monopólio estatal, as ações de órgãos fiscalizadores do meio ambiente, dos conselhos de
defesa do consumidor e dos agentes públicos que têm, como função, a inibição da formação
de cartéis, de trustes ou de ações por parte dos agentes econômicos que acarretem aumento
abusivo de preços. Na visão de Abranches (1999, p.21), “o estado burocrático e
intervencionista deveria ser substituído por um estado regulador”, onde estariam presentes a
participação de três responsáveis: o Estado, a sociedade e os agentes produtores privados. Ao
comentar a triangulação, Estado, setor privado e cidadão, Przeworski (1996) define as
relações entre esses três responsáveis dentro de uma perspectiva denominada agente x
principal, caracterizada por contratos explícitos ou implícitos, onde o agente é o prestador de
serviços e o principal, o cliente. Segundo esse autor, cabe ao Estado regular as relações entre
o setor privado, como agente e a sociedade, como principal.
Segundo Corry (1995) e OCDE (1993), a regulação tem por objetivo administrar as relações
entre o Estado, os prestadores de serviços públicos e os consumidores. O que se regula são
relações, por exemplo, entre profissionais e clientes, entre consumidores e empresas, entre
governo e empresas, entre empresas e outras empresas, que envolvem a utilização de recursos
estratégicos e interesses conflitantes ou complementares. A atividade regulatória pode ser
exercida por diferentes agentes, como as associações profissionais, destinadas à auto-
regulação do exercício das profissões; as redes voluntárias de consumidores, de representantes
de categorias sociais, de moradores, entre outros agentes que podem exercer uma regulação
delegada, e por meio de agências governamentais. A regulamentação governamental,
necessária à atividade regulatória, pode tanto promover os direitos e liberdades dos cidadãos,
quanto a restrição de seu comportamento. De qualquer forma, a maioria dos cidadãos
reconhece a necessidade da intervenção governamental quando um mercado não regulado
pode prejudicar direitos e quando mercados falham em garantir uma aceitável igualdade
social.