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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS
MESTRADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL
DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO DE AVALIAÇÃO DA
CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO DE ÁGUA NA BACIA DO RIO
ITAJAÍ
SC
Priscila Dionara Krambeck B
raun
BLUMENAU
SC
2007
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PRISCILA D. KRAMBECK
BRAUN
DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO DE AVALIAÇÃO DA
CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO DE ÁGUA NA BACIA DO RIO
ITAJAÍ
SC
Dissertação apresentada como requisito
parcial à obtenção do grau de Mestre ao
Curso de Mestrado em Engenharia
Ambiental, Centro de Ciências Tecnológicas,
da Universidade Regional de Blumenau -
FURB.
Orientador:
Prof. Dr. Alexander C. Vibrans
C
o-
orientador
:
Prof. Dr. Adilson Pinheiro
BLUMENAU
SC
2007
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A meu esposo Christian, agradeço e
dedico!
A minha filha Victoria dedico e lembro:
querer é poder
!
A meus pais Moacir e Mary: obrigada,
simplesmente obrigada!
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Prof. Dr. Alexander C. Vibrans e ao Prof. Dr. Adilson Pinheiro
pelo apoio, confiança e orientação fornecida desde a escolha do tema de pesquisa
até sua conclusão.
Ao coordenador e aos professores do Programa de Pós Graduação em
Engenharia Ambiental da FURB, pelos conhecimentos transmitidos durante todo o
curso. Ao Prof. Msc. Juarês Aumond e a Prof. Dra. Beate Frank, pelas suas idéias
inovadoras, auxílio e incentivo, que muito ajuda
ram na formulação deste trabalho.
A equipe do Laboratório de Geoprocessamento da FURB, aqui representados
pelo Prof. Dr. Júlio Refosco e a estagiária do Depto. de Engenharia Florestal, Débora
Lingner, pela paciência e ajuda fornecida na elaboração e montagem dos mapas
que fazem parte deste trabalho.
A meus colegas de curso, em especial a minha amiga Maria Amélia Pellizzetti
pelo incentivo constante.
Ao Sr. Ivan Basic da EPAGRI de Florianópolis pela doação de seus
conhecimentos na área de solos.
Aos meus pai
s Moacir e Mary Krambeck pelo incentivo e estímulo.
De forma muito especial a meu esposo Christian e a minha filha Victoria por
todos os momentos em que doaram carinho, compreensão e paciência ao longo de
todo curso, minha eterna gratidão.
E finalmente, agradeço a Deus por estar sempre ao meu lado confortando-
me
nos momentos difíceis e compartilhando dos momentos felizes.
“Nós somos a Terra, os povos, as plantas,
os animais, gotas e oceanos, a respiração
da floresta e o fluxo do mar (....) nós
aderimos a uma responsabilidade
compartilhada de proteger e restaurar a
Terra para permitir o uso sábio e
eqüitativo dos recursos naturais, assim
como realizar o equilíbrio ecológico e
novos valores sociais, econômicos e
espirituais. Em nossa inteira divers
idade,
somos unidade” (A Carta da Terra ECO
92).
RESUMO
BRAUN, Priscila Dionara Krambeck. DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO DE
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO DE ÁGUA NA BACIA DO
RIO ITAJAÍ SC.
2007.
1
62
f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Am
biental)
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Regional
de Blumenau, Blumenau.
A bacia hidrográfica do rio Itajaí, no Estado de Santa Catarina, constitui um
importante manancial para o abastecimento público, industrial e agrícola e é de
extrema importância o desenvolvimento de indicadores ambientais que auxiliem no
gerenciamento hídrico da região. O presente trabalho tem por objetivo fornecer um
indicador (instrumento cartográfico) que possibilite identificar áreas com maior
capacidade de armazenamento de água e conseqüentemente mais favoráveis à
recarga de aqüíferos, através da análise e do cruzamento de mapas temáticos em
ambiente de sistema de informações geográficas (SIG). O resultado deste trabalho
visa fornecer informações que possam auxiliar na criação de políticas de proteção
destas áreas, e que possibilitem um manejo mais adequado dos recursos dricos
nesta região. Para tanto, foi aplicado um modelo de análise baseado na integração
de mapas temáticos em formato
raste
r,
com
pixels
variando de tamanho em função
da grandeza do fenômeno estudado. O método aplicado possibilita a identificação de
áreas de maior ou menor capacidade de armazenamento e conseqüentemente,
maior ou menor potencialidade de recarga dos aqüíferos da bacia. O estudo
demonstrou uma diminuição significativa das áreas com maior capacidade de
armazenamento, causada pela forma de ocupação e uso do solo ocorrido durante os
últimos 150 anos. A categorização das diversas regiões da bacia foi verificada
através
de dois métodos. Eles procuram correlacionar a vazão escoada no sistema
fluvial e os valores do indicador. O primeiro método relaciona as vazões específicas
medidas em seções fluviométricas e o indicador medido na bacia contribuinte. O
segundo método correlaciona as vazões específicas obtida por regionalização
hidrológica e o indicador em cada píxel. Foram utilizados os mapas de vazão Q
7,10
dos estudos de regionalização do CASAN/CEAHPAR (1982) e da ANEEL/UFSC
(2000).
Palavras
-
chave:
indicador ambiental, capacidade de armazenamento, SIG,
sensoriamento remoto.
ABSTRACT
BRAUN, Priscila Dionara Krambeck. DEVELOPMENT OF A MODEL OF
EVALUATION OF THE WATER STORAGE CAPACITY IN THE BASIN OF ITAJAI
RIVER, IN THE STATE OF SANTA CATARINA. 2007. 1
62
f.
Disser
tation (Master’s
in Environmental Engineering Post-Graduate Program in Environmental
Engineering at the Universidade Regional de Blumenau, Blumenau.
The hydrographical basin of the Itajaí River, in the state of Santa Catarina, is an
important fountainhead for the public, industrial and agricultural supply and is
extremely important for the development of environment indicators that help the
hydric management of the region. The present paper has as goal supplying an
indicator (cartographic instrument) that allows to identify areas with a bigger capacity
of water storage and consequently that is more favorable to the aquiferous reload,
through the analysis and crossing of theme maps in an environment of geographical
information system (SIG). The results of this paper mean to supply information that
can help in the creation of protection policies of these areas, and that allow a more
adequate management of the hydric resources in this region. For that, an analysis
model was applied, based on the integration of theme maps in raster format, with
pixels in varying sizes because of the greatness of the phenomenon studied. The
method applied makes possible the identification of areas of bigger or lower potential
of supplying and consequently, bigger or lower capacity of aquiferous reload of the
basin. The study showed a meaningful decrease of the areas with a bigger storage
capacity, caused by the way of occupation of the soil in the last 150 years. The
classification of the various regions of the basin was veriyfied through two methods.
They try to correlate the discharge in the fluvial system and the values of the
indicator. The first method relates the specific discharge measured in pluviometrical
sections and the measured indicator in the contributing basin. The second method
correlates the specific discharges obtained by hydrological regionalization and the
indicator in each pixel. Discharge maps Q
7,10
of the studies of regionalization of
CASAN/CEHPAR (1982) and of ANEEL/UFSC (2000).
Keywords:
environmental ind
icator, storage capacity, GIS, remote sensoring.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1
-
Funções hidrológicas e funções ecológicas da bacia hidrográfica.......
29
Figura 2
-
A bacia hidrográfica e o sistema hidrológico........................................
35
Figura 3
-
Esquema das camadas de solos e o comportamento da água em
subsuperfície........................................................................................
37
Figura
4
-
Diferentes tipos de aquíferos.......................................
.........................
39
Figura 5
-
Variação do nível do aqüífero...............................................................
40
Figura 6
-
Hidrograma tipo....................................................................................
41
Figura 7
-
Fluxograma para a estrutura de validação de indicadores...................
45
Figura 8
-
Árvore de decisões que resume as possibilidades da validação de
resultados para indicadores.......................................................
..........
48
Figura 9
-
A bacia hidrográfica do rio Itajaí...........................................................
50
Figura 10
-
Mapa 01
Rede de Drenagem............................................................
51
Figura 11
-
Modelo d
e análise................................................................................
76
Figura 12
-
Fluxograma metodológico....................................................................
84
Figura 13
-
Organização hierárquica dos compon
entes.........................................
88
Figura 14
-
Estudo de regionalização hídrica CASAN/CEHPAR (1982).................
92
Figura 15
-
Estudo de regionalização hídrica ANEEL/UFSC (2001)......................
93
Figura 16
-
Tipos de
molinetes...............................................................................
94
Figura 17
-
Mapa 02: mapa temático base
fraturas.............................................
107
Figura 18
-
Mapa 03: Mapa Temático Derivado –
Densidade
de Fraturas.............
108
Figura 19
-
Mapa 04: Mapa Temático Base
Unidades Litoestratigráficas...........
110
Figura 20
-
Mapa 05: Mapa Temático Derivado -
Permeabilidade das Rochas.....
111
Figura 21
-
Mapa 06: Mapa Temático Base
Unida
des Geomorfológicas............
113
Figura 22
-
Mapa 07: Mapa Temático Derivado Formas de Relevo quanto ao
Fluxo Preferencial em Profundidade....................................................
114
Figura 23
-
Mapa 08: Mapa Temático Base
Hipsom
étrico...................................
116
Figura 24
-
Mapa 09: Mapa Temático Derivado – Declividade...............................
117
Figura 25
-
Mapa 10: Mapa Temático Base
Classes de Solo..............................
121
Figura 26
-
Mapa 11: Mapa Temático Derivado Potencial de Infiltração do
solo.......................................................................................................
122
Figura 27
-
Mapa 12: Mapa Temático Derivado Potencial de Profundidade do
Solo
para Armazenamento...................................................................
123
Figura 28
-
Mapa 13: Mapa Temático Base
Unidades Fitofisionômicas..............
125
Figura 29
-
Mapa 14: Mapa Temático Derivado Grau de Proteção da
Cober
tura Vegetal Original...................................................................
126
Figura 30
-
Mapa 15: Mapa Temático Base
Unidades Homogêneas de Uso......
128
Figura 31
-
Mapa 16: Mapa Temático Derivado Grau de Proteção dos Tipo de
Usos do Solo........................................................................................
1
29
Figura 32
-
Mapa 17: Mapa Temático Base
– Índices Pluviométricos....................
131
Figura 33
-
Mapa 18: Mapa Intermediário Derivado Intensidade de
Precipitação..........................................................................................
132
Figura 34
-
Mapa 19: Mapa Intermediário Nível I – Potencial Hidrológico do
Relevo....................................................
..............................................
135
Figura 35
-
Mapa 20: Mapa Intermediário Nível I
Potencial Hidrológico do Solo
136
Figura 36
-
Mapa 21: Mapa Intermediário Nível II Potencial de
Armazenamento do Meio Poroso....................
.....................................
139
Figura 37
-
Mapa 22: Mapa de Síntese Final Indicador da Capacidade de
Armazenamento Original da Bacia.......................................................
14
1
Figura 38
-
Mapa 23: Mapa de Síntese Final Indicador da Capacidade de
Armazenamento Atual da Bacia...........................................................
143
Figura 39
-
Localização dos pontos de coleta e das bacias de contribuição..........
148
Figura 40
-
Correlação entre vazões específicas e o valor médio da capacidade
de armazenamento nas bacias de contribuição...................................
150
Figura 41
-
Correlações entre as vazões médias do CEHPAR (1982) e UFSC
(2000).................................................
..................................................
153
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
-
Escalas e fontes de dados...................................................................
74
Tabela 2
-
Escala de valores do processo analítico hierárquico para
comparação pareada............................................................................
89
Tabela 3
-
Cuidados no espassamento das medições para uma boa
representatividade do perfil.....................................................
.............
97
Tabela 4
-
Descrição do formato e tamanho dos pixels dos mapas......................
103
Tabela 5
-
Relações utilizadas para a caracterização dos temas derivados e
critérios para a identificação das classes.............................
................
104
Tabela 6
-
Classificação e valoração das densidades de fraturas........................
106
Tabela 7
-
Classificação e valoração das unidades litoestratigráficas quanto a
permeabilidade...............................................
......................................
109
Tabela 8
-
Formas de relevo quanto ao fluxo preferencial em profundidade........
112
Tabela 9
-
Declividade das vertentes da bacia......................................................
115
Tabela 10
-
Potenci
al de infiltração do solo.............................................................
119
Tabela 11
-
Potencial da profundidade para armazenamento dos solos................
120
Tabela 12
-
Grau de proteção unidades fitofisionômicas....................
....................
124
Tabela 13
-
Grau de proteção das classes de usos do solo....................................
127
Tabela 14
-
Classes de intensidade de precipitação...............................................
130
Tabela 15
-
Potencial hidro
lógico do relevo.............................................................
134
Tabela 16
-
Potencial hidrológico dos solos............................................................
134
Tabela 17
-
Valores para o potencial hidrológico do relevo e para o potencial
hidrológico do solo................................................................................
134
Tabela 18
-
Pesos atribuídos as variáveis para obtenção do potencial de
armazenamento do meio poroso...................................
.......................
13
7
Tabela 19
-
Valores do potencial de armazenamento do meio poroso...................
138
Tabela 20
-
Pesos atribuídos as variáveis para obtenção da capacidade de
armazenamento original bacia...................................
..........................
140
Tabela 21
-
Pesos atribuídos as variáveis para obtenção da capacidade de
armazenamento atual da bacia............................................................
142
Tabela 22
-
Alteração da capacidade de armazenamento da bacia, de acordo
com os mapas finais.............................................................................
144
Tabela 23
-
Vazões/km
2
nos pontos de coleta........................................................
147
Tabela 24
-
Valor médio dos pi
xels nas bacias de contribuição..............................
149
Tabela 25
-
Correlação entre o mapa de vazões específicas Q
7,10
da UFSC
(2000), do CEAHPAR (1982) e o mapa da capacidade de
armazenamento atual.............................................
..............................
151
Tabela 26
-
Valores médios da capacidade de armazenamento e das vazões
Q
7,10
por sub
-
bacias..............................................................................
152
Tabela 27
-
Coeficientes R
2
da correlação entre o indicador de capacidade de
armazenamento atual e as vazões específicas....................................
152
APÊNDICES
Apêndice A
-
Classes de solos.........................................................................
166
Apêndice B
-
Seções fluviométricas nos pontos de coleta...............................
188
Apêndice C
-
Cálculo vazões específicas nos pontos de coleta.......................
190
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
.....................................................................................................
13
1.1 OBJETIVOS
.......................................................................................................
16
1.2 JUSTIFICATIVA
..................................................................................................
16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
.................................................................................
18
2.1 GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS
...............................................................
18
2.2 CICLO HIDROLÓGICO
......................................................................................
24
2.3
BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO SISTEMAS NATURAIS
.............................
28
2.4 ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
.................................................................................
35
2.5 INDICADORES AMBIENTAIS
............................................................................
43
3 MATERIAIS E MÉTODO
.......................................................................................
50
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
....................................................
50
3.1.1 Clima
...............................................................................................................
54
3.1.2 Geologia
..........................................................................................................
58
3.1.3 Geomorfologia
................................................................................................
.
62
3.1.4 Solos
................................................................................................................
64
3.1.5 Cobertura Vegetal
............................................................................................
68
3.1.6 Usos do solo
....................................................................................................
71
3.2 MATERIAIS E FONTES DE DADOS
..................................................................
73
3.3 MODELO DE ANÁLISE
......................................................................................
75
3.4 FLUXOGRAMA METODOLÓGICO
....................................................................
82
3.5 VALIDAÇÃO DO INDICADOR
............................................................................
90
3.5.1 Medições de Vazões
.......................................................................................
94
3.5.2 Correlação entre vazão e o valor do indicador
................................................
97
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
........................................................................
101
4.1 ELEMENTO ROCHAS
......................................................................................
105
4.2 ELEMENTO SOLOS
.........................................................................................
118
4.3 ELEMENTO VEGETAÇÃO
...............................................................................
124
4.4 ELEMENTO USOS DA TERRA
........................................................................
127
4.5 ELEMENTO PRECIPITAÇÃO
..........................................................................
129
4.6 MAPAS INTERMEDIÁRIOS
.............................................................................
133
4.7
INDICADORES DA CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO
..........................
140
4.7.1 Indicador da Capacidade de Armazenamento Original da Bacia (Mapa 21)
.
140
4.7.2 Indicador da Capacidade de Armazenamento Atual da Bacia (Mapa 22)
.....
142
4.7.3 Alteração da Capacidade de Armazenamento de Água
................................
144
4.8
VALIDAÇÃO DO INDICADOR
.........................................................................
146
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
..............................................................
155
6 REFERÊNCIAS
..................................................................................................
158
7 APÊNDICES
.......................................................................................................
165
13
1 INTRODUÇÃO
Na última década o desenvolvimento de indicadores ambientais no plano
nacional, regional, local ou em campo tornou-se procedimento corrente, visando o
estabelecimento de ferramentas de avaliação e auxilio a tomada de decisão. Essas
ferrame
ntas são um pré-requisito para a implementação de uma concepção de
sustentabilidade, especialmente no que se refere ao seu componente ambiental
(HANSEN, 1996 apud BOCKSTALLER e GIRARDIN, 2000). O uso de indicadores
para enfrentar esse desafio pode ser explicado pela impossibilidade de realizar
medições diretas em muitos programas de monitoramento, devido a problemas
metodológicos ou a questões práticas como custos e tempo e devido à falta de
viabilidade de muitos modelos de simulação que foram desenvolvidos como uma
alternativa para as medições diretas.
A bacia hidrográfica do rio Itajaí, no Estado de Santa Catarina, constitui um
importante manancial para o abastecimento público, industrial e agrícola. Ela conta
com um sistema de gestão dos recursos hídricos, representado pelo Comitê de
gerenciamento e a Agência de águas. O desenvolvimento de indicadores ambientais
que auxiliem no gerenciamento dos recursos hídricos da região é de extrema
importância.
Na bacia do Itajaí, a cobertura vegetal atual não é homogênea nem contínua.
Ela forma uma espécie de “colcha de retalhos”, composta por fragmentos florestais
pouco influenciadas pela atividade humana (florestas primárias intocadas) e por
remanescentes explorados e alterados de forma mais ou menos intensiva (flor
estas
primárias alteradas) (VIBRANS, 2006). Além destes, são importantes as formações
14
florestais secundárias surgidas após um desmatamento, com ou sem uso agrícola,
de idade e estado de desenvolvimento diverso, entremeado por lavouras, pastagens,
reflorestamentos e áreas urbanas (VIBRANS, 2006).
Estas coberturas vegetais tão heterogêneas estão assentadas em 06
unidades geomorfológicas: Planalto Cristalino, Serras Litorâneas, Planalto
Sedimentar, Planalto de Lages, Planalto Basáltico e Planícies Costeiras, sobre os
quais assentam-se principalmente quatro grupos de solos: os Cambissolos, que
compreendem solos minerais não hidromórficos, com horizonte B incipiente bastante
heterogêneo, tanto no que se refere à cor espessura e textura, tanto no que diz
respeito
à atividade química da fração argila e saturação por bases; os Argissolos,
que têm origem na grande acumulação de argila no horizonte B e que têm na
presença do gradiente hidráulico a principal limitação; os Gleissolos que
compreendem solos minerais, hidromórficos, pouco desenvolvidos, são
caracterizados pela forte gleização, em decorrência do regime de umidade redutor e
são formados de sedimentos recentes, e os Organossolos, compreendem solos
hidromórficos que apresentam apreciáveis teores de compostos orgânicos, em grau
variável de decomposição, formando camadas acumuladas em ambiente palustre,
de coloração escura devido aos altos graus de carbono Orgânico, assente sobre
camada mineral de textura e composição variável.
Seus recursos hídricos, considerados abundantes, sempre supriram as
demandas da população estabelecida. No entanto, com o longo período de estiagem
a que foi submetida nos últimos anos, problemas de disponibilidade de água foram
sentidos e em áreas de elevada demanda de água para a agricultura surgiram
conflitos pelo uso da água.
15
Devido ao processo de desenvolvimento implantado no Estado,
especificamente na região de abrangência da bacia hidrográfica do Itajaí, ocorreram
modificações no padrão de ocupação das terras da bacia e intensificaç
ão do uso dos
seus recursos em função das oportunidades e expectativas geradas pelo modelo de
desenvolvimento econômico (FRANK, 1995).
As classes de uso da terra da categoria natural passaram a ser substituídas
pelas de categoria antrópica, a demanda pelos recursos hídricos diversificou e
aumentou, assim como advieram impactos devido à modificação das componentes e
processos dos sistemas bacias hidrográficas, criando um quadro de incertezas
quanto ao atendimento das demandas atual e futura e quanto aos aspectos de
proteção ambiental.
Neste contexto de crescente necessidade de indicadores ambientais,
substituição das classes de uso natural pelas de uso antrópico, incertezas de
atendimento de demandas, estruturação da gestão do recurso água, geração de
conhec
imentos e da abordagem sistêmica, é que se insere este trabalho, ao tratar
do processo de armazenamento subterrâneo (freática) de água no âmbito da
dinâmica de atenuação dos eventos de estiagem e do uso dos recursos naturais na
Bacia Hidrográfica do Itajaí com os tipos de usos do solo. A premissa é a de que os
usos da terra, ao modificarem as componentes e processos hidrológicos, bem como
as características de porosidade e permeabilidade dos solos e rochas, interferem na
capacidade de armazenagem das águas
subterrâneas (freáticas).
16
1.1 OBJETIVOS
O trabalho proposto tem como objetivo geral estruturar um indicador que
auxilie a identificar as áreas mais favoráveis ao armazenamento de águas
subterrâneas na bacia do Itajaí.
Tem por objetivos específicos:
Ava
liar a influência de variáveis físicas e do uso e ocupação do solo sobre
o armazenamento dos recursos hídricos subterrâneos;
Propor um modelo adaptado do modelo proposto por Chiaranda (2002),
para as condições locais, baseados em novas variáveis e parâmetr
os;
1.2 JUSTIFICATIVA
Um aqüífero possui duas funções: uma de armazenar água e uma de
transmitir água. A função de armazenamento depende da porosidade e do volume
da camada aqüífera, enquanto que a capacidade de transmitir água depende da
transmissivid
ade entre as áreas de recarga e de descarga. A velocidade de
transmissão de água depende da condutividade hidráulica e do gradiente hidráulico.
Em geral as velocidades naturais da água subterrânea são pequenas, da ordem de
poucos metros por dia, o que acarreta em uma descarga lenta e não uniforme do
reservatório subterrâneo. O fluxo de água subterrâneo é, também um processo
17
laminar e o tempo de residência da água subterrânea no subsolo é muito alto, esta
estimado em 280 anos segundo Lvolitch (1970), com alguma água residindo em
aqüíferos profundos por um tempo tão longo que pode chegar a 30.000 anos ou
mais (Pearson e White, 1967). Isto significa que um aqüífero uma vez poluído pode
levar séculos ou mais tempo, até que consiga promover uma autodescontaminaçã
o
através de mecanismos de fluxo natural. Sendo assim, para que se faça o uso
sustentável e a proteção das águas subterrâneas é importante identificar as áreas
com maior potencial de armazenamento de água freática e conseqüentemente
recarga dos aqüíferos.
Em regiões, de muita chuva, toda a área de uma bacia hidrográfica é
potencialmente uma área de recarga, sendo que os pontos principais são os locais
de maior capacidade de infiltração e os afloramentos de camadas mais permeáveis.
Nas regiões semi-áridas geralmente as áreas de recarga são os riachos
intermitentes que se formam nos vales nos períodos chuvosos do ano. A
conservação das áreas de maior capacidade de armazenamento de águas
subterrâneas é essencial para garantir a reposição da água e recuperação
dos
níveis dos lençóis subterrâneos, como também para evitar percolação de poluentes
que venha a degradar a água do aqüífero.
18
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS
De forma simplificada a gestão de recursos hídricos pode ser definida como o
conjunto de ações destinadas a regular o uso, o controle e a proteção dos recursos
hídricos, em conformidade com a legislação e normas pertinentes. Os instrumentos
de gestão dos recursos hídricos podem ser classificados em 4 categorias principais:
instrumentos legais, institucionais e de articulação com a sociedade; instrumentos de
planejamento; instrumentos de informação e instrumentos operacionais (SILVA e
PRUSKI, 1993).
Os
instrumentos legais, institucionais e de articulação com a sociedade
comp
reendem o
arcabouço legal (leis, decretos, portarias, resoluções); órgão gestor;
conselhos de recursos hídricos; sistema de gestão; comitês de bacias; agências de
bacias; associações de usuários de água; campanhas educativas; e mobilização
social e comunitária. Os instrumentos de planejamento abrangem os
planos
estaduais de recursos hídricos; planos de bacias; enquadramento de cursos d’água;
modelos matemáticos de qualidade e de fluxos (simulação); e programas de
economia e uso racional de água. Os
Instrume
ntos de Informação, por sua vez,
abrangem os sistemas de informação; redes de monitoramento quantitativo e
qualitativo de água; redes hidro-meteorológicas; cadastros de usuários de água;
cadastros de infra-estrutura hídrica; e sistemas de suporte à decisão. os
Instrumentos Operacionais englobam a outorga de água; licença para obra hídrica;
19
cobrança; fiscalização dos usos da água; operação de obras de uso múltiplo;
manutenção e conservação de obras hídricas; proteção de mananciais; e controle de
eventos c
ríticos, entre outros (SILVA e PRUSKI, 1993).
Levando
-se em conta a abordagem sistêmica, várias ferramentas têm sido
utilizadas para auxiliar no gerenciamento dos recursos hídricos, dentre elas,
podemos citar as previsões climatológicas, os modelos de previsão climática e os
modelos hidrológicos. Os modelos de previsão climática, associados a modelos
hidrológicos são ferramentas essenciais para a boa gestão de recursos hídricos e
devem ser desenvolvidos para permitir uma maior acurácia das informações
(MENE
SCAL et al., 2003).
Na luta da humanidade contra o caos e o aumento da entropia, a Gestão dos
Recursos Hídricos aliada aos instrumentos e ferramentas de gestão, bem como à
melhoria dos modelos é capaz de propiciar informações suficientes para que os
efeito
s das variações no regime hídrico tornem-se melhor mensurados e previsíveis
(MENESCAL et al., 2003).
Huebert et al. (2002) afirmam que no Brasil, a gestão dos recursos dricos,
durante muitos anos foi feita de forma tímida, até mesma relegada a plano,
pois
era necessário assegurar a infra-estrutura necessária ao desenvolvimento do país.
À medida que o país foi crescendo começaram a surgir problemas relativos às
utilizações dos recursos hídricas, que os usos da água cresceram e
diversificaram.
A primeira experiência brasileira na gestão de recursos dricos deu-se na
década de 30 e estava vinculada à questão agrícola. Em 1933, foi criada a Diretoria
de Águas, denominada posteriormente de Serviço de Águas, vinculada ao Ministério
da Agricultura. Logo em seguida, em 1934, esse serviço foi transferido para a
20
estrutura do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM), quando é editado
o Código de Águas, até hoje em vigor. O Código de Águas, como outros
instrumentos legais que disciplinam as atividades do setor, foi criado a partir de um
modelo de gerenciamento de águas orientado por tipos de uso, denominado modelo
burocrático (SILVA E PRUSKI, 1993).
Nessa fase, a administração pública tinha como objetivo principal cumprir e
fazer cumprir os dispositivos legais sobre águas. Havia extensa legislação a ser
obedecida, relativa a concessões e autorizações de uso, licenciamento de obras,
ações de fiscalização, interdição e multa, etc. O processo de gestão era fragmentado
e o desempenho estava restrito ao cumprimento de normas. Havia dificuldade de
adaptação a mudanças internas ou externas, centralização do poder decisório,
excesso de formalismo e pouca importância era dada ao ambiente externo. A
inadequação desse modelo de gestão tinha como conseqüência o agravamento dos
conflitos de uso e de proteção das águas e a realimentação do processo de
elaboração de novos instrumentos para reforçar o esquema legal. Ao final, tinha-
se
um vasto conjunto de leis e normas, muitas vezes conflitantes e de difícil
interpretação
(SILVA E PRUSKI, 1993).
Segundo Bohn (2003) a segunda etapa da gestão dos recursos hídricos
brasileiros é denominada modelo econômico-financeiro e caracterizou-se pelo uso
de instrumentos econômicos e financeiros, por parte do poder público, para a
promoção do desenvolvimento nacional ou regional, além de induzir à obediência
das normas legais vigentes. O modelo econômico-financeiro foi marcado, em geral,
por duas diretrizes: 1) as prioridades setoriais do governo, constituídas pelos
programas de investimen
to em setores usuários de água como irrigação, geração de
energia, saneamento etc., e 2) o desenvolvimento integral (multisetorial) da bacia
21
hidrográfica
- uma diretriz mais difícil de ser aplicada, pois as superintendências de
bacia ficavam vinculadas a m
inistério ou secretaria estadual setorial, com atribuições
limitadas ao segmento específico de atuação.
A principal deficiência do modelo econômico-financeiro era sua necessidade
de criar um grande sistema para compatibilizar as ações temporais e as espac
iais de
uso e proteção das águas. Na prática, foram criados sistemas parciais que
acabaram privilegiando determinados setores usuários de água, ocorrendo até uma
apropriação perdulária por parte de certos segmentos. Ao final, sem conseguir
alcançar a utilização social e economicamente ótima da água, tinha-se a geração de
conflitos entre os setores e até intra-setores, na mesma intensidade do modelo
burocrático de gestão. Vale salientar que, apesar de apresentar deficiências, o
modelo econômico-financeiro permitia, ao menos, a realização do planejamento
estratégico da bacia e a canalização de recursos financeiros para a implantação dos
investimentos planejados (BOHN, 2003).
Durante a década de 70, foram efetuados estudos sobre o aproveitamento
múltiplo de cursos d'água e bacias hidrográficas e passaram a ser exigidos sistemas
de tratamento de efluentes em investimentos que necessitavam de recursos hídricos
para produção. A partir dos anos 80, começaram as discussões em torno dos
pontos críticos da gestão dos recursos hídricos na Brasil. Verificava-se que o setor
de energia era o único que criava demanda por regulação e, em conseqüência,
assumia o papel de gestor dos recursos hídricos, pois detinha todas as informações
disponíveis sobre a água (SILVA E PRUSKI,
1993).
Em 1984, o DNAEE finalizou o diagnóstico sobre as bacias hidrográficas e foi
criado o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Também no início dos
anos 80, alguns comitês de bacia, a exemplo do Paranapanema, Paraíba do Sul e
22
Doce, começaram a evoluir. Através da Resolução 04/1986, atual 357/2006, o
CONAMA estabeleceu a classificação das águas doces, salobras e salinas, em todo
o território brasileiro, em nove classes, segundo seus usos preponderantes (BOHN,
2003).
A partir da promulgação da Constituição de 1988, foram criadas as condições
para que se inicie a terceira etapa da gestão de recursos hídricos, denominado
modelo sistêmico de integração participativa.
A principal diferença entre o modelo econômico-financeiro e o sistêmico de
integraçã
o participativa é que o segundo, além de examinar o crescimento
econômico, também verifica a eqüidade social e o equilíbrio ambiental. A integração
desses objetivos deve dar-se na forma de uma negociação social, no âmbito da
unidade de planejamento da baci
a hidrográfica.
Após um longo período de maturação, a Lei N
o
9.433 de 09 de janeiro de
1997 instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e regulamentou alguns
princípios, sendo os principais: a água é um recurso natural limitado, bem de
domínio público e dotado de valor econômico; a gestão de recursos hídricos deve
sempre proporcionar o uso múltiplo das águas; a bacia hidrográfica é a unidade
territorial para a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos; a gestão
de recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a Participação do Poder
Público, dos usuários e das comunidades. Além disso, instituiu os Planos de
Recursos Hídricos como instrumento para implementação da Política Nacional de
Recursos Hídricos. Os Planos de Recursos Hídricos são Planos de longo prazo e
são elaborados por bacia hidrográfica, Estado e País (BOHN, 2003).
Da mesma forma que Silva e Pruski (1993), Jardins e Lanna (2003) afirmam
que a instituição da Política Nacional de Recursos Hídricos e dos Planos Estaduai
s
23
vigentes neste contexto reforça a necessidade de um enfoque atualizado para as
questões ligadas à Gestão da Água. A abordagem dos problemas na área em
questão deve recorrer a outros meios de análise, além da tradicional análise custo-
benefício, que foi largamente utilizada e aceita até meados dos anos 70. Devem ser
levados em consideração os aspectos ambientais, estéticos, culturais e de bem estar
social, além da abordagem estritamente econômica.
De forma a abordar todos estes aspectos, Jardins e Lanna (2003) sugerem a
utilização da abordagem de análise sistêmica ou muitiobjetiva, que permite a
inclusão de aspectos de difícil mensuração, através de escalas e medidas
adequadas para cada uma das novas variáveis. Tratam-se em geral de técnicas
baseadas na modelagem matemática e na análise matricial, com forte apoio dos
avançados recursos computacionais disponíveis.
As técnicas de análise sistêmica ou muitiobjetiva são recentes, com
desenvolvimento conceitual a partir de 1970 e experiências concretas nos últim
os
vinte anos. Essas técnicas caracterizam-se pela complexidade e pela controvérsia
sob determinados aspectos, principalmente na fase inicial de desenvolvimento, mas
tem demonstrado sua validade em muitas situações, como meio importante de apoio
à tomada d
e decisões na área dos recursos hídricos (JARDINS e LANNA, 2003).
De forma muito objetiva, Porto e Azevedo (1998) esclarecem que a idéia
central das técnicas de análise sistêmica é permitir que cada um dos participantes
avalie as conseqüências da implementação de suas idéias, com o auxílio de
modelos com razoável nível de aceitação, a partir de uma base comum de
informações.
Bollmann e Marques (2001), afirmam que as práticas de mensuração da
influência das atividades antrópicas no meio são controversas e r
aramente
24
conseguem realizar ligações diretas entre a sócio-econômia e os fatores ambientais.
Entretanto, a ação de medir, é um instrumento indispensável para operacionalizar a
implementação de políticas que direcionam o desenvolvimento humano, pois auxilia
na tarefa de conceitualizar objetivos, estudar alternativas, fazer escolhas e ajustas
dinamicamente às políticas e objetivos, baseando-se na avaliação de seu estado
atual.
Mesmo que os valores absolutos, obtidos como resultado da aplicação deste
ou daquele índice ou indicador possam ser contestados, os benefícios da análise
destes resultados não podem ser negados, desde que se conheçam as limitações
intrínsecas à medição efetuada (BOLLMANN E MARQUES, 2001).
Tanto no que tange aos aspectos sociais, econômicos ou culturais, como no
caso ambiental, existe uma infinidade de indicadores que podem ser utilizados para
os mais diversos fins. Somente a aplicação contínua de métodos de indicação da
qualidade ambiental permitirá uma análise científica da evolução dos padrões de
ocupação do solo e suas relações com a qualidade ambiental (BOLLMANN E
MARQUES, 2001).
2.2 CICLO HIDROLÓGICO
O movimento da água da superfície, do subterrâneo e da vegetação para a
atmosfera e de volta para a terra sob a forma de precipitação define a trajetória do
ciclo hidrológico. O ciclo é o processo natural de evaporação, condensação,
precipitação, detenção e escoamento superficial, infiltração, percolação da água no
25
solo e nos aqüíferos, escoamentos fluviais e interações entre esses com
ponentes. O
ciclo hidrológico pode ser descrito a partir do vapor de água presente na atmosfera,
o qual em determinadas condições metereológicas condensa e forma as
microgotículas de água que, em razão da turbulência natural, se mantém suspensas
no ar. O agrupamento das microgotículas forma um aerossol que é representado
pelas nuvens (CASTILHO JR., 2003).
O ciclo da água no globo é acionado pela energia solar. Esse ciclo retira água
dos oceanos através da evaporação da superfície do mar e da superfície terr
estre.
Anualmente cerca de 5,5 x 10 km³ de água é evaporada, utilizando 36% de toda a
energia solar absorvida pela terra, cerca de 1,4. 10² Joules por ano (IGBP, 1993).
Essa água entra no sistema de circulação geral da atmosfera, que depende das
diferenças
de absorção de energia (transformação em calor) e da reflectância entre
os trópicos e as regiões de maior latitude, como as áreas polares. O sistema de
circulação da atmosfera é extremamente dinâmico e não–linear, dificultando sua
previsão quantitativa. Esse sistema cria condições de precipitação pelo resfriamento
do ar úmido que forma as nuvens, gerando precipitação na forma de chuva e neve
(entre outros) sobre os mares e a superfície terrestre. O fluxo sobre a superfície
terrestre é positivo (precipitaçã
o menos evaporação), resultando nas vazões dos rios
em direção aos oceanos. O fluxo vertical dos oceanos é negativo, com maior
evaporação do que precipitação. O volume evaporado adicional se desloca para os
continentes através do sistema de circulação da atmosfera e precipita, fechando o
ciclo. Em média, a água importada dos oceanos é reciclada cerca de 2,7 vezes
sobre a terra através do processo precipitação evaporação, antes de escoar de
volta para os oceanos (IGBP, 1993). Esse ciclo utiliza a dinâmica da atmosfera e os
grandes reservatórios de água, que são os oceanos (1.350 x 10
6
km³), as geleiras
26
(25 x 10
6
km³) e os aqüíferos (8,4 x 10
6
km³). Os rios e lagos, biosfera e atmosfera
possuem volumes insignificantes se comparados com os anteriores (TUCCI,
2004).
Os processos hidrológicos na bacia hidrográfica possuem duas direções
predominantes de fluxo: um vertical e outro longitudinal. O vertical é representado
pelos processos de precipitação e evapotranspiração e o longitudinal pelo
escoamento na direção dos gradientes da superfície (escoamento superficial e rios)
e do subsolo (escoamento subterrâneo) (TUCCI, 1997).
Os parâmetros do balanço hídrico podem ser assim resumidos:
Precipitação: em hidrologia, a precipitação é entendida como toda água
que provém do meio atmosférico e atinge a superfície terrestre (TUCCI, 2004).
Diferentes formas de precipitação são: neblina, chuva, granizo, saraiva, orvalho,
geada e neve, formas que se diferenciam em função do estado em que a água se
encontra. A formação das precipitações está ligada à ascensão das massas de ar. A
movimentação das massas depende de fatores como a convecção térmica, o relevo
e a ação frontal da massa (PINTO et al., 2001).
Evaporação: o processo de evaporação é definido como a taxa de
transferência
para a atmosfera, da fase liquida para a fase de vapor, da água contida
em um reservatório natural qualquer ou em um domínio definido na escala
experimental (RAMOS et al., 1989). A evaporação da água para a atmosfera
depende de vários fatores, dentre os quais, as condições climatológicas e de relevo,
a umidade, a velocidade do vento, a disponibilidade de água e energia, a vegetação
e as características do solo (TUCCI, 2004).
Escoamento superficial: o escoamento superficial representa a parte do
ciclo hidrológico que estuda o deslocamento das águas de superfície da Terra
27
(PINTO et al., 2001). Conhecido também sob a denominação de deflúvio superficial
é a lamina de água formada pelo excesso de chuva que não é infiltrado no solo e
que se acumula inicialmente nas pequenas depressões do micro relevo. O
escoamento superficial sobre o solo saturado é formado por pequenos filetes de
água que em razão da gravidade esta escoando para os pontos mais baixos do solo.
Se a água que escoa pela superfície encontra uma superfície de solo não saturado
pode se infiltrar novamente. Vários fatores podem afetar o processo de escoamento
superficial, e os principais seriam a declividade do terreno e as características de
infiltração do solo.
Infiltração: o processo de infiltração é definido como o fenômeno de
penetração da água nas camadas do solo, movendo
-
se impulsionada pela gravidade
para as cotas mais baixas, através dos vazios, até atingir uma camada suporte,
formando a água de solo (PINTO et al., 2001).
Evapotranspiração: o processo de evapotranspiração representa a soma
total de água de superfície que retorna à atmosfera (solo, gelo, neve e vegetação). È
a soma entre o processo de evaporação e de transpiração. O processo de
transpiração é influenciado pelos seguintes fatores ambientais: estação,
temperatura, radiação solar, umidade relativa e velocidade do vento. As estações do
ano associadas às condições solares afetam a temperatura das folhas das plantas e,
conseqüentemente, o processo de transpiração (TUCCI, 2004).
28
2.3
BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO SISTEMAS NATURAIS
Segundo a teoria dos sistemas, estruturalmente, as bacias hidrográficas são
sistemas em seqüência, por serem compostas por uma cadeia de subsistemas inter-
relacionados por fluxos de energia e de matéria, no qual o fluxo de saída de um
corresponde ao fluxo de entrada de outro. Do ponto de vista funcional são sistemas
não isolados e abertos já que mantém relações com outros sistemas e efetuam
trocas constantes de matéria e energia, através de seus respectivos ambientes de
entrada e de saída. As bacias hidrográficas apresentam como principais
componentes estruturais, rochas, relevo, solos, rede de drenagem, flora e fauna, e
que podem, por si, constituírem-se em sistemas específicos ou subsistemas. A
organização interna das bacias hidrográficas influência as relações de entrada e de
saída. Mudanças externas no suprimento de energia e de massa levam a um auto-
ajuste dos componentes e dos processos, pois um membro do sistema pode
influenciar todos os demais e cada um é influenciado por todos os outros (COELHO
NETO, 1998). As bacias apresentam propriedades que diferem da soma das
propriedades de seus componentes.
Em termos hidrológicos, as bacias hidrográficas são áreas topograficamente
definidas, que proporcionam fluxos de água para suas redes de drenagem, de forma
que a vazão efluente é descarregada através de uma única saída, cujo
comportamento depende de suas características geológicas, geomorfológicas,
pedológicas e de vegetação, assim como das características incidentes. As bacias
hidrográficas dependem principalmente da existência de componentes de
29
armazenamento e escoamento, assim como da existência de um sistema de
drenagem definido (BLACK, 1977).
Segundo Black (1977) apud Chiaranda (2002), as bacias hidrográfica
s
apresentam cinco funções, três hidrológicas: captação, armazenagem e descarga e
duas ecológicas: meio para ocorrência de reações químicas e habitat. (Figura 1).
BACIA HIDROGRÁFICA
Figura 1
– Funções hidrológicas e funçõ
es ecológicas da bacia hidrográfica
FONTE
: BLACK, 1977 apud CHIARANDA, 2002.
A função captação corresponde à captação das águas pela bacia hidrográfica
ao longo de um dado período de tempo ou de um evento de precipitação. A
quantidade de água captada depende: do posicionamento, da abrangência em
relação à área da bacia, duração e intensidade da chuva, bem como do tamanho da
bacia. Analisando as dependências acima mencionadas, dois problemas são
particularmente relevantes em relação à captação: o primeiro é se o evento de
precipitação cobre totalmente a área da bacia hidrográfica, o que proporcionaria o
fluxo ximo no decorrer do período; e o segundo, refere-se à localização dos
Funções Hidrológicas Funções Ecológicas
CAPTAÇÃO
ARMAZENAGEM
DESCARGA
MEIO
HABITAT
30
eventos quando estes não cobrem a área total, pois nesse caso as respostas são
variáveis em termos de picos de vazão (BLACK, 1977).
Estes dois problemas, juntamente com a distância de percurso, declividade,
gradiente dos cursos da água, padrão de drenagem e área de influência, contribuem
para a determinação do comportamento da vazão, no que diz respeito ao pico de
vazão, velocidade de escoamento e tempo de concentração.
Segundo Chiaranda (2002) a área variável de contribuição, também
denominada área de influência dinâmica é uma componente da rede de drenagem e
tem papel importante na função de captação e na função de descarga, em relação
ao comportamento da vazão. A área variável de contribuição é aquela porção do
terreno limítrofe aos canais de drenagem que, devido ao seu posicionamento e
características físicas do meio poroso, contribui com volumes de água na
composição da vazão no decorrer de eventos de precipitação, por intermédio do
escoamento direto (sub-superficial e superficial); apresenta caráter dinâmico, devido
ao fato de sofrer expansões e contrações em decorrência do período de
precipitação. O caráter dinâmico da área variável de contribuição torna difícil a
definição de seu limite no terreno (BLACK, 1977). No entanto contrariando este
principio, O’Loughlin (1981) propõe uma metodologia de mapeamento baseada na
condutividade
hidráulica (porosidade e permeabilidade) dos solos, profundidade do
lençol freático, escoamento sub superficial e declividade.
De acordo com as características geomorfológicas e de solos, o escoamento
superficial pode tornar-se o fluxo preferencial que escorre em canais escavados e
pelo sistema radicular, nos poros e na interface solo/rocha. Quando ocorre a
substituição da camada vegetal original por outro tipo de uso da terra, a capacidade
31
de captação e o comportamento do escoamento superficial são afetados, passando
a predominar, muitas vezes, o escoamento superficial como fluxo preferencial.
A função de armazenagem refere-se à minimização dos eventos de
precipitação captados pela bacia, através da retenção da água nas componentes de
armazenagem. As componentes segundo Hewlett (1982), são classificadas em:
interceptação pela vegetação, armazenagem por retenção sub-superficial quando as
águas são retidas pelas irregularidades da superfície do solo; armazenagem por
retenção na manta orgânica; armazenagem nas depressões do terreno;
armazenagem no solo, que pode ser dividido em armazenagem de detenção,
quando a água permanece nos capilares do solo por um longo período de tempo, e
em armazenagem de retenção, que ocorre quando a água fica retida por um curto
espa
ço de tempo nos poros. Na armazenagem de retenção a água flui para fora do
local de armazenagem durante as 24 horas após o evento de precipitação. Hewlett
(1982) menciona mais duas componentes: a armazenagem no lençol freático, cujo
volume armazenado pode permanecer na bacia durante anos; e a armazenagem
nos canais de drenagem durante um determinado período de tempo.
O desempenho dessa função depende das componentes de armazenagem
que se encontram na bacia e de sua distribuição, da resistência inicial à
armazenagem e das condições de umidade do solo (HEWLETT, 1982). Segundo
Chiaranda (2002) a umidade do solo direciona a movimentação da água no meio
poroso através de: infiltração, percolação, escoamento superficial e escoamento
sub
-superficial e, conseqüentemente, o comportamento hidrológico. Se a camada
superficial do solo encontra-se saturada, ou próxima da saturação, um novo evento
de precipitação faz com que o escoamento superficial torne-se o fluxo preferencial.
32
Caso isto não ocorra, a água tenderá a infiltrar e percolar até que seja atingida uma
condição onde o fluxo preferencial torna
-
se o sub
-
superficial.
O balanço de umidade no solo depende das características de porosidade e
permeabilidade do solo e produz forte influência na função de descarga, por
meio do
escoamento superficial e do sub-
superficial (BLACK, 1977).
Dependendo da distribuição espacial da precipitação e da proximidade dos
lugares de armazenagem, o escoamento pode começar antes da saturação, assim
como em bacias onde a cobertura vegetal original foi alterada, as capacidades de
armazenagem e de infiltração tendem a diminuir.
A função de descarga corresponde à liberação de água para a rede de
drenagem. Como a descarga está diretamente relacionada com as funções de
captação e armazenagem. Ela é fortemente influenciada pelos fatores que afetam
estas duas funções. O principal fator que afeta a descarga é a resistência da
armazenagem em liberar água, em função das características da superfície e da
sub
-superfície. Essa resistência é típica dos meios de armazenagem e depende das
características da rede de drenagem, da proximidade dos locais de armazenagem e
das interações que ocorrem entre ambas. A eficiência da drenagem é determinada
pelas características topográficas da bacia hidrográfica, tais como relevo, solos,
rochas e orientação da rede de drenagem, bem como pela forma da bacia (BLACK,
1977 apud CHIARANDA, 2002).
Segundo Black (1977) as funções ecológicas descrevem as reações químicas
e habitat do meio. A primeira refere-se às reações químicas que ocorrem nos
diversos meios aquosos da bacia hidrográfica; tais reações proporcionam as inter-
relações fundamentais que dão suporte ao conceito de homeostase, que por sua vez
tem papel importante na estabilidade dos ecossistemas.
33
A água ao mover-
se
na bacia hidrográfica, através de suas três funções
hidrológicas, transporta materiais com características físicas, químicas e biológicas
próprias. O resultado final dessas interações é o suporte para os diversos nichos
ecológicos.
A função habitat refere-se ao fornecimento de meios adequados para o
suporte da vida aquática. As bacias hidrográficas são sistemas não isolados e
abertos e são influenciadas por materiais que vem de outros sistemas, tais como,
deposição de poeiras, cinzas, solapamentos e resíduos biológicos. A quantidade de
material que adentra depende: do tamanho da bacia, proximidade dos oceanos, da
elevação e da geomorfologia. Esta característica somada as características dos
outros parâmetros hidrológicos, determinam a qualidade da água. Assim, a
qualidade do habitat e as características bióticas variam muito, de acordo, com a
cobertura vegetal original e os tipos de usos do solo (BLACK, 1977).
A resposta da combinação das cinco funções é o fluxo característico da rede
de drenagem, através da
s quais, os materiais em suspensão ou solutos movem
-
se e
são depositados nos locais de armazenamento. As respostas integradas das cinco
funções são importantes para todos os ambientes aquáticos, pois os componentes
físicos das bacias minimizam os eventos de precipitação, assim como a
movimentação da água para fora dos locais de armazenagem regula a
movimentação dos elementos químicos (CHIARANDA, 2002).
Estas cinco funções hidrológicas não devem ser discutidas isoladamente
que elas refletem a organização
do sistema, e apresentam uma intrínseca relação.
Sendo assim, as três funções hidrológicas e as duas funções ecológicas
constituem a essência da hidrologia das bacias hidrológicas e da qualidade da água.
34
Maidment e Mays (1988) definem o sistema bacia hidrográfica como uma
estrutura ou volume no espaço, limitado por uma borda, que aceita água e outras
entradas, que interagem internamente e produzem as saídas. A estrutura
(escoamento) ou volume espacial (fluxo de misturas atmosféricas) compreende a
totalidade
de escoamento que se desenvolve através de canais, com a água
passando do ponto de entrada do sistema até o ponto de saída. A delimitação é uma
superfície contínua tridimensional incluindo a estrutura ou volume. O limite do
sistema é determinado pelos divisores de água em torno da bacia hidrográfica,
projetando
-se a bacia hidrográfica a mesma divide-se verticalmente, em plano
superior e plano inferior. A precipitação atmosférica é a entrada, distribuída no
espaço sobre o plano superior: a foz do rio é a saída, concentrada no espaço de
tomada da bacia hidrográfica. A evaporação e o escoamento fluvial podem também
ser considerados como saídas.
A estrutura do sistema é o conjunto de trajetos do fluxo sobre ou através do
solo e inclui os córregos tributários que se fundem eventualmente para se
converterem na saída da bacia hidrográfica. Se a superfície do solo de uma bacia
hidrográfica for estudada detalhadamente, o número de trajetos possíveis do fluxo
torna
-se enorme. Ao longo de todo o trajeto, a forma, a inclinação e a rugosidade
podem mudar continuamente, de lugar para lugar, e estes fatores também podem
variar no tempo, enquanto o solo torna-se saturado. Também a precipitação varia
aleatoriamente no espaço e no tempo. Por causa dessas grandes complicações,
não
é possível descrever alguns processos hidrológicos de forma exata através das leis
da física. Usando o conceito de sistema, o esforço é dirigido à construção de um
modelo que represente as entradas e saídas da melhor forma possível. Não
35
obstante, o conhecimento do sistema físico ajuda em desenvolver um bom modelo e
em verificar sua exatidão (MAIDMENT e MAYS, 1988).
PRECIPITAÇÃO
Limites do sistema
Bacia hidrográfica
REDE DE DRENAGEM
Superfície da Bacia Hidrográfica
Figura 2
A bacia hidrográfica e o sistema hidrológico.
FONTE
: MAIDMENT e MAYS, 1988.
2.4 ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
A água subterrânea é no Brasil, assim como no mundo inteiro, uma fonte
imprescindível de abastecimento de água. Mesmo em locais de clima e geologia
favorável ao acúmulo de água superficial, a importância da água subterrânea
emerge em períodos críticos de secas, quando os recursos superficiais não
conseguem atender parcial ou totalmente à demanda.
36
Um aqüífero é uma formação geológica com suficiente permeabilidade e
porosidade interconectada para armazenar e transmitir quantidades significativas de
água, sob gradientes hidráulicos naturais (RAMOS et al., 1989). Aqüíferos, são,
portanto, rochas ou solos saturados de água e permeáveis que permitem o fluxo de
água. A capacidade de um aqüífero armazenar e transmitir água depende das
propriedades da água (densidade, viscosidade e compressibilidade) e das
propriedades do meio poroso (porosidade, permeabilidade intrínseca e
compressibilidade). Estas propriedades são responsáveis por todo o comportamento
dos aqüíferos (CABRAL et al., 2003).
Baseado nas características dos maciços rochosos pode-se caracterizar três
tipos diferentes de aqüíferos: (i) granular: a água ocupa espaços intergranulares (ou
poros) de materiais considerados granulares como os solos e as rochas
sedimentares; (ii) fraturas: a água ocupa fraturas e fendas abertas em rochas duras
e compactas com baixíssima permeabilidade como rochas ígneas e metamórficas;
(iii) cársticos: a água ocupa espaços vazios decorrentes da dissolução de porções
do material original, principalmente rochas carbonáticas como calcáreos e mármores
(CABRAL et al., 2003).
Os aqüíferos são recarregados por água da chuva infiltrada e depende
fortemente das médias pluviométricas de cada região. As camadas freáticas
submetidas apenas aos processos naturais do ciclo hidrológico e aos balanços
hidrológicos da cada região oscilam sazonalmente, aumentando em períodos de
chuva e diminuindo em períodos de estiagem. As camadas aqüíferas parcialmente
ou totalmente saturadas de água podem aflorar na superfície como uma descarga
natural que se processa através de fontes que são surgências do nível do lençol
freático (ou piezométrico). Esse ponto marca a passagem da água de escoamento
37
subterrâneo para escoamento superficial (Figura 3). Antes de atingir a zona de
saturação, a água, através da infiltração, passa por um processo de fluxo
descendente pela zona de aeração (ou vadosa), onde uma parte dos espaços
intergranulares está preenchida com água e outra parte com ar. A espessura dessa
zona pode variar de menos de um metro até uma centena de metros, dependendo
de diversos parâmetros do meio físico, como as características de relevos e solos,
assim como as condições climáticas da região. O movimento da água em seu fluxo
descendente se particularmente por gravidade, embora forças de pressão
molecular possam impedir ou dificultar o movimento gravitacional. Esse movimento
ocorre particularmente em solos de granulação muito fina como as argilas, onde a
água envolve os grãos do solo (CABRAL et al., 2003).
Figura 3 Esquema das camadas de solos e o comportamento da água em sub
superfície
FONTE
: CABRAL et al., 2003.
Os aqüíferos têm diferentes denominações conforme sua relação com as
camadas não-saturadas (Figura 4). Quando conseguem aflorar na superfície são
38
designados de aqüíferos livres ou aqüíferos não confinados e o seu nível de água
serve como limite superior da zona de saturação, ou seja, é limitado pelo lençol
freático. Um lençol freático, também conhecido como uma superfície freática é a
superfície superior da zona de saturação que está em contato direto com a pressão
do ar atmosférico, através dos espaços vazios no material geológico situado logo
acima (RAMOS et al., 1989).
Os aqüíferos livres possuem uma maior interação com os corpos da água na
superfície, como rios e lagos. Aqüífero confinado, artesiano ou sob pressão é aquele
em que o nível superior da água está confinado, sob pressão maior que a
atmosférica, por camadas superiores relativamente impermeáveis. A superfície
superior da água está submetida a pressões iguais ou inferiores à pressão
atmosférica
. Os aqüíferos confinados encontram-se relativamente melhor protegidos
da deterioração ambiental, desde que sejam atendidas algumas condições como as
camadas serem relativamente impermeáveis, espessas e contínuas, e que eles não
se comuniquem com os aqüíferos vizinhos caso estes estejam poluídos (CABRAL et
al., 2003).
Aqüífero suspenso é um caso especial de aqüífero não confinado que ocorre
quando o volume de água subterrânea está separado da água subterrânea principal
por uma camada relativamente impermeável. A água ao se infiltrar no terreno
encontra um obstáculo a superfície impermeável que impede sua descida até o
lençol freático. Normalmente aqüíferos suspensos possuem uma pequena extensão
com distribuição espacial restrita e com existência temporária baseada nos regimes
pluviométricos (CABRAL et al., 2003).
Além do termo aqüífero existem outros termos que demonstram a capacidade
do meio na circulação da água: (i) Aquicludes: são materiais também porosos que
39
contem água nos seus interstícios muitas vezes atingindo seu grau de saturação,
mas não permitindo a sua circulação. São rochas essencialmente argilosas nas
quais, a água encontra-se fixada em poros de diminutas dimensões e onde a
circulação é praticamente nula. (ii) Aquitardos: são estratos semipermeáveis que
armazenam quantidade significativa de água no seu interior e permitem sua
circulação de forma muito lenta, incluídas aqui as argilas siltosas ou arenosas. (iii)
Aquifugos: são materiais impermeáveis com baixíssima porosidade que tanto não
co
ntém como não transmitem água. São incluídas neste grupo as rochas cristalinas
metamórficas ou vulcânicas
– sem fraturamento ou alteração (CHIOSSI, 1973).
Figura 4
Diferentes tipos de aqüíferos
FONTE:
CABRAL et al., 2003.
De um modo geral, a água subterrânea tem sua origem na superfície e está
intimamente ligada à água superficial (RAMOS et al., 1989). A água subterrânea
está sempre em movimento, partindo de áreas de recarga natural ou artificial em
direção a áreas de descarga, naturais ou artificiais.
40
Segundo Cabral et al. (2003) a interação das águas superficiais com as
subterrâneas
ocorre durante as chuvas, onde uma parte do volume precipitado
escoa pela superfície e outra infiltra no solo. A infiltração é o fenômeno que controla
a repartição das
vazões provenientes da precipitação.
A contribuição da vazão subterrânea, segundo Tucci (2004) como foi
mencionado anteriormente, é influenciada pela infiltração na camada superior do
solo, sua percolação e conseqüente aumento do nível do aqüífero, representado na
Figura 5 pela linha MN que se movimenta para TS. Como o escoamento superficial é
mais rápido que o subterrâneo o nível muda de A para B. Essa rápida elevação do
nível do rio, causada pelo escoamento superficial provoca a inversão de vazão ou
repr
esamento do fluxo no aqüífero nas regiões próximas ao rio. Este processo
começa a inverter
-
se quando o fluxo superficial diminui e aumenta a percolação.
Figura 5
Variação do nível do aqüífero.
FONTE
: TUCCI (2004).
A interação entre o armazenamento de água no solo e o escoamento fluvial é
facilmente identificável quando as vazões são representadas graficamente na forma
de um hidrograma. A distribuição da vazão no tempo, segundo Tucci (2004) é o
resultado da interação de todos os componentes do ciclo hidrológico entre a
ocorrência da precipitação e a vazão na bacia hidrográfica e sua representação
gráfica é denominada hidrograma.
41
O comportamente do hidrograma de uma bacia típica, após um evento de
precipitação é apresentado na Figura 6. Verifica-se que entre o início da chuva e a
elevação do nível existe um intervalo de tempo, isto ocorre em função das perdas
por interceptação vegetal e depressões do solo, além da demora de resposta da
própria bacia, em função do deslocamento de água na mesma. Neste período o
escoamento superficial é o processo predominante (TUCCI, 2004).
Figura 6
-
Hidrograma tipo.
FONTE:
Tucci (2004).
Ao observarmos o hidrograma, ele atinge o ponto máximo, de acordo com a
distribuição da precipitação e em seguido ocorre a recessão, onde normalmente
aparece um ponto de inflexão (Ponto C). Esse ponto pode ser definido como o limite
que caracteriza o fim do escoamento superficial e o início da predominância do
escoamento subterrâneo. A linha tracejada no hidrograma representa a inversão de
vazão ou represamento do fluxo no aqüífero logo após um evento de precipitação,
mencionado anteriormente.
42
A forma do hidrograma depende de um grande numero de fatores, os mais
importantes são: relevo (densidade de drenagem, declividade do rio ou baci
a,
capacidade de armazenamento e forma); cobertura da bacia (tipos de uso do solo);
modificações artificiais no rio; distribuição, duração e intensidade da precipitação e
condições de umidade do solo. O hidrograma pode ser caracterizado por três partes
pri
ncipais: ascenção, altamente correlacionado com a intensidade da precipitação;
região de pico, próximo ao valor máximo, quando o hidrograma começa a mudar de
inflexão, resultado da redução das chuvas e/ou amortecimento da bacia. Essa região
termina quando o escoamento superficial acaba, restando somente o escoamento
subterrâneo; recessão, nesta fase, somente o escoamento subterrâneo está
contribuindo para a vazão total do rio (TUCCI, 2004).
Os escoamentos são em geral definidos em superficial, que represent
a o fluxo
sobre a superfície do solo e pelos seus múltiplos canais e subterrâneo que é o fluxo
devido à contribuição do aqüífero. Para que os escoamentos sejam analisados
individualmente é necessário separar no hidrograma a parcela que corresponde a
cada t
ipo de fluxo.
Para a determinação do ponto C existem vários critérios, dentro os quais
podem ser citados: a) a equação utilizada por Linsley et al. (1975) N= 0,827. A
0,2
onde N = tempo entre o pico do hidrograma e o tempo do ponto C, em dias e A =
área
da bacia em km
2
; b) o tempo entre a última precipitação e o ponto C, que
termina o escoamento superficial é o tempo de concentração, que pode ser
determinado utilizando-se a equação empírica de Kirpich: t
c
=57. (L
3
/ H)
0,385
onde
tc = tempo de concentração em minutos, L = comprimento do rio em Km e H =
diferença de elevação entre o ponto mais remoto da bacia e a seção principal;c) a
inspeção visual é um dos procedimentos mais simples e se baseia na plotagem das
43
vazões numa escala mono-log (vazão na escala logarítmica). Como a recessão
tende a seguir uma equação exponencial, numa escala logarítmica a mesma tende
para uma reta. Quando ocorre modificação substancial da declividade da reta de
recessão, o ponto C é identificado. Frequentemente ocorre mais de uma mudança
de inclinação da reta, o que pode caracterizar segundo Tucci (2004) o escoamento
subsuperficial, retardos de diferentes partes da bacia ou o efeito de diferentes
camadas de aqüíferos.
2.5 INDICADORES AMBIENTAIS
Um indicador é a variável que fornece informações sobre as demais
variáveis que são difíceis de compreender (....) e pode ser usada como
benchmark
para a tomada de decisão” (GRAS et al., 1989). “medidas
alternativas (....) nos permitem adquirir uma compreensão de um sistema
complexo (....) de forma que decisões administrativas efetivas podem ser
tomadas cumprindo os objetivos iniciais” (MITCHELL et al., 1995).
De forma geral as duas definições de indicador ambiental, acima
mencionadas, exigem: (1) uma função informativa, para fornecer informações
simplificadas sobre um sistema complexo ou um critério imensurável; (2) a função de
apoio na tomada de decisão para ajudar a alcançar os objetivos iniciais.
Indicadores podem ser resultados de uma série de medições de índices
calculados ou podem ser baseados em sistemas de peritos. Segundo Girardin et al.
(1999), no mínimo dois tipos de indicadores podem ser diferenciados: indicadores
simples resultantes de medições ou estimativas (ex. em um modelo) de uma variável
indicativa e indicadores compostos que são obtidos agregando diversas variáveis ou
44
indicadores simples. Os indicadores não têm o objetivo de serem utilizados para
realizar uma previsão de impacto real, mas para fornecer informações sobre um
possível risco ou efeito (HALBERG, 1999). Indicadores podem também informar os
detentores de responsabilidade política sobre o progresso que está sendo alcançado
em atingir um determinado objetivo. Portanto, o papel do indicador pode ser sinalizar
os movimentos positivos e negativos. Em alguns casos
os indicadores são derivados
de modelos de simulação para facilitar a compreensão do resultado e “encaminhar
uma mensagem complexa de forma simplificada” (FISHER, 1998 apud
BOCKSTALLER e GIRARDIN, 2002).
Em qualquer caso, a metodologia que fundamenta a elaboração e o
desenvolvimento de indicadores deve se encaixar nos padrões científicos, o que
implica em um processo de validação (GIRARDIN et al., 1999). A partir da definição
do dicionário Oxford e discutida por Addiscott et al. (1995), algo pode ser
consi
derado validado se: “estiver bem fundamentado e se alcançar seus objetivos
gerais ou produzir os efeitos desejados”. O primeiro ponto da definição exige a
avaliação da qualidade científica da construção ou
desing
de uma determinada
ferramenta. Esta etapa é denominada “validação do
desing
(GILMOUR, 1973 apud
BOCKSTALLER e GIRARDIN, 2002). No que se refere ao segundo ponto da
definição, na verdade faz parte de sua definição que os indicadores possuem uma
dupla função de fornecer informação e ajudar a tomar decisões administrativas.
Esses dois aspectos de indicador referem-se respectivamente a confiabilidade do
resultado do indicador e a utilidade de um indicador para usuários potenciais, o que
implica em “validação de resultado” e uma “validação do usuário fi
nal” (GIRARDIN et
al., 1999).
45
Um indicador será validado se possuir um
desing
científico, se a informação
que oferecer for relevante e se for útil e utilizado pelos usuários finais. Três tipos de
validação de indicadores correspondem a essas três condições
(Figura 7).
Definições de
validação
Objetivos do
indicador
Perguntas
Tipos de
validação
Método
“Bem
fundamentada”
Possui uma
fundamentação
Científica?
Validação do
desing
* revisão por
pares;
* comparação de
abordagens;
Fornecimento
de informações
co
nfiáveis.
Informa sobre a
realidade? É
realista?
Validação do
resultado
* validação por
comparações
(ex. teste de
probabilidade)
* validação por
um perito global;
“Alcançar os
objetivos gerais”
“Produzir o efeito
objetivado”
Ferramenta de
ajuda de
d
ecisões
É útil e utilizado?
Validação do
usuário final.
* teste de
utilidade;
Figura 7
Fluxograma para a estrutura de validação de indicadores.
FONTE:
Blockstaller e Girardin (2002).
Para indicadores, a validação de
desing
pode ser muito importante qua
ndo
não existe outra possibilidade de validação como aponta Réus et al. (1990) e
consiste na submissão do desenho ou construção do indicador a análise de peritos.
O consenso dos peritos tem um importante significado neste tipo de validação. a
validação
dos resultados do indicador, foca na função informativa e tem por objetivo
avaliar sua confiabilidade.
Em primeiro lugar é importante conhecer os limites da objetividade e do valor
científico de um processo de validação. Baseado em considerações filosóficas e
46
lingüísticas Konikow e Bredehoeft (1992) e Addiscott et al. (1995) demonstram que a
validação nunca permite a alguém comprovar a veracidade de um modelo, mas
somente o inválida. Por isso, a validação esta sempre aliada a um determinado
elemento de subjetividade, pois o responsável pelo desenvolvimento do modelo
deve decidir que nível de probabilidade é aceitável.
No mínimo três tipos de procedimentos foram oferecidos pelos elaboradores
de modelos para a implementação da validação de indicadores (MAYER E
BUTLER,
1993 apud BOCKSTALLER e GIRARDIN, 2002):
1. O procedimento visual consiste na implementação de um esquema que
comprara a linha do tempo de um modelo com a serie de tempo dos dados medidos,
ou comparando os dados observados com previsões do modelo. Esse passo visual
só é útil para evidenciar possíveis tendências de um modelo.
2. O processo estatístico pode conferir mais objetividade ao teste.
3. O terceiro procedimento esta baseada no julgamento de peritos. Essa
abordagem consiste da seleção de um painel de peritos no mesmo campo de
interesses e de submeter o resultado dos modelos e dos dados do mundo real a
eles.
A comparação de um resultado de indicador com dados medidos e o uso de
testes ou variáveis descritivas é o primeiro tipo de procedimento utilizado para a
validação de resultados: validação mediante comparação. Todavia dois problemas
surgem neste tipo de procedimento: o tipo de resultado do indicador e a
disponibilidade dos dados medidos. Em alguns casos a única possibilidade é obter
uma avaliação global da qualidade do valor do indicador a partir de julgamento de
peritos. Isso pode ser denominado de validação global de peritos.
47
Se o indicador for resultado da transformação de resultados de modelos, sua
validade logicamente dependerá da validade do modelo. Alguns autores seguem a
abordagem atualmente utilizada na elaboração de modelos e restringem a validação
de seus indicadores a um procedimento visual baseado na comparação com os
dados medidos.
Em muitos casos os indicadores diferem de um modelo de simulação e
podem ser baseados em um sistema de peritos ou resultam de equações
matemáticas ou um sistema de ranking ou notas qualitativas. No mais, muitos
indicadores não têm o objetivo de prever um impacto real, mas sim de fornecer
informaçõe
s sobre um impacto potencial, como mencionado anteriormente. Devido a
todas essas diferenças com modelos de simulação é obvio que não se pode esperar
uma relação linear entre o resultado do indicador e dados de campo. Levando em
conta essas considerações, Girardin et al. (1999) sugeriu um teste de probabilidade
que pode ser comparado ao teste gráfico apresentado por Mitchell (1997). O teste
consiste da definição de uma “área de probabilidade” em uma figura que representa
o indicador em relação às medições em campo no teste, se essa área de
probabilidade inclui no mínimo 95% dos pontos, esse é o nível de aceitação
recomendado por Mitchell e Sheehy (1997). A definição da área de probabilidade
depende do método de cálculo do indicador e da precisão das medições
.
Um segundo problema básico para implementar uma comparação direta com
os dados medidos é a falta de dados observados disponíveis por razões distintas: a
impossibilidade de medi-los (por exemplo, para indicadores de sustentabilidade e
biodiversidade), problemas de custos como, por exemplo, de pesticidas, etc. Nesse
caso podem ser utilizados os dados de outra fonte que não provenham de medições
ou observações. A solução poderia ser o relacionamento dos resultados do indicador
48
com resultados obtidos no modelo de simulações que deverão ser validados. Se os
indicadores a priori não puderem ser relacionados aos dados ambientais observados
ou medidos, pode-se recorrer a outros procedimentos. Um é a comparação do
resultado do indicador com o de outros indicadores com o mesmo objetivo, mas
construídos de forma diferente. Se os indicadores não oferecerem a mesma
resposta é necessária uma análise da construção de cada um para identificar o
motivo da discrepância e qual poderá estar “errado” (BOCKSTALLER e GIRARDIN,
2
002).
Se esses métodos não forem possíveis, a última saída é o julgamento de
peritos: resultados de um indicador podem ser submetidos a um painel de pertos que
avaliam a sua relevância. A Figura 8 apresenta uma árvore de decisões que resume
as possibilid
ades da validação de resultados para indicadores.
O indicador esta baseada em um modelo de simulação?
Não
Sim
Espera
-
se uma relação linear ou não linear entre
o indicador e um efeito ambiental?
Há dados medidos ou observados disponíveis?
Não
Sim
Não
S
im
Há dados disponíveis?
Há dados disponíveis?
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Teste de
possibilidade
baseado em
dados
observados
e outros
tipos de
dados
Validação por
peritos globais
Comparação
gráfica com
dados
observados e
outros tipos de
dados.
Validação por
peritos
globais
Validação por
comparação com dados
simulados ou dados de
peritos ou comprando
com resultados de
outros indicadores.
Figura 8 Arvore de decisões que resume as possibilidades da validação de
resultados para indicadores.
FONTE:
Blockstall
er e Girardin (2002).
A última parte da validação consiste na “validação da utilidade final”. Essa
parte da validação verifica a utilidade de um indicador como
benchmark
para a
tomada de decisão. Para apreciar melhor a qualidade de um indicador Girardin et al.
49
(1999) sugerem um “teste de utilidade” para obter as opiniões dos usuários finais.
Por meio da pesquisa os usuários podem apontar os pontos fracos do indicador
como ferramenta de diagnóstico ou ajuda de decisão. Esse procedimento deve,
portanto, contribuir para garantir que os usuários finais compreendam o que está
sendo indicado pelo indicador ou que os resultados sejam interpretados
corretamente pelos usuários finais.
50
3 MATERIAIS E MÉTODO
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A bacia hidrográfica do rio Itajaí situa-se na porção nordeste do Estado de
Santa Catarina, no quadrilátero formado pelas coordenadas geográficas de 26º 30’ e
28º Sul e 48º 30’ e 50º 30’ Oeste, no Estado de Santa Catarina (Figura 9).
Figura 9
Bacia hidrográfica do rio Itajaí.
FONTE:
IPA (2003).
A rede de drenagem é constituída pelo rio Itajaí-Açu que é o maior curso da
água da bacia. Seus formadores são os rios Itajaí do Oeste e Itajaí do Sul que,
quando se encontram no município de
Rio do Sul, passam a se chamar rio Itajaí
-
Açu
(Figura 10
Mapa 01).
51
52
A bacia do rio Itajaí é a maior bacia da vertente atlântica de Santa Catarina,
com uma área de 15.500 km², correspondendo a 16,15% do território catarinense. A
área da bacia abrange 47 municípios e possui 945.720 habitantes, dos quais 76%
estão nos centros urbanos. A bacia encontra-se naturalmente dividida em três sub-
regiões
o Alto, o Médio, e o Baixo Vale do Itajaí. Os municípios de Blumenau,
Itajaí, Rio do Sul e Brusque são pólos
de desenvolvimento da economia regional.
As enchentes no vale do rio Itajaí são um dos maiores problemas da bacia.
Esta situação resulta das condições naturais da bacia, mas é acentuado por um
contínuo processo de sobrecarga da capacidade assimilativa e regenerativa do
ambiente natural exercido pelos processos de produção do espaço estabelecidos
pela colonização estrangeira.
Esta sobrecarga inclui a ausência de matas ciliares ao longo dos rios, pela
ocupação indevida das encostas, pela descaracterização da paisagem natural do
relevo por aterros e cortes, pela intensificação do desmatamento, pelas práticas
agrícolas inadequadas, pelo uso intensivo de agrotóxicos e pela poluição através de
efluentes industriais e domésticos. No Alto Vale do Itajaí, as florestas foram
intensamente devastadas, dando lugar à produção agrícola e pecuária. No Médio
Vale o problema é a urbanização desenfreada pelas encostas. Na zona da foz, além
da ocupação das encostas, localiza-se um dos poucos conflitos da bacia: a extração
de areia, que também contribui para o processo de erosão das margens do rio,
quando mal feita.
Os municípios da Bacia do Itajaí contribuem com cerca de 28% do PIB de
Santa Catarina e contribuem com 1% do PIB brasileiro. A renda per capta na bacia
hidrográfica do Itajaí é 31% superior a média estadual, sendo que nela a renda per
capta urbana é nove vezes superior à renda no espaço rural.
53
Nos municípios do Alto Vale do Itajaí, polarizados por Rio do Sul, prevalecem
na economia, a agropecuária e a pequena indústria, destacando-se os cultivos de
cebola, mandioca, arroz e principalmente o fumo. Na pecuária destaca-se a
suinocultura. As propriedades comumente não têm áreas superiores a 50 hectares,
com grande quantidade de propriedades com menos d
e 20 hectares.
Nos municípios da região do médio vale a atividade econômica predominante
é a industrial, seguida pelo comércio. Esta região, polarizada por Blumenau,
demonstra o processo de expansão industrial. A indústria têxtil predomina na região
do Médio Vale.
Nos municípios da região da foz do rio Itajaí, cujo pólo é o município de Itajaí,
tem como principal atividade econômica o comércio, principalmente no Porto de
Itajaí, seguido pela indústria de transformação de pescados e pelo turismo de
temporada
.
O presente trabalho considera que o espaço de análise apresenta um limite
geográfico definido pelos divisores de água. Os divisores de água da bacia
hidrográfica do Itajaí se encontram a oeste na Serra Geral e na Serra dos Espigões;
ao sul, na Serra da Boa Vista, na Serra dos Faxinais e na Serra de Tijucas e, ao
norte, na serra da Moema.
Abaixo, segue descrição das características climáticas, geológicas,
geomorfológicas, solos, cobertura vegetal original e usos do solo que predominam
na bacia hidrográfica do Itajaí, que estas variáveis são à base de todo o trabalho
desenvolvido.
54
3.1.1 Clima
O estudo dos elementos climáticos é fundamental para a caracterização dos
tipos climáticos, tanto é que estes são definidos em função da temperatura média do
mês
mais frio e do mês mais quente, pela classificação de Köppen; enquanto que na
classificação de Thornthwaite os tipos climáticos são definidos pelo índice hídrico. O
estudo dos elementos climáticos é essencial, importando saber o mais
detalhadamente possível sobre as condições térmicas, hídricas e outras que
prevalecem na área em questão. Assim, na avaliação da capacidade de
armazenamento de água no solo, deve-se analisar muito bem o regime hídrico da
Bacia Hidrográfica do Itajaí, em especial a precipitação pluviométrica e a distribuição
das chuvas, bem como a época e a duração do período de estiagem (EMBRAPA,
1998).
Em 1958 Serebrenick, segundo Silva e Severo (2006), classificou o clima da
Bacia do Itajaí em três tipos: (Cfa) “Temperado úmido de verão quente” que se
caracteriza pela ausência de estação seca e por apresentar temperatura média do
mês mais quente do ano superior a 22ºC; (tiuV) “Temperado iso-
semi
-úmido”, cuja
característica principal é a predominância de chuvas no verão e (tiUV)
“Temperado
iso
-úmido” que também apresenta como característica principal a predominância de
chuvas no verão.
Segundo Silva e Severo (2006) estudos mais recentes detectaram algumas
mudanças sutis no clima de Santa Catarina e conseqüentemente no clima da Bacia
do Itajaí. De maneira a adequar a classificação climática a estas mudanças Braga e
Ghelire (1999) desenvolveram um estudo onde propuseram para Santa Catarina
55
uma diferenciação climática mais atualizada. Para a nova classificação, o principal
fator levado em questão foi o fator térmico temperatura. O estado foi separado
então em cinco regiões climáticas, uma do tipo climático subtropical e quatro do tipo
climático temperado. Estas cinco regiões climáticas foram subdivididas em oito
subtipos, em virtude de suas posições geográficas. Os subtipos ficaram assim
denominados: 1A, 1B, 2A, 2B, 3A, 3B, 4A e 4B. O tipo cinco não foi subdividido.
Com relação ao aspecto hídrico, as regiões ficaram caracterizadas como
“superúmidas”, sem seca ou sub
-
seca.
A partir desta nova classificação, o Médio e o Baixo Vale do Itajaí estão
inseridos no tipo 1A, cujas principais características são: domínio climático
subquente, temperatura média do mês mais frio entre 15ºC e 18ºC, sub-
domínio
superúmido (sem seca) do tipo climático subtropi
cal um. O Alto Vale enquadra
-
se no
Tipo 2A, caracterizado por um domínio climático mesotérmico brando, onde a
temperatura média do mês mais frio varia entre 13ºC e 15ºC, subdomínio
superúmido (sem seca) do tipo climático Temperado 2 (SILVA e SEVERO, 2006).
Segundo Silva e Severo (2006) a temperatura média anual na Bacia do Itajaí
é amenizada pelas características da região, a maritimidade a leste e a topografia da
Serra Geral a oeste que bloqueia grande parte dos ventos frios do Sudoeste e Sul.
Em virtude deste fato, no centro da bacia a temperatura média anual é superior a
19ºC e nas partes mais altas do Vale, junto às encostas do planalto sedimentar, a
temperatura media anual gira em torno dos 18ºC. Observa-se ainda a existência de
um bolsão de ar mais quente entre as isolinhas de 20ºC e 22ºC, onde se localizam
os municípios de Blumenau, Indaial e Gaspar. Estes valores de temperatura média
são freqüentemente elevados quando ocorre o chamado “veranico de maio”, evento
56
climático periódico que ocorre a cada dois anos na bacia e que faz com que a área
central da bacia experimente períodos de estiagem prolongados.
Na bacia, os ventos médios tendem a soprar do quadrante leste durante a
maior parte do ano, este fato ocorre, pois, o ar mais quente situa-se sobre a bacia e
não sobre o oceano, gerando assim uma pressão atmosférica maior sobre a bacia.
No inverno os ventos sopram de nordeste (NE) pela presença mais ativa do
anticiclone do Atlântico, que corresponde a uma região com pressão atmosférica
mais elevada do que as vizinhanças e cujo centro esta posicionada sobre o oceano.
No verão os ventos giram um pouco para leste, chegando a soprar de sudeste (SE).
Ventos do quadrante oeste são muito raros. A velocidade média dos ventos é da
ordem de 4 km/h (1m/s), durante todo o ano. As ventanias são raras é ocorrem
associadas a passagem de sistemas de ciclones extratropicais, com vento de SW,
ou durante a passagem de linhas de instabilidade geradas pelo forte aquecimento
diurno.
A umidade relativa do ar na Bacia do Itaj
aí é alta, devido à forte influência dos
ventos marítimos. A média mensal é superior a 80% durante todo o ano e com
pouca variação durante o inverno (2 a 3%), por isso, a bacia pode ser considerada
permanentemente úmida. O valor médio de umidade anual acim
a de 90% ocorre nas
regiões mais próximas ao litoral, nos municípios de Gaspar, Ilhota e Itajaí. Uma
pequena área apresenta valores de umidade relativa em torno de 75% e abrange os
municípios de Ascurra, Benedito Novo, Indaial, Rio dos Cedros, Rodeio e Tim
(SILVA e SEVERO, 2006).
Segundo Silva e Severo (2006) vários tipos de precipitação se levarmos
em conta o processo físico de ascensão do ar, sendo os principais: convectivo,
frontal e orográfica. No Vale do Itajaí predomina a precipitação de origem c
onvectiva,
57
principalmente no verão devido ao intenso processo de evaporação, no inverno e
na primavera predominam as precipitações de origem orográfica e frontal. As chuvas
de origem orográfica ocorrem principalmente junto às encostas, com totais de
chu
vas acima do valor da precipitação total anual. A região central do Vale
apresenta uma área bem delineada de chuva anual, da ordem de 1400 mm, o valor
mais baixo da região. as regiões de Brusque e Guabiruba no centro sul,
Pomerode e Luiz Alves na região norte-nordeste apresentam valores que alcançam
os 1700 mm no ano.
O regime pluviométrico da região pode ser considerado, segundo Serebrenick
(1958) como iso-úmido, já que em nenhuma região da bacia se verifica uma estação
seca, ou seja, um mês seco durante todo o ano. Neste aspecto, poucas diferenças
se observam durante as últimas nove décadas (SILVA e SEVERO, 2006). Apesar
disto, verifica-se claramente uma variação quantitativa de chuva ao longo do ano,
com as seguintes características: 1) uma estação chuvosa principal no verão, que
abrange em geral quatro meses (dezembro, janeiro, fevereiro e março); 2) uma
estação chuvosa secundária na primavera (setembro e outubro), o mês de
novembro é um mês relativamente mais seco; 3) há um período de cinco meses,
que
é o menos chuvoso do ano, denominado outono/inverno (abril a agosto). Desses
meses o mais seco é o mês de abril (SILVA e SEVERO, 2003).
A inexistência de uma estação seca definida pode ser explicada pela
superposição de três regimes pluviométricos, pre
sentes na região: 1º) o tropical, com
valor máximo no verão, proveniente das descontinuidades tropicais originadas das
massas de ar altamente instáveis que favorecem o desenvolvimento convectivo; 2º)
o da frente polar, quando da sua passagem pelo oceano, que ocorre principalmente
58
no outono e 3º) o da frente polar durante sua passagem pelo continente, que ocorre
principalmente no inverno e primavera (NIMER, 1979).
Os totais anuais de horas de brilho solar na superfície, nesta região, variam
basicamente de 1.600 à 2.400 horas. Os valores mais altos são verificados no oeste
e no planalto, enquanto no litoral e no norte os valores situam
-
se entre 1.800 e 2.000
horas. O valor mais baixo corresponde a isoélia solar que circunda Itajaí e Camboriú
(ORSELLI, 1986).
3.1.2 Geologia
A atual configuração da bacia do Itajaí não pode ser vista como uma
fotografia estática. Ela deve ser vista como o resultado de um longo processo
geológico, que ainda está em atividade, e que se caracteriza pela contínua
modificação da sua superfície. A Bacia Hidrográfica do Itaj é constituída
geologicamente por litologias do Embasamento Catarinense (Escudo Catarinense),
que inclui rochas magmáticas e metamórficas mais antigas, rochas sedimentares e
vulcânicas da Bacia Sedimentar do Paraná, e sedimentos mais recentes, formados
em tempos geológicos recentes (AUMOND, 2006).
As rochas ígneas resultam do resfriamento de um magma (em profundidade)
ou de lava (na superfície) incandescente. As rochas metamórficas são resultantes da
transformaçã
o de outras rochas no interior da crosta, sob a ação de elevada
pressão, temperatura e soluções quentes provindas da profundidade. As rochas
59
sedimentares resultam da erosão, transporte, sedimentação e compactação de
detritos oriundos de outras rochas, do acúmulo de restos de organismos ou da
precipitação de sais.
Resumidamente pode-se registrar as seguintes unidades litoestratigráficas na
Bacia do Itajaí:
Complexo Granulítico de Santa Catarina: constitui o embasamento mais
antigo do Complexo Brasileiro. Lo
caliza
-se na parte centro-norte do Escudo
Catarinense, estendendo-se até a divisa com o Paraná. É predominantemente
integrada por gnaisses hiperestênicos quartzo feldspáticos, com coloração cinza
esverdeada. Nos terrenos dominados pelos gnaisses hiperestênicos do Complexo
Granulítico, os solos são em geral pouco profundos ou profundos, argilosos, com
baixo gradiente textural e de cor entre o vermelho e o amarelo (EMBRAPA, 1998).
Complexo Tabuleiro: caracteriza-se pela grande complexidade
petrográfica e estrutural, sendo constituída por complexos gnáissicos graníticos e
migmatíticos. Encontra-se distribuído por algumas regiões da porção meridional do
Escudo Catarinense, bem como na parte setentrional (entre Garuva e a Ilha de São
Francisco do Sul). Os solos mais comuns neste tipo de terreno são o Podzólico
Vermelho
Amarelo, o Podzólico Vermelho Amarelo latossólico e o Cambissolo
todos argilosos (EMBRAPA, 1998).
Complexo Metamórfico Brusque: ocorre principalmente entre Itajaí e Vidal
Ramos, segundo um cinturão alongado com cerca de 75 km de extensão. É
constituído por seqüência vulcano sedimentar, composta principalmente por
micaxistos e formações férreas (EMBRAPA, 1998).
60
Grupo Itajaí: é composto pela Formação Gaspar, composta principalmente
de arenitos e conglomerados de coloração bordô e pela Formação Campo Alegre,
constituída por rochas efusivas (basalto, andesito, dacito, riodacito), por uma
seqüência sedimentar intermediária (siltitos, tufos, arenitos e folhelhos), por uma
seqüência vulcânica superior (riolitos e traquitos) e por último uma seqüência
sedimentar superior (arenitos e siltitos). Os solos nesses terrenos variam muito em
função da natureza do material aflorante, no entanto predominam as modalidades
argilosas. Nas de textura média ou arenosa estão mais restritas às áreas da
Formação Gaspar (EMBRAPA, 1998).
Suítes Intrusivas Graníticas: inclui rochas graníticas, homogêneas quanto
à composição. Ocorrem sob duas formas, pequenas “bossas” ou pequenos
“strockes”.
É composta pela Suíte Intrusi
va Valsungana, caracterizada pela presença
de rochas com megacristais de dimensões centimétricas, pela Suíte Guabiruba,
caracterizada por rochas de granulação média a fina. Os granitos de granulação
mais grosseira, como os as Suíte Valsugana, são responsáveis pela formação dos
solos Podzólicos, Cambissolos e solos Litólicos –
todos eles cascalhentos.
Supergrupo Tubarão: é composto pelos Grupos Itararé e Guatá. O Grupo
Itararé é composto por quatro formações: a formação Campo do Tenente,
constituída predominantemente de argilitos castanho-avermelhados, ritmitos e
diamictitos, seu afloramento é extremamente reduzido, ocorre em uma pequena
faixa nas proximidades de São Bento do Sul; a formação Mafra, constituída
predominantemente por arenitos esbranquiçados, amarelos e avermelhados, finos e
grosseiros, apresenta área aflorante expressiva; a formação Rio do Sul, composta
na parte inferior por folhelhos e argilitos, na parte intermediária por diamictitos com
matriz arenosa e na parte superior por folhelhos. O Grupo Guatá é composto por
61
duas formações: a inferior (Rio Bonito) de origem fluvial, lacustre e palustre,
composta por uma seção inferior arenosa, uma intermediária argilosa e de uma
superior areno argilosa, contendo carvão, e uma formação superior (Palermo
),
formada por siltitos arenosos siltitos e folhelhos (EMBRAPA, 1998).
Grupo Passa Dois: é composto pelas seguintes formações: Formação Irati,
que consiste em uma seqüência de siltitos e folhelhos escuros; Formação Serra Alta,
composta por depósitos marinhos (argilitos, siltitos); Formação Terezinha, composta
por depósitos marinhos (alternância de argilitos e folhelhos com siltitos e arenitos
finos) e Formação Rio do Rastro, composto na parte inferior pos siltitos entremeados
por finas camadas de calcário, na porção superior ocorre uma alternância de leitos
de arenitos siltitos e folhelhos (EMBRAPA, 1998).
Grupo São Bento: é representado pelas intrusões de diabásio e pelas
seguintes formações: Formação Botucatu, composta por arenitos eólicos, de finos a
médi
os; a Formação Serra Geral, constituída por uma seqüência vulcânica
(EMBRAPA, 1998).
Sedimentos Cenozóicos: compreende tanto os sedimentos litorâneos
como os de origem continental.
62
3.1.3 Geomorfologia
A geomorfologia constitui um ramo do conhecimento humano que analisa as
diversas características da superfície terrestre, buscando compreender a evolução
espaço temporal do relevo, tendo em consideração as escalas de atuação dos
processos erosivos em um determinado ambiente. Para resultar na modelagem
atual
das feições morfológicas da bacia hidrográfica do rio Itajaí, os processos
geomorfológicos atuaram em condições naturais durante milhares de anos
(SANTOS, 2006).
A geomorfologia de Santa Catarina distingue seis unidades: Planalto
Cristalino, Serras Litorâneas, Planalto Sedimentar, Planalto de Lages, Planalto
Basáltico e Planícies Costeiras. A distribuição geográfica das Serras Litorâneas no
território catarinense é delimitada pelas configurações fisiológicas da Serra do Mar
no extremo nordeste e, para o sul, pelas serras dos Faxinais e da Boa Vista. A partir
dessas últimas elevações até a Serra Geral domina a unidade Planalto Sedimentar.
As principais formas desenvolvidas no Vale do Itajaí estão relacionadas a estas duas
unidades geomorfológicas, pois as planícies costeiras são pouco representativas. A
configuração atual da drenagem e do relevo da região oriental de Santa Catarina
está associada principalmente ao processo de erosão diferencial que atacaram mais
intensamente as faixas de rochas menos resistentes, indicando a sua adaptação às
estruturas geológicas (ALMEIDA, 1952).
As principais unidades morfológicas de Santa Catarina relacionam-se às
grandes formações geológicas: Zona do escudo Cristalino (Planalto Cristalino e
63
Serra do Mar, “Serras” Cristalinas Litorâneas, Serra do Tabuleiro); Zona de
Desnudação Periférica (Planalto de Canoinhas, “Cuestas” da Bacia Superior do
Itajaí
-Açu, Trecho Central da Serra Geral, Planalto de Lages e Planície Meridional) e
Zona Basáltica (MONTEIRO, 1958).
Pode
-se dividir o território catarinense em duas grandes regiões: Região do
Planalto e Região do Litoral e Encostas. A Região do Litoral e Encostas é dividida
em cinco unidades: Planalto do Alto Rio Itajaí-Açu, Sub-Região Setentrional, Sub-
Região Centro-Norte, Sub-
Reg
ião Centro-Sul e Sub-Região Sul. (PELUSO Jr.,
1986). No mapa geomorfológico do Atlas de Santa Catarina (1986), baseado no
mapeamento executado pelo Projeto RADAM-BRASIL, são distinguidos quatro
domínios morfoestruturais (Depósitos Sedimentares, Bacias e Co
berturas
Sedimentares, Faixa de Dobramento Remobilizados e Embasamentos em Estilos
Complexos), sete regiões e treze unidades geomorfológicas. A maior parte da
porção oriental da Bacia do Rio Itajaí e do Escudo Atlântico corresponde ao domínio
morfoestrutur
al de Embasamentos em Estilos Complexos, sendo subdividida por
uma região geomorfológica denominada de Serras do Leste Catarinense, e por uma
unidade geomorfológica referenciada como Serras do Tabuleiro/Itajaí. Os desníveis
podem ser visualizados no mapa h
ipsométrico da Bacia do Itajaí (SANTOS, 2006).
A porção ocidental da bacia do Itajaí, faixa das nascentes e formadores do
referido rio, é de domínio morfoestrutural das Bacias e Coberturas Sedimentares,
região Planalto Central-Oriental de Santa Catarina, unidade geomorfológica
Patamares do Alto Rio Itajaí. uma intensa dissecação com patamares e vales
estruturais em conseqüência da adaptação da rede de drenagem à estrutura
monoclinal da Bacia do Paraná (vale do rio Itajaí do Norte). Os extensos patamares
e mesas delimitados por escarpas têm a sua formação relacionada às diferenças na
64
resistência das rochas à erosão. Os patamares correspondem a uma dissecação
com controle estrutural e litológico, em que os vales apresentam aprofundamento
entre 212 e 288 m.
As superfícies aplanadas são limitadas por escarpas em degraus
identificadas como borda de patamar estrutural, como é o caso da Serra da Boa
Vista. As variações altimétricas nestas unidades são significativas, de 350 m às
margens do rio Itajaí do Sul a 1220 m nos topos da Serra da Boa Vista. Uma grande
amplitude altimétrica também ocorre entre os interflúvios e o leito do rio Itajaí do
Norte devido ao seu encaixamento às linhas estruturais (SANTOS, 2006).
3.1.4 Solos
Os solos da bacia do Itaj têm diferentes origens e compõem vários
agrupamentos. O grupo mais numeroso é formado pelos chamados solos com
horizonte B Incipiente (Cambissolos). Em segundo lugar surgem os solos com
horizonte B Textural (Argissolos). Fechando, aparecem os solos com horizonte G
lei
(Gleissolos). Estes três formam o elenco principal e, de acordo com o Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999), estão enquadrados ao nível
de ordem. Entre eles, seguidamente, aparece um solo menos importante
pertencente à ordem dos
Neossolos. Finalmente próximo à foz do Rio Itajaí, ocorrem
os solos Orgânicos
Organossolos (ANJOS e UBERTI, 2006).
Os solos com horizonte B incipiente são solos não hidromórficos, com
seqüência completa de horizontes (A, B, C), medianamente profundos, bem a
65
imperfeitamente drenados, desenvolvidos a partir de rochas sedimentares. São solos
jovens, característica muita bem definida pelos altos teores de silte e pela também
alta capacidade de troca de Cátions (CTC). Os altos teores de silte (35-45%),
associa
dos aos também altos/médios de argila são os responsáveis pela condição
de algum impedimento à drenagem, com maior ocorrência nos períodos de alta
pluviosidade. São rochas sedimentares, argilitos, folhelhos, siltitos e até alguns
arenitos, com diferentes composições mineralógicas, diferentes grupos e formações
e diferentes graus de intemperismo (EMBRAPA, 1999).
Em relação às propriedades físicas, a imaturidade dos Cambissolos é
traduzida em propriedades não muito satisfatórias. Assim, o grau de estruturação
das partículas tem um agravante nos altos teores de silte. Com isso, o grau de
estruturação do solo não passa de moderado e, portanto, vulnerável ao impacto das
gotas da chuva (erosão hídrica), independentemente das formas do relevo. A
presença de altos teores da fração silte é responsável pela propriedade que os
Cambissolos têm em reter muita umidade, em companhia de argila. Com isso, o solo
satura
-
se facilmente com água (EMBRAPA, 1999).
A área de maior ocorrência dos Cambissolos está na região do Alto Vale do
Itajaí, sendo facilmente identificados em Rio do Sul, Pouso Redondo e Ituporanga
(ANJOS e UBERTI, 2006).
Os solos com Horizonte B Textural são a ordem de solos com maior área de
abrangência em Santa Catarina, mais presente nas regiões localizadas na bacia do
Rio Itajaí. Os solos que compõem mostram perfis com seqüência completa de
horizontes (A, B, C), boa drenagem interna e cores contrastantes entre horizontes
(cinza
escuro na superfície, avermelhado no horizonte B) (SANTA CATARINA,
1973).
66
O processo de formação destes solos, eluviação iluviação, teve como
característica maior uma migração de argilas e de óxidos do horizonte A para os
horizontes inferiores, determinando uma diferença textural (teores de argila) entre
eles, os horizontes. É o chamado gradiente textural, característica própria dos solos
com Horizonte B textural. A presença de gradiente textural possibilita o
estabelecimento de deficiência hídrica mais rápido na camada superficial do solo
(EMBRAPA, 1999).
Os Argissolos são originados de rochas ígneas intrusivas (granito) ou de
rochas metamórficas (gnaisse). Estes solos são classificados como Argissolo
Vermelho
– Amarelo quando derivado do granito, e Argissolo Amarelo, quando
derivado do gnaisse. O termo Argissolo tem origem na grande acumulação de argila
no horizonte B (ANJOS e UBERTI, 2006).
Do ponto de vista físico os perfis de solo têm, na presença do gradiente
textural, a principal limitação. Estabelecida à diferença textural entre os horizontes, a
camada superficial (horizonte A) t
orna
-se vulnerável a perdas, situação agravada e
facilitada por fases de relevo acidentadas. Na eventual perda do horizonte
superficial, o horizonte subjascente (B) mostra alto potencial de compactação,
induzido pelos altos teores de argila, com o conseqüente domínio de
microporosidade (EMBRAPA, 1999).
Os Argissolos ocorrem principalmente nas regiões do Médio e Baixo Vale do
Itajaí, podendo ser observado de forma clara nos municípios de Blumenau, Luís
Alves e Brusque (ANJOS e UBERTI, 2006).
Dentre todas as classes de solos da bacia hidrográfica do Itajaí, os solos com
Horizonte Glei, são constituídos por perfis com características as mais distintas,
quando comparados com os outros. Começando pelo relevo, que é absolutamente
67
plano, a segunda grande diferença reside na seqüência incompleta de horizontes,
pois, na ausência do horizonte B, têm-se os horizontes A Gg. Esta letra g indica
que os solos são mal drenados, o que constitui a terceira grande diferença. A
drenagem impõe ao solo a característica de hidromórfico, em que o lençol freático
oscila entre 20
-
30cm de profundidade (ANJOS e UBERTI, 2006).
Os solos com horizonte glei apresentam-se com altíssimos teores de argila
(70-80%), tornando-se quase que impermeáveis. As cores mostram-se escurecidas
na camada superficial e cinza no horizonte Cg, esta última indicativa de redução de
ferro. Em relação às propriedades físicas, os altos teores de argila tornam estes
solos altamente vulneráveis à compactação, com seríssimos problemas de
disponibilidade de oxigên
io para as plantas (EMBRAPA, 1999).
Torna
-se praticamente impossível falar em área de maior concentração de
solos com horizonte glei, tal a maneira disseminada de sua ocorrência. Talvez o
melhor seja falar em grandes áreas de solos mal drenados, como os de Gaspar,
Ilhota e Itajaí, entre outros (ANJOS e UBERTI, 2006).
O Neossolo é uma ordem de solos composta por perfis com seqüência
incompleta de horizonte (A-C) e, portanto rasos (20-30cm), pedregosos e / ou
cascalhentos. Estas características foram condicionadas fundamentalmente pelo
relevo acidentado, onde a baixa percolação da água inibiu um grau maior de
intemperismo (ANJOS e UBERTI, 2006).
Torna
-se impossível indicar áreas de maior concentração de Neossolos
Litólicos, porque eles ocorrem como inclusões dentro das áreas de qualquer um dos
solos descritos, com exceção dos Gleissolos e Organossolos (ANJOS e UBERTI,
2006).
68
Os Organossolos são vulgarmente conhecidos como turfas”. Os solos desta
ordem têm origem em sedimentos de natureza orgânica, a partir de um processo de
formação denominado de paludização (do latim “palur”, palud-is = pântano). São
gerações de plantas adaptadas às condições de péssima drenagem, que nasceram,
cresceram e morreram, formando verdadeiros depósitos de resíduos orgânicos. A
drenag
em altamente impedida não possibilitou o desenvolvimento pedogenético do
solo que, por isso, não têm diferenciação em horizontes. Os organossolos não
apresentam características morfológicas como estrutura, textura e consistência.
Ocupam relevo absolutamente plano, sempre na parte mais “deprimida” do relevo,
em condições de péssima drenagem (ANJOS e UBERTI, 2006).
A ocorrência dos Organossolos é muito restrita e altamente concentrada. A
referência é a proximidade da foz do rio Itajaí, nos municípios de Naveg
antes e Itajaí
(ANJOS e UBERTI, 2006).
3.1.5 Cobertura Vegetal
A vegetação expressa a ação do clima em relação à latitude, à altitude e à
natureza do solo (MAACK, 1968 apud EMBRAPA, 1998).
Da ação conjunta dos fatores geográficos, climáticos, biológicos e do solo,
resulta a vegetação característica da Bacia Hidrográfica do Itajaí.
Há um predomínio da vegetação florestal no território compreendido pela
bacia do Itajaí, devido, em grande parte, à ausência de longos períodos de
69
estiagem, sendo boa à distribuição pluviométrica ao longo do ano. A bacia
hidrográfica do Itajaí encontra-se localizada em zona de clima subtropical, e apesar
disto, a vegetação original da bacia, é em sua maior parte, uma densa floresta
pluvial tropical, denominada Floresta Ombrófil
a Densa (VIBRANS, 2003).
Esta floresta apresenta todas as características da floresta pluvial tropical:
grande riqueza específica, existência de vários estratos, de altos valores de
biomassa, de muitos cipós e lianas, de epifitismo, de alto grau de endemismo e de
espécies raras, de grande especialização das relações entre flora e fauna e
dominância de vetores animais nas síndromes de polinização e dispersão das
plantas (SEVEGNANI, 2002).
Em alguns lugares, nas altitudes maiores que 800 metros, a cobertura
vegetal é interrompida por trechos de floresta dos pinheiros (Floresta Ombrófila
Mista) e por campos naturais. Na foz do Itajaí ocorriam naturalmente e, em
pequenas áreas, formações pioneiras como o mangue e a restinga.
Klein e Sevegnani descreveram detalhadamente a flora da bacia do Itajaí
(KLEIN, 1979-1980 e SEVEGNANI, 2002). Reconhecem quatro formações da
Floresta Ombrófila Densa, com características e composições de espécies
diferentes:
Terras baixas (planícies aluviais até uma altitude de 30 metros), sendo as
espécies mais importantes: Callophyllum brasiliense (olandi), Clusia criuva (mangue-
de
-
formiga),
Fícus organensis (Figueira-
da
-
folha
-
miuda),
Coussapoa microcarpa
(figueira
-
mata
-
pau),
Myrsine umbellata
(caporoção) e
Tapirira guianensis
(cupiuva);
Su
bmontana (em altitudes entre 30 e 400 metros), que tem como espécies
principais:
Sloanea guianensis (laranjeira-
do
-
mato),
Alchornea
triplinervia
(tanheiro),
70
Ocotea catharinensis (canela preta), Aspidosperma parvifolium (peroba),
Virola
bicuhyba
(bicuíba), Myrcia pubipetala (guaramirim), Hieronyma alchorneoides
(licurana) e
Talauma ovata
(baguaçu);
Montana (entre 400 e 800 metros), caracterizada pela presença de:
Duguetia lanceolata (pindabuna), Ormosia arbórea (pau-
de
-
santo
-
inácio),
Cryptocarya moschata (canela fogo), Protium kleinii (almécega), Copaifera
trapezifolium (pau óleo) e Pterocarpus violaceus (sangueiro);
Altomontana (acima de 800 metros de altitude),cujas principais espécies
são:
Podocarpus sellowii (pinheiro bravo), Weinmannia pauliniifolia (gramiminha) e
Lamanonia speciosa (guaperê), Tibouchina kleinii (quaresmeira), Prunus sellowii
(pessegueiro bravo) e
Roupala brasilienses
(carvalho brasileiro).
As três primeiras formações (terras baixas, submontana e montana) o
caracterizadas por florestas altas com grandes quantidades de madeiras valiosas
(canelas, perobas, cedros, entre muitas outras). A formação altomontana é
composta por uma vegetação arbórea mais baixa e menos densa, devido às
condições ambientais difíceis nas grandes altitudes e topos de morros. Nos trechos
da Floresta Ombrófila Mista ocorria uma densa floresta composta de pinheiros.
Nestas, os pinheiros formam um dossel superior, emergente do estrato superior das
árvores folhosas, composta por
Cedrela fissilis
(cedro),
Ocotea cathari
nensis
(canela
preta),
Ocotea porosa (imbuia), Ocotea odorífera (sassafrás), Sloanea lasiocoma
(sapopema),
Ilex paraguarienses (erva-
mate),
Luehea divaricata (açoita-cavalo) e
Nectandra lanceolata (canela-burro), entre outros. O subbosque desta formação é
freqüentemente formado por densos taquaris (Merostachys multiramea) (VIBRANS,
2003).
71
As formações secundárias também mostram importantes diferenciações em
relação à composição de espécies: nas terras baixas e submontanas dominam, nas
capoeiras e nos capoei
rões,
Myrsine coriacea (capororoca), Cecropia glazioui
(embaúba),
Miconia cinnamomifolia (jacatirão) e as Tibouchina sp. (quaresmeiras),
enquanto que, na faixa acima de 400 metros, Solanum mauritianum (fumo-
bravo),
Mimosa scabrella (bracatinga),
Piptocarph
a angustifólia (vassourão branco) e
Clethra scabra
(carne
-
de
-
vaca) substituem essas espécies (VIBRANS, 2003).
Esta vegetação sofreu profundas modificações em seu estado original, graças
a exploração descontrolada das florestas para a extração da madeira, bem como
pelo desenvolvimento agropecuário a que a bacia foi submetida, sobrando, em
alguns casos, apenas diminutas reservas que testemunham as características da
Mata original.
3.1.6 Usos do solo
Originalmente a bacia do Itajaí era povoada por índios
X
okleng
, que viviam da
retirada de suprimentos da natureza, através da caça, pesca e extração. Em meados
do século XIX, a bacia foi colonizada e desde então sua paisagem vem sendo
modificada pela ação antrópica do homem. A partir do século XX, a ação antróp
ica
se intensificou, gerando uma série de problemas, causados por alterações no regime
hídrico, sendo o principal e mais visível, as enchentes (FRANK, 1995). De forma
generalizada, podemos dizer que as alterações realizadas na cobertura florestal,
72
sendo a principal a remoção desta cobertura, é o fator que mais influencia o regime
hídrico (VIBRANS, 2003).
Ao percorrer a bacia do Itajaí, atualmente, percebe-se que existem poucos
trechos de florestas inexploradas, localizadas de forma esparsa e intercaladas po
r
remanescentes de florestas exploradas e alteradas, formando o que o autor
denominou de “colcha de retalhos” (VIBRANS, 2003). Esta colcha de retalhos está
em constante alteração, pois as mudanças físicas no ambiente, as atividades
humanas e a regeneração da floresta não cessam. As diferenças observadas na
cobertura florestal (densidade, composição, idade e grau de antropização) são
testemunhas da presença humana e ficam visíveis por muito tempo.
Durante os primeiros séculos da colonização, entre meados do século XIX e
XX, predominou o uso agrícola para as terras da bacia do Itajaí. Para isso, grandes
quantidades de terra foram ocupadas e desmatadas. No período posterior a 1950, o
espaço rural foi perdendo a sua importância e iniciou-se um intenso processo d
e
industrialização dos centros urbanos do vale (Blumenau, Itajaí, Brusque e Rio do
Sul), intensificando
-
se nas primeiras décadas do século 20 (THEIS, 2000).
Com isso, observou-se uma reversão dos processos de ocupação das terras.
Muitas das áreas de lavoura e pastagem foram abandonadas, passando a ocorrer
nestas terras um processo de reflorestamento, denominado de sucessão secundária
(VIBRANS, 2003).
Atualmente, identificam
-
se três situações, principais, distintas no que tange ao
uso do solo da bacia do Ita
jaí (VIBRANS, 2003), como segue:
A primeira ocorre nas planícies aluviais dos Rios Itajaí do Oeste,
Trombudo, Itajaí-Açu (entre Rio do Sul e Lontras e entre Rodeio e Itajaí) e Itajaí-
73
Mirim (entre Brusque e Itajaí) onde as terras foram e continuam sendo int
ensamente
cultivadas, predominando a rizicultura e a pastagem, para criação de gado. Os
remanescentes de vegetação praticamente não existem.
A segunda situação ocorre em terras mais altas e acidentadas (acima de
100 m), nas áreas de influência de municípios como Blumenau e Brusque, onde a
agricultura ocupa, apenas, uma pequena porção das terras. Nestas terras existem
áreas abundantes de florestas secundárias e áreas de floresta primária, em lugares
altos e inacessíveis.
A terceira situação ocorre no chamado Alto Vale do Itajaí, na divisa entre
Apiúna, Ibirama e Lontras, onde predominam lavouras de fumo e cebola, bem como
pastagem para criação de gado. A cobertura florestal encontra-se restrita a encostas
muito íngremes da serra da “Subida”.
3.2 MATERIAIS E
FONTES DE DADOS
Para o desenvolvimento do presente estudo, foram utilizados os seguintes
equipamentos: programa ArcGis 8.3 (ESRI), para confecção de todos os mapas;
Molinete C
-
20 da marca OTT e Contador Z
-
30 da marca OTT.
As Fontes de dados utilizadas são as descritas abaixo:
- Cartas Temáticas referentes ao tema geológico, DNPM, Cartas Rio do Sul,
Blumenau e Joinville, escala 1:250. 000 e 1:500.000, ano de 1969.
74
- Mapas Temáticos desenvolvidos e adaptados por membros do Instituto de
Pesquisa Ambiental - IPA (FURB), município de Blumenau/SC, conforme descrição
apresentada no Tabela 1.
- Estudos de regionalização de vazões mínimas elaboradas pelo CEAHPAR /
CASAN (1982) e UFSC / ANEEL (2001).
TABELA 1
Escalas e fontes dos dados
ITEM
MAPAS TEMÁTICOS
RESP
ONSÁVEL
ESCALA
FONTE
1.1
Divisão Bacio Itajaí em
Sub
-
Bacias
1:750.000
1.2
Hipsométrico
Júlio Refosco
1:750.000
1.3
Mapa Vegetação Original
Lucia Sevegnani
1:750.000
Mapa Fitogeográfico de
SC ( Roberto Miguel
Klein, 1978)
1.4
Mapa de Uso do Solo 200
0
Alexander c.
Vibrans
1:750.000
Mapa gerado por
classificação digital a
partir de imagem Landsat
7 ETM+ de 13/05/2000,
georeferenciado com
base nas cartas do IBGE
1981 na escala 1:50.000.
1.5
Mapa Geológico
Juarês José
Aumond
1:750.000
Adapatado do Ma
pa
geológico de Santa
Catarina MME e Governo
do Estado de Santa
Catarina.
1.6
Mapa de Solos
EPAGRI
1:750.000
Adaptado e atualizado de
Santa Catarina,
Secretaria da Agricultura.
Levantamento de
Reconhecimento de solos
de Santa Catarina,
UFSM. Santa Maria,
1973.
1.7
Mapa Geomorfológico
1:750.000
Mapa Geomorfologico de
Santa Catarina Projeto
RADAMBRASIL (Atlas de
Santa Catarina, 1986).
1.8
Mapa Político
1:750.000
- Cartas Temáticas referentes ao tema solos da EPAGRI (Empresa de
pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S. A), Folhas
UPR 5,6 e 7, escala 1:250. 000, ano de 2002.
75
3.3 MODELO DE ANÁLISE
O sistema bacia hidrográfica apresenta, quatro camadas (subsistemas),
segundo Chiaranda (2002), definidos como Camada Aérea, Superfície, Sub-
superfície e Condições de Profundidade. Cada subsistema apresenta um conjunto
de elementos que podem influenciar no objetivo do presente trabalho.
O subsistema Camada Aérea tem como principais elementos de interesse a
Precipitação e a Camada Vegetal, o subsistema Superfície tem como principais
elementos de interesse: (i) Geomorfologia; (ii) Solos; e (iii) Fraturas. Já o sub
sistema Sub Superfície, tem como principal elemento de interesse o Solo e as
Condições de Profundidade a Geologia.
Outra etapa qualitativa importante consiste em identificar e quantificar os
processos relevantes (variáveis) a cada um dos elementos, a fim de que se possam
realizar mensurações e obtenção de dados (CHRISTOFOLETTI, 1999).
Para o sistema bacia hidrográfica do Itajaí, as variáveis consideradas são as
seguintes: (a) para o elemento Precipitação: altura de precipitação anual; (b) para o
elemento Camada Vegetal: grau de proteção da camada vegetal original e grau de
proteção dos usos do solo; (c) para o elemento Geologia: a densidade de fraturas
em km/km
2
e a permeabilidade das rochas; (d) para o elemento Geomorfologia: fluxo
preferencial em profundidade e declividade; (e) para o elemento Solos: potencial de
infiltração de águas nos solos e potencial da profundidade para armazenamento de
água. A escolha das variáveis pautou-se nos conceitos hidrológicos, que por sua
vez permitem estabelecer as relações intrínsecas entre as variáveis e para o
conjunto delas (Figura 11).
76
Figura 11
Modelo de Análise.
77
Segue
abaixo detalhamento dos processos (variáveis) a serem analisados:
Altura de precipitação anual: segundo Bertoni e Tucci (2004) a precipitação é
entendida como toda a água proveniente do meio atmosférico, que atinge a
superfície terrestre. As características principais da precipitação são o seu total,
duração e distribuição temporal e espacial. A ocorrência de precipitação é um
processo aleatório, o que não permite que sua ocorrência seja determinada com
muita antecedência. A precipitação pode ser classific
ada em convectiva, orográfica e
frontais ou ciclonais,de acordo com o mecanismo pelo qual se produz a ascensão do
ar. As precipitações convectivas são, geralmente, chuvas de grande intensidade e
pequena duração, restritas a áreas pequenas. As orográficas são chuvas de
pequena intensidade e de grande duração, que cobrem pequenas áreas e as
frontais ou ciclonais são chuvas de grande duração, atingindo grandes áreas com
intensidade média.
Grau de proteção e tipos de uso do solo: O grau de proteção refere-se a
os
estágios sucessivos de uma progressão de efeitos de defesa ou proteção que os
diferentes tipos de cobertura proporcionam ao solo contra a ação direta dos ventos,
da radiação solar e dos eventos de precipitação.
No âmbito da função hidrológica de armazenagem da bacia hidrográfica, a
proteção advém da retenção temporária dos eventos de precipitação e da
diminuição da quantidade de água que chega ao solo devido à evaporação. Nesse
processo, os diferentes estratos da vegetação agem como barreira ao livre
ca
minhamento da precipitação, diminuindo sua energia cinética. Papel semelhante é
efetuado pela manta orgânica. Esta última, conjuntamente com o sistema radicular e
a fauna melhoram as condições superficiais de infiltração, por melhoria das
propriedades físi
co
-químicas do solo. Neste contexto, a rota preferencial de fluxo
78
tende a ser a da infiltração, percolação e a do armazenamento, com os eventos de
escoamento superficial ocorrendo ocasionalmente em função da maior intensidade
da precipitação, de forma que o processo erosivo tende às taxas naturais dentro da
faixa de amplitude de estabilidade do sistema (ODUM, 1983).
Cabe ressaltar que a relação não é de causa e efeito, mas sim de interação
entre as variáveis, e que o efeito é de sinergia entre solo veget
ação
clima. Os
usos da terra, ao substituírem a cobertura vegetal original, modificam o sinergismo
entre vegetação e clima. Conjuntamente com a substituição da cobertura vegetal
original são introduzidos circuitos de trabalho auxiliares (ODUM, 1983), de
forma que
a proteção proporcionada pela nova cobertura tende a diminuir. Abaixo, seguem as
descrições de tipologia, estratificação, quantidade e intensidade de usos dos
circuitos de trabalho auxiliar e sinergismo, para as principais coberturas vegetais e
t
ipos de usos dos solos existentes em Santa Catarina, segundo o Manual Técnico de
uso da terra (IBGE, 2001):
1.
Floresta arbórea densa densidade de cobertura entre 50 a 70%;
multi
- estratigráfica, menor contribuição do estrato herbáceo, arbóreos e arbustivos
e maior da superior na composição da estrutura; manta orgânica espessa;
atenuação muito alta e alta da pr
ecipitação; muito pouco ou nenhuma exposição dos
solo; nenhuma ou muito pouca inserção de circuitos de trabalho auxiliar; atenuação
muito alta da energia solar incidente.
2. Reflorestamentos manta orgânica medianamente espessa; contribuiç
ão
preponderante
do estrato superior na composição da estrutura; atenuação alta da
precipitação; pouca ou nenhuma exposição do solo após dois anos de idade; baixa
intensidade de inserção de circuito de trabalho auxiliar e espaçado no tempo;
atenuação alta da energia solar
incidente.
79
3. Pastagem / Vegetação Alterada
densidade de cobertura entre 35 e 60%
para pastagem e variável conforme o estagio de recuperação para vegetação
alterada; nenhuma manta orgânica para pastagem e pouco espessa para vegetação
alterada; atenuação media a baixa da precipitação; exposição variável do solo
conforme manejo utilizado no caso das pastagens e estagio de recuperação no caso
da vegetação alterada; baixa atenuação da precipitação; intensidade média de
inserção de circuitos de trabalho auxiliar, pouco espaçado no tempo, no caso das
pastagens e inserção referente a passagem do fogo e sua ciclicidade natural ou
induzida no caso da vegetação alterada; baixa atenuação da energia solar incidente,
presença de drenagem induzida (rede viária).
4. Ag
ricultura
densidade de cobertura variável conforme a cultura e ciclo,
geralmente baixa; uniestratificada; baixa atenuação da precipitação; exposição do
solo a cada preparo, exceto no plantio direto; alta intensidade de inserção de
circuitos de trabalho auxiliar, muito pouco espaçados no tempo; baixa atenuação da
energia solar incidente, presença de drenagem induzida (rede viária).
5. Uso Urbano predominância de superfícies impermeabilizadas;
atenuação muito baixa da precipitação; exposição média a alta do solo; intensidade
muito alta de inserção de circuitos de trabalho auxiliar, continua no tempo;
atenuação muito baixa da energia solar; presença de drenagem induzida (rede
viária).
Fluxo Preferencial em profundidade: é uma expressão hidrológica das forma
s
de relevo. Indica qual é a rota preferencial do fluxo que tenderá a predominar nas
diversas formas de relevo que ocorrem na bacia hidrográfica, encontrando
-
se, dessa
maneira, relacionados ao tempo de permanência da água. Como conseqüência da
rota prefere
ncial, pode
-
se acelerar ou retardar a saída da água da bacia hidrográfica.
80
A aceleração ocorreria pela predominância de fluxos rápidos, como o escoamento
superficial, e o retardamento pela predominância de fluxos lentos, como a
percolação e o escoamento base e pelo armazenamento nos solos e nas rochas. O
fundamento hidrológico utilizado é o da função de armazenagem. Superfícies
tabulares tendem a favorecer a infiltração, a percolação e o escoamento base,
enquanto os de topo aguçados, pela sua configuração, e os de acumulação, pelo
seu posicionamento no terreno, tendem a favorecer o escoamento superficial e os
sub superficiais (CABRAL et al., 2003).
Declividade: refere-se à inclinação que os terrenos da bacia apresentam e
constitui
-se também em uma expressão hidrológica ao representar as diferentes
quantidades de energia que podem interferir na velocidade de escoamento dos
fluxos da água pela transformação de energia potencial em cinética (JORGE e
UEHARA, 1979). Quanto menor for o valor da declividade maior é
a possibilidade de
a água se infiltrar pelo meio poroso tornando-se fluxo lento. Por outro lado, os
terrenos com maior declividade tendem a apresentar fluxos com maior velocidade e
com tempo menor de permanência na bacia.
Potencial de Infiltração dos Solos: é uma expressão hidrológica do solo
referente à penetração de água no seu perfil, que dentre outros fatores, é
dependente da textura. Solos com textura arenosa apresentam potencial de
infiltração muito alta devido ao seu espaço poroso ser composto predo
minantemente
por macro-poros, o que os torna bem a excessivamente drenados, e permitem que
apresentem como reta preferencial de fluxo a percolação ao invés do escoamento
superficial. Os de textura argilosa, por outro lado, devido à predominância de micro-
p
oros, tendem a ser mal a moderadamente drenados, o que permite que apresentem
como rota preferencial de fluxo o escoamento superficial (PRADO, 2005). Outros
81
fatores afetam o potencial de infiltração, como as características da chuva, as
condições de cobertura do solo, a estrutura e umidade antecedente do solo e a
camada biogênica na camada superficial (CABRAL et al., 2003).
Potencial da profundidade para armazenagem: a profundidade, outra
característica do elemento solos, será tratada como expressão hidrológica, no
sentido de que quanto maior ela for, maior será o espaço disponível para o
caminhamento e armazenagem de água, permitindo que a rota preferencial de fluxo
seja composta pela percolação, o que tende a aumentar a atenuação dos eventos
de precipitação. À semelhança do potencial de infiltração, diversos fatores afetam
essa variável, como as condições de umidade do solo, camadas de impedimento,
porosidade, sistema radicular, etc. (JORGE e UEHARA, 1979).
Descontinuidades nas rochas (Fraturas): este termo refere-se a qualquer
estrutura geológica que interrompa, ou possa interromper, quando submetida a
certas cargas, a continuidade física da rocha. Engloba juntas, falhas, fraturas,
fissuras, etc., podendo eventualmente incluir, plana de fraquezas em acamam
entos,
bandamentos e foliações. A resistência das rochas é afetada pela freqüência e
orientação de sistemas de fraturas. As fraturas também são locais propícios à
percolação de águas superficiais, o que favorece o intemperísmo e a formação de
argilominerai
s. Estes, por sua vez, podem ser carreados, deixando cavidades
(vazios) que facilitam ainda mais a percolação de água, ou podem tornar lubrificada
uma superfície, facilitando os escorregamentos (CHIOSSI, 1973).
Permeabilidade das rochas: refere-se à propriedade que esse meio poroso
apresenta para transmitir água sob determinada temperatura e viscosidade. Essa
propriedade é dependente da viscosidade do fluido e da porosidade do meio
rochoso com termos de volume total e particionamento por tamanho. Também
82
oco
rrem dependências em relação à forma, a compactação e a distribuição do
tamanho das partículas (JORGE e UEHARA, 1979). A forma das partículas afeta na
maneira como as mesmas se arranjam entre si com as formas irregulares resultando
em porosidades maiores que as formas arredondadas. Matérias granulares com
distribuição uniforme de grãos têm porosidade maior que os materiais com
distribuição irregular. O grau de cimentação ou de compactação influi diretamente no
valor porosidade, de maneira que quanto mais cimentada estiver uma formação,
menor será o valor da porosidade. Na bacia hidrográfica, as rochas encontram-
se
diretamente relacionadas com a função hidrológica de armazenagem, através da
armazenagem no lençol freático e com o escoamento base dos sistemas de fluxo
hidrológico. Condicionam, em parte, a capacidade de armazenamento de água dos
solos e o escoamento superficial (CABRAL et al., 2003).
3.4 FLUXOGRAMA METODOLÓGICO
É através da metodologia que se explicam às categorias e conceitos
utilizados, definem-se os procedimentos e delimita-se o objeto de investigação. Sob
a ótica desta teoria, os processos, resultam dos principais agentes internos e
externos que atuam na bacia hidrográfica e os sistemas associam os elementos e
processos que atuam conjuntamente, ambos sob o enfoque das relações temporais
de trocas de matéria e energia (MORAES, 1994).
83
Para facilitar o entendimento da metodologia utilizada, segue fluxograma
(Figura 12) adaptado da Metodologia de Trabalho proposta por Chiaranda (2002)
para o p
resente.
A escolha desse enfoque de relações se justifica pelo fato de que a bacia
hidrográfica do Itajaí ser um sistema aberto e complexo, com fortes variações ao
longo do tempo e um comportamento não linear, o que torna inadequada à
abordagem do tipo cau
sa e efeito.
A abordagem sistêmica contribui para definir os limites do sistema, identificar
os elementos importantes e os tipos de interações que ocorrem entre eles, sem
perder de vista os objetivos a serem alcançados.
Para este trabalho, variáveis externas são todas as variáveis que não se
encontram dentro da definição do sistema, mas que controlam o fluxo de massa e
energia, podendo em alguns casos, determinar de forma conclusiva, a sua
orientação, o que significa dizer que a resposta é o resultado das interações entre
diversas forças em um controle multivariado.
Os aspectos técnicos operacionais dizem respeito aos instrumentais e as
técnicas que são utilizadas a fim de atingir os objetivos deste trabalho, e são uma
extensão e complementação dos princípio
s metodológicos.
O presente estudo é de caráter físico integrativo e envolve diversas variáveis,
por isso, faz-se necessário o uso de diferentes técnicas e procedimentos referentes
à caracterização da função armazenagem.
84
85
De forma geral, pode-se dizer que o presente trabalho abrange as seguintes
etapas:
Análise de Mapas Temáticos da Bacia do Itajaí, que representam os
elementos (geologia, geomorfologia, descontinuidades, relevo, cobertura vegetal) e
as variáveis (permeabilidade e porosidade das rochas, fluxo preferencial em
profundidade, potencial de infiltração e potencial de profundidade para
armazenagem do solo, declividade, grau de proteção da superfície e tipos de uso da
terra, qualidade da cobertura vegetal, zoneamento ecológico, presença de
descontinuidades, entre outras) relevantes para a capacidade de armazenamento da
bacia;
Aplicação de um modelo adaptado do modelo de Análise em Sistema
Geográfico de Informações (CHIARANDA, 2002).
Descrição das Unidades dos elementos em classes de acordo com o grau
de significância (influência) para a capacidade de armazenamento de águas
subterrâneas;
Ponderação dos elementos temáticos;
Confecção de mapas: mapas temáticos base, mapas temáticos derivados,
mapas intermediários e mapas finais.
Ba
seado na metodologia, de caráter genérico, denominada “Os Quatro Níveis
da Pesquisa Geográfica”, elaborou-se e desenvolveu-se o Modelo de Análise em
Ambiente de Sistema Geográfico, para elaboração das cartas de síntese, devido à
necessidade de tratamento quantificado das informações (CHIARANDA, 2002). A
metodologia denominada “Os Quatro Níveis da Pesquisa Geográfica”, divide o
desenvolvimento de uma pesquisa em quatro partes:
86
O nível Compilatório: composto pela obtenção de informações fornecidas
por mapas t
emáticos, observações em campo (quando necessário) sobre a estrutura
da paisagem e pela seleção dos dados que tem valor para a pesquisa.
O nível Correlativo: referente à correlação dos dados e informações,
constituindo
-se em um momento de melhoramento da interpretação e do estudo da
natureza dos dados.
O nível Semântico: interpretativo, chegando a resultados conclusivos a
partir dos dados selecionados e correlacionados nas etapas anteriores,
estabelecendo as generalizações possíveis, onde os dados puros deixam de ser
informações factuais ou numéricas para assumirem caráter significativo em nível de
interpretação.
O nível Normativo: fase de elaboração do modelo, representado através
de cartogramas ntese ou de gráficos que traduzem de forma mais simples e vi
sual
os resultados da pesquisa.
O modelo de análise de dados espaciais, a ser utilizado, é do tipo empírico,
baseado no conhecimento. Sua aplicação deverá ser efetuada com o uso de
técnicas de concorrência ponderada, através do qual cada unidade homogênea
das
componentes, bem como cada componente, será avaliada de acordo com critérios
ponderados que resultam em uma escala ponderada de potencialidade.
A potencialidade será calculada pela ponderação e combinação de evidencias
de várias fontes. A avaliação do
peso a ser atribuído a cada um dos mapas depende
da análise da importância ou do julgamento subjetivo de especialistas.
87
A ponderação e a combinação das evidências das componentes serão
efetuadas com o auxilio de dois instrumentos: a hierarquização das componentes e
o processo analítico hierárquico.
O ponto de partida, a ser utilizado, para a hierarquização é a de que o
armazenamento de água na bacia hidrográfica depende, no âmbito da função
hidrológica de armazenagem, dos processos hidrológicos que ocorrem
na superfície.
Será considerado, também, o fato de que o todo é maior que a soma das partes, o
que traduz a interatividade das componentes de armazenagem da bacia com os
fluxos hidrológicos ordenados e os processos, assim como a propriedade única que
advém
desta interação.
Procura
-se demonstrar desta forma, que a bacia hidrográfica não é uma
simples somatória de variáveis com respostas unidirecionais de causa e efeito, mas
sim uma estrutura “viva” e complexa.
Para o ordenamento das componentes da bacia hidrográfica serão
considerados três níveis verticalmente articulados (Figura 13):
Nível L que é o nível principal, onde ocorrem os processos hidrológicos na
superfície e sub superfície do solo, tais como: infiltração, escoamento superficial e
sub superficia
l.
Nível L+1 - que é um nível secundário, onde ocorre o processo hidrológico de
interceptação nas várias componentes de armazenagem e atenuação inicial dos
fluxos de precipitação.
Nível L-1 e Nível L-2: são veis secundários, onde ocorrem os processos de
armazenagem no, solo e percolação (Nível L-1) e armazenagem no lençol freático e
escoamento base (Nível L
-
2).
88
Figura 13 – Organização hierárquica dos componentes (variáveis), adaptado de
Chiaranda (2002).
O Processo Analítico Hierárquico (Analytical Hierarchycal Process), segundo
Chiaranda (2002) consiste na elaboração de uma matriz de comparação entre os
diferentes fatores que influenciam a tomada de decisão. Nesse processo, os fatores
são comparados dois a dois e um critério de importância relativa derivada de uma
escala continua de 09 pontos é atribuída ao relacionamento entre os mesmos,
conforme a Tabela 2.
89
TABELA 2 - Escala de valores do processo analítico hierárquico para comparação
pareada.
INTENSIDADE
DE
IMPOR
TÂNCIA
DENOMINAÇÃO
DEFINIÇÃO
EXPLICAÇÃO
1
Igual
Importância Igual.
Os dois fatores contribuem
igualmente para o objetivo.
2
Um pouco melhor
Importância
intermediária.
Possibilidades de
compromissos adicionais.
3
Algo melhor
Importância moderada
que o ou
tro.
Um fator é ligeiramente mais
importante.
4
Moderadamente
melhor
Importância
intermediária.
Possibilidades de
compromissos adicionais.
5
Melhor
Importância essencial.
Um fator é claramente mais
importante que o outro.
6
Bem melhor
Importância
interm
ediária.
Possibilidades de
compromissos adicionais.
7
Muito melhor
Importância
demonstrada.
Um fator é fortemente
favorecido e sua maior
relevância foi demonstrada na
prática.
8
Criticamente
melhor
Importância
intermediária.
Possibilidades de
compromisso
s adicionais.
9
Absolutamente
melhor
Importância externa
A evidência que diferencia os
fatores é de maior ordem
possível.
FONTE:
CAMARA et al., 1996 apud CHIARANDA, 2002.
Uma taxa de consistência é calculada quando da comparação dos fatores no
âmbito da matriz, e deve apresentar como resultado valor inferior a 0,1. Quando o
valor resultante é superior a 0,1 a matriz deve ser reorganizada, alterando os valores
de comparação entre os fatores. A taxa de consistência indica a probabilidade de
que os valores de comparação entre os fatores tenham sido gerados aleatoriamente
(SAATY, 1997 apud CHIARANDA, 2002).
No ambiente do Sistema de Informações Geográficas, o manuseio dos dados
adquire a forma de um conjunto de operações algébricas que resultam em Mapas
numér
icos que configuram a estrutura da estatística espacial e da modelagem
90
cartográfica, permitindo a análise simultânea de várias camadas ou
layers
(HISCOCK et al., 1995).
3.5 VALIDAÇÃO DO INDICADOR
Foram testados dois métodos para validação do indicador. Eles procuram
correlacionar a vazão escoada no sistema fluvial e os valores do indicador. O
primeiro método relaciona as vazões específicas medidas em seções fluviométricas
e o indicador medido na bacia contribuinte. O segundo método correlaciona as
vazõe
s específicas obtida por regionalização hidrológica e o indicador em cada
píxel. Foram utilizados os mapas de vazão Q
7,10
dos estudos de regionalização do
CASAN/CEAHPAR (1982, Figura 14) e da ANEEL /UFSC (2001, Figura 15).
No primeiro método são selecionadas regiões com características de
capacidade de recarga diferentes. Em cada região são selecionadas sub-
bacias
hidrográficas. Nas sub-bacias são executados medições de vazões, com o auxilio
de um molinete, em período de estiagem, ou seja, no mínimo quinze dias sem
chuvas expressivas. As medições nas sub-bacias devem ser executadas no mesmo
período, a fim de podermos comparar os resultados obtidos, que caracterizarão a
real influência das águas subterrâneas freática para a manutenção das vazões nos
cursos da água, nos períodos de estiagem. Para a validação do indicador através do
segundo método, a correlação das vazões específicas obtidas por regionalização
com o Mapa Final de Efeitos do Uso do Solo na Capacidade de Armazenamento, é
91
necessário que os mapas apresentem as mesmas características de formato e
tamanho de
pixels
.
92
93
94
3.5.1 Medições de Vazões
O molinete utilizado para a determinação das vazões consiste de uma hélice
presa a uma haste e um “conta
-
giros” (Figura 16), que mede a velocidade do
fluxo d'
água que passa pela hélice. Assim, quando posicionado em diversos pontos da
seção do rio pode determinar o perfil de velocidade desta seção. O molinete
obedece ao seguinte principio de funcionamento: (i) mede-se o tempo necessário
para que a hélice do aparelho de um certo número de rotações; (ii) o “conta-
giros”
envia um sinal ao operador a cada 5 (cinco), 10 (dez) ou qualquer outro numero de
voltas realizadas; (iii) marca
-
se o tempo entre alguns sinais e determina
-
se o numero
de rotações por segundo (n); (iv) o aparelho fornece uma curva calibrada do tipo V =
a . n + b (onde a e b são características do aparelho), que fornece a velocidade (V) a
partir da freqüência n da hélice. A velocidade limite que podem ser medidas com
molinetes são de cerca de 2,5 m/s com haste e de 5 m/s com lastro (PORTO et al.,
2001).
Figura 16
Tipos de molinetes.
FONTE:
PORTO et al., 2001.
95
O molinete pode ser utilizado de diversas formas, a vau, sobre ponte, com
teleférico, com barco fixo e com barco móvel, mas neste trabalho, o tipo de medição
utilizada é “a vau”, pois as medições deverão ser realizadas, a priori, em cursos da
água com nível não superior a 1,20 metros e velocidade compatível com a
segurança do operador. Este método consiste em prender o molinete numa h
aste,
sempre tomando o cuidado de mantê-lo a uma distancia mínima do leito
(aproximadamente 20 cm) (PORTO et al., 2001).
Como o molinete fornece o perfil de velocidade da seção e não a vazão
diretamente, a mesma é calculada a partir de medições de velocidade. Neste caso
precisa
-
se ainda da geometria da seção.
Segundo Porto et al. (2001), a descarga líquida ou vazão de um rio é definida
como sendo o volume de água que atravessa uma determinada seção num certo
intervalo de tempo e pode ser determinada pela expressão: Q = V. S, onde Q =
vazão em m³/s, V = velocidade do escoamento e S = área da seção (m²). Como a
seção do rio, normalmente é irregular e as velocidades são medidas em alguns
pontos representativos, a vazão total será o resultado da soma de parcela
s de faixas
de vazão verticais, portanto para se calcular a vazão de tais parcelas utiliza-se a
velocidade média no perfil e sua área de influência.
Para a determinação da velocidade média, pode-se utilizar quatro processos,
dependendo da profundidade do curso d’água. O primeiro consiste em realizar uma
medida a 0,15 ou 0,20 metros do leito, uma na superfície a 0,10 metros de
profundidade, e entre essas duas, vários pontos que permitem um bom traçado da
curva de velocidade em função da profundidade. Calcula-se a área desse diagrama
e dividindo-a pela profundidade, tem-se a velocidade média na vertical. O segundo
baseia
-se na constatação experimental de que a velocidade média numa vertical
96
aproximar
-se muito bem da média aritmética entre a velocidade média a 0,20 e 0,80
metros da profundidade. No entanto, quando a profundidade é inferior a um metro,
utiliza
-se o processo do ponto único, onde se aproxima a velocidade média pela
medida a 0,6 da profundidade, contada a partir da superfície. O quarto método
consi
ste no processo de integração, onde se desloca o aparelho na vertical com
velocidade constante e anota
-
se além da profundidade total, o numero de rotações e
o tempo para chegar à superfície, obtendo-se assim, diretamente a velocidade
média (PORTO et al., 2001). Este último método não será utilizado neste trabalho,
pois necessita de operadores bem treinados e adaptados a este tipo de trabalho. O
método a ser adotado neste trabalho depende dos cursos da água escolhidos para
análise.
A profundidade numa vertical deve ser medida através da própria haste do
molinete. A distância horizontal entre as margens pode ser determinada através da
régua graduada (trena) ou teodolito. As verticais onde são levantados os perfis de
velocidade não devem ser muito próximas, pois podem não fornecer um ganho
considerável de informações, assim como, não devem ser muito distantes, pois pode
ocorrer a perda da representatividade do modelo. A Tabela 3 sugere espaçamentos
entre verticais para medição dos perfis de velocidade.
97
TABELA 3 Cuidados no espassamento das medições para uma boa
representatividade do perfil.
LARGURA DO RIO (M)
ESPAÇAMENTO MÁXIMO (M)
Até 3
3 a 6
6 a 15
15 a 30
30 a 50
50 a 80
80 a 150
150 a 250
250 a 400
0,30
0,50
1,00
2,00
3,00
4,00
6,00
8,00
12,00
FON
TE:
ANUÁRIO FLUVIOMÉTRICO N. 2. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA –
DNPM
1941 apud PORTO et al., 2001.
Como foi mencionada anteriormente, a vazão neste elemento é dada pela
multiplicação entre a área de influência e a velocidade média do escoamento no
perfil
. Para se obter a vazão do rio, soma-se as vazões de todas as parcelas
contribuintes.
Depois de determinadas as vazões em cada ponto de coleta, as mesmas
foram divididas pela área de contribuição da sub-bacia hidrográfica em km²,
fornecendo assim um indica
dor da produção de água por km².
3.5.2 Correlação entre vazão e o valor do indicador
Para realização da última etapa de validação do indicador através do primeiro
método, que consiste na correlação das vazões obtidas com os valores do indicador
foram utilizados conceitos básicos estatísticos de correlação, pois um dos objetivos
deste trabalho é o de estudar o grau de relacionamento entre duas variáveis
aleatórias, onde nenhuma das quais, pode ser considerada como causa da outra.
Um conjunto de dados, constituído de medições de X e Y, feita sobre uma amostra
98
de n materiais experimentais, pode ser vista como uma amostra aleatória bivariada
(X1, Y1), (X2, Y2), ............, (Xn, Yn), onde os diferentes pares são independentes. A
partir desta perspectiva, o estudo da relação entre as variáveis será efetuado
através da analise de correlação. O primeiro passo no estudo de uma relação,
consiste em colocar as observações sobre um gráfico, chamado de diagrama de
dispersão, o diagrama de dispersão fornece uma boa ajuda no discernimento da
natureza da relação.
Um tipo simples de associação entre as variáveis X e Y produz pares de
valores ou, graficamente, pontos que se distinguem em torno de uma linha reta.
Uma pequena dispersão, em torno da linha, indica forte associação, uma grande
dispersão é uma manifestação de associação fraca. A medida numérica desta
relação é chamado de coeficiente de correlação da amostra, ou, às vezes, de
coeficiente de correlação momento produto de
Pearson
(r). As principais
propriedades
do coeficiente de correlação são: (i) r deve estar entre -1 e 1; (ii) o
valor numérico de r mede a intensidade da relação linear e o sinal de r indica a
direção da relação; (iii) é a proporção da variabilidade nos valores de Y que é
explicado por uma linha reta, ajustada pelo método dos quadrados mínimos
(GONÇALVES, 1998).
Para a validação do indicador através do segundo método, a correlação das
vazões específicas obtidas por regionalização com o Mapa Final de Efeitos do Uso
do Solo na Capacidade de Armazenamento foi utilizada para o cálculo de correlação
a ferramenta
Band
Collection
Stats
do programa ARCGIS. A ferramenta fornece
dados estatísticos para uma análise multivariada de um grupo de
layers
no formato
raster
. Através do uso das opções de Covariância computacional e das matrizes de
correlação, além dos parâmetros estatísticos básicos, tais como, os valores
99
mínimos, máximo, a média e o desvio padrão para todos os
layers
, a covariância e a
matriz de correlação fornecem os resultados.
As matrizes de covariância contêm valores da variância e da covariância. A
variância é a medida estatística de quanta variação em relação à média. Para
calcular estas variâncias, o quadrado da diferença entre cada valor de célula e o
valor médio de todas as células
são averiguados.
A variância para cada
layer
pode ser lida ao longo da diagonal da matriz de
covariância movendo-se a partir da parte superior à esquerda para a direita inferior.
As variâncias são expressas em unidades de valor por célula ao quadrado.
As entradas restantes dentro da matriz de covariância são as covariâncias
entre todos os pares de dados no formato
raster
. A equação apresentada abaixo é
utilizada para determinar a covariância entre os
layers
i e j.
1
)
).(
(
1
N
ZZ
Cov
N
k
j
jk
i
ik
ij
particular
em
célula
uma
denota
-
k
células
de
número
- N
layers
dos
média
-
layers
os
são
- j
i,
célula
da
valor
- Z
onde,
A covariância entre dois
layers
é a intersecção da fileira e da coluna
apropriada. A covariância entre os
layers
2 e 3 é a mesma que a covariância entre
100
os
layers
3 e 2. Os valores da matriz de covariância dependem dos valores unitários,
ao contr
ário da matriz de correlação.
A matriz de correlação mostra os valores do coeficiente de correlação, isto
descreve o relacionamento entre duas series de dados. No caso de um conjunto de
layers
em
raster
, a matriz de correlação mostra como os valores de um
layer
em
raste
r se relacionam com os valores das células de outro layer. A correlação entre
dois
layers
é a medida da dependência entre os
layers
. Isto é a covariância entre os
dois
layers
dividido pelo produto de seus desvios padrão. Por causa desta rela
ção, a
correlação é um numero de menor valor. A equação para cálculo da correlação é a
que segue.
ji
ij
ij
Cov
Corr
Correlações variam de +1 até –1. Uma correlação positiva indica uma relação
direta entre dois
layers
, assim sendo, quando os valores da célula de um
layer
aumentam, provavelmente os valores da célula do outro
layer
também vão
aumentar. Uma correlação negativa que a variável muda inversamente em relação à
outra.
A correlação zero indica que os dois
layer
são independentes um do outro.
A matriz de correlação é simétrica. Se sua diagonal a partir da parte superior
esquerda até a inferior direita for 1,000, o coeficiente de correlação é +1 e indica
layers
idênticos.
101
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os dados e informações que adentram, inicialmente, o fluxograma
apresentado no item 3.4, têm sua origem em fontes de dados cartográficos e
documentais que após seleção e tratamento resultam nos produtos denominados
mapas temáticos base. Estes constituem a entrada de dados na segunda fase, que
após processamento para análise das unidades tipológicas dão origem ao produto
denominado mapas temáticos derivados. Os mapas temáticos derivados constituem
o fluxo de entrada da terceira fase do modelo que após integração (soma) resultam
no produto denominado mapas intermediários I Potencial Hidrológico do Relevo e
do Solo; mapas intermediários II Potencial de Armazenamento do Meio Poroso; e
mapas de síntese finais
Indicador da Capacidade Original e Atual da Bacia.
Entende
-
se por mapa temático básico todo
mapa no seu estado original com a
legenda de todas as unidades (tipológicas) ocorrentes na área da bacia. Os mapas
temáticos derivados, por sua vez, são os mapas que contém as unidades
(tipológicas) organizadas em classes de importância relativas ao potencial de
recarga dos aqüíferos. A atribuição destes valores baseou-se nos textos e nos
conhecimentos dos autores dos respectivos mapas básicos: Mapa 02 (Figura 17) -
Fraturas (DNPM,1969); Mapa 04 (Figura 19) - Unidades Litoestratigráficas
(AUMOND, 2006); Mapa 06 (Figura 21) - Unidades Geomorfologicas (SANTOS,
2006); Mapa 08 (Figura 23) - Altimetria (REFOSCO, 2006); Mapa 10 (Figura 25) -
Classes de Solos (EPAGRI,1998); Mapa 13 (Figura 28) - Cobertura Vegetal Original
(SEVEGNANI, 2006); Mapa 15 (Figura 30) - Usos do solo (VIBRANS, 2003 e 2006)
e Mapa 17(Figura 32)
-
Precipitação (ANA, 2001).
102
Os mapas temáticos derivados utilizados neste trabalho são a representação
da expressão hidrológica das componentes fraturas, geologia, geomorfologia, solos,
cobertura
vegetal original, usos da terra e precipitação. Foram desenvolvidos os
seguintes temas derivados:
-
Fraturas: Densidade de fraturas.
-
Geologia: Permeabilidade das rochas.
-
Geomorfologia: Fluxo preferencial em profundidade e declividade.
-
Solos: Potencial de inf
iltração e Potencial de armazenamento.
- Cobertura Vegetal Original e Usos do Solo: Grau de proteção.
- Precipitação: intensidade.
Para a obtenção dos mapas temáticos derivados e posteriormente dos
demais, foi necessária a conversão dos mapas temáticos básicos
do formato vetorial
para o formato
raster
. No caso especifico deste trabalho, foram utilizados pixels de
tamanhos diversos de acordo com a grandeza da variável analisada (Tabela 4). Os
mapas finais apresentam pixels de 660 x 660 metros. Esta conversão foi possível
utilizando
-se no módulo spatial analyst do
software
ArcGis 8.3 a ferramenta
convert
features to raster
”.
103
TABELA 4
Descrição do formato e tamanho dos pixels dos mapas.
MAPA
DESCRIÇÃO
FORMATO
TAMANHO
PIXEL(m)
1
Mapa Temático Base
-
Fraturas
Vetor
-
2
Mapa Temático Base
-
Unidades Litoestratigráficas
Vetor
-
3
Mapa Temático Base
-
Unidades Geomorfologicas
Vetor
-
4
Mapa Temático Base
-
Altimetria
Raster
30 x 30
5
Mapa Temático Base
-
Classes de solos
Vetor
-
6
Mapa Temático
Base
-
Cobertura Vegetal Original
Vetor
-
7
Mapa Temático Base
-
Usos do solo
Raster
30 x 30
8
Mapa Temático Base
Precipitação anual
Vetor
9
Mapa Temático Derivado
-
Densidade de Fraturas
Raster
5000 x 5000
10
Mapa Temático Derivado
-
Permeabilida
de das Rochas
Raster
60 x 60
11
Mapa Temático Derivado
-
Fluxo Preferencial em Profundidade
Raster
60 x 60
12
Mapa Temático Derivado
-
Declividade
Raster
60 x 60
13
Mapa Temático Derivado
-
Potencial de Infiltração do Solo
Raster
60 x 60
14
Mapa Te
mático Derivado
-
Potencial de Profundidade
para Armazenamento
Raster
60 x 60
15
Mapa Temático Derivado
-
Grau de Proteção da Cobertura
Vegetal Original
Raster
60 x 60
16
Mapa Temático Derivado
-
Grau de Proteção dos Tipos de Usos
do Solo
Raster
60 x 60
17
Mapa Temático Derivado
-
Intensidade de Precipitação
Raster
60 x 60
18
Mapa Intermediário nível 1
-
Potencial Hidrológico do Relevo
Raster
60 x 60
19
Mapa Intermediário nível 1
-
Potencial Hidrológico do Solo
Raster
60 x
60
20
Mapa Intermediário nível 2
-
Potencial de Armazenamento do
Meio Poroso
Raster
660 x 660
22
Mapa Síntese Final
-
Capacidade Potencial de Armazenamento
Original da Bacia
Raster
660 x 660
24
Mapa Síntese Final
-
Efeitos do Uso do Solo n
a Capacidade
de Armazenamento
Raster
660 x 660
As relações das componentes do meio físico com o meio de armazenagem,
os critérios utilizados para a caracterização das unidades homogêneas e as
respectivas classes são apresentadas na Tabela 5.
104
Tabela 5
Relações utilizadas para a caracterização dos temas derivados e critérios
para a definição das classes (adaptado de Chiaranda, 2002).
RELAÇÃO COM AS
COMPONENTES DE
ARMAZENAGEM
ELEMENTO
COMPONENTE
COMPONENT
E
DA
ARMAZENAGEM
ESTRUTURA
HIDROLÓGICA
TEMA
DERIVADO
CRITÉRIOS
CLASSES
FRATURAS
GEOLÓGICAS
Armazenagem no
freático
Zona de
saturação,
franja capilar,
sistema de fluxo
subterrâneo.
Densidade de
fraturas
Densidade de
fraturas em km
por km
2
Muito alta
Alta
Média
Baixa
Muito Baixa
GEOLOGIA
Armazenagem no
freático
Zona de
saturação,
franja capilar,
sistema de fluxo
subterrâneo.
Permeabilidade
das rochas
Granulometria,
estratificação,
grau de
agregação,
condições de
recarga,
potencialidade
para aqüífero.
Alta
Média
Baixa
Zona de
aeração, áreas
de acúmulo e
de liberação,
rede de
drenagem.
Fluxo
preferencial em
profundidade
Formas,
componente
do fluxo.
Alta
Média
Baixa
ROCHA
GEOMORFOL
OGIA
Armazenagem no
solo e nas
depressões do
terreno
Zona de
aeração, zona
intermediária,
zona de
liber
ação e zona
de acumulo.
Declividade
Energia
potencial
disponível.
Muito alta
Alta
Média
Baixa
Muito Baixa
Zona de
aeração, zona
intermed
iária e
franja capilar.
Potencial de
infiltração
Granulometria,
porosidade,
permeabilidad
e e
armazenament
o.
Muito alta
Alta
Média
Baixa
Muito Baixa
SOLOS
SOLOS
Armazenamento
no solo, nas
depressões do
terreno por
detenção
superficial e por
retenção
subsuperficial.
Zona de
aeração, zona
intermediária e
franja capilar.
Profundidade
para
armazenamento
Perfil,
posicionam
ent
o no terreno e
profundidade.
Muito alta
Alta
Média
Baixa
Muito Baixa
VEGETAÇÃO
COBERTURA
VEGETAL
ORIGINAL E USOS
DO SOLO
Interceptação,
armazenagem
por detenção e
retenção pela
manta orgânica,
armazenagem no
solo e na
superfície.
Camada aérea,
superfíc
ie do
solo e zona de
aeração.
Grau de
proteção
Sinergismo
entre o solo,
clima e a
vegetação,
manta
orgânica,
atenuação da
precipitação,
sazonalidade e
usos do solo.
Muito alta
Alta
Média
Baixa
Muito Baixa
PRECIPITAÇÃO
PRECIPITAÇÃO
Camada aérea
e superfíc
ie do
solo.
Intensidade de
precipitação.
Altura de
precipitação
anual.
Alta
Média
Baixa
Muito baixa
105
As classes de valores utilizadas para caracterizar as unidades homogêneas
dentro de cada tema derivado foram estabelecidas com base em revisão
docum
ental, bibliográfica, cartográfica e de conhecimento empírico de especialistas.
4.1 ELEMENTO ROCHAS
O mapa temático básico de fraturas (Figura 17 Mapa 02) foi obtido através
da vetorização dos mapas geológicos do DNPM, na escala 1:250.000 (folhas Rio do
Sul, Blumenau e Joinville), para as demais áreas foi utilizado o mapa do DNPM na
escala 1:500.000, em virtude da inexistência dos mapas dessas áreas na escala
1:250.000. Após a vetorização foi gerada uma grade de 5 x 5 km e calculada a
densidade de fraturas em km por km². Os valores resultantes do cálculo de
densidade foram separados em intervalos e posteriormente valorados e
classificados de acordo com a importância relativa ao potencial de recarga, dando
origem ao Mapa Temático Derivado
Densidade de
Fraturas (Figura 18
Mapa 03).
Para a valoração da variável fratura geológica, foi utilizada uma escala de valores
comparativos, com o menor correspondendo à classe de menor importância, e as
demais as classes intermediárias (Tabela 6).
106
TABELA 6
Classificação e valoração das densidades de fraturas.
INTERVALOS DE CLASSES DE FRATURAS
QUANTITATIVO
Km/km
2
QUALITATIVO
PESO
0,00
0,15
Muito Baixa
0,20
0,15
0,31
Baixo
0,40
0,31
0,47
Médio
0,60
0,47
0,63
Alto
0,80
0,63
0,82
Muito Alto
1
,00
Áreas com maior concentração de fraturas apresentam maior importância
para a recarga, uma vez que, fraturas geológicas são caminhos abertos ao
escoamento em profundidade da água.
107
108
109
Para a valoração das unidades litoestratigráficas (Figura 19 Mapa 04)
quanto à permeabilidade utiliza-se uma escala de valores comparativos, com o
menor correspondendo à classe de menor permeabilidade, e as demais classes
intermediárias (Tabela 7). O resultado desta valoração é o mapa temático derivado
de per
meabilidade das rochas (Figura 20
Mapa 05).
TABELA 7 Classificação e valoração das unidades litoestratigráficas quanto à
permeabilidade.
UNIDADE LITOESTRATIGRÁFICA
ROCHA
CLASSE
PERMEABILIDADE
PESO
Formação Botucatu
arenito
alta
0,80
Formaçã
o Rio do Rastro
arenito / siltito/ argilito
médio
0,60
Formação Gaspar
arenito / siltito/ argilito
médio
0,60
Formação Rio do Sul
arenito / argilito
médio
0,60
Formação Mafra
arenito / argilito
médio
0,60
Formação Campo
Alegre
vulcânica/sedimentar
médio
0,60
Formação Palermo
arenito/ siltito / folhelo
médio
0,60
Formação Serra Geral
basalto
baixa
0,40
Formação Teresina
argilito / folhelo
baixo
0,40
Formação Irati
argilito / folhelo
baix
o 0,40
Formação Serra Alta
siltito/ argilito / folhelo
baixo
0,40
Formação Rio Bonito
arenito / argilito
baixo
0,40
Formação Campo Tenente
argilito
baixo
0,40
Suite Intrusiva Subida
granito
baixo
0,40
Suíte Intru
siva Guabiruba
granito
baixo
0,40
Suíte Intrusiva Valsungana
granito
baixo
0,40
Complexo Brusque
xisto / filito / mármore
baixo
0,40
Complexo Tabuleiro
gnaisse / quartzito
baixo
0,40
110
111
112
A classificação e valoração das formas de relevo - unidades geomorfológicas
(Figura 21 Mapa 06) quanto ao fluxo preferencial em profundidade é a
apresentada na Tabela 8 e o resultado apresentado na Figura 22
Mapa 07.
TABELA 8 Formas de relevo (unidades geomorfológicas) quanto ao fluxo
preferencial em profundidade.
DOMÍNIOS
MORFOESTRUTURAIS
REGIÕES
UNIDADES
GEOMORFOLÓGICAS
CLASSES
PESO
Depósitos Sedimentares
Planícies Costeiras
Planícies Litorâneas
Alta
0,80
Bacias e Coberturas
Sedimentares
Planalto das
Araucárias
Planalto dos Campos
Gerais
Alta
0,80
Bacias e Coberturas
Sedimentares
Planalto Centro
-
Oriental de Santa
Catarina
Patamares do Alto Rio
Itajaí
Baixo
0,40
Bacias e Coberturas
Sedimentares
Planalto de Lajes
Planalto de Lajes
Baixo
0,40
Bacias e Coberturas
Sedimentares
Pat
amar Oriental
da bacia do Paraná
Patamar de Mafra
Baixo
0,40
Embasamentos em
Estilos Complexos
Serra do leste
Catarinense
Serra do Tabuleiro /
Itajaí
Médio
0,60
113
114
115
O mapa temático derivado de declividade foi obtido a partir do mapa te
mático
base de altimetria (Figura 23 Mapa 08). Os intervalos de classes de declividade
utilizados para a classificação são os recomendados pela literatura, como por
exemplo, o da EPAGRI (1998). Optou-se por expressar as declividades em
percentagem devido a essa unidade de valor ser a mais utilizada no planejamento,
implantação e condução das atividades no setor produtivo primário. Em função
disso, os terrenos da bacia com declividade superior a 45 % são aqueles que
apresentam inclinação de rampa superior a 24 %. As classes de declividade e seus
respectivos pesos são apresentados na Tabela 9 e o mapa temático derivado de
declividade na Figura 24
Mapa 09.
TABELA 9
Declividade das vertentes da bacia.
INTERVALOS DE CLASSES DE DECLIVIDADE
QUANTITATIVO
%
QUALITATIVO
PESO
ENERGIA
DI
SPONIVEL
(quantidade relativa
)
0
3
Muito Baixa
1,00
Muito pouca
3
-
8
Baixo
0,80
Pouca
8
-
20
Médio
0,60
Média
20
-
45
Alto
0,40 Grande
> 45
Muito Alto
0,20
Muito Grande
FONTE:
Chi
aranda, 2002.
116
117
118
4.2 ELEMENTO SOLOS
No componente solo foram determinadas duas variáveis: potencial de
infiltração e potencial de profundidade para armazenamento, a partir do mapa
temático base de classes de solos (Figura 25
Mapa 10) da
da a sua importância.
Frente às características dos grupos de solos que ocorrem na bacia
(Apêndice A), foram determinadas as classes de potencial de infiltração, que são
apresentadas na Tabela 10. Posteriormente o Mapa Temático Básico de Solos foi
converti
do para o formato raster, levando-se em conta as classes de potencial de
infiltração. O resultado desta valoração e conversão é o mapa temático derivado
potencial de infiltração do solo (Figura 26 –
Mapa 11).
119
TABELA 10
Potencial de infiltra
ção dos solos.
TIPOS DE SOLOS
TEXTURAS
RELEVO
POTENCIAL
DE
INFILTRAÇÃO
PESO
AmA2 (RQ4+EK), PA1 (EK1)
Arenosa
Plano
Muito alto
1,0
Ca52 (CX12), Ce3 (Cx59+PVA),
Aa2(HGP+GX),PVA7 (PVA3), PVA11
(PVA16+CX)
Média
Plano e suave
ondulado
Alto
0,8
Ca9 (Cx9), Ca19 (Cx29+PVA), Ca20
(Cx30+PVA), Ca22 (Cx31+PAC), Ca23
(Cx32+PAC), Ca29 (Cx42+RL), Ca33
(Cx46+RL), Ca35 (Cx63+RL+PVA), Ca51
(Cx51+RL), Ca45 (Cx16), Ca48 (Cx20), Ca68
(CH), Ca69 (CH), Ca74 (CH16+RL), Ca73
(CH15+RL), Ca77 (CH19+RL), Ca64
(CH12+RL), Ca53 (Cx13), Ca78 (Cx21),
PVA1, PVA2 (PVA14+CX), PVA3
(PVA15+CX), PVA4 (PVA25+CX+RL),
PVA5 (PVA26+CX), PVA10 (PVA6), PVA12
(PVA17+CX), PVA16 (PVA23+GX), LBEa4
(LB15+CH), TBRa3 (NV3), TBa4
(NX14+LB+CX), TBa5 (NX6+CX)
Argilosa
Suave ondulado e
ondulado
Médio
0,6
Ca4 (Cx4), Ca24 (Cx37)
Argilosa
Cascalhenta
Forte ondulado
Médio
0,6
Ca38 (Cx64+Cx+PVA), Ca54 (Cx34+Cx),
Ra10 (RL3), Ra13 (RL13+CX), Ra14
(RL14+AR), Ra15 (RL15+AR), PVA15
(PVA20+CX)
Média
Ondulado, forte
ondulado e
montanho
so
Médio
0,6
Ca10 (Cx10), Ca11 (Cx11), Ca21
(Cx52+PVA+R), Ca34 (Cx47+RL), Ca36
(Cx48+RL), Ca47 (Cx18), Ca61
(CH9+RL), Ca62 (CH10+RL), Ca70
(CH6), PVA13 (PVA18+CX), PVA14
(PVA19+CX), PVA17 (PVA24+GX),
PVA21 (PVA21+CX), PVA8 (PVA4)
Argilosa
Ondulado e forte
ondulado
Baixo
0,4
HGHe1 (GX9), HGPd1 (GX6), HGPd2
(GX7), HGPd3 (GX11+PVA)*, HGPd4
(GX19+PVA+CX), HGPd5 (GX12+CX),
HGPd6 (GX13+CX), HGPd7
(GX20+CX+GX), HGPd8 (GX15+GX)
Argilosa e
média
Plano
Muito baixo
0,2
Ca14 (Cx25+PVA), Ca32 (Cx45+RL)
**
,
Rd2 (RL18+CH), Ra1 (RL5+CX), Ra2
(RL6+CX)
Argilosa
Forte ondulado e
montanhoso
Muito baixo
0,2
(*
)
-
muito baixo potencial de infiltração dado pelo lençol freático próximo à superfície.
(
**
)
muito baixo potencial de infiltração dado pela textura argilosa e relevo que proporciona
maior escoamento superficial.
FONTE
: BASIC, I. (informação verbal).
120
A variável potencial de profundidade para armazenamento do solo foi obtida
da mesma forma que a variável potencial de infiltração do solo. Foram obtidas
quatro classes de potencial para a profundidade dos solos a partir das
características dos grupos de solos que ocorrem na bacia. As classes de potencial
da profundidade para armazenamento no solo são apresentadas na Tabela 11 e o
respectivo mapa temático derivado na Figura 27
Mapa 12.
TABELA 11
– Potencial da profundidade para armazenamento dos solos
CLASSES DE
PROFUNDIDADE
DENOMINAÇÃO
INTERVALO (CM)
CLASSES DE
POTENCIAL
DA
PROFUNDIDADE
UNIDADES DE MAPEAMENTO E
CLASSES ASSOCIADAS
PESO
Muito profundos
> 200
Alto
1,00
Profundo
150
Médio
LBEa4, TBRa3 (NV3), TBa4
(NX14+LB+CX), TBa5 (NX6+CX)
0,75
Pouco Profundo
150
60
Baixo
Ama2 (RQ4+EK), Ca4 (CX4), Ca9 (CX9),
Ca10 (CX10), Ca11 (Cx11), Ca14
(Cx25+
PVA), Ca19 (Cx29+PVA), Ca20
(Cx30+PVA), Ca21 (Cx52+PVA+R), Ca22
(Cx31+PAC), Ca23 (Cx32+PAC), Ca24
(Cx37+RL), Ca29 (Cx42+RL+AR), Ca32
(Cx45+RL), Ca33 (Cx46+RL), Ca34
(Cx47+RL), Ca35 (Cx63+RL+PVA), Ca36
(Cx48+RL), Ca38 (Cx64+Cx+PVA), Ca45
(Cx16), Ca47 (Cx18)
, Ca48 (Cx20), Ca51
(Cx51+RL), Ca52 (Cx12), Ca53 (Cx13),
Ca54 (Cx34+Cx), Ca61 (CH9+RL), Ca62
(CH10+RL), Ca64 (CH12+RL), Ca68 (CH),
Ca69 (CH), Ca70 (CH6), Ca73
(CH15+RL), Ca74 (CH16+RL), Ca77
(CH19+RL), Ca78 (Cx21), Ce3
(Cx59+PVA),
PVA1, PVA2 (PVA14+CX), PV
A3
(PVA15+CX), PVA4 (PVA25+CX+RL),
PVA5 (PVA26+CX), PVA7 (PVA3), PVA8
(PVA4), PVA10 (PVA6), PVA11
(PVA16+CX), PVA12 (PVA17+CX), PVA13
(PVA18+CX), PVA14 (PVA19+CX), PVA15
(PVA20+CX), PVA16 (PVA23+GX), PVA17
(PVA24+GX), PVA21 (PVA21+CX)
0,5
Raso
< 60
Muito baixo
HGHe1 (GX9), HGPd1 (GX6), HGPd2
(GX7), HGPd3 (GX11+PVA), HGPd4
(GX19+PVA+CX), HGPd5 (GX12+CX),
HGPd6 (GX13+CX), HGPd7
(GX20+CX+GX), HGPd8 (GX15+GX), Rd2
(RL18+CH), Pa1 (EK1), Aa2 (HGP+GX),
Ra10 (RL3), Ra14 (RL14+AR), Ra15
(RL15+AR), Ra
1 (RL5+CX), Ra2
(RL6+CX), Ra13 (RL13+CX)
0,25
FONTE
: BASIC, I. (informação verbal).
121
122
123
124
4.3 ELEMENTO VEGETAÇÃO
Para o elemento Vegetação, a variável de interesse é o grau de proteção que
cada classe de vegetação impõe ao solo. A classificação das unidades
fitofisionômicas (Figura 28 Mapa 13) foi efetuada utilizando-se uma escala de 5
(cinco) graus de proteção, com valor máximo de 1,00 e mínimo de zero, conforme
apresentado na Tabela 12. O resultado desta valoração é o mapa Temático
Derivad
o Graus de Proteção da Cobertura Vegetal Original (Figura 29
Mapa 14).
TABELA 12
Graus de proteção unidades fitofisionômicas.
UNIDADES
FITOFISIONÔMICAS
FORMAÇÕES
FITOFISIONÔMICAS
CLASSES
PESO
Floresta Ombrófila Densa
Floresta Ombrófila Densa
Floresta
Ombrófila Densa
Floresta Ombrófila Densa
Floresta.Ombrófila
Densa/Mista
Floresta Ombrófila Mista
Estepe Ombrófila
Formação Aluvial/Terras Baixas/Submontana
(até 100 m).
Formação Sub
-
montana (100
400 m).
Formação Montana (400
800 m).
Formação Auto
-M
ontana (acima de 800 m).
Zona de Ecótono
Alta
Alta
Alta
Alta
Alta
Alta
Média
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
0,60
125
126
127
4.4 ELEMENTO USOS DA TERRA
Para a variável grau de proteção de usos do solo (Figura 30 Mapa 15), da
mesma forma que para as unidades fitofisionômicas, foi utilizada uma escala de 5
graus de proteção, com valor máximo de 1,00 e mínimo de zero, conforme
apresentado na Tabela 13. O resultado desta valoração é o mapa temático derivado
usos do solo (Figura 31
Mapa 16).
TABELA
13
Proteção das classes de usos do solo.
CLASSES
GRAU DE PROTEÇÃO
PESO
Floresta Arbórea Densa
Reflorestamento (Eucalypto e Pinus),
Capoeira alta
Capoeirinha
Pastagem / cultura anual
Rizicultura / Urbano
Muito Alto
Alta
Alta
Médio
Baixo
Muito Baixo
1,00
0,80
0,80
0,60
0,40
0,20
128
129
130
4.5 ELEMENTO PRECIPITAÇÃO
Frente as característica de precipitação (Figura 32 Mapa 17) foram obtidas
as classes de intensidade de precipitação apresentadas na Tabela 14. O resultado é
o mapa temático deriva
do intensidade de precipitação (Figura 33
Mapa 18).
TABELA 14
Classes de intensidade de precipitação.
PRECIPITAÇÃO Anual (mm)
CLASSES DE INTENSIDADE
PESO
= 1700 < 1900
= 1500 < 1700
= 1300 < 1500
= 1100 < 1300
Alta
Média
Baixo
Muito Baixo
0,80
0,
60
0,40
0,20
131
132
133
4.6 MAPAS INTERMEDIÁRIOS
Os mapas intermediários e os mapas de síntese finais são o resultado de um
conjunto de temas oriundos das componentes ou objetos. Para a geração dos
mapas intermediários e dos mapas fin
ais foi utilizada a operação de sobreposição de
mapas em formato
raster
, com a soma das informações contidas em cada um deles,
atribuindo pesos percentuais diferenciados aos mapas temáticos derivados.
Os mapas intermediários de nível I são a representação do
status
do
potencial hidrológico do solo, do potencial hidrológico do relevo. O mapa
intermediário de nível II é a representação do
status
do potencial de armazenamento
do meio poroso e os mapas de síntese finais são as representações do status da
capaci
dade potenciais de armazenamento da bacia hidrográfica. Para este trabalho,
é considerado como status”, o conjunto das expressões hidrológicas resultantes da
interação das componentes e processos. Os mapas temáticos de síntese são
executados do modelo de
análise de dados espaciais, conforme segue:
a) potencial hidrológico do relevo e potencial hidrológico do solo: o potencial
hidrológico do relevo (Figura 34
-
Mapa 19) foi considerado como sendo a expressão
hidrológica integrada (soma), que caracteriza a componente física geomorfológica, e
é o resultado da interação das variáveis, fluxo preferencial em profundidade (rota
preferencial de fluxo) e declividade, conforme Tabela 15. O mesmo será considerado
para o potencial hidrológico do solo (Figura 35 - Mapa 20), frente as suas duas
variáveis analisadas, potencial de infiltração e potencial da profundidade para
armazenamento (Tabela 16).
134
TABELA 15
Potencial hidrológico do relevo.
COMPONENTE
PESO
Fluxo preferencial
Declividade
0,333
0,667
FONTE:
Chiaran
da, 2002.
TABELA 16
Potencial hidrológico dos solos.
COMPONENTE
PESO
Infiltração
Profundidade
0,50
0,50
A integração das duas variáveis (expressões hidrológicas) de cada
componente foi efetuado com o uso de operador de lógica ponderado. As classes de
potencial hidrológico referentes aos valores numéricos, a serem utilizados no
processo de caracterização são os apresentados na Tabela 17.
TABELA 17 Valores para o potencial hidrológico do relevo e para o potencial
hidrológico do solo.
FAIXAS
CLASSES
1,00
0,80
0,80
0,60
0,60
0,40
0,40
0,20
0,20
0,00
Muito alto
Alto
Médio
Baixo
Muito baixo
135
136
137
b) Mapas intermediários nível II potencial de armazenamento do meio poroso
(Figura 36 - Mapa 21): é considerado como sendo a expressão hidrológica que
representa as possíveis quantidades potenciais de água que o volume poroso
existente no meio (rochas e solo) pode armazenar. Ele foi elaborado pela integração
(soma) das variáveis, permeabilidade das rochas, fraturas e dos temas derivados
Potencial
Hidrológico do Relevo e Potencial Hidrológico do solo. Foram atribuídos
pesos a cada um dos temas e a integração foi executada com a ajuda de um
operador de lógica ponderada. Os pesos atribuídos aos temas têm como base o
processo analítico hierárquico e s
ão os apresentados na Tabela 18.
TABELA 18 Pesos atribuídos às variáveis para obtenção do potencial de
armazenamento do meio poroso.
VARIÁVEIS E TEMAS DERIVADOS
PESOS
Permeabilidade das Rochas
Potencial Hidrológico do Relevo
Potencial Hidrológico do So
lo
Fraturas
0,25
0,15
0,30
0,30
Os pesos foram atribuídos, tendo como base, a hierarquia das componentes
do fluxo hidrológico. A primeira interação ocorre entre os fluxos da água oriundos da
precipitação com o componente solo, sendo o relevo o responsável pela rota
preferencial e as rochas como meio de armazenagem e liberação. As interações
iniciais ocorrem na superfície e apresentam maior velocidade e menor tempo de
duração (CHIARANDA, 2002).
O produto numérico resultante da integração foi transformado em faixas de
valores que representam as classes de potencial de armazenamento do meio
poroso, os quais são apresentados na Tabela 19.
138
TABELA 19
-
Valores do potencial de armazenamento do meio poroso.
FAIXAS
CLASSES
0,80
–1,00
0,60
0,80
0,60
0,40
0,40 –
0,20
0,20
0,05
Muito alta
Alta
Média
Baixa
Muito Baixa
FONTE:
Chiaranda, 2002.
139
140
4.7
INDICADORES DA CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO
4.7.1 Indicador da Capacidade de Armazenamento Original da Bacia (Mapa 21)
O Mapa de Síntese Final Capacidade Potencial de Armazenamento Original
da Bacia (Figura 37 - Mapa 22) foi obtido pela integração (soma) do Mapa
Intermediário de nível II Potencial Armazenamento do Meio Poroso com os Mapas
Temáticos derivados, cobertura vegetal original e precipitação, para a det
erminação
da capacidade potencial de armazenamento original da bacia. Para a determinação
da capacidade potencial de armazenamento atual da bacia é levada em conta a
atividade socioeconômica. Os procedimentos utilizados são os mesmos do potencial
de armazenamento do meio poroso. Foram atribuídos pesos a cada um dos temas e
a integração será executada com a ajuda de um operador de lógica ponderada. Os
pesos atribuídos aos temas são os apresentados na Tabela 20.
TABELA 20 Pesos atribuídos as variáveis para obtenção da capacidade de
armazenamento original da bacia.
VARIÁVEIS E TEMAS DERIVADOS
PESOS
Potencial de Armazenamento do Meio Poroso
Cobertura Vegetal Original
Precipitação
0,50
0,30
0,20
O produto numérico resultante da integração não foi transformado em faixas
de valores para que desta forma fossem obtidos o maior números de informações
possíveis quanto a capacidade original de armazenamento da bacia.
141
142
4.7.2 Indicador da Capacidade de Armazenamento Atual da Bacia (Mapa 22)
O Mapa de Síntese Fi
nal
indicador de capacidade de armazenamento atual
(Figura 38 - Mapa 23) foi executada pela integração (soma) do mapa Intermediária
de nível II potencial armazenamento do meio poroso com os mapas temáticos
derivados, usos da terra e precipitação. Na determinação do indicador de
capacidade de armazenamento atual da bacia foram atribuídos os pesos
apresentados na Tabela 21.
TABELA 21 Pesos atribuídos as variáveis para obtenção da capacidade de
armazenamento atual da bacia.
VARIÁVEIS E TEMAS DERIVADOS
P
ESOS
Potencial de Armazenamento do Meio Poroso
Cobertura Vegetal
Usos da Terra
Precipitação
0,50
0,30
0,20
Da mesma forma que no mapa de síntese final capacidade potencial de
armazenamento original da bacia o produto numérico resultante da integração não
foi transformado em faixas de valores que representam as classes de efeitos do uso
da terra na capacidade de armazenamento da bacia, a fim de podermos obter o
maior numero possível de informações.
143
144
4.7.3 Alteração da Capacidade de Armazenament
o de Água
Com base na análise dos resultados, pode-se constatar que os usos da terra
alteraram significativamente a capacidade potencial de armazenamento da Bacia
Hidrográfica do Rio Itajaí (Tabela 22).
TABELA 22: Alteração da capacidade de armazenamento da bacia, de acordo com
os mapas finais (considerando cobertura vegetal original e cobertura
vegetal atual da bacia).
Capacidade original
da bacia (Mapa 21)
Capacidade atual
da bacia (Mapa 22)
Diferença entre
ca
pacidade
original e atual
Classes de
potencial de
Recarga
Intervalos
Área (km²)
%
Área (km²)
%
Área (km²)
%
Muito baixo
0-0,20
185,9
1,28
5.840,8
40,12
+5.654,8
+38,84
Baixo
0,21-
0,40
3.394,7
23,32
2.314,0
15,90
-
1.080,7
-7,42
Médio
0,41-
0,60
10.966,5
75,33
6.402,8
43,98
-
4.563,8
-
31,35
A
lta
0,61-
0,80
10,3 0,07 0,00 0,00 -10,3 -0,07
Muito Alta
0,81-
1,00
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Total 14.557,6
100,00
14.557,6
100,0
NOTA: O sinal (
-
) denota retração na classe, enquanto que o sinal (+) denota expansão.
No que tange a capacidade original da bacia, a classe de potencial alta
abrange 0,07% da área e é o resultado da integração das classes de potencial muito
alto, alto e médio de potencial de armazenamento poroso com as de grau de
proteção muito alto, alto da cobertura vegetal original. A classe de capacidade
potencial média é a predominante, abrange 75,33% da área da bacia e é o resultado
da integração das classes de potencial alto, médio, baixo e muito baixo de
armazenamento do meio poroso com as de grau de proteção muito alto, a
lto e médio
proporcionado pela cobertura vegetal. A classe de capacidade baixa abrange 23,32
% da área da bacia e é resultante da integração das classes de potencial médio,
baixo e muito baixo de armazenamento do meio poroso com as de grau de proteção
alto
e médio da cobertura vegetal original. a classe de potencial muito baixo
145
abrange 1,28% da área da bacia e é resultante da integração da classe de potencial
muito baixo de armazenamento do meio poroso com as de grau de proteção muito
alto e alto da cobe
rtura vegetal original.
Em decorrência da ocupação das terras da bacia e do uso dos seus recursos
naturais em atividades produtivas e urbanização, verifica-se que as áreas
abrangidas pelos graus de proteção alto e médio, que se referem às classes de uso
na
tural, diminuiu, enquanto que a área abrangida pela classe muito baixa aumentou.
No campo da estrutura de ocupação do uso da terra e uso dos recursos, a
expansão das classes de uso da categoria antrópica sobre as classes de categoria
natural ocorreu em função das oportunidades geradas pelas políticas de
desenvolvimento econômico vigentes, da melhoria da infra-estrutura viária, e dos
valores sociais referentes ao uso da terra que adentraram na bacia hidrográfica por
meio da migração. Colaborou com este cenário a falta de instrumento de
ordenamento, tanto das atividades sócio-econômicas como das respostas
hidrológicas quantitativas e qualitativas da bacia hidrográfica.
A dinâmica da modificação dos usos da terra trouxe como conseqüência à
modificação dos efeitos de defesa ou proteção proporcionada ao solo. A ocupação
ocorreu de forma deletéria, no sentido da diminuição da proteção, o que pressupõe
modificações na dinâmica hidrológica, tanto no que diz respeito aos processos
superficiais quanto aos de profundida
de.
Embora não tenha sido tratado de forma direta o ordenamento do uso dos
recursos neste trabalho, a clara necessidade de fazê-lo. O ordenamento e o
gerenciamento, fundamentados nos princípios de conservação dos recursos
naturais, teriam por meta permitir o desenvolvimento sócio-econômico da forma que
os impactos causados ao sistema natural não rompam os limites de seu equilíbrio.
146
Diante dos efeitos dos usos dos recursos na capacidade potencial de
armazenamento da bacia, a implementação do Gerenciamento de Bacias
Hidrográfica é uma necessidade frente a atual situação de incertezas quanto à
satisfação atual e futura da demanda.
4.8
VALIDAÇÃO DO INDICADOR
O mapa 23 apresenta o indicador de capacidade de armazenamento de água
na bacia do Itajaí e foi obtido em função das características físicas e do uso e
ocupação da terra da bacia. A capacidade de armazenamento é uma representação
do potencial de geração de escoamento de base no sistema de drenagem fluvial.
Supõe
-se que o solo é um reservatório que armazena a água percolada no perfil do
solo e a ligação com o sistema de drenagem superficial permite a alimentação deste.
A vazão escoada na fase de recessão do hidrograma, depois de cessada a recarga
superficial, é proveniente deste armazenamento. Assim, no processo de validação
do indicador de capacidade de armazenamento de água no solo, foram testados
dois métodos diferentes.
O primeiro método compreende a correlação entre a vazão específica medida
em pequenos cursos de água, cujo efeito de amortecimento do sistema de
drenagem pode ser desprezado, e o valor médio do indicador na bacia de
contribuição. Foram selecionados cursos de água situados em três regiões da
bacia. As regiões estão situadas nos municípios de Ibirama, Indaial e Trombudo
Central. Eles apresentam diferentes características de capacidade de
147
armazenamento, de acordo, com o mapa - Indicador da capacidade de
armazenamento de água atual da bacia. No município de Ibirama e Trombudo
Central foram feitas três coletas em rios diferentes e no município de Indaial foram
feitas quatro coletas (Figura 39). A coleta de dados envolveu o levantamento da
seção fluviométrica no ponto de coleta e o levantamento da velocidade na seção
com o auxilio do molinete. Para o cálculo da vazão em cada ponto de coleta,
foi
necessário, inicialmente, o cálculo da área da seção fluviométrica (Apêndice B). De
posse desses valores e da velocidade nas seções calculou-se a vazão específica
em cada ponto de coleta (Apêndice C). A vazão obtida em cada ponto de coleta foi
dividida
pela área da bacia de contribuição, como forma de espacializar o valor
obtido (Tabela 23). A vazão especifica corresponde a primeira variável da
correlação.
TABELA 23
Vazões/km
2
nos pontos de coleta.
PONTOS DE
COLETA
REGIÕES
ÁREA (km
2
)
VAZÃO (l/s)
VAZÃ
O
ESPECÍFICA
(l/s/km
2
)
1 Indaial
115,01
6,83 0,06
2 Indaial
16,68
0,62 0,04
3 Indaial 3,03 0,06 0,02
4 Indaial
158,20
2,08 0,01
5
Ibirama 48,48
0,57 0,01
6
Ibirama
8,18 0,36 0,04
7
Ibirama 40,24
0,53 0,01
8
Trombudo Central
111,16
1,33 0,01
9
Trom
budo Central
2,44 0,01 0,01
10
Trombudo Central
10,08
0,07 0,01
148
Figura 39
– Localização dos pontos de coleta e das bacias de contribuição.
149
A segunda variável a ser correlacionada é o valor médio do indicador (pixels)
da bacia de contribuição de cada ponto de coleta, no Mapa Indicador da capacidade
de armazenamento atual (Mapa 23). O traçado das bacias de contribuição foi feito
no Programa Auto CAD e posteriormente exportadas para o programa ArcGis.
O traçado das bacias foi convertido, então, de feições para polígonos. A
ferramenta “Spatial Analyst” do programa ArcGis possibilitou, através do cálculo
“Estatistic Zone”, o cálculo do valor médio dos pixels de cada bacia de contribuição
(Tabela 24).
TABELA 24
Valor médio dos pixels nas bacias de contri
buição.
Bacias de
Contribuição
Capacidade de Armazenamento Atual nas
Bacias de Contribuição
Pontos de
Coleta
Nº Pixels
Área
(km2)
Valor Mínimo
Pixels
Valor Maximo
Pixels
Valor
Médio
CV (%)
Vazão
(l/s/km
2
)
1
226
115,01
0,10 0,40 0,33
20,91
0,06
2
37
16
,68
0,10 0,40 0,31
32,60
0,04
3 7 3,03 0,10 0,35 0,24
49,41
0,02
4
355
158,20
0,10 0,40 0,31
28,80
0,01
5
109
48,48
0,10 0,61 0,39
31,02
0,01
6
19
8,18 0,45 0,45 0,45 0,00 0,04
7
94
40,24
0,15 0,45 0,41
24,10
0,01
8
249
111,16
0,15 0,50 0,28
53,70
0,
01
9 4 2,44 0,15 0,50 0,33
46,15
0,01
10
23
10,08
0,15 0,50 0,25
56,99
0,01
Com os valores das vazões específicas e do valor médio dos pixels de cada
bacia de contribuição foi determinada a correlação entre as duas variáveis (Figura
40). Constata-se que o coeficiente de determinação R
2
de 0,0821 é baixo indicando
uma baixa correlação entre as duas variáveis consideradas. Esta fraca correlação
pode ser devido ao reduzido número de pontos amostrados.
150
R
2
= 0,0821
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
0,45
0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07
Vazão (l/s/km2)
Capacidade de armazenamento
Figura 40 Correlação entre a vazão específica e o valor médio da capacidade de
armazenamento nas bacias de contribuição.
A medição da vazão deve ser realizada para um período de recessão,
suficientemente longo da ocorrência de recarga por infiltração. Foi definido que
medições
deveriam ser realizadas, simultaneamente, em todos os pontos, para
intervalo de tempo sem precipitação de cerca de 15 dias. Ao longo da realização
deste trabalho, o numero de dias com precipitação foi elevado, impedindo a
realização de um maior número de medições de vazões. Com isto este método ficou
prejudicado.
O segundo método de validação compreende o uso dos estudos de
regionalização de vazões mínimas, neste caso vazões Q
7,10
, realizados pelo Centro
de Hidráulica e Hidrologia Prof. Parigot de Souza - CEHPAR para a Companhia
Catarinense de Águas e Saneamento - CASAN (CEHPAR-CASAN, 1982) e pela
Universidade Federal de Santa Catarina, das bacias do Atlântico, trecho sudeste,
incluindo
-se as bacias codificadas pelos números 82, 83 e 84, para a Agência
Nac
ional de Águas e Energia Elétrica (UFSC-ANEEL, 2000). Estes estudos de
regionalizações foram digitalizados por IPA-FURB (2006). O mapa de vazões
151
específicas da UFSC-ANELL (2000), encontra-se em formato
raster
temático e os
outros dois mapas, CEAHPAR e Indicador da capacidade de armazenamento de
água atual da bacia no formato
raster
numérico. Optou-se por exportar os mapas
raster
numéricos para o formato
raster
temático. O segundo atributo a ser verificado
foi o tamanho dos
pixels
, os mapas da UFSC e CEHPAR encontram-se com
pixels
de 30 x 30 m e o Mapa Efeitos do Uso do Solo na Capacidade de Armazenamento
com
pixels
de 660 x 660 m. Neste caso optou-se por fazer uma reamostragem dos
mapas da UFSC e do CEHPAR para o tamanho de
pixels
de 660 x 660 metros. O
r
esultado da correlação entre estas variáveis é apresentado na Tabela 25.
TABELA 25 Correlação entre os mapas de vazões específicas Q
7,10
da UFSC
(2000), do CEHPAR (1982) e o mapa de capacidade de
armazenamento atual.
Valores estatísticos individu
ais
Matriz de Correlação
Mapas
Mínimo
Máximo
Média
Desvio
Padrão
1 2 3
1-
Capacidade de Armazenamento
0,10 0,61 0,32 0,15 1,00
2-
Q
7,10
-
UFSC (2000)
0,11 0,77 0,33 0,13
0,00xx
1,00
3- Q
7,10
-
CEHPAR (1982)
0,15 0,50 0,21 0,07
0,05xx
0,38xx
1,00
As correlações entre os mapas de vazões específicas e o mapa de
capacidade de armazenamento de água atual no solo foram muito baixas. Por outro
lado, verifica-se que a correlação entre os mapas de vazões específicas foi fraca, da
ordem de 0,38. Estas correlações espaciais foram realizadas na escala do pixel.
Verifica
-se que as variações espaciais das vazões específicas não são muito
elevadas.
Assim, para superar esta baixa variabilidade espacial, foi realizada a
correlação com valores médios estabelecidos por sub-bacias. Neste caso, a bacia
do Itajaí tem sido correntemente dividida em 7 sub-bacias, compreendendo os
principais afluentes: Itajaí do Sul, Itajaí do Oeste, Itajaí do Norte, Benedito, Luiz
Alves, Itajaí Mirim e Itajaí Açu (área de drenagem intermedi
ária entre as demais sub
-
bacias) (VIBRANS, 2003). Os valores médios dos indicadores de capacidade de
armazenamento e das vazões mínimas Q
7,10
das sub-bacias são apresentados na
152
Tabela 26. Os coeficientes de correlação entre estas variáveis são apresentados na
Tabela 27.
TABELA 26
– Valores médios da capacidade de armazenamento e das vazões Q
7,10
,
por sub-
bacias.
Sub
-
Bacias
Valor médio da capacidade
de armazenamento
Valor Médio Q
7,10
CEAHPAR
(l/s/km
2
)
Valor Médio Q
7,10
UFSC
(l/s/km
2
)
Benedito
Itajaí do No
rte
Itajaí do Oeste
Itajaí do Sul
Luiz Alves
Itajaí
-
Açu
Itajaí Mirim
3,40
2,23
3,10
2,89
3,22
2,94
3,08
4,37
3,40
2,71
1,24
2,95
4,45
3,84
2,50
3,66
1,58
1,71
2,71
2,21
2,27
TABELA 27 Coeficientes R
2
da correlação entre o indicador de capacidade de
arm
azenamento atual e as vazões específicas.
Valores de R²
Mapas
1 2 3
1-
Capacidade de Armazenamento
1,00
2-
Q
7,10
-
UFSC (2000)
-0,31 1,00
3-
Q
7,10
-
CEHPAR (1982)
0,03 0,14 1,00
Observa
-se que as correlações com os valores médios por sub-
bacias
foram
levemente superiores àquelas obtidas com os valores por
pixels
. Além, verifica-
se
que nas correlações entre estudos de regionalização de vazões mínimas do
CEHPAR (1982) e UFSC (2000), os coeficientes de determinação são baixos.
Este fato pode ser explicado, pois os mapas de vazões específicas Q
7,10
da
UFSC (2000) e do CEHPAR (1982) fazem parte de estudos de regionalização
hidrológica, onde informações pontuais são transferidas para um espaço geográfico,
não levando em conta variações locais. O mapa do indicador capacidade de
armazenamento de água atual da bacia não distribui as informações. Ele é
determinado a partir das variações locais no que tange as variáveis: geologia,
geomorfologia, fraturas, altimetria, solos, unidades fitofisionômicas, usos do solo e
precipitação.
153
Além disto, a baixa correlação entre os mapas de vazões específicas Q
7,10
da
UFSC (2000) e do CEHPAR (1982) pode ser atribuído ao número de estações
fluviométricas consideradas. No estudo de regionalização hidrológica do CEHPAR
(198
2) foram utilizadas 11 estações fluviométricas na bacia com áreas de
contribuição variando de 106,00 a 1.774,00 km², das quais apenas seis estavam em
operação na época em que ele foi realizado. No estudo de regionalização da UFSC
(2000) utilizou-se 30 estações fluviométricas, com área de contribuição variando de
106,00 a 11.151,00 km², das quais 19 ainda estavam em operação quando da
realização do estudo. Neste ultimo caso, usou-se séries temporais mais longas nas
análises estatísticas. A Figura 41 apresenta uma comparação entre as vazões
médias dos postos fluviométricos usados nos dois estudos regionalização
hidrológica. Constata
-
se que as vazões médias são maiores nas séries tratadas pela
UFSC (2000), e para algumas estações as diferenças são elevadas.
R
2
= 0,9747
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0
10 20 30 40
Vazões médias -UFSC
l/s/km
2
Vazões médias -CEHPAR
l/s/km
2
Figura 41
– Correlação entre as vazões médias do CEHPAR (1982) e UFSC (2000).
154
Assim, as diferenças entre os dois estudos de regionalização e baixa
representatividade espacial das informações de vazões dificultaram a validação do
indicador de armazenamento de água no solo. Esta validação está baseada na
hipótese que a alimentação do reservatório solo em direção ao sistema de
drenagem ocorre de acordo com o modelo de reservatório linear (TUCCI, 2004).
Outros métodos de validação deverão ser buscados. Eles poderão envolver a
medição das espessuras dos aqüíferos subterrâneos. No entanto, esta alternativa
requer expressivos volumes de recursos técnicos, materiais e financeiros,
Vale salientar que, como Chiaranda (2002) havia citado em seu trabalho,
devem ser tomados alguns cuidados na interpretação e no uso dos mapas da
capacidade potencial de armazenamento, que não pode ser considerado como
medida direta da capacidade de recarga, mas sim como uma indicação, pois a
capacidade potencial de armazenamento refere-se ao volume de água que pode ser
acumulado ou retido temporariamente no meio poroso. A capacidade de recarga
está relacionada ao balanço existente entre a precipitação incidente e o escoamento
superficial, ou seja, a quantidade de água que é necessária para atender as
demandas da interceptação, do armazenamento nas depressões superficiais, no
solo e no lençol freático.
A aplicação dos princípios de funcionamento das bacias hidrográficas e dos
conceitos de estrutura hidrológica permitiu avaliar o estagio de modificação
hidroambiental da paisagem através da comparação entre a capacidade potencial de
armazenamento original e atual da Bacia. Conjuntamente com estes princípios e
conceitos, a abordagem sistêmica permitiu estabelecer os limites do objeto de
estudo e a identificação dos elementos e variáveis mais importantes e das relações
que existem entre eles.
155
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A base do modelo de avaliação utilizado neste trabalho foi desenvolvida por
Chiaranda (2002) p
ara a bacia do rio Cuiabá
PR. No presente trabalho, no entanto,
foram acrescentadas duas variáveis: a densidade das fraturas geológicas e a
precipitação, variáveis estas que foram consideradas relevantes para a capacidade
de armazenamento de água. O modelo se baseia nos princípios de funcionamento
das bacias hidrográficas e nos conceitos de estrutura hidrológica da paisagem, o
que permitiu avaliar o estágio de modificação hidroambiental da paisagem através
da capacidade de armazenamento. Conjuntamente co
m estes princípios e conceitos,
a abordagem sistêmica permitiu estabelecer os limites do objeto de estudo e
identificar os elementos mais importantes, bem como as relações que existem entre
eles.
Segundo Girardin et al. (1999), a metodologia que fundamenta
a elaboração e
o desenvolvimento de indicadores deve se encaixar nos padrões científicos, o que
implica em um processo de validação.
Para validar a metodologia, bem como o indicador obtido (Mapa da
capacidade atual de armazenamento), foram utilizados dois métodos. Eles procuram
correlacionar a vazão escoada no sistema fluvial e os valores do indicador. O
primeiro método relaciona as vazões específicas medidas em seções fluviométricas
e o indicador medido na bacia contribuinte. O segundo método correlaciona as
vazões específicas obtida por regionalização hidrológica e o indicador em cada
píxel.
156
A validação obtida através destes dois métodos foi precária. O uso dos
estudos de regionalização de vazões mínimas não permitiu obter correlações
significativas entre os valores do indicador e da vazão específica. A medição de
vazões de estiagem em pequenas bacias, no entanto, apresenta potencial no
processo de validação do indicador de capacidade de armazenamento de água no
solo, desde que sejam acrescentados mais po
ntos de coleta.
Do ponto de vista concreto, a avaliação da capacidade de armazenamento da
água no solo da bacia do Itajaí permitiu chegar as seguintes conclusões:
O processo de expansão das classes de uso do solo sobre a cobertura
vegetal original, com a substituição das florestas por pastagens e
plantações trouxe como conseqüência à modificação dos efeitos de
defesa ou proteção proporcionados ao solo.
Os reflexos destas modificações aparecem na forma de impermeabilização da
superfície da bacia, modificações nos comportamentos da vazão e na diminuição da
capacidade de armazenamento de água na bacia.
O desmatamento, isto é, a substituição da cobertura vegetal original pela
agricultura e pecuária foi responsável pela transição de classes de maior
potencial para o de menor potencial de armazenamento. A classe de
capacidade média foi a que mais sofreu retração de área.
A capacidade de armazenamento de água não se distribui de forma
uniforme em todo o território da bacia. Ao comparar a região do Parque da
Serra do Itajaí na distribuição do indicador de capacidade original e atual
da bacia, verifica-se que áreas protegidas, com manutenção das
características originais da cobertura vegetal, mantêm a mesma
capacidade de armazenamento de água.
157
Em função dos problemas metodológicos e de validação detectados e com
base nos resultados deste trabalho, são apresentadas as seguintes recomendações:
- A implantação de uma rede de monitoramento de recursos
hídricos superficiais e subterrâneos, cujo objetivo é fornecer
informações
que auxiliem no processo de tomada de decisões
referentes ao atendimento das demandas e o gerenciamento do
uso.
- Inserção de mais pontos de medição, como forma de validar o
indicador proposto.
- A elaboração de estratégias para a conservação da
potencialidad
e hídrica das áreas de recarga na bacia
hidrográfica.
158
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165
7 APÊNDICES
166
APENDICE A
CLASSES DE SOLO
167
CLASSES E SUB
-CLASSES DE SOLOS ENCONTRADOS NA BACIA
HIDROGRÁFICA DO RIO ITAJAÍ
1. CAMBISSOLOS:
Ca 4 Cx 4 - Cambissolo Haplico Tb, Horizonte A moderado, textura argilosa
cascalhenta, relevo forte ondulado, profundidade – 60 a 150 cm para
rocha ou camada de impedimento
(Cambissolo Haplico Tb A moderado,
textura argilosa).
Ca 9 Cx 9 - Cambissolo Haplico Tb, Horizonte A moderado, textura argilosa,
relevo suave ondulado e ondulado, profundidade 60 a 150 cm para
rocha ou camada de impedimento
(Cambissolo Haplico Tb A moderado,
textura argilosa).
Ca 10 Cx 10 - Cambissolo Haplico Tb, Horizonte A moderado, textura argilosa,
relevo forte ondulado e ondulado, profundidade 60 a 150 cm para rocha
ou camada de impedimento (Cambissolo Haplico Tb A moderado,
textura argilosa).
Ca 11 Cx 11 - Cambissolo Haplico Tb podzólico, Horizonte A moderado, tex
tura
argilosa, relevo forte ondulado, profundidade 60 a 150 cm para rocha ou
camada de impedimento (Cambissolo Haplico Tb A moderado, textura
argilosa).
168
Ca 14 Associação Cx 25 - Cambissolo Haplico Tb, Horizonte A moderado,
textura argilosa, relevo
forte ondulado e montanhoso + Argissolo Vermelho
Amarelo A moderado, textura argilosa, relevo ondulado
(Cambissolo
Haplico Tb A moderado, textura argilosa).
Ca 19 Associação Cx29- Cambissolo Haplico Tb, Horizonte A moderado, textura
argilosa, relevo suave ondulado, profundidade 60 a 150 cm para rocha
ou camada de impedimento + Argissolo Vermelho Álico Tb, Horizonte A
moderado, textura média, relevo ondulado (Cambissolo Haplico Tb A
moderado, textura argilosa).
Ca 20 Associação Cx30 - Cambissolo Háplico Tb, Horizonte A moderado, textura
argilosa, relevo suave ondulado, profundidade 60 a 150 cm para rocha
ou camada de impedimento + Argissolo Vermelho Álico Ta, Horizonte A
moderado, textura argilosa, relevo ondulado (Cambissolo Háplico Tb A
moderado
, textura argilosa).
Ca 21 Associação Cx52 - Cambissolo Háplico Tb, Horizonte A moderado, textura
argilosa, relevo forte ondulado, profundidade 60 a 150 cm para rocha ou
camada de impedimento + Argissolo Vermelho Amarelo Distrófico Tb,
Horizonte A moderado, textura argilosa, relevo ondulado + Neossolo
Litólico Distróficos, Horizonte A moderado, textura argilosa, relevo
montanhoso e forte ondulado, profundidade - > 60 cm para rocha ou
camada de impedimento (sedimentos pelíticos) (Cambissolo Háplico Tb
A moderado, textura a
rgilosa).
Ca 22 Associação Cx31 - Cambissolo Háplico Tb, Horizonte A moderado, textura
argilosa, relevo ondulado e suave ondulado, profundidade 60 a 150 cm
169
para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado +
Argissolo Acinzentado, Horizonte A moderado, textura média / argilosa,
relevo suave ondulado e ondulado, profundidade 60 a 150 cm para
rocha ou camada de impedimento, imperfeitamente drenado.
Ca 23 Associação Cx32 - Cambissolo Háplico Tb, Horizonte A moderado, textura
argilosa, relevo ondulado e suave ondulado, profundidade 60 a 150 cm
para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado +
Argissolo Acinzentado, Horizonte A moderado, textura média / argilosa,
relevo ondulado e forte ondulado, profundidade 60 a 150 cm para rocha
ou
camada de impedimento, imperfeitamente drenado.
Ca 24 Associação Cx37 - Cambissolo Háplico Tb, Horizonte A moderado, textura
argilosa cascalhenta, relevo forte ondulado moderadamente drenado + RL
-Neossolo Litólico, Horizonte A moderado, textura média / argilosa, relevo
ondulado.
Ca 29 Associação Cx42 - Cambissolo Háplico latossólico, Horizonte A moderado,
textura argilosa, relevo ondulado e suave ondulado, profundidade 60 a
150 cm para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado
+ RL Neossolo Litólico Álicos A moderado, textura média, relevo
montanhoso (substrato arenito), profundidade - > 60 cm para rocha ou
camada de impedimento, moderadamente drenado + Afloramentos
Rochosos (arenito), relevo montanhoso, moderadamente drenado.
Ca 32 Associação Cx45- Cambissolo Háplico Tb, Horizonte A moderado, textura
argilosa, relevo montanhoso, profundidade 60 a 150 cm para rocha ou
camada de impedimento, moderadamente drenado + RL - Neossolo
Litólico Distróficos, Horizonte A moderado, textura argilosa, relevo
170
montanhoso, profundidade - > 60 cm para rocha ou camada de
impedimento, moderadamente drenado (substrato migmatito).
Ca 33 Associação Cx46 - Cambissolo Háplico Tb, Horizonte A moderado, textura
argilosa, relevo ondulado, profu
ndidade
60 a 150 cm para rocha ou
camada de impedimento, moderadamente drenado + RL Neossolo
Litólico Distrófico, Horizonte A moderado, textura argilosa, relevo forte
ondulado e ondulado, profundidade - > 60 cm para rocha ou camada de
impedimento, mode
radamente drenado (substrato sedimentos pelíticos).
Ca 34 Associação Cx47 - Cambissolo Háplico Tb, Horizonte A moderado e
proeminente, textura argilosa, relevo forte ondulado e ondulado,
profundidade
– 60 a 150 cm para rocha ou camada de impedimento,
moderadamente drenado + RL Neossolo Litólico Distrófico, Horizonte A
moderado, textura argilosa, relevo forte ondulado e montanhoso,
profundidade
- > 60 cm para rocha ou camada de impedimento,
moderadamente drenado (substrato sedimentos pelíticos)
.
Ca 35 Associação Cx63 - Cambissolo Háplico Tb, Horizonte A moderado, textura
argilosa, relevo ondulado, profundidade – 60 a 150 cm para rocha ou
camada de impedimento, moderadamente drenado + RL - Neossolo
Litólico Distróficos A moderado, textura média, relevo montanhoso,
profundidade
- > 60 cm para rocha ou camada de impedimento,
moderadamente drenado (substrato arenito) + PVA
-
Argissolo Vermelho
Amarelo Álico Tb, Horizonte A moderado, textura média / argilosa, relevo
ondulado, profundidade 60 a 150 cm para rocha ou camada de
impedimento, moderadamente drenado + Afloramentos Rochosos
(arenitos), relevo montanhoso.
171
Ca 36 Associação Cx48 - Cambissolo Háplico Tb, Horizonte A moderado, textura
argilosa, relevo forte ondulado, profundidade 60 a 150 cm para rocha ou
camada de impedimento, moderadamente drenado + Neossolo Litólicos
Eutróficos, Horizonte A moderado, textura média, relevo montanhoso,
profundidade
- > 60 cm para rocha ou camada de impedimento,
moderadamente drenado (substrato folhelhos e arenitos).
Ca 38 Associação Cx64 - Cambissolo Háplico Tb, Horizonte A moderado, textura
média, relevo forte ondulado, profundidade 60 a 150 cm para rocha ou
camada de impedimento, moderadamente drenado + Cx - Cambissolo
Háplico Tb, Horizonte A moderado, textura argilosa, relevo ondulado, +
PVA
- Argissolo Ver
melho
Amarelo Álico Tb, Horizonte A moderado,
textura argilosa, relevo ondulado, profundidade 60 a 150 cm para rocha
ou camada de impedimento, moderadamente drenado.
Ca 45 Cx 16 - Cambissolo Háplico Tb e Ta, Horizonte A proeminente e húmico,
textura argilosa, relevo suave ondulado e ondulado, profundidade 60 a
150 cm para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado
(Cambissolo Háplico Tb A proeminente, textura argilosa).
Ca 47 Cx 18- Cambissolo Háplico Tb, Horizonte A proeminente, textura argilosa,
relevo forte ondulado, profundidade 60 a 150 cm para rocha ou camada
de impedimento, moderadamente drenado (Cambissolo Háplico Tb A
proeminente, textura argilosa).
Ca 48 Cx 20 - Cambissolo Háplico Tb e Ta, Horizonte A proeminente, textura
argilosa, relevo ondulado e suave ondulado, profundidade 60 a 150 cm
para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado
(Cambissolo Háplico Tb A proeminente, textura argilosa).
172
Ca 51 Associação Cx51 - Cambissolo Háplico Tb, Horizonte A proemin
ente,
textura argilosa, relevo ondulado, profundidade 60 a 150 cm para rocha
ou camada de impedimento, moderadamente drenado + RL - Neossolo
Litólico, Horizonte A proeminente, textura média, relevo forte ondulado,
profundidade
- > 60 cm para rocha ou camada de impedimento,
moderadamente drenado (substrato sedimentos pelíticos).
Ca 52 Cx 12 - Cambissolo Háplico Tb, Horizonte A proeminente, textura média,
relevo suave ondulado, profundidade 60 a 150 cm para rocha ou
camada de impedimento, moderadamente drenado (Cambissolo Háplico
Tb A proeminente, textura média).
Ca 53 Cx 13 - Cambissolo Háplico Tb, Horizonte A proeminente, textura média e
argilosa, relevo suave ondulado, profundidade 60 a 150 cm para rocha
ou camada de impedimento, moderadamente dr
enado
(Cambissolo
Háplico Tb A proeminente, textura média).
Ca 54 Associação Cx34 - Cambissolo Háplico Tb, Horizonte A proeminente,
textura média, relevo ondulado e forte ondulado, profundidade 60 a 150
cm para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado +
Cx - Cambissolo Háplico, Horizonte A proeminente, textura média, relevo
suave ondulado, profundidade 60 a 150 cm para rocha ou camada de
impedimento, moderadamente drenado.
Ca 61 Associação CH9 - Cambissolo Húmico Tb, Horizonte A húmico, textura
muito argilosa, relevo ondulado, profundidade 60 a 150 cm para rocha
ou camada de impedimento, moderadamente drenado + RL - Neossolo
Litólico, Horizonte A húmico, textura argilosa, relevo forte ondulado e
173
ondulado, profundidade - < 60 cm para rocha ou camada de impedimento,
moderadamente drenado (substrato efusivas da Formação Serra Geral).
Ca 62 Associação CH10 - Cambissolo Húmico Tb, Horizonte A húmico, textura
muito argilosa, relevo ondulado, profundidade 60 a 150 cm para rocha
ou camada de impedimento, moderadamente drenado + RL - Neossolo
Litólico, Horizonte A húmico, textura média, relevo forte ondulado,
profundidade
- < 60 cm para rocha ou camada de impedimento,
moderadamente drenado (substrato sedimentos pelíticos).
Ca 64 Associação CH12 - Cambissolo Húmico Tb, Horizonte A húmico, textura
muito argilosa, relevo suave ondulado e ondulado, profundidade 60 a
150 cm para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado
+ RL - Neossolo Litólico, Horizonte A húmico, textura argilosa, relevo forte
ondulado, profundidade - < 60 cm para rocha ou camada de impedimento,
moderadamente drenado (substrato sedimentos pelíticos).
Ca 68 CH - Cambissolo Húmico Tb, Horizonte A húmico, Saturação Alico,
textura argilosa, relevo ondulado,
profundidade
60 a 150 cm para rocha
ou camada de impedimento, moderadamente drenado
(Cambissolo
Háplico Tb A húmico, textura argilosa).
Ca 69 CH - Cambissolo Húmico Tb, Horizonte A húmico, Saturação Álico,
textura argilosa, relevo ondulado, profundi
dade
60 a 150 cm para rocha
ou camada de impedimento, moderadamente drenado
(Cambissolo
Háplico Tb A húmico, textura argilosa).
Ca 70 CH 6 - Cambissolo Húmico Tb, Horizonte A húmico, Saturação Álico,
textura argilosa, relevo ondulado e forte ondulado, profundidade 60 a
174
150 cm para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado
(Cambissolo Háplico Tb A húmico, textura argilosa).
Ca 73
Associaç
ão CH15
-
Cambissolo Húmico Tb, Horizonte A húmico, Saturação
àlico, textura argilosa, relevo suave ondulado, profundidade 60 a 150
cm para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado + RL
- Neossolo Litólico, Horizonte A húmico, Saturação Álico, textura média,
relevo ondulado, profundidade - < 60 cm para rocha ou camada de
impediment
o, moderadamente drenado ( substrato sedimentos pelíticos).
Ca 74
Associaç
ão CH16
-
Cambissolo Húmico Tb, Horizonte A húmico, Saturação
Álico, textura argilosa, relevo suave ondulado, profundidade 60 a 150
cm para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado + RL
- Neossolo Litólicos, Horizonte A húmico, Saturação Álico, textura
argilosa, relevo forte ondulado, profundidade - < 60 cm para rocha ou
camada de impedimento, moderadamente drenado (substrato sedimentos
pelíticos).
Ca 77
Associaç
ão CH19
-
Cambissolo Húmico Tb, Horizonte A húmico, Saturaç
ão
Álico, textura argilosa, relevo suave ondulado, profundidade 60 a 150
cm para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado + RL
- Neossolo Litólico, Horizonte A húmico, Saturação Álico, textura média,
relevo ondulado, profundidade - < 60 cm para rocha ou camada de
impedimento, moderadamente drenado ( substrato sedimentos pelíticos).
Ca 78 Cx21 - Cambissolo Háplico Ta, Horizonte A proeminente, Saturação - Álico
textura argilosa e média, relevo suave ondulado, profundidade 60 a 150
cm para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado
(Cambissolo Háplico Ta A proeminente, textura argilosa e média).
175
Ce 3 Associação Cx59 - Cambissolo Háplico Ta gleico, Horizonte A moderado,
Saturação
Eutrófico, textura média, relevo plano, pro
fundidade
60 a 150
cm para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado + PVA
- Argissolo Vermelho Amarelo Tb, Horizonte A moderado, Saturação -
Álico textura média / argilosa, relevo suave ondulado, profundidade 60 a
150 cm para rocha ou ca
mada de impedimento, moderadamente drenado.
2.GLEISSOLOS:
HGHe1
GX9 – Gleissolo Háplico, Saturação -
Eutrófico Ta, textura argilosa, relevo
plano, profundidade - < 60 cm para rocha ou camada de impedimento,
mal; muito mal drenado (Gleissolo Háplico Eutrófico Ta, textura
argilosa).
HGPd1
GX6 Gleissolo Háplico, Saturação Distrófico, Tb, textura argilosa,
relevo plano, profundidade - < 60 cm para rocha ou camada de
impedimento, mal; muito mal drenado (Gleissolo Háplico Distrófico Tb e
Ta, textu
ra argilosa).
HGPd2
GX7 –
Gleissolo Háplico, Saturação
Distrófico, Tb e Ta, textura argilosa,
relevo plano, profundidade - < 60 cm para rocha ou camada de
impedimento, mal; muito mal drenado (Gleissolo Háplico Distrófico Tb e
Ta, textura argilosa).
HGPd3 Associação Gleissolo Háplico (GX11), textura argilosa, relevo plano,
saturação
distrófica, < 60 cm para rocha ou camada de impedimento,
176
mal a muito mal drenado, cor: cinzenta ou cinzenta escura com possíveis
pontuações de cores ocres, avermelhadas ou amareladas + Argissolo
Vermelho
– Amarelo (PVA), textura argilosa, horizonte A – moderado,
relevo suave ondulado, saturação distrófico, 60 150 cm para rocha ou
camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: vermelho
amarelado.
HGPd4
Associação Gleissolo Háplico (GX19), textura argilosa, relevo plano,
saturação
distrófica, < 60 cm para rocha ou camada de impedimento,
mal a muito mal drenado, cor: cinzenta ou cinzenta escura com possíveis
pontuações de cores ocres, avermelhadas ou amareladas + Argissolo
Vermelho
– Amarelo (PVA), textura argilosa, horizonte A – moderado,
relevo suave ondulado, saturação distrófico, 60 150 cm para rocha ou
camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: vermelho
amarelado + Cambissolo Háplico (CX), textura argilosa, horizonte A –
moderado, relevo plano, saturação
distrófico, 60
150 cm para rocha ou
camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: Bruno
avermelhado, Bruno avermelhado escuro, Bruno amarelado.
HGPd5
Associação Gleissolo Háplico (GX12), textura argilosa, relevo plano,
saturação
distrófica, < 60 cm para rocha ou camada de impedimento,
mal a muito mal drenado, cor: cinzenta ou cinzenta escura com possíveis
pontuações de cores ocres, avermelhadas ou amareladas + Cambissolo
Háplico (CX), textura argilosa, horizonte A moderado, relevo plano,
saturação
eutrófico, 60 150 cm para rocha ou camada de
impedimento, moderadamente drenado, cor: Bruno avermelhado, Bruno
avermelhado escuro, Bruno amarel
ado gleico.
177
HGPd6
Associação Gleissolo Háplico (GX13), textura média, saturação
distrófica, < 60 cm para rocha ou camada de impedimento, mal a muito
mal drenado, cor: cinzenta ou cinzenta escura com possíveis pontuações
de cores ocres, avermelhadas ou amareladas + Cambissolo Háplico (CX),
textura média, horizonte A moderado, relevo plano e suave ondulado,
saturação
distrófico, 60 150 cm para rocha ou camada de
impedimento, moderadamente drenado, cor: Bruno avermelhado, Bruno
avermelhado escuro, Bruno amarel
ado gleico.
HGPd7
Associação Gleissolo Háplico (GX20), textura média, relevo plano,
saturação
distrófica, < 60 cm para rocha ou camada de impedimento,
mal a muito mal drenado, cor: cinzenta ou cinzenta escura com possíveis
pontuações de cores ocres, avermelhadas ou amareladas + Cambissolo
Háplico (CX), textura argilosa, horizonte A moderado, relevo plano ,
saturação
distrófico, 60 150 cm para rocha ou camada de
impedimento, moderadamente drenado, cor: Bruno avermelhado, Bruno
avermelhado escuro, Bruno amarelado gleico + Gleissolo Háplico (GX),
textura média, relevo plano, saturação distrófico, < 60 cm para rocha ou
camada de impedimento, mal a muito mal drenado, cor: cinzenta ou
cinzenta escura com possíveis pontuações de cores ocres, avermelhadas
ou amar
eladas.
HGPd8
Associação Gleissolo Háplico (GX15), textura média, relevo plano,
saturação
distrófica, < 60 cm para rocha ou camada de impedimento,
mal a muito mal drenado, cor: cinzenta ou cinzenta escura com possíveis
pontuações de cores ocres, avermelhadas ou amareladas + Gleissolo
Háplico (GX), textura média, relevo plano, saturação distrófico, < 60 cm
178
para rocha ou camada de impedimento, mal a muito mal drenado, cor:
cinzenta ou cinzenta escura com possíveis pontuações de cores ocres,
avermel
hadas ou amareladas.
3. ORGANOSSOLOS:
AMa2 Associação RQ4 Neossolo Quartzarenica, Saturação Álicas, Horizonte
A moderado e proeminente, relevo plano, profundidade 60 a 150 cm
para rocha ou camada de impedimento, bem drenado + EK
Espodoss
olo Ferrocarbico, Saturação Álico, Horizonte A moderado e
proeminente, textura arenosa, relevo plano, profundidade - < 60 cm para
rocha ou camada de impedimento, mal; muito mal drenado.
Aa2
Associação HGP Neossolo Fluvico, Saturação Álico, Tb, Horizonte A
moderado, textura média, relevo plano, profundidade - < 60 cm para rocha
ou camada de impedimento, moderadamente drenado + GX Gleissolo
Háplico, Saturação – Álico, Tb, textura média, relevo plano, profundidade -
< 60 cm para rocha ou camada de i
mpedimento, mal; muito mal drenado.
179
4. LATOSSOLOS:
LBEa4
Associação Latossolo Bruno (LB15), textura muito argilosa. Horizonte A
húmico, relevo suave ondulado, saturação
álico, > 150 cm para rocha ou
camada de impedimento, bem drenado, cor: Bruno, Bruno avermelhado +
Cambissolo Humico (CH), textura muito argilosa, horizonte A húmico,
relevo ondulado, saturação álico, 60 150 cm para rocha ou camada de
impedimento, moderadamente drenado, cor: Bruno avermelhado, Bruno
avermelhado escuro
, Bruno amarelado.
5. ESPODOSSOLOS:
Pa1
Espodossolo Carbico (EK1), textura arenosa, horizonte A moderado e
proeminente, relevo plano, saturação álico, < 60 cm para rocha ou
camada de impedimento, mal drenado, clores claras no e ocres ou escuras
no s.
180
6. NITOSSOLOS:
TBRa3
Nitossolo Vermelho ( NV3), textura muito argilosa, horizonte A
proeminente, relevo ondulado, saturação álico, > 150 cm para rocha ou
camada de impedimento, bem drenado, cor: Bruno amarelado escuro.
TBa4
Associa
ção Nitossolo Háplico ( NX14), textura muito argilosa, horizonte A
proeminente, relevo ondulado, saturação álico, > 150 cm para rocha
ou camada de impedimento, bem drenado, cor: Bruno amarelado escuro +
Latossolo Bruno (LB), textura muito argilosa, horizonte A – moderado,
relevo suave ondulado, saturação
álico, > 150 cm para rocha ou camada
de impedimento, bem drenado, cor: Bruno; Bruno avermelhado +
Cambissolo Háplico (CX), textura argilosa, horizonte A – proeminente,
relevo forte ondulado, saturação distrófico, 60 150 cm para rocha ou
camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: Bruno
avermelhado; Bruno avermelhado escuro; Bruno amarelo.
TBa5
Associação Nitossolo Háplico ( NX6), textura muito argilosa, horizonte A
proeminente, relevo suave ondulado, saturação álico, > 150 cm para
rocha ou camada de impedimento, bem drenado, cor: Bruno amarelado
escuro + Cambissolo Háplico (CX), textura muito argilosa, horizonte A
proeminente, relevo ondulado, saturação álico, 60 150 cm para rocha
ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: Bruno
avermelhado; Bruno avermelhado escuro; Bruno amarelo.
181
7. ARGISSOLOS:
Pva1
Argissol
o Vermelho Amarelo (PVA1), textura argilosa, horizonte A
moderado, relevo ondulado, saturação álico, 60 150 cm para rocha ou
camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: vermelho amarelado.
Pva2
Associação Argissolo Vermelho Amarelo (PVA14), textura argilosa,
horizonte A
moderado, relevo ondulado, saturação
álico, 60
150 cm para
rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: vermelho
amarelado + Cambissolo Háplico (CX), textura argilosa, horizonte A
moderado, relevo forte ondulado, saturação álico, 60 150 cm para rocha
ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: Bruno
avermelhado; Bruno avermelhado escuro; Bruno amarelado.
Pva3
Associação Argissolo Vermelho Amarelo (PVA15), textura argilosa,
horizonte
A moderado, relevo suave ondulado, saturação álico, 60 150
cm para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor:
vermelho amarelado + Cambissolo Háplico (CX), textura argilosa, horizonte A
moderado, relevo ondulado, saturação álico, 60 150 cm para rocha ou
camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: Bruno avermelhado;
Bruno avermelhado escuro; Bruno amarelado.
Pva4
Associação Argissolo Vermelho Amarelo (PVA25), textura argilosa,
horizonte A moderado, relevo suave ondulado, saturação álico, 60 150
cm para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor:
vermelho amarelado + Cambissolo Háplico (CX), textura argilosa, horizonte A
moderado, relevo ondulado, saturação álico, 60 150 cm para rocha ou
182
camad
a de impedimento, moderadamente drenado, cor: Bruno avermelhado;
Bruno avermelhado escuro; Bruno amarelado + Neossolo Litólico (RL), textura
argilosa, horizonte A moderado, relevo montanhoso, saturação distrófico,
60 cm para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado,
cor: variável de Bruno a preto.
Pva5
Associação Argissolo Vermelho Amarelo (PVA26), textura argilosa,
horizonte A
moderado, relevo ondulado, saturação
álico, 60
150 cm para
rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: vermelho
amarelado + Cambissolo Háplico (CX), textura argilosa, horizonte A
moderado, relevo forte ondulado, saturação álico, 60 150 cm para rocha
ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: Bruno
avermelhado; Bruno avermelhado escuro; Bruno amarelado + Afloramentos
Rochosos (AR), relevo montanhoso, moderadamente drenado, cor:
afloramentos rochosos.
Pva7
Argissolo Vermelho Amarelo (PVA3), textura média, horizonte A
moderado, relevo suave ondulado e ondulado, saturação álico, 60 150 cm
para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor:
vermelho amarelado
Pva8
Argissolo Vermelho Amarelo (PVA4), textura argilosa, horizonte A
moderado, relevo ondulado e forte ondulado, saturação álico, 60 150
cm
para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor:
vermelho amarelado.
Pva10
Argissolo Vermelho Amarelo (PVA6), textura argilosa, horizonte A
moderado, relevo ondulado, saturação álico, 60 150 cm para rocha ou
camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: vermelho amarelado.
183
Pva11
Associação Argissolo Vermelho – Amarelo (PVA16), textura média,
horizonte A moderado, relevo suave ondulado, saturação álico, 60 150
cm para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor:
vermelho amarelado + Cambissolo Háplico (CX), textura argilosa, horizonte A
moderado, relevo ondulado, saturação álico, 60 150 cm para rocha ou
camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: Bruno avermelhado;
Bruno avermelhado escur
o; Bruno amarelado.
Pva12
Associação Argissolo Vermelho Amarelo (PVA17), textura argilosa,
horizonte A
moderado, relevo ondulado, saturação
álico, 60
150 cm para
rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: vermelho
amarelado + Cambissolo Háplico (CX), textura argilosa, horizonte A
moderado, relevo forte ondulado, saturação álico, 60 150 cm para rocha
ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: Bruno
avermelhado; Bruno avermelhado escuro; Bruno amarelado.
Pva13
As
sociação Argissolo Vermelho Amarelo (PVA18), textura argilosa,
horizonte A
moderado, relevo forte ondulado, saturação
álico, 60
150 cm
para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor:
vermelho amarelado + Cambissolo Háplico (CX), textura argilosa, horizonte A
moderado, relevo montanhoso, saturação álico, 60 150 cm para rocha
ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: Bruno
avermelhado; Bruno avermelhado escuro; Bruno amarelado.
Pva14
Associação Argissolo Vermelho Amarelo (PVA19), textura argilosa,
horizonte A
moderado, relevo ondulado, saturação
álico, 60
150 cm para
rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: vermelho
amarelado + Cambissolo Háplico (CX), textura argilosa, horizonte A
184
mode
rado, relevo forte ondulado, saturação álico, 60 150 cm para rocha
ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: Bruno
avermelhado; Bruno avermelhado escuro; Bruno amarelado.
Pva15
Associação Argissolo Vermelho – Amarelo (PVA20), textura mé
dia,
horizonte A
moderado, relevo ondulado, saturação
álico, 60
150 cm para
rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: vermelho
amarelado + Cambissolo Háplico (CX), textura argilosa, horizonte A
moderado, relevo forte ondulado, sat
uração
álico, 60 150 cm para rocha
ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: Bruno
avermelhado; Bruno avermelhado escuro; Bruno amarelado.
Pva16
Associação Argissolo Vermelho Amarelo (PVA23), textura argilosa,
horizonte A moderado, relevo suave ondulado, saturação álico, 60 150
cm para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor:
vermelho amarelado + Gleissolo Háplico (GX), textura argilosa, relevo plano,
saturação
álico,
60 cm para rocha ou camada de impedimento, mal;muito
mal drenado, cor: cinzenta ou cinzenta escura com possíveis pontuações de
cores ocres; avermelhadas e amareladas.
Pva17
Associação Argissolo Vermelho Amarelo (PVA24), textura argilosa,
horizonte A moderado, relevo forte ondulado e ondulado, saturação álico,
60 150 cm para rocha ou camada de impedimento, moderadamente
drenado, cor: vermelho amarelado + Gleissolo Háplico (GX), textura média,
relevo plano, saturação álico,
60 cm para rocha ou camada de
impedimento, mal;muito mal drenado, cor: cinzenta ou cinzenta escura com
possíveis pontuações de cores ocres; avermelhadas e amareladas.
185
Pva21
Associação Argissolo Vermelho Amarelo (PVA21), textura argilosa,
horizonte A
moderado, relevo forte ondulado, saturação
álico, 60
150
cm
para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor:
vermelho amarelado + Cambissolo Háplico (CX), textura argilosa, horizonte A
moderado, relevo montanhoso, saturação álico, 60 150 cm para rocha
ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: Bruno
avermelhado; Bruno avermelhado escuro; Bruno amarelado.
8. NEOSSOLOS:
Rd2
Associação Neossolo Litólico (RL18), textura argilosa, horizonte A
proeminente, relevo ondulado e forte ondulado, saturação distrófico, <
60 cm para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado,
cor: variável de Bruno a preto + Cambissolo Húmico (CH), textura argilosa,
horizonte A húmico, relevo ondulado, saturação álico, 60 150 cm
para rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor:
Bruno avermelhado, Bruno avermelhado escuro, Bruno amarelado.
Ra1
Associação Neossolo Litólico (RL5), textura argilosa, horizonte A –
moderado, relevo montanhoso, saturação álico,
60 cm para rocha ou
camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: variável de Bruno a
preto + Cambissolo Háplico (CX), textura argilosa, horizonte A moderado,
relevo montanhoso, saturação álico, 60 150 cm para rocha ou camada de
186
impedimento, moderadamente drenado, cor: Bruno avermelhado; Bruno
avermelha
do escuro; Bruno amarelado.
Ra2
Associação Neossolo Litólico (RL6), textura argilosa, horizonte A –
moderado, relevo montanhoso, saturação álico,
60 cm para rocha ou
camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: variável de Bruno a
preto + Cambissolo Háplico (CX), textura argilosa, horizonte A moderado,
relevo forte ondulado e montanhoso, saturação álico, 60 150 cm para
rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: Bruno
avermelhado; Bruno avermelhado escuro; Bruno amarelado.
Ra10
Neossolo Litólico (RL3), textura média, horizonte A húmico, relevo
forte ondulado, saturação álico,
60 cm para rocha ou camada de
impedimento, moderadamente drenado, cor: variável de Bruno a preto.
Ra13
Associação Neossolo Litólico (RL13), textura média, horizonte A
proeminente, relevo montanhoso, saturação álico,
60 cm para rocha ou
camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: variável de Bruno a
preto + Cambissolo Háplico (CX), textura média, horizonte A proeminente,
relevo
montanhoso, saturação álico, 60 150 cm para rocha ou camada de
impedimento, moderadamente drenado, cor: Bruno avermelhado; Bruno
avermelhado escuro; Bruno amarelado.
Ra14
Associação Neossolo Litólico (RL14), textura média, horizonte A
húmico e proeminente, relevo montanhoso, saturação álico,
60 cm para
rocha ou camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: variável de
Bruno a preto + Afloramento Rochoso (AR).
187
Ra15
Associação Neossolo Litólico (RL15), textura média, horizonte A
proemin
ente, relevo montanhoso, saturação álico,
60 cm para rocha ou
camada de impedimento, moderadamente drenado, cor: variável de Bruno a
preto + Afloramento Rochoso (AR).
188
APÊNDICE B
SEÇÕES FLUVIOMÉTRICAS NOS PONTOS DE COLETA
189
85
APÊNDICE C
CÁLCULO VAZÕES ESPECÍFICAS NOS PONTOS DE COLETA
86
Dia 12/10/2006
15:30 horas
n=r/t
T
emperatura da água 21,5°C
r é o número de voltas e t o tempo em segundos determinado no
aparelho
pH 4,8-
5,2
v=0,2520*n+0,006
v é a velocidade em metros por segundo
INDAIAL /SC
PONTO DE COLETA 1 : RIO ENCANO
Largura do rio
7,00 m
n=r/t
Profundidade no meio
0,30 m
v=0,2520*n+0,006
Pontos Amostrais
Distância
Profund.
Giros/60sg
n
v (m/s)
Média
Área
Vazão
1
0
0,12
42
0,7
0,1824
2,1
0,38304
2
3
0,3
77
1,283333
0,3294
8,44
2,780136
3
6
0,35
118
1,966667
0,5016
6,69
3,355704
4
7
0,25
41
0,683333
0,1782
1,75
0,31185
Vazão total:
6,83073
PONTO DE COLETA 2 : RIBEIRÃO DO ESPINHO
Coordenadas:
22 J 0678994
UTM 7012647
Elevação:
147,00 m
Largura do rio:
2,00 m
n=r/t
Profundidade do meio:
25,00 cm
v=0,2520*n+0,006
Pontos Amostrais
Distância
Profund.
Giros/60sg
n
v (m/s)
Média
Área
Va
zão
1
0
0
0
0
0,006
0
2
1
0,25
46
0,766667
0,1992
2,21
0,440232
3
1,3
0,3
25
0,416667
0,111
1,66
0,18426
0
Vazão total:
0,624492
87
PONTO DE COLETA 3 : RIO WARN
OW PEQUENO
Coordenadas:
22 J 0670831
UTM 7017633
Elevação:
106,00 m
Largura do rio:
0,75 cm
n=r/t
Profundidade do meio:
v=0,2520*n+0,006
Pontos Amostrais
Distância
Profund.
Giros/60sg
n
v
(m/s)
Média
Área
Vazão
1
0,15
0,25
17
0,283333
0,0774
0,81
0,062694
Vazão total:
0,062694
PONTO DE COLETA 4 : RIO WARNOW
Coordenadas:
22 J 0670152
UTM 7017539
Elevação:
69,00 m
Largura do rio:
1550 cm
n=r/t
Profundidade do meio:
v=0,2520*n+0,006
Pontos Amostrais
Distância
Profund.
Giros/60sg
n
v (m/s)
Média
Área
Vazão
1
2,00
0,25
151,00
2,52
0,64
0,
50
0,32
2
4,00
0,25
122,00
2,03
0,52
0,50
0,26
3
6,00
0,25
104,00
1,73
0,44
0,49
0,22
4
8,00
0,20
119,00
1,98
0,51
0,42
0,21
5
10,00
0,25
150,00
2,50
0,64
0,48
0,31
6
12,00
0,28
174,00
2,90
0,74
0,54
0,40
7
14,00
0,28
177,00
2,9
5
0,75
0,49
0,37
Vazão total:
2,079066
IBIRAMA /SC
PONTO DE COLETA 5 : RIO SELIM
Coordenadas:
22 J 0645498
UTM 7008481
Elevação:
197,00 m
Larg
ura do rio:
3,50 m
n=r/t
Profundidade do meio:
30 cm
v=0,2520*n+0,006
88
Pontos Amostrais
Distância
Profund.
Giros/60sg
n
v (m/s)
Média
Área
Vazão
1
0,50
0,14
132,00
2,20
0,56
0,08
0,04
2
1,00
0,28
150,00
2,5
0
0,64
0,13
0,08
3
1,50
0,30
213,00
3,55
0,90
0,15
0,14
4
2,00
0,32
244,00
4,07
1,03
0,16
0,16
5
2,50
0,38
160,00
2,67
0,68
0,18
0,12
6
3,00
0,25
30,00
0,50
0,13
0,13
0,02
Vazão total:
0,56617
PONTO DE COLETA 6 : RIO RAFAEL BRAÇO PEQUENO
Coordenadas:
22 J 0642930
UTM 7016354
Elevação:
349,00 m
Largura do rio:
0,60 m
n=r/t
Profundidade do meio:
31 cm
v=0,2520*n+0,006
Pontos Amostrai
s
Distância
Profund.
Giros/60sg
n
v (m/s)
Média
Área
Vazão
1
0,3
0,31
91
1,516667
0,3882
0,93
0,361026
Vazão total:
0,361026
PONTO DE COLETA 7 : RIO RAFAEL ALTO CEDRO
Coord
enadas:
22 J 0644381
UTM 7015220
Elevação:
249,00 m
Largura do rio:
6,30 m
n=r/t
Profundidade do meio:
30 cm
v=0,2520*n+0,006
Pontos Amostrais
Distância
Profund.
Giros/60sg
n
v (m/s)
Média
Área
Vazão
1
1,
00
0,30
83,00
1,38
0,35
0,31
0,11
2
2,00
0,40
51,00
0,85
0,22
0,38
0,08
3
3,00
0,30
76,00
1,27
0,33
0,31
0,10
4
4,00
0,29
101,00
1,68
0,43
0,29
0,12
5
5,00
0,28
59,00
0,98
0,25
0,27
0,07
6
6,00
0,16
87,00
1,45
0,37
0,12
0,04
Vazão total:
0,531106
89
TROMBUDO CENTRAL /SC
PONTO DE COLETA 8 :RIO BRAÇO TROMBUDO
Coordenadas:
22 J 0615764
UTM 6977924
Elevação:
348,00 m
Larg
ura do rio:
6,20 m
n=r/t
Profundidade do meio:
30 cm
v=0,2520*n+0,006
Pontos Amostrais
Distância
Profund.
Giros/60sg
n
v (m/s)
Média
Área
Vazão
1
1
0,12
58,00
0,97
0,25
0,49
0,12
2
2
0,20
119,00
1,98
0,51
0,49
0,25
3
3
0,30
183,00
3,05
0,77
0,49
0,38
4
4
0,38
149,00
2,48
0,63
0,49
0,31
5
5
0,50
128,00
2,13
0,54
0,49
0,27
Vazão total:
1,325646
PONTO DE COLETA 9 : RIBEIRÃO BACH
Coordenadas:
22 J 0616423
UTM 6977201
Elevação:
353,00 m
Largura do rio:
0,60 m
n=r/t
Profundidade do meio:
15 cm
v=0,2520*n+0,006
Pontos Amostrais
Distância
Profund.
Giros/60sg
n
v (m/s)
Média
Área
Vazão
1
0,3
0,15
67
1,116667
0,2874
0,045
0,012933
Vazão total:
0,012933
PONTO DE COLETA 10: RIBEIRÃO DO BOI
Coordenadas:
22 J 0615561
UTM 6979206
Elevação:
362,00 m
Largura do rio:
0,90 m
n=r/t
Profundidade do meio:
30 cm
v=0,2520*n+0,006
Pontos Amostrais
Distância
Profund.
Giros/60sg
n
v (m/s)
Média
Área
Vazão
1
0,3
0,32
117
1,95
0,50
0,09
0,05
2
0,6
0,26
82
1,37
0,35
0,08
0,03
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