ALBUQUERQUE. A.S. A Hora Pedagógica e o Desenvolvimento Profissional de Professores da EJA 119
o trabalho e adaptar as temáticas de acordo com os interesses e necessidades do
público de alunos da EJA.
Por outro lado, Gisele destaca a importância da Hora Pedagógica coletiva, no
início do ano letivo, mas se refere à formação como algo, estritamente, voltado para
atividades de planejamento, e quando a escola oferece uma formação voltada para
discussão de temas teóricos, para reflexão sobre as práticas, ela é contra, pois não
consegue relacionar as teorias discutidas e seu trabalho pedagógico.
eu acho que é bom sim, nós já conhecemos os alunos então fica bem melhor
para nós sentarmos e planejarmos atividades para alunos que já conhecemos.
Eu acho que deveria haver mais encontros de planejamento. Agora na nossa
formação nós tivemos o planejamento pedagógico, oferecido pela escola, foram
lidos muitos textos, foram tiradas algumas propostas, mas eu acho e eu não sei
se estou sendo retrógrada, citar teóricos é uma coisa o que eu quero ver é a
prática no dia-dia, lidar com gente (Gisele).
Mais uma vez, Gisele destaca que não acha significativo a leitura ou o estudo de
textos teóricos, por achar mais importante tratar das práticas docentes, cortando o elo
entre teoria e prática, temática freqüente em seu discurso.
Veiga (1998, p. 82) pontua que ”sem uma sólida base teórica, a formação reduz-
se a um adestramento e desenvolvimento de habilidades técnicas e, muitas vezes,
impossibilita o avanço da compreensão das relações sociais mais amplas“.
Assim, esta docente se preocupa com o desenvolvimento de habilidades voltadas
para sua prática, em detrimento do aprofundamento teórico, o que lhe impede de
compreender melhor o contexto social e político dos alunos da EJA. O que interessa
para ela é a aprendizagem do código escrito, mas não percebe a função do domínio
desse código para a inserção de seus alunos na sociedade.
Outra dificuldade apontada pela professora Lílian é a continuidade deste
momento, pois ela tem dificuldade para participar dos encontros propostos. Ela prefere
permanecer na escola para não deixar os alunos sem aula.
Neste sentido, a professora afirma que
é importante sim, principalmente assim, no meu caso, muitas vezes eu saio da
escola e vou para uma formação no dia da HP, às quartas-feiras, com a Equipe
de Educação Especial da SEMEC, porque, como eu tenho uma aluna que é
deficiente auditiva, então eu vou para lá para ter uma noção melhor de como
trabalhar em sala de aula com esse tipo de aluno, até por que eu não tenho
esse conhecimento, então lá eles nos ajudam a interagir com a aluna melhor e
para mim é muito bom. Agora, nem sempre acontece. Hoje, por exemplo, já foi