Introdu¸c˜ao
Em Teoria Erg´odica, para resolver o problema da conjuga¸c˜ao, ou equivalˆencia, o
conceito de entropia introduzido por Kolmogorov e Sinai foi fundamental. Duas trans-
forma¸c˜oes mensur´aveis µ-invariantes T
1
, T
2
: X → X de um espa¸co de probabilidade
(X, β, µ) s˜ao equivalentes quando existe uma bije¸c˜ao mensur´avel (com inversa mensur´avel)
ϕ : X → X, µ-invariante, tal que ϕT
1
= T
2
ϕ. Todas as condi¸c˜oes s˜ao µ-qtp ver [44] ou
[8] para mais detalhes.
Decidir se tal ϕ existe, em geral n˜ao ´e tarefa f´acil e, uma alternativa ´e tentar definir
invariantes num´ericos, ou seja, associar um n´umero a cada transforma¸c˜ao de forma que
transforma¸c˜oes asso ciadas a n´umeros iguais ou distintos, sejam equivalentes ou n˜ao, res-
pectivamente. De fato, a entropia definida por Kolmogorov desenvolvida juntamente com
Sinai n˜ao ´e um invariante completo em geral. Existem transforma¸c˜oes de mesma entropia
que n˜ao s˜ao equivalentes. No entanto, para determinadas classes de transforma¸c˜oes como
os shifts de Bernoulli, as entropias coincidem se, e somente se, as transforma¸c˜oes s˜ao
equivalentes.
O objetivo deste trabalho ´e fornecer uma breve introdu¸c˜ao ao estudo das ´algebras de
von Neumann expondo os objetos desta teoria que aparecem na defini¸c˜ao da entropia de
Connes-Størmer, uma das vers˜oes para
´
Algebra de Operadores da entropia de Kolmogorov-
Sinai de Teoria Erg´odica.
De fato, no caso comutativo, a entropia mostrou-se um invariante muito mais forte
que o espectro, por exemplo, resolvendo o problema da n˜ao conjuga¸c˜ao dos shifts (
1
2
,
1
2
)
e (
1
3
,
1
3
,
1
3
), para os quais o espectro n˜ao nos dizia nada pois eram iguais. No caso n˜ao-
comutativo a primeira aplica¸c˜ao tamb´em ´e mostrar que os n-shifts, agora definidos no
contexto da ´algebras de von Neumann, n˜ao s˜ao conjugados.
O texto se divide em trˆes partes. No primeiro cap´ıtulo s˜ao enunciados alguns resul-
tados de an´alise Funcional, ´algebras-C
∗
e ´algebras de von Neumann que ser˜ao usados
posteriormente. Alguns deles s˜ao demonstrados, mais precisamente os que s˜ao espec´ıficos
das ´algebras.
A maioria dos resultados que, em geral, fazem parte dos cursos de An´alise Funcional e
Teoria Espectral ministrados no Brasil, s˜ao enunciados sem demonstra¸c˜ao, sendo citadas
as referˆencias onde podem ser encontradas as provas.
O segundo cap´ıtulo ´e formado por alguns resultados da ent˜ao chamada Teoria da
Integra¸c˜ao n˜ao-Comutativa. Provamos uma desigualdade tipo Jensen nesse contexto. E
usamos o teorema de Radon-Nikodym para funcionais positivos normais com o objetivo
de provar a existˆencia e a unicidade da esperan¸ca condicional τ-invariante de uma ´algebra
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