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Existem três meios principais: por entidades representativas, no Rio Grande do Sul
existe o COMUNG, no Brasil existe a ABRUC; por projetos compartilhados,
especialmente entre universidades públicas e universidades comunitárias; e por meio
de intercâmbios, em nível internacional, processo que é protagonizado pelos
professores. Estamos buscando formas alternativas, como o associativismo, como o
trabalho em rede, como já é feito em países com a Itália e a Irlanda do Norte.
Entendo que ainda existe muita concorrência entre as universidades comunitárias
gaúchas; muita repetição de cursos; etc. Essa é uma situação que precisa ser
resolvida no futuro, e isso só se resolve com aproximação, com conhecimento, com
respeito, com diálogo e com projetos conjuntos entre professores e entre instituições.
E o que vai fazer diferença nesse futuro eu acredito que seja o aprofundamento das
relações entre os protagonistas desse processo, que são os professores e os
estudantes (ENTREVISTADO 2).
Outro entrevistado reforça essas idéias, afirmando que:
No momento atual, eu gostaria de destacar principalmente o intercâmbio que nós
estamos tendo com as outras universidades comunitárias, porque nós estamos em
uma cruzada a nível nacional para que o governo federal reconheça as nossas
instituições como instituições públicas não-estatais. Porque hoje nós não
conseguimos entender que os recursos públicos tenham dificuldade de vir para as
nossas instituições, tendo em vista que as nossas instituições estão realizando
importantes atividades de desenvolvimento social, de inclusão social, de
disseminação do conhecimento, de integração de indivíduos que não teriam acesso
ao Ensino Superior se não fosse por nossas entidades. Então por tudo isso eu queria
destacar que hoje há um movimento das universidades comunitárias, especialmente
as ligadas ao COMUNG e a ACAFE, portanto Rio Grande do Sul e Santa Catarina,
e que é a UNISC que está puxando a frente desse projeto. Hoje esse é um projeto de
pesquisa, mas também já é um projeto de lei que nós fizemos e estamos
encaminhando para que se reconheça o caráter público das nossas instituições.
Também temos intercâmbio com universidades canadenses, temos intercâmbio com
a universidade tecnológica de Mendoza, temos intercâmbio com universidades do
Cone Sul, especialmente a Argentina, e também temos parcerias com outras
universidades do Brasil. Intercâmbio de alunos, de professores, projetos conjuntos,
etc (ENTREVISTADO 1).
Esses intercâmbios são importantes, pois ampliam e reforçam as atividades
desenvolvidas na Universidade de forma a contribuir para a elaboração de novos projetos e
programas institucionais. Em relação a esses intercâmbios, vinculados à responsabilidade
social da Instituição, um dos entrevistados apresenta uma crítica interessante:
[...] muitas vezes há um conceito errado, de que filantropia é a mesma coisa do que
responsabilidade social, e não é. Nem tudo é responsabilidade social. [...] mas temos
muita filantropia e pouca responsabilidade social, ainda, penso, de maneira geral. O
fato de você ter mais professores vinculados a áreas propícias à responsabilidade
social vai fomentar maior responsabilidade social. Como o eixo da Universidade é
ensino, quem fará atividades de responsabilidade social são aqueles professores que
fazem pesquisa e extensão. Temos também um fórum estadual do COMUNG
vinculado à área administrativa e financeira e temos outro a nível nacional, que
acontece uma vez por ano, é bem pontual, com atividades e discussões ligadas à
filantropia e estudos de ações que deram resultados na área administrativa e
financeira. Essas trocas acontecem muito nesse fórum do COMUNG. Nesse
encontro anual estão apenas as comunitárias e as confessionais, mais fortemente do