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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
ANÁLISE DA CAPACIDADE EXPORTADORA DE EMPRESAS INCUBADAS
NA CIDADE DE CURITIBA - PR, À LUZ DO
MODELO DO TECIDO PRODUTIVO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Sérgio Alexandre Centa
FLORIANÓPOLIS
2007
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SÉRGIO ALEXANDRE CENTA
ANÁLISE DA CAPACIDADE EXPORTADORA DE EMPRESAS INCUBADAS
NA CIDADE DE CURITIBA _ PR, À LUZ DO
MODELO DO TECIDO PRODUTIVO
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Engenharia da
Produção da Universidade Federal de
Santa Catarina como requisito parcial
para a obtenção do grau de Mestre em
Engenharia da Produção, sob a
orientação do
Prof. Álvaro Guillermo Rojas Lezana.
Dr.
FLORIANÓPOLIS
2008
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ii
SÉRGIO ALEXANDRE CENTA
ANÁLISE DA CAPACIDADE EXPORTADORA DE EMPRESAS INCUBADAS
NA CIDADE DE CURITIBA - PR, À LUZ DO
MODELO DO TECIDO PRODUTIVO
Esta Dissertação foi julgada e aprovada para a obtenção do titulo de Mestre em
Engenharia de Produção no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Produção da Universidade Federal de Santa Catarina.
Florianópolis, 04 de agosto de 2008.
Prof. Antonio Sergio Coelho, Dr.
Coordenador do Programa
BANCA EXAMINADORA
___________________________________
Prof. Álvaro Guillermo Rojas Lezana, Dr.
Universidade Federal de Santa Catarina
Orientador
________________________________
Prof. Flavio Bortolozzi, Dr.
_________________________________
Prof. Humberto Stadler, Dr.
_________________________________
Prof. Jovane Medina Azevedo, Dr.
_________________________________
Prof.a Marina Grapeggia, Msc.
iii
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho para as pessoas mais importantes de minha vida,
e para as quais dedico minha vida, além deste trabalho, que são: Maria Ângela,
Carol e Marco, que tiveram a paciência, a dedicação e o amor de compreender,
aceitar e incentivar o esforço, suportando as ausências, o mau humor, a
impaciência, e que, neste momento importante de nossas vidas, compartilham
esta vitória.
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, acima de tudo e de todos por ter me dado forças,
saúde e inteligência para poder evoluir em meus conhecimentos.
Agradeço especialmente ao Prof. Dr. Álvaro Guillermo Rojas Lezana,
pela sua paciência e dedicação.
Agradeço carinhosamente meus pais, pelo incentivo e apoio.
Agradeço, ainda, a todos os que, direta ou indiretamente, participaram
deste projeto.
v
"Non nova, sed nova;
Não apenas coisas novas, mas de uma nova maneira".
vi
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ................................................................ ix
LISTA DE QUADROS .............................................................. x
LISTA DE GRÁFICOS ............................................................. xi
LISTA DE APÊNDICES ........................................................... xii
LISTA DE ANEXOS ................................................................. xiii
LISTA DE FOTOS .................................................................... xiv
LISTA DE SIGLAS .................................................................. xv
RESUMO ................................................................................. xii
ABSTRACT .............................................................................. xiii
1 INTRODUÇÃO ............................................................. 1
1.1 Contexto do tema de pesquisa ................................. 4
1.2 Formulação do problema, justificativa e objetivos.. 5
1.2.1 Poblema ...................................................................... 6
1.2.2 Justificativa
................................................................... 6
1.2.3 O objetivo geral ............................................................ 8
1.2.4 Objetivos específicos
................................................... 9
1.2.5 Procedimentos metodológicos...................................... 9
1.2.6 Resultados esperados ................................................. 11
1.2.7 Delimitações.................................................................. 11
1.2.8 Estrutura do trabalho..................................................... 13
vii
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................ 14
2.1 Cluster ........................................................................ 15
2.1.1 Características de clusters........................................... 16
2.1.2 Importância da implantação de clusters........................ 23
2.2 Histórico do surgimento e evolução do modelo
do tecido produtivo italiano...................................... 26
2.2.1 A visão “neo marshalliana” e a sua relação com
o modelo produtivo ....................................................... 28
2.2.2 O ciclo de formação dos distritos industriais................. 30
2.2.3 O modelo da pequena e média empresa italiana.......... 33
2.3 A pequena e média empresa brasileira e as
incubadoras ............................................................... 37
2.3.1 Tipos de incubadoras................................................... 39
2.3.2 Incubadoras implantadas em Curitiba............................ 47
2.3.3 Processo de instalação de empresas em incubadoras
em Curitiba................................................................... 51
2.4 A importância da exportação para as pequenas
e médias empresas..................................................... 52
2.5 Considerações finais sobre o capítulo...................... 58
3 METODOLOGIA............................................................ 60
3.1 Apresentação e coleta dos dados............................. 61
3.2 População e amostra................................................... 63
3.3 Instrumento de coleta de dados................................. 64
3.4 Aplicação dos questionários...................................... 64
3.5 Tratamento e análise dos dados................................ 65
3.6 Considerações finais sobre o capítulo...................... 65
viii
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS... 66
4.1 Descrição das empresas incubadas pesquisadas.... 67
4.2 Descrição das empresas italianas pesquisadas....... 71
4.3 Gráficos relativos à pesquisa de campo................... 72
4.4 Comparação entre empresas pesquisadas............... 75
4.5 Considerações finais sobre o capitulo...................... 78
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES....................... 80
5.1 Conclusões................................................................. 81
5.2 Recomendações......................................................... 84
REFERÊNCIAS....................................................................... 86
SITES CONSULTADOS......................................................... 93
APÊNDICES................................................................ 95
ANEXOS...................................................................... 98
ix
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 CLUSTERS .......................................................................... 22
FIGURA 2 MAPA DA ITÁLIA DESTACANDO A REGIÃO EMILIA
ROMAGNA................................................................................... 35
FIGURA 3 MAPA DA REGIÃO EMILIA ROMAGNA.............................. 36
FIGURA 4 PLANTA BAIXA DE UMA INCUBADORA DA
PREFEITURA DE CURITIBA ...................................................... 51
x
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 DIFERENÇAS PRINCIPAIS ENTRE A TIPOLOGIA DOS
DISTRITOS INDUSTRIAIS .......................................................... 34
QUADRO 2 TAXA DE MORTALIDADE DE EMPRESAS POR
REGIÃO DO BRASIL (2000_2002).............................................. 38
QUADRO 3 TIPOS DE INCUBADORAS EM RELAÇÃO AOS
OBJETIVOS................................................................................. 41
QUADRO 4 ESTABELECIMENTOS POR ATIVIDADE ECONÔMICA,
SEGUNDO PORTE, EM CURITIBA _ 2004.................................. 43
QUADRO 5 RESULTADOS DA PESQUISA SOBRE RAMO,
FATURAMENTO E NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS DAS
EMPRESAS DE CURITIBA......................................................... 68
QUADRO 6 RESULTADOS DA PESQUISA SOBRE RAMO,
FATURAMENTO E NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS................... 72
QUADRO 7 DEMONSTRAÇÃO DO NÚMERO DE EMPRESAS
EXISTENTES EM MODENA....................................................... 117
xi
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 MICROEMPRESAS EM CURITIBA, INSTALADAS EM
INCUBADORAS E EM OUTROS LOCAIS POR SETOR DE
ATIVIDADE ECONÔMICA _ 2004 .............................................. 42
GRÁFICO 2 PEQUENAS EMPRESAS EM CURITIBA, POR SETOR
DE ATIVIDADE ECONÔMICA _ 2004 ........................................ 43
GRÁFICO 3 MÉDIAS EMPRESAS EM CURITIBA, POR SETOR DE
ATIVIDADE ECONÔMICA _ 2004 .............................................. 44
GRÁFICO 4 ATIVIDADES DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
PESQUISADAS.......................................................................... 69
GRÁFICO 5 PERCENTUAL DAS EMPRESAS BRASILEIRAS EM
RELAÇÃO AO FATURAMENTO ANUAL EM REAIS................ 70
GRÁFICO 6 NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS POR EMPRESA............... 71
GRÁFICO 7 ATIVIDADES DAS EMPRESAS PESQUISADAS NA
ITÁLIA........................................................................................ 73
GRÁFICO 8 DISTRIBUIÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
SEGUNDO O FATURAMENTO ................................................ 74
GRÁFICO 9 NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS NAS EMPRESAS
PESQUISADAS......................................................................... 75
xii
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE 1 QUESTIONÁRIO UTILIZADO PARA A PESQUISA DAS
EMPRESAS DAS INCUBADORAS DE CURITIBA ..................... 96
APÊNDICE 2 QUESTIONÁRIO UTILIZADO PARA A PESQUISA DAS
EMPRESAS DAS LOCALIZADAS NOS DISTRITOS
INDUSTRIAIS DA ITÁLIA............................................................... 97
xiii
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 FORMULÁRIO PARA PREENCHIMENTO DO TERMO DE
ADESÃO ....................................................................................... 99
ANEXO 2 COMPOSIÇÃO DO PLANO DE VIABILIDADE...................... 106
ANEXO 3 EXPECTATIVA DE RECEITA E DESPESA........................... 107
ANEXO 4 RELAÇÃO DOS DOCUMENTOS A SEREM
PROTOCOLADOS NA SEDE DA CURITIBA................................ 108
ANEXO 5 REPORTAGEM SOBRE AS RUAS DA CIDADANIA DE
CURITIBA...................................................................................... 110
ANEXO 6 ORGANOGRAMA DO GRUPO CAPIALIA,
CONTROLADOR DO BANCO DE ROMA. ................................... 114
ANEXO 7 REPORTAGEM SOBRE CRESCIMENTO DAS PEQUENAS
EMPRESAS NO BRASIL............................................................... 115
ANEXO 8 INFORMAÇÕES SOBRE MODENA....................................... 116
ANEXO 9 FOTOS ................................................................................... 118
xiv
LISTA DE FOTOS
FOTO 1 - FACHADA DA INCUBADORA XAPINHAL................................... 119
FOTO 2 - ÁREA EXTERNA DA INCUBADORA .......................................... 120
FOTO 3 - AVISO DE MAIS UMA EMPRESA QUE DEIXOU A
INCUBADORA.................................................................................. 121
FOTO 4 - ÁREA DESTINADA À INDÚSTRIA DE ALIMENTOS - NÃO
UTILIZADA...................................................................................... 122
FOTO 5 - ÁREA INTERNA DA INCUBADORA COM BANHEIROS E
ÁREA DE APOIO............................................................................ 123
FOTO 6 - FACHADA DA INCUBADORA FAZENDINHA............................... 124
FOTO 7 - ÁREA EXTERNA........................................................................... 125
FOTO 8 - TOMADA EXTERNA...................................................................... 126
FOTO 9 - TOMADA EXTERNA DA ENTRADA DA INCUBADORA PELA
ÁREA DE PRODUÇÃO DE ALIMENTOS....................................... 127
FOTO 10 - QUADRO DE INDICAÇÃO DAS EMPRESAS INSTALADAS..... 128
FOTO 11 - FACHADA DA INCUBADORA PÓLO DAS INDÚSTRIAS.......... 129
xv
LISTA DE SIGLAS
ANPROTEC Associação Nacional de Entidades Promotoras de
Empreendimentos e Tecnologias Avançadas,
ASSESPRO Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da
Informação, Software e Internet
CACEX Câmara de Comércio Exterior
CATES entro de Aprimoramento de Talentos Esportivos
CONCEX Conselho de Comércio Exterior
CEF Caixa Econômica Federal (CEF).
CEFET Centro Federal de Educação Tecnológica
CND Certidão Negativa de Débitos Federais
CNPJ Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e
Tecnológico
COAMO Cooperativa Agropecuária Mouraoense
CIC Cidade Industrial de Curitiba S.A.
CODEC Companhia de Desenvolvimento de Curitiba
CPF Cadastro de Pessoas Físicas
CTPS Carteira de Trabalho e Previdência Social,
DIEESE Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos
FAT Fundo de Amparo do Trabalhador.
FGV Fundação Getúlio Vargas
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IEL Instituto Euvaldo Lodi
IEP Instituto de Engenharia do Paraná
IIES Incubadora Internacional de Empresas de Software
xvi
IINCEFET-PR Incubadora de Inovações Tecnológicas do Centro
Federal de Educação Tecnológica do Paraná
INTEC Incubadora Tecnológica de Curitiba
ISAE Instituto Superior de Administração e Economia
NEMPS Núcleo de Empreendedorismo e Projetos
Multidisciplinares
ONGs Organizações Não Governamentais
PEA População Economicamente Ativa
PIB Produto Interno Bruto
PMEs Pequenas e Médias Empresas
PNI Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas e
Parques Tecnológicos
PROGER Programa de Geração de Emprego e Renda
RG Registro Geral de Identificação
SEBRAE Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas
SENAC Serviço Nacional do Comércio
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SESC Serviço Social do Comércio:
TS Título de Certificação
URBS Companhia de Urbanização de Curitiba
xvii
RESUMO
CENTA, Sergio Alexandre. Análise da capacidade exportadora de empresas
incubadas à luz do modelo do tecido produtivo. Florianópolis, 2008, 129p.
Dissertação de Mestrado _ Programa de Pós Graduação em Engenharia de
Produção, UFSC _ Universidade Federal de Santa Catarina, 2007.
O empreendedorismo é algo latente no brasileiro; somos um povo criativo,
alegre e sociável. Entretanto, quando se instala um negócio, as dificuldades
aparecem, e a grande maioria das pequenas e médias empresas não sobrevive
ao primeiro ano de vida. Muitos são os motivos, tais como falta de
conhecimento gerencial, falta de recursos, falta de apoio governamental; enfim,
diversas causas levam à mortalidade das pequenas e médias empresas na
fase da infância do seu ciclo de vida. Além do fato de existir a mortalidade, as
empresas que recebem algum tipo de suporte e apoio de entidades públicas
tendem a ter uma sobrevida maior, porém, ainda assim, têm grandes
dificuldades de sobreviver e atingir o mercado externo. Este trabalho tem o
objetivo de, em primeiro lugar fazer uma revisão histórica e bibliográfica do
modelo das pequenas e médias empresas sediadas no nordeste da Itália, que
fazem parte do modelo do "tecido produtivo", que tem permitido uma sobrevida
maior às pequenas e médias empresas italianas, e, em um segundo momento,
ao se fazer uma pesquisa nas incubadoras de empresas instaladas em
Curitiba, que têm apoio da Prefeitura Municipal, verificar as condições destas
pequenas empresas nacionais, e as dificuldades que elas enfrentam para
sobreviver e ter capacidade de exportar.
PALAVRAS_CHAVE: pequenas e médias empresas, empreendedorismo,
incubadoras, tecido produtivo, modelo, exportação.
xviii
ABSTRACT
CENTA, Sergio Alexander. Analysis of the exporting capacity of incubadas
companies to the light of the model of the fabric productive. Florianópolis,
2008, 129p. Program of After Graduation in Engineering of Production, UFSC -
Federal University of Santa Catarina, 2007.
"Empreendedorismo" is latent to Brazilians, we are creative, happy and
sociable. But when a little company begins to work, also it's problems begins,
the great majority of the little and middle companies doesn't survive to its first
year of existence. Many are the reasons; lack of management knowledge, lack
of financial resources, lack of government support, and so on. Many are the
causes of the mortality of middle and little companies on the childhood phase,
according with the life cycle of the companies. Beyond the fact of existing the
mortality, even the companies that receive some support of the government
trough public entities. Even those have the tendency of having a major life time,
but also have great difficulties to export. This work has the objective of, in first
place, make a historical and bibliographic research of the model f the little and
medium companies on Italy's northwest, that are part of the "productive tissue"
model, that has allowed to the little and medium companies a longer survival,
and on a second moment, by making a research on Curitiba's Incubadoras, that
have support from the Curitiba's Majority, check out the conditions of those
companies, and the problems that they have on survive, and have the ability to
export.
KEY WORDS: Middle and little companies, "incubadoras", productive tissue,
model, export.
1
1 INTRODUÇÃO
As empresas de hoje atuam segundo algumas correntes, ou modelos
econômicos. Dentre estes se pode citar a cadeia de fornecimento ou supply chain,
e a integração de pequenos e médios produtores, ou, o modelo europeu da
pequena e média empresa.
O primeiro modelo é utilizado principalmente pelas montadoras, onde os
assim chamados sistemistas (ou fornecedores) ficam geograficamente próximos
das fábricas, de modo a suprir suas necessidades de matéria-prima e
componentes. Esta é, na verdade, a maneira de as grandes montadoras, pelo seu
poderio econômico, repassarem aos fornecedores os custos de estocagem e
logística. Este modelo iniciou com os primeiros passos do Kan Ban, modelo
utilizado pela Toyota na década de 1950, e evoluiu ao Just in Time, e agora, ao
B2B (business to business). (MOURA, 1996).
As empresas fazem aquilo que efetivamente sabem fazer: dedicam-se ao
seu Core Business, ou seja, as montadoras "montam" veículos, e não produzem
nem estocam painéis, assentos, rodas, pneus, ou outros acessórios. Para obter
estes suprimentos criam então, as chamadas alianças estratégicas.
Segundo Helen Deresky, (2004, p. 55), as alianças estratégicas não
acionárias ocorrem:
quando se fecham acordos mediante contrato em vez de partilhamento
acionário. Tais contratos são em geral com os fornecedores,
distribuidores ou produtores de uma companhia, ou podem ser feitos
com objetivos de compartilhamento de mercado e informações, como
ocorre com muitas parcerias no setor de transporte aéreo.
Esta atuação gera uma cadeia de fornecimento que privilegia, por um lado,
as empresas que fazem parte da mesma, e por outro lado, obriga as fornecedoras
a reduzirem seus custos, maximizarem seus resultados, produzirem com
2
qualidade, tecnologia e preço baixo. Este modelo é a realidade de muitas
empresas de vários ramos, e tem feito os preços dos produtos caírem
significativamente nos últimos anos.
O outro modelo é o europeu, e um bom exemplo é o Queijo Parmigiano
Raggiano. As empresas envolvidas são muitas, iniciando-se o processo com a
produção de leite, entrega e processamento, marketing, vendas distribuição e
chegando até à exportação.
A questão é que todas as empresas envolvidas no processo são pequenas
e médias, interligadas por um sistema cooperativista; não o sistema cooperativista
praticado no Brasil, uma formação própria, que se estrutura ase organizarem
em distritos industriais.
No Brasil privilegia-se a cooperativa, uma organização expressiva, como
por exemplo, a COAMO - Cooperativa Agropecuária Mouraoense, a maior da
América Latina. O cooperado é valorizado, porém, a grande força é a própria
cooperativa; ao contrário da Itália, onde a cooperativa não é a maior força
econômica, e sim, o conjunto dos pequenos produtores, conforme defendido em
paper publicado na Universita degli Studi di Modena pela Dra. Paola Bertolini e
seus colegas, em 2001. Este conjunto é denominado, na Itália como "tecido
produtivo". Ele envolve pequenas e médias empresas que atuam em áreas
diferenciadas e se unem em volta de produtos e serviços, formando uma cadeia
entrelaçada de ações que vão, desde a formação da matéria prima até alcançar o
consumidor final.
Este processo é bem sucedido na Europa, porque vem anos e anos de
atuação, de cultura empresarial, mas seus parâmetros são viáveis e passíveis de
serem adotados no Brasil.
Com relação à cadeia produtiva, neste modelo, diferentemente do sistema
cooperativista, o pequeno empreendedor é estimulado a fazer parte desta "teia
3
ou cadeia de fornecimento", como um elo frágil, que somente irá crescer se o
mercado crescer.
Essa pequena empresa é obrigada a acompanhar o processo das grandes
empresas, sendo controlada por elas desde a sua produção até a gestão
administrativa, como por exemplo, as empresas "sistemistas" ligadas às
montadoras de automóveis. Neste modelo, as pequenas e médias empresas
fornecedoras de insumos para a indústria automobilística, por exemplo, são
extremamente controladas pelas montadoras; as montadoras exigem certificações
de qualidade para que possam adquirir os produtos fabricados por estas
pequenas e médias empresas, e, constantemente, fazem verificação junto aos
seus fornecedores, de modo a avaliar os produtos ali fabricados.
Além deste modelo de sistemistas, na Europa existe o modelo das
pequenas e médias empresas onde cada pequeno empreendedor faz parte de um
"tecido produtivo"; é uma célula viva, participante das tomadas de decisões. O
empreendedor é obrigado a fornecer produtos de qualidade, com preços baixos,
de modo que a sua produção individual, que faz parte de todo um processo
produtivo em cadeia, vai gerar um produto final de qualidade e a um preço que
traga uma remuneração justa para os produtores; ou seja, privilegia-se o
"conjunto das empresas" e não a empresa individual.
O valor é dado ao conjunto dos produtores, e não a uma empresa que
congrega os produtores. É o caso típico do Parmigiano Reggiano, do Aceto
Balsâmico, do norte da Itália, e de alguns vinhos produzidos na Itália, na Espanha
e em Portugal, além dos pequenos transportadores europeus que atendem às
cooperativas. Estes empreendedores transportam, além dos produtos para a
Itália, para os outros países como, por exemplo, para países do Leste Europeu.
4
1.1 Contexto do tema de pesquisa
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2005,
as Pequenas e Médias Empresas (PME's) representaram 98% das 4,1 milhões de
empresas formais na indústria, comércio e serviços no Brasil. Responderam por
20% do Produto Interno Bruto (PIB), e empregaram 45% da força de trabalho que
possui registro em carteira profissional de trabalho - Carteira de Trabalho e
Previdência Social (CTPS), legalizada no país (www.ibge.gov.br).
Esse é o mundo legalizado. Juntem-se a ele 9,5 milhões de empresas
informais, ou 14,5 milhões, de acordo com levantamento efetuado pelo
Departamento Intersindical de Estudos cio-Econômicos (DIEESE) e publicado
em maio de 2004 (www.dieese.org.br).
Não estão incluídas as quatro milhões de pequenas propriedades rurais
de agricultura familiar.
Qualquer que seja a estatística adotada, os números são marcantes.
Significa dizer que a maioria dos 70 milhões de brasileiros que constituem a
População Economicamente Ativa (PEA), trabalha, ou tem algum vínculo com as
PMEs, e elas são, atualmente, o grande fator gerador de ocupação, porque a
grande empresa, pela necessidade de aumentar a produtividade, exigência da
globalização, automatiza-se cada vez mais, terceiriza mais e, assim, emprega
menos.
Segundo levantamento efetuado pelo autor, em estudo realizado para a
Universidade Norte do Paraná, junto ao SEBRAE, em maio de 1999, (CENTA,
1999), apesar da grandiosidade dos números, as PME’s não têm a iniciativa de
procurar o mercado externo, principalmente pela falta de conhecimento das
possibilidades de crescimento, profissionalização e aumento de competitividade e
de resultados.
5
Entidades de apoio ao empreendedor, como por exemplo, o Serviço de
Apoio às Pequenas e Médias Empresas (SEBRAE), o Serviço Social do Comércio
(SESC), e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), oferecem
cursos de capacitação e apoio aos novos empreendedores para a montagem de
seu negócio; porém, nem todas as instituições financeiras oferecem subsídios
para o pequeno e médio empreendedor exportar.
Dentre as que oferecem recursos podem ser citadas o Banco do Brasil e a
Caixa Econômica Federal (CEF). Na realidade, existem programas voltados à
exportação, entretanto, a procura pelos mesmos é muito menor do que a busca
por programas de capacitação, financiamento e desenvolvimento das empresas.
Os empresários estão preocupados com o dia-a-dia, além do que, por não
terem conhecimento dos mecanismos de exportação, das facilidades fiscais, nem
dos mercados com demanda elevada, e pela falta da capacitação própria, não se
arriscam a cruzar fronteiras.
É neste contexto que o trabalho está estruturado e desenvolvido,
tomando-se por base as pequenas e médias empresas instaladas nas
incubadoras de Curitiba - PR., pois, para poder se instalar em uma das
Incubadoras de Curitiba, as empresas necessitam estar legalmente constituídas,
e serem de pequeno e médio porte. Assim, este estudo contempla esta
população, que faz parte do mundo das pequenas e médias empresas brasileiras.
1.2 Formulação do problema, justificativa e objetivos
As pequenas e médias empresas nacionais têm recebido apoio de
entidades públicas tais como: Banco do Brasil, Serviço Social do Comércio,
Serviço Social da Indústria, Associações Comerciais e Industriais, e das
incubadoras de empresas na Cidade Industrial de Curitiba. Entretanto, não têm
obtido resultados satisfatórios, uma vez que existem 10 incubadoras mantidas
6
pela Prefeitura Municipal de Curitiba, com capacidade para um total de 90
empresas, e que existem 09 empresas em cada uma das incubadoras, e apenas
60 estão instaladas nas mesmas.
As empresas recebem apoio para sua instalação: os valores cobrados
para utilização do espaço são mais baixos do que um aluguel regular, entretanto,
isto não significa que as empresas ali instaladas tenham conseguido sucesso em
termos de vendas, de abertura de novos mercados e de crescimento. Além disto,
duas das oito incubadoras não possuem empresas ali instaladas.
1.2.1 Problema
As empresas instaladas nas incubadoras da cidade de Curitiba, de porte
pequeno e médio, apresentam dificuldades tais como: falta de crédito, falta de
informação à respeito de linhas de crédito disponíveis, e falta de conhecimento
gerencial, conforme foram avaliadas e analisadas na pesquisa de campo deste
trabalho. É possível que, pelo fato de as empresas estarem ali instaladas,
possuam suporte tecnológico, gerencial e financeiro, e ainda não buscam o
próprio caminho para o desenvolvimento. No entanto, resta uma dúvida que este
estudo pretende responder: Qual a capacidade exportadora das pequenas e
médias empresas (PME´s) incubadas na cidade industrial de Curitiba?
1.2.2 Justificativa
Analisando o sucesso do modelo italiano de distritos produtivos, foram
levantadas algumas alternativas possíveis de serem aplicadas pelas empresas
incubadas em Curitiba, objetivando: a melhoria da produtividade e qualidade, a
utilização de técnicas que as empresas italianas têm adotado para atingir o
7
mercado externo, a melhoria da sua produtividade e conseqüente otimização,
visando reduzir seus custos.
Acredita-se que com as alternativas sugeridas, as empresas incubadas
possam almejar um amplo crescimento em produtividade, qualidade e renda,
gerando novos empregos e incrementando a economia local, mas também se
inserindo no comércio internacional.
Mesmo porque, o aumento da produtividade e qualidade podem resultar
em aumento do volume de vendas e incremento da arrecadação de impostos,
possibilitando que o apoio dos órgãos públicos a estas empresas seja expandido.
Além disto, do ponto de vista acadêmico, o estudo comparativo destes
dois modelos leva à análise da literatura de autores europeus, como por exemplo,
Addabbo (2001), dedicados ao estudo das pequenas e médias empresas locais, o
que pode contribuir para novos estudos à respeito do tema.
De acordo com informes da Deloitte Touchet Tohmatsu, “uma das maiores
organizações do mundo prestadora de serviços de auditoria e consultoria”,
(http://www.deloitte.com/dtt/press_releases), e do SEBRAE/PR, em sua pesquisa
"As Pequenas e dias Empresas que Mais Crescem no Brasil"
(www.sebraepr.com.br/portal/page/portal>), publicada em 2007, tornou-se
evidente que as pequenas e médias empresas (PME´s) locais enfrentam hoje a
concorrência das grandes corporações, e, ou sucumbem, ou unem-se a outras
pequenas e médias para sobreviver e crescer.
Segundo Saad (2005), o mercado globalizado e a conseqüente
concorrência de empresas de outros países, levam as pequenas e médias e
empresas (PME´s) à busca da profissionalização, de novos mercados, novas
tecnologias e qualificação do seu pessoal.
Porém, como entendem Lezana e Tonelli (2004, p. 31),
8
Após muito tempo em declínio, o número de empresas está crescendo e
as unidades de pequenos negócios são tendências da atualidade. Muitas
expectativas e esperanças são depositadas nestas pequenas unidades,
porque elas geram novos empregos e contribuem par uma melhor
competição, e uma economia mais eficiente.
No entanto, embora haja um mercado promissor, a cada passo
deparam-se com situações de falta de conhecimento, ausência de quinas e
equipamentos aperfeiçoados; falta de um apoio efetivo de organismos
governamentais, ou para-governamentais, como a CACEX (Câmara de Comércio
Exterior), o CONCEX (Conselho de Comércio Exterior), SESC (Serviço Social do
Comércio), SENAC (Serviço Nacional do Comércio), SEBRAE (Serviço de Apoio
as Pequenas e Médias Empresas), CEF (Caixa Econômica Federal), e Sindicatos
dos mais diferenciados.
Esta falta de apoio leva as organizações a restringirem as suas atividades
e não alcançarem a expansão desejada, o que pode resultar no encerramento
definitivo das suas atividades.
Em outras situações, as PME´s buscam o mercado externo, porém
encontram, igualmente, dificuldades como a falta de orientação e de apoio para
atingir seus objetivos e sobreviver. Diante deste fato, este estudo justifica-se pois
nele busca-se conhecer mais de perto a organização dos distritos industriais
italianos e sua forma de estrutura e desenvolvimento de atividades, para
conhecer o tipo de apoio e formas sob as quais desenvolvem suas atividades, a
fim de averiguar possibilidades desse sucesso alcançar as pequenas empresas
que constituem as incubadoras nacionais.
1.2.3 O objetivo geral
Esta dissertação tem como objetivo geral analisar o modelo adotado pelas
empresas incubadas nos espaços da Prefeitura Municipal de Curitiba - PR.,
9
identificando a potencialidade das mesmas em exportar, para se estabelecer uma
comparação entre os dois modelos, possibilitando oferecer propostas alternativas
de melhorias para as empresas instaladas nas incubadoras.
1.2.4 Objetivos Específicos
- Fazer um levantamento bibliográfico à respeito da evolução da
economia na região nordeste da Itália, analisando o modelo econômico
chamado de "tecido produtivo" das pequenas e médias empresas
daquela região;
- pesquisar situações de empresas estabelecidas em três incubadoras
na cidade de Curitiba, com relação à sua situação em termos de
produtividade, qualidade, acesso a crédito, e perspectivas de
crescimento;
- propor alternativas que possibilitem aos empreendedores melhorias
em suas atividades, de modo a alcançar mais qualidade e
produtividade, visando atingir novos mercados, e, eventualmente o
mercado externo.
1.2.5. Procedimentos Metodológicos
O procedimento metodológico deste trabalho apresenta uma pesquisa
bibliográfica, mostrando a evolução do modelo adotado pelas pequenas e médias
empresas italianas, e uma pesquisa descritiva, feita junto às empresas incubadas
de Curitiba, e junto às empresas instaladas em clusters na Itália.
10
Segundo Silva, (2005, p. 47), "a pesquisa é uma forma de resolver
problemas, buscando verdades por meio de métodos científicos".
Uma pesquisa bibliográfica, de acordo com Cervo e Bervian, citados por
Silva, (2005, p. 49). é entendida como: "aquilo que procura explicar um problema
a partir de referencias teóricas publicadas em documentos."
a pesquisa descritiva, conforme Cervo e Bervian, igualmente citados
por Silva, (2005, p. 50). "observa, registra, analisa e relaciona fatos ou fenômenos
sem os manipular. Procura descobrir, com a melhor precisão possível, a
freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua
natureza e características."
Após a pesquisa bibliográfica é realizada uma pesquisa junto às empresas
instaladas em clusters na região nordeste da Itália, discutindo o modelo adotado
pelas mesmas, coletando informações à respeito das condições das empresas ali
instaladas; fazer um estudo do modelo do tecido produtivo da pequena e média
empresa italiana, de modo a conhecer o desempenho, o número de funcionários,
o apoio de entidades de classe, o faturamento destas empresas e comparar os
resultados das mesmas com as empresas incubadas de Curitiba.
Portanto, busca-se, por meio da pesquisa bibliográfica e da pesquisa
descritiva, conhecer as empresas organizadas sob o modelo de tecido produtivo,
visando destacar os subsídios necessários para que os mesmos sirvam de
modelo comparativo pelas empresas incubadas em Curitiba.
A pesquisa tem natureza descritiva, que tem como principal objetivo:
(...) descrever características ou funções de alguma coisa; será uma
pesquisa pré-planejada e semi-estruturada. Uma concepção formal de
pesquisa, e especifica os métodos para a seleção das fontes de
informações e a coleta de dados das mesmas” (MALHOTRA, 2001).
11
O estudo descritivo procura trazer à tona fatos e fenômenos precisos
dentro de determinada realidade, sem, no entanto, restringir-se a coleta,
ordenação e classificação de dados.
É importante deixar claro que a intenção deste trabalho é buscar o
conhecimento da descrição da realidade a ser estudada tal qual ela se apresenta,
conhecer suas características e buscar entendê-la a partir da percepção daqueles
que se envolveram e se envolvem e do significado que ela adquire para esses
indivíduos (TRIVINÕS, 1997).
1.2.6. Resultados esperados
Este trabalho faz uma análise do modelo utilizado pelas pequenas e
médias empresas italianas na região nordeste da Itália, e, a partir deste estudo,
pretende apresentar sugestões para as políticas e atividades das pequenas e
médias empresas incubadas em Curitiba, com o objetivo de ter maior qualidade e
produtividade, e com isto poder atingir o mercado externo.
Tais sugestões serão apresentadas às empresas incubadas e entidades
que dão suporte a estas empresas, tais como: SEBRAE, Prefeitura Municipal de
Curitiba, Curitiba S.A, para que possam analisar o modelo do tecido produtivo e
vir a implementar políticas e técnicas adotadas pelas empresas do nordeste da
Itália, obtendo maior participação no mercado.
1.2.7 Delimitações
O trabalho é focado nas pequenas e médias empresas instaladas nas
incubadoras da Prefeitura Municipal de Curitiba e nas pequenas e médias
empresas localizadas na região nordeste da Itália, considerando que esta região
abriga um dos maiores contingentes de pequenas e médias empresas
12
estabelecidas, segundo levantamento efetuado por Addabbo (2001, p. 42),
conforme o texto abaixo:
Modena cidade, faz parte de região Emilia Romagna, que possui um dos
maiores índices de empresas ativas do mundo, pois, para uma
população de 14.000.000 de habitantes, possui cerca de 4.000.000 de
empresas, destacando-se algumas como a Ferrari, em Maranelo e a
Masseratti. Isto demonstra a quantidade de pequenas empresas
familiares, de três ou quatro pessoas, chamadas de artiggiani.
Foram realizados contatos e entrevistas junto às empresas italianas, por
meio de questionários que foram enviados por e.mail para Câmaras de
Comércio, consultores, professores da Unimódena - Università di Modena e
Reggio Emilia, porém não houve a possibilidade de fazer visitas in loco às
empresas pesquisadas.
Em Curitiba existem 20 incubadoras de empresas, tais como a Incubadora
Tecnológica de Curitiba (INTEC), Incubadora Internacional de Empresas de
Software (IIES), Centro de Inovação Empresarial ISAE/FGV, Hotel Tecnológico -
CEFET/PR (IINCEFET-PR), cleo de Empreendedorismo e Projetos
Multidisciplinares (NEMPS) e a incubadora do Instituto de Engenharia do Paraná
(IEP), as quais são mantidas pela Prefeitura Municipal de Curitiba.
Foram entrevistadas 10 empresas estabelecidas em 03 incubadoras
ligadas a Prefeitura, em função da similaridade das condições das empresas ali
instaladas, e da maior possibilidade de implantação de sugestões para melhorias.
As demais incubadoras possuem empresas estruturadas e com suporte
efetivo de entidades como por exemplo, a Fundação Getulio Vargas e o Instituto
de Engenharia do Paraná.
13
1.2.8 Estrutura do Trabalho
Esta dissertação está estruturada em cinco capítulos, conforme
descreve-se a seguir:
No primeiro capítulo encontram-se: a introdução ao projeto, onde são
mencionados os modelos do tecido produtivo italiano, e o modelo adotado pelas
pequenas e médias empresas no Brasil; a estrutura do trabalho, as delimitações,
as dificuldades encontradas e os resultados esperados.
No segundo capítulo, é feita uma revisão bibliográfica, relatando a
evolução do modelo do tecido produtivo; uma descrição à respeito dos clusters,
que o a representação prática do tecido produtivo; e o processo histórico de
implantação das incubadoras no Brasil, além de uma análise da mortalidade das
pequenas e médias empresas que atuaram no país. Neste capítulo consta ainda
um estudo sobre as incubadoras instaladas em Curitiba e a descrição dos passos
necessários para se implantar uma empresa nas incubadoras ligadas à Prefeitura
Municipal.
No terceiro capítulo, é apresentada a metodologia aplicada ao estudo,
considerando a população e a amostra pesquisadas.
O capítulo quarto trata da análise dos resultados alcançados com a
pesquisa efetuada junto às empresas instaladas nas incubadoras de Curitiba e os
resultados da pesquisa com as PME´s italianas organizadas em clusters na região
nordeste da Itália.
No capítulo quinto são feitas as considerações finais à respeito da
implementação do modelo do tecido produtivo pelas empresas instaladas nas
incubadoras em Curitiba e a apresentação de sugestões para trabalhos futuros.
14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo, é feita uma revisão bibliográfica, relatando a evolução do
modelo do tecido produtivo, especial do modelo adotado por empresas italianas.
Inicia-se com uma descrição à respeito dos clusters, que são a representação
prática do tecido produtivo. É apresentado o processo histórico de implantação
das incubadoras no Brasil, além de uma análise da mortalidade das pequenas e
médias empresas que atuaram no país, assim como um estudo sobre as
incubadoras instaladas em Curitiba e a descrição dos passos necessários para se
implantar uma empresa nas incubadoras ligadas à Prefeitura Municipal.
Segundo a literatura pesquisada, entende-se por tecido produtivo, o
conjunto de ações coletivas que integram a pluralidade de sistemas formadores
das empresas, tanto sociais quanto econômicos, que se reúnem em locais
determinados, e cujas articulações as agregam visando a produção de bens e
serviços, assim como geração de empregos de determinado local.
No desenvolvimento deste capítulo, são apresentadas algumas razões da
existência do modelo do tecido produtivo, além de resultados alcançados pelas
empresas que fazem parte deste tecido social. É feita a análise da evolução do
modelo e seus benefícios para as empresas, assim como o estudo da
possibilidade de utilização deste modelo praticado na Itália, pelas empresas
instaladas nas incubadoras da Prefeitura Municipal de Curitiba.
Inicia-se com um estudo bibliográfico sobre o modelo do tecido produtivo
adotado pelas empresas pequenas e médias na região nordeste da Itália. Depois
se acrescentam análises do modelo italiano com base nos seguintes autores:
Nobolo (1996), Brusco e Pabba (1997) e Gandorri (2004).
15
Para poder melhor avaliar os modelos de gestão em empresas brasileiras,
foram pesquisados autores como, por exemplo, Amorin (1998), Fonseca (2001) e
Lezana (2005).
Para a análise relacionada às empresas italianas, foram pesquisados
autores como: Dei Ottati (1987), Sforzi (1996) e Adabbo (2001).
com relação aos aspectos estratégicos, foram pesquisadas as
seguintes fontes: Becattini (1987), Montgomery e Porter (1998), Bertolini (2001),
Maximiano (2002), além de Deresky (2004).
2.1 Cluster
Cluster é uma palavra de origem inglesa, sem tradução precisa em
português. Do ponto de vista conceitual, é um grupo de coisas ou de atividades
semelhantes, que se desenvolvem conjuntamente. Assim sendo, o conceito
sugere a idéia de junção, união, agregação, interação.
Um cluster assemelha-se a algo como uma colméia (exemplo natural e
sugestivo de cooperação, colaboração, especialização, divisão de trabalho), ou
como o conjunto de equipamentos de lazer de um condomínio de edifício (a
piscina, a churrasqueira, a quadra poliesportiva, o playground infantil), o que
transmite a noção de integração, entrelaçamento, afinidade.
Clusters, são “grupos, agrupamentos ou aglomerados, estabelecidos em
concentrações geográficas de empresas de determinado setor de atividade e
organizações correlatas, de fornecedores de insumos instituições de ensino e
clientes”, segundo definição de Michael Porter (1999a, p. 26).
Pode ser visto também como um projeto empreendedor que possui
empresas interligadas, que atuam no mesmo setor com fornecedores
16
especializados, provenientes de serviços e instituições associadas, ou seja, é
uma forma alternativa de organização da cadeia de valor.
Na prática, este tipo de empreendimento - o cluster - é uma forma das
empresas se protegerem contra os efeitos perversos encontrados na
globalização, porém, através deste é que pode ser gerada uma economia de
escala aos seus participantes, desde que haja cooperação.
Segundo Lezana e Tonelli (1996), um dos principais motores da sociedade
moderna é o empreendedorismo. Através dele, com seus negócios, que se gera
riqueza e bem-estar, além de empregos, e nele são residem as condições de
crescimento e desenvolvimento social..
Segundo Amorim (1998, p. 34):
Economicamente, clusters podem ser definidos como aglomerados de
atividades produtivas afins, localizadas em determinado espaço
geográfico e desenvolvidas por empresas autônomas de pequeno porte,
médio até de grande porte, intensamente articuladas, constituindo
ambiente de negócios onde prevalecem relações de recíproca confiança
entre as diferentes partes envolvidas.
Refere o mesmo autor que a atividade econômica cluster pode ser
considerada como a reunião de pequenas ou médias empresas, às vezes até de
maior porte, que estão situadas num mesmo local, e que apresentam grandes
níveis de entrosamento entre si, constituindo o que hoje existe de mais atualizado
em um modelo de desenvolvimento local.
2.1.1 Características de clusters
Empresas como, por exemplo, a Volkwagen Audi, em Curitiba, são
apoiadas por instituições provedoras de recursos humanos, financeiros e de
infra-estrutura, entre outros quesitos. Ainda segundo Amorim (1998), os principais
elementos inerentes ao conceito de cluster são:
17
1. Aglomeração. Evidencia a idéia de conjunto de empresas
inter-relacionadas e espacialmente concentradas, ensejando a troca de sinergia e
a prática de cooperação e de alianças estratégicas, inclusive, para neutralizar
limitações relacionadas a economias de escala, como processos tecnológicos,
aquisições de insumos, assistência cnica, tratamento pós-colheita,
comercialização, entre outros quesitos.
2. Afinidade. São empresas voltadas para o mesmo ramo de negócio
(atividade principal do cluster), embora cada uma, ou um conjunto delas, se
especialize em tarefas específicas, como: fornecimento de insumos e serviços,
produção, comercialização, pesquisa, desenvolvimento de novos mercados, e
outras.
3. Articulação. É o relacionamento próximo, intensivo e permanente
entre as empresas, propiciando, por um lado, a troca de sinergia e a prática da
colaboração e, por outro, estimulando a rivalidade e a competição.
4. Ambiente de negócios positivo. Têm suas relações comerciais
apoiadas na confiança recíproca, condição favorável à formação de parcerias e
de alianças estratégicas, através das quais as partes envolvidas, mesmos os
concorrentes, unem-se para enfrentar problemas comuns de logística, de
assistência técnica, de comercialização, de suprimento de matérias-primas e de
insumos, organizando-se para negociar com o Governo, com instituições públicas
e privadas, as ações consideradas importantes para o fortalecimento e a
consolidação do cluster.
5. Apoio institucional. Uma rede de instituições públicas, privadas e até
Organizações Não Governamentais (ONG’s), que atuam em torno do cluster
como estimuladoras e catalisadoras da integração e da colaboração dos atores
(governo em todos os níveis e iniciativa privada), inclusive mediando eventuais
18
conflitos de interesses entre as firmas/instituições, tendo em vista a
sustentabilidade do processo.
Segundo Amorim (1998), do ponto de vista operacional, o cluster é a
forma que o esforço pelo desenvolvimento econômico e social vêm assumindo no
mundo inteiro, tanto nos países industrializados, como nos países em fase de
industrialização. Muitas nações e regiões ao redor do mundo estão promovendo
o desenvolvimento de clusters em resposta à mutação da economia globalizada.
É fato que, conforme afirmam Lima e Lezana (2005),
Definir os espaços organizacionais é também dar forma às interações
sociais e estas podem ser estudadas em diversos aspectos. Interessa, a
este trabalho, explorar os aspectos relativos à criação de valor, na forma
de conhecimento, como também a natureza dos ‘espaços’ que suportam
uma gestão de cunho participativo.
Sob estes parâmetros, as organizações empresariais têm-se obtido
resultados excelentes em um grande número de países, incluindo Escócia,
México, Marrocos, Irlanda, Peru, El Salvador, Malásia, Nova Zelândia, muitas
federações dos Estados Unidos, que partiram para projetos de desenvolvimento
local liderados pela iniciativa privada, e a experiência italiana, para a qual será
dada maior ênfase, sendo a mais antiga e bem sucedida de todas.
Abandona-se o conceito da macro-região para organizar o processo de
desenvolvimento em bases locais, a partir de um conjunto de atividades a serem
desenvolvidas em regime de parceria e cooperação entre a sociedade e o Estado.
(LOPES NETO, 2001).
Uma iniciativa de estruturação de cluster deve incluir todos os players ou
seja, todos os jogadores e parceiros que contribuem para a plataforma
competitiva de uma determinada atividade econômica.
Em geral, os participantes são oriundos de pequenas e grandes firmas,
associações de classe (indústria, trabalhadores, serviços). Governo e instituições
19
de suporte são envolvidos em todas as etapas da cadeia produtiva da indústria,
desde a da matéria-prima até a do consumidor final.
Para Amorim (1998), os papéis apropriados do órgão articulador, ou seja,
os organismos públicos, de um modo geral, são, em primeiro lugar, os possíveis
articuladores capazes de criar uma comunidade econômica, em vez de um
aglomerado de firmas. Um dos pontos bem sucedidos, segundo a autora, é que
estes organismos que fazem a articulação, de fato, atuam como eixos de
desenvolvimento de suas regiões, e isso diz respeito à sua composição em
termos de empresas, assim como a forma como as mesmas se relacionam.
Desta forma, os papéis apropriados do Governo são:
1. Apoiar as iniciativas de identificação das manifestações espontâneas
embrionárias de clusters.
2. Estabelecer um ambiente econômico e político estável e previsível.
3. Aumentar a disponibilidade, qualidade e eficiência de inputs de caráter
geral e das instituições.
4. Criar um contexto que incentive inovações e avanços.
5. Reforçar a formação de clusters e suas constantes melhorias e avanços
na economia.
6. Criar e comunicar uma visão econômica nacional, positiva, distinta e
atuante que possibilite mobilizar os cidadãos para a ação. (AMORIM,
1998).
Embora envolvidas num mesmo negócio, as empresas sabem que não
poderão sobreviver se ficarem sozinhas num empreendimento que depende de
cooperação e de inovação para se desenvolver.
Em muitos casos, a formação desse tipo de arranjo precisa ser estimulada
e, para tanto, os órgãos de desenvolvimento devem estar preparados para atuar
eficazmente.
20
O surgimento de uma atmosfera propícia à inovação exige que os
indivíduos estejam constantemente trocando idéias e informações. Em termos
mais específicos, nas situações em que surgem os clusters, os organismos
públicos articuladores sugerem a organização de fóruns, seminários, promoção
de palestras e outras atividades afins (LOPES NETO, 2001).
Entre as diversas formas de perseguir a qualidade e a eficiência
encontram-se a instituição e concessão, de forma criteriosa, de selos de
qualidade. O selo visa, assim, transmitir aos clientes, ao mercado e à sociedade
em geral, que as firmas portadoras do mesmo foram avaliadas e consideradas
cumpridoras das normas e requisitos de qualidade superior (AMORIM, 1998).
No caso específico das montadoras, as mesmas exigem de seus
fornecedores, chamados "sistemistas", a certificação TS.
Sobre os prêmios, esses podem tomar diversas formas, além de
concessão em dinheiro, tais como participação em feiras específicas, cursos e
seminários relacionados com a área de atuação do cluster.
Os órgãos articuladores de um cluster devem estar permanentemente
atentos à questão da rede de fornecedores, ou seja, procurar garantir a
possibilidade do fornecimento de insumos e de infra-estrutura. Eles devem
possibilitar, tanto a proximidade dos fornecedores, como também assegurar que a
própria forma de operação desses fornecedores seja acessível para as pequenas
empresas.
Segundo Lopes Neto (2001), os órgãos articuladores devem estar, ainda,
em constante contato com os integrantes do empreendimento, para poder
perceber os eventuais entraves à competitividade.
Como exemplo, pode-se citar a identificação de possíveis gargalos no
funcionamento do cluster, e, ao propor e apoiar a criação de uma nova empresa
21
destinada a sanar aquele gargalo, o órgão articulador estará contribuindo para
aumentar a competitividade do cluster.
A estratégia de articulação apresenta, conforme refere Lopes Neto (2001)
entre outras, as seguintes características inovadoras:
1. Divide os problemas do desenvolvimento em função de espaços
geográficos menores, para melhor equacioná-los e resolvê-los;
2. procura alicerçar a sustentabilidade do processo na comunidade
(parcerias institucionais em todos os níveis: federal, estadual e
municipal), e atores locais (agentes da área considerada, apoiados na
força de suas lideranças);
3. direciona o esforço de investimentos e de ações, em função de
atividades econômicas que possuem potencial real de
desenvolvimento e de competitividade, inclusive em mercados
internacionais.
Esta estratégia deve associar o exercício pleno da cidadania à atividade
empreendedora, e procurar atender as demandas da comunidade, através de
uma visão cooperativa e solidária.
Busca também valorizar as pessoas à margem dos processos decisórios
sobre seu destino, incentivando a organização produtiva a deliberar e viabilizar a
distribuição de renda.
Os clusters surgem naturalmente, e, para poderem se desenvolver,
necessitam do apoio destas instituições. Inicia-se o processo de fortalecimento de
um cluster, e, neste ponto, inserem-se as empresas provedoras, que irão fornecer
as matérias primas, partes e componentes para a produção de bens e serviços.
22
A Figura 1 mostra a visualização do processo de formação de clusters.
Trata-se de uma demonstração da situação ideal de um cluster, que se inicia com
o apoio de entidades públicas.
No Brasil este papel é desempenhado principalmente pelo Banco do Brasil
e pelo SEBRAE, através da capacitação dos futuros empreendedores, apoiados
pela liberação de recursos, através de programas como o PROGER - Programa
de Geração de Emprego e Renda, que utiliza recursos do FAT - Fundo de
Amparo do Trabalhador.
-
-
-
FIGURA 1 - CLUSTERS
Fonte: Amorim (1998).
23
Seu desenvolvimento está condicionado à necessária criação de
empresas líderes, que são as que comercializam os produtos e serviços,
atingindo o mercado. Esta presença gera uma relação de competição, porém,
uma competição em forma de cooperação, uma vez que existe uma
interdependência entre as empresas. Esta interdependência cria vínculos entre
fornecedores, produtores e o mercado, porém, impõe uma mudança cultural dos
empreendedores, e isto ocorre apenas com mudanças através da educação, da
demonstração de que a cooperação trará benefícios para todos. (PORTER,
1999a)
2.1.2 Importância da implantação de clusters
Embora sempre tenham existido, os clusters produtivos ganharam
importância e notoriedade nos últimos anos, em função do processo de
globalização, que alterou os paradigmas até então prevalecentes, como: o das
vantagens comparativas (custos dos fatores e dos insumos), que cederam lugar
aos ganhos de produtividade decorrentes de vantagens competitivas dinâmicas
locais (inovação, conhecimento, relacionamento, motivação), com as quais os
concorrentes geograficamente distantes não conseguem competir (HADDAD,
2001).
A idéia básica de formação dos clusters, é a de que nenhuma empresa é
competitiva isoladamente. O que acontece dentro da unidade produtiva é
importante, mas, está comprovado que o ambiente empresarial no qual a
organização está inserida (o cluster), também desempenha papel vital para a
competitividade (SEBRAE, 2002).
Um excelente hotel, bem estruturado e com bons serviços, terá grande
dificuldade de viabilizar-se, se a cidade onde se situa padecer de problemas de
segurança, os serviços locais de aeroporto, táxis e restaurantes funcionarem
precariamente, os serviços de apoio à promoção de eventos forem deficientes, as
24
atrações turísticas da cidade forem poucas, ou o artesanato regional for pobre. Ou
vice-versa: o bom desempenho de um membro ou de um segmento de um cluster
pode corroborar com o aumento do sucesso dos demais.
Na verdade, antes mesmo que os acadêmicos ou o Banco Mundial se
interessassem pela ampliação dos estudos e propostas de clusters, eles
existiam, segundo Belussi (2000), como exemplificado na nova Itália, localizada
no centro-norte do país; é uma área que inclui as regiões da Lombardia, Veneto,
Toscana e Emilia Romagna, que são responsáveis pela maior parte do fluxo
migratório de italianos para o Brasil.
Segundo Sammarra (2003), a reação da Nova Itália começa ainda nos
anos 70, como resposta à velha Itália, presa a um jogo político autoritário,
radicalizado e corrupto. Para vencer a profunda instabilidade econômica do país
àquela época, ocorreu, um quase redescobrimento de valores culturais
tipicamente italianos, quais sejam: solidariedade, busca da criatividade e do bom
gosto, dinamismo da ação empreendedora coletiva e resistência a qualquer forma
de racionalização.
Em pouco tempo, criou-se uma organização virtual extremamente
solidária, ágil e eficiente, com centenas e centenas de pessoas e empresas, em
processo de permanente negociação entre si, visando encontrar oportunidades
(SAMARRA, 2003).
Com valores bem definidos, essa organização anárquica e virtual,
conseguiu uma objetividade que não se nas organizações mais formais. Às
vezes se reúnem cerca de 70, 80 empresas para desenvolver uma coleção de
móveis, calçados ou roupas. E são capazes de, em quinze dias, alterar o design e
a produção, visando encontrar um novo mercado externo.
A parceria envolve não apenas as empresas, mas autoridades regionais
das províncias e dos municípios, câmaras de comércio e indústria, núcleos de
25
serviços e promoções, além de consórcios e convênios criados pelas próprias
empresas (CARMINUCCI e CASUCCI, 1997).
Fruto dessas redes de produção, a Itália está entre os líderes mundiais na
exportação de calçados e, em particular, de calçados de alta qualidade. A Itália
também é líder mundial na exportação de muitos outros produtos relacionados
com os calçados, como, por exemplo, máquinas, curtição de couro, serviços de
design e criação de sapatos. Todas estas indústrias consolidam-se mutuamente.
um diálogo constante entre elas. Conhecem-se umas às outras.
Comunicam-se sempre. Pressionam-se mutuamente (HADDAD, 2001).
De fato, elas fixam as tendências mundiais, que depois são seguidas pela
maior parte das indústrias de calçados de outros países. São portadoras dos
condicionantes necessários para serem competitivas. É o que representa ser um
exemplo de cluster bem sucedido. Nele, a vantagem competitiva não é gerada em
uma entidade solitária, e sim, no conjunto das atividades das empresas que o
compõem; em outras palavras, na localização e ações da unidade de negócio
(KARTZ, 2000).
Segundo Amorim (1998), o governo vem atuando em um papel limitado,
instituindo programas de qualidade e produtividade, e dando assistência ao
desenvolvimento da exportação.
Apesar de estar ainda enfrentando dificuldades, conclui-se que, através de
uma reengenharia, o cluster está se tornando mais competitivo, ao mesmo tempo
em que se defende contra novos competidores. No Brasil existem vários clusters
já em funcionamento; de acordo com o DIEESE existem grandes blocos de
atividades econômicas nacionais, e, em todos eles existe a formação de clusters
(BRASIL, 1999).
26
2.2 Histórico do surgimento e evolução do modelo do tecido
produtivo italiano
A economia italiana, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), à
exemplo de outros países da Europa, estava bastante prejudicada. Assim como
as economias espanhola, alemã e polonesa, a italiana sofreu profundas
transformações em função dos problemas estruturais surgidos pela devastação
da guerra. Nas nações européias, em especial, se evidenciaram problemas de
comunicação, transporte, saúde pública, e outros inúmeros problemas estruturais
que passaram a ser resolvidos pelos governos locais. Entretanto, a recuperação
da economia foi lenta e muito cara para estes países.
Apesar da ajuda dos países vencedores da guerra pela elaboração e
implementação do Plano Marshall de Recuperação Européia, a recuperação era
lenta e as empresas, em sua maioria familiares, precisavam de recursos para
sobreviver (<http://www.pt.wikipedia.org/wiki/Plano_Marshall>).
A partir de 1948 começaram a surgir informalmente os "distritos
industriais" - agrupamentos de micro e pequenas empresas que produziam em
série, muitas vezes copiando máquinas e equipamentos existentes, para a sua
própria produção industrial.
Na região de Modena, Reggio Emilia, Bologna, existem muitas empresas
pequenas e médias, principalmente com estrutura familiar, conforme descreve
Addabbo (2001, p. 230):
A região Emilia Romagna possui uma relação de 10 pessoas
trabalhando em média por empresa. Se considerarmos que a Ferrari e a
Masserati seguramente possuem mais de 10 empregados, podemos
inferir que existe uma grande quantidade de pequenas empresas
familiares, de três ou quatro pessoas, chamadas de artiggiani.
27
O surgimento dos distritos industriais iniciou-se no pós-guerra, no final dos
anos 40, de forma ainda não sistematizada. As indústrias iniciaram sua produção
com estrutura semi-artesanal. Pela própria necessidade de sobrevivência de um
país devastado, começaram a surgir no pós-guerra, em várias cidades italianas, a
junção de artesãos que produziam bens e serviços, os quais, de uma certa forma,
dividiam as funções para produzir. Formavam pequenas "redes" de trabalho, uma
vez que a mão-de-obra era escassa; as matérias-primas eram de difícil obtenção,
e os municípios estavam sem infra-estrutura, com estradas, comunicação e
saneamento precários. Enfim, a Itália era um país em reconstrução (BRUSCO e
PABBA, 1997).
Para sobreviverem, as famílias trabalhavam em parceria, gerando
produtos e serviços, como em uma linha de produção. As diversas etapas eram
feitas em pequenas empresas separadamente, e depois, o produto final era
entregue para distribuição e comercialização, também, por outros pequenos
distribuidores e transportadores. Este é o exemplo do sistema de produção do
queijo Parmigiano, que funciona até hoje na região de Parma, nordeste da Itália.
Segundo Bertolini, Bruno e Giovannetti (2001), ainda hoje os pequenos
empreendedores são conhecidos como artigiani, e são reconhecidos como
empresários. Um artigiani é um empresário pequeno, ou médio, mesmo que sua
empresa possua apenas um caminhão, ou somente um escritório de exportação,
por exemplo.
Com o passar do tempo, as pequenas e médias empresas foram formando
associações, e o governo italiano, vendo seu empenho, interferiu criando as
Câmaras de Comércio, entidades que têm a participação do governo, mas que
congregam estas empresas, prestando serviços de assistência, suporte técnico,
de gestão e, inclusive, apoio financeiro (ADDABBO, 2000).
Dados recentes relatados por Sammarra (2003), demonstram que, na
Itália, a partir do final dos anos setenta, até junho de 2003, surgiram cerca de
200 distritos industriais, com uma participação de aproximadamente 44,7% da
28
mão-de-obra disponível para a indústria italiana, o que corresponde a cerca de
44,3% da ocupação total nacional, como resultado desses distritos.
Este modelo de recuperação, desenvolvido por Marshall (1972), foi a base
da criação dos distritos industriais italianos, os quais tornaram-se referência para
a criação do tecido produtivo daquele país, conforme é demonstrado na
continuação deste estudo.
2.2.1 A visão “neo marshalliana” e a sua relação com o modelo
produtivo
Em sua obra “Princípios de Economia”, Marshall (1972) questionava a
presença de indústrias especializadas concentradas em cidades e regiões
específicas, a exemplo das indústrias de tecidos do século XIX, presentes ao sul
de Lancashire e da área metalúrgica de Sheffiled e Solingen.
Observando tal realidade produtiva, Marshall (1972) percebeu que, em
certos contextos, as vantagens da produção em larga escala podem ser obtidas
com o reagrupamento de pequenas empresas em uma área geográfica
circunscrita, e composta por um grande número de pequenos produtores
participantes.
A elevada concentração de empresas, a infra-estrutura, a especialização
da o de obra, aliadas à "atmosfera industrial", são vistas como determinantes
na questão dos rendimentos crescentes, que não encontra explicação na
economia de escala interna, ou na introdução de inovações substanciais.
Ainda segundo Marshall (1972), o agrupamento de pequenas e dias
empresas, gera o que o autor chama de economias externas, que são obtidas
pela concentração dos pequenos produtores, pois os processos produtivos são
29
decompostos em fases, como o modelo do tecido produtivo adotado por
pequenas e médias empresas italianas.
As vantagens da economia externa equivalem às vantagens das
economias internas de escala. No primeiro caso, a divisão do trabalho vem de
empresas especializadas em suas diversas fases do ciclo; no segundo caso, a
divisão do trabalho é feita dentro da grande empresa. Neste sentido, o autor se
mantém fiel à idéia de Smith, segundo quem a riqueza deriva da divisão do
trabalho (MARSHALL, 1972).
A concentração espacial e a especialização promovem a reprodução das
competências, a difusão do conhecimento, o emprego de máquinas
especializadas, o desenvolvimento de atividades subsidiárias e de indústrias
complementares, além de estimular a formação de um mercado de trabalho
especializado.
Na concepção marshalliana, o distrito não é considerado somente um
modo de organização da produção, mas um ambiente no qual as relações entre
os atores são peculiares e representativas de um agregado social, historico e
geograficamente determinado (MARSHALL, 1972).
Complementando o estudo da evolução dos distritos industriais, é feita
uma análise do modelo neo marshalliano, apoiado por sociólogos italianos, tais
como Triglia (1986), Becattini (1987); Dei Ottati, (1987); Sforzi (1996); Brusco e
Pabba (1997).
Tais autores, partindo da idéia original de Marshall, deram uma
contribuição decisiva na construção do novo formato e conceituaram o distrito
industrial como uma nova unidade de pesquisa e análise econômica, através do
conceito de setor e de empresa. Os autores definem o distrito industrial como uma
realidade sócioeconômica complexa, que apresenta características peculiares,
seja pelo aspecto econômico estrutural, seja pelo sóciocultural.
30
A associação dos distritos industriais, com um modelo de flexibilização
especializado, alternativo à produção de massa, segundo Piore (2003), tem
contribuído para aumentar o interesse por esta nova categoria econômica.
A partir do modelo de Marshall, criaram-se os distritos industriais na Itália,
processo que também ocorreu no Brasil, conforme será descrito no próximo
sub-item.
2.2.2 O ciclo de formação dos distritos industriais
Muitos autores estudaram a formação dos distritos industriais italianos.
Dentre eles, podem ser citados: Becattini (1987), Brusco e Pabba (1997),
Carminucci e Casucci (1997) e Sammarra (2003. Além destes autores, entidades
como as Câmaras de Comércio e a Unioncamere (que é uma entidade que
congrega todas as Câmaras de Comércio das cidades italianas), desenvolveram
um estudo à respeito da formação dos distritos.
Este estudo, desenvolvido em 1994 com a coordenação científica do
Istituto Guglielmo Tagliacarne (RIBEIRO, 2002), apresenta os três tipos de
distritos: o hierárquico, o canônico e o policêntrico (conforme Quadro 1).
Ao relatar acerca dos distritos, Becattini (1987) descreve que, nos distritos
do tipo hierárquico e canônico existe um número maior de pequenas e médias
empresas e sua produção e gestão são focadas em aspectos técnicos. No distrito
policêntrico, a produção e a gestão são focadas em aspectos gerenciais,
valorizando a qualidade e a produtividade. Os distritos que possuem empresas
grandes apresentam um modelo de gestão corporativa, buscando organizações
institucionais e atingindo centros de serviços avançados. Com estas medidas, os
distritos policêntricos conseguem obter um posicionamento estratégico
competitivo, atingindo com maior facilidade o mercado externo.
31
Segundo Sammarra (2003), o ciclo de formação dos distritos industriais
ocorre de acordo com três fases, conforme descritas a seguir.
A primeira fase caracteriza-se por pequenas empresas que iniciam a
produção em uma determinada área, muitas vezes cedida pelo Estado. Muitas
empresas iniciam um trajeto de especialização do processo produtivo. É
estimulada a criação de empresas desde o topo da linha de produção (produção
de máquinas e estruturas, plantas industriais), ao final dela (comercialização
dos produtos acabados e sua distribuição e entrega ao consumidor final).
Esta situação favorece o desenvolvimento de suporte, com a criação de
empresas do setor terciário, empenhadas no trabalho complementar. Segundo
Carminucci e Casucci (1997), o crescimento destas áreas é do tipo endógeno,
baseado essencialmente em recursos internos do sistema.
Com o crescimento do número de empresas, a estrutura do distrito tende a
tornar-se mais complexa, graças à progressiva especialização das empresas
existentes e à constituição de empresas complementares, além do reforço das
relações entre elas. Com o desenvolvimento e o passar do tempo, a organização
dos distritos gera situações de redução de custos e de inovação.
Na segunda fase, denominada por Carminucci e Casucci (1997), de
maturidade, deve-se defender o sucesso econômico das pressões competitivas
externas, e do próprio exaurimento dos elementos que trazem benefícios obtidos
pelo distrito, como a divisão do trabalho entre as empresas. Nesta fase de
maturidade, as empresas mais frágeis automaticamente são absorvidas por
outras, ou até mesmo excluídas, abrindo espaço para novos empreendedores
que venham garantir a expansão do processo produtivo.
Torna-se muito importante a evolução, distribuição e comercialização dos
produtos, que garantem a colocação e entrega dos produtos ao mercado.
32
Na terceira e última fase, denominada declínio, ocorrem alguns fenômenos
de natureza estrutural, como o ingresso de novos concorrentes, entrada de novos
produtos ou tecnologias alternativas, e as crises de consumo, que levam à
extinção gradual do sistema produtivo local.
Tal fato ocorreu em 1996, conforme relatam Brusco e Pabba (1997), nos
distritos que produziam artigos para cabeleireiros, que tiveram um declínio e
redução da demanda, resultando no fechamento de vários salões de beleza na
Itália, e, mais recentemente, em 2004, no distrito voltado à produção de
instrumentos musicais na região de Marchi, devido à entrada de produtos
industrializados do exterior (BRUSCO e PABBA, 1997).
Atualmente são encontrados distritos industriais em várias cidades
italianas, principalmente na região nordeste, que é a mais desenvolvida do país e,
no tópico a seguir, pode-se verificar a tipologia dos distritos industriais italianos, e
a comparação entre os tipos de distritos existentes.
Cidades como: Módena, Imola, Casinalbo, Parma e Reggio Emilia, m
distritos implantados, sendo que o reconhecimento dos distritos industriais
italianos foi reconhecido políticamente, a partir de 1991, através da Lei 317/1991.
A legislação foi implantada pelo Ministério da Atividade Produtiva (Ministero delle
Attività Produtive - IPI), e, após o seu reconhecimento legal, foram efetuados
estudos e melhorias do planejamento estratégico e da infraestrutura dos mesmos.
A partir de 2005, o Ministério da Atividade Produtiva criou uma comissão
de estudos, cujos trabalhos estão em desenvolvimento. Esta comissão está
encarregada de validar as metodologias de avaliação dos distritos e dos
instrumentos disponíveis que estão sendo utilizados. O Ministério pretende, após
esta avaliação, propor novas análises para a instalação de novos distritos
industriais em outras regiões da Itália, corroborando com o sucesso dos que já
existem e ampliando as suas ações. (<http://www.marcheimpresa.net/ita/Servizio
IA/Le_ Agevolazioni_ Finanziarie.pdf>).
33
2.2.3 O modelo da pequena e média empresa italiana
Atualmente, a Itália é um dos países europeus que utilizam o modelo do
"tecido produtivo": uma associação de pequenas e médias empresas que pode
ser adotado por outros países, com sucesso, conforme comentado na introdução
deste trabalho. No modelo do tecido produtivo cada pequeno empreendedor faz
parte de um tecido, é uma célula viva participante das tomadas de decisões.
A características estruturais das empresas italianas podem ser observadas
no Quadro 1, a seguir, onde são apresentadas as principais diferenças entre a
tipologia dos distritos industriais.
34
FATORES
DISTINTIVOS
HIERÁRQUICO CANÔNICO POLICÊNTRICO
CARACTERÍSTICAS ESTRATÉGICAS
DISTRIBUIÇÃO
DIMENSIONAL
Poucas empresas
grandes, muitas
pequenas e médias
Prevalecem as
pequenas e
microempresas
Promoção mista de
grandes, médias e
pequenas empresas
GOVERNANÇA Modelo gerencial,
holding familiar
Modelo familiar,
empreendedorismo.
Modelo familiar de
empreendedorismo
gerencial
INTERDEPENDÊNCIA
VERTICAL
Unidirecional e
seqüencial
Bidirecional,
sequencial
Interdependência
recíproca.
DIVISÃO DO
TRABALHO
Técnica Técnica Cognitiva
ORDEM DE
RELAÇÕES
Rede centralizada Rede desestruturada Rede policêntrica
MÉDIA Mercado interno,
preços administrados,
hierarquia
Solidariedade tácita,
confiança, relações
formais e informais,
comunicação
integrada
Relações formais e
informais, estabilida-
de do network, confi-
ança e comunicação
integrada
APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO
TIPOS DE
APRENDIZAGEM
Instrutivo Adaptativo Generativo
CAPACIDADE DE
INOVAÇÃO DO
SISTEMA
Pequena (somente as
grandes empresas
são incubadoras de
inovações)
Moderada (capacida-
de difusa de inova-ção
incremental, produto e
processo
Elevada (capacidade
difusa e distributiva,
inovações incremen-
tais e complexas
MECANISMOS DE
APRENDIZAGEM
"Learning by doing" "Learning by
interacting, learning by
imitating
Learning by
cooperating"
ORDEM INSTITUCIONAL
PAPEL DAS
INSTITUIÇÕES
Frágeis Relevantes Relevantes
TIPO DE
INSTITUIÇÕES
Familiares, consór-
cios, partidos
políticos, institutos
técnicos, escolas
Meta organizações
institucionais, centros
de serviços
avançados
POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO
AMPLITUDE DO
PORTFOLIO
Pequena (como um
satélite) ou moderada
Moderada
(diferenciação
incremental dos
produtos)
Elevada
(diversificação
contínua e radical
ABERTURA AO
EXTERIOR
Moderada
(intermediada por
poucos grandes
líderes
Moderada (limitada
aos pontos terminais
de linha de produção
Elevada (horizontal e
vertical, multiplicidade
de pontos e níveis de
interação com o
exterior
QUADRO 1 - DIFERENÇAS PRINCIPAIS ENTRE A TIPOLOGIA DOS DISTRITOS INDUSTRIAIS
Fonte. Cantwell et all,2002.
35
O empreendedor participante do distrito é obrigado a fornecer produtos de
qualidade, com preço baixo, de modo que a produção individual gere um produto
final de qualidade e a um preço que traga uma remuneração justa para todos, ou
seja, privilegia-se o conjunto das pequenas e médias empresa envolvidas e
participantes deste tecido.
O conceito de pequena empresa italiana está vinculado ao número de
empregados. De acordo com a Unioncamere (Associação Nacional das Câmaras
de Comércio da Itália), a pequena empresa é a que tem até 15 funcionários, a
média empresa possui entre 16 e 30 funcionários. (<http://www.starnet.
unioncamere.it>)
O presente estudo foi desenvolvido tendo como alvo a região nordeste da
Itália, indicada no mapa com uma seta, conforme a Figura 2.
FIGURA 2 – MAPA DA ITÁLIA, DESTACANDO A REGIÃO EMILIA ROMAGNA
Fonte: <http://it.mappe.yahoo.net/tc/home.jsp>
36
A região em destaque é a Emilia Romagna, base da pesquisa, que
compreende as cidades de Modena, Bologna e Reggio Emilia, conforme mapa
abaixo (Figura 3):
FIGURA 3 – MAPA DA REGIÃO EMILIA ROMAGNA
Fonte http://it.mappe.yahoo.net/tc/home.jsp.
Anota-se que, na formação dos distritos italianos, primeiro se
estabeleceram as empresas, em seguida os distritos foram se formando, e após
estarem estruturados, o governo regulamentou a área geográfica.
37
2.3 A pequena e média empresa brasileira e as incubadoras
O conceito de incubadoras de empresas, segundo Hurley (2002, p. 53), parte de
uma idéia simples, qual seja, "manter condições favoráveis para gerar e causar
desenvolvimento".
Para outros autores como Finer e Holberton (2002), inicialmente as incubadoras
surgiram como um espaço físico, utilizando equipamentos cedidos por grandes
universidades para professores e estudantes com idéias promissoras de negócios.
Outra citação, esta de Luis Afonso Bermúdez, à época presidente da ANPROTEC
Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos e Tecnologias
Avançadas, na apresentação da obra de Leal, Pires e Miranda, (2001, p. 3), afirma que:
A incubadora de empresas tem o forte propósito de dar a resposta para a
demanda de apoio às idéias inovadoras que chegam até ela, no intuito de se
tornarem um negócio viável. Esse mecanismo tem o papel importante de gerar
empregos e rendas, além de estimular a cultura do empreendedorismo,
proporcionando a perspectiva de um ambiente socioeconômico positivo para as
localidades onde esses empreendimentos se instalam.
No Brasil, segundo Teixeira (2001) as incubadoras tiveram um forte impulso após
a estabilidade econômica produzida pelo Plano Real, pois, ainda conforme menciona o
mesmo autor, as atividades produtivas voltaram a ter a devida atenção.
Conforme referem Lezana e Tonelli (2004, p. 31),
Após muito tempo em declínio, o número de empresas está crescendo e as
unidades de pequenos negócios são tendências da atualidade. Muitas
expectativas e esperanças são depositadas nestas pequenas unidades, porque
elas geram novos empregos e contribuem para uma melhor competição e uma
economia mais eficiente,
Mesmo com o forte impulso dado as pequenas e médias empresas, e à instalação
de incubadoras, o quadro de sobrevida das pequenas e médias empresas no Brasil não é
38
animador, pois, segundo estudo do SEBRAE, intitulado “Fatores Condicionantes e Taxa
de Mortalidade de Empresas no Brasil” (SEBRAE, 2004), a taxa de mortalidade
consolidada das empresas no Brasil é de:
- 49,4% para empresas com até dois anos de existência.
- 56,4% para empresas com até três anos de existência.
- 59,9% para empresas com até quatro anos de existência.
Conforme Quadro 2, a seguir é possível analisar a taxa de mortalidade das
empresas, por região no Brasil:
ANO DE REGIÕES
CONSTITUIÇÃO SUDESTE SUL NORDESTE NORTE
2000 48,9 52,9 46,7 47,5
2001 56,7 60,1 53.4 51,6
2002 61,1 58,9 62,7 53,4
QUADRO 2 - TAXA DE MORTALIDADE DE EMPRESAS POR REGIÃO DO BRASIL
(2000-2002).
Fonte: SEBRAE (2006),
Segundo informes do SEBRAE (2007), a primeira incubadora brasileira foi
instalada em São Carlos - SP, no ano de 1985, com o apoio do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq). Logo em seguida, os municípios de
Florianópolis, Campina Grande e Distrito Federal implantaram as suas incubadoras.
39
Surge então, em 1987, a Associação Nacional de Entidades Promotoras de
Empreendimentos de Tecnologias Avançadas (ANPROTEC), iniciando uma articulação do
movimento de incubadoras de empresas no Brasil.
O relatório da ANPROTEC editado em 2005, informa que o número de
incubadoras em atividade no Brasil, era de 339 em 2005, passando a 283 em 2004, e 207
em 2003 (<http://www.anprotec.org.br/pesquisas/panorama>).
Esta evolução ocorreu, basicamente, pelo apoio das entidades de ensino e
pesquisa que abrigam a maioria destas incubadoras e, ainda, os eventuais suportes de
entidades e órgãos locais (Prefeituras), regionais (Governos Estaduais, Federações de
Indústrias, SEBRAE’s regionais, Instituto Euvaldo Lodi - IEL) além de outras entidades
(principalmente CNPq e SEBRAE), de acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia
do Brasil (2003).
2.3.1 Tipos de incubadoras
O relato do Ministério da Ciência e Tecnologia (2003), referendado por Dornelas
(2005), descrevem que as incubadoras podem se diferenciar entre si através do tipo de
empresas abrigadas e/ou tipo e forma de disponibilização dos serviços. Para o
mencionado autor, podem ser:
1. Incubadora de Empresas de Base Tecnológica: é a incubadora que abriga
empresas cujos produtos, processos ou serviços são gerados a partir de
resultados de pesquisas aplicadas, e nos quais a tecnologia representa alto
valor agregado.
2. Incubadora de Empresas dos Setores Tradicionais: é a incubadora que
abriga empresas ligadas aos setores tradicionais da economia, as quais detêm
tecnologia largamente difundida e queiram agregar valor aos seus produtos,
40
processos ou serviços por meio de um incremento no nível tecnológico. Devem
estar comprometidas com a absorção, ou o desenvolvimento de novas
tecnologias.
3. Incubadoras Mistas: são as incubadoras que abrigam as empresas de base
tecnológica e também empresas dos setores tradicionais.
4. Incubação de Empresas: processo de apoio ao desenvolvimento de
pequenos empreendimentos ou empresas nascentes, sob condições
específicas, através do qual os empreendedores podem desfrutar de
instalações físicas, de capacitação empreendedora, de suporte técnico e
gerencial no início e durante as etapas de desenvolvimento do negócio.
5. Parques Tecnológicos. Os parques tecnológicos constituem-se em
empreendimentos imobiliários, geridos por especialistas, que viabilizam a
criação de um ambiente de cooperação entre a iniciativa empreendedora e a
comunidade acadêmica, visando fortalecer a capacidade de inovação e
aumentar o bem estar da comunidade onde estão inseridos. A principal
diferença entre um distrito industrial e um parque tecnológico é que este não
constitui apenas uma área física delimitada onde diversas empresas podem
ser instaladas, e sim, representa um ambiente de forte integração entre as
universidades e instituições de pesquisa, e as empresas ali instaladas. São
empresas que funcionam como um elo entre clientes, e recursos humanos e
tecnológicos das universidades. Os gestores dos parques tecnológicos são
responsáveis por estimular a interação e transferência de tecnologia das
instituições de pesquisa para as empresas e de manter a constante
capacitação empresarial das firmas neles estabelecidas (DORNELAS, 2005).
O Governo Federal brasileiro criou o Programa Nacional de Apoio às Incubadoras
de Empresas e Parques Tecnológicos (PNI), que visa congregar, articular, aprimorar e
divulgar os esforços institucionais e financeiros de suporte a empreendimentos residentes
nas incubadoras de empresas e parques tecnológicos, a fim de ampliar e otimizar a maior
41
parte dos recursos que deverão ser canalizados para apoiar a geração e consolidação
de um crescente número de micro e pequenas empresas inovadoras.
Allen e McCluskey (1993, p. 65), classificam as incubadoras de acordo com seus
objetivos, conforme se pode visualizar no Quadro 3.
OBJETIVOS Propriedade Comercial Desenvolvimen-
to Corporativo
não visando o
lucro
Acadêmicas Fundos de
investimento
PRINCIPAIS
Venda de serviços dos
proprietários às
empresas incubadas
Criação de
emprego
Desenvolvimen-
to da cultura
empreendedora
Colaboração
Universidade-
Empresa
Fortaleci-
mento de
serviços
educacionais
Capitalização
de oportuni-
dades de
investimento
Desenvolvi-
mento de
produtos
SECUNDÁ-
RIOS
Criação de oportuni-
dades para transfe-
rência tecnológica
Complementação de
programas existentes
Diversificação da
base econômica
Criação de vincu-
lo entre Institui-
ção e as
comunidade
Capitalização
de oportuni-
dades de
investimento
QUADRO 3 - TIPOS DE INCUBADORAS EM RELAÇÃO AOS OBJETIVOS
Fonte adaptado de ALLEN e McCLUSKEY (1990, p. 65).
Complementando o estudo, apresentam-se a seguir dados referentes ao número
de empresas instaladas em Curitiba por porte e setor de atividade, empresas instaladas
nas incubadoras e em outros locais (Gráfico 1).
42
GRÁFICO 1 - MICROEMPRESAS EM CURITIBA, INSTALADAS EM INCUBADORAS E
EM OUTROS LOCAIS POR SETOR DE ATIVIDADE ECONÔMICA - 2004
FONTE: MTE/DES/CGET/RAIS-2004.
ELABORAÇÃO: Curitiba S.A./Diretoria de Desenvolvimento Econômico/GFE1.
Conforme demonstrado no Gráfico 1, a maior representatividade das micro-
empresas instaladas em Curitiba são das integrantes do setor de serviços.
Basicamente prestadores de serviços como: chaveiros, sapateiros, encanadores,
marceneiros entre outras atividades.
Este tipo de empresa é o de maior densidade nas incubadoras.
43
SETOR MICRO PEQUENA MEDIA GRANDE
TOTAL
Indústria 6.919
483
94
18
7.464
Construção Civil 4.015
136
26
2
4.179
Comércio 49.022
780
109
1
48.912
Serviços 53.235
1.378
290
96
54.999
Agropecuária, extrativis-
mo, vegetal, caça,
pesca
714
14
1
0
729
TOTAL 112.905
2.741
520
117
116.283
QUADRO 4 - ESTABELECIMENTOS POR ATIVIDADE ECONÔMICA, SEGUNDO
PORTE, EM CURITIBA - 2004
FONTE: MTE/DES/CGET/RAIS-2004.
ELABORAÇÃO: Curitiba S.A./Diretoria de Desenvolvimento Econômico/GFE1.
No Quadro 4, percebe-se que o maior contingente de empresas estratificadas pelo
porte, e por atividade econômica, está ligado ao setor de serviços, à semelhança das
incubadoras, onde o maior índice de empresas é de serviços.
GRÁFICO 2 - PEQUENAS EMPRESAS EM CURITIBA, POR SETOR DE ATIVIDADE
ECONÔMICA - 2004
FONTE: MTE/DES/CGET/RAIS-2004.
ELABORAÇÃO: Curitiba S.A./Diretoria de Desenvolvimento Econômico/GFE1.
44
Mais uma vez percebe-se, pelo Gráfico 2, que a concentração de empresas por
atividade esligada ao setor de serviços, igualmente como nas incubadoras, onde o
maior número de empresas integram o setor terciário (Gráfico 3).
GRÁFICO 3 - MÉDIAS EMPRESAS EM CURITIBA, POR SETOR DE ATIVIDADE
ECONÔMICA - 2004
FONTE: MTE/DES/CGET/RAIS-2004.
ELABORAÇÃO: Curitiba S.A./Diretoria de Desenvolvimento Econômico/GFE1.
Dentro desta linha de ação, a implantação de distritos industriais e clusters traz
benefícios para as comunidades, diminuindo o índice de desemprego, aumentando a
arrecadação, e incrementando a economia. Os mesmos benefícios podem ser obtidos
quando as empresas instalam-se em incubadoras; entretanto, os resultados
apresentados pelas empresas instaladas em clusters têm sido mais favoráveis, conforme
avaliação a seguir, feita junto aos clusters implementados no Estado de Minas Gerais.
No Estado de Minas Gerais foram implementados clusters em oito blocos, e,
dentre os resultados obtidos, destaca-se a contribuição para o aumento do PIB per capita
que era de R$. 6.835,00 em 2002, e passou a R$. 7.790,00 em 2003 conforme
informações do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Como exemplo de cluster, desenvolvido e com excelentes resultados, existem os
blocos de atividades econômicas no Estado de Minas Gerais, que segundo estudo
45
efetuado pelo SEBRAE/MG (2006), são em número de oito,os blocos de atividades
econômicas, conforme descrição abaixo:
A. Produção vegetal
O bloco de produção vegetal é composto pelos seguintes clusters potenciais:
cachaça artesanal, em Salinas; café, nas regiões de Alfenas, São Sebastião do Paraíso,
Varginha, Patrocínio, Patos de Minas; frutas, em Janaúba, Januária; silvicultura, nas
regiões de Capelinha, Grão Mogol, Salinas e Ipatinga, Itabira; e sucro-alcooeiro, em
Frutal, Uberaba.
B. Proteína animal
O setor de proteína animal compõe-se de dois grupos de clusters potenciais. O
primeiro - aves e suínos -, nas microrregiões de Uberaba, Uberlândia, Patos de Minas e
Patrocínio; bovinos, em Uberaba, Uberlândia, Ituiutaba; e laticínios, em Uberlândia.
C. Indústria leve
Para efeito de análise, considerou-se como indústria leve alguns setores de bens
de consumo não-duráveis da indústria de transformação. Assim, esse bloco é composto
pelos seguintes clusters potenciais: calçados, na microrregião de Divinópolis (incluindo
Nova Serrana); moda, em Belo Horizonte; móveis, em Belo Horizonte, Ubá, Juiz de Fora e
Uberaba; têxtil e vestuário, em Cataguases, Ubá e Juiz de Fora; têxtil, em Montes Claros
e vestuário, em Divinópolis e Poços de Caldas.
D. Indústria pesada
O bloco da indústria pesada é composto pelos seguintes clusters potenciais:
metal-mecânico, nas microrregiões de Belo Horizonte, Itatinga, Itabira e Varginha; e
siderúrgico, em Belo Horizonte, Itatinga e Itabira.
46
E. Indústria de construção
Três segmentos destacam-se: pesquisa e desenvolvimento, fornecimento de
materiais pré-fabricados e processos de produção de construção.
F. Indústria tecnológica
Este bloco de atividades econômicas é composto pelos seguintes clusters
potenciais: automotivo, nas microrregiões de Belo Horizonte e Juiz de Fora; biotecnologia,
em Belo Horizonte e Juiz de Fora; biotecnologia, em Belo Horizonte, e Montes Claros;
equipamentos elétricos, em Belo Horizonte; equipamentos eletrônicos e tecnologia da
informação, em Belo Horizonte, Itajubá, Pouso Alegre e Santa Rita do Sapucaí;
telecomunicações, em Uberlândia e software, em Belo Horizonte.
G. Serviços
Atacado, na microrregião de Uberlândia; serviços automotivos, em Belo Horizonte;
e Turismo em Araxá, Belo Horizonte, Cidades Históricas, Circuitos das Águas e Poços de
Caldas.
H. Atividades tradicionais
Neste bloco, foram analisados os clusters de gemas e lapidação, na microrregião
de Governador Valadares e Teófilo Otoni; e artesanato, em Diamantina e Vale do
Jequitinhonha. Esses clusters caracterizam-se por um grande índice de informalidade,
impossibilitando qualquer estimativa mais precisa do valor produzido, ou do número de
pessoas empregadas em cada uma das áreas.
47
2.3.2 Incubadoras implantadas em Curitiba
O processo de criação de incubadoras em Curitiba, capital do Estado do Paraná,
iniciou-se, segundo informações da Prefeitura Municipal, em 20 de junho de 1980, com a
cisão da Companhia de Urbanização de Curitiba (URBS), que a partir de então, passou a
denominar-se Cidade Industrial de Curitiba S.A. (CIC). Em 1992, foi alterada sua razão
social para Companhia de Desenvolvimento de Curitiba (CODEC).
Em 1996, o Parque de Software, um dos grandes empreendimentos da
Companhia de Desenvolvimento de Curitiba, representou um dos mais expressivos
avanços da Cidade Industrial de Curitiba na área de tecnologia da informação. Instalado
em uma área de 200 mil , ele abriga empresas de tecnologia de software, além da
Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet
(ASSESPRO), que reúne empresas de informática e processamento de dados.
A partir de 28 de dezembro de 2000, com a incorporação das funções da
Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Turismo, extinta na reestruturação da
Prefeitura Municipal de Curitiba, a Companhia redimensionou sua atuação nas áreas
industrial, comercial, de serviços e turismo de Curitiba.
Em 2005, tendo o foco no desenvolvimento econômico e empresarial do
Município, a empresa passou a ser denominada Companhia de Desenvolvimento de
Curitiba (CURITIBA S.A.); e ainda neste mesmo ano, com a criação do Instituto Municipal
de Turismo - Curitiba Turismo, a CURITIBA S.A. deixou de atuar na área de turismo.
As incubadoras foram surgindo em toda a cidade, sendo que, em junho de 2006, o
município contava com 08 incubadoras ativas, conforme relação abaixo:
48
1. Incubadora 1:
Denominação: Incubadora Empresarial Cajuru
Endereço: Rua Trindade, 1711 - Bairro Cajuru
2. Incubadora 1A:
Denominação: Incubadora Empresarial Cajuru II
Endereço: Rua Onofre Reis, 740 - Bairro Cajuru
3. Incubadora 2:
Denominação: Incubadora Empresarial Uberaba
Endereço: Rua Augusto David de Moraes, 160 - Bairro Uberaba.
4. Incubadora 3:
Denominação: Incubadora Empresarial Boqueirão
Endereço: Rua Carlos de Laet, 6335 - Bairro Alto Boqueirão
5. Incubadora 4:
Denominação: Incubadora Empresarial Izaac Ferreira da Cruz I
Endereço: Rua David Tows, 2600 - Bairro Sítio Cercado
49
6. Incubadora 4A: (sem empresas presentes)
Denominação: Incubadora Empresarial Izaac Ferreira da Cruz II
Endereço: Rua Ignes de Lourdes Gomes de Macedo, 51
Bairro Sítio Cercado
7. Incubadora 5:
Denominação: Incubadora Empresarial Xapinhal
Endereço: Rua dos Pioneiros, 2101 - Bairro Pinheirinho
8. Incubadora 6:
Denominação: Incubadora Empresarial Pólo das Indústrias
Endereço: Rua Almicare Bientinezi, 16 - Bairro Cidade Industrial
9. Incubadora 7:
Denominação: Incubadora Empresarial Fazendinha
Endereço: Avenida das Indústrias, 389 - Bairro Fazendinha
10. Incubadora 8:
Denominação: Incubadora Empresarial Moradias da Ordem
Endereço: Rua Carlos Munhoz da Rocha, 6000 - Bairro Tatuquara.
50
Observações:
- a) Incubadoras visitadas: 4, 4A 5 e 6;
- b) A incubadora 1A não tem empresas instaladas atualmente. foram
instaladas empresas neste local, porém acabaram fechando.
Estas incubadoras possuem, hoje, cerca de 60 empresas atuando nos mais
diversos setores.
As incubadoras industriais de Curitiba são instaladas em barracões de tamanho
padronizado, possuindo 10 módulos de 62 m
2
, sendo que nos dois módulos localizados
na extremidade das mesmas, somente podem instalar-se empresas do ramo alimentício,
e um dos módulos é utilizado para treinamento, reuniões e eventos, conforme planta
baixa na Figura 4.
51
FIGURA 4 - PLANTA BAIXA DE UMA INCUBADORA
Fonte: Elaborado pelo autor.
2.3.3 Processo de instalação de empresas em incubadoras em Curitiba
Para um empreendedor se instalar na incubadora e ter acesso ao uso do módulo,
o mesmo deve ter uma empresa legalmente constituída, e fazer um requerimento junto à
Prefeitura Municipal de Curitiba, através do formulário "Solicitação" disponibilizado
apenas para novos empreendedores somente na sede da Prefeitura Municipal de
Curitiba.
Uma das principais dificuldades a ser transposta, segundo os empreendedores
das empresas instaladas nas incubadoras, é a burocracia enfrentada para a
Alimentos Alimentos
Sala de
Reuniões
Canti-
na
bwc
bwc
apoio
52
constituição da empresa. Para solucionar esta situação e ajudar os empreendedores, a
Prefeitura Municipal oferece o apoio aos mesmos na constituição das empresas,
encaminhando o futuro empresário para locais chamados "Ruas da Cidadania" onde se
localizam postos de atendimento mantidos pela Prefeitura, oferecendo serviços das
empresas concessionárias públicas, como a de energia elétrica, de água e saneamento,
além de dar suporte à população para a obtenção de documentos oficiais como: registros
de identidade, emissão de Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), constituição de novas
empresas, e outros documentos.
Após a análise do pedido, e, em sendo aprovado, o empreendedor tem um prazo
de instalação de sua empresa de até 90 dias, sendo que o prazo para permanecer na
incubadora é de dois anos.
O custo para a utilização do espaço físico na incubadora é de R$ 3,50 (três reais e
cinqüenta centavos) o metro quadrado; assim, cada unidade modular custa ao
empreendedor o valor de R$ 217,00 (duzentos e dezessete reais) mensais, tendo neste
valor, incluídas as despesas de água, limpeza, segurança e manutenção.
2.4 A importância da exportação para as pequenas e médias empresas
Nos últimos anos as empresas italianas voltaram os seus olhos aos mercados
externos, o qual durante anos se apoiou em uma política de desvalorização da lira, mas
hoje assenta suas ações na inovação do produto, atendendo às preferências dos
consumidores de diversos mercados, “o que se comprova pelo fato de uma em cada duas
pequenas empresas italianas ser exportadora”, conforme afirma Chorincas (2001).
O processo de globalização acentua a competição dos países desenvolvidos, e
entre eles, exige a evolução das estruturas produtivas para alcançarem vantagens
competitivas. Assim, pode afirmar-se, que, se houver real empenho de empresários,
administradores, consultores, entidades governamentais, serviços de apoio às pequenas
53
e médias empresas, baseados na aplicação do conhecimento e na criatividade,
competindo no mercado internacional e/ou fornecendo fatores de competitividade a outros
setores e atividades.
Minervini (1997), por sua vez, propõe algumas formas de ingresso de uma
empresa no mercado externo, independentemente de seu porte, sugerindo que podem
atuar através da formação de consórcios de exportação, ou através de contratos de
franchising ou licenciamento, contatando consulados e câmaras de comércio buscando
oportunidades para sua empresa, participação em feiras e exposições ou ainda oferecer o
produto a uma empresa comercial exportadora ou a uma trading company que atue no
mercado desejado.
Para o autor mencionado, as exportações não estão vinculadas as dimensões da
empresa e sim com o compromisso do desenvolvimento de produtos de qualidade, unindo
atributos de inovação, criatividade e profissionalismo.
Considera-se que, a estratégia de exportação baseada em produtos de elevado
valor por países em desenvolvimento, implica também na necessidade de se importar,
não somente bens cuja produção é deficitária, como também de produtos de menor
qualidade, para serem transformados e adequados ao atendimento da procura interna
Contemplando as ações de importação/exportação, a Itália apresenta um padrão
específico em seu parque industrial. Este fundamenta-se na existência de sistemas
produtivos locais, constituídos por pequenas e médias empresas que dedicam-se com
afinco a inovar em novas formas de competitividade, atuando no atendimento ao mercado
externo. A contribuição dos distritos industriais, na exportação do país, em 1998, foram
responsáveis por 10% do total, valorizando o seu crescimento, quer em qualidade quer
em quantidade (CHORINCAS, 2001).
Por serem compostos de pequenas e médias empresas, que o abundantes no
país, os distritos industriais embora não atuem com unidades de produção de grandes
dimensões, procuram agir dentro de um sistema econômico-social globalizado, onde se
54
verifica a estreita interação entre as esferas social, política e econômica, condicionadas e
moldadas entre si para o melhor atendimento e desempenho das empresas
(CHORINCAS, 2001).
Na busca de oferecer apoio ao mercado externo, Markusen (2000) sistematiza
algumas das principais características-chave específicas dos distritos industriais italianos,
as quais podem servir de exemplo para as empresas nacionais. São elas:
- elevado intercâmbio de informação e de mão-de-obra, entre fornecedores e
clientes nas várias fases do processo de produção;
- elevado grau de cooperação entre empresas “rivais” na partilha dos riscos
de investimento, de infra-estruturas, da inovação tecnológica e na
salvaguarda da instabilidade dos mercados (mecanismos conjuntos de
partilha de riscos e de estabilização econômica);
- intervenção dos governos locais na regulação e promoção dos principais
setores industriais, com incentivos, promoções, redução de impostos,
eventos significativos, onde os produtos das empresas incubadas são
contemplados.
Destacam-se ainda a flexibilidade e capacidade de inovação das empresas
industriais, para além da rápida capacidade de adaptação e de satisfação da procura no
mercado, através da flexibilidade da força de trabalho e das redes de produção, mesmo
porque a competitividade de um país depende da capacidade da sua indústria de inovar e
melhorar.
Neste sentido, Porter (1990) afirma que as empresas que se voltam para atuar no
mercado internacional atingem vantagem competitiva por meio de suas iniciativas de
inovação. Esta inovação se manifesta em um novo desenho do produto, na mudança do
processo de produção, em novas embalagens e ações de marketing ou nos métodos de
treinamento.
55
Assim, “o distrito industrial pode ser considerado um sistema produtivo onde a
divisão e coordenação das diferentes fases de produção não é ditada por mecanismos
hierárquicos mas pelo ajustamento das pequenas e médias empresas ao mercado e a um
conjunto de “normas sociais” impostas pela cultura comunitária; são relações de
cooperação baseadas no sentimento de pertencer a uma comunidade; com regulação
local ou modelo social das relações de produção, conforme descreve Chorincas (2001).
Confirmando a importância do desenvolvimento dos distritos industriais italianos
por meio da inovação a qualidade e as atividades de exportação, pode-se também
mencionar o exemplo dado pela Alemanha, em conformidade com o resultado obtido pelo
Programa Integrado de Apoio à Inovação (PROINOV, 2002).
Conforme relato da Comunidade Econômica Européia, o crescimento mais
expressivo em relação às atividades de exportação foi o praticado por pequenas e médias
empresas, em especial o do Estado Federado do Baden Wurttemberg, uma das regiões
mais ricas da Alemanha, e ao mesmo tempo aquela com maior peso da indústria.
Segundo o PROINOV (2002), as empresas instaladas na região tem em seus
produtos um grande reconhecimento no mercado mundial, não somente pela quantidade
como pela qualidade, sendo que cerca de um terço da produção industrial regional é
destinada à exportação. O volume de exportações da região é muito superior ao total de
exportações de países como a Espanha, a Suécia ou a Suíça.
De acordo com os mencionados dados divulgados pela Comunidade Econômica
Européia, o seu tecido empresarial inclui quatro componentes distintos:
- A maior concentração de pequenas e médias empresas em setores ligados
aos bens de capital e ao fabrico de máquinas e seus componentes existente
na Alemanha;
56
- Um conjunto de grandes empresas, ligadas diretamente ao setor
automobilístico, das quais se destacam a Daimler Chrysler, a Robert
Bosch e a Porsche;
- Um conjunto de multinacionais que atuam na área de equipamentos
eletrônicos e informáticos escolheram este Estado para localizar a sua base
de produção na Alemanha – casos da IBM, Hewlett Packard;
- Um conjunto de empresas ligadas aos setores da instrumentação e
equipamento médico.
As empresas são apoiadas por um conjunto de institutos de investigação e de
Universidades que alimentam a pujança tecnológica do conjunto, bem como a presença
da pesquisa aplicada do Fraunhofer Gesellschafft, a principal instituição pública alemã de
investigação aplicada para a indústria;
Ao fazer uma análise da sistematização das principais características-chave de
um distrito industrial, Markusen (1997), refere o seguinte:
- a existência de uma estrutura de produção dominada por pequenas
empresas, concentradas geograficamente;
- reduzida economia de escala;
- elevada cooperação entre agentes econômicos das várias fases do ciclo de
produção (fornecedores, empresas e clientes);
- reduzida ou inexistente interação com agentes externos ao próprio distrito
industrial;
57
- força de trabalho, com elevada flexibilidade inter-empresa, interna ao distrito
(a mão-de-obra trabalha em função da lógica do distrito e não da sua própria
empresa);
- desenvolvimento de uma identidade e cultura comunitárias;
- existência de serviços especializados de assistência técnico-financeira,
internos ao distrito mas exteriores à empresa;
- sistema em dinâmica constantes, mas com boas perspectivas de
crescimento e emprego a longo prazo.
São ítens simples, e que pode ser administrados pelas incubadoras brasileiras,
direcionando-os para o atendimento das necessidades de crescimento das empresas
incubadas, não deixando-as esmorecerem, mas sim, promovendo o incentivo e apoio ao
crescimento da mesmas, conduzindo-as para o mercado externo, de forma a melhorar o
crescimento, a qualidade, a quantidade e os lucros auferidos.
Confirma-se com o fato que uma parcela significativa do PIB brasileiro é
resultante de pequenas e médias empresas que estão sendo postas diante da
concorrência pesada das grandes empresas e acabam se extinguindo por não
conseguirem administrar seus negócios no mercado. Elas são ainda responsáveis pela
absorção de desempregados e por uma boa fatia do faturamento do país.
A participação das pequenas e médias empresas brasileiras nas vendas externas
vem crescendo lentamente, mencionando-se que, em 1990, foi de 17,2% e em 1996,
alcançou o índice de 23,2%, sendo a sua participação nas exportações totais crescido de
15,8 para 21,5%. (GAZETA MERCANTIL, 1998).
De acordo com o SEBRAE, em 2000 cerca de 600 micro e pequenas empresas
eram responsáveis por 80% de tudo o que era exportado, o que significava a maioria das
exportações nacionais, pois as exportações estavam concentradas nas mãos de poucos.
58
O momento é propício, considerando que as diretrizes do governo buscam a
evolução econômica do país, por meio da expansão das exportações, diversificação de
mercados, e aumentando o número de empresas exportadoras. O foco está voltado
principalmente para a incorporação das micro, pequenas e médias, cada vez em maior
volume espalhadas por todo o território nacional.
Por outro lado, fica evidenciado que a mera criação e estruturação de pequenas e
médias empresas não é suficiente, se atuarem de forma isolada, em especial por
enfrentar em muitos problemas e sem capacitação para alcançar veis tecnológicos
elevados.
Concluindo este tópico, menciona-se que o modelo de desenvolvimento italiano
alicerçado nas pequenas e médias empresas em expansão dos distritos industriais, serve
de exemplo a ser seguido, considerando os altos índices de desenvolvimento alcançados
pelas mesmas, embora sem terem altos valores de capital ou ampla infraestrutura, nem
mesmo para um mercado interno, mas que unidas, contribuem para o desenvolvimento
econômico do seu país por meio de expressivo índice de exportação.
2.5 Considerações finais sobre o capítulo
O estabelecimento de um cluster traz benefícios para a comunidade e a região
onde se instala; entretanto os casos de sucesso de clusters ocorrem onde efetivamente
existe apoio do Governo, como é o caso de Minas Gerais, da fábrica da Audi Volkswagen
em São José dos Pinhais, e os casos de sucesso na nova Itália (Lombardia, Veneto).
Deve se considerar porém, que um cluster precisa ter sua consolidação
incentivada pelos organismos governamentais, e somente terão êxito, se tiverem as
demais condições necessárias para instalação e continuidade de uma empresa. Nestas
condições, a implementação de um cluster tem trazido benefícios para as empresas
implantadas, conforme relatado neste trabalho.
59
No caso das incubadoras instaladas em Curitiba, entretanto, as empresas ali
instaladas não apresentam o mesmo sucesso dos clusters em Minas Gerais, e a análise e
avaliação dos resultados da pesquisa irão demonstrar as oportunidades e ameaças do
modelo adotado pelas incubadoras de Curitiba
Entende-se que, para se alcançar um bom nível de expansão, as pequenas e
médias empresas incubadas no Brasil, e mais especificamente no Paraná, necessitam
estar preparadas para atingir o mercado exportador, oferecendo como dados
qualificativos, bons preços, qualidade, inovação e capacidade de fornecimento; itens
difíceis de conseguir pelo micro e pequeno empresário mas, com o adequado apoio da
infra-estrutura, a capacitação deste empresariado, a aquisição da cultura de comércio
exterior e a prática de atividades conjuntas em busca das suas metas, pode alcançar o
seu desenvolvimento externo.
60
3 METODOLOGIA
Para a elaboração do presente trabalho foram feitas pesquisas bibliográficas e
entrevistas com empresas italianas, sediadas na região nordeste do país, e empresas
sediadas nas incubadoras industriais da Prefeitura Municipal de Curitiba - Paraná.
A revisão bibliográfica ateve-se a considerações de autores italianos à respeito do
modelo das pequenas e dias empresas daquele país, especialmente empresas
sediadas no nordeste italiano, a região economicamente mais desenvolvida da nação.
Também foram consultados autores nacionais que tratam de empreendimentos
semelhantes, no Brasil. Junta-se ainda uma pesquisa qualitativa e quantitativa junto às
empresas estabelecidas em três incubadoras na cidade de Curitiba.
Após ter sido efetuada a pesquisa bibliográfica, foi feita uma pesquisa descritiva
junto às empresas, tanto no Brasil, como na Itália, conforme conceituada por Gil, (1994, p.
43), e referendada por Cervo e Bervian (1996.p.36), os quais referem que a pesquisa
descritiva observa, registra, analisa e relaciona fatos ou fenômenos sem os manipular.
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, a qual, conforme Silva e Menezes, (2003,
p. 49), se apresenta sob três aspectos: a pesquisa bibliográfica, a pesquisa descritiva e a
pesquisa experimental.
O todo proposto é o indutivo, que considera que o conhecimento é baseado na
experiência, não levando em conta princípios pré-estabelecidos. No raciocínio indutivo a
generalização deriva de observações de casos da realidade concreta (SILVA E
MENEZES, 2001, p. 26).
A natureza da pesquisa foi a aplicada, e o objetivo da mesma foi o exploratório.
Quanto ao procedimento, foi utilizado o estudo de caso, quando foram comparadas
61
situações existentes em empresas incubadas em Curitiba, e empresas instaladas na
região nordeste da Itália.
O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário com 33 questões,
sendo 8 questões abertas, e 25 questões fechadas, conforme apresentado nos Apêndices
1 e 2. As questões abertas visam identificar e qualificar a empresa e, para tal, foram
solicitadas informações sobre nomenclatura, endereço, produtos e serviços, número de
funcionários e mercado de atuação.
Para as questões fechadas foram elaboradas perguntas sobre o mercado de
atuação (se local, regional ou estadual e internacional), a forma de participação, a origem
dos fornecedores (se locais, regionais ou do exterior), o mero de funcionários na linha,
a utilização de tecnologia na produção, a existência de certificação na área de qualidade,
a participação em feiras internacionais, as barreiras enfrentadas para atingir o mercado
externo, o interesse em exportar, e a existência de acordos de cooperação entre as
empresas das incubadoras e dos clusters.
Para se alcançar os resultados esperados do trabalho, foi feita uma análise dos
dados, e através da reflexão dos resultados alcançados, foram oferecidas propostas às
empresas locais no sentido de alcançar melhores índices de qualidade e produtividade,
possibilitando-lhes atingir o mercado externo.
3.1 Apresentação e coleta dos dados
Os dados relativos à presente pesquisa foram obtidos junto a empresas italianas
sediadas na região nordeste daquele país, e junto às empresas estabelecidas nas
incubadoras da Cidade de Curitiba.
62
Para definir o tipo de pesquisa foram analisados e escolhidos os conceitos
conforme descritos abaixo, considerando que vários são os conceitos de pesquisa.
Segundo Silva (2005, p. 47):
- Conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que
tem por objetivo encontrar soluções para os problemas propostos, mediante o
emprego de métodos científicos.
- Processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O
objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas
mediante o emprego de procedimentos científicos.
- A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas, através do
emprego de processos científicos.
- É um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que requer
um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a
realidade ou para descobrir verdades parciais.
Pode-se afirmar que a pesquisa tem por finalidade descobrir respostas, desde que
aplicados métodos científicos, conhecendo e explicando fenômenos que ocorrem na
realidade.
Gil (1994, p. 43-44) afirma que "a pesquisa social pode decorrer de razões de
ordem intelectual, quando baseadas no desejo de conhecer pela simples satisfação de
conhecer, ou prática, quando baseada no desejo de conhecer para agir." Portanto, pode-
se concluir que existem dois tipos de pesquisa, a pura e a aplicada (SILVA, 2003, p. 48).
A pesquisa pura busca o progresso da ciência; procura desenvolver os
conhecimentos científicos sem a preocupação direta com as suas aplicações e
conseqüências práticas. a pesquisa aplicada, por sua vez, tem como característica
fundamental o interesse na aplicação, utilização e conseqüências praticas dos
conhecimentos.
A pesquisa apresentada neste trabalho, portanto é a pesquisa aplicada, pois ao
final do mesmo serão sugeridas ações de modo a melhorar a qualidade dos produtos e
63
serviços oferecidos pelas empresas nas incubadoras instaladas nas incubadoras de
Curitiba e com as seguintes fases:
a) Pesquisa bibliográfica junto a autores italianos e brasileiros, analisando o
histórico do modelo de pequenas e médias empresas italianas.
b) Pesquisa de campo junto a empresas locais instaladas em incubadoras de
empresas na cidade de Curitiba - Paraná.
c) Tabulação dos dados e análise dos resultados.
3.2 População e amostra
Existem 20 incubadoras de empresas em Curitiba, algumas delas vinculadas ao
SEBRAE, outras vinculadas à Prefeitura Municipal, chamadas de "Linhão do Emprego".
Para a pesquisa quantitativa e qualitativa foi elaborado um questionário e foram feitas
entrevistas em 10 empresas instaladas em três incubadoras vinculadas ao Linhão do
Emprego da Prefeitura Municipal de Curitiba.
O total de empresas incubadas nas unidades da Prefeitura Municipal de Curitiba é
de 60; assim, a pesquisa foi feita com cerca de 16,7% das empresas instaladas nas
incubadoras.
Foram pesquisadas empresas junto ao Linhão do Emprego, que é a denominação
dada pela Prefeitura Municipal de Curitiba a um programa de incentivo aos novos
empreendedores de constituir pequenas empresas e se instalar nas incubadoras, gerando
novos empregos e renda. Estas empresas ali instaladas possuem suporte da Prefeitura,
do SEBRAE e de Faculdades locais, tendo assim possibilidade de desenvolvimento e
capacitação destes organismos.
64
Com relação as empresas italianas, nas três cidades indicadas, Modena, Bologna
e Reggio Emilia, existem 300 pequenas e médias empresas instaladas em clusters.
Foram selecionadas 30, e encaminhados os questionários, sendo que 10 empresas
responderam ao mesmo, correspondendo a uma amostra de 10% do total das empresas
instaladas.
3.3 Instrumento de coleta de dados
O conteúdo das perguntas, fechadas e abertas, procuraram obter informações à
respeito do tamanho das empresas pesquisadas, o número de funcionários, o mercado de
atuação, se possui apoio de entidades publicas ou privadas, se possui acesso à crédito, e
se tem possibilidades ou se já atinge o mercado externo.
Nas empresas nacionais pesquisadas, procurou-se traçar o seu perfil, verificando
sua condição de atingir o mercado externo, se possui qualidade e produtividade, e se têm
condições de exportar.
Os questionários podem ser consultados nos Apêndices 1 e 2, inseridos nas
páginas finais deste trabalho.
3.4 Aplicação dos questionários
Nos meses de julho e agosto de 2006, foram coletados dados através de
questionários específicos, nas empresas localizadas nas incubadoras; foi feita a tabulação
e análise dos mesmos, de modo a fundamentar as propostas a serem apresentadas.
No mesmo período, foram coletados também dados de 10 empresas italianas, na
região nordeste daquele país.
65
3.5 Tratamento e análise dos dados
Foi feita uma análise quantitativa e qualitativa dos dados e uma apresentação das
propostas, baseadas nos números obtidos da pesquisa, tendo sido utilizadas planilhas
excel para a analise e tratamento dos dados.
3.6 Considerações finais sobre o capítulo
A pesquisa feita junto as empresas nas incubadoras não apresentou dificuldades,
uma vez que os empreendedores mostraram-se interessados no projeto e na
possibilidade de melhorias.
A dificuldade maior ocorreu em relação à pesquisa de campo na Itália. Os
formulários foram enviados por e-mail, diminuindo a possibilidade de obtenção de maiores
informações à respeito do modelo econômico pesquisado.
66
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Foram visitadas três incubadoras da Cidade Industrial de Curitiba devido à maior
concentração de empresas instaladas. Foram entrevistadas 10 empresas,
correspondendo a uma amostra de 16,7% da população existente (do total de 60
empresas instaladas nas 08 incubadoras ligadas à Prefeitura Municipal de Curitiba), em
um período de 30 dias, entre os meses de julho e agosto de 2006.
Os gestores das empresas entrevistadas, na sua maioria proprietários, abordaram
aspectos como: a atividade econômica desenvolvida, o número de funcionários, o
mercado de atuação, os fornecedores, a participação de Feiras Internacionais, a utilização
de algum programa de qualidade, o acesso a linhas de crédito e se exportam ou desejam
exportar.
Os formulários foram elaborados com o objetivo de obter informações a respeito
de:
1) Características das empresas.
2) Tipo de atividade exercida: indústria, comércio ou serviços.
3) Porte da empresa (faturamento, número de empregados).
4) Mercado de atuação, verificando se a empresa atua em Curitiba, ou se vende
seus produtos e/ou serviços para outras cidades e regiões, e ainda, se
exporta.
5) Forma de atuação, procurando identificar a maneira como efetua suas vendas,
se via representantes, fornecedores, ou se faz vendas diretas.
67
6) Nível tecnológico utilizado nas empresas.
7) Nível de investimentos e preocupação com o mercado externo.
8) Nível de incentivos e qualificação eventualmente oferecidos pelos órgãos
públicos às empresas nas incubadoras, e nos clusters na Itália.
9) Informações sobre crédito e apoio governamental.
Da mesma forma foram enviados os mesmos formulários de pesquisa a 30
empresas na Itália, das quais somente 10 responderam. As empresas foram escolhidas
por intermédio de consultores italianos ligados às Câmaras de Comercio locais, com as
mesmas perguntas, de modo a se obter um perfil da pequena e média empresa italiana, e
poder-se estabelecer uma comparação entre os dois modelos.
As empresas pesquisadas estão localizadas em clusters, fazendo parte do
chamado tecido produtivo, conforme comentado na introdução deste trabalho.
4.1 Descrição das empresas incubadas pesquisadas
Este capitulo trata dos resultados obtidos nas pesquisas efetuadas junto às
empresas incubadas e as empresas italianas. Os resultados são apresentados em
quadros, avaliando tópicos pesquisados separadamente.
O Quadro 5, a seguir, apresenta os resultados da pesquisa feita junto às empresas
instaladas nas incubadoras na Cidade de Curitiba, e mostra o ramo, e o tamanho das
empresas instaladas nas incubadoras, sendo que a maioria é micro e pequena, e, mais da
metade da empresas é do ramo metal-mecânico, que respondem por 40% do faturamento
de até R$250.000,00 anuais.
68
Ramo % Faturamento % . de
funcionários
% Apoio %
Metal
mecânico
60% até 250.000,00 40% 2 20% sim 10%
Alimentos 10% de 250.001,00 a
350.000,00
60% 3 30% não 90%
Confecções 20% 4 20%
Comerciais 10% 5 30%
QUADRO 5 - RESULTADOS DA PESQUISA SOBRE RAMO, FATURAMENTO E
NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS DAS EMPRESAS DE CURITIBA.
Fonte: Pesquisa do autor.
As empresas instaladas nas incubadoras em Curitiba, relataram que fazem as
suas compras de forma individual; nenhuma das empresas exporta; nenhuma delas têm
interesse em exportar; e apenas 10% das empresas entrevistadas declararam que têm ou
tiveram acesso à credito.
Os resultados apontam que 30% delas receberam algum tipo de apoio de
entidades ligadas ao governo, seja municipal, estadual ou federal, e outras 30%
receberam algum tipo de apoio de entidades ligadas ao setor em que atuam; as demais
não receberam nenhum tipo de apoio ou suporte de entidades públicas, em qualquer dos
níveis.
69
Atividades das empresas
60%
10%
20%
10%
Metal mecanico
Alimentos
Confecções
Comercial
GRÁFICO 4 - ATIVIDADES DAS EMPRESAS BRASILEIRAS PESQUISADAS
Fonte: Pesquisa do autor.
Percebe-se no Gráfico 4, acima, que 60% das empresas instaladas nas
incubadoras de Curitiba são do ramo metal-mecânico, principalmente empresas de
manutenção mecânica, que atendem às grandes empresas, como por exemplo a Renault,
a Volkswagen entre outras. Os proprietários são ex-funcionários destas empresas que
acabaram terceirizando a sua mão de obra, através de uma empresa prestadora de
serviços.
70
Faturamento anual
10%
60%
30%
até
de 50.001 a 250.000
de 250.001 a 350.000
Faturamentomédio
R$223.000,00-ano
GRÁFICO 5 - PERCENTUAL DAS EMPRESAS BRASILEIRAS EM RELAÇÃO AO
FATURAMENTO ANUAL EM REAIS
Fonte: Pesquisa do autor.
Percebe-se no Gráfico 5, apresentado acima, que o faturamento anual das
empresas instaladas nas incubadoras atuantes em Curitiba, não ultrapassa a cifra de R$
350.000,00 anuais.
São pequenas empresas com capacidade de produção e vendas limitadas,
segundo os dados estatísticos de 2004, divulgados por: Curitiba S.A./Diretoria de
Desenvolvimento Econômico/GFE1 (BRASIL, 2004).
71
.
Numero de funcionários por empresa
4
2
3
5
Empresa A e B
Empresa C e D
Empresas F,G e H
Empresas I, J e K
GRÁFICO 6 - NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS POR EMPRESA
Fonte: Pesquisa do autor
.
O Gráfico 6, apresentado acima, mostra que as empresas contratam pouca mão-
de-obra; apenas três delas possuem 5 funcionários, verificando-se que, na grande
maioria, os cios são as pessoas que atuam em todas as áreas das empresas, desde a
gestão, até a produção.
4.2 Descrição das empresas italianas pesquisadas
A seguir, no Quadro 6, são apresentados os resultados da pesquisa feita junto as
empresas italianas, instaladas na região nordeste da Itália, destacando ítens como: ramo,
faturamento, número de funcionários, e se recebem apoio de entidades ligadas ao
governo.
72
Ramo % Faturamento % . de
funcionários
% Apoio %
Metal
mecânico
40% até 1.000.000,00 20% até 10 60% sim 100%
Serviços 50% de 1.000.001,00 a
2 MM
40% de 11 a 20 20%
Eletrônica 10% de 3 MM a 5 MM
de 5MM a 8 MM
20%
20%
de 21 a 30 20%
QUADRO 6 - RESULTADOS DA PESQUISA SOBRE RAMO, FATURAMENTO E
NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS
Fonte: Pesquisa do autor.
Com relação a outras informações, as empresas italianas pesquisadas relataram
que fazem as suas compras de forma individual; nenhuma das empresas exporta,
nenhuma delas tem interesse em exportar, e todas as empresas pesquisadas relataram
que têm acesso a credito. Relataram ainda que todas recebem e receberam apoio de
entidades ligadas ao governo, e de entidades ligadas ao setor em que atuam.
4.3 Gráficos relativos à pesquisa de campo
A seguir, são apresentados os gráficos dos dados pesquisados junto às empresas
instaladas nas incubadoras em Curitiba.
73
Atividade das empresas italianas
40%
50%
10%
Metal mecanico
Servos
Eletronica
GRÁFICO 7 - ATIVIDADES DAS EMPRESAS PESQUISADAS NA ITÁLIA
Fonte: Pesquisa do autor.
Das empresas italianas pesquisadas, segundo o Gráfico 7, 50% delas o do
setor de serviços, e 40% do setor metal-mecânico. Suas atividades se devem graças ao
modelo do tecido produtivo, onde as pequenas empresas italianas fazem parte de um
processo produtivo, representando individualmente uma célula atuante dentro de uma
cadeia de produção. Assim, a atividade de uma empresa complementa a atividade de
outra na elaboração dos produtos.
74
Faturamento
20%
40%
20%
20%
Fat. Até 1MM
de 1.000.001 a 2 MM
de 3MM a 5 MM
de 5 MM a 10 MM
Faturamento médio
R$2.954M - ano
GRÁFICO 8 DISTRIBUIÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS SEGUNDO O
FATURAMENTO (EM REAIS/ANO)
Fonte: Pesquisa do autor. Adaptado dos dados do IBGE (2002).
Um dos grandes diferenciais entre as empresas italianas em relação as empresas
brasileiras, é com relação ao faturamento. Na economia italiana os artigiani, assim
chamados os empresários individuais, têm um faturamento médio de E$1.000.000,00/ano,
o representa valores acima da média em relação ao Brasil. no Brasil, conforme o
Gráfico 8, o faturamento médio anual alcança R$. 2.954 milhões/ano, em reais (IBGE,
2002).
75
mero de funcionários
60%20%
20%
até 10
de 11 a 20
de 21 a 30
GRÁFICO 9 - NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS NAS EMPRESAS PESQUISADAS
Fonte: Pesquisa do autor.
Este item mostra a utilização maior de mão-de-obra pelas empresas italianas
pesquisadas, sendo que 60% das empresas italianas pesquisadas empregam até 10
funcionários, 20% empregam de 11 a 20 funcionários, e outras 20% empregam entre 21 e
30 funcionários (Gráfico 9). A relação funcionário/faturamento também retrata a
produtividade, que é muito maior das empresas italianas em relação às pesquisadas nas
incubadoras instaladas em Curitiba.
4.4 Comparação entre empresas pesquisadas
As diferenças encontradas entre as empresas incubadas em Curitiba e as
existentes nos clusters italianos pesquisados, serão descritas a seguir:
Segundo a pesquisa de campo feita, os informes estatísticos brasileiros (BRASIL,
2004) e os dados mundiais obtidos nas estatísticas divulgadas pelo IBGE (2002), quanto
à atividade, 60% das empresas pesquisadas nas incubadoras instaladas em Curitiba
76
atuam no setor metal-mecânico, ao passo que, das empresas italianas pesquisadas, 40%
delas atuam neste setor. Dentre as empresas italianas pesquisadas, 50% atuam no ramo
de serviços.
Pode-se observar que dentre as empresas instaladas nas incubadoras em
Curitiba, a maioria é de ex-funcionários de grandes empresas que deixaram estas para
dedicar-se a uma atividade dentro do seu conhecimento, e atendendo inicialmente a
empresa onde atuou.
No que diz respeito às compras e marketing, tanto as empresas nacionais, quanto
as italianas pesquisadas, 100% delas relataram que fazem suas compras e marketing de
forma individual.
Esse item revela o individualismo das empresas pesquisadas, tanto aqui quanto
na Itália, não existindo um processo de cooperação entre as mesmas neste sentido.
Referente ao apoio de entidades governamentais e de entidades ligadas ao setor,
dentre as empresas instaladas nas incubadoras em Curitiba, 30% das mesmas relataram
que receberam algum tipo de apoio, seja do governo, seja de entidades ligadas ao setor.
nas empresas italianas, todas as entrevistadas relataram terem recebido apoio do
governo e de entidades ligadas ao setor.
Este item mostra a preocupação do governo com a continuidade das pequenas e
médias empresas. O apoio para a instalação de uma empresa é essencial, porém a
capacitação também é extremamente importante, uma vez que pode significar o real
crescimento da empresa. Na Itália, o governo e as entidades ligadas aos setores
produtivos possuem programas de apoio ao pequeno empresário de modo a garantir a
sustentabilidade das pequenas e médias empresas.
Com relação ao faturamento e o número de funcionários, nas empresas italianas
esta relação é R$ 288.571,00 ao ano, enquanto que nas empresas brasileiras, a mesma
relação é de R$ 66.150,00 ao ano (IBGE, 2002).
77
Nota-se que a produtividade por funcionário é quase cinco vezes maior na
empresa italiana, em virtude da utilização de maquinas e equipamentos de alta tecnologia
e produtividade, além de sistemas de gestão eficazes.
Nenhuma empresa brasileira pesquisada exporta ou tem interesse, e condições de
exportar, das empresas italianas, apenas uma não exporta; 90% das pequenas e
médias empresas entrevistadas exporta.
Percebe-se que, para as empresas nacionais, o mercado externo é algo
impensável, em algumas a pela própria característica da atividade (prestação de
serviços de afiação e concerto de ferramentas, por exemplo).
A certificação na área de qualidade é baixa entre as empresas brasileiras
entrevistadas; apenas aquela que trabalha com produção de alimentos tem certificação de
qualidade, neste caso, o selo exigido pela Secretaria de Saúde do Município.
Quanto ao apoio de entidades ligadas ao setor, entre as empresas incubadas
entrevistadas, 30% declararam ter recebido, em algum momento, apoio de entidades
ligadas ao setor; das empresas italianas, 100% delas declaram ter recebido apoio de
entidades ligadas ao setor.
No caso da Itália, o governo, através de organismos públicos, apóia e qualifica as
pequenas e médias empresas, uma vez que todas as empresas informaram que
receberam alguma forma de treinamento, ou capacitação, de organismos ligados ao
governo.
Dentre as empresas instaladas nas incubadoras em Curitiba, 80% delas atuam
somente em Curitiba e região; dentre as empresas italianas, 80% delas atua em toda a
Itália. Estes dados demonstram a abrangência maior das empresas italianas, até mesmo
em função da área geográfica do país, uma vez que a Itália possui 301.268 km
2
, e o Brasil
8.514.876 km
2
, sendo que a população brasileira é de 184.184.000 habitantes, contra
58.877.000 habitantes italianos, conforme dados do IBGE (2002).
78
Na pesquisa realizada com as empresas instaladas nas incubadoras em Curitiba,
percebe-se que muitas delas foram instaladas nas incubadoras, por terem recebido apoio
inicial da Prefeitura Municipal. Entretanto, por diversas razões, não estão conseguindo
produzir com qualidade, restringindo assim as suas atividades ao mercado interno.
Constata-se que os empreendedores anseiam por obter melhor qualidade, diante
da possibilidade de abrir novos mercados, e a exportação é uma aspiração
aparentemente inatingível. Entretanto, alguns empreendedores conhecem o mercado
externo, o nível de faturamento das empresas instaladas em países como a Itália, e
desejam atingir este mercado e ampliar o seu faturamento, produzindo com qualidade.
A inserção em novos mercados é possível, mesmo a pequenos e médios
empreendimentos, desde que seja feito um trabalho com os empreendedores e o
envolvimento das entidades do setor, conforme proposta a seguir.
4.5 Considerações finais sobre o capitulo
Diante dos resultados da pesquisa feita na área de abrangência deste trabalho,
para se obter êxito entende-se que é necessário envolver as entidades ligadas às
incubadoras e às empresas ali instaladas; utilizar conceitos adotados no modelo do tecido
produtivo italiano, fazendo com que as empresas incubadas venham a atingir melhor
produtividade e ter possibilidades de alcançar o mercado externo.
Ao se coletar informações à respeito das condições das empresas italianas
instaladas e fazer o estudo do modelo do tecido produtivo da pequena e média empresa
italiana, pode-se estabelecer uma comparação entre os dois modelos, possibilitando
oferecer propostas alternativas de melhorias para as empresa instaladas nas
incubadoras.
79
Inicialmente, observa-se que é fundamental a realização de um trabalho de
convencimento e de mudança cultural, que terá êxito à médio prazo, com um tempo
previsto de no mínimo seis meses, em função do envolvimento e convencimento das
pessoas envolvidas, tanto empresários, quanto governo e entidades de apoio. Sob esta
visão, tem-se as conclusões, as sugestões e propostas que são apresentadas a seguir.
80
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Este capítulo apresenta uma análise conclusiva dos resultados alcançados neste
trabalho, assim como algumas recomendações, para que as empresas instaladas nas
incubadoras da Cidade de Curitiba possam se tornar mais competitivas e atingir o
mercado externo.
Ao se coletar e analisar as informações acerca das empresas italianas em
especial quanto ao modelo do tecido produtivo praticado pela pequena e média empresa
italiana, e comparando seus métodos e resultados, em relação ao modelo praticado pelas
empresas instaladas nas incubadoras da cidade de Curitiba, de porte pequeno e médio,
pode-se constatar que as empresas curitibanas apresentam dificuldades tais como: falta
de crédito, falta de informação à respeito de linhas de crédito disponíveis, e falta de
conhecimento gerencial, conforme a avaliação e análise levantadas na pesquisa de
campo deste trabalho. Elas evidenciam a necessidade premente de maior qualificação,
melhor treinamento, organização e trabalho em equipe, pois muitas atuam de maneira
individual, sem suporte financeiro e sem preocupação com qualidade.
Desta forma, o conseguem produzir com qualidade e eficiência, e, como não
têm maiores recursos financeiros, também não têm condições competitivas para adquirir
matéria-prima, equipamentos e tecnologia. Estas são as primeiras das razões pelas quais
algumas das empresas têm uma sobrevida tão curta, conforme dados levantados junto às
pequenas empresas pesquisadas, uma vez que apenas duas estão instaladas há mais de
dois anos
81
5.1 Conclusões
A preocupação com as pequenas e médias empresas no Brasil é constante. Os
dados levantados pelo SEBRAE, demonstram que está ocorrendo crescimento no número
de empresas constituídas no Brasil nos últimos anos, mesmo sem o devido apoio de
entidades do setor, como SEBRAE, SENAC, SESI, entre outras, além das Prefeituras e
governos estaduais e federal.
O objetivo geral desta pesquisa foi o de analisar o modelo adotado pelas
empresas incubadas nos espaços da Prefeitura Municipal de Curitiba - Paraná,
identificando a potencialidade das mesmas em exportar seus produtos e serviços, discutir
o modelo adotado pelas incubadoras e estudar o modelo do tecido produtivo das
pequenas e médias empresas italianas, estabelecendo uma comparação entre os dois
modelos, e buscando conhecer e apresentar propostas alternativas de melhorias para as
empresa instaladas nas incubadoras a exemplo do modelo encontrado nas empresas
italianas.
O primeiro objetivo específico se concretizou com a identificação e localização de
pequenas e médias empresas localizadas nas incubadoras e clusters de Curitiba, no
Paraná, e das integrantes dos distritos industriais da Itália, que se organizam na
composição de tecido produtivo desde o final da Segunda Guerra Mundial.
Para tanto, foi realizado um levantamento bibliográfico à respeito da evolução da
economia praticada pelas mencionadas empresas localizadas na região nordeste da
Itália, consultando e referenciando autores como: Nobolo (1996), Brusco e Pabba (1997)
e Gandorri (2004), para fundamentar o modelo do tecido produtivo; foram selecionados
dados divulgados por pesquisadores e autores como: Dei Ottati (1987), Sforzi (1996) e
Adabbo (2001). As estratégias empregadas por estas empresas foram colhidas das
seguintes fontes: Marchall (1972), Becattini (1987), Montgomery e Porter (1998), Bertolini
(2001), Maximiano (2002) e Deresky (2004), realizando assim, a análise do modelo
82
econômico chamado de "tecido produtivo" das pequenas e médias empresas daquela
região. Também foram enviados questionários para 30 empresas selecionadas, sendo
que 10 empresas responderam ao mesmo.
Para desenvolver o segundo objetivo, foram visitadas dez empresas estabelecidas
em três incubadoras na cidade de Curitiba, no Paraná, averiguando suas condicionantes
de atuação, produtividade, qualidade, acesso a crédito e perspectivas de crescimento,
obtendo-se dados por meio do questionário previamente elaborado, que se encontra em
Anexo neste trabalho. Também foram consultadas as informações disponibilizadas pelas
entidades: SEBRAE, CEF, IBGE, ANPROTEC e Prefeitura Municipal de Curitiba, Paraná,
No cumprimento do terceiro objetivo, após a avaliação dos resultados obtidos e a
análise comparativa dos dois ambientes estudados, são expostas sugestões viáveis que
possibilitem aos empreendedores curitibanos realizar melhorias em suas atividades, com
o apoio dos principais organismos aliados, de modo a alcançar mais qualidade e
eficiência, abrindo espaços para atingir novos mercados, e, eventualmente o mercado
externo.
O estudo feito demonstrou ser viável a aplicação da metodologia de atuação
conjunta realizada nas empresas italianas, pelas empresas organizadas em clusters e
incubações brasileiras, principalmente as de Curitiba, Paraná. São medidas que exigem
tempo e denodo, mas que podem resultar em crescimento de cada empresa
individualmente, e da própria ação coletiva destes empreendimentos.
Quanto ao problema apresentado, constata-se que a capacidade exportadora das
pequenas e médias empresas (PME´s) incubadas na cidade industrial de Curitiba ainda é
muito reduzida, e, ao se questionar quais são as possíveis soluções para que as
empresas tenham longevidade, sejam competitivas, e possam ser aceitas no mercado
externo, entende-se que há necessidade inicial de mostrar ao empreendedor, proprietário
das pequenas empresas incubada, que é possível crescer, trabalhar em conjunto com
outras entidades do seu setor, baseados em uma situação de sucesso alcançado na
Europa, o que é um desafio a ser atingido, possível de ser concretizado.
83
Certamente serão necessários investimentos em qualificação dos gestores e
funcionários, porém, o objetivo é iniciar um processo de mudança, à exemplo do que
ocorreu no passado na Itália, o qual, com o passar do tempo, transformou a economia
daquele país.
A proposta deste trabalho é avaliar a capacidade exportadora de empresas
incubadas, e, com as informações colhidas, estabelecer uma comparação com o modelo
do tecido produtivo da pequena e média empresa italiana. A pesquisa e a avaliação
realizada mostrou ser viável a adequação das empresas incubadas para atuarem no
mercado esterno. Esta viabilidade torna possível a oferta propostas de melhorias às
empresa instaladas nas incubadoras, sugerir a formação de um tecido produtivo com
empresas que atuem no mesmo setor, e que não sejam concorrentes, como as empresas
do setor metal-mecânico instaladas nas incubadoras. Constatou-se que das dez
empresas entrevistadas, quatro atuam no setor metal-mecânico, com produtos não
concorrentes, e estas empresas poderiam vir a formar um "tecido produtivo" que
proporcionaria maior competitividade e qualidade aos seus produtos e serviços, através
do fortalecimento das mesmas.
Percebe-se a falta de comunicação entre as empresas. Muitos empreendedores
conhecem o seu vizinho, porém, apesar de eventualmente atuarem em ramos idênticos,
com produtos semelhantes e não concorrentes, não procuram o fortalecimento entre si.
É real que existem limitações e dificuldades tais como: cultura do empreendedor,
falta de suporte das entidades governamentais, falta de crédito, conhecimento reduzido
porém, com empenho é possível conseguir mudanças, realizando um trabalho conjunto,
como o que é proposto neste trabalho.
Conforme a pesquisa, as empresas instaladas nas incubadoras em Curitiba não
fazem acordos operacionais para compras em conjunto, o que minimizaria os custos de
produção; igualmente não fazem divulgação em conjunto de seus produtos e serviços,
embora sejam altamente especializados, trabalhem com qualidade, e tenham acesso a
crédito.
84
Os resultados da avaliação da pesquisa feita, permite incentivar, em primeiro
lugar, a melhoria da qualidade e produtividade das empresas instaladas nas incubadoras,
a concretização de cooperação e colaboração entre as mesmas, e a entrada de novas
empresas que possam complementar os produtos e serviços ofertados pelas que já
existem, de modo a se obter ganho de escala com produção de qualidade tendo em vista
atingir o mercado externo .
Com o ingresso de novas empresas para complementar os produtos e/ou serviços
ofertados, pode-se, no devido tempo, criar cooperativas de produção, unindo as
empresas, buscando acesso ao crédito, uma vez que os recursos existem, porém, as
empresas já instaladas não o procuram por falta de conhecimento.
A adoção do modelo das pequenas e médias empresas européias, notadamente
as italianas, conforme o estudo apresentado, pode ser uma alternativa para o crescimento
das empresas brasileiras. Desta forma poderá ocorrer um processo de entendimento do
modelo implementado por empresas de sucesso em outro país, e que é passível de ser
adotado pelas empresas incubadas em Curitiba, conquistando também o espaço no
mercado externo. Entretanto, para se viabilizar este modelo, são necessários dar alguns
passos descritos nas sugestões a seguir.
5.2 Recomendações
Com o apoio das entidades ligadas as incubadoras, e pela expectativa gerada nas
entrevistas, percebe-se a necessidade dos empreendedores em buscar alternativas de
crescimento, e de qualificação. Para tanto, sugere-se:
A) A adoção do modelo do tecido produtivo que oferece condições para trazer
resultados a médio prazo para as empresas instaladas nas incubadoras em Curitiba,
proporcionando maior competitividade, aumento de renda e geração de novos empregos,
conforme proposta nos objetivos deste trabalho. Esta adoção passa por um processo de
85
convencimento dos empreendedores locais, de modo que venham a fazer algumas
concessões na forma de atuação de suas empresas hoje. E também, na preparação das
empresas incubadas para se inserirem no mercado exportador, por meio do
desenvolvimento de tecnologia de ponta, de sua qualidade e produtividade, visando
maiores lucros.
B) A apresentação este trabalho a entidades ligadas ao setor. O primeiro
organismo de escolha para a apresentação é o SEBRAE, em virtude do seu acesso junto
às pequenas e médias empresas, para análise e discussão quanto à sua viabilidade.
C) Sugere-se a apresentação do presente trabalho para o representante da
entidade Curitiba S.A., que é a empresa pública que gerencia o processo de incubadoras
em Curitiba, propondo cursos e treinamentos específicos para as empresas incubadas,
fazendo um trabalho de conscientização dos empreendedores, programando palestras e
mostrando as possibilidades e vantagens do modelo italiano.
D) Quando da vinda de empreendedores italianos ao Brasil, poder-se-ia levá-los a
conhecer as incubadoras locais, a fim de que os empreendedores nacionais possam ter
maior conhecimento acerca da situação das pequenas e médias empresas italianas. É
importante que os empreendedores nacionais conheçam o modelo italiano de "tecido
produtivo" ou seja, a forma pela qual as empresas atuam como se fosse uma linha de
produção, onde cada uma das pequenas empresas faz parte do processo produtivo, e ao
final entregam o produto pronto, com qualidade e produtividade expressiva.. Entende-se
que este relacionamento poderá reduzir as dificuldades encontradas pelas pequenas e
médias empresas nacionais, na organização de seu próprio “tecido produtivo”.
Menciona-se ainda que este trabalho se voltou para a realização de um estudo
comparativo ainda pouco conhecido dentro do ambiente empresarial nacional o qual,
nesta etapa, por suas limitações, não foi plenamente explorado, o que permite sugerir um
maior aprofundamento em pesquisas futuras.
86
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<http://www.deloitte.com/dtt/press_releases> Acesso em: 09 nov. 2006.
<http://www.dieese.org.br> Acesso em: 05 mai. 2004.
<http://www.fazenda.mg.gov.br> Acesso em: 23 nov. 2006.
<http://www.geranegocio.com.br/html/clus/p21.html#a1> Acesso em: 30 set.2006
<http://www.ibge.gov.br> Acesso em: 20 fev. 2004.
<http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=mg&tema=pibmun2002&titulo
=Produto%20Interno%20Bruto%202002> Acesso em: 13 jan. 2007.
<http://www.marcheimpresa.net/ita/ServizioIA/Le_Agevolazioni_Finanziarie.pdf>.
Acesso em: 09 jan. 2006.
94
<http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/5228.html#Conceitos> Acesso em: 26 jun.
2004.
<http://www.mo.camcom.it/promec/pagina_interna.asp?id=328&idlivello=114> Acesso em:
13 jan. 2007.
<http://www.pt.wikipedia.org/wiki/Plano_Marshall> Acesso em: 20 mar. 2008.
<http://www.regione.emilia.it.html> Acesso em: 09 jan. 2006.
<http://www.rer.camcom.it/ Acesso em: 01 ago. 2006.
<http://www.sanpaolobusiness.com/scriptSmab0/smab0/ita/finanziare/ita_polizza
FinanziamSanp.jsp> Acesso em: 04 jan. 2007.
<http://www.sebrae.com.br/br/cooperecrescer/arranjosprodutivoslocais.asp> Acesso em:
30 set 2006.
<http://www.sebraemg.com.br/informes/atividadeseconomicas2006/portal> Acesso em: 13
jan. 2007.
<http://www.sebraepr.com.br/portal/page/portal> Acesso em: 19 nov. 2007.
<http://www.starnet.unioncamere.it> Acesso em: 20 fev. 2004.
<http://www.unimo.it/ricerca.unimo.it/scripts/Verne> Acesso em: 21 out. 2004.
<http://www.west-east-id.net/indexintro.htm> Acesso em 25 abril 2006.
95
APÊNDICES
96
APÊNDICE 1
Questionário aplicado às empresas nas incubadoras
1 Empresa: Razão Social
2 Nome Fantasia
3 Endereço
4 Produtos / serviços
5 Faturamento anual
6 Número de funcionários
7 Mercado de atuação ( ) local ( ) regional ( ) exportação
8 Percentual de participação ( ) local ( ) regional ( ) exportação
9 Forma de atuação ( ) representantes ( ) venda direta
( ) outros
10 Fornecedores ( ) locais ( ) regional ( ) exportação
11 Percentual de participação ( ) local ( ) regional ( ) exportação
12 Número de funcionários na linha de produção
13 Utilização de mão de obra na produção (%)
14 Tem alguma certificação na área de qualidade ( ) sim ( ) não
15 No caso de estar certificado, qual
16 Utiliza algum programa de controle de qualidade ( ) sim ( ) não
17 Em caso de utilizar, qual
18 Participou de Feiras internacionais, nos últimos dois anos ( ) sim ( ) não
19 No caso de ter participado, quantas e em que países ( ) quantidade ( ) países
20 Exporta ( ) sim ( ) não
21 Se não exporta, tem interesse em exportar ( ) sim ( ) não
22 Caso exporte, quais os principais problemas enfrentados no inicio do processo de exportação:
23 Caso tenha interesse em exportar, quais as principais barreiras enfrentadas:
24 Existe algum acordo de cooperação operacional com as
demais empresas da Incubadora
( ) sim ( ) não
25 As compras de matéria prima são feitas pela sua empresa,
individualmente, ou em conjunto com as demais empresas da
incubadora
( ) individual ( ) em conjunto
26
As ações de marketing são feitas individualmente pela sua
empresa, ou em conjunto com as demais empresas da
incubadora?
( ) individual ( ) em conjunto
27 Existe ou já existiu algum tipo de apoio técnico, operacional,
ou ainda de vendas dos órgãos públicos para o
desenvolvimento técnico, de vendas ou de qualidade por
parte da Prefeitura?
( ) sim ( ) não
28 Existe ou já existiu algum tipo de apoio técnico, operacional,
ou ainda de vendas, dos órgãos públicos para o desenvolvi-
mento técnico, de vendas ou de qualidade, por parte de
algum outro organismo público, como Sebrae, Associação
Industrial, ou outro?
( ) sim ( ) não
29 Se sim, qual?
30 Sua empresa tem acesso a linhas de crédito? ( ) sim ( ) não
31 Se sim, em quais bancos?
32 Para qual país sua empresa gostaria de exportar? ( ) sim ( ) não
97
APÊNDICE 2
Questionário aplicado às empresas italianas
1 Ditta
2 Marchio a mercato
3 Ibdrizzo; Cità; Regione
4 Prodotti - servizi a vendita
5 Fatturato lordo
6 Dipendenti
7 Mercato di vendita ( ) locale ( ) regionali ( ) al éstero
8 Percentualle di vendita ( ) locale ( ) regionali ( ) al éstero
9 Maniera di vendita ( ) representanti ( ) dritamente ( ) altre
10 Fornittori; ( ) locali ( ) regionnali ( ) al éstero
11 Percentuale di partecipazione ( ) locali ( ) regionnali ( ) al éstero
12 Dipendenti alla linea di produzione;
13 Mano d'opera a lavoro direto nella linea di produzione (%)
14 La Vostra dita c'è qualche certificazione di qualitá ( ) si ( ) no
15 Nel caso di essere certificata, quale:
16 Utiliza qualche programma di controlo di qualità ( ) si ( ) no
17 Nel caso di utilizare, quale
18 La Vostra dit è stato presente a qualceh Fiera Internazionale,
nei due ultmi anni
( ) si ( ) no
19 Nel caso di avere partecipatto,quanti e dove ( ) quantitativo ( ) dove
20 La Vostra ditta sporta ( ) si ( ) no
21 Si non sporta eziste interesse in far-lo ( ) si ( ) no
22 Nel caso di sportare, quale erano I maggiori problemi per far-lo
23 Nel caso di avere interesse a sportare, quale sono le principale problemi
24 Eziste qualche acordo di operazione con alte dite della regione ( ) si ( ) no
25 L'aquisto di materia primma sono fatti da Voi, individualmente,
o insieme alle altre ditte della regione
( ) individuale ( ) insieme
26 L'azione di maekting sono fatti da Voi, oppure insieme alle
altre ditte della regione
( ) individuale ( ) insieme
27 Eziste oppure gia e stato utilizato qualche tipo di supporto
tecnico, di operazione, oppure di marketing della comune,per
lo svoluppo tecnico, di vendita oppure di qualità
( ) si ( ) no
28 Eziste oppure gia e stato utilizato qualche tipo di supporto
tecnico, di operazione, oppure di marketing di altre organismi
publici, per lo svoluppo tecnico, di vendita o qualitat comme le
Cammere di Commércio o altre
( ) si ( ) no
29 Nel caso di avere, quale
30 Per la Vostra dita é possibile ottenere finanziamenti verso le
banche
( ) si ( ) no
31 Quale sono I banchi che ofronno finanziamenti per Voi ( ) si ( ) no
32 La Vostra dita sarebbe interessata ad sportare per il Brasile ( ) si ( ) no
98
ANEXOS
99
ANEXO 1 - Formulário para preenchimento do Termo de Adesão
T
T
E
E
R
R
M
M
O
O
D
D
E
E
A
A
D
D
E
E
S
S
Ã
Ã
O
O
DATA:......../......../........
INSCRIÇÃO:
1) Dados do Empreendedor
1.1) Dados Pessoais
Nome:
Endereço: Bairro:
CEP: Município: Estado:
Telefone: Fax: Celular: Recado:
E-mail:
Escolaridade/Qualificação Técnica:
1.2) Experiência Profissional (Experiências anteriores ao negócio):
2) Dados do Empreendimento
Empresa
Razão Social
Endereço: Bairro:
CEP: Município: Estado:
Telefone: Fax: Celular:
CNPJ: Insc.Estadual:
100
Sócio Gerente: Quotas
Sócio 1:
Sócio 2:
3) Situação Atual ((Breve relato das situações econômicas e operacionais da sua empresa)
4) Proposta para Incubação
4.1) Histórico do Empreendimento (Breve relato de como você se interessou pela
atividade)
4.2) Produto (O seu produto possui algum diferencial dos seus concorrentes?)
( ) Sim ( ) Não
Se sim, descreva:
101
4.3) Produto (relacione seus produtos oriundos da
atividade)
Volume
(pç/Kg/lt/un)
Quanto
representa%
1-
2-
3-
4-
5-
6-
7-
8-
Total
100%
4.4) Matéria Prima (Relacione a matéria-prima e insumo utilizados no produto final)
102
4.5) Recursos Humanos
Especificação Qtde 01º ano Qtde 02º ano Qtde 03º ano Qtde 04º ano
Familiares
Não familiar
4.6) Terceirizados (especifique):
4.7) Histórico das Vendas (marque com um “X”)
Conceito Jan Fev Mar
Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Bom
Regular
Fraco
4.8) Qual a sua expectativa de crescimento para o período de incubação de 01 ano?
4.9) Qual a sua expectativa de quantidade de venda de produtos (em quantidade) para os
próximos 04 anos de empreendimento?
1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano
Quantidade
vendida
103
4.10) Principais clientes Município
4.11) Principais município Fornecedores
4.12) Comentário sobre os principais concorrentes
4.13) Bens (Discriminação de máquinas e equipamentos que você possui para a
atividade)
Descrição
Valor (R$)
104
Total
4.14) Investimento (Discriminação de máquinas e equipamentos
que você pretende adquirir para a atividade)
Valor (R$ )
Total
4.15) Necessita de financiamento?
( ) Sim ( ) Não
Se sim quanto?
Qual a finalidade do crédito?
105
4.16) Mercado (Relate as principais estratégias a serem utilizadas)
4.17) Por que você quer instalar sua empresa numa incubadora?
4.18) O que você espera da incubadora?
106
Ano 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano Total
Preço venda
Quantidade comercializada -
Total receita - - - - -
Sarios -
Encargos -
P Labore -
Despesas com publicidade -
Tarifas Financeiras -
Seguros -
Valor da Incubação -
Outros -
Total Custo Fixo -
Maria prima -
Insumos -
Outros -
Total Custo Variável -
Deprec. Máquinas e Equipamentos
-
Outras -
Total Depreciação -
Receita
Custo Fixo
Custo Variável
Depreciação
Os itens aqui nominados referem- se a uma composão básica de custos de produção/ transformação e
deverá ser adaptado e incrementado a realidade de cada projeto, respeitando a classificação dos custos Fixos
e Variáveis.
ANEXO 2 - COMPOSIÇÃO DO PLANO DE VIABILIDADE
Empresa___________________________________________
Responsável________________________________________
107
Meses 1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano Total
Receita
Custo de vendas
Impostos
Lucro Bruto
Despesas vinculadas a operação -
Lucro Operacional
Resultado antes da Provisão
Assinatura
CPF
Estou ciente de que as informações acima projetadas serão acompanhadas durante o periodo de
incubação, sendo passivel de rescisão contratual caso não venha a atingir as metas elencadas, salvo se
o ocorrido se der por fatores supervenientes acatados pela G
Lucro Líquido
Receitas ñ oper.
Despesas ñ oper.
Custo Variável
Custo Fixo
Prov. IR/ CSLL
ANEXO 3 - EXPECTATIVA DE RECEITA E DESPESA
Empresa___________________________________________
Responsável________________________________________
108
ANEXO 4 - RELAÇÃO DOS DOCUMENTOS A SEREM PROTOLOCADOS
NA SEDE DE CURITIBA
DOCUMENTOS PESSOA FÍSICA:
- Apresentação do Termo de Adesão
- Apresentação do Plano de Viabilidade
- Apresentação da Expectativa de Receita e Despesa
- Apresentação do CPF e RG;
- Apresentação do comprovante de endereço;
- Comprovar ser maior de 18 anos, em pleno exercício da vida civil;
DOCUMENTOS PESSOA JURÍDICA:
- Apresentação do Termo de Adesão;
- Apresentação do Plano de Viabilidade ;
- Apresentação da Expectativa de Receita e Despesa;
- Apresentação da inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);
- Apresentação do RG e CPF dos sócios;
- Apresentação do Ato Constitutivo, com a última alteração, devidamente
registrado;
- Apresentação da prova de regularidade com a Fazenda Estadual;
- Apresentação da Certidão Negativa de Tributos Municipais;
109
- Apresentação da Certidão Negativa de Débitos Federais (CND);
- Apresentação da prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;
- Apresentação do comprovante de endereço da empresa em que a sede
deverá ser no Município de Curitiba.
110
ANEXO 5 - REPORTAGEM SOBRE AS RUAS DA CIDADANIA DE
CURITIBA
Publicado em 09/01/2006 às 09:00h, site www.curitiba.pr.gov.br
Ruas da Cidadania fecham 2005 com 6,6 milhões de atendimentos
As Ruas da Cidadania de Curitiba fecharam o ano de 2005 com 6,6 milhões de
atendimentos à população com serviços municipais de todas as áreas, além de outros,
ofertados por órgãos estaduais e federais. Foram 1,447 milhão de atendimentos na Rua
da Cidadania Portão, e 1,131 milhão no Boqueirão. No Pinheirinho foram 1,250 milhão de
atendimentos; no Bairro Novo 851,47 mil e no Boa Vista 625,66 mil.
Em Santa Felicidade foram feitos, no ano passado, 553,46 mil atendimentos. Na
Matriz o número chegou a 413 mil e no Cajuru foram 221,23 mil. No seu primeiro ano de
funcionamento a Regional da Cidade Industrial de Curitiba (CIC) fez 124,47 mil
atendimentos.
As Ruas da Cidadania funcionam como braço da Prefeitura nos bairros, oferecendo
à população dos bairros os serviços municipais, além de serviços das esferas estadual e
111
federal e pontos de comércio e lazer. As Ruas são sede das Administrações Regionais,
que coordenam a atuação de secretarias e outros órgãos municipais nos bairros,
incentivando o desenvolvimento de parcerias entre comunidade e poder público.
Nas Ruas da Cidadania o cidadão encontra serviços e atendimento prestados por
núcleos das secretarias de Educação, Saúde, Finanças, Abastecimento, Urbanismo,
Cultura, Obras, da Fundação de Ação Social. Além disso, os cidadãos podem fazer
documentos, como Carteira de Trabalho e Identidade, além de contarem com Agência do
Trabalhador, Receita Estadual, biblioteca e agências bancárias.
Um dos serviços mais procurados é o Armazém da Família, equipamento da
Secretaria Municipal do Abastecimento, que oferta a famílias de baixa renda produtos
alimentícios e de higiene e limpeza a preços menores que os do varejo tradicional.
A Fundação de Ação Social (FAS) promove nas Ruas da Cidadania atividades
físicas para idosos, visando estimular a convivência social e prolongar a vida produtiva. A
Secretaria Municipal do Esporte e Lazer oferece aulas de ginástica estética, ginástica
localizada, ginástica para a terceira idade, vôlei, basquete, futebol, jazz, orientação a
caminhadas e condicionamento físico.
Outra atividade de Esporte e Lazer nas Ruas da Cidadania é a prática de esportes
por crianças e adolescentes, através do Centro de Aprimoramento de Talentos Esportivos
(Cates), criado em 1998. escolinhas de futebol de campo de areia e salão; vôlei,
basquete, handebol, ginástica rítmica e olímpica; natação; atletismo e tênis de mesa.
Os Distritos Sanitários também integram as Administrações Regionais. Eles
gerenciam as unidades municipais de saúde. Suas principais atribuições são apoiar ações
de controle de doenças e agravos; receber queixas, inspecionar e emitir licenças
sanitárias para estabelecimentos comerciais e de saúde.
Serviço: Os núcleos regionais da secretarias municipais funcionam, nas Ruas da
Cidadania, das 8h às 18h. Informações sobre cursos e serviços podem ser obtidas
diretamente nas Administrações Regionais:
112
Bairro Novo
Rua Tijucas do Sul, 1700 - Bairro Novo
Tel: 3289-4141/Fax: 3289-4737
Boa Vista
Rua da Cidadania - Avenida Paraná, 3600
Tel: 3356-2566/Fax: 3256-1464
Boqueirão
Rua da Cidadania - Terminal do Carmo
Tel: 3276-6016/Fax: 3277-3319
Cajuru
Rua Luiz França, 2032 – Cajuru
Tel: 3361-2366/Fax: 3361-5569
CIC
Rua Manoel Waldomiro de Macedo, 2470 - Cidade Industrial
Tel: 3268-0007/Fax: 3268-0005
Matriz
Rua da Cidadania - Praça Rui Barbosa – Centro
Tel: 3323-4474/Fax: 3324-2552
113
Pinheirinho
Rua da Cidadania - Rua Winston Churchill
Tel: 3346-1419/Fax: 3346-4117
Portão
Rua da Cidadania - Rua Carlos Klemtz – Fazendinha
Tel: 3245-1100/Fax: 3245-5452
Santa Felicidade
Rua da Cidadania - Via Vêneto - Terminal de Santa Felicidade
Tel: 3297-3259/Fax: 3297-1817
114
ANEXO 6
ORGANOGRAMA DO GRUPO CAPIALIA, CONTROLADOR DO
BANCO DI ROMA
115
ANEXO 7 - REPORTAGEM SOBRE CRESCIMENTO DAS PEQUENAS
EMPRESAS NO BRASIL
116
ANEXO 8 – INFORMAÇÕES SOBRE MODENA
Modena é uma cidade com mais de 600 anos de existência e de uma economia
pujante baseada na pequena e média empresa.
A base das empresas é a família, pela própria cultura italiana. Os filhos residem
próximos à família, mesmo depois de constituírem suas próprias famílias.
A cidade faz parte de região Emilia Romagna, que possui um dos maiores índices
de empresas ativas do mundo, pois para uma população de 4.000.000 de habitantes,
possui cerca de 400.000 empresas, destacando-se algumas como a Ferrari, em Maranelo
e a Masseratti.
Isto demonstra a quantidade de pequenas empresas familiares, de três ou quatro
pessoas, chamadas de artiggiani.
Para melhor elucidar o projeto, demonstra-se no Quadro a seguir, com o número
de empresas existentes em Modena, uma cidade de cerca de 600.000 habitantes com a
seguinte distribuição de empresas:
117
QUADRO 7 - DISTRIBUIÇÃO DAS EMPRESAS, POR ATIVIDADE,
EM MODENA
Atividade econômica
Número de empresas existentes
(base 1996)
Agricultura, floresta, caça e pesca Não relatado
Extração mineral 78
Atividades de manufatura 12.243
Construção civil 6.714
Energia elétrica, gás e água 35
Comércio 18.113
Transporte e comunicação 3.045
Credito, seguros, e serviços
financeiros
10.458
Administração pública e serviços 2.536
Total 53.225
Fonte: Rapporto sulla situazione econômica e sociale della província di Modena 2000.
118
ANEXO 9 - FOTOGRAFIAS
119
Foto 1 – Fachada da Incubadora Xapinhal
120
Foto 2: Área externa da Incubadora
121
Foto 3 - Aviso de mais uma empresa que deixou a Incubadora
122
Foto 4
-
Área desti
nada à indústria de alimentos
não utilizada
123
Foto 5: Área interna da incubadora com banheiros e área de apoio
124
Foto 6 - Fachada da Incubadora Fazendinha
125
Foto 7 – Área externa
126
Foto 8 - Tomada externa
127
Foto 9 - Tomada externa da entrada da incubadora pela área de produção de alimentos
128
Foto 10 - Quadro de indicação das empresas instaladas
129
Foto 11 - Fachada da Incubadora Pólo das Indústrias
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