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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE/ DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM ENFERMAGEM
SÔNIA MARIA DE ARAÚJO CAMPELO
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR:
a perspectiva do ensino da graduação em enfermagem
TERESINA (PI)
2009
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NIA MARIA DE ARAÚJO CAMPELO
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR:
a perspectiva do ensino da graduação em enfermagem
Dissertação de mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem da Universidade Federal do
Piauí, como parte dos requisitos
necessários para obtenção do título de
Mestre em Enfermagem.
Área de Concentração: Enfermagem no Contexto da Infecção Hospitalar
Linha de Pesquisa: Políticas e Práticas Sócio-Educativas de Enfermagem
Orientadora: Profª. Dra. Maria Eliéte Batista Moura
TERESINA (PI)
2009
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SONIA MARIA DE ARAÚJO CAMPELO
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR:
a perspectiva do ensino da graduação em enfermagem
Dissertação de Mestrado submetida à Banca Examinadora do Programa
de Pós-Graduação em Enfermagem, da Universidade Federal do Piauí, como parte
de requisitos necessários para obtenção do título de Mestre em Enfermagem.
Aprovada em __/__/2009
____________________________________________
Profª. Drª. Maria Eliéte Batista Moura
Universidade Federal do Piauí-UFPI
_____________________________________________
Prof ª. Drª. Antônia Oliveira Silva
Universidade Federal da Paraíba
_____________________________________________
Profª. Drª. Benevina Maria Vilar Teixeira Nunes
Universidade Federal do Piauí-UFPI
Suplente:
_________________________________
Profª. Drª. Silvana Santiago da Rocha
Universidade Federal do Piauí-UFPI
4
À Deus e todos que confiaram em mim.
Especialmente, ao meu filho Ricke
Matheus, pela paciência e compreensão
de minhas ausências. À minha amiga
Remédios, pela força e credibilidade
durante esta etapa admirável da minha
vida profissional.
5
AGRADECIMENTOS
Embora a dissertação acadêmica seja um trabalho individual,
homenagens diversas que não podem e nem devem deixar de ser enfatizadas. Por
esse motivo, desejo divulgar os meus sinceros agradecimentos:
Em especial, a Deus por manter vivo, este sonho de tornar-me mestre e
me guiar durante este percurso desde a seleção até hoje, o que não foi fácil. Esta
força cedida por ele me sustentou diante de minhas ausências da família, minhas
escolhas profissionais, momentos de angústias e alegrias.
A Universidade Federal do Piauí pela oportunidade de edificar minha vida
profissional. A todos os docentes do Mestrado que participaram deste cenário, na
busca de conhecimento cientifico para servir como guia na minha vida profissional.
A todos os docentes que aceitaram participar do estudo, em especial a
Profª. Mestre Paula Francinete Avelino que desde o início da seleção do Mestrado
fez uma valiosa aposta em minha vitória nesta travessia.
Aos meus pais, que na sua ausência carnal, estiveram ligados a mim
durante todo este percurso, permeando suas forças espirituais na equação desta
etapa vitoriosa da minha vida.
Ao meu irmão João e à minha cunhada Francinete pela confiança e apoio
incondicional em todos os momentos desta travessia.
Em Particular, à Profª. Drª. Maria Eliéte Batista Moura, minha orientadora,
por despertar meu íntimo profissional, revelado desde a seleção do mestrado. Por
fortalecer-me com frases incentivadoras nesta travessia, de maneira suave e
tranqüila em diversos encontros; por sua disponibilidade patenteada ao longo destes
dois anos. Pelas críticas e sugestões relevantes feitas durante a orientação.
À profª. Drª. Benevina Nunes Vilar, com sua maneira intelectual, angelical
e competente, conseguiu pontuar as entrelinhas deste trabalho. Sua contribuição foi
admirável e de grande valia para a conclusão desta pesquisa.
6
À Profª. Drª. Inez Sampaio Nery, por sua eterna maneira acessível nas
diversas horas desta caminhada, por suas contribuições especiais que ajudaram a
erguer este estudo.
À Profª. Drª. Silvana Santiago da Rocha por ter contribuído de uma
maneira especial na construção deste conhecimento.
À Profª. Msc. Adélia Dalva, que em vários momentos desta conquista,
contribuiu de forma especial, sempre com entusiasmo guerreiro, demonstrando que
os sonhos de hoje sempre serão as realidades do amanhã.
Às minhas colegas do Mestrado, pelo convívio agradável durante esta
árdua jornada, e em especial à amiga Olívia Dias, minha irmã de fé, que foi partícipe
ativa durante toda a construção deste conhecimento.
Ao meu especial colaborador Fernando Guedes Júnior, que não hesitou
em dizer sim na construção de ilustrações, digitação e formatação final deste
trabalho. E ao colaborador Luan que em momentos de angústias desta travessia
contribuiu para edificar este sonho, que hoje é realidade.
A todos os meus amigos discentes, que fazem parte de minha vida e
que acompanharam de perto esses meses de dedicação ao mestrado, me apoiando,
incentivando e compartilhando momentos de alegrias, tristezas e angústias. Muitas
vezes, ajudaram a recompor minhas forças para acreditar que tudo daria certo. A
todos os meus queridos amigos, muito obrigada!
7
Os sonhos alimentam a vida. Os sonhos são
como o vento, você sente, mas não sabe de
onde eles vieram e nem para onde vão. Eles
inspiram o poeta, animam o escritor,
arrebentam o estudante, abrem à inteligência
do cientista, dão ousadia ao der. Eles
nascem como flores nos terrenos da
inteligência e crescem nos vales secreto da
mente humana, um lugar que poucos
exploram e compreendem.
(AUGUSTO CURY, 2004).
8
CAMPÊLO, Sônia Maria Araújo. REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO CONTROLE
DE INFECÇÃO HOSPITALAR: a perspectiva do ensino da graduação em
enfermagem. Teresina. 2009. Dissertação (Mestrado em Enfermagem)
Universidade Federal do Piauí UFPI. 2009.
RESUMO
A Infecção Hospitalar constitui um grave problema de saúde pública por representar
um desafio na qualidade da assistência de enfermagem ao cliente, devido à
amplitude de sua incidência, ao incremento da morbi-mortalidade e dos custos
hospitalares, assume conseqüências de impacto humano, social e econômico. Desta
forma, buscar entendimento para estes desafios é relevante e pontual no ensino da
graduação em Enfermagem por articulá-lo com a construção de um conhecimento
no imaginário social. Este estudo aborda as representações sociais do controle de
Infecção Hospitalar sob a perspectiva do ensino na graduação em Enfermagem.
Teve como objetivos, apreender as Representações Sociais dos docentes da
graduação de Enfermagem sobre o Ensino do Controle de IH e analisar como as
Representações Sociais influenciam na prática do Ensino do Controle de IH na
graduação de Enfermagem. Trata-se de um estudo exploratório, orientado pela
Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici (1978), desenvolvido em
Teresina-PI, com 17 docentes da graduação em Enfermagem da Universidade
Federal do Piauí. Os dados foram coletados através da entrevista semi-estruturada e
processados pelo software ALCESTE 4.8. O programa produziu duas classes
organizadas de palavras que foram analisadas de acordo com a Classificação
Hierárquica Descendente. Desta análise emergiram duas classes: Classe 1 -
Conhecimentos dos docentes de enfermagem sobre o ensino do controle de
Infecção Hospitalar e Classe 2 - Atitudes dos docentes de enfermagem sobre o
ensino do controle de Infecção Hospitalar. Estas classes evidenciaram que os
docentes da graduação em Enfermagem representam como deficiente o ensino do
controle de Infecção Hospitalar, porém, o valorizam. A Teoria das Representações
contribuiu para ampliação do entendimento psicossocial do Ensino do Controle de
Infecção Hospitalar no cenário da graduação em Enfermagem
Palavras-chave: Enfermagem. Infecção Hospitalar. Ensino. Representações
Sociais.
9
CAMPÊLO, Sônia Maria Araújo. SOCIAL REPRESENTATIONS OF THE
INFECTION CONTROL TEACHING: the perspective of the undergraduate Nursing
program teaching. Teresina. 2009. Master Dissertation Departamento de
Enfermagem. Federal University of Piauí. 2009.
ABSTRACT
Nosocomial Infection is a serious problem of public health, for it represents a
challenge in the quality of nursing health care, due to its incidence’s amplitude, the
increment of morbimortality and the hospital costs, it has consequences of human,
social and economic impact. Thus, we must seek understanding for these challenges
for the undergraduate Nursing program teaching, for it articulates it with the
development of some knowledge in the social imaginary. This study deals with the
social representations of the Nosocomial Infection control under the undergraduate
Nursing program teaching perspective. It aimed to apprehend the Social
Representations of the teaching staff from the undergraduate Nursing program under
the Infection Control Teaching and to analyze the Social Representations’ influence
on the Infection Control Teaching in the undergraduate Nursing program. It is an
exploratory study, guided by the Theory of Social Representations by Serge
Moscovici (1978), and developed in Teresina-PI, with 17 docents from the
undergraduate Nursing program in the Federal University of Piauí. The data were
collected through semi-structured interview and processed by the software ALCESTE
4.8. It produced two organized categories of words which were analyzed according to
the Descending Hierarchical Classification. From that analysis two classes emerged:
Class 1 Nursing docents’ knowledge on the infection control teaching and Class 2
Positioning of the nursing docents on the infection control teaching. Those classes
evidenced that the docents from the undergraduate Nursing program, although think
the control infection teaching is deficient, do value it. The Theory of Representations
contributed for the development of the psychosocial understanding of the infection
control teaching in the undergraduate Nursing program scene.
Key-words: Nosocomial Infection. Teaching. Social Representation.
10
CAMPÊLO, Sônia Maria Araújo. REPRESENTACIONES SOCIALES DEL
CONTROL DE INFECCIÓN HOSPITALARIA: la perspectiva de la enseñanza del
pregrado en enfermería. Teresina. 2009. Disertación del Mestrado Departamento de
Enfermagem. Universidad Federal de Piauí. 2009.
RESUMÉN
La Infección Hospitalaria constituye un grave problema de salud pública por
representar un desafío en la calidad de la asistencia de enfermería al cliente, debido
a la amplitud de su incidencia, al aumento de la morbimortalidad y de los cuestos
hospitalarios, asume consecuencias de impacto humano, social y económico.
Entonces, buscar entendimiento para estos desafíos es relevante y puntual en la
enseñanza del pregrado en enfermería por articularlo con la construcción de un
conocimiento en el imaginario social. Este estudio aborda las representaciones
sociales del control de infección hospitalaria bajo la perspectiva de la enseñanza en
el pregrado en enfermería. Tuvo como objetivos, aprehender las Representaciones
Sociales de los docentes del pregrado en enfermería sobre la Enseñanza del Control
de IH y analizar como las Representaciones Social influencian en la práctica de la
Enseñanza del Control de IH en el pregrado de enfermería. Tratase de un estudio
exploratorio, orientado por la Teoría de las Representaciones Sociales de Serge
Moscovici (1978), desarrollado en Teresina-PI, con 17 docentes del pregrado en
Enfermería de la Universidad Federal de Piauí. Los datos fueron colectados a través
de entrevista semiestructurada y procesados por el software ALCESTE 4.8. El
programa produjo dos clases organizadas de palabras que fueron analizadas de
acuerdo con la Clasificación Jerárquica Descendente. De este análisis emergieron
dos clases: Clase 1 Conocimientos de los docentes de enfermería sobre la
enseñanza del control de infección hospitalaria y Clase 2 Posicionamientos de los
docentes de enfermería sobre la enseñanza del control de infección hospitalaria.
Estas clases evidenciaron que los docentes del pregrado en enfermería representan
como deficiente la enseñanza del control de infección hospitalaria, por lo tanto, lo
valorizan. La Teoría de las Representaciones contribuyó para la ampliación del
entendimiento psicosocial de la Enseñanza del Control de Infección Hospitalaria en
el senario del pregrado en Enfermería.
Palabras-clave: Infección Hospitalaria. Enseñanza. Representaciones Sociales.
11
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Fig. 1
Plano de Processamento dos Dados
48
Fig. 2
Dendograma das Representações Sociais do Ensino do Controle de
Infecção Hospitalar elaboradas pelos Docentes de Enfermagem
55
12
LISTA DE QUADROS
Quad. 1
Esquema de análise e tratamentos de dados
45
Quad. 2
Banco de dados para a codificação das variáveis
46
Quad. 3
Dados significativos fornecidos pelo Software Alceste
50
Quad. 4
Dendograma das classes do corpus
52
13
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABEn
Associação Brasileira de Enfermagem
ALCESTE
Analyse Lexicale par Context dun Ensemble de Segments de Texte
ANVISA
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CABJ
Colégio Agrícola de Bom Jesus
CAFS
Colégio Agrícola de Floriano
CAT
Colégio Agrícola de Teresina
CCA
Centro de Ciências Agrárias
CCE
Centro de Ciências da Educação
CCHL
Centro de Ciências Humanas e Letras
CCIH
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
CCN
Centro de Ciências da Natureza
CCS
Centro de Ciências da Saúde
CECIH
Comissão Estadual de Controle de Infecção Hospitalar
CEP
Comitê de Ética em Pesquisa
CHA
Classificação Hierárquica Ascendente
CHD
Classificação Hierárquica Descendente
CJ
Campus do Junco
CMRV
Campus Ministro Reis Veloso
CNS
Conselho Nacional de Saúde
CT
Centro de Tecnologia
DE
Departamento de Enfermagem
DNSP
Departamento Nacional de Saúde Pública
IES
Instituição de Ensino Superior
IH
Infecção Hospitalar
MS
Ministério da Saúde
OMS
Organização Mundial de Saúde
OPA
Organização Panamericana de Saúde
PCIH
Programa de Controle de Infecção Hospitalar
PPP
Projeto Político Pedagógico
PPPE
Projeto Político Pedagógico de Enfermagem
14
PRAD
Pró-Reitoria de Administração
PRAEC
Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários
PREG
Pró-Reitoria de Ensino de Graduação
PREX
Pró-Reitoria de Extensão
PROPLAN
Pró-Reitoria de Planejamento e Orçamento
PRPPG
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
RS
Representações Sociais
SCIH
Serviço de Controle de Infecção Hospitalar
SENADEn
Seminário Nacional de Diretrizes para Educação em Enfermagem
SINAIS
Sistema Nacional de Informação para o Controle de Infecção em
Serviço de Saúde
TRS
Teoria das Representações Sociais
UCI
Unidades de Contexto Iniciais
UCE
Unidade de Contexto Elementar
UFPI
Universidade Federal do Piauí
UNIRIO
Universidade do Rio de Janeiro
UTI
Unidade de Terapia Intensiva
15
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
12
CAPÍTULO I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
13
Contextualização do Problema e Construção do Objeto de Estudo
14
Objeto de Estudo, Questões Norteadoras e Objetivos do Estudo
19
CAPÍTULO II - REFERENCIAL TEÓRICO
20
A Dinâmica do Controle de Infecção Hospitalar
21
O Processo do Ensino Superior da Enfermagem no contexto da Política
Nacional da Educação
26
O Ensino do Controle de Infecção Hospitalar como objeto das
Representações Sociais
33
CAPÍTULO III - METODOLOGIA
38
Tipo de Estudo
39
Cenário do Estudo
39
Sujeitos do Estudo
41
Procedimentos Éticos e Legais
41
Instrumentos da Coleta de Dados
42
Procedimentos e Análise dos Dados
42
Caracterização das classes
46
CAPÍTULO IV REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO ENSINO DO
CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR ELABORADAS PELOS
DOCENTES DE ENFERMAGEM
49
Classe I: Os conhecimentos dos docentes sobre o ensino do controle de
IH
54
Classe II: Os posicionamentos sobre o ensino do controle de Infecção
Hospitalar
62
CONSIDERAÇÕES FINAIS
69
REFERÊNCIAS
73
APÊNDICES
ANEXOS
16
APRESENTAÇÃO
Este estudo se insere em uma perspectiva social da área da saúde,
optando-se pela Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici para o
estudo do controle de Infeão Hospitalar no ensino da Enfermagem. Através do
lúmen dessa teoria, manifesta-se a tentativa de entender a forma pela qual as
crenças, os valores, as teorias do senso comum, enfim, os pensamentos se integram
com as práticas sociais da academia e esta com o processo de construção de
conhecimentos dos discentes da graduação de Enfermagem.
Para compreender os pressupostos deste estudo serão apresentados no
capitulo I as considerações iniciais com a contextualização do problema e
delimitação do objeto de estudo, com as questões norteadoras e objetivas do
estudo. O capitulo II é subdividido em três sessões: a dinâmica da Infeão
Hospitalar; uma análise de fatos e questões marcantes que impulsionaram as
mudanças do ensino da Enfermagem no Brasil em seus aspectos históricos
norteando uma formação curricular mais ampliada; O ensino do controle de Infecção
Hospitalar como objeto das Representações Sociais. No capitulo III explicita-se a
metodologia do estudo justificando-se o uso do software Alceste 4.8 para produção
de dados. No capitulo IV serão apresentados e analisados os dados obtidos com o
programa do Alceste 4.8. No capitulo V serão feitas as considerações finais. Este
conhecimento além de contextualizar a evolução dos estudos do ensino da
enfermagem no âmbito nacional dará suporte à interpretação do objeto de estudo.
Ao mesmo tempo servirá de articulação com o contexto do referencial teórico do
estudo.
17
CAPITULO I
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
18
1.1 Contextualização do Problema e Construção do Objeto de Estudo
Investigar fenômenos, na área da saúde, que constituem problemas
sociais e articular com as Representações Sociais significa uma proposta
desafiadora e complexa, à medida que se propõe buscar a compreensão de uma
teoria, seja para identificar e interpretar esses problemas, como também para
compreender grupos, culturas ou sociedades, bem como comportamentos e atitudes
dos sujeitos envolvidos que apresentam estreita relação com os conhecimentos, as
imagens, as metáforas, as crenças e os valores dentro de um contexto histórico e
social.
A Infecção Hospitalar (IH) representa um dos principais problemas da
qualidade da assistência de enfermagem ao cliente, devido à monta de sua
incidência, ao incremento da morbi-mortalidade e dos custos hospitalares,
assumindo conseqüências de impacto humano, social e econômico.
Cabe ressaltar o conceito de Infecção Hospitalar segundo o Ministério da
Saúde (MS), na Portaria . 2.616 de 12/05/1998, define IH como a infecção
adquirida após a admissão do paciente na unidade hospitalar e que se manifesta
durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação
ou procedimentos hospitalares (BRASIL,1998).
Para que se compreenda melhor essa problemática, destaca-se aqui o
conceito de Infecção Hospitalar de acordo com Fernandes (2000), para o qual
significa toda infecção adquirida durante a internação hospitalar e geralmente
provocada pela própria flora bacteriana humana, que se desequilibra com os
mecanismos imunológicos em decorrência da doença, dos procedimentos invasivos,
como: soroterapia; cateteres; cirurgias; e contato com a flora hospitalar.
O controle da IH tem sido uma preocupação manifestada entre as
discussões de saúde pública de extensão internacional, constituindo uma das
principais causas heterogêneas dos profissionais da saúde, com sérias implicações
aos usuários submetidos às diversas intervenções assistenciais, especialmente, no
ambiente hospitalar.
19
A suscetibilidade de riscos coletivos e individuais que vulneram o
ambiente hospitalar e que contribuem para aumentar os percentuais de infecção é
conseqüência, principalmente, da diversidade de agentes infecciosos e microbianos
expostos nesse meio. Também concorre para acentuar esse quadro o número
relevante de pessoas circulantes, desde estudantes de diversos cursos da área de
saúde, equipe multidisciplinar, pessoal de apoio, manutenção, limpeza e outros,
enfim, pessoas que desempenham assistência direta e contínua ao paciente
(SANTOS, 2005).
Para Couto et al (2003), um dos riscos do ambiente hospitalar é a
transmissão de bactérias e outros microrganismos patogênicos, que ocorre entre
pacientes colonizados ou infectados para pacientes suscetíveis e profissionais de
saúde, contribuindo, dessa forma, para o aumento da taxa de Infecção Hospitalar.
Esse risco diminui consideravelmente quando são aplicadas corretamente práticas
como: a lavagem das mãos, as precauções padrões de contato, higiene e limpeza.
Assim, após vários estudos, consolidou-se de forma inquestionável a
importância do controle das Infeões Hospitalares como uma atividade necessária
à assistência de saúde. Nesse sentido, as implementações de programas efetivos de
controle das IH foram responsáveis por uma redução de 35% do índice, com grande
repercussão econômica e diminuição dos custos hospitalares relacionados à
assistência aos clientes com infecção (OLIVEIRA; RODRIGUES, 2003).
Essa diminuição é resultado, sobretudo, das medidas exigidas pela
legislação brasileira em relação à implantação e cumprimento de Programas de
Controle de Infecção Hospitalar, que consta das publicações de Portarias
específicas sobre o assunto. A primeira Portaria foi a 196/834, seguida da 930/925
e, atualmente, a 2.616 de 1998 do Ministério da Saúde (BRASIL, 1998).
Destaca-se, dessa forma, que o controle de IH é imprescindível, legal e
tecnicamente necessário, exigindo a implantação e implementação de uma
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), que é possível com a
participação efetiva dos profissionais de saúde e de uma equipe multiprofissional.
Nessa perspectiva, o enfermeiro assume um importante papel diante
dessas ações, uma vez que dentre suas competências e habilidades, ele deve ser
20
capaz de planejar, implementar e participar dos programas de formação, qualificação
contínua e promoção da saúde (CUCOLO; FARIA; CESARINO, 2007).
De acordo com os mesmos autores, a imporncia das ações educativas,
a imprescindível participação dos enfermeiros como multiplicadores e co-
responsáveis pela prevenção e controle de IH vislumbram um modelo de avaliação
que propicie maior envolvimento desses profissionais, a fim de que nos momentos
avaliativos possam expressar os seus entendimentos, suas experiências, opiniões,
sugestões e críticas sobre o programa implantado, favorecendo um planejamento
conjunto das ações educativas futuras.
É, pois, um indivíduo sócio-cultural dinâmico em sua relação de
comportamentos, ações, atitudes e crenças que estão constantemente permeadas
pelas relações sociais estabelecidas em um determinado contexto.
Dessa forma, como enfermeira e docente, durante a supervisão de
estágio curricular realizado na Unidade de Neurologia de um hospital de ensino,
observei a escassez de conhecimentos básicos dos profissionais sobre os métodos
e técnicas de prevenção e controle de IH. Essa situação vulnerabiliza os enfermeiros
ao risco de uma Infecção Hospitalar por permanecer maior tempo em contato direto
com o paciente internado e ser o profissional que tem responsabilidade técnica
perante a equipe de enfermagem e a todos os procedimentos invasivos ou não.
Assim, este profissional tem pontual importância para a identificação e transmissão
de informações de casos de IH para a CCIH.
Tal vulnerabilidade dos enfermeiros às IH na unidade neurológica
aumenta pelo fato da maioria dos pacientes admitidos ser das Unidades de Terapia
Intensiva (UTI), com infecção hospitalar já diagnosticada através de exames de
culturas e em uso de tubos endotraqueais.
Consideram-se, assim, aspectos significativos das fontes de infecções: os
equipamentos utilizados pelos profissionais; a violação da rotina de esterilização de
materiais; o centro de material do hospital, que possui estrutura inadequada aos
procedimentos; espaço insuficiente para veiculação de funcionários; ocorrência de
procedimentos invasivos sem observância das recomendações operacionais padrão,
além do uso indiscriminado de antimicrobianos nas UTI’s. Isso revela a necessidade
21
de uma reflexão não da prática, mas, sobretudo, da formação, do ensino do
controle de IH, proporcionado aos graduandos de Enfermagem.
Nesse sentido, ao observar o aumento das taxas de Infecção Hospitalar
em um hospital público e de ensino, no qual trabalho como enfermeira intensivista
quinze anos e como coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por quatro
anos, inquietou-me o fato de que os enfermeiros, embora conheçam que as IH são
um dos maiores problemas de Saúde Pública, não manifestam a devida
preocupação em resolver essa problemática, além de não seguirem as orientações
da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), por mais simples que
sejam como: a higienização das mãos, o uso adequado de instrumentos de proteção
individual, entre outras medidas de biossegurança importantes no controle de
Infecções Hospitalares.
Contribuiu também para a minha inquietação e me levou a
questionamentos diante da magnitude da problemática em estudo, a experiência em
docência no curso de graduação em enfermagem, cinco anos supervisionando
estágios na área hospitalar, em que se observa que nas ações técnicas da prática
de diversos graduandos de Enfermagem uma incompatibilidade da teoria com o
aprendizado no decorrer do curso sobre a prevenção e controle de IH.
Contudo, considerando-se a multicausalidade das Infecções Hospitalares,
a universidade deve participar da formação dos enfermeiros, inserindo-os em uma
estratégia do cenário educacional que pontue uma educação em serviço com ênfase
nos treinamentos e na otimização do aspecto técnico-científico, para assim diminuir
ou amenizar as altas taxas de Infecção Hospitalar.
Segundo Moura e Tyrrell (2001), durante o curso de graduação em
Enfermagem, os estudantes recebem as informações gerais do Controle de IH,
considerando que nos Projetos Poticos Pedagógicos não constam disciplinas
específicas do controle de IH, existindo apenas nas disciplinas: Microbiologia, na
fase pré-profissional; Fundamentação Básica e Centro Cirúrgico, na fase profissional
com focos informativos isolados do assunto.
Corroborando com essa afirmação, ao analisar os novos planos de
disciplinas do Curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal do
Piauí (UFPI), observou-se uma escassez da temática em questão restringindo-se à
22
ementa da disciplina de Microbiologia, sem abordagem no cronograma de aulas, e
nas disciplinas de Fundamentação Básica I e II, com o tema de biossegurança.
Portanto, é imperativo inovações desta prática profissional, orientada por
objetivos e conhecimentos e inserida num contexto social, para que se aproxime o
binômio teoria e prática, com intervenções que possam minimizar os indicadores de
IH. Essa mudança de comportamento é um processo plausível e lento, uma vez que,
certamente, vários fatores interferem diretamente na anuência e implementação de
normas técnicas preventivas e de seguridade social.
O ensino, a pesquisa e a extensão têm mostrado que a adesão dos
trabalhadores de saúde às medidas de proteção é pouco usual e, com freqüência,
incompleta e descontínua, o que resulta em uma "falsa" proteção. Ainda que o risco
seja iminente, não se conseguiu que as precauções de segurança sejam
incorporadas à prática dos enfermeiros, pois envolve a percepção do risco para o
indivíduo. Basicamente os conceitos e as práticas dos isolamentos/precauções
padrões na atualidade são as mesmas formuladas no passado, o mesmo ocorre com
as abordagens educacionais que visam à mudança desejada (NICHIATA et al,
2004).
O interesse em desenvolver esta pesquisa se deve ao fato de acreditar
que o objeto de estudo, com base na Teoria das Representações Sociais (TRS), é
capaz de apreender as representações elaboradas pelos docentes de Enfermagem,
que servirão para nortear a formação profissional sobre o Ensino do Controle de
Infecção Hospitalar.
Frente à problemática, a contribuição da TRS no ensino do controle de
Infecção Hospitalar possibilitará uma ampliação deste conhecimento, especialmente,
no que se refere à plenitude da educação permanente numa realidade que se inova
com grande dinâmica no ambiente hospitalar.
Partindo desse princípio, as Representações Sociais (RS) dos docentes
da graduação de Enfermagem poderão ampliar o entendimento do processo do
Ensino do Controle de Infecção Hospitalar.
Espera-se, sobretudo, que o estudo auxilie os professores envolvidos com
a problemática em questão, fundamentando-os nos procedimentos, técnicas e
métodos de prevenção individual e coletiva, e na busca de outras formas de ensino
23
que sensibilize os graduandos de Enfermagem e profissionais de saúde para
compreenderem e participarem efetivamente das medidas de prevenção e controle
de IH com um novo olhar voltado para o cuidar do ser humano.
A atividade docente não é exercida sobre um objeto, nem sobre um
fenômeno a ser desvendado ou uma ação a ser produzida, ela é acionada
concretamente numa teia de interações e insere-se num contexto dinâmico, em que
o ser humano e seus sentimentos, atitudes, valores, crenças são passíveis de
apreensão pelos saberes envolvidos no processo de formação profissional através
da educação.
A partir dessa problemática, focalizou-se como objeto de estudo: as
Representações Sociais do ensino do controle de IH elaboradas pelos docentes de
Enfermagem, a partir de suas vivências, sentimentos e práticas clínicas no curso de
graduação em Enfermagem. E, assim, com o olhar voltado para o objeto deste
estudo sob a ótica das RS, associado às inquietações e práticas observadas no
contexto em que se insere esta pesquisa, foram elaboradas as seguintes questões
norteadoras:
Quais as Representações Sociais dos docentes da graduação de Enfermagem
sobre o Ensino do Controle de IH?
Como essas representações influenciam na prática dos docentes sobre o Ensino
do Controle da IH na graduação em Enfermagem?
E com o propósito de responder a esses questionamentos, foram elencados
os seguintes objetivos:
Apreender as Representações Sociais dos docentes da graduação de
Enfermagem sobre o Ensino do Controle de IH.
Analisar como as Representações Sociais influenciam na prática do Ensino do
Controle de IH na graduação de Enfermagem.
24
CAPITULO II
REFERENCIAL TEÓRICO
25
2.1 A Dinâmica do Controle de Infecção Hospitalar
As Infecções Hospitalares existem desde a Idade Média, mas só na
década de 50 foram reconhecidas como um problema de saúde pública e, a partir de
então, discutidas nos eventos científicos e organismos internacionais como a
Organização Panamericana de Saúde (OPS) e a Organização Mundial de Saúde
(OMS) (SILVA E SOUZA, et al., 2002).
Diversos são os fatores que podem gerar ou facilitar a ocorrência de IH
como o uso de material hospitalar contaminado; a não higienização das mãos (da
equipe de profissionais, dos pacientes; dos acompanhantes e visitas); o uso
empírico e abusivo de antibióticos; a baixa resistência de alguns tipos de pacientes
(idosos, obesos, diabéticos e outras doenças graves); crianças prematuras e com
baixo peso; e tempo longo de internação.
Estudos recomendam que um Programa de Controle de Infecção
Hospitalar bem conduzido reduz em torno de 30% a taxa de infecções do serviço,
considerando-se que existem aquelas que dependem muito do estado do paciente
(OLIVEIRA; RODRIGUES, 2003).
A IH eleva o consumo de antibióticos por causa da resistência adquirida e
amplia os índices de mortalidade e morbidade, provocando dor, mal-estar,
isolamento e sofrimento ao paciente. Além disso, é um problema sócio-econômico
devido aos custos diretos como o prolongamento do tempo de internação e aos
custos indiretos como aqueles representados pela impossibilidade de retorno ao
mercado de trabalho (COUTO, et al., 2003).
As Infecções Hospitalares são as mais freqüentes e importantes
complicações ocorridas em pacientes hospitalizados, tanto em países desenvolvidos
como nos em desenvolvimento. Nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que há
dois milhões de casos por ano, com taxas de até 50% de infecção na corrente
sanguínea em pacientes de UTI. Recentemente, a OMS conduziu um estudo em 55
hospitais de 14 países do leste Mediterrâneo, oeste do Pacifico, sudeste Asiático e
da Europa, encontrando entre os pacientes hospitalizados uma média de 8,7% de
pacientes com infecção (ANVISA, 2007).
26
O primeiro estudo brasileiro sobre a magnitude das IH em hospitais
terciários foi conduzido pela Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH)
do Ministério da Saúde, em 99 hospitais terciários (100 a 299 leitos) situados nas
capitais estaduais e Distrito Federal. Esses foram estudos de prevalência (exame em
um único dia), em que foram detectadas 1.340 infecções ativas em 1.129 dos 8.624
pacientes internados no dia e que estavam hospitalizados há pelo menos 24h.
Assim, a taxa de pacientes com IH foi de 13% e de infecções hospitalares de 15,5%
(PRADE, et.; al, 1995; HINRICHSEN, 2004). No Brasil, as taxas de mortalidade por
IH, em nível nacional, são desconhecidas e poucos estados têm algum dado sobre
essas taxas.
Em 1996, o MS definiu as novas diretrizes e normas de um Programa
Nacional de Controle de Infecção Hospitalar pela Portaria GM 2616, de 12 de
maio de 1998. De acordo com esse regulamento, as CCHI devem ser compostas por
membros consultores e executores, sendo esses últimos representantes do Serviço
de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e responsáveis pela operacionalização
das ações programadas do controle de IH (BRASIL, 1998).
Assim, as ações responsáveis pela diminuição dos índices de IH foram
exigidas legalmente com a lei 9.431, de 6 de janeiro de 1997, que dispõe sobre a
obrigatoriedade dos hospitais manterem um Programa de Controle de Infecções
Hospitalares (PCIH) e criarem uma Comissão de Controle de Infecções Hospitalares
(CCIH) para execução desse controle.
De acordo com Turrini (2004), compete à CCIH elaborar um Programa de
Controle de Infecções Hospitalares, contendo ações sistematizadas que visem à
máxima redução da incidência e da gravidade das IH, implementado pelo Serviço de
Controle de Infecção Hospitalar (SCIH). Inserida no PCIH, a intervenção educativa
proporciona maior conhecimento, atitudes positivas por parte dos profissionais da
saúde e melhores índices no cumprimento das medidas gerais de prevenção de IH.
A Portaria GM 2616/98 atribuiu ao órgão federal do Ministério da Saúde, a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que assumiu a partir da sua
criação em 1999 (Lei 9.782/99) a obrigação de estabelecer sistema de avaliação
e divulgação nacional dos indicadores da magnitude e gravidade das IH e da
qualidade das ações de controle. Essa portaria também impôs às coordenações
27
estaduais e distrital acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores epidemiológicos
de IH.
A Portaria trouxe ainda uma série de indicadores epidemiológicos para
determinar taxas de incidência ou prevalência e recomendações quanto aos
métodos de busca ativa de dados para Vigilância Epidemiológica das IH. De acordo
a norma, todas as alterações de comportamento epidemiológico deverão ser
analisados periodicamente no hospital e, especialmente, nos serviços de Berçário de
Alto Risco, UTI (adulto/pediátrica/neonatal) e Queimados. (ANVISA, 2007).
No âmbito governamental, os programas sempre foram conduzidos sem
transparência para a opinião pública. A ANVISA assumiu, em 1999, a coordenação
do programa e fez um levantamento, demonstrando que dos 6.387 hospitais
consultados, apenas 40% apresentavam a constituão formal de um programa de
controle de IH. Um dos problemas mais sérios, apontado por especialistas, é que a
maioria dessas comissões pode existir apenas no papel, ou seja, não atua
efetivamente (HINRICHSEN, 2004).
As CCIH, que se estruturaram e estão em funcionamento, enfrentam as
dificuldades naturais de um serviço novo. Seu enfoque maior está centrado nos
levantamentos epidemiológicos, até pela necessidade de conhecerem a realidade a
partir da qual seriam estabelecidas as ações de controle (SILVA E SOUZA et al,
2002).
Em 2003, a ANVISA prometeu chegar a 100% dos estabelecimentos com
CCIH e fazer um amplo inquérito que revelaria as verdadeiras taxas de IH no Brasil,
em cada área dos hospitais (UTI, pediatria, neonatal e outras). Passados três anos,
a Agência ainda não concluiu tal inquérito, nem atingiu o objetivo em relação aos
hospitais (SÃO PAULO, 2006).
Apesar da determinação do MS de que todos os hospitais devem criar e
manter Comissões de Controle de Infecção Hospitalar em funcionamento, na prática
isso não ocorreu, devido às diferentes condições apresentadas pelos hospitais, às
resistências encontradas e aos processos de poder que se intercalaram no curso de
suas operacionalizações.
Uma importante estratégia utilizada pelos SCIH tem sido a capacitação dos
profissionais e o envolvimento dos enfermeiros, tornando-os multiplicadores das
28
ações relacionadas à prevenção, devido à melhor vínculo com a equipe e à
supervisão contínua. No entanto, ainda são poucos os serviços que desenvolvem
essas atividades e poucos enfermeiros têm uma visão compartilhada sobre a
importância do controle das IH (TURRINI, 2004).
De acordo com Silva e Sousa et al (2002), o controle das IH engloba vários
aspectos, como: políticas administrativas e de saúde, recursos econômicos, planta
física, capacidade e engajamento profissional, conhecimento das características dos
microrganismos e das interrelações existentes. Essa multiplicidade de fatores tem
dificultado a implementação de um efetivo programa de prevenção e controle das IH e
representa desafios cada vez maiores aos profissionais de saúde que se propõem a
eliminá-las.
No Piauí, em 2000, foi divulgada a taxa de prevalência de IH dos hospitais
de referência e de ensino, localizados na capital Teresina. Os dados apresentados,
revelaram: Hospital Areolino de Abreu, 37,7%; Maternidade Dona Evangelina Rosa,
11,3%; Hospital Infantil Lucídio Portela, 35,7%; Hospital de Doenças Infecto-
Contagiosas, 23,7%; e o Hospital Getúlio Vargas, que funciona 59 anos, possui
quatrocentos e vinte e nove leitos, tem Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
(CCIH) e Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) estruturado, possui uma
taxa de prevalência de IH de 31,1%. Registra-se que a prevalência de IH nos cinco
hospitais de referência de Teresina foi de 27,9%, ou seja, 12,4% a mais do que a
prevalência registrada em nível nacional que é de 15,5% (MOURA; TYRREL, 2001).
De acordo com as mesmas autoras, para melhorar as condições de
atendimento dos hospitais do Estado do Piauí em termos de controle de infecção, foi
criada em 1994 a Comissão Estadual de Controle de Infecção Hospitalar (CECIH),
oficializada através de Portaria e publicação no Diário Oficial da União.
Junto a CECIH foi instituído o núcleo executivo do Estado, formado por
técnicos (enfermeiros e médicos) com experiência em controle de infecção. Esse
núcleo desenvolveu um Plano de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH) que tem
como meta a criação de CCIH em todos os hospitais da capital e nas regionais de
saúde, para desenvolverem um conjunto de ações deliberadas e sistemáticas, com
vistas à redução máxima da incidência e gravidade das infecções (MOURA et al,
2007).
29
De acordo com a atual coordenação da Comissão Estadual de Controle
de IH do Piauí, a situação de operacionalização dos objetivos do programa não
difere dos demais autores referendados neste estudo. Relata também as muitas
dificuldades de efetivação de um controle técnico rigoroso dos índices estatísticos de
Infecção Hospitalar estadual. Após a ANVISA assumir o controle do sistema de
avaliação e divulgação nacional dos indicadores, decorreram por três
reestruturações de Comissões Estaduais do Controle de Infecção Hospitalar no
Piauí, em 2001, 2005 e 2008. Isso reflete em uma fragilidade no sistema de
informação dos índices de IH estadual, e, por conseguinte, no nacional (informação
verbal)
1
.
Nesse sentido, a diretoria da ANVISA do Piauí reestruturou uma nova
Comissão Estadual de Controle de Infecção Hospitalar composta por um grupo
consultor e um grupo executor, cujo primeiro possui: representantes do Estado, do
Ministério Público, do Conselho Regional de Enfermagem, Conselho Regional de
Farmácia, hospitais públicos e privados, conselhos representativos municipais e
estadual e diretoria administrativa da Secretaria do Estado do Piauí. O segundo
apresenta os seguintes representantes: uma Diretoria da Vigilância Sanitária,
Gerente de Controle de Serviços e Programas, Gerente de Controle Estadual de
Saúde, Coordenação de Controle de IH, um médico Infectologista, laboratório
central, representante do serviço de Obstetrícia e Neonatologia do estado. Contudo,
essa reestruturação ainda aguarda a publicação no Diário Oficial da União
(informação verbal)
2
.
Atualmente, a coordenação nacional de prevenção e controle de
infecções em serviços de saúde é realizada pela ANVISA. Em 2004, com o intuito de
oferecer aos hospitais brasileiros e gestores de saúde uma ferramenta de
aprimoramento das ações de prevenção e controle de infecção, desenvolveu-se o
Sistema Nacional de Informação para o Controle de Infecção em Serviço de Saúde
(SINAIS), o qual possibilita o acompanhamento das infecções em tempo real pelos
1
Informação fornecida pela Coordenadora do Programa de Infecção Hospitalar do Estado do Piauí, Maria do
Amparo Bida Mesquita, durante uma visita realizada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em maio de
2007.
2
Informação fornecida pela Coordenadora do Programa de Infecção Hospitalar do Estado do Piauí, Maria do
Amparo Bida Mesquita, durante uma visita realizada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em maio de
2007.
30
serviços de saúde, a partir de um banco de dados nacional acessível a Municípios,
Estados e Governo Federal, dentro de sua abrangência.
Neste sentido, no Piauí, especificamente em Teresina, em 2007 houve
uma oficina realizada por dois técnicos membros da ANVISA/MS para capacitar os
membros das Comissões de Controle de IH num programa de Sistema de
Informação Nacional de Infecção nos serviços de Saúde (SINAIS). A
retroalimentação deste sistema pelos hospitais cadastrados com CCIH facilitaria a
visão panorâmica nacional dos índices de Infecção nos serviços de Saúde
(informação verbal)
3
.
Em Teresina existem 08 (oito) hospitais cadastrados na ANVISA que
possuem CCIH. No interior do Estado não existem registros, embora haja municípios
com hospitais com UTI’s e maternidades com berçários. No entanto, mesmo após o
treinamento sobre o SINAIS, não houve consolidação da retroalimentação deste
sistema pelos hospitais e as notificações de IH continuam sendo fornecidas à
ANVISA através de relatório trimestral de índices de IH.
Nessa perspectiva, os profissionais da saúde, especialmente os
enfermeiros e demais profissionais inseridos na estrutura da assistência hospitalar,
de alguma maneira, estão permanentemente participando do trabalho em serviço de
saúde, são responsáveis pela estrutura, processo e resultados dos Programas de
Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar.
2.2 O Processo do Ensino Superior da Enfermagem no contexto da Política
Nacional da Educação
Numa ampla retrospectiva histórica da enfermagem é relevante e pontual
ressaltar um passado de lutas importantes para as conquistas árduas dessa
atividade profissional no presente e no futuro.
3
Informação fornecida pela Coordenadora do Programa de Infecção Hospitalar do Estado do Piauí, Maria do
Amparo Bida Mesquita, durante uma visita realizada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em maio de
2007
31
O ensino de enfermagem no país passou por várias fases de
desenvolvimento ao longo dos anos, tendo como reflexo de cada mudança o
contexto histórico da enfermagem e da sociedade brasileira. Conseqüentemente, o
perfil de enfermeiros apresenta significativas mudanças em decorrência das
transformações no quadro político-econômico-social da educação e da saúde no
Brasil e no mundo (ITO et al, 2006).
Tal trajetória histórica de formação de enfermeiros ocorreu vinculada às
reformas das Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, sempre das
mudanças nas políticas de saúde e no mercado de trabalho (THERRIEN, 2008).
Em meio a essas lutas e conquistas, destaca-se a figura histórica
Florence Nightingale, nascida na década de vinte do século XIX, em Florença cidade
italiana, apreciada como o berço europeu das artes. Nightingale escolheu como
profissão a enfermagem, atividade que desenvolveu com bastante tenacidade e
incomum dedicação (MADEIRA, 2006).
Segundo Paixão (1979), Florence Nightingale (18201910) era uma
mulher de questionamentos profundos no âmbito da sua área e do contexto
circundante. Para a época, “parecia estar à frente de seu tempo”, como é comum se
afirmar com personalidades que se destacam, que não se colocam diante dos
desafios, mas sabem enfrentá-los corajosamente. Por isso é que dela se diz que era
dotada de incomum inteligência e que era mulher tenaz, determinada e
perseverante, características que lhe facultava dialogar tanto com o mundo político
como com os oficiais do Exército, fazendo prevalecer suas idéias em prol do bem
comum.
De acordo com o mesmo autor, sua idéia era realizar-se como
enfermeira. Para tanto, trabalhou em diversos países, ganhando espaço,
notoriedade e adquirindo experiência no campo profissional. Associa à enfermagem
sua decisão de melhor servir a Deus, integrando-se a várias ordens religiosas, para
seguir a vocação cristã e também ampliar, cada vez mais, seus conhecimentos e
experiências no campo específico da Enfermagem.
Assim, Florence Nightingale proporcionou serviços, sobretudo, em tempos
de guerra, a vários países europeus, durante a guerra da Criméia com o epíteto de
“Dama da Lâmpada”, por seu trabalho de percorrer as enfermarias de lanterna na
32
mão para atender aos doentes, razão por que os soldados a chamavam de anjo da
guarda. Por esse trabalho foi premiada pelo Governo Inglês e com o dinheiro dessa
premiação fundou uma Escola de Enfermagem, que se tornou modelo para todo o
mundo, instituindo-se o padrão ninghtingaleano, marcado pela disciplina rigorosa,
pela exigência e vigilância de qualidades morais das candidatas (MADEIRA, 2006).
Considera-se, que o ensino oficial sistematizado da Enfermagem Moderna
no Brasil foi introduzido em 1923 pelo Decreto nº. 16300/23, no Rio de Janeiro,
mediante a organização do Serviço de Enfermeiras do Departamento Nacional de
Saúde Pública (DNSP), então dirigida por Carlos Chagas e posteriormente
denominada Escola Anna Nery (ITO et al, 2006).
Assim, o cenário científico da enfermagem desvenda uma trajetória
respeitável na profissão, iniciada por Florence Nightingale que preconizava a
observação sistemática do indivíduo e do ambiente como forma de desenvolver o
conhecimento dos fatores que promovem o restabelecimento da saúde. Nesse
momento houve o marco das primeiras noções sobre contaminação (infecção) a
separação dos soldados feridos na guerra, em que Florence Nightingale os separava
por grau de gravidade de lesão e de acordo com o ambiente. Esse pensamento foi
continuado por vários países considerados líderes no campo de Enfermagem. Na
primeira metade do século XX, por exemplo, os Estados Unidos foi um dos
seguidores desse modelo, conduta essa que permaneceu por muitos anos.
Esse padrão norte-americano foi se expandindo, transformando o futuro
da enfermagem no mundo. Assim, a enfermagem passou a ser distinguida não mais
como uma atividade empírica, dissociada do saber especializado, porém na
condição de profissão assalariada, preparada para atender à necessidade de mão-
de-obra qualificada nos hospitais, configurando-se, pois, como prática social
específica e institucionalizada.
No cenário nacional, a primeira escola de enfermagem foi criada em 27 de
setembro de 1890, no Rio de Janeiro, denominada Escola Alfredo Pinto, hoje
pertencente à Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO) (MADEIRA, 2006).
Em 1901, foi fundada, em São Paulo, uma escola de enfermagem, no
Hospital Evangélico de São Paulo, hoje Hospital Samaritano, adotando o mesmo
modelo da escola Alfredo Pinto do Rio de Janeiro. Conforme esta tendência, em 19
33
de fevereiro de 1923, no Rio de Janeiro, foi criada a Escola de Enfermagem Anna
Nery, que apreciava em seu currículo disciplinas preventivas, compatíveis com a
formação em Saúde Pública, por conta da necessidade nacional, e Controle de
Epidemias, atendendo a necessidades de cunho comercial. De modo que nessa
época, era visível uma grande contradição no ensino da enfermagem nos referidos
cursos: a saúde coletiva era privilegiada nos currículos, mas a saúde curativa e
hospitalar era a priorizada e ensinada, na prática (PAIXÃO, 1979).
A escola em referência tinha como objetivo precípuo formar pessoal para
trabalhar com o doente psiquiátrico. A necessidade de contar com uma enfermagem
que atuasse em instituições de psiquiatria fundamentavam-se na lacuna deixada
pelas ordens religiosas femininas no que se refere ao atendimento aos doentes.
Nesse sentido, oferecia à comunidade um curso de formação com duração de dois
anos, cuja proposta curricular enfatizava a abordagem de aspectos básicos da
assistência hospitalar, essencialmente curativa (GERMANO, 1985).
Portanto, o ensino sistematizado de enfermagem surgiu no Brasil,
especificamente na década de 1920. Antes disso, não havia propriamente escolas
de Enfermagem, mas instituições religiosas cujo ensino e orientação sobre essa
prática não obedeciam a nenhum programa formal. O ensino nesse âmbito era de
caráter teórico, de modo que o desenvolvimento intelectual do aluno merecia pouca
atenção, sendo considerado secundário, emergindo como prioridade o cumprimento
de tarefas diárias relacionadas com a assistência ao doente e com trabalhos de
limpeza e higiene do ambiente (MEDEIROS; TIPPLE; MUNARI, 1999).
Assim, através do Decreto 17268/1925, foi institucionalizado o ensino de
enfermagem no Brasil, sendo que, em 1931, pelo Decreto 20.109, da Presidência da
República, a Escola de Anna Nery foi oficializada, passando a configurar-se como
escola padrão para todo o país, no âmbito da formação em enfermagem. Em 1937,
tornou-se instituição complementar da Universidade do Brasil e, em 1946, foi
definitivamente incorporada à referida Instituição de Ensino Superior (IES) (BRASIL,
2005).
Desse modo, de acordo com Cunha (1997), no Brasil, o norte da
construção do conhecimento de Enfermagem passou por quatro estágios: o primeiro
foi a adoção de princípios teóricos que identificaram sua área de domínio; o segundo
formulou as teorias de enfermagem; o terceiro desenvolveu conceitos para subsidiar
34
a prática profissional; e o quarto foi caracterizado pelos debates filosóficos para a
formulação de pressupostos para a Enfermagem.
Todavia, várias lutas incessantes da Enfermagem estão relacionadas com
a Reforma Universitária de 1968 que ocorreu o maior incremento do movimento de
inserção da carreira de enfermagem na universidade, modificando sua situação tanto
do ponto de vista quantitativo como qualitativo. O quantitativo deu-se pelo aumento
do número de vagas e pela criação de novos cursos, ao passo que o qualitativo,
com a implantação dos cursos de s-graduação na modalidade lato sensu, o que
possibilitou o fortalecimento da construção científica no campo da Enfermagem
(BAPTISTA; BARREIRA, 1997).
Revendo por outra vertente, esse traçado histórico, comporta registrar que
nessa época, nos cursos de enfermagem, a construção do conhecimento por meio
do ensino formal voltou-se a solução dos problemas de saúde do ser humano. O
avanço desse conhecimento levou a Enfermagem à condição de área científica que
tem desenvolvido diversas teorias a partir de diferentes paradigmas científicos, os
quais, até o momento, têm orientado os enfermeiros em sua prática profissional
(MADEIRA, 2006).
Assim, essa relevante discussão da educação superior tem sido
reconhecida internacionalmente, o apenas em função do valor instrumental da
formação acadêmico-profissional e das atividades de pesquisa científica e
tecnológica para o desenvolvimento econômico e social, mas por sua contribuição
decisiva para uma formação ética e cultural mais ampla da cidadania democrática,
além de subsidiar um processo reflexivo no ensino-aprendizagem da enfermagem
brasileira.
No entanto, essa dialética histórica que articulou o ensino superior pós-
medieval, o desenvolvimento da ciência e a emergência do Estado nacional, ao
relacionar universidade como princípio de educação para a organização da
cidadania, introduziu os parâmetros da complexa problemática da universidade na
perspectiva do novo século.
Desta forma, o curso de Enfermagem da Universidade Federal do Piauí
(UFPI) brotou no interior de um cenário marcado por lutas intensas e pela ampliação
35
diversificada da oferta de educação superior à população piauiense (MADEIRA,
2006).
Em Teresina, a história do ensino da Enfermagem, na modalidade de
graduação, começou a edificar-se com a implantação do Curso de Enfermagem na
UFPI, criado em 1973, através do ato da Reitoria nº. 198/1974, subordinando-o ao
Departamento de Medicina Comunitária (NUNES; BAPTISTA, 2004).
A criação de um novo curso fortaleceu a universidade e beneficiou a
população em geral. No entanto, o que desperta a atenção é o fato do curso só vir a
ser criado após 50 (cinqüenta) anos da implantação da enfermagem moderna no
Brasil, pela missão de Enfermeiras Norte-Americanas, cujo programa de ação
assegurou a autonomia do ensino da enfermagem pós Reforma Universitária de
1968. Esse fato determinou profundas transformações na inserção das escolas de
enfermagem nas universidades. Não obstante, o ensino da Enfermagem na UFPI
nasce dependente de um Departamento de Medicina (NUNES; BAPTISTA, 2004).
A busca de uma política educacional para formação profissional em
enfermagem foi um processo historicamente protagonizado pela Associação
Brasileira de Enfermagem (ABEn-Nacional), nos diferentes períodos da
institucionalização da profissão no Brasil. E, esta sua condição de referência
nacional para as questões educacionais, de modo particular, impõe
responsabilidades e desafios junto à categoria e a outros segmentos sociais e da
saúde, na condução de um processo que busca elevar a qualidade do ensino e da
produção técnico-científica, política e ética da enfermagem brasileira (MOURA et al,
2007).
Nessa perspectiva, em setembro de 1988, em consonância com o
movimento da ABEn, foi realizado o seminário interno “O Ensino de Graduação:
Perfil e Competência”, para discutir os conceitos que norteariam a formação do
enfermeiro e analisar estratégias de operacionalização das Habilitações. Em
dezembro de 1989, retomou-se o debate interno a partir do documento “Nova
proposta de currículo mínimo para a formação do enfermeiro”, da ABEn. E, em
março de 1991, ocorreu um fórum interno, visando à análise crítica dos conteúdos
programáticos do currículo (CORREIA et al, 2004).
36
De acordo com os mesmos autores, durante o 51° Congresso Brasileiro
de Enfermagem, a categoria reafirmou os princípios e diretrizes do curso em
Enfermagem em um documento chamado Carta de Florianópolis potencializando a
formação de enfermeiro generalista e apresentando o Projeto Político Pedagógico
da Enfermagem (PPPE).
E em 2000, no Seminário Nacional de Diretrizes para Educação em
Enfermagem (SENADEn) contempla-se a elaboração dos PPP’s pelas Instituições
de Ensino Superior , que finalmente, em outubro de 2001 foi homologado o parecer
CNE/CES 1133/2001 das Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de
graduação em Enfermagem, Medicina e Nutrição e, em novembro, a Resolução
3/2001, que instituiu as diretrizes especificas para o ensino da graduação em
enfermagem (FARIA; CASAGRANDE, 2004).
Em 2002, no SENADEn ao abordar o tema “Educação e mudanças:
discutindo os contextos, textos, lições e propostas”, privilegia a implementação das
Diretrizes Curriculares e a construção dos PPPE. São apontados como fatores
geradores das dificuldades das IES a crise de financiamento das universidades
públicas e suas estruturação rígida, bem como a expansão indiscriminada de novos
cursos de enfermagem nas instituições privadas. Este encontro indica a necessidade
de um parâmetro nacional mínimo de carga horária para a graduação de
enfermagem de 4.000 horas com tempo de integralização de, no mínimo, 8
semestres letivos (CORREIA et al, 2004).
Esse marco referencial no campo da Enfermagem, expresso em um novo
paradigma de formação transparente, abordou um currículo que tem por alicerce
uma produção social da saúde inserido nos princípios do SUS, trilhando num
caminho da assistência integral e humanizada à sociedade. Esta responsabilidade
ultrapassou as esferas puramente técnicas, exigindo a adoção de posições em prol
do mundo e da vida.
Estudos corroboram com o desafio da construção de novos paradigmas
pedagógicos para a formação de profissionais, na área de saúde, frente às
necessidades da sociedade atual. Estas consistem em fazer acontecer na escola o
que se espera suceder fora dela, nos espaços de promoção e de provisão de
cuidados em saúde, intercedendo por um currículo que articule dinamicamente o
ensino, comunidade, teoria e prática.
37
Atualmente o Departamento de Enfermagem da UFPI possui um novo
Projeto Potico Pedagógico (PPP) construído coletivamente docentes, discentes,
representantes de associações e comunidade através de oficinas de trabalho
organizadas por uma comissão de elaboração do projeto em concordância com as
Diretrizes Curriculares para os cursos de Enfermagem, aprovado pela Portaria
1.518, de junho de 2000. Vale ressaltar que o novo currículo está em fase de
experimentação e avaliação, porém desenvolvido paralelo ao tradicional.
Portanto, esse PPP foi dividido em dois núcleos: contextual, em que
características gerais e históricas do Piauí e de Teresina, inserindo-se contextos dos
setores de educação, saúde e do mercado de trabalho. O outro núcleo é o
conceitual, em que estão inseridos o perfil do formando egresso/profissional,
competências e habilidades e o eixo curricular com a trajetória do aluno durante o
processo de formação profissional. O curso de Enfermagem totaliza com 9 (nove)
semestre e 272 créditos composto por 4.080h/aula.
Neste PPP é destacada uma cultura reflexiva que representa uma forma
de educar pessoas como o mundo precisa, e depende muito do preparo e reflexão
do docente na busca de conhecimentos e habilidades,mas também dentro de
princípios éticos e no respeito à autonomia dos graduandos. É um processo
dinâmico que está em constante avaliação e que pode ser transformado de acordo
com os atores sociais, adaptação de práticas e o cenário de ação do ensino.
2.3 O Ensino do Controle de Infecção Hospitalar como objeto de
Representações Sociais
No cenário mundial vivemos em constante emissão de informações
diversificadas. E para determinar como se adaptar nele, como identificar e resolver
problemas que se apresentam, foram criadas as representações. O indivíduo partilha
desse mundo com os outros seres sociais de forma convergente ou antagônica, na
compreensão, administração ou enfrentamento da vida cotidiana.
Este estudo apóia-se na Teoria das Representações Sociais (TRS)
elaborada por Serge Moscovici (1961), pois como forma de saber permite explicar e
38
compreender a realidade em que se insere a problemática do Controle de Infecção
Hospitalar, construindo, assim, novos conhecimentos.
A TRS é resultado de um trabalho sobre a socialização da teoria
psicanalítica junto à população parisiense. Constitui uma “teoria do senso comum”,
na qual em busca de uma redefinição dos problemas e conceitos da Psicologia
Social, Serge Moscovici, por meio de seu estudo de como uma disciplina científica
a Psicanálise é transferida do domínio dos especialistas ao domínio do publico em
geral, estabelece a Teoria das Representações Sociais. O referido resultado é
sistematizado na obra La Psycanalyse:son image et son public, publicada em 1961
(DOTA, 2006).
A partir das Representações Sociais e dos conhecimentos sobre IH e das
ações propostas para a prevenção, observa-se que os sujeitos envolvidos, docentes
do curso de graduação em Enfermagem, responsáveis pela qualidade da construção
do cuidar em enfermagem estão inseridos em uma realidade social que passa por
constantes transformações. Diante das quais, necessitam entendê-las para se
posicionarem e com isso definirem essa realidade, orientando-se através de
opiniões, pensamentos, ações e de comunicação em seus grupos.
A relevância das Representações Sociais para o ensino do controle de IH
está no fato de que estas definem conjuntamente os diversos aspectos da realidade
social diária de modo a influenciar aspectos na tomada de decisões ou posicionar-se
frente a eles de modo defensivo.
Destaca-se que as Representações Sociais são atividades de
transformação de um saber, a ciência em outro saber, o senso comum e vice-versa
(FAHL; SILVA, 2007). Advindas de conversações no universo cotidiano sobre os
diversos objetos sociais, são construídas quando existe na sociedade a necessidade
de se posicionar frente a novos objetos sociais, recriados a partir de falas cotidianas
de forma tal que o mundo externo (objeto) e interno (o sujeito) não são coisas
absolutamente separadas, visto que o objeto é representado pelo sujeito, porque
existe para ele e só existe, porque é socialmente relevante (CALDAS; SÁ, 2005).
Na prática, as RS são visualizadas em múltiplas dimensões, pois trafegam
nos discursos, são veiculadas nas palavras, mensagens e imagens midiáticas
(JODELET, 2001).
39
Dentro da formação dos fenômenos representativos, ressalta-se a
importância fundamental da comunicação, por ser primeiramente o vetor de
transmissão da linguagem portadora em si mesma de representações. Em segundo
lugar, afeta os aspectos estruturais e formais do pensamento social, à medida que
envolve processos de interação social, influência, consenso e polêmica. Em terceiro,
a comunicação contribui para a construção de representações que atingem a vida
prática e afetiva do grupo.
O homem é convidado a se posicionar perante os acontecimentos. Assim,
ao representar algum “objeto” ou “pessoa” não ocorre simplesmente uma
reprodução, mas uma reconstrução, e esta nova existência leva a marca de sua
passagem pelo psiquismo individual e coletivo (MOSCOVICI, 1978). Nesse sentido,
as representações assumem uma determinada posição simbólica e transformam um
conhecimento científico em conhecimento do senso comum segundo dois processos
básicos: a objetivação e a ancoragem (SANTOS, 2005).
A objetivação é o processo que torna concreto o que é abstrato, que
materializa a palavra, transforma o conceito em objeto e os torna intercambiáveis.
Na realidade, ela substitui o conceito pelo que é percebido, o objeto pela sua
imagem, a imagem tornando-se o objeto e não sua representação. A imagem é
sempre uma simplificação do conceito que lhe deu origem.
a ancoragem diz respeito ao enraizamento social da representação,
cuja função é a de realizar a integração cognitiva do objeto representado num
sistema de pensamento preexistente. Dessa forma, os novos elementos de
conhecimento são colocados numa rede de categorias mais familiares. O sistema de
classificação utilizado supõe uma base de representação partilhada coletivamente,
isto é, categorias socialmente estabelecidas. E a partir daí, pode-se dizer que o
grupo exprime sua identidade com base no sentido que ele à representação
(MOSCOVICI, 2004).
Com isso, a ancoragem se refere às significações distintas daquelas
internas ao conteúdo de uma representação. São as significações que intervêm nas
relações simbólicas existentes no grupo social que representa o objeto. A
ancoragem é, pois, a solidificação da representação, ou seja, é nela que se fixam as
representações numa rede de significações de acordo com as crenças e valores
sociais do indivíduo (SANTOS, 2005).
40
Estes processos não o dissociáveis, mas mantêm-se numa relação
dinâmica e simultânea. Tanto a ancoragem como a objetivação possui a mesma
função: transformar o não-familiar em familiar (MOSCOVICI, 2004).
A relação que estabelece o controle de IH e os docentes da Graduação
de Enfermagem encontra-se permeada de conhecimentos oriundos de diversos
contextos sócio-históricos, que se organizam em verdadeiras teias de significados,
permitindo a apreensão dos conhecimentos da vida cotidiana, das características do
currículo de ensino e das informações que circulam sobre este objeto de estudo.
Portanto, a TRS é capaz de visualizar situações importantes à
compreensão dos problemas da tríade ensino, teoria e prática na produção de
saberes sobre o ensino do controle da Infecção Hospitalar, articulando-se as RS a
diferentes comportamentos, crenças, atitudes e ao conhecimento da prática dos
docentes da graduação de Enfermagem.
A representação social elaborada por um grupo define normalmente
objetivos e procedimentos específicos para os seus membros. Essa atitude de
pensamento está sempre ligada à ação, à conduta individual e coletiva. Esses
elementos simulam diretamente o comportamento social e a organização do grupo,
chegando a modificar seu próprio funcionamento cognitivo (ARRUDA, 2004).
A imagem do enfermeiro e da Enfermagem perante as ações do controle
de IH é de suma importância, porque é constituída historicamente e socialmente
perante a sociedade acadêmica. Isso nos leva à reflexão sobre a realidade de um
modelo de assistência de enfermagem prestada, repleto de lacunas dentro do
contexto hospitalar.
De acordo com Fahl e Silva (2007), a imagem profissional é uma rede de
Representações Sociais da Enfermagem que por meio de um conjunto de conceitos,
afirmações e explicações, reproduz e é reproduzida pelas ideologias originadas das
práticas sociais, interna/externas a ela. A imagem profissional remete à própria
identidade profissional, em sua intrincada rede de significados que se pretendem
exclusivos e, portanto, inerentes àquela profissão. Esta imagem profissional se
consubstancia, assim, na própria representação da identidade do grupo.
De acordo com Trindade (2007), sempre haverá a necessidade de
conhecimentos para compreender o mundo e atuar nele. Todo saber adquirido afeta
41
a maneira de observar e agir na realidade. Vive-se em um determinado lugar, em
uma determinada temporalidade, dentro de um grupo populacional espefico,
buscando e obtendo saberes, que contribuem para o existir humano.
É válido acrescentar que é o discurso que facilita a aquisição de
informações, transportando opiniões, crenças e valores entre os indivíduos,
construindo assim, as concordâncias e as divergências. Dessa forma, a universidade
passa a ser espaço onde se movimentam docentes que ao realizarem determinada
atividade acadêmica influenciam e são influenciados. Compõem um lugar de
construção de consensos e dissensos e, conseqüentemente, um local favorável à
formação de Representações Sociais.
Assim, este estudo à luz da Teoria das Representações Sociais (TRS),
vislumbra um conhecimento construído e compartilhado socialmente pelos docentes,
vinculado às construções sociais de um saber do senso comum, influenciado por
comportamentos, crenças e atitudes dos grupos sociais, aos quais pertencem com
ações reflexivas e coletivas no contexto sócio-interativo no pensar sobre a
prevenção e controle de Infecção Hospitalar.
Dessa forma, considera-se que os docentes de enfermagem têm
conhecimentos espontâneos sobre o controle de IH, ou seja, um saber prático de
senso comum através do qual se comunicam socialmente e se orientam dentro de
suas ações do cuidar em enfermagem com o ser cuidado.
42
CAPITULO
III METODOLOGIA
43
3.1 Tipo de Estudo
Trata-se de um estudo exploratório para apreender o fenômeno
relacionado ao objeto do estudo, tendo como estratégia o conhecimento informal dos
sujeitos sociais, a partir das Representações Sociais.
A pesquisa é de natureza exploratória quando envolver levantamento
bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram (ou tem) experiências práticas
com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a compreensão.
Possui ainda a finalidade básica de desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e
idéias para a formulação de abordagens posteriores. Dessa forma, este tipo de
estudo visa proporcionar um maior conhecimento para o pesquisador acerca De um
tema, a fim de que esse possa formular problemas mais precisos ou criar hipóteses
que possam ser projeções para estudos posteriores (GIL, 2002).
3.2 Cenário do Estudo
O cenário foi o Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do
Piauí (UFPI) do Centro de Ciências da Saúde (CCS). A UFPI foi instituída nos
termos da Lei 5.528, de 11 de novembro de 1968, e oficialmente instalada em 12
de março de 1971, com o objetivo de criar e manter a UFPI. A UFPI possui três
campus: Campus Ministro Petrônio Portella, em Teresina; Campus Ministro Reis
Veloso, em Parnaíba; e Campus Senador Helvidio Nunes de Barros, em Picos. Além
de três Colégios Agrícolas situados nas cidades de Floriano, Bom Jesus e na própria
capital, Teresina.
As unidades gestoras da UFPI estão organizadas em Órgãos Centrais e
Unidades de Ensino. Os Órgãos Centrais são: Reitoria, Pró-Reitoria de
Administração (PRAD), Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PREG), Pró-Reitoria
de Extensão (PREX), Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG), Pró-
44
Reitoria de Planejamento e Orçamento (PROPLAN), Pró-Reitoria de Assuntos
Estudantis e Comunitários (PRAEC), Vice-Reitoria e Biblioteca Central (BC).
As Unidades de Ensino são: Centro de Ciências da Saúde (CCS), Centro
de Ciências Humanas e Letras (CCHL), Centro de Ciências da Natureza (CCN),
Centro de Ciências da Educação (CCE), Centro de Tecnologia (CT), Centro de
Ciências Agrárias (CCA), Campus Ministro Reis Veloso (CMRV), Campus do Junco
(CJ), Colégio Agrícola de Teresina (CAT), Colégio Agrícola de Floriano (CAFS) e
Colégio Agrícola de Bom Jesus (CABJ).
O CCS, em sua estrutura organizacional, possui 13 departamentos:
Departamento de Biofísica e Fisiologia; Departamento de Bioquímica e
Farmacologia; Departamento de Clínica Geral; Departamento de Educação Física;
Departamento de Enfermagem; Departamento Materno-Infantil; Departamento de
Medicina Comunitária; Departamento de Medicina Especializada; Departamento de
Morfologia; Departamento de Nutrição;Departamento de Odontologia Restauradora;
Departamento de Parasitologia e Microbiologia; Departamento de Patologia e Clinica
Odontológica.
No que concerne ao Departamento de Enfermagem (DE), a estrutura
física é constituída por 10 (dez) salas para docentes, 01 (uma) sala de coordenação
de enfermagem, 01 (uma) sala do DE, 04 (quatro) laboratórios de enfermagem, de
informática, de centro cirúrgico e outro de práticas alternativas; 01 (uma) sala de
mestrado em Enfermagem; 01 (um) auditório de enfermagem; e 02 (duas) salas de
vídeos.
O corpo docente compõe-se de 20 (vinte) professores com nculo efetivo
e 06 (seis) professores substitutos. Desses, uma professora exerce a função de
coordenadora do curso, outra de sub-coordenadora; uma docente que exerce a
chefia do Departamento de Enfermagem, e uma sub-coordenadora do DE e uma na
coordenação do mestrado em Enfermagem. Os recursos humanos cnico-
administrativos são compostos por 06 (seis) funcionários.
45
3.3 Sujeitos do Estudo
Os sujeitos foram constituídos por 17 (dezessete) docentes do
Departamento de Enfermagem da UFPI que apresentam vínculo efetivo com a
referida Instituição. Este requisito justifica-se pelo fato de que esses professores têm
permanência no trabalho e serviu para que se tenha acesso às informações e dados
a que se propõe analisar na pesquisa. A seleção dos sujeitos foi intencional por ser
indispensável à inclusão daqueles que tivessem permanência significativa com a
questão em estudo.
Sobre a seleção intencional, Chizzoti (2003) considera que os informantes
de um estudo devem ser aqueles que conheçam bem o problema, e como
testemunho oral, com suas percepções e análises, possam esclarecer aspectos
desconhecidos e identificar fatos que não foram explorados no problema.
Todos os sujeitos foram do sexo feminino com suas características sócio-
demográficas assim descritas: 9 (nove) possuíam a titulação de doutoras e 8 (oito)
de mestres. Das dezessete docentes, 05 (cinco) se encontravam na faixa etária de
41-50 (quarenta e um a cinqüenta anos); 04 (quatro) com mais de sessenta anos; e
08 (oito) na faixa etária de 51- 60 (cinqüenta e um anos a sessenta anos).
3.4 Aspectos Éticos e Legais
Os sujeitos que concordaram em participar deste estudo assinaram o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, no qual ficou assegurado o direito à
privacidade, sigilo e acesso aos dados. Suas identidades foram preservadas, ao
passo que o uso e a destinação dos dados coletados serão de exclusividade desta
pesquisa (BRASIL, 2003). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP) da Universidade Federal do Piauí.
O estudo terá como base os aspectos éticos dispostos na Resolução de
nº. 196/96 do Conselho Nacional de saúde (BRASIL, 2003) e informando sobre os
46
princípios éticos envolvidos na pesquisa, além do consentimento prévio, informado a
uma comissão de ética para analisar a aprovação, garantir o respeito e o sigilo das
pessoas entrevistadas, onde não constataram dados que permitem a identificação
de sujeitos (HADDAD, 2004).
3.5 Instrumento da Coleta de Dados
A organização da coleta de dados foi dividida em duas etapas: inicialmente
se buscou os nomes e números dos docentes efetivos do Departamento de
Enfermagem da UFPI com seus respectivos endereços e telefones. E, posteriormente,
foram feitos contatos prévios com agendamento das entrevistas.
Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se um roteiro de entrevista
semi-estruturada (APÊNDICE C) com seis itens: o primeiro com caracterização dos
sujeitos; o segundo por uma pergunta fechada; e os outros cinco com perguntas
abertas sobre o tema em estudo.
A entrevista semi-estrururada é uma técnica em que o investigador se
apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objetivo de obtenção
dos dados que interessam à investigação (MINAYO et al, 2007).
Posteriormente, as respostas apresentadas pelos sujeitos foram gravadas
com recurso de um MP4 player, aparelho eletrônico capaz de gravar diferentes
áudios, e transcritas na íntegra.
3.6 Procedimento e Análise dos Dados
Na perspectiva de buscar o conhecimento de como um grupo constrói um
conjunto de saberes que expressam a identidade, as representações sobre a
diversidade dos objetos com todo o seu arsenal de experiências e sua relação com o
meio social sobre o objeto em estudo e alcançar a compreensão, utilizou-se para
47
processamento dos dados o software ALCESTE, criado na França, em 1979, por Max
Reinert, para ser utilizado no sistema operacional Windows (DOTA, 2006).
O programa Analyse Lexicale par Context dun Ensemble de Segments de
Texte (ALCESTE) que em português significa Análise Lexical Contextual de
Conjunto de Segmentos de Textos, foi desenvolvido na Universidade de Toulouse II,
França, por Max Reinert (1990) e realiza uma classificação do texto estudado em
função das ocorrências simultâneas do seu vocabulário. A idéia é, a partir da
distribuição do vocabulário do texto, construir mundos lexicais, que são conjuntos de
proposições estatisticamente "próximas" (CHAMON, 2007).
O software ALCESTE é um programa de informática que faz análise
quantitativa de dados lexicais, sendo importante na análise de conteúdo, utilizando a
linguagem escrita ou transcrita: material escrito da mídia, falas durante uma entrevista,
depoimentos, relatos, documentos (MOREIRA et al, 2005).
O programa faz análise lexical e recorre a co-ocorrências das palavras
enunciadas que constituem o texto, de forma a organizar e sumariar informações
consideradas mais relevantes. O ALCESTE possui como referência em sua base
metodológica, a abordagem conceitualgica dos mundos textuais e segmenta o
material a ser analisado em grandes Unidades de Contextos Iniciais (UCI), que podem
ser entrevistas de diferentes sujeitos reunidos em corpus, respostas a perguntas
específicas, normalmente abertas, de questionários e textos de jornais e revistas.
O texto completo é reformatado e dividido em segmentos menores
denominados de Unidade de Contexto Elementar (UCE) que correspondem ao
material discursivo ou escrito relevante à formação das classes ou categorias
(GOMES; OLIVEIRA; MARQUES, 2004).
As UCI são separadas por linhas de comando também chamadas de
“linhas com asteriscos”. No caso de entrevistas, por exemplo, cada uma delas é uma
unidade de contexto inicial (UCI), devendo, necessariamente, começar com uma linha
de comando. Esta linha informa o número de identificação do entrevistado (do
produtor do texto que se segue) e algumas características (variáveis) que são
importantes para o delineamento da pesquisa como: faixa etária, filiação a
determinados grupos, nível social e cultura. Isto depende de cada pesquisa e o
48
número de modalidades de cada uma destas variáveis depende do delineamento da
pesquisa e do número de pesquisas realizadas (CAMARGO, 2005).
Segundo o mesmo autor, quando as respostas apresentarem uma média
em torno de três ou quatro linhas é necessário um número bem maior de respostas
para a constituição de um corpus para análise. Para um funcionamento ótimo, o
Alceste deve analisar corpus com um tamanho em torno de 1000 linhas. Partindo
desse princípio, no caso de entrevistas, em que falas que produzem textos mais
extensos, desde que o grupo seja homogêneo, é suficiente entre 20 a 30 UCIs.
Para definir essas unidades complementares (UCEs), o programa utiliza
certas estratégias baseadas em restrições gerais às quais elas devem obedecer.
Duas restrições são exploradas: a pontuação e o tamanho da unidade. Sempre que
possível, uma UCEs deve corresponder a um final de frase e seu comprimento não
deve ultrapassar duas ou três linhas. Essa divisão é necessariamente arbitrária, mas
ela pode ser variada de modo a se verificar a estabilidade dos resultados obtidos.
Entende-se aqui estabilidade como independência dos resultados em relação às
variações introduzidas na divisão do texto (CHAMON, 2007).
Segundo a mesma autora o programa procura dividir o conteúdo das
entrevistas em unidades de contexto que correspondem, em unidade de contexto é
ao que Reinert (1990, 1993) chama de enunciado, que corresponderia a uma
proposição sobre o mundo, do ponto de vista do sujeito que a enuncia. A
operacionalização desse conceito (que é, como admite o próprio Reinert, de difícil
apreensão) é feita por meio das chamadas unidades de contexto elementares
(UCE.).
Na construção das U.C.E., são eliminadas preposições, conjunções,
artigos (as chamadas palavras-instrumento) e desinências de conjugações,
guardando-se apenas os lexemas, isto é, as unidades mínimas com um significado
autônomo das palavras cheias (verbos e nomes, essencialmente).
Uma análise feita com ALCESTE é composta, esquematicamente, cinco
etapas:
Definição das unidades de contexto elementar (U.C.E.); Busca das
formas reduzidas. Uma mesma palavra pode apresentar-se sob
49
diversas formas em função das marcas de plural, conjugação, etc. As
formas reduzidas representam à operacionalização dos lexemas.
Elas constituem as unidades de registro. O contexto da unidade de
registro é a U.C.E; Definição das tabelas de dados. Nessa etapa são
criadas tabelas disjuntivas completas (tabelas lógicas, codificadas
com "0" ou "1"), que cruzam nas linhas as U.C.E. e, nas colunas, as
formas reduzidas. Essas tabelas são em seguida usadas na análise
de ocorrências simultâneas; Busca das classes. A partir da tabela
lógica definida, o programa efetua uma Classificação Hierárquica
Descendente das unidades analisadas. Como resultados dessa
operação, aparecem às classes de discurso, ou mundos lexicais. O
dendograma da classificação permite visualizar a organização das
formas reduzidas na classe; Arquivos de auxílio à interpretação.
Terminada a análise, o programa cria diversos arquivos de auxílio à
interpretação dos resultados obtidos. Entre eles, o arquivo de
descrição do perfil das classes (lista das palavras contidas na classe)
(REINERT, 1990, p. 33).
Assim, com todo o material preparado, foi possível apontar o conteúdo
fornecido pelo software ALCESTE 4.7, de uma maneira que permitiu a sistematização
dos pensamentos dos sujeitos produtores dos discursos, interpretando cada classe à
luz das Representações Sociais, obedecendo ao plano de tratamento e análise a
seguir na (Quadro 1) conforme as etapas proposta por Reinert (1998).
Quadro 1 - Esquema de análise e tratamentos de dados
Fonte: Reinert (1998).
De acordo com Campos e Soares (2005), o produto da análise Alceste
representa uma figuração sensível e icônica do objeto em estudo, o qual orientará a
A - Leitura dos textos e
cálculos dos dicionários,
com três operações:
A1 Reformatação e divisão dos textos em segmentos de tamanho similar
(U.C. Es).
A2 Pesquisa do vocabulário e redução das palavras com base em suas
raízes (formas reduzidas).
A3 Criação do dicionário de formas reduzidas.
B - Calculo das matrizes
de dados e classificação
das UCE’s, com ter
operações:
B1 Seleção das U.C.E. a serem consideradas e cálculo da matriz de
formas reduzidas X U.C.E.
B2 Cálculo das matrizes de dados para classificação hierárquica
descendente.
B3 Classificação hierárquica Descendente.
C - Descrição das
classes de UCE’s esco-
lhidas com igual número
de operações:
C1 Definição das classes escolhidas.
C2 Descrição das classes.
C3 Análise Fatorial de correspondência ou A.F.C. (representação das
relações entre as classes em um plano fatorial).
D - Cálculos complemen-
tares, com cinco opera-
ções:
D1 Seleção das UCEs mais características de cada classe.
D2 Pesquisa dos segmentos repetidos (duplas e segmentos) por classe.
D3 Construção de uma matriz de “formas associadas e uma mesma
classe versus UCEs da classe associada” e de representações
arborescentes destas relações.
D4 Seleção de palavras mais características das classes para
apresentação em um “índex de contexto de ocorrência”.
D5 Exportação para outros programas de “sub-corpus de U.C.E.” por
classe.
50
compreensão e a construção de sentido que es subjacente ao processo
interpretativo. Esta representação não descreve nenhum objeto em si mesmo, mas
permite visualizar uma estrutura que será interpretada de acordo com o quadro de
refencia do investigador.
Neste estudo, o tratamento e análise dos dados consentiram as inferências
e a sistematização de uma teia de pensamentos dos sujeitos produtores dos
discursos, apontando as representações sociais sobre o ensino do controle de IH,
obedecendo ao plano de tratamento e análise a seguir (Figura 1).
51
Figura 1 Plano de Processamento de Dados
Fonte: Relatório do Alceste, 2008.
PREPARAÇÃO:- CORREÇÃO-CODIFICAÇÃO E
ORGANIZAÇÃO DOS ARQUIVOS-UCEs
TRATAMENTO ANALÍTICO NO SOFTWARE
ALCESTE
ETAPAS DE ANÁLISE DO PROGRAMA
A, B, C, D.
CLASSE I
REALIDADE
SOCIAL
PRÁTICAS SOCIAIS
CLASSE II
IIIIIIi
CORPUS
PLANO DE PROCESSAMENTOS DOS
DADOS
52
CAPITULO IV
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO ENSINO DO CONTROLE DE INFECÇÃO
HOSPITALAR ELABORADAS PELOS DOCENTES DE ENFERMAGEM
53
No plano, o processamento dos dados, a partir dos sentidos atribuídos
aos discursos, iniciou-se com a preparação do corpus por meio de leituras,
correções e decodificação das variáveis fixas (Quadro a seguir).
Quadro 2 - Banco de dados para a codificação das variáveis.
Fonte: Relatório Alceste, 2008.
Em seguida, o corpus foi submetido ao processamento analítico por meio
do software Alceste 4.7 seguindo quatro etapas de operações lógicas (A, B, C, D).
Desta forma, emergiu numa seqüencia lógica, a análise dos dados, que permitiram
uma sistematização das opiniões, conhecimentos e posicionamentos elaborados
pelos docentes de enfermagem originando, assim, duas classes que correspondem
às representações sociais do ensino do controle de IH elaboradas pelos docentes de
enfermagem, quais foram: Classe 1: Conhecimentos dos docentes de enfermagem
sobre o ensino do controle de Infecção Hospitalar; Classe 2: Posicionamentos dos
docentes de enfermagem sobre o ensino do controle de Infecção Hospitalar.
Nesta perspectiva, os resultados forma organizados para exposição e
interpretados à luz do referencial teórico deste estudo. Buscou-se a identificação e
análise dos domínios textuais, interpretando os significados das classes e nomeando
seus respectivos sentidos. Proporciona-se a seguir, esse processo resultante da
análise lexical pelo software ALCESTE (Figura 2):
SUJEITOS
SEXO
IDADE
TEMPO DE SERVIÇO
* suj_1 a * suj_17
(sujeitos entrevistados
de 1 a 17)
*sex_1(sexo
masculino)
*sex_2(sexo
feminino)
*ida_1 (idade de
30 a 40 anos)
* ida_2 (idade de
41 a 50 anos)
* ida_3 (idade de
51 a 60 anos)
* ida_4(idade de +
de 60 anos)
* temps_1(5 a 10 anos)
* temps_2(11 a 15 anos)
* temps_3(16 a 20 anos)
* temps_4(21 a 25 anos)
* temps_5 (+ de 25 anos)
54
Numa seqüência lógica de operações surgem duas classes
correspondentes ao corpus ao qual foi feita a CHD de acordo a análise das
representações sociais.
A classe I corresponde aos conhecimentos dos docentes de enfermagem
sobre o ensino do controle de Infecção Hospitalar.
A classe II corresponde aos posicionamentos sobre o ensino do controle
de IH de acordo com suas vivências e experiências no curso de enfermagem.
Com base neste tratamento analítico o software forneceu os dados
estatísticos mais significativos para a fundamentação do estudo. O programa
destacou dos discursos dos sujeitos um corpus com 176 UCEs distribuídas em duas
classes semânticas acima referidas, segundo o Quadro 3 seguinte.
Quadro 3 - Dados significativos fornecidos pelo software Alceste.
Fonte: Relatório do Alceste, 2008.
O software Alceste, no processo de análise identificou 17 Unidades de
contexto iniciais no corpus. Este foi dividido em 215 UCEs constituindo 100% do
material disponibilizado. Contudo o programa classificou para análise 176 UCEs,
representando 82% do aproveitamento do material. Deste material lexical total as
UCEs foram divididas em duas classes de acordo com o quadro acima: A classe I
com 81 UCEs, expressado em 46,02% e a classe II com 95 UCEs expressado em
53,98%.
Fases selecionadas para
análise
Corpus
Classes
01
02
Número de UCEs fornecidas
85
91
Percentuais de contribuição das
classes ao estudo
46,02
53,98
Número de palavras selecionadas
por classe
87
102
Número de palavras analisáveis
por UCE
13,65
12,96
Número de palavras de maior (>)
associação na classe
14
16
Contribuição dos sujeitos para a
formação da classe
1,3,4,7,8,16
6,9,12,13,17
55
Na constituição da classe I, foram importantes as características dos
sujeitos com faixa etária de 41-50 anos e tempo de serviço na docência de 21-25
anos. Das UCEs da classe I, as falas foram emergidas dos sujeitos: 1, 3, 4, 7, 8,16.
Prosseguindo a análise, na constituição da classe II emergida das falas
dos sujeitos: 6, 9, 12, 13,17 com faixa etária de 51 a 60 anos e tempo de serviço
acima de 25 anos que contribuiu com um maior percentual na formação da classe.
Quanto ao número de palavras analisáveis por UCEs, observa-se que a classe I teve
13,65 selecionadas por 85 UCEs. E a classe II teve 12,96 palavras analisáveis por
UCEs.
Com bases nesses dados, observa-se que a classe I foi a maior com
número de palavras selecionadas, formada pelos docentes: 1, 3, 4, 7, 8,16. Quanto
à seleção das palavras para análise qualitativa do estudo, ressalta-se que o relatório
proveniente do programa apontou um valor qui-quadrado para a seleção maior ou
igual a 5.
A força de associação entre o vocábulo e sua classe é expressa em um
valor de qui-quadrado, sendo que cada palavra que excede determinado valor do
qui-quadrado é listada (PEREIRA; COLUS, 2007).
Embora o programa tenha utilizado todas as etapas operacionais para o
processamento dos dados, enfatiza-se que para análise e discussão destes utilizou-
se apenas, as etapas: C1, que corresponde a intersecção de classes (Classificação
Hierárquica Descendente) a); C2, relacionada às descrições das classes; D1,
correspondendo a seleção das Unidades de Contexto Elementares (UCEs) mais
características de cada classe e a operação D3.(REINERT,1998).
Com base na Etapa C1 - Classificação Hierárquica Descendentes, o
software Alceste apresentou o dendograma da classe I, conforme o gráfico 1:
56
|- - - -|- - - -|- - - -|- - - -|- - - -|- - - -|- - - -|- - - -|- - - -|- - - |
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Cl. 1 (81uce) |- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - +
19 +
Cl. 2 (95uce) |- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - +
Gráfico 1 Dendograma das classes do corpus
Fonte: Relatório do Alceste, 2008.
O gráfico 1 mostra o corpus composto por 176 UCEs manipuláveis,
correspondendo a 82% do total de 215 UCEs deste estudo.Essa comunicação
simbólica é fundamental para o pensamento e conhecimento do senso comum dos
docentes de enfermagem sobre o ensino do controle de IH.
A interpretação dos resultados possibilitou a apreensão das
representações sociais do Ensino do Controle de Infecção Hospitalar na ótica do
docente de enfermagem, bem como a percepção que essas representações
influenciam na prática deste ensino.
Desta forma, as duas classes semânticas oriundas de 176 UCEs do
corpus possibilitaram a formação de duas classes de análise deste estudo.
Assim, os vocábulos e os fragmentos de UCEs evidenciam o
conhecimento elaborado e compartilhado socialmente pelos docentes de
enfermagem, no cotidiano, em seu grupo de pertença, em que esses saberes
circulam pela comunicação intra e intergrupal e ascendem comportamentos,
sentimentos, posicionamentos relacionados ao ensino do controle de Infecção
Hospitalar.
Para Moscovici (2004), o conhecimento elaborado e compartilhado
socialmente vincula-se às construções sociais resultantes da cultura expressa nas
opiniões, atitudes, estereótipos e da própria história dos grupos sociais, tendo as
representações sociais contribuição relevante para a formação de condutas e
orientação das comunicações, podendo ser entendidas como uma teoria de “senso
comum”, designando uma forma de pensamento social.
57
Catalogado nesta abordagem, o estudo aborda o conhecimento extraído
dos discursos dos sujeitos, a partir do que vivenciaram ou vivenciam em relação ao
ensino do controle de Infecção Hospitalar como mediador da apreensão das
representações presentes nas manifestações e explicações que justificam os
posicionamentos, destacando-se como evidência sensível aos sujeitos à
transversalidade do ensino do controle de Infecção Hospitalar no currículo da
Enfermagem.
Assim, apresenta-se o dendograma das classes das Representações
Sociais do ensino do controle de IH elaboradas pelos docentes de enfermagem com
as palavras em suas formas reduzidas, com percentual de ocorrência e valores do χ²
mais elevados das classes.
58
Figura 2 - Dendograma das Representações Sociais do Ensino do Controle de IH Elaboradas pelos
Docentes de Enfermagem.
Fonte: Relatório do Alceste, 2008.
Legenda:
ida_2 (idade de 41 a 50 anos); ida_3 (idade de 51 a 60 anos).
temps_4(21 a 25 anos); temps_5 (+ de 25 anos).
suj. (1 ... 17): sujeitos Docentes de Enfermagem da UFPI.
CONHECIMENTO DOS
DOCENTES DE ENFERMAGEM
SOBRE O ENSINO DO
CONTROLE DE IH
81 UCE- 46,02%
Palavras
χ²
%
Saúde
23,31
91,67
Hospital+
15,42
59,18
Assunto
15,00
88,89
Ações
12,43
100,00
Publica+
12,11
92,31
Evit+
9,83
100,00
Maneira
9,52
90,91
Profission+
8,74
76,19
Inser+
8,55
100,00
Pont+
8,55
87,50
Agente
8,25
100,00
Enfermagem
7,63
75,00
Momento+
7,62
80,00
Discuss+
7,29
100,00
Contexto
7,29
100,00
Comunidade
7,29
100,00
Dever+
7,02
76,47
ATITUDES DOS DOCENTES
SOBRE O ENSINO DO
CONTROLE DE IH
95 UCE 53,98%
Palavras
χ²
%
Gente
57,78
98,08
Quest+
10,63
82,14
Por que
10,07
75,61
Cuidad+
9,04
100,00
Faz+
8,81
80,77
Tem
8,32
77,42
Administração
8,30
92,31
Estud+
8,09
100,00
Ainda
7,94
80,00
Professor+
7,85
81,82
Centr+
7,15
100,00
Sab+
6,96
83,33
Variáveis
χ²
%
*Ida_3
*temps_5
*suj_12
*suj_13
19,95
12,50
27,19
19,24
69,47
85,19
100,00
100,00
Variáveis
χ²
%
*Ida_2
*temps_4
*suj_07
*suj_08
30,80
48,98
11,12
11,12
79,59
83,05
100,00
100,00
DENDOGRAMA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO ENSINO
DO CONTROLE DE IH ELABORADAS PELOS DOCENTES DE
ENFERMAGEM
Classe I
Classe II
59
4.1 Classe I: Os conhecimentos dos docentes sobre o ensino do controle de IH
De acordo com a figura 2, à classe de número I (um) está associada
diretamente a classe de número dois, constituída por 81 UCE’s, concentra 46,02%
das UCE’s classificadas, extraídas predominantemente das UCI’s 07, 08, dos
docentes de enfermagem na faixa etária acima de 41-50 anos e tempo de serviço de
21-25 anos.
Os conteúdos apreendidos denotam que o ensino do Controle de IH é
primordial a partir de ações educacionais ou procedimentos hospitalares executados
por profissionais de saúde e que estes são co-responsáveis pela redução do índice
de IH.
De acordo com os conhecimentos apreendidos na classe I sobre o ensino
do controle de IH pelos docentes, constatou-se que uma das imagens que cristalizou
a representação (objetivação) foi às ações educacionais dos profissionais de saúde
como ingredientes de maior importância para a redução dos índices de IH. E que o
ensino é a arma fundamental que articula o processo das ações educativas aos
profissionais de enfermagem nos serviços de saúde. De acordo com as UCE’s a
seguir:
(...) Assim as ações deverão ser desenvolvidas no ponto de vista
educacional para evitar que haja infecção de uma maneira geral, mas
não voltadas especificamente para infecção hospitalar (...). Então
o profissional que estar na ponta tem que ter essa visão de pontuar o
assunto porque como vai desenvolver ações educativas perante a
sociedade.
Estes conhecimentos sobre o ensino do controle de IH é uma expressão
da realidade social que fundamenta a prática dos docentes gerando o aspecto
dinâmico das representações sociais, construindo e reconstruído significados sobre
o tema em questão. Existe neste caso uma forte objetivação sobre o objeto da
representação: o ensino versus profissional.
Com base no teor dos discursos, essa atitude dos docentes de
enfermagem explica o conhecimento sobre a problemática do ensino do controle de
60
IH de acordo com a sua vivência prática profissional e edifica-se numa realidade
marcada por influências, opiniões, idéias, convicções, valores que embora seja um
conhecimento do senso comum é compatível aos resultados de trabalhos científicos
já existentes sobre o tema.
A pesquisa, os técnicos da ANVISA e as ações educativas que são
exigidas pelos programas de prevenção e controle de IH, nomearam em ensinar
aos profissionais de saúde as formas de como prevenir e controlar os índices de IH.
No entanto, evidenciamos através do cenário científico que as estratégias educativas
e seus métodos de avaliação não atingiram, ainda, a fonte do problema.
É visível e paradoxal em um dos discursos que a prevenção da IH estaria
centrada no acesso educativo. O ponto que se quer enfatizar com essa afirmação
inspira com rigor, que ninguém ensina nada a ninguém, mas todos aprendem juntos
(FREIRE, 2000). O trabalho educacional autêntico não se realiza de um para o outro
e sim uma sincronia entre ambos.
Desta forma, os docentes de enfermagem no discurso de: (...) o
profissional que estar na ponta tem que ter essa visão de pontuar o assunto (...)
excluem-se de suas responsabilidades frente ao cenário educativo exposto,
manifestam-se como se tivessem longínquo do seu cotidiano e nada tivessem a ver
com suas atitudes.
Esse profissional de saúde que está na ponta e os que dão
sustentabilidade a este fio da arte do cuidar em enfermagem é fruto de um sistema
educacional tradicional que estar passando por uma gama de modificações em sua
estrutura curricular. Este novo paradigma da educação brasileira de otimizar uma
busca da aproximação entre educando e educador, para que ambos possam
apreender juntos sobre a realidade da problematização em pauta, do que se trata e
o que deve ser feito, poderá contribuir para o decréscimo do índice de IH.
O controle das infecções hospitalares resulta de um esforço conjunto e da
adoção de medidas sabidamente eficazes. Esse esforço conjunto depende da
vontade de cada profissional envolvido nas ações de saúde, sejam elas preventivas
ou curativas. A adoção das medidas de prevenção e controle está relacionada,
fundamentalmente, ao conhecimento e às mudanças de comportamento dos
61
profissionais, face à evolução da epidemiologia hospitalar e das constantes
mudanças originadas por ela. (SILVA E SOUZA et al, 2002).
Neste contexto, ainda, das representações apreendidas nas falas a seguir
é possível conferir um significado de expressão sobre a importância do ensino para
o controle da IH, ressaltando que o tema também deve ser abordado não somente
na área hospitalar, mas também em saúde pública. Portanto, como as ações de
enfermagem são pertinentes ao cuidar em enfermagem a qualquer ser cuidado, os
docentes de enfermagem apontam à importância da assiduidade do ensino do
controle de IH como resolução para este problema de saúde pública.
(...) Eu acho que a integração da infecção hospitalar mesmo com
professores que não estão no contexto hospitalar deverá ser desde o
contexto da saúde publica e mesmo o profissional tem que pontuar
em alguma coisa, pois atua muitas vezes com o cuidar. Eu acho o
seguinte, que todos profissionais de saúde, eles devem saber sobre
esse problema de infecção hospitalar, você veja, não dentro do
hospital, mas na área de saúde pública também é importante.
(...) Porém, independentemente das duas áreas a questão do
controle de infecção hospitalar ela é primordial no ponto de vista de
saúde pública porque infecção hospitalar constitui um problema de
saúde pública.
Percebem-se duas categorias de pensamentos nos discursos em que os
docentes de enfermagem destacam sobre o ensino do controle de IH: uma inserida
no contexto hospitalar, outra em saúde pública, distanciando o conteúdo de suas
práticas e que necessitam de maiores esclarecimentos sobre o tema. É claro que
somente o ensino por si não moverá os índices de IH, teremos que equacionar
competências, habilidades, crenças e comportamento do grupo a que pertença.
Por outro lado, os docentes de enfermagem conferem um significado de
que a IH é um problema de saúde pública e que é prioritário o ensino do controle de
IH em todas as vertentes, tanto na área hospitalar, como na saúde pública. Esta
realidade de conhecimentos construídos e reconstruídos socialmente sobre o ensino
de controle de IH no fragmento das UCEs acima de (...) independentemente das
duas áreas a questão de controle de infecção hospitalar ela é primordial (...) é
percebida e fortemente negociada de acordo com suas idéias, valores,
62
conhecimentos por ser uma questão de saúde pública. Ao lado desta representação
e da amplitude do problema de IH confere uma atitude de pontuar, irradiar o tema
para todos os profissionais de saúde que possuem a arte do cuidar.
Atualmente a preocupação com a temática converge para os serviços de
saúde, tanto na área hospitalar como na saúde blica. Assim, se faz iminente o
reconhecimento da problemática de IH, não mais de forma isolada, mas
contextualizada à assistência de saúde de uma forma geral (LACERDA, 2002).
Observa-se ao mesmo tempo, a seguir, nas falas dos docentes de
enfermagem que a ampliação do ensino do controle de IH é importantíssimo, porém
no Departamento de Enfermagem, esse conhecimento científico socializado foi
negativo, por estar disperso e necessitando de discussões amplas dentro do cenário
da Enfermagem a fim de nortear uma aproximação dos docentes da realidade
problema e dos índices de IH. O desconhecimento sobre esta realidade vulnerabiliza
o docente e o graduando de enfermagem no campo de prática:
(...) Muitíssimo importante. (...) Acho muito disperso no departamento
de enfermagem esse ensino do controle de infecção hospitalar,
desconheço discussões sobre o assunto, a não ser em trabalhos de
conclusão de curso e agora no mestrado houve essa aproximação
com o tema. (...) Discussão mais profunda dentro do campo das
políticas publicas para a prevenção da infecção hospitalar, mas não
diretamente como uma infecção hospitalar em si, mas como um todo
como se fosse um guarda chuva para evitar que haja uma
propagação de infecção de maneira geral não especificamente de
infecção hospitalar. (...) Desconheço discussão a cerca deste
assunto, porém acho que deveríamos pontuar mais sobre o assunto
em reuniões cientificas que e bem amplo dentro da saúde público
sendo um problema que cresce a cada dia no contexto hospitalar do
profissional e para o aluno que se contaminar.
Assim, essa atitude de apreensão de conhecimentos novos pelos
docentes de Enfermagem sobre o ensino do controle de IH busca situar o saber na
interface entre o individual e o social, entre o ator e o sistema, a fim de apreender a
sua natureza social e individual holisticamente. Isto confere com um dos fios
condutores do saber que é a diversidade do conhecimento do docente, como: saber
fazer pessoais; saberes curriculares; dos programas e dos livros didáticos, apóiam-
se em conhecimentos disciplinares relativos a matérias ensinadas, fiam-se em sua
63
própria experiência e apontam diversos elementos de sua formação profissional
(TARDIF, 2002).
Segundo o mesmo autor, esse saber plural é também temporal, é
adquirido no contexto de uma história de vida e de uma carreira profissional. Assim,
supõe que aprender a ensinar um determinado conteúdo, é construir esse saber
coletivamente, é aprender a dominá-lo progressivamente inserindo-o nos saberes
necessários à realização de um determinado trabalho docente dentro da dinâmica
da evolução científica.
Ainda que, os trabalhos de Tardif não apontem uma abordagem
psicossocial, os estudos do autor envolvendo saberes docentes e trajetórias
permitem pensar nas representações sociais e sua semelhança com a experiência.
Essa seria batizada como um dos pilares do saber que construiria a prática docente.
Jodelet (2005) refere que a experiência, como práxis inovadora, deveria reter a
atenção nos estudos de representações sociais. Esta probabilidade da
transformação também está presente nas idéias de Tardif quando ele se refere às
trajetórias e aos saberes docentes.
[...] recorrer à análise da experiência, como conhecimento e como
vivido, para compreender como o sentido se produz, em situações
contextos sociais e espaço-temporais particulares, pela elaboração e
estados psicológicos e pelo suporte das representações sociais
disponíveis como recursos interpretativos e competências cognitivas
(JODELET, 2005, p.52).
Então, essa necessidade da mobilização de conhecimentos sobre a
prevenção e controle de IH repercute nas experiências práticas do cotidiano dos
docentes de Enfermagem e parecem constituir uma pedra angular desta prática, das
competências profissionais, pois essa experiência é, para o docente, a condição
para a conquista e produção de seus próprios saberes a fim de transformá-lo em
prática social.
Assim, essas representações se formam e se transformam na experiência
profissional, no contato com as realidades a serem afrontadas. Elas se constroem
pelas experiências diversas. Esse processo de contextualização profissional permite
ao mesmo tempo significar o contexto e integrá-lo (CHAMON, 2007).
64
Nesta perspectiva, compartilhar experiências é fundamental para a formação
continuada em saúde, pois os conhecimentos teóricos somente não bastam, é
necessária à participação nas mudanças de atitudes, como agente de formação e
não apenas transmissor de conhecimentos, cabendo-lhe aprimorar-se pessoal e
profissionalmente. A formação do enfermeiro deve ser continuada, diferenciada e
vista como uma ação que vise ampliar as competências, a fim de desenvolver as
potencialidades do profissional em todas as dimensões.
Os docentes de enfermagem exprimem uma preocupação na comunhão
do ensino do controle de IH com o Curso de graduação em Enfermagem que
refletiram na objetivação de uma necessidade atual deste ensino ser uma aquisição
imprescindível em todos os momentos do currículo da Enfermagem. Evidenciou-se a
transversalidade do ensino do controle de IH por todas as disciplinas. Estas idéias
podem ser observadas nas UCE’s a seguir:
(...) Acho que deve perpassar, ou seja, permear todas as disciplinas,
não as disciplinas da área hospitalar, acredito que todas as
disciplinas deverão dar ênfase no assunto sobre infecção hospitalar e
seus prejuízos para o cliente e a instituição com isto minimiza o
índice de infecção hospitalar (...). É mandatório que esse assunto
seja discutido em todas as disciplinas desde a inserção deste aluno
no mundo acadêmico.
As falas são ancoradas em um sentido unilateral sobre o ensino do
controle de IH de ser abordado em todas as disciplinas do currículo desde o início da
graduação ao egresso do graduando. Como o cuidar em enfermagem é a essência
do curso de enfermagem, esse envolve ingredientes imprescindíveis como:
princípios, conhecimento cnico-científico, valores, crenças e ética; portanto, há
uma necessidade de pontuar o conteúdo na sua integralidade no cotidiano da vida
acadêmica.
A persistência e a consolidação da concepção das ações de enfermagem
devem ser um elo entre o ensino e a prevenção da IH. Neste caso o docente se
representa como transmissor de conhecimento e emerge da noção de representação
social, ancora suas estruturas e mecanismos preexistentes em uma compreensão
da harmonia e da permanência de alguns conceitos que são formados pelos
mecanismos da objetivação. Estas representações encontradas nestas falas
65
constituem um senso comum, ou seja, elas são partilhadas pelos professores
independentes da disciplina que atuam.
Atualmente, a busca pela pedagogia das competências e do aprender a
aprender, uma pedagogia centrada no aluno com uma formação critico-reflexiva,
com princípios da integralidade e construção prioritária de seu próprio conhecimento
ancorado em seus saberes pré-existentes, isto dá uma consistência maior ao seu
aprendizado como acadêmico de enfermagem e futuro profissional enfermeiro.
Para o alcance desta prática reflexiva, o docente deve ser capaz de
sistematizar uma pedagogia construtivista, nomear situações de aprendizagens,
conhecer e compartilhar, por intermédio da comunicação estabelecida entre o
trabalho a ser desenvolvido e o conteúdo problema, estratégias que serão
desempenhadas durante suas ações educativas, exigindo uma redefinição de sua
prática docente e em especial garimpar cruzamentos de novos saberes, idéias e
pensamentos para que se aproxime o binômio ensino-aprendizagem.
O novo paradigma da construção do conhecimento de uma maneira
transversal mostra que a interdisciplinaridade favorece a pluralidade cultural,
contribuindo para o enriquecimento curricular, despertando temas atuais, em que os
educadores possam ter um novo olhar para o ensino (SILVEIRA, 2007).
De acordo com Fontana e Lautert (2006), o ensino do controle de IH deve
perpassar por todo o currículo acadêmico. E que uma disciplina especifica que
prepare os enfermeiros em ações desenvolvidas pelo PCIH é válida à medida que
perante a legislação é obrigatória a sua participação em comissões de controle de
IH.
Nos dias atuais, não é aceitável, dentro dos padrões éticos estabelecidos,
nos paradigmas da qualidade da assistência e da qualidade de vida, a qualquer
profissional da saúde receber sua credencial, ou seja, seu diploma, sem ter base em
prevenção e controle de Infecção Hospitalar, sem ter preparo especifico de sua
atuação (TIPLLE et al, 2003).
De acordo com os mesmos autores, existe uma união de fatores que
influenciam na necessidade de um investimento anterior à prática profissional, a
formação do profissional, que se tem mostrado insuficiente quanto ao ensino e a
vivência. Outro ponto que prepondera diz respeito à nossa cultura, crenças e
66
valores. A mudança de comportamento é um processo, e certamente, vários fatores
interferem diretamente na aceitação de normas técnicas preventivas e de
seguridade, bem como na preservação do meio ambiente.
De acordo com Tiplle et al (2003), independentemente da forma e da
estrutura curricular adotada, a prevenção e o controle de infecção deve fazer parte
da filosofia da formação dos profissionais da área da saúde. Ainda mais, deve fazer
parte do processo de educação continuada durante o exercício profissional,
viabilizando a necessária atualização permanente dos profissionais.
Na construção das representações sociais sobre as ações práticas e
intervenções como docente sobre o ensino do controle de IH, os sujeitos utilizam
expressões divergentes de acordo com as falas a seguir:
(...) As minhas ações na prática são diversas desde o momento
introdutório na área hospitalar ou saúde pública acho que o aluno
deve inserir este conteúdo no seu dia a dia.
(...) Sinceramente não tenho o que falar, na minha maneira de ver,
ela passa muito subliminar, não é dada ênfase como ela requer
porque a gente sabe que infecção hospitalar é um problema de
grande monta e que não esta sendo visto por este lado.
Observa-se que os conhecimentos dos docentes de enfermagem
divergem em relação ao conteúdo e prática, onde um introduz o ensino do controle
de IH em suas ações desde o início da prática profissional na área hospitalar, outro
ver que o ensino passa subliminarmente, necessitando ser visto de uma maneira
ampla e indissociável entre o controle de IH e a prática em saúde.
Assim, dois aspectos se configuram nas representações sociais dos
docentes sobre o ensino do controle de IH, nas falas a seguir: A evidência de uma
busca de conhecimentos atuais sobre a problemática em questão e a terceirização
de uma culpa para a instituição de ensino. Nelas ancoram suas representações, ou
seja, relacionam, articulam com conhecimentos já existentes, dos quais formam
opiniões e acrescentam outras (vínculo da deficiência do ensino a universidade).
67
(...) Deveria ser eu acho que necessita de maiores esclarecimentos
ou pela tomada maior de decisão da própria universidade ver esse
lado do ensino sobre o controle da infecção hospitalar.
Esses conhecimentos apreendidos na fala acima consistem em modelar o
que os docentes recebem na sua interação com a universidade, ou seja, com um
meio em que ele também faz parte, onde organiza suas idéias, linguagem e
representa situações. É visível neste discurso que a universidade não oportuniza
aos docentes em atividades curriculares pertinentes à prevenção e controle de
infecção que atendam suas necessidades práticas do ensino. Desta forma, as
estratégias de ensino deixarão de se vincular a um interesse de busca a saberes
coletivos pelos docentes, para serem transferidos a decisões da universidade.
O docente de enfermagem ressalta uma responsabilidade da
Universidade, mesmo sabendo que ele é um dos atores deste ensino. Essa atitude,
mais uma vez o exclui do problema em pauta,terceirizando a culpa para a
Universidade. De acordo com Tardif (2002) o professor é um sujeito forte, ativo do
ensino e que assume a sua prática a partir de significados que ele mesmo lhe dá,
um sujeito que possui conhecimentos e um saber-fazer proveniente de sua própria
atividade e a partir dos quais ele a estrutura e a orienta.
O controle de IH deve ser inerente às práticas em saúde e procedimentos
de enfermagem, inevitavelmente será um pensamento que deverá ser construído
através do ensino, buscando a coesão da teoria e prática e a partir daí, adotar uma
filosofia de formação preventiva, tornando inteligível a todos os graduandos de
enfermagem.
4.2 Classe II: As atitudes sobre o ensino do controle de Infecção Hospitalar
De acordo com a figura 2, a classe de número dois está associada
diretamente à classe de número 1 constituída por 95 UCE’s, concentra 53,98% das
UCE’s classificadas, extraídas predominantemente das UCI’s 12, 13, dos docentes
de enfermagem na faixa etária de 51-60 anos e tempo de serviço de acima 25 anos.
68
Ao buscarmos as representações sociais dos docentes de enfermagem
sobre o ensino do controle de IH, aproximamo-nos de um conjunto de significados e
posicionamentos que retratam em seus diversos conteúdos apreendidos uma
relevante preocupação sobre a deficiência no ensino do controle de IH com sua
restrição e fragmentação em duas disciplinas do e blocos do currículo de
Enfermagem.
(...) Assim, para os nossos alunos, porque é uma coisa que foi
insuficiente para nossa formação e dentro do nosso ambiente de
trabalho hospitalar ainda é uma coisa que falta, ai eu fico pensando,
o que a gente poderia fazer pra eu saber mais.
(...) Mas aquele curso ainda não esta trabalhando as minhas
deficiências. Então a gente acha que sabe, ainda tem muita coisa
faltando, porque a gente se depara com situações que chega o
paciente que a gente vê, será o que é isso aconteceu e daqui a
pouco a gente tem um quadro bem pior do que a doença.
(...) Hoje em dia ela melhorou porque como eu dou aula nesta parte
e ela trabalha muito essa questão, ai porque é centro cirúrgico pré-
operatório, então eu estou estudando muito mais, mas eu lhe digo
com certeza, ainda é uma coisa muito insuficiente.
A partir dos posicionamentos elaborados pelos docentes de enfermagem
acima, é possível perceber que o ensino do controle de IH, mais uma vez, fortalece
algumas falas pontuais na classe I, sobre a deficiência e a inquietação sobre o
ensino do controle de IH, pois, este conteúdo foi insuficiente em sua formação
profissional, refletindo no permeio da construção e reconstrução deste conhecimento
ao graduando de enfermagem na universidade.
De acordo com os posicionamentos dos docentes de enfermagem,
constatou-se que a imagem que cristalizou a representação (objetivação) foi a
insegurança no conteúdo em momentos de sua prática profissional. Esse gancho
cognitivo comporta uma instabilidade em relação à prática do ensino do controle de
IH e expressam uma concepção de seu mundo cotidiano.
De acordo com Moscovici (1978), o homem é convocado a se posicionar
perante os acontecimentos de relevância social. Assim, ao representar algum objeto
não ocorre simplesmente a reprodução, mas a reconstrução, e esta nova existência
69
leva a marca de sua passagem pelo psiquismo individual e social. É importante a
relação do sujeito com o objeto representado. O sentido atribuído sobre o ensino do
controle de IH é uma construção do docente de enfermagem a partir de sua vivência
e de sua história. É um discurso construído na prática cotidiana dos docentes de
enfermagem. Segundo o mesmo autor, é através das representações sociais que
resulta a interpretação e a edificação das realidades sociais.
Assim, o professor, hoje, lida com o conhecimento em construção e é
importante que conceba a educação como compromisso político ancorado em
valores éticos, morais e epistemológicos. Essa busca de uma prática pedagógica
que supere a fragmentação e reprodução do conhecimento propõe um envolvimento
do graduando neste processo educativo. O requisito de tornar o ator/discente como
partícipe de sua ação educativa valoriza a curiosidade, a ação, o questionamento, a
reflexão crítica e exige uma reconstrução desta prática a proposta na teoria.
Para Ens, Eyng e Gisi (2007), ser professor, hoje, não significa
transformar o conhecimento comum do aluno em científico, não significa transmitir
os conhecimentos acumulados e armazenados em livros. Ser professor, hoje, é ser
um profissional competente, para levar o aluno a aprender, e participar de decisões
que envolvam o projeto da escola, relacionar-se com o aluno, com os colegas da
instituição e com a comunidade em torno desse cenário educativo.
Nesta perspectiva, da formação profissional do enfermeiro, segundo
entrevistados em uma pesquisa que investigava a formação do enfermeiro para
atuar em ações de prevenção e controle de infecções hospitalares, os conteúdos e
cargas horárias destinadas a este tema não são suficientes para capacitar os
enfermeiros a tais atividades, o que vale também para os cursos de extensão e pós-
graduação (FONTANA; LAUTERT, 2006).
De acordo com mesma autora em sua pesquisa com trinta e cinco
enfermeiras de vários hospitais, mesmo tendo realizado o curso de graduação em
enfermagem em épocas diferentes, a maioria afirma em suas falas que o tema sobre
infecções hospitalares ainda é pouco abordado.
De acordo com Tiplle et al (2003), o docente deve contemplar todos os
princípios de fundamentação da prevenção e controle de IH em todas as suas
práticas. O controle de IH deverá ser ensinado e supervisionado de acordo com a
70
necessidade e no momento acadêmico que vive o aluno e deve ser uma filosofia de
trabalho.
De acordo com os mesmos autores, vários fatos indicam a necessidade
de um investimento anterior à prática profissional, a formação profissional tem se
mostrado insuficiente quanto ao ensino e à prática do Controle de IH. Outro ponto
preponderante diz respeito à nossa cultura, crenças, e valores. O Controle de
Infecção, como fundamento para a prática, acreditamos, será possível se
compuser na formação do profissional com a compreensão de que se constitui uma
prática, pois realizar um procedimento significaria adotar medidas preventivas
pertinentes.
É importante destacar também, que para os docentes de enfermagem, a
atitude de admitir essa deficiência no conteúdo abordado, nem sempre é fiel em sua
totalidade, existe na pesquisa um fio condutor neste processo ensino aprendizagem
que possibilita ao graduando de enfermagem uma aproximação com o tema e sair
da rotina do conhecido buscando novas formas de reconstrução dessa realidade que
viabilizem a diminuição dos índices de IH, de acordo com as falas a seguir:
(...) Porque nas áreas de pesquisa sempre aparecem trabalho de
conclusão de curso abordando esses temas e a gente que os
alunos ainda estão meio perdidos, não estão dominando o
vocabulário próprio.
(...) Agora mesmo o aluno descobriu que não são precauções
universais, mas precauções padrões, o aluno que esta no último
período, ainda não sabe falar isso, ele não aprendeu essa
terminologia que esta fazendo o trabalho de conclusão curso imagina
os que não estão fazendo o trabalho de conclusão de curso.
Os discursos anteriores reforçam nossa percepção de que se façam
urgentes redefinições da prática pedagógica vigente e que permitam além de uma
qualificação adequada aos graduandos de enfermagem que atuam no cuidar
holístico ao cliente, também uma percepção clara e objetiva sobre o ensino do
controle de IH.
De acordo com Moscovici (1978), as representações sociais são inseridas
no campo dos sistemas cognitivos usuais, como um modo de conhecimento ou um
71
saber prático do senso comum, que convive com outros saberes, como o científico.
Pode-se percebê-las em três dimensões: a atitude (uma orientação global em
relação ao objeto da representação social), a informação (relacionada ao objeto
social), e a imagem (conteúdos concretos do campo representacional). Essa tríade
confere a determinação e o sentido de seu conteúdo e a delimitação dos grupos a se
pesquisar.
O docente de enfermagem evoca em um dos discursos posicionamentos
sobre o saber do graduando de enfermagem em relação aos termos técnicos sobre
biossegurança: precauções padrões e precauções universais. uma visibilidade
em seu discurso que brotou de sua própria vivência e prática pedagógica sobre a
deficiência no conhecimento do aluno frente ao tema abordado no seu Trabalho de
Conclusão de Curso.
Portanto, nesse momento científico, de reflexão crítica e de construção
coletiva do saber, onde, o aluno como pesquisador era o ator principal, incentivou o
docente a entrar no palco da pesquisa e mover, reconstruir saberes científicos
oportunizados pela cena. Essa cortina do campo representacional que é construído
pelo docente se forma a partir de atitudes, opiniões, imagens e informações
desenhando uma representação social. Essa atitude denuncia a amplitude do
problema do controle de IH no ensino da graduação em Enfermagem.
De acordo com Arruda (2004), o desenho das representações sociais
resulta de movimentos para frente, para trás e para os lados. Para trás na busca do
passado que firmeza deste pensar. Para os lados, no sentido de colocá-los em
sua inclusão social, sua identidade cultural, institucional, no momento daquela
representação. E para frente, ao prever, a partir da atribuição de sentido e do que
desenha a representação, uma nova visão do mundo que ela levanta.
De acordo com Schachtner (2004), Uma visão pedagógica atual dos
aprendizados teóricos de Freire é a aprendizagem global. Ela se fundamenta de que
a escola, sob o controle crescente da globalização, necessita capacitar os alunos a
pensar globalmente para poder agir de modo dinâmico e responsável em nível local
de suas atividades. Professores e alunos embarcam num processo de aprendizagem
que personaliza uma ação e reflexão, que se alternam com métodos ativadores
como sondar, conhecer, hesitar e vivenciar, com a finalidade de agir e refletir dentro
do seu próprio cenário de vida. Isto é decisivo, pois numa sociedade com
72
pensamento cada vez mais dialético importa adquirir a capacidade de ver o mundo
com os olhos dos outros. Implica com o fato de que as pessoas têm percepções,
opiniões e forma de apreender diferente em relação a um tema. Implica habilitar para
a ambivalência.
A semelhança dos pronunciamentos dos docentes de enfermagem torna
evidente como se toda construção do senso comum tivéssemos que reconstruir o
nosso conhecimento com elementos provenientes de um cenário que não
participamos e que possuem uma exterioridade alheia, ou seja, uma linguagem que
não pertencem à nossa realidade. Vale ressaltar que o senso comum dos docentes
de enfermagem, se movem, constroem sua própria vida e explicam-na frente ao seu
estoque de conhecimento e é uma mediação privilegiada para a compreensão da
nitidez e brilho desta realidade retratada e refratária firmada nas atitudes evocadas.
73
CONSIDERAÇÕES FINAIS
74
Atitudes ou posicionamentos emergidos das falas dos docentes de
Enfermagem, sinalizaram representações a cerca do ensino do Controle de IH
ancoradas na prática do exercício educacional compartilhado por estes atores
sociais com os graduandos de enfermagem.
É na seqüência das várias significações que os indivíduos ou grupos
erguem suas representações sociais compartilhando suas idéias, posicionamentos e
conhecimentos e, desta forma, estabelecendo uma harmonia para a explicação da
realidade.
Percebe-se que as representações sociais do ensino do controle de IH
elaborada pelos docentes da graduação em Enfermagem expressa em
conhecimentos e atitudes são vinculados em: história curricular, em saberes
experienciais, cultura e o meio em que vivem.
A Teoria das Representações Sociais nos permite entender a realidade
em vários olhares. E, neste sentido, ao olhar para o ensino do controle de Infecção
Hospitalar na graduação em enfermagem, compreendemos que os sentidos gerados
pelos docentes de enfermagem são resultados de uma constituição indissociável
entre o individual e o social.
Os saberes profissionais dos professores são plurais e heterogêneos, eles
provêm de diversas fontes. Em seu exercício na docência ele se serve de sua
cultura pessoal, que provém de sua história de vida e de sua cultura escolar anterior,
ele também se apóia em certos conhecimentos disciplinares adquiridos na
universidade. No entanto, se a formação profissional não o faz adquiri um repertório
de conhecimento necessário para sua prática cotidiana, isto trará marcas em seu
objeto de trabalho, acarretando conseqüências importantes na sua vida profissional.
É perceptível nos discursos dos docentes de enfermagem uma
preocupação sobre a deficiência do ensino do controle de IH na graduação de
enfermagem em suas experiências, vivências tanto na prática hospitalar como em
saúde pública. Essa carência de uma prática pedagógica reflexiva contorna o
vínculo da unidade indissolúvel entre a teoria e a prática, entre finalidade e ação,
entre o saber e o fazer, entre o que o docente pensa e o que ele faz deixando
lacunas nos planos de cursos do novo currículo implantado no Departamento de
Enfermagem.
75
O descontentamento em relação ao Departamento de Enfermagem que
pouco discute a temática em reuniões oportunas, materializa o que representa o
ensino do controle de Infeão Hospitalar para os docentes de enfermagem e
contribuem para que estes assumam uma nova condição de busca de
conhecimentos. A inexistência de debates oriundos de experiências em comum,
onde os pensamentos, atitudes, crenças e dúvidas sejam partilhados para a
solidificação do ensino do controle de IH são ingredientes do campo
representacional para a construção de conhecimentos a partir de um conteúdo
existente com estes atores.
A preocupação com o permeio de IH pelos docentes foi visível, pom
personalizado nas disciplinas de Centro cirúrgico e Centro de Material, foram
pensamentos construídos e utilizados em função de uma situação de trabalho
particular. Essa compreensão comum supõe que os significados atribuídos pelos
professores ao ensino do controle de IH sejam partilhadas dentro de suas próprias
situações, eles estão ancorados, situados nas ações que ajudam a definir sua
prática.
Pensar no panorama educacional de enfermagem do século XXI como um
espaço social, político, econômico e cultural com formação de profissionais críticos e
reflexivos preparados para exercer sua cidadania, é pensar num universo dinâmico
de atores, cenários e circunstâncias decorrentes de partilhas de valores, crenças e
atitudes e que esse dinamismo de ações influenciará na prática do ensino do
controle de IH. Os conteúdos epistemológicos orientam os pensamentos dos sujeitos
nas vivências diárias e nas condições sociais em que vivem, as quais são
responsáveis pela determinação dos seus pensamentos eões. Portanto, vale
ressaltar que o fato de existir diferença entre o conhecimento científico e do saber
comum, não significa dizer que este último possa não ser perfeitamente válido para
seus fins, como um meio de comunicação do conhecimento na vida cotidiana.
É de fundamental importância colocar o ensino do controle de IH em um
cenário que permita aos profissionais de enfermagem e demais da área de saúde
que atuam com prevenção e controle de IH, entenderem seus propósitos, suas
próprias contradições e, principalmente, sua importância como instrumento que
ameniza as complicações de doenças e reduz o índice de IH. Assim, o docente de
enfermagem necessita pontuar o controle de IH em todo o transcorrer de sua prática
76
e procedimentos de enfermagem diários junto ao graduando de enfermagem, pois
estarão atreladas às ações de qualidade da assistência em serviços de saúde.
Assim, de acordo com seus conhecimentos apreendidos os docentes de
enfermagem, afirmam que a transversalidade do ensino do controle de IH é
importantíssima no curso de Enfermagem e que deveria ser inserido num contexto
holístico desde uma socialização desse conhecimento e saberes experienciais entre
os docentes de todas as disciplinas até o discente em sua prática e procedimentos
no cuidar em enfermagem. Nesta perspectiva, os enfermeiros devem ser agentes de
mudanças, sem medo de ousar no que se refere à solução de problemas de IH.
Essa atitude de nortear o ensino para o caminho da transversalidade no
currículo de Enfermagem reside na capacidade desses atores sociais/sujeitos do
processo educacional têm de lidar com uma prática profissional coerente com suas
finalidades. Portanto, apreciamos essencialmente que como atores/docentes
envolvidos no processo de aprender a aprender e a todos aqueles que se inserem
nesta realidade da inserção do ensino do controle de IH em todas as disciplinas do
currículo vigente, uma ação mais decisiva, precisa e coletiva.
Evidenciamos que o sistema de coordenação das ações do controle de IH
no Estado e no país possuem lacunas em sua operacionalização que refletem nos
indicadores de Infecção Hospitalar e, consequentemente nos Programas de Controle
de IH, deixando-os sem estruturação básica para uma vigilância maior em suas
ações administrativa e operacional ativa exigida pela lei.
Neste momento de incertezas e travessia do novo paradigma da
educação brasileira, refletir sobre o papel da educação contemporânea e na
inserção deste cenário científico, o ensino do controle de Infecção Hospitalar, tem
sido o maior desafio para os profissionais de saúde no que concerne aos altos
índices de IH e custos hospitalares no país. Assim, articular o ensino do controle de
Infecção com as representações sociais desnuda no entendimento do docente de
enfermagem uma maior apreciação da temática e leva-o a pensar em transformar
esta realidade.
77
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85
APÊNDICES
86
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM ENFERMAGEM
APÊNDICE A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado (a) a participar, como voluntário, em uma
pesquisa. Para tanto, precisa decidir se deseja ou não participar. Não é necessário
apressar-se em tomar essa decisão. Inicialmente leia cuidadosamente o que se
segue e solicite esclarecimentos ao responsável pelo estudo sobre as dúvidas que
você possivelmente vier a ter. Este estudo está sendo conduzido pela Dra. Maria
Eliete Batista Moura. Após obter as informações que se fizerem necessárias e
desejar participar do estudo, assine no final deste documento, que se apresenta em
duas vias: uma delas será sua e a outra pertencerá ao pesquisador responsável. Em
caso de recusa você não será penalizado(a) de forma alguma e se julgar necessário
poderá procurar o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do
Piauí (UFPI), através do telefone (086) 3215-5564.
ESCLARECIMENTOS SOBRE A PESQUISA:
Título do Projeto: Representações Sociais do Controle de Infecção Hospitalar: a
perspectiva do ensino da graduação em enfermagem
Pesquisador Responsável: Dra. Maria Eliete Batista Moura
Telefone para Contato (inclusive ligações a cobrar): (086) 9982 1611
Pesquisadora Participante: Sônia Maria de Araújo Campelo
Telefone para Contato: (086) 3214 2575
O presente estudo se configura em uma pesquisa exploratória de abordagem
qualitativa. Será realizado no Departamento de Enfermagem da Universidade
Federal do Piauí (UFPI). Os sujeitos serão 17 (dezessete) docentes do Curso da
graduação em Enfermagem com vínculo efetivo. O instrumento de produção de
dados se um roteiro de entrevista semi-estruturada. As falas serão gravadas e
transcritas na íntegra. A análise dos dados serealizada pelo software ALCESTE
4.8. Objetivou-se neste estudo apreender as Representações Sociais dos docentes
do bacharelado em Enfermagem sobre o Ensino do Controle de Infecção Hospitalar;
e Analisar como as RS influenciam na prática do Ensino do Controle de Infecção
Hospitalar no bacharelado em Enfermagem.
Ressalta-se que esta pesquisa não trará riscos, prejuízos, desconforto, lesões,
formas de indenização, nem ressarcimento de despesas. Não benefício direto
para o participante. Cabe informar, que a participação é voluntária, podendo o
participante interrompê-la ou cancelá-la a qualquer momento sem riscos ou
prejuízos. Para tanto se encontra neste termo o contato das pesquisadoras. Espera-
se com este estudo trazer subsídios para a diminuição do índice de Infecção
Hospitalar e trilhar novos horizontes para o ensino do Curso de Graduação em
Bacharelado em Enfermagem em relação ao tema abordado.
87
As pesquisadoras comprometem-se a tratar todas as suas respostas de forma
anônima e confidencial, isto é, em nenhum momento será divulgado o nome das
pessoas que participarem deste estudo, seja no seu decorrer ou no seu
encerramento; obrigam-se a não fornecer, em nenhuma hipótese, cópia das
informações obtidas, a pessoas estranhas ao grupo de pesquisa; e a não fazer
perguntas que fujam da coleta através do roteiro de produção de dados.
Garantia de acesso: em qualquer etapa do estudo, os sujeitos terão acesso aos
profissionais responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas.
A principal investigadora é a Dra. Maria Eliete Batista Moura que pode ser
encontrada no endereço Campus Universitário Petrônio Portela, nº. 1204. Bairro
Ininga, Teresina - PI, Departamento de Enfermagem, Bloco 12, CEP 64.049-550.
Telefone (086) 9982-1611. Se o participante tiver alguma consideração ou dúvida
sobre a ética da pesquisa, podeentrar em contato com o Comitê de Ética em
Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Piauí (UFPI), no mesmo endereço ou
pelo telefone (086) 3215-5564.
O período de participação será de março a maio de 2008, o sujeito participante
terá o direito de retirar o consentimento a qualquer tempo.
88
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM ENFERMAGEM
APÊNDICE B
CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO
Eu, _____________________________________, portadora da Cédula
de Identidade nº ______________, inscrita no C.P.F sob nº ______________ ,
Matrícula nº _____________, abaixo assino, concordando em participar do estudo
Representações Sociais do Controle de Infecção Hospitalar: a perspectiva do
ensino da graduação em Enfermagem, como sujeito. Fui suficientemente
esclarecido (a) a respeito das informações que eu li ou que foram lidas para mim,
descrevendo sobre os aspectos e particularidades a respeito do estudo a que me
proponho participar. Eu discuti com a Dra. Maria Eliete Batista Moura sobre a minha
decisão em participar neste estudo, ficando claros para mim quais os propósitos do
estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as
garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Também foi
evidenciado que minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia do
acesso a tratamento hospitalar quando necessário. Concordo voluntariamente em
participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento,
antes ou durante a realização do mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de
qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu acompanhamento/
assistência/tratamento neste Serviço.
_____________________________________________________
Nome e Assinatura do Sujeito ou Responsável
________________________________________________________
Local e data
Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a
pesquisa e aceitação do sujeito em participar.
Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores):
Nome:_________________________
_______________________________
_______________________________
_______________________________
______________________________
Assinatura:
Nome:_________________________
_______________________________
_______________________________
_______________________________
______________________________
Assinatura
26
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM ENFERMAGEM
APÊNDICE C
ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM OS DOCENTES DE ENFERMAGEM
APRESENTAÇÃO
Estamos desenvolvendo uma pesquisa sobre: Representações Sociais do
Controle de Infecção Hospitalar: a perspectiva do ensino de Enfermagem, e
gostaríamos de contar com a sua participação respondendo ao roteiro de entrevista.
Nesse sentido, suas respostas, de forma espontânea e individual, são muito
importantes. Asseguramos que todas as respostas serão anônimas e confidenciais,
destinando-se para fins de investigação científica. Este estudo, desenvolvido na área
de saúde, pela perspectiva da Teoria das Representações Sociais (TRS)
possibilitará a aquisição de um conhecimento construído e compartilhado
socialmente, vinculado às construções sociais de um saber do senso comum e
influenciado por comportamentos, crenças e atitudes dos grupos sociais.
FORMULÁRIO
Caracterização dos sujeitos da pesquisa
Sexo: Feminino ( ) Masculino ( )
Idade:
Tempo de serviço na Instituição:
1. Informe o seu posicionamento sobre o Ensino do Controle de Infecção
Hospitalar? Assinale com um X a sua opção, por grau de importância.
( ) 1.Nada Importante
( ) 2.Pouco Importante
( ) 3.Relativamente Importante
( ) 4.Muito Importante
( ) 5.Muitíssimo Importante
2. Como você representa o Ensino do Controle de Infecção Hospitalar para os
profissionais de saúde?
3. Fale sobre a relação do Ensino com o Controle de Infecção Hospitalar na
graduação em Enfermagem?
4. Quais as suas intervenções e ações práticas como docente sobre o Ensino do
Controle de Infecção Hospitalar?
5. Qual a sua opinião sobre a inserção do Ensino do Controle da Infecção
Hospitalar no currículo integrado?
6. Como se desenvolve o Ensino de Infecção Hospitalar no Departamento de
Enfermagem?
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APÊNDICE D
Vocabulário específico, da classe 1, que relaciona o Controle da Infecção
Hospitalar e o seu ensino na Graduação de Enfermagem, apreendido mediante
os discursos das docentes de Enfermagem.
*OPC
*FCT
%
χ²
VOCABULÁRIO
FORMAS ASSOCIADAS
10
10
100.00
12,43
acoes
Ações
9
10
90.00
8,25
agente
Agente
22
33
66,67
6,97
area+
Área
16
18
88,89
14,83
assunto
Assunto
6
6
100.00
7,29
comunidade
Comunidade
6
6
100.00
7,29
contexto
Contexto
9
11
81.82
6,05
curriculo+
currículo
5
5
100.00
6,04
desenvolv+
Desenvolver, desenvolvimento
11
12
91.67
10,80
dest+
Desta, deste
13
17
76.47
7,02
dever+
Dever, deveremos
11
14
78.57
6,49
dev+
deve
6
6
100.00
7,29
discuss+
Discussão
15
20
75.00
7,63
enfermagem
Enfermagem
8
8
100.00
9,83
evit+
Evitar, evitamos
5
5
100.00
6,04
haja
Haja
58
98
59.18
15,42
hospital+
Hospital, hospitalizado
7
7
100.00
8,55
inser+
Inserir, inserção
10
13
76.92
5,40
integr+
Integrar, integração
10
11
90.91
9,52
maneira
Maneira
12
15
80.00
7,62
momento+
Momento, momentâneo
5
5
100.00
6,04
perme+
Permeável, permeabilidade
7
8
87.50
5,80
pontu+
Pontual, pontualidade
7
7
100.00
8,55
pont+
Pontual, pontualidade
5
5
100.00
6,04
prejuízo+
Prejuízo, prejuízos
16
21
76.19
8,74
profission+
Profissional, profissionais
12
13
92..31
12,11
publica+
Publica, publicação
22
24
91.67
23,31
saude
Saúde
5
5
100.00
6.04
Vista
Vista
9
11
81.82
6,05
Estar
Estar
29
37
78.38
19,74
para
Para
9
11
81.82
6,05
este
Este
28
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APÊNDICE E
Vocabulário específico, da classe 2, que relaciona o Controle da Infecção
Hospitalar e o seu ensino na Graduação de Enfermagem, apreendido mediante
os discursos das docentes de Enfermagem.
*OPC
*FCT
%
χ²
VOCABULÁRIO
FORMAS ASSOCIADAS
12
13
91.31
8,30
administração
Administração
8
8
10.00
7,15
centr+
Centro, central
6
6
100.00
5,30
cheg+
Chegar
11
13
84.62
5,30
cirurgic+
Cirurgia, cirúrgico
13
16
81.25
5,27
coisa+
Coisas
6
6
100.00
5,30
cuidados
Cuidados
10
10
100.00
9,04
cuidad+
Cuidado
9
10
90.00
5,54
dess+
Desse, dessa
9
9
100.00
8,09
estud+
Estudo, estudos,, estudar
21
26
80.77
8,81
faz+
Faz, fazer
15
18
83.33
6,96
fic+
Ficar
51
52
98.08
57,78
gente
Gente
26
31
83.87
13,54
os
Os
12
14
85.71
6,17
pesso+
Pessoas
24
25
96.00
20,71
pra+
Pratica
18
22
81.82
7,85
professor+
Professor, professores
23
28
82.14
10,63
quest+
Questão, questões
15
18
83.33
6,96
sab+
Saber, sabemos
30
43
69.77
5,71
trabalh+
Trabalhar, trabalhadores
6
6
100.00
5.30
ve
71
115
61.74
8,05
a
A
24
31
77.42
8,32
tem
Tem
16
20
80.00
6,15
ter
Ter
7
7
100.00
6.22
tinha
Tinha
7
7
100.00
6.22
foi
Foi
7
7
100.00
6.22
ate
Até
31
41
75.61
10,07
porque
Porque
6
6
100.00
5,30
aquele
Aquele
13
16
81.25
5,27
ela
Ela
18
22
81.82
7,85
ele
Ele
57
83
68.67
13,66
eu
Eu
6
6
100.00
5,30
lhe
Lhe
20
25
80.00
7,94
ainda
Ainda
28
39
71.79
6,40
entao
Então
29
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM ENFERMAGEM
APÊNDICE F
Unidades de Contexto Elementar da Classe 1, sobre o ensino controle da
Infecção Hospitalar sob a ótica de docentes em Enfermagem.
Assim acoes que deverao ser desenvolvidas no ponto de vista educacional para evitar que haja infeccao
de uma maneira geral, mas nao voltadas especificamente para infeccao hospitalar. No caso de outra
disciplina que leciono de administracao em saude publica, eu acho que a integracao da infeccao hospitalar
mesmo com professores que nao estao no contexto hospitalar devera ser desde o contexto da saude
publica e mesmo o profissional tem que pontuar em alguma coisa atua muitas vezes com o cuidar.
Desconheco discussao a cerca deste assunto porem acho que deveriamos pontuar mais sobre o assunto
em reunioes cientificas que e bem amplo dentro da saude publica sendo um problema que cresce a cada
dia no contexto hospitalar, domiciliar [...] ou com familiar que visita o paciente no hospital entao o
profissional que estar na ponta tem que ter essa visao pontuar o assunto porque como vai desenvolver
acoes educativas perante a sociedade [...] dentro do bacharelado em enfermagem, nos temos duas
vertentes, aqueles profissionais que estao voltados para trabalhar com saude publica e outros que estao
voltados para trabalhar com area hospitalar. [...] discussao mais profunda dentro do campo das politicas
publicas para a prevencao da infeccao hospitalar, mas nao diretamente como uma infeccao hospitalar em
si, mas como um todo como-se fosse um guarda chuva para evitar que haja uma propagacao de infeccao
de maneira geral nao especificamente de infeccao hospitalar. [...] muitissimo importante. eu acho o
seguinte, que todos profissionais de saude, eles devem saber sobre esse problema de infeccao hospitalar,
voce veja, nao so dentro do hospital, mas na area de saude publica tambem e importante, [...] acho muito
disperso no departamento de enfermagem esse ensino do controle de infeccao hospitalar, desconheco
discussoes sobre o assunto, a nao ser em trabalhos de conclusao de curso e agora no mestrado houve
essa aproximacao com o tema [...] eu acredito que a meu ver nao e minha area trabalho com saude
publica sou mais da comunidade, porem isto nao quer dizer que eu nao tenha uma visao para esse lado so
que vejo que este enfoque da infeccao hospitalar nao e tao evidente como deveria ser eu acho que passa
pela de maior esclarecimentos ou pela tomada maior de decisao da [...] propria universidade ver esse lado
do ensino sobre o controle da infeccao hospitalar. eu acho que todas as disciplinas deveriam mesmo-que
nao falassem diretamente sobre infeccao hospitalar, mas pelo menos em suas entrelinhas uma pontuacao
sobre o assunto.[...] acho que deve perpassar, ou seja, permear todas as disciplinas, nao so as disciplinas
da area hospitalar, acredito que todas as disciplinas deverao dar enfase no assunto sobre infeccao
hospitalar e seus prejuizos para o cliente e a instituicao com isto minimiza o indice de infeccao hospitalar
[...] do profissional e para o aluno que-se contaminar. E mandatorio que esse assunto seja discutido em
todas as disciplinas desde a insercao deste aluno no mundo acadêmico [...] as minhas acoes na praticas
sao diversas desde o momento introdutorio na area hospitalar ou saude publica acho que o aluno ja deve
inserir este conteudo no seu dia a dia. [...] eu nao sei como estar, e lamentavel nao paramos para discutir
um problema desta magnitude e conteudo chave de saude publica que e a infeccao hospitalar que em
varios momentos vivenciamos com os alunos na area hospitalar, porem, independentemente das duas
areas a questao do controle de infeccao hospitalar ela e primordial primeiro no ponto de vista de saude
publica porque infeccao hospitalar constituem um problema de saude publica e segundo no hospital se não
[...] das as acoes de enfermagem sao permeadas pelo controle de infeccao hospitalar, entao quer num
curriculo integrado ou nao, o controle de infeccao hospitalar deve presenciar em todas as disciplinas da
area de saúde [...] olha minhas acoes nos ultimos anos meu contexto de ensino e mais promocao a saude,
fora do hospital eu procuro falar dentro do contexto como um ponto que estar fora do hospital ou cada
graduando pode ver esta questao no momento que constroi sua atitudes dentro e fora da area hospitalar
[...] outro lado que-nem sempre os profissionais que estao atuando realmente estao preparados pra dar
resposta pra esse problema entao eu acho que ainda nao e bom o ensino de infeccao hospitalar no curso
dos profissionais de saude, [...] sinceramente nao tenho o-que falar, na minha maneira de ver, ele passa
muito subliminar, nao e dada enfase como ele requer porque a gente sabe que infeccao hospitalar e um
problema de grande monta e que nao esta sendo visto por este lado.
30
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PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
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APÊNDICE G
Unidades de Contexto Elementar da Classe 2, sobre o ensino controle da
Infecção Hospitalar sob a ótica de docentes em Enfermagem.
Hoje em dia ela melhorou porque como eu dou aula a parte que eu dou aula ela trabalha muito essa
questao ai porque e centro cirurgico pre operatorio, entao eu to estudando muito mais, mas eu lhe digo
com-certeza, ainda e uma coisa muito insuficiente [...] porque nas areas de pesquisa sempre aparecem
trabalho de conclusao de curso abordando esses temas e a gente ve que os alunos ainda estao meio
perdidos, nao estao dominando o vocabulario proprio [...] tocando pros nossos alunos, porque e uma coisa
que foi insuficiente pra nossa formacao e dentro do nosso ambiente de trabalho hospitalar ainda e uma
coisa que falta, ai eu fico pensando, o-que a gente poderia fazer pra mim saber mais [...] quando a gente
traz essa questao da prevencao, na sala de aula a prevencao e muito trabalhada do proprio plano do
curso, esta preocupacao de trazer a interacao dentro da area de centro cirurgico e dentro da area da FH?
[...] eu me lembro que mesmo nas UTI nas areas de queimados a gente tinha que colocar a roupa, o
protem, se proteger, sera que eu estou ficando proglogista, as infeccoes elas continuam ai, aumentando,
as pessoas se acabando de infeccoes nos hospitais [...] como nao levar contaminacao pro paciente, a
gente supervisiona os auxiliares de administracao e estudante de series menores ou de cursos tecnicos e
eu estou sempre enfatizando sempre a questao da infeccao hospitalar porque eu sei que a prevalencia e
alta. [...] mas aquele curso ainda nao esta trabalhando as minhas deficiencias. entao a gente acha que
sabe, ainda tem muita coisa faltando, porque a gente se depara com situacoes que chaga o paciente que a
gente ve, sera o-que-e isso sera o-que aconteceu e daqui a pouco a gente tem um quadro bem pior do que
a doença. [...] com o outro professor e os alunos compartilhando tambem. olhe, a questao ela e isolada, ou
seja, o-que eu trabalho no quinto, se eu for atras das minhas outras colegas pra gente saber, o-que a
gente pode ate ter uma conversacao, mas eu lhe digo de total certeza, o trabalho do professor ele e bem
solidario, [...] na nossa vida sempre trabalhar essa questao do controle da prevencao, e uma coisa que ja
faz parte do nosso cotidiano, vamos dizer assim, a gente ta sempre trabalhando, nessa questao ai
justamente pra favorecer a qualidade, [...] ou seja, e algo pontual, real concreto, coisa que a gente nao viu
na epoca, pelo menos eu nao fazendo parte do proprio plano de curso. olha, eu que isso ai belissimo ne,
porque o aluno ja vai trabalhando isso dai e inserindo se com outras disciplina, por-que veja bem, [...]
quando ele chega ate-a gente e porque ele ja passou pela parte de imunologica ja viu alguma coisa que
ele nao esta conseguindo juntar, como ele nao consegue juntar, nos tambem professores tambem temos
uma dificuldade, [...] o-que a gente pode fazer em prol daquele paciente, porque a gente so trabalha com
aquela pessoa, pra ficar livre desse processo, entao eu creio que vai ficar melhor, o-que eu espero puder
trabalhar mais proximo com meu colega, [...] eu aprendi dessa forma, e acho, que embora nao ter sido
durante esses anos, nao ter trabalhado com esse questao de controle de infeccao, apesar-de-que eu
passei um tempo na disciplina administracao hospitalar nessa disciplina a gente trabalhava a coisa de
comissao de controle de infeccao hospitalar, na disciplina de administracao, [...] tudo tinha que atender
aqueles principios do menos contaminado pro mais contaminado, quando era uma ferida limpa, quando era
ferida suja, entao tinha um rigor muito grande, pra gente entrar nas areas mais restritas era muito calcado
luva e tal, [...] a gente reforca a questao do uso de equipamentos de protecao individuais, e de alguma
forma faz refletir nele na condicao de aluno de enfermagem ele ser um disseminador, disseminar essa
contaminacao principalmente por falta de cuidados dele. [...] se realmente esta paramentado direitinho,
com esta, tudo um controle, que infelizmente nao sei se voce como pesquisadora ve essa preocupacao
aqui com os profissionais, colocar tudo em segundo plano, nao tem mais aquele como a gente tinha antes,
[...] mesmo indo atras, mesmo estudando, voce trabalha no seu meio, a grande maioria das pessoas elas
nao sabem ainda o-que-e prevencao, o-que-e bom o-que-e ruim, o-que-e qualidade ou nao. [...] agora
mesmo o aluno descobriu que nao sao precaucoes universais, mas precaucoes padroes, o aluno que esta
no ultimo periodo ainda nao sabe falar isso ele nao aprendeu essa terminologia que esta fazendo o
trabalho de conclusao curso imagina os que nao estao fazendo o trabalho de conclusao de curso.
31
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PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
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APÊNDICE H
Classificação Hierárquica Ascendente (CHA) referente à Classe 1.
32
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APÊNDICE H
Classificação Hierárquica Ascendente (CHA) referente à Classe 2.
33
ANEXOS
34
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PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM ENFERMAGEM
ANEXO A
SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO DA PESQUISA
Teresina, ______/ ______/ 200___
Ilmo. Sra.
Profa. Dra. Regina Ferraz Mendes
Coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa da UFPI
Cara Profa.
Estou enviando o projeto de pesquisa intitulado Representações Sociais
de Infecção Hospitalar: a perspectiva do ensino de Enfermagem, para a
apreciação por este Comitê.
Confirmo que todos os pesquisadores envolvidos nesta pesquisa
realizaram a leitura e estão cientes do conteúdo da Resolução 196/96 do CNS e das
resoluções complementares a mesma (240/97, 251/97, 292/99, 303/2000, 304/2000
e 340/2004). E confirmo também:
1. Que esta pesquisa ainda não foi iniciada;
2. Que não há participação estrangeira nesta pesquisa;
3. Que comunicarei ao Comitê de Ética em Pesquisa CEP/UFPI os possíveis
eventos adversos ocorridos com o voluntário;
4. Que apresentarei relatório anual e final desta pesquisa ao Comitê de Ética em
Pesquisa CEP/UFPI;
5. Que retirarei por minha própria conta os pareceres e o certificado junto à
secretaria do CEP-UFPI.
Atenciosamente,
Pesquisador Responsável
Assinatura:
Nome: Dra.Maria Eliete Batista Moura
CPF:
Instituição: Universidade Federal do Piauí
Área: Enfermagem
Departamento: Enfermagem
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ANEXO B
DECLARAÇÕES DOS(S) PESQUISADOR(ES)
Ao Comitê de Ética em Pesquisa - CEP
Universidade Federal do Piauí - UFPI
Eu, Maria Eliete Batista Moura, pesquisadora responsável pela pesquisa intitulada
Representações Sociais do Controle de Infecção Hospitalar: A perspectiva do
ensino de Enfermagem declaro que:
Assumo o compromisso de cumprir os Termos da Resolução nº. 196/96, de 10
de Outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde e
demais resoluções complementares à mesma (240/97, 251/97, 292/99, 303/2000,
304/2000 e 340/2004).
Assumo o compromisso de zelar pela privacidade e pelo sigilo das informações,
que serão obtidas e utilizadas para o desenvolvimento da pesquisa;
Os materiais e as informações obtidas no desenvolvimento deste estudo serão
utilizados apenas para se atingir os objetivos propostos na pesquisa e não serão
empregados para outras pesquisas sem o devido consentimento dos voluntários;
Os materiais e os dados obtidos ao final da pesquisa serão arquivados sob a
responsabilidade de ____________________________ da área de
________________________ da UFPI; que também se responsável pelo
descarte dos materiais e dados, caso os mesmos não sejam estocados ao final
da pesquisa.
Não há qualquer acordo restritivo à divulgação pública dos resultados;
Os resultados da pesquisa serão tornados públicos através de publicações em
periódicos e/ou em encontros científicos, respeitando-se sempre a privacidade e
os direitos individuais dos sujeitos da pesquisa;
O CEP/UFPI será comunicado da suspensão ou do encerramento da pesquisa
por meio de relatório apresentado anualmente ou na ocasião da suspensão ou
do encerramento da pesquisa com a devida justificativa;
O CEP/UFPI será imediatamente comunicado se ocorrerem efeitos adversos
resultantes desta pesquisa com o voluntário;
Esta pesquisa ainda não foi total ou parcialmente realizada.
Teresina, ___ de ___________ de 200__.
Pesquisador responsável (assinatura, nome e CPF)
Demais pesquisadores (assinatura, nome e CPF)
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