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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
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Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Escola de Engenharia
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil
ANÁLISE DA VARIAÇÃO DO ÍNDICE DE AMORFISMO DA
CINZA DE CASCA DE ARROZ SOBRE A ATIVIDADE
POZOLÂNICA
Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro
Porto Alegre
Abr/2009
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
LUCIANA DE NAZARÉ PINHEIRO CORDEIRO
ANÁLISE DA VARIAÇÃO DO ÍNDICE DE AMORFISMO DA
CINZA DE CASCA DE ARROZ SOBRE A ATIVIDADE
POZOLÂNICA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós
Graduação em Engenharia Civil da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, como parte dos
requisitos para obtenção do título de Mestre em
Engenharia. Orientação: Profª. Dra. Ângela
Borges Masuero e Profª. Dra. Denise Carpena
Coitinho Dal Molin.
Porto Alegre
Abr/2009
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
3
C794a Cordeiro, Luciana de Nazaré Pinheiro
Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre
a atividade pozolânica / Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro. 2009.
Dissertação (mestrado) Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola
de Engenharia. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil. Porto Alegre,
BR-RS, 2009.
Orientadora: Profa. Dra. Ângela Borges Masuero
Orientadora: Profa. Dra.Denise Carpena Coitinho Dal Molin
1. Cinza de casca de arroz. 2. Materiais de construção Ensaios. I. Masuero,
Ângela Borges, orient. II. Dal Molin, Denise Carpena Coitinho, co-orient. III.
Título.
CDU-691.32(043)
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
LUCIANA DE NAZARÉ PINHEIRO CORDEIRO
ANÁLISE DA VARIAÇÃO DO ÍNDICE DE AMORFISMO DA
CINZA DE CASCA DE ARROZ SOBRE A ATIVIDADE
POZOLÂNICA
Esta Dissertação de Mestrado foi julgada adequada para a obtenção do título de MESTRE EM
ENGENHARIA e aprovada em sua forma final pelo professor orientador e pelo Programa de
s-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Porto Alegre, 23 de abril de 2009
Profª. Ângela Borges Masuero
Dra. pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Orientadora
Profª. Denise Carpena Coitinho Dal Molin
Dra. pela Universidade de São Paulo
Co-Orientadora
Prof. Dr. Fernando Schnaid
Coordenador do PPGEC/UFRGS
BANCA EXAMINADORA
Prof. Nilo César Consoli (UFRGS)
Ph. D. Conordia University, Canadá
Prof. Paulo Sérgio Lima Souza (UFRGS)
Dr. pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Prof. Claudio de Souza Kazmierczak (UNISINOS)
Dr. pela Universidade de São Paulo
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
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Dedico este trabalho à memória de minha
vozinha Maria, com eterna saudade. E aos meus
pais Eloiza e Lucival com amor.
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar quero agradecer a Deus pela minha vida, pela oportunidade de atravessar o
país e realizar um sonho. E pela sua onipresença que regeu minha vida, dando-me colo e
equilíbrio nos momentos, que não foram poucos, que mais precisei.
Agradeço a minha mãe, Eloiza, essa grande mulher, que exala sabedoria, coragem e bondade.
Mãe e mulher que desejo imitar e seguir. Meu porto seguro, minha conselheira, meu grande
amor na Terra. E minha maior incentivadora, que acreditou em mim, mesmo nos momentos
em que eu mesma o acreditava. Sou abençoada por ser sua filha, e se hoje estou escrevendo
este agradecimento, foi porque você me apoiou, obrigada. TE AMO MUITO MÃE LUIZA.
Ao meu amado pai, que a sua tímida e contida maneira também me apoiou. E ao meu irmão
Junior, que por sinal se apropriou indevidamente do meu quarto em Belém, muito obrigada.
A minha aMariazinha, por todo amor e carinho depositado. A minha Lina por ter me
criado, e me enchido de mimos durante grande parte de minha criação, e que me deixava a par
dos acontecimentos pelas ligações sagradas dadas as quartas e domingos. As minhas tias
Leonice, Leonora e Lucila, por terem me ouvido, nos momentos de angústias e desabafos; por
terem me xingado quando mereci. E pelo apoio financeiro, quando precisei. Eu amo demais
vocês.
A minha grande e amada amiga Regina, e ao meu eterno amigo e professor Paulo Sérgio, pelo
incentivo para que eu ingressasse no mestrado. Obrigada pela força, confiança, amizade. O
apoio de vocês foi um divisor de águas em minha vida.
As minhas amadas orientadoras, a Ângela Masuero obrigada pelo carinho, pela atenção, pela
paciência. Essa grande mulher que tanto me aturou, é muito parecida em gestos e palavras
com minha mãe, e foi fundamental no desenvolvimento desse trabalho, sei que estou entre as
orientandas preferidas, e ela sabe que tem um espaço reservado em meu coração. A Denise
Dal Molin, que no inicio eu tinha medo, mas que com a convivência se mostrou
inexplicavelmente maravilhosa, ela transmite uma paz e uma calma, contagiante. Foi graças a
uma palestra dela, a cinco anos atrás, sobre cimento branco e colorido que decidi ser
pesquisadora, motivação é seu segundo nome. Muito obrigada professoras!
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Ao Luciano Gobbo, ao Renato e a professora Ruth pela imprescindível ajuda no entendimento
do método de refinamento Rietveld, e nas alises de difração de raios x, além do carinho,
disponibilidade e paciência.
A minha amiga gringaAna Carina, que me mostrou Porto Alegre, e juntamente com minha
amiga Juliana Young me tirou do exílio e mostrou que Porto Alegre não era tão ruim quanto
eu achava.
A minha família gaúcha formada pela Cris Pauletti, que desempenhou o papel de minha mãe.
A Piovesano e a Francisco, conhecidas também como Ângela e Danielle respectivamente,
minhas irmãs, amigas, médicas, personal style. Engraçado como três pessoas totalmente
diferentes, se davam tão bem, meninas vocês foram meus pilares aqui nessa cidade, valeu! À
Ana Paula amiguinha pós doutora e pintora, a Francieli e o Paulo meus companheiros de RU,
ao meu amigo “nerd” Azambuja, a Geilma minha pós-doutora querida que me auxiliou na
análise estatística, a Ju Brito que me adotou junto com seu marido, Luz, Carolzinha.
Obrigada!
Ao Pagnussat, também conhecido como Daniel, que foi meu pai, irmão, amigo, psilogo...
Que me encheu de mimos fez minhas vontades, e contribuiu pro meu sedentarismo; que ficou
horas e horas ouvindo minhas lamentações e besteiras. Que sempre atendeu minhas
chamadas, que me ajudou mesmo com seu silêncio, quando eu me sentia desesperada, era
para ele que eu ligava e chorava. Esse menino é um grande e raro homem. Nossa amizade está
entre as coisas mais bonitas e importantes que fiz em minha vida, eu te amo com toda a força
do meu coração. E ai de ti que suma viu professor! Acreditastes em mim, e agora vou ser
mestre, quanta responsabilidade! Valeu PAGNUSSAT!
Aos alunos bolsistas do NORIE que colaboraram na parte de laboratório, em especial ao
Anderson que na fase final, mesmo falando, e como ele falava, me ajudou bastante. Aos
laboratoristas Éder e Airton, obrigada pelo apoio, e não me refiro as atividades de
laboratório, mas pelas longas conversas, vocês são meus eternos irozinhos.
Ao meu namorado Luciano, por toda dedicação, carinho, paciência, e amor! Mesmo não
entendendo nada de engenharia, foi de extrema importância nessa pesquisa.
A Dona Dora Fracasso e sua amada família, que me acolheu, me incentivou, me fez parte da
família; e com quem compartilhei grandes e saborosas churrascadas de domingo. A Dona
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
Suzana, a Socorro, a Tetê, minhas amigas da igreja que também me adotaram, ganhei tantas
es nessa cidade.
Agradeço a CAPES, pelo auxílio financeiro que possibilitou total dedicação aos estudos.
Obrigada Porto Alegre, por ter me acolhido nesses 2 anos, cidade linda e com raiz cultural
invejável. Fostes tu POA, que me viu crescer, e amadurecer, foi aqui que aprendi a me virar,
foi aqui que deixei de ser criança e me transformei mulher. Mas é na minha amada Belém,
minha terra, meu chão, que minhas raízes estão fincadas. Morro de saudade do cheiro, da
chuva das duas”, das festas, do açaí, do povo paraense. E por mais longe que meus pés ainda
venham a percorrer, é para ti Belém que sempre irei retornar. É que quero construir minha
família, então me aguarde!
Enfim, agradeço a todas as pessoas que contribuíram de alguma forma para que eu chegasse
até aqui. Valeu!!!
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
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RESUMO
CORDEIRO, L.N.P. Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de
arroz sobre a atividade pozolânica. Dissertação (Mestrado em Engenharia)
PPGEC/UFRGS, Porto Alegre, 2009.
Cinzas de casca de arroz são resíduos de comprovada eficiência como material pozolânico.
No entanto, a variabilidades do material, decorrente das diferentes condições de geração
impedem que o mesmo seja comercializado. Assim o presente trabalho tem como objetivo
verificar a inflncia da variação do índice de amorfismo (IA) de cinzas de casca de arroz,
sobre a atividade pozolânica deste material. As cinzas foram utilizadas em substituição parcial
ao cimento. A metodologia de pesquisa foi dividida nas seguintes fases: (1) Coleta das cascas
de arroz; (2) produção das cinzas de casca de arroz através da queima em diferentes
temperaturas (500, 650, 800, 950 e 1100ºC) realizada em forno de laboratório. Fixou-se o
tempo de residência do material (3 horas), a taxa de aquecimento (5°C/min), e resfriamento
lento. Posteriormente utilizou-se a moagem das cinzas em diferentes tempos para que os
diâmetros atendessem a finura apropriada para uma pozolana. (3) Em seguida o material
gerado foi caracterizado através de ensaios químicos, físicos e mineralógicos; os demais
materiais, tais como cimento e areia, também foram caracterizados, de forma que atendam as
especificações normativas. (4) Com base nas análises dos resultados, foram moldados 6
corpos-de-provas de argamassas para realização do ensaio de índice de atividade pozolânica
com o cimento. (5) A etapa final foi a quantificação do índice de amorfismo por meio de
refinamento de Rietveld. Os resultados demonstraram que o índice de amorfismo pode ser
utilizado como parâmetro de controle de cinzas residuais. O índice de amorfismo está
diretamente relacionado à temperatura de queima e ao tempo de moagem e a atividade
pozolânica, sofre influência dessa variável bem como de outras tais como diâmetro médio dos
grãos e relação água/aglomerante.
Palavras-chave: cinza de casca de arroz; índice de amorfismo; refinamento Rietveld.
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
ABSTRACT
CORDEIRO, L.N.P. Analysis of variation of the index of amorfization the ash of rice
husk on the pozzolanic activity. Dissertação (Mestrado em Engenharia) Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Civil, UFRGS, Porto Alegre,2009.
The rice husk ash is a waste of proved performance as pozzolanic material. However, the
variability of the material, as a result of different generation conditions, restricts its use. Thus,
this study aims to determine the influence of variation of the amorphous index (AI) of rice
husk ash on the pozzolanic activity of this material. The ash was used as partial replacement
of cement. The methodology of research was divided into the following steps: (1) Collection
of rice hulls, (2) production of rice husk ash at different temperatures (500, 650, 800, 950 and
1100 °C) made in a small lab furnace. The time into the furnace was fixed (3 hours), as well
as the rate of heating (5 ° C / min) and the slow cooling adopted. Thus, the ashes had been
grinded at different times until appropriate diameters. (3) Then, chemical, physical and
mineralogical characterization had been carried through, as well as other materials such as
cement and fine aggregate according standard specifications. (4) According previous analysis
of results, 6 mortar samples were molded to perform testing of pozzolanic activity index with
Portland cement. (5) The final step was to quantify the amorphous content by the Rietveld
refinement. The results showed that the index of amorphous can be used as a control
parameter for rice husk ashes. The amorphous index is directly related with the burning
temperature and the grinding time, The pozzolanic activity was also influenced by these
variables as well as medium diameter of grains and its water/binding ratio.
Keywords: ash rice husk ; amorfization index; Rietveld refinement.
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
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SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................... 13
LISTA DE TABELAS ......................................................................................................... 14
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ........................................................................... 15
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 16
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ...................................................................................... 16
1.2 IMPORTÂNCIA DA PESQUISA .................................................................................. 17
1.3 OBJETIVO .................................................................................................................... 20
1.3.1 Objetivo geral.............................................................................................................. 20
1.3.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 20
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................... 21
2 POZOLANAS................................................................................................................... 22
2.1 DEFINIÇÃO .................................................................................................................. 22
2.2 CLASSIFICAÇÃO ........................................................................................................ 23
2.3 O USO DA POZOLANA NO CIMENTO PORTLAND ................................................ 24
2.3.1 Atividade Pozolânica ................................................................................................... 24
2.4 MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DA POZOLANICIDADE ................................ 27
2.4.1 Método de Luxan ........................................................................................................ 28
2.4.2 Método de Chapelle .................................................................................................... 29
2.4.3 Método de Chapelle modificado IPT ........................................................................ 29
2.4.4 Método proposto pela NBR 5751 (ABNT, 1992) ......................................................... 30
2.4.5 Método proposto pela NBR 5752 (ABNT, 1992) ......................................................... 30
2.4.6 Método proposto pela NBR 5753 (ABNT, 1992) ......................................................... 31
3 CINZAS DE CASCAS DE ARROZ ................................................................................. 33
3.1 O USO DA CCA COMO CO-PRODUTO ..................................................................... 34
3.2 INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DE QUEIMA NAS CARACTERÍSTICAS DA
CCA .................................................................................................................................... 36
3.3 INFLUÊNCIA DO GRAU DE MOAGEM NAS CARACTERÍSTICAS DA CCA ........ 38
3.4 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA CCA ..................................................................... 40
3.5 MINERALOGIA DA SÍLICA........................................................................................ 42
3.5.1 Difratometria de raios X (DRX) .................................................................................. 45
4 PROGRAMA EXPERIMENTAL .................................................................................... 50
4.1 MATERIAIS .................................................................................................................. 51
4.1.1 Cimento ...................................................................................................................... 51
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
4.1.2 Água de amassamento ................................................................................................. 51
4.1.3 Agregado Miúdo ......................................................................................................... 52
4.1.4 Casca de arroz ............................................................................................................. 52
4.2 MÉTODOS .................................................................................................................... 53
4.2.1 Produção das CCA ...................................................................................................... 53
4.2.2 Caracterização dos materiais ....................................................................................... 55
4.2.3 Avaliação da Pozolanicidade ....................................................................................... 56
4.2.4 Avaliação da quantidade de sílica amorfa .................................................................... 58
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS .................................. 59
5.1 PRODUÇÃO DAS CINZAS DE CASCA DE ARROZ .................................................. 59
5.2 CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS ..................................................................... 61
5.2.1 Análise química da CCA ............................................................................................. 61
5.2.2 Análise mineralógica da CCA ..................................................................................... 62
5.2.3 Superfície específica.................................................................................................... 66
5.2.4 Análise granulométrica ................................................................................................ 67
5.2.5 Massa específica da CCA ............................................................................................ 69
5.2.6 Índice de Atividade Pozolânica com o cimento ............................................................ 69
5.2.7 Índice de Amorfismo ................................................................................................... 71
5.2.8 Correlação entre o índice de amorfismo (IA) e a temperatura de queima ...................... 75
5.2.9 Correlação entre os índices de amorfismo das diferentes cinzas produzidas e o índice de
atividade pozolânica ............................................................................................................. 76
5.2.10 Correlação entre os índices de amorfismo das diferentes cinzas produzidas e o tempo
de moagem .......................................................................................................................... 77
5.2.11 Correlação entre o diâmetro médio das diferentes cinzas produzidas com o índice de
atividade pozolânica. ............................................................................................................ 78
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 81
6.1 CONCLUSÕES GERAIS .............................................................................................. 81
6.2 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS.............................................................. 82
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 83
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Efeito da substituição de uma pozolana natural sobre o calor de hidratação
26
Figura 2: Alcalinidade total x teor de CaO
32
Figura 3: Variação do IAP com o tempo de moagem
39
Figura 4: Composição mineralógica de CCA obtidas em diferentes processos de
queima
42
Figura 5: Variações polimórficas em função da temperatura e pressão
43
Figura 6: Imagens do MEV quartzo, tridimita e cristobalita
44
Figura 7: Esquema ilutrativo do fenômeno de DRX
45
Figura 8: Forno elétrico
53
Figura 9: Moinho de bolas
55
Figura 10: Ensaio de consistência
57
Figura 11: Moldes com argamassas feitas com CCA
57
Figura 12: Difração de raios X de CCA obtidas da queima de cascas de arroz em
diferentes temperaturas
60
Figura 13: Difratograma da CCA gerado pela queima da CCA a 500°C
63
Figura 14: Difratograma da CCA gerado pela queima da CCA a 650°C
63
Figura 15: Difratograma da CCA gerado pela queima da CCA a 800°C
64
Figura 16: Difratograma da CCA gerado pela queima da CCA a 950°C
64
Figura 17: Difratograma da CCA gerado pela queima da CCA a 1100°C
65
Figura 18: Microscopia eletrônica de varredura por elétrons secundários, de cinzas
amorfas e cristalinas (900x)
66
Figura 19: Influência do tempo de moagem no diâmetro médio de diferentes CCA
68
Figura 20: Gráfico do refinamento pelo método de Rietveld para CCA
500
71
Figura 21: Gráfico do refinamento pelo método de Rietveld para CCA
650
72
Figura 22: Gráfico do refinamento pelo método de Rietveld para CCA
800
72
Figura 23: Gráfico do refinamento pelo método de Rietveld para CCA
950
73
Figura 24: Correlão entre temperatura de queima e o índice de amorfismo
75
Figura 25: Correlação entre temperatura de queima e o índice de amorfismo: método
químico
76
Figura 26: Correlão entre IAP e IA
77
Figura 27: Correlão entre IA e o tempo de moagem
77
Figura 28: Correlão entre IA e massa específica
78
Figura 29: Correlão entre diâmetro médio e IAP
79
Figura 30: Esquema ilustrativo da cristalização da CCA
79
14
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Exigência da NBR 12653 (1992)
23
Tabela 2: Valores de PCI
33
Tabela 3: Composição química de diversas CCA
40
Tabela 4: Resumo dos ensaios e metodologias adotadas
50
Tabela 5: Caracterização física do cimento CPN-40
51
Tabela 6: Caracterização química do cimento CPN-40
51
Tabela 7: Comparação da composição química das CCA obtidas pela calcinação a
diferentes temperaturas com a bibliográficas
61
Tabela8: Composição mineralógica das CCA produzidas em diferentes temperaturas
62
Tabela 9: Superfície específica das CCA calcinadas em diferentes temperaturas
66
Tabela 10: Tamanho das partículas de CCA calcinadas em diferentes temperaturas em
função dos diferentes tempos de moagens
67
Tabela 11: Diâmetro de CCA escolhidos para produção da argamassa
69
Tabela 12: Massa específica das CCA calcinadas em diferentes temperaturas
69
Tabela 13: Composição das argamassas
69
Tabela14: Atividade pozolânica das CCA produzidas em diferentes temperaturas
70
Tabela15: Condições instrumentais obtidas pelo refinamento de rietveld
73
Tabela16: Teor de amorfismo para CCA calcinadas em diferentes temperaturas
74
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
15
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AS: Área Superficial
CA: Casca de Arroz
CAH: Aluminato de Cálcio Hidratado
CCA: Cinza de Casca de Arroz
CH: Hidróxido de Cálcio
CIENTEC: Fundação de Ciências e Tecnologia
CONAB: Companhia Nacional de Abastecimento
CSCH: Silico Aluminato de Cálcio Hidratado
CSH: Slicato de Cálcio Hidratado
DM: Diâmetro Médio
DRX: Difratometria de Raios X
H: Água
IA: Índice de Amorfismo
IAP: Índice de Atividade Pozolânica
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPT: Instituto de Pesquisas Tecnológicas
NBR: Norma Brasileira Registrada
NM: Norma Mercosul
NORIE: Núcleo Orientado de Inovação Tecnológica
OH: Hidroxila
PCI: Poder Calorífico Inferior
Rc: Resistência a Compressão Simples
SNIC: Sindicato Nacional da Indústria do cimento
16
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A poluição ambiental não é um problema novo, tão pouco um problema regional. Trata-se de
um problema global, associado ao crescimento populacional e à urbanização do planeta
(MEHTA & MONTEIRO, 2008).
Em paralelo ao crescimento populacional e à urbanização tem-se os avanços tecnológicos que
são inevitáveis, e incontestavelmente benéficos. A questão é a velocidade com que os mesmos
acontecem que vão bem além da real necessidade do consumidor. As escolhas hoje são
pensadas em curto prazo; o desejo consumista apaga a visão holística de futuro, junto com
todas as conseqüências do uso de uma tecnologia.
Atualmente a população mundial é de 6,7 bilhões de habitantes (CENSUS BUREAU, 2009),
fator este que exige uma grande demanda de produtos e serviços. Conseqüentemente tem-se o
aumento da produção de agentes poluidores, que contribuem para problemas tais como o
aquecimento global, efeito estufa, tempestades, enchentes, queimadas e outras catástrofes
naturais. Estes preocupam a sociedade como um todo e motivam o desenvolvimento de ações
que visem à preservação do meio ambiente.
A construção civil é um dos setores da economia que afeta consideravelmente o meio
ambiente, tanto pelo consumo de recursos naturais, quanto pela produção de resíduos. De
acordo com John (2004), estima-se que a construção utiliza algo entre 20 e 50% do total de
recursos naturais consumidos pela sociedade. São areias, calcários, argilas, entre outros. É um
voraz consumidor de água e energia, seja no processo construtivo, ou seja, na produção dos
materiais, criando um ciclo que eleva a geração dos resíduos e a extinção gradativa dos
recursos naturais.
É necessário que a qualidade de vida presente e futura seja melhorada. Investir em pesquisas
científicas que irão, em parte, compensar os danos já causados é uma das formas encontradas
para garantir a continuidade saudável da vida humana.
No cenário internacional, é notável a mudança da mentalidade quanto ao uso de materiais
sustentáveis, visto que vivemos um momento de transformações práticas e metodológicas que
incentivam cada vez mais pesquisas com viés ambiental.
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
17
A casca do arroz é um produto de lenta biodegradação, que ocupa pelo seu volume grandes
espaços no aterro sanitário. A cinza de casca de arroz, por sua vez, não ocupa grandes áreas,
tem potencial para ser aproveitada em diferentes ramos na construção civil. Como cita
Agarwal (2006) que estudou o efeito pozolânico em diversos materiais silicosos; Bondioli
(2007) que estudou o efeito da cinza de casca de arroz (CCA) na síntese de pigmentos
cerâmicos; Naya et al. (2009) que estudou a CCA para a remoção de metais pesados; Siddique
e Klaus (2009) que estudaram a influência do metacaulim em concretos e argamassas; entre
outros. No entanto, esse resíduo ainda não é aproveitado a nível comercial.
No âmbito nacional pode-se dizer que o tema reaproveitamento de resíduos vem sofrendo
uma importante reversão no nível de prioridade que o assunto normalmente preenchia. A
própria legislação relacionada aos resíduos gerados pelo setor estabelece às empresas
geradoras suas responsabilidades no que se refere à sua destinação final.
Nesse contexto, diversas pesquisas foram desenvolvidas no sentido de aproveitar os resíduos
produzidos, dentre elas destacam-se Okida (2006) e seu trabalho sobre minimização e
reaproveitamento de resíduo sólido de fundição; Lovato (2007) que trabalhou com agregados
reciclados em concreto; Santos (2008) que estudou o aproveitamento de resíduos minerais na
formulação de argamassas, entre outros.
Seguindo a linha de pesquisa de reaproveitamento de resíduo, tem-se a CCA e sua utilização
como substituição parcial de cimento, especificamente neste trabalho pretende-se analisar a
influência índice de amorfismo sobre as propriedades das argamassas que a incorporem,
acredita-se que com esse parâmetro seja possível reduzir a variabilidade da CCA residuais.
1.2 IMPORTÂNCIA DA PESQUISA
O uso de tecnologias para economia energética e uma mudança comportamental podem
reduzir substancialmente as emissões de CO
2
do setor da construção civil, que acumula cerca
de 30 a 40% do uso global de energia, segundo o IPCC (2007), publicado pelo Programa
Nacional das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
Em termos de fonte de emissão de CO
2
, a indústria cimenteira é responsável por cerca de 10%
das emissões mundiais (TAYLOR et. al, 2006). Caracterizada pela geração de impactos ao
longo de sua cadeia produtiva, essa indústria tem seu crescimento associado à demanda da
indústria de construção civil, que nos últimos anos encontrou uma economia mundial
favorável para o seu crescimento. A produção brasileira de cimento alcançou em 2007,
18
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
segundo dados fornecidos pelo SNIC, 46,5 milhões de toneladas. Esse número confere ao país
a participação no ranking dos dez maiores produtores de cimento no mundo, seguido em
ordem crescente pela Itália, Turquia, Coréia do Sul, Espanha, Rússia, Japão, Estados Unidos,
Índia e China.
O cimento Portland é o principal ligante hidráulico usado no concreto moderno. Composto
basicamente por calcário, argila e gipsita ele consome cerca de 4 giga joule de energia por
tonelada de cimento durante sua produção (MEHTA&MONTEIRO, 2008). Segundo o
Anuário de 2008 do Ministério de Minas e Energia (MME) para cada tonelada de cimento
produzida, são emitidas 900 kg de CO
2
. Tentando minimizar os efeitos desses gases, uma
prática comum que está sendo adotada por muitas cimenteiras no mundo inteiro é a utilização
de resíduos como substitutos parciais do cimento.
Logo, um setor que se alimenta em grande escala de produtos naturais, e de fontes de energia
o renováveis, precisa o quanto antes desenvolver um modelo de produção que priorize a
economia dos recursos naturais, e reduza o consumo de combustíveis fósseis.
Pesquisas recentemente publicadas, tais como Vieira (2005); Cordeiro (2006); Kawabata
(2008) comprovaram o que já era sabido: que os resíduos agrícolas podem diminuir e muito o
uso de cimento na preparação de concretos e argamassas, além de conferirem ao produto final
melhorias nas propriedades associadas à resistência e durabilidade.
A cinza de casca de arroz (CCA) é um resíduo da cadeia produtiva do arroz que desempenha
um excelente papel como material pozolânico, se processado adequadamente. Rico, em sílica,
pode ser usada tanto em substituição ao cimento quanto como adição em concretos e
argamassas (CORDEIRO, 2006).
O arroz está entre os produtos mais produzidos e consumidos no mundo. A estimativa da safra
mundial de arroz divulgada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA,
sigla em inglês) mostra que o mundo deve produzir aproximadamente 440 milhões de
toneladas de arroz para a safra 2008/2009. O Brasil contribuirá para esta safra com
aproximadamente 13 milhões de toneladas de arroz, segundo o quinto levantamento realizado
pela CONAB (2009).
A casca de arroz é um resíduo volumoso, que representa um grande problema de acúmulo
para moinhos de arroz centralizados. Para cada tonelada de arroz produzido tem-se 20% de
casca arroz; e desse total 20% é convertido em cinzas de casca de arroz (PRUDÊNCIO JR et
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
19
al, 2003), tem-se a partir desse resíduo, disponível no mundo inteiro, a possibilidade de
aproveitamento para o desenvolvimento de novos materiais com baixos custos.
O interesse na realização dessa pesquisa pode ser justificado pelo panorama atual no que diz
respeito a ações sustentáveis. A CCA é um resíduo disponível no mundo inteiro, de
considerável volume, com características muito competitivas no mercado, concorrendo até
com a adição de sílica ativa tanto no que concerne a qualidade. Isto sem considerar que a
incorporação de resíduos contribui tanto para a diminuição das emissões de CO
2
quanto para
encapsulamento dos resíduos já gerados.
Diversos pesquisadores mostraram interesse no estudo das propriedades desse material,
podendo destacar: Silveira (1996), Hasparyk (1999), Payá (2001), Oda (2003), Silva (2004),
Dafico e Prudêncio (2002), Rêgo (2004), Bui e Stroeven (2005), Ferro et al. (2007), dentre
outros.
Autores como Mehta e Monteiro (1994) apresentam a cinza de casca de arroz como uma
pozolana altamente reativa. Apesar dos resultados da incorporação desse material em concreto
e argamassas em diversas pesquisas serem fascinantes, mesmo assim o produto ainda não é
comercializado. Um dos pontos que podem ser destacados para essa não comercialização é o
fato deste material ser muito heterogêneo. Essa heterogeneidade é justificada pelo fato de que
a casca de arroz e cinza de cascas de arroz serem tratadas separadamente. Ou seja, pensa-se na
casca com sua função de fonte de energia, dessa forma ela é queimada de qualquer jeito,
sem controle algum. a cinza para ser comercializada precisa de um nimo de controle
para que suas propriedades apresentem um desarranjo estrutural suficiente que permita a
reações pozolânicas. Logo o aproveitamento total do resíduo só acontecerá quando o processo
cinza e casca de arroz forem pensados conjuntamente.
Pela queima da casca de arroz é possível obter-se cinzas com aproximadamente 95% de sílica
pura (FOLLETO et al., 2005). A obtenção de uma CCA com boas características para
aplicação em argamassas e concretos depende do método de geração utilizado, pois este
influenciará nas características adequadas para a produção de cinzas de elevada reatividade.
Dentre os fatores que favorecem a reatividade da CCA está a condição de queima, pelo fato
da mesma estar diretamente relacionada às transformações estruturais que ocorrem na sílica.
Na década de 80, Cook (1986) descreveu como as transformações estruturais da sílica
ocorrem. Segundo o autor, num primeiro momento, até 100ºC, ocorre a perda de massa inicial
resultado da evaporação de água adsorvida. A cerca de 350ºC ocorre a ignição do material
20
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
volátil, dando inicio à queima da casca de arroz. Entre 400 e 500 ºC, o carbono residual é
oxidado, sendo nesse estágio observada a perda de massa mais substancial.
As essa esta etapa a cinza apresenta um grande desarranjo estrutural, que permite sua
identificação qualitativa como um material amorfo. O emprego de temperaturas acima de
600ºC permite então um arranjo cristalino das estruturas da sílica, que no decorrer das
temperaturas acarretam a formação de diferentes fases da sílica denominadas como quartzo,
tridimita e cristobalita.
Em sua tese de doutorado, no qual foi dada ênfase aos aspectos microestruturais de pastas de
cimento com cinza de casca de arroz como adição mineral, Rego (2004) observou que o
índice de amorfismo, assim como a finura, influenciam diretamente sobre a atividade
pozolânica de cinzas de cascas de arroz produzidas por diferentes formas de queima. No
entanto, ainda não era sabido até que ponto a variação do índice de amorfismo, em níveis
quantitativos, influenciaria sobre a atividade pozolânica.
A originalidade do tema está na quantificação das fases sílica presentes na CCA. Esta
quantificação é feita através do refinamento Rietveld, método matemático que trabalha com
diferença de difratograma de raios X. As informações obtidas são dadas pela introdução direta
de dados cristalográficos.
1.3 OBJETIVO
1.3.1 Objetivo geral
O objetivo geral desta pesquisa é analisar a inflncia da variação do índice de amorfismo da
CCA sobre a atividade pozolânica.
1.3.2 Objetivos específicos
Como objetivos específicos destacam-se:
a) analisar o comportamento químico, físico e mineralógico das CCA provenientes de
diferentes temperaturas de queima; no caso da presente pesquisa trabalhou-se com cinco
diferentes temperaturas (500, 650, 800, 950 e 1100ºC) de queima, fixando apenas o tempo de
resincia, a taxa de aquecimento e o tipo de resfriamento;
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
21
b) realizar um estudo de tempos de moagens no moinhos de bolas (3, 5, 7, 9 e 12h), a fim de
se identificar qual o tempo de moagem necessário para obtenção de diâmetros menores de 10
μm;
c) analisar a influência da cristalinidade da cinza de casca de arroz no tempo de moagem.
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
Esta dissertação de mestrado está dividida em quatro capítulos, conforme segue:
No primeiro capítulo têm-se as considerações iniciais, importância do tema, estrutura do
trabalho e os objetivos.
O segundo e terceiro capítulo comem a revisão bibliográfica, na qual são abordados temas
como pozolanas e cinzas de casca de arroz. Nesses capítulos é possível encontrar informações
contendo definição, classificação, aplicação desses materiais, entre outras.
No quarto capitulo são apresentados os materiais bem como a metodologia adotada nesta
pesquisa, que se resume em cinco fases: coleta das cascas de arroz; produção das cinza de
cascas de arroz; caracterização química, sica, e morfológica dos materiais; determinação do
índice de amorfismo e determinação da atividade pozolânica.
No quinto capítulo são apresentados os resultados obtidos em cima dos quais são feitas as
análises.
Finalmente no sexto capítulo, apresentam-se as conclusões finais do trabalho, assim como
sugestões para futuras pesquisas.
22
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
2 POZOLANAS
Relatos acerca das primeiras construções desenvolvidas pelo homem, de aproximadamente
10.000 anos, indicam que os egípcios foram pioneiros no desenvolvimento de materiais
ligantes. Acredita-se que parte da pirâmide de Giza foi feita com uma mistura ligante alcalina
a base de aluminossilicato, que em algum momento, precipitou-se ou sofreu
geopolimerização. A cal surge posteriormente, descoberta, ao que tudo indica, pela
civilização grega, e torna-se um aglomerante muito difundido ao longo da história das
civilizações (ALVES, 2002; BARSOUM e GANGULY, 2006).
A evolução das construções pode, sob diversos aspectos, ser avaliada como cíclica, com
hábitos que vêm e o através dos tempos. Babilônicos, egípcios, gregos, entre outros povos,
utilizaram materiais com características pozolânicas em épocas e regiões diferentes. Com a
descoberta do cimento Portland estes materiais entraram em desuso, mas hoje a engenharia
vive um novo ciclo no que diz respeito ao uso de pozolanas, especialmente porque o mercado
consumidor se faz exigente com relação à aplicação de materiais sustentáveis (COOK, 1986;
SANTOS, 2008).
2.1 DEFINÃO
Originalmente, o termo pozolana era atribuído aos materiais naturais de origem vulcânica,
com propriedades similares aos da cidade italiana de Pozzuoli, que reagem com a cal em
presença de água, à temperatura ambiente. Com o decorrer do tempo, a definição foi estendida
a outros materiais que, embora de origens diversas, exibem comportamento semelhante
(MASSAZZA, 1998)
Atualmente, considera-se pozolânico todo material inorgânico, natural ou artificial, silicoso
ou alumino-silicoso que por si só não apresenta atividade hidráulica. Entretanto, quando
finamente moído e em presença de água, reage com o hidróxido de cálcio produzido na
hidratação do cimento, formando produtos resistentes (ACI 116-R-00, 2002).
Muitas adições de origem mineral apresentam propriedades pozolânicas. Nesse sentido o
conhecimento da definição de adições minerais (NBR 11172, 1990) torna-se importante uma
vez que são materiais que, conjuntamente com o cimento Portland, proporcionam
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
23
desempenho tecnológico diferenciado aos produtos cimentícios, além de reduzirem os
impactos ambientais (CORDEIRO, 2006).
2.2 CLASSIFICAÇÃO
A NBR 12653 (1992) classifica os materiais pozolânicos em três grupos, conforme
apresentado na tabela 1. Esta classificação baseia-se na origem dos materiais e não especifica
uma classe particular para pozolanas altamente reativas, como pode ser o caso da cinza de
casca de arroz.
Tabela 1: Exincias da NBR 12653(1992)
Recomendações
Classe N
Classe C
Classe E
SiO
2
+Al
2
O
3
+Fe
2
O
3
, %n.
70
70
50
SO
3
% máx.
4
5
5
Teor de umidade % máx.
3
3
3
Perda ao fogo % máx.
10
6
6
Alcális disponíveis em Na
2
O, % máx.
1,5
1,5
1,5
Classe N: pozolanas naturais e artificiais (argilas calcinadas): Classe C: cinzas volantes e materiais resultantes da
queima do carvão; Classe E: o que não se enquadram na classes N ou C.
Tashima (2006) critica esta norma, primeiramente por classificar os materiais pozolânicos em
função somente da origem do material, não fazendo nenhuma menção às pozolanas altamente
reativas como a sílica ativa, metacaulim e a cinza de casca de arroz. Gava (1999) considera
que conteúdos nimos estabelecidos pela NBR 12653 (ABNT, 1992) não estão diretamente
relacionados com as propriedades do material. Com relação ao limite mínimo de 70% da
soma SiO
2
+Al
2
O
3
+Fe
2
O
3
, a autora considera esta como uma característica contestável uma
vez que a atividade pozolânica está influenciada pelo teor de SiO
2
e/ou Al
2
O
3
amorfos, sendo,
portanto, incoerente fixar um limite que não contemple a forma de arranjo estrutural, ou seja,
cristalino ou amorfo.
Outro fator questionável na norma é a forma de obtenção do índice de atividade pozolânica
(NBR 5752, ABNT 1992). O procedimento do ensaio que determina a fixação da
trabalhabilidade faz com que a demanda de água para pozolanas muito finas seja muito
elevada, faz com que a resistência das argamassas com pozolanas seja diminuída, em
comparação ao traço controle.
24
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
Nesse sentido, desenvolver normas que considerem de forma mais abrangente as
características físicas, químicas e mineralógicas das adições minerais é necessário. Enquanto
isto não acontece, a norma vigente pode ser aplicada, deste que se tome cuidado com as
considerações acima apresentadas.
2.3 O USO DA POZOLANA NO CIMENTO PORTLAND
A preocupação com a durabilidade das estruturas, elevação de resistência e o interesse na
destinação adequada de resíduos vêm tornando cada vez mais freqüente o uso de pozolanas
em matrizes de cimento Portland.
Jahren (2003) projetou, para uma estimativa de 2,5 bilhões de toneladas de cimento em 2020,
as seguintes quantidades de adições ao clínquer que poderiam ser usadas como ferramenta
para a redução das emissões de dióxido de carbono associadas à produção de cimento:
Cinza volante: 500 milhões de toneladas;
Fíler Calcário:170 milhões de toneladas;
Escória de alto-forno: 75 milhões de toneladas;
Pozolanas naturais: 50 milhões de toneladas;
Outras cinzas: 25 milhões de toneladas;
Total: 820 milhões de toneladas.
Como se pode ver, com a incorporação de pozolanas naturais seria possível diminuir, em
massa, 50 milhões de toneladas de clínquer, sem contar os outros tipos de adições que podem
ser utilizadas. Considerando todas adições disponíveis que podem ser misturadas ao cimento
Portland, é possível reduzir o fator clínquer a 0,62, bem menor se comparado ao fator
mundial, que é de 0,86 (MEHTA e MONTEIRO, 2008). Em longo prazo isso significaria
ganho ao meio ambiente, pela diminuição do consumo de recursos naturais não renováveis,
pela economia de energia, e pela diminuição da emissão de CO
2
tanto na fabricação do
clínquer quanto na fabricação de cimento.
2.3.1 Atividade Pozolânica
A pozolana, quando introduzida numa matriz cimentícia, reage com o hidróxido de lcio
(CH) formado na hidratação do cimento e gera produtos resistentes de hidratação como o
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
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silicato de lcio hidratado (C-S-H), aluminato de cálcio hidratado (C-A-H) e/ou o silico-
aluminato de cálcio hidratado (S-A-C-H) (VIEIRA, 2005; TASHIMA, 2006).
O termo atividade pozolânica compreende todas as reações que envolvem os constituintes
ativos das pozolanas, hidróxido de cálcio e água; em geral esse termo está relacionado a dois
fatores, que o: quantidade máxima de hidróxido de lcio que pode reagir com a pozolana e
a taxa com que tal combinação se processa (MASSAZZA, 1998). O primeiro depende da
relação Ca(OH)
2
/fases ativas e do equilíbrio entre as frações de cal combinada e livre no
sistema. O segundo está fortemente relacionado à supercie específica das partículas (COOK
1986).
A atividade da pozolana depende principalmente da sua natureza e, mais precisamente, da
qualidade e quantidade das fases ativas (amorfas) presentes na pozolana. A aptidão dos
materiais pozolânicos de reagirem com o hidróxido de cálcio, formando compostos de
propriedades aglomerantes, que melhoram as propriedades do cimento, concreto e argamassa,
reside no fato de o silício e óxido de alumínio presentes na sua composição se encontrarem
em estruturas amorfas ou desordenadas atomicamente (FARIAS FILHO et al., 2000).
A reação pozolânica vem a ser uma reação que se desencadeia devido à reatividade da sílica e
da alumina ao hidróxido de cálcio, à fraqueza e à instabilidade de suas ligações estruturais no
material original (MALQUORI, 1960). Esta se caracteriza pelo consumo lento do CH livre,
após hidratação do cimento anidro, pelo material pozolânico, gerando C-S-H (silicato de
cálcio hidratado) adicional e pode ser representada, de forma simplificada pela equação 1.
As partículas finamente divididas da pozolana residual (que não reagem com os produtos de
hidratação do cimento) e outros compostos formados durante a reação pozolânica, como os
cálcio aluminato hidratados (C-A-H), atuam apenas como fíler, reduzindo a porosidade da
estrutura resultante. A combinação dos efeitos pozolânico e fíler decorrentes da reação
pozolânica representa uma contribuição importante para a resistência e durabilidade da pasta
endurecida frente a meios ácidos (VIEIRA, 2005).
Pozolana + CH
Cimento
Portland
+ H → C-S-H + C-A-H + Pozolana Residual (equação 1)
onde:
CH
Cimento
Portland
:Hidróxido de Cálcio do cimento Portland
H: Água
C-S-H: Silicato de Cálcio Hidratado
26
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
C-A-H: Aluminato de Cálcio Hidratado
A importância técnica atribuída ao uso de cimento pozolânico se resume em três aspectos que
podem ser associados à reação pozolânica. Primeiramente, tem-se uma reação mais lenta, com
baixa liberação de calor de hidratação, consequentemente terá menos problemas de fissuração.
A figura 1 mostra o efeito da substituição parcial do cimento Portland por uma pozolana
natural sobre o calor de hidratação do cimento Portland.
Figura 1: Efeito da substituição de uma pozolana natural sobre o calor de hidratação
Fonte: MEHTA&MONTEIRO (2008)
O segundo aspecto é que a hidratação do cimento Portland libera uma grande quantidade de
hidróxido de cálcio como resultado da hidratação do C
3
S e do C
2
S (30% da massa do cimento
anidro). Este hidróxido de cálcio contribui muito pouco para a resistência mecânica da pasta
de cimento hidratada podendo ser responsável por problemas de durabilidade, uma vez que
pode ser lixiviada facilmente pela água. Esta lixiviação resulta em aumento de porosidade da
matriz da pasta de cimento e, assim, em maior vulnerabilidade ao ataque de agentes nocivos.
Já a reação pozolânica consome hidróxido de lcio ao invés de produzí-lo, contribuindo para
o aumento da durabilidade da pasta endurecida (AITCIN, 2000).
O terceiro e último aspecto diz respeito à distribuição do tamanho dos poros dos cimentos
pozolânicos hidratados. Os produtos da reação o bastante eficientes no preenchimento dos
espaços capilares grandes, aumentando assim a resistência e reduzindo a permeabilidade do
sistema. (METHA e MONTEIRO, 2008).
Com relação ao efeito físico das pozolanas no concreto, Souza (2003) descreve que os mesmo
podem ocorrer de formas distintas, quais sejam:
__________________________________________________________________________________________
Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
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a) pelo efeito microfíler, onde acontece um aumento na densidade da mistura pelo maior
preenchimento dos vazios, decorrente principalmente das misculas partículas destas
pozolanas, normalmente mais finas que as partículas de cimento;
b) pelo preenchimento dos poros, pois ao invés de grandes cristais serão gerados pequenos
cristais em grandes números que preencherão os espaços deixados pela reação de hidratação.
Como resultado tem-se o refinamento da estrutura dos poros e dos produtos de hidratação do
cimento;
c) através da densificação da zona de transição entre a pasta de cimento e o agregado, devido
à interferência na movimentação das partículas de água livre em relação aos sólidos da
mistura. A alteração na movimentação provoca a eliminação ou redução do acúmulo de água
que comumente fica retido sob o agregado. Este efeito ainda é acompanhado pela diminuição
do número de vazios entre as partículas de cimento e a superfície do agregado (efeito
microfíler) e pela redução da concentração de hidróxido de cálcio nesta região do concreto
(ação química).
2.4 MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DA POZOLANICIDADE
O emprego em conjunto de cimento Portland e adições minerais promove alterações
significativas nas propriedades do produto tanto no estado fresco quanto no endurecido. A
diversidade de comportamento e a necessidade de qualificar os vários materiais que surgiram
no mercado justificaram a introdução de uma medida que demonstrasse a eficácia das
pozolanas. Introduziu-se desta forma o conceito de “atividade pozolânica”, que nada mais é
do que um parâmetro, que permite a análise da reatividade de um material e a avaliação de
qual pozolana apresenta melhor qualidade.
Zampieri (1989) considera bons materiais pozolânicos aqueles que se apresentam mais
reativos e que melhor se adéquam ao uso com cimento Portland.
A variedade de métodos de ensaios para quantificar a reação pozolânica demonstra a grande
dificuldade que o meio acadêmico tem de encontrar uma metodologia que sirva para todos os
tipos de pozolanas. A heterogeneidade dos materiais utilizados, bem como fenômenos que
ocorrem durante a hidratação, o alguns dos fatores que justificam a incapacidade de
modelar a atividade pozolânica, sendo possível apenas identificar tendências gerais de
comportamento (REGO, 2004).
28
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
Nesse sentido, a avaliação da atividade pozolânica deve ocorrer de forma ampla, levando em
consideração as características químicas, morfológicas e sicas do material e a resistência
menica dos produtos de reação da pozolana com a cal e com cimento (SWAMY, 1993).
GAVA (1999) fez um estudo comparativo de diferentes métodos para a avaliação da atividade
pozolânica, chegando à conclusão que os mesmos não apresentam uma concordância com o
real desempenho das pozolanas nas argamassas, por não considerarem uma série de fatores
que influenciam na reação pozolânica, e que estes métodos para seleção e classificação de
pozolanas inibem o uso de determinado tipo de pozolana ao classificá-las de forma errônea.
No Brasil, existem normas para avaliação da atividade pozolânica do material. Estas são
baseadas tanto na resistência mecânica das misturas, quanto em ensaios químicos. A seguir
serão apresentadas, de forma sucinta, os métodos empregados para avaliação da atividade
pozolânica.
2.4.1 Método de Luxan
Este método, proposto por Luxan et al. (1989), consiste em medir a pozolanicidade através da
variação da condutividade de uma solução saturada de Ca (OH)
2
antes e depois de 2 minutos
da pozolana ser adiciona e misturada de forma continua na solução a 40ºC (5g de pozolana
para 200 ml de solução). Após a adição da pozolana, a condutividade decresce devido a
menor quantidade de íons Ca2
+
e (OH)
-
na solão, sendo o índice de atividade pozolânica
definido como a relação entre condutividade elétrica antes da pozolana ser adicionada à
solução e após o tempo decorrido de 120 segundos. É possível classificar o material da
seguinte forma:
Materiais sem atividade pozolânica: Δ mS/cm < 0,4;
Materiais de atividade pozolânica moderada: Δ mS/cm < 1,2;
Materiais de boa atividade pozolânica: Δ mS/cm > 1,2;
Para Rodrigues (2004), o todo em questão apresenta como vantagem a simplicidade de
aplicação. Entretanto o decréscimo da condutividade elétrica pode não refletir de forma
realista o grau de atividade pozolânica da adição mineral. Isto porque, em muitos casos, pode
ocorrer a nucleação com os íons Ca
2+
, sendo atraídos para a supercie das partículas, sem
necessariamente ocorrer a reação entre íons e sílica amorfa; principalmente considerando-se o
curto período empregado na obtenção da variação da condutividade etrica. Desta forma, o
__________________________________________________________________________________________
Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
29
decréscimo na condutividade seria muito mais uma função da superfície específica das
partículas do que do teor e da qualidade de sua fase ativa.
2.4.2 Método de Chapelle
É um método direto de medição de variação do teor de Ca(OH)
2
. Foi idealizado em 1959 por
Chapelle, e o principal diferencial está em acelerar os resultados. Esse método permite
caracterizar uma pozolana pela taxa de reação com a cal em um tempo padronizado,
geralmente 16 horas, por um processo acelerado de elevação da temperatura. Pesquisadores
como Rêgo (2001) se opõem a este principio pelo argumento que o hidrato formato nessas
condições o tem a mesma natureza e nem a mesma solubilidade daquele formado à
temperatura ambiente.
A proposta do todo é que a pozolanicidade de um material é determinada pela quantidade
de cal fixada pela pozolana, através da comparação de uma mistura de pozolana com óxido de
cálcio, e outra sem pozolana. Em um béquer contendo 200ml de água destilada coloca-se 1 g
do material pressuposto como a pozolana moída a finura do cimento e 1 g de cal. As misturas
são mantidas em ebulição (100ºC), durante 16 horas, em equipamento padronizado para o
ensaio. Após o resfriamento da solução, em temperatura ambiente, é acrescentado à solução
sacarose, e em seguida faz-se a agitação e filtra-se a solução resultante. Logo a seguir
adiciona-se fenolftaleina como indicador, fazendo a titulação de HCl 0,1 N. Por último,
calcula-se atividade pozolânica por Chapelle (NITA, 2006).
É importante evitar a perda de água por evaporação. O resultado é expresso em mg CaO/g e,
quanto maior o consumo de CaO, maior a pozolanicidade do material. Contrastando com a
elegância do princípio, geralmente ocorre uma séria dispersão dos resultados, e esse fato
pode ser melhorado com a padronização de todos os fatores que influenciam as condições de
operação: modo de aquecimento, forma e material do recipiente, entre outros.
2.4.3 Método de Chapelle modificado IPT
É um método químico em que a pozolanicidade do material é determinada pela quantidade de
cal fixada pela pozolana. RAVERDY et al. (1980) aperfeiçoaram o método desenvolvido por
Chapelle e obtiveram sucesso em reduzir a variabilidade dos resultados agindo nesses fatores,
sendo que a primeira precaução consistiu no uso de frascos feitos de aço que eliminam o
ataque ao recipiente.
30
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
O artifício principal reside no fato que a reação aconteça em um recipiente hermeticamente
fechado, colocado em uma caldeira ao ponto de ebulição da água. A solução é levada a 100ºC,
mas não ferve. Para evitar a queda da pressão, deve-se levar a solução previamente ao ponto
de ebulição em um bico de búnsen com tela metálica, em seguida retirando-a do fogo e
fechando imediatamente com um tampa de elastômero de silicone. Deixa-se o recipiente
lacrado em um banho-maria com a água no ponto de ebulição, continuando com a agitação
menica. Quando parar a reação, esfria-se o recipiente debaixo de uma corrente de água sem
o abrir. Para que um material seja classificado como pozolânico estipula-se um limite mínimo
de 330 mg CaO/g pelo Método Chapelle Modificado.
2.4.4 Método proposto pela NBR 5751 (ABNT, 1992)
Esta norma prescreve um método de determinação do índice de atividade pozolânica com cal.
Trata-se de um método físico de determinação da pozolanicidade.
Os ensaios envolvendo a medição da resistência mecânica de misturas pozolana/cal podem ser
executados em argamassas (pozolana + Ca(OH)
2
+ areia+ água) ou em pastas (pozolana +
Ca(OH)
2
+ água). A opção pelas argamassas representa uma tentativa de ensaiar o material
sob condições mais próximas daquelas empregadas correntemente. Entretanto, a interação
entre as curvas granulométricas da areia e da pozolana pode mascarar ligeiramente as
medições e contribuir para a obtenção de resultados diferenciados.
Segundo ZAMPIERE (1993), a realização desde ensaio tem como objetivo eliminar as
variações decorrentes dos desempenhos diferenciados dos cimentos. Muitos autores (REGO,
2004 e POUEY, 2006) têm optado por investigar a qualidade dos materiais pozolânicos em
misturas com cal hidratada.
Para Weber (2001), este ensaio não é muito utilizado devido à varião na qualidade da cal e
seu reflexo sobre os resultados obtidos neste ensaio.
2.4.5 Método proposto pela NBR 5752 (ABNT, 1992)
Esta norma descreve o método de determinação do índice de atividade pozolânica com
cimento portland. Trata-se de um método físico de determinação da pozolanicidade.
O método de ensaio é avaliado em função do desempenho mecânico de duas argamassas,
preparadas com o proporcionamento e a consistência padronizados. A primeira argamassa tem
o traço 1:3 (em massa) de cimento e areia normal, ajustando-se a água para um índice de
consistência de (225 ±5)mm conforme NBR 7215 (ABNT, 1982); na segunda, 35% do
__________________________________________________________________________________________
Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
31
volume de cimento utilizado na primeira argamassa é substituído por pozolana,
acrescentando-se água da mesma maneira descrita para a primeira argamassa, até o índice
de consistência especificado. São moldados 3 corpos-de-prova (seguindo as prescrições da
NBR 7215 (ABNT, 1982) para cada argamassa. Nas primeiras 24 horas, as argamassas são
curadas nos moldes e, vencido este prazo, são retiradas dos mesmos e levadas à cura por 27
dias, à temperatura de (38±2)ºC.
É um método com algumas limitações já que os resultados podem ser facilmente
influenciados por fatores externos, como por exemplo, a composição do cimento usado e a
variação da relação água/aglomerante (GAVA, 1999; WEBER, 2001).
Rego (2004) apresenta algumas críticas ao método, tal como o fato da substituição do cimento
pela CCA ser feito em volume, pois como a CCA tem massa específica menor do que a do
cimento, a massa de CCA que substitui o cimento é menor que a massa de cimento retirado.
No entanto, o autor considera que este é o método que melhor representa a real complexidade
das reações que ocorrem entre a CCA e o cimento e que seu resultado é conseqüência da
sinergia entre a reação pozolânica, o efeito fíler e dos pontos de nucleação das partículas de
CCA na pasta de cimento.
2.4.6 Método proposto pela NBR 5753 (ABNT, 1992)
Conhecido como “Método de Fratini trata-se de um método químico, de aplicação restrita
aos cimentos Portland pozolânicos (teor de pozolana entre 15 e 50%).
O método Fratini parte do princípio de que, na solução que banha intimamente uma pasta de
cimento hidratado, praticamente só se dissolvem a hidróxido de cálcio de hidrólise e os
hidróxidos alcalinos derivados da hidratação das fases do cimento.
A pozolanicidade é avaliada por comparação entre a quantidade de Ca(OH)
2
presente na
solução em contato com a pasta de cimento e a quantidade de saturação de um meio com a
mesma alcalinidade. Seu resultado é expresso por um par de valores: quantidade de CaO
(mmol CaO/L) e alcalinidade total (mmol OH/L) da solução em contato com a pasta de
cimento hidratada. A posição do ponto resultante da locação destas duas coordenadas indica
se o cimento é ou não pozolânico.
A curva de saturação do hidróxido, em função da alcalinidade, é apresentada na Figura 2. Para
um cimento pozolânico, a quantidade de hidróxido de cálcio, em função da alcalinidade, deve
estar sempre abaixo da curva. Para a avaliação de pozolanas, são feitas misturas em diferentes
32
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
proporções de cimento e pozolana, analisando-se os resultados de forma semelhante ao que
foi descrito anteriormente, avaliando-se se as misturas estudadas comportam-se como cimento
pozolânico.
A norma admite que operando-se com 20g de cimento e 100ml de água, à temperatura de
40ºC, atinge-se uma situação de equilíbrio em 7 dias. As esse período, os cimentos
pozolânicos que ainda apresentam soluções supersaturadas em hidróxido de cálcio, ou exibem
um teor insuficiente da adição ou a pozolana é pouco reativa. Nestes casos, é comum estender
o ensaio até 14 dias, quando então todo cimento pozolânico de atividade aceitável não mais
deverá exibir uma solução supersaturada em hidróxido de cálcio.
Figura 2: Alcalinidade total x Teor de CaO
Fonte: NBR 5753 (1992)
Ressalta-se, mais uma vez, que o processo químico de fixação da cal pela pozolana não
assegura por si um desempenho satisfatório do cimento, o que torna os resultados
proporcionados pelo Fratini também passíveis de crítica.
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
33
3 CINZAS DE CASCAS DE ARROZ
A competitividade no mundo globalizado está exigindo cada vez mais, dos setores da
economia, atenção com relação a questões como energia e aproveitamento de resíduos. A
casca de arroz é um dos mais abundantes resíduos agroindustriais. Composta principalmente
por celulose, lignina e resíduo orgânico, possui uma estrutura fibrosa, de baixa densidade e
elevado volume (HOUSTON, 1972).
A cada tonelada de arroz produzida geram-se 200 kg de cascas (MEHTA e MONTEIRO,
1994). De acordo com a NBR 10004 (ABNT, 2004), trata-se de um resíduo de classe II, não
inerte e não perigoso à saúde humana e ao meio ambiente. No entanto, sua lenta
biodegradação contribui para que o resíduo permaneça por longos períodos de tempo
inalterado (REGO, 2004).
A questão ambiental de poluição dos rios e solos, juntamente com a necessidade de
minimização de emissões globais de gás carbônico, é um ponto favorável à utilização de
resíduos como biomassa. Na tabela 02 estão os valores de poder calorífico inferior (PCI) de
alguns dos principais combustíveis utilizados para produção de energia.
Tabela 2: Valores de PCI dos principais combustíveis utilizados para produção de energia
Combustíveis
PCI
Combustíveis
PCI
Álcool de cana
5500 kcal/l
Cavaco de pinho
2500 kcal/kg
Bagaço de cana (20% de água)
3200 kcal/kg
Coque de lenha
7600 kcal/kg
Bambu (10% de água)
3700 kcal/kg
Fibra de palmito
3800 kcal/kg
Borra de café
1570 kcal/kg
Gás biogestor (Biogás)
5000 kcal/Nm³
Carvão mineral Charqueada/RS
3100 kcal/kg
Gás GLP (50%)
11025 kcal/kg
Carvão vegetal
7500 kcal/kg
Gás natural
9065 kcal/Nm³
Casca de arroz (12% de água)
3300 kcal/kg
Óleo diesel
8620 kcal/l
Casca de côco
4000 kcal/kg
Querosene
8300 kcal/l
Fonte: http://www.aalborg-industries.com.br/downloads/poder-calorifico-inf.pdf
No caso de indústrias arrozeiras, muitas substituíram o processo de geração de calor e
vapor trocando lenhas por cascas de arroz. Essa troca foi feita principalmente pelo alto poder
calorífico deste resíduo (aproximadamente 3300 kcal/kg) e pelo seu custo praticamente nulo.
34
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
Na geração de energia pela combustão da casca de arroz, o resíduo final é a cinza de casca de
arroz (CCA), denominada também como cinza residual quando obtida sem controle de
temperatura e tempo de resincia (DELLA et al., 2001). Trata-se de um resíduo com alto
teor de sílica e com alta supercie específica; que durante a combustão a lignina e a celulose
presente na casca são removidas, permanecendo uma estrutura celular porosa (FERREIRA,
1999).
A utilização da cinza, direta ou indiretamente para algum fim comercial, fecharia o ciclo da
industrialização do arroz, sendo possível o total aproveitamento de matéria- prima
proveniente da lavoura. Afinal, uma produção industrial ideal é aquele que gera resíduo zero
(HOFFMAN et al. 2002). Se toda casca de arroz disponível fosse queimada para a geração de
energia, a produção resultante, em termos de cinza pura, seria cerca de 20% em massa total da
casca (MEHTA &MONTEIRO, 1994).
3.1 O USO DA CCA COMO CO-PRODUTO
O arroz, durante seu crescimento, apresenta a formação de uma casca que reveste e protege os
grãos. A casca de arroz é removida durante o processo de refino do arroz e possui baixo valor
comercial, pois seus componentes principais, tais como SiO
2
e as fibras, o possuem valor
nutritivo, sendo inúteis para alimentação humana ou animal (FERREIRA, 1999).
Devido ao seu poder calorífico e custo praticamente nulo, a casca de arroz vem cada vez mais
substituir a lenha empregada na geração de calor e vapor, necessários para os processos de
secagem e parboilização dos grãos.
A combustão da casca de arroz gera cinzas com formas estruturais variáveis (amorfa e/ou
cristalina) que dependem tanto do tipo de queima, quanto do equipamento, da temperatura e
do tempo de queima.
Quando a CCA está sob a forma amorfa, a mesma não apresenta risco à saúde, porém quando
contém sílica sob a forma cristalina esta se torna prejudicial. Como a CCA contém alto teor de
sílica, isto a torna um resíduo valorizado. No entanto, terá valor ecomico se tiver alta
qualidade, que é mensurada pela alta supercie específica, tamanho e pureza da partícula.
Cada vez mais as indústrias estão entendendo que a minimização do desperdício e a
integração dos subprodutos nos seus processos é uma fonte inesgotável de inovação
tecnológica e, portanto, aumento da competitividade.
__________________________________________________________________________________________
Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
35
Na cadeia produtiva do cimento Portland, a produção do clínquer é a fase de maior dispêndio
energético, sendo responsável por cerca de 50% do total de energia consumida (OECD/IEA,
2000), entre 4 e 8 MJ/kg cimento (Der-Petrossian e Johansson, 2000). Considerando que a
produção nacional de cimento, em 2007, foi de 46 milhões de toneladas, e desse total tem-se
um teor aproximado de 80% de clínquer no cimento (SNIC, 2007). Nesse sentindo utilizar a
CCA como substituto parcial do cimento, por conta do alto teor de sílica presente em sua
estrutura, resolveria não o problema enérgico decorrente da geração do cnquer, como
também ajudaria na transformação da CCA até então considerada resíduo industrial, em um
subproduto de interesse comercial.
Segundo dados do terceiro prognóstico do IBGE (2009), para safra deste ano, a produção
nacional de arroz ultrapassará 12 milhões de toneladas, valor superior em 0,5% à obtida em
2008. Se toda casca de arroz disponível fosse queimada para a geração de energia, a
produção resultante em termos de cinza pura seria cerca de 20% da casca (MEHTA &
MONTEIRO, 1994)
Um grande número de usos para esses resíduos beneficiados tem sido relatado na literatura:
a) adsorventes: Malek e Mahvi (2006) utilizaram a CCA para a remoção de fenol em
sistemas aquosos; Feng et al. (2004) estudaram o desenvolvimento de CCA para
adsorção de chumbo e mercúrio de águas residuarias;
b) carga em concreto polímeros: para Folleto et al. (2005), a CCA pode ser utilizada como
carga de reforço em compostos de borracha natural, em substituição a outros materiais,
para promover melhores propriedades mecânica, fornecendo, assim, um composto com
melhor desempenho;
c) sínteses de zeólitas e wolastonita: a CCA, por possuir elevados teores de silício, pode ser
utilizada como fonte do mesmo para gerar a estrutura de zeólitas e wolastonita com
menor custo energético, menor número de etapas e menor consumo de reagentes
(FERNANDES, 2006);
d) produção de cimento e uso em concreto e argamassas: o uso de CCA como fonte de sílica
no cimento aumenta a resistência e a durabilidade de concretos e argamassas, além de
reduzir a porosidade; o que é extremamente importante visto que permite a sua aplicação
em locais que sofrem com agentes agressivos tais como ataques de sulfatos e ácidos
(FERREIRA, 1999 e CASSAL, 2000);
36
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
e) suporte de catalisadores metálicos: Chang et al. (1997) apud Folleto et al. (2005) fizeram
estudos do uso da CCA como suporte para preparação de catalisadores à base de quel.
Além disso, tem-se utilidade na preparação de catalisadores de cobre para uso na
reação de desidrogenação de etanol.
f) produção de sílica pura: Kalapathy et al. (2000) obteve sílica gel e em através da
cinza de casca de arroz por meio de tratamento químico.
3.2 INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DE QUEIMA NAS
CARACTERÍSTICAS DA CCA
Estudos comprovam que as propriedades da CCA estão fortemente ligadas às temperaturas de
queima da casca de arroz. O aumento da temperatura de queima promove as transformações
de fases da sílica contida na cinza de casca de arroz, influenciando diretamente na quantidade
de sílica reativa (HANAFI et al., 1980).
Além da temperatura, o tipo de forno em que a cinza é gerada pode favorecer a produção de
sílica amorfa. Pode-se dizer que um forno do tipo leito fluidizado, comparado a um forno
comum, possui mais vantagens na produção de CCA amorfa devido às características
peculiares dos leitos fluidizados que em geral apresentam inexistência de gradientes de
temperatura, de pontos muito ativos ou de regiões estagnadas. Adicionalmente apresenta um
excelente contato entre fase lida e o fluido (Moreira, 2007). Sendo assim, obtém-se um
controle quase perfeito da temperatura de combustão da casca de arroz que, aliado a um
contato bastante efetivo entre a casca de arroz e o ar, propicia rendimentos de combustão
extremamente elevados e cinzas com teores de carbono quase nulos, além de granulometria
fina e principalmente forma estrutural constante.
Associada à temperatura e ao tipo de forno, a taxa de aquecimento e o tempo de resincia na
temperatura desejada completam os fatores que regem as características físicas e químicas das
CCA produzidas (TIBONI, 2007). Nesse sentido, fazer um estudo na literatura sobre as
condições de geração da CCA que são adotadas são de grande valia às escolhas do
pesquisador caso deseje produzir CCA amorfa e/ou cristalina.
É sabido que a queima sem controle da casca de arroz fornece como produto a CCA rica em
sílica, normalmente na forma cristalina. Se submetida à queima controlada, a sílica pode ser
amorfa, caracterizada por uma alta reatividade (CHANDRASEKHAR et al., 2003) .
__________________________________________________________________________________________
Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
37
Com relação às transformações estruturais que regem a formação de cinzas amorfas e/ou
cristalinas, tem-se que inicialmente ocorre a perda de massa em temperaturas de até 100º C,
resultando na evaporação da água absorvida. A cerca de 350º C ocorre a ignição do material
mais volátil, dando início à queima da casca de arroz. Entre 400 e 500º C, o carbono residual
é oxidado, sendo neste estágio observada a perda de massa mais substancial. Após esta etapa a
cinza é rica em sílica amorfa. O emprego de temperaturas acima de 600º C pode levar à
formação de quartzo, e níveis mais elevados de temperatura podem acarretar na formação de
outras formas cristalinas. Acima de 800º C, a sílica presente na CCA é essencialmente
cristalina (COOK, 1986b).
Vários autores, alguns citados por Isaia (1995), estudaram a questão da influência das
condições de temperatura e tempo de residência no processo de combustão da CCA:
a) Bartha e Huppertz (1974), estudando o efeito da incineração da casca de arroz, concluíram
que a cristalização ocorre em torno dos 725ºC;
b) Hamad e Khattab (1981) perceberam que as cinzas produzidas com temperaturas
relativamente baixas (500 a 600ºC) apresentam sílica no estado amorfo. A 800ºC detectou
cristobalita e a 1150ºC detectou cristobalita e tridimita.;
c) Smith (1984) diz que para obtenção de sílica na forma amorfa é necessária que a casca seja
queimada em até 700ºC, por um período que varia de 3 a 5 horas;
d) Al-Khalaf e Yousift (1984) constataram que a temperatura de queima mais conveniente e
econômica, levando em consideração a qualidade da CCA produzida e o gasto de energia
usado no seu preparo, é de 500ºC por um período de duas horas;
e) Dass (1984) considera que temperaturas até 700ºC produzem sílica amorfa, a partir dessa
temperatura vai ocorrendo um aumento gradual na formação de estruturas cristalinas, até que
a 1100ºC a propriedade pozolânica da cinza está completamente perdida;
f) Boateng e Skeete (1990) entendem que a temperatura de queima deve manter-se entre 800 e
900ºC para que a cinza se apresente na forma amorfa e reativa;
g) Sugita et al.(1992) considera como melhor temperatura de queima, aquela que se encontra
na faixa de 400 a 660ºC. Para tal, patenteou dois diferentes processos de queima de casca de
arroz, visando obter cinzas com cor branca e altamente reativas. O tempo de resincia
utilizado pelo referido autor o ultrapassou os 60 minutos;
38
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
h) Hanafi et al. (1980), analisando cinzas obtidas em temperaturas que variam de 500 a
1400ºC, constataram que um desenvolvimento do caráter cristalino ocorre a partir dos 800ºC;
i) Cordeiro (2006) conseguiu produzir CCA amorfa em temperatura de queima de 600ºC, taxa
de aquecimento de 10ºC/min e o tempo de resincia de 3 horas.
Observa-se que entre a maioria dos autores existe um ponto de concordância no que diz
respeito à produção de CCA amorfas, que é em temperaturas próximas a 700ºC. Acima deste
valor é possível perceber a formação dos primeiros pontos cristalinos, isso se levar em
consideração a produção de CCA em forno comum.
O que se percebe também de fato, é que as diferentes condições de temperatura e tempo de
queima propiciam a formação de proporções de sílica na forma polimórfica (estruturas
cristalinas diferentes: quartzo, cristobalita e tridimita e amorfas (vítrea).
3.3 INFLUÊNCIA DO GRAU DE MOAGEM NAS CARACTERÍSTICAS DA
CCA
O grau de moagem, em conjunto com as condições de queima, é um dos fatores que
influenciam nas características das CCA. Trata-se de uma operação dispendiosa, porém
necessária, que é capaz de modificar as propriedades físicas da cinza da casca de arroz, tais
como a superfície específica e finura.
A moagem consiste na fragmentação de uma estrutura sólida quando submetida a esforços
menicos, aplicados por elementos que provocam deformação das partículas a ponto de
conferir maior compacidade à mistura. Ela pode ser realizada a seco ou a úmido, dependendo
do material a ser moído e do processo subseqüente.
Diferentes tipos de corpos moedores podem ser utilizados para cominuição das partículas de
CCA, dentre os quais estão o moinho de bolas horizontal e vertical, o agitador, o planetário e
o micronizador.
O grau de moagem, além de estar diretamente ligado ao tipo e às características de cada
moinho, sofre influência significativa da temperatura de queima (CASSAL, 2000). Após a
queima, a dimensão da cinza é praticamente a mesma da casca, e por conta disso as mesmas
precisam passar por um processo de beneficiamento, de forma que atendam a finura
apropriada para o uso como adição. Entretanto, um peneiramento, antes da moagem, torna-se
__________________________________________________________________________________________
Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
39
importante para eliminar todo e qualquer resíduo que não tiver sido bem queimado (ALVES E
GOULART, 1981).
Prudêncio Jr (2003) constatou que a medida que se aumenta o tempo de moagem, a
pozolonicidade também aumenta. No entanto, em moagens prolongadas esse efeito não se
mantém, o autor citado atribui este fato a dificuldade de dispersar partículas muito finas na
argamassa tal qual mostra a figura 3.
Figura 3: Variação do IAP com o tempo de moagem
Fonte: Santos (1997) apud Pedrozo (2008)
Com relação aos resultados obtidos por diferentes pesquisadores sobre os efeitos das
condições de moagens tem-se que:
o crescimento da área superficial está diretamente ligado ao aumento do tempo de
moagem; e que este influencia no crescimento da resistência à compressão (GUEDERT,
1989);
o aumento da finura da CCA melhora a trabalhabilidade, a retenção de água e a
incorporação de areia na argamassa (FARIAS e RECENA, 1990);
a finura da CCA aumenta com o aumento do tempo de moagem e diminui com o aumento
da temperatura de queima, sendo que os valores máximo de finuras foram em
temperaturas de 450 e 500ºC (AL-KHALAF e YOUSSIF, 1984).
Concluindo, tem-se que o tempo de moagem leva a diferentes superfícies específicas e que
estas influenciam de forma significativa na pozolanicidade do material, e que existe um
tempo de moagem ótimo para que a CCA atinja a máxima pozolanicidade. A partir deste
tempo ótimo, um aumento demasiado de área específica, que pode dificultar a dispersão
da pozolana na argamassa, prejudicando seu resultado final (SANTOS, 1997).
40
__________________________________________________________________________________________
Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
3.4 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA CCA
A CCA é um material considerado muito tempo como um superpozolana. Suas
características variam, basicamente, em função da composição química da casca e das
condições de queima adotada.
Segundo Mehta apud Sensale (2006), cascas de arroz de diferentes origens, queimadas com
controle de combustão, pelo mesmo método, fornecem cinzas com diferentes características.
Neste sentido, a avaliação das características químicas do material é de fundamental
importância, uma vez que através dela é possível saber a proporção de materiais com
potencial reativo; bem como identificar materiais que possam vir a prejudicar as propriedades
de argamassas e concretos.
Ao avaliar a composição química de cinzas de casca de arroz, sob diferentes condições de
queima, Sensale (2006) observou que as cinzas o predominantemente de natureza silicosa;
que os teores de sílica estão entre 87 e 95%. E que os outros componentes reativos (Al
2
O
3
e
Fe
2
O
3
) aparecem em proporções menores. Estes resultados estão apresentados na tabela 3.
Tabela 3: Composição química de diversas CCA.
Fonte: Sensale (2006)
AUTOR (ANO)
TEMPERATURA
SiO
2
Al
2
O
3
Fe
2
O
3
CaO
MgO
SO
3
Na
2
O
K
2
O
PF
COOK (1976)
450ºC
93,15
0,41
0,20
0,41
0,45
ND
0,08
2,31
2,77
SALAS (1986)
1000ºC
91,26
0,94
0,37
2,15
0,88
ND
ND
ND
ND
CINCOTTO (1989)
500-600ºC
94,7
0,09
1,46
0,99
0,95
0,21
0,04
1,75
7,29
HWANG e WU (1989)
400ºC
600ºC
700ºC
1000ºC
88,95
88,67
92,15
95,48
ND
ND
ND
ND
0,74
0,46
0,0
0,43
2,02
1,73
1,60
1,16
1,13
0,84
0,51
0.59
0,83
0,81
0,79
0,09
0,76
1,09
0,99
0,73
6,48
6,41
3,94
1,28
ND
ND
ND
ND
GUEDERT (1989)
Sem controle
93,11
0,92
0,40
0,52
0,85
ND
0,12
1,12
ND
SUGITA et al (1992)
600ºC
90,00
0,10
0,40
0,40
0,30
ND
0,06
2,41
4,20
SILVEIRA (1996)
560ºC
93,00
ND
0,05
0,59
1,90
ND
0,62
3,40
ND
SANTOS (1997)
Sem controle
90,32
95,12
93,50
95,64
1,36
1,42
1,90
1,40
0,85
1,01
0,98
0,95
1,67
1,58
1,17
1,30
0,50
0,37
0,63
0,43
0,04
0,00
0,03
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,73
0,44
0,66
0,47
11,35
9,87
4,44
9,18
SENSALE (2006)
De termoelétrica
Queima controlada
87,2
88,00
0,15
-
0,16
0,10
0,55
0,80
0,35
0,20
0,32
-
1,12
0,70
3,60
2,20
6,55
8,10
Obs.: ND = não determinado
__________________________________________________________________________________________
Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
41
Percebe-se, também, pela análise química, que além da sílica, a CCA pode apresentar em sua
constituição elementos inorgânicos, tais comodio, potássio, cálcio, magnésio e ferro.
Observa-se, ainda, que os álcalis K
2
O e Na
2
O ocorrem como principais impurezas e atingem
valores de até 6,5%. Outras impurezas como CaO e MgO estão presentes em todas as cinzas,
que em teores não superior a 2%. Dependendo do solo e/ou do fertilizante usado, as cinzas
podem apresentar alta quantidade de K
2
O e Na
2
O, que são as principais impurezas. E que a
perda ao fogo, em termos gerais, apresenta valores próximos a 10%.
Com relação às características de coloração das cinzas, Dafico (2001) relata que a falta de
visão comercial talvez tenha sido um dos principais motivos pelo qual, diversos pesquisadores
se detiveram apenas na busca de um material altamente reativo, não se preocupando em
desenvolver um produto que além das propriedades pozolânicas, apresentasse cor clara, o que
aumentaria consideravelmente seu valor comercial.
Segundo BOATENG e SKEETE (1990), as mudanças na coloração são associadas com o
desenvolvimento do processo de combustão assim como pelas transformações estruturais da
sílica na cinza. A cor branca é a indicação da completa oxidação do carbono da cinza, pelas
altas temperaturas ou longos períodos de retenção, com a formação de sílica na forma de
cristobalita e tridimita. Cor mais escura é um indicativo da presença de um maior teor de
carbono.
No relativo à composição mineralógica, HARA et al. (1989), analisando cinzas de cascas de
arroz proveniente de processos de queima diferentes, constataram variações nas características
físicas e mineralógicas, conforme mostra a figura 4. Até 500ºC, a cinza come-se
essencialmente de matéria não cristalina, podendo ser detectada a formação de quartzo acima
de 600ºC, enquanto que quando queimada sem esse controle apresentam-se fases cristalinas
com a formação de tridimita e a temperaturas mais altas de cristobalitas.
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
Figura 4: Composição mineralógica de CCA obtidas em diferentes processos de queima.
Fonte: REGO (2004)
3.5 MINERALOGIA DA SÍLICA
Para que um material possa ser considerado uma pozolana é necessário que sua composição
química seja à base de sílica ou alumínio e que estes apresentem reatividade com o hidróxido
de cálcio (CASSAL, 2000).
A sílica é um composto químico formado por oxigênio e silício. Entre as classes de minerais
os silicatos é a de maior importância, pois constitui mais de 90% da crosta terrestre. Quando
seus arranjos encontram-se defeituosos, ou seja, sem estrutura regular definidas são
denominadas de amorfos. Caso contrário, quando esses arranjos apresentam-se ordenados e
sem falhas, denomina-se como cristalinos (DANA, 1983).
O polimorfismo é a propriedade dos materiais existirem sob mais de uma forma cristalina, ou
seja, é a ocorrência de substâncias minerais com igual composição química e diferentes redes
cristalinas. Essa transformação nas redes cristalinas acontece devido às diferentes condições
de pressão e temperatura. No que diz respeito a transformações, decorrentes de mudança de
temperatura, admite-se que os átomos rompem suas ligações existentes, para formar um novo
empacotamento atômico, dando origem a novas estruturas. As transformações estruturais da
sílica em função da variação de temperatura e pressão ocorrem conforme mostra a figura 5
(KLEIN & HURLBUT, 1999).
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
43
Figura 5: Variações polimórficas em função da temperatura e pressão
Fonte: KLEIN e HULBURT (1999)
Os polimorfos de sílica mais importante e os seus intervalos de estabilidade são: quartzo ,
estável à temperatura atmosférica e até 573ºC; quartzo estável de 573 a 870ºC pode existir
forma metaestável acima de 870ºC; a tridimita pode existir à temperatura atmosférica e até
117 ºC, mas não é a forma mais estável nesse intervalo; a tridimita que pode existir acima
dos 117 ºC e é a forma mais estável de 870 a 1470ºC. Por último tem-se cristobalita que
pode existir a temperatura atmosférica e até 200 a 275ºC, mas não é a forma mais estável
neste intervalo; e a cristobalita que se encontra acima de 275 ºC e é estável desde 1470 até
seu ponto de função. Deve-se notar que a nomenclatura utilizada é a para a fase de menor
temperatura e b para a fase de temperatura mais elevada
As três principais formas cristalinas de sílica (quartzo, cristobalita e tridimita) possuem
estruturas cristalinas muito diferentes, tendo cada uma um campo de estabilidade bem
definido sob condições de equilíbrio. Todavia, as transformações de uma para as outras são
um tanto lentas, de tal modo que as formas de alta temperatura, cristobalita e tridimita, podem
existir em equilíbrio metaestável abaixo de suas temperaturas de inversão. Na figura 6 têm-se
as imagens obtidas através do ensaio de microscopia eletrônica de varredura de elétrons
espalhados, dos cristais de quartzo, tridimita e cristobalita.
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
(a) (b)
(c)
Figura 6: Imagens do MEV quartzo (a), tridimida e cristobalita (c)
Fonte: http://minerals.caltech.edu/Silica_Polymorphs/index.html
O quartzo é a forma mais estável e mais comum da sílica, ele ocorre sob condições de
temperaturas mais baixas. Tanto o quartzo-β quanto o quartzo- tem simetria hexagonal, a
estrutura dessas duas formas de quartzo são semelhante, no entanto, os tetraedros de SiO
4
do
quartzo- são menos regulares e sofreram rotação em relação às suas posições ideais; assim, a
transformação é um dos movimentos atômico relativamente mais pequeno que não
envolvem qualquer ruptura das ligações Si-O ou troca de íons (DEER, 1992).
A tridimita- é hexagonal, formada por uma rede aberta de tetraedros de SiO
4
que
compartilham o oxigênio de modo a formarem anéis com seis componentes. A tridimita- é
ortorrômbica, mas sua estrutura apenas envolve ligeiras modificações da forma tridimita- .
Ao contrário do quartzo, a tridimita tem uma estrutura muito aberta contendo canais através
dos quais podem ser retidos grandes íons que constituem impurezas, que influenciam
possivelmente as modificações estruturais consideradas (DEER, 1992).
A cristobalita- é cúbica e a sua estrutura pode ser descrita por analogia com a tridimita- ,
uma vez que se baseia em folhas semelhantes de anéis com seis tetraedros de SiO4. A
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
45
cristobalita- é tetragonal, mas a sua estrutura está estreitamente relacionada com o da
cristobalita- (DEER, 1992).
Como a reatividade da sílica está relacionada entre outras coisas com o polimorfismo dos
silicatos, o conhecimento básico destas transformações torna-se interessante, uma vez que
contribui para o direcionamento na escolha das temperaturas quando se deseja produzir cinzas
de cascas de arroz com interesse comercial.
A difratometria de raios X é uma das ferramentas que auxilia na caracterização mineralógica
dos materiais. Nesse sentido o conhecimento básico do femeno que envolve essa técnica é
de suma importância, não para a identificação dos polimorfos dos silicatos, entre como
também para identificação de outros minerais.
3.5.1 Difratometria de raios X (DRX)
A difração de raios X pode ser definida como um femeno de espalhamento de radiação
eletromagnética por um arranjo periódico de centro de espalhamento, com espaçamento da
mesma ordem de magnitude do comprimento de onda da radiação incidente.
Um feixe de raios X ao ser difratado por uma amostra contém informações sobre os tipos de
átomos que constituem o material, arranjo atômico e geometria cristalina.
O princípio básico desta técnica consiste na incidência da radiação em uma amostra e na
detecção dos difratados que constituem o feixe difratado (KAHN, 1991; GOBBO, 2003). Ao
incidir a radiação em um cristal, o mesmo interage com os átomos presentes, originando desta
forma o fenômeno acima descrito, conforme mostra a figura 7.
Figura 7: Esquema ilutrativo do fenômeno de DRX (Lei de Bragg)
Fonte: http://fisica.ufpr.br/LE/roteiros/difra_r_x.htm
A lei que rege este femeno é conhecida como lei de Bragg (equação 2), a qual estabelece
uma relação entre o ângulo de difração e a distância entre os planos que a originaram:
n.λ = 2.d.senθ (equação 2)
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
onde:
n:número inteiro
λ: comprimento de ondas dos raios incidentes
d: distância interplanar
θ: ângulo de difração
Dentre as vantagens da técnica de DRX para caracterização das fases destacam-se a
simplicidade e rapidez do método; a confiabilidade dos resultados obtidos; a possibilidade de
análise de materiais compostos por uma mistura de fases e a análise quantitativa dessas fases.
Em se tratando de análise quantitativa pode-se dizer que o método Rietveld é um dos mais
aplicados.
3.5.1.1 Método de Rietveld (MR)
O método de Rietveld é amplamente reconhecido como ferramenta de grande utilidade na
análise estrutural dos materiais cristalinos e tem se firmado como uma ferramenta para analise
quantitativa de fases
O método de maneira simplificada consiste em se minimizar a diferea entre espectros
medidos e calculados, passo a passo, num difratograma digital. O procedimento permite
refinar não os parâmetros geométricos das fases presentes, como também considerar as
características cristalográficas (FANCIO, 1999).
A grande vantagem do método para quantificação é que se utilizam todos os pontos de um
espectro, e superposição de picos, que usualmente inviabilizam outros métodos de
quantificação por difração em amostras pulverizadas.
A quantificação pelo método de Rietveld baseia-se em três considerações iniciais (Philippo et
al. 1997): i) cada estrutura cristalina tem seu próprio espectro de difração caracterizado pelas
posições e intensidades de cada pico de difração; ii) a superposição dos espectros de difração
faz-se por simples adição, sem interferência; e iii) a integral da superfície do espectro de cada
fase é proporcional à porcentagem da fase na mistura.
Os dados quantitativos são deduzidos de fatores de escala, após a superposição e minimização
de diferenças de espectros medidos e calculados, este obtido a partir de modelamento de cada
fase na mistura. A base matemática do método é descrita pela equação 3:
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
47
Y
i
=
bikikkkkk
p
p
YPoGFHPLS ]])([[
2
(equação 3)
onde:
Y
i
: somaria da intensidade do background com todas as reflexões de Bragg;
k: reflexões de Bragg;
S
p
: fator de escala;
p: fases
L
K
: fator Lorentz;
P
K
: fator de polarização;
H
K
: fator de multiplicidade;
F
K
: fator estrutural;
G(
ik
): função de perfil da reflexão;
k
Po
: função de orientação preferencial
bi
Y
: background refinado
Três grupos de parâmetros devem ser incluídos no modelamento: i) parâmetros instrumentais
(correção do zero do equipamento); ii) parâmetros estruturais, como grupo espacial,
parâmetros de cela unitária, posições dos átomos no retículo e sua ocupação, absorção e
fatores térmicos; iii) parâmetros de cristalinidade, como assimetria dos picos, orientação
preferencial, largura a meia-altura e forma dos picos.
Apesar das enormes vantagens que o método de Rietveld tem sobre os métodos tradicionais
de quantificação por difração de raios X, são necessários alguns cuidados, inclusive de
interpretação dos resultados. A influência de orientação preferencial, extinção primária e
detecção não-linear podem ser reduzidas nesse método, uma vez que todo o espectro é
utilizado, e não apenas as reflexões mais intensas (BISH & POST 1993).
A maior dificuldade potencial, na paragênese quantificada, é a presença de fases com
microabsorção exageradamente diferente das outras fases, particularmente de goethita,
hematita e magnetita (para a radiação Cuk utilizada). Este efeito pode ser eliminado por
utilização de outra radiação mais apropriada, ou minimizado pela pulverização mais intensa
da amostra. Estima-se que a microabsorção diferencial interfere menos, em partículas com
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
diâmetros que variam entre 5 e 10 μm (BISH & REYNOLDS, 1989). Neste caso, é necessário
tomar cuidado com sobremoagem, que pode afetar a cristalinidade dos minerais.
Um outro fator de grande importância para um bom refinamento pelo método de Rietveld é
contagem elevada. Como em geral não é possível gerar um feixe de raios X mais intenso, o
tempo de contagem em cada passo é que deve ser variado. Trabalha-se, de modo geral, com
pelo menos 3 segundo por passo, para simples quantificação de fases. Se o objetivo for
cristalográfico, podem ser necessários mais de 10 segundos. O tamanho do passo, por outro
lado, pode ser ampliado, o que se traduz em menor precisão dos índices de müller medidos,
mas ajuda a reduzir o tempo de análise.
Também é importante que sejam analisadas as reflexões em ângulos maiores, pelo menos até
100 ou 120º 2θ, incluindo o maior número de picos para refinamento. Isto ajuda a compensar
os efeitos de orientação preferencial, assimetria de picos e outros, mais intensos no início do
espectro. Recomenda-se, aliás, verificar se a eliminação do início do espectro (por exemplo,
iniciando-se o refinamento a 20º 2θ melhora os resultados.
Outra grande vantagem, exclusiva dos métodos de quantificação a partir de espectros de
difração de raios X, e particularmente operacional com o todo de Rietveld, é a
determinação da quantidade de material amorfo.
Para isto basta adicionar uma quantidade conhecida de um padrão interno, em geral 10 a 15%
em massa. O padrão interno deve ser perfeitamente cristalino, não estar entre as fases
identificadas na amostra original, e de preferência ser de fácil refinamento. Silício e
tungstênio elementares, coríndon e fluorita estão entre os padrões mais comuns. A diferença
entre a soma das frações em peso dos componentes cristalinos, e a unidade a fração em
peso total dos componentes amorfos (Neumann, 2004).
Com relação às etapas de refinamento Bish e Post (1993) apresentam sugestões para o
refinamento de uma estrutura cristalina de uma amostra qualquer. Inicialmente considera-se a
utilização de um difratograma de boa qualidade, insere-se as informações de cada fase
anteriormente identificadas, e inicia-se então os ciclos. Sugere-se que os primeiros ciclos
sejam realizados com os coeficientes de linha de base (background) e fator de escala. Uma
vez que os indicadores entrem em convergência, o deslocamento ou o zero de goniômetro
podem ser refinados, dando inicio ao refinamento de perfis de pico e assimetria. Em seguida,
são refinados os parâmetros de cela para cada fase.
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
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Com relação aos indicadores de erros do refinamento Young (1995) considera o controle
gráfico importante para a qualidade do refinamento, uma vez que através deles é possível
detectar problemas de ajuste de linha de base e irregularidade do perfil de pico. Os
indicadores numéricos confirmam a qualidade, mas nem sempre permitem identificar os
problemas.
É considerado melhor resultados de refinamento aquele que fornece um difratograma de raios
X calculado mais próximo possível do observado. O índice ponderado deve ser analisado
quando se deseja verificar se o refinamento está convergindo, ele é representado pela sigla
(Rwp). Se este valor estiver diminuindo ao longo dos ciclos de refinamento do programa
significa que o refinamento esta sendo bem sucedido. A partir do momento em que não ocorre
variação deste parâmetro, significa que o seu nimo foi atingido. O Rwp que fornece a
medida da qualidade do ajuste entre os dados observados e calculados deve ser inferior a 15%
para ser considerado aceitável (PAULUK, 2008).
Outros indicadores numéricos são o índice de Bragg (Rp) que mede a qualidade do ajuste
entre as intensidades integradas observadas e calculadas; e o índice esperado (Rexp) que mede
a qualidade das intensidades coletadas. Valores de Rwp e Rexp próximos significa que os
mesmos apresentam uma mesma tendência, sendo assim é possível considerar como
satisfatório o refinamento.
Por fim, será considerado satisfatório o refinamento cujo goodness-of-fit (GOF), valor
equivalente da relação entre Rwp e Rexp, for menor que 1,7. Na prática, valores inferiores a 5
refletem um refinamento otimizado.
Em termos de aplicabilidade o método pode ser usado na análise quantitativa de fases; ajustes
de parâmetros de células e estudos estruturais como: determinação de tamanho de cristalitos,
distribuição de cátions, incorporação de átomos e formação de vacâncias, posições atômicas e
posições de ocupação.
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
4 PROGRAMA EXPERIMENTAL
Espera-se, com esse planejamento, ter mais controle sobre os parâmetros que regem as
características das cinzas de casca de arroz que influenciam na sua heterogeneidade em
função do seu processo de produção. Os ensaios foram desenvolvidos no laboratório do
Núcleo Orientado para Inovação da Edificação (NORIE) da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Os ensaios que foram realizados em outros locais estão referidos no texto. As
etapas de ensaios desta investigação estão apresentadas na tabela 4.
Tabela 4: Resumo dos ensaios e metodologia adotada
Etapas
Ensaios
Detalhes
Método/Equipamento
Coleta das cascas
de arroz
*
Cascas secas
NBR 10007 (ABNT, 2004)
Produção das CCA
Calcinação
5 temperaturas de
queima (500. 650,
800, 950 e 1100º
C)
Mufla elétrica
Moagem
5 tempos
diferentes (3, 5, 7,
9 e 12 horas)
Moinho de bolas
Caracterização dos
materiais
Análise química
1 análise por
amostra
FRX
Análise
mineralógica
1 análise por
amostra
DRX
Superfície
específica
1 análise por
amostra
Adsorção de nitrogênio
(BET)
Diâmetro médio
1 análise por
amostra
Granulometria a laser
Massa específica
2 ensaios
consecutivos
NM 23 (ABNT, 2000)
Avaliação da
pozolanicidade
Índice de
atividade
pozolânica com o
cimento
6 CP’S para cada
tipo de CCA
NBR 5752 (ABNT, 1992)
Avaliação da
quantidade sílica
amorfa
Índice de
amorfimo
1 análise de DRX
para cada CCA
Método de Rietveld
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
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4.1 MATERIAIS
4.1.1 Cimento
Utilizou-se na presente pesquisa o cimento Portland de procedência do Uruguai, CPN-40,
similar ao CPI da industria brasileira. O mesmo foi devidamente acondicionado no
laboratório, em sacos plásticos lacrados, visando a manutenção de suas propriedades até o
momento de sua utilização.
A justificativa para a escolha deste tipo de cimento reside no fato do mesmo ser o mais puro
encontrado no mercado. Fator este que possibilita analisar de forma mais precisa a reatividade
de materiais usados em substituição parcial ao cimento.
A caracterização sico-química foi realizada no Laborario de Materiais Cerâmicos da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (LACER-UFRGS) e pela Fundação de Ciência e
Tecnologia (CIENTEC-RS) e encontra-se respectivamente nas tabelas 5 e 6.
Tabela 5: Caracterização física do cimento CPN-40
Ensaios
Resultados
Área superficial (BET)
4,15 m²/g
Diâmetro médio (D
50
)
15,88 μm
Massa específica
3,08 kg/dm
3
Tabela 6: Caracterização química do cimento CPN-40
Comp.
SiO
2
Al
2
O
3
Fe
2
O
3
MgO
CaO
CaO
Livre
K
2
O
SO
3
Perda ao
fogo
Resíduos
Insolúvel
Valores
20
4,05
3,14
2,75
60,45
0,40
1,01
1,94
5,03
4
4.1.2 Água de amassamento
A água utilizada para a mistura das argamassas foi proveniente do Departamento Municipal
de Águas e Esgoto (DMAE) de Porto Alegre.
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4.1.3 Agregado Miúdo
O agregado miúdo utilizado tem dimensões padronizadas em quatro faixas granulométricas
1,2, 0,6, 0,30 e 0,15 mm, representando cada uma 25% do agregado miúdo. A areia adotada
nesse trabalho segue o padrão secundário sugerido por Recena (1994). Esse autor comprovou
que o houve diferença significativa nos resultados de resistência à compressão, conforme
procedimentos da NBR 7215 (1996), para as amostras preparadas com a areia normalizada
proveniente do IPT e a areia padrão secundário proveniente do Rio Guaiba.
A areia utilizada para composição das argamassas é de origem quartzosa oriunda do rio Jacuí,
disponível comercialmente na região de Porto Alegre. Em termos de caracterização sica a
mesma apresenta diâmetro máximo e massa específica iguais a 2,4 mm e 2,6 kg/d,
respectivamente.
4.1.4 Casca de arroz
A casca de arroz utilizada nessa pesquisa provém de um engenho, localizado no município de
Viamão/RS. Neste engenho, a casca de arroz não é reaproveitada no processo, no entanto, ela
é vendida para terceiros que utilizam em camas de animais. Até a venda, todo resíduo
produzido fica armazenado em caixas de depósito.
As coletas das cascas de arroz foram feitas em sacos de 10 kg, e se deu vários pontos da caixa
de depósito, de forma a obter uma amostra representativa que atendesse as recomendações da
NBR 10007 (ABNT, 2004). No total foram coletados 70 kg de cascas num único dia. As
cascas de arroz correspondem à safra do primeiro semestre de 2008.
Com as cascas previamente secas em laboratório partiu-se para etapa de produção das cinzas
de cascas de arroz. Antes, no entanto, elas foram peneiradas, na peneira de diâmetro 4.8 mm,
a fim de excluir as possíveis impurezas que pudessem comprometer a qualidade das
argamassas, ao fim do peneiramento nada foi encontrado.
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
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4.2 MÉTODOS
4.2.1 Produção das CCA
4.2.1.1 Calcinação
Considerando que um dos objetivos do trabalho seria a produção de cinzas de cascas de arroz
com diferentes características morfológicas, optou-se pela produção das cinzas em
laboratórios, a fim de se ter maior controle sobre o material produzido.
A queima das cascas de arroz foi efetuada em forno mufla, marca Sanchis (modelo D), de
potência 12,6 Kv, voltagem 220/3, e com aquecimento elétrico e temperatura máxima de
1200ºC.
As calcinações foram realizadas em cadinhos de porcelanas nas temperaturas 500ºC, 650ºC,
800ºC, 950ºC e 1100ºC, buscando assim a produção de pozolanas a diferentes graus de
desarranjo cristalino.
O ciclo de queima empregado foi lento, com patamar de três horas na temperatura desejada e
taxa de aquecimento de 5ºC/min. Optou-se pelo resfriamento lento, que foi realizado dentro
do forno (figura 8).
Figura 8: Forno elétrico utilizado para obtenção da CCA
A escolha de tais temperaturas baseou-se no levantamento bibliográfico, cuja compilação
compuseram os capítulos II e III, que cita autores como Bartha e Huppertz (1977), Smith
(1984), Dass (1984) e Cordeiro (2006).
Inicialmente a queima foi realizada em cadinhos de porcelanas, de capacidade 50 ml. Foi
possível colocar no forno nove cadinhos simultaneamente. No entanto, como a quantidade
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
desejada de CCA era muito grande e o rendimento obtido não se demonstrou viável para a
produção da quantidade nima necessária para realização dos ensaios no tempo disponível
para realização da dissertação, optou-se por realizar a queima diretamente sobre a base interna
do forno.
Colocavam-se cerca de 700g de cascas por queima, tomando o cuidado de formar pilhas com
altura aproximadamente constantes, e que o fossem muito altas. Nessa pesquisa procurou-se
trabalhar com pilhas não superior a 7 cm. No fim do processo eram obtidas cerca de 140g de
cinzas, ou seja, 20% do material colocado, percentual similar ao encontrado na bibliografia.
As cinzas foram armazenadas, em recipientes lacrados, até atingir a quantidade necessária
para os demais ensaios da pesquisa.
4.2.1.2 Moagem
A moagem é um processo de cominuição de materiais que tem por objetivo reduzir o tamanho
das partículas. É necessária em materiais cimentícios e na maior parte das adições minerais,
uma vez que acelera as reações químicas, cujas taxas são diretamente proporcionais à
superfície específica do material.
Nessa pesquisa os tempos de moagem foram pré-estabelecidos em 3, 5, 7, 9 e 12 horas, com o
objetivo de identificar o tempo mínimo suficiente para obter cinzas com granulometrias
equivalentes às encontradas em pesquisas relatadas na bibliografia (FERREIRA, 1999,
SENSALE 2000).
Como a CCA é uma material volumoso, a quantidade de cinza colocada por período de
moagem não ultrapassou 300 gramas, devido a capacidade do jarro de porcelana usado no
trabalho. O moinho utilizado foi o de bolas horizontal (figura 9) com jarro de porcelana de
diâmetro igual a 35 cm, movido por um motor com rotação de 40 rpm.
A razão entre a carga dos corpos moedores e a quantidade de cinza foi constante, utilizando-
se uma proporção 5:1 (bolas:cinzas). A escolha deste proporcionamento foi embasada nos
resultados obtidos por Pouey (2006), que utilizou o mesmo equipamento.
As bolas utilizadas na presente pesquisa foram de alumina com diâmetros variando entre 10 e
20 mm. Após a moagem as amostras foram submetidas aos ensaios de caracterização do
material.
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
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Figura 9: Moinho de bolas.
4.2.2 Caracterização dos materiais
4.2.2.1 Análise química da CCA
A técnica de fluorescência de raios x (FRX) é um método usual para determinação de
composição química de materiais em gerais. O ensaio baseia-se no princípio de que a
absorção de raios X por parte do material provoca excitação dos átomos que permite a
radiação secundária chamada fluorescência. Os raios emitidos têm um comprimento de onda
característico para cada um dos elementos que constituem a amostra, na proporção dos
elementos presentes. O ensaio foi realizado no laboratório de Geoquímica da UFRGS
4.2.2.2 Análise mineralógica da CCA
No âmbito de caracterização mineralógica a difratometria de raios X corresponde a uma das
principais técnicas de alises. As análises da CCA dessa pesquisa foram efetuadas no
laboratório de Geoquímica da UFRGS. A escolha por este laborario deu-se pelo fato do
mesmo realizar as identificações dos picos.
O difratômetro utilizado foi o da marca Siemens, modelo D5000, radiação CuK com
intervalo de medida na faixa de 2º a 72º de 2θ e passo a cada 3 segundo de 0.02º.
56
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
4.2.2.3 Análise da superfície específica da CCA
A superfície específica é definida como a área superficial por unidade de massa, tipicamente
expressa em metro quadrado por quilograma. No caso de materiais muito finos e de elevada
porosidade, tais como a cinza de casca de arroz, recomenda-se a determinação da superfície
específica pelo método BET (Neville, 1997; Taylor, 1997). O ensaio foi realizado no
LACER/UFRGS.
4.2.2.4 Análise granulométrica da CCA
No desenvolvimento deste trabalho, a determinação da distribuição de tamanho das partículas
foi de grande importância para a escolha do diâmetro ótimo das cinzas produzidas.
A técnica empregada foi a de análise granulométrica à laser. O ensaio tem como vantagem o
fato de não apresentar o resultado da partícula (ou grão) individualizada, mas sim uma média
total da amostra. A quantidade de CCA necessária para este ensaio foi aproximadamente 50
gramas.
A amostra foi preparada na forma de suspensão (amostra + água) e submetidas à agitação para
completa desaglomeração das partículas e, então, inserida no equipamento para a realização
da leitura. Os ensaios foram realizados no LACER/UFRGS, e todas as cinzas produzidas
foram moídas nos tempos pré-estabelecidos pelo programa experimental.
4.2.2.5 Análise da massa específica da CCA
A determinação da massa específica da pozolana seguiu os procedimentos da NBR NM 23
(ABNT, 2000), que estabelece o método de determinação da massa específica do cimento
Portland e outros materiais em pó, por meio do frasco volumétrico de Le Chatelier, sendo a
massa real obtida através do deslocamento do quido no interior do recipiente.
4.2.3 Avaliação da Pozolanicidade
O ensaio de índice de atividade pozolânica (IAP) com cimento da pozolana foi executado
conforme prescreve a NBR 5752 (1992). Este ensaio é uma medida direta do grau de
pozolanicidade do material por meio da determinação da resistência à compressão simples,
conforme a NBR 7215 (1996), de corpos-de-prova de argamassas no tro 1:3
(cimento:areia), em massa.
A argamassa denominada como referência contém somente cimento Portland; enquanto as
demais apresentavam 35% de substituição do volume absoluto de cimento por cinza de casca
__________________________________________________________________________________________
Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
57
de arroz. A quantidade de água foi determinada por uma consistência fixa de 225 mm 5
mm, verificada através do ensaio da mesa de consistência recomendada pela NBR 13276
(2002), conforme mostra a figura 10.
(a) (b)
Figura 10: Ensaio de consistência (a) preenchimento do molde com argamassa e (b) argamassa pronta para ser
submetida ao ensaio
De acordo com a norma de atividade pozolânica com cimento devem ser moldados corpos-de-
prova, de 50 mm de diâmetro por 100 mm de altura (figura 11).
Figura 11: Moldes com argamassas feitas com CCA
Durante as primeiras 24 horas, os corpos-de-prova foram mantidos nos respectivos moldes,
cobertos por placas de vidros. Após esse período foram levados à câmara úmida, onde
permaneceram por 27 dias. Completada a cura, os mesmos foram submetidos ao ensaio de
resistência à compressão simples. O índice de atividade pozolânica com o cimento é dado pela
razão entre resistência à compressão média da argamassa de referência pela resistência à
compressão dia da argamassa com pozolana.
58
__________________________________________________________________________________________
Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
4.2.4 Avaliação da quantidade de sílica amorfa
O índice de amorfismo é o parâmetro que mede a quantidade de elemento reativo, presente no
material, mostrando-se de extrema importância para argamassas compostas por cimento e
pozolana.
Na presente pesquisa foi avaliada a quantidade de sílica reativa contida na cinza de casca de
arroz calcinada em diferentes temperaturas. Pretendia-se com essa quantificação, analisar até
que ponto a variação de temperatura influencia quantitativamente nas características
morfológica do material.
Para quantificão de materiais amorfos recomenda-se a adição de um mineral conhecido,
perfeitamente cristalino, denominado de padrão interno. A adição deste material visa facilitar
o refinamento de materiais predominademente amorfos. Nessa pesquisa, optou-se pela fluorita
de litio (LiF), que foi misturada a CCA. A quantidade de LiF foi de 10% sobre a massa da
CCA.
Os difratogramas foram coletados em modo passo a passo (0,02 graus/s), em intervalos de
2º a 72º. Foi utilizado o difratômetro de raios X da marca Philips MPD 1880-PW1710,
pertencente ao LCT-EPUSP. As fendas de divergência, recepção e espalhamento
correspondem aos seguintes valores, respectivamente, ½ º, 0,2 mm, ½ º. Os dados foram
analisados através do programa X Pert High Score. Os modelos de estruturas cristalinas
utilizadas no refinamento para cada fase foram os padrões difratométricos do JCPDS. O
refinamento foi realizado através do programa X Pert Plus.
Os parâmetros de refinamento selecionados incluem os fatores de escala, o deslocamento da
amostra, os parâmetros de rede de cada fase, os parâmetros que definem a largura e o perfil
dos picos calculados e a função de orientação preferencial e assimetria.
A ordem de refinamento adotada nesta pesquisa consistia em iniciar pelo fator de escala e pela
condição de deslocamento da amostra. A segunda etapa consistia no refinamento dos
parâmetros de rede, seguido dos parâmetros da largura à meia altura. Um vez ajustados esses
parâmetros dava-se continuidade ao processo refinando a orientação preferencial, e as
posições atômica. O último parâmetro a ser refinado eram os parâmetros referentes a
assimetria. Recomenda-se para um mesmo difratograma que o refinamento seja repetido, e
que os resultados obtidos sejam semelhantes.
__________________________________________________________________________________________
Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
59
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS
5.1 PRODUÇÃO DAS CINZAS DE CASCA DE ARROZ
A calcinação de cinzas de cascas de arroz em cinco diferentes temperaturas (500°C, 650°C,
800°C, 950°C e 1100°C) visava a produção de cinzas com diferentes características
cristalográficas, de forma que uma faixa de material com características amorfas e cristalinas
fosse produzida. A avaliação do processo de queima se deu por análise mineralógica semi-
qualitativa.
A difratometria de raios X foi feita sob as condições nima de ensaio (baixa contagem,
como forma de reduzir o tempo de varredura). Os parâmetros de ensaios adotados
compreende em ângulo inicial de ; ângulo final 75 º; e passo angular por segundo de 0,05º.
O equipamento utilizado foi um difratômetro da marca Siemens, modelo D
5000
, radiação
CuK pertecente ao LACER/UFRGS.
Os difratogramas obtidos encontram-se disposto na figura 12. Percebe-se que a CCA
500
, e a
CCA
650
quase não possuem picos cristalinos, fator este que permite sua classificação como
cinzas predominadementes amorfas.
Na CCA
800
é possível perceber um número maior de picos se comparado com os
difratogramas anteriores. A partir dessa temperatura nota-se que os picos cristalinos de sílica
o aumentando à medida que se aumenta a temperatura de queima. É notadamente visível
que as cinzas calcinadas a CCA950 e CCA1100 contêm mais picos cristalinos que as cinzas
calcinadas em menores temperaturas.
Diante do exposto verifica-se que a formação do caráter cristalino da sílica presente na cinza
de casca de arroz está fortemente associada à temperatura de queima a qual este material foi
submetido, o que está em consonância com os estudos de Cook (1986), Hanafi et al. (1999),
Payá (2000), entre outros.
As a queima nas diferentes temperaturas, as cinzas de casca de arroz apresentavam
praticamente o mesmo diâmetro e acabavam não atendendo a granulometria apropriada para o
uso como adição pozolânica. Por conta disso, o material gerado foi submetido à moagem.
As essa etapa os materiais produzidos são submetidos a ensaios de caracterização.
60
__________________________________________________________________________________________
Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0
200
400
600
800
1000
1200
Intensidade (contagens)
2 Theta (graus)
500 ºC
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0
200
400
600
800
1000
1200
Intensidade (contagens)
2 Theta (graus)
650 ºC
(a) (b)
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0
200
400
600
800
1000
1200
Intensidade (contagens)
2 Theta (graus)
800 ºC
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0
200
400
600
800
1000
1200
Intensidade (contagens)
2 Theta (graus)
950 ºC
(c) (d)
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0
200
400
600
800
1000
1200
Intensidade (contagens)
2 Theta (graus)
1100 ºC
(e)
Figura 12: Difração de raios X das CCA obtidas pela queima de casca de arroz em diferentes temperaturas:
(a)500ºC, (b) 650ºC, (c) 800ºC, (d) 950 ºC, (e) 1100ºC
__________________________________________________________________________________________
Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
61
5.2 CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS
5.2.1 Análise química da CCA
A tabela 7 traz uma comparação dos valores encontrados na bibliografia com os valores
obtidos na presente pesquisa. Percebe-se que o resultado obtido está de acordo com o
encontrado na literatura.
Tabela 7: Comparação da composição química da CCA obtida com a CCA apresentada na bibliografia.
AUTOR (ANO)
TEMPERATURA
SiO
2
Al
2
O
3
Fe
2
O
3
CaO
MgO
SO
3
Na
2
O
K
2
O
PF
COOK (1976)
450ºC
93,15
0,41
0,20
0,41
0,45
ND
0,08
2,31
2,77
SALAS (1986)
1000ºC
91,26
0,94
0,37
2,15
0,88
ND
ND
ND
ND
CINCOTTO (1989)
500-600ºC
94,7
0,09
1,46
0,99
0,95
0,21
0,04
1,75
7,29
HWANG e WU (1989)
400ºC
600ºC
700ºC
1000ºC
88,95
88,67
92,15
95,48
ND
ND
ND
ND
0,74
0,46
0,0
0,43
2,02
1,73
1,60
1,16
1,13
0,84
0,51
0.59
0,83
0,81
0,79
0,09
0,76
1,09
0,99
0,73
6,48
6,41
3,94
1,28
ND
ND
ND
ND
GUEDERT (1989)
Sem controle
93,11
0,92
0,40
0,52
0,85
ND
0,12
1,12
ND
SUGITA et al (1992)
600ºC
90,00
0,10
0,40
0,40
0,30
ND
0,06
2,41
4,20
SILVEIRA (1996)
560ºC
93,00
ND
0,05
0,59
1,90
ND
0,62
3,40
ND
SANTOS (1997)
Sem controle
90,32
95,12
93,50
95,64
1,36
1,42
1,90
1,40
0,85
1,01
0,98
0,95
1,67
1,58
1,17
1,30
0,50
0,37
0,63
0,43
0,04
0,00
0,03
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,73
0,44
0,66
0,47
11,35
9,87
4,44
9,18
SENSALE (2006)
De termoelétrica
Queima controlada
87,2
88,00
0,15
-
0,16
0,10
0,55
0,80
0,35
0,20
0,32
-
1,12
0,70
3,60
2,20
6,55
8,10
CORDEIRO (2009)
500ºC
650ºC
800ºC
950ºC
1100ºC
89,58
85,08
90,94
90,86
91,94
ND
0,17
0,38
0,18
0,16
0,21
1,34
1,23
1,24
1,28
1,40
1,02
0,96
1,06
1,04
1,14
ND
ND
2,78
2,59
2,24
2,23
2,15
4,29
4,31
2,43
2,38
0,43
Obs.: ND = não determinado
Todas as cinzas produzidas apresentam uma quantidade de SiO
2
superior a 80%, valores
similares aos encontrados na bibliografia. Que definem a natureza do material como silícea.
No que diz respeito à pozolanicidade, tem-se que a soma dos teores percentuais de SiO
2,
Al
2
O
3
e Fe
2
O
3
superam os nimos, de 50%, estabelecidos pela NBR 12653 (1992). Tem-se
também que os teores de álcalis (Na
2
O, K
2
O, MgO e CaO) não ultrapassam os máximos
estabelecidos pela referida norma, fator este satisfatório uma vez que esses constituintes em
grandes quantidades podem vir a prejudicar o desempenho do produtos à base de cimento
com relação a questões de durabilidade (NEVILLE, 1994).
62
__________________________________________________________________________________________
Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
Com relação aos valores de perda ao fogo percebe-se que os mesmos estão compatíveis com o
valor máximo de 6% estabelecido NBR 12653 (1992). Quanto maior a temperatura de
queima, menor o teor de perda ao fogo, mostrando que em altas temperaturas tanto a umidade
quanto o teor de materiais voláteis foram eliminados, restando apenas a matéria orgânica na
forma de carbono livre.
5.2.2 Análise mineralógica da CCA
No âmbito de caracterização mineralógica a difratometria de raios X corresponde a uma das
principais técnicas de alises. As análises da CCA dessa pesquisa foram efetuadas no
laboratório de Geoquímica da UFRGS. A escolha por este laborario deu-se pelo fato do
mesmo realizar as identificações dos picos que deram o direcionamento necessário para as
fases que seguem.
O difratômetro utilizado foi o da marca Siemens, modelo D
5000
, radiação CuK com intervalo
de medida na faixa de 2º a 72º de 2θ e passo a cada 3 segundo de 0.02º. As amostras de cinzas
encontravam-se moídas com granulometria menor a 10 μm.
As composições mineralógicas das amostras analisadas encontram-se na tabela 8, o
sombreamento representa os minerais presentes em cada amostra.
Tabela 8: Composição mineralógica das CCA produzidas em diferentes temperaturas
FASE
FÓRMULA QUÍMICA
ICDD*
CCA
500
CCA
650
CCA
800
CCA
950
CCA
1100
QUARTZO
SiO
2
33-1161
CALCITA
CaCO
3
05-0586
PLAGIOCLÁSIO
NaAlSi
3
O
8
20-0554
CRISTOBALITA
SiO
2
82-0512
CRISTOBALITA α
SiO
2
76-0941
FELDSPATO ALCALINO
KAlSi
3
O
8
10-0479
ICDD ( International Center for Diffraction Data): ficha padrão de identificação dos minerais
Nas figuras de 13 a 17 têm-se os difratogramas obtidos, e os respectivos minerais
identificados.
__________________________________________________________________________________________
Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
63
00-005-0586 (*) - Calcite, syn - CaCO3 - Y: 3.08 % - d x by: 1. - WL: 1.5409 - Rhombo.R.axes - I/Ic PDF 2. - S-Q 44.9 % -
00-033-1161 (D) - Quartz, syn - SiO2 - Y: 6.80 % - d x by: 1. - WL: 1.5409 - Hexagonal - I/Ic PDF 3.6 - S-Q 55.1 % -
Operations: Import
Luciana Cordeiro - File: CCA 500C 7h.RAW - Type: 2Th/Th locked - Start: 2.00 ° - End: 72.00 ° - Step: 0.02 ° - Step time: 12. s - Temp.: 25 °C (Room) - Time Started: 2 s - 2-Theta: 2.00 ° -
Lin (Counts)
0
1000
2000
3000
2-Theta - Scale
2 10 20 30 40 50 60 70
d=4.26
d=3.35
d=3.04
d=2.85
d=2.28
d=1.82
d=1.67
d=1.54
d=1.37
d=2.09
Calcita
Quartzo
CCA 500C 7H
00-020-0554 (D) - Albite, ordered - NaAlSi3O8 - Y: 2.73 % - d x by: 1. - WL: 1.5409 - Triclinic -
00-005-0586 (*) - Calcite, syn - CaCO3 - Y: 2.47 % - d x by: 1. - WL: 1.5409 - Rhombo.R.axes - I/Ic PDF 2. -
00-033-1161 (D) - Quartz, syn - SiO2 - Y: 7.64 % - d x by: 1. - WL: 1.5409 - Hexagonal - I/Ic PDF 3.6 -
Operations: X Offset 0.110 | Import
Luciana Cordeiro - File: CCA 650°C-3h.RAW - Type: 2Th/Th locked - Start: 2.00 ° - End: 72.00 ° - Step: 0.02 ° - Step time: 12. s - Temp.: 25 °C (Room) - Time Started: 2 s - 2-Theta: 2.00 ° -
Lin (Counts)
0
1000
2000
3000
2-Theta - Scale
3 10 20 30 40 50 60 70
d=4.25
d=3.34
d=3.19
d=3.03
d=2.45
d=2.28
d=2.13
d=1.82
d=1.54
d=1.37
d=1.98
d=2.85
Calcita
Plagioclásio
Quartzo
CCA 650 graus - 3H
Intensidade (contagens)
2 Theta (graus)
Quartzo
Calcita
Plagioclásio
Figura 14: Difratograma da CCA gerada pela queima da casca de arroz a 650ºC
2 Theta (graus)
Quartzo
Calcita
Figura 13: Difratograma da CCA gerada pela queima da casca de arroz a 500ºC
Intensidade (contagens)
64
__________________________________________________________________________________________
Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
01-082-0512 (C) - Cristobalite - SiO2 - Y: 15.52 % - d x by: 1. - WL: 1.5409 - Tetragonal - I/Ic PDF 5.3 - S-Q 57.6 % -
00-033-1161 (D) - Quartz, syn - SiO2 - Y: 7.70 % - d x by: 1. - WL: 1.5409 - Hexagonal - I/Ic PDF 3.6 - S-Q 42.4 % -
Operations: Import
Luciana Cordeiro - File: CCA 800 GRAUS -7H.RAW - Type: 2Th/Th locked - Start: 2.00 ° - End: 72.00 ° - Step: 0.02 ° - Step time: 12. s - Temp.: 25 °C (Room) - Time Started: 2 s - 2-Theta:
Lin (Counts)
0
1000
2000
3000
4000
5000
2-Theta - Scale
2 10 20 30 40 50 60 70
d=4.49
d=4.27
d=4.07
d=3.35
d=3.12
d=3.00
d=2.86
d=2.49
d=2.28
d=2.24
d=2.13
d=1.98
d=1.94
d=1.88
d=1.82
d=1.62
d=1.54
d=1.37
d=7.77
Quartzo
Cristobalita
CCA 800 graus - 7h
00-010-0479 (D) - Microcline, inter - KAlSi3O8 - Y: 2.68 % - d x by: 1. - WL: 1.5409 - Triclinic -
01-082-0512 (C) - Cristobalite - SiO2 - Y: 22.14 % - d x by: 1. - WL: 1.5409 - Tetragonal - I/Ic PDF 5.3 -
00-033-1161 (D) - Quartz, syn - SiO2 - Y: 5.10 % - d x by: 1. - WL: 1.5409 - Hexagonal - I/Ic PDF 3.6 -
Operations: Import
ANA PAULA - File: CCA 950c.RAW - Type: 2Th/Th locked - Start: 2.00 ° - End: 72.00 ° - Step: 0.02 ° - Step time: 12. s - Temp.: 25 °C (Room) - Time Started: 2 s - 2-Theta: 2.00 ° - Theta: 1.
Lin (Counts)
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
2-Theta - Scale
2 10 20 30 40 50 60 70
d=8.11
d=4.27
d=4.07
d=3.35
d=3.24
d=3.14
d=2.86
d=2.49
d=2.28
d=2.24
d=2.12
d=2.04
d=1.94
d=1.88
d=1.82
d=1.67
d=1.62
d=1.54
d=1.44
d=1.37
Quartzo
Feldspato Alcalino
Cristobalita
CCA 950C
Intensidade (contagens)
2 Theta (graus)
Quartzo
Cristobalita
Figura 15: Difratograma da CCA gerada pela queima da casca de arroz a 800ºC
2 Theta (graus)
Quartzo
Cristobalita
Feldspato Alcalino
Figura 16: Difratograma da CCA gerada pela queima da casca de arroz a 950ºC
Intensidade (contagens)
__________________________________________________________________________________________
Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
65
Observa-se que todas as pozolanas contêm materiais cristalinos. Traços de quartzos são vistos
desde a CCA
500
até a CCA
1100
. Picos de cristobalita tornam-se visíveis a partir da CCA
800
. Na
CCA
1100
verifica-se que a cristobalita sofreu uma transformação modificando-se para sua
forma de cristobalita α.
No que diz respeito ao indicativo de compostos amorfo, verifica-se no espectro da CCA
500
um
pico largo entre 15º 2θ e 36º 2θ. Este alargamento vai diminuindo a medida que a temperatura
aumenta. No espectro da CCA
800
é tida a verificação da transformação das fases,
observando-se a redução do halo amorfo e a formação do pico de cristobalita, que vai se
tornando mais definido à medida que a temperatura aumenta.
Com relação à detecção de alguns minerais, tais como feldspato alcalino, calcita e
plagioclásio, pode-se dizer que a avaliação é bastante complexa; tendo em vista a baixa
intensidade de seus picos, que se encontram distribuídos bem próximo do ruído de fundo dos
espectros difratométricos.
00-010-0479 (D) - Microcline, inter - KAlSi3O8 - Y: 4.48 % - d x by: 1. - WL: 1.5409 - Triclinic -
01-076-0941 (C) - Cristobalite low - SiO2 - Y: 61.04 % - d x by: 1. - WL: 1.5409 - Tetragonal - I/Ic PDF 5.1 -
00-033-1161 (D) - Quartz, syn - SiO2 - Y: 7.55 % - d x by: 1. - WL: 1.5409 - Hexagonal - I/Ic PDF 3.6 -
Operations: Import
Luciana Cordeiro - File: CCA 1100GRAUS 12H.RAW - Type: 2Th/Th locked - Start: 2.00 ° - End: 72.00 ° - Step: 0.02 ° - Step time: 12. s - Temp.: 25 °C (Room) - Time Started: 2 s - 2-Theta:
Lin (Counts)
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
11000
12000
13000
14000
15000
16000
17000
18000
2-Theta - Scale
2 10 20 30 40 50 60 70
d=8.08
d=4.30
d=4.07
d=3.81
d=3.35
d=3.24
d=3.15
d=2.97
d=2.86
d=2.60
d=2.49
d=2.38
d=2.24
d=2.12
d=2.03
d=1.98
d=1.94
d=1.88
d=1.82
d=1.74
d=1.71
d=1.67
d=1.61
d=1.54
d=1.50
d=1.43
d=1.40
d=1.37
d=1.35
Quartzo
Feldspato Alcalino
Cristobalita
CCA 1100 graus 12H
2 Theta (graus)
Quartzo
Cristobalita
Feldspato Alcalino
Figura 17: Difratograma da CCA gerada pela queima da casca de arroz a 1100ºC
Intensidade (contagens)
66
__________________________________________________________________________________________
Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
5.2.3 Superfície específica
Os resultados do ensaio de superfície especifica por adsorção de nitrogênio encontram-se
dispostos na tabela 9.
Tabela 9: Superfície específica das CCA calcinadas em diferentes temperaturas expresso em m²/g
Temperatura (ºC)
500
650
800
950
1100
Área Superficial (m²/g)
40,71
43,26
14,66
21,03
4,31
Percebe-se que os resultados variaram de 4 a 44 m²/g, essas difereas de valores são
atribuídas às diferentes temperaturas queimas, nas quais as cinzas foram produzidas. A
CCA
650
foi a que apresentou maior valor de área superficial 43,26 m²/g enquanto a CCA
1100
obteve o menor resultado 4,31 m²/g.
De modo geral, as áreas superficiais apresentaram a mesma tendência encontrada na
bibliográfica, que consiste em sua redução, à medida que se aumenta a temperatura de
queima. Este fato pode ser explicado pela fusão da sílica em altas temperaturas, que promove
a densificação da estrutura da sílica, observada nitidamente na figura 18_b. Essa densificação
além de diminuir a área superficial, faz com que a CCA aumente sua massa específica à
medida que se aumenta a temperatura de queima.
(a) (b)
Figura 18: Microscopia eletrônica de varredura por elétrons secundários de cinzas amorfas (a) e cristalinas (b) com
magnificação de 900 vezes.
Fonte: Pouey (2006)
Com relação à figura 18_a, observa-se que a sílica em sua forma amorfa, tem uma estrutura
rendilhada”, com muito poros; este fator explica o porquê das cinzas com menores
quantidades de cristais alcançarem o diâmetro menores ou iguais a 10 m com uma energia
de moagem menor que as cinzas com mais cristais.
__________________________________________________________________________________________
Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
67
5.2.4 Análise granulométrica
O estudo de tempo de moagem visa a identificação do diâmetro ótimo das cinzas de casca de
arroz produzidas. A tabela 10 mostra os diâmetros obtidos pelos diferentes tempos de
moagem, as análises dos resultados terá como base os diâmetros médios obtidos (Ø
50
) .
Tabela 10: Tamanho das partículas de CCA calcinadas em diferentes temperaturas em função dos diferentes
tempos de moagens
Condição de moagem
Temperatura de queima
Tamanho das partículas
Ø
10
Ø
50
Ø
90
3 h
500ºC
3,07
13,54
34,76
5 h
3,00
13,14
34,30
7 h
1,82
8,37
26,89
9 h
1,61
6,65
19,10
12 h
1,65
7,19
22,75
3 h
650ºC
1,66
9,63
29,63
5 h
1,38
7,71
22,95
7 h
1,26
6,79
19,41
9 h
1,20
6,45
18,68
12 h
1,16
6,04
17,02
3 h
800ºC
3,96
19,64
44,05
5 h
2,08
11,47
33,23
7 h
1,67
9,35
26,72
9 h
1,59
8,50
23,19
12 h
1,52
8,02
21,27
3 h
950ºC
4,29
22,01
45,69
5 h
3,57
18,36
39,02
7 h
1,95
12,18
32,72
9 h
1,76
11,01
29,58
12 h
1,64
9,60
24,79
3 h
1100ºC
3,94
23,82
49,26
5 h
2,74
18,24
39,36
7 h
1,66
12,23
35,86
9 h
1,57
11,07
32,09
12 h
1,38
9,11
27,15
É nítido que o aumento do tempo de moagem provocou a redução do tamanho médio das
partículas do material. A tenncia das partículas de CCA é de reduzir o tamanho com o
aumento do tempo de moagem, no entanto, esse comportamento não aconteceu na CCA
produzida a uma temperatura de 500°C. Percebe-se que no tempo de 12 horas houve um
aumento de 7%, no tamanho do grão com relação ao valor que o antecede. Esse
68
__________________________________________________________________________________________
Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
comportamento indica que durante processos de moagem mais prolongados ocorre uma
aglomeração das partículas no interior do moinho; essa mesma aglomeração foi observada no
trabalho de Pouey (2006).
Com relação às demais temperatura percebe-se que na 650°C houve uma redução de diâmetro
equivalente a 37%, na temperatura 650% e 800°C a redução similar 59% e 56%
respectivamente; e na temperatura de 1100°C a redução das partículas foi de 62%. Nota-se
que para temperaturas mais elevadas a energia despendida é maior para se obter praticamente
o mesmo resultado. De uma forma geral os valores dos diâmetros apresentaram nimos de
6% e máximos de 23% nas diferentes temperaturas.
Na figura 19 tem-se a representação gráfica dos resultados obtidos no ensaio de granulometria
a laser, os dados plotados para as diferentes temperaturas são referentes ao diâmetro 50%
passante.
Figura 19: Influência do tempo de moagem no diâmetro médio de diferentes CCA
Percebe-se que as cinzas produzidas em temperaturas elevadas (950 e 1100ºC), exigiram uma
maior energia de moagem (12 horas), para alcançar um diâmetro similar a 650ºC que foi
moída por 3 horas. Este fato pode ser explicado da seguinte forma: a sílica amorfa, cuja
estrutura é porosa, presente na CCA quando submetida a uma temperatura de queima elevada,
forma cristais de sílica que densificam a estrutura da CCA, por conta desta densificação a
quebra da estrutura pela moagem se torna mais difícil, isso explica a dificuldade que a CCA
950
teve para se equiparar a CCA
650
. A CCA
500
apresentou um comportamento diferente das
demais durante o processo de moagem, além das considerações já citadas sobre a
aglomeração das partículas, outro fator que pode explicar é a presença de carbono, que
0
5
10
15
20
25
30
0 3 6 9 12 15
Diamêtro Médio (D
50
)
Tempos de Moagem
500ºC
650ºC
800ºC
950ºC
1100ºC
T(ºC)
m
(horas)
Ø= 10 μ
__________________________________________________________________________________________
Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
69
possivelmente é superior que as demais, sendo assim o carbono torna a estrutura mais densa,
fator esse que explica o porquê essa cinza exigiu mais energia de moagem que a CCA
650
.
Os diâmetros escolhidos para pesquisa encontram-se disposto na tabela 11. Optou-se em
utilizar diâmetros menores ou iguais a 10 m. Por serem os mesmo adotados por Malhotra e
Metha (1996). Os referidos autores, em seu estudo com cinza de casca de arroz como adição
mineral, obtiveram bons resultados ao considerar este como diâmetro de moagem ideal.
Tabela 11: Diâmetros de CCA escolhidos para a produção de argamassas
Amostras
Temperatura (ºC)
Diâmetro_D
50
( m)
Tempo de moagem (horas)
CCA
500
500
8,37
7
CCA
650
650
9,63
3
CCA
800
800
9,35
7
CCA
950
950
9,60
12
CCA
1100
1100
9,11
12
5.2.5 Massa específica da CCA
Com relação à massa específica, observa-se (tabela 12) que os valores seguem os mesmos
obtidos na literatura, quanto maior a temperatura maior a massa específica, exceto para 500°C
que mostrou um comportamento diferente. Agopyan (1991) encontrou valores que variavam
de 1,88 a 2,11 kg/dm
3
; enquanto que os valores encontrados por Rego (2004) ficaram no
intervalo de 2,10 a 2,30 kg/dm
3
.
Tabela 12: Massa específica das CCA calcinadas em diferentes temperaturas expresso em g/cm³
Temperatura
500º C
650º C
800º C
950º C
1100º C
Massa específica
2,17
2,02
2,05
2,22
2,25
5.2.4 Índice de Atividade Pozolânica com o cimento
Admitindo, que durante o ensaio pode acontecer imprevistos, optou-se em moldar seis corpos-
de-prova, ao invés de três como recomenda a norma, para cada um dos traços de argamassas
(tabela 13).
Tabela 13: Composição das argamassas
Mistura
Pozolana
(g)
Cimento
(g)
Areia
(g)
Água
(g)
Abatimento
Médio (mm)
Relação água/agl.
REF
-
748,80
2246,40
350,53
225
0,47
CCA
500
184,68
486,72
2246,40
378,80
226
0,56
CCA
650
174,46
318,80
220
0,48
CCA
800
174,46
378,80
230
0,57
CCA
950
188,90
349,31
223
0,58
CCA
1100
191,45
369,74
230
0,55
70
__________________________________________________________________________________________
Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
Os resultados do IAP, resistência à compressão média e água requerida estão expressos em
valores percentuais, na tabela 14. A amostra de referência utilizada para determinação deste
índice obteve resistência média, aos 28 dias, de 28,69 MPa.
Observa-se a partir desses resultados que os índices de atividade pozolânica das CCA
encontram-se em conformidade com a norma NBR 5752 (1992) para o material ser
considerado uma pozolana, ou seja, superior a 75%. Exceção feita à CCA
1100
,
que não atingiu
o referido valor. De modo geral, os valores confirmam para a condição de produção
apresentada, que a cinza de casca de arroz, mesmo calcinada a elevadas temperaturas, pode
ser utilizada como material pozolânico.
Tabela 14: Atividade Pozolânica das CCA produzidas em diferentes temperaturas
TIPO DE CINZA
RESISTÊNCIA MÉDIA (MPa)
IAP (%)
ÁGUA REQUERIDA (%)
CCA
500
31,51
109,83
119,15
CCA
650
24,72
86,16
102,12
CCA
800
26,05
90,80
121,27
CCA
950
24,19
84,32
123,40
CCA
1100
20,62
71,87
117,02
Com relação à água requerida a substituição com CCA
650
atendeu a norma, apesar dos
resultados de pozolanicidade com o cimento estarem satisfatório. As quantidades de água
requerida pelas argamassas variaram entre 17 a 23% superior à obtida na argamassa
referência, maior que o valor máximo de 10% permitido pela NBR 12653 (1992) para a classe
de resíduo E. Este comportamento pode ser creditado ao fato das CCA apresentarem elevada
finura da CCA (CCA de diâmetro médio aproximadamente igual a 10 micra, está substituindo
um cimento com diâmetro médio de aproximadamente de 15 micra), o que faz com que seja
necessária uma maior quantidade de água para que a argamassa possa atingir a consistência
definida por norma (225±5 mm).
Os resultados reforçam a critica à norma 5752 (1992) realizada por Gava (1999), sobre a
adequabilidade da mesma para materiais finos, uma vez que para esses tipos de materiais os
resultados podem ser facilmente influenciados por fatores tais como composição do cimento
usado e variação da relação água/aglomerante.
__________________________________________________________________________________________
Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
71
5.2.5 Índice de Amorfismo
Os resultados do refinamento dos dados obtidos a partir da análise de DRX da amostra de
CCA produzidas em diferentes temperaturas são apresentados em forma de gráficos nas
figuras 20 a 23.
As linhas em azul representam o difratograma calculado empregando-se o método de
Rietveld; e as linhas em vermelho representam o difratograma obtido pela DRX. Na base do
gráfico tem-se uma reta em vermelho que representa o desvio entre o calculado e o real.
Figura 20: Refinamento pelo método de Rietveld para CCA
500
e ruído obtido
Position 2Theta]
10 20 30 40 50 60
Counts
0
1000
2000
3000
4000
CCA500_LiF_20s
Cristobalite low, syn (04-008-7741) 0,1 %
Quartz 1,8 %
LiF 10,0 %
Calcite 0,1 %
Amorphous 88,0 %
0
200
-200
400
-400
Intensidade (contagens)
2 Theta (graus)
72
__________________________________________________________________________________________
Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
Figura 21: Refinamento pelo método de Rietveld para CCA
650
e ruído obtido
Figura 22: Refinamento pelo método de Rietveld para CCA
800
e ruído obtido
Position 2Theta]
10 20 30 40 50 60
Counts
0
2000
4000
6000
CCA800_LiF_20s
Cristobalite - alpha - low 3,4 %
Quartz 3,0 %
LiF 10,0 %
Amorphous 83,7 %
0
200
-200
400
-400
Intensidade (contagens)
Intensidade (contagens)
2 Theta (graus)
__________________________________________________________________________________________
Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
73
Figura 22: Refinamento pelo método de Rietveld para CCA
950
e ruído obtido
De forma geral os desvios observados graficamente nas figuras 19 a 22 apresentam em sua
maioria uma linha contínua, com alguns ruídos; mas que em termos visuais define o ajuste
como satisfatório.
A tabela 15 apresenta os valores dos parâmetros de perfil instrumental obtidos pelo
refinamento de Rietveld.
Tabela 15: Condições instrumentais adotadas para refinamento de Rietveld
Tipos de Cinzas
Indicadores Numéricos (%)
GOF
Rp
Rwp
Rexp
CCA
500
1,66
3,18
4,33
3,36
CCA
650
1,95
3,23
4,65
3,32
CCA
800
3,19
4,59
6,35
3,19
CCA
950
3,69
4,41
5,99
3,11
GOF (goodness of fit):índice equivalente ao qui-quadrado estatístico; Rp: índice de Bragg; Rwp: índice ponderado;
Rexp: índice esperado
Com relação ao GOF pode ser dizer que seus valores encontram-se numa faixa que reflete um
refinamento otimizado. As CCA
500
e CCA
650
apresentaram valores mais próximos ao de um
refinamento perfeito; esse resultado pode ser explicado pela quantidade de fases ser inferior às
demais.
Position 2Theta]
10 20 30 40 50 60
Counts
0
5000
10000
CCA950_LiF_20s
Cristobalite - alpha - low 12,6 %
Trydmite 5,8 %
Quartz 3,4 %
LiF 10,0 %
Amorphous 68,2 %
0
200
-200
400
-400
600
-600
800
-800
Intensidade (contagens)
2 Theta (graus)
74
__________________________________________________________________________________________
Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
Com relação ao Rp e o Rexp, parâmetros que medem a qualidade do ajuste entre as
intensidades, pode-se dizer que ambos apresentam a mesma tendência, demonstrando que o
refinamento é de boa qualidade.
No que diz respeito aos resultados obtidos pelo Rwp percebe-se que os mesmos encontram-se
com valores consideravelmente aceitáveis; variando de 4,33 a 6,35%, bem inferior ao valor
máximo permitido que é de 15%.
Resumindo, os valores dos parâmetros de perfil instrumental obtidos pelo refinamento de
amostras de CCA por Rietveld são considerados aceitáveis e de boa qualidade.
Com relação à quantidade de material amorfo, pode-se dizer que as cinzas de cascas de arroz,
para estas condições de produção, apresentaram uma grande quantidade de material amorfo,
conforme apresentado na tabela 16.
Tabela 16: Teor de amorfismo para CCA calcinadas em diferentes temperaturas
CCA
500
CCA
650
CCA
800
CCA
950
Teor de amorfimo (%)
88,0
87,7
83,7
68,2
Mesmo a CCA
950
, que qualitativamente seria classificada como cristalina, apresenta em sua
composição quase 70% de materiais reativos.
Vale ressaltar que, para quantificação, a análise detalhada das fases presentes na amostra é
fundamental, de forma que as bases de dados presentes no laboratório onde foram feitas estas
análises deram bem mais atuais que a anterior mostrada. Este fato explica o aparecimento de
fases que anteriormente o foram citadas.
No que diz respeito à quantificação de material amorfo da CCA
1100
, não foi possível chegar ao
um ajuste que permitisse a quantificação das fases amorfas. Supõe-se que a mesma apresente
uma grande quantidade de sílica na sua forma cristalina, fator este que impossibilitou um
ajuste aceitável de um bom refinamento.
__________________________________________________________________________________________
Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
75
5.2.6 Correlação entre o índice de amorfismo (IA) e a temperatura de queima
A figura 24 apresenta a correlação entre o índice de amorfismo e as diferentes temperaturas de
queimas.
Figura 24: Correlação entre a temperatura de queima e o índice de amorfismo
É sabido que as CCA por sua natureza apresentam uma grande quantidade de sílica em sua
estrutura. Observa-se que a quantidade de sílica reativa diminui à medida que se aumenta a
temperatura de queima; mesmo assim, a CCA apresenta sílica amorfa remanescente, em altas
temperaturas, suficiente para garantir a reação pozolânica. Esse fator pode ser claramente
observado na CCA
950
que possui um teor amorfo de quase 70%.
Feng et al. (2004), também estudaram a porcentagem de material amorfo em diferentes CCA,
que por método químico. Os autores obtiveram para as cinzas produzidas em diferentes
temperaturas (550, 600, 700 e 800ºC) os valores de índice de amorfismo de 88,6%, 89,6%,
75,4% e 40,2% respectivamente.
Observando as figuras (24 e 25) percebe-se que os índices de amorfimos das CCA apresentam
a mesma tendência, de diminuir com o aumento da temperatura. Em termos numéricos o
índice de amorfismo das CCA obtidas na faixa de temperatura 500ºC a 650ºC, foram de
aproximadamente 90%, tanto pelo método de Rietveld quanto pelo método químico (Feng et
al 2004).
y = -0,0002x
2
+ 0,2026x + 28,521
R² = 0,9884
30
40
50
60
70
80
90
100
350 500 650 800 950 1100
ÍNDICE DE AMORFISMO (%)
TEMPERATURA DE QUEIMA (ºC)
76
__________________________________________________________________________________________
Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
Figura 25: Correlação entre a temperatura de queima e o índice de amorfismo: Método químico (FENG et al., 2004)
Na CCA
800
o índice de amorfismo pelo método de Rietveld foi de aproximadamente 85%
enquanto pelo método químico foi de 40%. Supõe-se que essa diferença seja decorrente da
variação dos diâmetros das partículas de CCA utilizadas no método químico, provavelmente
as dimensões das partículas de CCA são superiores as utilizadas neste trabalho. Por se tratar
de métodos diferentes, condições de produção diferentes e pela falta de dados no artigo de
Feng et al (2004), no que se refere as condições as quais as CCA foram produzidas, a
comparação entre os dois métodos serve apenas para expressar tendências de comportamento.
5.2.7 Correlação entre os índices de amorfismo das diferentes cinzas produzidas
e o índice de atividade pozolânica
A figura 26 apresenta os resultados das correlações do índice de amorfismo (IA) com índice
de atividade pozolânica (IAP). Se a correlação do índice de amorfismo com o índice de
atividade pozolânica for feita considerando somente os quatro valores apresentados, diz-se
o correlação direta entre essas duas variáveis. No entanto acredita-se que esta correlação
exista, só não foi detectada por ter um número reduzido de amostras.
Outra consideração que se pode fazer sobre o índice de amorfismo é que apesar de importante
para as reações pozolânicas, este não é o único fator que influência no crescimento da
resistência à compressão, esta depende também do diâmetro dos grãos e da relação
água/aglomerante.
y = -0,0011x
2
+ 1,2353x - 270,56
R² = 1
30
40
50
60
70
80
90
100
500 650 800
ÍNDICE DE AMORFISMO (%)
TEMPERATURA DE QUEIMA (ºC)
__________________________________________________________________________________________
Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
77
Figura 26: Correlação entre IAP e o IA
O índice de amorfismo é uma ferramenta de análise que permite a identificação do potencial
reativo dos materiais, enquanto o índice de atividade pozolânica avalia as reações que envolve
os constituintes ativos das pozolanas. O IAP depende do diâmetro médio das partículas, da
relação água aglomerante e de quanto de material reativo foi liberado para reação. Acredita-se
que se fossem fixados o diâmetro médio e a relão água/aglomerante, seria possível a
observação, com mais clareza, da influência do de amorfismo de CCA sobre a atividade
pozolânica de argamassas produzidas com essas cinzas.
5.2.8 Correlação entre os índices de amorfismo das diferentes cinzas produzidas
e o tempo de moagem
Figura 27: Correlação entre IA e o tempo de moagem
A figura 27 mostra a boa correlação que há entre o tempo de moagem e o índice de
amorfismo. Percebe-se que a energia de moagem e o índice de amorfismo estão
60
70
80
90
80 90 100 110 120
IA (%)
IAP (%)
78
__________________________________________________________________________________________
Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
correlacionados de forma inversamente proporcional. À medida que se aumenta o índice de
amorfismo, diminui-se a energia de moagem despendida.
Esta característica pode ser explicada pela fusão da sílica em altas temperaturas, que promove
a densificação da estrutura da sílica. Bartha e Huppertz (1977) consideram que a CCA
queimada sob condições controlada demonstra uma estrutura celular porosa e com alta
superfície específica. À medida que a temperatura de queima vai aumentando, ocorre um
tamponamento da estrutura celular porosa da CCA; o que consequentemente diminui a área
superficial, aumenta a energia de moagem. Consequentemente tem-se o aumento da massa
específica (figura 28).
Figura 28: Correlação entre o índice de amorfismo e a massa específica
5.2.9 Correlação entre o diâmetro médio das diferentes cinzas produzidas com o
índice de atividade pozolânica.
A figura 29 mostra que o índice de atividade pozolânico e o diâmetro das diferentes CCA
apresentam uma boa correlação, com cerca de 100% de correlão.
A primeira informação que se tira do gráfico é que a pozolanicidade aumenta a medida que se
diminui o diâmetro das CCA. Outra consideração, diz respeito a cristalinidade do material, a
cinza que apresentou maior IAP, além de ter o menor diâmetro, apresenta o maior índice de
amorfismo (menor cristalinidade) e foi produzida na menor temperatura, 500ºC e com menor
diâmetro (8,37 m).
__________________________________________________________________________________________
Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
79
Figura 29: Correlação entre diâmetro médio e índice de atividade pozolânica
O gráfico também mostra que a CCA
650
e CCA
950
, que apresentam praticamente o mesmo
diâmetro obtiveram atividades pozolânicas bem próximas, mesmo sendo produzidas em
temperaturas diferentes.
A diferença destas cinzas está na energia de moagem despendida, a CCA
650
foi moída por 3
horas para alcançar o diâmetro desejado, enquanto a CCA
950
levou 12 horas para alcaar
praticamente o mesmo diâmetro. A explicação para essa semelhança pode ser melhor
entendida através da figura 30.
(a) (b) (c)
Figura 30: Esquema ilustrativo da cristalização da CCA
Supõe-se que em baixas temperaturas a CCA apresente em sua estrutura sílica e carbono. A
sílica compõe cerca de 80% da constituição da CCA, acredita-se que a mesma esteja
distribuída uniformemente na CCA. No inicio da queima da casca de arroz, tem-se
Sílica + Carbono (s+c)
Inicio da queima de
CCA
(s+c)
CCA queimada a
650ºC
CCA queimada a
950ºC
Sílica cristalina
(Sc)
Sílica amorfa
(Sa)
(s+c) Sa Sc
80
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
predominantemente sílica e carbono (figura 30_a). A bibliografia diz que em temperaturas
próximas a 700ºC, a sílica presente na CCA é predominantemente amorfa, com alguns picos
cristalinos, o quartzo- , que pode ser encontrado entre temperaturas de 573ºC - 870ºC. Em
termos gerais, supõe-se que a cristalização da sílica presente na CCA ocorra de fora para
dentro (figura 30_b), sendo assim dependo da condão de queima o material amorfo pode ser
encapsulado por finas camadas de cristais.
Em temperaturas muito elevadas como, por exemplo, 950ºC, a camada de sílica na sua forma
cristalina aumenta, a quantidade de sílica amorfa diminui, restando apenas uma quantidade de
carbono misturado a sílica (figura 30_c).
Uma vez que a CCA que sofre cristalização é submetida a um processo de moagem, para
alcançar o diâmetro ideal de trabalho, ocorre a liberação de sílica amorfa que estava
encapsulada.
Este fato justifica porque a resistência das CCA
650
e CCA
950
serem tão próximas, e
consequentemente apresentarem praticamente o mesmo índice de atividade pozolânica.
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
81
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, além das conclusões gerais do trabalho, são apresentadas sugestões para
futuras pesquisas que venham a complementar o estudo sobre a aplicação da cinza de casca de
arroz na produção de cimento, concretos e argamassas.
6.1 CONCLUSÕES GERAIS
As conclusões apresentadas são baseadas nos resultados do programa experimental
desenvolvido e nas análises feitas ao longo do trabalho. Vale ressaltar que as conclusões
apresentadas são válidas para as condições experimentais realizadas.
A partir dos resultados obtidos neste trabalho concluiu-se que o índice de amorfismo não é o
único fator que possui influência sobre o índice de atividade pozolânica, que a quantidade
de material amorfo, remanescente nas diferentes cinzas produzidas é auto-suficiente para
garantir as reações pozolânicas.
Com relação às características químicas das CCA produzidas no presente trabalho, tem-se que
as mesmas apresentam uma grande quantidade de sílica em sua composição. Poucas
quantidades de impurezas e valores de perda ao fogo que atendem as prescrições estabelecidas
pela norma 12653 (1992). Em termos de características físicas, a densificação da estrutura da
sílica com o aumento da temperatura influenciou características tais como massa específica,
cujo valor aumentou com o aumento da temperatura; e área superficial, que teve uma
diminuição proporcional ao aumento da temperatura. Mas de modo geral os resultados estão
de acordo com os encontrados na bibliografia.
Com relação ao desempenho avaliado pelo índice de atividade pozolânica percebe-se que este
ensaio depende de variáveis tais como: diâmetro, relação água/aglomerante e índice de
amorfismo. E que estas analisadas de modo isolado, podem levar a resultados que não
expressem a realidade do sistema.
Com relação ao índice de amorfismo, pode-se dizer que o ensaio se mostrou bem mais prático
o ensaio de índice de atividade pozolânica, uma vez que o é necessária uma espera de 28
dias para avaliar a reatividade. No entanto, é necessário um conhecimento nimo de
mineralogia, para que se realize a quantificação dos materiais, e a identificação do potencial
82
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Luciana de Nazaré Pinheiro Cordeiro (lupcordeiro@yahoo.com.br). Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2009.
reativo do material. Podendo ser aplicado como parâmetro de controle de cinzas de cascas de
arroz, sejam elas controladas ou residuais.
Percebeu-se também que a análise semi-qualitatitiva não é suficiente para avaliar o
potencial reativo de um resíduo com características pozolânicas. Como por exemplo, a
CCA
950
que visualmente apresenta uma grande quantidade de picos cristalinos, em um
passado não tão distantes cinzas com essas características eram descartadas, por acreditar que
a mesma não teria sílica amorfa suficiente para promover as reações pozolânicas. No entanto,
a CCA
950
produzida nesta pesquisa apresentou quase 70% de sílica na sua forma amorfa, e
produziu argamassas com pozolanicidade suficiente para atender a NBR12653 (1992).
No que diz respeito ao tempo de moagem necessário para produção de CCA com diâmetro
dio menor que 10 mm, tem-se que as cinzas produzidas em altas temperaturas exigem uma
maior energia de moagem para obterem o mesmo desempenho que uma cinza calcinada em
temperatura inferior.
Apesar deste trabalho ser pioneiro, em termos de quantificação de fases reativas de CCA por
todo de Rietveld, os resultados demonstraram-se bastante satisfatórias.
6.2 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS
Ao final do trabalho verificou-se que alguns estudos poderiam completar esta pesquisa, e
contribuir para o aperfeoamento e melhor compreensão da CCA. Assim faz-se as seguintes
sugestões para futuros trabalhos:
a) estudos microestruturais mais detalhados na CCA, bem como de pasta de
cimento produzida com cinzas de diferentes teores de amorfismo;
b) análise quantitativa por método de Rietveld para temperaturas maiores de 950ºC,
a fim de identificar o ponto onde a cinza de casca de arroz fica totalmente
cristalina;
c) estudos para avaliar às interações de cinzas com diferentes índice de amorfismo
(10% a 90%) e com diferentes diâmetros (5 m a 20 m)
d) estudos comparativos entre os índices de amorfismo de CCA controladas e os
índices de amorfismo de CCA residuais;
e) estudo em argamassas para avaliar a pozolonicidade, utilizando para tal aditivos
com o objetivo de manter a quantidade de água constante.
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Análise da variação do índice de amorfismo da cinza de casca de arroz sobre a atividade pozolânica
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