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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ - UNIOESTE
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA
DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIA E TEMPORAL DE CHUVAS INTENSAS
LUCIANA ESPÍNDULA DE QUADROS
CASCAVEL – Paraná - Brasil
Julho de 2008
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http://www.livrosgratis.com.br
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LUCIANA ESPÍNDULA DE QUADROS
DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIA E TEMPORAL DE CHUVAS INTENSAS
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Agrícola
em cumprimento parcial aos requisitos
para obtenção do título de Mestre em
Engenharia Agrícola, área de
concentração em Engenharia de
Recursos Hídricos e Saneamento
Ambiental.
Orientador: Prof. Dr. Manoel Móises
Ferreira de Queiroz
CASCAVEL - Paraná - Brasil
Julho de 2008
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ii
LUCIANA ESPÍNDULA DE QUADROS
DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIA E TEMPORAL DE CHUVAS INTENSAS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Agrícola, em cumprimento parcial aos requisitos para obtenção do
título de Mestre em Engenharia Agrícola, área de concentração Engenharia de
Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, aprovada pela seguinte banca
examinadora:
Orientador: Prof. Dr. Manoel Moisés Ferreira de Queiroz
Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas, UNIOESTE
Prof. Dr. Altair Bertonha
Universidade Estadual de Maringá, UEM.
Prof. Dr. Marcio Antonio Vilas Boas
Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas, UNIOESTE
Cascavel, 24 julho de 2008.
iii
1 Ficha catalográfica
2 Elaborada pela Biblioteca Central do Campus de Cascavel - Unioeste
Q18d
Quadros, Luciana Espíndula de
Distribuição de freqüência e temporal de chuvas intensas. / Luciana
Espíndula de Quadros — Cascavel, PR: UNIOESTE, 2008.
60 f. ; 30 cm
Orientador: Prof. Dr. Manoel Móises Ferreira de Queiróz
Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual do Oeste do
Paraná.
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Engenharia
Agrícola, Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas.
Bibliografia.
1. Chuvas intensas. 2. Distribuição GEV. 3. Hietograma. I. Queiróz,
Manoel Móises Ferreira de. II. Universidade Estadual do Oeste do
Paraná. III. Título.
CDD 21ed. 551.57
Bibliotecária: Jeanine da Silva Barros CRB 9/1362
iv
À minha avó Zoltina Rodrigues Quadros,
que foi a pessoa mais amável e
fácil de se gostar que já conheci,
com muita saudade, dedico.
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela vida.
Ao meu esposo que compartilha comigo cada passo vencido, cada
alegria e me dá forças para conquistar meus objetivos.
A minha mãe, por estar ao meu lado em todos os momentos, agradeço
pelo seu amor, orgulho e por sempre me incentivar a querer mais e mais; e por
todo o esforço empregado em um projeto arriscado chamado filho.
A minha irmã Daniela e Evandro, por disponibilizarem sua casa durante
o curso de mestrado, por seus companheirismos, pela compreensão, carinho,
paciência. Não tenho palavras para agradecer vocês.
Ao meu irmão Diogo, que este meu esforço sirva de exemplo para seus
estudos.
Àquelas pessoas que sei que torcem por mim de verdade, minhas tias,
tios, primas, primos, amigas e amigos. Obrigado por acreditarem em mim.
Ao mestre e amigo Prof. Dr. Manoel Moisés Ferreira de Queiroz, por
dar-me oportunidade da realização deste trabalho, obrigado pela sua
compreensão nas minhas ausências, obrigado pelos conselhos, pelo
compartilhamento de seu conhecimento e por ter me aceitado como orientada.
Ao pessoal do Centro de Engenharias e Ciências Exatas, da Unioeste -
Foz do Iguaçu, principalmente ao Prof. rgio Dálmas, pelo incentivo desde a
graduação, pelo conhecimento e pelo exemplo.
Aos amigos do Consfat e da UTFPR, pelo maravilhoso ambiente de
trabalho que me proporcionam.
vi
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS.........................................................................................vii
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................ viii
RESUMO ......................................................................................................xi
ABSTRACT .....................................................................................................xii
1
INTRODUÇÃO.............................................................................. 1
2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................... 3
2.1
Distribuição Temporal das Chuvas ............................................... 3
2.2
Distribuição Generalizada de Valores Extremos........................... 7
2.3
Método de Chicago....................................................................... 8
3
MATERIAL E MÉTODOS............................................................ 11
3.1
Material....................................................................................... 11
3.2
Distribuição de Valores Extremos (GEV).................................... 12
3.3
Método dos Momentos LH.......................................................... 14
3.4
Estimativa dos Parâmetros da Distribuição GEV........................ 16
3.5
Razões de Momento e Coeficiente de Variação LH ................... 17
3.6
Teste de Qualidade de Ajuste da Distribuição GEV, via Momentos
LH ............................................................................................... 18
3.6.1
Teste Estatístico Proposto por Wang (1997) .............................. 18
3.6.2
Teste Estatístico Proposto por Kolmogorov-Smirnov.................. 21
3.7
Método de Chicago..................................................................... 21
3.8
Rotina em Matlab........................................................................ 25
4
RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................. 26
5
CONCLUSÕES........................................................................... 55
REFERÊNCIAS................................................................................................ 56
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 -
Valores limites mínimos da precipitação em função da duração de
chuva .......................................................................................... 11
Tabela 2 -
Valores limites mínimos da precipitação em função da duração de
chuva .......................................................................................... 17
Tabela 3 -
Valores dos coeficientes bi e ci (i=0,...4) das expressões de b e c
da equação 23 ............................................................................ 20
Tabela 4 -
Valores das intensidades máxima anuais do município de
Cascavel..................................................................................... 27
Tabela 5 -
Dados do ajuste da distribuição GEV com diferentes durações
fornecidos pelo Matlab................................................................ 38
Tabela 6 -
Valores de chuvas máximas (mm) para diferentes períodos de
retorno e duração obtidos das distribuições GEV e Gumbel....... 41
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 -
Fatores que caracterizam a distribuição temporal pelo método de
Chicago....................................................................................... 10
Figura 2 -
Distribuição das três formas de valores extremos representados
pela GEV em função da variável Gumbel................................... 13
Figura 3 -
Relação entre a curva i-d-f e o hietograma sintético................... 22
Figura 4 -
Características do hietograma definido pelo método de Chicago.
.................................................................................................... 23
Figura 5 -
Ajuste da distribuição GEV à série de chuvas ximas anuais
com duração de 10 minutos, aplicando-se os cinco níveis de
momentos LH.............................................................................. 28
Figura 6 -
Ajuste das distribuições GEV e da distribuição Gumbel à série de
chuvas máximas anuais com duração de 10 minutos................. 28
Figura 7 -
Valores de chuvas máximas para diferentes valores de período de
retorno obtidos das distribuições GEV e Gumbel com duração de
10 minutos. ................................................................................. 29
Figura 8 -
Melhor ajuste da distribuição GEV à série de chuvas máximas
anuais com duração de 20 minutos. ........................................... 30
Figura 9 -
Valores de chuvas máximas para diferentes valores de período de
retorno obtidos das distribuições GEV e Gumbel com duração de
20 minutos. ................................................................................. 30
Figura 10 -
Melhor ajuste da distribuição GEV à série de chuvas máximas
anuais com duração de 30 minutos. ........................................... 31
Figura 11 -
Valores de chuvas máximas para diferentes valores de período de
retorno obtidos das distribuições GEV e Gumbel com duração de
30 minutos. ................................................................................. 31
Figura 12 -
Melhor ajuste da distribuição GEV à série de chuvas máximas
anuais com duração de 60 minutos. ........................................... 32
ix
Figura 13 -
Valores de chuvas máximas para diferentes valores de período de
retorno obtidos das distribuições GEV e Gumbel com duração de
60 minutos. ................................................................................. 32
Figura 14 -
Melhor ajuste da distribuição GEV à série de chuvas máximas
anuais com duração de 120 minutos. ......................................... 33
Figura 15 -
Valores de chuvas máximas para diferentes valores de período de
retorno obtidos das distribuições GEV e Gumbel com duração de
120 minutos. ............................................................................... 33
Figura 16 -
Melhor ajuste da distribuição GEV à série de chuvas máximas
anuais com duração de 180 minutos. ......................................... 34
Figura 17 -
Valores de chuvas máximas para diferentes valores de período de
retorno obtidos das distribuições GEV e Gumbel com duração de
180 minutos. ............................................................................... 34
Figura 18 -
Melhor ajuste da distribuição GEV à série de chuvas máximas
anuais com duração de 360 minutos. ......................................... 35
Figura 19 -
Valores de chuvas máximas para diferentes valores de período de
retorno obtidos das distribuições GEV e Gumbel com duração de
360 minutos. ............................................................................... 35
Figura 20 -
Melhor ajuste da distribuição GEV à série de chuvas máximas
anuais com duração de 720 minutos. ......................................... 36
Figura 21 -
Valores de chuvas máximas para diferentes valores de período de
retorno obtidos das distribuições GEV e Gumbel com duração de
720 minutos. ............................................................................... 36
Figura 22 -
Melhor ajuste da distribuição GEV à série de chuvas máximas
anuais com duração de 1440 minutos. ....................................... 37
Figura 23 -
Valores de chuvas máximas para diferentes valores de período de
retorno obtidos das distribuições GEV e Gumbel com duração de
1440 minutos. ............................................................................. 37
Figura 24 -
Ajuste logarítmico para uma duração de 20 minutos.................. 42
Figura 25 -
Ajuste logarítmico para uma duração de 180 minutos................ 42
Figura 26 -
Ajuste logarítmico para uma duração de 1440 minutos.............. 42
Figura 27 -
Ajuste logarítmico para um período de retorno de 2 anos. ......... 43
Figura 28 -
Ajuste logarítmico para um período de retorno de 20 anos. ....... 43
Figura 29 -
Ajuste logarítmico para um período de retorno de 50 anos. ....... 43
x
Figura 30 -
Curva intensidade-duração-freqüência das equações obtidas pela
GEV e Gumbel (FENDRICH, 2003, LONGO; SAMPAIO; SUSZEK,
2006) para um período de retorno de 5 anos.............................. 46
Figura 31 -
Curva intensidade-duração-freqüência das equações obtidas pela
GEV e Gumbel (FENDRICH, 2003, LONGO; SAMPAIO; SUSZEK,
2006) para um período de retorno de 50 anos............................ 47
Figura 32 -
Curva intensidade-duração-freqüência das equações obtidas pela
GEV e Gumbel (FENDRICH, 2003, LONGO; SAMPAIO; SUSZEK,
2006) para um período de retorno de 100 anos.......................... 48
Figura 33 -
Curva intensidade-duração-freqüência das equações obtidas pela
GEV e Gumbel (FENDRICH, 2003, LONGO; SAMPAIO; SUSZEK,
2006) para um período de retorno de 500 anos.......................... 49
Figura 34 -
Curva Intensidade-duração-freqüência das equações obtidas pela
GEV e Gumbel (FENDRICH, 2003, LONGO; SAMPAIO; SUSZEK,
2006) para um período de retorno de 1000 anos........................ 50
Figura 35 -
Hietograma de projeto para um período de retorno de 10 anos
para durações de 30, 60 e 90 minutos........................................ 52
Figura 36 -
Hietograma de projeto para um período de retorno de 50 anos
para durações de 30, 60 e 90 minutos........................................ 53
Figura 37 -
Hietograma de projeto para um período de retorno de 250 anos
para durações de 30, 60 e 90 minutos........................................ 54
xi
RESUMO
Este trabalho visa contribuir para o planejamento de atividades que são
influenciadas pela intensidade da água precipitada, em que os resultados
condicionam decisões de ordem técnica ou estratégica em atividades como
agropecuária, construção civil e turismo. O objetivo é ajustar um modelo de
distribuição de probabilidades de chuva intensa pela distribuição generalizada
de valores extremos (GEV), utilizando momentos LH para estimar seus
parâmetros e o teste estatístico proposto por Wang (1998) para verificação da
qualidade dos ajustes desenvolvidos no ambiente Matlab. Foram analisadas
séries históricas de precipitação máximas para diferentes durações, obtidas de
pluviográfos no município de Cascavel-PR. Além disso, as referidas séries
foram ajustadas por meio da distribuição Gumbel para efeito de comparação
com a GEV. Os resultados mostram que a distribuição do tipo VEI da GEV, que
corresponde à distribuição Gumbel, não é adequada para grandes períodos de
retorno, pois subestima os valores da distribuição tipo VEII. Como resultados
são apresentados as estimativas dos parâmetros da GEV, os valores das taxas
de momentos LH, o período de retorno para cada duração de chuva e o
hietograma de projeto.
Palavras-chave: chuvas intensas, distribuição GEV, momentos LH,
hietograma.
xii
ABSTRACT
STUDY ABOUT MAXIMUM RAINFALL ACCORDIND GENERALY
EXTREME VALUES DISTRIBUTION - GEV
This work aiming at contribute for the planning of activities that are influenced
by the intensity of hasty water, in that the results condition technical or strategic
decisions of order in activities as farming, civil construction and tourism. It was
analizy historical series of maximum haste for different durations obtained of
raingouge in the town of Cascavel-PR, planning an intense rain probability
distribution model through the distribution generalized be adjusted Moments LH
for estimate his parameters and the statistical test proposed by Wang (1998) for
verification of the quality of the settlements developed in the environment
Matlab. Beyond that, them referred series were adjusted through the
distribution Gumbel for effect of comparison with the GEV. The results show
that the distribution of the kind VEI of the GEV, that corresponds the distribution
Gumbel, is not adequate for big periods of return therefore substime the values
of the distribution kind VEII. As results are presented the estimates of the
parameters of the GEV, the values of the rates for the time being LH, the period
of each return duration of rain and the hydrographs of project.
Keywords: intense rains, distribution GEV, moments LH, hietograma.
3 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento econômico e social da cidade de Cascavel ampliou
significativamente a área urbana da cidade, provocando uma substituição de
áreas, antes ocupadas pela vegetação e hoje ocupadas por concreto e asfalto.
Essa urbanização determinou a construção de muitas obras hidráulicas e o
estudo de precipitações intensas tornou-se essencial para a segurança dessas
construções, pois qualquer falha ou evento o controlado, além dos danos
sociais e econômicos conseqüentes, pode causar a perda de muitas vidas. As
precipitações intensas também causam danos em áreas rurais, portanto este
conhecimento é fundamental para controle de erosão do solo.
Para este trabalho é necessário o estudo de uma série pluviográfica de
um longo período de tempo, para que seja possível considerar as freqüências
como probabilidades, pois as leis probabilísticas são sintéticas e têm como
finalidade a descrição das características gerais dos fatos. Essas relações de
freqüência são traduzidas numa família de curva intensidade-duração, uma
para cada freqüência ou período de retorno (MARTINEZ JUNIOR & MAGNI,
1999). A determinação dessas relações envolve o ajuste de uma distribuição
estatística aos valores máximos anuais, com diferentes durações que variam
de minutos até quatro (4) dias (SILVA; CLARKE, 2004).
Segundo QUEIROZ (2002), vários modelos de distribuição de
probabilidade e métodos de estimação de seus parâmetros foram propostos
pela literatura científica, principalmente nas últimas 5 décadas. Apesar do
esforço desprendido, muito dos procedimentos existentes são caracterizados
pelo baixo grau de precisão das cheias estimadas, principalmente, quando há
necessidade de extrapolação dos dados amostrais para grandes períodos de
retorno. A distribuição de probabilidade generalizada de valores extremos
(GEV) tem encontrado muitas aplicações em hidrologia, com crescente
aceitação para descrição dos eventos máximos naturais, principalmente de
dados de cheias máximas anuais.
2
Com a finalidade de contribuir para o estudo da distribuição de chuvas
máximas em Cascavel, foram estabelecidos como objetivos deste trabalho:
apresentar e implementar uma metodologia de ajuste da distribuição
generalizada de valores extremos aos dados de precipitações intensas com
diferentes durações; estimar o período de retorno de 2, 5, 10, 15, 20, 30, 50,
100, 250, 500 e 1000 anos para o maior valor de precipitação registrado entre
os anos de 1972 a 1985 e de 1999 a 2006 para durações de 10, 20, 30, 60,
120, 180, 360, 720 e 1440 minutos; determinar a distribuição temporal da
chuva pelo todo de Chicago para reconhecer os intervalos críticos de
chuvas.
3
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 Distribuição Temporal das Chuvas
Uma das grandes preocupações da comunidade científica na última
década diz respeito às alterações climáticas e as suas conseqüências para a
humanidade. O principal responsável por essas alterações é a emissão
descontrolada de gases, conhecido como efeito estufa (BACK, 2001).
O aquecimento global tem como conseqüências diretas à alteração na
freqüência e distribuição das chuvas, aumentando as ocorrências de secas e
de cheias (KARL; DIAZ; KUKLA, 1988). Um estudo sobre variação da
distribuição da precipitação na superfície do planeta, no período de 1900 a
1988, mostrou que, em grande parte do planeta, houve um aumento da
precipitação, porém em algumas regiões foi registrada uma diminuição da
precipitação (DAI:, FUNG; GENIO, 1997). O estudo da precipitação se torna
complexo pelo fato de não ser uma variável contínua regionalmente, pois os
dados de alturas de chuvas podem apresentar qualquer valor dentro de um
intervalo de variação possível de tempo. Além disso, a sua medição contém
erros muito específicos, de acordo com a qualidade da estação que, por sua
vez, pode variar de país para país (NERY: VARGAS; MARTINS, 1999).
O Estado do Paraná é responsável por um percentual significativo na
produção de grãos em nível nacional e, geralmente, extremos climáticos
afetam esta produção. Em 1982 e 1983, por chuvas excessivas, ocorreram
perdas em diversos cultivos, chegando a um milhão e quinhentas toneladas da
produção de grãos, aproximadamente. Em 1993, a economia paranaense, teve
um prejuízo de 153 milhões de dólares devido ao fenômeno da geada (NERY;
VARGAS; MARTINS, 1996). Poucos estudos foram desenvolvidos sobre as
condições climáticas em Cascavel, PR, e foram realizados somente
monitoramentos das precipitações máximas e análise de escoamento
4
superficial, mas sem analisar as condições pluviométricas dos municípios,
(PRUSKI, 1990, LONGO; SAMPAIO; SUSZEK, 2006).
De acordo com CRUCIANI, MACHADO & SENTELHAS (2002), a
caracterização da variabilidade temporal das chuvas intensas é, ao longo de
sua duração, imprescindível para quantificar adequadamente os efeitos
ocasionados, pois inúmeros são os problemas de interesse da engenharia,
causados por chuvas intensas, de modo especial o controle do escoamento
superficial, em áreas urbanas e rurais. Conforme MOLIN et al. (1996), esses
projetos baseiam-se nos resultados dos estudos hidrológicos desenvolvidos
para estimar a magnitude das vazões de projeto. Sempre que possível essa
estimativa deve ser obtida a partir da série histórica de vazões referentes ao
local da obra. No caso de pequenas bacias hidrográficas, essas ries
históricas geralmente não existem. Neste caso, a estimativa da vazão de
projeto é feita a partir da análise de chuvas intensas observadas numa ou mais
estações meteorológicas ou climatológicas da região. Estima-se para a
freqüência de ocorrência estabelecida, o total precipitado em um período igual
ao tempo de concentração da bacia hidrográfica correspondente. O valor
estimado deve ser corrigido em função da área da bacia e, finalmente, deve-se
estabelecer qual hietograma será definido para essa chuva.
Na engenharia hidrológica, chuvas intensas são aquelas que provocam
cheias nos sistemas de drenagem, por exemplo, são chuvas que geram
escoamentos pluviais nas galerias e canais, tais que as vazões de pico atingem
valores próximos da capacidade do sistema. As chuvas intensas podem
também causar enchentes, isto é, podem gerar vazões superiores à
capacidade do sistema de drenagem, resultando em inundações (RIGHETTO,
1998).
Para estimar os parâmetros de chuvas intensas, trabalha-se com
regressão múltipla não-linear, utilizando-se séries históricas de dados de
chuvas máximas com vários tempos de duração, extraídos de pluviogramas
cotados (MELLO et al., 2003; OLIVEIRA et al., 2000).
Em decorrência da grande dificuldade, em função da escassez de
informações dessa natureza, da baixa densidade da rede de pluviógrafos e do
pequeno período de observações disponível (CECÍLIO; PRUSKI, 2003; BACK,
2006), a maioria dos estudos de chuvas intensas possui séries inferiores
5
àquela recomendada pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM), que é
de 30 anos (SILVA et al., 2002).
GENOVEZ & ZUFFO (2000) afirmam que a precisão da estimativa da
intensidade depende de uma boa série de dados de pluviógrafo ou pluviômetro,
entretanto, Aron et al. (1987) determinaram curvas regionais de intensidade,
duração e freqüência (IDF) de precipitação pluvial para o Estado da
Pennsylvania (EUA) utilizando séries históricas de 10 anos de duração.
BUTTON & BEN-ASHER (1983) utilizaram ries com oito anos de
dados para obtenção da relação entre intensidade, duração e freqüência, na
região de Avdat, Israel e MARCELLINI (1994) utilizou séries de,
aproximadamente, 10 anos para determinar as relações IDF de postos
pluviográficos na região do Estado de São Paulo.
As equações de chuvas intensas originam-se das relações
intensidade-duração-freqüência das chuvas (IDF) que também podem ser
expressas de forma gráfica. O conhecimento da equação de chuvas intensas
possibilita a aplicação de modelos matemáticos para estimativa de parâmetros
como o tempo de concentração e a distribuição temporal da precipitação
(BACK, 2006). Um modelo que pode ser adotado é a descrição matemática de
um processo natural físico, químico ou biológico e consiste de equações,
gráficos, tabelas ou expressões lógicas. Como o modelo é uma simplificação
da realidade, ele não consegue preencher todas as exigências da natureza,
pela aleatoriedade e complexidade dos fenômenos físicos envolvidos na sua
formação. Por isso, a incerteza na saída do modelo é inevitável. Se um modelo
é confiável ou não vai depender da aceitabilidade da incerteza inerente ao seu
resultado (SANTOS et. al., 2001, MARCELLINI, 1994).
As características das relações IDF variam de um local para outro local
e podem ser determinadas mediante análise estatística de uma série de
observações. Essas três características de precipitação variam conforme a
latitude, longitude, tipo de cobertura do solo e época do ano (FENDRICH,
OBLADEN; AISSE, 1991). GARCEZ (1974) afirma que não possibilidade de
se estender resultados obtidos em uma região para outra.
DAMÉ et al. (2006) compararam os valores de intensidade-duração-
frequência de ocorrência da precipitação (IDF) de chuvas máximas, obtidas a
partir de dados pluviográficos com a técnica de desagregação de chuva pelo
6
método das relações (MR), para cinco cidades do Rio Grande do Sul. Foram
utilizadas séries de dados de precipitação máxima diária, por meio das quais
foram constituídas séries de dados de precipitação xima diária anual, uma
para cada localidade, bem como cinco curvas IDF, obtidas de dados
pluviográficos das localidades estudadas. Os dados foram comparados por
meio do cálculo do Erro Padrão da Estimativa (EPE) os valores de intensidades
máximas obtidos pelo MR com àqueles obtidos pela equação analítica, que
representa a curva IDF, fazendo-se uso dos dados pluviográficos. Apenas uma
cidade apresentou menor EPE, significando que a intensidade máxima de
precipitação obtida com a equação IDF e o MR foram semelhantes. Para as
demais localidades isso não foi verificado.
FENDRICH (2003) obteve a equação de chuva intensa para a cidade
de Cascavel, PR, pela leitura de pluviogramas e utilizando a distribuição
Gumbel para um período de 14 anos (1972-1985), a equação encontrada foi:
( )
776,0
141,0
5
.92,1062
+
=
d
t
Tr
I
LONGO, SAMPAIO & SUSZEK (2006) fizeram um estudo semelhante
de precipitações para o mesmo município, mas utilizaram a distribuição
Gumbel pelo método de desagregação de chuvas, com uma série de 24 anos
(1972-1996), para determinar a equação de chuva intensa e obtiveram a
seguinte equação:
( )
7204,0
1729,0
65,9
.54,778
+
=
d
t
Tr
I
LONGO, SAMPAIO & SUSZEK (2006) compararam as duas equações
para um tempo de retorno de 5 a 200 anos e tempo de duração de 5 a
1440 minutos e observaram uma pequena diferença no comportamento da
chuva intensa, mas não sendo significativa ao nível de 1% de probabilidade, e
concluíram que as equações foram equivalentes, em virtude de considerarem
duas ou mais chuvas ocorridas no mesmo dia como sendo uma única chuva e
também de o período estudado pelo autor compreender 10 anos a menos que
7
o período utilizado por eles, mesmo utilizando dados da mesma estação
climatológica.
ZUFFO (2004) desenvolveu um estudo em Campinas, SP, mostrando a
necessidade de revisões periódicas e atualizações nas equações de chuvas
para evitar os subdimensionamentos das obras hidráulicas urbanas e rurais
contra as enchentes.
4.2 Distribuição Generalizada de Valores Extremos
A distribuição generalizada de valores - GEV é utilizada em muitas
áreas, sendo uma das principais, a engenharia estrutural, cujo objetivo principal
é projetar estruturas que resistam aos níveis mais extremos de certos
processos ambientais (PRETI, 2005). Os três tipos possíveis de distribuição de
valores extremos em uma única forma vêm sendo utilizados para representar a
distribuição de valores extremos em diferentes campos, principalmente em
análise de freqüência de cheias, com considerável aceitação para descricção
do fluxo máximo de cheias anuais. Na prática, a distribuição GEV é usada para
modelar uma extensa variedade de extremos naturais, como cheias, chuvas,
velocidade do vento, temperaturas e outros extremos (MARTINS; STEDINGER,
2000; QUEIROZ, 2002; PRETI, 2005).
PRETI et al. (2007) mostraram que valores de volumes afluentes
máximos associados aos diferentes valores de períodos de retorno obtidos por
meio de seus respectivos ajustes da distribuição GEV possibilitaram estimar a
curva volume duração na sua forma quadrática sem ter que recorrer a
procedimentos de interpolação usualmente empregados.
Em estudo sobre as precipitações intensas na bacia do Rio São
Francisco, SILVA & CLARKE (2004) concluíram que o uso da distribuição
Gumbel não foi ajustada e a distribuição GEV foi ajustada às quatro seqüências
obtidas. Estas distribuições foram ajustadas pelo método dos momentos-L.
CASTILHO, SILVA & RODRIGUES (1999) analisaram a freqüência das
séries de máximas para vazões na bacia do Rio Doce localizada na região
8
sudeste brasileira entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo pela
distribuição Gumbel e GEV. Para a estimativa dos parâmetros utilizaram o
método dos momentos ponderados e para testar a aderência das distribuições
realizaram o teste de Kolmogoroff- Smirnov e Qui-quadrado, das onze estações
analisadas. Em oito delas, a distribuição GEV apresentou o melhor ajuste para
a série de vazões máximas anuais e, em três, a distribuição Gumbel.
QUEIROZ & CHAUDHRY (2006) ajustaram dados de vazões de
42 estações fluviométricas instaladas em rios da sub-bacia 64, da Bacia
hidrográfica do Paraná, estado do Paraná, por meio da distribuição GEV e
momentos LH. A aderência foi feita utilazando o teste de Kolmogoroff-Smirnov.
O ajuste foi considerado adequado a 5% de significância para os ajustes das
séries de cheias anuais.
BAUTISTA, ZOCCHI & ANGELOCCI (2004) ajustaram dados de
velocidades máximas de ventos pela distribuição GEV, num período de
43 anos em Piracicaba, SP. A partir do ajuste inicial da distribuição GEV, a
distribuição de Gumbel demonstrou ser a mais adequada para modelar os
dados de velocidade máxima de vento em todos os meses do ano na região do
estudo.
SILVA et al. (1999) fizeram um ajuste de distribuição de probabilidade
de chuvas intensas usando as distribuições de Gumbel, Log-Normal a dois e
três parâmetros, Pearson e Log-Pearson tipo III para o estado do Rio de
Janeiro, utilizando uma série de 16 anos de dados pluviográficos de
13 estações meteorológicas; e para o Espírito Santo, utilizando uma rie de
10 anos de 9 estações meteorológicas. Após as análises, verificaram que a
distribuição modelo de Gumbel foi a que melhor se ajustou em todas as
durações estudadas.
4.3 Método de Chicago
A chuva de projeto é construída, geralmente, de modo artificial com
base nas características estatísticas de chuvas intensas na bacia ou em
9
regiões com características meteorológicas semelhantes. Os valores
assumidos pelas variáveis aleatórias intensidade média e/ou altura de
precipitação são, geralmente, expressos como função de dois parâmetros
básicos: a) período de retorno (TR) em anos; e b) duração crítica do evento
(D
crit
) em minutos (ENOMOTO, 2004).
Segundo BEMFICA, GOLDENFUM & SILVEIRA (2000), as chuvas (ou
hietogramas) de projeto são a metodologia de representação simplificada da
distribuição temporal da precipitação. O “hietograma” é uma forma gráfica que
mostra a intensidade da chuva ao longo de sua duração. As “chuvas de
projeto” são metodologias de representação simplificada da distribuição
temporal da precipitação, utilizadas basicamente como entrada em modelos de
simulação de chuva-vazão e para determiná-la o necessários três elementos
básicos: 1) a altura precipitada ou a intensidade média para a duração e o
período de retorno considerados; 2) a duração do evento; 3) a distribuição
temporal (ou hietograma) da chuva. A vantagem dessa metodologia é sua
grande simplicidade, mas para a associação com o tempo de retorno da chuva,
baseada na suposição da linearidade do sistema é inconveniente, pois supõe
que uma bacia hidrográfica é um sistema não-linear.
O todo de Chicago determina os padrões de chuva de projeto
baseando-se na curvas IDF. É conveniente para pequenas áreas de drenagem.
Foi desenvolvido, inicialmente, para a cidade de Chicago e é utilizado para
drenagem urbana com duração da ordem de até 3 horas. Assim, o hietograma
padrão representa uma chuva intensa de curta duração, como parte de uma
chuva de longa duração. Os fatores mais importantes que caracterizam a
distribuição temporal da precipitação são: a) o volume de precipitação que cai
durante o período de chuva intensa; b) precipitação antecedente; e, c) e
localização do pico de intensidade máxima, representado pela Figura 1,
RIGHETTO (1998).
10
Figura 1 - Fatores que caracterizam a distribuição temporal pelo método de
Chicago.
Fonte: MARCELLINI (1994).
Para a localização do pico de intensidade da chuva, BEMFICA,
GOLDENFUM & SILVEIRA (2000) determinaram um coeficiente r, que é uma
medida do adiantamento do padrão de chuva, por duas formas: uma pela
análise da posição do pico em eventos chuvosos históricos críticos e a outra
pela determinação da precipitação antecedente ao pico nesses mesmos
eventos históricos. Os autores obtiveram valores bastante distintos e
concluíram que, comparando a segunda forma com os registros históricos, esta
não é necessariamente verdadeira, pois obtiveram valores superiores para
cada evento, o que é ilógico. Assim, por esta forma o método de Chicago não
se adaptou às características pluviográficas de Porto Alegre. Porém, pela forma
da análise da posição do pico em eventos reais, o valor do coeficiente r foi
similar, quando comparado a outras regiões.
O método busca basicamente reproduzir padrões de chuva observados
(BEMFICA; GOLDENFUM; SILVEIRA, 2000).
11
5 MATERIAL E MÉTODOS
5.1 Material
Cascavel situa-se no terceiro planalto do estado, na região Oeste
Paranaense, com uma altitude variando em torno dos 785 metros e uma área
de 2.091 km², latitude -24° 57' 21'' e longitude 53 ° 27' 19''. O clima é subtropical
mesotérmico superúmido com temperatura dia anual em torno de 18ºC. A
temperatura máxima média em janeiro é de 28,6ºC e, em julho, a mínima
média é de 11,2º C, com ocorrência de geadas.
As séries de dados pluviográficos de Cascavel de 1972 a 1985 foram
obtidas pela leitura de cartas pluviográficas cedidas pelo Instituto Agronômico
do Paraná IAPAR. Para isso, consideraram-se duas ou mais chuvas
ocorridas durante o intervalo de 24 horas em uma única chuva e precipitações
mínimas adotadas para cada intervalo de duração. Os valores limites estão
apresentadas na Tabela 1, de acordo com AYRES & LOPES (1985).
Tabela 1 - Valores limites mínimos da precipitação em função da duração de
chuva
TEMPO (min.) PRECIPITAÇÃO (mm)
10 10
20 15
30 20
60 30
120 35
180 40
360 45
720 50
1440 55
Os anos com mais de um intervalo de tempo sem valores de alturas
pluviométricas correspondentes foram eliminados, para evitar oscilações nas
12
médias. Os anos com um único intervalo de tempo, sem altura pluviométrica
correspondente, tiveram este valor preenchido com o mínimo para tal intervalo.
As séries de 1999 a 2006 foram cedidas pelo Instituto Tecnológico
SIMEPAR.
5.2 Distribuição de Valores Extremos (GEV)
Para cada série, a fim de estimar a função de probabilidade de
ocorrência, que está relacionada com a variação da intensidade com a
freqüência, que permite a extrapolação para um número maior em anos, em
relação ao número de anos de observação é calculada a distribuição
generalizada de valores extremos GEV, que engloba as três formas
assintóticas de distribuição de valores extremos conhecidas como: valor
extremo do tipo I (VEI), valor extremo do tipo II (VEII) e valor extremo do tipo III
(VEIII), classificadas pelas equações a seguir:
( ) ( )
==
k
ux
kxXPxF
1
1exp
α
para k0 (1)
( ) ( )
==
α
ux
xXPxF expexp
para k0 (2)
em que:
<
<
x
, k=0 - distribuição VEI;
<
x
ε
, k<0 - distribuição VEII;
ω
<
x
, k>0 - distribuição VEIII.
Em que u é um parâmetro de posicionamento com
<
<
u
,
α
é
um parâmetro de escala com
+∞
<
<
α
0
e k é um parâmetro de forma com
+∞
<
<
k
. Assim, quando k>0 o limite superior da distribuição assintótica
VEIII torna-se
ku
αω
+=
e quando k<0 o limite inferior da distribuição
assintótica VEII torna-se
ku
αε
+=
.
13
O p-ésimo quantil da distribuição GEV é dado pela seguinte relação,
decorrente da equação 1:
( )( )
[
]
10,ln1 <<+= pp
k
ux
k
p
α
(3)
Combinando a distribuição de Gumbel com a sua variável reduzida z
tem-se:
(
)
α
ux
z
=
Obtendo-se F(x) = exp[-exp(-z)] que resulta em:
(
)
(
)
[
]
xfz lnln
=
(4)
A equação 4 é conhecida como a variável reduzida de Gumbel, que
também se relaciona com o período de retorno (T), T = 1/F(x); logo, a
equação 4 pode ser usada para definir z, em relação às distribuições VEI, VEII
e VEIII. Assim, em um gráfico intensidade z versus x, define-se o
comportamento das três formas de distribuição de valores extremos, como
mostra a Figura 2.
Figura 2 - Distribuição das três formas de valores extremos representados
pela GEV em função da variável Gumbel.
Fonte: QUEIROZ (2006).
14
Com o aumento dos valores z, os valores de x do tipo VEI aumentam
segundo uma linha reta, ao passo que os valores de x do tipo VEII crescem
mais rapidamente seguindo uma curva côncava, ambos aumentado de forma
ilimitada na parte superior. os valores de x do tipo VEIII crescem seguindo
uma curva convexa para um limite superior finito.
5.3 Método dos Momentos LH
Seja X
1
, X
2
,....,X
n
uma amostra aleatória de uma população com função
densidade de probabilidade f(x), e função distribuição F(x) e
nnnn
xxx
::2:1
...
as estatísticas de ordem obtidas da amostra acima, o valor esperado do
i-ésimo menor valor da variável é dado pela seguinte expressão (HOSKING,
1990).
( )
( ) ( )
( )
[ ]
( )
[ ]
( )
=
1
0
1
:
1
!1!
!
xdFxFxFx
iin
n
xE
ini
ni
(5)
Dada uma amostra de tamanho n, retirada de uma distribuição
F(x) = P(X
x), com base na combinação linear das mais elevadas estatísticas
de ordem e na equação 5, os momentos LH são definidos como:
( )( )
[
]
111 ++
=
ηη
η
λ
XE
(6)
( ) ( ) ( ) ( )
[
]
2.12.22
2
1
++++
=
ηηηη
η
λ
XXE
(7)
( )( ) ( ) ( ) ( ) ( )
[
]
3.13.23.33
2
3
1
++++++
+=
ηηηηηη
η
λ
XXXE
(8)
( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )( )
[
]
4.14.24.34.44
33
4
1
++++++++
+=
ηηηηηηηη
η
λ
XXXXE
(9)
15
em que:
η
λ
1
, maior valor esperado na amostra de tamanho 1
+
η
, corresponde a
uma medida de posicionamento da distribuição;
η
λ
2
, metade da diferença entre
o maior e o segundo maior valor esperados na amostra de tamanho 2
+
η
,
caracteriza a expansão da parte superior da distribuição;
η
λ
3
reflete como está a
assimetria da parte superior da distribuição, pelos três maiores valores
esperados na amostra de tamanho 3
+
η
e
η
λ
4
provê uma medida da
pontiagudez da parte superior da distribuição, por meio dos quatros maiores
valores esperados na amostra de tamanho 4
+
η
.
Quando 0
=
η
, momentos LH se tornam iguais aos momentos L;
quando
η
aumenta, os momentos LH refletem mais e mais as características
da parte superior da distribuição e dos valores extremos máximos dos dados.
Momentos LH são chamados momentos L
1
, momentos L
2
, .... para
η
= 1, 2, ...,
respectivamente. Normalizando os momentos LH, obtém-se o coeficiente de
variação LH (
η
τ
2
), assimetria (
η
τ
3
) e curtose (
η
τ
4
), respectivamente, como:
η
η
η
λ
λ
τ
1
2
2
=
;
η
η
η
λ
λ
τ
2
3
3
=
;
η
η
η
λ
λ
τ
2
4
4
=
(10)
Ordenando-se a amostra em x
(1)
x
(2)
......... x
(n),
a estimativa dos
momentos LH é feita como segue:
( )
=
+
=
η
η
η
η
λ
1
1
1
1
1
ˆ
i
i
i
n
xC
C
(11)
( )
( )
i
i
nii
n
xCCC
C
=
+
+
=
η
ηη
η
η
λ
1
1
11
1
1
2
2
.
1
2
1
ˆ
(12)
( )
( )
i
i
iniinii
n
xCCCCC
C
=
+
+
+
+=
η
ηηη
η
η
λ
1
2
1
11
1
2
1
3
3
.2
1
3
1
ˆ
(13)
( )
( )
i
i
iniiniinii
n
xCCCCCCC
C
=
+
+
+
+
+=
η
ηηηη
η
η
λ
1
3
1
21
1
12
1
3
1
4
4
.33
1
4
1
ˆ
(14)
16
em que:
( )
!!
!
jmj
m
j
m
C
j
m
=
=
e
0=
j
m
C
quando j > m.
5.4 Estimativa dos Parâmetros da Distribuição GEV
Dada uma amostra, os três parâmetros
k
,
α
e u da distribuição GEV
podem ser estimados considerando-se a estimativa dos momentos LH
amostrais, pelas equações 11, 12, 13 e 14, para um valor selecionado de
η
e
0
k
, como segue (WANG, 1997):
( )( )
[
]
k
u
++Γ+= 111
1
ηκ
κ
α
λ
η
(15)
(
)
(
)
( ) ( )
[
]
κκ
η
ηη
κ
κ
α
η
λ
+++
+
Γ
+
= 12
!
2
12
2
(16)
(
)
(
)
( )( ) ( )( ) ( )( )
[
]
κκκ
η
ηηηηηη
κ
κ
α
η
λ
+++++++
+
Γ
+
= 1223234
!
3
13
3
(17)
( ) ( )
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
( )( )( ) ( )( )( )
+++++++
+++++++
+Γ+
=
κκ
κκ
η
ηηηηηη
ηηηηηη
κ
καη
λ
1232343
3453456
!4
14
4
(18)
Assim, os parâmetros
k
,
α
e u da distribuição GEV podem então ser
estimados, substituindo-se os três primeiros momentos LH nas equações 15,
16 e 17 pelos seus respectivos estimadores amostrais nas equações 11, 12 e
13, para cada valor de h selecionado (WANG, 1997).
Para facilitar o procedimento computacional, Wang (1997) propôs uma
equação aproximada para o cálculo de k, tomando como base as equações 16
17
e 17 e a equação 10 que definem
η
τ
3
, que corresponde a
[
]
[
]
[
]
3
33
2
32310
ηηη
ταταταα
+++=k
, cujos coeficientes
1
α
,
2
α
e
3
α
variam em
função de
η
(Tabela 2). Uma vez obtido o valor de k, as equações 16 e 15
fornecem, respectivamente
α
e u.
Tabela 2 - Valores limites mínimos da precipitação em função da duração de
chuva
η
0
α
1
α
2
α
3
α
0 0,2849 -1,8213 0,8140 -0,2835
1 0,4823 -2,1494 0,7269 -0,2103
2 0,5914 -2,2351 0,6442 -0,1616
3 0,6618 -2,4548 0,5733 -0,1273
4 0,7113 -2,5383 0,5142 -0,1027
Análises de dados observados e dados obtidos, via simulação Monte
Carlo, mostraram que momentos LH reduzem as influências indesejáveis que
os menores eventos amostrais podem exercer na estimação de eventos com
grandes períodos de retorno, em relação ao uso de momentos L (WANG, 1997;
QUEIROZ, 2002).
5.5 Razões de Momento e Coeficiente de Variação LH
As razões de momentos e coeficiente de variação LH da distribuição
GEV são calculadas de acordo com as relações da equação 10 com as
equações 15, 16, 17 e 18, resultando nas seguintes expressões:
(
)
(
)
(
)
(
)
[
]
( )( )
[ ]
k
kk
kku
k
++Γ+
++++Γ+
=
111
121.2
2
1
2
ηα
ηηαη
τ
η
(19)
18
(
)
( )
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
( ) ( )
+++
+++++++
+
+
=
kk
kkk
12
1223234
2
3
3
1
3
ηη
ηηηηηη
η
η
τ
η
(20)
(
)
( )
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
( ) ( )
+++
++++++++++++++
+
+
=
kk
kkkk
12
12323433453456
2
4
12
1
4
ηη
ηηηηηηηηηηηη
η
η
τ
η
(21)
em que:
η
τ
2
,
η
τ
3
,
η
τ
4
o, respectivamente, o coeficiente de variação LH, a
assimetria LH e a curtose LH. As razões dos momentos LH e coeficiente de
variação LH amostrais são obtidas relacionando-se os momentos LH
amostrais, indicados por meio das equações 11, 12, 13 e 14, seguindo-se as
fórmulas em 10, cujos momentos LH da distribuição GEV são substituídos por
seus respectivos estimadores.
5.6 Teste de Qualidade de Ajuste da Distribuição GEV, via Momentos
LH
5.6.1 Teste Estatístico Proposto por Wang (1997)
A distribuição GEV pode ser ajustada para uma rie de dados,
igualando-se os seus três primeiros momentos LH aos respectivos momentos
LH amostrais, como indicado (WANG, 1997). A curtose LH da população (
η
τ
4
) é
uma função da assimetria LH populacional (
η
τ
3
), em que ambos dependem
apenas do parâmetro de forma k. Como o valor estimado da curtose LH
amostral (
η
τ
4
ˆ
) não é usado no ajuste da distribuição GEV (WANG, 1998),
considerou-se este parâmetro para desenvolver a estatística do teste de
qualidade de ajuste. Deste modo, e dado um particular estimador amostral
η
τ
3
ˆ
,
precisa-se conhecer p(
η
τ
4
ˆ
/
η
τ
3
ˆ
), porém não é tão simples encontrar p (
η
τ
4
ˆ
/
η
τ
3
ˆ
),
19
quando depende de
η
τ
3
da população, contudo, dado
η
τ
3
ˆ
, é possível inferir
η
τ
3
populacional, usando-se o teorema de Bayes, mostrado a seguir:
(
)
(
)
(
)
ηηηηη
τττττ
33333
|
ˆˆ
| ppp = (22)
em que: p(
η
τ
3
) é uma distribuição a priori que pode ser informativa ou não
informativa, então, dado p(
η
τ
3
/
η
τ
3
ˆ
) encontra-se:
(
)
(
)
(
)
ηηηηηηηη
ττττττττ
33333434
.
ˆ
|
ˆ
,|
ˆˆ
|
ˆ
dPPp
= (23)
em que: p(
η
τ
3
ˆ
/
η
τ
3
) em (19) e p(
η
τ
4
ˆ
|
η
τ
3
,
η
τ
3
ˆ
) em (20) podem ser derivadas de
p(
η
τ
4
ˆ
,
η
τ
3
ˆ
|
η
τ
3
), utilizando-se simulação Monte Carlo. Portanto, teoricamente é
possível comparar
η
τ
4
ˆ
com p(
η
τ
4
ˆ
/
η
τ
3
ˆ
) para inferir se a distribuição subjacente é
significativamente diferente da distribuição GEV. Apesar disso, proceder por tal
inferência requer esforço computacional o que, em geral, não é prático (WANG,
1998).
Wang (1998) desenvolveu um teste de qualidade de ajuste da GEV
com base em p(
η
τ
4
ˆ
/
η
τ
3
=
η
τ
3
ˆ
) como uma aproximação de p(
η
τ
4
ˆ
/
η
τ
3
,
η
τ
3
ˆ
), além de
assumir que as distribuições de
η
τ
3
ˆ
e de
η
τ
4
ˆ
da GEV, seguem uma distribuição
conjunta normal. Para descrição completa da distribuição conjunta normal,
precisa-se conhecer a média, o desvio padrão e o coeficiente de correlação
dos estimadores amostrais
η
τ
3
ˆ
e
η
τ
4
ˆ
, suas dias são assumidas para
representar os valores populacionais de
η
τ
3
e
η
τ
4
, respectivamente, em que é
negligenciado algum erro de estimação. Os desvios padrão e coeficiente de
correlação denotados como
(
)
η
τσ
3
ˆ
,
(
)
η
τσ
4
ˆ
e
(
)
ηη
ττρ
43
ˆ
,
ˆ
, respectivamente, são
funções de
η
τ
3
e do tamanho da amostra, e podem ser encontrados pela
simulação Monte Carlo.
A distribuição condicional amostral de
η
τ
4
ˆ
, quando
η
τ
3
=
η
τ
3
ˆ
é
normalmente distribuída com média
η
τ
4
e com desvio padrão, dado como segue
(WANG, 1998):
20
( ) ( ) ( )
[
]
2
1
43
2
4334
ˆ
,
ˆ
1
ˆˆ
|
ˆ
ηηηηηη
ττρτστττσ
==
(24)
Um teste de hipótese de que uma série de dados vem da distribuição
ajustada, pode ser conduzido na base da estimativa amostral
η
τ
4
ˆ
pela
comparação da seguinte estatística (Wang, 1998):
( )
ηηη
ηη
τττσ
ττ
334
44
ˆ
|
ˆ
ˆ
=
=
w
Z (25)
com valores críticos de uma distribuição normal padrão.
O desvio padrão na equação 25:
(
)
ηηη
τττσ
334
ˆ
|
ˆ
= é função de
η
τ
3
e do
tamanho da amostra, e pode ser calculado com
(
)
η
τσ
4
ˆ
e ρ(
η
τ
3
ˆ
,
η
τ
4
ˆ
) pela
equação 24, usando-se a simulação Monte Carlo. Para evitar o enorme esforço
computacional envolvido nas várias fases do teste, Wang (1998) propôs a
seguinte aproximação:
(
)
2
334
2
ˆ
|
ˆ
n
c
n
b
+==
ηηη
τττσ
(26)
em que:
[
]
[
]
[
]
[
]
4
34
3
33
2
32310
nnnn
bbbbbb
ττττ
++++= (27)
[
]
[
]
[
]
[
]
4
34
3
33
2
32310
nnnn
cccccc
ττττ
++++= (28)
Os coeficientes b
0
, b
1
, b
2
, b
3
, b
4
, c
1
, c
2
, c
3
e c
4
variam com os valores de
η
e estão apresentados na Tabela 3.
Tabela 3 - Valores dos coeficientes bi e ci (i=0,...4) das expressões de b e c
da equação 23
η
0
b
1
b
2
b
3
b
4
b
0
c
1
c
2
c
3
c
4
c
0 0,0745 0,0555 0,0067 -0,3090 0,2240 1,0100 -0,0282 -2,9336 4,0801 -1,0874
1 0,0579 -0,0328 0,1524 -0,4102 0,2672 1,3403 -0,8291 -3,8777 9,5371 -5,7866
2 0,0488 -0,0527 0,1620 -0,3856 0,2566 1,8800 -2,2233 -2,5825 10,4350 -7,3887
3 0,0380 -0,0309 0,0354 -0,1233 0,0878 2,6784 -4,8418 3,5255 2,3736 -3,2076
4 0,0241 0,0024 -0,0813 0,0733 -0,0210 3,7793 -8,3485 11,5170 -7,9095 1,9459
21
A equação 26 tem a mesma forma daquela utilizada por
CHOWDHURY, STEDINGER & LU (1991) para o coeficiente de variação L e
assimetria L e assegura que a variância é assintótica e inversamente
proporcional ao tamanho da amostra, enquanto o segundo termo assegura tal
efeito em amostras pequenas.
O diagrama de momentos LH também permite avaliar, graficamente, a
qualidade dos ajustes da distribuição GEV, comparando-se os coeficientes
teóricos e amostrais de assimetria e curtose. O diagrama de momentos LH tem
a vantagem de possibilitar a comparação dos ajustes de diversas séries de
dados, em um mesmo gráfico.
5.6.2 Teste Estatístico Proposto por Kolmogorov-Smirnov
Para testar a adequacidade das distribuições, empregou-se também o
teste de Kolmogorov-Smirnov e para escolher a distribuição que melhor se
ajustou entre os 5 ajustes realizados pela GEV, para valores LH variando de
0 a 4.
5.7 Método de Chicago
Segundo MARCELLINI (1994), a chuva de projeto para a duração t
d
,
duração xima, deve ter a mesma intensidade média i, obtida da relação
intensidade-duração-freqüência, que é expressa da seguinte forma:
ct
a
i
b
d
+
=
)(
(29)
Em que:
i = é a intensidade média em pol./hora;
22
t
d
= é a duração da chuva, em minutos;
a, b, c = são constantes.
Figura 3 - Relação entre a curva i-d-f e o hietograma sintético.
A área sob o hietograma define a lâmina precipitada (P), dada por:
=
t
dttiP
0
)(
60
1
, P em (mm) (30)
ou:
60
.
d
ti
P =
, P em (mm) (31)
Diferenciando a equação acima, tem-se:
60
i
dt
dP
d
=
(32)
Substituindo em (29) tem-se:
60
)(
d
b
d
d
t
ct
a
dt
dP
+
=
(33)
23
Diferenciando a equação 33 em função de t
d
tem-se:
(
)
[
]
( )
2
60
1
ct
ctba
dt
dP
b
d
b
d
d
+
+
=
(34)
Combinado-se a equação 34 com a equação 32, tem-se:
(
)
[
]
( )
b
d
d
ct
ctba
i
+
+
+
=
1
60
1
(35)
A equação 35 representa o hietograma de projeto da tormenta do tipo
completamente adiantada e com a mesma intensidade média para todas as
durações.
Para tornar a equação aplicável a um tipo de tormenta intermediário
deve-se proceder da seguinte maneira: dentro do período de duração da chuva
máxima td, a divisão entre o período que ocorre antes do pico da chuva e o
que ocorre depois. É introduzido o símbolo "r" para representar a duração que
ocorre antes do momento mais intenso e expresso como relação da duração da
chuva máxima, conforme a Figura 3.
Figura 4 - Características do hietograma definido pelo método de Chicago.
0
τ
τ
TEMPO (min)
I (mm/h)
Precip. Antec. = A(t)
t
b
t
a
t
c
t
b
*
t
a
*
t
*
Volume precipitado no período de
máxima.
Volume total precipitado I
M
= Intensidade
média durante o
período de
24
Da Figura 4 tem-se:
db
trt .
=
(36)
da
trt ).1(
=
(37)
em que:
t
b
= tempo anterior ao pico em minutos, medido do pico para a
esquerda;
t
a
= tempo posterior ao pico em minutos, medido do pico para a direita;
r = medida do avanço da tormenta.
Se r = 1, a tormenta é do tipo completamente atrasada e tem o pico no
final da duração; Se r = 0, a tormenta é do tipo completamente adiantada e o
hietograma tem o seu pico no início da chuva. Para tormentas do tipo
intermediário, o valor de r estará entre 0 e 1.
Substituindo-se as equações 36 e 37 em 35 tem-se a intensidade antes
do pico:
( )
b
b
b
b
c
r
t
c
r
t
ba
i
+
+
+
=
1
1
(38)
A intensidade depois do pico é:
( )
b
a
a
a
c
r
t
c
r
t
ba
i
+
+
+
=
1
1
1
1
(39)
em que:
i
b
= é a intensidade de chuva antes do pico, em mm/hora para o caso
estudado;
i
a
= é a intensidade de chuva depois do pico, em mm/hora;
25
t
b
= tempo anterior ao pico em minutos, medido do pico para a
esquerda;
t
a
= tempo posterior ao pico em minutos, medido do pico para a direita;
r = medida do avanço da tormenta;
a, b, c = são constantes.
Este método torna muito simples a análise de um hietograma de
projeto. Salienta-se, que ele faz a sua análise, baseado em dados obtidos das
relações intensidade-duração-freqüência e não no comportamento de uma
tormenta isolada. Este método mantém o pico do hietograma,
independentemente da duração a ser considerada, desde que seja mantido o
período de retorno, isto pelo fato de o método manter a intensidade média
obtida da relação intensidade-duração-freqüência utilizada, MARCELLINI
(1994).
5.8 Rotina em Matlab
Os procedimentos de ajuste da distribuição GEV e Gumbel com base
em momentos LH e do teste de qualidade de ajuste para a mesma estão
sistematizados numa rotina em Matlab, desenvolvida por Queiroz & Chaudhry
(2006) e que procede ao ajuste para qualquer tamanho da amostra.
26
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Tabela 4 apresenta as séries de intensidade máxima de precipitação
para a cidade de Cascavel de 1972 a 1985 e de 1999 a 2006, num total de
22 anos. Foram considerados os dados de maior intensidade de chuva de cada
ano de registro, obtendo-se a série de máximos anuais.
As séries foram ajustadas à distribuição GEV. Estimando-se os três
parâmetros com base em momentos LH foram calculadas as taxas de
momentos LH, o coeficiente de variação, o coeficiente de assimetria, o
coeficiente de curtose e os valores do teste de qualidade de ajuste, segundo
Wang (1998) e Kolmogorov-Smirnov.
Os resultados do processo de ajuste da GEV a uma série de dados de
intensidades máximas podem ser apresentados para os diferentes valores de
η
. Para
η
= 0, o ajuste de momentos LH corresponde aos momentos L que
atribuem o mesmo peso para os dados durante o processo de ajuste. À medida
que o valor de
η
aumenta, os valores amostrais mais altos recebem maiores
ponderações. O ajuste da GEV da série de chuvas máximas anuais de
10 minutos, referentes aos cinco valores de
η
(LH
0
, LH
1
, LH
2
, LH
3
e LH
4
), são
plotados em um gráfico apresentado na Figura 5. O melhor ajuste da
distribuição GEV, determinado a partir do menor valor do teste de Wang
(1998), é apresentado na Figura 6. Verifica-se que a distribuição apresenta
convergência assintótica do tipo I (VEI). No mesmo gráfico está o ajuste da
distribuição Gumbel à série de 10 minutos.
Na Figura 7 apresentam-se os valores de chuvas máximas para
diferentes valores de período de retorno, obtidos das distribuições GEV e
Gumbel com duração de 10 minutos. Verifica-se que ambas não têm muita
diferença entre si. O que é comprovado pelo valor de k=-0,0318 (Tabela 5),
pois, de acordo com Queiroz (2006), na prática, quando -0,04<k<0,04
considera-se que o ajuste se aproxima consideravelmente da distribuição
Gumbel. Observa-se também que a pouca diferença entre as duas curvas
acontece para os maiores valores de período de retorno.
27
Tabela 4 - Valores das intensidades máxima anuais do município de Cascavel
Altura/ano 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
10 min
11
16
19
35
28
21
20
24,2
23
27,5
20
16,5
24
14
- - - - - - - -
20 min
21
24
38
37
30
30,5
36
29
35
31,5
30,2
34,3
46
28
- - - - - - - -
30 min
27,5
25,4
47,5
37
38
37,4
36,8
38,5
47,6
35,5
33,5
38,4
61,8
30,5
- - - - - - - -
1 hora
31
30
66,5
45,5
45
40
36,8
45,7
49,7
45,2
51,1
41,3
74,3
35,4
38,6
60,8
40,6
45,8
41,4
46,4
24,2
43,6
2 horas
39
35
67,7
53,5
48,5
41,6
36,8
51
52,5
47
64
48
75,8
36,8
72,4
103,4
41,8
55,2
53,2
50,4
37,4
77,2
3 horas
44
41,8
71,5
59,6
51,3
42,2
- 61
76,7
55
75,5
76
77
40,5
81,6
139,2
45,4
59,4
65,4
53,0
44,6
94,6
6 horas
76,6
57,5
80,4
60,6
57,5
48,7
- 74
107,9
75
86
78
78
49,4
87,4
191,6
52,4
71,4
75,2
71,8
57,6
123,4
12 horas
85
62,5
80,4
62,6
65,5
84,8
55,5
89
110
125,9
90
90
84
49,7
87,4
201,2
62,0
75,8
109,8
82,6
62,2
128,2
24 horas
89,6
64
80,4
66,4
66
87,9
70
89
111
126,5
111
118 151,1
- 99,2
201,2
65,0
120,4
112,2
86,0
79,0
128,2
28
Figura 5 - Ajuste da distribuição GEV à série de chuvas máximas anuais com
duração de 10 minutos, aplicando-se os cinco níveis de momentos
LH.
Figura 6 - Ajuste das distribuições GEV e da distribuição Gumbel à série de
chuvas máximas anuais com duração de 10 minutos.
29
Figura 7 - Valores de chuvas máximas para diferentes valores de período de
retorno obtidos das distribuições GEV e Gumbel com duração de
10 minutos.
O melhor ajuste da distribuição GEV e da distribuição Gumbel para as
durações de 20, 30, 60, 120, 180, 360, 720 e 1440 minutos e os valores de
chuvas máximas para diferentes períodos de retorno obtidos das duas
distribuições são apresentados nas Figuras 8 a 23, respectivamente.
30
Figura 8 - Melhor ajuste da distribuição GEV à série de chuvas máximas
anuais com duração de 20 minutos.
Figura 9 - Valores de chuvas máximas para diferentes valores de período de
retorno obtidos das distribuições GEV e Gumbel com duração de
20 minutos.
31
Figura 10 - Melhor ajuste da distribuição GEV à série de chuvas ximas
anuais com duração de 30 minutos.
Figura 11 - Valores de chuvas máximas para diferentes valores de período de
retorno obtidos das distribuições GEV e Gumbel com duração de
30 minutos.
32
Figura 12 - Melhor ajuste da distribuição GEV à série de chuvas ximas
anuais com duração de 60 minutos.
Figura 13 - Valores de chuvas máximas para diferentes valores de período de
retorno obtidos das distribuições GEV e Gumbel com duração de
60 minutos.
33
Figura 14 - Melhor ajuste da distribuição GEV à série de chuvas ximas
anuais com duração de 120 minutos.
Figura 15 - Valores de chuvas máximas para diferentes valores de período de
retorno obtidos das distribuições GEV e Gumbel com duração de
120 minutos.
34
Figura 16 - Melhor ajuste da distribuição GEV à série de chuvas ximas
anuais com duração de 180 minutos.
Figura 17 - Valores de chuvas máximas para diferentes valores de período de
retorno obtidos das distribuições GEV e Gumbel com duração de
180 minutos.
35
Figura 18 - Melhor ajuste da distribuição GEV à série de chuvas ximas
anuais com duração de 360 minutos.
Figura 19 - Valores de chuvas máximas para diferentes valores de período de
retorno obtidos das distribuições GEV e Gumbel com duração de
360 minutos.
36
Figura 20 - Melhor ajuste da distribuição GEV à série de chuvas ximas
anuais com duração de 720 minutos.
Figura 21 - Valores de chuvas máximas para diferentes valores de período de
retorno obtidos das distribuições GEV e Gumbel com duração de
720 minutos.
37
Figura 22 - Melhor ajuste da distribuição GEV à série de chuvas ximas
anuais com duração de 1440 minutos.
Figura 23 - Valores de chuvas máximas para diferentes valores de período de
retorno obtidos das distribuições GEV e Gumbel com duração de
1440 minutos.
38
Tabela 5 - Dados do ajuste da distribuição GEV com diferentes durações fornecidos pelo Matlab
Parâmetros da distribuição GEV Taxas de momentos Lh Testes estatísticos
Duração k α u cv ca cc mLH Zw Zk H P
10 min -0.0318 4.4898 19.0914 0.1017 0.2881 0.2065 2 0.4982 0,1429 0 0.9971
20 min
+
0.0024 4.6223 29.8812 0.0784 0.2416 0.2047 1 0.6130 0,1429 0 0.9971
30 min -0.3803 3.4940 35.1864 0.1010 0.4699 0.2767 2 0.2869 0,2143 0 0.8622
60 min -0.2655 5.4195 40.6090 0.0997 0.4082 0.2398 2 0.1158 0,1364 0 0.9786
120 min -0.1152 11.9365 45.4090 0.1379 0.3070 0.1811 1 0.0561 0,0909 0 1.0000
240 min -0.1536 14.7540 53.4032 0.1866 0.2703 0.1756 0 0.3028 0,1429 0 0.9728
360 min -0.5261 8.0296 68.7284 0.1636 0.5448 0.3655 3 0.1108 0,3333 0 0.1545
720 min -0.3641 13.0641 74.5130 0.1446 0.4631 0.2984 4 0.1792 0,3043 0 0.1951
1440 min -0.1034 23.6353 84.7352 0.1801 0.2360 0.1504 0 0.3916 0,1429 0 0.9728
39
A Tabela 5 apresenta os resultados de ajuste da distribuição GEV para
todas as intensidades de precipitação estudadas, das quais são mostrados os
valores dos três parâmetros da GEV (em que k é o parâmetro de forma, α é o
parâmetro de escala e u é o parâmetro de posição), das taxas de momentos e
dos testes de aderências aplicados, com os respectivos valores teóricos.
A duração de chuva máxima de 20 minutos apresenta convergência
assintótica do tipo I (VEI), ou seja, aproxima-se da distribuição Gumbel, assim
como a duração de 10 minutos. Nenhuma distribuição de valores extremos
converge assintoticamente à forma do tipo III (VEIII), e as demais convergem
para o tipo II (VEII), que corresponde a k<0. Portanto, as durações apresentam
convergência para distribuição GEV, pois 77,7% apresenta k<0, e este resultado
corrobora os obtidos por SILVA & CLARKE (2004) que fizeram um estudo de
precipitações máximas para a bacia do Rio o Francisco e, em sua análise, a
distribuição Gumbel não foi apropriada e a distribuição GEV foi ajustada.
CASTILHO, SILVA & RODRIGUES (1999) fizeram também um ajuste em que,
das onze estações analisadas, em oito a distribuição GEV apresentou o melhor
ajuste para a série de vazões máximas anuais, e em três a distribuição Gumbel.
O parâmetro αreflete a variabilidade dos dados da série histórica para
cada duração, já o parâmetro “u”, que é um parâmetro de posicionamento,
representa à média dos dados extremos. Percebe-se que o valor do parâmetro
de posicionamento “u” é diretamente proporcional à duração, isso é condizente,
pois o parâmetro expressa a magnitude dos dados.
O coeficiente de variação de todos os ajustes é considerado baixo que
todos os valores ficaram abaixo de 20%, isso significa que o conjunto de dados é
razoavelmente homogêneo. Observa-se que quanto maior a duração da chuva
maior o valor do coeficiente de variação, isso pode ser explicado pelo fato de se
ter dados de 10, 20 e 30 minutos, oito anos a menos que os dados de 60 minutos
ou mais.
As taxas de momento representam as características dos dados
amostrais em que, geralmente, os coeficientes de assimetria e curtose de dados
hidrológicos apresentam assimetria positiva e faixa de variação de curtose,
semelhantes aos encontrados à faixa de momento.
40
Outra fator que torna importante a determinação das taxas de momento
refere-se ao seu emprego na estatística do teste de aderência, proposto por
Wang (1998).
Verifica-se, nos dados da Tabela 5, que os melhores ajustes da GEV às
séries estudadas ocorreram para diferentes valores de momentos LH (2 valores
de
η
=0 e
η
=1, 3 valores de
η
=2, 1 valor de
η
=3 e
η
=4), mostrando que os
momentos L (igual LH0), em que houve duas ocorrências, não seriam suficientes
para obter os melhores ajustes, considerando o comportamento dos dados
históricos das séries, assim não representaria bem os valores máximos das
referidas séries.
Todos os ajustes da distribuição GEV às séries de intensidades máximas
anuais, foram adequadamente ajustadas conforme o teste proposto por Wang
(1998) com 5% de significância.
O ajuste da série de intensidade de 360 minutos e 720 minutos não
foram ajustadas pelo teste de Kolmogoroff- Smirnov, pois Zw>0,29, o que pode
ser explicado pelo fato de os testes de Kolmogoroff- Smirnov, Qui-quadrado e
Método da Máxima Verossimilhança serem testes assintóticos, portanto precisam
de um número grande de amostras (em torno de 300).
Todos os parâmetros e taxas de momento encontrados nestes ajustes
corroboram os obtidos por Queiroz (2002) e Preti (2005).
Os gráficos das figuras 7, 9, 11, 13, 15, 17, 19, 21 e 23, de valores de
chuvas máximas para diferentes valores de período de retorno, mostram uma
diminuição da precipitação máxima com o aumento do período de retorno.
Nos gráficos que apresentam duração de mais de 30 minutos uma
grande diferença entre a distribuição Gumbel e GEV para grandes períodos de
retorno, assim a distribuição GEV pode ser considerada mais precisa se
comparada com a distribuição Gumbel, pois a distribuição GEV respeita as
tendências dos dados, tornando a análise mais realística. Logo, esta forma de
distribuição apresenta-se a mais adequada para descrever precipitações
máximas, pois permite considerar os limites reais do processo hidrológico que
são esperados. A seguir é apresentada a forma assintótica do tipo VEII.
41
Tabela 6 - Valores de chuvas máximas (mm) para diferentes períodos de retorno e duração obtidos das distribuições GEV
e Gumbel
Período de Retorno (T)
Duração 2 5 10 15 20 30 50 100 250 500 1000
10 minutos 20,7466 25,9888 29,5649 31,6204 33,0762 35,1328 37,7420 41,3300 46,1772 49,9321 53,7680
20,3440 25,8727 29,5332 31,5985 33,0445 35,0644 37,5894 40,9952 45,4795 48,8655 52,2491
GEV
Gumbel
20 minutos 31,5746 36,8019 40,2550 42,2005 43,5615 45,4611 47,8330 51,0276 55,2258 58,3895 61,5458
31,1534 36,6700 40,3225 42,3832 43,8261 45,8416 48,3611 51,7594 56,2339 59,6125 62,9886
GEV
Gumbel
30 minutos 36,5605 42,2518 47,6199 51,3973 54,4284 59,2775 66,5183 78,8418 100,9587 123,6061 153,0715
36,7301 44,8703 50,2599 53,3006 55,4296 58,4037 62,1214 67,1359 73,7383 78,7237 83,7054
GEV
Gumbel
60 minutos 42,6952 50,5944 57,2961 61,7096 65,1087 70,3279 77,7131 89,4265 108,5630 126,4443 147,9269
42,6146 52,7357 59,4367 63,2174 65,8645 69,5623 74,1846 80,4194 88,6285 94,8270 101,0210
GEV
Gumbel
120 minutos 49,8775 64,9528 76,0732 82,7847 87,6826 94,8105 104,2124 117,8154 137,4785 153,7682 171,4006
51,2383 66,1483 76,0201 81,5896 85,4893 90,9367 97,7462 106,9311 119,0244 128,1559 137,2807
GEV
Gumbel
240 minutos 58,9658 78,2895 93,0642 102,1827 108,9295 118,8832 132,2500 152,0479 181,5727 206,7974 234,8383
60,7545 81,1142 94,5942 102,1994 107,5244 114,9629 124,2613 136,8033 153,3168 165,7858 178,2458
GEV
Gumbel
360 minutos 71,9742 87,0653 103,3299 115,7705 126,2859 144,0103 172,3518 225,1197 331,8801 454,5970 631,2512
73,8730 101,8207 120,3246 130,7643 138,0739 148,2847 161,0486 178,2649 200,9330 218,0491 235,1529
GEV
Gumbel
720 minutos 79,6354 100,5833 120,0498 133,6209 144,4481 161,6695 187,1907 230,1962 306,3618 383,3566 482,4132
74,9816 110,3383 133,7476 146,9549 156,2023 169,1199 185,2676 207,0479 235,7253 257,3790 279,0170
GEV
Gumbel
1440 minutos 93,5640 123,0832 144,6194 157,5278 166,9081 180,5022 198,3347 223,9504 260,6245 290,7200 323,0304
95,5365 125,2181 144,8699 155,9572 163,7203 174,5646 188,1204 206,4047 230,4791 248,6571 266,8220
GEV
Gumbel
42
y = 4,7427Ln(x) + 29,094
R
2
= 0,9987
0
10
20
30
40
50
60
70
0 200 400 600 800 1000 1200
Peodo de Retorno - anos
Chuvas Máximas - mm
Figura 24 - Ajuste logarítmico para uma duração de 20 minutos.
y = 28,157Ln(x) + 28,818
R
2
= 0,986
0
50
100
150
200
250
0 200 400 600 800 1000 1200
Peodo de Retorno - anos
Chuvas Máximas - mm
Figura 25 - Ajuste logarítmico para uma duração de 180 minutos.
y = 36,701Ln(x) + 60,258
R
2
= 0,9948
0
50
100
150
200
250
300
350
0 200 400 600 800 1000 1200
Peodo de Retorno - anos
Chuvas Máximas - mm
Figura 26 - Ajuste logarítmico para uma duração de 1440 minutos.
43
y = 14,253Ln(x) - 13,372
R
2
= 0,9881
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
Duração da Chuva - minutos
Chuvas Máximas - mm
Figura 27 - Ajuste logarítmico para um período de retorno de 2 anos.
y = 27,935Ln(x) - 39,682
R
2
= 0,987
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
Duração da Chuva - minutos
Chuvas Máximas - mm
Figura 28 - Ajuste logarítmico para um período de retorno de 20 anos.
y = 36,038Ln(x) - 56,434
R
2
= 0,9722
0
50
100
150
200
250
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
Duração da Chuva - minutos
Chuvas Máximas - mm
Figura 29 - Ajuste logarítmico para um período de retorno de 50 anos.
44
Fazendo-se um ajuste de curvas para os valores de intensidade de
chuva em função do período de retorno dada pela distribuição GEV para cada
duração (Tabela 6), tem-se um ajuste logarítmico para as durações de 10 a
1440 minutos. As figuras 23, 24 e 25 mostram os ajustes para durações de
20 minutos, 180 minutos e 1440 minutos, respectivamente. Aplicando a
derivada para determinar a taxa de variação da intensidade máxima de chuva
em função do período de retorno em cada ajuste observou-se que a média do
período de retorno que possui um maior incremento é para um valor em torno
de 100 anos, o que está de acordo com os tempos de retorno adotados em
projetos de estruturas hidráulicas, como em projetos de drenagem urbana.
Fazendo-se um ajuste de curvas para os valores de intensidade de
chuva em função da duração da chuva dada pela distribuição GEV para cada
período de retorno é definido também um ajuste logarítmico. As figuras 26, 27 e
28 mostram os ajustes para períodos de retorno de 2, 20 e 50 anos,
respectivamente. Aplicando a derivada para cada função, para determinar a
taxa de variação da intensidade máxima da chuva, em função da duração da
chuva verificou-se que o valor do incremento vai aumentando de acordo com o
crescimento da duração da chuva extrema. A média dos valores mais críticos
da duração que possui um maior incremento ocorre nos primeiros 150 minutos,
e é nesta faixa que ocorrem os problemas de enchentes.
A equação de chuva intensa obtida para o período de retorno de 2 a
1000 anos para duração de 10, 20, 30, 60, 120, 180, 360, 720 e 1440 minutos,
obtida pelo ajuste da distribuição GEV, é dada por:
( )
65,0
1595,0
5413,6
.7652,703
+
=
d
t
Tr
I
em que:
I = intensidade da chuva máxima mm/h;
Tr = período de retorno;
t
d
= tempo de duração da chuva (min).
45
A equação de chuva intensa, obtida para mesmo período de retorno e
para a mesma duração pelo ajuste da distribuição Gumbel, é dada por:
( )
6647,0
1236,0
9182,1
.0765,699
+
=
d
t
Tr
I
Nas figuras 30 a 34 são apresentadas as curvas intensidade-duração-
freqüência das equações ajustadas com a distribuição GEV e Gumbel,
comparando-se com as equações ajustadas por FENDRICH (2003) e LONGO,
SAMPAIO & SUSZEK (2006) para um período de retorno de 5, 50, 100, 500 e
1000 anos, respectivamente.
Na Figura 30 observa-se para uma duração de até 20 minutos que a
distribuição Gumbel é semelhante com o ajuste feito por Fendrich (2003), o que
é condizente, pois este pesquisador usou a distribuição Gumbel para seu
ajuste, mas com dados pluviográficos com 8 anos a menos que os utilizados
neste trabalho. O ajuste feito por LONGO, SAMPAIO & SUSZEK (2006) tem
valores bem abaixo, comparados com o ajuste feito pela distribuição GEV. Para
durações mais longas, a GEV tem valores de intensidades mais altos se
comparados com as outras distribuições. A GEV e Gumbel estão bem próximas,
sobressaindo-se em relação a Fendrich (2003) e LONGO, SAMPAIO &
SUSZEK (2006). Os valores da intensidade de distribuição GEV chegam a
duplicar quando comparados especificamente com o ajuste feito por Fendrich
(2003).
Nas figuras 30 a 34, os ajustes feitos pelas distribuições GEV, Gumbel e
Fendrich (2003) são bem semelhantes para durações de até 10 minutos nos
períodos de retorno estudados. A distribuição feita por LONGO, SAMPAIO &
SUSZEK (2006) tem valores abaixo, quando comparada com as demais. Para
longas durações, a distribuição GEV sempre se sobressai em relação às outras.
Observa-se que, quanto maior o período de retorno, a distribuição feita por
LONGO, SAMPAIO & SUSZEK (2006) assemelha-se com a distribuição
Gumbel. Nestas outras figuras acontece o mesmo que na Figura 30, Os valores
da intensidade de distribuição GEV chegam a duplicar quando comparados com
o ajuste feito por Fendrich (2003) para longa duração.
46
Figura 30 - Curva intensidade-duração-freqüência das equações obtidas pela
GEV e Gumbel (FENDRICH, 2003, LONGO; SAMPAIO; SUSZEK,
2006) para um período de retorno de 5 anos.
47
Figura 31 - Curva intensidade-duração-freqüência das equações obtidas pela
GEV e Gumbel (FENDRICH, 2003, LONGO; SAMPAIO; SUSZEK,
2006) para um período de retorno de 50 anos.
48
Figura 32 - Curva intensidade-duração-freqüência das equações obtidas pela
GEV e Gumbel (FENDRICH, 2003, LONGO; SAMPAIO; SUSZEK,
2006) para um período de retorno de 100 anos.
49
Figura 33 - Curva intensidade-duração-freqüência das equações obtidas pela
GEV e Gumbel (FENDRICH, 2003, LONGO; SAMPAIO; SUSZEK,
2006) para um período de retorno de 500 anos.
50
Figura 34 - Curva Intensidade-duração-freqüência das equações obtidas pela
GEV e Gumbel (FENDRICH, 2003, LONGO; SAMPAIO; SUSZEK,
2006) para um período de retorno de 1000 anos.
51
As figuras 35, 36 e 37 mostram o hietograma de projeto para estimar o
ponto crítico da chuva, caracterizado pela distribuição temporal da chuva, para
um período de retorno de 10, 50 e 250 anos e para durações de chuva de 30,
60 e 90 minutos.
Observa-se que, para um período de retorno de 10 anos e para uma
duração de 30 minutos, a média de intensidade de chuva é, aproximadamente,
100 mm. A chuva mais crítica está entre 10 e 15 minutos, quando chega a
ultrapassar a intensidade de 200 mm. Para uma duração de 60 minutos a média
de intensidade é de, aproximadamente, 65 mm e o intervalo crítico está entre 20
e 30 minutos, com uma intensidade que chega a ultrapassar 160 mm. E, para
uma duração de 90 minutos, a intensidade média é de 50 mm e o intervalo
crítico está entre 30 e 45 minutos, quando a intensidade da chuva máxima
chega a 140 mm.
Verifica-se também que, quanto menor a duração da chuva maior é a
sua intensidade média. Portanto é as chuvas curtas que atingem as vazões de
pico além da capacidade do sistema, ocorrendo assim um escoamento pluvial
nas galerias e canais.
Para o período de retorno de 50 e 250 anos, para durações de 30, 60 e
90 minutos, os intervalos críticos, também, estão entre 10 e 15 minutos, 20 e 30
minutos e 30 e 45 minutos, respectivamente.
A posição do pico divide o hietograma em dois setores: intensidades
crescente e decrescente. Este pico se localiza nos intervalos críticos e
observa-se que quanto maior a duração maior é a área determinada pela curva.
52
0 10 20 30 40 50 60
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
tempo - minuto
intensidade - mm/h
Periodo de Retorno = 10 anos
dist. discreta
intensidade media
0 10 20 30 40 50 60
0
50
100
150
200
250
300
tempo - min
intensidade - mm/h
Periodo de Retorno = 10 anos
i(t,T)
i(t)
γ
=0
i(t)
γ
>0
0 5 10 15 20 25 30
0
50
100
150
200
250
tempo - minuto
intensidade - mm/h
Periodo de Retorno = 10 anos
dist. discreta
intensidade media
0 5 10 15 20 25 30
0
50
100
150
200
250
300
tempo - min
intensidade - mm/h
Periodo de Retorno = 10 anos
i(t,T)
i(t)
γ
=0
i(t)
γ
>0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0
20
40
60
80
100
120
140
tempo - minuto
intensidade - mm/h
Periodo de Retorno = 10 anos
dist. discreta
intensidade media
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0
50
100
150
200
250
300
tempo - min
intensidade - mm/h
Periodo de Retorno = 10 anos
i(t,T)
i(t)
γ
=0
i(t)
γ
>0
Figura 35 - Hietograma de projeto para um período de retorno de 10 anos
para durações de 30, 60 e 90 minutos.
53
0 5 10 15 20 25 30
0
50
100
150
200
250
300
tempo - minuto
intensidade - mm/h
Periodo de Retorno = 50 anos
dist. discreta
intensidade media
0 5 10 15 20 25 30
50
100
150
200
250
300
350
400
tempo - min
intensidade - mm/h
Periodo de Retorno = 50 anos
i(t,T)
i(t)
γ
=0
i(t)
γ
>0
0 10 20 30 40 50 60
0
50
100
150
200
250
tempo - minuto
intensidade - mm/h
Periodo de Retorno = 50 anos
dist. discreta
intensidade media
0 10 20 30 40 50 60
0
50
100
150
200
250
300
350
400
tempo - min
intensidade - mm/h
Periodo de Retorno = 50 anos
i(t,T)
i(t)
γ
=0
i(t)
γ
>0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
tempo - minuto
intensidade - mm/h
Periodo de Retorno = 50 anos
dist. discreta
intensidade media
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0
50
100
150
200
250
300
350
400
tempo - min
intensidade - mm/h
Periodo de Retorno = 50 anos
i(t,T)
i(t)
γ
=0
i(t)
γ
>0
Figura 36 - Hietograma de projeto para um período de retorno de 50 anos
para durações de 30, 60 e 90 minutos.
54
0 5 10 15 20 25 30
0
50
100
150
200
250
300
350
tempo - minuto
intensidade - mm/h
Periodo de Retorno = 250 anos
dist. discreta
intensidade media
0 5 10 15 20 25 30
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
550
tempo - min
intensidade - mm/h
Periodo de Retorno = 250 anos
i(t,T)
i(t)
γ
=0
i(t)
γ
>0
0 10 20 30 40 50 60
0
50
100
150
200
250
300
tempo - minuto
intensidade - mm/h
Periodo de Retorno = 250 anos
dist. discreta
intensidade media
0 10 20 30 40 50 60
0
100
200
300
400
500
600
tempo - min
intensidade - mm/h
Periodo de Retorno = 250 anos
i(t,T)
i(t)
γ
=0
i(t)
γ
>0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0
50
100
150
200
250
tempo - minuto
intensidade - mm/h
Periodo de Retorno = 250 anos
dist. discreta
intensidade media
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0
100
200
300
400
500
600
tempo - min
intensidade - mm/h
Periodo de Retorno = 250 anos
i(t,T)
i(t)
γ
=0
i(t)
γ
>0
Figura 37 - Hietograma de projeto para um período de retorno de 250 anos
para durações de 30, 60 e 90 minutos.
55
7 CONCLUSÕES
De acordo com os resultados obtidos pode-se concluir que:
Todos os ajustes foram aceitos pelo teste de Wang com 5% de
significância.
Para durações de 10 e 20 minutos o melhor ajuste da GEV resultou
na forma VEI que corresponde à distribuição Gumbel. Para as
demais durações resultou na forma VEII.
Para períodos de retorno mais elevados a distribuição Gumbel
subestima a VEII.
Como a GEV respeita a tendências dos dados, as equações atuais,
que foram ajustadas pela distribuição Gumbel, podem ser
inadequadas para grande períodos de retorno.
Pelo ajuste de curvas para os valores de intensidade de chuva em
função do período de retorno dada pela distribuição GEV, a maior
taxa de variação da intensidade da chuva foi para o período de
retorno de 100 anos.
Pelo ajuste de curvas para os valores de intensidade de chuva em
função da duração da chuva dada pela distribuição GEV, conclui-se
que é nos primeiros 150 minutos que ocorrem os maiores problemas
de drenagem.
Pelo hietograma de projeto, o intervalo crítico para duração da chuva
de 30, 60 e 90 minutos está entre 10 e 15 minutos, 20 e 30 minutos e
30 e 45 minutos, respectivamente.
Os resultados obtidos neste estudo satisfazem aos objetivos propostos,
no entanto, a realização de um estudo com uma série de dados maior
complementaria o presente estudo e contribuiria para o avanço do
conhecimento na área.
56
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