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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Escola de Engenharia
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais
(PPGEM)
DESENVOLVIMENTO DE TINTA ANTIFOULING NÃO-CONVENCIONAL PARA
PROTEÇÃO DE EMBARCAÇÕES E ESTRUTURAS METÁLICAS
Alessandra Fiorini Baldissera
Tese para obtenção do título de Doutor
em Engenharia
Porto Alegre
2008
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II
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Escola de Engenharia
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais
(PPGEM)
DESENVOLVIMENTO DE TINTA ANTIFOULING NÃO-CONVENCIONAL PARA
PROTEÇÃO DE EMBARCAÇÕES E ESTRUTURAS METÁLICAS
Alessandra Fiorini Baldissera
M.Sc. em Engenharia
Trabalho realizado no Departamento de Materiais da Escola de Engenharia da
UFRGS, dentro do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas,
Metalúrgica e de Materiais – PPGEM, como parte dos requisitos para a obtenção do
título de Doutor em Engenharia.
Área de Concentração: Ciência e Tecnologia dos Materiais
Porto Alegre
2008
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III
Esta Tese foi julgada adequada para a obtenção do título de Doutor em
Engenharia, área de concentração de Ciência e Tecnologia dos Materiais e
aprovada em sua forma final, pelo Orientador e pela Banca Examinadora do Curso
de Pós-Graduação.
Orientador:
Prof. Dr. Carlos Arthur Ferreira
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Álvaro Meneguzzi (PPGEM – UFRGS)
Prof
a
. Dr
a
. Sandra Einloft (Faculdade de Química – PUCRS)
Prof
a
. Dr
a
. Roselena Faez (UNIFESP)
Prof. Dr Carlos Pérez Bergmann
Coordenador do PPGEM
IV
Dedico este trabalho aos meus pais, Gilmar e
Isabel, pelo amor, compreensão e segurança
a mim proporcionados. Amo vocês.
V
AGRADECIMENTOS
A todos que colaboraram para o sucesso deste trabalho, o meu
profundo agradecimento.
Ao Prof. Dr. Carlos Arthur Ferreira, responsável pelo Laboratório de
Materiais Poliméricos – LAPOL/UFRGS, pela orientação, apoio e confiança na
realização deste trabalho.
Ao Prof. Dr. André Margaillan, do Institut des Sciences de Toulon et du
Var – França, por me acolher em seu grupo de pesquisa.
Aos amigos e colegas do MAPIEM (Matériaux Polymères Interfaces
Environnement Marin), em especial Claire Martin, pela ajuda e pelos momentos de
alegre convivência.
Aos amigos e colegas, que continuam ou já partiram da sala 117 do
LAPOL, em especial Bianca, Cristina, Isadora, Luís “Bambam”, Tiago, Paulo e
Márcia, pelo auxílio, carinho e também pelas boas risadas.
Às bolsistas de iniciação científica Daniela e Karine que tanto me
ajudaram no complemento deste trabalho.
Às meninas da Análise Térmica, em especial Micheli, e aos demais
colegas do LAPOL e LACOR que sempre se mostraram a disposição para ajudar.
Ao meu amor Rodrigo, que partilhou comigo todos os (muitos) bons e
(poucos) maus momentos durante a elaboração deste trabalho.
Aos colegas da TRANSPETRO/Imbé, CORSAN/Canoas e SAVA
Clube/Porto Alegre, por auxiliar e disponibilizar o local para a realização dos ensaios
de imersão in situ das minhas amostras.
À UFRGS, PPGEM, CNPq, CAPES, FAPERGS e toda sociedade
brasileira pelo suporte técnico e financeiro.
VI
Trabalhos publicados durante doutoramento (09/2004 – 08/2008)
Artigo em periódico
“Electrochemical impedance spectroscopy investigation of chlorinated rubber-based
coatings containing polyaniline as anticorrosion agent.” Electrochimica Acta (2008)
Artigo submetido.
Trabalho completo em evento
“Utilização da técnica de espectroscopia de impedância eletroquímica para avaliar o
desempenho de revestimentos à base de borracha clorada contendo PAni como
pigmento anticorrosivo.” In: 18º CBECIMat – Congresso Brasileiro de Engenharia e
Ciências dos Materiais, 2008, Porto de Galinhas/PE.
VII
SUMÁRIO
ÍNDICE DE FIGURAS..................................................................................................X
ÍNDICE DE TABELAS..............................................................................................XVI
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS..........................................................XVIII
RESUMO..................................................................................................................XIX
ABSTRACT…………………………………………………………………………….......XX
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................21
2 OBJETIVOS............................................................................................................23
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................................24
3.1 TINTAS ANTIFOULING.......................................................................................24
3.2 POLÍMEROS CONDUTORES.............................................................................35
3.2.1 Polianilina e derivados...................................................................................37
3.2.2 Revestimentos contendo polímeros condutores eletrônicos.....................42
3.3 PVC E TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE REVESTIMENTOS
PROTETORES ..........................................................................................................43
3.3.1 Concentração volumétrica de pigmentos.....................................................43
3.3.2 Ensaio de aderência........................................................................................44
3.3.3 Ensaio de câmara úmida................................................................................45
3.3.4 Ensaio de névoa salina...................................................................................45
3.3.5 Espectroscopia de impedância eletroquímica (EIE)....................................46
4 MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................................47
4.1 REAGENTES E SOLVENTES.............................................................................47
4.2 TINTAS COMERCIAIS.........................................................................................47
4.3 SÍNTESE DA POLIANILINA................................................................................48
4.3.1 Sulfonação da polianilina (SPAN)..................................................................48
4.4 PREPARAÇÃO DAS TINTAS.............................................................................49
4.5 PREPARAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA.......................................................51
4.6 CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS.............................................................51
4.6.1 Espectroscopia infravermelho.......................................................................51
4.6.2 Condutividade elétrica....................................................................................51
VIII
4.6.3 Análise termogravimétrica.............................................................................53
4.6.4 Medidas de espessura dos filmes.................................................................53
4.6.5 Medidas de viscosidade.................................................................................53
4.6.6 Ensaios de névoa salina.................................................................................53
4.6.7 Teste de aderência..........................................................................................54
4.6.8 Testes de erosão.............................................................................................54
4.6.8.1 Imersão em modo estático.............................................................................55
4.6.8.2 Imersão em modo dinâmico...........................................................................55
4.6.9 Ensaio de lixiviação........................................................................................56
4.6.10 Análise do comportamento antifouling das tintas.....................................57
4.6.11 Microscopia eletrônica de varredura (MEV)................................................58
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................59
5.1 SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DA POLIANILINA E SEUS DERIVADOS.....59
5.1.1 Caracterização dos polímeros condutores...................................................59
5.1.1.1 Medidas de condutividade elétrica.................................................................59
5.1.1.2 Espectroscopia infravermelho........................................................................60
5.1.1.3 Análise termogravimétrica..............................................................................61
5.2 PROCESSAMENTO DAS TINTAS......................................................................63
5.2.1 Revestimentos à base de resina epóxi bicomponente................................64
5.2.1.1 Obtenção dos revestimentos e caracterização..............................................66
5.2.1.1.1 Ensaio de névoa salina...............................................................................66
5.2.1.1.2 Análise do comportamento antifouling dos revestimentos..........................68
5.2.1.1.2.1 Teste na água do rio Tramandaí, Imbé – RS...........................................69
5.2.1.1.2.2 Teste na água do lago Guaíba
.................................................................77
5.2.2 Revestimentos à base de resina epóxi monocomponente.........................82
5.2.2.1 Obtenção dos revestimentos e caracterização..............................................85
5.2.2.1.1 Ensaio de névoa salina...............................................................................85
5.2.2.1.2 Espectroscopia infravermelho.....................................................................87
5.2.2.1.3 Análise termogravimétrica...........................................................................88
5.2.2.1.4 Teste de aderência......................................................................................90
5.2.2.1.5 Testes de erosão.........................................................................................93
5.2.2.1.5.1 Imersão em modo estático.......................................................................93
5.2.2.1.5.2 Imersão em modo dinâmico
.....................................................................95
IX
5.2.2.1.6 Análise do comportamento antifouling dos revestimentos..........................97
5.2.2.1.6.1 Teste na água do rio Tramandaí, Imbé – RS...........................................97
5.2.2.1.6.2 Teste no mar Mediterrâneo, Toulon – França........................................116
5.2.2.1.7 Ensaio de lixiviação...................................................................................126
5.2.2.1.8 Microscopia eletrônica de varredura.........................................................128
6 CONCLUSÕES.....................................................................................................136
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................139
X
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Esquema dos estágios de formação do biofouling...................................24
Figura 2 – Estrutura química dos biocidas: (a) TBT; (b) Irgarol 1051; (c) Diuron; (d)
SeaNine 211; (e) Diclofluanide; (f) Piritionato de zinco; (g) Clorotalonil.....................28
Figura 3 – Ilustração esquemática (corte transversal) do comportamento de um
sistema antifouling exposto à água do mar................................................................29
Figura 4 – Mecanismos de funcionamento e taxas de liberação de biocida de tintas
antifouling: (a) self-polishing contendo estanho (TBT-SPC), (b) de matriz insolúvel e
(c) de matriz solúvel...................................................................................................31
Figura 5 – Distribuição de biocidas na seção transversal da tinta, após 36 semanas
de imersão (1
) tolifluanide e (2) óxido cuproso..........................................................34
Figura 6 – Esquema mostrando várias aplicações conhecidas e propostas para
polímeros condutores, em função das suas propriedades.........................................36
Figura 7 – Estrutura genérica da polianilina..............................................................37
Figura 8 – Estruturas da polianilina nos principais estados de oxidação, onde C
-
é o
contra íon dopante......................................................................................................38
Figura 9 – Dopagem da polianilina base esmeraldina pelo ácido
dodecilbenzenosulfônico (DBSA)...............................................................................39
Figura 10 – Fórmula estrutural da polianilina auto-dopada.......................................41
Figura 11 – Efeitos da variação da concentração em volume de pigmentos
(PVC)..........................................................................................................................44
Figura 12 – Amostra de aço revestido com polianilina após ensaio de
aderência....................................................................................................................45
Figura 13 – Seqüência das etapas que envolvem a obtenção da polianilina,
dopagem e sulfonação...............................................................................................49
Figura 14 – (a) Dispersor; (b) Reator encamisado e disco Cowles...........................50
Figura 15 – Turbo-eroder...........................................................................................56
Figura 16 – Equipamento utilizado no ensaio de lixiviação.......................................57
XI
Figura 17 – Local de imersão das placas em ambiente marinho..............................58
Figura 18 – Espectros de infravermelho (a) PAni EB; (b) PAni/HCl; (c) PAni/DBSA;
(d) SPAN....................................................................................................................60
Figura 19 – Curvas TGA da PAni EB, PAni/HCl, PAni/DBSA e SPAN......................62
Figura 20 – Concentração em volume de pigmentos (PVC) médio para as tintas
preparadas.................................................................................................................66
Figura 21 – Placas de aço (a) após o filme seco; (b) após 1536 h no ensaio de
névoa salina...............................................................................................................68
Figura 22 – Estrutura de plástico com as placas de aço revestidas, após uma
semana de imersão em ambiente marinho................................................................70
Figura 23 – Aspecto das placas de aço 1 a 3 revestidas com tintas comerciais
imersas em ambiente marinho ao longo do tempo (a) 10ª semana; (b) 21ª semana;
(c) 36ª semana...........................................................................................................71
Figura 24 – Aspecto da placa de aço 4 revestida com a T1-EB imersa em ambiente
marinho ao longo do tempo (a) 4ª semana; (b) 6ª semana; (c) 8ª semana;
(d) 10ª semana...........................................................................................................72
Figura 25 – Aspecto da placa de aço 5 revestida com a T1-EBPy imersa em
ambiente marinho ao longo do tempo (a) 4ª semana; (b) 6ª semana; (c) 8ª semana;
(d) 15ª semana...........................................................................................................73
Figura 26 – Aspecto da placa de aço 6 revestida com a T3-EBPAniHCl imersa em
ambiente marinho ao longo do tempo (a) 3ª semana; (b) 4ª semana; (c) 6ª semana;
(d) 8ª semana.............................................................................................................74
Figura 27 – Aspecto da placa de aço 7 revestida com a T3-EBPAniHCl imersa em
ambiente marinho ao longo do tempo (a) 3ª semana; (b) 4ª semana; (c) 6ª semana;
(d) 8ª semana.............................................................................................................75
Figura 28 – Aspecto da placa de aço 8 revestida com verniz imersa em ambiente
marinho ao longo do tempo (a) 2ª semana; (b) 4ª semana; (c) 6ª semana; (d) 8ª
semana.......................................................................................................................76
Figura 29 – Estruturas de plástico com as placas.....................................................78
XII
Figura 30 – Aspecto das placas de aço 9 a 11 revestidas com tintas comerciais
imersas na água do lago ao longo do tempo (a) 18ª semana; (b) 43ª semana;
(c) 68ª semana...........................................................................................................79
Figura 31 – Aspecto das placas de aço 12 a 14 revestidas com a T1-EB (Placa 12),
T3-EBPAniHCl (Placa 13) e Primer (Placa 14) imersas na água do lago ao longo do
tempo (a) 10ª semana; (b) 28ª semana; (c) 68ª semana...........................................80
Figura 32 – Aspecto da parte de trás das placas de aço 12 e 14, revestidas somente
com Primer, após 68 semanas de imersão................................................................81
Figura 33 – Concentração em volume de pigmentos (PVC) médio para as tintas
preparadas.................................................................................................................83
Figura 34 – Placas de aço (a) após o filme seco; (b) após 672 h no ensaio de névoa
salina..........................................................................................................................86
Figura 35 – Espectros de infravermelho (a) Resina Epóxi; (b) Resina Epóxi +
PAni/DBSA + Cu
2
O; (c) PAni/DBSA...........................................................................87
Figura 36 – Curvas TGA da Resina Epóxi, T1-EM, T4-EMPAniDBSA e T5-
EMSPANPy................................................................................................................89
Figura 37 – Teste de aderência para os revestimentos (a) Primer; (b) T1-EM; (c) T1-
EMPy; (d) T2-EMPAniEBPy; (e) T3-EMPAniHClPy; (f) T4-EMPAniDBSAPy; (g) T5-
EMSPAN; (h) TI..........................................................................................................92
Figura 38 – Placas revestidas com (a) Resina Epóxi; (b) T1-EM; (c) T1-EMPy;
(d) T2-EMPAniEB; (e) T2-EMPAniEBPy; (f) T3-EMPAniHCl; (g) T3-EMPAniHClPy;
(h) T4-EMPAniDBSA; (i) T4-EMPAniDBSAPy; (j) T5-EMSPAN; (k) T5-EMSPANPy
utilizadas no ensaio de erosão estática......................................................................93
Figura 39 – Variação de massa dos revestimentos durante ensaio de imersão em
modo estático.............................................................................................................94
Figura 40 – Revestimentos Resina Epóxi, T1-EM, T3-EMPAniHCl e M150 (a) antes
do ensaio; (b) após 576 h de imersão em modo dinâmico.........................................96
Figura 41 – Aspecto da placa de aço 15 revestida com Primer imersa em ambiente
marinho ao longo do tempo (a) 2ª semana; (b) 4ª semana; (c) 6ª semana;
(d) 9ª semana.............................................................................................................99
XIII
Figura 42 – Aspecto da placa de aço 16 revestida com a T1-EM imersa em
ambiente marinho ao longo do tempo (a) 6ª semana; (b) 9ª semana; (c) 13ª semana;
(d) 18ª semana.........................................................................................................100
Figura 43 – Aspecto da placa de aço 17 revestida com a T1-EMPy imersa em
ambiente marinho ao longo do tempo (a) 8ª semana; (b) 15ª semana; (c) 24ª
semana; (d) 45ª semana..........................................................................................101
Figura 44 – Aspecto da placa de aço 18 revestida com a T2-EMPAniEB imersa em
ambiente marinho ao longo do tempo (a) 6ª semana; (b) 11ª semana; (c) 20ª
semana; (d) 24ª semana..........................................................................................103
Figura 45 – Aspecto da placa de aço 19 revestida com a T2-EMPAniEBPy imersa
em ambiente marinho ao longo do tempo (a) 9ª semana; (b) 20ª semana; (c) 33ª
semana; (d) 41ª semana..........................................................................................104
Figura 46 – Aspecto da placa de aço 20 revestida com a T3-EMPAniHCl imersa em
ambiente marinho ao longo do tempo (a) 9ª semana; (b) 20ª semana; (c) 33ª
semana; (d) 41ª semana..........................................................................................106
Figura 47 – Aspecto da placa de aço 21 revestida com a T3-EMPAniHClPy imersa
em ambiente marinho ao longo do tempo (a) 16ª semana; (b) 20ª semana; (c) 43ª
semana; (d) 53ª semana..........................................................................................107
Figura 48 – Aspecto da placa de aço 22 revestida com a T4-EMPAniDBSA imersa
em ambiente marinho ao longo do tempo (a) 4ª semana; (b) 20ª semana; (c) 33ª
semana; (d) 41ª semana..........................................................................................108
Figura 49 – Aspecto da placa de aço 23 revestida com a T4-EMPAniDBSAPy imersa
em ambiente marinho ao longo do tempo (a) 11ª semana; (b) 20ª semana; (c) 43ª
semana; (d) 53ª semana..........................................................................................109
Figura 50 – Aspecto da placa de aço 24 revestida com a T5-EMSPAN imersa em
ambiente marinho ao longo do tempo (a) 20ª semana; (b) 33ª semana; (c) 45ª
semana; (d) 53ª semana..........................................................................................110
Figura 51 – Aspecto da placa de aço 25 revestida com a T5-EMSPANPy imersa em
ambiente marinho ao longo do tempo (a) 20ª semana; (b) 33ª semana; (c) 43ª
semana; (d) 53ª semana..........................................................................................111
XIV
Figura 52 – Aspecto da placa de aço 26 revestida com a TI imersa em ambiente
marinho ao longo do tempo (a) 9ª semana; (b) 20ª semana; (c) 43ª semana; (d) 53ª
semana.....................................................................................................................112
Figura 53 – Aspecto das placas de aço 27, 28 e 29 revestidas com a TI-PAniEB,
TI-PAniHCl e TI-PAniDBSA, respectivamente, imersas em ambiente marinho ao
longo do tempo (a) 20ª semana; (b) 33ª semana; (c) 45ª semana..........................114
Figura 54 – Estrutura metálica com as placas fixadas............................................117
Figura 55 – Aspecto da placa 30, sem revestimento, imersa em ambiente marinho
ao longo do tempo (a) 10ª semana; (b) 23ª semana................................................118
Figura 56 – Aspecto das placas 31 e 32 revestidas com a T1-EM e T1-EMPy,
respectivamente, imersas em ambiente marinho ao longo do tempo (a) 10ª semana;
(b) 23ª semana.........................................................................................................119
Figura 57 – Aspecto das placas 33 e 34 revestidas com a T2-EMPAniEB e T2-
EMPAniEBPy, respectivamente, imersas em ambiente marinho ao longo do tempo
(a) 10ª semana; (b) 23ª semana..............................................................................120
Figura 58 – Aspecto das placas 35 e 36 revestidas com a T3-EMPAniHCl e T3-
EMPAniHClPy, respectivamente, imersas em ambiente marinho ao longo do tempo
(a) 10ª semana; (b) 23ª semana..............................................................................121
Figura 59 – Aspecto das placas 37 e 38 revestidas com a T4-EMPAniDBSA e T4-
EMPAniDBSAPy, respectivamente, imersas em ambiente marinho ao longo do
tempo (a) 10ª semana; (b) 23ª semana...................................................................123
Figura 60 – Aspecto das placas 39 e 40 revestidas com a T5-EMSPAN e T5-
EMSPANPy, respectivamente, imersas em ambiente marinho ao longo do tempo (a)
10ª semana; (b) 23ª semana....................................................................................124
Figura 61 – Aspecto da placa 41 revestida com a tinta comercial Intersmooth 360
após 23 semanas de imersão em ambiente marinho...............................................126
Figura 62 – Taxa de liberação de cobre dos revestimentos durante ensaio de
lixiviação...................................................................................................................12
7
Figura 63 – Fotomicrografia de revestimentos (a) T1-EM; (b) T1-EMPy; (c) T5-
EMSPAN..................................................................................................................130
XV
Figura 64 – Fotomicrografia do revestimento T1-EMPy (a) após 53 semanas de
imersão; (b) ampliação do detalhe da matriz da resina base da tinta .....................131
Figura 65 – Fotomicrografias dos revestimentos (a) T3-EMPAniHClPy; (b) T4-
EMPAniDBSAPy após 53 semanas de imersão......................................................133
Figura 66 – Fotomicrografia do revestimento comercial TI após 53 semanas de
imersão.....................................................................................................................134
Figura 67 – Fotomicrografia do revestimento TI-PAniDBSA após 53 semanas de
imersão.....................................................................................................................135
XVI
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Características das principais espécies de macroorganismos
marinhos.....................................................................................................................25
Tabela 2 – Composição utilizada para as tintas........................................................49
Tabela 3 – Critérios para avaliação do ensaio de corrosão acelerada em névoa
salina..........................................................................................................................53
Tabela 4 – Classificação do teste de adesão............................................................54
Tabela 5 – Identificação dos polímeros condutores e seus respectivos
dopantes.....................................................................................................................59
Tabela 6 – Condutividade elétrica dos polímeros sintetizados..................................59
Tabela 7 – Nomenclatura das tintas obtidas no laboratório.......................................64
Tabela 8 – Composição dos pigmentos.....................................................................64
Tabela 9 – Volume de resina, pigmentos e carga e valor do PVC............................65
Tabela 10 – Resultado do ensaio de névoa salina para o revestimento
protetor.......................................................................................................................67
Tabela 11 – Tintas utilizadas nas placas de aço e espessura do filme seco da tinta
antifouling usada como acabamento..........................................................................69
Tabela 12 – Tintas utilizadas nas placas de aço e espessura do filme seco da tinta
antifouling usada como acabamento..........................................................................77
Tabela 13 – Composição dos pigmentos...................................................................82
Tabela 14 – Volume de resina, pigmentos e carga e valor do PVC..........................83
Tabela 15 – Medidas de viscosidade das tintas e torque do equipamento...............84
Tabela 16 – Resultado do ensaio de névoa salina para o revestimento
protetor.......................................................................................................................85
Tabela 17 – Classificação do teste de aderência para os revestimentos..................90
Tabela 18 – Revestimentos avaliados por imersão em modo dinâmico e medidas de
espessura inicial e final..............................................................................................95
Tabela 19 – Formulações preparadas com a tinta comercial TI e polianilina............97
XVII
Tabela 20 – Tintas utilizadas nas placas de aço e espessura do filme seco da tinta
antifouling usada como acabamento..........................................................................98
Tabela 21 – Tintas utilizadas nas placas de poli(cloreto de vinila)..........................116
XVIII
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
OTs – Organoestânicos
TBT – Tributilestanho
TPhT – Trifenilestanho
PAni – Polianilina
SPAN – Polianilina Sulfonada
MEV – Microscopia Eletrônica de Varredura
EDX – Análise de raio-X por Energia Dispersiva
PEC – Polímeros Extrinsecamente Condutores
PIC – Polímeros Intrinsecamente Condutores
DBSA – Ácido dodecilbenzeno sulfônico
K – Relação molar entre monômero e agente oxidante
EB – Base Esmeraldina
ES – Sal Esmeraldina
PVC – Concentração volumétrica de pigmentos
EIE – Espectroscopia de Impedância Eletroquímica
PyZn – Piritionato de zinco
ρ – Resistividade
σ – Condutividade
rpm – Rotações por minuto
cP – centipoise
XIX
RESUMO
O presente trabalho apresenta o estudo do desempenho de revestimentos
antifouling obtidos a partir de tintas contendo polianilina ou derivados de polianilina
aplicados sobre um substrato metálico e a comparação com tintas comerciais.
As tintas foram processadas utilizando equipamento adequado visando a obtenção
de produtos com qualidade equivalente aos disponíveis no mercado. Tanto a
polianilina e seus derivados como as tintas contendo estes polímeros em sua
formulação foram caracterizadas através de diferentes técnicas como
espectroscopia de infravermelho, análise termogravimétrica, condutividade elétrica e
microscopia eletrônica de varredura. Os revestimentos obtidos foram também
avaliados através de ensaios de névoa salina, lixiviação e erosão.
O desempenho antifouling dos revestimentos foi avaliado através de ensaios de
imersão in situ tanto em ambiente marinho como em água doce. Algumas das tintas
elaboradas contendo polianilina na sua formulação apresentaram resultados
antiincrustantes similares ao da tinta comercial INTERMARINE (International).
XX
ABSTRACT
Antifouling coatings were prepared with paints containing polyaniline (PAni) or its
derivatives and evaluated by antifouling performance on metallic or polyvinyl chloride
substrates.
The paints were prepared in particular equipment in order to produce a paint with
similar characteristics to those commercially available. The paints, the PAni and its
derivatives were characterized with FT-IR spectrophotometry, thermogravimetric
analysis, electrical conductivity and scanning electron microscopy. Beside that, the
coatings were also characterized by salt spray test, leaching and erosion.
The antifouling coatings performance was evaluated with immersion tests in marine
environment or in fresh water. Some of the paints containing PAni showed antifouling
performance similar to commercial antifouling paint.
1 INTRODUÇÃO
O interesse e a preocupação com a contaminação dos oceanos
aumentam constantemente, visto que a influência do homem sobre os ecossistemas
marinhos torna-se cada vez mais intensa. A maioria dos poluentes entra no
ambiente marinho resultando em efeitos desastrosos como danos aos recursos
vivos, riscos à saúde humana, obstáculos às atividades marinhas incluindo a pesca,
e prejuízo da qualidade da água.
[1]
Os cascos dos navios imersos no mar por qualquer período de tempo
estão sujeitos ao ataque de organismos incrustantes como cracas, mexilhões e
algas, resultando na diminuição significativa da eficiência operacional, com
conseqüente aumento nos custos devido principalmente ao aumento no consumo de
combustível. A incrustação destes organismos na ordem de 10 µm de espessura no
casco de um navio pode significar um aumento de 0,3 a 1% no consumo de
combustível.
[2]
Uma das atividades humanas que introduzem substâncias químicas no
ambiente marinho é o uso de tintas antiincrustantes aplicadas nos cascos de navios
para evitar que estes organismos se agarrem às embarcações. O princípio ativo
destas tintas antiincrustantes era constituído por compostos organoestânicos (OTs)
– Tributilestanho (TBT) ou Trifenilestanho (TPhT). A preocupação com o impacto
ambiental causado pela utilização destas tintas surgiu no início dos anos 80, quando
descobriu-se que os organismos que aderem aos cascos dos navios não eram as
únicas vítimas, ou seja, outros animais e plantas eram expostos. Um exemplo foi o
desenvolvimento de conchas anormalmente finas em ostras presentes em águas
contaminadas com os agentes antiincrustantes.
[1]
Além dos efeitos observados nas
culturas de ostras, vários estudos demonstraram os efeitos tóxicos dos compostos
organoestânicos em outras espécies marinhas como moluscos, algas e
zooplânctons, sob concentrações de poucos nanogramas por litro.
[3]
Entre os mais
significativos, estão os efeitos do TBT sobre a reprodução de ostras e
neogastrópodes, e indicam que o composto está entre os mais tóxicos já
introduzidos propositalmente no ambiente aquático.
[4]
Por este motivo, tintas à base de estanho sofreram forte oposição na
legislação de diversos países, inclusive do Brasil, onde sua utilização está proibida
Introdução
22
desde o início de 2003. Torna-se, portanto, urgente a escolha de outros aditivos
antifouling, efetivos e não agressivos ao meio ambiente. Não fosse o alto custo
envolvido na utilização de outros métodos de proteção antiincrustante de navios e
estruturas para ambiente marítimo (métodos físicos como aplicação de painéis,
tensão elétrica, UV, ultrasom, aquecimento, revestimentos hidrofóbicos a base de
silicone, etc)
[5]
o método convencional com tintas teria sido abandonado.
Já há alguns anos, os materiais conhecidos como polímeros
condutores eletrônicos vêm sendo empregados na fabricação de revestimentos
protetores contra a corrosão de metais tanto na sua forma dopada quanto na forma
desdopada.
[6,7,8,9,10,11,12]
Trata-se de uma tecnologia inovadora, ainda ausente no
Brasil em escala de mercado. Estes polímeros, quando em seu estado dopado e
condutor, são capazes de proteger o aço contra a corrosão através de um
mecanismo de proteção anódica (produção de uma camada de óxidos mistos de
ferro de alto poder protetor) além de serem capazes, no caso de uma fratura no
revestimento, regenerar a camada de óxidos metálicos.
Foi relatado que os polímeros condutores eletrônicos apresentam, além
desta capacidade de proteger metais contra a corrosão, também uma excelente
potencialidade para emprego como agentes antiincrustantes em tintas antifouling.
Tintas contendo óxido cuproso mais polianilina (PAni) ou seu derivado sulfonado
(SPAN), mostraram uma proteção antifouling muito mais efetiva que a tinta contendo
unicamente óxido cuproso, fazendo supor um efeito sinérgico entre estes dois
compostos.
[13]
A possibilidade de produzir tintas antifouling utilizando tais polímeros
pode tornar-se uma alternativa para substituir as tintas já existentes no mercado.
Este trabalho visa desenvolver e testar a aplicação destes polímeros em tintas
antiincrustantes e assim contribuir para o desenvolvimento da indústria nacional,
tendo em vista que a maioria destes produtos é importada.
2 OBJETIVOS
Esta tese de doutorado tem como objetivo geral a produção e
caracterização de tintas antifouling para a pintura de navios e estruturas metálicas a
serem utilizadas imersas na água.
Os objetivos específicos do trabalho são:
Desenvolver uma tecnologia que conduza à produção de uma classe
de tintas não convencionais contendo polímero condutor e que
apresente propriedades antifouling para organismos marinhos;
Realizar ensaios de imersão in situ para as diferentes tintas
produzidas, comparando os resultados com as tintas comerciais
importadas.
Caracterizar os produtos utilizando técnicas específicas da área de
tintas e técnicas de análise de polímeros.
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 TINTAS ANTIFOULING
Fouling biológico marinho, usualmente denominado biofouling marinho,
pode ser definido como uma acumulação indesejável de microrganismos, plantas e
animais em superfícies artificiais imersas na água do mar.
[14,15,16]
Esta acumulação
se dá em diferentes etapas. No primeiro estágio (primeiros minutos de imersão),
moléculas orgânicas de proteínas, polissacarídeos, glicoproteínas e outras, aderem
fisicamente à superfície, levando para um segundo estágio, que corresponde
aproximadamente às primeiras 24 h de imersão, onde bactérias e algas unicelulares
são adsorvidas. Subseqüentemente, a existência deste filme microbial provê
alimento suficiente para permitir a fixação, em um terceiro estágio, de esporos de
microalgas que constituirão um biofilme. Este biofilme permitirá a captura crescente
de mais partículas e organismos, como larvas de macroorganismos em 2 ou 3
semanas de imersão (quarto estágio). As condições são, então, favoráveis para a
fixação e crescimento de macroalgas ou marinhos invertebrados.
[16,17,18]
A Figura 1
representa esquematicamente os quatro estágios descritos acima.
Figura 1 – Esquema dos estágios de formação do biofouling
[18]
Revisão Bibliográfica
25
A Tabela 1 apresenta algumas características das principais espécies
de macroorganismos. Cada um dos grupos e subgrupos, que possuem
características diferenciadas, fixa-se mais ou menos, dependendo dos agentes
toxicantes que são incluídos nos diferentes produtos antifouling utilizados hoje em
dia.
Tabela 1 – Características das principais espécies de macroorganismos marinhos
[16]
Grupos Subgrupos Designação Descrição Exemplo de aspecto
típico
Algas
(plantas)
(a) verde,
(b) marrom e
(c) vermelha
(a)
Enteromorpha,
Ulva e
Cladophora;
(b) Ectocarus
e Fucus;
(c) Ceraminum
Somente plantas que
se fixam em
superfícies imersas:
(a) perto da
superfície;
(b) meia
profundidade;
(c) alta profundidade
Invertebrados
(animais)
Organismos
de conchas
dura (Hard
Shell)
Balanus
Crustáceos trunco-
cônicos ou cilíndricos
Barnacles
Barnacles são
Balanus que se fixam
à superfície por um
talo
Moluscos
Bivalves contendo
um animal
invertebrado em seu
interior
Fouling
bryozoans
Incrustações
calcáreas que se
multiplicam de um
único centro
Revisão Bibliográfica
26
Organismos
tipo “grama”
Hydroids ou
bryozoans
Organismos que
cobrem a superfície
como uma grama ou
pele
Organismos
tipo
“arbustos”
Hydroids ou
bryozoans
Como arbustos de
vários centímetros
Organismos
invertebrados
Ascidians
Constituído por uma
bolsa invertebrada
com duas aberturas
tubulares
Sponges e
Anemones do
mar
Invertebrados e
aspecto esponjoso
A fixação e o crescimento destes organismos que vivem em superfícies
imersas levam à deterioração de estruturas industriais como cascos de navio, linhas
de tubo e gaiolas de peixes com severas conseqüências financeiras.
[19,20]
No caso de navios, os efeitos adversos causados por esta fixação
biológica são bem conhecidos:
[14,16,21]
a) Alta resistência ao avanço, devido à aspereza produzida, que
leva a um aumento da massa e subseqüente redução da
velocidade potencial e queda na capacidade de manobras. Para
compensar isso, maior consumo de combustível é necessário, o
que causa aumento na emissão de componentes nocivos e no
custo da operação;
b) Aumento da freqüência de operações dry-docking, ou seja,
tempo é perdido e recursos são desperdiçados quando medidas
reparadoras são aplicadas;
Revisão Bibliográfica
27
c) Deterioração do revestimento por corrosão, descoloração, e
alteração da condutividade elétrica do material são favorecidos;
d) Introdução de espécies ao meio ambiente onde eles não estão
naturalmente presentes (espécies invasivas ou não-nativas).
É importante salientar que o grau de fouling depende não somente de
quanto tempo o navio permanece no porto ou navegando, mas especialmente a
natureza da água nas diferentes regiões do mundo.
[16]
Entre todas as soluções propostas desde o início da história da
navegação, é reconhecido universalmente que a prevenção pode ser alcançada pelo
uso de revestimentos marinhos contendo moléculas tóxicas chamadas biocidas.
[21]
Desta forma, tintas a base de copolímeros self-polishing contendo TBT foram o
maior sucesso no combate ao biofouling em navios.
[14,19,22]
Porém, seu uso difundido
causou severa poluição no ecossistema marinho e a legislação de diversos países
proibiu a fabricação de tintas antifouling utilizando estas moléculas ativas em Janeiro
de 2003, e a presença destas tintas nas superfícies dos navios a partir de Janeiro de
2008.
[16,21]
Esses cuidados ambientais em torno dos biocidas têm criado um
considerável interesse para produzir uma nova geração de tintas marinhas
protetoras. Mas a formulação do mais simples revestimento requer o entendimento
do fenômeno de atividade antifouling: o papel dos biocidas, as interações entre
superfície revestida e microrganismos e o controle da degradação da matriz
polimérica incluída nas tintas.
[19,23]
Uma extensa classe de componentes é usada como biocida em tintas
antifouling, incluindo óxido cuproso (Cu
2
O), piritionato de zinco, TBT, Irgarol 1051,
Diuron, SeaNine 211 e diclofluanide (Figura 2). Durante uso normal (pintado em um
casco de navio), estes compostos são diretamente liberados da superfície da tinta
para a água e ali permanecem de acordo com suas propriedades físico-químicas e
as condições do ambiente para o qual estão sendo liberados.
[24]
Estudos mostraram
que dois dos biocidas mais populares em uso, Irgarol 1051 e Diuron, persistem na
superfície da água, enquanto outros biocidas como piritionato de zinco, diclofluanide
e SeaNine 211 desaparecem rapidamente.
[25]
Revisão Bibliográfica
28
N
N
N
S
CH
3
NHCH(CH
2
)
2
(H
3
C)
3
CHN
N
S
Cl
Cl
O
C
8
H
17
N
(CH
3
)
2
NSO
2
SCCl
2
F
NS
O
O
S
N
Zn
2+
CN
ClCl
Cl
Cl
CN
Figura 2 – Estrutura química dos biocidas: (a) TBT; (b) Irgarol 1051; (c) Diuron; (d)
SeaNine 211; (e) Diclofluanide; (f) Piritionato de zinco; (g) Clorotalonil
e
(
f
)
Sn
CH
3
CH
2
CH
2
CH
2
CH
2
CH
2
CH
2
CH
3
CH
3
CH
2
CH
2
CH
2
H
Cl
Cl
NH C
O
N
CH
3
CH
3
(a)
(b)
(c)
(d)
e
(
f
)
(g)
Revisão Bibliográfica
29
Pouca atenção também é dada para a influência dos diferentes
parâmetros da água do mar no desempenho de tintas antiincrustantes quimicamente
ativas. Recentemente observou-se que reações químicas e fenômenos de difusão
são mecanismos chaves no desempenho de tintas antifouling baseadas em biocida,
e estas podem ser notavelmente afetadas pelas condições da água do mar.
[14,15]
Por exemplo, os valores de salinidade influenciam a dissolução de
muitas partículas de pigmento biocida (Cu
2
O) e a reação de componentes
importantes como a resina. A influência da temperatura também é significativa, pois
afeta a velocidade de todas as reações químicas, velocidade de dissolução e
processos de transporte associados com a atividade de tintas antifouling
quimicamente ativas. Estudos mostraram também que a solubilidade da resina
aumenta drasticamente com o aumento dos valores de pH.
[14,15]
Existem poucos estudos sobre tintas antifouling baseado na atividade
de moléculas (biocidas) e mais precisamente o efeito das características do filme na
eficiência da tinta (composição, heterogeneidade, microestrutura, degradação e
erosão).
[19,23]
Estudos mostram que dois parâmetros são essenciais: a erosão e a
presença de moléculas ativas no filme de tinta.
[19]
A Figura 3 exemplifica esses dois
processos.
Figura 3 – Ilustração esquemática (corte transversal) do comportamento de um
sistema antifouling exposto à água do mar
[14]
Revisão Bibliográfica
30
No esquema anterior, os pigmentos solúveis e os componentes da
resina reagem com os íons da água do mar dentro da camada mais externa da tinta
(camada lixiviada). Os produtos da reação difundem através dos poros da camada
lixiviada e do lodo microbiano até serem liberadas para a água do mar.
[15]
A erosão pode ser definida como uma lixiviação parcial do filme
causada pela degradação progressiva do filme de tinta. Duas maneiras de erosão
são citadas: erosão superficial e em massa, seguindo as características de
hidratação e degradação do polímero usado como veículo. A erosão da superfície
leva à revestimentos self-polishing tal como em tintas com TBT: a superfície é
renovada regularmente e o biocida continua ativo durante toda a vida útil do
revestimento (4 ou 5 anos) (Figura 4a). Esta erosão é observada em polímeros
hidrofóbicos cuja hidratação ocorre mais lentamente que a degradação.
[16,19]
No caso
da erosão em massa (o fenômeno mais comum para revestimentos livres de
estanho), a hidratação e a degradação ocorrem em toda a espessura do filme. A
presença de moléculas ativas na superfície da tinta depende de sua difusão.
[15,19]
As tintas usualmente utilizadas também podem ser classificadas em
matrizes do tipo solúvel e insolúvel, de acordo com as características químicas do
veículo (resina) e definidas pela sua solubilidade em água.
[14,16,20]
Tintas de matriz solúvel foram desenvolvidas com o fim de evitar a
perda de eficiência antifouling com o tempo pela incorporação de um veículo que
pode ser dissolvido na água do mar. O clássico material formador do filme nesses
sistemas contém elevadas proporções de resina (constituídas geralmente de
aproximadamente 85-90% de resinas de caráter ácido e com grupos carboxílicos).
Uma vez em contato com a água do mar, os grupos carboxílicos reagem com os
íons sódio e potássio presentes na água e, desta forma, liberam compostos de alta
solubilidade.
[14]
Estas tintas incorporam pigmentos tóxicos como óxidos de cobre,
ferro ou zinco e permitem somente a inclusão de baixa concentração de materiais
biosolúveis e a aplicação de filmes relativamente finos.
[16]
A alta velocidade de
dissolução resultante em água do mar e a fragilidade da resina forçaram a produção
de tintas com plastificantes e co-veículos. Esses ingredientes proporcionaram ao
sistema a formação do filme requerido e propriedades mecânicas junto com uma
velocidade de dissolução adequada.
[14]
Então, em virtude da constante erosão que
Revisão Bibliográfica
31
estas tintas sofrem em serviço, não fornecem proteção por mais que 12 a 15 meses
(Figura 4c).
[16]
Figura 4 – Mecanismos de funcionamento e taxas de liberação de biocida de tintas
antifouling: (a) self-polishing contendo estanho (TBT-SPC), (b) de matriz insolúvel e
(c) de matriz solúvel
[16]
Em tintas de matriz insolúvel, o polímero matriz é insolúvel e não sofre
polimento ou desgaste após imersão em água. Uma variedade de polímeros
comerciais de alta massa molar pode ser usada, e exemplos típicos são polímeros
vinílicos insolúveis, epóxi, acrílicos ou borracha clorada. As espécies dissolvidas
pela água do mar que penetram no filme têm que difundir através dos poros de
ligação formados após a dissolução dos pigmentos solúveis. Após um período de
tempo em serviço os íons de pigmentos dissolvidos têm que difundir através de uma
camada espessa onde a velocidade de liberação cai abaixo do valor mínimo
requerido para prevenir a incrustação como mostrado na Figura 4b.
[14,16]
Por esta
razão, a duração dos revestimentos obtidos com estas tintas está entre 12 a 24
a
(
c
)
(
b
)
Revisão Bibliográfica
32
meses, dependendo da severidade e condições de exposição, que limita sua
aplicação em alguns tipos de navios.
[16]
Esses tipos de revestimentos são
mecanicamente fortes, não suscetíveis a rachaduras e geralmente resistentes a
exposição atmosférica em meios não-aquosos (estáveis a oxidação e
fotodegradação).
[14]
A maioria dos sistemas de tintas quimicamente ativas conta com o uso
do pigmento Cu
2
O solúvel em água do mar para o controle da incrustação. A
dissolução de Cu
2
O em água do mar é dada pelas seguintes reações:
[14]
½ Cu
2
O
(s)
+ H
+
+ 2Cl
-
CuCl
2
-
+ ½ H
2
O
(l)
(1)
CuCl
2
-
+ Cl
-
CuCl
3
2-
(2)
A reação (1) é reversível e influenciada pela cinética, ao passo que a
reação (2) é reversível e instantânea e pode ser considerada em equilíbrio
permanente. Uma vez que a água do mar é um meio oxigenado, os complexos de
cobre são rapidamente oxidados a Cu
2+
, que é a espécie biocida principal formada a
partir do Cu
2
O.
[14,16]
Porém, os íons de cobre não são igualmente eficientes contra todos os
tipos de fouling, e a sensibilidade decresce da seguinte maneira: microorganismos,
invertebrados, algas, bivalves e macrófitos.
[26]
A quantidade de cobre nas tintas varia
tipicamente entre 4 a 30% em massa e a sua taxa de liberação depende dos
parâmetros descritos anteriormente, como tipo de resina, condições da água e
velocidade de difusão. Para aumentar efetivamente as propriedades antifouling,
biocidas orgânicos são freqüentemente adicionados em combinação com este
pigmento.
[27]
O cobre é um elemento essencial, exigido para o crescimento de
plantas e animais e ocorre comumente no meio. Estudos estimaram que a carga de
cobre liberada de tintas antifouling no mar é somente 3.000 t/ano comparado à
250.000 t/ano de desgaste natural das rochas.
[16]
Entretanto, altas concentrações
podem ser prejudiciais para algas e outros biotipos aquáticos. O cobre mostra uma
Revisão Bibliográfica
33
insignificante tendência para bioacumulação, e sua baixa solubilidade faz com que
precipite rapidamente e assim sua toxicidade decresce muito. A presença de
ligantes solúveis na água que se unem ao cobre reduzem a toxicidade,
provavelmente pelo decréscimo da concentração de íons de cobre livre.
[28]
Na Suécia foi proibido o uso de cobre em tintas antifouling em
embarcações de passeio em água doce e ao longo da costa sueca, no Mar Báltico.
A proibição está baseada no princípio de precaução e no medo de efeitos
prejudiciais ao ambiente marinho. Devido à severa quantidade de biofouling na costa
oeste sueca, o uso de tintas antifouling base-cobre é permitido contanto que o total
da taxa de liberação de cobre na água fique abaixo de 200 µg.cm
-2
após 14 dias e
abaixo de 350 µg.cm
-2
após 30 dias, medido conforme a norma ASTM D6442-
03.
[27,29]
Trentin et al
[30]
realizaram um estudo com três tipos de tinta: uma de
matriz insolúvel parcialmente erosível (I); uma tinta solúvel de um polímero self-
polishing controlado (II); uma tinta self-polishing com matriz menos solúvel que no
caso II (III). Óxido cuproso foi o principal biocida contido nas três formulações. As
tintas foram testadas com dois métodos convencionais: (1
o
) imersão estática das
amostras pintadas e (2
o
) pintadas no casco de um navio. Observou-se que no
primeiro método o produto (I) mostrou maior eficiência que o produto (II), visto que
seu período de inibição à fixação de incrustações foi superior a três anos. O produto
(II) mostrou-se efetivo por dois anos. No segundo método, o produto (II) teve uma
duração de aproximadamente três anos. Já o produto (III) perdeu sua eficiência após
um ano e meio de uso. Pesquisas similares foram realizadas por Valkirs et al
[31]
,
onde conclui-se claramente que todos os métodos de medida da taxa de liberação
de cobre são necessários e válidos, tanto análises in situ como os modelos de
medidas padronizados utilizados em laboratório.
Por outro lado, a microscopia eletrônica de varredura (MEV) produz
informações de maior valor no estudo de filmes de tintas antifouling do que as
obtidas a partir de testes de liberação convencional. É possível a titulação direta de
níveis de biocida restantes no filme, a visualização de sua distribuição na seção
transversal, a determinação do modo e velocidade de erosão. Usando análises de
Revisão Bibliográfica
34
MEV e EDX, as tintas podem ser classificadas pelas suas propriedades de erosão.
[19]
Dados experimentais obtidos demonstraram que a determinação de
taxas de liberação é inadequada para o entendimento da eficiência da tinta: taxas de
liberação idênticas não significam processos de difusão idênticos e também
distribuição de biocidas idêntica.
A Figura 5 mostra a distribuição e a evolução dos biocidas tolifluanide
e óxido cuproso. Para o tolifluanide, o raio-X demonstrou que a difusão ocorreu e
facilitou a liberação de moléculas localizadas na parte externa do filme. A
concentração do biocida junto à superfície de policarbonato, após 36 semanas de
imersão, foi similar ao início. As moléculas dispersadas migraram mais facilmente
que aquelas envolvidas em aglomerados. A tendência no caso do cobre (2) foi
diferente, nenhuma mudança significativa foi observada. A liberação pode ser
negligenciada: menos de 1% de moléculas foi determinada.
[19]
Figura 5 – Distribuição de biocidas na seção transversal da tinta, após 36 semanas de
imersão (1
) tolifluanide e (2) óxido cuproso
[19]
Exigências como eficiência, tempo de vida útil e compatibilidade
ambiental em produtos antifouling dependem basicamente do “mecanismo de
desempenho” do cobre dentro do revestimento aplicado na estrutura a ser
protegida.
[30]
Interface com a
água
Placa de
policarbonato
Moléculas liberadas (%): EDX 38 Moléculas liberadas (%): EDX 1
Revisão Bibliográfica
35
3.2 POLÍMEROS CONDUTORES
Os materiais poliméricos são usualmente conhecidos por sua elevada
resistividade elétrica, uma conseqüência básica das ligações covalentes saturadas
ao longo de suas cadeias. Entretanto, há algumas décadas, foi observado que
compostos poliméricos com ligações conjugadas permitem um aumento de até 15
ordens de grandeza na condutividade elétrica, quando submetidos a processos de
dopagem química ou eletroquímica
[32]
, ou seja, dependendo do grau de dopagem,
estes polímeros podem apresentar valores de condutividade elétrica tão díspares
que vão desde isolantes até condutores. Esta classe de materiais poliméricos foi
denominada de polímeros condutores. Alguns destes polímeros podem conduzir
corrente elétrica através do fluxo de partículas carregadas (íons) em seu interior ou
ao longo da cadeia, são os chamados de polímeros condutores iônicos.
[33]
Outros
materiais poliméricos, conhecidos como condutores eletrônicos
[34]
, podem permitir a
passagem de corrente elétrica através da movimentação de cargas parcialmente
deslocalizadas (polarons e bipolarons) ao longo da cadeia dos polímeros.
[33,35]
Polímeros convencionais como poli(cloreto de vinila), polibutadieno e
polietileno geralmente são utilizados como isolantes em aplicações na indústria
eletroeletrônica, porém, quando a estes polímeros incorporam-se cargas condutoras
como negro de fumo ou partículas metálicas, eles passam a conduzir eletricidade e
são chamados de Polímeros Extrinsecamente Condutores (PEC).
Os Polímeros Intrinsecamente Condutores (PIC) são formados por
moléculas que são caracterizadas por ligações duplas alternadas formando uma
estrutura ressonante com deslocalização dos elétrons da ligação π que podem
transitar livremente quando são gerados sítios livres na molécula do polímero. Ao
contrário dos condutores extrínsecos, os PIC não dependem da adição de materiais
condutores em sua matriz para conduzir eletricidade. A condução ocorre ao longo da
própria cadeia do polímero e é uma propriedade intrínseca deste.
Os PICs têm atraído considerável interesse devido a sua
potencialidade de uso em aplicações tecnológicas oriundas de suas propriedades
elétricas e ópticas. Entres as aplicações de maior importância se destacam: baterias
recarregáveis, sensores químicos e biosensores, proteção contra a corrosão, diodos
Revisão Bibliográfica
36
emissores de luz, dispositivos eletrônicos, janelas inteligentes e membranas íon
seletivas (Figura 6).
[36]
Entre os principais polímeros condutores encontram-se o politiofeno,
polifenileno, polipirrol e polianilina e seus derivados.
[34,35]
Figura 6 – Esquema mostrando várias aplicações conhecidas e propostas para
polímeros condutores, em função das suas propriedades
[36]
Dentre os polímeros condutores mais estudados, a polianilina e seus
derivados se destacam por apresentarem grandes possibilidades de aplicações.
[34,35]
Esta versatilidade se deve a sua estabilidade química no estado dopado, em
condições ambientais, facilidade de dopagem e de polimerização. Outro fator
extremamente interessante que tem sido observado é que a PAni e seus derivados
podem ser misturados com outros polímeros resultando em misturas com
interessantes propriedades elétricas, mecânicas e químicas.
[37,38,39,40,41]
POLÍMEROS CONDUTORES
Fotocondutividade Piezoeletricidade
Condutividade
Baterias
Plásticas
Micromotores
Transdutores
LEDs
Fotocopiadoras
Reações
fotoquímicas
Sensores
Superfície
condutora
Ferroma
g
netismo
Eletrocromismo
Ó
p
tica não-linear
Dispositivos
Eletrocrômicos
Armazenamento
magnético de
informações
Geradores
Harmônicos
Compósitos
condutores
Membranas
Revisão Bibliográfica
37
3.2.1 Polianilina e derivados
As polianilinas constituem uma classe de polímeros que possui a
fórmula geral representada na Figura 7.
Figura 7 – Estrutura genérica da polianilina
O valor de y representa as unidades repetitivas na forma reduzida e o
valor de 1-y unidades repetitivas na forma oxidada, sendo que y pode variar de 0 a
1. O estado totalmente oxidado (y = 0) é chamado pernigranilina, o estado
parcialmente oxidado e parcialmente reduzido (y = 0,5) é chamado esmeraldina e o
estado totalmente reduzido (y = 1) é chamado leucoesmeraldina (Figura 8).
[42]
N
H
N
H
y 1-y
x
N
N
Revisão Bibliográfica
38
N
N
N N
H H
H H
N
N
H H
H
N
+
N
+
C
-
C
-
H
N
N
N
N
Figura 8 – Estruturas da polianilina nos principais estados de oxidação, onde C
-
é o
contra íon dopante
Além dos diferentes estados de oxidação, as polianilinas podem
apresentar-se sob a forma protonada e desprotonada, sendo que a mais usada é na
forma condutora (esmeraldina sal), ou seja, parcialmente oxidada e protonada
(Figura 9).
Leucoesmeraldina
Esmeraldina
Pernigranilina
Revisão Bibliográfica
39
N
*
N
H
N
H
N
n
Polianilina Esmeraldina Base
+ HO
S
O
O
C
12
H
25
DBSA
++
n
O
-
O
-
SOO
C
12
H
25
SOO
C
12
H
25
N
H
*
N
H
N
H
N
H
Figura 9 – Dopagem da polianilina base esmeraldina pelo ácido
dodecilbenzenosulfônico (DBSA)
A polianilina é obtida através da oxidação da anilina (monômero). Esta
oxidação pode ser, dentre outras, da seguinte maneira:
a) Através da passagem de uma corrente elétrica apropriada
(Síntese Eletroquímica) – consiste na oxidação anódica da
anilina em solução eletrolítica sobre um eletrodo, geralmente a
platina;
[43,44,45,46]
b) Utilizando um oxidante químico apropriado
(Síntese Química)
consiste na polimerização oxidativa da anilina em meio ácido. O
oxidante químico mais comumente utilizado é o persulfato de
amônio em solução aquosa de ácido
clorídrico.
[47,48,49,50,51,52,53,54,55]
Entretanto, muitos outros agentes
Revisão Bibliográfica
40
oxidantes podem ser utilizados como dicromato de potássio
[50,56]
, peróxido de hidrogênio
[50,57]
e perclorato férrico.
[58]
A
concentração de monômero utilizada varia de 0,01 a 2 mol/L, e a
razão molar entre agente oxidante e monômero na síntese varia
entre 0,25 e 4.
A relação molar entre monômero e agente oxidante é expressa
pelo parâmetro K (equação 1).
oxox
mm
nN
nN
K =
Onde: N
m
é o número de elétrons do monômero envolvidos na
reação,
n
m
é o número de moles do monômero, N
ox
é o número
de elétrons do oxidante envolvidos na reação e
n
ox
o número de
moles do agente oxidante.
As propriedades e o rendimento da reação de polimerização da
anilina são influenciados pelo valor da constante K. Estudos
anteriores demonstraram que quanto maior o valor de K, maior é
a condutividade da polianilina, e menor o rendimento da
reação.
[36]
A partir de 1980 os estudos sobre a PAni como polímero condutor
apresentaram avanços significativos devido a enormes possibilidades de aplicações
práticas advindas de sua estabilidade e processabilidade. Inúmeras aplicações
tecnológicas têm sido descobertas para a polianilina e seus derivados, dentre as
quais menciona-se o seu uso como agente protetor contra a corrosão em aços
[59,60,61]
e ligas de alumínio.
[62,63,64]
O grande empecilho ao uso dos polímeros condutores eletrônicos em
larga escala é a sua dificuldade de processamento. Dentre estes polímeros, apenas
a PAni tem permitido um manuseio mais fácil, razão pela qual vem merecendo a
maioria do esforço de pesquisa. Entretanto, ela é fracamente solúvel (cerca de 2%)
e mesmo assim em solventes especiais, fortemente polares, de alto ponto de
ebulição, alta toxicidade e uso industrial restrito, como N-metilpirrolidinona ou N,N-
Equação 1
Revisão Bibliográfica
41
dimetilformamida, nos quais ela perde sua característica mais importante, a
condutividade. Os progressos mais recentes da literatura descrevem estratégias a
serem adotadas, permitindo melhorar consideravelmente a compatibilidade da PAni
com solventes usados normalmente na indústria de tinta. Dentre estas estratégias,
aparecem a utilização de tensoativos e a preparação de derivados da PAni,
especialmente a polianilina sulfonada,
[65,66,67]
a qual além de boa solubilidade,
apresenta auto-dopagem, pois os grupos dopantes encontram-se fixados na cadeia
do polímero.
Os derivados de PAni podem ser preparados pela substituição dos
átomos de hidrogênio nos anéis aromáticos ou nos nitrogênios imina. Esses
derivados também são bastante estudados, tendo sido observado que, de uma
maneira geral, eles apresentam como principal característica uma alta solubilidade
em solventes orgânicos. Esta característica por si só permite que esses polímeros
possam ser processados na forma de filmes auto-sustentáveis e de fibras.
[41]
As polianilinas sulfonadas ou auto-dopadas constituem um grupo de
polianilinas modificadas, onde o grupo sulfônico que proporciona a dopagem está
ligado quimicamente à cadeia principal (Figura 10).
[66,68]
SO
3
-
N
H
N
SO
3
-
N
n
Figura 10 – Fórmula estrutural da polianilina auto-dopada
Yue et al
[69]
sintetizaram SPAN através da sulfonação da esmeraldina
base (EB) com ácido sulfúrico fumegante, e obtiveram uma SPAN com metade dos
anéis aromáticos da cadeia principal contendo grupos sulfonatos. Eles constataram
que 50% de sulfonação é o suficiente para compensar todas as cargas positivas dos
átomos de nitrogênio protonado na forma esmeraldina sal. O polímero apresentou
Revisão Bibliográfica
42
baixa condutividade comparado com a PAni, em torno de 0,1 S/cm, mas apresentou
solubilidade muito maior em solventes aquosos.
[70]
3.2.2 Revestimentos contendo polímeros condutores eletrônicos
A proteção contra corrosão do aço através do uso de polímeros
condutores se tornou um assunto de grande interesse.
[71,72]
Dentro deste contexto,
demonstrou-se que revestimentos de polianilina são muito úteis para inibir a
corrosão do aço carbono quando aplicados por eletrodeposição ou spray.
[73,74]
Wessling et al
[75]
estabeleceram uma relação entre a proteção contra a corrosão
oferecida pela PAni e o aumento no potencial de corrosão e na atividade catalítica
do polímero condutor, o qual foi atribuído à formação de uma camada óxido-
passivadora do metal. Em outros estudos, mostrou-se que a base esmeraldina (EB),
forma não dopada da PAni, apresentou melhor resultado que o sal esmeraldina
(ES). Neste caso, sugeriu-se que a alta difusão dos íons de corrosão é responsável
pela proteção dada pela PAni-EB.
[59,76,77]
Já no caso da proteção
antifouling o único trabalho encontrado foi de
Wang
et al,
[13]
onde foi relatado que os polímeros condutores apresentam, além da
capacidade de proteger metais contra a corrosão, também um excelente
desempenho quando utilizados como agentes antiincrustantes em tintas
antifouling.
Estes revestimentos mostraram-se não-tóxicos, com baixa densidade e
condutividade elétrica relativamente estável. Tintas contendo óxido cuproso mais
PAni e SPAN, mostraram uma proteção
antifouling muito mais efetiva que a tinta
contendo unicamente óxido cuproso, fazendo supor um efeito sinérgico entre estes
dois compostos. Isto é devido, provavelmente, à transferência eletrônica especial
entre o íon cuproso (I)-cúprico (II) e a polianilina condutora que possui dois
processos redox em torno de 0,1 – 0,15 V/ECS e 0,6 – 0,7 V/ECS, respectivamente.
Outra possível explicação é que o revestimento condutor superficial tem um valor de
pH entre 4 e 5, que pode proporcionar um meio fracamente ácido, benéfico para
engrandecer o processo redox do íon cuproso (I)-cúprico (II) e melhorar o
comportamento
antifouling.
Revisão Bibliográfica
43
3.3 PVC E TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE REVESTIMENTOS
PROTETORES
3.3.1 Concentração volumétrica de pigmentos
Um dos mais úteis parâmetros empregados na descrição da
composição de uma tinta é a concentração volumétrica de pigmentos (PVC) que é a
fração volumétrica (percentual) do pigmento sobre o volume total de sólidos do filme
seco. O cálculo do PVC é dada pela seguinte equação:
[78]
100×
+
=
VvVp
Vp
PVC
onde,
V
p
= Volume de pigmento
V
v
= Volume de veículo sólido
A Figura 11 mostra a relação típica entre as propriedades para os dois
extremos: excesso de pigmento e excesso de veículo.
Equação 2
Revisão Bibliográfica
44
Figura 11 – Efeitos da variação da concentração em volume de pigmentos (PVC)
[78]
O entendimento de efeitos da geometria da composição
pigmento/veículo é facilitado quando se emprega o cálculo do PVC, ainda que na
realidade os sistemas em estudo possam apresentar desvios significativos do valor
calculado. Tais desvios existem devido às contrações sofridas durante os processos
de secagem, cura e trincamento da película.
[78]
3.3.2 Ensaio de aderência
O ensaio de aderência é realizado para avaliar a interação entre o
revestimento e o substrato.
[79]
A perda de adesão do revestimento junto ao substrato
pode ser causada por diversos processos onde os mais importantes são:
empolamento, delaminação e destacamento.
Revisão Bibliográfica
45
A Figura 12 apresenta a fotografia de uma amostra de aço revestida
com PAni após ensaio de aderência conforme a norma ASTM D3359.
[80]
Os autores
atribuem o fraco desempenho do revestimento contra a corrosão à perda de
aderência do revestimento entre outras causas.
Figura 12 – Amostra de aço revestido com polianilina após ensaio de aderência
[80]
3.3.3 Ensaio de câmara úmida
O objetivo deste teste é alterar os parâmetros cinéticos de corrosão
acelerando o processo corrosivo.
[79]
O ensaio é utilizado para caracterizar
revestimentos com um certo grau de porosidade, haja visto que a resposta frente à
corrosão de revestimentos muito resistentes se estenderia por um tempo muito
longo, inviabilizando o ensaio. A avaliação dos resultados é baseada principalmente
na densidade e tamanho do empolamento e no grau de corrosão apresentado.
3.3.4 Ensaio de névoa salina
Este ensaio geralmente é utilizado para avaliação da migração
subcutânea, onde os corpos de prova são arranhados em forma de X para posterior
análise.
[81]
A inspeção é feita utilizando padrões visuais do tamanho e da densidade
do empolamento e do grau de delaminação sob o revestimento.
Revisão Bibliográfica
46
3.3.5 Espectroscopia de impedância eletroquímica (EIE)
Medidas de impedância vêm sendo utilizadas para avaliação do
fenômeno de passivação anódica
[82]
e do desempenho de revestimentos protetores
contendo polímeros eletroativos.
[80,81,83]
O objetivo do método não é somente
estabelecer um modelo – circuito equivalente, mas também determinar os valores
dos componentes deste modelo.
[84]
Os dados eletroquímicos podem ser
relacionados com as propriedades de permeabilidade e resistência do filme,
absorção de água, adesão e processos de difusão na interface metal/revestimento.
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 REAGENTES E SOLVENTES
Para a síntese da polianilina foram utilizados Anilina (Synth), Persulfato
de amônio (NH
4
)
2
S
2
O
8
(Vetec), Ácido clorídrico HCl (Nuclear) e Hidróxido de amônio
NH
4
OH (Synth). Ácido dodecilbenzeno sulfônico – DBSA (NACURE 5076 – Kings
Industries Ltd, GB) foi empregado para a dopagem da polianilina base esmeraldina.
Na etapa de sulfonação da polianilina foram usados Dicloroetano
(Synth), Ácido clorosulfônico HSO
3
Cl (Vetec) e Acetona (Nuclear).
Para a fabricação das tintas foi utilizado Álcool n-butílico (Synth),
Xileno (Quimex), Dióxido de titânio (Polimerum Comp. Imp. Exp. Ltda), Óxido
cuproso (Transcor Ind. de Pigmentos e Corantes Ltda), Piritionato de zinco
(Delaware), Aditivos Disperbyk-2070 e BYK-410 (BYK – Chemie), Resina epóxi
ARALDITE GZ 7071X75 (bicomponente) e ARALDITE GZ 488N40-1 BR
(monocomponente) e Agente de cura ARADUR 450 BD, à base de poliamidoamina,
(HUNTSMAN – Aralsul), Talco (Polimerum Comp. Imp. Exp. Ltda).
Primer epóxi de dois componentes, INTERGARD 269 (International) foi
usado para dar proteção contra a corrosão às placas metálicas.
4.2 TINTAS COMERCIAIS
As seguintes tintas foram usadas como referência:
Tinta antiincrustante, INTERMARINE (International),
monocomponente de matriz solúvel.
Tinta antifouling, MARIN (Nautix), matriz mista.
Tinta antifouling, A3 (Nautix), self polishing.
Tinta antifouling Intersmooth 360 SPC (International),
copolímero self polishing livre de TBT.
Materiais e Métodos
48
4.3 SÍNTESE DA POLIANILINA
Para a síntese da PAni foi usado um reator de 20L de capacidade, com
agitação e resfriamento controlados. Os polímeros foram obtidos pela oxidação
química do monômero anilina, utilizando (NH
4
)
2
S
2
O
8
como agente oxidante e HCl
para acidificação do meio. A relação entre monômero e oxidante foi a mesma para
todas as sínteses, com valor de K= 2,2 (Equação 1) e a concentração de HCl de 6
M. O agente oxidante foi adicionado lentamente, mantendo a mistura reacional sob
agitação durante 8 h a -5
o
C (± 1
o
C).
Os polímeros foram filtrados, uma parte foi desdopado com NH
4
OH e
redopado com DBSA. A concentração do ácido dopante foi de 0,5 M.
4.3.1 Sulfonação da polianilina (SPAN)
PAni/HCl foi dispersa em 1,2 – dicloroetano (DCE), sendo aquecida até
80
o
C. O ácido clorosulfônico (HSO
3
Cl) foi diluído em DCE (concentração 1,5 M) e
gotejado lentamente na solução contendo PAni durante 30 min. A reação foi mantida
por 5 h sob agitação com um sistema de refluxo, para evitar a perda do dicloroetano.
A polianilina cloro sulfonada foi filtrada e dispersa em água, sendo
aquecida à 100
o
C e mantida nesta temperatura por mais 4 h para promover a
hidrólise. Finalmente o produto foi precipitado em acetona, filtrado sob vácuo e seco
em estufa a 60
o
C durante 24 h.
A Figura 13 mostra uma seqüência simplificada da obtenção da PAni
dopada e SPAN.
Materiais e Métodos
49
Figura 13 – Seqüência das etapas que envolvem a obtenção da polianilina, dopagem e
sulfonação
4.4 PREPARAÇÃO DAS TINTAS
As tintas foram preparadas utilizando equipamento específico para
esta finalidade e os componentes foram pesados conforme uma formulação básica
desenvolvida a partir dos estudos de Vallee-Rehel
et al
[85]
e adaptada ao nosso
sistema (Tabela 2).
Tabela 2 – Composição utilizada para as tintas
Componente Formulação sem PAni
(c)
(%)
Formulação com PAni
(c)
(%)
Resina em solução 27,7 25,1
Pigmentos 47,9 43,4
Carga 5,5 5,0
Solvente Xileno/Butanol (4:1)
(a)
13,8 20,1
Aditivos – Disperbyk 2070
(b)
Byk 410
4,8
0,3
6,1
0,3
(a) Quantidade inicial de solvente utilizada para fazer a dispersão e moagem dos pigmentos;
(b) 10% sobre a quantidade de Cu
2
O e PyZn, 3% sobre TiO
2
e 30% sobre PAni, conforme especificação do
produto;
(c) PAni utilizada como um dos pigmentos.
Polimerização da
anilina em HCl
PAni/HCl
Desdopagem
com NH
4
OH
PAni EB
Sulfonação com
HSO
3
Cl
Precipitação em
acetona
Lavagem e
secagem
Polianilina
sulfonada
(
SPAN
)
Tintas
Tintas
Dopagem com
DBSA
PAni/DBSA
Materiais e Métodos
50
Em um reator encamisado de 400 mL, misturou-se inicialmente a
resina, os aditivos e os solventes, em seguida adicionaram-se lentamente os pós
(pigmentos e carga) e fez-se uma pré-dispersão de aproximadamente 30 min
utilizando um dispersor da marca DISPERMAT N1 a uma velocidade de 5.000 rpm e
com um disco
Cowles acoplado (Figura 14).
Passado este tempo, esferas de zircônio foram adicionadas à mistura e
fez-se a moagem dos pigmentos até alcançar uma boa dispersão. O tamanho de
partícula da dispersão foi analisado com o auxílio de uma ferramenta chamada
grindômetro. Durante a dispersão, a velocidade do dispersor é aumentada para
aproximadamente 8.000 rpm para aumentar o atrito das esferas com a mistura.
Solvente também é adicionado durante a moagem, visto que com o aumento da
temperatura provocado pelo atrito com as esferas aumenta a viscosidade da tinta.
Uma boa moagem era alcançada quando se atingia um grau de fineza entre 6 e 7
Hegman (25 e 15
µm).
Por fim faz-se a completagem da tinta, adicionando-se resina e
solvente até alcançar a viscosidade desejada. As amostras foram acondicionadas
em recipientes plásticos.
Cabe salientar que a dispersão dos componentes da tinta na resina só
pode ser alcançada quando são observados alguns parâmetros de mistura como
velocidade de rotação do misturador, perfil da haste, tamanho de partícula do
moinho, etc.
[78]
Se estas condições não são observadas o desempenho da tinta é
bastante afetado.
Figura 14 – (a) Dispersor; (b) Reator encamisado e disco Cowles
a
(
b
)
Materiais e Métodos
51
4.5 PREPARAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA
Os corpos de prova para os testes de imersão in situ foram preparados
seguindo procedimentos padronizados. As tintas foram aplicadas sobre placas de
aço laminado a frio SAE 1010 (250x200x1)mm, previamente desengraxadas com
xileno, utilizando pincel. Os corpos de prova foram então acondicionados em local
livre de poeiras até completa secagem do revestimento.
Para os testes de imersão realizados no mar Mediterrâneo, as
diferentes formulações foram aplicadas sobre placas de poli(cloreto de vinila), de
dimensões (200x150x8)mm, previamente desgastadas por processo abrasivo e
desengraxadas com água e detergente e após etanol. A aplicação das tintas foi
realizada com pincel.
4.6 CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS
4.6.1 Espectroscopia infravermelho
Para a análise dos polímeros condutores utilizou-se pastilhas do
material com KBr. Os polímeros puros foram previamente moídos e secos para a
confecção das pastilhas. Foi utilizado um espectrômetro FTIR Perkin Elmer modelo
Spectrum 1000.
Foi utilizado um espectrômetro FTIR Nexus TM modelo Thermo Nicolet
para caracterizar as formulações parciais elaboradas e avaliar a possível interação
dos polímeros condutores (PAni EB, PAni/HCl, PAni/DBSA e SPAN) com a resina e
os biocidas.
4.6.2 Condutividade elétrica
A condutividade elétrica dos polímeros condutores foi medida usando o
método padrão das quatro pontas em um equipamento SIGNATONE model S-301-6,
Materiais e Métodos
52
associado a uma fonte Keithley 2400. O material a ser analisado foi pastilhado em
formato cilíndrico com 25 mm de diâmetro e espessura variável.
O método das quatro pontas
[86]
é baseado na aplicação de corrente
elétrica nos terminais externos, e a voltagem medida entre os dois terminais
internos.
A equação para a obtenção da resistividade de superfície (
ρ) é a
seguinte:
=
s
w
F
s
d
wC
I
V
ρ
onde:
ρ = resitividade da amostra;
I
V
= resistência medida pelo método das 4 pontas;
w = espessura da pastilha em centímetros;
s
d
C
= constante que relaciona o diâmetro das pastilhas e a distância entre as
pontas;
s
w
F
= constante que relaciona a espessura da pastilha e a distância entre as
pontas.
A condutividade pode ser obtida pela equação:
ρ
σ
1
=
Vários valores de tensão são aplicados e vários valores de corrente
são medidos obtendo-se um valor ponderado para a condutividade.
Equação 3
Equação 4
Materiais e Métodos
53
4.6.3 Análise termogravimétrica
As análises termogravimétricas foram realizadas com auxílio de um
aparelho TGA 2050 da Thermogravimetric Analyzer Instruments a uma taxa de
aquecimento de 20
o
C/min, de 0 a 1000
o
C e sob atmosfera de nitrogênio, utilizando o
software Termal Advantage para tratamento dos dados.
4.6.4 Medidas de espessura dos filmes
Para medir a espessura dos filmes utilizou-se o método de corrente
difusa com uma unidade de medida Byko-test 7500 fabricada pela BYK GARDNER.
As medidas foram repetidas 8 vezes e a média e o desvio padrão foram calculados.
4.6.5 Medidas de viscosidade
As medidas de viscosidade das tintas foram realizadas com o auxílio
de um viscosímetro spindle cone-placa Brookfield Programmable Viscometer modelo
HBDV–II+. O cone utilizado foi o CPE- 52, cuja faixa de trabalho é de 393 cP a
7,8x10
6
cP.
4.6.6 Ensaios de névoa salina
Os ensaios foram realizados em uma câmara de nebulização de NaCl
a 5% conforme as normas NBR para os seguintes critérios:
Tabela 3 – Critérios para avaliação do ensaio de corrosão acelerada em névoa salina
Parâmetro Grau Norma
Tamanho das bolhas T0 (min) a T5 (máx) NBR 5841/74
Densidade das bolhas D0 (min) a D5 (max) NBR 5841/74
Grau de enferrujamento F0 (min) a F5 (max) NBR 5770/84
Migração subcutânea mm NBR 787/76
Materiais e Métodos
54
As tintas foram aplicadas sobre placas de aço laminado a frio SAE
1010 (125x75x0,8)mm utilizando pincel. Os corpos de prova foram então
acondicionados em local livre de poeiras até completa secagem do revestimento. As
áreas não cobertas pelo revestimento foram pintadas com verniz (laca acrílica para
proteção de painéis). Uma incisão em forma de X foi feita sobre os revestimentos
para avaliar a migração subcutânea.
4.6.7 Teste de aderência
O teste foi feito conforme a norma ASTM D3359-97
[87]
que avalia
qualitativamente a aderência de uma ou mais camadas de tinta sobre sua base. As
amostras são cortadas até a base com seis cortes cruzados em ângulo reto. Uma
fita adesiva é aplicada e fortemente pressionada sobre os cortes. Em seguida a fita é
puxada rapidamente e a avaliação dos resultados é feita segundo classificação
descrita na Tabela 4.
Tabela 4 – Classificação do teste de adesão
Classificação Percentual da área removida
5B 0%
4B Menos que 5%
3B 5 - 15%
2B 15 - 35%
1B 35 - 65%
0B Mais que 65%
4.6.8 Testes de erosão
Utilizou-se desta ferramenta para avaliar a velocidade de erosão dos
revestimentos formulados através de dois métodos de imersão descritos a seguir.
Materiais e Métodos
55
4.6.8.1 Imersão em modo estático
As diferentes formulações foram aplicadas sobre placas de poli(cloreto
de vinila), de dimensões (25x50x3)mm, previamente desgastadas por processo
abrasivo e desengraxadas com água e detergente e após etanol.
A aplicação das tintas foi realizada com pincel. Após uma semana para
a secagem completa dos filmes a temperatura ambiente, as placas foram imersas
em água do mar artificial (norma ASTM D1141-90) a 40
o
C. O pH da água era
mantido a um valor constante de 8,2 com adição de NaOH ou HCl.
As amostras permaneceram neste banho por aproximadamente 90
dias e a avaliação da erosão foi através da perda de massa do revestimento.
4.6.8.2 Imersão em modo dinâmico
Utilizou-se um equipamento chamado Turbo-eroder (Figura 15) para a
realização deste ensaio. As formulações foram aplicadas em um cilindro de aço (45
mm de diâmetro e 70 mm de altura), previamente desgastado por processo abrasivo
e lavado.
O cilindro recebeu uma camada de tinta anticorrosão [M121 (Epóxi
Vinílica) – CASTELLANO & CIA]. Após a cura do primer, aplicaram-se os três
revestimentos a serem avaliados e um revestimento referência [M150 (Acrílica
Self-
Polishing
) – CASTELLANO & CIA]. Este foi imerso em água do mar artificial a 40
o
C
e colocado sob agitação em alta velocidade (650 rpm).
Controle rigoroso da condutividade, salinidade e pH da água era feito
duas vezes por semana. A avaliação da erosão se deu através do controle da
espessura dos revestimentos. O ensaio teve duração de aproximadamente 950 h.
Materiais e Métodos
56
Figura 15 – Turbo-eroder
4.6.9 Ensaio de lixiviação
O ensaio foi realizado em um equipamento Jar Test Microcontrolado
(Modelo JT-203), marca MILAN a uma velocidade de 60 rpm (norma ASTM D6442-
05)
[88]
.
Os corpos de prova foram preparados aplicando-se a tinta sobre placas
de resina epóxi (75x110)mm utilizando pincel. Após a completa secagem do
revestimento as placas foram presas em hastes de aço inoxidável e imersas em
solução NaCl 3,5%, Figura 16. Alíquotas desta solução foram avaliadas por um
espectrofotômetro de Absorção Atômica Perkin Elmer modelo 3300.
Materiais e Métodos
57
Figura 16 – Equipamento utilizado no ensaio de lixiviação
4.6.10 Análise do comportamento antifouling das tintas
As placas preparadas conforme descrito anteriormente foram fixadas
em estrutura de plástico e imersas nas águas do lago Guaíba – SAVA Clube/Porto
Alegre para avaliar a incrustação de organismos de água doce. Também próximo ao
mar (TRANSPETRO – Petrobrás Transporte S.A), entre o rio Tramandaí e a praia de
Imbé (Figura 17), para avaliar a incrustação de organismos marinhos.
O poder antiincrustante das tintas também foi avaliado no mar
Mediterrâneo, com imersão de placas no
Arsenal du Mourillon, Toulon – França.
Materiais e Métodos
58
Figura 17 – Local de imersão das placas em ambiente marinho
4.6.11 Microscopia eletrônica de varredura (MEV)
As análises foram realizadas em um microscópio eletrônico de
varredura da marca JEOL modelo JSM-5800 Scanning Electron Microscope,
acoplado ao equipamento EDS (Energy Dispersive System). Os revestimentos
avaliados foram depositados em um substrato de aço e metalizados para posterior
análise.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DA POLIANILINA E SEUS DERIVADOS
A PAni foi sintetizada conforme método descrito anteriormente. A partir
do polímero original (PAni/HCl), que depois de desdopado e redopado com DBSA,
originaram 4 amostras. Os resultados são descritos na Tabela 5.
Tabela 5 – Identificação dos polímeros condutores e seus respectivos dopantes
Polímero Dopante
PAni EB Dedopada
PAni/HCl HCl
PAni/DBSA DBSA
SPAN Auto-dopada
5.1.1 Caracterização dos polímeros condutores
5.1.1.1 Medidas de condutividade elétrica
Foram medidas as condutividades de todas as amostras pelo método
de 4 pontas.
[86]
A Tabela 6 apresenta os resultados obtidos.
Tabela 6 – Condutividade elétrica dos polímeros sintetizados
Polímero Condutividade Elétrica (S/cm)
PAni EB
< 1,0x10
-10
PAni/HCl
39
PAni/DBSA
0,3
SPAN 1,4
Observa-se que a PAni/HCl apresentou o maior valor de condutividade.
Este valor é influenciado pelo fator K, calculado conforme mostrado na Equação 1,
onde a PAni foi sintetizada utilizando-se excesso de monômero. Quanto maior o
fator K, maior é a condutividade da PAni e menor é o rendimento da reação.
[36,89]
Resultados e Discussão
60
Geralmente quanto menor o tamanho da cadeia do ácido, mais
facilmente este difunde dentro da cadeia do polímero condutor e mais efetivo é o
processo de dopagem. Desta forma pode-se explicar o valor de condutividade
apresentado pela PAni/HCl e PAni/DBSA com relação aos agentes dopantes.
Não foi possível medir a condutividade da polianilina desdopada (PAni
EB), o que significa que este polímero tem condutividade menor que 10
-10
S/cm, haja
visto que este valor é o limite de medida do equipamento.
5.1.1.2 Espectroscopia infravermelho
Todas as amostras foram submetidas à análise de espectroscopia
infravermelho e para todas elas os espectros comprovaram a obtenção dos
polímeros desejados e a interação com o dopante. A Figura 18 mostra os espectros
de infravermelho para a PAni EB, PAni/HCl, PAni/DBSA e SPAN.
Figura 18 – Espectros de infravermelho (a) PAni EB; (b) PAni/HCl;
(c) PAni/DBSA; (d) SPAN
No espectro da PAni EB observam-se duas fortes bandas de absorção
em 1586 cm
-1
e 1495 cm
-1
atribuídas ao estiramento das ligações C=C do anel
aromático dos grupos quinóide (Q) e benzenóide (B) respectivamente. Nos
Resultados e Discussão
61
espectros da PAni/HCl e PAni/DBSA estas bandas se deslocam para regiões de
menor número de onda (1560 e 1475 cm
-1
e 1557 e 1479 cm
-1
, respectivamente)
devido à criação de cargas positivas na cadeia do polímero evidenciando um
comportamento característico de polímero dopado.
Estes valores são semelhantes
aos descritos na literatura por outros autores que também trabalham na área de
polímeros condutores.
[90,91]
A banda presente no espectro da PAni EB em 1376 cm
-1
relacionada
ao estiramento C-N das unidades QBQ desaparece completamente nos espectros
da PAni/HCl e PAni/DBSA, revelando que o processo de dopagem com a formação
do polaron (C-N
+
)
foi bastante efetivo.
[79]
A intensidade da banda na região de 1300 cm
-1
atribuída ao
estiramento das ligações C-N-H diminui devido ao aumento na planaridade
proporcionada pelas mudanças na conformação da molécula depois da dopagem. A
banda em 1144 cm
-1
na PAni EB atribuída às ligações N=Q=N sofre um pequeno
deslocamento depois da dopagem aparecendo em 1134 cm
-1
para PAni/HCl e 1121
cm
-1
para PAni/DBSA pela formação dos polarons H
+
N=Q=NH
+
. As bandas em 1030
cm
-1
e 1004 cm
-1
que estão presentes apenas no espectro da PAni/DBSA são
atribuídas às ligações S=O do ácido sulfônico utilizado como dopante.
[79]
No espectro da SPAN, também é possível observar as bandas em
1580 cm
-1
e em 1477 cm
-1
atribuídas ao estiramento das ligações C=C do anel
aromático dos grupos quinóide (Q) e benzenóide (B). As bandas em 1070 cm
-1
e
1019 cm
-1
são atribuídas à deformação assimétrica e simétrica da ligação S=O,
respectivamente. Em 813 cm
-1
observa-se a deformação fora do plano do anel tri-
substituído 1, 2 e 4. As bandas em 700 cm
-1
e em 603 cm
-1
são atribuídas às
ligações S-O e C-S, respectivamente.
[36]
5.1.1.3 Análise termogravimétrica
Utilizou-se esta ferramenta para avaliar a estabilidade térmica dos
polímeros, pois o processamento das tintas geralmente inclui etapas de mistura
onde o polímero pode ser submetido à temperaturas relativamente altas. Na Figura
19 são apresentados as curvas TGA para a PAni EB, PAni/HCl, PAni/DBSA e SPAN.
Resultados e Discussão
62
Figura 19 – Curvas TGA da PAni EB, PAni/HCl, PAni/DBSA e SPAN
Nas curvas TGA acima se observa um primeiro evento térmico em
aproximadamente 80
o
C para todas as amostras, atribuído à perda de umidade dos
polímeros. Para a PAni EB um segundo evento térmico é observado a partir de
aproximadamente 400
o
C e está associado a degradação da cadeia polimérica.
Na curva TGA da PAni/HCl pode-se notar claramente um segundo
evento iniciando em aproximadamente 175
o
C que pode ser associado à evolução do
ácido dopante e degradação de oligômeros. O terceiro evento na curva
termogravimétrica para este polímero inicia-se em torno de 300
o
C e está relacionado
a um rearranjo estrutural onde pode estar ocorrendo quebra nas extremidades da
cadeia. O quarto evento, iniciando-se em aproximadamente 500
o
C está associado à
degradação da cadeia polimérica.
[92,93]
Para a PAni/DBSA, o segundo evento térmico está associado à
degradação do ácido dopante
e da cadeia polimérica, iniciando em
Resultados e Discussão
63
aproximadamente 200
o
C. Estes dois eventos ocorrem simultaneamente devido a
afinidade entre o ácido dopante e a cadeia polimérica.
Esta diferença nas temperaturas de saída dos dopantes para a
PAni/HCl e PAni/DBSA diz respeito à volatilidade e à interação de cada ácido com o
polímero. O HCl é mais volátil que o DBSA e evolui da amostra em temperaturas
menores.
Para a SPAN, um segundo evento térmico inicia-se em torno de 220
o
C
e está associado a degradação do SO
3
H ligado ao anel aromático. A degradação da
cadeia principal do polímero ocorre a partir de aproximadamente 300
o
C.
As análises termogravimétricas indicam que a PAni EB pode ser
utilizada em aplicações onde a temperatura esteja abaixo de aproximadamente
400
o
C, que é a temperatura de início de degradação deste polímero. Já a PAni/HCl,
PAni/DBSA e SPAN podem ser utilizados em aplicações onde a temperatura esteja
abaixo de aproximadamente 200
o
C.
5.2 PROCESSAMENTO DAS TINTAS
As tintas foram processadas em equipamento específico conforme
descrito no capítulo referente a MATERIAIS E MÉTODOS.
Foram obtidas 13 amostras que diferem entre si no tipo de veículo
(resina epóxi) utilizado, quantidade e tipo de pigmentos. A Tabela 7 descreve a
nomenclatura utilizada para estas tintas.
Resultados e Discussão
64
Tabela 7 – Nomenclatura das tintas obtidas no laboratório
Amostra Resina Epóxi Pigmentos
T1-EB Bicomponente Cu
2
O; TiO
2
T1-EBPy Bicomponente Cu
2
O; TiO
2
; PyZn
T1-EM Monocomponente Cu
2
O; TiO
2
T1-EMPy Monocomponente Cu
2
O; TiO
2
; PyZn
T2-EMPAniEB Monocomponente Cu
2
O; TiO
2
; PAni EB
T2-EMPAniEBPy Monocomponente Cu
2
O; TiO
2
; PAni EB; PyZn
T3-EBPAniHCl Bicomponente Cu
2
O; TiO
2
; PAni/HCl
T3-EMPAniHCl Monocomponente Cu
2
O; TiO
2
; PAni/HCl
T3-EMPAniHClPy Monocomponente Cu
2
O; TiO
2
; PAni/HCl; PyZn
T4-EMPAniDBSA Monocomponente Cu
2
O; TiO
2
; PAni/DBSA
T4-EMPAniDBSAPy Monocomponente Cu
2
O; TiO
2
; PAni/DBSA; PyZn
T5-EMSPAN Monocomponente Cu
2
O; TiO
2
; SPAN
T5-EMSPANPy Monocomponente Cu
2
O; TiO
2
; SPAN; PyZn
Como foram utilizados dois tipos de resina epóxi na preparação das
amostras, optou-se por dividir este subcapítulo em duas partes para melhor elucidar
os resultados obtidos.
5.2.1 Revestimentos à base de resina epóxi bicomponente
Foram obtidas 3 amostras com a mesma formulação básica descrita na
Tabela 2, diferindo na quantidade e tipo de pigmento utilizado. A Tabela 8 apresenta
as quantidades e os tipos de pigmentos utilizados no processamento destas tintas.
Tabela 8 – Composição dos pigmentos
Pigmento T1-EB T1-EBPy T3-EBPAniHCl
Cu
2
O (%) 98,4 98,4 78,7
TiO
2
(%) 1,6 1,6 1,3
PyZn
(a)
(%) - 5,0 -
PAni/HCl (%) - - 20,0
(a) % sobre a massa total da formulação
Resultados e Discussão
65
Um dos parâmetros empregados na descrição da composição de uma
tinta é a concentração volumétrica de pigmentos (PVC) que é a fração volumétrica
(percentual) do pigmento sobre o volume total de sólidos do filme seco.
[78]
A Tabela
9 mostra o volume da resina, dos pigmentos e da carga utilizados no
processamento destas tintas, bem como o valor do PVC calculado conforme a
Equação 2. As densidades dos componentes são as seguintes: Resina epóxi = 1,1
g/cm
3
; Cu
2
O = 2,7 g/cm
3
; TiO
2
= 3,35 g/cm
3
; PAni ~ 1,36 g/cm
3
; PyZn = 1,55 g/cm
3
e
Talco = 1,38 g/cm
3
.
Tabela 9 – Volume de resina, pigmentos e carga e valor do PVC
Volume (cm
3
)
Amostra
Resina Cu
2
O TiO
2
PAni PyZn Talco PVC
(%)
T1-EB 68,2 63,0 0,8 - - 14,5 53,5
T1-EBPy 68,2 63,0 0,8 - 11,6 14,5 56,9
T3-EBPAniHCl 68,2 50,4 0,7 25,4 - 14,5 57,2
A concentração em volume de pigmentos (PVC) das tintas preparadas
no laboratório permaneceu em torno de 55%, isto indica que a quantidade de
pigmento está um pouco acima da quantidade de veículo.
Segundo a ilustração da Figura 20 podemos observar que as mesmas
deverão apresentar baixa propensão à corrosão, baixa permeabilidade, pouco brilho
e alguma tendência à formação de bolhas.
Resultados e Discussão
66
Figura 20 – Concentração em volume de pigmentos (PVC) médio para as tintas
preparadas
5.2.1.1 Obtenção dos revestimentos e caracterização
As tintas aplicadas nas placas de aço conforme procedimento descrito
na seção relativa aos MATERIAIS E MÉTODOS constitui um revestimento protetor.
5.2.1.1.1
Ensaio de névoa salina
O ensaio de névoa salina foi realizado somente com a amostra T1-EB
para avaliar o desempenho da resina utilizada frente à corrosão. Foram preparados
3 corpos de prova.
Para que se possa fazer uma análise comparativa da proteção entre os
revestimentos é necessário que estes apresentem espessura de filme semelhante.
Resultados e Discussão
67
As espessuras dos filmes foram medidas e obteve-se uma espessura média de
(151,1
± 1,3)µm.
A análise dos resultados seguiu as normas para cada critério (Tabela 3,
página 51) e estão apresentados na Tabela 10.
Tabela 10 – Resultado do ensaio de névoa salina para o revestimento protetor
Tempo de ensaio (h)
Corpo de
Prova
648 672 720 840 936 1394 1536
MS*
1
F0,T0,D0 F0,T2,D2 F0,T2,D2 F0,T3,D2 F0,T3,D3 F0,T4,D3 F0,T4,D3
Zero
2
F0,T0,D0 F0,T0,D0 F0,T2,D2 F0,T3,D2 F0,T3,D3 F0,T4,D3 F0,T4,D3
Zero
3
F0,T0,D0 F0,T2 D2 F0,T2,D2 F0,T3,D2 F0,T3,D2 F0,T4,D2 F0,T4,D3
Zero
*MS Æ migração subcutânea
Observou-se que o desempenho da resina testada foi excelente,
apresentando pequena formação de bolhas somente após 672 h de ensaio. Com o
passar do tempo o tamanho e a densidade das bolhas foram aumentando. Após
1536 h de ensaio as amostras foram retiradas e o grau de enferrujamento e a
migração subcutânea para todas as amostras foi zero. A Figura 21 mostra as
amostras antes e após o ensaio de névoa salina.
Como podemos observar na Figura 21b, apesar do revestimento
apresentar formação de bolhas de tamanho elevado (T4), porém com densidade
intermediária (D3), o grau de enferrujamento nas amostras foi zero (F0). A corrosão
que aparece sobre a tinta é referente ao escorrimento das bordas e à incisão feita
nas tintas para avaliar uma possível migração subcutânea.
Resultados e Discussão
68
Figura 21 – Placas de aço (a) após o filme seco; (b) após 1536 h no ensaio de névoa
salina
5.2.1.1.2
Análise do comportamento antifouling dos revestimentos
Para avaliar a capacidade antiincrustante dos revestimentos, as placas
de aço preparadas no laboratório foram imersas tanto em ambiente marinho, com
salinidade em torno de 2,5%, como em água doce.
(a)
(b)
Resultados e Discussão
69
5.2.1.1.2.1 Teste na água do rio Tramandaí, Imbé – RS
Foram preparadas 8 placas para serem avaliadas. A Tabela 11 mostra
o sistema de pintura utilizado e a espessura do filme seco da tinta antiincrustante
utilizada como acabamento.
Tabela 11 – Tintas utilizadas nas placas de aço e espessura do filme seco da tinta
antifouling usada como acabamento
Placa Fundo Acabamento Espessura do
acabamento (µm)
1 Primer Tinta antiincrustante INTERMARINE (TI)
154,7 ± 0,5
2 Primer Tinta antifouling MARIN (TNM)
116,3 ± 0,4
3 Primer Tinta antifouling A3 (TNA3)
154,7 ± 0,6
4 Primer T1-EB
142,7 ± 0,5
5 Primer T1-EBPy
141,5 ± 1,0
6 - T3-EBPAniHCl
261,6 ± 0,9
7 Primer T3-EBPAniHCl
178,1 ± 0,6
8 Verniz -
48,3 ± 0,8
O Primer foi utilizado para dar proteção contra corrosão nas placas de
aço. As espessuras dos filmes foram medidas e obteve-se uma espessura média de
(124,9
± 3,1)µm.
As placas 1, 2 e 3 receberam tintas comerciais e foram utilizadas como
referência. A placa 6 não recebeu fundo com a finalidade de avaliar, além da
propriedade
antifouling da PAni, o seu desempenho frente a corrosão. A placa 8 foi
usada como branco, já que não recebeu acabamento antiincrustante.
A espessura é maior nas placas revestidas com a tinta T3-EBPAniHCl
devido ao fato desta estar com uma viscosidade um pouco mais elevada. Como a
placa 6 não recebeu a camada de Primer, aplicou-se uma camada mais espessa do
revestimento
antifouling.
A Figura 22 mostra a estrutura construída com tubos de poli(cloreto de
vinila) onde se fixaram as placas revestidas.
Resultados e Discussão
70
Figura 22 – Estrutura de plástico com as placas de aço revestidas, após uma semana
de imersão em ambiente marinho
As Figuras 23 a 28 mostram o aspecto dos corpos de prova
mergulhados em ambiente marinho (rio Tramandaí) ao longo do tempo.
1
2
3
4
5
6
7
8
Resultados e Discussão
71
Figura 23 – Aspecto das placas de aço 1 a 3 revestidas com tintas comerciais imersas
em ambiente marinho ao longo do tempo (a) 10ª semana; (b) 21ª semana; (c) 36ª
semana
Placa 1 – TI (a) (b) (c)
(b) (c) Placa 2 – TNM (a)
(b) (c) Placa 3 – TNA3 (a)
Resultados e Discussão
72
Na placa revestida com a tinta antiincrustante INTERMARINE (placa 1),
não observou-se nenhuma incrustação no decorrer das semanas, somente a
formação de lodo. As placas revestidas com as tintas
antifouling MARIN e A3, placas
2 e 3 respectivamente, observou-se a adesão de
Balanus
[16]
ou cracas já na 21ª
semana de imersão, não atendendo a expectativa de eficiência descrita no boletim
técnico de no mínimo 24 semanas sem incrustação.
Figura 24 – Aspecto da placa de aço 4 revestida com a T1-EB imersa em ambiente
marinho ao longo do tempo (a) 4ª semana; (b) 6ª semana; (c) 8ª semana;
(d) 10ª semana
(a) (b)
(c) (d)
Resultados e Discussão
73
Na placa de aço revestida com a tinta T1-EB (Figura 24), observou-se
a incrustação de
Balanus a partir da 4ª semana de imersão, aumentando a
quantidade destes organismos com o passar do tempo. Na 10ª semana de imersão,
a placa estava completamente recoberta por estes organismos.
Figura 25 – Aspecto da placa de aço 5 revestida com a T1-EBPy imersa em ambiente
marinho ao longo do tempo (a) 4ª semana; (b) 6ª semana; (c) 8ª semana; (d) 15ª
semana
(a) (b)
(c) (d)
Resultados e Discussão
74
Na placa revestida com a tinta T1-EBPy (Figura 25), com 4 semanas
de imersão observou-se uma grande quantidade de sujeira proveniente da água
recobrindo a placa, não podendo distinguir a aderência de cracas. Porém, na 6ª
semana de imersão nota-se claramente a presença destes organismos, a qual
aumenta com o passar do tempo. A adição de piritionato de zinco (PyZn) na
formulação não alterou o desempenho desta tinta frente a incrustação de
organismos marinhos.
Figura 26 – Aspecto da placa de aço 6 revestida com a T3-EBPAniHCl imersa em
ambiente marinho ao longo do tempo (a) 3ª semana; (b) 4ª semana; (c) 6ª semana;
(d) 8ª semana
(a) (b)
(c) (d)
Resultados e Discussão
75
Figura 27 – Aspecto da placa de aço 7 revestida com a T3-EBPAniHCl imersa em
ambiente marinho ao longo do tempo (a) 3ª semana; (b) 4ª semana; (c) 6ª semana;
(d) 8ª semana
Nas placas de aço revestidas com a tinta T3-EBPAniHCl (Figuras 26 e
27), observou-se a incrustação de
Balanus já a partir da 3ª semana de imersão,
aumentando com o decorrer das semanas. Além disto, nota-se o surgimento de
corrosão na borda inferior da placa 7 (Figura 27), mesmo tendo sido usado Primer.
Atribui-se esta corrosão ao fato de a placa ter estado em contato com uma corrente
metálica usada para ancorar os barcos e que estava próxima ao local onde foi
mergulhada a estrutura com as placas.
(a)
(b)
(c) (d)
Resultados e Discussão
76
Testes posteriores mostraram que o caráter básico do agente de cura
utilizado na tinta desdopa a PAni, a qual perde a sua principal propriedade que é a
condutividade.
Figura 28 – Aspecto da placa de aço 8 revestida com verniz imersa em ambiente
marinho ao longo do tempo (a) 2ª semana; (b) 4ª semana; (c) 6ª semana; (d) 8ª semana
A placa revestida apenas com verniz (Figura 28) e que foi utilizada
como branco, apresentou incrustação a partir da 2ª semana de imersão. A partir da
8ª semana começaram a surgir pontos de corrosão nesta placa de aço.
(a) (b)
(c) (d)
Resultados e Discussão
77
5.2.1.1.2.2 Teste na água do lago Guaíba
A Tabela 12 apresenta a tinta utilizada em cada uma das 6 placas
preparadas para este ensaio bem como a espessura do filme seco da tinta
antiincrustante utilizada como acabamento.
Tabela 12 – Tintas utilizadas nas placas de aço e espessura do filme seco da tinta
antifouling usada como acabamento
Placa Fundo Acabamento Espessura do
acabamento (µm)
9 Primer Tinta antiincrustante INTERMARINE (TI)
98,3 ± 0,9
10 Primer Tinta antifouling MARIN (TNM)
76,4 ± 0,8
11 Primer Tinta antifouling A3 (TNA3)
153,1 ± 0,9
12 Primer T1-EB
174,2 ± 1,0
13 Primer T3-EBPAniHCl
203,9 ± 1,5
14 Primer - -
As espessuras dos filmes do Primer foram medidas e obteve-se uma
média de (94,7
± 2,1)µm. A placa 14 foi usada como branco, visto que não tinha
acabamento antiincrustante.
A espessura é maior nas placas revestidas com as tintas preparadas
no laboratório devido ao fato destas estarem com uma viscosidade mais elevada.
A Figura 29 mostra as estruturas de plástico onde se fixaram as placas
revestidas.
Resultados e Discussão
78
Figura 29 – Estruturas de plástico com as placas
As Figuras 30 e 31 mostram o aspecto das placas de aço mergulhadas
na água do lago ao longo do tempo.
9 10 11
12
13
14
Resultados e Discussão
79
Figura 30 – Aspecto das placas de aço 9 a 11 revestidas com tintas comerciais
imersas na água do lago ao longo do tempo (a) 18ª semana; (b) 43ª semana; (c) 68ª
semana
Placa 9 – TI (a) (b)
Placa 10 - TNM (a)
Placa 11 – TNA3 (a) (b)
(b)
(c)
(c)
(c)
Resultados e Discussão
80
Figura 31 – Aspecto das placas de aço 12 a 14 revestidas com a T1-EB (Placa 12),
T3-EBPAniHCl (Placa 13) e Primer (Placa 14) imersas na água do lago ao longo do
tempo (a) 10ª semana; (b) 28ª semana; (c) 68ª semana
Placa 12 (a)
Placa 13 (a)
Placa 14 (a)
(b)
(b)
(b) (c)
(c)
(c)
Resultados e Discussão
81
Nas placas de aço revestidas com as tintas comerciais (Figura 30) não
se observou a incrustação de organismos durante as 68 semanas de avaliação,
somente a formação de lodo, o qual era facilmente removido quando lavado com
água.
As placas revestidas com as tintas preparadas no laboratório e aquela
revestida somente com Primer (Figura 31) apresentaram uma maior formação de
lodo do que aquelas revestidas com as tintas comerciais, isso pode ser atribuído a
maior rugosidade daqueles revestimentos.
A placa revestida somente com Primer (placa 14), apresentou a
incrustação de
Limnoperna Fortunei ou mexilhão dourado
[94,95]
já na 10ª semana de
imersão, aumentando o crescimento destes organismos com o decorrer do tempo. A
placa revestida com a tinta T1-EB (placa 12), apresentou a incrustação deste
mesmo organismo a partir da 40ª semana de imersão. Porém, isto se deve ao
chamado efeito de borda, pois a parte de trás destas placas era revestida somente
com Primer e todas elas apresentaram a incrustação do mexilhão dourado, como
pode ser observado na Figura 32.
Figura 32 – Aspecto da parte de trás das placas de aço 12 e 14, revestidas somente
com Primer, após 68 semanas de imersão
Placa 1
2
Placa 1
4
Resultados e Discussão
82
5.2.2 Revestimentos à base de resina epóxi monocomponente
Devido ao baixo desempenho frente à incrustação de organismos
marinhos das tintas sintetizadas com a resina epóxi bicomponente, optou-se por
testar uma nova resina no desenvolvimento das formulações. A escolha de uma
resina epóxi monocomponente foi devido ao fato de não ser necessário o uso de
agente de cura, os quais apresentam um caráter básico, fator indesejado devido ao
fato de dedopar os polímeros condutores e fazer com que perca a sua principal
característica que é a condutividade.
Foram preparadas 10 amostras com a mesma formulação padrão,
diferindo na quantidade e tipo de pigmento utilizado. A Tabela 13 apresenta as
quantidades e os tipos de pigmento utilizado no processamento destas tintas.
Tabela 13 – Composição dos pigmentos
Pigmento Polianilina
Amostra
Cu
2
O (%) TiO
2
(%) PyZn
(a)
(%)
Tipo (%)
T1-EM 98,4 1,6 - - -
T1-EMPy 98,4 1,6 5,0 - -
T2-EMPAniEB 78,7 1,3 - EB 20,0
T2-EMPAniEBPy 78,7 1,3 5,0 EB 20,0
T3-EMPAniHCl 78,7 1,3 - PAni/HCl 20,0
T3-EMPAniHClPy 78,7 1,3 5,0 PAni/HCl 20,0
T4-EMPAniDBSA 78,7 1,3 - PAni/DBSA 20,0
T4-EMPAniDBSAPy 78,7 1,3 5,0 PAni/DBSA 20,0
T5-EMSPAN 78,7 1,3 - SPAN 20,0
T5-EMSPANPy 78,7 1,3 5,0 SPAN 20,0
(a) % sobre a massa total da formulação
A concentração volumétrica de pigmentos também foi calculado para
estas novas formulações. A Tabela 14 mostra o volume da resina, dos pigmentos e
da carga utilizados no processamento destas tintas, bem como o valor do PVC
calculado conforme a Equação 2. A densidade dos componentes são as seguintes:
Resina epóxi = 0,96
g/cm
3
; Cu
2
O = 2,7 g/cm
3
; TiO
2
= 3,35 g/cm
3
; PAni ~ 1,36 g/cm
3
;
PyZn = 1,55 g/cm
3
e Talco = 1,38 g/cm
3
.
Resultados e Discussão
83
Tabela 14 – Volume de resina, pigmentos e carga e valor do PVC
Volume (cm
3
)
Amostra
Resina Cu
2
O TiO
2
PAni PyZn Talco PVC
(%)
T1-EM
47,2 63,0 0,8 - - 14,5 62,4
T1-EMPy
47,2 63,0 0,8 - 11,6 14,5 65,6
T2-EMPAniEB
T3-EMPAniHCl
T4-EMPAniDBSA
T5-EMSPAN
47,2
50,4
0,7
25,4
-
14,5
65,8
T2-EMPAniEBPy
T3-EMPAniHClPy
T4-EMPAniDBSAPy
T5-EMSPANPy
47,2
50,4
0,7
25,4
12,8
14,5
68,7
A concentração em volume de pigmentos, para as novas tintas
preparadas, permaneceu em torno de 66%, isto indica que a quantidade de
pigmento está acima da quantidade de veículo (resina).
Figura 33 – Concentração em volume de pigmentos (PVC) médio para as tintas
preparadas
Resultados e Discussão
84
Segundo a ilustração da Figura 33 podemos observar que as mesmas
deverão apresentar certa propensão à corrosão, porém baixa, pouco brilho, baixa
tendência à formação de bolhas e maior permeabilidade se comparadas às
formulações onde se utilizou a resina epóxi bicomponente como veículo (Figura 20).
Após a preparação das formulações, a viscosidade das tintas e da
resina pura foi medida utilizando um viscosímetro Brookfield e está descrita na
Tabela 15.
Tabela 15 – Medidas de viscosidade das tintas e torque do equipamento
Amostra Viscosidade (cP) Torque (%)
T1-EM 2029 12,9
T1-EMPy 1520 11,6
T2-EMPAniEB 2108 13,4
T2-EMPAniEBPy 1350 10,3
T3-EMPAniHCl 1620 10,3
T3-EMPAniHClPy 1651 10,4
T4-EMPAniDBSA 1777 11,3
T4-EMPAniDBSA 2359 15,0
T5-EMSPAN 2857 10,9
T5-EMSPANPy 1429 10,9
Tinta INTERMARINE (TI) 519 6,6
Resina epóxi 1030 13,1
A variação da viscosidade entre as formulações é devido à diferença
na quantidade de solvente final, utilizado na completagem. Esta etapa é muito
delicada, pois a adição de muito solvente na formulação pode causar a precipitação
da resina, quebrando a eficiência da dispersão. Assim, a estabilidade do pigmento é
prejudicada e ele flocula.
[78]
Esta técnica foi utilizada somente para verificação da viscosidade das
formulações preparadas e não como controle e comparação com a tinta comercial.
Cabe salientar que a medida de viscosidade para a tinta comercial de 519 cP não é
confiável, pois segundo os critérios de trabalho do equipamento, torques abaixo de
10% estão na faixa de erro do viscosímetro.
Resultados e Discussão
85
5.2.2.1 Obtenção dos revestimentos e caracterização
As tintas aplicadas nas placas de aço conforme procedimento descrito
na seção relativa aos MATERIAIS E MÉTODOS constitui um revestimento protetor.
5.2.2.1.1
Ensaio de névoa salina
O ensaio de névoa salina foi realizado somente com a amostra T1-EM
para avaliar o desempenho frente à corrosão da nova resina escolhida. Foram
preparados 3 corpos de prova. As espessuras dos filmes foram medidas e obteve-se
uma espessura média de (136,3
± 1,5)µm.
A análise dos resultados seguiu as normas para cada critério (Tabela
3) e estão apresentados na Tabela 16.
Tabela 16 – Resultado do ensaio de névoa salina para o revestimento protetor
Tempo de ensaio (horas)
Corpo de
Prova
72 96 168 216 432 600 672
1
F0,T0,D0 F0,T0,D0 F0,T2,D2 F0,T2,D4 F3,T4,D4 F4,T4,D4 F4,T4,D4
2
F0,T0,D0 F0,T3,D3 F0,T4,D4 F0,T4,D4 F3,T4,D4 F3,T4,D4 F3,T4,D4
3
F0,T0,D0 F0,T0,D0 F0,T4,D4 F0,T4,D4 F3,T4,D4 F3,T4,D4 F3,T4,D4
A Figura 34 mostra as amostras antes e após o ensaio de névoa salina.
Resultados e Discussão
86
Figura 34 – Placas de aço (a) após o filme seco; (b) após 672 h no ensaio de névoa
salina
Observou-se que o desempenho da resina testada não foi tão bom
quanto a resina epóxi bicomponente (Figura 21), apresentando alterações no
revestimento com 96 h de ensaio. Com o passar do tempo o tamanho e a densidade
das bolhas foram aumentando, apresentando bolhas com tamanho T4 a partir de
168 h de ensaio. Com aproximadamente 400 h de ensaio, algumas partes do
revestimento se soltaram das placas, surgindo assim pontos de enferrujamento
nestas regiões desprotegidas. Após 672 h de ensaio as amostras já apresentavam
grande quantidade de bolhas nas partes ainda recobertas com a tinta. Nota-se que
(a)
(b)
Resultados e Discussão
87
apesar do tamanho e a densidade das bolhas serem de grau elevado (T4,D4), as
partes protegidas pelo revestimento não apresentaram nenhum grau de
enferrujamento (Figura 34b).
O baixo desempenho da tinta T1-EM neste ensaio pode estar
associado à baixa aderência do revestimento ao substrato metálico, visto que não foi
utilizado Primer como fundo.
5.2.2.1.2
Espectroscopia infravermelho
Análises de infravermelho foram realizadas para caracterizar todas as
formulações parciais elaboradas utilizando somente a resina epóxi (veículo) e os
pigmentos Cu
2
O, PyZn e PAni. O objetivo destas formulações parciais foi avaliar
possíveis interações entre os polímeros condutores (PAni EB, PAni/HCl, PAni/DBSA
e SPAN) e os biocidas.
A Figura 35 mostra os espectros obtidos para a resina epóxi e para a
formulação parcial de resina com PAni/DBSA e Cu
2
O, além do espectro da
PAni/DBSA.
Figura 35 – Espectros de infravermelho (a) Resina Epóxi; (b) Resina Epóxi +
PAni/DBSA + Cu
2
O; (c) PAni/DBSA
Resultados e Discussão
88
No espectro da resina epóxi observam-se duas bandas de absorção
em 2964 cm
-1
e 2929 cm
-1
atribuídas ao estiramento das ligações C-H do anel
aromático e do ciclo epóxido, respectivamente. As bandas em 1607 cm
-1
e 1509 cm
-1
estão relacionadas ao estiramento das ligações C=C dos núcleos aromáticos. A
banda de forte intensidade em 1241 cm
-1
está associada à vibração assimétrica
C-O-C do grupo éter. Em 1182 cm
-1
está a banda de estiramento C-C alifático
saturado. A banda de absorção em 1041 cm
-1
está relacionada à vibração simétrica
C-O-C e em 829 cm
-1
encontra-se a banda de vibração assimétrica do grupo
epóxido.
[96]
Pode-se observar que a zona de absorção das principais bandas para
a resina epóxi e para a PAni/DBSA (Figura 35a e c) se encontram entre 700 e 1700
cm
-1
. Nos espectros obtidos para os revestimentos formados pela mistura da resina
com a PAni/DBSA e da resina com PAni/DBSA e Cu
2
O, observou-se uma
sobreposição das bandas características da resina epóxi pura e da PAni/DBSA.
Além disso, uma nova banda em 641 cm
-1
, atribuída ao pigmento Cu
2
O, aparece no
espectro do revestimento formado pela mistura da resina com a PAni/DBSA e Cu
2
O
(Figura 35b).
Devido às sobreposições das bandas, não foi possível concluir se
existe alguma interação química entre o pigmento Cu
2
O e os polímeros condutores.
Para todas as outras formulações parciais elaboradas com as
diferentes polianilinas obtiveram-se os mesmos resultados.
5.2.2.1.3
Análise termogravimétrica
A estabilidade térmica dos revestimentos foi avaliada através deste
ensaio. A Figura 36 mostra as curvas TGA obtidas para a resina epóxi e para as
tintas T1-EM, T4-EMPAniDBSA e T5-EMSPANPy.
Na curva TGA da resina epóxi, observa-se uma primeira perda de
massa entre 100
o
C e 300
o
C, atribuído à perda de umidade e evaporação do solvente
presentes na amostra, que compreende em torno de 25% da massa total. O
Resultados e Discussão
89
segundo evento, ocorrendo a partir de 300
o
C, está associado à degradação da
cadeia polimérica.
Observa-se que as três formulações apresentaram curvas TGA muito
semelhantes, isso porque a única diferença entre elas é a presença de polímero
condutor nas amostras T4-EMPAniDBSA e T5-EMSPANPy.
Figura 36 – Curvas TGA da Resina Epóxi, T1-EM, T4-EMPAniDBSA e T5-EMSPANPy
Nas curvas TGA das tintas, observa-se uma pequena perda de massa
em aproximadamente 70
o
C, provavelmente devido à perda de umidade e perda de
solventes residuais do processo de obtenção da tinta. Este evento é mais visível na
amostra T5-EMSPANPy, pois o grupo sulfônico (SO
3
H) é um grande absorvedor de
água.
Avaliando as curvas TGA percebe-se que as temperaturas de
degradação da cadeia polimérica da resina epóxi e dos polímeros condutores
(Figura 19) são muito próximas, ocorrendo aproximadamente entre 250
o
C e 750
o
C.
O percentual de resíduo bastante elevado, em torno de 65%, é devido à grande
Resultados e Discussão
90
quantidade de cargas e aditivos inorgânicos utilizados na formulação das tintas. Este
valor corrobora com os resultados obtidos no cálculo do PVC das tintas.
Todas as amostras apresentaram curvas TGA bastante semelhante,
com as mesmas temperaturas de degradação. As análises termogravimétricas para
estas formulações indicam que as tintas podem ser utilizadas em aplicações onde as
temperaturas estejam abaixo de 250
o
C, que é a temperatura de início de
degradação destas amostras.
5.2.2.1.4
Teste de aderência
Foram testadas todas as tintas preparadas no laboratório, o Primer e
também a Tinta antiincrustante INTERMARINE (TI) (tinta comercial utilizada como
referência), visto que apresentou o melhor desempenho
antifouling nos primeiros
testes de imersão
in situ. Todas as placas receberam uma camada do Primer e após
duas demãos do acabamento antiincrustante.
A análise dos resultados foi feita segundo classificação descrita na
Tabela 4 e estão apresentados na Tabela 17.
Tabela 17 – Classificação do teste de aderência para os revestimentos
Amostra Classificação
T1-EM 3B
T1-EMPy 4B
T2-EMPAniEB 4B
T2-EMPAniEBPy 4B
T3-EMPAniHCl 4B
T3-EMPAniHClPy 5B
T4-EMPAniDBSA 2B
T4-EMPAniDBSAPy 0B
T5-EMSPAN 4B
T5-EMSPANPy 4B
Tinta antiincrustante INTERMARINE (TI) 1B
Primer 5B
Resultados e Discussão
91
Observa-se que os revestimentos obtidos a partir das tintas preparadas
no laboratório apresentaram melhor aderência que o revestimento formado a partir
da tinta comercial TI, com exceção da amostra T4-EMPAniDBSAPy (tinta onde
utilizou-se PAni/DBSA e PyZn), que apresentou classificação 0B, ou seja, mais de
65% do filme foi removido.
Esta baixa aderência pode estar associada à natureza e
quantidade de surfactante (DBSA) utilizado para dopar a PAni, visto que a amostra
T4-EMPAniDBSA também apresentou aderência inferior às outras amostras
preparadas no laboratório.
O Primer apresentou uma classificação 5B, ou seja, nada do
revestimento foi removido, indicando que a aderência do revestimento ao substrato
metálico é excelente.
A Figura 37 apresenta o teste de aderência para alguns revestimentos
avaliados.
Resultados e Discussão
92
Figura 37 – Teste de aderência para os revestimentos (a) Primer; (b) T1-EM;
(c) T1-EMPy; (d) T2-EMPAniEBPy; (e) T3-EMPAniHClPy; (f) T4-EMPAniDBSAPy;
(g) T5-EMSPAN; (h) TI
a
(
b
)
c
(
d
)
(e) (f)
(g)
(
h
)
Resultados e Discussão
93
5.2.2.1.5 Testes de erosão
Estes testes foram realizados com a finalidade de avaliar a capacidade
de erosão da resina e dos revestimentos e assim classificar o tipo de matriz
empregado na formulação das tintas: matriz do tipo solúvel ou insolúvel. Foram
realizados ensaios de erosão em modo estático e em modo dinâmico.
5.2.2.1.5.1 Imersão em modo estático
As tintas foram aplicadas em placas de poli(cloreto de vinila) (Figura
38) conforme procedimento descrito na seção relativa aos MATERIAIS E MÉTODOS
(página 53) e imersas em um banho contendo água do mar artificial a 40
o
C por
aproximadamente 90 dias. Durante este período avaliou-se a variação de massa dos
revestimentos, cujo gráfico é apresentado na Figura 39.
Figura 38 – Placas revestidas com (a) Resina Epóxi; (b) T1-EM; (c) T1-EMPy;
(d) T2-EMPAniEB; (e) T2-EMPAniEBPy; (f) T3-EMPAniHCl; (g) T3-EMPAniHClPy;
(h) T4-EMPAniDBSA; (i) T4-EMPAniDBSAPy; (j) T5-EMSPAN; (k) T5-EMSPANPy
utilizadas no ensaio de erosão estática
(a) (b)
(h) (g)
(c) (d) (e) (f)
(k) (j)
(
i
)
Resultados e Discussão
94
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0 153045607590
Tempo de imersão (dias)
Massa do revestimento (g)
Resina Epóxi
T1-EM
T1-EMPy
T2-EMPAniEB
T2-EMPAniEBPy
T3-EMPAniHCl
T3-EMPAniHClPy
T4-EMPAniDBSA
T4-EMPAniDBSAPy
T5-EMSPAN
T5-EMSPANPy
Figura 39 – Variação de massa dos revestimentos durante ensaio de imersão em
modo estático
Pelas curvas do gráfico Massa do revestimento
versus Tempo de
imersão, observa-se que a resina epóxi pura absorve água nos primeiros 15 dias,
processo chamado de inchamento, onde a água penetra nos poros da matriz criando
assim canais de difusão para os pigmentos. Após este inchamento observa-se um
declínio na curva e a massa do revestimento volta a diminuir, porém, a massa final
do revestimento não é inferior a massa inicial, ou seja, antes do ensaio de imersão,
indicando que se trata de uma resina de matriz dura ou insolúvel.
[14,16]
Este processo de inchamento também é observado para os
revestimentos formulados no laboratório, porém com menor intensidade. Após o
inchamento da resina, observa-se uma queda na massa do revestimento para todas
as amostras, com exceção das tintas T2-EMPAniEB e T3-EMPAniHCl. Essa
diminuição da massa do revestimento indica que os pigmentos difundiram pelos
canais da matriz, sendo liberados para a água.
Associando-se os resultados obtidos para a resina epóxi pura e para as
tintas formuladas, pode-se concluir que existe um processo de erosão em massa,
onde a hidratação e a degradação ocorrem em toda a espessura do filme e a
presença de moléculas ativas na superfície da tinta depende de sua difusão ao
longo da espessura do revestimento.
[15,19]
Resultados e Discussão
95
5.2.2.1.5.2 Imersão em modo dinâmico
Este ensaio foi realizado para complementar os resultados obtidos
anteriormente. Neste caso, foram testados a resina epóxi, cinco revestimentos
formulados no laboratório e um revestimento comercial M150 (
Self-Polishing à base
de estanho). A avaliação dos resultados foi feito pela medida da espessura dos
revestimentos e estão apresentados na Tabela 18.
Tabela 18 – Revestimentos avaliados por imersão em modo dinâmico e medidas de
espessura inicial e final
Amostra Espessura Inicial
(µm)
Espessura Final
(µm)
Diferença
(E
i
- E
f
) (µm)
Resina Epóxi
115,6 ± 3,0 142,2 ± 5,0 -26,6 ± 8,0
T1-EM
72,2 ± 1,0 69,9 ± 1,0 2,3 ± 2,0
T2-EMPAniEB
79,0 ± 1,0 75,2 ± 1,0 3,8 ± 2,0
T3-EMPAniHCl
79,6 ± 2,3 81,6 ± 2,0 -2,0 ± 4,3
T4-EMPAniDBSA
127,7 ± 2,0 112,0 ± 2,5 15,7 ± 4,5
T5-EMSPANPy
65,7 ± 1,5 56,4 ± 2,0 9,3 ± 3,5
M150
60,8 ± 1,0 42,4 ± 1,0 18,4 ± 2,0
O sinal negativo que aparece na diferença de espessura para as
amostras de resina epóxi e para a tinta T3-EMPAniHCl, é devido ao fato de a
espessura final ser maior que a espessura inicial, indicando o inchamento do
revestimento.
Pelos resultados obtidos observa-se que a resina epóxi não sofreu
erosão, somente inchou e aumentou sua espessura em (26,6
± 8,0)µm após 950 h
de ensaio. A alta diferença na espessura se deve ao fato do grande número de
bolhas que surgiram no revestimento ao longo do ensaio, o que pode ser observado
na Figura 40. Este aumento do número de bolhas influenciou diretamente nas
medidas de espessura, aumentando também seu desvio padrão. Para a amostra T3-
EMPAniHCl não é possível afirmar se o revestimento realmente sofreu erosão, pois
o desvio padrão da medida é maior que a diferença final das espessuras, (-2,0
±
4,3)
µm. Se for considerado o valor positivo deste desvio, pode-se dizer que o
revestimento sofreu erosão, caso contrário não.
Resultados e Discussão
96
A Figura 40 mostra alguns dos revestimentos avaliados por este
método de imersão. Notou-se o surgimento de um grande número de bolhas na
resina epóxi pura e a mudança da coloração dos revestimentos, tanto os formulados
quanto aquele utilizado como referência, após 576 h de ensaio.
Para todos os outros revestimentos formulados, T1-EM, T2-EMPAniEB,
T4-EMPAniDBSA e T5-EMSPANPy, pode-se afirmar que ocorreu erosão, pois a
espessura final do revestimento é menor que a espessura inicial. Este resultado
também pode ser associado ao elevado valor do PVC das formulações, em torno de
66%. Como a quantidade de pigmentos e carga na formulação é alta, a liberação
destes faz com que a espessura do revestimento diminua com o passar do tempo.
Figura 40 – Revestimentos Resina Epóxi, T1-EM, T3-EMPAniHCl e M150 (a) antes do
ensaio; (b) após 576 h de imersão em modo dinâmico
Resina E
p
óx
i
T1
-
E
M
T3
-
EMPAniHC
l
M150
(
a
)
(b)
Resultados e Discussão
97
A maior erosão foi observada para o revestimento T4-EMPAniDBSA,
(15,7
± 4,5)µm, valor próximo ao medido para a referência M150 de (18,4 ± 2,0)µm.
Cabe salientar que a referência utilizada é uma tinta acrílica
self-polishing à base de
estanho, cujo desempenho
antifouling é o melhor já estudado.
[16]
5.2.2.1.6
Análise do comportamento antifouling dos revestimentos
Para avaliar a capacidade antiincrustante dos revestimentos, as placas
preparadas no laboratório foram imersas em ambiente marinho na água do rio
Tramandaí e no mar Mediterrâneo.
5.2.2.1.6.1 Teste na água do rio Tramandaí, Imbé – RS
Com o intuito de avaliar o desempenho dos polímeros condutores em
tintas
antifouling, três novas formulações foram preparadas adicionando-se estes
polímeros à tinta comercial INTERMARINE (TI). As formulações continham 20% em
massa de PAni sobre a quantidade de pigmentos e carga da tinta comercial. A
Tabela 19 apresenta estas novas amostras, bem como o polímero condutor
utilizado.
Tabela 19 – Formulações preparadas com a tinta comercial TI e polianilina
Amostra Polímero condutor adicionado
TI-PAniEB PAni desdopada
TI-PAniHCl PAni/HCl
TI-PAniDBSA
PAni/DBSA
Foram preparadas 15 placas para serem avaliadas. A Tabela 20
mostra o sistema de pintura utilizado em cada uma das placas e a espessura do
filme seco da tinta antiincrustante utilizada como acabamento.
Resultados e Discussão
98
Tabela 20 – Tintas utilizadas nas placas de aço e espessura do filme seco da tinta
antifouling usada como acabamento
Placa Acabamento
Espessura do acabamento (µm)
15 Primer
31,1 ± 1,5
16 T1-EM
55,8 ± 1,5
17 T1-EMPy
63,6 ± 2,2
18 T2-EMPAniEB
35,1 ± 2,5
19 T2-EMPAniEBPy
55,1 ± 1,0
20 T3-EMPAniHCl
70,3 ± 2,3
21 T3-EMPAniHClPy
46,8 ± 2,0
22 T4-EMPAniDBSA
50,0 ± 1,3
23
T4-EMPAniDBSAPy
52,9 ± 2,5
24
T5-EMSPAN
57,4 ± 1,5
25
T5-EMSPANPy
60,3 ± 2,5
26 TI
30,3 ± 1,0
27 TI-PAniEB
30,8 ± 1,7
28 TI-PAniHCl
33,8 ± 1,5
29 TI-PAniDBSA
44,1 ± 2,4
O Primer foi utilizado em todas as placas de aço com a finalidade de
proteção contra corrosão. As espessuras dos filmes foram medidas e obteve-se uma
média de (30,3
± 3,0)µm.
A placa 15 foi utilizada como branco, visto que não recebeu
acabamento antiincrustante. A placa 26 foi revestida com a tinta comercial TI e
utilizada como referência.
As placas foram fixadas em duas estruturas de plástico e mergulhadas
na água do rio Tramandaí. As figuras a seguir mostram o desempenho destes
revestimentos frente à incrustação de organismos marinhos ao longo do tempo.
Na placa de aço 15, utilizada como branco (Figura 41), com apenas 2
semanas de imersão já observou-se uma grande quantidade de
Balanus aderidas
em sua superfície. Na 4ª semana, nota-se, além do crescimento destes organismos,
grande quantidade de lodo recobrindo a placa. A partir da 6ª semana de imersão o
Resultados e Discussão
99
crescimento destes organismos é ascendente, recobrindo toda a superfície
revestida.
Figura 41 – Aspecto da placa de aço 15 revestida com Primer imersa em ambiente
marinho ao longo do tempo (a) 2ª semana; (b) 4ª semana; (c) 6ª semana;
(d) 9ª semana
(a) (b)
(c) (d)
Resultados e Discussão
100
Figura 42 – Aspecto da placa de aço 16 revestida com a T1-EM imersa em ambiente
marinho ao longo do tempo (a) 6ª semana; (b) 9ª semana; (c) 13ª semana;
(d) 18ª semana
Na placa de aço revestida com a tinta T1-EM (Figura 42), com 6
semanas de imersão observa-se que o desenvolvimento das cracas está em seu
estágio inicial, podendo ser melhor detectado a partir da 9ª semana. Com 13
(a) (b)
(c) (d)
Resultados e Discussão
101
semanas, notam-se estes organismos mais desenvolvidos, e com 18 semanas estão
recobrindo quase toda a superfície do revestimento.
Figura 43 – Aspecto da placa de aço 17 revestida com a T1-EMPy imersa em ambiente
marinho ao longo do tempo (a) 8ª semana; (b) 15ª semana; (c) 24ª semana;
(d) 45ª semana
Para a placa de aço revestida com a tinta T1-EMPy (Figura 43), não
observou-se a incrustação de organismos marinhos durante as primeiras 24
(a) (b)
(c)
(d)
Resultados e Discussão
102
semanas de imersão. A maior eficiência deste revestimento em relação à tinta T1-
EM (placa 16) é devido a presença do co-biocida PyZn.
Como descrito anteriormente, as placas estavam imersas próximo a
uma corrente metálica utilizada para ancorar os barcos. Com 24 semanas de
imersão observou-se o descascamento do revestimento devido ao atrito da placa
com esta corrente (Figura 43c). Na parte inferior, onde permaneceu o revestimento
(Figura 43d), não foi observado nenhuma incrustação mesmo após 45 semanas de
imersão.
É possível notar a diminuição da intensidade da cor vermelha tanto
para a placa de aço revestida com a tinta T1-EM quanto para a tinta T1-EMPy
(Figuras 42 e 43, respectivamente). Esta descoloração dos revestimentos está
associada à lixiviação do pigmento Cu
2
O.
Na placa de aço revestida com a tinta T2-EMPAniEB (Figura 44), após
6 semanas de imersão já é possível observar a ocorrência de cracas em algumas
partes do revestimento. Com 11 semanas de imersão uma grande quantidade
destes organismos recobre a superfície revestida, desenvolvendo-se com o passar
do tempo.
A adição de PAni EB nesta formulação não alterou o comportamento
antifouling do revestimento, o qual foi semelhante ao observado para a tinta T1-EM,
que com 9 semanas de imersão já era possível notar uma grande quantidade de
cracas aderidas na superfície revestida (Figura 42).
Resultados e Discussão
103
Figura 44 – Aspecto da placa de aço 18 revestida com a T2-EMPAniEB imersa em
ambiente marinho ao longo do tempo (a) 6ª semana; (b) 11ª semana; (c) 20ª semana;
(d) 24ª semana
Para a placa de aço revestida com a tinta T2-EMPAniEBPy (Figura 45),
após 9 semanas de imersão observa-se o crescimento de
Balanus somente nas
bordas. Este fato está associado ao chamado efeito de borda, onde os organismos
(a) (b)
(c) (d)
Resultados e Discussão
104
aderidos na parte de trás da placa, que só recebeu revestimento para proteção
contra corrosão, crescem e avançam para a outra extremidade da placa. Este
fenômeno pode ser observado na maioria das placas avaliadas.
Figura 45 – Aspecto da placa de aço 19 revestida com a T2-EMPAniEBPy imersa em
ambiente marinho ao longo do tempo (a) 9ª semana; (b) 20ª semana; (c) 33ª semana;
(d) 41ª semana
(a) (b)
(c) (d)
Resultados e Discussão
105
Com 33 semanas de imersão, nota-se o descascamento de parte do
revestimento (indicado na Figura 45c pelas setas brancas), onde posteriormente
surgiram pontos de corrosão. Após 41 semanas, a incrustação apresenta-se em
toda superfície revestida.
O comportamento da tinta T3-EMPAniHCl, que reveste a placa de aço
20 (Figura 46), é semelhante ao observado para a tinta T2-EMPAniEBPy (Figura
45). Com 9 semanas de imersão nota-se o crescimento de
Balanus somente nas
bordas e em algumas pequenas regiões do revestimento. Após 20 semanas estes
organismos já estão bastante desenvolvidos, porém a maior parte do revestimento
encontra-se com boa aparência. Com 33 semanas de imersão, nota-se o
descascamento de parte do revestimento (indicado pelas setas brancas na Figura
46c), região que sofrerá o processo de corrosão. Após 41 semanas, a incrustação
apresenta-se em toda superfície revestida. Vale salientar que esta tinta, onde se
utilizou a PAni/HCl, forma condutora da PAni EB, mostrou praticamente a mesma
eficiência frente a incrustação destes organismos marinhos que a tinta T2-
EMPAniEBPy, mesmo não tendo sido adicionado o co-biocida PyZn em sua
formulação.
Para a placa de aço revestida com a tinta T3-EMPAniHClPy (Figura
47), observa-se a ocorrência de cracas somente nas bordas da placa. Para esta
tinta, onde se combina PAni/HCl, Cu
2
O e PyZn em sua formulação, é possível
observar um ótimo desempenho antiincrustante, mostrando-se eficiente mesmo
após 43 semanas de ensaio e apesar de pequenos pontos de corrosão. Com 53
semanas de imersão, a placa foi retirada da água e após exposição ao sol para
secagem observou-se que o revestimento trincou e se desprendeu da placa de aço.
Resultados e Discussão
106
Figura 46 – Aspecto da placa de aço 20 revestida com a T3-EMPAniHCl imersa em
ambiente marinho ao longo do tempo (a) 9ª semana; (b) 20ª semana; (c) 33ª semana;
(d) 41ª semana
(a) (b)
(c) (d)
Resultados e Discussão
107
Figura 47 – Aspecto da placa de aço 21 revestida com a T3-EMPAniHClPy imersa em
ambiente marinho ao longo do tempo (a) 16ª semana; (b) 20ª semana; (c) 43ª semana;
(d) 53ª semana
A placa de aço revestida com a tinta T4-EMPAniDBSA (Figura 48),
teve parte do seu revestimento arrancado devido ao atrito da placa com a corrente
(a) (b)
(c) (d)
Resultados e Discussão
108
metálica. O desempenho desta tinta frente à incrustação de cracas foi semelhante
ao da tinta T3-EMPAniHCl, mostrando-se eficiente até aproximadamente 35
semanas de imersão em ambiente marinho.
Figura 48 – Aspecto da placa de aço 22 revestida com a T4-EMPAniDBSA imersa em
ambiente marinho ao longo do tempo (a) 4ª semana; (b) 20ª semana; (c) 33ª semana;
(d) 41ª semana
(a) (b)
(c) (d)
Resultados e Discussão
109
A eficiência da tinta T4-EMPAniDBSAPy, utilizada para revestir a placa
de aço 23 (Figura 49), foi a mesma apresentada pela tinta T3-EMPAniHClPy. A
maior incidência de corrosão nesta placa é devido ao maior contato desta com a
corrente metálica utilizada para ancorar os barcos.
Figura 49 – Aspecto da placa de aço 23 revestida com a T4-EMPAniDBSAPy imersa
em ambiente marinho ao longo do tempo (a) 11ª semana; (b) 20ª semana;
(c) 43ª semana; (d) 53ª semana
(a) (b)
(c) (d)
Resultados e Discussão
110
Após 53 semanas de imersão, apesar de a placa estar bastante
corroída (Figura 49d), é possível observar que as partes ainda recobertas pelo
revestimento
antifouling encontram-se sem a aderência de cracas.
Figura 50 – Aspecto da placa de aço 24 revestida com a T5-EMSPAN imersa em
ambiente marinho ao longo do tempo (a) 20ª semana; (b) 33ª semana; (c) 45ª semana;
(d) 53ª semana
(a) (b)
(c) (d)
Resultados e Discussão
111
Para as placas de aço revestidas com as tintas T5-EMSPAN e T5-
EMSPANPy (Figuras 50 e 51, respectivamente), o desempenho antiincrustante das
tintas foi o mesmo.
Figura 51 – Aspecto da placa de aço 25 revestida com a T5-EMSPANPy imersa em
ambiente marinho ao longo do tempo (a) 20ª semana; (b) 33ª semana; (c) 43ª semana;
(d) 53ª semana
(a) (b)
(c) (d)
Resultados e Discussão
112
Com 33 semanas de imersão nota-se a ocorrência de poucas cracas
aderidas aos revestimentos e bastante lodo (Figuras 50b e 51b). Porém, observa-se
que com 43 semanas de ensaio, o desempenho
antifouling destes revestimentos
ainda é efetivo. Após 53 semanas de imersão já é possível notar a ocorrência de
cracas em toda superfície revestida.
Figura 52 – Aspecto da placa de aço 26 revestida com a TI imersa em ambiente
marinho ao longo do tempo (a) 9ª semana; (b) 20ª semana; (c) 43ª semana;
(d) 53ª semana
(a) (b)
(c) (d)
Resultados e Discussão
113
A tinta comercia TI, utilizada para revestir a placa de aço 26 (Figura
52), mostrou-se eficiente até aproximadamente 45 semanas de imersão. Com 9
semanas de imersão, foi possível visualizar o Primer (revestimento utilizado como
fundo) em pequenos pontos da placa, aumentando a ocorrência deste pontos com o
passar do tempo (Figura 52a e b). O surgimento destes pontos é devido ao fato
desta ser uma tinta de matriz solúvel, sofrendo erosão mais rapidamente e sempre
renovando a superfície ativa do revestimento.
Após 53 semanas de imersão, apesar de alguns pontos de corrosão,
observou-se a aderência de
Balanus em todo revestimento.
Para as formulações onde se adicionou a PAni na tinta comercial TI,
cujo desempenho dos revestimentos pode ser visualizado na Figura 53, observou-se
que a tinta TI-PAniHCl apresentou a melhor proteção
antifouling.
Nota-se que com até 20 semanas de imersão, todos os revestimentos
exibem ótima aparência, com adesão de cracas somente nas bordas das placas.
Após 33 semanas, a placa de aço revestida com a tinta TI-PAniEB (placa 27),
apresentou uma grande região com corrosão severa. Porém, é possível observar
uma pequena quantidade de cracas nas partes ainda recobertas pelo revestimento
antiincrustante, o qual aumenta com o decorrer das semanas. Para a placa de aço
recoberta com a tinta TI-PAniDBSA (placa 29), visualiza-se, além do lodo, a adesão
de cracas em pequenas regiões do revestimento após 33 semanas de imersão. Com
45 semanas, o revestimento está praticamente recoberto por cracas.
Para a placa onde se utilizou a tinta TI-PAniHCl (placa 28), com 33
semanas de imersão observou-se alguns pontos de corrosão. Após 45 semanas de
imersão, nota-se que o revestimento ainda é efetivo contra a incrustação desses
organismos marinhos. Com 53 semanas de ensaio, esta tinta apresentou o mesmo
desempenho observado para a placa de aço revestida com a TI (Figura 52d).
Resultados e Discussão
114
Figura 53 – Aspecto das placas de aço 27, 28 e 29 revestidas com a TI-PAniEB,
TI-PAniHCl e TI-PAniDBSA, respectivamente, imersas em ambiente marinho ao longo
do tempo (a) 20ª semana; (b) 33ª semana; (c) 45ª semana
Placa 27 – TI-PAniEB (a) (b)
Placa 28 – TI-PAniHCl (a)
Placa 29 – TI-PAniDBSA (a) (b)
(b)
(c)
(c)
(c)
Resultados e Discussão
115
Através da análise do comportamento antifouling dos revestimentos
obtidos, pode-se observar que as formulações T1-EM e T2-EMPAniEB não
apresentaram um bom desempenho antiincrustante, com aderência de cracas já
com 11 semanas de ensaio. Já as mesmas tintas, porém com a presença do co-
biocida PyZn na formulação, T1-EMPy e T2-EMPAniEBPy, aumentaram sua
eficiência
antifouling para aproximadamente 45 e 33 semanas sem aderência de
organismos no revestimento, respectivamente. As formulações T3-EMPAniHCl e T4-
EMPAniDBSA, se comportaram de maneira similar a estes revestimentos, sem
adesão de cracas por mais de 33 semanas de imersão em ambiente marinho.
As tintas T5-EMSPAN e T5-EMSPANPy apresentaram desempenho
antifouling semelhante ao da tinta comercial TI, sendo eficientes por mais de 43
semanas de imersão. A adição do co-biocida nesta formulação não alterou os
resultados obtidos neste ensaio. Comportamento similar obteve-se para a
formulação TI-PAniHCl.
As tintas que apresentaram melhor desempenho foram T3-
EMPAniHClPy e T4-EMPAniDBSAPy, as quais continham PyZn na formulação. Os
revestimentos mostraram-se eficientes durante as 53 semanas de imersão em
ambiente marinho, sendo melhor do que o apresentado pela tinta comercial.
Observou-se que quando se adiciona PAni na sua forma condutora
(PAni/HCl, PAni/DBSA e SPAN) na formulação das tintas, o desempenho
antifouling
melhora. A combinação na formulação destes polímeros condutores com o PyZn
leva a revestimentos tão bons ou melhores que aqueles obtidos pelas tintas
comerciais testadas.
Resultados semelhantes foram descritos por Wang
et al
[13]
. Segundo os
autores, filmes formados a partir de PAni/HCl mais resina epóxi e PAni/DBSA mais
resina poliuretânica apresentaram diminuição na condutividade elétrica após 8
semanas de imersão em meio marinho e também na eficiência
antifouling. Para o
filme formado a partir de SPAN e resina epóxi, o qual apresentava uma
condutividade menor em relação aos demais filmes, a condutividade permaneceu
relativamente estável. Logo, torna-se evidente que existe um fenômeno depopante
da polianilina condutora em meio marinho.
Resultados e Discussão
116
Portanto, é possível que a reação entre o cobre e a polianilina ocorra
através da transferência eletrônica entre o íon cuproso (I) e a polianilina condutora,
favorecendo a formação do íon cúprico (II), que é a forma biocida ativa que combate
o
fouling marinho. Este mecanismo é proposto pela seguinte reação:
Cu
+
+ PAni
+
Cu
2+
+ PAni
0
5.2.2.1.6.2 Teste no mar Mediterrâneo, Toulon – França
Foram preparadas 12 placas para serem avaliadas. A Tabela 21
mostra o sistema de pintura utilizado para cada uma das placas.
Tabela 21 – Tintas utilizadas nas placas de poli(cloreto de vinila)
Placa Revestimento
30 -
31 T1-EM
32 T1-EMPy
33 T2-EMPAniEB
34 T2-EMPAniEBPy
35 T3-EMPAniHCl
36 T3-EMPAniHClPy
37 T4-EMPAniDBSA
38
T4-EMPAniDBSAPy
39
T5-EMSPAN
40
T5-EMSPANPy
41
Intersmooth 360 SPC
Como as placas eram de poli(cloreto de vinila), não foi necessário
utilizar um revestimento de fundo para dar proteção contra corrosão.
Insolúvel e
Reduzido
Insolúvel e
Oxidada
Solúvel e
Oxidado
Insolúvel e
Reduzida
Água do
mar
Resultados e Discussão
117
A placa 30 foi utilizada como branco, pois não recebeu nenhum
revestimento. A placa 41, pintada com a tinta comercial
self polishing Intersmooth
360 SPC (International), foi utilizada como referência.
Não foi possível medir a espessura dos revestimentos obtidos devido
ao fato de o substrato utilizado não ser metálico, porém aplicaram-se duas demãos
de tinta em cada placa.
As placas foram presas em estruturas metálicas construídas para este
tipo de ensaio (Figura 54), disponíveis no
Arsenal du Mourillon, e mergulhadas na
água do mar Mediterrâneo. As Figuras 55 a 61 mostram o desempenho destes
revestimentos frente à incrustação de organismos marinhos ao longo do tempo.
É importante salientar que os últimos resultados obtidos foram com 23
semanas de imersão, porém as placas continuam mergulhadas no mar, dando
continuidade ao ensaio.
Figura 54 – Estrutura metálica com as placas fixadas
Resultados e Discussão
118
Observou-se que os organismos marinhos que se desenvolvem e
aderem às superfícies em contato com a água no mar Mediterrâneo são diferentes
daqueles observados aqui no sul do Brasil.
A Figura 55 mostra o aspecto da placa 30, utilizada como branco visto
que não recebeu acabamento
antifouling, frente à aderência dos organismos
marinhos.
É possível notar com 10 semanas de imersão, além de uma grande
quantidade de lodo, a adesão de algas na superfície da placa. Também é possível
observar pequenos organismos branco denominados
Spirorbis.
[97]
Após 23 semanas
de imersão, a placa está totalmente recoberta por uma grande quantidade de algas.
A quantidade de
Spirorbis aderidos também é maior que com 10 semanas de
imersão.
Figura 55 – Aspecto da placa 30, sem revestimento, imersa em ambiente marinho ao
longo do tempo (a) 10ª semana; (b) 23ª semana
Para as placas revestidas com as tintas T1-EM e T1-EMPy, placas 31 e
32 respectivamente (Figura 56), não foi possível observar nenhum organismo
marinho nas primeiras 10 semanas de imersão, somente uma pequena quantidade
de lodo sobre a superfície das placas. Com 23 semanas de imersão, é possível
notar a presença de algas em ambas as placas, ocorrendo em maior quantidade na
(a) (b)
Resultados e Discussão
119
placa revestida com a tinta T1-EMPy (placa 32). Nota-se também a descoloração da
cor vermelha de ambos os revestimentos, atribuído à lixiviação do pigmento Cu
2
O na
superfície do revestimento.
Figura 56 – Aspecto das placas 31 e 32 revestidas com a T1-EM e T1-EMPy,
respectivamente, imersas em ambiente marinho ao longo do tempo (a) 10ª semana;
(b) 23ª semana
Nas placas revestidas com as tintas T2-EMPAniEB e T2-EMPAniEBPy,
placas 33 e 34 respectivamente (Figura 57), é possível observar uma grande
quantidade de lodo já na 10ª semana de imersão. A placa 33 (tinta T2-EMPAniEB)
Placa 31 – T1-EM (a) (b)
Placa 32 – T1-EMPy (a) (b)
Resultados e Discussão
120
apresentou grande quantidade de Spirorbis em sua superfície com 23 semanas de
imersão, bem como a ocorrência de algas em menor quantidade. Na placa 34 (tinta
T2-EMPAniEBPy) é possível observar somente a adesão de algas após 23 semanas
de imersão.
Figura 57 – Aspecto das placas 33 e 34 revestidas com a T2-EMPAniEB e
T2-EMPAniEBPy, respectivamente, imersas em ambiente marinho ao longo
do tempo (a) 10ª semana; (b) 23ª semana
Placa 33 – T2-EMPAniEB (a) (b)
Placa 34 – T2-EMPAniEBPy (a) (b)
Resultados e Discussão
121
Figura 58 – Aspecto das placas 35 e 36 revestidas com a T3-EMPAniHCl e
T3-EMPAniHClPy, respectivamente, imersas em ambiente marinho ao longo
do tempo (a) 10ª semana; (b) 23ª semana
As placas revestidas com as tintas T3-EMPAniHCl e T3-EMPAniHClPy,
placas 35 e 36 respectivamente (Figura 58), comportaram-se de maneira
semelhante à placa 34 revestida com a tinta T2-EMPAniEBPy, apresentando
Placa 35 – T3-EMPAniHCl (a) (b)
Placa 36 – T3-EMPAniHClPy (a) (b)
Resultados e Discussão
122
somente lodo após 10 semanas de imersão. Com 23 semanas de imersão, é
possível observar algas por toda superfície do revestimento T3-EMPAniHCl (placa
35), bem como a adesão de pouca quantidade de
Spirorbis.
Para a placa revestida com a tinta T3-EMPAniHClPy (placa 36),
observa-se somente a adesão de algas sobre o revestimento e a incidência de
apenas uma craca após 23 semanas de imersão.
As placas revestidas com as tintas T4-EMPAniDBSA e T4-
EMPAniDBSAPy, placas 37 e 38 respectivamente (Figura 59), apresentaram
somente a formação de lodo após 10 semanas de imersão. Com 23 semanas de
imersão, é possível observar a adesão de algas no revestimento T4-EMPAniDBSA
(placa 37), ocorrendo em maior quantidade nas bordas.
Para a placa revestida com a tinta T4-EMPAniDBSAPy (placa 38),
observa-se o descascamento de grande parte do revestimento após 23 semanas de
ensaio (região central, Figura 59b). Apesar disso, é possível notar que pouca
quantidade de alga aderiu nas partes ainda recobertas pela tinta, mostrando que o
revestimento ainda é eficiente.
Resultados e Discussão
123
Figura 59 – Aspecto das placas 37 e 38 revestidas com a T4-EMPAniDBSA e
T4-EMPAniDBSAPy, respectivamente, imersas em ambiente marinho ao longo
do tempo (a) 10ª semana; (b) 23ª semana
As placas revestidas com as tintas T5-EMSPAN e T5-EMSPANPy,
placas 39 e 40 respectivamente (Figura 60), comportaram-se de maneira
Placa 37 – T4-EMPAniDBSA (a) (b)
Placa 38 – T4-EMPAniDBSAPy (a) (b)
Resultados e Discussão
124
semelhante às anteriores, apresentando somente lodo após 10 semanas de
imersão.
Figura 60 – Aspecto das placas 39 e 40 revestidas com a T5-EMSPAN e
T5-EMSPANPy, respectivamente, imersas em ambiente marinho ao longo do
tempo (a) 10ª semana; (b) 23ª semana
Placa 39 – T5-EMSPAN (a) (b)
Placa 40 – T5-EMSPANPy (a) (b)
Resultados e Discussão
125
Após 23 semanas de ensaio, observou-se a presença de algas e de
Spirorbis no revestimento da placa 39. Para a placa revestida com a tinta T5-
EMSPANPy (placa 40), observou-se somente a presença de algas.
Com os dados obtidos até o momento, é possível observar que as
tintas T1-EM e T1-EMPy foram as que desempenharam maior eficiência
antifouling,
apresentando adesão de poucas algas sobre seus revestimentos após 23 semanas
de imersão.
As tintas que contém polímero condutor em sua formulação, como as
tintas T3-EMPAniHCl e T5-EMSPAN, apresentaram, além da adesão de algas, a
incrustação de
Spirorbis sobre o revestimento. Já as tintas que combinam o
polímero condutor mais o co-biocida PyZn na sua formulação, como as tintas T2-
EMPAniEBPy, T3-EMPAniHClPy, T4-EMPAniDBSAPy e T5-EMSPANPy,
apresentaram somente a adesão de algas sobre o revestimento após 23 semanas
de ensaio. Somente a tinta T4-EMPAniDBSA, que não possui o co-biocida PyZn,
apresentou característica similar a este grupo de tintas.
O revestimento formado pela tinta T2-EMPAniEB apresentou toda a
sua superfície recoberta por grande quantidade de algas e
Spirorbis, mostrando ser
a tinta menos eficiente frente ao
fouling marinho.
Cabe salientar que as tintas cujos revestimentos apresentaram
somente a adesão de algas em sua superfície, comportaram-se de maneira similar à
placa revestida com a tinta comercial Intersmooth 360 SPC, (placa 41, Figura 61),
que também apresentou algas aderidas em sua superfície após 23 semanas de
imersão em ambiente marinho.
Observa-se ainda que o desempenho frente ao
fouling marinho foi
melhor nas placas revestidas com as tintas T1-EM e T1-EMPy, que o observado
para a tinta comercial usada como referência. Para os revestimentos contendo PAni,
nota-se que o revestimento formado pela tinta T4-EMPAniDBSAPy, também
apresentou melhor propriedade
antifouling que a tinta comercial, apesar de não
possuir boa aderência sobre a placa.
Resultados e Discussão
126
Figura 61 – Aspecto da placa 41 revestida com a tinta comercial Intersmooth 360 após
23 semanas de imersão em ambiente marinho
5.2.2.1.7
Ensaio de lixiviação
Como o Cu
2
O é o biocida utilizado em maior quantidade nas
formulações processadas no laboratório, é importante avaliar como se comporta a
sua liberação do revestimento durante o processo de imersão em meio aquoso. Este
processo de extração do biocida da matriz polimérica é também chamado de
lixiviação.
Muitos são os parâmetros que devem se levar em conta no estudo da
liberação de biocidas de um revestimento em tintas
antifouling, tais como: natureza
do biocida e da resina, distribuição das cargas, interações entre
cargas/biocidas/resina, etc.
[85]
Seis revestimentos obtidos a partir das tintas preparadas no laboratório
foram avaliados neste ensaio. O gráfico da liberação de cobre para a água do mar
artificial
versus tempo é apresentado na Figura 62.
Resultados e Discussão
127
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
0246810
Tempo (meses)
Teor de Cu (mg/L)
T1-EM
T1-EMPy
T2-EMPAniEB
T2-EMPAniEBPy
T3-EMPAniHCl
T3-EMPAniHClPy
Figura 62 – Taxa de liberação de cobre dos revestimentos durante ensaio de lixiviação
Na Figura 62 é possível observar que a lixiviação do pigmento Cu
2
O
dos revestimentos obtidos a partir das tintas T1-EM, T1-EMPy, T2-EMPAniEB e T3-
EMPAniHCl é muito semelhante. Observa-se que a liberação do biocida aumenta de
forma gradativamente lenta. Após 30 dias de ensaio, quantidade inferior a 1 mg/L do
biocida foi liberado para a água, sendo o menor valor de 0,36 mg/L para a tinta T1-
EM e o maior de 0,75 mg/L para a tinta T3-EMPAniHCl.
Nota-se que para estes revestimentos, a presença da polianilina não
alterou o processo de liberação do biocida através do revestimento, pois após 9
meses de ensaio a quantidade máxima de biocida liberada para a água foi de 3,77
mg/L para a tinta T2-EMPAniEB, valor muito próximo ao encontrado para a tinta T1-
EM.
Para os revestimentos obtidos a partir das tintas T2-EMPAniEBPy e
T3-EMPAniHClPy o comportamento da lixiviação do Cu
2
O é diferente. Para a tinta
T2-EMPAniEBPy, observa-se uma curva ascendente ao longo do tempo do ensaio,
sendo que a quantidade de Cu
2
O inicial foi de 0,62 mg/L com um mês e 16,8 mg/L
após 9 meses de ensaio. Já para a tinta T3-EMPAniHCl observa-se que a lixiviação
do biocida é lenta nos primeiros 4 meses de ensaio, aumentando drasticamente
após este período. A quantidade inicial de Cu
2
O liberada para este revestimento foi
de 0,59 e 15,4 mg/L, após um e nove meses de ensaio respectivamente.
Como a resina utilizada no processamento das tintas foi a mesma para
todas as formulações, a diferença observada na lixiviação do Cu
2
O não pode ser
Resultados e Discussão
128
atribuída a este efeito. Observa-se também que a adição somente de PAni ou do co-
biocida PyZn não produzem alterações consideráveis nos resultados de lixiviação.
Porém, nota-se que a combinação do polímero condutor (PAni EB e PAni/HCl) com
o PyZn aumentou consideravelmente a liberação do cobre, devido provavelmente à
diferente distribuição dos pigmentos e carga no filme e de diferentes interações entre
as moléculas do biocida com o polímero condutor.
Teoricamente, quanto maior a eficiência de lixiviação do biocida do
revestimento, maior será a sua eficiência frente ao
fouling marinho. O resultado
obtido no ensaio de lixiviação para a tinta T3-EMPAniHClPy corrobora com o
resultado obtido no ensaio de imersão
in situ realizado em Imbé, onde avaliou-se o
poder antiincrustante dos revestimentos. Porém, é importante salientar que o ensaio
de lixiviação foi realizado em água do mar artificial (NaCl 3,5%) e os ensaios de
imersão
in situ foram realizados nas águas do rio Tramandaí, cuja salinidade é de
aproximadamente 2,5%, fator que também pode alterar a liberação do biocida para o
meio ambiente.
Em comparação ao ensaio de imersão realizado no mar Mediterrâneo,
em Toulon, pode-se observar que apesar das tintas T1-EM e T1-EMPy
apresentarem baixa liberação de cobre no ensaio de lixiviação, foram os
revestimentos que apresentaram melhor desempenho antiincrustante até o
momento. Estes resultados não apresentam coerência com as demais tintas
preparadas com PAni, com exceção da tinta T4-EMPAniDBSA, a qual também está
desempenhando uma boa proteção
antifouling. Porém, o ensaio de imersão in situ
neste ambiente marinho continua em andamento para posterior avaliação.
5.2.2.1.8
Microscopia eletrônica de varredura
Com o objetivo de verificar a distribuição dos pigmentos utilizados na
matriz da resina base da tinta, amostras dos revestimentos foram analisadas por
microscopia eletrônica de varredura. A morfologia dos revestimentos foi avaliada
antes e após os ensaios de imersão
in situ no rio Tramandaí. Amostras dos
revestimentos foram fraturadas utilizando nitrogênio líquido, metalizadas e
observadas no microscópio eletrônico. A observação se deu no perfil das amostras.
Resultados e Discussão
129
Todas as amostras analisadas antes do ensaio de imersão
apresentaram imagens semelhantes. A Figura 63 mostra as fotomicrografias dos
revestimentos obtidos a partir das tintas T1-EM, T1-EMPy e T5-EMSPAN,
respectivamente.
Na fotomicrografia do revestimento obtido a partir da tinta T1-EM
(Figura 63a), a qual é formada basicamente pelo pigmento Cu
2
O e carga, pode-se
ver claramente pequenos grãos, medindo em torno de 5
µm, atribuídos ao pigmento
Cu
2
O. As lamelas, medindo aproximadamente 15 µm, são atribuídas ao talco. Para o
revestimento formado a partir da tinta T1-EMPy (Figura 63b), pode-se ver, além dos
grãos de Cu
2
O e as lamelas de talco, os grãos de PyZn. Estes grãos possuem
formato mais esférico que os grãos de Cu
2
O e medem em torno de 5 µm.
Na Figura 63c, cujo revestimento foi obtido a partir da tinta T5-
EMSPAN, observa-se além dos grãos de Cu
2
O, que aparecem em menor
quantidade, e as lamelas de talco, grãos maiores atribuídos à polianilina sulfonada.
O tamanho dos grãos de SPAN varia entre 10 e 15
µm.
Resultados e Discussão
130
Figura 63 – Fotomicrografia de revestimentos (a) T1-EM; (b) T1-EMPy; (c) T5-EMSPAN
a
(
b
)
(
c
)
Resultados e Discussão
131
A Figura 64 apresenta a fotomicrografia do revestimento formado a
partir da tinta T1-EMPy após 53 semanas de imersão nas águas do rio Tramandaí.
Na Figura 64a ainda é possível observar alguns grãos do biocida distribuídos na
superfície mais interna do filme, próximos a uma fina camada de tinta formada pelo
Primer, mesmo após 53 semanas de imersão. Observa-se que a difusão ocorreu,
facilitando a liberação dos pigmentos, pois não existem mais grãos de biocida (Cu
2
O
e PyZn) ao longo da camada lixiviada.
Figura 64 – Fotomicrografia do revestimento T1-EMPy (a) após 53 semanas de
imersão; (b) ampliação do detalhe da matriz da resina base da tinta
Interface
com a água
(
b
)
(
a
)
Interface
com o metal
Resultados e Discussão
132
Na Figura 64b observa-se o detalhe da matriz formada pela resina
epóxi monocomponente para o mesmo revestimento. Nota-se uma matriz
extremamente porosa, com uma grande quantidade de vazios onde antes estavam
alocados os pigmentos e a carga, como é possível observar na Figura 63, os quais
difundiram para o meio externo.
A Figura 65 apresenta as fotomicrografias dos revestimentos obtidos a
partir das tintas T3-EMPAniHClPy e T4-EMPAniDBSAPy, respectivamente. Na
fotomicrografia obtida a partir do revestimento formado pela tinta T3-EMPAniHClPy
(Figura 65a), nota-se que o revestimento comportou-se de maneira similar ao
observado para a tinta T1-EMPy (Figura 64a). Além de visualizar-se uma matriz
porosa formada pela resina, evidenciando que ocorreu a lixiviação dos pigmentos e
carga para a interface com a água, também é possível observar pequena quantidade
de grãos de Cu
2
O na parte mais interna do filme, mesmo após 53 semanas de
imersão.
Na fotomicrografia do revestimento obtido a partir da tinta T4-
EMPAniDBSAPy (Figura 65b), observa-se o mesmo comportamento ocorrido para
as amostras anteriores. Nota-se um revestimento mais poroso, com menor
quantidade de grãos na parte mais interna do filme, evidenciando uma maior
lixiviação dos pigmentos contidos na tinta.
Cabe salientar que os revestimentos T3-EMPAniHClPy e T4-
EMPAniDBSAPy foram os que apresentaram melhor desempenho
antifouling nos
ensaios de imersão
in situ em ambiente marinho, nas águas do rio Tramandaí,
sendo eficientes durante as 53 semanas de ensaio.
Resultados e Discussão
133
Figura 65 – Fotomicrografias dos revestimentos (a) T3-EMPAniHClPy;
(b) T4-EMPAniDBSAPy após 53 semanas de imersão
Comportamento semelhante foi observado para os revestimentos
formados a partir das tintas T5-EMSPAN e T5-EMSPANPy.
(
b
)
(
a
)
Interface
com a água
Interface
com o metal
Interface
com a água
Interface
com o metal
Resultados e Discussão
134
A Figura 66 apresenta a fotomicrografia obtida para o revestimento
formado a partir da tinta comercial INTERMARINE (TI). Sendo esta uma formulação
monocomponente de matriz solúvel, não é possível observar uma matriz porosa na
superfície mais externa, a qual estava em contato com a água. Nota-se um filme
mais compacto, onde os grãos que parecem ser de biocida estão distribuídos ao
longo da espessura do filme, mesmo após 53 semanas de imersão em ambiente
marinho. Neste caso, como se trata de uma matriz solúvel, ambos, resina e biocida,
vão sendo liberados gradativamente para o meio.
Figura 66 – Fotomicrografia do revestimento comercial TI após 53 semanas de
imersão
Na fotomicrografia obtida para o revestimento formado a partir da tinta
TI-PAniDBSA (Figura 67), onde se misturou PAni/DBSA na tinta comercial TI,
observa-se um filme menos compacto que o observado para a tinta TI, apresentando
grande quantidade de vazios na parte mais externa, a qual estava em contato com a
água. Na parte mais interna do filme, é possível observar uma camada mais densa,
atribuída ao Primer usado sobre a superfície metálica.
Interface
com a água
Interface
com o metal
Resultados e Discussão
135
Neste caso, a presença do polímero condutor na tinta pode ter alterado
a solubilidade da resina na água, mudando o mecanismo de liberação dos biocidas
para o meio ambiente.
Figura 67 – Fotomicrografia do revestimento TI-PAniDBSA após 53 semanas de
imersão
Comportamento semelhante foi observado para o revestimento
formado a partir da tinta TI-PAniHCl, o qual sofreu menor incrustação de cracas
durante o ensaio de imersão
in situ se comparado com os outros revestimentos onde
se misturou a PAni com a tinta comercial.
Interface
com a água
Interface
com o metal
6 CONCLUSÕES
O uso da resina epóxi bicomponente como veículo na formulação das
tintas, apesar de ter apresentado um excelente desempenho no ensaio de névoa
salina, não foi adequado para a utilização no ensaio de imersão
in situ em ambiente
marinho (Imbé). O desempenho frente ao
fouling marinho, mais especificamente a
adesão de
Balanus ou cracas, foi insatisfatório comparado com as tintas comerciais
utilizadas como referência. Já nos ensaios de imersão
in situ realizados em água
doce (Lago Guaíba), as tintas avaliadas mostraram-se eficientes frente à adesão de
Limnoperna Fortunei, também conhecido como mexilhão dourado. Além disto, o
endurecedor da resina, a base de poliamidoamina, parece haver desdopado a PAni
devido a seu caráter básico.
Optou-se pelo uso de uma resina epóxi monocomponente, que não
necessita de agente de cura, permitindo manter a PAni na forma desejada.
O desempenho no ensaio de névoa salina do revestimento contendo
resina epóxi monocomponente como veículo foi inferior ao apresentado pela resina
epóxi bicomponente, razão pela qual ela não parece ser adequada para utilização
com o objetivo de proteção contra corrosão, somente como revestimento
antifouling.
As formulações obtidas com esta resina devem ser utilizadas em
aplicações onde a temperatura esteja abaixo de cerca de 250
o
C, que é a
temperatura de início de degradação das amostras, conforme ensaio termoanalítico.
O processo de erosão em modo estático e em modo dinâmico dos
revestimentos mostra que a hidratação e a degradação ocorrem em toda a
espessura do filme e a presença de moléculas ativas na superfície da tinta depende
de sua difusão ao longo da espessura do revestimento. As fotomicrografias obtidas
por microscopia eletrônica de varredura dos revestimentos antes e após ensaio de
imersão
in situ confirmam estas afirmações.
A adição de PAni ou do co-biocida PyZn não produz alterações
consideráveis nos resultados de lixiviação do cobre. Porém, a combinação do
polímero condutor (PAni EB e PAni/HCl) com o PyZn aumenta consideravelmente a
liberação do pigmento, devido provavelmente à diferente distribuição dos pigmentos
Conclusões
137
e carga no filme e de diferentes interações entre as moléculas do biocida com o
polímero condutor, já que a resina utilizada no processamento das tintas foi a
mesma para todas as formulações.
Através da análise do comportamento
antifouling realizado em
ambiente marinho (Imbé), pode-se observar que quando se adiciona PAni na sua
forma condutora (PAni/HCl, PAni/DBSA ou SPAN) na tinta contendo somente óxido
cuproso, o desempenho antiincrustante melhora. A combinação destes polímeros
condutores com o co-biocida PyZn leva a revestimentos tão bons ou melhores que
aqueles obtidos por tintas comerciais. Já o ensaio de imersão realizado no mar
Mediterrâneo (Toulon – França) mostra que as tintas que não contém o polímero
condutor na sua formulação também apresentaram uma excelente proteção
antifouling até o momento, ou seja, 23 semanas de imersão.
Logo, como conclusão geral desta tese de doutorado, pode-se afirmar
que a polianilina dopada (PAni/HCl e PAni/DBSA) e na sua forma sulfonada (SPAN)
podem ser utilizadas como aditivos em tintas antiincrustantes, melhorando a
eficiência
antifouling destes revestimentos.
SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Realizar ensaios de imersão in situ em Imbé, em ambiente totalmente
marinho com salinidade em torno de 3,5%.
Aperfeiçoar a formulação das tintas obtidas, adequando o PVC das mesmas
para otimizar propriedades como brilho, viscosidade, etc.
Testar a proteção antifouling de tintas formuladas utilizando polianilina
dopada com outros ácidos orgânicos.
Testar outros sistemas de resina, compatíveis com as exigências da
legislação de proteção ao meio ambiente.
Avaliar os custos de produção das tintas.
139
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[94] M.C.D.Mansur, C.P.Santos, G. Darrigran, I. Heydrich. C.T. Callil, F.R. Cardoso.
Primeiros dados quali-quantitativos do mexilhão-dourado, Limnoperna fortunei
(Dunker), no Delta do Jacuí, no Lago Guaíba e na Laguna dos Patos, Rio
Grande do Sul, Brasil e alguns aspectos de sua invasão no novo ambiente.
Revista Brasileira de Zoologia, 20 (2003) 75.
[95] S. Giordani, P.S. Neves, C.V. Andreoli.
Limnoperna Fortunei ou Mexilhão
Dourado: Impactos Causados, Métodos de Controle Passíveis de Serem
Utilizados e a Importância do Controle de sua Disseminação
. 23º Congresso
Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Campo Grande - MS (2005).
[96] J.M. Julian, D.G. Anderson, A.H. Brandau, J.R, McGinn, A.M. Millon.
An Infrared
Spectroscopy Atlas for the Coatings Industry. Fourth Edition, Volume I. Published
by Federation of Societies for Coatings Technology, 1991.
[97] Spirorbis, From Wikipedia, the free encyclopedia. Disponível em
http://en.wikipedia.org/wiki/Spirorbis
acesso em: 28/08/2008.
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