XXV SIMPÓSIO BRASILEIRO DE TELECOMUNICAÇÕES – SBrT 2007, 03-06 DE SETEMBRO DE 2007, RECIFE, PE
existem 12 locais de recepção com apenas pós-ecos.
TABELA 7
A
TRASOS PARA O PÓS E PRÉ-ECOS
Pré-ecos Pós-ecos
Raio
Maior
atraso
(µs)
Média dos
atrasos (µs)
Maior
atraso (µs)
Média dos
atrasos (µs)
2km
-9,97 -2,68 +32,24 +6,67
5km
-3,69 -1,68 +55,70 +13,49
10km
-7,01 -3,05 +34,82 +14,18
A tabela 7 mostra os valores máximos e a média,
encontrados para os atrasos, tanto dos pré-ecos, como dos
pós-ecos.
Para o raio de 2 km, a presença de pré-ecos com valores
fortes, os quais são mais degradantes para o sinal que os pós-
ecos, e com atrasos maiores que -9,97 µs, indicam uma
região com muitos obstáculos, como mostrou a tabela 3, a
presença de 63% de prédios de média e alta atura.
Para o raio de 5 km, quando comparado com o raio de 2
km, nota-se uma queda no número de pré-ecos, de 21 para
14 e o aumento de pós-ecos, de 3 para 10. Os valores de
atrasos para os pré-ecos diminuíram, mas por outro lado o
valor máximo de atraso para o pós-eco aumentou para
+55,5µs.
Para os valores encontrados no raio de 10 km, não
apresentaram mudanças significativas em relação ao raio de
5 km, apenas o decréscimo do atraso máximo encontrado
para o pós-eco, ficando bastante próximo do valor
encontrado para o raio de 2km.
4) Ruído Impulsivo
A avaliação do ruído impulsivo foi possível apenas através
da observação do sinal analógico de TV, pois o mesmo
manifesta-se de forma característica na imagem da TV.
Enquanto realizou-se a medição e análise do sinal
analógico do canal 32 UHF, foi verificada a presença ou
ausência da interferência por ruído impulsivo. A origem
destes ruídos foram em 30% dos casos devido á presença de
linhas de transmissão de energia próximo ao ponto de
recepção e em 70 % dos casos devido à presença de
automóveis, motocicletas ou caminhões transitando
próximos ao ponto de recepção.
A tabela 8 mostra a quantidade de locais onde foram
encontrados a presença de ruído impulsivo.
TABELA 8
P
RESENÇA DE RUÍDO IMPULSIVO
Raio
Número de
pontos de
recepção
Porcentagem
%
2km
7 29%
5km
7 29%
10km
10 52%
A presença de ruído impulsivo em 52% dos locais de
recepção para o raio de 10 km, indica a presença de muita
atividade industrial na região, a grande presença de linhas de
transmissão e ao grande tráfego de automóveis.
V. C
ONCLUSÕES
Podem-se concluir através dos testes de campo algumas
características da propagação e condições de recepção dos
sinais de TV Digital em uma cidade de grande porte como a
cidade de São Paulo, como:
• O sinal de HDTV do sistema ISDTV apresentou
uma robustez satisfatória em todos os 72 pontos
de recepção selecionados, mesmo na presença de
interferências de todos os tipos .
• A recepção do sinal móvel-portátil, mostrou-se
satisfatória em 62 pontos de recepção, quando
recebido dentro do veículo de testes, o que
representa uma degradação ainda maior para o
sinal. Este número representa 86% dos pontos de
recepção avaliados.
• Existe uma grande relação entre sinal fraco de
recepção (≤ 60 dBµV/m) e uma margem de
recepção baixa (S
i
/N
i
> 21,1 dB). Em todos os
pontos que apresentaram sinal fraco ou muito
fraco (41), 36 apresentaram uma baixa margem.
• A degradação por multipercursos é a principal
interferência ao sinal digital. Dos 72 pontos de
recepção estudados, em 16 constatou-se a
presença de ecos fortes (0-12 dB) e em 47
pontos, presenciou-se a existência de ecos médios
(12- 24 dB).
• Em cerca de 33 % dos locais de recepção
avaliados, houve a presença de ruído impulsivo,
capaz de degradar o sinal digital de forma
significativa, o que demonstra que este tipo de
interferência tem relevância nos estudos de
performance do sinal digital.
Como trabalho futuro, pretende-se analisar em campo
e em laboratório, as condições de recepção utilizando
antena interna. Esta pesquisa foi em parte financiada
pelo fundo de incentivo à pesquisa do Instituto
Presbiteriano Mackenzie (MACKPESQUISA).
R
EFERÊNCIAS
[1] Transmission System for digital terrestrial broadcasting, ARIB
Standard STB-31, Ver. 1.6 EI, Nov. 2005.
[2] Error correction, data framing, modulation and emission Method for
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[3] M. Uehara, M. Takada, and T. Kuroda, “Transmission scheme for
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[4] M. Takada and M. Saito, “Transmission System for ISDB-T”,
Proceedings of the IEEE, Volume 94, Número 1, Jan. 2006.
[5] A. Semmar, J-Y. Chouinard, V.H. Phan, X. Wang, Y. Wu, S. Laflèche,
“Digital Broadcasting Television Channel Measurements and
Characterization for SIMO Mobile Reception”, IEEE Transaction on
Broadcasting, Volume 52, Número 4, Dec. 2006.
[6] S. I. Park, Y-T. Lee, J. Y. Lee, S. W. Kim, S. I. Lee, “Field Test
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Broadcasting, Volume 33, Número 1, Mar. 2007.
[7] G. Bedicks, F. Yamada, Francisco Sukys, C. Dantas, L. T. M.
Raunheitte, C. Akamine, “Results of the ISDB-T System Tests as part
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Broadcasting, Volume 52, Número 1, Mar. 2006.
[8] F. Yamada, F. Sukys, G. Bedicks Jr, C. Akamine, L.T.M. Rauneitte, C.
Dantas, Revista Mackenzie de Engenharia e Computação, Ano 5,
Numero 5, São Paulo, 2004.
[9] Y..Wu, E. Pliszka, B. Caron, P. Bouchard, G. Chouinard, “Comparison
of Terrestrial DTV Transmission Systems: The ATSC 8 VSB, the
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Broadcasting, Volume 46, Número 2, Jun. 2006.