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Pereira
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Dissertação de Mestrado
Orientador: Prof. Enedir Ghisi, PhD
Florianópolis, 2009
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Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
C
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Universidade Federal de Santa Catarina
Departamento de Engenharia Civil
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil
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Influência do Envelope no
Influência do Envelope no Influência do Envelope no
Influência do Envelope no
Desempenho Térmico de Edificações
Desempenho Térmico de Edificações Desempenho Térmico de Edificações
Desempenho Térmico de Edificações
Residenciais Unifamiliares Ocupadas e
Residenciais Unifamiliares Ocupadas e Residenciais Unifamiliares Ocupadas e
Residenciais Unifamiliares Ocupadas e
Ventilad
VentiladVentilad
Ventiladas Naturalmente
as Naturalmenteas Naturalmente
as Naturalmente
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Civil da
Universidade Federal de Santa Catarina
como requisito à obtenção do título de
Mestre em Engenharia Civil.
Orientador: Prof. Enedir Ghisi, PhD
Florianópolis
2009
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Cláudia Donald Pereira
A Influência do Envelope no Desempenho Térmico de Edificações
Residenciais Unifamiliares Ocupadas e Ventiladas Naturalmente
Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de
Mestre em Engenharia Civil e aprovada em sua forma final pelo Programa de
Pós-Graduação.
_____________________________________
Prof. Glicério Trichês, Dr. – Coordenador do Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Civil
_____________________________________
Prof. Enedir Ghisi, Ph.D. – Orientador
COMISSÃO EXAMINADORA:
_____________________________________
Prof. Aldomar Pedrini, Ph.D. (UFRN) – Membro
_____________________________________
Prof. Roberto Lamberts, Ph.D. (UFSC) – Membro
_____________________________________
Profa. Solange Virginia Galarça Goulart, Ph.D. (UFSC) – Membro
Florianópolis, 27 de fevereiro de 2009
“O coração do homem traça o
seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os
passos.” (Provérbios 16:9)
A
A
GRADECIMENTOS
A Deus, Autor e Senhor da minha vida, que me guiou e conduziu em
toda essa caminhada.
À minha família, especialmente meus pais, Nehemias e Ilma, que em
todo o tempo apoiaram meus sonhos e planos, oraram por mim, e estiveram
sempre presentes, apesar da distância.
Ao meu amado Gabriel, que fez minha vinda a Florianópolis ter um
sentido muito maior e mais especial.
À família do Gabriel, que tem sido minha família em Florianópolis.
Ao meu orientador, Enedir Ghisi, sempre presente e pronto a ajudar.
Ao professor Roberto Lamberts, que possibilitou minha participação
nas pesquisas da Casa Eficiente, e me ajudou em diversos momentos.
A todos os amigos do LabEEE, que passaram por ali entre 2006 e
2008, e de alguma forma colaboraram, me oferecendo seu apoio e amizade.
Ao Miguel Pacheco, que além da sua amizade, me ofereceu sua ajuda
em diversos momentos, como na tradução de alguns textos.
Aos amigos de Maringá que permaneceram presentes na minha vida,
independente da distância física.
Aos amigos da Igreja Presbiteriana na Trindade, que me acolheram e
oraram por mim.
Ao Lepten, que colaborou com o fornecimento dos dados climáticos.
À Eletrosul e Eletrobrás, que permitiram minha participação nos
estudos com a Casa Eficiente, e financiaram minha pesquisa.
v
S
S
UMÁRIO
L
LISTA
DE
FIGURAS...................................................................................................
VII
L
LISTA
DE
TABELAS....................................................................................................
XII
R
RESUMO...................................................................................................................
XIV
A
ABSTRACT ................................................................................................................
XV
CAPÍTULO 1.......................................................................................................1
1
1
.
. INTRODUÇÃO........................................................................................................2
1.1. Apresentação do Problema e Justificativa .......................................................................2
1.2. Objetivos...........................................................................................................................7
1.2.1. Objetivo Geral......................................................................................................7
1.2.2. Objetivos Específicos ..........................................................................................7
1.3. Estrutura do Trabalho.......................................................................................................7
CAPÍTULO 2.......................................................................................................9
2
2
.
. REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA..................................................................................10
2.1. Avaliação do Desempenho Térmico de Edificações......................................................10
2.1.1. Métodos Internacionais......................................................................................10
2.1.2. Métodos Brasileiros ...........................................................................................14
2.2. Estudo do Desempenho Térmico do Envelope Sem Considerar a Ventilação Natural.17
2.3. Estudo do Desempenho Térmico do Envelope Considerando a Ventilação Natural.....22
2.4. Avaliação de Desempenho Térmico Utilizando Simulação Computacional ..................24
2.5. Considerações Finais.....................................................................................................27
CAPÍTULO 3.....................................................................................................28
3
3
.
. MÉTODO..............................................................................................................29
3.1. Monitoramento da Edificação.........................................................................................29
3.1.1. Descrição da Edificação Monitorada.................................................................29
3.1.2. Períodos de Monitoramento ..............................................................................34
3.1.3. Variáveis Monitoradas.......................................................................................34
3.2. Simulação Computacional..............................................................................................36
3.2.1. Calibração do Modelo para Simulação..............................................................37
3.2.1.1. Descrição do Modelo Inicial Para Calibração....................................................38
3.2.1.2. Ajustes no Modelo.............................................................................................50
3.2.1.3. Critérios para a Calibração................................................................................53
3.2.2. Definição do Modelo de Referência para as Simulações..................................55
3.2.2.1. Geometria .........................................................................................................55
vi
3.2.2.2. Temperatura do Solo ........................................................................................56
3.2.2.3. Materiais............................................................................................................56
3.2.2.4. Cargas Térmicas Internas.................................................................................58
3.2.2.5. Trocas de Ar......................................................................................................58
3.2.3. Variações no Modelo de Referência .................................................................58
3.2.3.1. Variação da Ventilação .....................................................................................58
3.2.3.2. Variação da Ocupação (Cargas Térmicas Internas) .........................................60
3.2.3.3. Variações de Propriedades Térmicas do Envelope ..........................................62
3.2.4. Tratamento dos Dados Finais............................................................................65
CAPÍTULO 4.....................................................................................................68
4
4
.
. RESULTADOS......................................................................................................69
4.1. Calibração do Modelo para Simulação ..........................................................................69
4.1.1. Simulações Sem Ventilação..............................................................................70
4.1.1.1. Resultados para o mês de Dezembro de 2007.................................................70
4.1.1.2. Resultados para o mês de Agosto de 2007 ......................................................74
4.1.2. Simulações Com Ventilação..............................................................................77
4.1.2.1. Resultados para o mês de Janeiro de 2008......................................................77
4.1.2.2. Resultados para o mês de Setembro de 2007..................................................80
4.2. Análises das Simulações de Desempenho Térmico......................................................82
4.2.1. Análises de Correlação......................................................................................89
4.2.2. Análise das Trocas Térmicas ............................................................................92
CAPÍTULO 5.....................................................................................................98
5
5
.
. CONCLUSÃO.......................................................................................................99
5.1. Limitações do Trabalho ................................................................................................101
5.2. Sugestões para Trabalhos Futuros..............................................................................101
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................103
R
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 104
APÊNDICES...................................................................................................108
A
APÊNDICE
A
P
LANTA E
C
ORTES DA
E
DIFICAÇÃO
E
STUDADA
....................................109
A
APÊNDICE
B
G
RÁFICOS DA
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.................................111
A
APÊNDICE
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RÁFICOS DA
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.....................................113
A
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.....................................116
A
APÊNDICE
E
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M
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.................................117
A
APÊNDICE
F
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ESULTADOS DE
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ESEMPENHO
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ÉRMICO DA
S
ALA
..............................119
vii
L
L
ISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 – Mapa do Brasil indicando a cidade de Florianópolis – SC..............4
Figura 1.2 Gráfico de temperaturas médias mensais de Florianópolis,
segundo as normais climatológicas de 1961 a 1990...................................5
Figura 1.3 – Gráfico de temperaturas dias mensais do ano climático de
referência de Florianópolis...........................................................................5
Figura 1.4 Carta Bioclimática gerada no Analysis Bio, com dados do ano
climático de referência de Florianópolis.......................................................6
Figura 2.1 – Zonas de conforto de verão e inverno da ASHRAE......................12
Figura 2.2 – Zona de Conforto de Givoni adaptada para climas quentes.........13
Figura 2.3 Método adaptativo zona de conforto para edifícios naturalmente
ventilados...................................................................................................14
Figura 3.1 Localização da residência monitorada na cidade de Florianópolis.
...................................................................................................................30
Figura 3.2 – Implantação da residência no pátio da Sede da Eletrosul............31
Figura 3.3 – Planta Baixa da residência. ..........................................................31
Figura 3.4 – Fotografias da residência – fachada Sul.......................................32
Figura 3.5 – Fotografia da residência – fachadas Norte e Oeste......................32
Figura 3.6 – Planta de cobertura da residência. ...............................................33
Figura 3.7 – Hobos U12 data logger - Onset Computer Corporation................35
Figura 3.8 Planta baixa da edificação com indicação dos pontos de medição
da temperatura utilizando Hobos...............................................................36
Figura 3.9 Perspectivas do modelo de calibração da simulação: fachadas
oeste e sul (a), e leste e norte (b)..............................................................38
Figura 3.10 – Plantas do modelo de calibração da simulação: térreo (a) e
superior (b). ...............................................................................................39
Figura 3.11 Esquema dos dois tipos de parede do modelo de calibração:
dupla (a) e simples (b)...............................................................................41
Figura 3.12 Esquema dos tipos de cobertura do modelo de calibração: telha
cerâmica (a), telha metálica (b), teto jardim (c), teto jardim + laje de
concreto (d)................................................................................................43
viii
Figura 3.13 Ocupação da casa período de monitoramento em agosto de
2007...........................................................................................................45
Figura 3.14 Ocupação da casa período de monitoramento em setembro de
2007...........................................................................................................46
Figura 3.15 Ocupação da casa período de monitoramento em janeiro de
2008...........................................................................................................47
Figura 3.16 – Esquema das Persianas.............................................................49
Figura 3.17 – Perspectiva do modelo de calibração com alteração na volumetria
da cobertura...............................................................................................51
Figura 3.18 – Equipamento Alta II.....................................................................52
Figura 3.19 – Perspectiva do modelo base.......................................................56
Figura 3.20 – Ocupação do modelo – dias úteis e finais de semana................60
Figura 3.21 Combinações de componentes do envelope, totalizando 12
variações. ..................................................................................................63
Figura 4.1 Comparação entre simulação 1 (modelo inicial) e medição em
dezembro/2007..........................................................................................70
Figura 4.2 Comparação entre simulação 2 (alteração na temperatura do solo)
e medição em dezembro/2007. .................................................................71
Figura 4.3 Comparação entre simulação 9 (alteração na infiltração de ar) e
medição em dezembro/2007. ....................................................................73
Figura 4.4 Comparação entre simulação 1 (modelo inicial) e medição em
agosto/2007...............................................................................................74
Figura 4.5 Comparação entre simulação 9 (alteração na infiltração de ar) e
medição em agosto/2007...........................................................................75
Figura 4.6 Corte da sala: Hobos utilizados para verificação de estratificação
na temperatura do ar. ................................................................................76
Figura 4.7 – Gráfico de temperaturas do ar: dias 2 a 5/11/2008.......................77
Figura 4.8 Comparação entre simulação 9 (alteração na infiltração de ar) e
medição em janeiro/2008...........................................................................78
Figura 4.9 – Comparação entre simulação 13 (expoente da velocidade do vento
= 0,5) e medição em janeiro/2008. ............................................................80
Figura 4.10 Comparação entre simulação 13 (expoente da velocidade do
vento = 0,5) e medição em setembro/2007. ..............................................81
Figura 4.11 – Esquema das simulações finais realizadas. ...............................82
ix
Figura 4.12 – Carta bioclimática gerada no programa Analysis Bio, para ........84
Figura 4.13 Porcentagens de horas de desconforto anuais no quarto de casal
relacionadas à transmitância térmica equivalente.....................................86
Figura 4.14 Porcentagens de horas de desconforto anuais no quarto de casal
relacionadas à capacidade térmica equivalente........................................86
Figura 4.15 Porcentagens de horas de desconforto anuais no quarto de casal
relacionadas ao atraso térmico equivalente...............................................86
Figura 4.16 Porcentagens de horas de desconforto no verão no quarto de
casal relacionadas à transmitância térmica equivalente............................88
Figura 4.17 Porcentagens de horas de desconforto no verão no quarto de
casal relacionadas à capacidade térmica equivalente...............................88
Figura 4.18 Porcentagens de horas de desconforto no verão no quarto de
casal relacionadas ao atraso térmico equivalente.....................................88
Figura 4.19 Correlação entre a porcentagem de horas de desconforto e as
propriedades térmicas da cobertura do quarto de casal: transmitância
térmica (a), capacidade térmica (b), e atraso térmico (c)...........................89
Figura 4.20 Correlação entre a porcentagem de horas de desconforto e as
propriedades térmicas da parede do quarto de casal: transmitância térmica
(a), capacidade térmica (b), e atraso térmico (c). ......................................90
Figura 4.21 Correlação entre a porcentagem de horas de desconforto e as
propriedades térmicas equivalentes do quarto de casal: transmitância
térmica (a), capacidade térmica (b), e atraso térmico (c)...........................91
Figura 4.22 Trocas de calor do quarto de casal Modelo Referência sem
ventilação e ocupação, nos dias 3 a 9 de janeiro......................................93
Figura 4.23 Trocas de calor do quarto de casal Modelo Referência com
ventilação e ocupação, nos dias 3 a 9 de janeiro......................................93
Figura 4.24 Temperatura do ar no exterior e no quarto Modelo Referência:
...................................................................................................................94
Figura 4.25 Trocas de calor do quarto de casal Variação Parede 6 sem
ventilação e ocupação...............................................................................96
Figura 4.26 Trocas de calor do quarto de casal Variação Parede 6 com
ventilação e ocupação...............................................................................96
Figura 4.27 Temperatura do ar no exterior e no quarto Variação Parede 6:
...................................................................................................................97
x
Figura A.1 – Planta baixa. ...............................................................................109
Figura A.2 – Corte AA. ....................................................................................110
Figura A.3 – Corte BB. ....................................................................................110
Figura B.1 Comparação entre simulação 3 (alteração na volumetria da
cobertura) e medição em dezembro/2007. ...................................................111
Figura B.2 Comparação entre simulação 4 (resistência térmica - 10%) e
medição em dezembro/2007. ................................................................111
Figura B.3 Comparação entre simulação 5 (resistência térmica + 10%) e
medição em dezembro/2007. ................................................................111
Figura B.4 Comparação entre simulação 6 (resistência térmica + 20%) e
medição em dezembro/2007. ................................................................112
Figura B.5 Comparação entre simulação 7 (alteração na absortância) e
medição em dezembro/2007. ................................................................112
Figura B.6 Comparação entre simulação 8 (alteração no ganho de calor
por equipamentos) e medição em dezembro/2007. ...............................112
Figura C.1 Comparação entre simulação 2 (alteração na temperatura do
solo) e medição em agosto/2007. ..........................................................113
Figura C.2 Comparação entre simulação 3 (alteração na volumetria da
cobertura) e medição em agosto/2007. .................................................113
Figura C.3 Comparação entre simulação 4 (resistência térmica - 10%) e
medição em agosto/2007. ...................................................................... 113
Figura C.4 Comparação entre simulação 5 (resistência térmica + 10%) e
medição em agosto/2007. ...................................................................... 114
Figura C.5 Comparação entre simulação 6 (resistência térmica + 20%) e
medição em agosto/2007. ...................................................................... 114
Figura C.6 Comparação entre simulação 7 (alteração na absortância) e
medição em agosto/2007. ...................................................................... 114
Figura C.7 Comparação entre simulação 8 (alteração no ganho de calor
por equipamentos) e medição em agosto/2007. ....................................115
Figura D.1 Comparação entre simulação 10 (coeficiente de descarga =
0,7) e medição em janeiro/2008. ...........................................................116
Figura D.2 Comparação entre simulação 11 (coeficiente de descarga =
0,5) e medição em janeiro/2008. ...........................................................116
Figura D.3 Comparação entre simulação 12 (coeficiente de descarga =
xi
0,3) e medição em janeiro/2008. ...........................................................116
Figura E.1 Comparação entre simulação 9 (alteração na infiltração de ar)
e medição em setembro/2007. .............................................................. 117
Figura E.2 Comparação entre simulação 10 (coeficiente de descarga =
0,7) e medição em setembro/2007. .......................................................117
Figura E.3 Comparação entre simulação 11 (coeficiente de descarga =
0,5) e medição em setembro/2007. .......................................................117
Figura E.4 Comparação entre simulação 12 (coeficiente de descarga =
0,3) e medição em setembro/2007. .......................................................118
Figura F.1 Porcentagens de horas de desconforto anuais na sala
relacionadas à transmitância térmica equivalente. ................................120
Figura F.2 Porcentagens de horas de desconforto anuais na sala
relacionadas à capacidade térmica equivalente. ...................................120
Figura F.3 Porcentagens de horas de desconforto anuais na sala
relacionadas ao atraso térmico equivalente. ..........................................121
Figura F.4 Correlação entre a porcentagem de horas de desconforto e as
propriedades rmicas da cobertura da sala: transmitância térmica (a),
capacidade térmica (b), e atraso térmico (c). .........................................121
Figura F.5 Correlação entre a porcentagem de horas de desconforto e as
propriedades térmicas da parede da sala: transmitância rmica (a),
capacidade térmica (b), e atraso térmico (c). .........................................122
Figura F.6 Correlação entre a porcentagem de horas de desconforto e as
propriedades térmicas equivalentes da sala: transmitância térmica (a),
capacidade térmica (b), e atraso térmico (c). .........................................122
Figura F.7 Trocas de calor da sala Modelo Referência sem ventilação e
ocupação. ..............................................................................................123
Figura F.8 Trocas de calor da sala Modelo Referência com ventilação e
ocupação. ..............................................................................................123
Figura F.9 Temperatura do ar no exterior e na sala Modelo Referência:
dias 03 a 09 de janeiro (a), e dias 02 a 08 de novembro (b). .................124
Figura F.10 – Temperatura do ar no exterior e na sala – Variação Parede 5:
dias 03 a 09 de janeiro (a), e dias 02 a 08 de novembro (b). .................124
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ISTA DE TABELAS
Tabela 2.1– Critérios de avaliação de desempenho térmico proposto em ABNT,
2008...........................................................................................................16
Tabela 3.1 – Especificações técnicas do Hobo U12.........................................34
Tabela 3.2 – Temperaturas do solo para o modelo inicial de calibração..........40
Tabela 3.3 Características dos materiais utilizados na simulação
computacional............................................................................................44
Tabela 3.4 Atividades realizadas e calor produzido nas zonas rmicas do
modelo.......................................................................................................46
Tabela 3.5 Abertura das janelas e portas externas nos períodos de
monitoramento em setembro/2007 e janeiro/2008. ...................................48
Tabela 3.6 Abertura das persianas nos períodos de monitoramento em
agosto e setembro de 2007, e janeiro de 2008..........................................50
Tabela 3.7 – Valores de temperatura média do solo obtidos in locoC]..........51
Tabela 3.8 – Valores corrigidos de absortância dos materiais..........................52
Tabela 3.9 – Simulações realizadas para a calibração e meses de análise.....54
Tabela 3.10 Valores de temperatura média do solo C] para as simulações.
...................................................................................................................56
Tabela 3.11 – Caractesticas da parede do modelo base................................57
Tabela 3.12 – Caractesticas da cobertura do modelo base............................57
Tabela 3.13 – Abertura das janelas e portas externas nos meses de verão. ...59
Tabela 3.14 – Abertura das janelas e portas externas nos meses de inverno..59
Tabela 3.15 Atividades realizadas e calor produzido nas zonas térmicas do
modelo.......................................................................................................61
Tabela 3.16 – Iluminação em cada zona térmica do modelo............................61
Tabela 3.17 – Padrão de uso da iluminação – dias úteis e finais de semana...62
Tabela 3.18 Descrição e Propriedades Térmicas das Coberturas Simuladas.
...................................................................................................................63
Tabela 3.19 – Descrição e Propriedades Térmicas das Paredes Simuladas. ..64
Tabela 3.20 Características dos materiais utilizados na simulação
computacional............................................................................................65
xiii
Tabela 4.1 Resultados das simulações comparadas às medições de
dezembro/2007..........................................................................................71
Tabela 4.2 Resultados das simulações comparadas às medições de
agosto/2007...............................................................................................75
Tabela 4.3 Resultados das simulações comparadas às medições de
janeiro/2008...............................................................................................79
Tabela 4.4 Resultados das simulações comparadas às medições de
setembro/2008...........................................................................................81
Tabela 4.5 – Porcentagem de horas de conforto e desconforto anuais............83
Tabela 4.6 Porcentagem de horas de conforto e desconforto do quarto de
casal no Modelo de Referência para ano inteiro, verão e inverno.............85
Tabela F.1 Porcentagem de horas de conforto e desconforto anuais na
sala. .......................................................................................................119
Tabela F.2 Porcentagem de horas de conforto e desconforto da sala no
Modelo de Referência. ........................................................................... 120
xiv
R
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ESUMO
Apesar do crescente número de pesquisas a respeito da influência da
especificação dos materiais construtivos da envoltória dos edifícios na
manutenção de seu desempenho térmico, é reduzido o número de estudos que
consideram o desempenho do envelope sob a influência da ventilação natural e
da ocupação pelos usuários. O objetivo central deste trabalho é investigar a
influência das propriedades rmicas do envelope no desempenho térmico de
edificações residenciais unifamiliares quando estas são ocupadas e ventiladas
naturalmente. O método utilizado compreende o estudo do desempenho
térmico do envelope de uma edificação residencial unifamiliar, através de
medições e de simulação computacional. Com a caracterização e
monitoramento de uma edificação real, foi possível criar e calibrar um modelo
para simulação computacional, utilizando o programa EnergyPlus. A calibração
permitiu a criação de um modelo computacional com resultados de temperatura
interna do ar similares ao medido na edificação real. Porém, tais resultados
foram melhores para o modelo sem ventilação que para o modelo com
ventilação. A partir do modelo calibrado, foram simuladas variações no
envelope da edificação, utilizando materiais com diferentes propriedades
térmicas. Para estas variações foram obtidos os valores de temperatura e
umidade do ar interno, e verificada a porcentagem de horas de desconforto em
um ano, através do programa Analysis Bio. Com isso, foi possível verificar a
correlação entre as horas de desconforto e as propriedades térmicas dos
componentes do envelope, a partir das quais se verificou que o envelope
exerce uma influência sobre o desempenho térmico da edificação, inclusive
quando esta é ocupada e ventilada naturalmente. Essa influência é mais
fortemente relacionada ao valor de capacidade térmica do componente do
envelope. Pode-se dizer que a transmitância térmica do componente exerce
fraca influência no desempenho térmico da edificação. Ressalta-se que os
resultados podem apresentar imprecisões pelo fato do programa computacional
considerar ambientes homogêneos termicamente e com distribuição uniforme
dos fluxos de ar.
xv
A
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BSTRACT
Despite the growing number of studies about the influence of materials
used in the envelope on the thermal performance of buildings, there are few
studies that consider the performance of the building’s envelope under the
influence of natural ventilation and occupation. The main objective of this work
is to investigate the influence of the thermal properties of the envelope on the
thermal performance of houses when they are occupied and naturally
ventilated. The method used includes the study of the thermal performance of a
single-family residential building envelope’s thermal properties, through both
measurements and computer simulation. With the characterization and
monitoring of an actual building, it was possible to create and calibrate a model
for computer simulation, using the EnergyPlus computer program. By calibration
it was possible to create a computer model with results of indoor air
temperature similar to the measured values. However, such results were better
for the model without ventilation than for the model with ventilation. From the
calibrated model, several variations of the building’s envelope were made, each
using materials with different thermal properties. For each variation, the values
for air temperature and air humidity were found and, from those values, verified
the percentage of discomfort hours in a year through the Analysis Bio computer
program. With the results obtained it was possible to verify the correlation
between thermal discomfort hours and the envelope’s thermal properties. From
these correlations, it was found that there is an influence of the envelope on the
thermal performance of the occupied and naturally ventilated building. This
influence is more strongly related to the value of the envelope’s thermal
capacity. It’s possible to say that the envelope’s thermal transmittance
exercises a weak influence on the building’s thermal performance. It should also
be highlighted that the results may present inaccuracies because the
EnergyPlus computer program considers that the rooms are thermally
homogeneous and have a perfect mix of air flow.
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INTRODUÇÃO
1.1. Apresentação do Problema e Justificativa
Os primeiros anos do culo XXI estão sendo cercados por uma rie
de discussões sobre economia de energia, geradas em grande parte pelos
indícios do aquecimento global e suas desastrosas conseqüências e, mais
especificamente no Brasil, pela crise energética ocorrida em 2001. Mendes et
al. (2005) esclarecem que, nesse ano, o sistema elétrico brasileiro entrou em
colapso devido ao efeito conjugado dos poucos investimentos em ampliação do
parque gerador nos anos anteriores e da escassez de chuvas registradas em
2000.
Fruto dessas discussões, a busca por eficiência energética tem
crescido e chamado a atenção de arquitetos e engenheiros. Para Lamberts et
al. (2004), um edifício é considerado energeticamente mais eficiente que outro
quando proporciona as mesmas condições ambientais de conforto ao seu
usuário, com menor consumo de energia.
Nesse sentido, é crescente também a discussão sobre a aplicação de
estratégias passivas de condicionamento, entendidas como a construção e
organização de edifícios de forma que suas propriedades térmicas, e de seus
componentes, contribuam para a criação de ambientes agradáveis e estáveis
climaticamente (WONG; LI, 2007), evitando ou diminuindo a necessidade de
equipamentos elétricos para esse fim.
Vários estudos sobre o assunto (CHENG et al., 2005; GHISI;
MASSIGNANI, 2007; MANIOGLU; YILMAZ, 2006; WONG; LI, 2007; YILMAZ,
2007) procuram comprovar a hipótese de que a especificação adequada dos
materiais construtivos no projeto de edifícios, e sua correta relação com fatores
e elementos climáticos do local, permitem uma condição final de maior conforto
e uma grande redução no consumo energético.
Dentre as diferentes estratégias passivas de condicionamento
conhecidas, uma das mais estudadas é a especificação dos materiais do
envelope do edifício baseada nas propriedades térmicas de interesse,
conforme o clima local. Alguns pesquisadores, como Manioglu e Yilmaz (2006),
consideram que o envelope do edifício é o principal determinante do clima
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interno, responsável pelos fluxos de calor em seu interior e, portanto, fator
determinante do seu desempenho térmico.
Apesar destas pesquisas realizadas a respeito da melhor especificação
dos materiais de construção para obtenção de maior conforto térmico, verifica-
se um número reduzido de estudos que levam em consideração a influência da
ventilação natural e da ocupação pelos usuários no desempenho do envelope.
Esta é uma questão que deve receber atenção nas pesquisas em regiões de
clima tropical ou quente, especialmente no caso das edificações residenciais.
No Brasil, estudos de bioclimatologia apontam o aproveitamento da ventilação
natural como uma das estratégias de resfriamento, para habitações
unifamiliares, mais indicadas em seu território, sendo desejável em 7 das 8
zonas bioclimáticas brasileiras (ABNT, 2005c).
Dados de Almeida et al. (2001) mostram que no setor residencial
brasileiro, no ano de 1997, 3% do consumo de energia elétrica total foi
destinado ao condicionamento de ar. a pesquisa de Ghisi et al. (2007), que
considerou 12 dos 26 estados brasileiros (abrangendo 70% da população),
aponta que entre os anos de 1997 e 1999, 10% do consumo de energia elétrica
total do setor residencial brasileiro foi destinado ao condicionamento de ar.
Dados mais recentes de ELETROBRÁS e PROCEL (2007), referentes a 2005,
indicam o crescimento do consumo residencial com condicionamento de ar,
alcançando 20% do total da energia elétrica consumida no setor. Esse
consumo com condicionadores de ar poderia ser reduzido se houvesse um
melhor aproveitamento da ventilação natural por parte desses consumidores.
Ressalta-se que, mesmo com a porcentagem de 20% do consumo
residencial destinada a condicionamento de ar, grande parte das edificações
residenciais brasileiras não possui condicionamento artificial, e utiliza
prioritariamente a ventilação natural. A maior parte desse consumo concentra-
se em um número reduzido de consumidores. Segundo ELETROBRÁS e
PROCEL (2007) os aparelhos de ar condicionado estão distribuídos em apenas
10,5% dos domicílios do Brasil.
Esta dissertação estudou a influência das propriedades térmicas do
envelope no desempenho térmico de uma edificação residencial sob a
influência da ventilação natural e da ocupação. A pesquisa se deu através de
medições em ambiente real, em uma residência na cidade de Florianópolis
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Santa Catarina, e também através de simulação computacional para o clima de
Florianópolis. A cidade localiza-se na Região Sul do Brasil, conforme indicado
na Figura 1.1.
Figura 1.1 – Mapa do Brasil indicando a cidade de Florianópolis – SC.
Florianópolis, capital de Santa Catarina, localiza-se na latitude 27, S,
a uma altitude de 7m, ou seja, praticamente ao nível do mar (embora podendo
chegar a altitudes de cerca de 500m nos picos de alguns morros). Seu clima é
classificado como mesotérmico úmido (Cfa segundo Köppen), com as estações
do ano bem definidas: altas temperaturas no verão e baixas no inverno.
Os registros das Normais Climatológicas de 1961 a 1990 (BRASIL,
1992) para Florianópolis, indicam as temperaturas médias mensais variando de
16,3°C em julho a 24,7°C em fevereiro, conforme Fig ura 1.2. A média das
temperaturas máximas varia de 20,4°C em julho a 28, C em fevereiro. A
média das temperaturas mínimas varia de 13,3°C em j ulho a 21,8°C em
fevereiro.
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Outubro
Novembro
Dezembro
Temperatura do Ar [°C]
Temperatura Máxima
Temperatura Média
Temperatura Mínima
Figura 1.2 – Gráfico de temperaturas médias mensais de Florianópolis, segundo as
normais climatológicas de 1961 a 1990.
Para Florianópolis, entre outras capitais brasileiras, foi definido um Ano
Climático de Referência (Test Reference Year TRY), através de uma
metodologia aplicada por Goulart et al. (1998). Nela, analisou-se uma
seqüência histórica (10 anos) de dados climáticos, escolhendo o ano mais
representativo do período, sem valores extremos de temperatura. O ano
climático de referência (TRY) definido por Goulart et al. (1998) para
Florianópolis é 1963. A Figura 1.3 apresenta os valores de temperatura média
mensal desse ano.
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Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Temperatura do Ar [°C]
Temperatura média
Figura 1.3 – Gráfico de temperaturas médias mensais do ano climático de referência
de Florianópolis.
Com o programa computacional Analysis Bio (LabEEE, 2007), é
possível analisar a porcentagem de horas de conforto e desconforto de um
determinado arquivo cllimático, a partir dos parâmetros estabelecidos na carta
bioclimática de Givoni (1992). Para isso são necessários dados horários de
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temperatura do ar e umidade relativa do ar. O programa foi desenvolvido por
pesquisadores do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações
(LabEEE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Inserindo os dados do ano climático de referência de Florianópolis no
programa Analysis Bio, obtem-se a carta bioclimática mostrada na Figura 1.4.
Verifica-se a ocorrência 21,0% de horas de conforto e 79,0% de horas de
desconforto, sendo destas, 40,8% por frio e 38,2% por calor. O uso da
ventilação é indicado em 35,6% das horas do ano.
Figura 1.4 – Carta Bioclimática gerada no Analysis Bio, com dados do ano climático de
referência de Florianópolis.
Na residência estudada foram realizadas medições de temperaturas do
ar, que permitiram a calibração de um modelo para ser utilizado em simulações
computacionais de desempenho térmico. A ferramenta utilizada para tais
simulações foi o programa EnergyPlus (versão 2.2.0), capaz de calcular as
trocas térmicas do edifício com o ambiente a partir da modelagem da
edificação, sua geometria e materiais construtivos, sistemas de ventilação,
iluminação, cargas internas, ocupação, entre outros.
Este trabalho se atém às questões diretamente ligadas ao desempenho
térmico das edificações, não incluindo discussões a respeito do conforto do
usuário. Entende-se aqui desempenho rmico como o comportamento térmico
do edifício frente às condições climáticas externas e cargas internas.
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1.2. Objetivos
1.2.1. Objetivo Geral
O objetivo geral deste trabalho é verificar a influência das propriedades
térmicas do envelope no desempenho térmico de edificações residenciais
unifamiliares, na cidade de Florianópolis, quando estas são ocupadas e
ventiladas naturalmente.
1.2.2. Objetivos Específicos
Destacam-se também os objetivos específicos a serem alcançados no
decorrer do trabalho:
Monitorar a temperatura do ar em uma edificação real, para calibrar o
modelo a ser utilizado nas simulações computacionais.
Calibrar o modelo computacional representativo de uma edificação
residencial na cidade de Florianópolis.
Utilizar simulação computacional para estudar o desempenho térmico
de um modelo de edificação residencial no contexto climático de Florianópolis,
com e sem ocupação e ventilação natural, tendo como ferramenta o programa
EnergyPlus.
Comparar porcentagens de horas de desconforto do modelo
computacional com diferentes tipos de envelope, no caso do modelo com e
sem ocupação e ventilação.
1.3. Estrutura do Trabalho
Este trabalho está dividido em cinco capítulos. O primeiro capítulo
apresenta uma introdução sobre o assunto, caracterizando o problema
estudado e descrevendo os objetivos buscados.
No segundo capítulo inicia-se uma revisão bibliográfica referente à
análise do desempenho térmico de edificações, focalizando métodos de análise
utilizados por diferentes pesquisadores, em alguns lugares do mundo, incluindo
o Brasil.
O terceiro capítulo apresenta a metodologia utilizada no trabalho.
Inicialmente descreve-se como foi realizado o monitoramento de uma
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edificação e a utilização desses dados para a calibração de um modelo
computacional. Em seguida, descreve-se a realização de simulações
computacionais para análises de desempenho térmico, com diferentes
materiais no envelope do modelo, apresentando os programas computacionais
utilizados, e o método para tratamento dos dados.
No quarto capítulo são apresentados os resultados alcançados ao
longo do trabalho, mostrando inicialmente a calibração do modelo de
simulação, e, em seguida, as análises de influência do envelope no
desempenho térmico do modelo. São mostradas as correlações entre a
porcentagem de horas de desconforto e as propriedades térmicas dos
componentes do envelope e as trocas rmicas do modelo. No quinto e último
capítulo apresenta-se as conclusões do trabalho, as limitações encontradas e
sugestões para trabalhos futuros.
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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O presente capítulo apresenta uma revisão de literatura e de normas
sobre avaliação do desempenho rmico de edificações, servindo como
fundamentação teórica para o desenvolvimento dos demais capítulos deste
trabalho. Apresentam-se algumas normas internacionais e nacionais referentes
ao assunto, e também alguns trabalhos publicados que buscaram estudar o
desempenho térmico do envelope de edificações, ocupadas e ventiladas ou
não. Por fim, discute-se o uso de programas computacionais de simulação
termo-energética na avaliação do desempenho térmico de edificações.
2.1. Avaliação do Desempenho Térmico de Edificações
2.1.1. Métodos Internacionais
As discussões em vários países do mundo a respeito de economia de
energia e melhoria do desempenho energético das edificações levam,
conseqüentemente, à questão do desempenho térmico de edificações.
Atualmente, vários países, como França, Estados Unidos, Canadá, Austrália,
entre outros, possuem normas para conservação de energia que abrangem
diretrizes para o projeto de edificações com melhor desempenho térmico.
Algumas destas normas são obrigatórias e outras voluntárias.
As normas mais difundidas internacionalmente, e que serviram de base
para várias outras, foram desenvolvidas pela ASHRAE – Sociedade Americana
de Aquecimento, Refrigeração e Engenharia de Condicionamento de Ar nos
Estados Unidos. A norma ANSI, ASHRAE e IESNA (2001), número 90.1, tem
como proposta principal estabelecer requisitos mínimos para projeto de
edifícios eficientes energeticamente, porém não se aplica a edifícios
residenciais de pequeno porte. a norma ANSI e ASHRAE (2001), número
90.2, estabelece requisitos mínimos para eficiência energética em projetos
especificamente de edifícios residenciais.
Akutsu e Vittorino (1997) destacam que estas normas ASHRAE da
série 90, e também as da rie 100, apresentam exigências de isolamento
térmico de vedações, dutos e tubulações, estanqueidade ao ar de caixilhos,
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eficiência energética dos equipamentos de iluminação, bombas de água,
ventiladores, chillers e caldeiras, visando o projeto de edifícios de alto
desempenho energético. Tais normas ainda incentivam a realização de
análises utilizando programas de simulação detalhada, em bases horárias, para
anos típicos de referência.
Estes requisitos para projetos de edifícios eficientes recomendados
pela ASHRAE são indicados com base na manutenção das condições mínimas
de conforto térmico descritas na ASHRAE Standard 55 (ANSI; ASHRAE, 2004)
e no capítulo 8 da ASHRAE Handbook Fundamentals (ASHRAE, 2005a).
Elas indicam uma zona de conforto, definida em uma escala de condições
climáticas, dentro da qual 80% das pessoas consideraria o ambiente aceitável
termicamente, ou seja, não sentiria desconforto térmico, nem por calor nem por
frio. Assim, os edifícios deveriam ser capazes de proporcionar um ambiente
interno dentro das condições indicadas na zona de conforto.
As condições de conforto estabelecidas pela ASHRAE (2005a) o
para pessoas em atividade sedentária ou leve, sendo na situação de verão
(calor) considerado o isolamento da vestimenta de 0,5 clo, e no inverno (frio)
considerada uma vestimenta com 0,9 clo. Entendendo que a umidade e a
velocidade do ar são fatores também determinantes na situação de conforto do
usuário, a norma estabelece limites para essas variáveis. Para a umidade
relativa do ar indica-se que o ideal é manter um valor de no máximo 60%, e
para a velocidade do ar o valor máximo aceitável é 0,8 m/s. Nessas condições,
os limites estabelecidos pela ASHRAE (2005a) para a zona de conforto são
demarcados em uma carta psicrométrica, como mostrado na Figura 2.1,
indicando as seguintes temperaturas ideais aproximadamente:
no verão: de 23°C a 27°C;
no inverno: de 20,5°C a 24,5°C.
Ao longo dos anos, a zona de conforto da ASHRAE sofreu algumas
alterações, porém os limites de temperatura de conforto continuam
aproximadamente os mesmos desde pelo menos o início da década de
noventa. A respeito dessa norma, Givoni (1992) avaliou que tais valores
seriam bem aplicados para edifícios condicionados artificialmente, e, portanto,
não deveriam ser utilizados como critério de avaliação do desempenho térmico
de edifícios não condicionados. Ele considera ainda que os limites máximos de
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umidade e velocidade do ar determinados pela ASHRAE não são aplicáveis a
locais com clima quente e úmido, que as pessoas passariam por um
processo de aclimatação.
Figura 2.1 – Zonas de conforto de verão e inverno da ASHRAE.
Fonte: ASHRAE (2005a)
Segundo a ASHRAE, as pessoas não conseguem se adaptar ao clima,
não sendo possível a preferência por ambientes mais frios ou mais quentes.
Portanto, as mesmas condições de conforto poderiam ser aplicadas em todo o
mundo, dependendo apenas da variação das vestimentas utilizadas e das
atividades realizadas (ASHRAE, 2005a). Porém, Givoni (1992) defende ser
razoável assumir que pessoas em países quentes em desenvolvimento,
vivendo a maior parte do tempo em edifícios sem condicionamento, são
aclimatadas e conseguem tolerar temperaturas mais altas e maior umidade.
Segundo ele, o limite aceitável de velocidade do ar de 0,8 m/s estabelecido
pela ASHRAE, pode ser aumentado no caso de edifícios residenciais
naturalmente ventilados. Uma alteração na velocidade do ar de 0,1 m/s para
1,5 m/s possibilitaria um aumento de mais de 2°C na temperatura máxima de
conforto.
Com base nisso, Givoni (1992) estabelece uma zona de conforto
adaptada para países quentes e úmidos, também delimitada em uma carta
psicrométrica, apresentada na Figura 2.2. Os valores indicados por Givoni para
os limites de temperatura de conforto nesses países, e que, portanto, deveriam
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ser utilizados como critério de avaliação do desempenho térmico de seus
edifícios, são:
no verão: de 20°C a 29°C;
no inverno: de 18°C a 27°C.
Figura 2.2 – Zona de Conforto de Givoni adaptada para climas quentes.
Fonte: Adaptado de Givoni (1992)
Essas discussões a respeito de uma possível aclimatação do indivíduo
a determinadas condições do ambiente levaram a ASHRAE a patrocinar um
estudo sobre adaptação térmica. Esse estudo, desenvolvido por De Dear e
Brager (1998; 2002), baseou-se no entendimento de uma dimensão psicológica
na adaptação, importante em contextos onde a interação da pessoa com o
ambiente, e suas diversas experiências térmicas, podem alterar suas
expectativas e, conseqüentemente, sua sensação e satisfação térmica. Um dos
contextos onde isso é verificado é em edifícios naturalmente ventilados (DE
DEAR; BRAGER, 2002).
Um banco de dados foi criado pela ASHRAE com informações de
edifícios e seus usuários, reunindo aproximadamente 21.000 conjuntos de
dados, de cinco continentes. Esses edifícios foram separados em dois grupos:
naturalmente ventilados, e com controle central de aquecimento, ventilação e
sistema de condicionamento do ar (HVAC). Baseada nesse banco de dados, a
pesquisa de De Dear e Brager (2002) chegou à conclusão de que o método de
avaliação de conforto utilizado pela ASHRAE era adequado apenas no caso
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dos edifícios com condicionamento artificial do ar (HVAC). Assim, para o caso
dos edifícios naturalmente ventilados, os pesquisadores desenvolveram um
novo método, chamado de adaptativo, com novos limites para uma zona de
conforto.
O todo adaptativo foi incluído na ASHRAE Standard 55 (ANSI;
ASHRAE, 2004) com o nome de Método Opcional para Determinação das
Condições Térmicas Aceitáveis em Espaços Naturalmente Condicionados.
Nele não limitações para os valores de umidade e velocidade do ar. A faixa
de temperatura de conforto é relacionada apenas com o valor da média mensal
de temperatura externa do ar, e chega a variar de 17°C a 31°C, conforme a
Figura 2.3.
Figura 2.3 – Método adaptativo – zona de conforto para edifícios naturalmente
ventilados.
Fonte: ASHRAE (2004) e De Dear e Brager (2002)
2.1.2. Métodos Brasileiros
Desde a década de 1980, vários pesquisadores brasileiros têm
discutido o desenvolvimento e a implantação de um método de avaliação do
desempenho térmico de edificações para o Brasil. Na década de 1990, Akutsu
e Vittorino (1997) apontavam que os métodos tradicionais de avaliação,
baseados em análises de situações em regime permanente de trocas térmicas
e que fixam valores limites para a resistência térmica da envoltória, são
próprios de países de clima temperado ou frio (países onde as condições
climáticas apresentam características que permitem uma grande simplificação
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dos modelos matemáticos). Para eles, no Brasil, seria preciso adotar novos
procedimentos, levando em conta o caráter dinâmico das trocas térmicas que
ocorrem nas edificações.
Akutsu e Vittorino (1997) entendem que, nos países de clima quente, a
ventilação e a radiação solar exercem grande influência no desempenho
térmico das edificações, principalmente das não condicionadas, e, portanto,
estes elementos devem receber maior atenção nos métodos de avaliação do
desempenho. Eles indicam que, nesses casos, o parâmetro de avaliação não
deveria ser o consumo de energia e sim o conforto rmico dos ocupantes,
tendo como variáveis de análise a temperatura, velocidade e umidade do ar e a
temperatura radiante média do ambiente.
Uma das normas em vigor no Brasil, referente a este assunto, é a NBR
15220, sobre desempenho térmico de edificações (ABNT, 2005a). Ela possui
cinco partes que descrevem a respeito de métodos de cálculo e de medição de
propriedades térmicas dos componentes construtivos das edificações, definem
um zoneamento bioclimático brasileiro e indicam diretrizes construtivas para
habitações unifamiliares de interesse social. Existe ainda a NBR 15575, em
vigor desde 2008, chamada de Edificações habitacionais de a cinco
pavimentos Desempenho (ABNT, 2008), que, principalmente em sua Parte 1,
estabelece requisitos mínimos de desempenho térmico, entre outros fatores.
Além destas normas, outros métodos de avaliação de desempenho rmico de
edificações foram estudados por pesquisadores brasileiros. Destaca-se aqui a
proposta da tese de doutorado de Barbosa (1997), revisada por Barbosa et al.
(2003). Dentre os métodos desenvolvidos no Brasil, pode-se identificar dois
tipos básicos de avaliação de desempenho térmico de edificações residenciais:
avaliação por prescrição e por desempenho.
A Parte 3 da NBR 15220 – Desempenho térmico de edificações (ABNT,
2005c) apresenta recomendações quanto ao desempenho térmico de
habitações unifamiliares de interesse social aplicáveis na fase de projeto. A
partir dela, é possível realizar uma avaliação por prescrição, verificando-se o
cumprimento de determinados limites estabelecidos para as propriedades
térmicas dos componentes construtivos, e de algumas recomendações de
estratégias de condicionamento térmico passivo (ventilação cruzada,
resfriamento evaporativo, massa térmica, etc.). Tais recomendações são
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especificadas segundo um Zoneamento Bioclimático Brasileiro e uma Carta
Bioclimática adaptada, estabelecidos pela norma. Nesse todo, as paredes e
coberturas são caracterizadas termicamente a partir dos valores de resistência
térmica dos seus componentes.
A NBR 15575 Edificações habitacionais de até cinco pavimentos
Desempenho (ABNT, 2008), e também o método proposto por Barbosa (1997),
utilizam um sistema de avaliação por desempenho.
O NBR 15575 (ABNT, 2008), além de reafirmar as indicações da NBR
15220, utiliza como critério de avaliação de desempenho térmico a
determinação de valores limites de temperatura do ar no interior da edificação,
para verão e inverno. Estes limites variam em uma escala de classificação do
desempenho em mínimo (M), intermediário (I) e superior (S), e também variam
segundo as zonas bioclimáticas. As temperaturas máximas estabelecidas para
o verão e mínimas para o inverno são apresentadas na Tabela 2.1.
Tabela 2.1– Critérios de avaliação de desempenho térmico proposto em ABNT, 2008.
Critério
Nível de
desempenho
Zonas bioclimáticas 1 a 7 Zona bioclimática 8
M
T
i,max
T
e,max
I
T
i,max
(T
e,max
– 2°C) T
i,max
(T
e,max
– 1°C)
VERÃO
S
T
i,max
(T
e,max
– 4°C)
T
i,max
(T
e,max
– 2°C) e
T
i,min
≤ ( T
e,min
+ 1°C)
Critério
Nível de
desempenho
Zonas bioclimáticas 1 a 5 Zonas bioclimáticas 6 a 8
M
T
i,min
(T
e,min
+ 3
o
C)
I
T
i,min
(T
e,min
+ 5
o
C)
INVERNO
S
T
i,min
(T
e,min
+ 7
o
C)
Dispensa verificação
T
i,max
é o valor máximo diário da temperatura do ar no interior da edificação [°C];
T
e,max
é o valor máximo diário da temperatura do ar exterior à edificação [°C];
T
i,min
é o valor mínimo diário da temperatura do ar no interior da edificação [°C];
T
e,min
é o valor mínimo diário da temperatura do ar exterior à edificação [°C];
NOTA – Zonas bioclimáticas de acordo com a ABNT - NBR 15220/3.
É relevante verificar que os valores máximos de temperatura do ar são
considerados, em todos os casos nesse projeto de norma, sem a presença de
fontes internas de calor (ocupantes, lâmpadas, outros equipamentos em geral),
o que afasta esta verificação do caso real, de uma edificação ocupada e em
uso. Não comentários sobre ventilação natural, nem limites de temperatura
diferenciados para edifícios naturalmente ventilados ou com condicionamento
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artificial.
No todo de Barbosa (1997), a avaliação é realizada com a
simulação de qualquer sistema construtivo, comparando-se as horas de
desconforto anual, quantificadas após a simulação, com um limite aceitável de
horas de desconforto anual estabelecido para o local ou região. As horas de
desconforto são calculadas com base na zona de conforto térmico delimitada
por Givoni (1992), para países de clima quente e em desenvolvimento, que
recomenda temperaturas internas variando de 18°C a 29°C. O parâmetro
adotado como critério de avaliação é o total de horas por ano em que as
temperaturas internas obtidas por simulação ou monitoramento apresentam-se
fora dos limites de temperatura da zona de conforto de Givoni (BARBOSA et
al., 2003).
Na proposta de Barbosa (1997) seria considerada com desempenho
térmico satisfatório a edificação que não ultrapassasse 1.000 horas de
desconforto anuais em seu interior. na proposta mais recente de Barbosa et
al. (2003), sugere-se que uma edificação seja considerada com bom
desempenho térmico quando apresentar um máximo de 20% de horas anuais
de desconforto, que equivale a 1.752 horas ao ano.
2.2. Estudo do Desempenho Térmico do Envelope Sem
Considerar a Ventilação Natural
Vários pesquisadores destacam a importância do uso de estratégias
passivas de condicionamento, sendo a especificação do envelope do edifício
uma das mais citadas e estudadas. Manioglu e Yilmaz (2006), por exemplo,
afirmam que o envelope do edifício é o parâmetro mais importante no
condicionamento passivo. Eles consideram que a envoltória do edifício é o
principal determinante do clima interno, responsável pelos fluxos de calor em
seu interior, e, portanto, fator determinante do seu desempenho térmico.
Yilmaz (2007) reafirma esta idéia dizendo que dentre todos os
parâmetros que afetam o conforto térmico e a conservação de energia nas
edificações, entre eles a orientação do edifício, distância entre edifícios, forma
do edifício e propriedades termo-físicas do envelope do edifício, este último
parâmetro é o mais importante. Isto porque o envelope é o responsável por
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separar o ambiente externo do interno.
Porém, verifica-se nestas pesquisas, e em outras pesquisas sobre o
assunto (CHENG et al., 2005; GHISI; MASSIGNANI, 2007; KRÜGER, 2003;
WONG; LI, 2007), que o envelope é analisado sem considerar as influências de
usuários e da ventilação natural, e, portanto, sem verificar as possíveis
alterações que estes fatores causariam no desempenho do envelope.
Em artigo sobre desempenho térmico de edificações na Turquia,
Yilmaz (2007) descreve a simulação de um ambiente de um edifício residencial,
com duas alternativas de tipos de parede, comparando seu desempenho em
duas situações climáticas existentes no país, nomeadas como clima
temperado-úmido e clima quente-seco. O ambiente analisado localiza-se em
um andar intermediário do edifício, e então assume-se que não haja fluxos de
calor através do piso e do teto. Na descrição destas simulações, o pesquisador
não cita a inclusão de ventilação ou de usuários, e nenhuma das conclusões
apresentadas destaca a influência destes fatores.
No artigo de Manioglu e Yilmaz (2006) analisa-se também o
desempenho térmico do envelope de uma edificação na Turquia através da
simulação computacional. O edifício simulado é de uma escola primária, na
cidade de Istambul, que possui clima temperado-úmido. Os autores consideram
que, em alguns casos, não é possível manter o conforto térmico apenas com o
condicionamento passivo, sendo necessário o condicionamento artificial em um
período específico do ano.
A pesquisa procura, então, a combinação entre características do
envelope e período de operação do sistema artificial de condicionamento que
propiciem maior economia e eficiência energética. Nas variações de
características do envelope, Manioglu e Yilmaz (2006) estudaram apenas
diferentes opções para as paredes externas (cinco casos), mantendo sempre o
mesmo detalhe de piso e cobertura. Estas simulações consideraram o ganho
de calor por cargas internas de iluminação e usuários, porém não foi
considerado o efeito das paredes internas e do piso, e excluiu-se totalmente o
uso da ventilação natural.
Wong e Li (2007) pesquisaram a aplicação de estratégias passivas de
condicionamento em edifícios residenciais em Cingapura, que possui clima
quente e úmido. Em tal pesquisa, uma das investigações foi a respeito da
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influência da fachada do edifício (materiais e construção) em seu desempenho.
Utilizando o programa de simulação chamado Thermal Analysis Software
(TAS), eles modelaram um edifício residencial e variaram a espessura das
paredes leste e oeste. Com isso, os pesquisadores observaram que as paredes
com maior espessura proporcionaram um maior atraso térmico e resultaram em
uma diminuição de 6,9 a 9,7% na carga para resfriamento do ambiente.
Concluíram, assim, que estava comprovada a eficiência da otimização da
fachada. Porém, nestas simulações, Wong e Li (2007) não adotaram valores de
ganhos internos de calor, ou seja, foi desconsiderada a existência de
equipamentos e usuários; e, apesar de destacarem que o estudo era a respeito
de edifícios naturalmente ventilados, não informações sobre o uso da
ventilação natural nessas simulações computacionais.
A pesquisa apresentada por Cheng et al. (2005) estuda a influência da
cor e da massa térmica do envelope no desempenho rmico de edificações.
Ela foi conduzida na cidade de Hong Kong, China, que possui clima quente e
úmido. Os autores reconhecem que o efeito da cor do envelope no
desempenho térmico do edifício depende de vários parâmetros, como a
composição da parede, a orientação solar e os diferentes modos de ventilação.
Porém, em seus experimentos, analisam a influência apenas dos dois primeiros
parâmetros citados.
Os experimentos de Cheng et al. (2005) foram realizados com o
monitoramento de protótipos construídos e colocados na cobertura de um
edifício, sendo dois protótipos pequenos (1,0m x 1,0m x 1,0m) e idênticos, para
estudo do efeito da cor, e um outro, maior (1,5m x 1,5m x 1,5m), com quatro
espaços internos, para estudo do efeito da orientação. Os dois protótipos
menores foram pintados, um com cor clara (absortividade = 0,25) e o outro com
cor escura (absortividade = 0,80). Além disso, em um dos experimentos, esses
protótipos tiveram a massa térmica de seu envelope aumentada, pela
colocação de uma camada de tijolos de concreto na face interna das paredes.
Dessa forma, Cheng et al. (2005) analisaram o efeito da cor no caso
das paredes leves e das paredes com maior massa térmica, e também o efeito
da variação da massa térmica em diferentes orientações solares. Os resultados
indicaram que a influência da cor do envelope no desempenho dos protótipos
variou de acordo com a radiação solar global e com a massa térmica do
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envelope. Quanto maiores os valores de radiação e quanto menor a massa
térmica, maior foi a influência da cor no desempenho do protótipo. Uma das
conclusões destes pesquisadores foi que o uso de envelopes com cores claras
é uma das formas mais simples, efetivas e econômicas de reduzir a
temperatura interna das edificações em climas quentes e úmidos. Em todos
estes estudos, os protótipos permaneceram fechados, sem influência da
ventilação em seu interior. Portanto, as conclusões obtidas são mais
significativas para o caso de edificações sem ventilação natural.
No Brasil, Ghisi e Massignani (2007) desenvolveram pesquisa a
respeito do desempenho térmico de um edifício residencial na cidade de
Florianópolis, com clima quente e úmido. Foram comparados os desempenhos
térmicos de oito quartos, em diferentes andares e diferentes orientações, em
um edifício ainda desocupado. Como os quartos apresentavam paredes de
diferentes espessuras, algumas propriedades térmicas destas paredes
(transmitância rmica, capacidade térmica, atraso térmico) foram calculadas
para permitir uma melhor comparação entre eles. Os valores de temperatura do
ar e umidade relativa do ar foram monitorados e registrados por equipamentos
data loggers, e os quartos foram analisados a partir destes valores.
A principal conclusão destes pesquisadores foi que o desempenho
térmico da edificação residencial em Florianópolis durante o verão, pode ser
melhorado se os valores de transmitância rmica dos componentes da
fachada, bem como a área de fachada, forem diminuídos. Quanto menor a área
de fachada e a transmitância do envelope, melhor o desempenho térmico do
edifício no verão. Para o inverno, o desempenho térmico é melhorado quanto
maiores os valores de capacidade térmica e atraso térmico. Porém, por tratar-
se de um edifício desocupado, as medições de Ghisi e Massignani (2007) não
sofreram influência de cargas térmicas internas (de usuários, iluminação e
equipamentos) ou de qualquer tipo de ventilação. Sendo assim, as conclusões
obtidas nesta pesquisa não devem ser estendidas aos casos de edifícios
ocupados e ventilados.
Também no Brasil, Krüger (2003) realizou uma avaliação de
desempenho rmico de um protótipo habitacional. Trata-se de um protótipo de
aproximadamente 15m² de área interna, construído com um material alternativo
chamado bloco ISOPET, um compósito que reaproveita isopor e garrafas
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plásticas. Foram monitoradas a temperatura e a umidade relativa do ar,
internas e externas, através de aparelhos data loggers, em um período de
verão e um de inverno.
Krüger (2003) esclarece que durante todo o tempo de monitoramento
(nos dois períodos), o protótipo permaneceu com as janelas sombreadas e sem
qualquer tipo de ventilação. Seus resultados indicam que o envelope propiciou
um amortecimento nos valores de pico de temperatura do ar, tanto mínimos
como máximos. A partir de uma avaliação do desempenho térmico do
protótipo, utilizando o método de somatória de graus-dia, o autor afirma que
houve uma diminuição no desconforto em relação ao ambiente externo. Porém,
com essa pesquisa, não é possível saber qual seria o desempenho do protótipo
em uma situação real, com ventilação e ocupação de usuários.
Dornelles e Roriz (2005) realizaram pesquisa sobre a influência da
inércia térmica da envoltória de edificações na variação de suas temperaturas
internas, para a cidade de São Carlos, que possui clima quente e úmido no
verão, e frio e seco no inverno. Para isso, foram monitorados três ambientes,
de três edificações, com diferentes características construtivas, utilizando
aparelhos do tipo hobo, que registraram valores de temperatura do ar. As
medições ocorreram sempre com os ambientes fechados e sem ocupação.
Cada um dos ambientes apresentava diferente valor de inércia rmica, sendo
um com média, um com alta e o outro com baixa inércia térmica.
As edificações estudadas por Dornelles e Roriz (2005) foram
monitoradas em diferentes dias, e por isso, para serem avaliadas
comparativamente, calculou-se uma relação entre temperatura interna e
externa, chamada Fator de Variação da Temperatura Interna (FTIh). A partir
deste dado, estimaram-se as temperaturas que ocorreriam internamente se
todos os ambientes estivessem submetidos ao mesmo clima externo, em um
dia típico de verão e um de inverno. Nesses dias foram calculados graus-hora
de desconforto por frio e calor, comparando os três ambientes.
Os resultados apresentados por Dornelles e Roriz (2005) demonstram
que, nesses casos estudados, o melhor desempenho foi obtido pelo ambiente
com média inércia térmica. O ambiente com alta inércia obteve o melhor
desempenho no verão, porém o pior no inverno. Os autores acreditam que, nos
meses frios, o desempenho de edificações com alta inércia térmica poderia ser
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melhorado combinando-o com aquecimento solar passivo e ventilação seletiva.
Porém, não foram realizados experimentos para verificação disto, e portanto,
não informações sobre como a ventilação poderia ter alterado tais
resultados.
2.3. Estudo do Desempenho Térmico do Envelope
Considerando a Ventilação Natural
Verifica-se que faltam informações sobre o desempenho térmico do
envelope de edificações sob a influência da ventilação natural e da ocupação
dos usuários. Essa é uma importante discussão, principalmente no caso do
Brasil, que grande parte dos edifícios, especialmente os residenciais, não
possui condicionamento artificial, e utiliza prioritariamente a ventilação natural.
Esta influência pode ser percebida na pesquisa de Liping e Hien
(2007), realizada em edifícios habitacionais em Singapura (clima quente e
úmido). Os pesquisadores entendem que o projeto de fachadas considerando
as propriedades térmicas dos materiais de construção, tamanho das aberturas,
proteções solares, orientação solar e estratégias de ventilação, pode
proporcionar um melhor conforto rmico com um mínimo consumo energético.
Eles ressaltam que muitas pesquisas investigam o impacto da fachada no
consumo de energia em edifícios com ventilação artificial, mas que ainda é
deficiente o estudo da fachada em edifícios naturalmente ventilados.
Nesse estudo, Liping e Hien (2007) investigam quatro estratégias de
ventilação, combinadas com diferentes opções de materiais de construção no
envelope, para edifícios naturalmente ventilados em Singapura, através do
programa de simulação Thermal Analysis Software (TAS). As estratégias de
ventilação avaliadas foram: ventilação diurna, ventilação noturna, ventilação
diurna e noturna, e sem ventilação. Quanto ao envelope do edifício, foram
testadas 14 opções de materiais de vedação, com diferentes valores de
condutância térmica
1
(W/m
2
K) e inércia térmica (horas).
1
Taxa de fluxo de calor através de uma unidade de área de material, de uma das faces do
material até a outra, para uma unidade de diferença de temperatura entre as duas faces, em
condição de estado de equilíbrio. É igual ao inverso da resistência térmica de superfície a
superfície do material.
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Alguns dos principais resultados do estudo de Liping e Hien (2007), são
que as propriedades dos materiais do envelope não geram impactos
importantes no desempenho térmico do edifício quando estes são ventilados
naturalmente, principalmente nos casos da ventilação diurna e da ventilação
constante diurna e noturna. A condutância rmica do envelope possui
influência considerável no desempenho do edifício apenas quando este não é
ventilado, e a massa térmica do envelope é mais importante para o caso da
ventilação noturna.
Outras verificações interessantes podem ser realizadas a partir da
pesquisa de Özdeniz e Hançer (2005), que compara o desempenho térmico de
14 tipos de cobertura, verificando sua adequação para climas quentes. A
pesquisa ocorreu na cidade de Gazimağusa, no Chipre, em coberturas com
dimensões de aproximadamente 2m X 2m. Através de equipamentos data
loggers, foram medidos e registrados os valores de temperaturas superficiais
internas, temperaturas do ar, e umidades relativas do ar, durante o período de
um ano. Estas medições ocorreram com as edificações em duas situações:
condicionada artificialmente durante todo o ano, e não condicionada. Nesse
segundo caso, as edificações eram naturalmente ventiladas durante o verão.
Com estes dados, Özdeniz e Hançer (2005) calcularam as horas de
conforto térmico durante o ano monitorado (quando o PMV calculado ficava
entre -0,5 e +0,5), para cada tipo de cobertura, nas duas situações de
condicionamento. Os resultados demonstraram que quando a edificação era
condicionada artificialmente, o tipo de cobertura exercia influência considerável
no conforto. Nessa situação, dependendo da cobertura, as horas de conforto
variaram de 73% do total de horas do ano no pior caso, até 91% no melhor
caso, propiciando uma diferença de 18%. na situação em que a edificação
não possuía condicionamento artificial, as horas de conforto variaram de 9%
das horas do ano no pior caso, até 11% no melhor caso, ou seja, uma
diferença de apenas 2%. Entre outras coisas, os autores concluíram que em
edifícios sem condicionamento do ar, é pequena a diferença entre os
desempenhos de diferentes coberturas.
No Brasil, recentemente, Matos (2007) realizou pesquisa com o
objetivo de simular a ventilação natural para um modelo de residência
unifamiliar, e verificar seu desempenho térmico para diferentes tipos de
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envelope. As simulações foram realizadas para a cidade de Florianópolis SC.
Modelou-se um caso base e então foram estudadas diferentes opções de área
de abertura de ventilação e iluminação, sombreamento de aberturas,
orientação da edificação, valores de absortância e transmitância das paredes e
cobertura, e estratégias de ventilação. A maior parte dessas variações não foi
simulada de forma combinada, e sim individualmente. Seis tipos de parede e
quatro tipos de cobertura foram simulados a partir do caso base, que possuía
ventilação diurna, sendo as janelas abertas entre 7h e 22h no verão e
primavera, 7h e 18h no outono, e fechadas no inverno. As análises mostradas
são para um quarto e para a sala da residência, com base em quantidade de
graus-hora de desconforto.
Os resultados de Matos (2007) indicaram que as transmitâncias do
envelope tiveram maior influência nas situações de maior desconforto, que
eram o inverno para o quarto, e o verão para a sala. Nas outras situações
(verão para o quarto, e inverno para a sala), as alterações praticamente não
influenciaram o desempenho térmico do cômodo.
2.4. Avaliação de Desempenho Térmico Utilizando
Simulação Computacional
As diversas ferramentas computacionais de simulação são importantes
instrumentos para verificação e análise de edifícios em relação ao seu
comportamento tanto energético quanto térmico, acústico e de iluminação,
entre outros. Segundo Mendes et al. (2005), através dos programas de
simulação é possível avaliar o desempenho térmico e energético de edificações
para diferentes alternativas de projeto, sejam elas opções do desenho
arquitetônico, componentes construtivos, sistemas de iluminação ou sistemas
de condicionamento de ar.
Vários países, nas últimas décadas, têm realizado pesquisas na área e
desenvolvido diferentes programas na busca por edifícios mais eficientes. O
Departamento de Energia dos Estados Unidos tem disponível na Internet
(DOE, 2007a) uma lista com 344 programas de simulação de edificações, para
análises de eficiência energética, energias renováveis e sustentabilidade em
edifícios.
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O programa francês COMFIE (Calcul d’Ouvrages Multizones Fixé à une
Interface Experte), por exemplo, utilizado por Krüger e Givoni (2004), é capaz
de realizar simulações horárias de edifícios, estimando consumo energético e
variações de temperatura. Outro programa, chamado TAS (Thermal Analysis
Software), utilizado por Wong e Li (2006) e por Liping e Hien (2007), também
realiza simulações térmicas e energéticas de edifícios, a fim de otimizar seu
desempenho ambiental, energético e de conforto.
Um dos programas de simulação de edificações mais utilizados no
mundo é o EnergyPlus, desenvolvido pelo Departamento de Energia dos
Estados Unidos. Ele foi desenvolvido para estimar trocas rmicas, índices de
iluminação e consumo energético de edifícios, a partir da modelagem física do
edifício e seus sistemas de ventilação, iluminação, aquecimento e resfriamento.
Além disso, as versões mais recentes do programa incluem inovações nas
simulações, como a possibilidade de adicionar ventilação natural, usos de
água, sistemas fotovoltaicos, índices de conforto térmico, entre outros (DOE,
2007b).
O EnergyPlus realiza simulações para o clima do local de interesse do
usuário, a partir de um arquivo climático com dados horários. Ele calcula
temperaturas internas e trocas de calor em edifícios não condicionados
artificialmente, ou, no caso de edifícios com condicionamento artificial, calcula
cargas de aquecimento e resfriamento necessárias para manter a temperatura
em uma faixa de conforto, verificando também o consumo de energia
resultante. O programa permite a análise das cargas térmicas provenientes dos
componentes construtivos, de equipamentos existentes no ambiente, do
sistema de iluminação, de usuários e das trocas de ar.
No Brasil, ainda são poucos os profissionais de engenharia e
arquitetura que utilizam tais programas como ferramenta de trabalho. As
principais causas disto são a complexidade dos programas e a conseqüente
dificuldade e demora no aprendizado pelos usuários. Westphal e Lamberts
(2005) destacam que a complexidade dos fenômenos envolvendo o
comportamento térmico de edifícios implica em uma grande quantidade de
dados de entrada nas simulações, o que requer conhecimentos
multidisciplinares dos usuários.
As principais dificuldades na modelagem das simulações costumam
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ocorrer na definição dos padrões de uso e das trocas de ar da edificação. Estes
padrões de uso dizem respeito à inclusão de pessoas no modelo, uso de
iluminação e equipamentos, e ainda ao padrão de abertura de janelas, portas e
persianas. O problema encontra-se no momento de estimar o tempo e horários
de uso, ao longo do dia, semana e meses do ano. A inclusão desses fatores é
de grande importância, principalmente tratando-se de edificações residenciais,
pois eles influenciam diretamente nas trocas de calor do edifício. A sua
desconsideração, afasta a simulação da situação real de uma residência.
Com relação às trocas de ar, a simulação pode incluir infiltração e
ventilação. A infiltração trata dos fluxos de ar que penetram no edifício sem a
intenção do usuário, geralmente através de frestas ou de rápidas aberturas e
fechamentos de portas externas. A ventilação, que pode ser natural ou artificial,
trata dos fluxos de ar provocados intencionalmente pela abertura de janelas e
portas (ventilação natural), ou pelo acionamento de equipamentos mecânicos
como ventiladores e exaustores (ventilação artificial). A dificuldade na definição
desses parâmetros tem provocado a sua desconsideração em muitas
simulações, ou ainda a adoção de valores constantes para todo o ano.
Mesmo com tais dificuldades, as simulações têm sido de grande valia
para análises termo-energéticas de edificações. Com base em uma pesquisa
sobre desempenho térmico de diferentes coberturas utilizando a simulação
computacional, Batista et al. (2005) concluíram que programas como o
EnergyPlus são ferramentas valiosas para o projetista, exigindo, contudo, um
conhecimento aprofundado a respeito das diversas variáveis envolvidas no
balanço térmico de uma edificação. Isso é necessário para assegurar a correta
interpretação dos dados das simulações, auxiliando em sua posterior aplicação
no projeto de edificações energeticamente eficientes e capazes de garantir a
satisfação dos seus usuários.
Grings e Beyer (2003) realizaram um estudo verificando a
confiabilidade de dados do comportamento térmico de uma edificação, obtidos
através de simulação computacional. O trabalho comparou valores de
temperatura do ar e de carga térmica, obtidos em medições no ambiente real,
com valores obtidos por simulação computacional, pelo programa EnergyPlus.
A maior dificuldade relatada pelos pesquisadores foi a determinação da taxa de
infiltração do ar. Ao final do estudo, eles consideraram que houve uma boa
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correlação entre os valores medidos e simulados.
2.5. Considerações Finais
Esta revisão bibliográfica procurou apresentar informações referentes à
análise do desempenho térmico de edificações, de forma a embasar o presente
trabalho. Foram apresentados métodos de análise utilizados por diferentes
pesquisadores, em alguns lugares do mundo, incluindo o Brasil.
Grande parte dos trabalhos utiliza como principal critério, para análise
do desempenho rmico, o número de horas de desconforto ou o mero de
graus-hora de desconforto, calculado a partir do total de horas por ano em que
as temperaturas internas do ambiente estudado apresentam-se fora de limites
de temperatura determinados como confortáveis. Existem, entretanto,
divergências quanto à determinação de quais seriam tais limites de
temperatura de conforto. Estudos recentes indicam que edificações em climas
quentes e/ou naturalmente ventiladas devem utilizar diferentes limites de
conforto em relação àquelas em climas frios ou com condicionamento artificial.
As pesquisas descritas demonstram também um crescente interesse
em entender o papel do envelope no desempenho térmico das edificações,
mas percebe-se um pequeno número de trabalhos que estuda as edificações
ventiladas naturalmente, inclusive no Brasil. Os resultados obtidos nas
pesquisas que não incluíram a ventilação natural, apontam o envelope como
um importante fator na determinação do desempenho térmico da edificação.
Modificações nas características da envoltória provocaram alterações
consideráveis no desempenho do edifício. nas pesquisas que incluíam a
ventilação natural, modificações no envelope provocaram pequenas, ou quase
nenhuma, alterações no desempenho térmico da edificação.
As pesquisas utilizando simulação computacional indicam que essa é
uma importante ferramenta para análises de desempenho térmico, contanto
que o pesquisador tenha o domínio do programa. Porém deve-se destacar que
as ferramentas computacionais têm limitações, como por exemplo na
determinação da velocidade interna do ar.
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MÉTODO
O método aqui proposto compreende o estudo do desempenho térmico
do envelope de uma edificação residencial unifamiliar, tanto através do estudo
em campo, quanto da simulação computacional. Ele consiste, portanto, de
duas etapas principais:
1. Estudo e monitoramento de uma edificação real, através da
caracterização dos materiais e componentes do seu envelope, e de medições
de temperaturas do ar. Este monitoramento ocorreu em quatro períodos do
ano, e os valores obtidos nessas medições foram utilizados para calibrar um
modelo base de simulação computacional.
2. Utilização de simulação computacional para analisar o desempenho
térmico do modelo da edificação com diferentes variações de propriedades
térmicas no envelope, verificando a influência do envelope no desempenho.
Nas simulações, a edificação foi modelada com e sem ventilação natural e
usuários.
3.1. Monitoramento da Edificação
3.1.1. Descrição da Edificação Monitorada
A edificação estudada e monitorada é uma residência unifamiliar
construída na cidade de Florianópolis, em uma parceria entre a Eletrosul, a
Eletrobrás e o Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (LabEEE)
da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Denominada como “Casa
Eficiente”, sua construção foi resultado de uma pesquisa a respeito de
tecnologias e estratégias para obtenção de eficiência energética e conforto
ambiental em edificações residenciais. Seu objetivo é a disseminação dos
conceitos de eficiência energética, adequação climática e uso racional da água,
não para a comunidade acadêmica, mas também para os profissionais que
atuam no mercado da construção civil. O projeto arquitetônico foi desenvolvido
pelas arquitetas Alexandra Albuquerque Maciel e Suely Ferraz de Andrade.
Essa casa funciona em regimes quinzenais alternados para realização
de pesquisas (como um laboratório de estudo) e para visitação pública
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(divulgação das estratégias e tecnologias incorporadas ao seu projeto). Ela foi
escolhida para este estudo pois, nos períodos em que fica destinada à
pesquisa, a possibilidade de controle total da ocupação e manipulação das
aberturas. Além disso, foi escolhida por possuir aberturas em fachadas
opostas, favorecendo a ventilação cruzada, que é fator importante nesta
pesquisa. A residência está localizada no bairro Pantanal (Figura 3.1), no pátio
da sede da Eletrosul, ao lado do campus da UFSC, conforme a indicação da
Figura 3.2. Trata-se de uma região predominantemente residencial e com
pouca verticalização.
Figura 3.1 – Localização da residência monitorada na cidade de Florianópolis.
Esta residência possui 124 m
2
de área, e foi projetada e construída
com a intenção de proporcionar o máximo de conforto aos seus usuários, com
o mínimo de consumo energético, buscando alcançar um bom desempenho
térmico. Para isso, um estudo bioclimático foi realizado por seus projetistas,
permitindo a utilização de algumas estratégias de projeto, como:
Orientação da edificação definida a partir de estudos de insolação,
permitindo o aproveitamento da radiação solar para aquecimento no inverno, e
com o sombreamento necessário das fachadas nos períodos onde esse ganho
de calor é indesejado (Figura 3.3);
Aproveitamento da ventilação natural para resfriamento, graças ao
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favorecimento da ventilação cruzada, mas evitando ventos indesejados de
velocidade muito elevada, através de dispositivos redutores de vento (Figura
3.4);
Inércia e isolamento térmico nas paredes, esquadrias e coberturas
(Figura 3.5).
Figura 3.2 – Implantação da residência no pátio da Sede da Eletrosul.
Figura 3.3 – Planta Baixa da residência.
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Figura 3.4 – Fotografias da residência – fachada Sul.
Figura 3.5 – Fotografia da residência – fachadas Norte e Oeste.
Os cortes e a planta baixa mais detalhada da edificação, com indicação
de ambientes e áreas internas, podem ser visualizados no Apêndice A. Quanto
ao envelope, a residência possui paredes duplas, de tijolos cerâmicos maciços,
com camada de manta de lã de rocha no interior, fazendo o isolamento térmico.
Apenas algumas paredes internas da residência não são duplas, possuindo
uma camada de tijolos cerâmicos maciços. O uso de inércia térmica e
isolamento térmico busca reduzir ganhos de calor nos períodos quentes, e
perdas nos períodos de frio.
Houve também uma preocupação especial com a cobertura, que ela
é um elemento essencial nas trocas de calor de edificações térreas. Na
cobertura desta residência são utilizadas três diferentes soluções (Figura 3.6):
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1. Telha cerâmica clara, camada interna de manta de de rocha e
isolamento refletivo, e forro de madeira: sobre o quarto de casal, corredor e
cozinha;
2. Telha metálica, camada interna de manta de de rocha, e forro de
madeira: sobre as salas de jantar e estar (em uma das águas do telhado está
instado o painel fotovoltaico);
3. Laje horizontal, coberta total ou parcialmente por área ajardinada
“teto-jardim”: sobre o quarto de solteiro, banheiro e área de serviços.
Estas camadas de isolamento refletivo proporcionam uma redução dos
ganhos térmicos diurnos e das perdas noturnas. Todos os telhados (com
exceção do teto-jardim) possuem inclinação de 27°. O forro de madeira
existente em alguns cômodos possui a mesma inclinação do telhado.
As esquadrias das portas externas e de todas as janelas da casa são
de PVC, com vidros duplos, para garantir seu isolamento térmico. Elas
possuem (com exceção da porta na área de serviço) persianas externas
também de PVC, na cor branca, para permitir o sombreamento quando
desejado e a ventilação noturna.
Figura 3.6 – Planta de cobertura da residência.
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3.1.2. Períodos de Monitoramento
Foram utilizados, neste trabalho, dados de monitoramento da
edificação em quatro períodos. Dois deles ocorreram durante o inverno, nos
dias 15 a 21 de agosto de 2007 e 11 a 17 de setembro de 2007. Os outros dois
ocorreram no verão, nos dias 24 a 30 de dezembro de 2007 e 07 a 13 de
janeiro de 2008. Cada um dos períodos de monitoramento teve duração de
sete dias. Esta limitação dos dias de monitoramento se deveu ao fato desta
casa funcionar tanto como laboratório de estudo e pesquisas, quanto como
ambiente para visitação e divulgação de tecnologias, restringindo a
possibilidade de manipulação das aberturas e o controle da ocupação da casa
para as medições.
Durante os períodos de agosto e dezembro a casa permaneceu com
janelas e portas externas fechadas, sem ventilação, nas 24 horas do dia, todos
os dias. Nos períodos de setembro e janeiro a casa foi monitorada aberta, com
ventilação natural, em horários determinados do dia. Apenas no período de
dezembro ela foi monitorada sem usuários.
3.1.3. Variáveis Monitoradas
Nos quatro períodos de medição, foram utilizados equipamentos Hobos
data loggers, Marca Onset Computer Corporation, modelo Hobo U12 (Figura
3.7). Eles são utilizados para medir e armazenar dados de temperatura do ar e
umidade relativa do ar. Suas especificações técnicas estão indicadas na
Tabela 3.1. Os valores armazenados foram transferidos para computador
através do programa HOBOware (Software for HOBO U-Series Data Loggers &
Devices), versão 2, para Windows.
Tabela 3.1 – Especificações técnicas do Hobo U12.
Resolução
Temperatura: 0,03°C (a 25°C)
Umidade relativa: 0,03%
Temperatura de operação De -20°C a 70°C
Faixa de medição
Temperatura: de -20°C a 70°C
Umidade: 5% a 95%
Precisão
Temperatura: ± 0,35°C, para temperatura de 0°C a 50 °C
Umidade relativa: ± 2,5%, para umidade de 10% a 90%
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Figura 3.7 – Hobos U12 data logger - Onset Computer Corporation.
Com os Hobos, foram obtidos dados de temperatura do ar (bulbo seco)
e umidade relativa do ar, no interior dos ambientes da casa. Eles foram
programados para registrar os dados de 5 em 5 minutos, e, para que fossem
posteriormente utilizados em comparações com dados de simulação
computacional, foram calculadas médias horárias a partir de seus valores.
Foram utilizados seis Hobos, instalados nos seguintes cômodos da
residência: quarto de casal, quarto de solteiro, sala de jantar, sala de estar,
cozinha e banheiro. Eles foram posicionados aproximadamente no centro do
cômodo, nos pontos indicados na Figura 3.8, a 1,80 metros do piso. A altura de
medição indicada pela ISO 7726 (ISO, 1996) é de 1,10 metros acima do piso,
para captar as trocas rmicas de indivíduos em pé, porém esse
posicionamento do equipamento poderia provocar incômodos aos visitantes e
pesquisadores da casa e, portanto, não foi adotado.
Os dados obtidos nos quatro períodos de monitoramento da residência
não foram utilizados diretamente para a análise do seu desempenho. Eles
serviram como base para calibração do modelo computacional.
As variáveis ambientais externas foram obtidas pela estação
meteorológica do Laboratório de Engenharia de Processos de Conversão e
Tecnologia de Energia (LEPTEN) do Departamento de Engenharia Mecânica
da UFSC. Essa estação está localizada a aproximadamente 550 metros da
edificação estudada, e registra dados de temperatura do ar, umidade relativa
do ar, velocidade e direção do vento, pressão atmosférica e radiação solar
global, direta e difusa.
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Figura 3.8 – Planta baixa da edificação com indicação dos pontos de medição da
temperatura utilizando Hobos.
3.2. Simulação Computacional
Conforme apresentado na revisão bibliográfica, diversas pesquisas
indicam a simulação computacional como uma ferramenta eficaz para análises
de desempenho térmico. Nesta pesquisa, optou-se pela utilização de
simulações pela possibilidade de estudar um determinado modelo de
edificação, variando os tipos de materiais construtivos e sua ocupação e
ventilação.
O programa escolhido foi o EnergyPlus (versão 2.2.0), por ser um dos
mais utilizados no mundo atualmente, e ter atestada, por pesquisas, a
confiabilidade do seu algoritmo no que diz respeito ao comportamento térmico
de edificações. Algumas características consideradas na escolha desse
programa foram sua possibilidade de simular a partir de um arquivo climático
com dados horários, de inserir cargas térmicas de equipamentos e usuários e
de adicionar ventilação natural.
O arquivo climático de Florianópolis utilizado nas análises finais de
desempenho térmico deste trabalho é baseado no Ano Climático de Referência
(Test Reference Year TRY) da cidade. Este ano de referência foi definido por
Goulart et al. (1998), e está disponível em <http://www.labeee.ufsc.br>. O
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arquivo climático usado na calibração do modelo, descrita a seguir, foi criado a
partir de dados meteorológicos medidos nos quatro períodos de monitoramento
da edificação.
3.2.1. Calibração do Modelo para Simulação
Pedrini (1997) afirma que as diversas variáveis que compõem um
modelo, quantificadas sob a influência de inúmeros fatores, tornam tal modelo
passível de inúmeras combinações para um mesmo caso. Essa variabilidade
implica em diferentes graus de fidelidade do modelo para com o caso real,
gerando imprecisões nos resultados.
Segundo Westphal e Lamberts (2005), para que um programa
computacional apresente resultados confiáveis, é essencial que o modelo de
simulação seja corretamente calibrado. Ou seja, o modelo virtual do edifício
analisado deve representar com certa fidelidade o comportamento térmico e
energético desse edifício. Os métodos de calibração de modelos
computacionais consistem basicamente de ajustes e correções dos valores de
suas variáveis, baseados na comparação entre resultados obtidos por
simulação e dados de edificações reais (Pedrini, 1997).
Para este estudo, foi inicialmente realizada uma calibração,
modelando-se uma edificação semelhante à monitorada, e comparando os
valores obtidos por medição e por simulação. Com este procedimento
pretendeu-se verificar a qualidade dos dados obtidos através da simulação, por
sua proximidade com os dados medidos. Sendo assim, definiu-se um modelo
inicial para calibração, com as características descritas a seguir.
As simulações para calibração não utilizaram o arquivo climático
baseado no ano climático de referência (TRY) da cidade. Nelas foi utilizado um
arquivo com dados climáticos da cidade de Florianópolis, medidos na estação
meteorológica do LEPTEN UFSC durante os meses definidos para
monitoramento da edificação (agosto, setembro e dezembro de 2007, e janeiro
de 2008). Portanto, a calibração foi simulada apenas para quatro semanas,
sendo cada semana em um dos meses indicados anteriormente.
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3.2.1.1. Descrição do Modelo Inicial Para Calibração
Pedrini (1997) define que a simulação do comportamento de uma
edificação se inicia na representação do objeto de estudo, como um modelo. O
modelo é uma abstração da realidade, compilado segundo a linguagem do
programa computacional.
Para a simulação de edificações no programa computacional
EnergyPlus, é necessária a definição de zonas térmicas do modelo. Aqui, a
residência foi modelada com nove zonas térmicas, cada uma representando os
seguintes ambientes: área de serviços, cozinha, banheiro, salas, corredor,
quarto de casal, quarto de solteiro, área das caixas d’água (em cima da
cozinha) e área do boiler (em cima do corredor). A Figura 3.9 mostra duas
perspectivas desse modelo, e a Figura 3.10 mostra as plantas com suas
dimensões.
Figura 3.9 – Perspectivas do modelo de calibração da simulação: fachadas oeste e sul
(a), e leste e norte (b).
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Figura 3.10 – Plantas do modelo de calibração da simulação: térreo (a) e superior (b).
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As aberturas (portas e janelas) foram modeladas conforme o existente
na casa. Também foram incluídas no modelo as proteções solares existentes
nas diversas fachadas da residência. A principal diferença em relação à
edificação real está na geometria das coberturas, modeladas de forma
simplificada, sem as inclinações. As alturas desses planos de cobertura foram
calculadas de forma a proporcionar o mesmo volume interno dos ambientes
reais.
Uma importante informação para a simulação de edificações térreas,
especialmente as residenciais, é a temperatura do solo. Isso porque as trocas
de calor entre piso e solo são determinantes no resultado final das trocas de
calor do ambiente. Para as temperaturas do solo desta primeira simulação,
foram utilizados os valores existentes no arquivo climático (TRY) de
Florianópolis, que dizem respeito ao ano de referência da cidade. Esses
valores são apresentados na Tabela 3.2.
Tabela 3.2 – Temperaturas do solo para o modelo inicial de calibração.
Mês
Temperatura média
do solo [°C]
Janeiro 22,75
Agosto 17,48
Setembro 17,16
Dezembro 21,01
Quanto aos materiais, foram definidos dois tipos de paredes: duplas e
simples. As paredes duplas são adotadas em todas as paredes externas e na
maior parte das internas do modelo. Elas possuem três camadas: tijolo, manta
de de rocha e tijolo. O tijolo é cerâmico, maciço e aparente (sem reboco),
com espessura de 10 cm; a manta de de rocha possui 2,5 cm de espessura.
A parede simples é adotada no caso de apenas uma parede interna do modelo,
e possui três camadas: reboco, tijolo e reboco. O reboco, interno e externo, é
de argamassa com espessura de 2,5 cm; o tijolo é cerâmico maciço, com 10
cm de espessura. Esquemas desses dois tipos de parede são mostrados na
Figura 3.11. O piso de toda a casa foi modelado com uma camada de
concreto, com 10 cm de espessura. Não foi considerado o revestimento
cerâmico existente no piso.
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(a) Parede Dupla (b) Parede Simples
U Ct
ϕ
U Ct
ϕ
1,49 315 7,4 3,13
255 3,8
Figura 3.11 – Esquema dos dois tipos de parede do modelo de calibração: dupla (a) e
simples (b).
Nota: U = Transmitância térmica [W/m².K]; Ct = Capacidade térmica [kJ/m
2
.K]; ϕ = Atraso térmico [horas].
Diferentes tipos de cobertura foram criados para o modelo de
calibração, conforme o existente na residência estudada. As zonas foram
simuladas com as opções de coberturas descritas a seguir. Um esquema de
cada uma delas é mostrado na Figura 3.12.
Cozinha e corredor: Por possuírem outra zona acima delas (área das
caixas d’água e área do boiler), sua cobertura é apenas uma laje horizontal de
concreto, com 10 cm de espessura.
Quarto de casal, área das caixas d’água (em cima da cozinha) e área
do boiler (em cima do corredor): Sua cobertura possui seis camadas, sendo
elas de telha cerâmica, câmara de ar, polietileno aluminizado, câmara de ar,
manta de de rocha e forro de madeira. A telha cerâmica possui 1,0 cm de
espessura. A primeira câmara de ar é do tipo não ventilada com superfície de
baixa emissividade e espessura maior que 5,0 cm, de acordo com o indicado
pela norma NBR 15220 (ABNT, 2005b). O polietileno aluminizado possui 5 mm.
A segunda câmara de ar é do tipo não ventilada com superfície de alta
emissividade e espessura maior que 5,0 cm. A manta de de rocha é a
mesma utilizada no interior das paredes. O forro de madeira possui 1,5 cm de
espessura.
Salas: Sua cobertura possui quatro camadas, sendo elas de telha
metálica, câmara de ar, manta de de rocha, e forro de madeira. A telha
metálica é de aço zincado, possui pintura branca e 1,0 mm de espessura. A
câmara de ar, modelada de acordo com a norma NBR 15220 (ABNT, 2005b), é
REBOCO
MANTA DE LÃ
DE ROCHA
TIJOLO
CERÂMICO
MACIÇO
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do tipo não ventilada, com superfície de alta emissividade e espessura de 3,0
cm. A manta de de rocha e o forro de madeira possuem as características já
descritas na cobertura do quarto de casal. Além disso, metade da área da
cobertura da sala (a parte mais ao norte) possui mais duas camadas acima da
telha: outra câmara de ar e vidro opaco representando o painel fotovoltaico.
Essa câmara de ar possui superfície de alta emissividade e espessura maior
que 5,0 cm.
Banheiro e Quarto de Solteiro: Sua cobertura possui três camadas,
sendo uma cobertura ajardinada sobre uma laje horizontal, com isolamento
térmico entre elas. Esta cobertura ajardinada foi modelada como um material
específico do programa EnergyPlus, denominada EcoRoof, onde são descritas
as características da vegetação utilizada e do tipo de solo. O isolamento é de
poliestireno extrudado, com 2,0 cm de espessura. A laje horizontal é de
concreto, com 10 cm de espessura.
Área de Serviços: Essa zona possui dois tipos de cobertura. Isso
porque esse cômodo, na residência estudada, apresenta uma cobertura com
laje horizontal, apenas parcialmente coberta por jardim. Assim, para a
simulação, sua cobertura foi modelada uma parte apenas com uma camada de
laje de concreto, e outra parte com três camadas, sendo uma laje de concreto,
isolamento térmico e uma cobertura ajardinada. As propriedades desses
materiais são as mesmas utilizadas na cobertura do banheiro e quarto de
solteiro.
As janelas e portas externas possuem duas camadas de vidro incolor
de 3,0 mm de espessura, com uma camada de ar de 12 mm no interior. As
propriedades do vidro foram obtidas nos modelos de vidro do próprio programa
EnergyPlus. Apenas a porta externa do banheiro não é de vidro, e sim de PVC,
com 1,0 cm de espessura. As demais portas da casa (portas internas) são de
madeira com pintura branca, tendo 3,0 cm de espessura.
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Figura 3.12 – Esquema dos tipos de cobertura do modelo de calibração: telha cerâmica (a),
telha metálica (b), teto jardim (c), teto jardim + laje de concreto (d).
Nota: U = Transmitância térmica [W/m².K]; Ct = Capacidade térmica [kJ/m
2
.K]; ϕ = Atraso térmico [horas].
As propriedades rmicas da maior parte dos materiais usados, tais
como condutividade térmica, densidade, calor específico, absortância para
radiação solar e resistência térmica, foram obtidas na norma NBR 15220
(ABNT, 2005b; 2005c). Apenas as características utilizadas para a parede de
tijolos cerâmicos maciços foram obtidas em Ordenes et al. (2003), de forma
que fosse considerada a influência da argamassa de assentamento, adotando
valores para um material equivalente. Estes dados são apresentadas na Tabela
3.3.
(d) Telhado vegetado + laje concreto
(a) Cobertura
cerâmica:
(b) Cobertura
metálica:
(c) Telhado
vegetado
U Ct
ϕ
0,58 54,7 4,9
U Ct
ϕ
0,95 25,3 2,9
U Ct
ϕ
0,82 295 10,9
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Tabela 3.3 – Características dos materiais utilizados na simulação computacional.
Material
Condutividade
térmica
[W/m.K]
Densidade
[kg/m
3
]
Calor
específico
[J/kg.K]
Absortância
Resistência
térmica
[m
2
.K/W]
Tijolo cerâmico maciço 10
cm, com argamassa de
assentamento
0,900 1764 920 0,3 0,107
Argamassa reboco 2,5 cm 1,150 2000 1000 0,2 0,022
Concreto maciço 10,0 cm 1,750 2200 1000 0,3 0,057
Telha cerâmica 1,0 cm 1,050 2000 920 0,4 0,010
Telha metálica 0,1 cm 112,00 7100 380 0,2 0,000
Madeira para forro 1,5 cm 0,140 600 2300 0,7 0,107
Madeira para porta 3,0 cm 0,150 600 1340 0,2 0,200
PVC para esquadria 1,0 cm 0,200 1350 960 0,2 0,050
Polietileno aluminizado 0,5
cm
0,400 1200 2299 0,3 0,013
Manta de lã de rocha 2,5
cm
0,045 100 750 - 0,555
Poliestireno extrudado 2,0
cm
0,035 30 1420 - 0,571
Câmara de ar de baixa
emissividade, espessura
>5,0 cm - fluxo
descendente
- - - - 0,61
Câmara de ar de alta
emissividade, espessura
>5,0 cm - fluxo
descendente
- - - - 0,21
Câmara de ar de alta
emissividade, espessura 3
cm - fluxo descendente
- - - - 0,18
O EnergyPlus permite também a inclusão de ganhos internos de
calor no modelo, podendo ser por equipamentos elétricos, iluminação e
ocupação de usuários. Para a calibração, os ganhos internos foram incluídos
conforme o uso ocorrido na edificação durante os dias de monitoramento, nos
quatro períodos determinados. Grosso
Tendo em vista que, nos períodos considerados, a edificação foi
ocupada apenas durante o dia, seus usuários aproveitaram ao máximo a
iluminação natural, com o mínimo de uso de lâmpadas. Por isso, no modelo de
calibração não foram incluídos ganhos de calor pela iluminação.
Quanto aos equipamentos elétricos, representando a realidade
observada no local, dois aparelhos foram considerados: uma geladeira e um
computador. A geladeira permaneceu ligada 24 horas por dia, todos os dias, na
zona da cozinha. O computador permaneceu ligado também 24 horas por dia,
todos os dias, na zona do quarto de casal. Para a geladeira considerou-se uma
potência média de 50 W, e para o computador de 130 W. Estes valores foram
obtidos a partir de medições de consumo desses eletrodomésticos da casa,
3
3
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17:00 a 18:00
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21:00 a 22:00
22:00 a 23:00
23:00 a 24:00
no. de pessoas
utilizando um medidor portátil de consumo, marca Yokogawa. O valor adotado
para a fração radiante de ganho de calor foi 0,5 para os dois equipamentos,
que é um valor comumente utilizado por pesquisadores, tendo em vista que a
divisão entre as parcelas radiante e convectiva (de ganho de calor) para grande
parte dos equipamentos é geralmente uniforme (ASHRAE, 2005b).
A ocupação dos usuários não foi constante durante o monitoramento.
Por isso, foram criados vários padrões de ocupação definindo a quantidade de
usuários em cada zona do modelo, para cada um dos dias, dos quatro períodos
monitorados. Gráficos referentes à ocupação da casa durante os dias de
monitoramento são apresentados na Figura 3.13 para o período de agosto/07,
na Figura 3.14 para setembro/07 e Figura 3.15 para janeiro/08. Os ambientes
que não o mostrados nas figuras, não foram ocupados (por no mínimo 30
minutos) nos dias de monitoramento. No período de dezembro/07 a casa
permaneceu sem usuários. Em todos os finais de semana, ou seja, sábados e
domingos, a casa também permaneceu sem usuários.
Figura 3.13 – Ocupação da casa – período de monitoramento em agosto de 2007
área serviços
sala
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3
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04:00 a 05:00
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08:00 a 09:00
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11:00 a 12:00
12:00 a 13:00
13:00 a 14:00
14:00 a 15:00
15:00 a 16:00
16:00 a 17:00
17:00 a 18:00
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19:00 a 20:00
20:00 a 21:00
21:00 a 22:00
22:00 a 23:00
23:00 a 24:00
no. de pessoas
Foram também definidas as atividades realizadas em cada zona,
resultando em diferentes produções de calor. Esses dados, apresentados na
Tabela 3.4, foram baseados nos valores de taxa metabólica (W/m
2
) da
ASHRAE (2005a), considerando uma área de pele média de 1,80 m
2
. Nas
simulações, o valor do calor produzido [W] é multiplicado pela quantidade de
pessoas na zona.
Tabela 3.4 – Atividades realizadas e calor produzido nas zonas térmicas do modelo.
Zona
Atividade
realizada
Calor produzido
[W/m²]
Calor produzido para
área de pele = 1,80 m² [W]
Área de serviços
Limpeza
doméstica
115 207
Sala
Sentado, lendo
e/ou escrevendo
60 108
Cozinha, banheiro,
corredor, quarto
solteiro e quarto casal
Em pé 70 126
Figura 3.14 – Ocupação da casa – período de monitoramento em setembro de 2007
área serviços
sala
3
3
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23:00 a 24:00
no. de pessoas
Figura 3.15 – Ocupação da casa – período de monitoramento em janeiro de 2008
O sistema AirflowNetwork”, inserido no programa EnergyPlus, é capaz
de simular as trocas de ar em uma edificação, incluindo as trocas do exterior
com as zonas rmicas, e entre as zonas. Nesta calibração, a ventilação foi
modelada de acordo com o comportamento verificado durante os períodos de
monitoramento da edificação real. Considerou-se todas as portas internas
abertas 24 horas todos os dias.
Nos períodos de agosto e dezembro todas as janelas e portas externas
permaneceram fechadas. Nos períodos de setembro e janeiro a abertura das
janelas e portas externas, nos dias úteis, aconteceu conforme mostrado na
Tabela 3.5. Nos finais de semana (sábado e domingo) elas permaneceram
sempre fechadas. As portas externas do banheiro, do quarto de casal e do
quarto de solteiro, e a janela da parede norte da cozinha, permaneceram
fechadas durante todos os períodos de monitoramento.
Utilizando o AirflowNetwork, a infiltração de ar é definida por um
parâmetro chamado Air Mass Flow Coefficient When Opening is Closed
área serviços
banheiro
sala
quarto casal
3
3
.
.
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
48
(Coeficiente de fluxo de massa de ar quando as aberturas estão fechadas),
dado em kg/s.m (para 1 Pa por metro de fresta). O valor utilizado nesse
parâmetro foi 0,001 kg/s.m, o mesmo adotado nos exemplos de simulação do
programa EnergyPlus.
Tabela 3.5 – Abertura das janelas e portas externas nos períodos de monitoramento
em setembro/2007 e janeiro/2008.
Horário
porta externa -
área serviços
janela sul - área
serviços
janela oeste -
área serviços
janela oeste -
cozinha
janela oeste -
banheiro
janela norte -
banheiro
porta sul - sala
porta norte -
sala
janela leste -
quarto casal
janela leste -
quarto solteiro
00h a 08h F F F F F F F F F F
08h a 09h F F F F F F A F F F
09h a 12h A A A A A A A A A A
12h a 14h F F F F F F F F F F
14h a 17h A A A A A A A A A A
17h a 24h F F F F F F F F F F
Legenda: A = Aberto F = Fechado
Com relação às trocas de ar quando as janelas e portas são abertas,
uma das principais definições no AirflowNetwork é feita pelo item Discharge
coefficient (coeficiente de descarga). Ele pode ser definido como um
coeficiente adimensional que relaciona a taxa de fluxo de ar dio através de
uma abertura para um ambiente e a correspondente diferença de pressão na
abertura (ALLEN, 1981). O valor utilizado nesse parâmetro foi 0,6 para janelas
e portas, tendo em vista que, segundo Flourentzou et al. (1998), é indicado um
valor de 0,6 (com precisão de ± 0,1) para o coeficiente de descarga para
aberturas retangulares (janelas e portas).
Além destes itens, para a simulação da ventilação natural é essencial a
definição de valores de coeficiente de pressão (Wind Pressure Coefficient),
definidos para cada abertura da edificação, para diferentes direções do vento.
Estes são dados de difícil definição, que dependem da volumetria do edifício,
do seu entorno e de qualquer tipo de obstáculo à passagem do vento. Para
estas simulações, o coeficiente de pressão foi obtido com auxílio do programa
Cp Generator, desenvolvido no TNO Building Research (TNO, 2008).
Além disso, deve-se definir um valor de expoente para a velocidade do
vento tendo em vista a rugosidade do entorno (Exponent of Wind velocity
3
3
.
.
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
49
Profile), que pode variar de 0 a 0,5. O valor adotado aqui para esse expoente
foi 0,32, correspondente a um entorno heterogêneo, com estruturas maiores
que um pavimento.
Outro item importante modelado são as persianas existentes em
algumas janelas e portas externas. Elas foram inseridas no programa
EnergyPlus como do tipo “Shade”, sendo o material de PVC branco, conforme
o esquema da Figura 3.16. As propriedades rmicas definidas foram
refletância (solar e visível) igual a 0,8, transmitância (solar e visível) igual a 0,4,
espessura 0,5 cm e condutividade térmica 0,2 W/mK.
Figura 3.16 – Esquema das Persianas.
O padrão de aberturas dessas persianas também foi definido em
função do comportamento verificado durante os períodos de monitoramento da
edificação real. No período de dezembro todas as persianas permaneceram
fechadas 24 horas todos os dias. Nos demais monitoramentos sua abertura se
deu conforme mostrado na Tabela 3.6. Em todos os finais de semana (sábado
e domingo) elas permaneceram sempre fechadas. As persianas das portas
externas do quarto de casal e do quarto de solteiro, e da janela da parede norte
da cozinha permaneceram fechadas durante todos os períodos de
monitoramento.
EXTERIOR
INTERIOR
VIDRO INCOLOR 3mm
AR 12mm
PERSIANA DE PVC
3
3
.
.
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
50
Tabela 3.6 – Abertura das persianas nos períodos de monitoramento em agosto e
setembro de 2007, e janeiro de 2008.
AGOSTO
SETEMBRO e JANEIRO
Horário
janela oeste -
cozinha
porta sul - sala
porta norte - sala
janela leste -
quarto casal
janela leste -
quarto solteiro
janela oeste -
cozinha
porta sul - sala
porta norte - sala
janela leste -
quarto casal
janela leste -
quarto solteiro
00h a 08h
F F F F F
F F F F F
08h a 12h
A A A A A
A A A A A
12h a 14h
F F F F F
F F F F F
14h a 17h
F A F A F
A A A A A
17h a 24h
F F F F F
F F F F F
Legenda: A = Aberta F = Fechada
3.2.1.2. Ajustes no Modelo
Para a calibração foram realizados ajustes no modelo, modificando
alguns parâmetros e comparando os resultados destas simulações com as
medições efetuadas previamente na casa. Esses parâmetros foram escolhidos
por se tratarem dos principais dados de entrada utilizados para a simulação no
programa EnergyPlus. A cada simulação um novo parâmetro era alterado,
sendo que, quando considerada adequada, a alteração era mantida nas
simulações seguintes.
Em uma primeira etapa, os primeiros parâmetros alterados foram
comparados com as medições realizadas nos meses de agosto e dezembro de
2007, quando a casa foi monitorada sem ventilação (janelas e portas
fechadas). São eles:
- Temperatura do solo: Os dados de temperatura do solo foram
alterados, passando a utilizar valores medidos no terreno estudado (média
mensal), mostrados na Tabela 3.7. Essas medições foram realizadas com um
sensor do tipo termopar, instalado no solo abaixo da sala de jantar da casa, a
uma profundidade de 20 cm.
3
3
.
.
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
51
Tabela 3.7 – Valores de temperatura média do solo obtidos in locoC].
Mês
Temperatura média
do solo [°C]
Janeiro/2008 26,3
Agosto/2007 18,7
Setembro/2007 22,1
Dezembro/2007
24,7
- Geometria da edificação: Tendo em vista que o modelo inicial foi
construído com todas as coberturas horizontais, essa alteração foi realizada
definindo as coberturas com as inclinações existentes na edificação estudada.
Este modelo é mostrado na Figura 3.17.
Figura 3.17 – Perspectiva do modelo de calibração com alteração na volumetria da
cobertura.
- Resistência térmica dos materiais do envelope: As propriedades
térmicas dos materiais utilizados no modelo inicial, obtidas em norma, são
apontadas pela própria norma como sendo apenas indicativos, porque eles
podem variar em função da matéria prima e da forma de fabricação. Para
verificar a influência de diferenças nos valores da resistência térmica dos
materiais, foram realizadas simulações diminuindo em 10% e aumentando em
10% e em 20% a resistência térmica de todos os materiais. Santana (2006)
trabalhou com a variação da transmitância térmica dos materiais e constatou
uma influência linear desta sobre o desempenho da edificação. Por isso, é
desnecessária a análise de muitas opções de variação.
- Absortância dos materiais do envelope: No modelo inicial, a
absortância dos materiais foram definidas pela observação das cores na
edificação estudada e adotando valores de norma. Porém, esta observação
simples não define tais valores com precisão, mesmo porque a sujeira pode
N
3
3
.
.
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
52
provocar alterações nessa propriedade. Assim, para confirmar o valor real de
absortância dos materiais utilizados no envelope da casa estudada, foram
realizadas medições no local utilizando o equipamento medidor de refletância
(espectrômetro) “Alta II”, mostrado na Figura 3.18. Com os valores medidos, e
tendo como referência medições em um papel branco, a absortância real pôde
ser calculada utilizando-se planilhas eletrônicas. Os valores obtidos e utilizados
nessa simulação estão indicados na Tabela 3.8.
Tabela 3.8 – Valores corrigidos de
absortância dos materiais.
Material Absortância
Tijolo cerâmico maciço 0,36
Telha cerâmica 0,48
Telha metálica 0,36
PVC das esquadrias 0,26
Figura 3.18 – Equipamento Alta II.
- Ganho interno de calor por equipamentos: Para a simulação inicial
adotou-se o valor 0,5 para a fração radiante de ganho de calor pelos
equipamentos, resultando, conseqüentemente, em 0,5 para a fração
convectiva. Porém, segundo a ASHRAE (2005b), a divisão entre as parcelas
radiante e convectiva (de ganho de calor) para grande parte dos equipamentos
é geralmente uniforme, mas uma importante diferença no caso de
equipamentos que possuem ventilador para resfriamento, como no caso de
computares. Sendo assim, foi realizada uma simulação adotando, para a fração
radiante de ganho de calor, o valor 0,20 para o computador e o valor 0,35 para
a geladeira, baseado no apresentado pela ASHRAE (2005b).
- Infiltração de ar: O valor utilizado inicialmente no parâmetro Air
Mass Flow Coefficient When Opening is Closed foi 0,001 kg/s.m. Nessa
simulação, esse parâmetro foi alterado de forma a diminuir a infiltração de ar,
adotando o valor 0,0001 kg/s.m para as janelas e portas de correr, e 0,0005
kg/s.m para as janelas máximo-ar, conforme obtido a partir de Liddament
(1986).
3
3
.
.
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
53
Em uma segunda etapa, com o modelo corrigido, adotando as
melhores opções das simuladas na primeira etapa, foram simuladas novas
alterações, comparando-as com os dados das medições dos meses de
setembro de 2007 e janeiro de 2008. Foram alterados no modelo os
parâmetros relacionados à ventilação natural descritos a seguir. Pela
dificuldade de obtenção dos valores de coeficiente de pressão, eles não foram
variados.
- Coeficiente de descarga: O valor utilizado como coeficiente de
descarga nas simulações iniciais foi 0,6 para janelas e portas. Porém, como
Flourentzou et al. (1998), indicam o valor de 0,6 com precisão de ± 0,1, foram
realizadas simulações alterando o coeficiente de descarga para 0,7 e para 0,5.
Foi ainda realizada outra simulação reduzindo esse valor para 0,3 para analisar
a influência de maiores alterações nesse parâmetro.
- Expoente da velocidade do vento: O valor de 0,32, inicialmente
adotado para esse expoente, foi alterado para 0,5, que é o limite máximo aceito
pelo programa. Esse novo valor significaria um entorno com alta rugosidade, ou
seja, muitas obstruções, que pode corresponder melhor ao caso da edificação
estudada, pois ela localiza-se numa área cercada por morros.
3.2.1.3. Critérios para a Calibração
Para comparação dos resultados destas simulações com os valores
medidos na edificação real, foi requerida, como dado de saída do modelo, a
temperatura média horária do ar no interior da edificação. Foram utilizados os
valores das zonas da sala, banheiro e quarto de casal, que se localizam em
diferentes orientações solares na casa. Em cada um dos quatro períodos
definidos, foram escolhidos três dias mais significativos para as análises. Esses
dias foram escolhidos por estarem em uma seqüência de dias com
comportamento semelhante, proporcionando uma estabilidade no
comportamento térmico da casa.
As primeiras simulações foram comparadas com as medições
realizadas em agosto e em dezembro de 2007, quando a casa foi mantida com
janelas e portas externas fechadas, ou seja, sem ventilação. As últimas
3
3
.
.
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
54
simulações de calibração foram comparadas com as medições realizadas em
setembro de 2007 e janeiro de 2008, quando a casa foi monitorada com
abertura de janelas e portas, ou seja, com ventilação natural. A Tabela 3.9
descreve as simulações realizadas e os meses utilizados nas comparações.
Tabela 3.9 – Simulações realizadas para a calibração e meses de análise.
Simulação
Número Descrição / Alterações
Mês analisado
1
Modelo inicial Agosto e Dezembro/2007
2
Modelo inicial + Temperatura do solo Agosto e Dezembro/2007
3
Simulação 2 + Volumetria da cobertura Agosto e Dezembro/2007
4
Simulação 3 + Resistência térmica - 10% Agosto e Dezembro/2007
5
Simulação 3 + Resistência térmica + 10% Agosto e Dezembro/2007
6
Simulação 3 + Resistência térmica + 20% Agosto e Dezembro/2007
7
Simulação 3 + Absortância Agosto e Dezembro/2007
8
Simulação 6 + Ganho por equipamentos Agosto e Dezembro/2007
9
Simulação 7 + Infiltração de ar
Agosto, Setembro e
Dezembro/2007 e Janeiro/2008
10
Simulação 8 + Coeficiente de descarga = 0,7 Setembro/2007 e Janeiro/2008
11
Simulação 8 + Coeficiente de descarga = 0,5 Setembro/2007 e Janeiro/2008
12
Simulação 8 + Coeficiente de descarga = 0,3 Setembro/2007 e Janeiro/2008
13
Simulação 8 + Expoente da vel. vento = 0,5 Setembro/2007 e Janeiro/2008
Os dados obtidos por medição e simulação foram comparados, e
calculadas as diferenças entre os valores, o erro quadrático e a amplitude das
temperaturas no período. As diferenças entre os valores simulados e medidos
foram verificadas para cada dado horário, e então calculadas a diferença
mínima, máxima e média, para cada período de três dias analisados. A
Equação 3.1 mostra como foi realizado o cálculo da diferença média. O erro
quadrático foi calculado conforme indicado na Equação 3.2.
( )
N
xy
Dm
N
li
ii
=
=
Equação 3.1
2
1
2
)(
=
=
N
xy
EQ
N
li
ii
Equação 3.2
Onde:
Dm é a diferença média [°C];
EQ é o erro quadrático [°C];
3
3
.
.
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
55
yi é a temperatura horária obtida por simulação [°C];
xi é a temperatura horária medida na edificação [°C];
N é o número de observações.
3.2.2. Definição do Modelo de Referência para as Simulações
Após a calibração, para possibilitar as demais análises desejadas,
definiu-se um Modelo de Referência para as simulações, representando uma
edificação residencial unifamiliar. Sua geometria foi determinada a partir do
modelo calibrado anteriormente, com os mesmos cômodos da edificação real
monitorada, porém os materiais foram simplificados e foram definidos novos
padrões de uso.
A partir desse modelo de referência foram simuladas variações,
alterando as propriedades do envelope, a fim de verificar a influência deste no
desempenho rmico da edificação. Estas simulações foram realizadas com e
sem ventilação e ocupação. As simulações, tanto do modelo de referência
quanto das variações, foram realizadas para um ano inteiro, utilizando um
arquivo climático com dados do ano climático de referência (TRY) de
Florianópolis.
3.2.2.1. Geometria
O modelo de referência seguiu a mesma geometria definida no modelo
final da calibração, possuindo, portanto, nove zonas rmicas de simulação.
Quanto às aberturas, foram apenas excluídas as portas externas do banheiro,
do quarto de casal e do quarto de solteiro, e a janela da parede norte da
cozinha. As demais aberturas foram mantidas (portas e janelas), mas sem
persianas e sem brises. Foram também retiradas as proteções solares nas
fachadas. A Figura 3.19 mostra uma perspectiva do modelo.
3
3
.
.
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
56
Figura 3.19 – Perspectiva do modelo de referência.
3.2.2.2. Temperatura do Solo
A temperatura do solo é uma característica ligada diretamente às
temperaturas médias do ar, internas e externas, na cidade simulada. Quando
não existem dados de medição da temperatura do solo, para obter resultados
confiáveis indica-se o uso do programa Slab, vinculado ao EnergyPlus. Ele
calcula a temperatura média do solo para cada mês do ano, com base nos
valores médios de temperaturas internas e externas da edificação, para o clima
determinado. Aqui foram usados dados referentes ao ano climático de
referência de Florianópolis. Os valores obtidos com o Slab, e então utilizados
nas simulações seguintes, são apresentados na Tabela 3.10.
Tabela 3.10 – Valores de temperatura média do solo [°C] para as simulações.
Mês
Temperatura
média do solo [°C]
Mês
Temperatura
média do solo [°C]
Janeiro 25,94 Julho 17,80
Fevereiro 26,05 Agosto 17,69
Março 25,26 Setembro 19,20
Abril 23,43 Outubro 19,93
Maio 20,49 Novembro 21,86
Junho 18,12 Dezembro 23,47
3.2.2.3. Materiais
Como mencionado, as características do modelo de referência foram
escolhidas a partir das características da edificação monitorada, mas
diminuindo a variedade dos materiais. Foi definido um único tipo de parede
para toda a casa, possuindo uma camada de tijolo cerâmico, maciço e
aparente, com espessura de 10 cm, com as características mostradas na
Tabela 3.11.
3
3
.
.
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
57
Tabela 3.11 – Características da parede do modelo base.
Fonte: ABNT (2005c)
Parede Descrição
Transmitância
térmica – U
[W/(m².K)]
Capacidade
térmica - Ct
[kJ/(m
2
.K)]
Atraso
térmico -
ϕ
ϕϕ
ϕ [horas]
Parede de tijolos maciços
aparentes, assentados na menor
dimensão:
Dimensões do tijolo: 10x6x22 cm;
Espessura da argamassa de
assentamento: 1,0 cm;
Espessura total da parede: 10,0 cm.
3,70 149 2,4
O piso, no interior de toda a casa, foi modelado com uma camada de
concreto, com espessura de 10 cm. A cobertura do modelo base foi
determinada com três camadas: telha cerâmica, camada de ar e forro de
madeira, com as características mostradas na Tabela 3.12. A telha cerâmica
possui 1,0 cm de espessura. A camada de ar foi modelada como uma câmara
de ar não ventilada, com superfície de alta emissividade, possuindo espessura
maior que 5,0 cm, de acordo com o apresentado pela norma NBR 15220
(ABNT, 2005b). O forro de madeira possui 1,0 cm de espessura.
Tabela 3.12 – Características da cobertura do modelo base.
Fonte: ABNT (2005c)
Cobertura Descrição
Transmitância
térmica – U
[W/(m².K)]
Capacidade
térmica - Ct
[kJ/(m
2
.K)]
Atraso
térmico -
ϕ
ϕϕ
ϕ [horas]
Cobertura de telha de barro
com forro de madeira
Espessura da telha: 1,0 cm
Espessura da madeira: 1,0
cm
2,00
32
1,3
Todas as janelas e portas externas modeladas possuem apenas uma
camada de vidro incolor de 3,0 mm de espessura. As propriedades do vidro
foram obtidas dos modelos de vidro do próprio programa EnergyPlus. As
demais portas da casa (portas internas) são de madeira com pintura branca,
tendo 3,0 cm de espessura.
As propriedades térmicas dos materiais usados no modelo base
(condutividade, densidade, calor específico, absortância para radiação solar e
resistência rmica) são as mesmas utilizadas no modelo de calibração,
conforme apresentado anteriormente na Tabela 3.3.
3
3
.
.
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
58
3.2.2.4. Cargas Térmicas Internas
O modelo de referência foi definido sem cargas térmicas internas.
Posteriormente, nas variações de caso de simulação, foi estudada a alternativa
com ganhos internos de calor, tanto por equipamentos elétricos, quanto por
iluminação e ocupação de usuários. Dessa forma, puderam-se comparar os
resultados, verificando a influência do envelope no desempenho da edificação
considerada com e sem ocupação.
3.2.2.5. Trocas de Ar
No modelo de referência as janelas e portas externas foram mantidas
fechadas todos os dias do ano, permitindo trocas de ar apenas por infiltração.
Nas variações de caso posteriores, a ventilação natural foi permitida com a
abertura de janelas e portas, a fim de estudar a influência do envelope no
desempenho da edificação naturalmente ventilada.
3.2.3. Variações no Modelo de Referência
Uma série de variações foram propostas, a partir do modelo de
referência, a fim de comparar a influência do envelope no desempenho da
edificação. Em todas as variações simuladas foram mantidas as características
da geometria do modelo de referência. As alterações propostas dizem respeito
às propriedades térmicas do envelope, e foram simuladas com e sem
ventilação natural e ocupação (cargas térmicas internas).
3.2.3.1. Variação da Ventilação
Esta variação do modelo inclui trocas de ar pela ventilação natural,
como alternativa ao modelo de referência, modelado apenas com infiltração.
Definiu-se um padrão de abertura das janelas e portas externas, para dias úteis
e para finais de semana, diferenciado para os meses de verão e inverno
conforme a Tabela 3.13 e a Tabela 3.14. Considerou-se todas as portas
internas abertas 24 horas todos os dias. Esses padrões foram definidos
buscando reproduzir o uso convencional de uma edificação em Florianópolis.
3
3
.
.
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
59
Tabela 3.13 – Abertura das janelas e portas externas nos meses de verão.
VERÃO - Dias Úteis VERÃO - Finais de Semana
Horário
porta externa - área serviços
janela sul - área serviços
janela oeste - área serviços
janela oeste - cozinha
janela oeste - banheiro
janela norte - banheiro
porta sul - sala
porta norte - sala
janela leste - quarto casal
janela leste - quarto solteiro
porta externa - área serviços
janela sul - área serviços
janela oeste - área serviços
janela oeste - cozinha
janela oeste - banheiro
janela norte - banheiro
porta sul - sala
porta norte - sala
janela leste - quarto casal
janela leste - quarto solteiro
00h a 06h F A A F A A F F F F F A A F A A F F F F
06h a 08h F A A A A A F F A A F A A F A A F F F F
08h a 09h F A A A A A A A A A F A A F A A F F F F
09h a 10h A A A A A A A A A A F A A A A A A A A F
10h a 11h A A A A A A A A A A F A A A A A A A A A
11h a 15h F A A A A A A A A A F A A A A A A A A A
15h a 17h A A A A A A A A A A F A A A A A A A A A
17h a 18h F A A A A A A A A A F A A A A A A A A A
18h a 19h F A A A A A F F A A F A A A A A F F A A
19h a 20h F A A A A A F F A A A A A A A A F F A A
20h a 21h F A A F A A F F A A F A A F A A F F A A
21h a 22h F A A F A A F F F F F A A F A A F F A F
22h a 24h F A A F A A F F F F F A A F A A F F F F
Legenda:
A
= Aberto
F
= Fechado
Tabela 3.14 – Abertura das janelas e portas externas nos meses de inverno.
INVERNO - Dias Úteis INVERNO - Finais de Semana
Horário
porta externa - área serviços
janela sul - área serviços
janela oeste - área serviços
janela oeste - cozinha
janela oeste - banheiro
janela norte - banheiro
porta sul - sala
porta norte - sala
janela leste - quarto casal
janela leste - quarto solteiro
porta externa - área serviços
janela sul - área serviços
janela oeste - área serviços
janela oeste - cozinha
janela oeste - banheiro
janela norte - banheiro
porta sul - sala
porta norte - sala
janela leste - quarto casal
janela leste - quarto solteiro
00h a 06h F F A F A F F F F F F F A F A F F F F F
06h a 07h F F A F A F A F F F F F A F A F F F F F
07h a 08h F F A F A F F F F F F F A F A F F F F F
08h a 09h F F A F A F F F F F F F A F A F F F F F
09h a 10h F F A F A F F F F F F F A F A F F F F F
10h a 11h F F A A A F F F F F F F A A A F A F F F
11h a 12h F F A F A F A A F F F F A F A F F F F F
12h a 14h F F A F A F F F A A F F A F A F F F A A
14h a 15h F F A F A F F F A A F F A F A F F F A A
15h a 16h F F A A A F F F F F F F A A A F A F F F
16h a 17h F F A F A F F F F F F F A F A F F F F F
17h a 18h F F A F A F A F F F F F A F A F F F F F
18h a 24h F F A F A F F F F F F F A F A F F F F F
Legenda:
A
= Aberto
F
= Fechado
3
3
.
.
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
60
Os meses de verão e inverno foram diferenciados tendo como critério a
temperatura média mensal do ar registrada no ano climático de referência
(TRY) de Florianópolis, sendo que para valores acima de 20°C, considerou-se
mês de verão. Com isso, o verão foi considerado nos meses de novembro a
abril, e o inverno de maio a outubro.
3.2.3.2. Variação da Ocupação (Cargas Térmicas Internas)
Como alternativa ao caso base, que foi simulado sem ocupação,
definiu-se a variação da simulação incluindo cargas térmicas internas, incluindo
ganhos de calor por equipamentos elétricos, iluminação e ocupação de
usuários. Para cada uma dessas fontes de calor, foram criadas diferentes
rotinas (schedules) que definem seu padrão de uso, baseadas em um perfil de
usuários da residência.
Em relação aos usuários, foi determinado um modelo ocupado por
quatro pessoas, representando uma família com um casal, no qual apenas um
deles trabalha fora de casa, e dois filhos, que estudam no período da manhã.
Foram definidos dois padrões de ocupação pelos usuários, sendo um para os
dias úteis (de segunda a sexta-feira) e outro para os finais de semana (sábado
e domingo). Tendo isso em vista, a ocupação do modelo variou conforme
apresentado na Figura 3.20. As zonas do corredor, caixas d’água e boiler foram
consideradas sem ocupação.
Dias Úteis
0
1
2
3
4
00:00 a 01:00
01:00 a 02:00
02:00 a 03:00
03:00 a 04:00
04:00 a 05:00
05:00 a 06:00
06:00 a 07:00
07:00 a 08:00
08:00 a 09:00
09:00 a 10:00
10:00 a 11:00
11:00 a 12:00
12:00 a 13:00
13:00 a 14:00
14:00 a 15:00
15:00 a 16:00
16:00 a 17:00
17:00 a 18:00
18:00 a 19:00
19:00 a 20:00
20:00 a 21:00
21:00 a 22:00
22:00 a 23:00
23:00 a 24:00
no. de pessoas na casa
u
Finais de Semana
0
1
2
3
4
00:00 a 01:00
01:00 a 02:00
02:00 a 03:00
03:00 a 04:00
04:00 a 05:00
05:00 a 06:00
06:00 a 07:00
07:00 a 08:00
08:00 a 09:00
09:00 a 10:00
10:00 a 11:00
11:00 a 12:00
12:00 a 13:00
13:00 a 14:00
14:00 a 15:00
15:00 a 16:00
16:00 a 17:00
17:00 a 18:00
18:00 a 19:00
19:00 a 20:00
20:00 a 21:00
21:00 a 22:00
22:00 a 23:00
23:00 a 24:00
no. de pessoas na casa
u
área servos cozinha banheiro sala quarto casal quarto solteiro
Figura 3.20 – Ocupação do modelo – dias úteis e finais de semana
De acordo com o tipo de atividade desempenhada em cada zona,
foram determinadas diferentes produções de calor, apresentadas na Tabela
3.15. Elas basearam-se nos valores de taxa metabólica (W/m
2
) da ASHRAE
(2005a), considerando uma área de pele média de 1,80 m
2
. Nas simulações, o
3
3
.
.
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
61
valor do calor produzido [W] é multiplicado pela quantidade de pessoas na
zona.
Tabela 3.15 – Atividades realizadas e calor produzido nas zonas térmicas do modelo.
Zona
Atividade
realizada
Calor produzido
[W/m²]
Calor produzido para área
de pele = 1,80[W]
Área de serviços Limpeza doméstica 115 207
Cozinha Cozinhando 95 171
Banheiro Em pé 70 126
Sala
Sentado, lendo
e/ou escrevendo
60 108
Quarto solteiro e
quarto casal
Dormindo ou
descansando
45 81
Quanto à iluminação, definiu-se um modelo utilizando lâmpadas
incandescentes de 60 W e 100 W, e fluorescentes compactas de 25 W. As
incandescentes, que ainda são as mais utilizadas no contexto residencial
brasileiro, foram incluídas nas zonas dos quartos, banheiro, cozinha e área de
serviços. As fluorescentes foram incluídas na zona onde há maior uso de
iluminação artificial, que é a da sala. O modelo possui um total de 9 lâmpadas,
perfazendo 520 W, e aproximadamente 4,2 W/m² de densidade de potência
instalada em iluminação. Elas são distribuídas nas zonas conforme mostrado
na Tabela 3.16.
Tabela 3.16 – Iluminação em cada zona térmica do modelo.
Zona
Quantidade de
lâmpadas
Potência das
lâmpadas [W]
Área de serviços 1 60
Cozinha 1 100
Banheiro 1 60
Sala 4 25
Quarto solteiro 1 100
Quarto casal 1 100
O padrão de uso da iluminação foi definido a partir da ocupação dos
usuários em cada zona, conforme apresentado na Tabela 3.17, sendo,
portanto, diferente para dias úteis e finais de semana. Considerou-se que os
usuários aproveitam a iluminação natural durante o dia, apenas acendendo
lâmpadas nos primeiros horários da manhã, e à noite.
3
3
.
.
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
62
Tabela 3.17 – Padrão de uso da iluminação – dias úteis e finais de semana
Porcentagem da potência total em uso
Dias Úteis Finais de Semana
Horário
área serviços
cozinha
banheiro
sala
quarto casal
quarto solteiro
área serviços
cozinha
banheiro
sala
quarto casal
quarto solteiro
00h a 06h 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
06h a 07h 0 100
100
0 100
100
0 0 0 0 0 0
07h a 08h 0 100
0 50 0 0 0 0 0 0 0 0
08h a 09h 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100
0
09h a 10h 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100
10h a 17h 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
17h a 18h 0 100
0 0 0 100
0 0 0 50 100
100
18h a 19h 0 0 0 100
0 0 0 100
100
50 0 0
19h a 20h 0 0 100
100
0 0 100
0 0 100
0 0
20h a 21h 0 0 0 50 0 0 0 0 0 100
0 0
21h a 22h 0 0 0 50 0 100
0 0 0 50 0 100
22h a 23h 0 0 0 0 100
0 0 0 0 50 100
0
23h a 24h 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Com relação aos equipamentos elétricos, foram incluídos ganhos de
calor por dois aparelhos: uma geladeira e um computador. A geladeira
permanece ligada 24 horas por dia, todos os dias, na zona da cozinha. O
computador permanece ligado entre 18 e 21 horas nos dias úteis, e nos finais
de semana entre 10 e 12 horas e 19 e 22 horas, na zona da sala. Para a
geladeira considerou-se uma potência média de 50 W, e para o computador de
130 W, ou seja, os mesmos valores adotados na calibração.
3.2.3.3. Variações de Propriedades Térmicas do Envelope
A fim de estudar a contribuição do tipo de envelope no desempenho
térmico da edificação, foram realizadas simulações do modelo base com
variações nas opções de materiais das paredes e coberturas.
Foram escolhidas sete opções de parede e cinco opções de cobertura
(além das utilizadas no modelo base). Os tipos de parede e cobertura foram
variados separadamente, sendo que, nas simulações com variação da parede,
manteve-se a cobertura do modelo base e, nas simulações com variação da
cobertura, manteve-se a parede do modelo base. Foram então simulados doze
casos de variação do envelope, além do modelo de referência (Figura 3.21).
3
3
.
.
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
63
parede 1
parede 2
parede 3
parede 4
parede 5
parede 6
parede modelo
de referência
cobertura 1
cobertura 2
cobertura 3
cobertura 4
cobertura 5
cobertura modelo
de referência
parede 7
Figura 3.21 – Combinações de componentes do envelope, totalizando 12 variações.
As opções de envelope selecionadas, que são apresentadas na Tabela
3.18 (coberturas), e na Tabela 3.19 (paredes), foram escolhidas por suas
diferentes propriedades térmicas. As paredes possuem transmitância térmica
variando de 1,21 a 5,04 W/(m².K), e capacidade térmica variando de 55 a 430
kJ/(m².K). As coberturas possuem transmitância rmica variando de 0,95 a
4,55 W/(m².K), e capacidade térmica variando de 18 a 458 kJ/(m².K).
Tabela 3.18 – Descrição e Propriedades Térmicas das Coberturas Simuladas.
Fonte: ABNT (2005c)
Coberturas Descrição
Transmitânci
a térmica – U
[W/(m².K)]
Capacidad
e térmica -
Ct
[kJ/(m
2
.K)]
Atraso
térmico -
ϕ
ϕϕ
ϕ [horas]
1
Cobertura de telha de barro
sem forro
Espessura da telha: 1,0 cm
4,55 18 0,3
2
Cobertura de telha de barro
com laje de concreto de 20
cm
Espessura da telha: 1,0 cm
1,84 458 8,0
3
Cobertura de telha de barro,
lâmina de alumínio polido e
forro de madeira
Espessura da telha: 1,0 cm
Espessura da madeira: 1,0
cm
1,11 32 2,0
4
Cobertura de telha de barro,
lâmina de alumínio polido e
laje de concreto de 20 cm
Espessura da telha: 1,0 cm
1,06 458 11,8
5
Cobertura de telha de barro
com 2,5 cm de lã de vidro
sobre o forro de madeira
Espessura da telha: 1,0 cm
Espessura da madeira: 1,0
cm
0,95 33 2,3
NOTA: Os atrasos térmicos das coberturas são calculados para condições de verão (fluxo térmico descendente).
3
3
.
.
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
64
Tabela 3.19 – Descrição e Propriedades Térmicas das Paredes Simuladas.
Fonte parcial: ABNT (2005c)
Paredes Descrição
Transmitância
térmica – U
[W/(m².K)]
Capacidade
térmica - Ct
[kJ/(m
2
.K)]
Atraso
térmico -
ϕ
ϕϕ
ϕ [horas]
1
Parede de concreto maciço:
Espessura total da parede: 5,0
cm.
5,04 110 1,3
2
Parede de concreto maciço:
Espessura total da parede: 10,0
cm.
4,40 220 2,6
3
Parede de tijolos maciços,
assentados na menor dimensão:
Dimensões do tijolo: 10x6x22 cm;
Argamassa de assentam.: 1,0
cm;
Argamassa de emboço: 2,5 cm;
Espessura total da parede: 15,0
cm.
3,13 255 3,8
4
Parede de madeira:
Espessura total da parede: 3,0
cm.
2,60 41 2,2
5
Parede dupla de tijolos maciços,
assentados na menor dimensão:
Dimensões do tijolo: 10x6x22 cm;
Argamassa de assentam.: 1,0
cm;
Argamassa de emboço: 2,5 cm;
Espessura total da parede: 26,0
cm.
2,30 430 6,6
6
Parede dupla de tijolos maciços,
assentados na menor dimensão:
Dimensões do tijolo: 10x6x22 cm;
Camada de manta de lã de rocha
no interior: 2,0 cm;
Argamassa de assentam.: 1,0
cm;
Argamassa de emboço: 2,5 cm;
Espessura total da parede: 27,0
cm.
1,45 416 9,1
7
Parede dupla de madeira:
Espessura da madeira: 2,0 cm;
Câmara de ar não ventilada no
interior: 4,0 cm;
Espessura total da parede: 8,0
cm.
1,21 55 6,9
3
3
.
.
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
65
As propriedades térmicas dos materiais usados (condutividade térmica,
densidade, calor específico, absortância para radiação solar e resistência
térmica), obtidas na NBR 15220 (ABNT, 2005b; 2005c) e em Ordenes et al.
(2003), são apresentadas na Tabela 3.20. Todas as paredes possuem a
mesma absortância, de forma que esse não seja mais um fator de influência
nos resultados. O mesmo ocorre com as coberturas.
Tabela 3.20 – Características dos materiais utilizados na simulação computacional.
Material
Condutividade
térmica
[W/m.K]
Densidade
[kg/m
3
]
Calor
específico
[J/kg.K]
Absortância
Resistência
térmica
[m
2
.K/W]
Tijolo cerâmico maciço 10
cm, com argamassa de
assentamento
0,900 1764 920 0,3 0,107
Argamassa emboço 2,5 cm 1,150 2000 1000 0,3 0,022
Concreto maciço 10,0 cm 1,750 2200 1000 0,3 0,057
Telha cerâmica 1,0 cm 1,050 2000 920 0,4 0,010
Madeira para parede 2,0
cm
0,140 600 2300 0,7 0,143
Madeira para forro 1,0 cm 0,140 600 2300 0,7 0,071
Manta de lã de rocha 2,0
cm
0,045 100 750 - 0,444
Manta de lã de vidro 2,5 cm 0,045 50 700 - 0,556
lâmina de alumínio polido
(ε<0,2)
230 2700 880 - -
Câmara de ar de baixa
emissividade, espessura
>5,0 cm - fluxo
descendente
- - - - 0,61
Câmara de ar de alta
emissividade, espessura
>5,0 cm - fluxo
descendente
- - - - 0,21
Câmara de ar de baixa
emissividade, espessura 4
cm - fluxo horizontal
- - - - 0,37
3.2.4. Tratamento dos Dados Finais
Para a realização das análises desejadas, das simulações no programa
EnergyPlus as variáveis requeridas do ambiente externo foram temperatura de
bulbo seco C] e umidade relativa do ar [%]; e as variáveis requeridas da
edificação foram temperatura média do ar no interior de cada zona C],
umidade relativa do ar no interior de cada zona [%], ganho de calor por cargas
internas [J], troca de calor por infiltração e ventilação [J], troca de calor pelas
janelas e portas de vidro [J], troca de calor por convecção pelas paredes, pisos
e coberturas [J].
3
3
.
.
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
66
Uma análise comparativa dos desempenhos de cada modelo proposto
foi realizada com base na porcentagem de horas de desconforto, considerando
a zona de conforto adaptada de Givoni (1992). Para isso foi utilizado o
programa computacional Analysis Bio, inserindo os valores horários de
temperatura e umidade relativa do ar obtidos nas zonas térmicas da edificação,
em cada modelo simulado, para o ano inteiro. Foram analisados dados de duas
zonas do modelo: sala e quarto de casal, que estão entre os ambientes de
maior permanência em uma residência.
Os valores de horas de desconforto foram também obtidos
separadamente para o período de verão (novembro a abril) e de inverno (maio
a outubro). Isso foi feito tendo em vista a diferenciação do padrão de abertura
das janelas nos meses de verão e inverno. As horas de abertura da maior parte
das janelas e portas externas são reduzidas no inverno.
Foram realizadas análises de correlação das porcentagens de horas de
desconforto com os valores de transmitância rmica, capacidade rmica e
atraso térmico dos componentes do envelope, para as diferentes opções de
parede e cobertura. Para isso, foram calculadas as propriedades térmicas
equivalentes para cada cômodo, através de uma ponderação, conforme
exemplificado na Equação 3.3. O mesmo cálculo mostrado para a
transmitância, foi também realizado para a capacidade e atraso térmicos.
jpicpa
jjpipiccpapa
eq
AAAA
AUAUAUAU
U
+++
+++
=
).().().().(
Equação 3.3
Onde:
U
eq
é a transmitância térmica equivalente do cômodo [W/m².K];
U
pa
é a transmitância térmica das paredes externas [W/m².K];
U
c
é a transmitância térmica da cobertura [W/m².K];
U
pi
é a transmitância térmica do piso [W/m².K];
U
j
é a transmitância térmica da janela (vidro) [W/m².K];
A
pa
é a área de parede externa [m²];
A
c
é a área de cobertura [m²];
A
pi
é a área de piso [m²];
A
j
é a área de janela [m²].
3
3
.
.
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
67
As correlações foram realizadas com o auxílio de planilhas eletrônicas,
gerando gráficos e obtendo o valor do coeficiente de determinação (R²). Esse é
um dado que varia de 0,0 a 1,0, sendo que quanto mais próximo do valor 1,0
for o , melhor a correlação. Um igual a 1,0 significaria uma correlação
perfeita entre as duas variáveis. Um igual a zero significaria que as duas
variáveis não dependem linearmente uma da outra. Neste trabalho adotou-se a
seguinte interpretação:
R² > 0,70 indica correlação forte;
0,40 0,70 indica correlação moderada;
R² < 0,40 indica correlação fraca.
Com os valores de trocas térmicas da edificação, foi possível verificar
os principais meios de ganho e perda de calor do modelo, com e sem
ocupação e ventilação natural.
C
CC
C
C
CC
C
a
aa
a
a
aa
a
p
pp
p
p
pp
p
í
íí
í
í
íí
í
t
tt
t
t
tt
t
u
uu
u
u
uu
u
l
ll
l
l
ll
l
o
oo
o
o
oo
o
4
44
4
4
44
4
4
4
.
.
R
R
E
E
S
S
U
U
L
L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
69
4
4
.
.
RESULTADOS
Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos ao longo desta
pesquisa. Inicialmente são mostrados os resultados da calibração, realizada
pela comparação dos dados obtidos nas simulações com as medições em
quatro períodos na edificação estudada. Foram verificadas as diferenças entre
esses valores e o erro quadrático. Quanto menor fossem tais valores, mais
adequada foi considerada a simulação.
Em seguida, são apresentadas as análises para verificação da
influência do envelope no desempenho do modelo simulado, com e sem
ventilação e ocupação. Foram verificadas as horas de desconforto do modelo
com diferentes opções de envelope, e realizadas correlações entre a
porcentagem de horas de desconforto e as propriedades térmicas dos
componentes da edificação. Ao fim, o apresentadas as trocas térmicas do
modelo.
4.1. Calibração do Modelo para Simulação
Os resultados descritos a seguir dizem respeito à comparação dos
valores de temperatura média do ar obtidos por simulação e por medição na
edificação estudada. Para as análises, foram utilizados dados dos seguintes
ambientes: sala, banheiro e quarto de casal. Todos os gráficos apresentados
são referentes a três dias compreendidos entre o período total de
monitoramento da edificação em cada s, e mostram os valores de
temperatura média do ar medidos e simulados.
Os resultados das primeiras simulações foram comparados às
medições realizadas em agosto e em dezembro de 2007 (janelas e portas
externas fechadas, sem ventilação). Os resultados das últimas simulações
foram comparados com as medições realizadas em setembro de 2007 e janeiro
de 2008 (janelas e portas externas abertas, com ventilação), conforme
mostrado anteriormente na Tabela 3.9.
4
4
.
.
R
R
E
E
S
S
U
U
L
L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
70
4.1.1. Simulações Sem Ventilação
4.1.1.1. Resultados para o mês de Dezembro de 2007
São mostrados a seguir os resultados das comparações entre
simulação e a medição de dezembro. No primeiro caso simulado, utilizando o
modelo inicial descrito no item 3.2.1.1, obteve-se os resultados mostrados na
Figura 4.1, para três dias escolhidos, nos três ambientes analisados. Verifica-
se que os comportamentos das curvas de temperatura são semelhantes,
porém os simulados estão sempre bem abaixo dos medidos. A diferença média
entre temperaturas simulada e medida é de 3,7°C na sala, 4,C no quarto de
casal e 3,3°C no banheiro, conforme indicado na Tab ela 4.1.
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
28/12 - 01h
28/12 - 05h
28/12 - 09h
28/12 - 13h
28/12 - 17h
28/12 - 21h
29/12 - 01h
29/12 - 05h
29/12 - 09h
29/12 - 13h
29/12 - 17h
29/12 - 21h
30/12 - 01h
30/12 - 05h
30/12 - 09h
30/12 - 13h
30/12 - 17h
30/12 - 21h
Temperatura do Ar C]
Exterior
Sala - Simulão
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulão
Banheiro - Medição
Figura 4.1 – Comparação entre simulação 1 (modelo inicial) e medição em
dezembro/2007
A segunda simulação, com alteração nos valores de temperatura do
solo (do TRY para o medido in loco), apresentou os resultados da Figura 4.2.
Percebe-se uma grande melhoria em relação à primeira simulação. As curvas
de temperatura da simulação se aproximaram da medição, ficando entre elas a
diferença média de 1,4°C na sala, 1,7°C no quarto d e casal e 1,1°C no
banheiro (Tabela 4.1). O erro quadrático apresenta valores quase iguais à
diferença média: 1,5°C na sala, 1,7°C no quarto de casal e 1,1°C no banheiro.
Essa alteração foi mantida nos casos seguintes.
4
4
.
.
R
R
E
E
S
S
U
U
L
L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
71
Tabela 4.1 – Resultados das simulações comparadas às medições de dezembro/2007.
SIMULAÇÃO
DIFERENÇA (Temp. simulada – Temp. medida) [°C]
MÍNIMA MÁXIMA MÉDIA
ERRO
QUADRÁTICO
AMPLITUDE
[ºC]
Descrição
S Q B S Q B S Q B S Q B S Q B
Alterações
adotadas
- Medição - - - - - - - - - - - - 2,1
2,6
1,7
-
1
Modelo
inicial
3,0 3,5 2,4 4,2 4,6 3,9 3,7 4,0 3,3 3,7 4,0 3,3 2,4
1,9
2,3
-
2
Modelo
inicial +
alteração
temp. do
solo
0,8 1,3 0,2 1,9 2,2 1,7 1,4 1,7 1,1 1,5 1,7 1,1 2,4
1,9
2,2
Sim
3
Simulação 2
+ alteração
volumetria
da cobertura
0,7 1,3 0,2 2,0 2,2 1,7 1,4 1,7 1,1 1,5 1,7 1,1 2,5
1,9
2,3
Sim
4
Simulação 3
+ diminuição
de 10% na
resistência
0,6 1,3 0,1 2,0 2,2 1,7 1,4 1,7 1,0 1,4 1,7 1,1 2,6
2,0
2,4
Não
5
Simulação 3
+ aumento
de 10% na
resistência
0,7 1,3 0,2 2,0 2,2 1,7 1,4 1,7 1,1 1,5 1,8 1,1 2,4
1,8
2,2
Não
6
Simulação 3
+ aumento
de 20% na
resistência
0,8 1,3 0,2 2,0 2,3 1,7 1,5 1,7 1,1 1,5 1,8 1,1 2,3
1,7
2,2
Não
7
Simulação 3
+ alteração
absortâncias
0,3 1,1 0,0 1,8 2,1 1,6 1,2 1,5 0,9 1,3 1,5 1,0 2,7
2,0
2,4
Sim
8
Simulação 6
+ aumento
do ganho de
calor
0,3 1,0 0,0 1,8 1,9 1,5 1,2 1,4 0,9 1,2 1,4 0,9 2,7
2,0
2,3
Sim
9
Simulação 7
+ alteração
infiltração
0,5 0,9 0,2 1,8 1,9 1,5 1,2 1,4 0,9 1,3 1,4 1,0 2,5
1,9
2,1
Sim
Obs.: S = Sala; Q = Quarto; B = Banheiro
22
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24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
28/12 - 01h
28/12 - 05h
28/12 - 09h
28/12 - 13h
28/12 - 17h
28/12 - 21h
29/12 - 01h
29/12 - 05h
29/12 - 09h
29/12 - 13h
29/12 - 17h
29/12 - 21h
30/12 - 01h
30/12 - 05h
30/12 - 09h
30/12 - 13h
30/12 - 17h
30/12 - 21h
Temperatura do Ar C]
Exterior
Sala - Simulão
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulão
Banheiro - Medição
Figura 4.2 – Comparação entre simulação 2 (alteração na temperatura do solo) e
medição em dezembro/2007.
Na terceira simulação, com alteração na volumetria da cobertura do
modelo, obtiveram-se resultados bem semelhantes ao anterior, e por isso o
4
4
.
.
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E
E
S
S
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A
A
D
D
O
O
S
S
72
gráfico está apresentado em apêndice (Apêndice B). O erro quadrático e as
diferenças médias entre temperaturas simuladas e medidas permaneceram
iguais ao segundo caso. Apesar de não representar mudanças significativas
para os resultados, essa alteração foi mantida nos casos seguintes, já que esta
volumetria representa melhor o caso real da edificação estudada.
As três simulações seguintes foram realizadas alterando a resistência
térmica dos materiais de construção da casa, com diminuição de 10% e
aumento de 10% e de 20%. Como pode ser verificado na Tabela 4.1, as
diferenças em relação à simulação anterior foram mínimas (gráficos no
Apêndice B). Nos três casos, as diferenças médias e os erros quadráticos
sofreram apenas leves variações. Analisando as amplitudes de temperatura, na
simulação 4 as amplitudes nos três ambientes foram maiores que o caso
anterior, e conseqüentemente mais diferentes em relação às medições. Na
simulação 5 a sala apresentou amplitude de 2,4°C, o quarto de 1,8°C e o
banheiro de 2,C. Isso significa que as amplitudes diminuíram um pouco em
relação ao modelo inicial, porém não a ponto de alcançar os valores medidos.
Na simulação 6, as amplitudes ficaram ainda um pouco menores, sendo de
2,3°C na sala, 1,7°C no quarto e 2,2°C no banheiro. Esses resultados
indicaram que tais alterações na resistência dos materiais tiveram pouca
influência nos valores de temperatura do ar dos ambientes, não contribuindo
significativamente na aproximação do modelo com as medições. Isso pode ter
acontecido porque os valores de resistência utilizados inicialmente o altos,
e proporcionam um grande isolamento térmico dos ambientes. Sendo assim,
as demais simulações foram realizadas mantendo os valores de resistência
originais, do modelo inicial.
A tima simulação teve alterações nos valores de absortância dos
materiais do envelope da edificação (gráfico no Apêndice B). Verifica-se,
conforme a Tabela 4.1, que as diferenças médias foram de 1,2°C na sala,
1,5°C no quarto e 0,9°C no banheiro. Ou seja, as di ferenças médias de
temperatura foram menores. O erro quadrático também diminuiu um pouco:
1,3°C na sala, 1,5°C no quarto e 1,0°C no banheiro. Com isso, esses dados de
absortância foram mantidos nas simulações seguintes.
A oitava simulação foi realizada alterando a fração radiante de ganho
de calor pelos equipamentos. Analisando os resultados na Tabela 4.1 (gráfico
4
4
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.
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S
S
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A
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S
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73
no Apêndice B), se que as diferenças médias nos valores de temperatura
entre simulação e medição foram de 1,2°C na sala, 1 ,4°C no quarto de casal e
0,9°C no banheiro. O erro quadrático foi de 1,2°C n a sala, 1,4°C no quarto e
0,9°C no banheiro. Isso significa que houve uma peq uena diminuição das
diferenças em relação à simulação anterior. Com relação às amplitudes das
temperaturas, elas ficaram em 2,7°C na sala, 2,0°C no quarto e 2,3°C no
banheiro. Essa alteração é pouco significativa neste modelo porque ele possui
uma quantidade pequena de equipamentos: apenas dois. Ainda assim, a
alteração foi mantida para as simulações seguintes por provocar uma pequena
redução nas diferenças.
No nono caso simulado (o último comparado com os períodos de
agosto e dezembro de 2007) o modelo sofreu alterações no parâmetro de
definição da infiltração de ar. Com os resultados, mostrados na Figura 4.3,
verifica-se que não houve mudanças significativas nas diferenças médias em
relação à simulação anterior. Porém, ocorreram algumas leves alterações nas
amplitudes de temperatura dos ambientes, que passaram a 2,5°C na sala,
1,9°C no quarto e 2,1°C no banheiro. Esses valores da infiltração foram
mantidos nas simulações seguintes. o foi simulada uma alteração nesse
parâmetro de forma a aumentar a infiltração de ar, pois isso aumentaria a
amplitude da temperatura simulada, tornando-a ainda mais divergente em
relação ao medido.
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31
32
33
34
35
28/12 - 01h
28/12 - 05h
28/12 - 09h
28/12 - 13h
28/12 - 17h
28/12 - 21h
29/12 - 01h
29/12 - 05h
29/12 - 09h
29/12 - 13h
29/12 - 17h
29/12 - 21h
30/12 - 01h
30/12 - 05h
30/12 - 09h
30/12 - 13h
30/12 - 17h
30/12 - 21h
Temperatura do Ar C]
Exterior
Sala - Simulão
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulão
Banheiro - Medição
Figura 4.3 – Comparação entre simulação 9 (alteração na infiltração de ar) e medição
em dezembro/2007.
4
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S
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A
A
D
D
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O
S
S
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4.1.1.2. Resultados para o mês de Agosto de 2007
Os resultados dessas nove simulações foram comparados com as
medições realizadas em agosto de 2007. A Figura 4.4 mostra a comparação da
primeira simulação com a medição de agosto. Verifica-se novamente que os
resultados simulados estão abaixo dos valores medidos. A Tabela 4.2, que
mostra as diferenças encontradas entre simulação e medição de agosto, indica
erros quadráticos de 1,2°C na sala, 1,0°C no quarto e 1,1°C no banheiro para o
modelo inicial.
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16
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20
22
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26
28
15/08 - 01h
15/08 - 05h
15/08 - 09h
15/08 - 13h
15/08 - 17h
15/08 - 21h
16/08 - 01h
16/08 - 05h
16/08 - 09h
16/08 - 13h
16/08 - 17h
16/08 - 21h
17/08 - 01h
17/08 - 05h
17/08 - 09h
17/08 - 13h
17/08 - 17h
17/08 - 21h
Temperatura do Ar C]
Exterior
Sala - Simulão
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulão
Banheiro - Medição
Figura 4.4 – Comparação entre simulação 1 (modelo inicial) e medição em
agosto/2007.
Verificando os resultados de agosto da nona simulação, na Figura 4.5,
percebe-se uma grande melhoria, pela redução das diferenças entre valores
simulados e medidos. Conforme a Tabela 4.2, os erros quadráticos da
simulação 9 caíram para 0,4°C na sala, 0,2°C no qua rto e 0,4°C no banheiro.
Os gráficos das simulações 2 a 8 para o mês de agosto são apresentados no
Apêndice C, por terem resultados muito semelhantes à simulação 9.
Percebe-se que os resultados das simulações apresentaram menores
diferenças quando comparados às medições de agosto do que às de
dezembro. Na comparação com agosto, os erros quadráticos ficam bem
próximos a zero, o que atestaria a sua confiabilidade.
4
4
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S
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Tabela 4.2 – Resultados das simulações comparadas às medições de agosto/2007.
SIMULAÇÃO
DIFERENÇA (Temp. simulada – Temp. medida) [°C]
MÍNIMA MÁXIMA MÉDIA
ERRO
QUADRÁTICO
AMPLITUDE
[ºC]
Descrição
S Q B S Q B S Q B S Q B S Q B
Alterações
adotadas
-
Medição - - - - - - - - - - - - 1,4
1,9
2,9
-
1
Modelo
inicial
0,2 0,7 0,0 1,8 1,6 1,8 1,1 1,0 1,1 1,2 1,0 1,1 2,2
1,6
2,2
-
2
Modelo
inicial +
alteração
temp. do
solo
0,5 0,0 0,7 1,1 0,8 1,1 0,4 0,3 0,4 0,5 0,4 0,5 2,2
1,6
2,2
Sim
3
Simulação 2
+ alteração
volumetria
da cobertura
0,7 0,0 0,8 1,1 0,9 1,0 0,4 0,3 0,3 0,6 0,4 0,5 2,5
1,8
2,3
Sim
4
Simulação 3
+ diminuição
de 10% na
resistência
0,7 0,0 0,8 1,2 0,9 1,0 0,4 0,3 0,4 0,6 0,4 0,6 2,5
1,9
2,3
Não
5
Simulação 3
+ aumento
de 10% na
resistência
0,7 0,0 0,8 1,1 0,8 1,0 0,4 0,3 0,3 0,5 0,3 0,5 2,4
1,7
2,2
Não
6
Simulação 3
+ aumento
de 20% na
resistência
0,7 0,0 0,9 1,0 0,8 1,0 0,3 0,2 0,3 0,5 0,3 0,5 2,4
1,6
2,2
Não
7
Simulação 3
+ alteração
absortâncias
0,9 0,2 0,8 1,0 0,8 1,0 0,2 0,1 0,2 0,5 0,3 2,6 2,6
1,9
2,4
Sim
8
Simulação 6
+ aumento
do ganho de
calor
0,9 0,4 0,8 0,9 0,6 1,0 0,2 0,0 0,2 0,5 0,2 0,4 2,5
1,9
2,4
Sim
9
Simulação 7
+ alteração
infiltração
0,9 0,4 0,9 0,9 0,6 1,0 0,2 0,1 0,2 0,4 0,2 0,4 2,4
1,7
2,2
Sim
Obs.: S = Sala; Q = Quarto; B = Banheiro
14
16
18
20
22
24
26
28
15/08 - 01h
15/08 - 05h
15/08 - 09h
15/08 - 13h
15/08 - 17h
15/08 - 21h
16/08 - 01h
16/08 - 05h
16/08 - 09h
16/08 - 13h
16/08 - 17h
16/08 - 21h
17/08 - 01h
17/08 - 05h
17/08 - 09h
17/08 - 13h
17/08 - 17h
17/08 - 21h
Temperatura do Ar C]
Exterior
Sala - Simulão
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulão
Banheiro - Medição
Figura 4.5 – Comparação entre simulação 9 (alteração na infiltração de ar) e medição
em agosto/2007.
Investigando o que poderia provocar essa maior diferença na
comparação com os dados de dezembro, verificou-se que nos dias de
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monitoramento em dezembro a temperatura do ar manteve-se mais alta
(variação de 23°C a 35°C nos dias 28 a 30/12/2007) do que o verificado em
agosto (variação de 15°C a 27°C nos dias 15 a 17/08 /2007). Isso gerou a
desconfiança de que nos períodos mais quentes poderia ocorrer uma
estratificação da temperatura nos ambientes, influenciando as medições com
os Hobos.
É importante destacar que os dados de temperatura do ar do
monitoramento dizem respeito a um ponto de medição localizado a 1,80 m de
altura aproximadamente no centro de cada ambiente, e que os ambientes não
apresentam distribuição uniforme dos fluxos de ar. o resultado da simulação
diz respeito ao valor de temperatura do ar exatamente no centro ambiente,
considerando cada ambiente homogêneo termicamente.
A fim de investigar essa desconfiança, seis Hobos foram posicionados
na sala da edificação monitorada, em diferentes alturas, conforme mostrado na
Figura 4.6. Foram realizadas medições entre os dias 2 e 5 de novembro de
2008, com a casa fechada, sem ventilação, e sem ocupação. O dia mais
quente desse período foi 5/11, com temperatura externa do ar variando de 22 a
29°C. O dia menos quente no período foi 2/11, com t emperatura externa
variando de 20 a 22°C.
Figura 4.6 – Corte da sala: Hobos utilizados para verificação de estratificação na
temperatura do ar.
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77
A Figura 4.7 mostra as temperaturas medidas pelos seis Hobos no
período. Os resultados mostram que realmente uma diferenciação nos
valores de temperatura do ar para as diferentes alturas, sendo essa diferença
maior para os dias com temperatura mais elevada. Sendo assim, tal fato
poderia explicar a maior diferença nos dados da calibração para o período de
dezembro (mais quente) e menor para agosto (mais frio). A partir desta
verificação, o modelo foi considerado adequado, e sua calibração teve
prosseguimento, incluindo a ventilação natural.
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2/11/2008
2/11/2008
2/11/2008
2/11/2008
2/11/2008
3/11/2008
3/11/2008
3/11/2008
3/11/2008
4/11/2008
4/11/2008
4/11/2008
4/11/2008
5/11/2008
5/11/2008
5/11/2008
5/11/2008
Temperatura do ar [°C]
Hobo 1
Hobo 2
Hobo 3
Hobo 4
Hobo 5
Hobo 6
Figura 4.7 – Gráfico de temperaturas do ar: dias 2 a 5/11/2008.
4.1.2. Simulações Com Ventilação
As últimas simulações de calibração foram comparadas com as
medições realizadas em setembro de 2007 e janeiro de 2008, quando a casa
foi monitorada com abertura de janelas e portas, ou seja, com ventilação
natural.
4.1.2.1. Resultados para o mês de Janeiro de 2008
São mostrados a seguir os resultados das comparações entre as
simulações e a medição de janeiro. A Figura 4.8 mostra os resultados para a
simulação do nono caso (com alteração na infiltração de ar) comparado com as
medições em três dias de janeiro. Verifica-se que a influência da ventilação na
temperatura interna dos ambientes é mais significativa na simulação do que a
que ocorreu de fato no monitoramento, principalmente na sala e banheiro.
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Nos horários da noite, quando as janelas estavam fechadas, os
resultados da simulação são mais semelhantes aos medidos. Porém, nos
horários diurnos, quando as janelas estavam abertas, os resultados da
simulação atingem picos mais elevados que os das medições. A Tabela 4.3
mostra que essa diferença chega ao máximo de 2,0°C na sala, 1,9°C no quarto
e 2,2°C no banheiro. Apesar disso, as diferenças mé dias podem ser
consideradas pequenas: 0,2°C na sala, 0,C no quar to e 0,6°C no banheiro.
Analisando as amplitudes de temperatura no período, verifica-se que nas
medições obteve-se amplitude de 3,0°C na sala, 2,8° C no quarto de casal e
2,5°C no banheiro. nas simulações, as amplitudes obtidas foram maiores:
4,8°C na sala, 3,3°C no quarto e 4,3°C no banheiro.
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08/01 - 01h
08/01 - 05h
08/01 - 09h
08/01 - 13h
08/01 - 17h
08/01 - 21h
09/01 - 01h
09/01 - 05h
09/01 - 09h
09/01 - 13h
09/01 - 17h
09/01 - 21h
10/01 - 01h
10/01 - 05h
10/01 - 09h
10/01 - 13h
10/01 - 17h
10/01 - 21h
Temperatura do Ar C]
Exterior
Sala - Simulão
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulão
Banheiro - Medição
Figura 4.8 – Comparação entre simulação 9 (alteração na infiltração de ar) e medição
em janeiro/2008.
Para verificar a influência do coeficiente de descarga na simulação da
ventilação, foram realizadas simulações alterando seu valor para 0,7 e para
0,5. Os gráficos dessas simulações são apresentados no Apêndice D, por
terem resultados muito semelhantes aos da simulação anterior. Com os
resultados da Tabela 4.3 para a simulação 10, que utilizou coeficiente de
descarga igual a 0,7, verifica-se que esta alteração provocou um pequeno
aumento nos valores e nas amplitudes de temperatura obtidos na simulação,
tornando os resultados mais diferentes em relação aos medidos. nos
resultados da simulação 11, com coeficiente de descarga igual a 0,5, verifica-
se uma pequena diminuição nas amplitudes de temperatura, porém não
alterações nas diferenças médias. As amplitudes de temperatura desta
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79
simulação ficaram em 4,7°C na sala, 3,0°C no quarto e 4,2°C no banheiro. Os
resultados ficaram mais próximos às medições, mas ainda com diferenças
máximas de 2,0°C na sala, 1,9°C no quarto e 2,1°C n o banheiro, sempre nos
momentos mais quentes do dia, com ventilação.
Tabela 4.3 – Resultados das simulações comparadas às medições de janeiro/2008.
SIMULAÇÃO
DIFERENÇA (Temp. simulada – Temp. medida) [°C]
MÍNIMA MÁXIMA MÉDIA
ERRO
QUADRÁTICO
AMPLITUDE
[ºC]
Descrição
S Q B S Q B S Q B S Q B S Q B
Alterações
adotadas
-
Medição - - - - - - - - - - - - 3,0
2,8
2,5
-
9
Simulação 7
+ alteração
infiltração
1,0 0,7 0,7 2,0 1,9 2,2 0,2 0,4 0,6 0,7 0,7 0,8 4,8
3,3
4,3
Sim
10
Simulação 8
+ coef. desc.
= 0,7
1,0 0,8 0,8 2,1 2,0 2,3 0,3 0,4 0,6 0,7 0,8 0,8 4,9
3,4
4,5
Não
11
Simulação 8
+ coef. desc.
= 0,5
0,9 0,6 0,6 2,0 1,9 2,1 0,2 0,4 0,6 0,6 0,7 0,8 4,7
3,0
4,2
Não
12
Simulação 8
+ coef. desc.
= 0,3
0,8 0,6 0,5 1,8 1,7 1,9 0,2 0,4 0,5 0,6 0,7 0,7 4,4
2,5
3,7
Não
13
Simulação 8
+ exp. vel.
vento = 0,5
0,8 0,5 0,4 1,7 1,6 1,8 0,2 0,4 0,5 0,6 0,7 0,7 4,3
2,6
3,6
Sim
Obs.: S = Sala; Q = Quarto; B = Banheiro
Tendo em vista que essas duas alterações tiveram pouco efeito sobre
os resultados, foi realizada uma nova simulação utilizando coeficiente de
descarga ainda menor: igual a 0,3 (simulação 12). Apesar de estarem um
pouco mais próximos às medições, os valores de temperatura ainda
apresentam diferenças máximas de 1,8°C na sala, 1,7 °C no quarto e 1,9°C no
banheiro (gráfico no Apêndice D). As amplitudes de temperatura na simulação
foram de 4,4°C na sala, 2,5°C no quarto e 3,7°C no banheiro. Estas alterações
não foram mantidas.
As diferenças que permaneceram podem também ser provocadas por
imprecisão nos valores de coeficiente de pressão. Porém, como este é um
parâmetro complexo, com a inclusão de uma série de valores, para cada
abertura e para diferentes ângulos de vento, seria difícil definir uma variação
para ele. Assim, para tentar minimizar as diferenças nos resultados, optou-se
por uma última modificação, no valor do expoente da velocidade do vento,
relacionado à rugosidade do entorno. Os resultados desta última simulação
(simulação 13) o mostrados na Figura 4.9. Tais resultados se mostram um
pouco mais próximos às medições, com diferenças máximas de 1,7°C na sala,
4
4
.
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R
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S
U
U
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L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
80
1,6°C no quarto e 1,8°C no banheiro. As diferenças médias foram de 0,2°C na
sala, 0,4°C no quarto e 0,5°C no banheiro. As ampli tudes de temperatura na
simulação foram de 4,3°C na sala, 2,6°C no quarto e 3,6°C no banheiro. Sendo
assim, esta última alteração foi mantida, definindo o modelo final.
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32
08/01 - 01h
08/01 - 05h
08/01 - 09h
08/01 - 13h
08/01 - 17h
08/01 - 21h
09/01 - 01h
09/01 - 05h
09/01 - 09h
09/01 - 13h
09/01 - 17h
09/01 - 21h
10/01 - 01h
10/01 - 05h
10/01 - 09h
10/01 - 13h
10/01 - 17h
10/01 - 21h
Temperatura do Ar C]
Exterior
Sala - Simulão
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulão
Banheiro - Medição
Figura 4.9 – Comparação entre simulação 13 (expoente da velocidade do vento = 0,5)
e medição em janeiro/2008.
4.1.2.2. Resultados para o mês de Setembro de 2007
Os resultados das simulações 9 a 13 foram também comparados com
as medições realizadas em setembro de 2007. Na Tabela 4.4 são mostradas
as diferenças encontradas entre simulações e medição de setembro. O erro
quadrático na simulação 9 foi de 1,2°C na sala, 0,7 °C no quarto e 1,0°C no
banheiro. Na simulação 13, o erro quadrático caiu para 1,0°C na sala, 0,6°C no
quarto e 0,8°C no banheiro. As amplitudes que na si mulação 9 eram de 5,5°C
na sala, 4,1°C no quarto e 5,1°C no banheiro, caíra m na simulação 13 para
4,9°C, 2,8°C e 4,2°C, respectivamente, diminuindo a s disparidades em relação
aos dados medidos. O gráfico da simulação final, com alteração no expoente
da velocidade do vento (simulação 13) é mostrado na Figura 4.10. Os demais
gráficos (simulações 9 a 12) estão apresentados no Apêndice E, pois têm
resultados semelhantes.
Verifica-se que, assim como nas comparações do mês de janeiro, os
valores de temperatura da simulação atingem picos mais elevados que os das
medições nos horários diurnos, quando as janelas estavam abertas. Apesar
dessas diferenças que se mantiveram, esse modelo final apresentou diferenças
médias e erros quadráticos iguais ou menores que 1,0°C. Tendo isso em vista,
4
4
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.
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S
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T
A
A
D
D
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e considerando que os equipamentos utilizados para as medições de
temperatura do ar possuem precisão de ± 0,35°C, o m odelo foi considerado
adequado para as simulações seguintes, de análises da influência do envelope
no desempenho térmico da edificação.
Tabela 4.4 – Resultados das simulações comparadas às medições de setembro/2008.
SIMULAÇÃO
DIFERENÇA (Temp. simulada – Temp. medida) [°C]
MÍNIMA MÁXIMA MÉDIA
ERRO
QUADRÁTICO
AMPLITUDE
[ºC]
Descrição
S Q B S Q B S Q B S Q B S Q B
Alterações
adotadas
-
Medição - - - - - - - - - - - - 2,3
2,0
2,1
-
9
Simulação 7
+ alteração
infiltração
0,5 1,3 0,8 3,5 2,0 3,1 0,5 0,1 0,4 1,2 0,7 1,0 5,5
4,1
5,1
Sim
10
Simulação 8
+ coef. desc.
= 0,7
0,5 1,3 0,8 3,6 2,1 3,2 0,5 0,1 0,5 1,2 0,7 1,1 5,6
4,3
5,2
Não
11
Simulação 8
+ coef. desc.
= 0,5
0,6 1,2 0,7 3,4 1,9 3,0 0,4 0,2 0,4 1,2 0,6 1,0 5,5
3,8
4,9
Não
12
Simulação 8
+ coef. desc.
= 0,3
0,7 1,2 0,6 3,2 1,4 2,6 0,3 0,3 0,3 1,1 0,6 0,9 5,3
3,1
4,4
Não
13
Simulação 8
+ exp. vel.
vento = 0,5
0,6 1,1 0,6 2,9 1,2 2,4 0,3 0,3 0,3 1,0 0,6 0,8 4,9
2,8
4,2
Sim
Obs.: S = Sala; Q = Quarto; B = Banheiro
19
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29
12/09 - 01h
12/09 - 05h
12/09 - 09h
12/09 - 13h
12/09 - 17h
12/09 - 21h
13/09 - 01h
13/09 - 05h
13/09 - 09h
13/09 - 13h
13/09 - 17h
13/09 - 21h
14/09 - 01h
14/09 - 05h
14/09 - 09h
14/09 - 13h
14/09 - 17h
14/09 - 21h
Temperatura do Ar C]
Exterior
Sala - Simulão
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulão
Banheiro - Medição
Figura 4.10 – Comparação entre simulação 13 (expoente da velocidade do vento =
0,5) e medição em setembro/2007.
4
4
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4.2. Análises das Simulações de Desempenho Térmico
O modelo computacional, após calibrado, recebeu algumas
simplificações (retirada de algumas aberturas e de todas as persianas e
proteções solares), e foi utilizado para simulações de desempenho térmico,
com diferentes materiais no seu envelope. A Figura 4.11 mostra um esquema
das simulações realizadas, com 13 combinações de envelope, simulados com
e sem ventilação e ocupação, totalizando 26 simulações.
Duas zonas do modelo foram escolhidas para as análises: quarto de
casal e sala. Os dados de temperatura interna do ar e umidade relativa do ar,
para cada uma dessas zonas, obtidas nas simulações com o programa
EnergyPlus, foram inseridas no programa Analysis Bio. Com isso, obteve-se a
porcentagem de horas de conforto e de desconforto no ano, para cada
ambiente, em cada variação simulada. São mostrados a seguir os resultados
para o quarto de casal. Os resultados obtidos para a sala foram semelhantes
ao do quarto e, por isso, estão apresentados no Apêndice F.
Arquivo climático de Florianópolis
com ventilação
sem ventilação
sem ocupação com ocupação
parede 1
parede 2
parede 3
parede 4
parede 5
parede 6
parede modelo
de referência
cobertura 1
cobertura 2
cobertura 3
cobertura 4
cobertura 5
cobertura modelo
de referência
parede 7
Figura 4.11 – Esquema das simulações finais realizadas.
A Tabela 4.5 mostra as porcentagens de horas de conforto e
desconforto no quarto de casal, para as 26 simulações. Nas simulações com
ventilação e ocupação, o quarto de casal teve a janela aberta no período
diurno, conforme determinado no item 3.2.3.1, e teve ocupação principalmente
noturna, conforme o item 3.2.3.2. Verifica-se que as alterações no envelope
4
4
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A
D
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provocaram algumas variações nas porcentagens, sendo que nos modelos
sem ventilação e ocupação as horas de desconforto variaram de 43,2% a
57,4%, e nos modelos com ventilação e ocupação as horas de desconforto
variaram de 57,4% a 69,0%.
Tabela 4.5 – Porcentagem de horas de conforto e desconforto anuais
no quarto de casal.
Sem Ventilação e Ocupação Com Ventilação e Ocupação
Horas de
desconforto [%]
Horas de
desconforto [%]
Modelo
Horas de
conforto
[%]
Total
Frio Calor
Horas de
conforto
[%]
Total
Frio Calor
Modelo
Referência
48,3 51,7
23,8 27,9
34,1 65,9
26,2 39,7
Variação
Cobertura 1
46,7 53,3
25,1 28,2
31,0
69,0
29,5 39,5
Variação
Cobertura 2
50,5 49,5
23,1 26,4
39,1 60,9
22,6 38,3
Variação
Cobertura 3
49,2 50,8
23,5 27,3
35,6 64,4
24,7 39,7
Variação
Cobertura 4
50,5 49,5
23,3 26,2
38,4 61,6
22,7 38,9
Variação
Cobertura 5
49,1 50,9
23,3 27,6
36,0 64,0
24,5 39,5
Variação
Parede 1
46,9 53,1
25,3 27,8
31,8 68,2
29,2 39,0
Variação
Parede 2
49,6 50,4
23,3 27,1
34,9 65,1
25,7 39,4
Variação
Parede 3
50,5 49,5
23,0 26,5
37,6 62,4
23,9 38,5
Variação
Parede 4
42,6
57,4
27,0 30,4
31,7 68,2
29,3 38,9
Variação
Parede 5
53,0 47,0
22,7 24,3
40,1 59,9
22,0 37,9
Variação
Parede 6
56,8
43,2
21,1 22,1
42,6
57,4
20,4 37,0
Variação
Parede 7
44,6 55,4
24,9 30,5
35,7 64,3
25,6 38,7
Para todas as opções de envelope, o modelo com ventilação e
ocupação apresentou maior desconforto que o modelo sem ventilação e
ocupação, principalmente por calor. Nos modelos sem ventilação e ocupação,
os valores de desconforto por frio e por calor são semelhantes (diferenças
variando de 1,0% a 5,6%). nos modelos com ventilação e ocupação, as
porcentagens de desconforto por calor são de 9,6 a 16,6% maiores que por
frio. Isso significa que a ventilação diurna constante durante o verão foi
desfavorável ao conforto térmico do ambiente. O ideal para obter conforto seria
4
4
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fazer a ventilação seletiva, abrindo as janelas apenas nos horário em que a
temperatura do ar externa estivesse mais baixa que a interna. Verifica-se ainda
que, nos dois casos (com e sem ventilação e ocupação), o menor desconforto
foi obtido no modelo com a parede 6, correspondente à parede dupla de tijolos
maciços, com camada de manta de lã de rocha no interior.
A Figura 4.12 mostra as cartas bioclimáticas, geradas no programa
Analysis Bio, para o modelo de referência com e sem ventilação e ocupação. É
possível observar que no caso sem ventilação, os pontos ficam mais
organizados, sem ultrapassar determinados valores de umidade. no caso
com ventilação, os pontos ficam mais dispersos na carta. Apesar dessas
diferenças, nos dois casos os pontos se distribuem nas mesmas zonas da
carta, estando a maioria dos pontos nas zonas de conforto (1), ventilação (2) e
massa térmica/aquecimento solar (7).
.
Figura 4.12 – Carta bioclimática gerada no programa Analysis Bio, para o
quarto de casal - Modelo de Referência: sem ventilação e ocupação (a), e com
ventilação e ocupação (b).
(a)
(b)
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Tendo em vista a diferenciação do padrão de abertura das janelas nos
meses de verão e inverno, os dados da simulação com ventilação e ocupação
foram separados em período de verão e de inverno. Com essa separação,
obtiveram-se os valores de horas de conforto e desconforto para verão e para
inverno. Para o modelo de referência obtiveram-se os resultados mostrados na
Tabela 4.6. Verifica-se que o valor de horas de desconforto anual, é igual à
média entre os valores de verão e inverno, em decorrência de ambos os
períodos serem compostos por 6 meses. É possível perceber ainda que, no
caso sem ventilação e ocupação o desconforto é maior no verão. no caso
com ventilação e ocupação, o desconforto é maior no inverno.
Tabela 4.6 – Porcentagem de horas de conforto e desconforto do quarto de casal no
Modelo de Referência para ano inteiro, verão e inverno.
Horas de desconforto [%]
Período Simulação
Horas de
conforto [%]
Total Frio Calor
Sem Ventilação
e Ocupação
48,3
51,7
23,8 27,9
Ano inteiro
Com Ventilação
e Ocupação
34,1
65,9
26,2 39,7
Sem Ventilação
e Ocupação
43,6 56,4 1,8 54,6
Verão
Com Ventilação
e Ocupação
38,6 61,4 0,8 60,6
Sem Ventilação
e Ocupação
52,9 47,1 45,5 1,6
Inverno
Com Ventilação
e Ocupação
29,6 70,4 51,2 19,2
As três figuras mostradas a seguir (Figuras 4.13, 4.14 e 4.15)
apresentam as porcentagens de horas de desconforto anuais no quarto de
casal, ordenadas pelo valor crescente de transmitância térmica equivalente
(Figura 4.13), capacidade térmica equivalente (Figura 4.14), e atraso rmico
equivalente (Figura 4.15) dos componentes do envelope. Essas propriedades
térmicas equivalentes foram calculadas por uma ponderação para o cômodo,
conforme explicado no item 3.2.4 deste trabalho. Verifica-se que a variação dos
materiais do envelope provoca também variações nas horas de desconforto,
sendo essa variação semelhante para os casos com e sem ventilação e
ocupação.
4
4
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A
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55
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65
70
75
80
(Par.7) 2,18
(Par.6) 2,3
(Par.5) 2,75
(Par.4) 2,9
(Par.3) 3,18
(Cob.5) 3,22
(Cob.4) 3,25
(Cob.3) 3,26
(Cob.2) 3,44
(M.Ref.) 3,47
(Par.2) 3,84
(Cob.1) 4,1
(Par.1) 4,17
Horas de Desconforto [%]
Transmitância rmica equivalente – U
eq
[W/(m².K)]
Sem ventilão e
ocupão
Com ventilão e
ocupão
Figura 4.13 – Porcentagens de horas de desconforto anuais no quarto de casal
relacionadas à transmitância térmica equivalente.
40
45
50
55
60
65
70
75
80
(Par.4) 77,04
(Par.7) 84,34
(Par.1) 113,01
(Cob.1) 129,93
(M.Ref.) 133,34
(Cob.3) 133,34
(Cob.5) 133,59
(Par.2) 170,36
(Par.3) 188,6
(Cob.2) 237,15
(Cob.4) 237,15
(Par.6) 272,53
(Par.5) 279,83
Horas de Desconforto [%]
Capacidade térmica equivalente - Cteq [kJ/(m².K)]
Sem ventilão e
ocupão
Com ventilão e
ocupão
Figura 4.14 – Porcentagens de horas de desconforto anuais no quarto de casal
relacionadas à capacidade térmica equivalente.
40
45
50
55
60
65
70
75
80
(Par.1) 1,56
(Cob.1) 1,89
(Par.4) 2,03
(M.Ref.) 2,13
(Par.2) 2,24
(Cob.3) 2,3
(Cob.5) 2,38
(Par.3) 2,86
(Cob.2) 3,77
(Par.5) 4,32
(Par.7) 4,48
(Cob.4) 4,69
(Par.6) 5,63
Horas de Desconforto [%]
Atraso rmico equivalente -
φ
eq
[horas]
Sem ventilão e
ocupão
Com ventilão e
ocupão
Figura 4.15 – Porcentagens de horas de desconforto anuais no quarto de casal
relacionadas ao atraso térmico equivalente.
4
4
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A
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Analisando a Figura 4.13, percebe-se que, com o aumento dos valores
de transmitância térmica equivalente, há uma tendência ao aumento das horas
de desconforto. Porém, essa relação é irregular, com valores que fogem a essa
tendência, como os referentes à parede 7 e à parede 4. Não há uma
regularidade (reta ascendente ou descendente) na relação entre a variação da
transmitância e a variação das horas de desconforto.
Observando as Figuras 4.14 e 4.15, verifica-se que, tanto para
capacidade térmica equivalente como atraso térmico equivalente, com o
aumento desses valores, uma tendência à diminuição das horas de
desconforto. Porém, novamente essa relação é irregular: no gráfico do atraso
térmico verifica-se, por exemplo, que o valor correspondente à parede 7
novamente foge à tendência.
Os mesmos gráficos foram elaborados para as porcentagens de horas
de desconforto no quarto de casal apenas no período do verão, obtendo-se os
resultados mostrados na Figura 4.16 (transmitância térmica equivalente),
Figura 4.17 (capacidade térmica equivalente) e Figura 4.18 (atraso térmico
equivalente). Com elas, verifica-se que, apesar das diferenças entre as
porcentagens de horas de desconforto apenas no período do verão, ainda
assim os resultados dos casos com e sem ventilação e ocupação
apresentaram variações bem semelhantes.
Na Figura 4.16 verifica-se que também uma tendência ao aumento
das horas de desconforto à medida que se aumenta a transmitância, porém
novamente com irregularidades e com valores fora dessa tendência. Da
mesma forma, nas Figuras 4.17 e 4.18 observa-se uma tendência à diminuição
das horas de desconforto à medida que se aumenta a capacidade e o atraso
térmico, porém também com irregularidades, principalmente no gráfico
relacionado à capacidade térmica.
4
4
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.
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S
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(Par.7) 2,65
(Par.6) 2,74
(Par.5) 3,06
(Par.4) 3,17
(Cob.5) 3,28
(Cob.4) 3,31
(Cob.3) 3,33
(Par.3) 3,37
(Cob.2) 3,53
(M.Ref.) 3,58
(Par.2) 3,84
(Par.1) 4,08
(Cob.1) 4,31
Horas de Desconforto [%]
Transmitância rmica equivalente – U
eq
[W/(m².K)]
Sem ventilão e
ocupão
Com ventilão e
ocupão
Figura 4.16 – Porcentagens de horas de desconforto no verão no quarto de casal
relacionadas à transmitância térmica equivalente.
40
45
50
55
60
65
70
75
80
(Par.4) 80,7
(Par.7) 85,91
(Par.1) 106,38
(Cob.1) 116,92
(Cob.3) 120,9
(M.Ref.) 120,9
(Cob.5) 121,19
(Par.2) 147,33
(Par.3) 160,36
(Par.6) 220,3
(Par.5) 225,51
(Cob.4) 242,12
(Cob.2) 242,12
Horas de Desconforto [%]
Capacidade rmica equivalente - Ct
eq
[kJ/(m².K)]
Sem ventilão e
ocupão
Com ventilão e
ocupão
Figura 4.17 – Porcentagens de horas de desconforto no verão no quarto de casal
relacionadas à capacidade térmica equivalente.
40
45
50
55
60
65
70
75
80
(Par.1) 1,52
(Cob.1) 1,65
(Par.4) 1,86
(M.Ref.) 1,93
(Par.2) 2,01
(Cob.3) 2,13
(Cob.5) 2,22
(Par.3) 2,45
(Par.5) 3,49
(Par.7) 3,61
(Cob.2) 3,84
(Par.6) 4,43
(Cob.4) 4,92
Horas de Desconforto [%]
Atraso térmico equivalente -
φ
eq
[horas]
Sem ventilão e
ocupão
Com ventilão e
ocupão
Figura 4.18 – Porcentagens de horas de desconforto no verão no quarto de casal
relacionadas ao atraso térmico equivalente.
4
4
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.
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4.2.1. Análises de Correlação
Os valores de porcentagens de horas de desconforto foram
correlacionados às propriedades térmicas dos componentes do envelope, com
o auxílio de planilhas eletrônicas, obtendo-se o valor de “R²”. Foram
desenhados gráficos de correlação, considerando separadamente as variações
de parede e variações de cobertura.
A Figura 4.19 mostra os gráficos de correlação das porcentagens de
horas de desconforto do quarto com as propriedades térmicas da cobertura do
modelo. Considerando os valores de R², que em todos os casos ficaram entre
0,4 e 0,7, pode-se dizer que houve correlação moderada entre o desconforto e
as três propriedades térmicas, tanto com quanto sem ventilação e ocupação. O
maior valor de foi 0,70, obtido na correlação entre desconforto e atraso
térmico para o modelo sem ventilação e ocupação. O menor valor de foi
0,57, obtido na correlação entre desconforto e transmitância térmica do modelo
com ventilação e ocupação. De forma geral, verifica-se que, para as variações
de cobertura, a transmitância, a capacidade e o atraso térmicos influenciam de
forma semelhante as horas de desconforto (R² varia pouco).
= 0,6322
= 0,5789
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70
75
80
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00
Horas de Desconforto [%]
Transmitância rmica da cobertura – U
c
[W/(m².K)]
= 0,6344
= 0,6625
40
45
50
55
60
65
70
75
80
0 100 200 300 400 500
Horas de Desconforto [%]
Capacidade rmica da cobertura - Ct
c
[kJ/(m².K)]
= 0,7006
= 0,6916
40
45
50
55
60
65
70
75
80
0,0 5,0 10,0 15,0
Horas de Desconforto [%]
Atraso térmico da cobertura - φc [horas]
Sem ventilação e ocupação
Com ventilão e ocupação
Linear (Sem ventilão e
ocupação)
Linear (Com ventilão e
ocupação)
Obs: Parede: U
pa
= 3,7 ; Ct
pa
= 149 ;
φ
pa
= 2,4
Figura 4.19 – Correlação entre a porcentagem de horas de desconforto e as
propriedades térmicas da cobertura do quarto de casal: transmitância térmica (a),
capacidade térmica (b), e atraso térmico (c).
(c)
(a)
(b)
4
4
.
.
R
R
E
E
S
S
U
U
L
L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
90
Fazendo a correlação das porcentagens de horas de desconforto com
as propriedades térmicas da parede do modelo, obtiveram-se os gráficos
mostrados na Figura 4.20. Tendo em vista os valores de R², percebe-se que as
correlações obtidas foram variadas, sendo algumas fracas e outras fortes. As
análises com a transmitância rmica foram as que apresentaram menores
valores de R², que ficaram abaixo de 0,4, indicando correlação fraca tanto para
o caso com ventilação e ocupação quanto sem ventilação e ocupação. Na
análise com o atraso térmico, apenas o caso com ventilação e ocupação
obteve forte correlação com o desconforto, com = 0,77. A correlação mais
forte ocorreu entre o desconforto e a capacidade térmica da parede: = 0,90
para o modelo sem ventilação e ocupação e = 0,79 para o modelo com
ventilação e ocupação.
= 0,036
= 0,3679
40
45
50
55
60
65
70
75
80
0,00 2,00 4,00 6,00
Horas de Desconforto [%]
Transmitância rmica da parede – U
pa
[W/(m².K)]
= 0,9092
= 0,7961
40
45
50
55
60
65
70
75
80
0 100 200 300 400 500
Horas de Desconforto [%]
Capacidade rmica da parede - Ct
pa
[kJ/(m².K)]
= 0,3716
= 0,7745
40
45
50
55
60
65
70
75
80
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0
Horas de Desconforto [%]
Atraso térmico da parede - φ
pa
[horas]
Sem ventilação e ocupação
Com ventilão e ocupação
Linear (Sem ventilão e
ocupação)
Linear (Com ventilão e
ocupação)
Obs: Cobertura: U
c
2,0 = ; Ct
c
= 32 ;
φ
c
= 1,3
Figura 4.20 – Correlação entre a porcentagem de horas de desconforto e as
propriedades térmicas da parede do quarto de casal: transmitância térmica (a),
capacidade térmica (b), e atraso térmico (c).
Foram ainda realizadas correlações entre as porcentagens de horas de
desconforto e as propriedades térmicas equivalentes dos componentes do
envelope (ponderação para o cômodo como um todo, conforme explicado no
item 3.2.4), mostradas na Figura 4.21. É possível perceber que houve fraca
correlação entre desconforto e transmitância térmica, com valores de
(c)
(a)
(b)
4
4
.
.
R
R
E
E
S
S
U
U
L
L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
91
menores que 0,4. Houve forte correlação entre desconforto e capacidade
térmica, com valor de R² = 0,75 para o caso com ventilação e ocupação, e R² =
0,81 para o caso sem ventilação e ocupação.
R² = 0,0521
R² = 0,3663
40
45
50
55
60
65
70
75
80
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00
Horas de Desconforto [%]
Transmitância rmica equivalente U
eq
[W/(m².K)]
R² = 0,813
R² = 0,7466
40
45
50
55
60
65
70
75
80
0,00 100,00 200,00 300,00
Horas de Desconforto [%]
Capacidade térmica equivalente - Ct
eq
[kJ/(m².K)]
R² = 0,3707
R² = 0,7424
40
45
50
55
60
65
70
75
80
0,00 2,00 4,00 6,00
Horas de Desconforto [%]
Atraso térmico equivalente -
φ
eq
[horas]
Sem ventilação e ocupação
Com ventilão e ocupação
Linear (Sem ventilão e
ocupação)
Linear (Com ventilão e
ocupação)
Figura 4.21 – Correlação entre a porcentagem de horas de desconforto e as
propriedades térmicas equivalentes do quarto de casal: transmitância térmica (a),
capacidade térmica (b), e atraso térmico (c).
Analisando a linha de tendência indicada em cada correlação, observa-
se que, na análise da Figura 4.21a, a mesma variação de transmitância térmica
equivalente corresponderia a uma variação de 3% no desconforto do caso sem
ventilação e ocupação e de 7% no desconforto do caso com ventilação e
ocupação. Isso significa que, apesar da fraca correlação, a transmitância
exerce maior influência sobre o desconforto para o modelo ventilado e
ocupado. Fazendo a mesma análise para a Figura 4.21b, verifica-se que a
mesma variação de capacidade térmica equivalente corresponderia a uma
variação de 10% no desconforto do caso sem ventilação e ocupação e de 9%
no desconforto do caso com ventilação e ocupação. Sendo assim, a
capacidade térmica influencia o desconforto do modelo ventilado e ocupado
tanto quanto o modelo sem ventilação e ocupação. Na análise para a Figura
4.21c, observa-se que a mesma variação de atraso térmico equivalente
(c)
(a)
(b)
4
4
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R
E
E
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A
A
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D
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corresponderia a uma variação de 7% no desconforto do caso sem ventilação e
ocupação e de 9% no desconforto do caso com ventilação e ocupação. Dessa
forma, o atraso térmico demonstra exercer maior influência sobre o desconforto
do modelo ventilado e ocupado do que sobre o modelo sem ventilação e
ocupação
Esses resultados apontam que o tipo de material do envelope
influencia no desempenho rmico da edificação com ventilação e ocupação,
em alguns casos até mais do que no caso da edificação sem ventilação e
ocupação. Eles indicam também que essa influência está mais fortemente
relacionada à capacidade térmica dos componentes do envelope, e menos à
sua transmitância térmica.
4.2.2. Análise das Trocas Térmicas
Os gráficos de correlação apresentados anteriormente demonstraram,
em alguns casos, maior influência das propriedades dos componentes do
envelope sobre os modelos com ventilação e ocupação do que sobre os
modelos sem ventilação e ocupação. Esses resultados vão de encontro ao
obtido em outras pesquisas apresentadas na revisão bibliográfica deste
trabalho, tais como Özdeniz e Hançer (2005) e Liping e Hien (2007), o que
gerou desconfianças quanto à veracidade dos resultados aqui obtidos. Foram
então verificados os ganhos de calor dos modelos simulados. Os gráficos
mostrados nas duas figuras a seguir (Figura 4.22 a 4.23), dizem respeito ao
modelo de referência, nos dias 3 a 9 de janeiro, sendo o dia 8/1 o pico de calor
do ano climático de referência (TRY).
A Figura 4.22 mostra as trocas de calor do quarto de casal para o
modelo de referência sem ventilação e ocupação, e a Figura 4.23 com
ventilação e ocupação. Nessas duas figuras, os gráficos são compostos por
dados de troca de calor por convecção dos componentes do envelope com o ar
no interior do cômodo, trocas de calor por infiltração e ventilação e ganhos de
calor pelas cargas térmicas internas (pessoas, iluminação e equipamentos).
Verifica-se que em ambos os gráficos existe um grande ganho de calor pela
cobertura, seguido pelo ganho da parede leste (pois o quarto fica na fachada
leste), e grandes perdas de calor pelo piso. Na Figura 4.23 existe ainda um
grande ganho de calor pelas cargas internas, e uma grande perda pela
4
4
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ventilação.
-1500000
-1000000
-500000
0
500000
1000000
03/01 01h
03/01 11h
03/01 21h
04/01 07h
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05/01 03h
05/01 13h
05/01 23h
06/01 09h
06/01 19h
07/01 05h
07/01 15h
08/01 01h
08/01 11h
08/01 21h
09/01 07h
09/01 17h
Ganhos de Calor [J]
Vidros (convecção)
Parede Sul (convecção)
Parede Leste (convecção)
Parede Norte (convecção)
Parede Oeste (convecção)
Piso (convecção)
Cobertura (convecção)
Infiltração externa
Infiltração entre zonas
Figura 4.22 – Trocas de calor do quarto de casal – Modelo Referência sem ventilação
e ocupação, nos dias 3 a 9 de janeiro.
-1500000
-1000000
-500000
0
500000
1000000
03/01 01h
03/01 11h
03/01 21h
04/01 07h
04/01 17h
05/01 03h
05/01 13h
05/01 23h
06/01 09h
06/01 19h
07/01 05h
07/01 15h
08/01 01h
08/01 11h
08/01 21h
09/01 07h
09/01 17h
Ganhos de Calor [J]
Vidros (convecção)
Parede Sul (convecção)
Parede Leste (convecção)
Parede Norte (convecção)
Parede Oeste (convecção)
Piso (convecção)
Cobertura (convecção)
Ventilação
Infiltração entre zonas
Cargas internas
Figura 4.23 – Trocas de calor do quarto de casal – Modelo Referência com ventilação
e ocupação, nos dias 3 a 9 de janeiro.
Tendo em vista tais fluxos de calor, era de se esperar que, quando
comparado ao modelo sem ventilação e ocupação, o modelo com ventilação e
ocupação apresentasse maiores temperaturas durante a noite (quando
grandes ganhos de calor por cargas internas) e menores temperaturas durante
o dia (quando há grandes perdas de calor por ventilação. Porém, observando o
comportamento da temperatura do ar do quarto de casal no modelo de
referência, nesse mesmo período de janeiro, mostrado na Figura 4.24a,
verifica-se que a temperatura interna do quarto fica com valores bem próximos
4
4
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.
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A
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S
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no modelo com e no sem ventilação e ocupação. Verifica-se que a temperatura
interna do ar realmente é um pouco mais elevada durante a noite no modelo
com ocupação e ventilação, porém durante o dia as temperaturas são muito
semelhantes nos dois modelos. Existe uma maior diferenciação nos valores de
umidade relativa, que são mais elevados para o modelo com ventilação e
ocupação. Possivelmente essa diferença de umidade tenha provocado o maior
número de horas de desconforto no modelo ventilado e ocupado. Pode-se
também observar que nos dois modelos a temperatura interna fica com valores
próximos à temperatura externa. A Figura 4.24b mostra as temperaturas e
umidades em uma semana com temperatura do ar mais baixa, em novembro, e
novamente verifica-se a semelhança nos valores de temperatura, com maiores
diferenças na umidade relativa do ar.
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20
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03/01 01h
03/01 13h
04/01 01h
04/01 13h
05/01 01h
05/01 13h
06/01 01h
06/01 13h
07/01 01h
07/01 13h
08/01 01h
08/01 13h
09/01 01h
09/01 13h
Temperatura do arC]
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Umidade relativa do ar [%]
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24
28
32
36
40
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02/11 01h
02/11 13h
03/11 01h
03/11 13h
04/11 01h
04/11 13h
05/11 01h
05/11 13h
06/11 01h
06/11 13h
07/11 01h
07/11 13h
08/11 01h
08/11 13h
Temperatura do ar [°C]
0
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20
30
40
50
60
70
80
90
100
Umidade relativa do ar [%]
Temperatura - Quarto - sem ventilação e ocupação Umidade - Quarto - sem ventilação e ocupação
Temperatura - Quarto - com ventilação e ocupação Umidade - Quarto - com ventilação e ocupação
Temperatura - Externa
Figura 4.24 – Temperatura e umidade relativa do ar no exterior e no quarto –
Modelo Referência: dias 03 a 09 de janeiro (a), e dias 02 a 08 de novembro (b).
O modelo de referência utiliza componentes no envelope com alta
transmitância e baixa capacidade e inércia térmica. Tendo isso em vista, as
mesmas análises foram realizadas para a variação do modelo com a parede 6,
que possui menor transmitância e maior capacidade e inércia térmica
(composta por parede dupla de tijolos maciços com isolamento de manta de
de rocha).
As trocas térmicas no modelo com variação usando a parede 6 podem
ser vistas na Figura 4.25 (sem ventilação e ocupação) e na Figura 4.26 (com
ventilação e ocupação). Verifica-se que os principais ganhos de calor também
(a) (b)
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4
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A
A
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ocorrem pela cobertura do modelo. A principal diferença em relação ao modelo
de referência é que os ganhos de calor pelas paredes são menores, pois estas
são mais isoladas termicamente. As principais perdas de calor ocorrem pelo
piso durante o dia e pela cobertura durante a noite. No caso da simulação com
ventilação e ocupação (Figura 4.26), novamente acrescenta-se um grande
ganho de calor noturno por cargas internas. Porém, nesse caso, a ventilação é
responsável em determinados momentos por perdas de calor e, em outros, por
ganho de calor.
A Figura 4.27 mostra o comportamento da temperatura do ar no quarto
de casal no modelo com variação usando a parede 6. Verifica-se que, mesmo
nesse caso, apesar das diferenças nos fluxos de calor, as temperaturas ficam
muito semelhantes nos modelos com e sem ventilação e ocupação. Esperava-
se igualmente que o modelo com ocupação apresentasse maiores temperatura
no período noturno e que no período diurno a temperatura do modelo sem
ventilação tivesse um maior amortecimento que no modelo com ventilação.
Porém apenas no dia de pico de calor, o dia 08/01, é possível perceber uma
maior diferença nas temperaturas máximas dos dois modelos.
Com isso, pode-se afirmar a necessidade de avaliar com cuidado os
resultados baseados nas simulações dos modelos com ventilação natural, pois
eles podem não ser uma boa representação da realidade. As inconsistências
verificadas podem ser conseqüência de algumas simplificações do programa
computacional utilizado, que considera que cada ambiente é homogêneo
termicamente e que apresenta distribuição uniforme dos fluxos de ar. Outra
questão a ser citada é que o manual do programa EnergyPlus (ENERGYPLUS,
2008) informa que nos cálculos de transferência de calor por condução e ganho
solar através de janelas e portas assume-se que tais janelas e portas estão
sempre fechadas. Isso poderia provocar imprecisões nos resultados das
simulações com ventilação natural.
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A
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0
500000
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03/01 01h
03/01 11h
03/01 21h
04/01 07h
04/01 17h
05/01 03h
05/01 13h
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06/01 19h
07/01 05h
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08/01 11h
08/01 21h
09/01 07h
09/01 17h
Ganhos de Calor [J]
Vidros (convecção)
Parede Sul (convecção)
Parede Leste (convecção)
Parede Norte (convecção)
Parede Oeste (convecção)
Piso (convecção)
Cobertura Norte (convecção)
Infiltração externa
Infiltração entre zonas
Figura 4.25 – Trocas de calor do quarto de casal – Variação Parede 6 sem ventilação
e ocupação, nos dias 3 a 9 de janeiro.
-1000000
-500000
0
500000
1000000
1500000
03/01 01h
03/01 11h
03/01 21h
04/01 07h
04/01 17h
05/01 03h
05/01 13h
05/01 23h
06/01 09h
06/01 19h
07/01 05h
07/01 15h
08/01 01h
08/01 11h
08/01 21h
09/01 07h
09/01 17h
Ganhos de Calor [J]
Vidros (convecção)
Parede Sul (convecção)
Parede Leste (convecção)
Parede Norte (convecção)
Parede Oeste (convecção)
Piso (convecção)
Cobertura (convecção)
Ventilação
Infiltração entre zonas
Cargas internas
Figura 4.26 – Trocas de calor do quarto de casal – Variação Parede 6 com ventilação
e ocupação, nos dias 3 a 9 de janeiro.
4
4
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A
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03/01 13h
04/01 01h
04/01 13h
05/01 01h
05/01 13h
06/01 01h
06/01 13h
07/01 01h
07/01 13h
08/01 01h
08/01 13h
09/01 01h
09/01 13h
Umidade relativa do ar [%]
Temperatura do ar [°C]
0
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20
30
40
50
60
70
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90
100
16
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32
36
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44
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02/11 01h
02/11 13h
03/11 01h
03/11 13h
04/11 01h
04/11 13h
05/11 01h
05/11 13h
06/11 01h
06/11 13h
07/11 01h
07/11 13h
08/11 01h
08/11 13h
Umidade relativa do ar [%]
Temperatura do ar [°C]
Temperatura - Quarto - sem ventilação e ocupação Umidade - Quarto - sem ventilação e ocupação
Temperatura - Quarto - com ventilação e ocupação Umidade - Quarto - com ventilação e ocupação
Temperatura - Externa
Figura 4.27 – Temperatura e umidade relativa do ar no exterior e no quarto –
Variação Parede 6: dias 03 a 09 de janeiro (a), e dias 02 a 08 de novembro (b).
(a)
(b)
C
CC
C
C
CC
C
a
aa
a
a
aa
a
p
pp
p
p
pp
p
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o
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5
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5
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C
C
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O
N
N
C
C
L
L
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S
S
Ã
Ã
O
O
99
5
5
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.
CONCLUSÃO
Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de investigar a influência
das propriedades térmicas do envelope no desempenho térmico de edificações
residenciais unifamiliares quando estas são ocupadas e ventiladas
naturalmente. Para tal, foram realizadas análises de desempenho térmico,
utilizando simulações computacionais.
A caracterização e o monitoramento de uma edificação real, na cidade
de Florianópolis, permitiram a calibração de um modelo para simulação
computacional, utilizando o programa EnergyPlus (versão 2.2.0). A calibração
realizada demonstrou a possibilidade de criação de modelos computacionais
com resultados de temperatura interna do ar similares ao que se encontraria
em uma edificação real. Porém, tais resultados são melhores para modelos
sem ventilação que para modelos com ventilação.
As simulações de calibração sem ventilação natural comparadas com
as medições em agosto de 2007 apresentaram resultados muito semelhantes,
com erros quadráticos entre 0,2 e 0,4°C apenas. Ten do em vista que a
precisão dos equipamentos utilizados nas medições de temperatura do ar
(Hobos data loggers) é de ±0,35°C, tais erros estão cobertos por essa faixa.
Quando comparadas às medições de dezembro de 2007 os resultados foram
um pouco menos satisfatórios, provavelmente devido à estratificação de
temperatura que ocorre nos ambientes em dias muito quentes. Em geral, as
simulações sem o uso da ventilação natural são mais simples e conseguem
obter resultados mais precisos.
Nestas calibrações destacou-se a importância da correta definição dos
valores de temperatura do solo para simulação de edificações térreas, que
tiveram grande influência nos resultados. As alterações na volumetria da
cobertura tiveram pouquíssimo impacto nos resultados, o que indica que os
modelos computacionais de residências rreas podem ter algumas
simplificações de geometria, sem grandes prejuízos aos resultados.
As simulações com a ventilação natural obtiveram valores não tão
acurados, com erros quadráticos de aproximadamente 0,7°C. As curvas de
temperatura obtidas com a simulação apresentaram picos de temperatura mais
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5
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C
O
O
N
N
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C
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U
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S
Ã
Ã
O
O
100
elevados que os das medições. Isso poderia indicar uma influência maior da
ventilação no modelo simulado do que o observado na residência monitorada.
Tais diferenças podem ter sido provocadas por imprecisões nos valores de
coeficiente de pressão, ou ainda na não inclusão do mobiliário no interior da
residência, que provocaria uma diminuição da velocidade do vento. Destaca-se
que a calibração foi realizada com períodos curtos de medição, o que também
pode provocar imprecisões.
A partir do modelo calibrado, com algumas simplificações, foram
simuladas variações no envelope da edificação, utilizando materiais com
diferentes propriedades térmicas. Com isso, foram obtidas as porcentagens de
horas de desconforto em um ano, para cada caso, através do programa
Analysis Bio. Foram então realizadas correlações entre as horas de
desconforto e as propriedades térmicas dos componentes do envelope.
Verificou-se que a propriedade térmica equivalente com mais forte correlação
com as horas de desconforto da edificação foi a capacidade térmica. A
transmitância térmica foi a propriedade com mais fraca correlação com o
desconforto do modelo, tanto para o caso sem quanto com ventilação e
ocupação.
Com tais resultados seria possível afirmar que existe uma influência do
envelope sobre o desempenho térmico da edificação ocupada e ventilada
naturalmente. Essa influência é mais fortemente relacionada ao valor de
capacidade térmica do componente do envelope. Pode-se dizer que a
transmitância térmica do componente proporciona pouca influencia no
desempenho térmico da edificação.
Analisando as trocas térmicas do modelo simulado, verificou-se que,
apesar das diferenças nos ganhos de calor entre modelo com e sem ventilação
e ocupação, a temperatura interna do ar foi muito semelhante em ambos os
casos. Tendo isso em vista, ressalta-se a necessidade de cautela ao avaliar
dados obtidos por simulação computacional. Determinadas simplificações do
programa computacional podem provocar imprecisões nos resultados. O
programa EnergyPlus, utilizado nesta pesquisa, considera que cada ambiente é
homogêneo termicamente e que apresenta distribuição uniforme dos fluxos de
ar (perfect mix), o que não se verificaria em um ambiente real. O modelo
estudado apresenta alguns ambientes com pé-direito elevado, e, portanto, a
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ventilação se dá de forma heterogênea e há estratificação de temperatura.
O fato de o programa considerar as janelas e portas sempre fechadas
nos cálculos de transferência de calor, mesmo quando a casa está ventilada,
também poderia provocar imprecisões nos modelos com ventilação natural. O
trabalho enfrentou algumas outras limitações, conforme se descreve a seguir.
5.1. Limitações do Trabalho
Como as análises de influência do envelope no desempenho térmico
da edificação foram baseadas em dados obtidos com a simulação
computacional, os resultados estão sujeitos às imprecisões dos cálculos do
programa. Além disso, houve grande dificuldade na obtenção de valores para
os parâmetros de ventilação, especialmente para os coeficientes de pressão
das aberturas, para a edificação com forma não retangular. Praticamente todas
as bases de dados encontradas apresentam apenas valores de coeficiente de
pressão para edificações quadradas ou retangulares. O programa Cp
Generator, utilizado aqui para obter tais dados, também apresenta limitações,
de forma que o seu desenvolvedor adverte que edifícios com formas
complexas precisam ser analisados cuidadosamente. Sendo assim, os valores
obtidos podem também apresentar imprecisões. Valores mais precisos seriam
obtidos apenas com experimentos em túnel de vento.
Também houveram limitações nas medições ocorridas na residência
estudada: os períodos de monitoramento foram curtos (quatro períodos de sete
dias) e os equipamentos utilizados (Hobos data loggers) podem apresentar
imprecisões e erros de calibração.
5.2. Sugestões para Trabalhos Futuros
Como sugestões para futuros trabalhos relacionados à análises de
desempenho térmico de edificações naturalmente ventiladas, podem ser
realizadas:
Utilização de dados de medições (e o apenas de simulação) em
residências edificadas com diferentes materiais de construção nas paredes e
coberturas, para as análises da influência do envelope no desempenho térmico
das edificações.
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Definição mais precisa dos valores de coeficiente de pressão para
edificações com formas irregulares (não retangulares).
Realizar simulações de modelos com ventilação natural em outros
programas computacionais, a fim de comparar os resultados com o
EnergyPlus, e obter dados mais confiáveis para os modelos naturalmente
ventilados.
Verificar também a influência da absortância do envelope no
desempenho de edificações residenciais unifamiliares.
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EFERÊNCIAS
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– Planta e Cortes da Edificação Estudada.
Figura A.1 – Planta baixa.
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Figura A.2 – Corte AA.
Figura A.3 – Corte BB.
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PÊNDICE
B
– Gráficos da Calibração: Mês de Dezembro
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Temperatura do Ar C]
Exterior
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Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulação
Banheiro - Medição
Figura B.1 – Comparação entre simulação 3 (alteração na volumetria da cobertura) e
medição em dezembro/2007.
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Temperatura do Ar C]
Exterior
Sala - Simulação
Sala - Medão
Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulação
Banheiro - Medão
Figura B.2 – Comparação entre simulação 4 (resistência térmica - 10%) e medição em
dezembro/2007.
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Temperatura do Ar [°C]
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Sala - Simulação
Sala - Medição
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Quarto Casal - Medição
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Banheiro - Medição
Figura B.3 – Comparação entre simulação 5 (resistência térmica + 10%) e medição em
dezembro/2007.
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Figura B.4 – Comparação entre simulação 6 (resistência térmica + 20%) e medição em
dezembro/2007.
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Temperatura do ArC]
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Figura B.5 – Comparação entre simulação 7 (alteração na absortância) e medição em
dezembro/2007.
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Temperatura do Ar [°C]
Exterior
Sala - Simulação
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Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulação
Banheiro - Medão
Figura B.6 – Comparação entre simulação 8 (alteração no ganho de calor por
equipamentos) e medição em dezembro/2007.
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– Gráficos da Calibração: Mês de Agosto
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17/08 - 21h
Temperatura do Ar C]
Exterior
Sala - Simulação
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulão
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulação
Banheiro - Medição
Figura C.1 – Comparação entre simulação 2 (alteração na temperatura do solo) e
medição em agosto/2007.
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16/08 - 01h
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17/08 - 01h
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17/08 - 21h
Temperatura do Ar C]
Exterior
Sala - Simulação
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulão
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulação
Banheiro - Medição
Figura C.2 – Comparação entre simulação 3 (alteração na volumetria da cobertura) e
medição em agosto/2007.
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17/08 - 17h
17/08 - 21h
Temperatura do Ar C]
Exterior
Sala - Simulação
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medão
Banheiro - Simulação
Banheiro - Medão
Figura C.3 – Comparação entre simulação 4 (resistência térmica - 10%) e medição em
agosto/2007.
A
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17/08 - 21h
Temperatura do Ar [°C]
Exterior
Sala - Simulação
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulão
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulação
Banheiro - Medição
Figura C.4 – Comparação entre simulação 5 (resistência térmica + 10%) e medição em
agosto/2007.
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16/08 - 01h
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17/08 - 21h
Temperatura do ArC]
Exterior
Sala - Simulação
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulação
Banheiro - Medão
Figura C.5 – Comparação entre simulação 6 (resistência térmica + 20%) e medição em
agosto/2007.
14
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17/08 - 01h
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17/08 - 09h
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17/08 - 21h
Temperatura do Ar C]
Exterior
Sala - Simulação
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulação
Banheiro - Medão
Figura C.6 – Comparação entre simulação 7 (alteração na absortância) e medição em
agosto/2007.
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A
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P
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N
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I
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16/08 - 01h
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17/08 - 01h
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17/08 - 17h
17/08 - 21h
Temperatura do ArC]
Exterior
Sala - Simulação
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulação
Banheiro - Medão
Figura C.7 – Comparação entre simulação 8 (alteração no ganho de calor por
equipamentos) e medição em agosto/2007.
A
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I
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D
– Gráficos da Calibração: Mês de Janeiro
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09/01 - 01h
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09/01 - 09h
09/01 - 13h
09/01 - 17h
09/01 - 21h
10/01 - 01h
10/01 - 05h
10/01 - 09h
10/01 - 13h
10/01 - 17h
10/01 - 21h
Temperatura do Ar [°C]
Exterior
Sala - Simulação
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulação
Banheiro - Medição
Figura D.1 – Comparação entre simulação 10 (coeficiente de descarga = 0,7) e
medição em janeiro/2008.
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08/01 - 05h
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09/01 - 01h
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09/01 - 09h
09/01 - 13h
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09/01 - 21h
10/01 - 01h
10/01 - 05h
10/01 - 09h
10/01 - 13h
10/01 - 17h
10/01 - 21h
Temperatura do Ar C]
Exterior
Sala - Simulação
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulação
Banheiro - Medição
Figura D.2 – Comparação entre simulação 11 (coeficiente de descarga = 0,5) e
medição em janeiro/2008.
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08/01 - 01h
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09/01 - 01h
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10/01 - 13h
10/01 - 17h
10/01 - 21h
Temperatura do Ar [°C]
Exterior
Sala - Simulação
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulação
Banheiro - Medição
Figura D.3 – Comparação entre simulação 12 (coeficiente de descarga = 0,3) e
medição em janeiro/2008.
A
A
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P
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I
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E
– Gráficos da Calibração: Mês de Setembro
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12/09 - 13h
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12/09 - 21h
13/09 - 01h
13/09 - 05h
13/09 - 09h
13/09 - 13h
13/09 - 17h
13/09 - 21h
14/09 - 01h
14/09 - 05h
14/09 - 09h
14/09 - 13h
14/09 - 17h
14/09 - 21h
Temperatura do Ar C]
Exterior
Sala - Simulão
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulação
Banheiro - Medição
Figura E.1 – Comparação entre simulação 9 (alteração na infiltração de ar) e medição
em setembro/2007.
19
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12/09 - 01h
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12/09 - 17h
12/09 - 21h
13/09 - 01h
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13/09 - 09h
13/09 - 13h
13/09 - 17h
13/09 - 21h
14/09 - 01h
14/09 - 05h
14/09 - 09h
14/09 - 13h
14/09 - 17h
14/09 - 21h
Temperatura do Ar C]
Exterior
Sala - Simulão
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulação
Banheiro - Medição
Figura E.2 – Comparação entre simulação 10 (coeficiente de descarga = 0,7) e
medição em setembro/2007.
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12/09 - 05h
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12/09 - 13h
12/09 - 17h
12/09 - 21h
13/09 - 01h
13/09 - 05h
13/09 - 09h
13/09 - 13h
13/09 - 17h
13/09 - 21h
14/09 - 01h
14/09 - 05h
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14/09 - 13h
14/09 - 17h
14/09 - 21h
Temperatura do Ar C]
Exterior
Sala - Simulação
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medão
Banheiro - Simulação
Banheiro - Medão
Figura E.3 – Comparação entre simulação 11 (coeficiente de descarga = 0,5) e
medição em setembro/2007.
A
A
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P
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12/09 - 01h
12/09 - 05h
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12/09 - 13h
12/09 - 17h
12/09 - 21h
13/09 - 01h
13/09 - 05h
13/09 - 09h
13/09 - 13h
13/09 - 17h
13/09 - 21h
14/09 - 01h
14/09 - 05h
14/09 - 09h
14/09 - 13h
14/09 - 17h
14/09 - 21h
Temperatura do Ar C]
Exterior
Sala - Simulão
Sala - Medição
Quarto Casal - Simulação
Quarto Casal - Medição
Banheiro - Simulão
Banheiro - Medição
Figura E.4 – Comparação entre simulação 12 (coeficiente de descarga = 0,3) e
medição em setembro/2007.
A
A
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Ê
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N
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D
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I
C
C
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E
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S
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PÊNDICE
F
– Resultados de Desempenho Térmico
da Sala
Tabela F.1 – Porcentagem de horas de conforto e desconforto anuais na sala.
Sem Ventilação e Ocupação Com Ventilação e Ocupação
Horas de
desconforto [%]
Horas de
desconforto [%]
Modelo
Horas de
conforto
[%]
Total
Frio Calor
Horas de
conforto
[%]
Total
Frio Calor
Modelo
Referência
49,6 50,4
22,8 27,6
34,4 65,6
26,5 39,1
Variação
Cobertura 1
47,5 52,5
24,6 27,9
31,1
68,9
30,1 38,8
Variação
Cobertura 2
52,8 47,2
21,8 25,4
38,9 61,1
23,1 38
Variação
Cobertura 3
50,9 49,1
21,9 27,2
36,5 63,5
24,9 38,6
Variação
Cobertura 4
53,6 46,4
21,4 25
39,1 60,9
22,8 38,1
Variação
Cobertura 5
51,3 48,7
21,8 26,9
36,8 63,2
24,6 38,6
Variação
Parede 1
47,8 52,2
24,1 28,1
32,1 67,9
29 38,9
Variação
Parede 2
50,9 49,1
22,3 26,8
35,2 64,8
26 38,8
Variação
Parede 3
51,6 48,4
22,2 26,2
37,4 62,6
24,4 38,2
Variação
Parede 4
43,6
56,4
25,8 30,6
31,9 68,1
29,6 38,5
Variação
Parede 5
54,1 45,9
21,7 24,2
39,4 60,6
23,1 37,5
Variação
Parede 6
57,4
42,6
20,1 22,5
41,2
58,8
21,7 37,1
Variação
Parede 7
45,4 54,6
23,8 30,8
35,1 64,9
26,4 38,5
A
A
P
P
Ê
Ê
N
N
D
D
I
I
C
C
E
E
S
S
120
Tabela F.2 – Porcentagem de horas de conforto e desconforto da sala no
Modelo de Referência, para ano inteiro, verão e inverno.
Horas de desconforto [%]
Período Simulação
Horas de
conforto [%]
Total Frio Calor
Sem Ventilação
e Ocupação
49,6
50,4
22,8 27,6
Ano inteiro
Com Ventilação
e Ocupação
34,4
65,6
26,5 39,1
Sem Ventilação
e Ocupação
44,6 55,4 1,4 54,0
Verão
Com Ventilação
e Ocupação
37,1 62,9 1,7 61,2
Sem Ventilação
e Ocupação
54,5 45,5 43,8 1,7
Inverno
Com Ventilação
e Ocupação
31,7 68,3 50,9 17,4
40
45
50
55
60
65
70
75
80
(Par.7) 2,65
(Par.6) 2,74
(Par.5) 3,06
(Par.4) 3,17
(Cob.5) 3,28
(Cob.4) 3,31
(Cob.3) 3,33
(Par.3) 3,37
(Cob.2) 3,53
(M.Ref.) 3,58
(Par.2) 3,84
(Par.1) 4,08
(Cob.1) 4,31
Horas de Desconforto [%]
Transmitância rmica equivalente – U
eq
[W/(m².K)]
Sem ventilão e
ocupão
Com ventilão e
ocupão
Figura F.1 – Porcentagens de horas de desconforto anuais na sala relacionadas à
transmitância térmica equivalente.
40
45
50
55
60
65
70
75
80
(Par.4) 80,7
(Par.7) 85,91
(Par.1) 106,38
(Cob.1) 116,92
(Cob.3) 120,9
(M.Ref.) 120,9
(Cob.5) 121,19
(Par.2) 147,33
(Par.3) 160,36
(Par.6) 220,3
(Par.5) 225,51
(Cob.4) 242,12
(Cob.2) 242,12
Horas de Desconforto [%]
Capacidade térmica equivalente - Ct
eq
[kJ/(m².K)]
Sem ventilão e
ocupão
Com ventilão e
ocupão
Figura F.2 – Porcentagens de horas de desconforto anuais na sala relacionadas à
capacidade térmica equivalente.
A
A
P
P
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Ê
N
N
D
D
I
I
C
C
E
E
S
S
121
40
45
50
55
60
65
70
75
80
(Par.1) 1,52
(Cob.1) 1,65
(Par.4) 1,86
(M.Ref.) 1,93
(Par.2) 2,01
(Cob.3) 2,13
(Cob.5) 2,22
(Par.3) 2,45
(Par.5) 3,49
(Par.7) 3,61
(Cob.2) 3,84
(Par.6) 4,43
(Cob.4) 4,92
Horas de Desconforto [%]
Atraso rmico equivalente -
φeq
[horas]
Sem ventilão e
ocupão
Com ventilão e
ocupão
Figura F.3 – Porcentagens de horas de desconforto anuais na sala relacionadas ao
atraso térmico equivalente.
= 0,6298
= 0,6949
40
45
50
55
60
65
70
75
80
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00
Horas de Desconforto [%]
Transmitância rmica da cobertura – U
c
[W/(m².K)]
= 0,6469
= 0,5664
40
45
50
55
60
65
70
75
80
0 100 200 300 400 500
Horas de Desconforto [%]
Capacidade térmica da cobertura - Ct
c
[kJ/(m².K)]
= 0,764
= 0,6547
40
45
50
55
60
65
70
75
80
0,0 5,0 10,0 15,0
Horas de Desconforto [%]
Atraso térmico da cobertura -
φ
c
[horas]
Sem ventilação e ocupação
Com ventilão e ocupação
Linear (Sem ventilão e
ocupação)
Linear (Com ventilão e
ocupação)
Figura F.4 – Correlação entre a porcentagem de horas de desconforto e as
propriedades térmicas da cobertura
da sala: transmitância térmica (a), capacidade
térmica (b), e atraso térmico (c).
(c)
(a)
(b)
A
A
P
P
Ê
Ê
N
N
D
D
I
I
C
C
E
E
S
S
122
= 0,0256
= 0,3018
40
45
50
55
60
65
70
75
80
0,00 2,00 4,00 6,00
Horas de Desconforto [%]
Transmitância rmica da parede – Upa [W/(m².K)]
= 0,9138
= 0,8384
40
45
50
55
60
65
70
75
80
0 100 200 300 400 500
Horas de Desconforto [%]
Capacidade rmica da parede - Ct
pa
[kJ/(m².K)]
= 0,3373
= 0,7051
40
45
50
55
60
65
70
75
80
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0
Horas de Desconforto [%]
Atraso térmico da parede -
φ
pa [horas]
Sem ventilação e ocupação
Com ventilão e ocupação
Linear (Sem ventilão e
ocupação)
Linear (Com ventilão e
ocupação)
Figura F.5 – Correlação entre a porcentagem de horas de desconforto e as
propriedades térmicas da parede da sala: transmitância térmica (a), capacidade
térmica (b), e atraso térmico (c).
R² = 0,0554
R² = 0,357
40
45
50
55
60
65
70
75
80
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00
Horas de Desconforto [%]
Transmitância rmica equivalente – U
eq
[W/(m².K)]
R² = 0,7334
R² = 0,6975
40
45
50
55
60
65
70
75
80
0,00 100,00 200,00 300,00
Horas de Desconforto [%]
Capacidade térmica equivalente - Ct
eq
[kJ/(m².K)]
R² = 0,3765
R² = 0,6602
40
45
50
55
60
65
70
75
80
0,00 2,00 4,00 6,00
Horas de Desconforto [%]
Atraso térmico equivalente -
φ
eq
[horas]
Sem ventilação e ocupação
Com ventilão e ocupação
Linear (Sem ventilão e
ocupação)
Linear (Com ventilão e
ocupação)
Figura F.6 – Correlação entre a porcentagem de horas de desconforto e as
propriedades térmicas equivalentes da sala: transmitância térmica (a), capacidade
térmica (b), e atraso térmico (c).
(c)
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
A
A
P
P
Ê
Ê
N
N
D
D
I
I
C
C
E
E
S
S
123
-4000000
-3000000
-2000000
-1000000
0
1000000
2000000
3000000
01/03 01:00:00
01/03 11:00:00
01/03 21:00:00
01/04 07:00:00
01/04 17:00:00
01/05 03:00:00
01/05 13:00:00
01/05 23:00:00
01/06 09:00:00
01/06 19:00:00
01/07 05:00:00
01/07 15:00:00
01/08 01:00:00
01/08 11:00:00
01/08 21:00:00
01/09 07:00:00
01/09 17:00:00
Ganhos de Calor [J]
Janela (convecção)
Parede Sul (convecção)
Parede Leste (convecção)
Parede Norte (convecção)
Parede Oeste (convecção)
Piso (convecção)
Cobertura Norte (convecção)
Cobertura Sul (convecção)
Infiltração externa
Infiltração entre zonas
Figura F.7 – Trocas de calor da sala – Modelo Referência sem ventilação e ocupação,
nos dias 3 a 9 de janeiro.
-4000000
-3000000
-2000000
-1000000
0
1000000
2000000
3000000
01/03 01:00:00
01/03 11:00:00
01/03 21:00:00
01/04 07:00:00
01/04 17:00:00
01/05 03:00:00
01/05 13:00:00
01/05 23:00:00
01/06 09:00:00
01/06 19:00:00
01/07 05:00:00
01/07 15:00:00
01/08 01:00:00
01/08 11:00:00
01/08 21:00:00
01/09 07:00:00
01/09 17:00:00
Ganhos de Calor [J]
Janela (convecção)
Parede Sul (convecção)
Parede Leste (convecção)
Parede Norte (convecção)
Parede Oeste (convecção)
Piso (convecção)
Cobertura Norte (convecção)
Cobertura Sul (convecção)
Ventilação
Cargas internas
Infiltração entre zonas
Figura F.8 – Trocas de calor da sala – Modelo Referência com ventilação e ocupação,
nos dias 3 a 9 de janeiro.
A
A
P
P
Ê
Ê
N
N
D
D
I
I
C
C
E
E
S
S
124
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
16
20
24
28
32
36
40
44
48
03/01 01h
03/01 13h
04/01 01h
04/01 13h
05/01 01h
05/01 13h
06/01 01h
06/01 13h
07/01 01h
07/01 13h
08/01 01h
08/01 13h
09/01 01h
09/01 13h
Umidade relativa do ar [%]
Temperatura do ar [°C]
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
16
20
24
28
32
36
40
44
48
02/11 01h
02/11 13h
03/11 01h
03/11 13h
04/11 01h
04/11 13h
05/11 01h
05/11 13h
06/11 01h
06/11 13h
07/11 01h
07/11 13h
08/11 01h
08/11 13h
Umidade relativa do ar [%]
Temperatura do ar [°C]
Temperatura - Sala - sem ventilação e ocupação Umidade - Sala - sem ventilação e ocupação
Temperatura - Sala - com ventilação e ocupação Umidade - Sala - com ventilação e ocupação
Temperatura - Externa
Figura F.9 – Temperatura e umidade relativa do ar no exterior e na sala –
Modelo Referência: dias 03 a 09 de janeiro (a), e dias 02 a 08 de novembro (b).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
16
20
24
28
32
36
40
44
48
03/01 01h
03/01 13h
04/01 01h
04/01 13h
05/01 01h
05/01 13h
06/01 01h
06/01 13h
07/01 01h
07/01 13h
08/01 01h
08/01 13h
09/01 01h
09/01 13h
Umidade relativa do ar [%]
Temperatura do ar [°C]
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
16
20
24
28
32
36
40
44
48
02/11 01h
02/11 13h
03/11 01h
03/11 13h
04/11 01h
04/11 13h
05/11 01h
05/11 13h
06/11 01h
06/11 13h
07/11 01h
07/11 13h
08/11 01h
08/11 13h
Umidade relativa do ar [%]
Temperatura do ar [°C]
Temperatura - Sala - sem ventilação e ocupação Umidade - Sala - sem ventilação e ocupação
Temperatura - Sala - com ventilação e ocupação Umidade - Sala - com ventilação e ocupação
Temperatura - Externa
Figura F.10 – Temperatura e umidade relativa do ar no exterior e na sala –
Variação Parede 6: dias 03 a 09 de janeiro (a), e dias 02 a 08 de novembro (b).
(a) (b)
(a)
(b)
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