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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
DIAGNÓSTICO GENÉTICO E MOLECULAR
ALTA PREVALÊNCIA DO SUBTIPO C E DA FORMA
RECOMBINANTE CRF31_BC EM PORTADORES DO HIV-1
NO MUNICÍPIO DE CANOAS, RIO GRANDE DO SUL
Dissertação para obtenção do título de
Mestre em Diagnóstico Genético e
Molecular.
RAFAELA DE CARLI
Orientador: Prof. Dr. VAGNER RICARDO LUNGE
CANOAS
2009
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2
Rafaela De Carli
Alta Prevalência do Subtipo C e da forma recombinante
CRF31_BC em pacientes portadores do HIV-1 no Município de
Canoas, Rio Grande dos Sul
Dissertação apresentada ao programa de pós-
graduação em Diagnóstico Genético e Molecular, da
Universidade Luterana do Brasil, como requisito
parcial e final para obtenção do grau de Mestre em
Diagnóstico Genético e Molecular, tendo como
orientador o Prof. Dr. Vagner Ricardo Lunge.
Canoas
2009
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3
Dedico este trabalho aos meus pais pelo incentivo
constante em todos os momentos da minha vida.
4
Agradeço aos meus pais por terem me
proporcionado à oportunidade de estudar e
entenderem a minha ausência durante o
desenvolvimento deste trabalho.
Ao meu namorado pela compreensão e apoio
constante.
Ao meu orientador pelo permanente incentivo,
paciência e ampliação dos meus conhecimentos.
A todos os meus amigos que de alguma forma
contribuíram para realização deste trabalho.
A Deus por ter me permitido realizar mais uma etapa
para o meu desenvolvimento.
5
RESUMO
O vírus da imunodeficiência humana HIV é um retrovírus causador da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Este retrovírus possui uma ampla variabilidade genética
(devido a altas taxas de mutações e recombinações), sendo classificado em 2 tipos principais
(HIV-1 e HIV-2), diversos subtipos, formas recombinantes circulantes (CRF) e formas
recombinantes únicas (URF). Os grupos e subtipos do HIV-1, especialmente os do grupo M,
estão disseminados pelo mundo inteiro e são responsáveis pela grande maioria dos casos de
AIDS. No entanto, os 9 subtipos deste grupo (A, B, C, D, F, G, H, J e K) e seus principais
CRFs apresentam distribuição variada conforme o país/região, estando associados à
capacidade de disseminação intrínseca do subtipo/CRF e características epidemiológicas
locais. O presente trabalho teve como objetivo estabelecer a prevalência dos subtipos do HIV-
1 e do principal CRF encontrado previamente no sul do país (CRF31_BC) no Município de
Canoas, Rio Grande dos Sul. Foram seqüenciadas 50 amostras na região dos genes da
protease e da transcriptase reversa. Os resultados obtidos demonstraram uma maior
prevalência do subtipo C (42%), seguido de formas recombinantes BC (CRF31_BC) (40%),
subtipo B (14%) e subtipo F (4%). Não foram encontrados outros subtipos. Estes dados
confirmam a disseminação do subtipo C e da CRF31_BC no município de Canoas.
Palavras Chave: HIV-1 - Subtipos do HIV-1 – Recombinação - Genotipagem.
6
ABSTRACT
The Human Immunodeficiency Virus HIV is a retrovirus causative agent of the
Acquired ImmunoDeficiency Syndrome (AIDS). This retrovirus has a wide genetic variability
(due to a high mutation and recombination rate characteristic of HIV), being assorted in two
main types (HIV-1 and HIV-2), subtypes, circulant recombinant forms (CRF) and unique
recombinant forms (URF). The groups and subtypes of HIV-1, especially those from the M
group, have a wide geographic distribution and are associated to the great majority of the
AIDS cases in the world. However, the nine subtypes of the M group (A, B, C, D, F, G, H, J
and K) and its main CRFs present a varied distribution according to the country or region,
being associated with the inherent dissemination capacity of the subtype or CRF and with
local epidemiologic characteristics. The aim of the present study is to establish the prevalence
of the HIV-1 subtypes and the main CRF found in the south of the country (CRF31_BC) in
Canoas city, Rio Grande do Sul. 50 samples had been sequenced in the region of the genes of
protease and reverse transcriptase. The results showed a higher prevalence of subtype C
(42%), followed by the recombinant form BC (CRF31_BC) (40%), subtype B (14%) and
subtype F (4%). Other subtypes were not found. This data confirm the dissemination of the
subtype C and the recombinant form CRF31_BC and in Canoas city.
Keywords: HIV-1 - HIV-1 subtypes – Recombination - Genotyping.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................................09
1. Origem e Perspectiva Histórica ...............................................................................09
2. Descrição do agente (HIV) e organização genômica ............................................. 11
3. Replicação viral .........................................................................................................13
4. Classificação ...............................................................................................................14
5. Transmissão ...............................................................................................................15
6. Evolução clínica .........................................................................................................16
7. Tratamento ................................................................................................................18
8. Testes Diagnósticos ...................................................................................................20
8.1 Detecção de anticorpos ......................................................................................21
8.2 Detecção de antígenos.........................................................................................22
8.3 Cultura viral .......................................................................................................22
8.4 Amplificação do genoma do vírus (diagnóstico molecular) ............................23
8.5 Genotipagem .......................................................................................................24
9. Epidemiologia ............................................................................................................25
9.1 Subtipos do HIV e CRFs ...................................................................................27
JUSTIFICATIVA E OBJETIVO ....................................................................................31
METODOLOGIA .............................................................................................................32
1. Caracterização da População Alvo e Coleta das Amostras ...................................32
2. Escolha da região alvo, desenho e síntese dos primers .......................................... 32
3. Extração e Amplificação das amostras ....................................................................35
4. Seqüenciamento .........................................................................................................35
5. Análise das seqüências .............................................................................................36
RESULTADOS .................................................................................................................37
1. Estabelecimento da técnica de amplificação por PCR nested ...............................37
8
2. Extração e amplificação das amostras de HIV-1 .................................................... 39
3. Seqüenciamento ...........................................................................................................41
4. Alinhamentos e Filogenia .......................................................................................... 41
DISCUSSÃO ...................................................................................................................... 43
CONCLUSÕES ...................................................................................................................47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................48
ANEXO ................................................................................................................................62
9
INTRODUÇÃO
Até dezembro de 2007, segundo a UNAIDS (2008), o número de pessoas infectadas
com o vírus da imunodeficiência humana (HIV, do inglês human immunodeficiency virus”)
no mundo era de 33,2 milhões, sendo que 2,5 milhões eram consideradas infecções recentes
ocorridas em 2007 e 2,1 milhões de indivíduos vieram ao óbito no mesmo ano.
No Brasil, estima-se que cerca de 593 mil pessoas estejam contaminadas com o vírus
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007c). Em 2006 o coeficiente de mortalidade por AIDS no país
era de 6,0 óbitos por 100 mil habitantes, sendo que de 1996 a 2006 se observou um aumento
desse índice nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, estabilização na região Sul e redução
na região Sudeste (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007i).
1. Origem e Perspectiva Histórica
Acredita-se que o HIV foi originado do vírus da imunodeficiência símia, ou
simplesmente SIV (do inglês Simian Immunodeficiency Virus”), que é um retrovírus que
acomete primatas africanos. Todas as variantes do SIV caracterizadas até agora têm a
capacidade de infectar linfócitos T CD4. Recentemente um estudo demonstrou que algumas
infecções começaram antes de 1910 no epicentro da epidemia, que são os países africanos. O
ancestral mais comum do HIV-1 encontrado pertence ao grupo M e coincide exatamente com
o surgimento dos primeiros aglomerados urbanos, o que sugere que o crescimento das cidades
poderia ter facilitado o estabelecimento inicial do vírus e sua conseqüente propagação
(WOROBEY et al., 2008). Portanto, a epidemia da AIDS teve como local de origem o Oeste
Central da África, onde se encontra a maior diversidade de variantes do vírus
(BUONAGURO et al., 2007).
Em meados de 1981 surgiu na cidade de Los Angeles, Califórnia, o relato de 5 casos
de homens homossexuais que apresentavam pneumonia pelo Pneumocystis carinnii (PCP),
um mês mais tarde, apareceram mais 26 casos em Nova York e na Califórnia de homens
homossexuais que apresentavam PCP, sarcoma de Kaposi, outras infecções oportunistas e
disfunção inexplicada do sistema imunológico. Os relatos de casos de pessoas com os
mesmos sintomas continuaram a crescer nos EUA e a conclusão que os especialistas
chegaram era de que se tratava de uma nova doença que ainda não tinha sido classificada e
que a sua etiologia era provavelmente infecciosa e transmissível (DEL RIO & CURRAN,
2001; KAISER FAMILY FOUNDATION, 2008).
10
Em 1982 os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC do inglês
U.S. Centers for Disease Control and Prevention) passaram a utilizar o termo AIDS (do
inglês Acquired Immune Deficiency Syndrome”) para se referir a doença que tinha quatro
fatores de risco bem definidos: homens homossexuais, usuários de drogas injetáveis, origem
haitiana e hemofílicos (KAISER FAMILY FOUNDATION, 2008). A doença ficou
conhecida na década de 80, mas em retrospecto podem ter ocorridos casos esporádicos nos
EUA, na Europa e na África até três décadas antes (DEL RIO & CURRAN, 2001).
Em 1983, os pesquisadores franceses Luc Montaigner e Françoise Barre-Sinoussi que
faziam parte da equipe de virologistas do Instituto Pausteur isolaram o HIV-1 de pacientes
com AIDS e descobriram o vírus causador da doença. O reconhecimento veio com o Nobel de
Medicina de 2008, quando esses dois cientistas foram premiados por esta descoberta. Esse
feito havia sido atribuído anteriormente ao americano Robert Gallo. Atualmente o mundo
científico reconhece que este pesquisador e sua equipe tiveram um papel fundamental na
demonstração de que o vírus era realmente o causador da AIDS, mas não participou da
descoberta (SEXOS, PLEXOS SAUDIS, 2008).
Voltando ao ano de 1983, o Serviço Público de Saúde dos EUA (U.S. Public Health
Service) passa a recomendar a prevenção da transmissão do vírus por contato sexual e
transfusão de sangue, ocorre à primeira notificação da doença em crianças e o primeiro caso
no sexo feminino no Brasil (KAISER FAMILY FOUNDATION, 2008; MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2007a). No ano de 1986 o HIV-2 foi identificado e o comitê internacional
recomendou o termo HIV para denominar os agentes etiológicos causadores da AIDS. Neste
mesmo ano, foi criado o Programa Nacional de DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis)
e AIDS no Brasil (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007a; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008g).
Em 1987, o órgão oficial do governo norte-americano responsável pela liberação de
alimentos e drogas (FDA do inglês Food and Drug Administration”) aprova a primeira
droga antiretroviral (a Zidovudina ou AZT, um análogo de nucleosídeo) para o tratamento de
indivíduos infectados pelo HIV. Em 1995, o FDA aprova o primeiro inibidor de protease
(Saquinavir). Em 1996, o Dr. David Ho e sua equipe, após uma série de pesquisas,
demonstram que o uso combinado de drogas (o chamado “coquetel”) é mais eficiente no
controle da multiplicação do HIV, dando início a uma nova era: a da terapia antiretroviral
altamente ativa (HAART, do inglês Highly Active Anti-Retroviral Therapy”) (MO et al.,
1996). Após a introdução do HAART se observou uma diminuição de 40% das mortes nos
11
EUA devido a AIDS e um aumento na expectativa de vida dos indivíduos infectados
(KAISER FAMILY FOUNDATION, 2008). Porém é importante lembrar que esta conquista
esteve restrita aos países desenvolvidos e alguns dos considerados em desenvolvimento (entre
os quais o Brasil). Na grande maioria dos locais mais pobres, incluindo praticamente toda a
África, a epidemia da AIDS continuou a aumentar e ser responsável pela grande maioria dos
óbitos (DEL RIO & CURRAN, 2001).
2. Descrição do agente (HIV) e organização genômica
O vírus da imunodeficiência humana HIV é um retrovírus que pertence à família
Retroviridae e ao gênero Lentivirinae, causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
(AIDS). Este retrovírus é composto por duas fitas simples de RNA, que para multiplicar-se e
integrar-se ao genoma do hospedeiro necessita da enzima transcriptase reversa que faz com
que o RNA seja transcrito em DNA.
As partículas virais do HIV, também chamadas de virions, medem aproximadamente
100 a 150nm de diâmetro e possuem um núcleo cônico onde se encontram a enzima
transcriptase reversa, a integrase e as duas cópias idênticas de fitas de RNA que tem um
comprimento de 9-10 Kb. O núcleo é rodeado por proteínas estruturais que formam o
nucleocapsídeo, que por sua vez é protegido por proteínas estruturais da matriz, estas
envolvidas por um envelope lipídico que é produzido pela membrana celular. Na membrana
encontram-se ainda as glicoproteínas transmembrana e de superfície (SCHÜPBACH, 1999;
GRIFFTH et al., 1997).
O genoma do HIV é constituído por genes estruturais (gag, pol e env) e uma
combinação de outros genes considerados genes regulatórios (tat e rev) e acessórios (vif, vpu,
vpr, vpx e nef) (Figura 1). O gene gag é responsável pela codificação da maioria das proteínas
estruturais, o mesmo produz a proteína precursora p55 que é processada para formação das
proteínas que compõe a matriz (p17), o capsídeo (p24) e o nucleocapsídeo (p7 e p6). A região
pol produz as enzimas virais transcriptase reversa (p51 e p66), integrase (p32), protease (p11),
RNase e ribonuclease (GRIFFTH et al., 1997; MYERS et al., 2008). O gene env sintetiza a
glicoproteína precursora gp160 que quando clivada produz a glicoproteína glicosilada externa
gp120 e a glicoproteína transmembrana gp41, a gp120 contém o sítio que o receptor CD4+
dos linfócitos T se liga e a gp41 tem como função facilitar a fusão da membrana viral com a
membrana celular do hospedeiro. As proteínas regulatórias (tat e rev) desempenham papéis
12
importantes nas fases de transcrição e pós-transcrição do vírus e são essenciais para
propagação viral, enquanto que as proteínas acessórias (vif, vpu, vpr, vpx e nef) em geral, não
são necessárias para a propagação viral em cultura de tecidos, porém alguns experimentos
sugerem que elas desempenham papéis importantes e são fundamentais na regulação do ciclo
viral e na sua patogênisidade (SHAW, 2001; MYERS et al., 2008).
Figura 1: Genoma do HIV-1 e HIV-2. Os genes estruturais (gag, pol e env) estão representados na
cor vermelha, os genes regulatórios (tat e rev) na cor azul e os genes acessórios (vif, vpu, vpr, vpx e
nef) na cor verde (adaptado de Myers et al., 2008).
O HIV possui uma grande capacidade de mutar e se adaptar a diferentes condições do
ambiente humano. A grande variabilidade genética se deve principalmente às altas taxas de
mutações (deleções, inserções, substituições e repetições) e a capacidade de recombinação
(PINTO & STRUCHINER, 2006).
A alta incidência de erros que ocorre no processo de transcrição resulta em mudanças
de um ou mais nucleotídeos durante o ciclo reprodutivo do vírus (REQUEJO, 2006). A taxa
de erro durante um ciclo de replicação, na incorporação de nucleotídeos é de
aproximadamente 10
-3
a 10
-5
por sítio (PINTO & STRUCHINER, 2006). O HIV-1 possui
aproximadamente 10 mil pares de bases em seu genoma, e a cada ciclo de replicação ele
adquire em média uma substituição de nucleotídeo, sendo assim é possível imaginar a grande
13
diversidade de partículas virais geradas ao longo do curso da infecção (OVERBAUGH &
BANGHAM, 2001; PINTO & STRUCHINER, 2006).
A recombinação ocorre com muita freqüência nos retrovírus. Esse processo necessita
que uma célula tenha sido infectada em algum momento por 2 ou mais HIVs diferentes.
Nestes casos a enzima transcriptase reversa, durante o processo de transcrição, pode “saltar”
de uma fita de RNA para outra produzindo uma fita de DNA viral que contém partes das duas
fitas iniciais de RNA (HU & TEMIN, 1990; ZHUANG et al., 2002; PINTO &
STRUCHINER, 2006).
3. Replicação viral
Após a entrada no organismo, o HIV infecta principalmente os linfócitos T,
macrófagos, células dendríticas e outras células apresentadoras de antígenos, pois essas
células possuem em sua superfície os receptores CD4+ que interagem com a glicoproteína
gp120 presente na superfície do HIV, provocando mudanças conformacionais que faz com
que o vírus interaja com outros co-receptores celulares, CXCR4 (nos linfócitos T) ou CCR5
(nos macrófagos) (SCHÜPBACH, 1999; GRIFFITH et al., 2007).
Ocorrida à fusão do vírus com a célula hospedeira e as mudanças conformacionais, o
mesmo entra na célula e libera o seu material genético (RNA). Já dentro da célula, a
transcriptase reversa (TR) é clivada e ativada por outra enzima viral: a protease. Após ativa, a
TR converte o RNA viral em DNA complementar (cDNA), essa enzima também é
responsável pela degradação do RNA após sintetizar a fita de cDNA e pela duplicação da
mesma. Ainda na fita de RNA existem duas regiões regulatórias localizadas no final de ambos
os lados (R-U5 no final da extremidade e R-U3 no final da extremidade 3´), essas regiões
são conhecidas como regiões terminais longas e repetidas (LTRs, do inglês “Long Terminal
Repeats”), e também são transcritas pela TR. O cDNA com as LTRs e mais algumas
proteínas virais é chamado de complexo pré-integração, que migra até o núcleo da célula
hospedeira e se integra em seu DNA com a ajuda de uma enzima retroviral específica, a
integrase. Quando essa integração acontece o genoma da célula passa a ser chamado de pró-
vírus (SCHÜPBACH, 1999).
O material genético do pró-vírus vai ser transcrito e produzirá o RNA viral. O
processo de transcrição é regulado por proteínas virais conhecidas como tat, rev, nef e vpr. As
proteínas produzidas pelos genes regulatórios tat e rev possuem uma grande influência nas
14
taxas de replicação viral. As proteínas produzidas pelo gene tat causam um aumento de
transcrição nas LTRs, enquanto que as proteínas produzidas pelo gene rev são responsáveis
pelos “splicings” no RNA e posterior codificação em proteínas virais estruturais (GRIFFITH
et al., 2007). Depois de concluído o processo de transcrição o RNA viral sai do núcleo e, já no
citoplasma, ocorre o processo de tradução do RNA e a síntese de partículas virais que serão
montadas na superfície interna da membrana celular e liberadas para o meio externo por
brotamento, sendo essas partículas ainda imaturas e não infecciosas. Para ocorrer à maturação
dessas partículas, as proteínas virais precursoras gag e gag-pol devem ser clivadas pela
protease em diferentes subunidades, assim essas partículas encontram-se prontas para infectar
outras células do sistema imunológico (SCHÜPBACH, 1999).
Durante o processo de transcrição reversa pode ocorrer a formação de dois tipos de
RNAs recombinantes, os homólogos que são provenientes de moléculas idênticas ou similares
e geram uma molécula igual as que as deu origem e os não homólogos que provem de duas
moléculas diferentes de RNA e por sua vez geram uma nova molécula que difere da original
ou parenteral (COFFIN, 1979; ALEJSKA et al., 2001; BASU et al., 2008). Desta forma, o
processo de transcrição é o momento quando ocorrem as mudanças estruturais do genoma
viral através das recombinações, importantes para adequação do vírus a um novo ambiente,
como por exemplo na presença de drogas antiretrovirais (BASU et al., 2008). Existem vários
pontos de recombinação ao longo do genoma do HIV-1 em que a taxa de recombinação é
extremamente alta, em torno de 2,8 por ciclo de replicação (JETZT et al., 2000; ZHUANG et
al., 2002). De acordo com Jetzt et al. (2000), uma região do vírus que recombina com maior
freqüência, é a região pol no final da fita 5´, aproximadamente 40% das recombinações
ocorrem nessa região quando o HIV encontra-se na fase de pró-vírus. Porém, outro estudo
sugere que as regiões do genoma do HIV onde ocorrem o maior número de quebras, e
conseqüente recombinação, são as duas extremidades do gene env, provavelmente devido ao
fato desse gene ser transferido para o outro genoma quase de forma intacta (RAMIREZ et al.,
2008).
4. Classificação
O HIV é classificado em dois tipos: HIV-1 e HIV-2. O tipo 1 é considerado mais
agressivo e principal responsável pela pandemia da AIDS, enquanto que o tipo 2 é menos
patogênico e ocorre somente em algumas regiões da África Central e Ocidental
(SCHÜPBACK, 1999, SHARP et al., 2001; REQUEJO, 2006; HIV SEQUENCE
15
DATABASE, 2008a). O HIV-1 é dividido em três grupos distintos: M, O e N. O grupo M é o
maior deles, composto por 9 subtipos nomeados pelas letras A, B, C, D, F, G, H, J e K (os
subtipos A e F ainda possuem os sub subtipos A1 e A2 e F1 e F2) disseminados pelo mundo
inteiro. O grupo O (do inglês outlier”) é menos comum e endêmico não sendo dividido em
subtipos, mas sim em 5 conjuntos filogenéticos classificados por números romanos de I a V,
todos com ocorrência restrita ao Oeste Central da África. O grupo N (do inglês “new” – novo)
forma uma linhagem independente próxima filogeneticamente ao SIV e é raramente
encontrado (PINTO & STRUCHINER, 2006; REQUEJO, 2006).
Além dos subtipos, é comum encontrar formas recombinantes de 2 ou mais subtipos e
que podem ser classificadas em Únicas ou Circulantes. Um isolado de HIV é considerado uma
forma recombinante única (ou URF, do inglês Unique Recombinant Form”) quando, após
análise da seqüência nucleotídica, esta apresenta estrutura de mosaico formada por 2 ou mais
subtipos e não se assemelha a de nenhum subtipo ou forma recombinante circulante (ou CRF,
do inglês “Circulating Recombinant Form”) previamente descrito. Quando mais de três
subtipos estão envolvidos em um mesmo recombinante, este é denominado como “cpx” (do
inglês complex”) (ROBERTSON, et al., 2008). Estas formas, em geral, são encontradas em
indivíduos isolados e não se disseminam na população. O CRF, por sua vez, é um
recombinante que originalmente era uma URF mas que, devido a uma significativa taxa de
disseminação em uma determinada população, passou a ser considerada como circulante.
URFs e CRFs são gerados continuamente em locais onde a epidemia está se propagando (HU
& TEMIN, 1990). Especificamente os CRFs são nomeados e identificados por um código
com números e letras que indicam a ordem de descoberta e os subtipos envolvidos, (Ex:
CRF31_BC 31
o
CRF descoberto que é um recombinante BC). Até o momento foram
descritos 43 CRFs na literatura (REQUEJO, 2006; HIV SEQUENCE DATABASE, 2008b;
LEITNER et al., 2008; ROBERTSON et al., 2008).
5. Transmissão
A forma mais comum de transmissão do HIV é por contato sexual, devido à
sensibilidade da mucosa genital e anal a fluidos de sangue, sêmen e secreção vaginal de
indivíduos infectados (SCHÜPBACK, 1999; DEL RIO & CURRAN, 2001; SAAG, 2001;
GRIFFITH et al., 2007). Mas também pode ocorrer pela transfusão de sangue, instrumentos
não esterilizados perfuro-cortantes, seringas e agulhas compartilhadas, sendo essa última
16
forma de contágio mais freqüente em usuários de drogas injetáveis (DEL RIO & CURRAN,
2001; SAAG, 2001).
Outra via de transmissão do HIV é a perinatal, que ocorre quando a mãe infectada
passa o vírus para o filho durante a gravidez, o parto ou na amamentação (SCHÜPBACK,
1999; DEL RIO & CURRAN, 2001; GRIFFITH et al., 2007). Entretanto, essa forma de
contágio tem diminuído muito desde a introdução do tratamento antiretroviral que é utilizado
na mãe durante a gestação, juntamente com a restrição a amamentação após o nascimento da
criança (GRIFFITH et al., 2007).
Devido às rotas comuns de transmissão do HIV, HBV (hepatite B) e HCV (hepatite C)
tem sido observada uma alta incidência de casos de co-infecção. A transmissão parenteral é
mais observada no HCV, enquanto a via sexual é mais eficiente para a transmissão do HIV
(MENDES-CORREA et al., 2001; SILVA & BARONE, 2006; TOVO et al., 2006; TOVO et
al., 2007). Os indivíduos com AIDS e com hepatite C possuem comprovadamente uma
sobrevivência menor do que os que são infectados apenas pelo HIV (MARINS et al., 2005).
No caso do HBV, estudo realizado nos EUA demonstrou aumento significativo de mortes
relacionadas a complicações hepáticas em pacientes co-infectados em relação à mono-
infecção pelo HIV (THIO et al., 2002).
6. Evolução clínica
De acordo com O Ministério da Saúde (2007g), a infecção pelo HIV possui quatro
fases clínicas:
A fase 1 é a infecção aguda ou primaria que ocorre entre 5 e 30 dias após o contato
com o vírus e durante a qual o diagnóstico clínico difícil devido à falta de manifestações
clínicas. Essa fase caracteriza-se por apresentar viremia elevada e resposta imune intensa
(CENTLIVRE et al., 2007; GRIFFITH et al., 2007). Durante o pico de viremia, o número de
linfócitos T CD4+ diminuem rapidamente enquanto os linfócitos T CD8 aumentam, refletindo
uma resposta T citotóxica potente. Posteriormente o número de linfócitos T CD4+ aumentam
porém não chegam a retornarem aos níveis prévios à infecção. A diminuição da contagem dos
linfócitos T CD4+, de 30 a 90 células por ano (o número normal é de 600 a 1.200 células
CD4/mm
3
), tem uma relação direta com a velocidade da replicação viral e com a progressão
para AIDS (GRIFFITH et al., 2007).
17
Quando o sistema imunológico encontra-se em grande atividade nos picos de viremia
é que as manifestações clínicas aparecem, podendo variar em intensidade, indo desde gripes
até uma ndrome que se assemelha à mononucleose. Outros sintomas de infecção viral que
podem aparecer nessa fase são: febre, faringite, cefaléia, ulcerações muco-cutâneas (na
mucosa oral, esofágica e genital), náusea, vômito, perda de peso, etc (SCHÜPBACH, 2005;
GRIFFITH et al., 2007). Em média, os sintomas duram em torno de 14 dias, sendo que a
persistência por mais de 14 dias parece estar associada a uma evolução mais rápida pra AIDS.
A fase 2 é chamada de assintomática ou latência clínica. O estado clínico básico do
portador do HIV é mínimo ou inexistente, ou seja, o paciente não apresenta qualquer sintoma
(SCHÜPBACH, 2005; GRIFFITH et al., 2007). Essa etapa de latência do vírus é
caracterizada pela interação do sistema imunológico com as rápidas e constantes mutações do
vírus, mantendo um equilíbrio de amadurecimento e morte (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2008e). Nesta fase também ocorre um aumento gradual da carga viral e uma diminuição
irreversível no número de células T CD4+ (CENTLIVRE et al., 2007).
Na fase 3, denominada sintomática inicial, o portador apresenta sinais e sintomas
inespecíficos e de intensidade variável, tais como sudorese noturna, emagrecimento, fadiga e
trombocitopenia (anormalidade hematológica), bem como processos oportunistas de menor
gravidade, principalmente na pele e nas mucosas. Os processos oportunistas mais comuns são:
candidíase oral e vaginal, gengivite, úlceras aftosas, diarréia, sinosopatias, herpes simples e
recorrentes, herpes Zoster e leucoplasia pilosa oral (espessamento epitelial benigno).
A fase 4 é a AIDS, mas também é chamada terminal ou final, e caracteriza-se por uma
redução crítica dos linfócitos T CD4+, chegando a menos de 200 unidades por mm
3
de sangue
(GRIFFITH et al., 2007). Devido à debilidade do sistema imunológico do hospedeiro é nesta
fase que começam a aparecer às doenças oportunistas típicas como tuberculose, pneumonia,
diarréia persistente, dores de cabeça, febre, náuseas, vômitos falta de coordenação, fadiga
extrema, perda de peso, tumores, entre outras (CONSTANTINE & ZINK, 2005;
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008d; GRIFFITH et al., 2007).
Atualmente, é mais difícil encontrar um portador de HIV com AIDS, devido à
eficiência da terapia antiretroviral em evitar as principais infecções oportunistas causadas pela
imunodepressão. Porém, a terapia não consegue eliminar as complicações clínicas pela
presença dos rus relacionados às hepatites, pelo contrário, as hepatites B e C tornaram-se
18
gradativamente as principais causas de mortalidade entre os pacientes infectados pelo HIV
(ROCKSTROH, 2006).
7. Tratamento
O Brasil é reconhecido mundialmente na luta contra a AIDS, pois foi o primeiro país a
fornecer gratuitamente o acesso ao tratamento antiretroviral a todos os pacientes infectados
(BRITO et al., 2005; CHEQUER et al., 2005). As drogas utilizadas na terapia antiretroviral
(HAART) têm causado um grande impacto sobre a história natural da infecção pelo HIV,
mostrando significativo decréscimo nos índices de mortalidade e aumentando a expectativa e
a qualidade de vida dos indivíduos infectados (BASTOS & SZWARCWALD, 2000;
LEWDEN et al., 2004; BRITO et al., 2005).
Existem hoje 17 tipos de medicamentos que podem ser divididos em quatro classes: os
inibidores de protease (bloqueiam a ação da enzima protease impedindo com isso, a produção
de novas cópias de células infectadas); os inibidores de fusão (fazem com que o vírus não
consiga entrar na célula); os inibidores de transcriptase reversa análogos de nucleosídeos ou
nucleotídeos (inibem a atividade da enzima transcriptase reversa, os nucleotídeos se integram
à cadeia de DNA viral e a tornam defeituosa impedindo assim a reprodução viral) e os
inibidores de transcriptase reversa não análogos de nucleosídeos (fazem o bloqueio direto da
ação da enzima transcriptase reversa) (YARCHOAN & BRODER, 2001; MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2008f). Para potencializar a terapia antiretroviral e combater o HIV com eficiência
faz-se necessária a utilização de no mínimo dois medicamentos de classes diferentes, sendo
que a maioria dos pacientes utiliza três a quatro drogas combinadas (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2008f).
O início da terapia antiretroviral é definido por parâmetros laboratoriais e clínicos,
como a contagem de células T CD4+, a carga viral e a presença de sinais clínicos de
imunodeficiência (incluindo os processos oportunistas). Conforme os principais órgãos de
regulamentação norte-americanos e britânicos (US Department of Health and Human
Services, International AIDS Society-USA e British HIV Society) recomenda-se começar o
tratamento em pacientes assintomáticos quando a contagem de células T CD4+ for inferior a
200cells/µL (GALLANT, 2008). No Brasil, o tratamento tem sido indicado já quando o
número de células T CD4+ for inferior a 500cells/ µL ou a carga viral estiver acima de
10.000-30.000 cópias de RNA/ml (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008e).
19
A eficácia do tratamento anti-retroviral pode ser observada basicamente por três
aspectos: evolução da carga viral, contagem de linfócitos T CD4+ e ocorrência de eventos
clínicos. É considerada falha virológica quando não ocorre a manutenção da carga viral a
níveis indetectáveis, considerando-se carga viral acima de 400 partículas virais/ml após 24
semanas ou acima de 50 partículas virais/ml após 48 semanas de tratamento (GALLANT,
2007; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008h). A falha imunológica caracteriza-se por um
declínio progressivo na contagem dos linfócitos T CD4+ e quando a redução for maior do que
25% deve-se suspeitar de falha imunológica (TURNER et al., 1994). Considera-se falha
clínica quando o paciente começa a apresentar infecções oportunistas e tumores. Em geral, as
três falhas (virológica, imunológica e clínica) não costumam aparecer simultaneamente
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008h).
A falha virológica acarreta prejuízos imunológicos e clínicos além de conferir
resistência viral a drogas, e conseqüente, diminuição nas opções das mesmas para futuras
opções terapêuticas. Pode ocorrer um acúmulo de mutações de resistência caso haja
manutenção dos antiretrovirais em presença de carga viral detectável (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2008h). Um estudo mostrou que o índice é de 1,61 mutações por ano por pessoa
(NAPRAVNIK et al., 2005). Quando a viremia é persistente durante um ano, ocorre a perda
de opção de pelo menos uma droga em 30% dos pacientes (HATANO et al., 2006). De acordo
com Murri et al. (2006), o tratamento mais longo com drogas antiretrovirais e supressão viral
a níveis indetectáveis parecem estar relacionados a uma proteção do paciente contra a
progressão clínica.
Em caso de mudança terapêutica, sugere-se que os exames sejam realizados em
intervalos menores (a cada mês) e que seja feita a genotipagem viral, a fim de investigar se o
paciente apresenta resistência a algum tipo de medicamento (HAMMER et al.; 2006;
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008e).
8. Testes Diagnósticos
Segundo o Ministério da Saúde (2008g), existem basicamente 4 grupos de testes para
detecção da infecção pelo HIV: detecção de anticorpos, detecção de antígenos, cultura viral e
amplificação do genoma do vírus (ou diagnóstico molecular).
Independentemente do tipo de teste, todos os laboratórios (sejam eles privados,
públicos ou conveniados ao Sistema Único de Saúde - SUS) devem adotar obrigatoriamente
20
uma série de procedimentos seqüenciados para o diagnóstico inicial de infecção pelo HIV
(Figura 2), de acordo com a Portaria 59/GM/MS, de 28 de Janeiro de 2003 (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2008h).
Figura 2: Fluxograma para detecção de anticorpos anti-HIV em indivíduos com idade acima de dois anos
(recomendado acima de 18 meses) (adaptado do MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008h).
21
8.1 Detecção de anticorpos
Os principais testes de detecção de anticorpos são ELISA, imunofluorescência,
Western blot e Radioimunoprecipitação.
- ELISA: é o teste mais utilizado no diagnóstico sorológico do HIV devido ao grande número
de amostras que podem ser processadas ao mesmo tempo com alta sensibilidade e custo
relativamente baixo (CONSTANTINE & ZINK, 2005; FEARON, 2005). O princípio do teste
consiste na utilização de antígenos virais (proteínas) que podem ser produzidos tanto por
cultura células (testes de primeira geração) quanto por tecnologia molecular (recombinantes),
esses antígenos encontram-se fixados ou adsorvidos em cavidades de uma placa de plástico
onde será adicionada a amostra de plasma ou soro do paciente. As próximas etapas do teste
consistem na adição de diferentes tipos de reagentes, se na amostra estiverem presentes
anticorpos contra o HIV, os mesmos se ligarão aos antígenos presentes no fundo da placa e
produzirão uma reação corada. Em caso de resultado positivo é indicada a realização de testes
adicionais confirmatórios (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008g).
- Imunofluorescência indireta: é utilizado como teste confirmatório. O antígeno do vírus é
fixado a uma lâmina de microscópio que será incubada com a amostra do paciente (soro ou
plasma). Após essas lâminas serão tratadas com um soro que contém anticorpos específicos
para imunoglobulina humana (anti-Ig) conjugados a um fluorocromo. A leitura é feita através
de um microscópio de fluorescência (CONSTANTINE & ZINK, 2005; GRIFFITH et al.,
2007; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008g).
- Western-blot: é o teste mais comumente utilizado como confirmatório. É bastante complexo
e de custo elevado, porém apresenta alta especificidade e sensibilidade. Brevemente, uma
membrana de nitrocelulose que possui as proteínas virais separadas por eletroforese é
colocada em contato com o soro do paciente pra que ocorra uma reação antígeno-anticorpo.
Essa reação será detectada por meio da reação com antiimunoglobulina humana conjugada
com uma enzima ou radioisótopo. A revelação da membrana é realizada com substrato
cromogênico e o resultado é dado por meio de leitura visual (CONSTANTINE & ZINK,
2005; FEARON, 2005; GRIFFITH et al., 2007; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008g).
- Radioimunoprecipitação: é uma técnica pouco conhecida utilizada para confirmação. Os
anticorpos são detectados a partir de reações que ocorrem com antígenos radioativos, esses
antígenos são provenientes de células infectadas que durante a síntese de proteínas virais são
22
mantidas em presença de radioisótopos. A reação antígeno-anticorpo produz um precipitado
que se sedimentará, após será dissociado com detergente e analisado por eletroforese em gel
de poliacrilamida (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008g).
Atualmente existem testes rápidos baseados em imunocromatografia e fluxo lateral
que detectam em menos de 30 minutos os anticorpos contra o HIV presentes no sangue do
paciente. Apresentam muitas vantagens, pois são de simples manuseio sendo dispensado os
equipamentos laboratoriais e a atuação de profissionais especializados, e o paciente fica
sabendo do resultado no momento da consulta e pode ter assistência imediata (SCHÜPBACH,
1999; CONSTANTINE & ZINK, 2005). Esses testes são utilizados em paises
desenvolvidos e também no Brasil, principalmente quando se precisa fazer rastreamento de
grandes populações, estudos de campo e para decisões terapêuticas em situações de
emergência, como por exemplo, em maternidades (CONSTANTINE & ZINK, 2005;
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008g).
8.2 Detecção de antígenos
O principal teste de detecção de antígenos realiza a pesquisa da proteína p24,
possibilitando a quantificação desta no plasma ou no sobrenadante de cultura de tecidos. Esta
proteína encontra-se no plasma dos indivíduos HIV positivos durante todo processo
infeccioso, mas a prevalência é maior antes da soroconversão (positivação da sorologia para o
HIV) e nas fases mais avançadas da doença. A pesquisa de antígeno p24 é realizada mediante
a utilização da técnica de ELISA (FEARON, 2005; GRIFFITH et al., 2007; MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2008g).
8.3 Cultura viral
A cultura viral foi inicialmente utilizada para caracterização do HIV como sendo o
agente causador da AIDS. As culturas são realizadas a partir de células mononucleares de
sangue periférico e são consideradas positivas quando no sobrenadante for detectada a
atividade da enzima transcriptase reversa, produção do antígeno p24 ou ainda evidência de
formação sincicial, que são células gigantes multinucleadas (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2008g).
23
8.4 Amplificação do genoma do vírus (Diagnóstico Molecular)
Os testes de amplificação do genoma do vírus são utilizados para detecção e
quantificação do HIV-1. Esses testes são muito importantes para que ocorra o
acompanhamento da evolução da doença e monitoramento da eficácia do tratamento
antiretroviral (YARCHOAN & BRODER, 2001; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008g). Todos
os testes moleculares apresentam em comum três etapas, que incluem preparação da amostra e
extração dos ácidos nucléicos virais; amplificação da seqüência de interesse dos ácidos
nucléicos e detecção do produto amplificado (CONSTANTINE & ZINK, 2005). As 3
principais tecnologias são: PCR, NASBA e bDNA.
- PCR ( Polymerase Chain Reaction” ou Reação em Cadeia da Polimerase): esta técnica
consiste na desnaturação da fita dupla de DNA em altas temperaturas (acima de 90ºC),
anelamento de primers específicos para região que se deseja amplificar em temperaturas mais
baixas (entre 50-72ºC) e síntese da nova fita de DNA através da enzima Taq polymerase em
uma temperatura intermediária (72ºC). Esse processo se repete em torno de 30 a 40 ciclos
com o objetivo de originar bilhões de cópias do DNA de interesse. Para avaliar o RNA viral é
utilizada a técnica de RT-PCR (RT do inglês Reverse transcription”) quando a enzima
transcriptase reversa faz a síntese de um cDNA (DNA complementar) que será submetido ao
processo regular de PCR (SCHÜPBACH, 1999; CONSTANTINE & ZINK, 2005). Existem
também os testes de PCR e RT-PCR em tempo real, que apresentam algumas vantagens sobre
a PCR e RT-PCR tradicionais como maior especificidade, sensibilidade, rapidez no
diagnóstico e permitem que a amplificação possa ser avaliada no momento em que está
ocorrendo, ou seja em tempo real (BUSTIN, et al., 2005; DOMIATI-SAAD &
SCHEUERMANN, 2006; GUNSON, et al., 2006). Kits com estes testes são comercializados
por diversas empresas, tais como a “Roche Diagnostic Systems” que comercializa os kits
“Amplicor HIV-1 Monitor
TM
versão 1.5” (Amplicor Monitor) e o “Cobas Amplicor HIV-1
Monitor
TM
versão 1.5” (Cobas Amplicor) e a empresa “Abbott Molecular” que comercializa o
kit “LCx
TM
HIV-1 RNA Quantitative assay” (LCx). Alguns laboratórios a fim de diminuir
custos desenvolveram as suas próprias técnicas (DOMIATI-SAAD & SCHEUERMANN,
2006).
- NASBA (“Nucleic Acid Sequence-Based Amplification” ou Amplificação Seqüencial de
ácidos nucléicos): esta técnica procura imitar o processo do ciclo de replicação retroviral,
portanto o seu produto final é o RNA. Para amplificação do RNA viral é utilizado um primer
24
para síntese de um cDNA, este, será transcrito em RNA que posteriormente através de vários
ciclos de repetição será amplificado. A amplificação do RNA viral ocorre através de um
procedimento isotérmico multienzimático mediado por 3 enzimas a transcriptase reversa,
RNase H e RNA polimerase dependente de DNA (SCHÜPBACH, 1999; CONSTANTINE &
ZINK, 2005).
- bDNA (“branched DNA” ou DNA ramificado): neste teste as partículas virais são rompidas
através de um detergente e da enzima proteinase K, liberando o RNA viral, portanto o mesmo
não requer um processo de purificação e com isso, reduz a possibilidade de contaminação.
Após a liberação, o RNA viral será capturado e se hibridizará a regiões específicas que
contém diferentes seqüências do gene pol, localizadas em micro poços de onde partem
prolongamentos de captura. Ocorre amplificação em todas as regiões híbridas formando um
complexo chamado de DNA ramificado ou bDNA. Por fim, a enzima fosfatase alcalina se
hibridizará a todas as ramificações e a detecção será realizada por quimioluminescência
(SCHÜPBACH, 1999; CONSTANTINE & ZINK, 2005; TSONGALIS, 2006; GRIFFITH et
al., 2007).
8.5 Genotipagem
Existem testes de genotipagem para determinar os subtipos (A, B, C, D, etc.) e para
verificar a resistência do HIV as drogas anti-retrovirais. Os testes para determinação do
subtipo não apresentam aplicação clínica, mas ajudam a monitorar as mudanças na epidemia,
possibilitando conhecer a prevalência dos genótipos nas diferentes regiões geográficas. os
testes de genotipagem consistem em uma ferramenta muito importante para detecção de
resistência do HIV a drogas utilizadas na terapia antiretroviral, pois auxiliam na escolha dos
medicamentos que terão maior êxito na supressão viral (GRIFFITH et al., 2007). Os testes
genotípicos mais utilizados são o ensaio de mobilidade do heteroduplex (HMA, do inglês
“Heteroduplex mobility assay”) e o seqüenciamento.
O HMA consiste em fazer uma desnaturação do DNA em temperaturas mais altas
(acima de 90ºC) e um posterior anelamento em temperaturas mais baixas (entre 50-72ºC)
como na técnica de PCR, formando fitas parciais e complementares de DNA. A variação nas
seqüências é determinada pela mobilidade reduzida do DNA em eletroforese, comparando
com seqüências de referências para determinação dos genótipos. Este teste tem sido
recomendado para a identificação de subtipos (DELWART et al., 1995).
25
O seqüenciamento envolve a análise parcial ou total do genoma do HIV. Para
realização do seqüenciamento primeiramente faz-se necessário à amplificação do RNA viral
pela técnica de RT-PCR, após, o produto da amplificação será submetido a um
seqüenciamento, onde será obtido e traduzido em ordem a seqüência de aminoácidos do gene
de interesse. Em posse das seqüências é preciso fazer um alinhamento e edição das mesmas,
para posteriormente comparar com a seqüência do tipo selvagem do vírus e determinar com
isso, o subtipo que vírus representa e as mutações que ele sofreu ao longo do tempo
(GRIFFITH et al., 2007). Este teste é normalmente utilizado tanto para identificação de
subtipos como para análise de resistência a drogas.
9. Epidemiologia
Atualmente, a estimativa do número de pessoas que vivem com HIV no mundo é de
38,6 milhões (World Health Orgazization WHO, 2008). O número de casos conhecidos
eram bem menores nos anos 80 e início dos 90, perfazendo um total de 1,7 milhões de casos
de Aids em 1987 (DEL RIO & CURRAN, 2001). Em 1997, A Organização Mundial da Saúde
(OMS) e o Programa de AIDS das Nações Unidas (UNAIDS) calcularam que mais de 30
milhões de pessoas no mundo estavam contaminadas pelo HIV, sendo que a grande maioria
vivia em países desenvolvidos e não sabia que estava infectada. Dados recentes publicados
pela UNAIDS (2008) demonstram que em 2007 33,2 milhões de pessoas estavam
contaminadas pelo vírus (Figura 3), e 2,1 milhões vieram a óbito, sendo que 76% destas
pertenciam à região da África Subsariana. Esta região da África é a mais afetada
mundialmente, sendo a AIDS considerada a primeira causa de morte entre os africanos.
26
Figura 3: Estimativa de adultos e crianças que viviam com HIV no ano de 2007 (adaptado de
UNAIDS, 2008).
De acordo com o Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde
(2008i), no Brasil foram notificados 506.499 casos de AIDS de 1980 a junho de 2008, sendo
que 205.409 vieram a óbito até 2007. Esses números demonstram que a taxa de incidência de
pessoas infectadas pelo vírus, ainda está em um patamar elevado (19,5 casos por 100 mil
habitantes) no país, devido basicamente a uma tendência do crescimento persistente entre
mulheres (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007b). Em relação à variável sexo, de 1980 a junho
de 2008 foram identificados 333.485 casos de Aids no sexo masculino e 172.995 nos sexo
feminino. A razão de sexo no país vem diminuindo com o passar dos anos, em 1986 a razão
27
era de 15 homens para cada mulher infectada, em 2006 essa razão era de 1,5 homens para
cada mulher infectada (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008i). Esses dados podem ser
confirmados por uma pesquisa realizada em Mato Grosso que demonstrou que mulheres
monogâmicas HIV-positivas eram a maioria dentro da amostra de indivíduos analisados,
confirmando dados de outras pesquisas brasileiras que apontam que a maioria das portadoras
pesquisadas tem baixo nível sócio-econômico e de escolaridade (BRITO et al., 2005;
ORIONE et al., 2006). O aumento no número de mulheres contaminadas veio acompanhado
de um aumento nos casos de crianças infectadas por meio da via de transmissão vertical
(ORIONE et al., 2006). Dados adicionais demonstram que tem ocorrido uma estabilidade da
infecção em mulheres de 13 a 24 anos, entretanto em todas as outras faixas etárias se observa
um crescimento persistente
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007b).
A epidemia tem apresentado um declínio acentuado em crianças menores de 5 anos e
no sexo masculino, mostrando redução de incidência nas faixas etárias de 13 a 29 anos e
crescimento nas faixas posteriores, principalmente a partir dos 40 anos. Pode-se observar
também, em relação ao sexo masculino, uma estabilização nos casos de transmissão entre
homo/bissexuais, com aumento proporcional em heterossexuais, e com redução aparente e
persistente redução nos casos de usuários de drogas injetáveis (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2007b; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008i). Alguns estudos sugerem também a pauperização
e feminilização da epidemia (BASTOS & SZWARCWALD, 2000; BRITO et al., 2005;
ORIONE et al., 2006).
9.1 Subtipos do HIV e CRFs
O conhecimento da epidemiologia dos subtipos do HIV-1 e dos CRFs tem se tornado
cada vez mais importante para o monitoramento da AIDS no mundo, pois ocorrem diferenças
significativas de prevalência de região para região (REQUEJO, 2006). Os subtipos do grupo
M e respectivos CRFs são os que se encontram mais difundidos mundialmente e o
responsáveis pela maior parte das infecções (Tabela 1) (LAL et al., 2005).
28
Tabela 1 - Distribuição dos subtipos do HIV-1 e dos CRFs de acordo com os continentes.
CONTINENTES SUBTIPOS CRFs
América do Norte B Nenhum CRF identificado até o momento.
América Central B, C, G
CRF18_cpx, CRF19_cpx, CRF20_BG,
CRF23_BG, CRF24_BG.
América do Sul B, F, C
CRF02_AG, CRF12_BF, CRF16_A2D,
CRF17_BF, CRF28_BF, CRF29_BF,
CRF31_BC, CRF38_BF, CRF39_BF,
CRF40_BF.
Europa B, A, F, G
CRF03_AB, CRF04_cpx, CRF14_BG,
CRF32_06A1, CRF42_BF.
Ásia B, A, C
CRF01_AE, CRF02_AG, CRF07_BC,
CRF08_BC, CRF15_01B, CRF16_A2D,
CRF33_01B, CRF34_01B, CRF35_AD.
África
B, A, C, D, F, G, H,
J, K
* inclusive o Grupo O e o
HIV-2
CRF02_AG, CRF05_DF, CRF06_cpx,
CRF09_cpx, CRF10_CD, CRF11_cpx,
CRF13_cpx, CRF16_A2D, CRF18_cpx,
CRF21_A2D, CRF22_01A, CRF25_cpx,
CRF26_AU, CRF27_cpx, CRF30_0206,
CRF36_cpx, CRF37_cpx, CRF43_02G.
Oceania
B Nenhum CRF identificado até o momento.
Fonte: HIV Sequence Database, 29 out. 2008b.
Em geral, todos os grupos e subtipos do HIV podem ser encontrados na África, que é o
continente onde o vírus se originou (COLVEN, 2006; VAN HEUVERSWYN & PEETERS,
2007). A distribuição nos demais continentes e países é variada. O subtipo B é considerado
responsável pela primeira epidemia causada na Europa, América do Norte, Austrália e centros
metropolitanos de outros continentes, sendo o mesmo predominante em diversos países da
América do Sul, tais como Brasil, Peru, Paraguai, Bolívia, Equador e Chile (MORGADO et
al., 1998; SCHÜPBACH, 1999; RUSSELL et al., 2000; ROSSINI et al., 2001; GADELHA et
al., 2003; RIOS et al., 2003; MONTANO et al., 2005; BELLO et al., 2006; CABRAL et al.,
2006; EYER-SILVA & MORGADO, 2006; HEENEY et al., 2006; SANTOS et al., 2007;
STEFANI et al., 2007; SÁ-FERREIRA et al., 2007). no Uruguai e na Argentina ocorre
uma prevalência maior do subtipo F, também presente no Brasil (MORGADO et al., 1998;
29
ROSSINI et al., 2001; GADELHA et al., 2003; MONTANO et al., 2005; BELLO et al., 2006;
CABRAL et al., 2006; SABINO et al., 1996; STEFANI et al., 2007). O subtipo C pode ser
encontrado na África, Ásia e na América Latina, sendo que 50% das infecções no mundo todo
correspondem a esse subtipo (RODENBURG et al., 2001; ROSSINI et al., 2001;
ESMERALDA et al., 2003; SOARES et al., 2003b; LAL et al., 2005; KANDATHIL et al.,
2005; SALEMI et al., 2005; SOARES et al., 2005; CABRAL et al., 2006; SANTOS et al.,
2006; BUONAGURO et al., 2007; STEFANI et al., 2007; SANTOS et al., 2007).
Estudos realizados no Brasil, a maioria na década passada, demonstraram que o
subtipo B era mais prevalente na maior parte das regiões, seguido pelos subtipos F e C, com
poucos casos identificados do subtipo D e A (MORGADO et al., 1998; PINTO et al., 1998;
COUTO-FERNANDEZ et al., 1999; TANURI et al., 1999b; BONGERTZ, et al., 2000;
GUIMARÃES et al., 2002; BRINDEIRO et al., 2003; GADELHA et al., 2003; DE
QUEIROZ et al., 2007). Neste aspecto, a região Sul do Brasil caracterizou-se como sendo
uma exceção desde os primeiros trabalhos. Principalmente no estado do Rio Grande do Sul,
observou-se uma inversão na prevalência dos subtipos, com maior prevalência do subtipo C
do que o B (BRINDEIRO, et al., 2003; SOARES et al., 2003a; SOARES et al., 2003b;
SOARES et al., 2005; SANTOS et al., 2006; LOCATELI et al., 2007; SANTOS et al., 2007).
Diferentes CRFs são encontrados no mundo todo, mas cada CRF possui como
característica uma maior prevalência em determinado local e/ou região, provavelmente
relacionado à respectiva origem (REQUEJO, 2006). Alguns exemplos de CRFs são o
CRF01_AE que teve origem na África, mas pode ser encontrado também em alguns países da
Ásia (CARR et al., 1996; GAO et al., 1996), o CRF02_AG pode ser encontrado na África
Central e Ocidental e se encontra difundido pela Europa em países como a Itália, França e
Reino Unido e mais recentemente encontrado no Brasil (CARR et al., 1998; PIRES et al.,
2004; TATT et al., 2004; VACHOT et al., 2004; COUTO-FERNANDEZ et al., 2005;
MONNO et al., 2005; REQUEJO, 2006; EYER-SILVA & MORGADO, 2007). Na China
ocorre uma alta prevalência dos recombinantes CRF07_BC e CRF08_BC, principalmente
entre os usuários de drogas injetáveis (REQUEJO, 2006, MENG et al., 2008). Na América
latina podem ser encontrados diversos CRFs tais como o CRF12_BF que está presente em
países como Brasil, Argentina e Uruguai (THOMSON et al., 2000; CARR et al., 2001;
THOMSON et al., 2002; SANABANI et al., 2006), o CRF28_BF e CRF29_BF com
ocorrência em vários países da América do Sul (DE FILHO, et al., 2006), o CRF31_BC
encontrado no Sul do Brasil (SANTOS et al., 2007), e mais recentemente os CRF39_BF e
CRF40_BF identificados no estado do Rio de Janeiro (GUIMARÃES et al., 2008).
30
Diversas evidências sugerem que os principais CRFs presentes no Brasil estão
circulando desde 1980, o que prova que a sua origem não é recente (CARR et al., 2001). Os
primeiros relatos de recombinantes no Brasil foram obtidos em um trabalho realizado com 43
doadores de sangue no Rio de Janeiro, onde foi demonstrada a alta prevalência do subtipo B
(76,7%), enquanto 14% pertenciam ao subtipo F e 9,3% eram mosaicos BF e BD (TANURI et
al., 1999a). Em um estudo que seqüenciou o DNA das regiões gp120 e gp41 do envelope, a
gag p17 e a nef, de 34 amostras provenientes das regiões sul e sudeste do Brasil confirmou a
alta prevalência (26,5%) de formas recombinantes no país (GUIMARÃES et al., 2002). Outro
estudo realizado na cidade de Manaus por Vicente et al. (2000), que apresentou uma alta
prevalência, 14 de 31 amostras (45,16%) eram recombinações entre os subtipos B, C e F. Nos
estados de Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul o recombinante BF representou o
subtipo de segunda maior prevalência nos três estados (STEFANI et al., 2007). A prevalência
destes CRFs parece variar conforme os grupos de risco enero. Estudos realizados na
Argentina e Brasil demonstraram que usuários de drogas injetáveis e mulheres apresentaram
maior freqüência do recombinante BF (SABINO et al., 1994; THOMSON et al., 2000;
ESPINOSA et al., 2004).
O CRF31_BC tem apresentado prevalência bastante elevada (11%) na região Sul do
Brasil. O surgimento deste CRF ocorreu nesta região provavelmente logo após a introdução
do subtipo C, sendo a sua idade estimada em 16,9 anos (SANTOS et al., 2006; SANTOS et
al., 2007). Este CRF parece estar disseminando no estado vizinho de Santa Catarina e em
outros países limítrofes da América do Sul tais como Uruguai, Paraguai e Argentina
(RODENBURG et al., 2001; CARRION et al., 2004; AULICINO et al., 2005; SIDDAPPA et
al., 2005; TRIPATHY et al., 2005; BRÍGIDO et al., 2007). Estudo mais recente realizado na
cidade de Porto Alegre demonstrou que em 22 indivíduos HIV positivos, 8 (36,4%) possuíam
subtipo B, 6 (27,3%) subtipo C, 6 (27,4%) apresentavam o recombinante C/B, 1 (4,5%)
possuía o subtipo F e 1 (4,5%) o recombinante B/F (MONTEIRO et al., 2007).
31
JUSTIFICATIVA E OBJETIVO
Os estudos de prevalência dos subtipos do HIV-1 são fundamentais para o
acompanhamento da evolução da epidemia de AIDS no Brasil. Estes estudos têm sido
realizados com maior freqüência em capitais ou cidades grandes, pois esses locais possuem
uma rede de assistência especializada no atendimento aos portadores do HIV-1. Cidades de
médio e pequeno porte, em geral, não possuem dados epidemiológicos de prevalências dos
subtipos do HIV-1. Especificamente na Região Sul, esta informação seria bastante importante
para monitorar a disseminação do subtipo C e da forma recombinante CRF31_BC.
O objetivo deste trabalho foi estabelecer a prevalência dos subtipos do HIV-1 e dos
CRFs no Município de Canoas, cidade de porte médio do Rio Grande dos Sul localizada na
Região Metropolitana de Porto Alegre.
32
METODOLOGIA
O presente estudo foi desenvolvido a partir de um projeto maior que se intitula
“Estudo clínico-epidemiológico das co-infecções do HIV com hepatites B e C, HTLV-I e II
na população de um município de porte médio do Rio Grande do Sul (Canoas)” que é
financiado pelo Ministério da Saúde.
1. Caracterização da População Alvo e Coleta das Amostras
A população-alvo deste estudo foram os pacientes adultos, utilizando ou o a terapia
antiretroviral, atendidos no Serviço de Atendimento Especializado (SAE) do município de
Canoas, Rio Grande do Sul. Esta população consiste na totalidade de indivíduos
(aproximadamente 1.000) infectados pelo HIV e diagnosticados pela rede pública no
município de Canoas.
As amostras foram obtidas de 605 pacientes adultos HIV-positivos, atendidos no SAE
e que concordaram em participar do presente estudo pela assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Anexo I). As amostras foram coletas entre os
meses Julho de 2008 a Janeiro de 2009 e consistiram de uma punção venosa de 10 mL
utilizando EDTA sódico como anticoagulante, após as mesmas foram centrifugadas para
separação do plasma e da papa leucocitária e estocadas à -20ºC. Os dados clínicos de cada
paciente como sexo, idade, tratamento, contagem de células T CD4+ e carga viral foram
obtidos dos prontuários de cada paciente em atendimento no SAE. O estudo foi aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos Universidade Luterana do Brasil (ULBRA).
2. Análise comparativa das seqüências e definição dos primers
Seqüências de diferentes subtipos e formas recombinantes circulantes (CRFs) do HIV-
1 foram obtidas a partir do Genebank (Tabela 2):
33
Tabela 2 - Subtipos e CRFs do HIV-1 com seus respectivos códigos de acesso no Genebank
Subtipo / CRFs Código
A1 AF484509
B K03455 / AY331295 / AY173951 / AY423387
C
AF067154 /AF067155 / AF110980 / AY727522 /
AY727523 / AY727526 / AY727527 / U46016 /
U52953
D AY371157
F1 AF005494 / AF075703 / AF077336 / AJ249238
F2 AF377956 / AJ249237
G AF061641
H AF190127
J AF082394
CRF07_BC EF420987
CRF31_BC
AY275747 / DQ343983 / EF091932 / EF379185 /
EF393882 / EU529853
CRF12_BF
AF385934 / AF385935 / AF385936 / AF408629 /
AF408630 / AY037279
CRF28_BF DQ085872 / DQ085873 / DQ085874
CRF29_BF DQ085871 / DQ085876 / AY455778
Cada seqüência de nucleotídeos foi editada mantendo apenas a região de interesse para
análise, ou seja, os genes GAG e POL do nucleotídeo 1.800 ao 4.000 (posições conforme a
cepa de referência HXB2). Essas seqüências editadas foram então alinhadas utilizando o
programa SeqAlign (DNAStar, Madison, Wisconsin, USA). Os iniciadores (primers) foram
definidos com base na análise do alinhamento e comparação com trabalhos previamente
publicados (STUYVER et al., 1997; SANTOS et al., 2006). A região escolhida para
amplificação foi dos genes da protease e transcriptase reversa (RT), que estão localizados no
gene pol e é o local onde ocorreu a recombinação para geração do CRF_31BC presente no
estado do Rio Grande do Sul (SANTOS et al., 2006; SÁ-FERREIRA et al., 2007). A tabela 3
demonstra as seqüências dos primers escolhidos e a figura 4 mostra a localização e orientação
dos primers em relação à seqüência da cepa de referência HXB2. Os primers foram
sintetizados pela empresa IDT.
34
Tabela 3 - Nomes e as seqüências de cada primer utilizado no estudo. Primers
“F” são senso e primers “R” anti-senso.
Primer Seqüências
SBI-11
5´ - AAT GAT GAC AGC ATG YCA GGG - 3´
GHIV-1F
5´ - CCA GAG CCA ACA GCC CCR CCA G - 3´
GHIV-3F*
5´ - GTA CAG TRT TAR TAG GAC CTA CAC CTG TC - 3´
GHIV-5F
5´ - TGA YTT GTA TGT AGG RTC TGA CTT AGA AAT AG - 3´
SBI-12
5´ - CTG SRT AAA TYT GAC TTG CCC - 3´
GHIV-2R
5´ - GGC CAT TGT TTA ACY TTT GGG CCA TCC - 3´
GHIV-4R*
5´ - ATC AGG ATG GAG TTC ATA MCC CAT CCA - 3´
GHIV-6R
5´ - GGA RTC TTT CCC CAT ATT ACT ATG CTT TC - 3´
GHIV-7R
5´ - CTT CCT YTR TCA GTA ACA TAY CCT GC - 3´
* primers adaptados do estudo de Stuyver et al., 1997.
Figura 4: Esquema da localização e do sentido dos primers no HIV-1
35
3. Extração e amplificação das amostras
Nos experimentos de desenvolvimento e implementação da cnica foram realizados
diferentes protocolos de extração de RNA (a partir das partículas virais presentes no plasma) e
DNA (a partir dos leucócitos das amostras de papa leucocitária) e de amplificação por nested
RT-PCR e nested PCR, respectivamente, até a definição do procedimento de análise. Também
foram testados os diferentes primers sintetizados em variadas combinações, bem como com
diferentes condições de amplificação (temperaturas e concentração salina nas soluções).
Abaixo segue a descrição do procedimento que foi padronizado e utilizada nas amostras dos
16 pacientes avaliados.
As amostras de papa leucocitária dos diferentes pacientes foram descongeladas e
processadas em conjunto com controles positivos e negativos. O DNA total foi extraído a
partir de 0,1 mL da amostra pelo método de fenol-clorofórmio (SAMBROOK et al., 1999). A
primeira amplificação foi realizada utilizando reação de 50µL contendo 1,5mM MgCl
2
,
0,05mM d’NTP’s, 0,25µM de cada primer (SBI-11 e GHIV-7R), 1U Taq polimerase, e L
do material extraído. Já a segunda amplificação apresentava volume final de 25µL e continha
1,5mM MgCl
2
, 0,05mM d’NTP’s, 0,5µM de cada primer (GHIV-3F e GHIV-4R), 1U Taq
polimerase, e L do material da primeira amplificação. Ambas reações foram executadas em
um termociclador ABI Prism 9700 (Applied Biosystems Division, Perkin-Elmer), utilizando
desnaturação inicial à 94ºC por 3 min e extensão final de 72ºC por 5 min, e os seguintes
programas específicos: amplificação com 25 ciclos de 94ºC por 15s, 55ºC por 30s e 72°C
por 120s; e 2ª amplificação com 40 ciclos de 94ºC por 15s, 60ºC por 30s e 72°C por 120s.
Os resultados foram avaliados em gel de poliacrilamida 10% corado com nitrato de
prata. Os fragmentos amplificados foram posteriormente seqüenciados para determinação dos
subtipos e das formas recombinantes do HIV-1.
4. Seqüenciamento
O seqüenciamento das amostras foi realizado utilizando o seqüenciador automático
ABI 3130 XL Genetic Analyzer de 16 capilares (36 cm) e polímero POP 7 (Applied
Biosystems). Na primeira reação os DNAs-molde (15 - 30ng) foram marcados utilizando-se
3,2 pmol do primer GHIV-3F (Figura 5) e 4 µL do reagente BigDye Terminator v3.1 Cycle
Sequencing (Applied Biosystems) em um volume final de 20µL. Na segunda reação as
condições foram as mesmas da primeira, porem o primer utilizado foi o GHIV-4R (Figura 5).
As reações de seqüenciamento foram realizadas em termociclador Veriti 96 well
Thermal Cycler (Applied Biosystems) com uma etapa de desnaturação inicial a 95 ºC por 3
36
min seguida de 40 ciclos de 95 ºC por 10s, 60 ºC por 240s. Posteriormente, as amostras foram
purificadas pelo protocolo de etanol/EDTA/acetato de sódio e lavagem do pellet com 55µL de
etanol 96%, seguida de lavagem com etanol 70%. Os produtos precipitados foram diluídos em
10µL de formamida Hi-Di, desnaturados a 95 ºC por 2 min, resfriados em gelo por 2 min e
eletroinjetados no seqüenciador automático. Os dados de seqüenciamento foram coletados
utilizando-se o programa Data Collection v1.0.1 (Applied Biosystems) com os parâmetros
Dye Set “Z”. A análise dos eletroferogramas foi realizada através do software Sequencing
Analysis v.5.3.1 (Applied Biosystems) avaliando-se os parâmetros: dado bruto (raw data),
eletroferograma, EPT e valor de qualidade (QV, quality value) das bases seqüenciadas.
5. Análise das seqüências
As seqüências de nucleotídeos de mesma amostra com os primers GHIV-3F e GHIV-
4R foram editadas e montadas em 2 programas: SeqMan (DNAStar, Madison, Wisconsin,
USA) e BioEdit v7.0.9 (Windows 95/98/NT/2000/XP). As seqüências obtidas com cada
montagem foram comparadas estabelecendo-se a seqüência final de cada amostra. As
seqüências de todas as amostras foram então alinhadas com as seqüências dos subtipos e
formas recombinantes do HIV-1 (Figura 5) utilizando o programa SeqAlign (DNAStar,
Madison, Wisconsin, USA). Com este mesmo programa também foi obtido o quadro de
distâncias e construída a árvore filogenética.
37
RESULTADOS
1. Estabelecimento da técnica de amplificação
O delineamento inicial do trabalho previa uma etapa de amplificação única por PCR
ou RT-PCR. Desta forma, inicialmente foram testadas as combinações de primers GHIV-3F /
GHIV-4R e GHIV-5F / GHIV-6R utilizando-se 4 amostras de pacientes portadores do HIV-1.
Os resultados obtidos estão demonstrados nas figuras 5 e 6. A outra alternativa testada foi a
PCR nested feita a partir do pró-vírus (DNA). Na primeira reação foram utilizados os primers
SBI-11 e GHIV-7R que amplificam um fragmento de 2113bp. Na segunda reação, foram
utilizados os primers GHIV-3F e GHIV-4R que amplificam um fragmento de 790bp, na
região da RT. Os resultados obtidos com esta técnica estão demonstrados na Figura 7. Com
outras combinações de primers testadas não se obteve amplificação satisfatória (dados não
mostrados).
A técnica escolhida foi a PCR nested, devido ao fato dela apresentar uma amplificação
mais limpa na altura desejada, possibilitando o seqüenciamento.
Figura 5: Gel de poliacrilamida 10% mostrando as bandas produzidas pela técnica de PCR utilizando os pares
de primer GHIV-3F / GHIV-4R e GHIV-5F / GHIV-6R. As letras no alto da figura são referentes as
amostras, o C- representa o controle negativo e 50bp é o peso molecular.
38
Figura 6: Gel de poliacrilamida 10% mostrando as bandas produzidas pela
técnica de RT-PCR utilizando os pares de primer GHIV-3F / GHIV-4R e GHIV-
5F / GHIV-6R. As letras no alto da figura são referentes as amostras, o C-
representa o controle negativo e 50bp é o peso molecular.
Figura 7: A seta mostra a altura que a banda de interesse aparece no gel
de poliacrilamida 10% mostrando as bandas produzidas pela técnica de PCR nested
utilizando os pares de primer GHIV-3F / GHIV-4R. As letras no alto da figura são
referentes as amostras, 50bp é o peso molecular, C- representa o controle negativo,
C+ representa o controle positivo.
39
2. Extração e amplificação das amostras de HIV-1
Um total de 112 amostras foram selecionadas aleatoriamente, extraídas e submetidas
ao procedimento de amplificação por PCR nested utilizando a combinação de primers GHIV-
7F e SBI-11 (1
a
amplificação) e GHIV-3F e GHIV-4R (2
a
amplificação). As Figuras 8, 9, 10,
11 e 12 demonstram os resultados obtidos.
Figura 8: A seta mostra a altura que a banda de interesse aparece no gel de poliacrilamida 10%. Os números no
alta da figura são referentes as amostras. P.M é a abreviatura de peso molecular. C- se refere ao controle
negativo e C+ ao controle positivo.
Figura 9: A seta mostra a altura que a banda de interesse aparece no gel de poliacrilamida 10%. Os números no
alta da figura são referentes as amostras. P.M é a abreviatura de peso molecular. C- se refere ao controle
negativo e C+ ao controle positivo.
40
Figura 10: A seta mostra a altura que a banda de interesse aparece no gel de poliacrilamida 10%. Os números
no alta da figura são referentes as amostras. P.M é a abreviatura de peso molecular. C- se refere ao controle
negativo e C+ ao controle positivo.
Figura 11: A seta mostra a altura que a banda de interesse aparece no gel de poliacrilamida 10%. Os números
no alta da figura são referentes as amostras. P.M é a abreviatura de peso molecular. C- se refere ao controle
negativo e C+ ao controle positivo.
41
Figura 12: A seta mostra a altura que a banda de interesse aparece no gel de poliacrilamida 10%. Os números
no alta da figura são referentes as amostras. P.M é a abreviatura de peso molecular. C- se refere ao controle
negativo e C+ ao controle positivo.
3. Seqüenciamento
As amostras que apresentaram amplificação com banda na altura esperada foram
seqüenciadas, à exceção de 5030, 5204, 5286, 5396, 7158, 7269, 7271 e 8395. Entre as 53
amostras, as que apresentaram resultado de seqüenciamento válido estão descritas a seguir:
3773, 5034, 5036, 5220, 5280, 5338, 5340, 5342, 5392, 5394, 5400, 5404, 5538, 5544, 5546,
6519, 6637, 6896, 6960, 6976, 7091, 7093, 7156, 7841, 7843, 7907, 7909, 7917, 7919, 7921,
7923, 8045, 8066, 8068, 8190, 8223, 8333, 8335, 8337, 8389, 8467, 8469, 8488, 8497, 8499,
8605, 8685, 8810, 8806 e 9144. As amostras 5344, 8391 e 8395 foram seqüenciadas porém os
resultados não foram válidos. As seqüências completas estão sendo inseridas no genebank.
4. Alinhamentos e Filogenia
Foi realizado um alinhamento com as 50 amostras referidas acima e construída uma
árvore filogenética (Figura 16). Os resultados apresentaram uma prevalência de 21 (42%)
genótipos para o subtipo C, 20 (40%) para o subtipo BC (CRF31_BC), 7 (14%) para o subtipo
B e 2 (4%) para o subtipo F. Não foram encontrados outros subtipos do HIV-1.
42
Figura 16: Análise filogenética do vírus do HIV-1 do Rio Grande do Sul Brasil, caracterizado neste estudo. As
amostras caracterizadas neste estudo encontram-se coloridas, as que estão em preto são as retiradas do genebank. As
amostras que estão representadas pela cor vermelha são as referentes a forma recombinante BC; as que estão
representadas pela cor azul o as que pertencem ao subtipo C, as que estão representadas pela cor verde são as do
subtipo B e as que aparecem em laranja pertecem ao subtipo F.
DISCUSSÃO
O número de pessoas infectadas com o HIV no mundo é bastante elevado, sendo que
até dezembro de 2007, eram de 33.2 milhões de indivíduos (UNAIDS, 2008). no Brasil o
Ministério da Saúde (2007c), estima que cerca de 593 mil pessoas estejam infectadas com o
vírus. Esse número é bastante elevado em decorrência do aumento persistente de casos entre
as mulheres, principalmente entre as que possuem um baixo nível sócio-econômico e de
escolaridade (BRITO et al., 2005; ORIONE et al., 2006).
Os testes de genotipagem são utilizados para determinar os subtipos (A, B, C, D, etc.)
do HIV-1 e para verificar a resistência do rus às drogas antiretrovirais (GRIFFITH et al.,
2007). Os testes para determinação do subtipo não apresentam aplicação clínica, mas ajudam
a monitorar as mudanças na epidemia, possibilitando conhecer a prevalência dos genótipos
nas diferentes regiões geográficas. Já os testes de determinação de resistência são utilizados
durante o tratamento, pois auxiliam na escolha dos medicamentos que terão maior êxito na
supressão viral. Diversos estudos randomizados com grupos de pacientes que realizaram os
testes de genotipagem para verificar resistência a drogas, e outro grupo que não realizaram os
testes, demonstraram os benefícios desses testes para decidir o melhor esquema terapêutico
(DURANT et al., 1999; BAXTER et al., 2000).
Os subtipos do HIV-1 e os CRFs encontram-se amplamente distribuídos
mundialmente e apresentam diferenças de prevalências de região para região, sendo que os do
grupo M são os que se encontram mais difundidos e os principais responsáveis pela maior
parte das infecções (LAL et al., 2005; REQUEJO, 2006). No Brasil, os primeiros relatos
demonstravam a ocorrência apenas de subtipos e, em sua grande maioria, com uma maior
prevalência do subtipo B, seguida pelos subtipos F e C (BONGERTZ, et al., 2000; DE
QUEIROZ et al., 2007; BRÍGIDO et al., 2007). No entanto, com o uso de técnicas de
genotipagem que avaliam mais completamente o genoma viral, têm-se observado que o
número de CRFs é maior do que originalmente se acreditava. Esses estudos demonstram que
algumas formas recombinantes, como por exemplo a BF, encontram-se em número
significativo, estando apenas depois do subtipo B no Sudeste e Centro do Brasil (SANABANI
et al., 2006; BRENNAN et al., 2007; STEFANI et al., 2007; VÉRAS et al., 2007; OLIVEIRA
et al., 2008). Como é o caso do trabalho conduzido por Stefani et al (2007) nos estados de
Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul que a forma recombinante BF representou o
subtipo de segunda maior prevalência nos três estados. O CRF12_BF foi identificado no
Brasil na cidade de São Paulo, mas também se encontra presente em outros paises da América
44
Latina tais como Argentina, Uruguai e Bolívia, sendo que nesses paises a prevalência desse
recombinante e das formas “únicas” circulantes recombinantes referentes a esse subtipo é bem
mais alta (CARR et al., 2001; ESPINOSA et al., 2004; SANABANI et al., 2006; DILERNIA
et al., 2007; PANDO et al., 2007).
no estado do Rio Grande do Sul, estudos recentes, com utilização de técnicas de
genotipagem que permitem a identificação de formas recombinates, demonstram que o
subtipo B apresenta uma prevalência menor que a do resto do país e que o subtipo C e um
CRF em especial (CRF31_BC) têm apresentado índices significativos (SOARES et al.,
2003a; MARTÍNEZ et al., 2005; SOARES et al., 2005; SANTOS et al., 2006; SANTOS et
al., 2007). Esse fenômeno de alta incidência do subtipo C também pode ser visto no Estado de
Santa Catarina, que faz vizinhança com o Estado do Rio Grande do Sul, e em outros paises da
América do Sul, tais como Argentina, Paraguai e Uruguai (BRÍGIDO et al., 2007;
LOCATELI et al., 2007; CARRION et al., 2004; DILERNIA et al., 2007; PANDO et al.,
2007; FONTELLA et al., 2008). É de suma importância ressaltar que muitos dos dados de
prevalência podem ter sido obtidos devido a um viés da técnica de análise. Conforme a região
do genoma do HIV-1 analisada, o resultado pode indicar a prevalência maior de um subtipo,
mas que está escondendo a presença de um CRF, simplesmente devido ao fato de que a região
da recombinação não foi analisada. Um exemplo é um estudo conduzido no Rio Grande do
Sul que demonstrou que 36 amostras de um total de 152 que foram inicialmente consideradas
subtipo C eram na realidade o CRF31_BC, fato descoberto após o seqüenciamento da região
da RT onde ocorre a recombinação (SANTOS et al., 2006).
Artigos bastante recentes levantam a hipótese que o subtipo C do HIV-1 presente no
sul Brasil seja proveniente de uma região central da África. Provavelmente esse subtipo tenha
sido introduzido na região Sul do país por volta do ano de 1980, uma década antes do que se
pensava anteriormente, e a partir daí se disseminou para outros estados do Brasil e países da
América do Sul, tais como Argentina e Uruguai (BELLO et al., 2008; FONTELLA et al.,
2008). Segundo Soares et al. (2005), o subtipo C pode ter entrado no nosso país através do
porto de Rio Grande, devido ao fato deste ser um dos maiores portos do Brasil. Outros
estudos realizados em Rio Grande suportam essa hipótese, pois o subtipo do HIV-1 de maior
prevalência nessa cidade é o subtipo C (MARTÍNEZ et al., 2003; SOARES et al., 2003a;
SOARES et al., 2005; SANTOS et al., 20007).
Devem existir alguns fatores que facilitam à disseminação do subtipo C no Rio Grande
do Sul, fazendo com que ocorra essa mudança de prevalência dos subtipos no nosso Estado.
Um deles é o fato do subtipo C possuir uma maior facilidade de transmissão heterossexual, ou
45
seja, de homem para mulher, do que o subtipo B, isso também justifica o fato da feminilização
da epidemia (SOARES et al., 2005; ORIONE et al., 2006). Outro fator descoberto mais
recentemente, e que contribui com a rápida disseminação do subtipo C em relação aos outros
subtipos, se deve ao fato dele possuir regiões no gene do envelope conhecidas como V3 e V5,
fazendo com que ocorra um aumento na taxa de replicação do vírus nos linfócitos T primários
e nos macrófagos derivados de monócitos, resultando com isso em um aumento da carga viral
e conseqüente progressão mais rápida da doença nos indivíduos infectados com esse subtipo
(SUNDARAVARADAN et al., 2007).
No presente estudo foram seqüenciadas um total de 50 amostras, apresentando uma
prevalência de 42% (21 amostras) do subtipo C, 40% (20 amostras) para o subtipo BC
(CRF31_BC), 14% (7 amostras) do subtipo B e 4% (2 amostras) do subtipo F na população
de portadores do HIV-1 de Canoas. Não foram encontrados outros subtipos do HIV-1. É
importante destacar, no entanto, que a região amplificada para determinação genotípica foi
justamente a região da recombinação no CRF31_BC, ou seja, a parte inicial do gene da RT
(do nucleotídeo 2470-3260 referente à seqüência HXB2 GenBank: K03455). Desta forma,
CRFs que apresentam recombinações em outras regiões podem não ter sido detectados e
representar um índice maior do que o acima descrito.
De qualquer forma, os resultados então em concordância com outros estudos
realizados no Rio Grande do Sul que também apresentam uma prevalência maior para o
subtipo C (MARTÍNEZ et al., 2005; SOARES et al., 2005; RODRIGUES et al., 2006;
BRÍGIDO et al., 2007; SANTOS et al., 2007). No estudo conduzido por Santos et al. (2007),
nas cidades de Porto Alegre e Rio Grande, onde foram amplificadas as mesmas regiões do
gene pol que o nosso estudo amplificou, o subtipo C apresenta uma prevalência maior na
cidade de Rio Grande, enquanto que a foram recombinante CRF31_BC tem uma prevalência
maior na cidade de Porto Alegre, o subtipo F aparece em menor número. Outro estudo
recente, realizado por Brígido et al. (2007), nas cidades de Porto Alegre (RS), Camboriu e
Itajaí (SC) também apresentou uma maior prevalência para o subtipo C em ambos os Estados,
sendo que no Rio Grande do Sul o segundo subtipo de maior prevalência foi o CRF31_BC, o
subtipo F aparece de forma menos expressiva em ambos os Estados. Em contrapartida, no
estudo conduzido por Monteiro et al. (2007), na cidade de Porto Alegre, o subtipo de maior
prevalência foi o B, seguido pelo subtipo C, pela forma recombinante BC e apenas um caso
do subtipo F e um caso do recombinante BF.
A forma recombinante BC é comumente encontrada nos países onde estão presentes os
subtipos B e C, tais como a Índia, China, Uruguai, Paraguai e Argentina (RODENBURG et
46
al., 2001; CARRION et al., 2004; AULICINO et al., 2005; TRIPATHY et al., 2005). No Rio
Grande do Sul o recombinante CRF31_BC foi encontrado antes de 1990, o que sugere que ele
tenha surgido na epidemia do Estado logo após a introdução do subtipo C. As formas
recombinante circulantes parecem apresentar uma prevalência significativa a anos, pois
estudos de 2004 demonstravam que correspondiam a 25% do total dos casos de HIV. Esses
números cresceram devido ao fato de que muitos indivíduos infectados com a forma
recombinante BC eram atribuídos ao subtipo C anteriormente (SANTOS et al., 2007).
Este é um dos poucos estudos realizados fora das capitais brasileiras como o
município de Canoas, porém é importante lembrar que esse município faz parte da região
metropolitana, o que pode justificar o fato da alta prevalência do subtipo C e da forma
recombinante BC como já foi mencionado anteriormente nos os estudos conduzidos por
Brígido et al. (2007) e Santos et al. (2007).
Mais estudos serão necessários, com aumento da amostra para definir com maior
exatidão a prevalência dos subtipos e formas recombinantes do HIV-1 no nosso Estado. É de
suma importância ressaltar que estes estudos de prevalências devem servir pra ajudar o
Ministério da Saúde a implantar medidas de prevenção que sejam focadas nos problemas
locais de cada região, como no caso do município de Canoas que vem apresentando um
crescimento nos casos de HIV entre casais heterossexuais e entre mulheres de baixo nível
socioeconômico.
47
CONCLUSÕES
O subtipo C é o subtipo do HIV-1 de maior prevalência no município de Canoas – RS,
seguido pela forma recombinante BC, pelo subtipo B e subtipo F. Não foram encontrados
outros subtipos. Estes dados confirmam a disseminação do subtipo C e da forma
recombinante BC (CRF31_BC) no município de Canoas.
48
REFERÊNCIAS
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62
ANEXO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA
Título do Projeto: Estudo clínico-epidemiológico das co-infecções do HIV com hepatites B e C na população de um
município de porte médio do Rio Grande do Sul (Canoas)
Área do Conhecimento: 4.06.01.00-5 - Epidemiologia Número de participantes No centro: 200 Total: 200
Curso: Diagnóstico Genético e Molecular Unidade: Universidade Luterana do Brasil (ULBRA)
Projeto Multicêntrico x
Sim Não
Nacional
x
Internacional Cooperação Estrangeira Sim x Não
Patrocinador da pesquisa: ULBRA, Ministério da Saúde
Instituição onde será realizado: Universidade Luterana do Brasil (ULBRA)
Nome dos pesquisadores e colaboradores: Rafaela De Carli, Vagner Ricardo Lunge, Daniela Tietzmann.
Você está sendo convidado(a) para participar do projeto de pesquisa acima identificado. O documento abaixo
contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de
muita importância para nós, mas se desistir, a qualquer momento, isso não causa nenhum prejzo para você.
2. IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA
Nome: Data de Nasc.: Sexo:
Nacionalidade: Estado Civil: Profissão:
RG: CPF/MF: Telefone: E-mail:
Endereço:
3. IDENTIFICAÇÃO DO PESQUISADOR RESPONSÁVEL
Nome: Vagner Ricardo Lunge Telefone: 51-3478-2777
Profissão: Professor Universitário Registro no Conselho Nº: E-mail: [email protected]
Endereço: ULBRA – Laboratório Diagnóstico Molecular
Eu, sujeito da pesquisa, abaixo assinado(a), após receber informações e esclarecimento sobre o projeto de
pesquisa, acima identificado, concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntário(a) e estou ciente:
Os estudos clínico-epidemiológicos de prevalência de co-infecções de hepatites virais (HBV e HCV) em
paciente HIV positivos no Brasil vêm sendo realizados com maior freqüência em cidades grandes ou capitais, devido ao
fato desses locais possuírem uma rede assistência especializada no atendimento a esses pacientes. Com isso, as cidades
de médio e pequeno porte não realizam a identificação de co-infecção HIV/HCV ou HIV/HBV e, portanto não possuem
dados epidemiológicos de prevalências dessas co-infecções. Essa falta de informação e de conhecimento gera a
impossibilidade dos pacientes co-infectados possuírem uma conduta clínica especializada e mais adequada ao seu caso.
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Dados referentes aos genótipos de hepatite B e C o escassos na população brasileira HIV positiva. O
conhecimento desses genótipos é de suma importância, pois os diferentes genótipos influenciam a resposta do paciente ao
tratamento.
Este estudo tem por objetivo:
Estabelecer as prevalências das co-infecções de hepatite B e C em pacientes HIV-1 positivos atendidos no
Serviço de Aendimento Especializado do município de Canoas.
Identificar a prevalência dos genótipos de hepatite B e C.
Estabelecer a prevalência das co-infecções das hepatites virais (B e C) e os respectivos genótipos em
pacientes HIV positivos atendidos no Serviço de Atendimento Especializado do município de Canoas, para obter dados
epidemiológicos do município com o objetivo de melhorar a qualidade de vida desses pacientes.
As amostras para a realização do presente estudo serão obtidas de pacientes adultos (voluntários) HIV-
positivos, utilizando ou não a terapia anti-retroviral, atendidos no Serviço de Atendimento Especializado (SAE) do município
de Canoas, Rio Grande do Sul.
A caracterização da amostra e obtenção dos dados sócio-demográficos e clínicos será realizada durante a
aplicação do TCLE.
A coleta das amostras será realizada por técnico habilitado após entrevista. O procedimentos consiste de uma
punção venosa de 10 mL utilizando-se EDTA sódico como anticoagulante para cada indivíduo. As amostras coletadas
serão encaminhadas ao Laboratório de Diagnóstico Molecular da ULBRA no mesmo turno, onde serão centrifugadas para
separação e coleta seletiva de plasma. Os tubos com as amostras de plasma de cada indivíduo serão então estocados à -
20ºC até a realização das análises.
Os dados e informações coletadas serão armazenados identificados por um número de protocolo, sem nomes.
Os instrumentos de pesquisa ficarão sob responsabilidade do Grupo de pesquisadores responsáveis, por no mínimo, cinco
anos.
Os resultados encontrados serão repassados ao Ministério da Saúde e Municípios locais para utilização no
planejamento e implementação de ações para melhoria de condições de saúde da população atendida.
Esta é uma pesquisa epidemiogica de risco nimo, o desconforto será apenas da picada da agulha para a punção
venosa. Os questionários serão preenchidos sem nome, identificados por um mero de protocolo, sendo o anonimato do sujeito
de pesquisa preservado.
Esta pesquisa trará benefícios tanto para comunidade científica quanto ao pacientes, pois através dos
resultados obtidos poderão se implantar medidas nos atendimentos especializados do município que visem melhorar a
qualidade de vida dos pacientes.
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A participação é isenta de despesas; portanto, não há ressarcimento. A realização dos exames e a locomoção
não agregam custos aos sujeitos de pesquisa, nos casos omissos em que seja necessário deslocamento não habitual ao
serviço de saúde, os custos de locomoção serão cobertos pela pesquisa.
Você tem a liberdade de recusar, desistir ou de interromper a colaboração nesta pesquisa no momento em que
desejar, sem necessidade de qualquer explicação. A desistência não causará nenhum prejuízo à sua saúde ou bem estar
físico. Não virá interferir no tratamento que você recebe neste ambulatório.
Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo, mas concordo que sejam divulgados em
publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados.
Tenho a garantia de tomar conhecimento e obter informações, a qualquer tempo, dos procedimentos e métodos
utilizados neste estudo, bem como dos resultado, parciais e finais, desta pesquisa. Para tanto, poderei consultar o
pesquisador responsável (acima identificado) ou o Comitê de Ética em Pesquisa da ULBRA Canoas(RS), com
endereço na Rua Farroupilha, 8001 – Prédio 14 – Sala 224, bairro São Luís, telefone (51) 477-9217, e-mail
Declaro que obtive todas as informações necessárias e esclarecimento quanto às dúvidas por mim apresentadas
e, por estar de acordo, assino o presente documento em duas vias de igual conteúdo e forma, ficando uma em minha
posse.
_____________( ), _____ de ____________ de ______.
_________________________________ _________________________________
Pesquisador Responsável pelo Projeto Sujeito da pesquisa e/ou responsável
Testemunhas:
_______________________________________ ___________________________________________
Nome: Nome:
RG: RG:
CPF/MF: CPF/MF:
Telefone: Telefone:
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