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DESEMPENHO PRODUTIVO E ECONÔMICO DA
ADIÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS NA SUPLEMENTAÇÃO
DE NOVILHAS EM PASTAGEM DE Cynodon ssp.
Autor: Daniel Suzigan Mano
Orientador: Prof. Dr. Antonio Ferriani Branco
“Dissertação apresentada, como parte das
exigências para obtenção do título de MESTRE
EM ZOOTECNIA, no Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia da Universidade
Estadual de Maringá -Área de Concentração
Produção Animal”.
MARINGÁ
Estado do Paraná
Dezembro - 2008
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Aos
Meus pais, Luis Mano Garcia e Sueli Suzigan, pessoas que admiro e tomo como exemplo
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de vida, que não só permitiram que eu fizesse pós-graduação com auxílio financeiro, mas que
também com amor me envolveram e permitiram que torna-se a pessoa que sou.
Ao
Meu irmão, Luis Paulo Suzigan Mano, pessoa muito especial para mim, que sempre me
apóia em tudo que faço.
À
Minha namorada, Laureane Nunes Masi, pela compreensão, amor, e por me fazer sentir
uma pessoa amada e feliz.
Aos
Meus amigos que estão distantes, e também aqueles que estão próximos a mim, pelos
momentos de alegria, companheirismo e apoio.
DEDICO...
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, professor do Departamento de Zootecnia da UEM, Dr. Antonio
Ferriani Branco, pela orientação e ensinamento durante minha pós-graduação.
Aos meus colegas de orientação, pela ajuda com trabalhos, pela educação, pela
paciência, pelo companheirismo e por tudo que fizemos juntos.
Aos meus amigos, pessoas as quais não vou citar nomes para não cometer a injustiça de
esquecer alguém, por todos os momentos de felicidade, os quais foram fundamentais na minha
vida e vão deixar saudades, pela amizade sincera.
À minha namorada por ter paciência e apoiar minhas decisões.
À minha família que são pessoas muito importantes na minha vida.
À Universidade Estadual de Maringá, Programa de Pós-Graduação, por viabilizarem a
realização deste projeto, além de me dar a oportunidade de chegar a esta titulação.
Ao Dr. Paulo Emílio Fernandes Prohmann, a Fazenda Dona Eliza e em especial aos seus
funcionários, por possibilitar a realização do experimento.
À Empresa Terra Desenvolvimento Agropecuário e a todos meus amigos que lá
trabalham, por todo apoio e compreensão.
A CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior) pela
concessão da bolsa de estudos.
À Empresa Oligobasics, pela ajuda financeira na execução deste projeto.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia pelos conhecimentos
repassados e dedicação.
Enfim, a todos aqueles que diretamente ou indiretamente contribuíram para a realização
desta dissertação.
BIOGRAFIA
DANIEL SUZIGAN MANO, filho de Luis Mano Garcia e Sueli Suzigan, nasceu em São
José do Rio Preto – São Paulo, no dia 6 de maio de 1984.
No ano de 2002, iniciou o Curso de Graduação em Zootecnia na Universidade Estadual
de Maringá – UEM, no campus da cidade de Maringá – Paraná. Em dezembro de 2006,
cumpriu as exigências para obtenção do título de “Zootecnista” pela mesma universidade.
Em fevereiro de 2007, iniciou o Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, em nível de
mestrado, área de concentração Produção Animal, na Universidade Estadual de Maringá, área
específica Nutrição de Ruminantes.
Submeteu-se, em dezembro de 2008, à banca para defesa da Dissertação de Mestrado.
ÍNDICE
Páginas
LISTA DE TABELAS .................................................................................................ix
LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................xi
RESUMO ................................................................................................................... xii
ABSTRACT ...............................................................................................................xiv
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1 I –
Cenário da pecuária de corte ............................................................................ 1 II -
Caracterização da forrageira ............................................................................ 3 III -
Suplementação a pasto ................................................................................... 4 IV - Uso de
aditivos para ruminantes .................................................................... 5 1 - Ionóforos
................................................................................................... 6 1.1-Monensina sódica
..................................................................................... 9
2. Extratos naturais de plantas ...................................................................... 10 2.1-Óleos
essenciais ...................................................................................... 11 2.1.1.Óleo de mamona
.................................................................................. 12 2.1.2.Óleo de caju
......................................................................................... 13 V - Análise financeira
.......................................................................................... 14 1 - Custo da arroba (@)
produzida ............................................................... 15 2 - Avaliação de
investimentos..................................................................... 16 REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 17 OBJETIVO GERAL
................................................................................................... 22
2
viii I
– DESEMPENHO PRODUTIVO E ECONÔMICO DA ADIÇÃO DE ÓLEOS
ESSENCIAIS NA SUPLEMENTAÇÃO DE NOVILHAS EM PASTAGEM DE
Cynodon ssp. NO VERÃO ......................................................................................... 23
Introdução ............................................................................................................ 25
Material e Métodos .............................................................................................. 27
Resultados e Discussão ........................................................................................ 34
Conclusões ........................................................................................................... 44
Referências Bibliográficas ................................................................................... 45 II–
DESEMPENHO PRODUTIVO E ECONÔMICO DA ADIÇÃO DE ÓLEOS
ESSENCIAIS NA SUPLEMENTAÇÃO DE NOVILHAS EM PASTAGEM DE
Cynodon ssp. NO OUTONO ...................................................................................... 49
Introdução ............................................................................................................ 51
Material e Métodos .............................................................................................. 53
Resultados e Discussão ........................................................................................ 60
Conclusões ........................................................................................................... 69
Referências Bibliográficas ................................................................................... 70
CONCLUSÕES GERAIS ........................................................................................... 73
LISTA DE TABELAS
Páginas
Tabela
1. Exemplo do processo de cálculo do custo da arroba ................................. 15 Tabela 2.
Condições climáticas durante o período experimental .............................. 27 Tabela 3. Análise
química do solo ............................................................................. 27 Tabela 4. Massa de
forragem (MF), acúmulo (A), taxa de acúmulo diária (TAD),
oferta de forragem (OF) e taxa de lotação (TL) do pasto de Tifton 85, durante o
período experimental .................................................................. 34
Tabela 5. Lâmina foliar (LF), bainha + colmo verde (BCV), material morto (MM) e a razão
LF/BCV do pasto de Tifton 85, durante o período experimental
............................................................................................... 35
Tabela 6. Proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e digestibilidade in vitro da
matéria seca (DIVMS) nas frações da planta em pastagens de Tifton 85 (base
matéria seca) ..................................................................... 37
Tabela 7. Ganho médio diário (kg/dia) ....................................................................... 38
Tabela 8. Descrição dos custos por hectare dos diferentes tratamentos no período
experimental ............................................................................................... 41
Tabela 9. Produção animal, custo de produção, custo por animal mensal, receita e razão
benefício/custo dos diferentes tratamentos no período experimental
............................................................................................... 41
Tabela 10. Condições climáticas durante o período experimental ............................. 53Tabela
11. Análise química do solo ............................................................................ 53
Tabela 12. Massa de forragem (MF), acúmulo (A), taxa de acúmulo diária (TAD), oferta de
forragem (OF) e taxa de lotação (TL) dos pastos de Tifton 85, durante o período
experimental ......................................................... 60
Tabela 13. Lâmina foliar (LF), bainha + colmo verde (BCV) e material morto (MM), e a
razão LF/BCV dos pastos de Tifton 85, durante o período experimental
............................................................................................. 61
Tabela 14. Proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e digestibilidade in vitro
da matéria seca (DIVMS) nas frações da planta dos pastos de Tifton 85 (base
matéria seca) ................................................................... 63
Tabela 15. Ganho médio diário (kg/dia). .................................................................... 64
Tabela 16. Descrição dos custos por hectare dos diferentes tratamentos no período
experimental ............................................................................................. 66
Tabela 17. Produção animal, custo de produção, custo por animal mensal, receita e razão
benefício/custo dos diferentes tratamentos no período experimental
............................................................................................. 67
LISTA DE FIGURAS
Páginas Figura 1.
Estrutura química da monensina .......................................................... 9Figura 2. Efeito da
monensina (M) no fluxo de K, Na e prótons ...................... 10Figura 3. Estrutura química do
ácido ricínoleico .............................................. 12Figura 4. Estruturas dos principais
componentes do LCC ................................ 14Figura 5. Distribuição da precipitação no período
experimental. ..................... 28Figura 6. Temperaturas no período experimental.
............................................ 28Figura 7. Distribuição da precipitação no período experimental
...................... 54Figura 8. Temperaturas no período experimental. ............................................
54
RESUMO
Os estudos foram conduzidos com o objetivo de avaliar o desempenho produtivo e
econômico de diferentes níveis de óleos essenciais (Essential - Oligobasics
®
) e monensina
sódica na dieta de bovinos sob pastejo durante o verão e outono. O primeiro experimento foi
realizado no município de Luiziana, noroeste do Estado do Paraná, no período de dezembro de
2007 a fevereiro de 2008. Foram utilizadas 60 novilhas, mestiças (Nelore x Red Angus) com 12
meses de idade e peso médio inicial de ±196 kg. Avaliou-se o desempenho dos animais, que
permaneceram em quatro piquetes de Tifton 85 (Cynodon ssp.) e receberam suplementação
protéico–energética de 0,3% em relação ao peso vivo através de quatro tratamentos: (1) 1 g de
Essential/animal/dia; (2) 2 g de Essential/animal/dia; (3) 4 g de Essential/animal/dia; (4) 0,2 g
de monensina sódica/animal dia. O delineamento experimental adotado foi o inteiramente
casualizado. Foram realizadas estimativas da disponibilidade e da qualidade da forragem. Após
63 dias de experimento, observou-se elevados ganhos de peso individual (acima de 0,732
kg/dia). Não houve diferença significativa (P>0,05) do ganho médio diário entre os tratamentos.
A monensina sódica apresentou o menor custo da arroba produzida, melhor receita por hectare
e melhor razão benefício custo. O segundo experimento também foi realizado no município de
Luiziana, noroeste do Estado do Paraná, no período de março de 2008 a maio de 2008. Foram
utilizadas 40 novilhas, mestiças (Nelore x Red Angus) com 14 meses de idade e peso médio
inicial de ±246 kg. Avaliou-se o desempenho dos animais, que permaneceram em quatro
piquetes de Tifton 85 (Cynodon ssp.) e receberam suplementação protéico–energética de 0,3%
emrelação ao peso vivo através de quatro tratamentos: (1) 2 g de Essential/animal/dia; (2) 4 g
de Essential/animal/dia; (3) 0,2 g de monensina sódica/animal dia; (4) tratamento sem nenhuma
suplementação. O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado. Foram
realizadas estimativas da disponibilidade e da qualidade da forragem. Não houve diferença
significativa (P>0,05) com relação ao ganho médio diário entre os tratamentos. Contudo a
suplementação com monensina, ao contrário da suplementação feita com óleos essenciais,
resultou em maiores ganhos se comparados aos animais sem suplementação. A monensina
sódica apresentou o menor custo da arroba produzida, melhor receita por hectare e melhor razão
benefício custo.
Palavras-chave: aditivos, caju, extratos de plantas, mamona, monensina sódica, ruminantes
ABSTRACT
These trials were carried out to evaluate different levels of essential oils (Essential
-Oligobasics
®
) and sodium monensin on beef cattle grazing pasture diet in animal performance
and financial return. The first trial was carried out in Luiziana, northwest of Paraná, from
December 2007 to February 2008. Sixty crossbred heifers (Nelore X Red Angus) with 196 kg
of initial body weight and 12 months old were used. Animal performance was evaluated, under
grazing conditions on Tifton 85 (Cynodon ssp.), with protein and energy supplementation with
0.3% of BW and distributed in four treatments: (1) 1 g of essential oil/animal/d; (2) 2 g of
essential oil/animal/d; (3) 4 g of essential oil/animal/d; (4) 0.2 g of sodium monensin/animal/d.
Treatments were distributed in a completly randomized design. Also, pasture production and
quality were evaluated. After 63 days of experimental period, all treatments had high gains per
animal (above 0.732 kg/d). Sodium monensin supplementation average daily gain (ADG) was
not influenced (P>0.05) by essential oils. Sodium monesin presented the smallest cost of
produced arroba, higher income/ha and most favorable benefit/cost relation. The second trial
was carried out in Luiziana, northwest of Paraná, from March 2008 to May 2008. Forty
crossbred heifers (Nelore X Red Angus) with 246 kg of initial body weight and 14 months old
were used. Animal performance was evaluated, under grazing conditions on Tifton 85
(Cynodon ssp.), with protein and energy supplementation with 0.3% of BW and distributed in
four treatments: (1) 2 g of
essential oil/animal/d; (2) 4 g of essential oil/animal/d; (3) 0.2 g of sodium monensin/animal/d;
(4) treatment without supplementation. Treatments were distributed in a completly randomized
design. Also, pasture production and quality were evaluated. Sodium monensin
supplementation average daily gain (ADG) was not influenced (P>0.05) by essential oils.
However, sodium monensin supplementation ADG was higher for treatment without
supplementation, while essential oils were not. Sodium monesin presented the smallest cost of
produced arroba, higher income/ha and most favorable benefit/cost relation.
Key words: additives, cashew, castor, plants extract, ruminants, sodium monesin
INTRODUÇÃO
I – Cenário da pecuária de corte
A população mundial continua expandindo em níveis assustadores, com poucas
expectativas de redução populacional. É muito pouco provável que ocorram aumentos
significativos na área agricultável mundial. Por isso, não há dúvida que aumentar a
produtividade agropecuária é o ponto-chave para solucionar este problema.
O termo produtividade evoluiu ao longo dos anos, e deixou de ser simplesmente a
faculdade de produzir, para ser uma relação entre produto e fatores de produção, ou seja, é o
resultado da divisão da produção física, em um determinado período de tempo, por um dos
fatores empregados na atividade produtiva.
É fato que a eficiência da produção animal é muito baixa nos países em desenvolvimento,
apesar dos imensos rebanhos existentes em alguns deles. Contudo, a aceitação passiva de que o
clima e condições de mercado são os grandes entraves para produção de bovinos, podendo
impedir o desenvolvimento tecnológico da pecuária. O que não se percebe é que sobre esses
fatores têm-se pouca ou quase nenhuma influência, contudo, utilizando tecnologia pode-se
dobrar a produtividade.
A pecuária de corte no Brasil é marcada por muitos contrastes. Apesar de possuir
o maior rebanho comercial bovino do mundo, em algumas regiões ainda é tida como atividade
extrativista em contrapartida a outras regiões que possuem produtividade semelhante ou até
superior aos países desenvolvidos. Em média, a taxa de desfrute é de 22% (DBO, 2005) e está
muito abaixo do seu potencial. Alguns fatores interferem nesse índice tais como: baixa
fertilidade do solo, elevada idade a primeira cria e ao abate, elevada mortalidade, baixa lotação
e baixo ganho de peso dos animais. Um levantamento mostra que a diferença de produtividade
entre a melhor fazenda de gado de corte do País e a pior é de 70% (Scot Consultoria, 2008).
A pecuária de corte bovina brasileira apresentou nos últimos dez anos um processo
crescente de modernização, apesar de ainda caracterizar-se, em grande parte, pela produção
extensiva com os animais criados a pasto. No entanto, o fornecimento de suplementação a pasto
e o uso de aditivos, além do manejo adequado das pastagens, são cada vez mais adotados.
Estimativas mostram que a pecuária brasileira ocupa em média 172 milhões hectares de
pastagens naturais e plantadas, com 2,5 milhões de estabelecimentos pecuários, com um
rebanho nacional de 206 milhões cabeças em 2006, e o Estado do Paraná contribuindo com
cerca de 10 milhões cabeças (IBGE, 2006).
Pedreira & Mello (2000) relatam que os sistemas pecuários brasileiros são caracterizados
fundamentalmente pela utilização de pastagens como fonte principal de alimento para o
rebanho. Segundo Euclides & Medeiros (2005), na pecuária, as pastagens assumem dois
aspectos importantes. O primeiro é que elas viabilizam a competitividade brasileira, e o
segundo é que possibilitam a produção de forma natural, com respeito ao ambiente e aos
animais, viabilizando o atendimento de grande parte da demanda mundial por alimento.
Atualmente a taxa de lotação média da pecuária brasileira é de 0,8 unidade animal por
hectare. Se chegasse a um índice, por exemplo, de 1,2 unidades animais por hectare,
o Brasil teria um rebanho de 301,5 milhões de animais e com 4 unidades animais por hectare,
todo o rebanho mundial caberia na superfície de pastagem do Brasil, sem necessidade de
incorporação de novas áreas ou de desmatamento (Scot Consultoria, 2008).
O fato é que a produção pecuária mudou, e quem não se adaptou vive a realidade de
degradação do solo, a depreciação das instalações, redução do rebanho e a própria área da
fazenda. Sendo assim, em razão da nova ordem econômica, os negócios agropecuários
revestem-se da mesma complexidade, importância e dinâmica dos demais setores da economia,
exigindo do produtor rural uma nova visão da administração dos seus negócios. Assim, é
notória a necessidade de abandonar a posição tradicional de fazendeiro para assumir a posição
de empresário rural, independente do tamanho da propriedade e do sistema de produção de
gado de corte.
II - Caracterização da forrageira
As gramíneas do gênero Cynodon, segundo Burton & Hanna (1995) e Pedreira et al.
(1998) apresentam diversas cultivares no Brasil: Coastcross, Estrela Africana e novas cultivares
como Florico, Florona, Florakirk, Jiggs, Russell, Cheyene, Tifton 68, Tifton 78 e Tifton 85, de
introdução recente. Esses cultivares são capazes de produzir grandes quantidades de matéria
seca, com boa razão folha/colmo, resultando em um adequado valor nutritivo, e são de ampla
adaptação as diferentes condições edafoclimáticas (Oliveira et al., 2000). As gramíneas deste
gênero vêm se destacando nos últimos anos, sendo freqüentemente recomendadas como
forrageiras para a alimentação de bovinos e eqüinos em todo o mundo. Devido a essas
características, são apropriadas para alimentar animais de alta produção, tanto sob a forma de
pasto como de feno.
Dentre estas forrageiras, as espécies e cultivares do gênero Cynodon têm se destacado, de
forma especial, a cultivar Tifton 85 (Cynodon ssp.) em virtude da boa adaptação às condições
tropicais e subtropicais, elevado potencial de produção de matéria seca e alta digestibilidade. É
um híbrido F1 interespecífico resultante do cruzamento entre Tifton 68 (Cynodon nlemfuensis)
e a introdução PI 290884 (Cynodon dactylon) um material oriundo da África do Sul. Apresenta
porte mais alto, hastes delgadas e lisas, folhas menores e mais estreitas, e de cor verde mais
escura do que as outras bermudas híbridas, estolões abundantes, verdes de tom arroxeado e
rizomas mais grossos e desenvolvidos, mas em quantidade relativamente pequena. Apresenta
ainda, razão folha/colmo superior ao Tifton 68, o que lhe confere melhor qualidade. Trata-se de
uma gramínea de ciclo fotossintético C4, subtropical, perene, que apresenta um crescimento
prostrado característico, estolonífera e rizomatosa, sendo considerada como grama bermuda, de
propagação vegetativa. Hill et al. (1996) encontrou valores médios de proteína bruta (PB) de
12%, fibra em detergente neutro (FDN) de 75,5% e digestibilidade in vitro da matéria seca
(DIVMS) de 61,9%. A produção de matéria seca fica entre de 10,1 e 20,5 toneladas/ha/ano,
sendo influenciada pelo cultivar e freqüência de pastejo pelos animais (Vilela & Alvim, 1998).
O estágio de desenvolvimento da planta apresenta ampla relação com a composição
química e a qualidade das forrageiras. Com o crescimento das forrageiras, ocorrem aumentos
nos teores de carboidratos fibrosos e lignina, o que invariavelmente proporciona redução na
digestibilidade; são também alteradas as estruturas das plantas com a redução da razão folha
/colmo (F/C) e as plantas mais velhas apresentam maiores proporções de talos que de folhas,
tendo, portanto, reduzido o seu conteúdo em nutrientes potencialmente digestíveis com a
maturação (Reis & Rodrigues, 1993).
As condições físicas e químicas do solo, a umidade, a temperatura e o grau de desfolha
têm grande influência na produção de plantas forrageiras e conseqüentemente na produção
animal. Cortes a intervalos menores resultam em baixas produções de matéria seca; não
obstante a alta razão FV/BCV determina valor nutritivo mais elevado. Alvim et al.(1998)
encontraram teores de 10,9 a 23,4% de proteína bruta na época chuvosa, e na época seca de
10,3 a 18,0%. Assis (1997) registrou aumento na concentração de PB e decréscimo na
concentração de FDA e FDN devido a adubação nitrogenada em cinco gramíneas do gênero.
III - Suplementação a pasto
Os sistemas brasileiros de produção de carne bovina baseiam-se principalmente na
utilização de pastagens. Mesmo os animais oriundos de confinamento, que somam cerca de 5%
do total de abates no Brasil, são recriados em pasto, o qual, mesmo nesses sistemas mais
intensivos, responde por cerca de 70% a 80% do ganho de peso vivo total dos animais (Zimmer
& Euclides, 1997).
A forma mais simples e barata de alimentar os animais ruminantes é através do pasto, e o
Brasil, por estar localizado na região tropical, apresenta alto potencial para a produção
forrageira. Temperaturas elevadas associadas à fotoperíodos longos e alta pluviosidade
favorecem a produção de gramíneas tropicais, e conseqüentemente, a produção de bovinos de
corte em pastagens. Contudo, a situação climática no país ocasiona variações na qualidade da
pastagem no decorrer do ano, bem como, nas diferentes regiões.
Dados sobre o valor nutritivo de forrageiras tropicais evidenciam que com o
desenvolvimento das plantas ocorre (Gomide e Queiroz, 1994):
Diminuição acentuada de proteína bruta;
Diminuição na digestibilidade, aumento de lignina entre as células, diminuição da
proporção de estruturas anatômicas mais digestíveis, em contrapartida, aumento de carboidratos
fibrosos: celulose, hemicelulose, pouco digestíveis;
Diminuição no consumo de forragem.
Desta forma, há necessidade de adequação da suplementação aos animais, a fim de obter
o máximo desempenho durante todo o ano e, logicamente, com o mínimo custo possível.
Algumas das razões envolvidas no fornecimento de suplementos para bovinos de corte
em pastagens incluem: correção das deficiências nutricionais, melhoria na utilização da
forragem, melhoria no desempenho animal, flexibilização da taxa de lotação, conservação da
forragem, redução na permanência dos animais na propriedade, obtenção de novas
oportunidades de negócios, aumento no retorno econômico e melhoria na qualidade de carne
(Prado & Moreira, 2002; Prohmann et al., 2004a, b).
Na estação seca o baixo desempenho dos bovinos em pastejo é resultado de uma
pastagem de baixo valor nutricional. O baixo teor de proteína é o fator mais limitante das
pastagens nessa época do ano, e sua correção, normalmente, resulta em aumento no consumo e
digestibilidade da pastagem (Cochran et al., 1998).
Apesar de na estação chuvosa haver uma maior disponibilidade de forragens e de
melhor valor nutricional, quando comparadas as da estação seca, ainda mostram ganhos de peso
muito aquém dos observados, nas mesmas condições, em regiões temperadas (Poppi &
McLennan, 1995), não permitindo taxas de ganho elevadas, próximas ao potencial genético do
animal (Karges et al., 1992; Hess et al., 1996; e Elizalde et al., 1998), constituindo um dos
principais entraves no aumento do ganho de peso e na redução da idade ao abate (Poppi &
McLennan, 1995). Assim, surge a necessidade de se avaliar o potencial das pastagens tropicais
em suprir nutrientes para altas taxas de ganho de peso durante a época chuvosa (Paulino et al.,
1996), e a suplementação em pasto surge como opção para o suprimento de nutrientes
limitantes e aumento da eficiência de utilização das pastagens (Poppi e McLennan, 1995).
Em sistemas intensivos de produção, a dependência do uso exclusivo de pastagens
aumenta os riscos de insucesso, principalmente no que se refere ao acasalamento das fêmeas de
14 a 18 meses de idade. Para esta categoria é indispensável um nível alimentar elevado, o qual
pode ser oportunizado através do fornecimento de suplementos concentrados. A suplementação
energética em pastagens de alta qualidade é uma alternativa para aumentar a taxa de
crescimento dos animais, através de um melhor balanceamento dos nutrientes da dieta e de um
aumento do consumo total de matéria seca (Rocha et al., 2003).
IV - Uso de aditivos para ruminantes
No rúmen, os microrganismos fermentam carboidratos e proteínas para obter nutrientes
necessários para seu crescimento. Muitos dos produtos finais dessa fermentação, como os
ácidos graxos voláteis e a proteína microbiana, são as principais fontes de nutrientes para os
ruminantes. Em contrapartida, outros produtos da fermentação, como calor, metano (CH4) e
amônia (NH3), representam perdas de energia e proteína do alimento para o meio ambiente. Em
relação aos compostos nitrogenados, pesquisas consideram que em bovinos de corte mantidos
em pastagem, cerca de 10% do nitrogênio (N) consumido diariamente encontra-se na proteína
da carne produzida, sendo o restante excretado pelas fezes e urina (Hutchings et al., 1996).
A redução na eliminação desses produtos tem sido alvo dos esforços de pesquisadores
para, além de aumentar a eficiência de conversão dos nutrientes consumidos em carne, reduzir o
impacto dos sistemas de produção no ambiente. A manipulação ruminal, por meio de
substâncias introduzidas na ração ou naturalmente presente nos alimentos, tem sido estudada
como alternativas para aumentar a eficiência de dietas consumidas por ruminantes.
Vários suplementos alimentares podem contribuir para o melhor desempenho dos animais
em crescimento e terminação. Dentre os aditivos utilizados pode-se citar: ionóforos, aditivos
microbianos, ácidos graxos, lecitina, ácidos orgânicos e extratos naturais de plantas.
1 - Ionóforos
Os ionóforos são antibióticos carboxílicos poliésteres, de baixo peso molecular, produtos
finais da fermentação de várias espécies de actinomicetos – Streptomyces ssp. Sua ação é
devida a captação de íons divalentes, fato que altera a permeabilidade da membrana celular
matando o organismo celular (Westley, 1982).
Estes aditivos são assim chamados devido a sua propriedade transportadora de íons. Os
ionóforos possuem a capacidade de formar complexos lipossolúveis com cátions, e mediar seu
transporte através da membrana lipídica. Atualmente mais de 120 ionóforos tem sido descritos,
mas somente a monensina, lasalocida, salinomicina e laidlomicina propionato são aprovados
para o uso em ruminantes (Nagaraja et al., 1997). Os ionóforos são ácidos orgânicos com uma
pKa variando entre 6,4 a 6,6, pouco solúveis em soluções aquosas, cujo exterior da molécula é
hidrófobica, entretanto são solúveis em solventes orgânicos e são altamente lipofílicos, com
peso molecular variando de 500 a 2000 Dalton (Corah, 1991).
Os efeitos metabólicos produzidos pelos ionóforos no ambiente ruminal são, segundo
Bergen & Bates (1984) e Machado & Madeira (1990):
Modificação da relação acetato: propionato, com aumento do propionato;
Aumento da produção de propionato a partir de lactato via acrilato;
Redução da destruição ruminal e deaminação de proteínas, com menor produção de
nitrogênio amoniacal no rúmen;
Inibição de microrganismos gram-positivos, produtores primários de H
+
e formato;
Diminuição na produção de metano (CH4) primariamente devido a menor
disponibilidade de H2 e formato e a reduzida transferência de H2 entre os microrganismos;
Depressão da produção de ácido láctico sob condições que induzem a acidose;
Leve inibição de protozoários;
Redução da viscosidade do fluido ruminal em animais com timpanismo;
Depressão da eficiência de crescimento e da produção dos microrganismos ruminais.
O mecanismo de ação dos ionóforos sobre as bactérias ruminais está relacionado com
fatores de resistência presentes na estrutura da parede celular, a qual é responsável por regular o
balanço químico entre os meios interno e externo da célula, sendo este equilíbrio mantido por
um mecanismo chamado de bomba iônica (Russell, 1987).
No rúmen, sódio (Na
+
) e potássio (K
+
) constituem os cátions extracelulares prévalentes,
sendo a concentração do Na
+
quatro vezes maior que a do K
+
. Entretanto, o K
+
está em maior
concentração no líquido intracelular dos microorganismos. Como resultado tem-se uma grande
diferença de concentração entre esses cátions, o que, além de manter a pressão osmótica, gera
um potencial elétrico (Bergen & Bates, 1984; Schelling, 1984; Russell, 1987).
Esse mesmo processo volta a acontecer de dentro para fora da célula, porém com o K
+
sendo carreado. Numa segunda reação, o Na
+
é movido para dentro da célula e o H
+
, para fora.
A primeira reação usualmente acontece com velocidade maior do que a segunda, ocasionando
um acúmulo de H
+
no líquido intracelular. A célula responde a essa acidose pela troca H
+
/Na
+
.
Nessa tentativa de manutenção do equilíbrio, a célula perde grande quantidade de energia
(ATPase) por manter ativas as bombas de sódio de Na
+
/K
+
e a de prótons “H
+
/Na
+
”. Com essa
mudança no metabolismo, os microorganismos têm capacidade de crescimento e reprodução
reduzida (Bergen & Bates, 1984; Schelling, 1984).
Vários trabalhos têm demonstrado que o principal mecanismo de ação dos ionóforos para
melhorar a eficiência alimentar nos ruminantes está relacionado a mudanças na população
microbiana do rúmen, selecionando as bactérias gramnegativas, produtoras de ácido propiônico,
como mais resistentes, e inibindo as grampositivas, maiores produtoras de ácido acético,
butírico e láctico, H2 e CH4 (McCaughey et al., 1997).
Goodrich et al. (1984) relataram melhoria de 7,5% na conversão alimentar. Nagaraja et al.
(1997) citaram redução de 4% no consumo de matéria seca, aumento de 5% no ganho de peso e
melhoria de 9% na conversão alimentar.
Geralmente os ionóforos causam redução do consumo de MS, sem alterar o ganho de
peso e, conseqüentemente, melhoram a conversão alimentar em animais confinados,
alimentados com maiores quantidades de grãos. Por outro lado, quando fornecidos a animais
em pastejo, estes exibem melhoria no ganho de peso sem alterar o consumo de MS, resultando
também em melhor conversão alimentar. Independente dos efeitos no ganho de peso ou no
consumo de MS ocorre melhoria de, aproximadamente, 7% na conversão alimentar e esses
dados não têm apresentado variações ao longo dos anos. Assim a utilização de ionóforos para
gado de corte dependerá da razão benefício/custo.
Os resultados de uma série de experimentos mostraram que bovinos (180 kg a 380 kg de
peso vivo), pastejando uma ampla gama de forrageiras, beneficiaram-se da adição de
monensina (0,2 g/dia) ao suplemento (Potter et al., 1986). Os autores observaram incremento no
ganho de peso de 0,03 kg a 0,20 kg/dia (média = 0,09 kg/dia, cerca de 15% a mais em relação
aos bovinos que recebiam apenas suplemento) e melhoria na conversão alimentar.
Alguns estudos in vivo, indicam a existência de adaptação dos microorganismos ruminais
aos ionóforos. Há relato de vacas em dieta baseada em forragem (65% da matéria seca) onde a
adição de lasalocida (340 mg/dia) aumentou a eficiência de utilização da energia em 20% nas
duas semanas iniciais do experimento, decrescendo progressivamente e tornando-se
insignificante aos 28 dias (Weiss & Amiet, 1990). Esse efeito poderia estar relacionado com o
estabelecimento de linhagens resistentes. Rumpleret al. (1986) também observaram a queda
inicial na produção de metano com o consumo de monensina ou lasalocida (226 mg/dia),
seguida de equiparação ao grupo controle após doze dias do início da suplementação.
Níveis elevados de ionóforos na dieta são tóxicos, causando inapetência e, eventualmente,
a morte. Por isso a adaptação dos bovinos aos ionóforos é recomendada, especialmente quando
se utiliza monensina. Não se conhece até o momento antídoto ou tratamento da toxidez
induzida por ionóforos, mas é possível que a degeneração celular mediada por peroxidação
lipídica possa ser minimizada com a suplementação de vitamina E selênio (Potter et al., 1984;
Novilla, 1992; Basaraba et al., 1999).
1.1. Monensina sódica
A molécula de monensina (Figura 1) é um poliéter carboxílico que se liga a íons
metálicos e os carreia através da membrana celular (Pressman, 1976). A monensina tem um
grupamento carboxílico exposto, devendo ser não-protonado para favorecer seu movimento
livremente através da membrana celular. A ligação seqüencial de íons metálicos e prótons
permite a monensina agir como metal/próton antiporte. O grupamento carboxílico tem um pKa
ligeiramente alcalino, sendo a monensina mais hábil em inibir bactérias (Streptococcus bovis,
por exemplo), quando o pH é acído (Chow & Russel, 1990).
Figura 1 - Estrutura química da monensina (Blazsek, 2003)
A monensina catalisa principalmente as trocas de sódio (Na
+
) por hidrogênio (H
+
) (Figura
2), uma vez que afinidade pelo sódio é dez vezes maior que por potássio (K
+
). (Silva, 1990).
A monensina é tipicamente oferecida a animais em confinamento recebendo grandes
quantidades de cereais, e resultados indicaram que o aumento na eficiência alimentar foi de
6,4% (Goodrich et al., 1984). A monensina também tem sido utilizada em bovinos em pastejo.
Animais em pastagens e suplementados com monensina ganharam 13,5% mais peso que
animais controle (Goodrich et al., 1984), sugerindo que as bactérias ruminais de animais
recebendo forragem podem ser mais sensíveis ao ionóforo do que aquelas de animais recebendo
dieta contendo concentrado.
Figura 2 - Efeito da monensina (M) no fluxo de K, Na e prótons (proposto por Russell,
1987)
2 - Extratos naturais de plantas
Os compostos secundários de plantas constituem-se em possibilidades naturais para
modificar a fermentação. Várias plantas contêm compostos secundários que as protegem do
ataque de fungos, bactérias, herbívoros e insetos. Saponinas e taninos presentes em algumas
plantas tropicais podem atuar nesse processo.
A propriedade anti-séptica das plantas medicinais e aromáticas e de seus extratos tem sido
observada desde a antiguidade, enquanto as informações sobre as tentativas de caracterizar suas
propriedades em laboratório datam de 1900. Com o passar do tempo, o conhecimento sobre as
plantas evoluiu como conseqüência, em grande parte, de modernas tecnologias, ocasionando o
isolamento sistemático e a caracterização dos princípios ativos contidos nestas fontes vegetais.
Pesquisas têm focado nos efeitos benéficos específicos da inclusão desses extratos
naturais nas rações. Os extratos naturais apresentam atividade antioxidante (Botsoglou et al.,
2002) de modificação da microbiota intestinal, de melhora na digestibilidade e na absorção dos
nutrientes, de modificações morfo-histológicas do trato gastrintestinal e de melhora da resposta
imune (Brugalli, 2003). Entretanto, ainda não está claro o modo de ação desses extratos, que
podem ter múltiplas funções. A elucidação do modo de ação destas substâncias fornecerá a base
científica para se estabelecer, com eficácia e segurança, seu modo de uso em dietas para
animais (Brugalli, 2003). São vários os efeitos observados in vitro que justificam as pesquisas
nesta área para determinação das melhores combinações e dos níveis de inclusão dos extratos
vegetais às dietas para melhorar o desempenho e a produção animal (Hernández et al., 2004).
Segundo Kohlert et al. (2000), os princípios ativos dos extratos vegetais são absorvidos
no intestino pelos enterócitos e metabolizados rapidamente no organismo animal. Os produtos
deste metabolismo são transformados em compostos polares, através da conjugação com o
glicuronato, e excretados na urina. Outros princípios ainda podem ser eliminados pela
respiração como o CO
2. A rápida metabolização e a curta vida dos compostos ativos levam a
um risco mínimo de acúmulo nos tecidos.
Acredita-se que os extratos de plantas possam estimular a produção de saliva e dos sucos
gástrico e pancreático, beneficiando a secreção enzimática e melhorando a digestibilidade dos
nutrientes (Mellor, 2000).
2.1. Óleos essenciais
Óleos essenciais são metabólitos secundários de algumas plantas, responsáveis pelo
odor e pela cor das plantas, sendo obtidos por vaporização ou destilação em água. Atuam na
estrutura da parede celular bacteriana, alterando a permeabilidade da membrana citoplasmática
por íons de hidrogênio e potássio. A alteração dos gradientes de íons conduz a deterioração dos
processos essenciais da célula como transporte de elétrons, translocação de proteínas, etapas da
fosforilação e outras reações dependentes de enzimas resultando em perda do controle
quimiosmótico da célula afetada e conseqüentemente a morte bacteriana (Dorman & Deans,
2000).
Dos principais óleos essenciais destacam-se o timol presente no tomilho (Thymus
vulgaris) e no orégano (Origanum vulgaris), o limoneno extraído da polpa cítrica e o guaiacol
extraído da resina do guáiaco ou do óleo do cravo-da-índia (Castillejos et al., 2005).
Atualmente muitos trabalhos vêm sendo realizados em busca de novos óleos com
atividade antimicrobiana. Esses produtos exercem atividade antimicrobiana sobre bactérias
gram-negativas e gram-positivas (Helander et al., 1998). Existem evidências que muitos óleos
essenciais reduzem a taxa de deaminação de aminoácidos, a taxa de produção de amônia e o
número de bactérias hiperprodutoras de amônia, com o aumento do escape ruminal de N para o
intestino (McIntosh et al., 2003).
Segundo Castillejos et al. (2005), a suplementação com uma mistura de óleos essenciais
aumentou a concentração de ácidos graxos voláteis totais sem afetar outros parâmetros
fermentativos, sugerindo que a fermentabilidade da dieta foi afetada positivamente.
2.1.1.Óleo de mamona
A mamoneira, conhecida cientificamente como Ricinus communis, L, é uma xerófila de
origem afro-asiática da família das euforbiáceas. Classe dicotiledônea, ordem gerianáceas; É
bastante tolerante a escassez de água, porém, exigente em calor e luminosidade. Está
disseminada em quase todo o Nordeste, cujas condições climáticas são propícias ao seu
desenvolvimento e crescimento, nos locais já zoneados pela Embrapa e referendado pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Embrapa, 2006).
O óleo de mamona é um óleo vegetal, conhecido como óleo de rícino e,
internacionalmente, como castor oil; diferencia-se dos demais óleos vegetais pela grande
quantidade de hidróxidos que contém especialmente o do ácido ricinoléico (12hidroxi-9-
octadecenóico) (Figura 3). A quantidade total de ácidos graxos insaturados, incluindo o
ricinoléico, corresponde a aproximadamente 97%.
Figura 3 - Estrutura química do ácido ricínoléico
As aplicações do óleo de mamona são inúmeras, e o teor de óleo das sementes de
mamona varia em torno de 35% a 55%, cujo padrão comercial é de 45% (Vilela et al., 1998).
Cerca de 90% do óleo é composto por triglicerídeos, principalmente da ricinoleína, que é o
componente do ácido ricinoléico, cuja fórmula molecular é C
17H32OHCOOH. O ácido
ricinoléico tem ligação insaturada e pertence ao grupo dos hidroxiácidos e se caracteriza por seu
alto peso molecular (298) e baixo ponto de fusão
(5
o
C). O grupo hidroxila presente na ricinoleína confere, ao óleo de mamona, a propriedade
exclusiva de solubilidade em álcool (Weiss, 1983; Moshkin, 1986).
O ácido ricinoléico é um ácido graxo muito parecido ao ácido oléico, sendo a única
diferença um radical hidroxila presente no ácido ricinoléico e ausente no oléico. Por este
motivo o ácido ricinoléico é também chamado hidroxioléico. O ácido ricinoléico funciona
como um ionóforo divalente e embora existam poucos trabalhos da ação do ácido ricinoléico
como antiinflamatório, pesquisas italianas mostraram ação antiinflamatória em nível ocular
quando usado continuamente (Vieira et al., 2001).
2.1.2. Óleo de caju
O cajueiro (Anacardium occidentale L.), planta disseminada em todo o mundo tropical,
vem despertando interesse cada vez maior na região Nordeste do Brasil devido, principalmente,
a geração de emprego e renda. O líquido da castanha de caju (LCC) é uma fonte natural de
compostos de cadeia fenólica longa e insaturada (Kumar et al., 2002).
Os ácidos anacárdicos são compostos fenólicos biossintetizados a partir de Acetil-CoA e
constituem cerca de 70 % do LCC natural. Estes lipídeos fenólicos apresentam o núcleo do
ácido salicílico e uma cadeia lateral de 15 carbonos, que pode conter uma, duas ou três ligações
insaturadas (Agostini et al., 2008). Existe o LCC técnico que é um subproduto das indústrias de
beneficiamento da castanha, cujo principal constituinte é o cardanol, produto de
descarboxilação do ácido anacárdico. As estruturas dos derivados do LCC são mostradas na
Figura 4. O LCC técnico contém principalmente cardanol (60-65%), cardol (15-20%), material
polimérico (10%), e traços de metilcardol.
O ácido anacárdico e o cardol são os dois componentes do óleo de caju com ação
antimicrobiana e funcionam como um ionóforo monovalente (Nagabhusa et al., 1995). O
cardanol tem atividade tanto antiinflamatória como antioxidante (Amoratti et al., 2001 e
Trevisan et al., 2006).
A maioria dos antioxidantes de plantas superiores são polifenóis, que mostram também
atividades biológicas do tipo antibacteriana, anticarcinogênica, antiinflamatória, antialérgica,
estrogênica e imuno-estimulante. As propriedades antioxidantes dos fenóis são devidas as suas
propriedades de oxirredução, que permitem a eles agirem como agentes redutores, doadores de
hidrogênio e eliminador de oxigênio singlete (Guerra, 2001).
Figura 4 - Estruturas dos principais componentes do LCC
V - Análise financeira
Em virtude do cenário atual da pecuária cada vez mais competitiva, o controle de custos
de produção bem como a análise de investimentos torna-se quesito primordial para tomada de
decisão.
Entende-se por custos de produção a soma dos valores de todos os recursos e operações
utilizados no processo produtivo de certa atividade.
Apesar de eventuais problemas com o processo de apuração de dados e da subjetividade
em sua estimação, a determinação do custo de produção é uma prática necessária e
indispensável ao bom administrador, constituindo-se em um valioso instrumento para as
decisões do administrador.
Com apuração correta dos custos, podemos:
Analisar a rentabilidade da atividade gado de corte;
Reduzir os custos controláveis;
Determinar o preço de venda compatível com o mercado;
Planejar e controlar as operações do sistema de produção do gado de corte;
Identificar e determinar a rentabilidade do produto;
Identificar o ponto de equilíbrio do sistema de produção do gado de corte;
Servir como ferramenta extremamente útil para auxiliar o produtor no processo de
tomada de decisões seguras e corretas.
1 - Custo da arroba (@) produzida
Os custos de produção podem basicamente ser divididos em dois grupos, fixos e
variáveis.
Custos fixos são aqueles cujo total não varia proporcionalmente a quatidade produzida.
Um aspecto importante a ressaltar é que os custos fixos são fixos dentro de uma escala de
produção, e em geral, não são eternamente fixos, podendo variar em função das grandes
oscilações no volume de produção pecuária. O aluguel de pastos, mesmo quando sofre reajuste
em determinado mês, não deixa de ser considerado um custo fixo, uma vez que terá o mesmo
valor, qualquer que seja a produção do mês.
Custos variáveis são aqueles que variam proporcionalmente ao volume produzido. Os
custos variáveis aumentam de acordo com o aumento da produção. Minerais, vacinas,
medicamentos são exemplos de custos variáveis.
O protocolo de cálculo é o mesmo aplicado em todos os seguimentos do processo
produtivo. Dois aspectos fundamentais devem ser ressaltados:
• O correto registro dos custos e despesas da atividade individual;
• A correta produção em cada segmento produtivo. Conhecendo-se os custos
e a produção total, a determinação por arroba torna-se simples.
Na Tabela 1, abaixo segue o protocolo de cálculo do custo da arroba bovina em um
sistema de engorda.
Tabela 1 - Exemplo do processo de cálculo do custo da arroba
Pastagem Confinamento Peso inicial
(PI) Medido 180 405 Peso Final (PF) Medido 405 500 Ganho Total (GT) PF-PI 225 95 Período
em dias (D) Medido 549 76 Período em meses (M) D÷30,5 18 2,5 GMD (kg) GT ÷ D 0,41 1,25
Custo animal por Mês (CM) Medido R$ 15,90 -Custo animal por Dia (CD) Medido -R$ 2,60
Custo Total (CT)
(CM x M)
R$ 286,20 R$ 197,60
(CD X D) Rend. Carcaça (RC) Medido 50% 52% @
Produzidas (@P) GTxRC÷15 7,5 3,3
Custo da arroba CT÷@P R$ 38,16 R$ 60,00
Como foi descrito acima, o conhecimento da produção é um dos princípios na avaliação
do custo. Desta forma, não podemos deixar de ressaltar a importância da utilização da balança,
isto é, sempre acompanhar a evolução dos pesos. Neste caso, devemos conhecer o peso dos
animais no início e final do ciclo, bem como os pesos dos animais vendidos e abatidos, sendo
neste último, necessário o registro do rendimento de carcaça.
2 - Avaliação de investimentos
Diversos indicadores estão disponíveis na metodologia contábil para avaliar a resposta
econômica do investimento. Entre eles estão: a taxa interna de retorno (TIR), a razão
benefício/custo (RBC), o período de restituição, a análise do valor presente líquido (VPL), entre
outros.
O VPL objetiva a correção dos resultados (saldos) do projeto para o final do período de
planejamento, de acordo com a aplicação da taxa de juros (Magalhães, 1995). Normalmente
utilizamos a VPL para conhecermos o valor real de receitas ou despesas atualizados para
mesma data de ocorrência.
A TIR representa a eficiência marginal do capital e corresponde, em última análise, a taxa
de lucratividade nos projetos de investimento. A TIR se relaciona com os juros compostos e
com o fluxo de caixa. Desta forma, define-se a TIR como a taxa de juros compostos que torna a
soma dos valores atuais das receitas líquidas do fluxo, em uma data determinada, igual a soma
dos valores atuais dos investimentos e custos, nesta mesma data (Dossa et al. 1991).
A RBC é fornecida pela divisão entre a receita total e o total de custos operacionais. Ela
indica quantas unidades de capital recebido como benefícios são obtidos para cada unidade de
capital investido.
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OBJETIVO GERAL
O presente projeto de pesquisa foi realizado com o objetivo de avaliar o desempenho
produtivo e econômico do uso de diferentes níveis de óleos essenciais (Essential -
Oligobasics
®
) e monensina sódica na dieta de bovinos sob pastejo durante o
verão e outono.
I – DESEMPENHO PRODUTIVO E ECONÔMICO DA ADIÇÃO
DE ÓLEOS ESSENCIAIS NA SUPLEMENTAÇÃO DE NOVILHAS
EM PASTAGEM DE Cynodon ssp. NO VERÃO
Resumo: O experimento foi realizado no município de Luiziana, noroeste do Estado do
Paraná, no período de dezembro de 2007 a fevereiro de 2008. Foram utilizadas 60 novilhas
mestiças (Nelore x Red Angus) com 12 meses de idade e peso médio inicial de ±196 kg.
Avaliou-se o desempenho dos animais, que permaneceram em quatro piquetes de Tifton 85
(Cynodon ssp.) e receberam suplementação protéico– energética de 0,3% do peso vivo e
distribuído em quatro tratamentos: (1) 1 g de Essential/animal/dia; (2) 2 g de
Essential/animal/dia; (3) 4 g de Essential/animal/dia; (4) 0,2 g de monensina sódica/animal/dia.
O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado. Foram realizadas
estimativas da disponibilidade e da qualidade da forragem durante o período experimental.
Após 63 dias de experimento, observou-se elevados ganhos de peso individual (acima de 0,732
kg/dia). Não houve diferença significativa (P>0,05) com relação ao ganho médio diário entre os
tratamentos. A monensina sódica apresentou o menor custo da arroba produzida, melhor receita
por hectare e melhor razão benefício custo.
Palavras-chave: aditivos, caju, extratos de plantas, mamona, monensina sódica, ruminates
I – PRODUTIVE AND ECONOMIC PERFORMANCE OF
ADDITIONAL ESSENTIAL OILS ON SUPPLEMENTATION FOR
HEIFERS GRAZING Cynodon ssp. PASTURE DURING THE SUMMER
Abstract: This trial was carried out in Luiziana, northwest of Paraná, from December
2007 to February 2008. Sixty crossbred heifers (Nelore X Red Angus) with 196 kg of initial
body weight and 12 months old were used. Animal performance was evaluated, under grazing
conditions on Tifton 85 (Cynodon ssp.), with protein and energy supplementation with 0.3% of
BW and distributed in four treatments: (1) 1 g of essential oil/animal/d; (2) 2 g of essential
oil/animal/d; (3) 4 g of essential oil/animal/d;
(4) 0.2 g of sodium monensin/animal/d. Treatments were distributed in a completly randomized
design. Also, pasture production and quality were evaluated during trial period. After 63 days
of experimental period, all treatments had high gains per animal (above 0.732 kg/d). Sodium
monensin supplementation average daily gain (ADG) was not influenced (P>0.05) by essential
oils. Sodium monesin presented the smallest cost of produced arroba, higher income/ha, most
favorable benefit/cost relation and most favorable internal rate of return.
Key-words: additives, cashew, castor, plants extract, ruminants, sodium monesin
Introdução
O Brasil ocupa lugar de destaque no cenário internacional do mercado da carne bovina
desde que se tornou o maior exportador deste produto (ANUALPEC, 2003).
A baixa rentabilidade obtida na bovinocultura de corte brasileira tem exigido de
pesquisadores, técnicos e produtores, a busca intensiva por alternativas eficientes que tornem
este segmento economicamente viável. Pesquisas, muitas vezes, buscam otimizar o potencial
biológico do sistema de produção empregado, não sendo a sua viabilidade econômica o fator
determinante para avaliar o sucesso dos resultados obtidos (Pilau et al. 2003).
A análise econômica é o processo pelo qual o produtor passa a conhecer os resultados
financeiros obtidos, de cada atividade agropecuária. É mediante resultados econômicos que o
produtor pode tomar suas decisões e conduzir o seu sistema de produção de gado de corte como
uma empresa.
As pastagens são uma alternativa altamente econômica de produção de alimentos. A
gramínea Tifton 85 (Cynodon ssp.) apresenta inúmeras características desejáveis, como elevada
produção de matéria seca por área, boa adaptação ao clima tropical e subtropical, boa razão
folha/colmo e elevado valor nutritivo (Bortolo et al., 2001).
Atualmente, a prática de suplementar bovinos em pastagens também tem sido pesquisada
no período chuvoso, buscando, assim, otimizar o ganho animal, apesar das forragens
apresentarem maior produção e qualidade.
O uso de aditivos tem sido freqüente na tentativa de melhorar o aproveitamento dos
alimentos, promover a melhoria na qualidade e aumentar a quantidade de nutrientes disponíveis
na alimentação dos animais. Dentre os aditivos, existem os ionóforos, que estão sendo muito
utilizados na dieta de ruminantes, eles são assim chamados por apresentarem propriedades
transportadoras de íons (Pressman, 1968). Geralmente, são altamente efetivos contra bactérias
gram-positivas, e exibem pouca ou nenhuma atividade contra bactérias gram-negativas
(Nagajara et al., 1997).
Em 1999, baseando-se no “Princípio da Precaução” a União Européia (EU) baniu a
utilização de antibióticos como promotores de crescimentos (Ipharraguerre, 2003), mas a
proibição do uso de ionóforos como aditivos alimentares (monensina sódica e lasalocida)
somente ocorreu em 2006. Este princípio é uma prerrogativa para as autoridades da UE
adotarem uma postura preventiva em relação a uma determinada questão mesmo na ausência de
dados científicos conclusivos (Loyola et al., 2006). Sendo assim, a busca por aditivos naturais
têm sido cada vez mais freqüente.
Os óleos essenciais, provenientes do rícino e caju, vêm sendo muito utilizados na
avicultura, contudo ainda têm-se poucas pesquisas com ruminantes. Diferentemente de outros
compostos ativos de origem vegetal, a composição tanto do óleo de caju como do óleo de rícino
é muito estável.
Os componentes ativos dos óleos essenciais desestabilizam a membrana dos protozoários
e das bactérias gram-positivas de forma semelhante aos ionóforos. O óleo de caju também tem
uma ação inibitória à resistência das bactérias a certos antibióticos (Kubo et al., 2003 e Muroi et
al., 2004). O fato de atuarem como antimicrobianos e antiinflamatórios, tem despertado o
interesse por mais estudos dos efeitos em ruminantes.
Desta forma, a presente pesquisa foi conduzida para avaliar os efeitos do uso do ionóforo
monensina sódica comparada com diferentes níveis de óleos essenciais, com bovinos em
pastejo, sobre desempenho animal e seu retorno econômico.
Material e Métodos
O experimento foi realizado na fazenda Dona Elisa, situada no município de Luiziana,
noroeste do Estado do Paraná, no período de dezembro de 2007 a fevereiro de 2008. O clima é
caracterizado como Subtropical Úmido Mesotérmico (Secretaria da Agricultura e do
Abastecimento do Estado do Paraná, 2000) apresentando predominância de verões quentes,
baixa freqüência de geadas severas e uma tendência de concentração das chuvas no período do
verão. Os dados climatológicos referentes à temperatura máxima e mínima, precipitação
pluviométrica (máxima e mínima), ocorridos durante o período experimental são apresentados
na Tabela 2, e os dados da distribuição de chuvas acumuladas e temperatura, são apresentados
nas Figuras 5 e 6 respectivamente. Tabela 2 - Condições climáticas durante o período
experimental
Mês Temperatura
máxima (C)
Temperatura
mínima (C)
Temperatura
média (C)
Precipitação
acumulada
(mm)
Dezembro 34,6 14,2 24,8 149
Janeiro 33,2 17,9 24,3 155
Fevereiro 30,7 17,8 24,0 120
Fonte: Fazenda Dona Eliza – Luiziana.
O solo da região é classificado como Latossolo Vermelho Escuro (Rauen et al., 1996) e os
dados da análise química do solo da área experimental são apresentados na Tabela 3. Tabela 3 -
Análise química do solo
g/dm
-
Área
mg/dm
-3 3
pH cmolc/ dm
-3
S-H
+
P SO4
2-
C CaCl2 H2OAl
3+
Al
3+
Ca
2+
Mg
2+
K
+
%MO CTC Piquete 15,1 4,94 7,43 5,66 6,2 0 2,94 3,85
2,22 0,53 4,72 10,43 Fonte: Laboratório de Solos – Departamento de Agronomia -
UEM, 2007.
Figura 5 - Distribuição da precipitação no período experimental. Fonte:
Fazenda Dona Eliza – Luiziana.
Figura 6 - Temperaturas no período experimental. Fonte:
Fazenda dona Eliza – Luiziana.
A área experimental de pastagem era formada por Tifton 85 (Cynodon ssp.), estabelecida
há mais de oito anos, dividida com cerca elétrica de dois fios e em quatro piquetes com área
total de 4 hectares (ha), sendo de 1 ha cada piquete. A água foi disponibilizada através de
bebedouros com bóia e os suplementos foram fornecidos em cochos de plástico com
aproximadamente 0,5 m por animal. A área foi adubada com 250 kg de uréia no dia 3 de
novembro de 2007, previamente a entrada dos animais, ficando diferida até o início do
experimento, em dezembro de 2007.
Foram utilizadas 60 novilhas mestiças (Nelore x Red Angus), devidamente identificadas
(brinco numerado), com 12 meses de idade e peso médio inicial de 196 kg. Os animais foram
pesados, sempre em jejum hídrico e alimentar prévio de 12 horas, ao início do período
experimental e, a partir desta data, a cada 21 dias, totalizando 63 dias experimentais. Os
animais foram distribuídos na área experimental de forma a obter homogeneidade dentro de
cada tratamento e de acordo com os ajustes na taxa de lotação. As datas de avaliação foram:
21/12/2007, 11/01/2008, 01/02/2008 e 22/02/2008. Os animais foram vermifugados antes do
início do experimento e vacinados contra a febre aftosa e carbúnculo.
Os animais permaneceram na pastagem de Tifton 85 e foram distribuídos em quatro
tratamentos, com consumo de suplemento contendo 23% de proteína bruta (PB) e 70% de
nutrientes digestíveis totais (NDT) de 0,3% em relação ao peso vivo. Os tratamentos foram
constituídos de:
E1 = 1 g/dia/animal de Óleo Essencial (Essential - Oligobasics
®
);
E2 = 2 g/dia/animal de Óleo Essencial (Essential - Oligobasics
®
);
E4 = 4 g/dia/animal de Óleo Essencial (Essential - Oligobasics
®
);
M2 = 0,2 g/dia/animal de monensina sódica.
O suplemento fornecido aos diferentes tratamentos foi o mesmo, ocorrendo apenas à
inclusão da monensina sódica e óleos essenciais em diferentes concentrações.
A porcentagem dos alimentos no suplemento foi: 15,0% de casquinha de soja, 27,4% de
farelo de soja, 50,7% de milho grão triturado, 1,8% de uréia e 5,1% de suplemento mineral.
Durante a realização do experimento foi adotado o método de lotação contínua, com taxa
de lotação variável, com lotação fixa e carga variável (decorrente do ganho de peso) utilizando
a técnica “Put and Take” (Mott & Lucas, 1952) utilizando quinze animais “testers” por piquete,
mais animais reguladores, sendo os quatro piquetes usados simultaneamente, sem qualquer
período de descanso. Devido a homogeneidade dos piquetes, optou-se pela fixação dos
tratamentos nos piquetes até o final do período experimental.
As avaliações das forragens foram realizadas a cada 21 dias, coincidindo com a data das
pesagens dos animais. As estimativas de massa de forragem (MF) de matéria seca foram
realizadas nos quatro piquetes, conforme o método da dupla amostragem (Wilm et al., 1994).
Para isso, foram estimadas 25 amostras visuais e coletadas aleatoriamente oito amostras de 0,56
m
2
(0,75 m x 0,75 m) em cada piquete, cortadas ao nível do solo, pesadas e secas em estufas
com ventilação forçada a 65
o
C, por 72 horas. Antes do corte, foi estimada visualmente a matéria
seca da biomassa da amostra. Utilizando-se os valores das amostras cortadas e estimadas
visualmente, foi calculada a biomassa de forragem expressa em kg/ha pela equação proposta
por Gardner (1986)
Para avaliar a taxa de acúmulo diário (TAD) de matéria seca (MS) e acúmulo total
(A) utilizaram-se três gaiolas de exclusão ao pastejo por piquete, pela técnica do triplo
emparelhamento (Moraes et al., 1990), e os cálculos realizados por intermédio da equação
proposta por Campbell (1966):
TAD j = G i – F i -1 n em que: TADj = taxa de acúmulo de matéria seca
diária no período j, em kg MS/ha/dia; Gi = matéria seca
dentro das gaiolas no instante i, em kg MS/ha; Fi – 1 =
matéria seca fora das gaiolas no instante i – 1, em kg
MS/ha; n = número de dias do período j.
O acúmulo de MS, nos diferentes períodos
experimentais, foi calculado multiplicando-se o valor
de TAD pelo número de dias do período. A taxa de
lotação (TL) foi calculada considerando a unidade
animal (UA) como sendo 450 kg de PV, utilizando-se
a seguinte fórmula: TL = UAt Área em que: TL =
taxa de lotação, em UA/ha; UAt = unidade animal
total; Área = área experimental total, em ha. A oferta
de forragem (OF) foi calculada de acordo com a
seguinte fórmula: OF = DMSD x 100 PV
Onde: OF = em kg MS/100 kg PV/dia ou simplesmente %; DMSD = disponibilidade de
matéria seca diária (kg de MS/ha/dia); PV = peso vivo dos animais, em kg/ha
Após a dupla amostragem a forragem coletada foi fracionada em subamostras
(aproximadamente 50% do material), e foi feita a separação dos componentes estruturais:
lâmina foliar (LF); bainha + colmo verde (BCV); e material morto (MM), dos quais se obteve o
peso seco individual e o percentual de cada. Os materiais pertencentes as diferentes frações da
planta foram secos em estufa de ar forçado, a 55ºC, por 72 horas e, posteriormente, pesados. Os
cálculos de LF/ha, BCV/ha e MM/ha foram obtidos do percentual de LF, BCV e MM,
multiplicado pela massa de forragem na pastagem em cada data de coleta.
Na composição morfológica da pastagem determinou-se a porcentagem de lâmina foliar
verde, bainha + colmo verde e material morto, bem como a razão lâmina foliar verde/bainha +
colmo verde (LF/BCV). Para avaliar a composição bromatológica as amostras foram moídas
em moinho tipo Willey com peneira de crivo de 1 mm e acondicionadas em potes plásticos
devidamente identificados para posteriormente determinar os teores de matéria seca (MS),
proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e digestibilidade in vitro da matéria seca
(DIVMS).
As análises para determinação da composição bromatológica foram realizadas nos
componentes estruturais LF e BCV, e na planta inteira (PI). Foi analisando o teor de PB,
utilizando-se a metodologia descrita por Silva (1990), e o FDN segundo Van Soest et al. (1991).
As análises de DIVMS foram realizadas pela metodologia descrita por Tilley e Terry (1963),
adaptada para o uso do rúmen artificial.
O experimento foi organizado em um Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC).
Todos os dados foram interpretados por uma análise de variância pelo procedimento “General
Linear Model” adotando-se um nível de significância de P<0,05 e o teste de Tukey a 5% de
probabilidade utilizando o programa SAS (1989), de acordo com o seguinte modelo estatístico:
Yij = µ +Ti + eij, onde: Yij = valor
observado das variáveis estudadas, relativo a cada indivíduo j,
recebendo o tratamento i; µ = constante geral; Ti = efeito do tratamento
i, com i variando de 1 a 4; eij = erro aleatório associado a cada
observação. Para as análises da forrageira o período foi considerado
como tratamento. Para a análise da viabilidade econômica dos
resultados do presente experimento, consideraram-se como custos fixos
o valor de arrendamento de pastagem da região no valor de R$
15,00/cab/mês, sendo idênticos em todos os tratamentos. Os custos
variáveis referem-se ao suplemento, aditivo, mistura mineral, vacinas e
vermífugos. Foi realizada uma pesquisa de mercado no mês de maio de
2008, para correção dos custos
envolvidos. O custo total de cada tratamento foi composto pelos custos fixos mais os custos
variáveis.
A receita bruta foi calculada convertendo o ganho de peso por área (GPA) em arrobas
produzidas/ha, multiplicados pelo valor da @.
O GPA foi obtido multiplicando o número de animais/dia/ha pelo ganho médio diário
(GMD) dos animais “testers”, multiplicado pelo número de dias de cada período. O GMD, por
sua vez, foi obtido pela diferença entre os pesos final e inicial dos animais “testers”, dividido
pelo número de dias do intervalo em cada período experimental.
O rendimento de carcaça utilizado para este cálculo foi de 53% conforme citado por
Aguiar et al. (2002) quando trabalhou com animais cruzados (zebu x europeu), exclusivamente
em pastagem. Foi considerado o valor de comercialização da arroba praticada ao término do
experimento, referente a R$ 85,00. A receita líquida foi obtida pela diferença entre a receita
bruta e o custo total.
A razão benefício/custo (RBC) foi calculada a partir dos custos e receitas obtidos no
período através da seguinte fórmula:
ΣB/ΣC = ΣBn[(1/(1+i)
n
]
ΣCn[(1/(1+i)
n
]
onde:
B = Benefícios;
C = Custos;
i = Taxa de juros composta;
n = Período de análise.
Resultados e Discussão
A quantidade de massa de forragem (MF) encontra-se na Tabela 4. Pode-se observar que
não houve diferença significativa (P>0,05) na quantidade de MS/ha nos períodos, todos com
produção elevada, com média de 5805,3 kg de MS/ha. Esta produção encontra-se acima aquela
descrita por Corsi & Martha Júnior (1998), pois, segundo eles, quando as plantas do gênero
Cynodon são manejadas adequadamente, a biomassa é de aproximadamente 2500 kg de MS/ha.
Hodgson (1990) & Minson (1990) relatam que 2000 kg/ha de MS são considerados como
mínimo para que a disponibilidade não ocasione redução no consumo da pastagem,
principalmente devido a redução do tamanho de bocados, o que acarreta em maior tempo de
pastejo. Tabela 4 – Massa de forragem (MF), acúmulo (A), taxa de acúmulo diária (TAD),
oferta de forragem (OF) e taxa de lotação (TL) do pasto de Tifton 85, durante
o período experimental Períodos Média CV
1
(%)
123
MF (kg de MS/ha) 5026 5900 6490 5805 15,34
A (kg de MS/ha) 4750a
3619ab 2587b
3652 27,06
TAD (kg de MS/ha/dia) 226a
172ab 123b
174 27,06
OF (kg de MS/100 kg PV/dia) 5,1b 6,8a 6,9a 6,3 3,96
TL (UA/ha) 7,9 6,9 7,2 7,3 16,80
1CV: coeficiente de variação.
Médias, na linha, seguidas de diferentes letras diferem (P<0,05) pelo teste Tukey.
Para o acúmulo (A) e a taxa de acúmulo diária (TAD) houve uma diminuição crescente na
quantidade de MS/ha nos períodos. Sendo que o maior valor de A foi de 4750 kg de MS/ha e o
menor foi de 2587 kg de MS/ha (primeiro e terceiro períodos respectivamente), e o maior valor
para TAD foi de 226 kg de MS/ha/dia e o menor valor de 123 MS/ha/dia (primeiro e terceiro
períodos respectivamente). Com o avanço na idade da planta ocorre redução no crescimento da
forragem, resultando no aumento da parede celular, lignificação e senescência da mesma,
promovendo um menor acúmulo de massa de forragem.
A oferta média de forragem (OF) durante os 63 dias de experimento, foi de 6,3 kg
MS/100 kg PV. O menor valor da OF foi observado no primeiro período com 5,1 kg MS/100 kg
PV, sendo inferior aos demais períodos (P<0,05).
A oferta de forragem aos animais durante todo o experimento foi adequada, pois além de
permitir ganhos individuais elevados (Tabela 7), também proporcionou ganhos por área
satisfatórios (Tabela 9).
Na Tabela 5,pode-se observar a porcentagem de lâmina foliar (LF), bainha+colmo verde
(BCV) e material morto (MM) da forragem no período experimental, detalhando
o comportamento individual de cada um desses componentes. Observa-se que apenas no
primeiro período a porcentagem de LF foi superior a porcentagem de BCV, sendo os valores
45,3% e 42,8% respectivamente, com 11,9% de MM. Já no segundo e terceiro período a
quantidade de LF foi inferior a quantidade de BCV, ficando com média para LF de 16,6%,
BCV de 54,7% e MM de 28,7%. Tabela 5 - Lâmina foliar (LF), bainha + colmo verde (BCV),
material morto (MM) e a
razão LF/BCV do pasto de Tifton 85, durante o período experimental
Períodos Média CV (%)
1 2 3
LF* 2281a 1089b 959b 1443 21,57
BCV*
2154 3206 3624 2995 25,58
MM* 590b
1605a 1908a 806 29,49
% LF 45,3a 18,0b 15,2b 26,2 14,14
% BCV
42,8b 54,3ab
55,1a 50,7 11,32
% MM 11,9b 27,7a 29,7a 23,1 30,85
LF/BCV 1,06a 0,34b 0,26b 0,48 23,58
1
LF, BCV, MM em kg MS/ha;
2
CV: coeficiente de variação. Médias, na linha, seguidas de diferentes letras diferem
(P<0,05) pelo teste Tukey.
A biomassa (kg/ha) de lâmina foliar (LF), bainha + colmo verde (BCV), material morto
(MM) e a razão lamina foliar/bainha + colmo verde (LF/BCV), também encontram-se na
Tabela 5. Houve uma diminuição nos valores de biomassa de lâmina foliar do primeiro período
em relação aos demais, sendo o maior valor 2281 kg de MS/ha (período 1), seguido de 1089 e
959 kg de MS/ha (período 2 e 3 respectivamente). Não houve diferenças (P>0,05) entre
períodos para biomassa de BCV, que apresentavam médias de 2995 kg de MS/ha nos 63 dias de
experimento. Quanto ao MM, o maior valor (1908 kg de MS/ha) foi observado no período 3,
sendo superior ao primeiro período (P<0,05). A razão LF/BCV foi superior no primeiro período
em relação aos demais, sendo os valores 1,06, 0,34 e 0,26 para o primeiro, segundo e terceiro
períodos respectivamente. De acordo com Van Soest (1994) o avanço na idade da maturidade
das forrageiras além de ser acompanhado pela queda na digestibilidade, há também uma
diminuição na razão LV/BCV. Segundo Bortolo et al. (2001) quanto maior a razão LF/BCV,
melhor será o valor nutritivo da planta forrageira.
Os teores de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e digestibilidade in
vitro da matéria seca (DIVMS) das frações LF e BCV bem como na planta inteira (PI) no pasto
de Tifton 85 são mostrados na Tabela 6. O percentual médio da PB da LF foi de 18,5%, sendo o
maior valor observado no terceiro período (20,8%). Estes valores estão muito acima dos
descritos por Moore et al. (1991) para manutenção, que consideram 7% de PB como o mínimo
para suprir as necessidades das bactérias ruminais. A BCV apresentou teor médio de PB de
8,0%, sendo o maior valor observado no primeiro período (9,6%). Devido ao comportamento
ingestivo dos bovinos, que, preferencialmente, selecionam as LF, torna-se importante o
conhecimento qualitativo individual dos componentes da forragem.
O teor médio de PB da PI foi de 9,6%, valor este que está abaixo ao encontrado por
Postiglioni & Messias (1998), que encontraram valores de 11,2%. As diferentes condições
existentes entre os experimentos mencionados são responsáveis pela desigualdade dos valores,
pois Postiglioni & Messias (1998) trabalharam em parcelas de 9 m
2
e realizaram cortes a cada 45 dias (quando
a planta alcançava 45 a 50 cm), sendo
completamente diferente ao pastejo animal estudado no presente trabalho.
Tabela 6 - Proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e digestibilidade in vitro da
matéria seca (DIVMS), nas frações da planta em pastagens de Tifton 85 (base matéria
seca)
Componentes Estruturais (%)
Itens Período 1 Período 2 Período 3 Média CV (%)1
Lâmina Foliar
PB 18,5ab 16,4b 20,8a 18,5 7,82
FDN 64,7 64,7 66,0 65,1 2,61
DIVMS 68,6a 54,5b 56,2a 59,8 6,66
Bainha + Colmo Verde
PB 9,6a 7,1b 7,3b 8,0 10,58
FDN
69,5
b 70,9ab
73,5a 71,3 2,68
DIVMS 62,9
a 53,3b 52,3b 56,0 5,17
Planta Inteira
PB 11,4 9,0 8,6 9,6 18,84
FDN 68,5c
70,5b
73,3a 70,8 1,37
DIVMS 45,3 40,5 42,3 42,7 14,95
1
CV: coeficiente de variação. Médias, na linha, seguidas de diferentes letras diferem (P<0,05) pelo teste Tukey.
Os valores médios de FDN para a LF e BCV foram de 65,1 e 71,3%, nesta ordem. A
planta inteira apresentou teor médio de 73,3%, semelhante ao observado por Menegatti et al.
(1999) e Rocha et al. (2001), superior ao citado por Assis et al. (1998), que encontraram valores
de 71,9% e inferiores aos obtidos por Oliveira et al. (2000) para capim Tifton 85 aos 56 e 49
dias de rebrote, com teores de FDN para lâmina e bainha + colmo verde, na ordem de 81,7 e
80,2%, respectivamente.
A digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) da PI não foi influenciada (P>0,05)
pelos períodos experimentais, ficando em média 42,7%, valor que está abaixo daqueles
descritos para um bom desenvolvimento microbiano, que fica em torno de 65% (Nussio et al.,
1998). A baixa digestibilidade foi influenciada pela proporção de material morto na massa de
forragem nos períodos 2 e 3 (Tabela 6). Pedreira (1996) relataram valores médios para a
DIVMS de 58, 56, 53 e 48% para cultivares de Cynodon ssp. cortados com duas, quatro e seis
semanas de idade.
No primeiro período, os ganhos médios diários (GMD) foram de 1,151, 1,061, 1,111, e
1,265 kg/dia (Tabela 7), para os animais suplementados com os tratamentos E1 (1 g/animal/dia
de Essential), E2 (2 g/animal/dia de Essential), E4 (4 g/animal/dia de Essential) e M2 (0,2
g/animal/dia de monensina sódica), respectivamente. Nesse período, não houve diferença
(P>0,05) entre os valores do GMD dos tratamentos. Esses elevados valores de GMD são
conseqüência do ganho compensatório, pois esses animais foram adquiridos logo antes do
início do experimento e vieram de uma condição corporal ruim de outra propriedade. A
qualidade da LF foi satisfatória, pois apresentava teores de PB e de DIVMS de 18,5 e 68,6%.
Esses ganhos tão expressivos também se devem a alta quantidade de biomassa de LF (2281 kg
de MS/ha) e a alta razão LF/BCV (1,06). Tabela 7 - Ganho médio diário (kg/dia)
Tratamentos1
Períodos
Média
1 2 3
E1 1,151a 0,524Bb 0,401c 0,732
E2 1,061a
0,450Bb 0,463b
0,729
E4 1,111a
0,631ABb
0,492c 0,797
M2 1,265a 0,827Ab 0,540c 0,879
Médias 1,147
a
0,624
b
0,479
c
0,788
CV (%) 23,5 41,7 46,0 33,5
1
E1: 1g/animal/dia de Essential; E2: 2g/animal/dia de Essential; E4:
4g/animal/dia de Essential; M2: 0,2 g/animal/dia de monesina sódica Médias, na coluna, seguidas de diferentes
letras diferem (P<0,05) pelo teste Tukey.
No segundo período, não houve diferença (P>0,05) entre os valores do GMD de M2
(0,827 kg/dia) e E4 (0,631 kg/dia), sendo que M2 foi superior a E1 (0,524 kg/dia) e E2 (0,525
kg/dia). Todos os tratamentos proporcionaram menor GMD do que no primeiro período. O
tratamento E2 apresentou a maior redução percentual (57%), em relação ao período anterior.
Nos outros três tratamentos, a diminuição no ganho foi também foi intensa, sendo os valores de
52, 43 e 30% para E1, E4 e M2 respectivamente. Essa queda brusca se deve a menor razão
LF/BCV (0,34) e menores valores de PB (9%) e DIVMS (40,5%) da PI. Os teores de FDN da
PI também foram mais altos que no período anterior, sendo de 70,5 e 68,5%, respectivamente.
Como o plano nutricional mais baixo, antecedente ao início do experimento, não foi muito
longo, pôde-se constatar que o período referente ao ganho compensatório foi curto e
praticamente restrito aos primeiros 21 dias.
No terceiro período, não houve diferença (P>0,05) entre os valores do GMD dos
tratamentos. Verificou-se menor GMD em relação ao período anterior, com exceção de E2. É
interessante salientar que, neste período, a TAD foi a menor de todo o experimento (123
kg/MS/dia), bem como a biomassa de LF, assim como foram altas a de BCV, MM, reduzindo a
razão LF/BCV para 0,26. Contudo os teores de PB e DIVMS da PI não se diferenciaram
(P>0,05) em relação ao período anterior.
Com os resultados dos GMD dos quatro tratamentos durante os 63 dias experimentais,
não foi constatada diferença (P>0,05) entre os níveis de óleos essenciais e a monensina sódica,
no entanto, a monensina sódica apresentou o maior valor médio de ganho, seguida do
tratamento com 4g de Essential/animal/dia. Segundo o NRC (1996), para as mesmas condições
do experimento, não poderíamos conseguir esses ganhos levando em consideração a DIVMS da
PI, contudo se considerarmos que o animal devido a alta oferta de forragem pode selecionar
entre folha, colmo e material morto, optando pela ingestão em sua maior parte de folhas, para
mesmas condições o NRC estima ganhos de 0,900 kg/dia, o que foi similar ao ganho obtido no
experimento.
O GMD obtido com os animais do tratamento M2 (0,879 kg/dia) é muito próximo ao
observado por Zervoudakis et al. (2001) que trabalhando com novilhos mestiços castrados e
suplementados (0,3% do PV), em pastos de Brachiaria decumbens com ração contendo 20% de
PB, alcançaram ganhos médios de 0,940 kg/dia.
Cruz et al. (2001) relatam ganhos de 0,760 kg/dia para bezerros alimentados apenas de
Cynodon na estação das águas.
Segundo Potter et al. (1986), adicionando 0,2 g/monensina/dia ao concentrado
suplementar para o gado mantido a pasto, e obtiveram resultados em que a adição da monensina
ao suplemento aumentou o ganho diário, melhorando a eficiência alimentar. Parrott et al. (1990)
em pastagem nativa de verão e pastos de inverno (centeio e trigo), observaram um incremento
de até 0,008 kg/dia em comparação com o tratamento controle. Goodrich et al. (1984)
encontraram redução média de 6,4% no consumo de alimentos nos animais que receberam
monensina na dieta. Menores consumos de MS por animais que receberam ionóforos também
foram constatados por Perry et al. (1976), Potter et al. (1976) e Berger et al. (1981).
Os dados referentes aos custos, atualizados no mês de maio de 2008, envolvidos na
produção de novilhas em pastagens de Tifton 85, suplementadas com 0,3% do peso vivo são
descritos na Tabela 8. Observou-se que a única diferença de custos entre os tratamentos está nos
gastos com aditivos. O tratamento E4 apresentou o maior valor de custo total, seguido de E2,
M2 e E1 nesta ordem. O uso de aditivos representou de 1,8% a 7% dos custos totais dos
tratamentos. Os consumos médios de suplemento foram de 0,610, 0,680 e 0,730 kg/dia, para o
primeiro, segundo e terceiro período respectivamente.
Tabela 8 - Descrição dos custos por hectare dos diferentes tratamentos no período experimental
Descrição Tratamentos1
E1 E2 E4
M2
Arrendamento pasto2 R$ 472,50 R$ 472,50 R$ 472,50 R$ 472,50
Ração3
R$ 369,12 R$ 369,12 R$ 369,12 R$ 369,12
Aditivo4
R$ 17,01 R$ 34,02 R$ 68,04 R$ 34,02
Vacinas e vermífugos R$ 13,13 R$ 13,13 R$ 13,13 R$ 13,13
Suplemento Mineral
R$ 47,25 R$ 47,25 R$ 47,25 R$ 47,25
Total
R$ 919,01
R$ 936,02
R$ 970,04
R$ 936,02
1
E1: 1g/animal/dia de Essential; E2: 2g/animal/dia de Essential; E4: 4g/animal/dia de Essential; M2: 0,2
g/animal/dia de monensina sódica;
2
R$15,00/cab/mês;
3
R$ 0,58/kg;
4
R$ 18,00/kg A produção animal
(expressa em kg e arrobas), custo de produção (por ha e @
produzida), custo por animal mensal, receita (bruta e líquida) e razão benefício/custo
são apresentados na Tabela 9.
Tabela 9 - Produção animal, custo de produção, custo por animal mensal, receita e razão
benefício/custo dos diferentes tratamentos no período experimental
Descrição Tratamentos
1
E1 E2 E4 M2
Produção animal/ha (kg) 691,7 688,9 753,2 830,7
Produção animal/ha (@)2
24,4 24,3 26,6 29,3
Custo de produção/ha (R$) R$ 919,01 R$ 936,02 R$ 970,04 R$ 936,02
Custo de produção/@ (R$) R$ 37,60 R$ 37,16 R$ 35,27 R$ 30,82
Custo/animal/mês (R$) R$ 29,17 R$ 29,71 R$ 30,79 R$ 29,71
Receita bruta/ha (R$)3 R$ 2.077,53 R$
2.069,01
R$
2.262,01
R$
2.494,73
Receita líquida/ha (R$)
R$ 1.158,52 R$
1.132,99
R$
1.291,97
R$
1.558,71
Razão benefício/custo
2,26 2,21 2,33 2,67
1
E1: 1g/animal/dia de Essential; E2: 2g/animal/dia de Essential; E4: 4g/animal/dia de Essential; M2:
0,2g/animal/dia de monesina sódica;
2
rendimento de carcaça de 53%;
3
valor da @ a R$85,00;
As variações observadas na produção animal/tratamento/ha (kg/ha), comportaramse de
maneira semelhante ao GMD, sendo os valores de M2 mais elevados (830,7 kg/ha) e os de E1 e
E2 menores (691,7 e 688,9 kg/ha, respectivamente). Para E4 o valor foi intermediário (753,2
kg/ha).
O custo mensal por animal é importante para que possamos comparar com a média das
fazendas no Paraná nesse mesmo sistema. A média mensal do custo por animal no experimento
ficou em R$ 29,98/animal/mês, valor superior a média do custo das fazendas no mesmo sistema
de produção no Paraná de R$ 15,00.
A partir do custo total e a produção de arrobas de carne (@) de cada tratamento, obteve-se
o custo por arroba produzida. Os maiores valores de arrobas produzidas foram E1, E2 e E4 (R$
37,60, R$ 37,16 e R$ 35,27 respectivamente). M2 apresentou o menor valor da arroba
produzida (R$30,82), que não se deve pelos baixos custos de produção e sim pela maior
produtividade. Contudo todos os tratamentos produziram uma arroba a um custo muito inferior
ao preço de venda (R$ 85,00).
O maior valor de receita bruta e líquida foi observado em M2 (R$ 2.494,73 e R$
1.558,71/ha respectivamente), em função da maior produção por área obtida neste tratamento,
em vista que ao baixo percentual de diferença de custos entra os tratamentos não interferiram
no resultado líquido. Lembrando que esta é uma análise pontual, que se refere apenas ao
período experimental, considerando apenas a produção de @/ha e o valor da arroba atual, sem
considerar o preço de compra dos animais, pois o valor da arroba na compra foi idêntico ao
preço da venda, anulando-se.
A melhor razão benefício/custo (RBC) foi obtida pelo tratamento M2, sendo que para
cada real investido o retorno foi de R$ 2,67. A RBC foi menos favorável em E4, E1 e E2 (2,33,
2,26 e 2,21 respectivamente). Todos os tratamentos foram superiores se comparados com
Frizzo et al. (2003) que obtiveram RBC de 1,90, 1,54 e 1,16 para animais exclusivamente em
pastagem, suplementados com 0,7 e 1,4% do PV (farelo de arroz e polpa cítrica),
respectivamente.
Analisando os resultados obtidos com o fornecimento de níveis de óleos essenciais e
monensina sódica a animais suplementados com 0,3% do peso vivo, pode se observar que todos
os tratamentos tiveram resultados financeiros satisfatórios, contudo o uso de monensina se
mostrou economicamente superior seguido pelo uso de 4g de óleos essências.
O elevado preço da arroba do boi gordo praticado no Estado do Paraná no mês de maio, e
a alta produtividade por área fizeram com que estes resultados se tornassem bastante
interessantes.
Os resultados demonstram a fundamental importância das condições do mercado no
momento em decidir por utilizar a estratégia da suplementação, bem como a capacidade de
ganho esperada. Tanto os custos da arroba praticados, quanto o custo dos ingredientes a serem
adquiridos, influenciam de maneira decisiva na lucratividade da atividade.
Conclusões
Apesar do ganho médio diário não diferir em relação à suplementação com monensina
sódica e óleos essenciais, a monesina é mais interessante economicamente. A inclusão de 4
g/animal/dia de essential produziu o resultado de ganho médio diário mais próximo a
monensina. Com a redução na razão lâmina foliar/bainha + colmo verde e da taxa de acúmulo
diária da forragem, houve uma redução no ganho médio diário dos animais. Os valores de
digestibilidade in vitro da matéria seca da planta inteira não são representativos, uma vez que os
animais foram seletivos, consumindo em sua maior parte folhas e colmo verde. A adição de
aditivos não elevou os custos variáveis devido a baixa quantidade do produto utilizado. A
elevada produtividade é o principal fator responsável pela maior receita por hectare. Contudo
mais estudos com o uso de óleos essenciais na dieta de ruminantes em pastagem precisam ser
realizados.
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Zootecnia, v.30, n.4, p.1381-1389, 2001.
II– DESEMPENHO PRODUTIVO E ECONÔMICO DA ADIÇÃO
DE ÓLEOS ESSENCIAIS NA SUPLEMENTAÇÃO DE NOVILHAS
EM PASTAGEM DE Cynodon ssp. NO OUTONO
Resumo: O experimento foi realizado no município de Luiziana, noroeste do Estado do
Paraná, no período de março de 2008 a maio de 2008. Foram utilizadas 40 novilhas, mestiças
(Nelore x Red Angus) com 14 meses de idade e peso médio inicial de ±246 kg. Avaliou-se o
desempenho dos animais, que permaneceram em quatro piquetes de Tifton 85 (Cynodon ssp.) e
receberam suplementação protéico–energética de 0,3% em realção ao peso vivo através de
quatro tratamentos: (1) 2 g de Essential/animal/dia; (2) 4 g de Essential/animal/dia; (3) 0,2 g de
monensina sódica/animal dia; (4) tratamento sem nenhuma suplementação. O delineamento
experimental adotado foi o inteiramente casualizado. Foram realizadas estimativas da
disponibilidade e da qualidade da forragem. A suplementação com monensina sódica
comparado com diferentes níveis de óleos essenciais não teve diferença significativa (P>0,05)
com relação ao ganho médio diário. Contudo a suplementação com monensina, ao contrário dos
óleos essenciais, resultou em maiores ganhos se comparados aos animais sem suplementação. A
monensina sódica apresentou o menor custo da arroba produzida, melhor receita por hectare e
melhor razão benefício.
Palavras-chave: aditivos, caju, extratos de plantas, mamona, monensina sódica, ruminantes
II– PRODUTIVE AND ECONOMIC PERFORMANCE OF ADDITIONAL ESSENTIAL
OILS ON SUPPLEMENTATION FOR BEEF CATTLE GRAZING
Cynodon ssp. PASTURE DURING THE AUTUMN
Abstract: This trial was carried out in Luiziana, northwest of Paraná, from March 2008
to May 2008. Forty crossbred heifers (Nelore X Red Angus) with 246 kg of initial body weight
and 14 months old were used. Animal performance was evaluated, under grazing conditions on
Tifton 85 (Cynodon ssp.), with protein and energy supplementation with 0.3% of BW and
distributed in four treatments: (1) 2 g of essential oil/animal/d; (2) 4 g of essential oil/animal/d;
(3) 0,2 g of sodium monensin/animal/d; (4) treatment without supplementation. Treatments
were distributed in a completly randomized design. Also, pasture production and quality were
evaluated. Sodium monensin supplementation average daily gain (ADG) was not influenced
(P>0.05) by essential oils. However, sodium monensin supplementation ADG was higher for
treatment without supplementation, while essential oils were not. Sodium monesin presented
the smallest cost of produced arroba, higher income/ha, and most favorable benefit/cost
relation.
Key-words: additives, cashew, castor, plants extract, ruminants, sodium monesin
Introdução
Não se pode negar a aptidão brasileira para produzir e comercializar carne bovina em
virtude das condições naturais disponíveis para a exploração desta atividade, como sua grande
extensão territorial e as diversidades de climas e solos, condições dificilmente encontradas em
outro país. Os avanços tecnológicos disponíveis atualmente permitem a redução na idade ao
abate dos animais, sendo este um dos fatores de maior impacto positivo na empresa pecuária,
desde que realizada de forma criteriosa.
A estabilização da moeda e a economia globalizada, voltaram a atenção da exploração
pecuária para o processo produtivo e não mais para estratégias financeiras especulativas. A
partir deste momento, a atividade fundamental da empresa foi a produção, e seu principal
objetivo, maximizar o lucro (Mochon & Troster, 1994).
Pedreira & Mello (2000) relatam que os sistemas pecuários brasileiros são caracterizados
fundamentalmente pela utilização de pastagens como principal fonte de alimento para o
rebanho. Segundo Euclides & Medeiros (2005), na pecuária, as pastagens assumem dois
aspectos importantes. O primeiro é que elas viabilizam a competitividade brasileira e o segundo
é que possibilitam a produção de forma natural, com respeito ao ambiente e aos animais,
viabilizando o atendimento de grande parte da demanda mundial por alimento.
A cultivar Tifton 85 (Cynodon ssp.) tem se destacado, em virtude da boa adaptação às
condições tropicais e subtropicais, de elevado potencial de produção de matéria seca e da alta
digestibilidade.
Contudo, bovinos em pastejo convivem com flutuações sazonais contínuas, tanto na
oferta como na qualidade das pastagens. Sendo assim, a suplementação surge como uma
alternativa.
Para proporcionar melhorias no aproveitamento dos alimentos, incluí-se na dieta certos
aditivos, que na sua maioria, não são nutritivos, e tem a finalidade de melhorar a
disponibilidade dos nutrientes do alimento. Dentre os aditivos podemos destacar os ionóforos.
Em 1999, baseando-se no “Princípio da Precaução” a União Européia (UE) baniu a
utilização de antibióticos como promotores de crescimento (Ipharraguerre, 2003), mas a
proibição do uso de ionóforos como aditivos alimentares (monensina sódica e lasalocida)
somente ocorreu em 2006. Este princípio é uma prerrogativa para as autoridades da UE
adotarem uma “postura preventiva” em relação a uma determinada questão, mesmo na ausência
de dados científicos conclusivos (Loyola et al., 2006).
Surge assim a necessidade da busca por novos aditivos naturais, que não sofram nenhum
tipo de proibição de seu uso e que possam contribuir de maneira tão eficiente quanto aditivos
atualmente em uso. Dentre as alternativas existentes, destaca-se o uso de bactérias probióticas,
das bacteriocinas, ácidos orgânicos e óleos essenciais.
Em ruminantes, a primeira utilização de óleos essenciais na dieta é como uma alternativa
de reutilização de subprodutos vegetais (Wohlt et al., 1981). Porém, recentes pesquisas no uso
de óleos essenciais em dietas de ruminantes procuram entender sua atuação sobre o ambiente
ruminal, precisamente seu mecanismo de ação sobre a microflora ruminal.
Desta forma, a presente pesquisa foi conduzida para avaliar os efeitos do uso da
suplementação com o ionóforo monensina sódica e com diferentes níveis de óleos essenciais,
além da não suplementação, para bovinos em pastejo, sobre desempenho animal e seu retorno
econômico.
Material e Métodos
O experimento foi realizado na fazenda Dona Elisa, situada no município de Luiziana,
noroeste do Estado do Paraná, no período de março de 2008 a maio de 2008. O clima é
caracterizado como Subtropical Úmido Mesotérmico (Secretaria da Agricultura e do
Abastecimento do Estado do Paraná, 2000) apresentando predominância de verões quentes,
baixa freqüência de geadas severas e uma tendência de concentração das chuvas no período do
verão. Os dados climatológicos, referentes à temperatura máxima e mínima e precipitação
pluviométrica ocorridas durante o período experimental, são apresentados na Tabela 10, e os
dados da distribuição de chuvas acumuladas e temperatura são apresentados nas Figuras 7 e 8
respectivamente. Tabela 10 - Condições climáticas durante o período experimental
Mês Temperatura
máxima (C)
Temperatura
mínima (C)
Temperatura
Média (C)
Precipitação
Pluviométrica
(mm)
Março 31 17,8 23,9 85
Abril 32,2 16 23,3 165
Maio 28,9 11,5 20,5 50
Fonte: Fazenda dona Eliza – Luiziana.
O solo da região é classificado como Latossolo Vermelho Escuro (Rauen et al., 1996) e os
dados da análise química do solo da área experimental são apresentados na Tabela 11. Tabela
11 - Análise química do solo
g/dm
-
Área
mg/dm
-3 3
pH cmolc/ dm
-3
S-H
+
P SO4
2-
C CaCl2 H2OAl
3+
Al
3+
Ca
2+
Mg
2+
K
+
%MO CTC Piquete 15,1 4,94 7,43 5,66 6,2 0 2,94 3,85
2,22 0,53 4,72 10,43 Fonte: Laboratório de Solos – Departamento de Agronomia -
UEM, 2007.
Figura 7- Distribuição da precipitação no período experimental Fonte:
Fazenda dona Eliza – Luiziana.
Figura 8 - Temperaturas no período experimental. Fonte:
Fazenda dona Eliza – Luiziana.
A área experimental de pastagem era formada de Tifton 85 (Cynodon ssp.), estabelecida
há mais de oito anos, dividida com cerca elétrica de dois fios e foi constituída por quatro
piquetes, com área total de 4 hectares (ha), sendo 4 piquetes de 1 ha cada. A água foi
disponibilizada através de bebedouros com bóia e os suplementos foram fornecidos em cochos
de plástico com aproximadamente 0,5 m por animal. A área foi adubada com 250 kg de uréia
no dia 23 de fevereiro de 2008 sob cobertura na pastagem com animais em pastejo.
Foram utilizadas 40 novilhas mestiças (Nelore x Red Angus), devidamente identificadas
(brinco numerado), com 14 meses de idade e peso médio inicial de 246 kg. Os animais foram
pesados, sempre em jejum hídrico e alimentar prévio de 12 horas, ao início do período
experimental e, a partir desta data, a cada 21 dias, totalizando 63 dias experimentais. Os
animais foram distribuídos na área experimental de forma a obter homogeneidade dentro de
cada tratamento e de acordo com os ajustes na taxa de lotação. As datas de avaliação foram:
22/02/2008, 26/03/2008, 16/04/2008 e 07/05/2008.
Os animais permaneceram na pastagem de Tifton 85 e foram distribuídos em quatro
tratamentos, com consumo de suplemento contendo 23% de proteína bruta (PB) e 70% de
nutrientes digestíveis totais (NDT) de 0,3% em relação ao peso vivo. Os tratamentos foram
constituídos de:
E2 = 2 g/dia/animal de Óleo Essencial (Essential - Oligobasics
®
);
E4 = 4 g/dia/animal de Óleo Essencial (Essential - Oligobasics
®
);
M2 = 0,2 g/dia/animal de monensina sódica;
SS = não recebia suplemento.
O suplemento fornecido aos diferentes tratamentos foi o mesmo, ocorrendo apenas a
inclusão da monensina sódica e óleos essenciais em diferentes concentrações.
A porcentagem dos alimentos no suplemento foi: 15,0% de casquinha de soja, 27,4% de
farelo de soja, 50,7% de milho grão triturado, 1,8% de uréia e 5,1% de suplemento mineral.
Durante a realização do experimento foi adotado o método de lotação contínua, com taxa
de lotação variável (decorrente do ganho de peso) utilizando a técnica “Put and Take” (Mott &
Lucas, 1952), utilizando-se dez animais “testers” por piquete, mais animais reguladores, sendo
os quatro piquetes usados simultaneamente. A partir do início do experimento, a cada 5 dias, os
grupos foram transferidos de um piquete para outro, seguindo a sentido horário, de forma a
eliminar o efeito do piquete.
As avaliações das forragens foram realizadas a cada 21 dias, coincidindo com a data das
pesagens dos animais. As estimativas de massa de forragem (MF) de matéria seca foram
realizadas nos quatro piquetes, conforme o método da dupla amostragem (Wilm et al., 1994).
Para isso, foram estimadas 25 amostras visuais e coletadas aleatoriamente oito amostras de 0,56
m
2
(0,75 m x 0,75 m) em cada piquete, cortadas ao nível do solo, pesadas e secas em estufas
com ventilação forçada a 65
o
C, por 72 horas. Antes do corte, foi estimada visualmente a matéria
seca da biomassa da amostra. Utilizando-se os valores das amostras cortadas e estimadas
visualmente, foi calculada a biomassa de forragem expressa em kg/ha pela equação proposta
por Gardner (1986).
Para avaliar a taxa de acúmulo diário (TAD), de matéria seca (MS) e acúmulo total (A)
utilizaram-se três gaiolas de exclusão ao pastejo por piquete, pela técnica do triplo
emparelhamento (Moraes et al., 1990) e os cálculos realizados por intermédio da equação
proposta por Campbell (1966):
TAD j = G i – F i -1 n
em que: TADj = taxa de acúmulo de matéria seca diária no período j, em kg MS/ha/dia;
Gi = matéria seca dentro das gaiolas no instante i, em kg MS/ha; Fi – 1 = matéria seca fora das
gaiolas no instante i – 1, em kg MS/ha; n = número de dias do período j.
O acúmulo (A) de MS, nos diferentes períodos experimentais, foi calculado
multiplicando-se o valor de TAD pelo número de dias do período.
A taxa de lotação (TL) foi calculada considerando a unidade animal (UA) como sendo
450 kg de PV, utilizando-se a seguinte fórmula:
TL = UAt Área em que: TL = taxa de
lotação, em UA/ha; UAt = unidade
animal total; Área = área
experimental total, em ha. A oferta
de forragem (OF) foi calculada de
acordo com a seguinte fórmula: OF
= DMSD x 100 PV
Onde: OF = em kg MS/100 kg PV/dia ou simplesmente %; DMSD = disponibilidade de
matéria seca diária (kg de MS/ha/dia); PV = peso vivo dos animais, em kg/ha
Após a dupla amostragem a forragem coletada foi fracionada em subamostras
(aproximadamente 50% do material), e foi feita a separação dos componentes estruturais:
lâmina foliar (LF); bainha + colmo verde (BCV); e material morto (MM), dos quais se obteve o
peso seco individual e o percentual de cada. Os materiais pertencentes às diferentes frações da
planta foram secos em estufa de ar forçado, a 55ºC, por 72 horas e, posteriormente, pesados. Os
cálculos de LF/ha, BCV/ha e MM/ha foram obtidos do percentual de LF, BCV e MM,
multiplicado pela massa de forragem na pastagem em cada data de coleta.
Na composição morfológica da pastagem determinou-se a porcentagem de lâmina foliar
verde, bainha + colmo verde e material morto, a determinação a razão lâmina foliar
verde/bainha + colmo verde (LF/BCV). Para avaliar a composição bromatológica as amostras
foram moídas em moinho tipo Willey com peneira de crivo de 1 mm e acondicionadas em potes
plásticos devidamente identificados, para posteriormente determinar os teores de matéria seca
(MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e digestibilidade in vitro da
matéria seca (DIVMS).
As análises para determinação da composição bromatológica foram realizadas nos
componentes estruturais LF e BCV, e na planta inteira (PI). Foi analisado o teor de PB,
utilizando-se a metodologia descrita por Silva (1990) e o FDN segundo Van Soest et al. (1991).
As análises de DIVMS foram realizadas pela metodologia descrita por Tilley e Terry (1963)
adaptada para o uso do rúmen artificial.
O experimento foi organizado em um Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC).
Todos os dados foram interpretados por uma análise de variância pelo procedimento “General
Linear Model” adotando-se um nível de significância de P<0,05 e o teste de Tukey a 5% de
probabilidade utilizando o programa SAS (1989), de acordo com o seguinte modelo estatístico:
Yij = µ +Ti + eij, onde: Yij = valor
observado das variáveis estudadas, relativo a cada indivíduo j,
recebendo o tratamento i; µ = constante geral; Ti = efeito do tratamento
i, com i variando de 1 a 4; eij = erro aleatório associado a cada
observação. Para as análises da forrageira o período foi considerado
como tratamento. Para a análise da viabilidade econômica dos
resultados do presente experimento, consideraram-se como custos fixos
o valor de arrendamento de pastagem da região no valor de R$
15,00/cab/mês, sendo idênticos em todos os tratamentos. Os custos
variáveis referem-se ao suplemento, adiditvo, mistura mineral, vacinas
e vermífugos. Foi realizada uma pesquisa de mercado no mês de maio
de 2008, para correção dos
custos envolvidos. O custo total de cada tratamento foi composto pelos custos fixos mais os
custos variáveis.
A receita bruta foi calculada convertendo o ganho de peso por área (GPA) em arrobas
produzidas/há, multiplicados pelo valor a arroba.
O GPA foi obtido multiplicando o número de animais/dia/ha pelo ganho médio diário
(GMD) dos animais “testers”, multiplicado pelo número de dias de cada período. O GMD, por
sua vez, foi obtido pela diferença entre os pesos final e inicial dos animais “testers”, dividido
pelo número de dias do intervalo em cada período experimental.
O rendimento de carcaça utilizado para este cálculo foi de 53% conforme citado por
Aguiar et al. (2002) quando trabalhou com animais cruzados zebu x europeu, exclusivamente
em pastagem. Foi considerado o valor de comercialização da arroba praticada ao término do
experimento, referente a R$ 85,00. A receita líquida foi obtida pela diferença entre a receita
bruta e o custo total.
E a razão benefício/custo (RBC) foi calculada a partir dos custos e receitas
obtidos no período através da seguinte fórmula:
ΣB/ΣC = ΣBn[(1/(1+i)
n
]
ΣCn[(1/(1+i)
n
]
onde:
B = Benefícios;
C = Custos;
i = Taxa de juros composta;
n = Período de análise.
Resultados e Discussão
A quantidade de massa de forragem (MF) encontra-se na Tabela 12. Pode-se observar que
não houve diferença (P>0,05) na quantidade de MS/ha entre os períodos, apresentando todos os
tratamentos uma produção elevada, comdia de 5939,7 kg de MS/ha. Esta produção
encontra-se acima daquela descrita por Corsi & Martha Júnior (1998), pois, segundo eles,
quando as plantas do gênero Cynodon são manejadas adequadamente, a biomassa é de
aproximadamente 2500 kg de MS/ha. Hodgson (1990) e Minson (1990) relatam que 2000 kg/ha
de MS são considerados como mínimo para que a disponibilidade não ocasione redução no
consumo da pastagem, principalmente devido a redução do tamanho de bocados, o que acarreta
em maior tempo de pastejo. Tabela 12 – Massa de forragem (MF), acúmulo (A), taxa de
acúmulo diária (TAD),
oferta de forragem (OF) e taxa de lotação (TL) dos pastos de Tifton 85,
durante o período experimental
Períodos Média CV
1
(%)
123
BR (kg de MS/ha) 6128 6158 5533 5940 12,97
A (kg de MS/ha) 1621a
650b 476b
916 18,58
TAD (kg de MS/ha/dia)
77a 31b 23b
44 18,58
OF (kg de MS/100 kg PV/dia) 6,9 7,1 6,9 7,0 2,25
TL (UA/ha) 7,0 6,9 6,3 6,7 14,05
1CV: coeficiente de variação.
Médias, na linha, seguidas de diferentes letras diferem (P<0,05) pelo teste Tukey.
Já em relação ao acúmulo (A) e a taxa de acúmulo diária (TAD) houve uma diminuição
na quantidade de MS/ha do primeiro período em relação aos demais. Sendo
o maior valor de A de 1621 kg de MS/ha e o menor de 476 kg de MS/ha (primeiro e terceiro
períodos respectivamente) e o maior valor para TAD de 77 kg de MS/ha/dia e o menor de 23
MS/ha/dia (primeiro e terceiro períodos respectivamente). Do primeiro período para o segundo
houve uma queda brusca nos valores de A e TAD de aproximadamente 60%, sendo tal fato
devido ao avanço da idade da planta, mas também a ausência de chuva durante o período de 12
de março a 12 a abril, bem como a queda nas temperaturas médias. Com o avanço na idade da
planta ocorre redução no crescimento da forragem, resultando no aumento da parede celular,
lignificação e senescência da mesma, promovendo um menor acúmulo de massa de forragem. A
oferta média de forragem (OF), durante os 63 dias de experimento, foi de 7,0 kg MS/100 kg
PV.
Na Tabela 13, pode-se observar a porcentagem de lâmina foliar (LF), bainha+colmo
verde (BCV) e material morto (MM) da forragem no período experimental, detalhando o
comportamento individual de cada um desses componentes. Não houve diferença significativa
(P>0,05) com relação à porcentagem de LF e BCV entre os períodos. No primeiro período
houve a maior porcentagem de MM (35,0%). Este fato se deve a elevada lotação antes do início
do período experimental, e com sua redução possibilitou o aumento de folhas e diminui o
acumulo de material morto além do efeito da adubação de cobertura para o segundo período.
Tabela 13 - Lâmina foliar (LF), bainha + colmo verde (BCV) e material morto (MM), e
a razão LF/BCV dos pastos de Tifton 85, durante o período experimental
Períodos Média CV (%)
1 23
LF* 868 1127 1143 1046 25,03
BCV* 3083 3715 2967 3255 12,69
MM*
2177a
1316b 1422ab
1638 24,5
% LF 14,2 18,4 20,3 17,6 17,75
% BCV 50,8 60,2 54 55,0 10,58
% MM 35a 21,4b 25,7b 27,4 13,99
LF/BCV 0,28 0,30 0,39 0,32 18,86
1
LF, BCV, MM e LF/BCV em kg MS/ha;
2
CV: coeficiente de variação. Médias, na linha, seguidas de diferentes
letras diferem (P<0,05) pelo teste Tukey.
A biomassa (kg/ha) de lâmina foliar (LF), bainha + colmo verde (BCV), material morto
(MM) e a razão lâmina foliar/bainha + colmo verde (LF/BCV) encontra-se na Tabela 13. Não
houve diferenças (P>0,05) entre períodos para biomassa de LF e BCV,
que apresentavam médias de 1046 e 3255 kg de MS/ha nos 63 dias de experimento. Quanto ao
MM, houve diferença (P>0,05) sendo seu maior valor 2177 kg de MS/ha observado no período
1, sendo superior ao segundo e terceiro período. Não houve diferença significativa (P>0,05) na
razão LF/BCV, sendo os valores 0,29, 0,30 e 0,39 para o primeiro, segundo e terceiro períodos
respectivamente. Contudo houve um aumento em seus valores, por conta do efeito da adubação
de cobertura no início experimental e pela distribuição das chuvas.
Os teores de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e digestibilidade in
vitro da matéria seca (DIVMS) nas frações LF e BCV bem como na planta inteira (PI) no pasto
de Tifton 85 são mostrados na Tabela 14. O percentual médio da PB da LF foi de 21,3%, sendo
o maior valor observado no segundo período (22,8%). Estes valores estão acima dos descritos
por Moore et al. (1991) para manutenção, que consideram 7% de PB como o mínimo para
suprir as necessidades das bactérias ruminais. A BCV apresentou teor médio de PB de 7,7%,
sendo o maior valor observado no segundo período (8,6%). Devido ao comportamento
ingestivo dos bovinos, que, preferencialmente, selecionam as LF, torna-se importante o
conhecimento qualitativo individual dos componentes da forragem
O teor médio de PB da PI foi de 8,5%, valor este que está abaixo ao encontrado por
Postiglioni & Messias (1998) que encontraram valores de 11,2%. As diferentes condições
existentes entre os experimentos mencionados são responsáveis pela desigualdade dos valores,
pois Postiglioni & Messias (1998) trabalharam em parcelas de 9 m
2
e realizaram cortes a cada
45 dias (quando a planta alcançava 45 a 50 cm), sendo completamente diferente ao pastejo
animal estudado no presente trabalho.
Os valores médios de FDN para a LF e BCV foram de 65,2 e 71,7%, nesta ordem. A
planta inteira apresentou teor médio de 72,3%, semelhante ao observado por
Menegatti et al. (1999) e Rocha et al. (2001) e superior ao citado por Assis et al. (1998) que
encontraram valores de 71,9% e inferiores aos obtidos por Oliveira et al. (2000) para capim
Tifton 85 aos 56 e 49 dias de rebrote, com teores de FDN para lâmina e bainha + colmo verde,
na ordem de 81,7 e 80,2%, respectivamente. Tabela 14 - Proteína bruta (PB), fibra em
detergente neutro (FDN) e digestibilidade in
vitro da matéria seca (DIVMS), nas frações da planta dos pastos de Tifton 85 (base
matéria seca)
Itens Período 1
Componentes Estruturais (%)
Período 2 Período 3 Lâmina
Foliar
Média CV
1 (%)
PB FDN
DIVMS
19,8 64,1
58,6b 22,8 64,1 73,4a 21,4 67,4 63,0ab
21,3
65,2
65,2
11,79
3,11 9,09
Bainha + Colmo Verde
PB FDN
DIVMS 6,6 72,4 51,0 8,6 71,4 54,7 7,8 71,4 52,5
7,7
71,7
52,7
14,29
2,09 4,22
Planta Inteira
PB 7,5 9,0 8,8 8,5 18,38
FDN 72,4 72,2 72,3 72,3 2,32
DIVMS 43,0 43,7 41,9 42,7 11,27
1
CV: coeficiente de variação. Médias, na linha, seguidas de diferentes letras diferem (P<0,05) pelo teste Tukey.
A digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) da PI não foi influenciada (P>0,05)
pelos períodos experimentais, ficando em média 42,7%, valor que está abaixo daqueles
descritos para um bom desenvolvimento microbiano, que fica em torno de 65% (Nussio et al.,
1998). A baixa digestibilidade foi influenciada pela proporção de material morto na massa de
forragem nos períodos (Tabela 13). Pedreira (1996) relataram valores médios para a DIVMS de
58%, 56%, 53% e 48% para cultivares de Cynodon ssp. Cortados com duas, quatro e seis
semanas de idade.
No primeiro período, os ganhos médios diários (GMD) foram de 0.590, 0.629, 0.976, e
0.471 kg/dia (Tabela 15) para os animais suplementados com os tratamentos E2 (2 g/animal/dia
de Essential), E4 (4 g/animal/dia de Essential), M2 (0,2 g/animal/dia de monensina sódica) e SS
(sem suplemento) respectivamente. Nesse período, houve diferença (P<0,05) entre os valores
do GMD de M2 em relação aos demais tratamentos, onde o que apresentou desempenho 51% a
mais , em comparação ao tratamento com o menor desempenho (SS). A LF apresentou teores
de PB de 19,8% e valor da DIVMS de 58,6%. Esse ganho bastante discrepante de M2 em
relação aos demais pode ter sido influenciado por ganho compensatório de alguns animais.
Tabela 15 - Ganho médio diário (kg/dia).
Tratamentos1 Períodos Média
1 2 3
E2 E4 M2 SS
0,590Ba
0,629Ba
0,976Aa
0,471Ba
0,552a
0,562b
0,562b
0,376b
0,133b0,090c0,190c0,024c 0,425AB
0,427AB
0,576A
0,290B
Médias 0,667
a
0,513
b
0,110
c
0,430
CV (%) 30,7 48,0 205,0 58,2
1
E2: 2g/animal/dia de Essential; E4: 4g/animal/dia de Essential; M2: 0,2
g/animal/dia de monensina sódica; SS: sem suplemento Médias, na coluna, seguidas de diferentes letras diferem
(P<0,05) pelo teste Tukey.
No segundo período, não houve diferença (P>0,05) entre os valores do GMD dos
tratamentos, contudo os valores de M2 e E4 (0,562 kg/dia ambos) foram superiores a E2 (0,552
kg/dia) e SS (0,376 kg/dia). Todos os tratamentos proporcionaram menor GMD do que no
primeiro período. Contudo essa diminuição foi mais intensa para M2 (42%) Nos outros três
tratamentos, a diminuição foi mais modesta, sendo os valores de 6%, 11% e 20% para E2, E4 e
SS respectivamente. Apesar da melhoria da qualidade forragem, essa queda ocorreu devido a
diminuição do A e TAD.
No terceiro período, não houve diferença (P>0,05) entre os valores do GMD dos
tratamentos. Verificou-se GMD muito menor em relação ao período anterior devido a TAD,
que foi a menor de todo o experimento (23 kg/MS/dia). Contudo os teores de PB e DIVMS da
PI não se diferenciaram (P>0,05) em relação ao período anterior.
Com os resultados dos GMD dos quatro tratamentos durante os 63 dias experimentais,
não foi constatada diferença (P>0,05) entre os níveis de óleos essenciais e a monensina,
contudo a monensina, ao contrário dos óleos essenciais, se diferenciou (P<0,05) dos animais
sem suplementação. A monensina apresentou a maior valor médio de ganho, seguida do
tratamento com 4g de Essential/animal/dia. Segundo o NRC (1996), para as mesmas condições
do experimento, não poderíamos conseguir esses ganhos levando em consideração a DIVMS da
PI, contudo se considerarmos que o animal devido a alta oferta de forragem pode selecionar
entre folha, colmo e material morto, optando pela ingestão em sua maior parte de folhas, para
mesmas condições o NRC estima ganhos de 0,500 kg/dia, o que foi similar ao ganho obtido no
experimento.
Segundo Kunkle & Bates (1998), quando existe disponibilidade de forragem, de baixa a
média qualidade, cada kg de NDT suplementado produz um aumento de 0,20 kg/dia nos ganhos
de peso. No presente trabalho, a suplementação proporcionou em média 0,186 kg de peso vivo
adicional.
O GMD obtido com os animais do tratamento M2 (0,576 kg/dia) é inferior ao observado
por Zervoudakis et al. (2001) que trabalhando com novilhos mestiços castrados e
suplementados (0,3% do PV) em pastos de Brachiaria decumbens com ração contendo 20% de
PB, alcançaram ganhos médios de 0,940 kg/dia.
Segundo Potter et al. (1986), adicionando 0,2 g/monensina/dia ao concentrado
suplementar para o gado mantido a pasto, obtiveram resultados em que a adição da monensina
ao suplemento aumentou o ganho diário, melhorando a eficiência alimentar.
Parrott et al. (1990) em pastagem nativa de verão e pastos de inverno (centeio e trigo)
observaram um incremento de até 0,008 kg/dia em comparação com o tratamento controle.
Goodrich et al. (1984) encontraram redução média de 6,4% no consumo de alimentos nos
animais que receberam monensina na dieta. Menores consumos de MS por animais que
receberam ionóforos também foram constatados por Perry et al. (1976), Potter et al. (1976) e
Berger et al. (1981).
Os dados referentes aos custos, atualizados no mês de maio de 2008, envolvidos na
produção de novilhas em pastagens de tifton 85, suplementadas com 0,3 % do peso vivo são
descritos na Tabela 16. Tabela 16 - Descrição dos custos por hectare dos diferentes tratamentos
no período
experimental
Descrição Tratamentos
1
E2 E4M2 SS
Arrendamento pasto
2
R$ 315,00 R$ 315,00 R$ 315,00 R$ 315,00
Ração
3
R$ 299,97 R$ 299,97 R$ 299,97 R$ Aditivo
4
R$ 22,68 R$ 45,36 R$ 22,68 R$ -Vacinas
e vermífugos R$ 8,75 R$ 8,75 R$ 8,75 R$ 8,75
Suplemento Mineral
R$ 31,50 R$ 31,50 R$ 31,50 R$
31,50
Total
R$ 677,90
R$ 700,58
R$ 677,90
R$ 355,25
1
E1:
1 g/animal/dia de Essential; E2: 2 g/animal/dia de Essential; E4: 4 g/animal/dia de Essential; M2: 0,2
g/animal/dia de monensina sódica;
2
R$15,00/cab/mês;
3
R$ 0,58/kg;
4
R$ 18,00/kg Observou-se que a
única diferença de custos entre os tratamentos está nos gastos com aditivos. O tratamento
E4 apresentou o maior custo, seguido de E2, M2 e SS nesta ordem. O uso de aditivos
representou de 3% a 6 % dos custos totais dos tratamentos com suplementação. Os
consumos médios de suplemento foram de 0,770, 0,810 e 0,871 kg/dia, para o primeiro,
segundo e terceiro período respectivamente. A produção animal (expressa em kg e arrobas),
custo de produção (por ha e @ produzida), custo por animal mensal, receita (bruta e
líquida) e razão benefício/custo são apresentados na Tabela 17.
As variações observadas na produção animal/tratamento/ha (kg/ha) comportaramse de
maneira semelhante ao GMD, sendo os valores de M2 mais elevados (362,9 kg/ha) e os de E2 e
E4 intermediários (267,8 e 269,0 kg/ha, respectivamente). O menor valor ficou para SS (182,7
kg/ha) Tabela 17 - Produção animal, custo de produção, custo por animal mensal, receita e
razão benefício/custo dos diferentes tratamentos no período experimental
Descrição
Tratamentos
1
E2 E4M2 SS
Produção animal/ha (kg) 267,8 269,0 362,9 182,7
Produção animal/ha (@)2
9,5 9,5 12,8 6,5
Custo de produção/ha (R$) R$ 677,90 R$ 700,58 R$ 677,90 R$
355,25
Custo de produção/@ (R$) R$ 71,66 R$ 73,71 R$ 52,87 R$ 55,03
Custo/animal/mês (R$) R$ 32,28 R$ 33,36 R$ 32,28 R$ 16,92
Receita bruta/ha (R$)3 R$ 804,14 R$ 807,93 R$ 1.089,85 R$
548,71
Receita líquida/ha (R$)
R$ 126,24 R$ 107,35 R$ 411,95 R$
193,46
Razão benefício/custo
1,19 1,15 1,61 1,54
1
E1: 1g/animal/dia de Essential; E2: 2g/animal/dia de Essential; E4: 4g/animal/dia de Essential; M2:
0,02g/animal/dia de monensina sódica;
2
rendimento de carcaça de 53%;
3
valor da @ a R$85,00;
O custo mensal por animal é importante para que possamos comparar com a média das
fazendas no Paraná nesse mesmo sistema. A média do custo por animal mensal dos animais
suplementados ficou em R$ 32,64/animal/mês, enquanto que o valor do custo dos animais sem
suplementação (R$16,92/animal/mês) ficou próximo a média do custo das fazendas no mesmo
sistema de produção no Paraná de R$ 15,00/animal/mês.
A partir do custo total e a produção de arrobas de carne (@) de cada tratamento, obteve-se
o custo por arroba produzida. As arrobas mais caras produzidas foram E2 e E4 (R$71,66,
R$73,71 respectivamente). M2 apresentou a arroba mais barata (R$ 52,87), que não se deve
pelos baixos custos de produção e sim pela elevada produtividade e em contrapartida, os
animais sem suplementação produziram a segunda mais barata (R$55,03), que se deve pelos
baixos custos de produção e não pela elevada produtividade. Contudo todos os tratamentos
produziram a arroba a um custo muito inferior ao preço de venda (R$ 85,00).
A maior receita bruta e líquida foi observada em M2 (R$ 1.089,85 e R$ 411,95 /ha
respectivamente) em função da maior produção por área obtida por neste tratamento.
Lembrando que esta é uma análise pontual, que se refere apenas ao período experimental,
considerando apenas a produção de @/ha e o valor da arroba atual, sem considerar o preço de
compra dos animais, pois o valor da arroba na compra foi idêntico ao preço da venda, anulando-
se.
A melhor razão benefício/custo (RBC) foi obtida pelo tratamento M2, sendo que para
cada real investido o retorno foi de R$ 1,61. A RBC foi menos favorável em SS, E2, E4 (1,54,
1,19, 1,15 respectivamente). Os tratamentos foram similares se comparados com Frizzo et al.
(2003) que obtiveram RBC de 1,90, 1,54 e 1,16 para animais exclusivamente em pastagem,
suplementados com 0,7 e 1,4% do PV (farelo de arroz e polpa cítrica), respectivamente.
Analisando os resultados obtidos com o fornecimento de níveis de óleos essenciais e
monensina sódica a animais suplementados com 0,3% do peso vivo e animais sem suplemento,
apenas a monensina foi economicamente interessante. O uso de óleos essências obteve menor
retorno financeiro que animais não suplementados.
O elevado preço da arroba do boi gordo praticado no Estado do Paraná no mês de maio, e
a elevada produtividade com monensina tornou seu uso viável.
Os resultados demonstram a fundamental importância das condições do mercado no
momento em decidir por utilizar a estratégia da suplementação, bem como a capacidade de
ganho esperado. Tanto os custos da arroba praticados, quanto o custo dos ingredientes a serem
adquiridos, influenciam de maneira decisiva na lucratividade da atividade.
Conclusões
Apesar do ganho médio diário não diferir em relação à suplementação com monensina
sódica e óleos essenciais, a monesina é mais interessante economicamente. O uso de óleos não
foi interessante economicamente devido a receita por hectare inferior aos animais não
suplementados. Sendo a inclusão de 4 g/animal/dia de Essential produziu o resultado de ganho
médio diário mais próximo a monensina sódica. Com a redução da taxa de acúmulo diária da
forragem, houve uma redução no ganho médio diário dos animais. A adição de aditivos não
elevou os custos variáveis devido a baixa quantidade do produto utilizado, contudo os custos da
suplementação elevam significativamente os custos variáveis, sendo a elevada produtividade é
o principal fator responsável pela maior receita por hectare. Contudo mais estudos com o uso de
óleos essenciais na dieta de ruminantes em pastagem precisam ser realizados.
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CONCLUSÕES GERAIS
Pastagens de Tifton 85 adubadas e bem manejadas são excelentes para produção de
bovinos a pasto, conseguindo ganhos elevados.
A taxa de acúmulo diário da forragem, bem como a quantidade de lâmina foliar
disponível são responsáveis pelo ganho de peso em pastagens de boa qualidade.
O uso de 4g de óleos essências na suplementação de bovinos seria o mais indicado para
conseguir ganhos próximos da monensina sódica.
A produtividade é o fator determinante na receita líquida obtida em bovinos em pastejo.
O uso da monensina sódica com suplementação nas atuais condições de mercado é um
excelente negócio. Contudo a utilização de óleos essenciais com suplementação precisa ser
cuidadosamente analisada e mais estudos com o uso de óleos essenciais na dieta de ruminantes
em pastagem precisam ser realizados.
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O artigo deve ser dividido em seções com cabeçalho centralizado, em negrito, na seguinte ordem: Resumo,
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Deve ser preciso e informativo. Quinze palavras são o ideal e 25, o máximo. Digitá-lo em negrito e
centralizado, segundo o exemplo: Valor nutritivo da cana-de-açúcar para bovinos em crescimento. Deve
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Autores
Deve-se listar até seis autores. A primeira letra de cada nome/sobrenome deve ser maiúscula (Ex.:
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Resumo
Deve conter no máximo 1.800 caracteres com espaço. As informações do resumo devem ser precisas e
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Deve sumarizar objetivos, material e métodos, resultados e conclusões. Não deve conter introdução.
Referências nunca devem ser citadas no resumo.
O texto deve ser justificado e digitado em parágrafo único e espaço 1,5, começando por RESUMO, iniciado a
1,0 cm da margem esquerda.
Abstract
Deve aparecer obrigatoriamente na segunda página e ser redigido em inglês científico, evitando-se traduções
de aplicativos comerciais.
O texto deve ser justificado e digitado em espaço 1,5, começando por ABSTRACT, em parágrafo único,
iniciado a 1,0 cm da margem esquerda.
Palavras-chave e Key Words
Apresentar até seis (6) palavras-chave e Key Words imediatamente após o RESUMO e ABSTRACT,
respectivamente, em ordem alfabética. Devem ser elaboradas de modo que o trabalho seja rapidamente
resgatado nas pesquisas bibliográficas. Não podem ser retiradas do título do artigo. Digitá-las em letras
minúsculas, com alinhamento justificado e separado por vírgulas. Não devem conter ponto final.
Introdução
Deve conter no máximo 2.500 caracteres com espaço.
Deve-se evitar a citação de várias referências para o mesmo assunto.
Trabalhos com introdução extensa serão devolvidos para adequação às normas.
Material e Métodos
Descrição clara e com referência específica original para todos os procedimentos biológicos, analíticos e
estatísticos. Todas as modificações de procedimentos devem ser explicadas.
Resultados e Discussão
Os resultados devem ser combinados com discussão. Dados suficientes, todos com algum índice de variação
incluso, devem ser apresentados para permitir ao leitor a interpretação dos resultados do experimento. A
discussão deve interpretar clara e concisamente os resultados e integrar resultados de literatura com os da
pesquisa para proporcionar ao leitor uma base ampla na qual possa aceitar ou rejeitar as hipóteses testadas.
Evitar parágrafos soltos e citações pouco relacionadas ao assunto.
Conclusões
Devem ser redigidas em parágrafo único e conter no máximo 1.000 caracteres com espaço.
Não devem ser repetição de resultados. Devem ser dirigidas aos leitores que não são necessariamente
profissionais ligados à ciência animal. Devem explicar claramente, sem abreviações, acrônimos ou citações, o que
os resultados da pesquisa concluem para a ciência animal.
Agradecimento
Deve iniciar logo após as Conclusões.
Abreviaturas, símbolos e unidades
Abreviaturas, símbolos e unidades devem ser listados conforme indicado na home page da RBZ, link
"Instruções aos autores".
• Usar 36%, e não 36 % (sem espaço entre o n
o
e %)
• Usar 88 kg, e não 88Kg (com espaço entre o n
o
e kg, que deve vir em minúsculo)
• Usar 136,22, e não 136.22 (usar vírgula, e não ponto)
• Usar 42 mL, e não 42 ml (litro deve vir em L maiúsculo, conforme padronização internacional)
• Usar 25
o
C, e não 25
o
C (sem espaço entre o n
o
e
o
C)
Usar (P<0,05), e não (P < 0,05) (sem espaço antes e depois do <)
Usar 521,79 ± 217,58, e não 521,79±217,58 (com espaço antes e depois do ±)
Usar r
2
= 0,95, e não r
2
=0,95 (com espaço antes e depois do =)
Usar asterisco nas tabelas apenas para probabilidade de P: (*P<0,05; **P<0,01; ***P<0,001)
Deve-se evitar o uso de abreviações não consagradas e de acrônimos, como por exemplo: "o T3 foi maior
que o T4, que não diferiu do T5 e do T6". Este tipo de redação é muito cômoda para o autor, mas é de difícil
compreensão para o leitor.
Tabelas e Figuras
É imprescindível que todas as tabelas sejam digitadas segundo menu do Word "Inserir Tabela", em células
distintas (não serão aceitas tabelas com valores separados pelo recurso ENTER ou coladas como figura). Tabelas
e figuras enviadas fora de normas serão devolvidas para adequação.
Devem ser numeradas seqüencialmente em algarismos arábicos e apresentadas logo após a chamada no
texto.
O título das tabelas e figuras deve ser curto e informativo, devendo-se adotar as abreviaturas divulgadas
oficialmente pela RBZ.
A legenda das Figuras (chave das convenções adotadas) deve ser incluída no corpo da figura. Nos gráficos,
as designações das variáveis dos eixos X e Y devem ter iniciais maiúsculas e unidades entre parênteses.
Figuras não-originais devem conter, após o título, a fonte de onde foram extraídas, que deve ser
referenciada.
As unidades, a fonte (Times New Roman) e o corpo das letras em todas as figuras devem ser padronizados.
Os pontos das curvas devem ser representados por marcadores contrastantes, como círculo, quadrado, triân-
gulo ou losango (cheios ou vazios).
As curvas devem ser identificadas na própria figura, evitando o excesso de informações que comprometa o
entendimento do gráfico.
As figuras devem ser gravadas no programa Word, Excel ou Corel Draw (extensão CDR), para possibilitar a
edição e possíveis correções.
Usar linhas com, no mínimo, 3/4 ponto de espessura.
No caso de gráfico de barras, usar diferentes efeitos de preenchimento (linhas horizontais, verticais,
diagonais, pontinhos etc). Evite os padrões de cinza porque eles
dificultam a visualização quando impressos.
As figuras deverão ser exclusivamente monocromáticas.
Não usar negrito nas figuras.
Os números decimais apresentados no interior das
tabelas e figuras devem conter vírgula, e não ponto.
Citações no texto
As citações de autores no texto são em letras minúsculas, seguidas do ano de publicação. Quando houver
dois autores, usar & (e comercial) e, no caso de três ou mais autores, citar apenas o sobrenome do primeiro,
seguido de et al.
Comunicação pessoal (ABNT-NBR 10520).
Não fazem parte da lista de referências, sendo colocadas apenas em nota de rodapé. Coloca-se o
sobrenome do autor seguido da expressão “comunicação pessoal”, a data da comunicação, o nome, estado e país
da Instituição à qual o autor é vinculado.
Literatura Citada
Baseia-se na Associação Brasileira de Normas Técnicas
– ABNT (NBR 6023). Devem ser redigidas em página separada e ordenadas alfabeticamente
pelo(s) sobrenome(s) do(s) autor(es).
Digitá-las em espaço simples, alinhamento justificado e recuo até a terceira letra a partir da segunda linha da
referência. Para formatá-las, siga as seguintes instruções:
No menu FORMATAR, escolha a opção PARÁGRAFO... RECUO ESPECIAL, opção DESLOCAMENTO... 0,6 cm.
Em obras com dois e três autores, mencionam-se os autores separados por ponto-e-vírgula e, naquelas com
mais de três autores, os três primeiros vêm seguidos de et al. As iniciais dos autores não podem conter espaços.
O termo et al. não deve ser italizado nem precedido de vírgula.
O recurso tipográfico utilizado para destacar o elemento título será negrito e, para os nomes científicos,
itálico.
Indica(m)-se o(s) autor(es) com entrada pelo último sobrenome seguido do(s) prenome(s) abreviado (s),
exceto para nomes de origem espanhola, em que entram os dois últimos sobrenomes.
No caso de homônimos de cidades, acrescenta-se o nome do estado (ex.: Viçosa, MG; Viçosa, AL; Viçosa,
RJ).
Obras de responsabilidade de uma entidade coletiva
A entidade é tida como autora e deve ser escrita por extenso, acompanhada por sua respectiva abreviatura.
No texto, é citada somente a abreviatura correspondente.
Quando a editora é a mesma instituição responsável pela autoria e já tiver sido mencionada, não é indicada.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTRY AOAC. Official methods of analysis. 16.ed. Arlington:
AOAC International, 1995. 1025p.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV. Sistema de análises estatísticas e genéticas - SAEG. Versão
8.0. Viçosa, MG, 2000. 142p.
Livros e capítulos de livro
Os elementos essenciais são: autor(es), título e subtítulo (se houver), seguidos da expressão "In:", e da
referência completa como um todo. No final da referência, deve-se informar a paginação.
Quando a editora não é identificada, deve-se indicar a expressão sine nomine, abreviada, entre colchetes
[s.n.].
Quando o editor e local não puderem ser indicados na publicação, utilizam-se ambas as expressões,
abreviadas, e entre colchetes [S.I.: s.n.].
LINDHAL, I.L. Nutrición y alimentación de las cabras. In: CHURCH, D.C. (Ed.) Fisiologia digestiva y nutrición
de los ruminantes. 3.ed. Zaragoza: Acríbia, 1974. p.425-434.
NEWMANN, A.L.; SNAPP, R.R. Beef cattle. 7.ed. New York: John Wiley, 1997. 883p.
Teses e dissertações
Deve-se evitar a citação de teses, procurando referenciar sempre os artigos publicados na íntegra em
periódicos indexados. Entretanto, caso os artigos ainda não tenham sido publicados, devem-se citar os seguintes
elementos: autor, título, local, universidade, ano, página e área de concentração.
CASTRO, F.B. Avaliação do processo de digestão do bagaço de cana-de-açúcar auto-hidrolisado em
bovinos. Piracicaba: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 1989. 123p. Dissertação (Mestrado em
Zootecnia)
-Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 1989.
Boletins e relatórios
BOWMAN,V.A. Palatability of animal, vegetable and blended fats by equine. (S.L.): Virgínia Polytechnic
Institute and State University, 1979. p.133-141 (Research division report, 175).
Artigos
O nome do periódico deve ser escrito por extenso. Com vistas à padronização deste tipo de referência, não é
necessário citar o local; somente volume, número, intervalo de páginas e ano.
RESTLE, J.; VAZ, R.Z.; ALVES FILHO, D.C. et al. Desempenho de vacas Charolês e Nelore desterneiradas aos três
ou sete meses. Revista Brasileira de Zootecnia, v.30, n.2, p.499-507, 2001.
Congressos, reuniões, seminários etc
Citar o mínimo de trabalhos publicados em forma de
resumo, procurando sempre referenciar os artigos publicados
na íntegra em periódicos indexados.
CASACCIA, J.L.; PIRES, C.C.; RESTLE, J. Confinamento de bovinos inteiros ou castrados de diferentes grupos
genéticos. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 30., 1993, Rio de Janeiro.
Anais... Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Zootecnia, 1993. p.468.
EUCLIDES, V.P.B.; MACEDO, M.C.M.; OLIVEIRA, M.P. Avaliação de cultivares de Panicum maximum em pastejo.
In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 36., 1999, Porto Alegre. Anais... São
Paulo: Sociedade Brasileira de Zootecnia/Gmosis, [1999] (CD-ROM).
Artigo e/ou matéria em meios eletrônicos
Na citação de material bibliográfico obtido via internet,
o autor deve procurar sempre usar artigos assinados, sendo também sua função decidir quais fontes têm real-
mente credibilidade e confiabilidade.
Quando se tratar de obras consultadas on-line, são essenciais as informações sobre o endereço eletrônico,
apresentado entre os sinais < >, precedido da expressão "Disponível em:" e a data de acesso do documento,
precedida da expressão "Acesso em:".
NGUYEN, T.H.N.; NGUYEN, V.H.; NGUYEN, T.N. et al. [2003]. Effect of drenching with cooking oil on performance
of local yellow cattle fed rice straw and cassava foliage. Livestock Research for Rural Development, v.15,
n.7, 2003. Disponível em: <http://www.cipav.org.co/ lrrd/lrrd15/7/nhan157.htm> Acesso em: 28/07/2005.
REBOLLAR, P.G.; BLAS, C. [2002]. Digestión de la soja integral en rumiantes. Disponível em: <http://www.
ussoymeal.org/ruminant_s.pdf.> Acesso em: 12/10/02.
SILVA, R.N.; OLIVEIRA, R. [1996]. Os limites pedagógicos do paradigma da qualidade total na educação. In:
CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPe, 4., 1996, Recife. Anais eletrônicos... Recife: Universi-
dade Federal do Pernanbuco, 1996. Disponível em: <http://www. propesq. ufpe.br/anais/anais.htm> Acesso
em: 21/01/97.
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