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DESEMPENHO PRODUTIVO E REPRODUTIVO DE OVELHAS
SUBMETIDAS A DIFERENTES SISTEMAS DE
FLUSHING
JOSÉ LUCIO DE OLIVEIRA VELOSO
2008
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3
JOSÉ LUCIO DE OLIVEIRA VELOSO
DESEMPENHO PRODUTIVO E REPRODUTIVO DE OVELHAS SUBMETIDAS A
DIFERENTES SISTEMAS DE
FLUSHING
Dissertação apresentada à Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia UESB /
Campus de Itapetinga
BA, para obtenção do título de Mestre em Zootecnia
Área de Concentração em Produção de Ruminantes.
Profª Orientadora: DSc. Cristiane Leal dos Santos Cruz
Profª. Co-orientadora: DSc. Cristina Mattos Veloso
Itapetinga – BA
2008
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4
636.3
V555d
Veloso, José Lúcio de Oliveira.
Des
empenho produtivo e reprodutivo de ovelhas submetidas a
diferentes sistemas de flushing./ José Lúcio de Oliveira Veloso.
Itapetinga, BA: UESB, 2009.
39p.
Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-
Graduação em
Zootecnia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB -
Campus de Itapetinga. Sob a orientação da Prof
a
. D. Sc. Cristiane
Leal dos Santos Cruz e como co-orientadora Prof
a
Mattos Veloso.
1. Nutrição animal Ovinos. 2. Ovinos Produção. 3. Ovinos
Reprodução
Sistema flushing. I. Universidade Estadual do Sudoeste
da Bahia - Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Campus
de
Itapetinga. II. Cruz, Cristiane Leal dos Santos. III. Veloso, Cristina
Mattos. IV. Título.
CDD(21): 636.3
Catalogação na Fonte:
Cláudia Aparecida de Souza – CRB 1014-5ª Região
Bibliotecária – UESB – Campus de Itapetinga-BA
Índice Sistemático para desdobramentos por Assunto:
1. Nutrição animal – Ovinos
2. Ovinos – Produção
3. Ovinos – Reprodução
4. Ovinos – Sistema flushing
5
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
Área de Concentração em Produção de Ruminantes
Campus de Itapetinga – BA
.
DECLARAÇÃO DE APROVAÇÃO
Título: Desempenho produtivo e reprodutivo de ovelhas submetidas a diferentes sistemas de
flushing
Autor: José Lucio de Oliveira Veloso
Aprovada como parte das exigências para obtenção do Título de MESTRE EM
ZOOTECNIA, ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PRODUÇÃO DE RUMINANTES, pela
Banca Examinadora:
__________________________________________
Prof
a.
DSc. Cristiane Leal dos Santos Cruz - DTRA/UESB
Presidente
__________________________________________
Prof. DSc. Jurandir Ferreira da Cruz – DFZ/UESB
__________________________________________
Prof
a.
DSc. Ívina Paula Almeida dos Santos – Pós-Doutoranda/FAPESB
Data de realização: 28 de novembro de 2008.
UESB – Campus Juvino de Oliveira, Praça Primavera, nº 40
Telefone: (77) 3261-8628
Fax: (77) 3261-8600 Itapetinga – BA – CEP: 45700-000
E-mail:
6
Sem o esforço da busca, é impossível
a alegria do encontro
7
AGRADECIMENTOS
A Deus, por todos os momentos até hoje.
Ao João Paulo, meu filho querido e fonte de energia.
Ao meu Pai, Lucio, não presente entre nós, mas com forte porte de espírito, e à minha Mãe
querida, Wilma, sempre ao meu lado, minha eterna gratidão.
À Cristiane Leal, orientadora deste trabalho, pela compreensão e apoio ao longo deste tempo.
À Cristina Mattos Veloso, prima e co-orientadora, por todo carinho com que me recebeu e
amizade que fizemos em Itapetinga; além do exemplo como mulher e profissional.
Ao Tio Lício, pelo exemplo profissional e pessoal.
Ao Ricardo, meu primo e irmão de coração, por todo o trecho que passamos.
Ao Serginho e Orquídea, pela amizade e companheirismo ao longo dos dias.
Ao Anderson, Bernardo e Cristiano, companheiros de percurso e grandes amigos.
À minha família, colegas e amigos, por sempre me estimularem a avançar.
A todos que estiveram presentes quando eu mais precisei, o meu grande obrigado!
8
RESUMO
VELOSO, J.L.O. Desempenho produtivo e reprodutivo de ovelhas submetidas a
diferentes sistemas de
flushing. Itapetinga-BA: UESB, 2008. 36 p. (Dissertação Mestrado
em Zootecnia, Área de Concentração em Produção de Ruminantes). *
O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho produtivo e reprodutivo de ovelhas
submetidas a diferentes sistemas de suplementação com o
flushing alimentar (caroço de
algodão), sendo SS1 = com
flushing 21 dias antes e 21 dias após o início da estação de
cobertura; SS2 = com
flushing 21 dias antes do início da estação de cobertura e sem flushing
após; e SS3 = sem flushing antes e após a cobertura. Utilizou-se 54 matrizes em atividade
reprodutiva das raças Santa Inês, Morada Nova e Rabo Largo, em delineamento inteiramente
casualizado, num esquema fatorial 3 x 3 (sendo 3 raças e 3 sistemas de suplementação com
caroço de algodão). O
flushing influenciou o peso das ovelhas ao início da estação de
cobertura. Houve interação entre os fatores raça e sistemas de suplementação ao final do
primeiro terço 1/3 de gestação. Os animais submetidos aos tratamentos SS1 e SS2
apresentaram perda de peso durante o período de fornecimento do
flushing (42 e 21 dias,
respectivamente), sugerindo uma maior influência dos efeitos estático, imediatos e específicos
dos nutrientes em relação ao efeito dinâmico. Houve influência positiva do
flushing sobre a
taxa de fertilidade das ovelhas das três raças. Os fatores estudados não apresentaram reflexo
positivo sobre a taxa de parição, taxa de natalidade, tipo de parição e prolificidade.
Palavras-chave: ovino, desempenho reprodutivo.
_________________________
*Orientadora: DSc. Cristiane Leal dos Santos Cruz, UESB e Co-orientadora: D.Sc. Cristina
Mattos Veloso, UESB.
9
ABSTRACT
VELOSO, J.L.O. Productive and reproductive performance of ewes submitted to
different systems of flushing
. Itapetinga-BA: UESB, 2008. 36 p. (Dissertation Master´s
degree in Zootechny – Ruminant Production).*
The objective of this work was to evaluate the reproductive and productive
performance of ewes submitted to different supplementation systems with the feed flushing
(cotton seeds), were SS1 = with flushing 21 days prior to and 21 days after the beginning of
the mating season, SS2 = with flushing 21 days prior to the beginning of the mating season
and without flushing after that; SS3 = without flushing prior and after the mating season.
Fifty-four Santa Inês, Morada Nova and Rabo Largo ewes in reproductive stage were utilized
in a completely randomized design, in a 3 x 3 factorial scheme (being 3 breeds and 3
supplementation systems of the feed flushing with cotton seeds). The flushing affected the
body weight of the ewes from the beginning of the mating season there was interaction
between breed and supplementation systems at the end of the first third of pregnancy. The
animals submitted to SS1 and SS2 treatments lost weight during flushing period (42 and 21
days, respectively), suggesting more influence of static, immediate and specific effects of the
nutrients in respect to the dynamic one. There was a positive influence of the flushing on the
fertility rate of ewes of all breeds. The factors in this application did not indicate positive
reflex on lambing rate, birth rate, type of parturition and prolificacy.
Key words: sheep, reproductive performance.
_________________________
*Adviser: Cristiane Leal dos Santos Cruz, DSc., UESB and Co-adviser: Cristina Mattos
Veloso, DSc., UESB.
10
LISTA DE TABELAS
Pág.
Tabela 1 - Composição mineral fornecida ....................................................................... 24
Tabela 2
-
Delineamento
experimental ............................................................................
25
Tabela 3
-
Desenho experimental dos tratamentos ..........................................................
25
Tabela 4
-
Composição química (% na MS) da
Brachia
ria decumbens
e do caroço de
algodão ..............................................................................................................................
26
Tabela 5 - Peso (kg) das ovelhas ao início do período de suplementação (IPS), início da
estação de cobertura (IEC), final da estação de cobertura (FEC), 1/3 de gestação
completa (1/3C), 2/3 de gestação completa (2/3C), pré-parto (PP) e parto, de acordo
com a raça e forma de suplementação (FS) ......................................................................
28
Tabela 6. Ganho de peso médio diário (GPMD) (kg) das ovelhas ao início do período
de suplementação (IPS), ao início da estação de cobertura (IEC), ao início da estação
de cobertura (IEC), ao final da estação de cobertura (FEC), ao início do período de
suplementação (IPS) ao final da estação de cobertura (FEC) e do final da estação de
cobertura (FEC) e ao parto, de acordo com a raça e sistema de suplementação (FS) ......
30
Tabela 7
-
Número e porcentagem (%) de ovelhas expos
tas à reprodução (OE), ovelhas
acasaladas (OA), taxa de fertilidade (TF: ovelhas paridas/ovelhas expostas), taxa de
parição (TP: ovelhas paridas/ovelhas acasaladas), com partos simples e gemelares,
cordeiros nascidos (CN), taxa de natalidade (TN: cordeiros nascidos/ovelhas
acasaladas) e prolificidade (PROL: número de cordeiros nascidos/ovelhas paridas), de
acordo com a raça e sistema de suplementação ................................................................
31
11
LISTA DE FIGURAS
Pág.
Figura 1
-
Índice pluviométrico (mm) da Estação da EBDA no período experimental ..
23
Figura 2
-
Médias de peso (kg) das ovelhas das raças Santa Inês, Morada Nova e Rabo
Largo, com 1/3 de gestação completa (1/3C), em relação às três formas de
suplementação (SS1, SS2 e SS3) ......................................................................................
29
12
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ED Energia digestível
EE Extrato etéreo
EM Energia metabolizável
FSH Hormônio folículo estimulante
GnRH Hormônio liberador de gonadotrofinas
IGF-I Fator I de crescimento ligado à insulina
FDN Fibra em detergente neutro
FDA Fibra em detergente ácido
LH Hormônio luteinizante
Mcal Megacaloria
MM Matéria mineral
MS Matéria seca
NADPH Dinucleotídeo fosfato de nicotinamida adenina (forma reduzida)
NDT Nutrientes digestíveis totais
PB Proteína bruta
PGF
2
Prostaglandina F
2
13
SUMÁRIO
Pág.
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 14
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 17
3. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 24
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 29
5. CONCLUSÕES ......................................................................................................... 33
6. REFERÊNCIAS .........................................................................................................
34
14
1. Introdução
Com os recentes acontecimentos envolvendo o cenário econômico mundial, o setor do
agronegócio nacional necessita buscar, cada vez mais, soluções para otimizar seu sistema
produtivo, não para se manter em um mercado sempre mais competitivo, como também
para obter crescimento na atividade.
O Brasil apresenta hoje uma população de aproximadamente 190 milhões de
habitantes, sendo o quinto país mais populoso do mundo e em tamanho geográfico, com
pouco mais de 9 milhões de km
2
. De acordo com dados recentes do Fundo Monetário
Internacional, o Brasil se coloca em nono lugar em relação ao produto interno bruto mundial,
gerando mais de 2 trilhões de dólares ao ano, de um total de 64 trilhões.
Com estes atributos, possui ferramentas necessárias para se sobressair mesmo em
momentos de crise. No entanto, parte dos produtores ligados ao setor agropecuário não se
sustentam no mercado e já, outros, enxergam novas oportunidades e se fortalecem.
A ovinocultura é uma atividade que vem crescendo ao longo dos últimos anos no
Brasil. Segundo o IBGE (2006), o rebanho ovino é formado por aproximadamente 15 milhões
de cabeças. A criação de ovinos tem-se apresentado como uma boa alternativa lucrativa frente
ao agronegócio brasileiro, capaz de elevar a rentabilidade das propriedades rurais em várias
regiões do país, no entanto, o Brasil ainda não atende a demanda de carne ovina e de peles de
qualidade para o mercado interno como, também, para o mercado internacional. Entretanto,
dispõe de requisitos necessários para ampliar a atividade, tais como extensão territorial, mão-
de-obra a baixo custo e rebanho expressivo (MADRUGA et al., 2005).
Apesar de não estar definitivamente estabelecido, nem adequadamente dimensionado,
o mercado de carne ovina vem apresentando crescimento incontestável, o que reflete em
preços relativamente interessantes, observados no mercado consumidor. Essa maior demanda,
todavia, é específica para carcaças de boa qualidade, provenientes de animais com
aproximadamente 120 dias de idade.
O impulso na demanda da carne ovina faz com que os produtores necessitem atingir
alta produtividade do rebanho, especialmente no que se refere à reprodução, procurando
elevar a taxa de ovulação, de concepção, prolificidade, taxas de fertilidade, de parição, de
natalidade, índice de partos gemelares e ganho de peso; além de objetivar reduzir a taxa de
aborto, de mortalidade embrionária, mortalidade no período perinatal e até a desmama
(SELAIVE-VILLARROEL, 1986; THIEME et al., 1999).
15
A criação de pequenos ruminantes na região do Nordeste brasileiro é caracterizada por
períodos de escassez e abundância nutricional, pois o suprimento nutricional e a condição
corporal individual variam amplamente dentro dos rebanhos e ao longo dos meses e estações,
no decorrer do ano, sendo que ambos afetam tanto separadamente quanto concomitantemente
a reprodução dos ovinos.
Em regiões onde as estações anuais são bem definidas, os rebanhos são constituídos,
em sua grande maioria, por raças poliéstricas estacionais, limitando o nascimento de cordeiros
ao longo do ano. Nas regiões onde o clima é caracterizado como tropical ou semi-árido,
situado em faixa de baixas latitudes, como no Nordeste brasileiro, raças deslanadas produtoras
de carne e pele, como a Santa Inês, Morada Nova e Rabo Largo, apresentam estro durante
todo o ano (poliéstricas anuais), possibilitando um maior número de parições ao longo da vida
útil reprodutiva da matriz, elevando, assim, o número de cordeiros nascidos por ovelha.
Tanto o desempenho reprodutivo de um rebanho quanto a sua taxa de crescimento
estão entre os principais componentes responsáveis pelo sucesso da produção, visto que
somente o aumento do número de cordeiros nascidos não é suficiente para o incremento da
ovinocultura de corte. O nascimento de animais com maior velocidade de ganho de peso é
necessário, o que pode ser obtido com cruzamento e manejo adequados das matrizes.
O período gestacional da ovelha tem duração de aproximadamente 150 dias, sendo
que, no terço final da gestação, ocorre cerca de 70% do crescimento do feto. O aumento das
exigências nesta fase pode, de acordo com Susin (1996), ser atendido com suplementação
alimentar, seja na forma de concentrado ou de volumoso de qualidade. O principal
determinante nutricional da eficiência reprodutiva das ovelhas é a energia, embora a proteína
e outros componentes, como minerais e vitaminas, sejam também essenciais ao processo
reprodutivo desses animais.
A energia é o nutriente mais importante na relação entre a nutrição e desempenho
reprodutivo das ovelhas (GUNN, 1983), a qual não só afeta o desempenho das matrizes, mas,
em função dela, a borrega pode sofrer efeitos que afetarão sua produtividade futura (Murray,
1980). Uma ração pobre em energia reduz a fertilidade, diminui o ganho de peso e a produção
de leite, por outro lado, o fornecimento excessivo de energia, além de conduzir a acúmulos de
gordura, pode prejudicar a eficiência de produção. A proteína, por sua vez, é o principal
constituinte corporal do animal, sendo vital para os processos de manutenção, crescimento e
reprodução (ESTRADA, 2000).
16
O flushing é uma modalidade de suplemento que tem como objetivo elevar os índices
de desempenho reprodutivo por meio de um maior suprimento de nutrientes, que influencia o
peso e a condição corporal durante a fase reprodutiva.
O
flushing parece afetar o nível hepático de enzimas que metabolizam esteróides,
elevando sua degradação. Com a diminuição dos esteróides na corrente sangüínea, haverá
aumento do nível de gonadotrofinas e, portanto, elevação da taxa de ovulação. A influência do
flushing sobre a taxa de fertilidade é resultante do aumento do número de óvulos fertilizados
como da maior taxa de sobrevivência embrionária. As perdas de ovócitos fertilizados, neste
período de implantação, resultam em elevada repetição de estros.
De acordo com Smith e Stewart (1990), o desempenho reprodutivo das fêmeas dos
pequenos ruminantes é afetado por efeitos nutricionais como o efeito estático, que é
denominado como o efeito do peso corporal e condição corporal, induzidos por níveis
diferentes de metabolismo estável, se peso corporal e condição corporal são mantidos
constantes por, pelo menos, três semanas antes do estro; mudanças no peso corporal e
condição corporal, ocorrendo ao longo de três semanas antes do estro, que afetam a
reprodução, são denominadas como efeitos dinâmicos; e os efeitos de nutrientes imediatos
representam alterações em alguns parâmetros metabólicos pelo fornecimento de nutrientes por
um período menor que dez dias antes da previsão do estro, etapa na qual incluem efeitos
exercidos durante a maior porção da fase luteínica que precede a ovulação, a qual é crítica
para o desenvolvimento folicular.
Segundo Landau & Molle (1998), o principal problema metodológico com o qual se
depara quando se comenta sobre a interface nutrição x reprodução é a confluência do peso e
os efeitos combinados na reprodução dos componentes estáticos, dinâmicos e imediatos de
nutrientes. Os efeitos na condição corporal, por ocasião da cobertura e do ganho de peso antes
da cobertura, são usualmente confundidos. Quando há alimentos em abundância, animais com
escore corporal mais baixo comem mais que aqueles com melhor escore corporal; assim, o
efeito estático da condição corporal é confundido com o efeito dinâmico da condição corporal
com relação ao apetite (MOLLE et al., 1995) ou com efeitos imediatos de nutrientes, se
mensurações são feitas durante curtos períodos antes da cobertura. Efeitos nutricionais,
pertencentes aos efeitos dinâmicos ou aos imediatos de nutrientes representam uma parte em
comum tanto em machos quanto em fêmeas (MARTIN e WALKDEN-BROWN, 1995).
O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta da utilização de sistemas de
flushing na
performance produtiva e reprodutiva e de matrizes das raças Santa Inês, Morada Nova e Rabo
Largo ao longo de 42 dias de tratamento.
17
2. Revisão de Literatura
A identificação dos fatores que são limitantes de produtividade é um importante passo
para o desenvolvimento do sistema de produção de ovinos, onde uma boa fertilidade, por
exemplo, contribui largamente para uma alta produtividade e é influenciada pela taxa de
concepção, prolificidade e taxa de mortalidade dos cordeiros (THIEME et al., 1999). Ainda,
segundo estes autores, o ponto alto entre fertilidade e desempenho de crescimento até a
desmama, nos índices de produtividade, gera uma boa oportunidade para se julgar sistemas
produtivos diferentes.
De acordo com Scaramuzzi et al. (2006), para se melhorar a taxa de parição e a
prolificidade, deve-se aumentar a taxa de ovulação, sendo esta influenciada por vários fatores,
principalmente, a nutrição (Viñoles, 2003; Robinson et al., 2002). A nutrição pode afetar a
atividade do estro, a taxa ovulatória e a sobrevivência embrionária em ovinos (Landau &
Molle,1998; Mori et al., 2006; Godfrey et al., 2003). Segundo El-Hag et al. (1998) e Thieme
et al. (1999), a nutrição pode ter reflexos sobre a concepção, perdas embrionárias, taxa de
parição, taxa de fertilidade, peso dos cordeiros ao nascer e índice de partos duplos.
A reprodução é uma das primeiras funções do organismo animal a se acometer diante
a desequilíbrios nutricionais. O horizonte da influência nutricional sobre o desempenho
reprodutivo das fêmeas é muito amplo, visto que, além da ação individual de cada nutriente
alimentar, ocorre várias interações, algumas ainda não muito bem esclarecidas
cientificamente, entre os efeitos de dois ou mais destes nutrientes sobre a reprodução
(LANDAU e MOLLE, 1998).
De acordo com Yildiz et al. (2002a,b), dos aspectos da relação entre nutrição
energética e reprodução dos ovinos, a mais complexa e, também, a mais estudada até então é
o efeito da condição corporal (CC) sobre a eficiência reprodutiva das ovelhas. tempos, os
criadores escoceses utilizam do
flushing para melhorar a CC, durante o período de
acasalamento, afim de obter, com isso, melhor desempenho reprodutivo.
Para Bronson (1988), mesmo que as vias que estabelecem a ligação entre o balanço
energético e a ovulação não sejam completamente conhecidas, é sabido que a ovulação é
suprimida ou pelo menos deprimida durante períodos de balanço energético negativo.
Robinson (1990) e Yildiz et al. (2002a,b) reportaram que o escore de CC está positivamente
correlacionado com o aparecimento do pico de LH nas ovelhas, bem como com a sua
freqüência. A ligação entre o escore de CC e o hipotálamo, onde a secreção de GnRH é
iniciada, parece indicar a secreção de leptina pelo tecido adiposo como envolvida nesta via
18
(Blache et al., 2000; Yildiz et al., 2001), uma vez que a leptina informa o hipotálamo da
suficiência de reservas energéticas para o início da atividade reprodutiva (BLACHE et al.
,
2000).
Contudo, parece existir também um efeito local, ao nível do ovário, do balanço
energético. O balanço energético positivo leva ao aumento das concentrações plasmáticas de
leptina e de insulina, e ao aumento de glicose disponível, verificando-se que estas alterações
parecem afetar o ovário diretamente, estando associadas ao aumento da foliculogênese e da
taxa de ovulação nas ovelhas (Scaramuzzi et al., 2006). Em um modelo apresentado por
Scaramuzzi et al. (2006), foi proposto que a principal ação da nutrição sobre o ovário resulta
da inibição direta da secreção folicular de estradiol por pelo menos três sistemas metabólicos,
que incluem os sistemas modulatórios da insulina-glicose, leptina e IGF-I (fator I de
crescimento semelhante à insulina).
Para Robinson et al. (2002), o escore da condição corporal para se alcançar o máximo
desempenho reprodutivo dos animais deve estar entre 3,0 e 3,5, em uma escala de 1 a 5;
divergindo, no entanto, de Gunn et al. (1983), que registraram melhor desempenho
reprodutivo e maiores taxas de ovulação em ovelhas com escores corporais de 2,5.
Viñoles (2003) concluiu que uma satisfatória condição corporal apresentou acréscimo
na taxa ovulatória de ovelhas e que a suplementação nutricional do dia 8 ao dia 14 do ciclo
estral elevou a taxa de ovulação em ovelhas com moderada condição corporal.
A extensão do anestro estacional parece estar relacionada com a CC. De acordo com
Rondon et al. (1996), o início do anestro foi relatado ser mais tardio em ovelhas da raça
Aragonesa com CC média para alta, em comparação com ovelhas em CC média para baixa. O
aparecimento do estro pós-parto parece ser afetado tanto pelo fotoperíodo quanto pela
nutrição (Bocquier et al., 1993). A CC (Abecia et al., 1991; Dapoza et al., 1995; Rondon et
al., 1996), ou a quantidade de gordura corporal (ABECIA et al., 1995), parece não ter afetado,
significativamente, o retorno da atividade cíclica em ovelhas Aragonesas que pariram na
primavera, sob um foto-período desfavorável. A taxa excessiva de gordura acumulada tem
efeitos deletérios sobre a atividade de estro em ovelhas Prealpes (BOCQUIER et al., 1993).
Em outro estudo de Abecia et al., (1995) , a baixa CC e severa subnutrição, como também a
excessiva CC, causaram efeitos deletérios sobre a atividade do estro.
O efeito estático está associado à CC e ao peso vivo alcançados pela ovelha no
momento da estação de cobertura, como resultado do consumo de nutrientes durante o
período do ciclo produtivo em que ocorre o restabelecimento das reservas corporais. A CC e o
19
peso vivo alcançados pela ovelha, no momento do acasalamento, têm ação reguladora sobre a
taxa de ovulação. Existe um limite mínimo de peso à cobertura para cada raça, abaixo do qual
aumenta o número de ovelhas que não conseguem emprenhar durante o período de
acasalamento. Em contrapartida, qualquer aumento de peso, acima daquele considerado como
crítico, resultará em aumento da taxa de ovulação e, provavelmente, da taxa de parição e da
prolificidade do rebanho. Uma boa CC favorece a ocorrência de estro e o índice de concepção
das ovelhas, enquanto as ovelhas em más condições físicas e com baixo peso vivo apresentam
reduzida atividade estral e baixo índice de concepção.
A CC e o
flushing podem incrementar a taxa de concepção, a taxa de ovulação, ou
ambas, simultaneamente. A CC e o
flushing (efeitos concomitantes) são fatores que
contribuíram para o incremento da taxa de ovulação ao início do estro, na Raça Aragonesa
(Abecia et al., 1995; Daposa et al., 1995), mas não afetaram a prolificidade em ovelhas
Ripollesa, cobertas ao início da estação de reprodução (TORRE et al., 1991). Entretanto, a
taxa de concepção em ovelhas Ripollesa teve efeito quadrático da CC (TORRE et al., 1991).
Para Figueiredo (1986), a cada aumento de 5 kg acima de 40 kg de peso vivo da raça Romney
Marsh à cobertura (peso crítico mínimo), o número de ovelhas não prenhes ao final da estação
de cobertura diminui, ocorrendo aumento de 6% na taxa de parição, enquanto a taxa de
ovulações múltiplas e, conseqüentemente, de partos gemelares, aumenta consideravelmente.
Em ovelhas Merinas, com peso vivo entre 27,2 e 49,9 kg, ocorre 6% de aumento da
taxa de parição para cada elevação de 4,5 kg no peso vivo à cobertura. Com ovelhas da raça
Corriedale, obteve-se aumento de 6% no número de animais desmamados para cada aumento
de 4,5 kg no seu peso corporal à cobertura, em função da maior taxa de natalidade e da maior
prolificidade (Coop, 1962, citado por Yeates, 1975). Assim como o peso vivo, a condição
corporal das ovelhas antes, durante e logo após o acasalamento influencia o número de
cordeiros nascidos (Berger et.al., 1989). Para se obter uma boa produção de cordeiros, as
ovelhas devem estar, no momento da cobertura, com um índice ou escore corporal 2,5 (na
escala de 1 a 5). Com borregas West African, na zona tropical venezuelana, verificou-se que a
CC intermediária (entre 2 e 3) e alta (>3), à primeira cobertura, proporcionaram maiores taxas
de exibição de estros, de fertilidade, prolificidade e fecundidade, quando comparadas àquelas
de CC baixa (1 a 2) e medíocre (1) (GONZALES e STAGNARO, 1991).
O efeito dinâmico está associado com os reais níveis de consumo de nutrientes e,
conseqüentemente, com mudanças da CC e do peso vivo, no período precedente e ao longo do
acasalamento, que, independentemente do peso vivo ou da CC alcançada em torno de três
20
semanas anteriores ao início da estação de cobertura (efeito estático), podem afetar o
desempenho reprodutivo da fêmea (DONEY et al., 1982; GUNN, 1983; HARESIGN, 1981).
Assim, as melhorias no desempenho reprodutivo das fêmeas, devido ao aumento do consumo
de energia são atribuídas, principalmente, ao incremento da CC à cobertura.
A maneira mais conhecida de melhorar a CC, durante o período de acasalamento, e
alcançar melhor eficiência reprodutiva é a prática denominada
flushing. Essa prática de
manejo nutricional consiste em proporcionar aos animais uma dieta de alto nível energético,
como também energético e protéico, por algumas semanas, antes e durante o período de
acasalamento, para que essas fêmeas entrem no período de acasalamento ganhando peso, ou
seja, melhorando sua condição corpórea, com o propósito de aumentar a taxa de ovulação e,
conseqüentemente, o desempenho reprodutivo. O uso do
flushing, antes do período de
cobertura, favorece a produção de óvulos, a fecundação e a implantação futura do embrião,
melhorando a eficiência reprodutiva dos rebanhos ovinos (CAMBELLAS, 1993).
O
flushing permite alcançar melhora significativa nos parâmetros reprodutivos das
ovelhas, podendo elevar o índice da taxa de ovulação (MOLLE et al., 1997; NOTTLE et al.,
1997, BRANCA et al., 2000) e da incidência de partos gemelares (BARIOGLIO e
RUBIALES DE BARIOGLIO, 1994; MUKASA-MUGERWA e LAHLOU-KASSI, 1995;
Nottle et al., 1997). Estudos registraram taxa de prenhez de 100%, em ovelhas submetidas ao
flushing, 15 dias após o início da estação de monta, enquanto, naquelas sem suplementação,
essa taxa foi de 40% (Abecia et al., 1999). Gunn et al., (1984), utilizando uma alimentação
rica para ovelhas com escore de 1,5 a 2,0, obtiveram bons resultados quando o
flushing foi
realizado por 18 dias antes da cobertura.
O
flushing aumenta a taxa de ovulação das ovelhas, particularmente, no começo e fim
da estação de monta, podendo aumentar a taxa de partos gemelares em até 30% (GATEMBY,
1986). O
flushing estimula a maturação e a liberação de óvulos adicionais e, por essa razão,
aumenta a porcentagem de gêmeos nascidos. As dietas energéticas de abaixo da mantença,
além de reduzir a taxa de ovulação das ovelhas, podem resultar em aumento da proporção de
ovulações silenciosas e, eventualmente, na interrupção das ovulações.
A utilização de
flushing em ovelhas muito jovens não é, na prática, geralmente
considerada desejável, principalmente, porque contribui para uma grande perda de cordeiros
(DYRMUNDSSON, 1983). No Marrocos, ovelhas das raças Timahdit e Beni Ahsen,
submetidas ao
flushing , demonstraram taxas de fertilidade de 93% e de prolificidade de
110%, contra 89 e 105% para ovelhas sem
flushing (Bourbouze, 1974). Embora a grande
maioria dos estudos seja concordante a respeito do efeito do
flushing sobre as taxas de
21
ovulação e prolificidade das ovelhas, existem algumas referências indicando que isso nem
sempre é verdadeiro. Ovelhas muito prolíferas, como a West African Dwarf, de Gana, não
melhoraram sua taxa de parição, quando submetidas ao
flushing (BERGER et al., 1989).
Alimentos utilizados para estimular a taxa de ovulação são classificados como
protéicos ou energéticos. Ambos são ricos em energia (> 2,9 Mcal EM/kg MS), mas os
protéicos têm concentrações elevadas de proteína bruta (> 20% PB/base da MS). O aumento
da disponibilidade de glicose (TELENI et al., 1989) é um dos efeitos imediatos de nutrientes
sobre a taxa de ovulação. A taxa de entrada de glicose, explica 63% de variação na taxa de
ovulação de ovelhas que foram submetidas à infusão com glicose ou que foram
suplementadas com grãos de tremoço (ROWE, 1986). As interações entre tratamento e tempo
para atingir o estro, nas mesmas ovelhas, foram demonstradas por Leury et al. (1986),
sugerindo que este fenômeno de ligação com o ciclo estral pode estar relacionado com
mudanças no metabolismo de glicose. A disponibilidade de glicose é incrementada se as
fontes de amido conseguirem chegar ao intestino delgado (JANES et al., 1985). As dietas que
foram associadas com a elevação da taxa de entrada de glicose, provavelmente, através de
uma maior absorção intestinal (LANDAU et al., 1992), também foram associadas com o
aumento da taxa de ovulação, em ovelhas cruzadas Israeeli, portadoras de gene Booroola para
fertilidade, mas não em ovelhas com ausência deste gene (LANDAU et al., 1995a).
Fornecendo excesso de proteína bruta dietética pela alimentação de 500-750 g/dia de
grão de tremoço, durante 5 a 8 dias antes do estro antecipado, começando na fase média
luteal, houve incremento da taxa de ovulação (Smith, 1988; Smith & Stewart, 1990);
entretanto, com uma dieta isoprotéica, composta de caseína tratada com formaldeído, não
houve alteração da taxa de ovulação (Teleni et al., 1988). O efeito limite do total de ingestão
de proteína bruta (310 g/dia; Smith, 1988) ou da ingestão de proteína digestível (125 g/dia;
citado por Smith e Stewart, 1990) foi relatado em estudos com ovinos da raça Merino.
A elevação da taxa de ovulação teve correlação positiva com a mudança na
concentração de aminoácidos, particularmente com aminoácidos de cadeia ramificada, no
plasma (WAGHORN et al., 1990). Infusões de aminoácidos de cadeia ramificada elevaram a
taxa de ovulação em ovelhas (DOWNING et al., 1995a). Foram relatadas diferenças na
dinâmica de folículos de ovelhas submetidas a dieta isoprotéica (330 g/dia de proteína bruta),
proveniente de fubá de milho, caracterizada por baixa degradabilidade ruminal e alto
conteúdo de aminoácidos de cadeia ramificada e farelo de soja, caracterizado por alta
degradabilidade ruminal e baixo conteúdo de aminoácido de cadeia ramificada: os folículos
22
do último grupo mostraram maior velocidade de desenvolvimento do que os resultantes da
ovulação anterior (LANDAU et al., 1996).
A alimentação com sabões de cálcio contendo ácidos graxos de cadeia longa, sendo
um alimento não glicogênico, tendeu a elevar a prolificidade em ovelhas Manchega sob
regime fechado, mas não em ovelhas Ripollesa em regime de pastagem, cobertas no verão.
Em relação aos efeitos dos nutrientes específicos sobre a taxa de ovulação, trabalhos
têm demonstrado ser a energia o principal nutriente. Contudo, alguns autores afirmam que a
utilização de dietas com níveis protéicos mais elevados e aquelas que contêm proteína não
degradada no rúmen podem elevar a taxa de ovulação (DAVIS et al., 1981; NOTLE et al.,
1988). Para Waghorn et al. (1990), esta resposta na taxa de ovulação à suplementação
protéica pode ser devida ao aumento na retenção de nitrogênio. Este aumento ocasionaria
elevação da concentração plasmática de alguns aminoácidos essenciais. A taxa de ovulação
também está altamente correlacionada com os níveis plasmáticos de alguns aminoácidos
essenciais.
Teleni et al. (1989), avaliaram a suplementação energética em dois níveis (alto e
baixo), obtendo maiores taxas de ovulações múltiplas em ovelhas de alto nível energético. Os
autores relatam que 68% das ovelhas apresentaram ovulações múltiplas, em comparação a
26% das ovelhas do baixo plano energético. Com relação à suplementação protéica, Mazzari
et al. (1976) encontraram maior número de cordeiros nascidos/parto para ovelhas recebendo
concentrado com 20% de proteína bruta em relação às não suplementadas, obtendo-se, em
média, 1,6 e 1,1 cordeiros nascidos/parto, respectivamente.
Para Teleni et al. (1989), a maioria das tentativas de determinar a importância relativa
dos conteúdos energéticos e protéicos da dieta tem indicado uma maior importância para a
energia.
O caroço de algodão é a semente do algodão recoberta de pêlos curtos (fibras)
chamados de línter, e possui uma casca escura e dura, sob a qual se esconde uma amêndoa,
rica em óleo e outros nutrientes importantes, como proteínas, carboidratos e o gossipol. Este
último pode causar sérios problemas para animais monogástricos, como suínos e aves.
Entretanto, para os ruminantes, o perigo de intoxicações não existe, porque os
microrganismos presentes no rúmen encarregam-se de anular os efeitos tóxicos dessa
substância. Rico em energia (óleo), proteína e fibra, esse resíduo da industrialização da fibra
do algodão pode substituir o farelo de soja, de algodão e de trigo, mantendo as rações com
níveis nutricionais exigidos por animais de alta produção. A análise do caroço de algodão
revela a seguinte composição: 92% de matéria seca, 23% de proteína bruta, 20% de extrato
23
etéreo, 24% de fibra bruta, 44% de fibra em detergente neutro, 4,80% de cinza, 0,21% de
cálcio e 0,64% de fósforo (CATI/DEXTRU).
Em pesquisas iniciadas nos Estados Unidos, em meados de 1950, foi desenvolvido um
tipo de algodão sem glândulas produtoras de gossipol, possibilitando, assim, a criação de
variedades comerciais livres desse composto, denominadas “glandless”. O bom caroço de
algodão deve conter umidade adequada para o armazenamento. O nível crítico do teor de
umidade para oleaginosas é de 11%.
A maioria das espécies selvagens desenvolveu a reprodução sazonal com vista a
concentrar os partos na época do ano mais favorável, usualmente a primavera, permitindo aos
recém-nascidos desenvolverem-se em condições favoráveis de temperatura e disponibilidade
alimentar, antes do inverno seguinte (SANTOS, 2007). Nos pequenos ruminantes domésticos,
embora a domesticação possa ter atenuado ou suprimido algumas das várias expressões
fisiológicas da estacionalidade, houve a manutenção da maioria delas (THIÉRY et al., 2002).
Os ovinos são reprodutores de dias curtos, ou seja, tornam-se sexualmente ativos em resposta
à diminuição da duração dos dias, sendo a estacionalidade reprodutiva uma característica
importante na limitação da produtividade dos pequenos ruminantes (ZARAZAGA et al.,
2003).
Os mecanismos envolvidos na estacionalidade reprodutiva são conhecidos e, dentre
os fatores que podem influenciar a estacionalidade, tem-se a temperatura, horas de luz,
nutrição e variação de latitude (ROSA e BRYANT, 2002).
No Brasil, devido à sua extensa área territorial, os animais situados ou oriundos de
algumas regiões apresentam influência do fotoperíodo. No caso dos ovinos oriundos
geneticamente da África e de países do hemisfério sul (Santa Inês, Dooper), não é clara a
influência da estacionalidade, mas se percebe uma maior concentração de partos em
determinado período do ano. os ovinos oriundos do hemisfério norte (Laucune,
Bergamacia) ainda preservam a característica da estacionalidade reprodutiva. O principio
fisiológico desta estacionalidade está diretamente ligado à luminosidade, sendo que o
aparecimento do estro é induzido à medida que os dias têm menor duração.
24
3. Material e Métodos
O experimento foi conduzido na Estação Experimental da Empresa Baiana de
Desenvolvimento Agrícola EBDA, localizada no município de Itiruçu - BA, microrregião
administrativa de Jequié-BA, no período compreendido entre outubro de 2004 e junho de
2005. Situada nas seguintes coordenadas geográficas: 13º 29’ 30’’ de latitude sul e 40º 07’
30’’ de longitude oeste, com 820 m de altitude, temperatura média das máximas de 20º C,
média das mínimas de 13º C e média compensada próxima de 16º C. As chuvas de inverno
são registradas nos meses de junho e agosto, e as trovoadas nos meses de novembro a
fevereiro, com precipitação média anual de 1200 mm (Figura1.).
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
J F M A M J J A S O N D Total
2004 2005 média
Figura 1. Índice pluviométrico (mm) da Estação da EBDA, no período experimental.
Após a seleção, as ovelhas foram submetidas a exame, através de ultra-som, para
avaliação reprodutiva. Constatou-se a gestação de duas ovelhas Santa Inês, uma Morada Nova
e uma Rabo Largo. A partir deste diagnóstico, o número de fêmeas utilizadas por raça passou
de 21 para 18, totalizando 54 matrizes em atividade reprodutiva, sendo que, na mesma
oportunidade, todas as ovelhas destinadas ao experimento foram vermifugadas.
Ao início do experimento, as ovelhas foram mantidas em piquetes de
Brachiaria
decumbens
e submetidas aos tratamentos por três semanas antes do início da estação de
cobertura e três semanas após, a depender do sistema de suplementação pré-determinada,
sendo SS1 (
flushing 21 dias antes do início da estação de cobertura e 21 dias depois), SS2
25
(flushing 21 dias antes do início da estação de cobertura e sem flushing após) ou SS3 (sem
flushing antes e após a estação de cobertura). Os grupos que receberam suplementação antes
da cobertura passaram por uma semana de adaptação
. As fêmeas permaneceram sob pastejo
de
Brachiaria decumbens durante o dia e, ao final da tarde, eram recolhidas para o aprisco,
onde parte dos animais foi suplementada com caroço de algodão integral com base no
percentual do peso vivo, de acordo com os grupos pré-estabelecidos.
O tratamento profilático aplicado envolveu tratamento e cura do umbigo,
vermifugações estratégicas, vacinações contra raiva, clostridioses e ectima contagioso e
limpeza e desinfecção das instalações. Os animais receberam sal mineral (Tabela 1) e água à
vontade, além de terem sido pesados três vezes (1
o
, 11
o
e 21
o
dia) a cada período
experimental, composto de 21 dias.
Tabela 1. Composição do mineral fornecido*.
Elemento Quantidade, em g/kg
Cálcio 120,00 g
Fósforo 87,00 g
Sódio 147,00 g
Enxofre 18,00 g
Cobre 590,00 mg
Cobalto 40,00 mg
Cromo
20,00 mg
Ferro
1.800,00 mg
Iodo
80,00 mg
Manganês
1.300,00 mg
Selênio 15,00 mg
Zinco 3.800,00 mg
Molibdênio 300,00 mg
Flúor (máx.) 870,00 mg
Solubilidade do fósforo (P) em ácido cítrico a 2% (mín.) 95%
* Composição constante no rótulo do produto.
O Delineamento Experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC), num
esquema fatorial 3 x 3, sendo três raças (Santa Inês, Morada Nova e Rabo Largo) e três
sistemas de suplementação (
flushing): SS1 (com flushing 21 dias antes e 21 dias após o início
da estação de cobertura); S
S2 (com flushing 21 dias antes do início da estação de cobertura e
sem
flushing após) e SS3 (sem flushing antes e após a cobertura). Cada tratamento foi
composto por seis animais, sendo que cada um representou uma repetição.
Para comparação entre médias das variáveis, foi utilizado o teste de Tukey com o nível
de significância considerado para todas as análises de 5% (
α = 0,05).
26
O modelo estatístico utilizado foi:
Y
ij
= + p
i
+ g
j
+ pg
ij
+ e
ij
, no qual
Y
ij
= observação efeito do flushing p
i
, entre as raças g
j
;
= constante associada a todas as observações;
p
i
= efeito do flushing i, com i = 1, 2, 3;
g
j
= efeito da raça j, com j=1, 2,3;
pg
ij
= efeito da interação do flushing i com a raça j;
e
ij
= erro experimental associado à observação Y
ij
, que, por hipótese, tem distribuição
normal com média zero e variância de
δ
2
.
As tabelas 2 e 3 representam o delineamento experimental e o desenho experimental,
respectivamente.
Tabela 2. Delineamento Experimental.
Causas de Variação Graus de Liberdade
Sistema de Suplemen
tação (SS)
2
Raça (R) 2
Interação SS x R 4
Resíduo 45
Total 53
Tabela 3. Desenho experimental dos tratamentos.
Fatores
Nº de fêmeas
Raça Sistema de Suplementação (SS)
Santa Inês (SI)
18 fêmeas
SS1 6
SS2 6
SS3 6
Morada Nova (MN)
18 fêmeas
SS1 6
SS2
6
SS3 6
Rabo Largo (RL)
18 fêmeas
SS1 6
SS2 6
SS3 6
O fornecimento do flushing (caroço de algodão integral) foi diário, sempre ao final da
tarde, e a quantidade fornecida foi ajustada de acordo com o peso dos animais e a sobra (5% a
10%), ficando em torno de 600 g/cabeça/dia para a raça SI e 500 g/cabeça/dia para as raças
MN e RL. Os tratamentos tiveram duração de 42 dias, a partir do início do mês de outubro,
sendo 21 dias antes e 21 dias depois do início da estação de cobertura, que teve a duração de
21 dias. O
flushing (caroço de algodão) foi fornecido em baias, em cochos coletivos com
27
espaço suficiente para acesso de todos os animais dos grupos estabelecidos; além de água à
vontade.
Para maior controle do plano nutricional, foram coletadas duas amostras da pastagem e
do caroço de algodão para análise bromatólogica (ao início dos tratamentos e ao início da
estação de cobertura).
As análises bromatológicas, realizadas no Laboratório de Nutrição Animal da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), foram as seguintes: matéria seca (MS),
matéria mineral (MM), nitrogênio total, extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro (FDN)
e fibra em detergente ácido (FDA), conforme as técnicas descritas por Silva & Queiroz
(2002), sendo que a proteína bruta (PB) foi obtida pelo produto entre o teor de nitrogênio total
e o fator 6,25 (Tabela 4).
Tabela 4. Composição química (% na MS) da Brachiaria decumbens e do caroço de algodão
Análise*
Brachiaria decumbens Caroço de algodão
Amostra 1
14/10/05
Amostra 2
28/11/05
Amostra 1
14/10/05
Amostra 2
28/11/05
MS 30,23 28,21 91,5 90,85
MM 8,34 8,58 4,05 3,71
PB 6,67 8,06 22,65 19,72
EE 2,01 2,45 17,85 17,48
FDN
70,48
73,90
39,42
40,66
FDA 40,08 41,78 36,49 38,76
*MS = matéria seca; MM = matéria mineral; PB = proteína bruta; EE = extrato etéreo; FDN = fibra em
detergente neutro; e FDA = fibra em detergente ácido.
Na detecção do estro e da cobertura, os machos foram marcados com uma mistura de
graxa e tinta em (pó xadrez) na região peitoral, fazendo com que no ato da monta o
reprodutor fizesse a marcação da fêmea que estivesse em estro.
As fêmeas ficaram na presença do macho, diariamente, ao longo dos 21 dias da
estação de cobertura, sempre no período em que permaneciam no aprisco (todo fim de tarde
até o início da manhã seguinte).
As fêmeas, no período pré-parto e parto, quando apresentaram relaxamento dos
ligamentos sacro-isquiáticos, foram colocadas em um piquete maternidade para facilitar o
acompanhamento, tratamento das crias e registro das observações.
Após o parto, as matrizes foram pesadas; foi verificado o tipo de parto (simples ou
gemelar); e foram efetuadas pesagem e identificação das crias, por número, através de
brincos. As crias ficaram com as matrizes em pastagens de
Brachiaria decumbens até os 84
dias, por ocasião da apartação.
28
Foram mensuradas as seguintes características: escore da condição corporal e peso ao
início do período de suplementação, ao início e ao término da estação de cobertura; ao final
do 1/3 e 2/3 de gestação, no pré-parto; ao parto (até 24 horas após); sexo, número e peso dos
cordeiros do nascimento até a desmama (84 dias).
Foram analisadas as seguintes variáveis: peso ao início do período de suplementação
(IPS); peso ao início da estação de cobertura (IEC); peso ao final da estação de cobertura
(FEC); peso ao final do 1/3 de gestação (1/3C); peso ao final do 2/3 de gestação (2/3C); peso
no pré-parto (PP); peso ao parto (parto = até 24 horas após o parto); ganho de peso médio
diário do IPS ao IEC (GPMDIPSIEC); ganho de peso médio diário do IEC ao FEC
(GPMDIECFEC); ganho de peso médio diário do IPS ao FEC (GPMDIPSFEC); tipo de
parição (TIPO = simples ou gemelar); taxa de fertilidade (TF = ovelhas paridas/ovelhas
expostas); taxa de parição (TP = ovelhas paridas/ovelhas acasaladas); taxa de natalidade (TN
= cordeiros nascidos/ovelhas acasaladas) e prolificidade (PROL = cordeiros nascidos/ovelhas
paridas).
Os dados foram submetidos à análise de variância, utilizando-se o programa estatístico
SAS (SAS, 2000). Na observação dos escores da condição corporal e nas análises de peso,
ganho de peso, tipo de parição, prolificidade, taxas de fertilidade, parição e natalidade, foram
considerados os efeitos do
flushing, de acordo com o sistema de suplementação (antes e
durante a estação de monta) e a raça (Santa Inês, Morada Nova e Rabo Largo). Para
comparação entre médias das variáveis, foi utilizado o teste de Tukey a 5%.
29
4. Resultados e Discussão
As ovelhas que receberam o flushing em SS1 apresentaram peso corporal superior ao
observado em SS3 (sem suplementação), ao início da estação de cobertura, após 21 dias de
tratamento. O grupo SS1, ao início da estação de cobertura, se apresentou melhor em relação
ao grupo SS3, entretanto, igual ao SS2, que, por sua vez, foi idêntico ao SS3 (Tabela 5).
Wildeus et al. (1989) relataram que ovelhas deslanadas, submetidas ao
flushing por
quatro semanas anteriores ao início da estação de cobertura, tiveram aumento no peso vivo e
manifestação de cio em menor tempo, no período da estação de cobertura, do que ovelhas que
não receberam
flushing.
Houve interação entre os sistemas de suplementação e as raças para o peso ao final do
1/3 de gestação (P<0,05). O fornecimento do
flushing no SS1 (42 dias) e SS2 (21 dias) foi
equivalente ao SS3 (sem
flushing) para as ovelhas das raças Morada Nova e Rabo Largo;
todavia, na raça Santa Inês, os animais submetidos aos tratamentos SS1 e SS3 foram
superiores e diferentes, estatisticamente (P<0,05), em relação aos do tratamento SS2 (Tabela
5 e Figura 2.). Para as demais avaliações de peso, os sistemas de suplementação foram
estatisticamente equivalentes.
Tabela 5. Peso (kg) das ovelhas ao início do período de suplementação (IPS), início da estação de
cobertura (IEC), final da estação de cobertura (FEC), 1/3 de gestação completa (1/3C), 2/3
de gestação completa (2/3C), pré-parto (PP) e parto, de acordo com a raça e sistema de
suplementação (SS).
Raça IPS IEC FEC 1/3C 2/3C PP Parto
SI
50,88
(4,48)a
49,88
(4,21)a
48,11
(3,51)a
53,72
(4,40)a
54,72
(3,89)a
57,55
(4,27)a
51,94
(3,24)a
MN
38,66
(3,64)b
38,55
(3,89)b
37,83
(4,31)b
41,27
(4,56)b
41,16
(4,90)b
44,38
(5,76)b
39,77
(3,76)b
RL
37,17
(4,40)b
37,11
(4,78)b
36,11
(4,52)b
39,11
(4,02)b
41,11
(4,96)b
41,88
(5,90)b
39,33
(5,17)b
Pr>F <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01
SS
SS1
43,50
(6,36)
43,88
(6,05)a
42,38
(5,39)
45,61
(8,39)
46,94
(8,53)
49,55
(9,37)
45,00
(7,55)
SS2
41,77
(6,30)
41,11
(5,76)ab
40,05
(5,71)
44,05
(5,91)
45,33
(5,97)
46,11
(7,75)
42,88
(6,67)
SS3
41,44
(9,48)
40,55
(9,10)b
39,61
(8,52)
44,44
(9,01)
44,72
(9,10)
47,66
(9,13)
43,16
(7,95)
Pr>F 0,2678 0,0330 0,0796 0,4819 0,3091 0,2551 0,2553
Raça x SS
Pr>F 0,1135 0,0905 0,1080 0,0151 0,1201 0,4514 0,3861
a,b,c,
....: Médias seguidas de letras diferentes, na coluna, para o mesmo efeito, diferem a 5% pelo teste Tukey.
SI : Santa Inês; MN: Morada Nova; RL: Rabo Largo. SS1: com
flushing 21 dias antes do IEC e 21 dias após o IEC; SS2: com
flushing 21 dias antes do IEC e sem flushing após; SS3: sem flushing antes e após o IEC.
30
Os valores referentes às médias de ganho de peso ao longo dos 42 dias dos tratamentos
são apresentados na Tabela 6. As ovelhas submetidas ao SS1 apresentaram modesto ganho de
peso (P<0,05) do início do período de suplementação (IPS) ao início da estação de cobertura
(IEC), sendo equivalente ao SS2, que apresentou pequena perda de peso, e superior ao SS3. O
SS2 se mostrou igual ao SS3. Durante os 42 dias de tratamento, todas as raças perderam peso,
sendo que a raça Santa Inês alcançou maior perda de peso (P<0,05) que as demais raças.
Não uma explicação clara para esses resultados, já que houve perda de peso do IPS
ao FEC, tanto para os animais que receberam, quanto para os que não receberam o caroço de
algodão. Contudo, pode ter havido influência de fatores externos sobre os tratamentos, como
o meio ambiente.
0
10
20
30
40
50
60
Santa Inês Morada Nova Rabo Largo
SS1
SS2
SS3
Figura 2 . Médias de peso (kg) das ovelhas das raças Santa Inês, Morada Nova e Rabo Largo, com 1/3
de gestação completa (1/3C), em relação aos sistemas de suplementação (SS1, SS2 e SS3).
31
Tabela 6. Ganho de peso médio diário (GPMD, em kg) com erro padrão das ovelhas do início do
período de suplementação (IPS) ao início da estação de cobertura (IEC), do início da estação
de cobertura (IEC) ao final da estação de cobertura (FEC), do início do período de
suplementação (IPS) ao final da estação de cobertura (FEC), e do final da estação de
cobertura (FEC) ao parto, de acordo com a raça e sistema de suplementação (SS).
Efeito GPMDIPSIEC GPMDIECFEC GPMDIPSFEC
Raça
Santa Inês -0,04
(0,08)
-0,08
(0,08)
-0,06
(0,10)b
Morada Nova 0,00
(0,07)
-0,03
(0,04)
-0,01
(0,08)a
Rabo Largo 0,00
(0,07)
-0,04
(0,06)
-0,02
(0,05)a
Pr>F 0,1179 0,0691 0,0025
SS
SS1 0,01
(0,05)a
-0,07
(0,06)
-0,02
(0,07)
SS2 -0,03
(0,08)ab
-0,05
(0,05)
-0,04
(
0,08)
SS3 -0,04
(0,07)b
-0,04
(0,09)
-0,04
(0,11)
Pr>F
0,0320
0,4472
0,4074
Raça x SS
Pr>F 0,2562 0,0939 0,7660
a,b,c,
....: Médias seguidas de letras diferentes, na coluna, para o mesmo efeito, diferem a 5% pelo teste Tukey.
SS1: com
flushing 21 dias antes do IEC e 21 dias após o IEC; SS2: com flushing 21 dias antes do IEC e sem flushing após;
SS3: sem
flushing antes e após o IEC.
Neste contexto, é útil a observação dos efeitos presentes da nutrição sobre a
reprodução. Tendo como fundamento que o efeito estático ou em médio prazo está associado
à condição corporal ou ao peso vivo alcançado pela ovelha no momento da cobertura, como
resultado do consumo de energia, durante o período do ciclo produtivo, em que ocorre o
restabelecimento das reservas corporais, e que o efeito dinâmico ou efeito em curto prazo está
associado com os reais níveis de consumo de energia e, conseqüentemente, com mudanças da
condição corporal ou peso vivo, no período imediatamente antes e durante o acasalamento
(período experimental de 42 dias), pode-se observar que as ovelhas submetidas aos
tratamentos sofreram maior influência do efeito estático em relação ao efeito dinâmico,
que, ao longo dos 42 dias de fornecimento do
flushing, ambos os efeitos de raças e formas de
administração proporcionaram perda de peso aos animais.
Com o
flushing, procura-se obter uma resposta do efeito dinâmico que atua, até certo
limite, independentemente do peso da fêmea, pouco antes do início da cobertura (efeito
estático), embora haja interação entre os dois efeitos.
Dados relativos aos efeitos das raças e das formas de suplementação sobre o
desempenho reprodutivo das ovelhas submetidas ao
flushing são apresentados na Tabela 7.
32
Tabela 7. Número e porcentagem (%) de ovelhas expostas à reprodução (OE), ovelhas acasaladas
(OA), taxa de fertilidade (TF: ovelhas paridas/ovelhas expostas), taxa de parição (TP:
ovelhas paridas/ovelhas acasaladas), com partos simples ou gemelares, cordeiros nascidos
(CN), taxa de natalidade (TN: cordeiros nascidos/ovelhas acasaladas), prolificidade (PROL.:
número de cordeiros nascidos/ovelhas paridas), de acordo com a raça e sistema de
suplementação (SS).
Efeito OE AO TF TP Tipo de parição
Simples
Gemelar
CN TN PROL.
Raça N
o
(%) N
o
(%) N
o
(%) N
o
SI 18 16(88,88) 0,83 0,93 9(60,00) 6(40,00) 21 1,31 1,40
MN 18 13(72,72)
0,50 0,69 7 (77,78) 2(22,22) 11 0,84 1,22
RL
18
17(94,44)
0,77
0,82
10(71,43) 4(28,57)
18
1,05
1,08
Pr>F 0,1596 0,0548 0,1850 0,6424 0,1264 0,6424
SS
SS1 18 17(94,44) 0,88ª 0,94 11(68,75) 5(31,25) 21 1,23 1,31
SS2 18 15(83,33)
0,72ª 0,86 8(61,53) 5(38,46) 18 1,20 1,38
SS3 18 14(77,77)
0,50
b 0,64 7(77,78) 2(22,22) 11 0,78 1,22
Pr>F 0,3655 0,0325
0,0648 0,7292 0,0924 0,7292
Raça x SS
Pr>F 0,5261 0,7000 0,1265 0,1790 0,1171 0,1790
CV
(CV) 41,65 61,15 42,29 35,65 55,29 35,65
a,b,c,
....: Médias seguidas de letras diferentes, na coluna, para o mesmo efeito, diferem a 5% pelo teste Tukey.
SI: Santa Inês; MN: Morada Nova; RL: Rabo Largo. SS1: com
flushing 21 dias antes do IEC e 21 dias após o IEC; SS2: com
flushing 21 dias antes do IEC e sem flushing após; SS3: sem flushing antes e após o IEC. CV= coeficiente de variação.
Não houve diferença significativa no número de ovelhas acasaladas em relação às
ovelhas expostas à reprodução, tanto para o fator raça, quanto para a forma de suplementação.
A taxa de fertilidade foi, significativamente, superior (P<0,05) para os animais que
foram submetidos ao
flushing durante 21 e 42 dias, em relação aos animais do grupo SS3.
O
flushing não provocou uma maior taxa de parição nem um aumento de partos
duplos. Esses resultados concordam com o de Mori et al. (2006), no qual o
flushing não
determinou maior taxa de parição, nem maior número de partos duplos. Já para Johnson et al.
(1990), o
flushing foi utilizado com sucesso no incremento da eficiência reprodutiva e taxa de
sobrevivência embrionária de ovelhas, entretanto, para West et al. (1991), o
flushing
apresentou somente êxito parcial no aumento do desempenho reprodutivo de ovelhas em
condições corporais baixas. Wildeus et al. (1989) relataram que não houve efeito do
flushing
nas taxas de ovulação e parição, em um experimento com ovelhas deslanadas. Os autores
tomaram como suposição que as ovelhas se apresentaram em condição corporal baixa ao
início do
flushing pelo fato de estarem amamentando seus cordeiros e não estarem aptas a
terem respostas com o
flushing.
As taxas de natalidade e prolificidade não foram influenciadas pela raça e sistema de
suplementação. Entretanto, para Molle et al. (1995), houve aumento significativo no
33
desempenho reprodutivo e prolificidade de ovelhas submetidas ao flushing ao longo de duas
semanas anteriores e três semanas após o início da estação de cobertura. Também, de acordo
com Mori et al. (2006), a suplementação alimentar com milho triturado, antes e durante a
estação de monta, pode influenciar, positivamente, o desempenho reprodutivo de ovelhas,
elevando a taxa de natalidade.
5. Conclusões
O flushing com caroço de algodão influencia, positivamente, a eficiência reprodutiva
das ovelhas das raças Santa Inês, Morada Nova e Rabo Largo na variável taxa de fertilidade
(ovelhas paridas / ovelhas expostas), tanto durante os 21 dias anteriores ao início da estação
de cobertura, quanto aos 42 dias de tratamento, sendo 21 dias antes e 21 dias depois do início
da estação de cobertura.
A perda de peso nas três raças estudadas, como também para as três formas de
suplementação, ao longo dos 42 dias de tratamento, sugere que os animais sofreram maior
influência dos efeitos estático, imediatos e específicos dos nutrientes em relação ao efeito
dinâmico.
Nas variáveis, taxa de parição, tipo de parição (simples ou gemelares), taxa de
natalidade e prolificidade para as raças Santa Inês, Morada Nova e Rabo Largo, não houve
efeito do
flushing.
Os fatores raça e sistema de suplementação apresentam interação ao final do primeiro
terço de gestação, inferindo que raças diferentes manifestam reações diferenciadas em relação
ao fornecimento ou não do
flushing, bem como em tempos variados de suplementação.
34
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