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ANÁLISE AGRONÔMICA E ECONÔMICA DE
SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE MILHO
ANTONIO ARIEL CANEDO RIVERA
2006
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ANTONIO ARIEL CANEDO RIVERA
ANÁLISE AGRONÔMICA E ECONÔMICA
DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE MILHO
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Lavras como parte das
exigências do Programa de Pós-
Graduação em Agronomia, área de
concentração Fitotecnia, para a obtenção
do título de "Mestre".
Orientador
Prof. Dr. Renzo Garcia Von Pinho
LAVRAS
MINAS GERAIS
2006
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Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
Canedo Rivera, Antonio Ariel
Análise agronômica e econômica de sistemas de produção de milho /
Antonio Ariel Canedo Rivera.
– Lavras : UFLA,
2006.
76 p. : il.
Orientador:
Renzo Garcia Von Pinho.
Dissertação (Mestrado) - UFLA.
Bibliografia.
1. Milho. 2. Investimento. 3. Desempenho agronômico. 4. Aspecto econômico.
I. Universidade Federal de Lavras. II. Título.
CDD-633.15
ANTONIO ARIEL CANEDO RIVERA
ANÁLISE AGRONÔMICA E ECONÔMICA
DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE MILHO
Dissertação apresentada à Universidade Federal de
Lavras como parte das exigências do Programa de
Pós-Graduação em Agronomia, área de concentração
Fitotecnia, para a obtenção do título de “Mestre”.
APROVADA em 06 de Março de 2006
Prof. Dr. Magno Antônio Patto Ramalho UFLA
Profa. Dra. Édila Vilela de Resende Von Pinho UFLA
Prof. Dr. Renzo Garcia Von Pinho
(Orientador)
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
Aos meus pais, Maria Adela Rivera Gutiérrez de Canedo e
Ariel Canedo Vidaurre, pelos ensinamentos e infinita bondade.
Aos meus irmãos, Juan José, Maria Isabel, Maria Nidia e Zonia del
Carmen, pelo carinho e apoio constante.
DEDICO!
À minha esposa Katiusha, pelo amor, compreensão e companheirismo.
Aos meus amados filhos, Katiusha Isabel e Ariel Lautaro, razão de minha vida.
OFEREÇO!
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal de Lavras (UFLA) e ao Departamento de Agricultura
(DAG), pela oportunidade de realização do curso.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),
pela concessão da bolsa de estudos.
Ao Ministerio de Asuntos Campesinos y Agropecuarios (MACA) da Bolívia,
pelo incentivo e liberação para minha capacitação.
Ao Lic. Diego Montenegro Ernst, pela cooperação e amizade.
Ao professor Renzo Garcia Von Pinho, pelas sugestões, orientação e apoio.
Ao professor Ricardo Pereira Reis, pela valiosa orientação.
Aos professores do Departamento de Agricultura, pelo ensinamento,
aprendizado, colaboração e convivência.
Ao Dr. Manoel Xavier dos Santos, pelo apoio oportuno e amizade.
Aos colegas da Pós-Graduação, pelos momentos de convivência, de aula, ajuda
mútua e aprendizado.
Aos funcionários do Departamento de Agricultura e, em especial, ao Marcinho,
pela colaboração.
2
Aos colegas e amigos do Grupo do Milho, pela colaboração e amizade.
Ao colega Eric Batista Ferreira, pela amizade e orientação no trabalho
experimental.
À família de José Tomé Neto e Janete Maria Ferreira Tomé, pelo seu carinho,
apoio e por me fazer sentir como parte dessa família.
Aos amigos da república: João “Cebola”, Gustavo “Lacraia”, Thiago “Rufião” e
Daniel “Calouro”, pela amizade e tempo compartilhado.
E a todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para a minha
superação profissional e pessoal.
SUMÁRIO
Página
RESUMO GERAL ....................................................................................... i
GENERAL ABSTRACT ............................................................................. iii
CAPÍTULO 1 ............................................................................................... 01
1 Introdução geral ........................................................................................ 01
2 Referencial teórico .................................................................................... 04
2.1 Nutrição e adubação do milho ............................................................... 04
2.2 Cultivares de milho ................................................................................ 08
2.3 Densidade de plantio .............................................................................. 10
2.4 Tecnologia de produção de milho .......................................................... 11
3 Referências bibliográficas ......................................................................... 14
CAPÍTULO 2: Avaliação agronômica da cultura do milho em diferentes
níveis de investimento .................................................................................. 19
1 Resumo ...................................................................................................... 20
2 Abstract ..................................................................................................... 21
3 Introdução ................................................................................................. 22
4 Material e métodos .................................................................................... 25
4.1 Caracterização da área experimental ...................................................... 25
4.2 Material genético utilizado ..................................................................... 27
4.3 Detalhes experimentais .......................................................................... 28
5 Resultados e discussão .............................................................................. 32
6 Conclusões ................................................................................................ 45
7 Referências bibliográficas ......................................................................... 46
CAPÍTULO 3: Análise econômica da cultura do milho em diferentes
níveis de investimento .................................................................................. 50
2
1 Resumo ...................................................................................................... 51
2 Abstract ..................................................................................................... 53
3 Introdução ................................................................................................. 54
4 Material e métodos .................................................................................... 56
4.1 Caracterização da área experimental ...................................................... 56
4.2 Material genético utilizado ..................................................................... 58
4.3 Detalhes experimentais .......................................................................... 59
5 Resultados e discussão .............................................................................. 63
6 Conclusões ................................................................................................ 74
7 Referências bibliográficas ......................................................................... 75
i
RESUMO GERAL
CANEDO RIVERA, Antonio Ariel. Análise agronômica e econômica de
sistemas de produção de milho. 2006. 76 p. Dissertação (Mestrado em
Fitotecnia) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.
Este trabalho foi realizado no ano agrícola 2004/2005, na Universidade Federal
de Lavras, MG, visando avaliar o desempenho agronômico e econômico do
cultivo do milho, considerando cultivares em dois níveis de investimento, três
níveis de adubação e duas densidades de semeadura. Foram instalados dois
experimentos, um deles com densidade de 55.000 plantas ha
-1
e outro com
65.000 plantas ha
-1
. Os três níveis de adubação foram: (1) 300 kg ha
-1
de 8-28-16
no plantio, mais 200 kg ha
-1
30-00-20, em cobertura; (2) 400 kg ha
-1
de 8-28-16
no plantio, mais 300 kg ha
-1
de 30-00-20, em cobertura e (3) 500 kg ha
-1
de 8-28-
16 no plantio, mais 300 kg ha
-1
de 30-00-20 e 150 kg ha
-1
de uréia, em cobertura.
Cinco cultivares foram destinadas ao cultivo em baixo investimento e quatro
destinadas ao cultivo em alto investimento. Foi utilizado o delineamento de
blocos ao acaso, com três repetições, em esquema fatorial 9 (cultivares) x 3
(níveis de adubação). Os dados obtidos na avaliação agronômica foram
submetidos à análise de variância conjunta envolvendo os dois experimentos
com diferentes densidades de semeadura. Os resultados permitiram concluir que
a maior adubação (nível três) proporciona aumento significativo na
produtividade de grãos e na altura das plantas. O aumento da densidade de
plantio de 55.000 pl ha
-1
para 65.000 pl ha
-1
não influencia a produtividade de
grãos, mas interfere na altura de plantas e de espigas e na prolificidade. O
híbrido simples P30F33 foi o mais produtivo, independentemente do nível de
adubação e da densidade de plantio. As cultivares destinadas ao alto
investimento apresentam maior prolificidade, maior altura de planta e maior
produtividade de grãos do que as cultivares destinadas ao baixo investimento. A
utilização de cultivares de maior potencial de produção e maiores doses de
adubo proporciona aumento significativo na produtividade de grãos. A avaliação
econômica foi feita a partir de indicadores econômicos, que foram analisados
utilizando-se o sistema de custo operacional total. Para determinar as estimativas
operacionais da atividade foram valorizados, para cada fator (cultivar, densidade
e adubação), os indicadores de custo operacional, receita bruta, margem
operacional e índice de rentabilidade. Foi constatado que as maiores
Comitê Orientador: Renzo Garcia Von Pinho - UFLA (Orientador), Ricardo
Pereira Reis – UFLA.
ii
produtividades de grãos (179 sacas ha
-1
e 176 sacas ha
-1
) é obtida com a
utilização de cultivares destinadas ao alto investimento, na maior dose de
adubação (nível 3) e em ambas as densidades. O custo operacional para ambas
as densidades de plantio é maior quando é aplicada a maior dose de adubo,
utilizando cultivares destinados ao alto investimento e na densidade de 65.000 pl
ha
-1
. O maior índice de rentabilidade é de 61,5%, obtido com cultivares
destinados ao alto investimento, quando receberam a menor dose de adubação
(nível 1). A estimativa obtida do índice de rentabilidade evidencia que a maior
eficiência técnica nem sempre significa maior rentabilidade para o produtor e
que deve-se buscar otimizar a eficiência econômica da atividade.
iii
GENERAL ABSTRACT
CANEDO RIVERA, Antonio Ariel. Agronomic and economical analysis of
different systems of maize crops. 2006. 76 p. Dissertation (Master in Crop
Science) – Federal University of Lavras, Lavras, Minas Gerais, Brazil.
This work was carried out during the agricultural year of 2004/2005, at the
Federal University of Lavras, MG, with the intention of evaluating the
agronomic and economical behavior in the maize crop considering cultivars for
two investment levels utilizing three fertilizing levels and two planting densities.
Two trials were carried out with one of them with a density of 55.000 plants/ha
and the other with 65.000 plants ha
-1
; the three fertilizing levels were: (1) 300 kg
ha
-1
of 8-28-16 on the sowing date, with an additional 200 kg ha
-1
of 30-00-20,
for covering; (2) 400 kg ha
-1
of 8-28-16 on the sowing date, with an additional
300 kg ha
-1
of 30-00-20, for covering; (3) 500 kg ha
-1
of 8-28-16 on the sowing
date, with an additional 300 kg ha
-1
of 30-00-20 and 150 kg of N, for covering.
Five maize crops were used to low input and four to high input. The
experimental design used was the randomized complete block with three
repetitions utilizing the factorial 9 scheme (cultivars) x 3 (fertilizing levels). The
data obtained through the agronomic evaluation was submitted to a variance
analysis involving the two experiments with different seeding densities. The
results lead to conclude that with highest fertilization (level three), the maize
crops showed expressive increase in the productivity of grains and plant height.
The increase of plant density from 55.000 plants ha
-1
to 65.000 plants ha
-1
did
not influence the productivity of grains, but interfered with the plant height,
plant ear and prolificacy. The single crosses P30F33, GNZ 2004 and AG 8021
showed the highest productivity of grains, independent of the fertilizing level
and of plant density. The maize crops of high investment showed higher
prolificacy, higher plant height and higher productivity of grains in relationship
to the crops of low investment. Using crops of high productive potential and
higher levels of fertilizing provides a significant increase in productivity of
grains. The economical evaluation was made beginning from economical
indicators that were analyzed using the system of total operational cost. From
the collected data in the field and in order to determine the operational estimates
from each activity, the activity from each factor (crops, plant density and
fertilization) including, operational cost, gross income, operational margin and
profitability index. The results showed that the highest grains productivities was
of 179 bags ha
-1
and 176 bags ha
-1
when crops of high investment were utilized
Guidance Committee: Renzo Garcia Von Pinho – UFLA (Major Professor),
Ricardo Pereira Reis – UFLA.
iv
in the both plant densities and with fertilizing of level 3. The operational cost for
both plant densities was higher when the highest fertilization was applied and
when using high investment crops, and with plant density of 65.000 plants ha
-1
;
it was observed that the best economical result was obtained with high
investment crops, with level 1 fertilization with an index of profitability of
61,5%. The obtained estimate from index of profitability showed that the largest
technical efficiency did not usually mean best economical result for the farmer
and they should optimize an economical efficiency of activity.
1
CAPÍTULO 1
1 INTRODUÇÃO GERAL
O milho é uma das culturas comerciais mais importantes com origem nas
Américas, havendo provas de que é cultivado há pelo menos 5.000 anos.
Embora de origem tropical, é cultivado em praticamente todas as partes do
mundo. Sua importância econômica é caracterizada pelas diversas formas de sua
utilização. O uso do milho em grão como alimento animal representa cerca de
70% do consumo deste cereal no mundo (Duarte, 2004). No Brasil, o consumo
do milho para a alimentação animal varia de 60% a 80%.
Apesar de estar entre os três maiores produtores, o Brasil responde por
cerca de 5% do montante produzido e por 10% da área cultivada, não tendo
expressão como exportador deste cereal. Entre os países produtores de milho, o
Brasil não se destaca entre os de maior produtividade, mas possui grande
potencial para aumentar a produção, sendo uma ótima opção para o produtor
rural.
No Brasil, há, ainda, diferenças entre os diversos grupos de produtores
no que tange a sua propensão a empregar tecnologias mais ou menos avançadas
na produção de milho (Garcia, 1987). Os diferentes graus de adoção de
tecnologia fazem com que exista uma segmentação entre produtores que
produzem de forma eficiente, obtendo elevada produtividade (>6 toneladas ha
-1
),
e outros, que constituem a grande maioria, cuja produção é conduzida com
padrões tecnológicos rudimentares, obtendo baixas produtividades,
incompatíveis com a necessidade de competir no mercado desse produto (Souza
& Braga, 2004).
O milho é uma cultura altamente exigente em nutrientes e geralmente
responde a doses altas de adubos. A adubação, quando tomada isoladamente, é a
técnica que traz maior retorno em produtividade e rentabilidade. O manejo
2
nutricional é um dos pilares fundamentais para otimizar o resultado dos sistemas
de produção de milho no mundo (Melgar & Torres Duggan, 2004). Porém, para
que a utilização dessa ferramenta influencie favoravelmente nos resultados
técnico-econômicos, a adubação deve ser parte integrante do processo de
produção. Os adubos representam um custo alto na produção, razão pela qual é
importante conhecer as condições físico-químicas dos solos antes de decidir a
quantidade de adubo a ser aplicada.
Além da necessidade de conhecer o potencial produtivo da cultivar a ser
plantada, estudos também demonstram que existe interação entre a densidade de
plantio e o nível de adubação, especialmente a nitrogenada.
A densidade de plantio tem papel importante no rendimento de uma
lavoura de milho, uma vez que a variação na densidade exerce grande influência
no rendimento final de grãos. Densidade de plantio inadequada é uma das causas
responsáveis pela baixa produtividade de milho no Brasil. Em análise realizada
com mais de 200 cultivares de milho disponíveis no mercado foi observada que
a densidade recomendada pode variar de 40.000 a 70.000 plantas ha
-1
e pode ser
sintetizada com a seguinte relação plantas ha
-1
: híbrido simples (50.000 a
70.000), híbrido triplo (45.000 a 60.000), híbrido duplo (40.000 a 55.000) e
variedade (40.000 a 50.000).
O rendimento de uma lavoura de milho é o resultado do potencial
genético da semente e das condições edafoclimáticas do local de plantio, além
do manejo da lavoura. De modo geral, o potencial genético da cultivar é
responsável por 50% do rendimento final (Cruz et al., 2004). Os híbridos
apresentam maior potencial produtivo devido à maior exploração dos efeitos da
heterose, aliado ao fato de que os trabalhos de melhoramento genético se
concentram, principalmente, na busca destes.
Considerando que os diferentes tipos de cultivares existentes no mercado
apresentam grande variação, tanto no custo da semente como no seu potencial
3
produtivo, é evidente que na escolha da cultivar deverá ser considerado o
sistema de produção que será adotado pelo agricultor. De nada adianta o uso de
uma semente de alto potencial produtivo e de maior custo se o manejo e as
condições da lavoura não permitem que a semente expresse o seu potencial
genético.
As empresas obtentoras de cultivares de milho, cientes da interação do
desempenho dessas práticas culturais com a disponibilidade de recursos nas
propriedades, têm utilizado, no posicionamento de seus híbridos, alguns
critérios, denominados níveis de desembolso ou de investimento, que são
caracterizados como de alto, de médio e de menor investimento. Isso tem
permitido o crescimento marcante no consumo de híbridos de preço de semente
mais elevado e da adoção de maiores doses de adubo (Acosta, 2004).
A comparação e a adequação desses diferentes níveis de investimento
para o cultivo do milho é muito importante para o produtor, pois permitirá que a
escolha da tecnologia empregada seja mais eficiente ao seu sistema de cultivo,
visando à obtenção de maior lucratividade.
Desse modo, trabalhos que visem avaliar o desempenho de cultivares de
milho, considerando diferentes níveis de investimento são necessários e podem
fornecer valiosas informações aos produtores.
No presente trabalho foi avaliado o desempenho agronômico e
econômico de nove cultivares de milho, agrupadas em alto e baixo investimento,
sob diferentes níveis de adubação e densidades de plantio.
4
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Nutrição e adubação do milho
A cultura do milho tem alto potencial produtivo, alcançando
produtividades acima de 15 t ha
-1
em condições experimentais, mas, em
condições de lavoura, a produção é muito baixa. Considera-se que a fertilidade
do solo seja um fator importante dessa baixa produtividade, mas também a
tecnologia aplicada inadequadamente contribui para esses baixos níveis de
produtividade (Coelho & França, 1995).
Uma lavoura de milho que produz 4.000 kg ha
-1
de grãos requer em
torno de 100 kg ha
-1
de nitrogênio (N), 18 kg ha
-1
de fósforo (P) e 68 kg ha
-1
de
potássio (K) (Sánchez, 1976). O sistema radicular do milho é capaz de absorver
nutrientes durante todo o ciclo da planta, mas a absorção declina durante a
última parte do ciclo, que corresponde ao enchimento de grão e o início da
senescência das folhas inferiores.
O aumento de duas vezes na produção global de cereais, ocorrido entre
as décadas de 1960 e 90, tem sido atribuído, em parte, ao aumento de sete vezes
no consumo de fertilizantes nitrogenados, embora o uso desses fertilizantes
químicos nem sempre seja possível (Marriel et al., 1998).
Lafitte (2001a) afirma que a resposta do milho à adubação nitrogenada,
em rendimento de grãos, é geralmente positiva e linear até altas doses (>200 kg
de N ha
-1
), quando comparada com outras culturas. O mesmo autor (Lafitte,
2001b) afirma que o nitrogênio é necessário para a formação de proteínas
estruturais e enzimáticas e que a sua falta leva, imediatamente, à redução do
crescimento das folhas e do grão, também afetando o acúmulo de matéria seca.
Os altos custos do adubo nitrogenado e a incerteza do retorno
econômico, principalmente em regiões de clima tropical, constituem fatores de
alto risco para os produtores. Por outro lado, a crescente participação do preço
5
dos fertilizantes no custo final de produção tem levado a uma intensificação na
busca de tecnologias que possibilitem aumentar a eficiência do uso dos
nutrientes pelas plantas (Furlani et al., 1985).
Segundo Santos et al. (1998), essa situação é agravada para os pequenos
produtores, pela falta de recursos financeiros e dificuldades de acesso a fontes de
financiamento. Uma alternativa para atender a essa demanda seria selecionar
genótipos superiores quanto ao uso dos nutrientes disponíveis, uma vez que há
diversos relatos na literatura que mostram a existência de variabilidade genética
para eficiência na absorção de nutrientes.
A concentração de nitrogênio nas folhas do milho tropical geralmente é
baixa, de 1 a 4% (Pearson & Hall, 1984), comparado com outros cereais
,
como o
trigo. Em níveis subótimos de abastecimento de nitrogênio, a eficiência de
conversão é seriamente afetada. Uma cultura com baixo conteúdo de nitrogênio
no solo tem eficiência de conversão menor que uma cultura com altas doses de
nitrogênio fornecido (Muchow, 1994).
Um baixo abastecimento de nitrogênio no momento do florescimento
limita o estabelecimento da capacidade de reserva do grão. Se o abastecimento
de nitrogênio é insuficiente durante o enchimento do grão, o nitrogênio se
mobiliza dos tecidos do caule e das folhas para manter a taxa de crescimento; se
o abastecimento total de nitrogênio cai abaixo de certos níveis, também será
afetado o fluxo de carboidratos (Below, 1997). Além dos efeitos diretos da
disponibilidade de nitrogênio sobre o crescimento e as concentrações
enzimáticas, sua deficiência está associada com menores níveis de citoquininas e
aumento do ácido absícico na planta (Morgan, 1990).
Para o nitrogênio e o fósforo, o milho apresenta dois períodos de
máxima absorção, durante as fases de desenvolvimento vegetativo e reprodutivo,
e menores taxas de absorção no período compreendido entre a emissão do
pendão e o início da formação da espiga (Olness & Bennoit, 1992).
6
De acordo com Lafitte & Edmeades (1988), a disponibilidade de N é o
principal fator limitante da produção em mais de 20% da superfície arável da
terra. O nitrogênio é um dos nutrientes que mais limitam a produção de cereais
no Brasil, sendo também o mais caro por tonelada produzida (Coelho, 1987).
Uhart & Andrade (1995) afirmam que, em condições de estresse de nitrogênio,
diminui o número de grãos por espigas, em conseqüência da redução da
assimilação de carbono. Segundo Lafitte & Edmeades (1995), o número de
espigas/planta é influenciado pelo suprimento de carbono e nitrogênio próximo
ao florescimento.
Resultados obtidos por Novais et al. (1974) sobre o parcelamento do
nitrogênio na cultura do milho mostram que o não suprimento deste nutriente
durante a fase inicial de desenvolvimento vegetativo, com aplicação de toda a
dose no florescimento (65 dias após o plantio), assim como o excessivo número
de aplicações parceladas, apresenta menor eficiência do que a aplicação por
ocasião do plantio e na fase de desenvolvimento vegetativo.
Para as condições do Brasil, de acordo com as informações disponíveis,
em geral, deve-se usar um maior número de parcelamentos sob as condições de
altas doses de nitrogênio (> de 120 kg ha
-1
), em solos de textura arenosa e ou
áreas sujeitas a chuvas de alta intensidade (Coelho et al., 1991). A adubação
nitrogenada em cobertura tem sido bastante efetiva, ao minimizar as perdas do
nutriente aplicado e atender à demanda da cultura, devendo-se levar em
consideração a fenologia da cultura do milho, as condições climáticas, o tipo de
solo e a expectativa de produção (França et al., 1986).
Embora as exigências do milho em fósforo sejam quantitativamente bem
menores do que em nitrogênio e potássio, as doses normalmente recomendadas
são altas, em função da baixa eficiência (20% a 30%) de aproveitamento desse
nutriente pela cultura. Isso decorre da alta capacidade de fixação do fósforo
adicionado ao solo, por meio de mecanismos de adsorção e precipitação,
7
reduzindo sua disponibilidade às plantas. Outro fator que deve ser levado em
conta é a demanda de fósforo pela cultura. Plantas de intenso desenvolvimento e
ciclo curto como o milho requerem maior nível de fósforo em solução e
reposição mais rápida do P-adsorvido que as plantas perenes (Coelho & França,
1995).
Nos solos com baixa fixação de fósforo, o manejo deste elemento é
relativamente simples, porque as baixas doses podem ser aplicadas a lanço,
entanto, nos solos que fixam o fósforo, a fixação é maior quando distribuído a
lanço. A absorção do fósforo pelas plantas é reduzida na ocorrência de
temperaturas muito altas ou muito baixas (Violic, 2001). A deficiência de
fósforo aparece geralmente nos solos ácidos; a fixação do fósforo em formas
pouco solúveis também ocorre em outros solos tropicais e estima-se que há alta
fixação deste elemento, prejudicando em torno de 36% da área tropical de
cultivo (Sánchez et al., 1977)
Dentre os nutrientes, a importância do nitrogênio e do potássio sobressai
quando o sistema de produção agrícola passa de extrativo, com baixas produções
por unidade de área, para uma agricultura intensiva e tecnificada, com o uso de
irrigação.
Segundo Vitti et al.(2004), no que se refere à exportação dos nutrientes
nos grãos, o fósforo é quase todo translocado para as sementes (80% a 90%),
seguido pelo nitrogênio (75%), enxofre (60%), magnésio (50%), potássio (20%
a 30%) e cálcio (10% a 15%). Isso implica que a incorporação dos restos
culturais do milho devolve ao solo grande parte dos nutrientes, principalmente
potássio e cálcio, contidos na palhada.
A absorção de potássio apresenta um padrão diferente em relação à do
nitrogênio e fósforo, com a máxima absorção ocorrendo no período de
desenvolvimento vegetativo, com elevada taxa de acúmulo nos primeiros 30 a
40 dias de desenvolvimento. A taxa de absorção é superior à de nitrogênio e
8
fósforo, sugerindo maior necessidade de potássio na fase inicial como um
elemento de “arranque” (Coelho & França, 1995).
O potássio é, depois do nitrogênio, o nutriente mais absorvido pela
cultura do milho, sendo importante a quantidade a ser aplicada na semeadura,
pois a fonte desse nutriente pode afetar significativamente a arquitetura da raiz e
a germinação das sementes. Assim, dependendo das condições do solo, é
recomendado fornecer potássio na semeadura e em cobertura (Fancelli, 2001).
Quanto ao parcelamento e época de aplicação da adubação potássica, Raij &
Cantarella (1996) afirmam que, além dos teores de K no solo, deve-se levar em
consideração a produtividade esperada.
O parcelamento da adubação potássica na cultura do milho, com
aplicação de parte da dose na semeadura e parte em cobertura, tem-se tornado
prática rotineira. Recomenda-se aplicar parte dela em cobertura para doses
superiores a 60 kg ha
-1
, e ao contrário do nitrogênio, o potássio deve ser aplicado
no máximo até 30 dias após a semeadura (Coelho et al., 2003).
2.2 Cultivares de milho
A escolha da cultivar deve atender as necessidades específicas, pois não
existe uma cultivar superior que atenda a todas as situações (Pereira Filho &
Cruz, 2004). Na escolha, o produtor deve fazer uma avaliação completa das
informações geradas pela pesquisa, assistência técnica, empresas produtoras de
sementes, experiências regionais e pelo comportamento da cultivar em safras
passadas. O produtor deverá ter em mente os seguintes aspectos: adaptação à
região, produtividade e estabilidade, ciclo, tolerância a doenças, qualidade do
colmo e raiz, textura e cor do grão.
Um dos primeiros aspectos a ser considerado é a adaptação da cultivar à
região, que se diferencia por fatores como altitude, latitude e clima. O potencial
produtivo de uma cultivar é um dos primeiros aspectos considerados pelos
9
agricultores na compra de sua semente. Entretanto, a sua estabilidade de
produção, que é determinada em função do seu comportamento em cultivos em
diferentes locais e anos, também deverá ser considerada. Cultivares estáveis são
aquelas que, ao longo dos anos e dentro de determinada área geográfica, têm
menor oscilação de produção, respondendo à melhoria do ambiente (anos mais
favoráveis) e não tendo grandes quedas de produção em anos mais
desfavoráveis.
Simplício (1996) sugere que cultivares com características de maior peso
de matéria seca, maior comprimento do sistema radicular e com baixo valor da
relação peso seco da parte aérea/peso seco de raízes possivelmente teriam
maiores possibilidades de desenvolvimento e adaptação em condições adversas
de nutrientes e ou água.
A cultivar é responsável por 50% do rendimento final da cultura (Cruz et
al., 2004). As sementes das variedades melhoradas são de menor custo e, ainda,
de grande utilidade em condições de baixa tecnologia. No caso dos híbridos, é
necessário a aquisição de sementes todos os anos. Em relação ao custo da
semente, a de híbridos simples é a mais cara, a dos híbridos triplos é
intermediária entre a dos híbridos simples e duplos, e a dos híbridos duplos é a
semente de mais baixo custo. A escolha certa da cultivar é fundamental para que
o produtor obtenha altas produtividades e lucros satisfatórios na atividade
agrícola (Marchiori et al., 2004).
De forma geral, dentre os materiais genéticos disponíveis no mercado, os
híbridos simples são potencialmente os mais produtivos, mas também requerem
da adoção de mais tecnologia, em relação aos triplos, duplos e as variedades
(Viégas & Miranda Filho, 1987). A evolução no uso de sementes de milho tem
evidenciado um avanço dos híbridos simples nos últimos anos, o que evidencia o
aumento do uso de tecnologia na produção de milho (Tabela 1).
10
TABELA 1. Participação percentual dos diferentes tipos de sementes de milho
vendidos no Brasil.
Ano agrícola
Tipo 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04
Simples 20,39 27,94 30,16 33,70 36,6 41,7
Triplo 27,62 25,00 27,20 24,62 26,9 25,2
Duplo 42,81 38,66 34,20 34,21 30,6 29,0
Variedade 9,18 8,40 8,44 7,47 5,9 4,1
Fonte: Associação Paulista dos Produtores de Sementes – APPS, 2004.
2.3 Densidade de plantio
Para uma determinada cultivar, a densidade de plantio recomendada é,
normalmente, de 20% a 30% inferior à densidade ótima identificada quando a
cultivar se desenvolve sob condições ideais de cultivo. Como as cultivares
diferem na precocidade, na resposta às datas de plantio, na altura da planta e na
resistência ao acamamento, e como as condições de desenvolvimento variam de
acordo com a fertilidade dos solos, umidade e presença de fatores bióticos, a
densidade de plantio e o espaçamento entre linhas devem ser determinados para
cada caso particular. Também o uso final da cultura e o sistema de produção
devem ser considerados para a determinação da densidade ótima (Violic, 2001)
Pereira Filho & Cruz (2004) afirmam que o rendimento de uma lavoura
se eleva com o aumento da densidade de plantio, até atingir uma densidade
ótima, que é determinada pela cultivar e por condições externas resultantes das
condições edafoclimáticas do local e do manejo da lavoura. A partir da
densidade ótima, quando o rendimento é máximo, o aumento da densidade
11
resultará em decréscimo progressivo na produtividade da lavoura. A densidade
ótima é, portanto, variável para cada situação, sendo basicamente dependente de
três fatores: cultivar, disponibilidade de água e disponibilidade de nutrientes.
Quaisquer alterações nestes fatores, direta ou indiretamente, afetarão a
densidade ótima de plantio.
Além do rendimento de grãos, o aumento na densidade de plantio
também afeta outras características da planta. Dentre estas, merecem destaque a
redução no índice de espigas e no tamanho da espiga (Dourado Neto, 2003). A
época mais crítica da falta de água para o milho situa-se próximo ao
pendoamento e espigamento. Há maior disponibilidade de água por planta em
baixas densidades do que em altas densidades (Fancelli & Dourado Neto, 2004).
2.4 Tecnologia de produção de milho
A importância econômica do milho é caracterizada pelas diversas formas
de sua utilização, que vão desde a alimentação animal até um grande número de
produtos industrializados. No mundo, cerca de 70% do milho é usado em grão
para a alimentação animal. No Brasil, essa utilização varia de 60% a 80%,
dependendo do ano considerado.
Dentro da evolução mundial de produção de milho, o Brasil tem se
destacado como terceiro maior produtor, ficando atrás apenas dos Estados
Unidos e da China. Apesar de estar entre os três maiores produtores, o Brasil não
se destaca entre os países com maior nível de produtividade. Considerando que a
produtividade média mundial está pouco acima de 4.000 kg ha
-1
, nota-se que o
país situa-se abaixo desta média, porém, a produtividade brasileira tem crescido
sistematicamente, passando de 1.874 kg ha
-1
, em 1990 para 3.352 kg ha
-1
, em
2001 (Duarte, 2004).
O milho constitui um cereal muito utilizado em regiões de baixa renda.
Em algumas situações, é o principal alimento para o consumo humano. No
12
Nordeste do Brasil, o milho é a fonte de energia para muitas pessoas que vivem
no semi-árido. Pode-se, portanto, afirmar que há uma clara dualidade na
produção de milho no Brasil. Uma grande parcela de pequenos produtores que
não se preocupam com a produção comercial e com altos índices de
produtividade, e uma pequena parcela de grandes produtores, com alto índice de
produtividade, usando mais terra, mais capital e mais tecnologia na produção.
Cruz (2004) afirma que os aumentos significativos na produção de milho
têm sido muito mais pelo aumento da produtividade do que pelo incremento da
área plantada e demonstra a crescente eficiência no uso de tecnologia dos
produtores brasileiros.
Atualmente, as cotações do milho sofrem a influência do comportamento
da safra normal e da safrinha, da variação cambial, dos preços no mercado
internacional e da situação dos estoques mundiais. O comportamento cíclico dos
preços é normal e é influenciado pelo início da colheita das safras (Corrêa et al.,
2004). Essas variações dos preços de mercado, tanto do grão como dos insumos,
devem fazer com que o produtor leve em consideração o planejamento da
implantação da lavoura, permitindo ao produtor definir claramente quanto e
como plantar e o nível de tecnologia a ser usado, para viabilizar a atividade
econômica (Glat, 2004). É importante enfatizar que o custo de produção de cada
produtor é diferente, assim como a capacidade técnica e da região para a cultura.
O nível tecnológico refere-se ao pacote que o agricultor utiliza na
implantação de uma lavoura de milho, considerando os itens mais relevantes da
atividade agrícola (semente, adubo, irrigação, maquinaria, entre outros). Desse
modo, o uso de sementes de híbridos simples, a aplicação de altas doses de
adubos, a irrigação e a maquinaria de precisão são considerados como aplicação
de um alto nível de tecnologia. No nível de baixo investimento estão incluídos
aqueles agricultores que utilizam sementes de variedades e ou híbridos duplos,
13
baixas doses de adubos, cultivo de sequeiro, pequeno uso de herbicidas e
inseticidas, entre outros.
Atualmente, as empresas sementeiras estão dando ênfase na
recomendação do nível tecnológico a ser utilizado. Esse nível está relacionado
com a aplicação de tecnologia que a cultivar requer para expressar seu potencial
produtivo. Assim, na classificação feita por Cruz et al. (2003), verifica-se que
34,14% das cultivares são recomendadas para nível de tecnologia alto e
médio/alto e alto; 53,27% das cultivares são recomendadas para nível
tecnológico variando de médio, e médio/alto, e 12,14% são recomendadas para
nível tecnológico baixo/médio e e médio.
Dentre os tipos de cultivares, verifica-se que os híbridos simples e os
híbridos triplos são mais recomendados para tecnologia média/alta e alta. Os
híbridos duplos são mais recomendados para tecnologia média e média/baixa e
as variedades, para tecnologia baixa.
Sendo o milho uma das culturas que melhor expressam resposta à
adubação, esta permite otimizar a eficiência do uso dos recursos e outros
insumos utilizados na produção. Portanto, uma margem de rentabilidade atrativa
para o agricultor pode ser garantida com altas produtividades, que são obtidas
com cultivares de alto potencial genético, manejo da cultura, escolha da área de
produção e outros (Martín & Netcoff, 2003). Assim, o investimento em uma
lavoura de milho dependerá, em grande parte, da cultivar, da densidade de
plantas e da quantidade de adubo fornecido.
14
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19
CAPÍTULO 2
AVALIAÇÃO AGRONÔMICA DA CULTURA
DO MILHO EM DIFERENTES NÍVEIS DE
INVESTIMENTO
20
1 RESUMO
CANEDO RIVERA, Antonio Ariel. Avaliação agronômica da cultura do
milho em diferentes níveis de investimento. 2006. Cap. 2, 30 p. Dissertação
(Mestrado em Fitotecnia) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.
Com o objetivo de avaliar o desempenho agronômico de nove cultivares de
milho, sendo cinco destinadas ao cultivo com baixo investimento (uma
variedade, dois híbridos duplos e dois híbridos triplos) e quatro cultivares
destinadas ao cultivo sob condições de alto investimento (híbridos simples),
foram conduzidos dois experimentos no ano agrícola 2004/2005, em Lavras,
MG. Em um dos experimentos, utilizou-se a densidade de plantio de 55.000
plantas ha
-1
e, no outro, foi utilizada a densidade de 65.000 plantas ha
-1
. Em cada
experimento, as nove cultivares de milho foram avaliadas em três níveis de
adubação: (1) 300 kg ha
-1
de 8-28-16 no plantio, mais 200 kg ha
-1
de 30-00-20,
em cobertura; (2) 400 kg ha
-1
de 8-28-16 no plantio, mais 300 kg ha
-1
de 30-00-
20, em cobertura e (3) 500 kg ha
-1
de 8-28-16 no plantio, mais 300 kg ha
-1
de 30-
00-20 e 150 kg ha
-1
de uréia, em cobertura. Foi utilizado o delineamento de
blocos ao acaso, com três repetições, em esquema fatorial 9 (cultivares) x 3
(níveis de adubação). Foram avaliadas várias características agronômicas, que
foram submetidas à análise de variância conjunta envolvendo os dois
experimentos. Os resultados permitiram concluir que a adubação de 500 kg ha
-1
de 8-28-16 no plantio, mais 300 kg ha
-1
de 30-00-20 na primeira cobertura e 150
kg ha
-1
de uréia na segunda cobertura proporciona aumento significativo na
produtividade de grãos e na altura das plantas. O aumento da densidade de
plantio de 55.000 pl ha
-1
para 65.000 pl ha
-1
não influencia a produtividade de
grãos, mas, interfere na altura de plantas e de espigas e na prolificidade. O
híbrido simples P30F33 foi o mais produtivo, independentemente do nível de
adubação e da densidade de plantio. As cultivares destinadas ao alto
investimento apresentam maior prolificidade, maior altura de planta e maior
produtividade de grãos do que as cultivares destinadas ao baixo investimento. A
melhoria na tecnologia de produção de milho, pela utilização de cultivares de
maior potencial de produção e maiores doses de adubo no plantio e em
cobertura, proporciona aumento significativo na produtividade de grãos.
Comitê Orientador: Renzo Garcia Von Pinho - UFLA (Orientador), Ricardo
Pereira Reis – UFLA.
21
2 ABSTRACT
CANEDO RIVERA, Antonio Ariel. Agronomic evaluation of the maize crop
with different levels of investment. 2006. Chap. 2, 30 p. Dissertation (Master
in Crop Science) – Federal University of Lavras, Lavras, MG.
With the objective of evaluating the agronomic traits in nine maize cultivars,
with five being considered for cultivation of low investment (a variety, two
double crosses and two three way crosses) and four maize crops considered for
high investment (single crosses), two trials were carried out in the agricultural
year 2004/2005, in Lavras, MG. One of the trials was carried out with plant
density of 55.000 plants ha
-1
and the other with plant density of 65.000 plants ha
-
1
. In each trial the nine maize crops were carried out in three fertilizing levels:
(1) 300 kg ha
-1
of 8-28-16 the sowing date, with an additional 200 kg ha
-1
of 30-
00-20, for covering; (2) 400 kg ha
-1
of 8-28-16 on the sowing date, with an
additional 300 kg of 30-00-20, for covering; (3) 500 kg ha
-1
of 8-28-16 on the
sowing date, with an additional 300 kg ha
-1
of 30-00-20 and 150 kg ha
-1
of N, for
covering. The experimental design used was the randomized complete block,
three replications, in the factorial 9 scheme (crops) x 3 (fertilizing levels).
Several agronomic traits were evaluated and combined with an analysis of
variance involving the two trials. The results allowed to conclude that with
fertilizing of 500 kg ha
-1
of 8-28-16on the sowing date, with an additional 300
kg ha
-1
of 30-00-20 and 150 kg ha
-1
of N, for covering, the maize crops showed
expressive increase in the productivity of grains and the plant height. The
increase of plant density from 55.000 plants ha
-1
to 65.000 plants ha
-1
did not
influence the productivity of grains, but interfered with the plant height, plant
ear and prolificacy. The single crosses P30F33, showed the highest productivity
of grains, independent of fertilizing level and of plant density. The maize crops
of high input showed higher prolificacy, higher plant height and higher
productivity of grains in relationship to the crops of low investment. Better
technology in maize production, using crops of high productive potential and
higher fertilizing levels on the sowing date and covering, provides significant
increase in productivity of grains.
Guidance Committee: Renzo Garcia Von Pinho – UFLA (Major Professor),
Ricardo Pereira Reis – UFLA.
22
3 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, a cultura do milho, no Brasil, vem passando por
importantes mudanças tecnológicas, resultando em aumentos significativos da
produtividade. Entre essas mudanças destacam-se a adoção de sementes de
cultivares melhoradas, as alterações no espaçamento e densidade de semeadura
de acordo com as características das cultivares e melhoria na qualidade dos
solos.
Nos sistemas de produção os fatores tecnológicos podem ser divididos
em “construção da produtividade” e “proteção de produtividade” (Coelho et al.,
2004). Os fatores de construção da produtividade são: genético - cultivares;
manejo cultural - precisão na semeadura; fertilidade do solo, nutrição e adubação
e clima (água e temperatura). Maior ênfase é dada aos “fatores de construção da
produtividade”, pois, são esses fatores que aumentam a produção em termos de
quilogramas por hectare.
Os programas de melhoramento genético têm promovido alterações
importantes nas características agronômicas do milho. Os híbridos de hoje
apresentam maior capacidade de resposta ao uso de tecnologia, melhor
adaptação aos diferentes tipos de solo e de clima, maior tolerância às doenças,
melhor qualidade de grãos, melhor arquitetura de plantas e menores índices de
acamamento e quebramento, além de outras (Peixoto, 2002).
Os aumentos na tolerância de diversas cultivares contemporâneas ao
adensamento, em relação aos genótipos utilizados no passado, têm sido
reportados na literatura, em diferentes regiões produtoras de milho (Duvick &
Cassman, 1999; Tollenaar & Wu, 1999; Sangoi et al., 2002; Tollenaar & Lee,
2002). Grande parte deste avanço foi obtido utilizando-se como critério de
seleção o rendimento de grãos das cultivares em populações superiores às
normalmente recomendadas (Bolaños & Edmeades, 1996, Argenta et al., 2003) .
23
De maneira geral, híbridos mais precoces, com menor exigência em
soma térmica para florescer, requerem maior densidade de plantas, em relação
aos de ciclo normal, para atingir seu potencial de rendimento (Mundstock, 1977;
Silva, 1992; Tollenaar, 1992). Isso se deve ao fato de, geralmente, apresentarem
menor área foliar por planta e menor sombreamento (Mundstock, 1977; Sangoi,
2001). Esses híbridos normalmente requerem maior densidade de plantas para a
maximização do rendimento de grãos, por necessitarem de mais indivíduos por
área para gerar índice de área foliar capaz de potencializar a interceptação da
radiação solar (Sangoi, 2001).
A arquitetura de planta das cultivares de milho também interfere na
qualidade da luz que penetra no cultivo e, conseqüentemente, na resposta à
densidade de plantas (Kasperbauer & Karlen, 1994). O desenvolvimento de
genótipos com menor número de folhas, folhas mais eretas e com menor área
foliar minimiza a competição entre as plantas (Almeida et al., 2000).
Uma das principais limitações ao uso de altas densidades de plantas é a
de que esta forma de manipulação do arranjo espacial aumenta a
susceptibilidade da cultura à quebra e ao acamamento de colmos (Argenta et al.,
2001). Isso ocorre porque o incremento na densidade de plantas reduz a
disponibilidade de fotoassimilados para o enchimento dos grãos e manutenção
das demais estruturas do vegetal (Sangoi et al., 2000).
A necessidade nutricional das plantas é outro aspecto a ser considerado
na escolha da densidade de plantas, pois, a cultura do milho é muito exigente em
fertilidade do solo. O milho responde progressivamente a altas adubações, desde
que os demais fatores estejam em níveis ótimos, sendo o nitrogênio o nutriente
que apresenta maior resposta de aumento de rendimento de grãos (Sangoi et al.,
2004). Normalmente, os agricultores que obtêm altas produtividades de milho
dão muita ênfase às altas doses de fertilizantes (N, P, K) aplicadas, geralmente
acima dos níveis recomendados em suas regiões (Coelho et al., 2004).
24
Pesquisas com cultivares, densidades de planta e níveis de fertilidade do
solo evidenciam que, à medida que se eleva a densidade de plantas, são
necessárias maiores doses de nutrientes. Por outro lado, com baixa
disponibilidade de nutrientes, na qual se espera menor rendimento de grãos, a
densidade ótima recomendada deve ser reduzida (Mundstock, 1977; Silva et al.,
1997).
Entre as formas existentes de manipulação do arranjo espacial, a
densidade de plantas é a que tem maior interferência na produção de milho,
que pequenas alterações na população implicam em modificações relativamente
grandes no rendimento de grãos. Esta resposta está associada ao fato de que,
diferentemente de outras espécies da família das Poáceas, a planta de milho não
possui um mecanismo de compensação de espaços tão eficiente quanto estas,
pois raramente perfilha efetivamente, sua capacidade de expansão foliar é
limitada, bem como sua prolificidade (Andrade et al., 1999). Assim, o
rendimento de grãos por unidade de área aumenta com a elevação na densidade
de plantas até que o incremento no rendimento devido ao aumento de plantas
seja inferior ao declínio do rendimento médio por planta (Tollenaar & Wu,
1999). A densidade ótima é determinada pela cultivar, pelo ambiente e pelo
manejo (Silva et al., 2003).
Assim, trabalhos que visem avaliar o comportamento agronômico de
cultivares de milho em diferentes densidades de semeadura e doses de
fertilizantes são necessários e podem fornecer valiosas informações aos
produtores.
O objetivo deste trabalho foi o de avaliar o desempenho agronômico de
nove cultivares de milho, agrupadas em alto e baixo investimento de acordo com
a sua base genética sob diferentes níveis de adubação e densidades de
semeadura.
25
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Caracterização da área experimental
Os experimentos foram instalados, na safra agrícola 2004/05, em área
experimental do Departamento de Agricultura (DAG) da Universidade Federal
de Lavras (UFLA). O município de Lavras, MG está localizado na região Sul do
estado de Minas Gerais, a 920 m de altitude, 21
o
14’ de latitude Sul e 45
o
00’ de
longitude Oeste, em Latossolo Vermelho Escuro distróférrico. A área dos
experimentos tem o solo de textura argilosa e vem sendo cultivada com milho
por várias safras. Os resultados da análise química do solo estão apresentados na
Tabela 2.
TABELA 2. Resultados da análise de amostras de solo (0 a 20 cm de
profundidade) da área onde foram conduzidos os experimentos.
UFLA, Lavras, MG, 2006.
Características Unidade Valor
pH em água mg/dm
3
6,0
P (fósforo) mg/dm
3
12,8
K (potássio) mg/dm
3
48
Ca
2+
(cálcio) cmol
c
/dm
3
2,7
Mg
2+
(magnésio) cmol
c
/dm
3
1,5
Al
3+
(alumínio) cmol
c
/dm
3
0,0
H + Al (acidez potencial) cmol
c
/dm
3
2,9
SB (soma de bases trocáveis) cmol
c
/dm
3
4,3
t (capacidade de troca catiônica efetiva) cmol
c
/dm
3
4,3
T (capacidade de troca catiônica a pH 7,0) cmol
c
/dm
3
7,2
V (índice de saturação de bases) % 59,8
M (índice de saturação de alumínio) % 0
MO (matéria orgânica) dag/kg 3,4
P-rem (fósforo remanescente) mg/L 18,8
* Análise realizado no Laboratório de Análise de Solo, DCS/UFLA.
26
Os dados climáticos desde a instalação (05/11/2004) até a colheita do
experimento (30/04/2005) estão apresentados nas Figuras 1, 2 e 3.
FIGURA 1. Dados de umidade relativa (%) em Lavras, MG, de 05/11/2004 a
30/04/2005, obtidos no Setor de Meteorologia da UFLA. UFLA,
Lavras, MG, 2006.
FIGURA 2. Dados de precipitação pluviométrica (mm dia
-
1) em Lavras, MG,
de 05/11/2004 a 30/04/2005, obtidos no Setor de Meteorologia da
UFLA. UFLA, Lavras, MG, 2006.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1
16 31 46 61 76 91 106 121 136 151 166
Dias após a semeadura
UR (%)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1
16 31 46 61 76 91 106 121 136 151 166
Dias após a semeadura
Pp (mm dia
-1
)
27
FIGURA 3. Dados de temperatura máxima, média e mínima (°C) em Lavras,
MG, de 05/11/2004 a 30/04/2005, obtidos no Setor de
Meteorologia da UFLA. UFLA, Lavras, MG, 2006.
4.2 Material genético utilizado
Foram utilizadas nove cultivares de milho, sendo cinco consideradas
para cultivo em baixo investimento (uma variedade, dois híbridos duplos e dois
híbridos triplos) e quatro cultivares (híbridos simples) consideradas para cultivo
sob condições de alto investimento (Tabela 3).
0
5
10
15
20
25
30
35
1 16 31 46 61 76 91 106 121 136 151 166
Dias após a semeadura
T° máx T° mí
n
T° média
Temperatura (° C)
28
TABELA 3. Características agronômicas das cultivares de milho utilizadas nos
experimentos. UFLA, Lavras, MG, 2006.
Cultivar Empresa Tipo Ciclo Uso
Cor do
grão
Densidade
(pl ha
-1
)
x 1.000
Textura
do grão
AL Bandeirante CATI V P G/S AL 50-55 SMDURO
AGN 2012 Agromen HD SP G/S AM/LR 50-55 SMDURO
BRS 3150 Embrapa HT P G/S LR/AV 50-55 SMDENT
CD 308 COODETEC HD P G AL 50 SMDURO
Baixo investimento
GNZ 2005 Geneze HT P G AL 55-60 SMDURO
DKB 199 Monsanto HS SMP G AM/AL 55-65 SMDURO
AG 8021 Monsanto HS P G AM/AL 50-60 SMDENT
P 30F33 Pioneer HS P G AL 55-65 DURO
Alto investimento
GNZ 2004 Geneze HS P G/S/MV AM/AL 50-57 SMDENT
Legenda: V = variedade, HS = híbrido simples, HD = híbrido duplo, HT = híbrido triplo,
P = precoce, SP = superprecoce, SMP = semiprecoce, G = grão, S = silagem, MV =
milho verde, AL = alaranjado, AM = amarelo, LR = laranja, AV = avermelhado,
SMDURO = semiduro, SMDENT = semidentado
4.3 Detalhes experimentais
As cultivares foram avaliadas em três níveis de adubação, conforme
descrito na Tabela 4.
29
TABELA 4. Níveis de adubação, épocas de aplicação e total de nutrientes
aplicados nos experimentos. UFLA, Lavras, MG, 2006.
Total aplicado (kg ha
-1
)
Nível Adubação no plantio Adubação em cobertura
Época de
aplicação da
cobertura
N P
2
O
5
K
2
O
1 300 kg ha
-1
(8-28-16) 200 kg ha
-1
(30-00-20) 4 a 6 folhas 84 84 88
2 400 kg ha
-1
(8-28-16) 300 kg ha
-1
(30-00-20) 4 a 6 folhas 122 112 124
3 500 kg ha
-1
(8-28-16)
300 kg ha
-1
(30-00-20)
+ 150 kg ha
-1
uréia
4 a 6 folhas
6 a 8 folhas
199 140 140
Foram conduzidos dois experimentos, tendo em um deles sido utilizada a
densidade de 55.000 pl ha
-1
e no outro, foi utilizada a densidade de 65.000 pl
ha
-1
.
Os experimentos foram instalados em 05/11/2004, em áreas contíguas,
que possuíam características semelhantes de fertilidade do solo e de topografia.
Em cada experimento foi utilizado o delineamento em blocos ao acaso,
com três repetições, em arranjo fatorial de 3 x 9, envolvendo três níveis de
adubação e nove cultivares.
A semeadura foi realizada manualmente em parcelas constituídas de
quatro fileiras de cinco metros de comprimento, com espaçamento entre fileiras
de 0,80 m. Considerou-se para a coleta de dados as duas linhas centrais. Quando
a planta apresentava-se com quatro folhas, realizou-se o desbaste, visando
atingir a densidade avaliada.
As adubações de semeadura e em cobertura foram realizadas
manualmente, ajustando-se a distribuição do adubo de acordo com cada
tratamento. O adubo 30-00-20 (N-P-K) foi aplicado quando as plantas
apresentavam entre quatro e seis folhas. A uréia foi aplicada quando as plantas
estavam com seis a oito folhas totalmente expandidas.
30
O controle de plantas daninhas foi realizado quimicamente em pós-
emergência, dezoito dias após a semeadura, com aplicação do princípio ativo
atrazina, na dose de 5 l ha
-1
. A colheita foi realizada manualmente, em
30/04/2005.
Na área útil da parcela, ou seja, nas duas fileiras centrais da parcela,
foram avaliadas as seguintes características:
- altura de planta: tomada do solo ao ponto de inserção da folha
bandeira, após a maturidade fisiológica, em dez plantas da parcela e expressa em
centímetros;
- altura de espiga: tomada do solo à base do pedúnculo da espiga
superior, após a maturidade fisiológica, em dez plantas por parcela e expressa
em centímetros;
- percentagem de plantas acamadas e quebradas: obtida antes da
colheita somando-se todas as plantas que apresentavam inclinação inferior a 20°
com o solo, mais o número de plantas quebradas abaixo da espiga. O somatório
do número de plantas acamadas e quebradas foi expresso em percentagem;
- prolificidade: obtido o número médio de espigas por planta antes da
colheita, e expresso na unidade;
- percentagem de espigas doentes: obtido após a colheita, somando-se
o número total de espigas infectadas presentes na área útil da parcela, expresso
em percentagem;
- produtividade de grãos: o peso do grão colhido na área útil da
parcela foi transformado para kg ha
-1
, o teor de água do grão colhido foi
corrigido para 13%, utilizando-se a seguinte expressão:
P
13%
= [PC(1-U)/0,87]
em que:
P
13%
: produtividade de grãos (t ha
-1
) corrigida para a umidade padrão de 13%;
31
PC: produtividade de grãos sem a correção;
U: teor de água dos grãos observada no momento da colheita.
Os dados obtidos foram analisados no software estatístico SISVAR
®
(Ferreira, 2000). Para comparação das médias, foi utilizado o teste de
agrupamento de médias de Scott Knott, a 5% de probabilidade. Foi realizada a
análise de contrastes entre as cultivares agrupadas em alto e baixo investimento
foi utilizado o teste de Scheffé (Steel & Torrie, 1980).
Foi realizada uma análise de variância conjunta envolvendo os dois
experimentos, em duas densidades de semeadura. Para isso, foi utilizado o
modelo estatístico descrito a seguir:
y
ijklm
= µ + D
i
+ B
j
(D
i
) + A
k
+ C
l
+ (AC)
kl
+ (DA)
ik
+ (DC)
il
+ (DAC)
ikl
+ e
ijklm
em que:
y
ijklm
é a observação feita na i-ésima densidade, no j-ésimo bloco com a k-ésima
adubação e a l-ésima cultivar;
µ é a constante comum a todas as observações;
D
i
é o efeito da i-ésima densidade de plantio; para i = 1,2;
B
j
é o efeito do j-ésimo bloco aninhado na densidade i; para j = 1,2,3;
A
k
é o efeito da k-ésima adubação; para k = 1,2,3;
C
l
é o efeito da l-ésima cultivar; para l = 1,....,9;
(AC)
kl
é o efeito da interação da adubação k com a cultivar l;
(DA)
ik
é o efeito da interação da densidade i com a adubação k;
(DC)
il
é o efeito da interação da densidade i com a cultivar l;
(DAC)
ikl
é o efeito da interação da densidade i com a adubação k e com a
cultivar l;
e
ijklm
é o desvio aleatório próprio da observação y
ijklm
.
32
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As cultivares diferiram entre si para todas as características avaliadas
(Tabela 5). Para os níveis de adubação, as características de prolificidade, altura
de planta, acamamento e quebramento e produtividade também apresentaram
valores de F significativos. As densidades de plantio diferiram entre si para a
prolificidade, altura de planta e altura de espiga. A interação entre as cultivares e
densidades foi significativa apenas para a característica de prolificidade
(P0,01). Não foi constatado efeito significativo para nenhuma outra interação
entre os fatores envolvidos.
Os coeficientes de variação (CV), na maioria das vezes, foram inferiores
a 10%, comprovando a boa precisão experimental dos experimentos. Para a
percentagem de espigas doentes e percentagem de plantas acamadas e
quebradas, o valor do CV foi elevado, devido à presença de valores nulos para
essas características em várias parcelas.
Pela análise de contraste entre as cultivares agrupadas em baixo
investimento (cinco cultivares) e alto investimento (quatro cultivares), baseada
no teste de Scheffé a 5% de probabilidade, as cultivares de alto investimento
apresentam maior produtividade de grãos, maior altura de planta e maior
prolificidade (Tabela 6). O resultado confirma o verificado em experimentos
conduzidos por Sangoi et al. (2003) e Carvalho et al. (2002), quando testaram
cultivares de diferentes bases genéticas e comprovaram que os híbridos simples
são mais responsivos a melhoria do manejo e, portanto, superam em
produtividade os outros tipos de cultivares (variedades, híbridos duplos ou
triplos).
TABELA 5. Resumo da análise de variância, coeficiente de variação experimental e média geral envolvendo nove
cultivares de milho, duas densidades de plantio e três níveis de adubação para prolificidade, % espigas
doentes, altura de planta, altura de espiga, % acamamento e quebramento e produtividade de grãos. UFLA,
Lavras, MG, 2006.
** : significativo a 1%; * : significativo a 5 %.
QM
FV GL
Prolif. Esp. doentes Alt. pta. Alt. esp.
Acam. +
quebram.
Produtividade
D (Dens.) 1 0,016** 3,026 7360,889** 2450,000** 49,336 556160,889
A (Adub.) 2 0,002* 16,649 1023,574** 23,784 120,138 10201196,722**
C (Cultiv.) 8 0,007** 27,884** 2524,514** 846,752** 216,271** 18678362,764**
A * C 16 0,001 2,288 209,845 133,221 39,782 608221,118
A * D 2 0,002 15,036 235,018 80,167 49,482 251805,167
C * D 8 0,001** 8,272 84,597 83,208 9,453 1314512,069
A * C * D 16 0,001 8,914 155,873 156,187 23,818 591038,701
erro 104 0,001 10,319 184,414 117,358 38,919 671205,114
CV (%) 2,39 134,38 6,02 9,61 86,99 8,92
Média geral 0,988 2,390 225,407 112,753 7,172 9189,148
33
34
TABELA 6. Análise do contraste entre cultivares de milho de baixo
investimento (BI) e cultivares de alto investimento (AI), baseada
no teste de Scheffé para as características avaliadas. UFLA,
Lavras, MG, 2006.
Contraste Variável Estimativa do contraste
Prolificidade (esp pta
-1
) -0,0159*
Espigas doentes (%) 1,7939
ns
Altura da planta (cm) -9,5417*
Altura da espiga (cm) -4,6444
ns
Acamamento + quebramento (%) 1,2714
ns
BI - AI
Produtividade (kg ha
-1
) -1657,9083**
* Estimativa significativa a 5% de probabilidade; ** Estimativa significativa a 1% de
probabilidade;
ns
Estimativa não significativa a 5% de probabilidade.
Esses resultados evidenciam ainda que, no milho, cultivares de base
genética mais estreita respondem melhor quando é realizado maior investimento,
principalmente quando o objetivo é a obtenção de maior produtividade de grãos.
A prolificidade (número de espigas por planta) apresentou resposta
significativa à adubação no nível dois (400 kg ha
-1
de 8-28-16 no plantio, mais
300 kg ha
-1
de 30-00-20 em cobertura) (Tabela 7). A prolificidade das cultivares
destinadas ao alto investimento (0,997 esp pl
-1
) foi superior às de baixo
investimento (0,981 esp pl
-1
), segundo a análise de contraste (Tabela 6).
35
TABELA 7. Médias de prolificidade (número de espigas por planta), em três
níveis de adubação, considerando nove cultivares e duas
densidades de plantio. UFLA, Lavras, MG, 2006.
Níveis de adubação* Médias
Nível 1 0,98 a
Nível 3 0,99 b
Nível 2 0,99 b
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem pelo teste de Scott Knott, a 5%
de probabilidade.
* - Nível 1 = 300 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 200 kg ha
-1
de 30-00-20
(adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 2 = 400 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no
plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 3 = 500
kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em
cobertura, 4 a 6 folhas) + 150 kg ha
-1
de uréia (adubação em cobertura, 6 a 8 folhas).
Os híbridos simples “P30F33”, “GNZ 2004”, “GNZ 2005”, e “CD 308”
apresentaram a maior prolificidade e a variedade Bandeirante a menor (Tabela
8). Na menor densidade (55.000 pl ha
-1
), foi observado maior prolificidade
(Tabela 9). Esse resultado confirma a afirmação de Dourado Neto et al. (2003)
de que o aumento da população de plantas diminui o número de espigas por
planta. Sangoi (2001) também observou que os menores índices de prolificidade
foram encontrados em maiores populações de plantas. Fornasieri Filho (1992)
cita que altas densidades populacionais podem causar alterações morfológicas e
fisiológicas, entre elas, o aumento do número de plantas sem espiga.
36
TABELA 8. Médias de prolificidade (número de espigas pl
-1
) de nove cultivares
avaliadas em duas densidades de plantio e três níveis de adubação.
UFLA, Lavras, MG, 2006.
Cultivares* Médias
Bandeirante
(1)
0,96 a
AGN 2012
(1)
0,97 b
BRS 3150
(1)
0,98 b
DKB 199
(2)
0,98 b
AG 8021
(2)
0,98 b
CD 308
(1)
0,99 c
GNZ 2005
(1)
1,01 c
GNZ 2004
(2)
1,01 c
P30F33
(2)
1,02 c
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem pelo teste de Scott Knott, a 5%
de probabilidade.
* -
(1)
cultivares de baixo investimento;
(2)
cultivares de alto investimento.
TABELA 9. Médias de prolificidade (número de espigas planta
-1
) de duas
densidades de plantio, considerando nove cultivares e três níveis
de adubação. UFLA, Lavras, MG, 2006.
Densidades de plantio Médias
65.000 pl ha
-1
0,98 a
55.000 pl ha
-1
1,00 b
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem pelo teste de Scott Knott, a 5%
de probabilidade.
A prolificidade é influenciada pela densidade (Tabela 10). Na densidade
de 55.000 plantas ha
-1
as cultivares GNZ 2004, GNZ 2005, P30F33 e CD 308
apresentaram a maior prolificidade. Na densidade de 65.000 plantas ha
-1
, a
cultivar P30F33 foi a mais prolífica.
37
TABELA 10. Resultados médios de prolificidade (número de espigas pl
-1
) de
nove cultivares de milho em função de duas densidades de
plantio. UFLA, Lavras, MG, 2006.
Densidade
Cultivares*
55.000 pl ha
-1
65.000 pl ha
-1
Médias
Bandeirante
(1)
0,95 a 0,96 a 0,96
AGN 2012
(1)
0,97 a 0,97 a 0,97
BRS 3150
(1)
0,99 b 0,96 a 0,98
CD 308
(1)
1,01 c 0,98 a 0,99
GNZ 2005
(1)
1,03 c 0,99 a 1,01
DKB 199
(2)
0,98 b 0,97 a 0,98
AG 8021
(2)
0,99 b 0,98 a 0,99
P30F33
(2)
1,02 c 1,01 b 1,02
GNZ 2004
(2)
1,04 c 0,98 a 1,01
Médias
1,00 0,98 0,99
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem pelo teste de Scott Knott, a 5%
de probabilidade.
* -
(1)
cultivares de baixo investimento;
(2)
cultivares de alto investimento.
Foram encontradas diferenças significativas entre as cultivares em
relação à porcentagem de espigas doentes (Tabela 11). As cultivares AGN 2012
e Bandeirante apresentaram a maior porcentagem de espigas doentes.
Atualmente, os melhoristas das empresas de sementes dão maior
importância para as características das espigas, principalmente com respeito ao
empalhamento. Fernandes & Oliveira (1997) e Paliwal (2001) afirmam que,
geralmente, as doenças das espigas de milho são causadas por várias espécies de
fungos e são grandemente favorecidas por altas precipitações pluviométricas e
influenciada por características agronômicas da planta, como a decumbência e o
empalhamento das espigas.
38
TABELA 11. Médias de espigas doentes (%) de nove cultivares avaliadas em
duas densidades de plantio e três níveis de adubação. UFLA,
Lavras, MG, 2006.
Cultivares* Médias
AG 8021
(2)
0,72 a
GNZ 2004
(2)
1,13 a
DKB 199
(2)
1,48 a
P30F33
(2)
2,24 a
BRS 3150
(1)
2,31 a
CD 308
(1)
2,62 a
GNZ 2005
(1)
2,63 a
Bandeirante
(1)
3,64 b
AGN 2012
(1)
4,73 b
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem pelo teste de Scott Knott, a 5%
de probabilidade.
* -
(1)
cultivares de baixo investimento;
(2)
cultivares de alto investimento.
Os diferentes níveis de adubação influenciaram significativamente a
altura de plantas, tendo o nível três (500 kg ha
-1
de 8-28-16 no plantio, mais 300
kg ha
-1
de 30-00-20 e 150 kg ha
-1
de uréia em cobertura) proporcionado maior
crescimento das plantas (Tabela 12).
Entre as cultivares, os híbrido simples “GNZ 2004” e “AG 8021” foram
as que apresentaram a maior altura de plantas, e as cultivares Bandeirante e AG
8021 apresentaram maior altura de espiga (Tabela 13). O contraste entre as
cultivares agrupadas entre alto e baixo investimento foi significativo para a
altura de planta (Tabela 6), tendo as cultivares de alto investimento apresentado
maior altura de planta (230,7 cm) que as de baixo investimento (221,2 cm).
39
TABELA 12. Médias de altura de planta (cm) em três níveis de adubação,
considerando nove cultivares e duas densidades de plantio.
UFLA, Lavras, MG, 2006.
Níveis de adubação* Médias
Nível 1 222,15 a
Nível 2 223,72 a
Nível 3 230,35 b
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem pelo teste de Scott Knott, a 5%
de probabilidade.
* - Nível 1 = 300 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 200 kg ha
-1
de 30-00-20
(adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 2 = 400 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no
plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 3 = 500
kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em
cobertura, 4 a 6 folhas); + 150 kg ha
-1
de uréia (adubação em cobertura, 6 a 8 folhas).
TABELA 13. Médias de altura de planta (cm) e de altura de espiga (cm) de nove
cultivares avaliadas em duas densidades de plantio e três níveis de
adubação. UFLA, Lavras, MG, 2006.
Cultivares* Altura de planta Altura de espiga
CD 308
(1)
207,06 a 104,94 a
P30F33
(2)
213,11 a 112,11 b
AGN 2012
(1)
213,83 a 106,44 a
BRS 3150
(1)
226,78 b 105,94 a
GNZ 2005
(1)
227,94 b 112,06 b
DKB 199
(2)
230,17 b 113,83 b
Bandeirante
(1)
230,22 b 124,06 c
AG 8021
(2)
235,72 c 122,72 c
GNZ 2004
(2)
243,83 c
112,67 b
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem pelo teste de Scott Knott, a 5%
de probabilidade.
* -
(1)
cultivares de baixo Investimento;
(2)
cultivares de alto investimento.
40
Na densidade de 55.000 pl ha
-1
, a altura das plantas e de espiga (Tabela
14) foi maior que na densidade de 65.000 pl ha
-1
. Isso ocorreu, provavelmente,
devido à menor competição entre as plantas por água, nutrientes e luz.
A maioria das cultivares disponíveis no mercado é de porte médio e ou
baixo. Isto têm proporcionado uma maior eficiência na utilização da radiação
solar, permitindo maior tolerância a altas densidades de plantio. Borém (1998)
afirma que plantas baixas com folhas eretas acima da espiga, é uma
característica desejável para atingir essa eficiência e tolerância.
As cultivares BRS 3150, AG 8021, GNZ 2004, AGN 2012 e CD 308
apresentaram a maior porcentagem de plantas acamadas e quebradas (Tabela
15).
Para a determinação da densidade de semeadura deve-se levar em
consideração as condições do ambiente (fertilidade do solo, precipitação,
cultivar) onde será implantada a lavoura. Excessos de plantas por área aumentam
os problemas de quebramento e acamamento (Argenta et al., 2001).
TABELA 14. Médias de altura de planta (cm) e de altura de espiga (cm) de duas
densidades de plantio, considerando nove cultivares de milho e
três níveis de adubação. UFLA, Lavras, MG, 2006.
Densidades de plantio Altura de planta Altura de espiga
65.000 pl ha
-1
218,67 a 108,86 a
55.000 pl ha
-1
232,15 b 116,64 b
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem pelo teste de Scott Knott, a 5%
de probabilidade.
41
TABELA 15. Médias de acamamento e quebramento (%) de nove cultivares de
milho avaliadas em duas densidades de plantio e três níveis de
adubação. UFLA, Lavras, MG, 2006.
Cultivares* Médias
P30F33
(2)
2,30 a
DKB 199
(2)
3,04 a
GNZ 2005
(1)
3,73 a
Bandeirante
(1)
6,29 a
CD 308
(1)
8,07 b
AGN 2012
(1)
9,14 b
GNZ 2004
(2)
9,74 b
AG 8021
(2)
10,78 b
BRS 3150
(1)
11,46 b
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem pelo teste de Scott Knott, a 5%
de probabilidade.
* -
(1)
cultivares de baixo investimento;
(2)
cultivares de alto investimento.
A maior produtividade de grãos foi obtida no nível de adubação três (500
kg ha
-1
de 8-28-16 no plantio, mais 300 kg ha
-1
de 30-00-20 e 150 kg ha
-1
de
uréia em cobertura) (Tabela 16). Esse resultado evidencia que o aumento na
dose de adubo na semeadura e em cobertura proporciona um aumento no
rendimento de grãos de aproximadamente 9,5%; também revela a importância
do incremento na adubação nitrogenada para o aumento da produtividade de
grãos.
A análise do solo mostrou que a área onde foram realizados os
experimentos possuía boa fertilidade, com alto teor de fósforo, percentagem de
matéria orgânica dentro do nível crítico e o potássio foi o macro nutriente que
apresentou maior deficiência (Tabela 2). Portanto os suprimentos de adubo na
semeadura e na cobertura coadjuvaram na obtenção de altas produtividades.
42
TABELA 16. Médias de produtividade de grãos (kg ha
-1
) em três níveis de
adubação, considerando nove cultivares e duas densidades de
plantio. UFLA, Lavras, MG, 2006.
Níveis de adubação* Médias
Nível 1 8.826,94 a
Nível 2 9.069,39 a
Nível 3 9.671,11 b
Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem pelo teste de Scott Knott, a
5% de probabilidade.
* - Nível 1 = 300 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 200 kg ha
-1
de 30-00-20
(adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 2 = 400 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no
plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 3 = 500
kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em
cobertura, 4 a 6 folhas); + 150 kg ha
-1
de uréia (adubação em cobertura, 6 a 8 folhas).
A cultivar P30F33 foi a de maior produtividade de grãos (Tabela 17). É
importante salientar que essa cultivar está agrupada dentro das recomendadas
para áreas de alto investimento, sendo híbrido simples, o que ressalta o potencial
genético desse tipo de cultivar, frente às outras. Silva et al. (2004) afirmam que a
produtividade entre materiais genéticos de diferentes bases genéticas é
acentuada à medida que se incrementa o nível de manejo.
O contraste entre as médias das cultivares agrupadas em alto e baixo
investimento foi significativo (Tabela 6), evidenciando a maior produtividade do
grupo de alto investimento (10.110 kg ha
-1
) frente às de baixo investimento
(8.452 kg ha
-1
). A estimativa do contraste foi de 1657,9 kg, o que representa
quase 20% a mais na produtividade de grãos. Esta diferença permite afirmar que
o investimento em sementes de maior potencial produtivo é compensado
significativamente com a maior produtividade alcançada. Médias de
produtividade de cultivares destinadas a áreas de alto investimento são
43
claramente superiores às medias das cultivares destinadas a cultivos com baixo
investimento (Mendes et al., 2004; Backes et al., 2004).
As boas condições climáticas ocorridas durante a condução do
experimento, foram muito importantes para as altas produtividades de grãos
obtidas. Vale ressaltar que a precipitação pluvial foi distribuída uniforme e na
quantidade suficiente; a temperatura e a umidade relativa também estiveram
dentro dos índices ideais para o desenvolvimento da cultura do milho (Figuras 1,
2 e 3).
Fatores como o potencial produtivo das cultivares disponíveis no
mercado, associado a determinadas práticas de manejo, permitirão a obtenção de
altas produtividades de grãos, que é o principal objetivo do agricultor, visando à
maior rentabilidade econômica.
TABELA 17. Médias de produtividade de grãos (kg ha
-1
) de nove cultivares de
milho avaliadas em duas densidades de plantio e três níveis de
adubação. UFLA, Lavras, MG, 2006.
Cultivares* Médias
Bandeirante
(1)
7.853,72 a
AGN 2012
(1)
8.211,17 a
BRS 3150
(1)
8.267,44 a
GNZ 2005
(1)
8.961,67 b
CD 308
(1)
8.967,50 b
DKB 199
(2)
9.259,28 b
AG 8021
(2)
10.130,39 c
GNZ 2004
(2)
10.253,28 c
P30F33
(2)
10.797,89 d
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem pelo teste de Scott Knott, a 5%
de probabilidade.
* -
(1)
cultivares de baixo investimento;
(2)
cultivares de alto investimento.
44
Neste trabalho foi verificado que o grupo de cultivares de alto
investimento apresentou maior produtividade de grãos, expressando o seu maior
potencial genético. Este fato também confirma a razão do crescimento gradativo,
no Brasil, do uso de sementes de cultivares destinadas ao alto investimento que,
nos últimos anos, teve sua venda aumentada significativamente. Isso evidencia a
importância do investimento em tecnologia para aumentar a produtividade de
milho no Brasil, o que significará maior lucratividade para o agricultor.
Os resultados obtidos permitem afirmar que a melhoria na tecnologia de
produção é o diferencial para o agricultor que produz de forma eficiente e com
padrões tecnológicos elevados, permitindo a obtenção de altas produtividades de
grãos.
45
6 CONCLUSÕES
A utilização de 500 kg ha
-1
de 8-28-16 no plantio, mais 300 kg ha
-1
de
30-00-20 na primeira cobertura e 150 kg ha
-1
de uréia na segunda cobertura,
proporciona aumento significativo na produtividade de grãos e na altura das
plantas.
O aumento da densidade de plantio de 55.000 pl ha
-1
para 65.000 pl ha
-1
não influencia a produtividade de grãos, mas interfere na altura de plantas e de
espigas e na prolificidade.
O híbrido simples P30F33 é o mais produtivo, independentemente do
nível de adubação e da densidade de plantio.
As cultivares destinadas ao alto investimento apresentam maior
prolificidade, maior altura de planta e maior produtividade de grãos do que as
cultivares destinadas ao baixo investimento.
46
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50
CAPÍTULO 3
ANÁLISE ECONÔMICA DA CULTURA DO
MILHO EM DIFERENTES NÍVEIS DE
INVESTIMENTO
51
1 RESUMO
CANEDO RIVERA, Antonio Ariel. Análise econômica da cultura do milho
em diferentes níveis de investimento. 2006. Cap. 3, 26 p. Dissertação
(Mestrado em Fitotecnia) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG
O objetivo deste trabalho foi realizar a análise econômica do cultivo do milho
considerando dois níveis de investimento, alto (híbridos simples) e baixo
(híbridos duplos, triplos e variedade), três níveis de adubação e duas densidades
de plantio. Para isso, foram conduzidos dois experimentos no ano agrícola
2004/2005, em Lavras, MG. Em um dos experimentos, utilizou-se a densidade
de 55.000 plantas ha
-1
e, no outro, foi utilizada a densidade de 65.000 plantas
ha
-1
. Os três níveis de adubação foram: (1) 300 kg ha
-1
de 8-28-16 no plantio,
mais 200 kg ha
-1
30-00-20, em cobertura; (2) 400 kg ha
-1
de 8-28-16 no plantio,
mais 300 kg ha
-1
de 30-00-20, em cobertura e (3) 500 kg ha
-1
de 8-28-16 no
plantio, mais 300 kg ha
-1
de 30-00-20 e 150 kg ha
-1
de uréia, em cobertura.
Foram utilizadas nove cultivares de milho, sendo cinco destinadas ao cultivo em
baixo investimento e quatro destinadas ao cultivo em alto investimento. Foi
utilizado o delineamento de blocos ao acaso, com três repetições, em esquema
fatorial 9 (cultivares) x 3 (níveis de adubação). Os indicadores econômicos
foram analisados utilizando-se o sistema de custo operacional total. Para
determinar as estimativas operacionais da atividade, foram valorizados, para
cada fator (cultivar, densidade e adubação), os indicadores de custo operacional,
receita bruta, margem operacional e índice de rentabilidade. Os dados dos
coeficientes técnicos e a produtividade de grãos utilizados para a obtenção das
estimativas foram obtidos a campo. O preço médio do produto foi aquele
recebido pelos produtores na região e os preços dos insumos referem-se aos
preços pagos no comércio regional, referentes a setembro de 2005. Foi
constatado que as maiores produtividades de grãos (179 sacas ha
-1
e 176 sacas
ha
-1
) é obtida com a utilização de cultivares destinadas ao alto investimento, na
maior dose de adubação (nível 3) e em ambas as densidades. O custo
operacional para ambas as densidades de plantio é maior quando é aplicada a
maior dose de adubo, utilizando cultivares destinadas ao alto investimento e na
densidade de 65.000 pl ha
-1
. O maior índice de rentabilidade é de 61,5%, obtido
com cultivares destinados ao alto investimento, quando receberam a menor dose
de adubação (nível 1). A estimativa obtida do índice de rentabilidade evidencia
Comitê Orientador: Renzo Garcia Von Pinho - UFLA (Orientador), Ricardo
Pereira Reis – UFLA.
52
que a maior eficiência técnica nem sempre significa maior rentabilidade para o
produtor, devendo-se otimizar a eficiência econômica da atividade.
53
2 ABSTRACT
CANEDO RIVERA, Antonio Ariel. Economical analysis of the maize crop
with different levels of Investment. 2006. Chap. 3, 26 p. Dissertation (Master
in Crop Science) – Federal University of Lavras, Lavras, MG, Brazil
The objective of this work was to carry out an economical analysis of maize
crops considering two investment levels: high (single cross) and low (double
crosses, three way crosses and varieties), three fertilizing levels and two sowing
date densities. Two trials were carried out in the agricultural year of 2004/2005,
in Lavras, MG. In one of the trials the plant density was 55.000 plants ha
-1
and
in the other the plant density was 65.000 plants ha
-1
. The three fertilizing levels
were: (1) 300 kg ha
-1
of 8-28-16 on the sowing date with an additional 200 kg
ha
-1
of 30-00-20, for covering; (2) 400 kg ha
-1
of 8-28-16 on the sowing date
with an additional 300 kg ha
-1
of 30-00-20, for covering; (3) 500 kg ha
-1
of 8-28-
16 on the sowing date with an additional 300 kg ha
-1
of 30-00-20 and 150 kg ha
-1
of N, for covering. Nine maize cultivars were used with five being to low input
and four to high input. The experimental design in randomized complete block
was utilized, with three repetitions, in the factorial 9 scheme (crops) x 3
(fertilizing levels). The economical indicators were analyzed using the system of
total operational cost. In order to estimate operational activity, each factor was
taken into consideration, (crops, plant density and fertilizing) including,
operational cost, gross income, operational margin and profitability index. The
information using of technical coefficients and grain productivity for obtained of
the estimates were obtain in the field. The average price of the product was
calculated by using the price received by the farmers in the region and the
investment costs were calculated from those received by the regional trade,
according to prices from September of 2005. The results showed that the highest
grains productivities was of 179 bags ha
-1
and 176 bags ha
-1
when crops of high
investment were utilized in the both plant densities and with fertilizing of level
3. The operational cost for both plant densities was higher when the highest
fertilization was applied, when using the high investment crops and with plant
density of 65.000 plants ha
-1
; it was observed that the best economical result was
obtained with high investment crops, with level 1 fertilization with an index of
profitability of 61,5%. The obtained estimate from index of profitability showed
that the largest technical efficiency did not necessarily mean best economical
result for farmer and they should optimize the economical efficiency of activity.
Guidance Committee: Renzo Garcia Von Pinho – UFLA (Major Professor),
Ricardo Pereira Reis – UFLA.
54
3 INTRODUÇÃO
Em uma economia globalizada e de alta competitividade, a busca por
maior eficiência na produção agrícola tem sido uma constante dos setores
envolvidos na cadeia produtiva do milho. É importante ressaltar, que nos últimos
anos, a cultura do milho, no Brasil, vem passando por importantes mudanças
tecnológicas, resultando em aumentos significativos na produtividade de grãos.
O crescimento expressivo da produtividade de grãos tem permitido o
crescimento da produção, tendo em vista que a área plantada tem diminuído
sistematicamente em todas as regiões do país. Outro aspecto importante da
cultura do milho no Brasil que tem influenciado a modernização da tecnologia
de produção é a inserção da produção nacional no mercado externo a partir de
2001. Fatores como preços estáveis e exportação também estão estimulando o
produtor de milho a investir em tecnologia, visando maior eficiência na sua
atividade produtiva, promovendo a obtenção de acréscimos na produtividade
(Tsunechiro, 2004)
A produtividade média de grãos de milho no Brasil é baixa, oscilando
entre 2.700 e 3.000 kg ha
-1
(FNP Consultoria e Comércio, 2002). Várias causas
contribuem para essa baixa produtividade, destacando-se, principalmente, o uso
de cultivares com baixo potencial produtivo, baixa disponibilidade de água e de
nutrientes, utilização inadequada de época e densidade de semeadura e controle
inadequado de insetos e plantas daninhas (Silva et al., 2003).
No Brasil, há uma enorme diversidade nas condições de cultivo, que vão
desde a agricultura tipicamente de subsistência a agricultores que utilizam o
máximo de tecnologia disponível e que possuem produtividade equivalente à
obtida em países de agricultura mais avançada. A baixa produtividade média de
milho no Brasil não reflete o bom nível tecnológico alcançado por parte dos
55
produtores, já que as médias são obtidas nas mais diferentes regiões, em
lavouras com diferentes sistemas de cultivos e finalidade da produção.
Nos sistemas de produção de milho, o investimento varia,
principalmente, de acordo com a região, o tipo de produtor e a disponibilidade
de tecnologia. Dentre os tipos de cultivar, verifica-se que os híbridos simples e
os híbridos triplos são mais recomendados para tecnologia média/alta e alta. Os
híbridos duplos são mais recomendados para tecnologia média e média/baixa e
as variedades para tecnologia baixa/média e média.
Assim, para o aumento da produtividade, é necessário que, nas
propriedades, sejam adotadas tecnologias básicas, incluindo cultivares
melhoradas, melhoria nas práticas de manejo, realização de calagem e adubação
mais adequada, entre outras. É certo que a melhoria nas técnicas culturais
empregadas permitirá suplantar os atuais tetos de 6.000 a 8.000 kg.ha
-1
(Coelho
et al., 2004).
O objetivo deste trabalho foi realizar a análise econômica do cultivo do
milho, considerando dois níveis de investimento, alto (híbridos simples) e baixo
(híbridos duplos, triplos e variedade), três níveis de adubação e duas densidades
de plantio. As informações a esse respeito são escassas e, desse modo, trabalhos
que visem uma avaliação comparativa entre diferentes níveis de investimento ou
de aplicação de tecnologia são necessários e podem fornecer valiosas
informações aos produtores.
56
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Caracterização da área experimental
Os experimentos foram instalados na safra agrícola 2004/05 em área
experimental do Departamento de Agricultura (DAG) da Universidade Federal
de Lavras (UFLA). O município de Lavras, MG está localizado na região Sul do
estado de Minas Gerais, a 920 m de altitude, 21
o
14’ de latitude Sul e 45
o
00’ de
longitude Oeste, em Latossolo Vermelho Escuro distróférrico, onde o milho é a
principal cultura, com solos corrigidos e com fertilidade média. A área dos
experimentos tem o solo de textura argilosa e vem sendo cultivada com milho
por várias safras. Os resultados da análise química do solo estão apresentados na
Tabela 18.
TABELA 18. Resultados da análise de amostras de solo (0 a 20 cm de
profundidade) da área onde foram conduzidos os experimentos.
UFLA, Lavras, MG, 2006.
Características Unidade Valor
pH em água mg/dm
3
6,0
P (fósforo) mg/dm
3
12,8
K (potássio) mg/dm
3
48,0
Ca
2+
(cálcio) cmol
c
/dm
3
2,7
Mg
2+
(magnésio) cmol
c
/dm
3
1,5
Al
3+
(alumínio) cmol
c
/dm
3
0,0
H + Al (acidez potencial) cmol
c
/dm
3
2,9
SB (soma de bases trocáveis) cmol
c
/dm
3
4,3
t (capacidade de troca catiônica efetiva) cmol
c
/dm
3
4,3
T (capacidade de troca catiônica a pH 7,0) cmol
c
/dm
3
7,2
V (índice de saturação de bases) % 59,8
M (índice de saturação de alumínio) % 0,0
MO (matéria orgânica) dag/kg 3,4
P-rem (Fósforo Remanescente) mg/L 18,8
* Análise realizada no Laboratório de Análise de Solo, DCS/UFLA.
57
Os dados climáticos desde a instalação (05/11/2004) até a colheita do
experimento (30/04/2005) estão apresentados nas Figuras 4, 5 e 6.
FIGURA 4. Dados de umidade relativa (%) em Lavras, MG, de 05/11/2004 a
30/04/2005, obtidos no Setor de Meteorologia da UFLA. UFLA,
Lavras, MG, 2006.
FIGURA 5. Dados de precipitação pluviométrica (mm dia
-1
) em Lavras, MG, de
05/11/2004 a 30/04/2005, obtidos no Setor de Meteorologia da
UFLA. UFLA, Lavras, MG, 2006.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 16 31 46 61 76 91 106 121 136 151 166
Dias
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1 163146617691106121 136 151 166
Dias
Pp (mm dia
-1
)
UR (%)
58
FIGURA 6. Dados de temperatura máxima, média e mínima (°C) em Lavras,
MG, de 05/11/2004 a 30/04/2005, obtidos no Setor de
Meteorologia da UFLA. UFLA, Lavras, MG, 2006.
4.2 Material genético utilizado
Foram utilizadas nove cultivares de milho, sendo cinco consideradas
para cultivo em baixo investimento (uma variedade, dois híbridos duplos e dois
híbridos triplos) e quatro (híbridos simples) consideradas para cultivo sob
condições de alto investimento (Tabela 19).
0
5
10
15
20
25
30
35
1 16 31 46 61 76 91 106 121 136 151 166
Dias
Temperatura (° C)
T° máx T° mín T° média
59
TABELA 19. Características agronômicas das cultivares utilizadas nos
experimentos. UFLA, Lavras, MG, 2006.
Cultivar Empresa Tipo Ciclo Uso
Cor do
grão
Densidade
(pl ha
-1
)
x 1.000
Textura
do grão
AL Bandeirante CATI V P G/S AL 50-55 SMDURO
AGN 2012 Agromen HD SP G/S AM/LR 50-55 SMDURO
BRS 3150 Embrapa HT P G/S LR/AV 50-55 SMDENT
CD 308 COODETEC HD P G AL 50 SMDURO
Baixo investimento
GNZ 2005 Geneze HT P G AL 55-60 SMDURO
DKB 199 Monsanto HS SMP G AM/AL 55-65 SMDURO
AG 8021 Monsanto HS P G AM/AL 50-60 SMDENT
P 30F33 Pioneer HS P G AL 55-65 DURO
Alto investimento
GNZ 2004 Geneze HS P G/S/MV AM/AL 50-57 SMDENT
Legenda: V = variedade, HS = híbrido simples, HD = híbrido duplo, HT = híbrido triplo,
P = precoce, SP = superprecoce, SMP = semiprecoce, G = grão, S = silagem, MV =
milho verde, AL = alaranjado, AM = amarelo, LR = laranja, AV = avermelhado,
SMDURO = semiduro, SMDENT = semidentado
4.3 Detalhes experimentais
As cultivares foram avaliadas em três níveis de adubação, conforme
descritos na Tabela 20.
60
TABELA 20. Níveis de adubação, épocas de aplicação e total de nitrogênio
aplicado nos experimentos em estudo conduzidos em Lavras,
MG (2004/2005). UFLA, Lavras, MG, 2005.
Total aplicado (kg ha
-1
)
Nível Adubação no plantio Adubação em cobertura
Época de
aplicação da
cobertura
N P
2
O
5
K
2
O
1 300 kg ha
-1
(8-28-16) 200 kg ha
-1
(30-00-20) 4 a 6 folhas 84 84 88
2 400 kg ha
-1
(8-28-16) 300 kg ha
-1
(30-00-20) 4 a 6 folhas 122 112 124
3 500 kg ha
-1
(8-28-16)
300 kg ha
-1
(30-00-20)
+ 150 kg ha
-1
uréia
4 a 6 folhas
6 a 8 folhas
199 140 140
Foram conduzidos dois experimentos, tendo, em um deles, sido utilizada
a densidade de 55.000 pl ha
-1
e no outro, foi utilizada a densidade de 65.000 pl
ha
-1
.
Os experimentos foram instalados em 05/11/2004, em áreas contíguas,
que possuíam características semelhantes de fertilidade do solo e de topografia.
Em cada experimento foi utilizado o delineamento em blocos ao acaso,
com três repetições, em arranjo fatorial de 3 x 9, envolvendo três níveis de
adubação e nove cultivares.
A semeadura foi realizada manualmente, em parcelas constituídas de
quatro fileiras de cinco metros de comprimento, com espaçamento entre fileiras
de 0,80 m, considerando-se, para a coleta de dados, as duas linhas centrais.
Quando a planta apresentava-se com quatro folhas, realizou-se o desbaste,
visando atingir a densidade avaliada.
A adubação de semeadura e em cobertura foi feita manualmente,
ajustando-se a distribuição do adubo de acordo com cada tratamento. O adubo
30-00-20 (N-P-K) foi aplicado quando as plantas apresentavam entre quatro e
seis folhas. A uréia foi aplicada quando as plantas estavam com seis a oito folhas
totalmente expandidas.
61
O controle de plantas daninhas foi realizado quimicamente em pós-
emergência, dezoito dias após a semeadura, com a aplicação do princípio ativo
atrazina, na dose de 5 litros ha
-1
. A colheita foi realizada manualmente.
Foi avaliada a produtividade de grão (kg ha
-1
) que foi corrigida após a
colheita para a umidade padrão de 13%. Após a correção para a umidade padrão,
a produtividade foi expressa em sacas de 60 kg por hectare (sacas ha
-1
). Para a
comparação das médias foi utilizado o teste de agrupamento de médias de Scott
Knott, a 5% de probabilidade.
Os indicadores econômicos foram analisados utilizando-se o sistema de
custo operacional total, do Instituto de Economia Agrícola do Estado de São
Paulo, proposto por Matsunaga et al. (1976) e mencionado por Rapassi et al.
(2003).
Para determinar as estimativas operacionais da atividade foram
valorizados, para cada fator (cultivar, densidade e adubo), os seguintes
indicadores:
- custo operacional: determinado pelo custo das operações e dos
insumos, expresso em reais;
- receita bruta: obtida pelo resultado da produção (em sacas ha
-1
) vezes
o preço médio da saca de milho, em reais, recebida pelo produtor em setembro
de 2005;
- margem operacional: calculada pela diferença entre a receita bruta e
o custo operacional, também expresso em reais;
- índice de rentabilidade: representado pela relação entre a margem
operacional e a receita bruta, em termos percentuais.
Os dados relativos aos coeficientes técnicos e à produtividade de grãos
utilizados na estimativa dos custos operacionais de produção e da rentabilidade
foram obtidos a campo, a partir dos dados coletados de produção e dos custos
operacionais. O preço médio do produto foi aquele recebido pelos produtores na
62
região e os preços médios dos insumos se referem aos pagos no comércio
regional. Os valores dos preços utilizados na análise econômica tiveram
correção referente a setembro de 2005 e estão apresentados nas Tabelas 21 e 22.
Tabela 21. Custo operacional total do adubo (R$ ha
-1
) utilizado em três níveis
de adubação nos experimentos conduzidos em Lavras, MG, na safra
2004/2005.
Adubo
Nível*
8-28-16 30-00-20 Uréia
Total
Nível 1 214,5 149,2 --- 363,7
Nível 2 286,0 223,8 --- 509,8
Nível 3 357,5 223,8 111 692,3
* - Nível 1 = 300 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 200 kg ha
-1
de 30-00-20
(adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 2 = 400 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no
plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 3 = 500
kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em
cobertura, 4 a 6 folhas); + 150 kg ha
-1
de uréia (adubação em cobertura, 6 a 8 folhas).
Tabela 22. Custo da semente (R$ ha
-1
) de cultivares de milho agrupadas para
alto e baixo investimento, utilizada em duas densidades de plantio
nos experimentos conduzido em Lavras, MG, na safra 2004/2005.
Nível de investimento
Densidade
Baixo investimento
1
Alto investimento
2
55.000 pl ha
-1
100 200
65.000 pl ha
-1
117 233
1
- Cultivares AGN 2012, CD 308, BRS 3150, GNZ 2005 e AL Bandeirante, sendo as
duas primeiras híbridos duplos, as duas seguintes híbridos triplos e a última, variedade;
2
- Cultivares DKB 199, AG 8021, P30F33 e GNZ 2004, sendo todas híbridos simples.
63
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nas Tabelas 23 e 24 estão apresentadas as estimativas do custo
operacional por hectare, considerando as duas densidades de plantio (55.000 e
65.000 pl ha
-1
) e levando-se em consideração os três níveis de adubação e o tipo
de cultivar (baixo e alto investimento).
O incremento no custo operacional dentro de cada nível de adubação e
entre os diferentes níveis de investimento foi determinado pelo custo das
sementes (Tabelas 23 e 24). As sementes utilizadas no alto investimento são
mais caras, pelo fato de serem híbridos simples, de maior potencial produtivo
(Tabela 22).
Em conseqüência disso, o custo operacional na densidade de 65.000 pl
ha
-1
foi R$ 116,00 maior no nível de alto investimento, quando comparados os
mesmos níveis de adubação (Tabela 23). Para a densidade de 55.000 pl ha
-1
,
devido ao menor gasto de sementes, o aumento no custo operacional, quando se
considera o maior nível de investimento, foi de R$ 100,00 (Tabela 24).
As estimativas de produtividade, custo operacional, receita bruta,
margem operacional e índice de rentabilidade para cada tratamento avaliado
estão apresentadas na Tabela 25. Verifica-se que o custo operacional total variou
de R$ 860,70 (milho de baixo investimento, nível um de adubação e densidade
de 55.000 pl ha
-1
) a R$ 1.338,30 (milho de alto investimento, nível três de
adubação e densidade de 65.000 pl ha
-1
). Por conseguinte, levando-se em
consideração o custo operacional e a produtividade obtida, é evidente a diferença
na receita bruta obtida pelo produtor.
64
TABELA 23. Estimativa do custo operacional para a cultura do milho, em
função da densidade de 65.000 plantas por hectare, considerando
dois níveis de investimento e três níveis de adubação. UFLA,
Lavras, MG, 2006.
Legenda:
1
= Cultivares DKB 199, AG 8021, P 30F33, GNZ 2004, sendo todas híbridos
simples;
2
= Cultivares AGN 2012, CD 308, BRS 3150,GNZ 2005, AL Bandeirante,
sendo as duas primeiras híbridos duplos, as duas seguintes, híbridos triplos e a última,
variedade.
Nível 1 = 300 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 200 kg ha
-1
de 30-00-20
(adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 2 = 400 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no
plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 3 = 500
kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em
cobertura, 4 a 6 folhas) + 150 kg ha
-1
de uréia (adubação em cobertura, 6 a 8 folhas).
Custo operacional (R$ ha
-1
)
Milho alto investimento
1
Milho baixo investimento
2
Adubação
(Nível 1)
Adubação
(Nível 2)
Adubação
(Nível 3)
Adubação
(Nível 1)
Adubação
(Nível 2)
Adubação
(Nível 3)
Operações
Plantio 70,0 70,0 70,0 70,0 70,0 70,0
Aplicação
herbicida
19,0 19,0 19,0 19,0 19,0 19,0
1
a
Aplicação
adubo
16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0
2
a
Aplicação
adubo
-- -- 16,0 -- -- 16,0
Colheita 186,0 186,0 186,0 186,0 186 186,0
Insumos
Adubo 363,7 509,8 692,3 363,7 509,8 692,3
Herbicida 95,0 95,0 95,0 95,0 95,0 95,0
Semente 233,0 233,0 233,0 117,0 117,0 117,0
Formicida 11 11 11 11 11 11
TOTAL 993,7 1.139,8 1.338,3 877,7 1.023,8 1.222,3
65
TABELA 24. Estimativa do custo operacional para a cultura do milho, em
função da densidade de 55.000 plantas por hectare, considerando
dois níveis de investimento e três níveis de adubação. UFLA,
Lavras, MG, 2006.
Legenda:
1
= Cultivares DKB 199, AG 8021, P 30F33, GNZ 2004, sendo todos híbridos
simples;
2
= Cultivares AGN 2012, CD 308, BRS 3150,GNZ 2005, AL Bandeirante,
sendo as duas primeiras, híbridos duplos, as duas seguintes, híbridos triplos e a última,
variedade.
Nível 1 = 300 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 200 kg ha
-1
de 30-00-20
(adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 2 = 400 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no
plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 3 = 500
kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em
cobertura, 4 a 6 folhas) + 150 kg ha
-1
de uréia (adubação em cobertura, 6 a 8 folhas).
Custo operacional (R$ ha
-1
)
Milho alto investimento
1
Milho baixo investimento
2
Adubação
(Nível 1)
Adubação
(Nível 2)
Adubação
(Nível 3)
Adubação
(Nível 1)
Adubação
(Nível 2)
Adubação
(Nível 3)
Operações
Plantio 70,0 70,0 70,0 70,0 70,0 70,0
Aplicação
herbicida
19,0 19,0 19,0 19,0 19,0 19,0
1
a
Aplicação
adubo
16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0
2
a
Aplicação
adubo
-- -- 16,0 -- -- 16,0
Colheita 186,0 186,0 186,0 186,0 186,0 186,0
Insumos
Adubo 363,7 509,8 692,3 363,7 509,8 692,3
Herbicida 95,0 95,0 95,0 95,0 95,0 95,0
Semente 200,0 200,0 200,0 100,0 100,0 100,0
Formicida 11,0 11,0 11,0 11,0 11,0 11,0
TOTAL 960,7 1.106,8 1.305,3 860,7 1.006,8 1.205,3
66
A produtividade de grãos variou de 132,65 sacas ha
-1
(milho de baixo
investimento, nível um de adubação e densidade de 65.000 pl ha
-1
) a 179,17
sacas ha
-1
(milho de alto investimento, nível três de adubação e densidade de
55.000 pl ha
-1
) (Figuras 7 e 8). Conseqüentemente, nesses dois tratamentos,
foram obtidos os menores e maiores valores de receita bruta (R$ 2.056,10 e R$
2.777,10).
As maiores produtividades foram obtidas com cultivares de milho
destinadas ao alto investimento, com a maior adubação (nível três) em ambas as
densidades (Tabela 25).
Os resultados obtidos de produtividade, considerando o alto
investimento e o nível 3 de adubação (40 kg ha
-1
de N no plantio e 159 kg ha
-1
de N em cobertura) estão de acordo com o proposto por Raij & Cantarella
(1996), que recomendam para a obtenção de produtividade de 10-12 t ha
-1
, uma
adubação nitrogenada no plantio de 30 kg ha
-1
e 140 kg ha
-1
em cobertura.
Corroborando com esses resultados, Mendes et al. (2004) observaram
que as médias de produtividade de grãos dos híbridos de alto investimento são
superiores às medias dos de baixo investimento. Backes et al. (2004) também
verificaram resultados similares quando compararam cultivares em dois níveis
de investimento. As diferenças no rendimento de grãos entre o híbrido simples e
um híbrido duplo ou uma variedade se acentuam à medida que se incrementa o
nível de investimento (Silva et al., 2004).
TABELA 25. Estimativa da produtividade (sacas ha
-1
), custo operacional (R$ ha
-1
), receita bruta (R$ ha
-1
), margem
operacional (R$ ha
-1
) e índice de rentabilidade (%), em função de duas densidades de plantio, três níveis
de adubação e dois níveis de investimento na cultura do milho. UFLA, Lavras, MG, 2006.
1
- Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Scott Knott, a 5% de probabilidade.
2
- Nível 1 = 300 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 200 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 2 =
400 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 3 = 500 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas) + 150 kg ha
-1
de uréia (adubação
em cobertura, 6 a 8 folhas);
3
- BI = baixo investimento (Cultivares AGN 2012, CD 308, BRS 3150,GNZ 2005, AL Bandeirante, sendo as duas primeiras híbridos
duplos, as duas seguintes híbridos triplos e a última, variedade); AI = alto investimento (Cultivares DKB 199, AG 8021, P 30F33,
GNZ 2004, sendo todas híbridos simples).
Produtividade
1
(saca = 60 kg)
Custo
operacional
Receita bruta
Margem
operacional
1
Experimentos
Nível
adubação
2
Investimento
3
(A) (B) C = (A x R$ 15,5) (C – B)
Índice de
rentabilidade
1
BI 132,65 d 877,7 2.056,1 1.178,4 b 57,3 b
Nível 1
AI 166,72 b 993,7 2.584,2 1.590,5 a 61,5 a
BI 141,10 d 1.023,8 2.187,1 1.163,3 b 53,2 c
Nível 2
AI 168,75 b 1.139,8 2.615,6 1.475,8 a 56,4 b
BI 149,17 c 1.222,3 2.312,1 1.089,8 b 47,1 d
65.000 pl ha
-1
Nível 3
AI 176,25 a 1.338,3 2.731,9 1.393,6 a 51,0 c
BI 136,17 d 860,7 2.110,6 1.249,9 b 59,2 a
Nível 1
AI 159,28 b 960,7 2.468,8 1.508,1 a 61,1 a
BI 139,38 d 1.006,8 2.160,4 1.153,6 b 53,4 c
Nível 2
AI 160,85 b 1.106,8 2.493,2 1.386,4 a 55,6 b
BI 146,77 c 1.205,3 2.274,9 1.069,6 b 47,0 d
55.000 pl ha
-1
Nível 3
AI 179,17 a 1.305,3 2.777,1 1.471,8 a 53,0 c
67
68
Legenda: Nível 1 = 300 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 200 kg ha
-1
de 30-00-
20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 2 = 400 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no
plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 3 = 500
kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em
cobertura, 4 a 6 folhas) + 150 kg ha
-1
de uréia (adubação em cobertura, 6 a 8 folhas).
FIGURA 7. Estimativa de produtividade de grãos de milho (sacas ha
-1
), em
função da densidade de 65.000 plantas por hectare, considerando
dois níveis de investimento e três níveis de adubação. UFLA,
Lavras, MG, 2006.
A margem operacional variou de R$ 1.069,60 (nível três de adubação,
milho de baixo investimento e densidade de 55.000 pl ha
-1
) a R$ 1.590,50 (nível
um de adubação, milho de alto investimento e densidade de 65.000 pl ha
-1
)
(Tabela 25). Observou-se que as menores margens operacionais foram
encontradas em todas as cultivares destinadas ao baixo investimento,
independente da densidade e do nível de adubação. Ao contrário, as maiores
margens operacionais foram encontradas nas cultivares destinadas ao alto
investimento, independente dos outros fatores.
132,65
141,10
149,17
166,72
168,75
176,25
0
40
80
120
160
200
N
ível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3
Baixo investimento Alto investimento
sacas ha
-1
69
Legenda: Nível 1 = 300 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 200 kg ha
-1
de 30-00-
20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 2 = 400 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no
plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 3 = 500
kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em
cobertura, 4 a 6 folhas) + 150 kg ha
-1
de uréia (adubação em cobertura, 6 a 8 folhas).
FIGURA 8. Estimativa de produtividade de grãos de milho (sacas ha
-1
), em
função da densidade de 55.000 plantas por hectare, considerando
dois níveis de investimento e três níveis de adubação. UFLA,
Lavras, MG, 2006.
O índice de rentabilidade, que representa a participação percentual da
margem operacional na receita bruta, foi maior em: dois tratamentos em que se
utilizaram a menor quantidade de adubo (nível 1), cultivares de alto
investimento, em ambas as densidades; e no tratamento com cultivares
destinadas ao baixo investimento, menor nível de adubação e na densidade de
55.000 pl ha
-1
(Tabela 25). O menor índice foi encontrado quando se utilizou a
maior quantidade de adubo (nível 3), cultivares de baixo investimento e em
ambas as densidade.
As estimativas da margem operacional e do índice de rentabilidade
permitem concluir que nem sempre o maior investimento e ou a maior
136,17
139,38
146,77
159,28
160,85
179,17
0
40
80
120
160
200
Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3
Baixo investimento Alto investimento
sacas ha
-1
70
produtividade obtida proporcionarão a maior margem de rentabilidade. Fancelli
& Dourado Neto (2004) afirmam que o conceito do rendimento máximo
econômico é de vital importância para o produtor rural, o qual deve visar a
máxima eficiência econômica da exploração agrícola e não somente a máxima
eficiência técnica. Isso é fundamental para definir a tecnologia a ser utilizada.
O custo operacional total, a receita bruta e a margem operacional total
para todos os tratamentos avaliados podem ser mais bem visualizados nas
Figuras 9 e 10 e os valores do índice de rentabilidade estão apresentados nas
Figuras 11 e 12.
Legenda: Nível 1 = 300 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 200 kg ha
-1
de 30-00-
20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 2 = 400 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no
plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 3 = 500
kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em
cobertura, 4 a 6 folhas) + 150 kg ha
-1
de uréia (adubação em cobertura, 6 a 8 folhas).
FIGURA 9. Custo operacional, receita bruta e margem operacional, em R$ por
hectare, para a cultura do milho, na densidade de 55.000 pl ha
-1
,
considerando dois níveis de investimento e três níveis de
adubação. UFLA, Lavras, MG, 2006.
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3
Baixo investimento Alto investimento
Custo operacional Receita bruta Margem operacional
R$ ha
-1
71
Legenda: Nível 1 = 300 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 200 kg ha
-1
de 30-00-
20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 2 = 400 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no
plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 3 = 500
kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em
cobertura, 4 a 6 folhas) + 150 kg ha
-1
de uréia (adubação em cobertura, 6 a 8 folhas).
FIGURA 10. Custo operacional, receita bruta e margem operacional, em R$ por
hectare, para a cultura do milho, na densidade de 65.000 pl ha
-1
,
considerando dois níveis de investimento e três níveis de
adubação. UFLA, Lavras, MG, 2006.
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3
Baixo investimento Alto investimento
Custo operacional Receita bruta
Margem operacional
R$ ha
-1
72
Legenda: Nível 1 = 300 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 200 kg ha
-1
de 30-00-
20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 2 = 400 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no
plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 3 = 500
kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em
cobertura, 4 a 6 folhas) + 150 kg ha
-1
de uréia (adubação em cobertura, 6 a 8 folhas).
FIGURA 11. Índice de rentabilidade (%) para a cultura do milho, em função da
densidade de 65.000 plantas por hectare, considerando dois níveis
de investimento e três níveis de adubação. UFLA, Lavras, MG,
2006.
57,3
53,2
47,1
61,5
56,4
51,0
0
20
40
60
80
100
N
ível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3
%
Baixo investimento Alto investimento
73
Legenda: Nível 1 = 300 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 200 kg ha
-1
de 30-00-
20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 2 = 400 kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no
plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em cobertura, 4 a 6 folhas); Nível 3 = 500
kg ha
-1
de 8-28-16 (adubação no plantio) + 300 kg ha
-1
de 30-00-20 (adubação em
cobertura, 4 a 6 folhas) + 150 kg ha
-1
de uréia (adubação em cobertura, 6 a 8 folhas).
Figura 12. Índice de rentabilidade (%) para a cultura do milho, em função da
densidade de 55.000 plantas por hectare, considerando dois níveis de
investimento e três níveis de adubação. UFLA, Lavras, MG, 2006.
59,2
53,4
47,0
61,1
55,6
53,0
0
20
40
60
80
100
N
ível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3
%
Baixo investimento Alto investimento
74
6 CONCLUSÕES
As maiores produtividades de grãos (179 sacas ha
-1
e 176 sacas ha
-1
)
foram obtidas com a utilização de cultivares destinadas ao alto investimento, na
maior dose de adubação (500 kg ha
-1
de 8-28-16 no plantio, mais 300 kg ha
-1
de
30-00-20 e 150 kg ha
-1
de uréia, em cobertura) e em ambas as densidades de
semeadura.
O custo operacional é maior quando é aplicada a maior dose de adubo,
utilizando cultivares destinadas ao alto investimento e na densidade de 65.000 pl
ha
-1
.
O maior índice de rentabilidade é obtido na menor dose de adubação
(300 kg ha
-1
de 8-28-16 no plantio, mais 200 kg ha
-1
de 30-00-20 em cobertura)
utilizando cultivares destinadas ao alto investimento.
A menor rentabilidade é obtida quando se utiliza a maior dose de adubo,
cultivares destinadas ao baixo investimento, independentemente da densidade de
semeadura.
75
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, 25., 2004, Cuiabá.
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ROOM.
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