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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CA
MPUS DE BOTUCATU
ANÁLISE DE RENTABILIDADE E RISCO NA PRODUÇÃO DE
CANA
-
DE
-
AÇÚCAR
NA REGIÃO NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
SOB
DOIS TIPOS DE ARRANJOS
CONTRATUAIS
FERNANDO BERGANTINI MIGUEL
Dissertação apresentada à Faculdade de
Ciências
Agronômicas da UNESP
Campus
de Botucatu, para obtenção do título de
Mestre
em Agronomia (Energia na
Agricultura)
.
BOTUCATU
-
SP
Junho
-2009
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CA
MPUS DE BOTUCATU
ANÁLISE DE RENTABILIDADE E RISCO NA PRODUÇÃO DE
CANA
-
DE
-
AÇÚCAR
NA REGIÃO NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
SOB
DOIS TIPOS DE ARRANJOS
CONTRATUAIS
FERNANDO BERGANTINI MIGUEL
Orientadora
: Profa. Dra. Maura Seiko Tsutsui Esperancini
Dissertação apresentada à Faculdade
de
Ciências
Agronômicas da UNESP
Campus
de Botucatu, para obtenção do título de
Mestre
em Agronomia
(
Energia
na
Agricultura
).
BOTUCATU
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Junho
2009
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UNESP
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FCA
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LAGEADO
-
BOTUCATU (SP)
Miguel, Fernando Bergantini, 1964
-
M636a Análise de rentabilidade e risco na produção de
cana
-
de
-
açúcar na região norte do Estado de São Paulo sob
dois tipos de arranjos contratuais / Fernando Bergantini
Miguel.
Botucatu : [s.n.], 2009.
x, 71 f. : gráfs., tabs.
Dissertação (Mestrado)
-
Universidade Estadual
Paulis-
ta, Faculdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2009
Orientador: Maura Seiko Tsutsui Esperancini
Inclui bibliografia.
1. Cana-
de
-
açúcar. 2. Desempenho econômico. 3. Modelo
de rentabilidade. 4. Arranjos contratuais. I.
Esperancini, Maura Seiko Tsutsui. II. Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Campus de
Botucatu). Faculdade de Ciências Agronômicas
. III.
Título.
IV
DEDICATÓRIA
A
minha
esposa Silvia H. Molezim Miguel e aos meus filhos Túlio M.
Miguel e Vitor M. Miguel por toda a ajuda,
apoio
e compreensão
durante
esta importante
conquista.
Aos meus pais Jorge Miguel (in-memoriam) e Norma Bergantini
Miguel,
pelo
s
ensinamentos de vida e incen
tivo
.
A m
inha irmã Ana Silvia B. Miguel pelo au
xílio.
V
AGRADECIMENTOS
À Deus, por ter me concedido a vida, saúde e disposição para que
pudesse cumprir mais uma etapa da minha vida;
À Professora Drª. Maura Seiko Tsutsui Esperancini,
pela
oportunidade,
orientação e ensinamentos prestados.
Ao
Professor Dr. Osmar de Carvalho Bueno, pela atenção e
importantes contri
buições tanto na qualificação como na defesa
Ao Professor Dr. Alessandro Antonangelo, pelas importantes
contribuições na qualificação.
À Professora Drª. Maria Aparecida Anselmo Tarsiano, pelas
importantes contribuições na defesa.
Ao Diretor do Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos
Agronegócios PDRTA-Alta Mogiana/APTA, Dr. Flávio Dutra de Resende, pelo apoio,
incentivo e contribuição para a conclusão desta etapa.
Aos meus amig
os Pesquisadores do Pólo Alta Mogiana
,
Regina, Ivana,
Marcelo Faria, Anita, Celso Augusto, Ticelli, José Antonio, Victor, Gugu, Ricardão, Elaine,
que de várias formas auxiliaram
-
me no decorrer do curso.
Ao grande amigo Eng. Agrº.Ivan T. Burjaili, pelo auxílio na coleta
de
dados e pelas informações sobre a cadeia sucroalcooleira.
.
VI
SUMÁRIO
Página
LISTA DE TABELAS
VI
LISTA DE FIGURAS
V
III
LISTA DE APÊNDICES
IX
1.RESUMO
1
2.SUMARY
3
3
. INTRODUÇÃO
5
4
. REVISÃO DE LITERATURA
9
4
.1. Importância
do setor sucro-
alcooleiro brasileiro
. 9
4
.2. Importância da cana
-
de
-
açúcar no Estado de São Paulo
13
4
.3. Organização do Setor Produtivo
18
4
.4. Estrutura de Fornecimento de Cana
20
4
.5. Sistema de Remuneração da Cana
-
de
-
Açúcar ao Fornecedor
21
5. MATERIAL E MÉTODOS 24
5
.1. Análise de retorno econômico
25
5.1.1.
Indicadores de rentabilidade para o fornecedor
29
5.1.2.
Indicadores de rentabilidade para os proprietários que arrendam terra para
usinas
32
5
.2. Análise de risco
33
6
. RESULTADOS
E DISCUSSÃO
35
7.CONCLUSÕ
ES
47
8
. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
49
8
.1. APÊNDICE
53
VII
LISTA DE TABELAS
Página
TABELA 1. Posição das principais culturas temporárias e permanentes no Brasil
em área e valor da produção
10
TABELA 2. Área, produtividade e aumento de cultivo da
cana
-
de
-
açúcar
, por
região brasileira
11
TABELA 3. Participação do estado de São Paulo na produção de cana, em relação
à produção brasileira.
14
TABELA 4. Produção de açúcar no Brasil em 2008.
15
TAB
ELA 5. Produção de álcool no Brasil em 2008.
16
TABELA 6. Evolução da área, produção e produtividade de cana no estado de São
Paulo.
17
TABELA 7. Evolução da área, produção e produtividade de cana no por Escritório
de Desenvolvimento Regional (EDR),
estado de São Paulo
1995
2006.
18
TABELA 8. Custo Operacional Efetivo (COE) de produção de cana-
de
-
açúcar
para seis cortes, obtidos dos
produtores
fornecedores da Região Norte de São
Paulo, preços com base em dezembro de 2008. (Em R$/ha).
36
TABELA 9. Parâmetros das funções de distribuição de freqüência de variáveis
críticas para
produtores
fornecedores, Região Norte do estado de São Paulo.
37
TABELA 10. Parâmetros das funções de distribuição de freqüência de variáveis
críticas para proprietários que arrendam a terra, estado de São Paulo, 2002 a 2006.
38
TABELA 11.
Resultados Estatísticos da Receita Líquida Total Atualizada (RLTA)
para produtor fornecedor de cana-
de
-açúcar e proprietário que arrenda a terra para
a usina
Região Norte, base de preços dezembro de 2008.
39
TABELA 12. Percentil de risco da Receita Líquida Total Atualizada (RLTA) para
produtor fornecedor de cana-
de
-açúcar e proprietário que arrenda a terra de terra
para a usina
Região Norte, base de preços dezembro de 2008.
41
TABELA 13. Análise de sensibilidade da Receita Líquida Total Atualizada 42
VIII
(RLT
A), para fornecedores de cana na Região Norte base de preços dezembro de
2008.
43
44
45
IX
LISTA DE FIGURAS
Página
FIGURA 1. Destino da cana processada por região em
porcentagem
safra 2008
. 12
FIGURA 2.
Elementos básicos de análise de risco
26
FIGURA 3. Processo de simulação de Monte Carlo para uma situação de quatro
variáveis
28
X
LISTA DE
APÊNDICES
Página
ANEXO
1.
Questionário utilizado para
produtor
fornecedor de
cana
-
de
-
açúca
r.
53
ANEXO 2.
Questi
onário utilizado para proprietário
s que arrendam terra para usina
. 64
ANEXO 3.
Planilha de
custo de
implantaç
ão
de cana
-
de
-
açúcar
. 65
ANEXO 4.
Planilha de custo de produção de cana-
de
-
açúcar
do 1º ao 3º corte
66
ANEXO 5.
Planilha de custo de produção de cana-
de
-
açúcar
do 3º ao 6º corte
68
ANEXO 6.
Deflacionamento fertilizante -
Jan. 2006 a Dez. 2008
70
1
ANÁLISE DE RENTABILIDADE E RISCO NA PRODUÇÃO DE CANA
-
DE
-
AÇÚCAR
NA REGIÃO NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO SOB DOIS TIPOS DE
ARRANJOS
CONTRATUAIS
. Botucatu, 2009. 71p. Dissertação (Mestrado em
Agronomia/Energia na
Agricultura)
-
Faculdade de
Ciências
Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.
Autor
: FERNANDO BERGANTINI MIGUEL
Orientadora
:
MAURA SEIKO TSUTSUI ESPERANCINI
1.
RESUMO
No Brasil, e mais acentuadamente no Estado de São Paulo, o
agronegócio está assistindo o desenvolvimento da indústria sucro-alcooleira. A cultura da
cana
-
de
-açúcar ocupa atualmente neste estado, uma área em torno de 5,2 milhões de hectares
cultivados
, com previsão de
expansão
em 50% dentro de quatro
anos
, por esta razão, a
perspectiva com o aumento da demanda por agroenergia, torna a cana
-
de
-
açúcar um dos mais
atrativos investimentos do momento. A principal forma de expansão canavieira está
ocorrendo por meio de arrendamento de terras. Deste modo, o
objetivo
deste estudo foi
avaliar a rentabilidade do uso da terra para a produção de cana-
de
-açúcar na região Norte do
2
estado de São Paulo, sob condições de risco em duas óticas, a do produtor fornecedor e do
proprietário que arrenda terra para usina. Utilizou-
se
o método de Monte Carlo para a
simulação destas variáveis, que foram obtidas de fontes primárias (custos de p
rodução,
quantidade de ATR
1
e produtividade física da cana-
de
-açúcar) e
fontes
secundária
s (valor da
ATR). A rentabilidade para o fornecedor foi baseada no modelo CONSECANA,
cujo sistema
de pagamento ao fornecedor é calculado com base no rendimento de Açúcar Total
Recuperável (ATR) por tonelada no ano safra.. Para os proprietários que arrend
am
terra para
usina
foi desenvolvido um modelo com base nos contratos efetuados entre proprietários e
usinas. De uma forma geral, verifica-se que tanto fornecedores quanto
proprietário
s
que
arrenda
m terra para usina apresentaram níveis de rentabilidade positivos durante o per
íodo
considerado para o estudo. Os fornecedores apresenta
ra
m níveis de rentabilidade superiores
aos dos
proprietário
s que arrendam terra para usina, embora com maiores níveis de riscos,
nas condições de variação de preços da ATR, quantidade de ATR e produtividade física
identificados na região. Uma recomendação de cunho geral a partir dos resultados obtidos é
que proprietários de terra mais aversos ao risco se ajustam melhor ao sistema de
arrendamento uma vez que a rentabilidade mínima é maior que a rentabilidade dos
fornecedores. Por outro lado, se o produtor estiver disposto ao risco da produção pode
alcançar uma rentabilidade de aproximadamente 3 vezes àquela obtida pelos
proprietário
s
que arrenda
m
terra para usina.
Palavras
-
chaves:
Desempenho econômico,
risco,
cana
-
de
-
açúcar.
1
ATR
Açúcar Total Recuperável.
3
ANALYSIS OF RISK AND RETURN IN THE PRODUCTION OF CANE SUGAR IN-
THE
-NORTH REGION OF THE STATE OF SÃO PAULO UNDER TWO TYPES OF
PRODUCT
IVE
CONNTRACTUAL
ARRANGEMENTS
-
Botucatu, 2009. 71
p.
Dissertação (Mestrado em Agronomia/Energia na Agricultura)
-
Faculdade
de Ciências
Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.
Author: FERNANDO BERGANTINI MIGUEL
Adviser:
MAURA SEIKO TSUTSUI ESPERANCINI
2.
SUMMARY
In Brazil, more specifically in São Paulo state, the agribusiness is
witnessing a great development of the sugar cane industry. Sugar cane plantation is present in
approximately 5
.2
million hectares
with a prevision for expansion of 50% within four year. As
a result, the perspective of the demand for agro energy implies in sugar cane being one of the
most attractive investment of the moment. The main expansion form of sugar cane is
occurring though land leasing. Thus, the aim of this
study
was to evaluate the profitability of
land use for production of sugar cane in the São Paulo North Region, under risk
conditions
,
from two
views: the owner operator
and
the cash rental operator
.
It was used Monte Carlo
Method to simulate the critical variables, which were collected from primary sour
ces
4
(effective operational costs, amount of ATR, and sugar cane
yield
) and
from
secondary
sources (value of ATR).
The profitability for the owner operator was based on CONSECANA
model, which payment system for suppliers is based on total sugar recovered (ATR)
content.
For the cash rentals, it has been developed a model based on the contracts made between
the
land
owners and
mills
. Overall, it appears that both suppliers as
tenants
showed positive
profitability levels during the period considered for the study. The owner operators
have
higher levels of profitability comparing to cash rental owners, but with higher levels of risk in
terms of variation in prices of ATR, ATR and yield identified in the region. A g
eneral
recommendation from study is that land owners aversive
to risk
fit
s
better
to rent system, s
ince
the minimum return is greater than the profitability of
owners
operators
. Moreover, if the
producer is willing to production risk, the income may reach approximately 3 times that
one
obtained by the tenants.
Key Words:
Econom
ic performance,
risk,
sugar cane crop.
5
3
. INTRODUÇÃO
O segmento canavieiro passou a assumir, a partir dos anos 70,
importância estratégica na economia brasileira, deixando de ser exclusivamente voltado para o
setor de alimentos através da produção de açúcar, passando a produzir
álcool
, objetivando a
produção de
combustível como parte da política energética do governo, por meio do
Programa
Nacional do Álcool (
PROÁLCOOL
).
Esta
política teve como objetivo aumentar o dinamismo
do se
tor e melhorar a competitividade do sistema com
o
um todo.
As escalas de produção e moagem de cana cresceram, assim como
ganhos importantes em produtividade. Em pouco tempo, o Brasil criou uma ampla rede de
distribuição de álcool hidratado, adaptou pioneir
amente
motores de veículos e desenvolveu
tecnologias para uso do álcool anidro como aditivo para combustíveis. Como conseqüência,
hoje o
país
é o maior produtor mundial de cana-
de
-
açúcar,
sendo
o maior produtor
e
exportador
de açúcar e
o segundo
maior produtor
d
e etanol
.
Mais recentemente, embora em condições diferenciadas, o segmento
sucroalcooleiro vivencia outro ciclo de crescimento, impulsionado, não mais por incentivo
governamental como na década 70, mas pelo crescente mercado de energia (
bi
oenergia
).
Este
crescimento tem sido atribuído, em parte,
à
elevação
de preços de insumos energéticos não
renováveis e
da
insegurança quanto à regularidade de abastecimento no mercado de petróleo e
,
em parte
, devido às conseqüências ambientais do uso de fontes não renováveis de energia.
A expansão da área de cana-
de
-açúcar no Brasil, prevista para atender
às demandas de açúcar e álcool até o ano de 2010, é de 2,5 milhões de hectares (BiodieselBR,
6
2006)
. O aumento da demanda por açúcar e o incentivo ao uso de veículos flex
deverão
promover o aumento desta área.
Porém, a
crise global impôs um novo freio nos projetos de expansão da
produção de
açúcar
e de
álcool
. Segundo cálculos do setor, pelo menos 47 projetos de
implantação de novas usinas no Brasil foram adiados. Em 2007, havia a estimativa de que 140
usinas seriam implantadas até 2015.
Após a crise financeira que afetou fortemente o setor, esta
previsão
caiu para 93. A maioria dos projetos em fase inicial foi suspensa à espera
da
estabilização do
cen
ário
econômico
(UDOP, 2008).
Um grande entrave para o produtor de cana
ne
ste último ano foi a
redução da rentabilidade, causada por um lado pelo decréscimo dos preços, decorrentes do
descompasso entre a oferta e a demanda pelo produto, e de outro,
pelo
aumento
no custo dos
fertilizantes
,
em função da
elevação
de preços do petróleo até outubro de 2008. Os
fertilizantes,
que chega
va
m a representar cerca de 40% dos custos de produção,
diminuíram
consideravelmente a margem de lucro do produtor
(
Brasil Agro, 2008)
.
Para se ter uma idéia, o valor do Açúcar Total Recuperável (
ATR
),
caiu de
R$
0,3820/kg, em abril de 2007 (média acumulada) para R$ 0,2506/kg, em abril de
2008, representando uma queda de 34%. Como o ATR é a base de estabelecimento de preços
pagos ao produtor pela
cana
-
de
-
açúcar
pos
ta na esteira, verifica-se que a receita total do
produtor diminuiu da safra de 2007 para a safra de 2008.
Estudo realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento
(C
ONAB
)
indica que alguns formulados foram reajustados, na última safra, em mais de 100%,
repercutindo no aumento da participação dos fertilizantes no custo de produção.
Atualmente
, a maior parte da produção de cana-
de
-
açúcar
se
concentra
no entorno das usinas, sejam em terras próprias ou arrendad
as.
Existem cerca de 13.927
proprietários rurais
associados a Orplana,
que se dedicam ao cultivo da cana
-
de
-
açúcar em São
Paulo, chamados de
produtores
fornecedores de cana
que
se responsabilizam por todas as
etapas da produção, como o preparo do
solo
, cultivo e plantio, ficando a encargo da usina o
corte,
a
colheita e o
transporte
(
ORPLANA, 2008).
No caso do arrendamento, o produtor recebe um valor
como
proprietário que arrenda terra para usina, sob a forma de contrato com produtividade pré-
estabelecida, ficando a cargo da usina todas as operações da cultura (plantio e colheita)
em
7
mecanismo que seexplicitado neste estudo. No caso do fornecedor, o produtor arca com
todas as despesas relacionadas aos custos de produção da cultura e recebe o pagamento pela
cana fornecida
à indústria.
Estas duas situações implicam em
condições
diferentes de nível de
retorno e risco. No caso dos
proprietário
s que arrendam terra para usina, embora os riscos
sejam menores, os níveis de renda podem diminuir em função do estabelecido no contrato. No
caso do fornecedor, os riscos estão na volatilidade dos preços do açúcar e do etanol,
fatores
primordiais que são balizados para o pagamento da cana, além dos insumos para a produção,
que
freqüentemente
apresentam aumentos de preço em função de flutuações cambiais
diminuindo,
conseqüentemente,
a margem de lucro do produtor. Assim, o
fornecedor,
aparentemente corre
riscos
maiores
, mas em contrapartida aumenta a possibilidade de tornar a
atividade mais rentável, em função do aumento na produtividade ou se os preços do açúcar
e
do álcool
subirem.
O objetivo deste trabalho foi
avaliar
a rentabilidade e risco
de
dois
sistemas de produção de cana-
de
-
açúcar
distintos
: a do produtor fornecedor e do proprietár
io
que arrenda terra para usina. O estudo foi realizado na região que abrange os municípios do
Escritório de Desenvolvimento Regional
(EDR
)
de Barretos, da Coordenadoria de Assistência
Técnica Integral
(
CATI)
, n
o norte do Estado de São Paulo.
Na
região de abrangência do E
DR
de Barretos, as principais atividades
econômicas eram laranja, café, milho e soja, sendo atualmente, substituídas gradativamente
pela cana
-
de
-
açúcar, justificando este estudo na região.
O EDR de Barretos foi escolhido
por
estar localizado em uma região
que teve uma expansão de área cultivada com cana-
de
-açúcar em 288,02% nos últimos 13
anos,
avançando
principalmente sobre pastagem cultivada
(IEA
, 2009)
Espera
-se que este estudo possa subsidiar produtores quanto o tipo
de
relação com as usinas, em função dos retornos e riscos assumidos ao fornecer de
cana
-
de
-
açúcar
para as usinas, ou arrendar as terras para usinas, tendo em vista as variações de preços
da
cana
-
de
-
açúcar
, dos custos de produção e dos valores de arrendame
nto da terra para usinas.
8
9
4
. REVISÃO DE LITERATURA
4
.1. Importância do setor sucro
-
alcooleiro
brasileiro
A cana-
de
-açúcar foi introduzida no Brasil, logo após o
descobrimento, em Pernambuco e, em 1532, em São Paulo. Inicialmente, a cana destinava-
se
basicamente à produção de açúcar. Com o advento do Programa Nacional do Álcool -
Proálcool, em 1975, a sua utilização como fonte de matéria-prima para produção de álcool
combustível assumiu importância considerável.
Entre
as principais culturas temporárias e permanentes brasileiras, a
cana
-
de
-
açúcar
ocupa o terceiro lugar em área colhida desconsiderando a produção pecuária,
e
em segundo lugar
em termos de valor da produção agr
ícola,
gerando quase 17 bilhões de reais,
em va
lores de 2006, conforme mostra a Tabela 1.
10
Tabela 1.
Posição
das principais culturas temporárias
e
permanentes
no Brasil
em área e valor da produção
ano 2006
.
Culturas
Área
(1000
ha)
Valor da Produção
Milhões de Reais
Soja
22.083 18.471
Milho
12.997 9.955
Cana-
de
-
açúcar
6.179 16.969
Feijão
4.243 3.558
Arroz
3.010 4.306
Café
2.312 9.310
Mandioca
1.974 4.373
Algodão herbáceo
910 5.346
Laranja
806 5.346
Fonte: IBGE (2008)
Na safra 2007, segundo a Companhia Nacional de
Abastecimento
(CONAB, 2008), a área de cana-
de
-açúcar plantada no Brasil foi da ordem de 6,96 milhões de
ha,
13%
superior
em comparação à safra anterior, com produção de 475,07 milhões de
toneladas e produtividade média estimada de 78,96 t/ha.
Nos últimos dez anos, a produção de cana para processamento
praticamente dobrou, passando de 257,6 milhões de toneladas de cana processada na safra
2001/02, para 493,3 milhões de toneladas na safra
2007/08. Foi a cultura que apresentou maior
expansão em termos
de áre
a e produção neste período,
no Brasil (UNICA, 2008
).
A cadeia sucroalcooleira apresenta um faturamento total de US$ 20,5
bilhões e um PIB de US$ 68 bilhões, gerando cerca de 4 milhões de empregos diretos e
indiretos, com 72.000 produtores-
fornecedores
independentes, 50 mil fornecedores de
insumos, vendas de US$ 4 milhões/ano e uma produção de 32 milhões de toneladas de açúcar
resultando em uma
arrecadação
US$
17,5 bilhões. O país possui hoje cerca de 380 usinas de
açúcar e álcool
(MAPA
,
2007).
As Regiões Norte, Nordeste e Centro Sul são as
produtoras,
concentrando as maiores áreas cultivadas, a maior produção e a maior concentração de usinas
de processamento de álcool e açúcar. Porém estas regiões apresentam condições diferenciadas
em termos d
e área, te
cnologia e expansão da
área, conforme mostra a Tabela 2.
11
Tabela 2. Área, produtividade e aumento de cultivo da
cana
-
de
-
açúcar
, por região
brasileira
ano 2009
.
Região
Área
mil ha
%
Brasil
Produtividade
t/
Aumento de
área
2008/2009
(%)
Norte
27,50 0,29 63.174 0,17
Nordeste
1.288,90 13,45 55.686 -0,02
Centro Oeste
1.249,20 13,03 76.056 0,12
Sudeste
6.300,20 65,72 70.986 0,01
Sul
720,30 7,51 81.954 0,02
Centro Sul
8.269,70 86,27 72.707
0,02
Norte Nordeste
1.316,40 13,73 55.843
-0,01
Brasil
9.586,12 100 70.391 0,02
Fonte: CONAB
/IBGE (2009
)
A região Centro Sul (Regiões Centro Oeste, Sudeste e Sul)
respondeu
por 86,27% da área cultivada de
cana
-
de
-
açúcar
, tem produtividade 30% superior à região
Norte Nordeste, além de ter apresentado maior expansão de área, principalmente com o
avanço da cultura para a região Centro Oeste. Por estas razões a região Centro Sul respondeu
por 87% da
cana
-
de
-
açúcar
processada
na última safra, tendo aumentado em relação à década
de 90, quando a proporção de cana processada na região Centro Sul era de 77% da produção
brasileira (UNICA, 2008).
Atualmente
o álcool se tornou o principal destino da cana processada
na região Centro Sul, enquanto na região Norte o processamento principal destina-se ao
açúcar. Na região Norte Nordeste o açúcar responde
pela
maior parte do destino da
cana
-
de
-
açúcar
processada, em torno de 47%, enquanto na região C
entro Sul, esta proporção é de 30%.
Para
a região Centro Sul, o destino da cana para a produção de álcool combustível chega a
quase
metade da cana processada. Outros produtos derivados da cana têm menor importância,
principalmente na região Centro Sul. Na região Norte Nordeste, a produção de açúc
ar
para
exportação
, cachaça e outros respondem por 20% d
o destino d
a cana processada (Figura 1).
12
Figura 1.
Destino da cana processada por região em %
-
safra
2007/
2008.
Fonte: ÚNICA (2008)
O setor sucro-alcooleiro brasileiro, por sua importância econô
mica,
ocupa posição de destaque no cenário mundial. É o principal país em termos de área
de
produção de cana com 9,6
mil
hões de ha, em 2008/09, seguido da Índia, com 4,2 milhões de
ha
e da China, com 1,22 milhões de ha, sendo que os demais países possuem menos de 1
milhão de ha de área cultivada de
cana
-
de
-
açúcar
(
USDA, 2008).
Com uma produção de cerca de 32 milhões toneladas por ano o
Brasil
é o principal produtor mundial de açúcar, respondendo por 20% da produção total,
seguido da Índia (17,6%) e União Européia (10,21%), com 28,8 e 16,6 milhões de toneladas
produzidas, respectivamente (USDA, 2008)
O Brasil posiciona-se como o consumidor mundial, atrás de Índia,
principal consumidor, com 21,8 milhões de toneladas,
d
a União Européia com 18,5 milh
ões de
toneladas
e China com 12,8 milhões de toneladas de açúcar consumidas anualmente.
O Brasil é o principal exportador mundial de açúcar, detendo 43% das
exportações mundiais, muito acima da Tailândia, segunda no ranking, que detém apenas 8,8%
do mercado. O volume de divisas geradas pelo segmento sucro-alcooleiro brasileiro é
significativo: 1,7 bilhões de dólares gerados com a exportação de úcar bruto, 1,1 bilhão de
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
úcar Álcool Outros
Região Norte Nordeste Região Centro Sul
13
dólares com a exportação de açúcar refinado e 859 milhões com a exportação de álcool e
tílico
(anidro e hidratado), totalizando U$3,6 bilhões em valores totais de exportação em 2007
(SECEX, 2008).
Assim
, nos últimos cinco anos, os valores totais de exportação
apresentaram um aumento de 57%, com destaque para as exportações de álcool etílico, que
apresentam aumento de 447%, passando de 157 milhões de dólares em 2003, para 859 milhões
de dólares em 2007.
O mercado interno de álcool combustível também
cresceu
devido ao
desenvolvimento da tecnologia flex-fuel
2
para veículo leves que hoje respondem por mais
de 85% da produção de automóveis no Brasil. A consolidação da cadeia sucroalcooleira,
reduzido custo relativo do álcool em relação a outros combustíveis, d
esenvolvimento
tecnológico de carros flex ,
in
stabilidade política dos países produtores de petróleo,
flexibilidade do setor industrial para converter a produção de açúcar em álcool, e
ficiência
produtiva da produção agrícola e industrial e elevado volume de produção de matéria prima,
são fatores que explicam o grande crescimento da produção
de açúcar a álcool no Brasil.
O mercado interno para o etanol está consolidado, principalmente para
fins combustíveis. No
ano
de 2008, o etanol superou a gasolina, para fins combustíveis, pela
primeira vez. O etanol brasileiro ainda enfrenta muitas barreiras para atingir importantes
mercados externos
Os Estados Unidos consomem 25% do petróleo mundial. Neste
sentido
, seria potencialmente um mercado importante para o etanol brasileiro. Mas a produção
de etanol de milho cresceu, praticamente dobrando o volume produzido de 2007 para 2008,
além das muitas barreiras tarifárias à entrada do etanol brasileiro no mercado americano
(DA
LL AGNOL, 2008).
4.2.
Importância da cana
-de-
açúcar no Estado de São Paulo
A cultura da cana-
de
-açúcar e o progresso da agroindústria com
tecnologia avançada e alta competitividade internacional têm permitido o crescimento e a
manutenção de pólos sociais organizados, alavancando o desenvolvimento do comércio e de
2
Flex Fuel
veículo que utiliza dois tipos de combustíveis (álcool e gasolina).
14
serviços
, bem como a melhoria da qualidade de vida em centenas de municípios brasileiros
(ÚNICA,
2008).
O valor de produção agropecuária (VPA) da cana-
de
-açúcar, principal
produto da agropecuária paulista, apresentou em 2008, crescimento de 12,1%, em comparação
ao mesmo período do ano anterior. Dados da Secretaria da Agricultura e Abastecimento
divulgado
s no mês de julho de 2008 mostraram que o VPA da cana-
de
-açúcar foi de R$ 31,8
bilhões
(UNICA, 2008
).
Resultados do estudo realizado em agosto de 2008 pela C
ONAB
(Compa
nhia Nacional de Abastecimento)
para a avaliação da safr
a agrícola da cana
-
de
-
açúcar,
indicam que o estado de São Paulo representa quase 60% da safra nacional,
mostrando
relevante
par
ticipação, frente aos outros estados brasileiros, na produção de cana-
de
-açúcar e
seus derivados.
Entre os estados brasileiros, São Paulo posiciona-se como o principal
produtor brasileiro de cana-
de
-açúcar, em termos de área cultivada e produção (Tabela 3).
Quanto aos valores indicados para a produtividade, São Paulo posiciona-se em 4º lugar,
apre
sentando, porém, diferença significativa em relação aos estados de Mato Grosso do Sul,
Paraná e Goiás, posicionados em 1º ,
e 3º
lugares, respectivamente.
Tabela 3. Participação do estado de São Paulo na produção de cana, em relação à produção
brasileira
ano 200
9
ESTADOS
ÁREA
(em 1000 ha)
PRODUÇÃO
(em 1000 t)
PRODUTIVIDADE
(em kg/ha)
Aumento de
pr
odução em relação
ao ano de 2008
(
%)
SP
5.265,70 382.235,60 72,590 0.014
MG 814,40 53.233,60 65,365 0,108
PR 665,1 56.834,40 85,452 0,022
GO 601,7 44.715,90 74,316 0,367
AL 415 27.000,00 65,060 0,066
PE 396,8 19.741,60 49,752 0,028
MS 386,5 34.349,90 88,874 0,496
MT 261 15.943,50 61,086 0,054
PB 147,2 6.302,60 42,817 0,001
RJ 135,7 6.509,30 47,968 0,011
Outros
BRASIL
497,10
9.586,20
27.912,60
674.779,00
56,151
70,391
0,014
0,033
15
Fonte: CONAB
/
IBGE
(2009
)
O
estado de São Paulo é responsável por quase 60% de todo úcar
produzido no país (Tabela 4). Os estados do Paraná, Alagoas, Minas Gerais e Pernambuco,
ocupam
respectivamente da segunda a quinta colocação representando juntos em
produtividade menos da metade da produção paulista, evidenciando a potencialidade do estado
na atividade. Para se ter uma dimensão do volume produzido em São Paulo, as exportações de
açú
car do Brasil
em 2008
,
atingiram 19,42
milhões de toneladas (SECEX, 2009
).
Tabela 4. Produção de açúcar no Brasil em 2008.
ESTADOS
PRODUÇÃO DE AÇÚ
CAR
(em 1000 t)
%
Brasil
SP
19.372,30 59,09
PR
2.720,70 8,30
AL
2.509,20 7,65
MG
2.484,40 7,58
PE
1.747,60 5,33
GO
1.633,60 4,98
MS 729,80 2,23
MT 540,60 1,65
RJ
257,80 0,79
RN
235,80 0,72
Outros
Brasil
551,20
32.783,00
1,68
100
Fonte: CONAB (2008)
A participação de São Paulo na produção de álcool responde por 59%
da produção nacional de álcool (Tabela 5). Somando as produções dos estados do Paraná,
Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, chegam a
26%
da produção total do país
perfaz
endo
juntos,
pouco mais de 44% da produção paulista.
16
Tabela 5. Produção de álcool no Brasil em 2008.
ESTADOS
PRODUÇÃO DE ÁLCOOL
(em 1000 litros)
%
Brasil
SP
16.009.091,00 59,10
PR
2.231.685,50 8,24
MG
2.169.144,80 8,01
GO
1.454.599,10 5,37
MS 1.321.676,70 4,88
AL
882.634,90 3,26
MT 815.646,10 3,01
PE
567.446,60 2,09
PB
394.751,40 1,46
ES
329.138,40 1,22
Outros
Brasil
910.167,90
27.085.982,40
3,36
100
Fonte: CONAB (2008)
Este estado quase supriu sozinho a demanda interna por etanol, que foi
de 17 bilhões de litros em 2007. Os automóveis e utilitários leves do país consomem mais de
80% do álcool produzido. De março de 2003 a setembro de 2007, foram vendidos 4 milhões
de carros com motores tipo flex fuel
no Brasil.
Para
a Associação Nacional de Fabricantes
de Veículos Automotores (Anfavea),
a
expectativa
do setor é produzir 15 milhões de
auto
móveis
com motor flex fuel
até 2013. O grande comprador do etanol brasileiro nos
próximos anos será mesmo o mercado interno (
AGRIANUAL
2008). As vendas externas de
álcool atingiram a cifra de US$1,6 bilhão em 2006, um aumento de aproximadamente 115%
em relação ao ano de 2005.
Juntos, o açúcar e o álcool ocupam a quarta posição na pauta das
exportações do agronegócio brasileiro, atrás somente do complexo soja, carnes e produtos
florest
ais, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA,2007).
Houve no estado de São Paulo, no período de 2004 a 2008,
um
aumento na área plantada de cana-
de
-açúcar em torno de 60%. Acompanhando esta elevação
foram obtidas produções que atingiram a marca de 400 milhões de toneladas, o que representa
um incremento de 59% em relação ao ano de 2004. a produtividade no mesmo período teve
um acréscimo em torno de 4%
(Tabela 6).
17
Tabela 6. Evolução da área, produção e produtividade de cana no estado
de São Paulo
ano 2008.
Ano
Área
(em mil ha)
Produção
(em mil t)
Produtividade
(em Kg/ha)
2004 2.951,20 241.659,00 81.885
2005 3.120,60 254.809,70 81.654
2006 3.436,80 284.916,70 82.902
2007 3.907,40 327.683,60 83.862
2008 4.875,00 409.987,50 84.100
Fonte: CONAB
(2008) e IEA (2007)
A região do EDR de Barretos é o segundo maior produtor de cana-
de
-
açúcar no estado de São Paulo, mas possui a maior área com 472.965 ha plantados. Com uma
área muito próxima,
414.610
ha
o EDR de Orlândia
que
oc
upa o primeiro lugar com a
produção.
Com relação ao aumento de área plantada,
Barretos
se mantém no segundo lugar
com um aumento de 288,02% nos últimos 13 anos, perdendo para a região de Andradina que
cresceu no mesmo período em área em
551,43%. Ist
o evidencia a potencialidade de áreas mais
distantes de grandes centros para onde a cana migrou nestes últimos anos. Araçatuba, também
na região oeste, e
xperimentou crescimento de 266,64
% no
período (
Tabela 7).
.
Ne
stas
novas áreas, a cana ocupou áreas degradadas de pastagens, que
por sua vez representavam baixa rentabilidade, migraram para estados situados ao norte do
paí
s, onde a terra tem um menor valor.
Em
regiões tradicionalmente sucro-alcooleiras como
Piracicaba e Ribeirão Preto também tiveram um acréscimo de área utilizada pela cultura em
102,96% e 109,30% respectivamente.
18
Tabela 7. Á
rea
nova
, produção e produtividade de cana no por Escritório de
Desenvolvimento R
egional
(EDR)
, estado de São Paulo
1995
2008
EDR
Área
(ha)
Produção
(t)
Produtividade
(t/ha)
Aumento de
área 1995 2008
(%)
Orlândia
414.610 33.993.971 81,99 179,26
Barretos
472.965 31.983.005 67,62 288,02
Rib. Preto
360.445 28.845.566 80,03 109,30
Araraquara
249.519 17.783.395 71,27 126,41
Assis
258.801 18.677.351 72,17 208,99
Jaboticabal
251.397 18.425.790 73,29 153,15
Catanduva
247.987 17.050.130 68,75 227,76
Araçatuba
237.091 20.102.983 84,79 266,44
Piracicaba
191.423 12.194.748 63,71 102,96
Andradina
241.635 15.669.858 64,85 551,43
Fonte: IEA (2009
)
A
cana
-
de
-açúcar praticamente mantém a sua participação no valor da
produção das regiões paulistas, passando a ser o principal produto de 20 regiões em 2008,
contra 21 em 2007. Barretos prossegue como um dos
líder
es
na lista do VPA das regiões
paulistas,
mas
reduzindo a sua participação no valor total do Estado, de 6,0% em 2007 para
5,3 em 2008
(T
SU
NECHIRO
e
t al.
, 2009).
Em
26 das 40 regiões do Estado de São Paulo, abrangidas pelos
Escritórios de Desenvolvimento Rural (
EDR
), a cana-
de
-açúcar foi o principal produto, sendo
que em 2005 a cultura obteve essa mesma colocação em 21 EDR
s e
em 2004 em 14
EDRs.
4.3. Organização do Setor Produtivo
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (2000) distingue
alguns tipos de arranjos produtivos e suas respectivas características, como proprietário-
produtor, arrendamento pago em caixa
ou com
base em parcela da produção.
O proprietário-produtor recebe o retorno total da produção, en
carrega
-
se de todo o custo associado com a produção, tem o encargo de todo o risco, e experimenta
custos caixa (pagamentos realizados à vista) e não caixa (custos de depreciação)
da
propriedade e manutenção da terra.
No arrendamento em caixa, o proprietário não arca com nenhum ris
co
de produção e recebe uma taxa fixa de retorno para um tempo especificado. O proprietário
19
estabelece a renda a ser recebida com caixa baseado em experiências de produção, não arca
com riscos, e recebe uma taxa fixa de retorno por um período de tempo especificado no
contrato de arrendamento.
O sistema de arrendamento com base em parcela da produção, que se
aproxima no Brasil do que se conhece por parceria, é muito mais complexo e variam muito
entre empreendimentos, qualidade da terra e áreas geográficas. Este tipo de arranjo altera
substancialmente as estruturas de custo e risco da produção para proprietário da terra
e
parceiro. Ambos partilham retornos e riscos, e a proporção desta partição depende da atividade
produtiva, da proporção de custos caixa partilhados, da qualidade da terra e arranjos
contratuais.
Dentro desta definição, os arranjos contratuais na atividade de
produção de cana-
de
-açúcar se aproximam da definição de proprietário produtor, que é
conhecido no segmento como fornecedor e do arrendamento com base em parcela da
produção, conhecido por sistema de arrendamento.
Os produtores
fornecedores
de cana do Estado de São Paulo, em
número de 13.927, representados pela ORPLANA (Organização de Plantadores de Cana da
Região Centro Sul do Brasil), foram responsáveis pela entrega de aproximadamente 28 % de
toda matéria-prima processada na safra 2007/2008, ou seja, aproximadamente 89 milhões de
tonelada
s de cana ou o equivalente a 13
milhões de toneladas de ATR
(
ORPLANA
, 2009)
.
Deste total de produtores, 90 % produzem até 10.000 toneladas de
cana em área de até 150 ha e foram responsáveis por 34 % da produção entregue. A área
média de produção de cana é de 60 ha, sendo que as áreas variam de 20 a 249
hectares
nas
diferentes regiões produtoras de cana do Estado. Isso demonstra a importância do pequeno e
do médio produtor de cana que, ao todo, cultiva 809.445 hectares de terra, com uma
produtivi
dade média de aproximadamente 84,8 t/ha
,
na safra 2006/2007 (
ORPLAN
A
, 2009
).
Os produtores de cana encontram-se organizados através de 26
associações de classe que estão filiadas à ORPLANA, sendo que, a Associação de Piracicaba é
a que possui maior número de produtores
(4.254
produtores), ou seja, 30 % do total, com uma
área média de 21 hectares e a segunda maior produção de cana (7,66 milhões de toneladas).
Sertãozinho
apresenta
1.834
produtores
e
é a segunda maior (
12,9%)
em termos de número de
20
produtores
, com uma área média de 62 hectares, e a primeira em termos de produção (9,665
milhões de toneladas
)
(ORPLANA, 2009
).
Em suma, para que se tenha uma idéia da magnitude da produção
de
cana de produtores fornecedores do Estado de São Paulo, hoje, ela supera a produção do
México, da Austrália, da África do Sul e Tailândia, dentre os principais produtores mundiais
(ORPLANA, 2009
).
.
4.4.
Estrutura de Fornecimento de Cana
Segundo NEVES (2009), a transação entre agricultura e indústria é
relativamente
complexa. As formas de governança que existem entre o produtor agrícola e a
usina de açúcar e álcool são os contratos, a integração vertical e o
mercado
spot ,
representado pelo pagamento à vista e pronta entrega da mercadoria. A integração vertical é
observada quando a cana é plantada em áreas da própria usina. O arrendamento (aluguel da
terra) é a opção seguinte num sentido de desverticalização. As próximas opções, menos
integradas
, são os
contratos de parceria, de fornec
imento e, por fim, o mercado
spot .
Cabe ressaltar que muitas das Usinas de açúcar surgiram da integração
vertical à jusante dos produtores de cana. Assim, o padrão dominante de governança desta
transação até recentemente foi a da integração vertical, sendo que as necessidades extras de
matéria prima eram supridas por meio da compra de fornecedores. Segundo dados do NIPE-
UNICAMP (2005),
estima
-
se
que, em média, 65% das áreas cultivadas com cana pertencem às
usinas (propriedade e arrendamento)
e 35% a pr
odutores fornecedores
.
Segundo FARINA et al. (1998) a transação de venda de cana entre
produ
tores e usinas é um dos pontos mais importantes e conflituosos do sistema agroindustrial
da cana-
de
-açúcar. Trata-se de uma relação problemática, onde notadamente as partes não se
comportam como parceiras, buscando relacionamentos estáveis e de longo prazo, com divisão
de riscos e margens.
O que se observa, na maioria dos casos, é uma visão de curtíssimo
prazo, visando resultados imediatos. Os ativos envolvidos nesta transação são de elevada
especificidade. A cana-
de
-açúcar tem elevada especificidade locacional, uma vez que cana a
mais de 50 km da usina inviabiliza o seu processamento, devido aos altos custos de transporte
(NEVES
et al.,
1998)
. Além disso, existe a especificidade temporal, pois a cana queimada
21
precisa ser esmagada rapidamente sob pena de ir perdendo qualidade. Isto faz com que esta
transação
seja
pelos fatores envolvidos
,
bastante delicada.
Por outro lado, a u
sina
para o esmagamento de cana é um gran
de
investimento
de elevada
especi
ficidade
, com realocação para outra atividade praticamente
impossível.
De acordo com NEVES et al. (1998) existe ainda uma clara percepção no setor
que
o grau de verticalização é excessivo e que os produtores especializados conseguem
produções melhores que as usinas, especializadas na atividade industrial, quando realizam a
atividade agrícola
.
4.5.
Sistema de
R
emuneração da
Cana
-de-
açúcar
ao F
ornecedor
O Ato 25, publicado no Diário Oficial da União, em 17 de agosto de
1982, estabeleceu que a partir do ano-safra 1983/84 todas as usinas e destilarias, com mais de
três anos de funcionamento, teriam que pagar a cana aos fornecedores pelo teor de sacarose
(PCTS)
. Até
então
, o Brasil, maior produtor mundial de cana-
de
-açúcar, ainda utilizava o
antigo método de pagamento por peso. A qualidade
da cana não era levada em consideração
o peso. Países como a Austrália e África do Sul, grandes
produtore
s
mundiais
, utilizavam a
análise
da qualidade da cana-
de
-açúcar para o pagamento ao produtor. Esse atraso, no Brasil,
em adotar a nova sistemática ocorreu por problemas de ordem política e principalmente de
ordem tecnológica (PAGAMENTO, 1984).
O sistema de pagamento da cana-
de
-
açúcar
aos fornecedores,
denominado
Sistema de Pagamento da Cana pelo Teor de Sacarose (PCTS), vigente até a
década de 90,
era
realizado com base no
teor de sacarose da cana e pureza do caldo.
Quando da entrega dos carregamentos na unidade indu
strial
eram
feitas análises e determinado o preço da tonelada de cana. O governo fix
ava
o preço da cana, o
qual poderia ter um ágio, caso a cana entregue apresentasse uma qualidade superior à cana
padrão do estado e, um deságio, caso a cana entregue apresentasse uma qualidade inferior à
cana padrão do estado. Os ágios predominavam sobre os deságios e o setor obedecia à
equação:
Preço Oficial + Ágio
-
Custo de produção = Lucro.
22
A cana padrão era determinada pela Comissão Regional de Pagamento
de Cana pelo Teor de Sacarose de cada estado, que era composta por representantes dos
fornecedores de cana, dos industriais e do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA).
No caso do Estado de São Paulo, uma tonelada de cana padrão
continha 122,57 quilos de sacarose por tonelada, o que equivalia a uma Pol%Cana
3
de
12,257% e a pureza do caldo igual a 83,87%. Quanto maior a pureza do caldo da cana, melhor
a sua qualidade (PAGAMENTO, s.d.).
Portanto, só se conseguia preço melhor para as canas mais ricas, isto é,
para as que apr
es
entassem Pol%Cana superior a 12,
257% e pureza do caldo acima de 83,87%.
Segundo dados da UNICA (2006), com a política de liberação dos
preços controlados pelo governo federal, no início dos anos 1990, a
cana
-
de
-
açúcar, açúcar e o
etanol (anidro e hidratado) passaram a ter seus preços regidos pelo mercado. Porém, apesar de
a lei que determinava a liberação ter sido publicada em 1991, somente cinco anos mais tarde
foram
publicadas as portarias ministeriais liberandos os preços do setor sucroenergético.
Naqu
ela
época, os produtores brasileiros foram pesquisar em países com preços liberados, a
sistemática para remuneração do setor agrícola. Depois disso, uma equipe constituída por
cinco representantes dos produtores de cana-
de
-açúcar e cinco
representantes
dos
industriais
elaborou um modelo de autogestão, baseado em um sistema para remunerar a matéria-
prima
com base no Açúcar Total Recuperável (ATR).
O trabalho culminou com a criação do CONSECANA (Conselho dos
Produtores de Cana-
de
-
açúcar
, Açúcar e Álcool de São Paulo), em 1999, responsável pelo
modelo de gestão do setor, de adoção voluntária, e que começou a operar na safra 1998/1999,
com 85% dos produtos da cana-
de
-açúcar sendo comercializados com preços de mercado
(UNICA, 2006). Esse sistema vigora até os dias atuais. A remuneração da cana-
de
-
açúcar,
segundo o modelo CONSECANA-
SP,
e que será melhor detalhada em Material e Métodos,
é
calculada de acordo com: a) a quantidade de ATR entregue pelo fornecedor de cana; b) a
participação do custo de produção da matéria prima nos custos de produção do açúcar, do
etanol anidro e etanol hidratado, c) os preços líquidos do açúcar e do etanol praticados nos
3
Pol%Cana é o teor de sacarose contida na cana.
23
mercados interno e externo e d) o mix
4
de produção. Para aferir o modelo CONSECANA-
SP, foram
utilizados:
a participação do custo da matéria-prima nos custos de produção de
açúcar e etanol (PMP), o
mix
de produção e os preços líquidos do úcar e do etanol
praticados nos mercados interno e externo.
Para cálculo do preço de uma tonelada de cana-
de
-açúcar, segundo o
modelo CONSECANA-SP, tomou-se como base uma matéria prima com 145 kg de ATR por
tonelada de cana e a comercialização dos seguintes produtos: úcar branco para o mercado
interno (ABMI); para o mercado
externo
(ABME); açúcar VHP
5
para o mercado externo
(AVHP
6
); etanol anidro carburante (EAC); etanol hidratado carburante (EHC); etanol anidro
exportação (EAE); etanol hidratado exportação (EHE); etanol anidro industrial (EAI); etanol
hidratado industrial (EHI).
Considerando-se o ATR da matéria prima 145 kg/t e o preço médio do
kg de ATR de R$ 0,2618, v
erifica
-se que o valor da cana, segundo o modelo CONSECANA-
SP é de R$ 37,96 por tone
lada.
4
Mix
de
produção
- é uma série numérica usada nas empresas, que significa a proporção de
produção do que será
fabricado. Neste caso açúcar e álcool.
5
VHP
(Very High Polarization) É um tipo de açúcar menos úmido, ideal para exportação,
pois facilita o
transporte.
6
AVHP
-
Açúcar tipo VHP destinado ao mercado externo.
24
5. MATERIAL E MÉTODOS
Para o desenvolvimento deste
estudo,
2006 a 2008,
foram
selecionados
os seguintes municípios do Escritório de Desenvolvimento Regional (EDR)
da
região de Barretos: Colina, Barretos, Terra Roxa, Jaborandi, Viradouro,
Bebedouro,
Severinia, Monte Azul Paulista e Olímpia. A Regional de Barretos foi escolhida por ser
uma
importante produtora de cana-
de
-açúcar, por possuir várias usinas/destilarias e pela sua
logística.
O estudo
teve o seu in
icio no segundo semestre de 2008.
A partir de levantamento de dados disponíveis em diversas
instituições como Usinas, Destilarias, Secretaria de Agricultura e Abastecimento de
SP
,
A
gência
Paulista de Tecnologia dos A
gronegócios
, C
oordenadoria
de
A
ssistência
T
écnica
I
ntegral
, Sindicatos, Cooperativas e Associações do setor, foi delimitada a amostragem dos
dois tipos de situações mais comuns de organização da produção de cana-
de
-açúcar, que são:
produtor fornecedor (
que
fornece matéria prima para as usinas)
e
proprietários que
arrendam terra para usinas (que cede suas terras à usina em troca de um aluguel fixo,
independente da quantidade produzida). Este último sistema é regido pelo Estatuto da Terra -
Lei nº 4504 de 30/11/1984
-
e pelo
Decreto nº 59566 de 14/11/1966.
25
Foram selecionados produtores que tipicamente representassem os
dois tipos de organização produtiva na região, com base nas indicações de técnicos da
CANAOESTE, em função da disponibilidade e controle de informações por parte dos
produtores
. Para abranger de forma mais ampla possível a região, selecionou-
se
seis
produtores
de
cada um
dos
nove
municípios
, sendo
três
fornecedores e
três
proprietários que
arrendam a terra
,
totalizando
54 produtores, dos quais 27 fornecedores e 27 proprietários que
arrendam a terra. Colaboraram também com a pesquisa técnicos dos escritórios da
CANAOESTE dos municípios em questão.
Foram realizadas entrevistas junto a estes produtores aplicando-
se
questionário fechado (A
nexos
1 e 2).
A partir destas informações foi elaborado um modelo de rentabilidade
para o produtor fornecedor e proprietários que arrendam terra para usinas, identificando as
variáveis críticas e seus impactos para a rentabilidade
nos
dois arranjos produtivos. A seguir
serão descr
itos os modelos de retorno econômico para cada um
a
das relações contratuais
.
5.1.
Análise de retorno econômico
Para
analisar o risco neste estudo, adotou-se a abordagem simplificada
de A
VEN
(2004), por ser um dos trabalhos que focam em questões práticas de análise de
risco. O modelo utilizado, mostrado na Figura 2, fornece medidas quantitativas que devem ser
previstas no futuro, como lucro, produção, perdas, e outras a partir de estimativas subjetivas
ou dados históricos
, para tomada de decisão.
futuro do sistema e, em particular, algumas quantidades
desempenho do sistema, dado por Y.
que relacion
por Y= f (x
cálculo de probabilidade, as avaliações de risco das variáveis x e o modelo que relacion
Y,
para obter o r
previsã
futuro do sistema e, em particular, algumas quantidades
desempenho do sistema, dado por Y.
que relacion
ou
as medidas de desempenho (Y)
por Y= f (x
1
,x
2
, ..., x
cálculo de probabilidade, as avaliações de risco das variáveis x e o modelo que relacion
para obter o r
esultado da análise, ou seja, as distribuições de probabilidade de Y, ou a
previsã
o de Y.
Figura
Esta sistemática de abordagem foi utilizada para
futuro do sistema e, em particular, algumas quantidades
desempenho do sistema, dado por Y.
as medidas de desempenho (Y)
, ..., x
n
). As incer
cálculo de probabilidade, as avaliações de risco das variáveis x e o modelo que relacion
esultado da análise, ou seja, as distribuições de probabilidade de Y, ou a
2
-
Elementos básicos de análise de risco.
Fonte: AVEN (2004)
Esta sistemática de abordagem foi utilizada para
futuro do sistema e, em particular, algumas quantidades
desempenho do sistema, dado por Y.
Com base em dados reais
as medidas de desempenho (Y)
). As incer
tezas com relação ao vetor x foram
cálculo de probabilidade, as avaliações de risco das variáveis x e o modelo que relacion
esultado da análise, ou seja, as distribuições de probabilidade de Y, ou a
Elementos básicos de análise de risco.
Fonte: AVEN (2004)
Esta sistemática de abordagem foi utilizada para
futuro do sistema e, em particular, algumas quantidades
Com base em dados reais
as medidas de desempenho (Y)
às quantidades observáveis (x
tezas com relação ao vetor x foram
cálculo de probabilidade, as avaliações de risco das variáveis x e o modelo que relacion
esultado da análise, ou seja, as distribuições de probabilidade de Y, ou a
Elementos básicos de análise de risco.
Fonte: AVEN (2004)
Esta sistemática de abordagem foi utilizada para
futuro do sistema e, em particular, algumas quantidades
observáveis refletindo o indicador de
Com base em dados reais
, desenvolve
às quantidades observáveis (x
tezas com relação ao vetor x foram
cálculo de probabilidade, as avaliações de risco das variáveis x e o modelo que relacion
esultado da análise, ou seja, as distribuições de probabilidade de Y, ou a
Elementos básicos de análise de risco.
Esta sistemática de abordagem foi utilizada para
avaliar
observáveis refletindo o indicador de
, desenvolve
às quantidades observáveis (x
tezas com relação ao vetor x foram
avaliadas.
cálculo de probabilidade, as avaliações de risco das variáveis x e o modelo que relacion
esultado da análise, ou seja, as distribuições de probabilidade de Y, ou a
avaliar
o desempenho
observáveis refletindo o indicador de
, desenvolve
u-
se um modelo
às quantidades observáveis (x
1
,x
2
, ..., x
n
) dado
avaliadas.
Foi utilizado
cálculo de probabilidade, as avaliações de risco das variáveis x e o modelo que relacion
ou
esultado da análise, ou seja, as distribuições de probabilidade de Y, ou a
26
o desempenho
observáveis refletindo o indicador de
se um modelo
) dado
Foi utilizado
o
ou
x a
esultado da análise, ou seja, as distribuições de probabilidade de Y, ou a
27
Desta forma, Y representou
a
rentabilidade líquida em cada tipo de
organização produtiva (fornecedor e proprietários que arrendam terra para usinas) e Y= f
(x
1
,x
2
, ..., x
n
), representou o modelo de rentabilidade líquida, com as variáveis x
1
,x
2
, ..., x
n
sendo as quantidades observáveis que influencia
ram
o indicador de desempenho do sistema.
Para determinar a rentabilidade líquida e risco dos dois tipos de
organização produtiva foi
utilizado o método de simulação estocástica ou de Monte Carlo, por
envolver elementos aleatórios, referentes aos riscos de variação em determinadas variáveis.
O método de Monte Carlo é reconhecido como uma técnica válida, e
apresenta uma série de vantagens como redução de tempo, de custos e possibilidade de
repetição, sob diferentes condições de produção, adequadamente mo
deladas (C
RUZ
, 1986).
Ao contrário da análise determinística, que utiliza valores únicos para a obtenção de um
indicador do sistema, geralmente a média das variáveis críticas, a técnica de simulação de
Monte Carlo permite incorporar as possibilidades de alterações d
as
variáveis, segundo as
probabilidades de sua ocorrência.
As etapas do Método de Mon
te Carlo são esquematizadas n
a Figura 3.
Figura 3
seguintes etapas, conforme AVEN (2004)
Figura 3
.
Processo de simulação de Monte Carlo para uma situação de quatro variáveis
seguintes etapas, conforme AVEN (2004)
Processo de simulação de Monte Carlo para uma situação de quatro variáveis
Para o processo de simulação de Monte Carlo foram
seguintes etapas, conforme AVEN (2004)
Processo de simulação de Monte Carlo para uma situação de quatro variáveis
Para o processo de simulação de Monte Carlo foram
seguintes etapas, conforme AVEN (2004)
:
Processo de simulação de Monte Carlo para uma situação de quatro variáveis
Para o processo de simulação de Monte Carlo foram
:
Processo de simulação de Monte Carlo para uma situação de quatro variáveis
Para o processo de simulação de Monte Carlo foram
Processo de simulação de Monte Carlo para uma situação de quatro variáveis
Para o processo de simulação de Monte Carlo foram
Processo de simulação de Monte Carlo para uma situação de quatro variáveis
Para o processo de simulação de Monte Carlo foram
realizadas
28
realizadas
as
29
1) Seleção e identificação das distribuições de probabilidades das
variáveis em estudo
,
2) Seleção aleatória de um valor de cada variável em estudo, associada
à probabilidade de sua ocorrência,
3)
Determinação do valor do indicador de desempenho do sistema
utilizando o valor da variável associada à probabilidade de ocorrência,
4) Repetição das etapas 2 e 3 até que a distribuição de probabilidade
do indicador de rentabilidade satisfaça as exigências dos t
omadores de decisão.
A seguir são apresentadas as formulações para gerar o indicador de
rentabilidade em cada um dos arranjos produtivos (fornecedor e proprietários que arrendam
terra para usinas
), com identificação das variáveis que foram objeto de simulação.
5.1.1. Indicadores de rentabilidade para o fornecedor
A
equação 1 mostra os itens
utilizados
para estimar a
rentabilidade
líquida por unidade de área para o produtor fornecedor da região Norte do Estado de São
Paulo:
6
0
1
)(
n
n
nnnn
r
COE
xQ
xVATR
QATR
RLTA
(equação 1)
onde:
RLTA
= f(RLTA) função de distribuição de probabilidade da Receita Líquida Total
Atualizada
, ou seja, a somatória das receitas líquidas em todos os anos de duração da cultura,
descontadas
via taxa de juros, expressando o retorno do produtor considerando o tempo
total
de produção da cana (em R$/ha)
QATR
n
= f(
QATR
n
)
função de distribuição da probabilidade da quantidade de ATR
da cana entregue pelo produtor, tendo em vista os parâmetros de qualidade no ano n (em
kg/tonelada de cana)
VATR
n
= f(
V
ATR
n
)
funç
ão de
distribuição da probabilidade do valor da ATR no ano
n (em R$/kg de ATR)
30
Q
n
= f(
QATR
n
)
função de distribuição da probabilidade da produtividade física
da
cana
-
de
-
açúcar no ano n (em t/ha)
. Cabe ressaltar que no ano de implantação a produtividade é
zero.
COE
n
= Custo operacional efetivo no ano n (em R$/ha)
r
= taxa
de desconto
(em %
ao ano)
n = duração da cultura (em anos, sendo n=0 , .... , 6).
Os valores de
QATR
e
VATR
são a base para estimar o Valor da
Tonelada de Cana (VTC) pago ao produtor fornecedor pelo modelo CONSECANA, utilizado
neste estudo.
A quantidade de ATR na cana
(QATR)
foi
determinada pela seguinte
equação
:
Q
ATR (kg/t de cana) = 9,52463 x PC + 9,05 x ARC,
(equação 2)
onde :
PC
=Pol
arizaçã
o da c
ana;
ARC
= Açúcares Redutores
da c
ana determinado pela seguinte fórmula:
ARC
= (3,641
-
0,0343 x P) x (1
-
0,01 x F) x (1,0313
-
0,0057 x F)
P
= pureza do caldo
(%)
F
=
teor de f
ibra
da cana em (
%)
Cada produtor tem sua cana amostrada e analisada para determinar a
quantidade de ATR nos carregamentos.
Quanto menor a quantidade de cana entregue, menor é
o número de carregamentos amostrados. Por exemplo, de 1 a 5 carregamentos, todos são
amostrados e acima de 100 carregamentos por dia, apenas 25% são amostrados.
A quantidade de ATR foi coletada junto aos produtores entrevistados
que forneceram os dados para a QATR determinada em cada ano de corte da cana
-
de
-
açúcar.
O valor do ATR
(VATR)
foi obtido da publicação mensal da
ORPLANA de Janeiro de 2006 a Dezembro de 2008. Ao final do ano-safra, o preço final da
cana
-
de
-açúcar entregue pelo produtor à unidade industrial durante a moagem é
apurado
considerando
-
se o
mix
de produção da unidade industrial, o
mix
de comercialização da unidade
industrial e o produtor recebe ou paga de acordo com os adiantamentos já recebidos. Os preços
da ATR divulgados levam em conta as variações dos preços do açúcar no mercado interno e
31
externo e do álcool anidro e hidratado no mercado interno e externo e foram deflacionados
pelo IGP
-
DI, com base em dezembro de 2009.
Foi utilizado o Custo Operacional Efetivo (COE) dos
produtores
fornecedor
es
utilizando os preços dos insumos de dezembro de 2008, para fins de
compatibilidade com a base de deflacionamento do valor da ATR.
Nesta
região,
é comum
entre os produtores fornecedores de cana-
de
-açúcar a contratação da maioria dos serviços da
próp
ria u
sina
.
Este
s produtores não arcam
diretamente
co
m os demais custos de produção
como, por e
xemplo:
depreciação, juros sobre capital empatado em máquinas e equipamentos,
abrigos, seguros e outros custos fixos decorrentes d
a propriedade de máquinas, uma vez que os
maquinários e implementos utilizados nos serviços são da própria usina. Os custos
de
responsabilidade do
produtor fornecedor
foram
os custos opera
cionais de produção, que foram
de
terminados conforme metodologia de
M
ARTIN
et al. (1998).
Como os produtores contratam a maior parte de seus serviços junto às
usinas
os custos de implantação, de condução e CCT (Corte, Colheita e Transporte), os
coeficientes técnicos são semelhantes e foram sistematizados em uma planilha de custo
representativa dos produtores fornecedores da região.
Considerou
-
se
que, tanto os produtores fornecedores como os
produtores que arrendam terra realiza
ra
m
o mesmo número de
cortes
na
cana
-
de
-
açúcar
a
partir da
sua
implantação
e que ao final do último corte, normalmente o
sexto
corte
,
foi
feita
nova implantação da cultura. Assim, foram determinados
sete
valores de custos operacionais
efetivos,
sendo o primeiro para implantação da cultura e os demais relativos aos anos de
produção da cana
-
de
-
açúcar.
A produtividade física da
cana
-
de
-
açúcar
(Q
n
) foi coletada junto aos
fornecedores em cada ano de duração da
cultura,
verificando
-se que a produtividade física da
cana
-
de
-
açúcar
decresce ao longo do tempo de vida útil da cultura.
Para a taxa de desconto utilizou-se o valor de 6% ao ano, ou seja, o
custo de oportunidade de um capital de baixo risco, uma vez que
o risco está presente no valor
da ATR, da produtividade por área e da qualidade da cana, representado pela quantidade de
ATR do produtor.
Para estimar quanto, em média, o produtor ganha por ano de dur
ação
da cultura foi determinada também a Renda Líquida Anual Equivalente (RLAE). Este
32
indicador mostrou qual o retorno líquido o p
rodutor
teria, se a Receita Líquida Total
Atualizada
fosse igualmente distribuída por todos os anos de produção. A RLAE foi calculada
pela equação 3.
1)1(
)1(
n
n
r
rr
RLTA
RLAE
,
(equação 3)
onde:
RLAE
= Renda Líquida Anual Equivalente (em R$/ha)
r
= taxa de desconto (em % a.a.)
n
= tempo de duração da cultura (em anos)
Resumindo
, foram consideradas como variáveis críticas, a quantidade
de ATR recebida pelo produtor, a produtividade física da cana e o valor da ATR. Os dados
para a estimativa das funções de distribuição das duas primeiras variáveis foram coletados
junto aos produtores e os valores da ATR foram coletado
s junto ao CONSECANA.
5.1.2. Indicadores de rentabilidade para os
proprietários que arrendam terra para usinas
No caso do arrendamento em cana, verifica-se que o proprietário
da
terra
enfrenta
certo
nível de risco em termos de retornos recebidos uma vez que o valor do
ATR também é utilizado como referência para os arrendamentos. O produtor arrenda sua terra
para a unidade industrial e recebe um valor fixo de ATR por tonelada de cana produzida na
sua
propriedade
, independente do teor de sacarose, que é pré
-
fixado contratualmente.
Esse índice, utilizado como valor pago do
arrendamento,
é obtido
considerando
-se os parâmetros de uma cana padrão definidos no antigo sistema PCTS, que
utiliza
a equação técnica de determinação de ATR anterior a última revisão, chega
ndo
a uma
cana equivalente à cana padrão existente antes da desregulamentação, de 121, 97 kg de ATR
por tonelada de
cana.
A maioria das unidades industriais utiliza esse índice como referência
para o pagamento de arrendamento e/ou parcerias. Isso significa que um proprietário que
33
arrenda suas terras para a unidade industrial pode receber o equivalente a 121,97 kg de ATR/t
de cana produzida em suas terras, independente se a cana produzida nessa propriedade possuir
um valor de ATR/t de cana maior ou menor que esse valor de referência. (S
ACHS,
2007
).
Assim, a quantidade de ATR recebida pelos proprietários que
arrendam terra para usinas também pode variar, pois alguns proprietários que arrendam a terr
a
conseguem negociar valores maiores de quantidade de ATR, embora em menor dimensão
comparando
-se com o fornecedor. Desta forma, a equação que estabelece o rendimento para
os
proprietários que arrendam terra para usinas é semelhante à do
produtor
fornecedor
, e é
mostrada a seguir
:
5
0
1
)
97
,
121
(
n
n
nn
r
OC
xVATRxQ
RLTA
(equação 4)
Algumas diferenças na estimativa do valor de ATR podem ser
ressaltadas: a quantidade de ATR varia menos para o
produtor
fornecedor em função do
contrato estabelecido; os proprietários que arrendam terra para usinas não arcam com o custo
operacional efetivo e sim com outros custos como taxas e impostos; o tempo de duração (n)
dos contratos é, na maioria das situações analisadas, de 5 anos.
Tamb
ém foi estimada a Renda Líquida Anual Equivalente para fins de
comparação com os indicadores obtidos para os fornecedores.
5
.2. Análise de risco
Para esta análise, foi utilizado o programa computacional @
RISK,
versão 4.5, normalmente utilizado em análise de risco e permite a execução de até 10.000
interações, ou seleções aleatórias dos valores das variáveis simuladas e suas respectivas
probabilidades a partir da
s distribuições de freqüências.
Quanto maior o número de simulações
executadas, maior a
precisão dos resultados
.
O programa dispõe de ajustamento de funções de distribuição de
probabilidade contínuas e discretas e 38 funções de distribuições possíveis, com três testes de
aderência: Smirnov-Kolmogorov, Anderson-Darling e Qui-quadrado. A escolha da função de
34
distribuição de probabilidade é realizada a partir do
Bestfit
, que lista as distribuições mais
apropriadas a partir de cada tipo de teste.
O programa elenca ainda os testes que apresentaram maior aderência
da função aos dados. Utilizando sempre o teste que apresentou a maior aderência, ajustou-
se
a
função de distribuição de probabilidade das variáveis aos dados coletados em campo ou em
fontes secundárias.
Para avaliar o retorno e o risco foram determinadas as
seguintes
medidas para análise dos resultados: medidas estatísticas de Y (receita líquida), porcentagens
de risco e
análise de sensibilidade das variáveis. As medidas estatísticas para os indicadores de
receita quida foram:
dia
,
me
diana
, m
oda
,
7
valor máximo e valor mínimo dos indica
dores
de receita.
Para a análise de risco foram determinadas a variância, o desvio padrão
e o coeficiente de variabilidade
que
fornece a medida de quanto os valores previstos variam
relativamente ao valor médio. Como esta medida é independente das unidades das variáveis,
pode ser usada para comparar a variabilidade de duas ou mais previsões, mesmo quando as
escalas entre elas diferem. O coeficiente de variabilidade varia de 0 a 1, mas pode exceder
este valor se o desvio padrão é excepcionalmente elevado.
Outros resultados referem
-
se aos percentís de risco, ou seja, mostram a
probabilidade de obtenção de níveis de renda líquida inferiores àquela correspondente a cada
um dos 20
níveis de probabilidade, de 0 a
100%,
divididos em classes de 5
%.
Este resultado deriva do critério da distribuição de probabilidade
acumulada da receita líquida e permite a escolha da alternativa com base em determinada
possibilidade de garantir renda líquida, em dado vel de aceitação do risco por parte do
tomador de decisão
(AMBR
OSI, 2001).
7
M
oda é o valor que detém o maior número de observações, ou seja, o valor ou valores mais freqüentes.
35
6
. RESULTADOS
E DISCUSSÃO
Os resultados a seguir
referem
-se às informações agregadas sobre o
custo operacional efetivo (COE) do
produtor
forneced
or de cana-
de
-açúcar, tendo por base os
preços dos insumos de dezembro de 2008 (Tabela 8). Estes dados foram extraídos da matriz
detalhada de cu
stos apresentados
no Anexo 3.
36
Tabela 8. Custo Operacional Efetivo (COE) de produção de cana-
de
-açúcar para seis
cortes, obtidos dos
produtores
fornecedores da Região Norte de São Paulo,
preços com base em dezembro de 2008. (Em R$/ha).
ANO
C
usto
Operacional
Efetivo
(R$/ha)
Custo de
Operações
Mecanizadas
(R$/ha)
Custo de
Operações
Manuais
(R$/ha)
Custo de
Insumos
(R$/ha)
Implantação
3.037,53 706,66 356,68 1.974,19
1º corte
2.050,13 729,12 901,01 420,00
2º corte
1.818,96 625,33 773,63 420,00
3º corte
1.703,99 573,67 710,32 420,00
4º corte
1.587,79 521,54 646,25 420,00
5º corte
1.472,82 469,87 582,94 420,00
6º corte
808,49 363,04 445,44 0
Fonte: Dados da Pesquisa (2008)
O
item
que mais influenciou o custo de implantação da cana-
de
-
açúcar
foi o de Insumos (R$1.974,19) perfazendo 64,99% do custo operacional efetivo (COE), sendo
que os que mais oneraram o
item
insumo
s foram fertilizantes e mudas.
Segue
m-se o custo de
operações mecanizadas, por ser uma cultura quase que totalmente mecanizada e
os
custos de
oper
ações manuais, em razão principal
mente do transporte, carregamento e plantio de mudas.
No
s anos de produção, o item que mais onerou o custo operacional
efetivo
foi o
custo de operações manuais
e se deve principalmente
à utilização de mão
-
de
-
obr
a
para o corte da cana queimada. Esta característica dos custos permanece até o corte, a partir
do qual se dá a
renovação do canavial.
Na Tabela 9
são
apresentados o ajust
amento
das funções de
distribuição de probabilidade das variáveis críticas para os
produtores
fornecedores, que são as
quantidades de ATR do primeiro ao sexto corte, a produtividade física da
cana
-
de
-
açúcar
do 1º
ao 6º corte e do valor da ATR.
37
Tabela 9. Parâmetros das funções de distribuição de freqüência de variáveis críticas para
produtores
fornecedores
,
Região Norte do estado de São Paulo
2006 a 2008.
Variável
Distribuição
Parâmetros
Quantidade de A
TR
(kg/t)
1º Corte
Beta
Mín=129,64; Máx=156,0;
=1,19; =0,57
Quantidade de A
TR
(kg/t)
2º Corte
Beta
Mín=143,0; Máx=182,0; =0,94099;
=4,4
Quantidade de A
TR
(kg/t)
3º Corte
Gama
Loc= 18,827; Esc= 1,1174 Form. =127,56
Quantidade
de A
TR
(kg/t)
4º Corte
Máx.Extremo
Mod.= 146,83; Esc=3,4528
Quantidade de A
TR
(kg/t)
5º Corte
Exponencial
Taxa = 4,27
Quantidade de A
TR
(kg/t)
6º Corte
Exponencial
Taxa = 4,66
Produtividade cana (t/ha)
1º Corte
Weinbull
Loc=29,914;
Esc.=1,6433; Form. = 122,88
Produtividade cana (t/ha)
2º Corte
Beta
Mín=57,9 Máx=130;
=8,1503; = 9,20
Produtividade cana (t/ha)
3º Corte
Weinbull
Loc=6,64; Esc=108,1 Form. = 7,31
Produtividade cana (t/ha)
4º Corte
Logística
Med=97,86; Esc
=10,86
Produtividade cana (t/ha)
5º Corte
Máx.Extremo
Mod.= 81,18 ; Esc=13,36
Produtividade cana (t/ha)
6º Corte
Normal
Méd. = 83,18 Desv. Pad. =9,81
Valor de ATR (R$/kg)
Triangular
Mín= 0,1869; Mod= 0,1869; Máx=0,3222
Fonte: Dados da pesquisa
(200
8)
Verifica
-se que em cada ano, podem ser identificadas diferentes
funções de distribuição de probabilidade destas variáveis indicando que não existe um padrão
de variação das quantidades de ATR em cada ano de corte da cana-
de
-açúcar. O mesmo se
verifica para a produtividade em cada ano, que apresentou diferentes funções de ajustamento
(Tabela 8).
De certa forma, este resultado era esperado, pois os parâmetros que
definem a qualidade da cana, expresso em quantidade de ATR, dependem de diversos fatores
que vão desde a variedade de cana-
de
-
açúcar
escolhida até a idade da cana, que influencia
38
sobremaneira os teores de açúcares e de fibras em cada ano da cultura. No caso da
produtividade, fatores como variedade de cana-
de
-
açúcar
escolhida, tipo de manejo,
utilizaç
ão de insumos, clima e solo, tecnologia adotada pelos diferentes produtores podem
explicar a diferença de comportamento das variáveis nos diversos anos.
Para os proprietários que arrendam a terra o número de variáveis
críticas é reduzido, sendo apenas a produtividade contratada, e o valor de mercado da ATR,
que é o mesmo para os fornecedores, e seus resultados de ajustamento são apresentados na
Tabela 10.
Tabela 10. Parâmetros das funções de distribuição de freqüência de variáveis críticas
para
proprietários que arrendam a terra
, estado de São Paulo, 2006
a 2008.
Variável
Distribuição
Parâmetros
Produtividade contratada (T/ha)
Máx.
Extremo
Mod.=19,27; Esc=3,8445
Valo
r de ATR
(R$/kg)
Triangular
Mín= 0,1869; Mod= 0,1869;
Máx=0,3222
Fonte:
Dados da pesquisa (2008
)
Conforme
explicitado na metodologia, os valores contratados de
produtividade e quantidade de ATR não variam durante a vigência do contrato, mas variam
entre produtores e com os valores da ATR, na média, expressam a rentabilidade dos
proprietários que arrendam a terra na região.
A partir destes dados, foram estimados os resultados estatísticos para
a
Receita Líquida Total Atualizada (RLTA) para
produtores
fornecedores e proprietários que
arrendam a terra, em termos de medidas de tendência central (média, moda e mediana) e
medidas de amplitude (mínima e máxima) para identificar os níveis de rentabilidade líquida
do sistema. São apresentadas também medidas de variabilidade (variância, desvio padrão e
coeficiente de variabilidade) para identificar os níveis de risco associados fornecimento de
cana e arrendamento. Todos estes resultados
são apresentados na Tabela 11.
39
Verifica
-se que, ao longo de tempo de vida útil da cultura (6
anos
, em
média
), o fornecedor pode obter uma renda líquida máxima de R$20.959,00/ha, ou seja, este
resultado pode ser alcançado nas melhores condições de qualidade da cana, de produtividade e
de valor do ATR. Sabe-se, contudo, que a conjunção das variáveis críticas nestas
condições
apresenta uma probabilidade reduzida de ocorrência. Desta forma, o valor da moda
(R$8.312,00/ha) expressa melhor a receita líquida total a ser percebida pelos fornecedores,
pois indica a renda quida que ocorre com maior
freqüência
. O valor mínimo, que também
apresenta reduzida probabilidade de ocorrência, pois exige também uma conjunção de fatores
desfavoráveis, é
bastante reduzido (R$ 964,72/ha).
Os níveis de rentabilidade obtidos pelos produtores fornecedores, em
termos de rentabilidade média e modal são cerca de 3 e 4 vezes maiores, respectivamente, em
comparação aos níveis obtidos
para
os proprietários que arrendam a terra.
A rentabilidade mínima dos
proprietário
s que arrendam terra para
usina
(R$ 1.436,5
/ha)
é superior à dos fornecedores (R$
964,72
/ha), o que indica que os
proprietários de terra exigem uma rentabilidade mínima garantida. Neste sentido,
o
arrendamento pode ser uma opção mais apropriada. Por outro lado, os proprietários que
arrendam a terra para usina não atingem o máximo de rentabilidade possível dentro das
condições de preço, produção e qualidade da cana
, c
onseguido pelos fornecedores.
Tabela 11. Resultados Estatísticos da Receita Líquida Total Atualizada (RLTA) para
produtor fornecedor de cana-
de
-açúcar e proprietário que arrenda a terra
para a usina
Região Norte, base de preços dezembro de 2008.
Indicadores Estatísticos
RLTA
,
em R$/
ha
Produtor fornecedor
Proprietário que arrenda
a
terra
Mínima
(R$/ha)
964,72 1.436,50
Máxima
(R$/ha)
20.959,00 6.037,90
Média
(R$/ha)
8.411,00 2.864,60
Desvio Padrão
(R$/ha)
3.352,00 848,10
Variância
(R$/ha) 11.236.694,00 719.313,20
Mediana
(R$/ha)
7.915,00 2.680,00
Moda
(R$/ha) 8.312,00 2.116,00
Coeficiente de Variabilidade
0,398 0,290
Fonte: Dados da Pesquisa (2008)
40
A análise dos coeficientes de variabilidade, que é um indicador de
risco comparativo, também dá uma idéia do risco da atividade. Quanto menor o coeficiente de
variabilidade, menor é a variação do indicador de desempenho e, portanto menor o nível de
risco.
Observa
-
se
que
, para os
produtores
fornecedores, o coeficiente de
variabilidade é de 0,3985, enquanto para os proprietários que arrendam a terra é de 0,2906,
isto significa que são menores níveis de risco para os proprietários que arrendam a terra.
Também os valores do desvio padrão e variância do indicador de RLTA são menores para os
proprietários que arrendam a terra em relação aos
produ
tores
fornecedores.
Assim, os resultados indicam que embora a rentabilidade média dos
produtores
fornecedores seja maior, estes enfrentam maiores níveis de risco que os
proprietários que arrendam terra para usina.
Na Tabela 12 é apresentado o mapeamento de risco para fornecedores,
dados pelos percentís de risco, ou seja, mostram a probabilidade de obtenção de níveis de
Receita Líquida Total Atualizada
(RLTA)
inferiores àquela correspondente a cada um dos 2
0
níveis de probabilidade, de 0 a 1
00%,
divididos
em classes de 5%.
41
Tomando
-se um baixo nível de risco que é característico de produtores
mais aversos ao risco, por exemplo, 10%, verifica
-
se
que os fornecedores apresentam um risco
de 10% de obter uma renda inferior a R$4.461,52/ha. Neste mesmo nível de risco os
proprietários que arrendam terra para usinas
enfrenta
m uma possibilidade de sua rentabilidade
líquida ser menor que a metade (R$1.954
,0/ha) da do fornecedor.
Para níveis de risco maiores,
por exemplo, a um nível de risco de 80% os níveis de obtenção de renda são R$11.386,82/ha
para fornecedores
e R$3.404,70 para proprietários que arrendam a terra. Em todos os níveis de
risco, a rentabilidade do fornecedor é maior que a dos proprietários que arrendam terra para
usinas.
Tabela 12. Percentil de risco da Receita Líquida Total Atualizada (RLTA) para
produtor fornecedor de cana-
de
-açúcar e proprietário que arrenda a terra
para a usina
Região Norte, base de preços dezembro de 2008.
Risco
(%)
Valor
da
RLTA
,
em R$/
Produtor fornecedor
Proprietário que arrenda
a
terra
5 3.864,29 1.706,90
10 4.461,52 1.954,00
15 4942,74 2.117,10
20 5.336,08 2.173,90
25 5.736,96 2.300,70
30 6.143,18 2.346,30
35 6.556,64 2.459,00
40 6.990,29 2.529,20
45 7.436,61 2.587,20
50 7.915,53 2.680,00
55 8.403,07 2.799,70
60 8.888,91 2.844,90
65 9.412,51 2.983,50
70 9.997,15 3.071,00
75 10.636,53 3.300,10
80 11.386,82 3.404,70
85 12.225,91 3.656,40
90 13.266,58 3.988,60
95 14.667,70 4.715,70
Fonte: Dados
da pesquisa (2008)
42
De uma forma geral, verifica-se que o fornecimento de cana é uma
atividade de retornos positivos em qualquer nível de risco, o que não significa que os
fornecedores não apresentem prejuízos, mas sim que estes são fenômenos pontuais e tem peso
pouco significativo no mapeamento de risco. Os maiores riscos para os fornecedores são
efetivamente de variação da rentabilidade líquida, ou seja, podendo ir dos extremos máximos e
mín
imos, cuja amplitude é considerável (R$
964,72
/ha a R$
20
.959/ha)
A Tabela 13 apresenta a análise de sensibilidade do sistema de
fornecimento de cana-
de
-
açúcar
dados pelos coeficientes de regressão e correlação. O
primeiro mostra a sensibilidade de cada variável crítica em relação ao indicador de
desempenho enquanto o segundo mostra o quanto e em que sentido a variável crítica e o
indicador de
desempenho estão correlacionado
s.
Tabela 13. Análise de sensibilidade da Receita Líquida Total Atualizada (RLTA),
para
fornecedores de cana
Região Norte
base de preços dezembro de 2008.
Variável Critica
Regressão
Correlação
Preço da ATR (R$/ha)
0,925 0,923
Produtividade 1º corte 0,167 0,162
Produtividade 4º corte 0,167 0,155
Produtividade 3º corte 0,160 0,160
Produtividade 2º corte 0,158 0,147
Produtividade 5º corte 0,137 0,128
Quantidade de ATR 1º corte
0,075 0,077
Produtividade 6
º corte
0,074 0,075
Fonte: Dados da pesquisa (2008)
Verifica
-se que o preço da ATR é o que mais responde pela
rentabilidade
líquida total dos fornecedores, pois a cada variação de 10% no valor da ATR, a
receita líquida aumenta em 9,25%, dada a correlação positiva e elevada
8
(0,923). Por outro
lado, o valor da ATR não está sob controle do produtor, pois é
determinada
em função d
os
preços dos derivados da cana
-
de
-
açúcar no mercado interno e externo.
8
A correlação máxima possível é
1,0.
43
A produtividade física da cana-
de
-açúcar do primeiro ao quarto corte
tem
praticamente o mesmo efeito sobre a receita líquida, embora em níveis menores que a
variável valor do ATR. A despeito da resposta da produtividade da cana à rentabilidade ser
menor que a resposta do valor da ATR, esta é uma variável que está mais sob controle do
produtor.
É interessante verificar também que a produtividade física nos
primeiros anos da cultura tem resposta maior sobre a receita líquida que a qualidade da cana
expressa
em quantidade de ATR por tonelada de cana. Isto pode significar que os produtores
podem ter melhores resultados investindo em produtividade, uma vez que o uso de variedades
de melh
or
qualidade está disseminado entre produtores. Um manejo adequado das
variedade
s, de modo a manter a produtividade nos primeiros anos pode influenciar a receita
líquida.
A Tabela 14 mostra os resultados de análise de sensibilidade para os
proprietários q
ue arrendam a terra, também em termos de regressão e correlação.
.
Tabela 14
.
Análise de sensibilidade da Receita Líquida Total Atualizada (RLTA), para
proprietários que arrendam a terra de terra para produção de cana
Região
Norte
base de preços de
zembro de 2008
.
Variável Critica
Regressão
Correlação
Produtividade Contratada (t/ha)
0,781 0,805
Preço da ATR (R$/kg)
0,556 0,600
Fonte: Dados da pesquisa (2008)
Para os proprietários que arrendam a terra, a produtividade contratada
tem maior resposta à rentabilidade, sendo que um aumento de 10% na produtividade
contratada
pode
levar a um aumento de 7,8% na rentabilidade líquida do sistema, dada a
correlação positiva e elevada (0,805). Neste caso, ao contrário do fornecedor, o preço da ATR
tem menor influência, assim como quantidade de ATR contratada. Neste caso é recomendável
aos produtores atentarem à negociação de contratos de arrendamento no tocante à
produtividade física contratada, já que estes valores perduram por cinco anos.
44
A
seguir são apresentados os resultados da Renda Líquida Anual
Equivalente (RLAE) para os dois tipos de organização prod
utiva, apresentados na Tabela 15.
Tabela 15. Resultados Estatísticos da Receita Líquida Anual Equivalente (RLAE)
para
produtor forneced
or
de cana-
de
-
açúcar
e proprietário que arrenda a
terra para usina,
na Região Norte, base de preços dezembro de 2008
.
Indicadores Estatísticos
RLAE
,
em
R$/ha
Produtor
fornecedor
Proprietário que arrenda
a
terra
Mínima
(R$/ha)
172,80 321,70
Máxima
(R$/ha)
3.754,60 1.352,20
Média
(R$/ha)
1.506,80 641,50
Desvio Padrão
(R$/ha)
600,50 189,90
Variância
(R$/ha) 36.0578,30 36.079,00
Mediana
(R$/ha)
1.417,90 600,20
Moda
(R$/ha) 1.080,60 473,90
Coeficiente de
Variabilidade
0,388 0,296
Fonte: Dados da
Pesquisa (2008)
A receita líquida anual equivalente mostra que os retornos equivalentes
dos fornecedores são maiores em seus níveis máximos, médios, modais e medianos para os
fornecedores, enquanto o valor mínimo da RLAE para os proprietários que arrendam a terra é
maior.
Da mesma forma, verifica
-
se que os níveis de riscos são maiores para os fornecedores a
partir dos maiores valores dos indicadores de variabilidade da RLAE (desvio padrão, variância
e
coeficiente
de variabilidade).
Estes dados podem ser analisados para fi
ns de comparação com os dois
tipos de organização produtiva da cana como também para comparação com outras culturas
anuais, por exemplo. Um produtor pode não achar viável a produção de cana como
fornecedor, podendo comparar a rentabilidade do arrendamento com outras culturas como
milho ou soja, comuns na região, desde que comparando os retornos e riscos destas atividades.
É importante também a comparação com outros custos de oportunidade da terra.
45
O mapeamento de risco para fornecedores e proprietários qu
e
arrendam a terra, dados pelos percentís de risco e probabilidades de obtenção de Receitas
Líquidas
Anuais Equival
entes é apresentado na Tabela 16.
Tabela 16.
Percentil
de risco da Receita Líquida Anual Equivalente (RLAE) para
fornecedores de cana e proprietários que arrendam a terra de terra para
produção de cana
Região Norte, base de preços dezembro de 2008.
Risco
(%)
Valor
da
RLAE
, em R$/ha
Produtor fornecedor
Proprietário que arrenda
a
terra
5 692,20 382,28
10 799,20 437,63
15 885,40 474,16
20 955,80 486,88
25 1.027,60 515,26
30 1.100,40 525,48
35 1.174,50 550,73
40 1.252,20 566,45
45 1.332,10 579,44
50 1.417,90 600,23
55 1.505,20 627,03
60 1.592,30 637,15
65 1.686,10 668,19
70 1.790,80 687,79
75 1.905,30 739,10
80 2.039,70 762,53
85 2.190,00 818,89
90 2.376,50 893,30
95 2.627,40 1.056,14
Fonte: Dados da pesquisa (2008)
Também neste caso, os níveis de retorno e risco são maiores para os
fornecedores, pois trata-
se
de uma formulação diferente da renda líquida em que as mesmas
variáveis críticas são usadas, mas com diferente interpretação. Assim verifica
-
se maior retorno
para os fornecedores em todos os níveis de risco, embora em nenhum dos casos tenha sido
46
verificad
a a possibilidade de rentabilidade negativa nas condições de qualidade e preço da
cana
-
de
-
açúcar, e da produtividade física da cultura utilizadas neste estudo.
47
7
. CONCLUSÕES
De uma forma geral, verifica-se que tanto os proprietários
fornecedores
(ou simplesmente fornecedores)
quanto
os
proprietários que arrendam a terra
para usina
apresentaram níveis de rentabilidade positivos
.
Os fornecedores apresentaram níveis de rentabilidade superiores aos
dos proprietários que arrendam a terra, embora apresentem maiores níveis de riscos, nas
condições de variação de preços da ATR, quantidade de ATR e produtividade física
identificados na região.
Embora fornecedores e proprietários que arrendam a terra estejam
sujeitos às mesmas variações de preços da ATR, a influência desta é maior sobre
fornecedores que sobre proprietários que arrendam a terra. Os fornecedores estão mais
sujeitos ao risco em termos de variação de pre
ços da ATR, que os proprietários que arrendam
a terra, o que é um dificultador em termos de recomendação de ações uma vez que o produtor
não tem controle sobre o preço da ATR, que depende muito estreitamente do mercado
interno e externo de derivados de açú
car e álcool.
Por outro lado, embora a resposta da produtividade física seja menor
que o preço da ATR, pequenos aumentos de produtividade podem elevar a rentabilidade dos
48
fornecedores. Neste caso é interessante comparar os benefícios do aumento da produt
ividade
com os custos que podem decorrer do aumento de produtividade.
Para os proprietários que arrendam a terra, a produtividade
física
é o
principal fator que afeta a variação da rentabilidade do sistema. Isto ocorre porque os
contratos de arrendamento variam muito de produtor para produtor, em função de
diferenças
entre os tipos de solo, tamanho da área,
que
interferem sobre os custos de mecanização e de
insumos arcados pelas usinas. Além disso, a distância das propriedades até a usina também
interfere
nos
contratos de arrendamento, uma vez que a distância interfere nos custos de
transporte da cana cortada.
Uma recomendação de cunho geral que pode ser extraída dos
resultados obtidos é que proprietários de terra mais aversos ao risco se ajustam melhor a
o
sistema de arrendamento uma vez que a rentabilidade mínima é maior que a rentabilidade dos
fornecedores. Por outro lado, se o produtor estiver disposto ao risco da produção pode
alcançar uma rentabilidade de aproximadamente 3 vezes àquela obtida pelos pr
oprietários
que arrendam a terra.
Embora o mapeamento de riscos apresente limitações para fins de
previsão, uma vez que dados históricos como os utilizados neste estudo não autorizam
plenamente previsões futuras, mas podem fornecer subsídios para proprietários de terras
quando da tomada de decisão a respeito de ser um fornecedor ou proprietários que arrendam
terra para usinas. Com estudos adicionais, pode-se ainda analisar outras alternativas de uso
da terra, como culturas anuais (milho e soja, comuns na região), bem como a produção
animal, uma vez que a cana
-
de
-
açúcar ocupou áreas de pastagem da região.
49
8
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Acesso em: 11 nov. 2008.
UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE.
Washington, DC, 2000.
Disponível em: <http://www.usda.gov/wps/portal/usdahome>.
Acesso em: 15 jun. 2008.
UNITED STATES DEPARTME
NT OF AGRICULTURE.
Handbook of commodities costs
and returns.
Washington, DC,
2003. 566p
52
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Núcleo Interdisciplinar de Planejamento
Estratégico. Campinas, 2005. Disponível em:
<http://www.nipeunicamp.org.br/site/index.php>.
Acesso em: 13 dez. 2008.
53
APÊNDICE
ANEXO
1.
Questionário utilizado para
produtor /fornecedor de cana-
de
-
açúca
r.
1
Informações referentes ao produtor fornecedor:
Nome completo:
Nome da propriedade:
Área (ha):
Rua/Av./Rodovia:
N.º/km:
Município:
54
2-
Informações referentes à cultura da cana
-de-
açúcar
2.1
Informações referentes a implantação da cana planta.
Quais operações são realizadas? Quantas vezes?
Operações Mecanizadas
Número de vezes
1 2 3 4 5 6
Construção dos terraços
Marcação dos carreadores
Carregamento do calcário
Distribuição do calcário
Gradagem pesada
Gradagem niveladora
Sulcação e Adubação
Carregamento das mudas
Transporte de mudas
Cobrição das mudas
Operações Manuais
Serviços de topografia
-
locação terraços
Abastecimento de máquinas
adubo/inseticidas
Aplicação do calcário
Distribuição de mudas
Corte de
mudas
Acomodação de mudas
Picação de mudas
Capina manual
Recobrimento de mudas
Combate a formiga
Confecção de esgotos
Fiscais
Aceiro
Queima
Corte da cana queimada
55
Quais equipamentos são utilizados para cada operação realizada? Se não utiliza equipamento
ou trator, utiliza mão-
de
-obra comum? Utiliza serviços de terceiros (trator e equipamentos) ?
Se, utiliza mão-
de
-obra comum, quantas pessoas, e/ou quantas horas aproximadamente? (pode
ser o número de pessoas por hectare ou pela área total de produção)
Equipamentos
utilizados
Trator
(potência?)
75cv
90cv
140cv
Arado
Nº de dicos
Trator
Distribuidor de
calcário
Capacidade (kg)
Trator
Grade
Nº de discos
Trator
Trator (locação de
curvas de nível)
Trator
Sulcador de cana
(sulcamento e
marcação)
Modelo
Trator
Mão
-
de
-obra comum
(Marcação de cova)
Nº de pessoas, horas
Carreta (adubação
no sulco)
Modelo, capacidade
Trator
Frete (transporte de
mudas)
Modelo, capacidade
Carreta (distribuição
de mudas no campo)
Modelo, capacidade
Trator
Mão
-
de
-
obra
locação
terraços
Nº de pessoas, horas
Mão
-
de
-obra comum
(abastecimento de
máquinas)
Nº de pessoas, horas
Mão
-
de
-obra comum
(aplicação calcário)
Nº de pessoas, horas
Mão
-
de
-
obra comum
(distribuição das
mudas)
Nº de pessoas, horas
Mão
-
de
-obra comum
(corte de mudas)
Nº de pessoas, horas
Mão
-
de
-obra comum
(acomodação das
mudas)
Nº de pessoas,
horas
Mão
-
de
-obra comum
(picação das mudas)
Nº de pessoas, horas
Mão
-
de
-obra comum
(capina manual)
Nº de pessoas, horas
Mão de obra comum
(recobrimento de
Nº de pessoas, horas
56
mudas)
Mão de obra comum
(combate a formiga)
Nº de
pessoas, horas
Mão de obra comum
(confecção de
esgotos)
Nº de pessoas, horas
Mão de obra comum
(fiscais)
Nº de pessoas, horas
Mão de obra comum
(aceiro)
Nº de pessoas, horas
Mão de obra comum
(queima)
Nº de pessoas, horas
Mão
de obra comum
(corte da cana
queimada)
Nº de pessoas, horas
Materiais utilizados e qual a quantidade de cada um deles? (a quantidade pode ser por hectare
ou pela área total de produção, se por acaso o produtor não souber responder a quantidade
aproximada, perguntar se utilizou a dose recomendada).
Materiais
utilizados
Especificação
Quantidade
Unidade (kg,
litros, toneladas,
etc.)
Mudas
Calcário
Fertilizantes
Herbicida
Herbicida soqueira
Formicidas
Cupinicida
Outros
57
2.2
Informações referentes ao 1º da cana
-de-
açúcar:
Qual o Teor de Fibras e Pureza do caldo desta colheita?
Quais operações são realizadas? Quantas vezes?
Operações realizadas
Número de vezes
1 2 3 4 5 6
Aplicação de herbicida
Eleiramento da palha
Manutenção da soqueira
Carregamento cana
Transporte da cana queimada
Quais equipamentos são utilizados para cada operação realizada? Se não utiliza equipamento
ou trator, utiliza mão-
de
-obra comum? Se utiliza mão-
de
-obra comum, quantas pessoas, e/ou
quantas horas aproximadamente? (pode ser o número de pessoas por hectare ou pela área total
de produção)
Equipamentos
utilizados
Especificação
Trator
(potência?)
75cv
90cv
140cv
Pulverizador Barra
Eleirador
Cultivador
Carregam. cana
Trans. cana
Capina manual
Combate a formiga
Aceiro
Queima
Combate a formiga
Materiais utilizados e qual a quantidade de cada um deles? (a quantidade pode ser por
hectare
ou pela área total de produção, se por acaso o produtor não souber responder a quantidade
aproximada, perguntar se utilizou a dose recomendada).
Materiais utilizados
Especificação
Quantidade
Unidade (kg,
litros, toneladas,
etc.)
Fertilizantes
Formicidas
Outros
58
2.3
Informações referentes ao 2º da cana
-de-
açúcar:
Qual o Teor de Fibras e Pureza do caldo desta colheita?
Quais operações são realizadas? Quantas vezes?
Operações realizadas
Número de vezes
1 2 3 4 5 6
Aplicação de
herbicida
Eleiramento da palha
Manutenção da soqueira
Carregamento cana
Transporte da cana queimada
Quais equipamentos são utilizados para cada operação realizada? Se não utiliza equipamento
ou trator, utiliza mão-
de
-obra comum? Se utiliza mão-
de
-obra comum, quantas pessoas, e/ou
quantas horas aproximadamente (pode ser o número de pessoas por hectare ou pela área total
de produção)?
Equipamentos
utilizados
Especificação
Trator
(potência?)
75cv
90cv
140cv
Pulverizador Barra
Eleirador
Cultivador
Carregam. cana
Trans. cana
Capina manual
Combate a formiga
Aceiro
Queima
Combate a formiga
59
Materiais utilizados e qual a quantidade de cada um deles? (a quantidade pode ser por hectare
ou pela área total de produção, se por acaso o produtor não souber responder a quantidade
aproximada, perguntar se
utilizou a dose recomendada).
Materiais utilizados
Especificação
Quantidade
Unidade (kg,
litros, toneladas,
etc.)
Fertilizantes
Formicidas
Outros
2.4
Informações referentes ao 3º da cana
-de-
açúcar:
Qual o Teor de Fibras e Pureza do caldo
desta colheita?
Quais operações são realizadas? Quantas vezes?
Operações realizadas
Número de vezes
1 2 3 4 5 6
Aplicação de herbicida
Eleiramento da palha
Manutenção da soqueira
Carregamento cana
Transporte da cana
queimada
Quais equipamentos são utilizados para cada operação realizada? Se não utiliza equipamento
ou trator, utiliza mão-
de
-obra comum? Se utiliza
mão
-
de
-obra comum, quantas pessoas, e/ou
quantas horas aproximadamente (pode ser o número de pessoas por hectare ou pela área total
de produção)?
Equipamentos
utilizados
Especificação
Trator
(potência?)
75cv
90cv
140cv
Pulverizador Barra
Eleirador
Cultivador
Carregam.
C
ana
Trans. cana
Capina manual
Combate a formiga
Aceiro
Queima
Combate a formiga
60
Materiais utilizados e qual a quantidade de cada um deles? (a quantidade pode ser por
hectare
ou pela área total de produção, se por acaso o produtor não souber responder a quantidade
aproximada, perguntar se utilizou a dose recomendada).
Materiais
utilizados
Especificação
Quantidade
Unidade (kg,
litros, toneladas,
etc.)
Fertilizantes
Formicidas
Outros
2.5
Informações referentes ao 4º ano da cana
-de-
açúcar:
Qual o Teor de Fibras e Pureza do caldo desta colheita?
Quais operações são realizadas? Quantas vezes?
Operações realizadas
Número de vezes
1 2 3 4 5 6
Aplicação
de herbicida
Eleiramento da palha
Manutenção da soqueira
Carregamento cana
Transporte da cana queimada
Quais equipamentos são utilizados para cada operação realizada? Se não utiliza equipamento
ou trator, utiliza mão-
de
-obra comum? Se utiliza mão-
de
-obra comum, quantas pessoas, e/ou
quantas horas aproximadamente (pode ser o número de pessoas por hectare ou pela área total
de produção)?
Equipamentos
utilizados
Especificação
Trator
(potência?)
75cv
90cv
140cv
Pulverizador Barra
Eleirador
Cultivador
Carregam. cana
Trans. cana
Capina manual
Combate a formiga
Aceiro
Queima
Combate a formiga
61
Materiais utilizados e qual a quantidade de cada um deles? (a quantidade pode ser por hectare
ou pela área total de produção, se por acaso o produtor não souber responder a quantidade
aproximada, perguntar
se utilizou a dose recomendada).
Materiais
utilizados
Especificação
Quantidade
Unidade (kg,
litros, toneladas,
etc.)
Fertilizantes
Formicidas
Outro
2.6
Informações referentes ao 5º ano da cana
-de-
açúcar:
Qual o Teor de Fibras e Pureza do
caldo desta colheita?
Quais operações são realizadas? Quantas vezes?
Operações realizadas
Número de vezes
1 2 3 4 5 6
Aplicação de herbicida
Eleiramento da palha
Manutenção da soqueira
Carregamento cana
Transporte da
cana queimada
Quais equipamentos são utilizados para cada operação realizada? Se não utiliza equipamento
ou trator, utiliza mão-
de
-obra comum? Se utiliza
mão
-
de
-obra comum, quantas pessoas, e/ou
quantas horas aproximadamente (pode ser o número de pessoas por hectare ou pela área total
de produção)?
Equipamentos
utilizados
Especificação
Trator
(potência?)
75cv
90cv
140cv
Pulverizador Barra
Eleirador
Cultivador
Carregam. cana
Trans. cana
Capina manual
Combate a formiga
Aceiro
Queima
Combate a formiga
62
Materiais utilizados e qual a quantidade de cada um deles? (a quantidade pode ser por hectare
ou pela área total de produção, se por acaso o produtor não souber responder a quantidade
aproximada, perguntar se utilizou a dose recomendada).
Materiais
utilizados
Especificação
Quantidade
Unidade (kg,
litros, toneladas,
etc.)
Fertilizantes
Formicidas
Outros
2.7
Informações referentes ao 6º ano da cana
-de-
açúcar (renovação do canavial):
Qual o Teor de Fibras e Pureza do caldo desta colheita?
Quais operações são realizadas? Quantas vezes?
Operações realizadas
Número de vezes
1 2 3 4 5 6
Carregamento cana
Transporte da cana queimada
Quais equipamentos são utilizados para cada operação realizada? Se não utiliza equipamento
ou trator, utiliza mão-
de
-obra comum? Se utiliza
mão
-
de
-obra comum, quantas pessoas, e/ou
quantas horas aproximadamente (pode ser o número de pessoas por hectare ou pela área total
de produção)?
Equipamentos
utilizados
Especificação
Trator
(potência?)
75cv
90cv
140cv
Pulverizador Barra
Enleirador
Cultivador
Carregam. cana
Trans. cana
Aceiro
Queima
Perguntas:
Produtividade média, máxima e mínima observada durante todo o período de produção
(to/ha)?
Tipo de colheita realizada, quantas pessoas, o que utiliza? Utiliza sistema de queima ou
colheita com máquinas?
Qual distância entre a sua propriedade e a usina da qual você possui contrato?
63
Como a produção é
retirada do campo? Carreta, caminhão?
Varie
dades cultivadas?
Quais as principais pragas e doenças que atingem a cultura nesta região?
Como é vendida a produção,
ha
algum tipo de contrato de venda com a usina? Por quantos
anos é feito o contrato?
Custo aproximado da produção de uma tonelada de can
a-
de
-
açúcar?
64
A
NEXO 2.
Q
uesti
onário utilizado para proprietários que arrendam terra para usinas
.
1
Informações referentes ao
s
proprietários que arrendam terra para usinas
:
Nome completo:
Nome da propriedade:
Área (ha):
Rua/Av./Rodovia:
N.º/km:
Município:
Você tem um contrato de Arrendamento ? Qual o período em anos ?
Quantas ATRs vc recebe por arrendamento ?
Quantas toneladas de cana-
de
-
açúcar vc recebe por hectare ?
Qual distância entre a sua propriedade
e a usina da qual você possui contrato?
Como vc recebe o valor do arrendamento ?
(
) mensal
(
) anual
( ) semestral
(
) outro especificar .................
........................
65
ANEXO 3.
Planilha de
custo de
implantaç
ão
de cana
-
de
-
açúcar
.
Especificação
Descrição
Nº.Op
Unid.
Unid./ha
R$/unid
R$/
ha
A OPERAÇÕES MECANIZADAS
Construção dos terraços
140 cv 4x4 + terr. 20x26"
1
H/m
1 60 60,00
Marcação dos carreadore
90 cv 4x4 + sulcador 2 linhas
1
H/m
0,3 50 15,00
Carregamento do
calcário
1
H/m
0,04 28 1,12
Distribuição de calcário
75 cv 4x2 + distr.calc.
1
H/m
0,5 45 22,50
Gradeação pesada
140 cv 4x4 + grad.30x32"
2
H/m
1,37 60 164,40
Gradagem niveladora
90 cv 4x4 + gr.niv. 30x32"
1
H/m
0,6 50 30,00
Sulcação e adubaçã
140 cv 4x4 + sulc.adubo 2 linhas
1
H/m
2 60 120,00
Carregamento de mudas
1
R$/Ton.
12 1,72 20,64
Transporte das mudas
1
R$/Ton.
12 10 120,00
Cobrição das mudas
75cv 4x2 + Sulcador
1
H/m
1 45 45,00
Aplicação de herbicida
75cv 4x2 + Pulv.barra
3
H/m
0,8 45 108,00
Eleiramento da palha
75cv 4x2 + eleirador
H/m
0,4 45 0,00
Manutenção da soqueira
75cv 4x2 + cultivador
H/m
1,8 45 0,00
Carregamento cana
R$/Ton.
123,6 1,37 0,00
Transporte da cana queimada
R$/Ton.
98,9 4,58 0,00
SUB TOTAL
DAS OPERAÇÕES MECANIZADAS
706,66
B
-
OPERAÇÕES MANUAIS
Serviços de topografia
-
locação terraços
1
horas
0,66 250 20,63
Abastecimento máq. adubo/inseticidas
1
diaria
0,5 25 12,50
Aplicação do calcário
1
diaria
0,8 25 20,00
Distribuição de mudas
1
diaria
1,2 25 30,00
Corte de mudas
1 T 12 4 48,00
Acomodação de mudas
1
diaria
2 25 50,00
Picação de mudas
1
diaria
1,6 25 40,00
Capina manual
1
diaria
2,7 25 67,50
Recobrimento de mudas
1
diaria
1,6 25 40,00
Combate a formiga
1
diaria
0,5 25 12,50
Confecção de esgotos
1
diaria
0,16 25 4,00
Fiscais
1
diaria
0,33 35 11,55
Aceiro
R$/Ton
0,11
Queima
R$/Ton
0,35
Corte da cana queimada
R$/Ton
7,26
SUB TOTAL DAS OPERAÇÕES MANUAIS
356,68
C
-
INSUMOS
Calcario
1 T 2 65 130,00
Mudas
1 T 12 55 660,00
Herbicida
Glifosato
1 L 4 17 68,00
Herbicida
Trifuralina
1 L 4 8,9 35,60
Herbicida
Diuron + Hexazinome
1
Kg
2,5 30,84 77,10
Fertilizante
05-25-25 1 T 0,4 1850 740,00
Fertilizante
20-00-30 T 0,3 1400 0,00
Formicída
Isca
1
Kg
0,1 6,19 0,62
Herbicida
Tebutiuron
1
Lt
2,5 34,15 85,38
Herbicida Soqueira
Diuron + Hexazinome
1
Kg
2,5 7,7 19,25
Cupinicida
Fipronil
1 T 0,25 633 158,25
SUB TOTAL DOS INSUMOS 1.974,19
TOTAL CANA PLANTA
3.037,53
66
ANEXO 4.
Planilha de custo de produção
de cana
-
de
-
açúcar
1º ao 3º corte
.
1º Corte
Corte
3º Corte
Especificação
Unid./ha
R$/unid.
R$/ha
Unid./ha
R$/unid
R$/ha
Unid./ha
R$/unid
R$/ha
A
OPERAÇÕES MECANIZADAS
Construção dos terraços
Marcação dos carreadore
Carregamento do calcário
Distribuição de calcário
Gradeação pesada
Gradagem niveladora
Sulcação e adubaçã
Carregamento de mudas
Transporte das mudas
Cobrição das mudas
Aplicação de herbicida
0,8
45
36,00
0,8
45
36,00
0,8
45
36,00
Eleiramento da palha
0,4
45
18,00
0,4
45
18,00
0,4
45
18,00
Manutenção da soqueira
1,8
29,35
52,83
1,8
29,35
52,83
1,8
29,35
52,83
Carregamento cana
123,6
1,37
169,33
103
1,37
141,11
92,7
1,37
127,00
Transporte da cana queimada
98,9
4,58
452,96
82,4
4,58
377,39
74,2
4,58
339,84
SUB TOTAL DAS OPERAÇÕES MECANIZADAS
729,12
625,33
573,67
B
-
OPERAÇÕES MANUAIS
Serviços de topografia
-
locação terraços
Abastecimento máq. adubo/inseticidas
Aplicação do calcário
Distribuição de mudas
Corte de mudas
Acomodação de mudas
Picação de mudas
Capina manual
5
25
125,00
5
25
125,00
5
25
125,00
Recobrimento de mudas
Combate a formiga
0,5
25
12,50
0,5
25
12,50
0,5
25
12,50
Confecção de esgotos
Fiscais
Aceiro
0,11
98,9
10,88
0,11
82,4
9,06
0,11
74,2
8,16
Queima
0,35
98,9
34,62
0,35
82,4
28,84
0,35
74,2
25,97
Corte da cana queimada
7,26
98,9
718,01
7,26
82,4
598,22
7,26
74,2
538,69
SUB TOTAL DAS OPERAÇÕES MANUAIS
901,01
773,63
710,32
C
INSUMOS
Calcario
Mudas
Herbicida
Herbicida
Herbicida
Fertilizante
Fertilizante
0,3
1400
420,00
0,3
1400
420,00
0,3
1400
420,00
Formicída
Herbicida
Herbicida
Soqueira
Cupinicida
67
SUB TOTAL DOS INSUMOS
420,00
420,00
420,00
TOTAL CANA PLANTA
2.050,13
1.818,96
1.703,99
68
ANEXO 5.
Planilha de custo de produção
de
cana
-
de
-
açúcar
4º ao 6º corte .
4
º Corte
Corte
6
º Corte
Especificação
Unid./ha
R$/unid.
R$/ha
Unid./ha
R$/unid
R$/ha
Unid./ha
R$/unid
R$/ha
A OPERAÇÕES MECANIZADAS
Construção dos terraços
Marcação dos
carreadore
Carregamento do calcário
Distribuição de calcário
Gradeação pesada
Gradagem niveladora
Sulcação e adubaçã
Carregamento de mudas
Transporte das mudas
Cobrição das mudas
Aplicação de herbicida
0,8
45
36,00
0,8
45
36,00
Eleiramento da palha
0,4
45
18,00
0,4
45
18,00
Manutenção da soqueira
1,8
29,35
52,83
1,8
29,35
52,83
Carregamento cana
82,4
1,37
112,89
72,1
1,37
98,78
72,1
1,37
98,78
Transporte da cana queimada
65,9
4,58
301,82
57,7
4,58
264,27
57,7
4,58
264,27
SUB TOTAL DAS OPERAÇÕES MECANIZADAS
521,54
469,87
363,04
B
-
OPERAÇÕES MANUAIS
Serviços de topografia
-
locação terraços
Abastecimento máq. adubo/inseticidas
Aplicação do calcário
Distribuição de mudas
Corte de mudas
Acomodação de mudas
Picação de mudas
Capina manual
5
25
125,00
5
25
125,00
Recobrimento de mudas
Combate a formiga
0,5
25
12,50
0,5
25
12,50
Confecção de esgotos
Fiscais
Aceiro
0,11
65,9
7,25
0,11
57,7
6,35
0,11
57,7
6,35
Queima
0,35
65,9
23,07
0,35
57,7
20,20
0,35
57,7
20,20
Corte da cana queimada
7,26
65,9
478,43
7,26
57,7
418,90
7,26
57,7
418,90
SUB TOTAL DAS OPERAÇÕES MANUAIS
646,25
582,94
445,44
C
INSUMOS
Calcario
Mudas
Herbicida
Herbicida
Herbicida
Fertilizante
Fertilizante
0,3
1400
420,00
0,3
1400
420,00
Formicída
Herbicida
Herbicida Soqueira
Cupinicida
SUB TOTAL DOS INSUMOS
420,00
420,00
69
TOTAL CANA PLANTA
1.587,79
1.472,82
808,49
70
ANEXO 6
. Deflacionamento fertilizante -
Jan. 2006 a Dez. 2008
.
Produto
Mês
Ano
IGPDI
Moeda
Preço
Unidade
Preço
Real
Formulado
05
-25-25 1 2006
100,0
R$
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tonelada
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Formulado
05
-25-25 2 2006
100,0
R$
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tonelada
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Formulado
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Formulado
05
-25-25 4 2006
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05
-25-25 5 2006
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Formulado
05
-25-25 6 2006
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05
-25-25 7 2006
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tonelada
1.019,0
Formulado
05
-25-25 8 2006
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Formulado
05
-25-25 9 2006
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Formulado
05
-25-25 10 2006
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05
-25-25 11 2006
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Formulado
05
-25-25 12 2006
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05
-25-25 1 2007
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71
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05
-25-25 1 2008
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05
-25-25 6 2008
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05
-25-25 7 2008
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05
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120,3
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tonelada
2.397,3
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-25-25 10 2008
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tonelada
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-25-25 11 2008
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05
-25-25 12 2008
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R$
2.070,88
tonelada
2.070,9
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