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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
SEGURANÇA ALIMENTAR E CONTROLE DE QUALIDADE: UM ESTUDO DA
IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA ALIMENTOS SEGUROS EM
SUPERMERCADOS DE BAIRRO
por
GLENDA JAMILE PIRES BARROS GUEDES
BIÓLOGA, UNP, 1997
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE
MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
DEZEMBRO, 2008
© 2008 GLENDA JAMILE PIRES BARROS GUEDES
TODOS DIREITOS RESERVADOS.
O autor aqui designado concede ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte permissão para reproduzir, distribuir, comunicar ao
público, em papel ou meio eletnico, esta obra, no todo ou em parte, nos termos da Lei.
Assinatura do Autor: ___________________________________________
APROVADO POR:
___________________________________________________________
Prof(a). Sérgio Marques Júnior, Dr. Orientador, Presidente
________________________________________________________________
Prof(a). Liz Carolina da Silva Lagos Cortes Assis, Dra. - Membro Examinador
_______________________________________________________________
Prof(a). Maristélio da Cruz Costa, Dr. - Membro Examinador Externo
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ii
Guedes, Glenda Jamile Pires Barros
Segurança Alimentar e Controle de Qualidade: um estudo
comparativo da implantação do Programa Alimentos Seguros em
supermercados de bairro / Glenda Jamile Pires Barros Guedes – Natal,
RN, 2008.
ix, 78 p. 29,7 cm (UFRN/PEP, Mestrado, Engenharia de Produção,
2008)
Orientador : Sérgio Marques Júnior, Dr.
Tese de Mestrado - Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
Programa de Engenharia de Produção
1. Segurança Alimentar. 2. Controle de Qualidade. 3. Programa
Alimentos Seguros. I. UFRN/PEP II. Título (série)
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iii
CURRICULUM VITAE RESUMIDO
Glenda Jamile Pires Barros Guedes é Bióloga formada pela Universidade Potiguar -
UnP em 1997. É filha de Osael Moura de Barros e de Francisca Noilde Pires de Barros, é
casada com Manoel Guedes da Fonseca Neto e tem dois filhos Laís Gabrielle e Luís
Guilherme.
Iniciou sua vida profissional como Professora no SENAC – Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial, instituição esta que desempenhou a função de gerente de
unidade e hoje atua como Coordenadora do SENAC Alimentos, área do SENAC que presta
serviços de capacitação e consultoria as empresas do setor de alimentos e bebidas.
É atual coordenadora (2008-2010), representando o SENAC RN, do Comitê Gestor
Estadual do Programa Alimentos Seguro. É Multiplicadora Estadual (2006) do Rio Grande
do Norte e Auditora em BPF - Boas Práticas de Fabricação e APPCC – Análise de Perigos e
Pontos Críticos de Controle (2005) do PAS - Programa Alimentos Seguros. É membro,
representando a área de alimentos do SENAC RN, do Conselho de Turismo Pólo Costa das
Dunas, onde participa do Grupo Meios de hospedagem, alimentação e entretenimento.
TRABALHOS PUBLICADOS DURANTE A PÓS-GRADUAÇÃO:
GUEDES,G.J.P.B.; MACEDO, D. L.; GODIM, M. S.; ALVES, G..H.; Qualidade como
fator de competitividade: a percepção dos produtores de queijo artesanal do Seridó/RN.
Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos. ENABER, VI.
Aracaju, 2008.
GUEDES, Glenda Jamile P. Barros.; MACEDO, Dinara Leslye; Competitividade do Queijo
Artesanal: um estudo exploratório no Seridó/RN. Revista Gestão da Produção, Operações
e Sistemas. GEPROS/UNESP. Bauru, 2008. (Submetido em 21/08/2008)
iv
A Deus primeiramente, pela dádiva da vida.
Aos meus amados pais, Osael e Noilde, pelo amor e confiança a mim dedicado e pela
educação que me proporcionaram sem a qual jamais seria a pessoa que sou hoje.
Ao meu esposo, Neto, e meus filhos Laís e Luís Guilherme simplesmente por vocês
existirem em minha vida.
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela minha vida e por ter me proporcionado as
condições intelectuais para atingir minhas metas e objetivos.
Agradeço ao meu Pai, por todo amor a mim dedicado, pelos ensinamentos e exemplo
de homem íntegro e honestidade que me fortalece a cada dia. O meu obrigada pela educação
que tanto se esforçou para me dar.
A minha e, mulher dedicada à família, meu eixo e exemplo de vida. Pelo seu
constante apoio e incentivo para que eu continuasse os estudos acadêmicos, sempre me
mostrando desde pequena que este é o caminho. O meu eterno agradecimento pelo amor,
carinho e compreensão dedicados por ti a mim e aos meus filhos.
Ao meu esposo por tudo que ele representa para mim. Pelo amor, compreensão,
companheirismo e apoio nos momentos mais difíceis.
Aos amores de minha vida, Laís e Luís Guilherme, razão do meu viver. Agradeço a
compreensão que tiveram nas minhas ausências por dedicação aos estudos. Um dia vocês irão
entender.
Ao SENAC, instituição de missão nobre e que muito me orgulha dela fazer parte.
Ao Ex-Diretor Regional do SENAC RN, Ronaldo Rezende, pela confiança que em
mim depositou ao, diferentemente de todos Regionais do SENAC no Brasil, criar a
Coordenação Técnica do Programa Alimentos Seguros. O meu muito obrigado pela
oportunidade.
Ao Diretor Regional do SENAC Laumir Barreto e a Diretora de Educação Profissional
Zilca Pascoal, pelo incentivo e reconhecimento da necessidade de aperfeiçoamento dos seus
colaboradores, dispensando-me nos momentos necessários para que eu me dedicasse à
construção de minha dissertação.
Ao meu Orientador, Professor Sérgio Marques, que possui em sua pessoa a mais
profunda essência da palavra “Professor”. O meu agradecimento pela paciência, compreensão
e orientação.
vi
As minhas amigas Maria Emília, Larissa is, Maria Umbelina e Dinara Macêdo pelo
apoio nos momentos de desâmino, não me deixando parar e me fazendo acreditar que seria
possível, mesmo com tantas dificuldades.
A todas as pessoas que de forma indireta contribuíram para a realização deste sonho, o
meu muito obrigada.
“Hoje me sinto mais forte,
Mais feliz, quem sabe,
Eu só levo a certeza
De que muito pouco sei,
Ou nada sei
É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder seguir
É preciso chuva para florir
Sinto que seguir a vida
Seja simplesmente
Conhecer a marcha
E ir tocando em frente
Cada um de nós compõe
A sua própria história
E cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
De ser feliz”
(Renato Texeira e Almir Satter)
vii
Resumo da Tese apresentada à UFRN/PEP como parte dos requisitos necessários para a
obtenção do grau de Mestre em Ciências em Engenharia de Produção.
SEGURANÇA ALIMENTAR E CONTROLE DE QUALIDADE: UM ESTUDO DA
IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA ALIMENTOS SEGUROS EM
SUPERMERCADOS DE BAIRRO
GLENDA JAMILE PIRES BARROS GUEDES
Dezembro/2008
Orientador: Sérgio Marques Júnior
Curso: Mestrado em Ciências em Engenharia de Produção
RESUMO: Este trabalho teve como objetivo analisar os percentuais de conformidade,
relacionados aos requisitos de Boas Práticas, alcançados por 23 Supermercados de bairro após
a implantação do Programa Alimentos Seguros. Para o seu desenvolvimento a metodologia de
pesquisa adotada foi à aplicação inicial e final de um check-list (ferramenta específica do
PAS) nos 23 supermercados, alvo deste estudo. Após a implantação do PAS foi realizado um
estudo comparativo onde foi possível constatar que essas empresas necessitam melhorar as
condições relacionadas à Segurança Alimentar, pois de acordo com o estudo, nenhum dos 23
supermercados avaliados atendeu aos critérios preconizados pelo PAS de 100% de
conformidade para os itens críticos do check-list. Apenas 04 dos 23 supermercados
apresentaram-se entre 80 a 90% do percentual geral de conformidade, representando apenas
17,3% da amostra. A maioria da amostra estudada apresentou em uma situação regular,
segundo a metodologia de Cardoso (2001). Dos 23 supermercados estudados, 03
supermercados foram classificados como ruins (13,04%), 13 como regulares (56,52%) e 07
como bons (30,43%). Pode-se constatar melhorias de uma pequena parte da amostra, como
também o decréscimo do percentual de conformidade de 02 empresas após o trabalho de
implantação do programa, demonstrando falta de responsabilidade e comprometimento de
empresas que deveriam ter como sua principal prioridade a segurança dos alimentos que
comercializam.
Palavras chaves: Segurança Alimentar, Controle de Qualidade, Programa Alimentos Seguros
.
viii
Abstract of Master Thesis presented to UFRN/PEP as fullfilment of requirements to the
degree of Master of Science in Production Engineering
December/2008
Thesis Supervisor : Sérgio Marques Júnior
Program: Master of Science in Production Engineering
ABSTRACT: This study aimed to analyze the percentage of compliance, related to the
requirements of Practice, achieved by 23 supermarkets in neighborhood after the deployment
of Food Insurance Program. For its development research methodology adopted was the
application start and end of a check-list (tool-specific SBP) in 23 supermarkets, target of this
study. After the deployment of PAS was made a comparative study where it was possible to
see that these companies need to improve conditions related to food safety, because according
to the study none of the 23 supermarkets evaluated met the criteria recommended by the SBP
to 100% of compliance for the items critical of the check-list. Only 04 of the 23 supermarkets
were in the range of 80 to 90% of the overall percentage of compliance, representing only
17.3% of the sample. Most of the sample submitted in a regular situation, according to the
methodology of Cardoso (2001), the 23 supermarkets studied 03 supermarkets were classified
as poor (13.04%), 13 as scheduled (56.52%) and 07 (30 , 43%). With the completion of any
work Supermarket studied attended by 100% to the criteria of PAS. You can see
improvements in a small part of the sample, but the decline in the percentage of compliance of
02 companies after the work of deployment, showing total lack of responsibility and
commitment of companies which should have as its top priority to food safety market.
Palavras chaves: Segurança Alimentar, Controle de Qualidade, Programa Alimentos Seguros.
ix
SUMÁRIO
Capítulo 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 1
1.1Contextualização..............................................................................................................3
1.2 Objetivo............................................................................................................................
1.3 Relevância....................................................................................................................
1.4 Organização da Dissertação..............................................................................................
Capítulo 2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 - Segurança Alimentar e Legislação Sanitária
2.2 - Controle de Qualidade em Alimentos............................................................................. 9
2.2.2 Boas Práticas de Fabricação - BPF........................................................................... 12
2.2.1 Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle -APPCC ...................................... 27
2.3 - Programa Alimentos Seguros - PAS....................................................................................
2.3.1 Histórico..........................................................................................................................
2.3.2 Missão e Visão................................................................................................................
2.3.3 Setores do PAS..............................................................................................................
Capítulo 3 METODOLOGIA DA PESQUISA DE CAMPO
3.1 População alvo.......................................................................................................................
3.2 Descrição do processo de coleta de dados...........................................................................
Capítulo 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Capítulo 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
REFERÊNCIAS
APÊNDICE A - Check-list do Programa Alimentos Seguros - Setor Distribuição
x
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1-1 Margens padronizadas do documento .................... Erro! Indicador não definido.
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Sequência lógica para implantação do Sistema APPCC..........................................
Figura 2.2 Representação da presença do PAS em todos os Estados da federação e sua
coordenação técnica no Rio de Janeiro.........................................................................................
Figura 2.3 – Materiais didáticos desenvolvidos especificamente para os setores do PAS...........
Figura 2.4 – Representação da cadeia produtiva e dos setores do PAS.......................................
1
Capítulo 1
Introdução
1.1 Contextualização
O setor supermercadista tem crescido muito nos últimos anos tornando-se o
principal local de compra de alimentos em todo país. Segundo Lupatini (2008) os
supermercados respondem por 22,8% do varejo e pagam salários até 20% superiores à
dia do varejo.” (SuperHiper 2008).
Esta dissertação tem por base a análise dos resultados alcançados após o
desenvolvimento de um trabalho para à implantão do Programa Alimentos Seguros- PAS
em 23 supermercados localizados nos bairros da cidade do Natal. Os supermercados
estudados fazem parte de uma associação varejista, que objetiva de forma conjunta uma
gestão executiva, o fortalecimento da marca, o aumento do poder de compra e de
divulgação de suas lojas.
De acordo com o Ranking das Redes 2008 8
a
Pesquisa da Associação Brasielira
de Supermercados ABRAS e SuperHiper de Redes e Associações de Negócios, realizada
em parceria com a LatinPanel, no comparativo com a pesquisa de 2007, o faturamento
nominal das redes cresceu 11% e o real (deflacionado pelo IPCA), 7,12%, mas o total delas
ficou menor: baixou de 150 para 126 (SuperHiper 2008).
Tais indicadores justificam a necessidade de os supermercados de pequeno porte se
adaptar à evolução do mercado com mais investimentos em tecnologia, gestão,
equipamentos, etc. Segundo Honda (2008) nem sempre é possível fazer isso sozinho, por
isso, o associativismo ganha importância no Brasil, pois proporciona crescimento e
evolução a empresas de pequeno porte que se associam a redes de negócios. Mas é
2
fundamental que os propósitos dessas redes e de seus associados sejam firmes e bem
estruturados (SuperHiper 08).
Vargas Silva (2008) compartilha da mesma opinião, reforçando que a redução no
número de redes serve para mostrar que permanecem no mercado e se fortalecem as que se
preparam para ser mais competitivas. Ele destaca que as redes que crescem o fazem de
forma contínua e sustentada, principalmente nos últimos dois anos. (SuperHiper 08).
É notório o crescimento de pequenos supermercados de bairro, que visam atender a
uma demanda que busca a compra rápida e sem filas. Percebe-se que, aos poucos, as lojas
de vizinhança estão ganhando importância se comparada poucos anos atrás, quando os
analistas previam que as pequenas lojas de bairro não resistiriam à concorrência dos
hipermercados. Porém, o que vem acontecendo é o oposto disso, nos últimos anos o
número de metro quadrados de lojas de vizinhança cresceu três vezes mais que as das
grandes lojas, apresentando também um consumidor mais freqüente, devido a algumas
razões como, proximidade, bom atendimento, rapidez, variedade e limpeza (Revista Exame
São Paulo, 2001).
De acordo com Honda (2008) o Brasil vive um momento próspero de vendas, a
expansão de 15,3% no acumulado dos oito últimos anos, saindo de R$ 118,2 bilhões em
2000 para R$ 136,3 biles em 2007. Ainda segundo Honda (2008) se vive o melhor
momento dos últimos 30 anos e que nem na época do ‘milagre econômico (de 1968 a 1973)
se teve um crescimento econômico tão sólido e constante como agora. O PIB anualizado
(segundo semestre de 2007 e primeiro de 2008) já acusa crescimento de 6%, após ter
registrado expansão de 5,4% no ano fechado de 2007.” (SuperHiper 2008).
Devido à evolução da legislação sanitária e a crescente exigência por parte dos
consumidores por cuidados especiais com os alimentos disponibilizados nas prateleiras dos
supermercados, as empresas do setor tem buscado implementar sistemas que garantam a
produção e distribuição de alimentos seguros.
Apesar do desenvolvimento do setor supermercadista e do crescimento dos
chamados supermercados de bairro, a implantão do PAS nas 23 lojas da Associação
Varejista, alvo deste estudo, foi realizada devido às exigências legais da Vigilância
3
Sanitária quanto ao cumprimento da legislação vigente relacionada às Boas Práticas de
Fabricação.
A implantação do PAS nas 23 lojas da Associação Varejista foi desenvolvida por
profissionais graduados na área de alimentos e capacitados na metodologia do PAS que
prestam serviço para o SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, entidade
responsável pelo projeto de implantação do PAS na referida rede.
Em março de 2006 se iniciou o trabalho, com a realização um diagnóstico inicial em
cada loja com o objetivo de nortear o trabalho e gerar um percentual de conformidade
inicial quanto aos critérios exigidos para implantação do PAS. Após o diagnóstico
iniciaram as etapas de capacitão, orientação de procedimentos e escrita de documentos. O
trabalho de implantação foi concluído em todas as lojas em julho de 2007, sendo possível
após uma verificação final obter-se o percentual de conformidade final da empresa e os
resultados quanto às melhorias implantadas e o atendimento a legislação vigente. Podendo-
se com esses dados fazer um estudo comparativo da evolução das empresas antes e depois
da implantação do PAS.
1.2 Objetivo
Analisar os percentuais de conformidade geral e de itens críticos alcançados por 23
supermercados antes e depois da implantação do Programa Alimentos Seguros.
1.3 Relevância
Este trabalho está inserido na problemática da Segurança Alimentar, pois analisa
sobre a ótica da inocuidade as condições da comercialização dos alimentos em
Supermercados de bairro.
Do ponto de vista acadêmico visa contribuir com as pesquisas sobre as condições
higiênico-sanitária dos estabelecimentos comercializadores de alimento, como tamm para
as mudanças de comportamento dos consumidores e empresários, conscientizando-os da
4
necessidade de buscar (consumidores) e oferecer (empresários) alimentos com qualidade e
segurança como forma de garantir à saúde.
Do ponto de vista prático este estudo objetiva auxiliar a Associação Varejista a qual
os Supermercados estudados estão ligados na tomada de decisão com relação às condições
higiênico-sanitárias dos Supermercados e a capacitação dos manipuladores de alimentos,
fornecendo dados importantes para a argumentação junto aos empresários, que são
resistentes a mudanças.
1.4 Organização da Dissertação
De acordo com a metodologia adotada para este estudo esta tese está organizada em
cinco capítulos: Capítulo 1 Introdução, capítulo 2 Revisão da Literatura, capítulo 3 -
Metodologia da pesquisa de campo, capítulo 4 - Resultados e discussões e capítulo 5 -
Conclusões e recomendações.
No primeiro capítulo é apresentada uma contextualização sobre os supermercados
de bairro, os objetivos, a relevância da pesquisa e a organização da tese.
No segundo capítulo é a revisão da literatura, onde se apresenta o levantamento do
referencial teórico e a pesquisa bibliográfica sobre Segurança Alimentar, Legislação
Sanitária, Controle de Qualidade e o Programa Alimentos Seguros.
No terceiro capítulo é apresentada a metodologia da pesquisa de campo,
descrevendo a população alvo, a descrição do processo de coleta de dados e as técnicas de
análise dos dados.
No quarto capítulo descreve os resultados e discussões da pesquisa de campo,
abordando o processo de execução do estudo, através da validação da pesquisa e a análise
descritiva dos resultados obtidos no estudo.
No quinto capítulo são apresentadas as conclusões do estudo e as recomendações.
5
Capítulo 2
Revisão da Literatura
Este capítulo tem o objetivo de apresentar o referencial teórico do estudo utilizado
como base para a investigação proposta. São apresentados os conceitos e definições
fundamentais para o embasamento da implantação do Programa Alimentos Seguros – PAS.
O capítulo apresenta o assunto Segurança Alimentar e Legislação Sanitária,
Controle de Qualidade em Alimentos e o PASPrograma Alimentos Seguros.
2.1 Segurança Alimentar e Legislação Sanitária
O consumo de alimentos fora de casa é hoje uma prática comum da nossa
sociedade. Vários fatores têm contribuído para esta realidade, como o crescimento
populacional, o aumento da participação da mulher no mercado de trabalho e a falta de
tempo para preparo das refeições. Problemas relativos ao consumo, transporte,
armazenamento e distribuição dos alimentos são gerados em conseqüência da demanda
crescente (SENAI, 2000; GIOVA, 1997).
A Segurança alimentar pode ser considerada um conjunto normas relacionada a
produção, transporte e armazenamento de alimentos visando características sico-químicas,
microbiológicas e sensoriais padronizadas, segundo as quais os alimentos seriam adequados
ao consumo. Muitas destas normas são internacionalizadas, de modo que as relações entre
os povos possam atender as necessidades comerciais e sanitárias.
Nos últimos anos uma nova designação tem sido usada para a Segurança Alimentar,
é o estado existente quando todas as pessoas , em todos os momentos, m acesso físico e
6
econômico a uma alimentação que seja suficiente, segura, nutritiva e que atenda a
necessidades nutricionais e preferências alimentares, de modo a propiciar vida ativa e
saudável (FAO,2007). Neste sentido a segurança alimentar é vista como objeto de política
pública, como é o caso do programa Fome Zero do Governo Brasileiro. Vários municípios
e Estados têm formulado e implementado políticas locais de segurança alimentar. No
Brasil, o CONSEA - Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, criado em
2003, auxilia a formulação de políticas do Governo para garantir o direito dos cidadãos à
alimentação(MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL, 2008).
A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), define segurança alimentar
como a garantia de que as famílias tenham acesso físico e econômico regular e permanente
a conjunto sico de alimentos em quantidade e qualidade significantes para atender aos
requerimentos nutricionais
(MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL, 2008).
A Segurança Alimentar é considerada em pleno século XXI um dos maiores
desafios da humanidade, pois visa a oferta de alimentos livres de agentes que podem r
em risco a saúdes das pessoas, em quantidade suficiente e com seus valores nutricionais
necessários. A seguraa alimentar sob a ótica da inocuidade depende do controle exercido
sobre os perigos químicos, físicos e biológicos, os quais permeiam todas as etapas da cadeia
alimentar, iniciada na produção e finalizada no consumo. O trabalho a ser desenvolvido na
cadeia alimentar é entendido como um processo, sendo que a qualidade do resultado
corresponderá à qualidade dos elementos e fatores envolvidos (RICHARDS, 2002).
As autoridades da área de proteção dos alimentos classificam a contaminação de
natureza biológica de origem microbiana como o perigo principal para a Saúde Pública
(CÂMARA, 2002).
Pesquisadores calculam que aproximadamente 100 milhões de indivíduos,
considerando-se a populão de todos os países industrializados, contraem doenças
decorrentes de alimentação inadequada, através do consumo de refeões e água
contaminadas. O que causa maior espanto é que, estatisticamente, 85% dos casos poderiam
ser evitados, simplesmente se as pessoas manipulassem corretamente os alimentos
(FIGUEIREDO, 2004).
7
Por outro lado, tem crescido o interesse do público em relação à segurança
alimentar, devido ao aumento do número de doenças transmitidas por alimentos. A
expressão “alimentos seguros” pode ser interpretada de várias maneiras. As diferentes
definições, entretanto,o dadas essencialmente a partir do que constitui um risco ou perigo
significativo (FORSYTHE, 2002; RICHARDS, 2002).
Atualmente as empresas do setor alimentício estão buscando adequar seus processos
em virtude das cobranças da legislação sanitária vigente. As legislações sanitárias
brasileiras que regulamentam a instria e o comércio de alimentos o basicamente
estabelecidas pelo Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento. Encontramos também regulamentações relacionadas a esse assunto no
código de defesa do consumidor, como a Lei 8078/90 que fala da responsabilidade dos
prestadores de serviço e produtores de alimento pelos danos caudados à saúde do
consumidor.
Inúmeros regulamentos, códigos de práticas e leis a respeito de processamento,
manuseio e venda de alimentos foram estabelecidos e difundidos por organismos locais,
nacionais e internacionais com o objetivo de proteger o consumidor de adulterações,
fraudes e doenças. A verificação de tais regulamentos é baseada principalmente em
procedimentos de inspeção (SILVA, 1997).
No Brasil, as Boas Práticas de Fabricação estão regulamentadas por normativas do
Ministério da Saúde por meio das Portarias nº 1428 de 26 de novembro de 1993 e n. º 326
de 30 de julho de 1997 (BRASIL, 1993; BRASIL, 1997a).
A Portaria nº 1428, de 26 de novembro de 1993, aprova o "Regulamento Técnico
para Inspeção Sanitária de Alimentos", as "Diretrizes para o Estabelecimento de Boas
Práticas de Produção e de Prestação de Serviços na Área de Alimentos" e o "Regulamento
Técnico para o Estabelecimento de Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ´s) para Serviços
e Produtos na Área de Alimentos". Determina que os estabelecimentos relacionados à área
de alimentos adotem, sob responsabilidade técnica, as suas próprias Boas Práticas de
Produção e/ou Prestação de Serviços, seus Programas de Qualidade, e atendam aos PIQ\'s
para Produtos e Serviços na Área de Alimentos.
8
Para produtos de origem animal o Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento regulamentaram as BPF com a aprovação da Portaria n. º 368 de 04 de
setembro de 1997 (BRASIL, 1997 b).
Dispõe, através de Regulamento Técnico, sobre as Condições Higiênico-Sanitárias e
de Boas Práticas de elaboração para Estabelecimentos Elaboradores/Industrializadores de
Alimentos, o qual apresenta como objetivo estabelecer os requisitos gerais (essenciais) de
higiene e de boas práticas de elaboração para alimentos elaborados/industrializados para o
consumo humano. O âmbito de aplicação deste regulamento compreende toda pessoa física
ou jurídica que possua pelo menos um estabelecimento no qual se realizem algumas das
seguintes atividades: elaboração/industrialização, fracionamento, armazenamento e
transporte de alimentos destinados ao comércio nacional e internacional (BRASIL, 1997).
As mais recentes legislações que tratam do assunto Boas Práticas foram publicações
pelo Ministério da Saúde através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
A Resolução- RDC n. º 275, de 21 de outubro de 2002 dispõe sobre procedimentos
operacionais padronizados (POPs) aplicados aos estabelecimentos
produtores/industrializadores de alimentos que correspondem aos SSOP (Sanitation
Standard Operating Procedures) exigidos pelo FDA. Essa mesma Resolução aprovou uma
lista de verificação das boas práticas de fabricação a ser utilizada pelos serviços de
vigilância sanitária quando da inspeção nesses estabelecimentos (ANVISA, 2002c).
No dia 15 de setembro de 2004, foi publicada a Resolução RDC n° 216 que vem a
tratar sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para serviços de alimentação, buscando
cobrir a lacuna deixada pelo outros regulamentos no que se diz respeito ao comércio de
alimentos.
9
2.2 Controle de Qualidade em Alimentos
milhares de anos atrás existiam leis que determinavam que alimentos
deveriam ou não ser consumidos, como também os modos de preparo e a importância da
lavagem da mãos antes do seu consumo. A qualidade e a inocuidade eram observadas
nos mais remotos tempos, na Índia no século XIII a.C. houve até instituição de multa para
alimentos contaminados (MIRANDA; EDUARDO, 1998).
De uma forma geral, há registros históricos sobre segurança de alimentos, mas
praticamente referem-se a intoxicações alimentares por produtos químicos ou venenosos,
consumidos deliberadamente ou por fraudes. Teve-se conhecimento de doenças alimentares
produzidas por germes somente no século XIX (CARMO et al.,2005).
No Brasil, com a chegada da Família Real, houve um aumento da preocupação
com a saúde, criaram-se as escolas de Medicina na Bahia e Rio de Janeiro e a primeira
normatização para o Controle Sanitário (MIRANDA; EDUARDO, 1998).
Com o inicio da era industrial, entre 1900 e 1930, como conseqüência da
complexidade dos processos industriais, uma nova fase para o controle de qualidade foi
iniciada.
No Princípio, com o objetivo de evitar que produtos defeituosos chegassem ao
consumidor, eram feitas inspeções no produto acabado. (LOPES et al.,1997).
No final dos anos 20, como decorrência de crescente complexidade dos processos e
da maior concorrência do mercado, iniciou-se a utilização de técnicas estatísticas para o
controle dos produtos (LOPES et al., 1997).
Aos anos 60, a segurança e a qualidade do alimento era dada pelo controle de
qualidade tradicional, feito através de amostragens e análises, considerando, no geral,
parâmetros definidos para o produto final (ROBBS; CAMPELO, 2000).
Nas décadas de 80 e 90, cresceu no meio empresarial a consciência de que tão ou
mais importante do que produzir com qualidade é oferecer ao cliente o que ele deseja, é
atender às suas necessidades (LOPES et al., 1997).
10
A partir destas décadas, baseado no modelo japonês, desenvolveu-se a necessidade
de produzir com qualidade para satisfazer os clientes. Todos os segmentos produtivos,
industriais e comerciais passaram buscar a qualidade total e o mercado tornou-se
extremamente competitivo e os alimentos parte integrante dessa nova realidade.
Devido às escalas de produção, no que se referem à garantia da qualidade, cada
indústria é responsável pela verificação da qualidade dos produtos produzidos (NATAL;
SILVA, 1995).
A tecnologia de alimentos deve ser vista como um dos fatores prioritários da
economia e da saúde, a fim de que possam alcançar como objetivos a produção racional e
bem conduzida em nível de manipulação e processamento; e melhores condições de
conservação dos alimentos nas áreas de produção, industrialização, transporte,
comercialização, preparo e consumo (EVANGELISTA, 1992).
Com o exponencial aumento das reservas alimentares, das fontes de matérias primas
e da distribuição em escala mundial dos produtos acabados além do rápido incremento das
populações das cidades, houve um aumento de perigos de origem química, física e
microbiológica que antes não existiam ou o eram conhecidos. Assim é que as doenças
transmitidas por alimentos se constitram no problema sanitário mais freqüente em nosso
meio (NATAL; SILVA, 1995).
Nos dias de hoje as doenças transmitidas por alimentos são consideradas um
problema de saúde blica e são até utilizadas como armas bioterroristas. À medida que as
técnicas de conservação e controle de processos se aprimoram, permitem também as
indústrias alimentícias à produção em larga escala, aumentando os riscos de contaminação,
pois se um lote apresenta-se contaminado pode causar um surto de grande abrangência pela
distribuição do alimento.
11
A legislação brasileira considera a vida, a saúde e a segurança no primeiro direito
básico do consumidor (Código de Defesa dos Direitos do Consumidor, 1990):
“Art. 6° São direitos básicos do consumidor: I – a proteção da vida, saúde e segurança
contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços
considerados perigosos ou nocivos”.
A palavra Segurança apresenta variados significados, todos sinônimos, “ato ou
efeito de segurar; afastamento de todo o perigo; condão do que está seguro; caução;
garantia; confiança; tranqüilidade de espírito por não haver perigo; certeza; firmeza;
convicção; amparo” (PRIMERAN 2003).
O termo segurança de alimentos significa que o alimento o representa nenhum
tipo de risco à saúde de quem o consome, isto é, livre de contaminações químicas, físicas
ou microbiológicas (TOLEDO 2001).
A segurança e a qualidade dos alimentos são fatores essenciais para a saúde pública,
devendo ser um bimio de refencia para todas as indústrias alimentícias (PORTUGAL
et al., 2000).
Os produtores, fabricantes, manipuladores e consumidores de alimentos têm
responsabilidade de assegurar que os alimentos sejam inócuos e aptos para o consumo. Os
princípios gerais de higiene estabelecem uma base sólida para assegurar a inocuidade dos
alimentos (FAO, 2005a).
Com isto,o obtidos muitos benefícios e, entre eles, podem ser considerados:
maior disponibilidade de alimentos, diminuição da quantidade de alimentos deteriorados e
que devem ser desprezados, menor desperdício, produção mais econômica e menor risco da
população consumidora em contrair infecções e intoxicações, parasitoses e envenenamento
químico de origem alimentar (EVANGELISTA, 1992).
Portanto a qualidade e a segurança dos alimentos é direito dos consumidores. Todo
alimento, independente de onde esteja na cadeia, deve ser produzido respeitando-se as
regras sanitárias, pois só assim pode-se assegurar a qualidade.
12
Diante das pressões de mercado, das exigências de altos padrões para aceitação de
produtos e da atual legislação saniria, algumas empresas do setor de alimentos têm
buscado implantar programas de qualidade na área de segurança de alimentos, visando
utilizar esta bandeira como um diferencial competitivo e uma força de vendas junto aos
seus clientes.
2.2.1 Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle
O Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) também
conhecido internacionalmente como Hazard Analysis and Critical Control Point (HACCP)
originou-se na Grã Bretanha, na instria química, aproximadamente há 50 atrás. Os
princípios do APPCC foram utilizados durante as décadas de 50 a 70 nos projetos das
plantas de energia nuclear pela Comissão de Energia Atômica (SENAC 2001).
A Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controle, em inglês Hazard Analysis
and Critical Points (HACCP) consiste numa abordagem sistematizada e estruturada de
identificação de perigos e da probabilidade da sua ocorrência em todas as etapas da
produção, através da definição de medidas de controle.
A Administração Espacial e da Aeronáutica (NASA) dos Estados Unidos, no inicio
dos anos 60 estabeleceu como prioridade o estudo da segurança da saúde dos astronautas,
haja vista as primeiras viagens espaciais tripuladas. O objetivo era eliminar a possibilidade
de enfermidades durante a permanência dos astronautas no espaço. Com o resultado dos
estudos se chegou à conclusão que dentre as doenças que poderiam afetar os astronautas, as
consideradas mais importantes foram às associadas às fontes alimentares. Por apresentar
uma proposta de um sistema de controle efetivo que garantiria o suprimento de alimentos
seguros para o programa espacial da NASA, a Companhia de Pillsburry, foi a escolhida
após uma intensa avaliação, pois o sistema de controle apresentado pela Companhia
estabelecia controle em todas as etapas de preparação do alimento e também sobre a
matéria-prima, ambiente, processo, pessoas diretamente envolvidas, estocagem, transporte
e distribuição(SENAC 2001).
13
Baseado em um sistema de engenharia conhecido como Análise dos Modos e
Efeitos de Falha, do inglês Failure, Mode and Effect Analysis (FMEA), sistema APPCC
evita , por meio de análise das falhas potenciais e propostas de ações de melhoria, que
venha a ocorrer falha no projeto do produto ou do processo. Mesmo tendo sido
desenvolvido com foco no projeto de novos produtos ou processos, a metodologia FMEA,
pela sua utilidade, passou a ser aplicada de várias maneiras. Utilizada para diminuir falhas
de produtos e processos existentes e para diminuir a probabilidade de falhas em processos
administrativos. A metodologia também tem sido aplicada em casos específicos como
análises de fontes de riscos em engenharia de segurança e na indústria de alimentos.
Considerado um sistema de gestão de segurança alimentar, Sistema APPCC, baseia-
se em analisar as diversas etapas da produção de alimentos, analisando os perigos
potenciais à saúde dos consumidores, determinando medidas preventivas para controlar
esses perigos através de pontos críticos de controle.
O Sistema APPCC é racional uma vez que se baseia em dados registrados sobre as
causas de enfermidades transmitidas por alimentos, enfatizando as operações críticas nas
quais o controle se torna essencial. É lógico e abrangente porque levam em consideração os
ingredientes, o processo e o uso subseqüente do produto. Esse sistema é contínuo, já que
detecta os problemas antes que ocorram ou no momento em que surgem, permitindo a
aplicação imediata das ações corretivas. É sistemático porque sendo um plano completo,
cobre todas as operações, os processos e as medidas de controle, reduzindo os riscos de
doenças alimentares (SENAI, 1999 a; INPPAZ, 2001).
Além de ser lógico, prático, econômico e dinâmico, tem um processo de controle
transparente e confiável, constituindo-se uma ferramenta de gestão eficaz na obtenção de
alimentos seguros para a saúde do consumidor (SENAC 2001).
O APPCC vem sendo adotado em várias partes do mundo, não só por garantir a
segurança dos produtos alimentícios, mas também por reduzir os custos e aumentar a
lucratividade, já que minimiza perdas. É uma ferramenta que contribui para a saúde do
consumidor, para sua satisfação e torna as empresas mais competitivas e com chances de
ampliação e de conquista de novos mercados.
14
Segundo o FDA (2001) há duas vantagens do Sistema APPCC sobre as técnicas de
inspeções tradicionais o:
- A primeira é o fato de identificar claramente que o estabelecimento de alimentos é a parte
principal na responsabilidade pela garantia da segurança do alimento que produz,
aumentado o grau de controle pela instria.
- A Segunda, esse sistema permite aos órgãos reguladores uma compreensão maior sobre o
nível de cumprimento dos requisitos pelo estabelecimento, já que tanto as condições atuais
de produção como as passadas podem ser avaliadas (FDA, 2001 a).
A principal responsabilidade de uma empresa ou organização que produz ,
manipula, distribui ou comercializa alimentos, deve ser a Segurança dos seus produtos. A
preveão dos possíveis perigos que podem acometer o processo é a maneira mais eficaz de
evitar a contaminão dos produtos alimentícios. A implantação do Sistema APPCC
apresenta benefícios para empresas, governo e consumidores, além de promover a melhoria
na segurança dos produtos e prevenir a ocorrência de doenças transmitidas por alimentos
(ROBERTO;BRANDÃO;SILVA,2006).
As discussões sobre o tema APPPC voltaram ao interesse em 1988 quando a
Comissão Internacional de Especificações Microbiológicas para Alimentos (Internacional
Comissional on Microbiological Specification for Foods- ICMSF) propôs o programa como
instrumento fundamental para o aumento da qualidade e segurança microbiológica dos
alimentos. No ano de 1997, a Comissão CODEX Alimentarius estabeleceu as Diretrizes
CODEX para a aplicação do Sistema APPCC, recomendado para toda a instria
alimentícia (LOKEN,1995; SENAI, 2000).
Através da diretriz EEC/93-95 a Comunidade Européia determinou que a partir de
dezembro de 1995, todas as empresas de alimentos deveriam ter o sistema HACCP
implantado. No Brasil o Ministério da Saúde através da Portaria 1428 de 26 de novembro
de 1993, estabeleceu o Regulamento Técnico para a Inspeção Sanitária de Alimentos” que
utiliza os conceitos do APPCC para avaliação de processos, meios, instalações e controles
15
utilizados na produção, armazenamento, transporte, distribuição, comercialização e
consumo de alimentos (FIGUEREIDO; NETO, 2001).
Para a implantação do Sistema APPCC o CODEX Alimentarius recomenda a
seqüência lógica de 12 etapas, descritas a seguir (FIGUEIREDO; NETO, 2001; SENAI,
2000):
ETAPA
ETAPA
ETAPA
ETAPA
ETAPA
ETAPA
ETAPA
ETAPA
ETAPA
10° ETAPA
11° ETAPA
12° ETAPA
Figura 2.1- Seqüência Lógica para implantação do Sistema APPCC
Fonte: adaptado de SENAI, 2000.
FORMAÇÃO DA EQUIPE
DESCRIÇÃO DO PRODUTO
IDENTIFICAÇÃO DO USO
ELABORAÇÃO DO FLUXOGRAMA DE
PROCESSO
VALIDAÇÃO DO FLUXOGRAMA DE
PROCESSO
ANÁLISE DOS PERIGOS E DAS
MEDIDAS DE CONTROLE
DETERMINAÇÃO DOS PONTOS
CRÍTICO DE CONTROLE
ESTABELECER LIMITES CRÍTICOS
PARA OS PCC
ESTABELECER PROCEDIMENTOS DE
MONITORIZAÇÃO DOS PCC
ESTABELECER AÇÕES CORRETIVAS
ESTABELECER PROCEDIMENTOS DE
VERIFICAÇÃO
ESTABELECER PROCEDIMENTOS DE
REGISTRO
16
Alguns termos padronizados são usados, os quais facilitam o efetivo
desenvolvimento e implementação de um Plano APPCC, destacando-se os descritos a
seguir:
Ação Corretiva: ão para eliminar a causa de uma potencial não-conformidade ou outra
situação potencialmente indesejável (ABNT, 2002); Procedimentos ou ações a serem
adotadas quando se constata que um critério encontra-se fora dos limites estabelecidos ou
quando um limite crítico é excedido (BRASIL, 1998 b; SENAI, 1999 a);
Análise de Perigos: processo de coletar e avaliar informações sobre perigos e condições
que conduzam à sua ocorrência, severidade ou risco que estes perigos ofereçam à saúde e à
integridade física do consumidor (ABNT, 2002); Consiste na identificação e avaliação de
perigos potenciais de natureza física, química ou biológica que representem riscos à saúde
do consumidor (SENAI,1999 a);
APPCC: sistetica de procedimentos que têm por objetivos identificar, avaliar e controlar
os perigos para a saúde do consumidor e caracterizar os pontos e controles considerados
críticos para assegurar a inocuidade dos alimentos (SENAI, 1999 a; NACMCF, 1997);
Árvore Decisória ou Diagrama Decisório dos Pontos Críticos de Controle: seqüência
lógica de perguntas aplicadas para uma matéria-prima ou etapa do processo em função de
um perigo identificado, para determinar se o perigo será controlado e em qual etapa do
processo ocorrerá este controle, o qual será denominado de Ponto Crítico de Controle
PCC (BRASIL, 1998 b;SENAI, 1999 a; ABNT, 2002);
Auditoria de APPCC: exame sistemático para determinar se as atividades do sistema
APPCC e os resultados relacionados atendem ao plano estabelecido, se este plano está
efetivamente implementado e se é satisfario para alcance dos objetivos (ABNT, 2002);
Controlar: gerenciar as ações de operação destinadas a assegurar e manter a conformidade
com critérios e limites pré-estabelecidos no Plano APPCC (SENAI, 1999 a; ABNT, 2002);
Controle: situação onde procedimentos corretos são aplicados e os critérios são atingidos
na etapa ou processo (NACMCF, 1997; SENAI, 1999 a);
Critério: requisito com base no qual se tomam decisões ou se realizam julgamentos
(NACMCF, 1997; SENAI, 1999 a);
17
Desvio: falha em atingir o limite crítico selecionado para um ponto crítico de controle
(NACMCF, 1997; FDA, 2001 a);
Equipe APPCC: grupo de profissionais que são responsáveis pelo desenvolvimento,
implementação e manutenção do Plano APPCC (NACMCF,1997; SENAI, 1999 a);
Etapa: ponto, procedimento, operação ou estágio na cadeia de alimentos incluindo matérias
primas, da produção primária até o consumo final (ABNT,2002);
Fluxograma da Produção: representação esquemática da sucessão de passos ou operações
unitárias em um determinado processo produtivo, detalhando as etapas do processo de
elaboração do produto (BRASIL, 1998b; ABNT, 2002);
Limite Crítico: valor ou critério que separa a aceitabilidade da não aceitabilidade
(ABNT,2002); Valor máximo e/ou nimo a ser atendido para um parâmetro biológico,
químico ou sico, em um determinado ponto crítico de controle, destinado a minimizar o
risco de perigos à segurança do alimento (FDA, 2001 a) e para prevenir, eliminar ou reduzir
o perigo a um nível aceitável (NACMCF, 1997);
Limite de Segurança: ou limite operacional: valores ou atributos próximos aos limites
críticos e que são adotados como medida de segurança para reduzir a possibilidade de os
mesmos não serem atendidos (SENAI, 1999 a);
Nível Aceitável: presença de um perigo o qual não coloca a probabilidade de ocorrência de
um risco inaceitável à saúde (FDA, 2001 a);
Medidas Preventivas: qualquer ação ou atividade que pode ser usada para prevenir,
eliminar ou reduzir um perigo à segurança do alimento a um vel aceitável (ABNT, 2002);
As medidas preventivas se referem às fontes e aos fatores que interferem com os perigos
tais como a possibilidade de introdução, sobrevivência e/ou multiplicação de agentes
biológicos e introdão e permanência de agentes físicos ou químicos no alimento (SENAI,
1999 a); Procedimentos ou fatores empregados nas etapas ou processos de produção que
visam controlar um perigo à saúde, de perda da qualidade de um produto ou alimento ou de
sua integridade econômica (BRASIL, 1998 b);
Monitorização: seqüência planejada de observações ou de medidas dos parâmetros de
controle, devidamente registradas para avaliar se um PCC está sob controle (SENAI, 1999
18
a; ABNT, 2002); A monitorização contínua compreende um ininterrupto registro dos dados
(FDA, 2001 a);
Perigo: agente de natureza biológica, física ou química, ou condição do alimento com o
potencial de causar um efeito de saúde adverso, ou agredir a integridade física do
consumidor (ABNT, 2002). Para o Ministério da Agricultura perigos são causas potenciais
de danos inaceitáveis que possam tornar um alimento impróprio ao consumo e afetar a
saúde do consumidor, ocasionar a perda da qualidade e da integridade econômica dos
produtos, podendo configura-se uma das seguintes situações:
- presença inaceitável de contaminantes biológicos, químicos ou físicos na matéria-prima
ou nos produtos semi-acabados ou acabados;
- crescimento ou sobrevivência inaceitável de microrganismos patogênicos e a formação
inaceitável de substâncias químicas em produtos acabados ou semi-acabados, na linha de
produção ou no ambiente;
- contaminação ou re-contaminação inaceitável de produtos semiacabados ou acabados por
microrganismos, substâncias químicas ou materiais estranhos;
- não conformidade com o Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) ou Regulamento
Técnico estabelecido para cada produto.
Plano APPCC: documento preparado com base nos princípios de APPCC o qual delineia
os procedimentos a serem seguidos (NACMCF, 1997); documento elaborado para um
produto/processo específico, de acordo com a seqüência lógica, no qual constam todas as
etapas e justificativas para a sua estruturação (SENAI, 1999 a);
Ponto de Controle (PC): qualquer ponto, etapa ou procedimento no qual fatores
biológicos, químicos ou sicos podem ser controlados (NACMCF,1997); qualquer ponto
cuja falta de controle não acarreta um risco inaceitável à saúde (FDA, 2001 a); pontos ou
etapas que afetam a segurança, mas que são controlados prioritariamente por programas e
procedimentos de prérequisitos (boas práticas de fabricação) (SENAI, 1999 a);
Ponto Crítico de Controle (PCC): qualquer ponto, etapa ou procedimento no qual se
aplicam medidas preventivas para manter um perigo identificado sob controle, essencial
para prevenir, eliminar ou reduzir os riscos à saúde do consumidor (SENAI, 1999 a);
19
qualquer ponto cuja falta de controle pode acarretar um risco inaceitável à saúde (FDA,
2001 a);
Programa de Pré-requisitos: procedimentos, incluindo as boas práticas de fabricação -
BPF, que provêm as condições operacionais constituindo-se a base para a implantação do
sistema APPCC (NACMCF, 1997);
Risco: estimativa da probabilidade de ocorrência de um perigo (FDA, 2001 a); o risco pode
ser classificado em alto, médio e baixo (SENAI, 1999 a);
Seqüência Lógica: etapas seqüenciais para elaboração do plano APPCC: formação da
equipe, descrição do produto, intenção de uso do produto, elaboração do fluxograma do
processo, confirmação in loco da adoção do fluxograma e a aplicação dos sete princípios do
sistema (SENAI, 1999 a);
Sistema APPCC: sistema que identifica perigos específicos e medidas preventivas para seu
controle, utilizado para a segurança do alimento, que, nas indústrias sob a inspeção federal,
contempla também os aspectos de garantia da qualidade e integridade econômica.
Constitui-se de sete princípios: identificação de perigos e medidas preventivas relacionadas,
identificação dos pontos críticos de controle, estabelecimento do limite crítico,
monitorização do limite crítico, caracterização das ações corretivas, estabelecimento de
procedimentos de verificação e de registros de resultados(BRASIL, 1998 b; SENAI, 1999
a);
Sistema de Gestão do APPCC: estrutura organizacional, procedimentos, processos,
recursos necessários para executar o Plano APPCC e atingir seus objetivos (ABNT, 2002);
Severidade: gravidade do efeito do perigo, podendo ser classificada em alta, dia e baixa
(SENAI, 1999 a; NACMCF, 1997);
Verificação: comprovação, por meio do fornecimento de evincia objetiva, de que
requisitos especificados foram atendidos (ABNT, 2002); métodos, procedimentos e testes
para determinar se o plano APPCC está em concordância com o sistema APPCC (FDA,
2001 a).
20
Para que o APPCC funcione de modo eficaz, deve ser acompanhado de programa de
pré-requisitos que forneçam condições operacionais e ambientais básicas necessárias para a
produção de alimentos inócuos e saudáveis (INPPAZ,2001).
O sistema APPCC necessita ser construídos sobre uma base sólida que é a aplicação
das Boas Práticas de Fabricação (BPF), do inglês Good ManufacturingPractices (GMP).
As BPF representam um conjunto de princípios e regras para o correto manuseio de
alimentos, abrangendo desde as matérias-primas até o produto final, de forma a garantir a
segurança e a integridade do consumidor (LOPES, 2000).
2.2.2 Boas Práticas de Fabricação – BPF
O controle de qualidade referente às Boas Práticas de Fabricação surgiu na indústria
farmacêutica na década de 50 e foram adaptadas para a instria alimentícia, constitui em
um sistema de controle de qualidade que visa à segurança dos alimentos do ponto de vista
da inocuidade, isto é um alimento livre de contaminantes microbiológicos (bactérias, rus
e outros), físico (pedra, metal) e químico (agrotóxicos, detergentes) que possam causar
danos a saúde de quem os consome.
As Boas Práticas de Fabricação (BPF), do inglês Good Manufacturing Practices
(GMP) representam um conjunto de princípios e regras para o correto manuseio de
alimentos, abrangendo desde as matérias-primas até o produto final, de forma a garantir a
segurança e a integridade do consumidor (LOPES, 2000).
A aplicação desta ferramenta de qualidade na cadeia produtiva (campo, indústria,
distribuição e comércio) tem efeitos múltiplos, atinge consumidores, empresas e governo de
forma positiva e traz benefícios importantes para todos. Com as Boas Práticas vários
controles são implantados nas empresas, sejam elas industriais ou comerciais, objetivando
evitar ou minimizar os riscos de doenças transmitidas por alimentos, às fraudes econômicas
e a perda da qualidade.
A adoção das Boas Práticas leva à obtenção de um alimento em condições higiênico
sanitárias satisfatórias, isto implica na aplicação de programas envolvendo o controle das
matérias-primas, a manutenção de instalações limpas para evitar a presença de
21
microrganismos, insetos, roedores e outros animais; checagem do produto final para
exclusão de microrganismos, através de análises microspicas; e acompanhamento da
distribuição do produto final utilizando transportes e armazéns limpos (MARTINI;
BASTITUTI, 1998).
Pode-se citar o trabalho realizado por Durek (2005) em instrias de laticínios, em
que o autor cita o leite como um alimento altamente perecível, necessitando de cuidados
específicos na sua obtenção, industrialização, conservação e transporte; relata também que
as Boas Práticas de Fabricação (BPF) vêm atender estes requisitos.
O trabalho realizado por Durek (2005) teve como objetivo verificar se os
estabelecimentos de leite e derivados auditados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA) fornecem segurança e qualidade alimentar para a populão
consumidora; esta verificação foi realizada através das Boas Práticas de Fabricação baseada
na Portaria n°368, do MAPA. Foram verificados, no ano de 2004, 189 estabelecimentos das
regiões norte, sul, sudeste e centro-oeste do Brasil. Verificou-se entre outros itens em não
conformidade que com relação às instalações industriais, 36 estabelecimentos tinham
barreiras sanitárias inexistentes ou inadequadas, em 39 estabelecimentos o fluxograma
operacional permitia a contaminação cruzada ou contra fluxo, 19 estabelecimentos
permitiam a contaminação das áreas sujas com as áreas de processamento, e 23
estabelecimentos tinham ralos em número insuficiente apresentando problemas de
escoamento das águas.
Com relação a equipamentos e utensílios Durek (2005) verificou-se que: em 23
estabelecimentos inexistiam equipamentos imprescindíveis ao processamento de acordo
com as BPF, em 22 estabelecimentos a conservação, a manutenção e o funcionamento eram
inadequados, e em 40 estabelecimentos os instrumentos de controle eram inexistentes,
avariados ou o aferidos. Em relação às práticas sanitárias, na área de higiene pessoal 10
estabelecimentos tinham a apresentação do pessoal inadequada, e em 7 estabelecimentos
não havia medidas para restringir pessoal com enfermidades. Em relação às práticas
sanitárias, na área de limpeza e sanitização em 65 estabelecimentos inexistia um
procedimento escrito ou Manual regulamentado de limpeza e sanitização, 39
estabelecimentos não apresentavam o cumprimento do programa de limpeza e sanitização,
22
19 estabelecimentos usavam os mesmos utensílios de limpeza em diferentes setores, em 10
estabelecimentos a freqüência ou o local eram inadequados para a desmontagem dos
equipamentos, e em 34 estabelecimentos os funcionários responveis pela limpeza e
sanitizaçãoo recebiam treinamento. Em relão às práticas sanitárias, na área de controle
de pragas: 40 estabelecimentos apresentavam inexistência de um procedimento escrito
implantado de controle de pragas, 29 estabelecimentos apresentavam áreas de focos e
existência de atraentes, e em 11 estabelecimentos os funcionários responsáveis recebiam
treinamento. Em relação às práticas sanirias, na área de controle de resíduos de
antibióticos: em 65 estabelecimentos não existia programa ou sistema estabelecido e
funcionando para o controle de resíduos, em 22 estabelecimentos o vel de controle o
era mensal, e em 29 estabelecimentos não existia um procedimento escrito para método
utilizado pelo estabelecimento.
Com relação aos laboratórios: em 23 estabelecimentos o laboratório não possuía um
responsável técnico específico, 14 estabelecimentos não eram equipados para execução dos
controles programados nos planos BPF, 24 estabelecimentos não disponibilizavam manuais
de bancada, 16 estabelecimentos não possuíam pessoal treinado para executar todas as
análises previstas, e em 19 estabelecimentos os resultados analíticos não ofereciam
confiabilidade. Com relação às instalações hidráulicas, de água e vapor: em 19
estabelecimentos o volume e pressão de água eram insuficientes, e 41 estabelecimentos
apresentavam ausência ou operação deficiente da clorão da água (abastecimento
indústria). Com relação à produção de frio, armazenagem e frigorificação: 6
estabelecimentos possuíam a produção de frio ou água gelada insuficiente, e 12
estabelecimentos apresentavam estocagem direta sobre o piso.
Com relação à estocagem o frigorífica: em 11 estabelecimentos a limpeza e
organizão eram deficientes. Com relação ao almoxarifado: 27 estabelecimentos
apresentavam o estado de limpeza e organização deficientes, e em 31 estabelecimentos
verificou-se a estocagem conjunta de produtos de limpeza, sanitização e embalagem. Em
relação ao transporte: 15 estabelecimentos não apresentavam instalações para limpeza e
sanitização dos veículos. Os resultados demonstraram que 52,4% dos estabelecimentos
foram classificados como D, indicando que há uma grande probabilidade de ocorrer ou há a
ocorrência de risco de prejudicar a segurança e a qualidade alimentar. No quesito de
23
controle de qualidade nestes estabelecimentos amostrados, conclui-se que as Boas Práticas
de Fabricação não estão sendo integralmente respeitadas quanto à sua totalidade.
Conseqüentemente um sistema como o APPCC não teria sucesso de implementação, pois
sua base de implementação são as BPF.
A implantação desse sistema preconiza a aplicação de medidas corretivas e o
envolvimento da equipe para seu êxito, exigindo a obediência de uma série de etapas que
devem ser desenvolvidas e constantemente reavaliadas (LOVATTI, R. C. C,2004)
Segundo Athayde (1999) os principais impactos positivos da implantação das Boas
Práticas de Fabricão e fundamentais para a sobrevincia das empresas no atual mercado
são:
Produção de alimentos confiáveis e seguros;
Menor desperdício ao manter fornecedores que também adotem as boas práticas e
pela conservação correta de matéria-prima e produto acabado;
Oferta de produtos nos padrões de qualidade estabelecida em contrato de
comercialização ou exincias de portarias ministeriais;
Redução de custos operacionais oriundos de, por exemplo, reclamações de clientes,
reprogramação de fabricação, horas ociosas de fábrica;
Redução de retrabalhos, gerando a sensibilização das empresas para a mudança
comportamental e de gestão das fábricas (planejar, executar, monitorar e ajustar);
Maior competitividade, uma vez que o mercado já exige a implantação do
programa pelas empresas fornecedoras de produtos alimentícios;
Proteção à saúde blica, uma vez que se propicia a redução de doenças
transmitidas por alimentos.
De acordo com o estudo realizado no Rio Grande do Sul por Gottardi (2006) em 37
Supermercados de Porto Alegre, os setores de fiambreria (frios) dos supermercados e
24
hipermercados fracionam quantidades de alimento em escala pxima à industrial, estando
submetidos ao mesmo risco de manipulação e contaminação cruzada. A partir disso, o
objetivo do estudo foi avaliar as condições do ambiente onde são manipulados produtos
fatiados de fiambreria, verificando as contagens microbianas presentes nas superfícies de
contato com esses produtos e nas fatiadoras. Primeiramente, foi conduzido um estudo
observacional onde foram aplicados questionários em 37 supermercados de Porto Alegre.
A partir dos questionários, foram selecionadas dez lojas para serem conduzidas as coletas
de suabes (exame de coleta) de supercies e equipamentos de fatiamento antes e após a
higienização e exposição de placas no ambiente.
Os suabes coletados foram avaliados quanto à população de mesófilos aeróbios,
psicrófilos, coliformes totais e termotolerantes e estafilococos. Nas placas expostas ao
ambiente, foram conduzidas contagens de mesófilos aeróbios e fungos filamentosos. A
maioria dos estabelecimentos tinha responsável técnico (78,4%), treinava (67,6%) e
supervisionava (78,4%) os manipuladores e não contava com Manual de Boas Práticas de
Fabricação (83,3%). Quanto aos procedimentos de higienização, 62,2% seguiam
protocolo, que consistia em uso de detergente com posterior aplicação de sanificante para
equipamentos e mesas de manipulação e 70,3% utilizavam produto específico para
higienização das mãos dos manipuladores.
As Boas Práticas são constituídas de etapas que devem ser avaliadas por acarretar
durante o processo riscos para os alimentos e que precisam ser controladas. São elas:
Etapa 01 - Aspectos gerais de Recursos Humanos
Etapa 02 - Aspectos gerais de Condições Ambientais
Etapa 03 – Aspectos gerais de Instalações, Edificações e Saneamento
Etapa 04 – Aspectos gerais de Equipamentos
Etapa 05 - Aspectos gerais de Sanitização
Etapa 06 – Aspectos gerais de Produção
Etapa 07 – Aspectos gerais de embalagem e rotulagem
25
Etapa 08 - Aspectos gerais de controle de qualidade
Para algumas das etapas das Boas Práticas são necessárias implantar os chamados
POPs – Procedimentos Operacionais Padronizados, que vão exercer um controle mais
efetivo e aplicado sob elas, como também procedimentos de monitorização, ação corretiva,
registros e verificação.
Cada empresa deve elaborar um manual de BPF personalizado, com base no
processo produtivo envolvido na fabricação do produto e nas limitões impostas pelo uso
que o consumidor dará ao alimento (BRASIL, 1997 a; LOPES, 2000). Os princípios de
BPF devem incluir os aspectos abaixo, listados desta forma por razões didáticas, não
estando limitados a eles:
- Produção primária: deve ser controlada de forma a assegurar que o alimento esteja seguro
e adequado para a sua intenção de uso incluindo a higiene ambiental, higiene das fontes de
produção, manuseio, estocagem e transporte da matéria-prima, limpeza e manutenção da
higiene pessoal (FAO, 1997);
- Higiene pessoal: observando-se o vestuário, o asseio corporal, os hábitos higiênicos e o
estado de saúde dos manipuladores. Essas regras devem ser respeitadas não apenas pelos
funcionários, mas também por fornecedores e visitantes (LOPES, 2000; INPPAZ, 2001);
- Higiene ambiental: refere-se à situação das edificações e instalações, incluindo as
condições da localização, da área externa, dos pisos, forros e tetos, paredes e divisórias,
portas e janelas, iluminação, ventilação, instalações sanitárias, abastecimento de água e
destino dos resíduos. O layout deve permitir um fluxo linear de produtos e o controle do
tráfego para minimizar a contaminação cruzada (FAO, 1997; INPPAZ, 2001);
- Higiene operacional: envolve as condições relativas ao processo, destacando-se a situação
da matéria-prima e insumos, o fluxo de produção/manipulação/expedição/venda, a proteção
contra a contaminação, os procedimentos de manipulação, as condições de embalagem e
rotulagem, o armazenamento e o transporte do produto final.
Nesse conjunto de princípios deve-se observar se os equipamentos, móveis e
utensílios, são construídos e instalados de acordo com princípios de projeto sanirio. Deve-
26
se estabelecer e documentar calendários de manutenção e calibração preventiva (LOPES,
2000; INPPAZ, 2001);
- Sistema de controle de qualidade: incluindo a existência de manual de boas práticas de
fabricação, programa de desempenho e manutenção de equipamentos, programa de
sanitização, programa de controle de pragas, programa de controle de saúde, programa de
recolhimento (recall), controle de qualidade do produto final (FAO, 1997; LOPES, 2000;
INPPAZ, 2001).
De acordo com a ANVISA (2002 b) os POPs o procedimentos escritos de forma
objetiva que estabelecem instruções seqüenciais para a realização de operações rotineiras e
específicas na produção, armazenamento e transporte de alimentos, devendo ser
implementados para a higienização das instalações, equipamentos, móveis e utensílios, para
o controle da potabilidade da água, a higiene e saúde dos manipuladores, o manejo dos
resíduos, a manutenção preventiva e calibração de equipamentos, o controle integrado de
vetores e pragas urbanas, a seleção das matérias-primas, ingredientes e embalagens e para o
programa de recolhimento de alimentos.
Considerando a RDC n° 275 que determina que para as Boas Práticas serem bem
monitoradas e controladas sejam aplicados oito Procedimentos Operacionais Padronizados
- POPs objetivando uma melhor eficácia nas ações corretivas. Abaixo estão eles listados:
1- Higiene e sde dos manipuladores;
2- Potabilidade da água;
3- Controle Integrado de vetores e pragas urbanas;
4- Higienização das instalações, equipamentos, móveis e utensílios;
5- Manejos de resíduos;
6- Manutenção preventiva e calibração dos equipamentos;
7- Seleção da matéria-prima, ingredientes e embalagens;
8- RECALL – Programa de recolhimento de alimentos.
27
No estudo realizado em Ribeirão Preto - SP por Valente (2001) define-se
supermercado como o local onde se pratica corcio varejista de mercadorias em geral,
predominantemente de produtos alimentícios, em uma área de venda de 300 a 5000 m2. De
acordo com o autor, embora responda hoje por cerca de 85,0% das vendas de alimentos no
Brasil, esse setor permanece ainda muito pouco estudado, particularmente em relação aos
aspectos sanirios. Em Ribeirão Preto, os supermercados representam o principal local de
venda de alimentos para todas as classes sociais, ao mesmo tempo que vêm sendo causa de
número crescente do total de reclamações feitas à Divisão de Vigilância Sanitária (Visa) do
município.
A investigação teve o objetivo de: avaliar as condições higiênico-sanitárias e físico-
estruturais dos supermercados e hipermercados (área de venda acima de 5000 m2) de
Ribeirão Preto, com vistas a classificá-los segundo essas condições; avaliar o cumprimento
da legislação vigente; detectar áreas/condições de risco à saúde blica; recomendar
medidas corretivas.
O trabalho foi conduzido durante as inspões de rotina da Visa, utilizando-se a
Ficha de Inspeção de Estabelecimentos da Área de Alimentos (FIEAA) adotada no Estado
de São Paulo, a qual padroniza os procedimentos de inspeção e divide os itens que serão
inspecionados em cinco grandes blocos. Foram incluídos todos os 56 supermercados e os 2
hipermercados da cidade. Os percentuais de adequação para cada bloco foram: 32,2% para
o bloco 1, correspondente à situação e às condições da edificação; 27,1% para o bloco 2,
correspondente aos equipamentos e aos utensílios; 68,1% para o bloco 3, correspondente ao
pessoal de produção, manipulação e venda; 35,9% para o bloco 4, correspondente às
matérias-primas e aos produtos expostos à venda; 42,3% para o bloco 5, correspondente ao
fluxo de produção/manipulação/venda e ao controle de qualidade. Assim, apenas o bloco 3
foi classificado como regular, ficando todos os demais como deficientes.
Na classificação final dos estabelecimentos, 46 (79,3%) foram classificados como
deficientes, 11 (19,0%) como regulares, e apenas 1 (1,7%), como bom.
Apesar de se reconhecer a existência de algumas inadequações nos pontos de corte
padronizados para a classificação dos itens estudados, concluiu-se que a situação exige
intervenção rigorosa das autoridades sanirias, para se fazer cumprir a legislação vigente.
28
Como forma de recomendação o estudo sugeriu a adoção de algumas adaptações à
legislação, entre as quais a obrigatoriedade de inclusão, no corpo de funcionários dos
supermercados, de profissional capacitado na área de alimentos, bem como a mudança dos
critérios de classificação dos estabelecimentos, visando a uma maior racionalidade na
programação de inspeções rotineiras da Visa.
2.3 Programa Alimentos Seguros PAS
2.3.1 Histórico
No Brasil, em 1993, o atual Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
estabeleceu normas e procedimentos para a implantação do Sistema APPCC-Análise de
Perigos e Pontos Críticos de Controle nos estabelecimentos de pescados e derivados. No
mesmo ano, o Ministério da Saúde, através de sua Portaria n.1.428, estabeleceu
obrigatoriedade de procedimentos, a vigor a partir de 1994, para implantação do Sistema
APPCC nas indústrias de alimentos (SENAC-2002).
Em março de 1998 foi criado o Projeto APPCC Indústria que teve inicialmente
como parceiros o SENAI, o SEBRAE, o Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, o Ministério da Saúde, e a EMPRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisas
Agropecuárias). Em seu primeiro ano de atividades, trabalhou na criação de materiais
técnicos, de divulgação e de sensibilização para a utilização do Sistema APPCC pelas
indústrias de carne, lacticínios, sorvetes, pescados e vegetais (SENAC-2002). No ano de
2001 fatos marcantes e de muita importância aconteceram para o projeto, a sua inclusão
como Meta Mobilizadora Nacional no Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade e
a entrada dos parceiros SENAC, SESC e SESI, abriram o leque de ações para outros
segmentos da cadeia produtiva, como a produção primária (APPCC - Campo), transporte
(APPCC - Transporte), distribuição (APPCC Distribuição) e alimentos prontos para o
consumo (APPCC - Mesa) (SENAC-2002).
Em agosto de 2002, o Projeto APPCC passou a ser denominado Programa
Alimentos Seguros PAS, conferindo um caráter contínuo , como deve ser um programa
29
de segurança alimentar e mostrando a verdadeira dimensão das ações que vinham sendo
desenvolvidas com o objetivo de estabelecer, em nível nacional, as condições requeridas
para a produção de alimentos seguros em toda a cadeia produtiva, sendo o Sistema APPCC
e as Boas Práticas as ferramentas empregadas nestas ações.
Presente em todos os Estados da federação através das entidades do Sistema S”, o
PAS tem o objetivo de reduzir os riscos de contaminação dos alimentos a população,
atuando no desenvolvimento de tecnologia, metodologia, conteúdos, formação e
capacitação de técnicos para disseminar, implantar e certificar ferramentas de controle em
segurança de alimentos, como as Boas Práticas e o Sistema de Análise de Perigos e Pontos
Críticos de Controle (APPCC), nas empresas integrantes da cadeia dos alimentos, em todo
o país (SENAI, 2003).
O PAS através de seus parceiros (SESC, SENAC, SEBRAE, SENAI e SESI)
mantém no Rio de Janeiro, precisamente na cidade de Vassouras no CETEC de Alimentos
e Bebidas do SENAI, uma coordenação técnica nacional que tem a função de coordenar
nacionalmente as ações que são desenvolvidas nos Estados dando suporte técnico e
fornecendo material didático para o desenvolvimento de ações de capacitação e consultoria
realizadas pelos parceiros do Programa nos Estados.
30
Figura 2.2 – Representação da presença do PAS em todos os Estados da Federação e sua coordenação
técnica no Rio de Janeiro.
No ano de 2008 o PAS completou 10 anos de criação, durante esses anos os
Mantenedores do Programa, as entidades do Sistema S”, aportaram uma quantia
aproximada de 42 milhões de Reais, investidos em ações relacionadas a pesquisas,
capacitação de consultores e desenvolvimento de aproximadamente 180 conteúdos
didáticos entre cartilhas, manuais, livros e guias. Foi desenvolvida uma metodologia
própria para a capacitação de consultores e de consultoria para implantação das Boas
Práticas e do Sistema APPCC Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle nos
setores Campo, Indústria, Mesa, Transporte e Distribuão, visando contribuir para o
aumento da qualidade dos alimentos produzidos pelas empresas brasileiras e assim ampliar
a competitividade no mercado nacional e internacional.
31
2.3.2 Missão e Visão
O Programa tem como missão ser instrumento de proteção a vida e a saúde contra
doenças provocadas pela contaminação dos alimentos, incluindo os aspectos relacionados à
qualidade nutricional e de vida, extensivo a alimentação e bem-estar animal e esforços para
a sustentabilidade ambiental, atuando com foco no desenvolvimento tecnológico e
profissional, na educação da populão e capacitação das empresas da cadeia dos alimentos
e de rações, para conformidade com os requisitos legais e comerciais (cidadania, saúde
pública, qualidade de vida e competitividade empresarial) (SENAI 2008).
A visão do Programa Alimentos Seguros- PAS é tornar-se uma referência nacional e
internacional (SENAI 2008).
Figura 2.3 – Materiais didáticos desenvolvidos especificamente para os setores do PAS.
32
2.3.3 – Setores do PAS
O Programa Alimentos Seguros foi desenvolvido para atender toda a cadeia
produtiva do Campo à Mesa. Para que a cadeia produtiva fosse atendida de forma
específica, o PAS se subdividiu em setores, aonde foram realizados estudos e
desenvolvidos materiais didáticos específicos para capacitação de multiplicadores,
consultores e manipuladores de alimentos.
O Setor Indústria foi onde se originou o Programa, ainda chamado de Projeto
APPCC Instria, surgiu da necessidade da indústria brasileira se adequar às exigências do
mercado internacional.
Os objetivos do setor indústria, segundo o SENAI (2003) o:
Aumentar a segurança e a qualidade dos alimentos produzidos pelas indústrias de
alimentos (especialmente nos segmentos de carnes e derivados, leites e derivados,
pescado e derivados e vegetais e derivados), em âmbito nacional.
Aumentar a competitividade da Instria de alimentos, através da redução de perdas
e de custos.
Desenvolver material de sensibilização e cnico sobre as Boas Práticas e do
Sistema APPCC, bem como uma sistemática para as ações junto às indústrias de
alimentos.
Formar consultores e multiplicadores, para atender a demanda de todos os Estados
do Brasil.
Difundir o Programa Alimentos Seguros, através de Seminários para empresários
(especialmente dos segmentos contemplados) em todo Brasil.
Apoiar as indústrias de alimentos, através de capacitação e consultoria, na
implantão das Boas Práticas e do Sistema APPCC.
33
Alavancar as exportações brasileiras através da adequação das empresas, para o
mercado externo.
O Setor Mesa atua especificamente com alimentos prontos para consumo, é um dos
setores com atendimento de maior amplitude. Este setor atende ambulantes, restaurantes,
bares, lanchonetes, hotéis, pousadas, padarias e cozinhas industriais.
Os objetivos do setor mesa, segundo o SENAI (2003) são:
Aumentar a segurança no preparo de alimentos prontos para consumo, visando
redução de surtos de toxinfeão alimentares.
Desenvolver material técnico e de sensibilização para os segmentos de cozinhas
industriais / hospitalares / escolares / comercial, bares e lanchonetes, lactários,
nutrição enteral, banco de Leite, alimentação transportada, quiosque, ambulantes,
catering, padarias e panificadoras.
Formar consultores / multiplicadores para disseminar a sistemática e apoiar a
implantão. Difundir o Sistema através de seminários para os setores, em todo
país.
Apoiar as empresas, através de treinamento e consultoria na implantação do
Sistema, em todo país.
O Setor Distribuição é o setor do PAS que atende as empresas de distribuição de
alimentos (Atacadistas, Distribuidores de alimentos, Hipermercados, Supermercados,
Mercearias, etc.), comercializa produtos provenientes das indústrias e do campo, que não
serão controlados posteriormente. Este setor exerce um papel de grande importância na
cadeia, pois tem o poder de cobrança junto aos fornecedores, foando as adequações
necessárias, como também pode fiscalizar o transporte até o estabelecimento, com o
objetivo de evitar a aquisição de produtos com algum perigo potencial ou com
contaminões.
34
Os objetivos do setor distribuição, segundo o SENAI (2003) são:
Aumentar a garantia de segurança e da manutenção da qualidade dos alimentos no
segmento distribuição.
Desenvolver material de sensibilização e técnico sobre as Boas Práticas e a
aplicação dos princípios do Sistema APPCC na distribuição.
Repassar materiais e metodologia para Consultores/Multiplicadores, para atender a
demanda de apoio técnico do setor.
Difundir o Sistema, através de seminários, para o setor, em todo país.
Apoiar as empresas, através de capacitão e consultoria, na implantação do
Sistema.
O Setor Campo é o setor que atua na produção primária e se destina a produtores e
trabalhadores rurais de todos os níveis, de produtos de origem animal e vegetal,
especialmente de micro e pequenas empresas rurais. Visa sensibilizar o setor rural, através
das cooperativas, sindicatos, dos líderes de produtores para a importância da adoção das
Boas Práticas Agropecuárias e outras ferramentas para controle de Segurança e Qualidade
na Produção Rural.
Os objetivos do setor campo, segundo o SENAI (2003) são:
Desenvolver uma metodologia de ação para melhorar a qualidade e, especialmente,
a segurança dos produtos de origem animal e vegetal, em nível de produtor rural,
visando dar "garantia de origem".
Contribuir para racionalização da gestão de recursos e a articulação das estruturas e
das entidades intervenientes no processo.
35
Aumentar a segurança (e a qualidade) dos alimentos no âmbito da produção rural,
em vel nacional.
Desenvolver material de sensibilização e técnico sobre Boas Práticas
Agropecuárias, PPHO e princípios de APPCC, bem como sistemática para as ações
no campo.
Treinar técnicos (SENAI, SEBRAE, EMBRAPA e outros eventuais parceiros) para
atuarem na multiplicação e na implantação das Boas Práticas Agropecuárias com
princípios PPHO / APPCC.
Sensibilizar e conscientizar os produtores sobre a importância das BPA e do
Sistema de Controle de Perigos na produção de alimentos seguros e com qualidade.
Treinar e apoiar os produtores e os trabalhadores rurais deste segmento na
implantão das BPA/APPCC, visando mercado interno e externo.
Promover a segurança ambiental e a saúde dos trabalhadores rurais na adoção de
Boas Práticas Agropecuárias, bem como prevenção a fraudes.
O Setor Transporte é o que permeia por toda a cadeia, pode por sua deficiência
ocasionar danos ao alimento, no que se diz respeito à contaminação.
Os objetivos do setor transporte, segundo o SENAI (2003) são:
Levar ao setor de transporte, as Boas Práticas e os princípios de APPCC, visando o
controle dos perigos relativos à saúde do consumidor e a qualidade do produto.
Desenvolver material de sensibilização e técnico para os segmentos de transporte de
alimentos.
Formar consultores/multiplicadores para disseminar a sistemática e apoiar a
implantão.
Atuar no transporte terrestre, aéreo, ferroviário e marítimo.
Difundir o sistema através de seminários para os setores em todo país.
36
Apoiar as empresas, através de treinamento e consultoria na implantação do
sistema, em todo ps.
Figura 2.4 Representação da cadeia produtiva e dos setores do PAS.
Fonte: SENAC (2000)
37
Capítulo 3
Metodologia da Pesquisa de Campo
Este catulo apresenta a metodologia de coleta de dados utilizada na pesquisa de
campo, descrevendo a populão alvo, descrição do processo de coleta de dados e as
técnicas de análise dos dados.
3.1 Tipologia
Do ponto de vista metodológico, o presente estudo pode ser classificado como uma
pesquisa descritiva, exploratória e aplicada. A pesquisa exploratória se projeta para mostrar
de forma mais completa a natureza do problema e da situação atual e apontar caminho para
pesquisas futuras e a pesquisa aplicada objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática
dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais (SILVA;
MENEZES, 2001).
A pesquisa possui objetivo descritivo. Conforme Cervo e Bervian (2002), esse tipo
de pesquisa observa, registra, analisa e correlacionam variáveis sem realizar manipulações.
A forma de abordagem utilizada foi à quantitativa. Para Silva e Menezes (2001) a pesquisa
quantitativa significa traduzir em meros as opiniões e informações para classificá-las e
analisá-las, requerendo o uso de recursos e técnicas estasticas.
3.2. População Alvo
A população alvo deste estudo foi os 23 Supermercados de bairro associados a uma
Associão Varejista. Os supermercados estudados localizam-se em sua maior parte em
bairros periféricos da cidade do Natal, sendo que a maioria das empresas se caracteriza por
sua administração familiar, pois geralmente não possuem (principalmente as pequenas) um
38
organograma administrativo com gerentes e gerenciadores de setor, como acontece nos
grandes supermercados.
Segundo Figueiredo e Mello (2004), o comércio varejista pode ser segmentado de
várias formas, por exemplo, conforme a área de vendas - as lojas podem ser pequenas,
dias ou grandes. O tamanho da loja influencia a sua segmentação quanto ao público e
tipo de compra.
Como no caso das grandes – hipermercados – normalmente são lojas localizadas em
rodovias de acesso aos centros urbanos ou em grandes vias de circulação, com amplas áreas
de estacionamento e área de vendas superior a 5.000 m². Seguem o conceito
onestopshopping (compras em uma única parada), atendendo amplamente as necessidades
dos consumidores tanto de produtos alimentícios como não alimentícios, incluindo
vestuário, cama, mesa e banho e eletrodomésticos (BNDES, 2000). Apresentam alto giro de
mercadorias e baixa margem de lucro, focando seus lucros nos volumes de vendas. Para
lojas com esse perfil, cada compra realizada por um cliente apresenta valores altos, isto é,
compra média alta.
Os denominados supermercados são lojas de vizinhança, localizadas em bairros,
com área superior a 350m². O seu conceito de trabalho é o de auto-serviço, tem no mínimo
dois pontos de venda. Em geral os produtos comercializados são: alimentos, nos setores de
mercearia, carnes, frios, laticínios e hortifrutigranjeiros; limpeza; perfumaria; higiene
pessoal; bebidas e bazar (BNDES, 2000).
De acordo com a ABRAS Associação Brasileira de Supermercados os
Supermercados ainda podem ser classificados em pequenas, médias e grandes. Sendo as
pequenas com área de venda entre 250 m² e 1.000 m², localizam-se em vizinhaas de
grande circulação, não possuem estacionamento e, em geral, apresentam pouca variedade
de itens e profundidade restrita, concentrando-se em artigos de primeira necessidade, onde
se verifica um valor gasto baixo, pois o cliente compra na maioria das vezes artigos para
reposição imediata. Nos de porte médio (área de vendas entre 1.000m² e 2.500m²) e grande
(área de vendas entre 2.500m² e 5.000m²) o perfil do cliente diferencia-se, pois muitos
realizam suas compras mensais ou de volume superior à compra de simples reposição. O
valor gasto em geral é mais alto, pois os clientes ao realizarem compras mais significativas,
39
apresentam maior chance de comprar por impulso e assim adquirir supérfluos, traduzindo
uma venda com maior margem de lucro. Para lojas com esse perfil de venda, o
estacionamento é um serviço indispensável ao cliente.
Para este estudo, a população alvo foi classificada como sendo de pequenos e
dios supermercados, utilizando-se como critério a classificação da ABRAS – Associação
Brasileira de Supermercados em pequenas e médias.
3.3. Descrição do processo de coleta de dados
A primeira fase da pesquisa foi realizada com a coleta de dados secundários através
de pesquisa documental em trabalhos científicos, no banco de teses da Capes, artigos do
Enegep, arquivos públicos, particulares e fontes estáticas a fim de formular um quadro
teórico referencial com relação à implantação do Programa Alimentos Seguros em
Supermercados de bairros da cidade do Natal, gerando a criação de um quadro amostral e a
possibilidade de verificação do atual cenário do setor onde estão inseridas as empresas
pesquisadas.
A segunda fase da pesquisa foi realizada através da aplicação de um check-list
específico para o Setor Distribuição desenvolvido pelo Programa Alimentos Seguros,
check-list este considerado, neste estudo, como sendo o instrumento de pesquisa. Esta
ferramenta foi aplicada em dois momentos: Inicialmente, na forma de um diagnóstico, antes
da aplicação das ações necessárias para implantação do PAS. As o desenvolvimento das
ões do PAS, foi aplicado novamente o check-list, visando identificar melhorias
alcançadas em cada empresa estudada. O trabalho com a rede de Supermercados iniciou nas
primeiras lojas em março de 2006 (início do diagnóstico) e em julho de 2007 concluiu-se a
última loja (auditoria do programa implantado).
A ferramenta (check list) que foi aplicada para a análise da implantação do PAS nos
23 supermercados de bairro foi embasada na legislação RDC n. º 275, de 21 de outubro de
2002. Esta legislação é a que melhor compreende os requisitos necessários para a garantia
de um alimento seguro para o setor de supermercados, pois a exigência nela contida
contempla todos os setores existentes nas lojas.
40
O referido check-list é composto por 281 itens e dividido em duas etapas, a primeira
que avalia os Aspectos Gerais relacionados aos requisitos de Boas Práticas definidas pela
legislação RDC n. º 275, de 21 de outubro de 2002 e outra que contempla os requisitos
específicos para as áreas de manipulação, sendo elas abaixo descritas:
ETAPAS DOS ASPECTOS GERAIS
- Aspectos gerais de recursos humanos
- Aspectos gerais de condições ambientais
- Aspectos gerais de instalações, edificações e saneamento
- Aspectos gerais de equipamentos
- Aspectos gerais de sanitização e higienização
- Aspectos gerais de embalagem e rotulagem
- Aspectos gerais de controle de qualidade
- Aspectos gerais de recebimento – veículo de transporte
ÁREAS DE MANIPULAÇÃO - SETORES ESPECÍFICOSA
- Segmento rotisseria
- Segmento padarias
- Segmento salgados / defumados / frios / laticínios
- Segmento hortifrutigranjeiros
- Segmento mercearia
- Segmento açougue
- Segmento peixaria
O check-list utilizado é apresentado no apêndice A.
41
A análise comou com a aplicação de uma ferramenta de avaliação (check-list)
onde as empresas obtinham um percentual inicial de conformidade e de não conformidade
relativo aos itens das Boas Práticas.
O check–list que foi aplicado é uma ferramenta utilizada pelo PAS e foi
desenvolvida através de uma metodologia específica para o setor Distribuão (setor onde
estão contemplados os supermercados) e leva em consideração as legislações vigentes, a
criticidade de cada item avaliado como também as condições de risco que o alimento pode
vir a passar durante os processos de recebimento, armazenamento, manipulação e
distribuição.
Para uma empresa ser atestada pelo Programa Alimentos Seguros e sua implantação
ser considerada concluída, a mesma precisa atingir um percentual de conformidade geral
(itens críticos + itens não críticos) de no mínimo 80% e um percentual de 100% de
conformidade para os itens críticos.
3.4 Técnicas de análise de dados
Neste estudo, a técnica de análise de dados utilizada foi a análise descritiva,
comparando-se os percentuais de conformidade geral e de itens críticos, relacionados aos
requisitos de Boas Práticas estabelecidos no PAS, antes e depois do desenvolvimento do
trabalho para a Implantação do Programa Alimentos Seguros, nos supermercados
pesquisados.
Utilizou-se também, como técnica de análise, a recomendada por Cardoso (2001)
para fins de avalião de conformidade em Boas Práticas de Fabricação. A metodologia do
autor classifica os estabelecimentos em cinco categorias, de acordo com os percentuais
alcançados: Péssimo (0 a 19% de conformidade geral), Ruim (20 a 49%), Regular (50 a
69%), Bom (70 a 90%) e Excelente (91 a 100%).
Os resultados encontrados nas análises dos dados, cuja intenção foi o de obter
informações que contribuam para o alcance do objetivo descrito neste estudo, são
apresentados e discutidos no próximo capítulo.
42
Capítulo 4
Resultados e Discussões
Este catulo descreve os resultados e discussões da pesquisa de campo, realizada
nos 23 supermercados de bairro de uma Associação Varejista.
Inicialmente, é feita uma abordagem das características técnicas no processo de
execução do estudo, através da validação da pesquisa. Em seguida, é apresentada a análise
descritiva dos resultados obtidos com a aplicação do instrumento de pesquisa.
4.1 Validação da Pesquisa
A amostra para o presente estudo foi composta por um total de 46 check-list
aplicados, sendo 23 no início do trabalho de implantação do PAS e 23 no final do trabalho,
sendo pesquisados todos os supermercados previstos, ou seja englobando 100% da
população alvo, validando assim o estudo. Tem-se em mente que os resultados alcançados
referem-se exclusivamente à população-pesquisada.
4.2 Resultados da pesquisa de campo
4.2.1. Aspectos Gerais
A tabela 4.1 apresenta os resultados referentes ao percentual inicial e final de
conformidade dos 23 supermercados de bairro pesquisados, de acordo com o porte
(baseado na Classificação da ABRAS), antes e após a implantação do Programa Alimentos
Seguros.
43
Tabela 4.1 – Percentual de conformidade inicial e final da amostra estudada.
Supermercado
PERCENTUAL
INICIAL
PERCENTUAL
FINAL
PORTE DO
SUPERMERCADO
1º. 39% 41,2% Pequeno
2º. 13,7% 39,4% Pequeno
3º. 48,1% 59,6% Médio
4º. 16,3% 35,1% Pequeno
5º. 44,8% 81,2% Médio
6º. 59% 71,7% Médio
7º. 56% 72% Médio
8º. 34% 65% Pequeno
9º. 28% 59,7% Médio
10º. 35% 67,2% Médio
11º. 13,7% 74,6% Médio
12º. 28,2% 67,7% Pequeno
13º. 32% 82% Médio
14º. 33,9% 56,7% Pequeno
15º. 31,2% 80,1% Médio
16º. 62% 58,9% Pequeno
17º. 51% 70,8% Médio
18º. 73% 66,9% Pequeno
19º. 34,5% 66,6% Pequeno
20º. 58% 79,7% Médio
21º. 59,7% 84,4% Médio
22º. 32% 77,89% Médio
23º. 29% 83,5% Médio
De acordo com os dados apresentados na Tabela 4.1, verifica-se que os percentuais
obtidos pela amostra estudada no inicio e no final da implantação do PAS não atingiram
percentuais superiores a 85%. Verificou-se também que apenas 04 supermercados,
representando apenas 17,3% do total, alcançaram o critério mínimo para o percentual geral
para fins de atestado do PAS, que é de 80%, sendo esta situação somente atingida após a
44
implantão do programa. Entretanto, esses quatro supermercados o puderam ser
certificados pelo fato do não atendimento ao critério de conformidade para os itens críticos
(100% dos itens críticos), preconizado pelo programa, inviabilizando assim a certificação
por parte do PAS
1
.
Pode-se verificar que esta situação provavelmente aconteceu em virtude de aspectos
relacionados tanto as condições estruturais dos Supermercados, assim como da falta de
qualificação dos manipuladores de alimentos. Destaca-se que a estrutura física da maior
parte da amostra encontra-se deficiente e necessitando de melhorias, o há na maior parte
definição de setores e falta o atendimento a vários requisitos exigidos pela legislação
sanitária.
Foi observado durante o processo de aplicação do check-list (verificação de
conformidade) que os setores específicos dos supermercados, principalmente os setores de
frios, o ougue e padaria, apresentavam condições de higiene precária, com pisos
quebrados, paredes sujas, ausência de pias exclusivas para higienização das mãos,
equipamentos enferrujados e mal higienizados.
Com relação aos manipuladores de alimentos foi observado que a maioria não
possui uniforme adequado para as atividades que desempenha, não possui nenhum curso de
capacitação em segurança alimentar e que os procedimentos de higiene por ele executado é
realizado sem orientação e de forma aleatório, contrariando a legislação vigente que
preconiza a necessidade de orientar os procedimentos, controlar exercendo uma ação de
monitoração e o registros para as verificações , seja por parte da empresa ou por parte dos
órgãos fiscalizadores, do Vigilância Sanitária.
O estudo de Valente (2001), realizado na cidade de Ribeio Preto-SP, tamm
verificou que os aspectos relacionados à manipuladores de alimentos apresentam-se como
uma das maiores problemáticas do setor, para fins de certificação, pois o os responsáveis
pelos procedimentos de manipulação, onde se verifica um maior nível de contaminação
alimentar.
1
Do total de 281 itens do questionário (chek-list), 56 são considerados como críticos, itens imprescindíveis
para fins de certificação pelo PAS.
45
No estudo de Valente (2001), os percentuais de adequação para cada bloco foram:
Bloco 1 - Condições da edificação - 32,2%
Bloco 2 - Equipamentos e aos utensílios - 27,1%
Bloco 3 - Pessoal de produção, manipulação e venda - 68,1%
Bloco 4 - Matérias-primas e aos produtos expostos à venda - 35,9%
Bloco 5 -Fluxo de produção/manipulação/venda e ao controle de qualidade - 42,3%
Assim, segundo Valente (2001) apenas o bloco 3 foi classificado como regular,
ficando todos os demais como deficientes. Na classificação final dos estabelecimentos, 46
(79,3%) foram classificados como deficientes, 11 (19,0%) como regulares, e apenas 1
(1,7%), como bom. Apesar de se reconhecer a existência de algumas inadequações nos
pontos de corte padronizados para a classificação dos itens estudados, concluiu-se que a
situação exige intervenção rigorosa das autoridades sanitárias, para se fazer cumprir a
legislação vigente.
Destaca-se que o item “manipulação dos alimentos” é considerado como um item
crítico pela metodologia do PAS.
Segundo, Figueiredo (2004) pesquisadores calculam que aproximadamente 100
milhões de indivíduos, considerando-se a populão de todos os países industrializados,
contraem doenças decorrentes de alimentação inadequada, através do consumo de refeições
e água contaminadas. O que causa maior espanto é que, estatisticamente, 85% dos casos
poderiam ser evitados, simplesmente se as pessoas manipulassem corretamente os
alimentos.
46
A figura 4.1 apresenta a percentagem média, em número decimal, de conformidade
encontrada nos empreendimentos estudados, com os requisitos do PAS, antes e depois da
implantão do programa.
Figura 4.1. Percentagem média (em número decimal) de conformidade com os requisitos do
PAS antes e depois da implantação do programa.
Para o caso dos pequenos supermercados, foram desconsiderados os resultados
obtidos com os supermercados de número 16 e 18, visto que ambos apresentaram
decréscimo nos requisitos de conformidade após a implantação do programa.
Observa-se que ocorre uma maior evolução, em termos médios, do nível de
atendimento aos requisitos de boa prática de fabricação existentes nos supermercados de
porte médio em comparação aos supermercados pequenos, seja em termos absolutos
(74,6% contra 53,1%) ou em termos relativos (33,4% contra 24,6%). Conforme comentado
ao longo desse estudo, esse pior resultado obtido pelos supermercados de pequeno porte
provavelmente ocorre devido sua administração, em sua grande maioria familiar, sem
noção da importância da qualidade e da segurança alimentar para fins de competitividade
do negócio, não executando ões em busca do atendimento aos requisitos de
conformidade.
0,285
0,531
0,412
0,746
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
Antes da Implantação do PAS Depois da Implantação do PAS
Pequenos
Médios
47
A tabela 4.2 apresenta o percentual de conformidade antes e depois da implantação
do PAS dos itens críticos conforme e dos não conforme alcançados por cada supermercado.
Detaca-se que os itens críticos são os que têm relação direta com a saúde do consumidor ou
com a legislação sanitária vigente, por isso a necessidade do atendimento ser de 100%.
Tabela 4.2. Percentual de conformidade dos itens críticos conforme e dos não conforme
Supermercados
% Item
crítico
conforme
INICIAL
% Item
ctico não
conforme
INICIAL
% Item crítico
conforme
FINAL
% Item crítico
não conforme
FINAL
Porte do
supermercado
1. 25% 75% 32% 68% Pequeno
2. 16% 84% 36% 64% Pequeno
3. 37% 63% 45% 55% Médio
4. 13% 87% 27% 73% Pequeno
5. 38% 62% 77% 23% Médio
6. 46% 54% 68% 32% Médio
7. 34% 66% 59% 41% Médio
8. 17% 83% 52% 48% Pequeno
9. 14% 86% 42% 58% Médio
10. 22% 78% 48% 52% Médio
11. 10% 90% 63% 37% Médio
12. 19% 81% 58% 42% Pequeno
13. 27% 73% 72% 28% Médio
14. 28% 77% 48% 52% Pequeno
15. 25% 75% 77% 23% Médio
16. 47% 53% 42% 58% Pequeno
17. 48% 52% 65% 35% Médio
18. 53% 47% 46% 54% Pequeno
19. 28% 72% 52% 48% Pequeno
20. 46% 54% 68% 32% Médio
21. 52% 48% 79% 21% Médio
48
22. 27% 73% 76% 14% Médio
23. 23% 77% 78% 22% Médio
Fonte: dados da pesquisa, 2007
Com relação aos dados apresentados na Tabela 4.2, pode-se perceber que nenhum
dos supermercados nem antes e nem depois da implantação do PAS atingiu o percentual de
conformidade necessário para os itens críticos, que é de 100%. Observou-se uma maior
evolução do percentual de conformidade com os itens considerados como críticos, nos
supermercados de porte médio, como também o decréscimo do percentual de conformidade
em dois supermercados de pequeno porte. Esta situação pode ter ocorrido devido aos itens
considerados cticos terem muita ligação com os procedimentos de manipulação e nas lojas
de pequeno porte onde os percentuais de conformidade obtidos apresentaram uma evolução
menor, foi observada certa rotatividade dos manipuladores, muitas vezes inviabilizando a
continuidade das orientações relativas aos procedimentos. Através de observação durante a
execução do programa, verificou-se que as orientações eram repassadas para o responsável
do setor e pouco tempo depois a pessoa que havia recebido as orientações já o estava
mais no setor ou até mesmo já havia saído da empresa.
Na figura 4.2 é apresentado o percentual médio dos itens considerados críticos
conformes encontrados nas avaliações antes e depois da implantação do programa.
49
27%
44%
32%
65%
0%
20%
40%
60%
80%
Antes da Implantação do PAS Após a Implantação do PAS
Figura 4.2. Percentual médio dos itens considerados críticos conformes encontrados
nas avaliações antes e depois da implantação do programa
Através da figura 4.2 observa-se que, em termos de conformidade com os
itens considerados como críticos para a implantação do PAS, os supermercados de porte
dio continuam apresentando uma evolão maior do que os de porte pequeno. Deve-se
destacar que essa evolução é mais importante do que a evolução observada no percentual
geral, devido às características dos itens críticos e sua total relação com a saúde do
consumidor, assim como o atendimento à legislação sanitária vigente.
4.2.2. Avaliação por Cardoso (2001)
Conforme citado anteriormente, Cardoso (2001) recomenda para fins de avaliação
de conformidade em Boas Práticas de Fabricação a classificação dos estabelecimentos em
cinco categorias, de acordo com os percentuais alcançados: Péssimo (0 a 19% de
conformidade geral), Ruim (20 a 49%), Regular (50 a 69%), Bom (70 a 90%), Excelente
(91 a 100%).
Se aplicado esse critério aos supermercados de bairro avaliados neste estudo, a
classificação seria como a demonstrada na tabela 4.2.:
Pequenos
Médios
50
Tabela 4.2 Classificação inicial e final dos Supermercados, segundo Cardoso (2001).
Supermercados
Percentual inicial Classificação Inicial Percentual final
Classificação Final
1º. 39%
RUIM
41,2%
RUIM
2º. 13,7%
PÉSSIMO
39,4%
RUIM
3º. 48,1%
RUIM
59,6%
REGULAR
4º. 16,3%
PÉSSIMO
35,1%
RUIM
5º. 44,8%
RUIM
81,2%
BOM
6º. 59%
REGULAR
71,7%
REGULAR
7º. 56%
REGULAR
72%
REGULAR
8º. 34%
RUIM
65%
REGULAR
9º. 28%
RUIM
59,7%
REGULAR
10º. 35%
RUIM
67,2%
REGULAR
11º. 13,7%
PÉSSIMO
74,6%
REGULAR
12º. 28,2%
RUIM
67,7%
REGULAR
13º. 32%
RUIM
82%
BOM
14º. 33,9%
RUIM
56,7%
REGULAR
15º. 31,2%
RUIM
80,1%
BOM
16º. 62%
REGULAR
58,9%
REGULAR
17º. 51%
REGULAR
70,8%
REGULAR
18º. 73%
REGULAR
66,9%
REGULAR
19º. 34,5%
RUIM
66,6%
REGULAR
20º. 58%
REGULAR
79,7%
BOM
21º. 59,7%
REGULAR
84,4%
BOM
22º. 32%
RUIM
77,89%
BOM
23º. 29% RUIM 83,5% BOM
Realizando a análise dos resultados a partir da aplicação da metodologia sugerida
por Cardoso (2001) aos dados iniciais e finais (antes e após a implantação do PAS) tem-se
uma classificação inicial de 03 supermercados sendo considerados como péssimos
(13,04%), 13 como ruins (56,52%) e 07 como regulares (30,43%). E como classificação
final tem-se 03 supermercados sendo considerados como ruins (13,04%), 13 como
regulares (56,52%) e 07 como bons (30,43%).
51
Assim, mesmo aplicando a classificação sugerida por Cardoso (2001), nenhum dos
supermercados estudados seria considerado excelente, pois teriam que atingir um
percentual entre 91 a 100% para conseguirem esta classificação.
Através desta metodologia, consegue-se melhor verificar a evolução dos
supermercados após o trabalho de implantação do PAS. Destaca-se o desaparecimento da
classificação péssimo inicialmente encontrada em 03 supermercados, o crescimento dos
ruins para a classificação regular o que ocorreu em 07 supermercados e ainda uma evolução
mais relevante a dos supermercados que saíram das classificações de ruins e regulares para
o bons, isso ocorreu com 07 supermercados. Registrou-se também, através da análise dos
resultados, a estabilidade de 02 supermercados na classificação regular. Esta situação foi
possível de ser verificada ao longo do estudo, pois apenas os 02 supermercados entre os 23
não apresentaram evolução com relação aos procedimentos e ações executadas no
programa.
Destaca-se que ambos os supermercados pertencem a um mesmo proprietário, que
desde inicio do trabalho demonstrou desinteresse e falta de compromisso na execução das
recomendações realizadas pelo PAS. Provavelmente como conseqüência do
comportamento do proprietário os demais colaboradores envolvidos na execução do PAS
nos referidos supermercados, também desenvolveram atitudes de falta de compromisso e de
atenção nas ações de capacitação e orientações desenvolvidas.
A situação representada nos percentuais do antes e depois dos dois supermercados,
faz crer que, para o desenvolvimento de ações como as que foram executadas pelo PAS
na populão estudada, só serão de fato relevantes para as empresas e para os seus
consumidores se houver o comprometimento dos empresários, pois sem a sensibilização da
classe gestora do negócio para a necessidade de ações de qualidade e segurança dos
alimentos é muito difícil comprometer as pessoas que estão envolvidas nos processos
operacionais. Mesmo com o resultado estável que os dois supermercados apresentaram,
pode-se verificar que, para o resto da populão estudada, as ações desenvolvidas pelo PAS
apresentaram, embora para algumas pequenas, mudanças para a empresa e para os
manipuladores, as quais se destacam algumas:
- Capacitação dos manipuladores de alimentos em segurança alimentar
52
- Criação e organização dos procedimentos de manipulação nos setores específicos
- Formatação do Manual de Boas Práticas e dos Procedimentos Operacionais Padronizados
- Formatação de plano de ão para orientação das ações não executadas durante a
implantão do PAS.
4.2.3 Síntese dos Resultados
De uma maneira geral e relacionando os resultados deste estudo, obtidos através da
metodologia do PAS e da sugerida por Cardoso (2001), com o estudo realizado por Valente
(2001), pode-se verificar que houve uma evolução no atendimento aos requisitos
especificados pelo programa, mas ainda insuficiente para fins de certificação. Grande parte
desta situação ocorre em virtude da falta de investimento na adequação e manutenção das
estruturas físicas, da falta de investimento em capacitação dos manipuladores, da falta de
acompanhamento e supervisão dos processos em que o alimento está envolvido, da falta de
visão dos pequenos e médios empresários e da falta sistematização por parte dos órgãos
fiscalizadores na cobrança da legislação vigente.
4.2.4 Implicações gerenciais
Baseando-se nos resultados encontrados, algumas implicações gerenciais podem ser
sugeridas pelo estudo como forma de oportunizar melhorias nos processos de gestão dos
supermercados.
- Promover capacitações e/ou aperfeiçoamentos para os empresários abordando
assuntos como qualidade e marketing, visando que os mesmos identifiquem oportunidades
de utilização de programas como o PAS, que agregam valor às empresa, como ferramenta
competitiva e diferencial de mercado, gerando conseqüentemente aumento dos negócios.
- Realizar uma avaliação da estrutura administrativa com o objetivo de formatar
e/ou adaptar o organograma da empresa, buscando maior agilidade nas decisões
operacionais descentralizando-as do empresário, que deverá dedicar-se mais a tomada de
decisões estratégicas para a empresa.
53
- Contratar um profissional com conhecimentos técnicos em segurança alimentar
para acompanhar os processos relacionados aos requisitos de Boas Práticas e realizar a
manutenção das ações implantadas pelo PAS.
- Adotar um programa de manutenção preventiva para as edificões prediais e para
os equipamentos, visando evitar a manutenção corretiva, por esta apresentar um custo bem
mais alto, e a exposição aos imprevistos (quebra inesperada de um equipamento,
prejudicando a produção).
54
Capítulo 5
Conclusões e Recomendações
Este capítulo tem por objetivo apresentar as conclusões e recomendações obtidas no
trabalho, a partir da metodologia proposta e dos resultados encontrados no estudo.
5.1 Conclusões da pesquisa de campo
Baseando-se na metodologia proposta neste trabalho, assim como nos resultados
encontrados a partir da aplicação da ferramenta utilizada pelo Programa Alimentos Seguros
e dos seus critérios para a avaliação dos requisitos de Boas Práticas de Fabricação, podem
ser realizadas algumas conclues sobre o trabalho:
Em termos comparativos, observou-se a evolução dos supermercados pequenos e
dios, em termos de atendimento às boas práticas de fabricação, após a implementação do
Programa Alimento Seguros. Entretanto, mesmo observando-se tal evolução, nenhum dos
empreendimentos pesquisados foi capaz de atingir o nível necessário de conformidade para
fins de certificação.
Pôde ser observado que os supermercados de pequeno porte apresentaram um pior
resultado, provavelmente devido sua administração, em sua grande maioria familiar, sem
noção da importância da qualidade e da segurança alimentar para fins de competitividade
do negócio. Observa-se também que os supermercados, que pelos critérios do PAS,
alcançaram o percentual geral de conformidade (80%) se destacaram pelo envolvimento
dos empresários e das pessoas ligadas a ele.
55
Destaca-se que a falta de compromisso por parte dos empresários, a ausência
capacitação dos manipuladores em segurança alimentar, a ausência de um profissional para
acompanhar os processos, a rotatividade dos manipuladores de alimentos foram
considerados os principais motivos para os resultados negativo alcançados pela maior parte
das empresas.
5.2 Recomendações
Novas pesquisas sobre os temas se fazem necessárias e muitos trabalhos podem ser
colocados em prática a partir deste, uma vez que o mercado varejista de supermercados está
em crescimento e a qualidade é uma das maiores exigências do consumidor atual.
Do ponto de vista prático, recomenda-se a adoção de algumas adaptações à
legislação, entre as quais a obrigatoriedade de inclusão, no corpo de funcionários dos
supermercados, de profissional capacitado na área de alimentos, bem como a mudança dos
critérios de classificação dos estabelecimentos, visando a uma maior racionalidade na
programação de inspeções rotineiras da Visa.
Do ponto de vista acadêmico recomendam-se estudos mais aprofundados sobre a
natureza das dificuldades encontradas pelos empresários para o atendimento dos requisitos
de conformidade. Estudos enfocando o efeito da legislação no processo de tomada de
decisão também podem ser considerados como importantes visto que, em certas situações,
esse pode ser o único mecanismo para se atingir indicadores mais pximos dos
necessários.
56
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61
Anexos
62
CHECK LIST DE BOAS PRÁTICAS DISTRIBUICAO
Parte I Requisitos Gerais
ETAPA 01 - ASPECTOS GERAIS DE RECURSOS HUMANOS
N. Req. Requisito
Criticida
de
Conformid
ade
Descrição da Não
Conformidade
01.01 Os manipuladores recebem treinamento de higiene e boas
práticas, compatíveis com as tarefas que irão executar?
Crítico
01.02 A aplicação dos treinamentos é reforçada e/ou realizada
periodicamente ou quando necessário, bem como suas
revisões e atualizações?
Crítico
01.03 Os manipuladores apresentam higiene corporal adequada,
cabelos protegidos, unhas curtas, limpas e sem esmalte,
proibição do uso de adornos (brincos, anéis, pulseiras etc)?
Crítico
01. 04 Os manipuladores do sexo masculino apresentam-se
barbeados e com bigodes (quando for o caso) aparados?
01.05 Os procedimentos de higienização das mãos encontram-se
escritos e disponíveis em lugar visível aos funcionários?
01.06 Os manipuladores executam a higienização correta das
os nos momentos e de forma adequados?
Crítico
01.07 Cuidados ao manipular dinheiro durante o preparo e venda
dos produtos?
01.08 Os manipuladores evitam comportamentos, atitudes e gestos
(fumar, tossir sobre os alimentos, cuspir, manipular dinheiro,
etc?) incorretos durante a manipulação?
Crítico
01.09 Os manipuladores são submetidos a exames médicos e
laboratoriais, na periodicidade adequada (nonimo uma
vez ao ano)?
Crítico
01.10 Os manipuladores com ferimentos, lesões nas os, nos
braços, infecções respiratórias, oculares ou gastrintestinais
ou afecções que contaminem os alimentos, são orientados a
comunicar sua gerência e a não manipular alimentos?
Crítico
01.11 Os manipuladores utilizam uniformes adequados para as
atividades executadas, completos e de cores claras?
01.12 Os uniformes encontram-se limpos, conservados e são
trocados diariamente?
Crítico
63
01.13
Os manipuladores são treinados sobre o uso de EPI?
01.14 Os manipuladores usam aventais adequados e específicos
para a atividade em execução?
01.15 Os manipuladores possuem os EPI´s adequados para a
atividade que executam?
01.16 Visitantes nas áreas de produção utilizam uniforme
adequado para circularem nessas?
01.17 O trânsito de manipuladores e visitanteso resulta em
contaminação cruzada dos produtos?
Crítico
ETAPA 02 - ASPECTOS GERAIS DE CONDIÇÕES AMBIENTAIS
N. Req. Requisito
Criticida
de
Conformid
ade
Descrição da Não
Conformidade
02.01
Os arredores da empresa estão livres de sucatas, fossas,
lixo, terra, poeira, animais (inclusive insetos e roedores),
inundações e outros contaminantes?
Crítico
02.02
Acesso à empresa é direto e independente?
ETAPA 03 - ASPECTOS GERAIS DE INSTALAÇÕES, EDIFICAÇÕES E SANEAMENTO
N. Req.
Requisito
Criticida
de
Conformid
ade
Descrição da Não
Conformidade
03.01
O lay out da empresa é adequado, evitando risco de
contaminações?
Crítico
03.02
Existe proteção contra a entrada de pragas ou outros
animais (proteção nas aberturas da parte inferior das portas,
telas, cortinas de ar, outros), nas áreas de produção /
manipulação de alimentos?
Crítico
64
03.03
As paredes / divisórias têm supercie lisa e impermeável até
altura adequada (nimo 2 metros) e são de cores claras,
nas áreas de produção / manipulação de alimentos?
03.04
As paredes / divisórias encontram-se em bom estado de
conservação?
03.05
Os pisos são de material liso, antiderrapante, impermeável,
lavável e com caimento em direção aos ralos?
03.06
Os pisos encontram-se em bom estado de conservão?
03.07
Ralos e/ou canaletas têm revestimento liso, caimento que
facilita o escoamento e possuem proteção contra a entrada
de insetos e roedores?
Crítico
03.08
Ralos e/ou canaletas são mantidos limpos e em bom estado
de conservação?
03.09
Os tetos / forros / coberturas são impermeáveis e mantidos
em bom estado de conservação (livres de trincas,
rachaduras, goteiras, umidade, bolor, descascamentos e
infiltrações)?
03.10
As portas das áreas de produção / manipulação de alimentos
têm superfície lisa, não-absorvente, de fácil limpeza e com
fechamento automático, molas ou similar?
03.11
As portas são mantidas em bom estado de conservão?
03.12
As janelas das áreas de produção / manipulação de
alimentos são de fácil limpeza, ajustadas aos batentes, de
material liso e não absorvente?
03.13
As janelas são mantidas em bom estado de conservação?
03.14
As janelas estão dispostas de forma a não permitir a
incidência de raios solares diretamente sobre os alimentos?
03.15
A iluminação natural ou artificial é adequada para cada setor,
sem provocar ofuscamentos, sombras, reflexos, etc?
65
03.16
As instalações elétricas encontram-se em bom estado de
conservação, segurança e uso?
03.17
A ventilão é suficiente e adequada para garantir o conforto
térmico?
03.18
Os sanitários atendem as exigências de instalações gerais
(piso, paredes, janelas etc.)?
03.19
Os sanitários são mantidos em bom estado de conservão
e organização?
03.20
Os sanitários não se comunicam diretamente com as áreas
de produção / manipulação de alimentos?
03.21
Os sanitários possuem vasos sanitários com tampas,
mictórios e lavatórios em bom estado de conservão e em
número suficiente, independentes para cada sexo (quando
existir mais de 15 funcionários)?
03.22
Os sanitários são dotados de todas as facilidades para
higienização das mãos, lixeiras revestidas com sacos
plásticos, com tampa, sem acionamento manual, para
descarte de papel higiênico?
Crítico
03.23
Os vestiários são independentes para cada sexo, com
chuveiros em número suficiente, com água fria e quente e
armários em número suficiente e em bom estado de
conservação?
03.24
Os vestiários cumprem as exigências de instalações gerais
(parede, piso, portas, etc?) e encontram-se em bom estado
de conservação e organização?
03.25
As instalações sanirias para o público são totalmente
independentes das áreas de produção e o mantidas
limpas?
03.26
Os recipientes para lixo alimentar são de material adequado,
de fácil limpeza, com tampa e são revestidos com sacos
plásticos?
03.27
Os recipientes para lixo são mantidos devidamente
higienizados, após a remoção do lixo, são transportados e
removidos de forma e com freqüência adequadas?
Crítico
66
03.28
O lixo externo é mantido em área que não oferece risco de
acesso à pragas e animais e isolado das áreas de produção
e estoque e recolhido com freqüência adequada?
03.29
O sistema de esgoto é adequado, sem refluxo ou odores?
03.30
A água utilizada é potável e atende aos padrões da
legislação vigente?
Crítico
03.31
Os reservatórios de água possuem tampas, encontram-se
em bom estado de conservão e são protegidos de
contaminação?
Crítico
03.32
A limpeza dos reservatórios de água é realizada de forma e
frequência adequadas, por pessoa ou empresa habilitada,
com comprovão do serviço?
Crítico
03.33
Os encanamentos encontram-se em estado satisfatório, com
ausência de infiltrações e de interconexões, evitando
cruzamento entre água potável e não potável?
Crítico
03.34
Existe controle microbiogico periódico da água, com
existência de registros desse controle?
03.45
Existe controle de cloro residual periódico da água, com
existência de registros desse controle?
ETAPA 04 - ASPECTOS GERAIS DE EQUIPAMENTOS
N. Req. Requisito
Criticida
de
Conformid
ade
Descrição da Não
Conformidade
04.01
Existe programa de manutenção preventiva e calibração dos
equipamentos (termetros, balanças etc.)?
04.02
Existe registro das manutenções e calibrações?
04.03
Os equipamentos para armazenamento sob temperatura
controlada encontram-se em número suficiente para a
conservação dos diversos tipos de produtos, em bom estado
de funcionamento, conservão e em condições adequadas
de higiene e organizão?
67
04.04
As temperaturas dos equipamentos são adequadas para a
conservação de cada classe de alimento, monitoradas,
registradas e arquivadas?
Crítico
04.05
Os equipamentos de exposição a venda apresentam
temperatura adequada ao tipo de produto?
ETAPA 05 - ASPECTOS GERAIS DE HIGIENIZAÇÃO
N. Req. Requisito
Criticida
de
Conformid
ade
Descrição da Não
Conformidade
05.01
Os procedimentos de higienização de utensílios /
equipamentos encontram-se escritos, disponíveis, visíveis e
corretos?
05.02
Os procedimentos de higienização das instalões estão
escritos, disponíveis, visíveis e corretos?
05.03
Os funcionários são treinados para o cumprimento dos
procedimentos de higienização?
05.04
Existe supervisão e registro da execução dos
procedimentos?
05.05
As etapas de higienização de utensílios / equipamentos são
cumpridas, garantindo as condições de higiene?
Crítico
05.06
A freqüência de higienização de utensílios / equipamentos é
adequada?
Crítico
05.07
As etapas de higienização das instalações são cumpridas,
garantindo as condições de higiene?
05.08
A freqüência de higienização das instalões é adequada?
05.09
São usados somente produtos de higiene aprovados por
órgãos competentes e estão corretamente identificados?
Crítico
05.10
O uso de produtos de higiene é feito de forma correta
(diluição, troca periódica etc.)?
Crítico
68
05.11
O local e instalações para higienização de utensílios e
equipamentoso apropriados para limpeza e sanificação,
isolados das áreas de produção, através de barreira física?
05.12
Os panos de limpeza, vassouras, rodos, esponjas e escovas
são de uso exclusivo para este fim, higienizados após o uso
e guardados em local adequado?
05.13
As mangueiras de limpeza são dotadas de fechamento
adequado e guardadas enroladas e penduradas sem contato
direto com o piso?
05.14
Existência de programa de controle de pragas e é eficiente
?
Crítico
05.15
O controle de infestação por pragas, quando necessário, é
efetuado por empresa especializada e credenciada?
05.16
No controle de pragas são usados produtos químicos
devidamente registrados no Ministério da Saúde?
Crítico
05.17
Existem registros do controle de pragas, lista de produtos
usados, métodos de aplicação e freqüência, além do prazo
de garantia e realizão de revisões, quando necessárias?
Crítico
05.18
Faz-se a proteção dos alimentos, equipamentos e utensílios,
antes da aplicação dos produtos químicos?
Crítico
05.19
É realizada a correta higienização dos equipamentos e
utensílios, para que sejam eliminados os resíduos, após a
aplicação dos produtos químicos?
Crítico
ETAPA 06 - ASPECTOS GERAIS DE EMBALAGEM E ROTULAGEM
N.
Requisit
o
Requisito Criticida
de
Conformid
ade
Descrição da Não
Conformidade
06.01
O tipo de material utilizado para a embalagem dos produtos
é adequado?
Crítico
06.02
Os materiais para embalagem são mantidos protegidos de
contaminações?
Crítico
69
06.03
Os rótulos possuem todas as informações necessárias?
06.04
É realizada inspeção nas embalagens / recipientes antes do
uso?
ETAPA 07 - ASPECTOS GERAIS DE CONTROLE DE QUALIDADE
N.
Requisit
o
Requisito Criticida
de
Conformid
ade
Descrição da Não
Conformidade
07.01
A empresa possui Manual de Boas Práticas?
07.02
Existe algum tipo de controle (microbiológico, químico, físico
ou sensorial) dos produtos comercializados, com freqüência
pré-estabelecida, objetivando a segurança dos mesmos?
Crítico
07.03
A remessa de amostras para o laboratório, quando
necessário, é realizado em condições adequadas?
ETAPA 08 - ASPECTOS GERAIS DE RECEBIMENTO – VEÍCULOS DE TRANSPORTE
N.
Requisit
o
Requisito Criticida
de
Conformid
ade
Descrição da Não
Conformidade
08.01 São revestidos de material adequado e apresentam-se em
bom estado de conservão?
08.02 Apresentam-se em bom estado de limpeza?
08.03 o apropriados ao tipo de produto transportado?
08.04 É feita a avaliação do entregador quanto à condição de
higiene e apresentação pessoal?
08.05 Os produtos são transportados de forma a evitar
contaminações?
Critico
08.06 Existem planilhas de controle de recebimento?
Parte II- Requisitos Específicos para as áreas de manipulação
70
Instalações:
N. Req Requisito Criticida
de
Conformid
ade
Descrição da Não
Conformidade
09.01
As luminárias são dotadas de sistema de proteção (contra
queda / exploo) e em bom estado de conservação?
Crítico
09.02
A ventilão é suficiente e adequada para garantir o conforto
térmico e a ausência de gases, fumaça, condensação e
fungos?
09.03
O fluxo de ar é da área limpa para a área suja?
Crítico
09.04
As caixas de gordura e de esgoto estão localizadas fora das
áreas de produção?
Crítico
09.05
O sistema de esgoto é adequado, sem refluxo ou odores?
Equipamentos
10.01
Os equipamentos apresentam superfícies lisas,
impermeáveis, resistentes, o-absorventes, sem riscos de
contaminação qmica ou física, com desenho sanitário
(favorecendo a higienização), em bom estado de
funcionamento, em bom estado de conservão e
dimensionados em mero suficiente?
Crítico
10.02
Os utensílios apresentam superfícies lisas, resistentes, não-
absorventes, sem riscos de contaminação química ou física,
de material apropriado (favorecendo a higienização), em
bom estado de estado de conservação e dimensionados em
número suficiente?
Crítico
10.03
As bancadas apresentam superfícies lisas, impermeáveis,
resistentes, não-absorventes, sem riscos de contaminação
química ou sica, com desenho sanitário (favorecendo a
higienização), em bom estado de conservação e
dimensionadas em número suficiente?
Crítico
71
Segmento Peixaria
N. Req Requisito
Criticida
de
Conformid
ade
Descrição da Não
Conformidade
11.01
Os manipuladores deste segmento utilizam EPIs adequados
(avental, botas e luvas)?
11.02
Existem luvas distintas para manipulação e higienizacao?
Compra e Recebimento
11.03
São adquiridos pescados de origem conhecida?
Crítico
11.04
Existe avalião das condições de captura e do transporte?
11.05
Existe avalião das características sensoriais do pescado?
Crítico
11.07
Os pescados são recebidos sob refrigeração (máxima 2ºC)
ou sob congelamento (< -12
o
C)?
11.08
Mexilhão, Ostra, Siri e Caranguejo são recebidos vivos?
11.09
Os produtos semi-prontos, prontos ou industrializados (carne
de siri, mexilhão, Kani etc.) são obtidos de fontes seguras,
embalados e rotulados adequadamente?
11.10
Os produtos não-conformes são separados e identificados
para devolução posterior?
Crítico
Armazenamento
11.11
Ausência de caixas de madeira?
72
11.12
Os produtos refrigerados são mantidos a temperatura <C?
Crítico
11.13
Os produtos são identificados com data do recebimento?
11.14
Os produtos são acondicionados de forma adequada (caixa
plástica ou isopores) e sem contato direto com o piso ou
prateleiras do equipamento de refrigeração?
11.15
É respeitado o sistema PEPS?
11.16
É respeitado o prazo de validade considerando-se a
temperatura de armazenamento?
Preparo e evisceração
11.17
É retirada da refrigeração quantidade suficiente para
manipulação em no máximo 30 minutos em temperatura
ambiente ou 2h em área climatizada?
11.18
Existem cuidados para evitar contaminação química e física?
11.19
Uso de utensílios higienizados?
11.04
É proibido o preparo de conservas ou outros produtos no
local?
Exposição à venda
11.20
É realizada em balcão coberto com gelo?
Crítico
11.21
Filés e postas são mantidos protegidos do contato direto
com gelo e são expostos em no máximo duas camadas?
73
11.22
Os pescados são retirados da exposição de acordo com os
critérios de validade estabelecidos (files e postas – 24 horas;
outros – 48 horas)?
Crítico
11.23
Os pescados são retirados do balcão no fechamento da loja
e são identificados ao retornarem para o equipamento de
refrigeração?
Crítico
11.24
È feita avaliação da qualidade do pescado antes da
exposição à venda?
11.25
Os produtos filetados são apenas os que não ultrapassaram
o prazo de exposição a venda?
Crítico
11.26
Todos os pescados apresentam identificão correta (tipo,
pro e origem)?
11.27
Existem cuidados para evitar contaminação química e fisica?
Crítico
11.28
Os pescados são expostos a venda protegidos do contato
com o consumidor?
Segmento Açougue
N. Req. Requisito
Criticida
de
Conformid
ade
Descrição da Não
Conformidade
12.01
Os manipuladores deste segmento utilizam EPIs adequados
(avental, botas e luvas)?
12.02
Existem luvas distintas para manipulação e higienizacao?
Compra e Recebimento
12.03
São adquiridos somente produtos cárneos de origem
conhecida (registro no órgão de inspeção oficial)?
Critico
12.04
Existe avalião das condições de transporte
12.05
Existe avalião das características dos produtos cárneos?
Critico
74
12.06
Os produtos cárneos são recebidos sob refrigeração
(máxima 4ºC) ou sob congelamento (mínimo
-12ºC)?
Critico
12.07
Os produtos semi-prontos, prontos ou industrializados são
obtidos de fontes seguras, embalados e rotulados
adequadamente?
Armazenamento
12.08
Os produtos refrigerados são mantidos a temperatura <C?
Critico
12.09
Os produtos congelados mantidos a temperatura < -12ºC?
Critico
12.10
Os produtos são identificados com data do recebimento?
12.11
Os produtos são acondicionados de forma adequada e sem
contato direto com o piso ou prateleiras do equipamento de
refrigeração?
12.12
É respeitado o sistema PEPS?
12.13
É respeitado o prazo de validade considerando a
temperatura de armazenamento?
Preparo
12.14
É retirada da refrigeração quantidade suficiente para
manipulação em no máximo 30 minutos à temperatura
ambiente ou 2 horas em ambiente climatizado?
12.15
Existem cuidados para evitar contaminação química e física?
Critico
12.16
É proibido o preparo de produtos no local (bife role, bife à
milanesa, almôndegas, etc)?
Critico
75
Exposição à venda
12.17
Existem cuidados para evitar contaminação química esica?
12.18
Os produtos rneos são expostos á venda protegidos do
contato com o consumidor?
12.19
Os produtos rneos são retirados da exposição de acordo
com os cririos de validade (_-------)?
12.20
Os produtos carneos são retirados da exposição no
fechamento da loja?
12.21
Os produtos carneos são identificados ao retornarem para o
equipamento de refrigeração ?
12.22
É proibido o recongelamento de produtos descongelados?
Critico
12.23
E feita a avaliação da qualidade dos produtos cárneos antes
da exposição à venda?
12.24
As carnes manipuladas (bifetadas, picadas, moídas) são
apenas as que não ultrapassaram o prazo de exposição à
venda?
12.25
As carnes expostas a venda estão devidamente
identificadas?
Segmento Mercearia
N. Req. Requisito
Criticida
de
Conformid
ade
Descrição da Não
Conformidade
Compra e Recebimento
13.01
São adquiridos produtos de origem conhecida, embalados e
rotulados adequadamente?
13.02
Cereais e farináceos: São recebidos produtos com
características normais (ausência de sujidades, umidade,
parasitos e sinais de emboloramento e vestígios de insetos)?
Critico
76
13.03
Produtos em conservas (latas e vidros): São recebidos
produtos com características normais (latas não estufadas,
amassadas ou enferrujadas; vidros sem sinal de vazamentos
nas tampas, sem rachaduras, sem formação de espuma ou
qualquer outra alteração do produto)?
Critico
13.04
Os produtos não-conformes são separados e identificados
para devolução posterior?
Crítico
Armazenamento
13.05
Os alimentos são dispostos de forma a permitir livre
circulação de ar, em prateleiras ou estrados, nunca
diretamente sobre o chão e obedecendo aos
afastamentos mínimos de 25cm do piso, 10cm das
paredes e entre pilhas, e 60cm do forro?
13.06
Os produtos são identificados com data do recebimento /
validade?
13.07
Produtos com prazo de validade vencido ou que
apresentar alteração de embalagem são prontamente
desprezados?
Critico
13.08
É respeitado o sistema PEPS?
13.09
Quando a embalagem é danificada, o alimento é
descartado ou é encaminhado para a área de vendas a
granel ou para ser usado em outro setor, desde que seu
uso não ofereça risco?
Critico
13.10
Não é permitida a reutilização de vasilhames utilizados
anteriormente para produtos de limpeza, mesmo que tenham
sido bem lavados, devido ao risco de contaminações?.
Critico
13.11
Os produtos de limpeza são armazenados separados dos
gêneros alimentícios e dos produtos descartáveis?
Crítico
13.12
Os produtos descartáveis são armazenados protegidos de
contaminação?
Exposição à venda
77
13.13
Existem cuidados para evitar contaminação química e física?
13.14
Os produtos são expostos á venda protegidos do contato
com o consumidor?
13.15
Os produtos expostos a venda estão adequadamente
identificados?
13.16
Os produtos são expostos a venda sobre estrados ou
prateleiras?
13.17
Os produtos são retirados da exposição de acordo com os
critérios de validade?
13.18
Os produtos para venda a granel são protegidos no
fechamento da loja?
13.19
E feita a avaliação da qualidade dos produtos antes da
exposição à venda?
Segmento Hortifrutigranjeiro
N. Req. Requisito
Criticida
de
Conformid
ade
Descrição da Não
Conformidade
Compra e Recebimento
14.01
São adquiridos produtos de origem conhecida?
14.02
Folhosos: São recebidos produtos com características
normais (ausência de moluscos, insetos e sinais de
emboloramento, mucosidade e manchas )?
Critico
14.03
Frutas e legumes: São recebidos produtos com ausência de
danos mecânicos e físicos?
14.04
Ovos: São recebidos com casca íntegra, sem rachaduras e
resíduos?
14.05
Os produtos não-conformes são separados e identificados
para devolução posterior?
Crítico
78
Armazenamento
14.06
Os alimentos são dispostos de forma a permitir livre
circulação de ar, nunca diretamente sobre o chão e
obedecendo aos afastamentos mínimos de 25cm do
piso, 10cm das paredes, e 60cm do forro?
14.07
Os produtos refrigerados são mantidos abaixo de 10
o
C?
Exposição à venda
14.08
Existem cuidados para evitar contaminação química e física
dos produtos?
14.09
Os produtos expostos à venda estão adequadamente
identificados?
14.10
E feita a avaliação visual da qualidade dos produtos antes da
exposição à venda?
14.11
Os produtos são expostos a venda em utenlios ou
equipamentos de material adequado, ou outra forma que não
permita o contato direto com o piso?
14.12
As frutas e legumes fracionados (melancia, abóbora, etc)
o expostos à venda, protegidos de contaminações
(embalados)?
14.13
Os ovos são retirados da exposição de acordo com os
critérios de validade?
14.14
Os produtos que apresentem sinais de deterioração são
retirados da exposição?
Segmento Salgados / Defumados / Frios / Laticínios
N. Req. Requisito
Criticida
de
Conformid
ade
Descrição da Não
Conformidade
15.01
Os manipuladores deste segmento utilizam EPI’s adequados
(avental e luvas)?
15.02 Existem luvas distintas para manipulação e higienizacao?
79
Compra e Recebimento
15.03
São adquiridos somente produtos de origem conhecida (com
registro no órgão de inspeção oficial)?
Critico
15.04
São recebidos apenas produtos com características
sensoriais normais?
Critico
15.05
Somente são recebidos produtos em temperatura adequada
(frios e embutidos industrializados: até 10ºC ou de acordo
com o fabricante; produtos salgados, curados ou defumados:
temp. ambiente ou de acordo com o fabricante)?
Critico
15.06
Somente o recebidos produtos com embalagem e
rotulagem adequadas?
Armazenamento
15.07
Ausência de caixas de papelão nos equipamentos onde
existem produtos manipulados?
15.08
Os produtos são identificados com data da abertura da
embalagem / manipulação?
15.09
Os produtos são acondicionados em recipientes adequados?
15.10
É respeitado o prazo de validade considerando a
temperatura de armazenamento?
15.11
Os produtos são protegidos de contaminações?
15.12
É respeitado o sistema PEPS?
Manipulação e Fracionamento
15.13
Existem cuidados para evitar contaminação química e sica?
Critico
80
15.14
Existe cuidado com a higiene dos utensílios e dos
equipamentos na troca de produtos a serem manipulados?
15.15
É proibido a confecção de mistura de frios com laticínios
para pizzas?
Exposição à venda / Frios e Laticínios
15.16
Existem cuidados para evitar contaminação química e sica?
15.17
È feita avaliação da qualidade dos produtos antes da
exposição à venda?
15.18
Os produtos fatiados não embalados são manipulados com
pegadores específicos ou com mãos protegidas com luvas?
15.19
O uso de luvas não acarreta em contaminações para o
produto?
Exposição a venda (salgados defumados)
15.20 Existem cuidados para evitar contaminação química e sica?
15.21 Os salgados / defumados o expostos a venda protegidos
no fechamento?
15.22 Os salgados e defumados são expostos a venda
adequadamente identificados?
15.23 Os salgados / defumados são retirados da exposição a
venda de acordo os critérios da validade?
15.24 È feita avalião da qualidade dos salgados / defumados
antes da exposição à venda?
Segmento Padarias
No. Req.
Requisito
Criticida
de
Conformid
ade
Descrição da Não
Conformidade
16.01
Os manipuladores deste segmento utilizam EPIs adequados
(avental e luvas)?
81
16.02
Existem luvas distintas para manipulação e higienizacao?
Compra e Recebimento
16.03
Somente são adquiridos produtos de origem conhecida
embalados e rotulados adequadamente?
Critico
16.04
Existe avalião das condições de transporte?
Armazenamento
16.05
Os alimentos o dispostos de forma a permitir livre
circulação de ar, nunca diretamente sobre o chão e
obedecendo aos afastamentos mínimos de 25cm do piso,
10cm das paredes e entre pilhas, e 60cm do forro?
16.06
Os produtos são identificados com data do recebimento /
validade?
16.07
Os produtos refrigerados são mantidos a temperatura < 4ºC
ou de acordo com especificações do fabricante?
Critico
16.08
Os produtos congelados são mantidos a temperatura menor
que -12
0
C?
16.09
Os produtos secos são armazenados em local com
temperatura inferior a 26
o
C?
16.10
É respeitado o prazo de validade considerando a
temperatura de armazenamento?
16.11
É respeitado o sistema PEPS / PVPS?
16.12
Os produtos são acondicionados em recipientes adequados
ou protegidos?
16.13
Os produtos violados e/ou danificados são retirados do
armazenamento?
Produção
16.14
Os produtos são identificados com data da abertura da
embalagem / manipulação?
16.15
Existem cuidados para evitar contaminação química e física?
82
16.16
Os recheios e coberturaso mantidos sob refrigeração até
o momento do uso?
16.17
Os produtos são esfriados em local livre de contaminantes?
16.18
Somente são embalados produtos esfriados
adequadamente?
16.19
Não são colocadas caixas de papelão nos equipamentos
onde existem produtos manipulados?
16.20
Os produtos de confeitaria que necessitam de refrigeração
o mantidos abaixo de 10
o
C?
Exposição à venda
16.21
E feita a avaliação visual da qualidade dos produtos antes da
exposição à venda?
16.22
Existem cuidados para evitar contaminação química e física
dos produtos?
Critico
16.23
Os produtos refrigerados mantidos abaixo de 10
o
C?
Auto-serviço
16.24
Os produtos expostos à venda estão adequadamente
embalados e rotulados?
16.25
Os produtos fracionados são expostos à venda, protegidos
de contaminações (embalados)?
Critico
16.26
Os produtos são retirados da exposição de acordo com os
critérios de validade?
Área de atendimento
83
16.27
Os produtos não embalados são manipulados com
pegadores específicos ou com mãos protegidas com luvas?
16.28
O uso de luvas não acarreta em contaminões para o
produto?
16.29
Os produtos não embalados são retirados da exposição ou
o protegidos no fechamento da loja?
Segmento Rotisseria
No. Req.
Requisito
Criticid
ade
Conformid
ade
Descrição da Não
Conformidade
17.01
Os manipuladores deste segmento utilizam EPI’s adequados
(avental e luvas)?
17.02
Existem luvas distintas para manipulão e higienizacao?
Compra e recebimento
17.03
São adquiridos produtos de origem conhecida e segura, com
registro no órgão competente?
17.04
Somente são recebidos alimentos e matérias-primas com
características sensoriais normais?
Critico
17.05
Os produtos refrigeradoso recebidos sob máxima 10ºC? Critico
17.06
Os produtos congelados são recebidos em temperatura
máxima de-12
o
C?
17.07
Os produtos semi-prontos, prontos ou industrializados são
obtidos de fontes seguras, embalados e rotulados
adequadamente?
Armazenamento
17.08
Ausência de caixas de madeira ou de papelão?
17.09
Os produtos refrigerados são armazenados com temperatura
inferior a 4
o
C ou de acordo com as especificações do
fabricante?
Critico
84
17.10
Produtos secos armazenados em local com temperatura
inferior a -12
o
C ou de acordo com as especificações do
fabricante
17.11
Os produtos secos são armazenados em local com
temperatura inferior a 26
o
C?
17.12
É respeitado o sistema PEPS / PVPS?
17.13
Os produtos são acondicionados em recipientes adequados
ou protegidos?
17.14
É proibido o uso de produtos violados, com prazo de validade
vencido e/ou danificados?
Produção
17.15
Os produtos são identificados com data da abertura da
embalagem / manipulão?
17.16
O descongelamento é realizado sob refrigeração ou por outra
técnica alternativa segura?
17.17
É proibido recongelamento de produtos descongelados crus?
Critico
17.18
É retirada da refrigeração quantidade suficiente para
manipulação em no máximo 30 minutos em temperatura
ambiente ou 2h em área climatizada?
17.19
O dessalgue realizado sob condições seguras?
17.20
Os temperos preparados são mantidos identificados e
acondicionados adequadamente?
17.21
Os produtos pré-preparados são mantidos refrigerados até o
preparo final?
17.22
Existem cuidados para evitar contaminação química e física?
Critico
85
17.23
Os procedimentos de higienizacao de hortifrutigranjeiros
servidos crus estão corretos?
Critico
17.24
Os alimentos pré-preparados e prontos são armazenados de
forma a evitar o risco de contaminação cruzada?
17.25
O tratamento térmico aplicado garante a segurança dos
produtos?
17.26
É proibido o uso de ovos crus para o preparo de maionese?
17.27
O resfriamento é realizado de forma adequada?
17.28
Os alimentos o mantidos em temperaturas adequadas até o
momento de serem expostos a venda?
Exposição à venda
17.29
O porcionamento dos alimentos é realizado de forma a evitar
a contaminação dos mesmos?
17.30
Os produtos são expostos á venda protegidos do contato com
o consumidor?
17.31
É realizada em temperatura de segurança (frios abaixo de
6
O
C e quentes acima de 60
O
C)?
Critico
17.32
Os produtos são porcionados com pegadores específicos?
17.33
Os produtos são retirados da exposição de acordo com os
critérios de validade
86
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