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Universidade Presbiteriana Mackenzie
Curso de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento
Chi Kow Mei
Intervenção coletiva com o Uso de Programa de Alfabetização
Fônica Computadorizada em Crianças da Recuperação do
Ciclo I
São Paulo
2007
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2
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Curso de Pós-Graduação
Distúrbios do Desenvolvimento
Chi Kow Mei
INTERVENÇÃO COLETIVA COM O USO DE PROGRAMA DE
ALFABETIZAÇÃO FÔNICA COMPUTADORIZADA EM CRIANÇAS DA
RECUPERAÇÃO DO CICLO I
São Paulo
2007
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3
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Curso de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento
INTERVENÇÃO COLETIVA COM O USO DE PROGRAMA DE
ALFABETIZAÇÃO FÔNICA COMPUTADORIZADA EM CRIANÇAS DA
RECUPERAÇÃO DO CICLO I
Orientadora: Profª. Dra. Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira
Dissertação apresentada à Universidade
Presbiteriana Mackenzie como requisito
parcial para a obtenção do Título de Mestre
em Distúrbios do Desenvolvimento
São Paulo
2007
4
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
Curso de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento
Intervenção coletiva com o uso de Programa de Alfabetização Fônica
Computadorizada em Crianças da Recuperação do Ciclo I
Chi Kow Mei
______de ___________de 2008
Banca Examinadora
_______________________________________________________________Pr
ofa. Dra. Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira (orientadora)
Universidade Presbiteriana Mackenzie
_______________________________________________________________
Profa. Dra. Alessandra Gotuzo Seabra Capovilla
Universidade São Francisco
Prof. Dr. Paulo Sérgio Boggio
Universidade Presbiteriana Mackenzie
SUPLENTES
Prof. Dr. Fernando César Capovilla
Universidade de São Paulo
_______________________________________________________________
Prof. Dr. Elizeu Coutinho de Macedo
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Sumário
5
RESUMO
ABSTRACT
I. INTRODUÇÃO 01
II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 06
2.1 Breve Histórico da Políticas Educacionais no Brasil 07
2.2 Avaliações Educacionais 09
2.3 Métodos de Alfabetização 19
2.4 Progressão Continuada no Ensino Fundamental 33
III. OBJETIVOS 37
3.1 Objetivo Geral 38
3.2 Objetivos Específicos 38
IV. CASUÍSTICA E MÉTODO 39
4.1 Amostragem 40
4.2 Método 40
4.3 Instrumentos de Avaliação 40
4.4 Procedimentos 49
V. RESULTADOS 54
VI. DISCUSSÃO 63
VII. CONCLUSÃO 68
VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 70
IX. ANEXOS 78
Anexo A 79
Anexo B 80
Anexo C 81
Anexo D 84
6
RESUMO
O fracasso escolar no Brasil tem se agravado consideravelmente. estudos que mostram
diversos tipos de relações entre o desempenho escolar e uma multiplicidade de variáveis. É
necessário investir na formação continuada de professores, fazer uma revisão crítica dos
Parâmetros Curriculares Nacionais, assim como introduzir métodos de ensino eficazes que
desenvolvam as diferentes habilidades necessárias para solucionar ou remediar os atrasos na
aquisição de leitura e escrita. O presente projeto teve como sujeitos de pesquisa um grupo de
crianças da Recuperação do Ciclo I. Os objetivos do estudo foram avaliar habilidades não
verbais de raciocínio abstrato dessas crianças, avaliar o nível de leitura e escrita, aplicar em
um subgrupo de crianças o treino de consciência fonológica em tarefas de leitura e escrita
com o uso do Programa de Alfabetização Fônica Computadorizada, avaliar o nível de
leitura e escrita das crianças treinadas após as sessões de treinamento e comparar ambas as
avaliações de leitura e escrita entre ambos os subgrupos com os resultados da avaliação do
professor de sala de aula. Participaram do estudo 23 estudantes de uma Classe de
Recuperação do Ciclo I do Ensino Fundamental de uma escola pública estadual do município
São Paulo. A média de idade da amostra foi de 11,4 anos, 15 eram meninos e 8 eram
meninas. A avaliação do desempenho das crianças foi realizada a partir do uso dos seguintes
instrumentos: - Bateria de Avaliação de Leitura e escrita On-Line - BALE On-Line;-
Resultados da avaliação de desempenho executada pelo professor da Recuperação do Ciclo
I;- Teste de Vocabulário por Imagens Peabody (TVIP);- Teste de compreensão de Letras do
Alfabeto e, - Teste Não Verbal de Inteligência Test of Non Verbal Intelligence TONI-3.
Os procedimentos de coleta de dados ocorreram em três etapas. Uma etapa inicial de
avaliação e divisão do grupo em duas amostras. A segunda etapa de treinamento fônico com
o auxílio do Programa de Alfabetização Fônica Computadorizada em um dos grupos e uma
terceira etapa de avaliação. Embora o desenho do estudo não permitisse inferir diferenças
estatisticamente significativas entre ambos os grupos, os principais resultados apontaram que
a leitura e escrita dessas crianças ocorre pela rota fonológica, isto é, pela decodificação grafo
fonêmica estrita, sem fazer o uso da rota lexical. Encontrou-se que as avaliações do professor
a partir dos conceitos satisfatório não são compatíveis com os escores nos testes da BALE
On-Line. Verficou-se que alunos que participaram do presente estudo ainda não atingiram os
estágios de leitura e escrita ortográficos e não são capazes de acessar o léxico semântico a
partir da identificação de unidades morfêmicas.
Palavras chave: Programa de Alfabetização Fônica Computadorizada, Recuperação do
Ciclo I, Intervenção Fônica, Avaliação de desempenho.
7
ABSTRACT
The school failure in Brazil has worsened considerably. There are studies that show several
kinds of relations between school performance and multiple variables. It is necessary to
invest in the continual formation of the teachers, do a critical revision of the National
Curricular Parameters, as well as to introduce methods of effective teaching that develop the
different abilities which are necessary to solve or to amend the delay in the reading and
spelling acquisition. The present study involved 23 students from Recovery Class of Cycle I
of a State Public Elementary School, in the district of São Paulo. The goals of this study
were evaluate no verbal abilities of abstract reasoning of these students, evaluate their
reading and spelling levels, were included in a subgroup a teaching program designed to
phonological awareness using the Phonic Literacy Computerized Program. After the
training sessions, make evaluation of the subgroups and compare the results. Then, compare
these results with the teacher's evaluation of the classroom. The mean age of sample was
11.4 which 15 were boys and 8 were girls. The evaluation of the performance was
accomplished from the use of the following instruments: - Reading and Writing Evaluation
Battery On-Line - BALE On-Line; - Results of performance evaluation executed by the
teacher of the Recovery Class of the Cycle I;- Vocabulary test for Images Peabody (TVIP);-
Letter Comprehension Test of the Alphabet and, - Test of Non Verbal Intelligence – TONI-
3. The data collection procedures occurred in three stages. At the first stage, it was done
evaluation and division of the class in two samples. The second stage, one subgroup of
students had phonic training program with the Phonic Literacy Computerized Program and
the third evaluation stage. Although the drawing of this study did not allow inferring
statistically significant differences between both of the subgroups, the main results pointed
that the reading and spelling of these children occur by the phonological route, it means,
they decode by strict graph phonemic, without doing the use of the lexical route.
Accordingly to the teacher's evaluations from the satisfactory concepts, they are not
compatible with scores in the tests of the BALE On-Line. The students who took part in this
present study have not reached either the orthographic reading or spelling and they are
disabling to access the semantic lexicon from the identification of morphemic units.
Keywords: Phonic Literacy Computerized Program, Recovery Class of Cycle I, Phonic
Intervention, Performance Assessment.
8
I. INTRODUÇÃO
9
O fracasso escolar no Brasil tem se agravado consideravelmente. Há estudos que
mostram diversos tipos de relações entre o desempenho escolar e uma multiplicidade de
variáveis, a saber, uso de métodos de alfabetização ineficazes, condições de infra-estrutura
da escola, preparação do professor, problemas afetivo-emocionais das crianças, identidade
racial das crianças, dislexia, dentre outros (MORAIS, 1996; FERREIRA, MARTURANO,
2002; CARNEIRO, MARTINELLI & SISTO, 2003; CARVALHO, 2004). Entretanto, não
são todos os estudos que apontam o uso de métodos errôneos de alfabetização como uma das
causas essenciais do fracasso escolar (CAPOVILLA, CAPOVILLA, 2004). Um fracasso
escolar que, frequentemente, se associa com dificuldades de leitura e escrita. A leitura e
escrita representam algumas das habilidades mais importantes de acesso ao processo de
alfabetização.
De acordo com diversos autores as causas de dificuldades na leitura e na escrita são
múltiplas. Capovilla e Capovilla (2000, p. 207) sumarizam algumas dessas dificuldades
relatadas na literatura científica e citam, dentre outros problemas, os distúrbios vísuo-
espacial, os distúrbios fonológicos gerais e expressivos e dificuldades com o
estabelecimento de representações fonológicas precisas na memória de longo prazo. Os
autores reforçam a idéia, comprovada com resultados de pesquisas, que procedimentos
que desenvolvem a consciência fonológica e ensinam correspondências grafo-fonêmicas
podem auxiliar a aquisição de leitura e escrita. É preciso ressaltar aqui que as conseqüências
em longo prazo da falta de aprendizagem de leitura e escrita são o fracasso escolar, a
repetência e a evasão escolar.
Um relato de pesquisa recentemente publicado por Júnior, Freitas, Souza, Maranhe e Bandini
(2006) apresentou resultados relevantes em relação ao uso de programas de ensino para o
desenvolvimento de habilidades de consciência fonológica. No estudo participaram alunos de
ensino fundamental com história de dificuldades na aquisição de leitura e escrita, que
10
freqüentavam a terceira e quarta série de uma escola pública e estavam sendo
simultaneamente expostos a um programa suplementar para ensino de leitura. Os participantes
apresentaram elevados escores nas provas de consciência fonológica no pós-teste em
comparação com o pré-teste. Os resultados confirmaram dados de pesquisas de outros estudos
em relação ao papel essencial que as estratégias fonológicas têm na aquisição de habilidades
de leitura e escrita quando a criança apresenta riscos para o fracasso no processo de
alfabetização (CARDOSO-MARTINS, 1991; LEYBAERT, ALEGRIA, DELTOUR e
SKINKEL, 1997; CAPOVILLA e CAPOVILLA, 1998; NUNES, BUARQUE, BRYANT,
2000; EHRI et al, 2001; BARRERA, MALUF, 2003; HATCHER, HULME, SNOWLING,
2004; MACEDO, CAPOVILLA, NIKAEDO, ORSATI, LUKASOVA, CAPOVILLA,
DIANA, 2005; JUNIOR et al, 2006; MALUF, ZANELLA, MOLINA, 2006; CAPOVILLA,
DIAS, MONTIEL, 2007; RVACHEW, 2007).
É necessário investir na formação continuada de professores, fazer uma revisão crítica
dos Parâmetros Curriculares Nacionais, assim como introduzir métodos de ensino eficazes que
desenvolvam as diferentes habilidades necessárias para solucionar ou remediar os atrasos na
aquisição de leitura e escrita (CARDOSO-MARTINS, CAPOVILLA, GOMBERT,
OLIVEIRA, MORAIS, ADAMS, BEARD, 2005).
Desde 1994, Palma (1994, p. 33), apontava a existência de um quadro de retenção e
evasão entre as crianças do estado de São Paulo. E na tentativa de solução do fracasso escolar
no estado, o Plano Nacional de Educação, elaborado pelo Ministério de Educação e a
Secretaria da Educação do Estado, adotou uma medida que pretendia melhorar o
desenvolvimento escolar de crianças e adolescentes. Trata-se da Progressão Continuada no
Ensino Fundamental em dois ciclos cuja duração é de quatro anos cada um. Isto foi deliberado
no Conselho Estadual da Educação, através da Deliberação CEE 9/1997. A implantação
previu que não existiria mais retenção nas séries intermediárias do ciclo. A retenção acontece,
11
apenas, no final do ciclo, após quatro anos de escolarização. Se o aluno não atingiu os
objetivos previstos, então ele era matriculado na classe denominada Recuperação do Ciclo I.
Supostamente nessa classe ele tem um ano de estudos para recuperar o primeiro ciclo e,
posteriormente é promovido para a série, mesmo que não consiga se alfabetizar até o final
do ano.
Essa medida governamental foi proposta sem que ela integrasse de maneira
sistematizada os avanços teóricos de pesquisas científicas nacionais e estrangeiras que dizem
respeito a métodos eficazes de alfabetização. Determinou-se uma prática de alfabetização
continuada que estendeu os anos de alfabetização para alunos com fracasso escolar sem se
apropriar de conhecimentos científicos publicados (RIZZO, 2005, p. 39). E, no centro de
toda essa problemática volta ser localizado o tema dos métodos de ensino no Brasil.
“As pesquisas internacionais vêm demonstrando que crianças
com atrasos em consciência fonológica geralmente também
apresentam atrasos de leitura e escrita, e que procedimentos para
desenvolver consciência fonológica, associados ao ensino
sistemático das correspondências entre grafemas e fonemas,
podem prevenir e remediar aqueles atrasos” (CAPOVILLA &
CAPOVILLA, 2000, p.1).
Desde a década de 80 diversas pesquisas buscaram compreender a importância do
desenvolvimento de consciência fonológica e do ensino de correspondências grafo-
fonêmicas na aquisição de habilidades de leitura e escrita (VELLUTINO, SCANLON, 1987;
TORGENSEN, WAGNER, RASHOTTE, 1988; WATSON, MILLER, 1993; RVACHEW,
1994; OLOFSSON, NIEDERSOE, 1999; CAPOVILLA, CAPOVILLA, 2000).
Comprova-se que o método fônico é eficaz e pode ser utilizado na alfabetização dos
alunos de quaisquer níveis sócio-econômicos (CAPOVILLA & CAPOVILLA, 2004).
A problemática geral deste estudo focou-se na verificação da eficácia do programa de
treinamento com a Alfabetização Fônica Computadorizada em crianças com história de
fracasso escolar inseridas na Recuperação do Ciclo I e na comparação entre resultados de
12
avaliação do professor e habilidades de leitura e escrita medidas a partir de testes
padronizados.
Este trabalho fez parte de um projeto mais amplo que vem sendo desenvolvido por
alunos de graduação do Curso de Psicologia e alunos do Curso de Pós-Graduação em
Distúrbios do Desenvolvimento do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da
Universidade Presbiteriana Mackenzie. Esses trabalhos são realizados no Laboratório de
Estudos dos Processos Cognitivos. Alguns dos objetivos gerais dos projetos na linha de
pesquisa relacionada com transtornos da aprendizagem são desenvolver habilidades de
leitura e escrita que fomentem o acesso à cultura e ao conhecimento em crianças. A partir
deste propósito geral os pesquisadores envolvidos desenvolvem e validam diversos
instrumentos para a avaliação de habilidades de leitura e escrita (MACEDO, CAPOVILLA,
NIKAEDO, ORSATI, LUKASOVA, CAPOVILLA, DIANA, 2005).
A seguir será apresentada uma breve revisão de literatura cuja finalidade é embasar o
presente projeto de pesquisa.
13
II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
14
2.1 - Breve histórico de Políticas Educacionais no Brasil
No final da década de 60, o ensino brasileiro público tornou-se gratuito e obrigatório.
O mesmo passou a ser oferecido à população até o nível primário, com a idade dos sete aos
quatorze anos, de acordo com o artigo 175, inciso I, da Emenda Constitucional nº. 1 de
17/10/1969. As crianças tiveram direito ao ensino gratuito até a série, com a idade limite
de quatorze anos (LEGISLAÇÃO BÁSICA, SE/CENP, 1985, p. 31).
A partir da Lei Federal 5692 de 1971, o ensino obrigatório e gratuito ampliou-se para
oito anos unificando o antigo curso primário e o ginásio. Isto passou a ser denominado
primeiro grau e implicou que as crianças adquiriram o direito de dobrar o tempo de
permanência na escola, porém, mantiveram o limite de idade de quatorze anos (LE-
GISLAÇÃO BÁSICA, SE/CENP,1985, p.60).
A democratização do Ensino Fundamental aconteceu somente no final da década de 80
com a Constituição Federal de 1988, no Artigo 208, que estabeleceu:
“O dever do Estado com a educação será efetuado mediante a garantia
de: I-ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive,
sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade
própria. Inciso VII, parágrafo 1° - o acesso ao ensino obrigatório e
gratuito é direito público subjetivo” (Deliberação CEE 9/1997.
DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO LEGISLAÇÃO E
NORMAS BÁSICAS PARA SUA IMPLEMENTAÇÃO, SECENP,
2001, p.34).
A partir desta Constituição o país democratizou o Ensino Fundamental de oito anos
sem o limite de idade. Muitas crianças, jovens e adultos que se encontravam fora da escola e
com defasagem de idade, retornaram aos estudos do antigo 1° grau que passou a ser
nomeado como Ensino Fundamental. Portanto, durante a década de 80, o objetivo da política
educacional brasileira recaiu sobre a expansão das oportunidades de escolarização com
acesso à educação básica.
15
De acordo com Saviani (2004), as metas da nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB) na
Lei Federal 10.172/2001 que aprovou o Plano Nacional de Educação elaborado pelo
Ministério da Educação eram: - universalizar em dez anos o atendimento do Ensino
Fundamental, a partir dos ingressantes em 1998, - aumentar a oferta de vagas no Ensino
Fundamental, - suprir gradativamente o déficit acumulado incluindo-se os alunos com
defasagem de idade, - ampliar os recursos financeiros, - corrigir o desequilíbrio gerado por
repetências sucessivas, entre os anos de permanência dos alunos na escola, - melhorar o nível
de ensino, - elevar, pelo menos 70% o número de concluintes do Ensino Fundamental, para
poder diminuir em 5% ao ano as taxas de repetência e evasão.
De um lado houve a democratização da escolarização. De outro, a escolarização não se
acompanhou de um processo de alfabetização eficaz para todas as crianças envolvidas. Esse
insucesso no processo de alfabetização que repercutiu diretamente no desempenho dos
alunos remete ao questionamento de alguns aspectos, por exemplo, os métodos de
alfabetização, a formação do professor, a falta de clareza e de objetividade no sistema de
avaliação de desempenho da criança, dentre outros (CARVALHO, 2001; CARDOSO–
MARTINS, CAPOVILLA, GOMBERT, OLIVEIRA, MORAIS, ADAMS, BEARD, 2005;
OLIVEIRA, 2006). Capovilla e Capovilla (2004) na apresentação à terceira edição do livro
Alfabetização: Método Fônico comentam que em vários países como Inglaterra, França e
Estados Unidos as autoridades governamentais e os ministérios de educação perceberam que
as altas taxas de fracasso escolar e analfabetismo que existiam na década de 90 do século XX
estavam associadas ao uso do enfoque construtivista no ensino. Tão logo se implantou o
método fônico no processo de alfabetização, essas taxas foram diminuindo
progressivamente. Infelizmente, essas adaptações e o uso do método fônico no ensino
fundamental não foram realizados massivamente no Brasil e, nesse sentido os autores
destacam como um dos piores fracassos dos Parâmetros Curriculares Nacionais no Brasil, a
16
adoção do método global ou ideovisual patrocinado pelo construtivismo (CAPOVILLA e
CAPOVILLA, 2004).
2.2 - Alguns indicadores para a compreensão do fracasso escolar a partir de avaliações
educacionais
estatísticas que comprovam o fracasso escolar a partir de resultados provenientes
de avaliações periódicas que se realizam para determinar o grau de desempenho escolar de
crianças e adolescentes, tais como: Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado
de São Paulo (SARESP), Sistema de Avaliação da Educação sica (SAEB) e o Programa
Internacional da Avaliação de Alunos (PISA). O SAEB, por exemplo, conforme estabelece a
Portaria n.º 931, de 21 de março de 2005 (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais, 2005), é composto por dois processos: a Avaliação Nacional da Educação
Básica (Aneb) e a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc). A Aneb é realizada
por amostragem das Redes de Ensino em cada unidade da Federação e tem foco nas gestões
dos sistemas educacionais. Por manter as mesmas características, a Aneb recebe o nome do
SAEB em suas divulgações. A Anresc é mais extensa e detalhada que a Aneb e tem foco em
cada unidade escolar. Pelo caráter universal, em suas divulgações a mesma recebe o nome de
Prova Brasil.
Existem diversos indicadores de desempenho contidos nas provas dessas avaliações.
Seguidamente sumariam-se as escalas de avaliação usadas para determinar habilidades de
desempenho de leitura e escrita assim como alguns dos resultados obtidos pela escola-lócus
da pesquisa, na avaliação do SARESP referente a 2005.
Na ultima edição do SARESP, de 2005, as habilidades cognitivas avaliadas se
concentraram em leitura, escrita e matemática. Os itens das provas abrangeram
conhecimentos de todas as séries da educação básica. Contou com a participação de mais de 5
17
milhões de alunos de todas as escolas urbanas e rurais da rede estadual de ensino regular,
assim como de escolas particulares (VASCONCELOS, ofício G. S. nº 754/2006).
Para a análise do desempenho dos alunos nas provas, foi construída, para cada série
uma escala de desempenho, a partir dos gêneros de textos apresentados na prova e das
habilidades descritas na matriz de especificação curricular do SARESP 2005. Cada nível da
escala descreve as habilidades que os alunos desenvolveram. A interpretação da escala é
cumulativa, isto é, os alunos que estão em um nível mais alto dominam também as
habilidades dos níveis mais baixos. (FUNDAÇÃO CESGRANRIO, FDE, SEE, GOVERNO
DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2006).
Veja nas tabelas 1, 2, 3 e 4, as escalas de desempenho em leitura e escrita que foram
utilizadas para apurar as provas de a 4a série do Ensino Fundamental e repare-se na
ambigüidade que permeia a descrição dos níveis.
18
Tabela 1 - Escala de desempenho em Leitura e Escrita para 1ª Série do Ensino Fundamental
(Fundação CESGRANRIO, FDE, SEE, Governo do Estado de São Paulo, 2006).
Nível Pontuação Descrição dos Níveis
Abaixo do nível
1
0 - 4
Alunos que não demonstram domínio das habilidades
avaliadas pelos itens da prova.
1 5 – 9
Os alunos escrevem com correspondência sonora ainda
não alfabética.
2 10 – 12
Os alunos escrevem com correspondência sonora
alfabética.
3 13 – 18
Os alunos escrevem com correspondência sonora
alfabética e lêem com autonomia (texto informativo).
4 19 – 25
Os alunos escrevem com ortografia regular.
5 26 – 38
Os alunos produzem texto com algumas características de
linguagem e do gênero proposto (conto).
6 39 – 40
Os alunos produzem texto com características de
linguagem escrita e do gênero proposto (conto).
7 41 - 44
Os alunos produzem texto com características de
linguagem escrita e do gênero proposto (texto
informativo), a partir de situação de leitura autônoma e de
texto de outro gênero.
19
Tabela 2 -Escala de Desempenho em Leitura e Escrita - 2ª Série Ensino Fundamental –
(Fundação CESGRANRIO, FDE, SEE, Governo do Estado de São Paulo, 2006).
Nível Pontuaçã
o
Descrição dos Níveis
Abaixo do
nível 1
0 - 7
Alunos que não demonstram domínio das habilidades
avaliadas pelos itens da prova.
1 8 – 10
Os alunos escrevem com correspondência sonora ainda
não alfabética.
2 11 – 18
Os alunos escrevem com correspondência sonora
alfabética e lêem com autonomia (texto informativo)..
3 19 – 24
Os alunos escrevem com ortografia regular.
4 25 – 30
Os alunos produzem texto com algumas características
de linguagem escrita e do gênero proposto (conto).
5 31– 40
Os alunos produzem texto com algumas características
de linguagem e do gênero proposto (texto informativo).
6 41– 44
Os alunos produzem texto com características de
linguagem escrita e do gênero proposto (texto
informativo), a partir de situação de leitura autônoma e
de texto de outro gênero.
20
Tabela 3: Escala de desempenho em leitura - 3ª Série Ensino Fundamental – (Fundação
CESGRANRIO, FDE, SEE, Governo do Estado de São Paulo, 2006).
Nível Proficiência* Escore
verdadeir
o*
Descrição dos Níveis da Escala
Abaixo
do nível
1
Abaixo de 450
Abaixo de
40,5
Alunos que o demonstram domínio das
habilidades avaliadas pelos itens da prova.
1 450 a 475 40,5 a 51,1
Os alunos distinguem causa/ conseqüência na
fábula.
2
475 a 500
51,1 a 62,4
Os alunos localizam informação explícita,
identificam o conflito gerador do enredo e
reconhecem efeitos de sentido decorrentes do uso
de recursos semânticos na fábula.
Localizam informação explícita no texto
jornalístico (notícia).
Localizam informação explícita, reconhecem o
tema, inferem uma informação implícita e
reconhecem efeitos de sentido decorrentes do uso
de recursos gráficos em história em quadrinhos.
3
500 – 550
62,4 a 83,7
Os alunos inferem uma informação implícita na
fábula.
Distinguem causa/conseqüência, associam uma
palavra a seu referente e identificam a ordem
seqüencial dos fatos no texto jornalístico (notícia).
4
550– 575
83,7 a 90,9
Os alunos reconhecem o tema na fábula e os
elementos caracterizadores da história em
quadrinhos.
Localizam informação explícita, identificam a
ordem seqüencial dos procedimentos, reconhecem
os elementos organizacionais e estruturais,
distinguem causa/ conseqüência e associam uma
palavra a seu referente no artigo de divulgação
científica.
5 575 ou acima Acima de
90,9
Os alunos reconhecem os elementos
organizacionais e estruturais na história em
quadrinhos
* Cada intervalo inclui o nível inferior e exclui o nível superior.
21
Tabela 4 -Escala de Desempenho em Leitura e Escrita - Série Ensino Fundamental
(Fundação CESGRANRIO, FDE, SEE, Governo do Estado de São Paulo, 2006).
Nível
Proficiência
* Escore
Verdadeiro*
Descrição dos Níveis da Escala
Abaixo
do
nível 1
Abaixo de
450
Abaixo de
42,1
Alunos que não demonstram domínio das
habilidades avaliadas pelos itens da prova.
1 450 a 475 42,1 a 52,6
Os alunos localizam informação explícita e
distinguem causa/conseqüência na fábula.
2 475 a 500 52,6 a 63,3
Os alunos identificam o conflito gerador do
enredo na fábula.
Associam uma palavra ou expressão a seu
referente e reconhecem os elementos
organizacionais e estruturais no artigo da
divulgação científica.
Distinguem causa/conseqüência e localizam uma
informação explícita no texto jornalístico
(notícia).
Localizam uma informação explícita, inferem
uma informação implícita e reconhecem efeitos
de sentido decorrentes do uso de recursos
gráficos e estilísticos
na história em quadrinhos.
3 500 – 550 63,3 a 81,7
Os alunos inferem uma informação implícita e
reconhecem os efeitos de sentido decorrentes do
uso de recursos semânticos e reconhecem o tema
na fábula.
Associam uma palavra a seu referente no texto
jornalístico (notícia).
4 550– 575 81,7 a 88,2
Os alunos identificam a ordem seqüencial dos
fatos e inferem uma informação implícita no
texto jornalístico (notícia).
Distinguem causa/conseqüência e identificam a
ordem seqüencial de procedimentos ou fatos no
texto de divulgação científica.
Reconhecem o tema os elementos
Organizacionais e estruturais na história em
quadrinhos.
5 575 ou
acima
Acima de
88,2
Os alunos localizam informação explícita no
artigo de divulgação científica
* Cada intervalo inclui o nível inferior e exclui o nível superior.
De acordo com as tabelas 1e 2 acima, os níveis mais baixos da escala significam que
os alunos de e série não dominam as habilidades avaliadas e os níveis mais altos
demonstram que os alunos são capazes de desenvolver as habilidades planejadas ou desejadas
22
para essas séries (Fundação CESGRANRIO, Fundação Desenvolvimento da Educação,
Secretaria Estadual de Educação,
Governo do Estado de São Paulo, 2006). Embora todas as
escolas apresentassem alunos distribuídos em todos os níveis da escala, foram estabelecidos
os seguintes critérios de classificação:
- Grupo de escolas em situação de atenção: quando a soma dos percentuais de alunos
localizados nos níveis inferiores da escala: (abaixo do vel 1 e nível 1), deveria abranger
30% ou mais alunos para a 1ª série e 15% ou mais alunos para a 2ª série. Esses critérios foram
fixados tendo como referência os percentuais de alunos da Rede Estadual posicionados nesses
níveis: 31,8% dos estudantes da 1ª série e 15,5% dos da 2ª. Estar nesses níveis de desempenho
significa que esses alunos não demonstram domínio das habilidades avaliadas pelos itens da
prova; alunos que escrevem com correspondência sonora ainda não alfabética.
Grupo de escolas em situação avançada: os alunos de série que são capazes de, no
mínimo, produzir texto com algumas características de linguagem escrita e do gênero
proposto (conto). No nível imediatamente superior, são alunos que conseguiram produzir
textos com características de linguagem escrita de acordo com o gênero proposto. Uma
pequena parcela dos alunos avançou e demonstrou domínio de habilidades estipuladas
para a 2ª série (produção de texto de caráter informativo).
Grupo das escolas medianas: escolas que não se configuram em condição de atenção ou
avançada.
Apresenta-se, o gráfico de comparação do desempenho da Diretoria de Ensino da
escola que foi alvo da pesquisa (D. E. Sul-3), com os resultados da Coordenadoria de
Ensino da Região Metropolitana da Grande São Paulo (COGSP), do conjunto das
Diretorias de Ensino da Capital e com os resultados gerais da Rede Estadual.
23
Gráfico 1 SARESP 2005: estudo de desempenho da e séries do Ensino Fundamental
em Leitura e Escrita. Fonte: Fundação CESGRANRIO, Fundação Desenvolvimento da
Educação, Secretaria Estadual de Educação,
Governo do Estado de São Paulo, 2006.
Observa-se no gráfico 1 que 55,9% das escolas da e 2ª Série do Ensino
Fundamental da rede estadual, 72,8% da Grande São Paulo, 70,2% da Capital e 81,3%
da Diretoria Regional de Ensino Sul-3, diretoria que sediou a escola da pesquisa,
encontram-se em situação de atenção. Infere-se o alto número de alunos que no final da
e 2ª série não escrevem com correspondência sonora alfabética (falta de habilidades
de leitura e escrita, escrita com correspondência sonora ainda não alfabética). Os
maiores percentuais em todas as redes se localizaram na situação de atenção em
detrimento das situações avançada e mediana.
A tabela 5 mostra a distribuição percentual dos alunos que atingiram nas tarefas de
leitura nos diferentes setores da rede assim como na escola lócus do estudo.
24
Tabela 5 - Distribuição de percentual de alunos nos Níveis da Escala de Desempenho em
Leitura: Série do E.F - 2004/2005 (FUNDAÇÃO CESGRANRIO, FDE, SEE, GOVERNO
DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2006).
Local Ano Abaixo
do nível
1
Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5
Escola
2005 19,5 14,6 20,5 35,7 5,8 3,9
D. E.
2005 22,0 14,8 20,4 31,3 6,7 4,7
COGSP
2005 18,7 13,6 19,6 33,8 8,4 5,8
Rede
Estadual
2005 16,6 12,9 19,0 35,0 9,5 7,0
Observa-se na tabela 5 que ainda é alto o percentual de alunos que pontuaram abaixo
do nível 1 na escola que foi lócus da pesquisa (19,5%), ou seja alunos sem habilidades para
ler ou interpretar os textos apresentados na prova. A maior distribuição de alunos encontra-se
entre os níveis 2 e 3. O critério que SARESP adota para interpretar o desempenho classificado
no nível 1 é ambíguo, entretanto se assumirmos essa escala de desempenho tal e como foi
divulgada, infere-se que 14,6% conseguiram distinguir causa e conseqüência na fábula. Em
relação aos percentuais de desempenho da 4a série a tabela 6 permite inferir um aumento,
embora discreto de alunos de final de ciclo que estão abaixo do nível 1 e, inclusive, no
próprio nível 1 (35,6% do total). Isto significa que 35,6% dos alunos de 4ª série não sabem ler
e nem interpretar, após quatro anos de escolarização.
Tabela 6 - Distribuição de percentual de alunos nos Níveis da Escala de Desempenho
em Leitura. Série do E.F. 2004/2005 (FUNDAÇÃO CESGRANRIO, FDE, SEE,
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2006):
Local Ano Abaixo do
nível 1
Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 vel 5
Escola
2005 19,9 15,7 18,7 34,4 6,8 4,5
D.E.
2005 22,0 14,9 18,3 31,9 8,2 4,7
COGSP
2005 19,2 14,3 18,1 33,3 9,3 5,7
Rede
Estadual
2005 17,2 13,5 17,7 34,6 10,2 6,8
25
Tabela 7 - Taxas de Aprovação, Reprovação e Abandono (FUNDAÇÃO CESGRANRIO,
FDE, SEE, Governo do Estado de São Paulo, 2006).
Escola Diretoria de Ensino Estado
Diurno Diurno Diurno
Tipo de Ensino
AP. RP. AB. AP. RP. AP. RP. AB.
E. F.: ciclo I
97,2 2,1 0,7 95,2 3,8 1,0 96,2 3,3 0,1
Os dados da tabela 7 mostram que o índice de aprovação da escola é superior ao de
outras instâncias do sistema educacional estadual. Porém, de acordo com os resultados
obtidos na avaliação do SARESP 2005 mostrados nas tabelas 5 e 6 e no gráfico 1, dois
questionamentos se fazem necessários: a) se o índice de aprovação na escola, no final do ciclo
I, atingiu 97,2%, onde se encontra 19,9% dos alunos que, no final da 4ª série, encontravam-se
abaixo do nível 1 no desempenho da leitura conforme a avaliação SARESP? b) os alunos
foram promovidos para a 5ª série do Ensino Fundamental sem estarem alfabetizados?
Outra prova do fracasso escolar brasileiro são os resultados do Program for
International Student Assessment” - Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA),
cuja principal finalidade é produzir indicadores sobre a efetividade dos sistemas educacionais,
avaliando o desempenho de alunos na faixa de 15 anos. As avaliações do PISA incluem
cadernos de prova e questionários e acontecem a cada três anos, com ênfases em três áreas:
Leitura, Matemática e Ciências. Em cada edição, o foco recai sobre uma destas áreas. Em
2000, o foco foi a leitura; em 2003, Matemática e, em 2006 foi a matéria de Ciências. A
avaliação que mediu competências de leitura e interpretação de textos do PISA, realizada no
ano de 2000 contou com a participação de alunos, das escolas particulares e públicas de 32
países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),
entre eles Alemanha, Austrália, Canadá, Coréia do Sul, Estados Unidos, Suécia, Itália e
França. O Brasil foi classificado em último lugar. (Programa Internacional de Avaliação de
Alunos PISA. Disponível em http://www.inep.gov.br/internacional/pisa/Novo/oquee.htm.).
26
Participaram dessa avaliação 265 mil estudantes de 15 anos, sendo 4.800 do Brasil,
matriculados na 7ª e 8ª série do ensino fundamental e na 1ª e 2ª série do ensino médio.privada.
Com média de 396 pontos, numa escala que podia ultrapassar os 626, os alunos brasileiros
foram classificados no nível 1, o nível considerado mais básico ou elementar. Ou seja, são
considerados praticamente analfabetos funcionais
. Na época, o Jornal “O Estado de São
Paulo” comentava que estudantes brasileiros não entendiam o que liam (WEBER &
AVANCINI (2001ª; O Estado de São Paulo, 5/12/2001, p. A9)
.
Técnicos da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico que
analisaram o resultado do PISA e concluíram que os estudantes brasileiros têm a tendência
de “responder pelo que acham e não pelo que efetivamente está escrito”. Numa das questões,
o texto informava explicitamente que uma enfermeira aplicaria uma vacina nos funcionários
de uma empresa (27% dos alunos brasileiros responderam que a vacina seria aplicada por um
médico).
Após essa sumarização de resultados que mostram o fracasso escolar crescente e, o
modo de contextualização teórica, desenvolver-se-á seguidamente uma breve síntese teórica
sobre métodos de alfabetização.
2.3 - Métodos de Alfabetização
Conforme Oliveira (2006, p.37), um exame cuidadoso da história da pedagogia revela
que a rigor só existiram três métodos de alfabetização: o alfabético, o fônico e o global e tudo
o que se conhece sobre alfabetização são variações em torno destes três métodos básicos.
Segundo Morais (1996), o todo de ensino mais utilizado ao longo da história da
civilização ocidental foi método alfabético. De acordo com Oliveira (2006), ele foi inventado
pelos gregos, junto com o alfabeto. O primeiro e mais antigo, há cerca de 2500 anos.
27
Aprendiam-se as letras do alfabeto juntando-as para formar palavras. O método b + a
= ba é herdeiro dessa tradição, que ainda vigora de certa forma. O método alfabético supõe
que o aluno aprende a fazer uma junção de b + a = ba. Porém, não basta saber o nome da
letra, ou de seus sons, para aprender a ler. A função de uma letra não é representar um som,
mas um fonema. Pois os fonemas são unidades abstratas que permitem distinguir quando
falamos mala e tala. A rigor, o fonema correspondente às consoantes não é pronunciável
sozinho, sem uma vogal, e por isso não se constitui um som. Portanto, o método alfabético
representa uma compreensão imperfeita do princípio alfabético. O conceito de fonema
começou a ser estudado em meados do século XIX. E a partir daí desenvolveram-se estudos
psicolingüísticos que apontaram para a importância do aluno compreender a relação entre
fonemas e grafemas (OLIVEIRA, 2006, p. 37).
O método global ou método analítico nasceu no século XVII. A criança parte do todo
para as partes. A idéia não se baseia em conhecimentos psicolingüísticos, mas na motivação.
Pressupõe que a criança comece por textos e frases com palavras conhecidas para
desenvolver a estratégia de leitura baseada na tentativa de adivinhar o significado das
palavras a partir do contexto. Uma focalização progressiva em frases, palavras, sílabas até
grafemas (OLIVEIRA, 2006, p. 38).
Inicialmente, realizar-se-á um levantamento histórico das teorias adotadas no Brasil
em diferentes momentos com uma breve descrição dos correspondentes embasamentos
teóricos dos métodos e técnicas de alfabetização.
2.3.1 - Método sintético: uso de cartilhas
A palavra “cartilha” representa o diminutivo da palavra “carta”. O objetivo da
alfabetização pelas cartilhas era ajudar as crianças a conhecerem o catecismo. A cartilha de
alfabetização é uma invenção da língua portuguesa. A primeira “cartilha” que chegou até nós,
28
é de João de Barros, em 1539. O método antigo de alfabetização baseava-se em decorar as
letras do alfabeto, formar unidades pequenas, que são as sílabas, tratadas como elementos
privilegiados nas cartilhas. A palavra vinha como decorrência do aprendizado das sílabas. A
leitura unia sílabas para formar palavras. Não havia preocupação com o texto. Os textos das
cartilhas eram rezas e ensinamentos religiosos, como os mandamentos de Deus e da Igreja
que os alunos decoravam indo à igreja. O texto não-religioso apareceu muito tempo depois.
Os textos das cartilhas passaram a ser do tipo: “O bebê bebe e baba”, “Ivo viu a uva”, “A pata
nada”, etc. Eram assim porque ninguém estava preocupado com o texto, achavam que eram
pretextos para as atividades de seus métodos. A cópia era uma atividade interessante, útil e
necessária durante o processo de alfabetização e o ditado sempre foi uma atividade
programada pelo método das cartilhas (CAGLIARI, 2007, p. 53 - 59).
Segundo Stamatto (1998) durante o período imperial, é muito difícil separar cartilha
do método de alfabetização. Na maioria dos casos, o método de alfabetização era reduzido ao
emprego de uma cartilha. As cartilhas ou os manuais escolares eram importados de Portugal,
até o século XIX. A primeira lei brasileira sobre a escola primária (1827) não fazia
referências sobre o método de alfabetização e nem as cartilhas, mas determinava como livro
de leitura, a Constituição brasileira e os livros de história do Brasil.
O Brasil imperial adotou o método sintético com suas variantes através o regulamento
de 20 de outubro de 1836 da província de Alagoas. O processo de alfabetização era da
maneira seguinte:
1) conhecer as letras do alfabeto, maiúsculas, minúsculas, consoantes e vogais;
2) juntar vogal com vogal, vogal com consoante e vogal;
3) formar sílabas de mais de uma letra até a composição de palavras;
4) aprender a escrita: de início linhas, em seguida as letras do alfabeto;
5) aprender a leitura da Constituição brasileira e de livros da história do Brasil.
29
Somente após a finalização desse ciclo se iniciavam as noções de gramática
portuguesa. Portanto, o método utilizado era o sintético, sendo que a leitura precedia a
escrita, não sendo um aprendizado concomitante (STAMATTO, 1998, p. 42)
Variações do Método Sintético
Método Castilho em 20 Lições ou Método Português
Foi a partir de 1850 que se começou a distinguir o método de ensino e o método de
alfabetização, com a introdução do “Método Castilho”, recém chegado de Portugal. Este
método alfabetizava as crianças fazendo uma figura que projetava uma sombra e a sombra era
a letra. Por exemplo, uma figura projetava o R maiúsculo e a outra figura projetava o r
minúsculo. Ilustrava-se com uma figura a palavra-chave para exemplificar o princípio
acrofônico. Neste método, em vez da palavra-chave, ia-se direto para as letras. Não eram
usadas as tabelas de sílabas, dando preferência para o estudo de palavras como ponto de
partida e de chegada (CAGLIARI, 2007, p. 62).
Método baseado nas Obras de Abílio César Borges
Por volta de 1860, o brasileiro Abílio César Borges elaborou dois manuais escolares
para a alfabetização: o primeiro e o segundo livro de leitura. O método de alfabetização
consistia o seguinte:
1) ensinar o nome de cada letra do alfabeto, em ordem ou não, maiúscula e minúscula;
2) aprender sílabas como: “ba, be, bi, bo, bu”; “da, de, di, do, du” ; “fa, fe, fi, fo, fu”.
3) fazer combinações das sílabas para formar palavras: dado, fada.
Quando o aluno passava por todas as lições, ele podia estudar o segundo livro onde
encontrava os textos para leitura (STAMATTO, 1998, p. 43)
30
Método da “Cartilha Maternal” – João de Deus
No início da década de 1880, chegou ao Brasil a “Cartilha Maternal” de João de Deus.
Esta cartilha seguia a combinação de sílabas para formar as palavras, como as cartilhas
anteriores. A novidade era a distinção gráfica, em negrito, na composição das palavras. Esta
cartilha ficou muito conhecida até o final do período imperial, 1889. (STAMATTO, 1998, p.
44)
Depois das descrições destes “métodos” de alfabetização (ou cartilhas), pode-se
concluir que o método de alfabetização sintético perdurou durante o período imperial com
algumas variações.
Método das Cartilhas do Século XX
“As cartilhas vêm sendo utilizadas sem muito questionamento. Seu uso foi
consagrado por conter um trabalho de alfabetização sistematizado, fato que
ao professor segurança, por indicar passo a passo os procedimentos para
desenvolver nas crianças habilidade de leitura e escrita” (BARRETO, 1987, p.
107).
As propostas de trabalho nelas contidas caminharam do todo sintético ou analítico
e chegaram ao analítico-sintético. A cartilha é geralmente o único material pedagógico
utilizado na condução do trabalho de alfabetização em salas de aula.
Ao longo dos anos, houve tentativa de renovação de autor para autor, mas as
mudanças não m sido substanciais. elementos comuns que se encontram nas cartilhas
que podem ser destacados:
-
apresentação de vogais, com a presença de palavra-chave associada à respectiva
figura. Exemplos: vogal A com a palavra e a figura de abelha; vogal O com ovo.
Depois unir as vogais formando: eu, ai, ia, ui;
31
-
apresentação de consoantes, com a presença de palavras-chave associada à
respectiva figura. Exemplos: B = barriga; consoante D = dado;
-
União de consoantes com vogais, formando primeiramente as sílabas simples.
Exemplos: pa, pe, pi, po, pu . Em seguida, juntam-se as sílabas para formar as
palavras, tais como: pipa, pia, pá, papai, papo.
-
Apresentação de textos fragmentados, sem contextualização, simplesmente para
auxiliar na memorização da nova letra do alfabeto e as respectivas sílabas. Este
texto é utilizado para leitura, cópia e memorização de novas sílabas e palavras.
-
Introdução de ditongos e dígrafos, utilizando a mesma metodologia.
“Basicamente o que se pretende ao se oferecer à criança um modelo de exercícios
de análise e síntese é que ela perceba a palavra como um todo significativo, que
pode ser dividido em pedaços menores sem significado e que estes podem ser
rejuntados formando novas palavras com outros significados”. (BARRETO, 1987,
p. 113)
Segundo Cagliari (2007), a cartilha mais antiga, Cartinha de João de Barros de 1539 já
tinha todos os ingredientes das cartilhas que foram editadas depois até as modernas:
inicialmente, apresenta-se o alfabeto juntamente com o nome das letras, aparece uma lista de
palavras com figuras e um nome, cuja primeira letra segue na ordem tradicional do alfabeto.
A criança aprende o nome e o som das letras, isto é, baseia-se no princípio acrofônico e na
ilustração. Em seguida, vêm as famosas tabuadas de sílabas do tipo Ba Be Bi Bo Bu; Bra,
Bre, Bri, Bro, Bru, etc. Logo depois, aparecem as listas de palavras para decifração e leitura.
Aparecem frases fáceis de serem lidas, dando lugar a pequenos textos que são lidos com os
olhos e com o dedo.
32
2.3.2 - Métodos Globais
A fundamentação teórica destes métodos é a psicologia de Gestalt ou psicologia da
forma: a criança tem uma visão sincrética ou globalizada, isto é, tende a perceber o todo,
antes de captar os detalhes. Algumas variações em torno deste método têm sido muito
utilizadas no Brasil.
Variação: Método Natural
O método natural criado por Marinho, baseado nos conceitos da psicologia de Gestalt
que ressalta a importância da atividade da criança no processo de ensino-aprendizagem
Conciliam-se as vantagens dos métodos globais em outros países, como: método de contos,
método ideovisual de Decroly, método natural Freinet, alfabetização a partir de palavras-
chave.
“formação de habilidades de leitura inteligente”- -com as dos métodos
fônicos que dirigem a atenção da criança para a dimensão sonora da
língua, habilitando-a a decodificar (ler) e codificar (escrever) palavras
novas. “Tudo isso trabalhando estruturas visuais e auditivas palavras -,
dentro de estruturas lingüísticas maiores: frases, sentenças, história,
sempre enquanto e como processo de comunicação de idéias” (Rizzo &
Legey, 1990, p.5).
A autora tinha preocupação com a formação de habilidades de leitura além da
decodificação, tornando o aluno capaz de ler e organizar sentenças e pequenos textos, assim
como extrair a idéia contida num grupamento de palavras conhecidas. Aboliu a cartilha.
Enfatizou a importância das atividades diversificadas, lúdicas, uso abundante de escritas,
manuseio de materiais e objetos. (RIZZO & LEGEY, 1990, p. 3-4).
Variação: Método Paulo Freire
A metodologia proposta por Paulo Freire se classifica como palavração. Ela consiste
em utilizar 17 a 20 palavras geradoras ou palavras-chave do universo vocabular, social de
33
alunos adultos analfabetos. Devem estar relacionadas com temas geradores de discussão
sobre aspectos da vida política e social do Brasil e, além disso, propiciar a produção de
palavras novas através da combinação de sílabas das palavras geradoras. (CARVALHO,
2005, p. 43)
A alfabetização seria um instrumento de conscientização para que os indivíduos
despertassem para o conhecimento de seus direitos políticos, sociais e econômicos. Compete
ao professor coordenar, jamais influir ou impor. O todo repousa em diálogo, em
conscientização, para transformar o mundo. Repousa na crença de que o povo oprimido e
explorado é capaz de pensar sobre a realidade social em que vive e concluir pela necessidade
de transformação (FREIRE, 1980 a, p.5).
Variação: Construtivismo
A partir da década de 80, a divulgação do construtivismo ocupou lugar de destaque
nos cursos de formação continuada de professores. O foco mudou de “como ensinar” para o
“como a criança aprende” (FERREIRO e TEBEROSKY, 1986). O construtivismo não propôs
métodos, porque sempre se afirmou como uma teoria psicológica e não como uma teoria
pedagógica. Os métodos de alfabetização utilizados passaram a ser negados pelo
construtivismo. Cabe salientar que antes da influência construtivista os professores ensinavam
pelo método global e silábico. O construtivismo veio negar esses métodos, mas não propôs
outro método eficaz que os substituísse.
Dentro da concepção construtivista, a língua escrita deve ser oferecida inteira para os
alunos e de forma funcional. Perante as dificuldades de alfabetização que professores
enfrentam é muito comum eles se questionarem como trabalhar com textos na alfabetização
se o aluno ainda não conhece palavras. Que textos escolher? Como desenvolver atividades
através de um texto?
34
Para isso eles propõem o uso de textos que os alunos sabem de cor, tais como, letras
de canções infantis, parlendas, poesias, as cantigas de roda. Realizar assim a leitura com o
aluno indicando com o dedo para familiarizar as palavras do texto e reorganizar suas idéias
sobre o que está escrito e o que se pode ler. Recomendam também o uso de livros infantis,
jornais, revistas, adivinhações, enfim material escrito de todo tipo para manusear, adivinhar,
apreciar, inventar histórias inspiradas nas ilustrações. Sob critérios não sistematizados a
criança deverá aprender progressivamente sobre sintaxe, léxicos e normas lingüísticas que
regem a escrita.
Uma das estratégias usadas é a seguinte: a professora escreve na lousa ou numa
cartolina os textos orais produzidos pelos alunos fazendo as modificações necessárias,
apontando para as crianças o que foi mudado e por quê. Em seguida, faz a leitura em voz alta
apontando as palavras com o dedo, mostrando os espaços em branco entre as palavras.
Repete-se a leitura e depois a classe o texto com a ajuda da professora. Aos poucos a
criança deve perceber que as letras representam sons da língua e ao mesmo tempo deverá
entender o que diz o texto.
De acordo com Ferreiro (1990) na abordagem construtivista aplicada ao processo de
alfabetização há três momentos no processo da construção da escrita:
Primeiro Período ou Garatuja
Caracteriza-se pela busca de parâmetros de diferenciação clara entre o sistema de
representação do desenho (pictográfico), o da escrita (alfabético), do numeral e do próprio
rabisco. Para a criança, esta representação já possui algum significado.
Segundo Período da Hipótese Silábica
Passar do período garatuja para a hipótese silábica implica, de acordo com o
construtivismo (FERREIRO, 1990), um salto qualitativo o qual Piaget chama de “grandes
35
reestruturações globais”. O que caracteriza a hipótese silábica é que cada letra representa uma
sílaba que é a menor unidade de emissão sonora. A criança escreveria a palavra bola com
duas letras porque cada letra representa uma emissão sonora ou sílaba. Essa hipótese silábica
pode ser dividida em três momentos:
a) Pré-silábico: a professora pede ao aluno escrever a palavra “SAPATO”. A criança
sabe que para escrever é necessário utilizar letras, ela irá escrever a palavra de
maneira aleatória, até o final da linha, pois ela ainda não tem noção da qualidade e
nem da quantidade de letras necessárias para escrever a palavra solicitada.
b) Silábico sem valor sonoro: pode escrever três letras (ex. MNT) para representar a
palavra SAPATO que tem três sílabas ou abre-se a boca três vezes. Para os
representantes do enfoque construtivista a criança domina a quantidade, tem
conhecimento de que para escrever é preciso utilizar letras;
c) Silábico com valor sonoro: a criança passa a escrever SPO para se referir à palavra
SAPATO. Os representantes consideram que aqui há um salto qualitativo no
sentido de uma descoberta de que a escrita representa os sons da fala.
Terceiro Período da Hipótese Alfabética
Nesse momento aparece uma hipótese conceitual que atribui a cada letra escrita uma
sílaba oral ou a cada vez que abrir a boquinha. Este período é o que corresponde à
fonetização da escrita, que inicia por um período silábico e culmina em um período alfabético
que pode ser dividido em dois momentos
a) silábico alfabético: SPAO = SAPATO;
b) alfabético: SAPATO.
Geralmente os professores trabalham com textos curtos e através deles propõem
situações de aprendizagem significativas que têm o objetivo de criar um contexto real para
auxiliar o aluno na reflexão e na compreensão de como funciona a escrita convencional.
36
Assim, as crianças devem construir a idéia de que a escrita é uma representação da fala. É
possível também os alunos lerem, mesmo que não estejam alfabetizados, pois a leitura
antecede a escrita. O processo como um todo de acordo com o construtivismo envolve análise
de textos, frases para chegar às partes menores, palavras e depois as sílabas. Um processo
totalmente invertido em relação ao uso de métodos sintéticos como os todos cuja
abordagem é fônica.
Vale salientar algumas críticas ao método de alfabetização de base construtivista:
- Não discute pressupostos da aquisição ontogênica da leitura e escrita.
- Os momentos de construção da escrita o contemplam a decodificação fonológica
para poder adquirir as representações ortográficas das palavras.
2.3.3 - Método Fônico
A alfabetização conforme uma abordagem fônica implica no ensino de
correspondências entre grafemas e fonemas, isto é, letras e sons com a finalidade de
discriminar gradativamente os princípios fonológicos, lexicais e alfabéticos da leitura e da
escrita (MACEDO et al, 2002; CAPOVILLA e CAPOVILLA, 2002; CAPOVILLA e
CAPOVILLA, 2004; MACEDO et al, 2005; NIKAEDO, 2006).
Segundo Capovilla e Capovilla (2004), o método fônico de alfabetização promove o
desenvolvimento de consciência fonológica que consiste em adquirir habilidades para
discriminar e manipular os segmentos da fala, isto é, as palavras, as sílabas e os fonemas. Um
determinado fonema pode ser representado por um grafema simples, a partir de uma vogal ou
de uma consoante, ou por um conjunto de letras formando um grafema composto. A criança
deverá progredir gradativamente desde os sons das letras, passando pelas sílabas, palavras,
frases até chegar a textos cada vez mais complexos. Este método objetiva desenvolver as
habilidades metafonológicas e ensinar as correspondências grafo fonêmicas de modo a levar a
37
criança a adquirir a leitura e escrita competentes. As atividades metafonológicas concentram-
se em exercícios para o desenvolvimento da consciência fonológica e ensinam os alunos a
tentar aos fonemas e manipulá-los em sílabas e palavras faladas. Nikaedo (2006, p. 20)
comenta e uma pesquisa que focou uma intervenção coletiva com o Programa Alfabetização
Fônica Computadorizada em escolares do Ensino Fundamental, que as competências
essenciais para aprender a ler são as de decodificar e compreender o significado de textos. E
ainda, a autora destaca que em concordância com o método fônico, a ênfase desta abordagem
é desenvolver habilidades de decodificação que podem ser fortalecidas com o uso de
instruções fonológicas. Assim, a fluência na decodificação, paulatinamente, contribuiu com o
desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita na amostra estudada.
As atividades metafonológicas concentram-se em exercícios para o desenvolvimento
da consciência fonológica. Consciência fonológica no sentido de habilidades discriminativas
que a criança vai desenvolver para compreender os segmentos da fala e as ltiplas
possibilidades de manipulação sobre esses segmentos. Por exemplo, algumas das atividades
que podem desenvolver esse tipo de habilidades são os exercícios de rima, aliteração,
discriminação silábica, segmentação. Segundo o relatório do Instituto Nacional de Saúde da
Criança e de Desenvolvimento Humano, dos Estados Unidos (2000), estas instruções são
eficazes para auxiliar na aquisição de leitura e escrita sob diferentes condições de ensino e
com diferentes tipos de alunos e idades.
Flesch (Apud CAPOVILLA e CAPOVILLA, 2000) sustentou que o método fônico
poderia ser classificado como um método sintético eficaz para ensinar a ler em detrimento
dos métodos analíticos ou globais que eram responsáveis pelo fracasso maciço em leitura e
escrita, das crianças norte-americanas.
38
Chall (Apud CAPOVILLA e CAPOVILLA, 2000) estudiosa sobre resultados dos
métodos no período de 1910 a 1965, também tomou posição a favor dos métodos fônicos,
sustentando que ofereciam os melhores resultados com crianças das famílias pobres.
Em síntese, a consciência fonológica consiste na capacidade para focalizar os sons da
fala. São habilidades para adquirir as representações ortográficas das palavras que lhe
permitirá à criança posteriormente ler de acordo regras ortográficas (CAPOVILLA e
CAPOVILLA, 2000). De acordo com Cardoso-Martins (2005, p. 29):
Para reconhecer o grau
de consciência fonológica da criança alguns indicadores usados são a habilidade de identificar
o número de sílabas das palavras e reconhecer rimas e aliterações, sílabas que se repetem no
início de uma série de palavra”.
A aprendizagem da leitura abrange dois processos básicos denominados também rotas
ou estratégias. Sobre essas rotas Ellis e Young (Citado por CAPOVILLA & CAPOVILLA,
2000) propuseram um modelo de leitura baseado em duas rotas: a fonológica e a lexical. De
maneira sintetizada uma breve descrição de ambas as rotas de acordo com Capovilla e
Capovilla (2000, p. 21-2). Na rota fonológica a pronúncia da palavra é construída por meio da
aplicação de regras de correspondência grafo-fonêmica. Essa rota permite a decodificação
segmentada das palavras por meio da conversão grafema-fonema (NIKAEDO, 2006). O
significado é acessado por mediação da forma auditiva da palavra (resultante da síntese
fonológica) que, se for reconhecida, tem acesso ao léxico pela porta de entrada do léxico
auditivo lingüístico. Com o desenvolvimento da competência no processo de leitura, a
conversão de segmentos ortográficos em fonológicos torna-se progressivamente mais
automático ao ponto de começar a usar progressivamente maiores seqüências de letras como
unidades de processamento.
na rota lexical, o item sofre primeiro uma análise visual antes de ser processado
pelo sistema de reconhecimento visual de palavras. O item somente será reconhecido como
39
palavra se sua forma ortográfica (os morfemas e palavras) estiver representada no léxico
ortográfico. Essa rota permite o reconhecimento da palavra como um todo sem a necessidade
da conversão grafema-fonema (NIKAEDO, 2006). Para alcançar a pronúncia existem duas
rotas. A rota léxico-semântica que pressupõe uma ativação da representação semântica antes
de ativar a forma auditiva. Isto é, o leitor entende antes de pronunciar o que está lendo. Na
rota lexical direta a pronúncia é obtida diretamente sem a mediação semântica, ou seja, é
obtida diretamente da forma ortográfica do item.
Cabe destacar que de acordo com as características psicolingüísticas das palavras a ser
lidas o uso de uma rota será predominante em relação à outra. Essas características dizem
respeito á freqüência, regularidade, lexicalidade e comprimento da palavra.
A sucinta descrição anterior em relação às rotas utilizadas para o processo de leitura
permite descrever brevemente os três estágios básicos para a aquisição da leitura que foram
propostos por (FRITH, 1985):
1- Estágio logográfico: para a criança, o texto é como se fosse desenho. A
leitura consiste no reconhecimento visual global de uma rie de palavras
comuns que a criança encontra com grande freqüência. Ela atenta ao
contexto, ao formato e à coloração geral da palavra, como se fosse um
desenho em vez de decodificação alfabética. Na escrita não se respeita a
ordem em que as letras aparecem nas palavras, exceto pela letra inicial.
2- Estágio alfabético: na escrita, a seleção das letras e o seu seqüenciamento
passam a ficar sob o controle dos sons da fala, codificação fonografêmica.
Durante a leitura, o leitor converte as letras do texto escrito em sons
correspondentes, isto é, decodificação grafofonêmica. No início são incapazes
de perceber o significado da decodificação fonológica. Quando forem capazes
40
de decodificar tanto a fonologia quanto o significado da palavra, pode se
presumir o desenvolvimento da fase de leitura alfabética com compreensão.
3- Estágio ortográfico: a leitura é realizada com rapidez e fluência, por meio do
reconhecimento visual direto, isto é, pela estratégia lexical e não mais pela
estratégia fonológica. A criança escreve usando o sistema lexical
grafêmico, pois já adquiriu habilidades relacionadas com o reconhecimento
da estrutura morfológica de cada palavra.
Segundo Morton (1969), uma habilidade competente de leitura desenvolve-se com o
acesso à pronúncia e ao significado. Justo neste contexto é que se localizam diversos modelos
que tentam sistematizar como se produz no ser humano o processamento da informação em
nível mais básico. Os modelos deverão descrever as diversas etapas do processamento. Por
exemplo, a entrada da informação, a codificação, o armazenamento, a recuperação, a
decodificação e a saída.
Uma vez sumariados alguns dos aspectos teóricos contidos no método fônico passar-
se-á descrever uma das medidas que a secretaria de educação adota na tentativa de diminuir o
fracasso escolar. Antes, é preciso apontar para a seguinte colocação: sem o questionamento de
métodos de ensino e sem a análise de publicações científicas brasileiras sobre causas de
fracasso escolar e formas de desenvolver habilidades de leitura e escrita a partir do uso do
método fônico; as secretarias de educação orientadas pelo Ministério de Educação
propuseram algumas medidas para tentar diminuir o fracasso, a retenção e a própria evasão
escolar. Uma dessas medidas foi a implantação da Progressão Continuada no Ensino
Fundamental em dois ciclos com duração de quatro anos cada um deles (DELIBERAÇÃO
CEE 9/1997).
2.4 - Progressão Continuada no Ensino Fundamental
41
Essa medida, embora estabelecida em 1997, até a atualidade não foi revisada à luz de
diversas as pesquisas que mostram a associação que existe entre o uso do ensino
construtivista e o fracasso escolar (CAPOVILLA e CAPOVILLA, 1998; CAPOVILLA e
CAPOVILLA, 2000; CAPOVILLA, GÜTSCHOW, CAPOVILLA, 2004; NATALLE,
MACEDO, 2006; NIKAEDO, 2006)
A medida foi criada na Secretaria da Educação do Estado de São Paulo para reverter
os quadros de retenção e evasão e atender o Plano Nacional de Educação elaborado pelo
Ministério de Educação. A Progressão Continuada no Ensino Fundamental é executada em
dois ciclos com duração de quatro anos cada um deles (DELIBERAÇÃO CEE 9/1997). Não
existe retenção durante as séries intermediárias do ciclo. Somente retenção apenas no
final do ciclo após quatro anos de escolarização. Quando o aluno não atinge os objetivos
previstos é matriculado, no ano seguinte, na classe denominada “Recuperação do Ciclo I”.
Durante um ano ele deve recuperar o primeiro ciclo. Posteriormente é promovido para a
série. Entretanto, se o aluno não consegue se alfabetizar até o final do ano, mesmo assim, ele
é promovido para a 5ª série.
Embora não seja um estudo típico sobre resultados dessa progressão continuada a partir
da Recuperação do Ciclo I, Glória (2003) realizou uma pesquisa qualitativa sobre as
percepções e vivências de alunos de camadas populares e de suas famílias sobre a adoção do
princípio da não-retenção em uma escola pública de ensino fundamental da Rede Municipal
de Belo Horizonte (MG). No estudo, a autora conclui que a não-retenção escolar, segundo os
entrevistados, foi incapaz de garantir o direito à educação básica, na medida em que
favorecia a promoção de alunos sem aprendizagem efetiva.
Propostas Pedagógicas da Secretaria Estadual da Educação à Classe de Recuperação do
Ciclo I
42
A Secretaria Estadual da Educação propõe aos professores das classes de recuperação
do ciclo I que elaborem uma proposta pedagógica curricular centrada na reorganização dos
conteúdos para atender aos objetivos do Ensino Fundamental, identificando o que é prioritário
a ser desenvolvido nas quatro primeiras séries, considerados indispensáveis para a garantia da
continuidade dos estudos. Quanto às atividades de aprendizagem propõe levar em
consideração a faixa etária e o interesse do aluno, valorizar o conhecimento que ele traz e que
é produzido, favorecer a sua participação para a discussão e o debate (Classes de Aceleração,
1999, p. 6-7).
Nesta Recuperação do Ciclo I sugere-se a trabalhar pelo método global. Chama a
atenção o uso de um método que não é capaz de desenvolver na criança habilidades explícitas
e conscientes para identificar, manipular e segmentar sons da fala até o nível fonêmico.
Alguns dos projetos que fazem parte da Recuperação do Ciclo I são: amigo, dicionário,
diário, livro de receitas, supermercado, histórias que a família conta, festas juninas,
conhecendo medicamentos, ervas medicinais, farmacêutico, lendas, fábulas, bilhetes, jornal,
charge, poesias. A partir do contato com diferentes tipos de textos e de diferentes projetos, o
aluno deverá desenvolver habilidade de leitura e escrita pelo método global. O princípio desse
método de ensino corresponde claramente com o enfoque construtivista segundo o qual
devem ser trabalhados textos com situações de aprendizagem que supostamente devem
auxiliar o aluno na reflexão e na compreensão de como funciona a escrita convencional. Isto
é, “construir a idéia de que a escrita é uma representação da fala” (FERREIRO, 1990).
Na escola onde foi efetuado o estudo, a efetivação de uma classe na Recuperação do
Ciclo I previu que, ao início do ano letivo, a professora executasse uma avaliação de todos os
alunos da classe para identificar em que estágio da escrita eles se encontravam e elaborar um
gráfico de barra (cruzamento de nome de alunos e hipótese de estágio da escrita). Ao longo
do curso, emite-se um parecer bimestral de cada aluno para identificar o estágio da escrita
43
que eles atingem ao final de cada bimestre. A emissão destes quatro pareceres se fundamenta
em pressupostos dos métodos globais de ensino e corresponde à classificação de hipóteses
silábicas e alfabéticas de acordo com o método global. Essas hipóteses foram descritas no
capítulo correspondente a métodos de ensino de base construtivista. São elas:
- Hipótese de Estágio pré-silábico;
- Hipótese de Estágio silábico sem valor sonoro;
- Hipótese de Estágio silábico com valor sonoro;
- Hipótese de Estágio silábico alfabético;
- Hipótese de Estágio alfabético.
Uma média final é emitida sob os conceitos: PS = Plenamente Satisfatório; S =
Satisfatório; NS = Não Satisfatório, de acordo com o regimento escolar homologado pela
diretoria regional de ensino da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. As crianças
passam pela Recuperação do Ciclo I durante 10 meses (fevereiro até dezembro).
Esse sistema de avaliação vigente continua recebendo críticas devido à falta de clareza
e objetividade dos critérios. Como aponta Carvalho (2001), os próprios professores são
ambíguos e inconsistentes ao outorgar um ou outro conceito. A autora realizou um estudo em
que se verifica que os discursos oficiais apontam para dados com uma suposta melhoria de
fluxo, eficiência e até elevação da qualidade do ensino em alguns contextos escolares.
Entretanto o dado real que não se divulga é a exclusão da lista de retidos dos alunos que "vão
levando" para manter o mais baixo possível o número de retenção associado à invenção do
"NS". Assim a autora critica que o principal efeito das medidas de progressão automática era
se envolver com a produção de um índice alto de sucesso e não com a produção do sucesso
escolar propriamente (CARVALHO, 2001).
44
III. OBJETIVOS
45
3.1 - Objetivo Geral
Avaliar a eficácia do treino de habilidades fonológicas em um grupo de crianças de
recuperação do Ciclo I com o uso do Programa de Alfabetização Fônica Computadorizada.
3.2 - Objetivos Específicos
- Avaliar habilidades não verbais de raciocínio abstrato.
- Avaliar o nível de leitura e escrita das crianças.
- Executar em um subgrupo de crianças o treino de consciência fonológica em
tarefa de leitura e escrita com o uso do Programa de Alfabetização Fônica
Computadorizada.
- Avaliar o nível de leitura e escrita das crianças após as sessões de treinamento.
- Comparar as avaliações de leitura e escrita com os resultados da avaliação do
professor nos dois grupos.
46
IV. CASUÍSTICA E MÉTODO
47
4.1 – Amostragem
Sujeitos: participaram do estudo 23 estudantes de uma Classe de Recuperação do
Ciclo I do Ensino Fundamental de uma escola pública estadual do município de São Paulo. A
média de idade da amostra foi de 11,4 anos, 15 eram meninos e 8 eram meninas. Os
participantes foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos. Um dos grupos realizou
exclusivamente as atividades pedagógicas rotineiras da Classe de Recuperação do Ciclo I
(Grupo 1= 11 crianças) e outro, além das atividades da Recuperação do Ciclo I, participou de
uma intervenção coletiva com o uso do Programa de Alfabetização Fônica Computadorizada
(Grupo 2= 12 crianças). As crianças do grupo 2 receberam em média 6,66 intervenções com
o uso do Programa de Alfabetização Fônica Computadorizada.
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética para pesquisa com seres
humanos sob o processo 983/08/07 e CAAE-0033.0.272.000-07 (Anexos A e B Cartas de
Informação e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido)
4.2 - Método.
O presente estudo foi desenvolvido em três etapas:
- 1ª etapa de avaliação;
- 2ª etapa de intervenção com o grupo 2;
- 3ª etapa de reavaliação.
4.3 - Instrumentos de Avaliação
A avaliação do desempenho das crianças foi realizada a partir do uso dos seguintes
instrumentos.
48
- Bateria de Avaliação de Leitura e escrita On-Line - BALE On-Line (MACEDO,
CAPOVILLA, DIANA, COVRE, 2002);
- Resultados da avaliação de desempenho executada pelo professor da Recuperação
do Ciclo I;
- Teste de Vocabulário por Imagens Peabody (TVIP);
- Teste de compreensão de Letras do Alfabeto;
- Teste Não Verbal de Inteligência – Test of Non Verbal Intelligence – TONI-3.
Bateria de Avaliação de Leitura e escrita On-Line - BALE On-Line.
(MACEDO, CAPOVILLA, DIANA, COVRE, 2002). Constitui uma bateria de testes
computadorizados, via internet, que avalia habilidades de leitura e escrita
(
www.reabcognitiva.com.br). Os testes que a compõem são:
a) Teste de Competência de Leitura de palavras – TCLP
O TCLP é composto por 78 itens. Cada tela possui uma figura e uma palavra ou
pseudopalavra e cada uma dessas telas apresenta as opções <CERTO-C> e <ERRADO-E>
para o aluno julgar se a palavra escrita corresponde à figura apresentada, do ponto de vista
gráfico e semântico. Dos 78 itens, 8 que são itens de treino. A pontuação máxima para o
teste é 70 pontos. Quando o teste finaliza pode ser clicado uma opção de “ver resultados” que
apresenta 4 colunas: coluna com a lista dos 78 itens, coluna intitulada C/E, coluna com o
tempo em milésimos de segundos que foi despendido para emitir a resposta e uma quarta
coluna em que aparece os números 1 e 2 para certo e errado respectivamente. Todos os itens
se subdividem em sete tipos de pares figura/palavra. Cada um dos sete pares é composto por
dez itens, sendo dois tipos de itens corretos e cinco incorretos. Desses 70 pontos, 20 pontos
são obtidos por aceitação apropriada de itens corretos e 50 pontos devem ser obtidos por
rejeição apropriada dos itens incorretos. O teste contribui com a identificação de rotas
49
envolvidas na leitura competente (NIKAEDO, 2006). Alguns dos itens corretos são: -palavras
corretas regulares, como FADA sob a figura de uma fada; - palavras corretas irregulares,
como TÁXI, sob a figura de um táxi. Alguns dos itens incorretos são: - palavras com Troca
Semântica (TS), como LARANJA, sob a figura de uma banana; - pseudopalavras com Trocas
Visuais (TV), como CAEBÇA, sob a figura de uma cabeça; - pseudopalavras com Trocas
Fonológicas (TF), como CANCURU, sob a figura de um canguru; - Pseudopalavras
Homófonas (PH), como páçaru sob a figura de um pássaro; - Pseudopalavras Estranhas (PE),
como RESSUNO, sob a figura de uma mão.
b) Teste de Compreensão de Sentenças Escritas – TCSE
O TCSE avalia a compreensão de leitura de sentenças que variam em complexidade
lexical e semântica. Consta de 46 telas com uma sentença em cada uma delas e cinco figuras.
O aluno é solicitado a escolher uma das figuras que corresponde à sentença escrita (uma
única alternativa é correta, as quatro figuras restantes são distratoras). Assim como no teste
anterior, seis telas são de treino. A pontuação máxima a ser obtida é de 40 pontos. Como
cinco figuras alternativas para cada sentença, a probabilidade de acerto acidental é de 20%.
Pelo fato de existirem 40 sentenças, a pontuação por acerto casual é de 8 pontos (NIKAEDO,
2006). As 40 sentenças apresentam graus diferentes de complexidade, sendo que para cada
série escolar um conjunto de sentenças passa a ser compreendido pela maioria das crianças
dessa série. É possível analisar a eficácia de indução ao erro pelas figuras distratoras. Nas
séries iniciais, as figuras distratoras mais eficazes são as que representam direta e
concretamente as palavras chaves presentes na sentença escrita. Nas séries intermediárias, as
figuras mais eficazes passam a ser as que representam concretamente partes maiores da
sentença. Nas séries mais avançadas, as figuras distratoras mais eficazes passam a ser as que
representam partes ainda maiores da sentença, embora não na sua integralidade. Tais figuras
referem-se a segmentos menores da sentença, como partes de frase ou palavras isoladas, e
50
seu propósito é o de induzir erros de seleção decorrentes de extração incompleta do
significado que pode decorrer de dificuldades lingüísticas específicas da linguagem escrita,
dificuldades da linguagem oral, ou ainda disfunções cognitivas mais gerais (NIKAEDO,
2006, p. 46-7). Quando o teste finaliza pode ser clicado uma opção de “ver resultados” que
apresenta 4 colunas: uma coluna com a lista dos 46 itens, outra coluna intitulada
Correto/Errado (C/E), uma terceira coluna com o tempo em milésimos de segundos que foi
usado para emitir a resposta e uma quarta coluna intitulada “Resposta” que lista os números
de 1 a 5, correspondentes às posições 1ª a 5ª da figura que foi escolhida na matriz.
c) Teste de Compreensão de Sentenças Faladas – TCSF
O TCSE avalia a compreensão de sentenças faladas que variam em complexidade
lexical e semântica. Consta de 46 telas com uma sentença falada em cada uma delas e cinco
figuras. O aluno é solicitado a escolher uma das figuras que corresponde à sentença falada
(uma única alternativa é correta, as quatro figuras restantes são distratoras). Assim como no
teste anterior, 6 telas são de treino. As sentenças possuem diferentes níveis de complexidade.
A pontuação máxima a ser obtida é de 40 pontos. Como cinco figuras alternativas para
cada sentença, a probabilidade de acerto acidental é de 20%. Pelo fato de existirem 40
sentenças, a pontuação por acerto casual é de 8 pontos (NIKAEDO, 2006). As 40 sentenças
apresentam graus diferentes de complexidade, sendo que para cada série escolar um conjunto
de sentenças passa a ser compreendido pela maioria das crianças dessa série. É possível
analisar a eficácia de indução ao erro pelas figuras distratoras. Para cada item, a eficácia de
uma ou outra das quatro figuras distratoras muda à medida que aumenta a série escolar. Nas
séries iniciais, as figuras distratoras mais eficazes são as que representam direta e
concretamente as palavras chaves presentes na sentença escrita. Nas séries intermediárias, as
figuras mais eficazes passam a ser as que representam concretamente partes maiores da
sentença. Nas séries mais avançadas, as figuras distratoras mais eficazes passam a ser as que
51
representam partes ainda maiores da sentença, embora não na sua integralidade. Tais figuras
referem-se a segmentos menores da sentença, como partes de frase ou palavras isoladas, e
seu propósito é o de induzir erros de seleção decorrentes de extração incompleta do
significado que pode decorrer de dificuldades lingüísticas específicas da linguagem escrita,
dificuldades da linguagem oral, ou ainda disfunções cognitivas mais gerais (NIKAEDO,
2006, p. 46-7). Quando o teste finaliza pode ser clicado uma opção de “ver resultados” que
apresenta 4 colunas: uma coluna com a lista dos 46 itens, outra coluna intitulada
Correto/Errado (C/E), uma terceira coluna com o tempo em milésimos de segundos que foi
usado para emitir a resposta e uma quarta coluna intitulada “Resposta” que lista os números
de 1 a 5, correspondentes às posições 1ª a 5ª da figura que foi escolhida na matriz.
d) Teste de Nomeação de Figuras por Escrita – TNF2.1-Escrita
O teste de Nomeação de Figuras por Escrita 2.1 (TNF2.1-Escrita) contém 36 itens que
permitem avaliar o desenvolvimento da competência de escrita em Português e a habilidade
do examinando em escrever livremente palavras que correspondam corretamente às figuras,
sem cometer erros ortográficos e semânticos. Cada tela apresenta uma figura que o aluno
deverá nomear digitando corretamente o nome correspondente à figura apresentada. A
pontuação máxima para o teste é 36 pontos. A pontuação de cada item varia de 0; 0,25; 0,5;
0,75 e 1, sendo 0 totalmente errado e 1 totalmente certo. A fim de esclarecer o processo de
correção e atribuição da nota, são descritos em cada um dos itens do teste exemplos para cada
uma das palavras-alvo. Por exemplo, veja-se a maneira de atribuição de nota com o uso da
palavra “pato”: o valor 0 (zero) é dado em situações que a resposta é omitida, neologismo que
não possuem qualquer letra correspondente a palavra alvo ou à palavra semanticamente
incorreta (ex. pppt, animal). O valor 0,25 se aplica aos casos de neologismo que contém
certo número de letras corretas na posição e na ordem correta (ex. ptu, pao). Já o valor 0,50 é
dado em casos de respostas que contém 50% de letras corretas na posição correta (ex. batto,
52
baato). O valor 0,75 é dado para as respostas que contém mais que 50% de letras corretas na
posição correta, porém ainda não correspondem completamente à palavra-alvo, (ex. paato,
patu). Por fim, o valor 1 é dado apenas para os casos de respostas que correspondem à
palavra-alvo ou um sinônimo aplicável. (ex. pato, pata).
Quando o teste finaliza pode ser clicado uma opção de “ver resultadosque apresenta
4 colunas: uma coluna com a lista dos 36 itens, outra coluna intitulada Correto/Errado (C/E),
uma terceira coluna com o tempo em milésimos de segundos que foi despendido para emitir a
resposta e uma quarta coluna intitulada “Resposta” que lista as palavras que o aluno escreveu.
e) Teste de Nomeação de Figuras por Escolha – TNF1.1-Escolha
O teste de Nomeação de Figuras por Escolha 1.1 (TNF1.1-Escolha) contém 36 testes.
Cada tela apresenta uma figura que com quatro opções de palavras. Uma única opção
corresponde com o nome da figura apresentada e o aluno deverá escolher a mesma clicando
sobre ela. O teste avalia o desenvolvimento da competência de leitura. A pontuação máxima
para o teste é 36 pontos. Quando o teste finaliza pode ser clicado uma opção de “ver
resultados” que apresenta 4 colunas: uma coluna com a lista dos 36 itens, outra coluna
intitulada Correto/Errado (C/E), uma terceira coluna com o tempo em milésimos de
segundos que foi despendido para emitir a resposta e uma quarta coluna intitulada
“Resposta” que lista os números de 1 a 4, correspondentes às posições a da palavra
escolhida na matriz. Por exemplo, uma tela com a figura de um pente com as opções
pente; escova, mente e remorso. De todas as alternativas, apenas uma única
representa corretamente a figura, sendo esta o alvo, seguindo o critério de escolha por
confrontação. As demais apresentam erros de natureza ortográfica, semântica ou quirêmica.
O distrator ortográfico é representado por uma palavra a qual se assemelha com a palavra
alvo. Por exemplo: bala/bola, casa/asa, uva/luva. O distrator semântico refere-se a uma
alternativa que represente um significado semanticamente semelhante ao alvo. Por exemplo:
53
faca/garfo, peixe/baleia. O distrator quirêmico refere-se à versão original do teste para surdo.
Para a população ouvinte a alternativa não apresenta nenhuma relação com a palavra alvo.
Realizar-se-á uma ressalva em relação ao uso da BALE On-line no presente projeto.
Nos últimos anos, o número de computadores nas escolas brasileiras tem aumentado de uma
forma expressiva, conforme os dados do ProInfo.
(
www.proinfo.gov.br/upload/img/relatorio_died.pdf). O acesso a essas ferramentas nas
escolas e o desenvolvimento de testes computadorizados de leitura e escrita tornam possível a
avaliação de leitura e escrita de crianças brasileiras por meio da tecnologia computadorizada e
da internet (MACEDO, CAPOVILLA, NIKAEDO et al, 2005, p. 128). No caso das crianças
envolvidas no estudo salienta-se que todas já estavam familiarizadas com o uso do
computador antes de iniciar as coletas de dados que foram efetuadas na sala de informática da
escola.
Avaliação de desempenho efetuada pelos professores
Foram usados os dois critérios de avaliação de desempenho na Recuperação do Ciclo
I. Um dos critérios é baseado nos pressupostos construtivistas de Ferreiro (1990) sobre o
processo de construção da escrita em que o professor efetua 4 avaliações ao longo do ano com
a classificação do estágio de acordo com as hipóteses seguintes: estágio pré-silábico; estágio
silábico sem valor sonoro; estágio silábico com valor sonoro; estágio silábico alfabético e;
estágio alfabético. O outro critério diz respeito á média final de avaliação que foi emitida sob
os conceitos: PS = Plenamente Satisfatório; S = Satisfatório; NS = Não Satisfatório.
As crianças permanecem na Recuperação do Ciclo I durante 10 meses (fevereiro até
dezembro). As atividades desse ciclo que foram estabelecidas na escola são as seguintes:
1° bimestre
54
História em quadrinhos, leitura de diferentes gêneros, alfabeto, grafia, tipos de letras
(maiúsculas e minúsculas), ortografia, hipóteses de escrita, pontuação, texto literário,
produção de textos, introdução dos sons das letras.
2° bimestre
Bilhete, carta, ortografia, produção de texto, poesias e rimas, leitura de diferentes
gêneros e sílabas.
3° bimestre
Parlendas, trava-línguas, adivinhações, produção de texto, leitura de diferentes
gêneros.
4° bimestre
Cartão postal, receita, listas, anúncios, propagandas e consciência fonológica.
Trabalha-se com a leitura e produção de textos diversos, aulas expositivas, exercícios, jogos
diversos, dramatização, vídeo e música.
Teste de Vocabulário por Imagens Peabody (TVIP)
O Teste de Vocabulário por Imagens Peabody (TVIP), originalmente desenvolvido por
Dunn (1959), tem como finalidade avaliar de maneira objetiva, rápida e precisa o vocabulário
receptivo-auditivo em sujeitos entre 2a,6m e 18 anos (CAPOVILLA, NUNES, NOGUEIRA,
NUNES, ARAÚJO, BERNART, CAPOVILLA, 1997; CAPOVILLA; VIGGIANO;
CAPOVILLA; RAPHAEL; BIDÁ; MAURÍCIO, 2004). O teste fornece uma avaliação do
vocabulário receptivo auditivo em pré-escolares, bem como em crianças ou adultos que não
lêem e não escrevem ou que não falam. O teste original contém 139 pranchas e o abreviado,
60 pranchas que estão ordenadas com dificuldade crescente. As pranchas são compostas de
cinco desenhos de linha preta em fundo branco. A versão do teste que foi aplicada constava de
131 telas formada por 4 figuras em cada tela, somente uma alternativa era correta. O aluno
55
recebe a instrução computadorizada de clicar na figura que corresponda à fala do computador.
As figuras do teste abrangem diversas áreas que incluem pessoas, ações, objetos, qualidades,
partes do corpo, animais, instrumentos, entre outros. Para a avaliação dos resultados utilizou-
se a normatização fluminense para aplicação coletiva (CAPOVILLA, NUNES, NOGUEIRA,
NUNES, ARAÚJO, BERNART, CAPOVILLA, 1997).
Teste de compreensão de Letras do Alfabeto
O Teste de Compreensão de Letras do Alfabeto prevê que o aluno ouça diferentes
nomes de letras do alfabeto (uma letra a cada vez). Na tela ele deve clicar sobre uma das cinco
letras apresentadas que corresponde à letra ouvida. As letras são apresentadas em forma de
imprensa e maiúscula. O objetivo deste teste é avaliar a competência no domínio do alfabeto.
Contém um total de 25 telas.
Teste Não Verbal de Inteligência – “Test of Non Verbal Intelligence” – TONI-3.
É um teste não verbal que avalia um dos componentes da inteligência. A saber,
habilidades para resolver problemas abstratos. A faixa etária incluída no teste é de 6 a 89 anos
de idade. É destinado a pessoas com habilidades motoras reduzidas, assim como diminuição
em habilidades de linguagem, leitura e escrita. Existem estudos de confiabilidade em relação
ao uso do teste em pessoas com surdez, afasia, paralisia cerebral, estrangeiros e outros
(BROWN, SHERBENOU & JOHNSEN, 1997; NIEHAUS et al, 2002; CHRISTY &
FRIEDMAN, 2005; EDELSON, 2005)
O Toni-3 é composto por 5 ginas de treino e 45 páginas de teste. As páginas de
treino se compõem de pantomimas que mostram os procedimentos de reposta ao teste. Após a
visualização das instruções na forma pantomímica são mostradas na tela do computador todas
as pranchas, uma por vez. O sujeito registra a opção correta clicando no mouse. O vídeo que
56
simula a realização do teste foi elaborado com o auxílio do programa Áudio deo Interleave
AVI, que permite a criação de arquivos de áudio e vídeo compatíveis com o programa
Microsoft Media Player”. A partir da captura de imagens na tela do computador. Os
problemas do teste se organizam em diversos níveis de complexidade cujas categorizações
são: Combinação Simples; Analogia, Classificação, Interseção e Progressão. Não existe limite
de tempo para executar o teste. Para a versão computadorizada do teste foi usado o programa
IBV de Macedo e Capovilla (1998) que permitiu a implantação computadorizada de diversos
testes psicométricos.
4.4 - Procedimentos
O estudo abrangeu os meses de agosto a dezembro de 2006. As coletas de dados
ocorreram na sala de informática da escola onde se realizou a pesquisa. A sala de informática
constava de 8
computadores que foram usados para efetuar as avaliações e as intervenções de
maneira coletiva embora caiba salientar que as atividades eram realizadas individualmente,
isto é, uma criança em cada computador. As etapas da pesquisa foram três: a primeira foi
denominada avaliação; a 2a etapa foi de intervenção fonológica baseada no Programa
Alfabetização Fônica Computadorizada que ocorreu com a participação, apenas, do grupo 2
e, a etapa foi uma nova avaliação que utilizou os mesmos instrumentos da primeira etapa
com exceção dos testes de inteligência. A seguir uma descrição detalhada de cada uma dessas
etapas.
Procedimentos da Primeira Etapa: 1ª Avaliação: realizada em agosto, antes de iniciar a
intervenção fonológica com o uso do Programa de Alfabetização Fônica Computadorizada.
Nesta fase foram aplicados nos 23 sujeitos os seguintes instrumentos: - Teste de Inteligência
57
Não Verbal - TONI 3, - Teste de Vocabulário por Imagens Peabody,- Teste de Compreensão
de Letras do Alfabeto, - Testes da BALE On-Line.
Para prosseguir à segunda etapa da pesquisa a amostra foi dividida em dois grupos
(Grupo 1 e Grupo 2). Os critérios utilizados para a formação aleatória dos dois grupos foram
os resultados no teste de inteligência TONI 3. Foi considerado que ambos os grupos
classificaram de maneira semelhante no teste. Conforme mostra a tabela 8, repare-se que o
grupo 1 obteve escore médio igual a 18,27 e o grupo 2, escore médio igual a 17,08. De acordo
com os escores obtidos pelos grupos G1 e G2, na tabela 8, os dados apontam para uma
avaliação média, no teste de inteligência não verbal Toni 3 (BROWN, SHERBENOU,
JOHNSEN, 1997).
Tabela 8: Escores do Teste de Inteligência TONI 3 nos grupos
.
Grupos N Idade
média
(anos)
Mínimo e
Máximo – Idade
(anos)
Escore
médio
Escore Mínimo
e Máximo
Q %il
e
Avaliação
G2 12 11,33. 11 a 13 17,083 6 a 26 95 37 média
G1 11 11,54. 11 a 14 18,272 10 a 25 96 39 média
Após a obtenção dos dados referentes ao teste de inteligência procedeu-se com a
distribuição aleatória dos sujeitos entre dois grupos. Um dos grupos continuou,
exclusivamente, com as atividades pedagógicas rotineiras da Classe de Recuperação do Ciclo
I (Grupo 1= 11 crianças) e o outro grupo, além das atividades da Recuperação do Ciclo I,
participou de uma intervenção coletiva com o uso do Programa de Alfabetização Fônica
Computadorizada (Grupo 2=12 crianças), assim iniciou-se a segunda etapa do estudo, descrita
seguidamente.
58
Procedimentos da Segunda Etapa: Intervenção: Previa-se que a intervenção fosse
realizada totalizando 16 sessões por criança, duas vezes por semana. As intervenções foram
realizadas, entretanto não foi possível cumprir o número de 16 sessões devido às reiteradas
faltas apresentadas pelos alunos que compuseram o grupo que receberia a intervenção fônica.
A média total de intervenções realizadas foi 6,66 sessões e o desvio padrão 1,72. O mínimo
de intervenções foram 5 sessões e o maior número de intervenções foram 10 sessões.
O treino de consciência fonológica ocorreu de maneira interativa com o computador
durante os meses de setembro até início de dezembro. Todas as atividades foram realizadas
junto aos alunos que acompanhavam as sessões de intervenção com fones de ouvido.
No Anexo C aparece a descrição da alfabetização fônica computadorizada com
fundamentação teórica baseada no guia para o Usuário do Programa de Alfabetização Fônica
(MACEDO, CAPOVILLA, NIKAEDO, ORSATI, LUKASOVA, CAPOVILLA, DIANA,
2005) No Anexo D aparece o Protocolo Individual de Aplicação do Treinamento Fonológico
que foi utilizado.
As atividades dos módulos que compõem as sessões de estimulação de habilidades de
leitura e consciência fonológica do Programa Alfabetização Fônica Computadorizada foram:
1ª Parte- apresentação do Módulo de consciência fonológica:
- fonemas e sílabas: contagem, adição subtração e transposição;
- aliterações e rimas: julgamento de aliterações e rimas em figuras e palavras;
- palavras: completar frases, substituir pseudopalavras por palavras
2ª Parte - apresentação de Módulo de Alfabeto e Fonemas:
- apresentação de vogais;
- introdução de consoantes prolongáveis, ou seja aquelas cujos sons podem ser
facilmente pronunciados de forma isolada, sem uma vogal: F, J, M, N,V e Z;
59
- apresentação de consoantes facilmente pronunciadas de forma isolada e que
não são irregulares: L, S, R e X. Apenas os sons regulares e mais freqüentes
foram apresentados.
- apresentação de consoantes cujos sons são mais difíceis de pronunciar de forma
isolada: B, C, P, D, T, G e Q.
- apresentação da consoante H que não tem som.
Procedimentos da Terceira Etapa: Reavaliação: após as sessões de intervenções fônicas e,
ao final da Recuperação do Ciclo I (mês de dezembro), procedeu-se novamente com uma
avaliação de habilidades de leitura e escrita no grupo 1 e 2 mediante a aplicação dos
instrumentos seguintes:
- Teste de Compreensão de Letras do Alfabeto
- Teste de Vocabulário por Imagens Peabody (TVIP);
- Testes da BALE On-Line. - Bateria de Avaliação de Leitura e escrita On-Line -
BALE On-Line (MACEDO, CAPOVILLA, DIANA, COVRE, 2002);
Após o término da terceira etapa, um procedimento de intervenção de 4 sessões foi
realizado também com o grupo 1 não contemplado inicialmente para a intervenção durante a
realização da pesquisa. A intervenção justificou-se por motivos éticos para,
independentemente do desenho do estudo, aplicar a ambos os grupos a intervenção.
Procedimentos de análise de resultados
Os resultados foram processados quantitativamente a partir do escore bruto dos testes
da BALE On-line. Análises quantitativas e qualitativas desses processamentos foram
realizadas assim como comparações com as avaliações do professor. Para efetuar essas
comparações as avaliações qualitativas efetuadas pelo professor foram transformadas a
60
números. É dizer, a cada um dos estágios foi atribuído um número seqüencial de 1 até 5
respeitando a mesma ordem dos estágios. Assim o número 1 foi associado ao Estágio pré-
silábico; número 2 ao Estágio silábico sem valor sonoro; número 3 ao Estágio silábico com
valor sonoro; número 4 ao Estágio silábico alfabético; ao estágio alfabético: mero 5 ao
Estágio alfabético não ortográfico e, número 6 ao Estágio alfabético ortográfico. O outro
critério que fez parte da avaliação diz respeito à média final de avaliação que foi emitida sob
os conceitos: PS = Plenamente Satisfatório; S = Satisfatório; NS = Não Satisfatório.
61
V. RESULTADOS
62
Descrição de resultados
A fim de descrever o padrão de respostas dos sujeitos nos testes TVIP e Teste de
Compreensão de Letras do Alfabeto foram calculadas as médias e desvio padrão dos escores
de ambos os testes e, no caso do TVIP as dias obtidas foram comparadas com o
desempenho de uma amostra de crianças de escola pública.
A tabela 9 sumaria os resultados dos grupos 1 e 2 em ambas as etapas de avaliação
inicial (antes da intervenção) e final (após a intervenção) que foram realizadas.
Tabela 9 - Médias e Desvio Padrão de resultados obtidos no Teste de Vocabulário por
Imagens Peabody (TVIP) e Teste de Compreensão de Letras do Alfabeto.
Teste Grupo 1a avaliação 2a avaliação
Média DP Média DP
2 76,18 8,72 82,36 10,15
TVIP
1 74 13,91 81,09 15,52
2 19,41 7,45 22 2,19
Letras
do
Alfabeto
1 22,18 2,35 20,81 3,06
Observa-se na tabela 9 que tanto o grupo 1 como o grupo 2 melhoraram o desempenho
no TVIP na segunda avaliação em comparação com a primeira. Entretanto o grupo 2 mostrou
pontuações maiores em ambas as avaliações.
Na tabela 10 são sumariados os resultados obtidos nos testes da BALE On-Line
durante a primeira e a segunda avaliação. Observa-se que o menor desvio padrão obtido foi
nas duas avaliações referentes ao Teste de Nomeação de Figuras por Escrita do grupo 2.
63
Tabela 10 - Pontuações médias na primeira e segunda avaliação: Teste de Competência de
Leitura de Palavras (TCLP), Teste de Nomeação de Figuras por Escolha de Palavra (TNFP),
Teste de Nomeação de Figuras por Escrita (TNF), Teste de Compreensão de Sentença Escrita
(TCSE), Teste de Compreensão de Sentença Falada (TCSF) e avaliação do professor (1=
Estágio pré-silábico; 2=Estágio silábico sem valor sonoro; 3= Estágio silábico com valor
sonoro; 4=Estágio silábico alfabético; 5=Estágio alfabético não ortográfico e, 6=Estágio
alfabético ortográfico)
Teste Gru
po
1ª avaliação
2ª avaliação
Média DP Mín. e
Máx
Média DP Mín. e
Máx
2
50,3
6,41
31 a 64
50,92
7,79
30 a 59
TCLP
1 44,1 6,41 44 a 61 46,64 9,43 31 a 61
2
30,45
4,78
21 a 36
31,58
6,1
14 a 36
TNFP
1 27,3 6,31 16 a 34 24,3 8,88 9 a 34
2
0,75
0,11
5 a 21
0,76
0,19
11 a 26
TNF
1 0,69 0,19 2 a 24 0,64 0,23 2 a 18
2
21,67
8,15
11 a 34
20,91
12,64
6 a 40
TCSE
1 16,2 10,01 5 a 34 24,3 12,16 7 a 37
2
32,45
5,43
20 a 38
32,5
7,61
16 a 38
TCSF
1 33,55 7,45 12 a 38 34,73 6,72 15 a 38
2
5,41
0,66
4 a 6
5,66
0,65
4 a 6
Av.
Professor
(3o e 4o
bimestres)
1
4,45
1,12
2 a 6
5,18
1,07
3 a 6
Observa-se na tabela 10 que o grupo que recebeu a intervenção obteve melhores médias de
acerto em três testes (TCLP, TNFP e TNF) durante a segunda avaliação em comparação com
o grupo 1 e mantiveram o mesmo desempenho no teste TCSF. Também os alunos do grupo 1
melhoraram o desempenho na segunda avaliação em alguns testes da BALE On-Line, por
exemplo o TCLP, TCSE e TCSF. No caso do teste TCLP a média de acertos em ambos os
grupos está quase 10 pontos abaixo da média de acertos de crianças de 4ª série de uma escola
pública (Média=60,82 pontos) (DIANA, 2007). Em relação à avaliação do professor observa-
se que as médias melhoraram aproximando os alunos de um estágio alfabético ortográfico de
acordo com os critérios de avaliação. Em ambas as avaliações do e 4º bimestres também os
alunos do grupo 1 obtiveram uma avaliação inferior em comparação com o grupo 2.
64
A tabela 11 apresenta os resultados (pontuações médias e desvio padrão) da primeira
avaliação que os grupos 1 e 2 obtiveram nos diferentes subtipos de pares de palavras do
TCLP. Os resultados dessa primeira avaliação apontaram que tanto no grupo 1 quanto no
grupo 2 as médias em todos os pares de palavras foram abaixo dos valores médios esperados
para crianças de série de escolas públicas (DIANA, 2007). Os piores desempenhos de
leitura de palavras foram observados nos resultados dos pares Troca Fonológica e
Pseudopalavras Homófonas. No caso do par de palavras com troca fonológica a média de
acertos foi quase a metade que a média de acertos de crianças de série de uma escola
pública (Média=8,26 pontos) (DIANA, 2007). No par de Pseudopalavras Homófonas a média
de acertos para os grupos 1 e 2 foi também aproximadamente a metade da média de acertos de
crianças de 4a série de uma escola pública (Média=6,66 pontos, DIANA, 2007).
65
Tabela 11 - Média de acertos por grupos na primeira avaliação nos 7 subtipos de pares de
palavras do TCLP e desvio padrão. Corretas Regulares (CR), Corretas Irregulares (CI),
Troca Semântica (TS), Troca Fonológica (TF), Pseudopalavra Homófona (PH), Troca
Visual (TV), Pseudopalavra Estranha (PE).
Pares de
palavras
do
TCLP
Grup
o
N dia Desvio
Padrão
Média Acertos
Escola Pública
1
Número amostral da
Escola Pública
1
1
10 8,10 1,79
cr_ac
2
10 8,80 1,54
9,62 58
1
10 7,20 2,57
ci_ac
2
10 7,90 2,47
9,08 58
1
10 7,10 3,07
ts_ac
2
10 9,30 1,56
9,64 58
1
10 4,40 2,17
tf_ac
2
10 4,10 1,72
8,26 58
1
10 3,30 2,11
ph_ac
2
10 3,50 2,91
6,66 58
1
10 6,10 2,84
tv_ac
2
10 7,30 1,88
8,98 58
1
10 7,90 2,64
pe_c
2
10
9,40
2,03
9,57 58
Em termos de detecção correta das malformações ortográficas e semânticas em
função do grupo de palavras, o grau de dificuldade do grupo 1 variou, das mais fáceis
para as mais difíceis na seguinte ordem: CR (8,10) > PE (7,90) > CI (7,20) >TS (7,10) >
TV (6,10) >TF (4,40) > PH (3,30). No grupo 2 a ordem foi PE (9,40) > TS (9,30) > CR
(8,80) > CI (7,90) >TV (7,30) > TF (4,10) > PH (3,50).
A tabela 12 sumaria os resultados (pontuações médias e desvio padrão) da segunda
avaliação que os grupos 1 e 2 obtiveram nos diferentes subtipos de pares do TCLP em
comparação com dados da 4ª série de uma escola pública. Os resultados dessa segunda
avaliação apontam que tanto no grupo 1 quanto no grupo 2 as médias em todos os pares de
palavras continuam abaixo dos valores médios esperados para crianças de série de escolas
públicas que não se encontram inseridas na Recuperação do Ciclo I (DIANA, 2007). Os
piores desempenhos de leitura de palavras foram observados novamente nos resultados dos
pares Troca Fonológica e Pseudopalavras Homófonas, embora nessas últimas os participantes
1 Fonte: DIANA, C.A. Tele-Avaliação: Validação da Bateria de Avaliação de Leitura e Escrita (BALE) On-
Line. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Distúrbios do Desenvolvimento. Universidade
Presbiteriana Mackenzie para a obtenção do Título de Mestre. São Paulo, 2007.
66
de ambos os grupos tenham alcançado uma melhora de quase 1 ponto em relação à primeira
avaliação. Nos pares de troca visual o desempenho de leitura no grupo 1 foi pior que no grupo
2, inclusive esse grupo piorou a leitura em relação à primeira avaliação em que obteve como
média de acertos 6,10 pontos.
Tabela 12 - Média de acertos por grupos na segunda avaliação nos 7 subtipos de pares de palavras do
TCLP e desvio padrão. Corretas Regulares (CR), Corretas Irregulares (CI), Troca Semântica (TS), Troca
Fonológica (TF), Pseudopalavra Homófona (PH), Troca Visual (TV), Pseudopalavra Estranha (PE).
Pares de
palavras
do TCLP
Grupo N Média Desvio
Padrão
Média Acertos
Escola Pública
2
Número amostral
da Escola Pública
2
1
11 8,36 1,963
cr_ac
2
12 8,83 1,337
9,62 58
1
11 7,82 1,722
ci_ac
2
12 7,83 2,167
9,08 58
1
11 8,36 1,502
ts_ac
2
12 8,42 2,811
9,64 58
1
11 4,09 2,166
tf_ac
2
12 4,75 2,050
8,26 58
1
11 4,00 2,191
ph_c
2
12 4,08 2,466
6,66 58
1
11 5,91 3,239
tv_ac
2
12 8,00 1,044
8,98 58
1
11 8,09 2,023
pe_ac
2
12
9,00
2,089
9,57 58
Com o propósito de analisar o efeito do uso do programa Alfabetização Fônica
Computadorizada no treino de habilidades fonológicas, foram comparados os resultados da
segunda avaliação dos dois grupos. A seguir, na tabela 13 observam-se os resultados
derivados dessa análise com os valores estatísticos F e p.
2 Fonte: DIANA, C.A. Tele-Avaliação: Validação da Bateria de Avaliação de Leitura e Escrita (BALE) On-
Line. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Distúrbios do Desenvolvimento. Universidade
Presbiteriana Mackenzie para a obtenção do Título de Mestre. São Paulo, 2007.
67
Tabela 13 - Média de acertos por grupos nos 7 subtipos de pares de palavras do TCLP e
desvio padrão: Corretas Regulares (CR), Corretas Irregulares (CI), Troca Semântica (TS),
Troca Fonológica (TF), Pseudopalavra Homófona (PH), Troca Visual (TV), Pseudopalavra
Estranha (PE).
Pares de
palavras
do
TCLP
Grupo 1 Grupo 2
F p
*
CR 8,36
(1,96)
8,83
(1,33)
1,483 0,507
CI 7,82
(1,72)
7,83
(2,16)
0,011 0,985
TS 8,36
(1,50)
8,42
(2,81)
1,410 0,956
TF 4,09
(2,16)
4,75
(2,05)
0,037 0,462
PH 4,00
(2,19)
4,08
(2,46)
0,229 0,933
TV 5,91
(3,23)
8,00
(1,04)
23,130 0,046
PE 8,09
(2,02)
9,00
2,08)
0,511 0,302
*P<0,05
Repare-se que o único par no qual se obteve diferença estatisticamente significativa entre a
primeira avaliação e segunda em função do tipo de grupo foi no par de palavras Troca Visual
do TCLP. Parecem existir diferenças entre os grupos na leitura de palavras com troca visual.
Na tabela 14 o sumariados os números de alunos que foram classificados em cada um dos
estágios da escrita conforme a avaliação do professor. Observa-se que, em ambos os grupos,
aumentou o número de alunos que classificaram no estágio alfabético ortográfico na última
avaliação em relação à primeira avaliação do bimestre. No grupo 2 a maioria dos alunos
classificou no estágio Alfabético Ortográfico (9 alunos), ao mesmo tempo que o número que
classificou nos estágios alfabético não ortográfico e silábico alfabético diminuíram da
primeira para a segunda avaliação. Diferente do grupo 2, no grupo 1 ainda na última avaliação
houve 5 alunos que classificaram em estágios alfabético não ortográfico, silábico alfabético e
silábico com valor sonoro
68
Tabela 14 - mero de alunos classificados nas hipóteses dos estágios da escrita ao longo
dos 4 bimestres: pré-silábico (PS); silábico sem valor sonoro (SSVS); silábico com valor
sonoro (SCVS); silábico alfabético (SA); alfabético não ortográfico (ANO) e alfabético
ortográfico (AO).
Grupo N Hipótese 1º Bim.* 2º Bim* 3º Bim. 4º Bim.
AO
4
5
6
9
ANO 5 7 4 2
SA 3 - 2 1
SCVS - - - -
SSVS - - - -
G2 12
PS - - - -
AO
1
2
2
6
ANO 5 5
3
2
SA 2 2
5
2
SCVS 1 1
-
1
SSVS 1 -
1
-
Avaliação
do Prof.
G1 11
PS - - - -
* No 1º e 2º bimestres G1=10 alunos
Na tabela 15 são descritas os quatro conceitos bimestrais outorgados pelo professor e o
5º conceito outorgado após o conselho de professores da 4ªda série juntamente com os
gestores da escola. De acordo com essa avaliação, no grupo 2 as avaliações se distribuíram
entre satisfatório e não satisfatório, com predomínio de satisfatório. no grupo 1 a
distribuição entre esses dois conceitos foi mais eqüitativa, sobretudo na avaliação do 3º
bimestre. Entretanto, observa-se uma contradição na tabela: se grande parte desses alunos
obtiveram conceito satisfatório desde a primeira avaliação, por que eram colocados na
Recuperação do Ciclo I? Certamente o problema está na medida do conceito e no fato do
sistema educacional não permitir a reprovação. Repare-se, também que na última avaliação
100% dos alunos obtiveram conceito satisfatório, o que mostra que todos passam à série
independente de ter desenvolvido ou não habilidades de leitura, de escrita, de cálculo, entre
outras.
69
Tabela 15 - Avaliação do Professor baseada em conceitos bimestrais de acordo com o
Regimento Escolar: Plenamente Satisfatório (PS), Satisfatório (S), Não Satisfatório (NS).
1º Bim. 2º Bim. 3º Bim. 4º Bim.
5º Conceito
(Pós conselho
da série =
média final)
Grupo N
PS
S NS
PS
S NS
PS
S NS
PS
S NS
PS
S NS
G2 12 - 12
- - 11
1 - 10
2 - 11
1 - 12
-
G1 11 - 9 1 - 2 3 - 6 5 - 6 5 - 11
-
*No 1º e 2º bimestres G1 = 10 alunos
70
VI. DISCUSSÃO
71
As intervenções que foram realizadas não atingiram a média esperada de 16 sessões
por aluno. As faltas dos alunos à escola durante o período das coletas de dados afetaram o
desenho do estudo e isto interferiu nos resultados obtidos. Dados de observação durante as
aplicações coletivas dos módulos de treinamento fônico indicaram que algumas crianças não
se mostravam motivadas na execução das tarefas de treinamento. Por esses motivos a
discussão concentrar-se-á, preferencialmente, nas comparações entre o desempenho nos testes
e as avaliações realizadas pelo professor ao longo da recuperação do ciclo.
Uma primeira prova do baixo aproveitamento escolar de todas as crianças que foram
avaliadas diz respeito aos resultados no TVIP. De acordo com dados da normatização
fluminense para aplicação coletiva (versão papel e lápis) em função da série escolar, as
pontuações brutas simples obtidas por ambos os grupos estão abaixo da média para a série
que é de 102,8 pontos. Também, em função da média de idade da amostra, os resultados, se
comparados com a mesma população, encontram-se abaixo da média que é 106,7 pontos para
11 anos de idade (CAPOVILLA, NUNES, NOGUEIRA, NUNES, ARAÚJO, BERNAT,
CAPOVILLA, 1997). Ainda, os escores médios obtidos nas duas avaliações em ambos os
grupos são compatíveis com habilidades de desenvolvimento de linguagem receptiva de
crianças de série. É conhecida a estreita relação que existe entre o desenvolvimento de
habilidades de leitura e escrita e a sensibilidade que a criança deve ter aos diferentes
segmentos silábicos e fonêmicos (CAPOVILLA, GÜTSCHOW, CAPOVILLA, 2004). O
comprometimento da linguagem auditiva receptiva, como o mostra os baixos escores no
TVIP, pode ser um fator agravante no desenvolvimento dessas habilidades.
A maior parte dos resultados nos testes da BALE On-Line tanto da primeira quanto da
segunda avaliação mostra freqüências de acertos abaixo da média esperada para alunos da
série. No teste TNFP de ambas as avaliações os alunos do grupo 2 mantiveram um
desempenho razoável (Média de acertos: 30,45 e 31,58), quando comparado com o grupo 1
72
cuja média de acertos diminuiu na segunda avaliação (de 27,3 pra 24,3). As habilidades
envolvidas no teste fazem supor que as crianças do grupo 2 cometeram menor número de
erros semânticos e ortográficos no momento de selecionar as alternativas corretas a partir do
reconhecimento visual da palavra em associação com a figura.
No TCSE foram obtidos os piores desempenhos que, devido aos escores obtidos acima
de 8 pontos, os mesmos não são atribuíveis ao acerto casual. O TCSE foca habilidades de
compreensão e de leitura da sentença. A média de acertos é indicativa de um processamento
de informações que não é ortográfico, ou seja, uma leitura que, provavelmente, encontra-se
entre o vel logográfico e o nível alfabético (MACEDO, CAPOVILLA, NIKAEDO et al,
2005). O desempenho no TCSF foi melhor que no desempenho no TCSE. A decodificação
auditiva parece estar melhor preservada que a decodificação de grafemas e sentenças como é
exigido no TCSE. Segundo Macedo, Capovilla, Nikaedo, Orsati, Lukasova, Capovilla e
Diana (2005), os sete subtestes do TCLP avaliam diferentes habilidades de processamento
das diferentes rotas de leitura de palavras isoladas, a logográfica, a fonológica e a lexical.
Assim, as diferentes falhas cometidas nos subtestes, permitem inferir: 1) ausência de
processamento de leitura; 2) leitura no nível meramente logográfico; 3) leitura no nível
perilexical com falta de acesso ao léxico ortográfico; 4) falta de acesso semântico.
Um único dado significativo em relação à comparação entre ambos os grupos em
função da segunda avaliação indicou diferenças entre os grupos nos pares figura-palavra do
item TV. É provável que essa diferença possa estar explicada pelo desempenho baixo que as
crianças do grupo 1 obtiveram na segunda avaliação quando comparada com a primeira. Se há
falha em rejeitar pseudopalavras em aspecto visual global, provavelmente o aluno encontra-se
em uma leitura em nível perilexical, pois o erro de deixar de rejeitar pseudopalavras com
trocas visuais pode indicar dificuldade com o processamento fonológico e uso de recurso
típicos de leitura logográfica.
73
Os dois piores resultados obtidos pelos alunos do grupo nos subtestes do TCLP foram
nos pares Pseudopalavras Homófonas e Troca Fonológica. A pontuação média da TF no
grupo 2 foi apenas 4,75 pontos com o desvio padrão de 2,050 e no grupo 1 foi 4,09 com
desvio padrão igual a 2,166. Segundo Capovilla, Gütschow e Capovilla (2004), o erro de
deixar de rejeitar pseudopalavras com trocas fonológicas confirma uma vez mais que o aluno
está lendo pela rota fonológica, isto é, pela decodificação grafofonêmica estrita, sem fazer o
uso da rota lexical.
No subteste pseudopalavra homófona (PH), os alunos alcançaram uma média de,
apenas, 4,08 pontos com o desvio padrão de 2,466. Essas falhas também são indicativas de
déficits de habilidades de leitura com decodificação grafofonêmica, ou até da existência de
algumas dessas habilidades, mas cuja leitura correta se afeta pela irregularidade das palavras.
A análise de cada um dos sete tipos de pares figura-palavra permite uma checagem
interna das conclusões e demonstra que os alunos que participaram do presente estudo ainda
não atingiram os estágios de leitura e escrita ortográficos, não são capazes de acessar o xico
semântico a partir da identificação de unidades morfêmicas. Erros em deixar de rejeitar
pseudopalavras com trocas fonológicas indicam que o aluno realiza uma leitura pela rota
fonológica, e não pela rota lexical.
De acordo com a avaliação realizada pela professora da classe de recuperação do ciclo
I: 11 alunos do G2 e 6 do G1 encontram-se no nível alfabético. Logo essa avaliação não
condiz com a avaliação obtida mediante o uso da BALE On-Line. Isto é, não há uma
sistematização científica, conseqüentemente, falta precisão.
Embora o desenho do estudo não permitisse inferir diferenças estatisticamente
significativas entre ambos os grupos; uma comparação se faz necessária. De uma parte
mostrou-se que a leitura e escrita dessas crianças ainda tipificam um estágio alfabético. No
entanto, as avaliações do professor a partir dos conceitos NS, S e PS não parecem ser
74
compatíveis com os escores nos testes da BALE On-Line. Inclusive, muitos alunos
iniciavam a recuperação do ciclo com conceito satisfatório o que faz questionar a avaliação do
professor.
Além do conceito final, os estágios da leitura e escrita segundo critérios de professor
são confusos e também não refletem o aproveitamento das crianças. Os escores da BALE On-
Line parecem ir à contramão das avaliações do professor, isso porque ao finalizar a
recuperação do ciclo todos os alunos são, inexoravelmente, promovidos para a 5a série.
Certamente muitas habilidades de leitura e escrita faltam a essas crianças para melhorar o
desempenho acadêmico das mesmas.
75
VII. CONCLUSÃO
76
Embora esse estudo não tenha permitido inferir diferenças estatisticamente
significativas entre ambos os grupos no que diz respeito às avaliações de habilidades de
leitura e escrita antes e depois do treinamento com o Programa de Alfabetização Fônica
Computadorizada, o trabalho permitiu acompanhar e comparar as competências de leitura e
escrita dessas crianças a partir dos instrumentos de pesquisa que foram utilizados. O
acompanhamento permitiu identificar que a maioria dessas crianças classificou em um estágio
alfabético de escrita e de leitura e que se utiliza de rotas fonológicas para poder processar
grafemas e morfemas, seja na escrita ou na leitura. A maior parte das médias obtidas na
BALE On-Line encontram-se abaixo da média para a série escolar. Muitas dessas baixas
pontuações se refletiram nos testes da BALE On-Line e mostraram uma leitura que não acessa
o léxico ortográfico ainda. Apesar desses resultados nas medidas dos testes as avaliações do
professor a partir dos conceitos NS, S e PS não parecem ser compatíveis com os escores nos
testes. Muitos alunos iniciavam a recuperação do ciclo com conceito satisfatório o que faz
questionar a avaliação do professor e todos finalizaram o curso de Recuperação do Ciclo I
com conceito satisfatório, também além dos resultados obtidos por s com a aplicação dos
testes. Isto mostra a fragilidade do sistema de avaliação escolar para avaliar e desenvolver
competências de leitura e escrita.
77
VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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85
IX. ANEXOS
86
Anexo A
CARTA DE INFORMAÇÃO À INSTITUIÇÃO
Intervenção coletiva com o uso de Programa de Alfabetização Fônica Computadorizada
em crianças da Recuperação do Ciclo I.
O presente trabalho tem como objetivo geral avaliar a eficácia do treino de habilidades
fonológicas em crianças de recuperação do ciclo I com o uso do Programa de Alfabetização
Fônica Computadorizada. Para isto solicitamos uma autorização da instituição para efetuar a
coleta de dados em uma amostra de 20 crianças que se encontram regularmente matriculados
nesta escola nas salas de Recuperação do Ciclo I. Serão avaliadas as habilidades não verbais
de raciocínio abstrato e o nível de leitura e escrita das crianças antes das sessões de atividades
pedagógicas do ciclo I e das sessões de intervenção com o uso do Programa de Alfabetização
Fônica Computadorizada. Posteriormente o grupo será dividido em dois subgrupos. Em um
deles executar-se-á o treino de consciência fonológica em tarefa de leitura e escrita com o uso
do Programa de Alfabetização Fônica Computadorizado. Posteriormente serão avaliadas
novamente as habilidades de leitura e escrita de todas as crianças após as sessões de treino de
consciência fonológica em tarefas de leitura e escrita. Finalmente as crianças que não
participaram da intervenção fonológica serão beneficiadas também com o treino. Julgamos
que a participação deles implicará riscos mínimos. Todo o material da pesquisa será
posteriormente analisado, garantindo-se sigilo absoluto sobre as questões respondidas, sendo
resguardado o nome dos participantes, bem como a identificação do local da coleta de dados.
A divulgação do trabalho terá finalidade acadêmica, esperando contribuir e ajudar as crianças
no desenvolvimento de habilidades de escrita e de leitura. Aos participantes cabe o direito de
retirar-se do estudo em qualquer momento, sem nenhum tipo de prejuízo.
São Paulo, .......... de ...........................de.............
__________________________________ _____________________________
Orientador de Mestrado Orientando de Mestrado
Telefone: (11) 2114-8451 Telefone: (11) 5660-
6436
Curso de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento.
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, UPM
Telefone para contato 2114-8707
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DA INSTITUIÇÃO
Pelo presente instrumento, que atende às exigências legais, o(a) senhor(a),
____________________________________________________, representante
legal pela instituição, após leitura da CARTA DE INFORMAÇÃO, ciente dos serviços
e procedimentos aos quais os participantes serão submetidos, não restando
quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma seu CONSENTIMENTO
LIVRE E ESCLARECIDO de concordância em autorizar a coleta de dados da
pesquisa proposta.
Fica ciente que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial, guardada
por força do sigilo profissional.
São Paulo,....... de ..............................de.............
_______________________________________
Assinatura do Representante Legal da Instituição
87
Anexo B
CARTA DE INFORMAÇÃO AOS RESPONSÁVEIS LEGAIS DOS SUJEITOS DA PESQUISA
Intervenção coletiva com o uso de Programa de Alfabetização Fônica Computadorizada
em crianças da Recuperação do Ciclo I
O presente trabalho tem como objetivo geral avaliar a eficácia do treino de habilidades
fonológicas em crianças de recuperação do ciclo I com o uso do Programa de Alfabetização
Fônica Computadorizada. Para isto solicitamos uma autorização, na condição de responsável
legal da criança para efetuar a coleta de dados com seu filho(a) que se encontra regularmente
matriculado nesta escola na sala de Recuperação do Ciclo I. Serão avaliadas as habilidades
não verbais de raciocínio abstrato e o nível de leitura e escrita da criança antes das sessões de
atividades pedagógicas do ciclo I e das sessões de intervenção com o uso do Programa de
Alfabetização Fônica Computadorizada. Posteriormente todo o grupo participante será
dividido em dois subgrupos. Em um deles executar-se-á o treino de consciência fonológica
em tarefa de leitura e escrita com o uso do Programa de Alfabetização Fônica
Computadorizado. Posteriormente serão, novamente, avaliados o nível de leitura e escrita de
todas as crianças após as sessões de treino de habilidades de consciência fonológica em
tarefas de leitura e escrita. Finalmente as crianças que o participaram inicialmente da
intervenção fonológica serão beneficiadas também com o treino fonológico. Julgamos que a
participação deles implicará riscos nimos. Todo o material da pesquisa será posteriormente
analisado, garantindo-se sigilo absoluto sobre as questões respondidas, sendo resguardado o
nome dos participantes, bem como a identificação do local da coleta de dados. A divulgação
do trabalho terá finalidade acadêmica esperando ajudar as crianças no desenvolvimento de
habilidades de escrita e de leitura. Aos participantes cabe o direito de retirar-se do estudo em
qualquer momento, sem nenhum tipo de prejuízo
.
___________________________________ ________________________________
Prof. Orientador Mestrando
Telefone: (11) 2114-8451 Telefone: (11) 5660-6436
Curso de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento.
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, UPM
Telefone para contato 2114-8707
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Pelo presente instrumento, que atende às exigências legais, o(a) senhor(a)
________________________________________________, representante legal do sujeito de
pesquisa, após leitura da CARTA DE INFORMAÇÃO, ciente dos serviços e procedimentos
aos quais seu filho(a) será submetido, não restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e do
explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO de concordância em
participar da pesquisa proposta.
Fica claro que o sujeito de pesquisa ou seu representante legal podem, a qualquer momento,
retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar do estudo
alvo da pesquisa e fica ciente que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial,
guardada por força do sigilo profissional.
São Paulo,.......de..............................de.............
_____________________________________
Assinatura do Representante Legal do Sujeito
88
Anexo C
Organização do Programa Alfabetização Fônica Computadorizada
O Programa Alfabetização Fônica Computadorizada (CAPOVILLA, MACEDO,
CAPOVILLA E DIANA, 2005) é composto por dois módulos: consciência fonológica e
alfabeto. O módulo Consciência Fonológica apresenta cinco blocos de atividades: Palavras,
Sílabas, Rimas, Aliterações e Fonemas. O módulo Alfabeto apresenta quatro partes: Vogais,
Consoantes, Encontrando Palavras e Descobrindo Palavras.
Módulo Consciência Fonológica
:
Palavras: nesta atividade são apresentadas frases incompletas e cinco figuras. A criança deve
escolher uma das figuras, a que melhor completa a frase. Exemplo: Eu comi _____ hoje. As
alternativas para respostas são: desenhos de ímã, hipopótamo, lápis, chocolate e jaqueta. Ao
clicar o mouse sobre a figura correta, a criança passa para uma nova tela com a frase
completa. “Eu comi chocolate
hoje”. No total são três exercícios com palavras e três
exercícios com pseudopalavras. A tarefa é a mesma e a criança deve escolher uma das cinco
figuras que possa substituir a pseudopalavra, que não existe, por uma palavra correta.
Rimas: nesta atividade a criança deve passar o mouse sobre as figuras ou palavras para ouvir
os seus nomes e depois deve clicar sobre aquelas, figuras ou palavras, cujos nomes terminam
de uma determinada forma. Exemplo, clicar sobre as figuras que rimam com o som eira:
cadeira, geladeira, queijo, mamadeira, pão, mala.
Aliterações: nesta atividade, a criança deve passar o mouse sobre as figuras ou palavras para
ouvir os seus nomes e depois clicar sobre aquelas que começam com o mesmo som. Exemplo,
89
clicar sobre as figuras que começam com bo: bolo, pente, alvo, boné, boneca, carro. Este item
contém 11 exercícios.
Sílabas: esta atividade consiste na contagem de sílabas. Ao passar o mouse sobre as figuras
ouvirá os seus nomes. A criança deve selecionar palavras monossílabas, dissílabas, trissílabas
e polissílabas. Na segunda parte da atividade são apresentadas à criança formas geométricas
coloridas em número correspondente de sílabas de um nome. A criança deve dizer como fica
a palavra retirando ou adicionando sílabas. Exemplo: o triângulo representa a sílaba “ca” e o
círculo, a sílaba “co”. Ao juntar as duas partes formam “caco”. Se colocarmos a sílaba ‘ma’
na frente de ‘caco’, qual palavra formará? A criança deve selecionar a alternativa correta
dentre as seguintes figuras: uva, violão, avião, macaco. Este item é formado por 12 exercícios.
Fonemas: esta atividade consiste em adicionar e retirar sons das palavras escritas com formas
geométricas. Exemplo: o círculo representa o som /a/, o retângulo o som /t/ e o círculo o som
/a/. Juntas formam “ata”. Se colocar o som /p/ na frente, qual palavra formará? A criança deve
clicar o mouse sobre a figura correspondente a palavra, nas alternativas apresentadas: dados,
cadeira, pata, fantasma, envelope. Este item é formado por 11 exercícios.
Módulo Letras:
Vogais: são apresentadas as vogais A, E, I, O, e U, nas quatro formas da escrita, de forma
maiúscula e minúscula, cursiva maiúscula e minúscula. A criança deve passar o mouse sobre
elas para conhecer a letra e seu som. Ela deve clicar sobre as figuras e palavras que comecem
com o som da letra apresentada. Exemplo: vamos conhecer a letra A e o seu som. Passe o
mouse sobre as figuras para ouvir os seus nomes, depois clique somente sobre as figuras que
90
comecem com o som /A/. Veja esta palavra e ela está faltando uma letra. Clique sobre a vogal
que está faltando para completar a palavra: A
vião.
Consoantes: são apresentados as letras F, J, M, N, V, Z, L, S, R, X, B, C, P, D, T, G, Q e H.
A criança passa o mouse sobre as letras para ouvir os seus sons e depois clique nas figuras e
palavras que comecem com o som da letra apresentada.. Exemplo: esta é a letra [F]. Vamos
conhecer a letra e o seu som. Passe o mouse sobre as letras e o desenho. Passe o mouse
sobre as figuras para ouvir os seus nomes, depois clique somente aquelas que começam com
o som /F/. Veja esta palavra. Está faltando uma sílaba. Selecione a sílaba que melhor
preenche a palavra: fantasma.
Avaliação: a criança deverá descobrir qual é a palavra escondida, clicando sobre as letras do
alfabeto. Exemplo: _ _ _ _ Após clicar as letras correspondentes surgirá a palavra e o
desenho. P
A T O. Ao passar o mouse sobre cada letra, a criança escuta o seu respectivo
fonema.
91
Anexo D
Intervenção – Alfabetização Fônica CD-ROM
Protocolo Individual
Nome: ________________________________________________________________
1. data:
2. data: 3. data: 4. data: 5. data: 6. data:
Palavras
Tempo:
Palavras, de completar frases e substituição de pseudopalavras.
Tempo:
Letra A
Tempo:
Letra E
Tempo:
Letra I
Tempo:
Letra O
Tempo:
Letra U
Tempo:
Rima – selecionar figuras cujos nomes terminam de uma determinada forma.
Tempo:
Letra F
Tempo:
Letra J
Tempo:
Rima – selecionar palavras que terminam de uma determinada forma.
Letra M
Tempo:
Letra N
Tempo:
Rima: selecionar figuras cujos nomes rimam com o de uma figura-alvo.
Tempo:
Letra V
Tempo:
Letra Z
Tempo:
Aliteração – selecionar figuras cujos nomes começam de uma determinada forma.
Tempo:
Letra L
Tempo:
Letra S
Tempo:
Aliteração – selecionar palavras que começam de uma determinada forma
92
Tempo:
Letra R
Letra X
Tempo:
Aliteração – selecionar figuras cujos nomes aliteram com o de uma figura-alvo.
Tempo:
Letra B
Tempo:
Letra C
Tempo:
Silabas – contagem de sílabas, selecionando figuras onde os nomes são
monossilábicos, dissilábicos, trissilábicos, tetrassilábicos.
Tempo:
Letra P
Tempo:
Letra D
Tempo:
Sílabas – adição silábica em palavras escritas com formas geométricas
Tempo:
Letra H
Tempo:
Letra Q
Tempo:
Silabas – inversão silábica em palavras escritas com formas geométricas.
Tempo:
Atividades de adição fonêmica em palavras escritas com formas geométricas.
Encontrando palavras (jogo de caça-palavras). Procurar palavras que iniciam com
vogais. Contendo 05 atividades. Para cada vogal deverá encontrar até 03 palavras.
Tempo:
Atividades de subtração fonêmica em palavras escritas com formas geométricas.
Atividades de fonemas – adição fonêmica em palavras escritas com formas
geométricas.
Tempo:
Fonemas – subtração fonêmica em palavras escritas com formas geométricas.
Tempo:
Fonemas – inversão fonêmica em palavras escritas com formas geométricas.
Tempo:
Adicional: descobrindo palavras (Jogo da forca). Procurar letras que formam a palavra.
Tempo:
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