Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FFCLRP - DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENTOMOLOGIA
Resinas vegetais coletadas por Scaptotrigona (Hymenoptera, Apidae): composição
química e atividade antimicrobiana
Ivan Paulo Akatsu
Tese apresentada à Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Ribeirão Preto da USP, como parte das
exigências para a obtenção do título de Doutor em
Ciências, Área: Entomologia.
RIBEIRÃO PRETO – SP
2009
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FFCLRP - DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENTOMOLOGIA
Resinas vegetais coletadas por Scaptotrigona (Hymenoptera, Apidae):
composição química e atividade antimicrobiana
Ivan Paulo Akatsu
Tese apresentada à Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Ribeirão Preto da USP, como parte das
exigências para a obtenção do título de Doutor em
Ciências, Área: Entomologia.
Orientador: Prof. Dr. Ademilson Espencer Egea Soares
RIBEIRÃO PRETO – SP
2009
ads:
a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, meio convencional ou
eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.
Akatsu, Ivan Paulo
Resinas vegetais coletadas por Scaptotrigona (Hymenoptera, Apidae):
composição química e atividade antimicrobiana, Ribeirão Preto, 2009.
115f; il.
Tese de Doutorado apresentada à Faculdade de Filosofia Ciências e Letras
de Ribeirão Preto, USP – Departamento de Biologia.
Orientador: Ademilson Espencer Egea Soares
1. Scaptotrigona. 2. Resinas vegetais. 3. Atividade antimicrobiana..
RESUMO
Neste trabalho foram abordados quatro objetivos. Primeiro: Averiguar indícios da
origem vegetal e composição química das resinas da própolis de colméias com
Scaptotrigona sp (Barra do Corda, MA) e Scaptotrigona aff. depilis (Estação
Experimental de Luis Antônio, SP). Segundo: Apurar a existência de atividade
antimicrobiana da resina da própolis de Scaptotrigona sp. e S. aff. depilis contra
microorganismos de interesse clínico. Terceiro, verificar a atividade antimicrobiana
das resinas da própolis de Scaptotrigona sp. e S. aff. depilis, contra microorganismos
isolados das próprias colméias. Averiguar a composição química de resina vegetal
após a manipulação destas por Scaptotrigona aff. depilis. Através de “ESI-(-)
fingerprints” indicou-se que as resinas coletadas por Scaptotrigona sp. originaram-se
em parte de Schinus terebenthifolius e contém terpenos com grupos ácidos. a
resina coletada por S. aff. depilis veio em parte de conífera, provavelmente de Pinus
sp. e possui os ácidos E/Z comúnico, agatálico e agático. As resinas das própolis de
Scaptotrigona sp. e S. aff. depilis não apresentaram atividade contra
microorganismos de interesse clínico. As resinas das própolis de S. aff. depilis
inibiram todos os microoganismos testados e as de Scaptotrigona sp. um fungo
filamentoso. Acessoriamente se testou a atividade de mel, alimento larval e pólen
fermentado de cada Scaptotrigona contra os microorganismos anteriores. O alimento
larval de Scaptotrigona sp. mostrou atividade contra todos os microorganismos e o
alimento de S. aff. depilis apenas foi ineficaz contra um fungo filamentoso. Através
de caracterização por cromatografia de fase gasosa acoplada à espectrometria de
massas (CG-EM) verificou-se que de Hymenaea courbaril (jatobá), provavelmente
manipulada em própolis por Scaptotrigona aff. depilis continha triterpenos. Também
verificou-se que a resina de jatobá apresentou diterpenos e um sesquiterperno.
Apesar destas resinas das própolis terem se mostrado clinicamente ineficazes, as
investigações com própolis de meliponíneos devem continuar. Todos os elementos
analisados mostraram atividade alguma contra os microorganismos associados à
colônia. Destacam-se na contribuição da sanidade do ninho o alimento larval,
independente de abelha, da própolis de Scaptotrigona aff. depilis, que contém
provavelmente resina de Pinus sp, que atesta os registros anteriores de atividade
antimicrobiana desta resina. A verificação das diferenças entre a resina de jatobá e a
provável própolis originada dela merecem maiores investigações.
ABSTRACT
In the present study, we aimed at four objectives. First: Inquiring indications of the
plant origin and chemical composition of the propolis resin of Scaptotrigona sp hives
from Barra do Corda, MA, Brazil and of Scaptotrigona aff. depilis hives placed at
Estação Experimental de Luis Antonio, SP, Brazil. Second: Investigating the
existence of antimicrobial activity of Scaptotrigona sp’s and Scaptotrigona aff. depilis’
propolis resins against microorganisms of clinical interest. Third: Verifying the
antimicrobial activity of Scaptotrigona sp’s and Scaptotrigona aff. depilis’ propolis
resins against microorganisms isolated from the proper hives. Fourth: Ascertaining
the chemical composition of the plant resins after their manipulation by
Scaptotrigona aff. depilis. Through ESI-(-) fingerprints we indicated that resins
collected by Scaptotrigona sp are partially originated from Schinus terebenthifolius
and present terpenes with acid groups. The resins collected by S. aff. depilis, come
from, partially, a conifer, probably Pinus sp and have E/Z communic acids, agathalic
acid and agathic acid. Scaptotrigona sp’s and S.aff. depilispropolis resins have not
showed activity against microorganisms of clinical interest. S. aff. depilis propolis
resins inhibited all of the tested microorganisms and Scaptotrigona sp.’s propolis
resins inhibited a filamentous fungus. Besides we tested the activity of honey, larval
food and fermented pollen of each Scaptotrigona against the microorganisms.
Scaptotrigona sp.’s larval food presented activity against all microorganisms and S.
aff. depilis' larval food was just ineffective against a filamentous fungus. Through
characterization by gas chromatography coupled to mass spectrometry (GC-MS) we
verified that Hymenaea courbaril (jatobá)
resins, probably manipulated at propolis by
Scaptotrigona aff. depilis had triterpenes. We also could verify that the resin of
Hymenaea courbaril presented diterpenes and a sesquiterpene. Although these
propolis resins had showed to be clinically ineffective, investigations with stingless
bees’ propolis must go on. All of the elements analysed showed some activity against
the microorganisms associated to the colony. It was possible to observe that the
main elements which contribute to the health of the nest are the larval food,
independent of the bee specie, and the Scaptotrigona aff. depilis propolis which
has, probably, Pinus sp resins, testifying previous registers of the antimicrobial
activity of this resin. The existence of differences between the resin of Hymenaea
courbaril and its probable originated propolis must be better investigated.
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................................
03
ABSTRACT............................................................................................................. 05
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 10
1.1 OBJETIVOS...................................................................................................... 11
1.1.1 Composição química das resinas da própolis das vedações........................ 11
1.1.2 Atividade antimicrobiana das resinas das própolis das vedações................. 11
1.1.3 Resinas das vedações e sanidade do ninho.................................................. 12
1.1.4 Manipulação das resinas e sua composição química.................................... 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................ 13
2.1 O GÊNERO Scaptotrigona Moure, 1942, E MELIPONICULTURA................... 13
2.2 RESINAS VEGETAIS........................................................................................ 16
2.3 PRÓPOLIS........................................................................................................ 26
2.4 INSETOS EUSSOCIAIS E SANIDADE DOS NINHOS..................................... 28
3 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................... 30
3.1 LOCAL............................................................................................................... 30
3.2 METODOLOGIA................................................................................................
31
3.2.1 Composição química das resinas da própolis das vedações........................ 31
3.2.1.1 Obtenção das amostras de própolis........................................................... 31
3.2.1.2 Avaliação da composição química das resinas das própolis...................... 31
3.2.1.3 Informações adicionais: massa das própolis, proporção de resina na
própolis, realocação da própolis............................................................................. 33
3.2.2 Atividade antimicrobiana das resinas da própolis das vedações................... 34
3.2.2.1 Obtenção da própolis e extração de resinas............................................... 34
3.2.2.2 Ensaios para avalição da atividade das resinas contra microorganismos
de interesse clínico.................................................................................................. 35
3.2.3 Resinas das vedações e sanidade da colônia............................................... 41
3.2.3.1 Isolamento de fungos filamentosos............................................................. 41
3.2.3.2 Avaliação da atividade das resinas contra os fungos isolados................... 42
3.2.3.3 Obtenção de informações adicionais: avaliação da atividade do alimento
larval, mel e pólen contra fungos isolados.............................................................. 47
3.2.3.4 Isolamento de bactérias.............................................................................. 48
3.2.3.5 Avaliação da atividade das resinas contra bactérias isoladas.................... 50
3.2.3.6 Obtenção de informações adicionais: avaliação da atividade do alimento
larval, mel e pólen contra bactérias isoladas.......................................................... 51
3.2.4 Manipulação das resinas e sua composição química.................................... 54
4 RESULTADOS..................................................................................................... 56
4.1 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS RESINAS DA PRÓPOLIS DAS VEDAÇÕES..
56
4.1.1 Composição química das resinas das própolis.............................................. 56
4.1.2 Informações adicionais: massa da própolis, proporção de resina na
própolis, realocação da própolis............................................................................. 56
4.2 ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DAS RESINAS DA PRÓPOLIS DAS
VEDAÇÕES............................................................................................................ 59
4.2.1 Ensaios para avaliação da atividade das resinas contra microorganismos
de`interesse clínico................................................................................................. 59
4.3. RESINAS DAS VEDAÇÕES E SANIDADE DA COLÔNIA.............................. 60
4.3.1 Avaliação da atividade das resinas contra os fungos isolados...................... 60
4.3.2 Obtenção de informações adicionais: avaliação da atividade do alimento
larval, mel e pólen contra fungos isolados.............................................................. 60
4.3.3 Avaliação da atividade das resinas contra as bactérias isoladas.................. 67
4.3.4 Obtenção de informações adicionais: avaliação da atividade do alimento
larval, mel e pólen contra as bactérias isoladas..................................................... 67
4.4 MANIPULAÇÃO DAS RESINAS E COMPOSIÇÃO QUÍMICA........................... 72
5 DISCUSSÃO........................................................................................................ 78
5.1 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS RESINAS DA PRÓPOLIS DAS VEDAÇÕES. 78
5.2 ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DAS RESINAS DA PRÓPOLIS DAS
VEDAÇÕES............................................................................................................ 80
5.2.1 Ensaios para avaliação da atividade das resinas contra microorganismos
de interesse clínico.................................................................................................. 80
5.3 RESINAS DAS VEDAÇÕES E SANIDADE DA COLÔNIA............................... 83
5.3.1 Avaliação da atividade das resinas contra os fungos isolados...................... 83
5.3.2 Obtenção de informações adicionais: avaliação da atividade do alimento
larval, mel e pólen contra os fungos isolados......................................................... 84
5.3.3 Avaliação da atividade das resinas contra as bactérias isoladas................... 85
5.3.4 Obtenção de informações adicionais: avaliação da atividade do alimento
larval, mel e pólen contra as bactérias isoladas..................................................... 86
5.3.5 Considerações gerais.................................................................................... 87
5.4 MANIPULAÇÃO E MUDANÇA DO PERFIL QUÍMICO DAS
RESINAS................................................................................................................. 89
6 CONCLUSÃO....................................................................................................... 91
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 92
APÊNDICES............................................................................................................ 108
ANEXOS.................................................................................................................. 110
10
INTRODUÇÃO
Dentre as abelhas sem ferrão encontra-se o gênero Scaptotrigona
(Hymenoptera, Apidae), que é amplamente distribuído pela região Neotropical. Os
meliponíneos, bem como outros grupos de abelha utilizam resinas vegetais para a
construção de seus ninhos. Os meliponíneos utilizam as resinas misturadas em
diferentes quantidades de cera. Comumente denomina-se de própolis as porções de
resina encontradas nos ninhos de meliponíneos puras ou misturadas a uma
quantidade de cera menor que no cerume. A própolis dos meliponíneos encontra-se
nas calafetações do ninho (MICHENER, 1974; ROUBIK, 1989; NOGUEIRA-NETO,
1997). A utilização do termo própolis relacionado a meliponíneos, provavelmente
ocorreu por analogia com Apis mellifera com a qual o termo própolis é
historicamente associado (GARY, 1975) A própolis de A. mellifera possui um
considerável número de estudos em relação a várias atividades biológicas bem
como de caracterização da composição química (BANKOVA, DE CASTRO,
MARCUCCI, 2000; FARRÉ, FRASQUET e SANCHEZ, 2004)). No caso da própolis
dos meliponíneos estes tipos de estudos começam a ganhar volume nos últimos
anos (BANKOVA e POPOVA, 2007). As resinas vegetais tem a função primária de
defesa das plantas contra herbívoros e patógenos. Por isso acredita-se que estes
sejam variáveis importantes no processo seletivo, conduzindo as resinas a
características químicas que lhes conferem, por exemplo, atividade antimicrobiana
(LANGENHEIM, 2003). Esta capacidade antimicrobiana poderia continuar a ocorrer
nas própolis encontradas nos ninhos de meliponíneos, auxiliando na manutenção da
sua sanidade. Existem indícios que isto ocorra em ninhos de (CHRISTE, et al.,
2003). Ainda não existem muitas informações sobre as particularidades que
envolvem a manipulação das resinas pelos meliponíneos.
11
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Composição química das resinas da própolis das vedações
BANKOVA et al. (1998a) encontraram variações sazonais na composição
química de amostras de própolis utilizadas por Apis mellifera, oriundas da mesma
região do Brasil. Isto pode ocorrer porque as resinas estão sujeitas a variações
temporais na sua produção (LANGENHEIM, 2003). Assim sendo, a disponibilidade
de resinas para as abelhas sem ferrão também pode variar temporalmente
(HOWARD, 1985). E ainda BANKOVA, de CASTRO e MARCUCCI (2000) apontam
que a origem vegetal de resinas utilizadas por abelhas pode ser inferida através de
diferenças apontadas por análises químicas. Portanto, justifica-se aventar o seguinte
objetivo de trabalho:
- Averiguar indícios da origem vegetal e composição química das resinas da
própolis que compõem as vedações de colméias com Scaptotrigona sp. e
Scaptotrigona aff. depilis, instaladas em duas localidade, a partir de amostras
coletadas durante um ano.
1.1.2 Atividade antimicrobiana das resinas das da própolis das vedações
Existem indicações que apontam atividade da própolis produzida por abelhas
sem ferrão, contra microorganismos de interesse clínico (KUJUMGIEV et al., 1999;
VELIKOVA et al., 2000; FERNANDES Jr. et al, 2001). existem projetos de
desenvolvimento comunitário baseados em produtos de abelhas sem ferrão. Logo, a
indicação de novas possibilidades de uso dos produtos das abelhas sem ferrão,
pode colaborar no desenvolvimento de comunidades tradicionais e rurais como já
ocorre em relação ao mel (VILLAS-BÔAS e MALASPINA, 2005; PIRES,
DRUMMOND e LACERDA, 2006). Por conseguinte, propõe-se o seguinte objetivo
de trabalho:
- Apurar a existência de atividade antimicrobiana da resina da própolis de
vedações de colméias de Scaptotrigona sp. e Scaptotrigona aff. depilis,
instaladas em duas localidades do Brasil, contra microorganismos de interesse
clínico.
12
1.1.3. Resinas das vedações e sanidade do ninho
No interior dos ninhos de insetos eussociais, como por exemplo, formigas
muitas vezes encontra-se uma grande concentração de indivíduos, além de
condições ambientais ótimas para o desenvolvimento de patôgenos (WHEELER,
1910; LLDOBLER e WILSON, 1990). Porém, entre os insetos eussociais existem
estratégias para manter a sanidade dos ninhos. Entre elas observa-se a retirada de
mecônios do ninho, comportamento que é visto em abelhas sem ferrão (ROUBIK,
1989; DUNCAN e HART, 2009). Bem como se verificou que formigas retiram ou
isolam cadáveres e afastam material em decomposição do ninho (HÖLLDOBLER e
WILSON, 1990). também indícios que existe comunicação sobre a existência de
patógenos entre cupins da espécie Zootermopsis gusticollis (ROSENGAUS et al.,
1998). Segundo CHRISTE et al. (2003) formigas Formica paralugubris utilizam
resinas vegetais para diminuir a quantidade de microorganismos em seus ninhos.
Por isso, se torna plausível estabelecer o seguinte objetivo de trabalho:
- Inquirir se a atividade antimicrobiana, das resinas extraídas da própolis dos
ninhos de Scaptotrigona, auxilia na manutenção da sanidade dos mesmos,
através da verificação da atividade das resinas contra microorganismos
isolados de seus próprios ninhos.
1.1.4 Manipulação das resinas e sua composição química
Foi observado que operárias de Plebeia emerina que manipulam própolis
possuem glândulas salivares e intramandibulares ativas (SANTOS, 2007). A autora
propõe que as secreções das glândulas intramandibulares mantenham a
viscosidade da própolis facilitando a manipulação destas pelas operárias. A autora
também propõe que as glândulas intramandibulares também teriam alguma função
associada à manipulação de própolis/resinas. Assim, para averiguar maiores
detalhes da manipulação de resinas por Scaptotrigona aff. depilis propõe-se:
- Averiguar a composição química de resinas após a manipulação destas por
Scaptotrigona aff. depilis e comparar com a composição da resina antes da
manipulação.
13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 O GÊNERO Scaptotrigona Moure, 1942, E MELIPONICULTURA
O grupo de espécies sob o gênero Scaptotrigona, pertence ao grupo de
abelhas eussociais (MICHENER, 1974) comumente denominado de “abelhas
indígenas sem ferrão” (NOGUEIRA-NETO, 1953). MOURE (1942) propôs o
estabelecimento de Scaptotrigona como sendo este um novo subgênero de Trigona
(Meliponidae). O autor apresenta os caracteres que justificariam a separação deste
do subgênero Trigona (Nannotrigona) (SCHWARZ, 1938). O autor também descreve
a nova espécie Trigona (Scaptotrigona) depilis, a qual se reuniria a T. postica e a T.
tubiba sob o novo subgênero. MOURE (1951) dispôs as abelhas sem ferrão na
subfamília Meliponinae (Apidae), diferente de MICHENER (1944) que as propôs
como tribo Meliponini (Apidae, Apinae) e SCHWARZ (1948) que as considerou como
família (Meliponidae). MOURE (1951) também considerou como havendo doze
gêneros na subfamília para região neotropical, alguns dos quais apresentados como
subgênero por SCHWARZ (1948). Assim sendo Nannotrigona torna-se gênero,
sendo Scaptotrigona considerado subgênero deste. MOURE (1961) propôs
Meliponinae com duas tribos (Meliponini e Trigonini) e Scaptotrigona ainda continua
como subgênero de Nannotrigona. CAMARGO E MOURE (1988) reforçam a posição
em favor da elevação de subgêneros de Trigonini da região neotropical para gênero.
Em SILVEIRA, MELO e ALMEIDA (2002) o gênero Scaptotrigona, e as demais
abelhas sem ferrão, foram classificados na tribo Apini e subtribo Meliponina (Apidae,
Apinae). Na proposta de rearranjo da classificação das abelhas defendida por MELO
e GONÇALVES (2005), todas as abelhas são reunidas em uma única família
(Apidae) e as famílias tradicionalmente reconhecidas são rebaixadas a subfamília.
Nesta proposta a subtribo Meliponina mantém seu status. MICHENER (2007)
mantém as abelhas sem ferrão na tribo Meliponini (Apidae, Apinae). O autor também
expressa sua hesitação em manter Scaptotrigona como gênero. Pois, crê que
Scaptotrigona deveria ser classificado como subgênero de Nannotrigona.
ROUBIK, SEGURA e CAMARGO (1997) utilizando informações morfológicas
propõem que Scaptotrigona é grupo irmão de Meliwillea, um novo gênero descrito
pelos autores. Isto é confirmado pela filogenia de abelhas sem ferrão inferida por
COSTA et al. (2003), a partir de seqüências de DNA mitocondrial. Em ambas as
14
filogenias Nannotrigona não é grupo-irmão de Scaptotrigona+Meliwillea. Isto pode
implicar em revisão das propostas de relação entre Scaptotrigona e Nannotrigona,
apresentadas em SCHWARZ (1938), MOURE (1961) e MICHENER (2007).
Scaptotrigona possui distribuição através da região Neotropical, do centro-sul
do México ao norte da Argentina (SCHWARZ, 1948; MOURE, URBAN e MELO,
2007). MOURE, URBAN e MELO (2007) apresentam 21 espécies bem definidas sob
o gênero Scaptotrigona. MICHENER (2007) indica que o gênero apresentaria por
volta de 24 espécies. Segundo MOURE, URBAN e MELO (2007), as espécies que
ocorrem no Brasil são: S. affabra, S. bipunctata (nomes comuns: “canudo”,
“tapesuá”, “tubuna”), S. depilis (“canudo”, “mandaguari”, “tapezuá”, “tombuna”,
“tubiba”), S. fulvicutis, S.polystica (“bui-kaiaki”, “imerê-ti”, “mijui”, “bijui”), S. postica,
S. tubiba (“tubi”, “tapissuá”, “tubi bravo”, “tuibá”) e S. xantotricha (“abelha fedente”,
“mandaguari amarelo”, “trompeta”, “tujumirim”, “mandagoari”). SILVEIRA, MELO e
ALMEIDA (2002) pontuam que existem em todo o Brasil diversas espécies ainda não
descritas muitas delas sendo de complexos de difícil separação.
Scaptotrigona é encontrada nidificando em cavidades pré-existentes, em
árvores e em construções humanas (CAMARGO, 1970; WILLIE e MICHENER, 1973;
ROUBIK, 1979; ROUBIK, 1983, FREITAS, 2001). A entrada do ninho é constituída
por um tubo no qual algumas operárias se posicionam ao longo da borda para
defesa do ninho. Na parte interna, os ninhos estão estruturados com favos de cria
em posição horizontal, os quais estão envolvidos em um invólucro. Ao redor dessas
estruturas estão dispostos os potes de mel e pólen. As estruturas antes descritas
são construídas com cerume (cera mais resinas vegetais). Os ninhos ainda possuem
revestimentos e vedações associados a resinas vegetais (SCHWARZ, 1948; WILLIE
e MICHENER, 1974; ROUBIK, 1979; WILLIE, 1983; NOGUEIRA-NETO, 1997;
ROUBIK, 2006). Muitas espécies de Scaptotrigona podem ser consideradas
agressivas, a se deduzir pelo seu nome comum, “enredapelos”, em países de língua
espanhola (MOURE, URBAN e MELO, 2007). Bem como pelas descrições de
agressividade apresentadas por CAMARGO (1970), MICHENER (1974); ROUBIK
(1979); CAMARGO e POSEY (1990). Os ninhos de Scaptotrigona podem atingir
dimensões consideráveis e conter grande número de indivíduos. Como, por
exemplo, S. pectoralis (20 favos e 5201 indivíduos), S. tubiba (25 e 1764 indivíduos)
e S. barrocoloradensis (28 favos e 7827 indivíduos) (ROUBIK, 1979; ROUBIK,
1983).
15
No México, desde a época pré-hispânica, a meliponicultura é praticada pelos
Maias e outras etnias, como os Nautls. Observou-se S. pectoralis, S. mexicana e S.
helwegeri entre as espécies criadas, além de Melipona beccheii e Nannotrigona
perilampoides (SCHWARZ, 1948; ACERETO e FREITAS, 2005; CORTOPASSI-
LAURINO et al., 2006). No Brasil os povos indígenas, ao que parece, praticavam,
comumente, o extrativismo dos elementos produzidos pelos meliponíneos, dada a
indicação de MAACK (1968) em relação aos Guarani-Carijós. Segundo KEER,
CARVALHO e NASCIMENTO (1996) M. compressipes, no Maranhão, e M.
scutellaris em outros estados da região Nordeste foram criadas por diversas etnias.
CAMARGO e POSEY (1990) listaram as espécies de abelhas sem ferrão
exploradas, em geral, de forma extrativista, pelos Kayapós, ainda que por vezes
fossem criadas. Neste trabalho citam os conhecimentos dos Kayapós a respeito de
ecologia, biologia e morfologia e taxonomia destas abelhas bem como aspectos
culturais influenciados pelos meliponíneos e outros insetos sociais. Entre as abelhas
utilizadas estavam S. polystica (imerê-ti) e S. nigrohirta (nomina nuda segundo
MOURE, URBAN e MELO, 2007) (imerê-nhy-kamrek) das quais os Kayapós
consomem o mel, pólen, larvas e pupas, além de utilizar o cerume na confecção de
utensílios. Tendo em vista a verificação da possibilidade de manejo de S. aff. depilis
YAMAMOTO (2007) levantou informações a respeito da produção de mel em S. aff.
depilis. Isto porque CORTOPASSI-LAURINO et al. (2006) apontam que
Scaptotrigona ao lado de Melipona, Cephalotrigona e Tetragona são os gêneros
neotropicais que possuem considerável produção de mel. YAMAMOTO (2007)
também averiguou as propriedades sico-químicas e parâmetros microbiológicos os
quais se mostraram positivos. Adicionalmente, autora levantou indícios de boa
aceitação do sabor do mel.
16
2.2 RESINAS VEGETAIS
LANGENHEIM (2003) define, segundo a própria autora de forma funcional,
resinas vegetais como sendo “...uma mistura lipossolúvel de compostos fenólicos ou
terpenóides secundários que são (1) usualmente secretados por estruturas
especializadas localizadas tanto internamente quanto na superfície da planta e (2)
de potencial significado em interações ecológicas”. Os terpenóides, os quais
compõem também resinas vegetais, constituem-se na categoria mais abundante e
diversa de metabólitos secundários das plantas (McGARVEY e CROTEAU, 1995;
1991; DUDAREVA, PICHERSKI e GERSHENZON, 2004). Os terpenóides (ou
isoprenóides) são reunidos em um mesmo grupo por possuírem como elemento
estrutural o isopreno (C
5
H
8
), que é unido através de uma via de síntese comum
(LANGENHEIM, 2003) A síntese dos terpenóides que compõem as resinas, e os
terpenóides em geral, pode ocorrer através de duas vias (fig.1). A primeira é a via do
mevalonato (MVA) a partir da acetil-CoA (NEWMAN e CHAPPELL, 1999;
DUDAREVA, PICHERSKI e GERSHENZON, 2004). A segunda é a via do
metileritritol fosfato (MEP) a partir do piruvato e gliceraldeídeo–3-fosfato (ROMHER,
1999; DUDAREVA, PICHERSKI e GERSHENZON, 2004). Na via do mevalonato três
moléculas de acetil-CoA são ligadas, (piro)fosforiladas, descarboxiladas e
desidratadas para produzir isopentenil difosfato (IPP) (LANGENHEIM, 2003). O IPP
é a unidade básica C
5
dos terpenóides (OGURA e KOYAMA, 1998). O dimetilalil
difosfato (DMAPP), que é isômero do IPP, ao qual as unidades de IPP podem ser
adicionadas em passos seqüenciais de alongamento da cadeia (fig.1). Estas
reações são mediadas por enzimas chamadas de preniltransferases (OGURA e
KOYAMA, 1998). Assim, uma unidade de DMAPP se combina com uma de IPP para
formar o geranil difosfato (GPP) que é o precursor C
10
de todos os monoterpenos.
Caso haja a adição de duas moléculas de IPP ao DMAPP, se obtém o farnesil
difosfato (FPP) que se constitui no precursor C
15
de todas os sesquiterpenos.
Similarmente, uma tripla adição de IPP ao DMAPP, resulta no precursor C
20
dos
diterpenos, o geranil-geranil difosfato (GGPP). A ligação de duas moléculas
(dimerização) de FPP resulta em compostos C
30
, os triterpenos. Existem ainda os
tetraterpernos (C
40
) e os politerpenos (C
n>40
), sobre os quais não existem indicações
que sejam constituintes de resinas (LANGENHEIM, 2003). Ocorre uma
17
compartimentalização das vias do MVA e MEP, bem como a produção dos
diferentes tipos de terpenóides (fig.1). Dentro do retículo endoplasmático e no
citoplasma (citosol) ocorre a via do MVA, cujos IPP(s) originarão FPP e a partir deste
sesquiterpenos e triterpenos (fig.1). no interior dos plastídios se desenvolve a via
do MEP, cujos IPP(s) formarão GPP e partir deste monoterpenos e diterpenos (fig.1)
(NEWMAN e CHAPPELL, 1999; LANGENHEIM, 2003; DUDAREVA, PICHERSKI e
GERSHENZON, 2004; CHENG et al., 2007).
2X
Plastídeo
Retículo endoplas
mático (RE)
2 IPP
(C
20
)
GGPP
Diterpenos
Triterpenos
Via do MEP
Via do MVA
IPP
DMAPP (C
5
)
Citosol - RE & Plastídeo
IPP
2 IPP
FPP
(C
15
)
(C
10
)
GPP
Monoterpenos
Sesquiterpenos
Figura 1 - Biossíntese de terpenóides representada de acordo com a
compartimentalização das duas vias. Os terpenos presentes nas resinas estão nas
caixas (tracejadas terpenos voláteis; linha sólida não voláteis). DMAPP – dimetilalil
difostato; MAV via do ácido mevalônico; MEP via metileritritol fosfato; FPP farnesil
difosfato; GPP geranil difostato; GGPP geranil-geranil difostato; IPP isopentenil
difosfato. Baseado em LANGENHEIM (2003).
18
Os fenólicos compõem um grupo de compostos que possuem um anel
aromático ao qual pode estar ligado grupos substituintes hidroxila, carboxilia ou
metoxila e muitas vezes outros anéis não aromáticos (SALISBURY e ROSS, 1992).
Um esquema das vias de síntese de fenólicos em plantas e que também vão compor
as resinas é apresentado na figura 2 (LANGENHEIM, 2003). A via do ácido
chiquímico produz aminoácidos com anel aromático, como a fenilalanína (fig. 2). A
fenilalanína é convertida em ácido cinâmico, que é composto por um anel aromático
no qual se liga um radical de três carbonos (propil). Esta conversão é um processo
que leva a formação de vários componentes das resinas fenólicas e é catalizada
pela enzima fenilalanina amônia liase. Assim, ocorre a formação de fenilpropanóides
derivados do ácido cinâmico, que também são as unidades básicas para a formação
de outros fenólicos, na via dos fenilpropanóides (fig. 2). Os fenilpropanóides podem
apresentar formas diméricas. Outra categoria de fenólicos encontrados nas resinas
são os flavonóides. Estes são baseados em uma estrutura de dois anéis benzênicos
conectados por uma cadeia C
3
. Um dos anéis vem da via do ácido chiquímico e o
outro é produzido através de unidades de acetato geradas na via do ácido malônico
(fig. 2). Muitas vezes a cadeia C
3
cicla com uma hidroxila adjacente, formando um
anel heterocíclico. Uma subclasse de de flavonóides que ocorre nas resinas são as
flavonas, que se caracterizam pela falta de um açúcar (aglicona) substuinte. Os
fenólicos podem apresentar terpenos (prenil) ligados a sua estrutura, desta forma
são chamados prenilados fenólicos. Os terpenóides em geral estão ligados
diretamente ao anel aromático, mas podem estar ligados ao grupo fenólico (HELDT,
2005). WOLLENWEBER e DIETZ (1981), observaram que flavonóides ocorrem junto
a sesquiterpenos e triterpenos. Esta observação pode ser somada à proposição de
que enzimas que participam da síntese de fenilpropanóides e flavonóides se
agrupariam no retículo endoplasmático (HRAZDINA e JENSEN, 1984; WINKEL-
SHIRLEY, 1999). Desta forma é possível propor que flavonóides e terpenóides são
sintetizados em locais próximos nas células vegetais. Em relação aos tecidos das
plantas, as resinas podem ser armazenadas em estruturas secretoras internas
(dutos), isto comumente ocorre em coníferas e angiospermas tropicais. Nestes
grupos, as estruturas secretoras estão revestidas por células parenquimáticas
chamadas de células epiteliais, nas quais os componentes das resinas são
sintetizados (LANGENHEIM et al. 1978). Estes dutos ganham a denominação de
canais se forem alongados e de bolsas ou cistos se forem arredondados
19
(DICKINSON, 2000; LANGENHEIM, 2003). As resinas terpênicas produzidas em
estruturas secretoras internas podem ser distinguidas em relação a sua produção
em constitutivas (pré-formadas e armazenadas) ou induzidas (reação a trauma)
(LEVIN, 1976; LEWINSOHN, GIJZEN e CROTEAU, 1990). Na superfície das plantas
as estruturas secretoras de resinas são representadas por tricomas glandulares e
células epidérmicas (DICKINSON, 2000; LANGENHEIM, 2003). Estas estruturas são
encontradas apenas em angiospermas, em geral de hábito arbustivo
(LANGENHEIM, 2003).
Figura 2 Esquema geral da biossíntese dos maiores grupos de fenólicos
presentes nas resinas
. Baseado em LANGENHEIM (2003).
Via do ácido
chiquímico
Fenilalanina
Fenilalanina amônia
-
liase
(PAL)
Ácido cinâmico
Fenilpropanóides
Flavonóides lipofílicos
Via dos fenilpropanóides
Via do ácido
mevalônico
Acetil CoA
Componentes fenólicos das resinas
20
Comumente se propõe que a função primária desempenhada pelas resinas,
nas plantas que as produzem, seja de defesa contra herbívoros e patógenos
(LANGENHEIM, 1969; LEVIN, 1976; AMBRUSTER et al., 1997). A defesa pode ter
natureza mecânica, como ocorre com as resinas constitutivas de coníferas. Estas
resinas são as primeiras a serem liberadas, podendo deslocar e sepultar insetos
herbívoros e selar injúrias á entrada de microorganismos. Isto ocorre porque logo
que liberadas, estas resinas são viscosas e à medida que mono e sesquiterpenos,
que são voláteis, evaporam a fração de diterpenos se solidifica (NORIN, 1972;
PHILLIPS e CROTEAU, 1999;
TRAPP e CROTEAU, 2001; LANGENHEIM, 2003). A
defesa pode exibir ação química, como a resina das folhas de Hymenaea que é
composta por sesquiterpenos, alguns dos quais inibem o consumo das folhas
(LANGENHEIM, FOSTER e McGINLEY, 1980).
Em LANGENHEIM (2003) é possível distinguir três exemplos de sistemas de
relações entre planta-herbívoro/patógeno mediadas por resinas. O primeiro exemplo
apresenta Pinus ponderosa (Pinaceae), uma conífera da América do Norte. Existem
evidências da ação de insetos herbívoros no Triássico Superior, há 220 milhões de
anos (SCOTT, ANDERSON e ANDERSON, 2004; KEELING e BOHLMANN, 2006).
Bem como evidências que a produção de resina por coníferas remonta ao
Cretáceo Inferior, 120-135 milhões de anos (ALONSO et al., 2000). Dentro deste
período de tempo, é plausível o desenvolvimento de diferentes cenários na relação
coníferas-herbívoros/patôgenos, como os observados em Pinus ponderosa.
STURGEON (1979) observou no estado da Califórnia (EUA) variações na
quantidade de monoterpenos da resina constitutiva em P. ponderosa. Os
monoterpenos o os principais componentes da fração volátil das resinas de
coníferas (TRAPP e CROTEAU, 2001). STURGEON (1979) propôs que estas
variações são provocadas pela pressão dos hábitos alimentares do besouro
brocador Dendroctonus brevicomis (Scolytidae). Os adultos de besouros brocadores,
Scolytidae, constroem galerias no tronco de árvores onde se acasalam, a seguir,
suas larvas constroem túneis menores nos quais se alimentam, por exemplo, de
seiva (HILL, 1997). STURGEON (1979) verificou que populações de pinheiros que
passaram por ataques grandes de D. brevicomis, apresentam concentrações
maiores de limoneno. Este tem baixa concentração em populações nas quais não
houve ataque pesado. Isto porque se sabe que limoneno repele D. brevicornis.
Porém, também se observou que dentro das populações mais atacadas, a
21
quantidade de α-pineno varia mais que nas populações menos atacadas. Como α-
pineno é precursor de feromônio para os besouros STURGEON (1979) propôs que
D. brevicomis tenderia a se alimentar em árvores com baixas concentrações de
limoneno e altas de α-pineno, que é o fenótipo mais comum antes do ataque. Dessa
forma, num primeiro momento a seleção seria direcional no sentido de fenótipos com
alta concentração limoneno e baixa de α-pineno. Assim, a seguir, indivíduos com
alta concentração de limoneno vão se tornando comuns. Isto aumenta as chances
de surgirem árvores com fenótipo com concentrações altas de limoneno e α-pineno,
caracterizando seleção dependente de freqüência. Um estudo similar foi realizado
por STURGEON e MITTON (1986) no estado do Colorado. Porém não se constatou
diferenças entre a composição de monoterpenos da resina de populações de P.
ponderosa var. scopulorum (LANGENHEIM, 2003) atacadas por Dendroctonus
ponderosae e a composição de árvores tomadas ao acaso de áreas adjacentes. Os
autores também verificaram que a variação na composição das resinas de
populações atacadas na Califórnia (STURGEON, 1979) é três vezes maior que a do
Colorado. Bem como se observou que D. ponderosae pode atacar igualmente P.
contorta var. latifolia (LANGENHEIM, 2003) e P. flexilis, o que não ocorria na
Califórnia, porque existe apenas P. ponderosa. Adicionalmente sabe-se que a
capacidade de digestão de terpenos por D. brevicomis e D. ponderosae é similar.
Pelas inferências anteriores STURGEON e MITTON (1986) aventaram que a
pressão exercida por D. ponderosae resulte numa variação entre as espécies de
Pinus, mas não dentro da população de uma determinada espécie. Fora o dano
direto, os besouros brocadores (Scolytidae) podem ser vetores de fungos
patogénicos (Ophiostomataceae), que aumentam os danos às coníferas (PHILLIPS
e CROTEAU, 1999). Os terpenos das resinas também podem inibir o crescimento de
alguns destes fungos (BRIDGES, 1987). O esquilo Sciurus aberti também parece
gerar pressões seletivas sobre as resinas defensivas de P. ponderosa. S. aberti se
alimenta de tecidos abaixo da casca de ramos superiores de P. ponderosa
(SNYDER, 1992). O autor verificou que árvores atacadas por esquilos têm fluxo de
resina menor que árvores não atacadas. Igualmente notou-se que as concentrações
de dois monoterpenos (β-pineno e β-felandreno) são menores nas árvores atacadas.
O autor em experimento com iscas embebidas e não embebidas em β-pineno e β-
felandreno, observou que esquilos preferem as não embebidas. Estas evidências
somadas ao fato de que árvores atacadas produzem menos estruturas reprodutivas
22
e sementes, além de crescerem menos (SNYDER, 1993), apontam que S. aberti
produz seleção direcional que pode aumentar a freqüência de fenótipos de árvores
com maior fluxo de resina com concentrações maiores de β-pineno e β-felandreno.
O segundo exemplo apresentado por LANGENHEIM (2003) trata do gênero
Hymenaea (Leguminosae: Caesalpinioideae). O gênero Hymenaea inclui as árvores
denominadas popularmente de “jatobá”. Vestígios de âmbar indicam que o gênero
está presente ao menos desde a metade do Terciário (LANGENHEIM, 1969;
LANGENHEIM, 2003). O gênero distribui-se por áreas tropicais da região
Neotropical e leste da África (LANGENHEIM e LEE, 1974). As resinas de Hymenaea
são compostas de sesquiterpenos na fração volátil e de diterpenos na não volátil
(LANGENHEIM, 2003). LANGENHEIM et al. (1978) analisaram indivíduos de
diferentes populações do de Hymenaea courbaril no Brasil, Costa Rica e México.
Observou-se que os jatobás apresentaram resinas constitutivas com diferentes
composições ao longo de tecidos e órgãos. Os autores propuseram que isto ocorre
devido a pressões de diferentes herbívoros e patógenos sobre as diferentes partes
da planta. Assim, previram que as resinas mais viscosas do tronco que são ricas em
diterpenos que podem deslocar os herbívoros, como as resinas de coníferas. Bem
como os diterpenos labdenos presentes e que se polimerizam rapidamente selariam
os ferimentos no tronco (LANGENHEIM, 2003). Esta previsão apóia-se em JANZEN
(1975) que verificou uma maior quantidade de resinas nas vagens indeiscentes de
H. courbaril na Costa Rica do que nas vagens de árvores em Porto Rico. Esta
seleção direcional para uma maior quantidade de resinas, seria decorrente do
ataque de besouros do gênero Rhinochenus, que não existem em Porto Rico.
LANGENHEIM et al. (1978) ressaltam que as resinas das vagens são
predominantemente diterpenos labdenos. Os autores também notaram que no limbo,
no pecíolo das folhas e nos tecidos primários do caule de H. courbaril, a composição
é restrita a sesquiterpenos. Esta observação associada a outras, são argumentos
para a previsão de que composições diferentes de resina em diferentes partes da
árvore são geradas por pressões de herbívoros e patógenos específicos destas
partes. LANGENHEIM, FOSTER e McGINLEY (1980) indicaram que o sesquiterpeno
cariofileno encontrado em folhas de Hymenaea, tem ação contra Spodoptera exigua
(Lepdoptera), que é usado como herbívoro-modelo em experimentos (LANGENHEIM
et al., 1982). Além disso, LANGENHEIM, FOSTER e McGINLEY (1980) constataram
que as diferenças nas concentrações do cariofileno, que caracterizam três
23
populações de Hymenaea (Brasil, Costa Rica e Venezuela), têm ações diferentes
sobre S. exigua. Isto seria evidência de seleção, uma vez que a variação na ação de
herbívoros em cada local desencadeia uma pressão seletiva diferenciada. Além de
defesa contra insetos herbívoros o óxido de cariofileno (ao invés do cariofileno) é
ativo contra o fungo foliar Pestalotiopsis que ocorre em Hymenaea (ARRHENIUS e
LANGENHEIM, 1983; ARRHENIUS e LANGENHEIM, 1986). O terceiro exemplo
evidenciado por LANGENHEIM (2003) é o do arbusto do nero Larrea
(Zygophyllaceae) que ocorre em áreas desérticas das América do Sul e do Norte
(HUNZIKER et al., 1972). As resinas em Larrea são produzidas em tricomas de
folhas jovens. Em Larrea tridentata tricomas se colapsam e liberando a resina
através de poros até a superfície das folhas. Aparentemente tricomas de folhas
velhas não liberam resinas já que estão todos colapsados (THOMSON, PLATT-
ALOIA, KOLLER, 1979). A resina que cobre as folhas de Larrea é composta
majoritariamente por fenólicos. Em L. tridentata e L. divaricata são flavonóides,
agliconas (flavonas e flavonóis), um dihidroflavonol e duas lignanas (entre elas o
ácido nordihidroguaiarético) (SAKAKIBARA et al., 1975). RHOADES (1977) teoriza
que as folhas mais jovens são alvo de ataque de herbívoros porque têm presença
mais constante ao longo do tempo, ou seja a planta sempre está produzindo folhas
jovens. RHOADES (1977) em experimentos verificou que um gafanhoto Cibolacris
parviceps (Acrididae), que é um herbívoro generalista, passa a se alimentar mais de
folhas jovens de L. tridentata quando estas tem suas resinas retiradas por éter.
um herbívoro especialista, a larva da mariposa Semiothisa colorata (Geometridae),
se alimenta mais em folhas novas nas quais se retira parte da resina, mas não toda.
O autor aventa a possibilidade da baixa concentração de resinas servir de pista para
alimentação das larvas. RHOADES (1977) também indica que a ação inibidora das
resinas de Larrea é igual a do tanino (inibição da digestão de proteínas). RHOADES
(1977) também demonstrou através de experimentos a resina de Larrea pode agir
como antidessecante e fotoprotetora contra UV.
Além de funções defensivas resinas existem alguns casos de mutualismo com
insetos involvendo as resinas. Um dos casos ocorre com as plantas do neros
Dalechampia (Euphobiaceae) e Clusia (Guttiferae/Clusiaceae) que oferecem resinas
como recompensa floral para polinizadores. Em Dalechampia as resinas o
secretadas por um complexo de brácteas modificadas que ficam abaixo das flores
estaminadas. Em Clusia as flores estaminadas possuem grupos de estaminóides
24
que secretam resina, já nas flores pistiladas os estaminóides formam anéis. No caso
dos dois gêneros, abelhas que coletam resina são os polinizadores
(AMBRUSTER,1984). Outro caso é de Roridulas gorgonias cujos tricomas
glandulares das folhas produzem resinas. Estas resinas viscosas prendem insetos
que acabam por ser sugados por Pamerida roridulae (Hemiptera, Meridae). Durante
a sua alimentação P. roridulae libera excretas cujo nitrogênio é absorvido por R.
gorgonias (ELLIS e MIDGLEY, 1996). Observações e medições de VOIGT e GORB
(2008) apontam que P. roridulae não fica aderido à secreção resinosa de R.
gorgonias devido a uma camada lipídica espessa sobre a cutícula que produz um
mecanismo que impede a adesão.
Insetos podem utilizar resinas com várias finalidades. Observa-se que larvas
de Neodiprion sertifer (Hymenoptera, Diprionidae), se alimentam de folhas de
pinheiro escocês e acumulam as resinas no intestino anterior. Quando agredidas as
larvas de N. sertifer regurgitam a resina (EISNER, JOHNESSEE e CARREL, 1974).
POINAR Jr (1992) descreve a presença em âmbar de indivíduos de Apiomerinae
(Hemiptera, Reduviidae). Estes hemípteros cobrem suas pernas anteriores com
resina para auxiliar na fixação de presas. Através do fóssil, o autor indica que esse
uso de resina vem ocorrendo 25 milhões anos.. As abelhas usam resinas,
principalmente, para a construção de ninhos ou estruturas destes. Isto foi notado em
espécies da família Megachilidae, que pode utilizar resina associada a fragmentos
de folhas e solo (GRIGARICK e STANGE, 1968; CANE, 1996; ARMBRUST, 2004).
Na família Apidae, observou-se o uso de resinas por Epicharis (ROUBIK e
MICHENER, 1980) e euglossíneos
(ZUCCHI, SAKAGAMI e CAMARGO, 1969). Os
fósseis em âmbar contendo centenas de operárias de Proplebeia indicam que este
gênero extinto de meliponíneo coletava resinas de Hymenaea entre 15 a 20 milhões
de anos atrás (Mioceno). Acredita-se a resina coletada seja de Hymenaea porque o
âmbar dominicano no qual se encontram as abelhas fossilizadas é formado por
resinas de Hymenaea (CAMARGO, GRIMALDI e PEDRO, 2000). Os meliponíneos
também empregam resinas para confecção de estruturas de seus ninhos. Nos favos
de cria, invólucro e potes de alimento as resinas encontram-se misturadas à cera
formando o cerume. Nos batumes, que são elementos de isolamento e vedação, as
resinas podem estar misturadas a terra cera ou encontrarem-se puras. Existem
ainda, depósitos de resina pura, que podem ser encontradas ao longo da estrutura
do ninho, como em Tetragonisca angustula e Plebeia spp. A resina pura ou
25
combinada com cera pode ser denominada própolis e quando mesclada à terra é
designada de geoprópolis. Os batumes de geoprópolis são característicos do gênero
Melipona. Além de material de construção, algumas espécies de meliponíneos
podem untar resina em seus agressores, para imobilizá-los, como faz Friesiomellita
varia. Esta espécie ainda utiliza resinas para cobrir todo o entorno da entrada do
ninho (KERR et al., 1967; ROUBIK, 1989; MICHENER, 1974; WILLIE e MICHENER,
1973; NOGUEIRA-NETO, 1997). MICHENER (1974) cita que os meliponíneos
manipulam as resinas vegetais basicamente com as mandíbulas. dos SANTOS
(2007) apontou que as glândulas salivares cefálicas apresentam-se ativas nas
operárias de Plebeia emerina de faixa etária (20-30 dias) correspondente a função
de manipulação de depósitos de própolis. Assim, as secreções destas glândulas
manteriam a viscosidade dos depósitos. A autora também propõe que as glândulas
intramandibulares que estão presentes em todas as idades de P. emerina, também
teriam alguma função associada à manipulação de própolis/resinas. Isto porque nas
operárias de 20-30 dias e campeiras o epitélio secretor destas glândulas encontra-se
hipertrofiado.
26
2.3 PRÓPOLIS
Tradicionalmente o termo própolis é ligado a Apis mellifera, tanto que GARY
(1975) cita que desde os tempos de Aristóteles se sabia de sua existência nas
colméias destas abelhas. WITHERELL (1975), VAN TOL FILHO (1952) e BARROS
(1962), por exemplo, denominam por própolis os exsudados coletados por Apis
mellifera nas plantas. Sendo que estes o servir de material para a vedação de
aberturas, na fixação de favos e para mumificar intrusos.
Provavelmente, o termo própolis passou a ser utilizado na meliponicultura, por
analogia com A. mellifera. Ainda que ROUBIK (1989), entenda que própolis seja um
elemento ligado apenas a A. mellifera. NOGUEIRA-NETO (1997) define própolis
como sendo resinas vegetais de plantas lenhosas que são coletadas pelos
meliponíneos e levadas ao ninho. Após a manipulação a resina pode receber adição
de um pouco de cera, podendo existir assim, depósitos de própolis puro ou misto.
O uso medicinal da própolis de A. mellifera é tradicional e KRELL (1996)
reporta sua utilização com essa finalidade desde o tempo clássico de romanos e
gregos. Assim sendo, existem extensas revisões, como por exemplo, FARRÉ,
FRASQUET e SANCHEZ (2004), a respeito do potencial da própolis de A. mellifera.
No Brasil, a ênfase em seu uso popular e produção (BREYER, 1980) bem como
estudos sobre sua atividade (SZEWCZAK, GODOY e CHOCIAI, 1986) ocorrem a
partir dos anos 80. Posteriormente, inicia-se a caracterização de compostos, por
exemplo com RIBEIRO (1994).
Durante os anos 90 iniciam-se os trabalhos com própolis de abelhas sem
ferrão de forma análoga aos de própolis de A. mellifera. Tanto assim que TOMÁS-
BARBERÁN et al. (1993) analisaram através de cromatografia líquida de alta
eficiência (CLAE) as própolis de Melipona favosa, M. compressipes, Scaptotrigona
depilis e Frieseomelitta varia, na Venezuela. Os autores indicaram que estas própolis
continham fenólicos (benzofenonas polipreniladas) e que Clusia, que fora analisada
conjuntamente, era a fonte da resina. KUJUMGIEV et al. (1998) realizaram análises
de atividade antimicrobiana de própolis de M. compressipes e M. quadrifasciata
anthidioides em conjunto com amostras de A. mellifera. Nesta análise através de
métodos de difusão e cultura em células os autores verificaram das própolis de
Melipona atividade considerável contra Staphylococcus aureus, Candida albicans e
um vírus de gripe aviária (H7N7). Por outro lado, BANKOVA et al.(1999) testaram,
27
através de método de difusão, a própolis de M. quadrifasciata anthidiodes, M.
compressipes e Tetragona clavipes. Notou-se uma atividade discreta contra S.
aureus e ausência de atividade contra E. coli. Neste trabalho através de
cromatografia cromatografia de fase gasosa acoplada à espectrometria de massas
(CG-EM) foi indicada a presença de ácidos, ésteres, álcoois, fenóis, aldeídos,
monoterpenos, sesquiterpenos, hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos nas
amostras. FERNANDES Jr. et al. (2001) averiguaram a concentração mínina
inibitória da atividade antibacteriana de própolis de oito espécies de meliponíneos. A
atividade foi signficativa para as própolis de Melipona sp. M. scutellaris e Partamona
sp contra S. aureus. Os autores não verificaram atividade significativa por parte de
nenhuma amostra contra E. coli. VELIKOVA et al. (2000) através de método de
difusão, mostraram uma atividade moderada contra S. aureus e E. coli do ácido
caurenóico, o qual isolaram da própolis de M. quadrifascita anthidioides. Em relação
à identificação de compostos na própolis de meliponíneos, PATRICIO et al. (2002)
retiraram amostras de própolis das tíbias de Frieseomelitta varia, F. languida e F.
silvestrii e analisaram em CG-EM e encontraram monoterpenos, sesquiterpenos e
diterpenos. PERREIRA, BICALHO e AQUINO NETO (2003), utilizaram
cromatrografia gasosa de alta resolução e alta temperatura (CGAR–AT) e
cromatografia gasosa de alta resolução e alta temperatura acoplada a
espectrometria de massas (CGAR–AT-EM) e caracterizaram triterpenos em uma
amostra de própolis de Tetragonisca angustula. Neste trabalho através de
bioautografia verificou-se indícios de atividade contra S. aureus. SAWAYA et al.
(2006) utilizando espectometria de massas por ionização eletrospray no modo
negativo, ESI-MS (-), indicaram através da comparação de íons característicos que a
fonte de resina para Tetragonisca angustula, no Brasil, é Schinus terebenthifolius
(aroeira mansa). Isto apesar das amostras serem de regiões diferentes. Os autores
também apontam que alguns dos compostos destas amostras são triterpenos com
grupos ácidos. SAWAYA et al. (2009), analisaram a variação da atividade
antioxidante de amostras mensais de própolis recolhidas durante um ano de
colméias de três espécies de Scaptotrigona. A atividade das amostras apresentaram
atividade menor que a registrada para própolis de A. mellifera.
28
2.4 INSETOS EUSSOCAIS E SANIDADE DOS NINHOS
No interior dos ninhos de insetos sociais muitas vezes encontra-se uma
grande agregação de indiduos, bem como uma concentração de reservas de
alimentos e condições de temperatura e umidade ótimas para o desenvolvimento de
microorganismos (HÖLLDOBLER e WILSON, 1990). Por isso, WHEELER (1910),
baseado em observações com formigas supunha teoricamente que este cenário
aumentaria a probabilidade de proliferação de microorganismos e logo de doenças
nos ninhos. CREMER, ARMITAGE e SCHIMD-HEMPEL (2007), em sua revisão,
denominam de imunidade social os mecanismos, observados em insetos sociais,
que dependem da cooperação de membros do grupo, e que resultam em prevenção,
controle e eliminação de infecções parasitárias (2007). Os autores fazem uma
categorização desses mecanismos de acordo com o local onde eles ocorrem ou
direção de transmissão dos agentes patogênicos (horizontal ou vertical). Uma
dessas categorias engloba os mecanismos para reduzir a probabilidade de
estabelecimento dos agentes patogênicos no interior do ninho. Entre os mecanismos
encontram-se aqueles que são desencadeados pelo patógeno ou são medidas
profiláticas. Entre os mecanismos profiláticos no ninho interior do ninho é possível
citar que formigas retiram ou isolam cadáveres bem como afastam material em
decomposição do ninho (HÖLLDOBLER e WILSON, 1990). Meliponíneos
transportam detritos (exúvias de pupas e fezes) para fora dos ninhos (ROUBIK,
1989). indícios que cupins Zootermopsis gusticollis produzem sinais vibratórios
quando na presença de esporos de fungos patogénicos, fazendo com que os
indivíduos da colônia se afastem da área contaminada (ROSENGAUS et al., 1999).
As fezes (mecônio) também são retiradas do ninho por espécies de vespas adultas
da tribo Ropalidiini as quais algumas auxiliam a larva a ejetar o mecônio. Em outras
espécies as larvas ejetam o mecônio sozinhas para que os adultos os retirem
(KOJIMA, 1996). A coleta de materiais e sua deposição no ninho também é um
mecanismo profilático que controla o crescimento microbiano, como é o caso de
Formica paralugubris que coleta resina vegetal e deposita em seu ninho (CHRISTE
et al., 2003). A própolis de Apis mellifera pode ter uma ação semelhante, que
possuem resinas em sua composição, e testes in vitro apontaram que a própolis
inibe o crescimento de Paenebacillus larvae, uma bactéria patogênica para A.
mellifera (BASTOS et al., 2008). Um outro aspecto das condições sanitárias do ninho
29
é a conservação das reservas de alimento. Os experimentos de CURRIE et al.
(1999) demonstraram que o actinomiceto Streptomyces simbionte é capaz de inibir o
fungo parasita Escovopis que é nocivo ao fungo do qual as formigas cortadeiras
cultivam se alimentam. BIJLSMA et al. (2006), pontuam a respeito da concentração
de água no mel de meliponíneos, que é mais alta que no mel de A. mellifera, o que
poderia desencadear sua deterioração mais rápida, sendo que em geral não se
observa isto. Os autores citam que o mel de Trigona nigra e Melipona favosa pode
manter-se por um ano sem aparentemente alterar suas características. Os autores
aventam a possibilidade das abelhas sem ferrão adicionarem enzimas outras
substâncias que conferem capacidade antibiótica ao mel.
30
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 LOCAL
As amostras de própolis das vedações utilizadas nos procedimentos dos
subitens 3.2.1, 3.2.2 e 3.2.3 foram recolhidas em duas localidades distintas. As
amostras de Scaptotrigona sp., localmente conhecida por “tubi”, procederam de um
meliponário instalado no município de Barra do Corda, Maranhão. O centro
geográfico do município está situado a 5' S e 42º 25' W (IBGE, 2006a). O clima é
quente, semi-úmido com quatro ou cinco meses secos. A maior parte do município
abrange áreas de cerrado (IBGE, 2006b). as amostras de própolis de
Scaptotrigona aff. depilis foram obtidas de um meliponário instalado na Estação
Experimental de Luiz Antônio (EELA), no município de Luiz Antônio, São Paulo. O
meliponário localiza-se a 21º 35’ 16,7” S e 47º 44’ 31,0” W. A Estação Experimental
encontra-se em uma área que se caracteriza por dois períodos climáticos distintos,
sendo um com precipitação e temperaturas altas (novembro a abril) e outro com
precipitação e temperaturas baixas (maio a outubro), (UFSCAR, 2000). A maior
parte da área que circunda as colméias está ocupada por plantações de Pinus sp. e
Eucaliptus sp. (UFSCAR, 2000). As colônias de Scaptotrigona sp. do meliponário de
Barra do Corda são nativas da região. As colônias de S. aff. depilis dos meliponários
da Estação Experimental, foram obtidas a partir de transferências de ninhos
procedentes do campus USP RP. Os ninhos se encontravam em árvores caídas ou
cortadas pela Divisão de Parques e Jardins do campus.
Os procedimentos do subitem 4.2.4 utilizaram S. aff. depilis. Estas colônias
estavam instaladas no meliponário do Departamento de Genética FMRP, campus
USP Ribeirão Preto. As colônias deste meliponário procedem também de
transferências de ninhos naturais do campus. O campus situa-se a 215' S e 47º
55' W. O local tem altitude máxima de 653 m e está sob domínio de clima subtropical
úmido temperado (FREITAS, 2001).
31
3.2 METODOLOGIA
Foi considerado como própolis o material que compunha as vedações das
colméias de Scaptotrigona.
Foram consideradas como sendo resinas vegetais as frações separadas da
própolis, segundo os procedimentos descritos a seguir. Ou então, os exsudatos
vegetais retirados de espécies vegetais reconhecidas em LANGENHEIM (2003)
como produtoras de resina.
3.2.1 Composição química das resinas da própolis das vedações
3.2.1.1 Obtenção das amostras de própolis
As amostras de própolis procedentes de Barra do Corda foram coletadas
mensalmente durante o período de maio de 2006 a abril de 2007. As amostras
foram retiradas de dez colônias de Scaptotrigona sp. As colônias estavam
acondicionadas em colméias racionais modelo Portugal-Araújo, modificada por Kerr
e Venturieri (VENTURIERI, 2003) (fig.3). Utilizando-se espátula, as amostras de
própolis foram retiradas das vedações construídas entre a tampa e módulo e entre
os módulos das colméias. Em seguida, as amostras foram enviadas até a
Universidade de São Paulo, campus Ribeirão Preto, pelo correio via SEDEX. As
amostras oriundas da EELA foram coletadas mensalmente no intervalo entre
setembro de 2006 a outubro de 2007. As amostras foram recolhidas de cinco
colônias de S. aff. depilis. Estas colônias estavam abrigadas em colméias racionais
modelo Walmir Pedro Züge (fig. 3). As amostras foram coletadas das colméias da
mesma forma que em Barra do Corda. Posteriormente, tão rápido quanto possível,
as amostras de própolis das duas localidades foram armazenadas a
aproximadamente -16 ºC.
32
3.2.1.2 Avaliação da composição química das resinas das própolis
As análises de avaliação da composição química foram realizadas no
Laboratório Thomson de Espectrometria de Massas do Instituto de Química da
UNICAMP.
As amostras foram analisadas pela técnica de espectometria de massas por
ionização eletrospray no modo negativo, ESI-MS (-). Esta análise também fez parte
dos procedimentos que originaram o trabalho de SAWAYA et al. (2009). Portanto, a
metodologia e os resultados apresentados aqui constam também neste trabalho.
As resinas contidas nas própolis foram extraídas através da adição de 10 mL
de etanol (Merck) para cada 3,0 g de amostra de própolis individualmente. As
amostras permanecem sete dias junto ao solvente sob agitação a 100 rpm. A
seguir, filtrou-se a parte insolúvel e o filtrado foi posto a -16 ºC “overnight” para
congelamento da cera e novamente sofreu filtração a 16 ºC (SAWAYA et al.,
2006). Isto foi realizado para diminuir a quantidade de ceras junto á resina. O
filtrado obtido teve o etanol evaporado a 50
o
C para obtenção dos extratos secos de
resina.
Este extrato seco foi dissolvido em uma solução de 70% de metanol (v/v)
grau cromatográfico (Tedia), 30% água deionizada (v/v), 0,5% hidróxido de amônio.
Em seguida, injetou-se diretamente as soluções de resina a um fluxo de 10µL . m
-1
na fonte de ESI, através de um injetor (Harvard Apparatus). Os espectros de massa
(fingerprint) ESI(-)-MS foram obtidos em um espectômetro de massa Q-TOF de
Figura 3
A
- Colméia racional modelo Portugal-
Araújo
modificada por Kerr e Venturieri. B -
Colméia racional modelo
Walmir Pedro Züge.
A
B
33
micromassa híbrido sob as seguintes condições: capilar -3000 V; cone - 40 V;
temperatura de dessolvatação 100 ºC. Os “fingerprint” foram obtidos na faixa de m/z
100 a 1000. Posteriormente, para caracterizar as amostras foi efetuada uma análise
de componentes principais (PCA) através do programa Pirouette 2.60 (Infometrix).
Os espectros de massa foram expressos como as intensidades de íons individuais
[M H
-
]. Os íons com intensidades acima de 30% no “fingerprint” foram utilizados
como variáveis na PCA. Também foram incluídas nas análises as concentrações
nas quais as amostras reduziam a absorbância em 50% em teste de atividade
antioxidante (ED
50
) (SAWAYA et al., 2009). Os valores foram pré-processados
através de auto-escala antes da realização da análise de componentes principais.
3.2.1.3 Informações adicionais: massa da própolis, proporção de resina na própolis,
realocação da própolis
Para aumentar os subsídios para a discussão a respeito dos resultados
obtidos pelo procedimento anterior foram realizados mais três procedimentos.
O primeiro foi o de medir a massa de cada amostra mensal, em balança
mecânica (amostras de Scaptotrigona sp Barra do Corda) e em balança digital
(amostras de S. aff. depilis EELA). Os valores obtidos para as amostras de
Scaptotrigona sp dos seis primeiros meses de extração de própolis foram
comparados com os valores dos seis últimos. para dos valores de S. aff. depilis,
descontou-se um dos seis primeiros e um dos seis últimos, pois nestes meses o
coletor não foi o mesmo das demais coletas, o que fez com que os valores se
mostrassem enviesados. As massas de S. aff. depilis foram comparadas através do
teste U de Mann-Whitney. as massas de Scaptotrigona sp foram comparadas
com teste t para duas amostras independentes.
No segundo procedimento, extraíram-se as resinas das amostras mensais
de própolis das duas abelhas de acordo com o subitem 3.2.2.1. A seguir obteve-se
a proporção de resina através da divisão da massa desta pela massa da amostra
de própolis correspondente. Os valores de proporção de resina dos seis primeiros
meses de coleta com os valores dos seis últimos foram comparados através de do
teste U de Mann-Whitney. As análises estatísticas destes experimentos e de todos
os outros deste trabalho foram realizadas no programa Statistica 6.0.
34
No terceiro procedimento, tomou-se uma colméia racional do meliponário do
Depto. de Genética, USP-RP, contendo S. aff. depilis e procurou-se retirar toda a
própolis que vedava a tampa e a melgueira junto a esta. Nas melgueiras inferiores e
na região dos favos espalhou-se purpurina prateada nas áreas onde havia própolis
depositada. Após três dias foi verificado se houve realocação da própolis de outros
locais do ninho na melgueira para as áreas que tiveram a própolis retirada.
3.2.2 Atividade antimicrobiana das resinas da própolis das vedações
3.2.2.1 Obtenção da própolis e extração de resinas
As amostras mensais de própolis de Scaptotrigona sp. (Barra do Corda) e de
S. aff. depilis (EELA), são as mesmas obtidas nas condições apresentadas no
subitem 3.2.1.1. A extração de resina das amostras foi realizada através de
maceração. Para tanto, colocava-se a proporção de 4 mL de etanol (Merck) junto a
1 g de própolis (ADELMANN, 2005). A extração ocorreu sob agitação de 60 rpm a
30 ºC por 14 dias (Bastos, 2006, comunicação verbal)
1
. Após esse período o extrato
foi mantido por no mínimo 12 horas a -16 ºC, em seguida realizou-se a filtração da
porção insolúvel também a -16 ºC (modificação de SAWAYA et al., 2006). Após a
filtração, o etanol foi evaporado em estufa a 35 ºC. Decidiu-se fazer uma mescla
(“pool”) para o grupo de resinas provenientes de cada localidade. Isto porque as
amostras mensais de Barra do Corda mostraram certa identidade umas com as
outras, bem como as amostras da EELA entre si (subitens 4.1.1 e 5.1). Os “pools”
também foram feitos para se obter um material que refletisse as tendências de
coleta durante o ano. Para se obter a mescla de cada localidade, tomaram-se as
amostras mensais de resinas extraídas e procedeu-se uma nova suspensão de
cada uma delas. Estas suspensões foram produzidas diluindo-se as resinas
extraídas na proporção 1g de resina para 3mL de etanol (Merck). Então, foram
misturados 2mL de cada suspensão formando os “pool”, que em seguida tiveram o
etanol evaporado em estufa a 35ºC. Em todos os procedimentos anteriores
procurou-se manter as amostras abrigadas da luz.
1
Informação fornecida por Bastos, Ribeirão Preto, julho de 2006.
35
3.2.2.2 Ensaios para avaliação da atividade das resinas contra microorganismos de
interesse clínico
Avaliações prévias de atividade antimicrobiana dos “pools” de resinas das
duas abelhas foram realizadas na Fundação Ezequiel Dias - FUNED (Belo
Horizonte, MG).
As avaliações foram realizadas através de ensaios de métodos de difusão
em placa para atividade antibacteriana e atividade antifúngica, cujos protocolos
foram estabelecidos para própolis de A. mellifera em FUNED (2008a) e FUNED
(2008b). Os procedimentos utilizados encontram-se no APÊNDICE 1.
Nos testes prévios de difusão em placa para atividade antibacteriana (fig. 4)
ambos os “pools” de resina não apresentaram atividade contra Escherichia coli.
(diâmetro halo de inbição = 0). O disco de gentamicina que serviu de controle de
atividade apresentou halo com 28mm de diâmetro. O controle para toxicidade do
etanol não apresentou halo. Já contra Staphylococcus aureus o “pool” de
Scaptotrigona sp. o apresentou atividade (halo = 0), enquanto que o “pool” de
Scaptotrigona. aff. depilis mostrou uma atividade razoável. Os dos halos tinham
12mm, 12mm e 13mm de diâmetro (média de 12,33mm). O disco de vancomicina
produziu um halo de 21mm e o etanol não produziu halo. Considera-se como ideal,
na metodologia utilizada, o halos de inibição ≥ 13mm.
No ensaio de atividade antifúngica contra Candida albicans (fig. 4) as placas
com o “pool” da EELA apresentaram respectivamente 136; 352; 208 colônias,
(média=232 colônias). Nas placas com “pool” de Barra do Corda surgiram 1116;
744; 840 colônias (média= 898 colônias). nas placas de controle da toxicidade
do DMSO apresentaram 717; 708; 735 colônias (média= 720 colônias). A placa de
controle de viabilidade de C. albicans com apenas PDA apresentou 1120 colônias.
A comparação desta última placa com as demais indicou como que nenhum “pool”
foi efetivo contra C. albicans.
Como considerou-se apenas representativa a atividade do “pool” de
Scaptotrigona. aff. depilis contra Staphylococcus aureus. Foi realizado ensaio de
microdiluição em placa de 96 poços para caracterizar melhor a atividade do pool”
contra S. aureus. Os procedimentos foram realizados no laboratório de
Farmacognosia do departamento de Ciências Farmacêuticas da FCFRP-USP.
Procurou-se observar os protocolos do NCCLS (2003). Inicialmente, tubos de
36
ensaios com 5mL de caldo de soja tríptica (TSB - Himedia) foram inoculados com
S. aureus (ATCC 25923) e incubados de 18h a 24h, a 37
o
C. A seguir, as bactérias
do caldo foram inoculadas em tubo com ágar de soja tríptica (TSA Himedia), que
foi incubado por 18h a 24h, a 37
o
C. A partir desta cultura as bactérias foram
transferidas para tubos com 6000µL de salina 0,85% até que a suspensão atingisse
turbidez igual à de uma solução padrão de Mc Farland de 0,5 de BaSO
4
(10
8
UFC/mL). Em seguida, 1000µL da suspensão foram diluídos em 9000µL de caldo
Mueller-Hinton, resultando no inóculo com 10
7
UFC/mL. Do inóculo foram
transferidos 10µL para cada poço que necessitava (fig.5a), resultando em 5 x 10
4
UFC/poço, que cada poço continha o volume final de 200µL. A seguir, preparou-
se uma solução de resina da EELA em dimetilsulfóxido (DMSO - Merck) com
concentração 400mg/mL. A partir desta solução foram feitas seis diluições
sucessivas 1:2 em caldo Mueller-Hinton (Difco), produzindo ao final uma solução de
trabalho com concentração final de 6250µg/mL, com 1,6% (v/v) de DMSO. O
esquema de aplicação da solução de trabalho e as concentrações finais de resina
nos poços encontram-se nas figuras 5a e 5b. Também para verificar se a própolis
(resina+cera) mostraria diferença na atividade, foi preparado um “pool” das
amostras destas como se fizera para as resinas (subitem 3.2.2.1). Assim, também
se preparou uma solução de trabalho do pool” de própolis como descrito
anteriormente para o pool” de resina. A aplicação da solução de trabalho do “pool”
de própolis e as concentrações na placa também foram similares ao do “pool” de
resina (fig.5a e 5b). A penicilina G (Sigma) foi utilizada como controle de atividade
antibacteriana. A preparação do antibiótico foi iniciada com a diluição da penicilina
G em tampão fosfato de potássio a 1% (pH 6,0), produzindo uma solução de
1000µg/mL. Então, se diluiu 1mL desta solução em 9mL de caldo Mueller-Hinton.
Da solução anterior tomou-se 1mL que foi diluído em 5mL de caldo Mueller-Hinton
resultando em uma solução de penicilina G a 20µg/mL. A partir desta solução foram
feitas diluições 1:2 seqüenciais na placa conforme figura 5a. As concentrações de
penicilina nos poços estão na figura 5b. Para obter o controle da toxicidade do
DMSO preparou-se uma solução diluindo-se 32µL de DMSO em 1968µL de caldo
Mueller-Hinton, obtendo-se uma solução com 1,6% (v/v) de DMSO. A aplicação
deste controle é demonstrada na figura 5a. Também foram feitos controles de
esterilidade do caldo Mueller-Hinton, da resina e da própolis, bem como controle da
viabilidade de S. aureus (fig.5a). Ao final da aplicação das soluções o volume nos
37
poços era de 200µL e os ensaios e controles se apresentam em triplicata (fig.5a).
Após a finalização da aplicação das soluções a placa foi selada com filme plástico e
incubada por 16h-20h a 37
o
C. Após a incubação foi adicionado em todos os poços
20µL de uma solução reveladora de cloreto de 2,3,5-trifenil-2H-tetrazólio (CTT)
(Vetech). Este sal é incolor, mas em contato com bactérias este é reduzido a trifenil
formazan tornando-se vermelho (SIMONS e WILLIANS, 1967). A placa, então, foi
incubada novamente por 30 min, 37
o
C, após esse período a placa foi levada até um
“scanner” digital para captura da imagem do fundo da placa. A imagem dos poços
foi analisada através do programa Flicker - V0.87.1-beta que foi criado para analisar
a densitometria de imagem (LEMKIN, THORNWALL e EVANS, 2005). Os valores
de densitometria do programa o interpretações da densidade de cor dos “pixels”
da imagem digitalizada. O método de análise do crescimento bacteriano em placas
de 96 poços, através de imagens digitalizadas via “scanner” foi proposto por
GABRIELSON et al. (2002). Os valores de densitometria dos poços com
781,25µg/mL e 200µg/mL de ambos “pools” foram submetidos à análise de
variância (ANOVA) e posteriormente teste de Tukey.
38
Figura 4
-
Testes de avaliação prévia de atividade antimicrobiana e antifúngica.
A1 a A3- placas com E. coli.
B1 a B3- placas com S. aureus.
Abreviaturas:
EE “Pool” Estação Experimental; BC- “Pool” Barra do Corda; AL-
Etanol; G- Gentamicina; V- Vancomicina
C1 a C3- placas com C. albicans + “Pool” de resina de Barra do Corda, MA
C4 a C6 placas com C. albicans + DMSO
C7 a C8 placas com C. albicans
+ “Pool” de resina da Estação Experimental de
Luiz Antônio, SP.
D – C. albicans em ágar batata dextrose
A1
A2
A3
B1
B2
B3
C4
C5
C6
C7
C8
C9
C1
C2
C3
D
EE
EE
EE
EE
E
E
EE
BC
BC
BC
BC
BC
BC
AL
AL
G
V
39
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A
C 90 µL
ST R 100 µL
IN 10 µL
C 140 µL
ST R 50 µL
IN 10 µL
C 165 µL
ST R 25 µL
IN 10 µL
C 184 µL
ST R 6 µL
IN 10 µL
C 200
µL
C 200
µL
C 200
µL
B
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
ST R 100
µL
C 100
µL
ST R 100
µL
C 100
µL
ST R 100
µL
C 100
µL
C
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
SST P 100
µL
C 100
µL
SST P 100
µL
C 100
µL
SST P 100
µL
C 100
µL
D
DMSO 1
00
µL
C 190
µL
IN 10
µL
DMSO 100
µL
C 190
µL
IN 10
µL
DMSO 100
µL
C 190
µL
IN 10
µL
E
C 90 µL
ST R 100 µL
IN 10 µL
C 140 µL
ST R 50 µL
IN 10 µL
C 165 µL
ST R 25 µL
IN 10 µL
C 184 µL
ST R 6 µL
IN 10 µL
C 190
µL
IN 10
µL
C 190
µL
IN 10
µL
C 190
µL
IN 10
µL
F
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
P 200 µL
C 90 µL
IN 10 µL
C 100 µL
P 7 µL
C 90 µL
IN 10 µL
C 100 µL
P8 100 µL
C90
IN 10
P9 100 µL
Descarte
2 3 4 5 6 7 8 9 10
µL
C 140µL
ST R 50µL
IN 10µL
C 165µL
ST R 25µL
IN 10µL
C 184µL
ST R 6µL
IN 10µL
C 200 µL C 200 µL C 200 µL
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
ST R 100µL
C 100µL
ST R 100µL
C 100µ
ST R 100µL
C C
100µL
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
ST P 100 µL
C 100 µL
ST P 100 µL
C 100 µL
ST P 100 µL
C 100 µL
DMSO100µL
C 190µL
IN 10 µL
DMSO100µL
C 190µL
IN 10 µL
DMSO100µL
C 190µL
IN 10 µL
µL
C 140µL
ST P 50µL
IN 10µL
C 165µL
ST P 25µL
IN 10µL
C 184µL
ST P 6µL
IN 10µL
C 190 µL
IN 10 µL
C 190 µL
IN 10 µL
C 190 µL
IN 10 µL
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
P 200µL
90 µL
IN 10 µL
C 100
P7 100µL
C 90 µL
IN 10 µL
C 100
P8 100µL
C 90 µL
N 10 µL
P9 100µL
Descarte
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
I DEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
ENSAIO
RESINA
ENSAIO
PRÓPOLIS
Controle
Solução trabalho resina
Controle
Caldo Mueller
Controle esteri
Solução trabalho próp olis
Controle toxicidade
DMSO
Controle
Inóculo
.
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
H
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
Controle de atividade
Antibiótico
Figura 5a
-
Diagrama de aplicação de soluções utilizadas em ensaio da atividade de “pool” de resinas e própolis de Scaptotrigona aff. depilis (EELA)
contra Staphylococcus aureus Método de microdiluição em placa de 96 poços. A ordem de cima para baixo das abreviaturas representa a ordem de
aplicação das soluções. Os valores a frente das abreviaturas indicam os volumes aplicados. Abreviaturas: C Caldo Mueller-Hinton; ST R Soluções
de trabalho de “pool” resina ; ST P Solução de trabalho de “pool”de própolis ; IN Inóculo de S. aureus; DMSO Solução de dimetilsulfóxido; P
Solução de Peniciliana G; P7; P8; P9 – Solução de Penicilina G vinda do poço 8,9,9.
ENSAIO
RESINA
ENSAIO
PRÓPOLIS
Controle de esterilidade
Solução trabalho resina
Controle de esterilidade
Solução trabalho própolis
Controle de esterilidade
Caldo Mueller-Hinton
Controle de toxicidade
DMSO
Controle de viabilidade
Inóculo
40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A
POOL
RESINA
3125
µg/mL
POOL
RESINA
1562,5
µg/mL
POOL
RESINA
781,25
µg/mL
POOL
RESINA
200
µg/mL
- - -
B
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
POOL
RESINA
3125
µg/mL
POOL
RESINA
3125
µg/mL
POOL
RESINA
3125
µg/mL
C
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
POOL
PRÓPOLIS
3125
µg/mL
POOL
PRÓPOLIS
3125
µg/mL
POOL
PRÓPOLIS
3125
µg/mL
D
DMSO
1% (v/v)
DMSO
1% (v/v)
DMSO
1% (v/v)
E
POOL
PRÓPOLIS
3125
µg/mL
POOL
PRÓPOLIS
1562,5
µg/mL
POOL
PRÓPOLIS
781,25
µg/mL
POOL
PRÓPOLIS
200
µg/mL
- -
-
F
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
PENICILINA
G
10 µg/mL
PENICILINA
G
5 µg/mL
PENICILINA
G
2,5 µg/mL
2 3 4 5 6 7 8 9 1 0
µL
C 140µL
ST R 50µL
IN 10µL
C 165µL
ST R 25µL
IN 10µL
C 184µL
ST R 6µL
IN 10µL
C 200 µL C 200 µL C 200 µL
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
ST R 100µL
C 100µL
ST R 100µL
C 100µ
ST R 100µL
C C
100µL
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
ST P 100 µL
C 100 µL
ST P 100 µL
C 100 µL
ST P 100 µL
C 100 µL
DMSO100µL
C 190µL
IN 10 µL
DMSO100µL
C 190µL
IN 10 µL
DMSO100µL
C 190µL
IN 10 µL
µL
C 140µL
ST P 50µL
IN 10µL
C 165µL
ST P 25µL
IN 10µL
C 184µL
ST P 6µL
IN 10µL
C 190 µL
IN 10 µL
C 190 µL
IN 10 µL
C 190 µL
IN 10 µL
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
P 200µL
90 µL
IN 10 µL
C 100
P7 100µL
C 90 µL
IN 10 µL
C 100
P8 100µL
C 90 µL
N 10 µL
P9 100µL
Descarte
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
ENSAIO
RESINA
ENSAIO
PRÓPOLIS
Controle
Solução trabalho resina
Controle
Caldo Mueller
Controle esteri
Solução trabalho próp olis
Controle toxicidade
DMSO
Controle
Inóculo
.
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
H
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
Figura 5b
Diagrama de concentrações de substâncias utilizadas em ensaio da atividade de “pool” de resinas e própolis de Scaptotrigona aff. depilis
(EELA) contra contra Staphylococcus aureus Método de microdiluição em placa de 96 poços. A concentração de S. aureus
nos poços onde se
aplicou o inoculo foi de 5 x 10
4
UFC/poço.
ENSAIO
RESINA
ENSAIO
PRÓPOLIS
Controle de esterilidade
Solução trabalho resina
Controle de esterilidade
Solução trabalho propólis
Controle de toxicidade
DMSO
Controle de atividade
Antibiótico
41
3.2.3 Resinas das vedações e sanidade da colônia
3.2.3.1 Isolamento de fungos filamentosos
Os procedimentos para isolamento de fungos foram feitos no laboratório de
Microbiologia e Biologia Celular do departamento de Biologia da FFCLRP USP.
Durante o isolamento de fungos filamentosos das colônias de S. aff. depilis do
meliponário da EELA foram testados três métodos de coleta, que foram executados
nas cinco colônias. No primeiro, foram retiradas com espátulas estéreis amostras de
própolis das vedações do módulo da colméia correspondente à área dos favos de
cria. Estas amostras foram postas em frascos estéreis. No segundo, colocou-se uma
placa de Petri pequena estéril dentro de cada colônia, no módulo de melgueira mais
próximo à área de cria. As placas permaneceram por dez dias nas colméias, até
serem fechadas e recolhidas. No terceiro, uma placa de Petri aberta contendo meio
de aveia (ágar 2g : farinha de aveia 4g : água 100mL) estéril, foi posta em cada
colméia no módulo de melgueira mais próximo da área de cria. As placas foram
deixadas por cerca de 20 minutos nas colméias. Em seguida, as placas foram
lacradas e recolhidas. O material coletado pelo primeiro método (própolis) em cada
colônia foi transferido para placas de Petri individualizadas com meio de aveia. Em
seguida, as placas foram incubadas em estufa a 30 ºC. As placas de Petri utilizadas
no segundo método foram colocadas abertas em placas de Petri maiores contendo
meio de aveia. Após isto, as placas foram postas em estufa a 30 ºC. As placas de
Petri com meio de aveia, usadas no terceiro método, logo após a chegada ao
laboratório, também foram incubadas a 30ºC. O primeiro método apresentou o
crescimento de um número maior de morfotipos diferentes de fungos (cinco). Assim,
a partir destas placas iniciou-se o isolamento dos morfotipos. Fungos cinza e
marrom não foram isolados para evitar possível contaminação ao laboratório. O
isolamento foi realizado através de raspagem com alça de platina flambada dos
fungos selecionados. Em seguida, foi feita a inoculação dos fungos em novas placas
com meio de aveia acrescido de composto antibacteriano Pentabiótico
®
Fort Dodge
a 50µg/mL. Estas placas foram levadas à estufa a 30 ºC. O processo de isolamento
foi repetido até que nas placas houvesse apenas o crescimento de um morfotipo por
placa. Obtiveram-se três morfotipos que foram enviados para identificação na
Micoteca URM (University Recife Mycologia), Departamento de Micologia UFPE. Os
42
fungos foram identificados como Aspergillus niger, Van Tieghem (agregado com
outro Aspergillus), Paecilomyces variotii Bainier e Aspergillus flavus, Link. O
isolamento de fungos das colônias de Scaptotrigona sp. de Barra do Corda foi
iniciado com o recolhimento de fragmentos de própolis de cinco colméias. A coleta
foi feita com o mesmo procedimento do primeiro método utilizado na EELA. Este
procedimento foi escolhido porque através dele se obteve um número maior de
morfotipos vindos da EELA. As amostras foram mantidas resfriadas até serem
colocadas em placas de Petri com meio de aveia, as quais foram incubadas à 30ºC.
Após o crescimento dos fungos foi realizado o isolamento destes através dos
mesmos procedimentos utilizados para as amostras da EELA. Os nove morfotipos
isolados foram enviados para identificação na Micoteca URM, Departamento de
Micologia UFPE. Foi possível identificar Aspergillus niger, Van Tieghen, Curvularia
lunata var. aeria (Bat., J.A. Lima & C.T. Vasconc.) M.B. Ellis e Aspergillus japonicus
(agregado a Aspergillus niger). Isto porque o alto nível agregação nos demais
morfotipos não permitiu o isolamento para identificação.
3.2.3.2 Avaliação da atividade das resinas contra os fungos isolados
Os procedimentos para avaliação da atividade das resinas contra os fungos
coletados foram realizados no laboratório de Microbiologia e Biologia Celular do
departamento de Biologia da FFCLRP USP.
Nos ensaios foram testados os “pools” de resinas (subitem 3.2.2.1) de uma
localidade contra os fungos isolados das colméias daquela localidade. Também
foram usados “pools” de própolis das duas localidades como no subitem 3.2.2.1. Nos
ensaios foram utilizados Aspergillus niger + Aspergillus sp. e Paecilomyces variotti,
(EELA) e A. niger e A. japonicus + A. niger (Barra do Corda). A. niger e A. japonicus
foram escolhidos porque podem produzir, respectivamente, ocratoxina A (ROMERO
et al., 2005) e esterigmatocistina (BEGUN e SAMAJPATI, 2000). Estas substâncias
têm potencial entomopatogénico (PATERSON, SIMMONDS e BLANEY, 1987;
OBANA et al., 1994). Para Paecilomyces variotti não foi encontrada referência a
respeito de ação entomopatogênica. Porém indicações a respeito de
enfermidades em humanos provocadas por este fungo (GUTIÉRREZ, 2005 et al.).
Assim, para aproveitamento do material isolado decidiu-se pela sua utilização. A.
43
flavus apesar de ser bem caracterizado como entomopatogênico, inclusive com
relatos para abelhas solitárias (BATRA e BOHART, 1969) teve sua utilização
descartada. Isto se deveu ao seu também conhecido potencial patogênico para
humanos (HADAYATI et al., 2007). O método utilizado foi o de microdiluição em
placa de 96 poços, procurando-se observar os princípios do NCCLS (2002).
Primeiramente, preparou-se soluções de trabalho dos “pools” de resina e própolis a
100mg/mL em DMSO (Merck). A seguir, em um tubo de ensaio, dilui-se 90µL destas
soluções em 4410µL de caldo RPMI 1640 (GIBCO
®
Invitrogen) finalizando assim, as
soluções de trabalho com 2000µg/mL de resina. Os esquemas de aplicação das
soluções de trabalho bem como as concentrações resultantes por poço estão nas
figuras 6a e 6b, respectivamente. Para a preparação dos inóculos, os fungos foram
cultivados de 5 a 7 dias, 30
o
C, em garrafas de boca larga (400mL) providas de 50mL
de BDA (ágar dextrose batata - Biobras). Com auxílio de pipeta de vidro adicionou-
se junto aos fungos cultivados 10mL de salina 0,85% e utilizando-se a mesma
pipeta, fez-se uma raspagem dos fungos em meio. Em seguida, filtraram-se em funil
com gaze as soluções iniciais de esporos que foram recolhidas em Erlenmeyer. Em
seguida, as concentrações de esporos nas soluções iniciais foram determinadas
através de câmara de Neubauer. As soluções continham aproximadamente de 10
9
esporos/mL a 10
11
esporos/mL. A partir destas soluções iniciais, foram feitas
diluições na razão de 1:10 (1mL de solução de esporos em 9mL de salina 0,85%),
até que atingissem 10
7
esporos/mL. Desta solução transferia-se 500µL para um tubo
tipo Eppendorf com 500µL de salina que resultava em soluções com 5 x 10
6
esporos/mL. Foram tomados 72µL de cada uma destas soluções que foram diluídos
em 3528µL de caldo RPMI, resultando para cada um dos fungos soluções de inóculo
com 10
5
esporos/mL. Foram aplicados 100µL das soluções de inóculo em cada um
dos poços nos quais eram necessários, desta forma a concentração nestes poços foi
de cerca de 5 x 10
4
esporos/mL (fig. 6a). Os ensaios incluíram ainda controles de
esterilidade do caldo RPMI, controles de esterilidade das soluções de trabalho de
resina e própolis, e controle de toxicidade do DMSO. A aplicação das soluções para
preparação destes controles, bem como as concentrações dos poços de controle de
atividade antifúngica (anfotericina B) estão nas figuras 6a e 6b. Para a preparação
do controle de atividade antifúngica preparou-se uma solução de 5000µg/mL de
anfotericina B (Fungizon
®
Bristol-Myers-Squibb) em água destilada. Então, tomou-se
13,6µL desta solução e adicionou-se a 3386,4µL de caldo RPMI, que produziu uma
44
solução de antibiótico a 20µg/mL. A partir desta solução foram feitas diluições 1:2
seqüenciais na placa conforme figura 6a. As concentrações de anfotericina B nos
poços estão na figura 6b. Foram feitos controles com anfotericina para se avaliar a
resistência dos fungos. Todos os ensaios e controles foram feitos em triplicata. As
placas foram incubadas a 30ºC por 48h ou até haver crescimento. Os poços
utilizados foram fotografados individualmente através de sistema de captura de
imagem ligado a estereomicroscópio. A leitura do resultado foi feita através de
comparação do crescimento no poço de controle de viabiliadade com os demais
poços. A exceção da categoria “>25%”, que foi estipulada para caracterizar melhor a
atividade, as demais seguiram a categorização de crescimento de NCCLS (2002), as
quais são: Crescimento (igual) ao controle de viabilidade = 4
75% do crescimento do controle de controle de viabilidade = 3
50% do crescimento do controle de controle de viabilidade = 2
25% do crescimento do controle de controle de viabilidade = 1
> 25% do crescimento do controle de controle de viabilidade = 0-1
Nenhum crescimento= 0
45
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A
ST R 100 µL
IN 100 µL
RPMI 50 µL
ST R 50
µL
IN 100 µL
RPMI 80 µL
ST R 20 µL
IN 100 µL
RPMI
200
µL
RPMI
200
µL
RPMI
200
µL
B
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
ST R100
µL
RPMI
100
µL
ST R100
µL
RPMI
100
µL
ST R100
µL
RPMI
100
µL
C
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
ST P100
µL
RPMI
100
µL
ST P100
µL
RPMI
100
µL
ST P100
µL
RPMI
100
µL
D
RPMI
98
µL
DMSO 2
µL
IN 100
µL
RPMI
98
µL
DMSO 2
µL
IN 100
µL
RPMI
98
µL
DMSO 2
µL
IN 100
µL
E
ST P 100 µL
IN 100 µL
RPMI 50 µL
ST P 50 µL
IN 100 µL
RPMI 80 µL
ST P 20 µL
IN 100 µL
RPMI
100
µL
IN 100
µL
RPMI
100
µL
IN 100
RPMI
100
µL
IN 100
F
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
A 200µL
IN 100µL
RPMI
100
µL
A6 100 µL
IN 100 µL
RPMI
100
µL
A7 100 µL
IN 100 µL
A8 100 µL
descarte
G
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
H
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
Controle de esterilidade
Solução de trabalho resina
Figura 6a
Diagrama de aplicação de soluções utilizadas em ensaio da atividade de “pool” de resinas e própolis de Scaptotrigona
(Estação
Experimental de Luiz Antônio, SP e Barra do Corda, MA) contra fungos filamentosos isolados nas colméias –
Método de microdiluição em placa de 96
poços. A ordem de cima para baixo das abr
eviaturas representa a ordem de aplicação das soluções. Os valores a frente das abreviaturas indicam os
volumes aplicados. Abreviaturas: ST R – Soluções de trabalho de resina; ST P- Soluções de trabalho de própolis; IN – Inóculo de fungo; RPMI
Caldo
RPMI
1640;
DMSO
Dimetilsulfóxido;
A6; A7; A8
Solução de anfotericina B vinda do poço 6,7,8.
ENSAIO
RESINA
ENSAIO
PRÓPOLIS
Controle de esterilidade
Caldo RPMI
Controle de esterilidade
Solução de trabalho própolis
Controle de toxicidade
DMSO
Controle de viabilidade
Inóculo
Controle de atividade
Antibiótico
46
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A
POOL
RESINA
1000
µg/mL
POOL
RESINA
500
µg/mL
POOL
RESINA
200
µg/mL
- - -
B
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
POOL
RESINA
1000
µg/mL
POOL
RESINA
1000
µg/mL
POOL
RESINA
1000
µg/mL
C
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
POOL
PRÓPOLIS
1000
µg/mL
POOL
PRÓPOLIS
1000
µg/mL
POOL
PRÓPOLIS
1000
µg/mL
D
DMSO
1% (v/v)
DMSO
1% (v/v)
DMSO
1% (v/v)
E
POOL
PRÓPOLIS
1000
µg/mL
POOL
PRÓPOLIS
500
µg/mL
POOL
PRÓPOLIS
200
µg/mL
- - -
F
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
Anfotericina B
10 µg/mL
Anfotericina B
5 µg/mL
Anfotericina B
2,5 µg/mL
G
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
H
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
Figura 6b
-
Diagrama de concentração de substâncias utilizadas em ensaio da atividade de “pool” de resinas e própolis de Scaptotrigona
(Estação
Experimental de Luiz Antônio, SP e Barra do Corda, MA) contra fungos filamentosos isolados nas colméias –
Método de microdiluição em placa de 96
poços. A concentração dos inóculos nos poços nos quais foram aplicados foi de 5 x 10
4
esporos/mL.
ENSAIO
RESINA
ENSAIO
PRÓPOLIS
Controle de atividade
Antibiótico
Controle de esterilidade
Solução trabalho resina
Controle de esterilidade
Solução trabalho própolis
Controle de toxicidade
DMSO
47
3.2.3.3 Obtenção de informações adicionais: avaliação da atividade do
alimento larval, mel e pólen contra fungos isolados
Para aumentar os subsídios para a discussão a respeito dos
resultados obtidos pelo procedimento anterior foi averiguada a atividade de
mel alimento, larval e pólen de Scaptotrigona contra os fungos antes
escolhidos. A atividade foi verificada através de método de difusão em placa
adaptado de FUNED (2008a). O mel dos ninhos de Scaptotrigona nas duas
localidades foi recolhido com seringas descartáveis estéreis. os favos de
cria e potes de pólen fermentado do ninho foram destacados do ninho.Em
fluxo laminar estes tiveram seus conteúdos recolhidos em tubos tipo Falcon.
Procurou-se retirar somente alimento larval das células mais externas do favo
através do uso de pipetador automático, o pólen foi recolhido com espátula
estéril. No início dos ensaios incubou-se os fungos A. niger + Aspergillus sp.,
Paecilomyces variotti, (EELA) e A. niger, A. japonicus + A. niger (Barra do
Corda) em BDA por 5 a 7 dias, 30
o
C, em garrafas de boca larga. Com os
mesmos procedimentos do subitem 3.2.3.2 produziu-se soluções de esporos
em salina. Igualmente ao subitem 3.2.3.2, verificou-se a concentração de
esporos nas soluções e realizou-se diluições seqüenciais até se obter
soluções 10
6
esporos/mL. Desta última solução foram transferidos 100µL
para placa de Petri (15cm) preparada com 20mL de ágar Mueller-Hinton
enriquecido com glicose, método baseado em ESPINEL-INGROFF et
al.(2007). O ágar Muller-Hinton foi preparado diluindo-se 2,1g caldo Mueller-
Hinton (Himedia); 2g ágar (Synth); 1,5g de dextrose (Merck) para cada
100mL de água destilada. As soluções de esporos foram espalhadas pelo
ágar com alça de Drigalski, até que o ágar o apresentasse excesso de
umidade. A seguir, procedeu-se a feitura de três orifícios no ágar com o uso
de ponteira de 200µL e em seguida colocou-se discos de papel filtro (6mm x
3mm) nestes orifícios (APÊNDICE 1). Em seguida foi colocado em um
primeiro orifício 40µL de mel, em um segundo 40µL de alimento larval e no
terceiro com espátula procurou-se preencher o orifício com o len. Como
controles foram utilizados discos de papel (3mm) com 12µg de anfotericina B.
Estes foram preparados embebendo-se discos estéreis com 12µL de solução
de anfotericina B a 1000µg/mL e secando-os em fluxo laminar. Finalizada a
48
montagem dos ensaios, em triplicata para cada fungo, dos ensaios, as placas
foram incubadas a 30ºC e foram observadas após 24h. Os halos presentes
foram medidos com régua. Os diâmetros dos halos de inibição dos elementos
testados foram comparados com os halos de anfotericina B através de teste
U de Mann-Whitney.
3.2.3.4 Isolamento de bactérias
Os procedimentos para isolamento de bactérias foram realizados no
laboratório de Farmacognosia do departamento de Ciências Farmacêuticas
da FCFRP-USP, Ribeirão Preto.
A partir de cinco colônias de Scaptotrigona das duas localidades
retirou-se, com agulhas estéreis, amostras de cerume do invólucro da área
de cria que foram colocadas em tubos estéreis. Escolheu-se o invólucro
como fonte de amostra, porque este é manipulado pelas abelhas, além de
possuir resina. As amostras de Barra do Corda foram mantidas
moderadamente refrigeradas até o fim do transporte ao laboratório. Logo em
seguida, amostras de invólucro foram transferidas para tubos de ensaio nos
quais foram acrescidos peptona 0,1% (pH 7) na proporção de 5mL para cada
1mg de amostra. Os tubos foram incubados por 24h, e a partir do caldo de
peptona incubado procedeu-se quatro diluições seqüenciais na razão 1:10
em peptona (1mL caldo com bactérias: 9mL de peptona). Então, baseado no
crescimento das bactérias (turbidez) da solução de peptona escolheu-se dois
tubos com diferentes concentrações para cada amostra vinda de cada
colônia. De cada tubo retirou-se 100µL que foram transferidos para placas de
Petri de 15cm com ágar de soja tríptica (TSA, Himedia) acrescidas de
cicloheximida (Sigma-Aldrich) a 50µg/mL. O inóculo foi espalhado nas placas
com alça de Drigalski, até o esgotamento do excesso de umidade. As placas
foram repetidas em duplicatas e incubadas a 30ºC por 48h. A seguir,
procedeu-se a contagem dos morfotipos de colônias, para se definir os
morfotipos mais comuns e isola-los. Padronizou-se o período de incubação
em 48h devido ao crescimento lento de algumas bactérias, bem como para
permitir que um crescimento maior para que certas colônias definissem
49
melhor o seu morfotipo em relação a outros. Logo em seguida, com de alça
de platina recolheu-se o material das bactérias escolhidas. Foi tomado
material de colônias totalmente individualizadas de cada morfotipo escolhido
por placa. Cada material foi inoculado em duplicata em tubos de ensaio de
TSA. Os tubos foram incubados a 30ºC até que as bactérias cobrissem a
maior área possível do meio, depois os tubos foram conservados em
geladeira. A identificação das bactérias foi realizada na Embrapa Meio-
Ambiente, Jaguariúna, SP. A identificação foi realizada através de
cromatografia de fase gasosa acoplada à espectrometria de massas de
ácidos graxos das paredes das células bacterianas e análise do resultado
através de comparação com o banco de dados através do programa Sherlock
MIS 4.0 (MIDI - Microbial Identification Inc.). Foram considerados
identificados apenas os isolados que atingiram índices de similaridade acima
de 0,5 em escala de 0 a 1 (MIDI, 2008). Porém as identificações ainda assim
não foram consideradas boas porque, na maioria dos casos, a diferença
entre os índices da primeira espécie sugerida com o da segunda espécie,
não foi 0,1 (MIDI, 2008). Para uso nos ensaios, foram escolhidas as 3
espécies com maiores índices de similaridades e com maior número de
unidades formadoras de colônia na fase de isolamento. Assim, das bactérias
isoladas nas colônias de S. aff. depilis (EELA) utilizou-se: Tetragenococcus
halophilus, Salmonella bongori e Kluyvera cryocrescens. Daquelas originadas
de Scaptotrigona sp. (Barra do Corda) foram usadas: Enterobacter cloacae,
Enterobacter aerogenes GC subgrupo A e Salmonella-choleraesuis-
choleraesuis-GC subgrupo B. As bactérias dos gêneros Salmonella,
Enterobacter e Kluyvera pertencem a família de bactérias gram-negativas
Enterobacteriaceae (SMITH, 1984; NHUNG et al., 2007). Esta família
caracteriza-se por abrigar bactérias causadoras de patogenias humanas e
por causar fermentação ácida de glicose. Sendo assim, isto pode deteriorar o
mel e inviabilizar seu consumo por Scaptotrigona. Assim como a bactéria
gram-positiva T. halophilus também se relaciona a degradação de açúcares
com a produção de ácido láctico (JUSTÉ et al., 2008).
50
3.2.3.5 Avaliação da atividade das resinas contra as bactérias isoladas
Os procedimentos para avaliação de atividade contra as bactérias
foram realizados no laboratório de Farmacognosia do departamento de
Ciências Farmacêuticas da FCFRP-USP, Ribeirão Preto.
Foram utilizados os mesmos procedimentos do método de
microdilulição em placa de 96 poços dos ensaios sobre a atividade dos
“pools” de resina e própolis contra Staphylococcus aureus (subitem 3.2.2.2).
Assim, foram preparados “pools” de resina e própolis das duas abelhas, para
serem usados nos ensaios contra as bactérias isoladas de seus respectivos
ninhos. Bem como as soluções, inclusive dos controles, também foram
preparadas da mesma maneira que no ensaio de S. aureus. As aplicações
das soluções também foram similares, produzindo as mesmas concentrações
descritas no subitem 3.2.2.2 (figuras 5a , 5b e 7a, 7b). Porém, para as
enterobacteriáceas, que são gram-negativas, foi utilizada estreptomicina
(Sigma) como controle de atividade. Assim, preparou-se uma solução de
estrepitomicina a 1000µg/mL em tampão fosfato de potássio a 1% (pH 6,0). A
seguir, se diluiu 1mL desta solução em 9mL de caldo Mueller-Hinton. Da
solução anterior tomou-se 1mL que foi diluído em 5mL de caldo Mueller-
Hinton resultando em uma solução final de estreptomicina a 20µg/mL. Foram
feitos controles com antibióticos para se avaliar a resistência das bactérias. A
imagem dos poços foi analisada através do programa Flicker - V0.87.1-beta
(LEMKIN, THORNWALL e EVANS, 2005). Os valores densitométricos dos
poços dos “pools” de resinas e própolis de Scaptotrigona aff. depilis foram
comparados com os poços do controle de viabilidade de Kluyvera
cryocrescens através de ANOVA e teste de Tukey. Os valores
densitométricos dos poços de controle de viabilidade das bactérias de Barra
do Corda foram comparados com os valores dos poços com “pools” de
resinas de Scaptotrigona sp. nas concentrações de 200µg/mL até 1562,5 µg/
mL através teste de Kruskall-Wallis.
51
3.2.3.6 Obtenção de informações adicionais: avaliação da atividade do
alimento larval, mel e pólen contra bactérias isoladas
Para aumentar os subsídios para a discussão a respeito dos
resultados obtidos pelo procedimento anterior foi averiguada a atividade de
mel alimento, larval e pólen de Scaptotrigona contra as bactérias antes
escolhidas. A verificação foi feita através de método de difusão em placa
adaptado de FUNED (2008a).
Da mesma forma como no subitem 3.2.3.2 coletou-se alimento larval,
pólen fermentado e mel das duas localidades. E da mesma forma os
procedimentos de avaliação foram adaptados de FUNED (2008a). As
bactérias (subitem 4.2.3.4) foram inoculadas em tubos de ensaio com TSA e
cultivadas a 30ºC por 24h. Após esse período, adicionaram-se as bactérias
em tubos com 6000µL de salina 0,85% até se obter uma suspensão similar à
escala Mc Farland de 0,5 (10
8
UFC/mL). Em seguida, diluiu-se duas vezes,
1:10 as suspensões, adicionando 500µL destas em 4500µL de salina, até se
obter inóculos com 10
6
UFC/mL. E seguida, foi adicionado 150µL do inóculo,
de cada espécie de bactéria em placas de Petri de 15cm com 20mL de ágar
Mueller-Hinton (Difico). O inóculo foi espalhado no meio com suabe em três
direções, até a redução de umidade no meio. Então, procedeu-se da mesma
forma como no subitem 3.2.3.2, ou seja, em cada placa foram feitos orifícios,
que receberam discos de papel filtro e 40µL de cada elemento testado no
ensaio. Diferentemente, do subitem 3.2.3.2, o pólen foi solubilizado em água
na proporção de 1g para 1,3mL, isto porque no ensaio com fungos, a
colocação do pólen seco mostrou-se problemática. Como controle de
atividade antibacteriana, a cada placa foi adicionado um disco de gentamicina
(10µg Sensifar, Cefar, Diagnóstica). O ensaio contra cada bactéria foi
realizado em triplicata. As placas foram incubadas a 30ºC por 24h, e após
esse período, os halos de inibição presentes foram medidos com régua. Os
diâmetros de halo de inibição da gentamicina foram comparados como os
halos dos elementos testados através de teste de t para duas amostras
independentes ou pelo teste U de Mann-Whithey.
52
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A
C 90 µL
SM R 100 µL
IN 10 µL
C 140 µL
SM R 50 µL
IN 10 µL
C 165 µL
SM R 25 µL
IN 10 µL
C 184 µL
SM R 6 µL
IN 10 µL
C 200
µL
C 200
µL
C 200
µL
B
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
SM R 100
µL
C 100
µL
SM R 100
µL
C 100
µL
SM R 100
µL
C 100
µL
C
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
SSM P 100
µL
C 100
µL
SSM P 100
µL
C 100
µL
SSM P 100
µL
C 100
µL
D
DMSO 100
µL
C 190
µL
IN 10
µL
DMSO 100
µL
C 190
µL
IN 10
µL
DMSO 100
µL
C 190
µL
IN 10
µL
E
C 90 µL
SM R 100 µL
IN 10 µL
C 140 µL
SM R 50 µL
IN 10 µL
C 165 µL
SM R 25 µL
IN 10 µL
C 184 µL
SM R 6 µL
IN 10 µL
C 190
µL
IN 10
µL
C 190
µL
IN 10
µL
C 190
µL
IN 10
µL
F
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
A 200 µL
C 90 µL
IN 10 µL
C 100 µL
A 7 µL
C 90 µL
IN 10 µL
C 100 µL
A8 100 µL
C90
IN 10
A9 100 µL
Descarte
2 3 4 5 6 7 8 9 1 0
µL
C 140µL
ST R 50µL
IN 10µL
C 165µL
ST R 25µL
IN 10µL
C 184µL
ST R 6µL
IN 10µL
C 20 0 µL C 200 µL C 200 µL
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
ST R 100µL
C 100µL
ST R 100µL
C 100µ
ST R 100µL
C C
100µL
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
ST P 100 µL
C 100 µL
ST P 100 µL
C 100 µL
ST P 100 µL
C 100 µL
DMSO100µL
C 190µL
IN 10 µL
DMSO100µL
C 190µL
IN 10 µL
DMSO100µL
C 190µL
IN 10 µL
µL
C 140µL
ST P 50µL
IN 10µL
C 165µL
ST P 25µL
IN 10µL
C 184µL
ST P 6µL
IN 10µL
C 190 µL
IN 10 µL
C 190 µL
IN 10 µL
C 190 µL
IN 10 µL
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
P 200µL
90 µL
IN 10 µL
C 100
P7 100µL
C 90 µL
IN 10 µL
C 100
P8 100µL
C 90 µL
N 10 µL
P9 100µL
Descarte
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
ENSAIO
RESINA
ENSAIO
PRÓPOLIS
Controle
Solução trabalho resina
Controle
Caldo Mueller
Controle esteri
Solução trabalho próp olis
Controle toxicidade
DMSO
Controle
Inóculo
.
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
H
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
Controle atividade
Antibiótico
Figura 7a
-
Diagrama de aplicação de substâncias utilizadas em ensaio da atividade de “pool” de resinas e própolis de Scaptotrigona (EELA, SP e
Barra do Corda, MA) contra bactérias isoladas nas colméias Método de microdiluição em placa de 96 poços. A ordem de cima para baixo das
abreviaturas representa a ordem de aplicação das soluções. Os valores a frente das abreviaturas indicam os volumes aplicados. Abreviaturas: C
Caldo Mueller-Hinton; ST R – Soluções de trabalho de “pool” resina ; SR P – Solução de trabalho de “pool”de própolis ; IN – Inóculo de bactéria; DMSO
Solução de dimetilsulfóxido; A Solução de antibiótico (g+ - penicilina G, g- - estreptomicina); A7; A8; A9 Solução de antibiótico vinda do poço
8,9,9.
ENSAIO
RESINA
ENSAIO
PRÓPOLIS
Controle esterilidade
Solução trabalho resina
Controle esterilidade
Solução trabalho propólis
Controle esterilidade
Caldo Mueller-Hinton
Controle toxicidade
DMSO
Controle viabilidade
Inóculo
53
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A
POOL
RESINA
3125
µg/mL
POOL
RESINA
1562,5
µg/mL
POOL
RESINA
781,25
µg/mL
POOL
RESINA
200
µg/mL
- - -
B
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
POOL
RESINA
3125
µg/mL
POOL
RESINA
3125
µg/mL
POOL
RESINA
3125
µg/mL
C
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
POOL
PRÓPOLIS
3125
µg/mL
POOL
PRÓPOLIS
3125
µg/mL
POOL
PRÓPOLIS
3125
µg/mL
D
DMSO
1% (v/v)
DMSO
1% (v/v)
DMSO
1% (v/v)
E
POOL
PRÓPOLIS
3125
µg/mL
POOL
PRÓPOLIS
1562,5
µg/mL
POOL
PRÓPOLIS
781,25
µg/mL
POOL
PRÓPOLIS
200
µg/mL
- -
-
F
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
PENICILINA
G
10 µg/mL
PENICILINA
G
5 µg/mL
PENICILINA
G
2,5 µg/mL
2 3 4 5 6 7 8 9 1 0
µL
C 140µL
ST R 50µL
IN 10µL
C 165µL
ST R 25µL
IN 10µL
C 184µL
ST R 6µL
IN 10µL
C 20 0 µL C 200 µL C 200 µL
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
ST R 100µL
C 100µL
ST R 100µL
C 100µ
ST R 100µL
C C
100µL
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
ST P 100 µL
C 100 µL
ST P 100 µL
C 100 µL
ST P 100 µL
C 100 µL
DMSO100µL
C 190µL
IN 10 µL
DMSO100µL
C 190µL
IN 10 µL
DMSO100µL
C 190µL
IN 10 µL
µL
C 140µL
ST P 50µL
IN 10µL
C 165µL
ST P 25µL
IN 10µL
C 184µL
ST P 6µL
IN 10µL
C 190 µL
IN 10 µL
C 190 µL
IN 10 µL
C 190 µL
IN 10 µL
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
P 200µL
90 µL
IN 10 µL
C 100
P7 100µL
C 90 µL
IN 10 µL
C 100
P8 100µL
C 90 µL
N 10 µL
P9 100µL
Descarte
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
ENSAIO
RESINA
ENSAIO
PRÓPOLIS
Controle
Solução trabalho resina
Controle
Caldo Mueller
Controle esteri
Solução trabalho próp olis
Controle toxicidade
DMSO
Controle
Inóculo
.
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
H
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
IDEM
ANTERIOR
Figura 7b
Diagrama de concentrações de substâncias utilizadas em ensaio da atividade de “pool” de resinas e própolis de Scaptotrigona
(EELA, SP e
Barra do Corda, MA) contra bactérias isoladas nas colméias – Método de microdiluição em placa de 96 poços. A concentração de bactérias
nos poços
onde se aplicou o inóculo foi de 5 x 10
4
UFC/poço.
ENSAIO
RESINA
ENSAIO
PRÓPOLIS
Controle esterilidade
Solução trabalho resina
Controle esterilidade
Solução trabalho propólis
Controle toxicidade
DMSO
Controle viabilidade
Inóculo
54
3.2.4 Manipulação das resinas e sua composição química
Uma colônia de S. aff. depilis do meliponário do Departamento de Genética,
FMRP-USP foi transferida de sua colméia para uma nova colméia. Esta nova
colméia não estava pintada e foram transferidos apenas os favos de cria com
invólucro e as abelhas. O mel foi colocado em copos plásticos pequenos e o pólen
em potes de cera de Apis mellifera vedados. Procurou-se manter a colônia sempre
abastecida de alimento (xarope de açúcar e água 50% v/v). Também foram
colocados pedaços de cera de A. mellifera, para que as abelhas utilizassem como
material para organização do ninho. Logo após a transferência a colméia foi
transportada para uma casa de vegetação (estufa vedada) no campus USP-RP. A
colônia foi mantida por sete dias na casa de vegetação. Diariamente foi oferecida
pela manhã resina de jatobá (Hymenaea courbaril) (fig. 8). Esta resina foi escolhida
porque LANGERHEIM (2003) cita que os meliponíneos coletam-na e também
porque previamente havia sido observado que S. aff. depilis coleta esta resina,
quando ela é oferecida às abelhas. Como a resina de jatobá encontrava-se
solidificada esta era amolecida com um pouco de álcool PA (Merck), sendo o
excesso de álcool evaporado em estufa, então, oferecia-se a resina. Após o
sétimo dia retirou-se amostras das própolis depositadas para vedar a colméia.. A
seguir ambas as amostras foram analisadas no laboratório de Química Orgância,
FCFRP. As amostras de resina de jatobá foram solubilizadas em hexano. As
amostras de própolis foram solubilizadas em clorofórmio. Isto porque estas se
mostraram de difícil solubilização. As análises das amostras foram realizadas por
cromatografia de fase gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG/EM).
Utilizou-se um cromatógrafo de fase gasosa Shimadzu QP 2010 equipado com
injetor automático AOC 20Si operando no modo “split” (1:50), acoplado com um
detector seletivo de massas. A aquisição dos resultados foi realizada com o auxílio
do sistema de dados Shimadzu e biblioteca de espectro de massas Wiley 7.0. Para
estas análises foi utilizada uma coluna capilar de sílica fundida DB-5 (30 m x 0,25
mm x 0,25 µm). O hidrogênio foi usado como gás de arraste e os espectros de
massas foram obtidos no modo impacto eletrônico a 70 eV, com escala de massas
variando entre 40-500 m/z. A temperatura do injetor foi de 250ºC e a programação
de temperatura, que foi utilizada para o forno, foi determinada da seguinte forma:
iniciou-se com escala de 120-260ºC elevando-se a temperatura com proporção de
55
20°C/min até atingir a temperatura de 260ºC, que foi mantida por 5 min. Na
seqüência foi estabelecida uma rampa de 260-280°C elevando-se 2°C/min,
mantendo-se 280°C por 9 minutos. Em seguida, esta foi de 280-290°C com 2°C/min,
assegurando-se 290°C por 20 minutos e finalizando-se a análise com o tempo de 45
minutos. As caracterizações químicas das amostras de própolis e resina de jatobá
foram realizadas pelo estudo comparativo dos espectros de massas obtidos para
cada amostra em relação àqueles disponíveis na biblioteca Wiley do sistema
Shimadzu. O 5- α-colestano, com tempo de retenção em 14,2 min, foi adicionado na
amostra de própolis para servir como padrão interno, o qual possibilita o cálculo da
retenção relativa dos compostos de interesse o que aumenta a confiabilidade da
metodologia de caracterização.
Figura 8
Oferta de resina de jatobá (
Hymenea
courbaril
) para
Scaptotrigona aff. depilis.
56
4 RESULTADOS
4.1 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS RESINAS DA PRÓPOLIS DAS VEDAÇÕES
4.1.1 Composição química das resinas das própolis
A análise de componentes principais dos “fingerprint” caracterizou as
amostras de resinas de Scaptotrigona sp. (Barra do Corda) e S. aff. depilis (EELA),
dividindo-as em grupos distintos (fig 7). As amostras de Barra do Corda foram
agrupadas pelos íons de m/z 153, 157, 209, 215, 217, 225, 371, 373, 401 e 471 que
se mostraram mais intensos. as amostras da EELA foram agrupadas pelos íons
de m/z 299, 301, 313, 315, 317, 331,333, 335, 349 e 351. Os “fingerprints” de cada
grupo ao longo dos meses encontram-se no ANEXO 1.
4.1.2 Informações adicionais: massa da própolis, proporção de resina na própolis,
realocação da própolis
No primeiro procedimento a dia da massa de própolis recolhida na EELA
nos cinco primeiros foi de 132g e a média dos cinco últimos meses foi de 103g. Foi
indicado que os dois grupos não diferem entre si = 0,34 - U de Mann-Whitney.). A
média da massa de própolis obtida nos seis primeiros meses de coleta em Barra do
Corda foi de 608,33g e para os seis últimos foi de 855,83g. Também não houve
indicação de diferença entre os dois grupos (α = 0,061 – teste t duas amostras).
No segundo experimento, verificou-se uma média de 49,22% de resina nas
amostras de própolis obtidas na EELA nos seis primeiros meses de coleta. Para os
seis últimos anotou-se 46,29% de média de resinas. Foi apontado que as dias
amostras não apresentam diferenças = 0,43 - U de Mann-Whitney.). Para as
amostras de própolis de Barra do Corda a média de resina nos seis primeiros meses
foi de 34,83% e para os seis últimos foi 37,39%. Estas amostras também foram
consideradas semelhantes (α = 0,34 - Mann-Whitney.).
No terceiro experimento, notou-se após o terceiro dia o surgimento de
purpurina na melgueira da qual se retirou a própolis (fig. 8).
57
Figura 7
-
A
-
Escores da análise dos “fingerprint” ESI(-)-
MS das amostras mensais de
resinas de Scaptotrigona sp (Ss), Barra do Corda e S. aff. depilis (Sd
), EELA. Após as
abreviaturas seguem mês e ano de coleta. Sb (Scaptotrigona bipunctata
) foi
desconsiderada neste trabalho. B As variáveis utilizadas foram m/z
dos íons e atividade
antioxidante, valores de ED
50
, (aa). Figura retirada de SAWAYA et al. (2009).
58
A
B
C
Figura 8
Realocação de própolis.
A
-
dia retirada da própolis da vedação de melgueira superior.
B
1º di
a purpurina prateada depositada em depósito de própolis (círculos laranja) na área de cria abaixo
da melgueira. C
dia melgueira superior com purpurina na própolis (pontos brilhantes no detalhe
aumentado à direita).
59
4.2 ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DAS RESINAS DA PRÓPOLIS DAS
VEDAÇÕES
4.2.1 Ensaios para avaliação da atividade das resinas contra microorganismos de
interesse clínico
Observou-se, para os “pools” de resina e própolis, a inibição de S. aureus nas
concentrações de 3125µg/mL e 1562,5µg/mL (fig. 5b; fig.9). Isto é inferido através da
cor vermelha do CTT. Este sal cora a atividade biológica, sendo que quanto maior o
crescimento bacteriano maior é a intensidade da cor. Os controles indicam
esterilidade das soluções utilizadas, bem como toxicidade desprezível do DMSO e
viabilidade satisfatória do inóculo. Houve crescimento de S. aureus no poço F7
(10µg/mL), provocado, possivelmente, por algum erro nos procedimentos.
Considerou-se que a estreptomicina inibiu S. aureus em todas as concentrações (fig.
5b). Isto porque, o crescimento no poço F7 foi pequeno e nas outras repetições
deste poço bem como nas demais concentrações isto não ocorreu.
Segundo a ANOVA e o teste de Tukey, dos valores densitométricos para os
poços com concentrações 781,25µg/mL dos “pools” de resina Scaptotrigona aff.
depilis são maiores que os do “pool” (α<0,001). O mesmo ocorrendo com os valores
desses os “pools” a 200µg/mL (α<0,001).
Figura 9 - Ensaio de microdiluição
em placa de 96 poços dos pools” de
resina e própolis de
Scaptotrigona
aff.
depilis
(EELA) contra
Staphylococcus aureus.
60
4.3 RESINAS DAS VEDAÇÕES E SANIDADE DA COLÔNIA
4.3.1 Avaliação da atividade das resinas contra os fungos isolados
Os resultados dos ensaios de microdiluição do “pool” de S. aff. depilis (EELA)
contra A. niger + Aspergillus e Paecilomyces variotti encontram-se na figura 10a e
10b respectivamente. os resultados do ensaio do “pool’ de Scaptotrigona sp.
(Barra do Corda) contra A. niger e A. japonicus + A. niger estão nas figuras 11a e
11b. No ensaio do pool” de resina verificou-se atividade. Houve redução no
crescimento de A. niger+Aspergillus sp e Paecilomyces variotti (EELA) em todas as
concentrações de “pools” de resina e própolis. O mesmo se verifica para A. niger
(Barra do Corda) nos poços com “pool” de resina de Scaptotrigona sp. (11a). Como
o controle de esterilidade da própolis apresentou-se contaminado, talvez por
bactéria, o ensaio do “pool” de própolis contra A. niger foi descartado, pois é possível
que o contaminante afete os resultados. A placa com A. japonicus+A. niger, foi
integralmente desconsiderada. Como o controle de viabilidade do inóculo
apresentou falhas no crescimento, em um poço que aparentasse atividade, existia a
possibilidade que isso se desse por problemas no inóculo e não pela ação de
qualquer substância. Bem como, houve sinais de contaminação no controle de
esterilidade do “pool’ própolis.
4.3.2 Obtenção de informações adicionais: avaliação da atividade do alimento larval,
mel e pólen contra fungos isolados
Os diâmetros dos halos de inibição verificados nas placas com alimento
larval, mel e len de Scaptotrigona sp e S. aff. depilis contra os fungos estão
encontram-se na TABELA 1.
Nas placas com Aspergillus niger + Aspergillus sp. nenhum elemento
apresentou halo.
Para as placas com Paecilomyces variotti a média de diâmetro médio de halo
de inibição para o alimento larval foi 13,33mm e a média de halo para os discos de
anfotericina B foi, 9,67mm. Estas médias foram consideradas iguais (α=0,126 – teste
U Mann-Whitney).
61
Nas placas com Aspergillus niger a média de halo para alimento larval foi
9mm e a média de halo para anfotericina B foi 19,33mm (α=0,049). nas placas
com A. japonicus + A. niger a média de halo para alimento larval foi 8,67mm e a
média de anfotericina B foi 15,67mm. Nestes dois útimos casos os diâmetros médios
de alimento larval foram considerados menores que os diâmetros médios dos discos
de anfotericina (α ≤ 0,05 – teste U Mann-Whitney).
Pólen e mel em nenhum dos casos apresentaram halos de inibição.
62
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A
1/0 1/0 1/0 0 0 0 0
B
1/0 1/0 1
0 0 0
C
1/0 1/0 1
0 0 0
D
3 3 3
E
1/0 1/0
1
4 4 4
F
1/0 1/0
1
0 4 3
G
1/0 1/0 1
1/0 3 3
H
0 3 3
ENSAIO
RESINA
Figura 10a
Esquema dos resultados apresentados pela placa do ensaio de microdiluição dos “pools”, resinas e própolis, de
Scaptotrigona aff.
depilis,
EELA, contra
Aspergillus niger
+
Aspergilus sp.
. Os valores indicam o crescimento do fungo nos poços e baseiam-
se na comparação entre
o crescimento ocorrido nos poços com o do controle de viabilidade do inóculo (subitem 4.2.3.2).
ENSAIO
PRÓPOLIS
Controle esterilidade
do RPMI
Controle da esterilidade
Solução trabalho resina
Controle da toxicidade
do DMSO
Controle da viabilidade
do inóculo
Controle
Atividade antifúngica
Controle da esterilidade
Solução trabalho própolis
63
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A
1/0 1/0 1/0 0 0 0
B
1/0 1/0 1
0 0 0
C
1/0 1/0 1
0 0 0
D
4 4 3
E
1/0 2 1
4 4 3
F 1/0 1/0 1
3 3 3
G
1/0 1/0 1/0
3 3 3
H
2 2 3
Figura 10b
Esquema dos resultados apresentados pela placa do ensaio de microdiluição dos “pools”, resinas e própolis de
Scaptotrigona aff.
depilis,
EELA, contra
Paecilomyces variotti
. Os valores indicam o crescimento do fungo nos poços e baseiam-
se na comparação entre o crescimento
ocorrido nos poços c
om o do controle de viabilidade do inóculo (subitem 4.2.3.2).
Controle esterilidade
do RPMI
Controle da esterilidade
Solução trabalho resina
Controle da toxicidade
do DMSO
Controle da viabilidade
do inóculo
Controle
Atividade antifúngica
Controle da esterilidade
Solução trabalho própolis
ENSAIO
RESINA
ENSAIO
PRÓPOLIS
64
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A
0 1/0 1/0 0 0 0
1/0 1/0 1/0
0 0 0
C
1/0 1/0 1/0
CONT CONT CONT
D
3 3 3
E
CONT 0 2
4 4 4
F
MÉDIO CONT MÉDIO
0 0 0
G
MÉDIO MÉDIO MÉDIO
0 0 0
H
0 0 0
ENSAIO
RESINA
Figura 11a
Esquema dos resultados apresentados pela placa do ensaio de microdiluição dos “pools”, resinas e própolis, de
Scaptotrigona sp.,
Barra do Corda contra
Aspergillus niger
. Os valores indicam o crescimento do fungo nos poços e baseiam-
se na comparação entre o crescimento
ocorrido nos poços com o do controle de viabilidade do inóculo (subitem 4.2.3.2).
CONT
Contaminado.
ENSAIO
PRÓPOLIS
Controle esterilidade
do RPMI
Controle
da esterilidade
Solução trabalho resina
Controle da toxicidade
do DMSO
Controle da viabilidade
do inóculo
Controle
Atividade antifúngica
Controle da esterilidade
Solução trabalho própolis
65
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A
1/0 1/0 0
0 0 0
B
1/0 1/0 0
0 0 0
C
0 0 1/0
0 0 CONT
D
0 4 4
E
0 3 CONT
4 1/0 0
F
1 3 2
0
0
0
G
0
CONT 0
0
0
0
H
0
0
0
ENSAIO
RESINA
Figura 11b
Esquema dos resultados apresentados pela placa do ensaio de microdiluição dos “pools”, resinas e própolis, de
Scaptotrigona sp.,
Barra do Corda contra
Aspergillus japonicus + A.niger
. Os valores indicam o crescimento do fungo nos poços e baseiam-
se na comparação entre o
crescimento ocorrido nos poços com o do controle de viabili
dade do inóculo (subitem 4.2.3.2).
CONT
Contaminado.
ENSAIO
PRÓPOLIS
Controle esterilidade
do RPMI
Controle da esterilidade
Solução trabalho resina
Controle da toxicidade
do DMSO
Controle da viabilidade
do inóculo
Controle
Atividade antifúng
ica
Controle da esterilidade
Solução trabalho própolis
66
Barra do Corda (Scaptotrigona sp)
Fungo
Alimento
larval
halo diâmetro
(mm)
Pólen
halo diâmetro
(mm)
Mel
halo diâmetro
(mm)
Anfotericina B
halo diâmetro
(mm)
9 - - 19
9 - - 20
Aspegillus niger
9 - - 19
9 - - 18
9 - - 15
Aspegillus
japonicus
(agregado
a
A.
niger)
8 - - 14
TABELA
1
Ensaio de difusão em placa para atividade de alimento larval, pólen
fermentado e mel de colônias de Scaptotrigona
contra fungos isolados destas
colônias
EELA (Scaptotrigona aff. depilis)
Fungo
Alimento
larval
halo diâmetro
(mm)
Pólen
halo diâmetro
(mm)
Mel
halo diâmetro
(mm)
Anfotericina B
halo diâmetro
(mm)
- - - 13
- - 14
Aspegillus niger
(agregado
Aspergillus sp.
)
- - - 12
13 - - 10
13 - - 12
Paecilomyces
variotti
11 - - 7
67
4.3.3 Avaliação da atividade das resinas contra as bactérias isoladas
O “pool” de resinas de S. aff. depilis (EELA), inibiu Tetragenococcus
halophilus nas concentrações de 3125µg/mL e 1562,5µg/mL. pool de “própolis”
não inibiu apenas em 200µg/mL. (fig. 12a). O “pool” de resina de S. aff. depilis inibiu
Salmonella bongori em todas concentrações exceto em 200µg/mL. seu pool” de
própolis inibiu a bactéria em todas as concentrações. (fig. 12b). Os dois “pools” de S.
aff. depilis não evitaram o crescimento de Kluyvera cryocrescens em nenhuma
concentração (fig. 12c). Através de ANOVA e teste de Tukey, os valores
densitométricos do ensaio do “pool” de resina foram comparados aos do controle de
viabilidade. Indicou-se que o crescimento bacteriano foi menor em todas as
concentrações (α<0,001) menos em 200µg/mL (α=0,076). o ensaio de “pool” de
própolis apresentou valores menores em todas as concentrações em relação ao
controle de viabilidade (α<0,001).
Todos os controles de esterilidade apontam para contaminação do “pool” de
própolis de Scaptotrigona sp. (Barra do Corda) em todas as placas (fig.13a, fig.13b,
fig.13c).. Assim como no subitem 4.3.1, excluiu-se das análises esse “pool”. Como
os “pools” de resinas não se apresentaram contaminados estes foram submetidos à
análise. O “pool” de resina de Scaptotrigona sp. (Barra do Corda), não inibiu
nenhuma das três bactérias em nenhuma concentração (fig.13a, fig.13b, fig.13c).
Nas comparações dos poços com “pool” de resina a 200µg/mL, 781,25 µg/mL e
1562,5 µg/mL com os poços do controle de viabilidade, através do teste de Kruskal-
Wallis, em todos os casos foram considerados semelhantes (α>0,05). Na placa com
Enterobacter aerogenes considera-se que o poço F8 (controle estreptomicina) indica
inibição, apesar de avermelhado. Isto porque o poço F8 foi atingido por vazamento
de solução de um poço vizinho durante o transporte até o scanner.
4.3.4 Obtenção de informações adicionais: avaliação da atividade do alimento larval,
mel e pólen contra as bactérias isoladas
Os diâmetros dos halos de inibição verificados nas placas com alimento
larval, mel e pólen de Scaptotrigona sp e S. aff. depilis encontram-se na TABELA 2.
68
Para as placas com Tetragenococcus halophilus, a média de diâmetro de halo
de inibição de alimento larval foi 13mm, a média de halo de pólen foi 7,67mm e
média de halo para os discos de gentamicina foi 16,67mm. para as placas com
Salmonella bongori a média de halo para o alimento larval foi 29,67mm, a média
para halo de pólen foi 20,33mm e a média para halo de gentamicina foi 35mm. Para
as placas com Kluyvera cryocrescens a média de halo para o alimento larval foi
11mm, a média de halo para o pólen foi 9mm e a média de halo de gentamicina foi
20,67mm. Em todas as placas o mel o apresentou halo. Em todos os casos
comparando-se os halos dos alimentos (pólen e alimento larval) com os da
gentamicina das mesmas placas, os halos dos alimentos foram considerados
menores (α ≤ 0,05 – U Mann-Whitney).
Para as placas com Enterobacter cloacae a média de halo de alimento larval
foi 13mm, a média de halo de mel foi 8,67mm e a média para gentamicina foi
19,67mm. Já para as placas com Enterobacter aerogenes a média de halo de
alimento larval foi 13,33mm, a média de halo de mel foi 9,33mm e a média de halo
de gentamicina foi 21,33mm. Para as placas com Salmonella choleraesuis
choleraesuis a média de halo de alimento larval foi 11mm, a média de halo de mel
foi 9mm e a média de halo de gentamicina foi 20,67mm. Em todos os casos os pólen
não apresentou halo. Em todos os casos comparando-se os halos dos alimentos
(mel e alimento larval) com os da gentamicina das mesmas placas, os halos dos
alimentos foram considerados menores (α ≤ 0,05 – U Mann-Whitney).
69
Figura 12b
-
Ensaio de microdiluição em placa
de 96 poços dos “pools” de resina e própolis de
Scaptotrigona aff. depilis,
EELA, contra
Salmonella bongori.
Tons vermelhos indicam
crescimento bacteriano.
Figura 12c- Ensaio
de microdiluição em placa
de 96 poços dos “pools” de resina e própolis de
Scaptotrigona aff. depilis,
EELA, contra
Kluyvera
cryocrescens.
Tons vermelhos indicam
crescimento bacteriano.
Figura 12a-
Ensaio de microdiluição em placa de
96 poços dos “pools” de resina e própolis de
Scaptotrigona aff. depilis,
EELA, contra
Tetragenococcus halophilus.
Tons vermelh
os
indicam crescimento bacteriano.
70
Figura 13b-
Ensaio de microdiluição em placa de
96 poços dos “pools” de resina e própolis de
Scaptotrigona sp.
, Barra
do Corda, contra
Enterobacter aerogenes.
Tons vermelhos
indicam crescimento bacteriano.
Figura 13a
-
Ensaio de microdiluição em placa de
96 poços dos “pools”
de resina e própolis de
Scaptotrigona sp.
, Barra do Corda, contra
Enterobacter cloacae.
Tons vermelhos indicam
crescimento bacteriano.
Figura 13c-
Ensaio de microdiluição em placa de
96 poços dos “pools” de resina e própolis de
Scaptotrigona sp.
, Barra do Corda, contra
Salmonella choleraesuis choleraesuis.
Tons
vermelhos indicam crescimento bacteriano.
71
TABELA 2
Atividade antibacteriana de alimento larval, pólen fermentado e mel de
ninhos de Scaptotrigona contra bactérias isoladas a partir destes ninhos.
EELA (Scaptotrigona aff. depilis)
Bactéria
Alimento
larval
halo diâmetro
(mm)
Pólen
halo diâmetro
(mm)
Mel
halo diâmetro
(mm)
Gentamicina
halo diâmetro
(mm)
13 8 - 16
13 8 - 18
Tetragenococcus
halophilus
13 7 - 16
28 19 - 35
33 23 - 35
Salmonella
bongori
28 19 - 35
20 12 - 26
18 11 - 28
Kluyvera
cryocrescens
16 13 - 26
Barra do Corda (Scaptotrigona sp)
Bactéria
Alimento
larval
halo diâmetro
(mm)
Pólen
halo diâmetro
(mm)
Mel
halo diâmetro
(mm)
Gentamicina
halo diâmetro
(mm)
13 - 6 19
13 - 10 20
Enterobacter
cloacae
13 - 10 20
13 - 9 21
12 - 10 21
Enterobacter
aerogenes
15 - 9 22
12 - 9 20
11 -
9
21
Salmonella
choleraesuis
choleraesuis
10 -
9
21
72
4.4 MANIPULAÇÃO DAS RESINAS E COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Com relação à amostra de resina de jatobá, a comparação entre os espectros
de massas envolvendo os picos de interesse, detectou a presença de sesquiterpeno
e diterpenos, pois tais espectros apresentaram índices de similaridade superiores a
90%. A figura 14 mostra o perfil cromatográfico desta amostra e as figuras 15, 16, 17
e 18 apresentam os dados que permitiram identificar os seguintes compostos: óxido
de cariofileno, caureno, caurenol e ácido caruenóico, respectivamente. Na figura 19
são apresentadas as estruturas químicas destes sesquiterpeno e diterpenos.
Figura 14 - Perfil cromatográfico por CG/EM de amostra de resina de
jatobá (
Hymenaea courbaril
).
73
Figura 15
-
Espectros de massas do óxido de cariofileno apresentando tempo de retenção em 4,6
min. A - Óxido de cariofileno detectado na amostra. B -
Espectro deste sesquiterpeno disponível na
biblioteca Wiley.
B
A
A
a
B
Figura 16 - Espectros de massas do caur
eno apresentando tempo de retenção em
7,2 min. A - Caureno detectado na amostra. B -
Espectro deste diterpeno
disponível na biblioteca Wiley.
A
B
74
A
B
A
B
Figura 17 -
Espectros de massas do caurenol apresentando tempo de retenção
em 10,3 min. A - Caurenol detectado na amostra. B -
Espectro deste diterpeno
disponível na biblioteca Wiley.
Figura 18 - Espectros de massas do ácido caurenóico apresentando
tempo de retenção em 11,6 min. A – Ácido caurenóico detectado na
amostra. B - Espectro deste diterpeno disponível na biblioteca Wiley.
75
.
Considerando a amostra de própolis de S. aff. depilis os espectros de massas
apresentaram índice de similaridade em torno de 85%. Por isso, com o uso de
padrão interno (5-α-colestano) e adição de padrões autênticos de α-amirina e lupeol,
foi possível calcular a retenção relativa dos compostos de interesse. Este
procedimento envolvendo a adição de padrões foi realizado para aumentar a
confiabilidade da caracterização química desta amostra. Neste caso, α-amirina e
lupeol, os quais foram detectados na amostra apresentaram retenção relativa de
2,37 e 2,39, respectivamente. os padrões autênticos destes triterpenos
apresentaram retenção relativa de 2,36 e 2,38, respectivamente. Portanto, com base
no estudo comparativo envolvendo espectros e retenção relativa, a qual apresentou
dados bastante similares, os compostos detectados na amostra de própolis de S. aff.
depilis o os triterpenos α-amirina e lupeol. A figura 20 apresenta o perfil
Figura 19
Estrutura química dos terpenos caracterizados na amostra de
resina de jatobá. (1) Óxido de cariofileno, (2) Caureno, (3) Caurenol e (4)
Ácido caurenóico.
76
cromatográfico da amostra de própolis. As figuras 21 e 22 apresentam os espectros
da α-amirina e lupeol, repectivamente. Na figura 23 são apresentadas as estruturas
químicas destes triterpenos.
.
A
B
Figura 20
Perfil cromatográfico por CG/EM de amostra de própolis
de colméia de Scaptotrigona aff. depilis.
Figura 21 - Espectros de massas da α-
amirina apresentando tempo de
retenção em 33,6 min. A - α-amirina detectada na amostra. B -
Espectro
da α-amirina disponível na biblioteca Wiley.
77
A
B
Figura 22
- Espectros de massas do lupeol apresentando tempo de
retenção em 33,9 min. A - Lupeol detectado na amostra. B - Espectro do
lupeol disponível na biblioteca Wiley.
Figura 23 Estrutura química dos triterpenos caracterizados na amostra de
própolis de S. aff. depilis. (1) α-amerina; (2) Lupeol.
78
5 DISCUSSÃO
5.1 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS RESINAS DA PRÓPOLIS DAS VEDAÇÕES
Ocorreram variações ao longo do período de coleta das amostras (ANEXO 1).
Porém, observa-se pela da figura 7 que as amostras mensais de Barra do Corda
(Scaptotrigona sp.) e da EELA (S. aff. depilis) podem ser divididas em dois grupos
principais.
As amostras de Barra do Corda (Scaptotrigona sp.) foram caracterizadas
pelos íons m/z 371, 373, 401 e 471 (ANEXO 1). SAWAYA et al. (2006) indicou que
estes íons também encontrados em própolis de Tetragonisca angustula, ocorrem em
Schinus terebenthifolius, popularmente conhecida como aroeira mansa. SAWAYA et
al. (2009), apud. SAWAYA, et al. (2006) propuseram que o ESI(-)MS/MS destes íons
indica que estes podem ser relacionados com terpenos ligados a grupos ácidos.
As amostras da EELA (S. aff. depilis) apresentaram tipicamente os íons m/z
301, 315, 317 e 333 (ANEXO 1) que foram descritos como marcadores de resinas
de coníferas. Estes íons estão relacionados segundo SAWAYA (2006) ao ácido E/Z
comúnico (m/z 301), ao ácido agatálico (m/z 317) e ao ácido agático (m/z 333).
As indicações de origem vegetal o são contraditórias com o ambiente no
qual se encontram instaladas as colméias. As colméias com Scaptotrigona sp. estão
instaladas em uma área urbana e sabe-se que S. terebenthifolius, que além de ser
amplamente distribuída é recomendada para a arborização urbana (CARMELLO-
GUERREIRO e PAOLI, 1999; GUZZO e CARNEIRO, 2008). O local onde se
encontram o meliponário com S. aff. depilis é cercado por plantações de Pinus sp.
(UFSCAR, 2000). Estas árvores são frequentemente cortadas provocando liberação
de resina (NORIN, 1972; PHILLIPS e CROTEAU, 1999;
TRAPP e CROTEAU, 2001).
Foram observados ainda em alguns talhões árvores que possuiam sinais de manejo
para extração de resina. Assim pode-se propor que, apesar da diferença latitudinal
das localidades, ao menos algumas fontes de resina tem indícios que foram
determinadas por ação humana e não pela vegetação nativa.
A constância de oferta ao longo do ano das fontes de resina é deduzida pela
não diferenciação entre as massas de própolis obtidas no início e no fim do período
de coletas. A proposição sobre a constância das fontes, também é apoiada pela
verificação de que a proporção de resinas nas amostras do inicio da coleta e do fim
79
não apresentou diferenças. Portanto, pode-se inferir que as abelhas não
adicionaram mais cera para compensar a falta de resina. Ressalva-se apenas que
como o experimento de realocação de própolis indicou transporte desta entre partes
do ninho, é possível que este comportamento possa enviesar conclusões, através de
análise de composição química, sobre a constância de oferta de resina por parte de
uma fonte, ao longo do tempo.
80
5.2 ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DAS RESINAS DA PRÓPOLIS DAS
VEDAÇÕES
5.2.1 Ensaios para avaliação da atividade das resinas contra microorganismos de
interesse clínico
As avaliações iniciais de atividade antimicrobiana dos “pools” de resinas
foram realizadas através de princípio de difusão em placa. A falta de atividade de
ambos os “pools” contra E. coli (fig.4), bem como a ausência de atividade do “pool
de Scaptotrigona sp (Barra do Corda) contra S. aureus (fig.4) poderiam ser
distorções. Isto ocorreria devido à dificuldade dos “pools” de se difundirem pelo meio
(RÍOS e RECIO (2005)). Acredita-se que este não seja o caso para o “pool” de
Scaptotrigona aff. depilis, pois esse apresentou atividade nas placas com S. aureus.
No caso do “pool” Scaptotrigona sp. ensaios anteriores de microdiluição em placa de
96 poços apontavam a ausência de atividade destas resinas contra
Staphylococcus aureus e E. coli (fig.24). Isto torna verossímil os resultados dos
ensaios de difusão. Já nos ensaios contra C.albicans dificuldades com difusão foram
em parte contornados porque os “pools” foram incorporados ao meio.
A
B
C
D
Figura 24 Ensaios prévios de micro
diluição em placa de 96 poços de “poolde
resina de
Scaptotrigona sp.
(Barra do Corda) poços 1A até B8. A-B -
Duplicata
de ensaio contra
Staphylococcus aureus.
C-D -
Duplicata de ensaio contra
Escherichia coli..
81
Em relação aos ensaios prévios do “pool” de Scaptotriona sp. seria plausível
esperar alguma atividade contra E. coli e Staphylococcus aureus. Isto porque como
existe a indicação que pelo menos parte desta própolis vem de Schinus
terebenthifolius (subitem 5.1) e que MARTINEZ et al. (1996) relataram atividade de
Schinus terebenthifolius contra estas bactérias e também a falta de atividade para C.
albicans. Porém, a ausência de atividade de Schinus terebenthifolius contra E. coli
foi reportada por DEGÁSPARI; WASZCZYNSKJ e PRADO (2005), bem como
também reportaram uma atividade baixa contra S. aureus e nenhuma atividade
contra C. albicans. Um adendo que pode ser feito em relação aos dois trabalhos
anteriormente citados. O primeiro foi realizado com plantas de Cuba e o segundo
com uma planta do Paraná. Isto pode estar refletindo diferenças dadas por
processos regionais. em relação aos ensaios prévios com o “pool” de
Scaptotrigona aff. depilis de forma semelhante poderia se prever atividades
relevantes contra E. coli, e C. albicans. Isto baseando-se na indicação de que ao
menos parte da fonte de resina é Pinus sp. (subitem 5.1) e nos relatos de KIZIL et al.
(2002) sobre a ação de resinas de Pinus brutia sobre estes microorganismos. A falta
de atividade de ambos os “pools” contra E. coli poderia indicar um paralelo com a
própolis de A. mellifera que não é eficaz contra bactérias gram-negativas SEIDEL et
al. (2008). Poderia se aventar que a falta de atividade, contra os microorganismos,
também pode ter sido gerada por uma baixa concentração de compostos com
atividade antimicrobiana nos dois pools”. Embora existam, relatos de atividade das
plantas (Schinus terebenthifolius e Pinus sp.) que contribuíram para a formação da
própolis, o método que indicou os íons característicos destas plantas não é
quantitativo.
Através do ensaio de microdiluição considerou-se que a atividade dos “pool”
(resina e própolis) de Scaptotrigona aff. depilis contra Staphylococcus aureus foi
baixa em termos clínicos, pois, a atividade ocorreu a partir de 1562,5µg/mL e RÍOS e
RECIO (2005) recomendam que atividades de extratos vegetais acima de
1000µg/mL sejam desconsideradas. SALOMÃO et al. (2007) verificaram que a
própolis produzida por A. mellifera, a partir da resina de outra conífera (Araucaria)
inibiu S. aureus a 0,4µg/mL. É interessante continuar a investigar aspectos que
aumentem as opções de produtos oriundos da meliponicultura (CORTOPASSI-
LAURINO et al., 2006) já que isto pode servir como auxilio à manutenção de projetos
sociais ligados a ela (PIRES, DRUMMOND e LACERDA, 2006). As própolis dos
82
meliponíneos devem ser investigadas, pois a região Neotropical abriga a maior
riqueza de meliponíneos. (CAMARGO e PEDRO, 1992) os quais podem estar
associados a vários tipos de plantas produtoras de resina. Por exemplo,
meliponíneos foram observados coletando em uma espécie de Clusia
(GONÇALVES-ALVIM, 2001). E Clusia é um gênero que apresenta uma resina com
atividade antimicrobiana inclusive contra E. coli (SUFFREDINI et al., 2006). Bem
como a atenção às interações inseto-planta podem gerar inferências a respeito das
resinas coletadas pelos meliponíneos. Como é o caso das interações do jatobá cuja
resina foi vista sendo coletada por abellhas sem ferrão (JANZEN, 1975;
LANGENHEIM, 2003).
Merece atenção também o fato de que os valores densitométricos nos poços
com concentrações 781,25µg/mL do pool” de resinas o maiores que os do “pool”
de própolis (α<0,001). O mesmo ocorrendo com os valores desses “pools” a
200µg/mL (α<0,001). Esperava-se que a atividade dos “pools” de resina fosse maior
que a da própolis em concentrações iguais. que a própolis conteria cerca de 48%
de cera (subitem 4.1.2). Isto indicaria, talvez, que compostos com atividade nesta
própolis tivessem afinidade por cera e após a maceração e filtração ficaram retidos
nela.
83
5.3 RESINAS DAS VEDAÇÕES E SANIDADE DA COLÔNIA
5.3.1 Avaliação da atividade das resinas contra os fungos isolados
Estima-se que as colméias com Scaptotrigona aff. depilis (EELA)
apresentaram uma concentração média de 3248,65µg/mL de própolis por volume de
colméia/mês. Obteve-se esse valor baseando-se na média mensal de própolis obtida
(117g) pelo volume dos módulos (6cm x 24,5cm x 24,5cm x 2 módulos x 5 colméias).
Esta concentração na colméia está provavelmente subestimada. Pois, como as
colônias também estavam sendo utilizadas para a produção de mel. Assim, não se
retirava a própolis integralmente para não sobrecarregar a colônia. Como houve
redução de crescimento de Aspergillus niger + Aspergillus sp. e Paecilomyces
variotti em todas concentrações dos “pools” de própolis e resinas, que eram abaixo
do valor suposto de concentração de própolis para as colméias. Assim é possível
indicar que a resina coletada por S. aff. depilis e contida na própolis contribui para
controlar o crescimento de fungos no ninho. Aqui se nota efeito similar ao subitem
5.2.1, pois, em concentrações iguais resina e própolis tiveram atividades
semelhantes. Quanto se esperaria um efeito maior do “pool” de resina, este teria
menos cera que a própolis.
O “pool” de resina de Scaptotrigona sp. apresentou atividade contra A. niger
(Barra do Corda) em todas as concentrações. Assim, infere-se que as resinas
contidas na própolis auxiliam na redução do crescimento de fungos, ao menos A.
niger, nas colônias de Scaptotrigona sp. Deduz-se isso porque a concentração
média estimada de própolis para as colméias desta abelha é de 3755,41µg/mL, dada
a média de própolis coletada (732,08g) e o volume das colméias (8cm x 28,5cm x
28,5cm x 3 módulos x 10 colméias). Considerando que a própolis contenha 50% de
resina e 50% cera (suposição de valor maior que o aferido, subitem 4.1.2) haveria
em média nas colméias uma concentração de 1877,5 µg/mL de resina por
colônia/mês. Assim considerando o poço mais concentrado do ensaio de resina
(1000µg/mL), verifica-se que as concentrações mensais deduzidas de resinas
(1877,5 µg/mL), são compatíveis com uma média de 1000µg/mL (α=0,49, teste-t
para uma média).
Pode-se também inferir que a atividade das resinas é fungistática já que os
fungos testados foram obtidos de própolis. E a própolis foi o material que originou a
84
maior quantidade de morfotipos de fungos (cinco) no caso, das colméias de
Scaptotrigona aff. depilis. Das amostras de própolis de Scaptotrigona sp. foram
obtidos nove morfotipos. No caso das própolis de S. aff. depilis dada a indicação que
parte das resinas vem de conífera (subitem 5.1), poder-se-ia associar os resultados
verificados com BRIDGES (1977). Este observou que uma redução no crescimento
do fungo Ceratocystis minor, provocado por β-pineno um monoterpeno, presente na
resina de coníferas. Porém, CHRISTE et al. (2003), testaram resinas que as
formigas Formica paralugubris coletaram de uma conífera (Picea abies) contra
fungos isolados dos ninhos das próprias formigas e não encontraram atividade. Bem
como NERG et al. (2004) não encontraram relação entre a resistência de grupos de
Pinus sylvestris ao fungo Conyophora puteana com a quantidade de monoterpenos
das plantas. PRASHANTH KUMAR et al. (2006) não relatam atividade de extratos
de várias partes de Pinus gerardiana contra A. niger. Em relação à própolis de
Scaptotriogona sp. parte das resinas que a compõe vem de Schinus terebenthifolius
(subitem 5.1). Assim poderia se relacionar à redução de crescimento de A. niger com
esta planta. Contudo DEGÁSPARI; WASZCZYNSKJ e PRADO (2005) o
observaram atividade do extrato de Schinus terebenthifolius contra este fungo.
5.3.2 Obtenção de informações adicionais: avaliação da atividade do alimento larval,
mel e pólen contra os fungos isolados
Outro aspecto relevante da sanidade de uma colônia de insetos eussociais
seria a preservação das reservas de alimentos, pois é razoável pensar que a
deterioração de alimento é negativo para a colônia. Assim seria plausível verificar se
os próprios alimentos puderiam demonstrar resistência aos microoganismos.
Percebe-se que o alimento larval apresenta halo de inibição contra Paecilomyces
variotti igual a anfotericina B. Em duas placas com valores que podem ser
considerados como clinicamente como ativos (TABELA 2) (ESPINEL-INGROFF,
2007). Os demais halos do alimento larval em Aspergillus niger, A. japonicus + A.
niger foram considerados menores que aos da anfotericina B. Porém, dado que
estes não são testes clínicos pode-se inferir que em todos os halos são indicativos
de atividade do alimento larval contra os fungos. A atividade do alimento larval
possivelmente seja devido ao baixo pH do alimento larval.
85
5.3.3 Avaliação da atividade das resinas contra as bactérias isoladas
Pode-se indicar que a resina coletada, e contida na própolis, por S. aff. depilis
na EELA contribui para a manutenção da condições sanitárias em seus ninhos. Isto
porque nota-se atividade tanto do “pool” de própolis quanto do “pool” de resina
contra Tetragenococcus halophilus. Houve inibição do “pool” de própolis a partir de
781,25µg/mL que é um valor abaixo da estimativa de concentração de própolis por
volume de colméia, 3248,65µg/mL (subitem 6.3.1). Apesar de verificar inibição no
ensaio do “pool” de resina a partir de 1562,5µg/mL, os poços de concentração
781,25µg/mL, mostraram que possuem valores densitométricos menores que os
dos poços de controle de viabilidade (U de Mann-Whitney, α=0,049). Isto indica
redução de crescimento de T. halophilus. Também nota-se que o pool” de própolis
inibiu Salmonela bongori em todas as concentrações e o “pool” de resina inibiu até
781,25µg/mL. Verifica-se também que os valores densitométricos dos poços a
200µg/mL, do ensaio do pool”de resina são menores que os valores do controle de
viabilidade (teste t uma média, α<0,0001) indicando redução no crescimento.
Percebe-se que o antibiótico não inibiu S. bongori nem na concentração mais alta.
Não se inibição em nenhuma concentração nos ensaios contra Kluyvera
cryocrescens. Apesar disso, a ANOVA e teste de Tukey, indicaram que os valores
densitormétricos dos poços de todas as concentrações do ensaio de própolis são
menores que aos valores do controle de viabilidade (α<0,001). Também
comparando-se, por ANOVA e Tukey os poços do ensaio de resina como os do
controle verifica-se que apenas o poço a 200µg/mL é similar ao controle (α=0,076).
Um fato que de novo se destaca é que nos três ensaios o “pool” de própolis de
Scaptotrigona aff. depilis teve atividade maior que o “pool” de resinas, como ocorreu
contra Staphylococcus aureus (subitem 5.2.1). Principalmente, para os casos de T.
halophilus (gram-positiva) e S. bongori (gram-negativa) a atividade concorda com
KIZIL et al. (2002). Isto porque os autores encontraram atividade da resina de Pinus
brutia contra bactérias gram-negativas e positivas. Há, ainda, a indicação que a
resina utilizada por S. aff. depilis tenha como uma das fontes Pinus sp.. O fato das
bactérias terem sido isoladas de cerume poderia indicar que a atividade da resina é
bacteriostática.
Observa-se que houve crescimento bacteriano em todas as concentrações do
ensaio do “pool” de resina de Scaptotrigona sp. Então, os valores densitométricos
86
dos poços a 200µg/mL, 781,25µg/mL e 1562,5 µg/mL em todas as placas foram
comparados com os valores dos poços de seus respectivos controles de viabilidade,
através do teste de Kruskal-Wallis. Nesta comparação considerou-se estas
concentrações, pois estas representariam presumivelmente as quantidades de
resina abaixo ou similares das própolis de Scaptotrigona sp (teste t uma média para
concentração 1562,5 µg/mL, α=0,095) - subitem 5.3.1. Em todos os casos foi
indicado que os poços de todas as placas foram semelhantes aos poços do controle
de viabilidade (α>0,05). Isto é indicativo de que a resina coletada por Scaptotrigona
sp. não contribui na manutenção da sanidade do ninho. A resina pode não ser ativa
por se expressar semelhante às própolis de A. mellifera que tendem a não serem
ativas contra bactérias gram-negativas SEIDEL et al. (2008), que todas as
bactérias testadas eram enterobacteriáceas. É possível, ainda aventar que como as
bactérias foram isoladas de cerume (que possui resinas) estas bactérias seriam
resistentes as resinas coletadas por Scaptotrigona sp. em Barra do Corda. A
indicação que parte da resina coletada vem de Schinus terebenthifolius, não
esclarece a previsão de atividade contra gram-negativas, que existem relatos de
atividade desta planta contra E.coli (gram-negativa) (MARTINEZ et al. ,1996). Bem
como existe relato de falta de atividade (DEGÁSPARI; WASZCZYNSKJ e PRADO,
2005).
5.3.4 Obtenção de informações adicionais: avaliação da atividade do alimento larval,
mel e pólen contra as bactérias isoladas
As médias dos halos de inibição de alimento larval e pólen de Scaptotrigona
aff. depilis foram menores que as médias dos halos de gentamicina. Apesar disto é
possível considerar que houve atividade relevante para a sanidade da colônia, haja
vista que CRISTHE et al. (2003) consideram como relevantes halos de 3,2mm a
5,6mm obtidos de fragmentos de resina em ninhos de Formica paralugubris. Um
adendo a ser feito é que em relação aos halos de gentamicina em Salmonela e
Shigella devem ser desconsiderados, pois apesar da aparência elas são resistentes
a gentamicina e a outros amiloglicosídeos (CLSI/NCCLS, 2005). A inibição
demonstrada pelo alimento larval possivelmente é dada pela sua acidez. o pólen
produziria os halos devido à ação de metabólitos de bactérias que acabam por
87
dominar a microbiota do pólen ao final do processo de fermentação, como ocorre
com o pólen de Melipona quadrifascita (MACHADO, 1973),
Os halos de inibição de alimento larval e mel de Scaptotrigona sp. também
foram considerandos menores que de gentamicina. Porém, novamente seriam
relevantes na dinâmica da salubridade dos ninhos sendo maiores que os valores
obtidos por CRISTHE et al. (2003). Mais um adendo a se fazer é que o antibiótico
apenas é um parâmetro para avaliar o nível resistência das bactérias isoladas e
servir de referência para a capacidade antibacteriana dos elementos estudados.
GRAJALES-CONESA et al. (2003) relatam a atividade antibacteriana de mel de
Scaptotrigona mexicana contra Staphylococcus aureus. Devido aos procedimentos
utilizados no trabalho, os autores indicam que a atividade o ocorre devido ao pH
baixo ou osmolaridade, aventando que a atividade seja dada pela origem floral.
5.3.5 Considerações gerais
Crê-se que a constância da atividade antimicrobiana de um elemento seria
um fator a se considerar quando da indicação do nível de participação deste
elemento na manutenção das condições sanitárias de um ninho de insetos
eussociais. Enquanto as resinas coletadas por S. aff. depilis reduziram o
crescimento de todos os microorganismos, a resinas coletadas por Scaptotrigona sp.
reduziram apenas o crescimento de fungo. A contaminação do controle de
esterilidade da própolis, tanto nos ensaios contra fungos quanto no ensaio contra
bactérias poderia indicar uma tendência de baixa atividade antimicrobiana por parte
da própolis de Scaptotrigona sp.. Sendo que as condições de coleta e
armazenamento foram iguais para as amostras de Scaptotrigona aff. depilis e
Scaptotrigona sp.. Isto ocorreria plausivelmente por causa da origem vegetal variável
das resinas (SAWAYA et al., 2009). Ou talvez por variações populacionais na
composição das resinas como ocorre com Hymenaea (LANGENHEIM, FOSTER e
McGINLEY, 1980). E isto poderia ser responsável por sua atividade antimicrobiana
variável como registrado para Schinus terebenthifolius (MARTINEZ et al. ,1996;
DEGASPARI; WASZCZYNSKJ e PRADO, 2005). Destaca-se a atividade das resinas
de coletadas por Scaptotrigona aff. depilis que são efetivas até contra bactérias
gram-negativas e que podem causar fermentação do mel, o que inviabilizaria o
88
consumo do mel pelas próprias abelhas (NOGUEIRA-NETO, 1997). Esta atividade
na colônia de Scaptotrigona aff. depilis, pode ser mais ou menos constante. Haja
vista que, Pinus sp que parece ser uma das fontes de coleta e disponibiliza
freqüentemente resina. Sendo que esta pode ter potencial antibacteriano (KIZIL et
al. (2002). O mel que apresentou também alguma atividade. Mas como as resinas, o
mel pode apresentar variações na atividade de acordo com sua origem geográfica
(diferentes fitofisionomias), como observado para o mel de Tetragonisca angustula
na Costa Rica (DEMERA e ANGERT, 2004). Se espera que o pólen fermentado
apresentasse mais atividade devido ao seu pH, em torno de 5,0 como visto para
Melipona quadrifasciata (MACHADO, 1973). Dentre os elementos analisados todos
possivelmente podem contribuir na sanidade na manutenção da sanidade
controlando o crescimento de microorganismos. Mas sua apenas o alimento larval
apresentou constância na atividade a despeito do tipo de abelha e diferenças
geográficas. Isto indicaria que o alimento larval tem capacidade de resistir a ação de
microorganismos, o que garantiria suas condições de consumo para as larvas. Em
abelhas solitárias o alimento deteriorado por microorganismos pode levar as larvas
à morte (BATRA; BATRA e BOHART, 1973).
89
5.4 MANIPULAÇÃO E MUDANÇA DO PERFIL QUÍMICO DAS RESINAS
Os perfis cromatográficos de resina de jatobá (Hymenaea courbaril) (fig.14) e
da própolis de Scaptotrigona aff. depilis (fig.20), mostraram-se diferentes. Os
espectros da resina indicaram três diterpenos e um sesquiterpenos (fig.15, fig.16,
fig.17 e fig.18). Como a resina utilizada vinha do tronco/raiz os resultados
concordam com as indicações que as resinas do tronco bem como das vagens são
ricas em diterpenos (LANGENHEIM et al. 1978, LANGENHEIM, 2003).
LANGENHEIM e LEE (1974) já haviam demonstrado que as resinas de jatobá
possuem cariofileno, cujo óxido foi o sesquiterpeno caracterizado nos resultados.
os espectros indicam da própolis de S. aff. depilis apontam apenas para triterpenos
(fig.21, fig.22) ). Porém as resinas de jatobá e outras árvores do gênero Hymenaea
são conhecidas por serem ricas em diterpenos (CUNNINGHAM, MARTIN e
LANGENHEIM, 1973; LANGENHEIM, 2003). Pressupõe-se que a única fonte de
resina disponível para as abelhas foram as resinas de jatobá. Sendo que inclusive
observou-se operárias manipulando a resina no tubo de entrada onde esta era
oferecida. Uma vez que operárias de Plebeia emerina estão com, principalmente, as
salivares glândulas ativadas no período quando desenvolvem tarefa de manipulação
dos depósitos de resina que se mantém viscosos (SANTOS, 2007). A aqui se faz a
proposição de manter as averiguações para verificar se os resultados dos espectros
são artefatos. Ou se ocorreu uma mudança na composição química. Esta última
hipótese parece ser a menos parcimoniosa, pois, acredita-se que é mais simples as
abelhas coletarem a resina, misturem à cera e a depositarem simplesmente. Nota-
se, porém que CRUZ LANDIM (1967) indica que as glândulas salivares de
meliponineos produzem uma substância que amolece cera. Ela hipotetiza, que isto é
similar ao que ocorre com A. mellifera, que produz secreções para manipular a cera.
Porém, entende-se que possa ter havido problemas durante a solubilização das
amostras. Pois a amostra de resina de jatobá solubilizou bem em hexano, o que não
ocorreu com a própolis. Por isso optou-se pelo clorofórmio, mesmo assim
continuaram as dificuldades. Acabou por se injetar apenas um lavado da própolis. O
que pode não ter levado todos os constituintes nela contidos. Bem como não se
pode ter certeza que as abelhas também se utilizaram do cerume que estava no
invólucro que teve que ser mantido. Bem como os se os fragmentos de cera,
90
colocados para vedar o pólen fermentado introduzido na colméia, de A. mellifera
contribuíram com algum artefato (triterpeno)..
91
6 CONCLUSÃO
Através dos resultados obtidos conclui-se que:
- Alguma conífera é uma das fontes de resina para para Scaptotrigona aff.
depilis instalada na Estação Experimental de Luiz Antônio, SP. Possivelmente a
fonte é Pinus sp. uma vez que as colméias o cercadas por plantações desta
árvore. Prováveis componentes das resinas coletadas por S. aff. depilis são os
ácidos E/Z comúnico, agatálico e agático. para Scaptotrigona sp. instalada em
Barra do Corda, MA, uma das fontes foi Schinus terebenthifolius. Sendo que dentre
os componentes provavelmente haja terpenos com grupos ácidos.
- As resinas de Scaptotrigona aff. depilis e Scaptotrigona sp. não
apresentaram atividade relevante contra microorganismos de interesse clínico.
Apesar disso é interessante que existam mais investigações a respeito da própolis
dos meliponíneos, pois existem muitas espécies dessas abelhas na região
Neotropical que podem estar coletando em diversas espécies de plantas produtoras
de resina.
- As resinas de Scaptotrigona aff. depilis indicou ser mais efetiva para
manutenção da sanidade do ninho, reduzindo o crescimento todos os
microorganismos isolados dos ninhos destas abelhas. Scaptotrigona sp. reduziu o
crescimento apenas de fungos encontrados em seus ninhos. Ressalta-se também a
atividade do alimento larval que independente de espécie de abelha e local quase
sempre apresentou atividade. Isto pode indicar sua capacidade de manter-se em
condições de consumo para as larvas, contribuindo com a sanidade do ninho.
- Constataram-se diferenças na composição química da resina oferecida à
Scaptotrigona aff. depilis e na composição da própolis, a qual se presume foi
elaborada com a mesma resina oferecida. Haja vista várias lacunas são necessárias
maiores averiguações antes de se apontar que S. aff. depilis modifique a
composição química das resinas.
92
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACERETO, J.G.; FREITAS, C.D.A. Manual de meliponicultura mexicana.
Mérida: Universidad Autônoma de Yucatán. 2005. 46p
ADELMANN, J. Própolis: variabilidade composicional, correlação com a
flora e bioatividade antimicrobiana/antioxidante. Curitiba 2005. 186f.
Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) Setor de Ciências da
Saúde, Universidade Federal do Paraná.
AGRAWAI, A.A. Macroevolution of plant defense strategies. Trends in
Ecology and Evolution. v.22 n.2. p.103-109. 2007.
ALONSO, J.; ARILLO, A.; BARRÓN, E.; CORRAL, J. C.; GRIMALT, J.;
LÓPEZ, J.F.; LÓPEZ, R.; MARTÍNEZ-DELCLÒS, X.; ORTUÑO, V.;
PEÑALVER, E.; TRINCÃO, P. R. A new fossil resin with biological inclusions
in lower cretaceous deposits from Álava (Northern Spain, Basque-Cantabrian
Basin). Journal of Paleontology. v. 74, n.1, p. 158-178. 2000.
ARMBRUST, E. A. Resource use and nesting behavior of Megachile
prosopidis and M. chilopsidis with notes on M. discorhina (Hymenoptera:
Megachilidae). Journal of the Kansas Entomological Society. v. 77, n.2, p.
89-98. 2004.
ARMBRUSTER, W. S. The role of Resin in angiosperm pollination: Ecological
and Chemical Considerations. American Journal of Botany. v. 71, n. 8, p.
1149-1160. 1984.
ARRHENIUS, S.P.; LANGENHEIM, J.H. Inhibitory effects of Hynenaea and
Copaifera leaf resins on the leaf fungus Pestalotia subcuticularis. Biological
Systematics and Ecology. v.11, n.4, p.361-366. 1983.
ARRHENIUS, S.P.; LANGENHEIM, J.H. The association of Pestalotia species
with members of the leguminous tree genera Hymenaea and Copaifera in the
Neotropics. Mycologia. v.78, n.4, p.673-676. 1986.
BANKOVA V.; BOUDOUROVA-KRASTEVA, G.; POPOV, S.; SFORCIN, J.M.;
CUNHA FUNARI S.R. Seasonal variations of the chemical composition of
Brazilian propolis. Apidologie. v. 29, p.361 - 367. 1998a.
BANKOVA, V., CHRISTOV, R., POPOV, S., MARCUCCI, M.C.,
TSVETKOVA, I., KUJUMGIEV, A. Antibacterial activity of essential oils from
Brazilian propolis. Fitoterapia. v.70, n.2, p.190-193. 1999.
BANKOVA, V.; POPOVA, M. Propolis of stingless bees: a promising source of
biologically active compounds. Pharmacognosy Reviews. v.1, n.1, p.88-92.
2007.
BANKOVA, V.S.; DE CASTRO, S.L.; MARCUCCI, M.C. Própolis: advances in
93
chemistry and plant origin. Apidologie. v.31, p.3-15. 2000.
BANKOVA, V.S.; de CASTRO, S.L.; MARCUCCI, M.C. Propolis: recent
advances in chemistry and plant origin. Apidologie. v. 31, p .3–15. 2000.
BARROS, M.B. Apicultura. Série monografias, n.3. Brasil: Instituto de
Zootecnia. 1962. 257p.
BATRA, S.W.T; BOHART, G.E. Alkali bees: Response of adults to pathogenic
fungi in brood cells. Science. v. 165, n.3893, p. 607-608. 1969.
BEGUN, F.; SAMAJPATI, N. Mycotoxin production on rice, pulses and
oilseeds. Naturwissenchaften.v.87, p.275-277. 2000.
BIJLSMA, L; BRUJIN, L.L.M.; MARTENS, E.P.; SOMMEIJER, M.J. Water
content of stingless bee honeys (Apidae, Meliponini): interspecific variation
and comparison with honey of Apis mellifera. Apidologie. v.37, v.4, p.480-
486. 2006.
BREYER, E.U. Própolis propole propolina. In: Congresso Brasileiro de
Apiculatura, 5, e Congresso Latino-Ibero-Americano de Apicultura, 3, 1980.
Anais...Viçosa: Confederação Brasileira de Apicultura. p. 158-166.
BRIDGES, J.R. Effects of terpenoid compouns on growth of symbiotic fungi
associated with the southern pine beetle. Phytopathology. v. 77, p. 83-
85.1987.
CAMARGO, J.M.F. Ninhos e biologia de algumas espécies de meliponídeos
(Hymenoptera: Apidae) da região de Porto Velho. Território de Rondônia,
Brasil. Revista de Biologia Tropical. v.16, n.2, p. 207-239, 1970.
CAMARGO, J.M.F.; POSEY, D. A. O Conhecimento dos Kayapó sobre as
sbelhas sociais sem ferrão (Meliponinae, Apidae, Hymenoptera). Boletim
Museu Paraense Emílio Goeldi, Zoologia. v.6, n.1, p.17-42. 1990.
CAMARGO, J.M.F; GRIMALDI, D.A.; PEDRO, S.R.M. The extinct fauna of
stingless bees (Hymenoptera: Apidae: Meliponini) in Dominican Amber: Two
new species and redescription of the male of Proplebeia. American Museum
Novitates. n. 3293, 24p. 2000.
CAMARGO, J.M.F; MOURE, J.S. Notas sobre os Meliponinae (Hymenoptera,
Apidae) colecionados por Felippo Silvestri na Bacia do Rio Prata. Revista
Brasileira de Entomologia. v.32, n.2, p.293. 1988.
CAMARGO, JMF; GRIMALDI, PEDRO, The extinct fauna of stingless bees
(Hymenoptera: Apidae: Meliponini) in Dominican amber: two new species and
descriptions of the male Proplebeia dominicana (Willie and Chandler).
American Museum Novitates. v. 3293: 1-24.
CANE, J. H. Nesting resins obtained from pollen host by an oligolectic bee,
94
Trachusa larreae (Cockerell) (Hymenoptera: Megachilidae). Journal of the
Kansas Entomological Society. v. 69, p. 99-102. 1996.
CARDOSO, A.S.; PONTES, F.C.; de SOUZA, G.G.B. Um espectrômetro de
massas de tempo-de-vôo para o estudo da ionização de amostras gasosas
por elétrons rápidos (0,5 1,0 KEV). Química Nova. v.24, n.3, p.315-319.
2001
CARMELLO-GUERREIRO, S.M; PAOLI, A.A.S. Morfologia e anatomia da
semente de Schinus terebinthifolius Raddi (Anacardiaceae) em
desenvolvimento. Revista Brasileira de Botânica. v.22, n.1. 1999.
CHENG, A.X.; LOU, Y.G.; MAO, Y.B.; LU, S.; WANG, L.J.; CHEN, X.Y. Planta
terpenoids: biosynthesis and ecological functions. Journal of Integrative
Plant Biology. v.49, n.2, p. 179-186. 2007.
CHRISTE, P.; OPPLIGER, A.; BANCALÀ, F.; CASTELLA, G.; CHAPUISAT,
M. Evidence for collective medication in ants. Ecology Letters. v. 6, p. 19-33
2003.
CLSI/NCCLS Performance standarts for antimicrobial susceptibility
testing; Fifteenth informational supplement. Document M100-S15 Wayne
Pennsylvania, 2005.
COLEY, P.D; BARONE, J.A. Herbivory and plant defenses in tropical forests.
Annual Review of Ecology and Systematics. 27,305-335.1996.
CONOLLY, J.D.; HILL, R.A. Dictionary of terpenoides. London : Chapman
and Hall. 1991. 2156p.
CORTOPASSI-LAURINO, M.; IMPERATRIZ-FONSECA, V.L.; ROUBIK, D.W.;
DOLLIN, A.; HEARD, T.; AGUILAR, I.; VENTURIERI, G.C.; EARDLEY, C.;
NOGUEIRA-NETO, P. Global meliponiculture: challenges and opportunities.
Apidoogie. v.37, p. 275-292. 2006.
COSTA, M.A.; DEL LAMA, M.A.; MELO, G.A.R.; SHEPPARD, W.S. Molecular
phylogeny of the stingless bees (Apidae, Apinae, Meliponini) inferred from
mitochondrial 16s rDNA sequences. Apidologie. v.34, p.73-84. 2003.
CREMER, S.; ARMITAGE, S.; SCHIMID-HEMPEL, P. Social Immunity.
Current Biology. v. 17, p. 693-702. 2007.
CRUZ-LANDIM, C. Estudo comparativo de algumas glândulas das abelhas
(Hymenoptera, Apoidea) e respectivas implicações evolutivas. Arquivos de
Zoologia. 15: 177-290. 1967.
CUNNINGHAM, A.; MARTIN, S.S.; LANGENHEIM, J.H. Resin Acids from two
Amazonian Species of Hymenaea. Phytochemistry. v. 12, p. 633-635. 1973.
CURRIE, C.R.; SCOTT, J.A.; SUMMERBELL, R.; MALLOCH, D. Fungus-
growing ants use antibiotic-producing bacteria to control garden parasites.
95
Nature. v. 398, p.701-704. 1999.
DE SOUZA, J.P.B.; BUENO, P.CP; GREGÓRIO, L.E.; DA SILVA FILHO,
A.A.; FURTADO, N.A.J.C., DE SOUZA, M.; BASTOS, J.K. A reliable
quantitative method for the analysis of phenolic compounds in Brazilian
propolis by reverse phase high performance liquid chromatography. J. Sep.
Sci. v.30, 2656-2665. 2007.
DEGÁSPARI, C.H.; WASZCZYNSKJ, N.; PRADO, M.R.M. Atividade
antimicrobiana de Schinus terebenthifolius Raddi . Ciênc. Agrotec.. v. 29, n3,
p.617-622. 2005.
DEMERA, J.H.; ANGERT, E.A. Comparison of the antimicrobial activity of
honey produced by Tetragonisca angustula (Meliponinae) and Apis mellifera
from different phytogeographic regions of Costa Rica. Apidologie. v.36,
p.411-417. 2004.
DICKINSON, W.C. Integrative Plant Anatomy, San Diego :
Harcourt/Academic. 2000. 533 p.
DUDAREVA, N.; PICHERSKI, E.; GERSHENZON, J. Biochemistry of plant
volatiles. Plant Physiology. v.135, v.4, p.1893-1902. 2004.
DUNCAN, E.J.; HART, A.G. Does sanitation facilitate sociality? Animal
Behaviour. v.77, e1-e5. 2009
DUSSOURD, D.E.; DENNO, R.F. Deactivation of plant defense:
correspondence between insect behaviour and secretory canal architecture.
Ecology. v.72, n.4, p.1383-1396.1991.
EISNER, T.; JOHNESSEE, J.S.; CARREL, J. Defensive use by an insect of a
plant resin. Science. v. 184, p. 996-999. 1974.
ELLIS, A.G.; MIDGLEY, J.J. A new plant-animal mutualism involving a plant
with sticky leaves and a resident hemipteran insect. Oecologia. v.106, n. 4.
478-481. 1996.
ELLIS, A.G.; MIDGLEY, J.J. A plant-animal mutualism involving a plant with
stick leaves and a resident hemipteran insect. Oecologia. v.106, n.4, p.478-
482. 1995.
ESPINEL-INGROFF, A; ARTHINGTON-SKAGGS, B.; IQBAL, N./ ELLIS, D.
PFALLER, M.A.; MESSER, S.; RINALDI, M.; FOTHERGILL, A.; GIBBS, D.L.;
WANG, A. Multicenter evaluation of a new disk agar diffusion method for
susceptibility testing of filamentous fungi with voriconazole, posaconazole,
itraconazole, amphotericin B, and caspofungin. Journal of Clinical
Microbiology. v.6, n.6, p. 1811-1820. 2007.
FANG, J.M; LANG, C.I.; CHEN, W.L.; CHENG, Y.S. Diterpenoid acids from
96
the leaves of armand pine.Phytochemistry. v. 30, n.8, p. 2793-2795. 1991.
FARRÉ, R.; FRASQUET, I; SANCHEZ, A. El própolis y la salud. Ars
Pharmaceutica. v.45, n.1, p.21-43. 2004.
FERNANDES Jr., A.; LEOMIL, L. FERNANDES, A.A.H.; SFORCIN, J.M. The
antibacterial activity of propolis produced by Apis mellifera L. and Brazilian
stingless bees. Journal o Venomous Animal and Toxins. v. 7, n. 2. 2001.
FRANICH, R.A.; GADGIL, P.D. Fungistatic effects of Pinus radiate needle
epicuticuticular fatty nd resin acids on Dothistroma pini. Physiological Plant
Pathology. V. 23, p. 183-193. 1983.
FREITAS, G. S. Levantamento de ninhos de meliponíneos (Hymenoptera:
Apidae) em área urbana, Campus da USP, Ribeirão Preto. Ribeirão Preto
2001. 67f. Dissertação (Mestrado em Entomologia) - Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras, Universidade de São Paulo.
FUNED Fundação Ezequiel Dias. Atividade antibacteriana de extrato de
própolis. POP-MET Número DPD-DCF-215-001. 2008a.
FUNED Fundação Ezequiel Dias. Atividade antimicótica de extrato de
própolis. POP-MET Número DPD-DCF-215-001. 2008b.
GABRIELSON, J.; HART, M.; JARELÖV, HN, I.; McKENZIE, D.; MÖLLBY,
R. Evaluation of redox indicators and the use of digital scanners
spectrophotometer for quantification of microbial growth in microplates. v. 50,
n. 1, p. 63-73. 2002.
GARY, N.E. Actividades y comportamiento de la abeja melifera. In: DADANT
E HIJOS (org.).La colmena y la abeja melifera. Montevideo: Hemisferio Sur.
1975. pp. 248-345.
GONÇALVES-ALVIM, S. de J. Resin-collecting bees (Apidae) on Clusia
palmicida (Clusiaceae) in a riparian forest in Brazil. Journal of Tropical
Ecology. v. 17, p. 149-153. 2001.
GRAJALES-CONESA, J.; RINCÓN-RABANALES, M.; GUZMÁM-DIAZ, M.;
VANDAME, R. Propiedades sicas, químicas y antibacterianas de mieles de
Scaptotrigona mexicana de la región Soconusco, Chiapas, México. In:
Seminario Mesoamericano sobre Abejas sin Aguijón 3, 2003,
Anais…Tapachula.
GRIGARICK, A.A.; STANGE, L.A. The pollen-collecting bees of the Anthidiini
of California (Hymenoptera: Megachilidae). Bulletin of the California Insect
Survey. v.9, p. 1-114. 1968.
GUARIGUATA, M.R.; GILBERT, S.G. Interspecific variation in rates of trunk
wound closure in a Panamanian lowland forest. Biotropica. v 28, n.1, p. 23-
29. 1996.
97
GUTIÉRREZ, F.; MASIÁ, M.; RAMOS, J.M.; ELÍA, M.; RODRÍGUEZ-
TUDELA, J.L.; CUECA-ESTRELLA, M. Clinical Infectious Diseaes. v.40,
n.11, p. 1706-1707. 2005.
GUZZO, P.; CARNEIRO, R.M.A (orgs). Vamos arborizar Ribeirão Preto.
Ribeirão: Secretaria Municipal do Meio Ambiente. 2008. 40p.
HADAYATI, M.T.; PASQUALOTTO, P.A.; WARN, P.A.; BOWYER, P.;
DENNING, D.W. M. Microbiology.v. 153, p. 1677-1692. 2007.
HARBORNE, J.B. Phytochemical methods. A guide to modern
techniques of plant analysis. 2 ed. London: Chapman and Hall. 1984.
HELDT, H.W. Plant Biochemistry. An update and translation of the German
third edition. Elsevier: Amsterdan. 2005. 630p.
HILL, D.S. The economic importance of insects. 1ed. London; New York :
Chapman & Hall. 1997. 293-294pp.
Hölldobler, B.; Wilson, E.O. The ants. Harvard University Press: Cambridge,
732p. 1990.
HONG, E.J.; NA, K.J.; CHOI, I.G.; CHOI, K.C.; JEUNG, E.B. Antibacterial and
antifungal effects of essential oils from coniferous trees. Biol. Pham. Bull. v.
27, v.6. p.863-866. 2004.
HOWARD, J.J. Observations on resin collecting by six interacting species of
stingless bees (Apia: Meliponinae). Journal of the Kansas Entomological
Society. v. 58, n.2, p. 337-345. 1985.
HRAZDINA, G.; JENSEN, R.A. Metabolic pathways as enzyme complexes:
evidence for the synthesis of pheylpropanoids and flavonoids on membrane
associatede enzyme complexes, Archives of Biochemistry and
Biophysics. v.237 p.88-100. 1984.
HUNZIKER, J.H.; PALACIOS, R.A.; de VALESI, A.G.; POGGIO, L. Species
disjunctions in Larrea: Evidence from morphology, cytogenetics, phenolic
compounds and seed albumins. Annals OF THE Missouri Botanical
Garden. v.59, n.2, p.224-233. 1972.
IBGE Mapas interativos Banco de dados geodésicos. Brasília: Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão, 01 de abr. 2006a. Disponível em
<www.ibge.gov.br >
IBGE Mapas interativos - Mapas de biomas. Brasília: Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão, 01 de abr. 2006b. Disponível em
<www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/ppm/2004/dfault.shtm>
JANZEN, D.H. Behavior of Hymenea courbaril when its predispersal seed is
98
absent predator. Science. v. 189, n.4197, p 145-147. 1975.
JUSTÉ, A.; LIEVENS, B. ; KLINGEBERG, M.; MICHIELS, C.W.; MARSH,
T.L.; WILLEMS, K.A. Predominanace of Tetragenococcus halophilus as the
cause of sugar thick juice degradation. Food Microbiology. v. 25, p413-421.
2008.
KEBARLE, P.; HO, Y. On the mechanism of electrospray mass spectrometry.
In COLE, R. B. (org). Electrospray ionization mass spectrometry:
fundamental instrumentation, and applications. New York:John Wiley &
Sons. 1997. 577p.
KEELING, C.I.; BOHLMANN, J. Genes, enzymes and chemicals of terpenoid
diversity in the constitutive and induced defence of conifers against insects
and pathogens. New Phytologist. v.170, n.4, p.657-675. 2006.
KERR, E.W.; SAKAGAMI, S.F.; ZUCCHI, R.; PORTUGAL-ARAÚJO, V.;
CAMARGO, J.M.F. Observações sobre a arquitetura dos ninhos e
comportamento de algumas espécies de abelhas sem ferrão das vizinhanças
de Manaus, Amazonas (Hymenoptera, Apoidea). Atas do Simpósio sobre a
Biota Amazônica. v.5 (Zoologia), p.255-309. 1967.
KERR, W. E.; CARVALHO, G. A.; NASCIMENTO, V. A. Abelha uruçu:
biologia, manejo e conservação. Paracatu: Fundação Acangaú. 144 p.
1996.
KOJIMA, J. Meconium egestion by larvae of Ropalidia Guérin (Hymenoptera:
Vespidae) without adult aid, with a note on the evolution of meconum
extraction behaviour in the tribe Ropalidiini. Australian Journal of
Entomology. v.35, p. 73-75. 1996.
KRELL, R. Value added products from beekeeping. FAO Agricultural
Services Bulletin. n. 124. 1996. Website. Disponível em
<http://www.fao.org/docrep/w0076E/w0076E00.htm#con> . Acesso em: 14
mai. 2009.
KUJUMGIEV, A.; TSVETKOVA, I; SERKEDJIEVA, BANKOVA, V.;
CHRISTOV, R.; POPOV, S. Antibacterial, antifungal and antiviral activity of
propolis of different geographic origin. Journal of Ethnopharmacology. v.64,
p. 235-240. 1999.
KUJUMGIEV, A.; TSVETKOVA, I; SERKEDJIEVA, Y.; BANKOVA, V.;
CHRISTOV, R.; POPOV, S. Antibacterial, antifungal and antiviral activity of
propolis of different geographic origin. Journal of Ethnopharmacology.
V.64, p. 235-240. 1999.
LANGENHEIM, J. H. Plant Resins: chemistry, evolution, ecolgy, and
ethnobotany. Timber Press: Portland – Cambridge. 2003. 586p.
LANGENHEIM, J.H.; FOSTER, C.E.; LINCOLN, D.E.; STUBBLEBINE, W.H.
99
Implications of variation in resin composition among organs, tissues and
populations. Biochemical Systematics and Ecology. v.6, p. 299-313. 1978.
LANGENHEIM, J.H.; FOSTER, C.E.; McGINGLEY, B. Inhibitory effects of
differents quantitative compositions of Hymenaea leaf resins on a generalist
herbivore Spodoptera exigua. Biochemical Systematics and Ecology. v.6,
p.299-313. 1980.
LANGENHEIM, J.H.; LEE, Y. Reinstatement of the genus Hymenaea
(Leguminosae: Caesalpinioideae) in Africa. Brittonia. v.26, n.1, p.3-21. 1974.
LANGENHEIM, J.H.; LINCOLN, D.E.; STUBBLEBINE, W.H.; GABRIELLI,
A.C. Evolutionary implications of leaf resin pocket patterns in the tropical tree
Hymenea (Caesalpinioidea: Legouminosae) American Journal of Botany. v.
69 n. 4 p.595- 607. 1982.
LANGENHEIM. J. H. Amber: a botanical inquiry. Science. v.163, p. 1157-
1168. 1969.
LANGENHEIM. J. H. Amber: a botanical inquiry. Science. v.163, p. 1157-
1168. 1969.
LEE, S.K.; LEE, H.J.;MIN, H.Y.; PARK, E.J.; LEE, K.M.; AHN, Y.H.; CHO,
Y.J.; PYEE, J.H. Antibacterial and antifungal activity of pinosylvin, a
constituent of pine. Fitoterapia. v. 76, p.258-260. 2005.
LEMKIN, P.F.; THORNWALL, G. C.; EVANS, J. Comparing 2-D
Electrophoretic Gels Across Internet Databases: An Open Source Application.
In: WALKER, J.M. The Proteomics Protocols Handbook. Human Press. P.
279-305. 2005.
LEVIN, D.A. Plant phenolics: an ecological perspective. The American
Naturalist. v. 105, n.942, p.157-181.1971.
LEVIN, D.A. The chemical defenses of plants to pathogens and herbivores.
Annual Review of Ecology and Systematics. v.7, 121-139.1976.
LEWINSOHN, E.; GIJZEN, M.; CROTEAU, R. Defense mechanisms of
conifers: differences in constitutive and wound-induced monoterpene
biosynthesis among species. Plant Physiology. v.96, n.1, p. 44-49. 1991.
MAACK, R. Geografia Física do Estado do Paraná. Curitiba: Banco de
Desenvolvimento do Paraná, Universidade Estadual do Paraná e Instituto de
Biologia e Pesquisas Tecnológicas.1968. 350p.
MACHADO, J. O. Isolamento e caracterização de bactérias aeróbicas do
pólen, alimento de larvas e alimento contido no papo e esôfago de
Melipona quadrifasciata anthidioides. Franca 1973. 97f. Tese (Doutorado
em Ciências) – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Franca.
100
MARTÍNEZ, M.J.; BETANCOURT, J.; ALONSO-GONZÁLEZ, N.; JAUREGUI,
A. Screening of some Cuban medicinal plants for antimicrobial activity.
Journal of Ethnopharmacology. v. 52, n. 3, p. 171-174. 1996.
MATSUKI, M. Regulation of plant phenolic synthesis: from biochemistry to
ecology. Australian Journal of Botany. v.44, n.6, p.613-634. 1996.
McGARVEY, D.J.; CROTEAU, R. Terpenoid metabolism. Plant Cell. v.7,
p.1015-1026,. 1995
McGARVEY, D.J.; CROTEAU, R. Terpenoid metabolism. The Plant Cell. v.7,
p.1015-1026. 1995.
MEGIOLARO, R.; BRANCHI, I.; SOUTO, A.; SANTOS, C.; BLOCHTEIN, B.
Análise química de própolis viscosa e de revestimento em colônias de
Plebeia emerina (Hymenoptera, Meliponina). In: Congresso Brasileiro de
Zoologia, 26, 2006. Anais... Londrina: Universidade Estadual de Londrina. p.
51.
MELO, G.A.R.; GONÇALVES, R.B. Higher-level bee classifications
(Hymenoptera, Apoidea, Apidae sensu lato). Revista Brasileira de Zoologia.
v.22, n.1, p.81-83. 2005.
MICHENER, C.D. Comparative external morphology, phylogeny and a
classification of the bees, Bulletin of the American Museum of Natural
History. v.82, p. 108-113. 1944.
MICHENER, C.D. The Bees of the World. 2ed . Baltimore: Johns Hopkins
University. 2007. 951p.
MICHENER, C.D: The social behavior of the bees - a comparative study.
Cambridge, Massachusetts: Harvard University, 1974. 404p.
MICHENER, C.D: The social behavior of the bees - a comparative study.
Cambridge, Massachusetts: Harvard University, 1974. 404p.
MIDI Microbial Identification Inc. Similarity Index Calculation for the
Sherlock MIS 05 de jan de 2009. Disponível em: http//: www.midi-inc.com
MMA Conselho de Gestão do Patrimônio Genético Resoluções.
Brasília: Ministério do Meio Ambiente Planejamento, 02 de jan. 2007
Disponível em :
http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=85&idC
MOURE, J.S. Abelhas de Solobra (Hym. Apoidea). Papéis Avulsos, São
Paulo. v.2, n21, p.291-321. 1942.
MOURE, J.S. Notas sobre Meliponinae (Hymenopt.- Apoidea). Dusenia. v.2,
fascículo 1, p.24-70. 1951.
MOURE, J.S. Preliminary supra-specific classification of the Old World
101
meliponine bees. Studia Entomologica.v.4, n.1-4), p.181-242.1961.
MOURE, J.S.; URBAN, D.; MELO, G.A.R. Catalogue of bees (Hymenoptera,
Apoidea) in the Neotropical region. Sociedade Brasileira de Entomologia:
Curitiba. pp. 475-492. 2007. Apinae.
NCCLS Methods for dilution antimicrobial susceptibility tests for
bacteria that grow aerobically approved standart sixth edition.
Document M7-A6 Wayne, Pennsylvania. 2003.
NCCLS. Método de referência para testes de diluição em caldo para
determinação de sensibilidade a terapia antifúngica de fungos
filamentosos; norma aprovada Documento do NCCLS. Wayne,
Pennylvania. 2002.
NERG, A.-M; HEIJARI, J.; NOLDT, U; VIITANEN, H; VUORINEN, M.;
KAINULAINEN, P.; HOLOPAINEN, J.K. Significance of wood terpenoids in
the resistance of scots pine provenances against the old house borer,
Hylotrupes bajulus, and brown-rot fungus, Coniophora puteana. Journal of
Chemical Ecology. v.30, n.1, p.125-141. 2004.
NEWMAN, J.D.; CHAPPELL, J. Isoprenoid biosynthesis in plants: carbon
partioning within the cytoplasmatic pathway. Critical Reviews in
Biochemistry and Molecular Biology. v.34, p.95-106.
NHUNG, P.H.; OHKUSU, K..; MISHIMA, N.; NODA, M.; SHAH, M.M.; SUN, X.
; HAYASHI, M.; EZAKI, TAKAYUKI. Phylogeny and species identification of
the family Enterobacteriaceae base don dnaJ sequences. Diagnostic
Microbiology and Infectious Disease. v.58, p. 153-161. 2007.
NOGUEIRA-NETO, P. Criação de abelhas indígenas sem ferrão. São
Paulo: Chácaras e Quintais. 1953. 280p.
NOGUEIRA-NETO, P. Vida e criação de abelhas indígenas sem ferrão.
São Paulo: Nogueirapis, 1997. 426p.
NORIN, T. Some aspects of the chemistry of the order Pinales.
Phytochemistry. v.11, p.1231-1242. 1972.
OBANA, H.; KUMEDA, Y. NISHIMUNE, T.; USAMI, Y. Direct detection using
the Drosophila dna-reapair rest and isolation of a dna-damaging mycotoxin,
5,6-dihydropenicillic acid, in fungal culture. Fd Chem. Toxic. v.32, n.1, p. 33-
41, 1994.
OGURA, K.; KOYAMA, T. Enzymatic aspects of isoprenoid chain elongation.
Chemical Reviews. v.98, n.4, p.1263-1276. 1998.
PATERSON, R.R.M.; SIMMONDS, M.S.J.; BLANEY, W.M. Journal of
Invertebrate Pathology. n. 50, p.124-133. 1987.
102
PATRICIO, E.F.L.R.A.; CRUZ LÓPEZ, L.; MAILE, R.; TENTSCHERT, J.;
JONES, G.R. & MORGAN, D.E. The propolis of stingless bees: terpenes
from the tibia of three Frieseomelitta species. Journal of Insect Physiology.
v.48, n.2, p.249-254. 2002.
PEREIRA, A. S.; BICALHO, B. AQUINO-NETO, F. R. Comparison of propolis
from Apis mellifera and Tetragonisca angustula. Apidologie. v. 34. p. 291-
298. 2003.
PHILLIPS, M. A.; CROTEAU, R. B. Resin-based defenses en conifers.
Trends in Plant Science. v.4, n.5, p.184-190. 1999.
PIRES, V. c.; DRUMMOND, M.S.; LACERDA, L.M. Perfil anual da
produtividade de Melipona fasciculata Smith 1864 (Apidae Meliponina), na
região nordeste do Maranhão, Brasil. In: Encontro sobre abelhas, 7, 2006.
Anais... Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo.
POINAR Jr., G. O. Fossil evidence of resin utilization by insects. Biotropica.
v. 24, n. 3, p. 466-468. 1992.
PRASHANTH KUMAR, V.; CHAUHAN, N.S.; PADH, H.; RAJANI, M. Search
for antibacterial and antifungal agents from selected Indian medicinal plants.
Journal of Ethnopharmacology. v.107, p.182-188. 2006.
RHOADES, D. F. Integrative antiherbivore, antidesiccante and ultraviolet
screening properties of creosotebush resin. Biochemical Systematics and
Ecology. vol. 5, p.281-290. 1977.
RHOADES, D.F. Integrated antiherbivore, antidesiccant and ultraviolet
screening properties of creosotebush resin. Biochemical Systematics and
Ecology. v.6, p.281-290. 1977.
RIBEIRO, M.C.M. Estudo químico e biológico da própolis brasileiras. In:
Congresso Brasileiro de Apiculatura, 10, 1994. Anais...Pousada do Rio
Quente: Confederação Brasileira de Apicultura. p. 246-249.
RÍOS, J.L.; RECIO, M.C.Medicinal plants and atimicrobial activity. Journal of
Ethnopharmacology. v. 100, n. 1-2, p. 80-84. 2005.
ROHMER, M. The discovery of a mevalonate-independent pathway for
isoprenoid biosythesis in bacteria, algae and higher plants. Natural Products
Reports. v.16, p.565-574. 1999.
ROMERO, S.M.; COMERIO, R.M.; LARUMBE, G.; RITIENI, A.; VAAMONDE,
G.; FERNÁNDEZ PINTO, V. Toxigenic fungi isolated from dried vine fruits in
Agentina . International Journal of Food Microbiology. v. 104, p. 43-49.
2005.
ROSENGAUS, B. R.; MAXIMEN, A. B.; CONTES, L. E.; TRANIELLO, J. F. A.
103
Disease resistance: a benefit of sociality in the dampwood termite
Zootermopsis angusticollis (Isoptera: Termopsidae). Behavioral Ecology and
Sociobiology. v.44, p.125-134. 1998.
ROSENGAUS, B. R.; MAXIMEN, A. B.; CONTES, L. E.; TRANIELLO, J. F. A.
Disease resistance: a benefit of sociality in the dampwood termite
Zootermopsis angusticollis (Isoptera: Termopsidae). Behavioral Ecology and
Sociobiology. v.44, p.125-134. 1998.
ROUBIK, D. W. Singless bee nesting biology. Apidologie. v.37, p.124-143.
2006.
ROUBIK, D.W. Ecology and natural history of tropical bees. First
published. Cambridge: Cambridge University. 1989. 504p.
ROUBIK, D.W. Nest and colony characteristics of stingless bees from French
Guiana (Hymenoptera: Apidae). Journal of the Kansas Entomological
Society. v. 52, n.3, p. 443-470, jul. 1979.
ROUBIK, D.W. Nest and colony characteristics of stingless bees from French
Guiana (Hymenoptera:Apidae). Journal of the Kansas Entomological
Society. v. 52, n.3, p. 443-470, jul. 1979.
ROUBIK, D.W.; MICHENER, C.D. The seasonal cycle and nests of Epicharis
zonata, a bee whose cells are below the wet-season water table
(Hymenoptera: Anthophoridae). Biotropica. v. 12, p 56-60. 1980.
ROUBIK, D.W.; SEGURA, J.A.;CAMARGO, J.M.F. New stingless bee genus
endemic to Central American cloudforests: phylogenetic and biogeographic
implications (Hymenoptera: Apidae: Meliponini). Systematic Entomology.
v.22, p.67-80. 1997.
SAKAKIBARA, M.; DiFEO Jr., D.; NAKATANI, N.; TIMMERMANN, B.;
MABRY, T.J. Flavonoid methyl ethers on the external leaf surface of Larrea
tridentata and L. divaricata.
SAKAKIBARA, M.; TIMMERMANN, B.N.; NAKATANI, N.; WALDRUM, H.
New 8-hydroxyflavonols from Larrea tridentata. Phytochemistry. v.14, n.3,
pp. 849-851. 1975.
SALISBURY, F. B.; ROSS, C. W. Plant Physiology. California: Wadsworth
Publishing Company. 1992. 682p
SALOMÀO, K.; PEREIRA, P.R.S.; CAMPOS, L.C.; BORBA, C.M.; CABELLO,
P. H.; MARCUCCI, M.C.; CASTRO, S.L. Brazilian própolis: correlation
between chemical composition and antimicrobial activity. eCAM. p. 1-8. 2007
SANTOS, C.G. Aspectos comportamentais e morfológicos de Plebeia
emerina (Friese, 1900) (Hymenoptera,Apidae, Meliponini) relacioandos a
própolis. Porto Alegre, 2007. 59f. Tese (Doutorado) Faculdade de
104
Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sull
SAWAYA, A. C H. F. Análise da composição química de própolis
brasileira por espectrometria de massas. Campinas, 2006, 87f. Tese
(Doutorado em Ciências). – Instituto de Química, UNICAMP. Campinas.
SAWAYA, A. C. H.F.; TOMAZELA, D.M.; CUNHA, I.B.S.; BANKOVA, V. S.;
MARCUCCI, M.C.; CUSTODIO, A.R.; EBERLIN, M.N. Electrospray ionization
mass spectrometry fingerprinting of propolis. The Analyst. v.129, p.739-744.
2004.
SAWAYA, A.C.H.F Análise da composição química de própolis brasileira
por espectrometria de massas. Campinas 2006. 87f. Tese (Doutorado em
Ciências) - Instituto de Química, Universidade de Campinas.
SAWAYA, A.C.H.F.; CUNHA, I.B.S.; MARCUCCI, M.C.; de OLIVEIRA
RODRIGUES, R.F.; EBERLIN, M.N. Brazilian Propolis of Tetragonisca
angustula and Apis mellifera. Apidologie. v.37, p.399-407. 2006.
SAWAYA, A.C.H.F; TOMAZELA, D.M.; CUNHA, D. B.S.; BANKOVA, V.;
MARCUCCI, M.C.; CUSTODIO, A.R.; EBERLIN, M.N. Electrospray ionization
mass spectrometry fingerprinting of própolis. The Analyst. v. 129, p. 739-744.
2004.
SAWAYA, C.H.F.S.; CALADO, J.C.P.;dos SANTOS, L.C.;MARCUCCI, M.C.;
AKATSU, I.P.; SOARES, A.E.E.; ABDELNUR, P.V.; CUNHA, I.B.S.;
EBERLIN,M.N. Composition and antioxidant activity of própolis from three
species of Scaptotrigona stingless bees. Journal of ApiProduct and
ApiMedical Science. v.1, n.2, p.37-42. 2009.
SCHWARZ, H.F. Stingless bees (Meliponidae) of the Western Hemisphere :
Lestrimelitta and the following subgenera of Trigona : Trigona, Paratrigona,
Schwarziana, Parapartamona, Cephalotrigona, Oxytrigona, Scaura, and
Mourella. Bulletin of the American Museum of Natural History. v. 90, p.1-
546. 1948.
SCHWARZ, H.F. The stingless bees (Meliponidae) of British Guiana and
some related forms. The American Museum of Natural History. v.74, artigo
7, p.431-508. 1938
SCHWARZ, H.F. The stingless bees (Meliponidae) of British Guiana and
some related forms. Bulletin of the American Museum of Natural History.
v.74, p. 437-508. 1944
SCHWARZ, H.F. The stingless bees (Meliponidae) of British Guiana and
some related forms. Bulletin of the American Museum of Natural History.
v.74, artigo 7, p.437-508. 1939.
SCOTT, A.C.; ANDERSON, J.M.; ANDERSON, H.M. Evidence of plant–insect
interactions in the Upper Triassic Molteno Formation of South Africa. Journal
of the Geological Society. v. 161, n.3, p.401-410. 2004.
105
SEIDEL, V.; PEYFOON, E.; WATSON, D.G.; FEARNLEY, J. Comparative
study of the antibacterial activity of propolis from different geographical and
climatic zones. Phytopherapy Research. v.22, p. 1256-1263. 2008.
SILVEIRA, F.A.; MELO, G.A.R.; ALMEIDA, E.A.B. Abelhas brasileiras -
sistemática e identificação. 1 ed. Belo Horizonte : MMA - Fundação
Araucária. 2002. 253p.
SIMMONS, N.A.; WILLIAMS, J.D. Use of a solid reagent in the triphenyl
tetrazolium chloride test for bacteriuria. Journal of Clinical Pathology.v.20,
p.767. 1967.
SMITH, A. L. Principles of microbiology. Capitulo Enteric bacilli and vibrios
10 ed. Saint Louis: Times Mirror/Mosby. 1984. 527-550p.
SNYDER, M.A. Interactions between Abert’s squirrel and ponderosa pine: The
relationship between selective herbivory and host plant fitness. The American
Naturalist. v.141, n.6, p.866-879. 1993.
SNYDER, M.A. Selective herbivory by Abert’s squirrel mediated by chemical
variability in ponderosa pine. Ecology. v.73, n.5, p.1730-1741.1992.
STURGEON, K. B.; MITTON, J.B. Biochemical diversity of ponderosa pine
and predation by bark beetles (Coleoptera: Scolytidae). Journal of Economic
Entomology. v. 79, n.4, p.1064-1068. 1986.
STURGEON, K.B. Monoterpene variation in ponderosa pine xylem resin
related to western pine beetle predation. Evolution. v.33, p.803-814. 1979.
SUFFREDINI, I.B.; PACIÊNCIA, M.L.B.; NEPOMUCENO, D.C.; YOUNES,
R.N.; VARELLA, A.D. ANTIBACTERIAL AND CYTOTOXIC ACTIVITY OF
BRAZILIAN PLANT EXTRACTS clusiaceae. Memórias do Instituto
Oswaldo Cruz. v. 101, n.3, p.287-290, 2006.
SZEWCZAK, E.H.; GODOY, G.F.; CHOCIAI, J.G. Estudo comparativo entre a
sensibiliade de Staphylococcus aureus à própolis e antibióticos. In:
Congresso Brasileiro de Apiculatura, 7, 1980. Programa e
resumos...Salvador: Confederação Brasileira de Apicultura. p. 64-65.
THOMSON, W.W.; PLATT-ALOIA, K.; KOLLER, D. Ultrastructure and
development of the trichomes of Larrea (Creosoto Bush). Botanical Gazette.
v.140, n.3, p.249-260. 1979.
TOMÁS-BARBERÁN, F.A.; GARCÍA-VIGUERA, C.; VIT-OLIVIER, P.;
FERRERES, F; TOMÁS-LORENTE, T. Phytochemical evidence for the
botanical origin of tropical propolis from Venezuela. Phytochemistry.v.34,
n.1, pp. 191-196. 1993.
TORTORA, G.J. Microbiologia. 6 ed. São Paulo: Artes Médicas Sul. 2000.
106
827p.
TRAPP, S.; CROTEAU, R. Defensive resin biosynthesis in conifers. Annual
Review of Plant Physiology and Molecular Biology. v.52, p.689-724. 2001.
UFSCAR Caracterização ambiental de uma unidade de conservação.
Estação Ecológica de Jataí, Luiz Antônio, SP. Projeto Jataí 1987-2000.
São Carlos: SEMA-SP. 2000.
VAN TOL FILHO, P. Criação racional de abelhas. 2ed. revista e ampliada,
Criação e Lavoura nº14. São Paulo: Melhoramentos. 155p. 1952.
VELIKOVA, M.; BANKOVA, V.; TSVETKOVA, I; KUJUMGIEV, A.;
MARCUCCI, M.C. Antibacterial ent-kaurene from Brazilian propolis of native
stingless bees. Fitoterapia. v. 71, p. 693-696. 2000.
VENTURIERI, G.C. Meliponicultura I: Criação de abelhas indígenas sem
ferrão, caixa racional para criação. Receituário Técnico, Embrapa
Amazônia Oriental. 2003.
VILLAS-BÔAS, J.K.; MALASPINA, O. Parâmetros físico-químicos propostos
para o controle de qualidade de mel de abelhas indígenas sem ferrão no
Brasil. Mensagem Doce. São Paulo, n.82 p. 6-16, jul. 2005. Disponível em
<http://www.apacame.org.br/msgdoce.htm>. Acesso em: 07 de mai. 2009.
VOIGT, D.; GORB, S. An insect trap as habitat: cohesion-failure mechanism
prevents adhesion of Pameridae roridulae bugs to the sticky surface of the
plant Roridula gorgonias. The Journal of Experimental Biology. v.211,
p.2647-2657. 2008.
WHEELER, W. M. Colonies of ants (Lasius neoniger Emery) infested with
Laboulbenia formicarum Thaxter. Psyche. v.17, n.3, p. 83-85. 1910.
WILLIE, A. Biology of the stingless bees. Annual Review of Entomology.
v.28, p.41-64. 1983.
WILLIE, A.; MICHENER, C.D. The nest architecture of stingless bees with
special reference to those of Costa Rica (Hymenoptera, Apidae). Revista de
Biologia Tropical. v. 21, suplemento 1, p. 9-271. 1973.
WILLIE, A.; MICHENER, C.D. The nest architecture of stingless bees with
special reference to those of Costa Rica (Hymenoptera, Apidae). Revista de
Biologia Tropical. v. 21, suplemento 1, p. 9-271. 1973.
WINKEL-SHIRLEY, B. Evidence for enzyme complexes in the
phenylpropanoid and flavonoid pathways. Physiologia Plantarum. v. 107 p.
142-149. 1999.
WITHERELL, P.C. Otros productos de la colmena. In: DADANT E HIJOS
(org.).La colmena y la abeja melifera. Montevideo: Hemisferio Sur. 1975.
107
pp. 685-715.
WOLLENWEBER, E.; DIETZ, V.H. Occurrence and distribuition of free
flavonoid aglycone in plants. Phytochemistry. v.20 p.869-932. 1981.
YAMAMOTO, D.Y. Análise e quantificação do mel de Scaptotrigona sp.
(Hymenoptera, Apidae, Apinae) no município de Luiz Antônio, São
Paulo, Brasil. Ribeirão Preto 2001. 67f. Dissertação (Mestrado em
Entomologia) - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Universidade de
São Paulo
ZUCCHI, R.; SAKAGAMI, S. F.; CAMARGO, J M F . Biological observations
on a neotropical parassocial bee, Eulaema nigrita, with a review on on the
biology of Euglossinae (Hym., Apidae). Journal of the Faculty of Science
Hokkaido University Ser VI Zool, Japão, v. 17, n. 2, p. 271-380, 1969.
108
APÊNDICE 1- METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO PRÉVIA DE ATIVIDADE
ANTIBACTERINA E ANTIFÚNGICA DE PRÓPOLIS DE Scaptotrigona BASEADO
EM FUNED (2008a ;2008b )
A verificação de atividade antibacteriana, do “pool” de própolis de
Scaptotrigona sp. e S. aff. depilis foi através de ensaio de difusão em placa realizado
em triplicata. Utilizou-se culturas de Escherichia coli (ATCC 25922) e
Staphylococcus aureus (ATCC 25923) que foram cultivadas em estufa por 24 horas
a 37ºC em tubo de ensaio com caldo Mueller-Hinton (Difco). A partir destas culturas
foram preparadas suspensões bacterianas padrão. Para tanto, adicionou-se as
bactérias cultivadas em tubos com 3000µL de salina 0,85% até que as suspensões
atingissem turbidez igual à de uma solução de BaSO
4
, equivalente a escala Mc
Farland de 0,5, que corresponde a 10
8
UFC/mL (unidades formadoras de colônias
por mililitro) de bactérias. Em seguida, diluiu-se dez vezes as suspensões padrões
adicionando 300µL destas em 2700µL de salina 0,85%. Estas novas suspensões
foram novamente diluídas 1:10 da mesma forma, obtendo-se as suspensões de
trabalho com 10
6
UFC/mL. Então, foi adicionado 100µL das suspensões de trabalho,
de S. aureus, em cada uma de três placas de Petri de 15cm com 20mL de ágar
Mueller-Hinton (Acumedia). Procedeu-se da mesma forma com E. coli, em outras
três placas semelhantes. As suspensões de trabalho foram espalhadas pela
superfície do meio em três direções diferentes com auxílio de suab até a eliminar o
excesso de líquido. Logo após, foram feitos dois orifícios na superfície do ágar
Mueller-Hinton em cada uma das placas. Para tanto, utilizando-se ponteiras de
200µL invertidas. Em cada placa, no interior de um orifício foi adicionado 40µL de
solução etanólica (500mg/mL) do “pool” de resina de Barra do Corda e em outro o
mesmo volume na mesma concentração, do “pool” da EELA. Como controle uma
das placas recebeu um orifício extra no qual se adicionou 40µL de etanol (controle).
Também como controle e parâmetro de comparação, uma placa com E. coli recebeu
um disco de gentamicina 10µg (Sensifar, Cefar, Diagnóstica). Enquanto uma placa
com S. aureus recebeu um disco de vancomicina 30µg (Sensifar, Cefar,
Diagnóstica). As placas foram incubadas em estufa a 37ºC, e avaliadas após 24h
através da mensuração do halo de inibição, com régua.
Para avaliar a atividade antifúngica, efetuou-se um ensaio em triplicata. Para
tal, primeiramente, prepararam-se placas de Petri de 15cm para o ensaio. Para a
109
preparação das placas, tomou-se 600µL de soluções de cada resina feitas em
dimetilsulfóxido (DMSO - Calbiochem) a 500mg/mL. Cada uma das soluções foi
incorporada sob agitação a 60mL (em recipientes distintos) de ágar batata dextrose
(BDA) (Himedia) ainda fundido. Em seguida, 20mL de meio com cada tipo de “pool”
foi vertido em cada uma de três placas. Concomitantemente, culturas de Candida
albicans (ATCC 18804) foram cultivadas por 24h a 37ºC. A partir desta cultura
preparou-se em um tubo com 3000µL de salina 0,85% uma suspensão padrão com
turbidez igual de uma solução de BaSO
4
, equivalente a escala Mc Farland de 0,5,
que representa 10
6
UFC/mL de C. albicans. Então, diluiu-se a solução padrão em
dez vezes, tomando-se 300µL desta e adicionando-se a 2700µL de salina. A nova
solução foi diluída 1:10 da mesma forma como anteriormente, produzindo a solução
de trabalho (10
4
UFC/mL). A seguir, foi adicionado 100µL da solução de trabalho em
cada uma das seis placas com resina incorporada ao meio. A solução foi espalhada
pela superfície com auxílio de suab até a eliminação do excesso de líquido. Para
servir como controles do nível de toxicidade do DMSO, foram preparadas três placas
com 20mL de BDA a cada qual foi incorporada 2µL de DMSO. Estas três placas
foram inoculadas como as placas contendo resina. Como controle de crescimento de
C. albicans, foi preparada uma placa com 20mL de BDA a qual foi inoculada como
as placas com resina. As placas foram incubadas a 37ºC por 48h. Após a incubação
foi feita a contagem das colônias que cresceram. A avaliação do nível de atividade
foi feita através da comparação entre as placas da quantidade de colônias que
surgiram.
110
ANEXO 1 “ESI(-)-MS FINGERPRINTS” DAS AMOSTRAS DE PRÓPOLIS
DE Scaptotrigona sp. (BARRA DO CORDA, MA) E Scaptotrigona aff. depilis
(ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE LUIZ ANTÔNIO, SP)
Ss = Scaptotrigona sp.; Sd = Scaptotrigona aff. depilis
Ss05/06
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675
m/z
0
100
%
225.1
215.1
187.1
451.2
275.1
239.1
245.1
421.1
377.1
347.1
295.1
317.1
373.3
405.1
389.2
435.2
452.2
469.4
601.4
533.3
487.4
503.3
593.4
563.4
637.4
603.4
649.4
Ss06/06
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675
m/z
0
100
%
373.3
371.3
195.1
191.1
167.1
215.1
225.1
369.3
347.3
313.1
297.1
227.1
279.1
401.4
387.3
471.4
421.1
435.3
563.4
505.4
495.4
551.4
593.4
651.5
603.4
667.4
Ss07/06
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675
m/z
0
100
%
373.3
371.3
225.1
211.1
164.1
347.3
239.1
275.1
251.1
299.3
313.2
401.3
374.3
387.3
471.4
469.4
421.1
467.4
435.3
515.4
503.4
591.4
516.4
589.4
601.4
635.4
649.4
Ss 08/06
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675 700
m/z
0
100
%
157.1
215.1
191.1
159.1
179.1
195.1
217.1
371.1
313.1
297.1
271.2
255.3
347.3
327.3
471.4
375.1
395.1
439.2
561.5
501.4
515.3
547.4
593.4
603.4
623.4 651.4
111
Ss09/07
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675
m/z
0
100
%
471.3
373.3
371.3
297.2
165.1
279.2
347.3
401.3
387.3
455.4
402.3
421.1
472.3
487.3
Ss 10/06
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675 700
m/z
0
100
%
373.3
371.3
347.3
345.3
157.0
195.1
225.1
297.3
348.3
401.4
375.3
387.3
471.4
402.3
455.4
403.3
453.4
511.4
502.4
497.4
517.4
561.4
518.4
593.4
651.5
603.5
Ss11/06
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675 700
m/z
0
100
%
373.3
371.3
195.1
157.1
369.3347.3
345.3
217.1
285.1
227.1
271.1
297.3
401.4
375.3
387.3
471.4
469.4
402.4
467.4
417.3
513.4
472.4
601.4
561.4
553.4
591.4
651.5602.4
Ss12/06
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675
m/z
0
100
%
217.1
195.1
187.1
295.1
265.1
245.1
377.1
309.1
353.1
311.1
401.3
471.4
467.4
431.1
563.4
493.3
509.3
547.3
593.4
635.4
649.4
675.5
Ss01/07
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675 700
m/z
0
100
%
471.4
469.4
421.1
373.3
173.1
195.1
371.3
209.1
285.1
217.1
271.1
347.3
317.1
401.3
377.1
455.4
422.1
472.4
485.4
501.4
517.3
112
Ss02/07
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675 700
m/z
0
100
%
471.4
469.4
373.3
371.3
191.1
297.3
209.1
271.1
215.1
265.1
347.3
341.1
421.1
401.3
374.3
455.4
453.4
472.4
487.4
511.4
563.2
593.2
601.4
Ss03/07
175
200
225
250
275
300
325
350
375
400
425
450
475
500
525
550
575
600
625
650
675
700
m/z
0
100
%
157.0
471.4
209.1
173.1
181.1
373.3
371.3
215.1
237.1
347.3
291.1
275.1
303.1
335.1
401.3
374.3
421.1
455.4
453.4
472.4
505.3
503.3
593.4
513.4
577.4
525.4
594.4
635.4
651.4
Ss04/07
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675 700
m/z
0
100
%
209.1
157.0
181.1
373.3
237.1
225.1
371.3
275.1
251.1
347.3
333.1
291.1
401.3
374.3
471.4
421.1
467.4
422.1
472.4
591.4
505.3
511.4
577.4
623.4
Sd09/06
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675
m/z
0
100
%
301.2
299.2
187.1
291.2
275.2
195.1
255.1
315.2
317.2
334.2
349.2
363.2
439.3
423.3
379.2
455.2
471.3
635.4
525.3
619.5
603.5
559.3
649.4
667.5
Sd10/06
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675
m/z
0
100
%
301.2
299.2
195.1
179.1
271.2
265.2
239.1
315.2
525.3
334.2
471.4
347.3
365.2
366.2
457.3
423.3
394.2
472.4
499.3
526.3
559.3
619.4
603.5
635.4
691.4
113
Sd11/06
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675
m/z
0
100
%
301.2
299.2
265.2
191.1
179.1
239.1
192.1
297.2
317.2
333.2
471.4
334.2
349.2
423.3
363.2
379.2
437.3
489.4
507.2
635.4
615.4587.4
569.4
651.5
677.4
Sd12/06
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675
m/z
0
100
%
301.2
299.2
191.1
179.1
265.2
227.1
275.2
315.2
333.2
347.3
361.2
366.2
471.4
393.3
423.3
437.3
489.4
635.4
617.4
511.3
601.4
653.4
Sd01/07
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675
m/z
0
100
%
333.2
315.2
301.2
299.2
291.2
275.2
191.1
265.1
349.2
471.4
365.2
459.3
411.1
381.2
489.4
507.2
Sd02/07
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675
m/z
0
100
%
333.2
315.2
299.2
291.2
275.2
349.2
365.2
381.2
Sd03/07
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675
m/z
0
100
%
315.2
301.2
291.2
275.2
333.2
349.2
365.2
381.2
114
Sd04/07
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675
m/z
0
100
%
333.2
315.2
299.2
291.2
275.2
271.1
349.2
365.2
Sd05/07
175
200
225
250
275
300
325
350
375
400
425
450
475
500
525
550
575
600
625
650
675
m/z
0
100
%
333.2
315.2
301.2
299.2
195.1
275.2
255.1
233.1
211.1
349.2
365.2
667.5
651.4
367.2
383.2
635.4
455.3
423.3
513.3
471.3
609.4
683.5
Sd06/07
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675
m/z
0
100
%
333.2
315.2
299.2
291.2
273.2
349.2
351.2
365.2
381.2
Sd07/07
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675
m/z
0
100
%
333.2
315.2
301.2
291.2
275.2
255.1
349.2
351.2
365.2
381.2
115
Sd08/07
175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650 675
m/z
0
100
%
333.2
315.2
301.2
291.2
275.2
255.1
349.2
351.2
365.2
471.4
381.2
489.3
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo