Com exceção da algaroba arbórea de várzea, as maiores leituras do NDVI são
das culturas de agave Figura 5a , com leituras médias de 89 e 60 para áreas de cultivo
de alto e baixo padrão de cultura, respectivamente. Em muitos casos, as áreas de baixo
padrão são de culturas velhas, abandonadas, infestadas por plantas nativas, e que
podem se confundir, neste período do ano, com bosques mais densos de caatinga.
A algaroba de campo, tanto pelo espaçamento, normalmente 8m x 8m, como
pelo baixo padrão de desenvolvimento das plantas, quase sempre sobre solos rasos, e
também utilizadas como campo de pastejo, apresentou um valor médio de NDVI de
39, um pouco abaixo das áreas com palma, 44. Considerando a amplitude dos valores
observados para cada tipo de uso da terra, a palma, seguida da algaroba de campo e do
agave amarelado são os tratamentos que mais se confundem com a vegetação nativa da
caatinga, nesta época do ano.
Apesar de ser uma planta fotossinteticamente ativa neste período do ano, a
palma, ao contrário da cultura do agave, não apresentou preponderância nos valores de
NDVI, a que se pode atribuir, ao efeito da arquitetura das plantas; que ao contrário do
agave, apresenta uma menor superfície de exposição à incidência luminosa, e por isso,
menores valores de NDVI.
Embora não se possa afirmar categoricamente, a macambira Macambira
(Bromelia laciniosa, Mart.), a exemplo das plantas de agave, que apresentam um dos
mais altos valores de NDVI, tanto pelo efeito da densidade da cobertura das plantas,
como pela arquitetura de sua folhagem, podem ter uma grande influência na resposta
espectral de muitos alvos de vegetação de caatinga, superestimando a resposta
espectral, e com isto, dificultando a estimativa da biomassa da caatinga, a partir de
imagens de satélite.
Para o período úmido pode-se observar Figura 5b, que as leituras do NDVI
aumentaram para todos os tipos de uso da terra. Foram mais que o dobro, para aqueles
alvos em que, no período seco, apresentaram as menores leituras. É o caso das áreas
agrícolas, de 32 para 78; da algaroba de campo, de 39 para 82; da caatinga, de 48 para
98, e até mesmo, da palma forrageira, em que o aumento foi de 44 para 87. Contudo, a
amplitude das leituras para os diferentes usos da terra diminuiu, do período seco para o
período úmido, de 58 para 48 unidades, respectivamente. O aumento do NDVI com as
chuvas correspondem ao início do ciclo fenológico da vegetação. À medida que as
chuvas vão diminuindo os valores de NDVI decrescem em função da resposta da
cobertura ao stress hídrico, nas diferentes regiões homogêneas (BRAGA et al, 2003).