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Ocorreu uma sintonia entre o verbal, o visual e o sonoro constituindo um
código híbrido com a imagem, a música, a palavra oral ou escrita, que hoje
chamamos de “hipermídia”, e que se caracteriza pelo processo de digitalização.
Pelo meio toda fonte de informação pode ser homogeneizada, promovendo
assim a universalização da linguagem.
Os elementos antes separados por serem incompatíveis, como o
desenho, a pintura e a gravura nas telas, o texto e as imagens gráficas no
papel, a fotografia e o filme, o som - enfim todos os campos e processos de
comunicação humanos, após a digitalização - juntaram-se constituindo a
hipermídia.
Esse universo virtual se alastrou rapidamente buscando uma nova forma
que resulta da nova passagem de cultura, a ciberliteratura.
O site de Angela Lago mostra, neste cenário, como a Literatura Infantil e
Juvenil já está em pleno entrosamento com esta nova cultura.
A seguinte colocação de Lúcia Santaella em seu texto A Leitura Fora do
Livro, manifesta as observações acima:
Fora e além do livro, há uma multiplicidade de modalidades de
leitores. Há o leitor da imagem, desenho, pintura, gravura,
fotografia. Há o leitor do jornal, revistas. Há o leitor de gráficos,
mapas, sistemas de notações. Há o leitor da cidade, leitor da
miríade de signos, símbolos e sinais em que se converteu a
cidade moderna, a floresta de signos de que já falava
Baudelaire. Há o leitor espectador, do cinema, televisão e
vídeo. A essa multiplicidade, mais recentemente veio se somar
o leitor das imagens evanescentes da computação gráfica, o
leitor da escritura que, do papel, saltou para a superfície das
telas eletrônicas, enfim, o leitor das arquiteturas líquidas da
hipermídia, navegando no ciberespaço. (Disponível em
<www.pucsp.br/pos/cos/epe/mostra/santaell.htm)
Deste modo, a mistura de várias modalidades de linguagem, textos,
imagens, sons, ruídos e vozes em ambientes multimidiáticos é capaz de
promover o acesso a espaços comuns entre produção e recepção, simular