45
Ao analisar a presença das novas formas urbanas, PACHECO (1999, p. 1) nos aponta
que: “As novas formas urbanas são visíveis no ambiente construído e encerram um conteúdo
igualmente revelador das novas formas organizacionais do trabalho”. A presença do novo,
cristalizado nas formas urbanas modernas, produz um rearranjo do espaço que, segundo
SANTOS (1997, p. 98), ocorre: “através da aceitação ou rejeição do novo, vai depender da
ação dos fatores de organização existentes (...) quais sejam, o espaço, a política, a economia, o
social, o cultural...” caracterizando - se, a modernização, pela: “contínua mudança, o
movimento ininterrupto de transformação, em que a velocidade e o ritmo são avassaladores”
(HAESBAERT, 2002, p. 80) no qual o moderno se realiza e se concretiza
“contraditoriamente, por meio de descompassos e expressando tensões, rupturas,
continuidades e descontinuidades” (MIELE, 2006, p. 164).
Desta forma, a Área Central de Nova Iguaçu vem sendo submetida a uma série de
ações dos agentes hegemônicos que intensificam as transformações, modificando a fisionomia
da cidade, com uma velocidade vertiginosa, através da ordem global que se impõe à ordem
local, buscando: “impor, a todos os lugares, uma única racionalidade” (SANTOS, 2006, p.
38). No entanto, destacamos que a ordem local responde à ordem global não aceitando de
forma pacífica esta imposição, rejeitando, em alguns momentos, a presença da modernidade.
O novo espaço produzido e reorganizado acarreta também rupturas com as estruturas
preexistentes que nem sempre aceitam a chegada do novo, pois as ordens hegemônicas temem
ficar à retaguarda deste processo resistindo, desta forma, à presença do novo no qual: “novas
técnicas, novas relações sociais, grandes projetos, etc. são freqüentemente chamados a
testemunhar essa propalada modernização do espaço” (HAESBAERT, 2002, p. 79).
Ao analisar o conflito entre o novo e o velho, SANTOS (1997, p. 99) nos aponta que:
“muitas vezes, o novo expulsa logo o velho, às vezes, este resiste por muito tempo”. Neste
contexto de resistência, estão inseridos os comerciantes da Área Central da cidade que, com a
instalação do Top Shopping: “teriam sofrido, segundo esses, uma queda de cerca de 20% em
suas vendas, dado o desvio de veículos e pedestres em direção ao novo pólo de
desenvolvimento” (FILHO, 1999, p. 41). A construção do Top Shopping, com o capital
privado e com o auxílio do governo municipal, fez com que os pequenos e médios
empresários reivindicassem maior atenção do poder público com relação à infra - estrutura,
condição indispensável para atrair a clientela ao Centro da cidade. Neste sentido, o poder
privado elaborou o Projeto Shopping à Céu Aberto criando uma área onde se sobressaem:
“mais de 1880 estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços integrados e