para as plantas é inadequado, desenvolvem-se desordens fisiológicas manifestadas por
sintomas característicos de deficiência ou toxidez. Estes sintomas dependem das funções do
nutriente e de sua capacidade de movimentação no floema e xilema (Larcher, 2000).
Epstein & Bloom (2006) classificam os nutrientes em três grupos distintos, de acordo
com a redistribuição no interior das plantas: os móveis (NO
3
-
, NH
4
+
, P, K e Mg), os de
mobilidade moderada (S, Mn, Fe, Zn, Cu e Mo) e os imóveis (Ca e B). A imobilidade de um
nutriente na planta está associada à sua falta de mobilidade no floema, impedindo a sua
remobilização. Se um elemento essencial é móvel, sintomas de deficiência tendem a aparecer
primeiro em folhas mais velhas devido à remobilização. Por outro lado, se a deficiência é de
um elemento imóvel, a manifestação dos sintomas de deficiência será em folhas novas. Os
elementos como o N, P e K podem prontamente mover-se de folha para folha, sendo
redistribuídos no interior da planta. Entretanto, B, Fe e Ca são relativamente imóveis na
maioria das espécies vegetais e seus sintomas de deficiência são diagnosticados em órgãos
jovens (Taiz & Zeiger, 2004).
Em cultivo protegido, devido à possibilidade de oscilações desfavoráveis na
temperatura e umidade relativa do ar e, consequentemente, diminuição das taxas
transpiratórias (diferença mínima entre a pressão de vapor do ambiente e do mesófilo foliar),
os sintomas de deficiência de Ca em tomateiro podem se expressar de forma acentuada
(Rodrigues, 2002). O Ca tem sua mobilidade muito reduzida no floema e variações
edafoclimáticas podem favorecer transporte via xilema deste elemento é dependente do fluxo
transpiratório na planta, e mesmo em concentrações adequadas no solo ou em solução
nutritiva, com um fluxo transpiratório reduzido, pode-se observar deficiência deste elemento
(Taiz & Zeiger, 2004). Convém ressaltar que o Ca é um elemento de extrema importância
para a síntese de paredes celulares, integridade das membranas celulares, entre outras funções,
sendo primordial para a produção de hortaliças de fruto como o tomateiro (Marschner, 1995).
Um dos primeiros trabalhos visando o conhecimento da marcha de absorção dos
nutrientes para a cultura do tomateiro foi realizado por Gargantini & Blanco (1963),
utilizando a cultivar Santa Cruz-1639, conduzida em ambiente protegido. Este estudo mostrou
que o nutriente absorvido em maior quantidade pelo tomateiro é o K, seguido pelo N, Ca, S, P
e Mg. Os autores verificaram que os conteúdos de N, K, Mg e S alcançaram valores máximos
no período de 100 a 120 dias após a germinação, enquanto que o Ca e o P foram absorvidos
durante todo o ciclo da cultura. No entanto, Fayad et al. (2002) chegaram a resultados
diferentes quanto à exigência quantitativa de nutrientes pelo tomateiro, que decresceu do N,
K, Ca, S, P, Mg, Cu, Mn, Fe até o Zn.
O tomateiro é uma das hortaliças mais exigentes quanto à adubação, apresentando
demandas nutricionais diferenciadas com os estádios de desenvolvimento, com o ciclo de
cultivo (curto, médio e longo), com o genótipo e com a época do ano segundo Silva &
Giordano (2000). Os teores de nutrientes nos diversos órgãos da planta apresentam grande
variação e dependem da atividade metabólica e fisiológica da planta de acordo com Minami
& Haag (1989).Alpi & Tognoni (1999) destacam que os valores críticos apresentados na
massa seca de tomateiro cultivados em ambiente de cultivo protegido são de 1,3 a 6 % de N,
0,6 a 1,2 % de P, 4,0 a 6,0 % de K, 1,2 a 2,1 % de Ca e 0,2 a 0,4 % de Mg. Mills & Jones
(1996) destacam que os teores de macronutrientes, contidos na massa seca da folha devem
variar entre: 3,2 a 4,0 % para o N, 0,5 a 0,8 % para P, 4,0 a 5,0 % para K, 2,2 a 4 % para Ca e
0,3 a 0,8 % para Mg. Valores abaixo ou acima destes determinam deficiência e toxidez no
tomateiro, respectivamente.
Em cultivo em ambiente protegido, os teores adequados dos macronutrientes podem
ser divididos nos estádios vegetativos e reprodutivos. Para o estádio vegetativo, os teores de
N, P, K, Ca, Mg e S situam-se em 4,5-5,0; 0,5-0,8; 3,5-5,0; 0,9-2,0; 0,5-1,0; 0,3-0,8,
respectivamente. Já para o estádio reprodutivo, situam-se em 3,5-4,0; 0,4-0,6; 3,0-4,0; 1,0-2,0;