Macedo, G.E.L. Composição florística e estrutura do componente arbóreo-lianescente de um trecho de floresta...
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A Fig. 3 mostra o diagrama da CCA com ordenação das 50 amostras de solo em função de suas
propriedades químicas e granulométricas mais os teores de matéria orgânica e sua correlação com as
variáveis espaciais selecionadas (elevação2 e ‘latitude × longitude’), a maior parte da qual se concentra ao
longo do Eixo 1. Os autovalores foram muito baixos; Eixo 1 = 0,021 e Eixo 2 = 0,002; o que significa
apenas que todas as propriedades tiveram variâncias pequenas ao longo dos gradientes sumarizados nos
primeiros eixos de ordenação, na verdade, inexpressivas a partir do Eixo 2. A variância proporcional
acumulada pelo Eixo 1 foi de 12,8%. Apesar destes valores tão baixos, a variância proporcional
acumulada para a correlação entre as variáveis de solo e as espaciais foi elevada no Eixo 1: 92,6%. De
fato, o teste de significância de Monte Carlo para o Eixo 1 foi altamente significativo (F = 6,883,
P = 0,002), assim como para todos os eixos em conjunto (F = 3,759, P = 0,002). As correlações internas
entre as variáveis espaciais e o primeiro eixo de ordenação foram RP = 0,501 e RP = 0,489 para elevação2
e ‘latitude × longitude’. As variáveis que mais contribuíram para o gradiente sumarizado no Eixo 1 foram
saturação por alumínio (m) e areia, que aumentaram no mesmo sentido do aumento da elevação e
‘latitude × longitude’, e saturação por bases, cálcio e soma de bases, que aumentaram no sentido
contrário, e potássio embora mais ligado ao segundo eixo.
Estrutura da vegetação – Foram amostrados 2.283 indivíduos, sendo 93,7% vivos, 6,3% mortos em pé,
totalizando 27,1 m² ha-1 de área basal. Dos vivos, 7% eram cipós (Fig. 4A). Os diâmetros e alturas
médias e máximas foram 10,38 cm, 80 cm e das alturas 7,5 m e 25 m, respectivamente. A Fig. 4A mostra
que houve maior concentração de indivíduos na classe de diâmetro de 4,7-10 cm e 10,01-15 cm que
incluíram todos os cipós, quase todos na classe de 4,7 – 10 cm (Fig. 4A). Cerca de 59% (1263) dos
indivíduos estavam no intervalo de 5,01 a 8 m de altura (Fig. 4B), que correspondem a 9,18 m2 .ha-1 da
área basal, ou seja, 33% da área basal. Portanto, na classe de 5,1 – 8m o valor da área basal foi mais
influenciado pela quantidade de indivíduos, enquanto que na classe de 8,01- 11 foi mais pelo diâmetro de
cada indivíduo (Fig. 4C).
A distribuição dos indivíduos nas diferentes classes de altura sugere uma estratificação em dois
níveis: um estrato inferior, com indivíduos de 1,3 a 8 m; e um superior que pode ser subdividido em dois,
um com árvores entre 8,01 e 14 m; e outro com árvores acima de 14 m. Esses estratos representam 74%,
24% e 2% dos indivíduos e respondem por 40%, 50% e 10% da ABT, respectivamente.
Após testar a normalidade da distribuição dos dados fisionômicos (densidade, altura, diâmetro e
área basal) entre os transeções, verificou-se que todas as variáveis fisionômicas apresentam distribuição
normal com exceção da área basal (P = 0,003). A transeção 7 teve menor densidade (Fig. 5A), sendo
estatisticamente distinta da transeções 1 (t = 2,617; p = 0,0121), 4 (t = 0,9861; p = 0,0046), e 6 (t =
2,8877; p = 0,006). Embora os valores de área basal (Fig. 5B) tenham variado de 0,44 a 1,54 m2, não
houve diferença estatística significativa entre transeções. Também não houve diferenças significativas
para diâmetros e alturas (Fig. 5C e D), que variaram apenas de 9,78 a 10,6 cm; 7,1 a 8,03 m.