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ELABORAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE
FILMES FINOS DE AMIDO DE MILHO E
PARAFINA
JANYELLE SEVERINO ALVES
2009
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JANYELLE SEVERINO ALVES
ELABORAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE FILMES FINOS DE
AMIDO DE MILHO E PARAFINA
Dissertação apresentada à Universidade Federal de
Lavras, como parte das exigências do Programa de
Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência dos
Alimentos, para obtenção do título de “Mestre”.
Orientadora
Prof
a
. Joelma Pereira
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
2009
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Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
Alves, Janyelle Severino.
Elaboração e caracterização de filmes finos de amido de milho e
parafina / Janyelle Severino Alves. – Lavras : UFLA, 2009.
120 p. : il.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Lavras, 2009.
Orientador: Joelma Pereira.
Bibliografia.
1. Filme biodegradável. 2. Amido de milho modificado. 3.
Glicerol. 4. Biospeckle 5. Microscopia I. Universidade Federal de
Lavras. II. Título.
CDD – 664.024
JANYELLE SEVERINO ALVES
ELABORAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE FILMES FINOS DE
AMIDO DE MILHO E PARAFINA
Dissertação apresentada à Universidade Federal de
Lavras, como parte das exigências do Programa de
Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência dos
Alimentos, para obtenção do título de “Mestre”.
APROVADA em 11 de fevereiro de 2009
Pesq. Carlos Wanderlei Piler de Carvalho EMBRAPA-RJ
Prof. Roberto Alves Braga Júnior UFLA
Prof
a
. Joelma Pereira
UFLA
(Orientadora)
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
Dedico:
À minha grande e estimada família,
José Alves e Maria da Graça (meus pais);
Josimeyre e Junior (meus irmãos).
Muito obrigada por vocês serem o meu “PORTO SEGURO”.
AMO MUITO VOCÊS!
À minha família
Eu espero
Fábio de Melo, scj
Se você soubesse o quanto é intenso no meu peito
O amor que tenho por você e o que guardo aqui dentro
Se você voltasse sempre, se houvesse intimidade
Certamente deixaria de implorar por outro amor
Na distância é tão difícil ser amigo de alguém
Olhe pra mim, preciso lhe dizer
Que eu espero por você
E não me canso de esperar
A porta aberta vou deixar
Se quiser pode voltar
E eu espero por você
E não me canso de esperar
Meu coração se alegrará
Quando você se aproximar
Se você se aproximasse do meu peito transpassado
Se aos pés da cruz ficasse, saberia o que é o amor
Se o amor que me oferece é tecido de palavras
Eu lhe estendo os meus braços, mostro em gesto o que é o amor
Na distância é tão difícil ser amigo de alguém
Olhe pra mim, eu preciso lhe dizer
Ofereço
AGRADECIMENTOS
Como é difícil externar o que estou sentindo...
A DEUS, pela força e consolo nas horas difíceis.
Aos meus queridos pais, José Alves e Maria da Graça, aos meus
queridos irmãos, Josimeyre e Junior e, ao meu cunhado, Elmis, pelo carinho,
incentivo e confiança que todos em mim depositaram.
Aos meus familiares que estiveram sempre comigo.
Aos meus amigos que torceram por mim.
A CAPES pela concessão da bolsa de estudo.
Ao Departamento de Ciência dos Alimentos e à Universidade Federal de
Lavras pela oportunidade da concretização desse sonho.
A Prof
a
. Joelma Pereira pela orientação, confiança, amizade e carinho.
Ao Pesquisador Carlos Wanderlei Piler de Carvalho – Embrapa
Agroindústria de Alimentos/RJ, pela co-orientação e apoio na realização das
análises.
Ao Prof. Roberto Alves Braga Jr – Departamento de Engenharia da
UFLA, pela confiança na realização da análise do Bio-Speckle laser, amizade e
ensinamentos.
Ao Prof. Paulo Fernando Trugilho – Departamento de Ciências
Florestais da UFLA, pelo empréstimo da câmara de climatização para secagem
dos filmes e ao Sr. Antônio Clarét de Matos pelo auxílio.
Ao Prof. José Tarcísio Lima – Departamento de Ciências Florestais da
UFLA, pela confiança na realização da análise de Microscopia Óptica.
A Prof
a
. Luciana de Matos Alves Pinto – Departamento de Química da
UFLA, pelo empréstimo da centrífuga para a realização das análises do amido e
a Maria Aparecida Junqueira de Oliveira (Xulita) pelo auxílio.
A Prof
a
. Nilda de Fátima Ferreira Soares – Departamento de Tecnologia
de Alimentos da UFV, pela concessão da realização da análise no Ínstron e ao
pesquisador Washington Azevêdo da Silva pelo auxílio e amizade.
Ao Prof. Eduardo Valério de Barros Vilas Boas – Departamento de
Ciência dos Alimentos da UFLA, pelo empréstimo do colorímetro Minolta e
pela confiança.
Ao Prof. João de Deus Souza Carneiro – Departamento de Ciência dos
Alimentos da UFLA, pelo empréstimo do micrômetro digital e pela confiança.
A Prof
a
. Fabiana Queiroz Ferrua – Departamento de Ciência dos
Alimentos da UFLA, pelos ensinamentos e amizade.
À Polo Filme Indústria e Comércio S/A – Varginha/MG, a quem
agradeço em nome do Sr. Acácio Rodrigues pela realização de alguns ensaios
ópticos.
À Corn Products do Brasil pela doação das amostras de amido de milho.
Aos funcionários do Departamento de Ciência dos Alimentos que
sempre me ajudaram quando precisei.
A família e agregados do LGC – Laboratório de Grãos Raízes e
Tubérculos do
Departamento de Ciência dos Alimentos, UFLA meus
sinceros agradecimentos – Ívina, Camila, Kelen, Ellem, Tânia, Anderson,
Sandra, Elizandra, Natanielli, Luciane, Abel, Juciara, Lucinéia, Juliano,
Ewerton, Gisele, Fausto, Antônia, Betânia, Letícia, Igor, Simone,
Fernanda Fernandes e Júlia. Em especial, Gerson, Ingrid e Fernanda
Ramos que não hesitaram em me ajudar quando auxílio pedi.
Finalmente, a todas as pessoas que contribuíram com esse trabalho,
sejam elas professores e/ou colegas com quem convive durante o curso.
Muito obrigada
SUMÁRIO
Página
RESUMO .............................................................................................................. i
ABSTRACT ........................................................................................................iii
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1
2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................... 3
2.1 Filmes finos
............................................................................................ 3
2.1.1 Aplicação dos filmes finos..................................................................... 6
2.2 Amido de milho ...................................................................................... 6
2.2.1 Amido nativo versus modificado ............................................................ 9
2.2.2 Gelatinização do amido ....................................................................... 11
2.2.3 Retrogradação do amido ...................................................................... 12
2.3 Glicerol ................................................................................................ 12
2.4 Parafina ................................................................................................ 14
2.5 Características do amido e dos filmes finos ............................................. 15
2.5.1 Amido ................................................................................................ 15
2.5.2 Filmes finos ....................................................................................... 18
3 MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................... 23
3.1. Material
............................................................................................... 23
3.2 Caracterização dos amidos ..................................................................... 24
3.2.1. Umidade ........................................................................................... 24
3.2.2 Densidade absoluta ............................................................................. 24
3.2.3 Propriedades de pasta .......................................................................... 24
3.2.4 Capacidade de absorção de água (CAA) e índice de solubilidade de amido
(ISA)
.......................................................................................................... 25
3.2.5 Determinação do poder de inchamento (PI) e índice de solubilização do
amido (IS)
.................................................................................................. 25
3.2.6 Propriedades morfológicas .................................................................. 25
3.2.7 Difractograma de raios-X .................................................................... 26
3.2.8 Medição de secagem pelo biospeckle ................................................... 26
3.3 Caracterização dos filmes finos .............................................................. 27
3.3.1 Teor de água ....................................................................................... 29
3.3.2 Capacidade de absorção de água .......................................................... 29
3.3.3 Solubilidade dos filmes finos em água .................................................. 29
3.3.4 Espessura ........................................................................................... 30
3.3.5 Gramatura .......................................................................................... 30
3.3.6 Calorimetria diferencial de varredura ................................................... 30
3.4 Propriedades mecânicas ......................................................................... 30
3.4.1 Força de ruptura e deformação ............................................................. 30
3.5 Caracterização morfológica .................................................................... 31
3.5.1 Microscopia eletrônica de varredura ..................................................... 31
3.6 Propriedades ópticas .............................................................................. 31
3.6.1 Cor .................................................................................................... 31
3.6.2 Brilho ................................................................................................ 32
3.6.3 Transparência ..................................................................................... 32
3.6.4 Opacidade .......................................................................................... 32
3.6.5 Difusão .............................................................................................. 32
3.7 Delineamento experimental .................................................................... 32
3.8 Análise estatística .................................................................................. 33
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 34
4.1 Caracterização dos amidos de milho
....................................................... 34
4.1.1 Umidade ............................................................................................ 34
4.1.2 Densidade absoluta ............................................................................. 34
4.1.3 Propriedades de pasta .......................................................................... 34
4.1.4 Capacidade de absorção de água (CAA) e índice de solubilidade de amido
(ISA)
.......................................................................................................... 37
4.1.5 Determinação do poder de inchamento (PI) e índice de solubilização do
amido (IS)
.................................................................................................. 38
4.1.6 Propriedades morfológicas .................................................................. 41
4.1.7 Difractograma de raios-X .................................................................... 44
4.1.8 Medição de secagem pelo biospeckle ................................................... 46
4.2 Caracterização dos filmes finos .............................................................. 52
4.2.1 Teor de água ....................................................................................... 52
4.2.2 Capacidade de absorção de água .......................................................... 56
4.2.3 Solubilidade dos filmes finos em água .................................................. 57
4.2.4 Espessura ........................................................................................... 59
4.2.5 Gramatura .......................................................................................... 62
4.2.6 Calorimetria diferencial de varredura ................................................... 64
4.2.7 Propriedades mecânicas ...................................................................... 68
4.2.7.1 Força de ruptura e deformação .......................................................... 68
4.2.8 Caracterização morfológica ................................................................. 74
4.2.8.1 Microscopia eletrônica de varredura .................................................. 74
4.2.9 Propriedades ópticas ........................................................................... 79
4.2.9.1 Cor ................................................................................................. 79
4.2.9.2 Brilho .............................................................................................. 82
4.2.9.3 Transparência .................................................................................. 85
4.2.9.4 Opacidade ....................................................................................... 87
4.2.9.5 Difusão ........................................................................................... 90
5 CONCLUSÕES .............................................................................................. 94
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 96
ANEXOS .......................................................................................................... 105
i
RESUMO
ALVES, Janyelle Severino. Elaboração e caracterização de filmes finos de
amido de milho e parafina. 2009. 120 p. Dissertação (Mestrado em Ciência dos
Alimentos) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.
As questões ambientais têm influenciado a busca de materiais que
causem menor impacto ambiental e que sejam de fácil degradação, como os
materiais biodegradáveis. Os filmes à base de amido, por serem biodegradáveis,
estariam colaborando e muito para a preservação do ambiente. Sendo assim, este
trabalho teve como objetivos: a caracterização do amido de milho nativo e do
amido de milho modificado; a elaboração e caracterização dos filmes finos
produzidos a partir da mistura de amido de milho nativo ou modificado com
glicerol, parafina e água; e o estudo do efeito da parafina nas propriedades dos
filmes finos de amido de milho nativo e modificado. Foi seguido o delineamento
inteiramente casualizado (DIC), com três repetições para cada tratamento, os
quais foram dispostos em esquema fatorial (3x4), com três concentrações de
amido de milho nativo ou modificado (2%, 3% e 4%), quatro concentrações de
parafina (0%, 1%, 2% e 3%) e com o valor de concentração fixo para o glicerol
(20%). Foram realizadas análises de caracterização dos amidos (umidade,
densidade absoluta, propriedades de pasta, capacidade de absorção de água e
índice de solubilidade de amido, determinação do poder de inchamento e índice
de solubilização do amido, microscopia óptica sob luz polarizada, microscopia
eletrônica de varredura, difractograma de raios-X) e dos filmes obtidos (teor de
água, capacidade de absorção de água, solubilidade dos filmes finos em água,
espessura, gramatura, calorimetria diferencial de varredura, força de ruptura e
deformação, microscopia eletrônica de varredura, cor, brilho, transparência,
opacidade e difusão). Para a elaboração dos filmes finos, a suspensão amido +
parafina + glicerol + água foi aquecida a 75°C, o gel obtido foi resfriado à
temperatura ambiente e seco em câmara de climatização a ± 25°C e ± 50% UR.
Os resultados das análises foram submetidos à análise de variância e análise de
regressão, através do Programa Sisvar, versão 4.3. A técnica do biospeckle laser
foi utilizada para determinar o tempo de secagem dos filmes finos de amido de
milho nativo ou modificado, sendo que os filmes de amido de milho nativo
gastam mais tempo para estabilizar sua mobilidade molecular. Tanto o amido de
Comitê Orientador: Prof
a
. Dr
a
. Joelma Pereira – DCA/UFLA (Orientadora), Pesq. PhD.
Carlos Wanderlei Piler de Carvalho – Embrapa Agroindústria de Alimentos/RJ (Co-
orientador).
ii
milho nativo quanto o amido de milho modificado podem ser usados na
elaboração de filmes finos, contendo glicerol e parafina. Com o aumento da
concentração da parafina, aumentam os seguintes parâmetros para os filmes
finos de amido de milho nativo: teor de água, capacidade absorção de água,
espessura, força, brilho, transparência, difusão. Com o aumento da concentração
da parafina, aumentam os seguintes parâmetros para os filmes finos de amido de
milho modificado: teor de água, solubilidade dos filmes finos em água,
espessura, gramatura, força, brilho, opacidade, difusão.
iii
ABSTRACT
ALVES, Janyelle Severino. Making and characterization of thin films of
corn starch and paraffin. 2009. 120 p. Dissertation (Master in Food Science) –
Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.
The environmental issues have influenced the search for materials which
cause less environmental impact and which be of easy degradation, such as
biodegradable materials. The starch-based films for being biodegradable would
be collaborating and would be a lot to the preservation of environment. So, this
work was aimed at: the characterization of native corn starch and modified corn
starch, the making and characterization of the thin films produced from the
mixture of native corn starch or modified with glycerol, paraffin and water; and
the study of the effect of paraffin in the properties of thin films of native and
modified corn starch. The completely randomized design (CRD) with three
replicates for each treatment, which were arranged in a factorial scheme (3x4),
with three concentrations of native or modified corn starch (2%, 3% and 4%),
four concentrations of paraffin (0%, 1%, 2% and 3%) and with the fixed value of
concentration for glycerol (20%) was followed. Analyses of characterization of
starches (moisture, absolute density, paste properties, water-absorbing capacity
and starch solubility index, determination of swallowing power and starch
solubilization index, optical microscopy under polarized light, scanning electron
microscopy, x-ray diffractogram) and of the films obtained (water content,
water-absorbing capacity, solubility of the thin films in water, thickness,
grammage, scanning differential calorimetry, breaking strength and strain,
scanning electronic microscopy, color, brightness, transparency, opacity and
diffusion). For the making of the thin films, the starch + paraffin + glycerol +
water was heated at 75°C, the gel obtained was cooled to room temperature and
dried in a acclimatization room at ± 25°C and ± 50% RH. The results of the
analyses were submitted to the analysis of variance and analysis of regression
through the Sisvar Program, version 4.3. The biospeckle laser technique was
utilized to determine the drying time of the thin films of native or modified
starch, that is, native corn starch films spend more time to stabilize their
molecular mobility. Both native corn starch and modified corn starch may be
used in making thin films, containing glycerol and paraffin. With increasing
concentration of paraffin, the following parameters for the thin native corn
Guidance Committee: Professor Dr. Joelma Pereira – DCA/UFLA (Adviser),
Researcher PhD. Carlos Wanderlei Piler de Carvalho – Embrapa Agroindústria de
Alimentos/RJ (Co-adviser).
iv
starch films increase: water content, water-absorbing capacity, thickness,
strength, brightness, transparency, diffusion. With the increase of concentration
of paraffin, the following parameters for the thin films of modified corn starch
increase: water content, solubility of the thin films in water, thickness,
grammage, strength, brightness, opacity, diffusion.
1
1 INTRODUÇÃO
A busca por embalagens que protejam os alimentos da forma mais
natural possível e sem prejuízo ao meio ambiente cresce a cada dia, com o
intuito de reduzir a quantidade de lixo sólido no planeta.
A preocupação relacionada ao ambiente vem sendo destacada, visto que
a poluição ocasionada por depósitos de plásticos, sem nenhum controle, vem
aumentando. Desta maneira, tem sido enfatizada a busca por materiais que
causem menor impacto ambiental e que sejam de fácil degradação no ambiente,
como os materiais biodegradáveis. Dentre essas matérias podemos destacar os
filmes obtidos de amido e outros polímeros biodegradáveis.
O amido já vem sendo utilizado na forma dos denominados filmes finos
de recobrimento. Pesquisas recentes, contudo, mostram certa fragilidade desses
filmes finos, no que diz respeito à sua resistência e permeabilidade.
A fragilidade que os filmes finos apresentam pode ser amenizada com a
sua combinação a plasticizantes, o que acarreta uma melhora na fragilidade e
flexibilidade dos mesmos.
A modificação do amido natural tem se mostrado importante fator no
crescimento do mercado de produtos amiláceos, devido à capacidade de
espessamento, de ligação, formação de gel e textura (Nabeshima & El-Dash,
2004). Métodos físicos, químicos e enzimáticos ou a combinação de todos
podem modificar a estrutura química do amido.
Os plasticizantes utilizados devem ser compatíveis com o polímero
formado no filme. Esses plasticizantes reduzem as forças intermoleculares e
aumentam a mobilidade das cadeias de polímeros. Compostos hidrofóbicos
como o glicerol são comumente usados como plasticizantes em formação de
filmes hidrofóbicos.
2
Outro componente de filmes é a parafina, que vem a ser uma substância
derivada do petróleo e, entre suas características, estão a pureza e o brilho. A
parafina geralmente é de cor branca, sem cheiro e sem gosto. Essa substância
possui propriedades termoplásticas e de repelência à água, sendo usada na
proteção de diversas aplicações, como em embalagens.
O presente trabalho é constituído de dois experimentos independentes
relacionados à caracterização do amido de milho (Zea mays L.) nativo e a
elaboração de filmes finos à base desse amido, glicerol, parafina e água
destilada, bem como relacionados à caracterização do amido de milho
modificado e à elaboração de filmes finos à base desse amido, glicerol, parafina
e água destilada.
Sendo assim, o experimento teve como objetivos: a caracterização do
amido de milho nativo e do amido de milho modificado; a elaboração e
caracterização dos filmes finos produzidos a partir da mistura de amido de milho
nativo ou modificado com glicerol, parafina e água; e o estudo do efeito da
parafina nas propriedades dos filmes finos de amido de milho nativo e
modificado.
3
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Filmes finos
O filme biodegradável é um filme de fina espessura, preparado a partir
de materiais biológicos, que age como barreira a elementos externos e,
consequentemente, pode proteger o produto embalado de danos físicos e
biológicos e aumentar a sua vida útil (Henrique et al., 2008). Os filmes
biodegradáveis também são chamados de biofilmes comestíveis, degradáveis
biologicamente ou filmes finos.
Os filmes biodegradáveis utilizados em alimentos podem ser de dois
tipos: coberturas, quando são aplicadas diretamente nas superfícies dos
alimentos e filmes, que são películas finas formadas sobre um suporte. Ambos
podem ser definidos como uma fina camada contínua, formada ou depositada no
alimento, preparada a partir de materiais biológicos, que podem agir como
barreira a elementos externos (umidade, óleos, gases), protegendo, aumentando
sua vida útil e oferecendo integridade estrutural adicional aos alimentos
(Krochita & Mulder-Johnston, 1997). Sendo eles películas finas confeccionadas
a partir de polímeros que atuam como barreira a elementos externos, podem
proteger os produtos e aumentar a vida de prateleira dos mesmos (Wolff, 2003).
Martins (2003) cita que os filmes biodegradáveis podem ser produzidos
a partir de polissacarídeos (celulose, carboidratos, gomas, etc.), proteínas
(gelatina, glúten, etc.), lipídeos e derivados, cujas cadeias longas são capazes de
produzir matrizes contínuas que dão estrutura ao filme.
Por causa das questões ambientais referentes à poluição, principalmente,
por plásticos, os pesquisadores estão buscando materiais que possuam um menor
impacto ambiental e que sejam de fácil degradação, como os materiais
biodegradáveis os quais são considerados pelos especialistas como uma fonte de
4
reciclagem. Por ser uma fonte renovável, o polímero amido tem-se destacado,
além de combinar preço, oferta e aplicação. Nesse aspecto, uma das
possibilidades de uso seria o emprego do amido como matéria-prima no
desenvolvimento e fabricação de embalagens biodegradáveis (Silva, 2005).
As pesquisas na busca por materiais biodegradáveis sejam eles plásticos,
materiais de consumo e outros, estão avançando em ritmo acelerado. Já estão
disponíveis no mercado, novas tecnologias com adição de polímeros que tornam
plásticos convencionais e outros materiais em produtos biodegradáveis
preservando o meio ambiente (Reis, 2007). Um resultado dessas tecnologias são
os sacos para lixos biodegradáveis que, fabricados a partir da mistura de resina
de polietileno (matéria-prima para fabricação de plásticos) com aditivos
especiais, conferem ao produto a capacidade de degradação e biodegradação.
A obtenção dos filmes biodegradáveis, assim como a de coberturas
biodegradáveis, está baseada na dispersão ou solubilização dos biopolímeros em
um solvente (água, etanol ou ácidos orgânicos) e acréscimo de aditivos
(plastificantes ou agentes de liga), obtendo-se uma solução ou dispersão
filmogênica. Após o preparo, essas coberturas devem passar por uma operação
de secagem para a formação dos filmes através do processo casting (Gontard et
al., 1992 citado por Henrique et al., 2008).
De acordo com Silva (2005), os filmes biodegradáveis são elaborados
por diferentes processos, como por exemplo, a extrusão, secagem da suspensão
de amido (processo casting). Os filmes biodegradáveis são também
denominados de biofilmes, justamente por sua capacidade de serem
decompostos naturalmente por microrganismos, conseqüentemente, esses são
atóxicos e comestíveis, apresentando digestibilidade semelhante a do amido
(Silva, 2005).
5
Dos polímeros naturais, o amido tem sido considerado o mais promissor
por causa da combinação atrativa de preço, abundância e propriedades
termoplásticas (Bengtsson et al., 2003; Mali et al., 2004; Silva, 2005).
O amido é um dos principais componentes da maioria dos vegetais,
sendo constituído essencialmente de dois polissacarídeos: amilose e
amilopectina.
Dos filmes biodegradáveis presentes no mercado, 85% a 90% são
oriundos, principalmente, de amido. Entre os materiais de embalagens à base de
amido, incluem-se os fabricados com amidos nativos ou modificados, isolados
ou em conjunto com moléculas naturais ou sintéticas (Bastioli, 2000).
Rindlav-Westling et al. (1998) citado por Silva (2005), verificaram que
os filmes de amido exibem boas propriedades mecânicas e são excelentes
barreiras de oxigênio. Por outro lado, a permeabilidade ao vapor d’água tem sido
reportada como bem alta o que é explicado pela natureza hidrofílica do amido. A
propriedade atrativa desse filme é atribuída, principalmente, à amilose, que está
presente no amido e participa do processo de retrogradação, permitindo a
formação de uma matriz amilácea mais homogênea.
Porém, o uso do amido e de seus derivados (os amidos modificados),
como únicos componentes de um material biodegradável, tem sido bastante
questionado, pois possuem uma alta permeabilidade à umidade e degradam de
forma rápida para muitos tipos de aplicações. Segundo Levesque (2001), a
adição de outros componentes como plastificantes, produzem um material com
melhor qualidade, principalmente, em relação à flexibilidade provocando assim,
mudanças nas propriedades físicas, químicas e mecânicas dos filmes
biodegradáveis.
6
2.1.1 Aplicação dos filmes finos
Nas últimas décadas, tem sido crescente o interesse na utilização de
plásticos biodegradáveis como uma alternativa para minimizar os problemas
ambientais causados pelo descarte dos plásticos sintéticos tradicionais (Bastioli,
1998 citado por Thiré et al., 2004).
A propriedade funcional específica do material formador de filme
depende do alimento ao qual vai ser aplicado e de seu modo de deterioração.,
Para proteger um alimento gorduroso é desejável, portanto, que o filme resista
ao transporte de oxigênio se o objetivo for retardar dessecação de frutas e
legumes é importante que, além do filme ser impermeável à água, também
permita alguma permeabilidade de oxigênio e dióxido de carbono, evitando
assim a respiração anaeróbica, que levaria à deterioração do produto (Antunes,
2003).
Thiré et al. (2004) relatam que os plásticos à base de amido podem ser
utilizados para a confecção de itens descartáveis, tais como sacos de lixo, vasos
para plantas, cobertura temporária de mudas, talheres, pratos, etc. Apresentam
também grande potencial para a aplicação em matrizes de liberação controlada
de medicamentos e pesticida. Além de ser empregado nas indústrias de
alimentos, de cosméticos, farmacêutica, de papel e têxtil (Corradini et al., 2005).
Segundo Thiré et al. (2006), na área médica, o PHB-HV (polihidroxibutirato-
hidroxivalerato) tem potencial para utilização em cirurgia reconstrutora devido a
sua lenta degradação hidrolítica.
2.2 Amido de milho
O amido é um dos principais componentes da maioria dos vegetais. No
Brasil, denomina-se amido o produto extraído das partes aéreas dos vegetais
(sementes, etc.) e fécula, o produto obtido da extração das partes subterrâneas
7
comestíveis dos vegetais (tubérculos, raízes e rizomas) (Brasil, 1978). A
definição geral de “amido”, porém, abrange amidos e féculas.
As principais fontes de amido são os cereais, as raízes, os tubérculos e as
fabaceas (leguminosas). Diversas pesquisas, ao longo de décadas, foram
conduzidas na caracterização desse produto quanto às suas características
químicas e físicas. Sabe-se que o amido é utilizado nas mais diversas indústrias,
destacando-se, principalmente, na indústria de alimentos, de papel e papelão,
têxtil e farmacêutico (Silva, 2005).
Comercialmente, o amido é extraído, principalmente do milho, do trigo,
da batata e da mandioca. No mundo são produzidos cerca de 48,5 milhões de
toneladas de amido, sendo os EUA responsáveis pela maior produção de amido
de milho (24,6 milhões de toneladas, 62,4%) e a União Européia a maior
produtora de amido de batata (1,8 milhão de toneladas, 69,2%) e de trigo (2,8
milhões de toneladas, 68,3%). A produção mundial de outros amidos é de 2,5
milhões de toneladas, com a mandioca como principal fonte (Franco et al.,
2001). De acordo com o Jornal Gazeta Mercantil (2007) a estimativa de
produção nacional em 2007 foi de 650 mil toneladas de amido de milho, 20%
mais que em 2006. O amido é uma alternativa viável para esse fim, devido a sua
biodegradabilidade, baixo custo e disponibilidade (Chandra & Rustgi, 1998).
O processo básico da extração do amido de milho envolve a limpeza dos
grãos, maceração com solução aquosa de biossulfito de sódio (+
50°C),
degerminação, trituração, peneiragem, centrifugação (purificação) e a secagem
do amido.
De acordo com Flint (1994), o amido de milho possui as seguintes
características: formas poliédricas e arredondadas, tamanho de 10 µm a 15 µm,
cruz de malta bem marcada, hilo central em forma de estrela e não apresenta
estrias.
8
Quimicamente, o amido é sempre igual, independente da sua origem
botânica (Cereda, 1996), porém, a forma estrutural do amido é diferente,
podendo ser formado de outros polímeros, em diferentes proporções.
O grânulo de amido natural é essencialmente constituído de dois
polissacarídeos, a amilose e a amilopectina que estão associadas entre si por
ligações de hidrogênio entre os grupos hidroxilas das unidades de glicose unidas
entre si por ligações glicosídicas, formando as áreas cristalinas radialmente
orientadas.
A amilose é formada por moléculas de glicose unidas por ligações
glicosídicas α 1-4, que lhe proporcionam a conformação helicoidal linear, sendo
que o teor de amilose, na maioria dos amidos, varia entre 20-30%. A
amilopectina é um polímero de maior peso molecular, em que as moléculas de
glicose estão unidas por ligações α1-4 e α1-6, proporcionando uma configuração
espacial ramificada (Cereda, 1996). Um dos principais fatores que determinam
as propriedades do grânulo de amido é o arranjo das moléculas lineares e
ramificadas distribuídas dentro do grânulo. A cristalinidade dos grânulos de
amido é atribuída principalmente à amilopectina e não à amilose que, embora
seja linear, apresenta uma conformação que dificulta sua associação regular com
outras cadeias (Blanshard, 1987).
Nessas áreas cristalinas, existem regiões amorfas, nas quais as
moléculas não têm orientação particular (Figura 1). Na região amorfa, as
moléculas são menos fechadas o que permite a entrada de água para a formação
de ligações de hidrogênio com os grupos hidroxilas livres das moléculas de
amido. As áreas cristalinas mantêm a estrutura do grânulo e participam do
comportamento do amido na água. Por esse motivo é que o grânulo de amido
nativo exibe uma capacidade limitada de absorção de água, embora seja
constituído de polímeros solúveis ou parcialmente solúveis neste líquido (Ciacco
& Cruz, [1982]).
9
FIGURA 1 Representação da estrutura dos grânulos de amido, com alternância
de regiões amorfas e semicristalinas que constituem o crescimento
do mesmo.
Fonte: (Reis, 2007 extraído de Waigh et al., 1997)
São cinco as principais características físicas do amido as quais
determinam seu tipo de aplicação industrial, sendo elas: 1) Dilatância 2)
Gelatinização 3) Retrogradação 4) Claridade de Pastas e 5) Suscetibilidade
Enzimática.
2.2.1 Amido nativo versus modificado
O amido nativo ou natural apresenta estrutura granular semicristalina.
Os grânulos são constituídos por macromoléculas de amilose e amilopectina. O
amido nativo ou natural apresenta estrutura granular semicristalina (Whistler et
al., 1983; Coultate, 1996 citados por Corradini et al., 2005).
Frequentemente, os amidos nativos ou naturais não são os mais
adequados para processamentos específicos. As modificações são feitas para
Região semicristalina
Lamela cristalina
Lamela amorfa
Região
amorfa
Cadeia A
Cadeia B
Cadeia C
Cacho
~ 90 µm
~ 80 µm
Fundo
amorfo
10
obtenção de ingredientes com as propriedades necessárias para usos industriais
(Matsuguma, 2006).
A modificação do amido natural tem se mostrado importante fator no
crescimento do mercado de produtos amiláceos devido à capacidade de
espessamento, de ligação, formação de gel e textura (Nabeshima & El-Dash,
2004).
As propriedades reológicas do amido podem ser melhoradas ou
adaptadas às necessidades tecnológicas específicas através de modificações
físicas (amido extrusado, amido pré-gelatinizado), químicas (amidos oxidados,
amidos com ligações intermoleculares, amidos substituídos) (Biliaderis, 1982;
Schirmer et al., 1986a; Branen et al., 1990; Kim et al., Eliasson &
Gudmundsson, 1996; Sivak & Preiss, 1998; Alves et al., 1999; Lobato et al.,
2002; Stahl, 2003 citados por Limberger, 2006), enzimáticas (hidrólise) ou
genéticas (amido de milho de alta amilopectina, amido com alto teor de amilose)
(Bemiller, 1997, citado por Limberger, 2006). A Figura 2 representa um
esquema dos tipos de modificações que ocorrem no amido.
O princípio de obtenção dos filmes baseia-se em duas das principais
características tecnológicas do amido: a gelatinização e a retrogradação.
As mudanças que ocorrem nos grânulos de amido durante a
gelatinização e retrogradação são os principais determinantes do comportamento
das pastas de amido. Quando uma pasta de amido fica em repouso, sem agitação
antes ou depois do resfriamento, a tendência é que se estabeleçam ligações
intermoleculares, formando um gel. As regiões de tais ligações nos géis
aumentam em número durante o período de repouso, tornando a rede mais firme
e compacta (Hodge & Osman, 1985).
11
FIGURA 2 Representação gráfica dos tipos de modificações do amido.
Fonte: (Cereda, 2002)
2.2.2 Gelatinização do amido
Quando uma suspensão aquosa concentrada de amido é aquecida, os
grânulos individualmente gelatinizam e incham livremente até que atinjam
virtualmente toda a capacidade de absorver água. Como resultado, os grânulos
inchados tornam-se altamente susceptíveis à desintegração mecânica. Com isso,
as forças de ligação dos grânulos se tornam mais tênues e, consequentemente,
uma fragilidade se faz presente no grânulo por aquecimento térmico ou aumento
das quebras mecânicas durante o ciclo de cozimento (Leach, 1965 citado por
Silva, 2005). Assim, os grânulos perdem a estrutura cristalina devido ao
rompimento das ligações de hidrogênio e, consequentemente, ocorre perda da
birrefringência (devido à destruição das áreas cristalinas no grânulo), formando
uma solução viscosa ou um gel, dependendo do conteúdo presente na solução
(Silva, 2005).
12
A gelatinização também pode ser descrita como uma fusão dos cristais
de amido, a qual pode ser demonstrada por análises termodinâmicas
(Karapantsions et al., 2000).
2.2.3 Retrogradação do amido
A retrogradação é outra importante característica tecnológica das pastas
de amido. O processo consiste basicamente em transformações que ocorrem
durante o resfriamento e armazenamento das pastas/géis de amido que passaram
pelo processo de gelatinização. Primeiramente ocorre uma cristalização das
moléculas devido à forte tendência à formação de ligações de hidrogênio, com o
rearranjo das moléculas de amilose, ocasionando um aumento da firmeza e
opacidade, resistência à hidrólise e baixa solubilidade em água (Leach, 1965
citado por Silva, 2005). A retrogradação tende a aumentar a viscosidade de gel
(Vilela & Ferreira, 1987).
A velocidade de retrogradação de pastas de amido depende de fatores
inerentes ao grânulo ou seus componentes. Entre esses fatores destacam: tipo de
amido, peso molecular e linearidade (Ciacco & Cruz, [1982]).
2.3 Glicerol
O glicerol também chamado de glicerina ou propanotriol é um líquido
viscoso, inodoro e incolor, de sabor levemente adocicado. É um triálcool com
um grupo hidroxila em cada um dos três átomos de carbonos adjacentes e a sua
fórmula é CH
2
OH – CHOH – CH
2
OH (Underkofler, 1954). Em sua forma pura
anidra, o glicerol tem uma densidade de 1,261 mg mL
-1
(20
°
C/4
°
C), ponto de
fusão de 18,2
°
C e ponto de ebulição de 290
°
C acompanhado de decomposição
(Paturau, 1969).
O glicerol, desde 1959, é reconhecido como substância atóxica,
permitido como aditivo em alimentos e, também, considerado como substância
13
“GRAS” (Generally Regraded as Safe) pelo Food and Drug Administration dos
Estados Unidos e permitido em alimentos enlatados (Morrison, 1994 citado por
Arruda, 2007). O uso do glicerol em produtos alimentícios, no Brasil, é
assegurado pela Resolução de nº 386, de 5 de Agosto de 1999 (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, 1999).
A formação de filmes provenientes de hidrocolóides necessita de um
biopolímero, para promover a matriz estrutural e de um plastificante de baixo
peso molecular, para aumentar a flexibilidade do filme (Shaw et al., 2002).
Os plastificantes são definidos como substâncias com alto ponto de fusão
e baixa volatilidade. Quando adicionados a outro material provocam mudanças
nas propriedades físicas, químicas e mecânicas dos mesmos (Mchugh &
Krochta, 1994 citados por Sanggin, 2007). Além disso, em sua maioria,
apresentam caráter hidrofílico e, por serem normalmente moléculas pequenas,
são facilmente acopladas entre as cadeias poliméricas devido à sua habilidade
em reduzir a formação de ligações de hidrogênio entre essas, causando um
aumento no volume livre ou na mobilidade molecular do polímero (Bodmeier &
Paeratakul, 1997 citados por Sanggin, 2007).
Com isso, os plastificantes devem ser compatíveis com o biopolímero e,
os mais estudados em combinação com os filmes de amido são os polióis, como
o glicerol e o sorbitol, materiais que interagem com as cadeias de amido,
aumentando a mobilidade molecular e, consequentemente, a flexibilidade dos
seus filmes. Outro efeito é o aumento da hidrofilicidade e permeabilidade ao
vapor de água dos filmes plastificados (Mali et al, 2004). Os plastificantes
evitam rachaduras do filme durante a movimentação e armazenagem (Gontard et
al., 1993), afetam a troca gasosa, vapor de água e permeabilidade do soluto
(Banca, 1966 citado por Mali, et. al. 2006) e características de sorção.
Plastificante é uma substância não-volátil. O sorbitol e o glicerol são
plastificantes por suas habilidades em reduzir as ligações de hidrogênio,
14
enquanto aumentam os espaços intermoleculares, e em diminuir as interações
entre as cadeias de polímeros, aumentando a flexibilidade e diminuindo as
propriedades de barreiras dos filmes (Banker, 1966 citado por Alleoni et al.,
2006).
Além das aplicações na indústria de alimentos, terapêuticas e em
diagnósticos, o glicerol é ainda empregado para produção de resinas e
poliésteres devido à sua reatividade polifuncional e também como lubrificante
na indústria têxtil (Morrison, 1994 citado por Arruda, 2007).
2.4 Parafina
Outro componente de filmes é a parafina, que é uma substância derivada
do petróleo e, entre suas características, estão a pureza e o brilho. A parafina
geralmente é de cor branca, sem cheiro e sem gosto. Essa substância possui
propriedades termoplásticas e de repelência à água, sendo usada grandemente na
proteção de diversas aplicações, como em embalagens.
As companhias de petróleo têm intensificado a exploração em campos
localizados abaixo do fundo do mar. Nesse caso, a baixa temperatura da água
provoca um resfriamento brusco do óleo, ocasionando deposição de parafinas
(Gentili et al., 2004).
A partir de 1930, as ceras de abelha, parafina e carnaúba e os óleos
mineral e vegetal foram usados na conservação de frutas (Kaplan, 1986 citado
por Guilbert & Biquet, 1995). Algumas das ceras são baseadas em misturas de
parafina, que apresentam boa proteção contra perda d'água, porém, não
conferem brilho adequado ao produto (Mosca & Vicentini, 2000).
As ceras, especificamente a parafina, e as ceras de abelha, carnaúba são
os compostos comestíveis mais eficazes como barreira à umidade (Guilbert &
Biquet, 1995). A parafina é uma das ceras mais eficazes devido à ausência de
grupos polares (Warth, 1956 citado por Guilbert & Biquet, 1995).
15
A parafina é um hidrocarboneto de cadeias longas, com ponto de fusão
elevado, variando de 50,3ºC a 82,4ºC, podendo ser misturada a outros
hidrocarbonetos de cadeias mais curtas e menor ponto de fusão (Hydrocarbon,
1973; Paraffin Hydrocarbons, 1973 citados por Jacomino et al., 2000). Essa
mistura origina um produto com ponto de fusão e consistência intermediária.
A densidade da parafina se situa entre 0,78 e 0,91 mg mL
-1
.
2.5 Características do amido e dos filmes finos
Alguns parâmetros importantes na caracterização dos amidos e também
na caracterização dos filmes finos.
2.5.1 Amido
Propriedades de pasta
Os principais determinantes do comportamento das pastas amiláceas são
as mudanças que ocorrem nos grânulos de amido durante a gelatinização e
retrogradação. O viscoamilógrafo Brabender e mais recentemente o Rapid Visco
Analyser (RVA) são usados para medir essas propriedades, principalmente, no
que diz respeito às mudanças de viscosidade durante o aquecimento e
resfriamento de dispersões de amido. Na fase de aumento da temperatura (95ºC)
e agitação constante, os grânulos começam a quebrar, a contínua solubilização
dos polímeros e o alinhamento molecular ocorrem dentro do campo de atrito do
instrumento e, causam uma diminuição da viscosidade (Thomas & Atwell,
1999). Com a continuidade do experimento a 95ºC, a queda da viscosidade pode
ser atribuída ao alinhamento das moléculas de amilose sob cisalhamento. Com a
diminuição da temperatura, observa-se um novo aumento na viscosidade
(setback) devido à gelificação e retrogradação das moléculas de amilose.
16
Difração de raios-X
De acordo com Franco et al. (2002), os grânulos de amido, por serem
parcialmente cristalinos, proporcionam padrões específicos de difração de raios-
X. Esses padrões de cristalinidade para amidos no estado nativo são variáveis
com as fontes vegetais. No caso dos cereais, em especial o amido de milho,
observa-se um tipo cristalino A com 40% de cristalinidade e forma poliédrica
(Mestres, 1996 citado por Franco et al., 2002).
Propriedades morfológicas
A morfologia do amido é uma importante análise, obtida por meio da
microscopia óptica que permite observar o grau de organização dos grânulos por
meio da presença da cruz de Malta, visível sob luz polarizada. A microscopia
eletrônica de varredura (MEV), em especial, permite a visualização do formato e
tamanho dos grânulos.
Absorção de água
A absorção de água está relacionada com a capacidade de
intumescimento dos grânulos de amido, enquanto se mantém a morfologia dos
mesmos, conforme constatado por González et al. (1986) e Gutiérrez & Gómez
(1987) citados por Fernandes et al. (2003).
O índice de absorção de água está relacionado com a viscosidade de
pasta a frio, porque somente os grânulos de amido danificados absorvem água à
temperatura ambiente e incham, resultando num incremento da viscosidade
(Carvalho et al., 2002).
Medição de secagem pelo biospeckle
O speckle dinâmico é um fenômeno observado quando o laser incide em
uma superfície rugosa que apresenta mudanças de posição de seus dispersores de
17
luz. Estas mudanças podem expressar uma série de fenômenos físicos ou
biológicos, que também dão ao speckle dinâmico o nome de biospeckle. No
material biológico, a complexa movimentação inter e intracelular promove uma
atividade particular no padrão de speckle que pode então ser correlacionada ao
nível de atividade biológica do tecido iluminado pelo laser.
Na Figura 3 são representadas as imagens secundárias do processamento
do speckle dinâmico, neste caso, denominadas de Padrões do Speckle no
Espaço-Tempo (Space Time Speckle - STS) observadas através da técnica do
speckle dinâmico. Na Figura 3a está representada a atividade biológica no início
da secagem dos filmes, onde há pouca definição de linhas horizontais,
mostrando uma alta atividade, conseqüentemente, os pixels variam de nível de
cinza de forma mais intensa. Pela Figura 3b pode-se observar o final da secagem
dos filmes, esta imagem já apresenta uma maior definição de linhas horizontais,
evidenciando a estabilidade do processo de secagem.
(a) (b)
FIGURA 3 Imagens secundárias do Biospeckle do início da secagem dos filmes
finos (a), Biospeckle do final da secagem dos filmes finos (b).
A bio-atividade faz com que a luz retorne do material biológico,
ocorrendo contribuição do exterior e interior do mesmo, fazendo com que o
padrão de interferência varie de acordo com a movimentação de todas as
moléculas presentes nesse material. Essa modificação pode ser frenética ou mais
18
lenta, representando a atividade do material biológico. Existe uma série de
trabalhos que evidenciam a capacidade do biospeckle de representar o nível de
atividade de materiais biológicos ou não (Rabal & Braga, 2008).
Um dos métodos utilizados para quantificar as variações temporais
ocorridas no “biospeckle” é o Módulo de Dispersão de Intensidade do padrão
temporal de “speckle”, também chamado Momento de Inércia MI (Arizaga et
al., 1999).
Uma abordagem para analisar as imagens da iluminação laser de tecidos
consiste na criação do padrão Espaço Tempo do Speckle (STS), também
denominado de História Temporal do Padrão de Speckle (THSP). Com o STS é
possível estimar o grau de atividade de um objeto iluminado tendo como base o
comportamento do speckle dinâmico. A maioria das técnicas, descritas na
literatura, baseiam-se na obtenção de um único valor numérico a partir do STS.
O valor pode ser obtido da aplicação da autocorrelação, ou por meio da matriz
de co-ocorrência e do Momento de Inércia (MI) (Braga et al., 2003).
Em materiais, como os filmes finos, essa técnica foi usada com sucesso
na verificação da mobilidade molecular e no acompanhamento da secagem dos
mesmos, como relatado nos trabalhos de Silva (2005) e de Fernandes (2008).
2.5.2 Filmes finos
Solubilidade
A solubilidade em água é uma importante propriedade de filmes finos e
comestíveis. Potenciais aplicações de biofilme, como em embalagens, requerem
insolubilidade em água para garantir a integridade do produto. Em algumas
aplicações a solubilidade pode ser útil, como é o caso de embalagens ativas, ou
seja, aquelas que são utilizadas para fornecer ao produto uma substância ou
composto que contribua para aumentar a vida de prateleira, melhoria da cor, etc.
19
(Silva, 2005), além de objetivar um menor tempo de permanência do produto na
natureza após seu descarte.
Espessura
A espessura dos filmes formados a partir de suspensões de amido é um
parâmetro que influencia suas propriedades (Cuq et al., 1996 citado por
Henrique et al., 2008). O controle da espessura dos filmes é importante para
avaliar a uniformidade desses materiais, a repetibilidade da medida de suas
propriedades e a validade das comparações entre filmes. O controle da espessura
dos filmes é difícil, sobretudo, nos processos de produção do tipo casting
(Sobral, 1999 citado por Henrique et al., 2008).
A espessura dos filmes é definida como a distância perpendicular entre
duas superfícies principais do material. Conhecendo-se a espessura é possível
obter informações sobre a resistência mecânica e as propriedades de barreira aos
gases e ao vapor d'água do material (Oliveira et al., 1996 citado por Henrique et
al., 2008).
Gramatura
A gramatura de filmes é definida como o peso de uma determinada área
do material e está diretamente relacionada à resistência mecânica dos filmes,
sendo que maiores gramaturas oferecem maiores resistências mecânicas
(Oliveira et al., 1996 citado por Henrique et al., 2008).
A gramatura é uma das especificações mais importantes de papel e
filmes, já que esses são comumente comercializados com base no peso, o que
influencia fortemente nos custos. Por isso, sempre que se compara um filme com
outro devem ser levadas em consideração as diferenças entre gramaturas dos
mesmos (Silva, 2005).
20
Calorimetria diferencial de varredura
Quando uma substância sofre uma mudança física ou química, observa-
se uma variação correspondente na entalpia. Se o processo for promovido por
uma variação controlada de temperatura, isso constitui a base das técnicas
conhecidas como análise térmica diferencial (DTA) e calorimetria diferencial de
varredura (DSC), que é um procedimento alternativo criado para suprir a
carência de informações do DTA. Na primeira, a variação, em função da
temperatura, é detectada pela medida da diferença de temperatura (T) e, na
segunda, é medida a variação de entalpia entre o material em estudo, sendo
usada uma amostra inerte como referência ou padrão. As curvas obtidas no DSC
são similares às do DTA, mas representam realmente a quantidade de energia
elétrica fornecida para o sistema e não apenas T. Assim, as áreas sob os picos
serão proporcionais às variações de entalpia que ocorrem em cada transformação
(Lucas et al., 2001).
Efeitos endotérmicos e exotérmicos correspondem a mudanças de
energia térmica na amostra. Quando uma amostra se funde, energia em forma de
calor é necessária para romper as interações que mantêm a amostra no estado
sólido. A energia aplicada corresponde a um efeito endotérmico (fusão). Por
outro lado, o congelamento é um processo exotérmico, pois energia térmica é
liberada enquanto a substância se cristaliza (Dodd & Tonge, 1987 citado por
Nassu, 1994).
As análises de DSC fornecem informações sobre os efeitos térmicos que
são caracterizados por uma mudança na entalpia, como a determinação das
temperaturas de transições em polímeros (transição vítrea, temperatura de
cristalização e temperatura de fusão) e as medidas quantitativas (calor
específico, calor de fusão, calor de cristalização e calor de reação) (Lucas et al.,
2001).
21
Como exemplo de transição de segunda ordem, pode ser citada a
temperatura de transição vítrea, Tg, sendo uma característica de substâncias
amorfas (Raemy & Lambelet, 1991).
Propriedades mecânicas
As propriedades mecânicas que determinam a resposta dos materiais às
influências mecânicas externas são manifestadas pela capacidade desses
materiais desenvolverem deformações reversíveis e irreversíveis e resistirem à
fratura (Casarin, 2004).
As principais propriedades mecânicas consideradas na caracterização
dos filmes finos são carga máxima/força de ruptura, deformação relativa na
carga máxima e elongação.
Propriedades ópticas
Propriedades ópticas, como a cor, são características importantes na
elaboração de filmes finos, sendo um atributo essencial a um produto
principalmente em relação ao seu consumo. Poucos são os trabalhos com filmes
de amido, em que esta característica foi analisada (Silva, 2005).
A transparência é importante em situações onde o produto embalado
deva ser visto (Henrique et al., 2007). É avaliada pela transmissão da luz,
fazendo a leitura da luz transmitida (Ferreira, 1991).
Opacidade é uma propriedade de fundamental importância e determina o
tipo de utilização. Baixos valores de opacidade indicam um filme transparente.
Um aumento na espessura do filme causa um aumento da opacidade no filme
(Gontard, 1991).
A opacidade pode variar em função do teor de amilose dos amidos, pois
suas moléculas em solução, devido à linearidade, tendem a orientar-se,
paralelamente, aproximando-se o suficiente para se formarem ligações de
22
hidrogênio entre hidroxilas de cadeias adjacentes. Como resultado, a afinidade
do polímero por água é reduzida, favorecendo a formação de pastas opacas e
filmes resistentes (Wurzburg, 1986 citado por Fakhouri et al., 2007).
O brilho de um filme expressa sua capacidade em refletir a luz
incidente. Os equipamentos e métodos hoje utilizados para avaliação dessa
propriedade medem o brilho especular, ou seja, a percentagem da luz incidente a
um determinado ângulo que é refletido no mesmo ângulo (ângulo de incidência
= ângulo de reflexão), ou seja, mede o grau pela qual uma superfície simula um
espelho perfeito na sua capacidade a luz incidente (ASTM D2457-90 & ASTM
D523-89, 1996 citados por Fernandes, 2008).
A morfologia dos filmes está relacionada com a difusão, uma vez que
filmes mais cristalinos apresentam menores valores de difusão, enquanto filmes
mais amorfo apresentam maiores valores de difusão (Fernandes, 2008).
Propriedades morfológicas
A microscopia eletrônica de varredura (MEV) vem sendo uma
importante análise para os filmes, pois, permite visualizar as estruturas da
superfície e da seção transversal dos mesmos, possibilitando, assim, a
investigação de possíveis imperfeições, porosidades e separações dos
componentes que compõem os filmes em estudo.
23
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Material
Tanto o amido de milho nativo como o amido de milho modificado
utilizado nesse experimento foi fornecido pela Corn Products Brasil. O amido de
milho nativo tem as seguintes especificações: amido de milho AMIDEX® 3001,
que, conforme o fabricante é um amido obtido da última geração de tecnologia
de industrialização de milho por via úmida, tendo o pH entre 4,5 e 5,5. Já o
amido de milho modificado, conforme o fabricante é um amido modificado
AMISOL® 500 SP, obtido por reação química com o amido de milho, tendo o
pH entre 4,5 e 6,0.
A caracterização dos amidos de milho nativo e modificado foi realizada
nos seguintes laboratórios: 1) Umidade e Densidade Absoluta – Laboratório de
Grãos Raízes e Tubérculos do Departamento de Ciência dos Alimentos (DCA)
da Universidade Federal de Lavras, MG; 2) Determinação da viscosidade de
pasta – Laboratório de Reologia da EMBRAPA/CTAA, RJ; 3) Determinação do
Poder de Inchamento (PI) e Índice de Solubilização do Amido (IS), e
Capacidade de Absorção de Água (CAA) e Índice de Solubilidade de Amido
(ISA) – Laboratório de Bioquímica do Departamento de Química (DQI) da
Universidade Federal de Lavras, MG; 4) Microscopia Óptica sob Luz Polarizada
– Laboratório de Física do Departamento de Ciências Florestais (DCF) da
Universidade Federal de Lavras, MG; 5) Difractograma de raios-X –
Laboratório de Mineralogia do Departamento de Solos da Universidade Federal
de Viçosa, MG; 6) Microscopia Eletrônica de Varredura – Núcleo de
Microscopia Eletrônica e Microanálise (CCB) da Universidade Federal de
Viçosa, MG; 7) Medição de secagem pelo biospeckle – Laboratório de Laser e
24
Óptica do Departamento de Engenharia (DEG) da Universidade Federal de
Lavras, MG.
3.2 Caracterização dos amidos
As análises realizadas para caracterizar os amidos de milho nativo e
modificado foram as seguintes:
3.2.1 Umidade
A umidade do material foi determinada em estufa regulada a 105ºC até
peso constante, conforme método nº 925:09 da Association of Official
Analytical Chemistis - AOAC (2000).
3.2.2 Densidade absoluta
A densidade absoluta foi medida por deslocamento de líquido, no caso o
xileno, em picnômetro de 25 mL, conforme Schoch & Leach (1964).
3.2.3 Propriedades de pasta
O Analisador Rápido de Viscosidade (Rapid Visco Analyser – RVA,
New Port Scientific Pty. Ltd., Sidney, Warriewood, Austrália) foi usado para
determinar o perfil de viscosidade dos amidos, seguindo a metodologia de nº 162
da ICC (1995).
Inicialmente, a viscosidade de pasta foi determinada à temperatura de
50ºC, durante 4 minutos. Após, o gel foi aquecido até a temperatura de 95ºC e
mantido nessa temperatura por 3 minutos; depois se procedeu ao resfriamento
até 50ºC. Após essa etapa, os géis foram mantidos a 50ºC por mais 4 minutos,
para a determinação da viscosidade fina. A análise foi realizada em duplicata.
25
3.2.4 Capacidade de absorção de água (CAA) e índice de solubilidade de
amido (ISA)
A capacidade de absorção de água (CAA) e o índice de solubilidade de
amido (ISA) foram realizadas conforme Yamazak (1953) e Medcalf & Gilles
(1965) respectivamente, à temperatura ambiente.
3.2.5 Determinação do poder de inchamento (PI) e índice de solubilização
do amido (IS)
O poder de inchamento (PI) e o índice de solubilização do amido (IS)
foram determinados pelo método proposto por Leach et al. (1959), sendo as
suspensões aquecidas a 30°C, 40°C, 50°C, 60°C, 70°C, 80°C e 90°C.
3.2.6 Propriedades morfológicas
A morfologia das amostras foi analisada por microscopia óptica sob luz
polarizada e pela microscopia eletrônica de varredura (MEV).
Para a microscopia óptica sob luz polarizada, as imagens foram obtidas
em microscópio óptico Olympus modelo BX 51-p, com mesa giratória,
polarizador e filtro de polarização (compensador) (Olympus America Inc., New
York, EUA) com aumento de 100x. Para melhor dispersão e visualização do
grânulo de amido foi utilizada uma suspensão água e glicerol (1:1) e amido, uma
gota dessa solução foi colocada sob uma lâmina e recoberta com lamínula.
A microscopia eletrônica de varredura, para a obtenção da
fotomicrografia dos amidos, foi realizada iniciando com a preparação do
material onde cada amostra em pó foi polvilhada sob fita metálica adesiva de
dupla face, acondicionada em “stubs” e banhada com ouro, processo
denominado de metalização (metalizador FDU 010 – Balzers Union, de
Liechstenstein), posteriormente, analisada no microscópio MEV 1430 VP –
LEO Electron Microscopy Ltda, Cambridge, Inglaterra.
26
3.2.7 Difractograma de raios-X
A difração de raios-X é uma maneira valiosa para determinar e estudar a
forma de organização de um composto.
A análise de raios-X foi conduzida com difratômetro Rigaku D-Max
(Japão) equipado com tubo de cobalto (radiação Co-Kα, γ = 1,79026 Å), com
um monocromador de cristal curvo de grafite no feixe difratado, operado com
uma diferença de potencial de 40 kV e uma corrente elétrica de 30 mA. A
amostra de amido de milho nativo em pó foi acondicionada em porta-amostra de
modo a provocar o mínimo de orientação possível e as varreduras foram
realizadas no modo passo a passo em intervalo de 4,0º a 40,0
o
2θ com 0,05
o
de
incremento e 3 segundos de contagem de tempo em cada passo.
3.2.8 Medição de secagem pelo biospeckle
Essa técnica foi utilizada para determinar com maior exatidão o tempo
médio de secagem dos filmes finos de amido de milho.
A secagem foi avaliada por meio do biospeckle laser (Figura 4), sendo
que o equipamento é composto por um de laser de HeNe de 10mW e 632 nm,
uma lente dispersora de feixe, uma câmera CCD acoplados a um computador
que registra as imagens e processa os dados. Para a determinação da secagem e
do momento de inércia dos filmes, foram colocadas alíquotas de 4 mL em placas
de polietileno com diâmetro de 3,5 cm. As leituras para os filmes finos, à base
de amido de milho nativo, foram feitas nos seguintes tempos: zero (leitura
imediata); 8 horas; 16 horas; 20 horas e 22 horas após a primeira iluminação. Já
as leituras para os filmes finos à base de amido de milho modificado, foram
realizadas nos seguintes tempos: zero (leitura imediata); 8 horas; 16 horas; 22
horas e 26 horas após a primeira iluminação. A temperatura e umidade relativa
das análises foram, respectivamente: 18,7°C a 24,1°C e 51%UR a 60%UR para
27
os filmes finos de amido de milho nativo; 18,5°C a 21ºC e 51%UR a 67%UR
para os filmes finos de amido de milho modificado.
FIGURA 4 Esquema da técnica do Biospeckle Laser.
Fonte: (BRAGA et al., 2001).
3.3 Caracterização dos filmes finos
Os filmes finos, à base de amido de milho nativo e modificado, foram
elaborados no Laboratório de Grãos Raízes e Tubérculos do Departamento de
Ciência dos Alimentos e secos em câmara de climatização do Laboratório de
Física do Departamento de Ciências Florestas, ambos da Universidade Federal
de Lavras, a partir de uma suspensão contendo, além do amido, glicerol
(Glicerina P.A. da marca Vetec), parafina (Parafina Histológica Lentilhas
Purificada da marca Proquímios) e água destilada, conforme cada tratamento em
estudo:
¾ Filmes finos utilizando amido de milho nativo ou modificado a 2 %
1 – filme de amido de milho a 2 % + 20 % de glicerol + 0 % de parafina;
Amostra
28
2 – filme de amido de milho a 2 % + 20 % de glicerol + 1 % de parafina;
3 – filme de amido de milho a 2 % + 20 % de glicerol + 2 % de parafina;
4 – filme de amido de milho a 2 % + 20 % de glicerol + 3 % de parafina.
¾ Filmes finos utilizando amido de milho nativo ou modificado a 3 %
5 – filme de amido de milho a 3 % + 20 % de glicerol + 0 % de parafina;
6 – filme de amido de milho a 3 % + 20 % de glicerol + 1 % de parafina;
7 – filme de amido de milho a 3 % + 20 % de glicerol + 2 % de parafina;
8 – filme de amido de milho a 3 % + 20 % de glicerol + 3 % de parafina.
¾ Filmes finos utilizando amido de milho nativo ou modificado a 4 %
9 – filme de amido de milho a 4 % + 20 % de glicerol + 0 % de parafina;
10 – filme de amido de milho a 4 % + 20 % de glicerol + 1 % de parafina;
11 – filme de amido de milho a 4 % + 20 % de glicerol + 2 % de parafina;
12 – filme de amido de milho a 4 % + 20 % de glicerol + 3 % de parafina.
Para a formação do gel foi utilizada uma chapa aquecedora e um
homogeneizador (Politron), para que a amostra fosse agitada, enquanto a
temperatura se elevasse até 75ºC (por cinco minutos) para que a gelatinização do
amido ocorresse. O método utilizado foi o casting (desidratação de uma solução
filmogênica sobre placas de Petri) (Henrique et al, 2008).
Após o resfriamento natural do gel, alíquotas de 10 mL foram colocadas
dentro de placa de poliestireno, com 110 mm de diâmetro e levados para secar
na câmara de climatização com temperatura de 25ºC (± 2ºC) e umidade relativa
de 50% (±3% UR). Após 24 horas de secagem, os filmes foram retirados das
placas e armazenados em sacos de polietileno de baixa densidade, em condições
ambientes.
29
Locais onde as análises foram realizadas: 1) Teor de Água, Solubilidade
dos Filmes Finos em Água, Capacidade de Absorção de Água, Espessura,
Gramatura, Diferença de Cor – Laboratório de Grãos Raízes e Tubérculos do
Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Lavras,
MG; 2) DSC – Laboratório de Reologia da EMBRAPA/CTAA, RJ; 3) Força de
ruptura e deformação – Laboratório de Embalagens do Departamento de
Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa, MG; 4)
Microscopia Eletrônica de Varredura – Núcleo de Microscopia Eletrônica e
Microanálise (CCB) da Universidade Federal de Viçosa, MG; 5) Brilho,
Transparência, Opacidade, Difusão – Polo Filme Indústria e Comércio S/A,
Varginha/MG.
3.3.1 Teor de água
O teor de água dos filmes foi determinado gravimetricamente pela
secagem em estufa com circulação de ar a 105ºC até peso constante,
metodologia adotada por Bengtsson et al. (2003).
3.3.2 Capacidade de absorção de água
A absorção de água pelos filmes foi determinada conforme a
metodologia proposta por Ryu et al. (2002) com algumas modificações (Silva,
2005).
3.3.3 Solubilidade dos filmes finos em água
A solubilidade dos filmes em água foi realizada de acordo com a
metodologia proposta por Roy et al. (1999) com algumas modificações (Silva,
2005).
30
3.3.4 Espessura
As medidas de espessura foram realizadas com um micrômetro externo
digital (Instrutemp, São Paulo) e os resultados foram expressos em milímetros
(mm).
3.3.5 Gramatura
A gramatura foi obtida medindo-se o peso das amostras dos filmes e seu
diâmetro em mm. A área obtida das amostras dos filmes foi transformada em
m
2
, obtendo-se assim, a gramatura em g.m
-2
.
3.3.6 Calorimetria diferencial de varredura
Diferente das transições de fase como a cristalização e a fusão, a
transição vítrea é de segunda ordem e não envolve calor latente, o alimento em
estado amorfo passa do estado vítreo para o estado gomoso e vice-versa
(MATUDA, 2004).
Cerca de dois a três mg de cada filme foram pesados em cadinho de
alumínio herméticos e analisado em DSC Q200 (TA Instruments, New Castle,
E.U.A.), com faixa de temperatura de -80°C a 200ºC, de acordo com a
metodologia descrita por Zhang et al. (1997).
3.4 Propriedades mecânicas
3.4.1 Força de ruptura e deformação
As propriedades de tensão (Força (N), deformação (%)) dos filmes de
amido foram determinadas de acordo com o método ASTM D882-00 (American
Society for Testing and Materials - ASTM, 2000). Os corpos de prova foram
cortados em formato de fita (80 mm de comprimento e 10 mm de largura),
acondicionados entre garras pneumáticas a uma distância de 5 mm. O teste foi
realizado em máquina universal de ensaios mecânicos INSTRON 3367 (cidade
31
E.U.A.) operando com célula de carga de 1 kN, acoplado a um computador e os
dados capturados pelo Software Blue Hill, versão 2.0 (Estados Unidos). O teste
foi iniciado com velocidade de pré-teste 50 mm min
-1
, velocidade de teste 50
mm min
-1
e pós-teste de 100 mm min
-1
. A partir da curva Força (N) versus
tempo (s), os dados foram obtidos e os valores de Carga/Força (N) e deformação
(%) gerados automaticamente pelo software. Para cada repetição foram
realizadas 10 leituras.
3.5 Caracterização morfológica
3.5.1 Microscopia eletrônica de varredura
A obtenção das fotomicrografias dos filmes finos foram realizadas de
acordo com a metodologia proposta por Bengtsson et al. (2003), com algumas
modificações, em que pequenas amostras dos filmes (~ 2 mm), na seção
transversal, foram fixadas sob fita metálica adesiva de dupla face sendo
acondicionadas em “stubs” e banhadas com ouro, processo denominado de
metalização (metalizador FDU 010 – Balzers Union, de Liechstenstein),
posteriormente, analisada no microscópio MEV 1430 VP – LEO Electron
Microscopy Ltda, Cambridge, Inglaterra.
3.6 Propriedades ópticas
3.6.1 Cor
A cor dos filmes finos foi determinada com aparelho colorímetro
Minolta modelo CR 400 (Japão), trabalhando com D
65
(luz do dia) e usando os
padrões CIE Lab: onde L (corresponde à luminosidade), varia de 0 (preto) a 100
(branco), a* varia do -60 (verde) ao +60 (vermelho), b* varia de -60 (azul) ao
+60 (amarelo); para calibração foi utilizada uma placa branca cuja leitura foi L =
92,40, a* = 0,3162 e b* = 0,3326. Posteriormente os valores de L, a* e b* foram
32
mensurados na amostra dos filmes. A partir dos valores, a* e b*, calculou-se o
ângulo Hue (intensidade da cor) usando a fórmula h° = tan
-1
b*/a*.
3.6.2 Brilho
O brilho das amostras foi determinado pelo equipamento Gardner
Hazemeter (ASTM 2457 ângulo 45
0
), metodologia de acordo com o fabricante.
3.6.3 Transparência
A transparência foi obtida pelo equipamento Gardner Hazemeter
(ASTM D 1003-77), metodologia de acordo com o fabricante.
3.6.4 Opacidade
A opacidade foi determinada pelo opacímetro da marca BYK- Gardner,
modelo Haze gard-plus (ASTM D 1746), metodologia de acordo com o
fabricante.
3.6.5 Difusão
A difusão foi obtida pelo equipamento Gardner Hazemeter
(ASTM D 1003-77), metodologia de acordo com o fabricante.
3.7 Delineamento experimental
O delineamento utilizado foi o delineamento inteiramente causalizado
(DIC), com três repetições para cada tratamento. Os tratamentos foram dispostos
em esquema fatorial (3x4), totalizando 12 tratamentos, com três concentrações
de amido de milho nativo ou modificado (2%, 3% e 4%), quatro concentrações
de parafina (0%, 1%, 2% e 3%) e com o valor de concentração fixo para o
glicerol (20%).
33
3.8 Análise estatística
Os resultados das análises foram submetidos à análise de variância e à
análise de regressão, através do programa Sisvar, versão 4.3 (FERREIRA,
2003).
34
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Caracterização dos amidos de milho
4.1.1 Umidade
Os valores médios encontrados para os amidos de milho nativo e
modificado em relação à variável umidade foram de 9,060 g 100g
-1
e 7,560 g
100g
-1
, respectivamente. Esses valores encontraram-se dentro da legislação que,
conforme a Anvisa (1978) para amidos e féculas, é permitido uma umidade de
no máximo 14 g 100g
-1
.
4.1.2 Densidade absoluta
Os valores médios para os ensaios de densidade absoluta das amostras
dos amidos de milho nativo e modificado foram de 1,469 mg mL
-1
e 1,446 mg
mL
-1
, respectivamente. A densidade absoluta do amido de milho e do amido de
milho ceroso, relatada por Smith (1964), é de 1,517 mg mL
-1
e 1,480 mg mL
-1
,
respectivamente. Esses resultados foram maiores do que os encontrados nesse
experimento. Pereira et al (1999) encontraram valores para a densidade absoluta
das féculas de araruta, batata-baroa, batata inglesa, mandioca e polvilho azedo
comercial de: 1,4941 mg mL
-1
, 1,5045 mg mL
-1
, 1,4389 mg mL
-1
, 1,4618 mg
mL
-1
e 1,4714 mg mL
-1
, respectivamente. A densidade absoluta representa o
conteúdo de material por unidade de volume real ocupado pelo material
(Grasselli, 2001).
4.1.3 Propriedades de pasta
As propriedades das pastas dos amidos de milho nativo e modificado
podem ser observadas na Tabela 1 e nas Figuras 5 e 6.
35
TABELA 1 Valores médios* das propriedades de pasta do amido de milho
nativo e do modificado analisado em RVA
Parâmetros analisados Médias
Amido nativo Amido modificado
Visc. a 4 minutos (RVU) 1022,50 5913,50
Temp. inicial de pasta (°C) 74,20 74,25
Visc. a 95ºC inicial (RVU) 2513,00 5496,50
Visc. a 95ºC final (RVU) 2136,00 4289,00
Visc. a 95ºC máxima (RVU) 2959,50 5496,50
Visc. máxima (RVU) 2959,50 5924,00
Temp. da visc. máxima (°C) 94,85 86,75
Visc. mínima a 95ºC (RVU) 2136,00 4289,00
Visc. final (RVU) 2970,50 5550,00
TR (tendência a retrogradação) (RVU) 834,50 1261,00
* média de duas repetições
Visc. = Viscosidade; Temp. = Temperatura
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
0 5 10 15
Tempo (min)
Viscosidade (cP)
0
20
40
60
80
100
Temperatura (°C)
Visc (cP)
Temp(°C)
FIGURA 5 Amilograma do amido de milho nativo avaliado em RVA.
36
Conforme a Figura 5, os grânulos de amido começaram a aumentar sua
viscosidade de pasta a partir dos três minutos do início da análise, sendo que os
grânulos começaram a intumescer, atingindo a viscosidade máxima aos cinco
minutos onde, para a maioria dos grânulos, o processo de gelatinização
ocorreu. Como conseqüência da diminuição da resistência dos grânulos à alta
temperatura e à continuidade do trabalho mecânico, a viscosidade caiu até
próximo de oito minutos, voltando a subir, devido à retrogradação.
O inchamento dos grânulos de amido, devido ao aumento da
temperatura aconteceu de forma gradual, demonstrando a baixa incidência de
amido danificado ou de algum outro fator que propiciou a rápida absorção de
água. A viscosidade máxima só foi alcançada na temperatura máxima e a
tendência à retrogradação foi alta; a pasta de amido atingiu valor maior de
viscosidade no final do resfriamento do que em qualquer outra etapa do processo
de gelatinização.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
0 5 10 15
Tempo (min)
Viscosidade (cP)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Temperatura(°C)
Visc (cP)
Temp(°C)
FIGURA 6 Amilograma do amido de milho modificado avaliado em RVA.
37
Conforme a Figura 6, os grânulos de amido começaram a aumentar sua
viscosidade de pasta a partir dos três minutos do início da análise, onde os
grânulos começaram a intumescer, atingindo a viscosidade máxima aos quatros
minutos onde, para a maioria dos grânulos, o processo de gelatinização
ocorreu. Como consequência, a viscosidade caiu até próximo de sete minutos e
trinta segundos, após ocorreu a retrogradação e a viscosidade voltou a subir.
Quando comparamos o comportamento reológico da viscosidade desse
amido de milho modificado com outro amido de milho nativo, percebe-se que o
amido modificado apresentou maiores viscosidades, consumindo menor tempo
para a gelatinização dos grânulos, comprovando a ocorrência de alguma
modificação na estrutura desse amido. A viscosidade máxima ocorreu antes que
a pasta atingisse a temperatura máxima do teste (95°C). A resistência à alta
temperatura e ao trabalho mecânico caiu de forma rápida, com rompimento dos
grânulos intumescidos. A tendência deste amido à retrogradação é maior do que
do amido de milho nativo, com valores altos de viscosidade no final do
resfriamento.
4.1.4 Capacidade de absorção de água (CAA) e índice de solubilidade de
amido (ISA)
O valor de capacidade de absorção de água encontrado para o amido de
milho nativo foi de 187,503 g 100g
-1
e para o amido de milho modificado foi de
219,245 g 100g
-1
. Esses resultados foram maiores quando comparados com o
experimento de Fernandes (2008) em que a capacidade de absorção para a fécula
de batata foi de 161,140 g 100g
-1
. Os grânulos de amido intactos apresentam
capacidade limitada de absorção de água à temperatura ambiente. Assim,
provavelmente a modificação do amido de milho gerou maior número de
grânulos de amido danificados ou alterou de alguma outra forma a estrutura dos
grânulos facilitando a entrada de água nos mesmos.
38
O índice de solubilidade de amido de milho nativo e modificado foi de
0,093 g 100g
-1
e 0,256 g 100g
-1
, respectivamente, sendo esse índice dependente
de moléculas solúveis. Fernandes (2008), em seu experimento com fécula de
batata, resultou num valor médio de 0,21g 100g
-1
para o índice de solubilidade
de amido.
4.1.5 Determinação do poder de inchamento (PI) e índice de solubilização
do amido (IS)
A partir de 60ºC, à medida que houve um aumento na temperatura, o
valor para o poder de inchamento do grânulo de amido de milho nativo
aumentou, sendo esse aumento súbito entre 60ºC e 70ºC, que foi de 1,90 a 6,50,
chegando a 9,80 com 90ºC (Figura 7).
0
2
4
6
8
10
12
30ºC 40ºC 50ºC 60ºC 70ºC 80ºC 90ºC
temperatura (ºC)
poder de inchamento
FIGURA 7 Poder de inchamento do amido de milho nativo nas temperaturas de
30°C a 90°C
De acordo com a Figura 8, o poder de inchamento do amido de milho
modificado teve um aumento a partir da temperatura de 50ºC (2,15), tendo o seu
valor máximo (10,25) na temperatura de 80ºC, com posterior queda na
39
temperatura de 90ºC, voltando para o mesmo valor registrado na temperatura de
70ºC que foi de 7,30.
0
2
4
6
8
10
12
30ºC 40ºC 50ºC 60ºC 70ºC 80ºC 90ºC
temperatura (ºC)
poder de inchamento
FIGURA 8 Poder de inchamento do amido de milho modificado nas
temperaturas de 30°C a 90°C
O índice de solubilização do amido de milho nativo teve aumento
acentuado nas temperaturas de 60ºC a 70ºC, passando de 0,002 g 100g
-1
a 0,037
g 100g
-1
, conforme mostrado na Figura 9.
40
0
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
0,07
30ºC 40ºC 50ºC 60ºC 70ºC 80ºC 90ºC
temperatura (ºC)
índice de solubilização (g 100g-1)
FIGURA 9 Índice de solubilização do amido de milho nativo nas temperaturas
de 30°C a 90°C
Os valores encontrados para o índice de solubilização do amido de
milho modificado (Figura 10) tiveram um aumento expressivo a partir da
temperatura de 70ºC, saindo do valor de 0,013, para o valor de 0,510 na
temperatura de 90ºC .
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
30ºC 40ºC 50ºC 60ºC 70ºC 80ºC 90ºC
temperatura (°C)
índice de solubilização (g 100g-1)
FIGURA 10 Índice de solubilização do amido de milho modificado nas
temperaturas de 30°C a 90°C
41
Tanto o poder de inchamento como o índice de solubilização dos amidos
de milho tiveram valores menores quando comparados como o experimento de
Amante (1986) que trabalhou com fécula de mandioca e encontrou os seguintes
resultados (dependendo da variedade): para poder de inchamento foi de 2,01
(50ºC) a 62,97 (90ºC) e para o índice de solubilização foi de 0,12 g 100g
-1
(50ºC) a 28,46 g 100g
-1
(90ºC).
Quanto maior o valor do poder de inchamento do amido, menor a
resistência das ligações de hidrogênio, constituintes da amilose e da
amilopectina (Amante, 1986).
4.1.6 Propriedades morfológicas
Pela observação das Figuras 11 e 12 puderam-se visualizar a cruz de
Malta nos grânulos dos amidos de milho nativo e modificado, respectivamente.
Essas cruzes são estruturas birrefringentes, características dos grânulos de amido
cru, não fundidos e visíveis sob luz polarizada devido ao alto grau de
organização dos grânulos. A modificação sofrida pelo amido de milho não
alterou profundamente a estrutura dos grânulos.
42
FIGURA 11 Fotomicrografia sob luz polarizada do amido de milho nativo,
utilizando o aumento de 100x.
FIGURA 12 Fotomicrografia sob luz polarizada do amido de milho modificado,
utilizando o aumento de 100x.
43
A Microscopia Eletrônica de Varredura foi utilizada para estudar a
superfície e morfologia do grânulo de amido de milho, porém, de acordo com
Franco et al. (2002), medidas do tamanho de grânulo de amido por microscopia
são complicadas pela irregularidade e diversidade de suas formas.
Nas Figuras 13 e 14 encontraram-se fotomicrografias dos amidos de
milho nativo e modificado, tendo seus grânulos com formato poliédrico,
conforme descrito por Flint (1994) e tamanhos que variaram entre 4,4 µm e 22
µm e, 4,4 µm e 21 µm, respectivamente.
De acordo com Beninca et al. (2008), em seu experimento os grânulos de
amido de milho modificado apresentaram morfologia irregular poliédrica, com
diâmetros entre 5 µm e 20 µm, em conformidade com os resultados desse
experimento.
FIGURA 13 Fotomicrografia do amido de milho nativo
44
FIGURA 14 Fotomicrografia do amido de milho modificado
4.1.7 Difractograma de raios-X
De acordo com Franco et al. (2002), os grânulos de amido, por serem
parcialmente cristalinos, proporcionam padrões específicos de difração de raios-
X. Esses padrões de cristalinidade, para amidos no estado nativo, são variáveis
com as fontes vegetais. No caso dos cereais, em especial o amido de milho,
apresenta um tipo cristalino A com 40% de cristalinidade e forma poliédrica
(Mestres, 1996 citado por Franco et al., 2002).
Nas Figuras 15 e 16 estão representados os difractogramas de raios-X
das amostras dos amidos de milho nativo e modificado. Esses difractogramas
são do tipo A, característicos de cereais, os picos de difração correspondente aos
ângulos de Bragg (2θ) em 17,70º, 20,45º e 26,80º e intensidades de 419 cps, 514
cps e 446 cps para o amido de milho nativo e ângulos 2θ em 17,65º, 20,55º e
26,85º e intensidades de 483 cps, 564 cps e 496 cps para o amido de milho
45
modificado. Isso implica que a modificação ocorrida nesse amido de milho não
afetou sua estrutura a ponto de comprometer os picos de difração do raios-X dos
seus grânulos.
O mesmo pode ser confirmado no experimento de Corradini et al. (2005)
onde os amidos de milho, na forma nativa, apresentaram o mesmo padrão
cristalino com picos de difração correspondente ao ângulo de Bragg (2θ) em 15º,
18º e 23º.
0
100
200
300
400
500
600
0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 45.000
Graus 2 Teta
Intensidade (cps)
FIGURA 15 Difractograma de raios-X do amido de milho nativo
46
0
100
200
300
400
500
600
0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 45.000
Graus 2 Teta
Intensidade (cps)
FIGURA 16 Difractograma de raios-X do amido de milho modificado
4.1.8 Medição de secagem pelo biospeckle
Na Figura 17 são apresentadas as imagens dos STS’s da interação
concentração de amido versus concentração de parafina nos filmes finos de
amido de milho nativo e modificado elaborados pelo processo casting em
diferentes tempos de secagem. O tempo 22 horas e 16 horas representam o total
de horas gastas para a estabilidade do momento de inércia para os filmes finos
de amido de milho nativo e modificado, respectivamente.
47
(a)
(b)
FIGURA 17 Imagens do STS colocadas lado a lado, representando os diversos
tempos da interação concentração de amido versus concentração
de parafina nos filmes de amido de milho nativo (a) e modificado
(b).
Existiram diferenças entre as imagens nos diferentes tempos de secagem
e tratamento dos filmes. Assim como no experimento de Braga (2000),
observou-se uma maior descontinuidade das linhas horizontais para os dados de
maior umidade, o que ocorreu no início da secagem.
Segundo Fernandes (2008), quanto maior o momento de inércia, maior é
a atividade do material iluminado, isto é, maior a mobilidade molecular
superficial e interna. A atividade do material iluminado é caracterizada pela
continuidade (menor atividade) ou descontinuidade (maior atividade) da linha
horizontal. As imagens que apresentaram aspecto retilíneo caracterizaram menor
atividade, ou seja, superfícies mais secas.
Nas Figuras 18 e 19 são representados, graficamente, os momentos de
inércia dos filmes finos dos amidos de milho nativo e modificado,
respectivamente, em relação às horas de iluminação para cada tratamento:
0 h
0 h 16 h8 h 20 h 22 h
0 h 16 h8 h 22 h 26 h
48
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
0 8 16 20 22
Tempo (horas)
M I
1
2
3
4
imediato referente ao tempo zero, 8h, 16h, 20h, 22h, após o início da iluminação
para os filmes finos de amido de milho nativo e, tempo zero, 8h, 16h, 22h e 26h
para os filmes finos de amido de milho modificado.
(a)
FIGURA 18 Representação gráfica do momento de inércia dos filmes finos de
amido de milho nativo em relação ao tempo de iluminação para
cada tratamento: a – 1) 2% de amido e 0% de parafina; 2) 2% de
amido e 1% de parafina; 3) 2% de amido e 2% de parafina; 4) 2%
de amido e 3% de parafina; b – 5) 3% de amido e 0% de parafina;
6) 3% de amido e 1% de parafina; 7) 3% de amido e 2% de
parafina; 8) 3% de amido e 3% de parafina; c – 9) 4% de amido e
0% de parafina; 10) 4% de amido e 1% de parafina; 11) 4% de
amido e 2% de parafina; 12) 4% de amido e 3% de parafina.
(...continua...)
49
FIGURA 18, Cont.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
0 8 16 20 22
Tempo (horas)
M I
5
6
7
8
(b)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
0 8 16 20 22
Tempo (horas)
M I
5
6
7
8
(c)
50
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
0 8 16 22 26
Tempo (horas)
M I
1
2
3
4
(a)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
0 8 16 22 26
Tempo (horas)
M I
5
6
7
8
(b)
FIGURA 19 Representação gráfica do momento de inércia dos filmes finos de
amido de milho modificado em relação ao tempo de iluminação
para cada tratamento: a – 1) 2% de amido e 0% de parafina; 2) 2%
de amido e 1% de parafina; 3) 2% de amido e 2% de parafina; 4)
2% de amido e 3% de parafina; b – 5) 3% de amido e 0% de
parafina; 6) 3% de amido e 1% de parafina; 7) 3% de amido e 2%
de parafina; 8) 3% de amido e 3% de parafina; c – 9) 4% de amido
e 0% de parafina; 10) 4% de amido e 1% de parafina; 11) 4% de
amido e 2% de parafina; 12) 4% de amido e 3% de parafina.
(... continua...)
51
FIGURA 19, Cont.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
0 8 16 22 26
Tempo (horas)
M I
9
10
11
12
(c)
Em geral, os tratamentos obtiveram o mesmo comportamento, sendo
que o momento de inércia decresceu com o decorrer do tempo, o que já era
esperado, pois, com a secagem a atividade dos filmes finos tende a diminuir. Os
filmes finos com amido de milho modificado levaram menos tempo para atingir
a estabilidade, o que ocorreu em 16h e os filmes finos de amido de milho nativo
atingiram a estabilidade com 22h.
No momento zero de iluminação, ou seja, imediato, houve valores
discrepantes, o mesmo ocorrido no trabalho de Silva (2005). Com o decorrer do
tempo os valores tenderam a ser mais estáveis. A partir da iluminação 8 horas,
foram observadas discrepâncias menores dos momentos de inércia em relação
aos tratamentos. Uma explicação para tal observação seria a evaporação da água
no início do processo de secagem das soluções na formação dos filmes, sendo
característica do próprio material (Silva, 2005).
Fernandes (2008) relatou que as variações ocorridas no tempo de
secagem podem ser explicadas devido à alta sensibilidade do aparelho, onde
52
qualquer pequena alteração nos parâmetros de umidade relativa e temperatura
podem influenciar os resultados.
Essa variação do momento de inércia demonstrou o que alguns
pesquisadores afirmam: os filmes à base de amido são difíceis de serem
analisados, pois, por tratarem-se de material biológico, apresentam-se
inconstantes e os fatores ambientais, como temperatura e umidade relativa,
influenciam nas suas propriedades (Silva, 2005).
O acompanhamento do tempo de secagem dos filmes finos, realizado
por meio da iluminação utilizando o biospeckle, foi usado para se determinar
com maior exatidão o tempo gasto para suas secagens. Essa informação, por sua
vez, definiu o tempo que os filmes elaborados gastariam para secar na câmara de
climatização.
4.2 Caracterização dos filmes finos
A seguir são apresentados os resultados das caracterizações dos filmes
finos obtidos dos amidos de milho nativo ou modificado, parafina em várias
concentrações e glicerol a 20% sobre o peso dos amidos.
4.2.1 Teor de água
A análise de variância para o teor de água dos filmes finos de amido de
milho nativo demonstrou que houve efeito significativo (p<0,05) (Tabela 1A,
Anexo A) e para a interação concentração de amido versus concentração de
parafina (Tabela 2A, Anexo A). Foi realizado o desdobramento da variável
concentração de parafina, conforme a Figura 20.
53
7
7,5
8
8,5
9
9,5
10
0123
% de parafina
Teor de água (%)
2% de amido
3% de amido
4% de amido
FIGURA 20 Efeito da concentração da parafina, sob o teor de água dos filmes
finos, com 20% de glicerol, em função da concentração de amido
de milho nativo: 2% de amido; 3% de amido; e, 4% de amido.
O teor de água para os filmes finos com 2% de amido de milho nativo
aumentou linearmente, de acordo com o aumento da concentração de parafina. O
mesmo não ocorreu para os filmes finos com 3% de amido que aumentou até o
nível de 1% de parafina e logo após, houve um decréscimo em seu valor. Já para
os filmes com 4% de amido, o teor de água atingiu o valor máximo com 2% de
parafina.
A análise de variância para o teor de água dos filmes finos de amido de
milho modificado demonstrou que houve efeito significativo (p<0,05) (Tabela
1B, Anexo B) e, para a interação concentração de amido versus concentração de
Y
2% amido =
Y = 0,628 x + 7,588
Y
3% amido =
Y = - 0,232x² + 0,6223x + 8,845
Y
4% amido =
Y = - 0,456x² + 1,789x + 7,73
54
parafina (Tabela 2B, Anexo B). Foi realizado o desdobramento da variável
concentração de parafina, conforme a Figura 21.
7
7,5
8
8,5
9
9,5
10
0123
% de parafina
Teor de água (%
)
2% de amido
3% de amido
FIGURA 21 Efeito da concentração da parafina, sob o teor de água dos filmes
finos, com 20% de glicerol, em função da concentração de amido
de milho modificado: 2% de amido e 3% de amido.
O teor de água para os filmes finos com 2% de amido de milho
modificado aumentou linearmente, de acordo com o aumento da concentração
de parafina. Já para o filme com 3% de amido aumentou o valor do teor de água
até a concentração de 2% de parafina, em seguida diminuiu. Para a interação
com 4% de amido versus concentração de parafina não houve matematicamente
nenhuma equação que se ajustasse, sendo os valores observados na Tabela 2.
Y
2% amido
=
Y = 0,676 x + 7,506
Y
3% amido
=
Y = - 0,312x² + 1,461x + 7,424
55
Em geral, à medida que aumentou a concentração de parafina, o teor de
água tendeu a aumentar, com exceção da concentração 3% de parafina para os
filmes com 3% e 4% de amido de milho modificado.
TABELA 2 Valores médios* observados para o efeito da concentração de
parafina, sob o teor de água, dos filmes finos com 20% e glicerol
em função da concentração de amido de milho modificado: 4% de
amido.
Concentração da
parafina (%)
Teor de água (%) dos filmes finos com 20%
de glicerol e 4% de amido de milho
modificado
0 8,721
1 8,731
2 10,039
3 9,293
* média de 3 observações
Esse comportamento em relação ao teor de água dos filmes finos de
amido de milho nativo e modificado foi semelhante ao encontrado por Silva
(2005) em seu experimento com fécula de mandioca, onde o aumento da
concentração de amido influenciou no teor de água, sugerindo que a
concentração de amido resultou em mais grupos hidrofílicos susceptíveis à
interação com a água, pois, há maior quantidade de amido, conseqüentemente,
absorvendo mais água.
56
4.2.2 Capacidade de absorção de água
Pela análise de variância para capacidade de absorção de água pode-se
observar que houve efeito significativo (p<0,05) (Tabela 1A, Anexo A) e para
interação concentração de amido versus concentração de parafina, conforme
Tabela 2A do Anexo 1A, porém os dados não se ajustaram adequadamente a um
modelo matemático sendo apresentados na Tabela 3.
TABELA 3 Valores médios* observados para o efeito da concentração de
parafina, sob a capacidade de absorção de água (%) dos filmes
finos, com 20% de glicerol, em função da concentração de amido
de milho nativo: 2% de amido; 3% de amido; e, 4% de amido.
Concentração da
parafina (%)
Capacidade de absorção de água (%) dos filmes finos,
com 20 % de glicerol e 2%, 3% e 4% de amido de
milho nativo
2 % 3 % 4 %
0 448,123 409,104 329,561
1 390,539 422,978 329,140
2 433,062 355,305 362,158
3 398,308 398,268 343,635
* média de 3 repetições
Mesmo na ausência de um modelo matemático, observou-se tendência
da diminuição da capacidade de absorção de água dos filmes de amido de milho
nativo, conforme o acréscimo de parafina na constituição dos mesmos.
Comparando os resultados com o trabalho de Bengtsson et al. (2003),
verificou-se que o valor encontrado é bem maior do que em seu experimento
57
com filme com 3% de fécula de batata, o qual apresentou 63% de capacidade de
absorção de água.
Para os filmes finos de amido de milho modificado, não foi possível
coletar resultados dessa análise, pois, os filmes finos se desintegraram, porém,
foi verificada rápida absorção de água.
A análise de RVA (item 4.1.3) comprova tal fato, pois, para que
ocorresse a viscosidade máxima, o tempo consumido para a gelatinização dos
grânulos de amido de milho modificado foi menor do que o amido de milho
nativo desse experimento e do amido de milho estudado por Daiuto & Cereda
(2006), comprovando assim, a ocorrência de alguma modificação na estrutura
desse amido.
4.2.3 Solubilidade dos filmes finos em água
De acordo com a análise de variância, para a solubilidade dos filmes
finos de amido de milho nativo em água, não houve diferença significativa
(p0,05) (Tabela 1A, Anexo A) e para interação concentração de amido versus
concentração de parafina. Nem para a concentração de amido e para
concentração de parafina consideradas isoladamente não houve efeito
significativo (p0,05) (Tabela 1A, Anexo A). A média geral foi de 99,996%, ou
seja, os filmes finos de amido de milho nativo com 20% de glicerol, nas
diferentes concentrações de amido de milho e de parafina apresentaram-se,
praticamente, com 100% de solubilidade em água.
Houve efeito significativo (p<0,05) (Tabela 1B, Anexo B) para a
interação concentração de amido versus concentração de parafina (Tabela 2B,
Anexo B), quando foi estudada a solubilidade dos filmes finos de amido de
milho modificado. Porém, somente para o filme com 4% de amido de milho
modificado foi significativo (Figura 22); os demais filmes com 2% de amido e
58
3% de amido não tiveram efeito significativo (p0,05), tendo seus valores
médios alcançado praticamente 100% de solubilidade.
99,965
99,97
99,975
99,98
99,985
99,99
0123
% de parafina
Solubilidade dos filmes (%)
FIGURA 22 Efeito da concentração da parafina sob a solubilidade dos filmes
finos em água com 20% de glicerol em função de 4% de amido de
milho modificado.
Esses valores encontrados são maiores em relação ao experimento de
Fernandes (2008), com de fécula de batata variando entre 42% e 56% de
solubilidade e ao experimento de Silva (2005) com amido de milho que ficou
com 0,02%. De acordo com Fakhouri et al. (2007), essa propriedade direciona a
aplicação do filme fino como embalagem de produtos alimentícios. Potenciais
aplicações requerem insolubilidade em água para garantir a integridade do
produto. Em alguns casos, a sua total solubilização em água pode ser benéfica,
como nos produtos semiprontos destinados ao preparo sob cozimento. Quando o
Y = - 0,0035x² + 0,0141x + 99,974
59
Y
2% amido
=
Y = 0,0021x
2
– 0,0022x + 0,034
alimento, entretanto, é líquido ou então exsuda uma solução aquosa, os filmes
finos de elevada solubilidade não são indicados.
4.2.4 Espessura
Houve efeito significativo para a espessura (p<0,05) (Tabela 1A, Anexo
A) e para a interação concentração de amido versus concentração de parafina
(Tabela 2A, Anexo A) dos filmes finos de amido de milho nativo. Foi realizado
o desdobramento da variável concentração de parafina, conforme a Figura 23.
Para os filmes com 3% e 4% de amido de milho nativo, os dados não se
ajustaram adequadamente a um modelo matemático sendo, portanto,
apresentados na Tabela 4. Já para os filmes com 2% de amido, houve um
aumento de acordo com a concentração de parafina, porém, tendo seu menor
valor na concentração 1%.
0
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0123
% de parafina
Espessura (mm)
FIGURA 23 Efeito da concentração da parafina sob a espessura dos filmes finos
com 20% de glicerol em função de 2% de amido de milho nativo.
60
TABELA 4 Valores médios* observados para o efeito da concentração de
parafina, sob a espessura (mm), dos filmes finos com 20% e
glicerol em função da concentração de amido de milho nativo: 3%
e 4% de amido.
Concentração da
parafina (%)
Espessura (mm) dos filmes finos com 20% de glicerol
3 % de amido de milho
nativo
4 % de amido de milho
nativo
0 0,051 0,058
1 0,054 0,063
2 0,051 0,058
3 0,055 0,057
* média de 3 observações
Houve efeito significativo para os filmes finos de amido de milho
modificado (p<0,05) sendo a análise de variância representada na Tabela 1B,
Anexo B. Foi realizada a interação concentração de amido versus concentração
de parafina (Tabela 2B, Anexo B). Com 2% de amido de milho modificado para
os filmes finos, não houve efeito significativo (p0,05), sendo o valor médio de
0,029 mm. Já os valores para os filmes com 3% e 4% de amido de milho
modificado estão apresentados na Figura 24.
61
0
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
0,07
0123
% de parafina
Espessura (mm)
3% de amido
4% de amido
FIGURA 24 Efeito da concentração da parafina, sob a espessura dos filmes finos
com 20% de glicerol, em função da concentração de amido de
milho modificado: 3% e 4% de amido.
Os filmes finos de amido modificado apresentaram, em geral, espessuras
menores do que os filmes finos de amido de milho nativo.
Henrique et al. (2008) relatam que a espessura é um parâmetro que
influencia as propriedades dos filmes e, quando controlada, permite a
uniformidade do material e a validade das comparações entre suas propriedades.
Os filmes de amidos de mandioca modificados sob diferentes concentrações
apresentaram variação de espessura entre 0,06 e 0,12 mm. Esses valores são
maiores do que os encontrados neste presente trabalho.
Y
3% amido
=
Y = 0,0028x + 0,045
Y
4% amido
=
Y = 0,0032x + 0,049
62
4.2.5 Gramatura
A análise de variância da gramatura para os filmes finos de amido de
milho nativo demonstrou que houve diferença significativa (p<0,05) (Tabela 1A,
Anexo A) e para a interação concentração de amido versus concentração de
parafina. (Tabela 2A, Anexo A). Foi realizado o desdobramento da variável
concentração de parafina, conforme a Figura 25. A interação 2% de amido
versus concentração de parafina não apresentou diferença significativa (p0,05),
tendo seu valor médio de 47,798 g.m
-2
.
0
20
40
60
80
100
120
0123
% de parafina
Gramatura ( g.m
2
)
3 % de amido
4 % de amido
FIGURA 25 Efeito da concentração da parafina, sob a gramatura dos filmes
finos com 20% de glicerol, em função da concentração de amido
de milho nativo: 3% e 4% de amido.
Os filmes finos produzidos com 2% de amido de milho nativo e 20% de
glicerol apresentaram menor gramatura que os demais tratamentos.
Y
3% de amido
= Y = - 3,883x + 73,534
Y
4% de amido
= Y = - 5,811x + 99,584
63
À medida que se aumentou a concentração de parafina, a gramatura dos
filmes finos de amido de milho nativo foi diminuída. Esse resultado es
relacionado à densidade, uma vez que a parafina tem menor densidade quando
comparada ao amido.
Esse fato pode ter ocorrido porque os filmes foram elaborados com base
no volume do gel formado por amido+glicerol+parafina, sendo mantido o
mesmo volume de gel para todos os tratamentos, porém, a densidade dos
mesmos é variável. A densidade da parafina é menor do que a do amido, o que
refletiu em menor gramatura nos filmes com maior proporção desse elemento.
A análise de variância para a variável gramatura dos filmes finos de
amido de milho modificado demonstrou que não houve diferença significativa
(p0,05) (Tabela 1B, Anexo B) para a interação concentração de amido versus
concentração de parafina, sendo o valor médio de 60,191 g.m
-2
, o mesmo
ocorreu, quando se estudou o efeito isolado da parafina, obtendo-se valor médio
de 60,206 g.m
-2
. Já a variável percentagem de amido foi significativa (p<0,05)
(Tabela 1B, Anexo B), sendo representado na Figura 26.
À medida que houve o aumento da concentração de amido de milho
modificado, o valor para gramatura aumentou. O mesmo ocorreu com Silva
(2005) que, em seu experimento com filmes de amido de milho, os valores
encontrados ficaram entre 25 g.m
-2
e 65 g.m
-2
.
64
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
234
% de amido
Gramatura (g.m
2
)
FIGURA 26 Efeito da concentração da variável amido de milho modificado sob
a gramatura dos filmes finos
4.2.6 Calorimetria diferencial de varredura
Nas Tabelas 5 e 6 podem ser vistos os parâmetros da análise de DSC
encontrados para os filmes finos de amido de milho nativo e modificado.
O aumento na concentração de parafina pouco afetou os parâmetros
avaliados para a variável DSC.
Y = 18, 628x + 4,321
65
TABELA 5 Valores observados, para o efeito da concentração de parafina, sob a
calorimetria diferencial de varredura, dos filmes finos de amido de
milho nativo
Filmes finos com 20% glicerol Parâmetros da análise de calorimetria
AMN
(%)
Parafina
(%)
Tratamento Tg
(°C)
Hc
(J g
-1
)*
Tc
(°C)*
Hm
(J g
-1
)
Tm
(°C)
2 0 1 -3,35 nd nd 2,59 138,46
2 1 2 -5,39 0,78 59,46 8,45 145,52
2 2 3 -3,34 0,06 58,28 7,68 146,26
2 3 4 -4,61 0,62 59,75 3,63 145,32
3 0 5 -4,18 nd nd 5,13 147,46
3 1 6 -4,84 0,44 61,57 11,89 146,31
3 2 7 nd nd 60,84 nd nd
3 3 8 -4,30 1,68 59,05 4,57 145,71
4 0 9 -5,02 1,68 65,03 5,79 147,59
4 1 10 -4,96 1,63 59,53 5,62 148,56
4 2 11 -9,52 1,02 57,63 2,46 148,87
4 3 12 -4,53 2,73 59,85 4,88 140,28
AMN = amido de milho nativo
n.d: não disponível; Tg: temperatura de transição vítrea; Hc: entalpia de perda de
cristalinidade do amido remanescente; Tc: temperatura inicial de perda de cristalinidade
do amido; Hm: entalpia de fusão; Tm: temperatura fusão.
66
TABELA 6 Valores observados, para o efeito da concentração de parafina, sob a
calorimetria diferencial de varredura, dos filmes finos de amido de
milho modificado
Filmes finos com 20% glicerol Parâmetros da análise de calorimetria
AMM
(%)
Parafina
(%)
Tratamento Tg
(°C)
Hc
(J g
-1
)
Tc
(°C)
Hm
(J g
-1
)
Tm
(°C)
2 0 1 -4,33 0,87 60,26 5,37 143,34
2 1 2 -4,45 0,85 59,48 2,92 142,24
2 2 3 -4,38 0,90 60,25 3,43 139,17
2 3 4 -4,00 2,57 61,38 6,33 140,50
3 0 5 -4,25 1,87 61,68 3,48 140,50
3 1 6 -4,45 nd nd nd nd
3 2 7 -5,92 1,26 59,43 3,86 141,38
3 3 8 -5,55 0,29 57,64 3,64 135,33
4 0 9 -5,15 2,83 59,55 4,08 143,85
4 1 10 -5,01 nd nd 4,89 139,73
4 2 11 -4,28 5,04 59,43 4,79 142,40
4 3 12 -2,10 4,93 58,64 4,42 146,98
AMM = amido de milho modificado
n.d: não disponível; Tg: temperatura de transição vítrea; Hc: entalpia de perda de
cristalinidade do amido remanescente; Tc: temperatura inicial de perda de cristalinidade
do amido; Hm: entalpia de fusão; Tm: temperatura fusão
.
A Tg (temperatura de transição vítrea) aumenta com o aumento do peso
molecular de um soluto e diminui com o aumento de plastificante tal como a
água. Para uma maior Tg é esperado que nos filmes tenham a maior
concentração de amido e, conseqüentemente, menor concentração de água.
Desse modo pode-se dizer que a Tg está relacionada com a concentração de
amido.
67
O maiores valores para a Tg foram para os tratamentos 1 e 3, referentes
aos filmes finos de amido de milho nativo e tratamento 12 referente ao filme
fino de amido de milho modificado, pois, sugeriu-se que, durante a elaboração
dos filmes finos, o amido não gelatinizou por completo e que na retrogradação
houve uma maior formação de regiões cristalinas.
Para a maioria dos tratamentos, a temperatura de cristalização dos filmes
finos de amido de milho nativo variou entre 57,75ºC a 61,57ºC, porém, o maior
valor (65,03ºC) da Tc (temperatura de cristalização) foi para o tratamento 9. Em
relação aos filmes finos de amido de milho modificado, a temperatura de
cristalização variou entre 57,64ºC a 61,68ºC, porém, os maiores valores da Tc
foram para os tratamentos 4 e 5. À medida em que a temperatura aumenta, um
sólido amorfo se torna menos viscoso. Em algum momento as moléculas podem
obter liberdade suficiente do movimento para espontaneamente organizar-se em
uma forma cristalina (Dean, 1995 citado por Reis, 2007). O tratamento que
gastou mais energia para que essa cristalização ocorresse foi o tratamento 12
para os filmes finos de amido de milho nativo e tratamento 11 para os filmes
finos de amido de milho modificado.
De acordo com Le Bail (2001, citado por Matuda, 2004), em uma
mistura de amido e água a faixa de temperatura entre 120ºC e 140ºC está
relacionada com a fusão da amilose retrogradada. Sendo assim, o tratamento 10
e 11 tiveram a maior temperatura de fusão para os filmes finos de amido de
milho nativo e o tratamento 12 para os filmes finos de amido de milho
modificado, porém, o maior gasto de energia para a fusão ficou para o
tratamento 6 em relação aos filmes finos de amido de milho nativo e para o
tratamento 4 referente aos filmes finos de amido de milho modificado.
68
4.2.7 Propriedades mecânicas
4.2.7.1 Força de ruptura e deformação
Para a variável força de ruptura (N) dos filmes finos de amido de milho
nativo houve efeito significativo (p<0,05) (Tabela 3A, Anexo A) e para a
interação concentração de amido versus concentração de parafina (Tabela 4A,
Anexo A). Foi realizado o desdobramento da variável concentração de parafina.
A interação 2% de amido e 4% de amido versus concentração de parafina não
apresentou diferença significativa (p0,05), sendo seus valores médios de
12,634 N e 20,231 N, respectivamente. Já a interação 3% de amido versus
concentração de parafina está representada na Tabela 7, pois, os dados obtidos
não se ajustaram adequadamente aos modelos matemáticos propostos.
Nessa análise a concentração do amido influenciou mais do que a
concentração da parafina, sendo que os filmes com 3% de amido exigiram
menor força de ruptura do que os filmes com 4% de amido e menor força do que
os filmes com 2% de amido de milho nativo. Ainda em relação aos filmes com
3% de amido, a parafina diminuiu a resistência dos mesmos. Também foi
observado que os filmes com maior espessura apresentaram maior resistência à
ruptura.
A variável deformação relativa na carga máxima para os filmes finos de
amido de milho nativo não foi significativa (p0,05) (Tabela 3A, Anexo A),
sendo a média geral de 0,60%.
Quando comparado o resultado da deformação aqui encontrado com os
resultados de Silva (2005), para filme à base de amido de milho, pode-se
verificar que os valores são maiores (0,01% a 0,014%). Isso devido ao uso do
glicerol que confere uma maior flexibilidade.
69
TABELA 7 Valores médios*, observados para a força de ruptura (N), dos filmes
finos com 20% e glicerol em função da concentração de amido de
milho nativo: 3% de amido.
Concentração da
parafina (%)
Força de ruptura (N) dos filmes finos com 20% de
glicerol e 3% de amido de milho nativo
0 20,702
1 21,516
2 14,738
3 16,484
* média de 10 observações
A variável força de ruptura (N) para os filmes finos de amido de milho
modificado teve a interação concentração de amido versus concentração de
parafina não significativa (p0,05) (Tabela 3B, Anexo B), sendo o valor médio
de 15,102 N. Com isso, foram avaliados os parâmetros isoladamente. A variável
percentagem de parafina também não foi significativa (Tabela 4B, Anexo B)
tendo o mesmo valor registrado para a interação; já a variável percentagem de
amido está representada na Figura 27.
70
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
234
% de amido
Carga máxima (N)
FIGURA 27 Efeito da concentração da variável amido sob a força de ruptura dos
filmes finos de amido de milho modificado
À medida que aumentou a concentração de amido, a força de ruptura (N)
empregada nos filmes foi maior. Esse mesmo comportamento foi verificado para
a espessura (item 4.2.4). Isso significa que quanto maior foi a espessura maior
foi a força empregada para romper os filmes.
Para a variável deformação relativa na carga máxima à interação
concentração de amido versus concentração de parafina para os filmes finos de
amido de milho modificado obteve significância (p<0,05) (Tabela 3B, Anexo
B). Os filmes com 3% e 4% de amido não tiveram efeito significativo (p0,05)
(Tabela 4B, Anexo B), sendo os valores médios de 0,448% e 0,457%,
respectivamente. Já os filmes com 2% de amido estão representados na Figura
28.
Y = 3,5874x + 4,3397
71
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0123
% de parafina
Deformação relativa na carga máxima (%)
FIGURA 28 Efeito da concentração da parafina, sob a deformação dos filmes
finos com 20% de glicerol, em função da concentração de amido de
2 % de amido de milho modificado.
A deformação relativa dos filmes finos na carga máxima (%) para 2 %
de amido diminuiu linearmente à medida que se aumentou a concentração de
parafina. Esse comportamento está relacionado com a força gasta na
deformação, indicando que os filmes com maior resistência deformam menos.
Na Figura 29 é apresentado o parâmetro tensão (MPa) versus
deformação (%) de cada tratamento dos filmes finos de amido de milho nativo.
Y = - 0,0807x + 0,6454
72
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
2400
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
Deformação (%)
Tensão (MPa)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
FIGURA 29 Representação gráfica do parâmetro tensão (MPa) versus
deformação (%) para cada tratamento dos filmes finos de amido
de milho nativo: 1) 2% de amido e 0% de parafina; 2) 2% de
amido e 1% de parafina; 3) 2% de amido e 2% de parafina; 4) 2%
de amido e 3% de parafina; 5) 3% de amido e 0% de parafina; 6)
3% de amido e 1% de parafina; 7) 3% de amido e 2% de parafina;
8) 3% de amido e 3% de parafina; 9) 4% de amido e 0% de
parafina; 10) 4% de amido e 1% de parafina; 11) 4% de amido e
2% de parafina; 12) 4% de amido e 3% de parafina.
Os filmes finos de amido de milho nativo dos tratamentos 1, 2, 3 e 4
tiveram simultaneamente menor valor de tensão (MPa) e menor deformação
(%). Esses filmes apresentaram menor espessura (item 4.2.4) quando
comparados com os demais tratamentos com esse mesmo amido.
Na Figura 30 é apresentado o parâmetro tensão (MPa) versus
deformação (%) de cada tratamento dos filmes finos de amido de milho
modificado.
73
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
900
1000
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
Deformação (%)
Tensão (MPa)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
FIGURA 30 Representação gráfica do parâmetro tensão (MPa) versus
deformação (%) para cada tratamento dos filmes finos de amido
de milho modificado: 1) 2% de amido e 0% de parafina; 2) 2% de
amido e 1% de parafina; 3) 2% de amido e 2% de parafina; 4) 2%
de amido e 3% de parafina; 5) 3% de amido e 0% de parafina; 6)
3% de amido e 1% de parafina; 7) 3% de amido e 2% de parafina;
8) 3% de amido e 3% de parafina; 9) 4% de amido e 0% de
parafina; 10) 4% de amido e 1% de parafina; 11) 4% de amido e
2% de parafina; 12) 4% de amido e 3% de parafina.
Os tratamentos 2, 3 e 4, referentes aos filmes finos de amido de milho
modificado, tiveram simultaneamente menor valor de tensão (MPa) e
deformação (%), em comparação aos demais filmes de amido modificado. Esses
filmes também apresentaram menor espessura (item 4.2.4) quando comparados
com os demais tratamentos.
Em geral, os filmes finos elaborados com amido de milho modificado
apresentaram menor deformação e menor tensão do que os filmes com amido de
milho nativo.
74
4.2.8 Caracterização morfológica
4.2.8.1 Microscopia eletrônica de varredura
Na Figura 31 são apresentadas fotomicrografias do corte transversal,
indicado por setas, dos filmes finos à base de amido de milho nativo, utilizando
o aumento de 500x.
(a) 2% de amido, 0% de parafina (b) 2% de amido, 1% de parafina
(c) 2% de amido, 2% de parafina (d) 2% de amido, 3% de parafina
FIGURA 31 Fotomicrografia da interação concentração de amido versus
concentração de parafina nos filmes finos de amido de milho
nativo.
(...continua...)
75
FIGURA 31, Cont.
(e) 3% de amido, 0% de parafina (f) 3% de amido, 1% de parafina
(g) 3% de amido, 2% de parafina (h) 3% de amido, 3% de parafina
.
(i) 4% de amido, 0% de parafina (j) 4% de amido, 1% de parafina
76
FIGURA 31, Cont.
(k) 4% de amido, 2% de parafina (l) 4% de amido, 3% de parafina
Os filmes finos de amido de milho nativo na concentração de 2% de
amido visualmente apresentaram-se menos compactados do que os filmes com
maiores concentrações desse amido. Pelas fotomicrografias não se observou
nenhuma separação entre os componentes dos filmes,
sugerindo que a
interação amido, glicerol e parafina foi homogênea.
Na Figura 32 são apresentadas fotomicrografias do corte transversal,
indicado por setas, dos filmes finos à base de amido de milho modificado,
utilizando o aumento de 500x.
77
(a) 2% de amido, 0% de parafina (b) 2% de amido, 1% de parafina
(c) 2% de amido, 2% de parafina (d) 2% de amido, 3% de parafina
(e) 3% de amido, 0% de parafina (f) 3% de amido, 1% de parafina
FIGURA 32 Fotomicrografia da interação concentração de amido versus
concentração de parafina nos filmes finos de amido de milho
modificado.
(...continua...)
78
FIGURA 32, Cont.
(g) 3% de amido, 2% de parafina (h) 3% de amido, 3% de parafina
(i) 4% de amido, 0% de parafina (j) 4% de amido, 1% de parafina
(k) 4% de amido, 2% de parafina (l) 4% de amido, 3% de parafina
79
De maneira geral, os filmes com amido de milho modificado
apresentaram aparência homogênea. Aparentemente, à medida que se aumentou
a concentração de amido nos filmes, a textura dos mesmos mostrou-se mais
compacta, denotando maior interação entre amido, glicerol e parafina.
As Figuras 32f e 32l, porém, apresentaram superfície rugosa com
partículas resultantes da dissolução parcial dos grânulos de amido e que
lembram os grânulos originais, recebendo a denominação de imagem ou
fantasma (Thiré et al., 2003; Silva, 2005).
Já a Figura 32h teve ligeiros espaços vazios entre a matriz formada,
devido ao processo de elaboração dos filmes (mistura da suspensão a alta
rotação, favorecendo a formação de micro bolha de ar).
Pela observação das fotomicrografias pode-se perceber que os filmes
finos de amido de milho modificado apresentaram menor espessura do que os
filmes de amido de milho nativo, o que pode ser comprovado pelos resultados da
análise de espessura realizada (item 4.2.4).
4.2.9 Propriedades ópticas
4.2.9.1 Cor
Para a variável cor dos filmes finos de amido de milho nativo e
modificado foram realizadas leituras, conforme o
modelo de cor CIELab e
obtidos os parâmetros L, a* e b* e o ângulo h°, respectivamente.
Estatisticamente esses valores apresentaram diferença significativa (p<0,05)
(Tabela 3A Anexo A), no entanto, para maior entendimento dos resultados suas
médias estão representadas na Tabela 8 e 9, respectivamente.
80
TABELA 8 Valores médios* observados para o efeito da concentração de
parafina, sob os parâmetros da cor (L, a* e b*) e ângulo h°, dos
filmes finos com amido de milho nativo e 20% de glicerol em
função da concentração de amido: 2%, 3% e 4% de amido.
Concentração
da parafina (%)
Cor dos filmes finos de amido de milho nativo com 20 %
de glicerol
L a* b*
0
91,490 1,618 -2,682 - 42,986
1
91,467 1,647 -2,738 - 42,463
2
91,300 1,624 -2,774 - 43,212
3
91,365 1,629 -2,707 - 42,802
*média de 3 repetições
TABELA 9 Valores médios* observados para o efeito da concentração de
parafina, sob os parâmetros da cor (L, a* e b*) e ângulo h°, dos
filmes finos com 20% e glicerol em função da concentração de
amido de milho modificado: 2%, 3% e 4% de amido.
Concentração da
parafina (%)
Cor dos filmes finos de amido de milho modificado com
20 % de glicerol
L a* b*
0 91,170 1,827 -3,051 - 39,328
1 91,237 1,810 -2,979 - 39,472
2 91,120 1,817 -2,961 - 39,262
3 91,309 1,840 -3,018 - 38,950
*média de 3 repetições
De acordo com o modelo de cor CIELab, tanto os filmes finos
elaborados com amido de milho nativo quanto os com amido de milho
modificado, em todos os tratamentos, encontraram-se no 4º quadrante e
apresentando luminosidade próxima ao branco (Figura 33).
81
A cor encontrada por Henrique et al. (2007), em seu experimento com
filmes com suspensões gelificadas de 3% de fécula natural modificada de
mandioca, incluindo carboximetilamido (CMA) baixa viscosidade e 3% de
fécula natural de mandioca modificada esterificada, também, foi observada no 4º
quadrante, sendo os valores para L (76,09), a* (0,25) e b* (-0,02); e, L (96,42),
a* (0,20), e b* (-1,39), respectivamente.
FIGURA 33 Modelo de cor CIELab utilizado para observação da cor dos filmes
de amido de milho nativo e modificado utilizando os valores de L,
a* e b*
azul
q
uadrante
2º quadrante
3º quadrante
4º quadrante
amarelo
vermelho
verde
branco
preto
82
4.2.9.2 Brilho
De acordo com a análise de variância para brilho dos filmes finos de
amido de milho nativo, pode-se observar que houve efeito significativo (p<0,05)
(Tabela 5A, Anexo A) e para a interação concentração de amido versus
concentração de parafina foi desdobrada na Tabela 6A, Anexo A. A interação
2% de amido foi significativa, porém, matematicamente não houve uma equação
que se ajustasse (Tabela 10); já a interação 3% e 4% de amido de milho nativo
encontram-se na Figura 34.
TABELA 10 Valores médios* observados para o efeito da concentração de
parafina, sob o brilho, dos filmes finos com 20% de glicerol em
função da concentração de amido de milho nativo: 2% de amido.
Concentração da
parafina (%)
Brilho (%) dos filmes finos com 20% de
glicerol e 2% de amido de milho nativo
0 7,317
1 9,300
2 8,150
3 8,217
* média de 3 observações
83
0
2
4
6
8
10
12
14
0123
% de parafina
Brilho (%)
3% de amido
4% de amido
FIGURA 34 Efeito da concentração da parafina sob o brilho dos filmes finos
com 20% de glicerol em função de 3% e 4% de amido de milho
nativo.
De acordo com a análise de variância para o brilho dos filmes finos de
amido de milho modificado, a interação concentração de amido versus
concentração de parafina foi significativa (p<0,05) (Tabela 5B, Anexo B) e a
significância das interações realizadas estão na Tabela 6B, Anexo B. A interação
2% e 3% de amido foram significativas, porém, matematicamente não houve
uma equação que se ajustasse (Tabela 11); já a interação 4% de amido de milho
modificado encontra-se na Figura 35.
Y
3% de amido
= Y = - 0,445x
2
+ 1,0058x + 10,998
Y
4% de amido
= Y = 0,703x + 7,345
84
TABELA 11 Valores médios* observados para o efeito da concentração de
parafina, sob o brilho (%), dos filmes finos com 20% e glicerol
em função da concentração de amido de milho modificado: 2% e
3% de amido.
Concentração da
parafina (%)
Brilho (%) dos filmes finos com 20 % de glicerol
2 % de amido 3 % de amido
0 18,417 47,800
1 68,600 60,917
2 47,083 36,100
3 62,200 67,433
* média de 3 observações
Os valores registrados para os filmes finos de amido de milho nativo
foram menores do que encontrados para os filmes finos de amido de milho
modificado.
Os valores registrados, para a variável brilho, foram semelhantes aos
encontrados por Fernandes (2008), em seu experimento com fécula de batata,
onde seus valores ficaram entre 42% e 51%. Para essa análise a concentração da
parafina influenciou a capacidade do filme refletir a luz incidente
85
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0123
% de parafina
Brilho (%)
FIGURA 35 Efeito da concentração da parafina sob o brilho dos filmes finos
com 20% de glicerol em função 4% de amido de milho
modificado.
4.2.9.3 Transparência
Todas as amostras de filmes finos à base de amido de milho nativo para
essa variável tiveram o valor de 0,1 %. Esse valor baixo favorece a opacidade.
A transparência (baixa opacidade) é importante em situações onde o
produto embalado deva ser visto (Henrique et al., 2007).
A análise de variância, para a variável transparência dos filmes finos de
amido de milho modificado e para a concentração de amido versus concentração
de parafina não apresentou efeito significativo (p0,05) (Tabela 6B, Anexo B),
sendo o valor médio de 1,221%. Com isso, as variáveis percentagem de amido e
percentagem de parafina foram analisados separadamente (Figura 36a e 36b).
Y = 3,798x + 27,798
86
0
0,5
1
1,5
2
234
% de amido
Transparência (%)
a
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
012
3
% de parafina
Transparência (%)
b
FIGURA 36 a) Efeito da concentração da variável amido sob a transparência dos
filmes finos de amido de milho modificado; b) efeito da
concentração da variável parafina sob a transparência dos filmes
finos de amido de milho modificado.
Y = - 0
,
0675x + 3
,
246
Y = -0,225x + 1,558
87
À medida que se aumentou a concentração de parafina adicionada aos
filmes finos de amido de milho modificado a transparência dos mesmos
diminuiu. Esse comportamento também foi observado quando a concentração de
amido dos filmes foi aumentada.
De acordo com Ferreira (1991 citado por Henrique et al., 2007), a
transparência é avaliada pela transmissão da luz, fazendo então a leitura da luz
transmitida.
4.2.9.4 Opacidade
A análise de variância para a opacidade dos filmes finos de amido de
milho nativo demonstrou que houve efeito significativo (p<0,05) (Tabela 5A,
Anexo A) e para a interação concentração de amido versus concentração de
parafina (Tabela 6A, Anexo A). Foi realizado o desdobramento da variável
concentração de parafina, conforme a Figura 37.
Os filmes finos de amido de milho nativo tenderam a aumentar o valor
de opacidade conforme a concentração de parafina, principalmente, no filme
com 4% de amido. Os valores de opacidade encontrados por Fakhouri et al.
(2007), em seu experimento com filme de gelatina e diferentes fontes de amido
nativo foram: 11,46% (trigo); 40,04% (sorgo); 29,9% (batata) e 19,87% (arroz).
Somente o filme de gelatina com o amido de trigo teve o valor semelhante ao
encontrado nesse experimento. Silva et al. (2007) ressaltam que, durante o
processo de gelatinização do amido, ocorre mudança na coloração devido à
perda da estrutura e cristalinidade dos grânulos de amido, tornando-se gel com
certa opacidade.
88
0
2
4
6
8
10
12
14
16
0123
% de parafina
Opacidade (%)
2% de amido
3% de amido
4% de amido
FIGURA 37 Efeito da concentração da parafina sob a opacidade dos filmes finos
com 20% de glicerol em função da concentração de amido de
milho nativo: 2% , 3% e 4% de amido.
A análise de variância para opacidade dos filmes finos de amido de
milho modificado demonstrou que houve efeito significativo (p<0,05) (Tabela
5B, Anexo B) e para a interação concentração de amido versus concentração de
parafina (Tabela 6B, Anexo B). O filme com 2% de amido de milho modificado
está apresentado na Figura 38. Já o filme com 3% de amido não foi significativo
(p0,05), ficando com média geral de 10,525%. Para o filme com 4% de amido
não houve matematicamente uma equação que se ajustasse, sendo, portanto, os
valores apresentados na Tabela 12.
Y
2% de amido
= Y = 0,26x + 11,199
Y
3% de amido
= Y = 0,219x + 11,169
Y
4% de amido
= Y = 0,868x + 11,479
89
10,3
10,4
10,5
10,6
10,7
10,8
10,9
11
0123
% de parafina
Opacidade (%)
FIGURA 38 Efeito da concentração da parafina sob a opacidade dos filmes finos
com 20% de glicerol em função 2% de amido de milho
modificado.
Os filmes finos com 2% de amido de milho modificado tenderam a
aumentar o valor da opacidade, à medida que se adicionou parafina,
confirmando assim, a análise de transparência (item 4.2.9.3), uma vez que a
opacidade é o inversamente proporcional à transparência.
No experimento de Fernandes (2008), com filme biodegradável à base
de fécula de batata, a opacidade não foi influenciada pela concentração de
glicerol, tendo um valor médio de 10,10% para a variável opacidade. Esse valor
foi compatível aos valores desse experimento
.
Y = 0,0971x
2
– 0,205x + 10,66
90
TABELA 12 Valores médios*, observados para o efeito da concentração de
parafina, sob a opacidade dos filmes finos com 20% de glicerol
em função da concentração de amido de milho modificado: 4%
de amido.
Concentração da
parafina (%)
Opacidade dos filmes finos com 20 % de
glicerol e 4 % de amido de milho modificado
0 10,789
1 10,545
2 10,822
3 10,511
* média de 3 observações
De acordo com López et al. (2008), a opacidade é uma propriedade
crítica se o filme for utilizado como uma superfície de revestimento alimentar.
Isso quando o valor encontrado for alto e comprometendo, assim, a
transparência do mesmo.
A opacidade é uma propriedade de fundamental importância e determina
o tipo de utilização. Baixos valores de opacidade indicam um filme transparente.
Um aumento na espessura do filme causa um aumento da opacidade do mesmo
(Gontard et al., 1991 citado porL Fernandes, 2008)
4.2.9.5 Difusão
Houve efeito significativo para a difusão dos filmes finos de amido de
milho nativo (p<0,05) (Tabela 5A, Anexo A) e para a interação concentração de
amido versus concentração de parafina. (Tabela 6A, Anexo A). Foi realizado o
desdobramento da variável concentração de parafina, conforme a Figura 39.
Para os filmes finos com 3% e 4% de amido de milho nativo, os dados
não se ajustaram adequadamente a um modelo matemático sendo, portanto,
91
apresentados na Tabela 13. Já os filmes finos com 2% de amido de milho nativo
aumentaram de acordo com o aumento da concentração de parafina.
0
10
20
30
40
50
60
0123
% de parafina
Difusão (%)
FIGURA 39 Efeito da concentração da parafina sob a difusão dos filmes finos
com 20% de glicerol em função da concentração de amido de
milho nativo: 2% de amido.
TABELA 13 Valores médios*, observados para o efeito da concentração de
parafina, sob a difusão (%) dos filmes finos com 20% glicerol em
função da concentração de amido de milho nativo: 3% e 4% de
amido.
Concentração da
parafina (%)
Difusão (%) dos filmes finos com 20 % de glicerol
3 % de amido 4 % de amido
0 41,550 58,250
1 45,150 44,700
2 41,233 53,167
3 48,850 50,983
* média de 3 observações
Y = 6
,
142x + 38
,
175
92
O valor da difusão dos filmes finos com 2% e 3% de amido de milho
nativo tendeu a aumentar de acordo com o aumento da concentração de parafina.
Os valores aqui registrados, quando comparado com os valores de 10% a 26%
do experimento de Fernandes (2008) são maiores, resultando em filmes mais
amorfos, pois, de acordo com o mesmo autor, essa variável está relacionada com
a morfologia dos filmes, uma vez que filmes mais cristalinos apresentam
menores valores de difusão, enquanto filmes mais amorfos apresentam maiores
valores de difusão.
A análise de variância da difusão para os filmes finos de amido de milho
modificado demonstrou que houve efeito significativo (p<0,05) (Tabela 5B,
Anexo B) e para a interação concentração de amido versus concentração de
parafina, conforme Tabela 6B, Anexo B (Figura 40).
Os valores da difusão, dos filmes finos de amido de milho modificado,
para as concentrações de 2% e 4% de amido aumentaram linearmente, de acordo
com o aumento da concentração de parafina, com exceção dos filmes elaborados
com 3 % de amido. Esses resultados são menores quando comparados com os
filmes finos de amido de milho nativo.
93
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
0123
% de parafina
Difusão (%)
2% de amido
3% de amido
4% de amido
FIGURA 40 Efeito da concentração da parafina sob a difusão dos filmes finos
com 20% de glicerol em função da concentração de amido de
milho modificado: 2%, 3% e 4% de amido.
Y
2% amido
= Y = 2,275x + 2,692
Y
3% amido
=
Y = -1,571x
2
+ 4,821x + 3,888
Y
4% amido
=
Y = 4,748x + 3,998
94
5 CONCLUSÕES
9 Quanto às propriedades de pasta, o amido de milho modificado
apresenta maior viscosidade máxima no aquecimento e gelatiniza-se à
menor temperatura que o amido de milho nativo.
9 As análises microscópicas e de difração de raios-X não detectaram
nenhuma diferença entre o amido de milho modificado em relação ao
amido de milho nativo.
9 Com base na técnica do biospeckle laser, o tempo de secagem dos
filmes finos de amido de milho modificado foi menor do que dos filmes
de amido de milho nativo.
9 Tanto o amido de milho nativo quanto o amido de milho modificado
podem ser usados na elaboração de filmes finos.
9 Os filmes finos de amido de milho nativo têm alta capacidade de
absorção de água e os filmes finos de amido de milho modificado se
desintegram na água de forma rápida.
9 Tanto os filmes finos de amido de milho nativo como os filmes finos de
amido de milho modificado apresentam praticamente 100% de alta
solubilidade em água.
9 O teor de água, a espessura e a força para romper os filmes finos de
amido de milho nativo aumentam de acordo com o aumento da
concentração da parafina.
9 A espessura, o teor de água e a gramatura dos filmes finos de amido de
milho modificado tendem a aumentar à medida que se adiciona a
parafina, consequentemente, a força para romper esses filmes também é
maior e a deformação é menor.
95
9 Os filmes finos de amido de milho nativo com 2% de amido e com 2%
de amido + 2% de parafina e o filme fino com 4% de amido de milho
modificado + 3% de parafina apresentam os maiores valores de
transição vítrea.
9 O brilho, a opacidade e a difusão tendem a aumentar conforme o
aumento da concentração da parafina para os filmes finos com amido de
milho nativo.
96
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WOLFF, M. T. Os avanços na proteção da biotecnologia no Brasil. 2003.
Disponível em: <http://www.ids.org.br/files/20030930_mtw.ppt.>. Acesso em:
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YAMAZAKI, W. T. An alkali water relation test for the evaluation of cooking,
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spectroscopic studies of the thermotropic phase behavior of the n-saturated 1,2-
diacylphosphatidylglycerols. Biophysical Journal, Bethesda, v.72, n.2, p.779–
793, Feb. 1997.
105
ANEXOS
ANEXO A Página
TABELA 1A Quadrados médios da ANAVA e respectivas
significâncias para teor de água, capacidade de
absorção de água, solubilidade em água, espessura e
gramatura dos filmes finos em função do amido de
milho nativo e parafina em várias concentrações e
glicerol a 20% sobre o peso do amido...........................
107
TABELA 2A Quadrados médios da ANAVA e respectivas
significâncias para teor de água, capacidade de
absorção de água, solubilidade em água, espessura e
gramatura dos filmes finos, em função do
desdobramento de percentagem de parafina dentro da
codificação amido..........................................................
108
TABELA 3A Quadrados médios da ANAVA e respectivas
significâncias para carga máxima/ força, deformação
relativa na carga máxima dos filmes finos e os
parâmetros L*, a* e b*, em função do amido de milho
nativo e parafina em várias concentrações e glicerol a
20% sobre o peso do amido...........................................
109
TABELA 4A Quadrados médios da ANAVA e respectivas
significâncias para carga máxima/ força dos filmes
finos, em função do desdobramento de percentagem de
parafina dentro da codificação amido............................
110
TABELA 5A Quadrados médios da ANAVA e respectivas
significâncias para brilho, opacidade e difusão para os
filmes finos, em função do amido de milho nativo e
106
parafina em várias concentrações e glicerol a 20%
sobre o peso do amido....................................................
111
TABELA 6A Quadrados médios da ANAVA e respectivas
significâncias para brilho, opacidade e difusão para os
filmes finos, em função do desdobramento de
percentagem de parafina dentro da codificação amido..
112
TABELA 1A Quadrados médios da ANAVA e respectivas significâncias para teor de água, capacidade de absorção de
água, solubilidade em água, espessura e gramatura dos filmes finos em função do amido de milho nativo e
parafina em várias concentrações e glicerol a 20% sobre o peso do amido.
Fontes de variação GL Quadrados médios
Teor de água Capacidade de
absorção de
água
Solubilidade em
água
Espessura Gramatura
[ ] de amido 2 0,589611 19672,816393 0,000048 ns 0,001395 5576,605562
[ ] de parafina 3 2,013043 703,792299 0,000031 ns 0,000070 174,711305
[ ] de amido x [ ] de
parafina
6 1,044459 * 2772,398686 * 0,000042 ns 0,000047 * 57,151530 *
Resíduo 24 0,035682 71,423155 0,000034 0,000003 11,381540
CV (%) 2,15 2,19 0,01 3,65 4,90
* significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
ns não significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
107
TABELA 2A Quadrados médios da ANAVA e respectivas significâncias para teor de água, capacidade de absorção de
água, solubilidade em água para os filmes finos, espessura e gramatura para os filmes finos, em função
desdobramento de percentagem de parafina dentro da codificação amido.
Fontes de variação GL Quadrados médios
Teor de água Capacidade de
absorção de água
Espessura Gramatura
[ ] de parafina / 2% de
amido
3 2,132482 * 2962,477866 * 0,000124 * 7,701829 ns
[ ] de parafina / 3% de
amido
3 0,243057 * 2560,078642 * 0,000015 * 76,814279 *
[ ] de parafina / 4% de
amido
3 1,726421 * 726,033164 * 0,000026 * 204,498255 *
Resíduo 24 0,035682 71,423155 0,000003 11,381540
* significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
ns não significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
108
TABELA 3A Quadrados médios da ANAVA e respectivas significâncias para carga máxima/ força, deformação relativa
na carga máxima dos filmes finos e os parâmetros L*, a* e b*, em função do amido de milho nativo e
parafina em várias concentrações e glicerol a 20% sobre o peso do amido.
Fontes de variação GL Quadrados médios
Força Deformação L* a* b*
[ ] de amido 2 187,992088 0,019287 ns 0,245953 0,015233 * 0,134303 *
[ ] de parafina 3 18,306105 0,017396 ns 0,070822 0,001410 ns 0,014321 *
[ ] de amido x [ ] de
parafina
6 12,145475 * 0,003493 ns 0,160953 * 0,000685 ns 0,006666 ns
Resíduo 24 3,606082 0,005960 0,041708 0,000769 0,003039
CV (%) 11,12 12,87 0,22 1,70 2,02
* significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
ns não significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
109
TABELA 4A Quadrados médios da ANAVA e respectivas significâncias para carga máxima/ força dos filmes finos, em
função desdobramento de percentagem de parafina dentro da codificação amido.
Fontes de variação GL Quadrado médio
Força
[ ] de parafina / 2% de amido 3 1,944341 ns
[ ] de parafina / 3% de amido 3 32,088466 *
[ ] de parafina / 4% de amido 3 8,564248 ns
Resíduo 24 3,606082
* significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
ns não significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
110
TABELA 5A Quadrados médios da ANAVA e respectivas significâncias para brilho, opacidade e difusão para os filmes
finos, em função do amido de milho nativo e parafina em várias concentrações e glicerol a 20% sobre o
peso do amido.
Fontes de variação GL Quadrados médios
Brilho Opacidade Difusão
[ ] de amido 2 27,590069 6,49917 153,219653
[ ] de parafina 3 3,139352 3,24069 90,348611
[ ] de amido x [ ] de parafina 6 1,653032 * 0,46286 * 138,060486 *
Resíduo 24 0,038472 0,037704 1,430069
CV (%) 2,13 1,62 2,49
* significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
111
TABELA 6A Quadrados médios da ANAVA e respectivas significâncias brilho, opacidade e difusão para os filmes finos,
em função desdobramento de percentagem de parafina dentro da codificação amido.
Fontes de variação GL Quadrados médios
Brilho Opacidade Difusão
[ ] de parafina / 2% de amido 3 1,984653 * 0,410874 * 241,159653 *
[ ] de parafina / 3% de amido 3 1,390208 * 0,340206 * 30,765208 *
[ ] de parafina / 4% de amido 3 3,070556 * 4,265561 * 94,544722 *
Resíduo 24 0,038472 0,037704 1,430069
* significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
112
113
ANEXO B Página
TABELA 1B Quadrados médios da ANAVA e respectivas
significâncias para teor de água, solubilidade em água,
espessura e gramatura dos filmes finos em função do
amido de milho nativo e parafina em várias
concentrações e glicerol a 20% sobre o peso do amido..
115
TABELA 2B Quadrados médios da ANAVA e respectivas
significâncias para teor de água, solubilidade em água e
espessura dos filmes finos, em função do
desdobramento de percentagem de parafina dentro da
codificação amido............................................................
116
TABELA 3B Quadrados médios da ANAVA e respectivas
significâncias para carga máxima/ força, deformação
relativa na carga máxima dos filmes finos e os
parâmetros L*, a* e b*, em função do amido de milho
nativo e parafina em várias concentrações e glicerol a
20% sobre o peso do amido.............................................
117
TABELA 4B Quadrados médios da ANAVA e respectivas
significâncias para deformação relativa na carga
máxima dos filmes finos, em função do desdobramento
de percentagem de parafina dentro da codificação
amido..............................................................................
118
TABELA 5B Quadrados médios da ANAVA e respectivas
significâncias para brilho, transparência, opacidade e
difusão para os filmes finos, em função do amido de
milho nativo e parafina em várias concentrações e
glicerol a 20% sobre o peso do amido............................
119
TABELA 6B Quadrados médios da ANAVA e respectivas
114
significâncias para brilho, opacidade e difusão para os
filmes finos, em função do desdobramento de
percentagem de parafina dentro da codificação amido....
120
TABELA 1B Quadrados médios da ANAVA e respectivas significâncias para o teor de água, solubilidade em água,
espessura e gramatura para os filmes finos, em função do amido de milho modificado e parafina em várias
concentrações e glicerol a 20% sobre o peso do amido.
Fontes de variação GL Quadrados médios
Teor de água Solubilidade em
água
Espessura Gramatura
[ ] de amido 2 1,815160 0,000615 0,001915 4233,269748 *
[ ] de parafina 3 5,433548 0,000013 0,000077 49,012252 ns
[ ] de amido x [ ] de parafina 6 0,339993* 0,000095 * 0,000017 * 15,651829 ns
Resíduo 24 0,033079 0,000030 0,000002 18,628845
CV (%) 2,08 0,01 3,33 7,17
* significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
ns não significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
115
TABELA 2B Quadrados médios da ANAVA e respectivas significâncias para o teor de água, solubilidade em água para
os filmes finos, espessura e gramatura para os filmes finos, em função desdobramento de percentagem de
parafina dentro da codificação amido.
Fontes de variação GL Quadrados médios
Teor de água Solubilidade em água Espessura
[ ] de parafina / 2% de amido 3 2,836659 * 0,000030 ns 0,000006 ns
[ ] de parafina / 3% de amido 3 2,114276 * 0,000048 ns 0,000049 *
[ ] de parafina / 4% de amido 3 1,162600 * 0,000125 * 0,000056 *
Resíduo 24 0,033079 0,000030 0,000002
* significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
ns não significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
116
TABELA 3B Quadrados médios da ANAVA e respectivas significâncias para carga máxima/ força, deformação relativa
na carga máxima dos filmes finos e os parâmetros L*, a* e b*, em função do amido de milho modificado e
parafina em várias concentrações e glicerol a 20% sobre o peso do amido.
Fontes de variação GL Quadrados médios
Força Deformação L* a* b*
[ ] de amido 2 169,467657 * 0,021200 0,092011 0,002086 ns 0,002419
[ ] de parafina 3 3,319661 ns 0,032202 0,060556 0,000410 ns 0,014600
[ ] de amido x [ ] de
parafina
6 7,405828 * 0,011507 * 0,067222 * 0,001427 ns 0,011986 *
Resíduo 24 5,432177 0,003795 0,014356 0,000872 0,000944
CV (%) 15,43 12,94 0,13 1,61 1,02
* significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
ns não significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
117
TABELA 4B Quadrados médios da ANAVA e respectivas significâncias para deformação relativa na carga máxima dos
filmes finos e os parâmetros L*, a* e b*, em função desdobramento de percentagem de parafina dentro da
codificação amido.
Fontes de variação GL Quadrado médio
Deformação
[ ] de parafina / 2% de amido 3 0,045655 *
[ ] de parafina / 3% de amido 3 0,006135 ns
[ ] de parafina / 4% de amido 3 0,003427 ns
Resíduo 24 0,003795
* significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
ns não significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
118
TABELA 5B Quadrados médios da ANAVA e respectivas significâncias para brilho, transparência, opacidade e difusão
para os filmes finos, em função do amido de milho modificado e parafina em várias concentrações e
glicerol a 20% sobre o peso do amido.
Fontes de variação GL Quadrados médios
Brilho Transparência Opacidade Difusão
[ ] de amido 2 1367,508819 5,743125 * 0,096650 111,301111
[ ] de parafina 3 1402,989167 0,870625 * 0,035935 97,067477
[ ] de amido x [ ]
de parafina
6 389,421319 * 0,180347 ns 0,066272 * 33,937407 *
Resíduo 24 1,334792 0,082778 0,024068 0,020625
CV (%) 2,57 23,57 1,46 1,89
* significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
ns não significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
119
TABELA 6B Quadrados médios da ANAVA e respectivas significâncias para brilho, opacidade e difusão para os filmes
finos, em função desdobramento de percentagem de parafina dentro da codificação amido
* significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
ns não significativo, a 5% de probabilidade, pelo teste de F.
Fontes de variação GL Quadrados médios
Brilho Opacidade Difusão
[ ] de parafina / 2% de amido 3 1497,391389 * 0,075091 * 26,086875 *
[ ] de parafina / 3% de amido 3 583,629097 * 0,015155 ns 12,804097 *
[ ] de parafina / 4% de amido 3 100,811319 * 0,078232 * 126,051319 *
Resíduo 24 1,334792 0,024068 0,020625
120
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