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DESEMPENHO FISIOLÓGICO E BIOQUÍMICO
DURANTE A MATURAÇÃO, SECAGEM E
ARMAZENAMENTO DE SEMENTES DE
PEPINO
PÂMELA GOMES NAKADA
2009
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PÂMELA GOMES NAKADA
DESEMPENHO FISIOLÓGICO E BIOQUÍMICO
DURANTE A MATURAÇÃO, SECAGEM E
ARMAZENAMENTO DE SEMENTES DE PEPINO
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Lavras como parte das
exigências do Curso de Mestrado em
Agronomia, área de concentração
Fitotecnia, para obtenção do título de
"Mestre".
Orientador
Prof. Dr. João Almir Oliveira
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
2009
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Nakada, Pâmela Gomes.
Desempenho fisiológico e bioquímico durante a maturação,
secagem e armazenamento de sementes de pepino / Pâmela Gomes
Nakada. – Lavras : UFLA, 2009.
76 p. : il.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Lavras, 2009.
Orientador: João Almir Oliveira.
Bibliografia.
1. Cucumis sativus L. 2. Qualidade fisiológica. 3. Germinação.
4. Vigor. 5. Enzimas. I. Universidade Federal de Lavras. II. Título.
CDD – 635.6321
Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
DESEMPENHO FISIOLÓGICO E BIOQUÍMICO
DURANTE A MATURAÇÃO, SECAGEM E
ARMAZENAMENTO DE SEMENTES DE PEPINO
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Lavras como parte das
exigências do Curso de Mestrado em
Agronomia, área de concentração
Fitotecnia, para a obtenção do título de
“Mestre”.
APROVADA, em 17 de Fevereiro de 2009.
Pesq. Sttela Dellyzete Veiga Franco da Rosa Embrapa - Café
Pesq. Antônio Rodrigues Vieira EPAMIG
Prof. Dr. João Almir Oliveira
UFLA
(Orientador)
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
Ao meus pais, Paulo e Divina (“in memmorian") , pelo incentivo ao
longo dessa batalha;
Aos meus irmãos, Vanessa e Robson, pelo carinho eterno;
Aos meus avós, Helena, Ranufilo e Dalva, pelo imenso amor;
Às minhas tias, Anita e Júlia, que sempre ficaram na torcida;
DEDICO
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me dado essa oportunidade, e por estar sempre
presente em minha vida dando força para seguir adiante nesta Terra;
Ao professor João, pelo pleno apoio não somente na área
acadêmica como também na vida pessoal devido aos momentos difíceis;
À Universidade Federal de Lavras (UFLA) e ao Departamento
de Agricultura, pela oportunidade de realização do mestrado;
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
(FAPEMIG) pela concessão da bolsa;
Aos membros da banca examinadora, pesquisadora Dra. Sttela
Dellyzete Veiga Franco da Rosa e pesquisador Dr. Antônio Rodrigues
Vieira;
Aos co-orientadores Prof. Dr. Luiz Antônio Augusto Gomes e
Profa. Dra. Édila Vilela de Resende Von Pinho;
Aos professores do Setor de Sementes, Profa. Dra. Maria
Laene Moreira de Carvalho,
Prof. Dr. Renato Mendes Guimarães pelos
ensinamentos;
Às funcionárias do Laboratório de Sementes, Elenir, Elza,
Dalva, Laís e Andréia, pelo apoio e amizade;
Às secretárias do departamento de agricultura, Marli e Nelzi,
pela solução de todos os problemas;
Aos alunos integrantes do Laboratório de Sementes, Cibele,
Carla, Felipe, Walter, Sonic, Ricardo, entre vários que me ajudaram na
montagem dos testes;
Aos funcionários da Hortiagro, Paulo e Vicente pela
implantação da lavoura;
Aos amigos do laboratório de microscopia eletrônica, Eloísa e
Fabiano pelo grande auxílio. Às amigas de república;
Aos amigos, Larissa, Adriano, Priscila, Andréa, Cláudio,
Luciana, Keline e Frederico pelo apoio nos trabalhos e amizade;
Às amigas de república, Viviane, Jussara e Maraísa, pelo
grande apoio do dia a dia;
A todos que passaram em minha vida e que de alguma forma
deram seu apoio ao longo dessa caminhada.
Muitíssimo obrigada!
SUMÁRIO
RESUMO ........................................................................................................... i
ABSTRACT.......................................................................................................ii
1 Introdução Geral ........................................................................................... 01
2 Referencial Teórico ....................................................................................... 03
3 Referências Bibliográficas ............................................................................ 13
ARTIGO 1: Desempenho fisiológico e bioquímico de sementes de pepino
nos diferentes estádios de maturação ............................................................... 21
1 Resumo ......................................................................................................... 21
2 Abstract ......................................................................................................... 22
3 Introdução ..................................................................................................... 23
4 Material e Métodos ....................................................................................... 26
5 Resultados e Discussão ................................................................................. 31
6 Conclusões .................................................................................................... 37
7 Tabela e Figuras ............................................................................................ 38
8 Referências Bibliográficas ............................................................................ 44
ARTIGO 2: Desempenho durante o armazenamento de sementes de pepino
submetidas a diferentes métodos de secagem ................................................. 49
1 Resumo ......................................................................................................... 49
2 Abstract ......................................................................................................... 50
3 Introdução ..................................................................................................... 51
4 Material e Métodos ....................................................................................... 54
5 Resultados e Discussão ................................................................................. 58
6 Conclusões .................................................................................................... 67
7 Tabela e Figuras ............................................................................................ 68
8 Referências Bibliográficas ............................................................................ 73
i
RESUMO
NAKADA, Pâmela Gomes. Desempenho fisiológico e bioquímico durante a
maturação, secagem e armazenamento de sementes de pepino. 2009. 76 p.
Dissertação (Mestrado em Fitotecnia)-Universidade Federal de Lavras, Lavras.
A obtenção de estande uniforme em lavouras de pepino é alcançada
através da utilização de sementes com qualidade. Para tanto é imprescindível sua
colheita no ponto de maturidade fisiológica. A secagem dessas sementes é etapa
obrigatória no seu beneficiamento, bem como o armazenamento para conquistar
mercados competitivos e melhores oportunidades de preços. Portanto o objetivo
com deste trabalho foi avaliar o desempenho fisiológico e bioquímico durante a
maturação, secagem e armazenamento de sementes de pepino. A cultivar
utilizada foi o híbrido de pepino Ômega comercializado pela Agristar Ltda. Os
frutos foram colhidos aos 30, 35, 40, 45, 50 e 55 dias após a antese. As sementes
foram avaliadas quando úmidas e após a secagem. Em outra parte do trabalho,
sementes colhidas aos 45 dias foram secas em temperatura ambiente, 35ºC e
45ºC, e em seguida armazenadas em condições ambiente. Avaliou-se o peso de
fruto, teor de água e matéria seca das sementes, peso de mil sementes, análise de
imagens pelo uso do raio-X. A qualidade fisiológica foi avaliada pelo teste de
germinação, primeira contagem, condutividade elétrica, índice de velocidade de
emergência, estande final, envelhecimento acelerado e teste de frio. Foram
analisadas ainda as atividades enzimáticas da superóxido dismutase, catalase,
esterase, lipoxigenase, isocitrato liase e proteínas LEA, e por fim a análise
sanitária das sementes. Contudo verifica-se melhor qualidade das sementes de
pepino quando colhidas entre 45 e 50 dias após a antese. Sementes secadas em
temperatura ambiente e a 35ºC apresentam melhor qualidade. Independente da
temperatura de secagem ocorre redução da qualidade a partir de seis meses de
armazenamento em temperatura ambiente.
Comitê Orientador: João Almir Oliveira UFLA (Orientador), Édila Vilela de
Resende Von Pinho –UFLA (Co-orientadora), Luiz Antônio Augusto
Gomes-UFLA(Co-orientador).
ii
ABSTRACT
NAKADA, Pâmela Gomes. Physiologic and biochemical performance during
the maturing, drying and storage of seeds of cucumber. 2009. 76 p.
Dissertation (Master Degree in Crop Science)-Universidade Federal de Lavras,
Lavras.
Getting uniform stand in tillage of cucumber is reached through the use
of seeds with quality. Thus is essential his harvest in the point of physiologic
maturity. The drying of these seeds is a compulsory stage in his improvement, as
well as the storage to conquer competitive markets and better opportunities of
prices. So the objective with this work valued the physiologic and biochemical
performance during the maturing, drying and storage of seeds of cucumber.
Cultivating used the hybrid of cucumber Ômega when The results whichi
marketed by the Agristar Ltda. The fruits were harvested to 30, 35, 40, 45, 50
and 55 days after the open of the flower. These seeds were valued when wet and
after the drying. In another part of the work, seeds harvested to 45 days were dry
in ambient temperature, 35ºC and 45ºC, following the storage in conditions
ambient. The weight of result was valued, and the physiologic quality was
valued through the tenor of water, dry matter, test of germination, first counting,
conductivity electric, rate of speed of emergence, final stand, weight of thousand
seeds, quick aging and test of coldness. Also there was done sanitary analysis,
evaluation of the activity of enzymes from the superoxide dismutase, catalase,
esterase, lipoxigenase, isocitrato liase and LEA protein, and finally the analysis
of images through ray X. Nevertheless there happens better quality of the seeds
of cucumber when harvested between 45 and 50 days after open of the flower.
Seeds dried in ambient temperature and to 35ºC seeds of bigger quality result.
Independent of the temperature of drying reduction of the quality takes place
from six months of storage in ambient temperature.
Guidance Committee: João Almir Oliveira (Major Professor), Édila
Vilela de Resende Von Pinho –UFLA (
co-advisor), Luiz
Antônio Augusto Gomes –UFLA (
co-advisor).
1
1 INTRODUÇÃO GERAL
Atualmente as hortaliças têm ocupado maior espaço nas mesas dos
brasileiros e, comercializar este alimento tem se tornado uma atividade
altamente lucrativa, com grande importância na economia agrícola. Apesar do
pequeno índice de consumo, da ordem de 40 Kg per capto/ano, existe uma
expectativa de duplicação deste índice nos próximos anos (Diniz, 2005). De
acordo com Nery et al., 2007, no ano de 2005, esta espécie esteve na terceira
posição do ranking das importações de sementes, onde se destaca a importância
de aumentar a produção nacional para garantir o abastecimento.
Para a obtenção do produto olerícola de qualidade, dentre outros fatores,
é necessário uma população adequada e uniforme de plantas no campo. Assim, o
sucesso está condicionado à utilização de sementes de boa qualidade e um dos
fatores que garante a qualidade fisiológica é a obtenção de sementes colhidas
próximo à maturidade fisiológica, que normalmente é caracterizado pelo
máximo acúmulo de matéria seca. No entanto, a maturidade fisiológica é
variável com a espécie e, até mesmo, dentro de uma mesma espécie, e que nem
sempre é de fácil detecção. Em muitas espécies, a maturidade fisiológica é
associada a uma característica morfológica o que tem facilitado o momento ideal
para a colheita.
No momento da colheita sementes de frutos carnosos encontram-se com
umidade consideravelmente elevada, e sabe-se que não se deve retardar o
processo de secagem devido aos efeitos de uma possível fermentação, uma vez
que os produtos desse processo podem acarretar danos imediatos. Desta forma, a
secagem artificial torna-se um fator indispensável na produção de sementes e os
fatores temperatura e teor de água devem ser monitorados para evitar que as
sementes sofram maiores danos durante o processo.
2
O agronegócio de sementes olerícolas é um setor de grande
rentabilidade, principalmente de sementes híbridas devido ao custo elevado
inserido no processo de produção. Portanto, utilizar de mecanismos para manter
um estoque regulador é a melhor opção para conseguir melhores preços de
mercado. Sendo assim o armazenamento torna-se uma etapa de grande
importância no programa de produção de sementes. No entanto, as condições de
armazenamento, como temperatura e umidade, o genótipo da espécie e a
qualidade inicial das sementes, podem influenciar na sua longevidade.
Para tanto, neste trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade das
sementes de pepino colhidas em diferentes estádios de maturação, bem como o
efeito da secagem ao longo do armazenamento.
3
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O pepino (Cucumis sativus L.), pertence à família das cucurbitáceas,
assim como a abóbora, moranga, melancia, melão, chuchu, maxixe, bucha,
melão de São Caetano ("Uri"), e é uma espécie que apresenta ótima resposta sob
temperaturas em torno de 20 e 30°C, adaptando-se bem às condições brasileiras
(Fontes, 2005).
No Brasil existem cinco grupos de pepino: aodai, indústria, japonês,
holandês e o caipira. Este último é o preferido no estado de Minas Gerias,
consumido na forma de salada ou de picles (Nucleo de Estudos e Pesquisas em
Alimentação, NEPA, 2006). É rico em beta-caroteno, folacina, cálcio,
magnésio, potássio, fósforo e selênio. É utilizado como diurético e há indicações
de seu consumo para amenizar dores de garganta. O seu valor calórico é baixo
(100g contém 12 a 14 kcal), e por isso é também indicado para pessoas que
desejam perder peso.
O pepino é uma das hortaliças de grande importância no Brasil e, ao
longo dos últimos anos o volume de pepino comercializado no Entreposto
Terminal de São Paulo da CEAGESP vem aumentando. Se compararmos os
dados de entrada de 1998 com os de 2002, verificamos um aumento de 20%. De
acordo com os dados da CEAGESP no ano de 2005 foram comercializados
44.403 toneladas deste produto sendo caracterizado como produto de grande
valor comercial (Agrianual, 2007).
De acordo com Bhering et al. (2000), para alcançar elevada produção
com produtos de qualidade, é necessário obter estande adequado com
uniformidade, e para isso, é indispensável a utilização de sementes de qualidade.
A utilização de sementes de alta qualidade constitui um dos fatores mais
importantes para assegurar germinação rápida, uniforme além de um estande
constituído por plântulas vigorosas.
4
A qualidade da semente é o somatório dos atributos genéticos, físicos,
fisiológicos e sanitários que afetam a sua capacidade de originar plantas de alta
produtividade (Popinigis, 1985). Atualmente se reconhece que o vigor
compreende um conjunto de características que determinam o potencial
fisiológico das sementes, o qual é influenciado pelas condições de ambiente e
manejo durante as etapas de pré e pós-colheita (Marcos Filho et al., 1987).
Em geral as sementes adquirem a máxima qualidade próximo à
maturidade fisiológica, período em que ocorre o máximo acúmulo de matéria
seca, promovendo formação completa dos sistemas bioquímico, morfológico e
estrutural. Esta etapa é variável entre espécie e, até mesmo dentre a mesma, e
que nem sempre é de fácil detecção. Em algumas espécies esta etapa está
associada a algumas características morfológicas o que tem facilitado no
momento da colheita.
Poucos trabalhos descrevem as características visuais externas dos frutos
de pepino, por ocasião à maturidade fisiológica (Peterson & Pike, 1992; Barbedo
et al., 1993; Barbedo et al., 1994; Barbedo et al., 1997), permitindo poucas
inferências a este respeito, e carecendo mais estudos. Entretanto, apesar das
diferenças observadas na maturidade fisiológica das sementes, entre os
diferentes trabalhos com espécies de frutos carnosos, quando se associa estas a
uma análise das características externas visuais dos frutos, os resultados parecem
aproximar-se mais.
Pereira (1979) ao avaliar estádios de maturação de sementes de quiabo,
verificou que na idade mais avançada, de 68 dias após a antese, havia sementes
em processo de germinação, inviabilizando a obtenção de sementes com
qualidade, como também constatou a deiscência pronunciada do fruto.
Barbedo et al. (1999) estudando os estádios de maturação de fruto de
pepino do tipo caipira, cultivares Pérola e Rubi, verificaram que os melhores
estádios de desenvolvimento foram 40 e 45 dias após a antese. Também
5
concluiu que a partir dos 40 dias após a antese, houve decréscimo do poder
germinativo e do vigor. Gomes (1995) trabalhando com pepino da cultivar
“Aodai” melhorado, constatou que sementes de frutos a partir de 45 dias após a
antese apresentaram início de germinação. Já Nerson (1991) relatou que
sementes de frutos de pepino colhidos a partir de 35 dias de desenvolvimento
apresentaram valores significativos de germinação.
Alvarenga et al. (1991) ao estudar o ponto de colheita em sementes de
abóbora italiana verificaram que os frutos deveriam ser colhidos aos 65 dias de
idade, encontrando valor máximo de matéria seca. Entretanto, esse resultado não
coincide com os maiores valores de germinação e vigor, o que ocorreu aos 75
dias após a antese. O mesmo ocorreu no trabalho de Araújo et al. (1982), com a
diferença de que os maiores valores de germinação e vigor foram encontrados
em estádio anterior, aos 55 dias, fase de máximo acúmulo de matéria seca.
Durante o desenvolvimento, as sementes passam pela fase de
histodiferenciação, em que há um aumento na massa fresca e na deposição de
reserva, acompanhado por um rápido aumento na massa seca durante a
maturação. O acúmulo de massa seca cessa e o de massa fresca diminui, a partir
do ponto de maturidade fisiológica. Após a histodiferenciação e antes da
secagem na maturação, as sementes adquirem a habilidade para germinar (Silva,
2006).
O pepino é uma espécie que possui sementes ortodoxas, e a dessecação
após a maturidade, é a fase final do desenvolvimento das sementes. Nas últimas
fases do seu desenvolvimento, as sementes adquirem tolerância à dessecação, a
qual conduz a um estado de quiescência metabólica, considerada necessária a
uma adaptação estratégica às condições ambiente, garantindo a disseminação das
espécies (Pinho, 2001).
No entanto, após a colheita nem sempre as sementes possuem teores de
água compatíveis com os exigidos para o seu armazenamento, havendo a
6
necessidade da secagem artificial. Uma grande vantagem na decisão de investir
em secagem é a autonomia do produtor de escolher a melhor ocasião e onde
comercializar o seu produto (Carvalho & Pinho, 2000).
De acordo com Borém (1992), o armazenamento possui como finalidade
básica a manutenção da qualidade do produto entre a colheita e sua
comercialização, permitindo a adequada distribuição e abastecimento de
diferentes mercados.
Em frutos carnosos obrigatoriamente deve-se intervir no processo de
secagem, pois as sementes na maturidade fisiológica encontram-se com mais de
40% (bu) de umidade, condições que permitem rápida deterioração (Carvalho &
Nakagawa, 2000). No entanto se a operação de secagem for mal conduzida,
pode trazer sérios problemas para a conservação das sementes de diversas
espécies (Araújo et al., 1989).
Embora a secagem constitua o método mais antigo para a conservação
de matérias primas agropecuárias há necessidade constante de busca de
informações relativas ao rendimento físico do processo e também voltados à
preservação fisiológica das sementes (Roveri-José et al., 2002).
Seyedin et al.(1984) ao estudar o efeito da temperatura de secagem na
qualidade fisiológica de sementes de milho, concluiram que este fator pode
afetar tanto a germinação quanto o vigor, podendo ser imediato como também
ao longo do armazenamento.
Os primeiros danos de secagem estão relacionados com a ruptura da
membrana com posterior aumento da condutividade elétrica e lixiviação de
acúcares (Chen & Burris, 1990). Roberts (1981) citou que a maioria dos
sistemas subcelulares das sementes, incluindo os genes podem ser danificados
por este processo.
Christ et al. (1997) relatam que a temperatura que danifica uma semente
pode variar de acordo com a espécie e o seu teor de água inicial. Desta forma,
7
Toledo & Marcos Filho (1977) recomendam para um teor de água em sementes
acima de 18% base úmida (bu), que a temperatura máxima de secagem seja de
32 °C, teor entre 10 e 18% (bu) a temperatura é de 38 °C, e quando for inferior a
10% (bu) é de 43 °C.
Kermode et al. (1989) afirmam que as sementes não toleram a secagem
em todos os estádios de desenvolvimento e que pode ser particular para cada um
desses, após passar por um estado de intolerância, sendo variável com a espécie.
Barbedo et al. (1999) ao avaliar sementes de pepino secadas à sombra
observou acréscimo do poder germinativo até o estádio de 40 dias após a antese,
reduzindo a partir desse momento. O mesmo aconteceu com os parâmetros de
vigor.
A preservação da qualidade das sementes por um maior período de
tempo é de suma importância, principalmente nos casos de sementes de elevado
valor comercial, como é o das sementes de hortaliças (Thomazelli et al., 1992).
No entanto, cada espécie possui longevidade variada dependendo de sua
constituição genética e das condições ambientais em que ela se encontra, além
da qualidade inicial da mesma (Caneppele et al., 1995).
Em face da defasagem entre as épocas de colheita e de semeadura, o
armazenamento constitui etapa praticamente obrigatória em um programa de
produção de sementes. De acordo com Pereira et al. (1994), a principal
preocupação durante o período de armazenamento é a preservação da qualidade
das sementes, visando minimizar a velocidade do processo de deterioração pois,
segundo Delouche & Baskin (1973), a queda da qualidade das sementes no
armazenamento é um dos sintomas do processo de deterioração das mesmas.
Este processo é influenciado pelas condições fisiológicas iniciais das sementes,
pela localização e severidade dos danos físicos, pelas condições do
armazenamento (umidade e temperatura), pelo tipo e a incidência de patógenos
8
ou pela atuação conjunta destes fatores, podendo proporcionar diferenças de
comportamento entre lotes de sementes armazenadas.
Lotes de sementes com germinação semelhantes, mas com diferentes
níveis de vigor, podem comportar-se de maneira diferenciada, dependendo das
condições de armazenamento. A deterioração é um processo inevitável e
inexorável e seu progresso é variável entre espécies e entre lotes de sementes da
mesma espécie (Coolbear, 1995).
Os fatores como a temperatura e a umidade relativa do ar são os que
mais interferem durante o armazenamento das sementes, principalmente em
relação ao vigor. O teor de água elevado favorece os processos metabólicos e a
temperatura influencia na velocidade dos processos bioquímicos (Caneppele et
al., 1995).
Os microrganismos também interferem na qualidade das sementes.
Existem dois tipos de fungo associados à semente: os fungos de campo que
reduzem a incidência com o armazenamento, e os fungos de armazenamento que
afetam drasticamente a qualidade das mesmas. A exemplo disso têm-se espécies
do gênero Aspergillus spp e Penicillium spp, os quais tem a capacidade de se
desenvolver sob baixa umidade, entre 65 – 90% (Carvalho & Pinho, 2000).
Em quiabo, Coelho et al. (1984) verificaram que a melhor condição de
armazenamento para as sementes foi em temperatura ambiente, devido ao fato
de ter superado a dormência das mesma durante o período. Em contrapartida,
essas condições afetaram negativamente o vigor de sementes de cebola, embora
a germinação se mantivesse em níveis satisfatórios durante 6 meses de
armazenamento (Thomazelli et al., 1992).
A qualidade das sementes é avaliada por meio da germinação e vigor,
métodos tradicionalmente aplicado para várias espécies. No entanto, é
recomendável a utilização dos dois parâmetros para predição e distinção de lotes
de semente.
9
Palionelli & Braga (1997), avaliaram a qualidade de semente de algodão
durante o armazenamento, e constararam interações significativas entre níveis de
vigor e períodos de armazenamento.
Atualmente também existem outras ferramentas de avaliação da
qualidade, entretanto são classificadas como auxiliares às características
fisiológicas avaliadas. Dentre elas, as técnicas moleculares têm sido bastante
utilizadas, destacando-se estudos eletroforéticos de isoenzimas e proteínas
permitindo estudar os danos causados por secagem, armazenamento ou mesmo
estudos do desenvolvimento de sementes, a fim de se obter entendimentos sobre
atividades enzimáticas e protéicas na proteção da semente.
A eletroforese é uma técnica bastante difundida nos estudos
bioquímicos, devido a sua simplicidade, rapidez e alto valor informativo.
Segundo Alfenas (1998), esta técnica baseia-se na separação de macromoléculas
ionizadas, de acordo com suas cargas elétricas, formas e pesos moleculares, por
meio da migração em um meio suporte e tampões adequados, sob a influência de
um campo elétrico.
De acordo com Brandão Junior (1996), dentre as proteínas, as enzimas
desempenham um importante papel no processo de deterioração de sementes e
sua atividade pode ser indicativo da perda de qualidade.
A medida que o processo degenerativo evolui, conjuntamente, a
atividade das enzimas protetoras e degradativas são parâmetros mensuráveis da
evolução desse processo deteriorativo. À medida que as sementes envelhecem
aumenta-se a formação de radicais livres. Estes, por sua vez, afetam a formação
de várias enzimas, provocando alteração na sua estrutura, além de promoverem
degradação no sistema de síntese de outras enzimas novas (McDonald, 1999). A
oxidação dos lipídios por estes produtos tóxicos é a principal causa da
deterioração dos sistemas biológicos alterando diversas propriedades, a exemplo
disso, têm-se a integridade das membranas (Buchanan et al., 2005).
10
No entanto, enzimas oxidoredutases, conhecidas como enzimas
antioxidantes, como a superóxido dismutase e a catalase, exercem papel
fundamental de proteção, combatendo o ataque desses radicais livres (Braccini
et al., 2001; Marcos Filho, 2005).
A superóxido dismutase (SOD) é considerada a primeira linha de defesa
contra espécies reativas de oxigênio. A SOD anula a ação dos superóxidos (O
2
-
)
(Coolbear, 1995), catalisando sua conversão a H
2
O
2
(Voet et al., 2000). O
produto formado pode ainda reagir e formar outras espécies de oxigênio reativo.
Portanto, a segunda linha de defesa a catalase entra em ação degradando o
peróxido de hidrogênio, resultando em produtos inativos como a água e o
oxigênio (Taiz & Zeiger, 2004; Buchanan et al., 2005).
Como mencionado anteriormente, existe o conjunto de enzimas
degradativas, sendo a esterase um exemplo disso. Está envolvida em reações de
hidrólise de ésteres, a qual está diretamente ligada ao metabolismo dos lipídios,
como os fosfolipídeos de membrana. Ao atuar nestes elementos, promove
desestabilização da bicamada lipídica, acentuando o processo deteriorativo,
reduzindo sua longevidade. Santos et al. (2005) verificaram em seus trabalhos
que a redução do vigor em sementes de feijão estava relacionado com a alta
atividade do padrão enzimático da esterase. Estes mesmos autores infere que
esta relação poderia ser devido à perda de controle sobre a compartimentalização
intracelular e alterações nas concentrações de metabólitos, resultado da perda de
lipídios de membrana.
A lipoxigenase é outra enzima pertencente ao grupo anterior, a qual atua
na oxidação de cadeias de ácidos graxos hidrocarbonados, produzindo radicais
livres, hidroperóxidos e produtos secundários (aldeídos, álcoois, cetonas,
hidrocarbonetos e ácidos) (Marcos Filho, 2005). As regiões mais propensas à
peroxidação são as membranas, pois possuem ampla superfície e predomínio de
lipídios insaturados altamente sensíveis à degradação, o que pode provocar
11
desequilíbrio da viscosidade e permeabilidade das membranas. Em
contrapartida, Oliveira et al. (2006) verificaram, em sementes de soja, maior
velocidade de emergência de plântulas quando houve a presença dessa enzima
até o estádio R8. A partir deste ponto, houve redução da velocidade desta
variável, citando uma possível redução devido à produção de quantidade
expressiva de compostos secundários tóxicos nessas sementes.
Dentre as técnicas moleculares, destaca-se a eletroforese de proteínas
tolerantes ao calor, como as LEAs - Late Embriogenisis Abundant, por
representarem papel importante na tolerância à dessecação em sementes
ortodoxas. Durante o desenvolvimento, a concentração de ABA diminui
próximo ao final desta etapa, enquanto a tolerância à dessecação é aumentada
(Pammenter et al., 1994). Proteínas LEA são tipicamente acumuladas durante as
fases finais da embriogênese ou em resposta a desidratação, baixa temperatura,
salinidade ou tratamento exógeno de ABA, indicando a sua função na
desidratação celular.
O padrão de banda para essa proteína pode facilitar na detecção da
maturidade fisiológica, em tempo hábil. Silva (2006) afirma que a síntese de
proteínas resistentes ao calor está diretamente relacionada com a qualidade
fisiológica das sementes de soja.
O pepino por pertencer à mesma família das abóboras, apresenta
similaridade na composição química das sementes. Dessa maneira, segundo
Sant’anna (2005), sementes de abóbora possuem alto teor de lipídios (28,80
g%). Murkovic et al. (1996), avaliando sementes de abóboras cultivadas na
Eslovênia, obtiveram resultados diferentes, encontrando um maior conteúdo de
lipídeos, cerca de 40%.
Os lipídios são materiais de reserva que fornecem energia ao processo
germinativo através da conversão em sacarose, através do ciclo do glioxilato. As
principais enzimas responsáveis por esse ciclo são a malato-sintase e a
12
isocitrato-liase. Ambas são sintetizadas “de novo” após o início do processo
germinativo (Martins et al., 2001). A maior atividade desta última enzima pode
estar relacionada a sementes mais vigorosas, fato pronunciado por Martins et al.
(2000). Estes autores verificaram maior atividade da isocitrato-liase, em
sementes de soja, na cultivar Doko, a qual normalmente apresenta maior
qualidade fisiológica, quando comparada com outras sementes de outras
cultivares da mesma espécie, como as cultivares Uberaba e Rio Doce (Costa,
1986).
Para obtenção de resultados rápidos a respeito da qualidade de sementes,
o raio X quando associado com a germinação, têm-se pronunciado como um
exame simples e promissor dando suporte para análise de sementes de muitas
espécies (Albuquerque, 2006).
O teste de raios X foi desenvolvido por Simak & Gustafsson (1953), o
qual tem sido atualmente utilizado com diversas finalidades no âmbito da
tecnologia de sementes, seja para a visualização de danos ocasionados por
insetos e injúrias mecânicas, ou na detecção de anormalidades em embriões e na
determinação do estádio de desenvolvimento das sementes (Battisti et al., 2000;
Machado & Cícero, 2002).
Silva et al. (2007a), ao estudar tempo de exposição e radiação para
detecção de imagens de sementes de melancia, concluiram que 15 segundos e 45
Kv, foram suficientes para visualização das estruturas internas. Em sementes de
abóbora, Silva et al. (2007b), realizando mesmo estudo do trabalho anterior,
verificaram que 25 segundos e 45 KV para esta espécie, permitiu a formação de
imagens mais nítidas.
A decisão sobre a regulagem de tempo e intensidade de exposição das
sementes à radiação para se produzir a melhor imagem depende da espessura,
densidade e composição da semente, e do aparelho utilizado (International Seed
Testing Association, ISTA, 2004).
13
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20
ARTIGO 1
DESEMPENHO FISIOLÓGICO E BIOQUÍMICO DE SEMENTES DE
PEPINO NOS DIFERENTES ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO
O artigo1 será transcrito no formato do Periódico Revista Brasileira de
Sementes e encaminhado para submissão.
21
Maturação em sementes de pepino
DESEMPENHO FISIOLÓGICO E BIOQUÍMICO DE SEMENTES DE
PEPINO NOS DIFERENTES ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO
1 RESUMO
A obtenção de estande uniforme em lavouras de pepino é alcançada
através da utilização de sementes com qualidade. Para tanto é imprescindível sua
colheita no ponto de maturidade fisiológica. Portanto, o objetivo com este
trabalho foi o de avaliar o desempenho fisiológico e bioquímico durante a
maturação em sementes de pepino. A cultivar utilizada foi o híbrido de pepino
Ômega comercializado pela Agristar Ltda. Os frutos foram colhidos aos 30, 35,
40, 45, 50 e 55 dias após a antese. Essas sementes foram avaliadas quando
úmidas e após a secagem a sombra. Avaliou-se o peso de frutos, teor de água e
matéria seca das sementes, peso de mil sementes e a análise de imagens através
de raios X. A qualidade fisiológica foi avaliada pelo teste de germinação,
primeira contagem, condutividade elétrica, índice de velocidade de emergência,
envelhecimento acelerado e teste de frio. Também foi avaliado a atividade
enzimática da superóxido dismutase, catalase, esterase, lipoxigenase, isocitrato
liase e LEA proteína, e por fim a qualidade sanitária. Contudo observou-se
melhor qualidade de sementes de pepino quando colhidas entre 45 e 50 dias após
a antese, onde os frutos apresentaram coloração verde esbranquiçado. Ocorreu
maior atividade da proteína LEA aos 45 e 50 dias após a antese. O teste de raio
X foi eficiente para distinção e classificação dos estádios de maturação. As
atividades das enzimas superóxido dismutase, catalase, lipoxigenase confirmam
os resultados dos testes de avaliação fisiológica.
Termos para indexação: Cucumis sativus, maturidade fisiológica, vigor.
22
Maturation of cucumber seeds
PHYSIOLOGIC AND BIOCHEMICAL PERFORMANCE OF SEEDS OF
CUCUMBER IN THE DIFFERENT STADIUMS OF MATURING.
2 ABSTRACT
Getting uniform stand in tillage of cucumber is reached through the use
of seeds with quality. Thus is essential his harvest in the point of physiologic
maturity. So the objective with this work valued the physiologic and
biochemical performance during the maturing at seeds of cucumber. Cultivating
used was the hybrid of cucumber Omega marketed by the Agristar Ltda. The
results were harvested to 30, 35, 40, 45, 50 and 55 days after open of the flower.
These seeds were valued when wet and after the drying. The weight of result
was valued, and the physiologic quality was valued through the tenor of water,
dry matter, test of germination, first counting, conductivity electric, rate of speed
of emergence, weight of thousand seeds, quick aging and test of coldness. Also
there was done sanitary analysis, evaluation of the activity of the enzymes from
the superoxide dismutase, catalase, esterase, lipoxigenase, isocitrato liase and
LEA protein, and finally the analysis of images through ray X. Nevertheless
there was observed better quality of seeds of cucumber when harvested between
45 and 50 days after open of the flower, where the results presented green
coloration whitish. LEA took place bigger activity of the protein to 45 and 50
days after open of the flower. The test of ray X was efficient for distinction and
classification of the stadiums of maturing. The activities of the enzymes
superoxide dismutase, catalase, lipoxigenase and proteins LEA, confirm the
results of the tests of physiologic evaluation.
Index terms: Cucumis sativus, physiology maturation, vigor.
23
3 INTRODUÇÃO
O pepino (Cucumis Sativus L.), espécie pertencente à família das
curcubitáceas é originário da Ásia tendo como centro de origem a Índia. Os tipos
de pepino existentes hoje no mercado são os chamados aodai, holandês, japônes,
indústria e caipira. O tipo Caipira é o preferido no estado de Minas Gerias,
consumido na forma de salada ou de picles. É um alimento apreciado pela
maioria devido ao seu delicado sabor e refrescância, composto por 96% de água
(Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação-NEPA, 2006).
Ao longo dos últimos anos o volume de pepino comercializado no ETSP
(Entreposto Terminal de São Paulo da CEAGESP) vem aumentando. Se
compararmos os dados de 1998 com os de 2002, verificamos um aumento de
20%. Em 2005, de acordo com os dados da CEAGESP foram comercializados
44.403 toneladas deste produto destacando-o de grande valor comercial
(Agrianual, 2007). Neste mesmo ano, esta espécie esteve na terceira posição do
ranking das importações de sementes (Nery el al., 2007), onde se destaca a
importância de aumentar a produção nacional para sua redução.
Para a obtenção de frutos com qualidade é necessário que se tenha uma
população adequada e uniforme de plantas no campo e isto está condicionado à
utilização de sementes altamente vigorosas. Atualmente se reconhece que o
vigor compreende um conjunto de características que determinam o potencial
fisiológico, o qual é influenciado pelas condições de ambiente, genótipo e
manejo durante as etapas de pré e pós-colheita (Marcos Filho et al., 1987).
Em geral as sementes adquirem a máxima qualidade próximo à
maturidade fisiológica, período em que ocorre o máximo acúmulo de matéria
seca, promovendo formação completa dos sistemas bioquímico, morfológico e
estrutural. Esta etapa é variável entre espécie e, até mesmo dentre a mesma, e
que nem sempre é de fácil detecção. Em algumas espécies, este momento está
24
associado a algumas características morfológicas, o que tem facilitado no
momento da colheita.
Poucos trabalhos descrevem as características visuais externas dos frutos
de pepino, por ocasião do ponto de maturidade fisiológica (Peterson & Pike,
1992; Barbedo et al., 1993; Barbedo et al., 1994; Barbedo et al., 1997),
permitindo poucas inferências a este respeito, e merecendo mais estudos.
Entretanto, apesar das diferenças observadas na maturidade fisiológica das
sementes, entre os diferentes trabalhos, com espécies de frutos carnosos, quando
se associa estas a uma análise das características externas visuais dos frutos, os
resultados parecem aproximar-se mais.
Barbedo et al. (1999) estudando os estádios de maturação de fruto de
pepino do tipo caipira, nas cultivares Pérola e Rubi, verificaram que os
melhores estádios de desenvolvimento foram 40 e 45 dias após a antese.
Também concluiram que a partir dos 40 dias após a antese, houve decréscimo
germinativo, bem como aconteceu nos parâmetros de vigor. Gomes (1995)
trabalhando com pepino da cultivar “Aodai” melhorado, constatou que sementes
de frutos a partir de 45 dias após a antese apresentou início de germinação. Já
Nerson (1991) relatou que frutos de pepino colhidos a partir de 35 dias de
desenvolvimento apresentou valores considerados de germinação.
Alvarenga et al. (1991) ao estudar o ponto de colheita em sementes de
abóbora italiana verificou que os frutos deveriam ser colhidos aos 65 dias de
idade, encontrando valor máximo de matéria seca. Entretanto, esses resultados
não coincidiram com os maiores valores de germinação e vigor, sendo estes para
sementes de 75 dias após a antese. O mesmo ocorreu no trabalho de Araújo et al.
(1982), com a diferença de que os maiores valores de germinação e vigor foram
encontrados em estádio anterior, aos 55 dias, fase de máximo acúmulo de
matéria seca.
25
De acordo com Pammenter et al., 1994 alguns mecanismos bioquímicos
de proteção são formados ao longo do desenvolvimento das sementes, os quais
são de grande utilidade para manutenção do potencial adquirido na maturidade
fisiológica. Na fase final de formação, juntamente com a parte fisiológica,
verifica-se aumento gradativo das proteínas resistentes ao calor, caracterizando
proximidade do ponto de colheita.
Dessa maneira, objetivou-se com este trabalho avaliar o desempenho
físico, fisiológico e bioquímico de sementes de pepino colhidas em diferentes
estádios de maturação.
26
4 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado na Hortiagro (empresa produtora de
sementes de hortaliças), localizada próxima a cidade de Ijaci-MG e no
Laboratório Central de Sementes da Universidade Federal de Lavras (UFLA) no
período de fevereiro de 2007 a julho de 2008.
O cultivar utilizado foi o híbrido de pepino Ômega, tipo caipira,
comercializada pela Agristar do Brasil Ltda., uma espécie com ciclo de 50-60
dias, planta vigorosa e ginoica.
As sementes das linhagens foram plantadas em tubetes em bandejas de
isopor contendo o substrato plantimax com adubação tradicional em casa de
vegetação. Após 20 dias da semeadura as mudas foram transplantadas, num
espaçamento de 1,20 x 0,40 m, em uma proporção de três fêmeas para cada
macho, sendo transplantadas com diferença de oito dias, iniciado pela linhagem
fêmea. No campo foram delimitados quatro talhões com tamanho de 15,0 x 2,40
m cada. Dentro de cada talhão as flores foram marcadas com fio de lã, diferindo
a cor a cada dia da marcação, com intuito de obter frutos em diferentes estádios
de maturação correspondendo a idade de 30, 35, 40, 45, 50 e 55 dias de
desenvolvimento após a antese. Após cada uma destas datas, foram colhidos 40
frutos de cada estádio de desenvolvimento. Foram amostrados 16 frutos de cada
tratamento e, pesados, obtendo-se peso médio de frutos.
Os frutos permaneceram em repouso por um dia. As sementes foram
extraídas manualmente e colocadas para fermentar por dois dias sob temperatura
de 30°C, afim de eliminar a mucilagem envolvente. Após, foram lavadas com
água corrente, parte das sementes foi secada à sombra até reduzir para 10% a
umidade e a outra ainda úmida, foram submetidas as análises físicas,
fisiológicas, bioquímicas e sanitárias uitlizando das seguintes determinações:
27
Determinação do teor de água e matéria seca das sementes (%):
foram mensurados utilizando-se o método da estufa a 105ºC por 24 horas,
segundo as Regras para Análise de Sementes (Brasil, 1992). Foram colocados
aproximadamente seis gramas de sementes em cada recipiente, com duas
repetições para cada tratamento. Peso de 1000 sementes: da amostra de trabalho
de sementes secas foram contadas, aleatoriamente, oito repetições de 100
sementes cada, as quais pesadas, segundo as Regras para Análise de Sementes
(Brasil, 1992). Teste de Raio-X: foram utilizadas quatro repetições de 25 de
sementes para cada tratamento. Estas foram dispostas sobre fitas adesivas
transparentes de dupla face, aderida a uma placa de isopor. Em seguida, as
placas foram sobrepostas ao filme radiográfico Kodak, Min-R 2000 e expostas à
radiação utilizando o equipamento de raio-X Faxitron HP, modelo 43855A X.
As sementes foram submetidas à potência 45 KV por 25 segundos. Avaliou-se a
porcentagem de sementes cheias. Teste de germinação: foram utilizadas quatro
repetições de 50 sementes, por tratamento, em rolos de papel tipo “Germitest” à
temperatura de 25ºC. A quantidade de água adicionada foi de 2,5 vezes o peso
do papel, visando umedecimento adequado e uniformização do teste. As
contagens foram feitas no quarto e oitavo dia após a semeadura, sendo
computado o percentual de plântulas normais, segundo as Regras para Análise
de Sementes (Brasil, 1992). Primeira contagem: foi realizada no mesmo teste
de germinação computando-se o percentual de plântulas normais no quarto dia
após a semeadura. Teste de emergência: a semeadura foi realizada em bandejas
plásticas contendo, como substrato, solo e areia, na proporção 1:2. Foram
utilizadas quatro repetições de 50 sementes por tratamento e, após a semeadura,
as bandejas foram mantidas em câmara de crescimento vegetal, à temperatura de
25°C, em regime alternado de luz e escuro (12 horas). A contagem das plântulas
normais foi iniciada quando houve a emergência da primeira plântula,
realizando-se contagem diária até sua estabilização. O índice foi calculado
28
utilizando-se a fórmula de Maguirre (1962), e após 15 dias da semeadura
computou-se o percentual de plântulas normais estabelecidas. Teste de
condutividade elétrica: foi realizado o teste de massa com quatro repetições de
50 sementes por tratamento. As sementes foram pesadas com precisão de duas
casas decimais, e em seguida, colocadas em copos plásticos com 75mL de água
destilada. Após 24 horas de embebição sob temperatura de 25ºC, a
condutividade elétrica foi determinada com auxílio de um condutivímetro
Digimed modelo CD 21, com os resultados expressos em μS/cm/g, de acordo
com o método descrito por Vieira (1994). Teste de envelhecimento acelerado:
200 sementes da porção sementes secas foram colocadas sobre uma tela
adaptada em caixa tipo “gerbox”, contendo 40 mL de água destilada. A seguir as
caixas foram tampadas e transferidas para uma estufa incubadora, onde
permaneceram por 48 horas, à temperatura de 41°C e 100% de umidade relativa,
conforme metodologia descrita por Krzyzanowisk et al. (1991), após este
período as sementes foram submetidas ao teste de germinação, conforme
metodologia descrita para o teste. Teste de frio: este teste foi aplicado somente
nas sementes secas. Foram utilizadas caixas plásticas com uma mistura de areia
e terra (2:1), com quatro repetições de 50 sementes cada, sendo o substrato
umedecido para 70% da capacidade de campo. Em seguida estas caixas foram
colocadas em câmara previamente regulada a 10ºC, onde permaneceram durante
cinco dias. Após esse período, as caixas foram transferidas para uma sala de
germinação com temperatura de 25ºC, por cinco dias para a emergência das
plântulas. A avaliação foi realizada considerando somente as plântulas normais
(Krzyzanowski et al., 1999). Teste de sanidade: realizado apenas nas sementes
secas, utilizando-se do método do papel filtro (“Blotter test”) segundo as Regras
para Análise de Sementes, RAS (Brasil, 1992). Foram utilizadas oito repetições
de 25 sementes para cada tratamento. As placas foram mantidas em câmara de
incubação por um período de 7 dias, sob regime alternado de luz e escuro por 12
29
horas, a uma temperatura de 20°C. Decorrido este período, procedeu-se a
avaliação dos fungos, utilizando-se um microscópio esteroscópico. Eletroforese
de perfis isoenzimáticos: sementes secas e úmidas foram maceradas,
juntamente com polivinilpirrolidona e nitrogênio líquido, em cadinhos de
porcelana. Desse material foram pesados 100 mg, para análise de cada enzima,
colocado em eppendorf onde foram adicionados 250 μL de tampão de extração
(Tris HCL 0,2M, pH: 8,0) e 0,1% de β-mercaptaenol. Estes permaneceram
overnight e no dia seguinte foram centrifugados a 14000xg por 30 minutos, a
4°C. Do sobrenadante, foram retirados 50 μL com posterior aplicação em gel de
poliacrilamida 7,5% (gel separador) e 4,5% (gel concentrador). A corrida
eletroforética foi submetida à voltagem constante de 150 V por
aproximadamente seis horas. Após este período, os géis foram revelados para as
enzimas catalase, superóxido dismutase, esterase, lipoxigenase, utilizando
metodologia descrita por Alfenas (2006). Análise de proteínas resistentes ao
calor: sementes úmidas e secas foram maceradas em cadinhos na presença de
nitrogênio líquido, foi adicionado tampão de extração descrito por Alfenas
(1998), na proporção de 10 partes de tampão para 1 de amostra. As amostras
foram centrifugadas a 16.000xg por 30 minutos, a 4ºC. O sobrenadante foi
separado e incubado em banho-maria a 85ºC, por 10 minutos. Em, seguida
repetiu-se a centrifugação como descrito anteriormente, recolheu-se o
sobrenadante e procedeu-se à corrida eletroforética descrita por Alfenas (2006).
A coloração dos géis foi feita utilizando-se solução de Coomassie Blue 0,05%
por 12 horas e solução de ácido acético 10% para descoloração até visualização
das bandas, segundo Alfenas (1991). Extração da isocitrato liase: foi
determinada em cotilédones de pepino após seis dias de desenvolvimento. A
amostra foi preparada de acordo com a metodologia descrita por Martins et al.
(2000). A atividade enzimática foi obtida pela leitura de absorbância a 324 nm
em espectofotômetro. Delineamento experimental e análise estatística:
30
utilizou-se delineamento experimental inteiramente ao acaso com quatro
repetições, para o teste de frio, de envelhecimento acelerado e peso dos frutos e
de 1000 sementes e ainda em esquema fatorial (2x6) para as demais
determinações, constituindo o primeiro fator com sementes úmidas e secas, e o
segundo, os seis estádios de maturação do fruto. Para a análise dos dados foi
realizado estudo de regressão para o efeito quantitativo e teste de t a 5% para
comparação das médias, quando os efeitos qualitativos foram significativos.
Para os testes de Raio-X, sanidade, enzimas e proteína não foram realizadas
análises estatísticas dos dados.
31
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pelos resultados da análise de variância, verificou-se efeito significativo
para todos os parâmetros onde a análise estatística foi aplicada. Observa-se pelos
resultados da figura 1A que houve maior peso de frutos quando os mesmos
foram colhidos com idade de 45 dias após a antese, os quais possuíam coloração
verde claro esbranquiçado (Figura 2D), coincidindo também com a maior
quantidade de matéria seca acumulada (Figura 1B). Observa-se ainda que as
sementes neste estádio de maturação continham 33% de água (Figura 1B),
quantidade considerada elevada havendo a necessidade de passar pelo processo
de secagem para evitar possível fermentação, e formação de produtos que
acarretem danos imediatos conforme descrito por Marcos Filho et al., (2005).
Verifica-se também nessa figura que nas sementes que foram colhidas aos 30
dias após a antese o teor de água estava próximo de 70% e o acúmulo de matéria
seca estava ainda bastante baixo (30%).
Com relação ao peso de mil sementes (Figura 1C) verificou-se melhor
desempenho entre os estádios de 45 e 50 dias, coincidindo com os maiores
valores de peso de fruto.
Para visualização da estrutura interna das sementes, por meio do teste de
raio X, o teor de água foi reduzido para próximo de 10%, segundo Simak
(1991), a umidade das sementes influencia a densidade ótica, ou seja, quanto
menor a umidade das sementes, maior a densidade ótica, o que possibilita uma
maior diferenciação das estruturas das sementes visualizadas nas radiografias.
Observa-se pelos resultados da Figura 3 que as sementes colhidas aos 30 e 35
dias não estavam totalmente formadas, sendo contabilizadas respectivamente 35
e 73% de sementes totalmente cheias. Associando estes resultados com as
características fisiológicas avaliadas pelo teste de germinação, observa-se que
houve uma relação direta, pois as sementes destes estádios germinaram 38 e
32
88% respectivamente (Tabela 1). Para os outros estádios de maturação, as
imagens se apresentaram uniformes e semelhantes entre os tratamentos,
verificando completo preenchimento interno, permitindo a afirmação de que há
estreita relação entre o teste de germinação e análise de imagem pelo teste de
raio X, pois as sementes destes estágios germinaram quase totalmente (Tabela
1).
Para a avaliação da porcentagem de germinação em diferentes estádios
de maturação, foi ajustado curva de tendência, polinomial de segunda ordem
(Figura 4A) em sementes seca, constatado intervalo ótimo com 100% de
germinação, entre os estádios de 41 e 53 dias para as sementes secas.
Com relação aos resultados de germinação, assim também de vigor para
índice de velocidade de emergência, condutividade elétrica e primeira contagem
de germinação (Tabela 1), ao comparar o desempenho entre sementes úmidas e
secas, dentro de cada estádio de maturação foi observado de uma maneira geral
menores valores quando as sementes estavam úmidas principalmente nos
estádios mais jovens. Dessa maneira, supõem-se a existência de algum tipo de
dormência, reduzindo-se ao atingir à maturidade fisiológica e eliminada após a
secagem para todos os estádios de maturação. Barbedo et al. (1999) também
verificaram em seus estudos, com sementes de pepino armazenadas, algum
problema com a germinação inicial ao comparar com a porcentagem de
germinação do segundo mês de armazenamento, suspeitando-se de uma possível
dormência.
Pelos resultados da figura 4B referente aos testes de envelhecimento e
de frio e da figura 5 referentes aos testes de primeira contagem de germinação
(figura 5A), condutividade elétrica (figura 5B), índice de velocidade de
emergência (figura 5C) e estande final (figura 5D), na análise de desdobramento
dos estádios de maturação dentre as sementes após a secagem, observa-se que de
uma maneira geral os melhores resultados foram obtidos com as sementes
33
colhidas entre 45 e 50 dias, com exceção para IVE e estande final, onde os
melhores índices ocorreram para as sementes colhidas com 55 dias. Estes
resultados de certa forma corrobora com os resultados obtidos por Barbedo et al.
(1997), que ao trabalharem com sementes de pepino também verificaram um
aumento crescente das características de vigor até os 40 dias, estabilizando-se
aos 45.
Na avaliação sanitária do material foi detectado a presença de fungos de
importância econômica, tais como Aspergillus spp, Penicillium spp, e Fusarium
spp (Figura 6). Os dois primeiros são classificados como fungo de
armazenamento, e o terceiro como fungo de campo. Alguns autores relatam que
o patógeno incide na pós-colheita (Ito et al., 1992), e outros afirmam que sua
incidência é ocasionada no campo principalmente com o atraso da colheita
(Pereira et al., 1994; Rossetto et al., 2003). No caso em questão, há concordância
com esta última afirmação, pois verifica-se que a alta incidência de Fusarium
ocorreu nas sementes que foram colhidas aos 55 dias após a antese. Após a
secagem das sementes verificou-se que houve redução da incidência de todos os
patógenos detectados. No entanto, é preocupante a redução pouco expressiva do
Fusarium para o estádio de 55 dias onde houve maior incidência do patógeno.
Sabe-se que este patógeno ocasiona murcha, e podridões de plântulas, o que
resultaria em elevadas perdas em condições de campo, uma vez que o percentual
de incidência reduziu de 72 para 47%.
A qualidade sanitária da semente está ligada diretamente com o
potencial germinativo e seu vigor. Associando esta característica com as
características fisiológicas, verifica-se que há concordância nos resultados,
ocorrendo redução da qualidade fisiológica a partir de determinado ponto,
culminando com a idade mais avançada das sementes.
Com relação às proteínas LEA (Figura 7A), verificou-se aparecimento
de banda a partir da idade de 35 dias após a antese, como também é notório o
34
maior espessamento da mesma na medida em que avançou com os estádios de
maturação, predominando maior atividade nos estádios de 45 e 50 dias. É
importante ressaltar que esta espécie em estudo é classificada como sementes
ortodoxas, ou seja, possuem mecanismo de tolerância à dessecação. As proteínas
LEA são formadas no final do desenvolvimento, o que permite inferir, com
maior precisão, o estádio adequado de colheita, já que sementes de hortaliças são
comercializadas com baixa umidade, em torno de 7 a 9%, havendo a necessidade
de secagem, principalmente no caso em questão, pois essas são provenientes de
frutos carnosos, as quais foram colhidas com teor de água em torno de 35%.
Mecanismos de defesa são de extrema importância para conservação da
qualidade fisiológica. A superóxido dismutase é a primeira dessa linha. Anulam
o ataque de formas reativas do oxigênio, catalisando a reação dos superóxidos
(O2-), convertendo-o em peróxido de hidrogênio (H
2
O
2)
. Em seguida, a atuação
da catalase, impede a formação de outros compostos reativos que poderiam ser
formados a partir do produto da primeira reação, portanto converte o peróxido
de hidrogênio em água e oxigênio, ou seja, em espécies não reativas.
Diante disso, para o mecanismo estar de acordo e em ótima
funcionalidade, essas duas enzimas devem possuir comportamentos
semelhantes, já que uma termina o trabalho da outra. Contudo se nota atividade
análoga, consequentemente, complementar. Nos géis de poliacrilamida foi
observado, para ambas (Figura 7B e 7D), aumento de atividade até aos 40 dias
de idade. Uma suposição para este fato é que ao passar pelo processo de
secagem, sendo este considerado um fator de estresse, e ainda, devido à baixa
atividade das proteínas LEA, compreendido neste mesmo intervalo, ativa a
formação de radicais livres, devido à intolerância à dessecação, ou seja,
imaturidade das sementes, já que as proteínas LEA são formadas no final do seu
desenvolvimento.
35
Silva (2006) verificou o mesmo em seu trabalho. Este autor ao estudar a
atividade da catalase em sementes de soja em diferentes estádios de maturação,
observou redução decrescente da atividade devido à aquisição da tolerância à
dessecação, uma vez que também constatou menores valores de condutividade e
maiores valores de germinação.
Além das enzimas protetoras, existem as enzimas deteriorativas. Dentre
elas, a lipoxigenase, a qual apresentou maior atividade até os 40 dias de
desenvolvimento, principalmente nas sementes úmidas (Figura 7E). Isso se deve
a formação incompleta do complexo bioquímico enzimático de proteção, devido
à colheita antecipada do ponto de maturidade fisiológica. Esta enzima oxida
ácido graxo insaturado promovendo desestabilização do sistema de membrana,
além de liberar hidroperóxido da reação, os quais são radicais livres, prejudiciais
às sementes.
A esterase é outra enzima participante desse grupo, a qual promove
hidrólise de ésteres, onde essas reações estão ligadas diretamente com o
metabolismo de lipídios, a exemplo têm-se os fosfolipídios de membrana. Com
isso, promove a desestabilização da bicamada lipídica acentuando o processo de
deterioração.
Ainda para a esterase foi verificado maior atividade nas sementes
úmidas para todos os estádios, contudo mais acentuada nos dois primeiros e no
último, em ambos os tipos de sementes, secas e úmidas, 30, 35 e 55 dias,
respectivamente (Figura 7C). Nos dois primeiros estádios mais jovens, justifica-
se devido à imaturidade das sementes, o mesmo comentado para a lipoxigenase.
Já para a idade mais avançada, fica evidente a presença do processo
deteriorativo, devido à elevada porcentagem de frutos podres.
A maior atividade em sementes úmidas, para todos os estádios de
maturação, tanto para a lipoxigenase quanto para a esterase, foi devido ao
aumento do metabolismo permitindo o ataque dessas enzimas, avançando no
36
processo de deterioração. Isto pode ser visto no teste de condutividade elétrica,
já que essas atuam no sistema de membrana, promovendo desestruturação e
extravasamento celular. Santos et al. (2005) ao estudarem a atividade da esterase
em sementes de feijão armazenadas, verificaram aumento da atividade com o
passar do tempo, devido o avanço no grau de deterioração.
A isocitrato liase é uma enzima participante do ciclo do glioxilato,
pertencente ao metabolismo de lipídios. Segundo Sant’anna (2005), sementes de
abóbora possuem alto teor de lipídios (28,80 g%), sendo este a base do material
de reserva para o processo germinativo. O pepino por pertencer à mesma família
das abóboras, supõe-se elevada similaridade, inclusive de suas reservas.
Para tanto, bem como citado por Martins et al. (2000), os resultados
evidenciam que a alta atividade da isocitrato liase está associada a sementes
mais vigorosas, pois foram verificados valores crescentes a partir da idade de 40
dias atingindo valor máximo aos 45, resultados próximos dos obtidos pelos
testes de vigor utilizados (Figura 8).
O que se tem verificado na literatura à respeito de maturação de
sementes são resultados discordantes mesmo dentro de uma mesma espécie,
devido às diferentes cultivares estudadas, bem como diferentes locais de
produção e tratos culturais.
37
6 CONCLUSÕES
Maior acúmulo de matéria seca e melhor qualidade fisiológica das
sementes de pepino da cultivar híbrida Ômega são obtidos aos 45 e 50 dias após
a antese e quando os frutos apresentaram coloração verde esbranquiçado.
Ocorre maior atividade de proteínas LEAs em sementes de pepino
colhidas nos estádios de 45 e 50 dias.
O teste de raio X foi eficiente para distinção e classificação dos estádios
de maturação em sementes de pepino.
As atividades das enzimas superóxido dismutase, catalase, lipoxigenase,
isocitrato liase, confirmam os resultados dos testes de avaliação fisiológica.
38
7 TABELA E FIGURAS
FIGURA 1 Peso de fruto (A), teor de água nas sementes (B) e peso de 1000
sementes (C) de pepino colhidos em diferentes estádios de
maturação (dias após antese).
y = -0,8886x
2
+ 79,626x - 1181,5
= 0,8038
0
100
200
300
400
500
600
700
25 30 35 40 45 50 55 60
peso de fruto (grs)
estádios de maturação
y = 0,1179x
2
- 10, 984x + 288, 83
= 0,949
y = -0,1179x
2
+ 10,984x - 188,83
R² = 0,949
0
10
20
30
40
50
60
70
80
25 30 35 40 45 50 55 60
estádios de maturação
Teor de água matéria seca
y = -0,0064x
2
+ 0,5921x - 10,151
R² = 0,9943
1
2
2
3
3
4
4
25 30 35 40 45 50 55 60
peso de 1000 sementes
esdios de maturação
(A)
(B)
(C)
39
FIGURA 2 Estádios de maturação de fruto de pepino 30 (A), 35 (B), 40 (C), 45
(D), 50 (E)e 55 (F) em dias após a antese. Os números abaixo
representam acúmulo de matéria seca nas sementes (valores em
porcentagem).
FIGURA 3 Imagem interna de sementes de pepino, pelo teste de raio
X,em diferentes idades de maturação. (A) 30, (B) 35, (C)
40, (D) 45 e (E) 50 e (F) 55 dias após a antese.
A B C D E F
32 56 63 65 65 60
A
D
E
F
CB
40
FIGURA 4 Porcentagem de germinação (A) em sementes seca e úmidas,
envelhecimento acelerado (B) e teste de frio (B) de sementes de
pepino colhidas em diferentes estádios de maturação (dias após
antese).
(B)
y = - 368,65 + 20,23x - 0,215x
2
R
2
= 0,906
y = - 367,98 + 18,40x - 0,1878x
2
R
2
= 0,8234
0
20
40
60
80
100
120
25 30 35 40 45 50 55
Germinão (%)
esdios de maturação
Seca
Ú
mida
(A)
y = -0,2004x
2
+ 19,165x - 354,24
R² = 0,8894
y = -0,058x
2
+ 6,1359x - 116,3
R² = 0,9539
0
20
40
60
80
100
120
25 30 35 40 45 50 55 60
Germinão (%)
estádios de maturação
envelhecimento acelerado teste de frio
(B)
41
FIGURA 5 Primeira contagem de germinação (A) e condutividade elétrica
(B), de sementes úmidas e secas, e índice de velocidade de
emergência (IVE) (C) e estande final (D), de sementes de pepino
colhidas em diferentes estádios de maturação (dias após antese).
y = 24,298 - 1,3186x + 0,0218x
2
R
2
= 0,9876
y = - 488,86 + 25,01x - 0,2624x
2
R
2
= 0,967
0
20
40
60
80
100
120
25 30 35 40 45 50 55
Primeira contagem de
germinação (%)
estádios de maturação
Úmida seca
y = 47,194 - 20,079x + 0,2157x
2
R
2
= 0,8911
y =536,34 - 22,73x+ 0,2438x
2
R
2
= 0,8495
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
25 30 35 40 45 50 55
Condutividade elétrica (μS/cm/g)
estádios de maturação
Ú
mida seca
y = -0,0071x
2
+ 0,8681x - 17,852
R
2
= 0,9042
semente seca
0
2
4
6
8
10
25 30 35 40 45 50 55 60
estádios de maturação
IV
E
y = -0,0696x
2
+ 8,1339x - 155,57
R
2
= 0,8851
semente seca
0
20
40
60
80
25 30 35 40 45 50 55 60
esdios de maturação
estande (%)
(A) (B)
(D) (C)
42
FIGURA 6 Incidência de Aspergillus spp, Penicillium spp e Fusarium spp
em sementes úmidas e secas de pepino, colhidas em diferentes
estádios de maturação (dias após antese).
FIGURA 7 Atividade enzimática da proteína LEA (A), superóxido dismutase,
esterase (C), catalase (D) e lipoxigenase (E), em sementes úmidas
(U) e secas (S) de pepino, colhidas em diferentes estádios de
maturação (dias após antese).
U S
30
55 50
40
35 45
US
U S USU S U S
U S
30
55 50
40
35 45
US
U S USU S U S US
30
55 50
40
35 45
U S
US U S USUS
US
30
55 50
40
35 45
U S
US U S USUS
U S U S U S U S U SU S
30
55
50 45 40 35
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
Sementesúmida
0
20
40
60
80
A
s
pe
r
g
i
l
l
u
s
P
e
nicill
i
um
Fusa
r
ium
Inc i dên c ia (% )
30 35 40 45 50 55
0
20
40
60
80
Aspe rgillus Penicillium Fusar ium
Incidência(%)
Sementesseca
30
35
40
43
FIGURA 8 Atividade enzimática da isocitrato liase em sementes de pepino
colhidas em diferentes estádios de maturação (dias após antese).
TABELA 1 Resultados médios de Germinação (G), primeira contagem da
germinação em porcentagem (PCG), índice de velocidade de
emergência (IVE) e condutividade elétrica (CE) de sementes
úmidas e secas de pepino colhidas em diferentes estádios de
maturação (dias após antese).
*Mesma letra na linha, as médias não diferem entre si pelo teste de t, a 5% de probabilidade.
Estádio
G PCG IVE CE
úmida seca úmida seca úmida seca úmida Seca
30 23 b 38 a 4 b 21 a 1,4 a 1,1 a 70,9 b 82,2 a
35 40 b 88 a 6 b 71 a 0,7 b 4,9 a 20,0 a 19,0 a
40 52 b 99 a 6 b 98 a 1,0 b 5,9 a 14,1 a 15,8 a
45 93 a 100 a 10 b 100 a 1,0 b 6,1 a 11,6 a 12,5 a
50 95 a 100 a 12 b 100 a 1,3 b 6,9 a 10,8 a 12,5 a
55 67 b 99 a 18 b 98 a 0,5 b 8,9 a 16,2 a 14,9 a
CV (%) 9,93 12,54 20,89 14,07
0,200
0,400
25 30 35 40 45 50 55
estádio de maturão
isocitrato liase (Abs)
44
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALFENAS, A.C.; PETRES, I.; BRUCE, W.; PASSADOS, G.C. Eletroforese de
proteínas e isoenzimas de fungos e essências florestais. Viçosa, MG: UFV,
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48
ARTIGO 2
DESEMPENHO DURANTE O ARMAZENAMENTO DE SEMENTES DE
PEPINO SUBMETIDAS A DIFERENTES MÉTODOS DE SECAGEM
O artigo 2 será transcrito no formato do Periódico Revista Brasileira de
Sementes e encaminhado para submissão.
49
Secagem e armazenamento de sementes de pepino
DESEMPENHO DURANTE O ARMAZENAMENTO DE SEMENTES DE
PEPINO SUBMETIDAS A DIFERENTES MÉTODOS DE SECAGEM
1 RESUMO
A secagem de sementes de pepino é etapa obrigatória no seu
beneficiamento, bem como o armazenamento para conquistar mercados
competitivos e melhores oportunidades de preços. Portanto, o objetivo com este
trabalho foi o de avaliar o desempenho fisiológico e bioquímico durante a
secagem e armazenamento de sementes de pepino. A cultivar utilizada foi o
híbrido de pepino Ômega comercializado pela Agristar Ltda. Os frutos foram
colhidos aos 45 dias após a antese e as sementes foram extraídas mecanicamente
e colocadas para fermentar por dois dias sob temperatura ambiente para eliminar
a mucilagem envolvente. Após, foram lavadas em água corrente e secadas em
temperatura ambiente, 35ºC e 45ºC até atingir 7% de umidade. As sementes
foram embaladas em sacos de papel multifoliado e armazenadas em condições
de ambiente não controlado. As avaliações da qualidade foram realizadas aos 0,
3, 6, 9 e 12 meses pelos parâmetros: teor de água, teste de germinação, primeira
contagem, condutividade elétrica, índice de velocidade de emergência e estande
final. Avaliou-se também as atividades enzimáticas da superóxido dismutase,
catalase, esterase, lipoxigenase, isocitrato liase e proteína LEA, e por fim o teste
de sanidade. A secagem de sementes de pepino, em temperatura ambiente, e a 35
ºC resulta em sementes de melhor qualidade. Ocorre redução da qualidade das
sementes e da atividade da proteína LEA a partir de seis meses de
armazenamento, independente do método de secagem. As atividades das
enzimas superóxido dismutase, catalase, lipoxigenase, isocitrato liase,
confirmam os resultados dos testes utilizados na avaliação fisiológica.
Termos para indexação: Cucumis sativus, qualidade fisiológica, eletroforese.
50
Drying and storage of cucumber seeds
PHYSIOLOGIC AND BIOCHEMICAL PERFORMANCE DURING THE
MATURING, DRYING AND STORAGE OF SEEDS OF CUCUMBER.
2 ABSTRACT
The drying of seeds of cucumber is a compulsory stage in his
improvement, as well as the storage to conquer competitive markets and better
opportunities of prices. So the objective with this work valued the physiologic
and biochemical performance during the drying and storage of seeds of
cucumber. Cultivating used was the hybrid of cucumber Ômega marketed by the
Agristar Ltda. The seeds were washed and you dry to the ambient temperature,
35ºC and 45ºC, following the storage in conditions ambient. The physiologic
quality was valued through the tenor of water, test of germination, first counting,
conductivity electric, rate of speed of emergence and final stand. Also there was
done sanitary analysis, evaluation of the activity of ezymes from the superoxide
dismutase, catalase, esterase, lipoxigenase, isocitrato liase and LEA protein, and
finally the analysis of images through ray X. The drying of seeds of cucumber,
in ambient temperature, and to 35 ºC turns in seeds of better quality. LEA takes
place reduction of the quality of the seeds and of the activity of the protein from
six months of storage independent of the method of drying. The activities of the
enzymes superoxide dismutase, catalase, lipoxigenase, isocitrato liase, confirm
the results of the tests of physiologic evaluation.
Index terms: Cucumis sativus, quality physiology, electrophoresis.
51
3 INTRODUÇÃO
Atualmente as hortaliças têm ocupado maior espaço nas mesas dos
brasileiros. Dessa forma, comercializar este alimento tem se tornado uma
atividade altamente lucrativa e, portanto um negócio importantíssimo na
economia agrícola. Apesar do pequeno índice de consumo, da ordem de 40 Kg
per capto/ano, há expectativa de duplicação deste índice para os próximos anos
(Diniz, 2005), o que justifica a necessidade de aumentar a produção de
sementes.
Para a obtenção do produto com qualidade, dentre outros fatores, é
necessário uma população adequada e uniforme de plantas no campo.
Entretanto, o sucesso está condicionado à utilização de sementes de boa
qualidade. Esta característica é o somatório dos atributos genéticos, físicos,
fisiológicos e sanitários que afetam a sua capacidade de originar plantas de alta
produtividade (Popinigis, 1985). Atualmente se reconhece que o vigor
compreende um conjunto de características que determinam o potencial
fisiológico, o qual é influenciado pelas condições de ambiente e manejo durante
as etapas de pré e pós-colheita (Marcos Filho et al., 1987).
O pepino por ser um fruto carnoso, as sementes no momento da colheita
se encontram com umidade consideravelmente elevada. É sabido que não se
deve retardar o processo de secagem dessas sementes devido aos efeitos de uma
possível fermentação, cujos produtos desse processo podem acarretar danos
imediatos. Portanto a secagem de suas sementes constitui-se uma das etapas
importante no final do processamento.
Christ et al. (1997) relata que a temperatura que danifica uma semente
pode variar de acordo com a espécie e o seu teor de água inicial. Desta forma,
Toledo & Marcos Filho (1977) recomendam para um teor de água em sementes
acima de 18% base úmida (bu), que a temperatura máxima de secagem seja de
52
32 °C, teor entre 10 e 18% (bu) a temperatura é de 38 °C, e quando for inferior a
10% (bu) é de 43 °C.
Os primeiros danos de secagem estão relacionados com a ruptura da
membrana com posterior aumento da condutividade elétrica e lixiviação de
acúcares (Chen & Burris, 1990). Roberts (1981) relata que a maioria dos
sistemas subcelulares das sementes, incluindo os genes podem ser danificados
por este processo, principalmente quando o processo for executado de forma
errônea sem levar em consideração o teor de água inicial, a temperatura, o
método de secagem e a velocidade do processo. A secagem rápida danifica o
sistema de membrana, sendo necessário mais tempo para os reparos de
reidratação.
O agronegócio sementes de olerícolas é um setor de grande
rentabilidade, principalmente de sementes híbridas devido ao custo elevado
inserido no processo de produção. Utilizar de mecanismos para manter estoque
regulador é a melhor opção para conseguir melhores preços de mercado. Sendo
assim o armazenamento torna-se uma etapa de grande importância no programa
de produção de sementes. No entanto, as condições de armazenamento, como
temperatura e umidade, o genótipo da espécie e a qualidade inicial das sementes
podem influenciar na sua longevidade.
A preservação da qualidade das sementes por um maior período de
tempo é de suma importância, principalmente nos casos de sementes de elevado
valor comercial, como as sementes de hortaliças (Thomazelli et al., 1992). No
entanto, cada espécie possui longevidade variada dependendo de sua
constituição genética e das condições ambientais em que ela se encontra, além
da qualidade inicial da mesma (Caneppele et al., 1995).
De acordo com Pereira et al. (1994), a principal preocupação durante o
período de armazenamento é a preservação da qualidade das sementes,
minimizando a velocidade do processo de deterioração pois, segundo Delouche
53
& Baskin (1973), a queda da qualidade das sementes no armazenamento é um
dos sintomas do processo de deterioração das sementes. Este processo é
influenciado pelas condições fisiológicas iniciais das sementes, pela localização
e severidade dos danos físicos, pelas condições do armazenamento (umidade e
temperatura), pelo tipo e a incidência de patógenos e pela atuação conjunta
desses fatores podendo proporcionar diferenças de comportamento entre lotes de
sementes armazenadas.
Atualmente são escassos estudos na literatura em relação à secagem e
armazenamento de sementes olerícolas, comumente são informações já
estudadas e detidas por parte das empresas produtoras de sementes.
Para tanto, nesta pesquisa teve como objetivo avaliar o efeito da
secagem sobre qualidade das sementes de pepino ao longo do armazenamento.
54
4 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado na Hortiagro (empresa produtora de
sementes de hortaliças), localizada próxima à cidade de Ijaci-MG e no
Laboratório Central de Sementes da Universidade Federal de Lavras (UFLA) no
período de fevereiro de 2007 a julho de 2008.
O cultivar utilizado foi o híbrido de pepino Ômega, tipo caipira,
comercializada pela Agristar do Brasil Ltda., uma espécie com ciclo de 50-60
dias, planta vigorosa e ginoica.
As sementes das linhagens foram plantadas em tubetes em bandejas de
isopor contendo o substrato plantimax com adubação tradicional em casa de
vegetação. Após 20 dias da semeadura as mudas foram transplantadas, num
espaçamento de 1,20 x 0,40 m, em uma proporção de três fêmeas para cada
macho, sendo transplantadas com diferença de oito dias, iniciado pela linhagem
fêmea.
Os frutos de pepino foram colhidos aos 45 dias após a antese e
permaneceram em repouso por um dia. As sementes foram extraídas
mecanicamente e colocadas para fermentar por dois dias sob temperatura
ambiente, afim de eliminar a mucilagem envolvente. Após, foram lavadas com
água corrente. As sementes foram submetidas a diferentes temperaturas de
secagem, correspondendo à secagem à sombra sob mesa com circulação de ar
forçado, e as duas secagens artificiais utilizando protótipo de secador
construídos de acordo com Navratil & Burris (1982), com temperaturas de 35 e
45°C, até que se atingisse aproximadamente 7% de umidade. Cada tratamento
foi dividido em cinco partes para serem embaladas em saco de papel
multifoliado e, armazenadas sob condições não controladas por período de um
ano, e sua qualidade fisica, fisológica, bioquímica e sanitária foi avaliada a cada
três meses, utilizandos os seguintes parâmetros:
55
Determinação do teor de água: foram mensurados utilizando-se o
método da estufa a 105ºC por 24 horas, segundo as Regras para Análise de
Sementes (Brasil, 1992). Foram colocados aproximadamente seis gramas de
sementes em cada recipiente, com duas repetições para cada tratamento. Teste
de germinação: foram utilizadas quatro repetições de 50 sementes, por
tratamento, em rolos de papel tipo “Germitest” à temperatura de 25ºC. A
quantidade de água adicionada foi de 2,5 vezes o peso do papel, visando
umedecimento adequado e uniformização do teste. As contagens foram feitas no
quarto e oitavo dia após a semeadura, sendo computado o percentual de
plântulas normais, segundo as Regras para Análise de Sementes (Brasil, 1992).
Primeira contagem: foi realizada no mesmo teste de germinação computando-
se o percentual de plântulas normais no quarto dia após a semeadura. Teste de
emrgência: a semeadura foi realizada em bandejas plásticas contendo, como
substrato, solo e areia, na proporção 1:2. Foram utilizadas quatro repetições de
50 sementes por tratamento e, após a semeadura, as bandejas foram mantidas em
câmara de crescimento vegetal, à temperatura de 25°C, em regime alternado de
luz e escuro (12 horas). A contagem das plântulas foi iniciada quando houve a
emergência da primeira plântula, realizando-se contagem diária até sua
estabilização. O índice foi calculado utilizando-se a fórmula de Maguirre (1962).
O estande final foi obtido aos 15 dias após a semeadura, computando-se a
porcentagem de plântulas normais emergidas. Condutividade elétrica: foi
realizado o teste de massa com quatro repetições de 50 sementes por tratamento.
As sementes foram pesadas com precisão de duas casas decimais, e em seguida,
colocadas em copos plásticos com 75mL de água destilada. Após 24 horas de
embebição sob temperatura de 25ºC, a condutividade elétrica foi determinada
com auxílio de um condutivímetro Digimed modelo CD 21, com os resultados
expressos em μS/cm/g, de acordo com o método descrito por Vieira (1994).
Sanidade: Utilizou-se do método do papel filtro (“Blotter test”) segundo as
56
Regras para Análise de Sementes, RAS (Brasil, 1992). Foram analisadas oito
repetições de 25 sementes para cada tratamento. As placas foram mantidas em
câmara de incubação por um período de 7 dias, sob regime alternado de luz e
escuro por 12horas, a uma temperatura de 20°C. Decorrido este período,
procedeu-se a avaliação dos fungos, utilizando-se um microscópio
esteroscópico. Eletroforese dos perfis isoenzimaticos: As sementes de cada
época de armazenamento foram maceradas, juntamente com polivinilpirrolidona
e nitrogênio líquido, em cadinhos de porcelana. Desse material foram pesados
100 mg, para análise de cada enzima, colocado em eppendorf onde foram
adicionados 250 μL de tampão de extração (Tris HCL 0,2M, pH: 8,0) e 0,1% de
β-mercaptaenol. Estes permaneceram overnight e no dia seguinte foram
centrifugados a 14000xg por 30 minutos, a 4°C. Do sobrenadante, foram
retirados 50 μL com posterior aplicação em gel de poliacrilamida 7,5% (gel
separador) e 4,5% (gel concentrador). A corrida eletroforética foi submetida à
voltagem constante de 150 V por aproximadamente seis horas. Após este
período, os géis foram revelados para as enzimas catalase, superóxido
dismutase, esterase, lipoxigenase, seguindo metodologia descrita por Alfenas
(2006). Análise de proteínas resistentes ao calor: As sementes foram
maceradas em cadinhos na presença de nitrogênio líquido, foi adicionado
tampão de extração descrito por Alfenas (1998), na proporção de 10 partes de
tampão para 1 de amostra. As amostras foram centrifugadas a 16.000xg por 30
minutos, a 4ºC. O sobrenadante foi separado e incubado em banho-maria a 85ºC,
por 10 minutos. Em seguida repetiu-se a centrifugação como descrito
anteriormente, recolheu-se o sobrenadante e procedeu-se à corrida eletroforética
conforme metodologia descrita por Alfenas (2006). A coloração dos géis foi
feita utilizando-se solução de Coomassie Blue 0,05% por 12 horas e solução de
ácido acético 10% para descoloração até visualização das bandas, conforme
metodologia descrita por Alfenas (1991). Extração da isocitrato liase: foi
57
determinada em cotilédones de pepino após seis dias de desenvolvimento. A
amostra foi preparada de acordo com a metodologia descrita por Martins et al.
(2000). A atividade enzimática foi obtida pela leitura de absorbância a 324 nm
em espectofotômetro. Delineamento experimental e análise estatística:
utilizou-se delineamento experimental inteiramente casualizado com quatro
repetições, arranjados em esquema fatorial (3x5), constituindo o primeiro fator
com temperaturas de secagem das sementes (temperatura ambiente, 35°C e
45°C), e no segundo, os cinco períodos de armazenamento (0, 3, 6, 9 e 12
meses). Para os testes de sanidade, eletroforese dos perfis isoenzimaticos e
quantificação de proteína não foram realizadas análises estatísticas dos dados.
Para a análise dos dados foi realizado estudo de regressão para o efeito
quantitativo e teste de Tukey a 5% para comparação das médias, quando os
efeitos qualitativos foram significativos.
58
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pelos resultados da Figura 1 verifica-se aumento gradativo e uniforme
do teor de água em todos os tratamentos armazenados. Portanto, de acordo com
os dados climatológicos coletados, verifica-se que a partir do mês de agosto
houve um pequeno aumento da umidade relativa do ar no local de
armazenamento das sementes (Figura 2). Sem dúvida, há uma grande influência
da umidade relativa do ar sobre a umidade das sementes, principalmente devido
ao efeito da higroscopicidade, ou seja, a semente tende a entrar em equilíbrio
com o ambiente e este fator é favorecido pelo fato de que elas foram
armazenadas com um baixo teor de água (7%) e em embalagem permeável. O
mesmo foi verificado por Caneppele et al. (1995) em sementes de cebola ao
armazená-las em diferentes embalagens verificando maior incremento de água
naquelas armazenadas em embalagens permeáveis.
De maneira geral o efeito da secagem não teve influência sobre a
qualidade das sementes de pepino ao longo do armazenamento para a maioria
das características avaliadas. Observa-se pelos dados da porcentagem da
germinação (Figura 3) que houve efeito significativo somente para a época de
armazenamento. Pode-se verificar que até aproximadamente os quatro meses de
armazenamento houve pequeno incremento da porcentagem de sementes
germinadas com posterior redução gradativa até os doze meses de
armazenamento, embora permanecendo com alto percentual de germinação
(94%). Nascimento (2002) ao estudar o efeito do condicionamento osmótico em
sementes de melão ao longo do armazenamento, por período de 24 meses,
verificou redução da qualidade em ambos os tratamentos. No início do
armazenamento as sementes condicionadas e não condicionadas apresentavam
90 e 94% de germinação, e no final com 30 e 78%, respectivamente.
59
Com relação ao vigor, para todas as variáveis, houve comportamento
semelhante ao ocorrido com a porcentagem de germinação. Na primeira
contagem de germinação (Figura 4A), realizada no quarto dia após a semeadura,
verificou-se efeito significativo apenas para época de armazenamento das
sementes. Observa-se que após, aproximadamente, quatro meses de
armazenamento das sementes, houve queda gradativa na porcentagem de
germinação até o final do armazenamento. No início do armazenamento, a
porcentagem de germinação na primeira contagem do teste era de próximo de
100%, no entanto, aos 12 meses essa porcentagem reduziu para 87. De acordo
com Camargo (2008), ao trabalhar com armazenamento de sementes de milho
doce verificou redução da porcentagem de germinação de primeira contagem,
em sementes embaladas em papel e armazenadas em ambiente natural, a partir
dos seis meses de armazenamento, ocorrendo efeito acentuado ao final do
armazenamento, 18 meses.
Ao analisar os dados do teste de condutividade elétrica, evidenciou-se
significância para os efeitos individuais da época de armazenamento e das
diferentes temperaturas de secagem (Tabela 1). Observa-se efeito significativo
apenas na época de nove meses de armazenamento, onde foi possível a distinção
das temperaturas de secagem. Ocorreu destaque para as sementes secadas ao
ambiente a qual não diferiu estatisticamente das sementes secadas à temperatura
de 35ºC, representando uma melhor reorganização no sistema de membranas
após a embebição durante o processo de germinação. Isto se deve ao tempo
gasto, na secagem, para atingir teor de água de aproximadamente 7%. As
sementes secadas à temperatura ambiente atingiram este teor em um período de
24 horas. Já para sementes secas a temperatura de 35 e 45°C foram gastos seis e
quatro horas, respectivamente. Por isso, durante um processo de secagem mais
rápido, com temperatura mais elevada pode ter ocorrido algum dano nos
sistemas de membrana, diminuindo a capacidade de restabelecimento da
60
organização das membranas celulares durante a embebição, e conseqüentemente,
liberando maior quantidade de solutos para o meio exterior. De acordo com
Christ et al. (1997), quanto maior for a temperatura, maior será a velocidade de
secagem e consequentemente maiores serão os danos ocorridos.
Na Figura 4B, verifica-se menor lixiviação de solutos até
aproximadamente o terceiro mês de armazenamento. Os resultados obtidos por
este teste evidenciam aumento progressivo das leituras com o decorrer do
período de armazenamento, indicando deterioração dos sistemas de membrana,
diminuindo a velocidade de reestruturação das mesmas, com conseqüente perda
do vigor ao longo do armazenamento, conforme relatado por Marcos Filho
(2005). Além disso, segundo Santos et al. (2005), a exsudação dos constituintes
celurares está diretamente associada com a perda de vigor, e que, além da causa
citada por Marcos Filho (2005), pode haver descompartimentalização dos
constituintes celulares podendo constituir excelente substrato para o
desenvolvimento de microrganismos. Este mesmo autor, trabalhando com
variedades de sementes de feijão, verificou o mesmo comportamento ao longo
do armazenamento para os diversos materiais.
Torres (2005) ao avaliar a qualidade de sementes de melancia
armazenadas, condições ambiente e câmara fria, por um período de 12 meses,
verificou aumento nas leituras da condutividade elétrica a partir do oitavo mês,
destacando o processo deteriorativo.
Observa-se pelos resultados do teste de condutividade bastante coerência
com os resultados do teste de germinação e primeira contagem de germinação,
ou seja, na medida que aumentou a lixiviação houve redução no percentual de
plântulas normais.
De acordo com o índice de velocidade de emergência foi constatado a
ocorrência de efeito significativo da interação entre as diferentes temperaturas de
secagem e época de armazenamento. Pela Figura 5A, observa-se que no início
61
do armazenamento, o índice de velocidade de emergência das sementes
submetidas à temperatura de secagem de 35°C foi superior aquelas submetidas à
temperatura de 45°C e ambiente. Para esta variável houve comportamento
semelhante ao observado nas anteriores, diferindo apenas com relação ao tempo
de armazenamento, onde houve redução deste índice a partir de
aproximadamente seis meses. De acordo com a Tabela 1 verifica-se diferença
significativa, entre as temperaturas de secagem, apenas na época de três meses
de armazenamento onde houve desempenho superior das sementes secadas no
ambiente a qual não diferiu das sementes secadas sob 35ºC.
Resultados semelhante ocorreu com Veiga (2005), pois ao avaliar
sementes de cafeeiro submetidas à diferentes métodos de secagem, observou que
à partir do quarto mês de armazenamento, os valores de IVE foram reduzidos
substancialmente. Este autor justifica essa queda de qualidade à presença de
radicais livres em sementes sensíveis à dessecação, pois durante o processo de
secagem, há acúmulo de radicais livres. Vale ressaltar que a semente de pepino
tolera a dessecação, e apesar disso, ao longo do armazenamento pode haver a
formação desses radicais livres, contribuindo para o processo deteriorativo.
Ao analisar o estande final (Figura 5B), foi verificada a ocorrência de
efeito significativo somente para a época de armazenamento. É possível
observar que até aproximadamente o quinto mês de armazenamento, houve
aumento na porcentagem de emergência, e após este período, houve uma queda
gradativa desta porcentagem até o final do armazenamento, resultados
semelhantes aos obtidos pelo índice de velocidade de emergência. Em
contrapartida, Torres et al. (2002) ao estudar a qualidade de sementes de maxixe,
pertencente a mesma família do pepino, armazenadas em diferentes locais e
embalagens, por um período de 12 meses, verificou ser possível seu
armazenamento sem perda da qualidade para qualquer tratamento estudado.
62
Para todas as características avaliadas, verificou-se que houve um
comportamento semelhante onde ocorreu um acréscimo gradativo da qualidade
até certo período do armazenamento, com posterior redução. Provavelmente este
fato pode estar associado a algum tipo de dormência presente em sementes de
pepino, o qual dificultou a absorção mais rápida de água pelas sementes, e esta
dormência foi perdida logo no início do armazenamento, quando já iniciou-se o
processo deteriorativo. Barbedo et al. (1999) também verificaram em seus
estudos, com sementes de pepino armazenadas, algum problema com a
germinação inicial ao comparar com a porcentagem de germinação do segundo
mês de armazenamento, suspeitando-se de uma possível dormência.
Esta provável dormência foi sendo reduzida até próximo de cinco meses,
quando então as sementes foram perdendo o vigor, conforme já verificado nos
testes de primeira contagem e germinação. Thomazelli et al. (1992) também
verificou algum tipo de dormência em sementes de cebola no início do
armazenamento, a qual foi eliminada gradativamente com o passar do tempo,
paralelo a isso ocorreu aumento do vigor, atingindo valores máximos e posterior
redução da qualidade, caracterizando o processo deteriorativo.
Na avaliação sanitária das sementes foi observado a ocorrência de sete
gêneros de fungos: Aspergillus, Penicillium, Fusarium, Cladosporium, Phoma,
Epicocum e Nigrospora. O três últimos gêneros foi detectado de forma
esporádica, por isso não foram discutidos no presente trabalho.
Os fungos de maior importância econômica são os três primeiros.
Principalmente porque Aspergillus e Penicillium são fungos de armazenamento
de importância neste trabalho, não só para o pepino mas também para várias
outras espécies. Estes fungos podem ocasionar danos parciais ou totais com
relação à viabilidade. Pela Figura 6 verifica-se maior incidência em sementes
secadas a 35 e 45ºC de ambos os patógenos, predominando a presença do
Aspergillus até o fim do armazenamento apesar de ter ocorrido redução da
63
incidência. Mesmo assim pode-se inferir a atuação destes patógenos na
contribuição da deterioração das sementes. Pádua et al. (2002) ao avaliarem a
qualidade sanitária de sementes de algodão verificaram a presença desses dois
fungos, e além disso detectaram correlação altamente significativa concluindo
que ambos podem ocorrer em associação, sendo favorecidos pelas mesmas
condições ambientais, causando deterioração nessas sementes ao longo do
armazenamento.
O Fusarium é classificado como fungo de campo, e pode causar grandes
prejuízos quando então retornam ao campo ocasionando murcha e podridões de
plântulas, com perdas expressivas. Ao longo do armazenamento a tendência é
reduzir-se, o que se pode constatar na Figura 6, onde os níveis de incidência se
sobressaíram no início do armazenamento, equiparando-se até os 3 meses,
ocorrendo redução da incidência com o passar do tempo em todos os tipos de
secagem.
Pelos resultados da análise eletroforética, apresentados na Figura 7,
verifica-se maior atividade da proteína LEA (Figura 7A) aos zero e três meses
de armazenamento, independente do tipo de secagem, comprovado pelos
resultados da Figura 3. É sabido que essas proteínas são formadas nas fases
finais de desenvolvimento de sementes ortodoxas inclusive o pepino. Ao
confrontar esses resultados com os da condutividade elétrica (Figura 4), que
apresentou valores reduzidos até três meses de armazenamento, uma possível
explicação para este fato. Segundo Bray (1993) e Dure (1993) as LEAs podem
ligar íons e água, minimizando os danos de secagem. Blackman et al. (1991)
verificaram que, à medida que proteínas LEA se acumulam nas sementes de
soja, menores são os valores de lixiviação de solutos, após secagem. Contudo, as
LEAs em sementes, além de desempenhar tolerância à dessecação, também
promovem estabilização e estruturação do sistema de membrana.
64
Desde a fertilização do óvulo, a semente já entra em processo de
deterioração ao mesmo tempo em que ocorre o seu desenvolvimento. Entretanto
este processo é intensificado quando se torna completamente independente da
planta mãe, ou seja, quando as sementes atingem a maturidade fisiológica.
Durante o armazenamento, no entanto, estão expostas às condições adversas do
ambiente que afeta sua qualidade.
Utilizando-se de marcadores moleculares, é possível a associação de
algumas enzimas que caracterizam o processo deteriorativo. Neste trabalho
observou-se que a esterase (Figura 7C) teve comportamento semelhante nas
sementes secadas à temperatura ambiente e à 35ºC havendo maior atividade até
os seis meses de armazenamento. Sabe-se que a esterase além de caracterizar
sementes em deterioração, pode auxiliar no processo germinativo. Segundo
Aung & McDonald (1995), as esterases são o mais importante grupo de enzimas
na germinação de amendoim. Este grande grupo de enzimas hidrolíticas liberam
ácidos graxos dos lipídeos, os quais são usados na β-oxidação, como fonte de
energia para os eventos germinativos. Devido ao pepino pertencer à mesma
família das abóboras, segundo Sant’anna (2005) as sementes desta espécie
possui 28,8g% de lipídios, podendo-se considerar similaridade do material de
reserva para a espécie em estudo.
Para as sementes secadas a temperatura de 45ºC houve comportamento
diferenciado ainda com relação a esta enzima, no qual ocorreu aumento
gradativo da atividade enzimática a medida que se avançou no tempo de
armazenamento.
Pela figura 7E evidencia-se alta atividade da lipoxigenase até o sexto
mês de armazenamento das sementes secadas nos diferentes métodos, com
exceção das sementes secas no ambiente, apresentando apenas até o terceiro
mês. A lipoxigenase tem por função a peroxidação de lipídios, onde os de
membranas estão mais propensos, pois possuem ampla superfície e predomínio
65
de lipídios insaturados altamente sensíveis à degradação, o que pode provocar
desequilíbrio da viscosidade e permeabilidade das membranas. Após sua atuação
ocorre formação de radicais livres, o que de acordo com Wilson & McDonald
(1986) está relacionado com a deterioração das sementes. Entretanto, Oliveira et
al. (2006) detectaram maior velocidade de emergência de plântulas de soja
quando esta enzima esteve presente, auxiliando na mobilização de lipídios. Este
resultado se assemelha ao ocorrido no presente estudo, pois ao confrontar este
resultado com os das características fisiológicas verifica-se melhor desempenho
das sementes até o período de seis meses de armazenamento onde também
houve maior atividade da lipoxigenase.
Mecanismos de defesa em sementes são de extrema importância para
conservação da qualidade fisiológica principalmente quando se tem por objetivo
o seu armazenamento. A superóxido dismutase é a primeira dessa linha. Pela
Figura 7B verifica-se a intensa atividade da superóxido dismutase (SOD) nas
sementes em que foram secadas em ambiente, praticamente para todas as épocas
de armazenamento. Essas sementes levaram 24 horas (velocidade de secagem
1,45%/h) para atingirem teor de água de aproximadamente 7%. Esse tempo
gasto foi seis (velocidade de secagem 5,8%/h) e quatro (velocidade de secagem
8,75%/h) vezes maior ao comparar com sementes secadas a 35 e 45ºC,
respectivamente. Provavelmente esse maior tempo exposto à umidade tenha
feito com que aumentasse o metabolismo e houvesse formação de radicais livres,
ativando a superóxido dismutase como mecanismo protetor e removerdor de
forma ativa de oxigênio molecular. Esta enzima foi capaz de detectar diferenças
sutis que não foram detectados nos testes fisiológicos.
Após a atuação da SOD, ocorre a formação de peróxido de hidrogênio.
Surge então a segunda enzima, a catalase, que irá atuar na proteção das
sementes, pois a mesma tem a capacidade de transformar o peróxido em
oxigênio e água. Portanto, observa-se pelos resultados da figura 7D que houve
66
maior atividade da catalase para sementes secadas no ambiente e à 35ºC,
ocorrendo um aumento gradativo para a primeira, e comportamento homogêneo
e elevado para a segunda. Este resultado elucida o que se espera no
armazenamento das sementes, ou seja, avanço no processo deteriorativo, e com
isso ocorre a atuação do mecanismo de proteção.
Já para as sementes secadas à 45ºC o padrão de banda desta enzima teve
um comportamento diferente quando comparado aos outros tratamentos, em que
houve maior atividade até os três meses de armazenamento. Apesar da secagem
não ter afetado as características fisiológicas, é possível que bioquimicamente
tenha sido afetado pela alta temperatura de secagem (45ºC), efeito este revelado,
principalmente, ao longo do armazenamento. Basavarajappa et al. (1991), ao
estudarem os efeitos do envelhecimento em sementes de milho, verificou que a
intensidade das bandas da catalase diminuía com aumento do período de
envelhecimento.
De acordo com a Figura 8 foi verificado uma tendência de redução da
atividade da isocitrato liase ao final do armazenamento para todos os tipos de
secagem. O mesmo ocorreu nas características de vigor e germinação. Essa
enzima juntamente com a malato sintase são enzimas chaves do ciclo do
glioxilato promovendo a mobilização de reserva lipídicas. Ambas são
sintetizadas “de novo” após o início do processo germinativo (Martins et al.,
2001). A maior atividade da isocitrato liase pode estar relacionada com sementes
mais vigorosas, fato confirmado por Martins et al. (2000). Estes autores
verificaram maior atividade, em sementes de soja, na cultivar Doko, a qual
normalmente apresenta maior qualidade fisiológica, quando comparada com
sementes de outras cultivares da mesma espécie, como as cultivares Uberaba e
Rio Doce (Costa, 1986).
67
6 CONCLUSÕES
A secagem de sementes de pepino, em temperatura ambiente, e a 35 ºC
resulta em sementes de melhor qualidade.
Ocorre redução da qualidade das sementes e da atividade da proteína
LEA a partir de seis meses de armazenamento, independente do método de
secagem.
As atividades das enzimas superóxido dismutase, catalase, lipoxigenase,
isocitrato liase, confirmam os resultados dos testes utilizados para avaliar a
qualidade fisiológica.
68
7 TABELA E FIGURAS
FIGURA 1 Teor de água (%) em sementes de pepino submetidas às diferentes
métodos de secagem ao longo do armazenamento.
FIGURA 2 Temperatura e umidade relativa ao longo do armazenamento em
condições ambiente.
4
5
6
7
8
9
10
036912
época de armazenamento (meses)
teor de água (%)
ambiente 35ºC 45ºC
69
FIGURA 3 Porcentagem de Germinação de sementes de pepino ao longo do
armazenamento.
FIGURA 4 (A) Primeira contagem de germinação e (B) condutividade elétrica
de sementes de pepino ao longo do armazenamento.
y = -0,0794x
2
+ 0,5524x + 98,771
R
2
= 0,9449
80
85
90
95
100
036912
época de armazenamento (meses)
germinação (%
)
y = 0,125x
2
- 0,7003x + 18,136
R² = 0,7902
15
20
25
30
036912
condutividade elétrica (μS/cm/g)
época de armazenamento (meses)
y = -0,1825x
2
+ 1,3571x + 97,914
R
2
= 0,9051
80
85
90
95
100
105
036912
época de armazenamento (meses)
p
rim eira conta
g
em de
g
ermina
ç
ão
(
%
A) B)
70
FIGURA 5 Índice de velocidade de emergência e percentual de plântulas de
pepino emergidas de sementes secadas em diferentes métodos e
avaliadas ao longo do armazenamento.
FIGURA 6 Incidência (%) de Aspergillus, Penicillium e Fusarium em sementes
de pepino secadas em diferentes métodos e avaliada ao longo do
armazenamento.
y = -0,1057x
2
+ 1,3132x + 8,1751
R
2
= 0,8458
y = -0,0798x
2
+ 0,8988x + 9,5369
R
2
= 0,9386
y = -0,1017x
2
+ 1,1877x + 8,8
R
2
= 0,9755
7
9
11
13
036912
época de armazenamento (meses)
índice de velocidade de emergênci
T°C Amb T°C 35° T°C 45°
Polinômio (T°C Amb) Polinômio (T°C 35°) Polinômio (T°C 45°)
y = -0,1587x
2
+ 1,5048x + 92,543
R
2
= 0,6714
85
90
95
100
036912
época de armazenamento (meses)
emergência (%
)
temperatura ambiente
0
15
30
45
60
A
spe
r
gillus
Penicilli
um
Fusari
u
m
incidência (%
)
0 3 6 9 12
35ºC
0
15
30
45
60
Aspe
r
gillus
Penici
l
liu
m
Fusa
r
i
u
m
incidência (%
)
0 3 6 9 12
45ºC
0
15
30
45
60
Aspe
r
gillus
Peni
c
i
l
l
i
u
m
Fu
sa
rium
incidência (%
)
0 3 6 9 12
B)
A)
71
FIGURA 7 Atividade enzimática da proteína LEA (A), superóxido dismutase
(B), esterase (C), catalase (D) e lipoxigenase (E) em sementes de
pepino secadas em diferentes métodos e avaliadas ao longo do
armazenamento. UFLA, Lavras, MG, 2008.
0 3 6 9 12
ambiente
0 3 6 9 12
35ºC
0 3 6 9 12
45ºC
0 3 6 9 12
ambiente
0 3 6 9 12
35ºC
0 3 6 9 12
45ºC
(D) (E)
0 3 6 9 12
ambiente
0 3 6 9 12
35ºC
0 3 6 9 12
45ºC
(C)
0 3 6 9 12
ambiente
0 3 6 9 12
35ºC
0 3 6 9 12
45ºC
0 3 6 9 12
ambiente
0 3 6 9 12
35ºC
0 3 6 9 12
45ºC
(A)
(B)
72
FIGURA 8 Atividade enzimática da isocitrato liase em sementes de pepino
secadas em diferentes métodos e avaliadas ao longo do
armazenamento.
TABELA 1 Condutividade elétrica e índice de velocidade de emergência de
sementes de pepino secadass por diferentes métodos, ao longo do
armazenamento. UFLA, Lavras, MG, 2008.
Secagem
época de armazenamento (meses)
0 3 6 9 12
-------------------condutividade elétrica-------------------
ambiente 14,6 a* 15,0 a 20,2 a 14,5 a 26,7 a
35ºC 19,9 a 17,6 a 19,9 a 18,5 ab 32,3 a
45ºC 19,4 a 16,9 a 23,8 a 23,3 b 27,6 a
-------índice de velocidade de emergência-------
ambiente 9,7 a* 11,1 a 12,5 a 11,0 a 8,8 a
35ºC 8,7 a 11,0 ab 12,7 a 12,0 a 8,4 a
45ºC 9,0 a 10,0 b 12,6 a 11,2 a 8,4 a
*Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade.
0,3
0,4
0,5
036912
época de armazenamento (meses)
isocitrato liase (Abs)
ambiente 35ºC 45ºC
73
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