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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PERNAMBUCO
ESTUDO COMPARATIVO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DAS RESINAS
TRANSBOND XT (3M), Z100 (3M), FILTEK Z-350(3M) NA COLAGEM DIRETA DE
BRAQUETES ORTODÔNTICOS METÁLICOS.
ARTUR LIRA GOMES
CAMARAGIBE – PERNAMBUCO
2009
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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PERNAMBUCO
ESTUDO COMPARATIVO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DAS RESINAS
TRANSBOND XT (3M), Z-100(3M), FILTEK Z-350(3M) NA COLAGEM DIRETA DE
BRAQUETES ORTODÔNTICOS METÁLICOS.
CAMARAGIBE – PERNAMBUCO
2009
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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PERNAMBUCO
ESTUDO COMPARATIVO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DAS RESINAS
TRANSBOND XT (3M Filtek), Z100 (3M ESPE) e Z350 (3M ESPE), NA COLAGEM
DIRETA DE BRAQUETES ORTODÔNTICOS METALICOS.
ARTUR LIRA GOMES
Dissertação apresentada ao programa de pós-graduação em
Odontologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de
Pernambuco como requisito para a obtenção do título de Mestre
em Odontologia, área de concentração: Odontopediatria.
Orientador: Prof. Dr. Marcos Antônio Japiassú Resende Montes
Co-Orientadora: Profa. Dra. Maria do Carmo Moreira da Silva
Santos.
CAMARAGIBE - PERNAMBUCO
2009
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PERNAMBUCO
Dissertação apresentada ao programa de pós-graduação em Odontologia da Faculdade de
Odontologia da Universidade de Pernambuco como requisito para a obtenção do título de
Mestre em Odontologia, área de concentração: Odontopediatria
A Comissão julgadora da Dissertação de Mestrado de Artur Lira Gomes, em sessão
pública, considerou o trabalho apto.
1- Prof. Dr. Roberto Alves dos Santos ___________________________________
2 - Prof. Dr. Pedro Paulo Costa Gondim___________________________________
3-Profª. Dra. Ana Claudia da Silva Araujo _________________________________
DEDICATÓRIA
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Abel Chacon
Gomes (In Memoriam) e Iracy
Lira Gomes (In Memoriam),
pelo exemplo de luta,
dedicação, sacrifício e
desprendimento em prol da
educação dos filhos.
.
A minha irmã Lúcia Lyra pela
obstinação e esforço com que
sempre se empenhou na luta
pela formação profissional de
todos os seus irmãos.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
A Direção da Faculdade de Odontologia de Pernambuco, da Universidade de
Pernambuco, na pessoa do seu Diretor Prof. Dr. Belmiro Cavalcanti do Egito
Vasconcelos, exemplo de determinação e compromisso com o desempenho de suas
funções em prol do engrandecimento da nossa Faculdade.
Ao Prof. Dr. Belmiro Cavalcanti do Egito Vasconcelos que me fez despertar para
uma nova fase da minha vida começando pelo enfrentamento deste desafio
A Profª. Drª. Aronita Rosemblat Titular da Disciplina de Odontopediatria que me
acolheu, orientou e muito me incentivou nesta jornada.
Ao Prof. Dr. Marcos Antonio Japiassú Resende Montes, pela sua segura orientação,
inesgotável paciência, incentivo constante, incansável dedicação e a sincera
amizade demonstrada e fortalecida durante a realização deste trabalho.
A Profª. Drª. Maria do Carmo Moreira da Silva Santos pela orientação e incentivo.
Ao Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami – Laboratório de Microscopia e
Biologia Celular (LIKA/UFPE), pela elaboração e execução de toda a parte de
metalização e visualização das amostras submetidas à Microscopia Eletrônica de
Varredura.
AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOS
Aos meus irmãos Zita, Lucia, Iara e Josemir, que sempre torceram pelo meu
sucesso.
Aos meus filhos Luciana, Breno, Thaís, Camila e Gabriel ofereço como exemplo e
incentivo aos estudos.
Ao Prof. Dr. Rodivan Brás da Silva, que me disponibilizou o Laboratório de
Biomecânica do Núcleo de Pesquisas em Biomateriais da FOP/UPE.
Ao Prof. Carlos Eugenio Meira Neves pela contribuição e incentivo para esta
conquista.
A Profª. Dra. Gabriela Queiroz de Melo Monteiro pela sua grande ajuda orientando-
me no manuseio da maquina universal de ensaios KRATOS.
A Profª. Drª. Cintia Regina Tornisiello Katz, Coordenadora dos cursos de Mestrado e
Doutorado da disciplina de Odontopediatria pela sua compreensão e apoio.
Ao Prof. Dr. Emanuel Sávio de Souza Andrade, Coordenador do Programa de Pós-
Graduação da FOP/UPE, pela atenção a mim dedicada durante o curso.
Aos meus colegas da Disciplina de Ortodontia pela minha indicação ao curso de
mestrado, pela colaboração e pela cobertura dada na realização de atividades
didáticas que não pude exercer em algumas ocasiões, por força das atividades do
curso. A todos meu eterno agradecimento.
Aos meus colegas da pós-graduação (mestrado e doutorado), pela convivência
sadia e harmoniosa, pela troca de conhecimentos, experiências e amizades.
desenvolvidas e fortalecidas ao longo do curso, como também pela torcida de todos
pelo meu sucesso.
A minha colega, doutoranda Andreza Targino, pela inestimável e espontânea ajuda
a mim dispensada em todas as ocasiões que precisei.
Ao Prof. Dr. Luiz Carlos Alves, Diretor do Laboratório de Imunopatopogia Keizo
Asami, pela sua preciosa ajuda no desenvolvimento dos trabalhos de Microscopia
Eletrônica de Varredura.
A Rafael Ribeiro Padilha, Técnico em Microscopia Eletrônica de Varredura do
LIKA/UFPE, pela inesgotável paciência e atenção a mim dedicada durante horas a
fio, inclusive fora do seu horário normal de trabalho, em que passamos frente ao
microscópio, analisando as amostras.
A Anderson Fernandes Vera Cruz, funcionário da Pós-Graduação pela gentileza,
prestatividade e o profissionalismo demonstrado no exercício de suas atividades.
A Maria de Jesus Dias Coutinho, funcionária da Biblioteca “Guilherme Simões
Gomes” da FOP/UPE, pela grande colaboração prestada.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para o bom termo deste trabalho,
os meus sinceros e eternos agradecimentos.
LISTAS
Lista de Ilustrações
Figura 1 Incisivo inferior de bovino 24
Figura 2 Maquina de ensaios universais KRATOS 25
Figura 3 Fotopolimerizador Curing Light XL3000 (3M) Dental Products 25
Figura 4 Placa de cera rosa nº7 e coroa dentaria após amputação da
raiz e do terço incisal. 27
Figura 5 Cilindro confeccionado com tubo de PVC de 25 mm 27
Figura 6 Inclusão da coroa dentaria em placa de cera rosa nº 7 28
Figura 7 Adaptação do cilindro de PVC sobre a coroa dentária 28
Figura 8 Corpo-de-prova após inclusão 29
Figura 9
Figura 10
Figura 11
Transbond XT, Light Cure Adesive Primer (3M/Unitek)
Pasta adesiva Transbond XT (3M/Unitek)
Adesivo Adper Scotchbond Multi Purpose, (3M/ESPE).
30
30
31
Figura 12 Resina composta Restauradora Universal Z100 (3M/ESPE) 31
Figura 13 Resina composta Restauradora Universal Filtek Z-350,
(3M/ESPE) 32
Figura 14 Adaptadores superior e inferior acoplados a maquina de
ensaio 33
Figura 15 Adaptador superior com alça fixada 33
Figura 16 Adaptador inferior com corpo-de-prova pronto p/o ensaio 34
Figura 17 MEV Grupo 1 CP 10 ARI=0 MARRA=3 38
Figura 18 MEV Grupo 1 CP 19 ARI=0 MARRA=5 38
Figura 19 MEV Grupo 2 CP 06 ARI=0 MARRA=1 39
Figura 20 MEV Grupo 3 CP 05 ARI=1 MARRA=3 39
Lista de Tabelas e Gráfico
Tabela 1- Materiais de colagem de braquete utilizados no estudo com os
respectivos fabricantes e Lotes
23
Tabela 2- Resultados do ensaio de resistência ao cisalhamento segundo o
grupo 34
Tabela 3- Resultados do exame Macroscópico do Índice de Remanescente
Adesivo (ARI), por corpo-de-prova. 36
Tabela 4- Resultados do exame macroscópico do tipo de fratura por corpo
de prova 37
Tabela 5- Resultado dos testes de resistência ao cisalhamento por grupo
42
Tabela 6- Avaliação macroscópica do índice de remanescente adesivo (ARI),
por grupo 44
Tabela 7- Avaliação macroscópica do tipo do tipo de fratura, (MARRA),
segundo o grupo 45
Gráfico 1 -
Médias de força ao cisalhamento, por grupo 43
Lista de Abreviaturas
MPa - Mega Pascal
N/mm² - Newton por milímetro quadrado
nm - Nanômetro
PVC - Polivinilcarboxilato
MEV – Microscopia Eletrônica de Varredura
TPSEP- Transbond Plus Self Etching Primer (3M SPE)
Bis-GMA - Bisfenol-A glicildimetacrilato
TEGDMA -Trietilenoglicoldimetacrilato
RESUMO
RESUMO
Embora sem o necessário respaldo científico, a utilização de resinas
restauradoras universais na colagem de braquetes ortodônticos tem sido uma boa
alternativa de inúmeros ortodontistas para a redução dos custos na clínica
ortodôntica. Objetivando reforçar tal respaldo este estudo avaliou das resinas Z100
(3M ESPE) micro-hibrida e Z350 (3M ESPE) nano particulada, comparando-as com
ortodôntica tradicional Transbond XT (3M UNITEK). Para verificar esta viabilidade.
foram utilizados 60 incisivos centrais inferiores de bovinos. A amostra foi dividida em
três grupos, de acordo com as resinas, nos quais foram colados braquetes de
incisivos centrais Edgewise (American Orthodontics). No grupo 1 (controle), resina
Transbond XT (3M Unitek); grupo 2, resina Z100 (3M ESPE); e grupo 3, resina Z350
(3M ESPE). Após 24 horas da colagem, os corpos-de-prova foram submetidos ao
ensaio de cisalhamento a uma velocidade de 0,5 mm/minuto. Os resultados foram
submetidos ao teste F de Levene, a Técnuca (ANOVA) (p<0,05) e aos testes de
Tukey, e Exato de Fisher (p<0,05). Os dados obtidos após a análise indicaram
diferença estatisticamente significante entre os três tipos de resinas estudadas. O
sistema que apresentou maior média de resistência ao cisalhamento foi o do grupo
controle com a resina Transbond XT (3M UNITEK), e o grupo 3, com a resina Z350
(3M ESPE) apresentou as menores médias. O conjunto braquete/esmalte dentário
foi submetido a exame macroscópico, com utilização de lupa estereoscópica (20X),
através do Índice de Remanescente Adesivo (ARI) onde as maiores ocorrências
ocorreram na classificação 3 no grupo controle e índice 1 nos grupos 2 e 3. Na
classificação segundo o tipo de fratura ocorrido, de acordo com MARRA, as maiores
ocorrências foram o tipo 5 no grupo controle e tipo 3 nos grupos 2 e 3,
demonstrando não ter havido falha de adesividade tanto nos braquetes como no
esmalte dentário. Foram selecionados nove corpos-de-prova que apresentaram
fratura na interface material adesivo/esmalte dentário para exame por Microscopia
Eletrônica de Varredura não se constatando danos a superfície do esmalte.
PALAVRAS- CHAVE:
Resistência ao cisalhamento
Braquetes Ortodônticos
Resinas Compostas
ABSTRACT
ABSTRACT
The use of universal composite resins in gluing of orthodontic brackets has been an
alternative used for several orthodontists to reduce the costs in clinical procedures,
generally without the necessary support of research issues. With this intention, this
study aimed to evaluate the universal composite resins Z-100 (3M ESPE)
microhybrid and Z-350 (3M ESPE) nanoparticulated, comparing them to Transbond
XT (3M UNITEK) in order to verify this viability. Sixty bovine lower incisors were
used. The specimens were divided into three groups, according to the resins applied,
in which brackets for central incisors Edgewise (American Orthodontics) were glued.
In group 1 (control) Transbond XT was used; in group 2, resin Z-100 and in group 3,
Z-350. After 24 hours of gluing, the specimens were submitted to shear test with a
crosshead speed of 0.5 mm/minute. The results were submitted to ANOVA (p<0.05)
and to Tukey, Kruskal-Wallis and Fisher’s Exact tests (p<0.05). Data indicated
significant difference among the groups. The system that showed highest mean
shear strength was Transbond XT, and group 3 in which was applied Filtek Z-350
presented the lowest. The remnants of the test (brackets and enamel) were
examined by stereoscopic microscope (20X), and evaluated according the Adhesive
Remnant Index (ARI) and the fracture type during debonding. Nine representative
specimens were selected to be examined by scanning electron microscopy in order
to detect possible damage to dental enamel, which was not observed for the three
resins used in the study.
KEYWORDS:
Shear strength
Orthodontic brackets
Composite resins
SUMÁRIO
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS ESPECIAS
AGRADECIMENTOS
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRAFICOS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
RESUMO
ABSTRACT
1- INTRODUÇÃO 01
2- REVISÃO DE LITERATURA 05
3- PROPOSIÇÃO 19
4- METODOLOGIA 21
4.1- Localização do Estudo 22
4.2- Tipo do Estudo 22
4.3- Hipótese 22
4.4- Materiais 23
4.5- Métodos 26
4.6- Teste de Resistência ao Cisalhamento 32
4.7- Avaliação Macroscópica do Padrão de descolagem 35
4.8- Análise por Microscopia Eletrônica de Varredura 37
4.9- Análise Estatística 40
5- RESULTADOS 41
6- DISCUSSÃO 46
7- CONCLUSÕES 53
8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 55
1. INTRODUÇÃO
2
1. INTRODUÇÃO
O condicionamento ácido do esmalte inaugurou uma nova era na Odontologia
Restauradora, BUONOCORE, (1955), representando o ponto de partida para
inúmeras pesquisas em varias áreas da odontologia, inclusive na Ortodontia,
levando ao desenvolvimento de materiais e braquetes colados diretamente ao
esmalte dentário, dispensando o uso das bandas ortodônticas e promovendo uma
grande revolução na técnica ortodôntica utilizada até então. A partir daí, deu-se a
evolução vertiginosa dos materiais de colagem de braquetes, desde as resinas
quimicamente ativadas até as foto ativadas.
O desenvolvimento e popularização da técnica de colagem direta de
braquetes sobre a superfície do esmalte foram promovidos por NEWMAN (1965), e
MIURA, F. NAKAGAWA, K.;MASUHARA, E (1971). Inicialmente, foram utilizadas as
resinas compostas quimicamente ativadas. Neste sistema, o material compõe-se de
duas pastas, uma contendo os componentes básicos e o iniciador (peróxido de
benzoila) e a outra os componentes básicos e o ativador (dimetil-p-toluidina).
Misturadas as pastas, ocorre a reação química que culmina com a polimerização do
produto que se processa num intervalo de tempo muito curto, limitando o tempo de
trabalho no posicionamento dos braquetes, podendo interferir na qualidade técnica
da colagem. Devido a este inconveniente, a maior parte dos ortodontistas às têm
substituído pelas resinas foto ativadas; este material é apresentado em uma pasta
única que contém os componentes básicos e o iniciador (canfaroquinona + amina).
Quando exposta à luz, através do fotopolimerizador as moléculas do foto-iniciador
excitam a canfaroquinona que colide com a amina formando radicais livres e a
conseqüente polimerização da resina. Os pioneiros no uso destas resinas na
colagem de braquetes in vitro foram TAVAS, WATTS (1979). Afirmaram eles que
nesta técnica o material se polimeriza por sob o braquete devido à translucidez do
esmalte dentário, que permite a passagem da luz emitida pelo fotopolimerizador.
Estudos in vitro de TAVAS, WATTS (1979) e (1984) e o estudo clínico de O’BRIEN,
K.D. READ, J.F. SANDISON, ROBERTS, C.T. A (1989) constataram também que as
resinas foto ativadas apresentaram resultados de resistência de união comparáveis
às quimicamente ativadas com a vantagem de oferecer maior tempo ao profissional
3
para o posicionamento dos braquetes.
Um compósito à base de resina é definido como uma mistura tridimensional
de dois ou mais materiais quimicamente diferentes, que possuem interfaces distintas
e conforme LUTZ, PHILLIPS, (1983), tal combinação foi descrita em três fases de
incorporação: 1ª - Fase Orgânica: nesta fase é formada a matriz na qual, as
partículas de carga (fillers) são suspensas. Os agentes mais comumente usados
para a matriz são Bisfenol-A glicidil dimetacrilato (Bis-GMA), dimetacrilato uretano
(UDMA), dimetacrilato glicol trietileno (TEG-DMA). 2ª - Fase interfacial: Esta fase
contém os agentes de união, a maioria silanos, que facilitam a ligação entre a carga
inorgânica e a matriz orgânica. 3ª - Fase inorgânica: As partículas de carga
inorgânica são adicionadas à matriz orgânica e sua união é mediada pelo agente de
ligação. As partículas de carga inorgânica ajudam a fornecer força para o sistema de
resina composta.
Os avanços científicos e melhorias técnicas na fabricação desses materiais
permitiram a introdução de resinas compostas de baixa viscosidade e também, as
ditas “condensáveis” ou de alta viscosidade, que se comportam como amalgamas
em termos de aplicação e adaptação nas preparações cavitarias. Essas resinas
seriam caracterizadas por uma maior ou menor quantidade de carga, melhoria da
interface da matriz e das qualidades de manuseio conforme LANG, BR; JAARDA, M.
WANG, R.F. (1992). Com a introdução de resinas compostas mais modernas, foram
criados vários sistemas de classificação. LUTZ, PHILLIPS, (1983), se basearam no
tamanho médio, composição química das partículas de carga e técnicas de
fabricação, para lançarem a primeira classificação. A partir daí, foram introduzidos
novos termos tais como: macro-carga (10 a 100 µm), midi-carga (1 a 10 µm), mini-
carga (0,1 a 1 µm) e micro-carga (0,01 a 0,1 µm). As resinas nano particuladas são
uma nova classe de mteriais com uma única estrutura interna e contém nano cargas
de tamanho entre 0,005 a 0,001 µm, conforme CESAR JR. et al. (2006).
Inúmeros trabalhos têm sido publicados aferindo e comparando a resistência
da união de braquetes ao esmalte, com resinas específicas para a colagem de
braquetes: (AASRUM et al. 1993; SMITH, SHIVAPUJA 1993; SARGISON, MCCABE,
GORDON 1955; OESTERLE et al. 1995; CORRER SOBRINHO et al. 2001; UYSAL
4
2005; VICENTE et al. 2004; VICENTE et al. 2005; TECCO et al. 2005; ROMANO
2005; D’ATILIO et al. 2005; KATONA, LONG 2006; VICENTE et al. 2006 e
MONDELLI, FREITAS 2007). Entretanto, em virtude do alto custo desses materiais,
tem sido aventada a possibilidade de se usar resinas restauradoras universais, como
alternativa aos adesivos ortodônticos (GUEDES-PINTO, 1997; CORRER
SOBRINHO et al. 2001, 2002; BISHARA, 2007).
Com o objetivo de ampliar as opções dos ortodontistas na escolha da resina a
ser empregada, este estudo teve como objetivo avaliar a resistência de união na
colagem direta de braquetes ao esmalte de duas resinas restauradoras universais:
Z100 (3M ESPE), micro-hibrida e Filtek Z350 (3M ESPE), nano particulada, usando
como controle o material adesivo ortodôntico tradicional Transbond XT (3M Unitek).
2. REVISÃO DE LITERATURA
6
2. REVISÃO DE LITERATURA
NEWMAN (1965) realizou um trabalho onde fixou bráquetes de policarbonato
sobre a superfície dentária combinando uma resina epóxica de alto peso molecular,
com uma de baixo peso molecular, tentando acelerar a polimerização e reduzir o
potencial de irritação, citando três vantagens da técnica de colagem direta: estética
melhorada, redução da descalcificação do esmalte e do custo do aparelho. O autor
desenvolveu alguns compósitos, pois não existia no mercado um material que
suprisse as necessidades imediatas, principalmente quanto à toxidade. Com isso
sob sua supervisão foi desenvolvido por “Newmark College of Engineering” um
compósito de baixa toxidade, mas que demorava de 15 a 30 minutos para
apresentar uma polimerização suficiente para manter o braquete em posição, e
quatro dias, para ocorrer sua completa polimerização. O autor também concluiu
neste trabalho que, quanto maior a área de união, maior a força necessária para sua
quebra, obtendo valores de resistência à tração, variando de 9,7 Kg/cm² a 47,47
Kg/cm².
LEE et al. (1974) por meio de observação clínica, constataram que o aparelho
ortodôntico com bandas, exigia um longo tempo para sua montagem, bem como,
requeria uma pré-separação dos dentes, que ocasionava grande desconforto para o
paciente e de difícil confecção em dentes parcialmente irrompidos, molares
inclinados, dentes anteriores com faces proximais com grande convexidade, além
dos dentes conóides ou de grande inclinação vestibular. Ainda como desvantagem
das bandas ortodônticas, citaram a contribuição direta e indireta para a redução da
saúde bucal pelo acúmulo de alimentos e placa bacteriana sob as bandas e em seu
entorno, ocasionando inflamação gengival que poderiam evoluir para doenças
periodontais mais graves. Afirmaram ainda que com o advento da colagem direta de
braquetes sobre o esmalte dentário houve significativa melhoria estética e maior
facilidade de posicionar os braquetes corretamente, além de maior facilidade de
manter a boa higienização bucal. No intuito de verificar a eficácia da colagem direta
sobre o esmalte dentário, desenvolveram um estudo “in vitro” utilizando dentes de
bovinos. Os braquetes metálicos e em policarbonato foram colados com os
compósitos disponíveis no mercado, cujas marcas não foram citadas pelos autores,
7
apenas identificadas como Product A, Product B, Product C e Genie. Os corpos-de-
prova foram acondicionados em água tamponada a 37°C, durante 1 semana, 3
meses e 4 meses, sendo nestes intervalos realizados os testes de resistência ao
cisalhamento que apresentaram valores satisfatórios à tração em todos os
compósitos testados.
REYNOLDS (1975) diante da grande variação de resultados obtidos nos
ensaios de tração “in vitro” e a dificuldade para compará-los com os resultados
observados “in vivo”, realizou um estudo com 120 pré-molares humanos, extraídos
com finalidade ortodôntica, colando os braquetes com a resina quimicamente
ativada, Concise Ortodôntico (3M Unitek), de acordo com a técnica usada na sua
clínica. Os resultados obtidos mostraram que a maioria das fraturas, ocorreram na
interface adesivo/braquete, com média de resistência à tração em torno de 50
Kg/cm², valores tidos pelos autores como aceitáveis para a movimentação
ortodôntica, pois, de acordo com cálculos por ele realizados neste estudo, a força
máxima para movimentação ortodôntica não passa de 1,5 Kgf. A fórmula utilizada
foi: T=F/A, onde “T” é a resistência à tração, F= Kgf/cm² e A= Área da base do
braquete em cm². (50 Kg/cm² x 0,12 = 6Kgf).
Em virtude do grande índice de desmineralização ocorrido ao redor das
bandas ortodônticas, as irritações gengivais promovidas pela sua proximidade com a
gengiva, pode desencadear doenças periodontais mais graves. Percebendo que a
alternativa do uso de colagem direta de braquetes sobre o esmalte dentário
satisfaria as necessidades da montagem do aparelho ortodôntico de forma
vantajosa, JOHNSON, HEMBREE, WEBER (1976) utilizaram 210 incisivos inferiores
de bovinos e realizaram colagem direta de braquetes metálicos com o compósito
quimicamente ativado Concise Ortodôntico (3M Unitek). Os resultados do ensaio de
resistência ao cisalhamento foram conclusivos para afirmar que a colagem de
braquetes diretamente sobre a superfície do esmalte dentário, preenchia de forma
satisfatória os pré-requisitos para sua aplicação na montagem de aparelhos
ortodônticos.
GORELICK (1977) verificou que a maioria dos materiais para fixação de
8
braquetes presentes no mercado, não tinham um suporte cientifico suficiente para
provar suas qualidades na colagem direta de braquete, sobre o esmalte em relação
a sua resistência às forças mastigatórias e a movimentação ortodôntica. Diante
deste problema desenvolveu então um experimento clínico utilizando a resina
quimicamente ativada Concise Ortodôntico (3M Unitek) em seus pacientes, colando
1.500 braquetes metálicos os quais foram observados por 12 meses de tratamento
ortodôntico. Foi constatado pelo autor, que a maioria das falhas ocorria na interface
braquete/adesivo, muitas vezes devido ao posicionamento do braquete após a
iniciação da polimerização da resina; a movimentação indesejada do mesmo após
tê-lo posicionado; a aplicação de força ortodôntica antes do tempo suficiente para
ser concluída a polimerização do compósito; a não penetração do compósito através
da grade retentiva da base do braquete; as interferências oclusais e traumas extra-
bucais. As descolagens com estes tipos de falhas sempre ocorriam prematuramente,
ou seja, nas primeiras semanas após a colagem. Citou também falhas iatrogênicas
como a inadequação da profilaxia, do condicionamento ácido, da lavagem e da
secagem da superfície do esmalte.
TAVAS, WATTS (1979) desenvolveram um estudo “in vitro” realizando a
colagem direta de braquetes com resina foto ativada. Utilizaram dois grupos de pré-
molares, com o esmalte dentário condicionado com solução aquosa de ácido
fosfórico a 37 %. A resina foto-ativada foi aplicada na base do braquete, e após seu
posicionamento na face vestibular do dente, o feixe de luz foi aplicado durante 5
minutos com inclinação de 45º em relação à face oclusal, de forma que a resina
fosse polimerizada por transiluminação, o que é obtido quando o material é
polimerizado por baixo do braquete metálico, devido à translucidez do esmalte
dentário que permite a passagem da luz. Os corpos de prova foram acondicionados
em água à 37º C. Após 24 horas foram submetidos ao teste de cisalhamento. Os
resultados obtidos mostraram resistência ao cisalhamento de 3 Kg por 0.12 cm²,
(área da base do braquete), ou seja, 25 kg/cm², usando a mesma fórmula utilizada
por REYNOLDS (1975).
ALEXANDRE et al. (1981) compararam “in vitro” a resistência ao
cisalhamento entre as resinas compostas de maior aceitação disponíveis no
9
mercado: Concise Ortodôntico (3M Unitek), Dyna Bond (3M Unitek), Endur (Ormco).
Foram utilizados 108 pré-molares extraídos com finalidade ortodôntica. Cada grupo
com 36 corpos-de-prova teve os braquetes colados com uma das resinas
escolhidas, os quais foram submetidos ao ensaio de cisalhamento 24 horas 27 dias
após as colagens serem efetuadas. Os resultados mostraram diferenças entre as
três resinas após24 horas, sendo a Concise Ortodôntico (3M Unitek) a mais
resistente, e a Endur (Ormco), a menos resistente. Após 27 dias a Concise
Ortodôntico (3M Unitek), e a Dyna Bond (3M Unitek), não demonstraram diferenças
estatísticas entre si, mas tiveram um significante acréscimo na sua resistência. A
Endur (Ormco) manteve o mesmo resultado do teste de um dia após a colagem.
SCHULZ et al. (1985) realizaram estudo em 240 dentes humanos (incisivos
superiores e molares superiores e inferiores) comparando a resistência ao
cisalhamento de três resinas compostas que foram utilizadas na colagem direta de
braquetes e de fios ortodônticos ao esmalte dentário dos referidos dentes. As
resinas utilizadas foram: Concise Ortodôntico (3M Unitek), Miradapt (Johnson &
Johnson) e Endur (Ormco). Depois de realizadas as colagens, os corpos-de-prova
foram submetidos ao ensaio de cisalhamento por tração nos intervalos de 30
minutos e 48 horas. Após 30 minutos da colagem, o Concise Ortodôntico (3M
Unitek), apresentou maior resistência que as demais resinas e os braquetes
mostraram maior resistência que os fios ortodônticos. Após 48 horas de colagem os
grupos apresentaram entre si semelhança no que diz respeito à resistência ao
cisalhamento.
AASRUM et al. (1993) compararam a resistência ao cisalhamento na colagem
direta de braquetes metálicos entre resinas quimicamente ativadas e foto
polimerizada. Utilizaram 100 pré-molares humanos extraídos por indicação
ortodôntica, usando para este experimento, braquetes metálicos (American
Orthodontics), com base de 15,8 mm², duas resinas quimicamente ativadas: Concise
Ortodôntico (3M Unitek) e Saga Bond (Saga Orthodontics) e três resinas foto
ativadas: Transbond XT (3M Unitek), Heliosit Orthodontic (Vivadent) e VP 862
(Vivadent). Os dentes foram divididos em cinco grupos de 20 unidades cada,
utilizando em cada grupo uma das resinas citadas. Os corpos-de-prova foram
10
submetidos ao ensaio de cisalhamento por tração, 24 horas e seis meses após a
colagem. O grupo que utilizou Concise Ortodôntico (3M Unitek) apresentou media de
11,1 N/mm
2
e 7,4 N/mm
2
e o que utilizou Transbond XT (3M Unitek), 5,1 N/mm
2
e
8.9 N/mm
2
, respectivamente 24 horas e seis meses após a colagem. Os resultados
não apontaram diferenças estatisticamente significante entre as resinas foto ativadas
após 24 horas. As resinas quimicamente ativadas mostraram resultados
estatisticamente superiores, com uma maior resistência de união em ambos os
tempos.
Segundo SARGISON, MCCABEa, GORDON (1995), a resina foto ativada
apresenta o problema da difícil polimerização sob o braquete, sendo que esta
ativação depende do tempo de exposição à luz do fotopolimerizador, como também,
da translucidez (ausência de pigmento) da resina utilizada. Com o surgimento da
resina dual, (química e foto ativada), o profissional teria a vantagem do tempo de
trabalho mais longo com uma polimerização completa sob o braquete, devido aos
dois sistemas de ativação da resina: o químico e o foto. Neste estudo os autores se
propuseram a testar a resistência ao cisalhamento de resinas quimicamente ativada,
foto ativada e dual, utilizando 120 pré-molares humanos extraídos com finalidade
ortodôntica de pacientes menores de 18 anos, residentes em áreas com água não
fluoretada. Os dentes após a extração foram mantidos em água destilada sob
refrigeração por 60 segundos. Foram divididos em quatro grupos com 15 pré-
molares superiores e 15 pré-molares inferiores cada, recebendo condicionamento
com ácido fosfórico a 37 por 60 segundos. As resinas foto ativada e dual foram
expostas por 40 segundos ao foto-polimerizador Visulux II (3M Dental Products).
Depois de fixados, os braquetes foram submetidos à ciclagem térmica e mantidos
em água destilada a 37°C durante 24 horas, sendo então realizado o ensaio de
cisalhamento. Os resultados obtidos foram: 4,28 kg/cm² para a resina quimicamente
ativada (Right-on), 5,11 Kg/cm² para a foto ativada Transbond XT (3M Unitek) e 7,97
Kg/cm² para a resina dual Porcelite (Kerr Sybron). Os autores concluíram pelos
resultados obtidos, a vantagem das resinas dual sobre as foto e quimicamente
ativada.
GUEDES-PINTO (1997) realizou um estudo “in vitro”, com a finalidade de
11
avaliar a resistência ao cisalhamento de três resinas compostas, uma quimicamente
ativada outra foto-ativada e a terceira dual (química e foto ativada). Foram utilizados
60 pré-molares humanos extraídos por necessidade ortodôntica, divididos
aleatoriamente em três grupos. As faces vestibulares foram condicionadas com
ácido fosfórico a 37 %, durante 30 segundos, e os braquetes fixados com resina
composta quimicamente ativada Concise Ortodôntico (3M Unitek), foto-ativada
restauradora universal Z100 (3M ESPE) e cimento resinoso Dual (3M ESPE)
respectivamente. Os corpos-de-prova foram submetidos ao ensaio de cisalhamento
nos intervalos de 10 minutos e 24 horas após as colagens dos braquetes. Os
resultados mostraram que houve diferença estatisticamente significante entre os três
tipos de materiais para os dois períodos de tempo. A resina composta ativada
quimicamente obteve maior media de resistência ao cisalhamento, com valores
estatisticamente superiores às outras nos períodos de 10 minutos e 24 horas. A
resina Dual (3M Unitek) apresentou menor resistência ao cisalhamento, com valores
estatisticamente inferiores quando comparados aos outros produtos estudados, em
ambos os períodos. O fator tempo promoveu aumento da resistência ao
cisalhamento nos três tipos de resina. Os resultados obtidos foram: após 10 minutos:
Concise Ortodôntico (3M Unitek), 1,56 Kgf/cm
2
; Z100 (3M ESPE), 11,53 Kgf/cm
2
;
Dual (3M Unitek), 4,56 Kgf/cm
2
). Após 24 horas: Concise Ortodôntico (3M Unitek),
34,08 Kgf/cm
2
; Z100 (3M ESPE), 27,64 Kgf/cm
2
e Dual (3M Unitek), 20,44 Kgf/cm
2
.
CORRER SOBRINHO et al. (2001) realizaram um estudo com o objetivo de
avaliar a resistência ao cisalhamento de cinco diferentes materiais na colagem de
braquetes ortodônticos. A amostra constituiu-se de 50 pré-molares humanos,
extraídos por necessidade ortodôntica divididos aleatoriamente em cinco grupos. As
resinas utilizadas foram: Concise Ortodôntico (3M Unitek), quimicamente ativada e
as Transbond XT (3M Unitek) adesivo ortodôntico e a Z100 (3M ESPE) restauradora
universal, ambas foto ativadas, e os cimentos de ionômero de vidro Vitremer (3M
ESPE) e Fuji Ortho LC (GC). Os três primeiros grupos sofreram condicionamento
ácido, e os dois grupos restantes destinados aos cimentos de ionômero de vidro não
sofreram condicionamento. Foi feita então a colagem dos braquetes e, após 24
horas foram todos submetidos ao teste de cisalhamento, numa maquina de ensaio
universal Instron, regulada na velocidade de 0,5 mm/minuto. Os valores de
12
resistência ao cisalhamento expressos em Kgf/cm
2
foram transformados em MPa
(N/mm
2
). Os valores obtidos foram: Concise Ortodôntico (3M Unitek), 11,42 MPa,
Transbond XT (3M Unitek), 7,33 MPa, o Z-100 6,16 MPa e Fuji Ortho 5,60 MPa,
Vitremer 3,61 MPa. Esta última apresentou os menores valores. Nenhuma diferença
estatisticamente significante foi encontrada entre o Transbond XT(3M Unitek), Z100
(3M ESPE), e Fuji Ortho LC. Os autores concluíram que o Concise Ortodôntico (3M
Unitek), apresentou maiores valores de resistência ao cisalhamento em relação aos
quatro outros materiais de colagem.
CORRER SOBRINHO et al. (2002) avaliaram a resistência ao cisalhamento
da união de quatro materiais para colagem direta de braquetes , nos tempos de 10
minutos e 24 horas após a colagem; consideraram também os tipos de falhas na
fratura. Foram utilizados 64 pré-molares humanos recém extraídos por necessidade
ortodôntica, distribuídos em quatro grupos, cada um contendo 16 corpos-de-prova.
No primeiro grupo os braquetes foram colados com Concise Ortodôntico (3M
Unitek), no segundo, com resina composta Z100 (3M ESPE), e nos dois grupos
restantes, não se realizou nenhum tipo de condicionamento e os braquetes foram
fixados com os cimentos de ionômero de vidro Fuji I (GC) e Fuji Ortho LC (GC).
Depois deste procedimento os corpos-de-prova foram armazenados em água
destilada a 37º C e após 10 minutos 8 corpos-de-prova de cada grupo foram
submetidos ao teste de resistência ao cisalhamento e os 8 restantes somente após
24 horas sofreram o mesmo procedimento. Os resultados mostraram que os maiores
valores de resistência aos 10 minutos e 24 horas foram observados no Concise
Ortodôntico (3M Unitek), 6,22 e 7,73 MPa, com diferença estatisticamente
significativa em relação ao Fuji Ortho LC (GC) 3,32 e 5,10 MPa, Z100 (3M ESPE),
2,72 e 4,51 MPa e Fuji I (GC) 2.52 e 4,54 MPa respectivamente. Os autores
concluíram que o Concise Ortodôntico (3M Unitek), apresentou maiores valores de
resistência ao cisalhamento em relação aos outros materiais, nos tempos de 10
minutos e 24 horas. Os valores obtidos no período de 24 horas foram superiores em
relação aos de 10 minutos, para todos os materiais. Com relação ao tipo de fratura
comprovaram que 90% das falhas foram adesivas na interface material de
colagem/braquete.
13
UYSAL, SARI, DEMIR (2004) realizaram um estudo com o objetivo de aferir a
resistência ao cisalhamento e tipos de falha na colagem de braquetes, entre
compósitos que apresentavam diferentes viscosidades, comparando-os com os
materiais tradicionais de colagem. Foram utilizados 80 pré-molares humanos
extraídos com finalidade ortodônticos sendo os mesmos divididos em quatro grupos
de 20 unidades. Em cada grupo foi utilizado uma das seguintes resinas: Flows-Rite
(Pulpdent), Filtek Flow (3M/ESPE) e Flow Line (Kulzer) e no grupo controle o
adesivo ortodôntico Transbond XT (3M Unitek). Após profilaxia foi realizado o
condicionamento com ácido fosfórico a 37% por 30 segundos, sendo então feita a
colagem dos braquetes (Edgewise Standard), de aço inoxidável com superfície de
14,00 mm² na base fabricado por G&H Wire Company Canadá. O grupo 1-
Transbond XT (3M Unitek), com fotopolimerização de 20 segundos conforme
recomendação do fabricante, (10 seg. à mesial e 10 seg. à distal do braquete). O
grupo 2- Flows -Rite com foto polimerização de 30 segundos pela face incisal do
braquete conforme recomendação do fabricante. Os grupos 3 e 4 Filtek Flow e Flow
Line com foto polimerização de 10 segundos para o primer e após o posicionamento
do braquete foi feita polimerização por 20 segundos na face incisal conforme os
fabricantes recomendam. Resultados obtidos: grupo um (17,10 MPa), grupo dois
(6,60 MPa), grupo três (7,75 MPa), grupo quatro (8,53 MPa). De acordo com o autor
apenas o grupo 1, Transbond XT (3M Unitek), apresentou valores que recomendam
o seu uso na clínica ortodôntica.
VICENTE et al. (2005) compararam a resistência ao cisalhamento e a
quantidade de resina remanescente nos dentes através do Índice de Remanescente
Adesivo, (ARI), após a descolagem dos braquetes colados com duas resinas
compostas ortodônticas foto ativadas e um cimento resinoso dual. Foram utilizadas
as resinas Transbond XT (3M Unitek), Light Bond (Reliance, Itasca, III), e o cimento
resinoso dual RelyX (Unicem Aplicap 3M ESPE). Foram usados 75 pré-molares
humanos superiores extraídos por indicação ortodôntica e isentos de carie ou
imperfeições do esmalte. Os corpos-de-prova foram divididos em três grupos de 25
unidades cada. Os dentes foram submetidos à profilaxia e condicionamento com
acido fosfórico a 37%: No grupo 1- foi utilizado Transbond XT (3M Unitek), no grupo
2- Light Bond (Reliance, Itasca III) e no grupo 3 RelyX Unicem Aplicap (3M ESPE).
14
Os corpos-de-prova foram imersos em água destilada a 37°C por 24 horas e então
submetidos ao ensaio de cisalhamento. Os resultados obtidos foram: Transbond XT
(3M Unitek), 12,27 MPa, Light Bond (Reliance, Itasca, III.), 14,93 MPa, e o cimento
resinoso dual RelyX (Unicem Aplicap 3M ESPE), 8,16 MPa mostrando este grupo
menor resistência ao cisalhamento que as duas resinas compostas foto-ativadas, e a
que o apresentou maior resistência foi o Light-Bond (14,93MPa). A Microscopia
Eletrônica de Varredura evidenciou que o RelyX foi o material que apresentou menor
índice de remanescente adesivo agregado ao esmalte, seguido do Transbond XT
(3M Unitek), o grupo que utilizou Light-Bond, apresentou maior índice.
TECCO et al. (2005) avaliaram o emprego da resina composta de baixa
viscosidade, Dentil Flow (Vericom Laboratories-Korea) e Dyract Flow (Dentsply),
para a colagem de braquetes ortodônticos metálicos, com e sem aplicação prévia do
sistema adesivo sobre o esmalte condicionado, utilizando a Transbond XT (3M
Unitek), como controle. Foram utilizados braquetes em aço inoxidável, para pré-
molares, Edgewise Standard (Apollo classe G&H). Oitenta pré-molares humanos
extraídos por necessidade ortodôntica foram divididos em quatro grupos de 20
unidades cada. Foi realizada a profilaxia e os dentes foram condicionados com ácido
fosfórico a 37% por 30 segundos. Em todos os grupos cada braquete depois de
posicionado sobre a superfície do esmalte dentário, foi submetido a uma força
compressiva de 300 g por 10 segundos, usando-se um calibrador de força (Correx
Co. Switzerland). No grupo 1 foi aplicada fina camada do Primer Transbond XT (3M
Unitek) sobre a superfície condicionada e foto-polimerizado por 10 segundo, a deguir
foi aplicado na base do braquete, sobre a superfície do esmalte a pasta adesiva
Transbond XT (3M Unitek), sendo então foto-ativada por 20 segundos no lado
incisal, e 20 segundos no lado gengival, apesar do fabricante recomendar apenas 20
segundos de exposição. No grupo 2 sobre a superfície do esmalte condicionada, foi
aplicada uma resina liquida intermediaria de baixa viscosidade, (Vericom
Laboratories Ltd, Anyang, Corea), e submetida à polimerização por 10 segundos,
sendo então a resina composta Dentil Flow (Vericom Laboratories-Korea) foi
aplicada na base do braquete e seguido o protocolo da Transbond XT (3M Unitek).
No grupo 3 a resina composta fluida Dentil Flow foi aplicada sem o sistema adesivo
fluído, seguindo-se o protocolo da Transbond XT (3M Unitek), utilizado nos casos
15
anteriores. No grupo 4 a resina composta fluida Dyract Flow (Deyrei Dentsply
Konstanz, Germany) foi aplicada segundo o protocolo anterior. Os corpos-de-prova
foram imersos em água deionizada a 37º C e conservados em estufa por 72 horas,
sendo então submetidos ao ensaio de cisalhamento. Concluíram os autores que não
houve diferença estatisticamente significativa na resistência ao cisalhamento entre
os quatro grupos, sendo todos clinicamente aceitáveis. O Dyract Flow mostrou
falhas dentro do adesivo. A Dentil Flow (Vericom Laboratories-Korea) demonstrou
poder ser usada sem o sistema adesivo, sem que haja diminuição de sua resistência
de união.
D’ATTILIO et al. (2005) para avaliar a resistência ao cisalhamento e falhas
após descolagem, realizaou pesquisa onde foram selecionados 80 dentes pré-
molares humanos isentos de cáries, restaurações, fraturas ou falhas no esmalte os
quais foram armazenados por seis meses em substância anticéptica. Os dentes
foram divididos aleatoriamente em dois grupos com 40 unidades, sendo utilizados
braquetes de aço inoxidável Edgewise Standard. No grupo 1 (controle) foi usada a
resina composta foto-ativada Transbond XT (3M/Unitek). O primer Transbond XT
(3M Unitek) foi aplicado numa fina camada sobre a superfície condicionada e
submetido à foto-ativação por 10 segundos, a pasta Transbond XT (3M Unitek), foi
aplicada na base do braquete e posicionada com carga de 300 g com manômetro
apropriado (Correx Co, Bern, Switzland) por 10 segundos, e foto ativada por 20
segundos na face incisal e 20 segundos na face gengival do braquete. No grupo 2
foi utilizado a resina de baixa viscosidade Dentil Flow (Vericom Laboratories-Korea)
aplicada sobre a superfície condicionada e foto-ativada por 10 segundos. A resina
Dentil Flow foi aplicada seguindo o protocolo do grupo um. Os 80 corpos-de-prova
foram imersos em recipiente com água deionizada e mantidos em estufa a 37°C por
72 horas. Foram então submetidos ao ensaio de cisalhamento e examinados por
Microscopia Eletrônica de Varredura. Os resultados obtidos foram: Transbond XT
(3M Unitek), 23,47 MPa e Dentil Flow 24,98 MPa. Não havendo diferença estatística
significante entre os dois grupos quanto à resistência ao cisalhamento e
remanescentes adesivo sobre o esmalte. Foi observado, contudo, grande número de
bolhas de ar no interior da Dentil Flow, entretanto não houve comprometimento da
resistência ao cisalhamento. Os autores concluíram que a resina Dentil Flow pode
16
ser usada na clínica ortodôntica, pois houve equivalência com a Transbond XT (3M
Unitek), em todos os itens comparados.
KATONA, LONG (2006) Avaliaram como o método usado na descolagem de
braquetes “in vitro” pôde afetar a aferição da resistência da colagem e, compararam
a resistência de união de dois diferentes sistemas de colagem de braquetes. O
tradicional que consiste de três passos: condicionamento ácido, primer (resina
líquida) e adesivo (resina composta), e um novo sistema onde o condicionamento
ácido e primer são combinados em uma única solução. Foram utilizados 150
incisivos inferiores de bovinos e usados braquetes para incisivos centrais de aço
inoxidável Victory Series (3M Unitek). O nivelamento da base do braquete foi
corrigido conforme a superfície do esmalte dentário para possibilitar melhor
adaptação dos mesmos. Metade dos dentes (n = 75) foi submetida ao
condicionamento ácido convencional e então o Transbond XT Light Cure Adhesive
Primer (3M Unitek), foi aplicado e foto ativado por 15 segundos. Os outros 75 dentes
receberam o Primer auto-condicionante (self-etching primer), Transbond Plus (3M
Unitek) de acordo com instruções do fabricante. Foi feita a colagem dos braquetes
com a resina composta Transbond XT (3M Unitek). Após a remoção do excesso de
material foi feita a foto ativação por 20 segundos nas faces incisal, gengival, mesial e
distal. Um terço de cada amostra (25 dentes) foi submetido ao ensaio de
cisalhamento por compressão, outros 25 ao ensaio de cisalhamento por tração e os
25 restantes à torção. Os resultados obtidos foram: Compressão – convencional;
273,9 N; autocondicionante; 222,6 N. Tração – convencional; 95,0 N;
autocondicionante; 101,6 N. Torção – convencional; 465,0 N, autocondicionante;
471,8 N. Não se observou diferença significativa entre os grupos, entretanto os
autores ressaltam a necessidade de padronização dos procedimentos para que as
conclusões obtidas sejam de real proveito tanto no aspecto clínico como no
comercial.
MONDELLI, FREITAS (2007) avaliaram a metodologia empregada no ensaio
de resistência ao cisalhamento da interface resina/braquete, empregando três
marcas comerciais de resina composta (Concise Ortodôntico, (3M Unitek),
quimicamente ativada; Transbond XT, (3M Unitek) e Filtek Z250 (3M ESPE), ambas
17
fotos-ativadas. Avaliaram, ainda, o efeito do jateamento com óxido de alumínio,
aplicado na base do braquete metálico associado ou não ao sistema adesivo. Foram
utilizados 120 braquetes ortodônticos de aço inoxidável, os quais foram fixados a um
fio retangular de aço inoxidável 0,019”x 0,025”, e amarrados firmemente com fios de
aço de 0,010”. O objetivo desta fixação foi dar estabilidade e retenção do conjunto
braquete/fio à resina epóxica que seria vertida no interior do anel matriz de PVC.
Cada bloco de resina incluída no anel de PVC recebeu 2 braquetes amarrados a
dois fios de aço, que foram por sua vez fixados pelas extremidades à borda do anel
com resina acrílica quimicamente ativada, ficando as superfícies rugosas dos
braquetes expostas e livres de resina. Foram formados 12 grupos de dez unidades
cada. Em todos os grupos as resinas depois de manipuladas conforme
recomendações dos fabricantes foram aplicadas à base dos braquetes e modeladas
com espátula até formar um platô saliente para ação da ponta biselada da máquina
universal de ensaios. Nos grupos 1 (controle), 2, 3 e 4 foi utilizada resina Concise
Ortodôntica (3M Unitek), com a seguinte variação: Grupo 1- (controle): sem
tratamento na base do braquete; Grupo 2- condicionamento ácido + resina fluida +
resina composta; Grupo 3- com jato de óxido de alumínio + resina composta; Grupo
4- com jato de óxido de alumínio + condicionamento ácido + resina fluida + resina
composta. Nos grupos 5,(controle), 6, 7 e 8 foi utilizada a resina Transbond XT (3M
Unitek), e nos grupos 9 (controle), 10, 11 e 12, a resina foi Filtek Z250(3M ESPE).
Nos grupos 5,6,7,8 e 8,10,11,e 12 foi utilizada a mesma variação empregada nos
grupos 1,2,3 e 4. Posteriormente a colagem, os corpos-de-prova foram
armazenados em recipiente com água deionizada e mantidos em estufa a 37° C por
48 horas e a seguir, submetidos ao ensaio de resistência ao cisalhamento. Os
autores concluíram que a metodologia empregada é confiável para esta avaliação e
a ocorrência de fraturas coesivas pode ser considerada mínima. Em relação aos
materiais empregados, todas as resinas apresentaram valores similares de
resistência ao cisalhamento. Em relação aos tipos de tratamento na base dos
braquetes, todos os tratamentos melhoraram a retenção dos braquetes em relação
aos grupos controle. Para o Concise Ortodôntico (3M Unitek), e o Transbond XT (3M
Unitek), entretanto para a resina composta Filtek Z250 (3M ESPE), utilizada nos
grupos 9, 10, 11 e 12, foi observado que no grupo 10 (condicionamento ácido +
resina fluida + resina composta) e no grupo 11 (com jato de óxido de alumínio +
18
resina composta), houve diminuição dos valores de resistência ao cisalhamento.
Quanto ao efeito do jateamento com óxido de alumínio na base dos braquetes foi
constatado que melhorou todos os valores de retenção, na interface resina/braquete,
para todos os materiais de colagem utilizados nesta pesquisa
BISHARA et al. (2007) compararam a resistência ao cisalhamento de
braquetes colados no esmalte dentário entre um material restaurador nano-híbrido,
Grandio (Voco), e o tradicional adesivo para colagem de braquetes Transbond XT
(3M Unitek). Para tanto, utilizaram 40 molares humanos recém extraídos, isentos de
carie e falhas no esmalte, que foram aleatoriamente divididos em dois grupos de 20.
Seguiu-se o mesmo protocolo de colagem nos dois grupos e sendo ambos os
materiais polimerizados por 20 segundos com lâmpada halogêna. O ensaio de
cisalhamento foi realizado com maquina de testes Universal Zwick (Zwick GmbH
&Co, Ulm, Alemanha), utilizando força de compressão na velocidade de cinco
mm/min. Os resultados obtidos foram: Transbond XT (3M Unitek), = 4,6 MPa e
Grandio = 4,1 MPa. Os autores concluiram que a resina nano-híbrida Grandio (Voco)
poderá vir a ser utilizada na colagem de braquetes ortodônticos ao esmalte, desde
que lhe seja adicionada uma maior fluidez, pelo fabricante.
3. PROPOSIÇÃO
20
3. PROPOSIÇÃO
1.Avaliar a resistência ao cisalhameto na colagem direta de braquetes
ortodônticos de aço inoxidável sobre a superfície do esmalte do adesivo
Transbond XT (3M Unitek) – grupo controle - e das resinas restauradoras
Universais fotopolimerizaveis Z100 (3M ESPE), e Filtek Z350(3M ESPE)
comparando os resultados apresentados
2.Avaliar após a descolagem o Índice de Remanescente Adesivo (ARI) na
superfície do esmalte dentário, e o tipo de fratura ocorrido na união
braquete/adesivo/esmalte dentário.
3.Avaliar após a descolagem, através de exame de Microscopia Eletrônica de
Varredura a integridade da superfície do esmalte dentário.
4.Verificar se as resinas compostas restauradoras universais foto-polimerizaveis
Z100 (3M ESPE), e Filtek Z350 (3M ESPE), poderão servir de alternativa à
Transbond XT (3M Unitek), na colagem direta de braquetes ortodônticos de aço
inoxidável na superfície do esmalte dentário.
4. METODOLOGIA
22
4. METODOLOGIA
4.1 Localização do estudo
O estudo foi realizado no Núcleo de Pesquisas em Biomateriais (Laboratório
de Biomecânica) da Faculdade de Odontologia de Pernambuco (FOP/UPE), e no
Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami,- Laboratório de Microscopia e Biologia
Celular (LIKA/UFPE).
4.2 Tipo do Estudo
O estudo foi do tipo experimental em laboratório, in vitro, orientado pelo
ensaio mecânico de cisalhamento, pelo exame macroscópico do Índice de
Remanescente Adesivo (ARI), pelo exame do Tipo de Fratura (MARRA) e pela
Microscopia Eletrônica de Varredura.
4.3 Hipótese
H
0
-
As resinas compostas foto-ativadas restauradoras universais Z100 (3M
ESPE) e Filtek Z350 (3M ESPE) não apresentam valores de resistência ao
cisalhamento adequados para a movimentação ortodôntica na colagem de
braquetes metálicos.
H
1
- As resinas compostas foto-ativadas restauradoras universais Z100 (3M
ESPE) e Filtek Z350 (3M ESPE) apresentam valores de resistência ao cisalhamento
adequados para a movimentação ortodôntica na colagem de braquetes metálicos.
23
4.4 Materiais
4.4.1-Os materiais para colagem direta dos braquetes utilizados neste estudo
foram: O Primer e a pasta adesiva foto-polimerizavel Transbond XT (3M Unitek), o
Adesivo Adiper Scotchbond Multiuso) (3M ESPE), e as resinas restauradoras
universais fotopolimerizaveis Z100 (3M ESPE), e Filtek Z350(3M ESPE). (Tabela 1).
Tabela 1. Materiais de colagem de braquetes utilizados no estudo, com respectivos
composições, fabricantes e lotes
MATERIAL COMPOSIÇÃO FABRICANTE LOTE
Primer Transbond XT Bis-GMA, TEGDMA 3M Unitek 7YY
3M Unitek 7YY
Pasta adesiva
Transbond XT
Parte orgânica:Bis-GMA, N-Dimetilbenzocaina
N-Dimetilbenzocaina e Hexa-fluor-fosfato
Parte inorgânica: Sílica e Silano
Adper Scotochbond Bis-GMA, HEMA e aminas
3M ESPE 8 RF Multi-Uso Adesivo
3M ESPE 8 FF
Restauradora
Universa Z 100l
Parte orgânica: Bis-GMA ,TEGDMA.
Parte inorgânica: sílica e zirconia
Restaurador Universal
Parte orgânica:(Bis-GMA, UDMA,TEGDMA,
Bis-EMA) 3M ESPE 7 CNFiltek Z350
*Bis-GMA-Bisfenol - A glicildimetacrilato; Bis-EMA-polietilenoglicol dietéter dimetacrilato; TEGDMA -
Trietiletilenoglicol-dimetacrilato; UDMA - uretano dimetacrilato; HEMA - 2-hidroxietilmetacrilato
4.4.2- A amostra foi constituída de sessenta incisivos inferiores de bovinos,
íntegros, isentos de falhas no esmalte, fissuras ou fraturas, colhidos no matadouro
do Município de São Lourenço da Mata - PE, de animais abatidos para consumo da
população, após liberados pela Vigilância Sanitária. Neste caso não houve
necessidade de aprovação do comitê de ética para a realização deste estudo, visto
que o destino dos mesmos seria o descarte. A utilização de dentes de bovinos em
experiências laboratoriais é referendada por trabalhos realizados por NAKAMICHI,
FUSAYAMA (1983), SINHA (1995) e OESTERLE, SHELLHART, BELANGER (1998),
24
cujos estudos mostraram não haver entre dentes humanos e bovinos, diferença
estatisticamente significante quando usados para testes de adesão, em especial ao
esmalte dentário. (Figura 1)
Figura 1. Incisivo inferior de bovino.
4.4.3- Para este estudo foram utilizados braquetes metálicos (n=60) do
modelo Mini Standard, especificação Edgewise 022, para incisivo Central Superior
Dir./Esq. Ref.380-0021 (American Orthodontics, Sheboygan, USA); dimensão =
4x3mm;superfície da base = 0,12cm².
4.4.4- Para realizar os testes de resistência ao cisalhamento foi utilizada a
máquina de ensaio universal KRATOS, (Equipamentos Industriais Ltda), Taboão da
Serra, São Paulo, Brasil (figura 2).
25
Figura 2- Maquina de ensaio Universal KRATOS
4.4.5- A foto-polimerização dos materiais utilizados para colagem direta dos
brequetes foi realizada através do Fotopolimerizador Curing Light XL 3000 (3M
Dental Products) Sant Paul, USA (Figura 3).
Figura 3 -Fotopolimerizador Curing Light XL 3000 (3M Dental Products
4.4.6- Para determinação do índice de remanescente adesivo e classificação
do tipo de fratura ocorrida foi utilizada lupa estereoscópica, Olympus Optical Co.
Ltda. Tokyo, Japan, com aumento de 20x
4.4.7-Para análise de Microscopia Eletrônica de Varredura, foi utilizado o
26
microscópio eletrônico de varredura JEOL – JMS – 5600LV – Scanning (Elétron
Micróscope, JEOL Ltda.), Tokyo, Japan.
4.5 Métodos
4.5.1- Preparo dos dentes
Após a extração, os dentes componentes da amostra, foram armazenados em
solução de hipoclorito de sódio a 2%, diluída em 10 partes de água, durante 15 dias,
para desinfecção. A seguir, foram submetidos à raspagem com extrator de tártaro #
3. (S S White), Rio de Janeiro, RJ, Brasil, e novamente armazenados nas condições
descritas anteriormente. Posteriormente, foram seccionados as raízes e os terços
incisais das coroas, uniformizando seus tamanhos (GOES, 1994; SINHORETI, 1997;
MEDEIROS, 2008). Foi utilizado para este procedimento discos diamantados dupla
face KG (Sorensen), São Paulo, SP, Brasil, acoplados em aparelho de baixa rotação
(Dabi- Atlante), Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil, munido de dispositivo de
refrigeração à água. A polpa dentária foi removida com a ponta reta de sonda
exploradora # 47 (S S White Duflex), Rio de Janeiro, RJ, Brasil), sendo os dentes
congelados até a próxima fase.
4.5.2 Confecção dos corpos-de-prova
As coroas dentais foram pressionadas com sua face vestibular voltada para a
placa de cera rosa nº 7, Cera Wilson, (Polidental Ind. Com. Ltda), Cotia, São Paulo,
Brasil. (Figura 4). A seguir, foi feita a adaptação do cilindro, confeccionado com tubo
de PVC 25 mm, Tigre, (Tigre S/A), Joinville, Sta. Catarina, Brasil, com 20 mm de
altura e 20 mm de diâmetro interno centralizando nele o fragmento da coroa incluída
na cera. (figuras 5,6,7). Posteriormente o cilindro foi preenchidos com resina acrílica
quimicamente ativada, Simplex, incolor, (Dental Fillings Ind. Com. Ltda), Rio de
Janeiro, RJ Brasil, preparada conforme instruções do fabricante. (Figura 8)
Sequenciando, os corpos-de-prova foram colocados verticalmente sobre uma placa
de vidro, (10 mm), e com o auxílio de um esquadro foi conferida sua
perpendicularidade em relação ao plano horizontal. Constatada qualquer
27
inclinação do corpo de prova e ou falta de paralelismo da face vestibular ao plano
horizontal, o mesmo era descartado. Para remover quaisquer resíduos de resina
acrílica e cera das faces vestibulares dos dentes em estudo, foram utilizados discos
de lixa, Sof Lex, (3M), Sumaré, São Paulo, Brasil. Posteriormente, os corpos de
prova foram então acondicionados em recipiente com água destilada e mantidos em
estufa, (Odontobras), Rio Preto, São Paulo, Brasil, a 37GºC.
Figura 4. Placa de cera rosa nº 7 e coroa dentária após
amputação da raiz e do terço incisal.
Figura 5. Cilindro confeccionado com
Tubo de PVC de 25 mm.
28
Figura 6. Inclusão da coroa dentária na placa de cera rosa n° 07.
Figura 7. Adaptação do cilindro de PVC sobre a coroa dentária.
29
Figura 8 . Corpo-de-prova após inclusão.
4.5.3 Profilaxia
As faces vestibulares das coroas dentárias foram submetidas à profilaxia com
pedra pomes, (SS White artigos dentários Ltda), Rio de Janeiro, RJ, Brasil, água e
taças de borracha, Microdent, (Microdent Ltda), Socorro, São Paulo, Brasil,
montadas em contra-ângulo de baixa rotação (Dabi Atlante) Ribeirão Preto, São
Paulo, Brasil, sendo as mesmas substituídas depois de utilizadas em cada cinco
unidades. Após isso, os dentes foram lavados e secos com jatos de água e ar
através de seringa tríplice por 30 segundos.
4.5.4 Condicionamento ácido do esmalte dentário
O condicionamento do esmalte foi realizado com gel de ácido fosfórico a 37%,
(Dentsply), São Paulo, SP, Brasil, aplicado no centro da superfície vestibular da
coroa do dente, numa área correspondente ao tamanho da base do braquete,
durante 30 segundos. Logo após, foi realizada a lavagem com jato de água
proveniente de seringa tríplice por 30 segundos, e seco por mais 30 segundos com
jato de ar.
30
4.5.5 Colagem dos braquetes
Para estabelecer uma centralização padronizada na colagem dos braquetes
foram feitas marcações nas bordas do anel, no seu diâmetro vertical e transversal
que possibilitaram a visualização de uma cruz virtual, indicando com segurança o
centro da face vestibular. A amostra foi dividida aleatoriamente em três grupos com
20 unidades.
No grupo 1 (Controle) – Foi utilizado O Transbond XT Light Cure Adhesive
Primer (3M Unitek) numa fina camada na superfície do esmalte sendo polimerizada
por 5 segundos e a seguir foi submetido a um leve jato de ar para eliminar o
excesso. A seguir a pasta adesiva Transbond XT (3M Unitek), foi aplicada na base
do braquete com a própria seringa, na quantidade suficiente; sendo ele posicionado
sobre o centro da face vestibular da coroa dentária com auxílio da pinça de
braquetes Morelli, (Dental Morelli Ltda)., Sorocaba, São Paulo, Brasil e após leve
pressão os excessos foram removidos com auxílio de sonda exploradora # 47 (S S
White Duflex) Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Sequenciando procedeu-se a polimerização
por 20 segundos em cada face proximal, (mesial e distal), com inclinação de 45º,
conforme recomendação do fabricante. (figuras 9 e 10)
Figura 10 Pasta adesiva Transbond
XT (3M Unitek)
Figura 9 Transbond XT Light Cure
Adhesive Primer (3M Unitek)
31
Grupo 2 - Foi utilizada a resina composta fotopolimerizavel Z-100, (3M
ESPE), Restauradora Universal, cor incisal (mais translúcida). – Figuras 11 e 12.
Uma fina camada do adesivo Adper Scothbond (multi-Purpose 3 M ESPE),
fotopolimerizável foi aplicada, sendo então polimerizada por 5 segundos e aplicado
um leve jato de ar para remover o excesso, conforme instruções do fabricante. Em
seguida, A resina composta Z100 (3M ESPE), foi dispensada através de espátula
plástica na base do braquete e a partir daí foi seguido o protocolo utilizado no grupo
1.(Figuras 11 e 12)
Grupo 3 - Foi utilizada a resina composta Filtek Z350 (3M ESPE), cor A1,
(mais translúcida). O Adesivo Adper Scotchbond multi-Purpose (3M ESPE) e a
resina foram aplicados conforme o protocolo utilizado no grupo 2. (figura 13). Os
corpos-de-prova foram então identificados conforme o grupo e acondicionados em
recipientes distintos com água destilada, e mantidos em estufa a 37 °C..
Figura 11. Adesivo Adper
scotchbond Multi Purpose
(3M ESPE)
Figura 12Resina composta
Restauradora scotchbond
Unicersal
Z100 (3M ESPE)
32
Figura 13. Resina composta Restauradora Universal Filtek Z350, 3M ESPE.
4.6 Teste de resistência ao cisalhamento
Após 24 horas da colagem dos braquetes, os corpos-de-prova foram fixados em
um dispositivo apropriado ao ensaio, dispostos horizontalmente, de forma que o lado
cervical do braquete ficou mais abaixo, mantendo-se paralelo ao solo, e adaptado à
base inferior da maquina universal de ensaios KRATOS (Equipamentos Industriais
Ltda). Um segundo dispositivo, foi acoplado à célula superior da máquina, cuja
função foi fixar a alça confeccionada com fio de aço inoxidável, com diâmetro de 0,6
mm. Morelli (Dental Morelli Ltda.), Sorocaba, São Paulo Brasil. (figura 15), dobrada
em “U” na sua extremidade inferior, com largura interna de cinco mm entre as
hastes, e comprimento de 6cm da base até o parafuso fixador superior. Esta haste
foi então posicionada de forma que sua extremidade dobrada em “U” ficou em
contato com a face cervical do braquete entre sua base e as aletas. (figuras 14, 15 e
16). A máquina foi regulada na velocidade de 0,5 mm/minuto, que quando acionada
desenvolveu uma tensão de cisalhamento até o momento da fratura ou rompimento
da união adesiva. Os valores de resistência ao cisalhamento foram mostrados em
Kgf/cm
2
e registrados diretamente na CPU acoplada a maquina de ensaio, (Tabela
2).
33
Figura 14. Adaptadores superior e inferior acoplados
à máquina de ensaio.
Figura 15. Adaptador superior com alça fixada.
34
Figura 16. Adaptador inferior com corpo-de-provapronto para o ensaio.
Tabela 2- Resultado do ensaio de resistência ao Cisalhamento por corpo de prova
Corpos Resultados do ensaio
de prova Grupo1 Grupo2 Grupo3
1 17,00 15,10 11,00
2 12,50 14,50 6,40
3 18,40 8.50 7,20
4 19,50 8,90 11,70
5 16,00 11,00 9,60
6 18,40 10,30 11,40
7 18,60 12,90 8,20
8 21,00 13,60 13,00
9 16,70 12,40 11,20
10 20,60 18,00 13,90
11 18,00 15,30 10,00
12 18,00 16,60 9,10
13 24,20 8,40 8,40
14 15,6,0 11,10 5,10
15 8,70 9,20 8,90
16 10,90 14,30 10,50
17 12,40 8,10 5,30
18 17,60 13,10 11,30
19 13,80 17,00 7,20
20 12,50 14,00 8,40
Média 16,52 12,62 9,39
35
4.7 Avaliação macroscópica do padrão de descolagem
A colagem ortodôntica pressupõe a firme união entre o esmalte dentário e a
base de um acessório ortodôntico, tendo como agente de união o adesivo. Portanto,
as descolagens podem ocorrer devido a fraturas adesivas nas interfaces
esmalte/adesivo ou acessório/adesivo e coesivas quando ocorridas no esmalte, no
material adesivo ou no acessório; ou ainda uma combinação de fraturas adesivas e
coesivas.
Para esta avaliação foram utilizados: Índice de Remanescente Adesivo (ARI),
proposto por ARTUM et al. (1984) e a Classificação segundo o tipo de fratura
ocorrida, segundo MARRA (1998) e modificada por KAWAKAMI et al. (2003).
4.7.1-Índice de Remanescente Adesivo (ARI), proposto por ARTUM et al. (1984).
Critérios:
0- Nenhuma quantidade do material adesivo remanescente no esmalte dentário.
1- Menos da metade do material adesivo remanescente no esmalte dentário.
2- Mais da metade do material adesivo remanescente no esmalte dentário.
3-Todo material adesivo remanescente no esmalte dentário
4.7.2 - Classificação segundo o tipo de fratura ocorrida, de acordo com MARRA
(1998), modificado por KAWAKAMI et al. (2003).
Critérios:
1 Adesiva na interface material/esmalte
2 Fratura de esmalte
3- Fratura adesiva na interface material/esmalte associada à fratura coesiva de
material
4- Fratura adesiva na interface material/esmalte associada à fratura de esmalte.
5- Fratura coesiva no material.
6- Fratura coesiva no material associada à fratura de esmalte.
Depois da realização do teste de resistência do cisalhamento, (24 horas após
colagem dos braquetes), foi realizada a primeira avaliação macroscópica, para
36
verificação do padrão de descolagem. Uma semana após, esta avaliação foi repetida
para se detectar possíveis erros, e nos casos discordantes, uma terceira avaliação
foi realizada conforme recomenda KAWAKAMI et al. (2003). Os resultados por corpo
de prova, destas unidades de medida, estão contidos nas Tabelas 3.e 4.
Tabela 3- Resultado do exame macroscópico do Índice de Remanescente adesivo
(AR), por corpo -de- prova
CORPO Índice de Remanescente Adesivo (ARI)
DE grupo 1 grupo 2 grupo 3
PROVA Transbond XT Z100 Z350
1 3 0 1
2 3 0 1
3 3 1 1
4 0 2 1
5 1 0 1
6 3 1 2
7 3 1 3
8 3 0 1
9 1 3 2
10 0 1 2
11 3 1 2
12 1 3 1
13 3 0 2
14 3 1 2
15 3 2 1
16 3 2 3
17 3 2 1
18 2 1 2
19 0 1 2
20 3 1 3
37
Tabela 4- Resultado do Exame Macroscópico do Tipo de Fratura, por corpo prova
Corpos Classificação segundo oTipo De Fratura
de Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3
prova Transbond XT Z100 Z350
1 2 1 3
2 5 1 3
3 5 3 3
4 1 5 3
5 3 1 3
6 5 3 5
7 5 3 5
8 5 1 3
9 3 5 3
10 1 3 3
11 5 3 3
12 5 5 3
13 5 1 3
14 5 3 5
15 5 5 3
16 5 3 5
17 5 3 3
18 3 3 3
19 1 3 5
20 5 3 5
4.8 - Análise por microscopia eletrônica de varredura
Para realização da análise de microscopia eletrônica de varredura, foram
selecionados 3 corpos de prova de cada grupo, escolhidos entre os que
apresentavam critérios 0 (zero) e 1 (um), do Índice de Remanescente
Adesivo,por serem os que possuem o maior risco de danos ao esmalte dentário.
Com base nestes critérios, foram selecionados os seguintes corpos de prova:
Grupo 1- 04, 10 e 19, Grupo 2- 05 08 e 13 e Grupo 3- 05, 15 e 17.
Para a realização do exame de microscopia eletrônica de varredura, as coroas
dentárias foram removidas dos corpos de prova e devidamente metalizadas.
Para tal procedimento, cada coroa foi dividida virtualmente em 4 quadrantes, e
cada quadrante foi examinado com os seguintes aumentos: 25 X, 75X, 150X, 500
X e 1000 X (figuras 17, 18, 19, 20)
38
Figura 17 MEV Grupo 1 CP 10 ARI = 0 MARRA= 3
Figura 18 MEV Grupo 1 CP 19 ARI = 0 MARRA= 5
39
Figura 19 MEV Grupo 2 CP 06 ARI=0 MARRA=1
Figura 20 MEV Grupo 3 CP 5 ARI=1 MARRA=3
40
4.9 Análise estatística
Os resultados foram submetidos à análise estatística, sendo utilizados os testes:
F de Levene, a técnica (ANOVA), Comparações Pareadas de Tukey e o teste Exato
de Fisher. O nível de significância foi de 5% (0,05), sendo utilizado para os cálculos
o software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) na versão 13.
5. RESULTADOS
42
5. RESULTADOS
Os dados deste trabalho foram submetidos à Análise de Variância e ao Teste
F de Levene e técnica (ANOVA) com Comparações Pareadas de Tukey e o Teste
Exato de Fischer, onde foi considerada a resistência ao cisalhamento dos três
materiais. O nível de significância utilizado foi de 5%, (0,05).
Os resultados obtidos com o teste de resistência ao cisalhamento estão
apresentados no Quadro 5 e Gráfico 1, onde são considerados a média, mediana,
desvio padrão e coeficiente de variação para cada grupo. Os resultados revelaram
que a média de resistência mais elevada foi encontrada no grupo 1 – Transbond XT
(3M Unitek), 16,52 Kg/cm² e a menos elevada no grupo 3 – Z350 (3M ESPE), 9,39
Kg/cm². Através dos testes de comparações pareadas de Tukey se comprova a
diferença estatisticamente significativa entre os grupos. (Tabela 5, Gráfico 1)
Tabela 5- Resultados do Teste de Resistência ao Cisalhamento segundo o grupo
Medidas Grupo/Adesivo Valor
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 de
Transbond XT
Z100 Z350
Média² 16,52 12,62 9,39
Mediana² 17,30 13,00 9,35
Desvio Padrão 3,79 3,06 2,42 < 0,001*
Coeficiente de
22,94 24,25 25,77
Variação %
Mínimo² 9,00 8,00 5,00
Máximo² 24,00 18,00 14,00
(*) Diferença significante a 5,0%
(1) Através do teste F (ANOVA)
(2) Medida em kg/cm²
Obs:Se nenhuma letra entre parêntese for igual, existe diferença significante entre os grupos
correspondentes, através do teste de Tukey
43
16,52 (A)
12,62 (B)
9,39 (C)
0
5
10
15
20
25
Transbond XT Z-100 Z-350
Adesivo (Grupo)
Média da força de cisalhamento
(kgf/cm
2
)
Gráfico 1 – Médias de força de cisalhamento por grupo.
Nos resultados da avaliação macroscópica do Índice de Remanescente Adesivo
(ARI) verificou-se que no grupo 1 a maior ocorrência foi o tipo 3 (Todo material no
esmalte dentário) e a menor foi o tipo 2 (Mais da metade do material no esmalte
dentário) destaca-se em relação ao ARI que as maiores diferenças ocorreram na
classificação 3, ou seja, (Todo material no esmalte dentário), sendo o maior
percentual no grupo 1 (65%) e o menor no grupo 2 (10%). A classificação 2 (Mais da
metade do material no esmalte dentário) apresentou-se mais elevado no grupo 3
(40%) e menos elevado no grupo 1 (5,0%), enquanto a classificação 1 (Menos da
metade do material no esmalte dentário) teve percentual menos elevado no grupo 1
(15,0%), e percentuais iguais nos grupos 2 e 3 (45,0%), comprovando-se diferença
significante entre os três grupos, (tabela 6).
44
Tabela 6- Avaliação Macroscópica do Índice Remanescente Adesivo ARI por grupo
Índice ARI/grupo
Valor
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo Total
de p
1
Transbond XT Z100 Z350
% Nº % Nº % Nº %
0-Nenhuma
quantidade do
3 15,0 5 25,0 - - 8 13,3
material no esmalte
dentário
1-Menos da metade
do
3 15,0 9 45,0 9 45,0 21 35,0
material no esmalte
dentário
0,001
2-Mais da metade do
1 5,0 4 20,0 8 40,0 13 21,7
material no esmalte
dentário
3- Todo material no
13 65,0 2 10,0 3 15,0 18 30,0
esmalte detário
TOTAL
20 100 20 100 20 100 60 100
(*)-Diferença significante a
5,0%
(1)-Através do teste exato de
Ficher
(*)-Diferença significante a 5,0%
(¹)-Através do teste exaro de Ficher
Em relação ao tipo de fratura, a maior diferença percentual foi registrada no tipo
3, (Adesiva na interface material/ esmalte + Fratura coesiva no material), entre os
grupos 1 (20%) e grupo 3 (70%). O Tipo 5 (Fratura coesiva no material), apresentou
percentual mais elevado no grupo 1 (65%) e menos elevado no grupo 2 (20,0%).
45
Tabela 7 - Avaliação macroscópica do Tipo de Fratura, (MARRA), por grupo
Classificação
Tipo de Fratura/grupo
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo Valor
Transbond
XT Z100 Z350 Total de
Nº % % % % p
1-Adesiva na interface
3 15,0 5 25,0 - - 8 13,3
material/esmalte
2-Fratura do esmalte - - - - - - - -
3-Adesiva na interface
4 20,0 12 55,0 14 70,0 29 48,4
material/esmalte+Fratura
coesiva do material p¹=
4-Fratura adesiva na interface
- - - - - - - -
0,001
material/esmalte associada
a fratura de esmalte
5-Fratura coesiva do material 13 65,0 4 20,0 6 30,0 23 38,3
6-Fratura coesiva do material - - - - - - - -
TOTAL 20 100 20 100 20 100 60 100
(*)-Diferença significante a 5,0%
(¹)-Através do teste exaro de Ficher
Para avaliar a integridade do esmalte, foram selecionadas conforme critérios já
citados, três amostras de cada grupo, e submetidos ao exame de Microscopia
Eletrônica de Varredura. Os resultados mostraram que não foi verificado nenhum
dano na superfície do esmalte dentário examinado. (Figuras 17, 18, 19 e 2
6. DISCUSSÃO
47
6. DISCUSSÃO
Tem-se buscado continuamente um sistema de colagem com propriedades
químicas e físicas que assegurem, de maneira confiável, a fixação do acessório
ortodôntico até o final do tratamento, sendo capaz de suportar as forças necessárias
à movimentação ortodôntica e os esforços mastigatórios, e que, ao mesmo tempo
permita a remoção do acessório sem dano ao esmalte dentário. REYNOLDS (1975).
A associação do condicionamento ácido do esmalte dentário com as resinas
compostas à base de Bis-GMA, tem sido desde a década de 80, o método de
escolha adotado pelos ortodontistas para efetuar a colagem de acessório em
ortodontia. IANNI FILHO (2004)
Na elaboração desse estudo foi constatada a aplicação de diversas
metodologias o que, devido à falta de padronização de técnicas e materiais, confere
dificuldade à comparação de resultados, conforme explicitam em suas conclusões
GARN (1976), REYNOLDS & FROUNHOFER (1976), SINHORETTI (1997) e
KATONA et al. (2006). Por outro lado observou-se que os testes de resistência ao
cisalhamento por tração foram os mais encontrados na literatura, entretanto, é onde
se encontra a maior diversidade de métodos utilizados. Cada autor desenha um
modelo próprio de adaptador às máquinas de ensaio, conveniente ao seu trabalho.
(NEWMAN, 1965; JOHNSON, 1976; SHULTZ et al., 1985; ALEXANDRE et al., 1981;
TAVAS et al., 1984; BELTRAMI et al., 1984; CORRER SOBRINHO, 2001;
VALDRIGHI, 2002; ROMANO et al., 2005; TECCO et al., 2005; D’ATTILIO et al.,
2005; KATONA et al. 2006; GIANNINI et al., 2008), o que de fato pode influenciar na
obtenção dos resultados. Deve-se considerar também, que durante a movimentação
ortodôntica participam forças de compressão, tração e torção, nem sempre
isoladamente, fato este impossível de retratar em laboratório, de acordo com
ZACHRISSON (1985) e SOUZA (1999). SMITH & SHIVAPUJA (1993) acrescentam
ainda esses autores, que as diferentes e complexas metodologias de avaliação de
resistência de união por testes de tração, dureza, compressão e o tipo de material,
são fatores que interferem na comparação da adesividade dos sistemas de união in
48
vitro, e que podem levar as diferentes interpretações. Estas considerações
destinam-se a justificar a diversidade de resultados encontrados na literatura, às
vezes até conflitantes. Neste trabalho fez-se opção pelo ensaio de cisalhamento por
tração por constatarmos que é a força mais aplicada na movimentação ortodôntica.
Para tal procedimento foi utilizado fio ortodôntico, o que de acordo com SINHORETI
(1997), expressa melhores resultados que o cinzel ou a fita metálica. O autor
acrescenta que a magnitude das tensões de tração ocorridas na interface, aumenta
tanto quanto o aumento da distância entre o ponto de aplicação da carga e a
superfície da união braquete/material/esmalte dentário. Isto é, os valores da força
incidida aumentam com o tamanho da alça empregada no teste. Esta situação é
devido ao aumento do valor do momento de flexão, criado pelo distanciamento do
ponto de aplicação da carga em relação à interface estudada.
Neste estudo foi observado que após 24 horas da colagem, a resina
Transbond XT (3M Unitek) apresentou os maiores valores de resistência ao
cisalhamento na união braquete/esmalte (16,52 Kgf/cm
2
), quando comparadas com
as resinas Z100 (3M ESPE), 12,61 Kgf/cm
2
e Z350 (3M ESPE), 9,39 Kgf/cm
2
.
(Quadro 5). O desempenho destas resinas em relação à resistência de união
quando comparadas à Transbond XT (3M Unitek), em termos de percentual, foi de
76,33% e 56,84% respectivamente. Estes resultados favoráveis da Transbond XT
(3m Unitek) foram semelhantes aos obtidos por (AASRUM 1993; SARGISON et al.
1995; OESTERLE et al. 1995; GUEDES PINTO 1997; CORRER SOBRINHO 2001;
VICENTE et al. 2005; TECCO et al. 2005; D’ATILIO et al. 2005; VICENTE et al.
2006; MONDELLI et al. 2007 e BISHARA 2007). A magnitude dos valores obtidos
proporciona maior segurança ao ato clínico de se aplicar cargas aos dentes,
conferindo estabilidade e durabilidade ao aparelho ortodôntico ao longo de todo o
tratamento, fato este relatado por ALEXANDER et al. (1993).
Os valores obtidos pela resina Z100 (3M ESPE), grupo 2, foram inferiores aos
da Transbond XT (3M Unitek). grupo 1. Relacionando os estudos já citados
anteriormente comparando a resina Z100 (3M ESPE), grupo 2, destacamos apenas
os valores de resistência ao cisalhamento e o seu desempenho em relação ao
controle. Para GUEDES PINTO (1997) a Z100 (3M ESPE), apresentou valores de
49
resistência ao cisalhamento de 11,53 Kgf/cm
2
e 27,64 Kgf/cm
2
após
10 minutos e 24
horas respectivamente. No período de 24 horas o seu desempenho em relação à
Concise Ortodôntico (3M Unitek), foi de 81,10%. O ensaio de tração foi realizado em
uma máquina Otto Welpert-Werke (Alemanha) regulada à velocidade de
deslocamento de 6 mm/minuto e a alça superior foi confeccionada com fio
ortodôntico 0,50 mm (0,20 polegada de diâmetro), amarrada ao braquete com fio de
amarril de 0,25 mm de diâmetro. Os corpos-de-prova apresentaram os dentes
incluídos verticalmente. De acordo com o autor, os resultados inferiores
apresentados pela Z100 (3M ESPE), ocorreram devido à deficiência de exposição
do material à luz do foto-polimerizador que, apesar da transiluminação do esmalte,
não foi suficiente para polimerizar completamente o compósito sob o braquete, o que
foi corroborado por CORRER SOBRINHO et al. (2001 e 2002). COOK (1990) e
VALDRIGHI (2002); todavia, KING (1987) em estudo in vitro relata que a conversão
dos radicais livres, embora em menor escala, continua a ocorrer após a exposição
ao foto-polimerizador até completar a polimerização sob o braquete. TAVAS,
WATTS (1979) utilizando cinco minutos de exposição obtiveram resistência ao
cisalhamento de 3 Kgf por área de fixação (0,12 cm
2
), o que significa uma
resistência de 25 Kgf/cm
2
. TAVAS, WATTS (1984), KING (1987) e GUEDES PINTO
(1997) afirmam que a reação de ativação continua a ocorrer após a foto-
polimerização devido à continuidade desta reação, própria dos monômeros.
CORRER SOBRINHO et al. (2001) fizeram a comparação entre 5 materiais na
colagem de braquetes ortodônticos e apresentaram os seguintes resultados:
Transbond XT (3M Unitek), 7,33 MPa e Z-100 (3M ESPE), 6,16 MPa, após 24 horas
de colagem, com desempenho da Z100 (3M ESPE), de 84,03% da resistência ao
cisalhamento em relação à Transbond XT (3M Unitek). Os autores concluíram neste
trabalho não haver diferença estatisticamente significante entre a Transbond XT (3M
Unitek), e a Z100 (3M ESPE). CORRER SOBRINHO et al. (2002), compararam a
resina Z-100 (3M ESPE), com o Concise Ortodôntico (3M Unitek) e mais três outros
materiais na resistência ao cisalhamento após a colagem dos braquetes nos
intervalos de tempos de 10 minutos e 24 horas. Os resultados obtidos para o Z100
(3M ESPE) foram de 2,72 MPa (10 min), e 4,51 MPa (24 h), enquanto o Concise
Ortodôntico (3M Unitek) apresentou valores de 6,22 MPa (10 min), e 7,73 MPa (24
h),
respectivamente com um desempenho de 60,93% da Z100 (3M ESPE), em
50
relação ao Concise Ortodôntico (3M Unitek) no período de 24 horas. Os autores
concluíram que apesar da resina Z100 (3M ESPE), apresentar valores
estatisticamente inferiores ao Concise Ortodôntico (3M Unitek), alcançou índice de
resistência suficiente para seu uso em tratamentos ortodônticos. Diante dessas
conclusões é importante ressaltar que os valores absolutos encontrados, muitas
vezes diferem bastante entre si, inclusive com o mesmo autor em estudos diversos,
conforme CORRER SOBRINHO et al. (2001 e 2002).
A resina Z350 (Grupo 3) obteve os valores mais baixos no ensaio realizado
(9,39 Kgf/cm²), contrariando DEBANOGLU et al. (2003), quando afirma que as
resinas nano particuladas por possuírem um alto conteúdo de carga por volume, têm
menor percentual de matriz orgânica, produzindo um material de maior dureza e
resistência comparado aos compostos convencionais. No manuseio, pôde-se
constatar que este compósito apresentou maior viscosidade que a Z100 (3M ESPE),
e esta mais viscosidade ainda que a Transbond XT (3M Unitek). Em virtude disto, a
pasta precisou ser compactada contra a base do braquete e, no seu posicionamento
contra a superfície do esmalte dentário necessitou de maior força para o
escoamento do excesso de material. De acordo com BISHARA et al. (2007), esta
alta viscosidade pode comprometer a adesão do material, uma vez que um menor
escoamento diminui a capacidade de umedecimento da resina da superfície do
esmalte diminuindo a capacidade de penetração da resina na tela de retenção da
base do braquete. Esta dificuldade de aplicação do material, relativa à sua
viscosidade, justifica a diminuição da resistência de união em detrimento de suas
qualidades, conforme relata BISHARA et al. (2007). O mesmo autor em seu estudo,
comparando a resina Grandio (VOCO), nano híbrido, com a Transbond XT (3M
Unitek), sugere que os fabricantes poderiam considerar a reformulação da sua
composição química produzindo uma pasta mais fluida, pois as resinas nano
particuladas, poderiam ser potencialmente úteis para a colagem direta de braquetes
ortodônticos.
Neste trabalho os valores alcançados pela resina Z100, apesar de mais baixos
que os da Transbond XT (3M Unitek), superam os valores mínimos sugeridos por
REYNOLDS (1975), e citados por TAVAS, WATTS (1979) e FONTE (1992), em que
51
declara que as forças aplicadas em ortodontia não ultrapassam 1,5 Kgf. Neste
trabalho as resinas Transbonb XT (3M Unitek), a Z100 (3M ESPE), e a Z350 (3M
ESPE), apresentaram valores de resistência ao cisalhamento de 16,52 Kgf/cm
2
12,62, Kgf/cm
2
e 9,39 Kgf/cm
2
respectivamente. Utilizando-se a formula: T = F/A
logo, F = T X A em que T = resistência ao cisalhamento F (Kgf) = força empregada
e A = área de superfície da base do braquete (0,12 cm²). Teríamos então:
Transbond XT (3M Unitek) = 1.98 Kgf, Z100 (3M ESPE) = 1.51 Kgf e Z350 (3M
ESPE) = 1,12 Kgf, ficando evidente a maior resistência ao cisalhamento da resina
Transbond XT (3M Unitek), e a resina Z350 (3M ESPE), apresentado os mais baixos
valores, tendo-se situando abaixo do limite mínimo estabelecido por REYNOLDS
(1975).
A colagem ortodôntica pressupõe a firme união entre o esmalte dentário e a
base de um acessório ortodôntico, tendo como agente de união o adesivo. As
descolagens podem ocorrer devido a fraturas adesivas, coesivas ou ainda uma
combinação de fraturas adesivas e coesivas. Conforme KAWAKAMI (2003), não
existe um consenso na literatura científica de qual seria a forma ideal do padrão de
descolagem dos braquetes, entretanto, parece lógico afirmar que a prioridade é que
a descolagem não proporcione qualquer dano à superfície do esmalte dentário,
conforme KAWAKAMI (2003).
Analisando os três grupos, de acordo com o índice de Remanescente Adesivo (ARI),
no grupo 1 da Transbond XT (3M Unitek) predominou o tipo 3 (Todo material no
esmalte dentário), n = 13 e quanto ao Tipo de Fratura (MARRA) predominou o 5
(Fratura coesiva do material), n= 13. Vale ressaltar que nesse grupo a possibilidade
de fraturas de esmalte associadas às descolagens de braquetes foi bastante
reduzida, pois os remanescentes do adesivo permaneceram em sua grande maioria
aderidos à superfície dentária, demonstrando uma boa adesividade do Transbond
XT (3M Unitek) a mesma. No grupo 2 e 3 das resinas Z100 (3M ESPE), e Filtek
Z350 (3M ESPE), no ARI coincidentemente houve predominância no tipo 1 (menos
da metade do material no esmalte dentário), n = 9 e 9 respectivamente. Quanto ao
MARRA ocorreu a mesma coincidência isto é, predominou o tipo 3 (Adesiva na
interface material/esmalte+Fratura coesiva do material), n = 12 e 14
52
respectivamente. Estes resultados sugerem uma maior possibilidade de haver danos
à estrutura do esmalte dentário nesses dois grupos.
7. CONCLUSÕES
54
7. CONCLUSÕES
Os dados obtidos e analisados neste experimento permitiram-nos concluir que:
1. O adesivo ortodôntico Transbond XT (3M Unitek), apresentou os maiores
valores de resistência ao cisalhamento, seguido da resina composta
restauradora universal micro-hibrida Z100 (3M ESPE), tendo a resina
composta Filtek Z350 (3M ESPE), apresentado os menores valores de
resistência ao cisalhamento na colagem direta de braquetes ortodônticos de
aço inoxidável sobre a superfície do esmalte dentário.
2. . Com relação ao ARI para a resina composta Transbond XT (3M Unitek)
predominou o tipo 3 “Todo material no esmalte dentário”, porém na
classificação por Tipo de Fratura houve predominância do tipo 5 ”Fratura
coesiva no material”, Com relação ao ARI nos grupos 2 e 3 houve
predominância do tipo 1: “Menos da metade do material no esmalte dentário”,
e no Tipo de Fratura predominou o tipo 3 “Adesiva na interface
material/esmalte + fratura coesiva do material, demonstrando não ter havido
falha na adesividade no braquete nem no esmalte nos três grupos estudados.
3. No Exame de Microscopia Eletrônica de Varredura, as amostras selecionadas
dos três grupos estudados, não apresentaram danos na superfície do esmalte
dentário.
4. De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que a resina
restauradora Z100 (3M ESPE) pode ser indicada como alternativa ao adesivo
ortodôntico Transbond XT, (3M Unitek) específica para colagem direta de
braquetes ortodônticos, ao passo que a resina restauradora Z350 (3M ESPE)
não alcançou os valores mínimos de resistência ao cisalhamento necessário
para a movimentação ortodôntica.
55
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁRAFICAIC
56
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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