metodologia dos estudos do meio
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no estágio, como forma dos futuros
professores vivenciarem o trabalho interdisciplinar, e por sua vez, fortalecerem a
relação entre universidade e escola. Dessa ótica, portanto, o trabalho de campo
suscitaria as problematizações e forneceria as informações como um dos
instrumentos para a análise e o estudo do meio, isto é, para o conhecimento da
realidade e o apontamento de soluções.
O terceiro e último (dos inúmeros) exemplo que aqui mencionarei, advém
das discussões de Marandino (2003) sobre os processos de ensino-
aprendizagem desenvolvidos em espaços não formais (parques, museus,
institutos de pesquisa, etc.) nos cursos de formação de professores,
(especialmente em Ciências). Segundo ela, a introdução desta temática aumenta
os espectros de atuação do futuro professor. Todavia, a mesma salienta que é
preciso estabelecer parcerias educativas, ou seja, envolvimento da escola nessa
parceria com a universidade e o museu. De qualquer maneira, sua proposta
promove abertura de novas possibilidades para o desenvolvimento da prática
pedagógica na formação inicial docente.
Assim como Marandino, também não posso deixar de referir a parceria
entre universidade e escola, que é um aspecto de extrema relevância no processo
de formação inicial também.
Quando resgato este conceito, procuro entendê-lo como:
[...] as relações entre diferentes sujeitos e instituições (governo,
universidade, escolas, sindicatos, profissionais do ensino em geral,
etc.), que passam a estabelecer interações para tratar de interesses
comuns, construindo e implementando programas a partir de
objetivos compartilhados, com a definição de atribuições ou
competências institucionais. Por entender que tanto parceria como
colaboração abarcam os significados básicos de negociação e
partilha de compromissos institucionais, ambos os termos serão
utilizados nas abordagens aqui feitas, sempre para significar o
trabalho articulado entre universidade, Secretarias de Ensino,
escola básica e entidades de organização do professorado, bem
como para se referir ao trabalho de cooperação entre profissionais
do ensino. (FOERSTE, 2005, p. 37 e 38)
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Segundo a autora, o estudo do meio como articulador de diferentes disciplinas do currículo, é um método
de ensino interdisciplinar que se propõe a desvendar a complexidade de um determinado espaço
extremamente dinâmico e em constante transformação, cuja totalidade dificilmente uma disciplina escolar
isolada pode dar conta de compreender. O Estudo do Meio, além de ser interdisciplinar, abre a possibilidade
para que aluno e professor experimentem um processo de pesquisa mais consistente.