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em média, na década de 90. Sendo que para Argentina, Brasil, Chile e México essa
participação foi de 42,5%, 46,6%, 30,3% e 48,4%, em média durante esse período.
Em termos gerais, o cenário de maior abertura comercial da América Latina
trouxe conseqüências às empresas. Do ponto de vista das estratégias empresariais, foi
necessário um novo processo de aprendizado quanto a fatores competitivos como
inovações tecnológicas, conhecimento dos mercados exportadores e redução dos custos,
dentre outros. A conjugação desses fatores levou a uma forte concentração de
investimentos em setores e empresas capazes de enfrentar a maior concorrência
internacional.
A taxa de desocupação da mão de obra cresceu persistentemente nos anos 90
até superar 12% em outubro de 1994. Na Argentina, o mercado de trabalho experimentou
fortes alterações no período com expansão da oferta de trabalho e uma redução da
demanda de trabalho em meados da década. Especificamente na indústria de
transformação, a queda da ocupação ocorreu no intervalo 1991-1998, concentrando-se
principalmente nos anos de 1993 a 1996.
Segundo Weller (1998), o mercado de trabalho da economia latino-americana,
de uma forma geral, sobretudo no início dos anos 90, foi marcado por fraca geração de
emprego produtivo, altas taxas de desemprego, forte e crescente heterogeneidade
estrutural e fraca recuperação dos salários reais. A taxa de ocupação da região cresceu
aproximadamente 2% ao ano, no período 1990 a 1997, e a força de trabalho cerca de
2,5% ao ano no mesmo período, o que explica o aumento do desemprego na região.
Nos 15 países pesquisados em Weller (1998)
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, o emprego assalariado cresceu,
a média de 2,4% e, em quase todos os países, o emprego assalariado privado cresceu
mais rapidamente nas microempresas. Entretanto, o número de trabalhadores no setor
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Os países pesquisados são: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala,
México, Peru, Uruguai, Venezuela, Honduras, Nicarágua e Panamá.