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urbanos produz uma comunidade com grande fascínio pela estetização como
símbolo de distinção social.
A comunicação via satélite, os baixos custos do transporte rodoviário e
marítimo pesado, possibilitaram que muitas empresas a oportunidade de operar em
várias localidades do globo terrestre, onde a transmissão de informação em tempo
real quebrou as barreiras espaciais. A necessidade de informações precisas
transformou as metrópoles em cidades globais, com uma hierarquização do sistema
financeiro. “A produção ativa de lugares dotados de qualidades espaciais se torna
um importante trunfo na competição espacial entre localidades, cidades, regiões e
nações”.(HARVEY, 1998, p.266). Segundo este autor, as cidades procuram criar
uma imagem distintiva que atue como atrativo tanto para o capital como para
pessoas “do tipo certo”, as abastadas e influentes.
O processo de renovação urbana de Baltimore, analisado por Harvey (1998),
onde a City Fair se transformou em atração regular com centro de ciências, aquário,
centro de convenções, marina, hotéis, resultado da parceria entre o Estado e o setor
privado, atraiu empreendimentos como bancos, hotéis e serviços direcionados ao
turismo. A requalificação do espaço urbano de Baltimore se tornou um exemplo
seguido por outras cidades frente a desindustrialização. O turismo se apresenta com
uma alternativa econômica que possibilita a criação de um vasto movimento de
empregos no setor de serviços.
Featherstone (1995) enfoca a passagem do modernismo para o pós-
modernismo como o deslocamento do foco de atenção da produção de bens de
consumo para o consumo de serviços e a mudança cultural provocada por este
deslocamento. O autor reflete sobre o termo “pós-modernismo”, como algo em curso
no capitalismo e não como transformação de um novo paradigma pós-industrial.
Segundo ele, as mudanças na cultura contemporânea podem ser compreendidas
em termos artísticos, intelectuais, acadêmicos, como modos de produção, de
consumo, circulação de bens simbólicos e como mudanças nas práticas e
experiências cotidianas de diferentes grupos.
Sua análise aborda o aumento de lazer e atividades de consumo nas
sociedades ocidentais, que resultam em prazer de consumo emocional, que se
realiza em locais específicos, e as mercadorias passam a adquirir uma ampla