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Universidade de São Paulo
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Seletividade do herbicida nicosulfuron para as
culturas de milho e arroz
Faustino Facchin
Dissertação apresentada para obtenção do título
de Mestre em Agronomia. Área de concentração:
Fitotecnia
Piracicaba
2009
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Faustino Facchin
Engenheiro Agrônomo
Seletividade do herbicida nicosulfuron para as culturas de milho e arroz
Orientador:
Prof. Dr. PEDRO JACOB CHRISTOFFOLETI
Dissertação apresentada para obtenção do título de
Mestre em Agronomia. Área de concentração:
Fitotecnia
Piracicaba
2009
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP
Facchin, Faustino
Seletividade do herbecida nicosulfuron para as culturas de milho e arroz / Faustino
Facchin. - - Piracicaba, 2009.
75 p. : il.
Dissertação (Mestrado) - - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2009.
Bibliografia.
1. Arroz 2. Controle químico 3. Herbicidas 4. Milho 5. Plantas daninhas I. Título
CDD 633.15
F137s
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
3
A minha esposa Lorena Dupont Facchin e a minha mãe, pelo
reconhecimento e o apoio recebido durante o período em que me dediquei
aos estudos.
DEDICO
4
5
AGRADECIMENTOS
- À Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo;
- À Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e em especial ao Departamento de
Fitotecnia;
- À Escola Agrotécnica Federal de Sertão, no então o Diretor Prof. Elcio Paim, pela
oportunidade e a receptividade na realização do curso e na administração das
disciplinas;
- Ao Programa de Pós-graduação em Fitotecnia da ESALQ-USP que viabilizou a
realização do Mestrado Interinstitucional entre a ESALQ-USP e a Escola Agrotécnica
Federal de Sertões.
- Ao Professor Dr. Pedro Jacob Christoffoleti, pela orientação, amizade e contribuições à
minha formação profissional;
- Ao Professor Dr. Paulo Augusto Manfron pela ajuda no desenvolvimento do trabalho,
ensinamentos e ao companheirismo e confiança durante todo o tempo em que
estivemos juntos na realização do mesmo;
- CEFETbg, pelo oportunidade de afastamento durante o período em que foram
desenvolvidas as disciplinas do curso.
- Ao Eng. Agr. M. Sc. Marcelo Nicolai pela ajuda no desenvolvimento de parte da minha
pesquisa;
- À Eng. Agr. M. Sc. Ana Carolina Ribeiro Dias pela ajuda na análise dos dados e
sugestões na redação dos artigos científicos;
- Aos funcionários do Departamento de Fitotecnia da UFSM que contribuíram para a
execução deste trabalho;
- A todos que, de forma direta ou indireta, contribuíram no desenvolvimento deste
trabalho.
6
7
SUMÁRIO
RESUMO........................................................................................................................... 9
ABSTRACT ..................................................................................................................... 11
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 13
Referências ..................................................................................................................... 15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 19
2.1 Importância econômica da cultura de milho e perdas provocadas pelas plantas
daninhas .......................................................................................................................... 19
2.1.1 Interferência das Plantas Daninhas ........................................................................ 20
2.1.2 Métodos de Controle de Plantas Daninhas ............................................................ 20
2.1.2.1 Controle químico de plantas daninhas ................................................................ 21
2.1.3 Seletividade de herbicidas ...................................................................................... 22
2.1.3.1 Seletividade de herbicidas aplicados em pós-emergência .................................. 24
2.2 Importância econômica da cultura do arroz e perdas provocadas pelas plantas
daninhas .......................................................................................................................... 26
2. 2.1 Problemática do arroz-vermelho ........................................................................... 26
2.2.2 Redução no potencial de rendimento do arroz cultivado ........................................ 27
2.2.3 Controle químico de plantas daninhas ................................................................... 28
2.2.4 Seletividade de herbicidas ...................................................................................... 29
2.2.4.1 Sistema Clearfield® ............................................................................................. 29
2.3 Sulfoniluréias ............................................................................................................. 30
2.3.1 Herbicida nicosulfuron ............................................................................................ 32
Referências ..................................................................................................................... 33
3 SELETIVIDADE DO HERBICIDA NICOSULFURON PARA A CULTURA DE MILHO . 41
Resumo ........................................................................................................................... 41
Abstract ........................................................................................................................... 41
3.1 Introdução ................................................................................................................. 42
8
3.2 Material e Métodos ................................................................................................... 44
3.3 Resultados e discussão ............................................................................................ 47
3.4 Conclusões ............................................................................................................... 55
Referências ..................................................................................................................... 55
4 SELETIVIDADE DO HERBICIDA NICOSULFURON PARA A CULTURA DO ARROZ 61
Resumo .......................................................................................................................... 61
Abstract ........................................................................................................................... 61
4.1 Introdução ................................................................................................................. 62
4.2 Material e Métodos ................................................................................................... 63
4.3 Resultados e Discussão ........................................................................................... 65
4.4 Conclusões ............................................................................................................... 72
Referências ..................................................................................................................... 72
5 CONCLUSÕES GERAIS ............................................................................................. 75
9
RESUMO
Seletividade do herbicida nicosulfuron para as culturas de milho e arroz
A tolerância da cultura de milho aos herbicidas do grupo das sulfoniluréias,
aplicados em condições de pós-emergência é variável em função do híbrido cultivado.
Da mesma forma, tem sido observada tolerância diferencial ao nicosulfuron entre as
cultivares de arroz melhoradas para tolerar os herbicidas imazethapyr + imazapic
(AHAS-tolerante). Desta forma, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar:
a seletividade do herbicida nicosulfuron, aplicado em condições de pós-emergência, a
híbridos de milho e cultivares de arroz AHAS-tolerante. No experimento com a cultura do
milho, foram estudados dez híbridos designados comercialmente por DKB 370, DKB
990, AG 6020, AG 9040, AS 1551, AS 1572, SWB 585, BX 1149, BM 620 e BM 128,
sendo o delineamento experimental adotado em blocos casualizados, com cinco
tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos utilizados em g i.a. ha
-1
foram:
nicosulfuron + atrazina a 20 + 1500; nicosulfuron + atrazina a 40 + 3000; nicosulfuron a
50; nicosulfuron a 60, bem como a testemunha capinada, aplicados no estádio
fenológico de quatros folhas expandidas (V
4
). Os híbridos que foram tolerantes a todos
os tratamentos, não apresentando reduções de produção, foram DKB 370, AG 9040, AS
1551 e BM 620. Os tratamentos de nicosulfuron em mistura com atrazina nas doses de
20 + 1500 e 40 + 3000 g ha
-1
de i.a. foram seletivos para todos os híbridos testados. As
doses de nicosulfuron a 50 e 60 g i a ha
-1
foram as mais fitotóxicas do experimento, os
híbridos DKB 990, AG 6020, AS 1572, SWB 585, BX 1149 e BM 128 apresentaram
redução de produção para ambas as dose. Para os híbridos AG 6020 e SWB 585
ocorreu diferenças de producão entre os tratamentos de nicosulfuron a 50 e 60 g i a ha
-
1
, o que indica suscetibilidade ao nicosulfuron. A tolerância ao nicosulfuron das duas
cultivares de arroz AHAS-tolerante IRGA 422 CL e Puitá CL INTA foi testada em um
outro experimento. Os tratamentos resultaram de esquema do tipo fatorial 2 x 8, em que
duas foram as cultivares de arroz e oito foram as doses de nicosulfuron (0; 6,25; 12,5;
25; 50; 100; 200 e 400 g i.a.ha
-1
). Foram realizadas avaliações visuais de sintomas de
fitotoxicidade aos 15 e 20 dias após a aplicação (DAA) e aos 20 DAA avaliou-se o
comprimento de raiz, comprimento da parte aérea das plantas e massa seca de cada
cultivar separadamente. Os dados foram submetidos à aplicação do teste ‘F’ na análise
da variância posteriormente a aplicação de regressões não lineares do tipo log-logístico.
A cultivar IRGA 422 CL tolerou maiores doses de nicosulfuron quando comparada com a
cultivar Puitá CL INTA.
Palavras-chave: Tolerância; Sulfoniluréias; Pós-emergência; Zea mayz; Oryza sativa
10
11
ABSTRACT
Selectivity of the herbicide nicosulfuron to the crops corn and rice
The tolerance of the crop corn to the sulfonylurea herbicides, sprayed in post
emergence conditions, is variable according to the hybrids that is cultivated. Likewise, it
has been observed differential tolerance to nicosulfuron among rice cultivars bred to
tolerate the herbicides imazethapyr + imazapic (AHAS-tolerant). Therefore, this research
was developed in order to evaluate the selectivity of the herbicide nicosulfuron, sprayed
in post emergence conditions, to corn hybrids and AHAS-tolerant rice cultivars. In the
experiment with the crop corn, it was studied ten hybrids commercially designated as
DKB 370, DKB 990, AG 6020, AG 9040, AS 1551, AS 1572, SWB 585, BX 1149, BM
620 e BM 128, being the experimental design adopted romdomized completely blocks,
with five treatments and four replications. The treatments used in g a.i. ha
-1
were:
nicosulfuron + atrazine at 20 + 1,500; nicosulfuron + atrazine at 40 + 3,000; nicosulfuron
at 50; nicosulfuron at 60, as well as a check weed free, sprayed in the phenological
stage of four expanded leaves (V
4
). The hybrids that were tolerant to all treatments, with
no yield reduction, were DKB 370, AG 9040, AS 1551 e BM 620. The treatments of
nicosulfuron in mixture with atrazine at the rates of 20 + 1,500 e 40 + 3,000 g ha
-1
of i.a.
were selective to all hybrids tested. The rates of nicosulfuron at 50 and 60 g a.i. ha
-1
were the least selective of the experiment, the hybrids DKB 990, AG 6020, AS 1572,
SWB 585, BX 1149 and BM 128 showed yield reduction. For the hybrids AG 6020 and
SWB 585 there were diferences in the yield among treatments of nicosulfuron 50 and 60
g a.i. ha
-1
, indicating low tolerance to nicosulfuron. The tolerance to nicosulfuron of the
AHAS-tolerant rice cultivars IRGA 422 CL and Puita CL INTA was tested in another
experiment. The treatments were obtained from a factorial design 2 x 8, with two rice
cultivars and eight rates of nicosulfuron (0, 6.25, 12.5, 25, 50, 100, 200 and 400 g a.i.ha
-
1
). Visual observations of phytotoxicity symptoms were evaluated at 15 and 20 days after
treatments (DAA) and at 20 DAA it was evaluated the root and shoot length and dry
biomass of each cultivar separately. The data were submitted to ‘F’ test in the analysis of
variance followed by the application of non linear regressions log-logistic type. The
cultivar IRGA 422 CL tolerated higher rates of nicosulfuron when compared to the
cultivar Puita CL Inta.
Keywords: Tolerance; Sulfonylurea; Post-emergence; Zea mayz; Oryza sativa
12
13
1 INTRODUÇÃO
O arroz (Oryza sativa L.) é o principal alimento para a maioria da população
mundial, constituindo-se, juntamente com o trigo e o milho, nos alimentos mais
produzidos no mundo (SANINT, 1997). Já a cultura do milho (Zea mays L.) é uma das
principais cultivadas no mundo, fornecendo produtos amplamente utilizados para a
alimentação humana e de animais e matérias-primas para a indústria, notadamente em
função da quantidade e da natureza das reservas acumuladas nos grãos (BASTOS,
1987; CAVALCANTI, 1987; ANDRADE, 2000; FANCELLI; DOURADO NETO, 2000,
2001).
Dentre os fatores bióticos responsáveis pela redução de rendimento da cultura do
milho e do arroz encontram-se as interferências negativas causadas pela infestação de
plantas daninhas, que podem afetar a produção, em função, principalmente, da
competição por água, nutrientes, luz e possíveis efeitos alelopáticos, bem como por
serem hospedeiras de pragas, agentes causadores de doenças e nematóides, dificultar
a operação de colheita ou mesmo depreciar a qualidade final do produto (FANCELLI;
DOURADO NETO, 2000, PITELLI, 1985; SOUZA; FISCHER, 1986; FONTANA et al.,
2007).
Estima-se que a redução causada pelas plantas daninhas na produção das
culturas agrícolas no Brasil seja da ordem de 20 a 30%, podendo chegar até 90% em
casos extremos. Para minimizar essas perdas, na maioria dos casos, tem sido usado o
controle químico através da aplicação de herbicidas (BIANCHI, 1998).
A base para o sucesso do controle químico em pós-emergência é a seletividade
do herbicida. A seletividade é considerada como uma medida da resposta diferencial de
diversas espécies de plantas a um determinado herbicida. Quanto maior a diferença de
tolerância entre a cultura e a planta daninha, maior a segurança de aplicação. É um fator
relativo e particularmente característico para uma determinada interação herbicida –
planta daninha – cultura – condições edafoclimática (OLIVEIRA JR., 2001). Anderson
(1993) define seletividade como o controle de algumas plantas daninhas sem ocasionar
injúrias a outras plantas de interesse comercial.
14
Dentre os fatores que determinam a seletividade encontram-se: i) fatores
relacionados às características do herbicida ou ao método de aplicação como dose,
formulação, localização espacial ou temporal do herbicida em relação à planta; ii) fatores
relacionados às características das plantas como seletividade associada à retenção e à
absorção diferencial (idade das plantas, cultivar, tamanho da semente ou estrutura de
propagação vegetativa); seletividade associada a translocação diferencial e; seletividade
associada ao metabolismo diferencial (detoxificação); iii) antídotos (OLIVEIRA JR.,
2001; NICOLAI, 2004).
Entre os principais herbicidas pós-emergentes utilizados atualmente na cultura do
milho destaca-se o nicosulfuron, do grupo químico das sulfoniluréias. Os herbicidas
deste grupo inibem a acetolactato sintase (ALS), a primeira enzima comum à rota de
biossíntese dos aminoácidos de cadeia ramificada, valina, leucina e isoleucina, em
plantas e microrganismos (ASHTON; MONACO, 1991; ANDERSON et al., 1998).
A seletividade dos herbicidas sulfoniluréias para as culturas baseia-se nas
diferentes taxas de metabolização dos mesmos pelas plantas (SWEETSER; SCHOW;
HUTCHENSON, 1982; OBRIGAWITCH; KENYON; KURATLE, 1990; CAREY; PENNER;
KELLS, 1997) e nas velocidades de absorção e translocação nos vegetais. Espécies
tolerantes detoxificam rapidamente estes herbicidas, transformando-os em compostos
não fitotóxicos pela ação do citocromo P450 monoxigenase, em reações de hidroxilação
e glioxilação (FONNE-PFISTER et al., 1990).
Para a cultura do arroz, a similaridade entre o arroz-vermelho e o arroz cultivado
impedia, até recentemente, o controle seletivo dessa planta daninha com herbicidas.
Contudo, o desenvolvimento de novos cultivares de arroz irrigado tolerantes a herbicidas
pertencentes ao grupo das imidazolinonas possibilitou o controle do arroz-vermelho de
forma seletiva (STEELE; CHANDLER; MCCAULEY, 2002). No entanto, há relatos de
que o arroz cultivado tolerante ao herbicida imazethapyr possui também tolerância a
vários outros herbicidas inibidores da ALS, como o nicosulfuron (WEBSTER; MASSON,
2001). Este herbicida tem demonstrado ser seletivos ao arroz mutado e eficiente no
controle de plantas daninhas.
Já a tolerância dos híbridos de milho aos herbicidas pós-emergentes do grupo
das sulfoniluréias é bastante variável, podendo ser elevada para alguns e reduzida para
15
outros. Híbridos considerados tolerantes a esses herbicidas podem apresentar
sensibilidade, dependendo do estádio de desenvolvimento da planta, do ambiente e da
dose utilizada (MORTON; HARVEY, 1992; GUBBIGA et al., 1995).
Desta forma, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a
seletividade do herbicida nicosulfuron aplicado em condições de pós-emergência em
híbridos de milho e cultivares de arroz AHAS-tolerante.
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Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”,
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PITELLI, R.A. Interferência de plantas daninhas em culturas agrícolas. Informe
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STEELE, G.L.; CHANDLER, J.M.; MCCAULEY, G.N. Control of red rice (Oryza sativa) in
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SWEETSER, P.B.; SCHOW, G.S.; HUTCHENSON, J.M. Metabolism of chlorsulfuron by
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WEBSTER, E.P.; MASSON, J.A. Acetolactate synthaseinhibiting herbicides on
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18
19
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Importância econômica da cultura de milho e perdas provocadas pelas plantas
daninhas
A cultura do milho (Zea mays L.) é uma das principais cultivadas no mundo,
fornecendo produtos amplamente utilizados para a alimentação humana e de animais e
matérias-primas para a indústria, notadamente em função da quantidade e da natureza
das reservas acumuladas nos grãos (BASTOS, 1987; CAVALCANTI, 1987; ANDRADE,
2000; FANCELLI; DOURADO NETO, 2000, 2001).
A cultura do milho representa importante papel sócio-econômico, encontra-se em
posições de destaque no que se refere ao valor da produção agropecuária, área
plantada e volume produzido, em especial nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do
Brasil. Entretanto, apesar da evolução gradativa ocorrida nas quantidades produzidas
nos últimos anos, a produção de grãos por unidade de área ainda não expressa o
potencial genético dos materiais (ANDRADE, 2000; FANCELLI; DOURADO NETO,
2000, 2001).
Desta forma, em função dos diferentes níveis tecnológicos empregados nesta
cultura e da diversidade de condições edafoclimáticas encontradas no Brasil, os
rendimentos médios de grãos têm sido relativamente baixos nos últimos anos
(FERREIRA, 1996). Dentre os fatores bióticos responsáveis pela redução de rendimento
da cultura do milho encontram-se as interferências negativas causadas pela infestação
de plantas daninhas, que podem afetar a produção, em função, principalmente, da
competição por água, nutrientes, luz e possíveis efeitos alelopáticos, bem como por
serem hospedeiras de pragas, agentes causadores de doenças e nematóides, dificultar
a operação de colheita ou mesmo depreciar a qualidade final do produto (FANCELLI;
DOURADO NETO, 2000).
Segundo Rajcan e Swanton, (2001) as plantas de milho apresentam elevada
capacidade em absorver e utilizar água e nutrientes, além de possuírem elevada
capacidade de utilização de radiação solar. Todavia, a presença de plantas daninhas
desde a fase inicial de desenvolvimento da cultura pode acarretar perdas.
20
2.1.1 Interferência das Plantas Daninhas
Um dos principais problemas da cultura do milho é a competição com as plantas
daninhas por água, luz e nutrientes. Podem dificultar a operação de colheita e afetar a
qualidade do produto final, também podem ser hospedeiros intermediários de
patógenos, insetos e nematóides e em conseqüência ocorre redução de produtividade
de grãos (BALBINOT JUNIOR; FLECK, 2005; RAJCAN; SWANTON, 2001).
A redução do rendimento de produção na cultura de milho, devido à competição
estabelecida com as plantas daninhas, pode alcançar até 70% da produtividade
potencial, variando em função da espécie e do grau de infestação das plantas daninhas,
do tipo de solo, das condições climáticas predominantes no período, bem como do
espaçamento, variedade e do estádio fenológico da cultura em relação a convivência
das plantas daninhas (FANCELLI; DOURADO-NETO, 2000). Segundo Ford e Pleasant
(1994), a redução média de produtividade de grãos em seis genótipos de milho, sob
interferência com plantas daninhas, foi de 70% em relação ao tratamento sem a
presença das mesmas.
2.1.2 Métodos de Controle de Plantas Daninhas
A cultura de milho é considera bastante eficiente no processo de competição com
as plantas daninhas, desta forma se a competição inicial no processo de implantação da
cultura for evitada através de práticas agronômicas a cultura não sofre interferência
negativa, permitindo um rápido desenvolvimento inicial da cultura em relação às plantas
daninhas. Com isso, as folhas do milho funcionam como uma barreira física impedindo o
desenvolvimento da comunidade infestante. O período crítico de competição das plantas
daninhas com a cultura de milho ocorre dos 15 aos 50 dias após a semeadura ou desde
a emergência até o pendoamento (PEIXOTO; RAMOS, 2002). Neste período deve-se
manter a cultura livre de níveis elevados de infestação de plantas daninhas.
Para se definir o método adequado de controle de plantas daninhas é levado em
consideração alguns aspectos como: período crítico de interferência das plantas
daninhas na cultura, a espécie cultivada no ano anterior, tipo de planta daninha
21
freqüente na região, condições climáticas, tamanho da propriedade e seu relevo, nível
técnico do produtor, a disponibilidade e o custo da mão-de-obra na região. De modo
geral, há várias alternativas de controle das plantas daninhas, entre elas o método de
controle cultural, o qual utiliza medidas e procedimentos objetivando a prevenção de
infestação e disseminação das plantas daninhas; o mecânico, que utiliza a capina
manual ou cultivo mecânico com a utilização de cultivadores, tracionados por animais ou
tratores, e o químico, que é representado pelo uso de herbicidas, sendo o método de
controle de plantas daninhas mais empregado (FANCELLI; DOURADO-NETO, 2000).
2.1.2.1 Controle químico de plantas daninhas
No mundo, o método de controle de plantas daninhas mais amplamente utilizado
na cultura do milho é o químico, possibilitando a obtenção de elevadas produtividades
(RADOSEVICH; HOLT; GHERSA, 1997).
O controle químico das plantas daninhas nas lavouras de milho pode ser feito
através de herbicidas aplicados em condições de pré-plantio (ou pré-semeadura), pré-
emergência ou pós-emergência. Os primeiros devem ser aplicados antes da semeadura
da cultura e são apenas recomendados para sistemas convencionais de produção, os
pré-emergentes devem ser aplicados após a semeadura da cultura e antes da
emergência das espécies de plantas daninhas e os de pós-emergência são aqueles
ministrados após a emergência da cultura e das plantas daninhas (LÓPEZ-OVEJERO,
2000).
Diversos são os herbicidas e/ou misturas recomendados para o controle de
plantas daninhas na cultura de milho, sendo a maioria aplicada em condições de pré-
emergência das plantas daninhas e da cultura (SILVA; MELHORANÇA, 1991). Contudo,
com o incremento da área de milho cultivada pelo sistema de semeadura direta, surgiu a
necessidade do desenvolvimento de novos herbicidas recomendados em pós-
emergência (PINTO; ALMEIDA; HASSMAN, 1993). Para Christoffoleti e Mendonça
(2001), os programas de manejo de plantas daninhas na cultura de milho que utilizam
herbicidas pós-emergentes têm aumentado bastante nos últimos anos.
22
Produtos recomendados para esta modalidade de aplicação devem possuir certas
características importantes, como uma alta seletividade à cultura e rápida ação no
controle das plantas daninhas. A seletividade dos herbicidas deste grupo às plantas de
milho e o estádio de aplicação nas plantas daninhas, são fundamentais neste tipo de
aplicação, que ainda é pouco divulgada (FANCELLI et al., 1998).
Uma relação dos herbicidas a serem utilizados na cultura do milho em pós-
emergência é apresentada por: Cruz et al. (1996), Fancelli e Dourado Neto (2000),
Peixoto e Ramos (2002), entre outros. Uma opção é o nicosulfuron, no entanto em
algumas circunstâncias este herbicida pode provocar fitotoxidade na cultura do milho, a
qual depende do híbrido ou cultivar, da época de aplicação, e das condições ambientais.
No caso do híbrido ou da cultivar, anualmente algumas empresas indicam os híbridos
que não são sensíveis a esse herbicida (MORTON; HARVEY, 1992; GUBBIGA et al.,
1995).
2.1.3 Seletividade de herbicidas
A seletividade do herbicida é a base para o sucesso do controle químico de
plantas daninhas na produção agrícola. Para Anderson (1993), a seletividade de um
herbicida é a capacidade agronômica de matar ou inibir o crescimento de algumas
plantas sem injuriar outras. A seletividade também pode ser definida como o uso de um
herbicida ou uma mistura deles, para um controle satisfatório de determinadas plantas
daninhas sem danificar a cultura (OLIVEIRA, 2001; VELINI et al., 2000).
A seletividade dos herbicidas ocorre devido aos seguintes fatores:
posicionamento do herbicida no tempo e no espaço; dosagem e formulação;
metabolismo diferencial entre cultura e planta daninha; diferenças anatômicas entre
cultura e plantas daninhas; resistência no local de ação; uso de protetores de culturas;
fatores internos da planta que não metabólicos, diferenças entre as plantas daninhas e
culturas nos diferentes estádios fenológicos, aplicação de substâncias adsorventes,
cultivar, tamanho da semente e engenharia genética (VIDAL, 1997; OLIVEIRA, 2001).
É considerada como uma medida da resposta diferencial de diversas espécies de
plantas a um determinado herbicida. Quanto maior a diferença de tolerância entre a
cultura e a planta daninha, maior a segurança de aplicação. É um fator relativo e
23
particularmente característico para uma determinada interação herbicida – planta
daninha – cultura – condições edafoclimáticas (OLIVEIRA JR., 2001b).
Dentre os fatores que determinam a seletividade encontram-se: i) fatores
relacionados às características do herbicida ou ao método de aplicação como dose,
formulação, localização espacial ou temporal do herbicida em relação à planta; ii) fatores
relacionados às características das plantas como seletividade associada à retenção e à
absorção diferencial (idade das plantas, cultivar, tamanho da semente ou estrutura de
propagação vegetativa); seletividade associada a translocação diferencial e; seletividade
associada ao metabolismo diferencial (detoxificação); iii) antídotos (OLIVEIRA JR.,
2001b; NICOLAI, 2004).
Assim, o herbicida a ser empregado deve ser preferencialmente seletivo para a
cultura não causando injúrias às plantas de milho, tanto à parte aérea quanto ao sistema
radicular, visto que inúmeras condições de uso podem causar distintos efeitos
fitotóxicos. Por essa razão, é fundamental a avaliação, em condições de campo, da
influência dos principais herbicidas aplicados em pré e pós-emergência sobre o
desempenho da cultura de milho, independente da sua eficácia no controle de plantas
daninhas. Para isso, é de fundamental importância conhecer a fenologia da cultura e os
momentos de definição do potencial de produção (NICOLAI, 2004).
Sendo assim, para a cultura do milho o rendimento de grãos depende da
população, prolificidade, número médio de fileiras de grãos por espiga, número médio
de grãos por fileira e da massa média por unidade de grão (ou semente). A população e
prolificidade devem ser otimizadas considerando-se a arquitetura da planta, condições
edafoclimáticas e tecnologia empregada. Por ocasião da plena expansão da quarta a
sexta folha, o meristema apical finaliza sua fase vegetativa e inicia seu processo de
diferenciação floral, o qual origina os primórdios das espigas e da panícula, culminando
na definição do potencial de produção da planta (FANCELLI; DOURADO-NETO, 1997a).
Após o início da diferenciação da panícula, quando a planta se encontra com sete
a nove folhas definitivas e plenamente expandidas, começa o processo de diferenciação
floral da gema que dará origem à espiga; sendo que, logo após esta diferenciação,
rapidamente (8 e 12 folhas), a planta determina o número de fileiras por espiga e o
número de grãos por fileira que comporão a futura espiga (ANDRADE et al., 1996). O
24
número médio de grãos por fileira é afetado pelo tamanho da espiga, a qual é definida a
partir das 12 folhas até o florescimento da planta. A massa média por unidade de grão
ou semente é notadamente afetada a partir do estádio fenológico 6 (grãos leitosos),
principalmente pela disponibilidade de água (FANCELLI; DOURADO-NETO, 1997a).
Sendo assim, o número de grãos por unidade de área constitui-se num dos mais
importantes componentes determinantes do rendimento, o qual é influenciado por
eventos ocorridos entre a emissão da 4ª e da 10ª folhas definitivas da planta, além
daqueles evidenciados no florescimento (fecundação) (FANCELLI; DOURADO-NETO,
1997b). Esses conhecimentos são muito importantes, principalmente quando o controle
de plantas daninhas vai ser realizado com herbicidas aplicados na pós-emergência.
Alguns autores observaram sensíveis reduções de rendimento em lavouras de milho
provocadas por grande parte dos herbicidas recomendados para a cultura,
principalmente quando os mesmos foram aplicados após a emissão da sexta ou sétima
folhas.
2.1.3.1 Seletividade de herbicidas aplicados em pós-emergência
Até 1995 só existiam herbicidas recomendados para condições de pré-plantio
incorporado e para pré-emergência visando o controle de plantas daninhas na cultura de
milho e limitando, de certa forma, a adoção do plantio direto pelo agricultor (SILVA;
MELHORANÇA, 1991). Para a resolução desse problema surgiu a necessidade do
desenvolvimento de novos herbicidas recomendados em pós-emergência (FRANCO,
2003).
Entre os principais herbicidas pós-emergentes utilizados atualmente na cultura do
milho destaca-se o nicosulfuron, do grupo químico das sulfoniluréias. Os herbicidas
deste grupo inibem a acetolactato sintase (ALS), a primeira enzima comum à rota de
biossíntese dos aminoácidos de cadeia ramificada, valina, leucina e isoleucina, em
plantas e microrganismos (ASHTON; MONACO, 1991; ANDERSON et al., 1998).
A seletividade dos herbicidas sulfoniluréias para as culturas baseia-se nas
diferentes taxas de metabolização dos mesmos pelas plantas (SWEETSER; SCHOW;
HUTCHENSON, 1982; OBRIGAWITCH; KENYON; KURATLE, 1990; CAREY; PENNER;
25
KELLS, 1997) e nas velocidades de absorção e translocação nos vegetais. Espécies
tolerantes detoxificam rapidamente estes herbicidas, transformando-os em compostos
não fitotóxicos pela ação do citocromo P450 monoxigenase, em reações de hidroxilação
e glioxilação (FONNE-PFISTER et al., 1990). Plantas de milho metabolizaram 90% do
nicosulfuron absorvido pelas folhas, enquanto plantas de Sorghum halepense não
metabolizaram o herbicida (OBRIGAWITCH; KENYON; KURATLE, 1990). Plantas de
trigo metabolizaram 97% do chlorsulfuron absorvido, enquanto plantas de beterraba
metabolizaram apenas 5% desse herbicida (SWEETSER; SCHOW; HUTCHENSON,
1982).
Híbridos considerados tolerantes ao nicosulfuron podem apresentar sensibilidade
diferencial, dependendo do estádio de desenvolvimento da planta, do ambiente e da
dose utilizada (MORTON; HARVEY, 1992; SIEGELIN, 1993; GUBBIGA et al., 1995). Na
maioria dos híbridos, a tolerância é mais acentuada nos estádios iniciais de
desenvolvimento. Com duas a três folhas expandidas (estádios de desenvolvimento V
2
e
V
3
), o milho mostra-se mais tolerante ao nicosulfuron do que nos estádios V
6
a V
8
(McMULLAN; BLACKSHAW, 1995). Da mesma forma, nicosulfuron, aplicado na dose de
75 g. ha
-1
em milho nos estádios de desenvolvimento V
3
a V
5
, não reduziu o rendimento
de grãos (SIEGELIN, 1993). Entretanto, quando aplicado em plantas nos estádios V
6
a
V
9
, o rendimento de grãos da cultura foi reduzido com apenas 19 g. ha
-1
do herbicida
(SIEGELIN, 1993; SWANTON; CHANDLER; ELMES, 1996).
Plantas de milho doce submetidas ao tratamento com 50 g. ha
-1
de nicosulfuron
nos estádios de desenvolvimento V
5
a V
7
apresentaram severos sintomas de injúria,
enquanto aquelas tratadas com 25 g ha
-1
, nas mesmas épocas, foram pouco afetadas
pelo herbicida (SULLIVAN; BOUW, 1997). O híbrido de milho Cargil 505 não apresentou
redução do rendimento de grãos quando pulverizado com nicosulfuron em doses
variando entre 40 e 80 g ha
-1
nos estádios de desenvolvimento V
5
a V
7
(FAHL;
CARELLI, 1997).
26
2.2 Importância econômica da cultura do arroz e perdas provocadas pelas plantas
daninhas
O Brasil é o maior produtor não-asiático e figura entre os dez principais
produtores mundiais de arroz, com 1,9% do total mundial. O maior produtor mundial de
arroz é a China, o segundo é a Índia e o terceiro, a Indonésia. Estes países em conjunto
têm produzido mais de 60% da produção mundial desse produto (ESTADOS UNIDOS,
2009).
A principal região produtora de arroz no Brasil é a região Sul, produzindo mais da
metade do arroz nacional, com principal destaque ao estado do Rio Grande do Sul. A
segunda maior região produtora é o Centro-oeste, com destaque para o Mato Grosso.
Somadas estas regiões têm correspondido à cerca de 80% da produção nacional de
arroz e estes estados a mais de 60% da produção nacional (BRAGAGNOLO, 2006).
A cultura do arroz irrigado assume grande importância no Rio Grande do Sul
(RS), pois são cultivados aproximadamente 1,1 milhão de ha, sendo o Estado
responsável por 42,33% da produção nacional. A produtividade média de grãos obtida
na última década no RS foi de 6,0 t ha
-1
, quase o dobro da média nacional
(COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB, 2009).
No entanto, a produtividade das lavouras de arroz irrigado (Oryza sativa sp.)
ainda está aquém do potencial dos cultivares devido a uso de sementes de baixa
qualidade, semeadura fora da época recomendada, manejo inadequado do solo e da
água, adubação insuficiente e, principalmente, controle deficiente de plantas daninhas.
Dentre as espécies daninhas que infestam as áreas de produção destaca-se o arroz-
vermelho (Oryza sp.), em razão das dificuldades existentes para efetuar seu controle
(SOUZA; FISCHER, 1986; FONTANA et al., 2007).
2. 2.1 Problemática do arroz-vermelho
O arroz-vermelho é considerado uma das mais importantes plantas daninhas em
áreas produtoras de arroz no mundo (ELEFTHEROHORINOS; DHIMA, 2002). As
populações de arroz-vermelho são bastante variáveis com relação às características das
27
plantas e das sementes, sendo utilizadas para diferenciar os biótipos. Assim, os biótipos
que apresentam sementes com cariopse de cor palha, marrom ou amarelada são
chamados de arroz-vermelho, enquanto os biótipos cujas sementes apresentam
cariopse de cor escura ou preta são conhecidos como arroz-preto (NOLDIN;
CHANDLER; McCAULEY, 1999a).
Tem sido tradicionalmente classificado como pertencente à mesma espécie do
arroz cultivado, devido à semelhança existente nas características morfológicas.
Entretanto, estudos utilizando marcadores de DNA mostraram que essa espécie
daninha é, na verdade, constituída de espécies do gênero Oryza, como O. rufipogon e
O. nivara, e subespécies como O. sativa ssp. indicae e O. sativa ssp. japonica
(VAUGHAN et al., 2001).
O arroz-vermelho compete com o arroz cultivado especialmente por luz, podendo
também competir por água e nutrientes se estes recursos forem escassos
(AGOSTINETTO et al., 2001). Suas características morfológicas, como maior estatura,
normalmente conferem a essa planta daninha maior habilidade competitiva (DIARRA;
SMITH JUNIOR; TALBET, 1985). Além disso, as sementes de arroz-vermelho podem
permanecer viáveis no solo por longo período de tempo, tornando difícil sua erradicação
(NOLDIN et al., 2004; NOLDIN; CHANDLER; McCAULEY, 2006).
2.2.2 Redução no potencial de rendimento do arroz cultivado
A infestação de arroz vermelho é citada com freqüência como responsável pela
redução do potencial de rendimento do arroz cultivado em várias regiões do mundo,
inclusive no Rio Grande do Sul. Sua mistura com arroz cultivado pode reduzir o preço de
comercialização e aumentar os custos de produção, devido ao custo das práticas
adicionais de controle adotadas pelo produtor.
De acordo com Smith Junior (1988), 20 plantas de arroz vermelho m
-2
reduziram
em 10, 20, 50 e 68% o rendimento de grãos da cultivar de arroz Newbonnet cultivada
em densidade de 215 plantas m
-2
, respectivamente com 46, 65, 103 e 120 dias de
interferência. Pesquisa realizada por Fischer e Ramirez (1993) constataram reduções no
rendimento de 40 e 60%, respectivamente, para populações de 5 e 20 plantas de arroz
28
vermelho m
-2
. A presença de plantas de arroz vermelho que formaram 5, 55, 85 e 170
panículas m
-2
reduziu o rendimento de grãos em 12, 19, 36 e 50% para a cultivar
BRIRGA 409 e em 8, 20, 35 e 49%, para a cultivar BRIRGA 410, respectivamente
(SOUZA; FISCHER, 1986). Em média, a presença de uma planta de arroz vermelho m
-2
reduz em 2,1% o rendimento de grãos do arroz cultivado (DIARRA; SMITH JUNIOR;
TALBET, 1985; PANTONE; BAKER, 1991).
Um estudo conduzido durante quatro anos (PANTONE; BAKER, 1991),
comprovou que o arroz vermelho possui maior habilidade competitiva que a cultivar
Mars, sendo dominante na comunidade. Os autores observaram que populações de
arroz vermelho de 4, 16, 25 e 300 plantas m
-2
reduziram o rendimento da cultivar em 20,
43, 57 e 91%, respectivamente. A presença de uma única planta de arroz vermelho
causou redução no rendimento de cada planta da cultivar equivalente à presença de
quatro plantas da própria cultivar, demonstrando assim a maior competitividade do arroz
vermelho. Dessa forma, verifica-se que o grau de interferência exercido pelo arroz
vermelho varia com o nível de infestação, condições edafoclimáticas, características da
cultivar, período de convivência e biótipo encontrado na área (PANTONE; BAKER,
1991).
Segundo Ottis et al. (2005), a produtividade de cultivares de arroz foi reduzida
com o aumento da população de arroz-vermelho, com perda de 755 kg ha
-1
para cada
planta m
-2
. No Rio Grande do Sul, estimativas mostram perdas correspondentes a 20%
da produção de arroz em decorrência da competição com o arroz vermelho (GOMES;
MAGALHÃES, 2004.
2.2.3 Controle químico de plantas daninhas
Botanicamente, o arroz vermelho (Oryza sativa L.) pertence à mesma espécie do
arroz cultivado (FISCHER; RAMIREZ, 1993). A similaridade existente entre o arroz-
vermelho e o arroz cultivado, até recentemente, impedia o controle seletivo desta planta
daninha com herbicidas. O controle químico, embora eficiente, causava grande
fitotoxicidade ao arroz cultivado (NOLDIN; CHANDLER; McCAULEY, 1999b).
29
O manejo de arroz-vermelho era realizado com outros métodos, como uso de
sementes de arroz isentas de arroz-vermelho, arranque manual, uso de sementes pré-
germinadas, preparo antecipado do solo com semeadura direta e emprego da rotação
de culturas (AGOSTINETTO et al., 2001).
Após décadas de busca por opções para controle de arroz-vermelho,
desenvolveram-se genótipos de arroz tolerantes aos herbicidas do grupo químico das
imidazolinonas, inibidores da ALS, o que possibilitou o controle do arroz-vermelho de
forma seletiva à cultura (STEELE; CHANDLER; MCCAULEY et al., 2002). A
variabilidade para esse caráter foi obtida por mutação induzida através da utilização de
mutagênico químico (CROUGHAN et al., 1996).
2.2.4 Seletividade de herbicidas
2.2.4.1 Sistema Clearfield®
Essa nova tecnologia que associa cultivares de arroz tolerante a herbicidas não-
seletivos ao arroz constitui-se numa estratégia eficiente para controle de arroz-vermelho
(STEELE; CHANDLER; McCAULEY, 2002; OTTIS; CHANDLER; MCCAULEY, 2003;
LEVY et al., 2006; VILLA et al., 2006), sendo difundida através do sistema denominado
Clearfield®.
Neste sistema é utilizado o herbicida Only®, o qual é constituído da mistura
formulada dos herbicidas imazethapyr (75 g L
-1
) e imazapic (25 g L
-1
), aplicado em pós-
emergência para controle de arroz-vermelho (SOSBAI, 2005). Na planta, sua absorção é
tanto radicular como foliar, sendo translocado pelo xilema e floema, acumulando-se nos
pontos de crescimento. Os herbicidas imazethapyr + imazapic pertencem ao grupo
químico das imidazolinonas, e seu mecanismo de ação é a inibição da acetolactato
sintase (ALS) – primeira enzima da rota de síntese dos aminoácidos de cadeia
ramificada, valina, leucina e isoleucina. Essa inibição interrompe a síntese protéica, que,
por sua vez, interfere na síntese de DNA e no crescimento celular (TREZZI; VIDAL,
2001). Os sintomas das plantas sob efeito dos herbicidas inibidores da ALS incluem
30
paralisação do crescimento, amarelecimento dos meristemas e redução no crescimento
das raízes (VARGAS et al., 1999).
O primeiro cultivar de arroz irrigado disponibilizado comercialmente para o
sistema Clearfield® no Brasil foi o IRGA 422CL. Este cultivar apresenta como
característica principal a tolerância ao herbicida Only® e foi obtido por meio do
retrocruzamento do cultivar IRGA 417 com a linhagem tolerante às imidazolinonas
(LOPES, 2003). O cultivar IRGA 417, utilizado como genitor recorrente, destaca-se pela
produtividade, qualidade de grão e boa adaptabilidade a todas as regiões orizícolas do
Rio Grande do Sul (SOSBAI, 2005). Atualmente, encontram-se registradas para o Brasil,
as cultivares mutadas (CL – Clearfield) IRGA 422 CL, Puitá CL INTA, SCS 115 CL e
Tuno CL com tolerância a mistura formulada dos herbicidas imazethapyr + imazapic.
No entanto, há relatos de que o arroz cultivado tolerante aos herbicidas
imazethapyr + imazapic possui também tolerância a vários outros herbicidas inibidores
da ALS, como imazaquin, imazapyr, nicosulfuron, pyrithiobac e triasulfuron (WEBSTER;
MASSON, 2001). Dentre esses, nicosulfuron, imazaquin e imazapyr demonstraram ser
seletivos ao arroz mutado e eficientes no controle de plantas daninhas.
Assim, de modo semelhante ao herbicida imazethapyr + imazapic, utilizado no
controle de arroz-vermelho, é possível que outros inibidores da ALS, como o
nicosulfuron, também apresente eficiência no controle dessa planta daninha.
2.3 Sulfoniluréias
Segundo Christoffoleti (1997), os herbicidas inibidores da ALS ou
acetohidroxiácido sintase (AHAS) pertencem a diversos grupos químicos, dentre eles as
sulfoniluréias, imidazolinonas, triazolopirimidinas e pirimidiloxitiobenzoatos. Estes
herbicidas apresentam como mecanismo de ação a inibição da síntese dos aminoácidos
alifáticos de cadeia lateral: valina, leucina e isoleucina (TREZZI; VIDAL, 2001). A via
biossintética desses três aminoácidos apresenta em comum o uso de uma enzima
chamada ALS, que participa na fase inicial do processo metabólico, catalisando uma
reação de condensação (CHRISTOFFOLETI; MENDONCA, 2001). Os herbicidas
inibidores da ALS impedem que esta reação de condensação aconteça, provocando,
31
como conseqüência, o bloqueio da produção dos aminoácidos alifáticos de cadeia
lateral. Quando o herbicida encontra-se presente dentro da célula de uma planta
susceptível, ocorre uma inibição não competitiva pelo herbicida com o substrato, de tal
maneira que não ocorre à formação do acetolactato, indispensável para que as demais
reações prossigam resultando na formação dos aminoácidos. A paralização na síntese
dos aminoácidos leva a uma interrupção na divisão celular e paralização do
crescimento. A morte das plantas daninhas ocorre dentro de 7 a 21 dias, dependendo
do estádio de desenvolvimento na época da aplicação (TREZZI; VIDAL, 2001).
A seletividade das sulfoniluréias para as plantas é conferida pelas diferentes
taxas de metabolização e pela velocidade de absorção e translocação. Espécies
tolerantes metabolizam rapidamente estes herbicidas, transformando em formas inativas
por meio do sistema citocromo P450 monoxigenase, em reações de hidroxilação e
glicosilação (FONNE-PFISTER et al., 1990). Dos herbicidas deste grupo químico, o
nicosulfuron é utilizado principalmente em aplicações em condições de pós-emergência,
com enfoque no controle de gramíneas e algumas espécies dicotiledôneas
(RODRIGUES; ALMEIDA, 2005).
Com a entrada do nicosulfuron no mercado brasileiro, pertencente ao grupo das
sulfoniluréias, foi facilitado o controle de plantas daninhas em pós-emergência da cultura
do milho, especialmente as do grupo das folhas estreitas (FRANCO, 2003). Esse grupo
de herbicidas permite maior flexibilidade e eficácia no controle de plantas daninhas em
doses relativamente baixas, possui baixa toxicidade para mamíferos e boa seletividade
para culturas de importância econômica (OLIVEIRA JR., 2001a). Estes compostos são
rapidamente absorvidos pelas folhas e translocados via apoplasto e simplasto para a
raiz e pontos de crescimento, principalmente para as áreas meristemáticas. São efetivos
em plantas daninhas anuais de crescimento rápido.
Para melhor utilização deste grupo de herbicidas, certos ajustes devem ser
efetuados visando à correção de algumas falhas que os mesmos têm apresentado,
como: i) consultar lista de híbridos e variedades recomendadas para tratamento com o
herbicida; ii) dose para cada híbrido ou variedade; iii) aplicação entre 2 a 6 folhas; iv)
não deve ser misturado com inseticidas organofosforados; v) observar o intervalo de 7
32
dias entre as adubações de cobertura nitrogenada e a aplicação do herbicida (NICOLAI,
2004).
No caso específico das sulfoniluréias, a seletividade esta associada ao
metabolismo diferencial. As sulfoniluréias são seletivas por sofrerem desativação
metabólica por hidrólise, ou seja, é a conversão rápida a compostos inativos nas
culturas tolerantes, ao passo que pouco ou nenhum metabolismo pode ser medido em
plantas sensíveis (CAREY; PENNER; KELLS, 1997; OLIVEIRA JR., 2001b). Para Skora
Neto (2002), espécies vegetais com tolerância a um determinado herbicida baseada na
metabolização da molécula pelas plantas podem apresentar biótipos com diferentes
níveis de tolerância ao produto.
2.3.1 Herbicida nicosulfuron
O nicosulfuron é um herbicida seletivo utilizado na cultura do milho, de ação
sistêmica, aplicado em pós-emergência e recomendado para controlar várias espécies
(ANDREI, 2005), como gramíneas anuais e algumas perenes, bem como certas
daninhas de folhas largas, sendo recomendado de 1,25 a 1,5 L. ha
-1
do produto
comercial, que contém 40 g do ingrediente ativo (nicosulfuron) por litro do produto
comercial. Pode ser aplicado em área total, em dose única ou seqüencial, isolados ou
em mistura com atrazina. O ingrediente ativo apresenta solubilidade em água de 360
ppm a 25ºC e Koc médio de 30ml g
-1
e uma meia vida curta, de apenas 21 dias
(RODRIGUES; ALMEIDA, 2005).
Plantas susceptíveis a este herbicida têm seu crescimento inibido em poucas
horas, mas os sintomas de injúrias têm surgido de uma a duas semanas após a
aplicação. Os sintomas aparecem inicialmente nas folhas novas e caracterizam-se por
manchas estriadas de clorose com um ligeiro enrugamento nas bordas das mesmas,
seguindo-se de uma clorose e necrose foliar geral. A seletividade ocorre porque o milho
tem capacidade de metabolizar o nicosulfuron em compostos não ativos (TREZZI;
VIDAL, 2001; VARGAS et al., 1999).
A metabolização do ingrediente ativo pelas plantas e a velocidade de absorção e
translocação é a base de seletividade de herbicidas do grupo das sulfoniluréias a
cereais (SWEETSER; SCHOW; HUTCHENSON, 1982). Como o nicosulfuron é aplicado
33
em baixas doses, sua toxicidade para mamíferos é baixa, pequeno poder residual e não
havendo acúmulo no solo (LEBOULANGER et al., 2001).
Apesar de ser recomendado para a cultura do milho, o nicosulfuron pode causar
em alguns cultivares, certa fitotoxidade em níveis inaceitáveis, dependendo do estádio
de desenvolvimento da planta, do ambiente e da dose utilizada, por isso antes da
utilização desses produtos numa determinada cultivar é preciso que tenha feito testes de
fitotoxidade, para se determinar se esta cultivar é sensível ao herbicida. Contudo,
mesmo para os cultivares recomendados, o uso do nicosulfuron deve ser evitado
quando o milho estiver fora do estádio de aplicação, em condições de estresse por
deficiência hídrica ou nutricional e, quando houver danos causados por ataque de
pragas, doenças ou nematóides (GUBBIGA et al., 1995).
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40
41
3 SELETIVIDADE DO HERBICIDA NICOSULFURON PARA A CULTURA DE MILHO
Resumo
O objetivo deste trabalho foi avaliar a seletividade do herbicida nicosulfuron
aplicado isolado ou em mistura com o herbicida atrazina, em condições de pós-
emergência de híbridos da cultura de milho. O experimento foi instalado no campo,
Fazenda Santo Expedito, município de Rio Claro, Estado de São Paulo, entre novembro
de 2007 e maio de 2008. Os híbridos utilizados foram DKB 370, DKB 990, AG 6020, AG
9040, AS 1551, AS 1572, SWB 585, BX 1149, BM 620 e BM 128, e o delineamento
experimental adotado foi em blocos casualizados, com cinco tratamentos e quatro
repetições. Os tratamentos herbicidas utilizados em g i.a. ha
-1
foram: nicosulfuron +
atrazina a 20 + 1500; nicosulfuron + atrazina a 40 + 3000; nicosulfuron a 50;
nicosulfuron a 60, bem como uma testemunha capinada, sendo os herbicidas aplicados
no estádio fenológico da cultura de milho de quatros folhas expandidas (V
4
). Foram
feitas avaliações visuais de sintomas de fitotoxicidade provocados pelos herbicidas aos
7, 15, 30, 45 e 60 dias após aplicação (DAA) e no final do ciclo da cultura, todas as
parcelas foram colhidas, a fim de se obter dados de produção, em t ha
-1
de grãos secos
(13% de umidade). Os dados foram analisados estatisticamente através da análise de
variância, seguido do teste de Tukey ao nível de significância de 5% de probabilidade.
Os híbridos de milho que foram tolerantes a todos os tratamentos herbicidas, e que não
sofreram reduções de produção significativas, foram DKB 370, AG 9040, AS 1551 e BM
620. Os tratamentos de nicosulfuron em mistura com atrazina nas doses de 20 + 1500 e
40 + 3000 g ha
-1
de i.a. foram seletivos para todos os híbridos testados. As doses de
nicosulfuron a 50 e 60 g i a ha
-1
foram as mais fitotóxicas dos experimentos, os híbridos
DKB 990, AG 6020, AS 1572, SWB 585, BX 1149 e BM 128 sofreram redução de
produção. Para os híbridos AG 6020 e SWB 585 ocorreu diferenças de produtividade
entre os tratamentos de nicosulfuron a 50 e 60 g i a ha
-1
, o que indica alta
suscetibilidade ao nicosulfuron.
Palavras-chave: Tolerância; Zea mayz L; Manejo; Controle químico
Abstract
The objective of this work was to evaluate the herbicide nicosulfuron selectivity
applied alone or in mixture with the herbicide atrazine in post emergence conditions of
corn crop hybrids. The experiment was installed in the field, Santo Expedito farm, Rio
Claro county, Sao Paulo state, Brazil, from November 2007 to may 2008. The hybrids
used were DKB 370, DKB 990, AG 6020, AG 9040, AS 1551, AS 1572, SWB 585, BX
1149, BM 620 e BM 128, and the experimental design adopted was randomized
completely blocks, with five treatments and four replications. The herbicides treatments
in g a.i. ha
-1
were: nicosulfuron + atrazine at 20 + 1,500; nicosulfuron + atrazine at 40 +
3,000; nicosulfuron at 50; nicosulfuron at 60, as well as a check weed free, being the
herbicides sprayed at the corn crop phenological stage of four true leaves (V
4
). Visual
42
evaluations of the herbicides phytotoxicity were done at 7, 15, 30, 45 and 60 days after
herbicide application (DAA) and at the end of the crop cycle it was evaluated the grain
yield in t ha
-1
(13% humidity). The data were statistically analyzed by the analysis of
variance followed by the Tukey test at 5% significance. The corn hybrids that tolerated all
the herbicide treatments and that did not suffer any significant grain yield decrease were
DKB 370, AG 9040, AS 1551 e BM 620. The treatments of nicosulfuron in mixtures with
atrazine at the rates of 20 + 1,500 and 40 + 3,000 g ha
-1
of a.i. were selective to all
hybrids tested. The rates of nicosulfuron of 50 and 60 g a.i. ha
-1
were the most phytotoxic
of the experiments, the hybrids DKB 990, AG 6020, AS 1572, SWB 585, BX 1149 and
BM 128 had grain yield reduction. The hybrids AG 6020 e SWB 585 had diferences in
the crop yield between the treatments of nicosulfuron at 50 and 60 g a.i. ha
-1
, that
indicates high susceptibility to nicosulfuron.
Keywords: Tolerance; Zea mayz L.; Management; Chemical control
3.1 Introdução
O milho ocupa posição de destaque na economia brasileira em decorrência da
área cultivada e do volume produzido, atingindo aproximadamente 14 milhões de
hectares cultivados, com produção aproximada de 54 milhões de toneladas por ano
(FNP, 2009). No entanto, um dos fatores que comprometem seu rendimento é a
interferência exercida pelas plantas daninhas. Estima-se que a redução causada por
plantas daninhas no rendimento de produção na cultura de milho, devido à interferência
das plantas daninhas, pode alcançar até 70% da produtividade potencial (FANCELLI;
DOURADO-NETO, 2000) no qual se torna necessário o uso de medidas de controle
para reduzir os efeitos negativos dessa interferência (SILVA; FERREIRA; FERREIRA,
2002). Dentre estas, o controle químico tem se destacado, pela eficiência no controle
das plantas daninhas, rapidez na operação e economia nos custos, quando comparados
com outros métodos (MEROTTO JUNIOR et al., 1997).
A seletividade do herbicida é a base para o sucesso do controle químico de
plantas daninhas na produção agrícola. É considerada como uma medida da resposta
diferencial de diversas espécies de plantas a um determinado herbicida. Quanto maior a
diferença de tolerância entre a cultura e a planta daninha, maior a segurança de
aplicação. É um fator relativo e particularmente característico para uma determinada
interação herbicida – planta daninha – cultura – condições edafoclimáticas. Por
43
tratamento seletivo entende-se aquele que controla plantas daninhas sem afetar
seriamente as plantas que são de interesse (culturas) (OLIVEIRA JR., 2001).
Entre os fatores que determinam a seletividade encontram-se: i) fatores
relacionados às características do herbicida ou ao método de aplicação como dose,
formulação, localização espacial ou temporal do herbicida em relação à planta; ii) fatores
relacionados às características das plantas como seletividade associada à retenção e à
absorção diferencial (idade das plantas, cultivar, tamanho da semente ou estrutura de
propagação vegetativa); seletividade associada à translocação diferencial e; seletividade
associada ao metabolismo diferencial (destoxificação); iii) antídotos (OLIVEIRA
JUNIOR., 2001; NICOLAI, 2004).
Entre os principais herbicidas pós-emergentes utilizados atualmente na cultura do
milho destaca-se o nicosulfuron, do grupo químico das sulfoniluréias. Os herbicidas
deste grupo inibem a acetolactato sintase (ALS), a primeira enzima comum à rota de
biossíntese dos aminoácidos de cadeia ramificada, valina, leucina e isoleucina, em
plantas e microrganismos (ASHTON; MONACO, 1991; ANDERSON et al., 1998).
A seletividade dos herbicidas sulfoniluréias para as culturas baseia-se nas
diferentes taxas de metabolização dos mesmos pelas plantas (SWEETSER; SCHOW;
HUTCHENSON, 1982; OBRIGAWITCH; KENYON; KURATLE, 1990; CAREY; PENNER;
KELLS, 1997) e nas velocidades de absorção e translocação nos vegetais. Espécies
tolerantes detoxificam rapidamente estes herbicidas, transformando-os em compostos
não fitotóxicos pela ação do citocromo P450 monoxigenase, em reações de hidroxilação
e glioxilação (FONNE-PFISTER et al., 1990). Híbridos considerados tolerantes ao
nicosulfuron podem apresentar sensibilidade diferencial, dependendo do estádio de
desenvolvimento da planta, do ambiente e da dose utilizada (MORTON; HARVEY, 1992;
SIEGELIN, 1993; GUBBIGA et al., 1995). Na maioria dos híbridos, a tolerância é mais
acentuada nos estádios iniciais de desenvolvimento. Com duas a três folhas expandidas
(estádios de desenvolvimento V
2
e V
3
), o milho mostra-se mais tolerante ao nicosulfuron
do que nos estádios V
6
a V
8
(McMULLAN; BLACKSHAW, 1995).
Assim, o herbicida a ser empregado deve ser preferencialmente seletivo para a
cultura não causando injúrias às plantas de milho, tanto na parte aérea quanto no
sistema radicular, visto que inúmeras condições de uso podem causar distintos efeitos
44
fitotóxicos. Por essa razão, é fundamental a avaliação, em condições de campo, da
influência dos principais herbicidas sobre o desempenho da cultura de milho,
independente da sua eficiência no controle de plantas daninhas. Para isso, deve-se
conhecer a fenologia da cultura e os momentos de definição do potencial de produção
(LÓPEZ-OVEJERO, 2000).
Assim, é de fundamental importância estudar a seletividade do herbicida
nicosulfuron aos diferentes híbridos comerciais. Esta caracterização permitirá que as
recomendações de aplicação deste herbicida sejam baseadas no grau de seletividade
diferencial aos híbridos, permitindo assim aplicações seguras e sem efeitos fitotoxicos.
Sendo assim, este trabalho teve por objetivo avaliar a seletividade do herbicida
nicosulfuron aplicado isoladamente ou em mistura com atrazina e em diferentes
dosagens, no desempenho de dez híbridos de milho em pós-emergência no estádio
fenológico v
4
(quatro folhas expandidas).
3.2 Material e Métodos
A pesquisa foi conduzida em condições de campo durante a safra 2007/2008, em
área da Fazenda Santo Expedito, localizada em Rio Claro, SP. O solo da área
apresenta textura arenosa, com 14,8% de argila, 72% de areia, 13,2% de silte, pH em
CaCl
2
igual a 5, matéria orgânica 10 g/dm
3
, 3 mg/dm
3
de fósforo e 1,8 mmolc/dm
3
de
potássio, 12 mmolc/dm
3
Ca, 54,8 mmolc/dm
3
de CTC e V% de 48, sendo
tradicionalmente cultivado com a cultura do milho.
Os híbridos de milho testados são designados comercialmente como AG 6020,
AG 9040, AS1551, AS 1572, BM 128, BM 620, SWB 585, DKB 370, DKB 990 e BX
1149, e foram semeados no dia 30 de novembro de 2007 no espaçamento de 80 cm
entrelinhas e 7 sementes por metro linear. A adubação de plantio foi feita nas linhas de
semeadura com 300 kg ha
-1
da formula comercial 10-30-20 (N - P
2
O
5
- K
2
O). Realizou-
se adubação nitrogenada de cobertura com uréia na dose de 200 kg de N ha
-1
aos 45
dias após a emergência (DAE), quando o milho se apresentava nos estádios V
7
(quatro
folhas expandidas).
45
Durante a condução dos experimentos foram realizadas duas aplicações de
inseticida em toda a área experimental para o controle da praga lagarta-do-cartucho
(Spodoptera frugiperda). Na primeira aplicação usou-se deltametrina (marca comercial
Decis) a 200 ml produto comercial (p.c.) ha
-1
e para a segunda o inseticida lufenuron
(marca comercial Match) a 300 ml p.c. ha
-1
e o inseticida lambda-cialotrina (marca
comercial Karate) a 250 ml p.c. ha
-1
.
Foi um experimento para cada híbrido, no delineamento experimental de blocos
ao acaso, com cinco tratamentos e quatro repetições. As parcelas constaram de quatro
linhas espaçadas de 0,80 m com 7,0 m de comprimento, totalizando 22,4 m² de área
total e 16 m² de área útil. Os tratamentos aplicados foram duas doses do herbicida
nicosulfuron isolado (50 e 60 g ha
-1
) e em mistura com atrazina (20 + 1500 e 40 + 3000
g ha
-1
). Todos os tratamentos estão detalhadamente descritos na Tabela 1.
Tabela 1 - Tratamentos experimentais aplicados em dez híbridos de milho na safra
2007/2008. Rio Claro - SP, 2008
Tratamentos Herbicidas Dose aplicada
L ha
-1
de p.c.
1
Dose aplicada
g ha
-1
de i.a.
2
Nome comum Nome comercial
1. Testemunha capinada - - -
2. Nicosulfuron + Atrazina Sanson + Gesaprim 0,5 + 3,0 20 + 1500
3. Nicosulfuron + Atrazina Sanson + Gesaprim 1,0 + 6,0 40 + 3000
4. Nicosulfuron Sanson 1,25 50
5. Nicosulfuron Sanson 1,50 60
1
produto comercial;
2
- ingrediente ativo.
A aplicação dos herbicidas foi realizada dia 21 de dezembro de 2008, das 10:30
às 13:30 h. No momento das aplicações, os parâmetros meteorológicos médios foram:
UR (%) de 70,0%; T (ºC) de 28,7ºC; céu aberto e ventos de 5,0 km h
-1
. Utilizou-se
pulverizador costal pressurizado por CO
2
, acoplado a uma barra de pulverização com
largura útil de 2 m, com quatro pontas do tipo leque Teejet TT, XR 110.02, espaçadas
em 0,50 m, calibrado para um volume de calda proporcional a 200 L ha
-1
o que
46
corresponde a uma pressão de trabalho de 23 lb pol
-2
. As precipitações, vento, umidade
relativa média e temperatura média do período que o experimento esteve em campo
estão apresentadas na Tabela 2. É importante ressaltar que em toda a área
experimental, mesmo onde foi feita a aplicação de herbicidas o controle de plantas
daninhas foi mantido 100% através de capinas, com o objetivo de evitar qualquer tipo de
confundimento nos resultados finais que visam a comparação de seletividade dos
herbicidas.
Tabela 2 - Precipitações (mm), vento médio (km/h), umidade relativa média (U.R.M.) em
porcentagem (%) e Temperatura média (T.M.) em ºC, observadas durante o
período de condução do experimento. Rio Claro - SP, 2008
Ano de 2007/08
Precipitação
(mm)
Vento Médio
(km/h)
U.R.M.
1
(%)
T.M.
2
(ºC)
Novembro 125,0 3,96 85,9 22,2
Dezembro 195,0 5,40 83,9 23,9
21 de Dezembro 0,0 3,96 90,0 22,6
Janeiro 415,0 5,40 92,3 22,6
Fevereiro 120,0 3,60 91,8 23,5
Março 125,0 5,40 89,0 22,9
Abril 105,0 3,60 92,6 21,2
Maio 65,0 4,32 88,5 17,8
1 - Umidade Relativa Média; 2 - Temperatura Média; * - Dados fornecidos pela Fazenda Santo Expedito.
As variáveis avaliadas foram: fitotoxicidade aos 7, 15, 30, 45 e 60 DAA e
produção em t ha
-1
de grãos secos (13% de umidade) no final do ciclo da cultura. Nas
avaliações de fitotoxicidade, utilizou-se escala variando de 0 a 100%, em que zero
representou a ausência de sintomas e 100 a morte de todas as plantas.
Na análise dos dados empregou-se análise de variância, e as médias foram
comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
47
3.3 Resultados e discussão
Foram observados alguns sintomas fitotoxicos iniciais em todos os híbridos
testados, para todos os tratamentos, principalmente aos 15 DAA. Esses sintomas
restringiram-se a cloroses nas folhas novas e redução do crescimento inicial, contudo
em todos os híbridos, esses sintomas desapareceram principalmente nas avaliações
dos 30 e 45 DAA (Tabelas 3 a 12).
Esta observação corrobora com Moro e Damião Filho (1999) que observaram, em
plantas de milho após a aplicação do nicosulfuron, alterações morfoanatômicas das
folhas com clorose e enrugamento da lâmina foliar e que tais sintomas desaparecem ao
longo do ciclo da cultura. Resultados semelhantes quanto à fitotoxicidade de
sulfoniluréias foram obtidos por Zagonel (2002) para o híbrido DKB 214. Este autor
constatou que a injúria desapareceu aos 15 DAA dos herbicidas.
Os dados de fitotoxicidade e produtividade dos híbridos (Tabelas 3 a 12)
evidenciam que os tratamentos com nicosulfuron em mistura com a atrazina nas doses
de 20 + 1500 e 40 + 3000 g ha
-1
não causaram reduções de produtividade em nenhum
dos híbridos testados. Aos 7, 15 e 30 DAA foram observados sintomas de fitotoxicidade
inferiores a 12,5% e aos 45 e 60 DAA os sintomas desapareceram. Para o híbrido AS
1572 a seletividade foi maior, pois não foram observados sintomas de fitotoxicidade já
na avaliação dos 30 DAA (Tabela 8).
Os híbridos que apresentaram tolerância a todos os tratamentos herbicidas
testados, apesar dos sintomas fitotóxicos iniciais, e que não sofreram reduções de
produtividade, foram DKB 370, AG 9040, AS 1551 e BM 620 (Tabelas 3 a 6). Dentre
estes híbridos, apenas AG9040 e AS 1551 não apresentaram notas de fitotoxicidade
acima de 15% em nenhuma das avaliações para nenhum dos tratamentos avaliados.
48
Tabela 3 - Resultados das avaliações de fitotoxicidade e produção, em t ha
-1
, para o
híbrido DKB 370, aos 7, 15, 30, 45 e 60 DAA. Rio Claro - SP, 2008
Tratamentos
Dose
(i.a.
g ha
1
)
Fitotoxicidade (%) DKB 370
P
1
(t ha
-1
)
07 15 30 45 60
DAA
Testemunha capinada - 0,0 d 0,0 d 0,0 c 0,0 0,0 6,4 a
Nicosulfuron + ATZ
2
20 + 1500 5,3 c 2,5 c 0,0 c 0,0 0,0 6,5 a
Nicosulfuron + ATZ
2
40 + 3000 10,5 b 5,8 b 2,0 b 0,0 0,0 6,4 a
Nicosulfuron 50 15
,
5 a 10
,
5 a 5
,
8 a 0
00
0 6
,
6 a
Nicosulfuron 60 15,5 a 10,0 a 5,0 a 0,0 0,0 6,5 a
DMS 2,45 2,05 1,54 0 0 0,315
CV (%) 6,15 5,28 7,41 0 0 29,53
1
Produção em toneladas por hectare de grãos secos (13% de umidade);
2
Atrazina.
Tabela 4 - Resultados das avaliações de fitotoxicidade e produção, em t ha
-1
, para o
híbrido AG 9040, aos 7, 15, 30, 45 e 60 DAA. Rio Claro - SP, 2008
Tratamentos
Dose
(i.a.
g ha
1
)
Fitotoxicidade (%) AG 9040
P
1
(t ha
-1
)
07 15 30 45 60
DAA
Testemunha capinada - 0,0 c 0,0 c 0,0 c 0,0 0,0 5,7 a
Nicosulfuron + ATZ
2
20 + 1500 5,0 b 6,5 b 1,3 b 0,0 0,0 5,6 a
Nicosulfuron + ATZ
2
40 + 3000 5,0 b 7,3 b 1,3 b 0,0 0,0 6,0 a
Ni
cosu
lf
u
r
o
n
50
1
0,0
a
11
,0
a
5,0
a
5,9
a
Nicosulfuron 60 10,0 a 11,0 a 5,0 a 0,0 0,0 5,8 a
DMS 2,59 3,15 1,89 - - 0,519
CV
(
%
)
11,41 9,51 7,88 0 0 24,57
1
Produção em toneladas por hectare de grãos secos (13% de umidade);
2
Atrazina.
49
Tabela 5 - Resultados das avaliações de fitotoxicidade e produção, em t ha
-1
, para o
híbrido AS 1551, aos 7, 15, 30, 45 e 60 DAA. Rio Claro - SP, 2008
Tratamentos
Dose
(i.a.
g ha
1
)
Fitotoxicidade (%) AS 1551
P
1
(t ha
-1
)
07 15 30 45 60
DAA
Testemunha capinada - 0,0 c 0,0 d 0,0 d 0,0 0,0 6,1 a
Nicosulfuron + ATZ
2
20 + 1500 6,5 b 9,0 b 1,3 c 0,0 0,0 6,1 a
Nicosulfuron + ATZ
2
40 + 3000 5,0 b 7,0 c 2,5 b 0,0 0,0 6,1 a
Nicosulfuron 50 11,3 a 13,8 a 3,8 ab 0,0 0,0 5,9 a
Nicosulfuron 60 12,0 a 13,0 a 5,8 a 0,0 0,0 5,8 a
DMS 2
,
88 3
,
12 1
,
97 - - 0
,
357
CV
(
%
)
8,42 6,58 5,66 0 0 26,78
1
Produção em toneladas por hectare de grãos secos (13% de umidade);
2
Atrazina.
Tabela 6 - Resultados das avaliações de fitotoxicidade e produção, em t ha
-1
, para o
híbrido BM 620, aos 7, 15, 30, 45 e 60 DAA. Rio Claro - SP, 2008
Tratamentos
Dose
(i.a.
g ha
1
)
Fitotoxicidade (%) BM 620
P
1
(t ha
-1
)
07 15 30 45 60
DAA
Testemunha capinada - 0,0 c 0,0 e 0,0 e 0,0 c 0,0 b 6,3 a
Nicosulfuron + ATZ
2
20 + 1500 0,0 c 1,3 d 1,3 d 0,0 c 0,0 b 6,5 a
Nicosulfuron + ATZ
2
40 + 3000 10,0 b 9,0 c 5,0 c 0,0 c 0,0 b 6,3 a
Nicosulfuron
50
10,0 b
11,8 b
8,8 b
4,5 b
0,0 b
6,4 a
Nicosulfuron 60 20,0 a 17,5 a 13,0 a 9,3 a 3,8 a 6,6 a
DM
S
3,
21 2
,89
2
,55
1
,95
-
0,35
1
CV
(
%
)
11,45 9,61 4,88 5,69 0 12,55
1
Produção em toneladas por hectare de grãos secos (13% de umidade);
2
Atrazina.
50
Estes resultados corroboram com diversos experimentos que foram conduzidos
nas últimas safras, em diferentes regiões do país (Ponta Grossa, Marechal Cândido
Rondon, Maringá, Londrina e Bandeirantes – PR; Selvíria e Campo Grande – MS;
Paranapanema e Paulínia – SP; Santa Maria – RS; Uberlândia – MG), com o objetivo de
avaliar a eficácia e a seletividade dos herbicidas inibidores da ALS em pós-emergência
da cultura de milho. Os herbicidas estudados foram nicosulfuron (40, 50 ou 60 g i.a. ha
-1
)
e/ou foramsulfuron + iodosulfurom-methyl-sodium (36 + 2,4 e 45 + 3 g i.a. ha
-1
) isolados
ou mistura com atrazina, aplicados entre 2 a 5 folhas totalmente expandidas, em
diferentes híbridos. Nenhum produto provocou qualquer injúria ao milho que
comprometesse a produção. Os mesmos foram seletivos a uma série de híbridos de
milho ou causaram dano à cultura, porém, não afetaram a produtividade. Os tratamentos
avaliados não afetaram o número de espigas, estande da cultura na pré-colheita, altura
e rendimento. Todos os tratamentos promoveram temporariamente sinais leves de
fitotoxicidade, porém não interferiram no seu rendimento, os quais foram
estatisticamente semelhantes à testemunha mantida capinada (CONTIERO; LOPES,
2002; PEREIRA et al., 2001; ADORYAN; GELMINI; VICTORIA FILHO, 2002; FAGLIARI
et.al., 2002; CARVALHO et al., 2002; ALVES et al., 2002; ALMEIDA; LEITE; FONTES,
2002; OSIPE, 2002; DORNELLES et al., 2002; PASINATTO; FONTES; ZAGONEL,
2002; FRANCO, 2002; PINTO; ZAMBON; SANCHEZ et al., 2002).
Spader e Vidal (2001) em pesquisa com milho híbrido AG 5011 aplicando doses
do herbicida nicosulfuron de 0, 60 e 80 g ha
-1
em diferentes estádios de
desenvolvimento vegetativo do milho observaram que não ocorreram sintomas
evidentes de injúria nas plantas de milho quando tratadas com nicosulfuron no estádio
de desenvolvimento V
3
, para ambas as doses aplicadas.
O tratamento de nicosulfuron + atrazina a 20 + 1500 g ha
-1
foi o mais seletivo dos
experimentos, sem redução de produtividade para nenhum dos híbridos testados
(Tabelas 3 a 12). Apenas os híbridos DKB 990 apresentam notas de fitotoxicidade acima
de 10% apenas aos 7 DAA (Tabela 7).
Para a mistura nicosulfuron + atrazina a 40 + 3000 g ha
-1
nenhum dos materiais
testados apresentou notas de fitotoxicidade acima de 15% em nenhuma das avaliações
realizadas (Tabelas 3 a 12).
51
As doses de nicosulfuron de 50 e 60 g ha
-1
foram as mais fitotóxicas dos
experimentos. Nestes tratamentos, em quase todos os híbridos foram observadas notas
de fitotoxicidade entre 10 e 20%, principalmente aos 7 e 15 DAA. Quanto à
produtividade, para os tratamentos com nicosulfuron a 50 e 60 g ha
-1
, houve reduções
nos híbridos DKB 990, AS 1572, BX 1149, BM 128, AG 6020 e SWB 585 (Tabelas 7 a
12). Todos os híbridos acima que tiveram redução de produção não apresentaram
sintomas fitotóxicos aos 60 DAA e para o híbrido AS 1572 os sintomas não foram
observados já para a avaliação aos 30 DAA (Tabela 8). Segundo López-Ovejero (2000),
a redução de produtividade causada pela aplicação de uma herbicida nem sempre está
associada a sintomas visuais de fitotoxicidade aparente, que na prática é conhecido
popularmente por fitotoxicidade invisível.
Tabela 7 - Resultados das avaliações de fitotoxicidade e produção, em t ha
-1
, para o
híbrido DKB 990, aos 7, 15, 30, 45 e 60 DAA. Rio Claro - SP, 2008
Tratamentos
Dose
(i.a.
g ha
1
)
Fitotoxicidade (%) DKB 990
P
1
(t ha
-1
)
07 15 30 45 60
DAA
Testemunha capinada - 0,0 d 0,0 d 0,0 d 0,0 b 0,0 7,8 a
Nicosulfuron + ATZ
2
20 + 1500 10,0 c 7,0 c 1,3 c 0,0 b 0,0 7,6 a
Nicosulfuron + ATZ
2
40 + 3000 13,8 b 12,5 b 5,8 b 0,0 b 0,0 7,4 a
Nicosulfuron 50 20,0 a 18,8 a 11,8 a 4,5 a 0,0 6,1 b
Nicosulfuron 60 22,5 a 20,0 a 11,8 a 4,5 a 0,0 6,2 b
DMS 3
,
57 2
,
85 2
,
44 - - 0
,
411
CV (%)
7,88 8,41 4,58 0 0 31,25
1
Produção em toneladas por hectare de grãos secos (13% de umidade);
2
Atrazina.
52
Tabela 8 - Resultados das avaliações de fitotoxicidade e produção, em t ha
-1
, para o
híbrido AS 1572, aos 7, 15, 30, 45 e 60 DAA. Rio Claro - SP, 2008
Tratamentos
Dose
(i.a.
g ha
1
)
Fitotoxicidade (%) AS 1572
P
1
(t ha
-1
)
07 15 30 45 60
DAA
Testemunha - 0,0 c 0,0 d 0,0 0,0 0,0 6,4 a
Nicosulfuron + ATZ
2
20 + 1500 5,0 b 1,3 c 0,0 0,0 0,0 6,3 a
Nicosulfuron + ATZ
2
40 + 3000 5,0 b 5,8 b 0,0 0,0 0,0 6,4 a
Nicosulfuron 50 5,0 b 7,3 a 0,0 0,0 0,0 5,8 b
Nicosulfuron 60 10,0 a 8,5 a 0,0 0,0 0,0 5,8 b
DMS
2,88
2,25
---
0,477
CV (%)
6,54 4,78 0 0 0 21,47
1
Produção em toneladas por hectare de grãos secos (13% de umidade);
2
Atrazina.
Tabela 9 - Resultados das avaliações de fitotoxicidade e produção, em t ha
-1
, para o
híbrido BX 1149, aos 7, 15, 30, 45 e 60 DAA. Rio Claro - SP, 2008
Tratamentos
Dose
(i.a.
g ha
1
)
Fitotoxicidade (%) BX 1149
P
1
(t ha
-1
)
07 15 30 45 60
DAA
Testemunha capinada - 0,0 c 0,0 c 0,0 c 0,0 b 0,0 7,4 a
Nicosulfuron + ATZ
2
20 + 1500 5,0 b 2,5 b 0,0 c 0,0 b 0,0 7,3 a
Nicosulfuron + ATZ
2
40 + 3000 6,3 b 3,3 b 1,3 b 0,0 b 0,0 7,3 a
Nicosulfuron 50 10,0 a 8,8 a 3,8 a 1,3 a 0,0 6,7 b
Nicosulfuron 60 10,0 a 8,8 a 4,5 a 2,5 a 0,0 6,4 b
DMS 2,21 2,05 1,44 1,28 - 0,577
CV (%)
9,56 8,75 9,61 5,99 0 29,87
1
Produção em toneladas por hectare de grãos secos (13% de umidade);
2
Atrazina.
53
Tabela 10 - Resultados das avaliações de fitotoxicidade e produção, em t ha
-1
, para o
híbrido BM 128, aos 7, 15, 30, 45 e 60 DAA. Rio Claro - SP, 2008
Tratamentos
Dose
(i.a.
g ha
1
)
Fitotoxicidade (%) BM 620
P
1
(t ha
-1
)
07 15 30 45 60
DAA
Testemunha - 0,0 d 0,0 e 0,0 d 0,0 c 0,0 5,8 a
Nicosulfuron + ATZ
2
20 + 1500 6,3 c 6,8 c 1,3 c 0,0 c 0,0 5,7 a
Nicosulfuron + ATZ
2
40 + 3000 6,3 c 5,0 d 0,0 d 0,0 c 0,0 5,8 a
Nicosulfuron 50 10,5 b 9,3 b 5,0 b 1,3 b 0,0 5,3 b
Nicosulfuron 60 16,8 a 13,0 a 11,3 a 6,3 a 0,0 5,2 b
DMS 3,54 2,57 2,57 2,31 - 0,344
CV (%)
8,57 4,88 4,21 3,68 0 18,56
1
Produção em toneladas por hectare de grãos secos (13% de umidade);
2
Atrazina.
López-Ovejero et al. (2003) também constataram redução de produtividade para
o híbrido P 3027 na dose de 52 g ha
-1
de nicosulfuron aplicada em plantas com quatro
folhas expandidas. Spader e Antoniazzi (2006) observaram que os híbridos DKB 214,
AS 1550, P30P70, Speed, Penta, P30R50 e DOW 2B150 apresentaram redução na
produtividade de grãos quando foram submetidos à dose de 60 g ha
-1
de nicosulfuron no
estádio de seis folhas expandidas. Da mesma forma, Spader e Vidal (2001) indicaram
que a injúria causada pelo nicosulfuron, nas doses de 60 e 80 g ha
-1
, reduziu a
produtividade de grãos do híbrido AG 501 na ordem de 9 e 23% em relação à
testemunha não-tratada, quando aplicado no estádio de desenvolvimento de seis folhas
expandidas, e em 17 e 26% quando aplicado no estádio de nove folhas expandidas,
respectivamente.
Para Skora Neto (2002) houve diferença na tolerância dos híbridos ao
nicosulfuron, entretanto, a maioria das plantas com sintomas de intoxicação
recuperaram-se visualmente do efeito do herbicida. Os híbridos precoces XB 7011, XL
355, XL 357 e Z 8410 e os híbridos normais Z 8550 e Z 85E03 foram os que tiveram
redução significativa no rendimento.
54
Para os híbridos AG 6020 e SWB 585 ocorreu diferenças de produtividade entre
os tratamentos de nicosulfuron a 50 e 60 g ha
-1
, o que indica alta suscetibilidade ao
nicosulfuron (Tabela 11 e 12).
Tabela 11 - Resultados das avaliações de fitotoxicidade e produção, em t ha
-1
, para o
híbrido AG 6020, aos 7, 15, 30, 45 e 60 DAA. Rio Claro - SP, 2008
Tratamentos
Dose
(i.a.
g ha
1
)
Fitotoxicidade (%) AG 6020
P
1
(t ha
-1
)
07 15 30 45 60
DAA
Testemunha - 0,0 d 0,0 c 0,0 c 0,0 b 0,0 8,4 a
Nicosulfuron + ATZ
2
20 + 1500 5,0 c 10,0 b 5,3 b 0,0 b 0,0 8,2 a
Nicosulfuron + ATZ
2
40 + 3000 8,5 b 10,0 b 5,8 b 0,0 b 0,0 8,2 a
Nicosulfuron 50 11,3 a 13,8 a 8,8 a 1,3 a 0,0 7,5 b
Nicosulfuron 60 11,3 a 13,8 a 8,5 a 0,0 b 0,0 7,2 c
DMS 2,40 2,15 2,87 - - 0,431
CV (%)
10,21 9,68 6,47 0 0 36,98
1
Produção em toneladas por hectare de grãos secos (13% de umidade);
2
Atrazina.
Tabela 12 - Resultados das avaliações de fitotoxicidade e produção, em t ha
-1
, para o
híbrido SWB 585, aos 7, 15, 30, 45 e 60 dias após aplicação (DAA). Rio
Claro - SP, 2008
Tratamentos
Dose
(i.a.
g ha
1
)
Fitotoxicidade (%) SWB 585
P
1
(t ha
-1
)
07 15 30 45 60
DAA
Testemunha capinada - 0,0 c 0,0 c 0,0 c 0,0 b 0,0 7,4 a
Nicosulfuron + ATZ
2
20 + 1500 5,0 b 0,0 c 0,0 c 0,0 b 0,0 7,2 a
Nicosulfuron + ATZ
2
40 + 3000 5,0 b 0,0 c 0,0 c 0,0 b 0,0 7,1 a
Nicosulfuron 50 15,0 a 9,0 b 3,8 b 0,0 b 0,0 6,6 b
Nicosulfuron 60 17,5 a 13,8 a 8,8 a 6,5 a 0,0 5,7 c
DMS
3,11
2,96
1,85
--
0,528
CV (%)
6,33 5,99 8,52 0 0 39,62
1
Produção em toneladas por hectare de grãos secos (13% de umidade);
2
Atrazina.
55
3.4 Conclusões
Nas condições em que se realizaram os experimentos pode-se concluir que os
tratamentos com nicosulfuron em mistura com a atrazina nas doses de 20 + 1500 e 40 +
3000 g ha
-1
de i.a. não causaram redução de produtividade em nenhum dos híbridos
testados.
Os híbridos que apresentaram tolerância a todos os tratamentos herbicidas
testados, apesar dos sintomas fitotóxicos iniciais, que não mostraram reduções de
produtividade, foram DKB 370, AG 9040, AS 1551 e BM 620.
As doses de nicosulfuron a 50 e 60 g i a ha
-1
foram as mais fitotóxicas dos
experimentos, os híbridos DKB 990, AG 6020, AS 1572, SWB 585, BX 1149 e BM 128
apresentaram redução de produção. Para os híbridos AG 6020 e SWB 585 ocorreu
diferenças de produtividade entre os tratamentos de nicosulfuron a 50 e 60 g i a ha
-1
, o
que indica alta suscetibilidade ao nicosulfuron.
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60
61
4 SELETIVIDADE DO HERBICIDA NICOSULFURON PARA A CULTURA DO ARROZ
Resumo
O objetivo deste trabalho foi avaliar a seletividade do herbicida nicosulfuron em
duas cultivares de arroz tolerante às imidazolinonas imazethapyr + imazapic (AHAS-
tolerante). O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Departamento de
Produção Vegetal da Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria - RS, no
período compreendido de novembro de 2008 a janeiro de 2009, com duas cultivares de
arroz irrigado AHAS-resistente submetidas a sete doses do herbicida nicosulfuron. Os
tratamentos resultaram de esquema do tipo fatorial 2 x 8, em que duas foram as
cultivares de arroz (IRGA 422 CL e Puitá CL INTA) e oito foram as doses de
nicosulfuron (0; 6,25; 12,5; 25; 50; 100; 200 e 400 g i.a.ha
-1
). As parcelas experimentais
constaram de vasos plásticos com capacidade para 1,4 L, preenchidos com solo
devidamente fertilizado. As cultivares foram semeadas diretamente nos vasos a 1,0 cm
de profundidade e a aplicação dos tratamentos herbicidas foi realizada em condições de
pós-emergência com as plantas de arroz em estádio fenológico de 2-3 folhas (BBCH 12-
13). Foram realizadas avaliações visuais de sintomas de fitotoxicidade aos 15 e 20 dias
após a aplicação do herbicida (DAA) e aos 20 DAA avaliou-se o comprimento da raiz e
da parte aérea das plantas, número de plantas por parcela e massa seca de cada
cultivar. Os dados foram submetidos à aplicação do teste ‘F’ na análise da variância
posteriormente a aplicação de regressões não lineares do tipo log-logístico. A cultivar
IRGA 422 CL tolerou maiores doses de nicosulfuron quando comparada à cultivar Puitá
CL INTA.
Palavras-chave: Tolerância; Oryza sativa L.; Manejo; Controle químico
Abstract
The objective of this research was to evaluate the herbicide nicosulfuron
selectivity in two rice cultivars tolerant to the imidazolinones imazethapyr + imazapic
(AHAS-tolerant). The experiment was conducted in the greenhouse of the Department of
Crop Science of the University of Santa Maria – RS, from November 2008 to January
2009, with two rice cultivars AHAS-resistant and seven rates of the herbicide
nicosulfuron. The treatments were designed in a factorial scheme 2 x 8, in which two
were the rice cultivars (IRGA 422 CL e Puita CL INTA) and eight were the rates of
nicosulfuron ((0, 6.25, 12.5, 25, 50, 100, 200 and 400 g a.i. ha
-1
). The experimental plots
were constituted of plastics pots 1.4 L capacity, filled with adequately fertilized soil. The
cultivars were seeded directly in the pots at 1.0 cm depth and the application of the
herbicide treatments was done in post emergence conditions with the rice plants in the
phenological stage of 2–3 leaves (BBCH 12-13). It was done visual phytotoxicity
observations at 15 and 20 days after herbicide application (DAA) and at 20 DAA it was
evaluated the root and shoot growth, number of plants per plot and dry biomass of each
cultivar. The data were submitted to application of ‘F’ test in the analysis of variance
62
followed by application of non linear regression type log logistic. The cultivar IRGA 422
CL tolerated higher doses of nicosulfuron when compared to the cultivar Puita CL INTA.
Keywords: Tolerance; Oryza sativa L.; Management; Chemical control
4.1 Introdução
Anualmente, são cultivados cerca de 2,8 milhões de hectares de arroz no Brasil e
a produção atinge, aproximadamente, 12,1 milhões de toneladas, sendo o Sul
responsável por 70% da produção nacional com uma produção de 8,5 milhões
toneladas, no Estado do Rio Grande do Sul a produção é de aproximadamente 7,3
milhões de toneladas representando 60% da produção nacional (FNP, 2009). Segundo
Fleck et al. (2008), essa produtividade está aquém das obtidas em campos
experimentais. Dentre as prováveis causas dessa situação destacam-se: uso de
cultivares inadequados e de sementes de baixa qualidade, semeadura fora da época
recomendada, manejo inadequado do solo e da água, adubação insuficiente e em época
incorreta e, principalmente, controle deficiente de plantas daninhas.
O problema de maior relevância nesta cultura é representado pela elevada
infestação por plantas daninhas, que ocorre na maioria das lavouras de arroz irrigado e,
entre elas principalmente, o arroz vermelho (YOKOYAMA; RUCATTI; KLUTHCOUSKI,
1999), citado como principal entrave à elevação do rendimento de arroz em 80% dos
municípios produtores do Rio Grande do Sul (MARCHEZAN, 1994). Esta planta daninha
pertence à mesma espécie de arroz cultivado, com características morfológicas e
fisiológicas similares (HOAGLAND, 1978), por isso seu controle é considerado difícil,
sendo inviável o uso de herbicidas seletivos ao arroz (COBUCCI; NOLDIN, 1999).
Neste contexto, através de obtenção de cultivares de arroz tolerantes a herbicidas
do grupo químico das imidazolinonas, notadamente aos herbicidas imazethapyr +
imazapic, por indução à mutação (arroz mutado) foi possível utilizar uma ferramenta
importante no controle de gramíneas, sobretudo o arroz vermelho, com cultivares
seletivas a determinadas doses do herbicida cuja formulação comercial apresenta a
mistura das imidazolinonas imazethapyr e imazapic, com controle superior a 80% de
biótipos de arroz vermelho.
63
Estudos realizados nos Estados Unidos por Webster e Mansson (2001) e no
Brasil por Fontana et al. (2007) que demonstram que as cultivares mutadas para
tolerância ao gene AHAS (ALS-tolerante) também apresentam seletividade a outros
herbicidas inibidores da ALS como o imazaquin e imazamox (grupo químico das
imidazolinonas) e nicosulfuron, clorimuron e rimsulfuron (grupo químico das
sulfoniluréias).
Em função da boa eficiência de controle de arroz vermelho (FONTANA et al.,
2007), pelo herbicida nicosulfuron, há possibilidade de utilização deste herbicida como
alternativa no sistema de cultivo de arroz mutado (sistema denominado Clearfield®)
para controle desta infestante, a qual não é eficientemente controlada pelo herbicida
registrado para o sistema (imazethapyr 75 g i.a. ha
-1
+ imazapic 25 g.i.a.ha
-1
marca
comercial Only®).
Atualmente, encontram-se registradas para o Brasil, as cultivares mutadas (CL –
Clearfield) IRGA 422 CL, Puitá CL INTA, SCS 115 CL e Tuno CL com tolerância ao
herbicida Only. Assim, torna-se necessário, estudar e quantificar a seletividade a doses
do herbicida nicosulfuron pelas cultivares mutadas registradas para o Brasil.
Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a seletividade do herbicida
nicosulfuron a cultivares de arroz AHAS-tolerante como IRGA 422 CL e Puitá CL INTA.
4.2 Material e Métodos
O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Departamento de
Produção Vegetal da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria – RS –
Brasil, no período compreendido de novembro de 2008 a janeiro de 2009. O
experimento foi conduzido em vasos de polietileno de 1,4 L de capacidade, revestidos
com sacos plásticos a fim de evitar perdas de água e herbicida no momento da
irrigação. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso em esquema fatorial 2 x
8, com quatro repetições, em que duas foram as cultivares de arroz testadas (IRGA 422
CL e PuitáCL INTA) e oito as doses de nicosulfuron (0; 6,25; 12,5; 25; 50; 100; 200 e
400 g i.a.ha
-1
).
64
O solo utilizado no experimento foi coletado em Santa Maria - RS, sendo
classificado como Planossolo Hidromórfico Eutrófico arênico (EMBRAPA, 2006) com pH
água de 4,7, 6,0 mg dm
-3
de P
2
O
5
; 112 mg dm
-3
de K
2
O; 16% de argila, 1,6 % matéria
orgânica, 2,2 Cmol. dm
-3
de Ca, 2,0 Cmolc dm
-3
de Mg e 1,7 Cmolc dm
-3
de Al.
Foi adicionado 1200 g de solo nos vasos já revestidos com sacos plásticos. Para
obter uma uniformidade de irrigação durante o ensaio, determinou-se a umidade
gravimétrica conforme manual de métodos análises de solo (EMBRAPA, 1997) no
momento do preenchimento do solo nos vasos, para determinar a massa seca real de
solo contido no vaso, obtendo-se uma umidade no solo de 4,78%.
A adubação do solo foi realizada conforme o resultado da análise química e
seguindo as recomendações para a cultura do arroz irrigado. A cada 100 kg de solo foi
adicionado 15 g de uréia, 10 g de superfosfato simples e 5 g de cloreto de potássio.
Após a aplicação dos fertilizantes, o solo foi homogeneizado através de um misturador
centrífugo.
A semeadura nos vasos ocorreu no dia 22 de novembro de 2007, a uma
profundidade de 1,0 cm. A aplicação dos tratamentos herbicidas em condições de pós-
emergência das planas de arroz ocorreu no dia 05 de dezembro de 2007, com as
plantas de arroz apresentavam em estádio fenológico de 2-3 folhas expandidas (BBCH
12 - 13). No momento da aplicação dos tratamentos, os parâmetros meteorológicos
médios foram: temperatura média de 23,8°C, umidade relativa média do ar 60%, céu
aberto e ventos de 2,5 km h
-1
. Utilizou-se pulverizador costal pressurizado por CO
2
,
acoplado a uma lança de pulverização com uma ponta do tipo leque Teejet TT (jato
plano), XR 110.02, calibrado para um volume de calda proporcional a 200 L ha
-1
.
Após a aplicação os vasos permaneceram em área coberta fora da casa de
vegetação por 24 horas para evitar a contaminação entre tratamentos através da
volatilização do herbicida. Após este período os vasos retornaram para a estufa, onde
permaneceram em ambiente protegido, recebendo irrigação a cada dois dias. As
condições climáticas médias durante o período de condução do experimento foram
temperatura de 25°C e umidade relativa do ar de 58%.
Foram realizadas avaliações visuais de fitointoxicação aos 15 e 20 Dias Após a
Aplicação (DAA). Para tanto, foi atribuído 0% no caso da ausência de sintomas
65
causados pelo herbicida e 100% para a morte das plantas. Aos 20 DAA foi realizada a
contagem do número de plantas por parcela; a coleta das plantas, para determinação do
comprimento de raiz (COMP RA), comprimento da parte aérea (COMP PA) e massa
seca (MS) de cada cultivar separadamente. A massa seca foi obtida a partir da colheita
do material vegetal da parte aérea e das raízes das plantas nas parcelas, com posterior
secagem em estufa a 60ºC até massa constante.
Todos os dados foram submetidos à aplicação do teste ‘F’ na análise da variância
para a verificação das interações entre os fatores, e posteriormente, para as interações
significativas, os dados foram ajustados ao modelo de regressão não-linear do tipo log-
logístico, usando-se o modelo proposto por Seefeldt, Jensen e Fuerst (1995), (eq. 1);
(1)
Em que: y = comprimento de raiz, comprimento da parte aérea, massa seca ou
fitotoxicidade aos 20 DAA; x = dose do herbicida em g i.a ha
-1
; a, b, c e d = parâmetros
da curva, de modo que a é o limite inferior da curva, b é a diferença entre o ponto
máximo e mínimo da curva, c é a dose que proporciona 50% de resposta da variável e d
é a declividade da curva ao redor de c.
4.3 Resultados e Discussão
Aos 15 DAA não foram visualizados sintomas fitotóxicos na parte aérea das
plantas de arroz (dados não apresentados). Neste sentido, para obtenção das curvas de
dose-resposta, foram utilizados os resultados de fitointoxicação aos 20 DAA, quando já
eram visualizadas as injúrias provocadas pelos tratamentos, nas cultivares de arroz
IRGA 422 CL e Puitá CL INTA.
Trezzi e Vidal (2001) relataram que o modo de ação dos herbicidas deste grupo
químico, provoca interrupção do crescimento das plantas dentro de poucas horas após a
aplicação. Porém, somente após 10 a 15 dias, os tecidos meristemáticos tornam-se
66
cloróticos e, posteriormente, provocam necrose foliar. Esta lenta ação do herbicida, só é
visualizada quando efetivamente as plantas entram em senescência em um período não
superior a 15 dias para sulfoniluréias.
O teste F sobre a análise da variância para os dados avaliados aos 20 DAA,
indicou significância (5%) do fator herbicida, do fator cultivar e também da interação
fatorial entre herbicida e cultivar para as variáveis fitointoxicação, comprimento de raiz,
comprimento da parte aérea e massa seca analisadas no trabalho. Não sendo
significativo para a variável número de plantas por parcela (Tabela 13), o que justificou a
decomposição da interação com a análise de curvas de dose-resposta. Com a aplicação
de regressões não-lineares sobre os dados obtidos no experimento, foram definidos os
parâmetros a, b, c e d da equação log-logística (SEEFELDT et al., 1995), que estão
apresentados na Tabela 14. A partir desses parâmetros puderam ser calculados os
valores de GR50 para as duas cultivares de arroz, em todas as variáveis analisadas
exceto para a variável número de plantas por parcela (Tabela 13).
Tabela 13 - Número de plantas por parcela das cultivares IRGA 422 CL e Puíta INTRA
CL submetidas a diferentes doses do herbicida nicosulfuron. Santa Maria -
RS, 2009
NS = não significativo pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade.
Doses
(i.a.
g ha
1
)
Cultivares
IRGA 422 CL Puíta INTRA CL
0 9,25 9,25
6,25
9,00
8,75
12,5
8,50
9,00
25
8,25
9,00
50
8,75
7,75
100
7,00
7,75
200
9,25
8,50
F
int
0,413
NS
F
doses
1,92
NS
CV (%) 17,75
DMS 3,35
67
Comparando as cultivares presentes no experimento, nota-se que os valores de
GR
50
encontrados para Puíta INTRA CL foram inferiores aos observados para IRGA 422
CL, ou seja, para obtenção de um dado controle é necessária a aplicação de menos
produto sobre a cultivar IRGA 422 CL, em relação à Puíta INTRA CL (Tabela 14). Estes
resultados foram obtidos através do C
50
ou GR
50
(dose do herbicida em g i.a.ha
-1
necessária para proporcionar 50% de controle – ‘C’ ou redução do crescimento ‘GR’ da
planta daninha) (CHRISTOFFOLETI, 2002; CHRISTOFFOLETI; LÓPEZ-OVEJERO,
2008).
Na Tabela 14 pode-se observar que os valores do parâmetro GR
50
obtidos para
Puíta INTRA CL, para todas as variáveis foram inferiores a 45 g ha
-1
. O maior GR
50
obtido foi para a variável fitointoxicação, com o valor de 44,8 g ha
-1
. Isso significa que é
necessária uma dose de 44,8 g ha
-1
do herbicida nicosulfuron para proporcionar 50% de
fitointoxicação. Para a cultivar IRGA 422 CL para todas as variáveis o GR
50
foi inferior a
83 g ha
-1
, sendo que o maior valor obtido foi para a variável comprimento da parte aérea
(cm), igual a 82,63 g i.a. ha
-1
.
Verifica-se que para obter-se 50% de redução da massa seca do cultivar IRGA
422 CL foram necessários 60,92 g i.a.ha
-1
de nicosulfuron, enquanto que para o cultivar
Puitá CL INTA este mesmo efeito biológico foi obtido com a dose de 40,71 g i.a.ha
-1
de
nicosulfuron. A análise conjunta dos valores de GR
50
permite concluir que a cultivar
IRGA 422 CL é mais tolerante a aplicações de nicosulfuron que a Puíta INTRA CL
(Tabela 14).
68
Tabela 14 – Parâmetros do modelo logístico
1
, valores da dose que obteve 50% de
redução do crescimento (GR
50
), coeficientes de determinação (R²) e teste
F da curva para os cultivares de arroz IRGA 422 CL e Puíta INTRA CL,
submetidas a diferentes doses do herbicida nicosulfuron. Santa Maria -
RS, 2009
Espécies
Parâmetros - Modelo Logístico
GR
50
F
a b c d
Cultivar IRGA 422 CL
FITO
2
4,945 95,654 62,153 -3,331 65,08 0,99 141,598
COMP RA
3
1,800 12,873 56,031 2,024 58,54 0,99 158,794
COMP A
4
0,454 25,066 79,370 1,256 82,63 0,98 75,632
MS
5
0,055 0,938 53,120 1,823 60,92 0,97 43,479
Cultivar Puíta INTRA CL
FITO
2
2,644 100,278 45,554 -2,271 44,875 0,99 108,895
COMP RA
3
0,864 15,279 41,832 1,463 43,625 0,99 122,228
COMP A
4
2,457 25,614 37,879 1,414 39,458 0,99 150,220
MS
5
0,078 1,036 36,115 1,623 40,708 0,99 297,032
1
Modelo: y = Pmín + (a/(1+(x/b)
c
)).
2
fitointoxicação;
3
Comprimento da raiz;
4
Comprimento da parte
aérea;
5
Massa seca.
As curvas de dose-resposta para fitointoxicação (%), massa seca (g. parcela
-1
),
comprimento da parte aérea (cm) e comprimento das raízes (cm) às doses de
nicosulfuron apresentam-se nas Figuras de 1 a 4, respectivamente. Os resultados foram
adequadamente ajustados ao modelo log-logístico. A aplicação do teste F ao modelo
indicou significância das equações, apresentando coeficientes de determinação
elevados (Tabela 14).
Na Figura 1 pode ser observado ajuste obtido para fitointoxicação das cultivares.
A cultivar Puíta INTRA CL se mostrou mais sensível ao herbicida nicosulfuron que a
cultivar IRGA 422 CL. A dose do produto de 50 g ha
-1
apresentou sintomas fitotoxicos
inferior a 40% e 60% para as cultivares IRGA 422 CL e Puíta INTRA CL.
69
Figura 1 - Fitointoxicação (%) das cultivares de arroz IRGA 422 CL e Puíta INTRA CL
submetidas a diferentes doses do herbicida nicosulfuron. Santa Maria - RS,
2009
A variável massa seca das cultivares está em concordância com os resultados de
fitointoxicação. A massa seca foi reduzida com o incremento na dose do herbicida
estudado, sendo o efeito negativo mais evidente no cultivar Puíta INTRA CL, que
apresentou menor produção de massa seca, comparativamente ao cultivar IRGA 422CL
(Figura 2).
70
Figura 2 - Massa seca (g. planta
-1
) das cultivares de arroz IRGA 422 CL e Puíta INTRA
CL submetidas a diferentes doses do herbicida nicosulfuron. Santa Maria -
RS, 2009
Os resultados obtidos para massa seca, corroboram com aqueles encontrados
por Fontana et al. (2007) para o cultivar IRGA 422 CL. Estes pesquisadores também
verificaram tolerância deste cultivar a doses de herbicida nicosulfuron, sendo que as
plantas após sofrerem danos provocados pela ação do herbicida se recuperaram
paulatinamente.
O comprimento da parte aérea e comprimento das raízes foram reduzidos com o
incremento da dose do herbicida nicosulfuron (Figuras 3 e 4). Essa redução foi mais
evidente no cultivar Puíta INTRA CL corroborando com os dados de fitointoxicação e
massa seca.
71
Figura 3 - Comprimento da parte aérea (cm) das cultivares de arroz IRGA 422 CL e
Puíta INTRA CL submetidas a diferentes doses do herbicida nicosulfuron.
Santa Maria - RS, 2009
Figura 4 - Comprimento das raízes (cm) das cultivares de arroz IRGA 422 CL e Puíta
INTRA CL submetidas a diferentes doses do herbicida nicosulfuron. Santa
Maria - RS, 2009
72
4.4 Conclusões
Os resultados experimentais e a análise da variância permitem inferir que há
diferença estatística significativa entre os cultivares IRGA 422 CL e Puitá CL INTA e
entre as doses do herbicida nicosulfuron avaliadas em relação aos parâmetros
fitointoxicação, comprimento de raiz, comprimento da parte aérea e massa seca,
permitindo afirmar que o cultivar IRGA 422 CL apresentou maior tolerância a doses do
herbicida nicosulfuron que o cultivar Puitá CL INTA que apresentou maior
suscetibilidade. Esta informação necessita de validação em nível de campo e futuras
experimentações.
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Viçosa, v. 26, n. 1, p. 101-111, 2008.
73
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74
75
5 CONCLUSÕES GERAIS
Nas condições em que foi desenvolvida esta pesquisa, foi possível concluir que:
(i) Os tratamentos com nicosulfuron em mistura com a atrazina nas doses de
20 + 1500 e 40 + 3000 g ha
-1
não causou redução de produtividade em
nenhum dos híbridos de milho testados;
(ii) O tratamento nicosulfuron + atrazina a 20 + 1500 g ha
-1
foi o mais seletivo
para todos os híbridos de milho testados;
(iii) Os híbridos de milho que apresentaram tolerância a todos os tratamentos
herbicidas testados, apesar dos sintomas fitotóxicos iniciais e que não
mostraram reduções de produtividade, foram DKB 370, AG 9040, AS 1551
e BM 620;
(iv) As doses de nicosulfuron a 50 e 60 g ha
-1
foram as mais fitotóxicas dos
experimentos, os híbridos DKB 990, AG 6020, AS 1572, SWB 585, BX
1149 e BM 128 apresentaram redução de produção;
(v) Para os híbridos AG 6020 e SWB 585 ocorreu diferenças de produtividade
entre os tratamentos de nicosulfuron a 50 e 60 g ha
-1
, o que indica alta
suscetibilidade ao nicosulfuron;
(vi) O cultivar de arroz IRGA 422 CL, apresentou maior tolerância a doses do
herbicida nicosulfuron que o cultivar Puitá CL INTA que apresentou maior
suscetibilidade.
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