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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA E CIÊNCIA DE ALIMENTOS
CARACTERIZAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS EM CEBOLA E CHLORELLA
VÂNIA MACHADO RECART
Profª Dr.ª Eliana Badiale Furlong
Orientadora
RIO GRANDE, RS
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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
DEPARTAMENTO DE QUIMICA
Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência de Alimentos
CARACTERIZAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS EM CEBOLA E CHLORELLA
VÂNIA MACHADO RECART
Bacharel e Licenciada em Química
Dissertação apresentada
para a obtenção do título
de Mestre em Engenharia
e Ciência de Alimentos
Profª. Drª. ELIANA BADIALE-FURLONG
ORIENTADORA
RIO GRANDE – RS
2008
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AGRADECIMENTOS
A Deus por ter iluminado os meus caminhos.
Aos meus amáveis pais, Sidnei e Nelimar pelo amor, carinho e dedicação durante
toda minha vida. Eternamente grata.
Aos meus queridos irmãos Eliane e Wagner pelo carinho, apoio e incentivo ao longo
da caminhada. Amo vocês!
À minha avó Neli, pelo seu carinho, força e otimismo.
Ao adorável Miguel, pelo carinho, apoio e compreensão.
À prof. Dra. Eliana Badiale Furlong pela confiança, dedicação, incentivo e amizade.
Sem a sua ajuda certamente este trabalho não seria possível.
À prof. Dra. Leonor de Sousa Soares, pelo seu apoio, incentivo e amizade.
As minhas amigas e companheiras de laboratório, Michele, Paula, Melissa, Cristina,
Gini, Vivian, Jaqueline, Jesus pelas ajudas prestadas, pelas palavras de conforto nos
momentos difíceis e principalmente pela amizade de vocês. De coração muito obrigada.
À graduanda Eliane Cipolatti, pela sua participação incansável durante o
desenvolvimento do trabalho, pelo seu esforço, dedicação e amizade. Obrigada.
As colegas de laboratório Larine, Sthefani, Helen, Meritaine, pelas ajudas prestadas,
dicas e incentivo para realização deste trabalho.
À Islanda e Gicelda, que estavam sempre prontas para ajudarem.
Aos colegas da Escola Estadual de Ensino Médio Presidente Castelo Branco, pelo
apoio, incentivo e compreensão para que pudesse ser atingida mais uma etapa da minha
formação profissional.
Aos professores do Programa de Pós–Graduação em Engenharia e Ciência de
Alimentos, pelos conhecimentos transmitidos durante o desenvolvimento do Curso de
mestrado.
A EMATER Rio Grande/RS pela cedência das amostras e informações prestadas
no decorrer do trabalho.
A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho.
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS............................................................................................................ 6
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................ 9
RESUMO............................................................................................................................ 10
ABSTRACT........................................................................................................................ 11
CAPÍTULO I ....................................................................................................................... 12
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 13
2 OBJETIVOS............................................................................................................... 15
2.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 15
2.2 Objetivo Específico............................................................................................... 15
CAPÍTULO II ...................................................................................................................... 16
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................................... 17
3.1 PROCESSOS OXIDATIVOS................................................................................ 17
3.1.1 Caracterização dos Processos Oxidativos...................................................... 17
3.1.2 Causas de Oxidação nos Alimentos............................................................... 18
3.1.3 Mecanismos Naturais de Defesa contra Processos Oxidativos ...................... 20
3.2 COMPOSTOS BIOATIVOS.................................................................................. 21
3.3 PROPRIEDADES FUNCIONAIS.......................................................................... 22
3.4 ANTIOXIDANTES ................................................................................................ 23
3.4.1 Compostos Fenólicos..................................................................................... 25
3.4.2 Métodos para Avaliação da Atividade Antioxidante ........................................ 27
3.5 CEBOLA ............................................................................................................. 29
3.5.1 Características Biológicas e Químicas............................................................ 29
3.5.2 Produção e Consumo..................................................................................... 31
3.5.3 Propriedades Terapêuticas............................................................................. 32
3.6 MICROALGA CHLORELLA ................................................................................. 33
3.6.1 Microalgas e Cianobatérias ............................................................................ 33
3.6.2 Microalga Chlorella......................................................................................... 34
CAPÍTULO III ..................................................................................................................... 36
ARTIGO 1 ..................................................................................................................... 37
OTIMIZAÇÃO DE METODOLOGIA PARA EXTRAÇÃO DE FENÓIS NA CEBOLA
ATRAVÉS DE PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL...................................................... 38
RESUMO...................................................................................................................... 38
ABSTRACT................................................................................................................... 38
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 39
2 MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................... 40
2.1Procedimentos Experimentais Gerais ................................................................... 40
2.2 Amostras.............................................................................................................. 41
2.3 Planejamento para estudo das condições de extração de fenóis ........................ 41
2.4 Preparação dos extratos nas condições otimizadas ............................................ 41
2.5 Determinação de fenóis totais nos extratos ......................................................... 42
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................. 42
3.1 Indicativos de Mérito para o Método de Folin-Ciocalteau ..................................... 45
4 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 46
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 46
ARTIGO 2 ..................................................................................................................... 48
CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA DE DIFERENTES CLASSES DE CEBOLAS
CULTIVADAS NA REGIÃO SUL DO R.S...................................................................... 49
RESUMO...................................................................................................................... 49
ABSTRACT................................................................................................................... 49
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 50
2 PARTE EXPERIMENTAL .......................................................................................... 52
2.1Procedimentos Experimentais Gerais ................................................................... 52
2.2 Amostras.............................................................................................................. 52
2.3 Determinação da Composição Centesimal........................................................... 52
2.4 Propriedades Eletroquímicas ............................................................................... 52
2.5 Determinação dos Fenóis Totais.......................................................................... 53
2.6 Determinação da Atividade Específica das Enzimas Oxirredutases..................... 53
2.6.1 Catalase ........................................................................................................ 53
2.6.2 Peroxidase e Polifenoloxidase ....................................................................... 54
2.7 Análise Estatística................................................................................................ 54
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................... 55
3.1 Composição Centesimal das Cebolas.................................................................. 55
3.2 Conteúdo de Fenóis Totais .................................................................................. 56
3.3 Atividade Específica de Enzimas Oxirredutases................................................... 57
4 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 60
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 60
ARTIGO 3 ..................................................................................................................... 63
DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE COMPOSTOS FENÓLICOS
EXTRAÍDOS DE CEBOLAS COMERCIAIS E DA MICROALGA CHLORELLA ............. 64
RESUMO...................................................................................................................... 64
ABSTRACT................................................................................................................... 64
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 65
2 PARTE EXPERIMENTAL .......................................................................................... 67
2.1 Reagentes............................................................................................................ 67
2.2 Amostras.............................................................................................................. 67
2.3 Determinação do Teor de Fenóis Totais............................................................... 67
2.4 Determinação da Atividade Antioxidante.............................................................. 68
2.4.1 Atividade Seqüestradora do Radical Livre DPPH .......................................... 68
2.4.2 Atividade de Inibição Enzimática Oxidativas................................................... 68
2.4.3 Avaliação da Peroxidação Lipídica................................................................. 69
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................... 70
3.1 Determinação de Fenóis Totais nas Amostras de Cebola e Chlorella .................. 70
3.2 Determinação da Atividade Antioxidante.............................................................. 72
3.2.1 Capacidade de Seqüestrar o Radical Livre DPPH ......................................... 72
3.2.2 Estudo da Inibição de Enzimas Oxidativas pelos Extratos em Estudo............ 75
3.2.3 Avaliação da Peroxidação Lipídica................................................................. 78
4 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 80
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 81
ARTIGO 4 ..................................................................................................................... 83
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA MICROALGA CHLORELLA...................... 84
RESUMO...................................................................................................................... 84
ABSTRACT................................................................................................................... 84
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 84
2 PARTE EXPERIMENTAL .......................................................................................... 85
2.1Reagentes............................................................................................................. 85
2.2 Amostras.............................................................................................................. 85
2.3 Caracterização da Amostra.................................................................................. 86
2.4 Propriedades Eletroquímicas ............................................................................... 86
2.5 Determinação do Teor de Fenóis Totais............................................................... 86
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................... 87
4 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 87
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 88
CAPÍTULO IV..................................................................................................................... 89
4 CONCLUSÃO GERAL ............................................................................................... 90
CAPÍTULO V...................................................................................................................... 91
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GERAIS............................................................. 92
ANEXOS .......................................................................................................................... 100
ANEXO 1 - TABELAS E FIGURAS DO ARTIGO 1 ..................................................... 101
ANEXO 2 - DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS ANALÍTICOS E TABELAS
ESTATÍSTICAS DO ARTIGO 2................................................................................... 107
ANEXO 3 - DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS ANALÍTICOS E TABELAS
ESTATÍSTICAS DO ARTIGO 3................................................................................... 122
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO II – Revisão Bibliográfica
Tabela 1: Composição química da cebola em base úmida ................................................. 30
Tabela 2: Classificação comercial da cebola quanto às dimensões do bulbo ..................... 31
CAPÍTULO III – Artigo 2
Tabela 1: Composição centesimal e propriedades eletroquímicas das diferentes classes de
cebolas cultivadas em São José do Norte, R.S................................................................... 55
Tabela 2: Compostos fenólicos totais em diferentes classes de cebola.............................. 56
Tabela 3: Atividade específica da catalase e da peroxidase nas diferentes classes de
cebolas. .............................................................................................................................. 58
CAPÍTULO III – Artigo 3
Tabela 1: Resultados dos fenóis totais presentes nos extratos estudados.......................... 71
Tabela 2: Capacidade de seqüestrar o radical livre DPPH (% de inibição) utilizando-se
diferentes níveis de compostos fenólicos............................................................................ 73
Tabela 3: Conteúdo de fenóis totais, valores de Km, velocidades máximas e % de inibição
das reações de escurecimento enzimático na presença dos extratos analisados............... 76
Tabela 4: Índice de peróxido e concentração de malonaldeído em diferentes condições pró-
oxidantes ............................................................................................................................ 78
Tabela 5: Índice de peróxido, concentração de malonaldeído e % de inibição com adição do
extrato antes do processo oxidativo.................................................................................... 79
ANEXOS – Artigo 1
Tabela 1: Valores de conteúdo de fenóis (µg fenóis/g de cebola) para o planejamento fatorial
2
4
e 6 pontos centrais ....................................................................................................... 101
Tabela 2: Efeitos e coeficientes para as variáveis obtidas pelo tratamento estatístico...... 102
Tabela 3: Valores de conteúdo de fenóis (µg fenóis/g de cebola) para o planejamento fatorial
2
3
e 3 pontos centrais ....................................................................................................... 102
Tabela 4: Efeitos e coeficientes para as variáveis obtidas pelo tratamento estatístico...... 103
Tabela 5: Coeficiente de regressão para as variáveis significativas obtidas pelo tratamento
estatístico ......................................................................................................................... 103
Tabela 6: Dados de ANOVA para planejamento experimental avaliando rotação, tempo e
interação da rotação com o tempo.................................................................................... 103
Tabela 7: Conteúdo de fenóis totais em cebola nas diferentes classes ............................ 103
Tabela 8: Teste de Tukey entre as variações médias dos fenóis extraídos com metanol nas
diferentes classes de cebola............................................................................................. 104
ANEXOS – Artigo 2
Tabela 1: Procedimento da curva padrão de quercetina................................................... 114
Tabela 2: Procedimento da curva padrão de tirosina........................................................ 115
Tabela 3: Teste de Tukey para umidade nas diferentes classes de cebola....................... 118
Tabela 4: Teste de Tukey para cinzas nas diferentes classes de cebola.......................... 118
Tabela 5: Teste de Tukey para proteínas nas diferentes classes de cebola ..................... 118
Tabela 6: Teste de Tukey para fibra-bruta nas diferentes classes de cebola.................... 119
Tabela 7: Teste de Tukey para pH nas diferentes classes de cebola................................ 119
Tabela 8: Teste de Tukey para acidez nas diferentes classes de cebola.......................... 119
Tabela 9: Teste de Tukey para lipídios nas diferentes classes de cebola ......................... 119
Tabela 10: Teste de Tukey para carboidratos nas diferentes classes de cebola............... 120
Tabela 11: Teste de Tukey para fenóis totais extraídos com metanol para as diferentes
classes de cebola ............................................................................................................. 120
Tabela 12: Teste de Tukey para fenóis totais extraídos com água para as diferentes classes
de cebola.......................................................................................................................... 120
Tabela 13: Teste de Tukey para fenóis totais extraídos com acetato de etila para as
diferentes classes de cebola............................................................................................. 120
Tabela 14: Teste de Tukey para atividade específica da enzima catalase nas diferentes
classes de cebola ............................................................................................................. 121
Tabela 15: Teste de Tukey para atividade específica da enzima peroxidase nas diferentes
classes de cebola ............................................................................................................. 121
ANEXOS – Artigo 3
Tabela 1: Procedimento da curva padrão de quercetina................................................... 123
Tabela 2: Procedimento da curva padrão de tirosina........................................................ 125
Tabela 3: Procedimento da curva padrão de TMP............................................................ 128
Tabela 4: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 100 µL
de extrato em 15 minutos ................................................................................................. 129
Tabela 5: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 100 µL
de extrato em 30 minutos ................................................................................................. 129
Tabela 6: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 100 µL
de extrato em 45 minutos ................................................................................................. 130
Tabela 7: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 100 µL
de extrato em 60 minutos ................................................................................................. 130
Tabela 8: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 200 µL
de extrato em 15 minutos ................................................................................................. 131
Tabela 9: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 200 µL
de extrato em 30 minutos ................................................................................................. 131
Tabela 10: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 200
µL de extrato em 45 minutos............................................................................................. 132
Tabela 11: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 200
µL de extrato em 60 minutos............................................................................................. 132
Tabela 12: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 500
µL de extrato em 15 minutos............................................................................................. 133
Tabela 13: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 500
µL de extrato em 30 minutos............................................................................................. 133
Tabela 14: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 500
µL de extrato em 45 minutos............................................................................................. 134
Tabela 15: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 500
µL de extrato em 60 minutos............................................................................................. 134
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO II – Revisão Bibliográfica
Figura 1: Esquema geral da autoxidação de ácidos graxos poliinsaturados ....................... 19
Figura 2: Estruturas químicas dos antioxidantes sintéticos................................................. 23
Figura 3: Estruturas químicas de compostos fenólicos de ocorrência natural ..................... 25
CAPÍTULO III – Artigo 3
Figura 1: Avaliação da variável tempo em função do percentual de inibição dos extratos .. 75
Figura 2: Inibição da reação de escurecimento enzimático pelos extratos fenólicos de cebola
e chlorella ........................................................................................................................... 77
ANEXOS – Artigo 1
Figura 1: Superfície de resposta (a) e curva de contorno para fenóis (b).......................... 105
Figura 2: Cinética de rendimento de extração de fenóis por tempo................................... 106
RESUMO
O trabalho tem como objetivo determinar propriedades funcionais de tecidos vegetal e
microbiano visando fornecer subsídios para uma dieta saudável. O tecido vegetal escolhido
para este estudo foi a cebola cultivada na região sul do Rio Grande do Sul e a microalga
chlorella, que será avaliada como padrão de funcionalidade. As amostras de cebolas foram
fornecidas e separadas em classes comerciais, conforme o Regulamento Técnico de
Qualidade de Cebola, aprovado em 1995 pelo Ministério da Agricultura, do Abastecimento e
da Reforma Agrária, pelos técnicos da EMATER - Rio Grande. A composição centesimal, pH
e acidez (AOAC, 2000) e os compostos fenólicos da cebola que foram extraídos em três
sistemas solventes sob condições padronizadas (etanólico, aquoso, acetato de etila) e
quantificados colorimétricamente com reagente de Folin-Ciocalteau. Na microalga chlorella
os fenóis foram extraídos em sistema solvente metanólico. O teor de lipídios foi determinado
pelo método de Bligh & Dyer para ambas as matrizes, os açúcares redutores foram
determinados conforme método do 3,5-DNS (MILLER) para as amostras de cebola e na
microalga chlorella foi estimado por diferença. Nas cebolas foi estimada a atividade
específica de catalase, peroxidase e polifenoloxidase. A estimativa do potencial funcional
dos compostos fenólicos foi indicada pela capacidade de seqüestrar o radical livre (DPPH),
inibição da ação de enzimas oxirredutases e inibição de produção de peróxidos e compostos
oxidados em sistemas lipídicos. Nos extratos de cebola a média dos teores de fenóis em
solvente metanol, água e acetato de etila foram respectivamente 2,3; 3 e 0,08 mg/g de
cebola. Os valores para umidade variaram entre 88,3 e 88,6%, lipídios entre 0,16 e 0,19%,
proteínas entre 0,86 e 1,04%, cinzas entre 0,73 e 0,76%, fibras entre 0,6 e 0,7%, açúcares
redutores entre 3,73 e 5,2%, o pH entre 5,08 e 5,23, a acidez entre 0,29 e 0,38%. A
microalga chlorella apresentou 56,9% de proteína, 4,1% de umidade, 6,3% de cinzas, 22,3%
de açúcares redutores, 2,8% de fibra-bruta, 7,6% de lipídios, 0,2% de acidez e pH 5,7. A
atividade específica da catalase nas diferentes classes de cebola variou entre 0,014 e 0,025
mg H
2
O
2
/min/mg proteínas, sendo os maiores valores encontrados nas classes 2 e 3. A
polifenoloxidase não foi detectada nas diferentes classes enquanto que a atividade
específica da peroxidase variou entre 0,003 e 0,031 abs/min/mg proteínas. Todos os
extratos apresentaram atividade seqüestradora do radical livre DPPH, porém o extrato de
cebola extraído com acetato de etila foi o que apresentou maior inibição específica (53%)
em relação aos demais. As velocidades máximas da reação de escurecimento enzimático
diminuíram em presença dos extratos de cebola e chlorella, o que caracteriza o efeito de
inibição da oxidação do guaiacol catalisado pela peroxidase. O extrato mais promissor para
evitar a oxidação ocasionada pela catálise metálica em sistema lipídico foi o extrato de
cebola extraído com acetato de etila com uma inibição percentual de 53% acompanhado
pela menor formação de peróxido (até três vezes menor) e de malonaldeído (1,5 vezes
menor) ao longo do tempo do experimento.
Palavras-chave: antioxidante, enzimas, fenóis.
ABSTRACT
The work has as objective to determine functional properties in vegetal and microbian tissues
aiming at to supply subsidies a healthful diet. The tissue vegetal chosen for this study was
the onion cultivated in the southern region of the Rio Grande do Sul and the microalgae
chlorella, that it will be evaluated as functionality standard. The samples of onions had been
supplied and separate in commercial classrooms, as the Regulation Technician of Quality of
Onion, approved in 1995 for the Ministry of Agriculture, the Supplying and the Agrarian
Reformation, for the technician of the EMATER Rio Grande. The centesimal composition,
pH and acidity (AOAC, 2000) and the phenolic composites of the onion that had been
extracted in three solvent systems under conditions standardized (ethanolic, watery, acetate
of etila) and quantified colorimetrically with reagent of Folin-Ciocalteau. In the microalgae
chlorella the phenols had been extracted in methanolic solvent system. The content of lipids
was determined by the method of Bligh & Dyer for both the matrices, the reducing sugars
had been determined in agreement method of 3,5-DNS (MILLER) for the samples of onion
and in the microalgae chlorella was esteem by difference. In the onions the specific activity of
catalase was esteem, peroxidase and poliphenoloxidase. The estimate of the functional
potential of phenolic composites was indicated by the capacity to scavenging the radical
(DPPH), inhibition of the enzyme action oxirredutases and inhibition of production of
peroxides and composites oxidated in lipídicos systems free. In onion extracts the average of
phenol texts in solvent methanol, water and acetate of etila had been respectively 2,3; 3 and
0,08 mg/g of onion. The values for humidity had varied between 88,3 and 88,6%, reducing
lipids between 0,16 and 0,19%, proteins between 0,86 and 1,04%, leached ashes between
0,73 and 0,76%, staple fibers between 0,6 and 0,7%, sugars between 3,73 and 5,2%, pH
between 5,08 and 5,23, the acidity between 0,29 and 0,38%. The microalgae chlorella
presented 56.9% of protein, 4.1% of humidity, 6.3% of leached ashes, 22.3% of reducing
sugars, 2.8% of fiber-rude, 7.6% of lipids, 0.2% of acidity and pH 5,7. The specific activity of
catalase in the different classrooms of onion varied between 0,014 and 0,025 mg
H
2
O
2
/min/mg proteins, being the biggest values found in classrooms 2 and 3.
Poliphenoloxidase w as not detected in the different classrooms while that the specific
activity of peroxidase varied between 0,003 and 0,031 abs/min/mg proteins. All the extracts
had presented scavenging activity of free radical DPPH, however the extract of onion
extracted with acetate of etila was what it presented greater specific inhibition (53%) in
relation to excessively. The maximum speeds of the reaction of enzymatic blackout had
diminished in presence of extracts of onion and chlorella, what it characterizes the effect of
inhibition of the oxidation of guaiacol catalyzed by peroxidase. The extract most promising to
prevent the oxidation caused for the metallic catalysis in lipídico system was the extract of
onion extracted with ethyl acetate with a percentile inhibition of 53% followed by the lesser
peroxide formation (up to three times lesser) and of malonaldeído (1,5 lesser times) to the
long one of the time of the experiment.
Keywords: antioxidants, enzymes, phenols.
CAPÍTULO I
13
1. INTRODUÇÃO
A literatura apresenta a partir dos anos 90 um aumento no mero de estudos
demonstrando a importância do uso de antioxidantes, principalmente aqueles obtidos de
extratos vegetais, microbianos e outros. Eles se mostram capazes de remover os radicais
livres ou modularem a geração destas espécies oxidantes nos organismos ou em sistemas
reacionais geradores destas estruturas.
Os vários estudos com tecidos vegetais e microbianos, que vem sendo realizados
para caracterizar substâncias que apresentem propriedades funcionais em suas estruturas,
são norteados pelo fato que o potencial funcional es diretamente relacionado às
propriedades físico-químicas. Está demonstrado que alimentos ou substâncias possuem
componentes que afetam processos metabólicos, fisiológicos, resultando efeitos benéficos á
saúde, prevenindo ou diminuindo os sintomas de doenças crônicos degenerativas, tais
como, arteriosclerose, hipercolesterolemia, diabetes e outras. Assim a avaliação deste
potencial requer a caracterização físico-química dos constituintes presentes nas matrizes
estudadas, isolamento e elucidação das estruturas moleculares, bem como a avaliação “in
vivo” ou “in vitro” de indicativos dos efeitos benéficos à saúde de humanos e de animais de
criação.
Entre os compostos bioativos, de origem vegetal, são encontradas estruturas
variadas, como os ácidos fenólicos, derivados da cumarina, ligninas, taninos, flavonóides,
alcalóides e terpenóides, sendo todos quimicamente capazes de atuarem como agentes
redutores, seqüestrantes de radicais livres, inativando a reatividade deles por desativação
de seus elétrons desemparelhados.
Considerando que muitos vegetais de consumo disseminado na dieta são ricos em
alguns tipos de compostos funcionais e que variáveis bióticas e abióticas de cultivo, colheita,
armazenamento e preparo influenciam na disponibilidade de funcionais foram escolhidos
para estes estudo a cebola e a microalga chlorella. Entre a grande quantidade de
metabólitos secundários sintetizados pelos tecidos vegetais, que estão ganhando
importância pela suas aplicações biológicas, principalmente no sentido de contribuírem para
melhoria da saúde da população destacam-se os compostos fenólicos. Os fenóis são
compostos orgânicos que contêm um grupo hidróxi (-OH) ligado diretamente num anel
benzeno. Ao contrário dos álcoois normais, os fenóis são ácidos devido à influência dos
anéis aromáticos. Os fenóis participam em grande número de processos metabólicos de
plantas, sendo que 60% da produção em biomassa da planta são compostos fenólicos,
entre os quais, os fenóis monoméricos (ácido cinâmico) e poliméricos (tanino e lignina). A
prevenção de processos oxidativos por estes fitoquímicos decorrente da estrutura
característica pode torná-los adequados para sistemas aquosos ou lipídicos.
14
A cebola cultivada na região sul do Rio Grande do Sul e em diferentes partes do
mundo é considerada sob o aspecto nutricional como fonte de vitaminas e sais minerais,
além de apresentar propriedades terapêuticas comprovadas, como a proteção contra
algumas infecções do aparelho digestivo, diminuição do nível de glicose no sangue e
proteção contra a arteriosclerose. Pesquisadores demonstraram que a adenosina, presente
na cebola, impede a formação de coágulos, podendo prevenir ataques cardíacos. Estudos
também indicam que a cebola pode proteger contra o entupimento de artérias pelo
colesterol, uma vez que elevam os níveis das lipoproteínas de alta densidade (HDLs)
protetoras. Outras recomendações populares sugerem a ingestão de grandes quantidades
de cebolas para prevenir a hipertensão. Compostos de enxofre responsáveis pelo aroma da
cebola bloqueiam o potencial cancerígeno de alguns compostos químicos. Além disso, a
cebola contém substâncias que possuem um leve efeito antibacteriano.
A cebola (Allium Cepa L.) é uma das plantas cultivadas de mais ampla difusão no
mundo, sendo a segunda hortaliça em importância econômica, com valor da produção
estimado em cerca de US$ 6 bilhões anuais. A produção mundial apresentou aumento de
cerca de 25% na última década, o que coloca a cebola como uma das três hortaliças mais
importantes ao lado do tomate e da batata. Somado a isto, o valor social da cultura de
cebola é inestimável, sendo consumida por quase todos os povos do planeta, independente
da origem étnica e cultural, constituindo-se em um importante elemento de ocupação de
mão-de-obra familiar. Especialmente este aspecto é fundamental para o sul do Rio Grande
do Sul, que tem esta cultura como uma das mais importantes para os pequenos agricultores
da região sul do estado. No entanto, nem sempre o esforço da produção é compensado
comercialmente, pois as condições climáticas, o sistema de armazenamento e transporte
nem sempre propiciam que a cebola in natura atinja colocação satisfatória na classificação
do Ministério da Agricultura.
A microalga chlorella, encontrada espontaneamente em tanques e lagos, foi
descoberta pelos japoneses, tradicionais consumidores de algas, que apreciam e utilizam
normalmente como complemento alimentar. Este povo atribui ao consumo desta alga
sensação de bem estar e aumento de energia após um curto período de uso, associado à
sua alta concentração de vitamina B
12
que é rapidamente incorporada nos processos
metabólicos.
Esta alga é rica em clorofila, proteínas, vitaminas, sais minerais e aminoácidos, por
isto recomendada como suplemento alimentar, além disto, apresenta algumas propriedades
importantes, como por exemplo, estimulante do sistema imunitário, auxílio nos regimes de
emagrecimento, no tratamento de obesidade, em distúrbios digestivos e cardiovasculares,
na geriatria, e nos níveis de colesterol e triglicerídeos elevados. Atualmente a China e o
15
Japão são os maiores produtores de chlorella onde é cultivada em escala industrial com
processos biotecnológicos bem definidos e eficientes. Estes também estão sendo estudados
no Laboratório de Engenharia Bioquímica da FURG, visando ampliar escala de cultivo
sustentável como alternativa para os produtores da região, rica em recursos hídricos que
poderiam ser empregados para cultivo de microalgas.
No caso deste trabalho a escolha decorre da similaridade entre os efeitos benéficos
à saúde a ela atribuídos serem similares aos das cebolas. Prevenir a oxidação ou
envelhecimento das células é uma função importante, pois reduz os riscos de inúmeras
doenças crônicos degenerativas e se isto fica demonstrado através dos alimentos pode se
adotar interferências seguras na dieta da população, agregar conhecimento aos saberes
populares, gerar alternativas para a produção de alimentos e emprego de seus resíduos. A
conseqüência disto são benefícios em diferentes níveis tais como sociais, do agronegócio e
saúde pública.
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL:
Caracterizar compostos bioativos presentes em tecidos vegetais e microbianos,
visando fornecer subsídios para uma dieta saudável.
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Determinar a composição centesimal de cebolas de diferentes classes comerciais e da
microalga chlorella empregada como suplemento alimentar.
Determinar o conteúdo de fenóis totais em extratos de cebola e chlorella amostradas.
Medir o potencial antioxidante dos compostos fenólicos das amostras em sistemas
aquosos e lipídicos.
Avaliar a atividade de enzimas óxido-redutases nas diferentes classes de cebola
produzidas na região sul do Rio Grande do Sul.
16
CAPÍTULO II
17
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. PROCESSOS OXIDATIVOS
3.1.1. Caracterização dos Processos Oxidativos
Os organismos vivos interagem com o meio ambiente visando manter um ambiente
interno que favoreça a sobrevivência, o crescimento e a reprodução. O oxigênio molecular
(O
2
) obtido da atmosfera é vital para organismos aeróbicos, contudo, espécies reativas
formadas intracelularmente a partir do oxigênio ameaçam a integridade celular por meio da
oxidação de biomoléculas, e podem comprometer processos biológicos importantes
(RIBEIRO e et al., 2005).
Os sistemas biológicos oferecem condições favoráveis para ocorrência de reações
de caráter oxidativo, devido à existência de lipídios insaturados nas membranas celulares
(JORDÃO et al., 1998). As espécies reativas de oxigênio (EROs) atacam as cadeias de
ácidos graxos poliinsaturados dos fosfolipídios e do colesterol, abstraindo um hidrogênio do
grupo metileno bis-alílico, iniciando assim o processo de peroxidação lipídica nas
membranas celulares. Os radicais de carbono formados podem reagir com oxigênio
originando radicais peroxila, que por sua vez podem atacar novas cadeias de ácidos graxos
poliinsaturados, propagando a reação. O resultado deste processo é a oxidação de várias
moléculas de ácidos graxos (SOUSA et al 2007; SINGH e RAJINI, 2004; RAMALHO e
JORGE, 2006).
Uma quantidade substancial de evidências tem indicado o papel chave dos radicais
livres e outros oxidantes como grandes responsáveis pelo envelhecimento, e pelas doenças
degenerativas associadas ao envelhecimento, como câncer, doenças cardiovasculares,
catarata, declínio do sistema imune e disfunções cerebrais (GUTTERIDGE, 1993; KEHRER
e SMITH, 1994; HALLIWELL, 2000). Os radicais livres são moléculas instáveis, pelo fato de
seus átomos possuírem um número ímpar de elétrons. Para atingir a estabilidade, estas
moléculas reagem com substâncias que apresentam elétrons desemparelhados (JORDÃO
et al., 1998; HALLIWELL, GUTTERIDGE e CROSS, 1992). Estas estruturas podem ser
formadas no ambiente ou nos seres vivos em presença de luz, temperatura, compostos
metálicos ou como intermediários em reações metabólicas.
Para evitar os danos causados pelas EROs, os organismos desenvolveram vários
mecanismos de defesa, isto é, potenciais de neutralização das ações dos radicais livres,
chamados antioxidantes. Os antioxidantes podem ser definidos como substâncias que ao
estarem presentes em pequenas concentrações, quando comparadas ao substrato oxidável,
retardam ou previnem significativamente o início ou a propagação da cadeia de reações de
oxidação do mesmo (BIANCHI e ANTUNES, 1999; HALLIWELL et al., 1995). Estes
18
antioxidantes estão em permanente atividade no organismo, visto que a produção de
energia no organismo é uma das principais causas da formação de radicais, necessitando
estar presentes em quantidades suficientes para neutralização dos efeitos dos radicais livres
normalmente produzidos. Quando esta equivalência não existe, pode-se dizer que está
ocorrendo um estresse oxidativo.
3.1.2. Causas de Oxidação nos Alimentos
Após a colheita de frutas e hortaliças inicia-se uma série de processos degradativos
que aceleram a senescência, causando perdas de grande parte da produção. Diversas
dessas perdas podem ser atribuídas à ação de enzimas durante a pós-colheita (ZANATTA,
ZOTARELLI e CLEMENTE, 2006). A peroxidase e a polifenoloxidase têm sido consideradas
as principais enzimas responsáveis pela deterioração da qualidade em muitas frutas e
vegetais. Estas enzimas podem participar de um grande número de reações oxidativas e de
biodegradação, tais como mudança de cor, degradação da clorofila ou auxinas, oxidação de
fenóis, oxidação do ácido indol acético, biossíntese da lignina, e muitos destes fatores
também podem ser associados com flavour, cor, textura e qualidade nutricional dos
alimentos (VALDERRAMA, MARANGONI, CLEMENTE, 2001; ZANATTA, ZOTARELLI e
CLEMENTE, 2006; CARNEIRO, ROLIM e FERNANDES, 2003).
Os óleos, gorduras e os alimentos que os contêm estão sujeitos a reações químicas
que podem alterar as características do produto final de maneira indesejável, modificando as
qualidades organolépticas, além de efeitos tóxicos causados pela ingestão contínua de
produtos rancificados. Estas reações de degradação dos lipídios, também chamadas de
rancidez ou rancificação, são os processos de deterioração mais importante nesses
produtos e podem ocorrer durante o processamento, estocagem e utilização dos produtos
(BOBBIO e BOBBIO, 1992; ZAMBIAZI, 1999).
Os lipídios podem ser oxidados por diferentes caminhos e usualmente o início são as
reações hidrolíticas catalisadas pelas enzimas lípase ou pela ação de calor e umidade, com
formação de ácidos graxos livres. A oxidação por via enzimática ocorre pela ação das
enzimas lipoxigenases que atuam sobre os ácidos graxos poliinsaturados, catalisando a
adição de oxigênio à cadeia hidrocarbonada poliinsaturada. O resultado é a formação de
peróxidos e hidroperóxidos com duplas ligações conjugadas que podem envolver-se em
diferentes reações degradativas. O mecanismo de fotoxidação de gorduras insaturadas é
promovido essencialmente pela radiação UV em presença de fotossensibilizadores (clorofila,
mioglobina, riboflavina e outros) que absorvem a energia luminosa de comprimento de onda
na faixa do visível e a transferem para o oxigênio triplete (
3
O
2
), gerando o estado singlete
(
1
O
2
). O oxigênio singlete reage diretamente com as ligações duplas por adição formando
19
hidroperóxidos diferentes dos que se observam na ausência de luz e de sensibilizadores, e
que por degradação posterior originam aldeídos, álcoois e hidrocarbonetos. A autoxidaçao é
o principal mecanismo de oxidação dos óleos e gorduras. A autoxidação dos lipídios está
associada à reação do oxigênio com ácidos graxos insaturados e ocorre em três etapas:
(SILVA, BORGES e FERREIRA, 1999; RAMALHO e JORGE, 2005).
Iniciação: Ocorre a formação dos radicais livres devido à retirada de um hidrogênio
do carbono alílico na molécula do ácido graxo, em condições favorecidas por luz e calor.
Propagação: Os radicais livres são susceptíveis ao ataque do oxigênio atmosférico,
sendo convertidos em outros radicais, gerando produtos primários de oxidação (peróxidos e
hidroperóxidos) cuja estrutura depende da natureza dos ácidos graxos presentes. Os
radicais livres formados atuam como propagadores da reação, resultando em um processo
autocatalítico.
Término: dois radicais se combinam, com a formação de produtos estáveis
(produtos secundários de oxidação) obtidos por cisão e rearranjo dos peróxidos (epóxidos,
compostos voláteis e não voláteis).
O mecanismo da autoxidação dos lipídios, esquematizado na Figura 1, é
tradicionalmente descrito como uma reação em cadeia:
INICIAÇÃO
PROPAGAÇÃO
TERMINAÇÃO
Figura 1: Esquema geral da autoxidação de ácidos graxos poliinsaturados
221
º
2
º
1
21
º
1
º
2
21
º
2
º
1
º
2
2
º
2
º
1
º
12
1
º
º
1
º
1
OOORROOROOR
OORROORR
RRRR
OOHRRHROOR
OOROR
HRHR
++
+
+
++
+
+
20
3.1.3. Mecanismos Naturais de Defesa contra Processos Oxidativos
Para se protegerem contra a oxidação, os organismos contam com mecanismos
químicos e enzimáticos (YU, 1994). O sistema enzimático é formado por diversas enzimas,
destacando-se a superóxido dismutase (SOD), a catalase (CAT) e a glutationa peroxidase
(GPx) (RIBEIRO e et al., 2005; YU, 1994).
A superóxido dismutase (SOD) age transformando dois ânions radicais superóxidos
em um peróxido de hidrogênio, a qual é uma reação normal em pH fisiológico porém muito
acelerada através desta enzima. Possui meia vida curta (menos de dez minutos) e não
penetra nas células. A SOD pode ocorrer de três formas, dependendo do metal associado a
mesma (cobre e zinco no citoplasma de eucariontes, manganês na matriz mitocondrial, ferro
em bactérias) (RIBEIRO et al., 2005; HALLIWELL e GUTTERIDGE, 1989; BATELLO, 2002;
YU, 1994).
Outro antioxidante enzimático é a catalase, que possui a capacidade de transformar
peróxido de hidrogênio em água e oxigênio. Sua localização está nos peroxissomas, tendo
por isto ação diminuída em órgãos como o coração, pulmão e o cérebro que possuem pouco
peroxissomas. Nestes órgãos a ação antioxidante desta enzima ocorre quando os radicais
livres atingem a circulação sanguínea, através da catalase eritrocitária (RIBEIRO et al.,
2005; HALLIWELL e GUTTERIDGE, 1989; BATELLO, 2002; YU, 1994).
Catalase
2 H
2
O
2
----------> 2 H
2
O
2
+ O
2
O peróxido de hidrogênio também pode ser transformado pela ação da enzima
glutation peroxidase (GPx), localizada no citosol e na matriz mitocondrial. Sua ação ocorre
através da redução do peróxido de hidrogênio e de hidropeptídeos orgânicos através da
utilização da glutation (GSH), um tripeptídeo de ácido α-glutâmico, cisteína e glicina que
atua como co-substrato da glutation peroxidase, com propriedade de doador de elétrons. A
glutation redutase (GR) regenera o glutation com a transferência de hidrogênio do NADPH.
Neste processo são transferidos dois hidrogênios dos grupamentos sulfidrilas para os
peróxidos, transformando-os em álcool e/ou água, resultando em glutation dissulfeto
(GSSG). A glutation peroxidase geralmente ocorre associada ao selênio, mas também pode
ocorrer independente. Os principais locais de ação deste mecanismo são o fígado, os
eritrócitos, o coração, os pulmões e músculos (RIBEIRO et al., 2005; HALLIWELL e
GUTTERIDGE, 1989; BATELLO, 2002; YU, 1994).
21
GSH-Px (selênio)
2 GSH + H
2
O
2
<----------> GS-SG + 2 H
2
O
Glutationa redutase
Outro mecanismo de defesa do organismo é a não-enzimática. Alguns nutrientes
essenciais podem neutralizar diretamente os radicais de oxigênio, como por exemplo, a
vitamina E, vitamina A, carotenóides, ácido ascórbico e uma série de outros antioxidantes
não enzimáticos que participam da defesa contra as espécies reativas do oxigênio nos
sistemas biológicos, tais como, a ubiquinona, a ceruplasmina, o ácido úrico, a taurina, os
flavonóides e outros compostos fenólicos de origem vegetal (HALLIWELL, 1990; CUTLER,
1991; SIES, 1991).
3.2. COMPOSTOS BIOATIVOS
Os processos vitais de biossíntese são responsáveis pela formação, acúmulo e
degradação de inúmeras substâncias orgânicas no interior das células que formam os
diversos tecidos dos organismos animais e vegetais. Muitas dessas substâncias,
especialmente as de origem vegetal, encontram emprego utilitário em diversas áreas
aplicadas à alimentação e à saúde (MATOS, 1997).
Os compostos resultantes desse metabolismo podem ser separados em produtos do
metabolismo primário que são os glicídios, protídios e lipídios, e os do metabolismo
secundário, que são os compostos terpênicos, alcalóides, glicosídios e vários outros. Os
primeiros são estudados, principalmente, no âmbito da bioquímica e os últimos no âmbito do
que se convencionou denominar química de produtos naturais. A fitoquímica tem por
objetivo imediato o esclarecimento e registro dos constituintes resultantes do metabolismo
secundário dos seres vivos, através do seu isolamento e elucidação de suas estruturas
moleculares (MATOS, 1997).
Desde os primórdios da história da humanidade relatos mostrando que o homem
sempre utilizou plantas na cura de doenças. Entretanto, foi apenas no início do século XIX
que Sertürnerse isolou a morfina do ópio, sendo este considerado o primeiro composto
bioativo (PARTINGTON, 1989). A partir deste fato, cresceu consideravelmente o interesse
no isolamento de novos compostos naturais apresentando bioatividades e, nos últimos anos,
com o advento e a sofisticação de técnicas analíticas como Cromatografia Líquida de Alta
Eficiência (CLAE), Ressonância Magnética Nuclear (RMN) e outras, o isolamento e a
elucidação estrutural de novas substâncias, mesmo complexas, tornou-se trivial
(GIACOMINI et al., 2005).
22
Dentre as diversas classes de produtos naturais, os compostos fenólicos pertencem
a uma classe que inclui uma grande diversidade de estruturas, simples e complexas
derivados da fenilamina e tirosina (NACZK e SHAHIDI, 2004), cujas estruturas químicas
possuem potencial para atuarem como agentes redutores, seqüestrantes de radicais livres,
inativando a reatividade deles por desativação de seus elétrons desemparelhados.
3.3. PROPRIEDADES FUNCIONAIS
As propriedades funcionais são aquelas que conferem ao sistema em que se
encontram efeitos físicos, químicos ou fisiológicos específicos. Com a evolução da
instrumentação analítica e do conhecimento metabólico o efeito específico destes
compostos passou a ser associado as suas estruturas químicas. A partir disto foram sendo
elucidadas as participações destes compostos nas reações bioquímicas, a exemplo do já
conhecido efeito tecnológico de alguns macronutrientes como as proteínas, carboidratos e
lipídios na década de 70. Para distinguir o termo funcional de caráter tecnológico do
funcional fisiológico alguns países, inclusive o Brasil passaram a legislar sobre as alegações
de funcionalidade em alimentos.
A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), 1999 definiu alguns termos
visando facilitar o processo de alegação de funcionalidade de alguns alimentos.
“Propriedade funcional é aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológico que o nutriente
ou não nutriente tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções
normais do organismo humano.” “Propriedade de saúde é aquela que afirma, sugere ou
implica a existência da relação entre alimento ou ingrediente com doença ou condição
relacionada à saúde.
Segundo PASTORE (2005) existe diversos grupos químicos aos quais se atribuem
propriedades terapêuticas, ou redutoras de riscos à saúde, que confere esta característica
especial aos alimentos que são denominados funcionais. Como exemplo pode ser citado os
compostos fenólicos do tipo flavonóides, que são antioxidantes encontrados em vegetais de
cores roxa, azul ou violeta (uva, cereja, berinjela). Possuem atividade antiinflamatória,
evitam a aglomeração das plaquetas sanguíneas e a ação de radicais livres no organismo,
protegendo desde o código genético (DNA) aos lipídios, desta forma abortando os
processos carcinogênicos (POKORNY, 1991; WACH, PYRZYNSKA e BIESAGA, 2007). A
quercetina e seus derivados têm recebido atenção especial entre os constituintes da dieta
alimentar, em função de estudos epidemiológicos apontarem estes compostos como
preventivos a doenças cardiovasculares e câncer, tal atividade deve-se a ação antioxidante
exercida pelos mesmos (WACH, PYRZYNSKA e BIESAGA, 2007).
23
3.4. ANTIOXIDANTES
Os mais abundantes antioxidantes são compostos aromáticos que contém pelo
menos uma hidroxila podendo ser sintéticos ou naturais. Entre os antioxidantes sintéticos
mais utilizados na indústria de alimentos tem-se, o BHA (butil hidroxianisol) e o BHT (butil
hidroxitolueno) apresentando boa resistência a processos de forneamento, embora
inadequadas à fritura. TBHQ (terc-butil hidroquinona) é um sólido de cor bege, mais eficiente
que o BHA e BHT, introduzido como antioxidante na década de 70 é por sua vez
particularmente efetivo na estabilização de óleos altamente insaturados, apresentando-se
bastante eficiente em produtos submetidos à fritura (BANNWART e TOLEDO, 1999). O BHA
é uma mistura de isômeros 3-terc-butil-4-hidroxianisol e 2-terc-butil-4-hidroxianisol
(C
11
H
16
O
2
), é um sólido de aspecto ceroso e cor branca ou amarelada e possui fraco odor
aromático característico. O BHT, também, conhecido como 3,5-di-terc-butil-4-hidroxitolueno,
sua fórmula molecular (C
15
H
24
O) e se apresenta como um pó branco.
São usados ainda como antioxidantes sintéticos o galato de propila e o palmitato de
ascorbila. O Galato de propila é um sólido cristalino, pouco solúvel em água, muito solúvel
em compostos orgânicos e pouco solúvel em óleos. É produzido a partir do ácido gálico e
exibe excelente atividade antioxidante em alimentos e óleos vegetais, especialmente em
combinação com o palmitato de ascorbila. O Palmitato de ascorbila é um composto sintético
obtido de dois produtos naturais, ácidos palmítico e ascórbico, é um sólido cristalino branco,
pouco solúvel em água, solúvel em etanol e outros solventes polares. A figura 2 apresenta
as estruturas químicas dos compostos BHA, BHT, TBHQ e Galato de Propila.
Figura 2: Estruturas químicas dos antioxidantes sintéticos
24
Estudos toxicológicos têm demonstrado a possibilidade destes antioxidantes
apresentarem efeito carcinogênico em experimentos com animais. Em outros estudos, o
BHA mostrou induzir hiperplasia gastrointestinal em roedores por um mecanismo
desconhecido; em humanos, a relevância dessa observação não está clara (RAMALHO e
JORGE, 2006). A redução do nível de hemoglobina e a hiperplasia de células foram
atribuídas ao uso de TBHQ. Por estes motivos, o uso de antioxidantes em alimentos é
limitado.
Tendo em vista dos indícios de problemas que podem ser provocados pelo consumo
de antioxidantes sintéticos, pesquisas têm sido desenvolvidas no sentido de encontrar
produtos naturais com atividade antioxidante, os quais permitirão substituir os sintéticos ou
fazer associações entre eles, com intuito de diminuir sua quantidade em alimentos. Entre os
compostos antioxidantes provenientes de fontes naturais temos os flavonóides, taninos,
cumarinas, xantonas, terpenos, tocoferóis, ácidos fenólicos e outros (IQBAL, BHANGER e
ANWAR, 2007). Eles podem ser encontrados em vários alimentos e plantas, tais como,
frutas, vegetais, sementes, cereais, ervas, especiarias e óleos (IQBAL, BHANGER e
ANWAR, 2007; PAZOS et al., 2007; DIMITRIOS, 2006).
Nos sistemas alimentícios, naturalmente ocorrem antioxidantes, como os tocoferóis e
o ácido ascórbico, e protegem contra a oxidação lipídica pelas reações quelantes de radicais
livres ou varrendo o oxigênio. No entanto, os antioxidantes naturais são freqüentemente
perdidos durante o processo ou estocagem, necessitando da adição de antioxidantes
endógenos que efetivamente retardem o início da oxidação lipídica (AARDT et al., 2004).
Os antioxidantes fenólicos funcionam como seqüestradores de radicais e, algumas
vezes, como quelantes de metais, agindo tanto na etapa de iniciação como na propagação
do processo oxidativo. Os produtos intermediários formados pela ação destes antioxidantes
são relativamente estáveis, devido a ressonância do anel aromático apresentada por essas
substâncias (RAMALHO e JORGE, 2006; PAZOS et al., 2007).
A figura 3 apresenta a estrutura química de alguns compostos fenólicos encontrados
naturalmente em vegetais.
25
Figura 3: Estruturas químicas de compostos fenólicos de ocorrência natural
O fato de que uma substância ser natural e comumente encontrada em alimentos
não garante que esta não é tóxica. Estes compostos podem possuir menor toxicidade, ou
ser menos carcinogênicos ou mutagênicos. Os antioxidantes sintéticos são constantemente
testados para estes efeitos, mas muitos compostos naturais não foram testados. A indústria
dos alimentos procura a aceitação dos consumidores para os seus produtos, porém é
importante primar pela a utilização de aditivos reconhecidamente seguros, testados antes do
uso.
3.4.1. Compostos Fenólicos
Os compostos fenólicos são compostos orgânicos que contêm um grupo hidróxi (-
OH) ligado diretamente num anel aromático. Ao contrário dos álcoois normais, os fenóis são
ácidos devido à influência do anel aromático, que conferem a estrutura um papel importante
na neutralização ou seqüestro de radicais livres e quelação de metais de transição, agindo
tanto na etapa de iniciação como na propagação do processo oxidativo (HALLIWELL et al.,
1995). A distribuição dos compostos fenólicos nos tecidos e células vegetais varia
consideravelmente de acordo com espécie e tipo de função a exercer, situando-se no
interior de células ou na parede celular (MARTINEZ-VALVERDE; PERIOGO; ROS, 2000).
Os maiores grupos dos agentes fenólicos com propriedades antioxidantes incluem os
fenóis neutros, os ácidos fenólicos, flavonóides, isoflavonas, flavonas, antocianinas,
Ácido Siringico
Ácido 3,4-
dihidrobenzóico
Ácido Sináptico Ácido Caféico
26
catequinas e outros fenólicos presentes naturalmente em frutas e vegetais (OLIVEIRA,
2005; DIMITRIOS, 2006).
Estes compostos são classificados em três categorias, aqueles pouco distribuídos na
natureza, polímeros e largamente distribuídos na natureza. Na família dos compostos
fenólicos pouco distribuídos na natureza, encontra-se um mero bem reduzido, embora
com certa freqüência. Neste grupo estão os fenóis simples, o pirocatecol, a hidroquinona e o
resorcinol. Pertencem ainda a esta família os aldeídos derivados dos ácidos benzóicos, que
são constituintes dos óleos essenciais, como a vanilina (SOARES, 2002). Os polímeros são
fenóis que não se apresentam na forma livre nos tecidos vegetais, esta família engloba os
taninos e as ligninas. Os compostos fenólicos largamente distribuídos na natureza podem se
dividir em flavonóides (antocianinas, flavonóis e seus derivados), ácidos fenólicos (ácidos
benzóico, cinâmico e seus derivados) e cumarinas (KING e YOUNG; 1999)
As estruturas fenólicas são encontradas em frutas cítricas, como o limão, laranja e
tangerina, além de outras frutas a exemplo da cereja, uva, ameixa, pêra, maçã e mamão,
usualmente em maiores quantidades na polpa que no suco da fruta. Pimenta verde, brócolis,
repolho roxo, cebola, alho e tomate também são excelentes fontes destes compostos
(PIMENTEL, FRANCKI e GOLLÜCKE, 2005; DIMITRIOS, 2006).
Diversos pesquisadores têm trabalhado na separação, identificação, quantificação e
aplicação dos compostos fenólicos em alimentos, enfrentando muitos problemas
metodológicos, pois, além de englobarem uma gama enorme de substâncias, são, na
maioria das vezes, de grande polaridade, muito reativos e susceptíveis à ação de enzimas
(AGUIAR et al., 2007; KING e YOUNG; 1999)
A análise de compostos fenólicos é influenciada pela natureza do composto, o
método de extração empregado, o tamanho da amostra, o tempo e as condições de
estocagem, o padrão utilizado e a presença de interferentes tais como ceras, gorduras,
terpenos e clorofilas. Ainda não se desenvolveu um método satisfatório para a extração de
todos ou de uma classe específica presentes nos alimentos. A solubilidade deles varia com
os substituintes das cadeias carbonadas cíclicas, o grau de polimerização e suas interações
com outros constituintes dos tecidos onde se encontram. Os solventes mais utilizados para
a extração são: metanol, etanol, acetona, água, acetato de etila, propanol,
dimetilformaldeído e suas combinações (NACZK e SHAHIDI, 2004).
Outro aspecto importante no desenvolvimento de métodos de quantificação de
compostos fenólicos é a dificuldade de se encontrar um padrão específico e conveniente,
devido à complexidade das substâncias fenólicas presentes nos alimentos e as diferenças
de reatividade entre estas substâncias e os reagentes (ANGELO e JORGE, 2007).
27
MALACRIDA e MOTTA (2005) quantificaram as concentrações de compostos
fenólicos totais e antocianinas em sucos de uva reconstituídos e simples, de diferentes
marcas, disponíveis no comércio varejista da região metropolitana de Belo Horizonte (Minas
Gerais). O conteúdo de compostos fenólicos totais foi determinado
espectrofotometricamente e os teores encontrados variaram entre 0,3 e 2,4 g/L e as
concentrações de antocianinas de 1,2 a 67 mg/L.
Outro tipo de fonte de compostos fenólicos foi estudado por FUNARI e FERRO
(2006) que realizaram determinações em própolis seguindo a recomendação do Ministério
da Agricultura que recomenda a quantificação dos teores de flavonóides e fenóis totais além
de exame organoléptico, perda por dessecação a 105°C, teores de cinza e de cera, resíduo
insolúvel em metanol e resíduo seco. Os teores de fenóis totais foram quantificados tendo
ácido gálico, tomado como substância de referência e o valor encontrado na amostra
analisada foi de 7,4%, que atende ao requisito mínimo do Ministério da Agricultura, de 5%.
Os resultados permitiram observar que, excetuando-se perda por dessecação a 105°C,
todos os demais parâmetros estiveram dentro dos limites estabelecidos pelo Ministério da
Agricultura.
3.4.2. Métodos para Avaliação da Atividade Antioxidante
A quebra da cadeia reacional da oxidação lipídica pelos antioxidantes não ocorre
segundo um mecanismo simples, e certos aspectos, relativos às interações entre
constituintes de meios complexos, não estão completamente esclarecidos. O emprego de
antioxidantes em formulações é muitas vezes empírico, de tal modo que a garantia da sua
eficácia nem sempre existe. Tendo em vista uma rápida avaliação da capacidade e eficácia
antioxidante de compostos químicos ou extratos vegetais, bem como o estudo dos
mecanismos de ação antioxidante, estão descritos na literatura diversos trabalhos (SILVA,
BORGES e FERREIRA, 1999). Os diversos métodos propostos na literatura variam quanto
ao tipo de radicais livres gerados ao indicador de oxidação escolhido e ao método usado
para a sua detecção e quantificação.
Na maioria dos casos recorre-se à formação de radicais instáveis, pela
decomposição térmica de azo iniciadores (e.g.ABAP, AMVN, AAPH), os quais reagem
rapidamente com o oxigênio originando radicais peróxido. Estes atuam sobre um substrato
lipídico (e.g. ácido linoleíco ou um dos seus ésteres) desencadeando um processo de
lipoperoxidação, em relação ao qual se escolhe um determinado indicador (como o consumo
de oxigênio, desaparecimento do substrato lipídico ou aparecimento de produtos de
oxidação) que é quantificado antes e após a adição de um composto antioxidante (avaliação
da atividade scavenger). Alguns autores propõem outros tipos de testes que não recorrem à
28
oxidação de substratos lipídicos, mas à redução de radicais livres estáveis gerados in vitro,
como resultado da atividade scavenger de compostos antioxidantes.
Existem diversas maneiras de avaliar a atividade antioxidante, entre elas, a oxidação
forçada de um substrato lipídico, que consiste em colocar num sistema reacional apolar um
ácido linoléico ou linoleato de metila sob aquecimento a 110°C e corrente de oxigênio. A
diminuição da concentração do linoleato de metila é acompanhada por cromatografia
gasosa e a atividade antioxidante é avaliada pelo aumento do tempo de semi-vida do
substrato de oxidação na presença do antioxidante. A utilização deste teste encontra-se
condicionada pela solubilidade e estabilidade térmica dos antioxidantes no meio reacional. A
oxidação do ácido graxo insaturado (ácido linoléico ou linoleato de metila) pode ser
acelerada utilizando um iniciador radicalar ou um pró-oxidante contendo íons Fe
3+
(e.g.hemoglobina), evitando deste modo o aquecimento e oxigenação intensivos (SILVA,
BORGES e FERREIRA, 1999).
A atividade antioxidante utilizando sistema β-caroteno/ácido linoléico, trata-se de um
ensaio espectrofotométrico baseado na descoloração (oxidação) do β-caroteno induzida
pelos produtos da degradação oxidativa de um ácido graxo (e.g. ácido linoleíco). A
determinação é efetuada a 470 nm, na presença e na ausência de um antioxidante (SILVA,
BORGES e FERREIRA, 1999; ALMEIDA et al., 2006).
Um dos métodos mais utilizados para determinar capacidade de um antioxidante de
seqüestrar um radical livre trata-se do método de seqüestro do radical DPPH, que consiste
na redução do radical 2,2’-difenil-1-picrilhidrazilo (DPPH•), que apresenta um máximo de
absorção a 517-520 nm. Ao fixar um H•, abstraído ao antioxidante em estudo, observa-se
uma diminuição da absorvência, o que permite calcular, após o estabelecimento do
equilíbrio da reação, a quantidade de antioxidante gasta para reduzir 50% do DPPH•. Trata-
se de um teste rápido, que não envolve condições drásticas de temperatura e oxigenação
(SOUSA et al., 2007; SILVA, BORGES e FERREIRA, 1999; ALMEIDA et al., 2006).
PASSOTTO, PENTEADO e FILHO (1998) avaliaram a atividade antioxidante da
vitamina A na forma de acetato de retinol e de seu principal precursor, o β-caroteno,
adicionados a um sistema de óleo de soja previamente sensibilizado à oxidação. Os
parâmetros utilizados como grau de atividade oxidativas foram: índice de peróxidos, teores
de malonaldeído durante os intervalos de 24 a 72 horas, e perfil dos ácidos linoléico e
linolênico após 144 horas de oxidação. Os resultados mostraram que o retinol apresentou
atividade antioxidante superior ao β-caroteno. As atividades antioxidantes foram
comparáveis às do butilhidroxitolueno (BHT).
SOUSA et al (2007) determinaram os fenóis totais, pelo método de Folin-Ciocalteau
e avaliaram a atividade antioxidante, pelo ensaio do DPPH, do extrato de cinco plantas
29
medicinais: Terminalia brasiliensis, Terminalia fagifolia, Cenostigma macrophyllum, Qualea
grandiflora e Copernicia prunifera. Os resultados mostraram que todos os extratos
apresentaram atividade antioxidante, mas o extrato etanólico de cascas de T. brasiliensis,
com maior atividade antioxidante (CE
50
= 27,6) mostrou-se comparável aos controles
positivos, rutina (CE
50
= 27,8) e ácido gálico (CE
50
= 24,3). CE significa a quantidade de
extrato das plantas testadas para decrescer a concentração inicial de DPPH em 50%.
3.5. CEBOLA
3.5.1. Características Biológicas e Químicas
A cebola (Allium cepa L.) é um bulbo de caule cônico pouco desenvolvido, maciço,
envolto por folhas modificadas, as quais se apresentam como túnicas superpostas. É uma
planta subterrânea, cujas raízes partem da porção inferior deste caule. As folhas, tipo
túnicas ou escamadas, representam à porção comestível que têm como função o
armazenamento de nutrientes para outras porções do vegetal durante o ciclo de vida
(GEMTCHÚJNICOV, 1976; RAVEN, EVERT e EICHHORN, 1996).
As variedades de cebola existentes no mercado são inúmeras e os modos de
classificar seus cultivares são: quanto ao fotoperíodo (de dias curtos, longos ou
intermediários); quanto ao formato do bulbo (periforme, chato, redondo, bojudo, outros);
quanto à coloração das escamas (amarelas, roxas, brancas, verdes); quanto ao sistema de
plantio (sistema de mudas ou semeadura direta); quanto à finalidade (para mesa, conservas,
molhos, outros) (MINAMI, ANDRADE e LIMA, 1980).
Dentre os constituintes da cebola, destaca-se o seu grande conteúdo de água, em
média 90%, sendo o restante constituído basicamente por carboidratos. Observa-se
também, em quantidades menores, a presença de proteínas, de vitamina C e ácidos
orgânicos como são mostrados na Tabela 1.
30
Tabela 1: Composição química da cebola em base úmida
Composição bulbo maduro in natura
(100 g de porção comestível)
Valor energético (Kcal) 45
Umidade (%) 85 – 90,5
Carboidratos (%) 6,5 – 11,5
Lipídios (%) 0,1 – 0,2
Compostos nitrogenados (g) 1,5 – 2,0
Fibras (g) 0,5 – 0,6
Cinzas (g) 0,4 – 0,6
Ca (mg) 30
P (mg) 40
Fe (mg) 1,0
Tiamina (mg) 0,04
Riboflavina (mg) 0,03
Niacina (mg) 0,3
Ac. Ascórbico (mg) 10
Ac. Málico (mg) 170
Ac. Cítrico (mg) 20
Fonte: MARTINS (2003)
A cebola apresenta ainda compostos orgânicos sulfurados que conjuntamente com
os carboidratos, conferem gosto acre açucarado. As essências voláteis da cebola são
várias, porém as mais importantes são as sulfuradas. A composição química e as
características sensoriais de cor, aroma e sabor, dependem do cultivar, das condições de
cultivo e do solo. (RANDLE, 1997; HAMILTON, 1998).
31
3.5.2. Produção e Consumo
A cebola é uma das plantas cultivadas de mais ampla difusão no mundo, sendo a
segunda hortaliça em importância econômica. A produção mundial apresentou aumento de
cerca de 25% na última década, o que coloca a cebola como uma das três hortaliças mais
importantes ao lado do tomate e da batata (EMATER, 2007). Somado a isto, o valor social
da cultura de cebola é inestimável, sendo consumida por quase todos os povos do planeta,
independente da origem étnica e cultural, constituindo-se em um importante elemento de
ocupação de mão-de-obra familiar.
A portaria n° 529, o Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma
Agrária aprovou em 1995 o Regulamento Técnico MERCOSUL de Identidade e Qualidade
da Cebola, o qual apresentou as seguintes normas para o comercio da cebola “in natura”. A
cebola é bulbo pertencente à espécie Allium cepa L, cujos defeitos graves apresentados
neste são o talo grosso, brotado, podridão, mancha negra e mofado. Os defeitos leves são o
colo mal formado ou deformado do bulbo, a falta de revestimento externo, falta de turgência
e os danos mecânicos (EMATER, 2007)
A cebola é classificada de acordo com as dimensões e a qualidade do bulbo. A
Tabela 2 apresenta a classificação comercial dos bulbos em relação ao seu diâmetro
transversal, composta por quatro classes de tamanho.
Tabela 2: Classificação comercial da cebola quanto às dimensões do bulbo
Classes ou calibres Maior diâmetro transversal do bulbo (mm)
2 Maior que 35 até 50
3 Maior que 50 até 70
4 Maior que 70 até 90
5 Maior que 90
Fonte: EMATER (2007)
A cebola que não atender aos requisitos da norma é classificada como “fora do
padrão” e comercializada somente com tal designação na embalagem de comercialização,
no que diz respeito ao comércio em território nacional. São desclassificadas e proibidas para
comercialização toda a cebola que apresentar resíduos de substâncias nocivas a saúde
(acima dos níveis admitidos no âmbito do MERCOSUL) e que apresentar mau estado de
conservação, sabor e odor estranho (EMATER, 2007).
32
Na FURG já foram realizados alguns estudos com cebola, mas todos voltados para o
estudo do processo de secagem, especialmente no aspecto físico do fenômeno de
transporte.
MARTINS e PINTO (2003) realizaram ensaios de secagem de cebola, visando
estudar as influencias da forma (rodeadas e picadas), do sentido de escoamento de ar
(baixo/cima e cima/baixo) e da carga do material (4 e 6Kg/m
2
) na caracterização da
secagem. Entre os fatores estudados, a forma foi o que apresentou maior significância
estatística, tanto para primeira como para segunda etapa de secagem. Os maiores valores
para as constantes de secagem da primeira e da segunda etapas foram alcançados com a
carga 4 Kg/m
2
e direção de escoamento do ar de cima para baixo.
MARTINS, PORTO e PINTO (2004) estudaram a cinética de secagem da cebola em
camada delgada, comparando os valores da difusividade efetiva média baseados nas
espessuras inicial e média das amostras. Analisaram também as propriedades físicas e de
transporte das amostras em função da umidade ao longo da operação. A redução de
espessura do material foi de 80% em relação a da amostra inicial. Os resultados da
difusividade efetiva média de umidade, baseados na espessura média das amostras, foram
semelhantes aos valores médios da difusividade efetiva variável de umidade para a primeira
etapa de secagem.
3.5.3. Propriedades Terapêuticas
A proteção que frutas e outras partes de vegetais conferem contra vários tipos de
doenças, como câncer tem sido atribuída à presença de vários antioxidantes, vitamina C,
vitamina E, α – tocoferol, β – caroteno e compostos fenólicos (MARTINS, 2003).
As plantas do gênero Allium, como cebola e alho, são consumidas freqüentemente
como uma fonte de combinações que inibem atividade de decomposição de gordura nas
artérias do organismo humano, com a meta de diminuir a incidência de doença
cardiovascular. Outras atividades têm sido relatadas: antimutagênica, anticarcinogênica,
antiviral, antifungos, antibacteriológica e antialérgica, inibidor de agregação plaquetária,
inibidor do acréscimo da pressão sangüínea, além de atividades antiúlcera (GOLDMAN, et
al., 1996).
Tal atividade fisiológica destas plantas é em parte determinada por suas
concentrações de compostos bioativos pouco estudados em combinações de substâncias
organossulfuradas. (GOLDMAN, et al., 1996). A cebola tem atividade antioxidante, fato
comprovado pela presença de um flavonóide, a quercetina. Flavonóides são estruturas
polifenólicas de baixo peso molecular encontradas naturalmente nas plantas. Esses
33
metabólitos secundários são de grande importância na manutenção da saúde de muitos
animais herbívoros, incluindo o homem, pois desempenham uma função muito importante,
que é a remoção dos radicais livres, exercendo um papel citoprotetor em situações de dano
celular.
3.6. MICROALGA CHLORELLA
3.6.1. Microalgas e Cianobactérias
O crescente interesse no estudo de microorganismos como microalgas, alguns
fungos (leveduras, por exemplo) e bactérias deve-se à essencial importância destes nas
diversas cadeias tróficas e na possibilidade da aplicação comercial em distintas áreas como
na nutrição, na saúde humana e animal, no tratamento de águas residuais, na produção de
energia e na obtenção de compostos de interesse das indústrias alimentar, química e
farmacêutica, dentre outras (DERNER et al., 2006). As microalgas formam um grupo
heterogêneo de organismos que engloba todos os microrganismos fotossintetizantes, sejam
eucarióticos ou procarióticos. São geralmente unicelulares, gram-negativos, coloridos devido
à presença dos pigmentos fotossintéticos, e vivem, em sua maioria, em ambientes aquáticos
(OLAIZOLA, 2003).
As microalgas procarióticas recebem o nome de cianobactérias, antigamente
chamadas algas azul-esverdeadas. As estruturas celulares e o mecanismo para a
fotossíntese nestes organismos são semelhantes aqueles dos vegetais (LEHNINGER,
NELSON e COX, 1995). Acredita-se que as cianobactérias surgiram 3500 milhões de
anos e foram os primeiros organismos fotossintetizantes capazes de produzir oxigênio,
formando a atmosfera terrestre e possibilitando o surgimento de outras formas de vida no
planeta (LEHNINGER, NELSON e COX., 1995; HENRIKSON, 1994).
As culturas comerciais de microalgas em grande escala iniciaram por volta de 1960
no Japão, com a Chlorella, seguida pela cultura de Spirulina e 1970 no México, ambas para
suplemento alimentar; Dunaliella salina para produção de β–caroteno na Austrália em 1986,
Haematococcus pluvialis para produção de caroteno e várias outras espécies para a
aqüicultura. Após, o cultivo de microalgas se espalhou pelo mundo, em países como Israel,
EUA e Índia (BOROWITZKA, 1999). Atualmente as microalgas são utilizadas na
alimentação humana como fontes de suplemento alimentar de alto valor nutricional ou
biocorantes (CHEN e ZHANG, 1997), e na alimentação animal, principalmente de frangos e
animais marinhos (VONSHAK, 1997). Além disso, os cultivos têm sido empregados como
fonte de biocombustíveis e como forma de absorver CO
2
originado na atividade industrial e
na geração térmica de energia elétrica (ANDRADE, 2005).
34
3.6.2. Microalga Chlorella
A Chlorella é uma microalga eucariótica unicelular esférica e seu diâmetro varia de 5-
10 µm, dependendo da espécie (ILLMAN, SCRAGG e SHALES, 2000). É encontrada
espontaneamente em tanques e lagos, com grande habilidade de realizar a fotossíntese.
Esta microalga possui 53% de proteínas, 23% de carboidratos, 9% de lipídios e 5% de
minerais (HENRIKSON, 1994). Foi descoberta pelos japoneses, tradicionais consumidores
de algas, que a apreciam e utilizam normalmente como complemento alimentar
(RICHMOND, 1990). Relatam uma sensação de bem estar e aumento de energia após um
curto período de uso, atribuído à elevada concentração de vitamina B
12
, que tem ação rápida
em processos metabólicos de síntese de hemácias.
É uma alga rica em clorofila, proteínas, vitaminas, sais minerais e aminoácidos
essenciais. As culturas de Chlorella podem apresentar alto conteúdo de lipídios, podendo
chegar a mais de 50%, em base seca, quando cultivada em meio com baixos níveis de
nitrogênio (PIORRECK, BAASCH e POHL, 1984). Em sua composição estão ainda
presentes 18 aminoácidos essenciais importantes na biossíntese das proteínas. A chlorella
também é rica em vitaminas do complexo B, principalmente a B
12
, vital na formação e
regeneração das células sangüíneas que, juntamente com o ferro, fazem desta alga um
produto indicado no tratamento e prevenção de anemia.
Segundo BOROWITZKA (1999) o primeiro cultivo unialgal foi realizado por
Beijerinchk em 1890 com Chlorella vulgaris. De 1948 a 1950, o cultivo em massa de
microalgas realmente começou a ser um foco de pesquisas em Stanford, na Califórnia, com
a finalidade de utilização da técnica laboratorial para cultivo em escala (RICHMOND, 1990;
BOROWITZKA, 1999). A Chlorella também foi investigada por cientistas alemães durante a
Segunda Guerra Mundial pelo seu potencial em duplicar a biomassa algumas vezes por dia
em culturas iluminadas em laboratório, com fins de estocagem de fontes de alimentos,
principalmente fontes de proteínas. Em 1951 a primeira planta piloto de produção de
Chlorella foi construída e operada em Cambridge, nos Estados Unidos. Outra série de
estudos ocorreu no Japão (RICHMOND, 1990) onde se iniciou o cultivo de microalgas com
fins comerciais nos anos 60 com a cianofícea Chlorella, seguido pelo cultivo de Spirulina nos
anos 70. Nos anos 80 cerca de 46 fábricas na Ásia produziam mais de 1000 Kg de
microalgas por mês e em 1996 cerca de 2000 toneladas de Chlorella foram produzidas
comercialmente somente no Japão (BOROWITZKA ,1999).
A microalga Chlorella, assim como a Spirulina, é de grande interesse comercial, pois
além de rápida velocidade de crescimento, pode ser cultivada em tanques ao ar livre, como
os tanques localizados na estação de Cultivo de Chlorella da Ilha de Ishigaki, Okinawa. Ilha
35
de recifes de corais de clima subtropical, propício ao cultivo de chlorella de qualidade
superior. A radiação solar durante o ano também estimula os níveis de clorofila.
No laboratório da Engenharia Bioquímica da FURG existem estudos sobre o cultivo
de microalgas, como por exemplo:
COLLA, FURLONG e COSTA (2007) avaliaram o efeito da temperatura de cultivo e
da concentração de nitrogênio no meio de cultivo, sobre o potencial antioxidante da
microalga Spirulina (Arthospira) platensis. E concluiram que quando a microalga foi cultivada
a 35°C e concentração de nitrato de 1,8 g L
-1
ou 2,5g.L
-1
o potencial antioxidante dos
extratos obtidos a partir da biomassa, sobre o escurecimento enzimático causado pela
peroxidase, foi de 29% e 35%, respectivamente, sendo a redução no escurecimento
relacionada com as quantidades de compostos fenólicos presentes nos extratos.
36
CAPÍTULO III
37
ARTIGO 1
38
OTIMIZAÇÃO DE METODOLOGIA PARA EXTRAÇÃO DE FENÓIS TOTAIS NA
CEBOLA ATRAVÉS DE PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL
Michele Moraes de Souza; Vânia Machado Recart; Meritaine da Rocha;
Eliana Badiale Furlong
Laboratório de Análise e Bioquímica de Alimentos - Departamento de Química
Fundação Universidade Federal do Rio Grande – Caixa Postal 474
CEP 96201-900 – Rio Grande – RS – Brasil – Tel. (53)3233 8663
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi usar a técnica de planejamento experimental para estabelecer
as melhores condições de extração de compostos fenólicos em cebola (Allium cepa L.). As
variáveis estudadas foram: natureza do solvente, agitação, tempo de extração e tempo com
e sem interrupções de processo. A melhor combinação, que resultou um modelo preditivo,
foi o uso de metanol, agitação de 120 minutos e com rotação de 3,13 G. O maior conteúdo
fenólico em diferentes classes foi 2274,8 µg fenóis/g de cebola, a recuperação foi de 88% e
o limite de quantificação foi 30,7 µg fenóis/g de cebola.
Palavras-chave: cebola, compostos fenólicos, metodologia.
ABSTRACT
The objective of this work was using the experimental planning technique to establish great
phenolic extraction conditions on onions (Allium cepa L.). The studied variables were; solvent
nature, agitation, extraction time and process time with and without interruption. The best
combination, allowed a predicated model, was employing methanol agitated for 120 minutes
in a roll with 3,13 G. The average phenolic content in different classes was 2274,8 µg
phenolic/ g de onion, the recovery was 88% and the detection quantification limit was 30.7 µg
phenolic/ g de onion.
Key words: methodology, phenolic compounds, onion.
39
1. INTRODUÇÃO
O interesse em identificar compostos químicos que desempenham atividades
funcionais, tem disponibilizado uma série de metodologias para extrair e quantificar
diferentes estruturas químicas em tecidos vegetais. Entre os compostos que poderiam
prevenir danos à saúde destacam-se os fenólicos, tais como os ácidos fenólicos, derivados
do ácido hidroxicinâmico, e os flavonóides, que mesmo presentes em pequenas
quantidades no alimento, poderiam ter efeitos preventivos e/ou curativos de sintomas
patológicos causados por situações oxidativas
(ANTOLOVICH, PRENZLER, RYAN, 2000;
JORGE et al., 1998). A determinação dos níveis de compostos fenólicos totais em tecidos
vegetais é a etapa inicial de qualquer investigação de funcionalidade, avaliação biológica e
estímulo ao consumo, visando à prevenção de doenças crônico-degenerativas (TORRES et
al., 1987).
As substâncias fenólicas podem ocorrer livres ou na forma de glicosídios. A posição
do açúcar na estrutura fenólica influencia na solubilidade e em outras propriedades físico-
químicas. Esta diferença química pode ser usada para separação, quantificação e para
desenvolver estudos sobre suas atividades fisiológicas (ANTOLOVICH, PRENZLER, RYAN,
2000; BADIALE-FURLONG et al., 2003; CHEN et al., 1998).
Para a extração dos compostos fenólicos vêm sendo mencionados sistemas
aquosos, alcoólicos e aceto-etílicos sob diferentes condições de interação, aplicados a
raízes, tubérculos e frutas, tais como feijão mungo; gêneros de Acácia, Terminália,
Copernicia, maçãs, ameixas, peras e outros (IMEH e KHOKBAR, 2002; LIMA et al., 2004;
SOUSA et al., 2007). A quantificação dos compostos fenólicos nos diferentes extratos, em
geral, é feita empregando o reagente de Folin-Ciocalteau. Este consiste numa mistura de
ácidos fosfotungstico e molíbidico, nos quais o molibdênio e o tungstênio no estado de
oxidação 6+, e em presença de redutores, tais como fenóis, passam ao estado de oxidação
variando entre 5 e 6 (forma azul) permitindo a quantificação de substâncias redutoras que
não necessariamente os fenóis (SOUSA et al., 2007). Poucos são os trabalhos que
descrevem adaptações do procedimento básico para matrizes especificas e/ou condições
criticas de preparo de amostra e extração dos compostos fenólicos para a quantificação.
Cabe ressaltar que o processo de extração sob diferentes condições para distintas matrizes
e analitos é fundamental para a estimativa mais exata do potencial de redução decorrente
de compostos fenólicos.
Os estudos sistematizados de alimentos com alegações funcionais vêm sendo
norteados pela cultura popular que atribui efeitos benéficos a estes em diversas regiões do
país. Entre estes esta a cebola (Allium cepa L.), empregada pelo seu papel de conferir
características organolépticas a alimentos, além do seu poder preventivo e curativo de
40
diversas doenças crônico-degenerativas
(CHEN et al., 1998; JORGE et al., 1998). Apesar do
conhecimento milenar dos benefícios deste vegetal e de diversos estudos sobre seus efeitos
bioativos, algumas regiões produtoras têm dificuldades em comercializar suas safras em
condições satisfatórias para consumo “in natura” ou em formulações industriais, resultando
em descarte de material e desestimulo aos produtores.
Diante desta inconsistência entre a importância sócio-econômica do vegetal e o
estímulo a sua produção é interessante estudar condições que permitam valorizar esta
matéria-prima buscando formas de aproveitar o seu potencial funcional de forma eficiente,
partindo da determinação de seus compostos bioativos como subsídio para sua cultura,
conservação e preparo doméstico e industrial preservando suas qualidades funcionais.
A otimização de metodologia de extração de um analito em especial é fundamental,
visto que pequenos detalhes podem resultar em efeitos que comprometem a confiabilidade
dos resultados. Para atingir esta meta com o mínimo de experimentos, podem ser
empregados planejamentos fatoriais completos. Estes permitem otimizar metodologias
considerando variáveis críticas para alguns tipos de matrizes avaliando seus efeitos e
possíveis interações com outros fatores nas repostas desejadas (NETO, SCARMINIO,
BRUNS, 2003; RODRIGUE e IEMMA, 2005).
Esses aspectos nortearam o trabalho, que objetivou usar a técnica de planejamento
experimental para otimizar uma metodologia de extração para a determinação de compostos
fenólicos totais na cebola (Allium cepa L.).
Para tal, foram avaliadas diferentes variáveis na etapa de extração e os extratos
foram quantificados quanto ao conteúdo fenólico empregando o reagente de Folin-
Ciocalteau (FC). As condições otimizadas também foram avaliadas quanto a sua
performance analítica e aplicabilidade.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1. Procedimentos experimentais gerais
Todos os solventes e reagentes utilizados durante os testes foram analiticamente
puros. O reagente Folin-Ciocalteau foi adquirido da Polipur (Pró-análise Química e
Diagnostico Ltda) e a quercetina da Sigma Chemical Company (EUA). As medidas de
absorção foram realizadas em espectrofotômetro VARIAN CARY/100 UV-VISIBLE (EL
98033579).
41
2.2. Amostras
As cebolas foram coletadas no município de São José do Norte, no Rio Grande do
Sul, em março de 2007 e foram cedidas pela EMATER – RS, classificadas segundo
Regulamento Técnico de qualidade da cebola (1995) do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (MAPA).
2.3. Planejamento para estudo das condições de extração de fenóis
A partir de condições estudadas por Lima et al
(2004), Baptista et al
(1999), Andrade
et al
(2007), Premzler et al
(2001) e Velioglu et al
(1998) foram avaliados os efeitos das
variáveis: solvente (metanol e acetato de etila), tempo de extração (120, 150 e 180 minutos),
rotação (0,78, 1,76 e 3,13 G) e tempo com e sem interrupções do processo de extração (0,
15 e 30 minutos), através de planejamento fatorial 2
4
, ou seja, quatro variáveis ou fatores
testados em dois níveis (-1 e +1) e 6 pontos centrais (0) resultando em 22 experimentos
(Tabela 1 - ANEXO 1).
Obtido o solvente que possibilitou a extração mais precisa (Tabela 2 - ANEXO 1),
foram estudados os efeitos do tempo de extração, rotação e tempo com e sem interrupções
de processo, utilizando planejamento fatorial completo 2
3
, com três variáveis em dois níveis
(-1 e +1) e 3 pontos centrais (0) resultando em 11 experimentos (Tabela 3 - ANEXO 1).
Para análise estatística dos dados foi utilizado o programa Statistica 6.0,
considerando o conteúdo de fenóis totais (µg de fenóis/g de cebola) como resposta das
variáveis em estudo.
2.4. Preparação dos extratos nas condições otimizadas
As cebolas foram secas em estufa com circulação de ar da marca QUIMIS a 60°C,
até atingirem valores de umidade de 13%. Foram pesadas 10g de cebola e adicionados 50
mL de solvente (metanol ou acetato de etila) e agitados em temperatura ambiente em mesa
agitadora orbital TE - 141 da marca TECNAL, o extrato foi filtrado com papel de filtro
Wathman 1 e clarificado com 10 mL de hidróxido de bário 0,1M e 10 mL de sulfato de
zinco 5%, a solução foi filtrada e transferida quantitativamente para um balão volumétrico de
100 mL, sendo o volume final completado com o solvente utilizado na extração.
42
2.5. Determinação de fenóis totais nos extratos
A determinação do teor de fenóis totais presentes nos extratos metanólicos e de
acetato de etila da cebola foi realizada por espectrometria utilizando o reagente de Folin-
Ciocalteau, e o procedimento consistiu em tomar alíquotas de 500 µL do extrato agitar com
500 µL de água destilada e 4,5 mL de Na
2
CO
3
4% por 1 minuto, colocada em banho-maria a
40°C por 15 minutos. A mistura foi agitada por 30 segundos em banho ultra som com 500 µL
do reagente de Folin-Ciocalteau diluído 1:2 com água destilada. Após 10 minutos, foi
medida a absorbância das soluções a 660 nm. O teor de fenóis totais foi determinado por
interpolação da absorbância das amostras contra uma curva analítica construída com uma
solução padrão de Quercetina contendo 100 µg/mL a partir da qual foram preparadas
diluições variando entre 2 e 16 µg/mL. Os resultados dos conteúdos fenólicos das amostras
foram expressos como µg de fenóis totais/ g de cebola.
Para estudar a performance do método foram determinados o limite de quantificação
e a recuperação de quercetina nas condições otimizadas de extração. O limite de
quantificação foi estimado pela menor concentração absorvida pela curva padrão de
quercetina. A recuperação foi testada em amostras de cebola seca as quais tinham sido
previamente adicionadas soluções metanólicas de quercetina em níveis 1,0; 1,2 e 1,5 mg/ g
de cebola.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As amostras de cebola foram secas para concentrar os sólidos e facilitar o processo
de extração mantendo a proporção de massa seca/solvente, mas sem a necessidade de
grande volume destes. A temperatura de 60ºC minimizou o escurecimento dos tecidos por
ação enzimática ou por caramelização.
Apesar dos inúmeros trabalhos que determinam fenóis em raízes, tubérculos,
cereais, porções distintas de plantas medicinais e frutos, mencionando variação de fenóis
que vão desde 40 µg fenóis/ g de amostra no arroz a 5500 µg fenóis/ g de amostra nas
cascas de limão (IMEH e KHOKBAR, 2002; LIMA et al., 2004; OLIVEIRA, 2005; SOUSA et
al., 2007), quando se trata de cebola estes valores não estão disponíveis. As referências
são unânimes em informar que o principal componente fenólico das diferentes espécies de
cebola é a quercetina que apresentou maior capacidade de reduzir o reagente de Folin-
Ciocalteau em meio alcalino, bem como indicadora de compostos fenólicos em cebola. Este
composto foi escolhido para indicar os fenóis totais em cebolas neste trabalho.
O planejamento experimental foi utilizado para possibilitar a inferência estatística e
fornecer informações sobre o comportamento das respostas entre os níveis das variáveis
43
em estudo, evidenciando a qualidade da repetibilidade, minimizando custos e tempo ao não
se repetir todos os experimentos, demanda e desgaste de equipamento, menor exposição
do analista e menor volume de descarte
(NETO, SCARMINIO, BRUNS, 2003; RODRIGUES
e IEMMA, 2005).
As variáveis testadas foram aquelas que são mais diversas nos relatos da literatura,
para determinação dos teores de fenóis totais ou para posterior separação das diferentes
famílias de redutores fenólicos presentes em matrizes vegetais. Cabe considerar também
que para a escolha do solvente pode ser levado em consideração a sua toxicidade. A
primeira etapa do estudo do efeito das variáveis solvente de extração, tempo, rotação e
tempo com e sem interrupções de processo, tem seus resultados apresentados na Tabela 1
como conteúdo de fenóis totais expressos em µg de fenóis totais/ g de cebola.
A análise estatística mostrou que os solventes utilizados na extração dos fenóis
apresentaram efeito significativo nos níveis determinados (p = 0,015), como pode ser
observado nos resultados da Tabela 2. O solvente que propiciou a extração de maiores
teores de fenóis foi o metanol, esta resposta pode ser atribuída ao fato de que os compostos
fenólicos solúveis em metanol são mais abundantes em cebola, o que é promissor
considerando-se que os flavonóides podem estar neste conjunto em função da solubilidade.
Nos extratos obtidos com acetato de etila os valores detectados estavam próximos do limite
de quantificação, o que sugere baixas concentrações de fenóis polimerizados, sendo
necessário evaporar o solvente antes da quantificação dos fenóis.
As variáveis tempo de extração, rotação e tempo com e sem interrupções de
processo, foram estudadas em um planejamento completo 2
3
com três pontos centrais para
obtenção do ponto ótimo de extração dos compostos fenólicos (Tabela 3). O comportamento
verificado permitiu otimizar e construir modelo preditivo dentro da faixa ótima para extração
dos fenóis em função das variáveis estudadas.
A Tabela 4 (ANEXO 1) apresenta os resultados da análise estatística dos efeitos
estudados no planejamento 2
3
, tendo como resposta o rendimento em fenóis totais na
cebola. A observação dos resultados da Tabela 3 e da Tabela 4, confirmam que ocorrem
diferentes conteúdos de fenóis na cebola em função das associações de condições
avaliadas demonstrada pelos conteúdos obtidos em fenóis totais nos diferentes
experimentos. Lima et al., (2004) também mencionaram estas variações e atribuíram a
formas químicas distintas de fenóis presentes na matriz.
A Tabela 4 mostra que entre as três variáveis estudadas, rotação, tempo de agitação
e a interação da rotação com o tempo de agitação foram estatisticamente significativas ao
nível de confiança de 95%, quando a resposta foi o conteúdo de fenóis totais (µg fenóis/ g
de cebola). A rotação (G) apresentou efeito positivo ao passar do menor valor para a maior,
44
assim como indicou o aumento na média desta resposta. A variável tempo de agitação teve
efeito contrário, ou seja, o menor tempo resulta em maior conteúdo de fenóis totais. A
interação da variável rotação com o tempo de agitação apresentou efeito negativo
diminuindo a média do conteúdo de fenóis totais em 362 µg fenóis /g de cebola. Os efeitos
das demais variáveis não foram significativos.
Através dos resultados obtidos, foi possível obter os coeficientes de regressão
(Tabela 5 ANEXO 1) de um modelo de terceira ordem para as variáveis e desta maneira
analisar a validade do modelo de conteúdo de fenóis em função das variáveis estudadas por
meio da análise de variância. Estes foram significativos e preditivos para a ação combinada
dos parâmetros tempo de agitação, rotação e a interação da rotação com o tempo de
agitação, no conteúdo de fenóis totais (Tabela 5) originando a Equação 1 e a Figura 1
(ANEXO 1).
Conteúdo de fenóis (µg fenóis/g de cebola) = 2109,9 + 171,9R + 86,6T – 181R . T (1)
Onde: R = rotação (G), T = tempo (minutos)
O teste F, mostrou um F calculado de 31,1, que foi 7 vezes maior do que o F
tabelado, 4,35 (Tabela 6 ANEXO 1), permitindo que o modelo expresso na Equação 1
fosse utilizado para gerar a superfície de resposta para o rendimento de fenóis (Figura 1).
A Figura 1 mostrou que o rendimento dos fenóis foi maior utilizando rotação de
aproximadamente 3,13G e tempo de agitação de 120 minutos, atingindo valores de 2372,4
µg fenóis/ g de cebola quando a extração e quantificação são realizadas nestas condições
de rotação e tempo de agitação. O que indica que o aumento no tempo de agitação pode
ocasionar uma diminuição no conteúdo de extração dos compostos fenólicos presentes na
cebola. Isto pode ser atribuído à degradação dos fenóis por ação de enzimas óxido
redutases do tecido ou reversão do equilíbrio dos compostos entre as frações sólido-líquido
do sistema.
Em vista deste resultado, menor tempo de extração resultando em maior conteúdo
de fenóis totais, foi avaliada a cinética do processo (Figura 2 - ANEXO 1), diminuindo o
tempo de extração até que este não fosse mais significativo ao nível de confiança de 95%. A
diminuição a partir de 120 minutos não foi significativa no intervalo de confiança
estabelecido, comprovando a adequacidade do tempo estabelecido para a extração dos
compostos.
45
3.1 Indicativos de Mérito para o Método de Folin Ciocalteau
O procedimento de extração otimizado foi executado para determinar os indicativos
de performance limite de quantificação e recuperação, cujas avaliações foram realizadas em
triplicata.
A Equação da curva de calibração da quercetina foi C = 0,0352A onde C é a
concentração de quercetina, A é a absorbância a 660nm e o coeficiente de correlação R =
0,999 demonstrando a linearidade da relação nas concentrações da curva analítica.
O limite de quantificação determinado foi de 30,7 µg fenóis. O teor médio de
recuperação para o método completo usando a extração otimizada foi de 88% e variou entre
84 e 92 % da menor para a maior concentração testada. As condições de extração resultam
em valores que estão fora dos valores dos pontos críticos para a confiabilidade de
resultados analíticos e neste caso os teores obtidos para limites de quantificação e
recuperação sugerem que o método adaptado é promissor para determinar fenóis em
cebolas, expressando como µg de fenóis (quercetina)/ g de cebola.
O procedimento foi testado quanto à sua aplicabilidade adotando-o para quantificar
fenóis em cebolas cultivadas na região de São José do Norte, na safra de 2007 e
classificadas conforme a legislação do MAPA. A classificação comercial dos bulbos de
cebola adota como critério o diâmetro transversal distribuindo em quatro classes, cujos
tamanhos variam entre 35 a 90 mm. Nesta classificação não estão considerados nenhum
outro aspecto que possa refletir a qualidade do conteúdo do tecido.
Nas cebolas analisadas o teor de fenóis extraídos com metanol variou entre 2244,3 e
2306,4 µg de fenóis totais/ g de cebola (Tabela 7 ANEXO 1) e o teor de umidade entre
86,8 e 87,4% para as diferentes classes, que ao nível de significância de 95% apresentou
diferença significativa entre as classes no aporte de fenóis na dieta do consumidor (Tabela 8
ANEXO 1). Considerando o total obtido com o metanol, a classe 4 apresentou o maior
conteúdo de compostos fenólicos. Comparativamente a outros tecidos mencionados pela
literatura como funcionais pelo seu conteúdo fenólico, como banana 310 µg fenóis/ g
amostra, maçã 1000 µg fenóis/ g amostra e batata 990 µg fenóis/ g amostra (equivalente de
tirosina)
(OLIVEIRA, 2005), a cebola parece ser bem promissora quando se investiga
vegetais com maior conteúdo fenólico.
46
4. CONCLUSÃO
O planejamento experimental é uma ferramenta que melhorou a qualidade da
informação através dos resultados, permitindo otimizar e construir o modelo preditivo dentro
da faixa ótima para a extração de fenóis, representado pela equação obtida para o conteúdo
fenólico.
Empregando duas etapas de planejamento experimental para o rendimento de fenóis
totais, foi possível determinar as condições ótimas de extração de cebola para emprego das
variáveis, tempo de extração, rotação e tempo com e sem interrupções do processo de
extração, com resultados preditivos e significativos para o conteúdo de fenóis. As condições
otimizadas ocorriam quando foi utilizado o tempo de extração de 120 minutos e a rotação de
3,13 G em mesa agitadora orbital. Sendo que a classe 4 foi a melhor para incorporar fenol
na dieta com um conteúdo de 2387,6 µg fenóis/ g de cebola.
5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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48
ARTIGO 2
49
CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA DE DIFERENTES CLASSES DE CEBOLAS
CULTIVADAS NA REGIÃO SUL DO R.S.
Vânia Machado Recart; Michele Moraes de Souza, Eliane Cipolatti, Eliana Badiale Furlong
Fundação Universidade Federal do Rio Grande
Laboratório de Análise e Bioquímica de Alimentos
Departamento de Química
Rua: Eng. Alfredo Huch, 475, caixa postal 474 – Centro
Rio Grande – RS – CEP 96201-900, Brasil
RESUMO
A cebola comum (Allium Cepa L.) compreende diversos cultivares que produzem este tipo
de bulbo, estando disponível no mercado diferentes variedades. Visando estimar o aporte de
nutrientes e compostos funcionais destes bulbos o objetivo deste trabalho foi determinar as
características físico-química e a atividade das enzimas oxirredutases em quatro classes de
cebolas comerciais. Foram determinadas a composição centesimal, pH e acidez (AOAC,
2000), compostos fenólicos totais em extratos aquosos, metanólicos e aceto etílicos e
atividade enzimática de catalase, peroxidase e polifenoloxidase. As frações umidade e
cinzas não apresentaram diferença significativa, enquanto as demais frações apresentaram
diferença significativa entre as classes. O extrato que apresentou maior teor de compostos
fenólicos foi o extrato aquoso, valor médio de 2,83 mg de fenóis/g de cebola, não sendo
observada diferença entre as classes. A classe 2 apresentou maior atividade específica para
catalase e peroxidase, 0,025 mg H
2
O
2
decomposta / min / mg de proteína e 0,031 abs / min /
mg de proteínas respectivamente. A enzima polifenoloxidase não foi detectada nas
amostras de cebola.
Palavras chave: cebola, enzimas, fenóis.
ABSTRACT
The common onion (Allium Cepa L.) includes various growing systems which produce this
type of bulb, being available on the market in different varieties. Aiming to estimate the
nutrients and functional composts of such bulbs, the purpose of this study was to
characterize, physically and chemically, and determine the activity of enzymes
oxidoredutases in four classes of commercial onions. It was determinated proximal
composition, pH and acidity, phenolic componends in aquous, methanolic and aceto ethylic
extracts and activity of enzymes of catalase, peroxidase and poliphenoloxidase. The
fractions of humidity and ash did not show any significant difference, while the others showed
significant difference among classes. The extract that showed the greater content of phenolic
composts was the watery extract (average value of 2,83 mg of phenols/g of onion), there was
50
no occurrence of difference among the classes. Class 2 showed greater specific activity for
catalase and peroxidase enzymes, 0,025 mg H
2
O
2
decomposed/ min / mg of protein and
0,031 abs / min / mg of proteins respectively. The poliphenoloxidase enzyme was not
detected in the samples of onions.
Keywords: onion, enzymes, phenols
1. INTRODUÇÃO
Os processos vitais de biossíntese são responsáveis pela formação, acúmulo e
degradação de inúmeras substâncias orgânicas no interior das células que formam os
diversos tecidos dos organismos animais e vegetais. Muitas dessas substâncias,
especialmente as de origem vegetal, encontram emprego utilitário em diversas áreas
aplicadas à alimentação e à saúde. Os compostos resultantes desse metabolismo podem
ser separados em produtos do metabolismo primário que são os glicídios, protídios e
lipídios, e os do metabolismo secundário, que são os compostos terpênicos, alcalóides,
glicosídios e vários outros (MATOS, 1997).
Entre os metabólitos secundários produzidos pelas células, destacam-se os
compostos fenólicos, que são compostos orgânicos que contêm um grupo hidróxi (-OH)
ligado diretamente num anel aromático (HALLIWELL et al, 1995), estes têm recebido muita
atenção nos últimos anos, sobretudo por inibirem a peroxidação lipídica e a lipooxigenase in
vitro (SOUSA et al., 2007). Várias fontes de compostos fenólicos têm sido estudadas,
visando fornecer subsídios para elaboração de uma dieta saudável à população
A cebola (allium cepa) é uma das plantas cultivadas de mais ampla difusão no
mundo, sendo a segunda hortaliça em importância econômica. A produção mundial
apresentou aumento de cerca de 25% na última década, o que coloca as diferentes
variedades de cebola como uma das três hortaliças mais importantes ao lado do tomate e
da batata (EMATER, 2007). Em função disto o Ministério da Agricultura, do Abastecimento e
da Reforma Agrária aprovou o Regulamento Técnico de Qualidade de Cebola (1995)
portaria 529, que descreve o critério de classificação das cebolas baseados nas
dimensões e nas características visuais como indicativo de qualidade, dividindo em quatro
classes variando de 35 a 90 mm de diâmetro transversal (EMATER, 2007). A cebola que
não atender aos requisitos da norma é classificada como “fora do padrão” e comercializada
somente com tal designação na embalagem de comercialização, no que diz respeito ao
comercio em território nacional, a preços pouco atrativos. No entanto, informações
51
disponíveis sobre as propriedades físico-químicas da cebola não são específicas quanto à
região de cultivo ou a classe e variedade.
A composição de cebola é influenciada pelas condições de cultivo (sistema de
produção, tipo de solo, clima) e por fatores genéticos. Bulbos de cebola para consumo
fresco são pouco calóricos (em torno de 40-50 calorias) e contém de 89 a 95% de água,
além de mono e dissacarídeos (açúcares totais em torno de 6%), proteínas (1,6%), gordura
(0,3%) e sais minerais (0,7%). Possuem também alguns compostos fenólicos, bem como
ácidos málico, cítrico, succínico, fumárico, quínico, biotínicos, nicotínicos, fólicos,
pantotênicos e ascórbico (EMBRAPA, 2007).
Estudos têm demonstrado que após a colheita de frutas e hortaliças iniciam-se uma
série de processos degradativos que aceleram a senescência, causando perdas de grande
parte da produção. Diversas dessas perdas podem ser atribuídas à ação de enzimas
durante a pós-colheita (ZANATTA, ZOTARELLI e CLEMENTE, 2006). A peroxidase e a
polifenoloxidase têm sido consideradas as principais enzimas responsáveis pela
deterioração da qualidade em muitas frutas e vegetais. Estas enzimas podem participar de
um grande número de reações oxidativas, tais como mudança de cor, degradação da
clorofila ou auxinas, oxidação de fenóis, oxidação do ácido indol acético, biossíntese da
lignina, e muitos destes fatores também podem ser associados com flavour, cor, textura e
qualidade nutricional dos alimentos (VALDERRAMA, MARANGONI, CLEMENTE, 2001;
ZANATTA, ZOTARELLI e CLEMENTE, 2006; CARNEIRO, ROLIM e FERNANDES, 2003).
Neste estudo a matriz escolhida foi a cebola cultivada na região sul do Rio Grande
do Sul, por se tratar de um vegetal ao qual se atribuí propriedades funcionais diversas,
determinadas pelos diversos componentes presentes nos seus tecidos. Porém, o retorno
econômico para os produtores não é satisfatório, pois em função de variáveis abióticas na
região as cebolas não atingem as características de classificação para comercialização
compensatória como produto in natura.
Visando estimar o aporte de nutrientes e compostos funcionais destes bulbos o
objetivo deste trabalho foi determinar a composição centesimal, o pH, a acidez, o teor de
compostos fenólicos totais extraídos em três sistemas solventes e a atividade específica das
enzimas catalase, peroxidase e polifenoloxidase em quatro classes de cebolas cultivadas na
região sul do Rio Grande do Sul. Os resultados podem servir para estabelecer processos
industriais ou artesanais que possibilitem a comercialização das cebolas de baixo valor
agregado para a distribuição in natura. Além disso poderão subsidiar os órgãos legisladores
com dados mais consistentes sobre a classificação das cebolas considerando seu aporte
nutricional e funcional.
52
2. PARTE EXPERIMENTAL
2.1. Procedimentos Experimentais Gerais
Os solventes e reagentes empregados foram analiticamente puros (P.A). O reagente
de Folin-Ciocalteau pertencia a marca Polipur, a Quercetina a Sigma, e os substratos
guaiacol e catecol utilizados foram das marcas Merck e Sigma respectivamente.
2.2. Amostras
As cebolas foram coletadas no município de São José do Norte no Rio Grande do
Sul em março de 2007, cedidas pela EMATER RS, classificadas segundo Regulamento
Técnico de Qualidade da cebola (1995) do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA). As cebolas foram descascadas, lavadas, picadas e secas em estufa
com circulação de ar da marca QUIMIS a 60°C, até atingirem valores médios de umidade de
13%.
2.3. Determinação da Composição Centesimal
Os teores de umidade das diferentes classes de cebolas foram determinados em
estufa com circulação de ar da marca QUIMIS sob temperatura de 60°C. Os percentuais de
cinzas das diferentes classes de cebolas foram determinados pelo método gravimétrico em
mufla 550°C. Os níveis protéicos foram determinados pelo método de micro-Kjeldahl,
empregando como fator de conversão de nitrogênio o valor de 6,25. Todos os
procedimentos seguiram a metodologia da AOAC (2000) com exceção das fibras brutas que
foram determinadas conforme método do INTERLAB VI (CIENTEC, 1991).
A determinação de lipídios foi realizada pelo método de Bligh & Dyer (1959)
adaptando-se as relações solventes extratores ao teor de umidade das amostras. Os
açúcares redutores foram determinados conforme método do 3,5-DNS (MILLER, 1959). Os
métodos estão descritos em detalhes no ANEXO 2.
2.4. Propriedades Eletroquímicas
O pH das diferentes classes de cebolas foi determinado conforme AOAC (2000). O
vegetal foi homogeneizado em água previamente fervida na proporção de 1:9, sob agitação
por 30 minutos. No sobrenadante foi determinado o pH potenciometricamente, utilizando um
pHmetro marca Hanna modelo 200, calibrado com tampão fosfato neutro (pH 7,0).
53
A acidez foi determinada por titulometria de neutralização com NaOH 0,01N e
expressa como porcentagem de ácido pirúvico. Os métodos estão descritos em detalhes no
ANEXO 2.
2.5. Determinação dos Fenóis Totais
A extração dos compostos fenólicos das cebolas foi realizado a frio com água,
acetato de etila e metanol na proporção de 1:5 de massa seca:solvente, em agitador
horizontal a temperatura ambiente, seguida da partição com hexano, clarificação com
hidróxido de bário 0,1M e sulfato de zinco 5% e filtração. Os extratos provenientes dos três
sistemas solventes foram armazenados em frascos de vidro a 18°C até quantificação e/ou
posterior uso. O conteúdo de fenóis totais, das diferentes classes, foi determinado por
espectrometria de UV/visível após a reação com Folin-Ciocalteau. A estimativa de
concentração de fenóis foi realizada com uma curva de calibração da quercetina, cuja faixa
de concentração variou entre 2 e 16 µg/mL, com linearidade demonstrada pelo R
2
de 0,99
(BADIALE-FURLONG et al., 2003). O método esta descrito em detalhes no ANEXO 2.
2.6. Determinação da Atividade Específica das Enzimas Oxirredutases
2.6.1. Catalase
O extrato enzimático foi preparado pesando 10g de amostra in natura, seguida de
homogeneização por 20 minutos em blender com 100 mL água destilada e deionizada. Após
homogeneização as amostras foram filtradas com algodão. Os filtrados foram utilizados para
a determinação da atividade enzimática.
A reação enzimática foi realizada a 40°C e pH 7 durante 20 minutos utilizando como
substrato peróxido de hidrogênio 0,005M. O conteúdo de H
2
O
2
residual foi titulado com
permanganato de potássio padrão (0,004M). Os resultados foram expressos como atividade
específica (AE) conforme a equação 1.
proteína
catalase
mg
decompostaOmgH
AE
×
=
min
22
(1)
54
2.6.2. Peroxidase e Polifenoloxidase
Foram pesadas cerca de 20g de cebola, homogeneizadas em blender com 100 mL
de solução tampão fosfato pH 5,2 por 2 minutos, seguida de filtração. Uma alíquota de 25
mL do sobrenadante foi adicionada a 25 mL de acetona para precipitação das proteínas.
Após centrifugação, o sobrenadante foi descartado e o precipitado ressuspendido com
solução tampão fosfato pH 5,2.
A reação para medida da atividade enzimática da peroxidase foi realizada a 40°C e
pH 5,5 utilizando o guaiacol como substrato. A reação foi realizada misturando 1,5 mL
solução tampão fosfato de sódio pH 5,5; 1 mL de extrato enzimático; 1,5 mL de água
destilada; 1 mL de peróxido de hidrogênio 0,08% e 1 mL de solução de guaiacol 0,5%. A
absorbância foi medida a 470 nm após 10 minutos de reação. Os resultados foram
expressos em atividade específica definida conforme a equação 2, para as quatro classes
de cebolas comerciais.
proteína
aabsorbânci
peroxidase
mg
iação
AE
×
=
min
var
(2)
A medida da atividade enzimática da polifenoloxidase foi realizada a 30°C e pH 6,0
utilizando o catecol como substrato. A reação foi realizada misturando 1 mL de extrato
enzimático; 1,5 mL da solução tampão fosfato de sódio pH 6,0; 2,5 mL de água destilada e
1 mL de solução de catecol 0,05M. A absorbância foi determinada a 425 nm após 10
minutos de reação. Os resultados foram expressos em atividade específica conforme a
Equação 3, para as quatro classes de cebolas comerciais.
proteína
aabsorbânci
xidasepolifenolo
mg
iação
AE
×
=
min
var
(3)
2.7. Análise Estatística
Os resultados das determinações das frações centesimais, dos conteúdos de
compostos fenólicos e da atividade enzimática para as classes de cebola foram analisados
utilizando análise de variância (ANOVA) e teste de Tukey para comparação das médias, ao
nível de significância de 95% entre as diferentes classes de cebola em estudo.
55
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1. Composição Centesimal das Cebolas
A classificação comercial dos bulbos de cebola adota como critério o diâmetro
transversal distribuindo em quatro classes, cujos tamanhos variam entre 35 a 90 mm. Nesta
classificação não estão considerados outros aspectos que possam refletir a qualidade do
conteúdo do tecido ou mesmo sua relação com safra, local de produção, período de
armazenamento ou qualquer outra variável abiótica. Neste trabalho foram enfatizadas outras
características físico-químicas de cada classe. Na Tabela 1 estão os resultados das médias
das determinações das características físico-químicas nas diferentes classes de cebolas
cultivadas em São José do Norte, Rio Grande do Sul.
Tabela 1: Composição centesimal e propriedade eletroquímicas das diferentes classes
de cebolas cultivadas em São José do Norte, R.S.
Composição/Classes
Classe 2
(35-50 mm)
Classe 3
(50-70 mm)
Classe 4
(70-90 mm)
Classe 5
(> 90 mm)
Umidade (%) 88,5
a
88,4
a
88,3
a
88,6
a
Cinzas (%) 0,75
a
0,73
a
0,76
a
0,75
a
Proteínas (%) 0,86
a
1,04
b
0,98
c
0,91
a
Açúcares redutores (%) 3,73ª 5,27
b
4,76
c
4,67
c
Fibra bruta (%) 0,61
a
0,62
a
0,70
b
0,7
b
Lipídios (%) 0,17ª 0,18ª 0,19
b
0,16ª
Acidez (% de ácido pirúvico) 0,31ª 0,38
b
0,31ª 0,29
c
pH 5,23ª 5,08
b
5,2
c
5,16
c
Letras iguais indicam que não há diferença significativa pelo teste de Tukey (p < 0,05)
De acordo com o Teste de Tukey entre diferentes classes de cebolas comerciais, as
frações de umidade e cinzas não apresentaram diferença significativa. Nas demais frações
houve diferença significativa entre os níveis encontrados nas classes (Tabela 1),
especialmente para o teor protéico e de carboidratos. Este fato sugere que seria
interessante considerar para critério de classificação não somente as dimensões e as
características visuais, considerando-se a importância do conhecimento do aporte de
nutrientes para o estabelecimento de dietas balanceadas especialmente as restrições ao
56
consumo de carboidratos necessárias a indivíduos diabéticos ou de restrições alimentares
diversas.
3.2. Conteúdo de Fenóis Totais
Os fenóis constituem uma classe variada de compostos químicos que apresentam
diferentes solubilidades e funções conforme a associação de substituintes na estrutura
fenólica base. Sendo assim foram extraídos empregando três solventes: metanol, água e
acetato de etila. Na Tabela 2 estão os resultados dos teores de compostos fenólicos nos
três solventes determinados nas diferentes classes de cebola.
Tabela 2: Compostos fenólicos totais em diferentes classes de cebola
Classes Metanol (mg fenóis/
g de cebola)
Água (mg fenóis/
g de cebola)
Acet. Etila (mg
fenóis/ g de
cebola
Classe 2 2,26
a
2,84
a
0,08ª
Classe 3 2,24
b
2,89
a
0,08
a
Classe 4 2,31
c
2,78
a
0,08ª
Classe 5 2,28
a
2,82
a
0,08
a
*Letras iguais indicam que não há diferença significativa pelo teste de Tukey (p < 0,05).
Nas cebolas analisadas o teor de compostos fenólicos extraídos com metanol variou
entre 2,24 e 2,31 mg por grama de cebola (Tabela 2), o que representou diferença
significativa a 95% entre as classes, sendo a classe 4 a de maior potencial para
aproveitamento destes compostos no processo extrativo.
Os teores de compostos extraídos com água e com acetato de etila não
apresentaram diferença significativa entre as classes de cebola, sendo que o último
propiciou rendimentos 35 e 28 vezes menores que a água e o metanol respectivamente. Os
compostos fenólicos solúveis em metanol e água são mais abundantes em cebola, o que é
promissor considerando-se que os flavonóides em função de sua solubilidade podem estar
neste conjunto e que são os fenóis de maior potencial antioxidante, além de outros efeitos
benéficos. Nos extratos obtidos com acetato de etila os valores indicaram que nas classes
analisadas a concentração de fenóis polimerizados em relação aos demais é de
57
aproximadamente 35 vezes menor, o que é esperado considerando-se que estes são mais
abundantes em tecidos ainda não amadurecidos e que as cebolas apesar de um órgão
subterrâneo possuem paredes celulares pouco desenvolvidas.
Comparativamente a outros tecidos mencionados pela literatura como funcionais
pelo seu conteúdo fenólico, tais como banana 0,31 mg fenóis/ g amostra, maçã 1 mg fenóis/
g amostra e batata 0,99 mg fenóis/ g amostra (equivalente de tirosina), a cebola mostrou-se
promissora quando se considera apenas o conteúdo total de compostos fenólicos,
especialmente no caso de extração aquosa. No entanto, cabe salientar que os efeitos
benéficos dos compostos fenólicos decorrem especialmente da estrutura química, a questão
quantitativa é relevante em termos de que a probabilidade de estarem presentes estruturas
adequadas para a prevenção de processos oxidativos pode ser maior (MELO et al., 2006).
3.3. Atividade Específica das Enzimas Oxirredutases
Os compostos fenólicos desempenhem papéis importantes nos organismos, a ação
destes compostos pode estar comprometida diante da presença de enzimas do tipo
oxirredutases, principalmente as enzimas peroxidase e polifenoloxidase que dependendo de
suas características específicas podem ao atuar causar alterações exatamente nos
compostos biologicamente ativos.
Estas enzimas aparecem em células de diferentes seres vivos e tem por função
oxidar compostos doadores de elétrons. Bioquimicamente a função destas enzimas é de
proteção das células contra danos endógenos e exógenos, e sua atividade se manifesta,
principalmente, em situações de desequilíbrios físico-químicos do sistema tecidual. O
excesso da ação desta enzima pode resultar em danos indesejáveis nas células. No caso de
alimentos as principais alterações são perdas de flavor, cor e de nutrientes (ZANATTA,
ZOTARELLI e CLEMENTE, 2006; VALDERRAMA, MARANGONI, CLEMENTE, 2001). Em
decorrência destes riscos considerou-se interessante, além de conhecer o conteúdo de
compostos fenólicos totais, em suas diferentes formas de associação, estimar o seu
potencial de aproveitamento durante os períodos e situações que antecedem ao consumo
através da determinação da atividade de peroxidase e catalase.
Na Tabela 3 estão as médias das estimativas de atividade específica de catalase e
peroxidase expressas em mg de H
2
O
2
decomposta/ min / mg de proteínas e variação da
absorbância / min / mg de proteína, respectivamente nas diferentes classes de cebolas
estudadas.
58
Tabela 3: Atividade específica da catalase e da peroxidase nas diferentes classes de
cebola
Classes Atividade Específica Catalase Atividade Específica Peroxidase
Classe 2 0,025
a
0,031
a
Classe 3 0,024
a
0,003
b
Classe 4 0,014
b
0,026
a
Classe 5 0,017
c
0,025
a
Letras iguais indicam que não há diferença significativa pelo teste de Tukey (p < 0,05)
A atividade específica da catalase nas amostras de cebolas variou quase em dobro
(0,014 a 0,025), sendo a classe 2 a que apresentou maior atividade específica, mesmo sem
diferença significativa em relação a classe 3. As classes 4 e 5 tiveram atividade enzimática
menores, diferindo significativamente em relação as demais. Possivelmente a maior
atividade desta enzima nas classes 2 e 3, poderão propiciar a estas uma maior função
protetora, visto que esta enzima atua convertendo o peróxido de hidrogênio, que se trata de
uma substância tóxica para as células, numa espécie química que seja inócua e dificulta em
conseqüência a atividade da peroxidase que requer a presença de peróxido de hidrogênio
como doador de oxigênio no processo oxidativo.
A variação da atividade específica da peroxidase entre as classes foi na razão de 10
vezes entre a menor e a maior, sendo a classe 3 a que apresentou menor atividade
específica da enzima peroxidase, diferindo significativamente das demais. Cabe salientar
também que a peroxidase pode causar oxidação em compostos doadores de elétrons
diversos eo apenas os fenólicos (VALDERRAMA, MARANGONI, CLEMENTE, 2001;
ZANATTA, ZOTARELLI e CLEMENTE, 2006; CARNEIRO, ROLIM e FERNANDES, 2003;
MELO e VILAS BOAS, 2006). No caso das cebolas ricas em compostos sulfurados também
podem ser afetados pela ação das peroxidases endógenas.
Em função de seus mecanismos de atuação é esperado que as enzimas catalase e
peroxidase tenham efeito sinergistico antagônico, visto que a catalase decompõem o
peróxido de hidrogênio que é doador de oxigênio para o processo oxidativo catalisado pela
peroxidase. Apenas na classe 2 este comportamento não foi observado, um exemplo é o
caso da classe 3, onde a catalase apresentou atividade específica aproximadamente duas
vezes maior que as demais enquanto a peroxidase mostrou uma atividade dez vezes menor.
Estes dados de estimativa das atividades específicas dessas enzimas nas diferentes
59
classes de cebolas comerciais são ferramentas importantes, para a adoção de processos
que minimizem danos na composição e na velocidade de degradação dos tecidos e por
conseqüência preservem o potencial de compostos funcionais disponíveis nos tecidos.
No caso de consumidores que buscam em sua dieta não apenas as funções
nutricionais básicas, mas também compostos com efeitos metabólicos e/ou fisiológicos
benéficos à saúde, como é o caso dos compostos fenólicos, a classe 3 seria a mais
recomendada para ser consumida na forma in natura (salada) tendo como base a atividade
estimada para as enzimas oxirredutases. Ao contrário das classes 4 e 5 que apresentaram a
maior atividade específica para a peroxidase, sugerindo que ao serem consumidos os
compostos fenólicos teriam já sofrido alterações na sua estrutura, dependendo das variáveis
abióticas que antecederam o consumo. Neste caso para preservar os fenóis seria
interessante inativar as enzimas, ou seja, processar as cebolas de alguma forma,
especialmente em caso de armazenamento.
A polifenoloxidase é uma enzima intracelular que ocorre em plantas, animais e
fungos. Esta enzima contém cobre no centro ativo e catalisam dois tipos de reações, ambas
envolvendo oxigênio. A primeira reação corresponde à hidroxilação de monofenóis formando
orto-difenóis e a segunda à oxidação de orto-difenóis formando orto-quinonas (GOMES et
al., 2001). Esta enzima não foi detectada nas cebolas analisadas o que sugere também que
as cebolas não estavam ainda afetadas por contaminantes exógenos.
muitos estudos sobre a determinação de melhor pH e temperatura para
inativação de enzimas oxirredutases, principalmente peroxidase e polifenoloxidase, em
relação a catalase quase não se encontra estudos a respeito.
Comparando a média da atividade específica da enzima peroxidase encontradas nas
classes de cebola com outras matrizes estudadas por alguns autores, como por exemplo,
VALDERRAMA, ZOTARELLI e CLEMENTE (2006) que avaliaram o comportamento das
atividades enzimáticas da polifenoloxidase e da peroxidase em polpa de goiaba frente ao
tratamento térmico, encontraram atividade específica de 1,2 e 2,9 para peroxidase solúvel
de polpa de goiaba e peroxidase ionicamente ligada a polpa de goiaba respectivamente. Os
valores são expressos como aumento de uma unidade de absorbância por minuto/mL. A
enzima peroxidase apresenta atividade específica superior nas classes de cebolas
analisadas, ou seja, 4,5 aumento de uma unidade de absorbância por min/mg de proteína. A
atividade específica da polifenoloxidase foi de 1,51 na polpa da goiaba. Esta enzima não foi
detectada nas classes de cebola.
Em relação à maçã, as classes de cebolas apresentam atividade específica da
enzima peroxidase inferior, pois segundo VALDERRAMA, MARANGONI e CLEMENTE
(2001) que avaliaram o efeito do tratamento térmico sobre a atividade de peroxidase e
60
polifenoloxidase em maçã dos cultivares Fuji e Gala. Determinaram 31 e 220 de peroxidase
para polpa e casca da maçã do tipo Gala e 128 e 229 para polpa e casca da maçã Fuji. Os
resultados são expressos como aumento de uma unidade de absorbância por minuto/g de
amostra. Os valores encontrados para a enzima polifenoloxidase foram de 2,4 e 0,96 na
polpa e na casca da amostra de maçã Gala e 5,50 e 12,4 da polpa e da casca da maçã Fuji,
respectivamente. Nenhum dos trabalhos avaliaram a atividade específica da enzima
catalase.
4. CONCLUSÃO
A determinação da composição centesimal das diferentes classes de cebolas
comerciais mostrou que umidade e cinzas não apresentaram diferença significativa entre as
classes, porém ocorre diferença em outras frações de interesse nutricional, como açúcares
redutores e proteínas.
Os extratos da cebola apresentaram ampla faixa de conteúdo fenólico (0,08 e 2,89
mg
fenóis
.g
(bs)
-1
), sendo que os extratos obtidos com água os que se destacaram
significativamente, sendo 1,3 e 35 vezes maiores que os extratos metanólicos e os extraídos
com acetato de etila respectivamente.
As estimativas de atividade específica de catalase e peroxidase sugerem que a
classe 3 seria mais promissora em aporte de compostos fenólicos na dieta, pois seria a
menos susceptível as degradações por ação da peroxidase. A atividade de polifenoloxidase
não foi detectada nas cebolas coletadas.
As diferenças nas características bioquímicas verificadas entre as diferentes classes
de cebola sugerem que seria interessante rever o critério de classificação baseado apenas
no diâmetro transversal para atribuir valor comercial a esta matéria-prima.
5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Analysis, 17
th
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61
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n.3, p. 2, 2006.
63
ARTIGO 3
64
DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE COMPOSTOS FENÓLICOS
EXTRAÍDOS DE CEBOLAS COMERCIAS E DA MICROALGA CHLORELLA
Vânia Machado Recart; Eliane Cipolatti, Melissa Oliveira, Eliana Badiale Furlong
Fundação Universidade Federal do Rio Grande
Laboratório de Análise e Bioquímica de Alimentos
Departamento de Química
Rua: Eng. Alfredo Huch, 475, caixa postal 474 – Centro
Rio Grande – RS – CEP 96201-900, Brasil
RESUMO
O objetivo do trabalho foi determinar o conteúdo de fenóis totais e avaliar a atividade
antioxidante dos extratos de cebola extraídos em três sistemas solventes (metanol, água e
acetato de etila) e da microalga chlorella em metanol, buscando identificar o emprego mais
adequado para a eficiência na prevenção da atividade antioxidante. Os extratos foram
avaliados frente a três sistemas oxidativos. A capacidade seqüestradora dos radicais livres
(DPPH), inibição da ação de enzimas oxirredutases e inibição de peróxidos e compostos
oxidados em sistemas lipídicos. O extrato com maior teor de compostos fenólicos foi o
aquoso (2,83 mg de fenóis/g de cebola). Todos os extratos apresentaram atividade
antioxidante nos diferentes sistemas empregados, mas o extrato aceto etílico mostrou-se
mais eficiente na ão antioxidante, com 53% de inibição/µg fenóis em DPPH e 53% em
inibição de oxidação e em peroxidase.
Palavras-Chave: cebola, chlorella, fenóis, atividade antioxidante
ABSTRACT
The objective of the work was to determine the total phenolic content and to evaluate the
antioxidants activity of extracts of onion extracted in three solvent systems (methanol, water
and acetate of etila) and of the microalgae chlorella methanol, searching to identify the job
most adequate for efficiency in the prevention of the antioxidants activity. The extracts had
been evaluated front the three oxidativos systems, the capacity of scavenging of the free
radicals (DPPH), inhibition of the enzyme action oxirredutases and inhibition of peroxides
and oxidated compounds lipids in systems. The extract that presented higher concentration
of phenolic composite was the watery extract (2,83 mg of fenóis/g of onion). All the extracts
had presented antioxidants activity in the different used procedure, but the aceto ethylic
shorved the revealed most efficient in the antioxidant action, with 53% of inibição/µg phenols
in DPPH and 53% in inhibition of oxidation and peroxidase.
Keywords: onion, chlorella, phenols, antioxidants activity
65
1. INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, estudos têm demonstrado que os radicais livres estão entre os
fatores responsáveis pelo envelhecimento e pelas doenças crônicas degenerativas, tais
como, câncer, diabete, doenças cardiovasculares, catarata e etc. Por se tratarem de
moléculas instáveis, ou seja, seus átomos possuem elétrons desemparelhados, estes
atingem as membranas lipídicas das células oxidando-as de forma a dificultar sua atividade
protetora (SOUSA et al 2007; SROKA e CISOWSKI, 2003; IQBAL, BHANGER e ANWAR,
2007)
A produção de radicais livres nos seres vivos pode ser controlada por diversos
compostos antioxidantes, que podem ter origem endógena ou serem provenientes da dieta
alimentar. Os antioxidantes podem ser definidos como um conjunto heterogêneo de
substâncias formadas por vitaminas, minerais, pigmentos naturais e outros compostos
vegetais e, ainda, enzimas, que bloqueiam o efeito danoso dos radicais livres (SINGH e
RAJINI, 2004; SOUSA et al 2007; HALLIWELL et al, 1995). O mecanismo de ação dos
antioxidantes é bem variado e incluem a remoção do oxigênio do meio, seqüestro dos
metais catalisadores da formação de radicais livres, aumento da geração de antioxidante
endógeno, inibição de enzimas oxidativas ou mesmo a interação de mais de um mecanismo.
Dentre as diversas classes de substâncias antioxidantes de ocorrência natural,
destacam-se os compostos fenólicos ou polifenóis que são compostos orgânicos que
contêm um grupo hidróxi (-OH) ligado diretamente num anel aromático, que conferem a
estrutura um papel importante na neutralização ou seqüestro de radicais livres e quelação
de metais de transição, agindo tanto na etapa de iniciação como na propagação do
processo oxidativo (HALLIWELL et al, 1995). Os maiores grupos dos agentes fenólicos com
propriedades antioxidantes incluem os fenóis neutros, os ácidos fenólicos, flavonóides,
isoflavonas, flavonas, antocianinas, catequinas e outros presentes naturalmente em frutas e
vegetais (OLIVEIRA e FURLONG, 2008; DIMITRIOS, 2006).
Vários métodos são utilizados para avaliar a atividade antioxidante em extratos e
substâncias isoladas, eles são baseados na estimativa da capacidade seqüestradora de
radicais livres, inibição de enzimas oxirredutases e inibição da peroxidação lipídica.
A atividade seqüestradora do radical livre pode ser determinada com o reagente 1,1-
difenil-2-picril-hidrazila (DPPH), de coloração púrpura que absorve em 515 nm. Por ação de
um antioxidante ou uma espécie radicalar, o DPPH é reduzido formando difenil-picril-
hidrazina, de coloração amarela, com conseqüente desaparecimento da absorção, podendo
a mesma ser monitorada pelo decréscimo da absorbância. A partir da diminuição da
absorbância do DPPH em presença do antioxidante pode ser estimada a porcentagem de
atividade antioxidante ou seqüestradora de radicais livres. Estes dados permitem estimar a
66
concentração eficiente (CE) ou chamada de concentração inibitória (CI) do extrato, definida
como a quantidade de antioxidante necessária para decrescer a concentração de DPPH em
50% (SOUSA et al., 2007).
Outra forma de estimar atividade antioxidante de extratos é medir a inibição da
reação escurecimento enzimático do guaiacol catalisada pela peroxidase em ausência e
presença do composto em estudo. A outra técnica freqüentemente mencionada na literatura
consiste em avaliar o grau de oxidação do azeite de oliva pré-oxidado, através das medidas
do índice de peróxido e o ácido tiobartitúrico (TBA), usando como inibidor da reação
oxidativa os extratos de cebola e chlorella contendo compostos fenólicos (PASSOTO,
PENTEADO e MANCINI-FILHO, 1998).
Os compostos fenólicos, com atividade antioxidante podem ser obtidos de diferentes
fontes, nesse trabalho a obtenção foi a partir de duas matrizes. A cebola (Allium cepa L.)
que é um bulbo cônico pouco desenvolvido, maciço, envolto por folhas modificadas, as
quais se apresentam como túnicas superpostas. As folhas subterrâneas armazenam
nutrientes para serem utilizadas por outras porções do vegetal durante o ciclo de vida.
(GEMTCHÚJNICOV, 1976; RAVEN et al., 1996). A cebola é considerada como fonte de
vitaminas e sais minerais, além de apresentar propriedades terapêuticas comprovadas,
como a proteção contra algumas infecções do aparelho digestivo, diminuição do nível de
glicose no sangue e proteção contra a arteriosclerose (GOLDMAN et al., 1996).
O segundo tecido estudado foi a Chlorella, uma microalga eucariótica unicelular
esférica e seu diâmetro varia de 5-10µm, dependendo da espécie (ILLMAN, SCRAGG e
SHALES, 2000). É encontrada em tanques e lagos, com grande habilidade de realizar a
fotossíntese. Esta microalga possui 53% de proteínas, 23% de carboidratos, 9% de lipídios e
5% de minerais (HENRIKSON, 1994). Ela contém ainda mais de 2% de clorofila, o que lhe
permite rápido crescimento (VONSHAK, 1997). Esta microalga usada como suplemento
alimentar, rica em compostos funcionais protetores, não apresenta informações sobre o seu
poder antioxidante.
O objetivo deste estudo foi determinar o conteúdo de fenóis totais e avaliar a
atividade antioxidante dos extratos de cebola e da microalga chlorella, buscando identificar o
emprego mais adequado para eficiência da atividade antioxidante.
67
2. PARTE EXPERIMENTAL
2.1. Reagentes
Os solventes e reagentes empregados foram analiticamente puros. Sendo o
reagente Folin-Ciocalteau da marca Polipur, a Quercetina e o 1,1-difenil-2-picril-hidrazila
(DPPH) da Sigma, o ácido gálico da Vetec, e o guaiacol da Merck.
2.2. Amostras
As cebolas cedidas e classificadas pela EMATER, Rio Grande, RS foram coletadas
no município de São José do Norte no Rio Grande do Sul em março de 2007. A
classificação foi realizada segundo Regulamento Técnico de Qualidade da Cebola (1995)
portaria 529 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). No
Laboratório de Bioquímica de Alimentos da FURG as cebolas foram descascadas, lavadas,
picadas e secas em estufa com circulação de ar da marca QUIMIS a 60°C, até atingirem
valores de umidade de 13%.
A microalga chlorella foi obtida na forma de pastilhas, em estabelecimento comercial
de lojas especializadas em produtos alimentícios especiais na cidade de Rio Grande RS.
As pastilhas foram moídas com o auxílio de grau e pistilo até ficarem na forma de com
granulometria 0,35 mm
2.3. Extração e Determinação do teor de fenóis totais
A extração dos compostos fenólicos das cebolas foi realizado a frio com água,
acetato de etila e metanol e a microalga chlorella com metanol, na proporção de 1:5 de
massa seca : solvente, em agitador horizontal a temperatura ambiente, seguida da partição
com hexano, clarificação com hidróxido de bário 0,1M e sulfato de zinco 5% e filtração. Os
extratos foram armazenados em freezer até quantificação e/ou posterior uso. O conteúdo de
fenóis totais, das diferentes classes de cebolas e da microalga chlorella foi determinado
através do método espectrofotométrico de Folin-Ciocalteau, com uma curva de calibração
da quercetina e tirosina respectivamente, com faixa de concentração variando de 2 e
16µg/mL (BADIALE-FURLONG et al., 2003). O método esta descrito em detalhes no
ANEXO 3.
68
2.4. Determinação da Atividade Antioxidante
2.4.1. Atividade Seqüestradora do Radical Livre DPPH
A solução estoque de DPPH (1,1-difenil-2-picril-hidrazila) foi preparada pesando
0,0100g e transferindo para um balão volumétrico de 50 mL, sendo o volume completado
com metanol. Uma alíquota de 10 mL foi retirada da solução estoque e transferida para um
balão volumétrico de 100 mL, e o volume final foi completado com metanol. Alíquotas de
100 µL, 200 µL e 500 µL dos extratos de cebola e chlorella, com concentração conhecidas
de compostos fenólicos foram colocados em diferentes tubos de ensaio. Em seqüência 3,9
mL, 3,8 mL e 3,5 mL da solução de DPPH em metanol (5x10
-5
M) foram adicionados e, após
agitação manual, os tubos foram deixados em repouso ao abrigo de luz. Ao final de 15, 30,
45 e 60 min a absorbância foi medida a 515 nm e a capacidade de seqüestrar o radical,
expresso como percentual de inibição, calculada de acordo com as equações 1 e 2 (SOUSA
et al., 2007).
Equação 1:
% de Inibição Bruto = (Abs controle – Abs amostra)/ abs controle. 100
Onde absorbância do controle é igual a solução de DPPH sem antioxidante, sendo o volume
completado com metanol
Equação 2:
% de Inibição Específica = (% de inibição bruto/µg de fenóis)
Como padrão de comparação foi utilizado a quercetina para avaliar a capacidade de
seqüestrar o radical DPPH, determinadas nas mesmas condições dos ensaios realizados
com os extratos analisados.
2.4.2. Atividade de Inibição Enzimática Oxidativas
A enzima peroxidase foi extraída de polpa de batata (Solanum Tuberosum L.) da
variedade rosa (20g) com 100 mL de solução tampão fosfato pH 7, sob agitação em blender
por 2 min, seguida de filtração com algodão. Uma alíquota de 10 mL do sobrenadante foi
adicionada a 20 mL de acetona para precipitação da enzima. Após centrifugação, o
sobrenadante foi descartado e a enzima ressuspendida com EDTA 0,25M (OLIVEIRA,
2005).
69
A reação enzimática foi realizada a 30°C e pH 6,0 utilizando o guaiacol como
substrato em presença de peróxido de hidrogênio 0,08%. A reação foi realizada misturando
1,5 mL de solução tampão fosfato, 1,7 mL de água destilada, 1 mL de peróxido de
hidrogênio 0,08%, 0,5 mL de guaiacol 1%, 1 mL do extrato enzimático e 0,3 mL dos extratos
analisados que continham teores conhecidos de compostos fenólicos. Os extratos foram
adicionados e para avaliar o seu efeito na velocidade da reação no grupo controle o volume
de extrato foi substituído por água destilada. A absorbância foi medida a 470 nm em um
espectrofotômetro VARIAN modelo CARY 100 nos tempos 0, 5, 10, 15, 20 e 25 minutos de
reação. A atividade antioxidante foi expressa como o percentual de inibição da reação de
escurecimento após 10 minutos de reação, em relação ao seu controle. Calculada de acordo
a seguinte equação 3.
Equação 3: (Abs.controle - Abs. Amostra).100/Abs.controle
Estudo do Mecanismo de Inibição de Peroxidase pelos Extratos Fenólicos
Foram utilizadas diferentes concentrações do substrato (guaiacol) e os resultados
foram plotados segundo o método gráfico de Lineweaver e Burk. A reação ocorreu em
solução tampão fosfato pH 6,0, com o extrato enzimático da batata, peróxido de hidrogênio
0,08% e diferentes alíquotas de guaiacol 0,5% como substrato da reação a saber (0, 0,05,
0,1, 0,2, 0,3, 0,4, 0,5, 0,6, 0,7, 0,8,mL) em cada sistema reator. Am do grupo controle o
procedimento foi repetido em presença dos extratos fenólicos obtidos das amostras de
cebola e microalga chlorella. Para os extratos de cebola extraídos com metanol e com água
foram utilizadas alíquotas de 300 µL e 500 µL e para os extratos de cebola tendo com
solvente o acetato de etila e a microalga chlorella as alíquotas empregadas foram de 500 µL
e 800 µL.
2.4.3. Avaliação da Peroxidação Lipídica
Inicialmente o azeite de oliva foi submetido a diferentes condições pró-oxidantes:
tratamento térmico a 100°C durante 30 minutos, tratamento térmico a 30°C durante 30
minutos, adição de cloreto férrico sob agitação a 25°C e exposição à radiação ultra-violeta
com comprimento de onda de 260 e 354 nm em diferentes tempos (20, 40, 60 minutos).
Para avaliar o efeito dos tratamentos foi determinado o índice de peróxido (IP), que
consistia na reação da amostra com iodeto de potássio, solução de ácido acético-
70
clorofórmio e água destilada. Com determinação do iodo liberado por titulação com solução
de tiossulfato de sódio padronizada. O método está descrito em detalhes no ANEXO 3.
O índice de peróxido, expresso como meq/Kg de amostra, foi calculado conforme a
equação 4.
Equação 4: I.P. = (V
A
– V
B
). N. 1000/ P
A
V
A
= volume de tiossulfato gasto na amostra
V
B
= volume de tiossulfato gasto no branco
N = normalidade do tiossulafto de sódio
P
A
= peso da amostra em gramas
O teste do ácido tiobartitúrico (TBA) foi realizado segundo metodologia de VYNCKE
(1970) com modificações. O método consiste em determinar os malonaldeídos formados da
reação durante a oxidação lipídica por decomposição de hidroperóxidos com o TBA. A
coloração avermelhada foi determinada espectrofotometricamente a 538 nm após 40
minutos. Os valores das concentrações de malonaldeidos formados foram determinados a
partir de uma curva analítica com padrão TMP (1,1-3,3-tetra metoxipropano) com
concentração variando de 1,01.10
-8
a 10,1.10
-8
. O método esta descrito em detalhes no
ANEXO.
Os testes de índice de peróxido e do ácido tiobartitúrico foram realizados sem a
adição dos extratos (grupo controle) e com a adição dos extratos de cebola e chlorella para
avaliar os efeitos antioxidantes destes.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1. Determinação de Fenóis Totais nas Amostras de Cebola e Chlorella
A Tabela 1 apresenta a média do conteúdo de compostos fenólicos totais da cebola
extraídos em três sistemas solventes e da microalga chlorella em extrato metanólico.
71
Tabela 1: Resultados dos fenóis totais presentes nos extratos estudados
Extrato Fenóis Totais (mg
fenóis
/g amostra
Cebola Metanol 2,27
Cebola Água 2,83
Cebola Acetato de Etila 0,08
Chlorellla metanol 0,20
Para determinar o conteúdo de compostos fenólicos nas diferentes classes de
cebolas foi realizado um procedimento de extração otimizado para obtenção dos indicativos
de performance, como limite de quantificação e recuperação, cujas avaliações foram
realizadas em triplicata. O limite de quantificação determinado foi de 30,7 µg fenóis/g
amostra. O teor médio de recuperação para o método completo usando a extração
otimizada foi de 88% e variou entre 84 e 92 % da menor para a maior concentração testada.
As condições de extração resultam em valores que estão fora dos valores dos pontos
críticos para a confiabilidade de resultados analíticos e neste caso os teores obtidos para
limites de quantificação e recuperação sugerem que o método adaptado é promissor para
determinar fenóis.
O conteúdo de fenóis totais variou entre 0,08 mg
fenóis
/
g amostra na cebola extraída
com acetato de etila e 2,83 mg
fenóis
/
g amostra na cebola extraída com água. A variabilidade
na distribuição e composição dos compostos fitoquímicos fenólicos é grande para os
diferentes extratos estudados neste trabalho, sendo este mesmo comportamento verificado
por outros autores. Cabe lembrar que isto pode ser determinado pela variedade, espécie,
procedimento de plantio, condições de estocagem e processo ao qual o tecido é submetido
(KIM et al., 2003). Em relação ao extrato da microalga chlorella a média do teor de
compostos fenólicos encontrado foi de 0,20 mg
fenóis
/
g amostra e não foram encontrados
informes na literatura sobre os níveis destes compostos.
Comparativamente a outros tecidos mencionados pela literatura, como funcionais
pelo seu conteúdo fenólico, como banana 0,31 mg fenóis/ g amostra, maçã 1,0 mg fenóis/ g
amostra e batata 0,99 mg fenóis/ g amostra (equivalente de tirosina), 0,061-0,084 mg fenóis/
g de amostra (ácido ferúlico) (ZHOU et al., 2004), 0,69 e 0,35 mg fenóis/ g de amostra em
bagaço de laranja e polpa de berinjela (BADIALE-FURLONG et al., 2003), a cebola parece
ser bem promissora quando se investiga vegetais com potencial de aporte de compostos
fenólicos na dieta.
72
Uma vez que os solventes que propiciaram a extração de maiores teores de fenóis
na cebola foram o metanol e a água, esta resposta mostrou que os compostos fenólicos
solúveis em metanol e água são mais abundantes em cebola, o que é promissor
considerando-se que flavonóides podem estar neste conjunto em função da solubilidade.
Nos extratos obtidos com acetato de etila os valores indicam que foram extraídas baixas
concentrações de fenóis que possivelmente se encontravam em estado polimerizado.
3.2. Determinação da Atividade Antioxidante
Vários métodos são utilizados para avaliar a atividade antioxidante em extratos e
substâncias isoladas. Nesse estudo foram realizadas estimativas da atividade em diferentes
sistemas que envolvem oxidação para identificar o tipo de mecanismo de inibição dos
compostos fenólicos presentes nos extratos analisados e a melhor forma de aplicar os
compostos na sua condição de maior eficiência
3.2.1. Capacidade de Seqüestrar o Radical Livre DPPH
A Tabela 2 apresenta os resultados das determinações realizadas para avaliar a
capacidade de seqüestrar o radical livre DPPH, expressa em percentual de inibição, exibida
pelos extratos de cebola e chlorella nas alíquotas de 100 µL, 200 µL e 500 µL com seus
respectivos conteúdos de fenóis totais explicitados.
73
Tabela 2: Capacidade de seqüestrar o radical livre DPPH (% de inibição) utilizando-se
diferentes níveis de compostos fenólicos
% de Inibição Bruto
Extratos
Compostos
fenólicos
g/mL
extrato
)
15 min
30 min
45 min
60 min
Inibição
Específica*
Ceb M-OH 1 3,4 16,7
a
20,7
a
22,4
a
23,7
a
6
Ceb M-OH 2 7,4 24,5
b
29,2
b
31,5
b
33,2
b
4
Ceb M-OH 3 17 37,9
c
45
c
50
c
53,4
c
3
Ceb H
2
O 1 12,6 10
d
12,4
d
13,4
d
13,4
d
1
Ceb H
2
O 2 25,2 16,2
a
17,5
e
17,8
e
18,2
e
0,7
Ceb H
2
O 3 63,2 18,6
e
24,2
f
26,4
f
28,4
f
0,4
Ceb Acet 1 0,074 4
f
4,2
g
3,7
g
3,9
g
53
Ceb Acet 2 0,15 4,7
f
5
h
5
g
5,2
g
34
Ceb Acet 3 0,37 7,1
g
7,7
h
7,9
h
8,7
h
21
Chlorella 1 0,29 0,3
h
1,75
g
2,5
g
2,7
g
6
Chlorella 2 0,57 0,7
h
3,2
g
3,7
g
5,2
g
5,6
Chlorella 3 1,44 2,7
i
5,2
h
7,7
h
10,2
h
4,5
Quercetina 1 0,27 10,5
d
14,5
d
14,7
d
15,3
i
51
Quercetina 2 0,5 26,6
b
29
b
32
b
32,2
b
60
Quercetina 3 1,3 65
j
71
i
77,7
i
80,4
j
56,5
Letras iguais na coluna indicam que não há diferença significativa pelo teste de Tukey (p< 0,05)
Os números 1, 2 e 3 referem-se a utilização de 100, 200 e 500 µL de extratos.
*Expressos em % de inibição/µg fenóis.
De acordo com os resultados pode se observar que todos os extratos possuem
capacidade de seqüestrar o radical livre DPPH, entretanto este caráter foi diferenciado entre
os extratos analisados, possivelmente em decorrência das diferentes estruturas químicas
extraídas pelos solventes utilizados, além da concentração dos compostos fenólicos nos
extratos.
Quando se observa o percentual de inibição bruto nos tempos de reação avaliados
os extratos de cebola extraído com os solventes metanol e água foram os que apresentaram
maior percentual de inibição respectivamente (Tabela 2). Embora a atividade antioxidante
esteja relacionada com as estruturas químicas envolvidas no processo, a concentração de
compostos fenólicos também é um aspecto importante considerando-se especialmente que
no extrato de cebola metanólico os níveis são até cinqüenta vezes superiores em relação
aos com acetato de etila e doze vezes maior em relação da microalga chlorella. O mesmo
caso foi verificado para o extrato aquoso que apresentou uma concentração de compostos
fenólicos 170 vezes maior que o acetato de etila e 45 vezes maior que a do extrato de
chlorella. Ficou evidente por tanto que estes compostos apresentariam resultados maiores
na inibição bruta, mas quando se levava em consideração a inibição específica, ou seja, o
percentual de inibição em função da concentração dos compostos fenólicos presentes, o
extrato de cebola extraído com acetato de etila foi mais eficiente na capacidade de
74
seqüestrar o radical livre DPPH apresentando valores de 53; 34; e 21 %inibição/ µg fenóis
respectivamente para cada concentração empregada, e foram os resultados mais próximos
aos do padrão quercetina.
SINGH e RAJINI (2004) investigaram o potencial antioxidante de extratos aquosos
de cascas de batata através de várias técnicas de sistemas in vitro, tais como, peroxidação
lipídica, DPPH, poder de redução e quelação do íon ferro. Os extratos de cascas de batata
demonstraram uma considerável atividade antioxidante de seqüestrar o radical livre DPPH
tal atividade tinha seu efeito aumentado significativamente quando se aumentava a
concentração dos extratos aquosos de cascas de batata. Am de possuir caráter
antioxidante nas demais técnicas desenvolvidas, sendo por tanto considerado eficiente
ingrediente de alimentos funcionais para minimizar o efeito do estresse oxidativo.
MELO et al (2006) avaliaram a capacidade antioxidante de quinze hortaliças
comercializadas na cidade do Recife, PE. Os extratos metanólicos foram testados quanto a
atividade antioxidante em sistema modelo β-caroteno/ácido linoléico e a habilidade de
seqüestrar o radical estável DPPH. Todas as hortaliças investigadas exibiram propriedades
antioxidantes, entretanto a ação foi diferenciada entre os vegetais. Os extratos metanólicos
da couve (folha), tomate, batata, couve-flor, repolho verde, espinafre e alface crespa, foram
os mais eficazes no seqüestro do radical livre DPPH, com % de inibição superior a 70%. Os
extratos metanólicos da alface lisa, cebola branca e vagem apresentaram ação moderada
(60-70%), enquanto que a cebola roxa, chuchu, pepino e cenoura exibiram a mais fraca
capacidade de sequestrar o radical livre DPPH. No sistema modelo β-caroteno/ácido
linoléico os extratos metanólicos do espinafre e couve-flor exibiram a mais elevada atividade
antioxidante (superior a 70%). As hortaliças testadas, assim como as cebolas estudadas,
podem ser vistas como fontes dietéticas de antioxidantes que podem trazer benefícios à
saúde, portanto o seu consumo deve ser estimulado.
Em função do percentual de inibição do radical livre pelos extratos de cebola e
chlorella foi realizado a avaliação do efeito da variável tempo de reação para melhor
interferir sobre o mecanismo de atuação do antioxidante.
75
Extrato Cebola Metanol
0
10
20
30
40
50
60
0 20 40 60 80
Tempo (min)
% inibição
100uL
200uL
500uL
Extrato Cebola Água
0
5
10
15
20
25
30
0 20 40 60 80
Tempo (min)
% inibão
100uL
200uL
500uL
(a) (b)
Extrato Cebola Acetato
0
2
4
6
8
10
12
0 20 40 60 80
Tempo (min)
% inibão
100uL
200uL
500uL
Extrato Chlorella
0
2
4
6
8
10
12
0 20 40 60 80
Tempo (min)
% in ibição
100uL
200uL
500uL
(c) (d)
(a) Extrato Cebola Metanólico. (b) Extrato Cebola Aquoso. (c) Extrato Cebola Acetato de
Etila. (d) Extrato Chlorella.
Figura 1: Avaliação da variável tempo em função do percentual de inibição dos extratos
De acordo com a Figura 1 pode-se observar que todos os extratos tiveram o mesmo
tipo de comportamento, ou seja, com o passar do tempo e com o aumento da concentração
de extrato utilizado, houve um maior percentual de inibição que tendia a se estabilizar após
20 minutos de interação com o radical livre DPPH.
3.2.2. Estudo da Inibição de Enzimas Oxidativas pelos Extratos em Estudo
O mecanismo de inibição de oxidação dos extratos em um sistema enzimático
aquoso de peroxidase extraída da batata foi avaliado para compreensão e identificação da
melhor forma para um possível emprego dos compostos extraídos.
A Tabela 3 apresenta a concentração de compostos fenólicos contida nos extratos
utilizados em cada experimento, os valores de Kms e velocidades máximas obtidos a partir
das equações das retas dos gráficos de Lineweaver e Burke e o percentual de inibição,
causada pela presença dos extratos de cebola e chlorella no meio reacional.
76
Tabela 3: Conteúdo de Fenóis Totais, Valores de Km, Velocidades Máximas e % de
Inibição das Reações de Escurecimento Enzimático pelos Compostos Fenólicos dos
Extratos em estudo
Extrato
Fenóis
(mg
fenóis
/mL)
Km
controle
Km
extrato
Vmáx.
controle
Vmáx.
extrato
% de
Inibição
da reação
Ceb.Metanol 1 2,14 0,12 0,12 0,18 0,15 17
Ceb. Metanol 2 1,29 0,17 0,45 0,26 0,19 27
Ceb. Água 1 4,54 0,21 0,38 0,16 0,12 25
Ceb. Água 2 2,73 0,17 0,36 0,26 0,18 31
Ceb. Acetato 1’ 0,005 0,07 0,065 0,15 0,105 30
Ceb. Acetato 2’ 0,008 0,07 0,068 0,15 0,07 53
Chlorella 1’ 0,019 0,07 0,044 0,15 0,08 47
Chlorella 2’ 0,030 0,07 0,05 0,15 0,05 67
1 e 2: níveis de fenóis decrescentes
1’ e 2’: níveis de fenóis crescentes
De acordo com a Tabela 3 não foi observada relação linear crescente entre os teores
de fenóis e a inibição do escurecimento avaliada pela velocidade máxima relativa ao
controle (ausência de extrato). Este efeito reforça o esperado em relação ao efeito da
estrutura química dos componentes ativos dos extratos, tais como a posição e o número de
hidroxilas presentes na molécula dos polifenóis são fatores relevantes para esta atividade
(MELO et al., 2006).
As velocidades máximas da reação de escurecimento enzimático diminuíram em
presença dos extratos de cebola e chlorella, o que caracterizaria o efeito de inibição da
oxidação do guaiacol catalisado pelas peroxidases extraídas da batata. Os valores de Km
das reações em presença de alguns extratos fenólicos, como por exemplo, o extrato de
cebola extraído com acetato de etila e o extrato da microalga chlorella, diminuíram em
relação à reação controle. Este comportamento não ocorreu com os extratos de cebola
metanólico (300 µL) e com os extratos aquosos que tiveram valores de Km aumentados em
relação ao controle. O extrato de cebola metanólico (500 µL) teve valor de Km igual ao do
controle. Os valores de Km diferenciados em relação ao controle deve-se aos diferentes
tipos de inibição ou ativação provocada pelos extratos analisados. No menor nível do
extrato metanólico e dos aquosos foi observado o mesmo tipo de inibição, a inibição
competitiva, ou seja, o inibidor se combina com a enzima livre de tal maneira que ele
compete com o substrato normal pela ligação ao sítio ativo. E os extratos de cebola
extraídos com acetato de etila e o extrato da microalga chlorella apresentaram o mesmo tipo
77
de inibição, que é a inibição não-competitiva, a qual o inibidor pode combinar-se com a
enzima livre ou com o complexo enzima-substrato, interferindo na ação de ambos.
A Figura 2 ilustra o comportamento da reação de escurecimento enzimático do
guaiacol catalisada pela peroxidase em ausência e presença de extratos fenólicos ao longo
de 25 minutos.
Reação de Escurecimento na Presença ou não do Inibidor
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0 5 10 15 20 25 30
Tempo (min)
abs
branco
ceb met
ceb agua
ceb acet
chlorella
Branco = reação sem adição de extrato fenólico; ceb met = extrato fenólico de cebola
extraído com metanol; ceb água = extrato fenólico de cebola extraído com água; ceb acet =
extrato fenólico de cebola extraído com acetato de etila; chlorella = extrato fenólico de
chlorella extraído com metanol.
Figura 2: Inibição da Reação de Escurecimento Enzimático pelos Extratos Fenólicos de
Cebola e Chlorella
De acordo com a Figura 2 pode ser observado que houve diminuição da velocidade
de escurecimento ao longo do tempo quando se empregava os extratos das diferentes
fontes, sugerindo que a reação de escurecimento enzimático foi inibida, destacando-se os
extratos de cebola aquoso e metanólico. Nestes casos as atividades inibitórias coincidem
com os maiores teores de compostos fenólicos determinados.
78
3.2.3. Avaliação da Peroxidação Lipídica
Inicialmente foram estudadas diferentes condições para oxidar o azeite de oliva,
visando escolher a melhor condição que seria empregada para avaliar o efeito antioxidante.
A condição foi escolhida baseada nos valores de Índice de peróxido e concentrações de
malonaldeído. A Tabela 4 apresenta as condições empregadas para oxidação do azeite de
oliva, monitorado pela determinação do índice de peróxido e concentrações de
malonaldeído que antecederam o estudo.
Tabela 4: Índice de Peróxido e Concentração de Malonaldeído em diferentes
Condições Pró-Oxidantes
Condição Pró-Oxidante Índice de
Peróxido
[malonaldeído]
Tratamento Térmico (100ºC/30min) Não detectado 1,15. 10
-8
Tratamento Térmico (30°C/30min) 0,98 0,69. 10
-8
Tratamento Metal (FeCl
3
agitação/25°C) 22,4 2,27. 10
-8
UV (20, 40, 60 min) Não detectado Não detectado
NaCl (50ºC/30min)
Não detectado 0,93. 10
-8
Expressos em mEq peróxido/kg amostra; ∗∗ Expresso em molaridade (M).
De acordo com a Tabela 4, a condição que melhor permitiria o acompanhamento do
processo oxidativo para estudo in vitro do processo, foi aquela em que tanto os teores de
peróxido como os de malonaldeídos formado variaram dentro do mesmo intervalo do
experimento , ou seja, quando o processo oxidativo foi catalisado pelo cloreto férrico sob
agitação a 25°C.
Nos primeiros experimentos os extratos de cebola e chlorella e o cloreto férrico foram
colocados ao mesmo tempo no sistema lipídico, ocasionando uma pequena variação no
índice de peróxido comparada a não adição dos antioxidantes, ou seja, sem a adição do
extrato o índice de peróxido foi igual a 20,3 mEq peróxido/Kg amostra e com a adição dos
extratos de cebola metanólico, aquoso, acetato de etila e da microalga chlorella o índice de
peróxido encontrado foi 19, 18, 17 e 20 mEq peróxido/Kg amostra respectivamente. Este
comportamento mostrou que uma vez iniciado o processo oxidativo ele não era interrompido
79
pela adição dos extratos com a eficiência necessária para proteger o sistema lipídico do
dano. Portanto as análises foram realizadas se adicionando os extratos estudados antes do
início da oxidação. A Tabela 5 apresenta o índice de peróxido, a concentração de
malonaldeídos e % de inibição causados pelos extratos estudados antes do início do
processo oxidativo.
Tabela 5: Índice de Peróxido, Concentração de Malonaldeído e % de Inibição com
Adição do Extrato antes do Processo Oxidativo
Extrato
Compostos
Fenólicos nos
Extratos
Índice de
Peróxido
Concentração de
Malonaldeído∗∗∗
% de
Inibição
Ceb. M-OH
9,1 12 1,82. 10
-8
20
Ceb. H
2
O 14,6 16,9 1,16. 10
-8
49
Ceb. Acet.
0,012 6,6 1,08. 10
-8
53
Chlorella 0,53 17,0 1,87. 10
-8
18
Expressos em µg fenóis/mL extrato; ∗∗ Expressos em mEq peróxido/kg amostra; ∗∗
Expresso em molaridade (M).
De acordo com a Tabela 5 o extrato de cebola mais promissor para evitar a oxidação
ocasionada pela catálise metálica em sistema lipídico foi o extraído com acetato de etila com
uma inibição percentual de 53% acompanhado pela menor formação de peróxido (até três
vezes menor) e de malonaldeído (1,5 vezes menor) ao longo do tempo do experimento.
Estudos têm sido realizados visando oferecer alguma contribuição para a
estabilização de alimentos lipídicos, por exemplo, PASSOTO, PENTEADO e MANCINI-
FILHO (1998) avaliaram a atividade antioxidante da vitamina A na forma de acetato de
retinol e de seu principal precursor o β-caroteno, adicionados a um sistema de óleo de soja
previamente sensibilizado à oxidação. Os parâmetros utilizados como grau de atividade
oxidativa como neste estudo foram o índice de peróxido (I.P.) e teores de malonaldeído. As
determinações das atividades antioxidantes foram comparadas à do butilihidroxitolueno
(BHT). E foi verificado que o óleo de soja adicionado de β-caroteno apresentou os I.P.
reduzidos (131,3 meq/Kg) em relação ao controle (151,3 meq/Kg), portanto de menor
magnitude em relação ao deste trabalho. Quanto aos teores de malonaldeído, não houve
diferença significativa em relação ao controle. No caso do acetato de retinol o índice de
peróxido reduziu em aproximadamente quatro vezes em relação ao do controle.
80
Comparando os resultados obtidos com este que utilizada a o β-caroteno e o acetato
de retinol como antioxidantes, o extrato aceto etílico foi mais eficiente contra a oxidação dos
ácidos graxos, pois o percentual de inibição obtido por eles após 72 horas foi de 54,5% em
relação a concentração de malonaldeído ao extrato controle, este percentual foi
aproximadamente o encontrado para o extrato de cebola mencionado.
4. CONCLUSÃO
Os extratos de cebolas extraídos com diferentes solventes apresentaram uma ampla
faixa de compostos fenólicos (0,08 e 2,83 mg
fenóis
/
g amostra), sendo que o extrato aquoso
foi o que extraiu maior conteúdo de compostos fenólicos. No extrato da microalga chlorella a
média do teor de fenóis encontrado foi de 0,20 mg
fenóis
/
g amostra.
Todos os extratos apresentaram capacidade de seqüestrar o radical livre DPPH, mas
o extrato aceto etilíco foi mais eficiente quanto a capacidade de seqüestrar o radical livre
DPPH apresentando valores de inibição específica de 53; 34 e 21 %inibição/µg fenóis
respectivamente para cada concentração empregada, e foram os resultados mais próximos
aos do padrão quercetina.
As velocidades máximas da reação de escurecimento enzimático diminuíram em
presença dos extratos de cebola e chlorella, o que caracteriza o efeito de inibição da
oxidação do guaiacol catalisado pela peroxidase. Os aceto etílicos de cebola e os de
chlorella ocasionaram inibição não-competitiva, o extrato metanólico e os extratos aquosos
apresentaram inibição competitiva.
O extrato de cebola mais promissor para evitar a oxidação ocasionada pela catálise
metálica em sistema lipídico foi o obtido com acetato de etila com uma inibição percentual
de 53% acompanhado pela menor formação de peróxido (até três vezes menor) e de
malonaldeído (1,5 vezes menor) ao longo do tempo do experimento.
81
5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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83
ARTIGO 4
84
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA MICROALGA CHLORELLA
Vânia Machado Recart; Eliana Badiale Furlong
Fundação Universidade Federal do Rio Grande
Laboratório de Análise e Bioquímica de Alimentos
Departamento de Química
Rua: Eng. Alfredo Huch, 475, caixa postal 474 – Centro
Rio Grande – RS – CEP 96201-900, Brasil
RESUMO
Alguns tipos de microalgas são comercializadas como alimento natural ou suplemento
alimentar e são encontradas formulações em pó, tabletes, cápsulas ou extratos. O objetivo
do trabalho foi determinar a composição centesimal, o pH, a acidez e o teor de compostos
fenólicos da microalga chlorella extraído comercializada como pastilha. As médias dos
valores encontrados foram 4,1% de umidade; 6,3% de cinzas; 22,3% de carboidratos; 2,8%
de fibra-bruta; 56,9% de proteína; 7,6 de lipídios; 0,2% de acidez; pH 5,7 e 0,20
mg
fenóis
.g
(bs)
1
de compostos fenólicos.
ABSTRACT
The microalgaes is commercialized as natural food or alimentary supplement and is found
formularizations in dust, tablets, capsules or extracts. The objective of the work was to
determine the centesimal composition, pH, the acidity and phenolic composite the text of the
microalgaes chlorella extracted with methanol. The averages of the joined values had been
4.1% of humidity; 6,3% of leached ashes; 22,3% of carboidratos; 2,8% of fiber-rude; 56,9%
of protein; 7,6 of lipídios; 0,2% of acidity; pH 5,7 and 0,20 mgfenóis.g(bs)
1
of phenolic
composites.
1. INTRODUÇÃO
Muitos estudos vêm sendo realizados com relação às aplicações das microalgas e
dos produtos extraídos destas na indústria de alimentos tais como: no tratamento de águas
residuais de inúmeros processos industriais, para a detoxificação biológica e remoção de
metais pesados, como bioindicadores, na detecção de nutrientes e substâncias tóxicas. As
microalgas podem produzir uma gama de moléculas bioativas com propriedades
antibióticas, anticâncer, antiinflamatórias, antivirais, redutoras do colesterol, enzimáticas e
com outras propriedades farmacêuticas. O conteúdo lipídico confere potencial para seu
emprego na produção de biocombustíveis (biodisel, por exemplo) (DERNER et al., 2006).
85
As microalgas são comercializadas como alimento natural ou suplemento alimentar e
são encontradas formulações em pó, tabletes, cápsulas ou extratos. São também
incorporadas em massas, petiscos, doces, bebidas, etc, tanto como suplemento alimentar
quanto como corantes naturais, no entanto sua atividade como conservante não vem sendo
explorada sendo usualmente enfatizada a qualidade de proteínas e ácidos graxos
essenciais (COLLA et al., 2004; PULZ & GROSS, 2004).
A Chlorella é uma microalga eucariótica unicelular esférica e seu diâmetro varia de 5-
10 µm, dependendo da espécie (ILLMAN, SCRAGG e SHALES, 2000). Aparece
espontaneamente em tanques e lagos, com grande habilidade de realizar a fotossíntese,
caracteriza-se por ser rica em clorofila, proteínas, vitaminas, sais minerais, aminoácidos
essenciais. Além de alto conteúdo de lipídios, podendo chegar a mais de 50%, em base
seca, quando cultivada em meio com baixos níveis de nitrogênio (PIORRECK, BAASCH e
POHL, 1984). Em sua composição estão ainda presentes 18 aminoácidos essenciais
importantes na biossíntese das proteínas. A chlorella também é rica em vitaminas do
complexo B, principalmente a B
12
, vital na formação e regeneração das células sangüíneas
que, juntamente com o ferro, fazem desta alga um produto indicado no tratamento e
prevenção de anemia.
Visando estimar o aporte de compostos funcionais, especialmente antioxidantes em
suplemento alimentar disponível comercialmente, o objetivo deste trabalho foi determinar a
composição centesimal, o pH, a acidez e o teor de compostos fenólicos da microalga
chlorella extraído com metanol.
2. PARTE EXPERIMENTAL
2.1. Reagentes
Os solventes e reagentes empregados foram analiticamente puros (P.A). O reagente
de Folin-Ciocalteau pertencia a Polipur e a Tirosina a marca Sigma.
2.2. Amostra
A microalga chlorella foi obtida na forma de pastilhas, em estabelecimento comercial
de lojas especializadas em produtos alimentícios especiais na cidade de Rio Grande RS.
As pastilhas foram moídas com o auxílio de grau e pistilo até ficarem na forma de com
granulometria 0,35 mm.
86
2.3. Caracterização da Amostra
Os teores de umidade da microalga chlorella foram determinados em estufa com
circulação de ar da marca QUIMIS sob temperatura de 105°C. Os percentuais de cinzas
foram determinados pelo método gravimétrico em mufla 550°C. Os níveis protéicos foram
determinados pelo método de micro-kjeldahl, empregando como fator de conversão de
nitrogênio o valor de 6,25, para a microalga chlorella. Todos os métodos seguiram a
metodologia da AOAC (2000), com exceção de fibras brutas determinadas conforme o
método do INTERLAB VI (CIENTEC, 1991).
A determinação de lipídios foi realizada pelo método de Bligh & Dyer (1959),
adaptado para os teores de umidade da microalga. Os açúcares redutores da microalga
chlorella foram determinados por diferença. Os métodos estão descritos em detalhes no
ANEXO 2.
2.4. Propriedades Eletroquímicas
O pH da microalga chlorella foi determinado conforme AOAC (2000). Esta foi
homogeneizada em água previamente fervida na proporção de 1:9, sob agitação por 30
minutos. No sobrenadante foi determinado o pH potenciometricamente, utilizando um
pHmetro marca Hanna modelo 200, calibrado com tampão fosfato neutro (pH 7,0).
A acidez foi determinada por titulometria de neutralização com NaOH 0,01N. Os
métodos estão descritos em detalhes no ANEXO 2.
2.5. Determinação do teor de fenóis totais
A extração dos compostos fenólicos da microalga chlorella foi realizado a frio com
metanol, na proporção de 1:5 de massa seca:solvente, em agitador horizontal a temperatura
ambiente, seguida da partição com hexano, clarificação com hidróxido de bário 0,1M e
sulfato de zinco 5% e filtração. Os extratos foram armazenados em freezer até quantificação
e/ou posterior uso. O conteúdo de fenóis totais da microalga chlorella foi determinado
através do método espectrofotométrico de Folin-Ciocalteau, com uma curva de calibração
de tirosina, com faixa de concentração variando de 2 a 16µg/mL (BADIALE-FURLONG et
al., 2003). O método esta descrito em detalhes no ANEXO.
87
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
No comércio estavam disponíveis várias marcas de chlorella com preço variável em
uma ampla faixa de valores. Considerando que o material para a produção de pastilhas é
importado e que não são muito difundidos os cultivos desta espécie foi escolhido a marca de
maior valor comercial para a amostragem.
As determinações de componentes físico-químicos da microalga chlorella foram
todas realizadas em triplicatas, e os resultados das médias foram os seguintes: 4,1% de
umidade; 6,3% de cinzas; 22,3% de carboidratos; 2,8% de fibra-bruta; 56,9% de proteína;
7,6 de lipídios; 0,2% de acidez e pH 5,7. Os valores encontrados para a microalga chlorella
são condizentes com a literatura levando-se em conta as diferentes condições de
apresentação (pastilhas, pó, cápsulas e etc) (HENRIKSON, 1994). A média do conteúdo de
compostos fenólicos do extrato da microalga chlorella encontrado foi de 0,20 mg
fenóis
.g
(bs)
1
.
Comparativamente a outros tecidos mencionados pela literatura, como funcionais
pelo seu conteúdo fenólico, como banana 0,31 mg fenóis/ g amostra, maçã 1,0 mg fenóis/ g
amostra e batata 0,99 mg fenóis/ g amostra (equivalente de tirosina), 0,061-0,084 mg fenóis/
g de amostra (ácido ferúlico) (ZHOU et al., 2004), 0,69 e 0,35 mg fenóis/ g de amostra em
bagaço de laranja e polpa de berinjela (BADIALE-FURLONG et al., 2003), a microalga
chlorella apresenta menor conteúdo fenólico.
4. CONCLUSÃO
As médias dos valores encontrados foram 4,1% de umidade; 6,3% de cinzas; 22,3%
de carboidratos; 2,8% de fibra-bruta; 56,9% de proteína; 7,6 de lipídios; 0,2% de acidez e
pH 5,7. Os valores encontrados para a microalga chlorella são condizentes com a literatura.
A média do conteúdo de compostos fenólicos do extrato da microalga chlorella encontrado
foi de 0,20 mg
fenóis
.g
(bs)
1
, valor inferior a alguns tecidos mencionados na literatura.
88
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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89
CAPÍTULO IV
90
4. CONCLUSÃO GERAL
As condições ótimas de extração de compostos fenólicos totais empregando duas
etapas de planejamento experimental para emprego das variáveis, solvente, tempo de
extração, rotação e tempo com e sem interrupções do processo de extração, apresentou
resultados preditivos e significativos para o conteúdo de fenóis totais. As condições
otimizadas ocorriam quando foi utilizado o metanol, tempo de extração de 120 minutos e a
rotação de 3,13 G em mesa agitadora orbital. Sendo que a classe 4 foi a melhor para
incorporar fenol na dieta com um conteúdo de 2387,6 µg fenóis/ g de cebola.
As diferentes classes de cebola apresentaram diferença significativa ao nível de
confiança de 95%, entre todas as frações dos macrocomponentes estudadas, com exceção
da umidade e dos teores de cinzas.
Os extratos da cebola obtidos com os diferentes solventes continham uma faixa
ampla de compostos fenólicos totais variando entre 0,08 no extrato aceto-etílico e 2,83 mg
fenóis
/g amostra no extrato aquoso. Nos extratos de chlorella a média do conteúdo de
compostos fenólicos encontrados foi de 0,20 mg
fenóis
/g amostra.
Todos os extratos apresentaram atividade seqüestradora do radical livre DPPH,
porém o extrato aceto etílico de cebola foi o que apresentou maior inibição específica (53%
inibição/µg fenóis) em relação aos demais.
As velocidades máximas da reação de escurecimento enzimático diminuíram em
presença dos extratos de cebola e chlorella, o que caracteriza o efeito de inibição da
oxidação do guaiacol catalisado pelas peroxidases extraídas da batata. Os aceto etílicos de
cebola e os de chlorella ocasionaram inibição não-competitiva, os extratos metanólicos e os
aquosos apresentaram inibição competitiva.
O extrato mais promissor para evitar a oxidação ocasionada pela catálise metálica
em sistema lipídico foi o extrato de cebola extraído com acetato de etila com uma inibição
percentual de 53% acompanhado pela menor formação de peróxido (até três vezes menor)
e de malonaldeído (1,5 vezes menor) ao longo do tempo do experimento.
91
CAPÍTULO V
92
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100
ANEXOS
101
ANEXO 1 - Tabelas e figuras do artigo 1
Tabela 1: Valores de conteúdo de fenóis (µg fenóis/g de cebola) para o planejamento fatorial
2
4
e 6 pontos centrais.
Ensaios
Solvente
Intervalo descanso(min)
Rotação(G)
Tempo(min)
Fenóis(µgfenois/g cebola)
1 Metanol
0(-1) 0,78(-1) 120(-1) 1556,6
2 Metanol
30(+1) 0,78(-1) 120(-1) 1767,6
3 Metanol
0(-1) 3,13(+1) 120(-1) 2363,6
4 Metanol
30(+1) 3,13(+1) 120(-1) 2372,4
5 Metanol
0(-1) 0,78(-1) 180(+1) 2263,2
6 Metanol
30(+1) 0,78(-1) 180(+1) 2131,4
7 Metanol
0(-1) 3,13(+1) 180(+1) 2119,6
8 Metanol
30(+1) 3,13(+1) 180(+1) 2238,5
9 Acet etl
0(-1) 0,78(-1) 120(-1) 97,1
10 Acet etl
30(+1) 0,78(-1) 120(-1) 63,1
11 Acet etl
0(-1) 3,13(+1) 120(-1) 95,1
12 Acet etl
30(+1) 3,13(+1) 120(-1) 85,3
13 Acet etl
0(-1) 0,78(-1) 180(+1) 88,9
14 Acet etl
30(+1) 0,78(-1) 180(+1) 82,4
15 Acet etl
0(-1) 3,13(+1) 180(+1) 45,9
16 Acet etl
30(+1) 3,13(+1) 180(+1) 49,3
17 Metanol
15(0) 1,76(0) 150(0) 2160,9
18 Metanol
15(0) 1,76(0) 150(0) 2101,5
19 Metanol
15(0) 1,76(0) 150(0) 2134,3
20 Acet etl
15(0) 1,76(0) 150(0) 81,6
21 Acet etl
15(0) 1,76(0) 150(0) 80,4
22 Acet etl
15(0) 1,76(0) 150(0) 81,8
102
Tabela 2: Efeitos e coeficientes para as variáveis obtidas pelo tratamento estatístico.
Efeito Desvio padrão
p
Média/interação
1093,66
239,5349 0,006025
(1)Solvente (L)
-2025,73
561,7592 0,015445
(2)Intervalo (L)
20,00 561,7592 0,972977
(3)Rotação (L) 164,93 561,7592 0,780870
(4)Tempo(L) 77,30 561,7592 0,895923
1L com 2L -31,73 561,7592 0,957151
1L com 3L -178,90
561,7592 0,763006
1Lcom 4L -95,82 561,7592 0,871242
2L com 3L 10,32 561,7592 0,986047
2L com 4L -24,00 561,7592 0,967576
3L com 4L -193,07
561,7592 0,745055
Tabela 3: Valores de conteúdo de fenóis (µg fenóis/g de cebola) para o planejamento fatorial
2
3
e 3 pontos centrais.
Ensaios
Intervalo descanso(min)
Rotação(G)
Tempo(min)
Fenóis(µgfenóis/g de cebola)
1 0(-1) 0,78(-1) 120(-1) 1556,6
2 30(+1) 0,78(-1) 120(-1) 1767,6
3 0(-1) 3,13(+1) 120(-1) 2363,6
4 30(+1) 3,13(+1) 120(-1) 2372,4
5 0(-1) 0,78(-1) 180(+1) 2263,2
6 30(+1) 0,78(-1) 180(+1) 2131,4
7 0(-1) 3,13(+1) 180(+1) 2119,6
8 30(+1) 3,13(+1) 180(+1) 2238,5
9 15(0) 1,76(0) 150(0) 2160,9
10 15(0) 1,76(0) 150(0) 2101,5
11 15(0) 1,76(0) 150(0) 2134,3
103
Tabela 4: Efeitos e coeficientes para as variáveis obtidas pelo tratamento estatístico
Efeito
Desvio
padrão
p
Média/Interação 2109,964
8,97113 0,000018
(1)INTERVALO(L)
51,725 21,03917
0,133181
(2)ROTAÇÃO (L) 343,825 21,03917
0,003724
(3)TEMPO(L) 173,125 21,03917
0,014449
1L com 2L 12,125 21,03917
0,622622
1L com 3L -58,175 21,03917
0,109689
2L com 3L -362,075 21,03917
0,003359
Tabela 5: Coeficiente de regressão para as variáveis significativas obtidas pelo tratamento
estatístico
Coef.
regressão
Desvio
padrão
p
Média/interação
2109,964 8,97113 0,000018
(2)Rotação(L) 171,913 10,51958
0,003724
(3)Tempo (L) 86,563 10,51958
0,014449
2L com 3L -181,037 10,51958
0,003359
Tabela 6: Dados de ANOVA para planejamento experimental avaliando rotação, tempo e
interação da rotação com o tempo
Fonte de
variação
Soma
quadrática
Grau
Liberdade
Média
quadrática
Teste F F
tab (95%)
Fcalc/Ftab
Regressão 558572,4 3 186190,8 31,1 4,35 7,15
Resíduo 41869,8 7 5981,4
Falta de ajuste
40099,2
Erro puro 1770,6
Total 600442,2 10
Tabela 7: Conteúdo de fenóis totais em cebola nas diferentes classes
Classes Conteúdo (µg fenóis/ g de cebola)
Classe 2 2265,9
a
Classe 3 2244,3
b
Classe 4 2306,4
c
Classe 5 2282,9
a
Letras iguais indicam que não há diferença significativa pelo teste de Tukey (p < 0,05)
104
Tabela 8: Teste de Tukey entre as variações médias dos fenóis extraídos com metanol nas
diferentes classes de cebola
{1} {2} {3} {4}
Média 2265,9 2244,3 2306,4 2282,9
Classe 2 {1} 0,001492 0,000242 0,010301
Classe 3 {2} 0,001492 0,000231 0,000242
Classe 4 {3} 0,000242 0,000231 0,001480
Classe 5 {4} 0,010301 0,000242 0,001480
105
Superfície de resposta e condições de contorno para os fenóis
1300
1200
1100
1000
(a)
-1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
Rotação (rpm)
-1,0
-0,8
-0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Tempo (min)
(b)
Figura 1: Superfície de resposta (a) e curva de contorno para fenóis (b)
106
80 100 120 140 160 180
2100
2150
2200
2250
2300
2350
2400
2450
Conteudo de Fenois(µg/g de cebola)
Tempo de extração (min)
Figura 2: Cinética de rendimento de extração de fenóis por tempo
107
ANEXO 2 - Descrição dos Procedimentos Analíticos e Tabelas Estatísticas do Artigo 2
Determinação de Umidade
- Colocar as cápsulas de alumínio em estufa de circulação de ar da marca QUIMIS a 60°C
durante 1 hora;
- Após colocar num dessecador e pesar no momento do uso;
- Pesar 5 gramas de cebola;
- Colocar estas em estufa de circulação de ar da marca QUIMIS a 60°C durante 6 horas;
- Colocar as amostras num dessecador até atingir a temperatura ambiente;
- Pesar as cápsulas novamente.
Determinação de Cinzas
- Tarar os cadinhos de porcelana;
- Colocar 3 gramas da amostra seca ou com teor de umidade inferior a 30%;
- Efetuar a calcinação da amostra em capela;
- Transferir o cadinho de porcelana para uma mufla a 550°C e deixar até que as cinzas
estejam brancas;
- Desligar a mufla e quando estiver 250°C retirar os cadinhos e colocar num dessecador
para o sue resfriamento;
- Pesar o conjunto amostra + cadinho até atingir peso constante;
- Calcular a relação percentual entre a massa final e a massa inicial da amostra.
Determinação de Proteínas em Tecidos Vegetais, segundo Método de Kjeldahl
Preparo dos reagentes:
a) Padronização do HCl
- Colocar 2 gramas de Na
2
CO
3
para secar em estufa a 300°C por 1 hora;
- Pesar 0,15 gramas e adicionar 25 mL de água (fazer quadruplicata deste procedimento);
- Adicionar 4 gotas de indicador misto;
OBS: o indicador misto é mistura das soluções alcoólicas de vermelho de metila 0,1% e
vermelho de bromocresol 0,1%, proporção 1:1.
- Titular com HCl 0,1N
108
Cálculo do fator de correção:
Fator = Pc x 1000 Pc = peso do carbonato
V x 5,2995 V = volume gasto de HCl
b) Ácido bórico 4%
- Pesar 40 gramas de ácido bórico e levar a um balão de 1000 mL completando o volume
com água destilada.
c) Hidróxido de Sódio 40%
- Pesar 400 gramas de hidróxido de sódio e diluir em um béquer aos poucos com água
destilada (em banho de gelo), transferir para um balão volumétrico de 1L e completar o
volume com água destilada.
Procedimento de digestão e destilação:
Em um tubo de digestão colocar 0,2 gramas de amostra embrulhada em papel de
seda ou filtro, juntar 0,7 gramas de catalisador (3 gramas de sulfato de potássio e 0,03
gramas de selênio em pó). Adicionar 3 mL de peróxido de hidrogênio e 7 mL de ácido
sulfúrico (adicionar o ácido aos poucos). Colocar os tubos em um bloco digestor e efetuar a
digestão a quente até a solução se tornar clara. Após esta etapa, esfriar a solução a
temperatura ambiente.
Destilar em um destilador de arraste a vapor todo o conteúdo do digerido passando
para o recipiente coletor do destilador. Adicionar 50 mL de NaOH 40%, para conferir a
neutralidade do meio adicionar 3 gotas de indicador de fenolftaleína na mistura. Recolher o
destilado em um erlenmeyer contendo 10 mL de acido bórico 4% (adicionado de 4 gotas de
indicador misto), coletar 125 mL e titular com HCL 0,1N padronizado até viragem do
indicador.
Determinação de Fibra Bruta
- Pesar 2 gramas de amostra conforme o teor de fibra bruta estimada em relação a amostra
analisada (consultar a literatura ou pelos teores dos componentes maiores);
- Adicionar 200 mL de ácido sulfúrico 1,25% em ebulição (sistema de refluxo) e algumas
gotas de solução anti-espumante (álcool amílico/ isoamílico – 5 gotas).
- Deixar em refluxo por exatamente 30 minutos;
- Filtrar quantitativamente sob vácuo em funil de Buchner provido de tela de náilon, ou
poliéster, ou aço inox, ou cadinho de vidro sintetizado em sistema automático de filtração;
- Lavar o resíduo com água fervente até completa neutralização;
109
- Passar o resíduo quantitativamente para o erlenmeyer já usado, lavando a tela ou o
recipiente filtrante com 200 mL de NaOH 1,25N em ebulição, adicionar algumas gotas de
solução anti-espumante;
- Deixar em refluxo por exatamente 30 minutos;
- Filtrar diretamente em cadinho de vidro sintetizado ou no sistema filtrante adotado
utilizando água destilada para a transferência;
- Lavar com aproximadamente 20 mL de álcool etílico ou acetona e 20 mL de acetona ou
éter de petróleo;
- Colocar em estufa a 105°C até peso constante (4 a 6 horas), retirar, deixar em dessecador
até temperatura ambiente e pesar;
- Queimar em mufla a 560°C por 3 horas (colocar o cadinho na mufla ainda fria e então
iniciar o aquecimento);
- Desligar a mufla e quando estiver a 250°C retirar o cadinho, colocar em dessecador, deixar
esfriar até temperatura ambiente e pesar;
Determinação de pH
- Pesar 10 gramas de amostra;
- Homogeneizar em água destilada previamente fervida na proporção 1:9, sob agitação por
30 minutos;
- Determinar no sobrenadante o pH potenciometricamente, utilizando um pHmetro marca
Hanna modelo 200.
Determinação de Acidez
- Pesar 5 gramas de amostra e diluir com água destilada na proporção de 1:10,
- Agitar em mesa agitadora orbital TE - 141 da marca TECNAL por 30 minutos e repousar
por 10 minutos;
- Filtrar e retirar uma alíquota de 10 mL;
-Transferir a alíquota para um erlenmeyer e adicionar 10 mL de água destilada e
previamente fervida.
- Homogeneizar a amostra e adicionar 0,5 mL de fenolftaleína como indicador;
- Titular com uma solução padrão de NaOH até mudança de coloração.
110
Determinação de Lipídios em Cebola e Chlorella - Método de Bligh & Dyer (1959)
adaptado.
- Pesar 10 gramas da amostra (até 10% de umidade);
- Colocar a amostra em um erlenmeyer de 250 mL e adicionar 50 mL de metanol, 25 mL de
clorofórmio e 30 mL de água;
- Tampar o erlenmeyer e colocá-lo sob agitação rigorosa em mesa agitadora por 20 minutos;
- Em seguida, adicionar mais 25 mL de clorofórmio e 25 mL de solução de sulfato de sódio
1,5%;
- Agitar a mistura por mais 4 minutos;
- Filtrar;
- Transferir o filtrado para um funil de separação, onde ocorrerá a formação do sistema
bifásico;
- Agitar e deixar em repouso por 5 minutos;
- Remover a camada inferior (que contém os lipídios) para um erlenmeyer de 125 mL;
- Medir o volume da camada inferior, Valor:___________
- Retirar uma alíquota de 6 mL e transferir para uma balão de fundo chato para a
quantificação dos lipídios totais,
- Evaporar o solvente em rotaevaporador e colocar o balão em estufa com circulação de ar a
50°C por 1hora e 30 minutos;
- Retirar da estufa e colocar o balão em dessecador para resfriar por 20 minutos;
- Pesar o balão com a amostra em balança analítica;
- Estimar o conteúdo de lipídios em percentual relativo massa inicial da amostra e/ou volume
de clorofórmio obtido.
Determinação de açúcares em cebolas (Allium cepa L.) utilizando a propriedade
redutora através do método de redução do ácido 3,5 dinitrossalicílico (DNS).
Esta análise foi efetuada baseada no método de MILLER (1959), conforme as
seguintes etapas:
111
1ª etapa) Preparo da amostra:
- Pesar 10 gramas de cebola (seca)
-Colocar a cebola seca (10g) em béquer e adicionar 40 mL de água destilada, levando-se a
banho-maria por 30 minutos a 50°C.
- Passar a solução do béquer para balão volumétrico de 100 mL, adicionar 10 mL da
solução de Carrez I e 10 mL da solução de Carrez II, completando a seguir o volume do
balão (até 100 mL) com água destilada.
- Centrifugar a solução obtida (suspensão turva e floculada) até se obter a perfeita
separação das fases lípida (sobrenadnate) e a suspensão turva e floculada (precipitado).
- Recolher o sobrenadante em proveta e tomar nota do volume obtido, o qual é o volume da
amostra preparada para os ensaios de hidrólise ácida (VOLUME DA AMOSTRA
PREPARADA).
2ª etapa) Determinação da curva padrão de glicose:
- Preparar uma solução estoque de 0,5 mg/mL de glicose padrão seca (levada a estufa e
dessecador).
- Num conjunto de 10 tubos de ensaio, transferir 0,1 mL, 0,2 mL, 0,3 mL, 0,4 mL, 0,5 mL, 0,6
mL, 0,7 mL, 0,8 mL, 0,9 mL e 1 mL para cada tubo e, em seguida, adicionar água destilada
elevando o volume a 1 mL. Na seqüência, adicionar 1 mL da solução do ácido 3,5
dinitrossalicílico a estes, como também ao branco da análise. Colocar os tubos de ensaio
em banho-maria a 100°C por 5 minutos. Finalizado o período, retirar os tubos de ensaio e
adicionar 8 mL de água destilada em cada tubo.
- Deixar as alíquotas esfriar e em seguida fazer as leituras das suas respectivas
absorbâncias em espectrofotômetro a 546 nm.
3ª etapa) Hidrólise ácida dos açúcares contidos na amostra preparada:
Num conjunto de 6 tubos de ensaio transferir 1 mL da solução obtida na primeira
etapa, adicionar 1 mL de HCl 2N, como também ao branco, e colocar em banho-maria por
40 minutos. Logo em seguida, adicionar 1 mL de NaOH 2N a todos os tubos.
4ª etapa) Determinação dos açucares da amostra:
Após a hidrólise ácida se aplica o mesmo tratamento dado as alíquotas da solução
de glicose preparadas para a determinação da curva padrão, ou seja, adicionar 1 mL da
solução do ácido 3,5 dinitrossalicílico a estes, como também ao branco da análise. Colocar
os tubos de ensaio em banho-maria a 100°C por 5 minutos. Finalizado o período, retirar os
tubos de ensaio e adicionar 6 mL de água destilada em cada tubo. Deixar as alíquotas
112
esfriar e logo em seguida se faz a leitura das suas respectivas absorbâncias em
espectrofotômetro a 546 nm.
Preparo dos reagentes:
a) Reagente de 3,5 dinitrossalicílico:
Preparar as seguintes soluções:
- Solução A: 13,5 g de NaOH em 300 mL de água destilada.
- Solução B: 8,8 g de DNS, 255 g de tartarato de sódio e potássio em 800 mL de água
destilada (dissolver o reagente de 3,5 DNS em 400 mL de água e depois adicionar aos
poucos a solução de tartarato).
- Solução C: mistura das soluções A e B.
b) Soluções de Carrez I e II:
- Carrez I: 150 g de K
4
Fe(CN)
6
, completando o volume em balão volumétrico de 1 L.
- Carrez II: 300 g de ZnSO
4
completando o volume em balão volumétrico de 1 L.
Preparação dos Extratos de Cebola e Chlorella
Extrato de Cebola
- Secar as cebolas em estufa de circulação de ar da marca QUIMIS a 60°C durante duas
horas;
- Pesar 10 gramas de cebola
- Adicionar 50 mL de solvente (metanol, ou acetato de etila ou água)
- Agitar durante 2 horas consecutivas a temperatura ambiente em mesa agitadora orbital TE
141 da marca Tecnal;
- Filtrar o extrato com papel filtro n° 1
- Clarificar com 10 mL de hidróxido de bário 0,1M e 10 mL de sulfato de zinco 5%;
- Filtrar a solução novamente e transferir quantitativamente para um balão volumétrico de
100 mL;
- Completar o volume final com o solvente utilizado na extração.
Extrato de Chlorella
- Pesar 5 gramas da microalga chlorella;
- Adicionar 30 mL de metanol;
113
- Agitar a temperatura ambiente em mesa agitadora orbital TE 141 da marca TECNAL
durante uma hora;
- Interromper a agitação por 15 minutos;
- Reiniciar após a adição de 20 mL de metanol, durante uma hora.
- Filtrar o extrato;
- Colocar o extrato num funil de separação e lavar cinco vezes com 10 mL de hexano;
- Transferir o extrato para balão de fundo chato e evaporar o solvente;
- Ressuspender os resíduos do balão com 40 mL de água;
- Clarificar o extrato com 10 mL de hidróxido de bário 0,1M e 10 mL de sulfato de zinco 5%;
- Deixar em repouso durante 20 minutos;
- Filtrar para um balão volumétrico de 100 mL e completar o volume com o solvente utilizado
na extração.
Metodologia para Determinação de Fenóis Totais na Cebola
Reagentes:
- Solução Alcalina: mistura das soluções Na
2
CO
3
4%, CuSO
4
2% e Tartarato duplo de sódio
e potássio 4% nas proporções 100:1:1, respectivamente. Filtrar a solução de carbonato de
sódio 4% em papel Whatman 1 antes de adicionar o tartarato duplo de sódio e potássio
4% e o sulfato de cobre 2%.
Curva Padrão de Quercetina
A partir de uma solução padrão de Quercetina 100 µg.mL-1, seguir o procedimento
da Tabela 1.
114
Tabela 1: Procedimento da curva padrão de quercetina
Tubo Quercetina (mL) Água (mL) Solução Alcalina (mL)
1 0 1,0 4,5
2 0,1 0,9
4,5
3 0,2 0,8
4,5
4 0,3 0,7
4,5
5 0,4 0,6
4,5
6 0,5 0,5 4,5
7 0,6 0,4
4,5
8 0,7 0,3 4,5
9 0,8 0,2 4,5
10 0,9 0,1 4,5
11 1,0 0 4,5
- Colocar os tubos em banho-maria a 40°C por 15 minutos;
- Adicionar 0,5 mL do reagente de Folin-Ciocaleau diluído 1:2 (em água);
- Fazer a leitura da absorbância após 30 minutos utilizando comprimento de onda a 750 nm
Quantificação dos Fenóis Totais na Cebola
- Tomar quatro tubos de ensaio e colocar nestes 0,0; 0,3; 0,5; 0,8 e 1,0 mL de extrato;
- Completar o volume com 1 mL de água;
- Adicionar 4,5 mL da solução alcalina (Tabela 1);
- Deixar 15 minutos em banho-maria a 40°C;
- Adicionar a cada tubo 0,5 mL do reagente de Folin-Ciocalteau diluído 1:2 (água);
- Deixar em repouso durante 10 minutos a temperatura ambiente;
- Realizar a leitura da amostra em espectrofotômetro a 750 nm;
- Fazer triplicatas para todas as leituras.
115
Metodologia para determinação de fenóis totais na microalga chlorella
Reagentes:
- Solução Alcalina: mistura das soluções Na
2
CO
3
4%, CuSO
4
2% e Tartarato duplo de sódio
e potássio 4% nas proporções 100:1:1, respectivamente. Filtrar a solução de carbonato de
sódio 4% em papel Whatman 1 antes de adicionar o tartarato duplo de sódio e potássio
4% e o sulfato de cobre 2%.
Curva Padrão de Tirosina
A partir de uma solução padrão de tirosina 100 µg.mL
-1
, seguir o procedimento da
Tabela 2.
Tabela 2: Procedimento da curva padrão de tirosina
Tubo Tirosina (mL) Água (mL) Solução Alcalina (mL)
1 0 1,0 4,5
2 0,1 0,9
4,5
3 0,2 0,8
4,5
4 0,3 0,7
4,5
5 0,4 0,6 4,5
6 0,5 0,5
4,5
7 0,6 0,4 4,5
8 0,7 0,3
4,5
9 0,8 0,2
4,5
10 0,9 0,1
4,5
11 1,0 0
4,5
- Colocar os tubos em banho-maria a 40°C por 15 minutos;
- Adicionar 0,5 mL do reagente de Folin-Ciocaleau diluído 1:2 (em água);
- Fazer a leitura da absorbância após 30 minutos utilizando comprimento de onda a 660 nm.
116
Quantificação dos Fenóis Totais na Microalga Chlorella
- Tomar quatro tubos de ensaio e colocar nestes 0,0; 0,3; 0,5; 0,8 e 1,0 mL de extrato;
- Completar o volume com 1 mL de água;
- Adicionar 4,5 mL da solução alcalina (Tabela 1);
- Deixar 15 minutos em banho-maria a 40°C;
- Adicionar a cada tubo 0,5 mL do reagente de Folin-Ciocalteau diluído 1:2 (água);
- Deixar em repouso durante 10 minutos a temperatura ambiente;
- Realizar a leitura da amostra em espectrofotômetro a 660 nm;
- Fazer triplicatas para todas as leituras.
Determinação da Atividade Específica da Catalase
Preparação do Extrato Enzimático
- Pesar 10 gramas de cebola;
- Homogeneizar em blender com 100 mL água destilada;
- Filtrar a amostra com algodão.
Atividade Enzimática da Catalase
- Adicionar uma alíquota de 4 mL do extrato enzimático a 2 mL de tampão fosfato pH 7 e
peróxido de hidrogênio 0,005M previamente padronizado com permanganato de potássio
0,01N;
- Colocar a solução obtida em banho-maria a 40°C durante 20 minutos;
- Interromper a reação pela adição de 5 mL de ácido sulfúrico 10%;
- Passar os conteúdos dos tubos para erlenmeyers e titular com permanganato de potássio
até a viragem do indicador;
- Expressar os resultados em atividade específica (mg de H
2
O
2
decomposta/min/mg
proteínas) para as quatro classes de cebolas comerciais.
Determinação do extrato enzimático da peroxidase e polifenoloxidase
- Pesar cerca de 20 gramas de cebola;
- Homogeneizar a amostra em blender com 100 mL de solução tampão fosfato 5,2mM, pH
5,2 durante 2 minutos;
- Filtrar a amostra com algodão;
117
- Retirar do sobrenadante uma alíquota de 25 mL e adicionar 25 mL de acetona para serem
agitados em mesa agitadora orbital TE 141 da marca Tecnal.;
- Interromper a agitação e adicionar mais 25 mL de acetona e agitar novamente por mais 5
minutos;
- Realizar este mesmo procedimento mais uma vez;
- Centrifugar por 8 minutos.
- Ressuspender o resíduo da centrifugação utilizando 25 mL de solução tampão fosfato
5mM, pH 5,2.
Determinação da Atividade Enzimática da Peroxidase
- Misturar 1 mL do extrato enzimático com 1,5 mL de solução tampão fosfato de sódio pH
5,5 e 1,5 mL de água destilada;
- Colocar a solução em banho-maria a 40°C durante 5 minutos para uniformizar a
temperatura;
- Acrescentar 1 mL de água oxigenada 0,08% e 1 mL de guaiacol 0,5%.
- Aguardar 10 minutos para realização das leituras;
- Realizar as leituras em espectrofotômetro UV-Visível Cary 100 Conc da Varian a 470 nm.
- Expressar os resultados em atividade específica (Abs/ min/mg proteínas) para as quatro
classes de cebolas comerciais.
Para o tempo zero adicionar a enzima, o tampão, a água destilada e ferver por 5 minutos
para inativar a enzima. Logo após deve-se adicionar o guaiacol e a água oxigenada.
Determinação da Atividade Enzimática da Polifenoloxidase
- Misturar 1 mL do extrato enzimático com 1,5 mL de solução tampão fosfato de sódio pH
6,0 e 2,5 mL de água destilada;
- Colocar a solução em banho-maria a 30°C durante 5 minutos para uniformizar a
temperatura;
- Acrescentar 1 mL de catecol 0,05M;
- Aguardar 10 minutos para realização das leituras;
- Realizar as leituras em espectrofotômetro UV-Visível Cary 100 Conc da Varian a 425 nm.
- Expressar os resultados em atividade específica (Abs/ min/mg proteínas) para as quatro
classes de cebolas comerciais.
118
Para o tempo zero adicionar a enzima, o tampão, a água destilada e ferver por 5 minutos
para inativar a enzima. Logo após deve-se adicionar o catecol.
TABELAS ESTATÍSTICAS UTILIZADAS NO ARTIGO 2:
Tabela 3: Teste de Tukey para umidade nas diferentes classes de cebola
{1} {2} {3} {4}
Média 88,5 88,4 88,3 88,6
Classe 2 {1} 0,742886 0,414172 0,975579
Classe 3 {2} 0,742886 0,925364 0,517532
Classe 4 {3} 0,414172 0,925364 0,250366
Classe 5 {4} 0,975579 0,517532 0,250366
Tabela 4: Teste de Tukey para cinzas nas diferentes classes de cebola
{1} {2} {3} {4}
Média 0,75 0,73 0,76 0,75
Classe 2 {1} 0,805738 0,929411 0,998739
Classe 3 {2} 0,805738 0,480690 0,727349
Classe 4 {3} 0,929411 0,480690 0,967898
Classe 5 {4} 0,998739 0,727349 0,967898
Tabela 5: Teste de Tukey para proteína nas diferentes classes de cebola
{1} {2} {3} {4}
Média 0,86 1,04 0,98 0,91
Classe 2 {1} 0,000247 0,001148 0,066115
Classe 3 {2} 0,000247 0,024712 0,000659
Classe 4 {3} 0,001148 0,024712 0,040262
Classe 5 {4} 0,066115 0,000659 0,040262
119
Tabela 6: Teste de Tukey para fibra bruta nas diferentes classes de cebola
{1} {2} {3} {4}
Média 0,61 0,62 0,70 0,70
Classe 2 {1} 0,768002 0,000265 0,000299
Classe 3 {2} 0,768002 0,000334 0,000428
Classe 4 {3} 0,000265 0,000334 0,913114
Classe 5 {4} 0,000299 0,000428 0,913114
Tabela 7: Teste de Tukey para pH nas diferentes classes de cebola
{1} {2} {3} {4}
Média 5,23 5,08 5,2 5,16
Classe 2 {1} 0,008279 0,800907 0,257290
Classe 3 {2} 0,008279 0,27407 0,129869
Classe 4 {3} 0,027407 0,800907 0,693342
Classe 5 {4} 0,129869 0,257290 0,693342
Tabela 8: Teste de Tukey para acidez nas diferentes classes de cebola
{1} {2} {3} {4}
Média 0,31 0,38 0,31 0,29
Classe 2 {1} ,001550 1,000000 ,037275
Classe 3 {2} ,001550 ,001550 ,000263
Classe 4 {3} ,001550 1,000000 ,037275
Classe 5 {4} ,000263 ,037275 ,037275
Tabela 9: Teste de Tukey para lipídios nas diferentes classes de cebola
{1} {2} {3} {4}
Média 0,17 0,18 0,19 0,16
Classe 2 {1} ,656793 ,164718 ,445340
Classe 3 {2} ,656793 ,656793 ,095337
Classe 4 {3} ,656793 ,164718 ,018608
Classe 5 {4} ,095337 ,445340 ,018608
120
Tabela 10: Teste de Tukey para açúcares redutores nas diferentes classes de cebola
{1} {2} {3} {4}
Média 3,73 5,27 4,76 4,67
Classe 2 {1} ,000230 ,000230 ,000231
Classe 3 {2} ,000230 ,000518 ,000300
Classe 4 {3} ,000518 ,000230 ,585017
Classe 5 {4} ,000300 ,000231 ,585017
Tabela 11: Teste de Tukey para fenóis totais extraídos com metanol para as diferentes
classes de cebolas
{1} {2} {3} {4}
Média 2265,9 2244,3 2306,4 2282,9
Classe 2 {1} 0,001492 0,000242 0,010301
Classe 3 {2} 0,001492 0,000231 0,000242
Classe 4 {3} 0,000242 0,000231 0,001480
Classe 5 {4} 0,010301 0,000242 0,001480
Tabela 12: Teste de Tukey para fenóis totais extraídos com água para as diferentes classes
de cebolas
{1} {2} {3} {4}
Média 2840,3 2889,3 2784,6 2818,2
Classe 2 {1} 0,627639 0,534733 0,942531
Classe 3 {2} 0,627639 0,112888 0,346452
Classe 4 {3} 0,534733 0,112888 0,833747
Classe 5 {4} 0,942531 0,346452 0,833747
Tabela 13: Teste de Tukey para fenóis totais extraídos com acetato de etila para as
diferentes classes de cebolas
{1} {2} {3} {4}
Média 76,8 77,0 78,4 77,7
Classe 2 {1}
0,998690 0,649567 0,880894
Classe 3 {2} 0,998690
0,733657 0,934768
Classe 4 {3} 0,649567 0,733657
0,966713
Classe 5 {4} 0,880894 0,934768 0,966713
121
Tabela 14: Teste de Tukey para atividade específica da enzima catalase nas diferentes
classes de cebola
{1} {2} {3} {4}
Média 0,0256667 0,0240000 0,0146667 0,0176667
Classe 2 {1} 0,163900 0,000230 0,000235
Classe 3 {2} 0,163900 0,000231 0,000286
Classe 4 {3} 0,000230 0,000231 0,012195
Classe 5 {4} 0,000235 0,000286 0,012195
Tabela 15: Teste de Tukey para atividade específica da enzima peroxidase nas diferentes
classes de cebola
{1} {2} {3} {4}
Média 0,0306667 0,0033333 0,0263333 0,0250000
Classe 2 {1} 0,000230 0,160242 0,057545
Classe 3 {2} 0,000230 0,000231 0,000233
Classe 4 {3} 0,160242 0,000231 0,882395
Classe 5 {4} 0,57545 0,000233 0,882395
122
ANEXO 3 - Descrição dos Procedimentos Analíticos e Tabelas Estatísticas do Artigo 3
Preparação dos Extratos de Cebola e Chlorella
Extrato de Cebola
- Secar as cebolas em estufa de circulação de ar da marca QUIMIS a 60°C durante duas
horas;
- Pesar 10 gramas de cebola
- Adicionar 50 mL de solvente (metanol, ou acetato de etila ou água)
- Agitar durante 2 horas consecutivas a temperatura ambiente em mesa agitadora orbital TE
141 da marca Tecnal;
- Filtrar o extrato com papel filtro n° 1
- Clarificar com 10 mL de hidróxido de bário 0,1M e 10 mL de sulfato de zinco 5%;
- Filtrar a solução novamente e transferir quantitativamente para um balão volumétrico de
100 mL;
- Completar o volume final com o solvente utilizado na extração.
Extrato de Chlorella
- Pesar 5 gramas da microalga chlorella;
- Adicionar 30 mL de metanol;
- Agitar a temperatura ambiente em mesa agitadora orbital TE 141 da marca TECNAL
durante uma hora;
- Interromper a agitação por 15 minutos;
- Reiniciar após a adição de 20 mL de metanol, durante uma hora.
- Filtrar o extrato;
- Colocar o extrato num funil de separação e lavar cinco vezes com 10 mL de hexano;
- Transferir o extrato para balão de fundo chato e evaporar o solvente;
- Ressuspender os resíduos do balão com 40 mL de água;
- Clarificar o extrato com 10 mL de hidróxido de bário 0,1M e 10 mL de sulfato de zinco 5%;
- Deixar em repouso durante 20 minutos;
- Filtrar para um balão volumétrico de 100 mL e completar o volume com o solvente utilizado
na extração.
123
Metodologia para Determinação de Fenóis Totais na Cebola
Reagentes:
- Solução Alcalina: mistura das soluções Na
2
CO
3
4%, CuSO
4
2% e Tartarato duplo de sódio
e potássio 4% nas proporções 100:1:1, respectivamente. Filtrar a solução de carbonato de
sódio 4% em papel Whatman 1 antes de adicionar o tartarato duplo de sódio e potássio
4% e o sulfato de cobre 2%.
Curva Padrão de Quercetina
A partir de uma solução padrão de Quercetina 100 µg.mL-1, seguir o procedimento
da Tabela 1.
Tabela 1: Procedimento da curva padrão de quercetina
Tubo Quercetina (mL) Água (mL) Solução Alcalina (mL)
1 0 1,0 4,5
2 0,1 0,9
4,5
3 0,2 0,8
4,5
4 0,3 0,7
4,5
5 0,4 0,6
4,5
6 0,5 0,5
4,5
7 0,6 0,4
4,5
8 0,7 0,3 4,5
9 0,8 0,2
4,5
10 0,9 0,1 4,5
11 1,0 0
4,5
- Colocar os tubos em banho-maria a 40°C por 15 minutos;
- Adicionar 0,5 mL do reagente de Folin-Ciocalteau diluído 1:2 (em água);
- Fazer a leitura da absorbância após 30 minutos utilizando comprimento de onda a 750 nm.
124
Quantificação dos Fenóis Totais na Cebola
- Tomar quatro tubos de ensaio e colocar nestes 0,0; 0,3; 0,5; 0,8 e 1,0 mL de extrato;
- Completar o volume com 1 mL de água;
- Adicionar 4,5 mL da solução alcalina (Tabela 1);
- Deixar 15 minutos em banho-maria a 40°C;
- Adicionar a cada tubo 0,5 mL do reagente de Folin-Ciocalteau diluído 1:2 (água);
- Deixar em repouso durante 10 minutos a temperatura ambiente;
- Realizar a leitura da amostra em espectrofotômetro a 750 nm;
- Fazer triplicatas para todas as leituras.
Metodologia para determinação de fenóis totais na microalga chlorella
Reagentes:
- Solução Alcalina: mistura das soluções Na
2
CO
3
4%, CuSO
4
2% e Tartarato duplo de sódio
e potássio 4% nas proporções 100:1:1, respectivamente. Filtrar a solução de carbonato de
sódio 4% em papel Whatman 1 antes de adicionar o tartarato duplo de sódio e potássio
4% e o sulfato de cobre 2%.
Curva Padrão de Tirosina
A partir de uma solução padrão de tirosina 100 µg.mL
-1
, seguir o procedimento da
Tabela 2.
125
Tabela 2: Procedimento da curva padrão de tirosina
Tubo Tirosina (mL) Água (mL) Solução Alcalina (mL)
1 0 1,0 4,5
2 0,1 0,9
4,5
3 0,2 0,8
4,5
4 0,3 0,7
4,5
5 0,4 0,6
4,5
6 0,5 0,5 4,5
7 0,6 0,4
4,5
8 0,7 0,3 4,5
9 0,8 0,2
4,5
10 0,9 0,1
4,5
11 1,0 0
4,5
- Colocar os tubos em banho-maria a 40°C por 15 minutos;
- Adicionar 0,5 mL do reagente de Folin-Ciocalteau diluído 1:2 (em água);
- Fazer a leitura da absorbância após 30 minutos utilizando comprimento de onda a 660 nm.
Quantificação dos Fenóis Totais na Microalga Chlorella
- Tomar quatro tubos de ensaio e colocar nestes 0,0; 0,3; 0,5; 0,8 e 1,0 mL de extrato;
- Completar o volume com 1 mL de água;
- Adicionar 4,5 mL da solução alcalina (Tabela 1);
- Deixar 15 minutos em banho-maria a 40°C;
- Adicionar a cada tubo 0,5 mL do reagente de Folin-Ciocalteau diluído 1:2 (água);
- Deixar em repouso durante 10 minutos a temperatura ambiente;
- Realizar a leitura da amostra em espectrofotômetro a 660 nm;
- Fazer triplicatas para todas as leituras.
126
Índice de Peróxido
Reagentes:
- Solução ácido acético-clorofórmio (3:2);
- Solução saturada de KI (tem que ser preparada na hora): colocar 144g KI e completar com
100 mL de água;
- Solução Tiossulfato de sódio 0,1N (padronizado com K
2
CrO
4
);
- Solução de amido 1% (tem que ser preparada na hora): 1g de amido (indicador) em 100
mL de água.
Padronização de tiossulfato de potássio com dicromato de potássio:
- Pesar 0,14-0,16 gramas de dicromato de potássio;
- Colocar em erlenmeyer de 250 mL;
- Colocar 50 mL de água (previamente fervida) – temperatura ambiente;
- Agitar;
- 2 gramas de iodeto de potássio;
- 8 mL de ácido clorídrico concentrado;
- Titular – bureta 50 mL com solução padrão de tiossulfato, ao observar mudança de
coloração (castanho amarelo), adicionar 2 mL de solução de amido (indicador) e continua
titulação (azul verde).
Método:
- Pesar 5 gramas de amostra em erlenmeyer de 250 mL;
- Adicionar 30 mL da solução ácido acético-clorofórmio;
- Agitar para dissolução da amostra;
- Adicionar 0,5 mL da solução de KI saturada e agitar
- Deixar em repouso por 1 minuto no escuro;
- Adicionar 30 mL de água destilada previamente fervida e fria e agitar;
- Adicionar 0,5 mL de solução de amido;
- Titular com solução de tiossulfato de sódio 0,1N até o desaparecimento da cor azul.
127
Método Ácido Tiobarbitúrico
- Pesar a amostra em balança analítica;
- Adicionar 30 mL de TCA 7,5% (homogeneizar primeiramente com uma parte desse
volume, e a seguir adicionar o restante);
- Filtrar, descartar o precipitado, reservando o filtrado, do filtrado coletar alíquota de 5 mL e
transferir para tubos de ensaio (em triplicata);
- Adicionar 5 mL de TBA (0,02M) aos tubos de ensaio;
- Branco: em tubos de ensaio adicionar 5 mL de TBA e 5 mL de TCA 7,5%
- Levar todos os tubos para banho a 100°C, por 40 minutos, a seguir resfriar em banho de
água. Ler em espectrofotômetro a 538 nm.
Curva padrão de TMP:
Reagentes e soluções:
- Solução aquosa de TCA 7,5%
- Solução aquosa de TBA 0,02M
- Reagente TMP (1,1- 3,3 – tetra metoxipropano) padrão
- Solução estoque de TMP: pesar 0,1659g de TMP e transferir para balão de 100 mL com
TCA 7,5% e completar o volume;
- Solução diluída de TMP: volume de 0,1mL da solução estoque e completar o volume para
50 mL com TCA 7,5.
Adicionar a cada tubo as alíquotas a seguir, fechar tubos.
128
Tabela 3: Procedimento da curva padrão de TMP
Tubos TMP (mL) [TMP] (M) TCA (mL)
Branco 0,0 0 5,0
1 0,5 1,01x 10
-8
4,5
2 1,0 2,02x 10
-8
4,0
3 1,5 3,03x 10
-8
3,5
4 2,0 4,04x 10
-8
3,0
5 2,5 5,05x 10
-8
2,5
6 3,0 6,06x 10
-8
2,0
7 3,5 7,07x 10
-8
1,5
8 4,0 8,08x 10
-8
1,0
9 4,5 9,09x 10
-8
0,5
10 5,0 10,10x 10
-8
0,0
- Adicionar a cada tubo, 5 mL da solução TBA
- Fechar a tampa e aquecer em banho de água fervente por 40 minutos (colocar os tubos
somente quando a água estiver fervendo, e marcar o tempo).
- Após completar o tempo, imediatamente resfriar, sob água corrente (10 minutos são
suficientes)
- Fazer a leitura a 538 nm
129
TABELAS ESTATÍSTICAS UTILIZADAS NO ARTIGO 3:
Tabela 4: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 100 µL
de extrato em 15 minutos
{1} {2} {3} {4} {5}
Média 16,733 9,8667 4,0667 ,17000 10,567
Ceb. metanol
0,000187 0,000176 0,000176 0,000219
Ceb. água 0,000187 0,000260 0,000176 0,877752
Ceb. Acetato 0,000176 0,000260 0,002992 0,000199
Chlorella 0,000176 0,000176 0,002992 0,000176
Quercetina 0,000219 0,877752 0,000176 0,000176
Tabela 5: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 100 µL
de extrato em 30 minutos
{1} {2} {3} {4} {5}
Média 20,733 12,400 4,1667 1,7533 14,500
Ceb. metanol
0,000180 0,000176 0,000176 0,000304
Ceb. água 0,000180 0,000180 0,000176 0,166359
Ceb. Acetato 0,000176 0,000180 0,095223 0,000176
Chlorella 0,000176 0,000176 0,095223 0,000176
Quercetina 0,000304 0,166359 0,000176 0,000176
130
Tabela 6: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 100 µL
de extrato em 45 minutos
{1} {2} {3} {4} {5}
Média 22,300 13,423 3,6000 2,5000 14,733
Ceb. metanol
0,000176 0,000176 0,000176 0,000176
Ceb. água 0,000176 0,000176 0,000176 0,024773
Ceb. Acetato 0,000176 0,000176 0,062707 0,000176
Chlorella 0,000176 0,000176 0,062707 0,000176
Quercetina 0,000176 0,024773 0,000176 0,000176
Tabela 7: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 100 µL
de extrato em 60 minutos
{1} {2} {3} {4} {5}
Média 23,700 13,367 3,9167 2,6667 15,333
Ceb. metanol
0,000176 0,000176 0,000176 0,000176
Ceb. água 0,000176 0,000176 0,000176 0,034723
Ceb. Acetato 0,000176 0,000176 0,240212 0,000176
Chlorella 0,000176 0,000176 0,240212 0,000176
Quercetina 0,000176 0,034723 0,000176 0,000176
131
Tabela 8: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 200 µL
de extrato em 15 minutos
{1} {2} {3} {4} {5}
Média 24,400 16,200 4,6967 ,71000 26,600
Ceb. metanol
0,000179 0,000176 0,000176 0,126432
Ceb. água 0,000179 0,000176 0,000176 0,000176
Ceb. Acetato 0,000176 0,000176 0,004694 0,000176
Chlorella 0,000176 0,000176 0,004694 0,000176
Quercetina 0,126432 0,000176 0,000176 0,000176
Tabela 9: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 200 µL
de extrato em 30 minutos
{1} {2} {3} {4} {5}
Média 29,197 17,477 5,0067 3,2000 29,000
Ceb. metanol
0,000176 0,000176 0,000176 0,980426
Ceb. água 0,000176 0,000176 0,000176 0,000176
Ceb. Acetato 0,000176 0,000176 0,003957 0,000176
Chlorella 0,000176 0,000176 0,003957 0,000176
Quercetina 0,980426 0,000176 0,000176 0,000176
132
Tabela 10: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 200
µL de extrato em 45 minutos
{1} {2} {3} {4} {5}
Média 31,597 17,767 5,0333 3,6833 32,000
Ceb. metanol
0,000176 0,000176 0,000176 0,993705
Ceb. água 0,000176 0,000176 0,000176 0,000176
Ceb. Acetato 0,000176 0,000176 0,673492 0,000176
Chlorella 0,000176 0,000176 0,673492 0,000176
Quercetina 0,993705 0,000176 0,000176 0,000176
Tabela 11: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 200
µL de extrato em 60 minutos
{1} {2} {3} {4} {5}
Média 33,167 18,133 5,2000 5,1333 32,167
Ceb. metanol
0,000176 0,000176 0,000176 0,202866
Ceb. água 0,000176 0,000176 0,000176 0,000176
Ceb. Acetato 0,000176 0,000176 0,999843 0,000176
Chlorella 0,000176 0,000176 0,999843 0,000176
Quercetina 0,202866 0,000176 0,000176 0,000176
133
Tabela 12: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 500
µL de extrato em 15 minutos
{1} {2} {3} {4} {5}
Média 37,907 18,633 7,1000 2,7633 65,000
Ceb. metanol
0,000176 0,000176 0,000176 0,000176
Ceb. água 0,000176 0,000177 0,000176 0,000176
Ceb. Acetato 0,000176 0,000177 0,017340 0,000176
Chlorella 0,000176 0,000176 0,017340 0,000176
Quercetina 0,000176 0,000176 0,000176 0,000176
Tabela 13: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 500
µL de extrato em 30 minutos
{1} {2} {3} {4} {5}
Média 45,027 24,200 7,7000 5,4600 71,033
Ceb. metanol
0,000176 0,000176 0,000176 0,000176
Ceb. água 0,000176 0,000176 0,000176 0,000176
Ceb. Acetato 0,000176 0,000176 0,099286 0,000176
Chlorella 0,000176 0,000176 0,099286 0,000176
Quercetina 0,000176 0,000176 0,000176 0,000176
134
Tabela 14: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 500
µL de extrato em 45 minutos
{1} {2} {3} {4} {5}
Média 50,090 26,400 7,9000 7,6800 77,733
Ceb. metanol
0,000176 0,000176 0,000176 0,000176
Ceb. água 0,000176 0,000176 0,000176 0,000176
Ceb. Acetato 0,000176 0,000176 0,998377 0,000176
Chlorella 0,000176 0,000176 0,998377 0,000176
Quercetina 0,000176 0,000176 0,000176 0,000176
Tabela 15: Teste de Tukey para avaliar a capacidade de seqüestrar o DPPH utilizando 500
µL de extrato em 60 minutos
{1} {2} {3} {4} {5}
Média 53,400 28,367 8,7667 10,267 80,433
Ceb. metanol
0,000176 0,000176 0,000176 0,000176
Ceb. água 0,000176 0,000176 0,000176 0,000176
Ceb. Acetato 0,000176 0,000176 0,162428 0,000176
Chlorella 0,000176 0,000176 0,162428 0,000176
Quercetina 0,000176 0,000176 0,000176 0,000176
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