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medo da morte, a solidão afetiva, o medo de perder os filhos, a impulsividade na
expressão dos pensamentos e opiniões). Vejamos nos relatos:
Mas, eu continuo assim, eu não sei o que é, para todo o ser humano
falta alguma coisa, para mim falta mais, falta tanto, que no domingo
à tarde passo a tarde toda querendo chorar, com a maior tristeza.
Eu acho que com as outras pessoas não acontece isso (...) Eu sou
altamente ansiosa, tão ansiosa, que agora neste momento tem
muita coisa da faculdade para fazer, tem prova para estudar, tem o
trabalho que está um pouco acumulado porque eu andei uns dias
faltando, aí, eu estou altamente ansiosa. É uma fome direto! Eu fico
com fome da ansiedade. Antes, eu não tinha isso, essa ansiedade
toda, é de agora e eu não consigo controlar, eu fico pensando no
que vou fazer, vivendo o futuro logo. Eu não sei esperar, é muita
ansiedade. (Safira).
Eu sou mais independente, quando eu era solteira que a minha mãe
brigava comigo, eu não dizia nada, me trancava no banheiro e
chorava, eu choro muito. Se brigar com o meu esposo, faço a
mesma coisa, nunca esqueci nada do que ele fez comigo. Não falo
nada, só faço chorar! Conversei com uma amiga e ela sugeriu que
eu buscasse um tratamento, uma ajuda, me indicou um médico em
Fortaleza. Eu fui, mas não gostei. Tenho insônia e por isso fui a
outro médico e ele me passou um anti depressivo. Desde que estou
tomando, eu estou me sentindo bem melhor. (Pérola).
Eu sou muito... deixa-me ver, às vezes, eu sou meio impulsiva, já
me controlei mais, hoje em dia estou menos, mas sou muito
impulsiva. Na hora que estou com muita raiva, eu explodo, mas no
lado profissional, não, tenho mais pelo lado pessoal, talvez, por no
lado profissional eu sempre ter que me controlar muito, pois não
posso explodir com o meu cliente. Só que no lado pessoal. Mas por
dentro não faz bem. (Rubi).
Sobre a morte, eu nunca pensava, hoje, pela idade, eu penso e
peço muito a Deus para eu não ver nenhum filho morto e tenho
muita convicção que Nossa Senhora não há de deixar. Eu quero ir
primeiro. Porque um pai e uma mãe não são pra enterrar um filho,
eu sou louca alucinada pelos meus bebês. Eu me cuido porque
quero estar perto, tem minha morte, mas não quero perde-los. Se
chegar a minha hora de ir peço a Deus. Eu perdi o amor do marido,
sofri muito, então, preciso do amor dos filhos e todos os quatro
viajam muito, mas eu não deixo de dormir, de passear, eu sempre
digo com fé: - Não deixe acontecer nada com meus filhos. Não
quero morrer agora não, eu quero ficar mais com eles. Toda noite eu
penso neles e me perdendo nos pensamento, choro, penso muito
neles. (Esmeralda).
Aprendemos com Araújo (2001) que as mulheres, diante da ilusão do
corpo perfeito, ideal de beleza imposto por nossa cultura e bem divulgado na mídia,