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FENOLOGIA REPRODUTIVA PÓS-QUEIMA E
DISPERSÃO DE SEMENTES POR MORCEGOS EM
CAMPO SUJO DE CERRADO NO PLANALTO RESIDUAL
DO URUCUM, MATO GROSSO DO SUL, BRASIL
DANILO RAFAEL MESQUITA NEVES
Orientador: Prof. Dr. Geraldo Alves Damasceno Júnior
Campo Grande, março de 2009
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D.R.M., Neves (2009) Fenologias-queima e dispersão de sementes por morcegos...
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FENOLOGIA REPRODUTIVA PÓS-QUEIMA E
DISPERSÃO DE SEMENTES POR MORCEGOS EM
CAMPO SUJO DE CERRADO NO PLANALTO RESIDUAL
DO URUCUM, MATO GROSSO DO SUL, BRASIL
DANILO RAFAEL MESQUITA NEVES
Dissertação apresentada como um
dos requisitos para obtenção do
grau de Mestre em Biologia Vegetal
junto ao Departamento de Biologia
do Centro de Ciências Biológicas e
da Saúde.
Orientador: Prof. Dr. Geraldo Alves
Damasceno Júnior
Co-orientador: Prof. Dr. Erich
Arnold Fischer
Campo Grande
Março/2009
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
________________________________________________________________________
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA VEGETAL
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Teatro Dos Vampiros
Legião Urbana
Composição: Renato Russo
Sempre precisei
De um pouco de atenção
Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto...
E nesses dias tão estranhos
Fica a poeira
Se escondendo pelos cantos
Esse é o nosso mundo
O que é demais
Nunca é o bastante
E a primeira vez
É sempre a última chance
Ninguém vê onde chegamos
Os assassinos estão livres
Nós não estamos...
Vamos sair!
Mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos
Estão procurando emprego...
Voltamos a viver
Como há dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas...
Vamos lá, tudo bem!
Eu só quero me divertir
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
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Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir...
Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E esperamos que um dia
Nossas vidas
Possam se encontrar...
Quando me vi
Tendo de viver
Comigo apenas
E com o mundo
Você me veio
Como um sonho bom
E me assustei
Não sou perfeito...
Eu não esqueço
A riqueza que nós temos
Ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo
Eu, homem feito
Tive medo
E não consegui dormir...
Vamos sair!
Mas estamos sem dinheiro
Os meus amigos todos
Estão, procurando emprego...
Voltamos a viver
Como a dez anos atrás
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
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E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas...
Vamos lá, tudo bem
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir...
Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E mesmo assim
Não tenho pena de ninguém...
Faço duas dedicações desta dissertação à pessoas que sabem do que não gosto e que
me entendem quando não sei quem sou: meus pais & meu amor Suzy Saab
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
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AGRADECIMENTOS
Acima de tudo a Deus, pela força que pedi nos momentos difíceis;
Ao meu orientador Prof. Dr. Geraldo Alves Damasceno Junior, pelos ensinamentos
essenciais no desenvolvimento do projeto e principalmente pela paciência;
Aos meus pais pelo apoio no traslado campo-disciplina-campo;
A Suzyane Saab de Lima, minha companheira, pelo carinho e compreensão nos
momentos difíceis;
Aos meus colegas de mestrado Marcelo Leandro Bueno, Vanessa Pontara, Elio de
Oliveira Rocha Junior, Fernando Belan do Santos, Wagner José Martins, Wellington
Matsumoto Ramos, Alex Marcel Melotto, Jaqueline Cabral Vilas Boas, Carla Braga
Leite, Amanda Galdi Boaretto, Anne Karen Dutra Salomão, Deborah Christiane Leite
Kufner, Gabriela Atique Fernandes, Arly Porto de Oliveira, Cristiane Bezerra da Silva e
Aurora Maria Rosa de Oliveira pelo apoio;
Ao co-orientador Prof. Dr. Erich Arnold Fischer pelas inúmeras sugestões dadas na
qualificação e na redação da dissertação;
A Prof. Dra. Maria Rosângela Sigrist e Prof. Dr. Ademir Kleber Morbeck de Oliveira
pelas valiosas sugestões na defesa da dissertação;
Ao MSc. Carlos Rodrigo Lehn pelas sugestões durante a fase de pré-defesa;
A Dra. Rosilene Rodrigues Silva e Profa. Dra. Ângela Lúcia Bagnatori Sartori pelo
incentivo na realização do projeto no mestrado em Biologia Vegetal da UFMS;
Aos professores e funcionários do Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal da
UFMS, que me possibilitaram uma formação de qualidade;
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
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Ao Antônio Valtemir de Lima, Jussara Saab de Lima, Juliane Saab de Lima e Jussara
Saab de Lima pelo apoio;
Ao Guilherme Arruda pelas caronas ao local coleta na MCR;
Ao Marcos da Costa Mendes e Danilo Sandro Barbosa pelas discussões científicas
produtivas durante a graduação;
A FUNDECT/CAPES pela bolsa concedida;
A Profa. Dra. Iria Hiromi Ishii pela disposição do Herbário COR durante os períodos de
coleta;
Aos especialistas Prof. Dr. Arnildo Pott, Prof. Dr. Geraldo Alves Damasceno Junior,
Prof. Dr. Marcelo Oscar Bordignon, MSc. Ana Cristina de Meira Cristaldo, MSc. Fábio
de Matos Alves, MSc. Carolina Ferreira Santos, MSc. Marcus Vinícius Santiago
Urquiza e Marcelo Leandro Bueno pelo auxílio taxonômico;
Ao Elias Alvarenga, Lucas Barbosa e Juliana Minuncio, companheiros de uma boa
educação sócio-educativa em Catalão - GO;
Ao Seu Fausto Cuiabano pelo auxílio nos trabalhos de campo;
Ao Sr. Edson Miranda da Silva, Gerente Geral da MCR, e Engenheiro Felipe Tadashi
Asao Coelho pelas autorizações de acesso à área de coleta;
A Mineração Corumbaense Reunida S/A pela cessão dos dados climáticos;
Ao Os Plantas, pelas risadas e momentos de união dos amigos;
A todas as pessoas que me ajudaram na vida e que não foram citadas por falta de
espaço, fato este que não desabona a importância;
A ECOTEC, uma idéia de um futuro próspero, Deus nos ilumine.
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RESUMO GERAL
O presente estudo foi desenvolvido na área do planalto residual do Urucum,
Corumbá MS, com o objetivo geral de descrever as variações fenológicas de uma
comunidade vegetal de campo sujo de cerrado e verificar a dispersão de sementes por
morcegos para esta área. A amostragem fenológica foi feita com oito transectos de 250
metros, distantes 50 metros entre si, onde foram amostradas todas as espécies de
angiospermas floridas ou frutificadas que se encontravam distantes até no máximo três
metros de cada lado dos mesmos, no total de 0,6 hectares. Os morcegos foram
capturados com auxílio de redes-de-neblina dispostas até três metros acima do solo.
Foram armadas três redes (14x3m) por noite. As fases de captura constaram de duas
noites (período de lua nova) consecutivas por mês, durante um ano, totalizando 48
noites/ano. A maior intensidade da fenofase floração registrada para a comunidade
avaliada, calculada pelo índice de Fournier, foi em novembro de 2007, com 19,63% da
intensidade total da área. A maior intensidade de frutificação para a comunidade foi
registrada em fevereiro de 2008, com 15,08% da intensidade total da área estudada. Os
dados demonstram possível influência da queima na comunidade ao se analisar os picos
de floração no mês seguinte ao evento. No entanto, um maior período de estudo seria
necessário para a realização de testes estatísticos que comprovassem essa influência.
Informações sobre a intensidade das fenofases o muito importantes para um melhor
entendimento da disponibilidade de recursos para a fauna local e para auxiliar nos
planos de manejo e conservação do planalto residual do Urucum, o qual sofre com
atividades de mineradoras de ferro. Em 36.288 m
2
.h de esforço amostral foram
capturados 49 indivíduos, divididos em cinco espécies, sendo todos frugívoros. Das
cinco espécies coletadas, três apresentaram amostras fecais com sementes, num total de
20 amostras, equivalente a 40,8% do total de capturas. Mesmo no período de maior
disponibilidade de frutos, os morcegos coletados não consumiram recursos do campo
sujo de cerrado, sendo as espécies dispersadas para o local consumidas, provavelmente,
nas matas semidecíduas adjacentes à área de estudo. Porém, o fato dos morcegos
utilizarem recursos da mata semidecíduas não desabona a sua importância ecológica
como dispersores de espécies nativas e pioneiras para as áreas degradadas de campo
sujo.
Palavras-chave: floração, frutificação, zoocoria, fogo, campos de altitude
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GENERAL ABSTRACT
This study was carried out on Urucum plateau, in order to describe the phenological
variations of the campo sujo vegetation and the dispersal seeds by bats on this area. The
phenological sample was made with eight transects of 250 meters, apart 50 meters from
each other. All angyosperms species distant at most three meters of each side of the
transect were sampled, reaching 0.6 hectares. Bats were monthly mist netted over a full
year (october/2007 to september/2008), and fecal samples were collected for dispersal
seeds analysis. The intensity peak of flowering registered to the studied community,
calculated with the Fournier intensity, was in november/2007, with 19.63% of the total
area intensity. The fruiting intensity peak of the studied community was in
february/2008, with 15.08% of the total area intensity. This study provide us
information about the possible fire influence on the community, presenting flowering
peaks after one month of this event. However, more researches are necessary for
statistical analysis of this influence. The intensity of the phenological patterns data are
very important for a better understanding of the avaiability of resources to the local
animals and to help with the restoration and conservation plans of Urucum plateau. In
36.288 m
2
.h of field works were collected 49 bats of five species, all frugivorous. Three
of the five bat species collected presented feces with seeds, total of 20 samples,
corresponding to 40.8% of the total bats collected. The animals collected on the first
thirty minutes rarely presented feces with seeds. Even in the peak of fruiting, the bats
did not eat the fruits available in the campo sujo vegetation studied. The species
dispersed by bats to the area were, propably, eaten in a close semideciduous forest.
However, the fact of the bats eat fruits from the semideciduous forests do not diminish
the ecological importance of the bats such as potential seed dispersers of native and
pioners plant species to degraded campo sujo areas.
Key words: flowering, fruiting, zoochory, fire, high altitude grasslands
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
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LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 1
Fenologia pós-queima em uma área de campo sujo de cerrado no planalto residual
do Urucum, Mato Grosso do Sul, Brasil
Figura 1: Mapa com localização da área estudada no planalto residual do Urucum,
Corumbá, Mato Grosso do Sul, Brasil e esquema dos transectos realizados no campo
sujo de cerrado, sendo quatro de 250 metros em cada vertente do morro (Fonte:
Mineração Corumbaense Reunida S/A - imagem IKONOS 2005 modificada).
Figura 2: Padrão do fotoperíodo no período de outubro de 2007 a setembro de 2008 no
planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul (Fonte: On-line
Photoperiod Calculator).
Figura 3: Porcentagem de manchas estudadas na fenologia do campo sujo de cerrado
do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, classificadas quanto ao
hábito.
Figura 4: mero de espécies apresentando a fenofase floração no campo sujo de
cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, com a
precipitação do período de estudo.
Figura 5: Intensidade de Fournier para a fenofase floração no campo sujo de cerrado do
planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, com dados pluviométricos
de outubro/2007 a setembro/2008.
Figura 6: Intensidade de Fournier para a fenofase floração no campo sujo de cerrado do
planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo as espécies
classificadas quanto ao hábito. Dados pluviométricos de outubro/2007 a setembro/2008.
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Figura 7: Precipitação no planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul
durante os anos de 2007 e 2008, sendo o trecho destacado referente aos meses de coleta
dos dados fenológicos (Mineração Corumbaense Reunida S/A 2009).
Figura 8: Número de espécies apresentando a fenofase frutificação no campo sujo de
cerrado do planalto residual do Urucum, campo sujo de cerrado do planalto residual do
Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, com a precipitação do período de estudo.
Figura 9: Intensidade de Fournier para a fenofase frutificação no campo sujo de cerrado
do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, com dados
pluviométricos de outubro/2007 a setembro/2008.
Figura 10: Intensidade de Fournier para a fenofase frutificação no campo sujo de
cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo as
espécies classificadas quanto ao hábito. Dados pluviométricos de outubro/2007 a
setembro/2008.
Figura 11: Porcentagem de manchas estudadas na fenologia do campo sujo de cerrado
do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, classificadas quanto à
síndrome de dispersão.
Figura 12: mero de espécies apresentando a fenofase frutificação no campo sujo de
cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo as
espécies classificadas quanto à síndrome de dispersão. Dados pluviométricos de
outubro/2007 a setembro/2008.
.
Figura 13: Intensidade de Fournier para a fenofase frutificação no campo sujo de
cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo as
espécies classificadas quanto à síndrome de dispersão. Dados pluviométricos de
outubro/2007 a setembro/2008.
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CAPÍTULO 2
Dispersão de sementes por morcegos em uma área de campo sujo de cerrado no
planalto residual do Urucum, Mato Grosso do Sul, Brasil
Figura 1: Mapa com localização da área estudada no planalto residual do Urucum,
Corumbá, Mato Grosso do Sul, esquema dos oito transectos de 250 metros para estudo
fenológico no campo sujo de cerrado e esquema do transecto de 300 metros na área
recuperada da Mina 02 (Fonte: Mineração Corumbaense Reunida S/A - Imagem
IKONOS 2005 modificada).
Figura 2: Porcentagem das espécies de sementes encontradas nas fezes de três espécies
de morcegos em campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá,
Mato Grosso do Sul.
Figura 3: mero de espécies apresentando a fenofase frutificação no campo sujo de
cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, com a
precipitação do período estudado.
Figura 4: Precipitação no planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul
durante os anos de 2007 e 2008, sendo o trecho destacado referente ao período estudado
(Fonte: Mineração Corumbaense Reunida S/A 2009).
Figura 5: Intensidade de frutificação das espécies zoocóricas no campo sujo de cerrado
do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, com dados
pluviométricos de outubro/2007 a setembro/2008.
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LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 1
Fenologia pós-queima em uma área de campo sujo de cerrado no planalto residual
do Urucum, Mato Grosso do Sul, Brasil
Tabela 1: mero de manchas das espécies estudadas na fenologia do campo sujo de
cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, classificadas
quanto ao hábito e síndrome de dispersão. HER = herbácea, LIA = liana, PTA = planta-
anã, SBA = subarbusto, ANE = anemocórica, AUT = autocórica, ZOO = zoocórica.
Tabela 2 Duração das fenofases, em meses, das espécies estudadas no campo sujo de
cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo cinza a
floração e preto a frutificação.
Tabela 3: Resultado da análise do coeficiente de Correlão de Spearman (rs) entre a
precipitação/comprimento do dia, a intensidade de Fournier e o número de espécies em
floração/frutificação e frutos classificados quanto à síndrome de dispersão no campo
sujo de cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul. Po =
precipitação do mês de observação; P1 = precipitação de um mês anterior à observação;
P2 = precipitação de dois meses anteriores à observação; P3 = precipitação de três
meses anteriores à observação; CD = comprimento do dia; ns = não significativo.
Valores marginalmente significativos em negrito.
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CAPÍTULO 2
Dispersão de sementes por morcegos em uma área de campo sujo de cerrado no
planalto residual do Urucum, Mato Grosso do Sul, Brasil
Tabela 1: Espécies de morcegos amostradas em campo sujo de cerrado do planalto
residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul.
Tabela 2: mero de amostras fecais contendo sementes dispersadas por morcegos em
uma área de campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato
Grosso do Sul.
Tabela 3: Lista das espécies utilizadas pela Mineração Corumbaense Reunida S/A para
revegetação da Mina 02 no planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do
Sul, classificadas quanto ao hábito e origem. ARB = arbórea, HER = herbácea, SUB =
subarbustiva, EXO = exótica, NAT = nativa (Fonte: Mineração Corumbaense Reunida
S/A).
Tabela 4: Espécies de plantas encontradas em transecto realizado na Mina 02 no
planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, classificadas quanto ao
hábito e síndrome de dispersão. ARB = arbórea, HER = herbácea, SUB = subarbustiva,
ANE = anemocórica, AUT = autocórica, ZOO = zoocórica.
Tabela 5: mero de manchas das espécies estudadas na fenologia do campo sujo de
cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, classificadas
quanto ao hábito e síndrome de dispersão. HER = herbácea, LIA = liana, PTA = planta-
anã, SBA = subarbusto, ZOO = zoocórica.
Tabela 6: Duração da fenofase frutificação, em meses, das espécies zoocóricas
estudadas no campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato
Grosso do Sul.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
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Tabela 7: Resultado da análise do coeficiente de Correlão de Spearman (rs) entre a
precipitação, a intensidade de Fournier e o número de espécies zoocóricas em
frutificação no planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul. P0 =
precipitação do mês de observação; P1 = precipitação de um mês anterior à observação;
P2 = precipitação de dois meses anteriores à observação; P3 = precipitação de três
meses anteriores à observação; ns = não significativo.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
16
ÍNDICE
RESUMO GERAL .......................................................................................................... 8
GENERAL ABSTRACT ................................................................................................. 9
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 1 ................................................................................................................ 10
CAPÍTULO 2 ................................................................................................................ 12
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 1 ................................................................................................................ 13
CAPÍTULO 2 ................................................................................................................ 14
INTRODUÇÃO GERAL .............................................................................................. 18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 21
CAPÍTULO 1 ................................................................................................................ 24
FENOLOGIA PÓS-QUEIMA EM UMA ÁREA DE CAMPO SUJO DE CERRADO
NO PLANALTO RESIDUAL DO URUCUM, MATO GROSSO DO SUL, BRASIL
RESUMO .................................................................................................................... 24
ABSTRACT ................................................................................................................. 25
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 26
MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................... 28
Descrição da área de estudo ......................................................................................... 28
Estudo fenológico ......................................................................................................... 29
Análises dos dados ........................................................................................................ 30
RESULTADOS ............................................................................................................ 32
Floração ........................................................................................................................ 32
Frutificação ................................................................................................................... 33
Síndromes de dispersão ................................................................................................. 33
DISCUSSÃO ................................................................................................................ 35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 39
NORMAS DE PUBLICAÇÃO EM PERIÓDICO ....................................................... 64
CAPÍTULO 2 ................................................................................................................ 66
DISPERSÃO DE SEMENTES POR MORCEGOS EM UMA ÁREA DE CAMPO
SUJO DE CERRADO NO PLANALTO RESIDUAL DO URUCUM, MATO GROSSO
DO SUL, BRASIL
RESUMO ....................................................................................................................... 69
ABSTRACT .................................................................................................................. 70
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 71
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
17
MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................... 73
Local de estudo .............................................................................................................. 73
Captura dos morcegos e análise das amostras fecais ..................................................... 74
Estudo fenológico .......................................................................................................... 75
Análise dos dados .......................................................................................................... 76
RESULTADOS ............................................................................................................. 77
Captura dos morcegos e análise das amostras fecais ..................................................... 77
Estudo fenológico .......................................................................................................... 77
DISCUSSÃO ................................................................................................................. 79
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 82
NORMAS DE PUBLICAÇÃO EM PERIÓDICO ........................................................ 98
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 104
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
18
INTRODUÇÃO GERAL
O planalto residual do Urucum, situado na borda oeste do Pantanal brasileiro, é
limitado ao norte pelo rio Paraguai, a oeste pela fronteira com a Bovia e a sul e leste
pelas áreas de inundação do Pantanal, abrangendo cerca de 130.000 hectares (Cardoso
et al. 2002).
O gradiente altitudinal deste maco é bastante singular com forte contraste da
vegetação, proporcionando ampla variedade de ambientes, como Floresta Estacional
Decidual, Floresta Estacional Semidecidual, vegetação de bancada laterítica, Savana
Arborizada, Savana Estépica e Savana Graneo-lenhosa (Pott et al. 2000), sendo esta
última fitofisionomia representada pelos campos sujos de altitude do maciço do
Urucum, os quais sofrem as conseqüências da extração de minério de ferro e queimadas
(Bortolotto et al. 1996).
A camada herbáceo-subarbustiva de Cerrado apresenta a maior riqueza florística
do Cerrado sensu latu, apesar da carência de estudos sobre sua ecologia e composição
florística (Castro et al. 1999; Sano et al. 2008), sendo que uma das constatações mais
evidentes é que a maioria dos estudos florísticos concentram-se no estrato arbustivo-
arbóreo (Mantovani & Martins 1993). Os campos sujos do maciço do Urucum possuem
grande valor geoeconômico na Bacia do Alto Paraguai em razão da ocorrência de
enormes reservas de ferro e manganês. Atividades mineradoras têm gerado a
fragmentação e destruição destes habitats, colocando em risco a flora e fauna locais, os
quais devem, segundo a legislação brasileira, serem restaurados (Silva et al. 2000).
Segundo Kageyama & Gandara (2004) a restauração de ecossistemas
degradados deve utilizar os conceitos de diversidade de espécies, interação entre
espécies e sucessão ecológica, adaptando as tecnologias existentes para as espécies
nativas. Com isso, dados de fenologia, estratégias de dispersão das espécies e interações
planta-animal são essenciais para um melhor desenvolvimento de planos de manejo e
conservação.
Dentre as importantes interações planta-animal para recuperação de áreas
degradadas, encontra-se a dispersão de sementes por morcegos. A importância dos
morcegos na dispersão de sementes é tão grande que estes mamíferos podem influenciar
a estrutura da vegetação através das espécies de frutos que consomem (Fleming &
Heithaus 1981). Tais espécies de frutos possuem uma série de características que as
diferenciam dos frutos geralmente consumidos por aves e mamíferos não-voadores.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
19
Assim, os frutos quiropterocóricos apresentam as seguintes características (Van der Pijl
1957): 1) porção comestível macia ou dura; 2) dimensões do fruto e semente variáveis;
3) coloração discreta, geralmente verde, amarelada, branquicenta ou marrom; 4) odor de
fermentação ou almíscar; 5) ligação permanente à planta-mãe mesmo após maturação;
6) pericarpo duro, com indeiscência possível; 7) exposição na parte externa da planta
para facilitar a apreensão em vôo.
A dispersão de sementes por morcegos frugívoros contribui para o
estabelecimento de muitas espécies vegetais pioneiras, auxiliando os mecanismos de
regeneração de áreas desmatadas (Gorchov et al. 1993). Espécies de morcegos
frugívoras são tidas como dispersoras em potencial de sementes de plantas dos gêneros
Cecropia, Piper, Solanum, entre outros (Charles-Dominique 1986).
Passos & Passamani (2003) verificaram que sementes de Piper divaricatum, ao
passarem pelo trato digestivo de morcegos, tiveram eficiência de 72,2 % de germinação,
enquanto que as sementes do fruto fresco obtiveram apenas 4 % de germinação. Este
dado demonstra a função dos morcegos como otimizadores de germinação de sementes,
e consequentemente a sua importância como agentes na regeneração de áreas
degradadas.
O conhecimento da fenologia de uma comunidade vegetal é também um estudo
fundamental para auxiliar nos dados de chuva de sementes e regeneração de áreas
degradadas (Batalha & Mantovani 2000), bem como no entendimento do efeito das
variações climáticas na vegetação (Morellato et al. 1990).
Raison apud Silva & Santos (2008) destaca que fatores como aumentos na
precipitação média mensal, temperatura média mensal, fotoperíodo e efeitos do fogo
correlacionam-se positivamente com o aumento do número de espécies em floração
para o estrato herbáceo-arbustivo de savanas. Entre os efeitos do fogo, pode-se citar a
remoção da vegetação excedente do solo, permitindo que este receba mais intensamente
os raios solares, garantindo o estabelecimento de espécies menores e mais delgadas que
têm dificuldades de crescer sobre a matéria seca acumulada e o estabelecimento de
espécies advindas da chuva de sementes, contribuindo para a composição florística e
variabilidade genética das áreas.
Os campos sujos de cerrado do maciço do Urucum se encontram em altitudes
dias de 900 a 1.000 metros. Este tipo de vegetação, apesar do interesse econômico,
o têm sido frequentemente estudadas, sendo a maior parte dos estudos concentrados
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
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em Floresta Estacional Decidual e Savanas Arborizadas (Pott et al. 1990; Ratter et al.
1996; Damasceno Junior 2005; Ragusa-Netto & Silva 2007; Lehn et al. 2008).
Mauro & Campos (2000), Bordignon & França (2004) e Bordignon (2005)
fornecem listas de espécies da quiropterofauna do maciço do Urucum e ressaltam a
necessidade de levantamentos mais intensivos para desenvolvimento de planos de
manejo.
Devido à jazida de ferro do maciço do Urucum, existe a expectativa de um maior
desenvolvimento industrial nos próximos anos na região. Tal fato gera a possibilidade
dos futuros empreendimentos causarem grandes impactos sobre o ambiente,
principalmente sobre as espécies animais dependentes de ambientes florestados, tais
como pequenos mamíferos. Com isso, trabalhos voltados ao estudo de fenologia e
dispersão de sementes são muito importantes, pois podem subsidiar a elaboração de
planos de manejo na área de estudo, uma vez que os estudos para a região de Corumbá
são pontuais e esporádicos. O presente estudo foi desenvolvido na área do planalto
residual do Urucum com o objetivo geral de descrever as variações fenológicas de uma
comunidade vegetal de campo sujo de cerrado e verificar a dispersão de sementes por
morcegos para esta área.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
21
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ARTIGO A SER SUBMETIDO AO
PERIÓDICO ACTA BOTANICA
BRASILICA
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
24
CAPÍTULO 1
FENOLOGIA REPRODUTIVA PÓS-QUEIMA EM CAMPO SUJO DE
CERRADO NO PLANALTO RESIDUAL DO URUCUM, MATO GROSSO DO
SUL, BRASIL
1
Danilo Rafael Mesquita Neves
2,3
, Geraldo A. Damasceno Junior
2
&
Erich A. Fischer
2
RESUMO - (Fenologia s-queima em uma área de campo sujo de cerrado no planalto
residual do Urucum, Mato Grosso do Sul, Brasil). O presente estudo foi desenvolvido
na área do planalto residual do Urucum com o objetivo geral de descrever a fenologia
reprodutiva de uma comunidade vegetal de campo sujo de cerrado. A amostragem foi
feita com oito transectos de 250 metros, distantes 50 metros entre si, onde foram
amostradas todas as espécies de angiospermas floridas ou frutificadas que se
encontravam distantes até no máximo três metros de cada lado dos mesmos, no total de
0,6 hectares. Foi feito acompanhamento mensal das fenofases de emissão de botões e
flores, e de frutos verdes e maduros nas manchas que se encontravam na área do
transecto. A maior intensidade da fenofase floração registrada para a comunidade
avaliada, calculada pelo índice de Fournier, foi em novembro de 2007, com 19,63% da
intensidade total da área. A maior intensidade de frutificação para a comunidade foi
registrada em fevereiro de 2008, com 15,08% da intensidade total da área estudada. Os
dados indicam possível influência da queima na comunidade ao se analisar os picos de
floração no mês seguinte ao evento. No entanto, um maior período de estudo seria
necessário para a realização de testes estatísticos que comprovassem essa influência.
Correlações com as fenofases demonstraram ainda influência dos dados pluviométricos
e do comprimento do dia. Dessa forma, pode-se concluir que existe um conjunto de
fatores abióticos influenciando os padrões fenológicos apresentado pela comunidade. Os
dados de intensidade das fenofases são muito importantes para um melhor entendimento
da disponibilidade de recursos para a fauna local e para auxiliar nos planos de manejo e
conservação do planalto residual do Urucum, o qual sofre com atividades de
mineradoras de ferro.
Palavras-chave: floração, frutificação, fogo, campos de altitude
1
Parte da dissertação de mestrado do primeiro autor
2
Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal UFMS
3
Autor para correspondência: danilo@ecotec-ambiental.com.br
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
25
ABSTRACT - (Post-fire phenology in a campo sujo vegetation area of Urucum plateau,
Mato Grosso do Sul, Brazil). This study was carried out on Urucum plateau, in order to
describe the phenological variations of the campo sujo vegetation. The sample was
made with eight transects of 250 meters, apart 50 meters from each other. All
angyosperms species distant at most three meters of each side of the transect were
sampled, reaching 0.6 hectares. The phenological patterns were monthly studied on the
flowering and/or fruiting individuals. The intensity peak of flowering registered to the
studied community, calculated with the Fournier intensity, was in november/2007, with
19.63% of the total area intensity. The fruiting intensity peak of the studied community
was in february/2008, with 15.08% of the total area intensity. This study provide us
information about the possible fire influence on the community, presenting flowering
peaks after one month of this event. However, more researches are necessary for
statistical analysis of this influence. Spearman’s (rs) correlation still provide
information about the influence of rainfall and daylenght data on the flowering and
fruiting peaks. This way, it is possible to conclude that there are many abiotics factors
with influence on the phenological patterns of the studied community. The intensity of
the phenological patterns data are very important for a better understanding of the
avaiability of resources to the local animals and to help with the restoration and
conservation plans of Urucum plateau, an iron mining area.
Key words: flowering, fruiting, fire, high altitude grasslands
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
26
INTRODUÇÃO
A vegetão própria do cerrado (sensu lato), segundo o conceito “floresta
ecótono campo (Coutinho 1978), é composta por duas floras distintas: uma
puramente arbustivo-arbórea, predominante nas fisionomias florestais (cerradão), e
outra herbáceo-subarbustiva, característica das fisionomias campestres (campo limpo).
As fisionomias savânicas, ou seja, as formas intermediárias ou ecótonos (cerrado sensu
stricto, campo cerrado e campo sujo), caracterizam-se pela ocorrência de uma flora
mista, composta por elementos florestais e campestres (Coutinho 2002).
Estudos sobre o componente herbáceo-subarbustivo do Cerrado indicam a
ocorrência de grandes mudanças na sua composição entre diferentes regiões,
demonstrando tratar-se de uma flora sensível a variações de clima, solo, e intensidade
de queimadas, entre outros fatores (Filgueiras 2002). Fenologia é o estudo das fases ou
atividades do ciclo de vida dos vegetais e sua ocorrência temporal ao longo do ano,
contribuindo para o entendimento dos padrões reprodutivos e vegetativos dos mesmos
(Morellato 1995).
A forte sazonalidade do Cerrado, com verões chuvosos e invernos secos, vem
sendo alvo de investigações sobre o padrão da fenodinâmica exibido por espécies
vegetais individuais e para grupos de espécies congenéricas e comunidades (Mantovani
& Martins 1988; Oliveira 1998; Miranda 1995; Gouveia & Felfili 1998; Munhoz &
Felfili 2005; Tannus et al. 2006). Mantovani & Martins (1988) demonstraram que
aumento na precipitação média mensal e temperatura dia mensal correlacionaram-se
positivamente com o aumento do número de espécies em floração para o estrato
herbáceo-arbustivo. Wright & Calderon (1995) argumentam ainda que a compreensão
da fenofase floração deveria levar em consideração fatores filogenéticos.
Além disso, o fogo é um importante fator causando mudaas florísticas,
fitossociológicas, fisiomicas, estruturais e fenológicas, reduzindo a densidade, porte
da vegetação e alterando a biodiversidade (Coutinho 1990; Sato 2003). Coutinho (2002)
indica que a ocorrência de queimadas no Cerrado data de 32 mil anos, e a adaptação da
vegetação ao fogo está relacionada a rios fatores como o tipo de queimada, o regime
de queima, velocidade de propagação, intensidade do fogo e temperatura do solo
(Miranda et al. 2004).
A vegetação herbácea e subarbustiva é bastante resistente ao fogo. César (1980)
demonstrou picos de floração entre quatro e 100 dias depois da ocorrência de
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
27
queimadas. Oliveira et al. (1996) observaram Habenaria armata Rchb.f. florescer
intensamente logo depois de queimada, sendo que nenhuma floração foi observada nos
quatro anos anteriores em que a área esteve protegida do fogo.
A ocorrência de fogo em áreas de Cerrado é importante para a ciclagem de
nutrientes. Este processo é, em alguns casos, essencial, uma vez que este bioma é pobre
em nutrientes no solo (Haridasan 2000). A lixiviação dos macronutrientes ocorre com as
primeiras chuvas, estando os mesmos disponíveis nas camadas mais superficiais do solo
(Pivello & Coutinho 1992). Com isso, o restabelecimento da vegetação herbácea é
importante para a reincorporação de potássio, cálcio e magnésio na biomassa da
vegetação (Batmanian & Haridasan 1985).
O planalto residual do Urucum, com contraste da vegetação incluindo matas
semidecíduas a campos sujos de altitude, possui uma série de variáveis como: solo rico
em ferro e manganês, umidade edáfica, declividade, queimadas regulares, entre outros
que podem influenciar os padrões fenológicos da comunidade vegetal de campos sujos,
os quais foram pouco estudados até o presente momento.
O presente estudo foi desenvolvido na área do planalto residual do Urucum com
o objetivo geral de descrever as variações fenológicas de uma comunidade vegetal de
campo sujo de cerrado, com foco nas seguintes questões: 1) Qual o padrão fenológico
reprodutivo da comunidade vegetal de um campo sujo de cerrado no evento pós-
queima? 2) Os eventos fenológicos observados se correlacionam com a sazonalidade
pluviométrica da área, conforme proposto na literatura para as espécies subarbustivas de
ambientes savânicos (Spina et al. 2001; Munhoz & Felfili 2005)? e 3) Existe variação
fenológica ao se analisar as espécies vegetais classificadas por ndromes de dispersão?
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
28
MATERIAL E MÉTODOS
Descrição da área de estudo
Este estudo foi realizado em área pertencente à Mineração Corumbaense
Reunida S/A (MCR), situada no maciço do Urucum, um planalto residual com área de
5.327 hectares, em Mato Grosso do Sul, sendo considerado o mais proeminente dos
relevos residuais da borda oeste do Pantanal alto (Isquierdo 1997).
O conjunto de numerosas elevações que constituem o maciço do Urucum é
recortado por uma série de falhas que se separam, cujas escarpas formam diversas
serras, localmente denominadas morrarias. Entre as morrarias que constituem o
maciço do Urucum, citam-se a morraria do Urucum com uma cota altimétrica de 971
metros, a morraria Grande (951m) a morraria Santa Cruz (1065m), a morraria São
Domingos (800m), a morraria Tromba dos Macacos (500m), a morraria do Jacadigo
(600m) e a morraria do Rabichão com uma cota altimétrica entre 500 a 700 metros
(Franco & Pinheiro 1982).
A área estudada está assentada sobre o embasamento Gnáissico-Granítico
(complexo Apa) do proterozóico médio (era pré-cambriana), constitdo principalmente
por moscovitagnaisses, biotita-gnaisses de granulação fina com fraturas preenchidas por
veeiros de quartzo (Anjos & Okida 2000). Acima dessa camada se situa, de forma
descontínua, o Grupo Cuiaque é formado por metassedimentos representados por
mica-xistos no sopé da serra do Jacadigo, a NE da serra do Rabicho e morro Grande
com calcários silicificados no Jacadigo. Na seqüência está o grupo Jacadigo (de idade
proteroica superior), que está assentado na maioria das vezes sobre o embasamento
cristalino, sendo que em alguns casos por sobre o Grupo Cuiabá. É constituído pelas
formações Urucum e Santa Cruz, em seqüência estratigráfica. A formação Urucum é
caracterizada como um relevo conservado, identificado como uma superfície estrutural
tabular, marcada a oeste por escarpa de falha. Posicionada ao leste desta, as morrarias
Santa Cruz e São Domingos caracterizam dois blocos de relevos justapostos, cujas
bordas ocidentais são marcadas por escarpas de falhas com desníveis acima de 100
metros (Franco & Pinheiro 1982). Essas duas formações são exploradas comercialmente
na região para extração de ferro e manganês, sendo a extração de manganês subterrânea
e a de ferro nas camadas superficiais com retirada total da vegetação herbácea (Brasil
1982).
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
29
O clima da região é do tipo tropical megatérmico (com temperatura média de
25ºC), com precipitação pluvial da ordem de 1.120 mm anuais e duas estações bem
distintas, uma seca de abril a setembro (inverno) e uma chuvosa, de outubro a março
(verão), classificado como Aw no sistema de Köppen (Soriano 2000).
A paisagem da região é representada por um mosaico de diferentes tipos de
fitofisionomias naturais, de acordo com a grande variedade na geologia e geomorfologia
locais. Ocorrem as principais fitofisionomias típicas do donio do Cerrado como
cerrado stricto sensu, campo cerrado, campo limpo e campo sujo, intrusões de florestas
estacionais deciduais e semideciduais, matas ciliares e de galeria (Pott et al. 2000).
Os campos sujos de cerrado, que cobrem os topos dos morros, são caracterizados
por uma cobertura de gramíneas, ervas e subarbustos com altura variando entre 30 e 40
cm. Espécies como Trachypogon spicatus (L.f.) O. Kuntze, Thrasya petrosa (Trin.),
Aiouea trinervis Meissn. e Qualea cryptantha (Spreng.) Warm. são importantes para a
cobertura vegetal desta fitofisionomia (Damasceno Junior et al. 2005).
Estudo fenológico
Foi amostrada uma área na morraria Santa Cruz (19º12’ S; 57º35’ W), município
de Corumbá MS, denominada como morro Bonito pela MCR - Mineração
Corumbaense Reunida S/A (Fig. 1). Este morro é a única área de campo sujo de cerrado
que ainda não foi explorado pela MCR, porém o local sofre algumas pertubações com
pesquisas geológicas e fogo, com o último ocorrido em setembro de 2007. As coletas
iniciaram-se no dia 26 de outubro de 2007, sendo aproximadamente um mês após o fim
das queimadas. Pesquisas são realizadas no local por geólogos da MCR, com o intuito
de incluir o morro Bonito no projeto de expansão da mina (Eng. Felipe Tadashi - MCR,
comunicação pessoal).
A amostragem foi feita com oito transectos de 250 metros, distantes 50 metros
entre si. Foram utilizados pedaços de tecido vermelho denominado TNT, para demarcar
as duas vertentes do morro Bonito. Nos transectos foram amostradas todas as espécies
de angiospermas distantes até no máximo três metros de cada lado do mesmo. Com o
objetivo de padronizar a coleta de dados, foram estabelecidos quatro transectos em cada
vertente do morro, totalizando 0,6 hectares de amostragem (Fig. 1).
Entre outubro de 2007 a setembro de 2008 foi feito acompanhamento mensal das
fenofases de emissão de botões e flores, e de frutos imaturos e maduros nas manchas
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
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que se encontravam na área dos transectos. O critério de inclusão das espécies na
análise fenológica foi a presença do evento de floração e/ou frutificação durante o
período estudado.
Os bitos da vegetação deste estudo foram divididos em herbáceas, lianas,
plantas-anãs e subarbustos. As plantas-anãs são espécies que, sob condições ambientais
normais, possuem o hábito arbustivo-arbóreo, porém devido a características do maciço
do Urucum como: solo (baixa profundidade, umidade), velocidade do vento e
queimadas, estas espécies não se desenvolvem normalmente nos campos sujos de
cerrado da área de estudo (Lehn et al. 2008).
Para confecção de exsicatas, foram coletados exemplares de cada espécie deste
estudo fora da área dos transectos, para não causar interferência nos dados fenológicos.
Com a utilização de tesoura de poda, as espécies coletadas eram armazenadas em sacos
plásticos, prensadas e utilizadas para a identificação taxonômica com auxílio de
bibliografia especializada e comparação com material depositado no Herbário COR. Os
exemplares com material fértil conservado foram montados em cartolina, etiquetados e
enviados para incorporação no herbário CGMS/UFMS.
A nomeação dos taxa seguiu o Angiosperm Phylogeny Group (2003) e a grafia
dos nomes foi obtida por consulta à base de dados W
3
Tropicos do Missouri Botanical
Garden (2009).
Análise dos dados
Para estimar a intensidade de cada fenofase, as espécies com n 10 manchas
foram classificadas nas categorias da escala semi-quantitativa adaptada de Fournier
(1974) para as espécies herbáceo-subarbustivas, com valores estimativos para as
fenofases conforme a seguinte escala: 0 ausência da característica; 1- presença da
característica em um intervalo de 1-25%; 2- de 26-50%; 3- de 51-75%; 4- de 76-100%.
O cálculo da Intensidade de Fournier é feito através da seguinte fórmula:
% de Fournier = Fournier. 100
4. N
onde, Fournier é a somatória das categorias de Fournier das manchas dividido pelo
máximo de Fournier que pode ser alcançado por todas as manchas (N) na amostra.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
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Porém, na análise do número de espécies em floração e/ou frutificação foram
consideradas todas as espécies encontradas, sendo os frutos classificados quanto ao
estágio de maturação.
Para avaliar a inflncia da precipitação e comprimento do dia nos padrões
fenológicos observados no campo sujo de cerrado foi utilizado o teste do coeficiente de
Correlação de Spearman (Sokal & Rohlf 1995), utilizando o software BIOESTAT 3.0
(Ayres et al. 2003). Esta análise foi realizada correlacionando-se os eventos fenológicos
com os dados de precipitação do mês da observação, do primeiro, segundo e do terceiro
mês anteriores à observação, conforme descrito por Ferraz et al. (1999).
O cálculo do coeficiente de Correlação de Spearman é feito através da seguinte
fórmula:
r
s
= 1 6 n(R
1
R
2
)
2
n(n
2
1)
onde, n é o número de pares (x
i
, y
i
), R
1
é o escore de x
i
dentre os valores de x e R
2
é o
escore de y
i
dentre os valores de y.
Os dados de precipitação foram obtidos junto ao Departamento de Meio
Ambiente da Mineração Corumbaense Reunida S/A e os de fotoperíodo (Fig. 2) foram
obtidos no On-line Photoperiod Calculator (2001).
Para análise da intensidade de Fournier (1974), classificada quanto aos hábitos
das plantas, foram utilizados os três hábitos mais representativos.
Para determinação das síndromes de dispersão foram consideradas observações
de campo, consultas à literatura científica disponível para as espécies estudadas e ainda
informações contidas em Pott & Pott (1994) e Jardim et al. (2003). Para efeito de
análise, as síndromes barocórica e balística foram agrupadas sob a denominação
autocórica (Van der Pjil 1972).
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
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RESULTADOS
Neste estudo foram acompanhadas 53 espécies de angiospermas, pertencentes a
45 gêneros e 25 famílias (Tab.1). Destas, cinco espécies apresentaram número de
manchas menor que 10, sendo excluídas do cálculo da intensidade de Fournier (1974),
mas foram incluídas na análise do número de espécies em floração e frutificação
durante o período de estudo (Tab. 2). Os hábitos mais representativos da comunidade de
campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum foram plantas-as com 41,45%,
herbáceas com 32,26% e subarbustos com 26,24% do total de manchas (Fig.3), sendo
que lianas e palmeiras representaram menos de 1%.
A espécie mais abundante no campo sujo de cerrado do planalto residual do
Urucum foi Bulbostylis paradoxa Nees com 354 manchas, seguida por Spiranthera
odoratissima A. St.-Hil. com 176, Qualea crypthanta (Spreng.) Warm. com 155 e
Davilla elliptica A. St.-Hil. com 126 manchas.
Floração
A maior concentração de espécies da comunidade da área estudada apresentando
a fenofase floração foi registrada nos meses de outubro e novembro de 2007, com 17 e
13 espécies (Fig. 4) em floração, respectivamente.
A maior intensidade da fenofase floração registrada para a comunidade avaliada,
calculada pelo índice de Fournier (1974), foi também nos meses de outubro e novembro
de 2007, sendo maior em novembro com 19,63% da intensidade total da área (Fig. 5).
Ao analisar a intensidade de floração classificada quanto aos hábitos das plantas,
é possível verificar picos em novembro para os subarbustos e em outubro para as
plantas-anãs e herbácea (Fig. 6).
Foi registrada correlão significativa entre comprimento do dia (horas) e
número de espécies/intensidade de Fournier para a fenofase floração (Tab. 3). A
intensidade de floração foi negativamente correlacionada com a precipitação de dois
meses anteriores à observação, não significativa com a precipitação de um mês anterior
à observação e positivamente correlacionada com a precipitação do mês da observação
(Fig. 7).
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Frutificação
Esta fenofase registrou menor número de espécies frutificando em um único
período do que a fenofase floração, apresentando picos de frutificação em dezembro de
2007 e fevereiro de 2008, com 12 espécies (Fig. 8), correspondendo ao final da estação
chuvosa. Em seguida, os meses de novembro de 2007 e maio e setembro de 2008
apresentaram 10 espécies em frutificação. Em Borreria sp., Eriosema crinitum (Kunth)
G. Don., e Indigofera lespedezioides Kunth, Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. foi
registrada apenas a fenofase floração, não sendo observado a frutificação (Tab. 2).
A maior intensidade de frutificação para a comunidade foi registrada em
fevereiro de 2008, com 15,08% da intensidade total da área estudada (Fig. 9).
Ao analisar a intensidade de frutificação classificada quanto aos hábitos das
plantas, é possível verificar picos em novembro para as herbáceas e em fevereiro para as
plantas-anãs e subarbustos (Fig. 10).
O coeficiente de correlação de Spearman foi significativo na fenofase de
frutificação para a intensidade de Fournier ao se correlacionar com o comprimento do
dia, a precipitação do mês da observação e com a precipitação de um mês anterior à
observação (Tab. 3).
Síndromes de dispersão
A síndrome de dispersão zoocórica apresentou o maior número de manchas,
sendo 50,94% do total (Fig. 11). Esta ndrome registrou pico de espécies frutificando
no final do período de estudo (setembro de 2008), com sete espécies, das quais quatro
estavam em dispersão (Fig. 12). A maior intensidade de Fournier foi também registrada
em setembro com 10,78% (Fig. 13).
As espécies anemocóricas, com 36,36% do total de manchas, apresentaram pico
de espécies frutificando em fevereiro e março de 2008 com seis espécies em cada mês,
das quais cinco estavam em dispersão no mês de fevereiro e quatro em março. O pico da
intensidade de frutificação foi registrado no final da estação chuvosa, em fevereiro de
2008 (17,27%). Não foram observadas Poaceae em floração e/ou frutificação durante o
período estudado.
A síndrome de dispersão autocórica apresentou a menor porcentagem de
manchas (12,7%), sendo os picos de espécies em frutificação demonstrados nos meses
de dezembro de 2007 e fevereiro de 2008, com três espécies frutificando em cada mês,
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
34
das quais duas estavam em dispersão. A maior intensidade de Fournier ocorreu em
fevereiro de 2008 com 22,4% da frutificação total desta síndrome.
Foram observadas correlações significativas entre a precipitação de um mês
anterior à observão e as espécies anemocóricas e autocóricas. As espécies zoocóricas
foram negativamente correlacionadas com a chuva de três meses anteriores à
observação. O comprimento do dia correlacionou significativamente apenas com as
espécies anemocóricas (Tab. 3).
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
35
DISCUSSÃO
Estudos demonstram que em savanas sul-americanas acentuada diminuição
da floração na estação seca, especialmente nos meses de junho a agosto, e concentração
de espécies florescendo na estação chuvosa, com pico ocorrendo nos meses de janeiro a
abril (Sarmiento 1984; Mantovani & Martins 1988; Batalha et al. 1997; Batalha &
Mantovani 2000), mostrando forte sincronia dos eventos fenológicos com a
disponibilidade hídrica (Morellato et al. 1990; Morellato et al. 2000).
O período seco na área de estudo foi de quatro meses, demonstrando uma
semelhança com as médias do Cerrado, que variam de quatro a cinco meses. Este
período de seca é muito importante para as espécies arbustivas do cerrado, uma vez que
a floração destas espécies se concentra no período seco ou na transição entre o período
seco e o chuvoso (Oliveira & Gibbs 2000; Batalha & Mantovani 2000). Neste estudo, o
comportamento fenológico dos campos sujos de cerrado do planalto residual do Urucum
apresenta dados semelhantes ao se comparar com essas formações (Fig. 6).
Os estudos fenológicos em nível comunitário, realizados no Cerrado, têm
detectado diferenças significativas no comportamento fenológico das espécies, quando
se comparam diferentes classes de hábito (Mantovani & Martins 1988, Batalha &
Mantovani 2000). Em estudo fenológico de campos sujos e campos úmidos, Munhoz &
Felfili (2005) observaram picos de frutificação do estrato herbáceo-subarbustivo na
transição entre o período seco e o chuvoso, demonstrando semelhança com as espécies
deste hábito registradas no campo sujo do maciço do Urucum.
Uma condição importante ao se analisar o comportamento fenológico de uma
comunidade de campo sujo é a queima. Entre as espécies desta fitofisionomia, o fogo
pode favorecer a reprodução sexuada da comunidade (Sarmiento 1992; Miranda &
Klink 1996; Munhoz & Felfili 2005). Os resultados obtidos neste estudo indicam
possível influência da queima na comunidade, ao se analisar o pico de intensidade de
floração ocorrido no fim da fase seca (novembro de 2007), dois meses após a ocorrência
de fogo na área de estudo.
Ao analisar o número de espécies em floração, verifica-se também pico desta
fenofase no fim da estação seca, porém com valor maior em outubro. Estes dados
demonstram a importância do cálculo da intensidade de Fournier para um melhor
entendimento da dinâmica da comunidade, uma vez que ele pode fornecer dados mais
precisos sobre a disponibilidade de recursos para os agentes polinizadores.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
36
Bencke & Morellato (2002) em comparação de metodologias fenológicas,
argumentaram que o percentual de intensidade de Fournier (1974) mostra os picos e
tendências da fenofase, distinguindo vários níveis de intensidade. Os autores
argumentam ainda que este tipo de detalhamento e refinamento das informações
fenológicas é desejável, especialmente em estudos populacionais e análises de
correlação.
O fotoperíodo corresponde à resposta dos organismos às mudanças de luz e
escuro em ciclos de 24 horas. As plantas de dias longos florescem somente quando os
períodos da luz excedem uma duração crítica, normalmente no início do verão, quando
os dias são longos. As plantas de dias curtos florescem apenas quando os períodos
luminosos são menores do que um período crítico, geralmente no final do inverno. E as
plantas de dias neutros florescem independentemente dos fotoperíodos (Ferri 1979).
Estudos demonstraram que aumentos no fotoperíodo correlacionaram-se
positivamente com o aumento do número de espécies em floração para o estrato
herbáceo-arbustivo (Mantovani & Martins 1988) e para o arbóreo (Rivera et al. 2002).
Na fenologia do campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum, a floração
correlacionou-se significativamente com o comprimento do dia para o número de
espécies e para a intensidade de Fournier.
O pico da intensidade de frutificação foi em fevereiro de 2008, indicando
influência do pico de floração ocorrida três meses antes (novembro de 2008). Espécies
como Chamaechrista cordistipula (Mart.) H.S.Irwin & Barneby, Eryngium pristis
Cham. & Schlecht., Mandevilla illustris (Vell.) Woodson, Qualea crypthanta (Spreng.)
Warm. e Spiranthera odoratissima A. St.-Hil., que floresceram em novembro de 2007,
contribuíram para a intensidade de frutificação da comunidade em fevereiro de 2008.
No entanto, o coeficiente de Spearman (rs) apresentou significância quando
correlacionado o mês de registro da fenofase com a respectiva precipitação, com a
precipitação do mês anterior e com o fotoperíodo.
Ao analisar o número de espécies em frutificação no período do estudo, verifica-
se poucas variações ao longo do ano, demonstrando, novamente, a importância da
intensidade de Fournier (1974) para a verificação dos picos desta fenofase, auxiliando
no entendimento da disponibilidade de recursos para a fauna local.
A fenofase de frutificação correlacionou-se significativamente com o
fotoperíodo apenas para a intensidade de Fournier. De acordo com Rathcke & Lacey
(1985), sinais ambientais raramente estimulam o início do amadurecimento do fruto, mas
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
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podem influenciar secundariamente a taxa de amadurecimento pela influência no
metabolismo. Apesar da ausência de dados de temperatura para o planalto residual do
Urucum, este fator abiótico também pode influenciar nos padrões fenológicos (Mantovani
& Martins 1988; Ferraz et al. 1999).
No estudo realizado por Ragusa-Netto & Silva (2007) numa mata decídua do
morro Santa Cruz, próxima à área de estudo, o pico de floração ocorreu no final da
estação seca, demonstrando semelhanças com o campo sujo de altitude deste mesmo
morro (início da estação chuvosa). A frutificação na mata dedua apresentou dois
picos, sendo um no meio da estação seca e outro maior na transição entre a estação seca
e a chuvosa. Este maior pico foi representado pela frutificação de espécies zoocóricas
como Protium heptaphyllum March., Guarea guidonia (L.) Sleumer, Pouteria torta
Radlk. e Spondias lutea L..
As espécies zoocóricas do campo sujo demonstraram um pico de frutificação
também na transição entre o período seco e o chuvoso, em setembro de 2008 (Figs. 12 e
13). O pico de frutificação no campo sujo pode também ter sido influenciado pela
queima de setembro de 2007, pelo fato das espécies zoocóricas terem sido mais
afetadas, frutificando, assim, no final do período de estudo. Esta frutificação tardia pode
ter ocorrido devido a 48,74% das manchas de espécies zoocóricas possuírem o hábito de
plantas-anãs, as quais foram danificadas durante a queima, afetando assim o
restabelecimento das mesmas. As herbáceas, por outro lado, tiveram suas partes aéreas
totalmente destruídas durante a queima, porém possivelmente restabeleceram-se mais
rapidamente a partir de sementes e propágulos.
A comunidade do campo sujo de cerrado apresentou frutos durante todo o
período do estudo, o que pode ser explicado pela predominância de espécies zoocóricas,
como foi demonstrado em outros estudos no Cerrado (Batalha et al. 1997; Batalha &
Mantovani 2000). Gentry (1982), Morellato & Leitão-Filho (1996) e Talora &
Morellato (2000) mostraram proporção superior a 80% de zoocóricas em florestas
tropicais úmidas.
As graneas do campo sujo de cerrado estudado não floresceram, diminuindo
assim a porcentagem de manchas anemoricas na comunidade (Fig. 11). A queima,
ocorrida no mês anterior ao início do estudo, pode ter influenciado no ciclo das
graneas, as quais geralmente florescem no período próximo ao evento ocorrido
(Munhoz & Felfili 2005; Tannus et al. 2006). Damasceno Junior et al. (2005)
registraram 10 espécies de gramíneas nos campos sujos de cerrado do morro Santa
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
38
Cruz, sendo Trachypogon spicatus (L.f.) O. Kuntze, Axonopus aureus Beauv. e Thrasya
petrosa (Trin.) Chase as mais abundantes.
Janzen (1980), ao analisar a ecologia de plantas tropicais, evidenciou um padrão
de frutificação de espécies autocóricas, onde se observa floração na estação mais úmida
e frutificação na estação seca. No campo sujo de cerrado do presente trabalho, o pico da
intensidade de frutificação das espécies autocóricas ocorreu no final da estação chuvosa.
Tal fato pode ter ocorrido devido a 40,29% das manchas de espécies autocóricas
pertencerem à falia Fabaceae, a qual demonstrou pico de floração no final da estação
seca. Silva (2006) registrou 129 espécies de leguminosas para o maciço do Urucum,
ressaltando mais pesquisas para a criação de Unidade de Conservação, uma vez que o
local de estudo encontra-se na lista de áreas prioritárias para este fim (Conservation
International 1999).
Os padrões fenológicos apresentados pela comunidade estudada trazem
contribuições importantes para o entendimento dos períodos de floração e frutificação
da área estudada. Os dados indicam possível influência da queima no campo sujo de
cerrado ao analisar os picos de floração da comunidade e a ausência de frutificação das
espécies zoocóricas no mês seguinte ao evento. No entanto, um maior período de estudo
seria necessário para a realização de testes estatísticos que comprovassem essa
influência. As correlações de Spearman demonstraram ainda influência dos dados
pluviométricos e do fotoperíodo. Dessa forma, pode-se concluir que existe um conjunto
de fatores abióticos influenciando os padrões fenológicos apresentado pela comunidade.
Os dados de intensidade das fenofases são muito importantes para um melhor
entendimento da disponibilidade de recursos para a fauna local e para auxiliar nos
planos de manejo e conservação do planalto residual do Urucum, o qual sofre com
atividades de mineradoras de ferro e manganês. Estudos contínuos no local podem
fornecer dados mais precisos sobre a inflncia dos fatores ambientais, como um todo,
na comunidade do campo sujo de cerrado.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
39
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Figura 1: Mapa com localização da área estudada no planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato
Grosso do Sul, e esquema dos transectos realizados no campo sujo de cerrado, sendo quatro de 250
metros em cada vertente do morro (Fonte: Mineração Corumbaense Reunida S/A - imagem IKONOS
2005 modificada).
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
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Figura 2: Fotoperíodo registrado de outubro de 2007 a setembro de 2008 no planalto residual do Urucum,
Corumbá, Mato Grosso do Sul (Fonte: On-line Photoperiod Calculator).
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
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Tabela 1: Número de manchas das espécies estudadas na fenologia do campo sujo de cerrado do planalto
residual do Urucum, Corum, Mato Grosso do Sul, classificadas quanto ao hábito e síndrome de
dispersão. SBA = subarbusto, HER = herbácea, LIA = liana, PAL = palmeira, PTA = planta-anã, ANE =
anemocórica, AUT = autocórica, ZOO = zoocórica.
Família
Espécie
Hábito
Manchas
SD
Apiaceae
Eryngium pristis Cham. & Schlecht.
SBA
34
AUT
Apocynaceae
Hemipogon acerosus Decne.
HER
10
ANE
Mandevilla illustris (Vell.) Woodson
HER
59
ANE
Odontadenia lutea (Vell.) Markgr.
LIA
47
ANE
Arecaceae
Allagoptera leococalyx Kuntze
PAL
21
ZOO
Asteraceae
Baccharis sp.
SBA
26
ANE
Eupatorium inulifolium H.B. & K.
HER
13
ANE
Eupatorium cf. squalidum DC.
SBA
24
ANE
Vernonia coriacea Less.
SBA
38
ANE
Vernonia herbacea Rusby
HER
16
ANE
Vernonia nitens Gardner
HER
45
ANE
Vernonia sp.
SBA
27
ANE
Viguiera grandiflora Gardner
HER
56
ANE
Bignoniaceae
Anemopaegma arvense (Vell.) Stellfeld ex de Souza
HER
29
ANE
Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos
PTA
27
ANE
Bromeliaceae
Dyckia sp.
HER
81
ANE
Cactaceae
Echinopsis calochlora K. Schum.
HER
90
ZOO
Clusiaceae
Kielmeyera coriacea (Spreng.) Mart.
PTA
84
ANE
Cyperaceae
Bulbostylis paradoxa Nees
HER
354
ANE
Dilleniaceae
Davilla elliptica A. St.-Hil.
PTA
126
ZOO
Erythroxylaceae
Erythroxylum campestre A.St.Hil.
PTA
44
ZOO
Erythroxylum suberosum A. St.-Hil.
PTA
3
ZOO
Euphorbiaceae
Manihot tripartita Müll.Arg.
HER
41
ZOO
Sebastiania hispida (Mart.) Pax.
SBA
36
ZOO
Fabaceae
Aeschnomene falcata (Poir.) DC.
SBA
6
AUT
Chamaechrista cordistipula (Mart.) H.S.Irwin & Barneby
SBA
33
AUT
Clitoria guianensis (Aubl.) Benth.
SBA
22
AUT
Eriosema crinitum (Kunth) G. Don.
SBA
21
AUT
Indigofera lespedezioides Kunth
SBA
42
AUT
Galactia sp.
SBA
11
AUT
Hymenaea stygonocarpa Mart. ex Hayne
PTA
18
ZOO
Mimosa nuda Benth.
SBA
114
ANE
Mimosa sensibilis Griseb.
SBA
30
ANE
Stryphnodendron obovatum Benth.
PTA
46
ZOO
Stylosanthes macrocephala M.B.Ferreira & Sousa Costa
HER
26
ZOO
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
46
(Cont.)
Família
Espécie
Hábito
Nº ind.
SD
Lauraceae
Aiouea trinervis Meissn.
PTA
110
ZOO
Lithraceae
Lafoensia pacari A. St.-Hil.
PTA
22
ANE
Malpighiaceae
Byrsonima coccolobifolia Kunth
PTA
34
ZOO
Byrsonima intermedia A. Juss.
PTA
4
ZOO
Heteropterys byrsonimifolia A. Juss.
PTA
60
ANE
Melastomataceae
Miconia albicans (Sw.) Triana
PTA
63
ZOO
Miconia fallax DC.
PTA
14
ZOO
Myrtaceae
Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg
PTA
112
ZOO
Eugenia punicifolia (Kunth) DC.
SBA
22
ZOO
Psidium cinereum Mart. ex DC.
SBA
7
ZOO
Ochnaceae
Ouratea spectabilis (Mart.) Engl.
SBA
2
ZOO
Rubiaceae
Borreria sp.
HER
11
AUT
Palicourea rigida Kunth
PTA
53
ZOO
Rutaceae
Spiranthera odoratissima A. St.-Hil.
SBA
176
AUT
Salicaceae
Casearia sylvestris Swartz
PTA
30
ZOO
Smilacaceae
Smilax fluminensis Steud.
LIA
27
ZOO
Styracaceae
Styrax ferrugineous Nees & Mart.
PTA
53
ZOO
Vochysiaceae
Qualea crypthanta (Spreng.) Warm.
PTA
155
ANE
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
47
Tabela 2 Duração das fenofases, em meses, das espécies estudadas no campo sujo de cerrado do
planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo cinza a floração e preto a frutificação.
Espécie
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Aeschnomene falcata
Aiouea trinervis
Allagoptera leucocalyx
Anemopaegma arvense
Baccharis sp.
Blepharocalyx salicifolius
Borreria sp.
Bulbostylis paradoxa
Byrsonima coccolobifolia
Byrsonima intermedia
Casearia sylvestris
Chamaechrista cordistipula
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
48
(Cont...)
Espécie
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Clitoria guianensis
Davilla elliptica
Dyckia sp.
Echinopsis calochlora
Eriosema crinitum
Eryngium pristis
Erythroxylum campestre
Erythroxylum suberosum
Eugenia punicifolia
Eupatorium cf. squalidum
Eupatorium inulifolium
Galactia sp.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
49
(Cont...)
Espécie
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Hemipogon acerosus
Heteropterys byrsonimaefolia
Hymenaea stygonocarpa
Indigofera lespedezioides
Kielmeyera coriacea
Lafoensia pacari
Mandevilla illustris
Manihot tripartita
Miconia albicans
Miconia fallax
Mimosa nuda
Mimosa sensibilis
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
50
(Cont...)
Espécie
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Odontadenia lutea
Ouratea spectabilis
Palicourea rigida
Psidium cinereum
Qualea crypthanta
Sebastiania hispida
Smilax fluminensis
Spiranthera odoratissima
Stryphnodendron obovatum
Stylosanthes macrocephala
Styrax ferrugineous
Tabebuia ochracea
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
51
(Cont...)
Espécie
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Vernonia coriacea
Vernonia herbacea
Vernonia nitens
Vernonia sp.
Viguiera grandiflora
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
52
Figura 3: Porcentagem de manchas estudadas na fenologia do campo sujo de cerrado do planalto residual
do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, classificadas quanto ao hábito.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
53
Figura 4: mero de espécies em floração no campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum,
Corumbá, Mato Grosso do Sul, com a precipitação do período estudado.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
54
Figura 5: Intensidade de Fournier para a fenofase floração no campo sujo de cerrado do planalto residual
do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, com dados pluviométricos de outubro/2007 a setembro/2008.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
55
Tabela 3: Análise do coeficiente de Correlação de Spearman (rs) entre a precipitação/comprimento do
dia, a intensidade de Fournier e o número de espécies em floração/frutificação e frutos classificados
quanto à síndrome de dispersão em campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá,
Mato Grosso do Sul. P0 = precipitação do mês de observação; P1 = precipitação de um mês anterior à
observação; P2 = precipitação de dois meses anteriores à observação; P3 = precipitação de três meses
anteriores à observação; CD = comprimento do dia; ns = não significativo. Valores marginalmente
significativos em negrito.
Fenofase
P0
P1
P2
P3
CD
Fournier
Espécies
Fournier
Espécies
Fournier
Espécies
Fournier
Espécies
Fournier
Espécies
Floração
rs=0,43
ns
ns
ns
rs=-0,41
ns
ns
ns
rs=0,71
rs=0,55
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
p=0,00
p=0,05
Frutificação
rs=0,77
rs=0,52
rs=0,62
rs=0,45
ns
ns
rs=-0,44
rs=-0,47
rs=0,68
rs=0,42
p=0,00
p=0,08
p=0,02
ns
ns
ns
ns
ns
p=0,01
ns
Anemocoria
rs=0,55
ns
rs=0,76
rs=0,65
rs=0,40
rs=0,57
ns
ns
rs=0,63
ns
p=0,06
ns
p=0,00
p=0,02
ns
p=0,05
ns
ns
p=0,02
ns
Autocoria
rs=0,70
rs=0,66
rs=0,63
rs=0,58
rs=0,62
rs=0,62
ns
ns
rs=0,49
ns
p=0,01
p=0,01
p=0,02
p=0,04
p=0,03
p=0,03
ns
ns
ns
ns
Zoocoria
ns
ns
ns
ns
ns
rs=-0,43
rs=-0,66
rs=-0,62
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
p=0,03
ns
ns
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
56
Figura 6: Intensidade de Fournier para a fenofase floração no campo sujo de cerrado do planalto residual
do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo as espécies classificadas quanto ao hábito. Dados
pluviométricos de outubro/2007 a setembro/2008.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
57
Figura 7: Precipitação no planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul durante os anos de
2007 e 2008, sendo o trecho destacado referente aos meses de coleta dos dados fenológicos (Mineração
Corumbaense Reunida S/A 2009).
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
58
Figura 8: Número de espécies em frutificação no campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum,
Corumbá, Mato Grosso do Sul, com a precipitação do período estudado.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
59
Figura 9: Intensidade de Fournier para a fenofase frutificação no campo sujo de cerrado do planalto
residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, com dados pluviométricos de outubro/2007 a
setembro/2008.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
60
Figura 10: Intensidade de Fournier para a fenofase frutificação no campo sujo de cerrado do planalto
residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo as espécies classificadas quanto ao hábito.
Dados pluviométricos de outubro/2007 a setembro/2008.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
61
Figura 11: Porcentagem de manchas estudadas na fenologia do campo sujo de cerrado do planalto
residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, classificadas quanto à síndrome de dispersão.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
62
Figura 12: Número de espécies para a fenofase frutificação no campo sujo de cerrado do planalto
residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo as espécies classificadas quanto à síndrome de
dispersão. Dados pluviométricos de outubro/2007 a setembro/2008.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
63
Figura 13: Intensidade de Fournier para a fenofase frutificação no campo sujo de cerrado do planalto
residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, sendo as espécies classificadas quanto à síndrome de
dispersão. Dados pluviométricos de outubro/2007 a setembro/2008.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
64
NORMAS GERAIS PARA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS NA ACTA BOTANICA
BRASILICA
1.A Acta Botanica Brasilica publica artigos originais em todas as áreas da Botânica,
básica ou aplicada, em Português, Espanhol ou Inglês. Os trabalhos deverão ser
motivados por uma pergunta central que denote a originalidade e o potencial interesse
da pesquisa, de acordo com o amplo espectro de leitores nacionais e internacionais da
Revista, inserindo-se no debate teórico de sua área.
2. Os artigos devem ser concisos, em quatro vias, com até 25 laudas, seqüencialmente
numeradas, incluindo ilustrações e tabelas (usar fonte Times New Roman, tamanho 12,
espaço entre linhas 1,5; imprimir em papel tamanho A4, margens ajustadas em 1,5 cm).
A critério da Comissão Editorial, mediante entendimentos prévios, artigos mais
extensos poderão ser aceitos, sendo o excedente custeado pelo(s) autor(es).
3. Palavras em latim no título ou no texto, como por exemplo: in vivo, in vitro, in loco,
et al. devem estar em itálico.
4. O título deve ser escrito em caixa alta e baixa, centralizado, e deve ser citado da
mesma maneira no Resumo e Abstract da mesma maneira que o título do trabalho. Se
no título houver nome específico, este deve vir acompanhado dos nomes dos autores do
táxon, assim como do grupo taxonômico do material tratado (ex.: Gesneriaceae,
Hepaticae, etc.).
5. O(s) nome(s) do(s) autor(es) deve(m) ser escrito(s) em caixa alta e baixa, todos em
seguida, com números sobrescritos que indicarão, em rodapé, a filiação Institucional
e/ou fonte financiadora do trabalho (bolsas, auxílios etc.). Créditos de financiamentos
devem vir em Agradecimentos, assim como
vinculações do artigo a programas de pesquisa mais amplos, e não no rodapé. Autores
devem fornecer os endereços completos, evitando abreviações, elegendo apenas um
deles como Autor para correspondência. Se desejarem, todos os autores poderão
fornecer e-mail.
6. A estrutura do trabalho deve, sempre que possível, obedecer à seguinte seqüência:
- RESUMO e ABSTRACT (em caixa alta e negrito) texto corrido, sem referências
bibliográficas, em um único parágrafo e com cerca de 200 palavras. Deve ser precedido
pelo título do artigo em Português, entre parênteses. Ao final do resumo, citar até cinco
palavras-chave à escolha do autor, em ordem de importância. A mesma regra se aplica
ao Abstract em Inglês ou Resumen em Espanhol.
- Introdução (em caixa alta e baixa, negrito, deslocado para a esquerda): deve conter
uma visão clara e concisa de: a) conhecimentos atuais no campo específico do assunto
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
65
tratado; b) problemas científicos que levou(aram) o(s) autor(es) a desenvolver o
trabalho; c) objetivos.
- Material e métodos (em caixa alta e baixa, negrito, deslocado para a esquerda): deve
conter descrições breves, suficientes à repetição do trabalho; técnicas já publicadas
devem ser apenas citadas e o descritas. Indicar o nome da(s) espécie(s) completo,
inclusive com o autor. Mapas - podem ser incluídos se forem de extrema relevância e
devem apresentar qualidade adequada para impressão. Todo e qualquer comentário de
um procedimento utilizado para a análise de dados em Resultados deve,
obrigatoriamente, estar descrito no item Material e métodos.
- Resultados e discussão (em caixa alta e baixa, negrito, deslocado para a esquerda):
podem conter tabelas e figuras (gráficos, fotografias, desenhos, mapas e pranchas)
estritamente necessárias à compreensão do texto. Dependendo da estrutura do trabalho,
resultados e discussão poderão ser apresentados em um mesmo item ou em itens
separados.
As figuras devem ser todas numeradas seqüencialmente, com algarismos arábicos,
colocados no lado inferior direito; as escalas, sempre que possível, devem se situar à
esquerda da figura. As tabelas devem ser seqüencialmente numeradas, em arábico com
numeração independente das figuras.
Tanto as figuras como as tabelas devem ser apresentadas em folhas separadas (uma para
cada figura e/ou tabela) ao final do texto (originais e 3 cópias). Para garantir a boa
qualidade de impressão, as figuras não devem ultrapassar duas vezes a área útil da
revista que é de 17,5´23,5 cm. Tabelas - Nomes das espécies dos táxons devem ser
mencionados acompanhados dos respectivos autores. Devem constar na legenda
informações da área de estudo ou do grupo taxonômico. Itens da tabela, que estejam
abreviados, devem ter suas explicações na legenda.
As ilustrações devem respeitar a área útil da revista, devendo ser inseridas em coluna
simples ou dupla, sem prejuízo da qualidade gráfica. Devem ser apresentadas em tinta
nanquim, sobre papel vegetal ou cartolina ou em versão eletrônica, gravadas em .TIF,
com resolução de pelo menos 300 dpi (ideal em 600 dpi). Para pranchas ou fotografias -
usar números arábicos, do lado direito das figuras ou fotos. Para gráficos - usar letras
maiúsculas do lado direito.
As fotografias devem estar em papel brilhante e em branco e preto. Fotografias
coloridas poderão ser aceitas a critério da Comissão Editorial, que deverá ser
previamente consultada, e se o(s) autor(es) arcar(em) com os custos de impressão.
As figuras e as tabelas devem ser referidas no texto em caixa alta e baixa, de forma
abreviada e sem plural (Fig. e Tab.). Todas as figuras e tabelas apresentadas devem,
obrigatoriamente, ter chamada no texto.
Legendas de pranchas necessitam conter nomes dos táxons com respectivos autores.
Todos os nomes dos gêneros precisam estar por extenso nas figuras e tabelas. Gráficos -
enviar os arquivos em Excel. Se não estiverem em Excel, enviar pia em papel, com
boa qualidade, para reprodução.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
66
As siglas e abreviaturas, quando utilizadas pela primeira vez, devem ser precedidas do
seu significado por extenso. Ex.: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE);
Microscopia Eletnica de Varredura (MEV).
Usar unidades de medida de modo abreviado (Ex.: 11 cm; 2,4 μm), o número separado
da unidade, com exceção de percentagem (Ex.: 90%).
Escrever por extenso os números de um a dez (não os maiores), a menos que seja
medida. Ex.: quatro árvores; 6,0 mm; 1,0-4,0 mm;125 exsicatas.
Em trabalhos taxonômicos o material botânico examinado deve ser selecionado de
maneira a citarem-se apenas aqueles representativos do táxon em questão e na seguinte
ordem: PAÍS. Estado: Município, data, fenologia, coletor(es) n úmero do(s) coletor(es)
(sigla do Herbário).
Ex.: BRASIL. São Paulo: Santo André, 3/XI/1997, fl. fr., Milanez 435 (SP).
No caso de mais de três coletores, citar o primeiro seguido de et al. Ex.: Silva et al.
(atentar para o que deve ser grafado em CAIXA ALTA, Caixa Alta e Baixa, caixa
baixa, negrito, itálico).
Chaves de identificação devem ser, preferencialmente, indentadas. Nomes de autores de
táxons não devem aparecer. Os táxons da chave, se tratados no texto, devem ser
numerados seguindo a ordem alfabética. Ex.:
1. Plantas terrestres
2. Folhas orbiculares, mais de 10 cm diâm.
................................................................... 2. S. orbicularis
2. Folhas sagitadas, menos de 8 cm compr.
...................................................................... 4. S. sagittalis
1. Plantas aquáticas
3. Flores brancas ..............................................1. S. albicans
3. Flores vermelhas ........................................ 3. S. purpúrea
O tratamento taxonômico no texto deve reservar o itálico e o negrito simultâneos apenas
para os nomes de táxons válidos. Basiônimo e sinonímia aparecem apenas em itálico.
Autores de nomes científicos devem ser citados de forma abreviada, de acordo com
índice taxonômico do grupo em pauta (Brummit & Powell 1992 para Fanegamas).
Ex.:
1. Sepulveda albicans L., Sp. pl. 2: 25. 1753.
Pertencia albicans Sw., Fl. bras. 4: 37, t. 23, f. 5. 1870.
Fig. 1-12
Subdivisões dentro de Material e métodos ou de Resultados e/ou discussão devem ser
escritas em caixa alta e baixa, seguida de um traço e o texto segue a mesma linha. Ex.:
Área de estudo - localiza-se ...
Resultados e discussão devem estar incluídos em conclusões. - Agradecimentos (em
caixa alta e baixa, negrito, deslocado para a esquerda): devem ser sucintos; nomes de
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
67
pessoas e Instituições devem ser por extenso, explicitando o porquê dos
agradecimentos.
- Referências bibliográficas
- Ao longo do texto: seguir esquema autor, data. Ex.:
Silva (1997), Silva & Santos (1997), Silva et al. (1997) ou Silva (1993; 1995), Santos
(1995; 1997) ou (Silva 1975; Santos 1996; Oliveira 1997).
- Ao final do artigo: em caixa alta e baixa, deslocado para a esquerda; seguir ordem
alfabética e cronológica de autor(es); nomes dos periódicos e títulos de livros devem
ser grafados por extenso e em negrito. Exemplos:
Santos, J. 1995. Estudos anatômicos em Juncaceae. Pp. 5-22. In: Anais do XXVIII
Congresso Nacional de Botânica. Aracaju 1992. São Paulo, HUCITEC Ed. v.I.
Santos, J.; Silva, A. & Oliveira, B. 1995. Notas palinológicas. Amaranthaceae.
Hoehnea 33(2): 38-45.
Silva, A. & Santos, J. 1997. Rubiaceae. Pp. 27-55. In: F.C. Hoehne (ed.). Flora
Brasilica. São Paulo, Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo.
Não serão aceitas Referências bibliográficas de monografias de conclusão de curso de
graduação, de citações resumos simples de Congressos, Simpósios, Workshops e
assemelhados. Citações de Dissertações e Teses devem ser evitadas ao máximo; se
necessário, citar no corpo do texto. Ex.: J. Santos, dados não publicados ou J. Santos,
comunicação pessoal.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
68
ARTIGO A SER SUBMETIDO
AO PERIÓDICO REVISTA
BRASILEIRA DE ZOOLOGIA
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
69
CAPÍTULO 2 1
DISPERSÃO DE SEMENTES POR MORCEGOS EM UMA ÁREA DE CAMPO 2
SUJO DE CERRADO NO PLANALTO RESIDUAL DO URUCUM, MATO 3
GROSSO DO SUL, BRASIL
1
4
Danilo Rafael Mesquita Neves
2,3
, Geraldo A. Damasceno Junior
2
&
Erich A. Fischer
2
5
RESUMO (Dispersão de sementes por morcegos em uma área de campo sujo de 6
cerrado no planalto residual do Urucum, Mato Grosso do Sul, Brasil). O presente estudo 7
foi desenvolvido na área do planalto residual do Urucum com o objetivo geral de 8
verificar a dispersão de sementes por morcegos em uma área de campo sujo de cerrado, 9
com foco nas seguintes questões: 1) Quais espécies de morcegos possuem atividade no 10
campo sujo de cerrado do maciço do Urucum? 2) As espécies de morcegos presentes 11
utilizam os frutos disponíveis na área? 3) Quais as espécies de plantas possuem suas 12
sementes dispersadas por morcegos na área estudada? As fases de captura de morcegos 13
constaram de duas noites consecutivas por mês, durante um ano, totalizando 48 14
noites/ano, com a utilização de redes-de-neblina para captura dos mesmos 15
(outubro/2007 a setembro/2008). A amostragem fenológica foi feita com quatro 16
transectos distantes 50 metros entre si, onde eram amostradas todas as espécies 17
zoocóricas distantes até no máximo três metros de cada lado do mesmo. Em 36.288 18
m
2
.h de esforço amostral foram capturados 49 indivíduos, divididos em cinco espécies, 19
sendo todos frugívoros. Das cinco espécies coletadas, três apresentaram amostras fecais 20
com sementes, num total de 20 amostras, equivalente a 40,8% do total de capturas. 21
Mesmo no período de maior disponibilidade de frutos, os morcegos coletados não 22
consumiram recursos do campo sujo de cerrado, sendo as espécies dispersadas para o 23
local consumidas, provavelmente, nas matas semidecíduas adjacentes à área de estudo. 24
Porém, o fato dos morcegos utilizarem recursos da mata semidecíduas não desabona a 25
importância ecológica como dispersores de espécies nativas e pioneiras para as áreas 26
degradadas de campo sujo, pois foram encontradas espécies consumidas pelos morcegos 27
em uma área recuperada pela mineradora que atua no local. 28
Palavras-chave: zoocoria, fenologia, recuperação de áreas, campos de altitude 29
1
Parte da dissertação de mestrado do primeiro autor 30
2
Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal - UFMS 31
3
Autor para correspondência: danilo@ecotec-ambiental.com.br 32
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
70
ABSTRACT (Dispersal seeds by bats in a campo sujo vegetation area of Urucum 33
plateau, Mato Grosso do Sul, Brazil). This study was carried out on Urucum plateau, in 34
order to describe the dispersal seeds by bats in a campo sujo vegetation, with three 35
questions to be answered: 1) Wich bat species have activities on the campo sujo 36
vegetation of Urucum plateau? 2) Are these bat species eating the fruits available in the 37
campo sujo vegetation? 3) Wich plant species have their seeds dispersed by bats to the 38
studied area? Bats were monthly mist netted over a full year (october/2007 to 39
september/2008), during two consecutive nights, and fecal samples were collected for 40
dispersal seeds analysis. It was also monthly studied the phenological patterns on the 41
fruiting individuals. Phenological sampling was made in four transects, far 50 meters 42
from each other, where all zoochoric species distant at most three meters of each side of 43
the transect were sampled. With the aim to have patterns for the samples, it was 44
established 250 meters of transects on each side of the plateau, reaching 0.6 hectares. In 45
36.288 m
2
.h of field works were collected 49 bats of five species, all frugivorous. Three 46
of the five bat species collected presented feces with seeds, total of 20 samples, 47
corresponding to 40.8% of the total bats collected. The animals collected on the first 48
thirty minutes rarely presented feces with seeds. Even in the peak of fruiting, the bats 49
did not eat the fruits available in the campo sujo vegetation studied. The species 50
dispersed by bats to the area were, propably, eaten in a close semideciduous forest. 51
However, the fact of the bats eat fruits from the semideciduous forests do not diminish 52
the ecological importance of the bats such as potential seed dispersers of native and 53
pioners plant species to degraded campo sujo areas, because it was found plant species 54
dispersed by bats in a restored area of Rio Tinto mining. 55
Key words: zoochory, phenology, restoring areas, high altitude grasslands 56
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
71
INTRODUÇÃO 57
A camada herbáceo-subarbustiva de Cerrado apresenta a maior riqueza florística 58
do Cerrado sensu latu, apesar da carência de estudos sobre a sua ecologia e composição 59
florística (CASTRO et al. 1999; SANO et al. 2008), sendo que uma das constatões 60
mais evidentes é que a maioria dos estudos foram realizados levando-se em conta 61
apenas espécies arbustivo-arbóreas (MANTOVANI & MARTINS 1993). O sub-solo 62
dos campos sujos do maco do Urucum possuem um grande valor geoeconômico na 63
Bacia do Alto Paraguai em razão da ocorrência de enormes reservas de ferro e 64
manganês. Atividades mineradoras têm gerado a fragmentação e destruição destes 65
hábitats, colocando em risco a flora e fauna locais, os quais devem, segundo a legislação 66
brasileira, serem restaurados (SILVA et al. 2000). 67
Segundo KAGEYAMA & GANDARA (2004) a restauração de ecossistemas 68
degradados deve utilizar os conceitos de diversidade de espécies, interação entre 69
espécies e sucessão ecológica, adaptando as tecnologias existentes para as espécies 70
nativas. Com isso, dados de fenologia, estratégias de dispersão das espécies e interações 71
planta-animal são essenciais para um melhor desenvolvimento de planos de manejo e 72
conservação. Dentre as importantes interações planta-animal para recuperação de áreas 73
degradadas, encontra-se a dispersão de sementes por morcegos. MULLER & REIS 74
(1992) apontaram que os morcegos frugívoros são importantes disseminadores de 75
sementes por serem muito vorazes e voarem longas distâncias. 76
O Cerrado abriga 80 espécies de morcegos, o que corresponde a quase 60% das 77
143 espécies de morcegos brasileiros (GREGORIN & TADDEI 2002) e mais de 40% 78
do total da fauna de morcegos da América do Sul. A família Phyllostomidae é a mais 79
abundante, com 41 espécies, seguida por Molossidae com 16 espécies e 80
Vespertilionidae com 11 espécies (MARINHO-FILHO 1996). Alguns estudos 81
demonstram a dispersão de sementes por morcegos no Cerrado, onde observa-se 82
espécies como: Aechmea sp., Cecropia pachystachya Trécul., Centropogus cornutus 83
(L.) Druce Ficus spp., Emmotum nitens (Benth.) Miers. Gurania spinulosa (Poepp. & 84
Endl.) Cogn., Hirtella gracilipes (Hook. f.) Prance, Piper spp., Pseudomaedia sp., 85
Senna sp. (AGUIAR & AQUINO 2003; AGUIAR 2005, FREITAS & ZORTÉA 2006). 86
No maciço do Urucum dados sobre frugivoria e dispersão de sementes por 87
morcegos são pontuais e esporádicos. NEVES & BORDIGNON (2005) registraram 88
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
72
sementes de Cecropia pachystachya Trécul, Ficus sp. e Piper sp nas fezes de morcegos 89
coletados durante a estação seca. 90
Os campos sujos de cerrado cobrem os topos dos morros que constituem o 91
planalto residual do Urucum. Estes campos de altitude são caracterizados por uma 92
cobertura de gramíneas, ervas e subarbustos com altura variando entre 30 e 40 cm. 93
Espécies como Trachypogon spicatus (L.f.) O. Kuntze, Thrasya petrosa (Trin.), Aiouea 94
trinervis Meissn. e Qualea cryptantha (Spreng.) Warm. são importantes para a 95
cobertura vegetal desta fitofisionomia (DAMASCENO JUNIOR et al. 2005). Nestes 96
campos ocorre a extração de minério de ferro, atividade que tem gerado a fragmentação 97
e degradação dos diversos habitats do local. 98
Estudos sobre a quiropterofauna no maciço do Urucum apresentam espécies 99
frugívoras como Artibeus jamaicensis Leach, 1821, Artibeus lituratus (Olfers, 1818), 100
Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758), Glossophaga Soricina (Pallas, 1766), 101
Lophostoma silvicolum (d'Orbigny, 1836), Phyllostomus hastatus (Pallas, 1767), 102
Platyrrhinus lineatus (E. Geoffroy, 1810), entre outros (MAURO & CAMPOS 2000; 103
BORDIGNON & FRAA 2004; BORDIGNON 2005). No entanto, estas espécies 104
foram coletadas nas matas decíduas e semidecíduas do maciço do Urucum, não havendo 105
estudos para os campos sujos de cerrado deste planalto. 106
Devido à jazida de minério, existe a expectativa de um maior desenvolvimento 107
industrial nos próximos anos na região, havendo com isso a possibilidade dos futuros 108
empreendimentos causarem mais impactos sobre o ambiente, principalmente sobre as 109
espécies animais dependentes de ambientes florestados, tais como pequenos mamíferos. 110
Sendo assim, o presente estudo foi desenvolvido na área do planalto residual do 111
Urucum, com foco nas seguintes questões: 1) Quais espécies de morcegos possuem 112
atividade no campo sujo de cerrado do maciço do Urucum? 2) As espécies de morcegos 113
presentes utilizam os frutos disponíveis na área? 3) Quais as espécies de plantas 114
possuem suas sementes dispersadas por morcegos na área estudada? 115
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
73
MATERIAL E MÉTODOS 116
Local de estudo 117
Este estudo foi realizado em uma área de 5.327 hectares, pertencente à 118
Mineração Corumbaense Reunida S/A (MCR), no maciço do Urucum, Corumbá, Mato 119
Grosso do Sul, considerado o mais proeminente dos relevos residuais da borda oeste do 120
Pantanal alto (ISQUIERDO 1997). 121
O conjunto de elevações que constituem o maciço do Urucum é recortado por 122
uma série de falhas, cujas escarpas formam diversas morros. Entre os morros que 123
constituem o maciço há o morro do Urucum (971m), o morro Grande (951m) o morro 124
Santa Cruz (1065m), o morro São Domingos (800m), a Tromba dos Macacos (500m), o 125
morro Jacadigo (600m) e o morro Rabichão com uma cota altimétrica de 700m. 126
(FRANCO & PINHEIRO 1982). 127
A área estudada está assentada sobre o embasamento Gnáissico-Granítico 128
(complexo Apa) do proterozóico médio (era pré-cambriana), constituído principalmente 129
por moscovitagnaisses, biotita-gnaisses de granulação fina com fraturas preenchidas por 130
veeiros de quartzo (ANJOS & OKIDA 2000). Acima dessa camada se situa o grupo 131
Jacadigo (de idade proterozóica superior). É constituído pelas formações Urucum e 132
Santa Cruz, em seqüência estratigráfica. A formão Urucum é caracterizada como um 133
relevo conservado, identificado como uma superfície estrutural tabular, marcada a oeste 134
por escarpa de falha. Posicionada ao leste desta, as morrarias Santa Cruz e São 135
Domingos caracterizam dois blocos de relevos justapostos, cujas bordas ocidentais são 136
marcadas por escarpas de falhas com desníveis acima de 100 metros (FRANCO & 137
PINHEIRO 1982). Essas duas formações são exploradas comercialmente na região para 138
extração de ferro e manganês, sendo a extração de manganês subterrânea e a de ferro a 139
céu aberto, a segunda com retirada total da vegetação herbácea (BRASIL 1982). 140
Neste estudo foram realizadas coletas em áreas de campo sujo de cerrado, as 141
quais se encontram em altitudes médias de 1.000 metros, na morraria Santa Cruz 142
(19º12’ S; 57º35’ W), município de Corumbá MS, denominada como morro Bonito 143
pela MCR - Mineração Corumbaense Reunida S/A (Fig. 1). Este morro é a única área 144
de campo que ainda não vem sendo explorada pela MCR, porém o local sofre algumas 145
pertubações com pesquisas geológicas e fogo, sendo o último ocorrido em setembro de 146
2007. Pesquisas são realizadas no local por geólogos da MCR, com o intuito de incluir o 147
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
74
morro Bonito no projeto de expansão da mina (Eng. Felipe Tadashi - MCR, 148
comunicação pessoal). 149
O clima da região é do tipo tropical megatérmico (com temperatura média de 150
25ºC), com precipitação pluvial da ordem de 1.120 mm anuais e duas estações bem 151
distintas, uma seca que se estende de abril a setembro (inverno) e uma chuvosa, de 152
outubro a março (verão), classificado como Aw no sistema de Köppen (SORIANO 153
2000). 154
A paisagem da região é representada por um mosaico de fitofisionomias típicas 155
do Cerrado, como cerrado sentido restrito, campo cerrado, campo limpo e campo sujo, 156
intrusões de florestas estacionais deciduais e semideciduais. O gradiente altitudinal é 157
bastante singular com forte contraste da vegetação proporcionando ampla variedade de 158
ambientes, incluindo desde Mata Estacional Semidecidual Submontana a Savana 159
Gramíneo-Lenhosa no topo (POTT et al. 2000; POTT et al., 2002). 160
Captura de morcegos e análise das amostras fecais 161
O período total de estudo compreendeu de outubro de 2007 a setembro de 2008. 162
Os morcegos foram capturados com auxílio de redes-de-neblina dispostas até três 163
metros acima do solo. Foram armadas três redes (14x3m) por noite. 164
As fases de captura constaram de duas noites (período de lua nova) consecutivas 165
por mês, durante um ano, totalizando 48 noites/ano. A cada noite as capturas iniciavam 166
após o pôr-do-sol e encerravam seis horas depois de iniciada. 167
As redes eram armadas próximas aos frutos zoocóricos disponíveis e/ou nas 168
proximidades de uma Mata Estacional Semidecidual adjacente ao campo sujo. Foram 169
feitas revisões a cada 15 minutos nas redes. 170
Cada exemplar capturado foi colocado em um saco de pano, onde permaneceu 171
por cerca de uma hora para a coleta das fezes depositadas pelo animal. Após este 172
período, os animais foram identificados (conforme VIZOTTO & TADDEI 1973) e 173
soltos, sendo que um indivíduo de cada espécie foi sacrificado para material testemunho 174
e depositado em coleção zoológica (ZUFMS). 175
As amostras fecais foram triadas e as sementes encontradas foram identificadas 176
por meio de comparações com sementes coletadas das espécies vegetais existentes no 177
local de estudo, em áreas adjacentes e acompanhamento fenológico. 178
Foi feito um transecto de 300 metros em uma área adjacente ao morro. Esta área 179
foi recuperada pela MCR (Mina 02) em 2002. Todas as espécies de angiospermas 180
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
75
distante até no máximo três metros de cada lado do transecto foram registradas (Fig. 1), 181
para verificar a existências de espécies quiropterocóricas no local. 182
Estudo fenológico 183
A amostragem das espécies zoocóricas foi feita com oito transectos de 250 184
metros, distantes 50 metros entre si. Foram utilizados pedaços de tecido vermelho 185
denominado TNT, para demarcar as duas vertentes do morro Bonito. Foram amostradas 186
todas as espécies zoocóricas distantes até no máximo três metros de cada lado do 187
transecto. Foram estabelecidos quatro transectos em cada vertente do morro, totalizando 188
0,6 hectares de amostragem (Fig. 1). 189
Entre outubro de 2007 a setembro de 2008 foi feito acompanhamento mensal da 190
frutificação nas manchas que se encontravam na área dos transectos. O critério de 191
inclusão das espécies na análise fenológica foi a presença do evento de frutificação 192
durante o período estudado. 193
Os hábitos da vegetação deste estudo foram divididos em herbáceas, lianas, 194
plantas-anãs e subarbustos. As plantas-anãs são espécies que, sob condições ambientais 195
normais, possuem o hábito arbóreo, porém devido a características do maciço do 196
Urucum como: solo (baixa profundidade, umidade), velocidade do vento e queimadas 197
regulares, estas espécies o se desenvolvem normalmente nos campos sujos de cerrado 198
da área de estudo (LEHN et al. 2008). 199
Para confecção de exsicatas, foram coletados exemplares de cada espécie deste 200
estudo fora da área dos transectos, para não causar interferência nos dados fenológicos. 201
Com a utilização de tesoura de poda, as espécies coletadas eram armazenadas em sacos 202
plásticos, prensadas e utilizadas para a identificação taxonômica com o auxílio de 203
bibliografia especializada e comparação com material depositado no Herbário COR. Os 204
exemplares com material fértil conservado foram montados em cartolina, etiquetados e 205
enviados para incorporação no herbário CGMS/UFMS. 206
A nomeação dos taxa seguiu o ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP (2003), 207
e a grafia dos nomes foi obtida por consulta à base de dados W
3
Tropicos do 208
MISSOURI BOTANICAL GARDEN (2009). 209
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
76
Análise dos dados 210
Para estimar a intensidade da fenofase, as espécies zoocóricas com n ≥ 10 211
manchas foram classificadas nas categorias da escala semi-quantitativa adaptada de 212
FOURNIER (1974) para espécies herbáceo-subarbustivas, com valores estimativos para 213
as fenofases conforme a seguinte escala: 0 ausência da característica; 1- presença da 214
característica em um intervalo de 1-25%; 2- de 26-50%; 3- de 51-75%; 4- de 76-100%. 215
O cálculo da Intensidade de Fournier é feito através da seguinte fórmula: 216
% de Fournier =  Fournier. 100 217
4. N 218
onde, Fournier é a somatória das categorias de Fournier das manchas dividido pelo 219
máximo de Fournier que pode ser alcançado por todas as manchas (N) na amostra. 220
Porém, na análise do número de espécies zoocóricas em frutificação foram 221
consideradas todas as espécies encontradas, sendo os frutos classificados quanto ao 222
estágio de maturação. 223
Para avaliar a influência da precipitação nos padrões fenológicos das espécies 224
zoocóricas observadas no campo sujo de cerrado, foi utilizado o teste do coeficiente de 225
Correlação de Spearman (SOKAL & ROHLF 1996), utilizando o software BIOESTAT 226
3.0 (AYRES et al. 2003). Esta análise foi realizada correlacionando-se a fenofase de 227
frutificação das espécies zoocóricas com os dados climáticos do mês da observação, do 228
primeiro, segundo e do terceiro mês anteriores à observação, conforme descrito por 229
FERRAZ et al. (1999). 230
O cálculo do coeficiente de Correlação de Spearman é feito através da seguinte 231
fórmula: 232
r
s
= 1 6 n(R
1
R
2
)
2
233
n(n
2
1) 234
onde, n é o número de pares (x
i
, y
i
), R
1
é o escore de x
i
dentre os valores de x e R
2
é o 235
escore de y
i
dentre os valores de y. 236
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
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RESULTADOS 237
Captura dos morcegos e análise das amostras fecais 238
Em 36.288 m
2
.h de esforço amostral foram capturados 49 morcegos de cinco 239
espécies frugívoras (Tab. 1). Três espécies apresentaram sementes nas amostras fecais, 240
num total de 20 amostras, equivalente a 40,8% do total de capturas. 241
Platyrrhinus lineatus (E. Geoffroy, 1810) foi a espécie mais capturada na área, 242
totalizando 19 indivíduos, seguido de Artibeus lituratus (Olfers, 1818) e Carollia 243
perspicillata (Linnaeus, 1758), com 14 e 11 indivíduos respectivamente. 244
P. lineatus foi a espécie que proporcionou maior mero de amostras fecais 245
(Tab. 2), seguida por A. lituratus e C. perspicillata, que apresentou menor quantidade 246
de fezes, com apenas 25% do total (Fig. 2), porém foi a espécie que apresentou melhor 247
conservação das sementes após passagem pelo trato digestivo. Artibeus jamaicensis 248
Leach, 1821 e Lophostoma silvicolum (d'Orbigny, 1836) não proporcionaram amostras 249
fecais. 250
No transecto realizado na área em recuperação (Mina 02), foram encontradas 16 251
espécies de plantas, sendo que quatro não constavam na lista de espécies para 252
recuperação da área (Tab. 3). Destas, Aristida riparia Trin. é anemorica, Trema 253
micrantha Blume é zoocórica e Cecropia pachystachya Trécul. e Piper aduncum L. são 254
zoocóricas/quiropterocóricas (Tab. 4). 255
Estudo fenológico 256
No acompanhamento fenológico foram registradas 22 espécies zoocóricas, 257
pertencentes a 20 gêneros e 15 famílias (Tab. 5). A espécie zoocórica mais abundante 258
no campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum foi Davilla elliptica A. St.-259
Hil. com 126 manchas, seguida por Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg com 260
112, Aiouea trinervis Meissn. com 110 e Echinopsis calochlora K. Schum. com 90 261
manchas. (Tab. 6). 262
A frutificação das espécies zoocóricas do campo sujo apresentou pico em 263
setembro, com sete espécies (Fig. 3), das quais quatro estavam em dispersão, 264
correspondendo ao final da estação seca (Fig. 4). Novembro apresentou seis espécies em 265
frutificação, das quais cinco estavam em dispersão. Em setembro a precipitão total foi 266
de 54 mm, sendo a maior do período de seco deste ano (junho a setembro). 267
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
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A maior intensidade de Fournier (1974) para a fenofase de frutificação das 268
espécies zoocóricas também ocorreu em setembro, com 10,78% da intensidade total da 269
área estudada (Fig. 5). 270
O coeficiente de correlação de Spearman foi significativo na fenofase de 271
frutificação para as espécies zoocóricas ao se correlacionar com a precipitão de três 272
meses anteriores à observação (Tab. 7). 273
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
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DISCUSSÃO 274
A riqueza de espécies de morcegos em uma comunidade local varia entre 15 e 275
25 espécies na maior parte do Cerrado (COIMBRA Jr. et al. 1982; WILLIG 1983; 276
PEDRO & TADDEI 1997; GARGAGLIONI et al. 1998; BREDT et al. 1999; 277
RODRIGUES et al. 2002; FALCÃO et al. 2003; BORDIGNON 2006; ZÓRTEA & 278
ALHO 2008). A baixa riqueza de espécies de morcegos coletados no campo sujo de 279
cerrado indica a preferência alimentar destes animais por frutos disponíveis nas matas 280
semidecíduas, fazendo com que eles possivelmente utilizem os campos como caminho 281
entre fragmentos de mata. 282
Mesmo no período de maior disponibilidade de frutos como Allagoptera 283
leococalyx Kuntze, E. calochlora, Erythroxylum campestre A.St.Hil., Manihot tripartita 284
Müll.Arg., A. trinervis, Casearia sylvestris Swartz e Smilax fluminensis Steud. os 285
morcegos da área de estudo o consumiram recursos do campo sujo de cerrado, sendo 286
as espécies dispersadas para o local consumidas de matas semidecíduas adjacentes à 287
área de estudo. DAMASCENO JUNIOR (2005) identificou nestas matas semidecíduas 288
oito espécies do gênero Ficus e cinco espécies do gênero Piper, os quais são 289
importantes recursos para a manutenção dos morcegos frugívoros do maco do 290
Urucum. 291
Segundo JANZEN (1970), a dispersão de sementes é um mecanismo complexo 292
que depende de fatores como a taxa de remoção de frutos/sementes, frequência de 293
consumo pelos animais e local apropriado para germinação longe da planta-mãe. 294
STEBBINS (1974) verificou que morcegos podem fornecer um efetivo meio de 295
transporte de sementes para longe das plantas parentais. Além disso, os frugívoros 296
dispersores de sementes podem modificar os padrões de germinação de muitas espécies 297
de plantas através da variação no potencial de germinabilidade das sementes, da 298
velocidade de germinação, ou ambos (TRAVESET 1998; PASSOS & PASSAMANI 299
2003). 300
As quatro espécies de plantas que não constavam na lista das espécies utilizadas 301
na recuperação da Mina 02, indicam a dispersão de sementes como processo importante 302
na sucessão ecológica. Dentre estas espécies encontra-se A. riparia, uma espécie 303
anemocórica nativa da área de estudo, a qual pode auxiliar na substituição gradativa das 304
espécies de gramíneas exóticas como Melinis minutiflora P. Beauv. e Urochloa 305
brizantha (Hochst ex A. Rich.) Stapf. 306
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
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T. micrantha é citada como recurso alimentar para aves (TREJO-PEREZ 1976; 307
VOSS & SANDER 1980; WHEELWRIGHT et al. 1984; SANCHOTENE 1985; 308
LORENZI 1992). Esta relação pode explicar a presença desta planta na área em 309
recuperação, uma vez que as aves dispersam sementes dos frutos que consomem em 310
vôo. C. pachystachya e P. aduncum também demonstram esta relação, sendo citados na 311
literatura como frutos quiropterocóricos (HOWELL & BURCH 1974; SIPINSKI & 312
REIS 1995; PEDRO & TADDEI 1997; THIES et al. 1998; TAVARES 1999). 313
Numa área onde a vegetação está em processo de sucessão, 314
as espécies de Cecropia podem ser as mais comuns (MEDELLÍN & GAONA 1999), 315
pois uma de suas características é a necessidade de elevada taxa de luminosidade para 316
germinar (GODOI & TAKAKI 2005). Esta característica do gênero justifica a presença 317
de indivíduos de C. pachystachya na Mina 02, uma vez que o local vem passando por 318
um processo de regeneração após lavra de minério de ferro. 319
A frutificação pode ter sido afetada pela queima, uma vez que o pico de 320
frutificação por espécies e a maior intensidade de frutificação (Fournier) ocorreu após 321
um ano do evento (setembro de 2007). Esta frutificação tardia pode ter ocorrido pelo 322
fato de que 48,74% das espécies zoocóricas possuem o hábito de plantas-anãs, as quais 323
foram danificadas durante a queima, afetando assim o restabelecimento das mesmas. As 324
herbáceas, por outro lado, tiveram suas partes aéreas totalmente destruídas durante a 325
queima, porém restabeleceram-se mais rapidamente a partir de sementes e propágulos. 326
No entanto, esta frutificação pode ter uma correlação maior com a precipitação, 327
sendo o mês de setembro o fim da estação seca no local. Eventos fenológicos 328
reprodutivos sazonais e sincronizados podem representar vantagens adaptativas para 329
muitas espécies tropicais. Algumas plantas abrem seus frutos no final da estação seca e 330
início da chuvosa para reduzir a mortalidade das plântulas (VAN SCHAIK et al. 1993; 331
PEDRONI et al. 2002) 332
A ecologia alimentar de morcegos fornece informações extremamente úteis para 333
o entendimento dos mecanismos de partilha recursos, onde espécies semelhantes 334
coexistem em um mesmo lugar variando em pelo menos uma das três dimensões do 335
nicho: espaço, tempo ou alimento (PIANKA 1973). 336
Desta forma, outros estudos podem fornecer dados mais conclusivos quanto ao 337
papel ecológico dos morcegos na regeneração dos campos sujos de cerrado do maciço 338
do Urucum. Porém, o fato dos morcegos utilizarem recursos da mata semidecíduas não 339
desabona a importância ecológica como dispersores de espécies nativas e pioneiras para 340
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
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as áreas degradadas de campo sujo, pois foram encontradas espécies potencialmente 341
dispersadas por morcegos na área em recuperação. Provavelmente os morcegos tenham 342
papel fundamental na sucessão das áreas de campo, dispersando espécies da mata para 343
estes ambientes. 344
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
82
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 345
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86
513
Figura 1: Mapa com localização da área estudada no planalto residual do Urucum Corumbá, Mato 514
Grosso do Sul, esquema dos oito transectos de 250 metros para estudo fenológico no campo sujo de 515
cerrado e esquema do transecto de 300 metros na área recuperada da Mina 02 (Fonte: Mineração 516
Corumbaense Reunida S/A - Imagem IKONOS 2005 modificada). 517
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
87
Tabela 1: Espécies de morcegos amostradas em campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum, 518
Corumbá, Mato Grosso do Sul. 519
520
Chiroptera
Machos
meas
Total
Artibeus lituratus
8
6
14
Artibeus jamaicensis
2
2
4
Carollia perspicillata
4
7
11
Lophostoma sylvicolum
-
1
1
Platyrrhinus lineatus
7
12
19
Total
21
28
49
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
88
Tabela 2: mero de amostras fecais contendo sementes dispersadas por morcegos em uma área de 521
campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul. 522
523
Plantas / Chiroptera
Artibeus lituratus
Carollia perspicilata
Platyrhinus lineatus
Total
Cecropia pachystachya
2
2
6
10
Piper aduncum
-
3
-
3
Ficus sp1
3
-
4
7
Ficus sp2
2
-
-
2
Total
7
5
10
22
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
89
524
Figura 2: Porcentagem das espécies de sementes encontradas nas fezes de três espécies de morcegos em 525
campo sujo de cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul. 526
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
90
Tabela 3: Lista das espécies utilizadas pela Mineração Corumbaense Reunida S/A para revegetação da 527
Mina 02 no planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, classificadas quanto ao hábito e 528
origem. ARB = arbórea, HER = herbácea, SUB = subarbustiva, EXO = exótica, NAT = nativa (Fonte: 529
Mineração Corumbaense Reunida S/A). 530
531
Família
Espécie
Nome comum
Hábito
Origem
Asteraceae
Aspilia grazielae J.U.Moreira dos Santos
Aspília
SUB
NAT
Aspilia latissima Malme
Aspília
SUB
NAT
Vernonia herbacea Rusby
Assa-peixe
HER
NAT
Bignoniaceae
Jacaranda cuspidifolia Mart.
Carobinha
ARB
NAT
Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl.
Ipê-roxo
ARB
NAT
Euphorbiaceae
Alchornea triplinervia (Spr.) Müll. Arg.
Escovinha
ARB
NAT
Fabaceae
Bauhinia forficata Link.
Pata-de-vaca
ARB
EXO
Cajanus cajan (L.) Millsp.
Feijão-guandú
SUB
EXO
Calopogonium mucunoides Desv.
Calopogônio
SUB
EXO
Crotalaria juncea L.
Crotalária
SUB
EXO
Enterolobium contortisiliquum (Vell.)Morong.
Ximbuva
ARB
NAT
Hymenaea stygonocarpa Mart. ex Hayne
Jato
ARB
NAT
Mimosa nuda Benth.
Mimosa
SUB
NAT
Mucuna aterrima CV
Mucuna-preta
SUB
EXO
Plathymenia reticulata Benth
Vinhático
ARB
NAT
Lauraceae
Aiouea trinervis Meissn.
Canelinha
ARB
NAT
Malvaceae
Ceiba pubiflora K.Schum.
Barriguda
ARB
NAT
Melastomataceae
Miconia albicans (Sw.) Triana
Folha-branca
SUB
NAT
Poaceae
Andropogon bicornis L.
Rabo-de-burro
HER
NAT
Andropogon sp.
Rabo-de-burro
HER
NAT
Axonopus aureus Beauv.
Capim-ouro
HER
NAT
Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf.
Capim-jaraguá
HER
EXO
Melinis minutiflora P. Beauv.
Capim-gordura
HER
EXO
Urochloa brizantha (Hochst ex A. Rich.) Stapf.
Braquiária
HER
EXO
Proteaceae
Roupala sp.
Carne-de-vaca
SUB
NAT
Vochysiaceae
Qualea crypthanta (Spreng.) Warm.
Pau-terrinha
ARB
NAT
Qualea grandiflora Mart
Pau-terra-macho
ARB
NAT
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91
Tabela 4: Espécies de plantas encontradas em transecto realizado na Mina 02 no planalto residual do 532
Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, classificadas quanto ao hábito e síndrome de dispero. ARB = 533
arbórea, HER = herbácea, SUB = subarbustiva, ANE = anemocórica, AUT = autocórica, ZOO = 534
zoocórica. 535
536
Família
Espécie
Nome comum
Hábito
SD
Asteraceae
Aspilia grazielae J.U.Moreira dos Santos
Aspília
SUB
ANE
Vernonia herbacea Rusby
Assa-peixe
HER
ANE
Cannabaceae
Trema micrantha Blume
Grandiúva
ARB
ZOO
Euphorbiaceae
Alchornea triplinervia (Spr.) Müll. Arg.
Escovinha
ARB
ZOO
Fabaceae
Cajanus cajan (L.) Millsp.
Feijão-guandú
SUB
AUT
Calopogonium mucunoides Desv.
Calopogônio
SUB
AUT
Crotalaria juncea L.
Crotalária
SUB
AUT
Hymenaea stygonocarpa Mart. ex Hayne
Jato
ARB
AUT
Mimosa nuda Benth.
Mimosa
SUB
AUT
Plathymenia reticulata Benth
Vinhático
ARB
AUT
Piperaceae
Piper aduncum L.
Pimenta-de-macaco
SUB
ZOO
Poaceae
Aristida riparia Trin.
Rabo-de-raposa
HER
ANE
Melinis minutiflora P. Beauv.
Capim-gordura
HER
ANE
Urochloa brizantha (Hochst ex A. Rich.) Stapf.
Braquiária
HER
ANE
Urticaceae
Cecropia pachystachya Trécul.
Embaúba
ARB
ZOO
Vochysiaceae
Qualea crypthanta (Spreng.) Warm.
Pau-terrinha
ARB
ANE
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
92
Tabela 5: Número de manchas das espécies estudadas na fenologia do campo sujo de cerrado do planalto 537
residual do Urucum, Corum, Mato Grosso do Sul, classificadas quanto ao hábito e síndrome de 538
dispersão. HER=herbácea, LIA=liana, PTA=planta-anã, SBA=subarbusto, ZOO=zoocórica. 539
Família
Espécie
Hábito
Manchas
SD
Arecaceae
Allagoptera leococalyx Kuntze
PAL
21
ZOO
Cactaceae
Echinopsis calochlora K. Schum.
HER
90
ZOO
Dilleniaceae
Davilla elliptica A. St.-Hil.
PTA
126
ZOO
Erythroxylaceae
Erythroxylum campestre A.St.Hil.
PTA
44
ZOO
Erythroxylum suberosum A. St.-Hil.
PTA
3
ZOO
Euphorbiaceae
Manihot tripartita Müll.Arg.
HER
41
ZOO
Sebastiania hispida (Mart.) Pax.
SBA
36
ZOO
Fabaceae
Hymenaea stygonocarpa Mart. ex Hayne
PTA
18
ZOO
Stryphnodendron obovatum Benth.
PTA
46
ZOO
Stylosanthes macrocephala M.B.Ferreira & Sousa Costa
HER
26
ZOO
Lauraceae
Aiouea trinervis Meissn.
PTA
110
ZOO
Malpighiaceae
Byrsonima coccolobifolia Kunth
PTA
34
ZOO
Byrsonima intermedia A. Juss.
PTA
4
ZOO
Melastomataceae
Miconia albicans (Sw.) Triana
PTA
63
ZOO
Miconia fallax DC.
PTA
14
ZOO
Myrtaceae
Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg
PTA
112
ZOO
Eugenia punicifolia (Kunth) DC.
SBA
22
ZOO
Psidium cinereum Mart. ex DC.
SBA
7
ZOO
Ochnaceae
Ouratea spectabilis (Mart.) Engl.
SBA
2
ZOO
Rubiaceae
Palicourea rigida Kunth
ARB
53
ZOO
Salicaceae
Casearia sylvestris Swartz
PTA
30
ZOO
Smilacaceae
Smilax fluminensis Steud.
LIA
27
ZOO
Styracaceae
Styrax ferrugineous Nees & Mart.
PTA
53
ZOO
540
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
93
Tabela 6: Duração da fenofase frutificação, em meses, das espécies zoocóricas estudadas no campo sujo 541
de cerrado do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul. 542
Espécie
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Aiouea trinervis
X
Allagoptera leucocalyx
X
Blepharocalyx salicifolius
X
X
Byrsonima coccolobifolia
X
Byrsonima intermedia
X
X
X
Casearia sylvestris
X
Davilla elliptica
X
X
X
Echinopsis calochlora
X
X
X
Erythroxylum campestre
X
X
Erythroxylum suberosum
X
Eugenia punicifolia
X
Manihot tripartita
X
Miconia albicans
X
X
Miconia fallax
X
Ouratea spectabilis
X
Palicourea rigida
X
X
Psidium cinereum
X
Sebastiania hispida
X
X
Smilax fluminensis
X
Stryphnodendron obovatum
X
X
Stylosanthes macrocephala
X
Styrax ferrugineous
X
X
543
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94
544
Figura 3: Número de espécies zoocóricas apresentando a fenofase frutificação no campo sujo de cerrado 545
do planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, com a precipitação do período estudado. 546
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
95
547
Figura 4: Precipitação no planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul durante os anos de 548
2007 e 2008, sendo o trecho destacado referente ao período de estudo (Fonte: Mineração Corumbaense 549
Reunida S/A 2009). 550
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
96
551
Figura 5: Intensidade da fenofase frutificação das espécies zoocóricas no campo sujo de cerrado do 552
planalto residual do Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul, com dados pluviométricos de outubro/2007 553
a setembro/2008. 554
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97
Tabela 7: Resultado da análise do coeficiente de Correlação de Spearman (rs) entre a precipitação, a 555
intensidade de Fournier e o número de espécies zoocóricas em frutificação no planalto residual do 556
Urucum, Corumbá, Mato Grosso do Sul. P0 = precipitação do mês de observação; P1 = precipitação de 557
um mês anterior à observação; P2 = precipitação de dois meses anteriores à observação; P3 = precipitação 558
de três meses anteriores à observação; ns = não significativo. 559
Fenofase
P0
P1
P2
P3
Fournier
Espécies
Fournier
Espécies
Fournier
Espécies
Fournier
Espécies
Zoocoria
ns
ns
ns
ns
ns
rs=-0,43
rs=-0,66
rs=-0,62
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
p=0,03
560
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98
NORMAS GERAIS PARA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS NA REVISTA
BRASILEIRA DE ZOOLOGIA
GENERAL ORIENTATIONS
ZOOLOGIA, the journal of the Sociedade Brasileira de Zoologia (SBZ),
publishes original scientific articles on Zoology, authored by members and non-
members of the Society. Members of the SBZ publish free of charge, whereas
nonmembers are required to pay page charges, as indicated in the updated price list
published in the Society’s homepage (http://www.sbzoologia.org.br).
Manuscripts should be prepared solely in English. Manuscript submission to
ZOOLOGIA is available online only at the address
http://submission.scielo.br/index.php/ZOOLOGIA/index. The system is user-friendly
and allows authors to monitor the submission process. If you have any difficult with the
system, there are many tutorials at the SBZool site that can help you. All documents
should be prepared with a word-processor software (preferably MS WORD or
compatible).
ZOOLOGIA refrains from publishing simple occurrence notes, new records (e.g.
geographic, host), distribution notes, case studies, list of species, and similar purely
descriptive studies, unless well justified by the authors. Justification should be sent prior
submission to the Managing Editor.
RESPONSIBILITY
Manuscripts are received by ZOOLOGIA with the understanding that:
all authors have approved submission;
the results or ideas contained therein are original;
the paper is not under consideration for publication elsewhere and will not be
submitted elsewhere unless rejected by ZOOLOGIA or withdrawn by written
notification to the Managing Editor;
the manuscript has been prepared according to these instructions to authors;
if accepted for publication and published, the article, or portions thereof, will not be
published elsewhere unless consent is obtained in writing from the Managing Editor;
reproduction and fair use of articles in ZOOLOGIA are permitted provided the
intended use is for nonprofit educational purposes. All other use requires consent and
fees where appropriate;
the obligation for page charges and text revision fees is accepted by the authors.
the authors are fully responsible for the scientific content and grammar of the article.
the authors agree with additional fees associated with English revisions, if necessary.
FORMS OF PUBLICATION
Articles: original articles on all areas of the Zoology.
Short Communications: this form of publication represents succinct, definitive
information (as opposed to preliminary results) that does not lend itself to inclusion in a
typical, more comprehensive article. A new or modified technique may be presented as
a research note only if the technique is not to be used in ongoing studies. Ordinarily,
techniques are incorporated into the materials and methods section of a regular article.
Review articles: only invited reviews are published. Unsolicited reviews should
not be submitted, but topics may be suggested to the editor or members of the editorial
board.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
99
Opinion: letters to the editor, comments on other publications and ideas,
overviews and other texts that are characterized as the opinion of one or a group of
scientists.
Book reviews: books having a broad interest to the membership of the Society
are reviewed by invitation.
Short biography: biography of important zoologists that significantly contributed
with the knowledge on animal sciences.
MANUSCRIPTS
The text must be left-justified and the pages and lines should be numbered. Use
the Times New Roman font, 12 points. The front page must include: 1) the title of the
article including the name(s) of the higher taxonomic category(ies) of the animals
treated; 2) the name(s) of the author(s) with their professional affiliation, only for
correspondence purposes, aditional affiliations should be included in the
Acknowledgments section; 3) name of the Corresponding Author with complete
addresses for correspondence, including e-mail; 4) an abstract in English; 5) up to five
key words in English, in alphabetical order and different of those words used in the title.
The total information on the items 1 to 5 cannot exceed 3,500 characters including the
spaces, except if authorized by the Managing Editor.
Literature citations should be typed in small capitals, as follows: SMITH (1990),
(SMITH 1990), SMITH (1990: 128), SMITH (1990, 1995), LENT & JURBERG
(1965), GUIMARÃES et al. (1983). Articles by the same author or sequences of
citations should be in chronological order.
Only the names of genera and species should be typed in italics. The first
citation of an animal or plant taxon in the text must be accompanied by its author’s
name in full, the date (of plants, if possible) and the family.
The manuscript of scientific articles should be organized as indicated below.
Other major sections and subdivisions
are possible but the Managing Editor and the Editorial Committee should accept the
proposed subdivision.
ARTICLES AND INVITED REVIEW
Title. Avoid verbiage such as “preliminary studies on...”, “aspects of …”, and
“biology or ecology of...”. Do not use author and date citations with scientific names in
the title. When taxon names are mentioned in the title, it should be followed by the
indication of higher categories in parenthesis.
Abstract. The abstract should be factual (as opposed to indicative) and should
outline the objective, methods used, conclusions, and significance of the study. Text of
the abstract should not be subdivided nor should it contain literature citations
(exceptions are analyzed by the editors). It should contain a single paragraph.
Key words. Up to five key words in English, in alphabetical order and different
of those words used in the title, separated by semicolon. Avoid using composite key
words.
Introduction. The introduction should establish the context of the paper by
stating the general field of interest, presenting findings of others that will be challenged
or expanded, and specifying the specific question to be addressed. Accounts of previous
work should be limited to the minimum information necessary to give an appropriate
perspective. The introduction should not be subdivided.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
100
Material and Methods. This section should be short and concise. It should give
sufficient information to permit repetition of the study by others. Previously published
or standard techniques must be referenced, but not detailed. If the material and methods
section is short, it should not be subdivided. Avoid extensive division into paragraphs.
Results. This section should contain a concise account of the new information.
Tables and figures are to be used as appropriate, but information presented in them
should not be repeated in the text. Avoid detailing methods and interpreting results in
this section.
Taxonomic papers have a distinct style that must be adhered to in preparing a
manuscript. In taxonomic papers the results section is to be replaced by a section headed
TAXONOMY, beginning at the left-hand margin. The description or redescription of
species is accompanied by a taxonomic summary section. The taxonomic summary
section comprises a listing of site, locality and specimens deposited (with respective
collection numbers). The appropriate citation sequence and format include: COUNTRY,
Province or State: City or County (minor area as locality, neighborhood, and others, lat
long, altitude, all in parenthesis), number of specimens, sex, collection date, collector
followed by the word leg., collection number. This is a general guideline that should be
adapted to different situations and groups. Several examples can be found in the
previous numbers of the ZOOLOGIA. The taxonomic summary is followed by a
remarks section (Remarks). The Remarks section replaces the discussion of other
articles and gives comparisons to similar taxa. Museum accession numbers for
appropriate type material (new taxa) and for voucher specimens (surveys) are required.
Type specimens, especially holotypes (syntypes, cotypes), should not be maintained in a
private collection. Appropriate photographic material should be deposited if necessary.
Frozen tissues must also include accession numbers if deposited in a museum.
Discussion. An interpretation and explanation of the relationship of the results to
existing knowledge should appear in the discussion section. Emphasis should be placed
on the important new findings, and new hypotheses should be identified clearly.
Conclusions must be supported by fact or data. Subdivisions are possible. A section
labeled Conclusion is not allowed in ZOOLOGIA.
Acknowledgments. These should be concise. Ethics require that colleagues be consulted
before being acknowledged for their assistance in the study.
Literature Cited. Citations are arranged alphabetically. All references cited in
the text must appear in the literature cited section and all items in this section must be
cited in the text. Citation of unpublished studies or reports is not permitted, i.e., a
volume and page number must be available for serials and a city, publisher, and full
pagination for books. Abstracts not subjected to peer review may not be cited. Work
may be cited as “in press” only exceptionally and until the copyediting stage when the
reference should be completed or suppressed if not published by then. If absolutely
necessary, a statement may be documented in the text of the paper by “pers. comm.”,
providing the person cited is aware of the manuscript and the reference to his person
therein. Personal communications do not appear in the Literature Cited section. The
references cited in the text should be listed at the end of the manuscript, according to the
examples below. The title of each periodical must be complete, without abbreviations.
Periodicals
NOGUEIRA, M.R.; A.L. PERACCHI & A. POL. 2002. Notes on the lesser white-lined
bat, Saccopteryx leptura (Schreber) (Chiroptera, Emballonuridae), from southeastern
Brazil. Revista Brasileira de Zoologia 19 (4): 1123-1130.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
101
LENT, H. & J. JURBERG. 1980. Comentários sobre a genitália externa masculina em
Triatoma Laporte, 1832 (Hemiptera, Reduviidae). Revista Brasileira de Biologia 40
(3): 611-627.
SMITH, D.R. 1990. A synopsis of the sawflies (Hymenoptera, Symphita) of America
South of the United States: Pergidae. Revista Brasileira de Entomologia 34 (1): 7-
200.
Books
HENNIG, W. 1981. Insect phylogeny. Chichester, John Wiley, XX+514p. Chapter of
book
HULL, D.L. 1974. Darwinism and historiography, p. 388-402. In: T.F. GLICK (Ed.).
The comparative reception of Darwinism. Austin, University of Texas, IV+505p.
Electronic resources
MARINONI, L. 1997. Sciomyzidae. In: A. SOLIS (Ed.). Las Famílias de insectos de
Costa Rica. Available online at: http://www.inbio.ac.cr/papers/insectoscr/
texto630.html [Accessed: date of access].
Illustrations. Photographs, line drawings, graphs, and maps should be termed figures.
Photos must be clear and have good contrast. Please, organize, whenever possible, line
drawings (including graphics, if it is the case) as plates of figures or pictures
considering the size of the page of the journal. The size of an illustration, if necessary,
should be indicated using horizontal or vertical scale bars (never as a magnification in
the legend). Each figure must be numbered in Arabic numerals in the lower right corner.
When preparing the illustrations, authors should bear in mind that the journal has a
matter size of 17.0 by 21.0 cm and a column size of 8,3 by 21,0 cm including space for
captions. Figures must be referred to in numerical sequence in the text; indicate the
approximate placement of each figure in the margins of the manuscript. All figures
should be inserted at the end of the text, following the tables for review purposes. The
authors should be aware that, if accepted for publication in ZOOLOGIA, all figures and
graphics should be sent to the editor in the adequate quality (below). Illustrations must
be saved and sent as separate TIFF files with LZW compression. The required final
resolution is 300 dpi for half-tone or color photos and 600 dpi for line art. The
illustration files should be uploaded to the submission system as a supplementary file.
Upload is limited to 10 MB per file. Color figures can be published if the additional cost
are covered by the the authors. Alternatively, the authors may choose to publish Black
and white illustrations in the paper version of the manuscript and retain the color
versions in the electronic version at no aditional cost. These same figures should be
incorporated, with good lower resolution, directly in the manuscript for review purposes
only. Captions of the figures should be typewritten right after the References. Use a
separate paragraph for the caption of each figure or group of figures.
Tables.Tables should be generated by the table function of the word-processing
program being used, numbered in Roman numerals and inserted after the list of figures
captions. Do not use paragraph marks inside of table cels.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
102
SHORT COMMUNICATIONS
Manuscripts are to be organized in a format similar to original articles with the
following modifications.
Text. The text of a research note (i.e. Introduction + Material and methods +
Discussion) is written directly, without sections. Acknowledgments may be given,
without heading, as the last paragraph. Literature is cited in the text as described for
articles.
Literature cited, figures captions, tables, and figures. These items are in the
form and sequence described for articles.
OPINIONS
Title. Simply provide a title for the opinion.
Text. Should be concise, objective and contain no figures (unless absolutely
necessary).
Name and address of author. This information follows the text or, if present, the
literature cited section. The reviewer’s name should be in bold type.
BOOK REVIEWS
Title. Give the title of the book, cited as indicated below:
Toxoplasmosis of Animals and Man, by J.P. DUBEY & C.P. BEATTIE. 1988. Boca
Raton, CRC Press, 220p.
The words “edited by” are substituted for “by” when appropriate.
Text. The text usually is not subdivided. If literature must be cited, a headed
literature cited section follows the text in the style described for articles. Figures and
tables should not be used.
Name and address of author. This information follows the text or, if present, the
literature cited section. The reviewer’s name should be in bold type.
SHORT BIOGRAPHIES
Title. Give the name of the person for which this biography is being written in
boldface, followed by the date of birth and death (if it is the case), in parenthesis: Lauro
Travassos (1890-1970)
Text. The text usually is not subdivided. If literature must be cited, a headed
literature cited section follows the text in the style described for articles. Figures and
tables should not be used.
Name and address of author. This information follows the text or, if present, the
literature cited section. The reviewer’s name should be in bold type.
PROCEDURES
Manuscripts submitted to ZOOLOGIA will be initially evaluated by the
Managing and Assistant Editor for adequacy and to determine the specific area. A first
evaluation of the English (if it is the case) is performed at this moment. Manuscripts
with problems may be returned to the authors. Once the area is determined/confirmed,
the manuscript is sent to the appropriate Section Editor by the Managing Editor. The
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
103
Section Editor sends the manuscript for Reviewers. The copies of the manuscript with
the Reviewers’ comments and the Section Editor’s decision will be returned to the
corresponding author for evaluation. The authors have up to 30 days to respond or
comply to the revision and return revised version of the manuscript to the adequate area
of the electronic system. Once approved, the original manuscript, Reviewers comments,
Section Editor’s comments, together with the corrected version and the respective figure
files, properly identified, are returned to the Managing Editor. Exceptionally, the
Managing Editor may, after consultation with the Section Editors, modify the
recommendation of the Reviewers and Section Editor, based on adequate justification.
Later changes or additions to the manuscript may be rejected. A copyedited version of
the manuscript is sent to authors for approval. It represents the last chance for the author
to make any substantial changes to the text, as the next stage is restricted to typographic
and formatting corrections. Electronic proofs will be submitted to the corresponding
author prior to publication for approval.
REPRINTS
The corresponding author will receive an electronic reprint (in PDF format) after
publication. Authors may print and distribute hardcopies of their article on demand.
Authors may also send the electronic file to individuals, as one would send a printed
reprint. However, we would appreciate if you refrain from distributing PDF files via
discussion groups and bulk-mail systems. It is important for ZOOLOGIA that users
access the journal homepage for statistical purposes. By doing this, you are helping
increase the indexes of quality of ZOOLOGIA.
VOUCHER AND TYPE SPECIMENS
Manuscripts must report the museums or the institutions where the specimens (types or
vouchers) are deposited and respective deposit numbers whenever possible.
D.R.M., Neves (2009) Fenologia pós-queima e dispersão de sementes por morcegos...
104
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dados de fenologia e dispersão de sementes por morcegos são muito
importantes para os processos de recuperação de áreas degradadas. Os campos sujos de
cerrado do planalto residual do Urucum têm sofrido rápida degradação devido à atuação
das empresas mineradoras que atuam no local, sendo estes dados essenciais para a
preservação de ambientes singulares e conservação de espécies enmicas.
Os padrões fenológicos dos campos sujos de altitude demonstraram correlações
significantes com a precipitação e o fotoperíodo. A queima, ocorrida no mês anterior ao
início do estudo, pode ter influenciado alguns padrões como: a sincronização de
algumas espécies e a interferência no ciclo das graneas, as quais geralmente
florescem no período próximo ao evento de queima ocorrido. Porém, um maior período
de pesquisa é necessário para afirmar a influência do fogo nos padrões fenológicas desta
área.
Ao analisar as síndromes de dispersão separadamente, é possível verificar uma
frutificação tardia, possivelmente influenciada pela queima, considerando a destruição
das partes aéreas das plantas-anãs zoocóricas, as quais levaram um tempo maior para se
restabelecerem e apresentar a fenofase de frutificação. Os dados fenológicos das
espécies anemocóricas poderiam ter sido diferentes caso as graneas apresentassem a
fenofase floração. Quanto às espécies autocóricas, o pico de frutificação demonstrou
influência da floração nas leguminosas, uma família com muitas espécies no maciço do
Urucum.
Apesar da baixa riqueza de morcegos capturados no local, foi possível observar
alguns padrões como a utilização dos recursos das matas semidecíduas, cujas sementes
eram dispersadas para áreas de campo sujo. Estes dados são importantes para a análise
da recuperação de áreas degradadas, uma vez que foram encontradas espécies de plantas
quiropterocóricas em área recuperada após lavra de minério.
A continuação dos estudos é necessária para a obtenção de dados mais
conclusivos sobre a conservação e manejo do maciço do Urucum. Coleta de dados
fenológicos entre duas queimadas consecutivas podem fornecer importantes
informações sobre o efeito do fogo no estrato herbáceo-subarbustivo. Um maior esforço
amostral pode também gerar dados sobre a dinâmica dos morcegos no maciço do
Urucum, uma vez que trabalhos de recapturas podem descrever o efetivo papel destes
animais na dispersão de sementes.
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