Download PDF
ads:
Vânia Ferreira de Figueiredo
ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO ENTRE CONDIÇÕES CLÍNICAS E FUNCIONAIS E O
PADRÃO DE RECRUTAMENTO DOS MÚSCULOS ABDOMINAIS MEDIDOS POR
MEIO DE ULTRASSONOGRAFIA EM IDOSOS DA COMUNIDADE
Universidade Federal de Minas Gerais
Belo Horizonte
2009
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
2
Vânia Ferreira de Figueiredo
ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO ENTRE CONDIÇÕES CLÍNICAS E FUNCIONAIS E O
PADRÃO DE RECRUTAMENTO DOS MÚSCULOS ABDOMINAIS MEDIDOS POR MEIO
DE ULTRASSONOGRAFIA EM IDOSOS DA COMUNIDADE
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Ciências da Reabilitação da Escola
de Educação Física, Fisioterapia e Terapia
Ocupacional da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), como requisito parcial para
obtenção do Título de Mestre em Ciências da
Reabilitação.
Área de concentração: Desempenho Motor e
Funcional Humano
Orientadora: Prof
a
Dr
a
Leani Souza Máximo Pereira
Co-orientador: Prof Dr Paulo Henrique Ferreira
Belo Horizonte
Mestrado em Ciências da Reabilitação - UFMG.
2009
ads:
3
F475a
2009
Figueiredo, Vânia Ferreira de
Análise da associação entre condições clínicas e funcionais e o padrão de
recrutamento dos músculos abdominais medidos por meio de ultrassonografia em
idosos da comunidade. [manuscrito] / Vânia Ferreira de Figueiredo. – 2009.
135 f., enc.:il.
Orientadora: Profa. Dra. Leani Souza Máximo Pereira
Co-Orientador: Prof. Dr. Paulo Henrique Ferreira
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de
Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
Bibliografia: f. 44-53
1. Idosos - Teses. 2. Ultra-sonografia – Teses. 3. Incontinência urinária -
Teses. 4. Dor lombar - Teses. 5. Incapacidade – Avaliação - Teses. I. Pereira, Leani
Souza Máximo. II. Ferreira, Paulo Henrique. III. Universidade Federal de Minas
Gerais. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. IV. Título.
CDU: 613.98
Ficha catalográfica elaborada pela equipe de bibliotecários da Biblioteca da Escola de Educação Física, Fisioterapia e
Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais.
4
5
6
À minha família.
Por ser meu pilar, minha segurança,
meu apoio incondicional.
7
AGRADECIMENTOS
À Deus, por tantas bênçãos, por conduzir-me pelas estradas da vida sustentando-
me, dando-me força e serenidade para superar os obstáculo e continuar a
caminhada.
À minha família, pela presença e apoio constantes. Desculpem-me as ausências.
Aos meus amigos, pela compreensão dos ‘nãos’ tão freqüentes e incentivo, mesmo
que à distância.
Á equipe da saúde coletiva, pela compreensão de minhas limitações e ausências,
pelas substituições tão prontamente realizadas, pelas trocas e desabafos. Sem
vocês tudo isso seria mais difícil.
À Adriana, amiga e companheira de trabalho há tantos anos. Aprendo muito com
você. Sua parceria incondicional, dinamicidade e humanidade.
À Aline, pela colaboração incondicional nas coletas, pelos momentos de
descontração e apoio, pelas contribuições tão valiosas. Este título também é seu.
Aos meus colegas de mestrado, pela troca de experiências.
Ao Warley, Zambelly, Cris e Fabianna, pelas sugestões e esclarecimentos tão
valiosos.
Às funcionárias do colegiado, pela prontidão em atender, orientar as minhas dúvidas
e necessidades.
À Maria José, meu anjo-da-guarda. Graças à Deus você é uma pessoa muito bem
relacionada e querida entre os idosos. Obrigada pela importante contribuição.
Aos prof
os
Rosângela e João Marcos, pela confiança e exemplo de dedicação.
8
À minha orientadora, Profª Leani, pela oportunidade, pelos anos de convivência e
aprendizado, pelo apoio, respeito e tranqüilidade nos momentos desesperadores.
Por compreender minhas dificuldades e limitações.
Ao meu co-orientador, Profº Paulo, pela competência e aprendizado.
Agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para esta construção,
principalmente aos idosos que prontamente se dispuseram a participar deste
trabalho.
A todos, MUITO OBRIGADA!
9
Não é preciso consenso
nem arte,
nem beleza ou idade:
a vida é sempre dentro
e agora.
(A vida é minha
para ser ousada.)
A vida pode florescer
numa existência inteira.
Mas tem de ser buscada,
tem de ser
conquistada.”
Lya Luft
10
RESUMO
Introdução: A dor lombar (DL) e a incontinência urinária (IU) representam condições
de alta prevalência entre os idosos. Dificuldades no desempenho das atividades
cotidianas e redução da qualidade de vida desses indivíduos são relatados na
literatura em decorrência dessas disfunções. O conceito de estabilidade lombo-
pélvica vem sendo amplamente discutido, uma vez que a instabilidade da coluna é
considerada uma importante causa de DL não-específica. A co-ativação dos
músculos abdominais e do assoalho pélvico de maneira coordenada aumentam a
estabilidade da coluna lombar e mantem a continência urinária. Objetivos: 1)
analisar a associação existente entre DL, IU e o padrão de recrutamento dos
músculos transverso abdominal (TrA), obliquo interno (OI) e externo (OE), medidos
por meio de imagem ultrassonográfica; 2) verificar a prevalência de dor lombar não-
específica em uma amostra de idosos da comunidade e 3) determinar a correlação
existente entre as variáveis incapacidade funcional, sintomas depressivos, índice de
massa corpórea e sexo, em uma amostra da população de idosos ativos da
comunidade. Material e métodos: Participaram deste estudo 54 idosos hígidos da
comunidade, com média de idade de 72 (± 5,2). Foram avaliadas características
clínico-sócio-demográficas, DL por meio do Questionário de Macgill, incapacidade
funcional relacionada à DL pelo Roland Morris (RM – Br), características da
incontinência urinária e o padrão de recrutamento dos músculos abdominais, por
meio de imagem ultrassonográfica (Siemens Sonoline SL1). A presença de sintomas
depressivos e o nível geral de atividade física foram avaliados por meio da Escala de
Depressão Geriátrica (GDS), versão reduzida com 15 itens e pelo Perfil de Atividade
Humana (PAH), respectivamente. Para análise estatística foi realizado uma
regressão linear múltipla e o índice de correlação de Spearman. O nível de
11
significância de 5% foi considerado. Resultados: os modelos de regressão para o
nível de recrutamento dos músculos TrA, OI e OE explicaram, respectivamente,
2,0% (R
2
=0,02; F=0,47; p=0,628), 10,6% (R
2
=0,106; F=3,03; p=0,057) e 10,1%
(R
2
=0,101; F=2,70; p=0,077) da variabilidade dos valores de recrutamento. Entre as
variáveis, apenas a IU apresentou uma associação significativa (p = 0,018) e
negativa (β = -0,0343) com o recrutamento do OI. Uma correlação alta e positiva
com a presença de dor lombar foi indicada para a incapacidade funcional (RM–Br)
(r
s
=0,774; p=0,00). Nenhuma correlação foi evidenciada entre IMC (r
s
=0,178;
p=0,197), sexo (r
s
=-0,073; p=0,599), sintomas depressivos (GDS–15) (r
s
=0,271;
p=0,048) e DL. Conclusão: Os resultados obtidos demonstram que nenhum dos
três modelos de regressão linear múltipla usados para verificar a associação entre o
padrão de recrutamento dos músculos TrA, OI e OE com as variáveis DL e IU, foram
explicados pelas variáveis estudadas. Foi verificado também, para os idosos que
apresentaram positividade para a dor lombar, a existência de uma correlação forte e
positiva com a variável relacionada à incapacidade funcional, reforçando as
evidencias clínicas e científicas dessa relação. Os resultados deste trabalho
chamam a atenção para a necessidade de uma avaliação da capacidade funcional
de idosos com DL e muitas vezes, uma abordagem multi/interdisciplinar, uma vez
que essa exerce impacto negativo tanto sobre a função física, mental,
comportamental e social dos idosos e que pesquisas para identificar a influência da
idade sobre o padrão de recrutamento dos músculos abdominais medidos por meio
de imagens ultrassonográficas são necessárias.
Palavras-chave: idoso; ultrassonografia; incontinência urinária; dor lombar;
incapacidade
12
ABSTRACT
Introduction: Low back pain (LBP) and urinary incontinence (UI) represent
conditions highly prevalent among the elderly. Difficulties in the performance of
activities of daily living and in quality of life of these subjects, arising from those
dysfunctions, are reported in the literature. The concept of lumbopelvic stability has
been widely discussed, once spine instability is considered an important cause of
non-specific LBP. The co-activation of the abdominal and pelvic floor muscles in a
coordinated pattern increases lumbar spine stability and maintains urinary
continence. Purposes: 1) To analyze the existing association between LBP, UI and
the recruitment pattern of the transverse abdominal muscle (TrA), internal and
external obliques (IO and EO), measured through ultrasonographic image; 2) To
verify the prevalence of non-specific low back pain in a sample of community-
dwelling elderly and 3) To examine the existing correlation between the variables:
functional disability, depressive symptoms, body mass index and sex, in a sample of
the active elderly population of the community. Material and Methods: Fifty-four
healthy community-dwelling elderly, with a mean age of 72 years-old (± 5,2), joined
this study. There were assessed clinical, social and demographic characteristics, low
back pain through the Mcgill Pain Questionnaire, functional disability associated to
back pain (RM – Br), characteristics of the urinary incontinence (ICIQ – SF) and the
abdominal muscles’ pattern of recruitment, through ultrasonographic image
(Siemens Sonoline SL1). The presence of depressive symptoms and the general
level of physical activity were assessed, respectively, through the Geriatric
Depression Scale (GDS), short-form containing 15 items and through the Human
Activity Profile (HAP), respectively. For the statistical analysis, a multiple linear
regression and the Spearman’s Correlation Coefficient were used. The level of
13
significance of 5% was considered. Results: the regression models for the level of
recruitment of the TrA, IO and EO muscles explained, respectively, 2,0% (R
2
=0,02;
F=0,47; p=0,628), 10,6% (R
2
=0,106; F=3,03; p=0,057) and 10,1% (R
2
=0,101;
F=2,70; p=0,077) of the variability of the recruitment values. Among the variables
studied, only the UI presented a significant (p=0,018) and negative (β = -0,0343)
association with IO recruitment. A high and positive correlation with the presence of
LBP was indicated for functional disability (RM – Br) (r
s
=0,774; p=0,00). It was not
evidenced any correlation between BMI (r
s
=0,178; p=0,197), sex (r
s
=-0,073;
p=0,599), depressive symptoms (GDS–15) (r
s
=0,271; p=0,048) and LBP.
Conclusions: The results obtained in the present study show that none of the three
models of multiple linear regression used to verify the association between the
patterns of recruitment of the TrA, IO and EO with the variables LBP and UI, could be
explained by the variables analyzed. It was also verified that, for the elderly that
presented a positive result for lumbar pain, there is a strong and positive correlation
with the variable related to functional disability, what strengthens the clinical and
scientific evidences of this relationship. The findings of the present study highlight the
necessity of assessing the functional performance of the elderly with LBP and, often,
of a multi/interdisciplinary approach, once this condition causes a negative impact
both in the physical, mental, behavioral and social function of the elderly, and that
studies aiming to identify the influence of age in the pattern of recruitment of the
abdominal muscles, measured through ultrasound images, are necessary.
Key-words: elderly; ultrasonography; urinary incontinence; low back pain; functional
disability.
14
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO..................................................................................16
1.1 Envelhecimento: aspectos demográficos e epidemiológicos....................................16
1.2 Dor lombar e incontinência urinária........................................................................17
1.2.1 Dor no idoso .........................................................................................................17
1.2.2 Dor lombar na população geral e idosa ................................................................19
1.1.1 Incontinência Urinária no idoso ...........................................................................21
1.2 Estabilidade lombo-pélvica e controle motor: definição e implicações.................22
1.3 Avaliação do comportamento motor dos músculos abdominais por meio da
ultrassonografia......................................................................................................................25
1.4 As alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento..................26
1.5 Objetivos do Estudo ...................................................................................................28
1.5.1 Objetivo Geral ......................................................................................................28
1.5.2 Objetivos Específicos ...........................................................................................28
CAPÍTULO 2 - MATERIAL E MÉTODOS.................................................................29
2.1 - Tipo de estudo.................................................................................................................29
2.2 - Amostra...........................................................................................................................29
2.3 - Critérios de inclusão ......................................................................................................30
2.4 - Critérios de exclusão......................................................................................................31
2.5 Instrumentação...........................................................................................................32
2.5.1 Questionário Clínico-sócio-demográfico .............................................................32
2.5.2 Avaliação do estado cognitivo..............................................................................32
2.5.3 Determinação de sintomas depressivos................................................................33
2.5.4 Medida do nível geral de atividade física.............................................................34
2.5.5 Determinação das características da dor lombar ..................................................35
2.5.6 Mensuração da incapacidade funcional gerada pela dor lombar..........................35
2.5.7 Determinação das características da incontinência urinária.................................36
2.5.8 Medida ultrassonográfica do padrão de recrutamento dos músculos abdominais37
2.6 Procedimentos e coleta de dados...............................................................................37
2.6.1 Processamento dos dados .....................................................................................41
2.7 Análise estatística........................................................................................................43
CAPÍTULO 3 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................45
CAPÍTULO 4 – ARTIGO...........................................................................................55
MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................................83
CAPITULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................100
APÊNDICE 1 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO..........102
APENDICE 2 –QUESTIONÁRIO CLÍNICO-SÓCIO-DEMOGRÁFICO ...................107
APENCICE 3 – CARTILHA.....................................................................................110
15
ANEXO 1 – COEP ..................................................................................................114
ANEXO 2 - MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL..................................................115
ANEXO 3 - ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA – VERSÃO REDUZIDA....118
ANEXO 4 - VERSÃO BRASILEIRA DO PERFIL DE ATIVIDADE HUMANA ........119
ANEXO 5 - VERSÃO BRASILEIRA DO MCGILL PAIN QUESTIONNAIRE..........121
ANEXO 6 - QUESTIONÁRIO DE ROLAND MORRIS - BR....................................124
ANEXO 7 - VERSÃO EM PORTUGUÊS DO “INTERNATIONAL CONSULTATION
ON INCONTINENCE QUESTIONNAIRE – SHORT FORM”(ICIQ-SF)...................125
ANEXO 8 – NORMAS PARA PUBLICAÇÃO.........................................................126
16
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
1.1 Envelhecimento: aspectos demográficos e epidemiológicos
O aumento na proporção de idosos da população é observado mundialmente
e no Brasil, este aumento vem ocorrendo de forma contínua e bastante acelerada,
principalmente a partir da década de 90
1
. Segundo a Organização das Nações
Unidas, em 1950 os idosos representavam apenas 8% da população mundial,
aumentando para 10% em 2005 e projeções revelam que para 2050, esse valor será
de aproximadamente 22%
2
. Atualmente no Brasil, 650 mil novos idosos são
incorporados à população brasileira a cada ano
3
. O número de idosos passou de 3
milhões em 1960, para 17 milhões em 2006 (um aumento de 600% em menos de
cinqüenta anos) e estima-se que alcançará 32 milhões em 2020, correspondendo a
sexta maior população idosa do mundo
4
.
Em paralelo às mudanças demográficas verificadas em nosso país, ocorre
também uma modificação no perfil epidemiológico da nossa população. Doenças
crônicas degenerativas inerentes ao envelhecimento ganham maior expressão em
detrimento às doenças infecto contagiosas presentes na população mais jovem. Em
geral, as doenças dos idosos são crônicas, múltiplas, irreversíveis, não
transmissíveis e exigem acompanhamento constante e cuidados permanentes,
aumentando a procura por serviços de saúde
5-7
.
Nesse contexto, destacam-se as doenças e disfunções músculo-
esqueléticas
8,9
, e de continência
10-12
e os sintomas álgicos, como condições
freqüentemente encontradas entre os idosos. Evidências apontam que 80 a 85% das
17
pessoas com 65 anos e mais apresentam, pelo menos, uma condição de saúde
significativa que os predisponham à dor
8
. Dentre as condições músculo esqueléticas
causadoras de dor, a dor lombar (DL) é um dos sintomas mais freqüentemente
relatado pelos idosos
8,9,13,14
. Embora a DL seja identificada como um importante
problema de saúde entre os idosos, sua prevalência é pouco conhecida nesta
população
15-19
.
Outra condição de saúde relevante entre a população idosa é a incontinência
urinária (IU)
10-12
. A IU é um dos principais fatores de risco para institucionalização e
integra o grupo das condições clínicas mais importantes e freqüentes entre os
idosos. Isaacs
20
denominou as incontinências como um dos “Gigantes da Geriatria”,
condição essa de difícil diagnóstico, grande complexidade terapêutica, com
repercussões negativas tanto no âmbito físico, psicossocial quanto econômico, mas
sem constituir risco eminente de vida para o paciente.
Alterações que comprometem o convívio social, depressão e isolamento,
freqüentemente fazem parte do quadro clínico da IU, causando grande transtorno
tanto para os indivíduos incontinentes, quanto para seus amigos e familiares
21,22
,
constituindo-se num desafio para os profissionais de saúde, na busca de formas
alternativas de abordagem e para o adequado tratamento dessa disfunção
21
1.2 Dor lombar e incontinência urinária
1.2.1 Dor no idoso
A dor é o principal sintoma presente em 99% dos indivíduos com disfunção da
coluna vertebral
23
. De acordo com a Associação Internacional do Estudo de Dor, dor
18
é “uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano real
ou potencial dos tecidos, ou descrita em termos de tais lesões”
24
. É sempre uma
condição subjetiva e pessoal. A severidade da dor não é diretamente proporcional à
extensão da lesão e muitos fatores, físico, mental, social, cultural e espiritual, podem
influenciar em sua percepção
8
A dor é um relato comum entre os idosos, sendo que a dor crônica
assume
particular importância nessa população devido ao aumento em sua prevalência,
comprometimento funcional, sofrimento físico e afetivo e custo socioeconômico
13,25-
27
. Mossey e colaboradores
28
em um estudo que utilizou uma análise multivariada,
observaram que idosos que relataram presença de dor crônica apresentaram quatro
vezes mais limitações funcionais que idosos sem dor. Harris e colaboradores
29
identificaram a presença de dor crônica como o maior preditor de depressão em
idosos, mesmo após o controle de outras variáveis. Idosos da comunidade com
relato de dor crônica revelaram uma prevalência de sintomas depressivos em até
55,3% e a presença de dores severas que limitam a realização de atividades
funcionais foi verificada em mais de 20% dos idosos pesquisados.
Teixeira e colaboradores
8
referem que dos indivíduos com 60 anos e mais,
25 a 85% apresentam algum quadro de dor. Em um estudo de base populacional
realizado na França (1998)
30
, dos 741 idosos da comunidade entrevistados, 71,5%
relatavam queixa de algum tipo de dor, sendo que 32,9% relatavam dor crônica. Os
sintomas mais freqüentes foram associados às dores articulares (44,5%) e da coluna
vertebral (29,6%).
Dor crônica é definida como dor contínua ou recorrente que persiste além do tempo razoável para a cura de
uma lesão. Tem duração mínima de três meses. Segundo AGS Panel on persistent pain in older persons
25
, o
termo ‘dor persistente’ é freqüentemente utilizado como sinônimo, e devido ao caráter negativo que o termo
‘crônico’ pode exercer sobre os idosos, o termo ‘persistente’ pode encorajar uma atitude mais positiva tanto por
parte do paciente/idoso, quanto do profissional para os muitos tratamentos disponíveis para o alívio da dor.
19
No Brasil, poucos são os estudos sobre prevalência da dor em idosos. Um
dos poucos estudos foi realizado por Dellaroza e colaboradores
27
.Trata-se de um
estudo transversal de base populacional incluindo 451 idosos da comunidade
residentes em Londrina. Constatou-se prevalência de dor crônica em 51,44% dos
participantes. Os locais de dores mais freqüentes foram região dorsal (21,73%) e
membros inferiores (21,5%). Já no estudo realizado por Silva e colaboradores
14
,
com adultos, mas com uma faixa etária ampla (idade média±DP = 44±16,3 anos), a
coluna lombar foi identificada como um importante local de dor crônica.
1.2.2 Dor lombar na população geral e idosa
A DL é usualmente definida como uma dor, tensão ou rigidez localizada na
região compreendida entre as últimas costelas e a linha glútea. Pode ser classificada
como específica, quando os sintomas são causados por condições clínicas definidas
(protusão discal, osteoporose, fraturas, doenças inflamatórias) e não-específica,
quando o mecanismo da dor não é claramente definido
31
. Segundo van Tulder e
colaboradores
31
, 90% da população geral apresenta DL não-específica.
Aproximadamente 50 a 80% da população geral é acometida por pelo menos
um episodio de DL em algum momento da vida
8,31
. Segundo Teixeira e
colaboradores
8
, essa se manifesta em 70% da população brasileira. Cayea e
colaboradores
32
relataram que 36% dos idosos comunitários com 65 anos e mais
são acometidos por um episódio de DL ao ano.
Não há um consenso na literatura quanto a um aumento
14
ou diminuição
33-35
da prevalência de DL com o aumento da idade. Isto se deve em parte pela
20
variabilidade de definições de DL e referências temporais de prevalência utilizadas
nos estudos, a amplitude da faixa etária (16 a 85 anos; 18 anos e mais), problemas
comuns aos idosos como dificuldades na compreensão e memória podem
comprometer o relato dos sintomas
9
. Hartivigsen e colaboradores
16
, conduziram um
estudo de base populacional com 4486 idosos, com idades entre 70 e 102 anos, e
observaram que a prevalência da dor de coluna parece não aumentar com o
aumento da idade, permanecendo relativamente constante (49%). Já Bressler e
colaboradores
9
, em uma revisão sistemática envolvendo 12 estudos, relatam uma
variação da prevalência de 13 - 49% de DL em idosos. Um estudo epidemiológico
realizado no Sul do Brasil reportou prevalências de DL crônica de 4,9 - 5,3%,
respectivamente, para as faixas etárias de 60 - 69 anos e 70 ou mais anos,
demonstrando uma tendência de aumento linear da freqüência da dor com o
aumento da idade
14
.
A maioria dos episódios de DL ocorrem espontaneamente nas atividades
cotidianas
36
, mas sua etiologia é multifatorial, quase sempre decorrendo da
interação cumulativa de vários fatores intrínsecos ao indivíduo (doenças
inflamatórias, degenerativas, alterações congênitas, desequilíbrios musculares,
instabilidades segmentares da coluna, obesidade, morbidades psicológicas) além
dos fatores sócio-demográficos (idade, sexo, renda, escolaridade) e
comportamentais
14,15,31
.
A DL é considerada como um problema para o paciente, para os profissionais
de saúde e para a sociedade. Para os pacientes porque eles nem sempre são
esclarecidos quanto a causa da dor e dessa forma, não sabem como lidar com ela, e
sua provável evolução. Para os profissionais de saúde é uma condição de difícil
diagnóstico e a cura nem sempre é definitiva. Por ser uma das causas mais comuns
21
de absenteísmo ao trabalho entre a população adulta economicamente ativa e pelo
aumento da utilização de cuidados de saúde e auxilio doença é considerada também
um problema social
8,14,36
.
Em idosos, a presença de DL é relevante. Sua associação com prejuízos nas
funções do corpo, dificuldades no desempenho das atividades cotidianas, restrição
na participação social repercutem na qualidade de vida desses indivíduos
37
.
1.1.1 Incontinência Urinária no idoso
A Sociedade Internacional de Incontinência define incontinência urinária (IU)
como sendo a perda involuntária de urina, que representa um problema psicossocial
e higiênico, devendo ser objetivamente demonstrável
11,21
. A IU pode afetar
indivíduos de todas as idades, no entanto sua prevalência aumenta com a
idade
10,21,38
e, muitas vezes, é erroneamente interpretada como parte natural do
processo de envelhecimento
10,21
A prevalência da IU no idoso pode variar dependendo das características da
população estudada, das condições físicas e mentais, das definições de
incontinência adotadas nos estudos e das condições de saúde geral da população
alvo
11,21
. De acordo com dados da American Academy of Family Physicians
39
,
aproximadamente 10 a 15% dos homens e 20 a 35% das mulheres com 60 e mais
anos apresentam episódios de perda urinária. Diokno e colaboradores
40
e Mohide
41
,
estimaram em seus estudos uma prevalência de 5 a 37% para idosos que vivem na
comunidade; enquanto Solomon
42
, apresentou uma prevalência de 10 a 20% para
aqueles que vivem na comunidade, 19 a 35% em hospitalizados e aproximadamente
22
50% em idosos institucionalizados. Segundo Guccione
43
as mulheres apresentam IU
com uma freqüência duas vezes maior que os homens. Dois recentes estudos
europeus de base populacional relataram a prevalência da IU variando de 18 a 36%
para o sexo feminino
44,45
, e de 7 a 13% para o sexo masculino
44,46
. Rodrigues e
colaboradores
12
relataram em seu estudo realizado com 50 mulheres do município
de Ribeirão Preto/SP uma prevalência da IU de 36% na amostra pesquisada. Esse
percentual variou entre 23,7% na faixa etária de 65 a 79 anos e de 75% entre as
mulheres com idade de 80 a 89 anos. Apesar das altas prevalências da IU entre a
população idosa e o seu reconhecido impacto na qualidade de vida, a IU é muitas
vezes sub relatada pelas idosas aos profissionais de saúde, devido ao
constrangimento e desconhecimento das possibilidades de tratamento
12,21,47
.
A IU no idoso é um sintoma multifatorial. Dentre os fatores de risco para o seu
desenvolvimento incluem a idade avançada, a queda dos níveis de estrógeno na
menopausa, hiperplasia prostática, as incapacidades física e mental, diminuição da
força dos músculos do assoalho pélvico, dentre outros
11,21
.
Alterações que comprometem o convívio social, depressão e isolamento,
freqüentemente fazem parte do quadro clínico da IU, causando grande transtorno
tanto para os indivíduos incontinentes, quanto para seus amigos e familiares
21,22
,
constituindo-se num desafio para os profissionais de saúde, na busca de formas
alternativas de abordagem e tratamento do problema
21
.
1.2 Estabilidade lombo-pélvica e controle motor: definição e implicações
O conceito de estabilidade lombo-pélvica vem sendo amplamente discutido,
na literatura uma vez que a instabilidade da coluna é considerada uma importante
23
causa de DL
48,49
. Entende-se estabilidade como um processo dinâmico que inclui
uma adequada modulação neuro-músculo-esquelética do tronco e pelve, tanto
durante posturas estáticas quanto na execução de padrões de movimento
49,50
.
Panjabi
48
propôs um modelo conceitual que descreve a interação entre os
componentes que fornecem estabilidade ao complexo lombo-pélvico. O modelo
incorpora três subsistemas: passivo, ativo e de controle neural. O sub sistema
passivo é representado pelas estruturas osteo-articulares e ligamentares; o
subsistema ativo é composto pelos músculos que envolvem a coluna e o terceiro sub
sistema, é o de controle neural que coordena as ações dos outros subsistemas.
Segundo Panjabi
48
, os três sub sistemas são interdependentes, sendo que um
sistema pode compensar o déficit do outro. Dessa forma, a instabilidade lombo-
pélvica pode ser o resultado de lesões osteo ligamentares, insuficiência muscular ou
alterações no controle motor. Usualmente a instabilidade é uma combinação dos três
fatores
48,49
.
O subsistema muscular compreende os músculos globais ou superficiais do
tronco (grande dorsal, glúteo máximo, eretor da espinha, bíceps femoral, oblíquos
interno e externo e os adutores do quadril) e os músculos profundos ou locais
(multífido, transverso abdominal, diafragma e músculos do assoalho pélvico)
51
.
Estudos recentes, têm ressaltado a associação entre IU e DL e algumas
evidências dessa relação foram observadas
38,52-54
. Embora o mecanismo para o
desenvolvimento da DL não-específica não seja bem conhecido, ele pode estar
associado com alterações no controle motor dos músculos do tronco.
55
. A
estabilidade da coluna lombar é dependente da atividade de músculos como o
diafragma
52
transverso abdominal
52,56,57
e também dos músculos do assoalho
pélvico
52,58
24
Há uma especificidade de função e diferenças no controle neuromuscular dos
diversos músculos que estão ao redor da coluna. Especial consideração tem sido
feita para o músculo transverso abdominal (TrA)
51,55,59,60
. Evidencias recentes,
sugerem que o músculo TrA está diretamente envolvido na estabilização da coluna
lombar
51,55,59
. Hodges e Richardson
55
por meio de um estudo eletromiográfico
(EMG), constataram que o TrA é o primeiro músculo a ser ativado durante
movimentos dos membros, promovendo uma rigidez necessária à coluna lombar,
evitando movimentos segmentares indesejados, e que em indivíduos com história de
DL crônica ocorre um atraso na sua ativação, sugerindo uma falha do mecanismo de
estabilização.
Finkelstein
53
em um estudo de base populacional envolvendo 54.920
indivíduos da comunidade, com idade de 30 anos e mais, encontraram uma
associação significativa entre IU e problemas de coluna para ambos os sexos (OR =
1.79; IC 95% [1,43 a 2,23]). Em seu estudo, Smith e colaboradores
52
analisaram
dados de 38.050 mulheres que participaram de um estudo longitudianal, Australian
Longitudinal Study on Women’s Health, incluídas em três categorias etárias (18-23;
45-50, 70-75 anos). Mulheres com IU apresentaram um aumento significativo na
prevalência de DL, sugerindo uma redução da estabilidade da coluna lombar na
presença da IU.
55
.
Estudos recentes demonstraram que, em indivíduos saudáveis, os músculos
abdominais e do assoalho pélvico trabalham em sinergismo
61-63
. Exercícios
abdominais específicos podem ativar os músculos abdominais e do assoalho pélvico
62
e vice-versa
62,63
. Por outro lado, Sapsford
61
e Sapsford e Hodges
62
em seus
estudos
61,62
reportaram que um aumento da atividade dos músculos do assoalho
pélvico, medida por meio de registros EMG durante exercícios abdominais
25
específicos, foi verificada antes do aumento da pressão intra-abdominal. Esses
resultados indicam que a ativação desses músculos não ocorre apenas em resposta
ao aumento da pressão intra-abdominal. Possivelmente, a ativação desses músculos
seria produzida por mecanismos centrais do controle motor. No estudo de Sapsford
e Hodges
62
o padrão de ativação dos músculos abdominais foi observado por meio
de imagens ultrassonográficas com o objetivo de prover uma aproximação da
ocorrência da ativação muscular de cada músculo abdominal, concomitante ao
registro EMG dos músculos do assoalho pélvico, evidenciando uma relação entre
eles.
Estes resultados parecem demonstrar a importância tanto do treino da
musculatura pélvica na abordagem da IU, quanto, um possível benefício dos
exercícios abdominais na manutenção da coordenação, força e endurance, dos
músculos do assoalho pélvico, evidenciando assim uma interação funcional destes
músculos na manutenção da estabilidade dinâmica da coluna lombar.
1.3 Avaliação do comportamento motor dos músculos abdominais por meio
da ultrassonografia
Alguns estudos descrevem o padrão neuromuscular dos músculos do tronco,
obtidos através de registros EMG
55,64
e ultrassonografia
59,60,65,66
em adultos jovens
com e sem história de dor lombar, diferenças nos padrões de recrutamento dessa
musculatura foram evidenciadas
55,59,60,65-68
. Durante a contração muscular, além da
produção de potenciais de ação que podem ser detectados por meio da EMG,
mudanças na forma e geometria do músculo são observadas, permitindo assim que
26
medidas na alteração da espessura do músculo durante a contração possam ser
observadas e registradas por meio de imagens ultrassonográficas
60
. Em um estudo
conduzido por Hodges e colaboradores
69
, uma contração muscular inferior ou igual a
20% da contração voluntária máxima produziu uma mudança na forma e geometria
do músculo e uma correlação excelente entre as medidas do TrA (R=0,90) e OI
(R=0,84) e os registros EMG foi estabelecida. O OE comportou-se diferentemente
dos outros músculos, não havendo uma correlação consistente entre a imagem
ultrassonográfica e a atividade EMG (R=0,23).
No entanto, não foram encontrados registros na literatura pesquisada de
estudos, que investigassem o controle motor dos músculos do tronco em idosos com
e sem DL.
1.4 As alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento
Alterações fisiológicas do envelhecimento, como sarcopenia, osteopenia,
diminuição na sensibilidade proprioceptiva e na velocidade de condução nervosa,
resultam em mudanças características nos padrões de movimento
70
.
O Quadro 1 sintetiza as principais alterações que ocorrem com o processo do
envelhecimento e que podem influenciar no controle motor dos músculos do tronco e
do assoalho pélvico.
27
Quadro 1: Alterações fisiológicas do processo de envelhecimento nos sistemas
nervoso, muscular e osteo-articular.
SISTEMAS ALTERAÇÕES RELACIONADAS À IDADE
MUSCULAR
71-74
força muscular concêntrica, excêntrica e isométrica
no tamanho e número das fibras musculares, mais
acentuada nas fibras tipo II
do número e tamanho das unidades motoras
da potência e resistência musculares
OSTEO-ARTICULAR
71,75
da rigidez dos tecidos conectivos
na rigidez e degeneração do colágeno
de força de tensão dos ligamentos
dos cross-links
alterações nos discos intervertebrais ( na % de água e
na rigidez do colágeno)
rigidez articular
da massa óssea
no diâmetro antero-posterior do gradil costal, com
modificação do posicionamento diafragmático
NERVOSO
71,75
perdas neuronal, dendrítica e ramificações reduzidas
do metabolismo e perfusão cerebral
alteração no metabolismo de neurotransmissores
de dopamina
das células do córtex motor
na velocidade de condução nervosa sensitiva e motora
degeneração dos nervos
alteração da sequência de ativação muscular
dos tempos médios de contração e relaxamento dos
músculos
redução dos motoneurônios alfa
no número e sensibilidade dos mecanoceptores
28
1.5 Objetivos do Estudo
1.5.1 Objetivo Geral
Analisar a associação existente entre dor lombar, incontinência urinária e o
padrão de recrutamento muscular dos músculos TrA, OI e OE, medidos por meio de
imagem ultrassonográfica em uma população de idosos da comunidade.
1.5.2 Objetivos Específicos
Caracterizar os sujeitos da amostra quanto às variáveis sócio-demográficas e
clínico-funcionais;
Identificar idosos com auto relato de IU, bem como as características de
freqüência e intensidade da perda urinária por meio do questionário de
qualidade de vida condição-específico, International Consultation on
Incontinence Questionnaire – Short Form (ICIQ – SF);
Mensurar incapacidade gerada pela DL, através do questionário de Roland
Morris (RM - Br);
Identificar as características multidimencionais da DL, através do questionário
de dor de McGill (Br-MPQ);
Verificar a correlação entre DL e os sintomas depressivos avaliados pela GDS;
Verificar o nível geral de atividade física dos participantes por meio do Perfil
de Atividade Humana (PAH);
29
Mensurar as alterações na espessura dos músculos TrA, OI e OE por meio de
imagem ultrassonográfica, durante contração isométrica involuntária dos
mesmos.
CAPÍTULO 2 - MATERIAL E MÉTODOS
2.1 - Tipo de estudo
Foi realizado um estudo observacional de corte transversal, para investigar a
associação existente entre o padrão de recrutamento da musculatura abdominal de
idosos da comunidade e condições clínicas comuns à essa população. A saber: dor
lombar e incontinência urinária, bem como a relação entre a dor lombar e a
incapacidade funcional por ela gerada.
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal de Minas Gerais, parecer ETIC 324/07 (Anexo 1).
2.2 - Amostra
O tamanho da amostra foi calculado considerando-se o padrão de
recrutamento da musculatura abdominal, como a variável resposta do estudo e como
30
variáveis explanatórias, a presença de dor lombar e o relato de incontinência
urinária. Para que haja uma relação de 0,40 entre as variáveis explanatórias e a
variável resposta, uma correlação de 0,20 entre as variáveis explanatórias, com
coeficiente de determinação (R
2
) de 0,40 e um poder de 80%
76
, foi constatado a
necessidade de 55 idosos para que essas associações fossem verificadas.
Dessa forma, foram recrutados de forma seqüencial, por conveniência, 60
idosos da comunidade, selecionados em centros de saúde da grande Belo
Horizonte, grupos de convivência de idosos, lista de espera do Centro de Extensão
(CENEX) da Escola de Educação Física da UFMG e por indicação dos próprios
participantes e de outras pessoas.
Após a seleção dos participantes e início da coleta, um dos participantes
retirou-se do estudo, um não conseguiu assumir a posição necessária (90º de flexão
de joelhos) para a coleta da imagem ultrassonográfica dos músculos abdominais
devido a artroplastia total de joelho direito. Durante a análise das imagens
ultrassonográficas, verificou-se quatro imagens danificadas impossibilitando dessa
forma, a análise dos dados de quatro participantes do estudo. Sendo assim, todos os
dados referentes aos seis participantes foram excluídos e as análises estatísticas
foram feitas considerando 54 participantes.
2.3 - Critérios de inclusão
Foram incluídos no estudo 54 idosos residentes na comunidade, de ambos os
sexos, com idade igual ou superior a 65 anos. Todos os participantes estavam
31
clinicamente estáveis e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE – Apêndice 1).
2.4 - Critérios de exclusão
Foram adotados como critérios de exclusão:
dores agudas de coluna;
sinais evidentes de radiculopatia, como alteração de reflexos,
dermátomos e/ou miótomos, teste de elevação da perna estendida
(SLRT) ou Laségue positivos
77
;
histórico positivo para doenças neurológicas, cirurgia tóraco-abdominal
e da coluna, fraturas vertebrais e câncer;
presença de bandeiras vermelhas, indicativas de doenças graves de
coluna, como por exemplo, trauma, passado de tumor maligno (câncer
de próstata), perda de peso não explicada
78
;
deformidades graves observáveis na coluna (escoliose, hipercifose);
realização de tratamento fisioterapêutico para problemas de coluna nos
últimos seis meses;
prática de exercícios para musculatura estabilizadora da coluna lombar
e/ou região perineal na última semana;
idosos com alterações cognitivas, identificadas pelo uso da versão
brasileira do Mini Exame do Estado Mental (MEEM)
79
, com os valores
de corte sugeridos por Brucki e colaboradores
80
. (Anexo 2)
32
2.5 Instrumentação
2.5.1 Questionário Clínico-sócio-demográfico
Para caracterização da amostra foi utilizado um questionário contendo dados
sócio-demográficos e clínico-funcionais (Apêndice 2), como identificação pessoal,
idade, sexo, renda salarial, escolaridade, peso, altura, índice de massa corpórea
(IMC), estado de saúde diagnosticado, saúde auto-relatada, hábitos de vida e
medicação em uso, bem como aplicação da Escala de Depressão Geriátrica e do
Questionário do Perfil de Atividade Humana.
2.5.2 Avaliação do estado cognitivo
Um dos critérios de exclusão do estudo foi a presença de alteração cognitiva,
determinada pela aplicação da versão brasileira do MEEM proposta por Bertolucci
79
e adaptada por Brucki e colaboradores
80
. O MEEM é um importante instrumento de
rastreio de comprometimento cognitivo amplamente utilizado tanto na clínica, como
em pesquisas e de fácil aplicação. Avalia: orientação tempo-espacial, memória,
cálculo, linguagem, e habilidades construtivas. A pontuação varia de 0 a 30 pontos,
valores mais altos indicam melhor desempenho. Uma influência clara da
escolaridade sobre os escores totais do MEEM foi evidenciada por Bertolucci
79
,
sendo necessário uma adequação do ponto de corte em relação à escolaridade para
o nosso meio: 13 pontos para analfabetos (sensibilidade 82,4% e especificidade
97,5%), 18 pontos para 1 a 8 anos de escolaridade (sensibilidade 75,6% e
33
especificidade 96,6%) e, 24 pontos para mais de 8 anos de escolaridade
(sensibilidade 80,0% e especificidade 95,6%). Brucki e colaboradores
80
, em um
estudo recente sugeriram algumas adaptações à primeira versão brasileira do
MEEM. O objetivo dessas alterações foi permitir o uso do instrumento em diferentes
ambientes (hospitalar, consultório ou estudos populacionais) permitindo uma
comparabilidade maior de resultados entre os estudos. A principal adequação foi em
relação aos pontos de corte: 20 pontos para analfabetos, 25 pontos para 1 a 4 anos
de escolaridade, 26,5 pontos para 5 a 8 anos de escolaridade, 28 pontos para 9 a 11
anos de escolaridade e 29 pontos para escolaridade superior a 11 anos. A versão de
Brucki e colaboradores
80
foi a utilizada nesse estudo.
2.5.3 Determinação de sintomas depressivos
Para caracterizar os participantes quanto à presença ou não de sintomas
depressivos foi utilizado a Escala de Depressão Geriátrica (Geriatric Depressão
Scale - GDS) (Anexo 3). É um dos instrumentos mais amplamente utilizados para o
rastreio de depressão em idosos, traduzido e adaptado culturalmente para vários
idiomas, incluindo o português
81
, com índices de confiabilidade e validade
adequados. Essa escala foi inicialmente desenvolvida por Yesavage e
colaboradores
82
com trinta itens. Atualmente, versões reduzidas, como a GDS-15
vêm sendo preferencialmente utilizadas na prática clínica. Almeida e Almeida
81
relataram índices de confiabilidade, sensibilidade e especificidade para a versão
brasileira da GDS-15 de 0,81%, 85,4% e 73,9% respectivamente, considerando o
ponto de corte de cinco. É uma escala dicotômica, de fácil aplicação e entendimento,
34
onde para cada resposta, coincidente com o exemplo entre parênteses, é atribuído
um ponto, sendo o resultado a somatória desses pontos.
2.5.4 Medida do nível geral de atividade física
Para avaliação e caracterização do nível geral de atividade física dos
participantes foi utilizado o Perfil de Atividade Humana (PAH) (Anexo 4). É um
instrumento amplamente utilizado tanto em populações com condições clínicas
específicas (doenças neurológicas, músculo-esqueléticas, cardiopulmonares) quanto
em populações saudáveis
83
. Já adaptado culturalmente para a população brasileira
84
, contem 94 itens e permite a avaliação funcional e do nível de atividade física da
população geral. Cada item equivale a atividades cotidianas, que incluem cuidados
pessoais, tarefas domésticas, transporte, atividades sociais, de lazer e exercícios
físicos, graduados de acordo com o custo energético de cada um deles. Ou seja,
itens com numeração mais baixa demandam menor gasto energético e aqueles com
numeração mais alta demandam maior gasto energético
83,84
. O questionário fornece
três alternativas de respostas (ainda faço, parei de fazer e nunca fiz) e o resultado
apresenta duas pontuações sendo um Escore Máximo de Atividade (EMA)
correspondente ao último item que o indivíduo “ainda é capaz de fazer” e outro
Escore de Atividade Ajustado (EAA), subtraindo-se do EMA o número de itens que o
indivíduo “parou de fazer”
83,84
. Para este estudo, foi utilizado apenas o EAA, por
fornecer melhor estimativa do nível médio de energia gasta pelo indivíduo nas
atividades diárias. A versão brasileira do PAH obteve um coeficiente global de
consistência interna de 0,91 para sua aplicação em idosos
84
.
35
2.5.5 Determinação das características da dor lombar
Para a avaliação das características da dor lombar foi utilizado o questionário
de dor McGill, já traduzido e adaptado culturalmente para a população brasileira (Br-
MPQ) (Anexo 5)
85-87
e demonstrou ser um instrumento adequado para avaliar a dor
crônica em idosos
26
. Recentemente, Santos e colaboradores
26
relataram índices de
confiabilidade intra e interexaminador do instrumento para a versão brasileira
aplicada em idosos com dor crônica de 0,86 e 0,89 para doenças ortopédicas e 0,71
e 0,68 para doenças neurológicas, respectivamente.O questionário Br-MPQ é uma
escala multidimensional, que fornece medidas qualitativas da dor, que podem ser
analisadas estatisticamente. Avalia as qualidades sensoriais, afetivas, temporais e
miscelânea da dor. É formado basicamente por quatro partes: localização da dor,
início, tratamentos realizados e padrão temporal, descrição da dor e intensidade da
dor presente
85
.
2.5.6 Mensuração da incapacidade funcional gerada pela dor lombar
Para avaliar a incapacidade apresentada pelos participantes devido a DL foi
utilizado o questionário de Roland Morris – Brasil (RM-Br) (Anexo 6), traduzido e
adaptado culturalmente para a população brasileira em 2001, por Nusbaum e
colaboradores
88
. Esta versão traduzida foi considerada apropriada por 94% dos
pacientes participantes do estudo de tradução, adaptação e validação para o Brasil e
36
apresentou coeficientes de confiabilidade teste-reteste de 0,86 e interobservador de
0,95
88,89
.
O questionário de RM-Br consiste de 24 itens que avaliam a interferência das
dores nas costas nas atividades da vida diária e da vida prática das pessoas. É uma
escala dicotômica, onde a cada resposta “sim” é atribuído um ponto, sendo o
resultado a somatória desses pontos. O valor mínimo é zero, e representa nenhum
impacto da dor sobre o indivíduo, o valor máximo é 24, indicativo de incapacidade
funcional total. No artigo original, os autores consideraram uma pontuação acima de
14, indicativo de incapacidade significativa
88
.
2.5.7 Determinação das características da incontinência urinária
Para a determinação da freqüência e da quantidade de perda urinária
autorrelatada foi utilizado duas questões do questionário de qualidade de vida
condição-específico para IU denominado International Consultation on Incontinence
Questionnaire – Short Form (ICIQ – SF) (Anexo 7) já adaptado e validado
culturalmente para a população brasileira por Tamanini e colaboradores
90
. O ICIQ –
SF avalia o impacto da IU na qualidade de vida e quantifica a perda urinária de
indivíduos de ambos os sexos. É simples e de fácil aplicação, composto por 4
questões que avaliam a freqüência, a gravidade e o impacto da IU na vida diária.
Contém também oito itens de autodiagnóstico, relacionados às causas ou situações
de IU vivenciadas pelo indivíduo
90
. O índice de confiabilidade teste-reteste do
instrumento para a versão brasileira foi avaliado separadamente para cada questão
e considerado de moderado a forte, variando de 0,72 a 0,75
90
.
37
2.5.8 Medida ultrassonográfica do padrão de recrutamento dos músculos
abdominais
Para medir o recrutamento da musculatura abdominal foi utilizado um
aparelho de ultrassonografia (Sonoline SL1, Siemens). As imagens foram captadas
por um transdutor de 10cm, 7,5MHz, acoplado ao aparelho de ultrassonografia, que
por sua vez encontrava-se conectado a uma placa externa de vídeo (Pinacle Studio
Movie Box) e esta, a um computador. As imagens foram armazenadas em um
software de armazenamento de vídeos (Pinacle Studio, versão 9.4).
A ultrassonografia é identificada como um procedimento válido e confiável
para medir alterações nas estratégias de recrutamento dos músculos abdominais
evidenciadas pela mudança na espessura dos músculos abdominais durante
contração isométrica dos mesmos, desencadeada pelo movimento dos membros
superiores e inferiores. É um método que apresenta vantagens por ser uma técnica
não invasiva aplicável em ambiente clínico
60,69
. Na literatura pesquisada não foram
encontrados trabalhos específicos com esse tipo de mensuração em idosos.
2.6 Procedimentos e coleta de dados
Os participantes foram contatados por telefone ou pessoalmente e
previamente informados sobre o objetivo geral do estudo. Para aqueles interessados
em participar foi agendado um horário para aplicação de todo o protocolo. O estudo
38
foi realizado na Universidade Federal de Minas Gerais, departamento de Fisioterapia
da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Os participantes
foram então esclarecidos quanto à natureza e objetivo do estudo e, nessa
oportunidade foi lido o TCLE. Após concordarem com os termos do estudo,
assinavam o mesmo. Em seguida, o questionário clínico-sócio-demográfico, o
MEEM e a GDS foram aplicados por um pesquisador. Nesse momento, foram
excluídos aqueles com alterações cognitivas. Três pesquisadores participaram da
aplicação dos mesmos.
A presença ou não de DL foi determinada a partir da resposta para a seguinte
pergunta: “nos últimos doze meses, o(a) sr.(sra.) sentiu dores em suas costas?”
33,91-
93
. A DL foi caracterizada por presença de dor, tensão muscular ou rigidez localizada
na região compreendida entre as últimas costelas e a linha glútea
31
, estabelecida
através da localização da dor em uma figura do corpo humano em posição ereta,
supina e dorsal
14,59
presente na parte I do questionário de dor de Br-McGill
85
. Caso
a resposta fosse afirmativa, o participante respondia às demais questões do
questionário de dor de Br-McGill e ao RM-Br, que foram sempre aplicados por um
mesmo pesquisador.
Já para a presença de IU, durante a avaliação da presença de comorbidades,
o idoso era questionado em relação à perda urinária. Por ser uma condição
subrelatada, mesmo que este respondesse negativamente a ocorrência de perda
urinária, as questões relacionadas à freqüência e quantidade de perda urinária
autorrelatada do questionário ICIQ – SF
90
foram realizadas: “muitas pessoas perdem
urina alguma vez. Estamos tentando descobrir quantas pessoas perdem urina.
Ficaríamos agradecidos se o(a) sr(a) pudesse nos responder às seguintes
perguntas, pensando em como o(a) sr(a) tem passado, em média nas ÚLTIMAS
39
QUATRO SEMANAS”: 1) “com que freqüência o(a) sr(a) perde urina?” e 2)
“gostaríamos de saber a quantidade de urina que o(a) sr(a) pensa que perde”.
Considerando os baixos níveis de escolaridade da população idosa brasileira,
todos os instrumentos foram lidos e preenchidos por um pesquisador previamente
treinado e familiarizado com os mesmos. A aplicação de cada instrumento seguiu a
padronização fornecida pelos autores. Nenhuma informação ou explicação adicional
foi fornecida.
Para a mensuração do padrão de recrutamento dos músculos abdominais
(TrA, OI e OE) foi utilizado o protocolo proposto no estudo de Ferreira e
colaboradores
60
. Para garantir a confiabilidade intra-examinador do pesquisador que
realizou as medidas ultrassonográficas foi realizado um estudo piloto com doze
idosos. Os resultados obtidos para a confiabilidade teste-reteste, utilizando o ICC
(intra-class correlation coeficient) tipo (3,1) para os músculos abdominais foram de
0,76 (95% CI: 0,16 a 0,93) para TrA; 0,49 (95% CI: -0,76 a 0,85) para OI e 0,58 (95%
CI: -0,46 a 0,88) para OE.
O participante foi solicitado a deitar-se em decúbito dorsal em uma maca e
seus membros inferiores foram adequadamente posicionados pelo pesquisador em
um aparato, adaptado
94
de um sistema já existente
60
. O aparato consiste em uma
estrutura metálica formada apenas pelas hastes em forma de paralelogramo.
Permite regulagem de altura, largura, comprimento e profundidade. para se adaptar
ao tamanho dos participantes. Os membros inferiores foram posicionados de forma
que os quadris ficassem fletidos a 50º e os joelhos a 90º. Este posicionamento foi
mantido por meio de duas faixas que partiam da região superior do aparato, uma
sustentando os membros por meio dos joelhos, e a outra, ao redor dos tornozelos
(Figura 1). Em seguida, o participante foi solicitado a cruzar os membros superiores
40
sobre o peito e, então o transdutor do ultrassom foi posicionado na altura da cicatriz
umbilical a aproximadamente 10 cm da linha média, lateralmente na parede
abdominal, entre o gradil costal e a crista ilíaca, para que as imagens
ultrassonográficas fossem capturadas.
Figura 1: Desenho esquemático do aparato para posicionamento do participante durante a coleta da
imagem ultrassonográfica
Fonte: OLIVEIRA, 2007
94
(com permissão)
Após posicionamento adequado, o participante foi solicitado a permanecer em
repouso para que fossem capturadas imagens de repouso dos músculos abdominais
(baseline). Em seguida, foi orientado a realizar uma força, ora em flexão, ora em
extensão dos joelhos, correspondente a 7,5% da massa corporal, aferido por meio
de uma balança digital de pesca (Cabela’s® Digital Scale) (Figura 2), produzindo
dessa forma, uma contração isométrica dos músculos abdominais, evitando
compensação por outros músculos. As imagens foram capturadas ao final da
expiração. Três medidas de cada movimento dos joelhos, intercaladas por uma
imagem em repouso, foram capturadas, perfazendo um total de doze imagens. A
41
ordem das medidas de flexão e extensão dos joelhos foi selecionada aleatoriamente.
Todas as imagens ultrassonográficas foram capturadas e analisadas por um mesmo
pesquisador previamente treinado e cegado quanto ao resultado dos instrumentos
Br-McGill e RM.
Figura 2: Dinamômetro de força (balança digital de pesca Cabela’s® Digital Scale)
Fonte: Procedimentos da pesquisa
O tempo gasto para toda coleta foi de aproximadamente uma hora e trinta
minutos para cada participante.
Uma cartilha contendo orientações de cuidados com a coluna foi entregue a
tosos os participantes ao final do estudo. (Apêndice 3)
2.6.1 Processamento dos dados
As imagens capturadas pelo ultrassom foram armazenadas em um
computador no formato JPG e posteriormente analisadas utilizando o software
Distance ®.
42
Para a mensuração da espessura dos músculos abdominais, um grid foi
sobreposto sobre a imagem. A espessura muscular foi medida em três pontos pré-
determinados: ponto central da imagem ultrassonográfica, uma distância
ultrassonográfica para a esquerda e uma distância ultrassonográfica para a direita
(Figura 3). As bordas das regiões hipoecoicas, que representam as fáscias
musculares, foram utilizadas como referência para as medidas. A média das três
medidas de cada músculo foi utilizada para análise, sendo a alteração na espessura
do músculo em contração expressa como uma porcentagem da espessura do
músculo em repouso, ou seja, o valor encontrado representa a atividade muscular
60
.
Para o cálculo desta porcentagem, a seguinte fórmula foi utilizada
94
:
C – R x 100 =
RZZZZZZ
C = média das medidas de contração (flexão ou extensão)
R = medidas de repouso respectivas à de contração
A
B
Figura 3: Procedimento para medida da espessura dos músculos abdominais. As linhas pontilhadas
da figura B representam o grid sobreposto à imagem para realização da medida.
Fonte: FERREIRA e colaboradores, 2004
60
.
43
2.7 Análise estatística
Para descrever os indivíduos que compõem a amostra foi realizada uma
análise exploratória utilizando as informações sociais, demográficas e clínicas
coletadas durante a aplicação dos questionários.
A análise descritiva das variáveis quantitativas foi realizada através de cálculo
da média, medida de tendência central, e do desvio padrão, medida de variabilidade
(dispersão) dos dados amostrais. Já a análise descritiva das variáveis qualitativas foi
realizada através de cálculo de freqüências das categorias utilizadas para cada uma.
Para testar a associação entre as variáveis contínuas avaliadas neste estudo
foram propostos três modelos de análise de regressão linear múltipla, onde β
0
, β
1
e
β
2
são constantes (parâmetros) desconhecidos e ε é o erro aleatório (resíduo). Para
a realização desta análise é necessário que a variável resposta seja normalmente
distribuída. A normalidade dos dados foi testada através do teste estatístico de
Anderson-Darling.
Cada modelo utilizou como variável resposta a proporção do recrutamento
dos músculos abdominais (TrA, OI e OE) e como explicativas, as variáveis dor
lombar e incontinência urinária (IU).
Os modelos de regressão construídos foram:
1) Nível de recrutamento do TrA = β
0
+ β
1
* dor lombar + β
2
* IU + ε
2) Nível de recrutamento do OI = β
0
+ β
1
* dor lombar + β
2
* IU + ε
3) Nível de recrutamento do OE = β
0
+ β
1
* dor lombar + β
2
* IU + ε
Para verificar a relação entre a variável dor lombar e as variáveis relacionadas
a incapacidade (RM-Br), sintomas depressivos (GDS), IMC e sexo foi realizada a
44
correlação de Spearman. Foram considerados para essas análises somente aqueles
idosos que afirmaram sentir dor lombar (n=34; 61,8% da amostra).
Toda a análise estatística foi realizada por meio do pacote estatístico
Statistical Package for the Social Science (SPSS) para Windows (versão 13.0, SPSS
Inc.©, Chicago, Illinois), com exceção do teste de normalidade, foi utilizado o
MiniTAB 14 Statistical Software. Em todos os testes usados foi considerado como
significativo α < 5%.
45
CAPÍTULO 3 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA Perfil dos
idosos responsáveis pelo domicílio 2000. Estudos e Pesquisas. Rio de Janeiro.,
v. 2002.
2. UNITED NATIONS PUBLICATIONS World Population Prospects: The 2006
Revision. v. n.1, 2007.
3. VERAS, R. Envelhecimento populacional e as informações de saúde do PNAD:
demandas e desafios contemporâneos. Introdução. Cad Saude Publica, Rio de
Janeiro, v. 23, n.10, p. 2463-2466, Oct. 2007.
4. IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA Projeções
da população do Brasil por sexo e idade para o período 1980-2050: revisão
2008. Rio de Janeiro, v. n.24, 2008.
5. FIEDLER, M.; PIMENTA, C.D.M. Capacidade funcional e fatores associados
em idosos do Sul do Brasil: um estudo de base populacional. Cad Saude
Publica, Rio de Janeiro, v. 24, n.2, p. 409-415, Feb. 2008.
6. ALVES, L.; LEIMANN, B.; VASCONCELOS, M.; CARVALHO, M.;
VASCONCELOS, A.; FONSECA, T.; LEBRÃO, M.; LAURENTI, R. A influência
das doenças crônicas na capacidade funcional dos idosos do Município de São
Paulo, Brasil. Cad Saude Publica, Rio de Janeiro, v. 23, n.8, p. 1924-1930,
Aug. 2007.
7. LIMA-COSTA, M.; BARRETO, S.; GIATTI, L. Condições de saúde, capacidade
funcional, uso de serviços de saúde e gastos com medicamentos da população
idosa brasileira: um estudo descritivo baseado na Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios. Cad Saude Publica, Rio de Janeiro, v. 19, n.3, p. 735-
743, June 2003.
8. TEIXEIRA, M.; TEIXEIRA, W.; SANTOS, F.; ANDRADE, D.; BEZERRA, S.;
FIGUEIRÓ, J.; OKADA, M. Epidemiologia clínica da dor músculo-esquelética.
Rev Med (São Paulo), São Paulo, v. 80, p. 1-21, 2001.
9. BRESSLER, H.B.; KEYES, W.J.; ROCHON, P.A.; BADLEY, E. The prevalence
of low back pain in the elderly. A systematic review of the literature. Spine, v.
24, n.17, p. 1813-1819, Sept. 1999.
46
10. MEADOWS, E. Physical therapy for older adults with urinary incontinence. Top
Geriatr Rehabil, v. 16, n.1, p. 22-32, 2000.
11. REIS, R.; COLOGNA, A.; MARTINS, A.; PASCHOALIN, E.; TUCCI JR, S.;
SUAID, H. Incontinência urinária no idoso. Acta Cirúrgica Brasileira, v. 18,
n.Supl 5, p. 47-51, 2003.
12. RODRIGUES, R.; MARQUES, S.; OLIVEIRA, C.; MENDES, R.; ROCHA, J.;
NOGUEIRA, J. Prevalência da incontinência urinária na mulher idosa.
Gerontologia, v. 3, n.4, p. 175-179, 1995.
13. DELLAROZA, M.; FURUYA, R.; CABRERA, M.; MATSUA, T.; TRELHA, C.;
YAMADA, K.; PACOLA, L. Caracterização da dor crônica e métodos
analgésicos utilizados por idosos da comunidade. Rev Assoc Med Bras, São
Paulo, v. 54, n.1, p. 36-41, Feb. 2008.
14. SILVA, M.C.D.; FASSA, A.G.; VALLE, N.C. Dor lombar crônica em uma
população adulta do Sul do Brasil: prevalência e fatores associados. Cad
Saude Publica, Rio de Janeiro, v. 20, n.2, p. 377-385, 2004.
15. WEINER, D.K.; SAKAMOTO, S.; PERERA, S.; BREUER, P. Chronic low back
pain in older adults: prevalence, reliability, and validity of physical examination
findings. JAGS, v. 54, n.1, p. 11-20, 2006.
16. HARTVIGSEN, J.; CHRISTENSEN, K.; FREDERIKSEN, H. Back pain remains
a common symptom in old age. A population-based study of 4486 Danish twins
aged 70-102. Eur Spine J, v. 12, p. 528-534, May 2003.
17. GALLAGHER, R. Low back pain, health status, and quality of life in older adults:
challenge and opportunity. Pain Med, v. 4, n.4, p. 305-307, 2003.
18. EDMOND, S.; FELSON, D. Prevalence of back symptoms in elders. J
Rheumatol, v. 27, n.1, p. 220-225, 2000.
19. BRESSLER, H.; KEYES, W.; ROCHON, P.; BADLEY, E. The prevalence of low
back pain in the elderly. A systematic review of the literature. Spine, v. 24, n.17,
p. 1813-1819, 1999.
20. ISAAC, B. The giants of geriatrics. Inaugural Lecture Delivered in the
Birmingham, England, v. 1976.
47
21. SILVA, A.; SANTOS, V. Prevalência da incontinência urinária em adultos e
idosos hospitalizados. Rev Esc Enferm USP, v. 39, n.1, p. 36-45, 2005.
22. ABREU, N.; BARACHO, E.; TIRADO, M.; DIAS, R. Qualidade de vina na
perspectiva de idosas com incontinência urinária. Rev Bras Fisioter, v. 11, n.6,
p. 429-436, 2007.
23. WADDELL,G. Pain and disability. In: WADDELL,G. The back pain
revolution. Second ed.Edinburgh EHI 3AF, U.K.: 2004. cap.3, p.27-45.
24. MERSKEY, H. Classification of chronic pain: description of chronic pain
syndromes and definitions of pain terms. Pain 1986; Suppl 3:S215-217. Pain,
v. Suppl 3, p. S215-S217, 1986.
25. AGS PANEL ON PERSISTENT PAIN IN OLDER PERSONS The management
of persistent pain in older persons. JAGS, v. 50, n.6, p. S205-S224, June 2002.
26. SANTOS, C.; PEREIRA, L.; RESENDE, M.; MAGNO, F. Aplicação da versão
brasileira do questionário de dor Mcgill em idosos com dor crônica. Acta
Fisiátrica, v. 13, n.2, p. 75-82, Aug. 2006.
27. DELLAROZA, M.S.G.; PIMENTA, C.A.D.M.; MATSUO, T. Prevalência e
caracterização da dor crônica em idosos não institucionalizados. Cad Saude
Publica, Rio de Janeiro, v. 23, n.5, p. 1151-1160, May 2007.
28. MOSSEY, J.; GALLAGHER, R.; TIRUMALASETTI, F. The effects of pain and
depression on physical functioning in elderly residents of a continuing care
retirement community. Pain Medicine, v. 1, n.4, p. 340-349, 2000.
29. HARRIS, T.; COOK, D.; VICTOR, C.; DEWILDE, S.; BEIGHTON, C. Onset and
persistence of depression in older people-results from a 2-year community
follow-up study. Age and Ageing, v. 35, n.25, p. 32- 2006.
30. BROCHET, B.; MICHEL, P.; BARBERGER-GATEAU, P.; DARTIGUES, J.
Population-based study of pain in elderly people: a descrioptive survey. Age
and Ageing, v. 27, p. 279-284, 1998.
31. VANTULDER, M.; KOES, B.; BOMBARDIER, C. Low back pain. Best Pract
Res Clin Rheumatol, v. 16, n.5, p. 761-775, Dec. 2002.
48
32. CAYEA, D.; PERERA, S.; WEINER, D. Chronic low back pain in older adultes:
what physicians kow, what they think they kwow, and what they should be
taught. JAGS, v. 54, n.11, p. 1772-1777, Nov. 2006.
33. CECCHI, F.; DEBOLINI, P.; LOVA, R.M.; MACCHI, C.; BANDINELLI, S.;
BARTALI, B.; LAURETANI, F.; BENVENUTI, E.; HICKS, G.; FERRUCCI, L.
Epidemiology of back pain in a representative cohort of Italian persons 65 years
of age and older: the InCHIANTI study. Spine, v. 31, n.10, p. 1149-1155, May
2006.
34. DIONNE, C.E.; DUNN, K.M.; CROFT, P.R. Does back pain prevalence really
decrease with increaing age? A systematic review. Age and Agein, v. 35, p.
229-234, Mar. 2006.
35. ANDERSSON, G. Epidemiological features of chronic low back pain. Lancet, v.
354, p. 581-585, 1999.
36. WADDELL,G. The problem. In: WADDELL,G. The back pain revolution.
Second ed.Edinburgh EHI 3AF, U.K.: 2004. cap., p.1-7.
37. PAUL, B.; LEITNER, C.; VACARIU, G.; WICK, F.; ZEHETMAYER, S.;
MATZNER, M.; MITTERMAIER, C.; VANECEK, E.; EBENBICHLER, G. Low
back pain assessment based on brief ICF Core Sets: diagnostic relevance of
motor performance and psichological tests. Am J Phys Med Rehabil, v. 87, p.
452-460, 2008.
38. ELIASSON, K.; ELFVING, B.; NORDGREN, B.; MATTSSON, E. Urinary
incontinence in women with low back pain. Manual Therapy, v. 13, p. 206-212,
2008.
39. WEISS, B. Diagnostic evaluation of urinary incontinence in geriatric patients.
Am Fam Physician, v. 57, n.11, p. 2675-2684, June 1998.
40. DIOKNO, A.; BROCK, B.; BROWN, M.; HERZOG, R. A prevalence of urinary
incontinence and other urological symptoms in the noninstitutionalized elderly. J
Urol, v. 136, p. 1022-1025, 1986.
41. MOHIDE, E. The prevalence and scope of urinary incontinence. Clin Geriatr
Med, v. 2, n.639, p. 656- 1986.
42. SOLOMON, D. New issues in geriatric care. Am Intern Med, v. 108, n.5, p.
718-732, 1986.
49
43. GUCCIONE,A. Fisioterapia geriátrica. Segunda Edição. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2002.
44. IRWIN, D.; MILSOM, I.; HUNSKAAR, S.; REILLY, K.; KOPP, Z.; HERSCHORN,
S.; COYNE, K.; KELLEHER, C.; HAMPEL, C.; ARTIBANI, W.; ABRAMS, P.
Population-based survey of urinary incontinence, overactive bladder, and other
lower urinary tract symptoms in five countries: results of the EPIC study. Eur
Urol, v. 50, n.6, p. 1306-1314, 2006.
45. BYLES, J.; MILLAR, C.; SIBBRITT, D.; CHIARE, P. Living with urinary
incontinence: a longitudinal study of older women. Age and Ageing, v. p. 1-6,
Mar. 2009.
46. DIOKNO, A.; ESTANOL, M.; IBRAHIM, I.; BALASUBRAMANIAM, M.
Prevalence of urinary incontinence in community dwelling men: a cross
sectional nationwide epidemiological survey. Int Urol Nephrol, v. 39, n.1, p.
129-136, 2007.
47. FELICÍSSIMO, M.; CARNEIRO, M.; SOUZA, E.; ALIPIO, V.; FRANCO, M.;
SILVA, R.; FILHO, A. Fatores limitadores à reabilitação da musculatura do
assoalho pélvico em pacientes com incontinência urinária de esforço. Acta
Fisiatr, v. 14, n.4, p. 233-236, 2007.
48. PANJABI, M.M. The stabilizing system of the spine. Part I. Function,
dysfunction, adaptation, and enhancement. J Spinal Disord, v. 5, n.4, p. 383-
397, Dec. 1992.
49. BARR, K.P.; GRIGGS, M.; CADBY, T. Lumbar stabilization: core concepts and
current literature, Part 1. Am J Phys Med Rehabil, v. 84, n.6, p. 473-480, June
2005.
50. HODGES,P. Lumbopelvic stability: a functional model of the biomechanics
and motor control. In: RICHARDSON,C.; HODGES,P.; HIDES,J. Therapeutic
exercise for lumbopelvic stabilization. 2ª ed.Ednburgh: 2004. cap., p.13-28.
51. EBENBICHLER, G.R.; ODDSSON, L.I.; KOLLMITZER, J.; ERIM, Z. Sensory-
motor control of the lower back: implications for rehabilitation. Med Sci Sports
Exerc, v. 33, n.11, p. 1889-1898, Nov. 2001.
52. SMITH, M.; RUSSELL, A.; HODGES, P. Disorders of breathing and continence
have a stronger association with back pain than obesity and physical activity.
Australian Jounal of Physiotherapy, v. 52, p. 11-16, 2006.
50
53. FINKELSTEIN, M. Medical conditions, medications,and urinary incontinence.
Analysis of a population-based survey. Canadian Family Physician, v. 48, p.
96-101, Jan. 2002.
54. EISENSTEIN, S.; ENGELBRECHT, D.; EL MASRY, W. Low Back Pain and
Urinary Incontinence: a hypothetical relationship. Spine, v. 19, n.10, p. 1148-
1152, May 1994.
55. HODGES, P.W.; RICHARDSON, C.A. Inefficient muscular stabilization of the
lumbar spine associated with low back pain. A motor control evaluation of
transversus abdominis. Spine, v. 21, n.22, p. 2640-2650, Nov. 1996.
56. HODGES, P.W.; RICHARDSON, C.A. Transversus abdominis and the
superficial abdominal muscles are controlled independently in a postural task.
Neuroscience Letters, v. 265, n.2, p. 91-94, Apr. 1999.
57. HODGES, P.W. Is there a role for transversus abdominis in lumbo-pelvic
stability? Manual Therapy, v. 4, n.2, p. 74-86, 1999.
58. HODGES,P.W. Abdominal mechanism in low back pain. In:
RICHARDSON,C.; HODGES,P.; HIDES,J. Therapeutic exercise for
lumbopelvic stabilization. Second ed.: 2004. cap.10, p.141-148.
59. RICHARDSON, C.A.; SNIJDERS, C.J.; HIDES, J.A.; DAMEN, L.; PAS, M.S.;
STORM, J. The relation between the transversus abdominis muscles, sacroiliac
joint mechanics, and low back pain. Spine, v. 27, n.4, p. 399-405, Feb. 2002.
60. FERREIRA, P.H.; FERREIRA, M.L.; HODGES, P.W. Changes in recruitment of
the abdominal muscles in people with low back pain: ultrasound measurement
of muscle activity. Spine, v. 29, n.22, p. 2560-2566, Nov. 2004.
61. SAPSFORD, R. Co-activation of the abdominal and pelvic floor muscles during
voluntary exercise. Neurourol Urodyn, v. 20, n.1, p. 31-42, Jan. 2001.
62. SAPSFORD, R.; HODGES, P.W. Contraction of the pelvic floor muscles during
abdominal maneuvers. Arch PhysMed Rehabil, v. 82, n.1081, p. 1088- Sept.
2001.
63. NEUMANN, P.; GILL, V. Pelvic Floor and Abdominal Muscle Interaction: EMG
Activity and Intra-abdominal Pressure. Int Urogynecol J, v. 13, p. 125-132,
2002.
51
64. HUNGERFORD, B.; GILLEARD, W.; HODGES, P. Evidence of altered
lumbopelvic muscle recruitment in the presence of sacroiliac joint pain. Spine,
v. 28, n.14, p. 1593-1600, 2003.
65. HIDES, J.; WILSON, S.; STANTON, W.; ET AL. An MRI investigation into the
function of the transverses abdominis muscle during "drawing-in" of the
abdominal wall. Spine, v. 31, n.6, p. E175-E178, 2006.
66. VASSELJEN, O.; DAHL, H.; MORK, P.; TORP, H. Muscle activity onset in the
lumbar multifidus muscle recorded simultaneously by ultrasound imaging and
intramuscular electromyography. Clinical Biomechanics, v. 21, n.905, p. 913-
2006.
67. BRUMAGME, S.; CORDO, P.; LYSENS, R.; ET AL. The role paraspinal
spindles in lumbosacral position sense in individuals with and without low back
pain. Spine, v. 25, n.8, p. 989-994, 2000.
68. RADEBOLD, A.; CHOLEWICLI, J.; PANJABI, M.; PATEL, T. Muscle response
pattern to sudden trunk loading in healthy individuals and in patients with
chronic low back pain. Spine, v. 25, n.8, p. 947-954, 2000.
69. HODGES, P.W.; PENGEL, L.H.; HERBERT, R.D.; GANDEVIA, S.C.
Measurement of muscle contraction with ultrasound imaging. Muscle Nerve, v.
27, n.6, p. 682-692, June 2003.
70. PEREIRA,L. Avaliação pelo fisioterapeuta. In: MACIEL,A. Avaliação
Multidisciplinar do paciente geriátrico. 1ª ed.Rio de Janeiro: 2002. cap.,
p.43-81.
71. KAUFFMAN,T. Manual de reabilitação geriátrica. 1ª edição. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
72. CASTILLO, E.; GOODMAN-GRUEN, D.; KRITZ-SILVERSTEIN, D.; MORTON,
D.; WINGARD, D.; BARRETT-CONNOR, E. Sarcopenia in elderly men and
women - the Rancho Bernardo Study. Am J Prev Med, v. 25, n.3, p. 226-231,
2003.
73. LAURENTANI, F.; RUSSO, C.; BANDINELLI, S.; BARTALI, B.; CAVAZZINI, C.;
DI, I.; ET AL. Age-associated changes in skeletal muscles and their effect on
mobility: an operational diagnosis of sarcopenia. J Appl Physiol, v. 95, n.5, p.
1851-1860, Nov. 2003.
52
74. JANSSEN, I.; STEVEN, B.; HEYMSFIELD, M.; ROBERT, R. Low Relative
Skeletal Muscle mass (sarcopenia) in older persons is associated with
functional impairment and physical disability. J Am Geriatric Soc, v. 50, n.889,
p. 896- 2002.
75. LEWIS,C.; BOTTOMLEY, J. Geriatric Physical Therapy. ed. Connecticut:
Appleton & Lange, 1994.
76. MAXWELL, S.E. Sample size and multiple regression analysis. Psychol
Methods, v. 5, n.4, p. 434-458, Dec. 2000.
77. BENDEBBA, M.; TORGERSON, W.S.; LONG, D.M. A validated, practical
classification procedure for many persistent low back pain patients. Pain, v. 87,
n.1, p. 89-97, July 2000.
78. WADDELL,G. Diagnostic triage. In: WADDELL,G. The back pain revolution.
Second ed.Edinburgh EHI 3AF, U.K.: 2004. cap.2, p.9-26.
79. BERTOLUCCI, P.H.; BRUCKI, S.M.; CAMPACCI, S.; JULIANO, Y. O Mini-
exame do Estado Mental em uma população geral: impacto da escolaridade.
Arq Neuropsiquiatr, Departamento de Neurologia e Neurocirurgia, Escola
Paulista de Medicina, São Paulo, Brasil., v. 52, n.1, p. 1-7, Mar. 1994.
80. BRUCKI, S.M.; NITRINI, R.; CARAMELLI, P.; BERTOLUCCI, P.H.; OKAMOTO,
I.H. [Suggestions for utilization of the mini-mental state examination in Brazil].
Arq Neuropsiquiatr, v. 61, n.3B, p. 777-781, Sept. 2003.
81. ALMEIDA, O.; ALMEIDA, S. Confiabilidade da versão brasileira da Escala de
Depressão em Geriatria (GDS) versão reduzida. Arq Neuropsiquiatr, São
Paulo, v. 57, n.2B, p. 421-426, June 1999.
82. YESAVAGE, J.; BRINK, T.; ROSE, T.; LUM, O.; HUANG, V.; ADEY, M.;
LEIRER, V. Development and validation of a geriatric depression screening
scale: a preliminary report. J Psychiatr Res, v. 17, n.1, p. 37-49, 1983.
83. DAVIDSON, M.; DE, M.N. A systematic review of the Human Activity Profile.
Clin Rehabil, v. 21, n.2, p. 151-162, Feb. 2007.
84. SOUZA, A.C.; MAGALHAES, L.C.; TEIXEIRA-SALMELA, L.F. [Cross-cultural
adaptation and analysis of the psychometric properties in the Brazilian version
of the Human Activity Profile]. Cad Saude Publica, v. 22, n.12, p. 2623-2636,
Dec. 2006.
53
85. CASTRO, C. A formação lingüística da dor - versão brasileira do questionário
McGill de dor. São Carlos, v. 1999.
86. PIMENTA, C.D.M.; TEIXEIRA, M. Questionário de dor McGill: proposta de
adaptação para língua portuguesa. Rev Esc Enf USP, v. 30, n.3, p. 473-483,
Dec. 1996.
87. VAROLI, F.; PEDRAZZI, V. Adapted Version of the McGill Pain Questionnaire to
Brazilian Portuguese. Brazilian Dental Journal, Ribeirão Preto, v. 17, p. 328-
335, 2006.
88. NUSBAUM, L.; NATOUR, J.; FERRAZ, M.; GOLDENBERG, J. Translation,
adaptation and validation of the Roland-Morris questionnaire - Brazil Roland-
Morris. Braz J Med Biol Res, v. 34, n.2, p. 203-210, Feb. 2001.
89. COSTA, L.O.; MAHER, C.G.; LATIMER, J.; FERREIRA, P.H.; POZZI, G.C.;
RIBEIRO, R.N. Psychometric characteristics of the Brazilian-Portuguese
versions of the Functional Rating Index and the Roland Morris Disability
Questionnaire. Spine, v. 32, n.17, p. 1902-1907, Aug. 2007.
90. TAMANINI, J.; DAMBROS, M.; D'ANCONA, C.; PALMA, P.; RODRIGUES
NETO JR, N. Validação para o português do "International Consultation on
Incontinence Questionnaire - Short Form" (ICIQ - SF). Rev Saúde Pública, v.
38, n.3, p. 438-444, June 2004.
91. WEINER, D.K.; HAGGERTY, C.L.; KRITCHEVSKY, S.B.; HARRIS, T.;
SIMONSICK, E.M.; NEVITT, M.; NEWMAN, A. How does low back pain impact
physical function in independent, well-functioning older adults? Evidence from
the Health ABC Cohort and implications for the future. Pain Med, v. 4, n.4, p.
311-320, Dec. 2003.
92. DE VET, H.C.; HEYMANS, M.W.; DUNN, K.M.; POPE, D.P.; VAN DER BEEK,
A.J.; MACFARLANE, G.J.; BOUTER, L.M.; CROFT, P.R. Episodes of low back
pain: a proposal for uniform definitions to be used in research. Spine, v. 27,
n.21, p. 2409-2416, Nov. 2002.
93. HICKS, G.E.; SIMONSICK, E.M.; HARRIS, T.B.; NEWMAN, A.B.; WEINER,
D.K.; NEVITT, M.A.; TYLAVSKY, F.A. Trunk muscle composition as a predictor
of reduced functional capacity in the health, aging and body composition study:
the moderating role of back pain. J Gerontol A Biol Sci Med Sci, v. 60, n.11, p.
1420-1424, Nov. 2005.
54
94. OLIVEIRA, W.D.M. Análise da associação entre fatores psicossociais e o
padrão de recrutamento dos músculos abdominais medidos por meio de
ultrasonografia em indivíduos com dor lombar crônica não-específica. 2007.
75f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Reabilitação) - Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
55
CAPÍTULO 4 – ARTIGO
Artigo 1
Título: ASSOCIAÇÃO DA DOR LOMBAR, INCONTINÊNCIA URINÁRIA E O PADRÃO DE
RECRUTAMENTO DOS MÚSCULOS ABDOMINAIS MEDIDOS PELA ULTRASSONOGRAFIA EM IDOSOS
DA COMUNIDADE
.
Autores: Figueiredo, V.F.¹; Pereira, L.S.M.²; Ferreira, P.H.³; Pereira, A.M.
4
¹ Departamento de Fisioterapia, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo
Horizonte, Brasil e Mestranda em Ciências da Reabilitação, Departamento de Fisioterapia,
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Universidade Federal de
Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil.
² Programa de Pós Graduação em Ciências da Reabilitação do Departamento de
Fisioterapia, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil.
³ School of Physiotherapy, Faculty of Health Sciences, University of Sydney, Australia.
4
Fisioterapeuta, Especialista em Fisioterapia Esportiva
Endereço para correspondência: Prof
a
. Dr
a
. Leani Souza Máximo Pereira. Departamento de
Fisioterapia da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional - Universidade
Federal de Minas Gerais/Campus Pampulha. Av. Antonio Carlos, 6627. Belo Horizonte,
Minas Gerais, Brazil. CEP:31.270-901
phone/fax n.:55-31-3409-4781 e-mail: leanism[email protected]
Este estudo apresenta resultados parciais da Dissertação de Mestrado: “Análise da associação entre condições
dlínicas e funcionais e o padrão de recrutamento dos músculos abdominais medidos por meio de
ultrassonografia em idosos da comunidade.”
Artigo a ser traduzido para língua inglesa e enviado para Physiotherapy Research International
http://www3.interscience.wiley.com/journal/112094326/home/ForAuthors.html
56
Resumo
Contexto e objetivos: Dor lombar e incontinência urinária representam condições com alta
prevalência entre os idosos com grande repercussão na sua funcionalidade, restrição na
participação social e qualidade de vida. Evidências recentes mostraram a associação entre
incontinência urinária (IU) e dor lombar (DL). O recrutamento dos músculos abdominais e do
assoalho pélvico e a sua associação com a estabilidade da coluna lombar em adultos jovens
têm sido verificado por meio de imagens ultrassonográficas e eletromiográficas. Dessa forma,
o objetivo do presente estudo foi analisar a associação existente entre dor lombar,
incontinência urinaria e o padrão de recrutamento dos músculos transverso abdominal (TrA),
obliquo interno (OI) e externo (OE), medidos por meio de imagem ultrassonográfica, em uma
amostra de idosos comunitários. Métodos: Participaram deste estudo 54 idosos hígidos da
comunidade (72 ± 5,2 anos). Foram avaliadas características clínico-sócio-demográficas, dor
lombar por meio do Questionário de Macgill (Br – MPQ), características da incontinência
urinária (ICIQ – SF) e o padrão de recrutamento dos músculos abdominais, por meio de
imagem ultrassonográfica (Siemens Sonoline SL1). Para análise estatística foi realizado uma
regressão linear múltipla. O nível de significância de 5% foi considerado. Resultados: os
modelos de regressão para o nível de recrutamento dos músculos TrA, OI e OE explicaram,
respectivamente, 2,0% (R
2
=0,02; F=0,47; p=0,628), 10,6% (R
2
=0,106; F=3,03; p=0,057) e
10,1% (R
2
=0,101; F=2,70; p=0,077) da variabilidade dos valores de recrutamento.
Conclusão: De acordo com esses dados, nenhum dos modelos de regressão desenvolvidos
para os músculos abdominais apresentou significância estatística. O valor da variabilidade
explicada foi muito baixo, indicando que existem outros fatores tais como o controle motor,
sarcopenia e ou adequações da técnica ultrassonografica influenciados pelo envelhecimento
que podem estar relacionados ao valor obtido no recrutamento dos músculos abdominais para
esta amostra. Estudos sobre a mensuração do recrutamento dos músculos abdominais em
idosos são necessários.
Palavras-chave: idosos; ultrassonografia; incontinência urinária, dor lombar
57
Abstract
Background and Purpose: Low back pain and urinary incontinence are highly prevalent
conditions among the elderly and cause a huge repercussion in their functional performance,
restriction in their social participation and quality of life. Current evidences showed an
association between urinary incontinence (UI) and low back pain (LBP). The recruitment of
the abdominal and pelvic floor muscles and its association with lumbar spine stability in
young adults has been registered through ultrasonographic and eletromyographic images.
Thus, the purpose of the present study was to analyze the existing association between low
back pain, urinary incontinence and the muscle recruitment pattern of the transverse
abdominal muscle (TrA) , internal and external obliques (IO and EO), measured through
ultrasonographic image, in a sample of community-dwelling elderly people. Methods: Fifty-
four healthy community-dwelling elderly joined this study (72 ± 5,2 years-old) . There were
assessed the clinical, social and demographic characteristics, low back pain through the
Mcgill Pain Questionnaire (Br – MPQ), characteristics of the urinary incontinence (ICIQ –
SF) and the muscle recruitment patterns of the abdominal muscles, through ultrasonographic
image (Simens Sonoline SL1). For the statistical analysis, a multiple linear regression was
used. The level of significance considered was 5%. Results: the regression models for the
level of recruitment of the TrA, IO and EO muscles explained, respectively, 2,0% (R
2
=0,02;
F=0,47; p=0,628), 10,6% (R
2
=0,106; F=3,03; p=0,057) and 10,1% (R
2
=0,101; F=2,70;
p=0,077) of the variability of the recruitment values. Conclusions: According to these data,
none of the regression models developed for the abdominal muscles presented statistical
significance. The value of the explained variability was very low, which indicates that there
are other factors such as motor control, sarcopenia and or the adequacy of the techniques
used, influenced by the age, that may be related to the value obtained for the recruitment of
the abdominal muscles for this sample. Studies about the recruitment of the abdominal
muscles in the elderly are necessary.
Key Words: elderly; ultrasonography; urinary incontinence; low back pain.
58
Introdução
O envelhecimento populacional é observado mundialmente. No Brasil, o aumento do
contingente de idosos vem ocorrendo de forma contínua e bastante acelerada, quando
comparado a outros países (IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2002).
Paralelo às mudanças demográficas verificadas ocorre também uma modificação no perfil
epidemiológico da nossa população. Doenças crônicas degenerativas inerentes ao
envelhecimento ganham maior expressão em detrimento àquelas infecto contagiosas presentes
na população mais jovem. Em geral, as doenças dos idosos são crônicas, múltiplas,
irreversíveis, não transmissíveis e são associadas a problemas e disfunções de difícil manejo e
tratamento, exigindo acompanhamento e cuidados constantes, dessa forma, aumentando a
procura por serviços de saúde (Alves et al. 2007;Fiedler & Pimenta 2008;Lima-Costa,
Barreto, & Giatti 2003).
A dor lombar (DL) (Bressler et al. 1999;Dellaroza et al. 2008;Silva, Fassa, & Valle
2004;Teixeira et al. 2001) e a incontinência urinária (IU) (Meadows 2000;Reis et al.
2003;Rodrigues et al. 1995) representam condições de alta prevalência e com grande
repercussão na funcionalidade do idoso. Dificuldades no desempenho das atividades
cotidianas,
sofrimento físico e afetivo, alto custo sócio-econômico, restrição na participação
social, e redução da qualidade de vida desses indivíduos são relatados na literatura em
decorrência dessas disfunções (Paul et al. 2008;Reis, Cologna, Martins, Paschoalin, Tucci Jr,
& Suaid 2003).
A DL é usualmente definida como uma dor, tensão ou rigidez localizada na região
compreendida entre as últimas costelas e a linha glútea. A maioria dos episódios de DL ocorre
espontaneamente nas atividades cotidianas (Waddell 2004a). Sua etiologia é multifatorial
decorrendo da interação cumulativa de fatores intrínsecos ao indivíduo (doenças
59
inflamatórias, degenerativas, alterações congênitas, desequilíbrios musculares, instabilidades
segmentares da coluna, obesidade, morbidades psicológicas) além dos fatores sócio-
demográficos (idade, sexo, renda, escolaridade) e comportamentais (Silva, Fassa, & Valle
2004;vanTulder, Koes, & Bombardier 2002;Weiner et al. 2006). Cayea et al. (Cayea, Perera,
& Weiner 2006) relataram que 36% dos idosos comunitários com 65 anos e mais são
acometidos por um episódio de DL ao ano.
A Sociedade Internacional de Incontinência define incontinência urinária (IU) como sendo a
perda involuntária de urina, que representa um problema psicossocial e higiênico, devendo ser
objetivamente demonstrável (Reis, Cologna, Martins, Paschoalin, Tucci Jr, & Suaid
2003;Silva & Santos 2005). A IU pode afetar indivíduos de todas as idades, no entanto sua
prevalência aumenta com a idade (Eliasson et al. 2008;Meadows 2000;Silva & Santos 2005)
e, muitas vezes, é erroneamente interpretada como parte natural do processo de
envelhecimento (Meadows 2000;Silva & Santos 2005)
Estudos recentes têm ressaltado a associação entre IU, DL e o padrão de recrutamento dos
músculos abdominais. Algumas evidências dessa relação foram observadas (Eisenstein,
Engelbrecht, & El Masry 1994;Eliasson, Elfving, Nordgren, & Mattsson 2008;Finkelstein
2002;Smith, Russell, & Hodges 2006). Em seu estudo, Smith et al .(Smith, Russell, & Hodges
2006) analisaram dados de 38.050 mulheres que participaram de um estudo longitudianal,
Australian Longitudinal Study on Women’s Health, incluídas em três categorias etárias (18-
23; 45-50, 70-75 anos). Mulheres com IU apresentaram um aumento significativo na
prevalência de DL, sugerindo uma redução da estabilidade da coluna lombar na presença da
IU. Embora o mecanismo para o desenvolvimento da DL não seja bem conhecido, ele pode
estar associado também com alterações no controle motor dos músculos do tronco. (Hodges &
Richardson 1996).
60
A estabilidade da coluna lombar é dependente da atividade de músculos como o diafragma,
(Smith, Russell, & Hodges 2006) transverso abdominal (Hodges & Richardson 1999;Hodges
1999;Smith, Russell, & Hodges 2006) e dos músculos do assoalho pélvico (Hodges
2004b;Smith, Russell, & Hodges 2006). O conceito de estabilidade lombo-pélvica vem sendo
amplamente discutido, na literatura uma vez que a instabilidade da coluna é considerada uma
importante causa de DL (Barr, Griggs, & Cadby 2005;Panjabi 1992). Entende-se estabilidade
como um processo dinâmico que inclui uma adequada modulação neuromusculoesquelética
do tronco e pelve, tanto durante posturas estáticas quanto na execução de padrões de
movimento (Barr, Griggs, & Cadby 2005;Hodges 2004a).
O transverso abdominal (TrA) devido a suas características anatômicas é um músculo
preferencialmente estabilizador da coluna (Ebenbichler et al. 2001;Hodges & Richardson
1996;Richardson et al. 2002). Hodges e Richardson (Hodges & Richardson 1996) por meio de
um estudo eletromiográfico (EMG), constataram que o TrA é o primeiro músculo a ser
ativado durante movimentos dos membros inferiores e superiores, promovendo uma rigidez
necessária à coluna lombar, para a realização adequada dos movimentos, evitando dessa
maneira, movimentos segmentares indesejados. Em indivíduos com história de DL crônica foi
observado um atraso na ativação do TrA, sugerindo uma falha do mecanismo da estabilização
lombo pélvica (Hodges 2004b;Hodges 1999;Hodges & Richardson 1996).
Em indivíduos saudáveis, os músculos abdominais e do assoalho pélvico trabalham em
sinergismo (Neumann & Gill 2002;Sapsford 2001;Sapsford & Hodges 2001). Exercícios
abdominais específicos podem ativar os músculos abdominais e do assoalho pélvico (Sapsford
& Hodges 2001) e vice-versa (Neumann & Gill 2002;Sapsford & Hodges 2001). Sapsford
(Sapsford 2001) e Sapsford e Hodges (Sapsford & Hodges 2001) em seus estudos (Sapsford
2001;Sapsford & Hodges 2001) reportaram que um aumento da atividade dos músculos do
61
assoalho pélvico, medida por meio de registros EMG durante exercícios abdominais
específicos, foi verificada antes do aumento da pressão intra-abdominal. Esses resultados
indicam que a ativação desses músculos não ocorre apenas em resposta ao aumento da
pressão intra-abdominal. Possivelmente, a ativação desses músculos seria produzida por
mecanismos centrais do controle motor. No estudo de Sapsford e Hodges (Sapsford & Hodges
2001) o padrão de ativação dos músculos abdominais foi observado por meio de imagens
ultrassonográficas com o objetivo de prover uma aproximação da ocorrência da ativação
muscular de cada músculo abdominal, concomitante ao registro EMG dos músculos do
assoalho pélvico, evidenciando uma relação entre eles.
O uso de imagens ultrassonográficas (rehabilitative ultrasound imaging – RUSI) tem sido
aceito como uma medida válida do recrutamento muscular pela sua comparação com os
registros da EMG (Ferreira, Ferreira, & Hodges 2004;Hodges et al. 2003). Esse tipo de
mensuração é utilizada por fisioterapeutas para avaliar a função dos músculos e a morfologia
dos tecidos moles durante a realização de movimentos e tarefas específicas e assistir em
aplicações de intervenções terapêuticas objetivando melhora da função neuromuscular
(Teyhen 2007).
Apesar da DL e da IU serem condições prevalentes entre os idosos, com repercussões
significativas na saúde física, psicológica e social do indivíduo e de grande impacto sócio-
econômico, não há registros na literatura atual de estudos que investiguem o controle motor
dos músculos abdominais em idosos.
Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi analisar a associação entre dor lombar,
incontinência urinaria e o padrão de recrutamento muscular dos músculos TrA, obliquo
interno(OI) e obliquo externo(OE), medidos por meio de imagem ultrassonográfica, em uma
população de idosos comunitários.
62
Metodologia
Desenho do Estudo
Trata-se de um estudo observacional de corte transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais, parecer ETIC 324/07
Sujeitos
O tamanho da amostra foi calculado considerando-se o padrão de recrutamento da
musculatura abdominal, como a variável resposta do estudo e como variáveis explanatórias, a
presença de dor lombar e o relato de incontinência urinária. Para que haja uma relação de 0,40
entre as variáveis explanatórias e a variável resposta, uma correlação de 0,20 entre as
variáveis explanatórias, com coeficiente de determinação (R
2
) de 0,40 e um poder de 80%
(Maxwell 2000), foi constatado a necessidade de 55 idosos para que essas associações fossem
verificadas.
Foram incluídos no estudo 54 idosos residentes na comunidade, de ambos os sexos, com
idade igual ou superior a 65 anos, sem alterações cognitivas identificadas por meio do Mini
Exame do Estado Mental (MEEM) (Bertolucci et al. 1994;Brucki et al. 2003). Foram
adotados como critérios de exclusão: dores agudas na coluna; evidencia de radiculopatias
(alteração de reflexos, dermátomos e/ou miótomos ou Laségue positivos) (BenDebba,
Torgerson, & Long 2000); histórico positivo para doenças neurológicas, cirurgia tóraco-
abdominal e da coluna, fraturas vertebrais; presença de bandeiras vermelhas, indicativas de
doenças graves de coluna, como trauma grave, passado de tumor maligno (câncer de
próstata), perda de peso não explicada (Waddell 2004b); deformidades graves observáveis na
coluna (escoliose, hipercifose); realização de tratamento fisioterápico para a coluna nos
últimos seis meses; prática de exercícios para musculatura estabilizadora da coluna lombar
e/ou do assoalho pélvico.
63
Materiais e procedimentos
Para caracterização da amostra foram utilizados os dados sócio-demográficos e clínico-
funcionais obtidos a partir de um questionário e estão apresentados na Tabela 1.
A caracterização da DL foi realizada pelo questionário de dor McGill (Br-MPQ) (Castro
1999;Pimenta & Teixeira 1996;Varoli & Pedrazzi 2006), um instrumento amplamente
utilizado na literatura, adequado para avaliar a dor crônica em idosos (Santos et al. 2006).
Para verificar a presença da IU e determinar a freqüência e a quantidade de perda urinária
auto relatada foram utilizadas duas questões do questionário de qualidade de vida condição-
específico para IU denominado International Consultation on Incontinence Questionnaire –
Short Form (ICIQ – SF) (Tamanini et al. 2004).
Considerando os baixos níveis de escolaridade da população idosa brasileira, todos os
instrumentos foram lidos e preenchidos por um pesquisador previamente treinado e
familiarizado com os mesmos. A aplicação de cada instrumento seguiu a padronização
fornecida pelos autores.
Para medir o recrutamento da musculatura abdominal foi utilizado um aparelho de
ultrassonografia (Siemens Sonoline SL1) e aplicado a metodologia proposta por Ferreira et al.
(Ferreira, Ferreira, & Hodges 2004) As imagens foram captadas por um transdutor de 10cm,
7,5MHz, acoplado ao aparelho de ultrassonografia. As imagens foram armazenadas em um
software de armazenamento de vídeos (Pinacle Studio, versão 9.4®).
Análise Estatística
A análise descritiva das variáveis quantitativas foi realizada através de cálculo da média,
medida de tendência central, e do desvio padrão, medida de variabilidade dos dados
64
amostrais. Já a análise descritiva das variáveis qualitativas foi realizada através de cálculo de
freqüências das categorias utilizadas para cada uma.
Para testar a associação entre as variáveis contínuas avaliadas neste estudo foram propostos
três modelos de análise de regressão linear múltipla. Cada modelo utilizou como variável
resposta a proporção do recrutamento dos músculos abdominais (TrA; OI; OE) e como
explicativas, as variáveis DL e IU.
Toda a análise estatística foi realizada através do pacote estatístico Statistical Package for the
Social Science (SPSS) para Windows (versão 13.0, SPSS Inc.©, Chicago, Illinois). Em todos
os testes usados foi considerado como significativo α < 0,05.
Resultados
Participaram deste estudo 54 idosos, com média de idade de 72 (± 5,2) anos e variação de 65
a 84 anos, sendo que o sexo feminino representou 76% da amostra. Apresentaram peso
variando entre 45 e 107 quilos (66 ± 12,8) e altura entre 1,42 e 1,77 metros (1,58 ± 0,07).
Após o cálculo do IMC dos participantes 46,3% da amostra apresentou o padrão eutrófico (22
a 27 kg/m
2
), de acordo com os pontos de corte para idosos, propostos por Lipschitz (Lipschitz
1994).
Os idosos foram questionados quanto a problemas de saúde diagnosticados pelo médico e uso
de medicamentos. Foi relatado uma média de 4,78 (± 2,35) comorbidades e 37% relataram o
uso de 3 a 5 medicamentos.
Para aqueles idosos com positividade para dor lombar (n=34) pode-se verificar que mais da
metade (52,9%) informou apresentar dor lombar de intensidade moderada (2,24 ± 0,78) e
65
44,1% classificaram-na como breve/momentânea/transitória, de acordo com o padrão
temporal da dor avaliado pelo questionário de Br-MPQ. (Tabela 1)
A Tabela 2 apresenta os resultados dos modelos de regressão linear múltipla para verificar a
associação entre o padrão de recrutamento dos músculos TrA, OI e OE com as variáveis DL e
IU. Esses resultados mostraram que, os modelos de regressão para o nível de recrutamento
dos músculos TrA, OI e OE explicaram, respectivamente, 2,0% (R
2
=0,02; F=0,47; p=0,628),
10,6% (R
2
=0,106; F=3,03; p=0,057) e 10,1% (R
2
=0,101; F=2,70; p=0,077) da variabilidade
dos valores de recrutamento. De acordo com esses dados, nenhum dos modelos de regressão
desenvolvidos para os músculos abdominais apresentou significância estatística.
Discussão
O padrão de recrutamento dos músculos do tronco, obtidos por meio de ultrassonografia em
adultos jovens com e sem DL é evidenciado na literatura (Ferreira, Ferreira, & Hodges
2004;Hides et al. 2006;Richardson, Snijders, Hides, Damen, Pas, & Storm 2002;Vasseljen et
al. 2006). Durante a contração muscular, além da produção de potenciais de ação que podem
ser detectados por meio da EMG, mudanças na forma e geometria do músculo são
observadas, permitindo assim que medidas na alteração da espessura do músculo durante a
contração possam ser observadas e registradas por meio de imagens ultrassonográficas
(Ferreira, Ferreira, & Hodges 2004;Hodges, Pengel, Herbert, & Gandevia 2003). Com isso, a
utilização do ultrassom na reabilitação demonstrou ser uma medida eficaz, segura, não
invasiva e menos onerosa do recrutamento dos músculos abdominais. No entanto, evidências
científicas quanto ao padrão de recrutamento dos músculos do tronco em idosos, medido por
meio de ultrassonografia, não foram encontrados na literatura pesquisada, o que dificulta a
comparação dos resultados evidenciados neste estudo com aqueles divulgados na literatura.
66
Alterações fisiológicas inerentes ao processo do envelhecimento podem resultar em padrões
de movimento alterados.
Os resultados dos modelos de regressão linear múltipla para verificar a associação entre o
padrão de recrutamento dos músculos TrA, OI e OE com as variáveis DL e IU, evidenciaram
que, nenhum dos músculos abdominais (TrA, OI e OE) teve seu recrutamento explicado pelas
variáveis. No entanto, entre as variáveis analisadas, apenas a IU apresentou uma associação
significativa e negativa (p=0,018; β = -0,0343) com o recrutamento do OI, ou seja, aqueles
idosos que apresentaram maior ativação do OI relataram menor perda urinária. Este achado
corrobora com relatos prévios da literatura.
A co-ativação dos músculos abdominais e do assoalho pélvico é consistente com o modelo de
estabilidade que prediz que os músculos ao redor da cavidade abdominal trabalham juntos em
uma manobra coordenada para aumentar a estabilidade da coluna lombar (Hodges 1999)
Nos estudos conduzidos por Sapsford (Sapsford 2001), Sapsford e Hodges (Sapsford &
Hodges 2001) e Neumann e Gill (Neumann & Gill 2002) em adultos jovens saudáveis uma
co-ativação entre os músculos abdominais e do assoalho pélvico foi evidenciada, sem um
concomitante aumento da pressão intra-abdominal. O OI e o TrA parecem ser
predominantemente recrutados durante a contração dos músculos do assoalho pélvico
(Neumann & Gill 2002). Estes achados sugerem que o exercícios envolvendo o recrutamento
do TrA e do OI podem ajudar no trabalho dos músculos do assoalho pélvico, sem produzir um
aumento significativo na pressão intra-abdominal, contribuindo tanto para melhorar a perda
urinária quanto para reduzir a instabilidade da coluna lombar e conseqüentemente, a DL
(Neumann & Gill 2002).
67
A variabilidade do recrutamento dos músculos TrA e OE também não foi associada às
variáveis DL e IU na amostra estudada. Nenhuma das variáveis clinicas consideradas para
associação foi fortemente associada com o recrutamento tanto do TrA (IU[p=0,541];
DL[0,412]), quanto do OE (IU[p=0,091]; DL[p=0,078]). Assim como a variável DL, que
também não foi associada com o recrutamento do OI (p=0,931).
Uma possível explicação para os resultados do presente estudo pode ser fundamentada nas
características específicas da amostra pesquisada: idosos, com média de idade de 72 anos,
com uma variedade de condições clínicas e comportamentais associadas. A DL e IU, variáveis
analisadas são condições clínicas com alta prevalência entre a população idosa que podem
afetar de forma significativa sua capacidade funcional. Há relatos de que os idosos podem
subestimar tanto os sintomas dolorosos (Santos, Pereira, Resende, & Magno 2006;Teixeira,
Teixeira, Santos, Andrade, Bezerra, Figueiró, & Okada 2001) quanto de incontinência (Reis,
Cologna, Martins, Paschoalin, Tucci Jr, & Suaid 2003), por considerarem erroneamente, que
esses sintomas fazem parte do processo de envelhecimento. A IU apresenta um fator
psicossocial agravante para o seu relato que é o constrangimento que o idoso apresenta em
relatar sua ocorrência (Felicíssimo et al. 2007;Rodrigues, Marques, Oliveira, Mendes, Rocha,
& Nogueira 1995;Silva & Santos 2005). Por outro lado, o medo da necessidade de cuidadores
ou de institucionalização devido a esses problemas é freqüente. Esses achados nos faz inferir
que apesar dos idosos participantes relatarem ocorrência de IU (44, 4%) e de DL (61,8%)
esses dados podem estar subestimados.
Os resultados obtidos quanto a não associação do recrutamento dos músculos TrA, OI e OE
com a DL e a IU podem também ser explicados pelo processo inerente ao envelhecimento.
Alterações fisiológicas do envelhecimento, como a sarcopenia, osteopenia, diminuição na
sensibilidade proprioceptiva, alterações biomecânicas e posturais compensatórias, redução da
68
velocidade de condução nervosa, resultam em mudanças características nos padrões de
movimento dos idosos (Lewis & Bottomley 1994;Pereira 2002).
A redução da massa muscular associada ao envelhecimento é causada principalmente pela
perda e atrofia das fibras musculares (perda mais acentuada nas fibras tipo II – contração
rápida, glicolíticas), e parece ser a principal responsável pela diminuição de força, potência e
resistência musculares (Janssen et al. 2002). Estudos de Vandervoort (Vandervoort & Symons
2001) e Porter (Porter 2001) indicam que indivíduos saudáveis entre 70-80 anos apresentam
declínio na força de 20% a 40% e perda superior a 50% em indivíduos mais idosos, quando
comparado a adultos jovens. Uma redução do número e tamanho das unidade motoras é
evidenciada com o envelhecimento (Lewis & Bottomley 1994;Thomas 2007) e seria
acompanhada de uma redução na velocidade de condução nervosa sensitiva e motora. Este
parece ser o principal fator para alteração no controle motor (Lewis & Bottomley 1994),
favorecendo o aparecimento de alterações nos padrões de movimento. Esses fatores podem ter
contribuído para os resultados encontrados nos modelos de regressão linear múltipla usados
para verificar a associação entre o padrão de recrutamento dos músculos TrA, OI e OE com as
variáveis DL e IU.
Reforçando essas considerações ressaltamos que, apesar do TrA ser o principal músculo
freqüentemente associado com a função de estabilização segmentar da coluna lombar
(Ferreira, Ferreira, & Hodges 2004;Hodges 2004a;Hodges 1999) e de atuar sinergicamente
com os músculos do assoalho pélvico, contribuindo para a continência (Neumann & Gill
2002;Sapsford 2001;Sapsford & Hodges 2001), os resultados desse estudo não reforçaram
essa evidencia. Talvez o papel do subsistema muscular na estabilidade da coluna lombar
possa estar diminuído com o aumento da idade, em decorrência da sarcopenia. Possivelmente,
considerando que há um aumento na rigidez dos ligamentos e da coluna (Lewis & Bottomley
69
1994) é de se esperar um aumento na contribuição do subsistema passivo, considerando o
modelo de estabilidade proposto por Panjabi em 1992 (Panjabi 1992).
Sapsford (Sapsford 2001) em seu estudo, investigou a resposta dos músculos abdominais à
uma contração voluntária dos músculos do assoalho pélvico realizadas em três posições
diferentes, em mulheres jovens e saudáveis. Os resultados do estudo mostraram que em todas
as participantes a atividade EMG dos músculos abdominais foi aumentada quando comparada
a seus valores basais em pelo menos uma das posições, sendo que maior atividade do OE foi
observada quando a coluna era ligeiramente fletida e a atividade do TrA foi maior quando a
coluna era posicionada em extensão. Esses achados sugerem que alterações posturais podem
influenciar na atividade motora sinérgica dos músculos abominais e do assoalho pélvico.
Alterações posturais e atitudes compensatórias compatíveis com o envelhecimento são
frequentes, possivelmente essas alterações influenciaram no presente estudo. No entanto é
necessário cautela ao extrapolar estes achados para outras populações considerando que a
amostra do estudo foi pequena e constituída apenas por mulheres jovens.
Além disso, a metodologia desenvolvida para a observação da musculatura abdominal via
ultrassonografia, foi desenvolvida e aplicada em adultos jovens (Ferreira, Ferreira, & Hodges
2004;Hodges, Pengel, Herbert, & Gandevia 2003). Durante a execução com idosos foram
observadas dificuldades para realizar o movimento isolado de flexão e/ou extensão dos
joelhos sem compensação de outras musculaturas, com musculatura glútea, até atingir o valor
de contração necessário (7,5% do peso corpóreo) para a isometria da musculatura abdominal.
Conclusão:
O presente estudo verificou que em uma amostra de idosos comunitários, com presença de
comorbidades associadas à DL e a IU, nenhuma associação entre o padrão de recrutamento
dos músculos TrA, OI e OE e as variáveis DL e IU foi estabelecida. O valor da variabilidade
70
explicada é muito baixo, indicando que existem outros fatores, tais como o controle motor,
sarcopenia e ou adequações da técnica usadas influenciados pelo envelhecimento não inclusos
neste estudo, que estão relacionados ao valor obtido no recrutamento dos músculos
abdominais para esta amostra. Estudos sobre a mensuração do recrutamento dos músculos
abdominais em idosos são necessários e precisam ser estimulados.
Referências
Alves, L., Leimann, B., Vasconcelos, M., Carvalho, M., Vasconcelos, A., Fonseca, T.,
Lebrão, M., & Laurenti, R. 2007, "A influência das doenças crônicas na capacidade funcional
dos idosos do Município de São Paulo, Brasil", Cad.Saude Publica, vol. 23, no. 8, pp. 1924-
1930.
Barr, K. P., Griggs, M., & Cadby, T. 2005, "Lumbar stabilization: core concepts and current
literature, Part 1.", Am J Phys Med Rehabil, vol. 84, no. 6, pp. 473-480.
BenDebba, M., Torgerson, W. S., & Long, D. M. 2000, "A validated, practical classification
procedure for many persistent low back pain patients", Pain, vol. 87, no. 1, pp. 89-97.
Bertolucci, P. H., Brucki, S. M., Campacci, S., & Juliano, Y. 1994, "O Mini-exame do Estado
Mental em uma população geral: impacto da escolaridade", Arq Neuropsiquiatr., vol. 52, no.
1, pp. 1-7.
Bressler, H. B., Keyes, W. J., Rochon, P. A., & Badley, E. 1999, "The prevalence of low back
pain in the elderly. A systematic review of the literature", Spine, vol. 24, no. 17, pp. 1813-
1819.
Brucki, S. M., Nitrini, R., Caramelli, P., Bertolucci, P. H., & Okamoto, I. H. 2003,
"[Suggestions for utilization of the mini-mental state examination in Brazil]", Arq
Neuropsiquiatr., vol. 61, no. 3B, pp. 777-781.
Castro, C. 1999, A formulação lingüística da dor - versão brasileira do questionário McGill
de dor, Universidade Federal de São Carlos.
Cayea, D., Perera, S., & Weiner, D. 2006, "Chronic low back pain in older adultes: what
physicians kow, what they think they kwow, and what they should be taught", JAGS, vol. 54,
no. 11, pp. 1772-1777.
Dellaroza, M., Furuya, R., Cabrera, M., Matsua, T., Trelha, C., Yamada, K., & Pacola, L.
2008, "Caracterização da dor crônica e métodos analgésicos utilizados por idosos da
comunidade", Rev.Assoc.Med.Bras., vol. 54, no. 1, pp. 36-41.
71
Ebenbichler, G. R., Oddsson, L. I., Kollmitzer, J., & Erim, Z. 2001, "Sensory-motor control of
the lower back: implications for rehabilitation", Med Sci Sports Exerc, vol. 33, no. 11, pp.
1889-1898.
Eisenstein, S., Engelbrecht, D., & El Masry, W. Low Back Pain and Urinary Incontinence: a
hypothetical relationship. Spine 19[10], 1148-1152. 1994.
Ref Type: Abstract
Eliasson, K., Elfving, B., Nordgren, B., & Mattsson, E. 2008, "Urinary incontinence in
women with low back pain", Manual Therapy, vol. 13, pp. 206-212.
Felicíssimo, M., Carneiro, M., Souza, E., Alipio, V., Franco, M., Silva, R., & Filho, A. 2007,
"Fatores limitadores à reabilitação da musculatura do assoalho pélvico em pacientes com
incontinência urinária de esforço", Acta Fisiatr, vol. 14, no. 4, pp. 233-236.
Ferreira, P. H., Ferreira, M. L., & Hodges, P. W. 2004, "Changes in recruitment of the
abdominal muscles in people with low back pain: ultrasound measurement of muscle
activity", Spine, vol. 29, no. 22, pp. 2560-2566.
Fiedler, M. & Pimenta, C. d. M. 2008, "Capacidade funcional e fatores associados em idosos
do Sul do Brasil: um estudo de base populacional.", Cad.Saude Publica, vol. 24, no. 2, pp.
409-415.
Finkelstein, M. 2002, "Medical conditions, medications,and urinary incontinence. Analysis of
a population-based survey", Canadian Family Physician, vol. 48, pp. 96-101.
Hides, J., Wilson, S., Stanton, W., & et al. 2006, "An MRI investigation into the function of
the transverses abdominis muscle during "drawing-in" of the abdominal wall", Spine, vol. 31,
no. 6, p. E175-E178.
Hodges, P. 2004a, "Lumbopelvic stability: a functional model of the biomechanics and motor
control," in Therapeutic exercise for lumbopelvic stabilization, 2ª edn, C. Richardson, P.
Hodges, & J. Hides, eds., Churchill Livingstone, Ednburgh, pp. 13-28.
Hodges, P. W. 2004b, "Abdominal mechanism in low back pain," in Therapeutic exercise for
lumbopelvic stabilization, Second edn, C. Richardson, P. Hodges, & J. Hides, eds., Churchill
Livingstone, pp. 141-148.
Hodges, P. W. & Richardson, C. A. 1999, "Transversus abdominis and the superficial
abdominal muscles are controlled independently in a postural task.", Neuroscience Letters,
vol. 265, no. 2, pp. 91-94.
Hodges, P. W. 1999, "Is there a role for transversus abdominis in lumbo-pelvic stability?",
Manual Therapy, vol. 4, no. 2, pp. 74-86.
Hodges, P. W., Pengel, L. H., Herbert, R. D., & Gandevia, S. C. 2003, "Measurement of
muscle contraction with ultrasound imaging", Muscle Nerve, vol. 27, no. 6, pp. 682-692.
Hodges, P. W. & Richardson, C. A. 1996, "Inefficient muscular stabilization of the lumbar
spine associated with low back pain. A motor control evaluation of transversus abdominis",
Spine, vol. 21, no. 22, pp. 2640-2650.
72
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Perfil dos idosos responsáveis pelo
domicílio 2000. Estudos e Pesquisas. 2002. Rio de Janeiro.
Ref Type: Serial (Book,Monograph)
Janssen, I., Steven, B., Heymsfield, M., & Robert, R. 2002, "Low Relative Skeletal Muscle
mass (sarcopenia) in older persons is associated with functional impairment and physical
disability", J Am Geriatric Soc, vol. 50, no. 889, p. 896.
Lewis, C. & Bottomley, J. 1994, Geriatric Physical Therapy Appleton & Lange, Connecticut.
Lima-Costa, M., Barreto, S., & Giatti, L. 2003, "Condições de saúde, capacidade funcional,
uso de serviços de saúde e gastos com medicamentos da população idosa brasileira: um
estudo descritivo baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios", Cad.Saude
Publica, vol. 19, no. 3, pp. 735-743.
Lipschitz, D. 1994, "Screening for nutritional status in the elderly", Prim Care, vol. 21, no. 1,
pp. 55-67.
Maxwell, S. E. 2000, "Sample size and multiple regression analysis", Psychol.Methods, vol.
5, no. 4, pp. 434-458.
Meadows, E. 2000, "Physical therapy for older adults with urinary incontinence", Top Geriatr
Rehabil, vol. 16, no. 1, pp. 22-32.
Neumann, P. & Gill, V. 2002, "Pelvic Floor and Abdominal Muscle Interaction: EMG
Activity and Intra-abdominal Pressure", Int Urogynecol J, vol. 13, pp. 125-132.
Panjabi, M. M. 1992, "The stabilizing system of the spine. Part I. Function, dysfunction,
adaptation, and enhancement.", J Spinal Disord., vol. 5, no. 4, pp. 383-397.
Paul, B., Leitner, C., Vacariu, G., Wick, F., Zehetmayer, S., Matzner, M., Mittermaier, C.,
Vanecek, E., & Ebenbichler, G. 2008, "Low back pain assessment based on brief ICF Core
Sets: diagnostic relevance of motor performance and psichological tests", Am J Phys Med
Rehabil, vol. 87, pp. 452-460.
Pereira, L. 2002, "Avaliação pelo fisioterapeuta.," in Avaliação Multidisciplinar do paciente
geriátrico, 1ª edn, A. Maciel, ed., Revinter, Rio de Janeiro, pp. 43-81.
Pimenta, C. d. M. & Teixeira, M. 1996, "Questionário de dor McGill: proposta de adaptação
para língua portuguesa", Rev.Esc.Enf.USP, vol. 30, no. 3, pp. 473-483.
Porter, M. 2001, "The Effects of Strength Training on Sarcopenia", Can.J.Appl.Physiol., vol.
26, no. 1, pp. 123-141.
Reis, R., Cologna, A., Martins, A., Paschoalin, E., Tucci Jr, S., & Suaid, H. 2003,
"Incontinência urinária no idoso", Acta Cirúrgica Brasileira, vol. 18, no. Supl 5, pp. 47-51.
Richardson, C. A., Snijders, C. J., Hides, J. A., Damen, L., Pas, M. S., & Storm, J. 2002, "The
relation between the transversus abdominis muscles, sacroiliac joint mechanics, and low back
pain.", Spine, vol. 27, no. 4, pp. 399-405.
73
Rodrigues, R., Marques, S., Oliveira, C., Mendes, R., Rocha, J., & Nogueira, J. 1995,
"Prevalência da incontinência urinária na mulher idosa", Gerontologia, vol. 3, no. 4, pp. 175-
179.
Santos, C., Pereira, L., Resende, M., & Magno, F. 2006, "Aplicação da versão brasileira do
questionário de dor Mcgill em idosos com dor crônica", Acta Fisiátrica, vol. 13, no. 2, pp. 75-
82.
Sapsford, R. 2001, "Co-activation of the abdominal and pelvic floor muscles during voluntary
exercise", Neurourol Urodyn, vol. 20, no. 1, pp. 31-42.
Sapsford, R. & Hodges, P. W. 2001, "Contraction of the pelvic floor muscles during
abdominal maneuvers", Arch PhysMed Rehabil, vol. 82, no. 1081, p. 1088.
Silva, A. & Santos, V. 2005, "Prevalência da incontinência urinária em adultos e idosos
hospitalizados", Rev Esc Enferm USP, vol. 39, no. 1, pp. 36-45.
Silva, M. C. D., Fassa, A. G., & Valle, N. C. 2004, "Dor lombar crônica em uma população
adulta do Sul do Brasil: prevalência e fatores associados", Cad.Saude Publica, vol. 20, no. 2,
pp. 377-385.
Smith, M., Russell, A., & Hodges, P. 2006, "Disorders of breathing and continence have a
stronger association with back pain than obesity and physical activity", Australian Jounal of
Physiotherapy, vol. 52, pp. 11-16.
Tamanini, J., Dambros, M., D'Ancona, C., Palma, P., & Rodrigues Neto JR, N. 2004,
"Validação para o português do "International Consultation on Incontinence Questionnaire -
Short Form" (ICIQ - SF)", Rev Saúde Pública, vol. 38, no. 3, pp. 438-444.
Teixeira, M., Teixeira, W., Santos, F., Andrade, D., Bezerra, S., Figueiró, J., & Okada, M.
2001, "Epidemiologia clínica da dor músculo-esquelética", Rev.Med.(São Paulo), vol. 80, pp.
1-21.
Teyhen, D. 2007, "Rehabilitative Ultrasound Imaging: The Roadmap Ahead", J Orthop
Sports Phys Ther, vol. 37, no. 8, pp. 431-433.
Thomas, D. 2007, "Loss of skeletal muscle mass in aging: examining the relationship of
starvation, sarcopenia and cachexia", Clin Nutr, vol. 26, no. 4, pp. 389-399.
Vandervoort, A. & Symons, T. 2001, " Functional and Metabolic Consequences of
Sarcopenia", Can.J.Appl.Physiol., vol. 26, no. 1, pp. 90-101.
vanTulder, M., Koes, B., & Bombardier, C. 2002, "Low back pain", Best Pract Res Clin
Rheumatol, vol. 16, no. 5, pp. 761-775.
Varoli, F. & Pedrazzi, V. 2006, "Adapted Version of the McGill Pain Questionnaire to
Brazilian Portuguese", Brazilian Dental Journal, vol. 17, pp. 328-335.
Vasseljen, O., Dahl, H., Mork, P., & Torp, H. 2006, "Muscle activity onset in the lumbar
multifidus muscle recorded simultaneously by ultrasound imaging and intramuscular
electromyography", Clinical Biomechanics, vol. 21, no. 905, p. 913.
74
Waddell, G. 2004a, "The problem," in The back pain revolution, Second edn, G. Waddell, ed.,
Churchill Livingstone, Edinburgh EHI 3AF, U.K., pp. 1-7.
Waddell, G. 2004b, "Diagnostic triage," in The back pain revolution, Second edn, G.
Waddell, ed., Churchill Livingstone, Edinburgh EHI 3AF, U.K., pp. 9-26.
Weiner, D. K., Sakamoto, S., Perera, S., & Breuer, P. 2006, "Chronic low back pain in older
adults: prevalence, reliability, and validity of physical examination findings", JAGS, vol. 54,
no. 1, pp. 11-20.
75
TABELA 1: Características sócio demográficas e clinicas da amostra (n = 54).
Características sócio demográficas e clínicas n (%) Média (+DP) Variação
Idade (anos) 54 (100%)
72 (± 5,2)
65 - 84
Sexo
Masculino 13 (24%)
Feminino 41 (76%)
Escolaridade (anos)
Analfabeto 5 (9,3%)
1 a 4 26 (48,1%)
5 a 8 13 (24,1%)
9 a 11 2 (3,7%)
11 anos e mais 8 (14,8%)
IMC (kg/m
2
)
< 22 kg/m
2
8 (14,8%)
22 a 27 kg/m
2
25 (46,3%)
> 27 kg/m
2
21 (38,9%)
Nº de comorbidades
4,78 (± 2,35)
1 - 13
Nº de medicamentos
nenhum 7 (13%)
1 a 2 18 (33,3%)
3 a 5 20 (37%)
> 5 9 (16,7%)
IU (sim) 24 (44,4%)
Dor lombar (sim) 34 (61,8%)
Intensidade da dor (Br-MPQ)
1,41 (± 1,25)
0 - 4
Fraca (1) 5 (14,7%)
Moderada (2) 18 (52,9%)
Forte (3) 9 (26,5%)
Insuportável (4) 2 (5,9%)
Padrão temporal da dor (Br-MPQ)
Contínua/estável/constante 10 (29,4%)
Ritmada/periódica/intermitente 9 (26,4%)
Breve/momentânea/transitória 15 (44,1%)
DP = Desvio Padrão
% = Porcentagem relativa ao n total de 54 idosos
IMC: índice de massa corpórea
Br- MPQ: Questionário de dor de McGill – Brasil
IU: incontinência urinária
Valores referentes ao n de 34 idosos que responderam positivamente à presença de dor lombar
76
TABELA 2: Associação entre nível de recrutamento dos músculos abdominais, TrA/OI/OE,
dor lombar e IU
TrA OI OE
Variável
β
P - valor β P - valor β P - valor
Constante (β
0
) 0,039 0,015
0,0303 0,015
0,0001 0,992
IU
*
(β
1
) -0,011 0,541 -0,0343 0,018
0,0218 0,091
Dor lombar (β
2
) 0,015 0,412 0,0012 0,931 -0,0232 0,078
*
IU=incontinência urinária
Análise de regressão linear múltipla;
p < 0,05
77
Artigo 2
INCAPACIDADE FUNCIONAL, SINTOMAS DEPRESSIVOS E DOR LOMBAR NÃO-
ESPECÍFICA EM IDOSOS DA COMUNIDADE.
VÂNIA FERREIRA DE FIGUEIREDO
1
, LEANI SOUZA MÁXIMO PEREIRA
2
, PAULO
HENRIQUE FERREIRA
3
, ALINE DE MORAIS PEREIRA
4
, ELIZETE FERREIRA
BARROSO
4
1
Fisioterapeuta, Mestranda em Ciências da Reabilitação, Universidade Federal de Minas
Gerais – UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil.
2
Fisioterapeuta, Doutora em Ciências Biológicas, Professora Adjunta do Departamento de
Fisioterapia, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil.
3
Fisioterapeuta, Professor of School of Physiotherapy, Faculty of Health Sciences, University
of Sydney, Australia
4
Fisioterapeutas
Correspondência para:
Dra. Leani Souza Máximo Pereira. Departamento de Fisioterapia da Escola de Educação
Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional - Universidade Federal de Minas Gerais/Campus
Pampulha. Av. Antonio Carlos, 6627. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil. CEP:31.270-901
phone/fax n.:55-31-3499-4783 e-mail: [email protected].br
Título curto: Incapacidade funcional e dor lombar em idosos comunitários
Este estudo apresenta resultados parciais da Dissertação de Mestrado: “Análise da associação entre condições
clínicas e funcionais e o padrão de recrutamento dos músculos abdominais medidos por meio de ultrassonografia
em idosos da comunidade.”
Artigo a ser enviado para Revista Brasileira de Fisioterapia http://www.rbf.ufscar.br/
78
Resumo
Objetivos: os objetivos deste estudo foram verificar a prevalência de DL não-específica em
uma amostra de idosos da comunidade e determinar a correlação existente entre as variáveis
incapacidade funcional, sintomas depressivos, índice de massa corpórea e sexo, em uma
amostra da população de idosos ativos da comunidade. Métodos: Participaram deste estudo
54 idosos hígidos da comunidade (72 ± 5,2 anos). As características clínico-sócio-
demográficas foram avaliadas por meio de questionário semi-estruturado e a dor lombar, por
meio do Questionário de Macgill (Br-MPQ). Para a medida de incapacidade em indivíduos
com disfunções na coluna foi usado o Questionário de Roland Morris – Brasil (RM-Br). A
presença de sintomas depressivos e o nível geral de atividade física foram avaliados,
respectivamente, por meio da Escala de Depressão Geriátrica (GDS), versão reduzida com 15
itens e pelo Perfil de Atividade Humana (PAH). Para verificar a relação entre a variável dor
lombar e as variáveis relacionadas a incapacidade sintomas depressivos, IMC e sexo foi
realizado índice de correlação de Spearman. Em todos os testes usados foi considerado como
significativo α < 0,05. Resultados: Uma correlação alta e positiva com a presença de dor
lombar foi indicada para a incapacidade funcional (RM – Br) (r
s
=0,774; p=0,00). Nenhuma
correlação foi evidenciada entre presença de sintomas depressivos (GDS–15) (r
s
=0,271;
p=0,048), IMC (r
s
=0,178; p=0,197), sexo (r
s
=-0,073; p=0,599) e DL. Conclusão: O presente
estudo observou uma prevalência significativa de DL não específica entre a amostra de idosos
estudada. Além disso, a incapacidade avaliada pelo RM mostrou ser uma condição fortemente
associada com dor lombar em idosos da comunidade. Estes achados chamam a atenção para a
necessidade de uma avaliação da capacidade funcional de idosos com DL e uma abordagem
multi/interdisciplinar, uma vez que essa exerce impacto negativo sobre a independencia e
autonomia dos idosos e dessa forma prejudicando a sua qualidade de vida.
Palavras-chave: idoso; dor lombar; incapacidade funcional; depressão
79
Abstract
Purposes: the purposes of the present study were to verify the prevalence of non-specific
LBP in a sample of community-dwelling elderly and to determine the existing correlation
between the variables: functional disability, depressive symptoms, body mass index and sex,
in a sample of the active elderly population of the community. Methods: Fifty-four healthy
community-dwelling elderly joined this study (72 ± 5,2 years-old). The clinical, social and
demographic characteristics were assessed through a semi-structured questionnaire and the
low back pain, through the Mcgill Pain Questionnaire (Br-MPQ). The Rolland Morris
Questionnaire (RM – Br) was used to measure the disability of the subjects with spine
dysfunctions. The presence of depressive symptoms and the general level of physical activity
were assessed, respectively, through the Geriatric Depression Scale (GDS), short-form
containing 15 items, and through the Human Activity Profile (HAP). In order to verify the
relation between the variable low back pain and the variables related to disability, depressive
symptoms, BMI and sex, it was used the Spearman’s Correlation Coefficient. For all tests
used, the level of significance considered was α < 0,05. Results: A high and positive
correlation with the presence of low back pain was appointed for functional disability (RM –
Br) (r
s
=0,774; p=0,00). No correlation was evidenced between depressive symptoms (GDS –
15) (r
s
=0,271; p=0,048), BMI (r
s
=0,178; p=0,197), sex (r
s
=-0,073; p=0,599) and LBP.
Conclusions: The present study observed a significant prevalence of non-specific LBP in the
elderly sample studied. Besides that, the disability assessed through RM proved to be a
condition strongly associated to LBP in community-dwelling elderly. These findings highlight
the necessity of assessing the functional performance of the elderly with LBP and of a
multi/interdisciplinary approach, once this condition causes a negative impact both in the
independence and autonomy of the elderly, compromising their quality of life.
80
Key words: elderly; low back pain; functional disability; depression.
Title: Functional disability, depressive symptoms and non-specific low back pain in
community-dwelling elderly
Brief-title: Functional disability and low back pain in community-dwelling elderly
81
Introdução
O envelhecimento populacional é uma realidade em nosso país. Mudanças no perfil
demográfico e epidemiológico ocorrem de maneira rápida quando comparadas aos países
desenvolvidos. Paralelo ao crescente contingente de idosos ocorre uma modificação no perfil
de saúde da sociedade com as doenças próprias do envelhecimento ganhando maior
expressão. Em geral, as doenças dos idosos são crônicas, múltiplas, não-transmissíveis e vem
acompanhadas de problemas associados exigindo um acompanhamento constante e cuidados
permanentes, aumentando a procura por serviços de saúde
1-3
.
Dentre as condições de saúde mais prevalentes em idosos estão as músculo
esqueléticas muito causadoras de dor. A dor lombar (DL) é um dos sintomas mais
freqüentemente relatados pelos idosos
4-7
. No entanto, mesmo sendo identificada como um
importante problema de saúde, sua prevalência é pouco conhecida na população idosa
8-12
.
Fatores tais como a superestimação ou subestimação dos sintomas álgicos ou a resiliência
quanto a esse tipo de sintoma pelos indivíduos que envelhecem são fatores que dificultam o
levantamento da sua real prevalência.
A DL é usualmente definida como uma dor, tensão ou rigidez localizada na região
compreendida entre as últimas costelas e a linha glútea
13
. Pode ser classificada como
específica, quando os sintomas são causados por condições clínicas definidas e não-
específicas, quando o mecanismo da dor não é claramente definido
13
. Aproximadamente 50 a
80% da população geral é acometida por pelo menos um episódio de DL em algum momento
da vida
5, 13
. Segundo Teixeira et al. (2001)
5
, a DL manifesta-se em 70% da população
brasileira. Cayea et al. (2006)
14
relataram que 36% dos idosos comunitários com 65 anos e
mais são acometidos por um episódio de DL ao ano.
82
A maioria dos episódios de DL ocorrem espontaneamente nas atividades cotidianas
15
,
mas sua etiologia é multifatorial, quase sempre decorrendo da interação cumulativa de vários
fatores intrínsecos ao indivíduo, além dos fatores sócio-demográficos e comportamentais
6, 8,
13
.
A DL é considerada como um problema para o paciente, para os profissionais de saúde
e para a sociedade. Para os pacientes, porque esses nem sempre recebem uma definição clara
sobre a causa da dor e não sabem como lidar com esses sintomas e sua evolução. Para os
profissionais de saúde, pois é uma condição de difícil diagnóstico e complexa abordagem
terapêutica sendo que a melhora ou cura nem sempre é possível. E para a sociedade, por ser
uma das causas mais comuns de absenteísmo ao trabalho entre a população adulta
economicamente ativa e pelo aumento da utilização de cuidados de saúde e auxilio doença
5, 6,
15
. Dessa forma, uma das principais implicações da DL na população geral, em especial no
idoso, devido a uma maior susceptibilidade a condições que reduzem sua capacidade
funcional é a sua associação com prejuízos nas funções do corpo, dificuldades no desempenho
das atividades cotidianas e uma restrição na participação social do indivíduo
16
.
A DL modifica e limita aspectos tanto físicos quanto psicossociais da vida do idoso,
impondo muitas vezes mudanças que causam transtornos pessoais, familiares, redução da
capacidade funcional e interrupção de projetos de vida
17, 18
. Entre os aspectos físicos
destacamos a incapacidade física, que segundo a Organização Mundial da Saúde, por meio da
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, engloba as deficiências,
limitação da capacidade ou restrição no desempenho de atividades
17, 19, 20
.
Entre as alterações psicológicas, vários estudos têm mostrado que sintomas
depressivos estão freqüentemente associados com presença de dor lombar
17, 20-23
Neste contexto, os objetivos deste estudo foram verificar a prevalência de DL não-
específica em uma amostra de idosos da comunidade e determinar a correlação existente entre
83
as variáveis incapacidade funcional, sintomas depressivos, índice de massa corpórea e sexo
em uma amostra da população de idosos ativos da comunidade.
Materiais e Métodos
Tipo de estudo e aspectos éticos
Trata-se de um estudo observacional de corte transversal. O presente estudo foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Cada participante, após leitura e esclarecimento
dos termos do estudo, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
concordando em participar do mesmo.
Amostra
Foi realizado previamente o cálculo amostral seguindo logaritmos propostos por
Maxwell
24
. A amostra deste estudo foi constituída por 54 idosos residentes na comunidade, de
ambos os sexos, com idade igual ou superior a 65 anos, sem alterações cognitivas
identificadas por meio do Mini Exame do Estado Mental (MEEM)
25
. Foram adotados como
critérios de exclusão: presença de dores agudas de coluna; sinais evidentes de radiculopatias
(alteração de reflexos, dermátomos e/ou miótomos, teste de elevação da perna estendida
(SLRT) ou Laségue positivos); histórico positivo para doenças neurológicas, cirurgia tóraco-
abdominal e da coluna, fraturas vertebrais e câncer; presença de ‘bandeiras vermelhas’,
indicativas de doenças graves de coluna, como por exemplo, trauma, passado de tumor
maligno (câncer de próstata), perda de peso não explicada
26
; deformidades graves observáveis
na coluna (escoliose, hipercifose); realização de tratamento fisioterápico para problemas de
coluna nos últimos seis meses; prática de exercícios para musculatura estabilizadora da coluna
lombar e/ou do assoalho pélvico.
84
Instrumentação
Para caracterização da amostra foi utilizado um questionário contendo dados sócio-
demográficos e clínico-funcionais, como identificação pessoal, idade, sexo, renda salarial,
escolaridade, peso, altura, índice de massa corpórea (IMC), estado de saúde diagnosticado,
saúde auto relatada, hábitos de vida e medicação em uso.
A presença ou não de DL foi determinada a partir da resposta para a seguinte pergunta:
“nos últimos doze meses, o(a) sr.(sra.) sentiu dores em suas costas?”
21, 27-29
. A DL foi
caracterizada por presença de dor, tensão muscular ou rigidez localizada na região
compreendida entre as últimas costelas e a linha glútea
13
, estabelecida através da localização
da dor em uma figura do corpo humano em posição ereta, supina e dorsal
6, 30
presente na
parte I do questionário de dor de McGill (Br-MPQ)
31
. Caso a resposta fosse afirmativa, o
participante respondia às demais questões do questionário de dor de Br-MPQ
31-33
, instrumento
amplamente utilizado na literatura e demonstrou ser um instrumento adequado para avaliar a
dor crônica em idosos
34
. Para a medida de incapacidade em indivíduos com disfunções na
coluna foi usado o Questionário de Roland Morris – Brasil (RM-Br)
35-37
. A presença de
sintomas depressivos e o nível geral de atividade física foram avaliados, respectivamente, por
meio da Escala de Depressão Geriátrica, versão reduzida com 15 itens (GDS-15)
38
e pelo
Perfil de Atividade Humana (PAH)
39
.
Procedimentos
Os participantes foram contatados por telefone ou pessoalmente e previamente
informados sobre o objetivo geral do estudo. Para aqueles interessados em participar foi
agendado um horário para aplicação de todo o protocolo no Centro de Pesquisa em Ciências
da Reabilitação de uma universidade. Os participantes foram então esclarecidos quanto à
natureza e objetivo do estudo e, nessa oportunidade foi lido o Termo de Consentimento Livre
85
e Esclarecido. Após concordarem com os termos do estudo, assinavam o mesmo. Em seguida,
o questionário clínico-sócio-demográfico e o MEEM foram aplicados. Para aqueles idosos
que apresentavam positividade para a presença de dor lombar, os questionários de Br-McGill
e RM-Br foram aplicados.
Considerando os baixos níveis de escolaridade da população idosa brasileira, todos os
instrumentos foram lidos e preenchidos por um pesquisador previamente treinado e
familiarizado com os mesmos. A aplicação de cada instrumento seguiu a padronização
fornecida pelos autores. Nenhuma informação ou explicação adicional foi fornecida.
Análise estatística
Para descrever os indivíduos que compõem a amostra foi realizada uma análise
exploratória utilizando as informações sociais, demográficas e clínicas coletadas durante a
aplicação dos questionários. A análise descritiva das variáveis quantitativas foi realizada
através de cálculo da média, medida de tendência central, e do desvio padrão, medida de
variabilidade (dispersão) dos dados amostrais. Já a análise descritiva das variáveis qualitativas
foi realizada através de cálculo de freqüências das categorias utilizadas para cada uma.
Para verificar a relação entre a variável DL e as variáveis relacionadas a incapacidade
(RM-Br), sintomas depressivos (GDS), IMC e sexo foi realizado o índice de correlação de
Spearman. Foram considerandos para essas análises somente aqueles idosos que afirmaram
sentir DL (n=34; 61,8% da amostra). A normalidade dos dados foi testada através do teste
estatístico de Anderson-Darling.
Toda a análise estatística foi realizada por meio do pacote estatístico Statistical
Package for the Social Science (SPSS) para Windows (versão 13.0, SPSS Inc.©, Chicago,
Illinois), com exceção do teste de normalidade, foi utilizado o MiniTAB 14 Statistical
Software. Em todos os testes usados foi considerado como significativo α < 0,05.
86
Resultados
Participaram deste estudo 54 idosos, com média de idade de 72 (± 5,2) anos e variação
de 65 a 84 anos, sendo que o sexo feminino representou 76% da amostra. A maioria era
casado(a) ou vive com companheiro(a) ou viúvos(as) (48,1% e 31,5%, respectivamente).
Cerca de 35% dos idosos relataram renda mensal familiar de 3 a 5 salários mínimos. Sobre o
nível de escolaridade dos idosos, aproximadamente metade (48,1%) informou ter de 1 a 4
anos de estudo. Os dados sócio demográficos são apresentados na Tabela 1.
Apresentaram peso variando entre 45 e 107 quilos (66 ± 12,8) e altura entre 1,42 e
1,77 metros (1,58 ± 0,07). Após o cálculo do IMC dos participantes, 46,3% da amostra
apresentou o padrão eutrófico (22 a 27 kg/m
2
), de acordo com os pontos de corte para idosos,
propostos por Lipschitz
40
. Com relação ao nível geral de atividade física, avaliado pelo PAH,
os idosos foram classificados como ativos e moderadamente ativos (66,7% e 33,3%,
respectivamente). Os idosos foram questionados quanto a problemas de saúde diagnosticados
pelo médico e relataram uma média de 4,78 (± 2,35) comorbidades (Tabela 2), sendo a
hipertensão (64,8%) a mais freqüente entre os idosos da amostra.
Para aqueles idosos com positividade para DL (n=34) pode-se verificar que mais da
metade (52,9%) informou apresentar DL de intensidade moderada (2,24 ± 0,78, em uma
escala de 0 a 10) e 44,1% classificaram-na como breve/momentânea/transitória, de acordo
com o questionário de Br-MPQ. Quanto a funcionalidade avaliada pelo questionário de RM –
BR o desempenho dos idosos avaliados apresentou média de 6,8 ± 6,4 e mediana de 3,5
pontos. A Tabela 3 fornece uma síntese das informações dos dados relacionados aos
indivíduos com dor lombar.
A interpretação dos resultados do coeficiente de correlação de Spearman pode ser
evidenciada na Tabela 4. Uma correlação alta e positiva com a presença de DL foi indicada
87
apenas para a incapacidade funcional (RM – Br) (r
s
=0,774; p=0,001). Nenhuma correlação foi
evidenciada entre presença de sintomas depressivos (GDS – 15) (r
s
=0,271; p=0,048), IMC
(r
s
=0,178; p=0,197), sexo (r
s
=-0,073; p=0,599) e DL.
Discussão
O presente estudo investigou a prevalência de DL não-específica em uma amostra de
idosos da comunidade e sua possível correlação com algumas características tanto intrínsecas
ao indivíduo (IMC e sintomas depressivos), quanto ao sexo e funcionais (incapacidade/RM-
BR). Alguns estudos internacionais prévios, envolvendo a população idosa, relatam a
associação entre essas variáveis
21, 21, 23, 41, 42
, mas entre a população brasileira esses dados
ainda são escassos.
A amostra avaliada apresentou características clínicas e demográficas semelhantes a
observações previamente realizadas em outros estudos da população brasileira
43-45
, exceto
para a renda familiar média, que foi mais elevada e pelo nível de atividade física (ativo e
moderadamente ativo). A amostra apresentou uma prevalência maior de mulheres, casadas ou
viúvas; com baixa escolaridade e alta morbidade, indicada pelo número de condições clínicas
de saúde associadas, sendo que a condição de saúde mais freqüentemente relatada foi a
hipertensão. Esses achados vem confirmar o fenômeno de feminização da velhice presente em
nosso país. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o aumento na
expectativa de vida ao nascer tem sido mais significativo no sexo feminino. Isto se deve a
vários fatores, principalmente pela proteção cardiovascular dada pelos hormônios femininos,
mas também pelas mulheres desta faixa etária apresentarem menor exposição aos riscos no
trabalho; maior atenção ao aparecimento de problemas de saúde; maior utilização dos serviços
de saúde; menor consumo de tabaco e álcool. Além de viver mais, casa-se mais jovem e, uma
vez viúva apresenta uma menor taxa de segundo casamento que o homem viúvo
44
.
88
O PAH é um questionário de autorrelato do nível de atividade física. Tem sido usado
freqüentemente em idosos
39
. Como a amostra foi de conveniência e constituída de idosos da
comunidade e um dos critérios de inclusão foi a capacidade de locomoção independente,
possivelmente esse perfil dos participantes influenciou no bom desempenho dos idosos no
PAH, considerando que o questionário inclui muitas atividades de baixo nível de dificuldade
para sua execução como ‘ouvir rádio’, ‘levantar de uma cadeira sem ajuda’, ‘ler livros ou
revistas’, ‘ficar de pé por um minuto’, entre outras. Por outro lado, culturalmente e
diferentemente dos homens, as mulheres desenvolvem no seu dia a dia mais atividades
consideradas como domésticas, que na maioria das vezes são de moderada a alta dificuldade.
A prevalência de um maior número de mulheres nesse estudo pode também explicar os
resultados encontrados.
Sintomas depressivos e incapacidade física têm sido condições fortemente associados
com DL em idosos da comunidade
9, 21, 21, 23, 41
. Uma correlação forte e positiva entre dor
lombar e incapacidade física (r
s
=0,774; p=0,001) foi evidenciada corroborando com os
achados de outros estudos. Edmond e Felson
42
evidenciaram em seu estudo que idosos da
comunidade com DL relataram dificuldade de permanecer em ortostatismo por um tempo
prolongado, puxar ou empurrar um objeto e caminhar um distância aproximada de 800
metros. Leveille et al.
46
, relataram que mulheres idosas com DL apresentavam maior
dificuldade em realizar as atividade básicas e instrumentais de vida diária quando comparadas
com mulheres assintomaticas. No entanto, apesar da freqüência de observação da severidade
da dor ter sido de uma dor moderada, o nível de incapacidade física gerada foi relativamente
baixo. Alguns estudos reforçam esses resultados. Relatam que há uma fraca correlação entre
incapacidade e intensidade da DL
47
. Isto se deve ao fato da dor ser uma condição subjetiva e
pessoal, sendo influenciada por fatores sociais, mentais, culturais e espirituais
5, 47
e no caso do
idoso, maior resiliência em relação a ocorrência da dor
41
.
89
Um dado importante de se considerar é em relação ao uso de medicamentos para dor.
Todos os participantes com relato positivo para dor lombar informaram utilizar medicamento
para dor apenas quando sentiam dor forte, nenhum estava em uso contínuo da medicação.
Apenas 3 pacientes (8,8%) relataram uso de antidepressivos, um número baixo para
considerar interferência nos resultados encontrados.
O baixo índice de incapacidade física causada pela DL observado na amostra pode ser
explicado também pelo fato de terem sido excluídos idosos com DL em decorrência de
condições clínicas prévias como, fraturas osteoporóticas, degeneração discal, compressão
radicular e alterações posturais graves. Foram incluídos apenas idosos com DL não-
específica.
Com relação aos sintomas depressivos, a relação entre DL e sintomas depressivos
parece ser uma condição bidirecional
48
. Alguns estudos relatam que sintomas depressivos são
fatores de risco para o desenvolvimento futuro de DL em pessoas que previamente não
apresentavam DL
17, 23
enquanto outros
20, 48
acreditam que a depressão parece ser tanto
conseqüência como fator de risco para DL. No entanto, para a amostra estudada essa
correlação não foi evidenciada (r
s
=0,271; p=0,048). Isto pode ser parcialmente explicado pela
amostra em questão ter sido de conveniência, onde os idosos são da comunidade, mais ativos,
engajados com atividades da comunidade o que diminui o relato de sintomas depressivos.
Nenhuma correlação foi evidenciada no presente estudo entre IMC (r
s
=0,178;
p=0,197), sexo (r
s
=-0,073; p=0,599) e DL não especifica. Contrariando alguns relatos prévios,
onde o IMC mais elevado é considerado fator de risco para DL
6, 13
e segundo estudos
anteriores há uma prevalência de DL no sexo feminino
4, 6, 41
. Leboeuf-Yde
49
em uma recente
revisão sistemática para investigar a relação entre o peso corporal e DL, reportou que há uma
fraca associação entre peso corporal e os sintomas de DL. Esse autor concluiu ainda, que não
há uma clara evidência de que a obesidade seja um fator de risco significativo para DL. Com
90
relação à maior prevalência de DL entre as mulheres, Silva et al.
6
e Waddell
50
atribuem este
achado tanto a um viés de informação, pois as mulheres apresentam melhor percepção da dor,
maior procura por serviços de saúde. Além disso, o sexo feminino apresenta algumas
características biomecânicas, como menor massa óssea e muscular, menor adaptação articular
durante elevação de peso e a gravidez. No entanto, segundo Teixeira et al.
5
as diferenças entre
a percepção da DL em relação ao sexo feminino e masculino ocorrem em indivíduos mais
jovens, essas diferenças tendem a reduzir-se em idades mais avançadas. Os resultados
encontrados no presente estudo corroboram com o relato de Teixeira et al..
O presente estudo verificou que em uma amostra de idosos da comunidade, de baixa
escolaridade e funcionalmente ativos uma prevalência de DL não específica foi significativa.
Além disso, a incapacidade física mostrou ser uma condição fortemente associada com dor
lombar em idosos da comunidade e chama a atenção para a necessidade de uma avaliação da
capacidade funcional de idosos com DL e muitas vezes, uma abordagem
multi/interdisciplinar, uma vez que essa exerce impacto negativo tanto sobre a função física,
mental, comportamental e social. A manutenção da capacidade funcional do idoso está
diretamente relacionada com a sua independência funcional e autonomia, uma vez que refere-
se a capacidade do idoso permanecer ativo até idades mais avançadas. Dessa forma, a
elaboração de programas específicos de intervenção para a eliminação de certos fatores de
risco relacionados a DL, bem como ações promotoras de saúde e capacitação do profissional
se fazem indispensáveis.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Fiedler M, Pimenta CdM. Capacidade funcional e fatores associados em idosos do Sul
do Brasil: um estudo de base populacional. Cad Saude Publica 2008; 24:409-415.
91
2. Alves L, Leimann B, Vasconcelos M, Carvalho M, Vasconcelos A, Fonseca T, Lebrão
M, Laurenti R. A influência das doenças crônicas na capacidade funcional dos idosos do
Município de São Paulo, Brasil. Cad Saude Publica 2007; 23:1924-1930.
3. Lima-Costa M, Barreto S, Giatti L. Condições de saúde, capacidade funcional, uso de
serviços de saúde e gastos com medicamentos da população idosa brasileira: um estudo
descritivo baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Cad Saude Publica
2003; 19:735-743.
4. Dellaroza M, Furuya R, Cabrera M, Matsua T, Trelha C, Yamada K, Pacola L.
Caracterização da dor crônica e métodos analgésicos utilizados por idosos da
comunidade. Rev Assoc Med Bras 2008; 54:36-41.
5. Teixeira M, Teixeira W, Santos F, Andrade D, Bezerra S, Figueiró J, Okada M.
Epidemiologia clínica da dor músculo-esquelética. Rev Med (São Paulo) 2001; 80:1-21.
6. Silva MCD, Fassa AG, Valle NC. Dor lombar crônica em uma população adulta do Sul
do Brasil: prevalência e fatores associados. Cad Saude Publica 2004; 20:377-385.
7. Bressler HB, Keyes WJ, Rochon PA, Badley E. The prevalence of low back pain in the
elderly. A systematic review of the literature. Spine 1999; 24:1813-1819.
8. Weiner DK, Sakamoto S, Perera S, Breuer P. Chronic low back pain in older adults:
prevalence, reliability, and validity of physical examination findings. JAGS 2006;
54:11-20.
9. Hartvigsen J, Christensen K, Frederiksen H. Back pain remains a common symptom in
old age. A population-based study of 4486 Danish twins aged 70-102. Eur Spine J 2003;
12:528-534.
10. Gallagher R. Low back pain, health status, and quality of life in older adults: challenge
and opportunity. Pain Med 2003; 4:305-307.
11. Edmond S, Felson D. Prevalence of back symptoms in elders. J Rheumatol 2000;
27:220-225.
12. Bressler H, Keyes W, Rochon P, Badley E. The prevalence of low back pain in the
elderly. A systematic review of the literature. Spine 1999; 24:1813-1819.
13. vanTulder M, Koes B, Bombardier C. Low back pain. Best Pract Res Clin Rheumatol
2002; 16:761-775.
92
14. Cayea D, Perera S, Weiner D. Chronic low back pain in older adultes: what physicians
kow, what they think they kwow, and what they should be taught. JAGS 2006; 54:1772-
1777.
15. Waddell G. The problem. In: Waddell G, editor. The back pain revolution. Edinburgh
EHI 3AF, U.K.: Churchill Livingstone; 2004. p 1-7.
16. Paul B, Leitner C, Vacariu G, Wick F, Zehetmayer S, Matzner M, Mittermaier C,
Vanecek E, Ebenbichler G. Low back pain assessment based on brief ICF Core Sets:
diagnostic relevance of motor performance and psichological tests. Am J Phys Med
Rehabil 2008; 87:452-460.
17. Andersson G. Epidemiological features of chronic low back pain. Lancet 1999;
354:581-585.
18. Arcanjo G, Silva Rd, Nations M. Saber popular sobre dores nas costas em mulheres
nordestinas. Ciênc Saúde Coletiva 2007; 12:389-397.
19. Centro Colaborador da OMS para a Família de Classificações Internacionais. CIF:
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo; 2003.
20. Meyer T, Cooper J, Raspe H. Disabling low back pain and depressive symptoms in the
community-dwelling elderly. Spine 2007; 32:2380-2386.
21. Weiner DK, Haggerty CL, Kritchevsky SB, Harris T, Simonsick EM, Nevitt M,
Newman A. How does low back pain impact physical function in independent, well-
functioning older adults? Evidence from the Health ABC Cohort and implications for
the future. Pain Med 2003; 4:311-320.
22. Weiner DK, Rudy TE, Morrow L, Slaboda J, Lieber S. The relationship between pain,
neuropsychological performance, and physical function in community-dwelling older
adults with chronic low back pain. Pain Med 2006; 7:60-70.
23. Hartvigsen J, Frederiksen H, Christensen K. Physical and mental gunction and incident
low back pain in senior. A population-based two prospective study of 1387 twins age 70
to 100 years. Spine 2006; 31:1628-1632.
24. Maxwell SE. Sample size and multiple regression analysis. Psychol Methods 2000;
5:434-458.
93
25. Brucki SM, Nitrini R, Caramelli P, Bertolucci PH, Okamoto IH. [Suggestions for
utilization of the mini-mental state examination in Brazil]. Arq Neuropsiquiatr 2003;
61:777-781.
26. Waddell G. Diagnostic triage. In: Waddell G, editor. The back pain revolution.
Edinburgh EHI 3AF, U.K.: Churchill Livingstone; 2004. p 9-26.
27. Cecchi F, Debolini P, Lova RM, Macchi C, Bandinelli S, Bartali B, Lauretani F,
Benvenuti E, Hicks G, Ferrucci L. Epidemiology of back pain in a representative cohort
of Italian persons 65 years of age and older: the InCHIANTI study. Spine 2006;
31:1149-1155.
28. de Vet HC, Heymans MW, Dunn KM, Pope DP, van der Beek AJ, Macfarlane GJ,
Bouter LM, Croft PR. Episodes of low back pain: a proposal for uniform definitions to
be used in research. Spine 2002; 27:2409-2416.
29. Hicks GE, Simonsick EM, Harris TB, Newman AB, Weiner DK, Nevitt MA, Tylavsky
FA. Trunk muscle composition as a predictor of reduced functional capacity in the
health, aging and body composition study: the moderating role of back pain. J Gerontol
A Biol Sci Med Sci 2005; 60:1420-1424.
30. Richardson C, Snijders C, Hides J, Damen L, Pas M, Storm J. The relation between the
transversus abdominis muscles, sacroiliac joint mechanics, and low back pain. Spine
2002; 27:399-405.
31. Castro, CES. A formação lingüística da dor - versão brasileira do questionário McGill
de dor. 1999. São Carlos, Universidade Federal de São Carlos.
Ref Type: Thesis/Dissertation
32. Pimenta CdM, Teixeira M. Questionário de dor McGill: proposta de adaptação para
língua portuguesa. Rev Esc Enf USP 1996; 30:473-483.
33. Varoli F, Pedrazzi V. Adapted Version of the McGill Pain Questionnaire to Brazilian
Portuguese. Brazilian Dental Journal 2006; 17:328-335.
34. Santos C, Pereira L, Resende M, Magno F. Aplicação da versão brasileira do
questionário de dor Mcgill em idosos com dor crônica. Acta Fisiátrica 2006; 13:75-82.
35. Nusbaum L, Natour J, Ferraz M, Goldenberg J. Translation, adaptation and validation of
the Roland-Morris questionnaire - Brazil Roland-Morris. Braz J Med Biol Res 2001;
34:203-210.
94
36. Weiner DK, Rudy TE, Kim YS, Golla S. Do medical factors predict disability in older
adults with persistent low back pain? Pain 2004; 112:214-220.
37. Weiner D, Pieper C, McConnell E, Martinez S, Keefe F. Pain measurement in elders
with chronic low back pain: traditional and alternative approaches. Pain 1996; 67:461-
467.
38. Almeida O, Almeida S. Confiabilidade da versão brasileira da Escala de Depressão em
Geriatria (GDS) versão reduzida. Arq Neuropsiquiatr 1999; 57:421-426.
39. Souza AC, Magalhaes LC, Teixeira-Salmela LF. [Cross-cultural adaptation and analysis
of the psychometric properties in the Brazilian version of the Human Activity Profile].
Cad Saude Publica 2006; 22:2623-2636.
40. Lipschitz D. Screening for nutritional status in the elderly. Prim Care 1994; 21:55-67.
41. Rudy TE, Weiner DK, Lieber SJ, Slaboda J, Boston JR. The impact of chronic low back
pain on older adults: a comparative study of patients and controls. Pain 2007; 131:293-
301.
42. Edmond S, Felson D. Function and back symptoms in older adults. JAGS 2003;
51:1702-1709.
43. Ramos L. Fatores determinantes do envelhecimento saudável em idosos residentes em
centro urbano: Projeto Epidoso, São Paulo. Cad Saúde Pública 2003; 19:793-798.
44. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Perfil dos idosos responsáveis
pelo domicílio 2000. Estudos e Pesquisas. 2002. Rio de Janeiro.
Ref Type: Serial (Book,Monograph)
45. Lima-Costa M. A Saúde dos Adultos na Região Metropolitana de Belo Horizonte: um
estudo epidemiológico de base populacional. Núcleo de Estudos em Saúde Pública e
Envelhecimento (NESPE-FIOCRUZ/UFMG) 2004;132 p.
46. Leveille S, Guralnik J, Hirsch R, Ferrucci L, Langlois J, Rantanen T, Ling S. Low back
pain and disability in older women: independent association with difficulty but not
inability to perform daily activities. J Gerontol A Biol Sci Med Sci 1999; 54:M487-
M493.
47. Takahashi N, Kikuchi S, Konno S, Morita S, Suzukamo Y, Green J, Fukuhara S.
Discrepancy Between Disability and the Severity of Low Back Pain: Demographic,
Psychologic, and Employment-Related Factors. Spine 2006; 31:931-939.
95
48. Reid M, Williams C, Concato J, Tinetti M, Gill T. Depressive symptoms as a risk factor
for disabling back pain in community-dwelling older persons. JAGS 2003; 51:1717-
2003.
49. Leboeuf-Yde C. Body weight and low back pain: a systematic literature review of 56
journal articles reporting on 65 epidemiologic studies. Spine 2000; 25:226-237.
50. Waddell G. The back pain revolution. Edinburgh EHI 3AF, U.K.: Churchill
Livingstone; 2004. -p.475 p.
96
TABELA 1: Características sóciodemográficas da amostra (n = 54).
Características sóciodemográficas n (%) Média (+DP) Variação
Idade (anos) 54 (100%)
72 (± 5,2)
65 - 84
Sexo
Masculino 13 (24%)
Feminino 41 (76%)
Estado Civil
Casado(a) ou vive com companheiro(a) 26 (48,1%)
Solteiro(a) 6 (11,1%)
Divorciado(a), separado(a) ou
desquitado(a)
5 (9,3%)
Viúvo(a) 17 (31,5%)
Renda Familiar (salários mínimos)
Até ½ 1 (1,9%)
1 a 2 8 (14,8%)
2 a 3 7 (13%)
3 a 5 19 (35,2%)
5 a 10 10 (18,5%)
10 a 20 3 (5,6%)
Mais de 20 6 (11,1%)
Escolaridade (anos)
Analfabeto 5 (9,3%)
1 a 4 26 (48,1%)
5 a 8 13 (24,1%)
9 a 11 2 (3,7%)
11 anos e mais 8 (14,8%)
DP = Desvio Padrão
% = Porcentagem relativa ao n total de 54 idosos
97
TABELA 2: Características clinicas da amostra (n = 54).
Características clínicas n (%) Média (+DP) Variação
Peso (quilos)
66 (± 12,8)
45 - 107
Altura (metros)
1,58 (± 0,07)
1,42 – 1,77
IMC (kg/m
2
)
< 22 kg/m
2
8 (14,8%)
22 a 27 kg/m
2
25 (46,3%)
> 27 kg/m
2
21 (38,9%)
Nº de comorbidades
4,78 (± 2,35)
1 - 13
GDS
Rastreio negativo 43 (79,6%)
Rastreio positivo 11 (20,4%)
PAH
Ativo 36 (66,7%)
Moderadamente ativo 18 (33,3%)
Dor lombar (sim) 34 (61,8%)
DP = Desvio Padrão
% = Porcentagem relativa ao n total de 54 idosos
IMC: índice de massa corporal com pontos de corte para idosos sugeridos por
Lipschitz (1994)
GDS: Escala de Depressão Geriátrica
PAH: Perfil de Atividade Humana
98
TABELA 3: Dados relacionados aos participantes com DL (n = 34).
Variáveis n (%) Média (+DP) Variação
Intensidade da dor (Br-MPQ)
2,24 (± 0,78)
1 - 4
Fraca (1) 5 (14,7%)
Moderada (2) 18 (52,9%)
Forte (3) 9 (26,5%)
Insuportável (4) 2 (5,9%)
Padrão temporal da dor (Br-MPQ)
Contínua/estável/constante 10 (29,4%)
Ritmada/periódica/intermitente 9 (26,4%)
Breve/momentânea/transitória 15 (44,1%)
RM-Br
6,8 (± 6,4)
0 - 21
DP = Desvio Padrão
% = Porcentagem relativa ao n total de 34 idosos
Br- MPQ: Questionário de dor de McGill – Brasil
RM-Br: Questionário de Roland Morris - Brasil
99
TABELA 4: Correlação entre DL e as variáveis incapacidade, sintomas depressivos, IMC e
sexo
RM-Br: Questionário de Roland Morris
Incapacidade
(RM-Br)
Sintomas
depressivos
(GDS)
Escore IMC Sexo
Variável
r
s
p r
s
p r
s
p r
s
p
Dor Lombar 0,774 0,001* 0,271 0,048* 0,178 0,197 -0,073 0,599
GDS: Escala de Depressão Geriátrica
IMC: índice de massa corpórea
r
s
: valor da correlação de Spearman
*p<0,05
100
CAPITULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
As alterações fisiológicas provocadas pelo processo do envelhecimento fazem
com que a velhice seja uma fase do ciclo de vida com maior ocorrência de condições
crônicas, limitações físicas e funcionais e isolamento social. Dessa forma, o
interesse em desvelar fatores que, de forma individual ou associada, possam
acarretar maior morbidade e conseqüentemente, maior limitação em atividades do
dia a dia e restrição na participação social entre os idosos, tem crescido
significativamente e com grande expressividade clínica e científica.
Trata-se do primeiro estudo sobre a associação existente entre dor lombar,
incontinência urinaria e o padrão de recrutamento muscular dos músculos TrA, OI e
OE, medidos por meio de imagem ultrassonográfica em uma população de idosos da
comunidade.
Os resultados obtidos demonstram que nenhum dos três modelos de regressão
linear múltipla usados para verificar a associação entre o padrão de recrutamento
dos músculos TrA, OI e OE com as variáveis DL e IU, foram explicados pelas
variáveis estudadas. Foi verificada também, para os idosos que apresentaram
positividade para a dor lombar, a existência de uma correlação forte e positiva com a
variável relacionada à incapacidade funcional, reforçando as evidencias clínicas e
científicas dessa relação. Os resultados deste trabalho chamam a atenção para a
necessidade de uma avaliação da capacidade funcional de idosos com DL e muitas
vezes, uma abordagem multi/interdisciplinar, uma vez que essa exerce impacto
negativo tanto sobre a função física, mental, comportamental e social dos idosos e
que pesquisas para identificar a influência da idade sobre o padrão de recrutamento
101
dos músculos abdominais medidos por meio de imagens ultrassonográficas são
necessárias.
Como implicações deste estudo e tendo como base o modelo integrador da
funcionalidade e incapacidade humanas, proposto pela Organização Mundial da
Saúde, são igualmente importantes a melhor compreensão e avaliação da influência
da idade sobre o padrão de recrutamento dos músculos abdominais por meio de
métodos não-invasivos como a ultrassonografia e a avaliação da capacidade
funcional de idosos com DL e IU de forma multi/interdisciplinar, uma vez que essas
condições exercem impacto negativo sobre as funções física, mental,
comportamental e social do idoso.
102
APÊNDICE 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Título do Projeto: ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO ENTRE CONDIÇÕES CLÍNICAS E FUNCIONAIS E
O PADRÃO DE RECRUTAMENTO DOS MÚSCULOS ABDOMINAIS MEDIDOS POR MEIO DE
ULTRASSONOGRAFIA EM IDOSO DA COMUNIDADE
Pesquisadores: Vânia Ferreira de Figueiredo, Professora Leani Souza Máximo
Pereira (orientadora) e Professor Paulo Henrique Ferreira (co-orientador).
Instituição: Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da
UFMG, Campus Pampulha, Departamento de Fisioterapia, 3º andar. Telefones: (031)
34994781 ou (031) 34994783
Este termo de consentimento pode conter palavras que você não entenda. Peça ao
pesquisador que explique as palavras ou informações não compreendidas
completamente.
1) Introdução
O(a) sr(a) está sendo convidado(a) a participar da pesquisa - A
NÁLISE DA ASSOCIAÇÃO
ENTRE CONDIÇÕES CLÍNICAS E FUNCIONAIS E O PADRÃO DE RECRUTAMENTO DOS MÚSCULOS
ABDOMINAIS MEDIDOS POR MEIO DE ULTRASSONOGRAFIA EM IDOSO DA COMUNIDADE
Se
decidir participar dela, é importante que leia estas informações sobre o estudo e o seu
papel nesta pesquisa.
A decisão de participar neste estudo é voluntária e sua participação não é obrigatória.
A qualquer momento o(a) sr(a) pode desistir de participar e retirar seu consentimento.
Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador ou com a
instituição envolvida.
É preciso entender a natureza e os riscos da sua participação e dar o seu
consentimento livre e esclarecido por escrito.
103
2) Objetivo
A pesquisa pretende, num primeiro momento, observar o funcionamento da
musculatura abdominal de idosos com e sem dor lombar. Caracterizar a dor que o(a)
sr(a) sente e o tanto que essa dor interfere com suas atividades do dia-a-dia. Com
isso o fisioterapeuta poderá compreender melhor algumas condições que
comprometem a capacidade funcional e independência de idosos e qual abordagem
fisioterapeutica é mais adequada.
3) Procedimentos do Estudo
Se concordar em participar deste estudo o(a) sr(a) será solicitado(a) a ler o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, e caso concorde em participar da pesquisa,
assinar o termo. Em seguida, algumas informações como endereço, telefone,
condições de saúde (doenças que tenha), seu peso, altura e idade (dentre outras)
serão registradas e arquivadas no computador. Em seguida o(a) sr(a) será
solicitado(a) a responder alguns questionários. Um para avaliar o quanto que as
suas dores nas costas interferem com algumas de suas atividades do dia-a-dia
(Roland Morris), outro para compreendermos melhor como é a sua dor, onde se
localiza, se é muito forte ou fraca (questionário de dor – Br-MPQ), outro para saber
se o(a) sr(a) é sedentário ou não (Perfil de atividade humana) e o último, para saber
como o(a) sr(a) vem se sentido na última semana (GDS). Todos os questionários
serão lidos e preenchidos pela pesquisadora. Responder aos questionários não
oferece nenhum tipo de risco à sua saúde física, psicológica ou mental.
Para as próximas avaliações é importante que o sr.(a) esteja com uma roupa
confortável (blusa e calça ou bermuda que não limitem seus movimentos), calçado
com um sapato usual (do dia-a-dia). Para medir como a sua musculatura abdominal
trabalha, o sr(a) será solicitado(a) a deitar-se de barriga para cima em uma maca,
com os braços cruzados no peito e levantar sua blusa de forma que sua barriga
apareça. Suas pernas estarão dobradas e sustentadas por tiras que passam pelos
seus joelhos e tornozelo. Um ultrassom (Siemens, Sonoline SL1) será posicionado
na altura de seu umbigo, para que uma imagem de seus músculos abdominais seja
vista em um monitor de computador. Após realizar uma expiração tranqüila (soltar o
ar normalmente pelo nariz) uma imagem da musculatura abdominal será registrada.
Em seguida, o sr.(a) será solicitado(a) a fazer força para dobrar seus joelhos ou para
estica-los e manter por alguns segundos, para que outra imagem seja registrada.
104
Serão realizados três registros para cada movimento, com um intervalo de um
minuto de descanso entre eles. O tempo que o sr(a). permanecerá no laboratório
será no máximo de uma (1) hora.
4) Riscos e desconforto
Apesar de todos os testes serem simples, de fácil execução e não oferecerem riscos
diretos para sua saúde, qualquer desconforto como cansaço, falta de ar, aumento
das dores nas costas ou outros deverá ser relatado e os testes serão interrompidos.
5) Benefícios
A participação na pesquisa não acarretará gasto para o(a) sr(a), sendo totalmente
gratuita. Os resultados dessa pesquisa não trarão nenhum benefício imediato ao
o(a) sr(a), mas futuramente poderá contribuir para que outros idosos com dor crônica
nas costas venham a ter um tratamento fisioterapêutico mais direcionado.
O(a) sr(a) receberá uma cartilha informativa quanto a hábitos posturais adequados e
exercícios específicos para coluna. A pesquisadora explicará todo o conteúdo da
cartilha.
Se identificada alguma alteração física que necessite de intervenção específica da
fisioterapia o(a) sr(a) será adequadamente encaminhado ao serviço de reabilitação
conveniado à Prefeitura de Belo Horizonte mais próximo de sua residência, seguindo
o protocolo de encaminhamento utilizado por esta instituição.
6) Custos/Reembolso
O(a) sr(a) não terá nenhum gasto com a sua participação no estudo. Os gastos com
transporte serão arcados pela pesquisadora.
7) Responsabilidade
Toda responsabilidade do presente projeto é da pesquisadora Leani Souza Máximo
Pereira.
8) Caráter Confidencial dos Registros
Algumas informações obtidas a partir de sua participação neste estudo não poderão
ser mantidas estritamente confidenciais. Além dos profissionais de saúde que
estarão cuidando do(a) o(a) sr(a), agências governamentais locais, o Comitê de
Ética em Pesquisa da Instituição onde o estudo está sendo realizado podem precisar
consultar seus registros. O(a) sr(a) não será identificado quando o material de seu
registro for utilizado, seja para propósitos de publicação científica ou educativa. Ao
assinar este consentimento informado, o(a) sr(a) autoriza as inspeções em seus
105
registros. Para registro de suas informações será assinalado um número ao seu
nome, e toda informação buscada será referenciada usando este número.
9) Participação
É importante que o(a) sr(a) esteja consciente de que a participação neste estudo de
pesquisa é completamente voluntária e de que o(a) sr(a) pode recusar-se a participar
ou sair do estudo a qualquer momento sem penalidades ou perda de benefícios aos
quais o(a) sr(a) tenha direito de outra forma. Em caso de o(a) sr(a) decidir retirar-se
do estudo, deverá notificar a pesquisadora que esteja atendendo-o(a). A recusa em
participar ou a saída do estudo não influenciarão seus cuidados nesta instituição.
10) Para obter informações adicionais
O(a) sr(a) receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o endereço do
pesquisador principal, podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação,
agora ou a qualquer momento. Caso o(a) sr(a) venha a sofrer uma reação adversa
ou danos relacionados ao estudo, ou tenha mais perguntas sobre o estudo, por
favor, ligue para Vânia Ferreira de Figueiredo, nos telefones (031) 33323097 ou
(031) 91096224 ou professora Leani Souza Máximo Pereira, nos telefones
34994783 ou 99522878
Se o(a) sr(a) tiver perguntas com relação a seus direitos como participante do estudo
clínico, o(a) sr(a) também poderá contatar uma terceira parte/pessoa, que não
participa desta pesquisa, Prof Dr. Dirceu Greco, Coordenador do Comitê de Ética em
Pesquisa da Instituição, no telefone (31) 3248-9364.
106
Universidade Federal de Minas Gerais
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional
Mestrado em Ciências da Reabilitação
Declaração de consentimento
Título do Projeto: ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO ENTRE CONDIÇÕES CLÍNICAS E FUNCIONAIS E
O PADRÃO DE RECRUTAMENTO DOS MÚSCULOS ABDOMINAIS MEDIDOS POR MEIO DE
ULTRASSONOGRAFIA EM IDOSO DA COMUNIDADE
Li ou alguém leu para mim as informações contidas neste documento antes de
assinar este termo de consentimento. Declaro que fui informado sobre os métodos e
meios a ser utilizado, as inconveniências, riscos, benefícios e eventos adversos que
podem vir a ocorrer em conseqüência dos procedimentos. Declaro que tive tempo
suficiente para ler e entender as informações acima. Declaro também que toda a
linguagem técnica utilizada na descrição deste estudo de pesquisa foi
satisfatoriamente explicada e que recebi respostas para todas as minhas dúvidas.
Confirmo também que recebi uma cópia deste termo de consentimento.
Compreendo que sou livre para me retirar do estudo em qualquer momento, sem
perda de benefícios ou qualquer outra penalidade.
Dou meu consentimento de livre e espontânea vontade e sem reservas para
participar como sujeito deste estudo.
________________________________________
Nome do participante (em letra de forma)
______________________________________
Assinatura do participante ou representante legal
Atesto que expliquei cuidadosamente a natureza e o objetivo deste estudo, os
possíveis riscos e benefícios da participação no mesmo, junto ao participante e/ou
seu representante autorizado. Acredito que o participante e/ou seu representante
recebeu todas as informações necessárias, que foram fornecidas em uma linguagem
adequada e compreensível e que ele compreendeu essa explicação.
___________________________________________
Assinatura do pesquisador
Data: ___/___/_____
107
APENDICE 2 –Questionário clínico-sócio-demográfico
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
PROGRAMA DE MESTRADO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO
o
N do Indivíduo
Instrumento para Coleta de Dados
Data da coleta: ____/____/______.
1- Identificação:
Nome: ___________________________________________________________________________
Sexo: (__) Masculino (__) Feminino D.N.: ____/____/_____ Idade:
______
Endereço:_________________________________________________________________________
Bairro:_______________________________________ Telefone: ______________________
Telefone para recado (familiar / amigo / vizinho): __________________________________________
Responsável pela coleta: ________________________________________________________
2- Características Clínico-socio-demográficas:
Casado(a) ou vive com companheiro(a)
Solteiro(a)
Divorciado(a), separado(a) ou desquitado(a)
1 Qual é o seu estado civil?
Viúvo(a)
Não
2 Trabalha atualmente?
Sim
Até ½ salário mínimo
Mais de ½ a 1 salário mínimo
Mais de 1 a 2 salários mínimos
Mais de 2 a 3 salários mínimos
Mais de 3 a 5 salários mínimos
Mais de 5 a 10 salários mínimos
Mais de 10 a 20 salários mínimos
3 Qual a renda mensal da sua família, ou seja,
das pessoas que moram em sua casa, incluindo
o(a) do(a) senhor(a)?
Mais de 20 salários mínimos
Não
4 O (a) senhor(a) é aposentado(a)?
Sim
Não
5 O (a) senhor(a) é pensionista?
Sim
108
Nunca foi à escola
Ensino fundamental, 1º a 4º série incompleto
Ensino fundamental, 1º a 4º série completo
6 Qual o seu nível de escolaridade?
Ensino fundamental, 5º a 8º série incompleto
Ensino fundamental, 5º a 8º série completo
Ensino médio incompleto
Ensino médio completo
Ensino superior incompleto
Ensino superior completo
Pós-graduação incompleta
Pós-graduação completa
Total de anos de escolaridade
3- Estado de saúde diagnosticado e auto-relatada
3.1- Problemas Associados: (marque todas as condições presentes)
Algum médico já disse que o senhor(a) tem os seguintes problemas de saúde?
Doença do coração
Pressão alta / HAS
Diabetes
AVE (derrame)
Doença Respiratória
(Qual? ____________)
Dificuldade de locomoção
Catarata / Glaucoma
Câncer (local_________Data________)
Depressão
HAS
Osteoporose
Osteoartrite
Dor em joelhos (D) (E)
Dor nos quadris (D) (E)
Cirurgia de Períneo ou de Próstata
Data: ______________
Cirurgia abdominal (Qual?___________)
Incontinência: (IU) (IF)
Outros: __________________________
109
3.2- Avaliação subjetiva da Saúde (saúde percebida)
3.2.1- Pensando de um modo geral, como o senhor(a) avalia a sua saúde no momento atual?
Muito boa
Boa
Regular
Ruim
Muito ruim
3.2.2- Quando o senhor(a) compara a sua saúde com a de outras pessoas da sua idade, como o
senhor(a) avalia a sua saúde no momento atual?
Igual
Melhor
Pior
4-. Hábitos de vida: Tabagismo e alcoolismo
Agora eu gostaria de saber sobre alguns de seus hábitos de vida.
4.1- Fuma atualmente?
Não Sim
4.2- O senhor(a) costuma tomar bebidas alcoólicas?
Não Sim
5- Medicação em uso:
Quantos medicamentos o(a) sr(a) tem usado de forma regular nos últimos 3 meses, receitados pelo
médico ou que o(a) sr(a) toma por conta própria?
(_0_) 0- nenhum (_1_) 1 – 2 (_2_)3 – 5 (_3_) >5
Medicamento
Dose Freqüência
1
2
6- Dados Clínicos Iniciais
Peso: ________ Altura: ________ IMC:____________
Avaliação de sinais de compressão radicular:
o Teste de elevação da perna reta (SLRT)
(__) Positivo
(__) Negativo
o Dermátomos
“Obrigada por ter respondido todas as questões.”
110
APENCICE 3 – Cartilha
A nossa coluna é formada por 33 ossos (as vértebras) que têm a função
de sustentar e efetuar os movimentos do tronco. Dividimos a coluna
vertebral em 4 regiões:
Coluna cervical (C1 a C7)
Coluna torácica (T1 a T12)
Coluna lombar (L1 a L5)
Coluna sacral (S1 a S5)
Para estar em boas condições a
coluna deve estar alinhada. Vários
fatores podem contribuir para a dor
na coluna: traumatismos, alterações
congênitas, MÁ POSTURA, etc. A
adoção de hábitos saudáveis como
uma boa postura durante a
realização de atividades do dia-a-dia
e exercícios físicos adequados ajuda
a manter a saúde de sua coluna e
uma boa postura.
J
ANSSEN-CILAG
Como Manter sua Coluna
em Plena Forma
A
Coluna Vertebral
Orientações Posturai
s
111
Algumas dicas para manter uma boa postura
Evite dormir com travesseiro muito baixo ou muito
alto ou mesmo sem travesseiro.
Use sempre um colchão firme.
Ao levantar-se da cama, vire de lado,
apoie-se nos braços e assente-se antes de
levantar. Para deitar, faça os mesmos
movimentos em sentido contrário.
Ao sentar-se, encoste-se completamente na cadeira e evite
“esparramar-se”. O que parece confortável pode ser muito
prejudicial para a sua coluna.
Divida o peso das sacolas para diminuir o
esforço sobre suas costas
.
ERRADO
ERRADO
CERTO
CERTO
ERRADO
ERRADO
CERTO
CERTO
112
Evite inclinar as costas em suas atividades do dia-a-dia.
Ao levantar um peso, lembre-se
de que o melhor é dobrar os joelhos,
pegar o peso entre as pernas, e levantá-
lo devagar, mantendo a coluna reta.
Alguns exercícios para manter sua coluna em forma
Deitado de costas, dobrar uma das
pernas e com a ajuda das mãos, trazê-
la de encontro ao peito. Conte até 30 e
em seguida repita com a outra perna.
Repita 03 vezes com cada perna.
Deite-se de costas e segure uma perna
com o joelho esticado, puxando o pé em
sua direção. Conte até 30 e em seguida
repita com a outra perna. Repita 03
vezes com cada perna.
Deite-se de costas, contraia o
bumbum, levante-o da cama
enquanto puxa o ar pelo nariz.
Volte lentamente à posição inicial,
enquanto solta o ar pelo nariz.
CERTO
ERRADO
ERRADO
CERTO
ERRADO
CERTO
113
Deite-se de costas, com as pernas
dobradas e a coluna bem apoiada. Respire
normalmente. Ao soltar o ar pelo nariz
“murche” a barriga. Conte até 05 e relaxe.
Repita 10 vezes.
Com as duas pernas para cima
movimente-as alternadamente,
com se estivesse pedalando
uma bicicleta. Conte até 15 e
relaxe. Repita 04 vezes.
Para relaxar os músculos das costas,
balance lentamente as pernas dobradas
para um lado e para o outro.
Pratique atividade física regularmente. A inatividade leva à flacidez
fazendo com que a musculatura tenha de se contrair mais que o
recomendável para cumprir sua função de sustentação. A hidroginástica,
natação e caminhada são excelentes para a manutenção de uma boa
postura.
Elaboração: Vânia Ferreira de Figueiredo
Orientação: Prof
a
. Leani Souza Máximo Pereira
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Departamento de Fisioterapia
ANEXO 1 – COEP
115
ANEXO 2 - MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL
(Brucki SM, Nitrini R, Caramelli P, Bertolucci PH, Okamoto IH. [Suggestions for utilization of the mini-mental
state examination in Brazil]. Arq Neuropsiquiatr 2003; 61:777-781.)
Agora vou lhe fazer algumas perguntas que exigem atenção e um pouco de sua memória. Por favor,
tente se concentrar para respondê-las.
(__) Analfabeto – 20
(__) 1 a 4 anos – 25
(__) 5
a 8 anos – 26,5
(__) 9 a 11 anos – 28
(__) 11 anos e mais – 29
CERTO ERRADO
1- Que dia é hoje?
2- Em que mês estamos?
3- Em que ano estamos?
4- Em que dia da semana estamos?
5- Que horas são agora aproximadamente? (Considere correta a variação de mais
ou menos uma hora)
6- Em que local nós estamos? (dormitório, sala, apontando para o chão)
7- Que local é este aqui? (apontando ao redor num sentido mais amplo para a casa)
8- Em que bairro nós estamos ou qual o nome de uma rua próxima?
9- Em que cidade nós estamos?
10- Em que estado nós estamos?
11- Preste atenção. Vou dizer 3 palavras, e O (a) senhora (a)irá repeti-las a seguir,
certo?: CARRO
(pausa), VASO (pausa), TIJOLO (pausa). Agora repita para mim.
Um ponto para cada
palavra repetida na
primeira tentativa.
Repita até as 3 palavras
serem entendidas ou o
máximo de 5 tentativas.
11 a.Carro
11 b. Vaso
11 c. Tijolo
116
12- Gostaria que O(a) senhor(a) me dissesse quanto é: (se o idoso acertar, registre imediatamente o acerto
e prossiga a seqüência. Se o idoso errar, diga NÃO, não dê dica sobre qual é a resposta correta e prossiga
com a seqüência e assim por diante. Atenção: se o idoso errar na primeira tentativa e corrigir
espontaneamente, isto é, sem a sua dica, considere como acerto. Se ele corrigir depois da sua dica, registre
como erro)
12a. (100 –7)
12b. (93 – 7)
12c. (86 – 7)
12d. (79 – 7)
12e. (72 – 7)
13- O(a) senhora(a) consegue se lembrar das 3 palavras que lhe pedi que repetisse agora há pouco? (uma
única tentativa sem dicas. Considere como correta a repetição das 3 palavras em qualquer ordem)
13a. Carro
13b. Vaso
13c. Tijolo
14- Mostre um RELÓGIO e peça ao entrevistado que diga o nome, dizendo: O que é
isto?
15- Mostre uma CANETA e peça ao entrevistado que diga o nome, dizendo: O que
é isto?
16- Preste atenção: vou lhe dizer uma frase e quero que repita depois de mim: NEM
AQUI, NEM ALI, NEM LÁ. (Registre como acerto somente se a repetição for
perfeita, sem dicas.)
17- Agora pegue este papel com a mão direita. Com as duas mãos, dobre-o ao meio uma vez e coloque-o no
chão.
17a. Pega a folha com a mão correta.
17b. Dobra corretamente
17c. Coloca no chão
18- Vou lhe mostrar uma folha onde está escrita uma frase. Gostaria que fizesse o
que está escrito. (FECHE OS OLHOS).
117
19- Gostaria que o(a) senhor(a) escrevesse uma frase de sua escolha, qualquer
uma, não precisa ser grande. (Se o idoso não compreender, ajude dizendo alguma
frase que tenha começo, meio e fim, alguma coisa que aconteceu hoje ou alguma
coisa que queira dizer). Não são considerados para pontuação, erros gramaticais ou
ortográficos.
20- Vou lhe mostrar um desenho e gostaria que o senhor(a) copiasse, da melhor
forma possível. (Um ponto se 5 ângulos em cada figura com 2 ângulos sobrepostos.)
Pontuação Total:
FRASE:
DESENHO:
118
ANEXO 3 - ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA – VERSÃO REDUZIDA
(Almeida O, Almeida S. Confiabilidade da versão brasileira da Escala de Depressão em Geriatria (GDS) versão
reduzida. Arq Neuropsiquiatr 1999; 57:421-426.)
Vou lhe fazer algumas perguntas para saber como o (a) Sr(a) vem se sentindo na última semana.
Perguntas NÃO SIM
1. O Sr (a) está basicamente satisfeito com sua vida? (não) 0 1
2. O Sr (a) deixou muitos de seus interesses e atividades? (sim) 0 1
3. O Sr (a) sente que sua vida está vazia? (sim) 0 1
4. O Sr (a) se aborrece com freqüência? (sim) 0 1
5. O Sr (a) se sente de bom humor a maior parte do tempo? (não) 0 1
6. O Sr (a) tem medo que algum mal vá lhe acontecer? (sim) 0 1
7. O Sr (a) se sente feliz a maior parte do tempo? (não) 0 1
8. O Sr (a) sente que sua situação não tem saída? (sim) 0 1
9. O Sr (a) prefere ficar em casa a sair e fazer coisas novas? (sim) 0 1
10. O Sr (a) se sente com mais problemas de memória do que a maioria? (sim) 0 1
11. O Sr (a) acha maravilhoso estar vivo? (não) 0 1
12. O Sr (a) se sente um inútil nas atuais circunstâncias? (sim) 0 1
13. O Sr (a) se sente cheio de energia? (não) 0 1
14. O Sr (a) acha que sua situação é sem esperança? (sim) 0 1
15. O Sr (a) sente que a maioria das pessoas está melhor que o Sr (a)? (sim) 0 1
Total
Observações:
1. Quando a resposta do paciente for igual a que está entre parênteses, junto á pergunta, o item
vale um ponto
2. Quando a soma da resposta do paciente for diferente da que está entre parênteses o item vale
zero pontos
3. A soma total de pontos superior a 5 é sugestiva de depressão
119
ANEXO 4 - Versão Brasileira do PERFIL DE ATIVIDADE HUMANA
(Souza AC, Magalhaes LC, Teixeira-Salmela LF. [Cross-cultural adaptation and analysis of the psychometric
properties in the Brazilian version of the Human Activity Profile]. Cad Saude Publica 2006; 22:2623-2636.)
Instruções
Este folheto contém itens que descrevem atividades comuns que as pessoas realizam em suas vidas
diárias. Para cada atividade, pense se o(a) sr(a) ainda a realiza no seu dia-a-dia. Se o(a) sr(a)
conseguiu realizar a atividade sozinho(a) quando precisou ou quando teve oportunidade, responda
ainda faço”. Se o(a) sr(a) conseguia realizar a atividade no passado, mas, provavelmente, não
consegue realizá-la hoje, mesmo se tivesse oportunidade, responda parei de fazer”. Ou se o(a)
sr(a) nunca realizou a atividade, responda nunca fiz”. Por favor, fique atento a essas orientações e
então responda os itens da forma mais verdadeira possível.
ATIVIDADES Ainda faço Parei de fazer Nunca fiz
1. Levantar e sentar em cadeiras ou cama (sem ajuda)
2. Ouvir rádio
3. Ler livros, revistas ou jornais
4. Escrever cartas ou bilhetes
5. Trabalhar numa mesa ou escrivaninha
6. Ficar de pé por mais que 1 minuto
7. Ficar de pé por mais que 5 minutos
8. Vestir e tirar a roupa sem ajuda
9. Tirar roupas de gavetas ou armários
10. Entrar e sair do carro sem ajuda
11. Jantar num restaurante
12. Jogar baralho ou qualquer jogo de mesa
13. Tomar banho de banheira sem ajuda
14. Calçar sapatos e meias sem parar para descansar
15. ir ao cinema, teatro, ou a eventos religiosos ou esportivos
16. Caminhar 27 metros (um minuto)
17. Caminhar 27 metros sem parar (um minuto)
18. Vestir e tirar a roupa sem parar para descansar
19. Utilizar transporte público ou dirigir por 1 hora e meia (158
quilômetros ou menos)
20. Utilizar transporte público ou dirigir por ± 2 horas (160
quilômetros ou mais)
21. Cozinhar suas próprias refeições
22. Lavar ou secar vasilhas
23. Guardar mantimentos em armários
24. Passar ou dobrar roupas
25. Tirar poeira, lustrar móveis ou polir o carro
26. Tomar banho de chuveiro
27. Subir 6 degraus
28. Subir 6 degraus sem parar
29. Subir 9 degraus
30. Subir 12 degraus
31. Caminhar metade de um quarteirão no plano
32. Caminhar metade de um quarteirão no plano sem parar
33. Arrumar a cama (sem trocar os lençóis)
34. Limpar janelas
35. Ajoelhar ou agachar para fazer trabalhos leves
36. Carregar uma sacola leve de mantimentos
37. Subir 9 degraus sem parar
38. Subir 12 degraus sem parar
39. Caminhar metade de um quarteirão numa ladeira
40. Caminhar metade de um quarteirão numa ladeira, sem parar
41. Fazer compras sozinho
42. Lavar roupas sem ajuda (pode ser com máquina)
120
43. Caminhar um quarteirão no plano
45. Caminhar um quarteirão no plano, sem parar
46. Caminhar 2 quarteirões no plano, sem parar
47. Esfregar o chão, paredes ou lavar carros
48.Arrumar a cama trocando os lençóis
49. Varrer o chão
50. Varrer o chão por 5 minutos, sem parar
51. Carregar uma mala pesada ou jogar 1 partida de boliche
52. Aspirar o pó de carpetes
53. Aspirar o pó de carpetes por 5 minutos, sem parar
54. Pintar o interior ou o exterior da casa
55. Caminhar 6 quarteirões no plano
56. Caminhar 6 quarteirões no plano, sem parar
57. Colocar o lixo para fora
58. Carregar uma sacola pesada de mantimentos
59. Subir 24 degraus
60. Subir 36 degraus
61. Subir 24 degraus, sem parar
62. Subir 36 degraus, sem parar
63. Caminhar 1,6 quilômetros (±20 minutos)
64. Caminhar 1,6 quilômetros (± 20 minutos), sem parar
65. Correr 100 metros ou jogar peteca, voley, baseball
66. Dançar socialmente
67. Fazer exercícios calistênicos ou dança aeróbia por 5 minutos,
sem parar
68. Cortar grama com cortadeira elétrica
69. Caminhar 3,2 quilômetros (± 40 minutos)
70. Caminhar 3,2 quilômetros sem parar (± 40 minutos)
71. Subir 50 degraus (2 andares e meio)
72. Usar ou cavar com a pá
73. Usar ou cavar com pá por 5 minutos, sem parar
74. Subir 50 degraus (2 andares e meio), sem parar
75. Caminhar 4,8 quilômetros (± 1 hora) ou jogar 18 buracos de
golfe
76. Caminhar 4,8 quilômetros (± 1 hora), sem parar
77. Nadar 23 metros
78. Nadar 23 metros, sem parar
79. Pedalar 1,6 quilômetro de bicicleta (2 quarteirões)
80. Pedalar 3,2 quilômetros de bicicleta (4 quarteirões)
81. Pedalar 1,6 quilômetro, sem parar
82. Pedalar 3,2 quilômetros, sem parar
83. Correr 400 metros (meio quarteirão)
84. Correr 800 metros (1 quarteirão)
85. Jogar tênis/frescobol ou peteca
86. Jogar uma partida de basquete ou de futebol
87. Correr 400 metros, sem parar
88. Correr 800 metros, sem parar
89. Correr 1,6 quilômetro (2 quarteirões)
90. Correr 3,2 quilômetros (4 quarteirões)
91. Correr 4,8 quilômetros (6 quarteirões)
92. Correr 1,6 quilômetros em 12 minutos em menos
93. Correr 3,2 quilômetros em 20 minutos ou menos
94. Correr 4,8 quilômetros em 30 minutos ou menos
121
ANEXO 5 - Versão Brasileira do McGILL PAIN QUESTIONNAIRE
(Castro, CES. A formação lingüística da dor - versão brasileira do questionário McGill de dor. 1999. São Carlos,
Universidade Federal de São Carlos. Ref Type: Thesis/Dissertation)
Parte I . LOCALIZAÇÃO DA DOR
Usando as figuras do corpo humano abaixo, marque, por favor, onde é sua dor. Indique:
(S) se a dor for Superficial,
(P) se a dor for Profunda,
(SP) se Superficial e Profunda,
(L) se a dor for Localizada,
(D) se a dor for Difusa.
Parte II . INÍCIO, TRATAMENTOS REALIZADOS E PADRÃO TEMPORAL
a) Circunstâncias de Início
( ) acidente em casa ( ) após doença
( ) acidente no trabalho ( ) após cirurgia
( ) outros acidentes ( ) dor 'sem causa'
Outros: _________________________________________________________________________
b) Analgésicos (J
á administrados e em Uso atual)
Medicação Dose Freqüência Duração do Alívio Quantidade do
Alívio
Tempo de Uso
Outros Tratamentos Realizados: _____________________________________________________
122
c) Padrão Temporal da Dor : ' Como a sua dor muda com o tempo ? '
1 ( ) 2 ( ) 3 ( )
contínua Ritimada breve
estável periódica momentânea
constante Intermitente transitória
Freqüência e duração das crises :_______________________________________________
Parte III . DESCRIÇÃO DA DOR
Fale um pouco sobre sua dor. Como ela é? Com o que ela se parece?
Para cada conjunto (subclasse) de palavras abaixo, escolha aquela que melhor descreve a sua dor.
(Não é preciso escolher palavras em todas as categorias) :
01- S. Temporal 02- S. Espacial 03- S. Pressão - Ponto 04- S. Incisão
(1) que vai e vem
(2) que pulsa
(3) latejante
(4) em pancadas
(1) que salta aqui e ali
(2) que se espalha em
círculos
(3) que irradia
(1) pica como uma agulhada
(2) é como uma fisgada
(3) como uma pontada de
faca
(4) perfura como uma broca
(1) que corta como uma
navalha
(2) que dilacera a carne
05- S. Compressão 06- S. Tração 07- S. Calor 08- S. Vivacidade
(1) como um beliscão
(2) em pressão
(3) como uma mordida
(3) em cãimbra / cólica
(4) que esmaga
(1) que repuxa
(2) que arranca
(3) que parte ao meio
(1) que esquenta
(2) que queima como água
quente
(3) que queima como fogo
(1) que coça
(2) em formigamento
(3) ardida
(4) como uma ferroada
09- S. Surdez 10- S. Geral 11- A. Cansaço 12- A. Autonômica
(1) amortecida
(2) adormecida
(1) sensível
(2) dolorida
(3) como um
machucado
(4) pesada
(1) que cansa
(2) que enfraquece
(3) fatigante
(4) que consome
(1) de suar frio
(2) que dá ânsia de
vômito
13- A. Medo 14- A. Punição 15- A. Desprazer 16- Aval. Subj.
(1) assustadora
(2) horrível
(3) tenebrosa
(1) castigante
(2) torturante
(3) de matar
(1) chata
(2) que perturba
(3) que dá nervoso
(4) irritante
(5) de chorar
(1) leve
(2) incômoda
(3) miserável
(4) angustiante
(5) inaguentável
17- M. Dor / Movimento 18- M. Sensoriais 19- M. de Frio 20- M. Emocionais
(1) que prende
(2) que imobiliza
(3) que paralisa
(1) que cresce e diminui
(2) espeta como uma
lança
(3) que rasga a pele
(1) fria
(2) gelada
(3) que congela
(1) que dá falta de ar
(2) que deixa tenso (a)
(3) cruel
Legendas: S = Sensorial A = Afetiva Aval. Subj. = Avaliação Subjetiva M = Mistas.
123
Parte IV . QUAL É A INTENSIDADE DE SUA DOR PRESENTE?
___ (0) SEM DOR
___ (1) FRACA
___ (2) MODERADA
___ (3) FORTE
___ (4) VIOLENTA
___ (5) INSUPORTÁVEL
Que palavra melhor descreve sua dor agora ? ____
Que palavra descreve sua dor máxima ? ____
Que palavra descreve sua dor quando ela é mínima ? ____
Que palavra descreve sua maior dor de dentes ? ____
Que palavra descreve sua maior dor de estômago ? ____
- O que faz sua dor aumentar ?
- O que faz sua dor diminuir ?
- Você acha que suporta bem as dores ?
124
ANEXO 6 - Questionário de ROLAND MORRIS - Br
(Nusbaum L, Natour J, Ferraz M, Goldenberg J. Translation, adaptation and validation of the Roland-Morris
questionnaire - Brazil Roland-Morris. Braz J Med Biol Res 2001; 34:203-210.)
Quando suas costas doem, você pode encontrar dificuldade em fazer algumas coisas que
normalmente faz. Esta lista possui algumas frases que as pessoas tem utilizado para se descreverem
quando sentem dores nas costas. Quando você ouvir estas frases pode notar que algumas se
destacam por descrever você hoje. Ao ouvir a lista pense em você hoje. Quando você ouvir uma frase
que descreve você hoje, responda sim. Se a frase não descreve você, então responda não e siga
para a próxima frase.
Lembre-se, responda sim apenas à frase que tiver certeza que descreve você HOJE
Avaliação PERGUNTAS
SIM NÃO
1 Fico em casa a maior parte do tempo por causa de minhas costas. 1 0
2 Mudo de posição freqüentemente tentando deixar minhas costas confortáveis. 1 0
3 Ando mais devagar que o habitual por causa de minhas costas. 1 0
4 Por causa de minhas costas eu não estou fazendo nenhum dos meus trabalhos que
geralmente faço em casa.
1 0
5 Por causa de minhas costas, eu uso o corrimão para subir escadas. 1 0
6 Por causa de minhas costas, eu me deito para descansar mais freqüentemente. 1 0
7 Por causa de minhas costas, eu tenho que me apoiar em alguma coisa para me
levantar de uma cadeira normal.
1 0
8 Por causa de minhas costas, tento conseguir com que outras pessoas façam as coisas
por mim.
1 0
9 Eu me visto mais lentamente que o habitual por causa de minhas costas. 1 0
10 Eu somente fico em pé por períodos curtos de tempo por causa de minhas costas. 1 0
11 Por causa de minhas costas evito me abaixar ou me ajoelhar. 1 0
12 Encontro dificuldades em me levantar de uma cadeira por causa de minhas costas. 1 0
13 As minhas costas doem quase que o tempo todo. 1 0
14 Tenho dificuldade em me virar na cama por causa das minhas costas. 1 0
15 Meu apetite não é muito bom por causa das dores em minhas costas. 1 0
16 Tenho problemas para colocar minhas meias (ou meia calça) por causa das dores em
minhas costas.
1 0
17 Caminho apenas curtas distâncias por causa de minhas dores nas costas. 1 0
18 Não durmo tão bem por causa de minhas costas. 1 0
19 Por causa de minhas dores nas costas, eu me visto com ajuda de outras pessoas. 1 0
20 Fico sentado a maior parte do dia por causa de minhas costas. 1 0
21 Evito trabalhos pesados em casa por causa de minhas costas. 1 0
22 Por causa das dores em minhas costas, fico mais irritado e mal humorado com as
pessoas do que o habitual.
1 0
23 Por causa de minhas costas, eu subo escadas mais vagarosamente do que o habitual. 1 0
24 Fico na cama a maior parte do tempo por causa de minhas costas. 1 0
TOTAL:
125
ANEXO 7 - Versão em Português do “International consultation on
Incontinence Questionnaire – Short Form”(ICIQ-SF)
(Tamanini J, Dambros M, D'Ancona C, Palma P, Rodrigues Neto JR N. Validação para o português do
"International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form" (ICIQ - SF). Rev Saúde Pública 2004;
38:438-444.)
Muitas pessoas perdem urina alguma vez. Estamos tentando descobrir quantas pessoas perdem
urina e o quanto isso as aborrece. Ficaríamos agradecidos se o(a) sr(a) pudesse nos responder às
seguintes perguntas, pensando em como o(a) sr(a) tem passado, em média nas ÚLTIMAS QUATRO
SEMANAS.
1. Com que freqüência o(a) sr(a) perde urina? (assinale uma resposta)
Nunca (0)
Uma vez por semana ou menos (1)
Duas ou três vezes por semana (2)
Uma vez ao dia (3)
Diversas vezes ao dia (4)
O tempo todo (5)
2. Gostaríamos de saber a quantidade de urina que o(a) sr(a) pensa que perde (assinale uma resposta)
Nenhuma (0)
Uma pequena quantidade (2)
Uma moderada quantidade (4)
Uma grande quantidade (6)
3. Em geral quanto que perder urina interfere em sua vida diária? Por favor, circule um número entre 0 (não
interfere) e 10 (interfere muito)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Não interfere Interfere muito
ICIQ Escore: soma dos resultados 1 + 2 + 3 = __________
4. Quando você perde urina? (Por favor assinale todas as alternativas que se aplicam a você)
Nunca (__)
Perco antes de chegar ao banheiro (__)
Perco quando tusso ou espiro (__)
Perco quando estou dormindo (__)
Perco quando estou fazendo atividades físicas (__)
Perco quando terminei de urinar e estou me vestindo (__)
Perco sem razão óbvia (__)
Perco o tempo todo (__)
126
ANEXO 8 – Normas para publicação
ARTIGO 1 - Revista Physiotherapy Research International
(disponível em: http://www3.interscience.wiley.com/journal/112094326/home/ForAuthors.html)
For Authors
NIH Public Access MandateFor those interested in the Wiley-Blackwell policy on the NIH
Public Access Mandate, please visit our policy statement
For additional tools visit Author Resources - an enhanced suite of online tools for Wiley
InterScience journal authors, featuring Article Tracking, E-mail Publication Alerts and
Customized Research Tools
Copyright Transfer Agreement
Instructions To Authors
Initial Manuscript Submission. The preferred method for submitting your manuscript is by
e-mail. Please send the text as a Word file. Graphics, including photographs and charts,
should be in separate individual files (jpeg format, max file size 100k). Send to the Editor, Dr.
Fiona Jones, email:[email protected] 4:
Authors must also supply:
Copyright Transfer Agreement with original signature(s) - without this we are unable
to publish the article
Permission Request Form– it is the author’s responsibility to obtain written
permission to reproduce (in all media, including electronic) material which has
appeared in another publication.
Submitted manuscripts should not have been previously published and should not be
submitted for publication elsewhere while they are under consideration by Wiley. Submitted
material will not be returned to the author unless specifically requested.
Manuscript style. The language of the journal is English (with American spelling where
applicable). All submissions must have a title, be printed on one side of A4 paper with
numbered pages, be double-line spaced and have a 3cm wide margin all around.
Illustrations and tables must be printed on separate sheets, and not incorporated into the
text.
127
The title page must list the full title, short title, word count, names and affiliations of
all authors. Give the full address, including e-mail, telephone and fax, of the author
who is to check the proofs. Please also include a page with the title only for sending
anonymously to referees.
Include the name(s) of any sponsor(s) of the research contained in the paper, along
with grant number(s) .
Research papers should not exceed 3,500 words and contain only 4/5 tables and
figures . The paper should include the following headings: Introduction, Method – to
include design, subjects, materials and procedure, Results, Discussion and end with a
brief statement under the heading of Implications giving implications of the work for
practice and research. A structured abstract (with subheadings of Background and
Purpose, Methods (giving design first before subjects), Results, Conclusions) with no
more than 300 words should also be supplied.
Supply three to four keywords .
Case Reports should be between 1,000-2,000 words . The report should include a
short abstract, an introduction and a conclusion. (Please access the following link for
more information with regards to writing case reports
)
Reference style. The Harvard style of referencing should be followed. References should be
arranged alphabetically by author surname. Where reference is made to more than one work
by the same author, published in the same year, identify each citation in the text as follows:
(Collins, 1998a), (Collins, 1998b). Where multiple authors are listed in the reference, please
cite in the text as ‘Maxwell et al. (1999)’. All references must be complete and accurate.
Where possible the DOI for the reference should be included at the end of the reference.
Online citations should include date of access. References should be listed in the following
style:
Website : The Geriatric Website (1999) http://www.wiley.com/oap/ [ 1 April 1999 ]
Paper in a journal : Thierry KL, Spence MJ. A real-life event enhances the accuracy of
preschoolers' recall. Applied Cognitive Psychology 2004; 18: 297-309. DOI: 10.1002/acp.965
Book : Hare RD, Schalling D. Psychopathic Behaviour: Approaches to Research. New York:
Wiley, 1978.
Chapter in a book : Oucho JO, Gould WT, Smith FK, Brown PL, Jones RH. Internal
migration, urbanization and population distribution. In Foote KA, Hill KH, Martin LG (eds.)
Demographic Change in Sub-Saharan Africa. Washington DC: National Academy Press,
1993; 255-296.
Personal communications and unpublished data should not be listed in the reference section
but should be given in full in the text.
Illustrations . Supply each illustration on a separate sheet, with the lead author's name and
the figure number (in Arabic numerals), with the top of the figure indicated, on the reverse.
Line artwork must be high-quality laser output (not photocopies). Tints are not acceptable;
lettering must be of a reasonable size that would still be clearly legible upon reduction, and
consistent within each figure and set of figures. Supply artwork at the intended size for
printing.
128
Copyright . To enable the publisher to disseminate the author's work to the fullest extent, the
author must sign a Copyright Transfer Agreement Copyright Transfer Agreement, transferring
copyright in the article from the author to the publisher, and submit the original signed
agreement with the article presented for publication. A copy of the agreement can be obtained
from the journal editor or publisher.
Further information . Proofs will be sent to the author for checking. This stage is to be used
only to correct errors that may have been introduced during the production process. Prompt
return of the corrected proofs, preferably within two days of receipt, will minimise the risk of
the paper being held over to a later issue. 25 complimentary offprints will be provided to the
author who checked the proofs, unless otherwise indicated. Further offprints and copies of the
journal may be ordered. There is no page charge to authors.
NIH Public Access Mandate
Wiley-Blackwell will support our authors by posting the accepted version of articles by NIH
grant-holders to PubMed Central upon acceptance by the journal. The accepted version is the
version that incorporates all amendments made during peer review, but prior to the
publisher’s copy-editing and typesetting. This accepted version will be made publicly
available 12 months after publication. The NIH mandate applies to all articles based on
research that has been wholly or partially funded by the NIH and that are accepted for
publication on or after April 7, 2008.
NIH authors should be aware that they will receive an e-mail request once Wiley-Blackwell
has posted the files of their accepted manuscript to the NIH Manuscript Submission system to
approve the upload for display on the PubMed Central system. This is a requirement of their
grant/affiliation.
For NIH employees only, we will accept the NIH Publishing Agreement.
The societies for whom we publish may decide on a different policy. We will continue to brief
them on any discussions that we have with the NIH regarding the processing of the articles,
appropriate acknowledgements with citation and linking to the final published version on the
publisher’s site, and clear licensing terms and conditions for the use of copyrighted material.
In addition, Wiley-Blackwell will continue to consult directly with authors, editors and
society partners to determine how we as their publisher may best support them going forward.
Wiley-Blackwell also offers its OnlineOpen service. Upon payment of the OnlineOpen fee,
we will deposit the published version of the article into PubMed Central, with public
availability in PubMed Central and on the journal’s website immediately upon publication.
Digital Object Identifier (DOI) Help
The Digital Object Identifier (DOI) is an identification system for intellectual property in the
digital environment. Developed by the International DOI Foundation on behalf of the
publishing industry, its goals are to provide a framework for managing intellectual content,
129
link customers with publishers, facilitate electronic commerce, and enable automated
copyright management.
Using DOIs: An Overview
DOI Applications
Publishing on the Internet requires new tools for managing content. Where traditional printed
texts such as books and journals provided a title page or a cover for specific identifying
information, digital content needs its own form of unique identifier. This is important for both
internal management of content within a publishing house and for dissemination on electronic
networks.
In the fast-changing world of electronic publishing, there is the added problem that ownership
of information changes, and location of electronic files changes frequently over the life of a
work. Technology is needed that permits an identifier to remain persistent although the links
to rights holders may vary with time and place.
The network environment creates an expectation among users that resources can be linked and
that these links should be stable. The DOI system provides a way to identify related materials
and to link the reader or user of content to them. DOI has wide applicability to all forms of
intellectual content and can therefore be applied to all forms of related materials, such as
articles, books, classroom exercises, supporting data, videos, electronic files, and so on.
DOI provides a basis for work now in progress to develop automated means of processing
routine transactions such as document retrieval, clearinghouse payments, and licensing.
Publishers and users are being encouraged to experiment with DOI usage, and to commonly
develop guidelines for DOI scope and rules for usage.
The DOI System and how it works
The DOI system has two main parts (the identifier, and a directory system) and a third logical
component, a database.
The identifier: The DOI, is made up of two components. The first element -- the prefix -- is
assigned to the publisher by a registration agency. Eventually, there may be multiple
registration agencies to serve separate geographical regions or for each intellectual property
sector (such as text publishing, photographs, music, software, etc.). However, at this stage
there is only one registration agency and Directory Manager. Prefixes all begin with 10 to
designate the DOI directory manager, followed by a number designating the publisher who
will be depositing the individual DOIs, which ensures that a publisher can designate its own
DOIs without fear of creating duplicate numbers. Publishers may choose to request a prefix
for each imprint or product line, or may use a single prefix.
The second element, following a slash mark, is the suffix. This is the designation assigned by
the publisher to the specific content being identified. Many publishers have elected to use
recognized existing international standards for their suffixes when such a standard applies to
the object being identified (e.g., ISBN for a book), but may alternatively choose to use an
internal code. In use, the DOI identifier is an opaque string without intelligent meaning other
than as an identifier.
130
The suffix can follow any system of the publisher's choosing, and be assigned to objects of
any size -- book, article, abstract, chart -- or any file type -- text, audio, video, image or
software. An object (book) may have one DOI, and a component within that object (chapter)
may have another DOI. The publisher decides the level or "granularity" of identification based
on the nature of objects sold and distributed over the Internet. The suffix can be as simple as a
sequential number or a publisher's own internal numbering system.
The directory: The power of the DOI system is its function as a routing or "resolution"
system. Because digital content may change ownership or location over the course of its
useful life, the DOI system uses a central directory. When a user clicks on a DOI, a message
is sent to the central directory where the current web address associated with that DOI
appears. This location is sent back to the user's Internet browser with a special message telling
the system to "go to this particular Internet address." In a split second the user sees a
"response screen" -- a Web page -- on which the publisher offers the reader either the content
itself, or, if not, then further information about the object, and information on how to obtain it.
When the object is moved to a new server or the copyright holder sells the product line to
another company, one change is recorded in the directory and all subsequent readers will be
sent to the new site. The DOI remains reliable and accurate because the link to the associated
information or source of the content is so easily and efficiently changed. The underlying
technology used in the DOI system is optimised for speed, efficiency, and persistence.
The database: Information about the object identified is maintained by the publisher. However
it is planned that the DOI system will also collect some minimum level of associated metadata
to enable provision of automated efficient services such as look-up of DOIs from
bibliographic data, citation linking, and so forth. Thus information about the object identified
(metadata) might be distributed over several databases. It might include the actual content or
the information on where and how to obtain the content or other related data. From these
database systems is generated the information that the user has access to in response to a DOI
query, forming the third component of the DOI system.
The DOI can also serve as an agent. In the future, the DOI will also be used to automate
transactions. The DOI is being further developed to incorporate functionality which could
enable the user to associate a function with the DOI.
131
ARTIGO 2 - Normas para Publicação da Revista Brasileira de Fisioterapia
PARA PUBLICAÇÃO DA REVISTA BRASILEIRA DE FISIOTERAPIA
ISSN 1413-3555 versão impressa
ISSN 1809-9246 versão online
INSTRUÇÕES AOS AUTORES Objetivos, escopo e política A Revista Brasileira de
Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy (RBF/BJPT) publica relatos originais de
pesquisa concernentes ao objeto principal de estudo da Fisioterapia e ao seu campo de atuação
profissional, veiculando estudos básicos sobre a motricidade humana e investigações clínicas
sobre a prevenção, o tratamento e a reabilitação das disfunções do movimento. Será dada
preferência de publicação àqueles manuscritos originais que contribuam significativamente
para o desenvolvimento conceitual dos objetos de estudo da Fisioterapia ou que desenvolvam
procedimentos experimentais novos. Os artigos submetidos à Revista Brasileira de
Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy devem preferencialmente enquadrar-se na
categoria de Artigos Originais (novas informações com materiais e métodos e resultados
sistematicamente relatados). Artigos de Revisão (síntese atualizada de assuntos bem
estabelecidos, com análise crítica da literatura consultada e conclusões) são publicados apenas
a convite dos editores e devem conter, no mínimo, 50 (cinqüenta) referências bibliográficas;
Artigos de Revisão Passiva submetidos espontaneamente não serão aceitos; Artigos de
Revisão Sistemática e Metanálises, Artigos Metodológicos apresentando aspectos
metodológicos de pesquisa ou de ensino e Estudos de Caso (apresentando condições
patológicas ou métodos/procedimentos incomuns que dificultem a execução de um estudo
científico) são publicados num percentual de até 20% do total de manuscritos. Os artigos
submetidos são analisados pelos editores e pelos revisores das áreas de conhecimento, que
estão assim divididas: Fundamentos e História da Fisioterapia; Anatomia, Fisiologia,
Cinesiologia e Biomecânica; Controle Motor, Comportamento e Motricidade; Recursos
Terapêuticos Físicos e Naturais; Recursos Terapêuticos Manuais; Cinesioterapia; Prevenção
em Fisioterapia/Ergonomia; Fisioterapia nas Condições Musculoesqueléticas; Fisioterapia nas
Condições Neurológicas; Fisioterapia nas Condições Cardiovasculares e Respiratórias;
Fisioterapia nas Condições Uroginecológicas e Obstétricas; Ensino em Fisioterapia;
Administração, Ética e Deontologia; Registro/Análise do Movimento; Fisioterapia nas
Condições Geriátricas e Medidas em Fisioterapia. Cada artigo é analisado por, pelo menos,
três revisores, os quais trabalham de maneira independente e fazem parte da comunidade
acadêmico-científica, sendo especialistas em suas respectivas áreas de conhecimento. Os
revisores permanecerão anônimos aos autores, assim como os autores não serão identificados
pelos revisores por recomendação expressa dos editores. Os editores coordenam as
informações entre os autores e os revisores, cabendo-lhes a decisão final sobre quais artigos
serão publicados com base nas recomendações feitas pelos revisores. Quando aceitos para
publicação, os artigos estarão sujeitos a pequenas correções ou modificações que não alterem
o estilo do autor. Quando recusados, os artigos são acompanhados por justificativa do editor.
A RBF/BJPT publica ainda: Seção Editorial; Cartas ao Editor; Resenhas de Livros (por
solicitação dos editores); Resumos de eventos como Suplemento após submissão e aprovação
de proposta ao Conselho Editorial. (A submissão de proposta será anual e realizada por edital,
86 atendendo às "Normas para publicação de suplementos" que podem ser obtidas no site
http://www.rbf.ufscar.br) e eventualmente, Agenda de Eventos Científicos próximos. A
Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy apóia as políticas
para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde (OMS)
(http://www.who.int/ictrp/en/) e do International Committee of Medical Journal Editors
132
(ICMJE) http://www.wame.org/resources/policies#trialreg e
http://www.icmje.org/clin_trialup.htm), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o
registro e a divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto.
Sendo assim, somente serão aceitos para publicação, a partir de 2007, os artigos de ensaios
clínicos que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios
Clínicos validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão
disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje.org/faq.pdf.
Informações Gerais A submissão dos manuscritos deverá ser efetuada pelo site
http://www.rbf.ufscar.br e implica que o trabalho não tenha sido publicado e não esteja sob
consideração para publicação em outro periódico. Quando parte do material já tiver sido
apresentada em uma comunicação preliminar, em Simpósio, Congresso, etc., deve ser citada
como nota de rodapé na página de título e uma cópia deve acompanhar a submissão do
manuscrito. Os manuscritos publicados são de propriedade da Revista Brasileira de
Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy, e é vedada tanto a reprodução, mesmo
que parcial em outros periódicos, como a tradução para outro idioma sem a autorização dos
Editores. A partir de janeiro de 2008, todos os artigos publicados na RBF/BJPT terão também
a sua versão em inglês, disponibilizados na base de dados Scientific Electronic Library
Online-SciELO. Os artigos submetidos e aceitos em português deverão ser traduzidos para o
inglês por tradutores indicados pela RBF/BJPT. Os artigos submetidos em inglês e aceitos
também deverão ser encaminhados aos revisores de inglês indicados pela RBF/BJPT para
revisão final. De acordo com a reunião do Conselho de Editores, realizada em 11 de outubro
de 2007, é de responsabilidade dos autores os pagamentos dos custos de tradução e revisão do
inglês dos manuscritos aceitos, sendo que a RBF/BJPT poderá subsidiar, de acordo com sua
disponibilidade orçamentária, até 50% dos custos desse processo.
Forma e Apresentação dos Manuscritos É de responsabilidade dos autores a eliminação de
todas as informações (exceto na página do título e identificação) que possam identificar a
origem ou autoria do artigo. Como exemplo, na versão inicial deve-se mencionar o número do
parecer, mas o nome do Comitê de Ética deve ser mencionado de forma genérica, sem incluir
a Instituição ou Laboratório, bem como outros dados no texto e no título. Esse cuidado é
necessário para que os assessores que avaliarão o manuscrito não tenham acesso à
identificação do(s) autor(es). Os dados completos sobre o Parecer do Comitê de Ética devem
ser incluídos na versão final em caso de aceite do manuscrito. Os manuscritos devem ser
submetidos por via eletrônica pelo site http://www.rbf.ufscar.br, preferencialmente em inglês,
e devem ser digitados em espaço duplo, tamanho 12, fonte Times New Roman com amplas
margens (superior e inferior = 3 cm, laterais = 2,5 cm), não ultrapassando 21 (vinte e uma)
páginas (incluindo referências, figuras, tabelas e anexos). Estudos de Caso não devem
ultrapassar 10 (dez) páginas digitadas em sua extensão total, incluindo referências, figuras,
tabelas e anexos. (Adicionar números de linha no arquivo). Ao submeter um manuscrito para
publicação, os autores devem enviar por correio ou por via eletrônica como documento(s)
suplementar(es): 1) Carta de encaminhamento do material, contendo as seguintes
informações: 87 a) Nomes completos dos autores e titulação de cada um; b) Tipo e área
principal do artigo (ver OBJETIVOS, ESCOPO E POLÍTICA); c) Número e nome da
Instituição que emitiu o parecer do Comitê de Ética para pesquisas em seres humanos e para
os experimentos em animais. Para as pesquisas em seres humanos, incluir também uma
declaração de que foi obtido o Termo de Consentimento dos participantes do estudo; d)
Conforme descrito em OBJETIVOS, ESCOPO E POLÍTICA os manuscritos com resultados
relativos aos ensaios clínicos deverão apresentar número de identificação que deverá ser
registrado no final do Resumo/Abstract (Sugestão de site para registro: www.actr.org.au); 2)
Declaração de responsabilidade de conflitos de interesse. Os autores devem declarar a
existência ou não de eventuais conflitos de interesse (profissionais, financeiros e benefícios
133
diretos e indiretos) que possam influenciar os resultados da pesquisa; 3) Declaração assinada
por todos os autores com o número de CPF indicando a responsabilidade do(s) autor(es) pelo
conteúdo do manuscrito e transferência de direitos autorais (copyright) para a Revista
Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical Therapy, caso o artigo venha a ser
aceito pelos Editores. Os modelos da carta de encaminhamento e das declarações encontram-
se disponíveis no site da Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical
Therapy http://www.ufscar.br/rbfisio/. Formato do Manuscrito O manuscrito deve ser
elaborado com todas as páginas numeradas consecutivamente na margem superior direita,
com início na página de título, na seqüência abaixo:
1 Página de título e Identificação (1ª. página)
A página de identificação deve conter os seguintes dados: a) Título do manuscrito em letras
maiúsculas; b) Autor: nome e sobrenome de cada autor, em letras maiúsculas, sem titulação,
seguido por número sobrescrito(expoente), identificando a afiliação institucional/vínculo
(Unidade/Instituição/ Cidade/Estado/País); Para mais que um autor, separar por vírgula;
ATENÇÃO: A RBF/BJPT aceita no máximo, 6 (seis) autores em um artigo. Outras pessoas
que contribuíram para o trabalho podem ser incluídas no final do texto. c) Nome e endereço
completo (incluindo número de telefone e e-mail do autor para envio de correspondência). É
de responsabilidade do autor correspondente manter atualizado o endereço e e-mail para
contatos; d) Título para as páginas do artigo: indicar um título curto para ser usado no
cabeçalho das páginas do artigo (língua portuguesa), não excedendo 60 caracteres; e)
Palavras-chave: uma lista de termos de indexação ou palavras-chave (máximo seis) deve ser
incluída. A RBF/BJPT recomenda o uso do DeCS – Descritores em Ciências da Saúde para
consulta aos termos de indexação (palavras-chave) a serem utilizados no artigo
(http://decs.bvs.br/).
1 Resumo (2ª. página)
Para autores brasileiros, o resumo deve ser escrito em língua portuguesa e língua inglesa. Para
88 os demais países, apenas em língua inglesa. Uma exposição concisa, que não exceda 250
palavras em um único parágrafo digitado em espaço duplo, deve ser escrita em folha separada
e colocada logo após a página de título. O resumo deve ser apresentado em formato
estruturado, incluindo os seguintes itens separadamente: Contextualização (opcional),
Objetivos, Métodos, Resultados e Conclusões. Notas de rodapé e abreviações não definidas
não devem ser usadas. Se for preciso citar uma referência, a citação completa deve ser feita
dentro do resumo, uma vez que os resumos são publicados separadamente pelos Serviços de
Informação, Catalogação e Indexação Bibliográficas e eles devem conter dados
suficientemente sólidos para serem apreciados por um leitor que não teve acesso ao artigo
como um todo.
1 Abstract (3ª. página)
Em caso de submissão em língua portuguesa, o título, o título curto, o resumo estruturado e as
palavras-chave do artigo devem ser traduzidos para o inglês sem alteração do conteúdo. Após
o Abstract, incluir, em itens destacados, a Introdução, Materiais e Métodos, Resultados e a
Discussão: Introdução - deve informar sobre o objeto investigado e conter os objetivos da
investigação, suas relações com outros trabalhos da área e os motivos que levaram o(s)
autor(es) a empreender a pesquisa. Materiais e Métodos - descrever de modo a permitir que
o trabalho possa ser inteiramente repetido por outros pesquisadores. Incluir todas as
134
informações necessárias – ou fazer referências a artigos publicados em outras revistas
científicas – para permitir a replicabilidade dos dados coletados. Recomenda-se fortemente
que estudos de intervenção apresentem grupo controle e, quando possível, aleatorização da
amostra. Resultados - devem ser apresentados de forma breve e concisa. Tabelas, Figuras e
Anexos podem ser incluídos quando necessários (indicar, no texto, onde devem ser incluídos)
para garantir melhor e mais efetiva compreensão dos dados, desde que não ultrapassem o
número de páginas permitido. Discussão - o objetivo da discussão é interpretar os resultados e
relacioná-los aos conhecimentos já existentes e disponíveis, principalmente àqueles que foram
indicados na Introdução do trabalho. As informações dadas anteriormente no texto (na
Introdução, Materiais e Métodos e Resultados) podem ser citadas, mas não devem ser
repetidas em detalhes na discussão. Após a Introdução, Materiais e Métodos, Resultados e
Discussão, incluir: a) Agradecimentos Quando apropriados, os agradecimentos poderão ser
incluídos, de forma concisa, no final do texto, antes das Referências Bibliográficas,
especificando: assistências técnicas, subvenções para a pesquisa e bolsa de estudo e
colaboração de pessoas que merecem reconhecimento (aconselhamento e assistência). Os
autores são responsáveis pela obtenção da permissão documentada, das pessoas cujos nomes
constam dos Agradecimentos; b) Referências Bibliográficas
O número recomendado é de no mínimo: 50 (cinqüenta) referências bibliográficas para Artigo
de Revisão; 30 (trinta) referências bibliográficas para Artigo Original, Meta-análise, Revisão
Sistemática e Metodológico e 10 (dez) referências bibliográficas para Estudos de Caso. As
referências bibliográficas devem ser organizadas em seqüência numérica, de acordo com a
ordem em que forem mencionadas pela primeira vez no texto, seguindo os Requisitos
Uniformizados para Manuscritos Submetidos a Jornais Biomédicos, elaborado pelo Comitê
Internacional de Editores de Revistas Médicas (International Committee of Medical Journal
Editors – ICMJE – http://www.icmje.org/index.html).; Os títulos de periódicos devem ser
referidos de forma abreviada, de acordo com a List of Journals do Index Medicus
(http://www.index-medicus.com). As revistas não indexadas não deverão ter seus nomes
abreviados. As citações das referências bibliográficas devem ser mencionadas no texto em
números sobrescritos (expoente), sem datas. A exatidão das referências bibliográficas
constantes no manuscrito e a correta citação no texto são de responsabilidade do(s) autor(es)
do manuscrito; Ver exemplos no endereço http://www.rbf.ufscar.br/. c) Notas de Rodapé As
notas de rodapé do texto, se imprescindíveis, devem ser numeradas consecutivamente em
sobrescrito no manuscrito e escrita em folha separada, colocada no final do material após as
Referências; d) Tabelas e Figuras Tabelas. Todas as tabelas devem ser citadas no texto em
ordem numérica. Cada tabela deve ser digitada em espaço duplo, em página separada. As
tabelas devem ser numeradas, consecutivamente, com algarismos arábicos e inseridas no final
do texto. Um título descritivo e legendas devem tornar as tabelas compreensíveis, sem
necessidade de consulta ao texto do artigo. As tabelas não devem ser formatadas com
marcadores horizontais nem verticais, apenas necessitam de linhas horizontais para a
separação de suas sessões principais. Usar parágrafos ou recuos e espaços verticais e
horizontais para agrupar os dados. Figuras. Digitar todas as legendas em espaço duplo.
Explicar todos os símbolos e abreviações. As legendas devem tornar as figuras
compreensíveis, sem necessidade de consulta ao texto. Todas as figuras devem ser citadas no
texto, em ordem numérica e identificadas. Figuras - Arte Final. Todas as figuras devem estar
no formato .tiff. Não é recomendado o uso de cores. Figuras de baixa qualidade podem
resultar em atrasos na aceitação e publicação do artigo. Usar letras em caixa-alta (A, B, C,
etc.) para identificar as partes individuais de figuras múltiplas. Se possível, todos os símbolos
devem aparecer nas legendas. Entretanto, símbolos para identificação de curvas em um
gráfico podem ser incluídos no corpo de uma figura, desde que isso não dificulte a análise dos
dados. Cada figura deve estar claramente identificada. As figuras devem ser numeradas,
135
consecutivamente, em arábico, na ordem em que aparecem no texto. Não agrupar diferentes
figuras em uma única página; e) Tabelas, Figuras e Anexos - inglês Um conjunto adicional
em inglês das tabelas, figuras, anexos e suas respectivas legendas deve ser anexado como
documento suplementar, para artigos submetidos em língua portuguesa. Este conjunto
adicional não será contabilizado no total de páginas do manuscrito. Outras Considerações
Unidades. Usar o Sistema Internacional (SI) de unidades métricas para as medidas e 90
abreviações das unidades. Artigos de Revisão Sistemática e Meta-análises. Devem incluir
uma seção que descreva os métodos empregados para localizar, selecionar, obter, classificar e
sintetizar as informações. Estudos de Caso. Devem ser restritos às condições de saúde ou
métodos/procedimentos incomuns, sobre os quais o desenvolvimento de artigo original seja
impraticável. Dessa forma, os relatos de casos clínicos não precisam necessariamente seguir a
estrutura canônica dos artigos originais, mas devem apresentar um delineamento
metodológico que permita a reprodutibilidade das intervenções ou procedimentos relatados.
Recomenda-se muito cuidado ao propor generalizações de resultados a partir desses estudos.
Desenhos experimentais de caso único serão tratados como artigos científicos e devem seguir
as normas estabelecidas pela Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical
Therapy. Cartas ao Editor. Críticas às matérias publicadas, de maneiras construtivas,
objetivas e educativas, consultas às situações clínicas e discussões de assuntos específicos à
Fisioterapia serão publicados a critério dos editores. Quando a carta se referir a comentários
técnicos (réplicas) aos artigos publicados na RBF/BJPT, esta será publicada junto com a
tréplica dos autores do artigo objeto de análise e/ou crítica. Conflitos de Interesse: Os
autores são responsáveis pela declaração de qualquer tipo de conflitos de interesse na
realização da pesquisa, tanto de ordem financeira como de qualquer outra natureza. O relator
deve comunicar aos editores quaisquer conflitos de interesse que possam influenciar na
emissão de parecer sobre o manuscrito e, quando couber, deve declarar-se não qualificado
para revisá-lo. Considerações Éticas e Legais. Evitar o uso de iniciais, nomes ou números de
registros hospitalares dos pacientes. Um paciente não poderá ser identificado em fotografias,
exceto com consentimento expresso, por escrito, acompanhando o trabalho original. As
tabelas e/ou figuras publicadas em outras revistas ou livros devem conter as respectivas
referências e o consentimento, por escrito, do autor ou editores. Estudos realizados em
humanos devem estar de acordo com os padrões éticos e com o devido consentimento livre e
esclarecido dos participantes (reporte-se à Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde
que trata do Código de Ética para Pesquisa em Seres Humanos). Para as pesquisas em
humanos, deve-se incluir o número do Parecer da aprovação das mesmas pela Comissão de
Ética em Pesquisa, que deve ser devidamente registrada no Conselho Nacional de Saúde do
Hospital ou Universidade ou o mais próximo da localização de sua região. Para os
experimentos em animais, considerar as diretrizes internacionais (por exemplo, a do
Committee for Research and Ethical Issues of the International Association for the Study of
Pain, publicada em PAIN, 16: 109-110, 1983). A Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian
Journal of Physical Therapy reserva-se o direito de não publicar trabalhos que não obedeçam
às normas legais e éticas para pesquisas em seres humanos e para os experimentos em
animais. É recomendável que estudos relatando resultados eletromiográficos sigam os
"Standards for Reporting EMG Data" recomendados pela ISEK. 91
CONSIDERAÇÕES FINAIS Se o artigo for encaminhado aos autores para revisão e não
retornar à RBF/BJPT dentro de 6 (seis) semanas, o processo de revisão será considerado
encerrado. Caso o mesmo artigo seja reencaminhado, um novo processo será iniciado, com
data atualizada. A data do aceite será registrada quando os autores retornarem o manuscrito,
após a correção final aceita pelos Editores. As provas finais serão enviadas por e-mail aos
autores, no endereço indicado na submissão, para revisão final (dúvidas e/ou discordâncias
136
de revisão), não sendo permitidas quaisquer outras alterações. Manuscrito em prova final não
devolvido em 48 horas, poderá a critério dos editores, ser publicado na forma em que se
apresenta ou ter sua publicação postergada para um próximo número. Após publicação do
artigo ou processo de revisão encerrado, toda documentação referente ao processo de revisão
será incinerada. Contato: Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical
Therapy Secretaria Geral - Universidade Federal de São Carlos Rodovia Washington Luís, km
235, Caixa Postal 676 CEP 13565-905, São Carlos, SP, Brasil Email: [email protected]
Tel.: +55(16) 3351-8755 © 2008 Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of
Physical Therapy
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo