57
recursos organizacionais, sejam eles tangíveis ou intangíveis. Este mapeamento pode fornecer
uma boa descrição a respeito do contexto interno das organizações e serve a diferentes
propósitos, dependendo da abordagem adotada. Enquanto na abordagem de requisitos de
mercado, a análise interna visa determinar quais medidas serão necessárias para fazer com
que os processos internos entreguem o valor necessário para implementar o posicionamento
definido previamente, na RBV essa mesma análise visa identificar quais as competências
essenciais e os recursos mais valiosos possuídos pela organização, de forma a utilizá-los em
diferentes setores e segmentos a serem selecionados posteriormente (MINTZBERG;
AHLSTRAND; LAMPEL, 2000).
Prower et al. apud Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000), ainda no contexto da
“escola” do design, definiram um check-list composto de sete diferentes categorias de fatores
internos que podem se constituir em pontos fortes ou fracos da empresa. Estas categorias
seriam: marketing; pesquisa e desenvolvimento; sistemas de informação gerenciais; equipe
gerencial; operações; finanças e recursos humanos.
Com relação à função marketing, o check-list proposto inclui fatores como qualidade
do produto, número de linhas de produto, diferenciação do produto, participação de mercado,
canais de distribuição, serviço ao cliente, propaganda e força de vendas entre outros. Na área
de P&D são apresentados como críticos a capacidade de P&D de produto e de processo e
capacidade da fábrica-piloto. Com relação aos processos operacionais são destacados o
controle de matérias-primas, capacidade de produção, estrutura do custo de produção,
instalações e equipamentos, controle de estoques, controle de qualidade, eficiência energética.
O check list ainda inclui questões relacionadas a sistemas de informações gerenciais
(velocidade e resposta, qualidade das informações correntes, capacidade de expansão), equipe
gerencial (habilidades, congruência de valores, espírito de equipe, experiência, coordenação
de esforços), finanças (alavancagem financeira, alavancagem operacional, relações com
acionistas, situação fiscal) e recursos humanos (capacidades dos funcionários, sistemas de
pessoal, turn over, moral e desenvolvimento dos funcionários).
Um outro conceito relevante na análise de contextos internos de organizações é a
cadeia de valor, definida por Porter (1985). De acordo com este conceito, toda empresa seria
uma coleção de atividades que seriam realizadas com o intuito de projetar, produzir, colocar
no mercado, entregar e dar suporte aos seus produtos e serviços. A cadeia de valor seria,
portanto, uma estrutura relevante para fins estratégicos no nível de unidade de negócios, uma
vez que diferenças entre as cadeias de valor de diferentes empresas de um mesmo setor
podem se constituir em fontes de vantagem competitiva.