menor capacidade dos anticorpos em neutralizar a formação das LDL oxidadas, este
desequilíbrio poderia propiciar sua incorporação à parede vascular, via maior expressão
do receptor endotelial para a LDL oxidada (LOX-1), favorecendo a sua permanência na
íntima, onde retida e modificada adicionalmente, não deixaria mais a parede vascular,
mas determinaria maior recrutamento de células inflamatórias, levando à formação das
lesões típicas da aterosclerose.
Nossos achados sugerem fortemente que títulos baixos de anticorpos para
a LDL oxidada estejam associados à maior risco cardiovascular. De fato, as principais
variáveis bioquímicas analisadas relacionaram-se de maneira inversa ao seu papel
conhecido papel no risco cardiovascular. Neste contexto, em análise univariada, os
valores de proteína C reativa, glicemia, apo B, pressão arterial sistólica e diastólica,
índice de massa corpórea, circunferência abdominal e de maneira inversa os de apo A1
e HDL-C, mostraram a relação significante entre títulos mais elevados de anticorpos
para a LDL oxidada e proteção cardiovascular.
Em nosso modelo de regressão linear múltipla, as principais variáveis
correlacionadas aos títulos de anticorpos de anti-LDL oxidada foram a glicemia,
circunferência abdominal e proteína C reativa. Estas variáveis são componentes da
síndrome metabólica, uma condição reconhecida como altamente prevalente e
associada a maior mortalidade e morbidade cardiovascular (Lakka, estudo ARIC).
Entretanto, novos aspectos fisiopatológicos foram recentemente descritos,
envolvendo proteína C reativa, LDL oxidada e anticorpos anti-LDL oxidada.
A proteína C reativa, uma proteína da família das pentraxinas, com 118
KDa, inicialmente descrita em pacientes com infecções estreptocócicas, possui cinco
idênticos protômeros não covalentes de aproximadamente 23 KDa, arranjados