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Observa-se, através da Figura 3, que houve uma grande diferença no percentual de
alunos por intervalo de notas, quando comparamos os anos de 1999 e 2001 com os anos de
2004 e 2005. Em 1999 e 2001, anos em que o processo seletivo foi composto somente por
provas escritas, dos 407 candidatos que prestaram seleção, cinco ficaram com média entre 0 a
2,0; 206 entre 2,1 a 4,0; 183 entre 4,1 a 6,0; 13 entre 6,1 a 8,0 e nenhum candidato entre 8,1 a
10,0; o que representa 1,2% – 50,6% – 45,0% – 3,2% – 0,0% respectivamente, ou seja, a
grande maioria, 95,6% dos 407 candidatos, apresentou, no processo seletivo, médias entre 2,1
e 6,0. Já para os anos de 2004 e 2005, anos em que o processo seletivo foi composto por
prova escrita e entrevista, dos 462 candidatos que prestaram seleção, quatro ficaram com
média entre 0 a 2,0; 24 entre 2,1 a 4,0; 213 entre 4,1 a 6,0; 216 entre 6,1 a 8,0 e cinco
candidatos entre 8,1 a 10,0 o que representa 0,9% – 5,2% – 46,1% – 46,8% – 1,1%
respectivamente, ou seja, a grande maioria, 96,9% dos 462 candidatos apresentaram no
processo seletivo, médias entre 4,1 e 8,0.
Pode-se observar também na Figura 3 que somente 3,2% dos candidatos que
realizaram o processo seletivo sem entrevista ficaram com média entre 6,1 e 8,0 enquanto
que, 46,8% dos candidatos que realizaram a seleção com entrevista ficaram dentro desse
intervalo de nota, ou seja, a entrevista contribuiu para a elevação do intervalo de notas dos
candidatos.
Observa-se na Tabela 2 o número de candidatos por intervalo de média no processo
seletivo com e sem entrevista, bem como uma simulação (coluna representada pelas letras
S/E) de como ficaria o número de candidatos dentro do intervalo de média, quando retira-se
da média de classificação a nota obtida na entrevista. Verifica-se na simulação para os anos de
2004 e 2005, que a nota da entrevista mudou de intervalo de média grande parte dos
candidatos, ou seja, os candidatos que ingressariam sem a entrevista (S/E) estavam no
intervalo de média entre 2,1 e 4,0 e passaram para o intervalo de média imediatamente
superior e assim sucessivamente. Pondera-se que ao se retirar do computo da média a nota da
entrevista, o número de candidatos por intervalo de média passa a ser semelhante aos anos em
que a entrevista não estava instituída no processo seletivo.
Tabela 2. Classificação do número de alunos por intervalo de médias obtidas no processo de seleção nos
anos de 1999, 2001, 2004 e 2005, Curso Técnico em Agropecuária – Colégio Agrícola de Camboriú.
Número de alunos por intervalo de média no exame de seleção
Ano Total
0 - 2 2,1 – 4,0 4,1 – 6,0 6,1 – 8,0 8,1 – 10,0
1999 222 2 108 103 9 0
2001 185 3 98 80 4 0
S/E C/E S/E C/E S/E C/E S/E C/E S/E C/E
2004 233 8 0 120 9 95 120 10 102 0 2
2005 229 2 4 85 15 124 93 18 114 0 3
Obs.: Os dados apresentados nas colunas de letras S/E representam uma simulação do número de alunos por
intervalo de média realizada no processo seletivo de 2004 e 2005 (processo seletivo com entrevista), quando se
retirou a nota atribuída na entrevista de cada candidato.
Tal fato gerou a seguinte dúvida: A entrevista permitiu que os mesmos demonstrassem
suas capacidades intelectuais e seus perfis para o Curso, ou a entrevista não apresentou um
nível de exigência compatível com o processo seletivo?
Para Toledo (1986), um programa de seleção tem por principal função introduzir na
Instituição um pessoal adequado aos objetivos da mesma, principalmente em termos de
potencial e/ou perfil. Os processos seletivos de ingresso de alunos nas Instituições Federais de