14
animal ou vegetal utilizados no controle de pragas ou vetores de doenças (TARGA e
RABELO-GAY, 1983). Os agrotóxicos inorgânicos são produtos constituídos por
elementos tóxicos como arsênico, cobre, chumbo e mercúrio, não degradam facilmente e
podem persistir por muito tempo no ambiente. Os agrotóxicos orgânicos são de diversas
origens, sendo classificados como: (1) orgânicos naturais, extraídos de diversas plantas,
p.ex. nicotina, (2) orgânicos metálicos sintéticos, p.ex. mercuriais, (3) fenólicos, p.ex.
pentaclorofenol, (4) hidrocarbonetos clorados, p.ex dicloro-difenil-tricloroetano, (5)
orgânicos fosforados, (6) carbamatos, (7) triazinas, (8) piretróides (FREEDMAN, 1995).
Entre os agrotóxicos mais utilizados na fumicultura estão: Mancozeb (fungicida
ditiocarbamato, classe toxicológica II), Acefato (inseticida organofosforado, classe
toxicológica III), Imidacloprid (inseticida neonicotinóide, classe toxicológica III),
Clomazone (herbicida isoxazolidinona, classe toxicológica III), Sethoxydin (herbicida pós-
emergente, classe toxicológica II), Glifosato (herbicida glicina, classe toxicológica II),
Flumetralin (regulador de crescimento, dinitroanilina, classe toxicológica IV). Os
agrotóxicos são capazes de gerar radicais livres (RL), espécies químicas (átomo ou
molécula) que possuem um elétron não pareado na última camada eletrônica e que é
responsável por sua grande reatividade (HALLIWELL & GUTTERIDGE, 2000).
O transporte de elétrons ao longo da cadeia respiratória é conhecido como uma das
principais fontes de radicais livres geradas durante o metabolismo oxidativo normal. Estes
radicais, quando não inativados, são capazes de oxidar diferentes biomoléculas, tais como
proteínas, lipídios, carboidratos e ácidos nucléicos, comprometendo, desta forma, a
integridade celular. Quando há um desbalanço entre pró-oxidantes e antioxidantes em favor
dos primeiros, há a formação do estresse oxidativo, que pode afetar os mais diferentes
órgãos. Estudos demonstram que os radicais livres participam no mecanismo de instalação
de várias doenças, entre elas: doença de Parkinson, esclerose múltipla, distrofia muscular,
cataratas, retinopatias, ateroesclerose, infarto do miocárdio, enfisema pulmonar, cirrose
hepática e vários tipos de câncer (BECKMAN & AMES, 1998; PAWLAK et al.., 1998).
Também nos estados inflamatórios, nos transplantes de órgãos, nos processos de
envelhecimento e nas doenças decorrentes da radiação, do fumo e da poluição, os radicais
livres desempenham um significativo papel (HALLIWELL & GUTTERIDGE, 2000).
As defesas antioxidantes, que protegem os sistemas biológicos de danos provocados
por radicais livres, podem ser definidas como “qualquer substância que, quando presente
em baixa concentração com relação à de um substrato oxidável retarda, significativamente,
ou previne a oxidação deste substrato”. Os antioxidantes podem ser divididos, de acordo