Terceira Revolução Tecnológica
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caracterizam atualmente a globalização da economia. A
globalização tem aparecido como uma nova diretriz para a organização da economia dos
mais diferentes países do mundo, atingindo todos os setores da organização social.
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Na chamada Revolução Científico-Tecnológica, Vizentini e Carrion afirmam que
foi deixado de lado o modelo fordista, que requeria “produção em massa, mecanismos
rígidos, produção contínua e grandes séries de um mesmo produto”
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, para um novo
modelo de produção, que combina os recursos mais avançados da robótica, comunicação,
biotecnologia, e produção em série de dezenas de produtos, sem a rigidez do antigo
modelo.
Algumas empresas – principalmente aquelas detentoras de capital e tecnologia
avançada – podem se adaptar rapidamente a um determinado “nicho” de mercado para
atendê-lo até a sua saturação e posterior readaptação. Neste caso, os trabalhadores
temporários são os mais requisitados e aqueles que hoje trabalham, amanhã não têm mais
função, por não conseguirem adaptar-se tão rapidamente quanto as empresas.
É comum observarmos cursos de reciclagem para executivos, operários, para
tornarem a ser inseridos no mercado de trabalho. Quanto ao livre mercado e a “mão
invisível” reguladora, percebem-se as fusões de grandes empresas, formando mega-
corporações, que atuam em milhares de segmentos, da agricultura à fabricação de
computadores, do vestuário até o turismo e especulação de terras, denotando grandes
monopólios de quase todos os segmentos de mercado.
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Adam Schaff, em 1990, afirmou que o impacto das novas tecnologias na sociedade moderna seria percebido,
principalmente, nas áreas do trabalho e da educação. Podemos observar que a teoria de Schaff não só se
concretiza como também abrange com velocidade e de forma intensiva as áreas por ele destacadas. Nos
últimos anos temos visto uma revolução tecnológica crescente e que tem trazido novos direcionamentos
econômicos, culturais, sociais e educacionais à sociedade. A acelerada transformação nos meios e nos modos
de produção, causada pela revolução tecnológica focaliza uma nova era da humanidade onde as relações
econômicas entre as pessoas e entre os países e a natureza do trabalho sofrem enormes transformações.
“Terceira Onda”, é assim que Alvin Toffler classifica o atual momento de transformação pelo qual passamos
(sendo que a Primeira Onda foi a descoberta da agricultura e a Segunda Onda a Revolução Industrial). E essa
atual conjuntura sócio-política-econômica e tecnológica aponta um caminho: a importância do conhecimento
nas relações de produção e, “por conseqüência, na ordem e no poder mundiais”. Na Terceira Onda o
conhecimento adquire importância extrema, o valor de conhecimento agregado aos produtos supera cada vez
mais o do trabalho e da matéria-prima. Podemos dizer também que estamos na terceira revolução industrial,
ou “revolução da inteligência”, onde a informação assume o papel de “moeda globalizante”: “as decisões
tomadas no quotidiano das pessoas são avaliadas pelo acesso que se tem aos meios intermediários da
informação”. (LÉVY, P. Cibercultura. 2
a
ed., Rio de Janeiro: Editora 34, 2000) (grifo do autor).
97 PIRES e REIS, 1999, op. cit., p. 75.
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VIZENTINI e CARRION, 1998, op. cit., p. 39.