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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM
ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA
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IDENTIFICAÇÃO ORGANIZACIONAL
NO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL:
ANTECEDENTES E CONSEQÜÊNCIAS
ANA LUCIA DE ABREU
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PROFª. DRª. FLÁVIA CAVAZOTTE
Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2007
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ii
IDENTIFICAÇÃO ORGANIZACIONAL NO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL:
ANTECEDENTES E CONSEQÜÊNCIAS
ANA LUCIA DE ABREU
Dissertação apresentada ao curso de Mestrado
Profissionalizante em Administração como
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Administração.
Área de concentração: Administração Geral
ORIENTADOR: PROFª. DRª. FLÁVIA CAVAZOTTE
Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2007.
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IDENTIFICAÇÃO ORGANIZACIONAL NO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL:
ANTECEDENTES E CONSEQÜÊNCIAS
ANA LUCIA DE ABREU
Dissertação apresentada ao curso de Mestrado
Profissionalizante em Administração como
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Administração.
Área de concentração: Administração Geral
Avaliação:
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________________________________
PROFª. DRª. FLÁVIA CAVAZOTTE (Orientador)
Instituição: IBMEC
_____________________________________________________
PROF. DR. VALTER MORENO JUNIOR
Instituição: IBMEC
_____________________________________________________
PROF. DR. IRINEU EDUARDO JONES CORRÊA
Instituição: FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL
Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2007.
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FICHA CATALOGRÁFICA
Entrar em contato com a biblioteca no 14º andar,
ou através do e-mail: geysa@ibmecrj.br
v
DEDICATÓRIA
Aos meus filhos – simplesmente vitais – Marina e Jorge,
pela inspiração, compreensão e amor.
Aos meus pais (in memorian), pela dedicação de toda a vida,
pelo exemplo, por tantos ensinamentos e por nossa família.
vi
AGRADECIMENTOS
Agradecer é, de fato, um momento importante na finalização de uma pesquisa como esta, pois ao
longo de sua realização muitos contribuíram.
À minha orientadora, Profª Drª Flávia Cavazotte, por seu exemplo de competência, dedicação e
conhecimento generosamente compartilhados que se transformaram num extraordinário estímulo.
Os resultados deste trabalho mostraram o verdadeiro valor de suas indicações. Ao Prof. Dr.
Valter Moreno, membro da banca examinadora, pelos conselhos e atenção dedicada. Ao Prof. Dr.
Irineu Correa, membro convidado da banca, pela disponibilidade e interesse dispensados.
Aos meus professores no Mestrado que me acolheram nessa jornada. Aos meus colegas de turma,
pelo companheirismo. À secretaria e funcionários do IBMEC, em especial Rita de Cássia,
coordenadora do curso, pela cordialidade e prontidão com que atenderam as minhas solicitações.
À ANCINE, pela confiança depositada e por me conceder a oportunidade de realizar este
mestrado dentro de seu programa de capacitação de recursos humanos, na qualidade de servidora
pública federal. Ao Luiz Fernando Zugliani, pelo apoio e força no enfrentamento de obstáculos e
por acreditar que eu cumpriria esta missão. Aos meus muitos amigos e colegas de trabalho,
principalmente Maria do Carmo Almeida Cunha, José Elano de Assis Junior e Juliana S. Baronto
vii
por me ajudarem a perseverar, pelo companheirismo e paciência nos momentos mais difíceis da
realização desta pesquisa. Ao Ronaldo Amaral, pelas importantes contribuições de quem viveu a
mesma experiência antes de mim.
Aos meus caros amigos da Biblioteca Nacional, em especial Tânia Moura e Selma Regina M. S.
da Cunha, pela confiança e espírito colaborador.
A todas as pessoas entrevistadas e às organizações que nos receberam, se interessaram e
colaboraram na realização da pesquisa de campo.
Ao Carlos Eduardo Moreira, pelo companheirismo, energia e coragem para me fazer seguir em
frente neste trabalho. À Luzia Maria dos Santos, pelo cuidado incansável com meus filhos, que
tornou mais leve essa jornada. Às minhas irmãs e aos meus amigos, pelo carinho, apoio e
estímulo.
Aos meus filhos, Marina e Jorge, por serem o brilho dos meus olhos e a razão da minha vida.
Ao meu Deus, pela vida, saúde e oportunidades sempre ofertadas.
viii
RESUMO
Diversos estudos confirmam o fator humano como o principal elemento estratégico no
planejamento das organizações, atualmente. Nesta pesquisa, de caráter empírico, investigamos a
identificação organizacional, seus antecedentes e conseqüências, em instituições públicas
brasileiras. A abordagem teórica baseou-se nos conceitos desenvolvidos por Ashforth e Mael
(1989) e Pratt (1998) para explicar, e predizer, o fenômeno comportamental da identificação
organizacional em duas instituições públicas do Ministério da Cultura. A pesquisa abrangeu 172
funcionários públicos. A investigação confirmou a identificação organizacional fortemente
correlacionada ao sentimento de afiliação e internalização de valores, associada ao alinhamento
de valores pessoa x organização e a auto-estima e, como conseqüência, a satisfação e o
comportamento altruísta, além da relação negativa com a intenção de deixar a organização.
A conclusão destaca a importância do fortalecimento da identificação organizacional em
instituições públicas como determinante na intenção do indivíduo de permanecer na organização
e no esforço expendido em prol da mesma.
Palavras-chave:
Identificação Organizacional; Serviço Público, Clima Ético, Cidadania;
Intenção de Deixar a Organização
ix
ABSTRACT
Many studies confirms the human factor as the main strategical element in the planning of the
organizations in the present time. In this research, of empirical character, we investigate the
Organizational Identification, antecedents and consequences, in Brazilian public institutions.
The theoretical boarding took as base the concepts developed by Ashforth and Mael (1989) and
by Pratt (1998) to explain and predict the phenomenon of the organizational identification in two
public institutions of the Ministry of the Culture. The research enclosed 172 public officers.
The investigation confirmed the organizational identification heavily correlated to the affiliation
feeling and internalization of values, associated to the alignment of values: person x organization
and auto-esteem, and as consequences, the satisfaction and the altruistic behavior, beyond the
negative relation with the intention to leave the organization. The conclusion detaches the
importance of the strengthening of the organizational identification in public institutions as
determinant in the intention of the individual to remain in the organization and the effort
expended in favor of the same one.
Key Words: Organizational Identification; Public Service; Ethical Climate; Citizenship; Exit
x
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................1
2 O PROBLEMA DA PESQUISA .............................................................................3
2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ...........................................................................................................................3
2.2 OBJETIVOS DA PESQUISA ..................................................................................................................7
2.3 PERTINÊNCIA E RELEVÂNCIA ..........................................................................................................7
3 REVISÃO DA LITERATURA ...............................................................................10
3.1 O CONCEITO IDENTIFICAÇÃO ORGANIZACIONAL ..................................................................10
3.2 TEORIA DA IDENTIDADE SOCIAL ....................................................................................................19
3.3 COMPARANDO IDENTIFICAÇÃO COM OUTROS CONCEITOS ................................................22
3.3.1 Identidade & Comprometimento .........................................................................................................22
3.3.2 Identidade & Internalização ................................................................................................................27
3.3.3 Identidade & Identificação ...................................................................................................................29
3.4 FATORES QUE AFETAM A IDENTIFICAÇÃO ORGANIZACIONAL ..........................................31
3.4.1 Crenças e Valores ..................................................................................................................................33
3.4.2 Moral & Ética ........................................................................................................................................34
3.4.2.1 Moral & Ética Pública ...............................................................................................................37
xi
3.4.3 Cultura Organizacional & Cultura Nacional .....................................................................................39
3.4.4 Identificação : Grupos & Líderes..........................................................................................................42
3.4.5 Imagem e Reputação .............................................................................................................................44
3.5 CONSEQÜÊNCIAS COMPORTAMENTAIS E ATITUDINAIS ........................................................46
3.5.1 Satisfação.................................................................................................................................................48
3.5.2 Produtividade, Rotatividade e Absenteísmo .......................................................................................50
3.5.3 Cidadania Organizacional ....................................................................................................................51
4 IDENTIFICAÇÃO & ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS .........................................53
4.1 AS ORGANIZAÇÕES EM ESTUDO ......................................................................................................55
4.1.1 Diferenças & Semelhanças ..............................................................................................................57
4.2 HIPÓTESES ...............................................................................................................................................61
5 METODOLOGIA ..................................................................................................62
5.1 TIPO DE PESQUISA ................................................................................................................................62
5.2 INSTRUMENTO DE MENSURAÇÃO ..................................................................................................63
5.3 UNIVERSO DA PESQUISA E AMOSTRA ..............................................................................................72
5.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS...........................................................................................76
5.5 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ....................................................................................................................87
CONCLUSÃO...............................................................................................................88
CONTRIBUIÇÕES & ESTUDOS FUTUROS .................................................................................................92
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................93
APÊNDICE A, B e C
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Modelo Expandido de Identificação...........................................................................13
Figura 2 – Integração entre Níveis de Estudo da Identidade ..................................
.....................30
Figura 3 – A Instituição Cultura ...............................................................
...................................54
Figura 4 – A Evolução da Força de Trabalho VS.............................
............................................58
Figura 5 – A Evolução da Força de Trabalho JE..................................................................
.......58
Figura 6 – Força de Trabalho VS 2002.................................................................................
........59
Figura 7 – Força de Trabalho VS 2007.................................................................................
........59
Figura 8 – Força de Trabalho JE 002...........................................................................................60
Figura 9 – Força de Trabalho JE 2007.........................................................................................60
Figura 10 – Escolha pelo Exercício da Função Pública.................................................................81
Figura 11 – Modelo das Correlações entre Variáveis da Pesquisa ...............................................83
Figura 12 – Modelo do Teste de Hipóteses....................................................................................87
xiii
LISTA DE QUADROS & TABELAS
Quadro 1 – Definições de Identificação Organizacional .............................................................12
Tabela 1 – Pessoal VS .................................................................................................................59
Tabela 2 – Pessoal JE..................................................................................................................60
Tabela 3 – População Relevante & Projeção da Amostra ..........................................................73
Tabela 4 – Vínculo com a Instituição & Projeção da Amostra ..................................................73
Tabela 5 – Dados: Tempo na Organização .................................................................................74
Tabela 6 – Dados: Idade dos Colaboradores ...............................................................................74
Tabela 7 – Dados Pessoais/ Funcionais da Amostra ...................................................................75
Tabela 8 – Dados Descritivos por Organização .........................................................................76
Tabela 9 – Teste T de Student: Diferenças entre Organizações .................................................77
Tabela 10 – Identificação Organizacional x Dados Biográficos ..................................................78
Tabela 11 – Dados Descritivos: Vínculo Organizacional ............................................................79
Tabela 12 – Teste T de Student: Diferenças entre Vínculos .........................................................80
Tabela 13 – Dados Descritivos da Amostra Consolidada .............................................................81
Tabela 14 – Correlação Linear de Pearson: Amostra Consolidada & Organizações ..................82
Tabela 15 – Regressão Identificação ............................................................................................84
Tabela 16 – Regressão Cidadania ................................................................................................85
Tabela 17 – Regressão Intenção de Deixar a Organização ..........................................................86
xiv
LISTA DE ABREVIATURAS
SIT Social Identity Theory
Teoria da Identidade Social
OCQ Organizational Commitment Questionaire
Questionário de Comprometimento Organizacional
VS Velha Senhora: metáfora representativa da 1ª organização estudada
JE Jovem Executiva: metáfora representativa da 2ª organização estudada
1
1 INTRODUÇÃO
Hoje, a sociedade está desejosa de transformação, novas formas de pensar e agir. O desafio da
gestão pública assume outras necessidades e demandas por eficiência. Porém, a ação humana na
administração pública é, muitas vezes, desprovida de credibilidade por parte do cidadão comum
e, em termos práticos no cenário brasileiro, do próprio agente público. Freqüentemente, a gestão
nas empresas públicas é caracterizada por métodos em que a ótica de princípios burocráticos de
tecnicismo, mecanicismo e impessoalidade predominam diante de uma visão administrativa mais
moderna (CAVALCANTI, 2005). Concluindo: não existe preocupação com pessoas. Contudo,
uma gestão mais preocupada com conhecimentos e pesquisas da área de comportamento
organizacional pode contribuir para um novo olhar dos gestores sobre estas organizações, não
somente para compreender o seu papel como elemento influenciador deste mesmo
comportamento, mas também para desenvolver políticas mais efetivas no que tange à gestão
destas organizações.
Esta pesquisa representa um esforço de investigação para melhor compreender as atitudes de
funcionários públicos em relação às organizações nas quais atuam, investigando especificamente
os determinantes e as conseqüências da identificação organizacional em duas organizações
2
públicas da área da cultura. A identificação organizacional resulta de um processo de
internalização e incorporação de crenças, valores e atitudes de um indivíduo sobre uma
organização em seu autoconceito, isto é, em sua própria identidade. Segundo Whetten e Godfrey
(1998), ela se desdobra do reconhecimento, demonstração de afinidade e atração entre indivíduo
e organização. Através do sentimento de pertencimento à organização, o indivíduo passa a se
autodefinir também em função de sua associação e dos papéis que desempenha na empresa
(ASHFORTH e MAEL, 1989).
Este trabalho mostra, inicialmente, o referencial teórico da pesquisa, focado no conceito de
identificação organizacional. A revisão da literatura diferencia os conceitos de identidade
organizacional e identificação organizacional, comparando este último com outros conceitos,
como o comprometimento organizacional. A Teoria da Identidade Social é apresentada, assim
como os fatores que, com base em estudos empíricos, se acredita sejam causas da identificação
organizacional. Na seqüência, as conseqüências comportamentais e atitudinais da identificação
organizacional, como produtividade, rotatividade e cidadania organizacional. O trabalho inclui
uma investigação empírica sobre a identificação organizacional entre funcionários que atuam no
serviço público, no Brasil. A pesquisa foi realizada com base em dados coletados em duas
organizações, doravante designadas pelas metáforas Jovem Executiva e Velha Senhora, em face
da necessidade de se manter discrição sobre a identidade destas organizações. Finalmente,
confrontados os resultados obtidos na pesquisa, são feitas recomendações para estudos futuros.
3
2 O PROBLEMA DA PESQUISA
2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
As organizações devem estar aptas a mudar, assim como nós – membros das organizações e da
sociedade – de forma dinâmica e positiva, para se adaptar com sucesso a um ambiente em
constante transformação.
A reengenharia e a administração da qualidade total constituem fontes de importantes desafios,
assim como a abordagem das relações humanas no pensamento gerencial formou importantes
pontos de referência na história do comportamento organizacional (SENGE, 1990). Já a partir do
final do século XX, a Administração amplia o espectro relativo à satisfação e ao desenvolvimento
do trabalhador, foca no crescimento e na sobrevivência das empresas. A abordagem dos sistemas
abertos reconhece a importância de lidar com o ambiente circundante e global, interligados
entre si.
Na literatura, é consenso que o comportamento organizacional tornou-se, recentemente, uma
temática que as organizações não podem mais ignorar nos desafios impostos pelo cenário que se
apresenta, como observa Goussevska (1999) ou Baruch (1998 apud SARSUR, 2004).
4
A relação entre o conhecimento e o trabalho dentro do atual cenário econômico demanda das
organizações a utilização de todos os fatores produtivos em seu ponto ótimo. As novas estratégias
deverão focar o fator humano como o principal componente na formação do valor agregado do
produto da organização, no qual a aprendizagem mútua e contínua é parte preponderante do
processo, recriando as condições de eficiência e competitividade que o ambiente requer na
atualidade. Segundo Bastos (1997), a realidade econômica está começando a levar o
conhecimento tácito – advindo da realização do trabalho como agente agregador de valor que
alavanca a capacidade de resposta às solicitações do mercado – a assumir posição estratégica no
planejamento organizacional, já que o principal fator de produção – o trabalho – resulta da
capacidade dos indivíduos de aprender e descobrir novas soluções para satisfazer as suas
necessidades, causa original de todo processo produtivo das sociedades humanas (ORTEGA e
GASSET, 1991).
De acordo com Bastos (1997), o entendimento desta premissa foca o processo organizacional no
desenvolvimento do principal ativo da empresa, o conhecimento. É necessário, no entanto, que as
organizações tenham consciência de que o capital intelectual não lhes pertence (THOMAS A.
STEWART,1998), pois é compartilhado com os funcionários. O autor afirma que é no
conhecimento do contexto que aborda valores e normas implícitas compartilhados internamente,
uma vez aceitos como eficazes na solução de problemas pelo grupo, passam a influenciar não só
o comportamento, mas também todo o sistema de percepções, convicções e avaliações dos
indivíduos. No momento em que os demais fatores produtivos estão esgotando a sua capacidade
de potencializar o crescimento, a utilização do capital intelectual passa a ser um grande
diferencial na vantagem competitiva das organizações.
5
No estudo do comportamento micro-organizacional, o vínculo indivíduo-organização
transformou-se no eixo básico de investigação sobre motivação e atitudes no trabalho.
A abordagem atitudinal que caracteriza o clássico trabalho de Mowday, Porter e Steers (1982)
destaca a natureza afetiva do processo de identificação do indivíduo com os objetivos e valores
da empresa, além dos sentimentos de lealdade, desejo de permanecer, orgulho por pertencer,
engajamento e esforço em prol da organização.
Cada organização, assim como cada pessoa, é diferente da outra. Portanto, é vital para os estudos
organizacionais conhecer, entender e ser capaz de lidar com a sua dinâmica e os seus fenômenos.
Entretanto, é preciso enfatizar que, assim como as pessoas, as organizações possuem
características constantes e padrões comuns entre si, o que nos permite prever as suas reações e
sistematizar um referencial para análise e interpretação. As situações com as quais as pessoas se
deparam podem ser prognosticadas em fortes ou fracos efeitos no comportamento. Condições
organizacionais tendem a ser “fortes”, pois têm regras e outras regulamentações formais que
definem normas informais a respeito de comportamentos apropriados. Sob esta perspectiva,
Pfeffer (1996) demonstra que muitos estudos apresentam benefícios econômicos significativos,
decorrentes de práticas focadas nas pessoas. Em 1998, Mowday defendeu que a estratégia
centrada nas pessoas é uma fonte importante de vantagens competitivas, difícil de copiar – ao
contrário de tecnologia, custos e desenvolvimento de produtos, produzem resultados econômicos
mais significativos.
É fato que as pesquisas sobre identidade e identificação organizacional são tópicos importantes
na literatura internacional (WHETTEN e GODFREY, 1998). No entanto, têm recebido menos
destaque do que o merecido pela pesquisa da área, ponderam Meyer e Smith (2000), apesar da
existência de valorosos estudos investigativos, no cenário internacional, como: Defining who you
6
are by what you’re not: organization disidentification and the national rifle association
(ELSBACH, K. D.; BHATTACHARYA, C. B., 2001), The good, the bad and the ambivalent,
managing identification among Amway distributors” (PRATT, M. G., 2000) e Foci and
correlates of organizational identification (VAN KNIPPENBERG, D. e C. M. VAN SCHIE,
2000), dentre outros.
Em nível nacional, pesquisas vêm sendo sistematicamente realizadas por autores, como Machado
(2005, 2003); Silva e Vergara (2002); Carrieri (2002); Davel e Machado (2001); e Nogueira
(2001). No entanto, poucas discutem o tema no contexto das organizações públicas.
Assim, o foco principal deste trabalho é estudar a identificação para tentar explicar e predizer o
comportamento do trabalhador nas organizações públicas. E, com base nos estudos de Kelman
(1958) e Aronson (1984 apud WHETTEN e GODFREY, 1998), em relação ao desenvolvimento
moral e ao aprendizado ético, três fatores fundamentais levam um indivíduo a acatar uma norma
de conduta ética: submissão ou obediência, identificação e/ou internalização. Um segundo foco
deste estudo procura estabelecer relações da identificação com a ética – fator-chave na
compreensão dos indivíduos no trabalho e, segundo DuBrin (2003), o veículo que converte
valores em ações.
Nesse contexto de exploração do comportamento organizacional, esta pesquisa, como uma
discussão contemporânea centrada em instituições da Administração Pública, não estaria
completa sem a inclusão da ética, visto que os membros das organizações são constantemente
confrontados por dilemas éticos.
7
2.2 OBJETIVOS DA PESQUISA
A presente pesquisa visa investigar a identificação organizacional e alguns de seus antecedentes e
conseqüências, a partir de um estudo empírico em duas instituições públicas da área da cultura.
Analisa a influência de características organizacionais sobre a identificação (clima ético), assim
como fatores individuais (alinhamento entre os valores individuais e os organizacionais, e auto-
estima do funcionário). E, além disso, examinar o efeito da identificação organizacional sobre o
comportamento de cidadania dos funcionários e a sua intenção de deixar a empresa.
2.3 PERTINÊNCIA E RELEVÂNCIA
Por que existem agentes públicos capazes de se dedicar, de corpo e alma, à qualidade da
prestação do serviço e ao atendimento das necessidades do cidadão, enquanto outros se
restringem a um desempenho medíocre da função? Que ações podem ser adotadas diante das
especificidades da administração pública? Em resposta, parto da assertiva de que esta
investigação científica constitui importante ferramenta para contribuir com conhecimentos e
informações, dirigidas à administração pública, às suas organizações e aos seus gestores, capazes
de convencer pessoas a adotar e implementar ações, considerando um propósito maior no
exercício de suas funções.
A complexidade potencial do papel do Estado, sua máquina burocrática e seus agentes
(funcionários e administradores) é imensa. Estudiosos da Administração Pública, como Bresser
8
Pereira (1997) e Silva (1994), defendem a mudança de estratégias, prioridades, atitudes e
comportamentos dos modelos organizacionais vigentes, objetivando a sua maior eficiência e
humanização. Vale destacar que a capacidade de mobilizar pessoas é fundamental para o êxito
dos processos de mudança (RUAS, 2004).
Diante da rigidez burocrática, característica das organizações públicas, o estudo das causas e
conseqüências da identificação no setor público adquire importância singular como um elemento
de transformação interna capaz de produzir fatores de intervenção e compreensão da realidade.
Saraiva (2002) afirma que as relações de mando e subordinação, a impessoalidade das normas e a
necessidade de valorização do servidor são referências na acomodação de interesses
característicos da maior parte das organizações públicas. Como conseqüência, observa-se
desestímulo, sentimento de estabilidade e resistência a mudanças, aliados à isonomia salarial e à
falta de preocupação com resultados (CARBONE, 1995; MÉDICI e SILVA, 1993). De maneira
geral, a pesquisa aplicada sobre comportamento organizacional tem fornecido pistas importantes
para a formulação de políticas que buscam respostas relacionadas à ação, desempenho ou
necessidades políticas, por meio do fortalecimento dos vínculos do funcionário com o seu
trabalho – a importância da relação indivíduo x organização.
Tal abordagem remete a fenômenos sociais, políticos, culturais (MOTTA, 2000), ideológicos
(ALTHUSSER, 1992) e simbólicos (ENRIQUEZ, 1997) que regem as relações sociais internas e
externas à organização (PAGÈS et al, 1987). O entendimento de tais fenômenos é fundamental
na análise e adaptação das organizações públicas – considerando o ambiente particular e as
demandas peculiares do setor – em um contexto dinâmico, em prol da satisfação das necessidades
do cidadão e da eficiência administrativa.
9
Estudos investigativos como How can you do it?: Dirty work and the challenge of constructing a
positive identity (ASHFORTH, B. E., 1999) e Identidade organizacional: um estudo de caso no
contexto da cultura brasileira (MACHADO, H.V., 2005) exemplificam e caracterizam a
pertinência e relevância da identificação organizacional.
Assim, aduzimos que abordar a temática da identificação e a relação com o clima ético – certos
padrões existentes que incentivam ou inibem a conduta ética – e sua(s) e interface(s) com o ambiente
organizacional pressupõe uma força poderosa no desafio de romper o status quo e desenvolver
políticasblicas baseadas no conhecimento. À luz da revisão literária e da pesquisa de campo,
estabelecer uma sólida ponte entre a natureza do serviço público e os vieses inerentes à
identificação organizacional.
10
3 REVISÃO DA LITERATURA
3.1 O CONCEITO IDENTIFICAÇÃO ORGANIZACIONAL
A identificação organizacional é uma forma específica de identificação social, na qual as pessoas
se autodefinem nos termos de uma organização (ASHFORTH e MAEL, 1989 apud DUTTON;
DUKERICK e HARQUAIL, 1994). Pratt (1998) sugere que a identificação organizacional
ocorre quando as crenças do indivíduo sobre a sua organização se tornam auto-referenciadas ou
parte de sua autodefinição. Pode-se afirmar que os membros tornam-se ligados às suas
organizações quando incorporam as características atribuídas às organizações em seus
autoconceitos. Autoconceito é uma estrutura interpretativa de como as pessoas se comportam e se
sentem num determinado contexto social: “a totalidade de autodescrições e auto-avaliações
subjetivamente disponíveis a um indivíduo (HOGG e ABRAMS, 1988 apud DUTTON et al,
1994).
Dutton; Dukerick e Harquail (1994) afirmam que uma pessoa está fortemente identificada com
uma organização quando sua identidade, como membro da organização, é notável em relação às
demais. O seu autoconceito tem muitas das características que, ela acredita, definem a
11
organização como um grupo social. A organização, vista como uma categoria social, pode ser
percebida como um conjunto de atributos representativos dos membros da organização, como
uma abstração. Freqüentemente as pessoas internalizam esses atributos como seus. Mael e
Ashforth (1995) afirmam: “pessoas que se identificam podem ver a si mesmas como
personificação da organização”.
Segundo Cordeiro (2005), citando Yiannis (1999), “a identificação é um processo vital para o
estabelecimento de vínculos sociais entre os indivíduos à medida que se reconhecem em suas
disputas, expectativas e sofrimentos”, ou ainda, segundo Brown (1969) e Rotondi (1975), “a
identificação é uma das formas mais importantes de ligação dos empregados à organização”.
Assim, é essencial para os estudos sociais contemporâneos.
As definições a seguir estão primeiramente focadas nas crenças e citam identificação com
pessoas ou idéias. Cordeiro (2005), de acordo com Weick (1995), considera a ênfase em crenças
nas pesquisas de identificação, sugere a importância do bom senso e da interpretação na
identificação para determinar quais aspectos da nossa identidade sentimos necessitar que sejam
congruentes com identidades organizacionais específicas. Assim, indivíduos e organizações têm
múltiplas e conflitantes identidades.
“A identidade dos indivíduos é uma síntese de múltiplas identificações, que vão
ocorrendo em função da vinculação a diferentes grupos sociais, tais como
família, escola, trabalho e outras organizações”.
Cordeiro, 2005.
O Quadro, a seguir, reúne conceitos de diversos autores a respeito de identificação
organizacional.
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QUADRO 1 Definições de Identificação Organizacional
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1986 O’REILLY e CHATMAN
(apud WHETTEN E GODFREY, 1998)
Identificação é envolvimento baseado no desejo de afiliação.
1989 ASHFORTH e MAEL
Identificação é o reconhecimento, demonstração de afinidade e atração
que resultam em um processo de internalização e incorporação de
crenças, valores e atitudes.
1992 ARONSON
(apud WHETTEN E GODFREY, 1998)
Identificação é uma resposta para a influência social nascida do desejo
do indivíduo de ser como o influenciador.
1994 DUTTON; DUKERICK e
HARQUAIL
Identificação organizacional é uma ligação cognitiva construída quando
o autoconceito de uma pessoa contém os mesmos atributos que a
identidade organizacional percebida.
1998 PRATT
Identificação é um processo no qual as crenças individuais sobre a
organização se tornam auto-referência ou autodefinição.
Fonte: Quadro elaborado pela autora.
“É fato que indivíduos podem ter múltiplas identificações e que as próprias
organizações possuem múltiplas identidades que podem ser o alvo da
identificação.”
Pratt, 1998
Vale destacar que este estudo toma como base, para investigar o evento comportamental da
identificação no serviço público federal, os conceitos testados e consagrados por Ashforth e Mael
(1989) e Pratt (1998) – para o desenho e condução do trabalho de pesquisa investigativa – como
instrumentos de percepção da realidade.
Kreiner e Ashforth (2004), apoiados nas idéias de Elsback (1999), sugerem que a identificação
organizacional pode manifestar-se em quatro dimensões: identificação, desidentificação,
13
identificação ambivalente e identificação neutra – o modelo expandido de identificação – que
descreve quatro diferentes condições que caracterizam a relação dos indivíduos com suas
organizações.
Fonte: Adaptação de KREINER, Glen E.; ASHFORTH, Blake E. Evidence toward an expanded model of organization identification.
Journal of Organizational Behavior. Fb2004, v.25 issue 1, p.6
FIGURA 1 Modelo Expandido de Identificação
Segundo Elsbach e Brattacharya (2001), a desidentificação ocorre quando um indivíduo define a
si próprio como não tendo os mesmos atributos, ou princípios, que, ele acredita, definem a
organização. Destaque-se que desidentificação não corresponde tão-somente à oposição à
identificação, mas é considerada uma variável separada e única, ou seja, um estado psicológico
particular (ASHFORTH, 2001; ELSBACH, 2001; PRATT, 2000; DUKERICH et al, 1998 apud
14
KREINER e ASHFORTH, 2004). Enquanto a identificação seria uma conexão tipicamente
positiva do indivíduo com a organização, a desidentificação consiste em uma desconexão
tipicamente negativa do indivíduo em relação à organização (KREINER e ASHFORTH, 2004
p. 3-5).
Simultaneamente, identificar-se e se desidentificar com a organização (ou com determinados
aspectos) – a identificação conflituosa ou ambivalente – ainda segundo os autores citados acima,
resulta das complexas e equivocadas organizações modernas e da perda de valores, metas e
crenças individuais. A identificação ambivalente caracteriza-se pelo fato de o indivíduo poder
identificar-se com a organização e seus aspectos específicos, e poder também desidentificar-se
com a organização e seus aspectos específicos. Isso se dá porque os aspectos e as organizações
são multifacetadas, isto é, têm sub-aspectos. Assim, devido aos diferentes aspectos da
organização, passíveis de uma mistura de percepções, o indivíduo pode, simultaneamente,
identificar-se e desidentificar-se com os mesmos aspectos e a organização propriamente dita.
Visando esclarecer a investigação, Kreiner e Ashforth (2004) exemplificam: um indivíduo pode
identificar-se com a produção eficiente de uma confecção e, simultaneamente, desidentificar-se
com o descuido em relação ao controle da qualidade (p. 4).
Por último, o conceito de identificação neutra (ELSBACH, 1999 in WHETTEN e GODFREY,
1998), ocorre quando a autopercepção do indivíduo baseia-se na ausência explícita de ambas,
identificação e desidentificação com uma organização (KREINER e ASHFORTH, 2004, p.4/5).
Mael e Ashforth (1995) analisam: “apesar de a identificação ser necessariamente para com uma
organização específica, o comprometimento pode não ser”. O foco em valores e metas
organizacionais pode ser compartilhado com outras organizações e, por meio de incentivos
15
apropriados, o indivíduo pode transferir seu comprometimento para outra organização, diferente,
competitiva, mas com valores e metas similares. Os autores advertem: “Se o indivíduo está
identificado com a organização, necessariamente terá uma perda psicológica depois de deixar a
organização”.
As dificuldades do contexto indivíduo-organização são exploradas na metáfora “a identificação
como uma constelação estrelar”, proposta por Elsbach (1996). De forma semelhante aos elos
existentes entre as estrelas – em um paralelo da identificação das pessoas com um grupo social –
aquelas que estão distantes de uma dada constelação não podem ser inclusas naquele número
limitado de estrelas – grupos sociais ou organizações, cognitivamente distantes da identidade
social do indivíduo, podem ter dificuldades de incorporar esta identidade – assim como o padrão
de identificação ou desidentificação de certas organizações. A autora, segundo Pratt (1998),
investiga, ainda, como indivíduos se identificam com organizações que têm identidades
fragmentadas. Sugere que as organizações com identidades claras e focadas, ou seja, fortes,
atraem alguns indivíduos e repelem outros, como as estrelas.
Assim como na hierarquia do desenvolvimento moral – o caráter do indivíduo começa a se
consolidar na infância, passa pela adolescência e chega à fase adulta – a identidade não é fixa e
imutável. Os processos de identificação, durante determinadas fases da vida, podem ser mais
intensos e assumir maior significado na juventude e adolescência, apresentando maior
necessidade de se identificar com grupos e pares.
A identificação conduz os indivíduos a se definirem não somente em relação às características
das idiossincrasias que compartilham com os grupos internos (VAN KNIPPENBERG; VAN
SCHIE, 2000). O conceito de si mesmo como membro de um grupo fornece uma base para
16
atitudes e comportamentos na organização. Em consonância com a Teoria da Identidade Social,
parte do autoconceito de um indivíduo deriva do(s) seu(s) grupo(s), acrescido(s) do valor e do
significado emocional da própria sociedade. Vale destacar que “identificação é um processo vital
para o estabelecimento de vínculos sociais entre os indivíduos à medida que se reconhecem em
suas disputas, expectativas e sofrimentos” (YIANNIS, 1999 apud GLYNN et. al., 2002).
Diferentemente da maioria dos autores, Cheney distingue identificação com pessoas de
identificação com valores, objetivos e metas. Segundo Pratt (1998), os membros das
organizações podem se identificar com um amplo conjunto de entidades, como líderes e símbolos
organizacionais, produtos etc. “Identificação – com organizações ou algo mais – é um processo
ativo pelo qual indivíduos ligam a si mesmos aos elementos do cenário social. Organizações
devem incentivar a identificação para facilitar o seu funcionamento” (CHENEY, 1983b apud
VAN KNIPPENBERG; VAN SCHIE, 2000).
Identidade organizacional é, freqüentemente, classificada em medidas abrangentes de afeto
positivo para com as organizações. Ashforth e Mael (1989), vale registrar, referem-se à
identificação como um sentimento. Pratt (1994) afirma que as emoções exercem um grande papel
na indução da identificação organizacional – ele acredita que as pesquisas exploram muito pouco
o lado emocional da identificação (in WHETTEN e GODFREY, 1998).
Ashforth e Mael (1989) definem a identificação organizacional como o senso de pertencimento a
uma organização que leva o indivíduo a se definir nos termos da organização. Pratt (1998)
complementa que, ao identificar-se, o indivíduo absorve as crenças sobre a organização na sua
própria identidade.
17
As pesquisas sobre identificação sugerem que a força da identificação dos membros determina
opiniões e comportamentos críticos (INAKRA, 2006). Observa-se, então, um importante aspecto
da identidade organizacional. Segundo Mael e Ashforth (1995), é o fato de que o envolvimento
psicológico do indivíduo para com a organização pode existir, mesmo na ausência da interação
interpessoal e da coesão. Afirma que a identidade organizacional habilita o indivíduo a se sentir
fiel a uma específica organização, por si só. De forma oposta, quando a sociedade atribui
aspectos negativos, os membros da organização podem experimentar resultados pessoais negativos,
como depressão, tensão, competição aumentada entre os membros e esforço reduzido no
desenvolvimento de tarefas a longo prazo (DUTTON; DUKERICK e HARQUAIL, 1994).
Em relação à construção de uma identidade positiva, citamos, primeiramente, Cheney (1983a,
1983b apud VAN KNIPPENBERG; VAN SCHIE, 2000) e suas técnicas estratégicas para
facilitar a identificação entre os seus membros. A primeira, a técnica da área comum, em que a
organização procura demonstrar que compartilha os mesmos valores que os seus membros,
usando táticas para expressar interesse pelo indivíduo e reconhecer a sua contribuição com a
organização, entre outras. A segunda, a estratégia na qual a organização é citada para as pessoas
como “nós” em comunicações corporativas e outras comunicações. Podemos citar, ainda, a
estratégia de símbolos unificados para comunicar o senso de pertencimento à organização.
Ashforth, a partir da premissa de que os indivíduos têm um forte desejo de ser avaliados de modo
positivo, procura responder: “Como os membros de ocupações de trabalho sujo procuram e
defendem uma afirmação social para o que fazem enquanto a sociedade inclina-se a negá-la?”.
Argumenta que enquanto o estigma de trabalho sujo subverte o exercício de certas ocupações,
facilita, simultaneamente, o desenvolvimento de fortes culturas vocacionais. As ideologias
18
vocacionais promovem mecanismos de defesa que transformam o significado da sujeira e
restringem o impacto de sua percepção social.
E, em outra perspectiva, o estudo de Ashforth (1999), “How can you do it?”: dirty work and the
challenge of constructing a positive identity, investiga o estigma de trabalho sujo – ocupações
estigmatizadas – uma construção social imputada pelas pessoas baseadas em padrões subjetivos
de limpeza e pureza. O autor cita a definição de Hughes (1958, p. 122) como tarefas que são
física, social ou moralmente corrompidas: tarefas físicas associadas ao lixo, à morte, etc.
(açougueiro, coveiro, proctologista, etc.), nocivas ou perigosas (minerador, soldado, bombeiro,
etc.); tarefas relacionadas ao social com pessoas ou grupos estigmatizados ou servis a outros
(guarda de presídio, sapateiro, balconista, etc.) e tarefas moralmente duvidosas (bailarino exótico,
cobradores, investigadores particulares, etc.) e que, ainda, englobam múltiplas dimensões
(prostitutas – físico-moral; trabalhadores de hospício – físico-social; etc.).
Vale destacar o artigo de Célia V. Harquail, Organizational identification and the “whole
person”: integrating affect, behavior, and cognition (in WHETTEN e GODFREY, 1998), no
qual explora como os componentes de afeto e cognição são importantes na identificação
organizacional. Convida-nos a ampliar o nosso entendimento da identificação organizacional
associado ao pensamento, sentimento e atitude. Discursa sobre como nossas emoções estão
engajadas com a forma como nos identificamos com as organizações, e como nossas crenças
podem induzir, estreitar e expressar nossa identificação.
Por fim, a importância da identificação organizacional tem sido reconhecida desde o final dos
anos 60 (BROWN, 1969; HALL e SCHNEIDER, 1972; LEE, 1971; ROTONDI, 1975; apud
VAN KNIPPENBERG, 2000). Já no final da década de 80, uma reconceitualização de
19
identificação organizacional, baseada na Teoria da Identidade Social (TAJFEL,1978; TAJFEL e
TURNER, 1986), foi proposta por Ashforth e Mael (1989).
Exploremos, a seguir, a Teoria da Identidade Social, importante ferramenta para melhor
compreender o conceito de identificação organizacional.
3.2 TEORIA DA IDENTIDADE SOCIAL
“Um sistema de orientação para criar e definir o lugar do indivíduo na
sociedade.”
Tajfel, 1981, p.255
De acordo com a Teoria da Identidade Social – SIT, segundo Ashforth e Mael (1989), pessoas
tendem a se classificar, e aos outros, em várias categorias sociais, como membros de
organizações, afiliação religiosa, sexo e faixa etária (TAJFEL e TURNER, 1985 apud DUTTON
et al, 1994). Turner (1985) cita que categorias são definidas por arquétipos extraídos de seus
membros. Diferenças individuais podem usar diferentes métodos de categorização, assim,
pessoas podem ser classificadas em várias categorias.
Michael Pratt, em seu artigo “To be or not to be?” (1998), afirma que a SIT trata como o
indivíduo incorpora o conhecimento dos membros de seu grupo na sua autoconcepção da
identidade. A definição de categorias sociais com as quais o indivíduo sente-se membro compõe
a identidade social do indivíduo (HOGG, 1996; HOGG et al, 1995; KAWAKAI e DION, 1995;
TAJFEL, 1981, 1982; TAJFEL e TURNER, 1979).
20
Diferentemente da identidade pessoal, o padrão é consensualmente compartilhado pelo grupo.
A classificação social, segundo Ashforth e Mael (1989), tem duas funções: de segmento
cognitivo e da ordem de ambiente social, alimentando a individualidade com o significado
sistemático de definir o outro. A pessoa é definida pelo arquétipo da categoria na qual é
classificada (estereótipos) e pela classificação social que habilita o indivíduo a se localizar no
ambiente. O autoconceito compreende a identidade pessoal, incluindo as idiossincrasia
(habilidades, interesses, traços de personalidade, etc.) e a identidade social, segundo as
classificações predominantes do grupo.
Sobre identificação organizacional, três aspectos da SIT são importantes (PRATT, 1998; in
WHETTEN e GODFREY, 1998):
1º. A categorização vista como um processo cognitivo básico – os indivíduos não necessitam
de interação ou de fortes laços pessoais para se perceber como membros do grupo.
Em resposta à pergunta: “Quando o indivíduo se identifica?”, Michael Pratt argumenta:
“A SIT entende que a identificação é um processo humano fundamental que ocorre
quando o indivíduo percebe a si mesmo como membro de uma coletividade”;
2º. Quando uma identidade social específica é notável, os membros preferem observar e agir
de acordo com as normas e estereótipos daquele grupo social. “A SIT, tradicionalmente,
tem sido usada para explicar comportamentos intergrupos e conflitos” (HOGG, 1996;
HOGG et al, 1995; OAKER e BROWN, 1986; TAJFEL, 1981, 1982; TAJFEL e
TURNER, 1979);
3º. Os grupos tendem a se comparar com outros grupos de fora. Os indivíduos são motivados
a conquistar características positivas do grupo – “A identificação social é vista como
auto-avaliação” (HOGG et al, 1995).
21
TAJFEL e TURNER (1979 apud WHETTEN e GODFREY, 1998) reconhecem uma distinção
qualitativa entre comportamento interpessoal e intergrupos. Quando as pessoas de uma mesma
identidade social discordam, procuram ativamente reconciliar atitudes e ações discordantes.
Podem redefinir suas identidades, reinterpretar o mundo social ou empenhar-se em uma
influência social mútua (HASLAM; EGGINS; REYNOLDS, 2003).
O aprendizado identificatório é assinado por teorias explanatórias a respeito de variáveis
psicológicas e sociológicas. O aprendizado social processa-se, exclusivamente, baseado em
conseqüências como recompensa ou punição – um processo de socialização sem o repertório da
cultura acumulada em benefício próprio. A maioria das pessoas pode nunca ter sobrevivido ao
processo de socialização. Observa-se que algumas identidades tendem a ser consideradas mais
positivas quanto mais o indivíduo reconhecer-se como pessoa estimada (ADLER, 1987;
SCHNEIDER; HALL e NYGREN, 1971 apud MACHADO, 2003). “Do ponto de vista
organizacional, isso implica em um ambiente de trabalho favorável, no qual seus integrantes
manifestam autonomia e segurança na realização de suas tarefas” (MACHADO, 2003).
Vale destacar que a perspectiva psicossocial desenvolvida por Tajfel (1978, 1981); Tajfel e
Turner (1985) e Turner (1975, 1982, 1984, 1985), segundo Ashforth e Mael (1989), pode
reproduzir alguma coerência com a identificação organizacional e sugerir aplicações frutíferas no
comportamento organizacional, em três aspectos: socialização, conflito e relação entre grupos.
22
3.3 COMPARANDO IDENTIFICAÇÃO COM OUTROS CONCEITOS
Na literatura relativa ao comportamento organizacional, o construto identificação é reconhecido
como envolto em numerosas complexidades, em que os limites e distinções entre identificação e
outros conceitos nem sempre são claros. Aqui, interessa-nos destacar as diferenças de
identificação organizacional, em torno dos conceitos – todos responsáveis por influência social,
segundo Aronson (1992; apud WHETTEN e GODFREY, 1998) – comprometimento,
internalização de crenças e valores, e identidade.
3.3.1 Identificação & Comprometimento
Kelman, em 1958 (apud WHETTEN e GODFREY, 1998), foi o primeiro autor a estabelecer o
enfoque do vínculo psicológico entre indivíduo e organização – modelo multidimensional do
estudo do comprometimento organizacional – revistos por O’Reilly e Chatman (1986 apud
BASTOS, 1993) e Meyer e Allen (1997), em três bases independentes:
1º. Compliancesubmissão – ou envolvimento instrumental, quando as atitudes e
comportamentos são adotados não em função das crenças compartilhadas, mas motivados
por recompensas extrínsecas;
2º. Identificationidentificação – ou envolvimento baseado num desejo de afiliação, o
indivíduo aceita a influência e se sente orgulhoso em fazer parte de um grupo, respeitando
seus valores, mas sem adotá-los individualmente;
3º. Internalizationinternalização – ou envolvimento causado pela congruência entre os
valores individuais e organizacionais.
23
Kelman (1961; apud WHETTEN e GODFREY, 1998) define: identificação é motivação por
atração e engloba a adoção de valores e crenças de outros; internalização também envolve a
adoção de valores e crenças de outros, porém, é motivada pela necessidade maior de ser correto,
ao invés de aceito. A conformidade ocorre quando o indivíduo segue as ordens de um indivíduo,
ou grupo, por causa do valor das recompensas. Identificação, internalização e conformidade
como respostas às influências sociais.
Diversos autores afirmam que os estudos de dimensionalidade do comprometimento exigem
investigações mais profundas. Meyer e Allen (1997), na sua revisão de literatura, conceitualizam
o comprometimento em três níveis:
1º. “Empregados com um forte comprometimento afetivo permanecem na organização
porque querem ...”comprometimento afetivo: há identificação com a organização,
os colaboradores permanecem na organização por vontade própria;
2º. “Empregados com um forte comprometimento instrumental permanecem porque
precisam ...”comprometimento instrumental: os custos associados à saída da
organização são considerados, os colaboradores permanecem na organização por
necessidade;
3º. “Empregados com um forte comprometimento normativo permanecem porque sentem
que são obrigados ...”comprometimento normativo: há uma obrigação moral em
permanecer na empresa, decorrente do sentimento de dever, retribuição ou lealdade.
Meyer e Allen (1991) definem comprometimento afetivo como um apoio emocional de
identificação e participação do empregado na organização. A pesquisa de múltiplas dimensões do
comprometimento aparece também nos estudos de Thénevet (1992 apud BASTOS, 1993) que
24
sugere a existência de duas dimensões: a adesão, internalização de valores da organização; e a
oportunidade, quando as organizações oferecem oportunidades que atendem às expectativas das
pessoas. Reichers (1985; apud BASTOS, 1993, p. 60) parte do pressuposto de que as
organizações não são algo monolítico ou uma entidade indiferenciada que elucida uma
identificação por parte do indivíduo, pelo contrário, elas são constituídas de múltiplos segmentos
que nem sempre partilham os mesmos objetivos e valores. Sugere a decomposição do estudo do
comprometimento organizacional em comprometimentos específicos. O autor (1986) defende a
perspectiva de comprometimentos múltiplos com vários grupos. Atualmente é consenso, na
literatura, que o comprometimento possui múltiplos focos, como carreira e organização, e bases
afetiva, normativa e instrumental.
De forma semelhante à identificação organizacional, o comprometimento organizacional foca o
relacionamento entre o indivíduo e a organização empregadora. Paradoxalmente, em relação ao
conceito de comprometimento organizacional, Michael Pratt (1998) afirma que a identificação
organizacional apresenta duas visões distintas: uma favorece o conceito do comprometimento
atitudinal, que tende a ver a identificação como parte do comprometimento organizacional; e
outra que apóia o conceito mais econômico e vê a identificação como algo muito diferente do
comprometimento organizacional. Segundo o autor, a diferença mais evidente é que a
identificação explica o relacionamento do indivíduo com a organização nos termos do
autoconceito do indivíduo; o comprometimento organizacional, não.
Nos últimos anos, teóricos organizacionais vêem examinando a forma como as pessoas se
autodefinem em relação às organizações, aplicando o conceito de identificação social no
ambiente de trabalho. Verifica-se, ainda, a presença da cultura – que molda atitudes e
comportamentos de seus membros – ressaltada nos estudos de Jaros et a. (1993 apud BASTOS,
25
1993), em que se nota vínculo afetivo (lealdade, afeição, prazer, etc.), vínculo de continuação
(custos de deixar a organização) e vínculo moral (senso de dever, obrigação com os objetivos,
valores e missão organizacional).
Pratt (1994) sugere que o comprometimento organizacional refere-se ao vínculo psicológico que
um membro forma com a organização empregadora, caracterizado por crenças, emoções e
consistência cognitiva por parte do membro da organização. A semelhança entre identificação e
comprometimento está no foco de ambos os construtos na relação entre o indivíduo e a
organização empregadora. A diferença parece ser a forma como os conceitos são definidos e
medidos (PRATT, 1998 in WHETTEN e GODFREY, 1998).
Freqüentemente, associa-se o comprometimento organizacional à seguinte pergunta: “Quanto
feliz ou satisfeito estou com minha organização?” e, segundo Mowday et al (1982; apud
BASTOS, 1993), pode ser vista como uma medida similar, porém mais global, do que a
satisfação no trabalho (comumente usada para predizer a rotatividade e o absenteísmo). E, a
identificação organizacional a pergunta: “Como eu me percebo em relação a minha
organização?”. Vale observar que a satisfação não é central no conceito de identificação (apud
VAN KNIPPENBERG; VAN SCHIE, 2000).
Os autores que favorecem a relação atitudinal do comprometimento tendem a ver a identificação
como parte do comprometimento organizacional, como Buchaman (1974; apud BASTOS, 1993)
que vê a identificação como um dos três componentes do comprometimento, juntamente com a
participação e lealdade ao trabalho.
Vale mencionar que, segundo os autores do Organizational Commitment Questionaire – OCQ
(MOWDAY; STEERS e PORTER, 1979; apud BASTOS, 1993), no qual pode-se encontrar o
26
conceito de comprometimento usualmente adotado, o comprometimento é “a força relativa de
identificação do indivíduo e seu envolvimento com uma organização em particular”. Segundo
Ashforth e Mael (1989), a formulação inclui internalização, intenção de comportamento e afeto,
mas não identificação como conceitualmente adotada neste estudo.
Esses autores diferenciam os construtos de identificação e comprometimento, segundo a
definição do OCQ, em duas formas:
1º. Diferença de especificidades – algumas organizações têm valores e metas similares (não
os da organização, por si só); o comprometimento organizacional não necessita que sejam
específicos da organização, mas a identificação organizacional sim, pois a sua
especificidade é considerada autodefinição.
2º. Diferença de medão o OCQ não mede o sentimento de pertencimento do indivíduo à
organização e, por isso, distingue-se conceitualmente da medição de identificação
organizacional (PRATT, 1998; in WHETTEN e GODFREY, 1998).
Algumas conceitualizações de comprometimento organizacional são claramente distintas da
identificação organizacional. Observa-se que alguns estudiosos focam as diferenças em
comprometimentos financeiros (MEYER e ALLEN, 1984; RUSBULT e FARREL, 1983;
FARREL e RUSBULT, 1981; SHELDON, 1971 apud VAN KNIPPENBERG; VAN SCHIE,
2000). “Comprometimento ocorre quando o indivíduo segue as orientações de uma pessoa ou
grupo por conta de recompensas valiosas.” (PRATT, 1998; in WHETTEN e GODFREY, 1998).
Dentre as distinções apresentadas pelos estudiosos, a mais notável é a que a identificação explica
o relacionamento indivíduo-organização nos termos do autoconceito do indivíduo, o
comprometimento organizacional, não.
27
Cheney e Tompkins (1987) afirmam que a identificação e o comprometimento organizacional são
conceitos distintos, porém, de construções interdependentes. Segundo os autores, enquanto a
identificação reflete a extensão na qual a sociedade de grupo está incorporada no autoconceito, o
comprometimento foca, principalmente, as atitudes de um indivíduo na sua organização, baseada
na relação de trocas (apud INAKRA, 2006).
3.3.2 Identificação & Internalização
A literatura indica a internalização de valores como o envolvimento causado pela congruência
entre os valores individuais e organizacionais. A base internalização, proposta por Kelman
(1958), e a introjeção de valores, proposta por Gouldner (1960), é conceitualizada pelo
sentimento de internalização de valores e objetivos da organização, correlaciona-se positivamente
na direção dos objetivos organizacionais na dimensão do envolvimento moral denominado por
Etzioni (apud MOWDAY, PORTER & STEERS, 1982) e na adesão, proposta por Thévenet
(apud SÁ & LEMOINE, 1998) e, o sentimento de fazer parte, afiliativo, segundo Kanter, na
dimensão do comprometimento de coesão, fruto dos vínculos às realizações sociais de uma
organização (apud VANDERBERG et al, 1994).
Consideremos, assim, as características e a fundamentação teórica de afiliação: a identificação
organizacional constitui um envolvimento baseado no desejo de afiliação (ASHFORTH e MAEL,
1989). No entanto, segundo Dutton et al (1994), identificação não requer afiliação atual ou
desejo futuro de afiliação, nenhuma admiração ou conhecimento dos membros de um grupo
28
específico. Segundo Aronson (1992; apud WHETTEN e GODFREY, 1998), identificação é uma
resposta para a influência social nascida do desejo do indivíduo de ser como o influenciador.
Tajfel (1981-1982 apud WHETTEN e GODFREY, 1998) define identificação como parte do
autoconceito do indivíduo e sugere que este conceito pode resultar da internalização de
identidades sociais. A internalização é a decisão de acatar a norma com base numa reflexão ética,
e se relaciona com o caráter intrinsecamente gratificante das atitudes ou comportamentos
adotados (KELMAN, 1958; ARONSON; 1984; apud WAGNER III, 1999). Aronson (1992; apud
WHETTEN e GODFREY, 1998), O’Reilly e Chatman (1986; apud BASTOS, 1993) argumentam
que identificação e internalização envolvem a adoção de crenças e valores de outros,
diferenciando-se na magnitude, permanência e motivação. Vale destacar que a internalização
envolve a adoção de valores e crenças do outro, motivada pela necessidade de ser correto, maior do
que a de ser querido e, ainda, por abraçar estes conceitos mais profundamente, resultando em trocas
fundamentais e permanentes no indivíduo (PRATT, 1998; in WHETTEN e GODFREY, 1998).
Pratt (1989) apresenta dois caminhos para a identificação: afinidade – evocar o autoconceito de
que o indivíduo compartilha valores semelhantes com a organização; e emulação – mudar o
autoconceito de modo que os valores e crenças do indivíduo se tornem mais similares aos da
organização. Conceitualmente, argumenta: “A internalização advém, necessariamente, da
identificação por emulação”. Observa, no entanto, que a internalização de valores toma,
previamente, o lugar para o envolvimento organizacional na identificação por afinidade.
Ambos, emulação e afinidade, poderiam levar ao resultado de que existem atributos semelhantes
no autoconceito e nas crenças do indivíduo sobre a identidade da organização (PRATT, 1998; in
WHETTEN e GODFREY, 1998; apud VAN KNIPPENBERG; VAN SCHIE, 2000). Pratt
29
associa as semelhanças crescentes entre os dois conceitos como o preço a ser pago, por ainda
considerarmos a identidade como essencial à identificação (PRATT, 1998; in WHETTEN e
GODFREY, 1998).
3.3.3 Identificação & Identidade
De forma dinâmica, as identidades têm a função de estruturar a ação. Estudiosos referem-se à
identidade organizacional como o processo, a atividade e o acontecimento por meio dos quais a
organização torna-se específica na mente de seus integrantes (SCOTT e LANE, 2000) ou, ainda,
um conjunto de crenças adotado pela própria organização (BROWN e STARKEY, 2000),
coletivamente compartilhado (DUTTON e DUKERICK, 1991; PRATT, 2002) e endossado pela
gerência superior (SCOTT e ALAMEDA, 2000 apud HARQUAIL, 2002).
O estudo das identidades e da identificação nas organizações, de acordo com Sluss e Ashforth
(2007), apresenta riquezas de introspecções de como os indivíduos se definem e se encontram nos
contextos organizacionais (HASLAM et al, 2003; VAN KNIPPENBERG e VAN SCHIE, 2000;
ELSBACH, 1999; PRATT, 1998; ASHFORTH e MAEL, 1996; DUTTON, DUKERICH e
HARQUAIL, 1994).
Machado (2003) lembra-nos que, segundo Dubar (1996), a conformação do eu engloba as
interações sociais vividas e, em consonância com Ricoer (1990), alerta-nos que, muitas vezes,
para preencher as expectativas do outro, o indivíduo adota padrões comportamentais adversos à
sua autodeterminação. O autor, citando Maffesoli (1998); Miranda (1998), entre outros, declara:
“As estruturas identitárias encontram-se constantemente renovadas pelo seu caráter dinâmico e
30
múltiplo, construídas e reconstruídas a todo o momento”, visto que a construção do autoconceito
resulta da interação com os outros.
Enquanto a identidade pessoal está relacionada com a questão: “Quem sou eu?”, a identificação
organizacional pergunta: “Como posso saber quem sou eu em relação a você?”. De acordo com
Pratt, a definição de si mesmo está diretamente ligada à discussão em torno da identificação
organizacional (apud WHETTEN e GODFREY, 1998). A identificação é um dos elementos que
constrói a identidade organizacional, remete ao vivido e à subjetividade (MACHADO, 2003).
Identificação é uma das formas mais importantes de ligação dos empregados à organização
(ROTONDI, 1975; BROWN, 1969).
Observa-se, na figura a seguir, que a identidade organizacional orienta, de modo dinâmico, a ação
do indivíduo por meio das interações sociais, a identificação está presente – não há, portanto,
identidade sem identificação.
Fonte: MACHADO, Hilka Vier. Revista de Administração Contemporânea. Edição Especial, 2003, p.65
FIGURA 2 Integração entre Níveis de Estudo da Identidade
31
3.4 FATORES QUE AFETAM A IDENTIFICAÇÃO ORGANIZACIONAL
A revisão da literatura sugere diversos fatores de relevância direta para o desenvolvimento da
identificação organizacional. Vale observar que a sociedade pode conferir atributos positivos a
uma organização, e seus membros podem sentir-se orgulhosos por pertencer a uma organização
na qual eles julgam ter características bem aceitas.
Quando os membros das organizações acreditam que os membros de fora vêem a organização
como positiva, uma forte identificação pode ser traduzida em resultados desejáveis, como
cooperação intra-organizacional ou comportamento de cidadania. Podemos citar, neste contexto,
os sentimentos de confiança interpessoal dos empregados, a internalização de normas e valores,
as práticas e os processos organizacionais, o desejo de permanecer na organização e a vontade de
cooperar com o outro em nome da organização (DUTTON; DUKERICK e HARQUAIL, 1994).
Consideremos, primeiramente, fatores de relevância direta no processo de identificação, segundo
os estudiosos da Teoria da Identidade Social (SIT):
Antecedentes de categorização – identificação como conseqüência de diferenças entre grupos
de dentro e grupos de fora:
Organizações diferenciadas (ASHFORTH e MAEL, 1989; DUTTON et al, 1994; MAEL
e ASHFORTH, 1992) – Diferencial de práticas e valores do grupo relacionado com os
grupos de comparação, provendo uma identidade única (OAKER e TURNER, 1986;
TOLMAN, 1943; apud ASHFORTH e MAEL, 1989). “O diferencial explica
parcialmente o fervor missionário geralmente apresentado por membros de organizações
32
novas e inovadoras, ou organizações que perseguem metas únicas” (ASHFORTH e
MAEL, 1989);
Notoriedade dos grupos de fora (MAEL e ASHFORTH, 1992; ASHFORTH e MAEL,
1989) – A qualidade dos grupos de fora influencia a qualidade dos grupos de dentro.
Assim como ameaças externas formam grupos mais coesos, a identificação de si mesmo
com uma organização torna-se mais forte quando a competição fica mais notória (apud
ASHFORTH e MAEL, 1989);
Competição intra-organizacional (MAEL e ASHFORTH, 1992) – Durante a competição,
o alinhamento dos grupos é fortemente derrubado; valores e normas, ressaltadas e as
diferenças, acentuadas (VAN KNIPPENBERG, 1984; BROWN e ROSS, 1982 apud
ASHFORTH e MAEL, 1989). Observa-se, neste caso, que quando existir a competição
intragrupos, menor a probabilidade de haver identificação.
Antecedentes de realce de si próprioidentificação como conseqüência do reforço de
sentimentos de autovalorização:
Prestígio e auto-estima (ASHFORTH e MAEL, 1989; MAEL e ASHFORTH, 1992)
“Indiduos freqüentemente se identificam cognitivamente (se não publicamente) com um
vencedor” (ASHFORTH e MAEL, 1989, p. 25). March e Simon (1958) afirmam que o
prestígio da organização irá impulsionar a identificação dos membros para esta. Este
efeito, através da comparação intergrupos, afeta a auto-estima, argumenta Ashforth e
Mael (1989). “Desde que os indivíduos tendem a se identificarem com grupos que
realçam sua auto-imagem, maior o prestígio do grupo e maior será a probabilidade da
33
organização contribuir para esse propósito (ASHFORTH e MAEL, 1989; apud WAN
HUGGINS e RIORDAN, 1998);
Imagem e reputação (DUTTON et al, 1994) – A imagem externa construída corresponde
à visão dos empregados de como os membros de fora percebem a organização em que
eles trabalham (DUTTON et al, 1994; apud WAN HUGGINS e RIORDAN, 1998).
Observa-se que a visão positiva da empresa pelos seus membros representa maior probabilidade
de influenciar a identificação. Especificamente, em uma segunda resposta a pergunta: “Quando o
indivíduo se identifica?”, citamos Pratt (1998): “A identificação é um processo humano
fundamental que ocorre quando o indivíduo percebe a si próprio como membro de uma
coletividade” (in WHETTEN e GODFREY, 1998).
Consideremos, então, fatores que representam a visão convencional do estudo de antecedentes da
identificação.
3.4.1 Crenças & Valores
A identificação organizacional vem sendo reconhecida como uma ferramenta importante.
A maioria das conceitualizações de identificação envolve uma dose de percepção de harmonia de
valores entre um indivíduo e uma organização (PRATT, 1998).
Diversos estudos buscaram relacionar valores organizacionais com comportamento no trabalho:
Schwartz (1999); Tamayo e Gondim (1996); Sheridam (1992); O’Reilly, Chatman e Coldwell
(1991); Meglino, Ravlin e Adkins (1989) e Rokeach (1973) (apud PORTO e TAMOYO, 2005).
34
Em 1989, Ashforth e Mael afirmaram que, embora a identificação envolva um “sentimento de
unidade” com uma organização, não envolve, necessariamente, mudança nos valores e crenças
individuais. Suas pesquisas, em 1995, ainda sugerem que indivíduos que percebem a si próprios
como semelhantes com a organização estão aptos a se identificar com a mesma. Observa-se que o
alvo da identificação são as crenças. Assim como as crenças, a identificação pode mudar.
Analisemos, a seguir, no plano prático, os aspectos que permeiam a moral e a ética dos membros
das organizações.
3.4.2 Moral & Ética
Um conjunto de valores e regras de comportamento, um código de conduta que coletividades
adotam – quer seja uma nação, uma categoria social, uma comunidade religiosa ou uma
organização – compõe a moral, segundo Srour (2000). Nota-se que os valores diferem de cultura
para cultura. Conceitualmente, moral deriva do latim mores, costumes, conjunto de normas
adquiridas pelo hábito reiterado de sua prática. Ética deriva do grego ethos, costumes, e mos, em
latim, hábito (?). Enquanto a ética corresponde à ciência dos costumes, a moral corresponde ao
objeto da ciência.
“A ética depende de valores e normas morais, históricas e plurais, que são
múltiplas no espaço e dinâmicas no tempo.”
Srour (2000)
35
As escolhas morais que uma pessoa faz e o que essa pessoa deveria fazer constituem a ética.
Segundo Vazquez (1995), ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade.
Dubrin (2003) complementa que ética baseia-se nas crenças do indivíduo sobre o que é certo e o
que é errado, ou o que é bom e o que é mau. “A ética pode ser vista como o veículo que converte
valores em ação.”
Ashley (2005) afirma: “As responsabilidades éticas correspondem a atividades, práticas,
políticas e comportamentos esperados – no sentido positivo – ou proibidos – no sentido negativo
– por membros da sociedade, apesar de não codificados em leis”. Observa-se, aqui, que certos
padrões ou motivações de comportamento são oriundos do meio ou do próprio indivíduo e
incentivam, ou inibem, a conduta ética dos indivíduos. E, ainda, “envolvem uma série de normas,
padrões ou expectativas de comportamento para atender o que os diversos públicos, com os
quais a empresa se relaciona, consideram legítimo, correto, justo ou de acordo com seus direitos
morais ou expectativas”.
Thiry-Cherques (2003), em seu artigo sobre Responsabilidade Moral e Identidade Empresarial,
lembra-nos que as empresas devem obedecer às leis, embora possam contestá-las e recusar as
incongruências (responsabilidade legal). Enfatiza também que a ética transcende a
responsabilidade, busca determinar os fundamentos da moral e indica como devemos agir de
forma a não ferir princípios éticos. O autor aborda questões como solidariedade,
comprometimento, transparência, fraude, etc.
A ética, muitas vezes, impõe situações limites. Existem três fatores básicos de reação ao poder e às
normas de conduta: submissão (ou obediência), baseada no objetivo de receber recompensas ou
evitar punições; identificação, motivada pelo desejo de conquistar uma opinião favorável dos
36
demais e consolidar o sentimento de pertencer a um grupo; e internalização, que é a decisão de
acatar a norma com base numa reflexão ética, relacionada com o caráter intrinsecamente
gratificante das atitudes ou comportamentos adotados (KELMAN, 1958; ARONSON, 1984; apud
MATTOS NETO, 2003).
O comportamento ético dos membros de uma organização promove a forma pela qual a empresa
é vista, interna e externamente. “Ética é uma atividade humana que depende de um julgamento
de valor que se vale da noção de justiça e responsabilidade” (BROWN, 1993 apud NALINI,
2001). No plano da reflexão, as organizações precisam estar atentas não somente aos aspectos
econômico-financeiros ou de ordem legal, mas às suas responsabilidades éticas, morais e sociais.
De forma complementar, Arruda (2001) declara: A excelência, termo de mais fácil aceitação no
mercado, não pode ser conquistada pelas organizações sem o fundamento da ética empresarial”.
Nossa sociedade, assim como as instituições e as organizações que as compõem, evocam por
reabilitar a ética como forma de neutralizar os desvios de conduta e incentivar o fortalecimento
do comprometimento com a moralidade positiva. Observa-se, no entanto, que falar de moral é
falar de conflito de interesses, em síntese, conflitos de interesses pessoais contrapostos a
interesses coletivos ou, ainda, interesses coletivos contrapostos a outros. Traduz-se em lealdade à
coletividade, a princípios ou ideais. Retrata-se, aqui, os conceitos morais estritamente individuais
– a consciência, o caráter, os valores humanos – sem os quais não há ética possível.
Características éticas ou antiéticas são, em grande parte, função tanto de características
individuais quanto do ambiente em que o indivíduo trabalha. Além disso, “os membros das
organizações estão crescentemente sendo confrontados por dilemas éticos, situações nas
quais eles são obrigados a definir a conduta correta e errada(ROBBINS, 2002, p.11).
37
Mattos Neto (2003) conclui: “...desenvolvimento moral e o aprendizado ético possuem uma
relação negativa com a tensão ética, pois os valores éticos passam a existir como um forte
referencial na conduta do indivíduo, trazendo tranqüilidade e segurança perante dilemas éticos
onde prevalecerão suas convicções morais. Ao mesmo tempo, há uma influência positiva no
comprometimento ético pois, para o indivíduo, não há dúvidas de que o melhor caminho a seguir
é o dos valores éticos”.
Em síntese, a ética envolve escolher um rumo a seguir. Escolher exige distinguir entre o certo e o
errado – o que só é possível quando se tem valores clarosnesse contexto, desde que haja uma
relação positiva entre os valores éticos do indivíduo e os valores éticos da organização. Dutton e
Dukerich (1991) descrevem como a ética pode gerar identificação.
“Difícil não é fazer o que é certo, é descobrir o que é certo fazer.”
Srour (2000, p. 95)
3.4.2.1 Moral & Ética Pública
“O poder público poderá ser responsabilizado se não estiver gerindo a coisa
comum de maneira eticamente irrepreensível.”
Nalini (2001, p. 155)
No Estado do Brasil, a obrigação de se conduzir moralmente está expressa em nossa Carta
Magna. A Constituição Federal, no seu artigo 37, caput, elenca quatro princípios da
Administração Pública: o Princípio da Moralidadeo administrador deve refletir sobre os
aspectos éticos de sua atuação; o Princípio da Legalidade – meio limitador da atuação dos órgãos
e agentes públicos, em que o administrador só poderá conduzir-se mediante previsão legal;
38
o Princípio da Impessoalidade – constrange a Administração Pública a uma conduta isenta, em
que o administrador não poderá, de forma deliberada, favorecer ou prejudicar a terceiros; e o
Princípio da Publicidade obriga a Administração Pública a divulgar, de forma ampla, todos os
seus atos, salvo os sigilosos, propiciando que o cidadão e a sociedade exerçam um efetivo
controle do interesse público.
A moral administrativa é o conjunto de padrões éticos, usos e costumes administrativos e normas
vedativas, ou proibitivas, da prática de ilícitos híbridos que, além das sanções administrativas,
poderão dar ensejo a sanções penais.
Em termos de moralidade pública, da qual a sociedade es
cada vez mais ciosa, nota-se um clima de insegurança, por parte dos administradores, sobre qual
conduta seguir, sobre o que pode e o que não pode ser considerado válido, eticamente, nas
condutas a serem adotadas. O mesmo sentimento pode ser notado quanto ao administrado, que
não tem plena certeza das normas éticas a serem cobradas dos gestores da coisa pública.
Foi nesse contexto que se criou, no Brasil, a Comissão de Ética Pública, Decreto de 26 de maio
de 1999, com a missão de assegurar o cumprimento do Código de Conduta da Alta
Administração Federal, proteger as autoridades que se conduzam de acordo com suas normas e
inspirar assim o respeito à ética em todo o funcionalismo público”. Submetem-se às normas do
Código de Conduta da Alta Administração Federal, publicado no Diário Oficial de 22 de agosto
de 2000, ministros, secretários nacionais, presidentes e diretores de empresas públicas,
sociedades de economia mista, fundações e autarquias, enfim, todos os cidadãos a quem foi
concedida a distinção de servir à administração pública e, principalmente, aos administrados.
Vale destacar que não se concebe Estado ético ou aético. Pensadores modernos contribuíram de
modo relevante para uma melhor compreensão dos presentes desafios éticos. Autores como
39
Vázquez (1995) e Messner (1967), segundo Nalini (2001), traduzem a ética como um
revestimento moral para organizar a sociedade: “Éticos ou aéticos são os homens que integram o
Estado” (NALINI, 2001, p. 153).
3.4.3 Cultura Organizacional e Cultura Nacional
A identificação organizacional é fortemente afetada pela cultura, reputação e imagem das
empresas numa sociedade (HATCH e SCHULTZ, 1997; MOTTA e CALDAS, 1997; DUTTON;
DUKERICH e HARQUAIL, 1994), e a cultura da organização é, em grande parte, um reflexo da
cultura nacional. Isto é particularmente verdadeiro para empresas nacionais e organizações
públicas. É factível a importância do contexto histórico-social no qual se está inserido.
Ao entendermos as organizações como culturas, entendemos que os desdobramentos em qualquer
organização refletem o que está nas mentes dos membros desta organização. E vendo-as como
minissociedades, percebemos que os significados compartilhados permitem que as pessoas se
comportem de forma organizada.
A literatura clássica interpreta a cultura organizacional pela ótica de duas correntes antagônicas: a
primeira define cultura organizacional como uma variável, passível de ser controlada, portanto,
objeto de gestão; e a segunda define cultura organizacional sob uma ótica metafórica, isto é, a
capacidade humana em definir seus valores, crenças, significados, etc. De acordo com Morgan
(2002), a cultura geralmente tem uma dimensão política profunda e é impossível captar todo o
seu significado através da metáfora cultural. Segundo Capra (2002), entende-se organização
40
como uma totalidade integrada através de diferentes níveis de relação, cuja natureza é dinâmica e
as estruturas, flexíveis, embora estáveis. Ela resulta das interações e da interdependência de suas
partes.
A cultura de uma sociedade reflete os valores, atitudes e comportamentos de seus integrantes.
As pessoas exprimem a cultura e as suas qualidades normativas através dos seus valores sobre a
vida e o mundo social que as cerca (ADLER, 1986) que, por sua vez, afetam as atitudes e o que
será considerado comportamento apropriado a cada situação, afirmam Bowditch e Buono (1999).
“Assim como nossas experiências culturais e nossas convicções, a nossa visão de mundo
– crenças e valores – influenciam a cultura organizacional.”
Hofstede (1984)
A cultura organizacional é composta por pressupostos básicos, construídos coletivamente por
meio de lideranças positivas e negativas, que determinado grupo inventou, descobriu ou
desenvolveu no processo de aprendizagem, visando lidar com os problemas de adaptação externa
e integração interna. Os pressupostos têm funcionado bem o bastante para ser considerados
válidos e, nesse sentido, são incorporados pelas pessoas como a maneira adequada de perceber,
pensar e sentir em relação àqueles problemas, naquele momento, afirma Schein (1991).
Um ponto importante a observar é que a cultura não pode ser realmente gerenciada. Quando a
cultura é forte, corporifica as características do todo, a luz da missão, do comprometimento e da
perseverança contra as adversidades ou, de forma inversa, da letargia e incompetência.
Partindo do pressuposto de que a cultura organizacional também é construída por meio de
alianças estratégicas, isto é, um determinado número de indivíduos interagindo e compartilhando
os mesmos problemas, expectativas e angústias, toda a organização existe em um meio para o
qual deve responder, ao delinear a sua estrutura.
41
Observemos então a identificação nacional. Quando falamos de Brasil, falamos da nossa
principal característica – a heterogeneidade. No entanto, sociólogos, historiadores e antropólogos,
como Da Matta (1979) e Sérgio Buarque de Holanda (1935), defendem a existência de traços
culturais marcantes, como a preferência por relacionamentos pessoais afetivos, a cordialidade, a
malandragem e o jeitinho brasileiro.
Para Hofstede (1984), o Brasil é uma sociedade coletivista e se caracteriza por uma distância de
poder muito grande – é uma nação com alto nível de busca porque evita a incerteza. É verdade
que à luz das raízes da formação, da evolução ou dos traços atuais da cultura brasileira, somos um
país de imensa diversidade. Citando Freitas (1999), nesse aparente caos é possível vislumbrar
uma unidade, uma alma nacional, na forma de traços que parecem comuns a todos nós e que dão
figura à nossa identidade social.
Valores comuns, crenças comuns, significados comuns e interpretações compartilhadas, sob o
ponto de vista da metáfora política, falam de interesses que levam uma pessoa a agir de uma
maneira ou de outra. Do ponto de vista da metáfora cultural, o impacto sobre o significado
compartilhado é extremamente importante.
Morgan (2002) ajuda-nos a entender que a política de uma organização manifesta-se mais
claramente nos conflitos e jogos de poder e, ainda, que a política organizacional surge quando as
pessoas pensam de modo diferente ao ser confrontadas com diferentes caminhos de ação.
É preciso visualizar a interseção da heterogeneidade social que compõe as empresas. Assim, a
cultura das organizações se dá através da interação dos grupos de trabalho, e não por decisões
autoritárias.
42
Entendemos que a cultura influencia os comportamentos no local de trabalho – resultado do que
está na mente das pessoas – e o padrão de desenvolvimento refletido no sistema de
conhecimento, ideologia, valores, leis e rituais diários de uma sociedade (MORGAN, 2002).
A cultura deve ser entendida como um fenômeno ativo e vivo, através do qual as pessoas, em
conjunto, criam e recriam os mundos em que vivem.
Nesse contexto, avancemos para o conceito de identificação e sua interface nos grupos e líderes.
3.4.4 Identificação: Grupos & Lideres
De acordo com a Teoria da Identidade Social (TAJFEL, 1978; TAJFEL e TURNER, 1986 apud
WHETTEN e GODFREY, 1998), através da identificação, os indivíduos definem-se como
membros de categorias sociais e se atribuem idiossincrasias – personalidades e habilidades
individuais – que os diferenciam de outros indivíduos, bem como em relação às características
que compartilham com outros membros de seus grupos internos. Este conceito do eu como um
membro do grupo fornece uma base para os efeitos perceptivos e atitudinais do grupo.
Quanto mais identificado com o grupo, mais a atitude e o comportamento individual são
governados por ele.
De modo semelhante, observemos o conceito de cooperação intra-organizacional: a identificação
com a organização aumenta a coordenação entre os membros e a competição com os não-
membros (DUTTON, DUKERICH e HARQUAIL, 1994). Ashforth e Mael (1989) atribuíram à
identidade social a necessidade do indivíduo de ser do mundo e pertencer a grupos sociais de
43
forma relacional e comparativa. A identidade social é constituída não somente pela representação
que o indivíduo faz dele mesmo no seu ambiente social, referindo-se a diferentes grupos aos
quais pertence, mas também aos grupos de oposição, aos quais não pertence.
Os autores destacam que a abrangência da identificação dos indivíduos com o grupo, e com o
líder, pode ser afetada por valores como interações interpessoais, similaridade, objetivos
partilhados, história em comum, entre outros. Pode-se afirmar que o indivíduo vai sendo moldado
de acordo com as interações vividas.
O princípio da liderança consiste na percepção da situação e, conseqüentemente, na ação.
Em última análise, a liderança envolve a habilidade de definir a realidade para os demais
(MORGAN, 2002).
“A liderança acontece no processo por meio do qual um ou mais indivíduos têm
sucesso ao tentar retratar e definir a realidade dos outros. Com efeito, as
situações de liderança podem ser concebidas como aquelas nas quais existe uma
obrigação ou um direito percebido por parte de certos indivíduos em definir a
realidade dos demais.”
Smircich e Morgan (1997)
Citando Pratt (1998), a identificação ocorre quando a crença da pessoa no líder torna-se auto-
referência e autodefinida – o indivíduo integra convicções sobre o líder em sua própria identidade
por afinidade ou incentivo. O autoconhecimento é, constantemente, afetado pelos processos de
identificação desenvolvidos pelo indivíduo até que ele atinja certo estágio de autonomia –
segundo Davel e Machado (2001), o indivíduo se espelha em outras pessoas a fim de compor a
sua identidade.
44
Em última análise, agir de acordo com o que importa, isto é, segundo nossos valores, dar um
propósito maior ao nosso trabalho e à nossa vivência, é um ato de liderança. Peter Block (2004)
propõe que atuemos como se coubesse a nós criar nossas instituições, definir nosso aprendizado,
nos transformarmos na liderança que procuramos. Em última análise, optar por nos tornarmos
cidadãos plenos.
Sob esse viés, exploremos a seguir o conceito de imagem e reputação.
3.4.5 Imagem & Reputação
“As crenças e idéias que as organizações têm sobre quem são, o que estão
tentando fazer e sobre seus ambientes, têm uma tendência muito maior de se
tornarem realidade do que se pensa.”
Morgan (2002, p. 172)
Dentre os diversos fatores que influenciam a identificação organizacional, pesquisas comprovam
que a crença de um membro da organização de como ela é vista por pessoas de fora constitui um
dos mais importantes antecedentes da identificação organizacional. Segundo autores como
Dukerich et al (1998), e Mael e Ashforth (1992), a imagem externa construída, ou o prestígio
externo percebido (assim denominado por Schmidts), indica uma forte correlação positiva com a
identificação organizacional (FULLER et al, 2006). A idéia de que trabalhar em uma organização
de sucesso é uma realização imaginária a ser cumprida pelo membro da organização integra o
trabalho de Dejours et al (1994).
45
De acordo com Costa (2005), a identidade é algo profundo, está impregnada na forma de ser e de
fazer da organização, em sua atuação global, que é compartilhado pelo público interno. Assim,
cultura e identidade podem ser consideradas dois elementos interativos. As imagens das
organizações de trabalho podem, ou não, refletir a imagem coletiva de cada organização –
crenças compartilhadas sobre o que é distinto, central e referencial sobre sua organização.
As imagens das organizações de trabalho são próprias de cada membro. Estudiosos como Duton
et al (1994) definem a identificação como uma conexão cognitiva que ocorre quando
“o autoconceito do indivíduo contém os mesmos atributos que aqueles na identificação
organizacional percebida” (p. 239).
Em um segundo plano, a identificação com a organização tem uma associação linear e positiva
com a realização de desejos (MAEL e ASHFORTH, 1992). A empresa constitui um lugar de
socialização importante para o indivíduo que nela trabalha – fruto das relações de poder
vivenciadas – vinculada à sua função, pautada em um projeto pessoal e nos sistemas de
representação existentes (SAINSANLIEU, 1995 apud MACHADO, 2003).
Considerando-se que uma reputação positiva funciona como recurso social, esta tem sido
associada à identificação entre os seus membros e à formação deles (DUKERICH et al, 2002;
READE, 2001; SMIDTS; PRUY e VAN RIEL, 2001; IYER; BAMBER e BAREFIELD, 1997;
MAEL e ASHFORTH, 1992 apud KREINER e ASHFORTH, 2004). Destaque-se que
esclarecimentos, comunicação e orientação representam uma oportunidade de aprimorar as relações
políticas e, por isso, os canais para a comunicação precisam estar abertos. Ianhez (1994)
afirma,
vale lembrar, que as Relações Públicas – gestoras do processo de comunicação organizacional –
são responsáveis pela permanente conscientização do público interno quanto ao conceito que a
opinião pública tem da organização. Conclui: “É importante para a empresa gerar para si
46
atenção positiva, ações de apoio e boa vontade de todos os segmentos do público com os quais
interage”.
3.5 CONSEQÜÊNCIAS COMPORTAMENTAIS E ATITUDINAIS
A compreensão de atitudes no trabalho tem grande relevância para as práticas gerenciais.
Segundo Ashforth e Mael (1989), a literatura da Teoria da Identidade Social sugere três
conseqüências relevantes para a organização:
Indivíduos tendem a escolher atividades congruentes com aspectos notáveis de suas
identidades. Eles fortalecem as instituições, incorporando aquelas identidades;
A identidade social afeta os resultados convencionalmente associados à formação de
grupos, incluindo coesão, cooperação, altruísmo e avaliação positiva, que podem gerar
internalização, aderência dos valores e normas do grupo, homogeneidade nas atitudes e
crenças (TURNER, 1982, 1984 apud DUTTON et al, 1994);
A identificação social reforça os muitos antecedentes da identificação organizacional,
incluindo o diferencial de valores e práticas do grupo, prestígio, notoriedade e competição
com os grupos de fora e as causas tradicionais de formação deles.
Ashforth e Mael observam que os empregados fortemente identificados com sua organização têm
maior probabilidade de dar suporte à mesma (1994). A identificação pode induzir os empregados
a se comportar de acordo com a identidade, a reputação e a estratégia da organização (1996) e,
47
segundo Simon (1997), tomar decisões coerentes com os objetivos organizacionais (apud
INAKRA, 2006). A habilidade de perceber e controlar um determinado nível de identificação
com a organização torna-se cada vez mais importante para o bem-estar desta organização e de
seus membros, podendo ser um preditor importante na condução dos indivíduos atribuírem a si
mesmos as características definidas pelo grupo (TURNER et al, 1987 apud DUTTON et al,
1994).
A compreensão do reforço destes fatores, associada à idéia de uma forte identificação das pessoas
nas organizações, decorre de um aval positivo em que afeto e cognição estão presentes na
identificação (ASHFORTH et al, 1998). Pesquisas sugerem que uma forte identificação
organizacional traz benefícios para ambos – indivíduo e organização – porque quanto mais forte a
identificação, maior o comprometimento com as metas organizacionais; maior cooperação intra-
organizacional, melhor comportamento cidadão e senso de afiliação; além de alta satisfação no
trabalho e menores índices de absenteísmo e abandono da empresa. (PRATT, 1998; DUTTON et
al, 1994; ARONSON, 1992; MAEL e ASHFORTH, 1992; O’REILLY e CHATMAN, 1986 apud
BASTOS, 1993).
O presente estudo aborda, na seqüência, a importância desses aspectos.
3.5.1 Satisfação
Vários teóricos vêm tentando criar uma teoria que explique a forma como as pessoas sentem e
reagem ao seu trabalho. Estudos sistemáticos sobre o assunto remontam à década de 20 (como o
clássico trabalho de Hawthorne) e, até os dias atuais, multiplicam-se tanto nos meios acadêmicos
48
como empresariais. Desde então, um grande número de definições de satisfação no trabalho tem
sido aplicadas em diversas áreas, como sociologia, psicologia, negócios e comunicação.
No fim dos anos 60, Edwin A. Locke trouxe à comunidade científica, com desdobramentos em
práticas gerenciais, conceitos que se tornaram clássicos. Para Locke (1976, 1969), a satisfação no
trabalho é o “estado de prazer emocional proveniente do valor que uma pessoa dá ao seu
trabalho”. Essa teoria sugere que a satisfação origina-se da forma como as pessoas atribuem
maior ou menor atendimento de suas necessidades e desejos em relação ao seu trabalho.
A satisfação no trabalho é um fenômeno complexo e de difícil definição. Trata-se de um estado
subjetivo que pode variar de pessoa para pessoa, de circunstância para circunstância e, ao longo
do tempo, para a mesma pessoa. A satisfação sujeita-se às influências de forças internas e
externas ao ambiente de trabalho imediato. Ela pode afetar a saúde física e mental do trabalhador e
interferir no seu comportamento profissional e/ou social (LOCKE, 1976). Assim, em sua
essência, a satisfação no trabalho é um produto de eventos e condições que os indivíduos
experimentam. Brief (1998) escreveu: “Se o trabalho de uma pessoa é interessante, seu
pagamento é justo, suas oportunidades de promoção são boas, seu supervisor lhe dá suporte e
seus colegas são amigáveis, então uma abordagem desta situação levaria à predição que este
indivíduo está satisfeito com seu trabalho”.
Diversos estudos associam o nível de satisfação no trabalho com determinados comportamentos,
como a intenção de deixar a organização (turnover) (MOWDAY, KOBERG e MCARTHUR,
1984; BRAYFIELD e CROCKETT, 1955 apud BAMBER; IYER, 2002); o absenteísmo
(PORTER e STEERS, 1973); e outras atitudes, como o comprometimento de um indivíduo com
seu trabalho (PORTER, STEERS e MOWDAY, 1974 apud VAN KNIPPENBERG e VAN
49
SCHIE, 2000) e o comportamento de cidadania organizacional (SMITH; ORGAN, e NEAR,
1983; ORGAN, 1988 apud PORTO; TAMAYO, 2005).
Até aqui discutimos crenças e valores do ponto de vista individual e organizacional. Chatman
(1991 apud PORTO; TAMAYO, 2005) sugere que a adequação entre estes valores parece ser
melhor preditor de satisfação com o trabalho, intenção de deixar a organização e rotatividade do
que os mesmos, isoladamente. Compete-nos notar que crenças e valores tendem a influenciar
atitudes e comportamentos e “formam a base para quão bem satisfeitas as pessoas estão no seu
cargo” (DUBRIN, 2003). Beggan (1992 apud VAN KNIPPENBERG; VAN SCHIE, 2000)
afirma que a identificação pode aumentar a satisfação no trabalho, visto que as pessoas tendem a
associar positivamente a avaliação das atitudes com elas mesmas.
Em resumo, podemos afirmar que a importância da satisfação no trabalho não implica,
diretamente, o desempenho de um indivíduo, mas tem relação direta com variáveis que podem
afetar os seus resultados (redução de atrasos, absenteísmo e turnover) e a coesão organizacional
(fomentando a cidadania organizacional e o comprometimento dos indivíduos).
3.5.2 Produtividade, Rotatividade e Absenteísmo
É um princípio entre os gestores, há muito tempo, a crença de que empregados satisfeitos são
mais produtivos do que os insatisfeitos. Uma organização, sob a mesma perspectiva do trabalho
do indivíduo, é produtiva quando atinge os seus objetivos e valida os seus interesses tanto por
eficácia quanto por eficiência, constituindo um dos principais interesses do comportamento
organizacional.
50
Estudos dos fatores que influenciam a produtividade revelam a insatisfação como um problema
organizacional muito caro e uma das principais razões do absenteísmo e, também, da acelerada
rotatividade organizacional. Quando as pessoas abandonam as suas funções, temporária ou
permanentemente, o fluxo de trabalho é interrompido, tanto a produtividade quanto a moral do
grupo podem ser afetadas, provocando uma redução na qualidade dos resultados e na perda dos
investimentos que a empresa fez nos funcionários, ou até mesmo como gratificação para uma
empresa concorrente (WAGNER III; HOLLENBECK, 1999).
Observa-se, no entanto, que às vezes rotatividade e absenteísmo podem ser funcionais e reduzir o
estresse e a fadiga, ou criar oportunidade para substituir com inovação e progresso. (ROBBINS,
2004; SCHERMERHORN; HUNT, 1999).
Becker (1960) traduz o enfoque instrumental, no qual o trabalhador opta por permanecer na
empresa devido às trocas estabelecidas como parte integrante da organização. Além de afetar a
intenção dos membros de permanecer na empresa, a identificação pode ser relacionada, ainda, ao
esforço e à voluntariedade expendida no interesse do grupo de trabalho, em nome da organização
(apud DUTTON, DUKERICH e HARQUAIL, 1994).
Examinemos, então, o conceito de cidadania organizacional.
51
3.5.3 Cidadania Organizacional
Para Meyer e Allen (1997), o comportamento cidadão corresponde a iniciativas dissociadas da
função – atos espontâneos que beneficiem o sistema organizacional – como oferecer-se para
ajudar os colegas, ser voluntário em atividades especiais ligadas ao trabalho e ter iniciativa para
sugerir soluções para os problemas. Significativamente, os comportamentos descritos por
Siqueira (1995 apud PORTO; TAMAYO, 2005) correspondem ao comportamento de Cidadania
Organizacional, cujas características são: espontaneidade (característica diferencial de civismo
nas organizações e outros atos de cumprimento do dever contratual); funcionalidade (garantia de
natureza benéfica à organização); irrestrição (permissão de formas particulares de manifestação);
isenção de retribuição prevista pelo sistema (comportamento de natureza social) e caráter público
das ações.
Segundo Porto e Tamayo (2005), valores organizacionais podem ser preditores de civismo nas
organizações. Os valores formam a base da cultura organizacional que estabelece quais
comportamentos são esperados na organização. Destaque-se que, para Chatman (1991 apud
DUTTON et al, 1994) a adequação entre valores individuais e organizacionais parece ser melhor
preditor de satisfação com o trabalho (variável mais investigada que tem mostrado uma relação
positiva com o comportamento), intenção de deixar a organização e rotatividade do que os
valores individuais e organizacionais, isoladamente. Estudos investigativos de Siqueira (1995);
Skarlicki e Lathan (1996); Shor e Wayne (1993); Moorman (1991) e Witt (1991) (apud PORTO;
TAMAYO, 2005) demonstram que o comportamento cidadão está diretamente relacionado à
confiança e percepção de justiça na organização.
52
A forte identificação das pessoas com a organização tem relação positiva com a cidadania
organizacional (O’REILLY; CHATMAN, 1986 apud VAN KNIPPENBERG; VAN SCHIE,
2000). Assim, se viermos a recompor o referencial de valores básicos de orientação do
comportamento, se entendermos a necessidade de buscar melhores índices de condutas éticas, de
projetos ideológicos e específicos do exercício de nossas funções, será viável formular práticas
promissoras de cidadania plena.
53
4 IDENTIFICAÇÃO & ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS
“O desempenho do papel gerencial em organizações governamentais contém
desafios que, por vezes, são tidos como intransponíveis.”
Cavalcanti (2005)
O conhecimento da disciplina Administração Pública exige estudos especializados que traduzam
intervenções, decisões e ações significativas para a dinâmica necessária à obtenção de resultados
organizacionais, como eficácia, eficiência e inovação no setor público. Nesse sentido, a
investigação de duas organizações da esfera da cultura sustentará a fundamentação teórica e
prática da abordagem.
Este estudo define duas instituições – representantes da cultura brasileira – sob uma perspectiva
metafórica, isto é, portar, literalmente, além da fala. Recorre-se ao uso da metáfora, primeiro,
para descrever e fazer entender as condições estruturais organizacionais e, ainda, revelar a lógica
e o significado de cada uma das duas instituições analisadas sob a ótica das metáforas: a Jovem
Executiva e a Velha Senhora.
Segundo, como recurso para abrir o diálogo e ampliar horizontes diante dos diferentes conjuntos
de crenças e valores, identificação e comportamento ético – conceitos revelados neste estudo –
54
que não devem ser reduzidos a tópicos simplistas, mas sim integrados em uma visão de
institucionalização organizacional.
Fundação Casa de Rui Barbosa – FCRB
Telefones: (021) 2537-8923 / 2537-0036
e-mail: fcrb@rb.gov.br
Fundação Cultural Palmares – FCP
Telefones: (061) 424-0108 FAX: (061) 326-0242
e-mail: chefi[email protected]r
Inst. do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN
Telefones: (061) 326-7111
e-mail: gab@iphan.gov.br
Agência Nacional do Cinema – ANCINE
Telefones: (021) 2292-8960 /2292-8950
e-mail: gabinete.pres[email protected]ov.br
Fundação Nacional de Artes – FUNARTE
Telefones: (021) 2279-8004 / 2279-8003
e-mail: gabinete@funarte.gov.br
Fundação Biblioteca Nacional – BN
Telefones: (021) 2240-8079 / 2220-1994
e-mail: gabinete@bn.br
Fonte: MINISTÉRIO DA CULTURA. Disponível em < http://www.minc.gov.br > Acesso em 17 set. 2006. Adaptação da autora.
FIGURA 3 A Instituição Cultura
55
A perspectiva em pauta promove a observação da instituição cultural, aumentando a nossa visão
periférica. Trata-se de um recurso, um passo para além das crenças, intenções ou
responsabilidades. Procura, assim, respostas para o fenômeno da identificação. Busca a reflexão
para a identificação no exercício da função pública, propicia uma visão panorâmica do exercício
da atividade, da cidadania e do espírito ético e socialmente responsável, visando contribuir de
forma efetiva para o sucesso e reconhecimento do papel do Estado. Mitzenberg observa que não é
o ambiente, propriamente, que importa, mas a habilidade da organização para enfrentá-lo
(predizê-lo, compreendê-lo), trabalhar com sua diversidade e responder rapidamente a ele.
O resultado desse estudo oferece potencial vantagem na gestão administrativa baseada no
conhecimento pontual e relevante – tópicos como atitudes humanas, comportamento e
desempenho – remodelar, orientar as organizações em torno de uma nova forma de elo social.
Analisemos, a seguir, no plano prático, os aspectos que permeiam as instituições em pauta.
4.1 AS ORGANIZAÇÕES EM ESTUDO
A primeira organização em estudo
tem por finalidade proporcionar a informação cultural nas
diferentes áreas do conhecimento humano, com base na produção intelectual brasileira e nas
obras mais significativas da cultura estrangeira. É, em princípio, sinônimo de memória
documental da cultura de um país. Em sentido amplo, é um museu de toda a produção intelectual
dos mais diversos campos culturais. Está completando quase duzentos anos de serviço à cultura e
à informação, democratizando os meios de aquisição de conhecimento e a busca dos fatos.
56
Dentro dos princípios que a definem, e das finalidades que norteiam as suas funções, desenvolve
atividades, visando o enriquecimento, a preservação e divulgação do seu acervo, e no
atendimento ao usuário. Opera em três dos mais importantes alicerces da cultura brasileira.
A segunda organização em estudo promove o desenvolvimento de mecanismos e atividades
culturais brasileiras como instrumento de afirmação da identidade e do interesse nacional. Dotada
de autonomia administrativa e financeira, é um órgão independente que tem forma de autarquia
especial. Recentemente vinculada ao Ministério da Cultura, constituiu seu primeiro quadro
efetivo (concurso público) em 2006. Conta, ainda, com funcionários cedidos de diversas
instituições públicas e terceirizados.
Trata-se de um órgão regulador, cujo objetivo é fomentar a produção, distribuição e exibição de
obras, pertinentes à sua finalidade, em seus diversos segmentos de mercado. E, ainda, apoiar a
capacitação de recursos humanos, o desenvolvimento tecnológico do setor e zelar pelo respeito
ao direito autoral de obras nacionais e estrangeiras. Em seu espectro de abrangência, certifica e
registra as obras nacionais, executa a política nacional de fomento, fiscaliza o cumprimento da
legislação pertinente, promove o combate à pirataria, aplica multas e sanções na forma da lei,
regula as atividades de fomento e proteção à indústria, resguardando a livre manifestação do
pensamento, da criação, da expressão e da informação.
57
4.1.1 Diferenças & Semelhanças
Essas organizações têm, em comum, a missão maior de cuidar, sob diversos prismas, da cultura
brasileira – a questão pública norteia ações e intenções, buscando a modernidade em
procedimentos, infra-estrutura e tecnologia. Ambas inserem-se no conceito de nacional, revelam
e enfrentam as dificuldades de um território enorme, como é o brasileiro.
A primeira, que denominaremos Velha Senhora, destaca-se pela tradição. Seu conceito é de
uma instituição clássica, centenária, responsável pela memória bibliográfica do país, porém, em
pleno processo de dinamização e harmonização de valores diante dos desafios do novo milênio.
Espaço de preservação da memória nacional, dos nossos registros escritos e iconográficos, luta
para democratizar o acesso à informação, através de uma biblioteca viva e humanizada.
A segunda, que denominaremos Jovem Executiva, destaca-se como inovadora nos mecanismos e
processos de gestão. Trata-se de uma instrução nova, mas que recebeu, como herança,
responsabilidades e desafios de outras instituições extintas na última década. Exerce um papel
importante no crescente desenvolvimento da indústria cinematográfica brasileira.
Vale destacar as diferenças de remuneração do Ativo Permanente (servidores públicos efetivos)
de cada uma das instituições. A correspondência salarial de um servidor, em final de carreira, na
Velha Senhora percebe cerca de 60% da remuneração de um servidor, em início de carreira, na
Jovem Executiva. Em relação aos funcionários terceirizados, as tabelas das instituições
equivalem-se.
Observemos a evolução da força de trabalho das instituições em pauta nos últimos sete anos:
58
A evolução da força de trabalho da Velha Senhora apresenta um crescimento discreto e uma forte
tendência a se manter. De forma antagônica, a Jovem Executiva apresenta um forte crescimento
na composição da sua força de trabalho.
No entanto, uma análise mais detalhada da composição da força de trabalho de ambas as
instituições mostra que as duas instituições contam com uma participação substancial de
funcionários terceirizados na composição da sua força de trabalho. A Velha Senhora tem oito
vezes menos níveis de coordenação, média e alta gerência (cargos comissionados e servidores
requisitados) do que a Jovem Executiva.
EVOLUÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO
593
512
548
481
524
620
632
0
10 0
200
300
400
500
600
700
ANO
Força de Trabalho
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
EVOLUÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO
20
78
176
247 252
341
375
0
50
10 0
150
200
250
300
350
400
A
NO
Força de Trabalho
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
FIGUR
A
5 Evolu
ç
ão da For
ç
a de Trabalho JE
Fonte: Dados coletados no RH da VS. Adaptação da autora.
Fonte: Dados coletados no RH da JE. Adaptação do autor.
FIGUR
A
4 Evolu
ç
ão da For
ç
a de Trabalho VS
A Velha Senhora
A Jovem Executiva
59
A Velha Senhora realizou concurso público, ingresso em julho de 1996, com trinta servidores
nomeados. Atualmente (agosto de 2007) permanecem na VS apenas sete servidores, há 77% de
vacância. A maioria das exonerações ocorreu nos dois primeiros anos depois do concurso.
Em maio de 2006, após novo concurso, foram nomeados 82 servidores. Já houve três pedidos de
exoneração (3,6%).
"A Velha Senhora"
COMPOSIÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO
Ano 2007
10
6
28
186
458
ATIVO CARGOS COM ISSIONADOS REQUISITADOS CEDIDOS TERCEIRIZADOS
"A Velha Senhora"
COMPOSIÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO
Ano 2002
364
160
31
3
16
ATIVO CARGOS COMISSIONADOS REQUISITADOS CEDIDOS TERCEIRIZADOS
A Velha Senhora
PESSOAL Ano 2007
ATIVO PERMANENTE 66,6%
CARGOS COMISSIONADOS 1,5%
REQUISITADOS 0,9%
CEDIDOS 4%
TERCEIRIZADOS 27%
FIGURA 7 For
ç
a de Trabalho VS 2007
TABELA 1 Pessoal VS 2007
Fonte: (Figuras 6, 7 e Tabela 1)
Dados coletados na VS. Adaptação da autora.
FIGURA 6 For
ç
a de Trabalho VS 2002
60
A Jovem Executiva realizou concurso público em 2006. O ingresso dos servidores ocorreu em
dois momentos: o primeiro em janeiro e o segundo em dezembro de 2006. Foram nomeados, ao
todo, 116 servidores. Em agosto de 2007 já foram computadas treze vagas (11,2%) a ser
preenchidas devido a desistências antes da posse e pedidos de exoneração.
"A Jovem Executiva"
COMPOSIÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO
Ano 2007
0
23
76
115
161
ATIVO CARGOS COMISSIONADOS REQUISITADOS CEDIDOS TERCEIRIZADOS
"A Jovem Executiva"
COMPOSIÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO
Ano 2002
17
5
43
13
0
ATIVO CARGOS COMISSIONADOS REQUISITADOS CEDIDOS TERCEIRIZADOS
A Jovem Executiva
PESSOAL Ano 2007
ATIVO PERMANENTE 30,5%
CARGOS COMISSIONADOS
20,3%
REQUISITADOS
6,3%
CEDIDOS
-
TERCEIRIZADOS
42,9%
FIGURA 8 For
ç
a de Trabalho JE 2002
FIGURA 9 For
ç
a de Trabalho JE 2007
TABELA 2 Pessoal JE 2007
Fonte: : (Figuras 8, 9 e Tabela 2)
Dados coletados na JE. Adaptação da autora.
61
4.2 HIPÓTESES
Com base na revisão da literatura são apresentadas abaixo cinco hipóteses testadas neste estudo
através de pesquisa empírica.
H1 – A percepção de um clima ético na organização pública afeta positivamente a
identificação dos funcionários com estas organizações.
H2 – O alinhamento entre os valores do indivíduo e os da organização pública afeta
positivamente a identificação dos funcionários com estas organizações.
H3 – A auto-estima do indivíduo está positivamente relacionada à identificação
organizacional.
H4 – A identificação organizacional está positivamente relacionada ao comportamento
de cidadania organizacional de funcionários de organizações públicas.
H5 – A identificação organizacional está negativamente relacionada à intenção de
funcionários de organizações públicas de deixar voluntariamente a empresa.
Nos tópicos seguintes, delimitaremos o modelo de análise e as escolhas teórico-metodológicas
estabelecidas para a investigação dessas hipóteses.
62
5 METODOLOGIA
Formado por quatro partes, este capítulo apresenta a metodologia utilizada na pesquisa. Na
primeira parte, mostra o tipo de pesquisa; na segunda, descreve o universo, a amostra da pesquisa
e os procedimentos de coleta de dados; na terceira, os instrumentos de mensuração; a quarta parte
expõe o tratamento e a análise dos dados.
5.1 TIPO DE PESQUISA
Optou-se, para responder as questões formuladas neste estudo, por uma pesquisa de caráter
eminentemente empírico – um estudo de campo, no qual são investigadas duas organizações
públicas representativas do Ministério da Cultura. Buscou-se identificar dimensões latentes da
identificação organizacional, utilizando instrumentos já validados e alguns indicadores
desenvolvidos a partir da revisão da literatura apresentada.
Objetivou-se verificar como a IDENTIFICAÇÃO ORGANIZACIONAL, seus antecedentes e
conseqüências, ocorrem nas organizações em estudo. Do ponto de vista temporal, a pesquisa
foi aplicada de maneira transversal e considerou a rotina das instituições pesquisadas.
63
Os dados foram obtidos através de questionários idênticos, respondidos por colaboradores das
duas organizações pesquisadas.
5.2 INSTRUMENTO DE MENSURAÇÃO
O questionário elaborado para esta pesquisa foi definido a partir de instrumentos anteriormente
validados em outros trabalhos, com algumas adaptações de linguagem e contexto. A seguir,
detalharemos cada parte do questionário, que segue em versão completa, anexa (
Apêndice A).
APRESENTAÇÃO
O questionário contou com um pequeno texto de apresentação dos objetivos e finalidade da
pesquisa, além de convidar os respondentes a uma participação voluntária, cuidadosa,
ressaltando-se que não haveria identificação dos respondentes na apresentação dos resultados.
PARTE I
Apresenta os aspectos relacionados aos DADOS PESSOAIS/ FUNCIONAIS e compreende sete
questões para levantamento biográfico dos respondentes.
PARTE II
Engloba aspectos antecedentes da identificação organizacional, compreende as sentenças de
7 a 14; 21 a 30; 59 a 61 (características individuais) e 62 a 71 (características organizacionais).
64
INTERNALIZAÇÃO DE VALORES E CRENÇAS
O instrumento Internalization on prosocial behavior, de O’Reilly e Chatman (1986), é composto
de doze indicadores. Cinco são indicadores de internalização dos valores organizacionais e três
de identificação, baseados no desejo de afiliação com a organização. Outros quatro são
indicadores de submissão, baseados no sentimento de recompensas intrínsecas (O’REILLY e
CHATMAN, 1986 apud VANDERBERG, et al, 1994). Estes últimos indicadores, instrumentais,
não foram adotados na construção desta pesquisa – indicadores afetivos e afiliativos.
ESCALA LIKERT: de 1 (DISCORDO TOTALMENTE) a 7 (CONCORDO TOTALMENTE).
CONFIABILIDADE: Coeficiente α para Afetivo .78 e para Afiliativo .80 (O’REILLY e CHATMAN,
1986)
INTERNALIZAÇÃO DE VALORES E CRENÇAS
7. Se os valores da (nome da instituição) fossem diferentes, eu não seria tão ligado a ela.
8. Desde que me juntei a (nome da instituição), meus valores pessoais e os da organização têm se tornado mais similares.
9. A razão de eu preferir a (nome da instituição) em relação a outras deve-se ao que ela simboliza, aos seus valores.
10. Meu vínculo com a (nome da instituição) está baseado, primeiramente, na similaridade dos meus valores e daqueles
representados por esta organização.
11. O que a (nome da instituição) representa é importante para mim.
DESEJO DE AFILIAÇÃO
12. Eu me sinto orgulhoso quando conto para os outros que sou uma parte desta organização.
13. Eu falo com entusiasmo da (nome da instituição) para meus amigos como uma ótima organização para se trabalhar.
14. Eu tenho um senso de propriedade por esta organização, mesmo sendo apenas um empregado.
AUTO-ESTIMA
A escala utilizada foi desenvolvida por Rosenberg (1965) e apresenta dez sentenças
independentes – cinco positivas e cinco negativas. Embora pesquisadores tenham indicado que a
imagem externa construída está positivamente relacionada com a identificação organizacional, a
65
literatura também indica que entre a imagem externa construída e a identificação organizacional
encontra-se a necessidade por destaque pessoal (FULLER et al, 2006). Hill (1987 apud FULLER
et al, 2006) definiu a necessidade de o indivíduo ter auto-estima elevada como uma necessidade
de ser aprovado por outros, e pela vontade de ser visto positivamente, sugerindo um desejo de
atenção e elogio. Por esta razão, a auto-estima foi incluída, neste estudo, como variável de
controle.
ESCALA LIKERT: de 1 (DISCORDO TOTALMENTE) a 7 (CONCORDO TOTALMENTE).
CONFIABILIDADE: Coeficiente α .84 (ROSENBERG, 1965)
21. Eu me sinto bem comigo mesmo.
22. Tenho certeza de que vou ter sucesso.
23. Raramente me sinto deprimido.
24. Gosto de ser responsável por tomar decisões.
25. Conheço meu potencial.
26*. Não gosto de quem eu sou.
27*. Sinto-me menos capaz do que a maioria das pessoas.
28*. Sinto que falta um sentido à minha vida.
29*. Questiono minha habilidade de fazer corretamente o meu trabalho.
30*. Sinto-me incapaz de lidar com problemas
N* - Uso invertido da escala Likert
ALINHAMENTO DE VALORES: PESSOA X ORGANIZAÇÃO
A escala
Perceived Person-Organization Fit
, desenvolvida por Cable e Judge (1996), é composta
por três questões para avaliar diretamente a percepção do empregado sobre o seu alinhamento
com a organização (apud FIELDS, 2002).
66
ESCALA LIKERT: de 1 (DE FORMA NENHUMA) a 5 (COMPLETAMENTE).
CONFIABILIDADE: Coeficiente α de .87 (CABLE e JUDGE, 1996; apud FIELDS, 2002)
59. Até que ponto você percebe que há alinhamento entre os seus valores, os da (nome da instituição) e os dos funcionários da
organização?
60. Meus valores estão alinhados com os dos funcionários da (nome da instituição).
61. Você acha que os valores e a “personalidade” da (nome da instituição) refletem seus valores e personalidade?
CLIMA ÉTICO ORGANIZACIONAL
A medição Individuals Beliefs about Organizational Ethicst, desenvolvida por Froelich e Kottke
(1991), é composta por dez sentenças que descrevem em que dimensão empregados podem
aceitar, e apoiar, comportamentos que possam ter atrito com normas éticas dentro de uma
organização. Apresentam duas dimensões: a primeira, denominada CONDUTA ÉTICA, avalia
em que medida um empregado tende a discordar de atos tais como: empresas por vezes engajados
em práticas de negócios obscuros devido a competição, ou ainda, o ato de solicitar falsificação de
um documento ao empregado. A segunda, DISTORÇÃO DE VALORES, avalia a extensão na
qual é inaceitável, para um empregado, mentir a um cliente, coordenador ou colega de trabalho,
visando proteger a organização
também utilizada como indicador de falta de aceitação do
empregado para comportamentos eticamente duvidosos, em benefício da empresa (MUDRACK,
et al; apud FIELDS, 2002).
ESCALA LIKERT: de 1 (DISCORDO TOTALMENTE) a 7 (CONCORDO TOTALMENTE).
CONFIABILIDADE: Coeficiente α para Conduta Ética de .84 e coeficiente α para Distorção de
Valores .82 (FROELICH e KOTTKE, 1991; apud FIELDS, 2002)
67
CONDUTA ÉTICA
62*. Na (instituição) é aceitável que um superior peça a um funcionário que dê suporte a opiniões incorretas de terceiros.
63*. Algumas vezes é necessário que a (nome da instituição) realize práticas questionáveis porque são igualmente praticadas
em organizações similares.
64*. Funcionários devem fazer vista grossa a irregularidades cometidas por outras pessoas se for para o bem da (instituição).
65*. Supervisores não se importam em como os resultados são alcançados desde que as metas sejam atingidas.
66*. Não é errado um supervisor pedir a um funcionário que falsifique um documento.
67*. Objetivos e metas têm maior prioridade do que a preservação de um bem ou a qualidade do serviço.
DISTORÇÃO DE VALORES
68*. Um funcionário pode precisar mentir para um colega para proteger a (instituição).
69*. Um funcionário pode precisar mentir para um supervisor/gerente para proteger a (instituição).
70*. Um funcionário pode precisar mentir para um representante de outra organização para proteger a (instituição).
71*. Um funcionário pode precisar mentir para um cliente para proteger a (instituição).
N* - Uso invertido da escala Likert
PARTE III
Engloba fatores diretamente relacionados com a identificação organizacional e compreende as
sentenças de 15 a 20, a saber:
IDENTIFICAÇÃO ORGANIZACIONAL
A escala desenvolvida por Mael e Ashforth (1992) sublinha a relação entre imagem e
identificação organizacional e é composta por seis sentenças independentes. Para Mael e
Ashforth: “Identificação organizacional é um sentimento de pertencimento para com a
organização e a experiência dos sucessos e falhas da organização como de si mesmo” (1992,
p. 103).
ESCALA LIKERT: de 1 (DISCORDO TOTALMENTE) a 7 (CONCORDO TOTALMENTE).
CONFIABILIDADE: Coeficiente α .86 (MAEL e ASHFORTH, 1992).
68
15. Quando alguém critica minha organização é como se estivesse me criticando pessoalmente.
16. Tenho muito interesse no que os outros pensam sobre minha organização.
17. Quando me refiro a (nome da instituição), normalmente falo nós, ao invés de eles.
18. Quando alguém elogia a (nome da instituição) é como se estivesse me elogiando.
19. Quando uma matéria na mídia faz crítica a (nome da instituição), eu me sinto constrangido.
20. O sucesso da (nome da instituição) é como se fosse o meu sucesso pessoal.
PARTE IV
Esta parte engloba aspectos conseqüentes da identificação organizacional e compreende as
sentenças de 1 a 6; 31 a 33; 34 a 49 e 50 a 58.
SATISFAÇÃO NO TRABALHO
A escala Job Satisfaction Index, desenvolvida por Schrieshein e Tsui (1980), compreende seis
questões independentes para determinar o grau de satisfação com o trabalho propriamente dito,
com a supervisão, colaboradores, pagamento, oportunidade de promoção e o emprego de forma
geral (FIELDS, 2002).
ESCALA LIKERT: de 1 (DISCORDO TOTALMENTE) a 7 (CONCORDO TOTALMENTE).
CONFIABILIDADE: Coeficiente α variável de .73 a .78 (COHEN, 1997; TSUI et al, 1992; apud
FIELDS, 2002)
1. Estou satisfeito com a natureza do trabalho que realizo.
2. Estou satisfeito com o meu supervisor – meu superior organizacional.
3. Estou satisfeito com o meu relacionamento com meus colegas ou pares na (nome da instituição).
4. Estou satisfeito com o pagamento que recebo pelo meu trabalho.
5. Estou satisfeito com as oportunidades existentes para o meu crescimento ou promoção.
6. De maneira geral, estou satisfeito com a minha atual situação de trabalho.
69
INTENÇÃO DE DEIXAR A ORGANIZAÇÃO
A escala utilizada foi desenvolvida por Mitchell, T. R.; Holtom, B. C.; Lee, T. W.; Sablynski,
C. J. E. (2001). Compõe-se de três questões independentes para avaliar a intenção, voluntária, dos
funcionários de deixar a organização.
ESCALA: de 1 (MUITO IMPROVÁVEL) a 5 (MUITO PROVÁVEL)
CONFIABILIDADE:
Coeficiente α .65 (MITCHELL, T. R et al, 2001)
31. Você tem intenção de se desligar da empresa nos próximos 12 meses?
32. Qual a probabilidade de você se desligar voluntariamente da (nome da instituição) nos próximos 12 meses?
33. Qual o seu grau de certeza de que pretende deixar a (nome da instituição) nos próximos 12 meses?
CIDADANIA ORGANIZACIONAL
A escala Organizational Citizenship Behavior, desenvolvida por Smith, Organ e Near (1983),
é composta por dezesseis afirmativas: sete de dimensões de altruísmo, definida como uma
particular ajuda ao colega, auxiliar o colega em uma tarefa difícil; e nove dimensões de
aquiescência generalizada, conduta de ajuda impessoal, como pontualidade e não desperdiçar o
tempo de trabalho (apud FIELDS, 2002).
ESCALA LIKERT: de 1 (NUNCA) a 7 (SEMPRE).
CONFIABILIDADE: Coeficiente α para Altruísmo de .86 a .91 e coeficiente α para Aquiescência
Generalizada .91 (SMITH, ORGAN e NEAR, 1983;
apud FIELDS, 2002)
70
ALTRUÍSMO
34. Ajuda os colegas de trabalho em suas tarefas quando estão ausentes.
35. Dispõe-se a realizar tarefas não formalmente exigidas pelo seu cargo.
36. Toma iniciativa em orientar novos funcionários mesmo não sendo sua obrigação.
37. Ajuda os colegas quando suas cargas de trabalho aumentam.
38. Auxilia o seu supervisor com o trabalho dele.
39. Faz sugestões inovadoras para aperfeiçoar o departamento.
40. Comparece a eventos não obrigatórios pela (nome da instituição), mas que ajudam na imagem global da organização.
AQUIESCÊNCIA GENERALIZADA
41. Chega pontualmente ao trabalho, pela manhã e após o almoço.
42*. Tira folgas sem merecimento.
43. Tem assiduidade acima do padrão.
44*. Reduz o ritmo do trabalho no final do expediente
45. Comunica, antecipadamente, quando precisa faltar ao trabalho.
46*. Gasta grande parte do tempo de trabalho com conversa particular ao telefone.
47. Não tira licenças desnecessariamente.
48. Não faz intervalos desnecessários ao longo do dia.
49. Não perde tempo batendo papo durante o expediente.
N* - Uso invertido da escala Likert
COMPORTAMENTO ANTI-SOCIAL
A escala Antisocial Behavior, desenvolvida por Robinson e O’Leary-Kelly (1998), é composta
por nove afirmativas e descreve comportamentos adotados por empregados com potencial para
prejudicar o indivíduo e/ou a organização. Comportamentos anti-sociais incluem quebrar regras,
danificando a propriedade da empresa, machucando outros empregados, iniciando discussões
empresa x empregados, e dizendo coisas inadequadas sobre um coordenador ou a organização
(apud FIELDS, 2002).
ESCALA LIKERT: de 1 (NUNCA) a 7 (SEMPRE).
CONFIABILIDADE: Coeficiente α de .68 (ROBINSON O'LEARY-KELLY, 1998; apud FIELDS,
2002)
71
50. Usou recursos pertencentes à organização para fins sociais.
51. Disse ou fez alguma coisa no trabalho com a intenção de prejudicar alguém.
52. Fez seu trabalho propositalmente com pouco cuidado, de forma incorreta ou lenta.
53. Fez uma queixa formal contra um colega ou supervisor.
54. Deu um “jeitinho” ou deixou de cumprir integralmente alguma regra da organização.
55. Criticou pessoas no trabalho.
56. Fez alguma coisa que prejudicou o seu superior.
57. Iniciou um “bate-boca” com alguém no seu trabalho.
58. Fez comentários negativos sobre seu supervisor ou sobre a (nome da instituição).
PARTE V
Esta última parte contempla uma questão livre, para fins de controle e registro, sobre as principais
razões de escolha do exercício da função pública – foram computadas as duas primeiras razões
citadas.
72
5.3 UNIVERSO DA PESQUISA E AMOSTRA
As organizações em estudo atuam no território nacional. A Velha Senhora tem representações em
Brasília e São Paulo, a sede e quatro subsedes localizam-se no Rio de Janeiro. A Jovem Executiva
possui escritório central no Rio de Janeiro e sede em Brasília. A pesquisa abrangeu somente os
colaboradores, de ambas as instituições, no exercício de suas funções no Rio de Janeiro.
A Velha Senhora conta com 632 colaboradores e a Jovem Executiva, com 375, dentre seu ativo
permanente (servidores públicos em exercício), funcionários terceirizados, cargos comissionados
e funcionários cedidos por outros órgãos distribuídos nas capitais citadas.
A coleta de dados foi realizada através de um questionário estruturado (
Apêndice A), impresso,
relativamente denso que, portanto, exigiu boa vontade do respondente. A aplicação dos
questionários na Velha Senhora ocorreu no período compreendido entre 10 e 14/05/07; na Jovem
Executiva, entre 20 e 25/05/07.
Neste período organizava-se uma greve geral, por tempo indeterminado – confirmada um dia
após as coletas dos dados – para todo o setor da cultura no país. Assim, visando estimular,
incentivar e, de certa forma, agradecer a colaboração dos respondentes – em função da extensão
dos questionários e do pouco tempo disponível entre a entrega e a devolução – sorteou-se um
vale-presente no valor de R$ 100,00 (cem reais), nas livrarias Saraiva, para cada uma das
instituições pesquisadas.
Ao final do preenchimento do questionário, os respondentes foram orientados a destacar o
canhoto com um número de controle impresso, que os habilitava a participar do sorteio.
73
Foram distribuídos 240 questionários: 120 entre os colaboradores da Velha Senhora, ou seja, 19%
do total de funcionários daquela organização; e 120 entre os colaboradores da Jovem Executiva,
ou seja, 32% dos funcionários daquela organização. O índice de resposta, 74,2% na Velha
Senhora e 70% na Jovem Executiva, foi considerado bastante satisfatório e representativo destas
organizações. A Tabela 3 mostra um resumo descritivo do processo de coleta de dados.
TABELA 3 População Relevante & Projeção da Amostra
Velha Senhora Jovem Executiva
632 colaboradores identificados em nível nacional 375 colaboradores identificados em nível nacional
120 questionários distribuídos 120 questionários distribuídos
89 respondentes 84 respondentes
74,2% de retorno 70% de retorno
14% da população identificada em nível nacional 22,4% da população identificada em nível nacional
Fonte: Tabela elaborada pela autora.
A distribuição das amostras por vínculo empregatício, nas duas instituições, correspondeu às
seguintes proporções:
TABELA 4 Vínculo com a Instituição & Projeção da Amostra
Velha Senhora Jovem Executiva
VÍNCULO COLABORADORES RESPONDENTES % AMOSTRA COLABORADORES RESPONDENTES % AMOSTRA
SERVIDOR PÚBLICO
438 55 13 62% 115 33 29 39%
CARGO
COMISSIONADO
10 4 40 4,5% 76 12 16 14%
REQUISITADOS
6 1 17 1% 23 11 48 13,5%
FUNCIONÁRIOS
TERCEIRIZADOS
186 29 16 32,5% 161 28 18 33,5%
TOTAL
632 89 14 100% 375 84 22,5 100%
Fonte: Dados extraídos do SPSS. Tabela elaborada pela autora.
As variáveis Tempo na Organização e Idade apresentaram as seguintes freqüências:
74
Velha Senhora Jovem Executiva
TEMPO
ORG.
Freqüência % % Acumulado
TEMPO
ORG.
Freqüência % % Acumulado
1
16 18,2 18,2
1
33 39,3 39,3
2
1 1,1 19,3
2
15 17,9 57,1
3
3 3,4 22,7
3
12 14,3 71,4
4
5 5,7 28,4
4
16 19,0 90,5
5
4 4,5 33,0
5
8 9,5 100,0
6
1 1,1 34,1 Total 84 100,0
7
3 3,4 37,5
8
3 3,4 40,9
9
1 1,1 42,0
10
3 3,4 45,5
11
1 1,1 46,6
12
3 3,4 50,0
13
3 3,4 53,4
15
1 1,1 54,5
19
1 1,1 55,7
20
5 5,7 61,4
21
4 4,5 65,9
22
6 6,8 72,7
23
7 8,0 80,7
24
3 3,4 84,1
25
6 6,8 90,9
26
1 1,1 92,0
27
3 3,4 95,5
28
1 1,1 96,6
29
1 1,1 97,7
30
1 1,1 98,9
31
1 1,1 100,0
Total 88 100,0
Velha Senhora
Jovem Executiva
IDADE
Freqüência %
% Acumulado
IDADE
Freqüência % % Acumulado
22
1 1,1 1,1
19
1 1,2 1,2
23
2 2,3 3,4
21
1 1,2 2,4
24
1 1,1 4,5
22
2 2,4 4,8
25
3 3,4 8,0
23
5 6,0 10,7
26
3 3,4 11,4
25
4 4,8 15,5
28
3 3,4 14,8
26
6 7,1 22,6
29
2 2,3 17,0
27
3 3,6 26,2
28
4 4,8 31,0
30
5 5,7 22,7
29
7 8,3 39,3
31
1 1,1 23,9
30
2 2,4 41,7
32
1 1,1 25,0
31
2 2,4 44,0
33
1 1,1 26,1
32
2 2,4 46,4
34
2 2,3 28,4
33
2 2,4 48,8
34
4 4,8 53,6
40
2 2,3 37,5
35
2 2,4 56,0
41
3 3,4 40,9
36
3 3,6 59,5
42
3 3,4 44,3
37
1 1,2 60,7
43
2 2,3 46,6
38
3 3,6 64,3
44
5 5,7 52,3
39
1 1,2 65,5
45
1 1,1 53,4
40
4 4,8 70,2
46
2 2,3 55,7
41
2 2,4 72,6
47
2 2,3 58,0
42
1 1,2 73,8
48
9 10,2 68,2
44
2 2,4 76,2
49
3 3,4 71,6
45
3 3,6 79,8
46
2 2,4 82,1
50
4 4,5 76,1
47
1 1,2 83,3
51
4 4,5 80,7
48
1 1,2 84,5
52
3 3,4 84,1
49
3 3,6 88,1
53
5 5,7 89,8
50
1 1,2 89,3
54
1 1,1 90,9
51
1 1,2 90,5
55
1 1,1 92,0
53
2 2,4 92,9
56
1 1,1 93,2
54
1 1,2 94,0
57
2 2,3 95,5
58
1 1,2 95,2
59
1 1,2 96,4
60
1 1,1 96,6
61
2 2,4 98,8
61
2 2,3 98,9
62
1 1,2 100,0
Total
88 100,0
Total 84
100,0
TABELA 6 Dados: IDADE DOS COLABORADORES
Fonte (Tabelas 5 e 6): Dados extraídos do SPSS.
Tabelas elaboradas pela autora.
TABELA 5 Dados: TEMPO NA ORGANIZAÇÃO
75
Excluiu-se um único caso dos 173 (cento e setenta e três) colaboradores respondentes da
pesquisa, devido ao preenchimento incompleto do questionário. Na Velha Senhora, 71% dos
respondentes são do sexo feminino, o tempo médio de vínculo à instituição é de 14 anos, 62%
atuam na área finalística da instituição e 50% têm de 35 a 50 anos. Na Jovem Executiva, 45% dos
respondentes são do sexo feminino, o tempo médio de vínculo à instituição é de apenas 2 anos,
58% atuam na área finalística da instituição e 50% têm de 25 a 40 anos (ver Tabelas 5, 6 e 7).
TABELA 7 DADOS PESSOAIS/ FUNCIONAIS DA AMOSTRA
Velha Senhora Jovem Executiva
DADOS
COLABORADORES
ATIVIDADE MEIO
34 35
ATIVIDADE FIM
55 49
SEXO FEMININO
64 39
SEXO MASCULINO
35 45
TOTAL
89 84
MÉDIA EM ANOS
TEMPO DE VÍNCULO COM A
INSTITUIÇÃO
13,75 2,42
IDADE
42,36 35,82
Fonte: Dados extraídos do SPSS. Tabela elaborada pela autora.
76
5.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
Com o objetivo de investigar a associação entre antecedentes e conseqüências da identificação
organizacional, os dados foram analisados estatisticamente através do programa SPSS –
Statistical Package for the Social Sciences – versão 15.0.
O primeiro passo foi obter uma visão geral da amostra, de modo a observar o comportamento das
variáveis nas duas organizações pesquisadas. A Tabela 8, abaixo, apresenta valores mínimos,
máximos, médias e desvios padrão para as variáveis da pesquisa nas duas organizações.
TABELA 8 Dados Estatísticos por Organização
FATORES ORGANIZAÇÃO N MÍNIMO MÀXIMO MEAN
Std.
DESVIATION
JOVEM EXECUTIVA
83 1,00 7,00
4,93
1,55
IDENTIFICAÇÃO
VELHA SENHORA
88 1,00 7,00
5,53
1,46
JOVEM EXECUTIVA
84 1,00 7,00
4,03
1,57
INTERNALIZAÇÃO
VELHA SENHORA
88 1,60 7,00
4,91
1,29
JOVEM EXECUTIVA
84 1,00 7,00
4,90
1,67
AFILIAÇÂO
VELHA SENHORA
88 1,33 7,00
5,78
1,29
JOVEM EXECUTIVA
84 1,00 5,00
2,99
0,93
ALINHAMENTO
VELHA SENHORA
88 1,00 5,00
3,34
1,02
JOVEM EXECUTIVA
84 1,17 7,00
4,95
1,23
SATISFAÇÂO
VELHA SENHORA
88 2,17 7,00
4,70
0,96
JOVEM EXECUTIVA
84 1,00 5,00
2,45
1,23
INTENÇÃO DE DEIXAR A
ORG.
VELHA SENHORA
88 1,00 5,00
2,04
1,17
JOVEM EXECUTIVA
84 3,00 7,00
5,49
0,77
ALTRUÍSMO
VELHA SENHORA
88 3,00 7,00
5,68
0,84
JOVEM EXECUTIVA
84 3,00 7,00
5,03
0,84
AQUIESCÊNCIA
VELHA SENHORA
87 3,44 6,89
4,99
0,76
JOVEM EXECUTIVA
84 3,56 6,45
5,26
0,60
CIDADANIA
VELHA SENHORA
88 3,56 6,57
5,33
0,58
JOVEM EXECUTIVA
84 1,00 3,11
1,70
0,53
ANTISOCIAL
VELHA SENHORA
88 1,00 3,11
1,60
0,52
JOVEM EXECUTIVA
82 2,83 7,00
5,84
1,01
CONDUTA ÉTICA
VELHA SENHORA
88 2,83 7,00
5,84
1,11
JOVEM EXECUTIVA
84 1,75 7,00
5,82
1,41
DISTORÇAO
VELHA SENHORA
87 1,00 7,00
5,90
1,44
JOVEM EXECUTIVA
82 3,00 7,00
5,84
0,92
CLIMA ÉTICO
VELHA SENHORA
88 2,58 7,00
5,87
1,00
JOVEM EXECUTIVA
84 2,20 7,00
6,14
0,72
AUTOESTIMA
VELHA SENHORA
87 2,20 7,00
6,16
0,90
Fonte: Dados extraídos do SPSS. Tabela elaborada pela autora.
77
A fim de observar diferenças sistemáticas entre os valores observados para cada variável nas duas
organizações, fez-se, a seguir, uma análise por meio da aplicação do teste T de Student. Os
resultados demonstram que houve uma diferença significativa entre as médias observadas na
Velha Senhora e na Jovem Executiva para a variável IDENTIFICAÇÃO (t = 2,62, p < 0,01)
(vide Tabela 9). A média em IDENTIFICAÇÃO na Velha Senhora foi significativamente
superior (5,53) à média observada na Jovem Executiva (4,93). O mesmo foi observado nos níveis
INTERNALIZAÇÃO (X
VELHA SENHORA
= 4,91 e X
JOVEM EXECUTIVA
= 4,03), AFILIAÇÃO (X
VELHA
SENHORA
= 5,78 e X
JOVEM EXECUTIVA
= 4,90), ALINHAMENTO (X
VELHA SENHORA
= 3,34 e X
JOVEM
EXECUTIVA
= 2,99) e INTENÇÃO DE DEIXAR A ORGANIZAÇÃO (X
VELHA SENHORA
= 2,04 e
X
JOVEM EXECUTIVA
= 2,45). Observou-se que, com exceção da INTENÇÃO DE DEIXAR A
ORGANIZAÇÃO, para todas as variáveis mencionadas, os valores são significativamente
maiores na Velha Senhora onde esta relação se inverte (vide Tabela 8).
TABELA 9 Teste T de Student: DIFERENÇAS ENTRE ORGANIZAÇÕES
VARIÁVEIS
t df
SIG.
(2-TAILED)
MEAN
DIFFERENCE
IDENTIFICAÇÃO -2,62 170 0,01 -0,60
INTERNALIZAÇÃO -4,05 170 0,00 -0,89
AFILIAÇÃO -3,88 170 0,00 -0,88
ALINHAMENTO -2,37 170 0,02 -0,35
SATISFAÇÃO
1,48 169 0,14 0,25
INTENÇÃO DE DEIXAR A ORG.
2,29 170 0,03 0,41
ALTRUÍSMO
-1,52 170 0,13 -0,19
AQUIESCÊNCIA
0,35 169 0,72 0,04
CIDADANIA
-0,77 169 0,44 -0,07
ANTISOCIAL
1,21 170 0,23 -0,09
CONDUTA ÉTICA
0,04 168 0,97 -0,01
DISTORÇÃO
-0,37 168 0,71 -0,08
CLIMA ÉTICO
-0,19 167 0,85 0,03
AUTO-ESTIMA
E
Q
U
A
L
V
A
R
I
A
N
C
E
A
S
S
U
M
E
D
-0,12 169 0,91 -0,01
Fonte: Dados extraídos do SPSS. Tabela elaborada pela autora.
78
Em relação aos dados biográficos dos colaboradores, a análise dos resultados obtidos indica
maiores índices de IDENTIFICAÇÃO ORGANIZACIONAL, nesta amostra, entre pessoas acima
de 45 anos, do sexo feminino, com instrução de nível médio e em exercício na organização há
mais de 10 anos (vide Tabela 10).
TABELA 10 IDENTIFICAÇÃO ORGANIZACIONAL X DADOS BIOGRÁFICOS
IDADE
MEAN N STD. DEVIATION
de 19 a 34 anos 4,93 70 1,43
de 35 a 45 anos 5,17 44 1,65
acima de 45 anos
5,65
58 1,49
Total 5,23 172 1,53
SEXO
MEAN N STD. DEVIATION
Masculino 5,02 77 1,58
Feminino
5,41
95 1,48
Total 5,23 172 1,53
INSTRUÇÃO
MEAN N STD. DEVIATION
Ensino Médio
5,40
45 1,59
Graduação 5,09 72 1,61
Pós-graduação 5,28 55 0,97
Total 5,23 172 1,53
TEMPO ORGANIZAÇÃO
MEAN N STD. DEVIATION
de 1 a 3 anos 5,04 80 1,49
de 3 a 10 anos 5,00 44 1,56
acima de 10 anos
5,77
58 1,48
IDENTIFICAÇÃO ORGANIZACIONAL
Total 5,23 172 1,53
Fonte: Dados extraídos do SPSS. Tabela elaborada pela autora.
79
Na seqüência, para fins de análise dos aspectos relacionados ao vínculo organizacional, foram
observadas as subamostras de VÍNCULOS ESTÁVEIS – servidores públicos de carreira – e
NÃO ESTÁVEIS – funcionários terceirizados e ocupantes de cargo comissionado – (vide Tabela 10).
TABELA 11 Dados Estatísticos por VÍNCULO ORGANIZACIONAL
FATORES VÍNCULO N MÍNIMO XIMO MEAN
STD.
DEVIATION
ESTÁVEIS
66 1,00 7,00
5,21
1,43
IDENTIFICAÇÃO
NÃO ESTÁVEIS
99 1,00 7,00
5,25
1,64
ESTÁVEIS
66 1,00 7,00
4,69
1,53
INTERNALIZAÇÃO
NÃO ESTÁVEIS
99 1,00 7,00
4,31
1,49
ESTÁVEIS
66 1,00 7,00
5,55
1,42
AFILIAÇÂO
NÃO ESTÁVEIS
99 1,00 7,00
5,26
1,64
ESTÁVEIS
66 1,00 5,00
3,22
0,98
ALINHAMENTO
NÃO ESTÁVEIS
99 1,00 5,00
3,14
1,01
ESTÁVEIS
65 1,17 7,00
4,87
1,18
SATISFAÇÂO
NÃO ESTÁVEIS
99 2,17 7,00
4,76
1,06
ESTÁVEIS
66 1,00 5,00
2,42
1,16
INTENÇÃO DE
DEIXAR A ORG.
NÃO ESTÁVEIS
99 1,00 5,00
2,15
1,23
ESTÁVEIS
66 3,00 7,00
5,48
0,84
ALTRUÍSMO
NÃO ESTÁVEIS
99 3,00 7,00
5,64
0,80
ESTÁVEIS
65 3,78 7,00
5,03
0,79
AQUIESCÊNCIA
NÃO ESTÁVEIS
99 3,00 6,67
4,97
0,79
ESTÁVEIS
65 3,56 6,57
5,25
0,67
CIDADANIA
NÃO ESTÁVEIS
99 3,64 6,48
5,31
0,52
ESTÁVEIS
66 1,00 3,00
1,65
0,56
ANTISOCIAL
NÃO ESTÁVEIS
99 1,00 3,11
1,63
0,51
ESTÁVEIS
65 3,17 7,00
5,72
0,97
CONDUTA ÉTICA
NÃO ESTÁVEIS
98 2,83 7,00
5,89
1,13
ESTÁVEIS
64 2,75 7,00
5,97
1,31
DISTORÇAO
NÃO ESTÁVEIS
99 1,00 7,00
5,78
1,50
ESTÁVEIS
64 3,21 7,00
5,86
0,95
CLIMA ÉTICO
NÃO ESTÁVEIS
98 2,58 7,00
5,83
0,99
ESTÁVEIS
66 3,60 7,00
6,24
0,78
AUTO-ESTIMA
NÃO ESTÁVEIS
98 2,20 7,00
6,07
0,85
Fonte: Dados extraídos do SPSS. Tabela elaborada pela autora.
A análise das médias encontradas demonstra a inexistência de diferenças significativas entre
funcionários estáveis e não estáveis, em todas as variáveis pesquisadas (vide Tabela 11).
80
TABELA 12 Teste T de Student: DIFERENÇAS ENTRE VÍNCULOS
VARIÁVEIS
t df
SIG.
(2-TAILED)
MEAN
DIFFERENCE
IDENTIFICAÇÃO
-0,49 165 0,62 -0,12
INTERNALIZAÇÃO
1,35 165 0,18 0,32
AFILIAÇÃO
0,30 165 0,76 0,07
ALINHAMENTO
0,03 165 0,97 0,00
SATISFAÇÃO
0,88 165 0,38 0,16
INTENÇÃO DE DEIXAR A ORG.
1,16 165 0,25 0,23
ALTRUÍSMO
-0,95 165 0,34 -0,12
AQUIESCÊNCIA
0,63 164 0,53 0,08
CIDADANIA
-0,25 165 0,80 -0,02
ANTISOCIAL
0,37 166 0,71 0,03
CONDUTA ÉTICA
-0,75 163 0,46 -0,13
DISTORÇÃO
0,83 163 0,41 0,20
CLIMA ÉTICO
0,37 162 0,71 0,06
AUTO-ESTIMA
E
Q
U
A
L
V
A
R
I
A
N
C
E
A
S
S
U
M
E
D
1,53 164 0,13 0,20
Fonte: Dados extraídos do SPSS. Tabela elaborada pela autora.
Outra investigação observada contemplou o questionamento, de livre resposta, das razões que
levaram a pessoa a escolher uma organização pública para trabalhar. Obtivemos somente cinco
tipos de resposta, como primeira e segunda razões: busca pela estabilidade, exercício ideológico
da função pública, oportunidade de emprego, experiência profissional na área e boa remuneração.
Os resultados demonstram que a idéia de prestar serviços à população e a busca pela estabilidade
são extremamente importantes, mesmo para os funcionários terceirizados e ocupantes de cargo
comissionados que não possuem, de fato, estabilidade no emprego (Figura 10). Ao observarmos a
importância atribuída à boa remuneração, nota-se que as diferenças salariais existentes nas duas
organizações exercem influência na opção pelo exercício da função pública para os respondentes
da Jovem Executiva, tendo sido mencionada por 20% daqueles funcionários e, não tendo sido
citada por nenhum na Velha Senhora.
81
As tabelas 12 e 13, a seguir, apresentam estatísticas descritivas e correlações entre variáveis de
interesse neste estudo a partir da observação de toda a população da amostra.
TABELA 13 Dados Descritivos da AMOSTRA CONSOLIDADA
FATORES N MÍNIMO MÁXIMO MEAN
Std. Error
MEAN
STD.
DEVIATION
IDENTIFICAÇÃO
172 1,00 7,00
5,23
0,12 1,53
INTERNALIZAÇÃO
172 1,00 7,00
4,48
0,11 1,50
AFILIAÇÃO
172 1,00 7,00
5,35
0,12 1,55
ALINHAMENTO
172 1,00 5,00
3,17
0,07 0,99
SATISFAÇÃO
171 1,17 7,00
4,82
0,08 1,10
INTENÇÃO DE
DEIXAR A ORGANIZAÇÃO
172 1,00 5,00
2,24
0,09 1,21
ALTRUÍSMO 172 3,00 7,00
5,58
0,06 0,81
AQUIESCÊNCIA 171 3,00 7,00
5,01
0,06 0,80
CIDADANIA
171 3,56 6,57
5,30
0,04 0,59
ANTISOCIAL
172 1,00 3,11
1,65
0,04 0,52
CONDUTA ÉTICA 170 2,83 7,00
5,84
0,08 1,06
DISTORÇÃO 170 1,00 7,00
5,86
0,11 1,42
CLIMA ÉTICO
169 2,58 7,00
5,86
0,07 0,96
AUTO-ESTIMA
171 2,20 7,00
6,15
0,06 0,81
Fonte: Dados extraídos do SPSS. Tabela elaborada pela autora.
ES
T
ABI
L
I
D
ADE
I
D
E
OL
OG
I
A
OPORTUNIDAD
E
EXPERIÊNCI
A
REMUN
E
RAÇ
Ã
O
1ª OPÇÃO
2ª OPÇÃO
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
FIGURA 10 Escolha pelo EXERCÍCIO DA FUNÇÃO PÚBLICA
Fonte: Dados extraídos do SPSS. Fi
g
ura elaborada
p
ela autora.
82
FATORES
IDENTI
FICAÇÃO
SATIS
FAÇÃO
INTERNA
LIZAÇÃO
AFILI
AÇÃO
AUTO-
ESTIMA
EXIT
ALTRU
ÍSMO
AQUIES
CÊNCIA
ANTI
SOCIAL
A
LINHA
MENTO
CONDUTA
ÉTICA
CIDA
DANIA
DIS
TORÇÃO
CLIMA
ÉTICO
r
AMOSTRA CONSOLIDADA
N 172
0,31** 0,60** 0,60** 0,18* -0,39** 0,27** -0,12 -0,07 0,46** 0,11 0,10 -0,03 0,03
r
JOVEM EXECUTIVA
N 084 0,46* 0,60* 0,71* 0,19 -0,35* 0,26** -0,11 -0,10 0,43* 0,15 0,09 0,12 0,17
IDENTIFICAÇÃO
r
VELHA SENHORA
N 088 0,21** 0,57* 0,41* 0,17 -0,38* 0,24** -0,13 -0,01 0,46* 0,09 0,09 -0,20 -0,09
r
AMOSTRA CONSOLIDADA
N 172
0,41** 0,42** 0,20** -0,17* 0,10 -0,01 -0,23** 0,28** 0,23** 0,06 0,00 0,11
r
JOVEM EXECUTIVA
N 084 0,47* 0,60 0,20 -0,32* 0,22** -0,08 -0,24** 0,31* 0,34* 0,08 0,07 0,21
SATISFAÇÃO
r
VELHA SENHORA
N 088 0,46*
0,27* 0,22**
-0,03 0,01 0,07
-0,26* 0,32*
0,12 0,05 -0,06 0,02
r
AMOSTRA CONSOLIDADA
N 171
0,69 0,24** -0,32** 0,27** 0,01 -0,23** 0,56** 0,15* 0,19* 0,06 0,12
r
JOVEM EXECUTIVA
N 084 0,74* 0,22** -0,40* 0,33* 0,02 -0,17 0,50* 0,23** 0,23** 0,18 0,25**
INTERNALIZAÇÃO
r
VELHA SENHORA
N 088 0,55* 0,28* -0,16 0,17 0,02 -0,26* 0,59* 0,10 0,13 -0,08 -0,01
r
AMOSTRA CONSOLIDADA
N 172 0,16* -0,47** 0,19* -0,06 -0,22** 0,46** 0,20* 0,09 -0,03 0,07
r
JOVEM EXECUTIVA
N 084 0,17* -0,47** 0,25 0,01 -0,20 0,49* 0,25** 0,17 0,08 0,16
AFILIAÇÂO
r
VELHA SENHORA
N 088 0,16 -0,42* 0,08 -0,15 -0,22** 0,38* 0,17 -0,05 -0,17 -0,03
r
AMOSTRA CONSOLIDADA
N 171
-0,02 0,11 -0,03 -0,24** 0,26** 0,02 0,05 -0,03 -0,01
r
JOVEM EXECUTIVA
N 084 -0,08 0,10 0,02 -0,28** 0,19 0,13 0,08 0,11 0,15
AUTO-ESTIMA
r
VELHA SENHORA
N 087 0,03 0,12 -0,08 -0,22** 0,32* -0,06 0,04 -0,12 -0,12
r
AMOSTRA CONSOLIDADA
N 172
-0,12 0,06 0,03 -0,29** -0,12 -0,04 -0,01 -0,06
r
JOVEM EXECUTIVA
N 084 -0,10 -0,01 0,00 -0,20 -0,19 -0,08 -0,09 -0,14
INTENÇÃO DE
DEIXAR A ORG.
r
VELHA SENHORA
N 088 -0,10 0,14 0,03 -0,33* -0,07 0,02 0,07 0,01
r
AMOSTRA CONSOLIDADA
N 172
0,06 0,01 0,25** 0,19* 0,73** 0,05 0,13
r
JOVEM EXECUTIVA
N 084 0,11 -0,05 0,26** 0,36* 0,72* 0,13 0,27**
ALTRUÍSMO
r
VELHA SENHORA
N 088 0,02 0,08 0,22 0,06 0,75* -0,02 0,02
r
AMOSTRA CONSOLIDADA
N 172
-0,04 -0,05 0,01 0,72** -0,04 -0,09
r
JOVEM EXECUTIVA
N 084 -0,08 0,00 0,15 0,77* -0,11 0,02
AQUIESCÊNCIA
r
VELHA SENHORA
N 088 0,00 -0,10 -0,13 0,68* 0,02 -0,06
r
AMOSTRA CONSOLIDADA
N 172
-0,33** -0,12 -0,02 -0,16** -0,17**
r
JOVEM EXECUTIVA
N 084 -0,33* -0,13 -0,09 -0,24** -0,23**
ANTISOCIAL
r
VELHA SENHORA
N 087 -0,30* -0,11 0,06 -0,08 -0,12
r
AMOSTRA CONSOLIDADA
N 172
0,12 0,13 -0,01 0,05
r
JOVEM EXECUTIVA
N 084 0,20 0,17 0,09 0,15
ALINHAMENTO
r
VELHA SENHORA
N 088 0,07 0,09 -0,10 -0,03
r
AMOSTRA CONSOLIDADA
N 170 0,13 0,20** 0,70**
r
JOVEM EXECUTIVA
N 082 0,33* 0,17 0,66*
CONDUTA
ÉTICA
r
VELHA SENHORA
N 088 -0,04 0,23 0,72*
r
AMOSTRA CONSOLIDADA
N 171
0,01 0,08
r
JOVEM EXECUTIVA
N 082 0,01 0,19
CIDADANIA
r
VELHA SENHORA
N 088 0,00 -0,02
r
AMOSTRA CONSOLIDADA
N 170
0,85**
r
JOVEM EXECUTIVA
N 082 0,85*
DISTORÇÃO
r
VELHA SENHORA
N 088 0,84*
r
AMOSTRA CONSOLIDADA
N 170
r
JOVEM EXECUTIVA
N 082
CLIMA ÉTICO
r
VELHA SENHORA
N 088
**. Correlação é significativa p < 0,01
*. Correlação é significativa p < 0,05
TABELA 14 Correlação Linear de Pearson: AMOSTRA CONSOLIDADA & ORGANIZAÇÕES
Fonte: Dados extraídos do SPSS. Tabela elaborada pela autora.
82
83
A observação dos resultados para a amostra como um todo (vide Apêndice B), permite-nos
verificar que há uma significativa associação entre a variável IDENTIFICAÇÃO e as variáveis
INTERNALIZAÇÃO DE VALORES (r = 0,60; p < 0,01) e NECESSIDADE DE AFILIAÇÃO (r
= 0,60; p < 0,01). Uma relação significativa, porém de magnitude menor, é observada entre as
variáveis IDENTIFICAÇÃO e ALINHAMENTO DE VALORES
(r = 0,46; p < 0,01). Os dados
apresentam também uma relação negativa entre a variável IDENTIFICAÇÃO e a variável
INTENÇÃO DE DEIXAR A ORGANIZAÇÃO (r = - 0,39; p < 0,01). O CLIMA ÉTICO, na
amostra global, não apresentou relação significativa com a variável IDENTIFICAÇÃO
(r = - 0,03; p = n.s.). A variável IDENTIFICAÇÃO apresentou uma relação positiva e de
considerável magnitude com as variáveis SATISFAÇÃO (r = 0,31; p < 0,01), ALTRUÍSMO
(r = 0,25; p<0,05) e AUTO-ESTIMA (r = 0,18; p<0,05), porém, não se observou o mesmo em
relação às variáveis CIDADANIA (r = 0,10; p = n.s.) e COMPORTAMENTO ANTI-SOCIAL
(r = -0,72; p = n.s.).
Fonte: Dados extraídos do SPSS. Figura elaborada pela autora.
FIGURA 11 Modelo das CORRELA
Ç
ÕES ENTRE VARIÁVEIS DA PESQUISA
AUTO-ESTIMA
AUTO-ESTIMA
AFILIAÇÃO
AFILIAÇÃO
INTERNALIZAÇÃO
INTERNALIZAÇÃO
ALINHAMENTO
ALINHAMENTO
CONDUTA
CONDUTA
DISTORÇÃO
DISTORÇÃO
SATISFAÇÃO
SATISFAÇÃO
ANTI-SOCIAL
ANTI-SOCIAL
INTENÇÃO DE
DEIXAR A ORG.
INTENÇÃO DE
DEIXAR A ORG.
ALTRUÍSMO
ALTRUÍSMO
AQUIESCÊNCIA
AQUIESCÊNCIA
ANTECEDENTES
CONSEQÜÊNCIAS
IDENTIFICAÇÃO
INTERNALIZAÇÃO
CLIMA ÉTICO
CIDADANIA
0,60**
0,18*
0,46**
0,31**
0,27**
-0,39**
**
Associação significativa p < 0,01
*
Associação significativa p < 0,05
84
O último passo foi a aplicação da Análise de Regressão Linear Múltipla para verificar as
hipóteses do estudo. É importante registrar que as mesmas análises foram realizadas para as duas
organizações, separadamente, e os resultados comprovaram igualmente as hipóteses (vide
Apêndice C). Assim, apresentamos, a seguir, a análise para a amostra consolidada.
Este procedimento foi realizado em estágios, incluindo variáveis de controle e de interesse em um
mesmo modelo estatístico. No primeiro estágio, incluiu-se a variável TEMPO NA ORGANIZAÇÃO
no modelo como variável de controle, e a variável AUTO-ESTIMA, para testar H3. A análise, neste
estágio, demonstrou ser o modelo significativo, sendo R² = 0,08 e F
Change (3,164)
= 4,92 (p<0,01).
Destaque-se que tais efeitos concentram-se diretamente no TEMPO NA ORGANIZAÇÃO (β =
0,23, p<0,01) e na AUTO-ESTIMA (β = 0,19, p<0,05), confirmando, assim, H3 neste estudo. Em
seguida, incluiu-se no modelo a variável ALINHAMENTO. Os resultados sugeriram efeito
significativo, sendo: R² = 0,16, F
Change
(1,163)
= 33,48 e p<0,00; tais resultados dão suporte à hipótese
H2 neste estudo. Finalmente, a variável CLIMA ÉTICO foi incluída no modelo. Os resultados não
indicaram uma mudança significativa no coeficiente de determinação, sendo o R² = 0,01 e F
Change
(1,162)
= 0,00 e p = n.s. A H1 não foi confirmada nesta amostra.
TABELA 15 Regressão IDENTIFICAÇÃO
VARIÁVEIS
F
Change
β
PREDITORES GRUPO A
TEMPO ORG.
0,23 *
AUTO-ESTIMA
0,08 0,08 4,92
0,20 **
PREDITORES GRUPO B
ALINHAMENTO 0,24 0,16 33,46 0,42 *
PREDITORES GRUPO C
CLIMA ÉTICO
0,24 0,00 0,00 -0,01
* p < 0,01
** p < 0,05
p = n.s.
Fonte: Dados extraídos do SPSS. Tabela elaborada pela autora.
Variável dependente: IDENTIFICAÇÂO
85
O mesmo procedimento foi aplicado para verificar o efeito da variável IDENTIFICAÇÃO na
CIDADANIA, incluindo como variáveis de controle o TEMPO NA ORGANIZAÇÃO, a
SATISFAÇÃO e o CLIMA ÉTICO. Porém, o modelo de regressão como um todo não apresentou
coeficiente de determinação significativo R² = 0,01, F
Change (1,163)
= 1,27 e p = n.s. Portanto, H4
não foi confirmada nesta amostra.
TABELA 16 Regressão CIDADANIA
VARIÁVEIS
F
Change
β
PREDITORES GRUPO A
CLIMA ÉTICO
0,07 †
SATISFAÇÃO
0,01 0,01 0,70
0,05 †
PREDITORES GRUPO B
IDENTIFICAÇÃO
0,02 0,01 1,27 0,09
* p < 0,01
** p < 0,05
p = n.s.
Fonte: Dados extraídos do SPSS. Tabela elaborada pela autora.
Na seqüência, aplicou-se a análise de regressão para verificar as conseqüências da identificação
organizacional. A primeira análise contemplou a INTENÇÃO DO INDIVÍDUO DE DEIXAR
A ORGANIZAÇÃO como variável dependente, sendo incluídas no modelo as variáveis
independentes de controle TEMPO NA ORGANIZAÇÃO e SATISFAÇÃO, e a variável de
interesse IDENTIFICAÇÃO. Esta análise gerou um coeficiente de determinação significativo
para o modelo final R² = 0,18 e F
Change (4,166)
= 8,97 e p < 0,00. Os primeiros estágios desta análise
avaliaram a contribuição isolada das variáveis de controle, quando se observou um efeito
negativo significativo do TEMPO NA ORGANIZAÇÃO (β = -0,23 e p < 0,01) e da
SATISFAÇÃO (β = -0,21, p = 0,01) na INTENÇÃO DE DEIXAR A ORGANIZAÇÃO.
Variável dependente: CIDADANIA
86
A inclusão da variável identificação, neste modelo, gerou um incremento significativo no poder
explicativo do modelo, sendo R² = 0,08, F
Change
(1,166)
= 16,74 e p < 0,01). O coeficiente de
regressão da variável IDENTIFICAÇÃO (β = -0,32, p = 0,00) confirma H5 nesta amostra.
TABELA 17 Regressão INTENÇÃO DE DEIXAR A ORGANIZAÇÃO
VARIÁVEIS
F
Change
β
PREDITORES GRUPO A
TEMPO ORG.
0,05 0,05 4,68 -0,22 *
PREDITORES GRUPO B
SATISFAÇÃO
0,09 0,04 7,74 -0,21 *
PREDITORES GRUPO C
IDENTIFICAÇÃO
0,18 0,08 16,74 -0,32 *
* p < 0,01
** p < 0,05
p = n.s.
Fonte: Dados extraídos do SPSS. Tabela elaborada pela autora.
Assim, os resultados das regressões lineares múltiplas acima apresentadas, produziram modelos
com força estatística que confirmam as hipóteses H2, H3 e H5. Contudo, estas mesmas análises
não confirmaram as hipóteses H1 e H4 (vide Figura 12). Vale ressaltar que os testes de H3, H4 e
H5 incluíram no modelo, como variáveis de controle, traços e atitudes associados à identificação
na literatura.
Variável dependente: INTENÇÃO DE DEIXAR A ORGANIZAÇÃO
87
Fonte: Dados extraídos do SPSS. Figura elaborada pela autora.
5.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA
Uma limitação da pesquisa é a inexistência de depoimentos que reforcem evidências encontradas,
devido à ausência de um maior alinhamento de valores, pessoa x organização, além das
peculiaridades e particularidades da cultura destas organizações. Consideram-se, ainda, como
fatores limitadores, o tamanho da amostra e o caráter transversal do estudo. A ampliação da
amostra e a implementação de um estudo longitudinal poderiam eliminar algum viés na
percepção dos antecedentes e nas conseqüências da identificação organizacional.
SIGNIFICATIVO 0.01
SEM SIGNIFICÂNCIA
*
H
H
H
H
HIPÓTESE CONFIRMADA HIPÓTESE NÃO CONFIRMADA
FIGURA 12 Modelo do TESTE DE HIPÓTESES
H3
H3
H4
H4
H5
H5
IDENTIFICAÇÃO
CIDADANIA
INTENÇÃO DE DEIXAR
A ORGANIZAÇÃO
β
= 0,09 †
AUTO-ESTIMA
AUTO-ESTIMA
ALINHAMENTO
ALINHAMENTO
CLIMA ÉTICO
CLIMA ÉTICO
β
= 0,19 *
H2
H2
β
= 0,42 *
H1
H1
β
= -0,01 †
β
= -0,32 *
88
CONCLUSÃO
Este estudo visou investigar os antecedentes e as conseqüências da identificação organizacional
em instituições públicas brasileiras. Com base em duas organizações do Ministério da Cultura/
Governo Federal, considerou os traços fortes da cultura brasileira, aspectos como a busca da
informalidade nas relações pessoais e a valorização da manifestação emocional (MOTTA, 1997),
além de relações paternalistas e concentração de poder (FREITAS, 1997; MACHADO e
HERNANDES, 2003) como reflexos de forte impacto nestas organizações. Outros aspectos
importantes considerados, no contexto atual, foram o papel do Estado, desprovido de
credibilidade; a desvalorização da figura do servidor público e a desmotivação disso decorrente,
prevalecendo um consenso coletivo em torno desta imagem.
Verificou-se que, apesar da visão das pessoas de fora sobre as organizações públicas em geral, a
percepção do clima ético é significativamente positiva nas organizações pesquisadas. O clima
ético tem importante papel na percepção da imagem destas organizações no processo de
identificação e reflete a forma como elas são vistas, interna e externamente (BROWN, 1993 apud
NALINI, 2001). No entanto, nesta pesquisa, não apresentou influência significativa na
identificação.
89
O estudo também incluiu a observação das diferenças entre as organizações pesquisadas.
Na Velha Senhora, notou-se diferenças significativamente superiores de identificação
organizacional, alinhamento de valores, pessoa x organização, necessidade de afiliação e
internalização de valores. Na Jovem Executiva, observou-se um índice superior de intenção de
deixar a organização (vide
Apêndice B). Estas diferenças podem ser explicadas ao observarmos a
variável tempo organizacional; segundo Barker e Tompkins (apud PRATT, 2000), a identificação
organizacional tende a variar de acordo com o tempo de trabalho na organização. Enquanto 57%
dos funcionários da Jovem Executiva têm vínculo empregatício inferior a dois anos e, por
conseguinte, ainda não conhecem nem assimilaram grande parte dos valores e cultura
organizacionais, a Velha Senhora tem 80% dos funcionários com vínculo entre 2 e 31 anos na
organização (vide Tabela 5). Observe-se que as duas organizações passam por processos
complementares, uma de amadurecimento e a outra, de renovação. É importante registrar que as
duas organizações apresentaram os mesmos resultados para o teste das hipóteses, o que nos
permite afirmar, com toda a certeza, que as instituições com uma cultura mais forte
provavelmente terão os mesmos resultados de forma mais intensa. Este fato, além do
delineamento de um perfil organizacional restrito que contempla organizações de mesma
natureza, abrangência e caráter burocrático, levou-nos a reuni-las, nesta investigação, em uma
única amostra.
Tomando como base os conceitos de identificação organizacional testados e consagrados por
Ashforth e Mael (1989) e Pratt (1998), verificou-se que existe identificação organizacional no
serviço público federal. A identificação está presente, independentemente do tipo de vínculo com
a organização, e fortemente correlacionada ao sentimento de afiliação, internalização de valores
90
expressos pelo sentimento de envolvimento moral, de adesão, introjeção de valores e objetivos
organizacionais, frutos dos vínculos sociais destas organizações (VANDEBERG et al, 1994).
A estabilidade de emprego, muitas vezes associada à ideologia, foi citada como a principal razão
pela opção da carreira pública. Infere-se que a combinação desses fenômenos forma a base da
identificação dos sujeitos desta pesquisa, na medida em que a identificação com a organização
tem uma associação linear e positiva com a realização dos desejos (MAEL e ASHFORTH, 1992).
Ao analisarmos as conseqüências da identificação organizacional observamos que embora não
comprovada a associação da cidadania à identificação organizacional, nesta amostra, os índices
de comportamento cidadão indicaram uma forte consciência sobre o papel que estes servidores
têm a desempenhar, necessários à manutenção de um serviço voltado às necessidades da
população. Vale destacar que a dimensão altruísmo – que reflete a conduta relacionada ao outro –
mostrou uma significativa influência na identificação; a dimensão aquiescência – que reflete a
conduta impessoal – não apresentou influência significativa.
Ainda em relação às conseqüências da identificação organizacional, buscou-se entender as
dimensões satisfação, intenção de deixar a organização e comportamento anti-social.
Em conformidade com a literatura, observou-se bons níveis de satisfação e efeito significativo
sobre a identificação. Porém, nesta amostra, a satisfação não está fortemente correlacionada com
a identificação organizacional – seus índices revelam a necessidade de estas organizações
promoverem esforços para obter, dos seus colaboradores, uma efetiva identificação
organizacional. A investigação confirmou a relação negativa da identificação organizacional com
a intenção de deixar a organização. Apresentou baixos níveis de comportamento anti-social,
ratificando a consciência pública registrada na questão investigativa – que buscou entender a
91
razão da escolha do serviço público – e uma associação significativa desta variável como
conseqüência da satisfação no trabalho.
Em adição, foram testadas as hipóteses do presente experimento, nas quais as relações de
causalidade entre as diversas variáveis estudadas e a identificação organizacional, sob a ótica das
organizações públicas, representaram resultados consistentes para confirmar as hipóteses:
o alinhamento entre os valores do indivíduo e os da organização pública afeta positivamente a
identificação dos funcionários com estas organizações (H2); a auto-estima do indivíduo está
positivamente relacionada com a identificação organizacional (H3) e a identificação
organizacional está negativamente relacionada com a intenção dos funcionários de organizações
públicas de deixar voluntariamente a empresa (H5). Não foram consistentes para confirmar as
hipóteses: a percepção de um clima ético na organização pública afeta positivamente a
identificação dos funcionários com estas organizações (H1) e a identificação organizacional
está positivamente relacionada com o comportamento de cidadania organizacional de
funcionários de organizações públicas (H4).
Retomando os objetivos deste estudo, verifica-se que o fortalecimento do processo de
identificação organizacional tem importância significativa na intenção do indivíduo de
permanecer na organização e no esforço expendido em nome da mesma (DUTTON et al, 1994),
podendo contribuir, de forma efetiva, para a formação de uma nova imagem nas organizações
públicas brasileiras.
92
CONTRIBUIÇÕES & ESTUDOS FUTUROS
De forma geral, este estudo contribui para a análise das formas de manifestação e percepção dos
fenômenos organizacionais ocorridos nas instituições públicas (vide Figura 11). A partir da
análise da identificação organizacional, foram validadas as dimensões auto-estima, internalização
de crenças e valores, necessidade de afiliação, alinhamento de valores pessoa x organização,
como antecedentes da identificação organizacional. E, ainda, as dimensões satisfação, altruísmo
(dimensão da cidadania) e vontade de permanecer na organização, como conseqüências.
Dada a importância que a identificação organizacional exerce no comportamento das pessoas no
exercício de suas funções, recomenda-se especial atenção à institucionalização dos valores
organizacionais. As possibilidades não se esgotam aqui. Estudos futuros poderão investigar a
visão que os funcionários possuem de si mesmos e do alinhamento de valores em ambientes
regidos por normas rígidas e excesso de burocracia. É preciso observar os fenômenos das
organizações públicas, assim como é imperativo reconhecer que outros fatores são igualmente
importantes. Recomenda-se investigações complementares, como expectativa de justiça e política
de recursos humanos – já apontados pela literatura. A forma como estes fenômenos ocorrem
merece ser investigada para permitir uma compreensão global das organizações públicas
brasileiras e avançar nos estudos da identificação, nesse contexto.
93
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