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...Comparamos a escola no Ceará ao Rio Jaguaribe, que outrora foi um rio
seco e era o maior rio seco do mundo. (...), pois bem: comparando o rio
Jaguaribe com essa escola que tanto queremos, estamos trabalhando p-ara
que seja ponto de partida do processo educativo, e não ponto de chegada,
apenas, de decisões que nunca chegam lá, e constato isso, pessoalmente,
depois de um ano e meio na Secretaria de Educação, que as decisões se
diluem na caminhada e não chegam à ponta. Temos que fazer a ponte de
safena para que chegue, imediatamente lá na ponta, na escola, então esse
rio para que seja perene, para que possa abastecer sua cidade,
plenamente, permanentemente tem três afluentes: o principal deles,
evidentemente, é aquele que dá rumo ao rio, o afluente pedagógico. Numa
escola que se preza,se nela a criança não aprende, não é escola que ela
freqüenta é outra coisa com o nome de escola. Então temos exatamente:
escola é onde a criança aprende,onde há condições de aprendizagem, onde
há interação de aprendizagem(...).O segundo O segundo afluente
importante é necessário, é o administrativo-financeiro sem ele, o
pedagógico fenece e precisa fazer autonomia administrativa e financeira lá
na ponta, lá na escola. O terceiro afluente não é uma ordem de valor, mas é
fundamental – é o afluente da participação. Quero deixar claro, ele é um
afluente, mas ele abastece o rio; portanto ele é o rio também. Não é um
adjetivo, ele é substantivo; volto a dizer; a participação não é apenas uma
estratégia, ela é um fim da educação, particular e um fim da educação
(Simpósio Regional de Administrações da Educação do Nordeste, 1996).
O TODOS PELA EDUCAÇÃO exigia vontade, determinação política e
compromisso dos governantes e de toda a sociedade civil num esforço convergente
pela garantia da educação de qualidade. A educação pública assim resultaria de um
esforço solidário de todas as instâncias do Poder público e de outras forças e atores
que a elas se associassem. Nesta vertente, o regime de colaboração assumiu um
sentido amplo, envolvendo a parceria entre União, Estado e município, a
participação decisiva de órgãos de ciência e tecnologia, das universidades, dos
meios de comunicação social e de outras instituições que pudessem colaborar no
projeto educativo do estado.
É necessário frisar que por esta prioridade, se conclamava a sociedade
cearense a tomar consciência de que só era possível uma educação de qualidade
para todos através da efetiva participação de todos. Emergiu assim, a necessidade
de uma mobilização participativa de toda a sociedade cearense pela educação, uma
mobilização que gerava uma ampla aliança, explicitando os diferentes papéis dos