui com o aumento do ºBrix.
No intervalo de 100 kHz a 1 MHz praticamente não houve variação na capacitância em
relação ao índice de ºBrix em todas unidades sensoriais.
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Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
Brixº= 10,4
Brixº= 10,2
Brixº= 10,0
Brixº= 9,8
Brixº= 9,6
pH = 3,1 – Sem Filme
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Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
Brixº= 10,4
Brixº= 10,2
Brixº= 10,0
Brixº= 9,8
Brixº= 9,6
pH = 3,1 Lignina
10
0
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1
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3
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4
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5
10
6
2,5
5
7,5
10
25
50
75
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
Brixº= 10,4
Brixº= 10,2
Brixº= 10,0
Brixº= 9,8
Brixº= 9,6
pH 3,1 - ZnPc
10
0
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100
200
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
Brixº= 10,4
Brixº= 10,2
Brixº= 10,0
Brixº= 9,8
Brixº= 9,6
pH = 3,1 - Quitosana
81
Figura 5.10. Capacitância medida versus a frequência para o refrigerante Tubaína, variando-se o
ºBrix, sensores de 1 a 7.
Para uma análise mais detalhada foram confeccionados os gráficos
mostrados nas Figuras 5.11 e 5.12, da capacitância na frequência de 1 kHz em
função do pH e do teor de ºBrix, respectivamente.
Na Figura 5.11 é mostrado que o aumento da acidez do refrigerante
produz um acréscimo na capacitância, sendo que para os sensores com filme de
ZnPc e CuTsPc este acréscimo é mais acentuado. Na Figura 5.12 é mostrado que o
aumento do ºBrix do refrigerante produz para os sensores sem filme e com filme de
lignina um pequeno decréscimo na capacitância, para as demais unidades
sensoriais produz um acréscimo na capacitância, sendo que para os sensores com
filme de quitosana e PPy este acréscimo é mais acentuado.
pH = 3,1 - CuTsPc
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0
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3
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5
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5
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Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
Brixº= 10,4
Brixº= 10,2
Brixº= 10,0
Brixº= 9,8
Brixº= 9,6
10
0
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1
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2
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3
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4
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5
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6
2
4
6
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20
40
60
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
Brixº= 10,4
Brixº= 10,2
Brixº= 10,0
Brixº= 9,8
Brixº= 9,6
pH = 3,1 - NiPc
10
0
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1
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3
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4
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5
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6
2,5
5
7,5
10
25
50
75
100
Capacitância (nF)
Frequência (Hz)
Brixº= 10,4
Brixº= 10,2
Brixº= 10,0
Brixº= 9,8
Brixº= 9,6
pH = 3,1 - PPy
82
Figura 5.11. Variações da capacitância em 1 kHz para a Tubaína variando o pH. Resultados obtidos
das curvas da Figura 5.9.
Figura 5.12. Variações da capacitância em 1 kHz para a Tubaína variando o ºBrix. Resultados obtidos
das curvas da Figura 5.10.
Foram também analisados os resultados da capacitância para a
frequência de 10 kHz em função do pH e do teor de ºBrix. Conforme é mostrado na
Figura 5.13 que o aumento da acidez do refrigerante produz um acréscimo na
capacitância, sendo que para os sensores com filme de ZnPc e CuTsPc este
acréscimo é mais acentuado, e para o sensor com filme de lignina a variação foi
aleatória.
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Capacitância (nF)
Sensor
pH= 3,2
pH= 3,1
pH= 3,0
pH= 2,9
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0
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20
30
40
50
60
Capacitância (nF)
Sensor
ºBrix= 10,4
ºBrix= 10,2
ºBrix= 10,0
ºBrix= 9,8
ºBrix= 9,6
83
Figura 5.13. Variações da capacitância em 10 kHz para a Tubaína variando o pH. Resultados obtidos
das curvas da Figura 5.9.
Na Figura 5.14 é mostrado que o aumento do ºBrix do refrigerante produz
para os sensores sem filme e com filme de lignina um pequeno decréscimo na
capacitância, para as demais unidades sensoriais produz um pequeno acréscimo na
capacitância.
Figura 5.14. Variações da capacitância em 10 kHz para a Tubaína variando o ºBrix. Resultados
obtidos das curvas da Figura 5.10.
É importante observar que os sensores apresentam respostas distintas,
quando comparados entre si. Nesse sentido, os sensores utilizados são adequados
1234567
0
10
20
30
Capacitância (nF)
Sensor
pH= 3,1
pH= 3,0
pH= 2,9
pH=2,85
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0
10
20
30
40
Capacitância (nF)
Sensor
ºBrix= 10,4
ºBrix= 10,2
ºBrix= 10,0
ºBrix= 9,8
ºBrix= 9,6
84
para compor a língua eletrônica e uma análise quantitativa adequada da resposta
das unidades sensoriais deve ser realizada com a ferramenta estatística PCA
[76,77]. Essa análise será o assunto do próximo capítulo.
5.4. CONCLUSÃO
As curvas de capacitância em função da frequência, obtidas com os
diferentes tipos de filmes depositados sobre os capacitores interdigitados e
mergulhados em água Milli-Q, indicam que as presenças dos diferentes filmes sobre
o eletrodo altera a resposta elétrica em relação à obtida com o eletrodo sem filme e
apresentam respostas distintas entre eles.
Foi constatado que a estabilização da medida se dá depois de 25 minutos
que o sensor estava mergulhado no líquido a ser analisado e que as medidas de
capacitância realizadas após vários enxágues se mantém praticamente constantes,
sendo importante esse resultado porque mostra que os sensores podem ser
reutilizados com grande reprodutibilidade.
Os resultados indicam a possibilidade da identificação das soluções
através da língua eletrônica composta pelos sensores, mesmo em diferentes
concentrações molares, pois houve variações únicas da capacitância dos sensores
para cada uma das diversas soluções medidas, tanto aquelas com o ácido
ortofosfórico (“sabor ácido” - variação de pH), como para as soluções com sacarose
(“sabor doce”). Tão importante quanto à análise das substâncias padrões é a
diferenciação qualitativa entre várias substâncias, o que o presente conjunto de
sensores poderá realizar de forma bastante satisfatória, diferenciando também
Tubaínas com variações de pH e
ºBrix.
85
CAPÍTULO 6 - ANÁLISE PCA
Neste capítulo será apresentada a análise das componentes principais
(PCA) para determinar estatisticamente as diferenças e/ou semelhanças entre os
resultados experimentais de capacitâncias com os sensores mergulhados em
refrigerante e água. Os resultados foram obtidos utilizando-se o programa MatLab
7.0 e serão apresentados através de tabelas e dos gráficos PCA (“
scores”).
As medidas de capacitância que geraram os gráficos PCA, foram
realizadas com o analisador de impedância Solartron descrito na seção 3.10.
Também foi utilizado o aparelho denominado
“Língua eletrônica”, descrito na seção
3.9, que possibilita repetir as medidas várias vezes com grande rapidez. A utilização
desses dois aparelhos permitiu que comparações pudessem ser feitas entre os
resultados da análise PCA, tanto para diferenciar soluções quanto para seleção de
sensores.
Na seção 6.1 é apresentado o procedimento para se realizar a análise
PCA dos resultados obtidos experimentalmente mostrando principalmente o
procedimento para a escolha dos sensores mais adequados. Na seção 6.2 são
apresentados os resultados da análise PCA de medidas de capacitância realizadas
com o Solartron, em água Milli-Q os quais foram apresentados no capítulo 5. Na
seção 6.3 é apresentado como se pode escolher o conjunto sensorial através da
análise PCA para a identificação de °Brix e acidez em refrigerantes, cujos dados
foram extraídos dos resultados apresentados no capítulo 5. Os resultados da análise
PCA de medidas realizadas com o aparelho da língua eletrônica são descritos na
seção 6.4 e na seção 6.5 apresenta-se a conclusão.
86
6.1. A ANÁLISE PCA
A análise estatística das componentes principais (PCA) envolve a
determinação de uma matriz de dados (linhas: capacitância para diferentes líquidos
e colunas: unidades sensoriais) da qual é obtida a matriz de correlação desses
dados. Calculando-se os autovalores e autovetores dessa matriz de correlação, têm-
se a variância de cada componente principal que é dada pelos autovalores. A
combinação linear dos autovetores com a matriz de dados relativos à média com
variância 1, fornecem os valores que geram a matriz das componentes principais
(PCs). Para a visualização dos resultados, os valores das componentes são
mostrados em um gráfico PCA, que permite “identificar” os diferentes líquidos a partir
das capacitâncias dos sensores.
O procedimento descrito acima é habitualmente usado para a língua
eletrônica. Entretanto, nesse trabalho mostra-se que os dados de capacitância
podem ser reorganizados para obter outros parâmetros do experimento. A
transposta da matriz original de dados revela informações sobre a importância de
cada sensor, isto é, permite a escolha dos sensores mais adequados para a análise
de um determinado analito presente em um líquido. Esse procedimento é explicado
em maiores detalhes a seguir.
Seja a matriz de dados [X
mp
], formada pela (linhas: medidas da
capacitância para diferentes líquidos e colunas: unidades sensoriais) utilizados nas
medidas e seja a matriz transposta Y = [X
mp
]
T
(linhas: unidades sensoriais e colunas:
medidas da capacitância para diferentes líquidos). O gráfico PCA com os valores
das componentes de maior porcentagem obtidos da matriz transposta Y permite
“identificar” (no gráfico PCA) os diferentes sensores a partir das medidas de
capacitância
.
87
É interessante lembrar que, quando os autovalores na matriz de
correlação forem iguais a zero, para qualquer valor do vetor das variáveis originais,
as respectivas componentes principais não são informativas [
105]. Então, essas
informações podem ser eliminadas sem prejuízo para a interpretação dos resultados.
Esse fato é de fundamental importância, pois permite selecionar quais os sensores
são mais adequados para a distinção de diferentes líquidos (aqueles que fornecem
valores mais distintos no gráfico PCA).
Como será mostrado a seguir, a análise da matriz transposta proporciona
um método de classificação de sensores para identificar quais sensores fornecem a
melhor distinção de analitos ou quais podem ser descartados. Salienta-se que os
resultados apresentados nos itens 6.2 e 6.3 foram analisados impondo-se que as
componentes principais apresentem o valor de variância
95% (95% da informação
original).
6.2. ANÁLISE PCA DAS MEDIDAS REALIZADAS COM O
SOLARTRON EM ÁGUA MILLI-Q
A partir dos valores mostrados nas curvas de capacitância
versus
frequência, apresentadas no Capítulo 5, foram feitas análises PCA para a frequência
de 1 kHz, na qual os valores de capacitâncias dos sensores dependem da presença
dos filmes finos sobre os eletrodos interdigitados [36].
Nessas análises são apresentados os gráficos PCA usando-se diferentes
soluções e também a análise da relevância dos sensores, usando o método
discutido na introdução desse capítulo, podendo-se escolher apenas os sensores
que produzem gráficos PCA que são muito parecidos quando todos os sensores são
88
utilizados. Nas Tabelas os valores de capacitância apresentados, são múltiplos de
10
-8
F.
Todo procedimento matemático e detalhes para interpretação dos
resultados foi colocado no apêndice A.
6.2.1. PCA: Variação de pH em água Milli-Q
A Tabela 6.1 apresenta os resultados da matriz de capacitância em 1 kHz
para as soluções de água Milli-Q e ácido ortofosfórico em várias concentrações.
Essas informações são provenientes das curvas de capacitância mostradas na
Figura 5.4.
Tabela 6.1. Estatísticas descritivas da capacitância (*10
-8
F) em 1 kHz da Figura 5.4.
Variável 1 2 3 4 5 6 7 Média
pH = 2,9 3,30 2,97 2,74 3,44 2,75 2,69 2,58 2,92
pH = 3,1 3,22 2,83 2,71 3,21 2,48 2,65 2,42 2,79
pH = 3,4 2,99 2,79 2,46 3,03 2,15 2,49 2,20 2,59
pH = 3,7 2,87 2,75 2,36 2,86 1,93 2,30 2,33 2,49
D. Padrão 0,19 0,09 0,19 0,25 0,36 0,18 0,16
Média 3,09 2,83 2,57 3,13 2,33 2,53 2,38
A Tabela 6.2, na parte (a), apresenta os autovalores e os dois primeiros
autovetores da matriz de correlação retirada da Tabela 6.1. Esses dados
correspondem aos resultados para as medidas da capacitância variando-se o pH da
água (variação da concentração de ácido ortofosfórico). Na parte (b) da Tabela 6.2,
que corresponde à matriz transposta da Tabela 6.1, têm-se os autovalores e os dois
primeiros autovetores da matriz de correlação.
89
Tabela 6.2. Autovalores e dois primeiros autovetores das matrizes de correlação
Autovalores Autovetores Autovalores Autovetores
(a) (b)
6,4197 -0,3907 -0,1787 3,7472 -0,4931 0,6100
0,4235 -0,3723 0,3091 0,2003 -0,5091 0,2648
0,1568 -0,3838 -0,2340 0,0397 -0,5113 -0,1579
0 -0,3916 -0,0259 0,0128 -0,4861 -0,7300
0 -0,3941 -0,0541
0 -0,3749 -0,4802
0 -0,3351 0,7639
Na Figura 6.1(a) é mostrado o gráfico da análise PCA para diferentes
valores de pH e na Figura 6.1(b) o gráfico da análise PCA dos sensores, conforme
os dados apresentados nas Tabelas 6.1 e 6.2.
(a) (b)
Figura 6.1. Gráficos PCA para as capacitâncias em 1 kHz (a) variando-se o pH da solução e (b) para
cada sensor. Resultados coletados da Figura 5.4.
Analisando a Tabela 6.2 (a,b) em relação aos autovalores, nota-se que as
duas primeiras componentes representam em torno 98% da variância total. Portanto,
as informações mais relevantes dos dados originais estão contidas na primeira e na
segunda componentes principais.
De acordo com os valores numéricos dos respectivos coeficientes na
combinação linear a análise do primeiro autovetor na Tabela 6.2 (a,b), revela que a
-3 -2 -1 0 1 2 3
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
PC1: 91,7%
PC2: 6,0%
pH = 2,9
pH = 3,1
pH = 3,4
pH = 3,7
-3 -2 -1 0 1 2
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
PC1: 93,7%
PC2: 5,0%
Sensor 1
Sensor 4
Sensor 2
Sensor 3
Sensor 6
Sensor 5
Sensor 7
90
componente principal PC1 pode ser interpretada como basicamente um índice de
desempenho global dos sensores em relação à acidez e das soluções em relação
aos sensores, todas as variáveis são importantes neste índice. Para a segunda
componente principal PC2, analisando-se os valores do segundo autovetor na
Tabela 6.2(a), tem-se na combinação linear uma comparação entre as variáveis
correspondentes aos sensores (2 e 7) e os demais sensores, sendo dominada pela
variável sensor 7 (coeficiente de maior valor absoluto), e na Tabela 6.2(b) os sinais
do segundo autovetor revela uma comparação entre o índice de pH = 2,9 e pH = 3,1
com um índice referente a pH = 3,4 e pH = 3,7, sendo dominada pela variável pH =
3,7.
O procedimento matemático com os dados da Tabela 6.2 levou as
interpretações anteriores, as quais podem ser mais bem visualizadas através dos
gráficos PCAs das Figuras 6.1(a,b). Também foi possível fazer uma correlação dos
dados originais com a primeira componente principal e foi possível notar que,
conforme mostrado na Figura 6.1(a), o coeficiente de menor grandeza numérica
desta componente é relativo ao pH = 2,9, variável de maior média amostral. O
coeficiente de maior grandeza é relativo ao pH = 3,7, variável de menor média
amostral. Em relação à Figura 6.1(b), o coeficiente de menor grandeza numérica é o
sensor 4, variável de maior média amostral. O coeficiente de maior grandeza é
relativo ao sensor 5, variável de menor média.
No entanto, observa-se que os quatro últimos autovalores da Tabela
6.2(a) são iguais a zero indicando que as quatro últimas componentes principais não
são informativas [105], pois é zero para qualquer que seja o valor do vetor das
variáveis originais. Para que seja possível ter uma matriz de correlação positiva,
basta eliminar quatro variáveis. Teoricamente se pode eliminar qualquer variável da
91
análise, sendo escolhidas em relação à Figura 6.1(b) onde cada elipse corresponde
os grupos de sensores semelhantes. Por exemplo, primeiro se elimina as variáveis
dos sensores (1, 2, 3 e 5) e também as variáveis dos sensores (1, 2, 5 e 6), isto é,
trocando o sensor 3 pelo 6. Então, toda a análise anterior foi refeita, mas usando
apenas os sensores (4, 6, 7) e (3, 4 e 7). Esses resultados comparativos são
apresentados na Figura 6.2, sendo que as respectivas tabelas (autovalores e
autovetores) foram omitidas para não sobrecarregar o texto (Ver apêndice B). Então,
analisando-se os autovetores tem-se que, na primeira componente todas as três
variáveis são importantes neste índice. A segunda componente da Figura 6.2(a) é
uma comparação entre os sensores 4 e 6 o sensor 7 e na Figura 6.2(b) é uma
comparação entre os sensores 3, 4 e o 7, isto ocorre em relação aos sinais do
segundo autovetores das matrizes de correlação (Apêndice B).
(a) (b)
Figura 6.2. Gráficos PCA para as capacitâncias em 1 kHz variando-se o pH (a) conjunto de sensores
(4, 6 e 7) e (b) conjunto de sensores (3, 4 e 7).
Ainda com relação os gráficos PCAs das Figuras 6.1(a) e 6.2 (a,b), pode-
se notar que, em relação a primeira componente PC1, os pontos que representam
cada solução estão bem separados, o que indica que a língua consegue distinguir
bem entre essas soluções, fazendo ainda a ordenação, em função do seu grau de
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
PC1: 87,11%
PC2: 12,11%
pH = 2,9
pH = 3,1
pH = 3,4
pH = 3,7
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
PC1: 89,82%
PC2: 8,41%
pH = 2,9
pH = 3,1
pH = 3,4
pH = 3,7
92
acidez, da esquerda para a direita, conforme há um aumento na acidez. A segunda
componente PC2 é dominada pelo sensor 7 (ver segundo autovetor da Tabela 6.2(a)
e apêndice B) Nas medidas de capacitância do sensor 7 houve uma mudança na
ordem de valores em relação aos pH = 3,4 e 3,7 (ver Tabela 6.1), os pontos que
representam cada solução exceto o pH = 3,7 apresentam uma ordenação, em
função do seu grau de acidez.
6.2.2. PCA: Variação de sacarose em água Milli-Q
A Tabela 6.3 apresenta os resultados da capacitância em 1 kHz para
soluções de água Milli-Q e sacarose em várias concentrações. Esses resultados
foram obtidos a partir das curvas de capacitância mostradas na Figura 5.5.
Tabela 6.3. Estatísticas descritivas capacitância (*10
-8
F) em 1 kHz da Figura 5.5.
Variável 1 2 3 4 5 6 7 Média
6% 1,94 0,75 1,57 1,84 0,89 1,57 0,68 1,32
8% 1,99 0,74 1,59 1,93 0,92 1,58 0,70 1,35
10% 2,14 0,73 1,68 2,27 0,96 1,72 0,83 1,48
12% 2,21 0,72 1,72 2,34 0,99 1,74 0,93 1,52
14% 2,16 0,69 1,72 2,44 1,06 1,71 0,94 1,53
D. Padrão 0,12 0,02 0,07 0,26 0,07 0,08 0,12
Média 2,09 0,73 1,66 2,16 0,97 1,66 0,82
A Tabela 6.4 na parte (a) apresenta os autovalores e os dois primeiros
autovetores da matriz de correlação retirada da Tabela 6.3. Esses dados
correspondem à variação do índice de sacarose nas amostras estudadas. Na parte
(b) da Tabela que corresponde à matriz transposta da Tabela 6.3, são mostrados os
autovalores e os dois primeiros autovetores da matriz de correlação.
93
Tabela 6.4. Autovalores e dois primeiros autovetores das matrizes de correlação
Autovalores Autovetores Autovalores Autovetores
(a) (b)
6,4564 0,3782 0,3799 4,9486 -0,4455 -0,6036
0,4924 -0,3468 0,6612 0,0492 -0,4475 -0,4241
0,0430 0,3911 0,1550 0,0015 -0,4492 0,1400
0,0083 0,3925 0,0079 0,0005 -0,4484 0,2962
0 0,3732 -0,4365 0,0001 -0,4455 0,5903
0 0,3712 0,4492
0 0,3907 0,0462
Nas Figuras 6.3 (a,b) são mostrados, respectivamente, a análise PCA dos
sensores para cada solução e das soluções para cada sensor, conforme os dados
apresentados nas Tabelas 6.3 e 6.4.
(a) (b)
Figura 6.3. Gráficos PCA das variações na capacitância em 1 kHz (a) soluções de sacarose e (b) para
cada sensor.
Analisando a Tabela 6.4(a,b) em relação aos autovalores, as
porcentagens das duas componentes principais são 92,23 e 7,03%, para a variação
do teor sacarose e 98,97 e 0,98%, para os sensores, que somadas dão próximo de
100% da variância total, sendo elas, portanto, as componentes principais que
descrevem as medidas.
De acordo com os valores numéricos dos respectivos coeficientes na
combinação linear em relação as análises dos gráficos PCAs das Figuras 6.3(a,b),
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3
-1
-0.5
0
0.5
1
PC1: 92,23%
PC2: 7,03%
6%
8%
10%
12%
14%
-3 -2 -1 0 1 2 3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
PC1: 98,97%
PC2: 0,98%
Sensor 1
Sensor 4
Sensor 6
Sensor 3
Sensor 5
Sensor 7
Sensor 2
94
no primeiro autovetor da Tabela 6.4(a), revela que na componente principal PC1,
houve uma comparação do sensor 2 com os demais sensores, pois no sensor 2
houve uma inversão na ordem dos valores da capacitância em relação às outras
unidades sensoriais (Ver Tabela 6.3) e para a análise do primeiro autovetor na
Tabela 6.4(b), revela que pode ser interpretada como basicamente um índice de
desempenho global das soluções em relação aos sensores, todas as variáveis são
importantes neste índice. Para a segunda componente principal PC2, analisando-se
os sinais do segundo autovetor na Tabela 6.4(a) tem-se na combinação linear uma
comparação entre o sensor 5 e os demais sensores, e na Tabela 6.4(b) os sinais do
segundo autovetor revela uma comparação entre o índice de 6, 8% com um índice
referente a 10, 12, 14%, sendo dominada pela variável 6%.(coeficiente de maior
valor absoluto)
O procedimento matemático com os dados da Tabela 6.4 levou as
interpretações anteriores, as quais podem ser melhor visualizadas através dos
gráficos PCAs das Figuras 6.3(a,b). Também foi possível fazer uma correlação dos
dados originais com a primeira componente principal e foi possível notar que,
conforme mostrado na Figura 6.3(a), o coeficiente de menor grandeza numérica
desta componente é relativo a 6%, variável de menor média amostral, e o de maior
grandeza é relativo a 14%, variável de maior média amostra. Em relação à Figura
6.3(b), o coeficiente de menor grandeza numérica é o sensor 4, variável de maior
média amostral. O coeficiente de maior grandeza é relativo ao sensor 2, variável de
menor média.
No entanto, observa-se que os três últimos autovalores na Tabela 6.4(a)
são iguais a zero, o que implica que as três últimas componentes principais não são
informativas [105], pois é zero para qualquer que seja o valor do vetor das variáveis
95
originais. Para que seja possível ter uma matriz de correlação positiva, basta
eliminar três variáveis. Teoricamente se pode eliminar qualquer variável dos
sensores da análise, mas se forem eliminadas primeiro as variáveis dos sensores:
(1, 6 e 7) (Figura 6.4(a)) e também as variáveis dos sensores: (1, 3 e 7) (Figura
6.4(b)) isto é, trocando o sensor 3 pelo 6, escolhidas em relação a Figura 6.3(b),
onde cada elipse corresponde os grupos de sensores semelhantes. Refazendo a
análise, com a exclusão dos sensores conforme mostrado nas Figuras 6.4(a,b). As
duas componentes principais explicam quase 100% da variância total, conforme os
autovalores. A primeira componente pode ser interpretada como um índice de
desempenho global do sensor em relação ao nível de sacarose, tendo a
comparação do sensor 2 com os demais, conforme primeiro autovetor das matrizes
de correlação (Ver Apêndice B). A segunda componente das Figuras 6.4(a,b) é uma
comparação entre o sensor 5 e os demais sendo dominado pelo sensor 2, conforme
segundo autovetor das matrizes de correlação (Ver Apêndice B).
(a) (b)
Figura 6.4. Gráficos PCA para as capacitâncias em 1 kHz variando-se sacarose (a) conjunto de
sensores (2, 3, 4 e 5) e (b) conjunto de sensores (2, 4, 5 e 6). Resultados coletados da Figura 5.5.
Ainda com relação os gráficos PCAs das Figuras 6.3(a) e 6.4(a,b), se
pode notar que, em relação a primeira componente PC1, os pontos que representam
-2.5 -2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
PC1: 88,46%
PC2: 11,13%
6%
8%
10%
12%
14%
-2.5 -2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5
-1
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
PC1: 84,48%
PC2: 14,98%
6%
8%
10%
12%
14%
96
cada solução estão bem separados, o que indica que a língua consegue distinguir
bem essas soluções, fazendo ainda ordenação em função do aumento do grau de
teor de sacarose, da esquerda para a direita.
A segunda componente na Figura 6.3(a) é dominada pelo sensor 2 (ver
segundo autovetor da Tabela 6.4(a)), sendo que em 12 e 14% no sensor 2 houve
maior variação das medidas e nos sensores (1 e 6) houve uma mudança na ordem
de valores de capacitância (ver Tabela 6.3), logo na PC2, não se observa o padrão
de variação do índice de sacarose como foi visto para a PC1, os pontos que
representam cada solução exceto o 6% e 14% apresentam uma ordenação, em
função do seu grau de sacarose. Na Figura 6.4(a,b), em relação ao índice de
sacarose 12 e 14%, nos sensores (2, 3 e 6) houve mudanças no valor da
capacitância, comparando com os demais sensores (ver Tabela 6.3), logo na PC2,
não se observa o padrão de variação da acidez como foi visto para a PC1, os pontos
que representam cada solução exceto o 14% apresentam uma ordenação, em
função do seu grau de sacarose.
6.2.3. Discussão sobre o método na variação do pH e sacarose em
água Milli-Q
O método proposto na introdução deste capítulo para análise da
relevância dos sensores em um experimento apresentou-se adequado. Revelou, por
exemplo, que para analisar a variação do pH em água Milli-Q foram necessários um
mínimo de três sensores, sendo os mais adequados os sensores (4, 6 e 7),
podendo-se ainda fazer certas substituições, isto é, o sensor 1 poderia ser trocado
pelo 4, o 6 pelo 3 e o 7 pelo 5, que os resultados seriam semelhantes, conforme foi
visto na seção.6.2.1. Em relação aos gráficos da análise PCAs para variação do pH,
97
na primeira componente PC1, os pontos que representam cada solução apresenta
uma ordenação, em função do seu grau de acidez, da esquerda para a direita,
conforme há um aumento na acidez, pode-se dizer que as PC1s são interpretadas
basicamente um índice de desempenho global dos sensores em relação à acidez e
que todas as variáveis são importantes neste índice, de acordo com os valores
numéricos dos respectivos coeficientes na combinação linear. Nas componentes
principais PC2, não se observa o padrão de variação da acidez como foi visto para a
PC1, nas combinações lineares temos a comparação entre sensores, por exemplos,
quando são utilizados os sensores (1, 5 e 6), entre os sensores (1, 5) com 6, sendo
dominado pelo sensor 6, os pontos que representam cada solução exceto o pH = 3,7
apresentam uma ordenação, em função do seu grau de acidez. Se for usado os
sensores (3, 4, e 5), é a comparação dos sensores (4, 5) com 3, sendo dominado
pelo sensor 3, os pontos que representam cada solução exceto o pH = 3,1
apresentam uma ordenação, em função do seu grau de acidez e sensores (4, 5, e 6)
é a comparação dos sensores (4, 5) com 6, sendo dominado pelo sensor 6, os
pontos que representam cada solução exceto o pH = 2,9 apresentam uma
ordenação, em função do seu grau de acidez. Em relação aos sensores (3 e 6) os
(pH = 2,9 e pH = 3,1), e no sensor 1 (pH = 3,4 e pH = 3,7), houve um pequeno
aumento da capacitância, comparados com os demais sensores (ver Tabela 6.1, os
gráficos e as tabelas relativos a estes três PCAs não foram colocados no texto.
Para analisar variação de sacarose em água Milli-Q, foram necessários
um mínimo de quatro sensores, sendo os melhores os sensores (2, 3, 4 e 5),
Podendo-se ainda fazer certas substituições, como por exemplo, o sensor 1 pelo 4, o
3 pelo 6 e o 2 pelo 7, por exemplo, quando usamos os sensores (1, 3, 5 e 7), neste
caso, as componentes principais PC1 é interpretada basicamente um índice de
98
desempenho global dos sensores em relação ao teor de sacarose e que todas as
variáveis são importantes neste índice, de acordo com os valores numéricos dos
respectivos coeficientes na combinação linear, os pontos que representam cada
solução estão bem separados da esquerda para a direita, conforme há um aumento
no índice de sacarose. Nas componentes principais PC2, não se observa o padrão
de variação do índice de sacarose como foi visto para a PC1, nas combinações
lineares temos a comparação entre sensores (1, 3) com (5, 7), sendo dominado pelo
sensor 5, os pontos que representam cada solução exceto o 14% apresentam uma
ordenação, em função do seu grau de sacarose, o gráfico e as tabelas relativos a
esta análise de PCA não foram colocados no texto.
6.3. ESCOLHA DE UM CONJUNTO SENSORIAL ATRAVÉS DA
ANÁLISE PCA PARA A IDENTIFICAÇÃO DE ACIDEZ E °BRIX EM
REFRIGERANTES
Foram mergulhados diversos sensores em amostras de refrigerantes, com
variação de °Brix e acidez, sendo efetuadas medidas de capacitância, conforme foi
visto no capítulo 5. Para não haver redundância dos dados, foi feita a análise PCA
modificada, conforme discutida no item 6.1, para classificar os sensores e otimizar o
uso da “
língua eletrônica”. As tabelas e análises relativas a essa seção foram
colocadas no apêndice B, para simplificação do texto.
6.3.1. Classificação dos sensores para distinção do nível de acidez
em refrigerantes em 1 KHz.
Para refrigerantes com diferentes níveis de acidez, a Tabela 6.5
apresenta os resultados da matriz de capacitância em 1 kHz. Esses resultados foram
provenientes das curvas de capacitância mostradas na Figura 5.9.
99
Tabela 6.5. Estatísticas descritivas capacitância em 1 kHz da Figura 5.9. Os valores da capacitância
são múltiplos de 10
-8
F.
Variável 1 2 3 4 5 6 7 Média
pH = 2,9 3,43 2,62 2,59 3,87 2,86 2,36 3,34 3,01
pH = 3,0 3,39 2,6 2,45 3,83 2,75 2,34 3,30 2,95
pH = 3,1 3,36 2,58 2,32 3,78 2,64 2,32 3,26 2,89
pH = 3,2 3,25 2,55 2,09 3,67 2,37 2,27 3,22 2,77
D. Padrão 0,08 0,03 0,21 0,09 0,21 0,04 0,05
Média 3,36 2,59 2,36 3,79 2,65 2,32 3,28
A Tabela 6.6, na parte (a), apresenta os autovalores e os dois primeiros
autovetores da matriz de correlação retirada da Tabela 6.5. Esses dados
correspondem aos resultados para as amostras medidas variando-se o pH dos
refrigerantes. Na parte (b) da Tabela 6.6, que corresponde à matriz transposta da
Tabela 6.5, têm-se os autovalores e os dois primeiros autovetores da matriz de
correlação.
Tabela 6.6. Autovalores e dois primeiros autovetores das matrizes de correlação
Autovalores Autovetores Autovalores Autovetores
(a) (b)
6,90917 -0,3772 -0,4230 3,94841 -0,4986 -0,5965
0,08881 -0,3795 0,2380 0,05085 -0,5025 -0,2441
0,00203 -0,3802 0,1285 0,00072 -0,5031 0,0864
0 -0,3793 -0,2354 0,00002 -0,4958 0,7597
0 -0,3796 -0,2210
0 -0,3795 -0,2378
0 -0,3704 0,7663
Como os quatro últimos autovalores são iguais a zero (Tabela 6.6(a)), se
pode eliminar até quatro variáveis, como pode ser visto no gráfico da análise PCA
apresentado nas Figuras 6.5(a) e (b), que se referem à análise PCA dos sensores
para cada solução e das soluções para cada sensor, respectivamente, em
conformidade com os dados das Tabelas 6.5 e 6.6.
100
(a) (b)
Figura 6.5. Variações na capacitância em 1 kHz (a) pH e (b) para cada sensor. Resultados coletados
da Figura 5.9.
A Figura 6.6(a,b) mostra os resultados de algumas opções que se pode
ter analisando-se a Figura 6.5(b), onde se pode verificar a semelhança dos gráficos
PCAs. Então, a partir desses resultados, vê-se que qualquer um dos conjuntos
reduzidos de sensores pode ser utilizado, não havendo necessidade do uso de
todos os sensores, ou seja, a escolha de um desses conjuntos elimina aqueles que
provocariam dados redundantes. Teoricamente pode-se eliminar qualquer variável
da análise, mas se forem utilizadas as variáveis: sensores (3, 4, 7) (Figura 6.6(a)),
(4, 6, 7) (Figura (b)), podendo se trocar o sensor 1 pelo 7, o sensor 3 pelo 6 e o
sensor 2 pelo 5, como mostrado na Figura 6.5(b), onde cada elipse corresponde os
grupos de sensores semelhantes.
Nos gráficos PCAs das Figuras 6.5(a) e 6.6(a,b), se pode notar que, em
relação a primeira componente PC1, os pontos que representam cada solução estão
bem separados, o que indica que a língua consegue distinguir bem entre essas
soluções, fazendo ainda uma ordenação delas em função do seu grau de acidez, da
esquerda para a direita, conforme há um aumento na acidez. A componente
principal PC2 é pouco informativa, pois a componente principal PC1 apresenta mais
de 95% da variabilidade dos dados em todas as figuras. A segunda componente da
-3 -2 -1 0 1 2 3 4
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
PC1: 98,7%
PC2: 1,27%
pH = 2,9
pH = 3,0
pH = 3,1
pH = 3,2
-3 -2 -1 0 1 2
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
PC1: 98,7%
PC2: 1,27%
Sensor 1
Sensor 4
Sensor 7
Sensor 2
Sensor 5
Sensor 6
Sensor 3
101
Figura 6.6(a,b) é uma comparação entre o sensor 7 e os demais, sendo dominada
pelo sensor 7
(a) (b)
Figura 6.6. Gráficos PCA para as capacitâncias em 1 kHz variando-se o pH (a) conjunto de
sensores(3, 4 e 7), (b) (4, 6 e 7). Resultados coletados da Figura 5.9.
6.3.2. Classificação dos sensores para distinção do nível de °Brix
em refrigerantes em 1 KHz.
Para refrigerantes com diferentes níveis de ºBrix, a Tabela 6.7 apresenta
os resultados da matriz de capacitância em 1 kHz. Esses resultados foram
provenientes das curvas de capacitância mostradas na Figura 5.10.
Tabela 6.7. Estatísticas descritivas capacitância em 1 kHz da Figura 5.10. Os valores da capacitância
são múltiplos de 10
-8
F.
Variável 1 2 3 4 5 6 7 Média
ºBrix: 9,6 3,42 3,30 2,84 3,90 2,87 2,93 3,34 3,228
ºBrix: 9,8 3,40 3,27 2,84 3,91 2,87 2,93 3,36 3,227
ºBrix: 10,0 3,38 3,26 2,84 3,92 2,87 2,94 3,38 3,227
ºBrix: 10,2 3,36 3,20 2,85 3,93 2,88 2,94 3,39 3,222
ºBrix: 10,4 3,34 3,15 2,87 3,94 2,89 2,94 3,40 3,219
D. Padrão 0,03 0,06 0,01 0,02 0,01 0,01 0,02
Média 3,38 3,24 2,85 3,92 2,88 2,94 3,37
A Tabela 6.8 na parte (a) apresenta os autovalores e os dois primeiros
autovetores da matriz de correlação retirada da tabela 6.7. Esses dados
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5
-0.25
-0.2
-0.15
-0.1
-0.05
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
PC1: 98,44%
PC2: 1,55%
pH = 2,9
pH = 3,0
pH = 3,2
pH = 3,1
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
PC1: 97,98%
PC2: 2,00%
pH = 2,9
pH = 3,0
pH = 3,1
pH = 3,2
102
correspondem a variação ºBrix nas amostras estudadas. Na parte (b) da Tabela são
mostrados os autovalores e os dois primeiros autovetores matriz de correlação
retirada da matriz transposta da Tabela 6.7.
Tabela 6.8. Autovalores e dois primeiros autovetores das matrizes de correlação
Autovalores Autovetores Autovalores Autovetores
(a) (b)
6,2412 -0,39763 0,11218 4,9745 -0,44566 0,69168
0,6617 -0,39475 -0,17524 0,024868 -0,44784 0,30206
0,0816 0,35992 0,51453 5,8647e-5 -0,4482 -0,12229
0,0154 0,39763 -0,11218 1,8653e-5 -0,44786 -0,29842
0 0,37159 0,44046 9,7123e-6 -0,4465 -0,57126
0 0,33587 -0,62348
0 0,3841 -0,31088
No entanto, observa-se que os três últimos autovalores são iguais a zero
Tabela 6.8(a), o que implicam que somente as quatro primeiras componentes
principais são informativas [105]. Para que seja possível ter uma matriz de
correlação positiva, basta eliminar três das variáveis.
Na Figura 6.7(a) é mostrado o gráfico do PCA dos sensores para cada
refrigerante com diferentes ºBrix e na figura 6.7(b) é mostrado o PCA dos
refrigerantes para cada sensor (ver Tabela 6.7 e 6.8).
(a) (b)
Figura 6.7. Variações na capacitância em 1 kHz (a) ºBrix e (b) Sensor, da Figura 5.10.
-3 -2 -1 0 1 2 3 4
-1
-0.5
0
0.5
1
PC1: 89,16%
PC2: 9,45%
°Brix = 9,6
°Brix = 10,2
°Brix = 10,4
°Brix = 10,0
°Brix = 9,8
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3
-0.4
-0.2
0
0.2
PC1: 99,49%
PC2: 0,50
Sensor 1
Sensor 2
Sensor 3
Sensor 5
Sensor 4
Sensor 6
Sensor 7
103
A Figura 6.8(a,b) mostra alguns resultados das opções que podemos ter
analisando-se a Figura 6.7(b), onde se pode verificar a semelhança dos gráficos
PCAs. Então, a partir desses resultados, vê-se que qualquer um dos conjuntos
reduzidos de sensores pode ser utilizado, não havendo necessidade do uso de
todos os sensores, ou seja, a escolha de um desses conjuntos elimina aqueles que
provocariam dados redundantes. Teoricamente podemos eliminar qualquer variável
dos sensores da análise. Se forem utilizados os quatro sensores: (1, 2, 4, 5)
Figura
6.8(a) e (2, 3, 4, 7) Figura 6.8(b), os PCA continuam semelhantes, isto é, trocando o
sensor 1 pelo 7 e o sensor 3 pelo 5 e também se podendo fazer a substituição do
sensor 3 pelo 6, conforme mostrado na Figura 6.7(b).
(a) (b)
Figura 6.8. Gráficos PCA para as capacitâncias em 1 kHz variando-se ºBrix (a) conjunto de sensores
(1, 2, 4, 5) e (b) conjunto de sensores (2, 3, 4, 7). Resultados coletados da Figura 5.10.
Ainda com relação os gráficos PCAs das Figuras 6.7(a) e 6.8(a,b),
podemos notar que, em relação a primeira componente PC1, os pontos que
representam cada solução medida estão bem separados, o que indica que a língua
consegue distinguir bem entre essas soluções, fazendo ainda uma ordenação delas
em função do seu grau de teor de °Brix do refrigerante, da esquerda para a direita,
conforme há um aumento. A segunda componente é pouco informativa,
-2.5 -2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
PC1: 95,96%
PC2: 3,95%
°Brix = 9,6
°Brix = 10,2
°Brix = 10,4
°Brix = 10,0
°Brix = 9,8
-2 -1 0 1 2 3
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
PC1: 92,66%
PC2: 7,04%
°Brix = 9,6
°Brix = 10,2
°Brix = 10,4
°Brix = 10,0
°Brix = 9,8
104
apresentando uma ordenação nas soluções, mas deslocando um pouco as soluções
com ºBrix: 10 e ºBrix: 12.
6.3.3. Classificação dos sensores para distinção do nível de acidez
em refrigerantes em 10 kHz.
Com a finalidade de ampliar a análise, foi aplicada a análise PCA também
para os resultados de capacitância obtidos na frequência de 10 kHz, para as
soluções de refrigerantes, variando-se a acidez. Os dados para essa análise foram
obtidos da Figura 5.9. O procedimento para os cálculos foi o mesmo para a
frequência de 1 kHz discutido no item 6.3.1 e os resultados finais de todos os
cálculos são mostrados nos gráficos PCAs das Figuras 6.9(a,b), onde se tem a
análise PCA dos sensores para cada solução e das soluções para cada sensor,
respectivamente, em conformidade com os dados das tabelas de autovalores e
autovetores que foram geradas a partir dos dados experimentais da Figura 5.9 (por
questão de simplificação essas tabelas foram colocadas no Apêndice B).
(a) (b)
Figura 6.9. Variações na capacitância em 10 kHz (a) pH e (b) Sensor, da Figura 5.9.
Nas Figuras 6.10(a,b) são mostrados os gráficos PCA utilizando-se o
conjunto de três sensores, reduzidos conforme pode ser deduzido da Figura 6.9 (b)
-3 -2 -1 0 1 2 3 4
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
PC1: 95,62%
PC2: 3,74%
pH = 2,9
pH = 3,0
pH = 3,1
pH = 3,2
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3
-0.25
-0.2
-0.15
-0.1
-0.05
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
PC1: 99,52%
PC2: 0,46%
Sensor 1
Sensor 2
Sensor 3
Sensor 4
Sensor 5
Sensor 6
Sensor 7
105
(a) (b)
Figura 6.10 Gráficos PCA para as capacitâncias em 10 kHz variando-se o pH (a) conjunto de
sensores (3, 4 e 7) e (b) (1, 4 e 6). Resultados coletados da Figura 5.9.
Comparando-se agora esses resultados com os discutidos no item 6.3.1,
para a frequência de 1 kHz, nota-se uma distribuição muito semelhante dos grupos
de pontos representativos das medidas, em relação a cada unidade sensorial. Há
uma pequena mudança nos resultados para os sensores (2 e 5) (ver 1ª componente
principal das Figuras 6.5(b) e Figura 6.9(b)), então, em análises da variação do
índice de acidez em refrigerantes pode-se utilizar em qualquer uma das duas
frequências, 1 kHz e 10 kHz e um número mínimo de três sensores. Pode-se trocar
o sensor 1 pelo 7 e fazer permutações entre os sensores (2, 3, 5 e 6), conforme a
escolha feita com os dados mostrados nas Figuras 6.5(b) e 6.9(b).
6.3.4. Classificação dos sensores para distinção do °Brix em
refrigerantes em 10 KHz.
Para as soluções de refrigerantes variando-se ºBrix, assim como foi feito
no item 6.3.3 para o pH, com a finalidade de ampliar a análise foi aplicada a análise
PCA para os resultados de capacitância obtidos na frequência de 10 kHz. O
procedimento para os cálculos foi o mesmo discutido anteriormente para a
frequência de 1 kHz conforme se viu no item 6.3.2 e os dados para essa análise
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5
-0.3
-0.25
-0.2
-0.15
-0.1
-0.05
0
0.05
0.1
0.15
0.2
PC1: 98,07%
PC2: 1,46%
pH = 2,9
pH = 3,0
pH = 3,1
pH = 3,2
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
PC1: 98,20%
PC2: 1,70%
pH = 2,9
pH = 3,0
pH = 3,1
pH = 3,2
106
foram obtidos da Figura 5.10. Os resultados finais de todos os cálculos são
mostrados nos gráficos PCAs das Figuras 6.11(a,b), onde se tem a análise PCA dos
sensores para cada solução e das soluções para cada sensor, respectivamente, em
conformidade com os dados das tabelas de autovalores e autovetores que foram
geradas a partir dos dados experimentais da Figura 5.10 (por questão de
simplificação essas tabelas foram colocadas no apêndice B).
(a) (b)
Figura 6.11. Variações na capacitância em 10 kHz (a) ºBrix e (b) Sensor, da Figura 5.10.
A Figura 6.12(a,b) é o gráfico PCA utilizando-se o conjunto de quatro
sensores, conforme pode ser deduzido da Figura 6.10(b).
(a) (b)
Figura 6.12. Gráficos PCA para as capacitâncias em 10 kHz variando-se ºBrix (a) conjunto de
sensores (1, 3, 4, 5) e (b) conjunto de sensores (2, 4, 5, 6) Resultados coletados da Figura 5.10.
-3 -2 -1 0 1 2 3 4
-0.6
-0.5
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
0.4
PC1: 97,92%
PC2: 1,76%
°Brix = 9,6
°Brix = 10,2
°Brix = 10,4
°Brix = 10,0
°Brix = 9,8
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3
-0.25
-0.2
-0.15
-0.1
-0.05
0
0.05
0.1
0.15
PC1: 99,73%
PC2: 0,27%
Sensor 1
Sensor 2
Sensor 3
Sensor 5
Sensor 4
Sensor 6
Sensor 7
-2 -1 0 1 2 3
-0.5
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
PC1: 96,96%
PC2: 2,89%
°Brix = 9,6
°Brix = 10,2
°Brix = 10,4
°Brix = 10,0
°Brix = 9,8
-2 -1 0 1 2 3
-0.5
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
0.4
PC1: 97,35%
PC2: 2,41%
°Brix = 9,6
°Brix = 10,2
°Brix = 10,4
°Brix = 10,0
°Brix = 9,8
107
Comparando-se esses resultados com os resultados da 1 kHz discutido
no item 6.3.2, nota-se uma mudança na distribuição das medidas em relação a cada
unidade sensorial, tendo uma pequena diferença nos resultados dos sensores (2, 5
e 7) (ver 1ª componente principal das Figuras 6.7(b) e 6.11(b)). Então, em análises
da variação do ºBrix em refrigerantes pode-se utilizar as duas frequências (1 kHz e
10 kHz) e um número mínimo de quatro sensores. Na frequência de 1 kHz pode-se
fazer a mudança entre os sensores 1 e 7 e permutações entre os sensores (3, 5 e
6), escolhidos em relação aos dados mostrados na Figura 6.7(b). Na frequência de
10 kHz podemos fazer mudança entre os sensores 1 e 2 e permutações entre os
sensores (3, 6 e 7), escolhidos em relação aos dados apresentados na Figura
6.11(b).
6.4 ANÁLISES PCA DAS MEDIDAS REALIZADAS COM O
APARELHO “LÍNGUA ELETRÔNICA”
Conforme descrito na seção 3.9, foram realizadas medidas usando o
aparelho da
“língua eletrônica” e feitas as análises das componentes principais para
os resultados de capacitância na frequência de 1 kHz. As medidas foram realizadas
com 10 repetições para cada sensor, em soluções de teste e refrigerantes.
Os resultados apresentados a seguir são complementares aos
apresentados anteriormente e procura-se mostrar a aplicabilidade do método de
seleção de sensores em medidas feitas em condições mais gerais.
6.4.1. PCA: variação de pH em água Milli-Q.
Na Figuras 6.13(a) é mostrado o gráfico da análise PCA sensores de 1 a
7 e na Figura 6.13(b) sensores (3, 4 e 5), para medidas de capacitância realizadas
108
na frequência de 1 kHz em diferentes soluções de água Milli-Q e ácido ortofosfórico,
onde a variação da concentração do ácido ortofosfórico corresponde a variações
recíprocas de pH. Em relação a primeira componente (PC1), as amostras com maior
acidez ficam a esquerda no gráfico PCA, sendo semelhantes aos resultados
mostrados na seção 6.1.1.
Na discussão realizada na introdução desse capítulo, a respeito da nova
maneira de organizar os dados para ampliar o poder de análise da técnica PCA, se
pode também usar apenas três sensores, por exemplo, os sensores (3, 4 e 5) Figura
6.13(b) ou trocando o sensor 3 pelo 6 para que os resultados dos gráficos PCA
sejam semelhantes. Esse fato reforça os resultados apresentados na seção 6.2.1, ou
seja, as medidas com a língua eletrônica corroboram para certificar que o novo
método apresentado nesse trabalho é válido.
(a) (b)
Figura 6.13. PCA variação do pH (a) sensores de 1 a 7(b) conjunto de sensores (3, 4 e 5)
6.4.2. PCA: variação de sacarose em água Milli-Q
Foram realizadas medidas na “
língua eletrônica” para várias
concentrações de sacarose e acidez. Para cada medida, foi fixada a acidez e variou-
se o teor de sacarose da água para as concentrações de 250, 300, 350 e 400 mM.
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3
-0.1
-0.05
0
0.05
0.1
PC1: 99,89%
PC2: 0,08%
pH: 2,9
pH: 3,1
pH: 3,4
pH: 3,7
-3 -2.5 -2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
-0.1
-0.08
-0.06
-0.04
-0.02
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
PC1: 99,87%
PC2: 0,11%
pH: 2,9
pH: 3,1
pH: 3,4
pH: 3,7
109
Para não se sobrecarregar o texto, na Figura 6.14(a), é mostrado apenas a análise
PCA para o pH = 3,0, pois os resultados relativos aos outros teores de acidez, em
relação a separação no gráfico PCA, são semelhantes. Em relação à primeira
componente, as amostras com menor teor de sacarose ficam a esquerda do gráfico
PCA na segunda componente houve uma grande semelhança em relação as duas
análises mostradas no gráfico PCA. Esses resultados são semelhantes aos
mostrados na seção 6.2.2.
Graças a nova maneira de se utilizar a técnica PCA, tem-se que os
sensores para este tipo de medida podem ser: (2, 3, 4 e 5) como mostrado na Figura
6.14(b), ou então, haver a troca do 3 pelo 6, para que os gráficos PCA sejam muito
semelhantes.
(a) (b)
Figura 6.14. PCA pH = 3.0 com variação do teor de sacarose (a) sensores de 1 a 7 (b) conjunto de
sensores (2, 3, 4 e 5).
6.4.3. PCA: variação de pH em refrigerantes
A Figura 6.15(a) mostra o gráfico PCA de medidas em refrigerante
Tubaína Funada com °Brix = 10,1 com variação de acidez (pH). Observa-se que a
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
-1
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
PC1: 92,83%
PC2: 4,65%
250 mM
300 mM
350 mM
400 mM
-3 -2 -1 0 1 2 3
-1
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
PC1: 91,98%
PC2: 5,46%
250 mM
300 mM
350 mM
400 mM
110
língua consegue separar as amostras, isto é, os resultados semelhantes ao
mostrado na seção 6.2.3.
Analogamente as discussões realizadas nas seções 6.3.1 e 6.3.2, se
pode também usar apenas três sensores para conseguir essa separação, como, por
exemplo, (3, 4 e 5) mostrado na Figura 6.15(b) ou então, trocando o sensor 3 pelo 6,
para que os gráficos PCA sejam muito semelhantes.
(a) (b)
Figura 6.15. PCA variação de acidez em refrigerantes. (a) sensores de 1 a 7 (b) conjunto de sensores
(3, 4 e 5).
6.4.4. PCA: variação de ºBrix em refrigerantes
Na Figura 6.16(a) é mostrado a análise PCA obtida com o uso de todos os
sensores, fixando-se a acidez pH = 3,1 e variando-se o ºBrix do refrigerante
Tubaína. Em relação a primeira componente as amostras com menor grau de ºBrix
ficam a esquerda no gráfico PCA, sendo esses resultados semelhantes aos
mostrado na seção 6.1.4. Conforme discutido nas seções anteriores, se pode usar
apenas quatro sensores, por exemplo: (2, 4, 5 e 6) mostrado na Figura 6.16(b), ou
então, trocando o sensor 1 por 2 e 3 pelo 6, para que os gráficos PCA sejam muito
semelhantes.
-3 -2 -1 0 1 2 3 4
-1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
PC1: 98,79%
PC2: 1,10%
pH = 2,9
pH = 3,0
pH = 3,1
pH = 3,2
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
-0.15
-0.1
-0.05
0
0.05
0.1
PC1: 99,78%
PC2: 0,19%
pH = 2,9
pH = 3,0
pH = 3,1
pH = 3,2
111
(a) (b)
Figura 6.16. PCA variação do grau de ºBrix em refrigerantes: (a) sensores de 1 a 7 e (b) conjunto de
sensores (2, 4, 5 e 6).
6.4.5. Distinção entre refrigerantes com diferentes pHs e °Brix
Nesta seção são simultaneamente analisadas a variação de pH e o °Brix
no refrigerante Tubaína. A Figura 6.17(a) mostra o gráfico PCA das medidas
realizadas pela “
língua eletrônica” com os tipos de refrigerante analisados nas
seções 6.2.3 e 6.2.4. A figura mostra que as porcentagens de variância total para as
duas primeiras componentes principais são aproximadamente 92%. Então, pode-se
observar que o conjunto de sensores foi capaz de separar os refrigerantes em
relação a variação do pH e do °Brix, de forma independente. Para manter a condição
de que se deve ter pelo menos 95% para a variância foi colocado, apenas ilustrativo,
a terceira componente principal (PC3), conforme é mostrado na Figura 6.17(b)
No gráfico PCA da Figura 6.17(a) em relação a primeira componente
principal o grupo de valores do refrigerantes com variação do °Brix ficam localizados
a esquerda numa ordem decrescente do °Brix enquanto que para o refrigerante com
variação de acidez ficam a direita, em uma ordem decrescente da acidez. Para a
segunda componente principal PC2, houve separação numa ordem crescente tanto
para variação da acidez como para variação do °Brix
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
-1
-0.5
0
0.5
1
PC1: 88,55%
PC2: 8,54%
°Brix = 9,6
°Brix = 9,8
°Brix = 10,0
°Brix = 10,2
°Brix = 10,4
-3 -2 -1 0 1 2 3
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
PC1: 89,81%
PC2: 9,86%
°Brix = 9,6
°Brix = 9,8
°Brix = 10,0
°Brix = 10,2
°Brix = 10,4
112
(a) (b)
Figura 6.17. PCA para variação do grau de ºBrix e acidez dos refrigerantes, sensores de 1 a 7: (a)
duas dimensões (b) três dimensões.
A Figura 6.18 mostra o gráfico PCA das análises dos sensores das
medidas realizadas pela “
língua eletrônica” com os tipos de refrigerante analisados
da Figura 6.17(a). Na discussão realizada na introdução desse capítulo, a respeito
da nova maneira de organizar os dados para ampliar o poder de análise da técnica
PCA para a seleção de sensores, na distinção dos nove tipos de refrigerantes o
melhor seria usar todos os sensores, houve uma separação nos sensores tanto para
PC1 como para PC2.
Figura 6.18. PCA para seleção de sensores da análise feita na Figura 6.17(a).
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
-2
-1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
1.5
2
PC1:72,12%
PC2: 19,78%
°Brix = 9,6
°Brix = 9,8
°Brix = 10,0
°Brix = 10,2
°Brix = 10,4
pH = 2,9
pH = 3,1
pH = 3,0
pH = 3,2
-2
0
2
4
-2
-1
0
1
-1
-0.5
0
0.5
1
1.5
2
PC1: 72,12%
PC2: 19,78%
PC3: 6,86%
°Brix = 9,6
°Brix = 9,8
°Brix = 10,0
°Brix = 10,2
°Brix = 10,4
pH = 2,9
pH = 3,1
pH = 3,0
pH = 3,2
-3 -2 -1 0 1 2 3 4
-3
-2
-1
0
1
2
PC1: 60,81%
PC2: 36,37%
Sensor 2
Sensor 6
Sensor 1
Sensor 4
Sensor 7
Sensor 3
Sensor 5
113
6.5. CONCLUSÃO
A maneira tradicional de se fazer a análise das componentes principais foi
modificada permitindo aprimorar o poder de análise do método. Foi demonstrado
que o tratamento dos dados coletados em um experimento e a constituição de
matrizes mais apropriadas permitiu selecionar os sensores mais adequados para se
analisar a variação de um analito em uma solução. Até o momento o procedimento
da escolha de sensores é baseado no bom senso da escolha de um sensor e em
métodos de tentativa e erro.
Nesse trabalho, essa nova perspectiva de aplicação do método foi
aplicada a medidas de capacitância feitas com um analisador de impedância e com
o aparelho denominado
“língua eletrônica”, onde foi possível reduzir o número de
sensores utilizados, retirando-se aqueles sensores que apresentavam medidas
redundantes, os quais foram eliminados sem prejuízo da informação. Também
através da comparação dos resultados obtidos para o Solartron e para a Língua foi
possível verificar a confiabilidade do método.
114
7. CONCLUSÕES FINAIS
A primeira parte do trabalho consistiu na preparação de filmes ultrafinos
usando diferentes técnicas experimentais. A ftalocianina tetrassulfonada de cobre, a
quitosana e o polipirrol são materiais muito promissores para a fabricação de filmes
automontados, pois podem ser depositados com uma taxa de deposição elevada.
Os filmes de ftalocianinas de zinco e de níquel foram depositados pela evaporação a
vácuo e apresentaram um crescimento praticamente linear em função da espessura
dos filmes depositados. O filme de lignina, crescido pelo método de Langmuir-
Blodgett os resultados mostraram que o crescimento do filme ocorre de forma linear,
isto é, a monocamada depositada a mesma quantidade de material é transferida.
Posteriormente filmes acima mencionados foram depositados, nas mesmas
condições experimentais, sobre os eletrodos interdigitados para formar seis
sensores capacitivos com filmes. Estes sensores e um sensor sem filme sobre os
eletrodos interdigitados foram usados para compor uma “
língua eletrônica
Os resultados de medidas de impedância utilizando o analisador de
impedância Solartron indicaram que há grande reprodutibilidade das medidas desde
que os sensores sejam mergulhados no líquido 20 minutos antes das medidas
serem iniciadas. Os resultados da capacitância em função da frequência mostraram
a possibilidade da identificação de diferentes líquidos, pois houve variações
características da capacitância dos sensores tanto para água Milli-Q como no
refrigerante Tubaína. Nessas medidas foram variadas a concentração de ácido
ortofosfórico (variação de pH) e de sacarose.
Os sete sensores foram utilizados para compor a “
língua eletrônica” e a
análise dos resultados de capacitância, para a freqüência de 1 kHz, foi realizada
utilizando-se o método estatístico de componentes principais. Foram analisadas
115
amostras de água e do refrigerante Tubaína para as quais foram variados o valor de
pH e o teor de sacarose.
Usando a matriz transposta de dados experimentais de capacitância para
cada líquido foi possível avaliar a importância de cada sensor quando a
concentração dos analitos em amostras de água e refrigerante. Este método permitiu
reduzir o número de sensores utilizados para cada tipo de líquido sem prejuízo para
obter a informação desejada, retirando-se os sensores que apresentam dados
redundantes. Ao invés de se utilizar os sete sensores, apenas três ou quatro
sensores foram suficientes para se obter com a “
língua eletrônica” a mesma
distinção da acidez e da sacarose em água Milli-Q. Um número semelhante de
sensores também foi utilizado para as medidas do refrigerante Tubaína. Saliente-se
que através do gráfico PCA dos sensores pode-se, de um conjunto de sensores,
selecionar sem nenhuma dificuldade quais os sensores são relevantes para obter a
mesma informação sobre os líquidos.
7.1. PERSPECTIVAS FUTURAS
A principal contribuição desta tese foi o método para classificar sensores
o qual certamente terá de ser explorado no futuro. Acreditamos que o método possa
ser utilizado para reduzir o número de sensores necessários numa “
língua
eletrônica” para se avaliar, por exemplo, um analito específico numa determinada
solução. Este fato é de grande importância para a obtenção de “
línguas eletrônicas
mais eficazes, isto é, com um número mínino de sensores. Vislumbra-se que o
método através dos “
scores” no gráfico deva permitir uma avaliação quantificada da
importância de um sensor (num conjunto de sensores), isto é, o quanto ele contribui
para cada componente principal.
116
Acreditamos também que o método possa ser utilizado para a substituição
de sensor danificado numa língua eletrônica que vinha sendo utilizada para um
determinado fim. Espera-se que o novo sensor a ser utilizado tenha os mesmos
“scores” do sensor que se está substituindo.
Além disso, a continuidade do estudo de refrigerantes com a “língua
eletrônica” visando o seu aperfeiçoamento para poder torná-la uma ferramenta
prática na avaliação da qualidade de refrigerantes. A maior aplicação seria o
controle de qualidade de produção de refrigerantes nas empresas que produzem as
bebidas.
.
117
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124
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Economics Department, Universidade Federal de Minas Gerais (Brazil), v. 7, p. 203-
212, dezembro, 1977.
125
APÊNDICE
APÊNDICE A - ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS (PCA)
A.1. Definições
Suponha que dispomos de uma amostra aleatória de tamanho p, onde,
para cada elemento da amostra, tenha se observado os valores de n medidas
aleatórias, temos p vetores aleatórios independentes,
1p
11 12
2p
21 22
12 p
np
n1 n2
X
XX
X
XX
X ,X ,...,X
X
XX
⎡⎤
⎢⎥
⎢⎥
== =
⎢⎥
⎢⎥
⎣⎦
M
MM
.
Assim, tem-se uma matriz de dados X nxp que é formada por n medidas diferentes de p
variáveis,
11 12 1p
21 22 2p
nxp
n1 n2 np
XX X
XX X
X
XX X
⎡⎤
⎢⎥
⎢⎥
=
⎢⎥
⎢⎥
⎢⎥
⎣⎦
K
M
MMOM
L
.
Algebricamente, componentes principais são combinações lineares
particulares das “p” variáveis aleatórias X
1
,X
2
,...,X
p
. Geometricamente, essas
combinações lineares representam a relação de um novo sistema de coordenadas
obtido por deslocamento e rotação do sistema original com X
1
,X
2
,...,X
p
como eixos.
Os novos eixos representam as direções com variabilidade máxima e fornecem uma
descrição mais simples e mais parcimoniosa da estrutura de covariância. Isto é,
transformar um conjunto de variáveis X
1
,X
2
,...,X
p
, que apresente uma estrutura de
126
interdependência, em um conjunto de variáveis Y
1
,Y
2
,...,Y
p
, não correlacionadas e
suas variâncias ordenadas para que seja possível comparar os tratamentos usando
apenas as que apresentam a maior variância, tal que:
()
p
ii11i22 ipp iji
j1
1
22 2
2
ii1i2 ip
a) Y e X e X e X e X
com i 1,2, ,p e e e e e 1
=
=+ ++ =
==+++=
L
LK
[1]
b) Var(Y
1
) Var(Y
2
) …≥Var(Y
p
)
[2]
c) Cov(Y
i
Y
j
) = 0 para ij
[3]
d)
pp
ii
i1 i1
Var(Y ) Var(X )
==
=
∑∑
[4]
O vetor de médias µ será denotado pelo vetor de médias amostrais X
definido por: μ=
n
1
ij
2
i1
j
p
X
X
X
X= com X
n
X
=
⎡⎤
⎢⎥
⎢⎥
=
⎢⎥
⎢⎥
⎢⎥
⎣⎦
M
para j=1,2,...,p.
A variância é uma medida do espalhamento dos dados em torno do
centro ou da média e sua raiz quadrada é o desvio padrão.
A matriz de covariância S
nxn
de X é definida por:
11 12 1p
21 22 2p
nxn
p1 p2 pp
SS S
SS S
SCov(X)
SS S
⎡⎤
⎢⎥
⎢⎥
==
⎢⎥
⎢⎥
⎢⎥
⎣⎦
K
M
MMMM
L
, Sendo
ij ji ii
SS,ji e S
=
, definidos por:
n
2
li i
2
l1
ii i
(X X )
SS
n1
=
==
, que é a variância amostral da i-ésima variável,
[5]
127
n
li i lj j
l1
ij
(X X )(X X )
S
n1
=
−−
=
, que é a covariância amostral entre a i-ésima e j-
ésima variáveis.
[6]
A matriz de covariância pode ser definida por: S=
1
n1
*centerx’*centerx,
sendo centerx a matriz com média zero.
A matriz de correlação apresenta o coeficiente de correlação entre pares
de variáveis. O coeficiente de correlação mede a similaridade entre dois conjuntos
de dados numéricos sobre uma escala absoluta de [-1,1]. É calculado através da
divisão do valor de covariância pela raiz quadrada do produto dos desvios padrão
dos conjuntos dos dados i e j.
A matriz de correlação de X é:
()
1R R
12 1p
R1 R
21 2p
RCorrX
nxn
RR 1
p1 p2
==
K
M
M MMM
L
,
Sendo
ij
ij
ii jj
S
R
SS
=
, que é o coeficiente de correlação amostral entre a i-ésima e j-
ésima variáveis.
Quando as variáveis são medidas em unidades muito diferentes entre si,
é conveniente padronizar Xj (j = 1, 2, ..., p).
Padronização com média zero:
ij ij j
ZXX=−
, i=1,2,...,n e j=1,2,...,p
[7]
Padronização com média zero e variância 1:
ij j
ij
j
XX
Z
s(X )
=
, i=1,2,...,n e j=1,2,...,p
[8]
128
Padronização com variância 1:
ij
ij
j
X
Z
s(X )
=
, i=1,2,...,n e j=1,2,...,p
[9]
s(X
j
) é o desvio padrão da variável X
j
dado por: s(X
j
)=
()
j
Var X
A.2. Obtenção das componentes
As componentes principais dependem da matriz de covariâncias (S) ou da
matriz de correlação (R) dos dados originais.
A.2.1 A partir da matriz de covariância
As componentes principais obtidas a partir da matriz de covariância são
influenciadas pelas variáveis de maior variância.
Para determinar as componentes principais a partir da matriz S, é dado o
seguinte procedimento:
a) A solução é obtida resolvendo-se a equação característica da matriz,
ou seja, det[S λI ]= 0 , isto é,
S I
λ
= 0 .
Se o posto S é igual a p, a equação S λI = 0 terá p raízes chamadas
autovalores ou raízes características de S ou R.
Sejam λ
1
> λ
2
> >λ
p
, a cada autovalor λ
i
corresponde um autovetor ou
vetor característico normalizado e
i
, a partir da solução do sistema de equações
S I−λ
e
i
= 0, sendo:
129
S
pxp
e
i
= λ
i
e
i
, para todo i=1,2,...,p, onde
i1
i2
i
ip
e
e
e=
e
M
[10]
b) As Componentes Principais têm variâncias iguais aos autovalores,
sendo as variâncias iguais à porcentagem de explicação retida por esses fatores
[94].
A variância da componente Y
i
é:
iinxnii
Var(Y ) e ' S e
=
e Cov(Y
i
,Y
j
)=0, ij.
Como os autovetores estão ordenados em ordem decrescentes, a primeira
componente é a de maior variabilidade e a n-ésima é a menor.
A contribuição de cada componente principal Y
i
é medida em termos de
variância. Portanto o quociente (expresso em porcentagem) é dado por:
iii
pp
ii
i1 i1
Var(Y) () ()
.100 .100 .100
traço(S)
Var(X ) ( )
==
λλ
==
λ
∑∑
[11]
O “screen plot” é um teste no qual os autovalores são mostrados em um
gráfico simples em termos de seus valores, segundo uma ordem de grandeza. A
quantidade k, (k<p) de Componentes Principais mantida no sistema que
conjuntamente representem uma porcentagem γ da variância total, onde γ é um valor
pré-determinado pelo pesquisador. Portanto na prática, busca-se o valor de k tal que
γ 90%:
k
i
i1
p
j
j1
=
=
λ
=
γ
λ
[12]
Devemos calcular para cada indivíduo os seus valores (escores) para
cada componente principal que será utilizada na análise. Isso equivale a substituir a
130
matriz dos dados originais X pela matriz Z
ij
de média zero (Equação 7). Tomando-se
os elementos do vetor e
i
normalizado, como o coeficiente de Y
i
, tem-se que a i-
ésima componente principal é dada por:
Y
i
= e
i1
Z
1
+ e
i2
Z
2
+,...,e
ip
Z
p
, i=1,2,...,p. ou seja Y
ij
=Y
pj
= (e
pp
T
* Z
jp
T
)
T
. [13]
A interpretação de cada componente principal é feita verificando-se o grau
de importância ou influência que cada variável X
j
, j=1,2,...,p possui sobre a
componente. Essa importância é dada pela correlação entre cada X
j
e a componente
Y
i
que está sendo interpretada.
i
ji Xj,yi ij
j
j
Corr(X ,Y ) r e
S
λ
==
[14]
Analisar através de gráfico de dispersão dos escores das k componentes
escolhidas.
A.2.2. A partir da matriz de correlação
Nos casos em que existe uma discrepância muito acentuada entre as
variâncias das variáveis. A discrepância é muitas vezes causada pela diferença das
unidades de medidas das variáveis. Esse problema pode ser amenizado se uma
transformação for efetuada nos dados originais, de modo a equilibrar os valores das
variâncias. A transformação mais comum é aquela em que cada variável é
padronizada pela sua média e desvio padrão (Equação 8), sendo a técnica de
componentes principais aplicada à matriz de covariância das variáveis padronizadas
ou através da matriz de correlação das variáveis originais [95].
Para determinar as componentes principais a partir da matriz R, é dado o
seguinte procedimento:
131
Encontrar os autovalores (λ
1
>λ
2
>>λ
p
) e autovetores normalizados (e
1
,
e
2
,..,e
p
) da matriz correlação de X ou matriz covariância de Z matriz média zero e
variância um (equação 8), sendo que λ
1
+λ
2
++λ
p
=p.
As Componentes Principais têm variâncias iguais aos autovalores e a
contribuição de cada componente principal Y
i
é medida em termos de variância.
Portanto o quociente (expresso em porcentagem) é dado por:
iiii
pp
ii
i1 i1
Var(Y) () () ()
.100 .100 .100 .100
traço(R) p
Var(Z ) ( )
==
λλλ
===
λ
∑∑
[15]
Devemos calcular para cada indivíduo os seus valores (escores) para
cada componente principal que será utilizada na análise. Isso equivale a substituir a
matriz dos dados originais X pela matriz Z
ij
(Equação 8), tem-se que a i-ésima
componente principal é dada pela Equação 13.
A quantidade k, (k<p) de Componentes Principais mantida no sistema,
pode utilizar o mesmo critério da matriz covariância, em geral, quando são extraídas
da matriz correlação, necessita-se de um número maior de componentes para se
alcançar o valor de γ (Equação 12) [95].
A interpretação de cada componente principal é feita verificando-se o grau
de importância ou influência que cada variável X
j
, j=1,2,...,p possui sobre a
componente. Essa importância é dada pela correlação entre cada X
j
e a componente
Y
i
que está sendo interpretada [95].
j
iXj,yiiji
Corr(X ,Y ) r e
=
[16]
Analisar através de gráfico de dispersão dos escores das k componentes
escolhidas.
132
APÊNDICE B – TABELAS E ANÁLISES DE MEDIDAS DE
CAPACITÂNCIA – CAPÍTULO 6
B.1. Tabela de autovalores e autovetores para variação de pH e sacarose em
água Milli-Q
Tabela B.1. Autovalores e dois primeiros autovetores das matrizes de correlação da Figura 6.2(a,b)
Autovalores Autovetores Autovalores Autovetores
(a) (b)
2,9407 -0,5722 0,7948 2,9349 -0,5790 -0,4888
0,0591 -0,5776 -0,5657 0,0623 -0,5815 -0,3135
0,0002 -0,5823 -0,2198 0,0028 -0,5715 0,8141
Tabela B.2. Autovalores e dois primeiros autovetores das matrizes de correlação da Figura 6.4(a,b)
Autovalores Autovetores Autovalores Autovetores
(a) (b)
3,538492 -0,4509 0,7917 3,379187 -0,4484 0,7257
0,445221 0,5020 0,4916 0,59918 0,5342 0,2394
0,015478 0,5161 0,3407 0,019664 0,5351 -0,1821
8,08E-04 0,5275 -0,1243 1,97E-03 0,4768 0,6188
B.2. Análise PCA para identificação de acidez e °Brix em refrigerantes
Na seção 6.3.1 as duas componentes principais explicam quase 100% da
variância total tanto para diferenciação de pHs quanto para sensores. Para a 1ª
componente todas as variáveis são importantes neste índice, de acordo com os
valores dos respectivos coeficientes na combinação linear. Na Figura 6.5(a), tem-se
o pH = 3,2 como variável de menor média e o pH = 2,9 como a variável de maior
média (ver Tabela 6.5). Aumentando-se a acidez aumenta-se o valor numérico da
componente. É o sensor 4 a variável de maior média e o sensor 6 a variável de
menor média amostral (ver Tabela 6.5). Isso na Figura 6.5(b).
Em relação a 2ª componente tem-se: Na Figura 6.5(a) uma comparação
entre os sensores, 1, 4, 5, 6 e os sensores 2, 3 e 7 e na Figura 6.5(b) é uma
133
comparação entre o índice de pH = 2,9 e pH = 3,0 com um índice referente a pH =
3,1 e pH = 3,2, sendo dominada pela variável pH = 3,2 (ver segundo autovetor
Tabela 6.6).
Tabela B.3. Autovalores e dois primeiros autovetores das matrizes de correlação da Figura 6.6(a,b)
Autovalores Autovetores Autovalores Autovetores
(a) (b)
2,9532 -0,5817 -0,1212 2,9395 -0,5803 -0,4071
0,0466 -0,5764 -0,6363 0,060173 -0,5804 -0,4009
0,0002 -0,5740 0,7618 3,72E-04 -0,5713 0,8207
Na seção 6.3.2 as duas componentes principais explicam quase 99% da
variância total para diferenciação de ºBrix e para a comparação de sensores quase
100%. Para a primeira componente, Figura 6.7(a), ºBrix: 9,6 é a variável de maior
média amostral, (ver Tabela 6.7) temos a comparação entre os sensores 1 e 2 com
os demais (ver Tabela 6.8(a)), Em relação à Figura 6.7(b) todas as variáveis são
importantes neste índice, o sensor 4 vem como a variável de maior média amostral,
(ver Tabela 6.7).
Para a 2ª componente se observa na Figura 6.7(a) a comparação entre os
sensores, 1, 3, 5 e os sensores 2, 4, 6, 7 e na Figura 6.7(b) a comparação entre os
índices ºBrix: 9,6 e 9,8 com os demais, (ver Tabela 6.8).
Tabela B.4. Autovalores e dois primeiros autovetores das matrizes de correlação da Figura 6.8(a,b)
Autovalores Autovetores Autovalores Autovetores
(a) (b)
3,838447 -0,5024 0,4422 3,706547 -0,5159 0,1416
0,157859 -0,5089 -0,1402 0,281524 0,4759 -0,7495
0,003694 0,5024 -0,4422 0,011641 0,5138 0,2741
3,87E-30 0,4859 0,7676 2,88E-04 0,4933 0,5858
134
Na seção 6.3.3 as duas componentes principais explicam quase 100% da
variância total tanto para diferenciação de pH quanto para a comparação de
sensores. Para a Figura 6.9(a), o pH = 3,2 é a variável de menor média amostral e o
pH = 2,9 é a variável de maior média amostral (ver Tabela B.5). O sensor 4 é
variável de maior média e o sensor 5 é a variável de menor média amostral (ver
Tabela B.5 e Figura 6.9(b)).Isso para a primeira componente onde todas as variáveis
são importantes com exceção do sensor 2 que houve uma inversão nas medidas de
capacitância nos pH = 2,9 e pH = 3,0.
Para a 2ª componente observa-se na Figura 6.9(a) a comparação entre os
sensores, 1, 4, 6 e os sensores 2, 3, 5, 7 e na Figura 6.9(b) é uma comparação entre
o índice de pH = 2,9 e pH = 3,0 com um índice referente a pH = 3,1 e pH = 3,2,
sendo dominada pela variável pH = 3,2 (ver segundo autovetor da Tabela B.6).
Na Tabela B.6(a) temos que os quatro últimos autovalores são iguais a zero, logo,
podemos eliminar quatro das variáveis. Eliminamos em primeiro as variáveis dos
sensores 1, 2, 5 e 6 (Figura 6.10(a)) e também as variáveis dos sensores 2, 3, 5 e 7
(Figura 6.10(b)), isto é, trocando o 3 pelo 6 e 1 pelo 7, escolhidas em relação a
(Figura 6.9(b)). Refazendo a análise, mas excluindo as variáveis dos sensores como
pode ser observado na Figura 6.10, as duas componentes principais explicam quase
100% da variância total, sendo que a segunda componente contribui muito pouco. A
primeira componente pode ser interpretada como um índice de desempenho global
do sensor em relação à acidez do refrigerante, todas as três variáveis são
importantes neste índice. A segunda componente da Figura 6.10(a) é uma
comparação entre o sensor 4 e os sensores 3, 7 e na Figura 6.10(b) entre 1 e 4, 6.
(Ver Tabela B.7).
135
Tabela B.5. Estatísticas descritivas capacitâncias em 10 kHz da Figura 5.9. Os valores da
capacitância devem ser multiplicados por 10
-8
F.
Variável n 1 2 3 4 5 6 7 Média
pH = 2,9 1 2,33 1,36 1,53 2,88 1,21 1,43 1,99 1,73
pH = 3,0 1 2,33 1,35 1,42 2,87 1,16 1,42 1,98 1,70
pH = 3,1 1 2,32 1,37 1,32 2,86 1,10 1,40 1,94 1,67
pH = 3,2 1 2,26 1,41 1,20 2,83 0,99 1,36 1,91 1,62
D. Padrão 4 0,034 0,026 0,141 0,022 0,095 0,031 0,037
Média 4 2,310 1,373 1,368 2,860 1,115 1,403 1,955
Tabela B.6. Autovalores e dois primeiros autovetores das matrizes de correlação da Figura 6.9(a,b)
Autovalores Autovetores Autovalores Autovetores
(a) (b)
6,6934 -0,3706 -0,5307 3,9809 -0,4993 -0,6294
0,2615 0,3682 0,5465 0,0185 -0,5009 -0,2515
0,0451 -0,3732 0,5059 0,0006 -0,5010 0,1656
0 -0,3851 -0,0005 5,9E-5 -0,4897 0,7163
0 -0,3843 0,2013
0 -0,3865 -0,0017
0 -0,3774 0,3511
Tabela B.7. Autovalores e dois primeiros autovetores das matrizes de correlação da Figura 6.10(a,b)
Autovalores Autovetores Autovalores Autovetores
(a) (b)
2,941954 -0,5790 0,3819 2,946074 -0,5726 -0,8193
0,043925 -0,5744 -0,8181 0,050879 -0,5800 0,3789
0,014121 -0,5787 0,4299 0,003047 -0,5794 0,4303
Na seção 6.3.4 as duas componentes principais explicam próximo de
100% da variância total. De acordo com os valores numéricos dos respectivos
coeficientes na combinação linear em relação as análises dos gráficos PCAs das
Figuras 6.12(a), no primeiro autovetor da Tabela B9(a), revela que na componente
principal PC1, houve uma comparação dos sensores 1 e 2 com os demais sensores,
o ºBrix: 9,6 e 10,4 são as variáveis de maior e menor média amostral e na Figura
6.12(b) todas as variáveis são importantes neste índice, de acordo com os valores
dos respectivos coeficientes na combinação linear (ver Tabela B9(b)), os sensores 4
e 5 vem como variável de maior e menor média amostral (ver Tabela B8). Para a 2ª
136
componente se observa na Figura 6.12(a) a comparação entre os sensores 4, 6 e os
demais e na Figura 6.12(b) a comparação entre o índice ºBrix: 9,6 e 9,8 com os
demais (ver Tabela B9).
Tabela B.8. Estatísticas descritivas capacitância em 10 kHz da Figura 5.10. Os valores da
capacitância devem ser multiplicados por 10
-8
F.
Variável N 1 2 3 4 5 6 7 Média
ºBrix: 9,6 1 2,37 2,24 1,80 2,97 1,49 1,86 1,98 2,10
ºBrix: 9,8 1 2,35 2,22 1,80 2,97 1,49 1,86 1,98 2,10
ºBrix: 10,0 1 2,33 2,18 1,80 2,97 1,49 1,87 1,99 2,09
ºBrix: 10,2 1 2,31 2,15 1,81 2,97 1,50 1,88 2,00 2,09
ºBrix: 10,4 1 2,29 2,09 1,82 2,98 1,51 1,89 2,01 2,08
D. Padrão 5 0,03 0,05 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01
Média 5 2,33 2,17 1,81 2,97 1,50 1,87 1,99
Tabela B.9. Autovalores e dois primeiros autovetores das matrizes de correlação da Figura 6.11(a,b)
Autovalores Autovetores Autovalores Autovetores
(a) (b)
6,8546 -0,3769 0,4289 4,9863 -0,44625 0,71784
0,1230 -0,3790 0,1702 0,013553 -0,44767 0,21503
0,0171 0,3805 0,1740 8,9818e-5 -0,44782 -0,018448
0,0053 0,3798 -0,3002 5,8713e-6 -0,44744 -0,35409
0 0,3664 0,8036 1,018e-6 -0,44687 -0,55924
0 0,3815 -0,1256
0 0,3814 0,0719
Como os três últimos autovalores são iguais a zero Tabela B9(a),
podemos utilizar quatro sensores. Vamos utilizar os sensores 1, 3, 4 e 5 Figura
6.13(a) e também os sensores 2, 4, 5 e 6 Figura 6.13(b) isto é, trocando o 1 por 2 e
3 pelo 6, escolhidas em relação a Figura 6.12(b), onde cada elipse corresponde os
grupos de sensores semelhantes.
As duas componentes principais explicam quase 100% da variância total,
na Figura 6.13(a) a primeira componente, é uma comparação entre o sensor 1 e os
demais e a segunda componente é uma comparação entre os sensor 4 e os demais,
na Figura 6.13(b) a primeira componente, é uma comparação entre os sensores: 2 e
137
6 com os demais e a segunda componente é uma comparação entre os sensor 6
com os demais. Isto ocorre devido aos sinais dos autovetores das matrizes de
correlação (Ver Tabela B10).
Tabela B.10. Autovalores e dois primeiros autovetores das matrizes de correlação da Figura 6.12(a,b)
Autovalores Autovetores Autovalores Autovetores
(a) (b)
3,8782 -0,49971 0,50986 3,89382 -0,50329 -0,27528
0,11575 0,50655 0,12392 0,09634 0,502924 0,382554
0,00514 0,50368 -0,36625 0,00979 0,488227 -0,86353
0,000898 0,48991 0,76847 4,05E-05 0,505368 0,179388
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