Download PDF
ads:
DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA APLICADA EM ESTUDO DE DANO
DE SKIN EM ARENITOS INCONSOLIDADOS POR TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA
Erika da Silva Sales
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS
PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM
ENGENHARIA NUCLEAR.
Aprovada por:
________________________________________
Prof. Ricardo Tadeu Lopes, D.Sc.
________________________________________
Dr. Luís Carlos Baralho Bianco, Ph.D.
_________________________________________
Prof. Delson Braz, D. Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL
MARÇO DE 2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ii
SALES, ERIKA DA SILVA
Desenvolvimento de metodologia
aplicada em estudos de dano de skin
em arenitos inconsolidados por Tomo-
grafia Computadorizada [Rio de
Janeiro] 2006
XIV, 125 pg. 29,7 cm (COPPE/UFRJ,
M.Sc.,Engenharia Nuclear, 2006)
Dissertação - Universidade Federal do
Rio de Janeiro, COPPE
1. Tomografia Computadorizada
2. Dano à formação
3. Skin
I. COPPE/UFRJ II. Título (Série)
ads:
iii
Dedicação
Aos meus Avós maternos
Aurea Lopes C. Silva
e
Equel C. Silva
Pelo muito que recebi para ser.
iv
Agradecimentos
A Deus, pelo seu eterno amor que me constrange.
Ao meu orientador Prof. Ricardo Tadeu Lopes pela oportunidade e orientações.
Ao Dr. Luís Bianco (PETROBRÁS) pelo inestimável apoio em todas as etapas do
trabalho.
Ao Dr. João Queiroz (Cenpes/PETROBRÁS) pela amizade e constante incentivo aos
novos desafios.
A Elisabete Campos (Cenpes/PETROBRÁS) pela disponibilidade do laboratório de
tomografia e grande contribuição ao trabalho com as reconstruções 3D.
Ao Carlos Rodrigues (Cenpes/PETROBRÁS) pela preciosa colaboração.
Ao Jaques Coelho (Cenpes/PETROBRÁS) pelo apoio e suporte material.
Ao meu amigo Marcus Vinicius (Cenpes/PETROBRÁS) por facilitar a tarefa em muitas
etapas.
A minha família, por toda compreensão e carinho.
Aos meus amigos da Aliança Bíblica Universitária e da Comunidade de Jesus, em
especial: Ângela, Nataniel, Pedro, Nilsa e Rute.
As minhas amigas do Programa de Engenharia Nuclear: Samanda, Gabriela e Viviam.
Aos colegas do Cenpes/PETROBRÁS: Celso de Jesus Júnior, Leon Júnior, Marco
Antonio, Elis Regina, Fabiane, Lenita Rangel, Seu Davi, Cláudio, Renato e Samuel.
v
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA APLICADA EM ESTUDOS DE
DANO A FOMAÇÃO EM ARENITOS INCONSOLIDADOS POR TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA (TC)
Erika da Silva Sales
Março / 2006
Orientador: Prof. Ricardo Tadeu Lopes
Programa: Engenharia Nuclear
A produtividade de poços de petróleo na exploração de hidrocarbonetos depende
da manutenção de propriedades petrofísicas das rochas reservatório tais como:
porosidade, permeabilidade, saturação e capilaridade. A permeabilidade indica a
capacidade de escoamento de fluidos no meio poroso. Devido ao método de perfuração
e completação dos poços, a permeabilidade ao redor do poço geralmente é reduzida em
relação à permeabilidade original da formação, devido à invasão de fluidos e partículas.
Essa redução de permeabilidade é definida como skin. Neste trabalho foi desenvolvida
uma metodologia para avaliação e quantificação do skin em arenitos inconsolidados,
utilizando mapas de variação das porosidades, saturações e permeabilidades obtidas
através da tomografia computadorizada de raios X, em corpos de prova submetidos a
processo de invasão de fluidos de perfuração, análogo ao que ocorre na perfuração de
um poço real. Os corpos de prova foram confeccionados com características petrofísicas
similares a dos grandes reservatórios da bacia de Campos.
A utilização da tomografia computadorizada de raios X mostrou-se uma excelente
ferramenta de avaliação qualitativa e quantitativa, tanto no controle de qualidade dos
corpos de prova e dos processos de preparação, como para obtenção das porosidades e
saturações de cada fase dos ensaios, e na avaliação das transformações ocorridas no
interior dos corpos de prova durante os ensaios de dano.
vi
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
DEVELOPMENT OF METHODOLOGY TO QUANTIFICATION OF SKIN
DAMAGE IN UNCONSOLIDATED SANDSTONE BY COMPUTED
TOMOGRAPHY
Erika da Silva Sales
March /2006
Advisor: Prof. Ricardo Tadeu Lopes
Department: Nuclear Engineering
Oil well productivity depends on the maintenance of petrophysical properties of
the reservoir rocks such as: porosity, permeability, saturation and capillarity. The
permeability indicates the capacity of drainage of fluids in the porous media. Due to the
drilling and completion method, the permeability around the well is usually reduced in
compared the original permeability of the formation, due to the invasion of fluids and
particles. That reduction in permeability is defined as skin. In this work, a methodology
was developed to evaluate and quantify of the skin in unconsolidated sandstones, using
maps of x-ray porosity, saturations and permeability changes obtained through the
computerized tomography. Synthetic samples of sandstones were submitted to a process
of invasion due the drilling fluids, in similar way to process occurred in a drilling of a
real well. The samples were built with similar Petrophysical characteristics compared
with to the great reservoirs in Campos' Basin.
The use of the x-ray computerized tomography shows to be an excellent tool of to
qualify and quantify changes in the narrow media, giving control on the quality of the
samples in a the preparation processes, as and allowing porosity and saturations
calculations of each phase of the experiments. Allowed the evaluation of the
transformations happened inside the samples during the damage experiments.
vii
Índice
1. INTRODUÇÃO 1
2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA 4
2.1 EFEITO SKIN 4
2.2
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE RAIOS X 8
3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS 12
3.1 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE RAIOS X 12
3.2 CRIAÇÃO DA IMAGEM TOMOGRÁFICA 14
3.2.1 GERAÇÃO DOS RAIOS X 14
3.2.2 AQUISIÇÃO DE DADOS 20
3.2.3 PROCESSAMENTO DOS DADOS 21
3.3 TIPOS DE TOMOGRAFOS 21
3.4 ESCOAMENTO EM MEIOS POROSOS 24
3.4.1 SATURAÇÃO 25
3.4.2 PERMEABILIDADE ABSOLUTA 26
3.4.3 PERMEABILIDADE EFETIVA 28
3.4.4 PERMEABILIDADE RELATIVA 28
3.4.5 REGIME DE FLUXO 29
3.4.6 DANO DE FORMAÇÃO 32
3.4.7 FLUIDOS DE PERFURAÇÃO 35
4. MATERIAIS E MÉTODOS 36
4.1 TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO DE RAIOS X MODELO PQS-
PICKER 36
4.2 CÉLULA DE INTERAÇÃO ROCHA FLUIDO 38
4.3
MEIO POROSO 40
viii
4.3.1 PREPAÇÃO DO MEIO POROSO 42
4.3.2 POROSIDADE E SATURAÇÃO POR TC DA COMPOSIÇÃO DE AREIAS
45
4.3.3 ANÁLISES PETROGRÁFICAS 52
4.4 DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS DE DANO 53
4.4.1 METODOLOGIA DE ENSAIOS 53
4.4.2 TOMOGRAFIA DOS CORPOS DE PROVA 62
5. RESULTADOS EXPERIMENTAIS 64
5.1 ENSAIO PRELIMINAR 64
5.2 ENSAIO COMPLEMENTAR 88
6. CONCLUSÕES 119
7. REFERÊNCIAS 121
ix
Lista de Figuras
Figura 3.1: Representação dos pixels e voxels.............................................................. 12
Figura 3.2: Etapas de uma imagem tomográfica. ......................................................... 14
Figura 3.3: Tubo de raios X........................................................................................... 15
Figura 3.4: Espectro de um tubo de raios X.................................................................. 16
Figura 3.5: Esquema ilustrativo dos efeitos fotoelétrico e Compton. ........................... 18
Figura 3.6: Importância relativa dos diversos processos de interação dos raios X com
matéria em função da energia do fóton e do numero atômico do material. .................. 18
Figura 3.7: Construção da imagem..................................Erro! Indicador não definido.
Figura 3.8: As quatro gerações de tomógrafos............................................................. 23
Figura 3.9: Tomógrafo de quinta geração. ................................................................... 24
Figura 3.10: Distribuição de pressões no reservatório sob o regime de fluxo
estabilizado..................................................................................................................... 29
Figura 3.11: Zona de permeabilidade alterada
s
k próximo ao poço........................... 32
Figura 4.1: Tomógrafo PICKER-PQS do CENPES/PETROBRAS ............................... 36
Figura 4.2: Célula de interação rocha fluido para arenitos inconsolidados................ 39
Figura 4.3: Interior da célula de interação rocha fluido.............................................. 39
Figura 4.4: Sistema de compactação............................................................................. 40
Figura 4.5: Curva granulométrica da composição de areias ....................................... 42
Figura 4.6: Variação do número de CT médio por seção do teste de compactação 1.. 43
Figura 4.7: Variação do número de CT médio por seção do teste de compactação 2.. 44
Figura 4.8: Variação do número de CT médio por seção do teste de compactação 3.. 44
Figura 4.9: Variação de Porosidade por seção do teste de compactação 1................. 47
Figura 4.10: Variação de Porosidade por seção do teste de compactação 2............... 48
Figura 4.11: Variação de Porosidade por seção do teste de compactação 3............... 48
Figura 4.12: Variação de Saturação por seção do teste de compactação 1................. 50
Figura 4.13: Variação de Saturação por seção do teste de compactação 2................. 51
Figura 4.14: Variação de Saturação por seção do teste de compactação 3................. 51
Figura 4.15: Fotomicrografia das amostras retiradas do testes de compactação........ 52
Figura 4.16: Corpo de prova antes da compactação.................................................... 54
Figura 4.17: Corpo de prova saturado e compactado. ................................................. 54
Figura 4.18: Sistema de injeção de salmoura e N-Parafina. ........................................ 56
x
Figura 4.19: Sentido de injeção de salmoura e N-Parafina no corpo de prova. .......... 57
Figura 4.20: Aparato experimental do ensaio de dano................................................. 60
Figura 4.21: Corpo de prova após ensaio de dano....................................................... 60
Figura 4.22: Esquema experimental do ensaio de dano e flow back. As setas pretas
indicam o sentido do fluxo do fluido de perfuração, enquanto que as setas vermelhas
indicam o sentido de injeção de N-Parafina para limpeza do corpo de prova.............. 61
Figura 4.23: Piloto do corpo de prova e as seções a serem tomografadas. ................. 62
Figura 5.1: Corpo de prova 100 % saturado com salmoura no ensaio preliminar 1... 65
Figura 5.2: Corpo de prova saturado com N-Parafina em saturação residual de
salmoura no ensaio preliminar 1. .................................................................................. 66
Figura 5.3: Corpo de prova invadido por fluido de perfuração sem CaCO
3
do ensaio
preliminar 1....................................................................................................................69
Figura 5.4: Corpo de prova após flow back com N-Parafina do ensaio preliminar 1. 70
Figura 5.5: Diferença entre as imagens adquiridas nas fases de injeção do fluido de
perfuração sem CaCO
3
e saturação com N-Parafina em saturação residual de
salmoura do ensaio preliminar 1. .................................................................................. 72
Figura 5.6: Diferença entre as imagens adquiridas nas fases após flow back com N-
Parafina e saturação com N-Parafina em saturação residual de salmoura do ensaio
preliminar 1....................................................................................................................73
Figura 5.7: Curvas de permeabilidades e desvio relativo versus vazão do ensaio
preliminar 1....................................................................................................................76
Figura 5.8: Corpo de prova 100 % saturado com salmoura no ensaio preliminar 2... 77
Figura 5.9: Corpo de prova saturado com N-Parafina em saturação residual de
salmoura no ensaio preliminar 2. .................................................................................. 78
Figura 5.10: Corpo de prova invadido por fluido de perfuração com CaCO
3
no ensaio
preliminar 2....................................................................................................................81
Figura 5.11: Corpo de prova após flow back com N-Parafina no ensaio preliminar 2.82
Figura 5.12: Diferença entre as imagens adquiridas nas fases de injeção do fluido de
perfuração com CaCO
3
e saturação com N-Parafina em saturação residual de
salmoura do ensaio preliminar 2. .................................................................................. 84
Figura 5.13: Diferença entre as imagens adquiridas nas fases após flow back com N-
Parafina e saturação com N-Parafina em saturação residual de salmoura do ensaio
preliminar 2....................................................................................................................85
xi
Figura 5.14: Curvas de permeabilidades e redução de permeabilidade versus vazão do
ensaio preliminar 2......................................................................................................... 88
Figura 5.15: Corpo de prova 100 % saturado com salmoura no ensaio complementar 1
........................................................................................................................................ 89
Figura 5.16: Corpo de prova saturado com N-Parafina em saturação residual de
salmoura no ensaio complementar 1.............................................................................. 90
Figura 5.17: Corpo de prova invadido por fluido de perfuração sem CaCO
3
no ensaio
complementar 1 .............................................................................................................. 93
Figura 5.18: Corpo de prova após flow back com N-Parafina no ensaio complementar
1...................................................................................................................................... 94
Figura 5.19: Diferença entre as imagens adquiridas nas fases de injeção do fluido de
perfuração sem CaCO
3
e saturação com N-Parafina em saturação residual de
salmoura do ensaio complementar 1.............................................................................. 96
Figura 5.20: Diferença entre as imagens adquiridas nas fases após flow back com N-
Parafina e saturação com N-Parafina em saturação residual de salmoura do ensaio
complementar 1 .............................................................................................................. 97
Figura 5.21: Curvas de permeabilidades e redução de permeabilidade versus vazão do
ensaio complementar 1................................................................................................. 100
Figura 5.22: Corpo de prova 100% saturado com salmoura no ensaio complementar 2.
...................................................................................................................................... 101
Figura 5.23: Corpo de prova saturado com N-Parafina em saturação residual de água
no ensaio complementar 2............................................................................................ 102
Figura 5.24: Corpo de prova invadido por fluido de perfuração com CaCO
3
no ensaio
complementar 2 ............................................................................................................ 105
Figura 5.25: Corpo de prova após flow back com N-Parafina no ensaio complementar
2.................................................................................................................................... 106
Figura 5.26: Diferença entre as imagens adquiridas nas fases de injeção do fluido de
perfuração com CaCO
3
e saturação com N-Parafina em saturação residual de
salmoura do ensaio complementar 2............................................................................ 108
Figura 5.27: Diferença entre as imagens adquiridas nas fases após flow back com N-
Parafina e saturação com N-Parafina em saturação residual de salmoura do ensaio
complementar 2 ............................................................................................................ 109
Figura 5.28: Curvas de permeabilidades e redução de permeabilidade versus vazão do
ensaio complementar 2................................................................................................. 111
xii
Figura 5.29: Comparação entre os números de CT médio por seção dos ensaios
preliminar e complementar. ......................................................................................... 112
Figura 5.30: Fator de skin versus vazão dos ensaios sem CaCO
3
.............................. 113
Figura 5.31: Fator de skin versus vazão dos ensaios com CaCO
3
.............................. 114
Figura 5.32: Reconstrução 3D da fase de saturação em N-Parafina antes da injeção do
fluido sem CaCO
3
do ensaio complementar 1.............................................................. 115
Figura 5.33: Reconstrução 3D da fase de injeção do fluido sem CaCO
3
do ensaio
complementar 1 ............................................................................................................ 116
Figura 5.34: Reconstrução 3D da fase de flow back do ensaio complementar 1. ...... 116
Figura 5.35: Reconstrução 3D da fase de saturação em N-Parafina antes da injeção do
fluido com CaCO
3
do ensaio complementar 2 ............................................................. 117
Figura 5.36: Reconstrução 3D da fase de injeção do fluido com CaCO3 do ensaio
complementar 2 ............................................................................................................ 117
Figura 5.37: Reconstrução 3D da fase de flow back do ensaio complementar 2. ...... 118
xiii
Lista de Tabelas
Tabela 4.1: Características físicas do tubo de raios X.................................................. 37
Tabela 4.2: Percentual de ocorrência das frações granulométricas............................. 41
Tabela 4.3: Frações granulométricas MRL-103(2681,05m)......................................... 41
Tabela 4.4: Formulação do fluido THIXCARB. ............................................................ 55
Tabela 4.5: Parâmetros estabelecidos para ensaio de dano ......................................... 59
Tabela 4.6: Parâmetros estabelecidos para tomografia dos corpos de prova nos ensaios
de dano. .......................................................................................................................... 63
Tabela 5.1: Valores de porosidade por seção do ensaio preliminar 1.......................... 67
Tabela 5.2: Valores médios de saturação de salmoura e N-Parafina ao longo do corpo
de prova do ensaio preliminar 1 .................................................................................... 68
Tabela 5.3: Valores de permeabilidades relativas à água do ensaio preliminar 1....... 74
Tabela 5.4: Valores de permeabilidades relativas ao óleo do ensaio preliminar 1...... 74
Tabela 5.5: Valores de permeabilidades de dano após o flow back do ensaio preliminar
1...................................................................................................................................... 75
Tabela 5.6: Valores de fator de skin e redução de permeabilidade preliminar 1. ........ 75
Tabela 5.7: Valores de porosidade por seção do ensaio preliminar 2.......................... 79
Tabela 5.8: Valores médios de saturação de salmoura e N-Parafina ao longo do corpo
de prova do ensaio preliminar 2. ................................................................................... 80
Tabela 5.9: Valores de permeabilidades relativas à água do ensaio preliminar 2....... 86
Tabela 5.10: Valores de permeabilidades relativas ao óleo do ensaio preliminar 2.... 86
Tabela 5.11: Valores de permeabilidades de dano após o flow back do ensaio
preliminar 2....................................................................................................................87
Tabela 5.12: Valores de fator de skin e redução de permeabilidade preliminar 2. ...... 87
Tabela 5.13: Valores de porosidade por seção do ensaio complementar 1. ................. 91
Tabela 5.14: Valores médios de saturação de salmoura e N-Parafina ao longo do corpo
de prova do ensaio principal 1....................................................................................... 92
Tabela 5.15: Valores de permeabilidades relativas ao óleo do ensaio complementar 1
........................................................................................................................................ 98
Tabela 5.16: Valores de permeabilidades de dano após o flow back do ensaio
complementar 1 .............................................................................................................. 98
xiv
Tabela 5.17: Valores de fator de skin e redução de permeabilidade do ensaio
complementar 1 .............................................................................................................. 99
Tabela 5.18: Valores de porosidade por seção do ensaio complementar 2 ................ 103
Tabela 5.19: Valores médios de saturação de salmoura e N-Parafina ao longo do corpo
de prova do ensaio complementar 2............................................................................. 104
Tabela 5.20: Valores de permeabilidades relativas ao óleo do ensaio complementar 2.
...................................................................................................................................... 110
Tabela 5.21: Valores de permeabilidades de dano após o flow back do ensaio
complementar 2 ............................................................................................................ 110
Tabela 5.22: Valores de fator de skin e redução de permeabilidade do ensaio
complementar 2 ............................................................................................................ 111
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
1
1. INTRODUÇÃO
O uso da tomografia computadorizada de raios X (TC) para observação de
deslocamentos de fluidos em rocha na engenharia de petróleo é uma técnica não
destrutiva utilizada por mais de 20 anos. Esta técnica veio para auxiliar na
caracterização de meios porosos e distribuição interna de fluidos em testes de
deslocamento.
A tomografia pode ser direcionada para a investigação de vários problemas que
envolvem os processos de escoamento em um meio poroso. Através desta técnica é
possível levantar os perfis de saturação e porosidade, quantificar variações de
densidades e heterogeneidades. Através da técnica de reconstrução de imagens, é
possível, por exemplo, visualizar a área invadida por um fluido de perfuração no meio
poroso.
A invasão do meio poroso por sólidos do fluido de perfuração pode gerar redução
de permeabilidade e redução de produtividade de um poço produtor de petróleo.
A redução da permeabilidade, comumente chamado de dano à formação reduz o
fluxo ideal para o poço e pode ser causado por um ou mais dos seguintes fenômenos:
mudança de permeabilidade na zona produtora, mudança na geometria do fluxo radial
causado pela entrada limitada do poço e alta velocidade de fluxo do fluido. Durante as
operações de perfuração uma condição de pressão hidrostática acima do equilíbrio
durante a circulação do fluido de perfuração, pode causar danos à formação ao longo do
poço aberto, devido à invasão do meio poroso por componentes do fluido e que formam
um reboco ao longo do poço.
Quando os sólidos do fluido de perfuração e filtrado se movem através do espaço
poroso, eles encontram algumas condições muito críticas: tortuosidades, paredes de
poro ásperas com área de superfície grande e uma variedade de minerais como argila,
feldspato, mica, e ferro. Estas condições proporcionam um meio ideal para interações
físicas e reações químicas no interior do meio poroso. A invasão do fluido e sólidos
podem interagir com a formação, criando uma multidão de efeitos de dano que
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
2
interferem na produtividade dos poços nos modos seguintes: bloqueio por formação de
emulsão, bloqueio de água, mudança de molhabilidade da rocha, hidratação e
inchamento das argilas da formação, dispersão e migração de finos da formação e
partículas de argila, precipitação de sais inorgânicos e tamponamento dos poros pela
entrada de sólidos.
A previsão da invasão de filtrado e do dano gerado em poços de petróleo é
considerado difícil e complicado porque há múltiplos fatores existentes na perfuração.
Estes fatores incluem o tempo de contato ao longo do poço, a heterogeneidade do
reservatório que também resulta em uma distribuição não uniforme do filtrado. Assim, a
quantificação de diferentes raios de invasão ao longo de um poço horizontal é muito
importante.
Um dos principais tipos de dano à formação é a redução da permeabilidade
circunvizinha ao poço devido às mudanças das saturações de fluidos na zona invadida.
A quantificação do dano na zona de permeabilidade alterada é chamada de skin e os
efeitos na pressão ou comportamento de fluxo de um poço é chamado de efeito skin.
Baseado na equação de HAWKINS [1], esta redução de permeabilidade em volta do
poço e o raio de invasão devem ser estimados para quantificar o grau de dano.
Este estudo visa o desenvolvimento de uma metodologia adequada para a
quantificação do dano devido a invasão de componentes do fluido de perfuração em
arenitos inconsolidados através da geração de imagens por tomografia computadorizada
de raios X. Portanto, foram realizados ensaios em corpos de prova inconsolidados,
simulando um poço horizontal. Os corpos de prova foram caracterizados de forma a
simular o arenito do campo de Marlin na bacia de Campos.
A apresentação do trabalho esta organizada da seguinte forma:
Inicialmente é feita a revisão bibliográfica, onde são apresentados os trabalhos
relevantes quanto ao estudo de dano de skin e aplicações da técnica de tomografia
computadorizada de raios X na indústria de petróleo. A seguir são apresentados os
fundamentos teóricos com noções de: Tomografia computadorizada, produção de raios
X, interação da radiação com a matéria, fluido de perfuração, permeabilidade relativa,
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
3
dano a formação, etc. Daí apresenta-se a caracterização dos materiais e a metodologia
utilizada para o desenvolvimento dos experimentos realizados. Após são apresentados
os resultados obtidos e por ultimo são apresentadas as principais conclusões observadas
ao longo da pesquisa e as recomendações consideradas pertinentes para futuros
trabalhos.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
4
2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA
Este capítulo apresenta a revisão dos principais trabalhos relacionados aos
assuntos desenvolvidos nesta pesquisa. Como este estudo abrange as áreas de
engenharia de petróleo e engenharia nuclear, esta revisão foi separada nos dois
principais temas: efeito skin e tomografia computadorizada de raios X.
2.1 EFEITO SKIN
A resistência ao fluxo e consequentemente aumento da diferença de pressão para
o escoamento de um fluido num meio poroso é controlado basicamente pela estrutura
porosa da formação e a viscosidade dos fluidos que se relacionam através da lei de
Darcy. Uma possível resistência adicional concentrada no entorno do furo do poço vai
depender das tecnicas de perfuração e completação empregadas e, das práticas de
produção usadas. Em 1953, VAN EVERDIGEN [2] em seu trabalho definiu como
efeito skin essa resistência adicional que tem como efeito diminuir a capacidade de
produção dos poços de petróleo.
Três anos após, HAWKINS [1] formulou uma equação matemática que relaciona
o efeito skin com o raio e a permeabilidade da zona de dano em poços de petróleos.
HURST et al [3], em 1969, mostraram matematicamente como superar as
dificuldades encontradas na aplicação de um skin negativo. Para isto eles assumiram
que o raio efetivo do furo do poço fosse maior que o raio do poço em questão. Eles
modificaram as soluções existentes para incluir o efeito de um aumento do raio e assim
permitir que o engenheiro de petróleo possa lidar com skins negativos e também
positivos.
PETERSON et al [4] concluíram em seu trabalho que o dano do efeito skin para a
formação ao redor do furo em poços horizontais, possam severamente reduzir a
produção de gás, especialmente quando a razão entre o comprimento do poço e a área
de drenagem é pequena e a permeabilidade vertical é grande.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
5
MALEKZADEH et al [5] apresentaram o desenvolvimento de uma técnica nova
para determinação do comprimento de poços horizontais que contribuíam para a
produção, e o cálculo correspondente do dano de skin mecânico causado pelas
operações de perfuração de poços horizontais. O método desenvolvido indicou que a
resposta de um poço horizontal com skin mecânico e de comprimento x
1
poderia ser
substituído por um poço horizontal de comprimento x
2
sem skin mecânico. Para isto
uma relação entre a skin mecânico e os comprimentos (x
1
e x
2
) foi obtida e puderam ser
aplicadas para o caso de poços horizontais longos, formações estreitas, e formação com
a permeabilidade vertical alta. O método desenvolvido também foi aplicável a fraturas
hidráulicas em poços verticais com skin mecânico.
ENGLER et al [6] propuseram um novo modelo para caracterizar a variação do
efeito skin ao longo de um poço horizontal. Para isto ele descreve a região de dano
como sendo a combinação de formas cilíndricas e cônicas. A forma da região de dano e
a severidade deste são governadas pelo tempo de contato do fluido de perfuração com a
formação. Este tempo é função da taxa de penetração da perfuração e a taxa de invasão
do filtrado. Para avaliar a região de dano a formula de HAWKINS [2] foi utilizada.
MORALES et al [7] descreveram e quantificaram o dano de skin mecânico como
sendo o resultado da redistribuição de tensões causadas pela perfuração de um poço em
material permeável. O dano foi localizado dentro de um anel cilíndrico centrado ao eixo
do poço. As tensões aumentaram com profundidade, ângulo de inclinação, e tempo de
produção. Elas enfraqueceram rapidamente com a distância radial lateral, O dano ficou
insignificante a uma distância maior que quatro vezes o raio do furo do poço.
SANTARELLI et al [8] apresentaram uma série de testes em poços,
executados em vários reservatórios fracos do Mar do Norte e mostrou como o fator de
skin medido pode ser interpretado em termos de produção de areia. Os resultados
apresentados mostraram que a produção de areia resulta de forma anormal, em um skin
baixo independentemente das condições de perfuração, fossem em termos abaixo ou
acima de equilíbrio.
TOULEKIMA et al [9] simularam um reservatório em três dimensões baseado na
performance de produção e completação de um dado poço horizontal. Os valores
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
6
absolutos dos resultados da simulação foram aplicados para estudos de poços e
reservatórios, as conclusões principais do estudo foram em geral pertinentes ao
desempenho de poços horizontais. O estudo quantificou o efeito de dano à formação e a
baixa relação de permeabilidade vertical/horizontal na produtividade de um poço
horizontal, que pôde ser melhorada com o aumento do comprimento do intervalo de
produção. A produtividade do poço foi mais afetada pelo dano de formação no início do
intervalo de comprimento do que no final. Ele concluiu que o intervalo de produção no
inicio do poço não deveria se ignorado.
THOMAS et al [10] apresentaram em seu trabalho o cálculo de skin próximo ao
furo do poço e o coeficiente de fluxo não Darcyniano para poços horizontais baseado
em se o poço é perfurado em condições abaixo ou acima do equilíbrio. A inclusão de
skin mecânico e coeficiente de fluxo não Darcyniano foi previamente publicado por
comparação dos modelos de poços horizontais.
McMULLAN et al [11] investigaram a inclusão intencional de dano de skin
mecânico em um reservatório de alta permeabilidade do Mar do norte. Para isto fizeram
uma simulação de reservatório com entradas limitadas para melhorar a distribuição de
fluxo e recuperação de óleo, com baixo custo de conclusão.
YILDIZ [12] apresentou novos métodos de predizer o fator de skin total e
correções de dano em poços. Neste trabalho foi mostrado que o modelo de fator de skin
total baseado na simples adição de fatores de skin devido ao dano á formação,
perfuração, inclinação, penetração parcial, etc. não funcionam.
FURUI et al [13] apresentaram um novo modelo analítico para o fator de skin e
influxo de reservatório, incluindo o efeito anisotrópico do reservatório e danos
heterogêneos. A forma da região de dano perpendicular ao poço é baseada na equação
de pressão de um meio anisotrópico sendo circular próximo ao poço e elíptica longe do
poço. Este novo modelo também pode ser usado para várias distribuições de dano ao
longo do poço, dependendo do tempo de exposição durante perfuração e completação.
YILDIZ [14] desenvolveu um modelo de fluxo integral para simular o escoamento
em poços horizontais com tela. O modelo foi composto de multi-segmentos horizontais
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
7
e um segmento próximo ao furo do poço. Ele utilizou o modelo para investigar os graus
de danos devido a telas, remoção não uniforme de dano e propriedades do reboco. Foi
examinada e comparada o prazo longo de desempenho de poços horizontais em termos
de taxa de declínio e produtividade acumulada em função do tempo.
PARN-ANURAK e ENGLER [15] desenvolveram um método para simular a
invasão do fluido de perfuração em um sistema de duas fases e avaliar o dano
subseqüentemente junto ao poço horizontal. O modelo proposto inclui invasão do
filtrado, formação de reboco, e componentes de permeabilidade relativa. Os modelos de
reboco e filtrado foram desenvolvidos baseados em uma equação de balanço de massa
de testemunho e a equação de Darcy. A dispersão de transmissão foi resolvida
numericamente para caracterizar invasão de filtrado. Os resultados da simulação
previram a distribuição do filtrado e indicou a profundidade máxima de invasão e
também os graus de invasão dos fluidos de perfuração próximos ao poço. O método
melhorou a caracterização do filtrado e a estimativa de dano ao longo de um poço
horizontal.
FURUI et al [16] desenvolveram um amplo modelo de fator de skin para predizer
o desempenho de alguns tipos de completação como em: poço aberto, aberto com liner,
picotados ou completados com areia de gravel. O modelo foi calibrado em extensivas
simulações de elementos finitos de fluxo para a completação de poços horizontais. Este
modelo também pode mostrar as condições recomendadas para se obter completações
de altas produtividades (isto é baixo skin) em poços horizontais. Em particular, a
interação entre efeitos de dano e efeitos skin causadas pelas perfurações ou aberturas
foram mostradas para afetar o desempenho de completação de poços horizontais. O
modelo desenvolvido foi aplicado para designar ótimas completações para poços
horizontais ou laterias.
AL-OTAIBI e OZKAN [17] geraram respostas sintéticas de pressões transientes
para diferentes distribuições não uniformes de efeito skin ao longo de um poço
horizontal e as analises destas respostas foi através de ferramentas convencionais que
assumiram uma distribuição uniforme de skin. As estimativas de skin para interpretação
de testes de poço foram então comparadas com distribuição de skin conhecida. Eles
demonstraram que a interpretação geométrica de um não uniforme efeito skin proposto
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
8
pela literatura é impreciso e conduz a erros significantes no cálculo da produtividade de
poços horizontais.
2.2 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE RAIOS X
O uso da tomografia computadorizada de raios X (TC) na engenharia de petróleo
tem sido utilizado para auxiliar na visualização das propriedades internas do meio
poroso e distribuição interna de fluidos em testes de deslocamentos.
WANG et al [18], em 1984, foram os primeiros a utilizar a técnica de tomografia
computadorizada na engenharia de petróleo. Eles avaliaram a distribuição de dois
fluidos imiscíveis no interior de um meio poroso formado por arenito Berea. Eles
também apresentaram a técnica tomográfica com vantagens sobre as técnicas
anteriormente utilizadas para a verificação da distribuição de saturação ao longo de
meios porosos.
CROMWELL et al [19] utilizaram um tomógrafo de primeira geração para avaliar
o deslocamento de fluidos em meios porosos de calcáreo Danian e arenito Berea. Uma
série de deslocamento simples foi apresentada para provar a viabilidade deste conceito.
As seções transversal radial e axial dos meios porosos mostraram o movimento de
frentes de fluidos e as mudanças de saturações em locais fixos.
BERGOSH et al [20] demonstram a tomografia computadorizada como uma
ferramenta de analises de fraturas em testemunhos. Eles mostram que a TC poderia ser
utilizada para medidas de fraturas maiores que 0,5 mm em largura. Outros resultados
mostraram o local de invasão de fluidos de perfuração.
HOVE et al [21] apresentam o uso da TC para examinar uma série de testes de
deslocamento em laboratório. Resultados de deslocamentos miscíveis e imiscíveis
mostram em detalhes a visualização de regimes de densidades e a informação
quantitativa relativa às mudanças de saturação durante testes de deslocamento com
evidentes efeitos de dispersão.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
9
WELLIGTON e VINEGAR [22], em 1987, apresentaram uma metodologia para o
cálculo da porosidade e saturação em sistemas bi e trifásico utilizando duas
metodologias diferentes, uma utilizando fluidos com diferentes níveis de absorção de
raios X e a na outra forma usados diferentes níveis de energia de emissão dos raios X.
Eles também exemplificaram outra aplicação da tomografia na validação de resultados
de testes de recuperação terciária com CO
2
com dados de simulação.
WITHJACK [23] apresentou medidas de saturação, permeabilidades relativas e
porosidade por TC e os resultados foram comparados por métodos convencionais.
Resultados de saturações de testemunhos com fluidos miscíveis mostram a influência
das heterogeneidades de rochas e razão de molhabilidade A saturação também ilustrou
uma nova técnica de exibição combinadas de imagens de duas e três dimensões.
HUNT et al [24] descreveram as diferentes aplicações de TC como ferramenta de
análise de meios porosos. Discutiram as vantagens e desvantagens das gerações de
tomógrafos médicos para a análise de meios porosos. Apresentaram métodos possíveis
de melhoramento de imagens eliminando ou inimizando os artefatos com subseqüente
análise dos resultados da aplicação deste método. Compararam os resultados do
monitoramento de amostras porosas utilizando tomógrafos de quatro gerações
diferentes.
WITHJACK e AKERVOLL [25] apresentaram resultados dos estudos da TC em
deslocamento miscíveis em três dimensões em um modelo físico five-spot construído
com contas de vidro. O principal objetivo foi determinar as características do
deslocamento e recuperação volumétrica utilizando um modelo 3D real. Seções axiais
são reconstruídas em perspectiva tridimensional, após um pré-processamento por
subtração de imagens para remoção de artefatos provocados pelos vértices do modelo.
GILLILAND e COLES [26] usaram a tomografia como ferramenta para avaliar
dano em arenitos inconsolidados. Exemplificam vários tipos de dano em arenitos
inconsolidados devido às forças de pressões e trocas de temperaturas. A tomografia
previu os perfis de invasão dos fluidos e assim obtiveram informações úteis de
perfuração.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
10
VINEGAR et al [27] reportaram um série de testes de pressões axiais em arenito
Castlegate que eram monitorados pela tomografia. Conclusões são alcançadas acerca de
falhas mecânicas, efeitos no final de amostras, linearidade e compactação isotrópica. O
método de CT foi considerado útil de forma a complementar as medidas de mecânicas
das rochas tradicionais e colocar poucas limitações adicionais no aparato experimental.
KRILOV et al [28] apresentou resultados de um estudo experimental de dano à
permeabilidade da formação causada pela invasão dos sólidos inertes simulados por
partículas de barita. O uso da barita facilitou as análises de TC dos sólidos na rocha
(determinação da distância de penetração) devido à alta resolução para o bário.
WATSON e MUDRA [29] utilizaram a tomografia computadorizada com dois
níveis de energia para quantificar o armazenamento em uma amostra de arenito
Devonian. Pequenas fraturas foram resolvidas com a tomografia, e a observação da
distribuição e magnitude de estocagem foram consistentes com o meio de pequena
permeabilidade e grande adsorção.
MacALLISTER et al [30] executaram experimentos em três fases óleo/água e
gás/água para investigar a dependência da permeabilidade relativa com a molhabilidade.
A quantificação de saturação foi feita pela TC. A distribuição de água, óleo e gás
formam geradas em 3D.
PETERS et al [31] apresentaram uma metodologia para medir o coeficiente de
dispersão longitudinal e as propriedades de adsorção em meios porosos através das
imagens da tomografia computadorizada. Foram medidos os coeficientes de dispersão e
propriedades de adsorção em pacotes de areia e um arenito de Berea. A aquisição de
imagens durante um teste de deslocamento pode fornecer informações interessantes para
identificação dos mecanismos principais a serem modelados.
BIANCO [32] utilizou a tomografia para avaliar diferentes métodos de preparação
de corpos de prova, simulando arenitos inconsolidados em sua condição “in sito” e
determinou um método para preparar amostras com porosidade e saturações controladas
para experimentos que possibilitaram o estudo da formação e a estabilidade de arcos de
areia em arenitos inconsolidados.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
11
TIAN e LU [33] usaram a tomografia para determinar a porosidade de rochas não
consolidada, distribuição de porosidade e saturações de rochas consolidadas durante os
deslocamentos de óleo/água e água/óleo, ar/água e água/ar. Os resultados mostraram
que as porosidade e saturações de amostras artificiais ou naturais medidas com técnica
de TC estão dentro de erros experimentais de resultados convencionais.
SCHEMBRE e KOVSCEK [34] apresentaram um método para calcular curvas de
permeabilidades relativas com experimentos de embebição espontânea. Foi construída
uma célula de embebição e através da tomografia computadorizada foram obtidos os
perfis de saturação ao longo de um meio poroso em função do tempo.
RIBEIRO [35] utilizou a tomografia computadorizada para analisar o perfil de
invasão de sólidos do carbonato de cálcio (CaCO
3
), e da massa polimérica componente
do fluido de perfuração utilizada como adensante e inibidores de argila em ensaios de
dano em corpos de prova de arenitos consolidados encontrados em reservatórios de
petróleo. Como complemento ao estudo do perfil de invasão através da TC foi utilizado
a técnica fluorescência de raios-X por dispersão em energia (EDXRF). Com as técnicas
foi possível mapear e determinar os elementos presentes nos perfil de invasão em
corpos de prova de rocha após ensaio de dano.
TAUD et al [36] utilizaram a técnica de segmentação de imagens de TC para
determinação de porosidades de rochas. Eles consideraram a imagem tomográfica com
uma superfície, os volumes requeridos nas estimativas são obtidos pela medida de
integração desta superfície com operações simples aplicadas para histograma de
imagem.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
12
3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS
3.1 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE RAIOS X
A tomografia computadorizada de raios X é uma técnica não destrutiva de
avaliação da estrutura interna de objetos. Uma imagem tomográfica é formada devido à
atenuação dos raios X que atravessam um determinado volume de interesse. As
diferenças de densidades, inertes a um corpo heterogêneo, provocam diferentes graus de
atenuação que são traduzidos em diferentes níveis de cinza na imagem final. As
imagens formadas devido à passagem dos raios X são coletadas em detectores,
processadas por um computador e exibidas na forma de uma seção transversal, que é
representada por uma matriz quadrada cujo tamanho é escolhido de acordo com o
equipamento disponível, tamanho do objeto a ser analisado e demais parâmetros do
exame. Nessa matriz cada elemento quadrado é chamado de pixel. Cada seção
transversal representa as médias das medidas em uma fatia cuja espessura é, também,
definida de acordo com o equipamento e a necessidade de cada exame. Cada volume de
elemento desta fatia recebe o nome de voxel. Na figura 3.1 esses elementos são
representados esquematicamente.
Figura 3.1: Representação dos pixels e voxels [22].
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
13
A quantidade de fótons de raios X que passam através do corpo, determina os
graus de cinza nas imagens. Por convenção, fótons de raios X que atravessam
livremente o corpo são representados como uma área negra na imagem final. Ao
contrário, quando um feixe de fótons de raios X é totalmente impedido de atravessar o
corpo será representado por uma área branca na imagem final. As atenuações
intermediárias são representadas por vários níveis de cinza.
A densidade da área exposta determina a quantidade de raios X que atravessam
um material. A densidade de um material é determinada por sua estrutura molecular.
Elementos com maiores números atômicos, possuem mais elétrons circulando e o
núcleo mais pesado. Quanto mais partículas atômicas tiverem em um elemento, mais
compacta será sua estrutura molecular e, consequentemente, maior sua densidade.
O grau de atenuação do feixe de raios X é quantificado e expresso em termos de
unidades de Hounsfield (UH), nome dado em homenagem ao inventor da tomografia
computadorizada, Godfrey Newbold Hounsfield. Este número é também conhecido
como número de TC e pode ser expresso pela equação 3.1
1000
),(
),(
xUH
w
wyx
yx
µ
µ
µ
=
(3.1)
Onde:
),( yx
UH = unidade Hounsfield como função da posição;
),( yx
µ
= coeficiente de atenuação para raios X do material, também como
função da posição;
w
µ
= coeficiente de atenuação para raios X da água.
Por convenção, Hounsfield escolheu o valor de TC igual a 0 para água, -1000 para
o ar e 1000 para o osso. Desta forma, cada unidade UH representa uma alteração de
0,1% no coeficiente de atenuação do material investigado em relação à água.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
14
Neste trabalho o equipamento utilizado é calibrado com rochas. Neste caso, os
valores gerados pelo tomógrafo não podem ser associados à escala Hounsfield. Por este
motivo, apresentam-se os resultados como número de TC, já que em cada estudo
podem-se utilizar materiais diferentes para a calibração. Para estudos comparativos será
sempre utilizada a mesma calibração.
Na maioria dos tomógrafos, a faixa de unidade TC vai de -1000 representando o
ar a 3000, representando materiais bastante densos. As rochas de reservatórios estão
geralmente na faixa de 1000 a 2000.
3.2 CRIAÇÃO DA IMAGEM TOMOGRÁFICA
Tradicionalmente, o processo de geração de imagem através da tomografia
computadorizada pode ser dividido em quatro etapas principais, conforme representado
na figura 3.2.
Figura 3.2: Etapas de uma imagem tomográfica.
3.2.1 GERAÇÃO DOS RAIOS X
Os raios X são produzidos quando elétrons que se movem rapidamente atingem
um alvo sólido. No tubo de raios X, os elétrons obtêm alta velocidade pela tensão
aplicada entre o anodo e o catodo. Os elétrons que atingem o alvo interagem com o
mesmo, transferindo suas energias cinéticas para os átomos do alvo. Estas interações
ocorrem a pequena profundidade de penetração dentro do alvo. Os elétrons interagem
com qualquer elétron orbital ou núcleo dos átomos do alvo. As interações resultam na
conversão de energia cinética em energia térmica e em energia eletromagnética (raios
X).
Geração dos
Raios X
Aquisição
dos Dados
Processamento
dos Dados
Exibição das
Imagens
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
15
A maior parte da energia cinética dos elétrons, cerca de 99% é convertida em
calor e apenas 1% produz radiação, através de múltiplas colisões com os elétrons dos
átomos do alvo. Após várias interações, é gerada uma cascata de elétrons de baixa
energia. Estes elétrons não possuem energia suficiente para prosseguir ionizando os
átomos do alvo, mas conseguem excitar os elétrons das camadas mais externas, os quais
retornam ao seu estado normal de energia emitindo radiação infravermelha. Na figura
3.3 é apresentado o esquema de um tubo de raios X com seus principais componentes.
Figura 3.3: Tubo de raios X [37].
3.2.1.1 MECANISMO DE PRODUÇÃO DE RAIOS X
Existem dois mecanismos de produção de raios X, dependendo do tipo de
interação entre os elétrons e o alvo.
Radiação de Frenamento: Este processo envolve um elétron passando bem
próximo a um núcleo do material do alvo. A atração entre o elétron e o núcleo
faz com que o elétron seja desviado de sua trajetória perdendo parte de sua
energia. Esta energia cinética perdida é emitida na forma de raios X, que é
conhecido como bremsstrahlung ou radiação de frenamento. Dependendo da
distância entre a trajetória do elétron incidente e o núcleo, o elétron pode perder
parte ou até toda sua energia. Isto faz com que os raios X de bremsstrahlung
filamento (catodo) alvo (anodo)
feixe de elétrons feixe de raios-X
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
16
tenham diferentes energias, desde valores baixos até a energia máxima que é
igual a energia cinética do elétron incidente.
Raios X característicos: O processo envolve uma colisão entre o elétron
incidente e um elétron orbital ligado ao átomo no material do alvo. O elétron
incidente transfere energia suficiente ao elétron orbital para que seja ejetado de
sua órbita, deixando um “buraco”. Esta condição instável é imediatamente
corrigida com a passagem de um elétron de uma órbita mais externa para este
“buraco”. Esta passagem resulta numa diminuição da energia potencial do
elétron, e o excesso de energia é emitido como raios X. Este processo de
“enchimento” pode ocorrer numa única onda eletromagnética emitida ou em
transições múltiplas (emissão de vários raios X de menor energia).
3.2.1.2 ESPECTRO DE EMISSÃO DOS RAIOS X
O espectro de emissão é fundamental para descrever os processos de produção de
fótons em um aparelho de raios X. É obtido através de um gráfico da quantidade de
fótons de determinada energia versus a intensidade do feixe (figura 3.4). A energia
máxima, expressa em keV, é igual em magnitude, a diferença de potencial de
aceleração.
Figura 3.4: Espectro de um tubo de raios X [37].
Energia
Intensidade do feixe
Picos de raios-X
característicos do alvo
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
17
3.2.1.3 INTERAÇÃO DOS RAIOS X COM A MATÉRIA
Devido ao seu caráter ondulatório, ausência de carga e massa de repouso, os raios
X podem penetrar um material percorrendo grandes espessuras antes de sofrer a
primeira interação. Este poder de penetração depende da probabilidade ou secção de
choque de interação para cada tipo de evento que pode absorver ou espalhar a radiação
incidente.
Os principais modos de interação são:
O efeito fotoelétrico: ocorre quando um fóton de raio X choca-se com um
elétron de um átomo e desloca-o de sua camada orbitária no átomo. Com a perda
do elétron, o átomo fica ionizado. Nesta situação toda a energia do fóton de raio-
X é utilizada para deslocar o elétron. Este efeito é muito acentuado nos materiais
muito densos como, por exemplo, no chumbo e depende do número atômico do
elemento.
O efeito Compton: o fóton aproxima-se do átomo, choca-se com um elétron
orbital, podendo ou não arrancá-lo da camada orbital, dependendo da energia
envolvida, mas o que é fundamental: não cede toda a sua energia e neste caso o
fóton de raio X é desviado de sua trajetória. Nesta nova trajetória ele pode
interagir com outros átomos e sofrer de novo desvio de sua trajetória. Ao final, a
trajetória deste fóton não é retilínea.
A figura 3.5 mostra um esquema ilustrativo destes dois tipos de interação dos
raios X com a matéria.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
18
Figura 3.5: Esquema ilustrativo dos efeitos fotoelétrico e Compton [38].
As interações fotoelétricas predominam para todos os materiais em energias de
fótons suficientes baixas, mas a medida que a energia cresce, o efeito fotoelétrico
diminui mais rapidamente que o efeito Compton e este acaba se tornado predominante.
Continuando a aumentar a energia do fóton, ainda que o efeito Compton decresça em
termo absoluto, continua aumentando em relação ao efeito fotoelétrico. Acima da
energia de alguns MeV para o fóton, a produção de pares passa a ser a principal
contribuição para as interações de fótons. A figura 3.6 mostra a variação da participação
de cada um desses processos para a variação do número atômico (Z) e da energia dos
fótons.
Figura 3.6: Importância relativa dos diversos processos de interação dos raios X com
matéria em função da energia do fóton e do numero atômico do material [38].
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
19
3.2.1.2 COEFICIENTE DE ATENUAÇÃO
Quando um feixe de raios X incide sobre um material de espessura x, parte da
radiação é espalhada, parte é absorvida pelos processos já descritos anteriormente e uma
fração atravessa o material sem interagir. A intensidade I do feixe emergente está
associada à intensidade I
0
do feixe incidente monoenergético, pela relação:
x
eII
µ
= .
0
(3.2)
onde
é denominado de Coeficiente de Atenuação Linear Total e representa a
probabilidade do feixe sofrer atenuação devido ao espalhamento Compton e a absorção
fotoelétrica, sendo que pode ser expresso através da seguinte equação [22]:
ρρµ
)()(
8,3
2,3
E
Zb
EQ +=
(3.3)
Onde:
)(EQ = Coeficiente de Klein-Nishina;
ρ
= Peso específico;
Z
= Número atômico efetivo;
E
= energia do fóton (keV);
b = constante )109,9(
24
x
A presença desses dois mecanismos permite que, através do controle apropriado
do nível energético dos raios X, se façam medições seletivas gerando dois tipos de
imagens, uma função da densidade e outra do número atômico do material.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
20
3.2.2 AQUISIÇÃO DE DADOS
Os componentes envolvidos nesta etapa da criação das imagens são o gerador e o
gantry.
O gantry contém o sistema de geração de raios X. Nele também se encontra a
eletrônica responsável pela coletas de dados. Este apresenta como componentes
principais os seguintes itens: tubo de raios X, gerador de raios X, detectores e fontes de
energia para a placa de sistema e para o anel de detectores.
O gerador produz e transmite energia para o tubo de raios X. A capacidade de
energia do gerador é medida em kilowatts (kW). Um gerador pode ter a saída com a
tensão em um único pico ou variável. Os que possuem saída com um pico são mais
precisos, mas em contrapartida, os com saída variável tem um espectro de leitura com
melhor definição para materiais com composição mais heterogênea.
Os feixes de raios X que atravessam o objeto ao ser tomografado atingem os
detectores. Se o detector for constituído de material cintilante, a energia dos raios X se
transforma em luz. Outros elementos no detector, geralmente um fotodiodo, convertem
os níveis de luz em corrente elétrica. Se o detector for a gás xenônio, o fóton incidente
ioniza o gás e os íons são acelerados pela alta tensão nas lâminas dos detectores.
Conversores analógico-digitais são utilizados para converter os sinais elétricos em
sinais digitais, que são transmitidos a uma central de processamento para reconstrução
da imagem na forma de uma matriz. Nessa matriz são atribuídos valores a cada
pixel.
Essa imagem digitalizada é enviada ao monitor de vídeo para as análises.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
21
3.2.3 PROCESSAMENTO DOS DADOS
O primeiro passo no processamento dos dados é o cálculo do logaritmo da razão
de cada sinal para o sinal de referência. Os valores obtidos são então normalizados para
uma escala apropriada uma vez que, na prática não se utilizam os valores absolutos do
coeficiente de atenuação linear e sim uma escala de números tomográficos (TC). O
número TC é função do coeficiente de atenuação linear e é calculado pela equação 3.1.
Os dados obtidos de perfis individuais são armazenados para serem utilizados na
reconstrução da imagem.
Os métodos de reconstrução da imagem fazem a deconvolução do raio soma, de
modo a determinar o valor do coeficiente de cada pixel. Se o plano a ser reconstruído é
uma matriz de n x n pixels, então são necessárias n medidas independentes da
intensidade transmitida atravessando a matriz em diferentes direções.
Existem vários métodos de reconstrução, porém a reconstrução por retroprojeção
filtrada é a mais usada em tomógrafos médico. Este método consiste na aplicação de
uma transformada de Fourier com um filtro especial para modificar o sinal e o ruído
dos dados em preparação à retroprojeção.
3.3 TIPOS DE TOMOGRAFOS
A configuração do tubo de raios X e dos detectores determina a geração do
tomógrafo. O primeiro sistema produzido, tomógrafo de primeira geração, agora
completamente obsoleto, era constituído de uma fonte e um único detector. As imagens
eram feitas por meio da emissão de um único feixe paralelo de raios X através do
objeto, sendo captado pelo detector posicionado no lado do objeto. Após isto, o tubo e o
detector eram rotacionados em aproximadamente um grau, e uma nova emissão era
feita. Este processo era repetido até uma rotação de 180º do tubo e do detector.
Naturalmente este processo era lento, levando no mínimo 300 segundos para uma
varredura.
Nos tomógrafos de segunda geração, também o feixe de raios X atravessa
linearmente o objeto antes da rotação. Entretanto, o feixe de raios X é em forma de
leque, ao invés de um feixe fino, como nos de primeira geração. Isto faz com que os
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
22
raios atravessem uma maior extensão do objeto numa única emissão. Ao invés de um
único detector, como nos de primeira geração, este tipo de tomógrafo possui de 3 a 52
detectores. Essas inovações reduziriam significativamente o tempo de mapeamento com
raios X, tendo agora um intervalo de 15 segundos a 2 minutos para uma varredura.
Porém ainda era um processo muito lento para os propósitos da área médica. Esse tipo
de tomógrafo também esta fora de uso.
O próximo avanço resultou no tomógrafo de terceira geração. Com um numero
ainda maior de detectores, de 288 a 1024, reduzindo o tempo de varredura para 2 a 3
segundos. Nestes tomógrafos não há necessidade de movimento de translação. Uma
única fonte de raios X e um arco de detectores estão alinhados em uma estrutura que é
rotacionada em torno do paciente.
A quarta geração de tomógrafos trouxe uma inovação em relação às primeiras três
gerações descritas acima: apenas o tubo de raios X gira em torno do paciente. Um anel
de detectores contendo 300 a 2400 detectores está fixado na estrutura que envolve o
paciente. A varredura pode ocorrer em apenas 1 segundo. Os esquemas básicos destas
quatro gerações de tomógrafos estão ilustrados na figura 3.7.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
23
1° GERAÇÃO 2° GERAÇÃO
3° GERAÇÃO 4° GERAÇÃO
Figura 3.7: As quatro gerações de tomógrafos [39].
O tomógrafo de quinta geração não usa um tubo de raios X convencional. A fonte
de raios X foi substituída por quatro alvos de tungstênio em forma de anel que são
atingidos por um feixe de elétrons colimados e posicionados por um campo
eletromagnético produzindo os raios X. Os raios X são atenuados após atravessarem o
paciente e é registrado por um conjunto de detectores de estado sólido. Não existem
mais partes móveis no gantry. O tempo de varredura é de 50ms. A figura 3.8 mostra um
esquema básico desta geração.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
24
Figura 3.8: Tomógrafo de quinta geração [39].
Para os estudos tomográficos deste trabalho foi utilizado um tomógrafo médico de
quarta geração de propriedade do Centro de Pesquisas da Petrobras.
3.4 ESCOAMENTO EM MEIOS POROSOS
O petróleo, após ser gerado e ter migrado, é eventualmente acumulado em uma
rocha que é chamada de reservatório. Esta rocha pode ter qualquer origem ou natureza,
mas para se constituir em um reservatório deve apresentar espaços vazios no seu interior
(porosidade), e que estes vazios estejam interconectados, conferindo-lhe a característica
de permeabilidade. Desse modo, podem se constituir rochas-reservatório os arenitos e
calcarenitos, e todas as rochas sedimentares essencialmente dotadas de porosidade
intergranular que sejam permeáveis. Algumas rochas, como os folhelhos e alguns
carbonatos normalmente porosos, porém impermeáveis, podem vir a se constituir
reservatórios quando se apresentam naturalmente fraturados.
Uma rocha-reservatório, de uma maneira geral, é composta de grãos ligados uns
aos outros por um material, que recebe o nome de cimento. Também existe entre os
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
25
grãos outro material muito fino chamado de matriz. O volume total ocupado por uma
rocha-reservatório é a soma do volume dos espaços vazios existentes entre eles. O
volume de espaços vazios é também chamado de volume poroso. Portanto, a porosidade
de uma rocha é definida por:
t
p
V
V
=
φ
(3.4)
e o volume total da rocha é dado pela soma
spt
VVV
+
=
(3.5)
Onde:
φ
é a porosidade;
t
V é o volume total da rocha;
p
V é o volume poroso; e
s
V é o
volume de sólidos.
A porosidade depende da forma, da arrumação e da variação de tamanho dos
grãos, além do grau de cimentação da rocha.
No estudo de um reservatório de petróleo é fundamental o conhecimento de
propriedades básicas da rocha e dos fluidos nela contidos. São essas propriedades que
determinam as quantidades dos fluidos existentes no meio poroso, a sua distribuição, a
capacidade desses fluidos se moverem e, mais importante de todas, a quantidades de
fluidos que pode ser extraída. Além da porosidade, já definida anteriormente, outras
importantes propriedades devem se consideradas.
3.4.1 SATURAÇÃO
Além de hidrocarbonetos, os poros de uma rocha-reservatório contêm água.
Assim sendo, o conhecimento do volume poroso não é suficiente para se estabelecer as
quantidades de óleo e/ou gás contidas nas formações. Para que essas quantidades sejam
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
26
estimadas, é necessário se estabelecer que percentual do volume poroso é ocupado por
cada fluido. Esses percentuais recebem o nome de “saturação”.
A saturação de óleo, água e gás é o percentual do volume poroso (
p
V
) ocupado
por cada uma dessas fases, ou seja:
Saturação de Óleo:
poo
VVS /=
Saturação de Gás:
pgg
VVS /=
Saturação de Água:
pww
VVS /=
1
=
+
+
wgo
SSS
(3.6)
Ao ser descoberto, um reservatório de petróleo apresenta certa saturação de água,
que recebe o nome de água conata.
3.4.2 PERMEABILIDADE ABSOLUTA
Mesmo que uma rocha contenha uma quantidade apreciável de poros e dentro
desses poros existam hidrocarbonetos em uma quantidade razoável, não há garantia de
que eles possam ser extraídos. Para que isso ocorra, é necessário que a rocha permita o
fluxo de fluidos através dela.
Os fluidos percorrem o que se poderia chamar de “canais porosos”. Quanto mais
cheios de estrangulamentos, mais estreitos e mais tortuosos forem esses canais porosos,
maior será o grau de dificuldade para os fluidos se moverem no seu interior. Por outro
lado, poros maiores e mais conectados oferecem menor resistência ao fluxo de fluidos.
A medida da capacidade de uma rocha permitir o fluxo de fluidos é chamada
permeabilidade. Quando existe apenas um único fluido saturando a rocha, esta
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
27
propriedade recebe o nome de “permeabilidade absoluta”. A permeabilidade tem por
símbolo a letra “K”, e a sua unidade de medida mais utilizada é o Darcy, em
homenagem ao engenheiro francês Henry D’Arcy (1803-1858) que formulou a equação
de deslocamento de fluidos em meios porosos.
A equação 3.7 representa o fluxo de um fluido através de um meio poroso linear.
O fluido tem viscosidade
µ
e o meio poroso tem comprimento L e seção reta (área
aberta ao fluxo) A. Segundo a equação, a vazão q através do meio poroso é
diretamente proporcional ao comprimento e à viscosidade. A permeabilidade é uma
constante de proporcionalidade característica do meio poroso.
PA
Lq
K
=
µ
(3.7)
Por definição, um darcy é a permeabilidade de uma rocha na qual um gradiente de
pressão de 1 atm/cm promove a vazão de 1 cm
3
/s de um fluido de viscosidade de 1
centipoise através de 1 cm
2
de área aberta ao fluxo.
Na maioria das situações o fluxo radial é o que melhor caracteriza o movimento
dos fluidos do reservatório para o poço.
Na equação 3.8, o fluido se desloca radialmente em um meio poroso de forma
cilíndrica, onde se localiza um poço de raio
w
r . O meio poroso tem altura L e raio
externo
e
r . O termo )(
we
PP indica a diferença de pressão entre a periferia e o centro
do poço, e é o agente responsável pelo deslocamento.
)(2
ln
we
w
e
PPL
r
r
q
K
=
π
µ
(3.8)
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
28
3.4.3 PERMEABILIDADE EFETIVA
Uma rocha-reservatório contém sempre dois ou mais fluidos, de modo que a
permeabilidade absoluta não é suficiente para se medir a facilidade com que
determinado fluido se move no meio poroso.
No caso da existência de mais de um fluido, a facilidade com que um se move é
chamada de permeabilidade efetiva ao fluido considerado. Por exemplo, se em um meio
poroso estão fluindo água e óleo, tem-se permeabilidade efetiva à água e
permeabilidade efetiva ao óleo. O símbolo da permeabilidade efetiva é a letra
K
com
um subscrito correspondente ao fluido em questão. Assim, as permeabilidades efetivas
ao óleo, ao gás e à água têm por símbolos
go
KK , e
w
K , respectivamente.
As permeabilidades efetivas aos fluidos dependem das saturações de cada um dos
fluidos no meio poroso. A cada valor de saturação de um fluido corresponde um valor
de permeabilidade efetiva àquele fluido.
3.4.4 PERMEABILIDADE RELATIVA
Nos estudos de reservatório, costuma-se utilizar os valores de permeabilidades
após submetê-los a um processo de normalização. Normalizar os dados de
permeabilidade nada mais é que dividir todos os valores de permeabilidades efetivas por
um mesmo valor de permeabilidade escolhido como base. Ao resultado da normalização
dá-se o nome de permeabilidade relativa.
O valor de permeabilidade mais utilizado como base é a permeabilidade absoluta.
Assim, pode-se definir:
Permeabilidade relativa ao Óleo:
K
K
K
o
ro
=
Permeabilidade relativa ao Gás:
K
K
K
g
rg
=
Permeabilidade relativa à água:
K
K
K
w
rw
=
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
29
3.4.5 REGIME DE FLUXO
Como já mencionado anteriormente, o fluxo radial é o que melhor caracteriza o
movimento dos fluidos do reservatório para o poço. Para isso devem-se assumir
algumas premissas básicas:
O reservatório tem espessura constante;
é considerado homogêneo em toda a sua extensão, com relação a todas as
propriedades da rocha;
é isotrópico com relação à permeabilidade;
está saturado com um único fluido;
o poço é completado em todo o intervalo produtor para assegurar o fluxo radial
em toda a espessura do reservatório.
A figura 3.10 mostra esquematicamente à distribuição de pressões ao longo do
reservatório, com o poço produzindo em condições estabilizadas a uma vazão constante
q
, sendo
p
a média das pressões ao longo do reservatório ponderada em relação ao
volume, h a altura do reservatório e K a permeabilidade da formação.
Figura 3.9: Distribuição de pressões no reservatório sob o regime de fluxo estabilizado.
q = constante
P
w
r
w
r
r
e
p
e
p
h
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
30
Quando se coloca um poço em produção, demora-se um pouco para atingir as
condições de fluxo estabilizado, ou seja, o distúrbio causado pela aplicação do
diferencial de pressão )(
we
pp não atinge instantaneamente o raio externo do sistema
)(
E
r . Durante o período de transição, conhecido como regime de fluxo transiente, as
vazões de produção são as maiores, declinando até se atingir o fluxo estabilizado (se for
mantida a pressão de fluxo constante). O período de fluxo transiente geralmente é de
curta duração (poucos dias, ou até mesmo horas), mas pode alongar-se em reservatórios
de baixa permeabilidade. Na realidade, a duração do transiente tem relação direta com o
tamanho do reservatório, a compressibilidade, a viscosidade do fluido do reservatório e
relação inversa com a permeabilidade absoluta, entre outros fatores.
Nas condições de fluxo estabilizado sem aporte de fluidos, ou seja, após o
reservatório produzir por um período de tempo suficiente para atingir-se o limite
externo do sistema e que este limite externo não permita a passagem de fluido para
dentro da célula radial, tem-se a condição de fluxo pseudopermanente (
semi-steady
state
). A solução do modelo pseudopermanente é dada pela equação.
)
2
1
(ln
2
=
w
e
we
r
r
Kh
q
pp
π
µ
(3.9)
A equação 3.9 pode também ser escrita em termos da pressão estática atual do
reservatório que, neste caso, é expressa pela pressão média:
)
4
3
(ln
2
=
w
e
w
r
r
kh
q
pp
π
µ
(3.10)
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
31
A condição de fluxo permanente é apropriada quando a pressão do reservatório é
mantida, por exemplo, por um influxo natural de água. Devido ao suporte de pressão, a
pressão estática do reservatório se mantém igual a
e
p (pressão limite externo) Neste
caso,
p representa apenas a média das pressões ao longo do reservatório durante o
fluxo estabilizado.
As equações apresentadas podem ser expressas em termos do índice de
produtividade IP definido pela equação 3.11.
)ln(
2
w
e
we
r
r
kh
PP
q
IP
µ
π
=
=
(3.11)
A vazão de produção
q
que aparece nas equações está relacionada às condições
de pressão e temperatura do reservatório. Para expressá-la nas condições de superfícies,
deve-se introduzir o fator volume de formação do fluido
)(B
, que é a relação entre o
volume ocupado pelo fluido nas condições de reservatório e o volume ocupado na
temperatura e pressão de superfície. Nestas condições a equação 3.11 pode ser escrita
como:
)ln(
)(54,52
w
e
we
r
r
B
ppkh
IP
µ
=
(3.12)
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
32
3.4.6 DANO DE FORMAÇÃO
O dano se comporta como uma perda de carga localizada na parede do poço e
contribui para que a produtividade seja reduzida. A queda de pressão adicional devida
ao dano depende da sua severidade e da vazão do poço. As condições de fluxo na
vizinhança do poço podem estar alteradas por diversas razões. Por exemplo, a invasão
do filtrado de perfuração na formação pode ocorrer para que a permeabilidade na zona
invadida seja menor que a original.
Pode também ocorrer de a condição de fluxo na região alterada ser melhor que a
original, traduzindo na melhoria da produtividade. Neste caso diz-se que o poço esta
estimulado.
As alterações de permeabilidade na vizinhança do poço são chamadas de efeito
skin.
A figura 3.10 descreve a área de interesse do poço com a zona alterada próximo
ao furo do poço. Considerando que
K
é a permeabilidade absoluta do reservatório e
s
K
é a permeabilidade da zona alterada.
Figura 3.10: Zona de permeabilidade alterada
s
K próximo ao poço [40].
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
33
VAN EVERDIGEN [2] definiu o efeito
skin como a causa da diferença de pressão
de um fluxo permanente.
s
kh
q
p
s
π
µ
2
=
(3.13)
Somado as equações 3.9 e 3.13 tem-se:
)(ln
2
s
r
r
kh
q
pp
w
e
we
+=
π
µ
(3.14)
Substituindo a equação 3.14 na equação 3.12 tem-se:
])[ln(
)(54,52
s
r
r
B
ppkh
IP
w
e
we
+
=
µ
(3.15)
Assumindo que
s
p é a pressão para o limite exterior da zona alterada, da equação
3.12 a relação para região não danificada é:
)ln(
)(54,52
,
w
s
idealws
r
r
B
ppkh
IP
µ
=
(3.16)
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
34
E a região com dano:
)ln(
)(54,52
,
w
s
realwss
r
r
B
pphk
IP
µ
=
(3.17)
Usando os valores respectivos de pressão de fundo de poço para região sem dano
ideal e dano real para o escoamento.
As equações 3.16 e 3.17 podem ser combinadas com a definição de efeito
skin.
realwidealws
ppp
,,
=
(3.18)
e assim obter:
)
11
)(ln(
54,52
kkr
r
h
qB
p
sw
s
s
=
µ
(3.19)
As equações 3.19 e 3.13 podem ser combinadas:
w
s
s
r
r
k
k
s ln)1( =
(3.20)
que é a relação HAWKINS [1] para o efeito skin.
Se
kk
s
< então 0>s e o poço sofreu dano. Se kk
s
> , então s <0 e o poço está
estimulado. Para
0=s , a permeabilidade próximo ao furo do poço é igual à
permeabilidade do reservatório original.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
35
3.4.7 FLUIDOS DE PERFURAÇÃO
Os fluidos de perfuração são misturas de sólidos, líquidos, e por vezes, até gases.
Do ponto de vista químico eles podem assumir aspectos de suspensão, dispersão
coloidal ou emulsão, dependendo do estado físico dos componentes.
Os fluidos de perfuração devem ser especificados de forma a garantir uma
perfuração rápida e segura. Assim, é desejável que o fluido apresente as seguintes
características:
ser estável quimicamente;
estabilizar as paredes do poço, mecânica e quimicamente;
facilitar a separação dos cascalhos na superfície;
manter os sólidos em suspensão quando estiver em repouso;
ser inerte em relação a danos às rochas produtoras;
aceitar qualquer tratamento, físico e químico;
ser bombeável;
apresentar baixo grau de corrosão e de abrasão em relação à coluna de
perfuração e demais equipamentos do sistema de circulação;
facilitar as interpretações geológicas do material retirado do poço; e
apresentar custo compatível com a operação.
Os fluidos de perfuração possuem, basicamente, as seguintes funções:
limpar o fundo do poço dos cascalhos gerados pela broca e transporta-los até a
superfície;
exercer pressão hidrostática sobre as formações, de modo a evitar o influxo de
fluidos indesejáveis (
kick) e estabilizar as paredes do poço;
resfriar e lubrificar a coluna de perfuração e a broca.
A classificação de um fluido de perfuração é feita em função de sua composição.
Embora ocorram divergências, o principal critério se baseia no constituinte principal da
fase contínua ou dispersante. Neste critério, os fluidos são classificados em fluidos à
base de água, fluidos a base óleo e fluidos à base de ar ou gás. Para realização deste
trabalho foram utilizados fluidos à base de água.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
36
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Neste capítulo é feita a descrição dos principais equipamentos, dos procedimentos
adotados para caracterização dos corpos de prova e a metodologia adotada para os
ensaios.
4.1 TOMÓGRAFO COMPUTADORIZADO DE RAIOS X
O tomógrafo computadorizado de raios X modelo PQS da Picker (figura 4.1) é de
quarta geração e foi desenvolvido para uso médico. Para sua aplicação industrial
apresenta apenas duas modificações: a adaptação de um sistema para posicionamento de
amostras na mesa e a inclusão de outra mesa, também com o objetivo de suportar
amostras, na parte posterior do equipamento.
Figura 4.1: Tomógrafo PICKER-PQS do CENPES/PETROBRAS.
O tubo de raios X deste tomógrafo é do tipo rotatório com anodo de tungstênio de
fabricação
Dunlee (modelo DU-2005). Possui 1200 detectores, que permitem a
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
37
visualização de seções de 1 a 10mm de espessura, apresentadas na forma de uma matriz
bidimensional de no máximo 512 x 512
pixels. A tabela 4.1 traz as características físicas
do tubo de raios X.
Tabela 4.1: Características físicas do tubo de raios X [41].
Tensão nominal 150kVp
Velocidade do anodo 9000RPM
Carga máxima 18/30 kW
Capacidade térmica do anodo 2000KHU
Ângulo de inclinação 10 graus
Filtração mínima própria 1,5 mm Al
Corrente 200 mA
No
gantry, módulos de detectores estacionários circundam uma estrutura rotatória
na qual o tubo de raios X é suportado. Durante o curso da varredura, raios X são
projetados através do objeto analisado e incidem nos detectores durante os 360° de
rotação. Os dados são coletados nos detectores durante os períodos de integração,
também chamados de intervalos de dados. O número e o comprimento dos períodos de
integração dependem dos parâmetros de varredura.
Os módulos de detectores convertem os raios X em uma tensão proporcional a sua
intensidade. A tensão alimenta um canal de dois estágios: tensão para freqüência,
seguido de condicionamento de sinal que emite duas meias palavras: contador de meia-
palavra (CHW) e tempo de meia palavra (THW). O CHW e o THW são transferidos
para uma placa de processamento de dados (DPPC) usando o CHW e o THW, e
enviados para o console sob um controle de sincronização de transferência de dados.
A placa responsável pela sincronização de varredura monitora a rotação da
estrutura rotatória, determinando a indutância e interrupção do feixe de raios X,
começar e terminar a coleta de dados de projeção e o comprimento dos intervalos de
dados para cada projeção. Um sinal produzido pelos circuitos de sincronização de
varredura é o pulso DITS (sinal de sincronização de intervalos de dados). Quando
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
38
habilitados, pulsos DITS iniciam os ciclos de aquisição/transferência de dados. Cada
pulso DITS, comanda a aquisição de dados provenientes de uma projeção e
simultaneamente, a transferência de dados tomados na projeção anterior. Para uma
projeção, dados são tomados de todos os detectores ativos iluminados pelo feixe de
raios X durante um período de integração. Um outro par de sinais produzidos pelos
circuitos de sincronização da varredura são o interruptor de posição programada e o
interruptor da seqüência de final de dados.
Apesar de existirem 300 canais disponíveis e 1200 detectores ativos, a qualquer
tempo (durante uma varredura normal), nem todos são usados para criar cada projeção
de uma imagem. Os dados obtidos no campo de dados são usados para corrigir a
flutuação, melhorando a qualidade da imagem.
A verdadeira quantidade de dados dos detectores transferidos (para cada projeção)
é constante para uma varredura em particular, mas depende do parâmetro de varredura
“tamanho de campo”. A rotação da moldura é monitorada para controlar a ordem de
transferência. Conforme a moldura gira, detectores entram e deixam o feixe em leque, e
assim, o primeiro e o último detector a transferir mudam durante a varredura.
4.2 CÉLULA DE INTERAÇÃO ROCHA-FLUIDO
Para a simulação de um poço horizontal foi utilizada uma célula de interação
rocha-fluido para arenitos inconsolidados (figura 4.2). Esta célula possui o corpo de
alumínio, material de baixa densidade, que permite a visualização do corpo de prova
pela técnica tomográfica.
No corpo da célula encontram-se dois drenos diametralmente opostos para
escoamento do filtrado e também para injeção de óleo durante as leituras de
permeabilidade.
A célula de interação rocha-fluido possui canais interligados no seu interior, como
pode ser visto na figura 4.3, que possibilitam o fluxo radial. Estes canais permitem que
o fluido se distribua de forma uniforme por todo corpo de prova, aumentando de forma
significativa a representabilidade dos testes efetuados.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
39
Figura 4.2: Célula de interação rocha fluido para arenitos inconsolidados.
Figura 4.3:
Interior da célula de interação rocha fluido.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
40
Durante a confecção do corpo de prova a célula é posicionada em um sistema de
compactação. Este sistema possui um cilindro hidráulico
Enerpac que produz uma
pressão axial em todo o corpo de prova, simulando assim as condições de
confinamentos encontrados nos reservatórios de petróleo. A figura 4.4 mostra o sistema
de compactação, a célula de interação rocha-fluido e a bomba manual que transmite
pressão ao
Enerpac.
Figura 4.4: Sistema de compactação.
4.3 MEIO POROSO
Para confecção do meio poroso quatro amostras de areias enviados pela
mineradora Jundu foram selecionadas e suas distribuições granulométricas foram
obtidas pelo laboratório de sedimentologia do CENPES/Petrobrás. A tabela 4.2 mostra
as quantidades percentuais das frações granulométricas nas amostras.
Enerpac
Bomba
manual
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
41
Tabela 4.2: Percentual de ocorrência das frações granulométricas.
Amostras
Areia
20-40
Areia
40-60
Areia
60-70
Areia
90-500
FRAÇÃO mm
Classe
(phi)
% em
Massa
% em
Massa
% em
Massa
% em
Massa
Grânulo 4,000-2,000 <-1 0 0 0 0
Areia m. grossa 2,000-1,000 0,0 0 0 0 0
Areia grossa 1,000-0,500 1,0 57,69 0,15 0,03 0,02
Areia média 0,500-0,250 2,0 42,29 94,37 21,02 0,49
Areia fina 0,250-0,125 3,0 0,01 5,41 73,58 67,92
Areia m. fina 0,125-0,061 4,0 0 0,06 5,34 31,25
Silte grosso - argila 0,061- <0,004 >=5 0,01 0,01 0,03 0,33
De posse destes dados procurou-se confeccionar meios porosos com as
características granulométricas de um reservatório específico da bacia de Campos, o
MRL-103 a uma profundidade de 2681,05 m. A tabela 4.3 mostra as frações
granulométricas encontradas neste reservatório.
Tabela 4.3: Frações granulométricas MRL-103(2681,05m).
FRAÇÃO mm
Classe
(phi)
% em
Massa
Grânulo 4,000-2,000 <-1 0,18
Areia m. grossa 2,000-1,000 0,0 0,97
Areia grossa 1,000-0,500 1,0 11,20
Areia média 0,500-0,250 2,0 34,13
Areia fina 0,250-0,125 3,0 39,73
Areia m. fina 0,125-0,061 4,0 7,39
Silte grosso - argila 0,061- <0,004 >=5 6,40
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
42
Analisando os dados da tabela 4.2 e 4.3 chegou-se a uma composição de areias de
massas iguais para confecção dos corpos de prova e representação do reservatório
MRL-103. A figura 4.5 traz a curva granulométrica da composição de areias para
confecção do meio poroso.
COMPOSIÇÃO DE AREIAS
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
4,000-2,000 2,000-1,000 1,000-0,500 0,500-0,250 0,250-0,125 0,125-0,061 0,061- <0,004
mm
Histograma (% massa)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Frequencia acumulada (%)
Figura 4.5: Curva granulométrica da composição de areias.
4.3.1 PREPAÇÃO DO MEIO POROSO
Para a preparação do meio poroso foi utilizado a composição de areias
compactada na célula de interação rocha-fluido.
As etapas de preparo foram as seguintes:
1.
Preenchimento da célula de interação rocha fluido com água destilada para que a
composição de areias fosse 100% saturada;
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
43
2.
Adição da composição de areia e vibração da célula de interação rocha-fluido
com um martelo de borracha de forma a evitar a formação de bolhas;
3.
Compactação da composição de areias a 3500psi;
4.
Tomografia da célula de interação rocha-fluido para avaliação da distribuição de
densidades.
Esta avaliação foi feita através dos números de CT médio por seção e para isto
foram estabelecidos os seguintes parâmetros tomográficos:
Tensão de 130kV;
Corrente de 100mA;
Espessura da seção de corte de 5mm.
Algoritmo STANDARD para reconstrução das imagens.
Número tomográfico (CT) da água = 60,2
Número tomográfico (CT) do ar = -991,8
As figuras 4.6 a 4.8 mostram a variação do número de CT médio por seção dos
testes realizados.
0 10203040506070
1000
1050
1100
1150
1200
1250
1300
CT médio
Seção (mm)
Teste1
Figura 4.6: Variação do número de CT médio por seção do teste de compactação 1.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
44
0 10203040506070
1000
1050
1100
1150
1200
1250
1300
CT médio
Seção (mm)
Teste2
Figura 4.7: Variação do número de CT médio por seção do teste de compactação 2.
0 10203040506070
1000
1050
1100
1150
1200
1250
1300
CT médio
Seção (mm)
Teste3
Figura 4.8: Variação do número de CT médio por seção do teste de compactação 3.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
45
4.3.2 POROSIDADE E SATURAÇÃO POR TC DA COMPOSIÇÃO DE
AREIAS
Determinação da Porosidade:
A determinação da porosidade através da TC pode ser feita por duas metodologias
diferentes, que são:
1.
Através do conhecimento de atenuação linear da amostra saturada com
dois fluidos diferentes e o conhecimento da atenuação linear desses
fluidos isoladamente,
2.
Através da medida da densidade da amostra com diferentes níveis de
energia.
No trabalho presente foi utilizado o primeiro método, que tem a formulação
descrita a seguir.
Para a areia saturada com o fluido
i, o coeficiente de atenuação linear é dado por:
φ
µ
µ
φ
µ
iMRi
+
=
)1(
(4.1)
onde,
Ri
µ
= coeficiente de atenuação linear da composição de areia saturada com o
fluido
i;
M
µ
= Coeficiente de atenuação linear da composição de areia;
φ
= Porosidade.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
46
Portanto, se a composição de areia for saturada com dois fluidos, teremos duas
equações com duas incógnitas,
M
µ
e
φ
. Eliminando
M
µ
, a porosidade será dada por:
)(
)(
ji
RjRi
µµ
µ
µ
φ
=
(4.2)
Em termos de unidades Hounsfield, a porosidade é dada por:
)(
)(
ji
RjRi
CTCT
CTCT
=
φ
(4.3)
onde,
Ri
CT = Número de Hounsfield do voxel da composição de areias saturada com o
fluido i;
i
CT = Número de Hounsfield do voxel do fluido i;
Rj
CT = Número de Hounsfield do voxel da composição de areias saturada com o
fluido j;
j
CT = Número de Hounsfield do voxel do fluido j.
Portanto, para a determinação da porosidade da composição de areias através da
TC foram realizadas as seguintes medidas:
1.
Tomografia da célula de interação rocha-fluido com ar. Parâmetro
ar
CT .
2.
Tomografia da célula de interação rocha-fluido com a água destilada.
Parâmetro
w
CT .
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
47
3.
Tomografia da composição de areias seca. Parâmetro
Rar
CT .
4.
Tomografia do corpo de prova saturado com água destilada. Parâmetro
Rw
CT .
As figuras 4.9 a 4.11 mostram a variação de porosidade da composição de areias
nos testes de compactação.
0 10203040506070
0
10
20
30
40
50
Porosidade (%)
Seção (mm)
Porosidade - Teste 1
Figura 4.9: Variação de Porosidade por seção do teste de compactação 1.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
48
0 10203040506070
0
10
20
30
40
50
Porosidade (%)
Seção (mm)
Porosidade - Teste 2
Figura 4.10: Variação de Porosidade por seção do teste de compactação 2.
0 10203040506070
0
10
20
30
40
50
Porosidade (%)
Seção (mm)
Porosidade - Teste 3
Figura 4.11: Variação de Porosidade por seção do teste de compactação 3.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
49
Determinação da Saturação:
A determinação da saturação, também pode ser feita através de dois métodos. Em
ambos os casos, o contraste entre a atenuação linear dos dois fluidos que saturam o meio
poroso deve ser grande o suficiente e, também, que o componente de atenuação linear
devido à composição de areias seja independente dos fluidos que ocupam o espaço
poroso.
A Saturação pode ser determinada usando as seguintes equações:
1
21
=
+
SS
(4.4)
φ
µ
φ
µ
µ
11
)1(
+
=
MR
(4.5)
φ
µ
µ
φ
µ
µ
)()1(
22112
SS
MR
+
+
=
(4.6)
onde,
1R
µ
= Coeficiente de atenuação linear da composição de areias saturada com o
fluido 1;
2R
µ
= coeficiente de atenuação linear da composição de areais saturada com os
dois fluido 1 e 2.
Trabalhando estas duas equações chegou-se a equação:
)(
)(
21
21
2
µµ
µµ
=
RR
S
(4.7)
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
50
que em unidades Hounsfield, é escrita como:
)(
)(
21
21
2
CTCT
CTCT
S
RR
=
φ
(4.8)
Os termos da equação 4.8 são determinados através das seguintes medidas:
1.
Tomografia da célula de interação rocha-fluido com ar.
2.
Tomografia da célula de interação rocha-fluido com a água destilada.
3.
Tomografia da composição de areias seca.
4.
Tomografia da composição de areais saturada com água destilada.
As figuras 4.12 a 4.14 mostram a variação de saturação da composição de areias
nos testes de compactação.
0 10203040506070
60
80
100
120
Saturação(%)
Seção(mm)
Saturação-Teste1
Figura 4.12: Variação de Saturação por seção do teste de compactação 1.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
51
0 10203040506070
60
80
100
120
Saturação(%)
Seção(mm)
Saturação-Teste2
Figura 4.13: Variação de Saturação por seção do teste de compactação 2.
0 10203040506070
60
80
100
120
Saturação(%)
Seção(mm)
Saturação-Teste3
Figura 4.14: Variação de Saturação por seção do teste de compactação 3.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
52
4.3.3 ANÁLISES PETROGRÁFICAS
Para as análises petrográficas foram retiradas amostras dos testes de compactação
para a confecção de lâminas delgadas. As lâminas foram enviadas para Omni
Laboratories em Houston/Texas para serem impregnadas com resina sob pressão de
reservatório.
O estudo das amostras foi baseado na fotomicroscopia das lâminas delgadas, com
ampliação de 25 vezes com luz polarizada. Observou-se que os grãos são muito bem a
bem selecionados, predominantemente sub-arrendondados com baixa esfericidade. Os
contatos entre os grãos são flutuantes e o tipo de empacotamento é frouxo.
Para ilustrar a caracterização das amostras é apresentada na figura 4.15 uma
fotomicrografia das amostras em lâminas.
Figura 4.15: Fotomicrografia das amostras retiradas do testes de compactação.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
53
4.4 DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS DE DANO
Foram realizados quatro ensaios de dano, sendo que os dois primeiros
desenvolvidos como um ensaio preliminar capaz de estabelecer uma metodologia de
aplicação ao estudo de permeabilidades relativas no corpo de prova.
Os procedimentos empregados para a realização dos ensaios experimentais
englobam o preparo do corpo de prova como simulador de poço, saturação do corpo de
prova, leituras de permeabilidades, injeção do fluido de perfuração, flow back (limpeza
do corpo de prova). Foram obtidas as imagens tomográficas das seções transversais ao
longo do corpo de prova durantes as fases de saturação, injeção e flow back.
Os ensaios são descritos a seguir.
4.4.1 METODOLOGIA DE ENSAIOS
O primeiro ensaio utilizou um fluido de perfuração apenas com polímeros e o
segundo utilizou um fluido de perfuração com polímeros mais carbonato de cálcio
(CaCO
3
).
Corpo de Prova
Para a confecção do corpo de prova para os ensaios de danos a composição de
areias foi adicionada a célula de interação rocha-fluido com um volume de salmoura
conhecido de forma que o corpo de prova fosse 100% saturado. Também foi utilizado
um cilindro de acrílico para criação do furo do poço no corpo de prova envolvido em
telas de nylon para sustentação da areia durante os testes de injeção de fluidos. As
dimensões do corpo de prova foram: 70 mm de altura, 20 mm de raio do poço (R
w
) e
58,2 mm de raio externo (R
e
).
A pressão utilizada durante a compactação foi de 3500 psi. As figuras 4.16 e 4.17
mostram o corpo de prova antes e após a compactação.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
54
Figura 4.16: Corpo de prova antes da compactação.
Figura 4.17: Corpo de prova saturado e compactado.
Cilindro de
Acrílico
Salmoura
de NaCl
Corpo de
prova
100%
Saturado
Telas de
nylon
Furo do poço
(R
w
= 20 mm)
R
e
= 58,2mm
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
55
Fluidos injetados
Foi utilizada uma solução aquosa de cloreto de sódio (NaCl) a 35000 ppm (35%),
viscosidade 1 cp, para a saturação inicial do meio poroso. O cloreto de sódio foi
escolhido para simular água do mar que é encontrada nos reservatórios da bacia de
Campos.
Na etapa da saturação por óleo foi injetado N-Parafina com viscosidade igual a
4,2 cp a 25
o
C.
Para a fase de injeção do fluido de perfuração foi utilizado o fluido THIXCARB a
base água. A tabela 4.4 apresenta a formulação padrão utilizada em laboratório para a
preparação do fluido de perfuração.
Tabela 4.4: Formulação do fluido THIXCARB.
Componentes Quantidades
Água industrial (QSP) 1 l
Salmoura (NaCl) 40g/l
Goma Xantana 4,30g/l
Amido HP 22,80g/l
Oxido de magnésio 4,30g/l
Peróxido de magnésio 2,90g/l
Lubrificante 30ml/l
Triazina 1,40g/l
Anti espumante 1,2ml/l
Carbonato de Cálcio (CaCO
3
) 128,4g/l
Testes de injeção
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
56
A primeira etapa foi o cálculo de perda de carga da célula de interação rocha
fluido. Para isto injetou-se água na célula vazia e foram calculados os valores de
diferença de pressão. O valor encontrado para a maior vazão (4ml/min) foi de 0,03 psi.
Considerou-se então que a perda de carga para os testes foi desprezível.
Para a injeção da salmoura e N-Parafina no corpo de prova, foram utilizadas duas
bombas JASCO modelo PU-1586 e modelo PU-1686. A pressão de injeção foi
monitorada através de um sistema de transdutores de pressão conectados na célula de
interação rocha-fluido.
A figura 4.18 mostra o sistema de injeção de salmoura e N-Parafina. Este mesmo
sistema foi utilizado para se obter as leituras de permeabilidades relativas.
Na fase de injeção do fluido de perfuração foi utilizada uma bomba de alta
pressão baixa vazão.
Figura 4.18: Sistema de injeção de salmoura e N-Parafina.
N-Parafina
Salmoura
Tomadas
de pressão
Transdutor
Coletor de
fluidos
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
57
A figura 4.19 mostra o sentido de injeção de salmoura e N-Parafina no corpo de
prova.
Figura 4.19: Sentido de injeção de salmoura e N-Parafina no corpo de prova.
Ao final de cada fase foram obtidas as imagens tomográficas de seções
transversais distribuídas ao longo do corpo de prova com cortes de 3 mm.
Fase 1- Corpo de prova 100% saturado com salmoura de NaCl:
Com um sistema de injeção composto por bomba, transdutores, tomadas de
pressão e proveta graduada para coleta do fluido na saída lateral (dreno inferior) da
célula de interação rocha fluido, procedeu-se a injeção de salmoura de NaCl a 35% até a
saturação de 100% do corpo de prova, totalizando um volume injetado de 350ml. Nesta
etapa foram obtidas as imagens tomográficas do corpo de prova.
Fase 2- Leituras de permeabilidade à água:
Após a saturação do corpo de prova com a salmoura foram realizadas as leituras
de permeabilidade à água. Para isto procedeu-se da seguinte maneira, variaram-se as
vazões de injeção da bomba de 1 ml/min a 4 ml/min e foram tomadas as leituras de
transdutor
Na Cl
N-
Parafina
bureta
graduada
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
58
diferença de pressão do transdutor a cada variação de injeção. Os resultados estão
apresentados no capítulo 5 deste trabalho.
Fase 3- Saturação do corpo de prova com N-Parafina:
A solução de N-Parafina foi injetada no corpo de prova de forma a se obter um
residual de água de 15%. Com o objetivo de se alcançar a saturação residual de água, a
N-Parafina foi injetada na vazão de 4 ml/min por 24h. A saturação residual de água foi
calculada por diferença de massa, isto é, volume inicial de água na fase de saturação
menos o volume de água que saiu com a saturação de óleo. Foram obtidas imagens
tomográfica ao termino desta fase.
Fase 4- Leituras de permeabilidades ao óleo:
Nesta fase injetou-se a N-Parafina com vazões de 1 ml/min a 4 ml/min e foram
tomadas as leituras da diferença de pressão do transdutor para cada variação. Estes
resultados encontram-se no capítulo 5 deste trabalho.
Fase 5- Injeção do fluido de perfuração THIXCARB:
A injeção do fluido de perfuração (ensaio de dano) foi realizada com a utilização
da bomba de alta pressão baixa vazão. O objetivo nesta fase era de que o corpo de
prova fosse totalmente invadido para posteriormente serem tomadas as leituras de
permeabilidades ao óleo após o dano, e assim calcular quanto a permeabilidade reduziu.
Com os valores de permeabilidade antes e após o dano, chegaram-se ao valor de dano
de Skin e estes resultados estão apresentados no capitulo 5.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
59
Na tabela 4.5 encontra-se os parâmetros estabelecidos para realização dos ensaios
de dano.
Tabela 4.5: Parâmetros estabelecidos para ensaio de dano.
Condição de ensaio
Pressão axial (psi) 3500
Pressão de circulação do fluido (psi) 500
Temperatura de circulação (
o
C) Ambiente (~27)
Vazão média de injeção do fluido de perfuração
(ml/min)
80
Perda de carga da célula (psi) 0,03
Viscosidade da Salmoura (cp) 1
Viscosidade da N-Parafina (cp) 2,4
Altura do corpo de prova (mm) 70
Raio externo (mm) 58,2
Raio do furo do poço (mm) 20
O aparato experimental para o ensaio de dano pode ser visualizado na figura 4.20.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
60
Figura 4.20: Aparato experimental do ensaio de dano.
A figura 4.21 mostra o aspecto do corpo de prova após o ensaio de dano.
Figura 4.21: Corpo de prova após ensaio de dano.
Agitador
Bomba
Suporte do
fluido de
perfuração
Transdutor
Coletor de
filtrado
Tomadas de
pressão
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
61
Fase 6- Limpeza do corpo de prova (flow back):
Para a limpeza do corpo de prova (flow back) foi injetado N-Parafina no sentido
oposto ao que o fluido de perfuração percorreu no corpo de prova. Este procedimento
teve um tempo de duração de 4 h. A figura 4.22 mostra o esquema experimental para os
ensaios de dano e limpeza do corpo de prova.
Fase 7- Leituras de permeabilidades ao óleo após o flow back:
Para as leituras de permeabilidades ao óleo do corpo de prova após o flow back foi
injetado N-Parafina e variaram-se as vazões de injeção da bomba de 1 ml/min a 4
ml/min. Estes resultados também se encontram no capítulo 5 deste trabalho.
Figura 4.22: Esquema experimental do ensaio de dano e flow back. As setas pretas
indicam o sentido do fluxo do fluido de perfuração, enquanto que as setas vermelhas
indicam o sentido de injeção de N-Parafina para limpeza do corpo de prova.
N-
Parafina
Fluido
N-
Parafina
Fluido
Filtrado
Transdutor
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
62
4.4.2 TOMOGRAFIA DOS CORPOS DE PROVA
Os corpos de prova foram tomografados após as fases de saturação, injeção do
fluido de perfuração e flow back. Na fase de saturação ao óleo, injeção e flow back a
célula de interação rocha fluido foi mantida na mesma posição na mesa do tomógrafo
com a finalidade de se avaliar as imagens do corpo de prova antes e após o dano. Os
parâmetros tomográficos foram os mesmos para todos os ensaios realizados. A primeira
tomografia é chamada de piloto, que consiste numa radiografia do corpo de prova por
inteiro. A finalidade desta radiografia era estabelecer as regiões a serem tomografadas
posteriormente, as quais forneceram uma análise mais detalhada da invasão do fluido de
perfuração. A figura 4.23 mostra o piloto do corpo de prova.
Figura 4.23: Piloto do corpo de prova e as seções a serem tomografadas.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
63
Os parâmetros escolhidos para os ensaios de dano estão descritos na tabela 4.6.
Tabela 4.6: Parâmetros estabelecidos para tomografia dos corpos de prova nos
ensaios de dano.
Condição de ensaio
Tensão (kV) 130
Corrente (mA) 100
Tempo de exposição (seg.) 2
Espessura da seção de corte (mm) 3
Passo do tomógrafo (mm) 3
Algoritmo de reconstrução Standard
Número tomográfico da salmoura (CT)
102,4
Número tomográfico da N-Parafina (CT)
-193
Número tomográfico da composição de areia seca
(CT)
922,3
As imagens tomográficas das seções do corpo de prova de todos os ensaios e suas
análises estão apresentadas no capítulo 5.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
64
5. RESULTADOS EXPERIMENTAIS
Este capítulo apresenta em forma de gráficos e tabelas os principais resultados
registrados através da coleta de dados que são: Porosidade e saturação do corpo de
prova, e leituras de permeabilidades. São apresentados, também, os principais resultados
obtidos nos estudos tomográficos.
5.1 ENSAIO PRELIMINAR
O ensaio preliminar foi divido em dois testes. No primeiro utilizou-se o fluido de
perfuração THIXCARB somente com polímeros e o segundo, o fluido THIXCARB com
polímeros mais controladores de filtrado o carbonato de cálcio.
Ensaio preliminar 1
As imagens de saturação de salmoura e N-Parafina do corpo de prova, para as 24
seções tomografadas no ensaio preliminar 1, são apresentadas nas figuras 5.1 e 5.2,
acompanhadas da escala de cores associada aos números tomográficos (CT) que
variaram de 500 a 1600.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
65
Figura 5.1: Corpo de prova 100 % saturado com salmoura no ensaio preliminar 1.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
66
Figura 5.2: Corpo de prova saturado com N-Parafina em saturação residual de
salmoura no ensaio preliminar 1.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
67
Nas seções 0,00 mm e 2,75 mm da figura 5.2 podem ser visto pequenas falhas no
corpo de prova durante a fase de saturação de N-Parafina e ainda na primeira seção
também pode ser visto artefato de borda devido ao dreno superior.
Os valores de porosidade média medida tomograficamente por seção estão
apresentados na tabela 5.1. Os valores foram obtidos segundo a equação 4.3.
Tabela 5.1: Valores de porosidade por seção do ensaio preliminar 1.
Seção
Profundidade
(mm)
Porosidade
(%)
1 0 30,68
2 3 30,27
3 6 28,74
4 9 29,27
5 12 30,40
6 15 30,14
7 18 30,20
8 21 31,01
9 24 30,53
10 27 30,20
11 30 30,19
12 33 29,79
13 36 30,05
14 39 29,02
15 42 27,86
16 45 29,33
17 48 30,11
18 51 29,57
19 54 30,30
20 57 30,18
21 60 29,49
22 63 28,55
23 66 28,81
24 69 29,16
Valor médio 29,74
Na tabela 5.2 são apresentados os valores médios de saturação de salmoura e N-
parafina nas diferentes seções do corpo de prova, obtidos segundo a equação 4.8, assim
como o valor médio de saturação em todo corpo de prova.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
68
Tabela 5.2: Valores médios de saturação de salmoura e N-Parafina ao longo do
corpo de prova do ensaio preliminar 1.
Seção
Profundidade
(mm)
Saturação
NaCl (%)
Saturação N-
Parafina( %)
1 0 100 100,00
2 3 100 100,00
3 6 100 100,00
4 9 100 98,43
5 12 100 82,28
6 15 100 62,67
7 18 100 73,60
8 21 100 68,35
9 24 100 55,57
10 27 100 66,53
11 30 100 70,84
12 33 100 74,16
13 36 100 70,80
14 39 100 55,66
15 42 100 78,49
16 45 100 90,94
17 48 100 82,53
18 51 100 81,47
19 54 100 82,39
20 57 100 83,45
21 60 100 78,79
22 63 100 69,28
23 66 100 83,56
24 69 100 86,90
Valor médio 100 79,03
Comparando os valores médios de saturação de N-Parafina obtidos pela
tomografia (79,03%) com aquele obtido por diferença de massa (85%), obtêm-se um
desvio relativo de 7,02%.
A figura 5.3 traz as seções tomográficas do corpo de prova durante a fase de
injeção do fluido THIXCARB sem carbonato de cálcio (CaCO
3
). O objetivo nesta fase
foi de que o fluido invadisse todo o corpo de prova. Após a fase de injeção foi realizada
a limpeza (flow back) do corpo de prova. A figura 5.4 mostra as imagens tomográficas
após a limpeza do corpo de prova.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
69
Figura 5.3: Corpo de prova invadido por fluido de perfuração sem CaCO
3
do ensaio
preliminar 1.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
70
Figura 5.4: Corpo de prova após flow back com N-Parafina do ensaio preliminar 1.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
71
Análise qualitativa da invasão do fluído de perfuração sem CaCO
3
do
ensaio preliminar 1.
A avaliação qualitativa de invasão do fluido de perfuração sem carbonato foi
realizada através da subtração, pixel a pixel das imagens obtidas durante a fase de
saturação em N-Parafina e a fase de injeção do fluido THIXCARB sem CaCO
3
.
Para avaliação da limpeza do corpo de prova após o ensaio de dano também foi
realizada a subtração das imagens referentes à fase de saturação em N-Parafina e a fase
de flow back.
As imagens resultantes da subtração são apresentadas nas figuras 5.5 e 5.6. Nestas
figuras, as áreas consideradas invadidas pelo fluido de perfuração são destacadas na cor
azul-claro.
Pode-se perceber na figura 5.5 que o corpo de prova foi totalmente invadido pelo
fluido de perfuração. Na figura 5.6 as seções 44,87 mm a 68,82 mm mostram pontos
pretos perto da tela de nylon significando que a fase de flow back limpou esta região, o
que não pode ser visto nas demais seções.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
72
Figura 5.5: Diferença entre as imagens adquiridas nas fases de injeção do fluido de
perfuração sem CaCO
3
e saturação com N-Parafina em saturação residual de salmoura
do ensaio preliminar 1.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
73
Figura 5.6: Diferença entre as imagens adquiridas nas fases após flow back com N-
Parafina e saturação com N-Parafina em saturação residual de salmoura do ensaio
preliminar 1.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
74
Análise quantitativa das permeabilidades relativas, fator de skin e
permeabilidade de dano do ensaio preliminar 1.
Os valores de permeabilidade à água e ao óleo durante o ensaio de dano foram
calculados segundo a equação 3.8 do capítulo 3, para fluxo radial e podem ser vistos na
tabela 5.3 e 5.4.
Tabela 5.3: Valores de permeabilidades relativas à água do ensaio preliminar 1.
Vazão (ml/min)
P
1
(psi)
P
2
(psi) P
3
(psi) P
4
(psi) P
médio
(psi)
K
a
(mD)
1 0,12 0,12 0,10 0,11 0,11 461,17
1,5 0,14 0,13 0,11 0,12 0,13 622,59
2 0,15 0,14 0,12 0,13 0,14 768,62
2,5 0,17 0,15 0,13 0,14 0,15 879,36
3 0,18 0,16 0,14 0,15 0,16 988,23
3,5 0,19 0,17 0,15 0,16 0,17 1084,11
4 0,20 0,18 0,16 0,17 0,18 1169,18
Tabela 5.4: Valores de permeabilidades relativas ao óleo do ensaio preliminar 1.
Vazão (ml/min)
P
1
(psi)
P
2
(psi) P
3
(psi) P
4
(psi) P
médio
(psi)
K
o
(mD)
1 0,29 0,26 0,26 0,26 0,27 465,48
1,5 0,3 0,28 0,28 0,27 0,28 661,15
2 0,31 0,29 0,29 0,28 0,29 851,40
2,5 0,33 0,3 0,29 0,29 0,30 1029,07
3 0,34 0,32 0,32 0,31 0,32 1158,30
3,5 0,35 0,34 0,33 0,34 0,34 1281,80
4 0,36 0,35 0,35 0,36 0,36 1403,01
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
75
Os valores de fator de skin e permeabilidade de dano foram calculados de acordo
com as equações 3.14 e 3.21 do capitulo 3. O raio de dano (r
s
) em todos os ensaios foi
considerado igual ao raio externo (r
e
). Os valores encontrados podem ser visualizados
na tabela 5.5 e 5.6.
Tabela 5.5: Valores de permeabilidades de dano após o flow back do ensaio
preliminar 1.
Vazão (ml/min)
P
1
(psi)
P
2
(psi) P
3
(psi) P
4
(psi) P
médio
(psi)
K
s
(mD)
1 0,27 0,28 0,28 0,28 0,28 228,47
1,5 0,37 0,36 0,37 0,38 0,37 286,25
2 0,46 0,45 0,46 0,46 0,46 332,05
2,5 0,55 0,53 0,55 0,55 0,55 367,31
3 0,62 0,62 0,63 0,63 0,63 394,25
3,5 0,70 0,71 0,71 0,71 0,71 416,05
4 0,80 0,81 0,81 0,79 0,80 430,30
Tabela 5.6: Valores de fator de skin e redução de permeabilidade preliminar 1.
Vazão (ml/min) Fator de Skin
(K
o
-
K
s
)/K
o
(%)
1 1,10 50,92
1,5 1,39 56,70
2 1,67 61,00
2,5 1,92 64,31
3 2,06 65,96
3,5 2,22 67,54
4 2,41 69,33
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
76
Na tabela 5.6 podem ser visto os valores percentuais de redução de
permeabilidade depois do ensaio de dano. Para a vazão de 4 ml/min a redução de
permeabilidade foi de 69,33%.
A figura 5.7 mostra as curvas de permeabilidades relativas e redução de
permeabilidade após o ensaio de dano versus vazão.
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
200
400
600
800
1000
1200
1400
Ka Ko Ks (Ko-Ks)/Ks
Vazão(ml/min)
Permeabilidades (mD)
50
52
54
56
58
60
62
64
66
68
70
Redução de permeabilidade-(Ko-Ks)/Ks (%)
Figura 5.7: Curvas de permeabilidades e desvio relativo versus vazão do ensaio
preliminar 1.
Ensaio preliminar 2
As figuras 5.8 e 5.9 mostram o corpo de prova saturado com salmoura e N-
Parafina, respectivamente. Procurou-se manter as mesmas condições empregadas no
estudo tomográfico do ensaio preliminar 1. O corpo de prova foi dividido em 24 seções
e os números tomográficos (CT) variam de 700 a 1500.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
77
Figura 5.8: Corpo de prova 100 % saturado com salmoura no ensaio preliminar 2.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
78
Figura 5.9: Corpo de prova saturado com N-Parafina em saturação residual de
salmoura no ensaio preliminar 2.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
79
A tabela 5.7 traz os valores de porosidades encontrados no corpo de prova antes
da fase de saturação com N-Parafina segundo a equação 4.3.
Tabela 5.7: Valores de porosidade por seção do ensaio preliminar 2.
Seção
Profundidade
(mm)
Porosidade
(%)
1 0 27,00
2 3 29,00
3 6 28,00
4 9 28,00
5 12 28,00
6 15 27,00
7 18 27,00
8 21 27,00
9 24 27,00
10 27 27,00
11 30 28,00
12 33 28,00
13 36 28,00
14 39 28,00
15 42 28,00
16 45 28,00
17 48 28,00
18 51 28,00
19 54 29,00
20 57 29,00
21 60 29,00
22 63 30,00
23 66 30,00
24 69 30,00
Valor médio 28,00
Na figura 5.9 foi possível visualizar áreas com baixas densidades no corpo de
prova das seções entre 44,95 mm a 68,95 mm. Esta parte do corpo de prova fica na
região do dreno inferior da célula de interação rocha fluido. Estes “buracos” ocorreram
pelo arrastamento das areias durante as fases de leituras de permeabilidade à água e
saturação com N-Parafina.
A fase de leitura de permeabilidade relativa à água teve que ser retirada dos
próximos ensaios para que não ocorressem migrações de areia no corpo de prova.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
80
Na tabela 5.8 são apresentados os valores médios de saturação de salmoura e N-
parafina nas diferentes seções do corpo de prova, obtidos segundo a equação 4.8, assim
como o valor médio de saturação.
Tabela 5.8: Valores médios de saturação de salmoura e N-Parafina ao longo do
corpo de prova do ensaio preliminar 2.
Seção
Profundidade
(mm)
Saturação
NaCl (%)
Saturação N-
Parafina( %)
1 0 100 65,58
2 3 100 70,38
3 6 100 62,79
4 9 100 57,02
5 12 100 50,28
6 15 100 51,58
7 18 100 53,01
8 21 100 59,57
9 24 100 65,76
10 27 100 63,50
11 30 100 61,44
12 33 100 66,58
13 36 100 75,50
14 39 100 72,19
15 42 100 77,98
16 45 100 -
17 48 100 -
18 51 100 -
19 54 100 -
20 57 100 -
21 60 100 -
22 63 100 -
23 66 100 -
24 69 100 -
Valor médio 100 63,54
A figura 5.10 traz as seções tomográficas do corpo de prova durante a fase de
injeção do fluido THIXCARB com carbonato de cálcio (CaCO
3
). Após a fase de injeção
foi realizada a limpeza (flow back) do corpo de prova. A figura 5.11 mostra as imagens
tomográficas após a limpeza do corpo de prova.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
81
Figura 5.10: Corpo de prova invadido por fluido de perfuração com CaCO
3
no ensaio
preliminar 2.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
82
Figura 5.11: Corpo de prova após flow back com N-Parafina no ensaio preliminar 2.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
83
Análise qualitativa da invasão do fluído de perfuração com CaCO
3
do ensaio
preliminar 2.
A avaliação qualitativa de invasão do fluido de perfuração com carbonato de
cálcio deste ensaio, também foi realizada através da subtração pixel a pixel das imagens
obtidas durante a fase de saturação em N-Parafina e a fase de injeção do fluido
THIXCARB com CaCO
3
.
Na figura 5.12 pode ser visto a subtração das fases anteriores. A invasão do fluido
de perfuração com CaCO
3
está destacada na cor azul-claro.
A figura 5.13 traz a subtração das imagens das fases de flow back e saturação em
N-Parafina.. As seções 24,00 mm e 42,00 mm mostram pontos amarelos devido a
invasão do CaCO
3
. Não foi possível na fase de limpeza a total retirada destes sólidos.
Das seções 48,00 a 69,00 mm pode ser visto a região desmoronamento do corpo de
prova.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
84
Figura 5.12: Diferença entre as imagens adquiridas nas fases de injeção do fluido de
perfuração com CaCO
3
e saturação com N-Parafina em saturação residual de salmoura
do ensaio preliminar 2.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
85
Figura 5.13: Diferença entre as imagens adquiridas nas fases após flow back com N-
Parafina e saturação com N-Parafina em saturação residual de salmoura do ensaio
preliminar 2.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
86
Análise quantitativa das permeabilidades relativas, fator de skin e
permeabilidade de dano do ensaio preliminar 2.
As tabelas 5.9 a 5.11 trazem os valores de permeabilidades relativas da fase água
e óleo e permeabilidade de dano.
Tabela 5.9: Valores de permeabilidades relativas à água do ensaio preliminar 2.
Vazão (ml/min)
P
1
(psi)
P
2
(psi) P
3
(psi) P
4
(psi) P
médio
(psi)
K
a
(mD)
1 0,28 0,26 0,27 0,27 0,27 192,16
1,5 0,31 0,31 0,32 0,32 0,32 247,06
2 0,35 0,36 0,36 0,36 0,36 290,25
2,5 0,39 0,41 0,4 0,4 0,40 324,26
3 0,44 0,44 0,45 0,44 0,44 351,74
3,5 0,47 0,49 0,48 0,47 0,48 380,29
4 0,50 0,53 0,52 0,51 0,52 402,97
Tabela 5.10: Valores de permeabilidades relativas ao óleo do ensaio preliminar 2.
Vazão (ml/min)
P
1
(psi)
P
2
(psi) P
3
(psi) P
4
(psi) P
médio
(psi)
K
o
(mD)
1 0,52 0,49 0,48 0,46 0,49 255,42
1,5 0,57 0,54 0,53 0,51 0,54 347,49
2 0,62 0,57 0,58 0,57 0,59 425,70
2,5 0,67 0,61 0,62 0,61 0,63 496,08
3 0,72 0,67 0,68 0,67 0,69 545,33
3,5 0,76 0,72 0,71 0,70 0,72 603,20
4 0,80 0,76 0,75 0,74 0,76 653,21
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
87
Tabela 5.11: Valores de permeabilidades de dano após o flow back do ensaio
preliminar 2.
Vazão (ml/min)
P
1
(psi)
P
2
(psi) P
3
(psi) P
4
(psi) P
médio
(psi)
K
s
(mD)
1 0,54 0,57 0,56 0,52 0,55 120,31
1,5 0,67 0,66 0,68 0,67 0,67 154,68
2 0,75 0,76 0,77 0,74 0,76 185,85
2,5 0,85 0,87 0,86 0,87 0,86 208,92
3 0,97 0,98 0,99 0,96 0,98 225,03
3,5 1,09 1,07 1,06 1,08 1,08 242,45
4 1,16 1,17 1,18 1,17 1,17 257,73
Os valores de do fator de skin e redução de permeabilidade foram calculados e
podem ser visualizados na tabela 5.12.
Tabela 5.12: Valores de fator de skin e redução de permeabilidade preliminar 2.
Vazão (ml/min) Fator de Skin
(K
o
-K
s
)/K
o
(%)
1 1,20 52,90
1,5 1,33 55,49
2 1,37 56,34
2,5 1,46 57,89
3 1,52 58,73
3,5 1,58 59,81
4 1,63 60,54
Na tabela 5.12 podem ser visto os valores de redução de permeabilidade depois do
ensaio de dano. Para a vazão de 4 ml/min a redução de permeabilidade foi de 60,54 %.
A figura 5.14 mostra as curvas de permeabilidades relativas e redução de
permeabilidade relativa versus vazão do ensaio preliminar 2.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
88
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
100
200
300
400
500
600
700
Ka Ko Ks (Ko-Ks)/Ko
Vazão (ml/min)
Permeabilidade (mD)
52
54
56
58
60
62
Redução de permeabilidade-(Ko-Ks)/Ko (%)
Figura 5.14: Curvas de permeabilidades e redução de permeabilidade versus vazão do
ensaio preliminar 2.
5.2 ENSAIO COMPLEMENTAR
Neste ensaio não foram feitas às leituras de permeabilidades à água.
O ensaio foi divido em dois testes como no anterior. No primeiro utilizou-se o
fluido de perfuração THIXCARB somente com polímeros e o segundo, o fluido
THIXCARB com polímeros mais carbonato.
Ensaio complementar 1
As imagens de saturação de salmoura e N-Parafina do corpo de prova, para as 24
seções tomografadas no ensaio principal 1, são apresentadas nas figuras 5.15 e 5.16,
acompanhadas da escala de cores associada aos números tomográficos (CT) que variou
de 1000 a 1500.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
89
Figura 5.15: Corpo de prova 100 % saturado com salmoura no ensaio complementar 1.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
90
Figura 5.16: Corpo de prova saturado com N-Parafina em saturação residual de
salmoura no ensaio complementar 1.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
91
Os valores de porosidade média por seção do ensaio complementar 1 estão
apresentados na tabela 5.13.
Tabela 5.13: Valores de porosidade por seção do ensaio complementar 1.
Seção
Profundidade
(mm)
Porosidade
(%)
1 0 34,42
2 3 34,43
3 6 34,15
4 9 34,48
5 12 34,47
6 15 34,26
7 18 34,01
8 21 33,87
9 24 33,75
10 27 33,47
11 30 33,08
12 33 32,77
13 36 32,08
14 39 31,91
15 42 31,48
16 45 31,36
17 48 31,79
18 51 31,84
19 54 31,86
20 57 32,02
21 60 31,97
22 63 32,06
23 66 32,38
24 69 32,45
Valor médio 32,93
Na tabela 5.14 são apresentados os valores médios de saturação de salmoura e N-
parafina nas diferentes seções do corpo de prova, obtidos segundo a equação 4.8, assim
como o valor médio de saturação em todo corpo de prova.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
92
Tabela 5.14: Valores médios de saturação de salmoura e N-Parafina ao longo do
corpo de prova do ensaio complementar 1.
Seção
Profundidade
(mm)
Saturação
NaCl (%)
Saturação N-
Parafina( %)
1 0 100 78,00
2 3 100 84,00
3 6 100 75,00
4 9 100 62,00
5 12 100 81,00
6 15 100 79,00
7 18 100 80,00
8 21 100 81,00
9 24 100 72,00
10 27 100 75,00
11 30 100 77,00
12 33 100 70,00
13 36 100 76,00
14 39 100 79,00
15 42 100 72,00
16 45 100 75,00
17 48 100 77,00
18 51 100 79,00
19 54 100 77,00
20 57 100 81,00
21 60 100 75,00
22 63 100 77,00
23 66 100 85,00
24 69 100 82,00
Valor médio 100 77,00
Comparando os valores médios de saturação de N-Parafina obtidos pela
tomografia (77%) com aquele obtido por diferença de massa (85%), obtêm-se um
desvio relativo de 9,4%.
A figura 5.17 traz as seções tomográficas do corpo de prova durante a fase de
injeção do fluido THIXCARB sem carbonato de cálcio (CaCO
3
). Após a fase de injeção
foi realizada a limpeza (flow back) do corpo de prova. A figura 5.18 mostra as imagens
tomográficas após a limpeza do corpo de prova.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
93
Figura 5.17: Corpo de prova invadido por fluido de perfuração sem CaCO
3
no ensaio
complementar 1.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
94
Figura 5.18: Corpo de prova após flow back com N-Parafina no ensaio complementar
1.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
95
Análise qualitativa da invasão do fluído de perfuração sem CaCO
3
do ensaio
complementar 1.
A avaliação qualitativa de invasão do fluido de perfuração sem carbonato deste
ensaio foi realizada através da subtração pixel a pixel das imagens obtidas durante nas
fases de saturação em N-Parafina e de injeção do fluido THIXCARB sem CaCO
3
.
Na figura 5.19 pode ser visto a invasão do fluido de perfuração sem CaCO
3
destacado na cor azul-claro, que invadiu todo o corpo de prova.
A figura 5.20 traz a subtração das imagens das fases de flow back e saturação em
N-Parafina. Em todas as seções podem ser visto migração de areia pra dentro do furo do
poço. Pode ser visto também que a limpeza ocorreu em todo o corpo de prova
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
96
Figura 5.19: Diferença entre as imagens adquiridas nas fases de injeção do fluido de
perfuração sem CaCO
3
e saturação com N-Parafina em saturação residual de salmoura
do ensaio complementar 1.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
97
Figura 5.20: Diferença entre as imagens adquiridas nas fases após flow back com N-
Parafina e saturação com N-Parafina em saturação residual de salmoura do ensaio
complementar 1.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
98
Análise quantitativa das permeabilidades relativas, fator de skin e
permeabilidade de dano do ensaio complementar 1.
As tabelas 5.15 e 5.16 trazem os valores de permeabilidades relativas da fase óleo
e permeabilidade de dano.
Tabela 5.15: Valores de permeabilidades relativas ao óleo do ensaio
complementar 1.
Vazão (ml/min)
P
1
(psi)
P
2
(psi) P
3
(psi) P
4
(psi) P
médio
(psi)
K
o
(mD)
1 0,24 0,23 0,23 0,24 0,24 529,86
1,5 0,25 0,26 0,25 0,25 0,25 739,71
2 0,26 0,27 0,27 0,26 0,27 939,75
2,5 0,28 0,29 0,28 0,28 0,28 1101,92
3 0,3 0,31 0,3 0,3 0,30 1234,88
3,5 0,32 0,33 0,32 0,33 0,33 1340,95
4 0,34 0,36 0,35 0,35 0,35 1423,05
Tabela 5.16: Valores de permeabilidades de dano após o flow back do ensaio
complementar 1.
Vazão (ml/min)
P
1
(psi)
P
2
(psi) P
3
(psi) P
4
(psi) P
médio
(psi)
K
s
(mD)
1 0,40 0,38 0,39 0,37 0,39 200,83
1,5 0,45 0,44 0,42 0,41 0,43 273,66
2 0,49 0,48 0,46 0,47 0,48 336,53
2,5 0,56 0,54 0,52 0,52 0,54 380,79
3 0,61 0,60 0,56 0,58 0,59 419,72
3,5 0,65 0,66 0,61 0,62 0,64 453,97
4 0,70 0,71 0,68 0,69 0,70 476,62
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
99
Os valores de do fator de skin e redução de permeabilidade foram calculados e
podem ser visualizados na tabela 5.17.
Tabela 5.17: Valores de fator de skin e redução de permeabilidade do ensaio
complementar 1.
Vazão (ml/min) Fator de Skin
(K
o
-K
s
)/K
o
(%)
1 1,74 62,10
1,5 1,81 63,00
2 1,91 64,19
2,5 2,02 65,44
3 2,07 66,01
3,5 2,08 66,15
4 2,11 66,51
Na tabela anterior pode ser visto os valores de redução de permeabilidade após o
ensaio de dano. Para a vazão de 4 ml/min, a redução de permeabilidade foi de 66,51 %.
A figura 5.21 mostra as curvas de permeabilidades relativas e redução de
permeabilidade versus vazão do ensaio complementar 1.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
100
1,01,52,02,53,03,54,0
200
400
600
800
1000
1200
1400
Ko Ks (Ko-Ks)/Ko
Vazão (ml/min)
Permeabilidade (mD)
60
62
64
66
68
70
Redução de permeabilidade-(Ko-Ks)/Ko (%)
Figura 5.21: Curvas de permeabilidades e redução de permeabilidade versus vazão do
ensaio complementar 1.
Ensaio complementar 2
As imagens de saturação de salmoura e N-Parafina do corpo de prova, para as 24
seções tomografadas no ensaio complementar 2, são apresentadas nas figuras 5.22 e
5.23, acompanhadas da escala de cores associada aos números tomográficos (CT) que
variou de 500 a 1600. Neste ensaio foi utilizado o fluido THIXCARB com carbonato de
cálcio (CaCO
3
).
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
101
Figura 5.22: Corpo de prova 100% saturado com salmoura no ensaio complementar 2.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
102
Figura 5.23: Corpo de prova saturado com N-Parafina em saturação residual de água no
ensaio complementar 2.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
103
Os valores de porosidade média por seção do ensaio complementar 2 estão
apresentados na tabela 5.18.
Tabela 5.18: Valores de porosidade por seção do ensaio complementar 2.
Seção
Profundidade
(mm)
Porosidade
(%)
1 0 33,69
2 3 33,96
3 6 33,97
4 9 33,89
5 12 33,79
6 15 33,43
7 18 33,08
8 21 32,50
9 24 32,34
10 27 32,42
11 30 32,57
12 33 32,63
13 36 32,32
14 39 32,22
15 42 32,04
16 45 32,33
17 48 32,88
18 51 33,07
19 54 33,33
20 57 33,23
21 60 33,05
22 63 32,99
23 66 33,02
24 69 33,00
Valor médio 32,99
Na tabela 5.19 são apresentados os valores médios de saturação de salmoura e N-
parafina nas diferentes seções do corpo de prova, obtidos segundo a equação 4.8, assim
como o valor médio de saturação em todo corpo de prova.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
104
Tabela 5.19: Valores médios de saturação de salmoura e N-Parafina ao longo do
corpo de prova do ensaio complementar 2.
Seção
Profundidade
(mm)
Saturação
NaCl (%)
Saturação N-
Parafina( %)
1 0 100 92,99
2 3 100 80,69
3 6 100 79,49
4 9 100 76,29
5 12 100 84,10
6 15 100 92,91
7 18 100 90,00
8 21 100 92,00
9 24 100 88,00
10 27 100 89,00
11 30 100 96,45
12 33 100 85,00
13 36 100 75,00
14 39 100 65,00
15 42 100 55,00
16 45 100 94,41
17 48 100 85,00
18 51 100 84,99
19 54 100 83,00
20 57 100 95,00
21 60 100 65,00
22 63 100 95,04
23 66 100 89,56
24 69 100 93,44
Valor médio 100 84,47
Comparando os valores médios de saturação de N-Parafina obtidos pela
tomografia (84,47%) com aquele obtido por diferença de massa (85%), obtêm-se um
desvio relativo de 0,62%.
A figura 5.24 traz as seções tomográficas do corpo de prova durante a fase de
injeção do fluido THIXCARB com carbonato de cálcio (CaCO
3
). Após a fase de injeção
foi realizada a limpeza (flow back) do corpo de prova. A figura 5.25 mostra as imagens
tomográficas após a limpeza do corpo de prova.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
105
Figura 5.24: Corpo de prova invadido por fluido de perfuração com CaCO
3
no ensaio
complementar 2.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
106
.
Figura 5.25: Corpo de prova após flow back com N-Parafina no ensaio complementar
2.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
107
Análise qualitativa da invasão do fluído de perfuração sem CaCO
3
do ensaio
complementar 2.
A avaliação qualitativa de invasão do fluido de perfuração com carbonato deste
ensaio também foi realizada através da subtração pixel a pixel das imagens obtidas
durante nas fases de saturação em N-Parafina e de injeção do fluido THIXCARB com
CaCO
3
.
Na figura 5.26 pode ser visto a invasão do fluido de perfuração com carbonato
(CaCO
3
) destacado na cor azul-claro e amarelo no corpo de prova.
A figura 5.27 traz a subtração das imagens das fases de flow back e saturação em
N-Parafina. Em todas as seções podem ser visto migração de areia pra dentro do furo do
poço. Pode ser visto também que a limpeza ocorreu em todo o corpo de prova
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
108
Figura 5.26: Diferença entre as imagens adquiridas nas fases de injeção do fluido de
perfuração com CaCO
3
e saturação com N-Parafina em saturação residual de salmoura
do ensaio complementar 2.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
109
Figura 5.27: Diferença entre as imagens adquiridas nas fases após flow back com N-
Parafina e saturação com N-Parafina em saturação residual de salmoura do ensaio
complementar 2.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
110
Análise quantitativa das permeabilidades relativas, fator de skin e
permeabilidade de dano do ensaio complementar 2.
As tabelas 5.20 e 5.21 trazem os valores de permeabilidades relativas da fase óleo
e permeabilidade de dano após flow back.
Tabela 5.20: Valores de permeabilidades relativas ao óleo do ensaio
complementar 2.
Vazão (ml/min)
P
1
(psi)
P
2
(psi) P
3
(psi) P
4
(psi) P
médio
(psi)
K
o
(mD)
1 0,42 0,43 0,41 0,42 0,42 296,47
1,5 0,47 0,48 0,46 0,47 0,47 397,40
2 0,51 0,54 0,51 0,53 0,52 476,62
2,5 0,55 0,59 0,55 0,59 0,57 546,13
3 0,61 0,63 0,61 0,64 0,62 600,08
3,5 0,66 0,68 0,67 0,69 0,68 645,64
4 0,72 0,73 0,74 0,75 0,74 677,64
Tabela 5.21: Valores de permeabilidades de dano após o flow back do ensaio
complementar 2.
Vazão (ml/min)
P
1
(psi)
P
2
(psi) P
3
(psi) P
4
(psi) P
médio
(psi)
K
s
(mD)
1 0,52 0,53 0,51 0,52 0,52 132,47
1,5 0,63 0,64 0,65 0,66 0,65 167,51
2 0,75 0,76 0,75 0,74 0,75 195,70
2,5 0,86 0,87 0,85 0,88 0,87 216,93
3 0,94 0,93 0,95 0,95 0,94 238,69
3,5 1,06 1,05 1,04 1,06 1,05 252,28
4 1,15 1,16 1,14 1,16 1,15 263,88
Os valores de do fator de skin e redução de permeabilidade foram calculados e
podem ser visualizados na tabela 5.22.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
111
Tabela 5.22: Valores de fator de skin e redução de permeabilidade do ensaio
complementar 2.
Vazão (ml/min) Fator de Skin
(K
o
-K
s
)/K
o
(%)
1 1,32 55,32
1,5 1,46 57,85
2 1,53 58,94
2,5 1,62 60,28
3 1,61 60,22
3,5 1,66 60,93
4 1,67 61,06
Na tabela anterior pode ser visto os valores de redução de permeabilidade após o
ensaio de dano. Para a vazão de 4 ml/min, a redução de permeabilidade foi de 61,06 %.
A figura 5.28 mostra as curvas de permeabilidades relativas e redução de
permeabilidade versus vazão do ensaio complementar 2.
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
550
600
650
700
Ko Ks (Ko-Ks)/Ko
Vazão (ml/min)
Permeabilidade (mD)
50
52
54
56
58
60
62
64
66
68
70
Redução de permeabilidade-(Ko-Ks)/Ko (%)
Figura 5.28: Curvas de permeabilidades e redução de permeabilidade versus vazão do
ensaio complementar 2.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
112
Comparação entre os resultados obtidos nos ensaios preliminar e
complementar.
As imagens das fases de saturação de salmoura nos ensaios preliminar e
complementar mostraram que os corpos de prova ficaram homogêneos e bem
compactados em toda a sua extensão, o que também pode ser visto na figura 5.29 que
mostra que houve linearidade nos números de CT médio por seção tomografada.
0 2 4 6 8 1012141618202224
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
Número de CT médio
Seção
PRL1 PRL2 CPL1 CPL2
Figura 5.29: Comparação entre os números de CT médio por seção dos ensaios
preliminar e complementar.
Na fase de saturação de N-Parafina do ensaio complementar 2 (figura 5.23)
ocorreu cisalhamento em algumas regiões do corpo de prova perto do dreno inferior da
célula de interação rocha fluido. Também pode ser visto que não ocorreu
desmoronamento do corpo de prova como no ensaio preliminar 2 (figura 5.9).
As imagens das fases de injeção do fluido de perfuração THIXCARB em todos os
ensaios mostraram que os corpos de prova foram totalmente invadidos. Durante a
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
113
limpeza do poço (flow back) algumas regiões do corpo de prova permaneceram com
dano, o que pode ser quantificado através da redução de permeabilidades e fator de skin.
As figuras 5.30 e 5.31 mostram a variação do fator de skin nos ensaios com fluido
de perfuração sem e com carbonato de cálcio (CaCo
3
).
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
Fator de Skin
Vazão (ml/min)
Ensaios sem CaCO
3
PRL1 CPL1
Figura 5.30: Fator de skin versus vazão dos ensaios sem CaCO
3
.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
114
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
1,2
1,3
1,4
1,5
1,6
1,7
1,8
Fator de Skin
Vazão (ml/min)
Ensaios com CaCO
3
PRL2 CPL2
Figura 5.31: Fator de skin versus vazão dos ensaios com CaCO
3
.
Reconstrução 3D do ensaio complementar.
As imagens das seções transversais da fase de saturação em N-Parafina, injeção de
fluido de perfuração e flow back do ensaio complementar foram reconstruídas
tridimensionalmente através do software ENSIGHT desenvolvido pela empresa CEI.
As figuras 5.32 a 5.37 mostram as fases citadas anteriormente para os ensaios
complementar 1 e 2.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
115
Figura 5.32: Reconstrução 3D da fase de saturação em N-Parafina antes da injeção do
fluido sem CaCO
3
do ensaio complementar 1.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
116
Figura 5.33: Reconstrução 3D da fase de injeção do fluido sem CaCO
3
do ensaio
complementar 1.
Figura 5.34: Reconstrução 3D da fase de flow back do ensaio complementar 1.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
117
Figura 5.35: Reconstrução 3D da fase de saturação em N-Parafina antes da injeção do
fluido com CaCO
3
do ensaio complementar 2.
Figura 5.36: Reconstrução 3D da fase de injeção do fluido com CaCO3 do ensaio
complementar 2.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
118
Figura 5.37: Reconstrução 3D da fase de flow back do ensaio complementar 2.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
119
6. CONCLUSÕES
A utilização da tomografia computadorizada de raios X mostrou-se uma excelente
ferramenta de avaliação qualitativa e quantitativa, tanto no controle de qualidade dos
corpos de prova e dos processos de preparação, como para obtenção das porosidades e
saturações de cada fase dos ensaios e também para a avaliação das transformações
ocorridas no corpo de prova durante os ensaios de dano.
Devido à alta velocidade na obtenção das imagens, a facilidade e a rapidez na
reconstrução das mesmas, a tomografia também se mostrou uma excelente ferramenta
para o monitoramento da invasão de fluido de perfuração em meios porosos
inconsolidados.
As fases de leitura de permeabilidade antes da invasão do fluido de perfuração e
após o ensaio de dano permitiram a quantificação da redução de permeabilidade, o que
em arenitos inconsolidados é muito difícil.
A maior redução de permeabilidade com fluido de perfuração sem carbonato de
cálcio (CaCO
3
) foi de 69,33% enquanto que para o fluido com carbonato foi de 61,06%.
As subtrações das imagens das fases antes e após os ensaios de dano e as
reconstruções 3D das mesmas, puderam revelar que mesmo com a fase de flow back o
fluido de perfuração invade o corpo de prova de forma a deixar danos irreversíveis. De
forma análoga isto também ocorre durante as perfurações de poços de petróleo e a
quantificação deste dano é muito importante para a indústria petrolífera.
O método mostrou-se eficiente para a quantificação do fator de skin que neste
trabalho foi possível perceber que este varia com a vazão. No meio petrolífero o fator de
skin é considerado constante.
O maior valor do fator de skin no ensaio com fluido de perfuração sem carbonato
foi de 2,41 enquanto que com fluido com carbonato de cálcio (CaCO
3
) foi de 1,67.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
120
Para uma análise mais apurada dos danos ocorridos com os fluidos de perfuração
com CaCO
3
e sem CaCO
3
recomenda-se um número maior de experimentos.
Nas fases de saturação também se recomenda ajustes na fase de injeção de N-
Parafina nos corpos de prova de forma a não ocorrer migrações de areia durante os
ensaios de dano. Recomenda-se ainda um sistema de aquisição dos dados durante os
ensaios de forma a se obter os perfis de saturação do meio poroso durante as fases de
saturação e podendo assim levantar as curvas de permeabilidade versus saturação.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
121
7. REFERÊNCIAS
[1] HAWKINS, M. F., “A Note on the Skin Effect”, Petroleum Transactions, AIME
v. 207, pp. 356-357, 1956.
[2] VAN EVERDIGEN, A. F., “The Skin Effect and its Influence on the Production
Capacity of a Well”, Petroleum Transactions, AIME v. 198, pp. 171-176, 1953.
[3] HURST, W., CLARK, D. J., BRAUER, E. B., “The Skin Effect in Producing
Wells”, SPE 1854, pp. 1483-1489, Nov. 1969.
[4] PETERSON, S. K., COLLEGE, M., HOLDITCH, S. A., “The Effect of Skin
Damage upon the Productivity of a Well Containing a Horizontal Borehole”, SPE
19415, pp. 143-154, Feb. 1990.
[5] MALEKZADEH, D., TIAB, D., “A New Technique for the Calculation of
Mechanical Skin Damage of Horizontal Wells Caused by the Drilling Fluids”, SPE
23788, pp. 237-246, Feb. 1992.
[6] ENGLER, T. W., OSISANYA, S., TIAB, D., “Measuring Skin While Drilling”,
SPE 29526, pp. 755-767, Apr. 1995.
[7] MORALES, R. H. et al, “Mechanical Skin Damage in Wells”, SPE 30459, pp.
275-281, Set. 1996.
[8] SANTARELLI, F. J. et al, “The Skin Factor as a Rock Mechanics Diagnostic
Tool”, SPE 47381, pp. 375-379, 1996.
[9] TOULEKIMA, S. B., MAMORA, D. D., WATTENBARGER, R. A., “The
Effect of Skin Location, Production Interval and Permeability on Performance of
Horizontal Wells”, Journal of Petroleum Science and Engineering, n. 17, pp. 63-69,
1997.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
122
[10] THOMAS, L. K. et al, “Horizontal Well IPR Calculations”, SPE 51396, pp.
392-399, Oct. 1998.
[11] McMULLAN, J. H., LARSON, T. A., “Impact of Skin Damage on Horizontal
Well Flow Distribution”, SPE 65507, pp. 1-12, 2000.
[12] YILDIZ, T., “Assessment of total Skin Factor in Perforated Wells”, SPE 82249,
pp. 1-12, 2003.
[13] FURUI, K., ZHU, D., HILL, A. D., “A Rigorous Formation Damage Skin Factor
and Reservoir Inflow Model for a Horizontal Well”, SPE 84968, pp. 151-157, Aug.
2003.
[14] YILDIZ, T., “Productivity of Horizontal Wells Completed with Screns”, SPE
88997, pp. 342-350, Oct. 2004.
[15] PARN-ANURAK, S., ENGLER, T. W., “Modeling of Fluid Filtration and Near-
Wellbore Damage along a Horizontal Well”, Journal of Petroleum Science and
Engineering, n. 46, pp. 149-160, 2005.
[16] FURUI, K., ZHU, D., HILL, A. D., “A Comprehensive Skin-Factor Model of
Horizontal-Well Completion Performance”, SPE 84401, pp. 207-220, Aug. 2005.
[17] AL-OTAIBI, A. M., OZKAN, E., “Interpretation of Skin Effect from Pressure
Transient Tests in Horizontal Wells”, SPE 93296, pp. 1-16, 2005.
[18] WANG, S. Y., ARYAL, S., CRYTE, C. C., “Computer Assisted Tomography
for the Observation of Oil Displacement in Porous Media”, SPE 11758, pp. 1-6, 1984.
[19] CROMWELL, V., KORTUM, D. J., BRADLEY, D. J., “The Use Medical
Computer Tomography (CT) System to Observe Multiphase Flow in Porous Media”,
SPE 13098, pp. 1-4, 1984.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
123
[20] BERGOSH, J.L., MARKS, T.R., MITKUS, A.F., “New Core Analysis
Techniques for Naturally Fractured Reservoirs”, SPE 13653, pp. 1-8, 1985.
[21] HOVE, A., RINGEN, J.K., READ, P.A., “Visualization of Laboratory
Coreflood with the Aid of Computerized Tomography of X-Rays,” SPE 13654, pp. 1-8,
1985.
[22] WELLINTON, S. L., VINEGAR, H. J., “X-Ray Computerized Tomography”,
Journal of Petroleum Technology, pp. 885-898, Aug. 1987.
[23] WITHJACK, E. M., “Computed Tomography for Rock-Property Determination
and Fluid-Flow Visualization”, SPE 16951, pp. 696-704, Dec. 1988.
[24] HUNT, P. K., ENGLER, P., BAJSAROWICZ, C., “Computed Tomography as a
Core Analysis Toll: Applications, Instrument Evaluation, and Image Improvement
Techniques”, Journal of Petroleum Technology, pp. 1203-1210, Sep. 1988.
[25] WITHJACK, E. M., AKERVOLL, I., “Computed Tomography Studies of 3-D
Miscible Displacement Behavior in a Laboratory Five-Spot Model”, SPE 18096, pp. 1-
13, 1988.
[26] GILLILAND, R. E., COLES, M. E., “Use of CT Scanning in the Investigation of
Damage to Unconsolidated Cores”, SPE 19408, pp. 83-90, 1990.
[27] VINEGAR, H. J., DE WAAL, J. A., WELLINTON, S. L., “Technical Note – CT
Studies of Brittle Failure in Castlegate Sandstone”, Int. J. Rock Mech. Science &
Geomech. v. 28, n.5 , pp. 441-448, 1991.
[28] KRILOV et al, “Quantitative Determination of solids Invasion and Formation
Damage Using CAT Scan and Barite Suspensions”, SPE 23102, pp. 55-66, 1991.
[29] WATSON, A. T., MUDRA, J., “Characterization of Devonian Shales with X-
Ray-Computed Tomography”, SPE 22943, pp. 593-601, 1991.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
124
[30] MacALLISTER, D. J. et al, “Application of X-Ray CT Scanning to Determine
Gas/Water Relative Permeabilities”, SPE 20494, pp. 184-188, Sep.1993.
[31] PETERS, E. J., GHARBI, R., AFSAL, N., “A look at dispersion in porous media
through computed tomography imaging”, Journal of Petroleum Science and
Engineering, n. 15, pp. 23-31, 1996.
[32] BIANCO, L. C. B., Phenomena of Sand Production In Non-consolidated
Sansdtone. Ph. D. dissertation in Petroleum and Natural Gás Engineering, The
Pennsylvania State University. USA, 1999.
[33] TIAN, Z., LU, L. “Determining Petrophysical Parameters of Rock during Phase
Displacement with CT Technique”, SPE 64768, pp. 1-9, 2000.
[34] SCHEMBRE, J. M., KOVSCEK, A.R.,
“A Technique for Measuring Two-Phase
Relative Permeability in Porous Media via X-ray CT Measurements”, Journal of
Petroleum Science and Engineering, n. 39, pp. 159– 174, 2003.
[35] RIBEIRO, J. L. B., Análise do Perfil de Invasão por Sólidos Componentes do
Fluido de Perfuração em Arenitos Consolidados por tomografia computadorizada (TC)
e Fluorescência de Raios X (EDXRF). Dissertação de M.Sc., COPPE/UFRJ, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil, 2002.
[36] TAUD, H. et al, “Porosity Estimation methods by X-Ray Computed
Tomography”, Journal of Petroleum Science and Engineering, n. 47, pp. 209-217,
2005.
[37] OLIVEIRA, L. F., Tomografia Computadorizada Tridimensional por
Transmissão de Raios X na análise e caracterização de objetos volumétricos. Tese de
D. Sc., COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2002.
[38] EVANS, R. D., “The Atomic Nucleus”, chapter 3, Mc Grall-Hill book Co. Inc.,
New York, USA, 1955.
_____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
125
[39] BUSHBER, J., “Computed Tomography”. The Essential Physics of Medical
Imaging. 2 ed., chapter 13, Lippnott Williams e Wilkins, 2002.
[40] THOMAS, J. E., “Reservatórios”. Fundamentos de Engenharia de Petróleo. 1
ed., chapter 7, Editora Interciência, 2001.
[41] CAMPOS, E. F., Desenvolvimentos de Metodologias aplicadas em Estudos de
Deslocamento em Meios Porosos por TC. Dissertação de M. Sc., COPPE/UFRJ, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil, 2004.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo