Download PDF
ads:
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC – SP
Paula Ferreira Braga
Algumas variáveis de controle envolvidas
na explicação de um comportamento observado
METRADO EM PSICOLOGIA EXPERIMENTAL:
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
SÃO PAULO
2009
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ii
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Programa de estudos pós-graduados em Psicologia Experimental: Análise do
Comportamento
ALGUMAS VARIÁVEIS DE CONTROLE ENVOLVIDAS NA EXPLICAÇÃO
DE UM COMPORTAMENTO OBSERVADO
Paula Ferreira Braga
Orientadora: Profa. Dra. Maria Amalia Pie Abib Andery
São Paulo
2009
ads:
iii
Paula Ferreira Braga
ALGUMAS VARIÁVEIS DE CONTROLE ENVOLVIDAS NA EXPLICAÇÃO
DE UM COMPORTAMENTO OBSERVADO
Dissertação apresentada para Banca
Examinadora da pontifícia Universidade
Católica de São Paulo como exigência para
obtenção do título de MESTRE em Psicologia
Experimental: Análise do Comportamento sob
orientação da Profa. Dra. Maria Amalia Pie
Abib Andery
Projeto parcialmente financiado pela Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior – CAPES
São Paulo
2009
iv
Banca Examinadora:
___________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
Dissertação defendida e aprovada em: ____/ ____/ ____
v
Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos ou científicos, a reprodução total ou
parcial desta dissertação por processos de fotocópia ou eletrônicos.
Assinatura: _________________________________ Local e data: ________________
vi
AGRADECIMENTOS
Maria Amalia Andery: Por cada uma das nossas reuniões de orientação. Pelos artigos
que você encontrou. Pelas correções. Pelos comentários. Pela paciência... Por ter
superado todas as minhas expectativas que eram várias, que eu vim para este
mestrado já querendo muito ser sua orientanda. Por ter sido um verdadeiro oásis no meu
deserto. Muito obrigada!
Roberto Banaco, Paula Gioia, Nilza Micheletto, Maria Eliza, Maria do Carmo e
Maria Luisa: Por terem sido professores maravilhosos. Por Pesquisa Supervisionada.
Pelas monitorias. Por terem me ensinado tanto. Obrigada!
Maria Tereza Pires Sério: Por ter sido a professora de aulas inesquecíveis. Pela leitura
do Comportamento Verbal e do Sobre o Behaviorismo. Por ter inspirado cada um dos
meus temas. Muito obrigada!
Clarissa: Por ser a minha grande companheira desde o início do mestrado. Por ter
dividido comigo trabalhos, apresentações, discussões, interesses, monitorias e horas no
biotério. Por ter sido a pessoa que esteve sentada ao meu lado em cada uma das aulas,
por ter sido aquela que costurava os comentários nos meus, por ter dividido até mesmo
um jeito de pensar. Por ter acompanhado cada passo deste trabalho e me deixado
acompanhar o seu. E, acima de tudo, por ter sido minha amiga também fora do
laboratório. Teremos uma longa história acadêmica juntas, minha dupla! Mas não se
anime muito: eu não vou me esquecer da mordida que o seu rato me deu! Muito
obrigada!
Paula Barcellos: Por ter sido também minha amiga e companheira no laboratório. Por
ter me passado a sua preciosa lista de participantes. Acho que ninguém é maior
unanimidade neste mestrado. Foi bom ser a Paula Braga enquanto você foi a Paula
Barcelos. Por dividir nossa orientadora. Obrigada!
Márcio Alleoni: Por ter ajustado o seu relógio biológico ao meu, tendo nascido apenas
três dias depois que eu... Você se adiantou e conseguimos terminar as provas de seleção
para o mestrado na mesma hora, qualificar nossos projetos no mesmo dia e coletar
dados juntos, com os mesmos participantes tudo isso na mesma área de pesquisa e
com a mesma orientadora. Obrigada!
vii
Evelyn Barrelin: Por ter estado disponível, explicando o funcionamento do software
programado pelo Thomaz (a você também: Obrigada!). Você foi um exemplo de
perseverança e de entusiasmo. Obrigada!
Bruno Costa: Por ter sido o meu Personagem, ter estado comigo nas sessões de
filmagem incansável. Por ter demonstrado interesse por todos os temas que eu
considerei estudar: e não foram poucos! Por ter me deixado sempre implicar com você...
Obrigada!
Dinalva, Maurício, Conceição, e Neuzinha: Por cada vez que vocês atenderam a
campainha, fizeram um café, cuidaram ratos no biotério. Pelos inúmeros favores. Por
conversarem comigo nos corredores do laboratório e por serem personagens
inesquecíveis. Muito obrigada!
Maria Martha Hubner: Por ter me dado a oportunidade de cursar um semestre da
graduação nos Estados Unidos, na Universidade de Milwaukee. Por ter incentivado a
minha vinda para a PUC. Por ter me ensinado tanto. Por ser receptiva comigo a cada vez
que nos encontramos. Muito obrigada!
Edwiges Silvares: Por ter sido a minha primeira orientadora. As reuniões do Projeto
Enurese certamente foram fundamentais para que eu percebesse quanto gosto da vida
acadêmica e da vida na clínica. Obrigada!
Mamãe e Papai: Por compreender, ainda que termos como “Análise do
Comportamento”, “mentalismo”, “verbalizações” e “modelos explicativos” não tenham
para vocês o menor sentido, o quanto este mestrado é importante para mim. Muito
obrigada!
Rick: Por ter conseguido ser a prioridade na minha vida apesar do mestrado. Você
realizou e espero que continue realizando, todos os meus sonhos. Por ter marcado a
data do nosso casamento em função da minha defesa. Por ter sentido ciúmes desta
dissertação. Por cada vez que você me chamou de Skinner. Tenho certeza de que você
nunca soube por que exatamente aquilo era um elogio... mas por me elogiar mesmo
assim. Muito obrigada!
Capes: Pela bolsa concedida, que descortinou todas as maravilhosas oportunidades que
surgiram na minha vida nestes últimos dois anos. Obrigada!
viii
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................
1
Explicações para o comportamento: estudos empíricos..............................................
9
MÉTODO....................................................................................................................
18
Participantes................................................................................................................
18
Equipamento e Material..............................................................................................
18
I – Filmes..............................................................................................................
18
Tarefa experimental filmada........................................................................
19
Filmagem e produção do filme....................................................................
20
Edição dos Filmes........................................................................................
21
II – Coleta de dados..............................................................................................
24
Procedimento..............................................................................................................
24
I – Coleta de dados................................................................................................
24
II – Registro dos dados..........................................................................................
26
III – Preparação para a análise de dados...............................................................
27
RESULTADOS...........................................................................................................
29
I – Categorização das verbalizações.....................................................................
29
II – Primeiras verbalizações em cada trecho de filme ..........................................
36
III – Verbalizações contendo autoclíticos e termos mentalistas...........................
41
DISCUSSÃO..............................................................................................................
45
REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS..........................................................................
51
ANEXOS....................................................................................................................
53
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Algumas características dos estudos de Simonassi e cols. (1984);
Leigland (1989) e Golfeto (2005).
16
Tabela 2. Características dos participantes.
18
Tabela 3. Características principais do Filme Treino.
22
Tabela 4. Características principais do Filme Teste.
23
Tabela 5. Condições experimentais: Grupos, procedimento e filmes a que cada
participante foi exposto.
26
Tabela 6. Classes e subclasses das verbalizações: Definição e Expressões
Identificadoras.
28
Tabela 7. Autoclíticos e termos mentalistas/internalistas: número total e índices
por participante, médio e geral (n termos/n verbalizações).
41
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Tela apresentada ao Personagem.
19
Figura 2. Desenho esquemático da imagem apresentada aos participantes.
21
Figura 3. Taxas de resposta do Personagem nas tentativas apresentadas nos filmes.
23
Figura 4. Número de verbalizações (n) emitidas pelos participantes e número
médio de verbalizações por grupo experimental.
29
Figura 5. Distribuição das subclasses de verbalizações (em porcentagem) pelos
grupos experimentais.
30
Figura 6. Distribuição das verbalizações, em porcentagem, segundo critério de
Estilo de Descrição nos diferentes grupos.
32
Figura 7. Distribuição das verbalizações, em porcentagem, segundo critério de
Localização Temporal nos diferentes grupos.
32
Figura 8. Distribuição das verbalizações, em porcentagem, segundo critério de
Controle Predominante nos diferentes grupos.
33
Figura 9. Porcentagem de verbalizações emitidas por participante.
34
Figura 10. Primeira verbalização (Estilo de Descrição) emitida em cada trecho do
Filme.
36
Figura 11. Primeira verbalização (Localização Temporal) emitida em cada trecho
do Filme.
37
Figura 12. Primeira verbalização (Controle Predominante) emitida em cada trecho
do Filme.
38
Figura 13. Número de verbalizações emitidas pelos participantes em cada trecho
do filme.
39
Figura 14. Localização relativa das verbalizações dos participantes de cada grupo
exposto ao procedimento do tipo Operante livre.
40
Figura 15. Autoclíticos e termos mentalistas/internalistas: número total e índices
por participante, médio e geral (n termos/n verbalizações).
42
Figura 16. Trechos do filme em que autoclíticos e termos cognitivos foram
emitidos pelos participantes.
43
Braga, P. F. (2009). Algumas variáveis de controle envolvidas na explicação de um
comportamento observado. Dissertação de Mestrado. Programa de Estudos Pós-
graduados em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento. Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo.
Orientadora: Profa. Dra. Maria Amalia Pie Abib Andery
Linha de Pesquisa: Processos Básicos na Análise do Comportamento
RESUMO
Na Análise do Comportamento algumas poucas tentativas de se identificar conjuntos de
variáveis que controlariam a emissão de explicações do comportamento foram
realizadas. Descrições e explicações são exemplos de tatos. Quando um indivíduo
descreve o comportamento de outro, este exerce a função de estímulo discriminativo. O
presente estudo pretendeu verificar: (a) Que variáveis controlariam a emissão de
explicações de um comportamento observado; (b) Qual o papel de uma condição
antecedente mais dinâmica para o controle do comportamento de explicar dos
participantes; (c) Se o acesso a história, ou a partes da história de reforçamento de
determinada resposta alteram a precisão de explicações; (d) Se são comparáveis as
explicações produzidas a partir de dois diferentes procedimentos de solicitação e (e) Se
explicações do comportamento humano seriam predominantemente mentalistas. Um
indivíduo adulto (Personagem) foi filmado enquanto submetido a uma tarefa de
computador que consistiu da simulação de um jogo de caça níqueis. Dois filmes de
duração aproximada 6 minutos foram produzidos a partir de seu desempenho. No Filme
Treino vê-se a história de aquisição da resposta do Personagem de clicar com o mouse, e
no Filme Teste vê-se o seu desempenho estável, sem erros, na mesma tarefa.
Participaram deste estudo 12 adultos instruídos a explicar o comportamento de clicar
com o mouse observado no Filme Teste. Os participantes foram divididos em 4 grupos
experimentais: seis participantes tiveram acesso à história (Filme Treino) e seis não
tiveram; seis dos participantes foram submetido a um procedimento de solicitação de
relato do tipo operante livre e seis a um do tipo tentativa. As falas emitidas pelos
participantes foram temporalmente localizadas em relação ao desempenho do
Personagem, e separadas em verbalizações. Estas verbalizações foram classificadas
segundo 3 conjuntos de critérios: (a) Estilo de Descrição; (b) Localização Temporal e
(c) Controle Predominante. De acordo com os resultados obtidos, os participantes que
tiveram acesso à história emitiram mais verbalizações classificadas como “Explica”;
“Cor do fundo de tela” e contendo um maior número de autoclíticos. Os participantes
que não tiveram acesso emitiram mais verbalizações classificadas como Relação entre
resposta e conseqüência” e “Conseqüência”. Os participantes expostos a um
procedimento do tipo tentativa emitiram mais verbalizações. Mais autoclíticos foram
emitidos nos trechos finais do filme, quando mudanças mais marcadas nas condições de
estímulo ocorrem. Poucos termos mentalistas foram emitidos, a sua emissão parecendo
ser função de um “estilo de explicar” de cada participante.
Palavras chave: comportamento verbal, controle de estímulos, explicações de
comportamentos, termos mentalistas.
Braga, P. F. (2009). Some controlling variables involved in the explanation of an
observed behavior. Master Dissertation. Programa de Estudos Pós-graduados em
Psicologia Experimental: Análise do Comportamento. Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo.
Advisor: Profa. Dra. Maria Amalia Pie Abib Andery
Research field: Processos Básicos na Análise do Comportamento
ABSTRACT
Very few attempts to identify a set of variables that control the emission of explanations
to behavior have been made in the field of Behavior Analysis. Describing and
explaining are typical examples of tacts. When someone describes the behavior of
another, this behavior is to be considered as a discriminative stimulus. This study aimed
to verify: (a) What are the controlling variables to the emission of explanations to
observed behavior; (b) What role a more dynamic antecedent condition plays in
controlling the participant’s explaining behavior; (c) Does access to history, or parts of
the history of reinforcement of a specific response interferes with explanation precision;
(d) Are the explanations emitted in the context of two different speech procedures
comparable and (e) Are the explanations to human behavior mainly mentalistic. An
adult individual (Character) was taped while in a computer task that could be best
described as a slot machine simulation. Two movies showing the Character’s
performance, lasting around 6 minutes, were produced. In Training Movie the history of
reinforcement of the Character’s clicking response was displayed, while in the Test
Movie only his stable performance at the same task, errorless, was displayed. 12 adults
instructed to explain the behavior of clicking the mouse displayed at the Test Movie
served as participants. They were split up in 4 experimental groups: Six participants had
access to history (Training Movie) but not the other six; a free operant speaking
procedure was imposed to six of the participants, and a tentative procedure was imposed
to the other six. The lines emitted by the participants were time located onto the
Character’s performance, and split up into verbalizations. These verbalizations were
tagged according 3 sets of criteria: (a) Describing style; (b) Temporal Location and (c)
Predominant Control. According to the obtained results, among the participants, those
who had access to history typically emitted verbalizations tagged as “Explains”,
“Background scream color” and containing the most autoclitics. Those who had no
access typically emitted verbalizations tagged as “Relationship between response and
consequence” and “Consequence”. Participants submitted to a tentative procedures
emitted more verbalizations. Autoclitics were emitted mainly at the final parts of the
movie, when major changes in the stimulus condition happened. Very few mentalistcs
terms were emitted, their emission here considered to be the participant’s “explanation
style”.
Key words: verbal behavior, stimulus control, explaining behavior, mentalistic terms.
xiii
The terms "cause" and "effect" are no longer widely used in
science. They have been associated with so many theories of the
structure and operation of the universe that they mean more than
scientists want to say. The terms which replace them, however,
refer to the same factual core. A "cause" becomes a "change in an
independent variable" and an "effect" a "change in a dependent
variable." The old "cause-and-effect connection" becomes a
"functional relation." (…) There is no particular danger in using
"cause" and "effect" in an informal discussion if we are always
ready to substitute their more exact counterparts. We are
concerned, then, with the causes of human behavior. We want to
know why men behave as they do. (Skinner, 1953, p. 23)
Em um artigo comemorativo do cinqüentenário do Behaviorismo, Skinner
(1963) relata o que ocorreu quando se pediu a estudantes que descrevessem o
comportamento de um pombo em uma caixa experimental. O trecho reproduzido
abaixo, extraído do artigo, descreve os resultados encontrados pelo autor:
Em uma demonstração experimental, um pombo privado de alimento foi
condicionado a dar voltas em torno de si mesmo. Este padrão de
comportamento foi modelado com alimento pelo reforçamento de aproximações
sucessivas. Foi pedido a estudantes que assistiram a demonstração que
descrevessem por escrito aquilo que tinham visto. Suas respostas incluíram o
que segue: (i) o organismo foi condicionado a esperar que reforçamento
seguisse certo tipo de comportamento; (ii) o pombo andava em círculos
aguardando que alimento lhe fosse apresentado; (iii) o pombo notou que
determinado comportamento parecia produzir um resultado particular; (iv) o
pombo sentiu que alimento lhe seria dado por causa de sua ação; (v) o pombo
associou sua ação ao click do comedouro (Skinner, 1963, p. 955).
Neste artigo, Skinner objeta contra as práticas mentalistas da comunidade verbal,
não pelo fato de elas serem mentais no sentido de inacessíveis, mas pelo fato de não
oferecerem explicações reais para o comportamento, impedindo assim que uma análise
mais efetiva seja realizada. Os fatos observados pelos estudantes, de acordo com
Skinner (1963) poderiam ter sido descritos de outra maneira, sem que os termos
mentalistas
1
“esperar”, “aguardando”, notou”, “sentiu” e “associou” fossem
empregados. Se fosse pedido aos estudantes que explicassem o comportamento do
pombo, em última instância eles teriam dito que o pombo se comportou porque
“esperou”, “aguardou”, “notou”, “sentiu” e “associou”. O comportamento explicado
desta maneira – sugere o autor, não foi realmente explicado.
Os termos “explicar” e “explicação” estão presentes na obra de Skinner quando
o autor tratava das maneiras pelas quais os homens respondem à pergunta: “Por que?”.
Neste contexto, explicar parece ser dizer “porque” um evento acontece, quais as causas
de um evento ou ainda, de que variáveis independentes um evento e função.
1
Neste artigo Skinner usa os termos mentalista e cognitivo em contextos semelhantes. Aqui optou pelo
termo mentalista.
2
Assim, pode-se dizer que, segundo Skinner, explicar comportamento é descrever
suas contingências de reforçamento: O comportamento do pombo produziu a
apresentação de alimento. A apresentação de alimento tornou mais provável o
comportamento do pombo. O pombo deu uma volta em torno de si mesmo porque a
resposta foi selecionada pelo alimento, i.e. estímulo reforçador.
Os eventos relatados pelos estudantes, ainda de acordo com Skinner (1963), caso
tenham sido mesmo observados, o foram em seus próprios comportamentos. Assim, o
que os estudantes estariam fazendo, seria descrever o que teriam “esperado”,
“aguardado”, “notado”, “sentido” e “associado” em circunstâncias semelhantes às do
pombo, inferindo, desta forma, que eventos comparáveis aos que ocorreram sob suas
peles estariam ocorrendo sob a pele do pombo.
Ainda que a comunidade verbal não tenha acesso a comportamentos encobertos
ou ao menos que tenha tanto acesso quanto tinham os estudantes de Skinner (1963)
aos comportamentos do pombo, ela estabelece o comportamento de descrever através de
um extenso treino. O comportamento verbal é colocado sob controle de estímulos
privados pela comunidade primeiramente para que o falante descreva os seus próprios
comportamentos. Então, a partir deste treino, falantes aprendem a descrever o
comportamento de outros organismos inferindo a presença de estímulos privados tais
como aqueles que discriminaram sob sua própria pele em circunstâncias semelhantes.
O fato de que as descrições mentalistas sejam tão freqüentes na nossa
comunidade verbal é uma evidência da importância de estímulos públicos enquanto
eventos antecedentes: o que tornou possível aos estudantes inferir estímulos privados na
demonstração experimental foram justamente as circunstâncias em que o pombo se
comportava. Estas mesmas circunstâncias teriam tornado também possível aos
estudantes inferir causas para o comportamento do pombo. Explicar à maneira
mentalista, segundo Skinner (1963), é de alguma maneira, preencher o intervalo
temporal existente entre variáveis independente e dependente que constituem o
fenômeno comportamental, entre a apresentação de uma conseqüência e o seu efeito
sobre o comportamento futuro.
Uma ciência do comportamento adequada deve considerar os eventos que
ocorrem sob a pele do organismo não como mediadores fisiológicos do
comportamento, mas como parte do comportamento em si. Ela pode lidar com
estes eventos sem partir do pressuposto de que eles tenham uma natureza
3
especial, ou que devam ser conhecidos de uma maneira especial. A pele não é
tão importante assim enquanto fronteira. Os eventos públicos e privados têm as
mesmas dimensões físicas (Skinner, 1963).
Fazer uso de “termos psicológicos” (Skinner, 1945) não seria tanto um problema
prático se tal vocabulário não se tornasse a própria explicação do comportamento.
Muitos comentadores de Skinner trataram do tema das descrições e explicações de
comportamentos, dentre eles, de Rose (1997), Hineline, (1990) e Baum e Heath (1992).
De Rose (1997) faz uso da terminologia “relato verbal” para aludir às descrições
e explicações de comportamentos. O relato verbal é assumido pelo autor como um
operante verbal com propriedades de tato. As contingências envolvidas no
estabelecimento e manutenção deste tipo de comportamento podem ser descritas da
seguinte maneira: uma resposta verbal é evocada por um estímulo discriminativo não
verbal, entre esta resposta verbal e o estímulo discriminativo que a evoca estabelece-se
uma relação. Esta relação entre antecedente o verbal e resposta específica, pode
ser estabelecida caso uma história de reforçamento diferencial a selecione. Caso a
comunidade verbal que reforça diferencialmente a resposta possa também reforçar
diferencialmente a relação, isto ocorre. Faz-se necessário, portanto, que a comunidade
verbal tenha acesso a esta relação ao menos de forma intermitente, para que
determinado grau de controle discriminativo se estabeleça.
De Rose enfatiza que a precisão do relato verbal depende justamente do grau de
controle discriminativo estabelecido entre o estímulo antecedente sobre a resposta
verbal, ou seja, da “correspondência” entre a resposta verbal e o evento que o relato
verbal descreve. Enfatiza também que na psicologia e na vida cotidiana o relato verbal é
utilizado como fonte de dados toda vez que se precisa obter informações a respeito de:
(a) comportamentos ocorridos no passado; (b) comportamentos pouco
acessíveis à observação; (c) comportamentos cuja probabilidade é afetada
pela presença do observador; (d) comportamentos cuja observação envolve
alto custo material ou humano; (e) situações ou condições de estímulo nas
quais um comportamento foi emitido ou é tipicamente emitido; (f)
conseqüências de um comportamento; (g) comportamentos encobertos; (h)
comportamentos incipientes; (i) sensações, sentimentos e estados
4
emocionais; (j) atribuições de causas a comportamentos
2
, estados
emocionais etc. (de Rose, 1997, p.148).
As informações sobre explicações de comportamentos são fornecidas através de
relatos verbais. Contudo, o relato verbal não é somente uma fonte de dados: ele é
também um comportamento, podendo ser, por sua vez, um objeto de estudo, que pode
também ser explicado.
Como ressalta de Rose são definidas como relato verbal as descrições e as
explicações de comportamentos, tanto do próprio falante quanto do comportamento de
outros. Quando o falante relata seu próprio comportamento, ele o faz sob controle de
estímulos produzido por esse comportamento e quando relata o comportamento de
outro, o comportamento relatado tem função de estímulo discriminativo para a emissão
do comportamento verbal de relatar.
Fiel à posição Skinneriana, para de Rose, então, descrições e explicações de
fenômenos devem ser analisados como comportamento verbal. Para compreender
relatos verbais sobre comportamentos seja quando os chamamos de descrição ou de
explicação é necessário, então, identificar as variáveis antecedentes que evocam as
respostas verbais de descrição ou explicação.
Ainda que a posição de Baum (1992) não seja nova em relação ao que Skinner e
outros behavioristas radicais afirmaram sobre as explicações do comportamento, e suas
relações com a ciência e, especificamente com uma ciência do comportamento, ela é
destacada aqui pelo seu caráter sintético. Baum supõe, como outros, que explicações são
respostas verbais nas quais se estabelece relações entre eventos atribuindo-se causação,
determinação, ou influência de um evento sobre outro. Ao tratar das explicações de
comportamentos, Baum argumenta que existe uma distinção entre explicações
intencionais e explicações comportamentais
3
e que cada um destes padrões de
explicação fundamenta diferentes perspectivas na psicologia.
Explicações intencionais são aquelas que atribuem o comportamento a causas
não físicas (materiais) tais como crenças e desejos, e explicações comportamentais, por
sua vez, são históricas, isto é, se assemelham às explicações históricas da biologia
2
As palavras foram destacadas pelo autor deste trabalho.
3
A distinção estabelecida pelo autor parece ser próxima da (ou igual a) distinção que outros autores (por
exemplo, Simonassi, Pires, Bergholz, & Santos,1984) estabeleceram entre explicações mentalistas e
explicações históricas do comportamento.
5
evolutiva, confinando discussões e questionamentos à esfera física (material), um pré-
requisito para a validade científica.
Assim, uma explicação intencional para o comportamento de uma pessoa que
carrega um guarda-chuva seria que ela acredita que vá chover, e que esteja carregando o
guarda-chuva justamente por causa desta crença. Uma explicação comportamental, por
sua vez, apontaria para um evento precedente, tal como o fato de a pessoa ter escutado a
previsão do tempo ou ter visto nuvens no céu.
Para se compreender este ponto de vista, parece necessário apontar a distinção
que, segundo Baum (1992), Skinner faz entre eventos privados e eventos não físicos, ou
fictícios. Eventos privados são observáveis, ainda que por uma audiência de uma
pessoa, sendo desta forma tão reais quanto os eventos públicos. Eventos fictícios, em
contrapartida, não são observáveis, uma vez que não são físicos: audiência alguma pode
observar “a inteligência” ou “a mente” ainda que muitos afirmem que evidências
destes eventos possam ser inferidas.
Desta forma, explicações intencionais têm apenas a aparência de explicações
que se apóiam em eventos fictícios, e várias são as objeções ao seu uso em uma
ciência do comportamento: o fato de elas serem supérfluas, o fato de elas serem
autônomas, o fato de elas fazerem com que a pessoas não se questionem, e o fato de elas
serem inúteis.
As explicações aceitáveis para a ciência e para uma ciência do comportamento,
de acordo com o autor, seriam as explicações históricas. Baum (1992), afirma que ao
prover explicações históricas do comportamento, uma ciência do comportamento
suplantaria/ substituiria as explicações intencionalistas, ou mentalistas, utilizadas no dia
a dia.
Nesta mesma direção Hineline (1990) discutiu e caracterizou as diferentes
abordagens ao comportamento e, mais especificamente, à sua explicação. Hineline
estabeleceu uma distinção entre explicações
4
baseadas no organismo e explicações
baseadas no ambiente, com base na dicotomia estabelecida na teoria da atribuição de
causalidade da psicologia social. Mas Hineline vai além e argumenta que tais
4
Hineline (1990) utiliza mais freqüentemente o termo interpretação para se referir às respostas verbais
nas quais se estabelecem relações entre eventos que constituem o comportamento. Neste trabalho
assumiu-se que o termo interpretação está sendo empregado em contexto semelhante a aqueles em que
outros autores (Baum, 1992; Leigland, 1989; Simonassi e cols., 1986; Skinner, 1953, 1963) usaram os
termos explicação e explicar.
6
explicações são como “modelos explicativos” que, uma vez selecionados, baseariam a
explicação de eventos particulares dos indivíduos.
Segundo Hineline, aqueles que explicam as ações humanas muitas vezes
ignoram eventos diretamente observáveis como causas dos comportamentos, apelando
para entidades fictícias, tais como processos mentais. Tais entidades, no caso de
explicação do comportamento, seriam inferidas a partir de eventos que estão temporal e
espacialmente muito próximos da ação ocorrem “agora” e “atrás dos olhos”. Seria a
experiência de contato imediato, forte e recorrente destes eventos, em oposição à
experiência de eventos que são observáveis diretamente e publicamente mas que são
difusos, complexos e sempre variáveis, que fortaleceria as explicações mentalistas do
comportamento muitas vezes adotadas pela comunidade verbal. Seria esta mesma
experiência o que tornaria difícil a aceitação do ponto de vista Skinneriano – não
mentalista – sobre as “causas” do comportamento.
Skinner (1974) já argumentara de maneira semelhante, mas Hineline acrescenta
ao argumento que a questão central no debate estabelecido entre o ponto de vista
Skinneriano e os pontos de vista mais convencionais quanto às explicações de
comportamentos não seria a simples dicotomia entre mentalismo e não mentalismo, ou
entre causas fictícias e causas reais, mas sim uma questão de direcionalidade da
interpretação do comportamento.
De acordo com Hineline (1990) as várias interpretações e explicações do
comportamento parecem ser intrinsecamente bipolares, e as teorias psicológicas adotam
uma dentre duas direcionalidades possíveis: as interpretações podem ser direcionadas do
organismo para a ação
5
ou do ambiente para a ação.
As explicações baseadas no organismo (organismo ação) atribuem o
comportamento a características do organismo, inseridas em determinado contexto ou
situação presente, enquanto as explicações baseadas no ambiente (ambiente ação),
coerentes com o ponto de vista Skinneriano, destacam o papel dos estímulos
antecedentes (estímulos que eliciam, estímulos que evocam comportamento e estímulos
que estabelecem valor reforçador) e consideram, principalmente, a história de
interações entre organismo e ambiente que estabeleceu as funções destes estímulos.
5
Hineline (1990) usa o termo comportamento. Para não confundir comportamento como um elemento da
tríplice contingência e comportamento como classe de respostas que envolve a tríplice contingência,
preferiu-se neste trabalho o termo ação no contexto em que “o que o organismo faz” é elemento da
tríplice contingência.
7
De acordo com Hineline (1990), algumas das principais implicações da adoção
de um dentre os dois modelos explicativos são: (a) o status conferido ao organismo
para aqueles que assumem uma posição baseada no organismo, este é um agente,
enquanto que para aqueles que assumem uma posição baseada no ambiente, o
organismo é um lócus onde as interações entre comportamento e ambiente ocorrem; (b)
o status conferido ao comportamento – para aqueles que assumem uma a posição
baseada no organismo, o comportamento nada mais é que sinal de processos que
ocorrem dentro do organismo, enquanto que para aqueles que assumem uma posição
baseada no ambiente, ele é um objeto de estudo em si mesmo; (c) a definição de
processo comportamental para aqueles que assumem uma a posição baseada no
organismo, os processos relevantes ocorrem dentro do organismo, subjazem o
comportamento, enquanto que para aqueles que assumem uma posição baseada no
ambiente, os processos comportamentais se dão na interação entre organismo e
ambiente; (d) a necessidade da contigüidade – para aqueles que assumem uma a posição
baseada no organismo, a contigüidade é uma característica essencial das relações
causais, enquanto que para aqueles que assumem uma posição baseada no ambiente,
eventos separados no tempo podem ser funcionalmente relacionados.
Hineline (1990) afirma que as pessoas, na conversação do dia a dia, interpretam
comportamentos com os dois modelos explicativos, sem que isto seja um problema.
Cada um deles é usado sem prejuízo do outro, já que parece haver ocasiões distintas que
promovem cada um deles. Ainda de acordo com Hineline (e com base nos achados da
teoria de atribuição da psicologia social) são fatores que contribuem para a adoção do
modelo explicativo baseado no ambiente: (a) entidades distintas, ou seja, eventos/ ação
e eventos/ ambiente são claramente separáveis; (b) consistência ao longo do tempo, ou
seja, eventos/ ambiente e eventos/ ação se reproduzem; (c) consistência ao longo de
variação da entidade, variações em um segmento evento/ ambiente ou evento/ ação
sistematicamente promovem as mesmas variações no outro segmento; e (d) consenso de
atribuições, ou seja, que mais de um observador interprete um evento da mesma forma.
Finalmente, Hineline argumenta que na ciência, e mais especificamente na
produção de conhecimento sobre o comportamento, são as estratégias de pesquisa
utilizadas pelos pesquisadores que fortalecem um ou outro paradigma de explicação.
Para Hineline, as estratégias de pesquisa que Skinner utilizou produziram para ele
como observador eventos que tinham exatamente as características facilitadoras de
8
explicações ambiente ação, promovendo assim um modelo explicativo do
comportamento baseado no ambiente:
A maneira como Skinner realizava suas pesquisas manipulação extensiva e
sistemática de entidades através de apresentações e remoções repetidas de
condições experimentais; avaliação de resultados ao longo do tempo, através de
uma técnica de registro inovadora, o registro cumulativo; replicação dos
resultados em detalhe com muitos sujeitos individuais todas estas
características, de acordo com a teoria da atribuição, deveriam levar
inexoravelmente a adoção do modelo explicativo baseado no ambiente
(Hineline, 1990, p. 310).
Esta experiência, diz Hineline, não está acessível ao leitor de Skinner e, em
parte, pode ser a base da dificuldade de aceitação de sua explicação. Tal dificuldade
também seria acentuada pelo fato de que haveria uma tendência de que quando
indivíduos interpretam suas próprias ações tendem a fazê-lo através do modelo
explicativo baseado no ambiente e, quando interpretam ações de terceiros tendem a
fazê-lo através do modelo explicativo baseado no organismo.
No entanto, qualquer descrição ou explicação depende não apenas das “variáveis
de contexto” das variáveis presentes que evocam respostas verbais, mas dependem
também de uma história de reforçamento diferencial que selecionou operantes (neste
caso, verbais). No caso de respostas verbais, as variáveis evocativas (aqui chamadas de
“variáveis de contexto”) assumem função evocativa na dependência de como a
comunidade verbal estabelece as condições de seleção dos tatos que chamamos de
explicação.
O controle antecedente do comportamento verbal “explicar”
Quando um indivíduo descreve o comportamento de outro, este exerce a função
de estímulo discriminativo para a emissão de tatos. Neste sentido, dispor contingências
para selecionar comportamento verbal que chamamos de descrição/explicação não
deveria ser um problema para a comunidade verbal, uma vez que ambos (ouvinte e
falante) podem ter acesso (desde que sejam públicos) aos eventos que assumem função
de estímulo discriminativo.
9
Freqüentemente, no entanto, comportamentos de terceiros são descritos aos
outros com inferências, como se a estimulação pública (evento/ambiente) não fosse
suficiente ou não fosse relacionada ao evento a ser descrito (a evento/ação). Nestes
casos são inferidos estímulos privados, ou respostas encobertas, ou processos não
observáveis e tais eventos são apresentados como variáveis independentes ou causas da
ação. Estas descrições são possíveis devido a histórias de reforçamento semelhantes
àquelas responsáveis pela produção de repertórios verbais sob controle de estimulação à
qual a comunidade verbal não tem acesso imediato e /ou direto.
Coerentemente com o que se afirmou sobre comportamento verbal e, mais
especificamente, sobre a produção de tatos, descrever e explicar comportamentos são
exemplos de tatos. Assim, distintos modelos explicativos para o comportamento (ou
para outros eventos), devem ser resultado de diferentes histórias de reforçamento que
tornaram certas condições de estímulo que acompanham a ação relevantes, em
detrimento de outras.
Resta afirmar que descrições/explicações de comportamento, do próprio falante
ou de outro indivíduo, são relevantes para a comunidade verbal e para o próprio falante
como tatos de relações entre o ambiente não verbal e as ações dos indivíduos.
Quando o comportamento é explicado, pode-se dizer que relações como estas
estão sendo estabelecidas por um falante, assim, são variáveis que determinam como o
comportamento é descrito e explicado as seguintes: (a) os eventos ambientais assumidos
como relevantes para que respostas sejam evocadas sejam eles externos ou não ao
indivíduo que se comporta, temporalmente relacionados às respostas como eventos
passados, presentes ou futuros – (b) as respostas ou os eventos que evocam descrições, e
(c) as relações que são estabelecidas entre eventos ambientais e as respostas de um
indivíduo.
Explicações para o comportamento: estudos empíricos
Na análise do comportamento algumas poucas tentativas de se identificar
variáveis que controlariam explicações do comportamento por falantes competentes
6
foram realizadas.
6
Neste trabalho foram considerados falantes competentes aqueles adultos que apresentam um amplo
repertório verbal, não tendo dificuldades reconhecidas por sua comunidade.
10
Simonassi, Pires, Bergholz e Santos (1984) tinham o objetivo de demonstrar que
a maneira como um falante explica um comportamento é função do acesso ou não aos
eventos ambientais que o determinaram. Segundo Simonassi e cols. falantes que não
tivessem acesso à história passada (de reforçamento diferencial) de determinado
comportamento, tenderiam a tomar eventos internos como causa e, produzindo assim
explicações tipicamente mentalistas, enquanto falantes que tivessem o acesso tenderiam
a tomar como causa do comportamento eventos públicos, fazendo referência à história
de reforçamento e considerando os eventos internos como efeitos das mesmas variáveis
responsáveis pelo comportamento observado.
Participaram do estudo de Simonassi e cols. quatro crianças de idades entre 10 e
12 anos expostas a dois procedimentos de escolha sob esquema de reforçamento
concorrente. Diante de uma caixa dividida em quatro compartimentos cada um com
uma lâmpada e um interruptor do tipo campainha (um operandum), a criança deveria
escolher um. Cada compartimento e, portanto, cada operandum, tinha uma cor: verde,
vermelho, azul, ou laranja.
O Experimento I foi composto por quatro fases. Nas três primeiras, foram
programados reforçadores no operando de cor azul em esquema de razão variável de
valores VR5, VR10, VR20 para respostas de clicar o interruptor. Os demais operanda
foram programados em FR120, FR150 e FR200. O critério estabelecido para mudança
de fases foi a obtenção, em três sessões consecutivas, de todos os reforçadores no
operandum de cor azul. Os reforçadores consistiam de fichas de plástico que eram
entregues pelo experimentador e, ao final da sessão, trocadas por dinheiro. A quarta fase
do Experimento I consistiu de uma sessão de extinção.
O operandum de cor azul foi o preferido pelas crianças nas três fases, uma vez
que a razão resposta/reforço exigida nele era muitíssimo menor que a exigida nos
demais. Estes resultados se mantiveram ao logo da fase de extinção.
Quatro juízes observaram a fase de extinção, sem ter acesso às fases anteriores e
foram instruídos a observar o comportamento das crianças para que, posteriormente,
explicassem porque as crianças haviam preferido determinado operando e qual a sua
cor. Quatro observadores independentes então classificaram as explicações dos juízes
conforme uma de três alternativas: (a) faz referência à história passada de treino; (b) faz
referência apenas à situação presente, sem levar em consideração a história passada; (c)
responde à pergunta sem levar em conta a história passada ou a situação presente. De
maneira geral, verificou-se que a maior parte das explicações foi classificada como
11
“referência à situação presente” (70,31%). Muito poucas explicações foram
classificadas como “referência à história passada de treino” (12,62%).
O Experimento II foi realizado com o intuito de verificar se o acesso dos juízes à
história de reforçamento diferencial dos comportamentos das crianças isto é, às
primeiras fases experimentais, mudaria as explicações para o comportamento das
crianças. Para tanto, 12 juízes foram divididos em dois grupos experimentais. O
primeiro grupo acompanhou todas as sessões de treino, enquanto o segundo apenas a
sessão de extinção. De maneira geral, as explicações dos 12 juízes distribuíram-se entre
as duas classificações: “referência à história passada de treino” (52,08%) e “referência à
situação presente” (41,66%) e todas as explicações emitidas pelos juízes do primeiro
grupo foram classificadas como “referência à história passada de treino”.
Segundo Simonassi et al. (1989), ainda que a língua portuguesa seja rica em
termos mentalistas, quando os juízes tiveram acesso às relações ambientais que
estabeleceram o comportamento de escolha, passaram a descrevê-lo de outra forma.
Explicações mentalistas, desta forma, dever-se-iam ao “desconhecimento das causas
reais” (Simonassi e cols., 1989, p. 21).
Leigland (1989) também tinha por objetivo investigar as explicações de
comportamentos, e pretendia, sobretudo, analisar as variáveis que controlariam a
emissão de certa classe de respostas verbais identificadas por ele como “termos
mentalistas”.
A metodologia desenvolvida por Leigland (1989) é o que o autor considerou ser
um análogo do modelo experimental desenvolvido por Skinner para o estudo dos
demais operantes, mas voltada especificamente para o comportamento verbal. Para
Leigland, o comportamento verbal dos participantes de seu estudo seria emitido sob
condições o mais possível controladas: respostas relativamente simples, mas
representativas do comportamento alvo de descrição, seriam registradas de forma
automática em um ambiente experimental em que os efeitos das variáveis manipuladas
pudessem ser observados diretamente. Leigland (1989), desta forma, pretendia
demonstrar que determinadas respostas verbais são emitidas sob condições de estímulo
presentes e especificas.
Participaram do estudo sete estudantes de psicologia instruídos a observar e
explicar o comportamento de um pombo de bicar um disco iluminado. As explicações
deveriam ser registradas por escrito e os registros numerados conforme sua ordem de
12
ocorrência. Além disso, o participante deveria, durante o período em que estivesse
escrevendo, apertar um botão (que registrava o momento da ocorrência e a duração de
cada resposta verbal de explicação).
O estudo foi dividido em dois experimentos, dos quais os mesmos participantes
tomaram parte. No Experimento I um pombo foi treinado a responder sob um esquema
FI 4 min. O disco permanecia iluminado de vermelho ao longo de toda a sessão
experimental, exceto durante o período em que o reforço era disponibilizado. Muito
provavelmente devido a uma extensa história anterior de treino do pássaro sob
esquemas VI, não ocorreu o padrão típico do desempenho sob esquema FI (scallops), de
modo que o responder do pombo foi descrito como indiferenciado. No Experimento II o
comportamento de bicar do pombo foi colocado sob controle da apresentação de duas
condições de estímulo: enquanto o disco permanecia iluminado de verde, um esquema
FR 12 estava em vigor, quando este era iluminado de vermelho, extinção estava
programada.
Um registro cumulativo do desempenho do pombo e dos eventos ambientais
relevantes, tais como mudanças na iluminação do disco ou a liberação de grãos, foi
simultaneamente produzido. Este registro permitiu que as explicações emitidas pelos
participantes (numeradas e localizadas temporalmente), pudessem ser transpostas sobre
a curva de desempenho do pombo.
Encerrada a coleta de dados, Leigland (1989) identificou as explicações emitidas
pelos participantes que continham, segundo sua avaliação, termos mentalistas. Estas
respostas foram então localizadas no registro cumulativo do comportamento do pombo
de bicar o disco. Leigland (1989) analisou, então, estas explicações em função das
condições antecedentes à sua emissão, isto é, como função do comportamento do
pombo e dos eventos ambientais associados (mudança na iluminação do disco/liberação
de grãos) imediatamente antes da resposta verbal.
Ficou demonstrada nos resultados uma maior ocorrência de explicações
classificadas como “mentalistas” no Experimento I para todos os participantes, quando
também houve mais instâncias de explicação (mais vezes os participantes falaram).
Segundo Leigland (1989), os eventos que tipicamente controlaram a emissão de termos
mentalistas ao longo do Experimento I foram: o responder discriminado do pombo
(antecedeu/ controlou, por exemplo, a resposta verbal “interesse”); as pausas pós-
reforço (“satisfação”, “interesse”); a ausência de pausas pós-reforço (“tenso”,
“assustado” ou “desejando”, “questionando-se”); o aumento na taxa do responder
13
durante a segunda parte do intervalo (“frustração”, “irritação”); e os jorros de respostas
(“ansiedade” e “agressividade”). no Experimento II, o termo mentalista usado com
maior freqüência foi “fome”. Houve também algumas explicações tais como a de que o
pássaro podia “sentir” que a lâmpada iria mudar de cor, controladas, muito
provavelmente, pela posição relativa do pombo e a do disco.
Leigland concluiu que respostas específicas classificadas como mentalistas
eram evocadas por estimulação também específica e indicou que haveria uma relação
entre estimulação pública que recorrentemente antecede/segue padrões específicos de
resposta e tipo de explicação (mentalista ou não)
Com o objetivo de investigar de que maneira respostas verbais denominadas de
“explicações de comportamentos” seriam controladas por eventos que antecedem a sua
emissão quando o indivíduo que se comporta é humano, Golfeto (Golfeto, 2005;
Golfeto & Andery, 2008) trabalhou com estudantes universitários que observavam
filmes de pessoas realizando uma tarefa de computador. Manipulando justamente
determinadas características da estimulação antecedente que controlariam o
comportamento de explicar, o estudo de Golfeto (2005) pretendeu:
(a) investigar se a apresentação de diferentes condições antecedentes alteraria
número de ocorrências, topografia e função das respostas de explicar; (b)
verificar se as alterações destas explicações são produtos das alterações de
variáveis que controlam a sua emissão; (c) comparar a baixa freqüência de
emissões de explicações mentalistas” no estudo de Leigland (1989) e as
emissões ao longo do presente estudo, sob controle agora do comportamento de
seres humanos e não do comportamento de pombos (Golfeto, 2005, p. 25).
Explicações de comportamentos foram definidas como tatos emitidos sob
controle do comportamento de outro ou do próprio falante. Explicações “mentalistas/
internalistas” do comportamento, por sua vez, foram caracterizadas como respostas
verbais sob controle de relações inferidas pelo falante, nas quais comportamento
emitido estaria sob controle, supostamente, de variáveis localizadas “dentro” do
organismo.
Em momento anterior ao da coleta de dados, foram produzidos dois filmes nos
quais dois “personagens” adultos do sexo masculino de 25 e 28 anos –, diante de um
14
computador, realizavam uma tarefa operante sob controle de um esquema múltiplo
DRL10s/ VR4 ou de um esquema misto DRL10s/ VR4.
A tarefa de ambos os “Personagens” consistia em clicar com o mouse sobre um
botão de respostas no centro da tela do monitor. Quando o esquema programado era o
múltiplo, o botão sobre o qual o “Personagem” deveria clicar permanecia verde durante
a vigência do componente DRL10s e azul na do componente VR4, sendo, desta forma,
“sinalizado” o esquema em cada componente. Quando o esquema programado era o
misto, o botão permaneceu azul durante toda a tarefa.
Um retângulo preto localizado acima do botão de respostas disponibilizava a
contagem dos pontos recebidos contingentemente às respostas de clicar com o mouse. A
cada ponto recebido, um beep soava. Cada componente, para ambos os esquemas de
reforçamento, permanecia em vigor por 3 minutos. A apresentação dos componentes foi
alternada de acordo com uma randomização realizada pelo computador.
Uma vez obtida a estabilidade no desempenho de cada um dos “Personagens”,
os filmes foram editados a partir do registro cumulativo da resposta de clicar e da
apresentação de reforçadores. Os filmes editados tinham duração aproximada de 6
minutos e através deles pretendia-se dar mostras do comportamento dos “Personagens”
diferindo em termos de freqüência e densidade de reforçamento, bem como da
“sinalização” ou não dos esquemas em vigor.
Participaram do estudo seis adultos de ambos os sexos e idades entre 25 e 29
anos. A coleta de dados foi realizada individualmente e em uma única sessão. Os
participantes foram instruídos a explicar o comportamento de clicar com o mouse dos
“Personagens” diante da apresentação de cada um dos filmes. Cada explicação
(verbalização) era gravada por um microfone e deveria ser precedida pela palavra “um
– que demarcava seu início.
Ambos os filmes foram apresentados aos participantes um em seguida ao outro,
contudo, sua ordem de apresentação não foi sempre a mesma. Três dentre os
participantes assistiram primeiramente ao filme com o Personagem se comportando sob
controle do esquema misto (Filme Misto), enquanto os demais participantes assistiram
ao filme com o Personagem se comportando sob controle do esquema Múltiplo (Filme
Múltiplo). A todos os participantes foi oferecida a oportunidade de assistir aos filmes
uma segunda vez.
Um cronômetro e um gravador foram ligados concomitantemente à apresentação
dos filmes e a ocorrência de respostas registrada por dois observadores independentes.
15
As verbalizações foram transcritas e enumeradas segundo sua ordem de ocorrência.
Foram então classificadas com base em Leigland (1989) e Skinner (1989) em sete
categorias. Três destas categorias continham explicações “internalistas” do
comportamento observado, três continham explicações “externalistas” e a última
continha explicações “do comportamento do próprio observador”. As respostas verbais
foram, então, sobrepostas aos registros cumulativos dos desempenhos dos Personagens
nas tarefas operantes, se determinado desta forma o momento da emissão de cada
resposta.
Não houve diferença significativa, tanto no número quanto no tipo de
comportamentos verbais emitidos diante de cada um dos filmes. Não se pode dizer,
portanto, que as características de cada um dos filmes possam ter evocado descrições
“internalistas” ou “não-internalistas” para a maior parte dos participantes.
A categoria com a maior ocorrência de verbalizações foi a “explicação do
comportamento do próprio observador”, seguida de uma explicação classificada como
“internalista”: “explicação faz referência a um estado do Personagem”. A análise da
distribuição das verbalizações, sobrepostas ao registro cumulativo de cada um dos
filmes, mostrou que baixas taxas de resposta e de reforçamento controlaram de forma
pronunciada a emissão de respostas verbais para quatro dos seis participantes,
independentemente de sua classificação. A partir de uma nova classificação dos termos
“internalistas” emitidos pelos participantes, notou-se que os termos mais empregados
faziam referência à cognição, ao humor e aos estados dos “personagens”.
Na Tabela 1 algumas características dos estudos descritos são apresentadas. A
primeira característica a ser comentada é: Quem era observado comportando-se? De
acordo com Golfeto (2005), o fato de o comportamento ser emitido por humanos parece
ser uma variável relevante. No estudo de Simonassi e cols. (1984) crianças humanas
deveriam escolher um dentre quatro operanda, enquanto no de Golfeto (2005) humanos
adultos deveriam clicar o mouse sobre um botão. Apenas no estudo de Leigland (1989)
a classe de respostas observada foi emitida por sujeitos não humanos.
Quanto ao tipo de procedimento de solicitação de relato adotado, pode-se ainda
dizer que e houve semelhanças nos estudos de Golfeto (2005) e Leigland (1989): ambos
podem ser considerados procedimentos do tipo operante livre, ou seja, os participantes
puderam emitir respostas a qualquer momento ao longo da sessão experimental. O
estudo de Simonassi e cols. (1984), por sua vez, pode ser descrito com um
16
procedimento por tentativas, no qual os participantes puderam emitir respostas somente
em momentos determinados da sessão experimental (quando perguntados).
Tabela 1. Algumas características dos estudos de Simonassi e cols. (1984); Leigland
(1989) e Golfeto (2005).
Estudo
Simonassi e
cols
.
(1984)
Leigland (1989)
Golfeto (2005)
Quem era
observado?
Humanos (crianças)
Pombos (em caixa
operante)
Humanos (adultos)
Qual a classe de
respostas a ser
explicada?
(resposta-alvo)
Escolher um dentre quatro
operanda
Bicar um disco
iluminado
Clicar o mouse sobre
um botão
Quem explicava o
comportamento?
Humanos (adultos) Humanos (adultos) Humanos (adultos)
Procedimento
Tentativa Operante livre Operante livre
Eventos
ambientais
manipulados
Acesso à história de
reforçamento da R alvo
Eventos antecedentes
e conseqüentes da R
alvo
Eventos
antecedentes e
conseqüentes da R
alvo
Material construído
- - Dois vídeos
Simonassi e cols. (1984) foi o único dentre os três estudos a investigar o efeito
do acesso à história de aquisição/ manutenção de uma resposta como uma variável
determinante na sua explicação Enquanto Leigland (1989) e Golfeto (2005) procuraram
investigar os efeitos de eventos que antecediam e sucediam as respostas-alvo, assim
como sua taxa.
O estudo de Golfeto (2005) pareceu ter controle experimental, uma vez que os
dois vídeos utilizados foram produzidos antes da realização da coleta de dados,
afastando-se a possibilidade de que ocorressem imprevistos, isto é, que eventos não
programados pudessem interferir no delineamento proposto. Além disso, os termos
identificados como mentalistas foram classificados a partir de uma lista prévia de
termos, mais um controle experimental mencionado anteriormente.
Problema de Pesquisa
O presente estudo foi inspirado nos trabalhos de Leigland (1989), de Golfeto
(2005) e de Simonassi e cols. (1984) e pretendeu avançar na investigação das variáveis
que controlariam respostas verbais de explicação de comportamentos.
17
Em seu estudo, Golfeto (2005) levanta a hipótese de que a tarefa por ela
solicitada aos personagens era muito monótona. No presente estudo, um novo material
em vídeo foi produzido, fazendo uso de um software no qual uma simulação de caça
níqueis aparece na tela. Desta forma, perguntou-se: Qual o papel de uma condição
antecedente mais dinâmica para o controle no controle do comportamento de explicar
dos participantes?
No presente estudo um grupo de participantes teve acesso a um vídeo em que
partes da história de reforçamento do comportamento a ser explicado enquanto o outro
grupo não teve. A inclusão desta variável aproximou o presente trabalho ao de
Simonassi e cols. (1984), perguntando: Será que o acesso a história, ou a partes da
história de reforçamento de determinada resposta alteram a precisão de descrições/
explicações?
Golfeto (2005) e Leigland (1989) fizeram uso de um procedimento do tipo
operante livre em seus estudos, enquanto Simonassi (1984) fez uso de um procedimento
de tentativas. No presente trabalho dois procedimentos foram empregados para a
solicitação de relatos. Perguntou-se então: Serão comparáveis os relatos produzidos a
partir destes dois procedimentos de solicitação de relato?
MÉTODO
Participantes
Participaram desta pesquisa doze estudantes universitários de ambos os sexos.
Recrutados pelo próprio experimentador, assinaram um termo de consentimento (Anexo
1). Algumas de suas características estão descritas na Tabela 2.
Tabela 2. Características dos participantes.
Sexo
Idade
Formação
AO1 F 18a 7m Psicologia
AO2 M 19a 6m Psicologia
AO3 F 25a 8m Turismo
AT4 F 29a 1m Turismo
AT5 F 21a 4m Arquitetura
AT6 F 20a 10m Psicologia
SO7 F 18a 7m Psicologia
SO8 F 18a 4m Psicologia
SO9 M 20a 11m Administração
ST10 F 19a 7m Relações Internacionais
ST11 F 22a 4m Turismo
ST12 F 18a 11m Ciências Econômicas
Antes de qualquer manipulação experimental, o projeto desta pesquisa foi
submetido ao Comitê de Ética da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, e
ratificado pela Comissão de Ética do Programa de Psicologia Experimental: Análise do
Comportamento.
Equipamento e Material
I – Filmes
Dois filmes foram produzidos e editados para posterior utilização nas sessões
experimentais. Sua filmagem foi realizada em um quarto amplo, na residência do
experimentador.
Um adulto de 24 anos, do sexo masculino, foi selecionado para desempenhar o
papel de Personagem,
7
sendo filmado enquanto submetido a uma tarefa de computador.
Foram feitas duas sessões de filmagem: a primeira, uma sessão de treino de duração
aproximada de 11 minutos (643 segundos/ 109 tentativas), em que blocos de tentativas
foram alternados até que o Personagem apresentasse um desempenho estável, e a
7
O termo Personagem será empregado para designar aquele que desempenhou a tarefa de computador,
filmada e posteriormente observada, e não deve ser confundido com o termo participante.
19
segunda, uma sessão de teste de duração aproximada de 7 minutos (385 segundos/ 66
tentativas), em que os blocos de tentativas foram apresentados em determinada ordem,
uma vez cada um.
Tarefa experimental filmada
A tarefa de computador na qual o Personagem se engajava consistiu da execução
de um software, adaptado de Barrelin (2007) no qual uma simulação de um jogo de caça
níqueis aparece na tela.
Na Figura 1 está representada a tela que o Personagem tinha diante de si. Na
parte superior da tela, vê-se três janelas de 4 cm x 4 cm, dispostas lado a lado e
contendo, cada uma, o desenho de uma fruta (laranja, cereja, maçã etc.). No lado direito,
um retângulo preto contendo os dizeres Banco” e uma determinada quantia em reais.
Logo abaixo das janelas, um botão sobre o qual se a palavra “Apostar” e, ainda
abaixo dele, um botão vermelho quadrado. A depender da fase do jogo, uma instrução
em letras pretas, descrita posteriormente, esteve presente logo acima das janelas. Os
elementos críticos da instrução foram apresentados sempre em letras brancas, grifados e
piscando. A cor de fundo de tela não permaneceu a mesma ao longo das sessões de
filmagem.
Figura 1. Tela apresentada ao Personagem.
As sessões de filmagem transcorreram da seguinte maneira: Ao começar o jogo,
o Personagem tinha no “Banco” a quantia de R$ 12,00. Para que a tentativa tivesse
início, o Personagem clicava com o mouse sobre o botão “Apostar”. Um decréscimo de
R$ 0,10 era feito do saldo do “Banco”. Então, as figuras passavam a girar de forma
semelhante à de um jogo de caça-níqueis, isto é, verticalmente, por um período de 3
segundos. Durante este período, o Personagem clicava com o mouse sobre o botão
vermelho quadrado. Ao final de 3 segundos as janelas paravam de girar. O Personagem
“acertava” a tentativa cada vez que as janelas mostravam três figuras iguais o que era
conseqüenciado por: um acréscimo de R$ 0,50 no saldo total do “Banco”, um som
20
característico e a mensagem “Você acertou”. O Personagem “errava” a tentativa cada
vez que apareciam três figuras diferentes nas janelas, o que era conseqüenciado por: um
som característico e a mensagem “Que pena!”.
Entre cada tentativa havia um intervalo (ITI) de 1 segundo, durante o qual a tela
permaneceu cinza. As instruções fornecidas ao Personagem, apresentadas na tela antes
do início da sessão, quando da sua entrada na sala de filmagem, estão anexadas (Anexo
2). Além disso, o Personagem foi instruído pelo experimentador a permanecer, o mais
possível, com uma expressão facial “neutra”, não respondendo “emocionalmente” ao
jogo.
Dois esquemas de reforçamento diferentes, que se alternavam entre si em
componentes de 2 minutos, compuseram a sessão: um esquema DRH de intervalo, no
qual era preciso que o Personagem emitisse ao menos 10 respostas de clicar com o
mouse sobre o botão vermelho durante o intervalo de 3 segundos para haver
reforçamento, e um esquema DRL de intervalo, no qual, durante o mesmo intervalo, o
Personagem deveria emitir até quatro respostas de clicar para que o mesmo ocorresse.
Além dos esquemas de reforçamento programados para a resposta de clicar com
o mouse sobre o botão vermelho; em cada componente de 2 minutos, as seguintes
características eram alteradas: a) a cor do fundo de tela; b) a apresentação de instruções
na tela que poderiam ser c) coerentes ou incoerentes com o esquema em vigor.
O fundo de tela variou entre as cores azul, verde e laranja, e as instruções,
quando apresentadas, variaram entre “Para ganhar, pressione várias vezes o botão do
mouse sobre o botão vermelho” e “Para ganhar, pressione poucas vezes o botão do
mouse sobre o botão vermelho”.
Filmagem e produção do filme
Para a captação das imagens foram utilizadas duas câmeras filmadoras digitais
Mini DV, a primeira uma Panasonic modelo PV-GS19, e a segunda uma Samsung
modelo SC- D375, colocadas cada uma sobre um tripé, além de duas fitas Mini DV. A
primeira câmera foi colocada ao lado direito do Personagem, posicionada em um ângulo
de aproximadamente 45º, de modo que rosto e mãos do Personagem fossem visíveis a
todo o tempo (Filme Personagem), enquanto a segunda câmera foi posicionada logo
atrás da cadeira onde o Personagem estava sentado (Filme Câmera) de modo que os
elementos da tela que o Personagem tinha diante de si ficassem visíveis.
21
Para capturar as imagens das fitas Mini DV foi utilizada uma máquina DSR11,
conectada a um computador Macintosh por um cabo FireWire 400. O Final Cut Pro,
um software profissional de edição de vídeos não linear desenvolvido pela Apple
Computer, foi utilizado na edição do material – sincronizado e montado em trechos.
Cada trecho dos vídeos foi exportado separadamente através do uso do
Compressor. Por fim, a montagem da mídia foi realizada com o uso do software DVD
Studio Pro.
Edição dos Filmes
O processo de edição dos filmes foi dividido em três tarefas principais: a)
sincronizar as imagens gravadas em cada uma das duas câmeras (Filme Personagem/
Filme Câmera), produzindo assim um filme contendo o desempenho integral do
Personagem; b) separar as gravações de cada sessão, selecionando os trechos mais
importantes destes filmes (Filme Treino/ Filme Teste) e c) montar a mídia digital.
Sincronização das imagens
Dois filmes foram produzidos a partir do desempenho do Personagem. O
primeiro deles (Filme Personagem) constituiu a base da imagem apresentada aos
participantes, enquanto o segundo (Filme Câmera) foi reproduzido em um quadro
localizado no canto superior direito da tela.
As duas imagens foram sincronizadas de modo que a resposta de clicar com o
mouse (Filme Personagem) produzisse alterações perceptíveis na tela, como a depressão
de um botão (Filme Câmera). Desta forma, as alterações no “Banco”, bem como o
movimento das janelas do caça queis, ficaram registradas. Cada vez que uma
instrução apareceu no filme (Filme Câmera), ela foi reproduzida em letras brancas sobre
uma tarja preta na parte inferior da tela. Esta tarja permanecia na tela por um período de
certa de 5 segundos.
Figura 2. Desenho esquemático da imagem apresentada aos participantes.
22
Uma vez sincronizadas as imagens das duas câmeras digitais, as gravações de
cada sessão foram separadas, e trechos deste material foram selecionados para a
produção da versão final dos filmes.
Estes trechos foram selecionados a partir dos desempenhos do Personagem
avaliados por registros que contêm o número (taxa) e o momento de ocorrência das
respostas de clicar com o mouse sobre o botão vermelho e dos reforços recebidos
(acertos/ erros). Tal seleção originou a produção de dois filmes: a) Filme Treino, de
duração aproximada 4 minutos (231 segundos/ 40 tentativas); b) Filme Teste, de
duração aproximada 5 minutos (321 segundos/ 55 tentativas).
Seleção dos trechos
O primeiro filme, aqui chamado de Filme Treino, foi construído com trechos que
evidenciavam as características principais da aquisição do repertório (história de
reforçamento) do Personagem, e o segundo filme, chamado de Filme Teste, mostrava o
desempenho estável do Personagem na mesma tarefa. Na Tabela 3 características dos
seis trechos que compuseram o Filme Treino estão listadas.
Tabela 3. Características principais do Filme Treino.
Trecho
Duração
(s)
Fundo
de tela
Contingência
(Taxa R/3s)
Instrução
Relação
contingência -
instrução
Tentativas
encerradas
com
Erro/Acerto
1 50 Azul Média (4 a 8 R) - - 2/8
2 39 Verde Alta (< 10 R)
... poucas vezes ...
Incoerente 3/7
3 36 Verde Baixa (>4 R)
... várias vezes ...
Incoerente 3/3
4 35 Laranja Alta (< 10 R)
... várias vezes ...
Coerente 2/4
5 36 Laranja Baixa (>4 R)
... poucas vezes ...
Coerente 1/5
6 35 Verde Baixa (>4 R)
... várias vezes ...
Incoerente 2/4
Nestes trechos podia-se observar: a) tentativas encerradas em acerto quando o
Personagem se comportava conforme instruído; b) tentativas encerradas com erros
quando o Personagem se comportava conforme instruído; c) variação no desempenho
do Personagem, quando deixava de se comportar conforme instruído; d) tentativas
encerradas com acerto quando o Personagem fazia o inverso daquilo que era instruído a
fazer.
Na Tabela 4 estão listadas características dos nove trechos do Filme Teste.
Nestes trechos podia-se observar: a) tentativas encerradas em acerto quando o
23
Personagem se comportava conforme instruído; b) tentativas encerradas com acerto
quando o Personagem fazia o inverso daquilo que era instruído a fazer.
Tabela 4. Características principais do Filme Teste.
Trecho
Duração
(s)
Fundo
de tela
Contingência
(Taxa R/3s)
Instrução
Relação
contingência -
instrução
Tentativas
encerradas
com
Erro/Acerto
1 60 Azul Média (4 a 8 R) - - 0/11
2 39 Laranja Baixa (>4 R)
... poucas vezes ...
Coerente 0/6
3 29 Laranja Baixa (>4 R)
... poucas vezes ...
Coerente 0/5
4 36 Laranja Alta (< 10 R)
... várias vezes ...
Coerente 0/6
5 29 Laranja Alta (< 10 R)
... várias vezes ...
Coerente 0/5
6 35 Verde Alta (< 10 R)
... poucas vezes ...
Incoerente 0/6
7 29 Verde Alta (< 10 R)
... poucas vezes...
Incoerente 0/5
8 35 Verde Baixa (>4 R)
... várias vezes...
Incoerente 0/6
9 29 Verde Baixa (>4 R)
... várias vezes...
Incoerente 0/5
As taxas de respostas em cada tentativa dos trechos dos filmes descritos nas
tabelas estão representadas na Figura 3:
Figura 3. Taxas de resposta do Personagem nas tentativas apresentadas nos filmes. As
cores do fundo de tela bem como as contingências experimentais e instruções estão
representadas nas áreas com fundo colorido.
FILME TREINO
FILME TESTE
Taxa de respostas
Tentativas
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
sem instrução
instrução coerente
instrução incoerente
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55
24
Os trechos foram demarcados pelas linhas pontilhadas. As cores no fundo do
gráfico correspondem às cores do fundo de tela, e a altura da área colorida corresponde
ao intervalo em que as taxas de respostas eram reforçadas em cada trecho. Os pontos
localizados dentro das áreas coloridas correspondem às tentativas encerradas com
acerto.
Montagem da mídia digital
Uma vez selecionados os trechos, duas mídias digitais (DVD)
8
foram montadas.
A primeira delas, o Filme Treino, foi construída para ser apresentada de forma contínua
em uma sessão, sem interrupções aos participantes. O Filme Teste foi construído
com duas opções de apresentação: contínua e em trechos. Em ambas as mídias também
era possível assistir a cada um dos trechos de forma independente.
II – Coleta de dados
A coleta de dados foi realizada em uma sala mobiliada por uma mesa e duas
cadeiras no Laboratório de Psicologia Experimental. Um notebook do modelo Dell
Latitude 131L equipado com o software CiberLink Power DVD e com um mouse
acoplado foi utilizado para a transmissão dos filmes.
As sessões foram registradas por uma câmera filmadora digital Mini DV
Panasonic modelo PV-GS19 colocada sobre um tripé atrás da cadeira do participante e
por um gravador digital Sony com microfone, modelo ICD- B600 que permaneceu,
durante todo o tempo, sobre a mesa.
Procedimento
I – Coleta de dados
Os participantes desta pesquisa foram divididos em quatro grupos experimentais.
Os integrantes dos dois primeiros grupos, isto é, os participantes AO1, AO2, AO3, AT4,
AT5 e AT6 assistiram ao Filme Treino e depois ao Filme Teste. Estes participantes
tiveram acesso, portanto, a um filme no qual o comportamento do Personagem estava
sendo selecionado pelas contingências experimentais. Os participantes SO7, SO8, SO9,
ST10, ST11 e ST12 assistiram apenas ao Filme Teste.
Os participantes AO1, AO2, AO3, SO7, SO8 e SO9, no que se refere à
solicitação de relatos verbais, foram expostos a um procedimento do tipo operante livre.
8
As duas mídias digitais utilizadas na coleta estão disponíveis em anexo em cada uma das cópias desta
dissertação.
25
Isto é, estes participantes foram instruídos a explicar o comportamento do Personagem
sempre que considerassem que deveriam fazê-lo. Assim, neste procedimento respostas
verbais podiam ser emitidas em qualquer momento da sessão experimental. Estes
participantes foram instruídos da seguinte maneira:
Instrução Operante livre: Um filme de duração aproximada 6 minutos será
apresentado na tela que você tem diante de si. Neste filme, uma pessoa estará
sentada diante de um computador clicando um mouse e jogando algo muito
parecido com um jogo de caça-níqueis. A sua tarefa é observar o
comportamento da pessoa de clicar com o mouse sobre o botão vermelho que
aparecerá no filme e explicá-lo. Na tela estão dispostas as imagens não apenas
desta pessoa jogando, mas também a de um quadro que reproduz o que esta
pessoa está vendo no monitor. Cada vez que você queira explicar alguma coisa,
diga “um” e comece a falar normalmente no microfone. Tudo o que você disser
será gravado. Após a apresentação do filme você deverá responder à pergunta,
na folha de papel grampeada nesta instrução: “Como funciona o jogo do
filme?”. Quaisquer comentários referentes ao filme deverão ser registrados
também nesta folha.
os participantes AT4, AT5, AT6, ST10, ST11 e ST12, no que se refere à
solicitação de relatos verbais, foram expostos a um procedimento do tipo tentativa.
Estes participantes foram instruídos a explicar comportamento do Personagem durante
um intervalo após o término de cada um dos trechos do filme. Durante este intervalo, de
duração 30 segundos, a cor do fundo da tela permanecia escura. Estes participantes
foram instruídos da seguinte maneira:
Instrução Tentativa: Seis trechos de um filme de duração total aproximada 6
minutos serão apresentados na tela que você tem diante de si. Nestes trechos,
uma pessoa estará sentada diante de um computador clicando um mouse,
jogando algo muito parecido com um jogo de caça-níqueis. Na tela estão
dispostas as imagens não apenas deste pessoa jogando, mas também a de um
quadro que reproduz o que esta pessoa está vendo no monitor. A sua tarefa é
observar o comportamento da pessoa de clicar com o mouse sobre o botão
vermelho que aparecerá no filme e explicá-lo. Cada vez que um destes trechos
terminar, explique, falando diante do microfone. Tudo o que você disser será
26
gravado. Os trechos dos filmes serão apresentados um em seguida ao outro. Sua
exibição terá início assim que você termine a explicação sobre o filme anterior,
portanto diga “fim”, quando terminar. Após a apresentação dos seis trechos
você deverá responder à pergunta, na folha de papel grampeada nesta
instrução: “Como funciona o jogo do filme?”. Quaisquer comentários
referentes ao filme deverão ser registrados também nesta folha.
Na Tabela 5 estão dispostas as condições experimentais desta pesquisa:
Tabela 5. Condições experimentais: Grupos, procedimento e filmes a que cada
participante foi exposto.
Grupos Experimentais Participantes
Filmes
assistidos
Procedimento
de
solicitação de relato
Acesso/operante (1)
AO1/AO2/AO3
Treino + Teste Operante livre
Acesso/tentativa (2)
AT4/AT5/AT6
Treino + Teste Tentativa
Sem acesso/operante (3)
SO7/SO8/SO9
Teste Operante livre
Sem acesso/tentativa (4)
ST10/ST11/ST12
Teste Tentativa
A coleta de dados foi realizada individualmente, sem a presença do
experimentador e em uma única sessão por participante. No seu decorrer, a sala
permanecia de portas fechadas, cabendo ao participante avisar ao experimentador
quando terminasse de assistir a cada um dos filmes ou quando algum imprevisto
ocorresse.
No momento da chegada de cada participante à sala de coleta, foi pedido que
lesse e assinasse o termo de consentimento (Anexo 1). Então, foi entregue ao
participante uma cópia impressa das instruções fornecidas ao Personagem na sala de
filmagem (Anexo 2). Além disso, o experimentador, a depender do procedimento a que
o participante seria exposto, leu as instruções em voz alta.
Uma vez lidas as instruções, não restando dúvidas, o experimentador deu início
à apresentação dos filmes. Neste momento a filmadora e o gravador digitais foram
acionados. Ao final da exibição dos filmes, foi dada a todos os participantes a
oportunidade de ver o Filme Teste uma segunda vez. Nos casos em que os participantes
optaram por fazê-lo, as instruções sobre seu comportamento foram repetidas.
II – Registro dos dados
Após o término da coleta, as falas dos participantes foram transcritas e
enumeradas por ordem de ocorrência a partir dos registros em áudio (gravador digital)
das sessões experimentais. O momento de início das falas de cada participante foi
27
determinado com o auxílio dos registros em vídeo (câmera digital). Cada uma das falas
foi localizada temporalmente sobre os gráficos (Figura 3) que descreviam o
desempenho do Personagem.
III – Preparação para a análise de dados
As falas foram então lidas e os trechos que pareciam relevantes foram
demarcados. Cada um destes trechos recebeu aqui o nome de verbalização.
Assim, considerou-se uma fala tudo que um participante disse entre dois UM ou
entre dois intervalos de tempo considerados suficientemente grandes para separar
episódios. Considerou-se uma verbalização aqueles trechos de uma fala que foram
classificados como uma unidade. Portanto, uma fala pode ter sido dividida em uma ou
mais verbalizações.
A separação das verbalizações foi feita por dois observadores
independentemente e desacordos foram discutidos até que os observadores
concordassem entre si.
Categorização das verbalizações
Desta discussão originou-se a proposta de classificação de cada verbalização
segundo três conjuntos de critérios: (1) que estilo de descrição do desempenho do
Personagem, ou seja, que eventos são destacados e que relações entre eventos são
estabelecidas na verbalização; (2) qual a localização no tempo do evento que parece
controlar a descrição que explicaria a resposta do Personagem, (3) que variáveis/
eventos do filme explícitos ou inferidos parecem controlar/ são referidos na
descrição. Cada uma destas classes foi então reclassificada nas categorias (ou
subclasses) apresentadas na Tabela 6.
Uma vez definidas as “classes” de verbalizações e sub-classes”, as
verbalizações foram re-analisadas e classificadas. Cada verbalização foi classificada
segundo os três conjuntos de critérios, recebendo, portanto, três classificações
diferentes. Finalmente, foram localizados e destacados nas verbalizações classificadas
termos aqui rotulados como cognitivos, segundo listagem proposta por Skinner (1989)
9
,
e termos que foram considerados autoclíticos.
9
A listagem está anexada neste trabalho (Anexo 3).
28
Tabela 6. Classes e subclasses das verbalizações: Definição e Expressões
Identificadoras.
Classe Subclasse Definição Expressões identificadoras
Estilo de Descrever
Explica o
comportamento
Refere a resposta de clicar, relacionando-a a outros
eventos
porque, para, quando
Compara os
filmes
Refere o conteúdo dos dois filmes
antes, agora, enquanto, desta vez, a
mesma coisa
Compara
tentativas
Refere o conteúdo de duas ou mais tentativas
antes, agora, enquanto, desta vez, a
mesma coisa
Descreve
Refere a resposta de clicar ou características do filme
sem relacioná-las
Infere
Refere eventos não diretamente observados.
estabelecendo relações entre eles e o
comportamento
eu acho, parece, pode ser
Localização Temporal
Tentativa
presente
Refere como variáveis relevantes eventos
relacionados às tentativas do trecho do filme
tempo verbal, clica, clicando,
Tentativa
presente e
tentativas
anteriores
Refere como variáveis relevantes eventos
relacionados às tentativas do trecho do filme e a
tentativas de trechos anteriores
antes, agora, enquanto, desta vez, a
mesma coisa, tempo verbal (clicava)
Tentativa
presente e
tentativas do
filme anterior
Refere como variáveis relevantes eventos
relacionados às tentativas do trecho do filme e a
tentativas do filme anterior
antes, agora, enquanto, desta vez, a
mesma coisa, tempo verbal (clicava)
Controle Predominante
Cor do fundo de
tela
Refere a cor do fundo da tela como relevante azul, verde, laranja, fundo, cor
Instrução
Resposta de clicar é substituída pela instrução instrução, regra, pediu, mandou
Relação
instrução e
resposta
A resposta é atribuída à instrução
seguir, respeitar, obedecer, fazer de
acordo, fazer o contrário
Resposta de
clicar (taxa)
Refere a taxa da resposta de clicar
clicar, apertar, pressionar, cliques,
muito/ pouco, rápido/ devagar, muitas/
poucas vezes
Conseqüência
Descrição da resposta de clicar é substituída pela
descrição das conseqüências programadas para a
resposta
alteração no "Banco", som de acerto/
erro, mensagem na tela, figuras iguais/
diferentes, fim da tentativa
Relação
resposta e
conseqüência
A resposta de clicar é atribuída às conseqüências
programadas para ela
erra, acerta, ganhou, perdeu, então,
porque, para
Outras respostas
Refere comportamentos relacionados a outras
respostas que não a de clicar
olhar para o botão, pensar, parecer
ansioso
0
5
10
15
20
25
30
35
40
AO1 A02 A03 AT4 AT5 AT6 SO7 SO8 SO9 ST10 ST11 STP12
Acesso/ Operante (1) Acesso/ Tentativa (2) Sem acesso/ Operante (3) Sem acesso/ Tentativa (4)
Verbalizações dia
Participantes e Grupos
Verbalizações (n)
RESULTADOS
Durante a exposição de todos os participantes ao Filme Teste foram, no total,
emitidas 107 falas. O procedimento de preparação para a análise de dados deu origem a
186 verbalizações todas elas classificadas segundo três conjuntos de critérios e
localizadas em relação aos registros do desempenho do Personagem.
I – Categorização das verbalizações
Na Figura 4 o número de verbalizações emitidas pelos participantes e o número
médio de verbalizações emitidas por cada grupo experimental são apresentados.
Figura 4. Número de verbalizações (n) emitidas pelos participantes e número médio de
verbalizações por grupo experimental.
Pode-se verificar na Figura 4 que os participantes de todos os grupos
experimentais, com exceção do participante ST11, emitiram um número de
verbalizações (n) próximo da média de seus respectivos grupos, não havendo, portanto,
grande variação nas médias obtidas em cada grupo.
Os participantes submetidos ao procedimento do tipo Operante Livre, com ou
sem acesso à história de seleção do comportamento de clicar, emitiram um número de
verbalizações bastante semelhante. Os participantes submetidos ao procedimento do
tipo Tentativa emitiram, em média, mais verbalizações que os demais, mesmo
desconsiderando-se o participante ST11, que emitiu 39 verbalizações, contribuindo para
o sensível aumento da média de verbalizações do grupo Sem acesso/Tentativa (4). Estes
resultados sugerem que o acesso à história de reforçamento não foi diferencialmente
30
determinante do número de verbalizações dos participantes, mas que o procedimento de
solicitação de relato utilizado – Tentativas ou Operante Livre – teve alguma influência.
Na Figura 5, estão representadas as porcentagem de verbalizações emitidas pelos
participantes de cada um dos grupos experimentais, classificadas segundo os três
conjuntos de critérios (ver Anexo 4) utilizados neste estudo: Estilo de Descrição,
Localização Temporal (das variáveis ou eventos/ambiente destacados) e Controle
Predominante de variáveis sobre o comportamento explicado.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Descreve
Compara tent.
Infere
Explica
Compara
filmes
Tent. presente
Tent. pres. e
ant
Tent. pres. e
filme
Cor tela
Instrução
Instr. e R.
Taxa R.
Outras R.
Consequencia
R. e cons.
ESTILO DE DESCRIÇÃO LOCALIZAÇÃO
TEMPORAL
CONTROLE PREDOMINANTE
Grupos Experimentais
Porcentagem de verbalizações
Sem acesso/
Tentativa (4)
Sem acesso/
Operante (3)
Acesso/
Tentativa (2)
Acesso/
Operante (1)
Figura 5. Distribuição das subclasses de verbalizações (em porcentagem) pelos grupos
experimentais.
Quando se considera o critério de classificação Estilo de Descrição, constata-se
que as verbalizações classificadas como “Descreve” distribuíram-se uniformemente nos
quatro grupos. O mesmo não ocorreu com as demais subclasses: “Comparar tentativas”
(mais de 70% das verbalizações assim classificadas) e “Infere” (mais de 50% das
verbalizações assim classificadas) foram predominantes no grupo Sem acesso/Tentativa
(4).
Vale notar que as verbalizações classificadas como “Compara os filmes”
distribuíram-se de forma aproximadamente uniforme entre os dois grupos que podiam
ter respostas assim classificadas, e que os participantes que tiverem acesso à história de
aquisição da resposta de clicar emitiram a maior porcentagem de verbalizações
classificadas sob o rótulo “Explica o comportamento”.
Quando considerado o critério de classificação Localização Temporal do
evento que parece controlar a descrição, verifica-se que os participantes do grupo Sem
acesso/Tentativa (4) emitiram uma porcentagem maior de verbalizações classificadas
31
sob os rótulos “Sob controle das tentativas presentes” e “Sob controle das tentativas
presentes e das tentativas anteriores”. Já os participantes do grupo Acesso/Operante (1)
foram os que emitiram a menor porcentagem de verbalizações classificadas sob o rótulo
“Sob controle das tentativas presentes e das tentativas anteriores”.
Apenas os participantes dos grupos que tiveram acesso à história podiam emitir
verbalizações classificadas sob o rótulo “Sob controle das tentativas presentes e das
tentativas do filme anterior” e mais uma vez, tais verbalizações distribuíram-se de forma
aproximadamente uniforme entre os grupos Acesso/Operante (1) e Acesso/Tentativa
(2).
Quando considerado a classificação quanto ao Controle Predominante, ou seja,
quanto aos eventos do filme que parecem controlar as respostas verbais dos
participantes ou foram referidos na descrição, os participantes que tiverem acesso à
história emitiram uma maior porcentagem de verbalizações classificadas sob o rótulo
“Cor do fundo de tela”. De fato, os participantes que não tiveram acesso à história
emitiram, no total, apenas duas verbalizações classificadas desta maneira.
Os participantes que não tiveram acesso à história emitiram uma maior
porcentagem de verbalizações classificadas sob o rótulo “Instrução”, tendo os
participantes que tiveram acesso à história emitido apenas três verbalizações assim
classificadas. Já quando consideramos a categoria “Relação entre instrução e resposta”,
observa-se que os participantes do grupo Sem acesso/Tentativa (4) emitiram uma maior
porcentagem de verbalizações, enquanto os participantes do grupo Sem acesso/Operante
(3) foram os que emitiram a menor porcentagem de verbalizações desta categoria.
Nenhum participante do grupo Acesso/Operante (1) emitiu verbalização sob
controle da “Conseqüência”, tendo os participantes do grupo Acesso/Tentativa (2)
emitido uma maior porcentagem de verbalizações desta categoria. Os participantes do
grupo Sem acesso/tentativa (4) emitiram uma porcentagem maior de verbalizações da
categoria “Relação entre resposta e conseqüência”, tendo emitido os demais
participantes uma porcentagem comparável de verbalizações desta categoria. Quando
considerados em conjunto, os participantes que não tiveram acesso à história emitiram
um maior número de verbalizações classificadas sob os rótulos “Conseqüência” e
“Relação resposta e conseqüência”.
32
Na Figura 6 as verbalizações emitidas pelos participantes de cada grupo estão
distribuídas, em termos de porcentagem, pelas cinco subclasses relacionadas em Estilo
de Descrição.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Acesso/
Operante (1)
Acesso/
Tentativa (2)
Sem acesso/
Operante (3)
Sem acesso/
Tentativa (4)
Grupos Experimentais
Porcentagem de verbalizações
Compara filmes
Explica
Infere
Compara tent.
Descreve
Figura 6. Distribuição das verbalizações, em porcentagem, segundo critério de Estilo de
Descrição nos diferentes grupos.
A categoria rotulada como “Descreve” só não foi a mais freqüente no grupo Sem
acesso/Tentativa (4). Para estes participantes a subclasse mais freqüente (72% das
verbalizações) recaiu sobre a subclasse “Infere”. Esta mesma categoria foi pouco
freqüente em todos os demais grupos, em especial o grupo Acesso/Tentativa (2), em que
apenas 1 verbalização desta classe foi emitida.
Na Figura 7 as verbalizações emitidas pelos participantes de cada grupo estão
distribuídas pelas três subclasses relacionadas à Localização Temporal do evento que
parece controlar a descrição.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Acesso/
Operante (1)
Acesso/
Tentativa (2)
Sem acesso/
Operante (3)
Sem acesso/
Tentativa (4)
Grupos Experimentais
Porcentagem de verbalizações
Tent. pres. e filme
Tent. presente
Tent. pres. e ant
Figura 7. Distribuição das verbalizações, em porcentagem, segundo critério de
Localização Temporal nos diferentes grupos.
O exame da Figura mostra que as respostas verbais daqueles participantes que
tiveram acesso ao Filme Treino, ficaram também sob controle dos eventos observados
33
(ou de respostas emitidas diante deles), uma vez que em ambos os grupos
Acesso/Operante (1) e Acesso/Tentativa (2) uma porcentagem considerável das
respostas sob controle de “eventos passados” foram classificadas com referência ao
filme. Por outro lado, o exame da Figura 7 mostra que, embora os participantes dos
grupos Sem acesso tenham recorrido a tentativas passadas na explicação do
comportamento do Personagem, para estes grupos foram relativamente mais freqüentes
as tentativas classificadas como sob controle exclusivo da tentativa presente: por volta
de 40% das verbalizações do grupo Sem acesso/tentativa (4) e 50% das verbalizações
do grupo Sem acesso/Operante Livre (3).
Na Figura 8 as verbalizações emitidas pelos participantes de cada grupo estão
distribuídas pelas sete categorias estabelecidas quanto aos eventos do filme que parecem
controlar ou foram referidos na descrição (Controle Predominante).
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Aces s o/
Operante (1)
Acesso/
Tentativa (2)
Sem aces so/
Operante (3)
Sem aces so/
Tentativa (4)
Grupos experimantais
Porcentagem de verbalizações
Cor tela
Outras R.
Instrução
Consequencia
Taxa R.
R. e cons.
Instr. e R.
Figura 8. Distribuição das verbalizações, em porcentagem, segundo critério de Controle
Predominante nos diferentes grupos.
A maior parte das verbalizações de todos os participantes foi classificada sob o
rótulo “Relação entre instrução e resposta”, classificação esta mais freqüente em três
dos quatro grupos experimentais. Por outro lado, as subclasses menos freqüentes para os
quatro grupos foram “Instrução” e “Cor do fundo de tela”. Este resultado indica que os
participantes tendiam a estabelecer relações entre as instruções que viam na tela e os
desempenhos dos participantes, contudo, não consideravam a instrução
independentemente das respostas e, por outro lado, raramente consideraram que o
comportamento do Personagem estivesse sob controle também da cor da tela.
Vale ressaltar ainda que os participantes dos grupos Sem acesso emitiram de 25
a 30% das verbalizações classificadas sob os rótulos “Conseqüência” e “Resposta-
34
conseqüência”, o que indica que estes eventos também tenham sido destacados quando
da explicação do comportamento.
Na Figura 9 a porcentagem de verbalizações emitidas por cada um dos
participantes está classificada segundo os três critérios: Estilo de Descrição; Localização
Temporal e Controle Predominante. Nos seis painéis localizados superiores estão
representadas as verbalizações dos participantes dos grupos Acesso/ Operante (1) e
Acesso/Tentativa (2) e nos painéis inferiores os grupos Sem acesso/Operante (3) e Sem
acesso/Tentativa (4).
Figura. 9. Porcentagem de verbalizações emitidas por participante.
As barras representam a porcentagem de verbalizações do participante em cada
subclasse, considerando-se cada conjunto de critérios de classificação separadamente
(as linhas pontilhadas os separam). Vale destacar que 37% das verbalizações emitidas
pelo participante AO3 foram classificadas sob o rótulo “Infere”, não tendo nenhum
Conjunto de critérios (Classificações)
Porcentagem de verbalizações
AT5
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
D
esc
reve
Compara
tent
.
Infer
e
Expl
i
ca
Co
m
par
a
fi
l
m
es
Tent
.
pre
s
ente
Ten
t
. pres. e ant
Tent. pr
es
. e
f
i
l
m
e
Cor tel
a
Inst
r
ução
Instr. e R.
Ta
x
a R.
O
utr
as
R.
C
onsequenci
a
R
.
e
cons.
S09
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
D
esc
r
e
v
e
Compara tent.
I
nf
ere
E
xp
l
ica
Compara filmes
Tent
.
p
resent
e
T
e
n
t. pres.
e
a
n
t
Tent. pres
.
e
filme
Cor
t
ela
Instr
u
çã
o
I
ns
tr
.
e R
.
T
a
x
a R.
Outras R.
C
onsequen
cia
R.
e
cons.
S07
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
D
escreve
Compara tent.
I
nf
ere
Explica
C
om
pa
ra filmes
Tent
.
p
res
en
t
e
Tent. pres. e ant
Tent. pr
e
s
.
e
filme
Cor tela
Instr
ução
I
ns
tr
.
e
R
.
Taxa R.
Outras R.
C
onsequenci
a
R.
e
cons.
ST10
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
D
e
screve
Co
m
para tent.
Infere
Explica
C
om
pa
r
a
f
i
l
m
es
Te
n
t. presente
Tent.
pr
e
s
.
e
ant
Tent.
pres. e film
e
C
or tela
I
ns
tr
u
çã
o
I
n
str. e R
.
Taxa R
.
Outras
R.
C
o
nse
q
uencia
R. e cons.
AO1
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
D
esc
r
eve
Compara tent.
I
nf
ere
Exp
l
ica
Compara filmes
Tent
.
p
res
en
t
e
Te
n
t. pres.
e an
t
Tent. pres
.
e
filme
Cor
t
ela
Instr
ã
o
I
ns
tr
.
e
R
.
Ta
x
a
R
.
Outras R.
Co
nse
q
uen
cia
R.
e
cons.
AT4
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
Descreve
C
om
par
a t
ent
.
I
nf
ere
Explica
Compar
a
filmes
Ten
t.
pr
esente
Ten
t
.
pres
.
e
ant
Ten
t
.
pres
.
e
film
e
Cor tela
Ins
t
rução
Ins
tr
.
e
R
.
Ta
x
a
R.
Ou
t
ras R.
Consequencia
R. e cons.
AO2
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
D
esc
r
eve
Compara tent.
I
nf
ere
Exp
l
ica
Com
pa
ra filmes
Tent
.
pr
es
en
t
e
Tent. pres. e ant
Tent.
pres
.
e
filme
Cor
t
ela
In
s
tr
u
ç
ão
I
nst
r
.
e
R.
Ta
x
a R.
Outras
R.
Consequen
c
i
a
R.
e
cons.
SO8
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
D
escreve
Compara tent.
In
f
ere
Expl
i
ca
C
om
pa
r
a
f
i
l
m
e
s
Tent. pr
e
sen
t
e
T
e
n
t. pres.
e
a
n
t
Tent. pr
e
s
.
e
filme
Cor tel
a
I
nstrução
Instr.
e
R.
Tax
a
R.
Outras
R.
Consequenci
a
R.
e
cons.
ST11
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
Desc
reve
Co
m
para tent.
Inf
er
e
Expl
i
ca
Compar
a
f
i
l
m
es
Ten
t
.
pr
e
s
ente
Tent
.
p
r
e
s
. e ant
Ten
t
. pres. e filme
C
or
t
el
a
Instrução
Ins
t
r.
e
R
.
Taxa
R.
Outras R.
C
onsequencia
R
.
e
cons.
AO3
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
Descre
v
e
Co
m
para tent.
I
n
f
er
e
Ex
p
l
i
ca
Compara
f
i
l
m
es
Tent. pr
e
s
ent
e
Tent. p
r
es. e ant
Ten
t
.
pres. e fi
l
m
e
Cor tela
I
ns
trução
I
nst
r.
e
R.
Ta
xa
R.
Outras
R.
Consequ
e
n
ci
a
R. e cons.
AT6
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
De
sc
reve
Compar
a
t
en
t
.
Inf
er
e
Expl
i
ca
Co
m
para filmes
Tent
.
p
res
en
t
e
Tent. pr
es.
e
ant
T
e
n
t. pres.
e
f
i
l
me
Cor tel
a
I
nst
r
u
ç
ão
I
nst
r.
e
R.
Taxa R
.
Out
r
as
R
.
Consequencia
R.
e
cons.
ST12
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
D
esc
rev
e
Compara tent.
Infere
Expl
i
ca
Compara
filmes
Tent
.
pr
esente
Te
nt
.
pr
es. e
an
t
Tent.
pres. e filme
Co
r
te
la
Instrução
I
n
s
t
r. e
R.
Taxa
R.
Outras R.
Co
n
seq
uencia
R. e
co
n
s.
35
outro participante de qualquer dos grupos Com Acesso verbalizações assim
classificadas. Por outro lado, quatro dos seis participantes dos grupos Sem Acesso
tiveram verbalizações classificadas como “Infere”, sendo que para três deles (SO7,
ST11, ST12) a freqüência dessas verbalizações foi bastante alta.
A classificação mais freqüentemente atribuída às verbalizações dos participantes
foi “Descreve”, com exceção dos participantes AO3, ST11 e ST12.
Quando considerado o critério de classificação quanto à Localização Temporal
do evento que parece controlar a descrição, verifica-se, como mencionado
anteriormente, que apenas os participantes que tiveram acesso à história emitiram
verbalizações categorizadas como “Sob controle da tentativa presente e das tentativas
do filme anterior”. Dentre estes participantes, pode-se observar uma grande variação no
desempenho naqueles do grupo Acesso/ Operante (1), no qual o participante AO3
emitiu 81% das verbalizações classificadas a partir deste critério na categoria “Sob
controle da tentativa presente e das tentativas do filme anterior”, o que não ocorreu para
os participantes AO1 e AO2. Os participantes do grupo Acesso/Tentativa (2)
apresentaram desempenho mais uniforme, tendo emitido ao menos 30% das
verbalizações classificadas na categoria.
Quatro dentre os participantes dos grupos Sem acesso/Operante (3) e Sem
acesso/Tentativa (4) emitiram um número aproximado de verbalizações classificadas
como “Sob controle da tentativa presente” e “Sob controle da tentativa presente e da
tentativa anterior”.
Quando considerado o critério de classificação quanto ao Controle
Predominante, verifica-se que “Relação entre instrução e resposta” foi a categoria mais
emitida por todos participantes, em termos de porcentagem, com exceção do
participante AT6. A maior parte das verbalizações emitidas por este participante foi
classificada como tendo sido emitidas sob controle da “Cor do fundo de tela”. A
categoria foi pouco freqüente para todos os participantes, em especial para aqueles que
não tiveram acesso à história.
Com a exceção do participante AO3 31% das verbalizações emitidas por este
participante foram classificadas como tendo sido emitidas sob controle de “Outras
respostas”, todos os participantes emitiram respostas classificadas como sendo sido
emitidas sob controle da “Relação entre resposta e conseqüência”.
36
II – Primeiras verbalizações em cada trecho de filme
As classificações das primeiras verbalizações emitidas pelos participantes em
cada um dos nove trechos do filme estão representadas nas Figuras 10, 11 e 12, cada
uma delas referente a um dos três critérios de classificação. As classificações das outras
verbalizações de cada trecho de filme estão representadas no Anexo 7. Nas linhas das
figuras estão representados os desempenhos de cada participante e nas colunas o
desempenho em cada trecho de filme. Cada trecho foi caracterizado quanto a: (a) cor do
fundo de tela (1ª linha) e (b) esquema de reforçamento em vigor, ou melhor, taxa de
respostas reforçada (2ª linha) e (c) se havia ou não coerência entre instrução e taxa
requerida para reforçamento (3ª linha). Os números na linha 4 indicam a numeração dos
trechos em que foi dividido o filme (ver Método).
Vale ressaltar que as primeiras verbalizações dos participantes foram destacadas
para análise por dois motivos: a maioria dos participantes emitiu ao menos uma
verbalização por trecho do filme, o que possibilitou comparações entre os participantes,
e a primeira verbalização emitida em um trecho muito possivelmente estava sob
controle das alterações que ocorriam de um trecho do filme para o outro.
Na Figura 10, as primeiras verbalizações emitidas pelos participantes estão
classificadas quanto ao Estilo de Descrição do desempenho do Personagem.
TELA AZ
TAXA REF. M
INSTRUÇÃO
1 2 3 4 5 6 7 8 9
AO1
D D E E D D D D D
AO2
D E E E E D D D CF
Compara filmes
AO3
I CF CT CF I
AT4
E CF D D D CT D CT D E
Explica
AT5
CF D D CT D CT CT CT CT
AT6
E D D E CT D D D E I
Infere
SO7
D I I I D D D I D
SO8
E D CT D CT CT D CT CT
Compara tentativas
SO9
D E D D D
ST10
E CT D D CT D CT D CT D
Descreve
ST11
I CT CT CT CT CT CT D CT
ST12
D E CT E CT D CT CT CT
COERENTE INCOERENTE
BAIXA ALTA ALTA BAIXA
LARANJA VERDE
Figura 10. Primeira verbalização (Estilo de Descrição) emitida em cada trecho do Filme.
Parece interessante considerar conjuntamente as categorias “Explica” e Infere”
contrapondo-as às categorias “Descreve” e “Compara” para a descrição da Figura 10. O
critério para a classificação das verbalizações nas duas primeiras categorias é que
37
autoclíticos tais como “porque”, “para” e “quando” e “eu acho”, “parece” e “pode ser” e
termos mentalistas (Anexo 4) tenham sido identificados, enquanto que para a
classificação das verbalizações nas categorias “Descreve” e “Compara” era necessário
que os participantes referissem eventos comportamentais e ambientais de forma mais
direta, sem fazer uso de autoclíticos ou de termos mentalistas.
Verifica-se na Figura 10 que a classificação mais freqüentemente atribuída às
primeiras verbalizações dos participantes foi “Descreve”.
As verbalizações classificadas como “Explica” e “Infere” foram mais freqüentes
nos primeiros trechos do filme: cinco participantes emitiram estas verbalizações no
Trecho 1 do filme, 14 nos trechos de 2 a 5 (Instrução Coerente), e apenas três nos
trechos de 6 a 9 (Instrução Incoerente). Ainda que as verbalizações classificadas sob o
rótulo “Infere” tenham sido pouco freqüentes de maneira geral entre os participantes,
aqueles que emitiram este tipo de verbalização o fizeram por mais de uma vez, o que
parece indicar um “estilo de explicar”.
Os participantes AO1 e AO2, mesmo tendo tido acesso à historia, não emitiram
verbalizações classificadas sob o rótulo “Compara Filmes”. Como se verifica na Figura
11, estes mesmos participantes não emitiram verbalizações da categoria “Sob controle
da tentativa presente e das tentativas do filme anterior”.
Na Figura 11 as primeiras verbalizações emitidas pelos participantes estão
classificadas quanto à Localização Temporal do evento que parece controlar a
descrição.
TELA AZ
TAXA REF. M
INSTRUÇÃO
1 2 3 4 5 6 7 8 9
AO1
T PP T PP PP PP PP PP PP
AO2
T T T PP T T PP PP T
Tent. Presente
AO3
T F T F F
AT4
PP F T T T PP PP PP PP PP
Tent. Pres. E ant.
AT5
F PP PP PP PP PP PP PP PP
AT6
T T PP F PP PP PP PP F F
Tent. Pres. E filme
SO7
T PP PP T PP PP T T PP
SO8
T T T PP PP PP PP T
SO9
T T PP PP T
ST10
P PP T T PP T PP T PP
ST11
T PP PP PP PP T PP T PP
ST12
T T PP T PP PP PP PP PP
COERENTE INCOERENTE
LARANJA VERDE
BAIXA ALTA ALTA BAIXA
Figura 11. Primeira verbalização (Localização Temporal) emitida em cada trecho do
Filme.
38
Verifica-se que os participantes, de maneira geral, deixam de emitir
verbalizações classificadas como “Sob controle da tentativa presente”, passando a emitir
um número cada vez maior de verbalizações da categoria “Sob controle da tentativa
presente e das tentativas anteriores”.
Dentre os seis participantes que tiveram acesso à história, quatro, em algum
momento, emitiram verbalizações classificadas como tendo sido emitidas “Sob controle
da tentativa presente e das tentativas do filme anterior” – como já mencionado, os
participantes que não emitiram verbalizações classificadas a partir do critério Estilo de
Descrição como “Compara Filmes” (AO1 e AO2) foram os que não emitiram esta
classe de verbalizações.
Na Figura 12 as primeiras verbalizações emitidas pelos participantes estão
classificadas quanto ao Controle Predominante.
TELA AZ
TAXA REF. M
INSTRUÇÃO
RC
R. e cons.
1 2 3 4 5 6 7 8 9
AO1
RC IR IR I IR IR IR IR IR C
Consequencia
AO2
RC IR IR IR IR IR IR IR
AO3
O IR IR TX O O
Outras R.
AT4
RC IR IR IR IR IR IR IR IR
AT5
TX IR IR IR IR IR IR IR IR TX
Taxa R.
AT6
RC RC RC TE TX I IR IR TE
SO7
O O C IR IR IR IR C IR IR
Instr. E R.
SO8
RC TE IR TX TX TX TX I
SO9
RC RC RC I TX I
Instrução
ST10
RC RC RC IR IR I I IR IR
ST11
TX IR IR IR IR IR TX IR TX TE
Cor tela
ST12
RC IR IR IR RC C RC IR RC
ALTA BAIXABAIXA ALTA
INCOERENTE
VERDELARANJA
COERENTE
Figura 12. Primeira verbalização (Controle Predominante) emitida em cada trecho do
Filme.
Uma vez que no primeiro trecho do filme nenhuma instrução estava disposta na
tela, os participantes, em sua maioria, ficaram sob controle de outros eventos ambientais
durante o trecho, tais como “Relação resposta e conseqüência”. Nos trechos seguintes
esta tendência se manteve para cinco dentre os 12 participantes. Note-se que quatro
dentre estes cinco participantes não tiveram acesso à história.
De maneira geral, verifica-se que as primeiras verbalizações emitidas pelos
participantes foram, em sua maioria, classificadas sob o rótulo “Relação instrução e
resposta” o que aconteceu de maneira ainda mais marcada para os participantes que
tiveram acesso à história.
39
Na Figura 13 vê-se o mero de verbalizações emitidas pelos participantes em
cada um dos nove trechos do Filme Teste. Cada barra representa um trecho e as duas
cores diferentes foram utilizadas apenas para facilitar a visualização de cada trecho em
particular.
Figura 13. Número de verbalizações emitidas pelos participantes em cada trecho do
filme.
Os participantes submetidos os procedimento do tipo Tentativa emitiram
verbalizações em todos os trechos do filme. Três dentre os seis participantes submetidos
ao procedimento do tipo Operante livre (AO1, AO3 e SO9) por sua vez, não emitiram
verbalizações em algum dos trechos do filme.
Três padrões de distribuição das verbalizações dos participantes ao longo dos
trechos do filme podem ser identificados na figura: (a) as verbalizações foram emitidas
no início e no final do filme (participantes AO3, SO7, SO8, S09, S010 e SO12); (b) as
verbalizações foram emitidas em um ponto específico do filme (AO1 e AO2); e (c) as
verbalizações foram emitidas durante e após o Trecho 6 do filme (AT5 e SO11).
Os participantes AO1 e AO2 que emitiram verbalizações em momento
específico os fizeram em diferentes momentos: AO1, principalmente, o fez no início do
filme, e AO2 no final. Estes dois participantes emitiram quase sempre uma resposta a
cada trecho, ainda que tenham sido expostos ao procedimento do tipo Operante livre.
Participantes
Verba
lizações (n)
0
1
2
3
4
5
6
AO1 AO2 AO3 AT4 AT5 AT6
0
1
2
3
4
5
6
SO7 SO8 SO9 ST10 ST11 ST12
40
Os participantes AT5 e ST11 apresentaram o terceiro padrão descrito. Não é
demais reafirmar que foi durante no início do Trecho 6 que a maior mudança nas
condições do filme ocorreu: o fundo de tela antes laranja passou a ser verde, as
instruções, antes coerentes com o esquema de reforçamento, passaram a ser incoerente,
o Personagem passando assim a se comportar de uma nova maneira pela primeira vez:
“fazendo o inverso daquilo que a instrução pediu”. Logo no início do Trecho 6 estes
participantes emitiram as seguintes verbalizações, respectivamente: “Agora mudou” e
“Mudou a seqüência. Mudou a cor de trás”.
Na Figura 14 as verbalizações de cada participante exposto ao procedimento do
tipo Operante livre estão localizadas em relação ao desempenho do Personagem.
Figura 14. Localização relativa das verbalizações dos participantes de cada grupo
exposto ao procedimento do tipo Operante livre.
O exame da Figura 13 não permitiu encontrar padrões na distribuição das
verbalizações dos participantes expostos a um procedimento do tipo Operante livre,
podendo-se observar apenas: (a) que o participante AO3 em seis ocasiões emitiu mais
de uma verbalização por fala apresentando assim um “estilo de explicar” mais uma
vez descrito como particular: AO3 emitiu mais verbalizações que os demais
participantes do grupo Acesso/Operante (1) e (b) os participantes do grupo
Acesso/Operante (1) emitiram mais verbalizações ao longo dos Trechos 1, 2, 6 e 8. As
mudanças de cor de fundo de tela e de esquema de reforçamento ocorreram justamente
Acesso/Operante (1)
Sem acesso/ Operante (3)
Tentativas
Taxa de respostas
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55
AO1
AO2
AO3
SO7
SO8
SO9
41
nestes trechos. O único trecho com as mesmas mudanças em que a concentração de
verbalizações não se observou foi o Trecho 4.
III – Verbalizações contendo autoclíticos e termos cognitivos
Na Tabela 7 estão dispostos os números de verbalizações, de autoclíticos e de
termos mentalistas/internalistas emitidos pelos participantes e pelos grupos de
participantes ao longo da apresentação do Filme Teste. Estes números deram origem a
dois índices: o índice de autoclíticos por verbalização (I) e o índice de termos
mentalistas/internalistas por verbalização (i). As médias para os grupos e para todos os
participantes foram também calculados. Uma listagem de todos os termos classificados
como autoclíticos e mentalistas/internalistas está anexada neste trabalho (Anexo 8). Na
Figura 15 os dois índices calculados para cada participante forma plotados.
Tabela 7. Autoclíticos e termos mentalistas/internalistas: mero total e índices por
participante, médio e geral (n termos/n verbalizações).
Verbalizações Autoclíticos
N Autoclíticos/
n verbalizações (I)
Termos
mentalistas/
internalistas
Termos cognitivos/
verbalizações (i)
Acesso/
Operante
(1)
AO1
9 19 2,11 0 0,00
AO2
9 23 2,56 1 0,11
AO3
16 33 2,06 10 0,63
(1)
34
75
2,24
11
0,32
Acesso/
Tentativa
(2)
AT4
14 43 3,07 8 0,57
AT5
20 47 2,35 1 0,05
AT6
12 24 2,00 3 0,25
(2)
46
114
2,47
12
0,26
Sem
acesso/
Operante
(3)
SO7
14 22 1,57 17 1,21
SO8
11 17 1,55 0 0,00
SO9
7 10 1,43 2 0,29
(3)
32
49
1,52
19
0,59
Sem
acesso/
Tentativa
(4)
ST10
20 49 2,45 1 0,05
ST11
39 61 1,56 26 0,67
ST12
15 27 1,80 10 0,67
(4)
74
137
1,94
37
0,50
total
186
375
2,04
79
0,42
Como se verifica na Tabela 7, o número total de autoclíticos emitidos por todos
participantes e considerados durante o processo de classificação das verbalizações foi
375 e o “índice médio” de autoclíticos emitidos por verbalização
(autoclíticos/verbalizações) foi de 2,04 (I).
Ainda que os participantes do grupo Sem acesso/Tentativa (4), em meros
absolutos, tenham sido aqueles com maior número de autoclíticos, foram os
participantes que tiveram acesso à história grupos Acesso/Operante (1) e
42
Acesso/Tentativa (2), aqueles a apresentar os maiores índices de autoclíticos por
verbalização (I). De fato, todos os participantes dos grupos Acesso, com exceção do
participante AT5, apresentaram índices superiores ao índice geral dos participantes.
Dentre os participantes que não tiveram acesso à história apenas um, o participante
ST10, apresentou índice superior à 2,04 (ver também Figura 15).
Figura 15. Autoclíticos e termos mentalistas/internalistas: número total e índices por
participante, médio e geral (n termos/n verbalizações).
Pode-se verificar uma correlação entre as categorias “Explica” e “Compara” e o
número de autoclíticos emitidos pelos participantes, uma vez que justamente a presença
de determinados autoclíticos, como se afirmou anteriormente, foi o critério para a
classificação de uma verbalização nestas categorias, como se verifica na Figura 9 e no
Anexo 4. Os participantes que tiveram acesso à história emitiram mais verbalizações
classificadas sob estes rótulos.
O número total de termos classificados como mentalistas/internalistas para todos
os participantes de acordo com a listagem de termos adaptada de Skinner (1989)
10
foi
79, e o índice médio de termos cognitivos emitidos por verbalização (termos mentalistas
ou internalistas /verbalizações) geral dos participantes foi 0,42 (i).
10
A listagem de termos cognitivos adaptada de Skinner (1989) está anexada neste trabalho (Anexo 3).
Participantes
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
AO1 AO2 AO3 AT4 AT5 AT6 SO7 SO8 SO9 ST10 ST11 ST12
Indice de Autoclíticos (I) índicedio índicedio geral
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
AO1 AO2 AO3 AT4 AT5 AT6 SO7 SO8 SO9 ST10 ST11 ST12
Índice de Termos Cognitivos (i) índice médio índice médio geral
43
Dentre os grupos de participantes, aqueles que emitiram um número de termos
mentalistas/internalistas acima do índice total dos participantes foram os grupos Sem
acesso/ Operante (3) e Sem acesso/Tentativa (4). De fato, dentre os participantes,
aqueles que individualmente emitiram um índice de termos mentalistas/internalistas (i)
superior ao índice total foram os participantes ST11, ST12, SO7 e AO3 três deles
participantes que não tiveram acesso à história.
Para dois participantes (AO1 e SO8) nenhum termo foi classificado como
mentalista/internalista. Cinco participantes emitiram um índice de termos
mentalistas/internalistas inferior ao índice total: os participantes AT5, AT6, AO2, SO9 e
ST10 – três deles participantes que tiveram acesso à história.
Parece interessante destacar que AO3, dentre os participantes do grupo
Acesso/Operante (1) foi aquele que emitiu mais verbalizações classificadas sob o rótulo
“Infere” e sob o rótulo “Outras respostas”. Já os participantes SO8, SO9 e SO10 dentre
os participantes que não tiveram acesso á história, foram aqueles a não emitir
verbalizações destas mesma duas categorias, o que indica uma correlação entre as
categorias “Infere” e “Outras respostas” e classificação de termos como
mentalistas/internalistas.
Na Figura 16 vê-se o número de autoclíticos e o número de termos cognitivos
emitidos por participantes em cada um dos trechos do filme:
Figura 16. Trechos do filme em que autoclíticos e termos cognitivos foram
emitidos pelos participantes.
Termos Mentalistas/ Internalistas
Autoclíticos
Participantes Trechos do filme
Número de Verbalizações
0
3
6
9
12
15
AO1 AO2 AO3 AT4 AT5 AT6 SO7 SO8 SO9 ST10 ST11 ST12
0
3
6
9
12
15
AO1 AO2 AO3 AT4 AT5 AT6 SO7 SO8 SO9 ST10 ST11 ST12
0
3
6
9
12
15
1 2 3 4 5 6 7 8 9
0
3
6
9
12
15
1 2 3 4 5 6 7 8 9
44
Quando se considera os autoclíticos emitidos pelos participantes, três padrões de
distribuição das verbalizações podem ser observados: Os autoclíticos emitidos pelos
participantes AO1 e AT5 distribuíram-se uniformemente ao logo dos trechos do filme,
enquanto os emitidos pelos participantes ST12, SO7, SO8, SO9 e AO3 se concentraram
em dois períodos distintos do filme, no início e a partir do Trecho 6. Os participantes
ST10, ST11, AT4, AT6 e AO2 emitiram autoclíticos ao longo de todos os trechos do
filme, mas principalmente no início ou a partir do Trecho 6.
Quando se considera os termos classificados como mentalistas/internalistas
emitidos pelos participantes, verifica-se que os participantes que emitiram o maior
índice de termos cognitivos (i) distribuíram suas emissões ao longo de todos os trechos
do filme, o que parece indicar mais um “estilo de explicar” dos participantes ST11,
ST12, SO7 e AT4 que o efeito das variáveis manipuladas.
Por outro lado, os participantes ST10, SO9 e AO2 emitiram termos
mentalistas/internalistas somente no início do filme, enquanto os participantes AO3,
AT6 e AT5 emitiram autoclíticos no início e a partir do Trecho 6 do filme, sugerindo
neste caso um efeito, pelo menos parcial, de eventos específicos.
DISCUSSÃO
Uma questão que precisa ser enfrentada em trabalhos como o presente, se refere
às condições de estímulo a que os participantes devem responder. Características destas
condições a variável independente seguramente afetam os resultados, e por isso
merecem especial atenção. Golfeto & Andery (2008), por exemplo, aventam a
possibilidade de que os participantes de seu estudo tenham emitido verbalizações sob
controle das expressões faciais e de outros comportamentos dos Personagens. Estes
eventos não controlados teriam afetado os resultados.
No presente estudo houve mais controle sobre a produção dos filmes, isto é,
sobre as condições de estímulo produzidas para controlar as respostas dos participantes:
Assim, o Personagem foi instruído a manter expressão facial “neutra” e a não se
movimentar em demasia durante a filmagem, e a tarefa na qual o Personagem trabalhou
foi estruturada em períodos claramente separados por intervalos, em que a resposta de
clicar, uma resposta discreta, foi precedida por condições de estímulo claras, tais como a
cor do fundo de tela e a apresentação de uma instrução, e seguida por condições de
estímulo também claras, tais como conseqüências de acerto ou erro.
Como resultado destes controles, verifica-se que ocorreu uma diminuição na
emissão de termos mentalistas neste estudo, em especial aqueles caracterizados por
Golfeto (2005) e Golfeto e Andery (2008) como tendo sido emitidos sob controle do
“humor” ou do “estado do Personagem”. Não se identificou, no presente estudo, pontos
específicos do filme em que os participantes emitissem este tipo de verbalização, daí
estas classificações não terem nem ao menos sido propostas no presente estudo.
Ainda, diferentemente do constatado por Golfeto (2005) e Golfeto e Andery
(2008), no presente trabalho, verbalizações em que o participante parecia estar
principalmente sob controle do seu próprio comportamento de descrever, “muitas vezes
fazendo referências a possíveis variáveis de controle de seu comportamento de
explicar”, não foram observadas (Golfeto, 2005, p. 66). Tais verbalizações podem ter
sido resultado da própria “estrutura” do filme utilizado pelas autoras, ou do
procedimento que expunha cada um de seus participantes a dois diferentes filmes de
modo que comparassem o seu comportamento diante de um filme ao seu
comportamento diante do outro. Os participantes deste estudo, também como resultado
de características do filme ou por terem sido instruídos a explicar apenas um filme,
muito raramente emitiram verbalizações sob controle de seu próprio comportamento,
46
não havendo sequer uma classificação dentre as propostas que descrevesse este tipo de
verbalização.
No presente estudo os trechos do filme parecem ter funcionado como unidades
independentes, mas relacionadas na evocação do comportamento de explicar dos
participantes. De fato, as respostas verbais dos participantes que denotavam mudanças
no controle de estímulos aconteciam no início de cada trecho, quando novas condições
de estímulo eram apresentadas.
De modo geral, no filme produzido, todas as características apontadas por
Hineline (1989) como sendo como favoráveis à adoção de um modelo explicativo
baseado no ambiente puderam ser encontradas. Estas características são as seguintes: (a)
entidades distintas; (b) consistência ao longo do tempo; (c) consistência ao longo de
variação da entidade; e (d) consenso de atribuições.
A partir destas características, o filme produzido pode ser descrito como: (a)
estimulação antecedente, resposta e conseqüência são eventos produzidos por entidades
distintas e claramente separados no tempo: elementos da tela evocam a resposta de
clicar do personagem, que é reforçada ainda por outros elementos da tela; (b) muitas
tentativas são apresentada ao logo de cada trecho do filme: nas mesmas condições, a
mesma coisa acontece ao participante todas as vezes, sem exceção, e este tende a
responder, diante um estado de coisas, com o mesmo padrão; (c) quando a cor do fundo
de tela é alterada, uma nova contingência de reforçamento entra em vigor no filme, o
Personagem se comportando de uma determinada maneira em um contexto e de outra
maneira em outro contexto; (d) um consenso entre as atribuições dos participantes,
ou, ao menos, os elementos mencionados por uns são os mesmos que os mencionados
por outros.
Dentre outros resultados obtidos, estas características justificariam a baixa
freqüência de emissão de termos mentalistas pelos participantes.
Ainda, é importante ressaltar que mais uma característica do filme um maior
número de mudanças nas condições apresentadas em um momento específico do filme,
o Trecho 6, teve impacto sobre as verbalizações, que aumentaram neste trecho e/ou
envolveram mais autoclíticos. A “complexificação” do evento a ser explicado, ou o
grande número de mudanças nas condições, parecem justificar tanto o maior número de
verbalizações quanto o de autoclíticos.
47
Por fim, outra tendência verificada no conjunto dos participantes foi a de que, no
decorrer dos trechos do filme o que parece ter ocorrido mais uma vez em função da
estrutura do próprio filme os participantes pararam de emitir verbalizações
classificadas “Sob controle da tentativa presente”, e passaram a emitir verbalizações
“Sob controle da tentativa presente e das tentativas anteriores” ou “Sob controle da
tentativa presente e das tentativas do filme anterior”: quanto mais “tentativas
anteriores” se acumulavam, tornava-se mais provável que os participantes se
comportassem sob controle delas.
Como já afirmado, descrever ou explicar o comportamento apontando como suas
causas eventos que não se localizam temporalmente imediatamente antes da sua
ocorrência, mas sim um pouco deslocados, é aproximar-se das explicações históricas, as
quais têm sido descritas como as mais apropriadas para a ciência (Baum & Heath, 1992;
Simonassi e cols. 1984; Skinner, 1963). Que os participantes tenham adotado
progressivamente tal perspectiva histórica parece ser coerente com o que afirmam os
autores.
É quase como se os sucessivos trechos do Filme Teste tivessem exercido o papel
de construção de história para os participantes, apesar de o comportamento do
Personagem ser sempre estável em cada trecho. Assim, parece que o acesso à história de
seleção/ aquisição de comportamento, afirmado como variável crítica para a produção
de explicações externalistas, poderia ser sido “substituído” pelo acesso aos diferentes
contextos que evocam ou não classes de respostas e nos quais tais respostas são ou não
seguidas de certas conseqüências específicas.
Dentre os participantes deste estudo, seis tiveram acesso à história de aquisição
da resposta de clicar, isto é, ao Filme Treino, e seis não tiveram. De acordo com os
resultados obtidos, os participantes que tiveram acesso à história emitiram mais
verbalizações classificadas como “Explica” (quanto ao Estilo de Descrição), e como
“Cor do fundo de tela” (quanto ao Controle Predominante). Estas verbalizações
envolveram o estabelecimento de relações entre eventos mais complexas pelos
participantes e a identificação de mais variáveis evocativas com função
comportamental. Talvez aqui esteja um efeito importante da exposição à história de
aquisição/seleção de comportamentos antes de descrevê-los ou explicá-los: este acesso
aumenta o escopo da descrição/ explicação. Um maior número de autoclíticos também
foi verificado nas falas dos participantes que tiveram acesso à história.
48
os participantes que não tiveram acesso à história, de acordo com os
resultados obtidos, emitiram mais verbalizações classificadas como “Conseqüência” e
“Relação resposta e conseqüência” (quanto ao Controle Predominante). Pode-se supor
que a função evocativa da instrução sobre o comportamento do Personagem possa não
ter ficado explícita para estes participantes sem acesso à história e que elementos
subseqüentes à resposta, isto é, a conseqüência e a relação entre a resposta e a
conseqüência, tenham adquirido então esta função.
De fato, a tendência de emitir respostas verbais que identificavam elementos
subseqüentes às respostas do Personagem como relevantes ocorreu ora longo dos
trechos iniciais do filme, ora ao longo de seus trechos finais, para todos os participantes
do grupo Sem Acesso.
Os participantes deste estudo foram submetidos a dois procedimentos de
solicitação de relato: um procedimento do tipo tentativa, e um procedimento do tipo
operante livre. De acordo com os resultados obtidos, os participantes submetidos a um
procedimento do tipo tentativa emitiram em média mais verbalizações que os demais.
Parece muito provável que uma característica do próprio procedimento de
solicitação de relato tenha sido a variável determinante para que tal ocorresse: uma vez
que a tela que os participantes do grupo Tentativa tinham diante de si permanecia escura
durante 30 segundos entre cada um dos trechos apresentados, e que estes participantes
tenham sido instruídos a falar durante este intervalo, muitos deles permaneceram
falando, isto é, emitindo verbalizações, até que um novo trecho do filme tivesse início.
Assim, a tela escura constituiu uma condição antecedente com função evocativa
clara para a resposta estudada, podendo-se mesmo hipotetizar que o estímulo tela escura
tenha exercido o papel de um reforçador negativo, do qual os participantes se
esquivavam emitindo verbalizações. A estimulação aversiva, de acordo com esta
hipótese, teve fim a cada vez que um novo trecho do filme foi iniciado, quando os
participantes imediatamente paravam de falar. Desta forma, os participantes submetidos
a um procedimento do tipo tentativa emitiram comportamento verbal durante
aproximadamente 30 segundos a cada trecho do filme.
Parece também relevante apontar que, dentre os participantes expostos ao
procedimento do tipo operante livre, três não emitiram verbalizações ao longo de algum
trecho – o que parece corroborar ainda mais a hipótese de que tela escura tenha exercido
um controle discriminativo mais claro sobre o comportamento verbal dos participantes.
49
De fato, parece possível que os participantes submetidos a um procedimento do
tipo operante livre tenham emitido menos verbalizações que os demais porque durante a
execução do filme muitas outras respostas, tais como “ler a instrução”, “olhar para a
tela” e “contar quantas vezes o Personagem clicava com o mouse”, por exemplo,
tenham competido com a resposta estudada, sendo respostas mais prováveis que
descrever/explicar, pelo menos em determinados momentos dos trechos do filme.
Demonstrou-se que para os participantes do grupo Operante, durante os cinco
segundos iniciais dos trechos, em especial enquanto as instruções eram apresentadas na
tela, poucas verbalizações ocorreram, o que parece corroborar a presente interpretação.
Ainda, muitos dentre os participantes expostos ao procedimento do tipo operante
livre apresentaram o padrão de emitir apenas uma verbalização por trecho do filme,
enquanto outros tenderam a emitir uma primeira verbalização e, em momento
imediatamente posterior, emitir outra relacionada à primeira, como ocorreu com o
participante AO1, por exemplo, que emitiu a seguinte 1ª verbalização no Trecho 1: “Ele
acerta quando ele clica um número de vezes grande no botão vermelho”; e depois, a
verbalização: “Um botão de vezes grande não: um botão de vezes médio. Um número
de vezes médio”. Pode-se inferir que durante o intervalo entre a ocorrência destas duas
verbalizações algum comportamento dentre os mencionados estivesse ocorrendo.
Desta mesma observação decorre uma hipótese relacionada às características do
filme produzido. Uma vez que as mudanças no controle de estímulos tais como a cor
do fundo de tela, o conteúdo das instruções, o fato de o personagem se comportar de
forma coerente/incoerente com as instruções, ou de mudar a taxa de respostas
ocorriam no início de cada trecho do filme, mantendo-se inalteradas em seu decorrer,
parece que justamente os primeiros segundos de cada trecho evocavam as verbalizações
dos participantes, os segundos restantes de cada trecho tendo menor função evocativa
que os iniciais.
Com referência a uma das hipóteses estabelecidas por Leigland (1989), e
também considerada por Golfeto (2005), não se pode dizer que os participantes deste
estudo tenham emitido mais verbalizações contendo termos mentalistas dado que o
comportamento que observavam era emitido por humanos.
De fato, os participantes deste estudo emitiram relativamente menos termos
mentalistas que os participantes de Leigland (1989) e que os participantes de Golfeto
(2005), o que aponta para a conclusão de que observar o comportamento de humanos
50
não é condição suficiente ou necessária para a emissão de termos mentalistas. A
realização de mais estudos é necessária para que se possa esclarecer a função desta
variável na explicação de um comportamento observado.
Ainda que se deva fazer ressalvas quanto à comparação do presente estudo e o
de Simonassi e cols. (1984), é relevante considerar porque termos mentalistas ocorreram
poucas vezes nas verbalizações emitidas por participantes que não tiveram acesso à
história de aquisição da resposta de clicar no presente estudo.
De fato, a emissão de verbalizações com termos mentalistas e a de verbalizações
classificadas como “Infere” foram emitidas em diversos momentos por participantes
específicos, tais como os participantes AO3, SO7, ST11, ST12 e AT4. Este padrão de
verbalizações parece caracterizar, então, um “estilo de explicar” proveniente de extenso
treino fornecido pela comunidade verbal de cada participante.
Neste estudo ficou, sobretudo, evidenciado o enorme potencial da construção de
materiais em vídeo para o estudo em laboratório do comportamento verbal. As
possibilidades são inúmeras, tais como: (a) construir um material em vídeo que
contenha o desempenho de humanos e de infra-humanos em uma tarefa semelhante com
o objetivo de investigar a taxa de emissão de verbalizações contendo termos
mentalistas; (b) construir um material em vídeo que contenha o desempenho de em
Personagem em duas tarefas distintas: a primeira, uma tarefa em que características
descritas por Hineline (1989) estejam presentes, e a segunda uma tarefa em que elas não
estejam; e (c) construir um material em vídeo que contenha Personagens
desempenhando diversas tarefas corriqueiras com o objetivo de identificar estilos de
explicar” nas verbalizações dos participantes.
Ainda, é possível afirmar que estudos sobre condições evocativas do
comportamento verbal poderiam originar novas tecnologias de ensino. Investigar as
condições em que um relato verbal preciso é emitido, ou as condições em que
explicações de comportamentos de determinado estilo são emitidas, é potencialmente
desenvolver o material necessário para que futuros educadores possam ensinar como
relatar e como explicar de determinada maneira.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Baum, W. M. & Heath, J. L. (1992). Behavioral Explanations and intentional
explanations in psychology. American Psychologist, 47, 1312-1317.
Barrelin, E. C. P. (2007). A construção do controle por estímulos condicionais sobre
o comportamento verbalmente controlado. Projeto de dissertação de Mestrado. São
Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
De Rose, J. C. (1997). O relato verbal segundo a perspectiva da análise do
comportamento: Contribuições conceituais e experimentais. Em R. A. Banaco
(Org.) Sobre Comportamento e Cognição, vol. I, 148-163. Santo André: Arbytes.
Golfeto, R. M. (2005). O que controlaria respostas verbais diante de um
comportamento observado. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo.
Golfeto, R. M., & Andery, M. A. P. (2008). Um procedimento para investigar o que
controla respostas verbais diante de um comportamento observado. Acta
Comportamentalia, 16 (1), 89-116.
Hineline, P. N. (1990). The origins of environment-based psychological theory.
Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 53, 305-320.
Leigland, S. (1989). A Functional Analysis of Mentalistic Terms in Human
Observers. The Analysis of Verbal Behavior, 7, 5-18.
Leigland, S. (1996). A Functional Analysis of Psychological Terms: In Defense of a
Research Program. The Analysis of Verbal Behavior, 13, 105-122.
Simonassi, L. E., Pires, M. T. C., Bergholtz, B. M. e Santos, A. C. G. (1984).
Causação do comportamento humano: acesso à história passada como determinante
na explicação do comportamento humano. Psicologia, Ciência e Profissão, 2, 16-
23.
52
Skinner, B. F. (1945). The Operational Analysis of Psychological terms.
Psychological Rewiews, 52, 270-277/ 291-294.
Skinner, B. F. (1963). Behaviorism at Fifty. Science, New Series, Vol. 140, No.
3570, 951-958.
Skinner, B. F. (1989). The origins of cognitive thought. American Psychologist, 44,
13-18.
Skinner, B. F. (1992). Verbal Behavior. Massachusets: Copley Publishing Group.
(publicado originalmente em 1957).
Skinner, B. F. (2006). Sobre o Behaviorismo. São Paulo: Cultrix. (publicado
originalmente em 1974).
Skinner, B. F. (2003). Ciência e Comportamento Humano. São Paulo: Martins
Fontes. (publicado originalmente em 1953).
53
LISTA DE ANEXOS
Anexo 1. Termo de Consentimento livre e esclarecido. i
Anexo 2. Instruções fornecidas ao Personagem. iii
Anexo 3. Listagem de Termos Mentalistas. v
Anexo 4. Conjuntos de critérios para a classificação das verbalizações. vii
Anexo 5. Registro integral das falas dos participantes. x
Anexo 6. Localização relativa das verbalizações de cada participante exposto ao
procedimento do tipo Operante livre. xvi
Anexo 7. Verbalizações emitidas em cada trecho do filme classificadas segundo
os três critérios. xix
Anexo 8. Autoclíticos e Termos Mentalistas emitidos durante cada trecho do
filme. xxiii
54
ANEXO 1
Anexo 1: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.
I - Identificação do participante
Nome: _________________________________________
Documento de identidade: __________________________ Sexo: ( ) M ( ) F
Curso: __________________________________________
Período: ________________________________________
Data de nascimento: ___/___/___
II - Dados sobre a pesquisa científica
Título da pesquisa: “Explicações para o desempenho humano em uma tarefa operante: que
variáveis controlariam a emissão de respostas verbais”
Pesquisador responsável: Paula Ferreira Braga
Documento de identidade: 32.616.020-6
Avaliação do risco da pesquisa: sem risco
III - Explicações do pesquisador sobre a pesquisa
1. Objetivo: Investigar como as pessoas explicam o comportamento.
2. Procedimentos: Será pedido aos participantes que expliquem o comportamento de clicar o
mouse de uma pessoa. Para tanto, um filme, de duração aproximada seis minutos, lhes será
apresentado. Neste filme, uma pessoa realizará uma tarefa de computador, muito
semelhante a um jogo de caça níqueis. As explicações deverão ser ditas em voz alta, diante
de um microfone, e serão gravadas. Terminada a apresentação, os participantes deverão
ainda responder, por escrito, a uma pergunta.
3. Não existem riscos ou desconfortos associados com este projeto, isto é, a probabilidade de
que o indivíduo sofra algum dano como conseqüência imediata ou tardia do estudo. Cada
uma destas explicações deverá ser dita diante de um microfone, que será gravada. Ao
final do filme você deverá, ainda, escrever um pequeno texto respondendo a uma pergunta.
4. Sigilo: Fica garantindo aos sujeitos da pesquisa a confidencialidade, a privacidade e o sigilo
das informações individuais obtidas. Os resultados deste estudo poderão ser publicados em
artigos e/ou livros científicos ou apresentados em congressos profissionais, mas
informações pessoais que possam identificar o indivíduo serão mantidas em sigilo.
IV - Esclarecimentos dados pelo pesquisador sobre garantias ao participante
Ficam garantidas aos participantes da pesquisa:
1. O acesso, a qualquer tempo, a informações sobre procedimentos, riscos e benefícios
relacionados à pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvidas.
2. A salvaguarda da confidencialidade, sigilo e privacidade.
3. O direito de retirar-se da pesquisa no momento em que desejar.
V - Consentimento livre e esclarecido
Eu compreendo os meus direitos como participante de pesquisa. Compreendo sobre o que, como
e porquê este estudo está sendo feito. Receberei uma cópia assinada deste formulário de
consentimento.
São Paulo, ___ de ___________de 2008.
__________________________ _________________________
Assinatura do participante Assinatura do pesquisador
ii
ANEXO 2
iii
Anexo 2: INSTRUÇÕES FORNECIDAS AO PERSONAGEM: Adaptadas de Barrelin
(2007).
Jogo Caça níqueis:
Sua tarefa é conseguir o máximo de dinheiro possível durante a sessão
experimental. Para isso, você deverá apostar. Cada aposta custa R$0,10 e para realizá-
las você terá que clicar com o mouse sobre o botão APOSTAR.
Quando você APOSTAR, as três janelas com figuras começarão a girar,
simultaneamente, durante, 3 segundos. Você deverá apostar a cada tentativa.
Se ao final desse período, figuras iguais aparecerem nas janelas você ganhará
R$ 0,50, que serão acrescidos no seu contador (BANCO).
Se três figuras diferentes aparecerem nas janelas, você terá perdido o valor
apostado. CLIQUES sobre o botão vermelho, enquanto as janelas giram, determinarão
o resultado. Portanto, você deverá clicar sobre o botão vermelho no período em que as
janelas giram.
Algumas vezes, aparecerão dicas na parte superior da tela do computador,
acima das três janelas. A seta indica onde as dicas poderão aparecer na tela do
computador.
Durante todo o jogo, cliques com o mouse sobre qualquer outra área da tela não
terão qualquer efeito. Seu saldo inicial no jogo será de R$ 12,00. A seta indica onde seu
saldo será apresentado.
iv
ANEXO 3
v
Anexo 3: LISTAGEM DE TERMOS COGNITIVOS: Adaptada de Skinner (1989).
Fonte Termos em português
Fazer
Ocorreu-me sair para uma caminhada
Encontrei! (A solução para um problema)
Estou inclinado a fazer algo
Eu tenho uma inclinação a fazer algo
Eu tendo a fazer algo
Intenção
Atitude (probabilidade)
Posição/postura/pose
Estou disposto a ir andar
Eu proponho uma caminhada
Propósito (ação provável)
Sentir
Ver/ouvir/cheirar/ sentir o gosto/ tatear
Perceber
Compreender
Evocar a imagem de...
Interpretar
Imagem
Mudar e permanecer
mudado
Aprender
Desenvolver
Evoluir
Metáfora do armazenamento (regras)
Cópias/ representações
Memorizar
Lembrar
Reconhecer
Querer
Precisar
Desejar/ Pedir
Sentir falta/ saudades
Preocupar-se/ ansiar
Ressentir-se
Esperar
Sentimentos
“Estados da mente”
Estar alerta
Consciência
Expectativas
Pensar
Eu penso que ele está errado (achar)
Eu penso que sei (acho)
Solucionar um problema
Expor
Descobrir
Detectar
Observar
Considerar
Contemplar
Procurar/ explorar
Concentrar
Discernir
Marcar/ distinguir
Definir/ determinar
Comparar
Especular
Cogitar/ fazer conjecturas
Aceitar/ rejeitar
Ponderar/ deliberar/ examinar
Contar/ calcular
Decidir
Concluir
Mente
Isso me vem à mente
Vou ter isso em mente
A idéia me escapou (da mente)
Use sua cabeça/ mente/ cérebro
A mente não possui a noção e infinito
Inteligência
Personalidade
Traços de personalidade/ caráter
vi
ANEXO 4
vii
Anexo 4: CONJUNTOS DE CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DAS
VERBALIZAÇÕES.
Classe Subclasse Definição Expressões identificadoras
Estilo de Descrever
Explica o
comportamento
Refere a resposta de clicar, relacionando-a a
outros eventos
porque, para, quando
Compara os
filmes
Refere o conteúdo dos dois filmes
antes, agora, enquanto, desta vez,
a mesma coisa
Compara
tentativas
Refere o conteúdo de duas ou mais tentativas
antes, agora, enquanto, desta vez,
a mesma coisa
Descreve
Refere a resposta de clicar ou características do
filme sem relacioná-las
Infere
Refere eventos não diretamente observados.
estabelecendo relações entre eles e o
comportamento
eu acho, parece, pode ser
Localização Temporal
Tentativa
presente
Refere como variáveis relevantes eventos
relacionados às tentativas do trecho do filme
tempo verbal, clica, clicando,
Tentativa
presente e
tentativas
anteriores
Refere como variáveis relevantes eventos
relacionados às tentativas do trecho do filme e a
tentativas de trechos anteriores
antes, agora, enquanto, desta vez,
a mesma coisa, tempo verbal
(clicava)
Tentativa
presente e
tentativas do
filme anterior
Refere como variáveis relevantes eventos
relacionados às tentativas do trecho do filme e a
tentativas do filme anterior
antes, agora, enquanto, desta vez,
a mesma coisa, tempo verbal
(clicava)
Controle Predominante
Cor do fundo
de tela
Refere a cor do fundo da tela como relevante azul, verde, laranja, fundo, cor
Instrução
Resposta de clicar é substituída pela instrução instrução, regra, pediu, mandou
Relação
instrução e
resposta
A resposta é atribuída à instrução
seguir, respeitar, obedecer, fazer
de acordo, fazer o contrário
Resposta de
clicar (taxa)
Refere a taxa da resposta de clicar
clicar, apertar, pressionar, cliques,
muito/ pouco, rápido/ devagar,
muitas/ poucas vezes
Conseqüência
Descrição da resposta de clicar é substituída
pela descrição das conseqüências programadas
para a resposta
alteração no "Banco", som de
acerto/ erro, mensagem na tela,
figuras iguais/ diferentes, fim da
tentativa
Relação
resposta e
conseqüência
A resposta de clicar é atribuída às
conseqüências programadas para ela
erra, acerta, ganhou, perdeu, então,
porque, para
Outras
respostas
Refere comportamentos relacionados a outras
respostas que não a de clicar
olhar para o botão, pensar, parecer
ansioso
viii
ANEXO 5
ix
Anexo 5: REGISTRO INTEGRAL DAS FALAS DOS PARTICIPANTES.
AO1
1 Ele acerta quando ele clica um número de vezes grande no botão vermelho. 00:24
2
Um botão de vezes grande não: um botão de vezes médio. Um número de
vezes médio.
00:35
3
Agora ele está seguindo as instruções e está acertando. Clicando um pequeno
número de vezes no botão vermelho, ele acerta a pontuação.
01:25
4
Agora as instruções mudaram e ele precisa apertar no botão vermelho um
grande número de vezes para poder acertar.
02:21
5
Agora ele deveria apertar "poucas vezes" para acertar, mas ele está
pressionado muitas vezes e continua acertando.
03:32
6
A orientação continua sendo a de apertar "poucas vezes", mas ele aperta
muitas vezes e acerta.
04:04
7
Agora a orientação é de apertar "muitas vezes", e ele aperta poucas vezes e
mesmo assim ele acerta.
04:32
8
Agora para ganhar tem que apertar muitas vezes o botão vermelho, mas
mesmo ele apertando poucas ele ganha.
05:06
AO2
1
O jogador aparenta estar dando um “certo” mesmo número de cliques no botão
vermelho e desta forma vai ganhando o prêmio.
00:59
2
O jogador respeita as regras dadas pelo jogo, e desta forma vai ganhando
pontos.
01:20
3 O jogador segue as regras do jogo e desta forma ganha os pontos. 01:54
4
O jogador segue novamente as novas regras dadas, e desta forma vai
recebendo seus pontos... Desta forma.
02:18
5
O jogador segue as regras dadas pelo jogo e desta forma vai recebendo seus
pontos.
02:54
6 O jogador não obedece às regras do jogo e recebe pontos. 03:29
7
O jogador novamente não respeita as regras dadas pelo jogo... E mesmo assim
recebe pontos.
03:57
8 O jogador novamente não respeita as regras do jogo... E ganha pontos. 04:26
9
Aparentemente a cor do fundo da tela é o que condiz com o jogador obedecer
ou não as regras do jogo.
04:40
AO3
1 Eu percebo expressões faciais. 00:25
2
Quando ele começa a jogar, ele segue primeiro a instrução do jogo... Por umas
duas ou três vezes. Quando ele percebe que a instrução do jogo não permite
que ele faça pontos, ele muda esta estratégia.
00:35
3 Ele parece um pouco inquieto. 00:59
4
De acordo com... No decorrer do jogo... Quando o fundo da tela muda... Esta
ordem também... A orientação do jogo é alterada. Porque ora é... O jogo instrui
você a clicar menos vezes e você vai clicando mais vezes e outras horas você
tem que seguir a instrução do jogo. Nem sempre é um lógica. Eu entendi que
não é uma lógica o jogo. Pode ser que haja algum tipo de alteração no decorrer.
01:21
5 O jogador também sempre segue à risca às instruções dadas no jogo. 03:13
6
Ele não fica... Por o ter uma lógica... Por nem sempre as regras do jogo... As
instruções serem exatamente o que vai fazer ele pontuar... Ele não fica
testando. Ele não fez nenhum teste assim. Ele segue a orientação. Se não der
certo ele tenta algo contrário àquilo e permanece aque esta instrução mude.
Ele não faz outras tentativas.
03:23
7
Ele permanece sempre bem... Apesar de demonstrar algumas vezes que está
inquieto, ao mesmo tempo ele está super concentrado no jogo.
05:15
x
AT5
1
Agora deve ser a hora que mandou ele apertar muito... Pouco! E ele tinha que apertar
muito para ganhar. Foi isso que apareceu. Agora vai mudar a regra do jogo para ele
continuar jogando.
2
Agora o jogo esindo de acordo com a regra que falou. E esfazendo de acordo com
o que falou... porque ele foi acertando. E é só isso.
3
Agora também foi de acordo com a regra que ele deu. Era para apertar poucas vezes, e
ele apertava poucas vezes e ganhava. Então ele fez de acordo com o que estava escrito
e ganhou.
4
Continuou sendo a regra do jogo: era o que ele tinha que fazer. E ele não teve que
mudar, e ele continuou ganhando, e então ele continuou clicando bastante.
5
De novo ele continuou fazendo o que estava mandando e ele continuou ganhando, tipo:
não mudou igual no começo, que mudava e ele tinha que apertar várias, perder uma
para poder se adequar ao jogo que ele estava jogando.
6
Agora mudou. Ele tinha que fazer o contrário do que estava mandando. Provavelmente
ele perdeu uma para ver que ele tinha que apertar várias vezes ao invés de poucas
vezes como o jogo falava. E ele continuou ganhando. Perdendo várias vezes ele
conseguiu ganhar.
7
Aconteceu a mesma coisa que da última vez. Ele mandava ele apertar pouco, ele
apertava muito e ganhava. Então... Ele provavelmente também perdeu, para ver que ele
tinha que fazer o contrário e continuou ganhando, continuou acertando.
8
De novo aconteceu o contrário: mandava ele apertar várias vezes e ele apertava poucas
e ganhava. Ele provavelmente deve ter perdido a primeira para saber se era de poucas
ou de muitas, mas depois que ele ganhou a primeira vez... Ele continuou ganhando.
9
Continuou a mesma coisa que a vez passada. Ele tem que fazer o contrário para poder
ganhar.
AT4
1
O participante percebe que quanto mais ele aperta o botão, ele consegue acertar mais
vezes o “triozinho” de frutas.
2
O participante foi instruído a clicar poucas vezes no botão vermelho para acertar
quantidades iguais de frutas. Algumas vezes deu certo, algumas vezes não.
3
O participante recebe novamente a instrução de clicar poucas vezes. Ele clica apenas
uma vez e nenhuma das vezes ele testou clicando mais vezes para ver o que
aconteceria.
4
O participante recebe uma nova instrução para clicar várias vezes o botão vermelho... E
todas às vezes ele segue esta instrução. Nenhuma das vezes ele tenta mudar para ver o
que acontece.
5
O participante também recebe a instrução de clicar várias vezes e ele faz assim como
está escrito para ele. Ele não muda em nada a atitude... Que parece mecânica.
6
Desta vez ele foi instruído a clicar poucas vezes no botão vermelho... Mas ele
permaneceu clicando muitas vezes e continuou acertando todas às vezes.
7
O participante recebeu mais uma vez a instrução de clicar poucas vezes no botão
vermelho, mas continuou pressionando várias vezes, e acertando mesmo assim todas às
vezes. Parece que ele percebeu que independente de quanto ele clica ele acerta.
8
O participante ele recebeu a instrução de clicar várias vezes, mas desta vez ele resolveu
alternar e clicou uma vez apenas a cada rodada. E mesmo assim ele continuou
acertando todas as vezes.
9
Mais uma vez ele recebeu a instrução de clicar várias vezes, mas continuou na posição
de que clicando uma vez ele acertaria. E foi o que aconteceu. Ele acertou todas as
vezes clicando uma vez, mesmo a instrução sendo contrária.
xi
AT6
1 O menino aperta diversas vezes sobre o botão vermelho... Para ganhar.
2 Apenas com um clique no botão vermelho, o menino ganha o jogo.
3
Novamente com um clique sobre o botão vermelho, o rapaz ganha o jogo. Eu acho que
o fundo... A cor do fundo do jogo, diz algo sobe a quantidade de apertos sobre o botão
vermelho.
4
É... O fundo da tela do jogo... A cor... o tem a ver com a quantidade de cliques.
Porque neste exemplo a cor era laranja como na última sessão e ele clicou várias vezes
para ganhar.
5 Novamente ele apertou várias vezes sobre o botão vermelho, porém bem antes...
6
Estas sessões falavam que ao clicar poucas vezes sobre o botão vermelho ganha-se o
jogo... Só que é ao contrário. Apertando várias vezes você ganha.
7
Novamente as instruções para que clique poucas vezes para ganhar o jogo... que ao
contrário. Clicando várias vezes sobre o botão vermelho que ganha o jogo.
8
Novamente as instruções pediam para que clicasse poucas vezes para ganhar o jogo,
que era várias vezes clicando o botão vermelho que se ganhava. Eu acho que ele
percebe que as instruções mudam de acordo com o fundo da cor da tela do jogo.
9
É isso! Sobre o fundo verde ele sempre tem que acatar o oposto do que as instruções
pedem.
SO7
1
Ele não se preocupa com as frutas. Ele se preocupa mais com o valor do
dinheiro que ele está ganhando.
03:53
2 Quanto mais ele aperta, mais ele acha que o valor vai subir. 04:13
SO7
1 Primeiro ele está preocupado com acertar as seqüências de frutas. 00:36
2
Ele passa a apertar o botão vermelho para ganhar dinheiro, sem se importar
com as frutas e a ordem em que elas aparecem.
00:53
3
Ele obedece aos comandos da máquina, mas mesmo assim ele se importa
com o valor.
01:25
4
Quando o comando é "apertar poucas vezes o botão do mouse", ele passa a
perceber as frutas e mesmo assim não leva a ordem em consideração.
01:50
5
Quando o comando é de "apertar várias vezes o botão do mouse", ele se
importa em pressionar o máximo de vezes por minuto sem que a seqüência
esteja correta.
02:28
6 Ele fica sob comando do computador. 03:05
7
Como ele percebe que a técnica que ele está utilizando está sendo eficiente, ele
continua, sem perceber, sem é... Sem nominar uma lógica para o seguinte.
03:19
8
Ele não percebeu que o comando mudou e continua apertando milhares de
vezes o botão.
04:05
9
Ele está mais interessado no valor do dinheiro do que no comando que o
computador está dando e na seqüência de frutas.
04:20
10
Ele percebe que independentemente da velocidade e do jeito que ele apertar, o
valor do dinheiro vai subir.
04:52
11
Mesmo ele revertendo a ordem que o computador para ele, ele continua
acertando.
05:20
SO8
1
Ele tinha que pressionar três vezes o botão seguidamente... Para dar as três
frutas iguais e ganhar.
01:11
2 Com a tela laranja ele clica só uma vez. 01:39
3 É. Ele só clica uma vez. 01:54
4
Agora ele clica várias vezes para dar igual a seqüência das frutas. Muito mais
que na primeira e na segunda vez.
02:22
5 Nossa! Agora ele clica muuuuitas vezes. Um, dois, três, quatro... Doze vezes 02:56
xii
quase. Seguidas.
6 Ele continua clicando muito. 03:31
7 É. Clicando como antes. Doze vezes seguidas no botão vermelho. 03:49
8 Doze vezes. 04:12
9
Agora ele clicou uma vez. E ele tem que clicar poucas vezes para ganhar,
para acertar. Uma vez só.
04:30
10
Agora ele clica muitas vezes só que bem menos que antes. Ah não... Ele clicou
só uma vez.
05:04
11 É. Só uma vez. 05:22
SO9
1 Ele clica seguidamente e consegue ganhar o bônus desejado no jogo. 00:20
2 Ele clica mais de seis vezes o botão. 00:43
3 Clica somente uma vez o botão para conseguir o bônus desejado. 01:29
4
A tela diz que para ganhar precisa apertar poucas vezes o botão... Ele aperta
muitas vezes e continua vencendo.
03:30
5
Agora a frase diz que é para apertar várias vezes o botão e ele aperta somente
uma vez.
04:35
ST10
1
Eu percebi que ele aperta... Quando deu a seqüência de frutas vermelhas. Ele apertou
o botão três vezes. Quando deu a seqüência de frutas amarelas, ele apertou o botão
vermelho quatro vezes e ele ganhou nestas duas vezes. Foi quando tem os finais.
2
Ele fez mais ou menos a mesma coisa (risos). Ele apertou o botão... Teve um
momento que ele apertou duas vezes. Teve um momento que ele apertou uma vez... E
ele ganhou todas as vezes.
3
Ele apertou uma vez (risos). Ele clicou uma vez por jogo no botão vermelho... E
ganhou todas as vezes.
4
Ele fez o que foi pedido. Ele apertou o botão muitas vezes para ganhar o jogo. E ele
ganhou todas as vezes em que ele apostou.
5 Foi a mesma coisa. Ele teve que apertar muitas vezes o botão vermelho para ganhar.
6
Apareceu em baixo uma instrução que estava dizendo para apertar poucas vezes o
botão para ganhar o jogo... E ele apertou muitas vezes... E mesmo assim ele
continuou ganhando.
7
Tava dizendo a mesma coisa. Tava dizendo para apertar poucas vezes o botão
vermelho para ganhar... Mas ele apertou muitas vezes... E ganhou. Ou seja... É...
Enfim. Para ganhar você precisa nas duas primeiras vezes seguir o que o jogo manda
que é para apertar poucas vezes, nas das segundas, nas duas seguintes também...
você fazer o que o jogo manda e apertar muitas vezes. E nas duas que vem depois...
apertar... É... Você tem que ir contra o que o jogo manda.
8
Estava escrito na instrução para apertar muitas vezes o botão vermelho para ganhar...
E ele apertou uma vez... Ou foram duas... Poucas vezes... Enfim... E ele ganhou.
Mesmo assim! Ele não seguiu a regra e ganhou. (Suspiro).
9
Era para apertar muitas vezes o botão vermelho... E novamente ele apertou poucas
vezes ou uma vez... E... Ganhou da mesma maneira. Mais uma vez, como eu disse,
ele não seguiu a regra nos dois últimos, nos quatro últimos vídeos... E ganhou... E...
Nas primeiras regras... Nas quatro primeiras vezes ele seguiu as regras e ganhou.
(Pausa) Bom. Como eu já disse o jogo funciona é... aperta... bom... ele dá oito
vídeos... E nos quatro primeiros vídeos ele deu instruções, que o participante seguiu, e
ganhou o jogo, e nos quatro últimos vídeos ele deu instruções e o paciente não seguiu
estas instruções e... Ele fez o contrário do que a instrução mandava e ele ganhou o
jogo da mesma maneira. (Suspiro)
xiii
ST11
1
Ele tenta apertar o botão aleatoriamente depois de apostar para tentar acertar quais
são as três frutas, mas ele não nem um tempo... Que parece que ele está jogando
por jogar. Para tentar acertar sem pensar em nada... Como pode acertar o jogo. Ele
clica aleatoriamente no botão para parar a qualquer momento.
2
Agora pede para ele apertar uma vez só o botão. Ele aperta no apostar e aperta no
botão para parar o jogo... Mas o jogo continua! Daí... Ele fica olhando para a câmera
meio assim... Parece que ele não está entendendo direito... Porque ele aperta o apostar
e aperta o vermelho para parar o jogo. É esta a sensação que dá. Mas eu acho que ele
não espera que pare.
3
O jogo continua no mesmo esquema de apertar poucas vezes o botão vermelho. Ele
aperta uma vez e meio que espera o jogo falar que ele ganhou. Não tem nenhum...
Ele parece não ter nenhuma vontade de ganhar ou de acertar o que o jogo está
pedindo. Ele aperta o apostar e aperta o de baixo para parar... o que necessariamente
não significa que vá parar o jogo pelo que eu vejo no vídeo.
4
Agora o jogo pediu para ele apertar várias vezes o botãozinho, o qual ele tinha apertado
até dar o sentido de que ele está ganhando. Para mim... E acredito que ele não está
entendendo como o jogo funciona. fica apertando várias vezes porque ele pediu.
Porque o jogo pediu. Mas isso não necessariamente está vinculado ao que o jogo
pediu, ou seja, cada vez que ele aperta várias vezes... o jogo pediu para apertar várias
vezes... Mas ele não sabe que isso necessariamente pára o botão.
5
Outra coisa que para perceber é que foi o mesmo esquema. Ele tinha que apertar
várias vezes. Ele aperta até dar o “parabéns” por ele jogar. É que as frutas que
geralmente ele ganha não aparecem muito quando ele põe apostar. Então né... Ele
ganha cada vez mais dinheiro, mas... isso não dá para perceber muito bem.
6
Apesar de o jogo pedir para ele apertar poucas vezes o botão... Mudou a seqüência...
Mudou a cor de trás... Ele continua apertando muitas vezes até dar o “parabéns” que
ele tinha ganhado pelas frutas. Pela seqüência de frutas. O que ele pedia - o jogo, era
para ele apertar poucas vezes para conseguir ganhar, mas ele continua apertando
várias vezes... porque ele sentiu que tinha ganhado antes. É isso que eu entendi.
7
Ele continua na mesma seqüência. Ele fica olhando para o botão que ele tem que
apertar para parar... O botão vermelho abaixo do botão apostar. Ele fica clicando várias
vezes até dar o sentido do que ele ganhou. Então ele acredita que é isso que es
fazendo o jogo parar... com que ele ganhe. Mas na verdade o que mostra para mim é
que o jogo continua apesar de ele clicar no botão.
8
Ele fez ao contrário do que o jogo está pedindo. Como da outra vez, ele pediu para
apertar poucas vezes e ele ficou apertando muitas... Até ganhar. Desta vez ele pediu
para apertar várias e ele apertou uma vez. Ele apertava o apostar e apertava uma
vez em baixo para conseguir parar o jogo, mas o jogo continuava no mesmo... número
de vezes. E ele ganhava!
9
O que acontece é que ele continua fazendo isso de apostar e dar o... E apertar o
vermelho depois. Mesmo pedindo para apertar várias vezes, ele aperta uma só vez e o
jogo continua "numa boa"... Assim. Parece que ele mexeu no botão.
ST12
1
Bom... A cada vez que ele apertava cinco vezes o botão vermelho... Que sempre
depois dava todas as figuras iguais. Sempre apertava cinco vezes o botão vermelho
para dar todas as figuras iguais.
2
Bom... Como foi determinado para ele apertar poucas vezes o botão, e ele optou por
apertar apenas uma vez. Deu certo. E ele continuou o jogo até o final apertando uma
vez só, dando todas as figuras iguais.
3
Bom ele continuou da mesma forma, como o jogo também pedia poucas vezes para
apertar o botão vermelho, então ele continuou da mesma forma que a anterior, que era
apertar apenas uma vez... E deu certo.
xiv
4
Bom... Como foi pedido para apertar várias vezes o botão, ele apertou o quanto que ele
pode ao final do... Do jogo parar. Ele apertou o máximo possível... De quantidade...
Que ele conseguia, até o final do jogo. Até ele voltar.
5
Foi o mesmo procedimento. Ele apertou várias vezes o botão até o jogo voltar. O
número de vezes que ele conseguia apertar.
6
Eu acho que ele continuou ganhando várias vezes. Ele continuou apertando o botão
várias vezes, do mesmo jeito... Para ver se a regra valia. Acho que é isso.
7
Ele continuou da mesma forma apertando várias vezes o botão. E ele viu que dava
certo. Acho que não devia ter uma regra.
8
Bom agora quando pediu para apertar poucas vezes... Ele apertou várias vezes e viu
que também deu certo... Então acho que não existia uma regra. Quantas vezes ele
apertasse o botão ele ia ganhar o jogo.
9
Bom... Da mesma forma que ele continuou o jogo... Não importa quantas vezes ele
apertasse o botão ia dar o resultado preciso para ele.
xv
ANEXO 6
xvi
Anexo 6: LOCALIZAÇÃO RELATIVA DAS VERBALIZAÇÕES DE CADA
PARTICIPANTE EXPOSTO AO PROCEDIMENTO DO TIPO OPERANTE LIVRE.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55
Tentativas
Taxa de Respostas
Um botão de
vezes grande não:
um botão de vezes
médio. Um número
de vezes médio.
Agora ele está seguindo as
instruções e está acertando.
Ele acerta quando
ele clica um número
de vezes grande no
botão vermelho.
Agora as instruções mudaram e ele
precisa apertar no botão vermelho
um grande número de vezes para
poder acertar.
Agora ele deveria apertar "poucas
vezes" para acertar, mas ele está
pressionado muitas vezes e
continua acertando.
A orientação continua sendo
a de apertar "poucas vezes",
mas ele aperta muitas vezes
e acerta.
Agora a orientação é de
apertar "muitas vezes", e
ele aperta poucas vezes
e mesmo assim ele
acerta.
Agora para ganhar
tem que apertar
muitas vezes o botão
vermelho, mas
mesmo ele apertando
poucas ele ganha.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55
Tentativas
Taxa de Respostas
O jogador aparenta estar dando
um “certo” mesmo número de
cliques no botão vermelho e desta
forma vai ganhando o prêmio.
O jogador respeita
as regras dadas
pelo jogo, e desta
forma vai ganhando
pontos.
O jogador segue
as regras do jogo
e desta forma
ganha os pontos.
O jogador segue novamente as novas
regras dadas, e desta forma vai recebendo
seus pontos... Desta forma.
O jogador segue as regras
dadas pelo jogo e desta
forma vai recebendo seus
O jogador não obedece
às regras do jogo e
recebe pontos.
O jogador novamente não respeita as
regras dadas pelo jogo... E mesmo
assim recebe pontos.
O jogador
novamente não
respeita as regras
do jogo... E ganha
pontos.
Aparentemente a
cor do fundo da tela
é o que condiz com
o jogador obedecer
ou não as regras
do jogo.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55
Tentativas
Taxa de Respostas
Eu percebo
expressões
faciais.
Quando ele começa a jogar, ele
segue primeiro a instrução do jogo...
Por umas duas ou três vezes.
Ele parece um
pouco inquieto.
O jogador também
sempre segue à risca às
instruções dadas no jogo.
Ele não fez nenhum teste assim.
Ele segue a orientação.
Apesar de demonstrar
algumas vezes que está
inquieto...
Quando ele percebe que
a instrução do jogo o
permite que ele faça
pontos, ele muda esta
estratégia.
Nem sempre é um lógica. Eu entendi que não
é uma lógica o jogo.
Pode ser que haja
algum tipo de
alteração no decorrer.
Ele não fica... Por não ter uma lógica...
Por nem sempre as regras do jogo... As
instruções serem exatamente o que vai
fazer ele pontuar... Ele não fica testando.
Se não der certo ele tenta algo
contrário àquilo e permanece
até que esta instrução mude.
Ele não faz
outras tentativas.
Ele permanece
sempre bem...
...ao mesmo
tempo ele está
super concentrado
no jogo.
De acordo com... No decorrer
do jogo... Quando o fundo da
tela muda... Esta ordem
também... A orientação do
jogo é alterada.
Porque ora é... O jogo instrui você a
clicar menos vezes e você vai
clicando mais vezes e outras horas
você tem que seguir a instrução do
jogo.
AO1
AO2
AO3
xvii
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55
Tentativas
Taxa de Respostas
Ele não se
preocupa com
as frutas.
Ele se preocupa
mais com o valor do
dinheiro que ele está
ganhando.
Quanto mais ele
aperta, mais ele
acha que o valor
vai subir.
Primeiro ele está
preocupado com
acertar as
seqüências de frutas.
Ele passa a
apertar o botão
vermelho só para
ganhar dinheiro,
sem se importar
com as frutas e
a ordem em que
elas aparecem.
Ele obedece aos comandos da
máquina, mas mesmo assim ele
se importa com o valor.
Quando o comando é "apertar poucas vezes o
botão do mouse", ele passa a perceber as frutas e
mesmo assim não leva a ordem em considerão.
Quando o comando é de "apertar várias vezes
o botão do mouse", ele só se importa em
pressionar o máximo de vezes por minuto
sem que a seqüência esteja correta.
Ele fica sob comando
do computador.
Como ele percebe
que a técnica que ele
está utilizando está
sendo eficiente, ele
continua, sem
Ele não percebeu que o comando
mudou e continua apertando
milhares de vezes o botão.
Ele está mais
interessado no
valor do dinheiro
do que no
Ele percebe que independentemente
da velocidade e do jeito que ele
apertar, o valor do dinheiro vai subir.
Mesmo ele
revertendo a ordem
que o computador
dá para ele, ele
continua acertando.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55
Tentativas
Taxa de Respostas
Ele tinha que pressionar três vezes
o botão seguidamente... Para dar
as três frutas iguais e ganhar.
Com a tela laranja ele
clica só uma vez.
É. Ele só clica
uma vez.
Agora ele clica várias vezes para dar igual
a seqüência das frutas. Muito mais que na
primeira e na segunda vez.
Nossa! Agora ele clica muuuuitas
vezes. Um, dois, três, quatro...
Doze vezes quase. Seguidas.
Ele continua
clicando muito.
É. Clicando como antes.
Doze vezes seguidas no
botão vermelho. Doze vezes.
Agora ele só
clicou uma vez.
E ele tem que clicar
poucas vezes para ganhar,
para acertar. Uma vez só.
Agora ele clica muitas
vezes só que bem menos
que antes. Ah não...
Ah não... Ele clicou só
uma vez. É. Só uma vez.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55
Tentativas
Taxa de Respostas
Ele clica seguidamente e
consegue ganhar o bônus
desejado no jogo.
Ele clica mais de
seis vezes o botão.
A tela diz que para ganhar precisa
apertar poucas vezes o botão...
Agora a frase diz que é para
apertar várias vezes o botão...
Clica somente uma vez o botão
para conseguir o bônus desejado.
Ele aperta muitas vezes
e continua vencendo.
E ele aperta somente uma vez.
SO7
SO8
SO9
xviii
ANEXO 7
xix
Anexo 7: VERBALIZAÇÕES EMITIDAS EM CADA TRECHO DO FILME
CLASSIFICADAS SEGUNDO OS TRÊS CRITÉRIOS.
TELA
TX REF
INST
AO1
AO2
AO3
AT4
AT5
AT6
SO7
SO8
SO9
ST10
ST11
ST12
ESTILO DE DESCREVER
AZUL
MÉDIA
SEM
1
RC
RC
O
RC
TX
RC
O
RC
RC
TX
RC
TX
IR
I
C
TX
RC
IR
RC
TX
O
TE
LARANJA
BAIXA
COER
2
IR
IR
IR
IR
IR
RC
O
RC
RC
RC
IR
IR
IR
C
I
RC
O
RC
IR
TX
O
COER
3
IR
IR
IR
IR
RC
C
TE
RC
IR
IR
TX
TE
TX
RC
IR
RC
RC
ALTA
COER
4
I
IR
IR
IR
TE
IR
IR
IR
IR
IR
TX
C
IR
IR
IR
RC
COER
5
IR
IR
IR
IR
TX
IR
TX
IR
IR
RC
TX
C
I
IR
RC
C
O
VERDE
ALTA
INC
6
IR
IR
TX
IR
IR
I
IR
TX
RC
I
IR
C
IR
IR
IR
IR
TE
IR
IR
C
IR
TX
IR
C
INC
7
IR
IR
IR
IR
IR
IR
TX
I
TX
RC
RC
IR
C
I
O
I
C
IR
IR
RC
IR
TX
C
BAIXA
INC
8
IR
IR
O
IR
IR
IR
C
TX
I
IR
IR
IR
TE
O
IR
TE
RC
IR
IR
IR
IR
O
C
IR
IR
IR
INC
9
IR
IR
IR
TE
IR
I
TX
IR
TX
RC
C
IR
TX
IR
IR
RC
IR
TX
IR
xx
TELA
TX REF
INST
AO1
AO2
AO3
AT4
AT5
AT6
SO7
SO8
SO9
ST10
ST11
ST12
LOCALIZAÇÃO TEMPORAL
AZUL
MÉDIA
SEM
1
T
T
T
PP
F
T
T
T
P
T
T
T
F
F
T
T
T
F
PP
T
T
F
LARANJA
BAIXA
COER
2
PP
T
F
F
PP
T
PP
T
T
PP
PP
T
F
F
T
T
T
PP
F
T
PP
T
COER
3
T
T
T
PP
PP
PP
T
T
PP
PP
F
F
T
T
T
T
PP
ALTA
COER
4
PP
PP
T
PP
F
T
T
T
PP
T
F
F
T
T
PP
PP
COER
5
PP
T
T
T
PP
PP
PP
PP
PP
PP
PP
F
F
T
T
PP
PP
T
VERDE
ALTA
INC
6
PP
T
F
PP
PP
PP
PP
PP
PP
T
T
PP
F
T
PP
PP
PP
PP
F
F
PP
F
PP
PP
INC
7
PP
PP
PP
PP
PP
T
PP
PP
PP
PP
T
T
PP
T
T
PP
F
PP
PP
T
PP
PP
PP
BAIXA
INC
8
PP
PP
F
PP
PP
PP
T
PP
PP
T
T
PP
F
F
T
F
T
PP
PP
PP
PP
F
F
PP
PP
PP
INC
9
PP
PP
PP
F
PP
T
T
PP
PP
PP
T
T
PP
PP
PP
PP
PP
T
PP
xxi
TELA
TX REF
INST
AO1
AO2
AO3
AT4
AT5
AT6
SO7
SO8
SO9
ST10
ST11
ST12
CONTROLE PREDOMINANTE
AZUL
MÉDIA
SEM
1
D
D
I
E
CF
E
D
D
E
I
D
D
D
CF
D
D
I
CF
E
I
I
CF
LARANJA
BAIXA
COER
2
D
E
CF
CF
D
D
I
E
E
CT
CT
E
CF
CF
D
D
I
CT
I
I
I
COER
3
E
E
D
D
D
I
D
D
CT
CT
CF
E
D
D
I
D
CT
ALTA
COER
4
E
E
D
CT
E
I
CT
D
CT
E
CF
CF
I
E
CT
I
COER
5
D
E
CT
D
D
CT
D
D
CT
CT
CT
CF
CF
D
D
D
D
I
VERDE
ALTA
INC
6
D
D
CF
CT
CT
D
D
CT
D
D
CT
D
CF
D
D
CT
CT
I
CF
E
CT
CF
CT
CT
INC
7
D
D
D
CT
D
D
CT
CT
CT
CT
E
D
E
D
I
I
E
I
CT
D
CT
CT
D
BAIXA
INC
8
D
D
I
CT
CT
D
I
D
D
D
D
CT
E
I
D
I
E
E
CT
CT
I
I
E
CT
I
CT
INC
9
D
D
CT
E
D
CT
D
CT
CT
CT
D
D
D
CT
CT
I
CT
D
CT
CT
xxii
ANEXO 8
xxiii
Anexo 8: AUTOCLÍTICOS E TERMOS COGNITIVOS EMITIDOS DURANTE CADA
TRECHO DO FILME.
AUTOCLÍTICOS # TERMOS COGNITIVOS # TRECHO
AO1
"quando"/ "não" 2
1
"agora"/ "e" 2
2
3
"agora"/ "e"/ "para" 3
4
5
"agora"/ "mas"/"e" 3
6
"continua sendo"/ "mas"/ "e" 3
7
"agora"/ "e"/ "mesmo assim" 3
8
"agora"/ "mas"/ "para" 3
9
total
19
0
AO2
"aparenta"/ "e"/"desta forma" 3 "aparenta" 1
1
"e"/"desta forma" 2
2
"e"/"desta forma" 2
3
"novamente"/ "e"/ "desta forma"/ "desta
forma"
4
4
"e"/ "desta forma" 2
5
"não"/ "e" 2
6
"não/ "e"/ "mesmo assim" 3
7
"novamente"/ "não"/
"e"/"aparentemente"/ "não"
5
8
9
total
23
1
AO3
"quando"/"quando"/ "não"/ "parece"/ "um
pouco"/ "de acordo com"/ "quando"/
"também"
9
"percebo"/"percebe"/"parece"/
"inquieto"
4
1
"ora"/ "e"/ "e"/ "outras"/"nem"/
"não"/"pode ser"
7 "entendi" 1
2
3
4
"também"/ "sempre" 2
5
"não"/ "não"/ "nem"/ "não"/"não"/
"nenhum"/ "assim"/"se"/ "não"/
"até"/"não"/ "outras"
12
"ter uma lógica" 1
6
7
"sempre"/"apesar" 2
"permanece bem"/"demonstrar"/
"inquieto"/"concentrado"
4
8
"ao mesmo tempo" 1
9
total
33
10
xxiv
AUTOCLÍTICOS # TERMOS COGNITIVOS # TRECHO
AT4
"quanto mais" 1 "percebe" 1
1
"para"/ "algumas vezes"/ "algumas
vezes"/ "não"
4
2
"novamente"/"apenas"/ "e"/"nenhuma"/
"para"
5 "ver" 1
3
"nova"/ "para"/ "E"/"todas"/"nenhuma"/
"para"
6 "ver" 1
4
"também"/ "e"/ "assim"/"não"/ "que" 5
"muda a atitude"/ "parece
mecânica"
2
5
"desta vez"/ "mas"/ "e"/ "continuou"/
"todas"
5
6
"mais uma vez"/ "mas"/ "continuou"/
"mesmo assim"/ "todas"/"parece"
6 "percebeu" 1
7
"mas"/ "e"/ "apenas"/ "mesmo assim"/
"continuou"/ "todas"
7 "resolveu alternar" 1
8
"mais uma vez"/ "mas"/
"continuou"/"mesmo"
4 "posição" 1
9
total
43
8
AT5
"agora"/ "deve ser"/"agora"/ "continuar"/
"para"
5
1
"agora"/"porque"/ 'só" 3
2
"agora"/ "também"/ "então"/ "e" 4
3
"continuou"/"não"/ "que"/ "continuou"/
"então"/ "continuou"
6
4
"De novo"/ "continuou"/ "e"/
"continuou"/"não"/ "no começo"/ "que"
7
5
"agora"/"que"/"provavelmente"/ ao
invés"/ "E aí"
5 "ver" 1
6
"a mesma coisa"/ última vez"/"então"/
"e"/ "continuou"/ "continuou"
6
7
"de novo"/"e"/"provavelmente"/ "se"/
"mas"/ "continuou"
6
8
"continuou"/ "mesma coisa"/ "que"/ "vez
passada"/"para"
5
9
total
47
1
AT6
"para" 1
1
"apenas" 1
2
"novamente"/"sobre" 2 "acho" 1
3
"porque"/ "como"/ "última"/ "e"/ "para" 5
4
"novamente"/ "porém"/ "antes" 3
5
"estas"/"Só que" 2
6
"novamente"/ "para"/ "só que"/ "que" 4
7
"novamente"/ "para"/ "só que"/ "que"/"de
acordo"
5 "acho"/ "percebe" 2
8
"sempre" 1
9
total
24
3
xxv
AUTOCLÍTICOS # TERMOS COGNITIVOS # TRECHO
SO7
"não"/"mais"/"quando"/ "mais" 4 "se preocupa"/"se preocupa"/"acha" 3
1
"preocupado" 1
2
"se importar" 1
3
"mas"/ "mesmo assim" 2 "obedece"/ "se importa" 2
4
"quando"/ "mesmo assim" 2 "perceber" 1
5
"quando"/ "o máximo"/ "sem que" 3 "comando"/ "se importa" 2
6
"como"/ "continua"/ "o seguinte"/"não"/
"mudou"/ "continua"
6
"sob comando"/"percebe"/ "sem
perceber"/ "sem nominar uma
lógica"/"não percebeu"
5
7
"mais/do que"/"independentemente" 3 "interessado"/"percebe" 2
8
"revertendo"/ "continua" 2
9
total
22
17
SO8
1
"para"/ "e" 2
2
3
"agora"/ "para"/ "muito mais que" 3
4
"nossa"/ "agora" 2
5
"continua" 1
6
"como antes" 1
7
"agora"/"para"/ "para" 3
8
"agora"/ "só que"/ "bem menos"/
"antes"/"não"
5
9
total
17
0
SO9
"e"/"mais de" 2 "desejado" 1
1
"somente"/ "para"/"para" 3 "conseguir" 1
2
3
4
5
"e"/ continua" 2
6
7
agora/ "para" 2
8
"e" 1
9
total
10
2
SO10
"quando"/ "quando"/ "e"/ "quando" 4 "percebi" 1
1
"mesma coisa"/"um momento"/ "um
momento"/ "todas"
4
2
"uma vez só"/ "uma vez por jogo"/ "todas
as vezes"
3
3
"para"/ "e"/ "todas" 3
4
"a mesma coisa"/"teve que"/ "para" 3
5
"para"/"e"/ "e"/ "mesmo assim" 4
6
"a mesma coisa"/"para"/"mas"/ "e"/ "ou
seja"/ "enfim"/"para"/ "também"/ "tem
que"
9
7
"para"/"e"/ "mesmo assim"/ "não" 4
8
"novamente"/ "da mesma
maneira"/"mais uma vez"/ "como eu
disse"/ "não"/ "e"/"e"/"como eu já disse"/
"quatro primeiros"/ "e"/"quatro últimos"/
"não"/ "o contrário"/ "e"/ "mesma
maneira"
15
9
total
49
1
xxvi
AUTOCLÍTICOS # TERMOS COGNITIVOS # TRECHO
SO11
"depois"/ "para"/ "nem"/"para"/"para" 5
"aleatoriamente"/"jogando por
jogar"/ "sem pensar em
nada"/"aleatoriamente"
4
1
"agora"/ "para"/"não"/"para"/"eu acho"/
"não"/"continua"/ "mesmo"
9
"olhando"/
"entendendo"/"sensação"/"eu
acho"/ "espera"
5
2
"não"/ "nenhum"/ "não"/
"nenhuma"/"para"/"necessariamente"/
"não"
7
"espera"/"vontade"/"não significa"/
"eu vejo"
4
3
"agora"/"eu acredito"/"porque"/
"porque"/"mas"/ "necessariamente"/ "ou
seja"/"mas"/ "não"/ "necessariamente"
10
"para mim"/ "eu acredito"/
"entendendo"
3
4
"outra"/ "o mesmo"/"tinha
que"/"geralmente"/"então"/ "mais"/"mas"
7 "perceber"/"perceber" 2
5
"apesar"/ "para"/"mudou"/
"mudou"/"continua"/"mas"/
"continua"/"porque"
8 "sentiu"/ "entendi" 2
6
"continua"/ "mesma"/"tem
que"/"então"/"mas"
5
"olhando"/ "entendendo"/"dar o
sentido"/"acredita"/"verdade"
5
7
"contrário"/"desta vez"/ "e"/"como da
outra vez"/"mas"/ "continuava"
6
8
"continua"/"mesmo"/ "continua"/"assim" 4 "numa boa" 1
9
total
61
26
SO12
"cada vez"/ "sempre"/ "sempre"/ "para" 4
1
"como"/"continuou" 2 "optou" 1
2
"continuou"/ "mesma forma"/
"continuou"/ "mesma forma"
4
3
"máximo possível" 1
4
"o mesmo" 1
"o número de vezes que ele
conseguia"
1
5
"eu acho"/ "continuou"/"continuou"/
"mesmo"/ "para"/ "acho"
6 "eu acho"/"acho" 2
6
"continuou"/ "mesma forma"/"acho que"/
"não"
4 "ele viu"/"acho" 2
7
"agora"/"acho que"/ "não" 3 "viu"/"acho que" 2
8
"da mesma forma"/ "continuou"/"não" 3 "importa" 1
9
total
27
10
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo