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MODELAGEM DA TRANSFERÊNCIA DE CALOR
MODELAGEM DA TRANSFERÊNCIA DE CALOR MODELAGEM DA TRANSFERÊNCIA DE CALOR
MODELAGEM DA TRANSFERÊNCIA DE CALOR
COMBINADA POR CONDUÇÃO E RADIAÇÃO EM
COMBINADA POR CONDUÇÃO E RADIAÇÃO EM COMBINADA POR CONDUÇÃO E RADIAÇÃO EM
COMBINADA POR CONDUÇÃO E RADIAÇÃO EM
ISOLANTES TÉRMICOS DE EDIFICAÇÕES
ISOLANTES TÉRMICOS DE EDIFICAÇÕESISOLANTES TÉRMICOS DE EDIFICAÇÕES
ISOLANTES TÉRMICOS DE EDIFICAÇÕES
por
Romulo Ruiz Gasparini
P
PP
Pontifícia Universidade Católica do Para
ontifícia Universidade Católica do Paraontifícia Universidade Católica do Para
ontifícia Universidade Católica do Para
P
PP
Programa de Pós
rograma de Pósrograma de Pós
rograma de Pós-
--
-Graduação em Engenharia Mecânica
Graduação em Engenharia MecânicaGraduação em Engenharia Mecânica
Graduação em Engenharia Mecânica
Mestrado em Engenharia Mecânica
Mestrado em Engenharia MecânicaMestrado em Engenharia Mecânica
Mestrado em Engenharia Mecânica
Trabalho apre
sentado como parte dos requisitos para a obtenção do título de
Mestre em Engenharia Mecânica na Pontifícia Universidade Católica do Paraná,
Curitiba, Paraná, Brasil.
Curitiba
, 28 de setembro de 2005
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TERMO DE
TERMO DE TERMO DE
TERMO DE APROVAÇÃO
APROVAÇÃOAPROVAÇÃO
APROVAÇÃO
Nome:
Nome:Nome:
Nome: Romulo Ruiz Gasparini
Titulação:
Titulação:Titulação:
Titulação: Mestre em Engenharia Mecânica
Título da Dissertação:
Título da Dissertação:Título da Dissertação:
Título da Dissertação:
MODELAGEM DA TRANSFERÊNCIA DE CALOR
COMBINADA POR CONDUÇÃO E RADIAÇÃO EM ISOLANTES
TÉRMICOS DE EDIFICAÇÕES
Banca Examinadora:
Banca Examinadora:Banca Examinadora:
Banca Examinadora:
Profa. Dra. Kátia Cordeiro Mendonça
Departamento de Engenharia Mecânica – PUCPR
Prof. Dr. Luís Mauro Moura
Orientador
Departamento de Engenharia Mecânica – PUCPR
Prof. Dr. Nathan Mendes
Departamento de Engenharia Mecânica – PUCPR
Prof. Dr. Roberto Lamberts
Departamento de Engenharia Civil – UFSC
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ii
Resumo
ResumoResumo
Resumo
Com o objetivo de reduzir o consumo de energia elétrica devido à climatização
artificial de ambientes e de se melhorar as condições de conforto térmico de
ambientes não climatizados, os materiais isolantes vem ganhando destaque na
indústria da construção civil.
Um isolante térmico utilizado sobre forros residenciais é a lã de vidro. A lã de
vidro é considerada um material semitransparente, ou seja, além de permitir a
passagem de calor por condução, permite a passagem de uma parcela de calor devido
a radiação que incide sobre este material.
Assim, neste trabalho, descreve-se um modelo numérico para a análise da
transferência de calor por condução, acoplada com a radiação, através da de vidro
localizado no interior de um ático residencial. O código numérico desenvolvido, em
linguagem FORTRAN, considera que o fluxo de calor, através do meio, ocorre em um
espaço unidimensional e em regime transiente.
A equação de transporte radiativo é desenvolvida através do método de
ordenadas discretas e a equação de difusão de calor é discretizada através do método
de volumes finitos e a solução ocorre através da técnica linha por linha ou TDMA.
Para a simulação, consideram-se dois dias distintos: o primeiro com
temperaturas elevadas, típico de verão e o segundo com temperaturas amenas, típico
de inverno.
Neste trabalho verifica-se a variação das propriedades radiativas com relação
a transferência total de calor através da de vidro. O erro e o tempo de simulação
do método numérico são analisados com o intuito de otimizar as simulações dos
casos propostos. Os resultados do modelo numérico deste problema são comparados
com simulações existentes na literatura e também são comparados com alguns
Resumo
iii
materiais utilizados na indústria da construção civil, com o intuito de demonstrar a
viabilidade de seu uso em edificações.
iv
Abstract
AbstractAbstract
Abstract
New insulation materials are being used in building industry to reduce
electric energy consumption due to presence of HVAC (Heating, Ventilation and Air
Conditioning) systems or to improve the thermal comfort of non-conditioned
environments.
An insulation material used in ceilings is the glass wool. The glass wool is
considered as a semitransparent material, because the heat transfer process will
occur by conduction and radiation.
Thus, in this work, a numerical model to analyze the coupling of conduction
heat transfer with the radiation heat transfer through the glass wool is developed.
The numerical model considers unsteady one-dimensional heat transfer through the
glass wool. in the one-dimensional space and transient state.
The radiation heat transfer equation is solved by the Discrete Ordinates
Method and the conduction heat transfer equation is solved by the finite volumes
method with the TDMA (Tri-Diagonal Matrix Algorithm) technique.
Two test cases are considered for two distinct days: first one, with high
temperatures, representing a summer day; second one, with low temperatures,
representing a winter day.
The influence of radiative properties on the total heat transfer through the
glass wool is evaluated. The accuracy and the simulation run time of the numerical
model are analyzed to optimize the method. The numerical results are compared
with other works and the heat transfer is compared for some materials used in
building industry, showing the viability of using the glass wool in buildings.
v
Dedico este trabalho aos meus pais, parentes,
professores e amigos.
vi
Agradecimentos
AgradecimentosAgradecimentos
Agradecimentos
Meus sinceros agradecimentos
Ao meu orientador, Professor Dr. Luis Mauro Moura, pela confiança, pelo
companheirismo e paciência na realização deste trabalho.
Aos professores do Programa de Pós Graduação em Engenharia Mecânica da
PUCPR, pelos ensinamentos que permitiram o amadurecimento na elaboração dos
trabalhos durante as aulas e nas pesquisas.
Aos colegas do Programa de Pós Graduação em Engenharia Mecânica da PUCPR
pelo companheirismo.
Aos meus pais, Vicente e Odete e minhas irmãs, Ingria e Natalia pelo incentivo e
apoio nas horas difíceis.
Enfim, todos aqueles que participaram de uma maneira ou outra com seu apoio e
atenção, transmitindo energia, confiança e segurança sem os quais a realização
deste trabalho seria mais difícil.
Obrigado!!!
vii
Sumário
SumárioSumário
Sumário
Termo de
Termo de Termo de
Termo de A
AA
Aprovação
provaçãoprovação
provação
i
ii
i
Resumo
ResumoResumo
Resumo
ii
iiii
ii
Abstract
AbstractAbstract
Abstract
iv
iviv
iv
Sumário
SumárioSumário
Sumário
vii
viivii
vii
Lista de Figuras
Lista de FigurasLista de Figuras
Lista de Figuras
ix
ixix
ix
Lista de Tabelas
Lista de TabelasLista de Tabelas
Lista de Tabelas
xiii
xiiixiii
xiii
Lista de Símbolos
Lista de SímbolosLista de Símbolos
Lista de Símbolos
xiv
xivxiv
xiv
Capítulo
CapítuloCapítulo
Capítulo
1
11
1
Introdução
IntroduçãoIntrodução
Introdução
1
11
1
1.1
Histórico sobre conforto térmico, Lamberts
et al.
(1997)................................ 2
1.2
Tipos de fechamentos em edificação................................................................ 3
1.3
O uso de isolação térmica em edificações ........................................................ 4
1.4
Revisão bibliográfica........................................................................................ 5
1.4.1
Transferência de calor em áticos residenciais.............................................. 6
1.4.2
Técnicas de acoplamento de condução e radiação........................................ 8
1.4.3
Transferência de calor por radiação ............................................................. 9
1.4.4
Análise de transferência de calor em paredes de edificações .................... 10
1.5
Proposta do trabalho...................................................................................... 10
Capítulo
CapítuloCapítulo
Capítulo
2
22
2
Formulação
FormulaçãoFormulação
Formulação
13
1313
13
2.1
Definição de radiação térmica ....................................................................... 14
2.2
Interação radiação matéria, Moura (2002) ................................................... 15
Sumário
viii
2.3
Equação de transferência radiativa, Moura (2002) ...................................... 16
2.3.1
Equação de transferência radiativa para geometria unidimensional e com
condição de simetria azimutal ............................................................................ 19
2.3.2
Condições de contorno para equação de transferência radiativa............... 20
2.3.3
Calor gerado internamente devido à radiação ........................................... 21
2.3.4
Fluxo de calor por radiação......................................................................... 21
2.3.5
Solução da equação de transferência radiativa: Método das Ordenadas
Discretas.............................................................................................................. 21
2.3.6
Função de fase............................................................................................. 25
2.4
Equação de balanço de energia...................................................................... 26
2.4.1
Condições de contorno para a equação de balanço de energia................... 28
2.4.2
Solução da equação de balanço de energia: método de volumes finitos..... 29
2.4.3
Método de resolução linha por linha ou TDMA.......................................... 34
Capítulo
CapítuloCapítulo
Capítulo
3
33
3
Procedimento de Simulação
Procedimento de SimulaçãoProcedimento de Simulação
Procedimento de Simulação
40
4040
40
3.1
Dados de entrada do problema...................................................................... 41
3.1.1
Propriedades termofísicas da lã de vidro ................................................... 42
3.1.2
Propriedades radiativas da lã de vidro....................................................... 42
3.1.3
Condições de contorno do problema............................................................ 43
3.2
Simulação numérica ...................................................................................... 46
Capítulo
CapítuloCapítulo
Capítulo
4
44
4
Resultados
ResultadosResultados
Resultados
50
5050
50
4.1
Análise do código numérico desenvolvido para a condução de calor ............ 51
4.2
Análise do acoplamento condução-radiação .................................................. 53
4.3
Análise de erros no método numérico ........................................................... 63
4.4
Análise do tempo de simulação do método numérico.................................... 66
4.5
Comparação do método numérico com os resultados de Harris
et al.
(2003)67
4.6
Simulação da transferência de calor através da de vidro com as
propriedades obtidas por Moura (1998).................................................................. 72
4.7
Comparativo da transferência de calor através da de vidro com alguns
materiais utilizados na construção civil ................................................................. 78
Capítulo
CapítuloCapítulo
Capítulo
5
55
5
Conclusão
ConclusãoConclusão
Conclusão
8
88
82
22
2
Referências Bibliográficas
Referências BibliográficasReferências Bibliográficas
Referências Bibliográficas
8
88
85
55
5
ix
Lista de Figuras
Lista de FigurasLista de Figuras
Lista de Figuras
Figura 1.1
Lã de vidro, Moura (1998) [22]..................................................................4
Figura 2.1
Espectro de ondas eletromagnéticas, Moura (2002) ...............................14
Figura 2.2
Perdas existentes num feixe de radiação térmica ao atravessar um
meio homogêneo, Moura (2002)...............................................................15
Figura 2.3
Processo de difusão em uma partícula, Moura (2002)............................16
Figura 2.4
Definição dos cossenos diretores
(
)
η
ξ
µ
,,
, Moura (2002) .......................18
Figura 2.5
Discretização polar em vários anéis, Ruperti (1996) ..............................19
Figura 2.6
Característica geométrica para a definição da espessura ótica..............21
Figura 2.7
Discretização da intensidade radiativa no interior de um volume.........22
Figura 2.8
Difusão de uma partícula esférica em função do diâmetro,
)754.110.4,8(
7
+=
in
e
m
µ
λ
3
=
, Moura (2002)....................................25
Figura 2.9
Volume de controle diferencial
dzdydx
, para análise da condução
de calor em coordenadas cartesianas, Incropera e DeWitt (1998) .........27
Figura 2.10
Temperatura prescrita como condição de contorno ................................29
Figura 2.11
Malha para o problema unidimensional de difusão de calor..................30
Figura 2.12
Formulação explícita da temperatura, Maliska (1995) ..........................31
Figura 2.13
Discretização numérica com um meio volume na fronteira a oeste .......33
Figura 2.14
Discretização numérica com um meio volume na fronteira a leste........34
Figura 2.15
Linha onde se aplica o método TDMA ....................................................35
Figura 3.1
Ático residencial esquemático .................................................................41
Figura 3.2
Esquemático para o procedimento de simulação da transferência de
calor .........................................................................................................44
Lista de Figuras
x
Figura 3.3
Temperatura-tempo no isolante por um dia típico de verão, Harris
et al.
(2003)..............................................................................................45
Figura 3.4
Temperatura-tempo no isolante por um dia típico de inverno, Harris
et al.
(2003)..............................................................................................46
Figura 4.1
Verificação do perfil de temperatura no meio através da utilização
do código numérico, considerando um alto valor para geração
interna .....................................................................................................52
Figura 4.2
Verificação do fluxo de calor no meio através da utilização do código
numérico, considerando um alto valor para geração interna.................53
Figura 4.3
Verificação do perfil de temperatura para
1
0
=
e
ω
=0 em função
do parâmetro de condução-radiação
N
..................................................55
Figura 4.4
Verificação do perfil de temperatura para
10
0
=
τ
e
ω
=0 em função
do parâmetro de condução-radiação
N
..................................................56
Figura 4.5
Verificação do perfil de temperatura para
1
0
=
τ
e
1,0
=
N
para
diferentes albedos....................................................................................57
Figura 4.6
Verificação do perfil de temperatura e fluxo de calor para
1
0
=
,
1,0
=
N
e
0
=
ω
.......................................................................................58
Figura 4.7
Verificação do perfil de temperatura e fluxo de calor para
1
0
=
,
1,0
=
N
e
98,0
=
ω
...................................................................................59
Figura 4.8
Comparação do fluxo de calor adimensional entre o modelo
numérico e o analítico..............................................................................60
Figura 4.9
Verificação do fluxo de calor adimensional, considerando a variação
da espessura ótica e da emissividade da superfície................................61
Figura 4.10
Verificação do fluxo de calor adimensional, considerando a variação
da espessura ótica e da função de fase....................................................62
Figura 4.11
Verificação da relação entre a condutividade térmica com a
condutividade térmica aparente em função da espessura ótica, para
diferentes emissividades da face.............................................................63
Lista de Figuras
xi
Figura 4.12
Erro no método numérico em função da função de fase, do tipo de
quadratura, do número de volumes e do número de direções do
espalhamento da radiação, considerando
37
0
=τ
e
2010,ω =
.............66
Figura 4.13
Tempo de simulação do método numérico em função da função de
fase, do tipo de quadratura, do número de volumes e do número de
direções do espalhamento da radiação, considerando
37
0
=τ
e
2010,ω =
.................................................................................................67
Figura 4.14
Fluxo de calor por condução, por radiação e fluxo total de calor para
o dia típico de verão, através do método numérico, considerando
37
0
=
τ
.....................................................................................................69
Figura 4.15
Comparação do fluxo total de calor calculado pelo método numérico
e o fluxo total de calor obtido por Harris
et al.
(2003) para o dia
típico de verão..........................................................................................70
Figura 4.16
Fluxo de calor por condução, por radiação e fluxo total de calor para
o dia típico de inverno, através do método numérico, considerando
37
0
=
τ
.....................................................................................................71
Figura 4.17
Comparação do fluxo total de calor calculado pelo método numérico
e o fluxo total de calor obtido por Harris
et al.
(2003) para o dia
típico de inverno ......................................................................................72
Figura 4.18
Fluxo de calor por condução, por radiação e fluxo total de calor para
o dia típico de verão, com as propriedades da de vidro segundo
Moura (1998), sendo a
400
0
=
..............................................................74
Figura 4.19
Fluxo de calor por condução, por radiação e fluxo total de calor para
o dia típico de inverno, com as propriedades da lã de vidro segundo
Moura (1998), sendo a
400
0
=
..............................................................75
Figura 4.20
Comparação dos fluxos de calor, considerando as propriedades da lã
de vidro segundo Harris
et al.
(2003) e segundo Moura (1998), para
o dia típico de verão.................................................................................76
Figura 4.21
Comparação dos fluxos de calor, considerando as propriedades da lã
de vidro segundo Harris
et al.
(2003) e segundo Moura (1998), para
o dia típico de inverno .............................................................................77
Lista de Figuras
xii
Figura 4.22
Simulação da transferência de calor de alguns materiais utilizados
na construção civil, para o dia típico de verão ........................................79
Figura 4.23
Simulação da transferência de calor de alguns materiais utilizados
na construção civil, para o dia típico de inverno.....................................80
xiii
Lista de Tabelas
Lista de TabelasLista de Tabelas
Lista de Tabelas
Tabela 1.1
Condutividade térmica
(
)
k
de alguns materiais de construção,
segundo Lamberts
et al.
(1997).................................................................5
Tabela 3.1
Propriedades termofísicas da lã de vidro................................................42
Tabela 3.2
Propriedades radiativas da lã de vidro ...................................................43
Tabela 4.1
Valores médios das propriedades da de vidro, segundo Moura
(1998) .......................................................................................................73
Tabela 4.2
Propriedades termofísicas de alguns materiais utilizados na
construção civil, segundo Incropera e DeWitt (1998) .............................78
Tabela 4.3
Comparativo da energia acumulada devido a transferência de calor,
para alguns materiais utilizados na construção civil .............................81
xiv
Lista de Símbolos
Lista de SímbolosLista de Símbolos
Lista de Símbolos
c
- calor específico
Kkg
J
Fo
- número de Fourier
G
- radiação incidente
2
m
W
I
- intensidade radiativa
2
m
W
o
I
- intensidade radiativa emitida pelo corpo negro
2
m
W
k
- condutividade térmica
Km
W
L
- espessura
[
]
m
n
- índice de refração
N
- parâmetro condução-radiação
x
N
- número de volumes utilizado na discretização numérica
p
- função de fase
"
adm
q
- fluxo de calor adimensional
"
cond
q
- fluxo de calor por condução
2
m
W
"
rad
q
- fluxo de calor por radiação
2
m
W
Lista de Símbolos
xv
rad
q
- calor gerado internamente devido à radiação
3
m
W
"
total
q
- fluxo total de calor
2
m
W
s
- variável de posição
cal
T
- temperatura calculada pelo método numérico
[
]
K
E
T
- temperatura no volume posterior
[
]
K
fe
T
- temperatura na face leste
[
]
K
fw
T
- temperatura na face oeste
[
]
K
máx
T
- temperatura máxima no meio
[
]
K
P
T
- temperatura no volume
[
]
K
ref
T
- temperatura de referência
[
]
K
W
T
- temperatura no volume anterior
[
]
K
x
- variável posição
[
]
m
Letras gregas
α
- difusividade térmica
s
m
2
β
- coeficiente de extinção
[
]
1
m
t
- variação do tempo
[
]
s
x
- comprimento do volume de controle
[
]
m
ε
- emissividade
φ
- ângulo azimute
η
- cosseno diretor em relação ao eixo
y
κ
- coeficiente de absorção volumétrica
[
]
1
m
λ
- comprimento da onda eletromagnética
[
]
m
µ
µ
- variável direcional
Lista de Símbolos
xvi
µ
- cosseno diretor em relação ao eixo
x
θ
- ângulo polar
ρ
- massa específica
3
m
kg
f
ρ
- absorvidade das fronteiras
σ
- constante de Stefan-Boltzmann
42
Km
W
d
σ
- coeficiente de difusão
τ
- espessura ótica
ξ
- cosseno diretor em relação ao eixo
z
ω
- albedo
- variável direcional
Sub-índices
e
- a leste do volume de controle
j
- direção da intensidade radiativa
m
- ponto central do volume
1
m
- volume de controle a leste
1
m
- volume de controle a oeste
n
- direção da intensidade radiativa
x
N
- ponto central do volume de controle a leste
p
- ponto central do volume de controle
t
- instante de tempo
t
1
t
- instante de tempo
tt
w
- a oeste do volume de controle
1
- ponto central do volume de controle a oeste
ν
- monocromático ou para um determinado comprimento de onda
1
Capítulo
CapítuloCapítulo
Capítulo
1
11
1
Introdução
IntroduçãoIntrodução
Introdução
No Brasil, o setor governamental tem investido em pesquisa, normalização e
legislação para que o consumo energético no País seja reduzido sem prejudicar nosso
conforto, evitando assim grandes investimentos em geração de energia. É o caso do
PROCEL (Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica), com
atuação em diferentes áreas da sociedade, inclusive a residencial, visando o uso
racional de energia. (Lamberts
et al.
(1997))
Segundo o PROCEL, cerca de 20% da produção nacional de energia elétrica é
utilizada em edifícios comerciais e públicos e 29% em residências. Alguns trabalhos
apontam o alto consumo de energia elétrica em condicionamento de ar no Brasil,
mostrando que esse consumo é da ordem de 48% do total em edifícios comerciais e
que em edifícios comerciais com fachadas envidraçadas podem chegar a 70% do total
durante o verão. No setor residencial, o consumo de energia para o condicionamento
de ar é da ordem de 7% do total, sendo considerado um valor baixo, mas cresce
significativamente com o aumento do poder aquisitivo da população. (Lamberts
et al.
(1997))
Cabe salientar que no condicionamento de ar o desperdício de energia é
grande e as maneiras de reduzir o consumo são fáceis e sem grandes investimentos.
O emprego de materiais com maior resistência térmica poderia representar, em
muitos casos, uma grande redução no consumo de energia elétrica em edificações
com ambientes climatizados e também representar um maior conforto dos ocupantes
Capítulo 1:
Introdução
2
de edificações sem condicionamento de ar, já que estes materiais proporcionam
maior isolamento térmico do ambiente a ser ocupado, diminuindo as trocas de calor
com o meio externo.
Por isso, analisar a transferência de calor por condução e radiação em
edificações através de sua cobertura, já que a maior parte da radiação solar incide
diretamente sobre essa parte da construção, apresenta-se como uma ferramenta
para se obter o uso racional de energia elétrica em ambientes climatizados e
melhorar o conforto térmico de ambientes não climatizados. O uso de materiais
isolantes em edificações tende-se a ser normalizado devido aos benefícios alcançados.
O acoplamento de condução e radiação para a determinação da transferência
de calor em edificações com uso de isolação térmica se faz necessário devido aos
materiais isolantes em muitos casos serem considerados como um meio
semitransparente, ou seja, permite a passagem dos dois tipos de transferência de
calor.
1.1
1.11.1
1.1 Histórico sobre conforto térmico, Lamberts
Histórico sobre conforto térmico, Lamberts Histórico sobre conforto térmico, Lamberts
Histórico sobre conforto térmico, Lamberts
et al.
et al.et al.
et al.
(1997)
(1997)(1997)
(1997)
No deserto do Colorado, Estados Unidos, os habitantes construíram suas
habitações protegidas do sol pelas encostas de pedra, de forma a sombrear a
incidência de raios solares no verão. No inverno, a inclinação mais baixa do sol,
permite sua entrada nas habitações, aquecendo-as durante o dia. O calor
armazenado nas encostas durante o dia é devolvido as habitações à noite,
promovendo o conforto térmico.
Na região setentrional da China, as edificações foram construídas
subterrâneas. A temperatura abaixo da superfície do solo é mais amena,
compensando os extremos da temperatura do ar (alta durante o dia e baixa à noite).
Com a revolução industrial, as grandes mudanças sociais, econômicas e
técnicas, mudaram totalmente o quadro de concepção de edifícios, sendo esquecidos
os conceitos de conforto térmico. Edifícios com fachadas envidraçadas e sistemas
caros e sofisticados de condicionamento de ar foram tidos como símbolo de poder. As
novas construções não sofriam mais adaptações devido às características climáticas
do local.
Capítulo 1:
Introdução
3
Devido a esta filosofia, associada com o aumento da população nos centros
urbanos, houve a grande crise de energia na cada de 1970. Para superar essa
crise, a produção de energia teve que ser aumentada. Entretanto, este aumento na
demanda de energia além de necessitar de grandes investimentos financeiros, traz
também o inconveniente de impacto ambiental causado pela implantação de novas
usinas geradoras.
Perante este quadro, a alternativa mais adequada em edificações é promover
o conforto térmico para seus habitantes, o que garante menores investimentos com
sistemas de ar condicionado.
1.2
1.21.2
1.2 Tipos de fechamentos em edificação
Tipos de fechamentos em edificaçãoTipos de fechamentos em edificação
Tipos de fechamentos em edificação
Em uma edificação, as trocas de energia (luz ou calor) entre o meio exterior e
interior têm como cerne o envoltório construtivo, que envolve o corpo humano. No
estudo deste envoltório devem-se considerar, simultaneamente, todos os fatores que
intervêm no problema. Um deles é a radiação solar, diante da quais os materiais de
construção se comportam de modo distinto. É, portanto, conveniente distinguir o
envelope construtivo em duas partes: os fechamentos opacos e os fechamentos
transparentes. A principal diferença entre os dois tipos de fechamento é justamente
sua capacidade (transparentes) ou incapacidade (opacos) de transmitir a radiação
solar para o ambiente interno. (Lamberts
et al.
(1997))
Na construção civil, os exemplos de fechamentos opacos são as alvenarias,
madeiras, coberturas e o concreto e o exemplo mais comum de fechamento
transparente é o vidro, motivo pela quais as edificações com fachadas envidraçadas
têm elevados ganhos térmicos. Grande parte dos materiais para fins de isolação
térmica, por permitir passagem de condução e de radiação, são considerados como
sendo meios semitransparentes.
A parcela de radiação transmitida para o interior atuará nas condições de
conforto de forma instantânea, sendo, portanto a principal fração dos ganhos
térmicos em ambientes.
Capítulo 1:
Introdução
4
1.3
1.31.3
1.3 O uso de isolação térmica em edificações
O uso de isolação térmica em edificaçõesO uso de isolação térmica em edificações
O uso de isolação térmica em edificações
A radiação solar é um dos mais importantes contribuintes para o ganho
térmico em edifícios, sendo que, o uso de materiais isolantes é de fundamental
importância para obtenção do conforto térmico em uma edificação.
Entre os materiais isolantes utilizados na construção civil, pode-se destacar a
de vidro. A de vidro é um material fibroso fabricado em alto forno a partir de
sílica e sódio, aglomerados por resinas sintéticas. Sua visualização em escala
microscopia é apresentada pela figura 1.1.
Figura 1.1 Lã de vidro, Moura (1998).
A lã de vidro, por ser um material com elevada porosidade, conforme pode ser
observado na figura 1.1, possui um baixo valor de condutividade térmica,
principalmente quando comparado com os demais materiais comumente utilizados
na construção civil, conforme a tabela 1.1. Como o fluxo de calor por condução é
proporcional ao valor da condutividade térmica do material, a utilização de isolantes
térmicos como a de vidro diminui o fluxo de calor por condução entre o meio
externo e o interior da edificação.
Capítulo 1:
Introdução
5
Entretanto, a condutividade térmica de materiais com elevada porosidade,
como no caso da lã de vidro, permanece baixa se este material estiver seco, ou
seja, sem a presença de umidade.
Tabela 1.1 Condutividade térmica
(
)
k
de alguns materiais de construção, segundo
Lamberts
et al.
(1997).
Material
MaterialMaterial
Material
Condutividade Térmica (W/m.K)
Condutividade Térmica (W/m.K)Condutividade Térmica (W/m.K)
Condutividade Térmica (W/m.K)
Concreto 1,500
Gesso Cartonado
0,500
Madeira 0,140
Telha de Barro 0,700
Tijolo 0,700
Vidro Comum 5,500
Lã de Vidro 0,045
O desempenho de um isolante térmico é avaliado de acordo com a resistência
térmica que ela propicia à passagem de calor. É um valor que pode ser medido em
laboratório através de ensaios adequados, forma mais usual para a especificação dos
isolantes em projetos.
No Brasil, uma das principais deficiências em isolação térmica das edificações
está nas coberturas. São inúmeros os galpões industriais e comerciais sem qualquer
tipo de isolamento térmico. Nas edificações residenciais, o desconforto com elevadas
temperaturas em ambientes cobertos com lajes e telhados são freqüentes,
principalmente no verão, ou então um consumo muito elevado na climatização
destes ambientes.
1.4
1.41.4
1.4 Revisão bibliográfica
Revisão bibliográficaRevisão bibliográfica
Revisão bibliográfica
Nesta seção, buscou-se dividir os trabalhos revisados em subseções.
Capítulo 1:
Introdução
6
1.4.1
1.4.11.4.1
1.4.1 Transferência de calor em áticos residenciais
Transferência de calor em áticos residenciaisTransferência de calor em áticos residenciais
Transferência de calor em áticos residenciais
Winiarski e O’Neal (1996) verificaram a transferência de calor por condução e
radiação, através de um ático residencial com a utilização de materiais isolantes em
diferentes pontos no interior deste ático, utilizando um modelo numérico, em regime
permanente, resolvido para cada passe de hora e com a validação dos resultados
através de um modelo experimental. Como condição de contorno, o fluxo de calor por
condução e radiação no material isolante foi igualado com o fluxo de calor por
convecção no ar do ático, para a resolução da equação de balanço de energia nesta
interface. Para se quantificar o coeficiente de transferência de calor por convecção no
interior do ático, utilizaram uma relação que considera a geometria do ático e o
sentido do fluxo de calor. Os resultados comprovaram que o menor fluxo de calor
obtido no ático foi através do posicionamento do material isolante na parte inferior
do ático residencial, ou seja, sobre a laje ou forro da residência.
Medina (2000) verificou a performance de barreiras radiantes de alumínio
juntamente com a utilização de materiais isolantes no interior de ático residencial,
através da análise da transferência de calor e de massa, sendo que a análise da
transferência de massa ocorreu devido consideração de vapor de água no ar
ambiental. A análise foi feita por modelo numérico, sendo que os resultados foram
validados através de comparação de dois modelos experimentais semelhantes. A
simulação da temperatura e do fluxo de calor no ático foi desenvolvida
iterativamente. O código computacional incluiu informações sobre o tipo de
construção do ático (funções de transferência por condução), dimensões, constantes
radiativas (absortividade e emissividade das superfícies), parâmetros de transporte
de umidade e dados referentes ao local da edificação (longitude e latitude). Os testes
foram feitos considerando uma situação de verão, sendo que, o clima no local de
estudo é o subtropical com verão quente e úmido e inverno curto. Os resultados da
simulação mostraram que a utilização de barreiras radiantes, juntamente com
materiais isolantes, reduz o fluxo de calor em até 42%, em relação a uma
configuração sem nenhum tipo de isolação térmica. Determinou-se ainda que a
disposição das barreiras radiantes, tanto fixa no telhado da edificação, quanto sobre
a laje da mesma, tem o mesmo comportamento com relação à redução no fluxo de
calor do meio externo para o interior da edificação.
Capítulo 1:
Introdução
7
Charvat
et al.
(2001) verificaram o campo de temperatura, dentro de um ático
residencial envidraçado, através de modelo desenvolvido em CFD, validando os
resultados deste modelo computacional com comparação com os resultados de um
modelo experimental. Através desta análise, foi observada que a radiação solar
incidente sobre a residência induz a uma maior transferência de calor por conveão
dentro destes espaços envidraçados, ou seja, no interior deste ático, o que demonstra
a inviabilidade da utilização deste tipo de material em regiões de clima quente.
Harris
et al.
(2003) verificaram numericamente a transferência de calor por
condução e radiação associado com os efeitos do transporte de umidade através de
um material isolante de fibra de vidro. Neste material de fibra de vidro, localizado
no interior de um ático residencial sobre a laje da residência, foi considerado um
revestimento feito por uma substância pastosa, sendo esta denominada
de resina
fenólica. Esta resina fenólica
tem como finalidade à absorção da umidade dispersa
dentro deste material isolante, mantendo este material isolante seco e contribuindo
desta forma com a melhor isolação térmica. Com a finalidade de gerar resultados
conclusivos sobre esta configuração, variou-se o peso desta resina fenólica em 5%,
10%, 15%, 20% e 40%
em relação ao peso do material isolante de fibra de vidro, mas
mantendo a densidade do conjunto (fibra de vidro + substância pastosa) constante.
Os resultados foram apresentados para um dia típico de verão, ou seja, com elevadas
temperaturas e para um dia típico de inverno. Para a situação com elevada
temperatura, com o aumento do peso do revestimento da resina fenólica sobre o
material isolante, houve uma diminuição no fluxo de calor através do meio devido ao
maior poder de absorção de umidade. As equações básicas de espécie, difusão de
calor e transporte radiativo foram resolvidas simultaneamente através de um código
computacional próprio, em regime transiente aplicando um volume de controle
unidimensional no material isolante e utilizando o método de diferenças finitas.
Para a resolução das equações governantes através do material isolante, considerou-
se que o telhado da residência, na parte superior do ático, estava em um plano
paralelo em relação ao material isolante, o que implica em uma simplificação na
solução numérica. As propriedades radiativas e térmicas do material isolante,
usadas no modelo numérico, foram assumidas como sendo constantes com exceção
da condutividade rmica, onde seu valor sofria variação em função da temperatura
Capítulo 1:
Introdução
8
do meio. A equação de transporte radiativo foi resolvida de maneira acoplada a
equação de difusão de calor, ou seja, como sendo um termo fonte. Para a resolução
da equação de transporte radiativo, o material isolante foi considerado como sendo
isotrópico, ou seja, a difusão de radiação no interior deste material é idêntica em
todas as direções no plano. Como condição de contorno, o fluxo de calor por condução
no material isolante foi igualado ao fluxo de calor por convecção no ar do ático, para
a resolução da equação de difusão de calor nesta interface. Dados experimentais de
temperatura (acima e abaixo do isolante e do ar no ático) e de umidade relativa
(acima e abaixo do isolante) foram utilizados como condições de contorno para a
resolução numérica das equações básicas.
1.4.2
1.4.21.4.2
1.4.2 Técnicas de acoplamento de condução e radiação
Técnicas de acoplamento de condução e radiaçãoTécnicas de acoplamento de condução e radiação
Técnicas de acoplamento de condução e radiação
Houston e Korpela (1982) analisaram numericamente a transferência de
calor por condução e radiação através de isolantes de fibra de vidro localizado entre
duas superfícies opacas e isotérmicas. Para a resolução do acoplamento da condução
e radiação foi utilizada uma solução iterativa para a equação de balanço de energia e
o método de ordenadas discretas para a solução da equação de transferência
radiativa. Os resultados obtidos para o fluxo total de calor através da solução
numérica foram validados através de medidas experimentais.
Kinoshita (1982) verificou, teoricamente e experimentalmente, a
transferência de calor por condução e radiação em materiais com alta porosidade,
sendo que, estes materiais, absorvem, emitem e difundem anisotropicamente, ou
seja, o espalhamento da radiação no interior deste material não é uniforme. Para a
resolução dos sistemas de equações, foi considerado um meio unidimensional
fechado entre duas superfícies cinzentas isotérmicas.
Glass
et al.
(1986) verificaram a transferência de calor em regime transiente
e permanente por condução e radiação em um meio semitransparente usando fluxo
de calor como condição de contorno.
Nicolau (1995) analisou a transferência de calor por condução e radiação e
determinou o perfil de temperatura em um meio semitransparente plano, sendo que,
considerou-se que este meio apresenta emissão, absorção e difusão isotrópica, ou
Capítulo 1:
Introdução
9
seja, o espalhamento da radiação no interior deste meio é uniforme. A análise da
equação de balanço de energia foi em regime permanente e sua solução foi através
de um método iterativo e a solução da equação de transferência radiativa foi feita
utilizando a técnica de diferenças finitas aplicadas aos vários pontos do meio.
Siewert (1995) utilizou o método iterativo de Newton para desenvolver uma
solução para problemas não-lineares de transferência de calor por condução e
radiação em regime permanente. Para a resolução da equação de transferência
radiativa, o meio foi considerado como sendo anisotrópico.
Heinemann e Caps (1996) estudaram teoricamente e experimentalmente a
transferência de calor por condução e radiação em um material de baixa densidade.
Este material, o aerogel, está sendo desenvolvido para substituir o vidro na
construção civil em função de sua baixa condutividade térmica associada ao fato de
reduzir a transferência de calor por condução.
Lan
et al.
(2000) calcularam a transferência de calor por condução e radiação
através de um meio participante bidimensional. Para o acoplamento da formulação
integral de transferência radiativa na equação de balanço de energia foram
utilizadas as seguintes técnicas: a quadratura de Chebyshev-Gauss-Lobatto e o
método espectral.
Furmanski e Wisniewski (2002) analisaram experimentalmente a
transferência de calor por condução e radiação em isolantes térmicos fibrosos
destinados a altas temperaturas. Neste material isolante foram colocadas chapas de
alumínio em linhas paralelas. Para a cnica experimental, uma superfície foi
irradiada enquanto a outra foi refrigerada através de escoamento de ar.
1.4.3
1.4.31.4.3
1.4.3 Transferência de calor por radiação
Transferência de calor por radiaçãoTransferência de calor por radiação
Transferência de calor por radiação
Heaslet e Warming (1964) verificaram numericamente a transferência de
calor por radiação em meio cinzento cartesiano unidimensional separado por
paredes opacas aquecidas, sendo que, este meio era não isotérmico. A técnica
utilizada permite uma avaliação precisa de erros na solução numérica das equações
governantes.
Andersen e Dyrbol (1997) compararam a transferência de calor por radiação
Capítulo 1:
Introdução
10
em isolantes fibrosos para temperatura ambiente. A transferência de calor radiativa
foi resolvida pelo método de esferas harmônicas em um modelo unidimensional. A
discretização do sistema de equações governantes foi feita utilizando o método de
diferenças finitas.
1.4.4
1.4.41.4.4
1.4.4 Análise de transferência de calor em paredes de edificações
Análise de transferência de calor em paredes de edificaçõesAnálise de transferência de calor em paredes de edificações
Análise de transferência de calor em paredes de edificações
Merrikh e Mohamad (2000) analisaram a transferência de calor por
convecção em cavidades constituídas por um meio poroso, através de solução
numérica das equações em um modelo bidimensional. Neste trabalho observaram
que a transferência de calor diminuía com o aumento da porosidade da cavidade.
Brito Filho (2001) analisou a transferência de calor por condução em regime
transiente em uma parede residencial, considerando que esta residência se
localizava em uma região de clima frio. O sistema de equações foi resolvido
numericamente pelo método dos elementos finitos, considerando um modelo
unidimensional. O material considerado nesta parede residencial foi à alvenaria,
sendo que na parte exterior da parede considerou-se uma camada de material
isolante com o intuito de reduzir o fluxo de calor entre o interior da residência e o
meio ambiente. Como esta medida também reduz o fluxo de energia solar para o
interior da residência, foi proposto um arranjo dotado de dois discos metálicos, sendo
um localizado na face exterior da parede e o outro localizado na face interior da
parede. Estes dois discos metálicos foram acoplados pelo centro por um tubo com
elevada condutividade térmica para promover o fluxo de calor entre o meio ambiente
e a parte interior da residência, devido à radiação solar. Os resultados mostraram
que, apesar do fluxo de calor ter sido baixo, com essa técnica, haverá ganho de calor
no interior da residência em horários com incidência solar.
1.5
1.51.5
1.5 Proposta do trabalho
Proposta do trabalhoProposta do trabalho
Proposta do trabalho
A proposta deste presente trabalho é verificar numericamente a transferência
de calor através de um material isolante localizado no interior de um ático
residencial, sendo que este ático é constituído na sua parte superior por um telhado,
Capítulo 1:
Introdução
11
do tipo duas águas, feito em material cerâmico e na sua parte inferior por uma laje
feita em concreto. Para a quantificação da transferência de calor, as paredes e a base
junto ao solo da residência são consideradas como sendo superfícies adiabáticas, ou
seja, não trocam calor com o meio externo. Com o intuito de reduzir o fluxo de calor
entre o meio exterior e o interior da residência, propõem-se em posicionar um
material isolante do tipo de vidro sobre a laje da residência, pois segundo os
resultados de Winiarski e O’Neal (1996), é através desta configuração que se obtém
menores trocas térmicas.
A análise do fluxo de calor ocorre ao longo do material isolante, um meio
semitransparente, onde é necessário à análise da condução e da radiação. Como
condições de contorno para a resolução das equações de balanço de energia e de
transferência radiativa são utilizadas as temperaturas prescritas obtidas por Harris
et al.
(2003). A questão da geometria do ático residencial não é considerada na
solução deste problema, pois as condições de contorno de Harris
et al.
(2003) foram
obtidas a partir de medições experimentais em um ático.
A resolução utilizada neste trabalho segue o proposto por Harris
et al.
(2003),
onde é feita a análise da transferência de calor por condução acoplada com a
radiação, desprezando os efeitos de convecção ao longo do meio. Os efeitos causados
pelo transporte de H
2
O no estado líquido e vapor ao longo do material isolante, são
desprezados neste trabalho.
Para a resolução numérica da transferência de calor, é seguido o proposto por
Kinoshita (1982) e Glass
et al.
(1986), onde é considerado que o meio por onde ocorre
o fluxo de calor é um espaço unidimensional e a solução é em regime transiente. O
material isolante é considerado um meio que absorve, emite e difunde
anisotropicamente a radiação. A técnica utilizada na discretização das equações de
condução é dos volumes finitos e de radiação é o método de ordenadas discretas
juntamente com volumes finitos.
Com o intuito de quantificar a condutividade térmica do material isolante
utilizado no ático residencial, utiliza-se uma equação proposta por Houston e
Korpela (1982), sendo que nesta equação, a condutividade térmica é obtida em
função da densidade e da temperatura do material isolante. A condutividade térmica
determinada, através desta equação, é utilizada na resolução da equação de balanço
Capítulo 1:
Introdução
12
de energia. As demais propriedades térmicas e as propriedades radiativas do
material isolantes são consideradas como sendo valores constantes neste trabalho
para simplificar a resolução numérica.
Os resultados obtidos neste trabalho seguem a mesma linha dos resultados
obtidos por Harris
et al.
(2003), ou seja, para um dia com elevadas temperaturas,
representando um dia típico de verão e um dia com baixas temperaturas,
representando um dia típico de inverno. Como neste trabalho, a transferência de
calor é quantificada apenas numericamente, é apresentado o resultado para o
mesmo ático utilizando materiais isolantes e sem utilizar este tipo de material,
demonstrando assim a viabilidade da utilização deste material na construção civil.
13
Capítulo
CapítuloCapítulo
Capítulo
2
22
2
Formulação
FormulaçãoFormulação
Formulação
A transferência de calor por condução combinada com a radiação através de
um meio participante que absorve, emite e difunde a radiação térmica é um
fenômeno que aparece em muitas aplicações práticas e de engenharia, segundo
Moura (2002). Exemplo deste fenômeno, dentro da indústria da construção civil, é a
isolação térmica. A análise deste fenômeno é complexa, pois a radiação incidente
sobre uma interface de um material isolante usado na construção civil é uma parte
refletida e a restante refratada para o interior do material. Em seguida, a parcela de
energia radiativa que atravessa sofre difusão (espalhamento) e então, na outra
interface, uma parcela é refletida e refratada.
Formas de transferência de calor que envolva a radiação, traz a tona,
grandezas como características espectrais de um corpo emissor ou receptor,
interação entre radiação e matéria e radiação direta e difusa. Desta forma,
apresenta-se, a seguir um resumo das propriedades radiativas dos materiais e suas
formas de determinação.
Capítulo 2:
Formulação
14
2.1
2.12.1
2.1 Definição de
Definição de Definição de
Definição de radiação
radiação radiação
radiação térm
térmtérm
térmica
icaica
ica
Um corpo emite radiação sobre o efeito de diversas excitações (térmica,
elétrica, etc.). A radiação emitida pode ser representada através de ondas
eletromagnéticas, conforme a figura 2.1.
Figura 2.1 Espectro de ondas eletromagnéticas, Moura (2002).
O espectro de ondas eletromagnéticas é composto por uma banda muito larga
de freqüências, que se subdivide em grupos, sendo que, a radiação térmica é a faixa
que influencia no conforto térmico de uma edificação.
A radiação térmica se situa na faixa entre 0,1 a 100
m
µ
do espectro de ondas
eletromagnéticas e é produzida por um corpo em função de sua temperatura. A
radiação térmica se subdivide em ultravioleta (UV) (0,1 a 0,38
m
µ
), visível (0,36 a
0,76
m
µ
) e infravermelho (IR) (0,76 a 100
m
µ
). A radiação UV (0,1 a 0,38
m
µ
) está
presente na radiação solar.
10
-14
10
-12
10
-10
10
-8
10
-6
10
-4
10
-2
10
+0
10
+2
10
+4
10
+6
λ[m]
10
23
10
20
10
18
10
15
10
13
10
10
10
7
10
5
10
2
υ[Hz]
radiação
rmica
0,1
m
µ
100
m
µ
visível
UV
radiação
smica
raios
γ
raio X
infraver-
melho
microondas ondas de rádio telefonia
Capítulo 2:
Formulação
15
2.2
2.22.2
2.2 Interação radiação maté
Interação radiação matéInteração radiação maté
Interação radiação matéria, Moura (2002)
ria, Moura (2002)ria, Moura (2002)
ria, Moura (2002)
A radiação térmica é gerada pelas emissões de ondas eletromagnéticas de um
corpo a uma determinada temperatura. Corpo ideal ou corpo negro é representado
pela equação de Stefan-Boltzmann, conforme a equação 2.1, que define a intensidade
total emitida por um corpo em função de sua temperatura, sendo que,
σ
é a
constante de Stefan-Boltzmann,
42
8
1067051,5
K
m
W
=
σ
. Corpos reais possuem
uma emissão inferior ao corpo negro.
4
Tq =
σ
(2.1)
Quando uma onda eletromagnética atravessa ou incide um meio homogêneo,
três fenômenos físicos podem ocorrer:
reflexão, absorção e transmissão
, conforme
ilustrado na figura 2.2. Estes fenômenos são função do comprimento de onda
incidente e em geral da temperatura do corpo.
Figura 2.2 Perdas existentes num feixe de radiação térmica ao atravessar um meio
homogêneo, Moura (2002).
q
T
interface
1
interface
2
q
R1
q
t
q
A
q
I
q
R2
q
T
: fluxo de calor incidente. q
R1
: fluxo de calor refletido na interface 1.
q
A
: fluxo de calor absorvido pelo meio. q
R2
: fluxo de calor refletido na interface 2.
q
t
: fluxo de calor transmitido. q
I
: fluxo de calor resultante noutro lado da parede.
Capítulo 2:
Formulação
16
A
reflexão
é a mudança de direção da onda eletromagnética ao atravessar a
interface do meio. A onda que penetra no meio será parcialmente ou completamente
transmitida. Uma parte desta onda eletromagnética transmitida pelo meio poderá
ser absorvida, sendo este fenômeno denominado de
absorção
. A
absorção
ocorre
devido à facilidade das partículas constituintes do material em dissipar energia
através do aumento da vibração destas partículas, o que gera o aumento da
temperatura.
Em meios heterogêneos, como a de vidro, ocorre outro fenômeno físico que
torna o estudo destes materiais mais complexo. A
difusão
ocorre pela mudança de
direção da onda no meio pelos processos de refração, difração, transmissão e
reflexão, conforme ilustra a figura 2.3.
Figura 2.3 Processo de difusão em uma partícula, Moura (2002).
2.3
2.32.3
2.3 Equação de transferência radiativa, Moura (2002)
Equação de transferência radiativa, Moura (2002)Equação de transferência radiativa, Moura (2002)
Equação de transferência radiativa, Moura (2002)
O estudo da transferência de calor por radiação em meios participantes é
partícula
reflexão
difração
radiação
Refração
e Transmissão
Capítulo 2:
Formulação
17
realizado através da solução da equação de transferência radiativa, considerando
um meio emissor, absorvedor e difusor com propriedades radiativas com
dependência espectral e em equilíbrio termodinâmico.
Através da equação de transferência radiativa pode-se calcular as trocas de
energia entre as interfaces (paredes, fronteiras) considerando um meio participante
(meio semitransparente). Se o meio não é participante, o problema se restringe as
trocas entre as superfícies.
A equação de transferência radiativa descreve a variação da intensidade
espectral
λ
I
em um ângulo sólido
em função da espessura ótica
τ
.
Para a obtenção da equação de transferência radiativa monocromática,
efetua-se a uma freqüência
ν
, um balanço dos mecanismos físicos de interação
radiação/meio por um feixe de radiação se propagando através de um meio que
absorve, emite e espalha:
( )
( )
( )
( )
'd,'p
4
1
+1
,,
1
4'
+
+
=
+
+
=
sITI
sIsI
d
d
o
d
d
d
ν
π
ν
ν
ν
ν
ν
ν
ν
ν
νν
ν
ν
σκ
σ
πσκ
σ
σκ
(2.2)
onde
ν
I
é a intensidade radiativa monocromática,
o
I
ν
é a intensidade radiativa do
corpo negro,
s
é a variável de posição função do sistema de coordenadas utilizado,
é a variável direcional,
ν
κ
é o coeficiente de absoão espectral,
ν
σ
d
é o
coeficiente de difusão espectral e
'
ν
p
é a função de fase espectral. A
intensidade total do corpo negro é dada pela seguinte equação:
( )
π
σ
42
Tn
TI
o
=
(2.3)
onde
σ
é a constante de Stefan-Boltzmann e
n
é o índice de refração do meio
equivalente a um meio homogêneo.
E equação da transferência radiativa se divide em quatro termos, conforme a
equação 2.2. O primeiro termo expressa a variação da intensidade radiativa no meio,
sendo este termo a determinar. O segundo termo expressa a radiação absorvida pelo
Capítulo 2:
Formulação
18
meio, sendo que essa parcela auxilia no aumento da temperatura do meio. O terceiro
termo expressa a radiação emitida em todas as direções pelas faces do meio e o
quarto termo expressa a intensidade radiativa espalhada em todas as direções,
sendo que este espalhamento é devido a difusão e a retrodifusão da intensidade
radiativa no meio
A radiação percorre uma distância no interior do meio e este percurso deve
ser projetado sobre um sistema de coordenadas. O sistema de coordenadas
cartesianas e os seus respectivos cossenos diretores
(
)
η
ξ
µ
,,
são apresentados na
figura 2.4.
Figura 2.4 Definição dos cossenos diretores
(
)
η
ξ
µ
,,
, Moura (2002).
A definição dos cossenos diretores
(
)
η
ξ
µ
,,
, em relação aos eixos
(
)
zyx ,,
, é
relacionada a seguir, nas equações 2.4, 2.5 e 2.6:
θ
µ
cos
=
(2.4)
φθαη
coscos
sin
y
==
(2.5)
y
z
x
,
sI
y
e
z
e
x
e
θ
z
α
φ
y
α
Capítulo 2:
Formulação
19
φ
θ
α
ξ
sinsin
z
=
=
cos
(2.6)
sendo que o ângulo correspondente a
θ
é o ângulo polar e o ângulo correspondente a
φ
é o ângulo de azimute. A equação 2.7 define o ângulo
p
θ
formado entre duas
direções
'
a partir dos cossenos diretores.
)'cos('11''''cos'
22
φφµµµµξξηηµµθ
+=++==
p
(2.7)
2.3.1
2.3.12.3.1
2.3.1 Equação de transferência radiativa para geometria unidimensi
Equação de transferência radiativa para geometria unidimensiEquação de transferência radiativa para geometria unidimensi
Equação de transferência radiativa para geometria unidimensional e
onal e onal e
onal e
com condição de simetria azimutal
com condição de simetria azimutalcom condição de simetria azimutal
com condição de simetria azimutal
A condição de simetria azimutal é normalmente utilizada devido à facilidade
de resolução que ela fornece a equação de transferência radiativa, quando as
condições físicas permitem. Utilizando esta condição, as variáveis tornam-se
independentes do ângulo de azimute
φ
e são constantes em torno de um cone de
ângulo sólido
centrado no eixo
x
, conforme a figura 2.5. Neste caso, a equação de
transferência radiativa, para uma geometria unidimensional cartesiana, torna-se:
(
)
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
++=+
1
0
1
0
','',','',
2
1,
,
µµµµτµµµµτ
ω
ωµτ
∂τ
µ
τ
µ
dpIdpITII
I
o
(2.8)
onde
τ
é a espessura ótica do meio,
)(
TI
o
é a intensidade de radiação emitida pelo
corpo negro à temperatura do meio,
ω
é o albedo,
p
é a função de fase e os dois
termos integrais representam o ganho por difusão para cada semi-hemisfério,
conforme ilustra figura 2.5.
Capítulo 2:
Formulação
20
Figura 2.5 Discretização polar em vários anéis, Ruperti (1996).
O albedo é um termo adimensional e é definido conforme a equação 2.9, a
seguir:
β
σ
ω
ν
d
=
(2.9)
onde o
β
representa o coeficiente de extinção. O albedo varia de zero a 1, sendo que,
quanto mais próximo de 1 for o seu valor, representa que o meio tem predominância
em difundir a radiação e quanto mais próximo de zero for o seu valor, representa que
o meio tem predominância em absorver a radiação.
O coeficiente de extinção, que representa o quanto de radiação está sendo
extinta devido a difusão de radiação no interior e a absorção do meio, é definido
conforme a equação 2.10:
ν
σ
κ
β
ν
d
+
=
(2.10)
A espessura ótica do meio é um termo adimensional, que representa a
distancia a qual a intensidade radiativa percorre ao longo do meio, sendo definida
pela equação 2.11, a seguir:
µ
<0
µ
>0
I(
τ
,
µ
)
d
ω
Capítulo 2:
Formulação
21
x
=
β
τ
(2.11)
onde o
x
representa a variação da geometria do meio de comprimento
L
, por onde
passa a radiação, conforme a figura 2.6. A espessura ótica no ponto
Lx
=
é definida
como
0
.
Figura 2.6 Característica geométrica para a definição da espessura ótica.
2.3.2
2.3.22.3.2
2.3.2 Condições de contorno para equação de transferência radiativa
Condições de contorno para equação de transferência radiativaCondições de contorno para equação de transferência radiativa
Condições de contorno para equação de transferência radiativa
Considerando como condições de contorno as faces do material isolante, tem-
se que as intensidades radiativas podem ser dadas por, segundo Harris (2003):
(
)
(
)
(
)
01,0),0(0
2
>+==
µρµρµτ
fw
o
fwfw
TInII
(2.12)
(
)
(
)
(
)
(
)
01,,
2
000
<+==
µρµτρµτττ
fe
o
fefe
TInII
(2.13)
onde
fw
ρ
é a refletividade da superfície a oeste,
fe
ρ
é a refletividade da superfície a
leste,
fw
T
e
fe
T
são respectivamente as temperaturas nas superfícies a oeste e a
leste. As condições de contorno, de ambas as faces, são divididas em dois termos,
conforme pode ser visto nas equações 2.12 e 2.13. O primeiro termo refere-se a
intensidade radiativa que chega na face e sofre reflexão especular, ou seja, em
apenas uma direção. O segundo termo refere-se a intensidade radiativa emitida pela
face, sendo que essa emissão tem intensidade igual em todas as direções, ou seja, é
uma emissão isotrópica.
2.3.3
2.3.32.3.3
2.3.3 Calor gerado internamente devido à radiação
Calor gerado internamente devido à radiaçãoCalor gerado internamente devido à radiação
Calor gerado internamente devido à radiação
A passagem da radiação no interior de um meio semitransparente, gera calor
L
x
meio
Capítulo 2:
Formulação
22
dentro deste material, sendo que esta parcela contribui para a alteração da
temperatura interna deste material. O calor gerado internamente
rad
q
é definido
pela equação 2.14:
( )
[
]
GTIq
o
rad
=
πκ
4
(2.14)
onde
G
é a radiação incidente sobre o material isolante.
2.3.4
2.3.42.3.4
2.3.4 Fluxo de calor por radiação
Fluxo de calor por radiaçãoFluxo de calor por radiação
Fluxo de calor por radiação
A passagem de calor ou fluxo de calor por radiação
"
rad
q
através de uma seção
de um meio semitransparente é definida pela equação 2.15:
=
1
1
"
),(2
µµµτπ
dIq
rad
(2.15)
onde esta equação representa a integração da intensidade radiativa
),(
µ
I
em um
determinado volume, no caso uma esfera.
2.3.5
2.3.52.3.5
2.3.5 Solução da equação de transferência radiativa: Método das
Solução da equação de transferência radiativa: Método das Solução da equação de transferência radiativa: Método das
Solução da equação de transferência radiativa: Método das O
OO
Ordenadas
rdenadas rdenadas
rdenadas
D
DD
Discretas
iscretasiscretas
iscretas
A equação de transferência radiativa é do tipo integro-diferencial de difícil
solução. Um método numérico utilizado para a resolução da equação de
transferência radiativa é o Método das Ordenadas Discretas que consiste em
subdividir o espaço em um número discreto de direções e desta forma transformar a
equação de transferência radiativa em um sistema de equações de primeira ordem
possível de ser resolvido.
A solução da intensidade radiativa no meio, conforme a equação 2.8, através
da solução pelo Método das Ordenadas Discretas, é constituída de duas etapas:
i) Uma discretização angular, sendo o termo integral substituído por uma
soma quadrática das intensidades radiativas. Desta maneira, obtém-se
um conjunto de equações diferenciais parciais de primeira ordem;
ii) Uma discretização espacial, considerando um volume de controle, para a
solução das equações parciais.
Capítulo 2:
Formulação
23
Para o cálculo da variação da intensidade radiativa, para cada direção, no
interior do volume de controle, conforme a figura 2.7, considera-se um fator de
ponderação
f
, que depende do esquema de interpolação. A relação das intensidades
radiativas entre as faces e o centro do volume é dada pela equação 2.16:
jwjejP
IffII
,,,
)1(
+=
(2.16)
Figura 2.7 Discretização da intensidade radiativa no interior de um volume.
As letras minúsculas
w
e
e
que aparecem na figura 2.7 representam,
respectivamente, as faces oeste e leste e a letra maiúscula
P
representa o centro do
volume. Esta nomenclatura é usada para a identificação do volume de controle na
discretização numérica.
Obtém-se então, a partir da equação 2.8, uma equação da intensidade
radiativa discretizada no centro do volume, utilizando a técnica de volumes finitos,
para cada direção, na seguinte forma:
(
)
jwjPj
j
jP
ISf
f
I
,,,
1
1
+
+
=
α
α
(2.17)
sendo que:
j
P
j
µ
τ
α
=
(2.18)
e o termo fonte:
( )
( )
++=
=
2
1
,,,
2
)1(
N
n
nPnjnPnjnP
o
jP
IpIpwTIS
β
ω
ω
(2.19)
Volume de controle
P
w
e
Capítulo 2:
Formulação
24
Desta forma, a intensidade radiativa para cada direção na face a leste
je,
I
é
calculada a partir das equações 2.16 e 2.17:
( )
[
]
jwjjjPj
j
je
IfSf
f
I
,,,
1
1
1
ααα
α
++
+
=
(2.20)
Na equação 2.20,
jw
I
,
é um valor conhecido e calcula-se
jP
I
,
através de
iterações, fazendo a atualização do termo fonte
jP
S
,
. As ponderações (pesos) são
representadas por
n
w
e são associadas às ordenadas
n
µ
.
Para a interpolação da intensidade radiativa no meio resolvida pela
formulação linear, que representa uma variação linear das intensidades radiativas
no interior do volume, o fator de interpolação
f
é definido como:
2
1
=
f
(2.21)
( )
( )
[
]
jwjjjPj
j
je
ISI
,,,
5.015.0
5.01
1
ααα
α
++
+
=
(2.22)
O método de solução é progressivo, conhecendo-se a intensidade radiativa
numa face do volume
jw
I
,
e utilizando a equação 2.16, calcula-se a intensidade
radiativa no centro do volume e então a intensidade na outra face
je
I
,
.
Através da técnica de ordenadas discretas, pode-se determinar o calor gerado
internamente no meio, definido na equação 2.14, a partir das intensidades
radiativas, conforme a equação 2.23:
( )
( )
+=
=
2
1
,,
,
24
N
n
nPnPn
o
Prad
IIwTIq
ππκ
(2.23)
O fluxo de calor por radiação na seção do meio, definido na equação 2.15,
utilizando as intensidades radiativas determinadas pela utilização do método das
ordenadas discretas é definido segundo a equação 2.24:
( )
nPnPn
N
n
nPrad
IIwq
=
=
,,
2
1
"
,
2
µπ
(2.24)
Capítulo 2:
Formulação
25
2.3.6
2.3.62.3.6
2.3.6 Função de fase
Função de faseFunção de fase
Função de fase
A função de fase pode ser definida como a probabilidade de espalhamento da
intensidade de radiação que vem de uma direção em outra direção
',
. A função
de fase deve respeitar a conservação de energia. Para as partículas orientadas de
forma aleatória no espaço, a função de fase depende somente do ângulo de difusão
o
θ
, formado entre a direção de incidência e a direção de difusão da intensidade
radiativa. A função de fase de materiais isolantes, como a de vidro, geralmente
apresenta um forte pico de difusão na direção de incidência da intensidade radiativa
e um pico reduzido de retro difusão demonstrando um comportamento altamente
anisotrópico, conforme a Figura 2.8:
10
-3
10
-1
10
1
10
3
0
30
60
90
120
150
180
210
240
270
300
330
10
-3
10
-1
10
1
10
3
raio = 100 µm
raio = 10 µm
raio = 0.1 µm
Figura 2.8 Difusão de uma partícula esférica em função do diâmetro,
)754.110.4,8(
7
+=
in
e
m
µ
λ
3
=
, Moura (2002).
difusão
retrodi
fusão
Capítulo 2:
Formulação
26
A função de fase de Henyey-Greenstein (HG), descrita na equação 2.25,
combinada a outras funções, pode ser empregada como uma forma de simplificar a
sua determinação. Neste trabalho, utiliza-se uma função de fase HG escrita através
de uma ponderação proposta por Nicolau (1994), conforme a equação 2.26:
( )
( )
2
3
2
2
,
cos21
1
,
o
ogHG
gg
g
gp
θ
θ
+
=
(2.25)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
22,211,21
11 fpffpffp
ogHGogHGo
+
+
=
θ
θ
θ
(2.26)
onde os parâmetros
1
g
e
2
g
influenciam na forma das funções HG (
1,gHG
p
e
2,gHG
p
)
nas direções de difusão e de retrodifusão, respectivamente. O parâmetro
1
f
é uma
ponderação ou peso entre as funções
1,gHG
p
e
2,gHG
p
e
2
f
pondera a difusão da
radiação no interior do meio.
Um caso especial de difusão no interior do meio, onde se considera que a
difusão de energia é igualmente distribuída em todas as direções é a difusão
isotrópica. Para este caso, deve ser respeitada a seguinte condição:
0
2
=
f
(2.27)
2.4
2.42.4
2.4 Equação de balanço de energia
Equação de balanço de energiaEquação de balanço de energia
Equação de balanço de energia
A equação de balanço de energia ou difusão de calor, para um volume de
controle em sistema de coordenadas cartesianas, conforme a figura 2.9, considerando
o acoplamento de condução e radiação, é dada pela equação 2.28, segundo Modest
(1993):
( )
rad
qTk
t
T
c +=
ρ
(2.28)
Capítulo 2:
Formulação
27
Figura 2.9 Volume de controle diferencial
dzdydx
, para análise da condução de calor em
coordenadas cartesianas, Incropera e DeWitt (1998).
onde
ρ
é a densidade do volume de controle,
c
é o calor específico do volume de
controle,
k
a condutividade térmica do volume de controle e
rad
q
é o termo que
representa o calor gerado internamente no volume de controle devido a passagem da
radiação, conforme definido na equação 2.14. Nota-se que a condutividade térmica
k
está em função da variação da temperatura
T
. Houston e Korpela (1982) propõem
a seguinte relação para a quantificação da condutividade rmica
P
k
ao longo da
de vidro:
ρ
553
105537,81000025,71097576,4
×+×+×=
PP
Tk
(2.29)
onde
P
T
é a temperatura do centro do volume de controle. Simplificando a equação
de difusão de calor para um espaço unidimensional na direção do eixo
x
, a
equação 2.28 torna-se:
z
q
dzz
q
+
x
q
dxx
q
+
y
q
dyy
q
+
dz
dy
dx
g
E
ac
E
x
z
y
Capítulo 2:
Formulação
28
x
q
x
T
k
t
T
c
rad
P
+
=
2
2
ρ
(2.30)
onde
x
q
rad
, que representa o calor gerado internamente devido a radiação, é
considerado um termo fonte da equação de difusão de calor. A equação 2.30 foi
proposta por Harris
et al.
(2003), para a solução da transferência de calor por
condução e radiação através de um isolante térmico em um ático residencial.
2.4.1
2.4.12.4.1
2.4.1 Condições de contorno para a equação de balanço de energia
Condições de contorno para a equação de balanço de energiaCondições de contorno para a equação de balanço de energia
Condições de contorno para a equação de balanço de energia
Para a solução da equação de difusão de calor, pode-se considerar uma
situação distinta, como condição de contorno: a temperatura prescrita.
Para esta situação, conforme ilustra a figura 2.10, para qualquer ponto do
volume onde
Lx
e independente do tempo, a temperatura será prescrita,
obedecendo à equação 2.31:
(
)
b
TtzyLT
=
,,,
(2.31)
onde
(
)
tzyLT ,,,
é a temperatura do volume na face
Lx
e
b
T
é a temperatura
prescrita ou temperatura conhecida que incide sobre a face
Lx
=
do volume.
Capítulo 2:
Formulação
29
Figura 2.10 Temperatura prescrita como condição de contorno.
2.4.2
2.4.22.4.2
2.4.2 Solução da equação de balanço de energia: método de volumes finitos
Solução da equação de balanço de energia: método de volumes finitosSolução da equação de balanço de energia: método de volumes finitos
Solução da equação de balanço de energia: método de volumes finitos
A equação 2.30 de difusão de calor acoplada com a equação 2.8, em um meio,
não tem solução analítica, sendo necessário à utilização de métodos numéricos para
se determinar o fluxo de calor através deste meio. Uma técnica bastante utilizada na
solução deste tipo de problema é o método de volumes finitos que consiste em
subdividir o meio em vários volumes, conforme a figura 2.11:
b
T
x
y
L
z
Capítulo 2:
Formulação
30
Figura 2.11 Malha para o problema unidimensional de difusão de calor.
As letras minúsculas
w
e
e
que aparecem na figura 2.11 representam, os
pontos cardeais oeste e leste e é a nomenclatura utilizada para identificar as faces
do volume de controle na discretização numérica, sendo a mesma nomenclatura
utilizada na equação de intensidade radiativa.
A malha empregada é mostrada na figura 2.11 para solução unidimensional,
sendo que, nas outras direções, as dimensões são tomadas como unitárias. A malha
adotada possui volumes idênticos em todo o domínio o que facilita o procedimento de
cálculo dos coeficientes e simplifica a aplicação das condições de contorno para a
solução do sistema de equações.
Integrando no tempo e espaço a equação 2.30 de difusão de calor, tem-se:
( ) ( )
txqt
x
T
k
x
T
kxTcxTc
Prad
we
t
P
tt
P
+
=
+
,
ρρ
(2.32)
onde
t
representa o passo de tempo,
x
o comprimento do volume de controle na
direção do fluxo de calor e
P
T
a temperatura no centro do volume de integração.
Escolhendo uma função linear para interpolação da temperatura, as
derivadas nas faces podem ser expressas da seguinte forma:
Volume elementar
para integração
w
X
e
X
W
w
e
P
E
1
x
N
Capítulo 2:
Formulação
31
e
PE
e
x
TT
x
T
=
(2.33)
w
WP
w
x
TT
x
T
=
(2.34)
onde
E
T
e
W
T
representa a temperatura no centro do volume a leste e oeste do
volume de integração, respectivamente. Como a malha empregada possui volumes
idênticos em todo o domínio, pode-se fazer a seguinte simplificação:
xxx
we
=
=
(2.35)
Para se interpolar as temperaturas do meio no tempo, utiliza-se uma
formulação explícita, conforme a figura 2.12:
Figura 2.12 Formulação explícita da temperatura, Maliska (1995).
Segundo Maliska (1995), a formulação explícita apresenta limitações na
variação do tempo
t
, na resolução numérica das temperaturas no meio. Para se
evitar distorções, devido esta limitação, deve ser obedecida a seguinte relação:
2
1
2
x
t
α
(2.36)
onde
α
é a difusividade térmica do material do meio. A difusividade térmica do
volume é definida pela equação 2.37:
c
k
P
P
ρ
α
=
(2.37)
t
tt
t
T
( )
1+
t
T
( )
t
T
Capítulo 2:
Formulação
32
O termo
2
x
t
α
é o número de Fourier do volume de integração
P
Fo
.
Substituindo as equações 2.33 e 2.34 na equação 2.32 e fazendo as devidos arranjos,
obtém-se a seguinte relação para a solução numérica perfil de temperatura através
de um meio, conforme a equação 2.38:
( )
c
x
qTFoTFoTFoT
Prad
tPPtWWtEE
t
P
ρ
+++=
+
,
)()()(
)1(
21
(2.38)
onde
)1( +tP
T
é a temperatura no centro do volume de integração no tempo
tt
,
)(tP
T
é a temperatura no centro do volume de integração no tempo
t
e
)(tE
T
e
)(tW
T
são as
temperaturas no centro do volume a leste e oeste do volume de integração no tempo
t
, respectivamente.
Após conhecer os valores do perfil de temperatura no volumes internos, pode-
se determinar o fluxo de calor por condução
"
,Pcond
q
através do volumes internos
P
,
conforme a figura 2.11, bastando apenas aplicar a lei de Fourier neste ponto,
conforme a equação 2.39 abaixo:
(
)
x
TTk
q
WEP
Pcond
=
2
"
,
(2.39)
A equação 2.38 foi deduzida para um volume interno. Todos os outros
volumes internos possuem equações idênticas. Para se obter o sistema de equações
completo é necessário obter as equações para os volumes que estão na fronteira.
Uma das maneiras de resolver este problema é criar uma malha na qual o ponto
central do volume de controle fique sobre a fronteira. Este procedimento origina um
meio volume perto da fronteira e volumes internos inteiros.
Como a solução do perfil de temperatura, através de um meio, é resolvida em
coordenadas cartesianas em um sistema unidimensional, isto se traduz em
simplificações na malha empregada, pois têm-se apenas dois meios volumes.
Com isso, para determinar o perfil de temperatura na fronteira localizada a
oeste, utilizando como condição de contorno a temperatura prescrita ou conhecida,
conforme a figura 2.13 necessita de se fazer o balanço de energia neste volume,
conforme é definido pela equação 2.40:
Capítulo 2:
Formulação
33
(
)
(
)
( )
)(1)1(1
1,
)(1)(1)(11
2
tt
rad
ttEfwt
TT
t
xcA
xAq
x
TTAk
x
TTAk
=+
+
ρ
(2.40)
Desenvolvendo a equação 2.40 e escrevendo-a de forma mais conveniente,
obtém-se:
( )
c
x
qTFoTFoTFoT
rad
tfwtEE
t
ρ
+++=
+
1,
)(111)(
)1(
1
312
(2.41)
Determinando o perfil de temperatura no volume localizado a oeste,
determina-se o fluxo de calor por condução
"
1,cond
q
neste volume, conforme a figura
2.13, aplicando a lei de Fourier, conforme a equação 2.42 abaixo:
(
)
x
TTk
q
fwE
cond
=
3
2
1
"
1,
(2.42)
Figura 2.13 Discretização numérica com um meio volume na fronteira a oeste.
Para se determinar o perfil de temperatura na fronteira a leste, conforme a
figura 2.14, utilizando como condição de contorno a temperatura prescrita ou
conhecida, basta aplicar o balanço de energia neste volume, conforme a equação 2.43
a seguir:
fw
1
E
2
x
x
V
olume de integração
Capítulo 2:
Formulação
34
( ) ( )
( )
)()1(
,
)()()(
2
tPtP
p
Nrad
tPfeNtWtPN
TT
t
xAC
xAq
x
TTAk
x
TTAk
x
xx
=+
+
ρ
(2.43)
Desenvolvendo a equação 2.43 e escrevendo-a de uma forma mais
conveniente, obtém-se:
(
)
p
Nrad
tPNfeNtWW
t
P
C
x
qTFoTFoTFoT
x
xx
ρ
+++=
+
,
)()(
)1(
312
(2.44)
Determinando o perfil de temperatura no volume localizado a leste,
determina-se o fluxo de calor por condução
"
,
x
Ncond
q
neste volume, conforme a figura
2.14, aplicando a lei de Fourier, conforme a equação 2.45 abaixo:
(
)
x
TTk
q
WfeN
Ncond
x
x
=
3
2
"
,
(2.45)
Figura 2.14 Discretização numérica com um meio volume na fronteira a leste.
2.4.3
2.4.32.4.3
2.4.3 Método de resolução linha por linha ou TDMA
Método de resolução linha por linha ou TDMAMétodo de resolução linha por linha ou TDMA
Método de resolução linha por linha ou TDMA
O método linha por linha é através de uma varredura direta em uma linha,
ou seja, facilmente aplicado a um problema de transferência de calor
unidimensional. Considere a figura 2.15 na qual será aplicado o método TDMA.
Volume de integração
W
x
N
fe
x
2
x
Capítulo 2:
Formulação
35
Segundo Maliska (1995), o problema a ser resolvido é dado pela equação 2.46:
BTATATA
WwEePp
++=
(2.46)
Figura 2.15 Linha onde se aplica o método TDMA.
Relacionando a equação 2.46, com a equação 2.38 de perfil de temperatura
nos volumes internos, têm-se as seguintes relações:
1
=
p
A
;
)1( +
=
tPP
TT
(2.47)
Ee
FoA
=
;
)(tEE
TT
=
(2.48)
Ww
FoA
=
;
)(tWW
TT
=
(2.49)
( )
c
x
qTFoB
Prad
tPP
ρ
+=
,
)(
21
(2.50)
Relacionando a equação 2.46, com a equação 2.41 de perfil de temperatura no
primeiro volume ou volume a oeste, têm-se as seguintes relações:
1=
p
A
;
)1(1 +
=
tP
TT
(2.51)
Ee
FoA
=
;
)(tEE
TT
=
(2.52)
0
=
w
A
;
0
=
W
T
(2.53)
1
m
1
m
1
+
m
x
N
Capítulo 2:
Formulação
36
( )
c
x
qTFoTFoB
rad
tfw
ρ
++=
1,
)(111
312
(2.54)
Relacionando a equação 2.46, com a equação 2.44 de perfil de temperatura no
ultimo volume ou volume a leste, têm-se as seguintes relações:
1
=
p
A
;
)1( +
=
tNP
x
TT
(2.55)
0
=
e
A
;
0
=
E
T
(2.56)
Ww
FoA
=
;
)(tWW
TT
=
(2.57)
(
)
c
x
qTFoTFoB
x
xxx
Nrad
tNNfeN
ρ
++=
,
)(
312
(2.58)
Segundo Maliska (1995), a equação 2.46 deve ser escrita de uma forma mais
conveniente para procedimentos recursivos. Com isso, tem-se que:
mmmmmmm
DTCTBTA
+
+ 11
(2.59)
Relacionando a equação 2.59 com a equação 2.46, têm-se as seguintes
relações:
pm
AA
=
;
Pm
TT
=
(2.60)
em
AB
=
;
Em
TT
=
+1
(2.61)
wm
AC
=
;
Wm
TT
=
1
(2.62)
BD
m
=
(2.63)
O objetivo do método TDMA é determinar a seguinte relação recursiva, para
se obter a temperatura em cada volume e assim construir a perfil de temperatura no
meio, segundo Maliska (1995):
mmmm
QTPT
+
=
+1
(2.64)
A relação recursiva expressa na equação 2.64 juntamente com a utilização
das condições de contorno do problema, varre a linha em um sentido, determinando
os coeficientes
P
e
Q
e quando volta, determinando os valores das temperaturas
T
em cada volume. Baixando um índice da equação 2.64 encontra-se:
111
+
=
mmmm
QTPT
(2.65)
Substituindo a equação 2.65 na equação 2.59 e isolando o índice
m
T
, conforme
a relação recursiva definida na equação 2.64, tem-se a seguinte relação:
Capítulo 2:
Formulação
37
1
1
1
1
+
+
+
+
=
mmm
mmm
m
mmm
m
m
PCA
QCD
T
PCA
B
T
(2.66)
Comparando a equação 2.63 com a relação recursiva expressa na equação,
encontram-se as seguintes relações para os coeficientes
P
e
Q
:
1
+
=
mmm
m
m
PCA
B
P
(2.67)
1
1
+
=
mmm
mmm
m
PCA
QCD
Q
(2.68)
Relacionando a equação 2.67 do coeficiente
P
e a equação 2.68 do coeficiente
Q
com a equação 2.38 de perfil de temperatura nos volumes internos, têm-se as
seguintes relações:
1
1
=
mW
E
m
PFo
Fo
P
(2.69)
( )
1
1
,
)(
1
21
+
+
=
mW
mW
Prad
tPP
m
PFo
QFo
c
x
qTFo
Q
ρ
(2.70)
As equações 2.69 e 2.70 são relações recursivas que permitem, depois de
conhecidos
1
P
e
1
Q
determinar todos os valores de
P
e
Q
. A determinação de
1
P
e
1
Q
é de fácil resolução, utilizando as equações 2.67 e 2.68. Verificando que os índices
crescem como mostrados na figura 2.15, a equação aproximada para o volume da
fronteira a oeste (volume
1
) não poderá depender de valores da variável à esquerda.
Com isso,
0
1
=
C
, conforme a equação 2.53, resultando em:
1
1
1
A
B
P =
(2.71)
1
1
1
A
D
Q
=
(2.72)
Relacionando a equação 2.71 do coeficiente
1
P
e a equação 2.72 do coeficiente
1
Q
com a equação 2.41 de perfil de temperatura no primeiro volume ou volume a
oeste, têm-se as seguintes relações:
E
FoP
=
1
(2.73)
Capítulo 2:
Formulação
38
( )
c
x
qTFoTFoQ
rad
tfw
ρ
++=
1,
)(1111
312
(2.74)
Para o outro volume localizado na fronteira a leste (volume
x
N
), sabe-se que
a equação aproximada não poderá depender da variável à direita. Com isso,
0
=
x
N
B
, conforme equação 2.56, resultando em:
0
=
x
N
P
(2.75)
1
1
+
=
xxx
xxx
x
NNN
NNN
N
PCA
QCD
Q
(2.76)
Relacionando a equação 2.76 do coeficiente
x
N
Q
com a equação 2.44 de perfil
de temperatura no ultimo volume ou volume a leste, tem-se a seguinte relação:
(
)
1
1
,
)(
1
312
+
++
=
x
x
x
xxx
x
NW
NW
Nrad
tNNfeN
N
PFo
QFo
c
x
qTFoTFo
Q
ρ
(2.77)
Substituindo as equações 2.75 e 2.77 na equação 2.64 de relação recursiva
para a determinação da temperatura em cada volume, obtém-se uma relação para a
determinação à temperatura no ultimo volume (volume
x
N
) conforme a equação
2.78:
(
)
1
1
,
)(
1
312
+
++
=
x
x
x
xxx
x
NW
NW
Nrad
tNNfeN
N
PFo
QFo
c
x
qTFoTFo
T
ρ
(2.78)
Através da varredura do volume
1
ao volume
x
N
e utilizando as relações
expressas nas equações 2.69, 2.70, 2.73, 2.74, 2.75, 2.77 e 2.78, são determinados os
coeficientes
P
e
Q
de todos os volumes e a temperatura do volume
x
N
(
)
x
N
T
. Com
isso, faz-se a inversão na varredura e utilizando a relação expressa na equação 2.64,
são determinados às temperaturas do volume
1
x
N
ao volume
1
. Este processo é
feito para cada passo de tempo, pois o problema da transferência de calor no isolante
térmico é transiente aque os valores do perfil de temperatura no meio entram em
convergência, ou seja, até que a variação da temperatura de um mesmo volume de
um tempo para o outro seja um valor extremamente baixo. Basicamente, o método
TDMA para este problema funciona da seguinte maneira:
Capítulo 2:
Formulação
39
- Calcular
1
P
e
1
Q
através das
equações 2.73 e 2.74.
- Calcular todos os
m
P
e
m
Q
com
m
de
2
até
1
x
N
através das equações 2.69 e 2.70.
- Calcular
x
N
Q
e a temperatura
x
N
T
através das equações 2.77 e 2.78.
- Calcular as temperaturas para os pontos
de
1
x
N
até
1
através da equação 2.64.
- Verificar convergência do perfil de temperatura
6
)()1(
10
+
tPtP
TT
.
não
sim
Saída de dados de temperatura.
- Variáveis iniciais do problema:
xC
p
,,
ρ
e
t
.
- Condições de contorno:
fw
T
e
fe
T
.
-
P
k
pela equação 2.29
-
P
α
pela equação 2.37
-
Prad
q
,
pela equação 2.23
Calcular:
Calcular:Calcular:
Calcular:
40
Capítulo
CapítuloCapítulo
Capítulo
3
33
3
Procedimento de Simulação
Procedimento de SimulaçãoProcedimento de Simulação
Procedimento de Simulação
Para a análise da transferência de calor por condução e radiação em regime
transiente, através de um material isolante feito em lã de vidro, localizado no
interior de um ático residencial, conforme figura 3.1, são utilizados dois códigos
computacionais desenvolvidos para esta situação em linguagem
Fortran
. O primeiro
código computacional refere-se à transferência de calor por condução, sendo que este
foi desenvolvido através da técnica de volumes finitos para este problema e o seu
procedimento de simulação é através do método de resolução linha por linha ou
TDMA, conforme descrito na seção 2.4. O segundo digo computacional refere-se à
transferência de calor por radiação, sendo que este havia sido desenvolvido por
Moura (1998), mas para este problema foram feitas simplificações, como mudança do
índice de refração e a consideração da condição de simetria azimutal no
espalhamento da radiação no interior do meio. Para o funcionamento simultâneo dos
códigos computacionais foi necessário fazer o acoplamento de ambos, sendo que,
conforme a equação 2.30 de balanço de energia, o código desenvolvido para a
transferência de calor por condução é o principal e o código desenvolvido para a
transferência de calor por radiação é o termo fonte da equação de balanço de
energia.
Capítulo 3:
Procedimento de Simulação
41
Figura 3.1 Ático residencial esquemático.
Para a resolução da equação de transferência radiativa através da lã de
vidro, utilizando o Método de Ordenadas Discretas, conforme descrito na seção 2.3.5,
o modelo é considerado com sendo uma superfície absorvedora e emissora de
radiação e a difusão da radiação no seu interior é anisotrópica.
Para efeito de simulação, são considerados dois dias distintos: o primeiro dia
com temperaturas elevadas, típico de verão e o segundo dia com temperaturas
amenas, típico de inverno, buscando assim, fazer uma aproximação com as condições
climáticas brasileiras.
3.1
3.13.1
3.1 Dados de entrada do problema
Dados de entrada do problemaDados de entrada do problema
Dados de entrada do problema
Para a resolução do problema, alguns dados relativos ao meio precisam ser
conhecidos, conforme listados a seguir, descritos em subseções.
Capítulo 3:
Procedimento de Simulação
42
3.1.1
3.1.13.1.1
3.1.1 Propriedades termofísicas da lã de vidro
Propriedades termofísicas da lã de vidroPropriedades termofísicas da lã de vidro
Propriedades termofísicas da lã de vidro
As propriedades termofísicas da lã de vidro, utilizadas para a resolução
numérica do problema, são listadas na tabela 3.1.
Tabela 3.1 Propriedades termofísicas da lã de vidro.
Propriedade
PropriedadePropriedade
Propriedade
Valor
ValorValor
Valor
Unidade
UnidadeUnidade
Unidade
Calor específico
(
)
c
844.4
Kkg
J
.
Condutividade térmica
(
)
P
k
equação 2.29
K
m
W
.
Densidade
(
)
ρ
12
3
m
kg
Os valores de
c
e
ρ
listados acima, correspondem à temperatura de 300
K
e
a pressão de 1
atm
, sendo estes valores os mesmos utilizados por Harris
et al.
(2003). Os valores de
P
k
e
P
α
são calculados em cada volume elementar no
procedimento numérico do problema.
3.1.2
3.1.23.1.2
3.1.2 Propriedades rad
Propriedades radPropriedades rad
Propriedades radiativas da lã de vidro
iativas da lã de vidroiativas da lã de vidro
iativas da lã de vidro
As propriedades radiativas da de vidro, utilizadas na resolução numérica
do problema, são listadas na tabela 3.2.
Capítulo 3:
Procedimento de Simulação
43
Tabela 3.2 Propriedades radiativas da lã de vidro.
Propried
PropriedPropried
Propriedades
adesades
ades
Valor
ValorValor
Valor
Unidade
UnidadeUnidade
Unidade
Albedo
(
)
ω
0,201 -
Coeficiente de absorção volumétrica
(
)
κ
295,63
1
m
Coeficiente de extinção
(
)
β
370
1
m
Índice de refração
(
)
n
1 -
Refletividade
(
)
f
ρ
0,05 -
Os valores de
ω
,
β
e
f
ρ
foram os utilizados por Harris
et al.
(2003) e o valor
para
n
corresponde a um material dito sem interface. Relacionando os valores de
ω
e
β
através das equações 2.9 e 2.10, respectivamente, determina-se a relação para o
valor de
κ
, conforme a equação 3.1:
ωβ
β
κ
=
(3.1)
3.1.3
3.1.33.1.3
3.1.3 Condições de contorno do problema
Condições de contorno do problemaCondições de contorno do problema
Condições de contorno do problema
As temperaturas utilizadas para a resolução da transferência de calor por
condução e radiação neste trabalho, foram obtidas por Harris
et al.
(2003) em um
modelo experimental.
Para o modelo experimental, Harris
et al.
(2003) utilizou uma residência,
conforme a figura 3.1, construída no Estado do Mississipi, região sul dos Estados
Unidos da América. As medidas das temperaturas foram feitas utilizando
termopares localizados na face superior e na face inferior de um isolante térmico do
tipo
19
R
e um sistema para aquisição dos dados de temperatura. Este sistema fez
a aquisição das temperaturas para cada intervalo de 15 minutos. Para a utilização
destes dados neste problema, estabelece que a temperatura lida na face superior é a
fw
T
e a temperatura lida na face inferior é a
fe
T
, conforme a figura 3.2.
Capítulo 3:
Procedimento de Simulação
44
Figura 3.2 Esquemático para o procedimento de simulação da transferência de calor.
As medidas das temperaturas no ático residencial, para um dia típico de
verão, foram feitas em 27 de julho de 1994. Segundo Harris
et al.
(2003), este dia foi
escolhido por causa das boas condições climáticas, como céu ensolarado e altas
temperaturas. As temperaturas para este dia são mostradas na figura 3.3.
lã de vidro
fw
T
fe
T
interior do ático residencial
forro da residência
1
m
x
N
espessura
(
)
L
x
Capítulo 3:
Procedimento de Simulação
45
0 4 8 12 16 20 24
20
24
28
32
36
40
44
48
Acima do isolante
Abaixo do isolante
27/07/1994
Temperatura (°C)
Tempo (h)
Figura 3.3 Temperatura-tempo no isolante por um dia típico de verão, Harris
et al.
(2003).
Para um dia típico de inverno, as medidas das temperaturas no ático
residencial foram feitas em 12 de janeiro de 1994. Segundo Harris
et al.
(2003), este
dia foi escolhido devido às condições climáticas favoráveis, sendo neste caso um dia
de baixas temperaturas e céu fechado. As temperaturas para este dia são mostradas
na figura 3.4.
fw
T
fe
T
Capítulo 3:
Procedimento de Simulação
46
0 4 8 12 16 20 24
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
Acima do isolante
Abaixo do isolante
12/01/1994
Temperatura (°C)
Tempo (h)
Figura 3.4 Temperatura-tempo no isolante por um dia pico de inverno, Harris
et al.
(2003).
3.2
3.23.2
3.2 Simulação numérica
Simulação numéricaSimulação numérica
Simulação numérica
Após o conhecimento dos dados de entrada do problema, o próximo passo é a
criação da malha unidimensional, conforme a figura 3.2. Segundo Moura (1998), um
número reduzido de volumes, inferior a 5, pode apresentar erros na convergência do
modelo numérico para a transferência de calor por radiação. Para evitar resultados
errôneos, adotou-se 41 volumes para a resolução numérica.
Atribuindo uma espessura média de 10 cm, para a de vidro utilizada como
material isolante em edificações e relacionando essa espessura com o número de
volumes, determina-se o comprimento do volume de controle, ou seja,
x
= 0,0024 m.
Para a solução transiente através do meio, precisa-se determinar um valor
para o intervalo de tempo
t
. O procedimento numérico desenvolvido para a
determinação do perfil de temperatura no meio foi através de uma formulação
fe
T
fw
T
Capítulo 3:
Procedimento de Simulação
47
explícita. Conforme descrito na seção 2.4.2, esta formulação apresenta limitações na
escolha de um intervalo de tempo. Para evitar problemas de convergência do perfil
de temperatura através do meio, utiliza-se a relação expressa na equação 2.36 para
a determinação do
t
. Usando as temperaturas expressas nas condições de
contorno, determina-se que utilizando
st
1
=
não haveria problemas com possíveis
distorções no perfil de temperatura, como por exemplo, a não convergência dos
resultados e coeficientes das equações negativos.
Com a criação da malha, o próximo passo é a criação da quadratura
unidimensional para a resolução da transferência radiativa. A quadratura utilizada
neste trabalho considera uma condição de simetria azimutal, conforme seção 2.3.1,
ou seja, a difusão da radiação no interior da de vidro é constante em torno de um
cone de ângulo sólido. Nesta condição, o espalhamento da difusão para o semi-
hemisfério
0
>
µ
representa a radiação transmitida para um volume posterior e o
espalhamento da difusão para o semi-hemisfério
0
<
µ
representa a radiação
refletida para um volume anterior do volume de controle a qual ocorre à análise.
O espalhamento da difusão na de vidro possui um forte pico na incidência
da intensidade radiativa, ou seja, possui um comportamento anisotrópico, conforme
a figura 2.8. Devido esta condição, concentrou um número de maior de direções ao
redor da direção de incidência da intensidade radiativa.
Definidos a malha e a quadratura, para a primeira iteração do problema é
necessário estimar uma temperatura inicial no meio para o procedimento numérico,
que a temperatura é um parâmetro a ser determinado na resolução do problema.
A temperatura inicial do meio foi estimada segundo a equação 3.2:
(
)
fw
fwfe
P
T
L
xTT
T +
=
(3.2)
Para as próximas iterações é utilizado o perfil de temperatura determinado na
iteração anterior. A intensidade radiativa, para cada volume da malha
unidimensional, é calculada através do método das ordenadas discretas, conforme a
seção 2.3.5.
Conhecidos os valores das intensidades radiativas em cada volume da malha,
pode ser feito o cálculo do calor interno gerado no meio, devido à passagem de
radiação, através equação 2.23.
Capítulo 3:
Procedimento de Simulação
48
Para a determinação do perfil de temperatura, os valores da condutividade
térmica
P
k
e da difusividade térmica
P
α
precisaram ser recalculados para cada
volume da malha unidimensional. O perfil de temperatura no meio é determinado
através do método de resolução linha por linha, conforme descrito seção 2.4.3.
O critério de convergência da temperatura, utilizado neste trabalho, em todos
os volumes do meio, é:
6
)()1(
10
+
tPtP
TT
(3.3)
Esta baixa variação expressa na equação 3.3, é respeitada para todos os 41 volumes
da malha unidimensional. Não havendo a convergência das temperaturas nos
volumes, o processo de resolução volta à determinação das intensidades radiativas,
refazendo o processo até que o perfil de temperatura respeite o critério de
convergência.
Com a determinação do perfil de temperatura, pode-se determinar o fluxo de
calor por radiação nas interfaces dos volumes, através da equação 2.24 e o fluxo de
calor por condução nas interfaces dos volumes, através das equações 2.38, 2.41 e
2.44. A passagem total de calor, nas interfaces dos volumes de controle, é a soma dos
fluxos por radiação e condução, conforme a equação 3.4:
"
,
"
,
"
, PcondPradPtotal
qqq +=
(3.4)
Este procedimento numérico é realizado para cada intervalo de 15 minutos,
obedecendo a aquisição das condições de contorno, no dia típico de verão e no dia
típico de inverno, totalizando 192 simulações. Com isso, busca-se analisar a
transferência de calor através da de vidro, com o intuito de demonstrar a
viabilidade do uso deste material na construção civil.
Basicamente, os códigos computacionais desenvolvidos para este problema
funcionam conforme o fluxograma a seguir, para cada dia:
Capítulo 3:
Procedimento de Simulação
49
-
Variáveis iniciais
do problema:
-
c
e
ρ
tabela 3.1
-
f
ρβκω
,,,
e
n
tabela 3.2
-
t
obedecer equação 2.33
-
Malha
unidimensional
-
espessura
- número de volumes
x
-
Quadratura
-
Temperatura inicial
para o meio (apenas 1° iteração)
-
Condições de contorno
do problema:
fw
T
e
fe
T
figuras 3.3 e 3.4
- Calculo das intensidades radiativas no meio através das
ordenadas discretas
seção 2.3.5
- Calculo do calor interno
Prad
q
,
devido à passagem de radiação
equação 2.23
- Calculo de
P
k
nos volumes
equação 2.29
- Calculo de
P
α
nos volumes
equação 2.37
-
Calculo do
perfil de temperatura
através de TDMA
seção
2.4.3
-
Verificar
convergência
equação 3.3
não
nãonão
não
sim
simsim
sim
-
Calcular:
-
transferência de calor por radiação
equação 2.24
-
transferência de calor por condução
equações 2.37, 2.40 e 2.43.
-
transferência total de calor
equação 3.4
-
gravar resultados
próximo tempo (15 mim)
próximo tempo (15 mim)próximo tempo (15 mim)
próximo tempo (15 mim)
fim da resolução
fim da resoluçãofim da resolução
fim da resolução
50
Capítulo
CapítuloCapítulo
Capítulo
4
44
4
Resultados
ResultadosResultados
Resultados
Apresentam-se neste capítulo, os resultados obtidos com a simulação
numérica da transferência de calor por condução e radiação através da de vidro
em comparação com os resultados da simulação de Harris
et al.
(2003) e em
comparação com a transferência de calor de alguns materiais utilizados na
construção civil, para um dia típico de verão e um dia típico de inverno. A lã de vidro
é um material altamente anisotrópico em relação ao espalhamento da radiação.
Analisa-se esta influência em relação aos dados obtidos por Harris
et al.
(2003) que
consideraram a lã de vidro como um material isotrópico, a fim de facilitar a solução
do problema numérico. Antes da demonstração dos resultados da simulação,
analisou-se a confiabilidade de ambos os códigos computacionais desenvolvidos para
este problema, os erros dos resultados obtidos para uma simulação com grande
intervalo de tempo e o tempo de simulação, em função do número de volumes, do
número de direções do espalhamento da radiação, do tipo de quadratura e da função
de fase. A análise da confiabilidade foi feita primeiramente para o código
desenvolvido para a condução de calor considerando uma geração fixa devido à
atuação da radiação no meio. Posteriormente a acoplamento de ambos os códigos.
Após a demonstração desta análise, do erro e do tempo de simulação, ocorre a
discussão dos resultados.
Capítulo 4:
Resultados
51
4.1
4.14.1
4.1 An
AnAn
Aná
áá
álise do código numéric
lise do código numériclise do código numéric
lise do código numérico
o o
o desenvolvido para a condução de
desenvolvido para a condução de desenvolvido para a condução de
desenvolvido para a condução de
calor
calorcalor
calor
Para a análise do código numérico desenvolvido para a transferência de calor
por condução em regime transiente, conforme a seção 2.4.3, foi necessária a sua
comparação com a transferência de calor por condução em regime permanente,
considerando que a radiação aparece como termo fonte, conforme a equação 4.1:
x
q
x
T
k
rad
+
=
2
2
0
(4.1)
Desenvolvendo a equação 4.1 e aplicando as seguintes condições de contorno,
conforme ilustrado na figura 3.2:
(
)
fw
TxTx
=
=
0
(4.2)
(
)
fe
TxTLx
=
=
(4.3)
onde o
x
indica a posição no meio e
L
a espessura do meio, determina-se uma
relação para o perfil de temperatura no meio, conforme a equação 4.4:
( ) ( )
(
)
fw
fwfe
rad
T
L
TTx
xL
k
xq
xT +
+=
2
(4.4)
sendo que na equação 4.4, o termo
rad
q
é a geração constante de energia devido à
radiação. A equação 4.4 é a solução analítica para o perfil de temperatura com o
acoplamento do calor gerado internamente devido à radiação no meio, sendo esta
equação utilizada para a comparação com o modelo numérico.
Com o intuito de adimensionalizar os resultados do perfil de temperatura,
para essa análise, os resultados são apresentados em função da temperatura
máxima no meio
max
T
. Para se determinar a expressão para
max
T
, deriva-se a
equação 4.4 em relação à
x
e iguala-se a zero, encontrando assim o ponto onde a
temperatura é máxima, dada pela equação 4.5:
( )
(
)
Lq
TTk
L
x
rad
fwfe
T
+=
2
max
(4.5)
Substituindo a equação 4.5 na equação 4.4, determina-se a relação para a
temperatura máxima, conforme a equação 4.6:
Capítulo 4:
Resultados
52
(
)
(
)
fw
fwfe
rad
fwfe
rad
T
TT
Lq
TTk
k
Lq
T
+
+
+=
2
2
8
2
2
2
max
(4.6)
Com o intuito de se adimensionalizar o tempo da simulação transiente,
utiliza-se o número de Fourier. O número de Fourier
Fo
é definido conforme a
equação 4.7:
2
L
t
Fo
α
=
(4.7)
Na análise do perfil de temperatura e do fluxo de calor, conforme as figuras
4.1 e 4.2 respectivamente, foram consideradas uma geração interna de
3
3
10
m
W
q
rad
=
, as temperaturas prescritas iguais
fefw
TT
=
e as propriedades
termofísicas do meio conforme a tabela 3.1. Observa-se na figura 4.1, a convergência
do perfil de temperatura calculado através do modelo numérico em relação à
formulação analítica.
Pode-se verificar na figura 4.1, que os resultados através do método numérico
convergem para a solução analítica.
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Temperatura Adimensional
x/L
Fo=2.6649E-06
Fo=2.6649E-03
Fo=1.3325E-02
Fo=2.6649E-02
Fo=1.3325E-01
Fo=2.6649E-01
Solução analítica em regime permanente
Figura 4.1 Verificação do perfil de temperatura no meio através da utilização do código
numérico, considerando um alto valor para geração interna.
Capítulo 4:
Resultados
53
Na figura 4.2 são apresentados os resultados para o fluxo de calor por
condução através do meio. Percebe-se inicialmente que não fluxo de calor devido
à temperatura ser iguais nas faces. Com o aumento do tempo e a atuação da geração
interna no meio, começa a surgir fluxo de calor por condução através das faces sendo
que este fluxo aumenta até a condição de regime permanente. Como o campo de
temperatura no interior do meio, para regime permanente, é representada por uma
curva quadrática, o fluxo de calor em regime permanente é linear. Com o intuito de
se adimensionalizar os resultados, o fluxo de calor apresentado na figura 4.2 está em
função do fluxo que ocorre no regime permanente.
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
-1,0
-0,8
-0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Fluxo de Calor Adimensional
x/L
Fo=2.6649E-06
Fo=2.6649E-03
Fo=1.3325E-02
Fo=2.6649E-02
Fo=1.3325E-01
Fo=2.6649E-01
Solução analítica em regime permanente
Figura 4.2 Verificação do fluxo de calor no meio através da utilização do código numérico,
considerando um alto valor para geração interna.
4.2
4.24.2
4.2 An
AnAn
Aná
áá
álise do acoplamen
lise do acoplamenlise do acoplamen
lise do acoplamento condução
to conduçãoto condução
to condução-
--
-radiação
radiaçãoradiação
radiação
Os resultados da análise do acoplamento de ambos os códigos computacionais
para um meio semitransparente, utilizando grandes intervalos de tempo, conforme a
seção 4.1, é apresentada em função dos resultados de Nicolau (1995) e de Modest
Capítulo 4:
Resultados
54
(1993). Para estas análises, considera-se 41 volumes para o meio, o espalhamento da
radiação no interior do meio ocorre em 24 direções, a emissividade
ε
nas faces é
igual a 1 e que o espalhamento da radiação no interior do meio é isotrópico.
Como os resultados são adimensionalizados, o perfil de temperatura do meio
é demonstrado em função de um parâmetro condução-radiação. Este parâmetro
N
é
definido conforme a equação 4.8, segundo Modest (1993):
3
4
fw
T
k
N
σ
β
=
(4.8)
Primeiramente analisa-se o acoplamento da condução e radiação sem difusão,
considerando apenas a absorção no meio, conforme Nicolau (1995) e Modest (1993).
Neste caso
0
ω
. A figura 4.3 mostra o perfil de temperatura para
1
0
=
τ
,
1
=
fw
T
,
5,0
=
fe
T
, e vários valores para
N
. Para
10
=
N
a condução prepondera sobre a
radiação, sendo que a radiação tem pouca influência sobre a temperatura do meio.
Neste caso, o perfil de temperatura adimensional tem uma distribuição linear, como
acontece para condução simples.
A medida que se reduz
N
, a radiação começa a ter destaque e o meio passa a
ter temperaturas superiores em quase toda a sua extensão. Finalmente para
N
nulo, ou seja, apenas radiação, o perfil apresenta uma grande variação junto a
parede. Estes resultados para o perfil de temperatura apresentados na figura 4.3 são
semelhantes aos resultados de Nicolau (1995) e Modest (1993).
Capítulo 4:
Resultados
55
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
Temperatura Adimensional
x/L
N=10
N=1
N=0.1
N=0.01
N=0
Figura 4.3 Verificação do perfil de temperatura para
1
0
=
τ
e
0
ω
em função do
parâmetro de condução-radiação
N
.
Na figura 4.4 são apresentados a mesma série de resultados, mas para um
material mais espesso, com
10
0
=
. Para
10
=
N
o perfil de temperatura é linear.
Com a redução de
N
, um afastamento maior desta reta, comparado ao caso da
figura 4.3. Observa-se que as distribuições da temperatura, em geral, estão acima da
distribuição linear. Para
N
nulo, ocorrem saltos junto a superfície, mas menores em
comparação ao caso da figura 4.3. Estes resultados para o perfil de temperatura
apresentados na figura 4.4 são semelhantes aos resultados de Nicolau (1995).
Capítulo 4:
Resultados
56
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
Temperatura Adimensional
x/L
N=10
N=1
N=0.1
N=0.01
N=0
Figura 4.4 Verificação do perfil de temperatura para
10
0
=
e
0
ω
em função do
parâmetro de condução-radiação
N
.
Na figura 4.5, são apresentados os perfis de temperatura do meio para vários
albedos
ω
, considerando
1
0
=
τ
e
1,0
=
N
. Para um valor nulo de
ω
, tem-se a curva
conforme a figura 4.3. Na medida em que a difusão da radiação cresce, ou seja,
aumenta o valor de
ω
, o perfil de temperatura tende à forma linear. Para
1
ω
, não
existe absorção de radiação pelo meio e o perfil de temperatura passa a ser em
função apenas da condução, sendo, portanto, linear. Estes resultados para o perfil de
temperatura, variando o valor de
ω
, apresentados na figura 4.5 são semelhantes
aos resultados de Nicolau (1995).
Capítulo 4:
Resultados
57
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
Temperatura Adimensional
x/L
albedo=0
albedo=0.5
albedo=0.7
albedo=0.85
albedo=1
Figura 4.5 Verificação do perfil de temperatura para
1
0
=
τ
e
1,0
=
N
para diferentes
albedos.
Como o perfil de temperatura foi adimensionalizado, procedeu-se na mesma
forma com relação ao fluxo de calor. O fluxo de calor total por unidade de área na
forma adimensional,
"
adm
q
, é definido conforme a equação 4.9, segundo Modest (1993):
4
2
"
"
fw
total
adm
Tn
q
q
σ
=
(4.9)
A figura 4.6 mostra o perfil de temperatura e os fluxos de calor envolvidos
para um meio sem difusão, ou seja,
0
ω
,
1
0
=
e
1,0
=
N
. Pode-se verificar, para
esta situação, que o fluxo de calor por radiação é maior que o fluxo de calor por
condução, devido ao baixo valor de
N
. A soma dos fluxos é praticamente constante
no meio, conforme ocorre nos resultados obtidos por Nicolau (1995). Considerando o
fluxo de calor por radiação, os resultados apresentados na figura 4.6 são
semelhantes aos resultados obtidos por Nicolau (1995), entretanto os resultados
obtidos para fluxo de calor por condução, apresentam pequenas variações nas
Capítulo 4:
Resultados
58
regiões próximas às faces do material, devido ao perfil de temperatura. Em ambos os
casos, o fluxo de calor por radiação tem o seu máximo em
3,0
=
e o fluxo de calor
por condução, com comportamento inverso a radiação, tem o seu mínimo em
3,0
=
τ
.
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Temperatura e Fluxo de Calor Adimensional
x/L
Temperatura
Radiação
Condução
Fluxo Total
Figura 4.6 Verificação do perfil de temperatura e fluxo de calor para
1
0
=
τ
,
1,0
=
N
e
0
ω
.
A figura 4.7 mostra o perfil de temperatura e os fluxos de calor existentes
para um meio com difusão quase pura,
98,0
=
ω
, com pouca absorção,
1
0
=
τ
e
1,0
=
N
. Pode-se verificar, para esta situação, que o fluxo de calor por radiação é
maior que o fluxo de calor por condução, devido ao baixo valor de
N
, conforme
ocorre na figura 4.6. Os fluxos, neste caso, são todos constantes e o perfil de
temperatura é praticamente linear. Os resultados apresentados na figura 4.7 são
semelhantes aos resultados obtidos por Nicolau (1995).
Capítulo 4:
Resultados
59
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Temperatura e Fluxo de Calor Adimensional
x/L
Temperatura
Radião
Condução
Fluxo Total
Figura 4.7 Verificação do perfil de temperatura e fluxo de calor para
1
0
=
τ
,
1,0
=
N
e
98,0
=
ω
.
A figura 4.8 mostra o fluxo de calor adimensional, calculado pelo acoplamento
dos códigos de condução e radiação, desenvolvidos para este trabalho, em
comparação aos valores do modelo analítico apresentados por Modest (1993), para
1,0
0
=
τ
e
1
0
=
τ
, função de fase isotrópica e variando
N
. Pode ser observado que o
fluxo de calor aumenta com a redução da espessura ótica, pois a espessura ótica é
proporcional à espessura do meio, conforme a equação 2.11. O fluxo de calor
aumenta com o aumento do parâmetro condução-radiação
N
, devido ao aumento da
condutividade térmica
k
. Na figura 4.8 pode ser observado que o fluxo de calor
calculado pelo modelo numérico é próximo ao calculado pelo modelo analítico.
Capítulo 4:
Resultados
60
0,01 0,1 1 10
0,1
1
10
100
Fluxo de Calor Adimensional
Parâmetro Condução-Radiação (N)
esp. ótica=1 (analítico)
esp. ótica=0.1 (analítico)
esp. ótica=1 (método numérico)
esp. ótica=0.1 (todo numérico)
Figura 4.8 Comparação do fluxo de calor adimensional entre o modelo numérico e o
analítico.
A figura 4.9 apresenta o fluxo de calor adimensional, calculado pelo
acoplamento de ambos os códigos, considerando a variação da espessura ótica em
1,0
0
=
τ
e
1
0
=
e a variação da emissividade das faces do material isolante em
1
ε
,
8,0
=
ε
e
2,0
=
ε
, para diferentes valores de
N
. Pode ser observado que, para
01,0
=
N
e
1,0
=
N
, condição onde a radiação tem maior influência no fluxo total de
calor, a variação da emissividade
ε
influencia no fluxo de calor adimensional, sendo
que, quanto maior é a emissividade, maior é o fluxo. No caso de
01,0
=
N
e
1,0
0
=
,
a redução do fluxo de calor adimensional, comparando com o caso onde a
emissividade das faces é
1
ε
, foi de 17,5 % para
8,0
=
ε
e foi de 70,1 % para
2,0
=
ε
. No caso de
01,0
=
N
e
1
0
=
τ
, a redução do fluxo de calor, comparando-se
com o caso onde a emissividade das faces é
1
=
ε
, foi de 32,2 % para
8,0
=
ε
e foi de
64,8 % para
2,0
=
ε
. Com o aumento de
N
, essa diferença no fluxo de calor, devido
à variação da emissividade
ε
das faces, diminui, sendo que, para o caso de
10
N
e
Capítulo 4:
Resultados
61
1,0
0
=
τ
, a redução do fluxo de calor foi de 0,1 % para
8,0
=
ε
e foi de 0,4 % para
2,0
=
ε
e no caso de
10
N
e
1
0
=
τ
, a redução do fluxo de calor foi de 0,9 % para
8,0
=
ε
e foi de 1,8 % para
2,0
=
ε
.
0,01 0,1 1 10
0,1
1
10
100
Fluxo de Calor Adimensional
Parâmetro Condução-Radiação (N)
esp. ótica=1; emissividade=1
esp. ótica=0.1; emissividade=1
esp. ótica=1; emissividade=0.8
esp. ótica=0.1; emissividade=0.8
esp. ótica=1; emissividade=0.2
esp. ótica=0.1; emissividade=0.2
Figura 4.9 Verificação do fluxo de calor adimensional, considerando a variação da espessura
ótica e da emissividade da superfície.
A figura 4.10 mostra o fluxo de calor adimensional, calculado pelo
acoplamento de ambos os códigos, considerando a variação da espessura ótica em
1,0
0
=
τ
e
1
0
=
e a variação da função de fase em Henyey-Greenstein com a
ponderação de Nicolau (1994) e em isotrópico, para diferentes valores de
N
.
Observou-se que a maior diferença dos valores dos fluxos, ocorreu para
01,0
=
N
e
1,0
=
N
, condição onde a radiação tem maior influência no fluxo total de calor,
apesar de ser um valor baixo. No caso de
01,0
=
N
e
1,0
0
=
, a diferença entre os
valores dos fluxos, variando-se a função de fase, foi de 4,1 %, favorável à simulação
que considerou a função de fase de Henyey-Greenstein com a ponderação de Nicolau
(1994) e no caso de
01,0
=
N
e
1
0
=
, a diferença entre os valores dos fluxos,
Capítulo 4:
Resultados
62
variando-se a função de fase, foi de 2,0 %, favorável à simulação que considerou a
função de fase de Henyey-Greenstein com a ponderação de Nicolau (1994). Com o
aumento de
N
, essa diferença no fluxo de calor, devido à variação da função de fase,
diminui, sendo que, para caso de
10
=
N
e
1,0
0
=
, a diferença entre os valores dos
fluxos foi de 0,02 % favorável à simulação que considerou a função de fase de
Henyey-Greenstein com a ponderação de Nicolau (1994) e no caso de
10
N
e
1
0
=
,
a diferença entre os valores dos fluxos foi de 0,06% favorável à simulação que
considerou a função de fase de Henyey-Greenstein com a ponderação de Nicolau
(1994). Com isso, observa-se que os resultados são semelhantes em ambos os casos, o
que favorece a análise feita por Harris
et al.
(2003). Estes valores próximos do fluxo
total de calor, para ambos os casos, são devido às condições de contorno, da equação
de transferência radiativa, ser isotrópica, não permitindo que o efeito anisotrópico se
pronuncie.
0,01 0,1 1 10
0,1
1
10
100
Fluxo de Calor Adimensional
Parâmetro Condução-Radiação (N)
esp. ótica=1; HGm
esp. ótica=1; isotrópico
esp. ótica=0.1; HGm
esp. ótica=0.1; isotrópico
Figura 4.10 Verificação do fluxo de calor adimensional, considerando a variação da espessura
ótica e da função de fase.
A figura 4.11 demonstra a relação entre a condutividade térmica da de
Capítulo 4:
Resultados
63
vidro e a condutividade térmica aparente, considerando o acoplamento da condução
e radiação em função da espessura ótica, para diferentes emissividades nas faces do
material, considerando o albedo
0
ω
e o coeficiente de extinção
1
=
β
. Pode ser
observado que, com a redução da emissividade das faces, há um aumento da relação
entre a condutividade térmica e a condutividade térmica aparente, que uma
diminuição da radiação no interior do meio. Outro ponto a ser destacado é a
diminuição dos efeitos da emissividade das faces com o aumento da espessura ótica,
podendo ser afirmado que, com o aumento da espessura do material isolante, a
emissividade das faces pouco influencia no fluxo de calor no meio.
0,01 0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
Condutividade Termica / Condutividade Térmica Aparente
Espessura Ótica
emissividade=1
emissividade=0.8
emissividade=0.2
Figura 4.11 Verificação da relação entre a condutividade térmica com a condutividade
térmica aparente em função da espessura ótica, para diferentes emissividades
da face.
4.3
4.34.3
4.3 Análise de erro
Análise de erroAnálise de erro
Análise de erros no método numérico
s no método numéricos no método numérico
s no método numérico
A análise de erros do método numérico, foi realizada variando-se a função de
fase, a quadratura, o número de volumes e o número de direções do espalhamento da
Capítulo 4:
Resultados
64
radiação. Os tipos de função de fase utilizados nesta análise foram a de Henyey-
Greenstein com a ponderação de Nicolau (1994) e a isotrópica; as quadraturas
utilizadas foram a de Radau e Nicolau, conforme Moura (1998); o número de
volumes foi variado em 3, 5, 7, 11, 41, 101, 301 e 501; e o número de direções do
espalhamento da radiação, tanto na região de difusão, quanto na região de
retrodifusão foi variado em 6, 12, 16, 24, 72 e 150.
O erro, nesta análise, é considerado como sendo a variação da temperatura no
volume
Lx
=
5,0
, em relação a uma temperatura de referência, feita para um
grande intervalo de tempo, com o objetivo de se atingir o regime permanente,
conforme a seção 4.1. A análise do erro é verificada desta maneira em virtude de não
ter sido encontrado uma solução analítica para esta condição. Esta temperatura de
referência
ref
T
foi estabelecida para função de fase de Henyey-Greenstein com a
ponderação de Nicolau (1994), para quadratura de Radau, para 501 volumes e 150
direções de espalhamento da radiação. O cálculo do erro é feito conforme a equação
4.10:
100(%)
=
ref
calref
T
TT
Erro
(4.10)
Onde
cal
T
é a temperatura calculada pelo o método numérico variando-se a função
de fase, quadratura número de volumes e direções. As propriedades termofísicas e
radiativas utilizadas nesta verificação estão listadas nas tabelas 3.1 e 3.2,
respectivamente e as temperaturas nas fronteiras utilizadas foram:
350
=
fw
T
K
e
200
=
fe
T
K
.
Na figura 4.12 são mostrados os resultados das 192 simulações realizadas.
Pode-se verificar que para 501 volumes, variando-se a função de fase, a quadratura e
as direções do espalhamento da radiação, a variação dos erros é insignificante, sendo
os valores próximos a zero, em relação à temperatura de referência
ref
T
. Para este
número de volumes, o erro máximo observado na simulação foi de 0,05 %, que
ocorreu para a função de fase isotrópica, a quadratura de Radau e 6 direções do
espalhamento da radiação.
Para 301, 101 e 41 volumes, a variação do erro é pequena, sendo que, seus
Capítulo 4:
Resultados
65
valores, estão próximos de zero, conforme ocorre para 501 volumes. Com a simulação
numérica utilizando 301, 101 e 41 volumes, os erros máximos observados foram de
0,12 %, 0,14 % e 0,17 %, respectivamente, sendo que, para estes casos, os erros
máximos ocorreram para a função de fase isotrópica, a quadratura de Radau e 6
direções do espalhamento da radiação.
Para 11 volumes, o valor do erro determinado através da simulação, passa a
ser significativo, sendo que, a variação do erro entre as diversas combinações, para
este número de volumes é grande, conforme mostra a figura 4.12. Neste caso, o erro
máximo observado foi de 2,4 %, que ocorreu para a função de fase isotrópica, a
quadratura de Nicolau e 6 direções do espalhamento da radiação. O mesmo
comportamento foi observado para 7, 5 e 3 volumes, sendo que os erros máximos
observados para estes casos foram respectivamente de 3,6 %, 4,2 % e 4,2 %.
Com essa simulação, observou-se que, para o método numérico desenvolvido
para este problema, independentemente do tipo da função de fase, do tipo da
quadratura e do número de direções do espalhamento da radiação, a utilização de
um número de volumes pequeno, influencia na ocorrência de erros, conforme pode
ser observado na figura 4.12. Para que o erro das simulações seja pequeno, conforme
observações desta simulação, o número nimo de volumes a ser utilizados é de 41,
já que para esse número de volumes, o erro máximo observado foi de 0,17%.
Capítulo 4:
Resultados
66
10 100
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
Erro (%)
Número de Volumes
Legenda
150 - HGm - RADAUm
150 - HGm - NICOLAU
150 - isotrópico - RADAUm
150 - isotrópico - NICOLAU
72 - HGm - RADAUm
72 - HGm - NICOLAU
72 - isotrópico - RADAUm
72 - isotrópico - NICOLAU
24 - HGm - RADAUm
24 - HGm - NICOLAU
24 - isotrópico - RADAUm
24 - isotrópico - NICOLAU
16 - HGm - RADAUm
16 - HGm - NICOLAU
16 - isotrópico - RADAUm
16 - isotrópico - NICOLAU
12 - HGm - RADAUm
12 - HGm - NICOLAU
12 - isotrópico - RADAUm
12 - isotrópico - NICOLAU
6 - HGm - RADAUm
6 - HGm - NICOLAU
6 - isotrópico - RADAUm
6 - isotrópico - NICOLAU
Figura 4.12 Erro no método numérico em função da função de fase, do tipo de quadratura, do
número de volumes e do número de direções do espalhamento da radiação,
considerando
37
0
=
e
201,0
=
ω
.
4.4
4.44.4
4.4 Análise do tempo de simulação do método numérico
Análise do tempo de simulação do método numéricoAnálise do tempo de simulação do método numérico
Análise do tempo de simulação do método numérico
A análise do tempo de simulação do método numérico, variando-se a função
de fase, o tipo de quadratura, o número de volumes e o número de direções do
espalhamento da radiação, para um grande intervalo de tempo, foi feita em um
computador Pentium® 4, CPU 3 GHz e 1 GB de RAM do Laboratório de Ciências
Térmicas da PUCPR.
Na figura 4.13 são mostrados os resultados das 192 simulações realizadas.
Pode ser verificado que o tempo de simulação é proporcional ao número de volumes e
ao número de direções do espalhamento da radiação. Para 501 volumes, o tempo
máximo observado foi de 22531 segundos para a função de fase isotrópica, a
quadratura de Radau e 150 direções e o menor tempo observado foi de 119 segundos
para a função de fase isotrópica, a quadratura de Nicolau e 6 direções. Para 41
Capítulo 4:
Resultados
67
direções, o tempo máximo observado foi de 1250 segundos para a função de fase
isotrópica, a quadratura de Radau e 150 direções e o menor tempo observado foi de 5
segundos para a função de fase isotrópica, ambas as quadraturas, a de Nicolau e a
de Radau e 6 direções do espalhamento da radiação.
Através desta simulação, demonstra que, com a utilização de 501 volumes e
150 direções do espalhamento da radiação, que apresentaria um menor erro,
conforme a seção 4.3, geraria dificuldades ao método numérico com relação ao tempo
de simulação, que neste trabalho são várias as condições de contorno, conforme
ilustra as figuras 3.3 e 3.4.
10 100
1
10
100
1000
10000
Legenda
150 - HGm - RADAUm
150 - HGm - NICOLAU
150 - isotrópico - RADAUm
150 - isotrópico - NICOLAU
72 - HGm - RADAUm
72 - HGm - NICOLAU
72 - isotrópico - RADAUm
72 - isotrópico - NICOLAU
24 - HGm - RADAUm
24 - HGm - NICOLAU
24 - isotrópico - RADAUm
24 - isotrópico - NICOLAU
16 - HGm - RADAUm
16 - HGm - NICOLAU
16 - isotrópico - RADAUm
16 - isotrópico - NICOLAU
12 - HGm - RADAUm
12 - HGm - NICOLAU
12 - isotrópico - RADAUm
12 - isotrópico - NICOLAU
6 - HGm - RADAUm
6 - HGm - NICOLAU
6 - isotrópico - RADAUm
6 - isotrópico - NICOLAU
Tempo (s)
Número de Volumes
Figura 4.13 Tempo de simulação do método numérico em função da função de fase, do tipo de
quadratura, do número de volumes e do número de direções do espalhamento da
radiação, considerando
37
0
=
e
201,0
=
ω
.
4.5
4.54.5
4.5 Comparação do método
Comparação do métodoComparação do método
Comparação do método numérico com os resultados de
numérico com os resultados de numérico com os resultados de
numérico com os resultados de
Harris
Harris Harris
Harris
et al.
et al. et al.
et al.
(2003)
(2003)(2003)
(2003)
Com base nos resultados das seções 4.3 e 4.4, para esta análise é utilizada a
Capítulo 4:
Resultados
68
configuração com 41 volumes e 24 direções do espalhamento da radiação,
considerando a quadratura de Radau e a função de fase a de Henyey-Greenstein com
a ponderação de Nicolau (1994), conforme a seção 2.3.6, pois o erro desta combinação
é baixo, sendo de 0,1% e o tempo de simulação de 38 segundos, com o intuito de
comparar os valores com o modelo de Harris
et al.
(2003).
Na simulação de Harris
et al.
(2003), a função de fase utilizada foi a
isotrópica, a quadratura foi a de Gauss, o número de nós utilizados foi 33 e o número
de direções do espalhamento da radiação foi 16. Os valores dos fluxos de calor
obtidos pelo método numérico de Harris
et al.
(2003), são apresentados como sendo o
fluxo total de calor, ou seja, a soma das parcelas de transferência de calor por
condução, por radiação e a transferência de umidade, pois não constavam os valores
parciais dos fluxos neste trabalho.
As propriedades termofísicas e radiativas da lã de vidro utilizadas nesta
simulação estão listadas nas tabelas 3.1 e 3.2, respectivamente e as condições de
contorno, as temperaturas prescritas, são as apresentadas nas figuras 3.3 e 3.4. A
espessura da de vidro considerada foi de 10 cm, conforme Harris
et al.
(2003).
Com base nos dados do coeficiente de extinção da lã de vidro de Harris
et al.
(2003) e
espessura da de vidro, a espessura ótica, neste caso, é
37
0
=
τ
. Os resultados dos
fluxos foram obtidos para o volume próximo a parte interna da residência, ou seja,
para o volume
N
. Estabeleceu-se que para os valores negativos dos fluxos
representam que o mesmo está entrando no interior da residência, seguindo o feito
por Harris
et al.
(2003).
A figura 4.14 demonstra os fluxos de calor por condução, por radiação e fluxo
total de calor, ao longo do dia típico de verão, determinado pelo modelo numérico
desenvolvido para este problema. Pode ser observada que uma parcela do fluxo total
de calor é devido a radiação, mas a maior parcela do fluxo total de calor é devido a
condução. A energia acumulada no interior da residência, vinda do ático residencial,
com a transferência de calor através da de vidro, ficou distribuída em 37,8 %
devido a radiação e em 62,2 % devido a condução. Com base nos valores da
condutividade térmica
k
, calculada pela equação 2.29, do coeficiente de extinção
β
e da temperatura da fronteira acima do isolante
fw
T
, conforme a figura 3.3, o
parâmetro condução-radiação
N
, calculado pela equação 4.7, ao longo do dia típico
Capítulo 4:
Resultados
69
de verão é próximo a 1. Através desta observação e com base nos resultados da seção
4.2, onde se verificou que para
10
N
a parcela de condução tem grande
preponderância sobre a parcela de radiação e para
1,0
=
N
a parcela de radiação é
maior do que a parcela de condução, pode-se afirmar que os resultados observados
na figura 4.14 são coerentes.
0 4 8 12 16 20 24
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
Fluxo de Calor (W/m²)
Tempo (h)
Fluxo Condução
Fluxo Radiação
Fluxo Total
Figura 4.14 Fluxo de calor por condução, por radiação e fluxo total de calor para o dia típico
de verão, através do método numérico, considerando
37
0
=
.
A figura 4.15 mostra um comparativo entre o fluxo total obtido pelo modelo
numérico e o fluxo total obtido por Harris
et al.
(2003) através do isolante em de
vidro do tipo
19
R
, sendo 40% do peso de resina fenólica, para o dia típico de verão.
Pode ser observado que, apesar de que em ambos os casos, os comportamentos dos
fluxos serem parecidos, existem diferenças entre os resultados para os valores de
fluxo positivo, onde a residência perde energia para o ático, sendo que no modelo
numérico estes valores são maiores. Observou-se que, no intervalo de tempo entre 0
e 8 horas, o fluxo de total calor, calculado por Harris
et al.
(2003) é próximo de zero,
apesar do gradiente de temperatura entre as faces, conforme pode ser observado na
Capítulo 4:
Resultados
70
figura 3.3. Para este intervalo de tempo, o modelo numérico desenvolvido para este
problema apresenta valores mais coerentes. Uma análise mais detalhada sobre esta
diferença torna-se mais difícil, pois nos resultados de Harris
et al.
(2003) não são
apresentadas as parcelas que formam o fluxo total de calor, ou seja, a parcela de
condução, de radiação e a parcela devido o transporte de umidade. A diferença entre
os modelos pode estar associada ao transporte de umidade, sendo necessário
analisar os efeitos do transporte de umidade no modelo numérico desenvolvido para
este problema em trabalhos futuros. Para a região de fluxo negativo, onde a
residência ganha energia vinda do ático, em ambos os casos os valores estão
próximos.
0 4 8 12 16 20 24
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
Fluxo de Calor (W/m²)
Tempo (h)
Método Numérico
Harris et al. (2003)
Figura 4.15 Comparação do fluxo total de calor calculado pelo modelo numérico e o fluxo
total de calor obtido por Harris
et al.
(2003), para o dia típico de verão.
A figura 4.16 demonstra os fluxos de calor por condução, por radiação e fluxo
total de calor, ao longo do dia típico de inverno, determinado pelo modelo numérico
desenvolvido pra este problema. Pode ser observado que uma parcela do fluxo total
de calor é devido a radiação, mas a maior parcela do fluxo total de calor é devido a
condução, conforme ocorre na figura 4.14 para o dia típico de verão. A energia
Capítulo 4:
Resultados
71
acumulada no ático, vinda do interior da residência, com a transferência de calor
através da de vidro, ficou distribuída em 34,1 % devido a radiação e em 65,9 %
devido a condução. Estes valores são coerentes, pois conforme ocorre na figura 4.14,
o parâmetro condução-radiação
N
ao longo do dia típico de inverno é próximo de 1.
0 4 8 12 16 20 24
1
2
3
4
5
6
7
Fluxo Condução
Fluxo Radiação
Fluxo Total
Fluxo de Calor (W/m²)
Tempo (h)
Figura 4.16 Fluxo de calor por condução, por radiação e fluxo total de calor para o dia típico
de inverno, através do método numérico, considerando
37
0
=
τ
A figura 4.17 mostra um comparativo entre o fluxo total obtido pelo modelo
numérico e o fluxo total obtido por Harris
et al.
(2003) através do isolante em de
vidro do tipo
19
R
, sendo 40% do peso de resina fenólica, para o dia típico de
inverno. Conforme ocorre na figura 4.15 para o dia típico de verão, os
comportamentos dos fluxos são parecidos, como por exemplo, as regiões de picos em
ambos os casos, ocorrem no mesmo instante de tempo, mas existem diferenças entre
os resultados do método numérico e os resultados de Harris
et al.
(2003), sendo que
os resultados do método numérico são maiores. Como ocorre no dia típico de verão,
uma melhor análise desta diferença torna-se difícil, pois em Harris
et al.
(2003) não
são apresentadas as parcelas que formam o fluxo total de calor. A hipótese para esta
Capítulo 4:
Resultados
72
diferença pode estar associada ao transporte de umidade, sendo necessário analisar
os efeitos deste fenômeno no modelo numérico desenvolvido para este problema em
trabalhos futuros.
0 4 8 12 16 20 24
3,6
3,8
4,0
4,2
4,4
4,6
4,8
5,0
5,2
5,4
5,6
5,8
6,0
6,2
6,4
6,6
6,8
7,0
Fluxo de Calor (W/m²)
Tempo (h)
Método Numérico
Harris et al. (2003)
Figura 4.17 Comparação do fluxo total de calor calculado pelo modelo numérico e o fluxo de
total de calor obtido por Harris
et al.
(2003), para o dia típico de inverno.
4.6
4.64.6
4.6 Simulação da transferência de ca
Simulação da transferência de caSimulação da transferência de ca
Simulação da transferência de calor através da lã de vidro
lor através da lã de vidro lor através da lã de vidro
lor através da lã de vidro
com
com com
com as propriedad
as propriedadas propriedad
as propriedades obtidas por Moura (1998)
es obtidas por Moura (1998)es obtidas por Moura (1998)
es obtidas por Moura (1998)
Para esta simulação, foram utilizados 41 volumes e 24 direções do
espalhamento da radiação, considerando a quadratura de Radau e a função de fase a
de Henyey-Greenstein com a ponderação de Nicolau (1994), conforme a seção 4.5.
Em uma análise experimental, Moura (1998) determinou as propriedades
radiativas da lã de vidro para a faixa entre 1 e 15
m
µ
do espectro de ondas
eletromagnéticas, sendo esta faixa uma parcela correspondente à radiação
infravermelha. Na tabela 4.1 são listadas os valores médios obtidos nesta análise
Capítulo 4:
Resultados
73
experimental.
Tabela 4.1 Valores médios das propriedades da lã de vidro, segundo Moura (1998).
Propriedade
PropriedadePropriedade
Propriedade
Valor
ValorValor
Valor Unidade
UnidadeUnidade
Unidade
Densidade
(
)
ρ
86
3
m
kg
Albedo
(
)
ω
0,8 -
Coeficiente de absorção volumétrica
(
)
κ
800
1
m
Coeficiente de extinção
(
)
β
4000
1
m
As demais propriedades termofísicas e radiativas, utilizados nesta simulação,
são as correspondentes as tabelas 3.1 e 3.2. Com base nos dados do coeficiente de
extinção e espessura da lã de vidro, a espessura ótica, neste caso, é
400
0
=
τ
.
A figura 4.18 demonstra os fluxos de calor por condução, por radiação e fluxo
total de calor, ao longo do dia típico de verão, determinado pelo modelo numérico,
com as propriedades da de vidro segundo Moura (1998). Pode ser observado que,
para este caso, a maior parte do fluxo total de calor é devido a condução, sendo que a
radiação pouco influencia no fluxo total de calor. A energia acumulada no interior da
residência, vinda do ático residencial, com a transferência de calor através da de
vidro, ficou distribuída em 7,5 % devido a radiação e em 92,5 % devido a condução.
Com base nos valores da condutividade térmica
k
, calculada pela equação 2.29, do
coeficiente de extinção
β
e da temperatura da fronteira acima do isolante
fw
T
,
conforme a figura 3.3, o parâmetro condução-radiação
N
, calculado pela equação
4.7, ao longo do dia típico de verão é pximo a 10. Através desta observação, pode-se
afirmar que os resultados observados na figura 4.18 são coerentes.
Capítulo 4:
Resultados
74
0 4 8 12 16 20 24
-8
-6
-4
-2
0
2
Fluxo de Calor (W/m²)
Tempo (h)
Fluxo Condão
Fluxo Radiação
Fluxo Total
Figura 4.18 Fluxo de calor por condução, por radiação e fluxo total de calor para o dia pico
de verão, com as propriedades da lã de vidro segundo Moura (1998), sendo a
400
0
=
.
A figura 4.19 demonstra os fluxos de calor por condução, por radiação e fluxo
total de calor, ao longo do dia típico de inverno, determinado pelo modelo numérico.,
com as propriedades da de vidro segundo Moura (1998). Pode ser observado que,
para este caso, a maior parte do fluxo total de calor é devido a condução, sendo que a
radiação pouco influencia no fluxo total de calor, conforme ocorre na figura 4.18 para
o dia pico de verão. A energia acumulada no ático, vinda do interior da residência,
com a transferência de calor através da lã de vidro, ficou distribuída em 6,3 % devido
a radiação e em 93,7 % devido a condução. Estes valores são coerentes, pois
conforme ocorre na figura 4.18, o parâmetro condução-radiação
N
ao longo do dia
típico de inverno é próximo de 10.
Capítulo 4:
Resultados
75
0 4 8 12 16 20 24
0
1
2
3
4
5
Fluxo de Calor (W/)
Tempo (h)
Fluxo Condução
Fluxo Radiação
Fluxo Total
Figura 4.19 Fluxo de calor por condução, por radiação e fluxo total de calor para o dia típico
de inverno, com as propriedades da de vidro segundo Moura (1998), sendo a
400
0
=
.
Com o intuito de demonstrar possíveis diferenças nos resultados da
transferência de calor através da de vidro, devido às propriedades radiativas, é
apresentada na figura 4.20 uma comparação entre os fluxos de calor por condução,
radiação e fluxo de calor total, determinados pelo método numérico, considerando as
propriedades descritas por Harris
et al.
(2003) e considerando as propriedades
determinadas por Moura (1998), para o dia típico de verão. Os resultados da energia
acumulada no interior da residência devido ao fluxo de calor por condução, em
ambos os casos, estão muito próximos, sendo que a diferença é apenas 1,0 %,
favorável à simulação que considera as propriedades propostas por Moura (1998).
Essa diferença é devido à densidade
ρ
. Em se tratando de energia acumulada no
interior da residência devido ao fluxo de calor por radiação, a diferença entre ambos
os casos, é de 645,2 %, favorável à simulação que considera as propriedades
propostas por Harris
et al.
(2003), pois neste caso, a espessura ótica é menor, em
comparação a de vidro de Moura (1998). Com isso, a diferença de energia
Capítulo 4:
Resultados
76
acumulada no interior da residência, devido ao fluxo total de calor, é de 47,2%,
favorável à simulação com as propriedades propostas por Harris
et al.
(2003).
0 4 8 12 16 20 24
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
Fluxo de Calor (W/m²)
Tempo (h)
Fluxo Condução (propriedades Moura)
Fluxo Condução (propriedades Harris)
Fluxo Radiação (propriedades Moura)
Fluxo Radiação (propriedades Harris)
Fluxo Total (propriedades Moura)
Fluxo Total (propriedades Harris)
Figura 4.20 Comparação dos fluxos de calor, considerando as propriedades da lã de vidro
segundo Harris
et al.
(2003) e segundo Moura (1998), para o dia típico de verão.
Na figura 4.21 é apresentada uma comparação entre os fluxos de calor por
condução, radiação e fluxo de calor total, determinados pelo todo numérico,
considerando as propriedades descritas por Harris
et al.
(2003) e considerando as
propriedades determinadas por Moura (1998), para o dia típico de inverno. Como
ocorre na figura 4.20, os resultados para este caso segue a mesma tendência. A
diferença da energia acumulada no ático residencial, devido ao fluxo de calor por
condução, em ambos os casos, estão muito próximos, sendo que a diferença é apenas
6,1 %, favorável à simulação que considera as propriedades propostas por Moura
(1998). Em se tratando de energia acumulada no ático residencial, devido ao fluxo de
calor por radiação, a diferença entre ambos os casos, é de 617,2 %, favorável à
simulação que considera as propriedades propostas por Harris
et al.
(2003), pois a
Capítulo 4:
Resultados
77
espessura ótica é menor, como pode ser observado nas propriedades radiativas. Com
isso, a diferença de energia acumulada no ático residencial, vindo do interior da
residência, devido ao fluxo total de calor, é de 33,4%, favorável à simulação com as
propriedades propostas por Harris
et al.
(2003).
0 4 8 12 16 20 24
0
1
2
3
4
5
6
7
Fluxo de Calor (W/m²)
Tempo (h)
Fluxo Condão (propriedades Moura)
Fluxo Condão (propriedades Harris)
Fluxo Radiação (propriedades Moura)
Fluxo Radiação (propriedades Harris)
Fluxo Total (propriedades Moura)
Fluxo Total (propriedades Harris)
Figura 4.21 Comparação dos fluxos de calor, considerando as propriedades da lã de vidro
segundo Harris
et al.
(2003) e segundo Moura (1998), para o dia típico de
inverno.
4.7
4.74.7
4.7 Comparativo
Comparativo Comparativo
Comparativo da transferência
da transferência da transferência
da transferência de calor através da
de calor através dade calor através da
de calor através da lã de vidro
lã de vidro lã de vidro
lã de vidro
com alguns materiais utilizados na constru
com alguns materiais utilizados na construcom alguns materiais utilizados na constru
com alguns materiais utilizados na construção civil
ção civilção civil
ção civil
Nesta seção é apresentada a determinação do fluxo de calor através de alguns
materiais utilizados na construção civil em comparação com a transferência de calor
através da lã de vidro, considerando as condições de contorno e espessura iguais.
Os materiais escolhidos foram o concreto, o gesso, a madeira compensada e
madeira de lei, comumente utilizados em coberturas de obras residenciais e o isopor,
Capítulo 4:
Resultados
78
comumente utilizado como isolante térmico. O concreto, o gesso, madeira
compensada e madeira de lei são materiais opacos para a radiação térmica e como
simplificação, considerou-se que o isopor como um material opaco a radiação
térmica.
Na tabela 4.2 são apresentados as propriedades termofísicas dos materiais
acima listados, correspondente a temperatura de 300
K
e a pressão de 1
atm
,
segundo Incropera e DeWitt (1998), necessários para a determinação do fluxo de
calor para a comparação com o fluxo de calor através da lã de vidro.
Os resultados do fluxo de calor para os materiais foram adimensionalizados
em função do maior fluxo de calor observado ao longo do dia em questão.
Tabela 4.2 Propriedades termofísicas de alguns materiais utilizados na construção civil,
segundo Incropera e DeWitt (1998).
Material
MaterialMaterial
Material
Calor Específico
Calor Específico Calor Específico
Calor Específico
(
)
c
Condutividade Térmica
Condutividade Térmica Condutividade Térmica
Condutividade Térmica
(
)
k
Densidade
Densidade Densidade
Densidade
(
)
ρ
Concreto 880 1,4 2300
Gesso 1215 0,17 800
Madeira
Compensada
1300 0,16 1000
Madeira de Lei
1255 0,16 720
Isopor 1210 0,040 16
Unidade
UnidadeUnidade
Unidade
Kkg
J
K
m
W
3
m
kg
Na figura 4.22 são apresentados os fluxos de calor para os materiais listados
na tabela 4.2 e para a de vidro, utilizando as propriedades radiativas obtidas por
Moura (1998), considerando espessuras iguais, para o dia típico de verão. Os
resultados mostram que, para a cobertura em concreto, o fluxo de calor tem altos
valores, em relação aos demais materiais. Comparando os dois materiais isolantes, a
de vidro e o isopor, a de vidro se mostrou mais eficiente, tendo portanto, um
menor fluxo de calor.
Capítulo 4:
Resultados
79
0 4 8 12 16 20 24
-1,0
-0,8
-0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
Fluxo de Calor Adimensional
Tempo (h)
lã de vidro (Moura)
concreto (Incropera)
gesso (Incropera)
madeira compensada (Incropera)
madeira de lei (Incropera)
isopor (Incropera)
Figura 4.22 Simulação da transferência de calor de alguns materiais utilizados na
construção civil, para o dia típico de verão.
Na figura 4.23 são apresentados os fluxos de calor para os materiais listados
na tabela 4.2 e para a de vidro, utilizando as propriedades radiativas obtidas por
Moura (1998), considerando espessuras iguais, para o dia típico de inverno.
Novamente o concreto se mostrou ineficiente com relação a isolação térmica.
Residências com esse material em sua cobertura, teria elevadas perdas de energia
para o ático, o que influencia nas condições de conforto dos ocupantes. A utilização
de materiais isolantes se mostrou eficiente, comparativamente ao concreto,
comumente utilizado em coberturas residenciais, sendo que a de vidro obteve o
menor fluxo de calor.
Capítulo 4:
Resultados
80
0 4 8 12 16 20 24
0,01
0,1
1
Fluxo de Calor Adimensional
Tempo (h)
lã de vidro (Moura)
concreto (Incropera)
gesso (Incropera)
madeira compensada (Incropera)
madeira de lei (Incropera)
isopor (Incropera)
Figura 4.23 Simulação da transferência de calor de alguns materiais utilizados na
construção civil, para o dia típico de inverno.
A tabela 4.3 mostra a energia acumulada no interior da residência, para o dia
típico de verão e a energia perdida para o ático residencial, para o dia típico de
inverno, considerando os materiais listados na tabela 4.2 e um comparativo com os
valores obtidos para a de vidro. Para ambos os dias, a utilização da de vidro se
mostrou mais eficiente, em relação aos demais materiais, sendo que, em uma
residência a qual o usuário deseje utilizar um sistema de ar condicionado, a carga
térmica através deste material é menor, o que favorece em um sistema de
refrigeração menor. No caso de uma residência sem um sistema de ar condicionado,
pode-se dizer que a utilização da lã de vidro favorece um maior conforto térmico dos
usuários, pois em ambos os dias, a residência tem menores trocas rmicas com o
ático residencial. Na construção civil, a de vidro normalmente é executada com
um outro material, como por exemplo o concreto, mas esta comparação considerou o
material individualmente.
Capítulo 4:
Resultados
81
Tabela 4.3 Comparativo da energia acumulada devido à transferência de calor, para alguns
materiais utilizados na construção civil.
Período
PeríodoPeríodo
Período
Material
MaterialMaterial
Material
Aumento
AumentoAumento
Aumento
(%)
Lã de Vidro
Isopor 10,2
Madeira Compensada 230,6
Madeira de Lei 230,6
Gesso 368,3
dia típico de
verão
Concreto 3756,8
Lã de Vidro
Isopor 16,8
Madeira Compensada 250,5
Madeira de Lei 250,5
Gesso 396,5
dia típico de
inverno
Concreto 3988,8
O Custo Unitário Base da construção civil, segundo o Sindicato da Indústria
da Construção Civil do Estado do Paraná, em consulta ao site:
http://www.sinduscon-pr.com.br/
, no dia 06/08/2005, é de R$
2
22,842 m
. O custo
unitário da lã de vidro, considerando espessura de 10 cm, segundo a Empresa
Tecnotermo Isolantes Térmicos Ltda., em consulta ao site:
http://www.tecnotermo.com.br/
, no dia 09/08/2005, é de R$
2
82,10 m
, sendo este
preço referência para São Paulo SP. Fazendo uma analogia entre os custos
unitários da construção civil e da lã de vidro, chega-se a conclusão que, em uma nova
construção residencial, o custo de implantação deste material isolante representaria
aproximadamente 1,3% a mais do preço final por m², o que demonstra a viabilidade
do uso deste material, principalmente em edificações climatizados. Um outro ponto
importante a ser analisado seriam as trocas térmicas através das paredes laterais.
82
Capítulo
CapítuloCapítulo
Capítulo
5
55
5
Conclusão
ConclusãoConclusão
Conclusão
Neste trabalho foi verificada a transferência de calor por condução e radiação,
através da de vidro utilizada no isolamento térmico de um ático residencial, para
dois dias distintos: dia típico de verão e dia típico de inverno.
Primeiramente descreveu-se o modelo matemático para a determinação da
transferência de calor por condução e radiação, em regime transiente e em um
espaço unidimensional, através da de vidro. Para a solução do problema,
considerou que este material isolante estava no interior de um ático residencial e
através desta consideração, utilizou-se as temperaturas medidas de um modelo
experimental para a solução da mesma. Este modelo pode ser aplicado na
determinação da transferência de calor para qualquer outro material
semitransparente, sendo exigido, como condições de contorno as temperaturas
prescritas das faces.
Nas simulações preliminares, verificaram-se o código desenvolvido para a
condução, considerando uma geração interna devido à radiação e o acoplamento de
ambos os códigos numéricos. Foi demonstrado que os resultados do código
desenvolvido para a condução convergem para a solução analítica em regime
permanente e os resultados do acoplamento de ambos os códigos são semelhantes a
trabalhos existentes na literatura.
Com o intuito de aperfeiçoar a simulação dos casos, foi analisado o erro
devido ao método numérico e o tempo de simulação, para que, com base nestes
Capítulo 5:
Conclusão
83
resultados pudesse se ter uma simulação em um menor intervalo de tempo e com
resultados coerentes.
Na análise das propriedades radiativas com relação ao comportamento no
meio, verificou-se que o valor do albedo do meio exerce influência no perfil de
temperatura, sendo que quanto maior for o albedo, o perfil de temperatura tende a
se tornar linear, conforme o caso de difusão pura. Com relação a espessura ótica, foi
verificado que sua variação tem o comportamento inverso do fluxo de calor, ou seja,
quanto menor for a espessura ótica, maior será o valor do fluxo de calor e vice-versa.
A emissividade das faces exerce influência no valor do fluxo total de calor para casos
onde a radiação tem predominância sobre a condução, onde se observou uma
diferença de 70,1% entre os casos. Para os casos onde a condução tem predominância
sobre a radiação, citando o caso da de vidro, a variação da emissividade das faces
exerce pouca influência o valor a transferência total de calor, sendo que esta
diferença diminui para 1,8%. O tipo de função de fase para o espalhamento da
radiação tem pouca influência sobre a transferência total de calor, para qualquer
caso, sendo que a diferença máxima observada foi de 4,1%, para o caso onde a
radiação é preponderante.
Os resultados da simulação da transferência de calor, através da de vidro,
em comparação com os resultados para uma mesma simulação existente em
literatura, onde se considera os efeitos de transporte de umidade foram poucos
conclusivos, pois apesar de para ambos os casos, os fluxos total de calor terem
comportamentos parecidos, foi verificado uma diferença nos valores em situações
onde o fluxo era positivo, ou seja, onde a residência perde calor para o ático. Esta
diferença era um valor esperado, devido ao modelo numérico não considerar os
efeitos de transporte de umidade, mas se esperava que os resultados do modelo
fossem menores do que aos resultados da literatura. Melhores conclusões poderão
ser feitas seao inserir no modelo numérico, desenvolvido para este problema, um
código que se considera o transporte de umidade.
A de vidro, se mostrou eficiente, com relação a transferência de calor, em
comparação aos materiais de construção utilizados na construção civil, sendo que,
pode-se afirmar que a de vidro favorece um melhor conforto térmico dos usuários
de uma residência que utilize este material e para ambientes climatizados o seu
Capítulo 5:
Conclusão
84
auxílio é em um menor dimensionamento do sistema de climatização.
Para trabalhos futuros são sugeridos:
- Acoplamento do código numérico desenvolvido para a transferência de calor
por condução e radiação com os efeitos da transferência de umidade ao longo do
isolante térmico;
- Inclusão dos efeitos de convecção nas condições de contorno;
- Inclusão do fator geométrico do ático residencial no código numérico;
- Análise dos efeitos da transferência de calor através das paredes da
edificação.
85
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